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Pa st o r P en teco sta l Teologia e Práticas Pastorais
Reedição do livro 0 Pastor Pentecostal
R a y m o n d C a r l s o n - T h o m a s E . T r a s k - L o r e n T r ip l e t t D i c k E a s t m a n - T o m m y B a r x e t t - C h a r l e s T . C r a b t r e e - J o h n B u e n o - Z e n a s J . B i c k e t - N a n c ie C a r m ic h a e l
MANUAL
Pa s t o r P en tecostal Teologia e Práticas Pastorais
R aymond C arlson -T homas E .T rask - L o r e n T riplett - D ick E astman -T om m y B arnett C harles T. C rabtree - J o h n B ueno - Z enas J. B icket - N ancie C armichael
Reedição do livro 0 Pastor Pentecostal
0 CP/4D
José dos Reis E-Books Digital
Todos os direitos reservados. Copyright © 1999 para a língua portuguesa da Casa Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina. Título do original em inglês: The Pentecostal Pastor Primeira edição em inglês: 1997 Tradução: Luis Aron de Macedo Capa: Flamir Ambrósio
CDD: 253 - O Pastor: Vida, Deveres, Responsabilidade, Qualificações ISBN: 85-263-0195-0 Para maiores informações sobre livros, revistas, periódicos e os últimos lançamentos da CPAD, visite nosso site: http://www.cpad.com.br As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida, edição de 1995, da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo indicação em contrário.
Casa Publicadora das Assembléias de Deus Caixa Postal 331 20001-970, Rio de Janeiro, RJ, Brasil 3a edição/2005
Sumário Prefácio / 7 Lista de Colaboradores / 9 Unidade 1 : Prioridades na Vida do Pastor Introdução: Prioridades na Vida do Pastor /1 7 Thomas E. Trask Grupos de Prestação de Contas para Pastores /1 9 D avid Argue O Pastor e Sua Vida Devocional / 28 Leslie E. Welk A Vida Conjugal do Pastor / 35 Raym ond T. Brock O Relacionamento com Seu Predecessor / 45 G. Raymond Carlson Construindo Relacionamentos na Igreja e na Comunidade / 50 Richard B. Foth Primeiras Coisas ao Assum ir uma Nova Igreja / 57 Charles E. Hackett Trabalhando com Pessoas de Todo Tipo / 61 Hal Donaldson O Pastor, Seu Gabinete e Seu Horário / 67 William F. Leach O Gabinete de Estudos do Pastor / 74 Bill Wilson Pregação Expositiva / 80 George O. Wood De Volta à Palavra em Nossa Pregação / 98 Thomas E. Trask e Wayde I. Goodall Unidade 2 : A Vida Pessoal do Pastor Introdução: A Vida Pessoal do Pastor /1 0 9 James K. Bridges O Caráter do Servo dó Senhor /1 1 3 Zenas J. Bicket As Inigualáveis Lutas dos Pastores de Hoje /1 2 3 Dennis A. Davis A Esposa do Pastor /1 3 3 Nancie Carmichael Lidando com as Dificuldades Financeiras na Família / 143 G. Raym ond Carlson M antendo-se Saudável no Ministério /1 4 9 Richard D. Dobbins Dominando o Estresse e Evitando o Esgotamento /1 6 9 Wayde I. Goodall A Pessoa, as Possessões, os Hábitos, o Humor e o Lazer do Pastor / Robert J. Strand Educação Permanente para Atender Necessidades Variáveis / 189 Del Tarr Ética Sexual no M inistério /1 9 8 Wayde I. Goodall Quando o Pastor Precisa de Ajuda Profissional / 203 Richard D. Dobbins
O PASTOR PENTECOSTAL O Pastor como Pastor de Ovelhas / 216 Wayne Kraiss Unidade 3: Preparando-se para o flvivam ento Introdução: Avivamento E... / 229 Charles T. Crabtree Implantando M issão e Visão nos Outros / 235 Tommy B a m etl Sete Passos para um Avivamento Pentecostal / 243 D avidA . Womack Desenvolvendo um M inistério de Oração na Igreja Local / 253 Dick Eastman Avivamento através de Oração e Jejum / 264 Robert W. Rodgers Alcançando e Discipulando Povos de Outras Etnias / 268 Jesse M iranda Estabelecendo um a Nova Congregação / 276 Charles E. Hackett e D avid J. Moore Atos: O Plano para o Estabelecimento de Igrejas / 281 Scott Hagan Evangelizando um a Comunidade / 285 Randy Hurst M obilizando os Crentes para o Evangelismo / 294 Dale Lane Treinando e Comissionando Presbíteros e Diáconos / 299 Richard L. Dresselhaus O Dom de Evangelista: Perspectiva de um Pastor / 310 Glen D. Cole O Dom de Evangelista: Perspectiva de um Evangelista / 315 Jimmy Davis Sinais e M aravilhas / 323 Gordon L. Anderson A Prioridade do Avivamento / 331 Charles T. Crabtree Unidade 4 : Prestação de Contas Eficaz Introdução: Prestação de Contas à Denominação / 341 Charles Kelly A Prioridade da Prestação de Contas / 346 G atyA . Kellner Um Plano de Longo Alcance para a Igreja / 351 Glen D. Cole Trabalhando com Corpos M inisteriais / 358 T. Ray Racheis Dirigindo Reuniões M inisteriais e Assembléias Deliberativas / 368 Fulton W. Buntain Prestação de Contas Bíblica na Igreja / 374 Bob Schmidgall Conhecendo e Usando o Sistema Legal / 381 Richard R. H ammar Questões Legais Básicas / 384 Richard R. Hammar Conhecendo e Usando a M ídia / 392 Jejfrey Brawner Lidando com M udanças / 398 M ichael D. Comer . Priorizando o Uso das Instalações da Igreja / 408 * Danny R. Thomas » ■; . T
M anejando as Finanças da Igreja / 416 Paul D. Goodman Supervisionando o Program a de Construção / 421 M ark Burgund Lidando com os Conflitos / 427 Alm on Bartholomew Resolvendo Crises / 432 Robert H. Spence Formando uma Equipe M inisterial Qualificada e Dedicada / 438 Dan Betzer O Uso Eficaz das Descrições de Cargo / 447 E. Allen Ratta Orientando o Programa de Educação Cristã / 455 J. M elvyn Ming O M inistério com Crianças / 463 D ick Gruber Aperfeiçoando Crentes de Banco para a Obra do M inistério / 469 John M. Palmer Unidade 5: M inistério ao Corpo de Crentes Introdução: Prioridades do M inistério ao Corpo de Crentes / 483 Everett Stenhouse Relacionamentos com Outras / 486 D onArgue De Volta ao Básico em M issões / 490 Loren Triplett Trabalhando com Pastores Auxiliares: Ponto de Vista de um Pastor- presidente / 496 M. Wayne Benson Trabalhando com Pastores-presidentes: Ponto de Vista de um Pastor Auxiliar / 504 Robert W. Klingenberg Planejando o Crescimento da Igreja / 510 J. Don George Crescendo de uma Igreja Pioneira para uma Igreja com Múltiplos Ministérios / 517 Dan Secrist Cultos Especiais / 528 JerryA. Strandquist Gerando Boa Vontade na Comunidade para com a Igreja e o Pastor / 537 Zenas J. Bicket Relacionando-se com os Líderes da Comunidade / 548 Warren D. Bullock Mudando de Pastorado / 554 Ron M cM anus - que É Aconselhamento Bíblico? / 562 '•'‘■'cryde I. Goodall A: inselham ento Pessoal no Poder do Espírito / 569 D onald Lichi M antendo a Visão por Toda a V id a/ 575 John Bueno Unidade 6: Adoração Ungida peio Espírito Introdução: A Prioridade do M inistério de Deus / 583 Thomas E. Trask Dando Lugar aos Distintivos Pentecostais / 586 James K. Bridges Antes de Subir ao Púlpito: A Preparação do Sermão / 594 H. M aurice Lednicky A Chamada ao A ltar e o Compromisso Congregacional / 599 D avid Cawston
O PASTOR PENTECOSTAL Obtendo Variedade no Ministério de Púlpito / 607 H. Robert Rhoden Planejando o Culto de Adoração em Comum Acordo com o Espírito / 614 D avid Lim O Lugar M úsica na Adoração Congregacional / 622 Paul Ferrin Dirigindo Reuniões de Oração que Chegam ao Trono / 628 James D. Marocco Conservando a Sã Doutrina e a M anifestação do Espírito / 633 Jerry M cCamey A Pregação Pentecostal / 638 Ernest J. Moen Fazendo Anúncios nos Cultos / 650 Rob Carlson Notas de Fim / 657
Prefácio Q uan d o a Ig reja nasceu, no D ia de P entecostes, D eus com eçou a cham ar "p asto res” p a ra ap ascen tar os reb an h o s de fiéis que se lev an tariam ao redor do m u n d o . O s p a sto re s d ev em ser re sp o n sá v e is p elo cuidado, d ireção e e n sin a m e n to s q u e u m a c o n g re g a ç ão receb e. E les são dons p a ra a ig reja (E f 4.11), líderes necessários q u e devem ter vidas exem plares. Seu cham ado ao m in isté rio é de p ro c e d ê n c ia d iv in a (A t 20 .2 8 ); seu e x em p lo é Jesus C risto , e o p o d e r p a ra fa z e rem esta in crív el o b ra vem do E sp írito Santo. Ju lg o q u e os p a sto re s tê m de ser p e n te co sta is p a ra que ap ascen tem ig rejas tam b ém p en te c o sta is. E ssa é o rd e m de D eus. V isto que vivem os n u m d os tem p o s m ais co m p licad o s e p len o s de avan ço s tec n o ló g ico s que e ste m u n d o ja m a is v iu , é cru cial q u e os líd eres da Ig reja do S en h o r sejam n ão só ch eio s m as tam b ém g u iad o s p e lo E sp írito S anto. A s p esso as são co m p lex as; suas d ificu ld ad es e p ro b lem as, tam bém . S o m en te D eu s pode c a p a c ita r-n o s a e n te n d ê -la s e a ju d á -la s . A m e d id a q u e os p a s to re s e m p e n h a m -se em a u x ilia r os q u e se a c h a m n as garras do alco o lism o , das d r o g a s , d o d iv ó r c io e d e o u tr a s in c o n tá v e is tr a g é d ia s , p r e c is a m u rg e n te m e n te de p o d e r e d isc e rn im e n to do E sp írito p a ra m inistrar. Os m éto d o s p a ra se a lc a n ç ar as p esso as m u d am ; entretan to , n o ssa m en sag em n ão p o d e m udar. A m e n sa g e m p en teco stal, os dons do E sp írito S anto e a p re g a ç ã o d o E v a n g e lh o c o m sin a is e m a ra v ilh a s são a b s o lu ta m e n te im p o rta n te s p a ra o sécu lo X X I. C o m o p asto res, p re c isa m o s tã o -so m e n te do p o d er do E sp írito S anto p a ra g u iar-n o s e m q u a lq u e r esfo rço q u e v ise lib e rta r e dar d ire çã o às p essoas. H á duas razões p a ra isso. A prim eira é que, nesta altura da história, as p esso a s e n fre n ta m n e c e ssid a d e s críticas. A s v ic issitu d es nos lares e os m ales d a socied ad e são talvez m aiores do que os de qu alquer outra geração. P aralelo a isso e stá a n ecessid ad e de a Ig reja P entecostal satisfazer as atuais d em an d as e e x ig ên cias sem , to d av ia, c o m p ro m ete r a m en sa g em q u e lhe c o n fio u o Senhor. E sta m o s env o lv id o s n as urg ên cias sociais, m as n o ssa m e n sag em não deve to rn ar-se u m ev angelho social. E sta geração não pode d ilu ir a m e n sa g e m q u e nos fo i en treg u e. Se a ig reja p ô r em risc o suas características p entecostais, frustrará o p ro p ó sito pelo qual D eus a levantou. Q u an d o a E sc ritu ra diz: “A s co isas q u e o olho não viu, e o ou v id o não o uviu, e n ão su b iram ao co ração do h o m e m são as que D eus p rep aro u p a ra os que o a m a m ” (1 C o 2.9), D eus e stá falan d o co m a igreja. P recisam o s b u sc a r a D e u s p a ra sab er o q u e E le te m reserv ad o p a ra nós e p a ra os nossos m in is té rio s . A c re d ito q u e n ã o te m o s c o m e ç a d o s e q u e r a a rra n h a r a su p erfície d esse desafio . N ão devem os n os d escuidar, p en sa n d o q u e só p o rq u e so m o s p e n te c o sta is j á tem o s ex p e rim en ta d o tudo o que D eu s tem . M u itas co isas te m E le p a ra nós, as q u ais irem os d esco b rin d o à m e d id a que p o r f ia r m o s p o r a n d a r n o E s p ír ito . É m in h a o r a ç ã o q u e v o c ê s e ja co n tin u am en te cheio c o m o E sp írito S anto, e ex p erim en te tudo o que D eus lh e tem reserv ad o .
O PASTOR PENTECOSTAL E ste liv ro fo i e sc rito p o r p asto res, reito res e líd eres p en te co sta is. O m in isté rio d esses au to res d ar-n o s-ão novos e sc larecim en to s so bre o p apel do pastor. E les n ão tê m ap en as a teo ria do m in istério p asto ral; p o ssu e m ta m b é m a p rá tic a e o êx ito d o serv iço cristão. E ste liv ro fo i escrito p a ra o p a sto r e seus au x iliares m ais d iretos. E um c o m p ê n d io de te o lo g ia p rática; é u m a fe rra m e n ta d e re fe rê n cia im e d iata a ser u sa d a sem p re que n ecessária. O seg u n d o g ru p o d e le ito res v isad o é a q u e le q u e e stá se p re p aran d o p a ra o m in isté rio . O e stu d a n te d ilig e n te q u e a lm e ja o m in isté rio te rá p ro fu n d o in te re sse e m e sta r ad e q u a d a m e n te p re p a ra d o p a ra e ssa o b ra p re c io síssim a . C o m a p re o c u p a ção de b u sc a r a e x c e lê n cia em q u a lq u er o b ra q u e D eu s lhe co n fie, o estu d an te p re c isa re c e b e r co n selh o s d aq ueles q u e j á tê m m in is té r io s c o m p ro v a d a m e n te b e m - s u c e d id o s em á re a s e sp ecíficas. E m b o ra n ão te n h am o s ab o rd ad o to d o s os assu n to s, tem o s c e rte z a de q u e as áre a s-c h av e s do m in istério p asto ral fo ram d ev id am e n te co n sid e ra d a s. E ste liv ro tem o p ro p ó sito de ser u m a fe rram en ta p a ra os p a sto re s pen te c o sta is, q u e r se ja m das A ssem b lé ia s d e D eu s, q u e r sejam de q u a lq u e r o u tra c o m u n id a d e d e fé pen teco stal. A g ra d e ç o ao Dr. W ayde G o o d all e ao Dr. Z en as B ick e t p e lo notável e e x tra o rd in á rio tra b a lh o q u e d e se m p e n h aram n a co m p ilaç ão de to d o s os tó p ic o s d iscu tid o s, n a atrib u içã o e trab a lh o co m os e scrito res e na ed ição dos resultados. S ou-lhes efusivam ente grato à valiosa contribuição prestad a às A sse m b lé ia s de D eu s ao lo n g o d a ex ecu ção d este p rojeto. É m in h a o ração q u e “q u an to fizerd es p o r p ala v ra s ou p o r o b ras, fazei tu d o em n o m e do S e n h o r Jesu s, d an d o p o r ele graças a D eus P a i” (Cl 3.17). — T hom as E. T ra sk S u p e rin te n d en te G era l da C onvenção G eral d a s A sse m b lé ia s de D eu s nos E sta d o s U nidos
Lista de Colaboradores Gordon L. Anderson, Ph.D., Reitor, North Central Bible College, Mineápolis, M innesota, Estados Unidos. David Argue, Presbítero Executivo, Pastor, C hrisfs Place Church, Assembléias de Deus, Lincoln, Nebraska, Estados Unidos.
Don Argue, Ph.D., Presidente, National Association of Evangelicals, W heaton, Illinois, Estados Unidos.
Tommy Barnett, Presbítero Executivo, Pastor, Primeira Assembléia de Deus, Phoenix, Arizona, Estados Unidos. Almon M. Bartholomew, Presbítero Executivo, Superintendente Distrital, Nova Iorque (1976-1996), Siracusa do Norte, Nova Iorque, Estados Unidos. M. Wayne Benson, Presbítero Executivo, Superintendente Distrital Assistente, Michigan; Pastor, Primeira Assembléia de Deus, Grand Rapids, Michigan, Estados Unidos. Dan Betzer, Presbítero Executivo, Superintendente Distrital Assistente, Flórida Peninsular; Pastor, Prim eira Assem bléia de Deus, Fort Myers, Flórida, Estados Unidos.
Zenas J. Bicket, Ph.D., Reitor, Berean University, Springfield, Missouri, Estados Unidos.
Jeffrey Brawner, Pastor, Bonita Valley Christian Center, Bonita Valley, Califórnia, Estados Unidos.
James K. Bridges, Tesoureiro Geral, Convenção Geral das Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos.
Raymond T. Brock, Ed.D., Conselheiro Cristão, Tulsa, Oklahoma, Estados Unidos.
John Bueno, Diretor Regional, Assembléia de Deus Latina, Springfield, Missouri, Estados Unidos.
W arren D. Bullock, D .M in., Superintendente Distrital, Noroeste, Kirkland, Washington, Estados Unidos.
Fulton W. Buntain, D.D., Pastor, Prim eira A ssem bléia de Deus, Tacoma, Washington, Estados Unidos. M ark Burgund, Adm inistrador de Igreja, Calvary Church, Naperville, Illinois, Estados Unidos.
G. Raymond Carlson, Superintendente Geral (1986-1993), Convenção Geral das Assembléias de Deus, Springfield, M issouri, Estados Unidos.
O PASTOR PENTECOSTAL
Rob Carlson, Pastor, Bethany Christian Assembly of God, Everett, Washington, Estados Unidos. Nancie Carmichael, Escritora, Editora-at-Large, Virtue, Sisters, Oregon, Estados Unidos.
David A. Cawston, Pastor, Christian Life Center Assembly of God, Bensalém, Pensilvânia, Estados Unidos. Glen D. Cole, D.D., Superintendente Distrital, Califórnia do Norte/Nevada, Santa Cruz, Califórnia, Estados Unidos. Michael D. Comer, Pastor Auxiliar, Primeira Assembléia de Deus, Winston-Salém, Carolina do Norte, Estados Unidos.
Charles T. Crabtree, Superintendente Geral Assistente, Convenção Geral das Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos. Dennis A. Davis, Reitor, Northwest Bible College, Kirkland, Washington, Estados Unidos.
Jimmy Davis, D.Min., Representante de Evangelista/Evangelistas, Convenção Geral das Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos.
Richard D. Dobbins, Ph.D., Fundador e Diretor, Ministério EMERGE, Akron, Ohio, Estados Unidos.
Hal Donaldson, Editor, Pentecostal Evangel, Springfield, M issouri, Estados Unidos.
Richard L. Dresselhaus, D.Min., Pastor, Primeira Assembléia de Deus, San Diego, Califórnia, Estados Unidos. Dick Eastman, D.D., Presidente Internacional, Every Home for Christ, Colorado Springs, Colorado, Estados Unidos.
Paul Ferrin, Presidente, The Ferrin M usic Group, Inc., Colorado Springs, Colorado; Diretor de Música, Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos.
R ichard B. Foth, M in istro em M issão E sp ecial p a ra as C om unidades Congressionais e Diplomáticas de Washington, Distrito de Colúmbia, Arlington, Virgínia, Estados Unidos.
J. Don George, D.D., Pastor, Calvary Temple Assembly of God, Irving, Texas, Estados Unidos.
Wayde I. Goodall, D.Min., Coordenador Nacional, Escritório de Aprimoramentos M inisteriais, Springfield, M issouri, Estados Unidos. Paul D. Goodman, Superintendente D istrital, M ontana, Billings, M ontana, Estados Unidos.
LISTA DE COLABORADORES
Dick Gruber, Pastor Auxiliar, Bloomington Assemblies of God, Bloomington, Minnesota, Estados Unidos.
Charles E. Hackett, D iretor Executivo, Divisão de M issões Nacionais das Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos. Richard R. Hammar, J.D., LL.M., CPA, Consultor Legal, Convenção Geral das Assembléias de Deus, Springfield, M issouri, Estados Unidos. Scott Hagan, Pastor, H arvest Church Laguna Creek Assembly, Grove Elk, Califórnia, Estados Unidos.
Randy Hurst, Evangelista, Springfield, M issouri, Estados Unidos. Charles Kelly, Superintendente Distrital, Carolina do Norte, Dunn, Carolina do Norte, Estados Unidos. Gary A. Kellner, Diretor de Educação por Extensão, Seminário Teológico das Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos. Robert W. Klingenberg, Evangelista, Caledônia, Michigan, Estados Unidos. Wayne Kraiss, Reitor, Southern Califórnia College, Diretor, Educação de Nível Superior das Assembléias de Deus, Costa Mesa, Califórnia, Estados Unidos.
Dale Lane, Pastor Auxiliar, Primeira Assembléia de Deus, Phoenix, Arizona, Estados Unidos.
William F. Leach, Superintendente D istrital, M ichigan, Farm ington Hills, Michigan, Estados Unidos.
H. Maurice Lednicky, D.D., Reitor, Central Bible College, Springfield, Missouri, Estados Unidos.
Donald Lichi, Ph.D ., V ice-Presidente e D iretor de E ducação, M inistério EMERGE, Akron, Ohio, Estados Unidos.
David Lim, D.Min., Pastor, Grace Assembly, Cingapura. James D. Marocco, D.Min., Pastor, Primeira Assembléia de Deus, Kahului, Havaí, Estados Unidos.
Jerry G. McCamey, Pastor, Calvary Temple Assembly of God, Indianápolis, Indiana, Estados Unidos.
Ronald F. McManus, D.Min., Pastor, Prim eira Assembléia de Deus, WinstonSalém, Carolina do Norte; Presbítero Executivo (1993-1995), Estados Unidos.
J. Melvyn Ming, D.Min., Diretor do program a Doutor de Ministério e Professor de Liderança de Igreja, Assemblies of God Theological Seminary, Springfield, M issouri, Estados Unidos.
Jesse Miranda. D.Min., Presbítero Executivo, Reitor Assistente, Assuntos Urbanos e Multiculturais da Escola de Pós-Graduação em Teologia C. P. Haggard, no Azusa
O PASTOR PENTECOSTAL Pacific University, H acienda Heights, Califórnia, Estados Unidos.
Ernest J. Moen, Superintendente Distrital, Illinois (1984-1996), Carlinville, Illinois, Estados Unidos.
David J. Moore, Secretário, Departamento de Ministérios Interculturais da Divisão de M issões Nacionais das Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos.
John M. Palmer, Pastor, Primeira Assembléia de Deus, Des Moines, Iowa, Estados Unidos.
T. Ray Racheis, Superintendente Distrital, Califórnia do Sul, Irvine, Califórnia, Estados Unidos.
E. Allen Ratta, Pastor, The Neighborhood Church, Bellevue, Washington, Estados Unidos.
H. Robert Rhoden, D.Min., Superintendente Distrital, Potomac, Fairfax, Virgínia, Estados Unidos.
Robert W. Rodgers, Pastor, Evangel Christian Life Center, Louisville, Kentucky, Estados Unidos.
Bob Schmidgall, Pastor, Calvary Church, N aperville, Illinois, Presbítero Executivo (1985-1996), Estados Unidos. Dan Secrist, Pastor, Faith Assembly of God, Lacey, Washington, Estados Unidos. Robert H. Spence, Ph.D., Reitor, Evangel College, Springfield, Missouri, Estados Unidos.
Everett Stenhouse, Superintendente Geral Assistente (1986-1993), Convenção Geral das Assembléias de Deus, Rancho Mirage, Califórnia, Estados Unidos.
Robert J. Strand, Pastor, Park Crest Assembly of God, Springfield, Missouri, Estados Unidos.
Jerry A. Strandquist, Pastor, Bloomington Assemblies of God, Bloomington, Minnesota, Estados Unidos.
Del Tarr, Ph.D., Diretor, Assemblies of God Theological Seminary, Springfield, Missouri, Estados Unidos.
Danny R. Thomas, Pastor Auxiliar, Primeira Assembléia de Deus, Tacoma, Washington, Estados Unidos.
Thomas E. Trask, Superintendente Geral, Convenção Geral das Assembléias de Deus, Springfield, M issouri, Estados Unidos.
Loren Triplett, D iretor Executivo, Divisão de M issões Internacionais das Assembléias de Deus, Springfield, Missouri, Estados Unidos.
LISTA DE COLABORADORES
William O. Vickery, Superintendente Distrital, Califórnia do Norte/Nevada (19771991), Orangevale, Califórnia, Estados Unidos.
Leslie E. Welk, S uperintendente D istrital A ssistente, N oroeste, K irkland, Washington, Estados Unidos.
BilI Wilson, Pastor, Portland Christian Center, Portland, Oregon, Estados Unidos. David A. Womack, Escritor, Springfield, M issouri, Estados Unidos. George O. Wood, D .T h. P., J.D ., Secretário G eral. Convenção G eral das Assembléias de Deus, Springfield, M issouri, Estados Unidos.
Unidade Prioridades na Vida do Pastor
Introdução: Prioridades na Vida do Pastor Thomas E. Trask an ter as p rio rid ad es em su a d ev id a o rd em é u m dos m aio res d e sa fios que o p a sto r enfrenta. A s m u itas o cu pações do pasto rad o c o n s tan tem en te p re ssio n a m os m in istro s a co m p ro m ete r a oração, a v id a d ev o cio n al, a fa m ília e, às vezes, até o p ad rão m oral exigido p ela P alav ra de D eus. A s p rio rid a d e s do m in istro do E v an g elh o d evem e sta r n e sta ordem : (1) seu re la c io n a m en to c o m o Senhor, (2) su a e sp o sa e filhos e (3) seu m in is té rio e trab alh o . A c o m p a n h e -m e em alg u n s p o n to s de e sp ecial in te re sse n o cam p o d essas três p rio rid ad es. S e u re la c io n a m e n to co m o Senhor. S u a v id a d e v o c io n a l é a b s o lu ta m e n te d ecisiv a. A n o s a trá s, p e d i ao S e n h o r q u e p u se sse e m o rd e m m eu h o rá rio , e E le o fez. T od o s os d ias, das c in c o às sete d a m an h ã , e stu d o a B íb lia e oro . T en h o sid o c u id a d o so e m o b se rv a r e sse te m p o — o te m p o m a is p r e c io s o d o m e u d ia . M e u s p a is d e r a m -m e o e x e m p lo ; seu d e v o c io n a l c o in c id ia c o m as p rim e ira s h o ra s d a m an h ã. Je su s d ed ic av a as p rim e ira s h o ra s do d ia à o ra ç ã o . O sa lm ista D av i d isse: “P e la m an h ã, o u v irá s a m in h a vo z, ó S e n h o r; p e la m a n h ã , m e a p re se n ta re i a ti, e v ig i a re i” (SI 5.3). E sta d is c ip lin a se rá fu n d a m e n ta l em tu d o o q u e você fiz er e in te n ta r realizar. S e u re la c io n a m e n to co m a e sp o sa e filh o s . A lg u n s m in istro s fic am tão o c u p a d o s, q u e n e g lig e n c ia m as n e c e ssid a d e s e m o c io n a is, a lim e n ta res e o u tra s c a rê n c ia s d a fa m ília . E s p o s a e filh o s p o d em fic a r re s s e n ti d o s c o n tra o m in isté rio , e m esm o c o n tra D eu s, tu d o p o rq u e o ch efe da fa m ília fa lh o u e m su p rir-lh e s as n e c e ssid a d e s b á sic a s. Isso é trá g ico . Já faz te m p o q u e d e te rm in e i q u e n ão v o u g a n h a r p a ra o S e n h o r os filh o s d o s o u tro s e p e rd e r os m e u s. O S e n h o r n o s tem aju d a d o — a m im e a S h irle y — n e s s a p rio rid a d e . T em os q u a tro lin d o s filh o s, e to d o s a m a m a D e u s e são a tu a n te s em d iv e rso s m in isté rio s. P a u lo in stru iu a T im ó teo : “ S e a lg u é m n ã o sab e g o v e rn a r su a p ró p ria c asa, te rá c u id a d o d a ig re ja d e D e u s ? ” (1 T m 3.5). A o b ra do m in istério . O s m in istro s d ev em trab a lh a r co m afinco, ten d o sem p re em v ista a ch a m a d a de D eu s e o o fício sob o p o d er d in âm ico do
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O PASTOR PENTECOSTAL
E sp írito Santo. P au lo d escreveu o m inistério p a sto ra l em 1 e 2 T im óteo e em Tito. À m e d id a q u e você co n su ltar e v iv en ciar essas epístolas, en q u an to an d a in tim am en te co m D eus e serve a fam ília que Ele lhe deu, seu m in istério será cu m p rid o co m excelência. Juntam ente com essas prioridades pessoais, há prioridades m inisteriais secu n d árias ig u alm en te m uito im portantes. O s m inistros devem observar estes fundam en to s: • D ê am p lo tem po p a ra a p reg a çã o da Palavra de D eus. Q u an d o as p esso as se reú n em , p re c isa m ser alim entadas co m a Palavra. E las estão fam intas pelas verdades espirituais. C om o pastor, é sua g £ resp o n sab ilid ad e nu tri-las co m u m a d ieta esp iritualm en„ te b alan cead a. Isso sig n ifica que você tem de p assar bastan te tem p o estu d an d o e se p rep aran d o . Os p rim eiro s . _ apóstolos co m p reenderam isso, porquanto determ inaram : “N ós p ersev erarem o s na oração e no m in istério d a palal j |M v ra ” (A t 6.4). A B íb lia nos diz: “T oda a E sc ritu ra divinam en te in sp irad a é pro v eito sa p ara ensinar, para redargüir, h n C ü i H I __ __ p a ra corrigir, p ara in stru ir em ju stiç a , p a ra que o h o m em i l t l s p i I H l “ “ IIIIIÉ I de D eus seja perfeito e perfeitam en te in stru íd o p a ra toda
I ureia nao foi crsada para ser m m u s e i, mas uni
estação silia^fiíis ____ ________________________ I I
b°a°b ; f p Tm3;16’17). Q ualquer coisa p erm a n en te na igreja vira p ela ora-
ção (e jeju m ). D eus só opera na igreja que está im pregna da pelo espírito de oração. D. L. M oody disse: “A queles que d eixaram a m ais p rofunda m arca nesta terra am aldiçoada pelo pecado foram hom ens e m ulheres de oração. Você descobrirá que a oração é a força podero sa que tem m ovido não som ente D eus, m as tam bém o h o m em ” .' M in h a esp o sa e eu v isitam o s u m a ig reja cujo b o le tim relacio n av a n u m ero sas o p o rtu n id ad es de oração. N ão é de adm irar, pois, que em seis anos e ssa ig reja te n h a crescid o de sessenta p ara 650 m em bros. O pasto r con firm o u que esse reav iv am ento teve o rig em n a oração. O je ju m in d ica in ten sid ad e na oração. O p ad rão de o rações p o lid as de três a cin co m in u to não será suficiente. M as u m a inten sid ad e de oração que d escarta o co n fo rto e os m anjares d a vid a d e m o n stra a sinceridade do co ração segundo o p ró p rio coração de D eus. A ten ção cu id ad o sa às d isc i p lin as e sp iritu ais rev o lu cio n ará a igreja. • A igreja deve e sta r envolvida em evangelism o. D eu s h o nra o p rin cí pio da sem ead u ra e da co lheita, ou seja, aquilo que você sem eia, colhe. C o lh e r re q u e r a lg u m p lan tio , ou evan g elism o , u tiliz an d o -se de alguns m eio s co m o o rád io , a TV, a literatu ra ou a visitação de porta em porta. Q u an d o eu pasto reav a, fazíam o s visitação de p o rta em p o rta to d a seg u n da-feira à noite. D eu s salvava as p essoas, p o rq u e a ig reja estava envolvida n a sem eadura. • A igreja deve esta r envolvida em m issõ es n a cio n a is e estrangeiras. M issõ es estão n o co ração de D eus, p o is sig n ificam a lcan çar os perdidos. D eu s n ão d eseja q u e n in g u é m pereça. A ig reja não foi criad a p a ra ser um m u seu , m as u m h o sp ita l — u m a estação salva-vidas. P ortanto, o p o rtu n i dad es d ev em ser d ad a em to dos os cultos p ara q u e p esso as sejam salvas. N ão p resu m a que todos os presentes sejam salvos ou que não haja desvia dos. C onvites são o p o rtu n id ad es às p essoas resp o n d ere m ao E vangelho.
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR Isso é fu n d am en tal. D e m o n stre à c o n g reg ação que m issõ es m u n d iais são a tô n ic a d e suas p rio rid ad es. P atro cin e u m a co n venção so bre m issões. F a ç a c o m q u e m issio n á rio s to m e m p a rte e m seus cu ltos c o m freq ü ên cia. D ê o m á x im o q u e v o cê puder. • Cada igreja deve ter um program a de discipulado. O discipulado é a divisão de treinam ento da igreja. Jesus ordenou: “Portanto, ide, ensinai todas as nações” (M t 28.19). A m edida que o reavivam ento der poder ao Corpo de Cristo e o clim a espiritual continuar subindo, a necessidade de treinam ento, ensino e discipulado dentro da igreja local tom ar-se-á prem ente. • Treine e envolva os cren tes leig o s n a o b ra do m inistério. P au lo in s tru i os q u e o c u p a m m in isté rio s de lid e ra n ç a a e starem co n tin u a m e n te e n v o lv id o s n o “ ap e rfe iço a m e n to dos san to s, p a ra a o b ra do m in isté rio ” (E f 4.1 2 ). D eu s tem u sad o p o d e ro sa m e n te os leigos que desejam p articip ar do q u e E le e stá fazen d o . O s dons do E sp írito (1 C o 12 e 14) não são ap en as p a ra o m in istério : “A m a n ife sta ç ão do E sp írito é d ad a a c ad a um p a ra o q u e fo r útil. M as u m só e o m esm o E sp írito o p era to d as essas co isas, re p a rtin d o p a rtic u la rm en te a c a d a u m com o q u e r” (1 C o 12.7,11). O s m in istro s do E v an g elh o tê m o p riv ilé g io d e aju d ar os crentes leigos a e n c o n tra r seu e sp aço no m in istério . N e m to d o s p o d em c an ta r no coral, ser p o rteiro s ou e n sin a r n a E sc o la D o m in ical, m as h á outros lugares no m i n istério cristão . N u n c a foi a in te n ç ã o de D eus q u e h o u v esse crentes de b an co . E le q u er q u e to d o s os m em b ro s d o C o rp o de C risto to m em parte n a o b ra do seu R eino. D eu s o ch am o u p a ra o m ara v ilh o so m in istério de pastorear, e “o E sp í rito S an to vos co n stitu iu b isp o s, p a ra ap a sc e n tard e s a ig re ja de D eus, que E le re sg a to u co m seu p ró p rio sa n g u e ” (A t 2 0.28). A so b eran ia de D eus im p u lsio n a a ch a m a d a q u e você tem . Q u an d o D eus nos m a n d a fazer algo, sem p re n o s d á os d o n s n ecessário s p a ra a re a liz açã o de sua obra. C o m p re en d e r isso tra z tre m e n d o d escan so .
Grupos de Prestação de Contas _____para Pastores David Argue m o d elo q u e Jesu s n os d á p a ra o m in isté rio n ão se lim ita ao tem p o ; é co m p leto . S u a c h a m a d a p a ra ca d a u m d aqueles p rim eiro s pasto res foi: “S e g u e -m e ” (M t 8.22; 9.9). N ão era esotérico. N a realid ad e, foi: “V em co m ig o . V iva a m in h a v id a ” .1 O s m o d e lo s co n te m p o râ n e o s p a ra o m in istério são d iferen tes. E m tre i nam en to , so m o s ríg id o s n a teo ria. A p re n d e m o s em salas d e au la ou no
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20 O PASTOR PENTECOSTAL estu d o particular. L em o s, escrevem os, ap ren d em o s a falar e to rn am o -n o s estu d an tes d a p o lític a e do sistem a eclesiásticos. D epois, saím os a exercer o m in istério , tro p e ç a n d o n a adm in istração e nas m iríad es de desafios que surgem à n o ssa frente. A ssim , pouco a pouco, nossa habilidade m inisterial v ai se d e s e n v o lv e n d o . E n tre m e n te s , n o s s a v id a p e s s o a l te n d e a ser ex atam en te isto: pesso al. P o r u m a série de razõ es, apren d em o s a separar do m in istério a v id a pessoal. O m o d elo de Jesu s p a ra o d esenvolvim ento p astoral é bem diferente. S eu m o d elo in clu i c o m er co m E le, sair à pro c u ra d e u m lu g ar p a ra dorm ir, cam in h ar ao seu lado m ilh as sem fim , ex p erim en tar a liso n ja e a rejeição co m E le. N ão m en o s q u e o m in istério e a v id a q u e o cerca são ju n ta m e n te p ro cessad o s. V ocê n u n ca e stá sem u m c o leg a no m inistério, m esm o q u a n do Jesu s não e stá fisicam en te presente. E sta r co m E le significa ser alvo de g ran d es flu x o s de q u estõ es inquiridoras: O que você está vendo? P o r que está p e n san d o assim ? O nde e stá sua fé? C om o foi que você fez? Sim , o d esen v o lv im en to do m in istério de acordo co m Jesu s sig n ifica u m a e x p eriên cia d e v id a co m u m a c o n tín u a p restação de Em que Situação É M ais Prováve l que você v e n h a a Ser T e n ta d o ?4 c o n ta s.2 Jesu s sab e q u e “ca d a u m de nós d a rá co n ta de si m esm o a • Quando não tem passado muito D e u s” (R m 14.12). E ssa v erdade, en tretanto, só p a rec e ace n tu ar tempo com Deus, 81%. • Quando seu descanso não tem a n e c essid ad e de nos prep ararm o s cad a d ia p a ra aq uele exam e final. N ão é su rpresa, então, que se leia q u e “reg ressan d o os a p ó s sido o suficiente, 57%. • Quando a vida é difícil, 45%. tolos, co n taram -lh e [a Jesus] tu d o o que tin h am feito ” (L c 9.10). A p a la v ra g reg a trad u zid a p o r co n ta ra m é deriv ad a de u m term o • Durante os tempos de q u e significa “relatar co m pletam ente” . F az sentido. N in g u ém pode mudança, 42%. ficar esco n d id o ou sem subm eter-se a exam e en q u an to e stá p ró • Depois de uma vitória xim o do F ilh o de D eus: Jesus co n h ecia os m otivos e os p lan o s de espiritual importante, 37%. Ju d as, c o n fro n to u T iago e Jo ão acerca dos d eles e, m esm o após • Quando as circunstâncias da su a ascen são , co n tin u o u p o lindo P edro. N ão ad m ira que seus p a s vida estão a seu favor, 30%. tores em trein am en to ten h a m crescid o tão fo rtes e se to m a d o de ta n ta confiança. E m três anos, Jesu s fo rm o u p esso as que, cheias do p o d e r do E sp írito S anto, co n tin u ariam a ser tran sfo rm ad as p a ra tra n s fo rm a r o m u n d o — p a ra sem pre. P re sta r co n tas está n a c o m b in ação do que significa ser servo de D eus. P restar co n tas sig n ifica ser responsável, dar in fo rm aç õ es aos outros sobre n o ssa v id a e m in istério . O s d o cu m en to s do N ovo T estam en to ap resen tam p e lo m e n o s n o v e co n ju n tu ra s im p o rta n tes nas q u ais “rela c io n a m en to s m u tu a m e n te re sp o n sá v e is” são as diretivas ex p lícitas de D eus p a ra seu povo em ca d a situ ação d a v id a.3 P re sta r co n tas. P o r que p recisam o s disso? 1. 2. 3. 4.
P o rq u e “en g an o so é o coração [natural], m ais do q u e todas as co i sas” (Jr 17.9) e o ego é inflável (G1 6.3,4). P o rq u e o m in istro e stá m uitas vezes d esan im ad o (2 C o 11.23-29; 2 T m 4 .1 6 ) e ch eio de com p lex o s de todo tipo (Fp 1.22-24). P o rq u e o in im ig o a n d a em derredor, b u scan d o a q u em p o ssa d es tru ir (1 Pe 5.8). P o rq u e os m istério s que pro clam am o s p recisam da luz esclareced o ra do d iálo g o (2 P e 3 .15,16; 2 Jo 12).
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR
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D esco b ri q u e as p re ssõ e s e o an d a m e n to do m in istério te n d e m a d is tan ciar-m e d a p restação de cp n tas em vez de ap ro x im ar-m e dela. M in h a ten d ê n c ia c o m o p a sto r é ser arrastad o a u m a v id a isen ta d e exam es e in q u iriç õ e s, sem ter de p re sta r co n tas a n in g u ém . (U m q u e stio n á rio anual p a ra ren o v ação das cred en ciais d e m in istro n a re a lid a d e não co n stitu i p re s tação de co n tas. P ois lim ita m o -n o s a re su m ir to d o u m ano de m in istério p re en c h e n d o m ero s q u a d ra d in h o s.) E u g e n e H. P eterso n , p o r m u ito s anos p a sto r e h o je p ro fe sso r u n iv ersitário no R e g e n t C o lleg e de V ancouver, C an ad á, fa la c o m p ro p ried ad e: Não tenho conhecimento de outra profissão na qual seja muitíssimo fácil fingir como na nossa. Adotar um comportamento reverente, cultivar um tom de voz vitral, deixar escapar, aqui e ali, no meio da conversa palavras como “escatologia”, [...] freqüentemente não chega para real mente confundir as pessoas, mas já basta para m antê-las conscien tes de que nossa habitual série de pensamentos está um grau acima do nível da congregação. As pessoas confiam em nós sem questio Pe rguntas Relacionadas à nar. [...] M esmo quando em crises ocasionais de humildade ou ho Prestação de Contas Recomendadas nestidade renunciamos a santidade, não somos desacreditados. Se po r Charles Sw indo ll, Chuck Colson, fornecemos o delineamento de um esboço cru de um simulacro, con Steve Farra r e O u tro s sideram-no verdadeiro e concordam com ele, impondo sobre nós 1. Durante esta semana, você mãos limpas e corações puros.5 E ssa n ão é a m a n e ira do m in istério de Jesu s. A p restação de co n tas é a m a n e ira de Jesu s. E , se o seg u irm o s, as re c o m p e n sas serão ab u n d an tes.
G rupos de Prestação de Contas
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esteve com uma mulher em alguma situação que, de certa forma, fosse imprópria ou que pudesse ser interpretada por outros como se você estivesse incorrendo em mau julgamento? Você tem estado acima de toda e qualquer suspeita no que diz respeito aos seus assuntos financeiros durante esta semana? Você se expôs a qualquer material sexualmente explícito nesta semana? Você tem feito suas orações e leitura das Escrituras todos os dias durante a semana? Você tem cumprido o mandato de sua vocação ao longo desta semana? Você acaba de mentir para mim?
G ru p o s de p re sta ç ã o de co n tas estão e m p o siç ão de rec e b e r algum as das m ais ric a s b ên ção s de D eus. T iag o afian ça-n o s que, _uando c o n fessarm o s n o sso s p e cad o s uns a o s outros, a cu ra cer3 am en te v irá (T g 5 .16). O p ró p rio Jesu s d isse q u e e sta ria en tre os que c o n c ilia m vid as. P ara tal g ru p o é d a d a a m a io r p ro m essa de : ração resp o n d id a: “ Q u a lq u e r c o isa q u e p ed irem , isso lh es será 4. fe ito p o r m eu Pai, q u e e stá nos c é u s” (M t 18.19). A través d a p re s tação de co n tas, p asto re s ev itam o p ecad o , fo rtale cem o caráter, ir s v ia m o s esm o re c im e n to s do m in isté rio , a g u ça m sua p e rc e p 5. ção d a verdade, tra n sfo rm a m a so lid ão em am izad e, d o m in am a tristeza, ex p e rim e n ta m cu ras, fo rta le c em a fé, reso lv e m p ro b le 6. m as. tro c a m id éias, m a n tê m o eq u ilíb rio , id e n tifica m e rep e lem ^iaques esp ecífico s do in im ig o , d esen v o lv em a lid era n ça e re s trin g em o ego. É so m en te q u an d o nos a p ro x im am o s o su ficien te _ns dos o u tro s que P ro v érb io s 27 .1 7 to m a -se realid ad e: “C o m o o ferro c om o fe rro se ag u ça, a ssim o h o m e m afia o ro sto do seu a m ig o ” .6 \ o c ê p r e s ta c o n ta s ? Q u e m , c o m r e g u la rid a d e , lh e fa z p e rg u n ta s a a u irid o ra s e d iretas ace rc a de su a v id a co m C risto , suas m o tiv açõ es, sua resistê n c ia às ten taçõ es, seu d iálo g o in te rio r e im a g in aç õ es? Q u e m verdaaeiram en te e stá re p re se n ta n d o o cu id a d o e o am o r de Jesus p o r você no ~ a n isté rio ? N ão é in te n ç ã o de D e u s q u e v o cê m in istre so zin h o . Se você
22 O PASTOR PENTECOSTAL fo r casad o , sua e sp o sa m u ito lhe p o d e rá a ju d ar nessas dim en sõ es, m as h á riq u eza, p o d e r e p ro p ó sito a serem e n co n trad o s em ir além dos irm ãos ou irm ãs q u e seg u em as m e sm as p isad as que você. Q uase to d o s os apóstolos, qu e nos d eram o p rim eiro m o d elo de p restação de contas, eram casados. E n tretan to , fo ra m en sin ad o s a ir além dos colegas em b u sca de p o d e r e p ro p ó sito ad icio n ais ad v indos d essa dim en são d e relacio n am en to s. A p restação de co n tas é o b tida apenas q u an d o nos p ro p o m o s a tal. É raro o c o rre r p o r acaso; deve ser d elib erad a m en te buscada. S im p lesm en te n ão se desen v o lv e sozinha. U m a vez iniciada, deve ser in ten cio n alm en te
EM CONFIANÇA S e as p esso as d ev em ab rir seus co raçõ es e c o m p a rtilh a r d etalh es de suas v id as, não apen as suas “p e rfe iç õ es” , m as ta m b é m suas fraq u ezas, elas têm de sab er que aqu ilo que co m p a rtilh a m será tratad o co m favor e co n fid en cialm en te. O g ru p o deve co n c o rd a r de m an eira cla ra e em su a to ta lid a d e co m as d is p o siçõ es an u n ciad as a seguir, antes q u e seus in teg ran tes se a b ram uns aos outros. 1.
V ocê n ão p o d e e x p o r as in fo rm açõ es co m p artilh ad as no g ru p o co m os nãop a rtic ip a n te s d o g ru p o . N ã o im p o rta q u em sejam ! Isso sig n ifica n in g u ém ! 2. Você p o d e p a r tilh a r o que d isse sobre v o cê co m q u a lq u e r p e sso a fo ra do g ru po. T rata-se de su a in fo rm ação ; ela não d eix a de ser su a m esm o q u e você a d i v id a co m o g ru p o o u fo ra dele. 3. Se desejar reco n tar u m a h istó ria ou ilu s tra ç ã o c o m p a rtilh a d a p o r a lg u é m do grupo, você deve p e d ir p e rm issã o àq u e la p e sso a antes de fazê-lo , não im p o r tan d o o q u e v o cê p o ssa fazer p a ra m a s c a ra r a h is tó ria o u ilu stra ç ã o (tro c a r n o m e s, m u d a r d e ta lh e s etc.). Isso se a p lic a ao te s te m u n h o p o s itiv o ta n to q u an to ao negativo. 4. S e algo c o m p artilh ad o n o g ru p o c o n s titu ir alg u m p e c a d o sério , ou seja: p e cad o que: • se ja p ra tic a d o c o n tin u a m e n te , sem d im in u iç ã o e m term o s de fo rç a ou
freq üência, m esm o sob a luz clara da co n fissão e oração francas; ou • sej a p raticado além das ten tações na m ente; ou • esteja d eb ilitan d o o m in istério ; ou • esteja p o n d o em p e rig o a v id a da p ró p ria p e sso a e de outras. E n tã o deve-se p e d ir p erm issã o à p esso a q ue c o m p a rtilh o u ta l p e cad o p a ra lev ar o caso p ara fo ra do grupo, a fim de bu sca r aju da. E ssa p e rm issão deve ser ob tid a antes que q u alq u e r p esso a fo ra do grupo seja c o n su l tad a sobre o caso. A ssim todos irão sab er de an tem ão que p o d em co n fessar suas fraq u ezas p a ra c re s c er através do p e rd ão e do en co rajam en to sem v ir a ser fo co de m au s ju lg a m e n to s e fofocas. G rupos em que h a ja c o m p artilh a m en to não devem p ro m o v e r um clim a de p erm issiv id ad e ou traição, m as de verdade e p restação de contas dentro do grupo. 5. S e o g ru p o c h e g a r a u m im p a s s e (em o u tra s p a la v ra s, u m p e c a d o sé rio foi re v e la d o e a p a rte o fe n d id a n ã o p e r m ite q u e s e ja d e c la ra d o fo ra do g ru p o ), e n tã o d ev e p re v a le c e r a le i su p e rio r de c o m p ro m isso c o m a v e rd a d e e a p u re z a : a d e sp e ito do s p r o te s to s e c o m o fim d e q u e a p e s s o a seja c u ra d a e re s ta u ra d a , a re v e la ç ã o c o n fid e n c ia l d e v e se r fe ita a a lg u é m q u e te n h a re sp o n s a b ilid a d e d ire ta so b re tal p e sso a .
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR cultivada. E x ig e p rio rid a d e , p la n e ja m e n to , d isp ên d io de e n erg ia e tem po. C on seg u i fa z e r u m a ilu stra ç ã o d a p re sta ç ã o de contas v e rd a d eiram en te c ristã em cin co d im en sõ es de a tiv id ad e q u e fo rm a m u m ciclo de vida. A a b e rtu ra vem em p rim e iro lugar. A a b e rtu ra sig n ifica que eu e cad a um dos p a rtic ip a n te s do tra b a lh o em g ru p o m o stram o s un s aos o u tros q u e m re a lm e n te som os. F alo ab e rta m e n te so b re m eus desafio s, erros, e s p e ra n ç a s, d esa p o n ta m e n to s, v isão e situ ação esp iritu al. F a lo sobre m in h a fam ília, m eu trab alh o , m eu s tem o res, m in h as fo rças, m eus p ecad o s, m i n h as v itó rias. P erm ito q u e os in teg ran tes do g ru p o m e vejam exatam en te co m o sou. D allas W illard , em seu ex cep cio n al livro The S p irit o fth e D is cip lin es (O E sp írito d a s D isc ip lin a s), escrev e so b re o p ro c esso de nos a b rirm o s u ns aos outros: a ab e rtu ra n u tre “n o ssa fé na p ro v isão de D eus p a ra n o ssas n ec e ssid a d e s através de seu povo, n o sso senso d e ser am ad o e n o ss a h u m ild ad e dian te de n o sso s irm ão s e irm ãs. [...] D ep o m o s o p e so de n o s esc o n d e r e fingir, o q u e n o rm a lm e n te c o n so m e u m a q u an tid ad e c o n sideráv el de e n e rg ia h u m an a. [...] N a d a d á m ais apoio a u m c o m p o rta m e n to co rreto do q u e n os ab rirm o s c o m a v erdade. A co n fissão em si to m a p o ssív e l a e stre ita e sin c e ra am izad e, e su a falta e x p lica m u ito da q u alid ad e su p erficial tão co m u m en te en c o n tra d a em n o ssas org an izaçõ es ec le siá stic a s” .7 Q u an to s de n o sso s re la c io n a m en to s com o p a sto res estão apen as n a su p erfície, n u n c a n os im p u lsio n a n d o p ara m ais p e rto de D eus? A p re sta ç ã o d e co n tas re q u e r p le n a abertura. O fe c h a m e n to é a seg u n d a d im en sã o n a p re sta ç ã o de contas. O fe c h a m e n to sig n ifica q u e o g ru p o p ro p o rc io n a seg u ran ç a a to d o s que se abrem . G u a rd a r os seg red o s rev elad o s é fu n d a m e n ta l.8 A a ceitação , a afirm ação h o nesta, a g e n tile z a nas re sp o sta s e o tan g ív el co m p ro m e tim e n to em a ju d a r fa z e m p a rte do fec h a m e n to . Q u an d o u m in teg ra n te do g ru p o está se ab rin d o , to d o s os o u tro s o u v em — re a lm e n te o uvem . N ão nos co n c e n tra m os no que direm os em resposta. N ão estam os form ando um a defesa co ntra q u a lq u e r co isa ou c o n tra q u em q u e r q u e seja. N o ssa in ten ç ão é singular: v e rd a d e iram e n te o u v ir a m e n sa g e m e o c o ração de q u em e stá falando. E n q u a n to o u v im o s, esse p o d e ser o m o m e n to de nos aleg rarm o s co m os que se a leg ram e de ch o rarm o s co m os q u e c h o ram (R m 12.15). O u v ir é arte a ser d esen v o lv id a. E facilm en te p e rd id a p o r p asto res que c o n tin u a m e n te v iv em n u m a m b ien te em q u e só fa lam e dão resp o stas. D ie tric k B o n h o e ffe r lem b ra-n o s: Aquele que não ouve mais seu irmão, logo também não será ouvido por Deus; estará fazendo nada mais que tagarelar na presença de Deus. Isso é o começo da morte da vida espiritual e, quando o fim chegar, nada mais restará senão palavrório espiritual e condescendência clerical dis posta em palavras devotas. [...] Faz parte da comunhão da cruz levar as cargas uns dos outros. Se alguém não as leva, a comunhão a que pertence não é cristã. Se algum membro recusar-se a levar essas cargas, estará ne gando a lei de Cristo.9 A p r ó x im a d im e n sã o d a p re sta ç ã o de c o n ta s é a oração. N ão a oração curta, g en eralizad a, a d e q u a d a m en te “re strita ” , m as a oração que cap tu ra o m o saico d a v id a e fa la sem re striç õ e s c o m D eus. É a oração que leva o
24 O PASTOR PENTECOSTAL
Perguntas queEncorajamAbertura V id a E s p i r i t u a l
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D escrev a os m o m e n to s em que você se o c u p a c o m a P alav ra e o que e stá ap ren den d o . C o m q u e fre q ü ê n c ia v o cê fica so zin h o c o m D e u s d u ran te a sem an a? P or quanto tem p o ? Isso satisfaz suas ex p ectativ as e esp eran ças? D escrev a su a v id a d e o ração no que se re fe re a tem p o , reg u larid ad e, esco p o de oração e p ercep ção d a p resen ça de D eus en q u an to ora. Você v ive na p re se n ç a de D eu s? D escrev a o q u e v o cê sente so b re a unção d o E sp írito S an to em su a v id a e m in isté rio . E m o u tra s p a la v ra s, você sen te q u e Jesu s está trab alh an d o atra vés d e v ocê de m a n e ira p ercep tív el? D escrev a su a situ ação p re se n te n o q u e d iz re sp e ito ao co m p artilh am en to da fé co m aq u eles q u e n ão c o n h ecem a J e sus. Você está seguindo as diretivas: “Procurai com zelo os m elhores dons” (1 C o 12.31) e “Q u e d espertes o dom de D eus, que ex iste em ti” (2 T m 1.6)? Q u an d o fo i a ú ltim a vez q u e v o cê p ro fetizo u ? Je ju a r é u m a d iscip lin a esp iritu al im p o rtan te. D escrev a e ssa d im en são em su a v id a atual.
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V id a P r o f is s io n a l /P e s s o a l
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V id a F a m il ia r
D escrev a a n atu re z a do seu re la c io n a m en to atu al co m a e sp o sa e filhos. In clu a tan to o crescim en to dos re la c io n a m en to s q u a n to o d esen v o lv im en to das fo rças esp iritu ais. 8. Q ue m etas e sp iritu ais v o cê tem p a ra a su a fam ília? E m que p o n to v o cê se e n c o n tra p ara atin g i-las? 9. O q u e você fa z com a fa m ília só p o r q u e é d iv ertid o ? Q u an d o fo i a ú ltim a vez que isso ocorreu ?
Se n ad a m u d a no que re sp eita ao seu relac io n a m en to m a trim o n ia l/fam ilia r conform e essa particularidade, você fi cará satisfeito co m tudo o q u e venha a dar certo?
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C o m o é que você ad m in istra seu te m po? Q uais os seus lim ites e co m o você está lidando co m as p rio rid ad es, n e cessid ad es, pressõ es? O fru to do E sp írito é am or, gozo, paz, lo n g an im id ad e, b e n ig n id a d e, b o n d a de. fé, m an sid ão , tem p e ran ç a. H oje, quais os dois aspectos m ais fo rtes para você? E os dois m ais fracos? Q uais as características atualm ente em desenvolvim ento no seu m inistério? O que você d e se ja qu e D eus fo m en te em você du ran te o m ês q u e vem ? Q u a is as su as le itu ra s h o je ? O que você está apren d en d o ? C o m o está o seu b e m -e sta r físico ? O que você faz p a ra lid ar co m o estresse, o peso e a idade? C om o o in im ig o tem ten tad o atacá-lo desd e a n o ssa ú ltim a reu n ião ? C om o você reag iu ? Fale a resp e ito de su a v id a co m o ad m in istrad o r dos recu rso s que D eus lhe tem dado. C om o você e stá se saindo na b a talh a c o n tra a ganância, a inveja e o m aterialism o ? Você vive p ela fé na área fin an ceira? V o c ê e s t á d i s c i p l i n a n d o a lg u é m atu alm en te? D escreva. O q u e v o c ê re sp o n d e ria , se D e u s lh e a p a re c e s s e e m p e s s o a e p e rg u n ta s se: “ O q u e q u e r q u e eu fa ç a p o r v o cê a g o ra ? ” Q u al sua v isão p ara os p ró x im o s c in co anos de sua v id a ? 11
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR ferid o do g ru p o aos p és de Jesu s. N a o ração , tem p o é dad o p a ra o d e se n vo lv im en to e fo rta le c im en to d a fé. A g o ra a p ro m e ssa de M ateu s 18.19,20 p o d e ser co n sid e ra d a so lo firm e so b re o q ual se firm ar. Jesu s v erd a d e ira m e n te e stá en tre nós, e diz: “P e d i” . A q u a rta d im e n sã o d a p re sta ç ã o de co n ta s é a verdade bíblica. A P a la v ra de D e u s n os g ru p o s e m qu e de fato h á p restaç ão de co n tas n ão é tãoso m en te c o n su lta d a em c ita ç õ e s u m tan to q u an to vagas, m as é ab e rta e lid a , p e sq u isa d a e ex am in ad a. M etas ap ro p riad as de p restaç ão de contas ad v êm de se e sta r d e b a ix o do co n se lh o d a P alav ra de D eus. T odas as p ala v ras d a B íb lia, ta n to as q u e tra z e m co n fo rto q u an to as q u e rev ig o ram , to d as as in stru ç õ e s, tan to as c o m u m e n te m an tid as q u an to as seg u id as u n i cam en te p e lo esfo rço , são n e c e ssá ria s p a ra a p restaçã o de contas. A p re s ta ç ã o d e c o n ta s re q u e r a to ta lid a d e d o c o n se lh o d e D eu s. A ssim , p ro v e n ie n te s d a P a la v ra , p a sso s são su g e rid o s p a ra a so lu ç ã o ou re sp o sta às situ a ç õ e s d a vida. É so m en te a P alav ra q u e te m o p o d e r de censurar, re provar, c o rrig ir e in stru ir em to d as as d im e n sõ e s d a ju stiç a , p ara que seja m o s p e rfe ita m en te e q u ip ad o s (2 T m 3.16,17). A últim a d im en sã o na p resta çã o de con ta s é o acom panham ento. Q u an do n a sessão seg u in te o g ru p o v o lta a se reunir, re lató rio s são dados sobre p ro g re sso s o u fru straçõ es. A s p erg u n tas são as m esm as q u e Jesu s fez; pe rg u n ta s essas qu e, n a v erd ad e, in d u z e m to d as as p esso a s a dar c o n ta de suas v id as uns aos o u tro s .10 S em esse estád io , a p resta ção de contas p ro v av elm en te n ão está o co rren d o . O ac o m p a n h a m en to d á u rg ên cia e d ireção n o e sp aço d e tem p o e n tre as re u n iõ e s d o g ru p o . S ei que vou d ar co n ta a m e u s am ig o s q u an d o n os en c o n tra rm o s n a re u n ião seguinte. Isso m e im p u lsio n a a agir. Se, n a sessão seg u in te, n ã o o b tiv e r p ro g resso s, o ciclo p o d e ser fe ito n o v am en te so b re o m e sm o assu n to , m as em u m nív el m ais pro fu n d o : a b e rtu ra m ais co m p leta, o ra ç ã o m ais in ten sa, m ais p esq u isa co n tu n d e n te n a P alavra. Q u an d o h á p ro g re sso s e v itó rias, p o sso a p re se n ta r n o v as áreas de m in h a v id a ao crescim en to .
O Ciclo de Prestação de Contas N o d ia g ra m a m ais ad ian te, e stá ilu stra d o o ciclo co m p leto d a p re sta ção de co n tas. O s d escritiv o s das cin co p rin c ip ais dim en sõ es ilu stra m os g ru p o s in a d eq u ad o s (e até m esm o p o te n c ia lm e n te p reju d ic iais), re su lta n tes d a fa lta d a o c o rrê n c ia de to d as as d im e n sõ es d a v e rd ad e ira p resta çã o de co n tas cristã. P o r ex em p lo , h avendo: Somente Abertura conduz, m uitas vezes, a danos m aiores no que tange à tra iç ã o d os seg red o s — g ru p o fo fo q u eiro . Somente Abertura + Fechamento pode resu ltar em um grupo de apoio p sic o ló g ic o , no q ual to d o s “se n te m -se b e m ” , m as pro v av elm en te não traz q u a lq u e r m u d a n ç a ou c re sc im e n to significativos. Somente Abertura + Fechamento + Oração p ro d u z u m g ru p o de oração , m as co m u m p a d rã o de c re sc im e n to desigual. Abertura + Fechamento + Oração + Verdade Bíblica co n d u z as p esso a s ao lu g a r do v e rd ad eiro cre sc im e n to , m as e rra po r não c o m p le ta r o ciclo e c o n c e d e r às p esso a s a d in â m ic a e ssen cial, p a ra a qu al Jesu s nos cham a: a p re sta ç ã o de contas.
O PASTOR PENTECOSTAL
A PR ESTA Ç Ã O DE CONTAS C R IST A Ciclo em Cinco Dimensões Aprofundando-se cada vez mais Dimensão 1
Dimensão 2
Dimensão 3
C om o C om eçar — A lgum as O rientações 1. C om p ro m eta -se em fa zê -lo . N ão p erm ita que e sta leitu ra seja a p e nas inform ativa. D este d ia em diante, determ in e viv en ciar a verd ad eira p restação de co n tas em sua vida. O dia p ara co m eç ar é hoje, p o u co im p o r tan d o a id ad e que você ten h a ou o estádio em que se en c o n tra sua vid a e m in istério . 2. Peça a D e u s que o ajude a en co n tra r as p e sso a s certas p a ra as q u a is p re sta r contas. P ro cu re p esso as que ten h am u m coração aberto, u m d esejo in ten so em an d ar co m C risto e u m a cap ac id ad e em g u ard ar co n fi dên cias. E ste g ru p o será fo rm ad o u n ica m en te p o r p asto res? R estrito a ce rta d e n o m in ação ev angélica? E xclu siv am en te de casais ou só de h o m ens ou só de m u lh eres? R esp o stas a essas p erg u n tas afetam sig n ificati v am en te a fu n ção do grupo. H ouve grupos em que participei que requeria que as pessoas viajassem durante horas p ara a reunião. D istância razoável não é obstáculo se os fato res de com posição estiverem em vista. C o m relação ao tam anho do grupo, deve este ser m aio r do que duas pessoas ou dois casais, m as não tão grandes a ponto de red u zir a oportunidade de as pessoas se expressarem . T rês casais ou três a quatro pessoas p arecem ser o ideal (vide N ota de F im n.° 10). 3. C ontate as p esso a s, co m p a rtilh e estas info rm a çõ es e indique seu d esejo de p re sta r contas. P eça-lh es que orem p ara dep o is virem a se re u nir c o m você e m um a sessão pro lo n g ad a, a fim de ju n to s ex p lo rarem as po ssib ilid ad es.
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR 4. F aça a p rim e ira reunião em um lu g a r on d e haja p r iv a c i da d e e fle x ib ilid a d e . U m re sta u ra n te n ão é b o a esco lh a, n em o e sc ritó rio d a ig reja, n e m u m a casa o n d e h aja crianças. E n co n tre u m lugar distante de interrupções, ruíd o s e olhares perscrutadores. Se a re u n iã o fo r em u m a casa, lig u e a se c retária e letrô n ica e d eslig u e a ca m p a in h a do telefo n e p a ra ev ita r in terru p çõ es. D e d i q u e-se n a p rim e ira re u n iã o a d e fin ir a v isão e a ch e g ar a um c o n sen so so b re as in fo rm a ç õ e s ditas em co n fiança. (Vide o q u a d ro “E m C o n fia n ç a ” .) D e c id a a fre q ü ê n c ia com que o grupo se reu n irá e e sta b e le ç a u m p e río d o de prova, d u ran te o qu al o grupo p o ssa c re sc e r e m tra n sp a rê n c ia e tam b ém te sta r sua quím ica. N e sse p rim e iro en co n tro , fixe u m a d a ta e m q u e o grupo avaliará seu p ro g re sso , q u a n d o en tão se d isso lv erá o u d ec id irá ir m ais adiante. Isso to rn a rá claro o p ro c e sso e o co m p ro m isso j á d esde o início. T rês a seis re u n iõ e s são em g eral su ficientes p a ra que to d o s d isc irn a m e av aliem seus co m p ro m isso s. 5. Se D e u s o está u sa n d o p a ra d a r início a o grupo, p re su m a q ue vo cê se rá o líd e r n a p r im e ira reunião. A ce rte o to m de sua abertura. F a ç a as p esso as se sen tirem à v o n tad e co m seus e sc la rec im e n to s ac e rc a do p ro cesso . C o m re sp e ito à co n tin u id ad e da lid eran ça, se o g ru p o fo r co m p o sto p o r p esso as rea lm en te do m esm o nív el, faça um ro d íz io d a lid e ra n ç a en tre aqueles d isp o s tos a liderar. Se o líd e r fo r sem p re a m e sm a p esso a, hav erá um a red u ç ã o n a o p o rtu n id ad e p a ra e ssa p e sso a ser v erd ad eiram en te v u ln eráv el e ser lev ad a p elo g ru p o aos pés do Senhor. 6. P erm ita que h a ja b a sta n te tem po. E m m in h a ex p eriên cia, u m a h o ra (p o r p e sso a o u casal) p a ra c o m p a rtilh am e n to de in fo r m açõ es e re c e b im e n to de fe e d b a c k é o tem p o m ín im o p a ra o ciclo de p restação de co n tas. N a tu ra lm e n te , se u m a p e sso a ou casal estiv er em crise, a sessão in te ira p o d e ser d e d ic ad a ao seu atendim ento. N o prin cíp io do relacionam ento do grupo, um tem po m ais lo n g o d estin ad o a e sta b e le c er fu n d a m e n to s m ais fo rtes p a g a rá d iv id en d o s im ed iato s e m arav ilh o so s. A c o n tin u id ad e exige que h a ja p e lo m en o s u m a reu n ião m e n sa l co m o grupo. 7. C o m ece com a abertu ra . G ru p o s de p restaç ão de contas fa z e m p a rte de u m a lo n g a jo rn a d a . A s p esso a s farão ex p e riê n cia co m a abertura. A m a io ria de n ós se m o v e v ag aro sam en te em situ açõ es de v u ln e ra b ilid a d e — co m o caracó is, ab rin d o -se deva g a r e fech an d o -se ra p id a m e n te se fo re m c u tu cad o s ou p re ssio nados. N ão d esista de n in g u é m rá p id o d em ais. S eja paciente. F o rn eça m u ita s o p o rtu n id a d e s p a ra as p esso a s se abrirem . U m a m a n e ira ex c e le n te d e c o m e ç a r é p e rm itir q u e c a d a u m c o m p a rti lh e sua v id a e e x p eriên cias esp iritu ais. P erg u n tas in v estigadoras e q u e im p u lsio n a m ao cre sc im e n to estã o a listad as no qu ad ro “P erg u n tas q u e E n c o ra ja m A b e rtu ra ” . D eix e q u e essas p erg u n tam fo rn e ç a m e n e rg ia e x tra p a ra o líd e r do gru p o rev ig o ra r a ab ertu ra. T odos d ev em re sp o n d e r à p erg u n ta, se e sta fo r feita. Todos d ev em estar em pé de ig u ald ad e.
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Limites para a Proteção Morai
Jerry Jenkins Limite ri' 1: Sempre que preciso jantar ou viajar acompanhado de outra mulher, levo mais uma pessoa comigo. Se alguma complicação inevitável de última hora tornar isso impossível, minha esposa é informada por mim tão logo seja possível.
Sou cuidadoso no que se relaciona a toques. Porquanto posso dar um aperto de mão ou segurar o braço ou bater no ombro ao cumprimen tar; e abraço apenas amigos queridos ou parentes, e só na presença de outras pessoas.
Limite n- 2:
Se faço um elogio, é sobre o vestido ou penteado, e não sobre a pessoa em si. Na minha opinião, comentar sobre um traje bonito é muito diferente do que dizer a uma mulher que ela é bonita.
Limite ri- 3:
Limite n“ 4: Evito
o flerte ou conversas sugestivas, mesmo de brincadeira.
Limite n-5: Freqüentemente
menciono à minha esposa, por escrito e verbalmente, que me lembro dos votos feitos no casamento: “Só tenho olhos para você até que a morte nos separe”.
Da hora em que chego em casa do trabalho até que meus filhos vão para a cama, não escrevo ou faço qualquer trabalho do escritório. Isso me dá muito tempo com minha família e ocasiões para minha esposa e eu namorarmos e curtirmos um ao outro.12
Limite ri' 6:
O PASTOR PENTECOSTAL 8. F aça o ciclo com pleto. O grupo deve ser ch am ad o à P alavra. A bra a B íb lia e leia. E n co raje os o u tro s a fazer o m esm o. O salm ista escreveu: “M arav ilh o so s são os teus testem u n h o s; p o r isso, a m in h a alm a os g u ar da. A ex p o sição das tuas p alav ras d á luz e d á en te n d im en to aos sím p lic es” (SI 119.129,130). O rem , sem p re q u e o E sp írito S anto sensib ilizá-lo s para a n ecessid ad e. N u n c a p e rm ita que a oração seja su p erficial ou form al. E sse é o lu g a r e o m o m en to p ara elevarem seus co raçõ es a D eus e ju n to s co n co rd arem . 9. In c e n tiv e a o ração entre as sessões. E útil fazer u m a ou d u as an o ta ç õ es so b re o q u e os o u tros co m p artilh aram , p a ra q u e en tre as reuniões v o cê n ão esq u e ç a d e o ra r p o r elas e p a ra q u e faça o dev id o a co m p a n h a m en to n o en co n tro seguinte. A lg u ém serv in d o de secretário no g ru p o é da m a io r aju d a n esse p ro cesso . N ão esq u eç a que é essa fase q u e faz co m que o g ru p o o b te n h a a p le n a p re staç ão de contas. E n q u an to escrev o estas palavras conclusivas, o im p acto de m in h a re u n ião c o m n o sso g ru p o de p restação de contas o co rrid a três dias atrás ain d a p erd u ra. E x iste m três casais em n o sso grupo. O s ho m en s são todos p a sto re s v eteran o s, c o m en v o lv im en to s que vão m u ito além de nossas ig rejas n a v id a de n o ssa den o m in ação . A s m u lh eres tam b ém estão p ro fu n d a m e n te en volvidas n o m in istério . F oi n o sso terceiro en contro m en sal. P o r m ais de três h o ras falam os sobre n o ssas fam ílias, p rovações, n o s sa b u sca em ter m ais de D eus, nossas lutas m ais íntim as. F izem o s nossas q u eix as e p ersu ad im o s co m agrados. À s vezes, ex p lo d im o s em g arg alh a d as, e m ou tras, en x u g am o s as lágrim as. Já no fim d a reu n ião , refleti ad m irad o sobre o q u an to o E sp írito de D eu s estev e p re se n te em n o sso m eio. T angivelm ente p resente. C ad a um de nós fo i reju v en escid o . C a d a um de nós foi usado p o r D eus a falar para a v id a do outro. S aím o s co m novos d iscern im en to s, novas reso lu çõ es. F o m o s fo rtalecid o s (o u tra vez) através da p restação de contas. A d ata de n o sso p ró x im o en co n tro j á está m arcada. “V iva a m in h a v id a ” ain d a é a ch am a d a do M estre. L evante-se, e m b a r q u e n e ssa jo rn ad a!
0 Pastor e Sua Vida Devocional Leslie E.Welk p astor, co m o aq u ele que se esp era que m in istre aos o utros, deve em p rim eiro lu g ar e antes de m ais n ad a ser m in istrad o p o r D eus. A vida d ev o cio n al p a rtic u la r do m inistro, o tem p o gasto com D eus, deter m in ará a v erd ad eira altu ra e p ro fu n d id ad e de seu m inistério.
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UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR M e ta ad m iráv el p a ra o p a sto r é re c e b e r id e n tifica ção se m elh a n te à de P ed ro e Jo ã o em A to s 4 .1 3 . A s m u ltid õ es m arav ilh av am -se d a o u sad ia d esses h o m en s in d o u to s e sem cu ltu ra, p o is “tin h a m co n h ec im e n to de q u e eles h a v ia m estad o c o m Je s u s” . E sses líd e re s esp iritu ais tin h a m p a s sado tem p o co m D eu s e o dem o n strav am . A palavra “devoção” é definida p o r vocábulos com o “consagração” , “dedi cação ín tim a” e “zelo ” . D e fato, a edição de 1828 do A m erican D ictionary o f the E ng lish L a n g u a g e (D icio n á rio A m ericano da L íngua Inglesa), de N o ah W ebster, define “devoção” em su a m aio r parte em term os religiosos. W ebster d escreve-a m ais detalhadam ente, com o “um a atenção solene ao S er S uprem o n a adoração; u m a rendição do coração e das afeições a D eus, com reverência, fé e piedade, nos deveres religiosos, particularm ente na o ração e n a m ed itação ” .1 P ara todo crente e p articularm ente para o pastor, devoção significa con cen tração diária nas E scrituras e n a oração. U m a v id a d ev o cio n al d isc ip lin a d a é assu n to in te ira m en te p e sso a l, e n ão o u sa m o s releg á-lo a u m a ex ig ên cia p ro fissio n al ro tin eira. A ntes de serm o s p asto res, so m o s filh o s de D eu s, in d iv id u alm en te re sp o n sá v eis e n ec e ssita d o s do alim en to esp iritu al d iário. C om o pasto res, logo p e rc e b e m os q u e alim e n ta r o reb an h o de D eu s re q u e r que p rim eiro sejam o s estu d an tes d ilig e n te s d a P alavra. M esm o assim , u m a das m aio res arm ad ilh as p a ra o o b reiro cristã o de tem p o in teg ral é p e rm itir que o p erío d o d edicado ao estu d o p e sso a l su b stitu a o p e río d o d ev o cio n al p articular. F azê-lo po d e ser co m p arad o a p a ssa r a sem an a in te ira p rep a ran d o um b an q u ete para h ó sp ed es co n v id ad o s, sem te r tem p o de se se n ta r para com er. A fim de a ju d a r a d ife re n c iar essas d u as ab o rd ag en s à P alav ra de D eus, ten h o em p reg ad o o q u e d en o m in o de “m éto d o das duas c a d e ira s” . D e m o d o cara c terístic o , a c a d e ira de m in h a escriv an in h a tem serv id o de c a d eira de estu d o, cad e ira de co n selh eiro , c a d eira de ad m inistrador. D essa cad eira, p esso as são an im ad as e serm õ es são prep arad o s. A c ad e ira está co n v en ien tem en te p ró x im a aos livros, b lo co de anotações, telefo n e e co m putador. P o r o u tro lado, esco lh i o u tra cad e ira do m eu g ab in ete, às vezes a té em lu g a r c o m p le ta m e n te d ife re n te , p a ra h o sp e d a r m eu s p e río d o s d ev o cio n ais p a rtic u la res. C a d a p ro p ó sito é d istin to , cad a lu g ar é distinto. D e slo car-m e en tre os lu g ares d iferen tes m e lem b ra das d iferen ças entre estu d o p e sso a l e dev o çõ es p articu lares.
Devoções Pastorais ao “Estilo do Salm o 42” O S alm o 4 2 ap reen d e o an seio do c o ração do p a sto r esp iritu alm e n te ap aix o n ad o . E m b o ra d ese ja n d o servir, o p a sto r p erc eb e que o serv iço não é p o ssív e l antes de e le m esm o se en c o n tra r c o m aq u E le q u e lhe a lim en ta e d e sse d e n ta a alm a. “C o m o o cerv o b ra m a p ela s co rren tes das águas, a ssim su sp ira a m in h a alm a p o r ti, ó D eus. A m in h a alm a tem sede de D eu s, do D eu s vivo; q u an d o en trarei e m e ap rese n tarei ante a face de D e u s? ” (SI 4 2 .1 ,2 ). O anelo de u m cerv o sed ento p e la á g u a ilu stra vividam en te a in te n sid a d e do re la c io n a m en to q u e D eus d eseja que ten h am o s co m E le. A ssim co m o a sed e im p u lsio n a o cervo p a ra o córrego, tam b ém a n o ssa fo m e de re c e b e rm o s m ais d e D eu s n o s in stig a à devoção p articu e à fo n te d a v id a e sp iritu a l q u e d e la b rota. O p a sto r que n ão m ais
O PASTOR PENTECOSTAL d eseja te r in tim id a d e co m D eus é aq uele cujo coração esfriou. Tal frieza in ev itav elm en te se m a n ifestará em sua v id a p esso al e privada. O cân tico das E scritu ras que in titu lam o s “S alm o 4 2 ” cred ita aos filhos de C o ré a autoria. E les eram sacerdotes da trib o de L evi, que “tin h am carg o d a o b ra do m in istério e eram guard as dos u m b rais do tab ern ácu lo ; e seus pais h av iam sid o cap itães do arraial do S en h o r e g u a rd ad o res da en tra d a ” (1 C r 9.19). C o m o os pasto res dos dias de hoje, esses sacerdotes eram p a rtic u la rm en te v u ln eráv eis a ficar so b recarreg ad o s pelas tarefas e o b rig açõ es d iárias. A fin al d e contas, eram os resp o n sáv eis p e la v erifica ção das p o rtas d a ig reja, p a ra que estiv essem abertas! T am b ém é d ig n o d e n o ta que a h era n ça esp iritu al dos filhos d e C oré n ão e ra n ad a m en o s que tum ultuosa. F o ram C o ré e 250 outros líd eres que se reb elaram co n tra M o isés (N m 16). C onvencidos de que ele tin h a sido b e m -su ced id o n a lid e ra n ç a da co n gregação, d ecid iram fazer valer os seus d ireitos. M o isés, p a ra n ão ser coagido, sentiu q u e os coraítas h a v iam ido lo n g e d em ais. E m alg u m p o nto entre a ro tin a do seu serviço diário e a b u sca re b e ld e p o r in flu ê n c ia e controle, os co raítas tin h am se afastad o de D eus. M o isés co m sab ed o ria sugeriu que era o S en h o r q u em d ev eria m o s tra r aq u ele q u e v erd ad eiram en te estava p erto dEle. A ira do S e n h o r foi d e sen cad ead a c o n tra os coraítas, e a terra abriu a b o ca p a ra trag á-lo s ju n tam en te c o m to d as as suas p o ssessões. A g o ra im ag in e e ssa h e ran ç a em sua árvore g en e aló g ic a e você co m e çará a co m p re e n d e r a p ersp ectiv a sin g u lar dos filhos de C oré. O S alm o 42 reflete a fru stração e a avidez resultantes de an d ar a certa d istân cia do p ró p rio D eu s q u e esp eraram servir. O s descen d en tes de C o ré anelavam ter u m a p ro x im id a d e m ais e streita co m D eus, algo que p o r b o m tem po não estav am tendo. E ra este o tipo de desejo ardente que in sp iro u a c o m p o siç ã o do S alm o 42: o cervo ansiando p o r á g u a fresca.
C riando V ulnerabilidade O rei S aul q u e ria m a tar D avi, m as D av i en co n tro u seg u ran ça e abrigo em u m retiro m o n tan h o so ch am ad o E n -G ed i (1 Sm 23.29). E n -G ed i sig n ifica “fon te do cab rito ” . O nom e p ro v ém do fato de que E n -G ed i era um b eb e d o u ro h ab itu al p ara o íbex, m em b ro da fa m ília dos caprinos, d e fácil ad ap tação às reg iõ es m o n tan h o sas, co m ap arên cia e h áb ito s m uito p are c i dos aos do cerv o .2 O íbex fez seu territó rio nas m on tan h as ro ch o sas do deserto árido p e r to do m ar M orto. N en h u m p red a d o r se aventurava a g alg ar as m ontanhas e ro ch ed o s escarp ad o s. L á, esse tipo de cabrito m ontês e n co n tro u refúgio d os caçad o res que ap reciavam seu couro, chifres e carne. A s m ontanhas e ram su a “z o n a de seg u ran ça” . E ntretanto, à m e d id a que o oásis no d eser to ia se secando co m a v in d a da estação quente, o íbex e ra fo rçad o a achar v eg etação e água. Isso o b rigava o an im al a sa ir das m o n tan h as acim a das fo n tes de E n -G ed i, o nde abundavam águas revigorantes. Q u an d o o cab rito m o n tê s ficava c o m m u ita sede, deix av a a seg u ran ça das m o n tan h as e d escia co m c au tela p a ra b e b e r água, ficando em um lu g a r m u ito v u ln eráv el. D u ran te sécu lo s, os c açad o res sab iam que esses ap reciad o s anim ais e sco lh em o d esp o n tar d a m an h ã p a ra sair das m o n ta
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR n h as a fim de b e b e r ág u a da fonte. N a p rim e ira clarid ad e do dia, os c aç a dores d eitav am -se e ficav am à e sp re ita p o r a q u ele m o m en to o p o rtu n o em q u e o ca u te lo so cab rito m o n tês v in h a p a ra a b e ira d a fo n te e se in clin av a p a ra beber. E ra n e sse p re c iso m o m e n to de m a io r v u ln era b ilid ad e q u e a fle c h a e ra d isp arad a. O cab rito m o n tês ficava in te iram en te fam iliarizad o c o m o caçador. E le sa b ia q u e arriscav a a v id a to d a vez q u e fu rtav a um g o le de ág u a d a fonte. N ão o b stan te, seu d esejo a rd e n te p o r ág u a o fo rç a v a a to rn a r-se a b so lu ta m e n te v u ln eráv el. Tal v u ln era b ilid ad e é p re c isa m en te o q u e D eu s p e d e de nós. A ssim com o o cervo anela p ela água, o crente que vem beber da fonte de D eus é levado a b u scá-la a q u alq u er preço, m esm o correndo grande perigo. C om o seguidores sedentos de Jesus, som os incum bidos a, diariam ente, orar e m ed itar n a P alavra de D eus com o n ecessid ade prim eira. E ssa b u sca por D eus é confissão regular de n o ssa absoluta n ecessidade dEle. A o m esm o te m p o , a b r im o - n o s ao s e u e s c r u t í n i o n o p o n to d e n o s s a m a io r vulnerabilidade. E m tal capitulação, som os atraídos para m ais perto de Deus.
Planejando Tempo para Deus C o m o p asto res, d ev em o s d ar-n o s co n ta de que, se não co n tro larm o s no sso h o rário , ele n o s co n tro lará. P o r isso , faz-se n e ce ssá rio p la n e ja r o h o rário p a ra o d ev o cio n al d iário. N ão h á lei e sp ecifican d o a h o ra do dia em q u e d ev em o s fa z e r n o sso d ev o cio n al c o m D eus. (N a tu ra lm en te que, em situ a ç õ e s de c rise , so m o s le v a d o s a b u s c a r a D e u s em p e río d o s d ev o cio n ais p a rtic u la res p e la m an h ã, ao m e io -d ia e à noite!) O im p o rta n te é c ertificarm o -n o s de q u e p a ssa re m o s a lg u m tem p o co m D eus, e q u e o farem o s reg u larm en te. M u ito s tê m d esc o b e rto o h á b ito dos cervos de d essed en tar-se nas p ri m eiras h o ras do d ia co m o um m o d elo p referív el. D avi p are ce e x p ressar essa certeza, q u an d o diz: “P e la m an h ã, o u v irás a m in h a voz, ó S enhor; p e la m an h ã, m e ap re se n ta rei a ti, e v ig ia re i” (SI 5.3). P arece ló g ico que, antes de a tacarm o s as tarefas do dia, o b te n h a m o s fo rças p a ra e n fren tá-las dan d o p rio rid a d e ao n o sso re la c io n a m en to co m Jesus. E. M . B ou n d s escreveu o clássico sobre o pregador e a oração P ow er through P ra y e r {Poder p e la O ração). E um d aqueles livros que vale a pena ser lido e relid o através dos anos. B ou n d s estava convicto de que a m elh o r h o ra do d ia p ara b u s c a m o s a D eus era logo cedo, de m anhã, e expressa tal certeza co m todo vigor: “A q u ele que m ais tem feito para D eus neste m undo tem estado de m an h ã cedo de jo elh o s. A quele que d esperdiça as prim eiras horas do dia, sua opo rtu n id ad e e fresco r em outros assuntos que não seja buscar a D eus, pou co s avanços fará em b uscá-lo no restante do dia” .3
A Vida D evocional e a Prestação de Contas do Pastor V ocê lu ta c o m a a u to d is c ip lin a re q u e rid a p a ra m a n te r u m a v id a dev o cio n al co n siste n te ? T alvez p arte d a so lu ção v en h a a ser en c o n tra d a em n ív eis m ais p ro fu n d o s de p re sta ç ã o de co n tas co m o u tro s que en fre n ta m o m esm o tip o d e desafio.
O PASTOR PENTECOSTAL C ertam en te n o ssas esp osas p o d e m aju d ar a m anter-nos resp o nsáveis n a o b serv ân cia de p rio rid ad es ap ro p riad as p a ra nossas vidas, in clu in d o a v id a devocional. O m arid o e sua esp o sa estão b e m situados quan d o se trata de d isc e rn ir se a v id a espiritu al do outro está em ordem . F o rm alize a p restação de con tas, d an do perm issão ao seu cô n ju g e p a ra que fale com você acerca d essa área c rític a de sua devoção a D eus. Isso ab rirá a porta p a ra q u e o S en h o r use n ossos côn ju g es p ara m anter-nos m ais re sp o n sá veis. U m a fo rm a de to rn a r isso po ssív el é esposos e esp osas en trarem ju n to s em p erío d o de o ração e m ed itação m ais co nsistentes. C o m p artilh ar os m o m en to s d ev o cio n ais com o m arido e m u lh e r não apenas faz co m que p restem o s contas de nosso re lacio n am en to co m D eus, m as tam b ém fo rta lece o v ín cu lo conjugal. C erto dia, estav a eu ab sorvendo a sab ed o ria e a ex p e riê n cia de um p a sto r veteran o , q u an d o colo q u ei-lh e a questão: “R elem b ran d o sua vid a e m in istério , q u ais seriam as três coisas que você m u d a ria se tivesse a o p o r tu n id ad e de fazer tudo de n o v o ?” S ua re sp o sta foi rá p id a e direta, in d ic a n d o q u e era algo q u e ele já tin h a p e n sa d o m u ito antes de ser fo rm alm en te inquirido. E le disse: “P a ssaria m ais tem p o co m Jesus. P assaria m ais tem p o co m m in h a esposa. P assaria m ais tem po co m m eus filh o s” . O b v ia m en te, a ex p eriên cia h av ia-o ensin ad o do v alor d u rad o u ro de d ar p rio ri d ad e a esses re lacio n am en to s. A lé m disso, alg u m a vez você já enco n tro u a lg u ém que, o lh an d o p a ra trás, sentisse que h av ia d ed icado tem p o d em ais a D eu s ou à fam ília? O u tro m eio útil de fazer prestação de contas diz resp eito a o u tros m i n istro s que en fren tam o desafio co m u m de p ô r em o rd em as p rioridades. P au lo lem bra-nos: “N ão veio sobre vós ten tação , senão h u m an a” (1 C o 10.13). T rilh am o s ju n to s o m esm o cam in h o e po d em o s ap ren d er co m os erros e v itó rias de am igos de confiança. A lg u n s anos atrás, fo i m eu p riv ilég io fa ze r parte de u m grupo de p res tação de co n tas c o m p o sto p o r seis ou sete pasto res reg io n ais de no ssa d e n o m in a ç ã o . E s p re m ía m o s u m a d a ta d e n o ssa s o c u p a d a s a g e n d a s, fech áv am o -n o s n a sala de co n ferên cia de u m hotel d a cidade e p a ssá v a m os o d ia reu n id o s. E n tão, ab ríam o s nossos corações, ríam os, tínham os co m u n h ão n a P alavra, fazíam os am izades e orávam os. E n co n tráv am o s fo rças em exem plos h istó rico s co m o Jo h n e C harles W esley. B em ced o em su a in quirição m in isterial, eles h av iam apren d id o o v alo r d a p restação de contas. C o m o p ro p ó sito de ajudá-los n a d iscip lin a de suas v id as esp iritu ais, esses irm ãos reu n ia m -se co m m ais oito ou nove devo tad o s sem in aristas n a U n iv ersidade de O xford. T ão firm es estavam em seus co m etim en to s co m o S en h o r e uns co m os outros, que o grupo ficou co n h ecid o co m o o “C lube dos S an to s” .4 A q u eles “e n c la u su ra m en to s” que passei co m colegas m in isteriais fo ram alguns dos m ais p recio so s dias de m in h a vida. D esco b ri que os o u tros tam b ém tin h a m as m esm as lutas que eu, m as que, co m a ajuda de D eus e o ap o io uns dos outros, p o d ería m o s te r vitória! O s in teg ran tes d esse g ru p o d isp ersaram -se, e aqueles dias fazem trem en d a falta. E n tre tan to , a d istâ n c ia n ão arrefeceu as am izades, e ainda sinto certo nível de p restação de co n tas aos m em bros d aq u ela fraternidade.
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR D aw so n T ro tm an , fu n d a d o r do N av ig ato rs, é o u tro m o d elo c lássic o de a lg u é m q u e v alo rizav a o p a p e l d e se m p e n h a d o p elo s am ig o s em sua vid a ex em p lar d e o ração e m e m o riz a ç ão d a P alavra. À s vezes, seus am igos n ão co n se g u ia m seg u ir-lh e o ritm o , m as “D aw s” , co m o afetu o sam en te e ra co n h ecid o , e ra im p lacáv el. C erto am ig o c o m p artilh o u sua le m b ra n ça de D aw s: “E le sem p re estav a p ro c u ra n d o co m p a n h eiro s jo v e n s p a ra orar c o m ele. A m a io ria d eles aco m p an h av a-o p o r alguns dias ou sem anas. E n tão , can sav am -se. E ra seu c o stu m e v ir à m in h a c a sa e jo g a r u m a pedrinh a n a ja n e la p a ra m e acordar, a fim de que eu fo sse o rar co m ele. C erta m an h ã, d ev o lv i-lh e a p e d rin h a e v o ltei a dorm ir. E ssa foi a ú n ica vez que o v i d esg o sto so , p o rq u e c ria firm e m e n te e m M ateu s 18.19, so bre o p o d er de duas p esso a s o ra re m ju n ta s ” .5
Ferram entas Devocionais para o Pastor V iv em o s n u m a é p o c a em q u e são a b u n d a n te s os re c u rso s d e stin a d o s a a ju d a r a v id a d e v o c io n a l p a rtic u la r. O b v ia m e n te , a lista dos ite n s e s se n c ia is é curta: u m a p esso a, u m a B íb lia e o Senhor. E sses elem en to s sem p re d ev em estar p re se n te s p a ra a sse g u ra r o su cesso devocional. E n tre ta n to , c e rta m e n te h á o u tras fe rra m e n tas que são úteis p a ra trazer n o v id a d e e v aried ad e em n o ssa v id a d ev o cio n al n a P alav ra de D eus e n a oração . A seguir, a p resen tam o s u m a lista não m uito lo n g a de ferram en tas e id éias q u e p o d e m a ju d a r a d isc ip lin a r a v id a dev o cio n al do pastor. 1. U se u m “P lan o d e L e itu ra B íb lic a em U m A n o ” , co m seu sistem áti co m éto d o d iário de leitu ra, p a ra m a n te r um ritm o co n sistente. 2. F a ç a u m d iário de o ração e d ev o ção p articu lares. 3. In c lu a em suas leitu ras d estacad o s livros d ev o cio n ais, que o levem através das E sc ritu ra s e de tem as b íb lico s. L eia e re le ia os clássico s d evocionais. 4. E n riq u e ç a os p e río d o s d e v o c io n a is le n d o b io g ra fia s d e g ig a n te s e sp iritu a is. 5. E m p re g u e m é to d o s c o m o o s e n c o n tra d o s no m a te ria l d e D ic k E a stm a n so b re a v id a de o ração d iscip lin ad a. 6. R e co m p en se-se p o r o b te r co n sistê n c ia em seus h áb ito s devocionais d iário s, p re sen tean d o -se. 7. N ã o d eix e de p re sta r co n tas a outros. 8. A p ro v eite o tem p o em q u e fica d irig in d o o carro, o u v in d o a B íb lia e m fita cassete. 9. R e c o n h e ç a os b e n e fíc io s e re c o m p e n sa s ad v in d o s dos p e río d o s devocionais.
As R ecom pensas de um a Vida D evocional D isciplinada P asto res são ex p o sto s alé m do q u in h ão d a e x p eriên cia h u m an a. C o rre m os o risco de, cin icam en te, ch eg arm o s à m e sm a co n clu são que Salom ão: “A ten tei p a ra to d as as o b ras q u e se fazem d eb aix o do sol, e eis q u e tudo e ra v aid ad e e aflição d e e sp írito ” (E c 1.14). T alvez ten h a m o s visto coisas dem ais. A in o c ê n c ia e o e n tu siasm o co m q u e o u tro ra m in istram o s no Es-
O PASTOR PENTECOSTAL p írito estão d esv an ecen d o . S erá que nos en co lh em o s ou ficam os n a d e fensiva, q u an d o m em b ro s do reb an h o c o m en ta m n o ssa ev idente sequidão esp iritu al, ao m e sm o tem p o que re co n h e cem o s a au sên c ia d a devoção esp iritu al em n o ssas v id as? O anseio de nosso s co rações p o r D eus po d e n ão ser m ais tão in ten so com o a av idez do cervo p e la água. H á m u itas reco m p en sas p ela bu sca fiel a D eus, sem co n ta r que estam os d an d o -lh e o p o rtu n id ad e p a ra que nos d isp en se n o vam ente su a p recio sa u n ção. E m vez do cin ism o de S alom ão, devem os a b ra ça r a esp eran ça e v isão de Isaías: “N ão vos lem breis das coisas p assad as, nem con sid ereis as antigas. E is q u e farei u m a co isa nova, e, agora, sairá à luz; p o rv entura, não a sab ereis?” (Is 43.18,19). A s re c o m p e n sa s q u e v ê m co m a c o n sa g ra ç ão a D e u s p o d e m não ser im e d ia ta s, m as são ce rtas. A p ro m e ssa d e D eu s c o n c e rn e n te aos in v e sti m e n to s n o R e in o d e c la ra q u e “o que se m e ia p o u c o p o u c o ta m b é m c e ifa rá; e o q u e se m e ia e m ab u n d â n c ia em ab u n d ân cia ta m b é m c e ifa rá ” (2 C o 9 .6 ). E m to d o caso , d iv id en d o s d ife rid o s são fre q ü e n te m e n te os m ais p ro v e ito so s! E m 1924, os E stad o s U n id o s estavam fazen d o g ran d es avanços n a m o d alid ad e de c a n o a g e m de oito re m o s p a ra c o m p etir nos Jo gos O lím p i cos de Paris. E ra m co n siderados vencedores; a m ed alh a de ouro era certa. U m d os m em b ro s d a trip u lação e ra B en jam in S pock, que m ais tard e v iria a ser co n h ecid o co m o o m ais fam oso p ed ia tra dos E stad o s U nidos. O utro dos rem ad o res era B ill H avens, de A rlington, V irgínia. A lé m de estar na m o d alid ad e de c a n o ag em de oito rem o s, H avens tam b é m era favorito na m o d alid ad e d e q u atro rem o s e n a individual. E n tre ta n to , a p en as a lg u n s m eses an tes d e a eq u ip e o lím p ic a v iajar p a ra P aris, H av en s d e sc o b riu que su a e sp o sa e stav a g rá v id a. E ra u m a n o tíc ia m a ra v ilh o sa , m a s o atle ta im e d ia ta m e n te v iu -se d ia n te d e u m a d e c isã o tra n sfo rm a d o ra de vida. O b e b ê d e H av en s e ra e sp e ra d o ju s ta m e n te p a ra o p e río d o d as d u as sem a n as e m que B ill d e v e ria e sta r em P aris p a rtic ip a n d o do tã o e sp erad o evento o lím p ic o . D e p o is d e c o n su l ta r fa m ilia re s e a m ig o s, os q u ais o e n c o ra ja ra m a ir a P aris, B ill c o n c lu iu q u e n o m e lh o r in te re sse d e su a esp o sa e fu tu ro filh o d ev eria ele p e rm a n e c e r e m casa. E m l 2 de ag o sto de 1924, F ra n k H av en s nasceu , te n d o u m p a i o rg u lh o so a seu lado. P elo s anos q u e se seguiram , B ill H avens fic o u p o n d eran d o so b re sua decisão , e sp ecu lan d o se tin h a sido a correta. A final de contas, o sonho de su a v id a de su b ir ao topo do p ó dio nos Jo gos O lím picos n u n ca se re ali zou. L ev aria q u ase trin ta anos p a ra que H avens soub esse que tin h a feito a m e lh o r escolha. U m teleg ram a de H elsin q u e, F in lândia, em 1952, o co n firm ou: “Q u erid o P apai, ob rig ad o p o r ficar p o r p erto esp eran d o pelo m eu n ascim en to em 1924. E sto u v o ltando p a ra c a sa c o m a m ed alh a de ouro que o sen h o r dev eria ter ganhado. S eu F ilh o q u e te am a, F ra n k ” . F rank H avens h av ia acab ad o de g an h ar a m ed a lh a de ouro n a m o d alid ad e de ca n o a g e m in d iv id u al dos dez m il m etro s.6 Q ue co m o v en te ex em plo de b ên ção diferida! A h istó ria de B ill H avens é E clesiastes 11.1 trazid o p ara os tem p o s m odernos: “L an ça o teu pão sobre as águas, p o rq u e, d epois de m u ito s dias, o a ch arás” .
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR L em b re-se de q u e m u ito s o lh arão p a ra o seu exem plo p asto ral em b u s ca de fo rç a s p a ra se g u ir a D eu s em suas p ró p ria s vidas d ev o cionais. Sem r r e e stim a re i as m em ó rias de p esso a s im p o rtan tes, com o pais e p astores veteran o s, q u e fo ra m m eu s m en to res n o m in istério , p esso as sem p re fiéis em b u scar a D eu s a ca d a dia. N o in íc io do m eu p asto rad o , u m dos sons anim ad o res q u e o u v ia, q u an d o ch eg av a à ig re ja de m an h ã, era o m u rm ú rio d a v o z do m eu p a sto r cla m a n d o a D e u s em oração. É u m som q u e m e insp irav a, o q u a l tão c ed o n ão esq u ecerei. O te m p o q u e p a ssa m o s e m d evoção ao S e n h o r e à su a P alav ra to rn a-se o tra m p o lim do q u a l in iciativ as esp iritu ais são lan çad as em n o sso m in is tério e v id a p esso al. U m p o u co h oje. U m p o u c o am anhã. C om o o cervo b ra m a p e la s co rren tes das ág u as, a ssim n o ssas alm as an seiam p elo Ú nico que n os p o d e m a ta r a sede!
fl Vida Conjugal do Pastor Raymond T. Brock éto d o b ásico de a p re se n ta r o E v an g elh o de Jesus C risto ao m undo é atrav és d a v id a c o n ju g a l do pastor. P au lo nos diz, em E fésio s 5.32, que o casa m e n to cristão foi p ro jetad o p o r D eus p a ra revelar ao m u n d o o m istério do re la c io n a m en to en tre C risto e a Igreja. N en h u m rela c io n a m en to c o n ju g al n a c o n g reg ação é m ais im p o rtan te que o do p a s to r em c o m u n ic a r e ssa m e n sa g e m — não apenas aos crentes, m as aos descren tes tam b ém . E m fins de 1994, h a v ia 3 1 .3 0 0 m in istro s c re d e n c ia dos das A ssem b léias d e D eu s nos E stad o s U n idos. D esse n úm ero, 84,8 p o r cento era m h o m en s, e 15,2 p o r cen to , m u lh eres. P asto res v eteran o s e m em b ro s cre d e n c iad o s do co rp o de a ssisten tes d a ig reja era m re sp o n sá veis p o r 5 3 ,2 p o r cen to das d esig n açõ es m in isteriais. D esses m in istro s cred en ciad o s, 89,2 p o r cen to eram casad o s, 5,9 p o r cento co m p u n h a m -se de so lteiro s (sem n u n ca h av erem casad o ), 4,1 p o r cento c o n stitu ía m -se de viú v o s e 0,9 p o r cen to eram d iv o rciad o s sem se casa re m o u tra vez. P o r essa épo ca, h a v ia 11.144 p asto res e 341 p a sto ra s v e te ra n o s.1
M
Criado para R elacionam entos S alom ão descobriu u m a verdade que é tão real hoje quanto era h á três m il anos: “O que acha u m a m u lh er acha u m a coisa boa e alcançou a b en e volên cia do S enhor” (Pv 18.22). A lém disso, enfatizou a im p o rtân cia da m o n o g am ia no casam en to (Pv 5.18-23; E c 9.9), e D avi exaltou a alegria de ter filhos q u e são o p roduto do am o r co n ju g al (SI 127.5). A B íb lia co m eça nos dizendo q u e D eus e m afinidade — Pai, F ilho e E spírito S anto — criou
36 O PASTOR PENTECOSTAL
íí
o h o m em e a m u lh er p ara u m a vida de relacionam entos m útuos e com E le (G n 1.26,27). A m b o s refletiam a glória de D eus. O h o m em foi criado p ri m eiro (G n 2.7), seguido pela m ulher, que foi tirada do h o m em (G n 2.2123). A m u lh er foi criada, porque D eus declarou: “N ão é b o m que o hom em esteja só; far-lhe-ei u m a adjutora que esteja com o diante dele [ou seja, u m a auxiliadora p ara satisfazer-lhe as necessidades]” (G n 2.18). M as q u e n ecessid ad e tin h a A dão e co m a q u al não p o d ia lid ar no u tó pico É d e n co m seu e c o ssistem a p e rfeitam en te equ ilib rad o e a atm o sfera liv re d e su b stân cias tó x icas? S olidão! S o lidão foi a p rim e ira em oção que A d ão teve e co m a q ual não p o d ia lidar. Isso não sig n ifica que todas as p esso as devam se casar, m as re alm e n te in cen tiv a o c a sam en to, so bretudo p a ra pasto res. O s so lteiros tam b ém têm u m a v id a de relacio n am en to s c o m am igos e m e m b ro s d a fam ília, o que a d o rn a suas vidas. A in d a que no fresco r do dia D eus viesse conversar co m A dão, este p recisav a de alg u ém com o ele m esm o — outro ser hu m an o — , co m q u em p u d esse se ca r d u rante o dia. A m u lh er não foi criad a p a ra ser objeto sexual. A ntes, foi criad a p a ra ser o u v in te in cen tivadora e co m u n icad o ra dinâm ica. E ra tão fu n d am en tal esse re la c io n a m en to , q u e o c a sal re c e n te m e n te fo rm ad o fo i in stru íd o a en sin a r seus filhos a d eix a r pai e m ãe e a apeg ar-se aos seus respectivos côn ju g es (G n 2.24). E sse m an d am en to é tão im p o rtan te, que é rep e tid o nos evangelhos (M t 19.5; M c 10.7) e nas ep ísto las (E f 5.31). E in teressan te ob serv ar que o re la c io nam en to co n ju g al d esd e o seu in íc io era tran sp aren te. A d ão e E v a n ad a tin h am a e sc o n d e r (G ên esis 2.25) até que tiraram D eus de suas vidas e co n cen traram -se n a voz de S atanás (G n 3.1-10). O n o sso relacio n am en to co m o seres h u m an o s e co m D eus é tridim ensional. Jesus en fatizou isto em to d o s os q u a tro ev an g elh o s, d an d o a m ais c o m p le ta d e sc riçã o em M arco s 12.30,31: “A m arás, pois, ao Senhor, te u D eus, de todo o te u c o ra ção, e de to d a a tu a alm a, e de todo o teu en ten d im en to , e de todas as tuas forças; este é o p rim eiro m an d am en to . E o segundo, sem elh an te a este, é: A m arás o teu p ró x im o co m o a ti m esm o. N ão h á outro m an d am en to m a i o r do que e ste s” .
0 relacionamento conjugal do pastor apresenta o Evangelhoaomundo ________________ 95
A me
a
D eus
A m a r a D eus, segundo a reco m e n d ação d e C risto, envolve a p esso a in teira. E m to d a a literatu ra não h á d escrição m ais co m p le ta da p e rso n ali d ad e h u m a n a do q u e n esse m an d am en to . O texto que Jesus estava citando (D t 6.5) não tem a p alav ra “en ten d im e n to ” . O A n tig o T estam ento u so u o term o “c o ra ç ã o ” p a ra in clu ir todas as hab ilid ad es cognitivas, p o rq u e a lín g u a h eb raica en cara o ho m em com o u m a entidade com pleta, u m nephesh (“alm a v iv en te” ). E n tre M o isés e Jesu s surgiram os filósofos gregos, que alteraram o p en sam en to do m u n d o o cid en tal d a in teirez a p ara as dico to m ias. O s gre gos n ão p o d iam c o n ceb er que todas as funções cognitivas p u d essem ser ex p licad as p o r u m a ú n ic a p alavra, “co ra çã o ” , p o r isso criaram o vocábulo
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR e n te n d im e n to ” (ou “m e n te ” ) co m o o lado v erb o so do co n ceito de co ra ção. U san d o term o s co n te m p o râ n e o s, os g regos v iam o co ração co m o a en trad a de d ad o s e o e n te n d im e n to co m o a sa íd a d e dados no p ro ce sso do pen sam en to . Jesu s n ão estav a alteran d o as p alav ras de M o isés. E stav a -n e n a s ex p lic a n d o o m a io r m a n d a m e n to em term o s co loquiais. P au lo fez : m e sm o em F ilip e n se s 4.7. S eg u n d o o em p reg o de Jesu s, o co ração en volve o d o m ín io co g n itiv o , o q u e a b arca a in telig ên cia, o co n h ecim e n to , a ap re n d iz a g em e a m e m ó ria (SI 119.11,105). A a lm a diz resp eito ao d o m í nio afetivo, o q u e in clu i em o ç õ e s e sen tim en to s (SI 25.1; 40.8). O en ten d im en to ta m b é m envo lv e o d o m ín io co g n itiv o, m as tem m ais a v er co m a sab ed o ria e a a p licação do c o n h e c im e n to (T g 4.1 7 ). A s fo r ç a s referem -se ao d o m ín io p sic o m o to r e ao c o m p o rta m e n to e ações (E c 9.10).
A me
a
S i M esmo
N ão se tra ta de a m o r n a rc isista ou do excessivo am o r a si m esm o, co m o a lg u n s en sin am , m as de u m a aceitação g e n u ín a d e si m esm o com o cria tu ra de D eus. A ú n ic a m a n e ira de a m arm o s a d e q u ad a m en te o p ró x i m o é p e rm itir q u e o am o r de D eus nos m o stre q u em som os em C risto Jesu s e d e ix a r q u e seu am o r flu a atrav és de n ó s p a ra o p róxim o.
Ame
o
S eu P róximo
N o casam en to , n o sso p ró x im o m ais ch eg ad o é o cô n ju g e. D ep o is de n o sso re la c io n a m en to p e sso a l co m D eu s, n o sso cô n ju g e deve re c e b e r a prio rid a d e m á x im a de n o ssas vid as. E n tã o v êm os filhos, seguidos pelos ou tro s fam iliares. N o sso am o r p e la ig re ja e p e la c o m u n id ad e p ro p a g a-se do cen tro d e n o sso a m o r a D eus. A ssim co m o as ondas ala stram -se em círcu lo s c o n cên trico s a p a rtir d o p o n to o n d e u m seixo atin g iu o lago, ta m bém o n o sso a m o r p e la criação de D eu s se expande. D eus n u n c a p re te n deu q u e n o sso tra b a lh o n a ig re ja v ie sse antes do n o sso an d ar co m E le, o qu e in clu i o n o sso am o r a D eu s, a ssim co m o o am or ao n o sso cô n ju g e e fam ília.
Planejando o C asam ento É de v ita l im p o rtâ n c ia q u e aq u ele q u e se sente ch am ad o p a ra o m in is tério cristão — p astor, ev an g elista, m issio n á rio ou serv iço esp e cia liz ad o — seja e x tre m a m e n te c u id ad o so em e sc o lh e r o cônjuge. N o s nam o ro s, o p ro v áv el p a sto r deve ser c u id ad o so e m m a rca r en co n tro s so m en te co m cristãs q u e n ão só sejam n ascid as de novo e ch eias do E sp írito S anto, m as que tam b ém te n h a m en treg u e a v id a p a ra serv ir a Jesu s on d e q u er que E le m an d e. T am b ém é im p o rta n te q u e e ste ja m d isp o stas a se rv ir tan to em seu p ró p rio p aís co m o n o e stran g eiro , d ep e n d e n d o da lid eran ç a do E spírito S an to p a ra o c a sa l.2 O m in isté rio p a s to ra l c o m e ç a co m u m a c h a m a d a p e sso a l p a ra o m i n isté rio e re q u e r p re p a ra ç ã o p a ra o se rv iç o c ristã o . H á m eio sécu lo , u m a e d u c a ç ã o fo rm a l n ã o e ra tão im p o rta n te co m o o é h oje. E m p rin c íp io s do sé c u lo X X , m u ito s a m e ric a n o s fo ra m c h a m a d o s d a fa z e n d a ou da fá b ric a p a ra o m in isté rio d e te m p o in te g ra l. À n o ite , e stu d a v a m a B íb lia
O PASTOR PENTECOSTAL e, d u ra n te o dia, tra b a lh a v am . P re p a ra v a m serm õ es ajo elh ad o s à luz de la m p a rin a s à q u e ro se n e e d e p e n d ia m da u n ç ã o do E sp írito S an to p ara in sp irá -lo s q u a n d o e n tre g av a m a P alav ra de D eus e x te m p o ran eam en te . N a m e ta d e do sécu lo , as ex ig ê n c ia s ao m in isté rio m u d a ra m d ra stic a m en te. A s c o n g re g a ç õ es fic ara m m ais so fistica d as e p a ssa ra m a re q u e re r m ais de seus p a sto re s. P re g ar sem te r feito a n o ta çõ es já não e ra m ais a c e itá v e l. F a z e r s e rm õ e s s e g u in d o te m a s d a B íb lia d e R e fe r ê n c ia T ho m p so n não era m ais tolerado. E vid ên cias de um co m pleto c o n h ec i m en to b íb lico e trein am en to teo ló g ico eram esperadas e, em alguns c a sos, ex ig id as (2 T m 2.15; 3.15-17). E d u cad o res de visão das A ssem b léias de D e u s n os E sta d o s U n id o s p e rc e b e ra m o su rg im en to d essa te n d ê n c ia e. p e la d é c a d a de 1920, p a ssa ra m a o fe re c er estu d o s b íb lic o s e m suas ig re ja s. Isso se ex p a n d iu , to rn a n d o -se e m in stitu to s b íb lic o s, fa c u ld ad e s e u n iv e rsid a d e s b íb lic a s, os q u ais h o je são a b ase dos p ro g ra m a s de se m in á rio n a p re p a ra ç ã o de m in istro s p a ra u m am p lo esco p o dos m in isté rio s cristão s. N o p rep aro p ara o m in istério, a atenção deve ser ap ro p riad am en te d is p e n sa d a n a esco lh a de q uem será o am ado (ou am ada) para o resto da vida. M as o casal deve c o n sid erar a tensão que o casar logo po d e g erar na fam ília e no p ro g ra m a ed ucacional. H avendo estado envolvido p o r m ais de q u aren ta anos n a ed u cação cristã de nível su perior nas A ssem b léias de D eus, estou co nvencido de que aqueles que se casam antes de se form ar ad icio n am carg a ex tra ao casam ento. A q ueles que tê m fam ília antes de p o d er d ed icar tem p o suficiente p ara fo rm ar laços com os filhos e criá-los, estão q u eren d o ab arcar o m undo co m as pern as p ara p o d er ser pais ou m ães eficientes. E m m in h a opinião, fa zer co m que o casam en to co incida co m a fo rm atu ra, seguido im ed iatam en te p e la m u d an ça a um a no v a atri b u ição m in isterial, é ex trem am ente arriscado. Isso au m en ta os elem entos estressan tes a p ro p o rçõ es extrem as, pois cad a u m desses eventos é um g e ra d o r de estresse sig nificativo. P rim eiro a fo rm atu ra, depois o casa m en to ou a m u d an ça ao p rim eiro cargo m inisterial, sem im p o rtar a ordem destes dois últim o s, m as am bos não devem o co rrer dentro do m esm o p e río d o de seis m eses.
M odeiando o C asam ento para a C ongregação H á m u itas m an eiras de m in istrar a um a co n gregação e com unidade. N en h u m a, en tretan to , é m ais eficaz do que o re lacio n am en to co n ju g al do pastor, o q ual ex em p lifica ao m undo o relacio n am en to m ístico en tre C ris to e a Ig reja (E f 5.29-33). P aulo apresen ta a ordem divina dos relac io n a m en to s n o casam en to cristão. E m E fésio s 5.21, é o rdenado ao m arid o e à m u lh er que sejam m u tu am en te subm issos u m ao outro. N o restan te do cap ítu lo , o esp o so é ex o rtado a devotar am o r à sua esposa, e ela deve sub m eter-se v o lu n tariam en te ao seu amor. O m arid o cristão (p asto r ou leigo) deve am ar sua e sp o sa tanto quanto C risto am o u a Igreja, o ferecen d o -lh e sua últim a go ta de sangue e a últim a ex p lo são de energia, se n ecessário. E le deve dar a ela todos os privilégios (m ateriais e tem p o rais) que to m a p ara si (E f 5.23-29). O vocábulo grego trad u zid o p o r “am o r” n esses v ersículos é agape, o qual é defin ido p o r
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UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR 3 9 D onald M . Joy com o “ ‘afeição d irig id a ', na qual a pesso a deliberadam ente esco lh e a q u em am ar. E ssa é a razão d e so m en te ag a p e p o d e r ser o rd e n a do. T odos os o u tro s tip o s de am or, eros, p h ilia e storge, são esp o n tân eo s e situ ad o s d en tro do c o n tex to d e re la c io n a m en to s esp ec ífico s” .3 C o m o “ca be ç a da [sua] m u lh e r” (E f 5 .23), q u al a fu n ção do m a rid o cristão ? N a an a to m ia hu m an a, a c a b e ç a ex ecu ta q u atro fu n çõ es: sensação, percep ção , co g n ição e co m u n icação . S e n sa çã o é a p rim e ira fu n ção d a lid eran ça. N o casam en to , o esposo te m de ser sen sív el às n e c e ssid a d e s d o “co rp o ” (es p o s a e filh o s), o q u e sig n ifica q u e eles d ev em m antêlo in fo rm a d o do q u e o co rre n a fam ília. Isso significa q u e n ã o d e v e h a v e r c o n s p ira ç ã o d e s ilê n c io ou co n lu io s e n tre m ãe e filhos p a ra g u ard arem segredos do esp o so /p ai. A p e rc e p ç ã o envolve c o m p re e n d e r as sen sações re c e b id a s p e lo c o rp o e c o lo c á -la s n a p e rsp e c tiv a co rreta. A s in fo rm açõ es de e x p eriên cias p assad as, as c ircu n stân cias atu ais e os re su lta d o s p o ssív eis no fu tu ro são p o sto s e m fo co . E n tão , o m arid o tem as in fo rm a ç õ e s de q u e p re c isa p a ra to m a r u m a decisão. C ognição é o pro cesso de to m a r u m a d ecisão para _________________________ o b e n e fíc io da fam ília. O e sp o so n ão to m a d ecisões p a ra seu co n fo rto o u co n v en iên cia. Suas d ecisõ es são to m ad as p a ra o b e nefício d a e sp o sa e fam ília. A com u n ica çã o co m p leta o ciclo. H avendo reagido às sensações e per cepções n ecessárias p a ra a cognição, o esp o so então com u n ica à esp o sa e filhos o q u e ele acred ita q u e seja m ais apropriado p ara a fam ília. P ara tal, to m a a iniciativa de co m u n icar aos m em b ro s da fam ília e dar-lhes as in fo r m ações e enco rajam en to n ecessários p ara d esfrutarem do benefício de um casam ento e de u m a fam ília centralizados em C risto. A ssim , o esposo é adequ ad am en te o cab eça da casa, com o C risto é o C abeça d a Igreja. D o ex em p lo d e Jesu s, sab em o s q u e E le e ra sensível às n e ce ssid a d es da hu m a n id a d e perd id a. E le sab ia o u p e rc e b ia que estáv am o s p erd id o s e a cam in h o do inferno. A ssim , u m a d ecisão (co g nição) foi feita no céu: D eus não apen as am o u tan to o m u n d o , co m o deu seu único F ilh o , e Jesu s nos am o u tan to q u e v eio e deu su a v id a p a ra a n o ssa salvação (Jo 3 .1 6,17). A cru z p e rm a n e c e co m o o sím b o lo d essa co m u n ic aç ão do a m o r de D eus e d e seu F ilh o p o r nós. E e sse co n h ecim en to q u e faz a lid era n ça do esp o so no lar g a n h a r não só sen tid o p rático , m as ta m b é m espiritual. D o n ald Joy fa la sobre a lid e ra n ç a do e sp o so no casam en to cristão:
et 0 estudante que se casa antes de se formar adiciona carga extra ao casamento
A palavra kephale, que foi traduzida por “cabeça”, tem o significado prim ário de “fonte da vida, ou da força, ou da origem ” . Assim, em Colossenses 1.18, Cristo “é a cabeça do corpo da igreja” . Em Colossenses 2.19, Cristo é a fonte da vida, que sustenta a Igreja. Em Efésios 4.15, devemos crescer “em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”. Paulo esclare ce a situação; nem o homem nem a mulher são independentes um do outro. Por um lado, Eva é formada de Adão, e, por outro, Adão nasce de Eva. E tudo vem (é proveniente) de Deus (1 Co 11.11,12).4
H
O PASTOR PENTECOSTAL A ssim co m o o m arid o , o ca b eça no casam en to cristão, é o in ic iad o r do am or, tam b ém a esp o sa deve su b m eter-se ou re a g ir v o lu n tária e esp o n ta n eam en te co m am o r às iniciativas do seu esposo. E la to rn a-se a recip ien te dos b e n e fíc io s ad v in d o s d a o rd em dos relacio n am en to s estab e lec id a p o r D eus. E ssa su b m issão n ão p o d e ser forçada, falsa ou passiva; tem de ser v o lu n tária, co m o ao Senhor. P aulo co n clu i o assu n to d e sta form a: “V ós, ca d a um em p a rtic u la r am e a sua p ró p ria m u lh er com o a si m esm o, e a m u lh e r rev eren cie o m a rid o ” (E f 5.33). É in teressan te assin a lar que D eus o rd en o u aos filhos o b ed ecer aos pais e h o n rá-los. M as, on d e os filh os a p ren d em a h o n rar? D os p ais que são honráveis. E qual a p ro m essa aos filhos q u e h o n ra m os p a is? V ida longa! W ay n e W arner, e d ito r d a re v ista H e rita g e , fez u m e stu d o so b re a lo n g e v id a d e e n tre os m in istro s das A sse m b lé ia s de D e u s nos E sta d o s U n id o s. E le d esco b riu q u e desd e 24 de agosto d e 1995, o n ú m ero de m i n istro s c o m n o v en ta anos o u m ais to talizav a 215, sendo q u e o m ais velho tin h a 104 anos. N o p erío d o dos 15 anos an teriores a 1995, 16 m in istro s tin h a m c em anos de id ad e ou m ais no m o m e n to da m o rte.5 U m a vid a lo n g a n ão p o d e ria ser o u tra m an eira de o casal p asto ra l testem u n h ar ao m u n d o sobre os b e n e fíc io s de u m casam en to b íb lico ?
D esenvolvendo Intim idade A in tim idade co m eça nos prim eiros encontros, desenvolve-se durante o nam oro, am adurece no noivado, m as só se com pleta depois do casam ento.6 A in tim id a d e g eo g rá fica in icia-se à m ed id a que o jo v e m casal c o n si d era a in flu ê n c ia q u e am b as as heran ças geo g ráficas têm em suas ex p ec tativas m atrim o n iais. O s enco n tro s p e rm ite m a análise dessas d iferenças e a co n sid eração de q u e m u d an ças se fazem n ecessárias antes que os dois “d eix em ” e “ ap eg u em -se” com o ord en ad o em G ênesis 2.24. A in tim id a d e recreativa é d esenvolvida n a p ro p o rção em que p a ssa tem p o s, recreaçõ es e ativ id ades nas h o ras vagas são exploradas. Q uanto m ais os casais tiv erem em co m u m em seus en contros, m ais natu ralid ad e terão e m d e sfru ta r ju n to s de seu tem po vago nos anos subseqüentes. A in tim id a d e in telectu a l envolve a co m b in ação de dois m u ndos m en tais, em q u e o casal ap ren d e a resp eita r os dons intelectu ais do o u tro e a d esco b rir co m o c o m p a rtilh ar de bons livros, lite ratu ra e poesia. A in tim id a d e estética é a h a b ilid ad e em fazer p arte do m u n d o d a b e le za co m sua sim etria e fo rm ato, e p erm ite ao casal co m p artilh ar o m undo d a arte, d a m ú sica e d a natureza. A in tim id a d e e m o c io n a l desenvolve-se q u ando o casal de n am orados c o m p a rtilh a sen tim en to s e m u m nível p ro fu n d o e desenvolve confiança. O s dois ap ren d em a rir ju n to s, assim com o a c o m u n icar h o n estam en te q u an d o estão tristes, c o m raiva ou d esapontados. A in tim id a d e esp iritu a l c o n tin u a a p ro g re d ir no n am oro, q u ando o jo v em casal lê a B íb lia ju n to , o ra ju n to , vai à ig reja ju n to e envolve-se em ativ id ad es do serv iço cristão. A m bos devem e sta r co m p ro m etid o s com D eu s, co m o a b ase o rg an izacio n al do relac io n am en to que têm , e co m sua P alav ra p a ra o e sta b e le c im en to de suas p rio rid a d es, e sp ec ialm en te em situ açõ es de d isco rd ân cia.
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR A in tim id a d e fin a n c e ir a surge q u a n d o o casal de n am o rad o s ou noivos ap re n d e a ad iar a g ratificação e a n ão c o m p ra r im p u lsiv am en te, re sp o n sa b iliz a n d o -se p ela m a n e ira co m o o d in h eiro é gasto. O s dois devem m an te r em m ira q u e estão tra b a lh a n d o p a ra D eus. A in tim id a d e de ta refa s d iz re sp e ito a e x a m in a r as forças e fraq u ezas de ca d a u m nas ativ id ad es p asto rais. Isso ta m b é m ab ran g e a d iv isão dos serv iço s d o m éstico s, de m o d o q u e n ão se esp era que a e sp o sa e ste ja en v o lv id a e m tem p o in teg ral n a ig re ja e ain d a te n h a o en cargo de cu m p rir to d as as re sp o n sa b ilid a d e s d o m é stic a s e d iscip lin ares em casa. O m arido deve a ssu m ir su a p a rte ju s ta nas tarefas dom ésticas. A in tim id a d e d e co m p ro m isso o rig in a -se no c o m p artilh am e n to d e va lores e n o fa z e r u m co m p ro m isso m ú tu o d ian te de D eus: m an te r a c o m u n icação a b e rta e m to d as as d im en sõ es do c a sam en to , so b retu d o e m tem po s de crise. A in tim id a d e fís ic a a m ad u rece no c asam en to à m ed id a que o c asa l se to rn a “u m a c a rn e ” (G n 2 .2 3 ,2 4 ). C a d a cô n ju g e a lcan ça a fo rm a m ais p u ra d e in tim id a d e q u an d o co rp o , alm a e esp írito são un id o s no in te rc u rso se xu al n a p re se n ç a de D eu s (G n 2.2 4 ; 1 C o 6.17; H b 13.4). N e ssa altura, am bos são cap azes de c o m u n ic a r seu am o r de u m a m an eira que palavras não p o d e m expressar. O sexo no c asam en to é com o o o b b lig a to em u m a sin fo n ia — não a m e lo d ia o u a h arm o n ia, m as so m en te as notas d a g raça q u e e m b e le z am a c o m p o siç ã o .7
Prevenindo Casos Extraconjugais N as décad as finais do século X X , relaçõ es am orosas ex tram atrim oniais en v o lv en d o m in istro s a u m e n ta ra m p re c ip ito sa m en te . C o m o co n selh eiro , ten h o o b serv ad o div ersas cau sas p rin cip ais de in fid elid ad e sexual no m eio p asto ral. A ra p id e z c o m q u e o casal p a sto ra l en co n tra ju stificativ a s a seus atos p o d e se rv ir m u itíssim o b e m p a ra ev itar casos e x tra co n ju g ais.8 C ausas
de
I n f id e l id a d e M a t r im o n ia l
In vu ln era b ilid a d e. C erto p a sto r co lo co u : “C o m ecei a sen tir que eu era u m a ex ceção , q u e aq u ilo q u e cen su rav a nos o u tro s p o d eria ju stific a r para m im ” . O u tra v ersão d essa d escu lp a: “P assei a a cred itar que m in h a c o n greg ação tin h a a id é ia de q u e eu e ra u m a p e sso a que n u n c a errav a” . C redulidade. D a v id A u g sb u rg e r re la ta a co n fissão de um p astor: “A m u lh e r a q u em eu aco n selh av a, d isse-m e: ‘Se você re alm e n te se im p o r ta sse co m ig o , m e a b ra ç a ria ’. P o rtan to , v isto que o carin h o é a essê n c ia do cu id ad o p asto ral, a b raçam o -n o s. E n tão , re so lv e m o s q u e m uito m ais c ari nh o fazia-se n e c e ssá rio p a ra nós a m b o s” .9 T eologia capen g a . C erto p a sto r co n fe sso u te r u m caso c o m u m a das in teg ran tes de su a ig reja, ex p lican d o : “D ep o is que fazíam o s am or, am bos nos ajo elh áv am o s ao lado da c a m a e p e d ía m o s p erd ão a D eus. S ab íam o s q u e su a g ra ç a e ra su ficien te p a ra to m a r co n ta de nós até a p ró x im a vez q u e v o ltássem o s a fic a r ju n to s ” . In fe lic id a d e no c asam en to — o u tra d e s cu lp a an tiq u íssim a: “Sou in feliz n o c asam en to ; m in h a m u lh e r não é boa am an te. V isto q u e D eu s é b o m e q u e r m e v er feliz, c o n c lu í q u e d ev eria en c o n tra r o u tra p e s s o a ” . P e sq u isa fe ita p e la rev ista C h ristia n ity Today
O PASTOR PENTECOSTAL revelou que som ente cerca de dez p o r cento dos p astores que re sp o n d e ra m às p erg u n tas tin h a m buscado aco n selh am en to p ro fissio n al p a ra suas ten taçõ es sexuais antes de se en treg ar a e la s .10 S ó am igos. R e lacio n am en to s que se desenvolvem além dos lim ites da a m izad e levam a caso s am orosos. C erto p a sto r declarou: “É ram os apenas b o n s am igos. P recisav a de alg u ém co m quem conversar, e ela era boa o u v in te ” . Tal situ ação freq ü en tem en te envolve u m m em b ro do corpo de fu n cio n ário s ou a lg u ém q u e trab alh a pró x im o ao gabinete pastoral. E sta m o s a p aixonados. Isso é im itação g ro sseira da h istó ria de D avi e B a te -S e b a (2 Sm 11). C o m o disse certo pastor: "N ão sei o que aconteceu. A ch o que tín h am o s a q u ím ica certa. D e rep en te nos apaixonam os. N ão p u d em o s ev itar” . E ssa é u m a ilu stração do que apren d em o s da e x p eriên cia, que ap aix o n ar-se é u m a situação insegura. D avi p o d ia ter ch ecado sua in clin ação n atural; nós tam bém . T ip o s
de
R om ances
O rom ance evitá vel raram en te é um relacio n am en to profundo. A ntes, é u m a ten tativ a de c h a m a r a atenção do cônjuge sobre a circu n stân cia e stressan te que se e stá atravessando. E sse fato po d e ser ilu strad o pelo sem in arista que co n fu n d iu sua an sied ad e p o r co n clu ir sua tese co m a n e cessid ad e de envolver-se com o u tra m ulher. N o rom ance p o r fr u s tr a ç ã o h á a convicção de que o casam en to nega ao p e rp e tra d o r a q u alid ad e d a ex p eriên cia d esejad a ou m erecida. E um a m e n sag em n ão -v erb al de insatisfação, que se to rn a u m a m an eira de “dar le g itim id a d e ” à saíd a do casam ento. O rom ance recreativo é essen cialm en te u m caso de u m a noite só, fa zen d o p arte de u m a série de ligações adúlteras. R aram en te envolve c o m p ro m isso em o cio n al. O ro m a n ce su p le m e n ta r, p o r ou tro lad o , é ta n to sex u al q u an to e m o cio n al, p o d en d o d u rar um tem p o co nsiderável. U m dos m eus clientes su s ten to u u m rela c io n a m en to ad últero p o r trin ta anos, até que o m arid o de sua am an te m orreu. O rom ance p la tô n ic o é caracterizad o p o r ligações intelectu ais e e m o cio n ais, m as raram en te é sexual. T alvez um n o m e m ais ad equado seria ad u ltério “e sp iritu a l” ou “e m o cio n al” . O rom ance h o m o ssexu a l em erge q u ando o ho m em casado desenvolve u m a fixação p o r o u tro h o m e m (ou h o m en s), a fim de saciar n ecessidades em o cio n ais rep rim id as e satisfazer u m desejo p o r am or do m esm o sexo não re ceb id o de um p a i ausente. O rom ance p a ra p re e n c h e r o vazio é u m a m en sag em não -v erb al de um p a sto r travesti do de adúltero, que está dizendo: “E stou ficando sem e m o ções; en c h a -m e ” . E m geral, trata-se de u m a ten tativ a de co m p en sar um a in fâ n c ia em o cio n alm en te privada. O p ro p ó sito desse ro m an ce é fazer es cárn io das convenções e da m o ral'p ú b lica , ob ten d o ao m esm o tem po um senso de n o to ried ad e co m os eventos. O rom ance de fu g a é co m u m com p astores que estão esgotados. P elo fato de estarem so b recarreg ad o s com as p ressõ es do m in istério ou d esilu didos co m as ex ig ên cias cong reg acio n ais, d ese jam secretam en te sair do
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR m in istério . E le m a n ip u la a esp o sa, de m o d o q ue ela assu m a a re sp o n sa b i lid ad e p e lo fim do casam en to . C o n scien te ou in co n sc ien tem en te e sse in fiel ce rtific a-se de q u e o ro m an ce seja d esco b erto.
Sum ário O p ro p ó sito do re la c io n a m en to co n ju g al do p asto r não é apenas d e s fru tar de relacio n am en to am oroso e ín tim o co m um a pesso a do sexo oposto e g erar filhos. T am bém serve p a ra d e m o n stra r ao m u n d o o re la c io n a m en to m ístico en tre C risto e a Igreja. O casam en to cristão é a realização dos p ro p ó sito s da criação . M as os cô n ju g es p asto rais devem ser sábios para ficarem alertas q u an to à p o ssib ilid a d e dos casos ex traco n ju g ais — um risco o cu p acio n al d aq u eles que c o rrig e m re lac io n am en to s e tê m a v id a p ú b lic a sob escru tín io m oral.
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UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR
0 Relacionamento com Seu Predecessor G. Raymond Carlson B íb lia te m m u ito a d izer sobre os relacio n am en to s no C orpo de C ris to. O ap ó sto lo P au lo tra ta do assu n to em diversas de suas cartas. A ig reja em C orin to desenvolveu facções que tin h am se unido em apoio a v ário s m in istro s. A lg u n s m em b ro s da ig re ja estavam ficando m ais lig a dos a d e te rm in a d o s líd e re s do q u e a C risto , o C a b eç a d a Ig reja, e à sua Palavra. A lg u n s e ra m seg u id o res de P au lo , o fund ador. O utros se asso cia ra m a A p o io , o o rad o r elo q ü en te. T am bém h av ia aq u eles que p au ta ra m sua le a l dade a P ed ro . O fato de P au lo u sa r o n o m e aram aico de P edro, K ephas, em vez do g rego, P etros, su g ere q u e P ed ro e ra trad icio n alista. A q ueles co m in clin açõ es ju d a ic a s sen tiram -se in flu en ciad o s p o r P edro, que se aju s tav a à n a tu re z a deles, p o is o ap ó sto lo en c o n tra v a dificu ld ad es em separarse d aq u eles q u e eram fiéis ao ju d a ísm o (G1 2.11-13). E m rép lica, P au lo d e claro u e sta v erd ad e im utável: u m planta, outro rega, m as D eu s d á o c re sc im e n to (1 C o 3.6). P aulo pô s o fu n d am e n to em C orinto. O u tro s v ie ra m e c o n stru íra m so b re ele. L e m b ro -m e d a ig re ja e m q u e m e converti. R e su lta d o d e g ra n d e avivam ento, a ig re ja p ro sp e ro u sob o m in isté rio do fundador. Q u an d o o p io n e i ro saiu p a ra fu n d a r o u tra ig reja, m u ito s dos co nvertidos sen tira m que n in g u é m p o d e ria to m a r o seu lugar. N ão o b stan te, e n tre g aram o assu n to à v o n ta d e de D e u s e lo g o tin h a m u m A p o io p reg an d o p a ra eles. T ratava-se de o ra d o r c o m talen to na arte de falar, a lc an çan d o fam a n acio n a l com o p re g a d o r e m to d a a d en o m in ação . Q u an d o ele, na v o n tade de D eus, foi em b o ra, v eio u m C efas. E le e ra p a sto r q u e p refe riv elm en te p ro cu rav a m a n te r-se fiel às trad içõ es (“E a ssim q u e sem p re é fe ito ” ). Todos esses líderes fiz e ra m co n trib u içõ es im p o rta n te s p a ra a igreja, c ad a u m a seu tem p o e à su a m an eira. A lém d a q u eles, h a v ia u m q u arto g ru p o em C orinto. S u a asserção era: "S ig o a C risto ” . T ratav a-se de v alio sa asp iração , m as u m exam e m ais d e tid o in d ic a q u e e sse g ru p o se o rg u lh av a d e su a e sp iritu alid ad e. E sse o rg u lh o m a n ifestav a-se e m in d ife re n ç a, esn o b ism o e ex clu siv id ad e. E sse é o p ov o q u e fa z re u n iõ e s secretas de o ração , re iv in d ic an d o te r rev elaçõ es e ex p eriên cias esp eciais. U san d o u m a ex p ressão do v ern ácu lo , esse grupo ju lg a -s e su p e rio r ao p o v o co m u m .
A
O PASTOR PENTECOSTAL P ro b lem as de p erso n alid ad e têm ato rm en tad o a Ig re ja ao lo n g o de sua existência. Q uan d o as p esso as ficam m ais u n id as a líd eres do que a C risto e sua P alavra, surgem divisões. P aulo em p en h a-se e vai a extrem os para tratar do assu n to em sua p rim e ira e p ísto la aos C oríntios. E m 1 C o rín tio s 12, o apóstolo ap resen ta u m a v erdade-chave no que diz resp eito à igreja. E le d ec lara que há: • • • •
um um um um
corpo, m as m u itos m em bros (vv. 12,14,20); E sp írito , m as m uitos dons (v. 4); p ro p ó sito , m as m uitos m inistério s (v. 5); D eus, m as m u itas operações (v. 6).
O S en h o r usa p esso as p ara ap resen tar e realiz ar seus p lanos. E le usou um P ed ro im pulsivo, que freq ü en te m en te falava antes de pensar. Pedro fo i o g ra n d e líd e r q u e a p re s e n to u o E v a n g e lh o a tra v é s d e m issõ e s evan g elísticas da ig reja em Jeru sa lé m e no m u n d o ju d a ic o (A t 1-12). O S en h o r u so u o letrad o P aulo p ara fu n d ar igrejas e escrev er n u m erosas cartas p a ra o m u n d o g en tílico (A t 13— 28), trab alh an d o desd e sua base o p eracio n al em A n tio q u ia. D eus tin h a um lu g a r p a ra o p rático F ilipe, o d u v id o so Tom é, o culto L ucas e m ilhares de outros. C ad a um teve o seu lugar. H á u m a fu n ção p ara cad a p a sto r ch am ad o p o r D eus. Jesus d á dons à ig reja re d im id a n a so b eran ia de sua santa v o ntade (E f 4.11). A despeito da santa vocação dos p asto res, esses dons são ho m en s “sujeito[s] às m esm as p aix õ es que n ó s” (com o foi dito sobre E lias em T g 5.17). N ão são nem anjos nem santos glo rificados. C o n q u an to não h aja descu lp as p a ra erros h u m an o s, deve h av er co m p reen são da parte do m in istério no que co ncerne à g raça de D eu s q u e atu a nas vidas dos seus servos. C ad a p asto r é visto com o u m exem plo dos m ais altos prin cíp io s da vid a cristã. S u a co nduta em cad a situ ação é o bservada. O m odo com o se relac io n a com seus c o m p an h eiro s de m in istério ou o re co m e n d a ou o condena.
R elacionando-se com os Predecessores O m o d o co m o o p asto r se re la cio n a co m seu p re d ec esso r ou seu su ces sor é in d icação clara do seu caráter. A m enos que ten h a fu ndado a igreja qu e serv e, ele su c e d e rá o u tro no p asto ra d o . O novo líd e r g a n h a rá a c o n fia n ç a d a c o n g re g a ç ão se m o stra r c o rte sia e re sp e ito p o r a q u e les que p re v ia m e n te serv iram a igreja. N ão h á d ú vida de que o p asto r an terio r terá m u ito s que o am arão carin h o sam en te. O s m em bros da congregação p o d em até in d icar sua p referên cia p o r u m p re d e ce sso r fazendo c o m p a ra ções. F eliz é o p reg ad o r que não sofre de in seg u ran ça n em de ciúm e. O atual p a sto r m o stra-se sábio ao m an ter seu espírito sob controle q u a n do m em b ro s falam elo g io sam en te sobre o antigo pastor. D eve ser le m b ra do de que seu m in istério não estava som ente no p úlpito. T alvez m uitos m em b ro s te n h a m se convertido co m suas p reg ações. E le os b atizo u nas águas. E ra m ch eio s co m o E sp írito S anto q u an d o lhes ensinava. Seu p re d ecesso r fez o casam en to deles, apresen to u -lh es os filhos e p a rticip o u de m u itas das ativ id ad es e m fam ília. E stav a ao lado deles nos m o m en to s
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR b o n s e nos m o m e n to s m aus. Q u an d o ficav am d oentes, ele os visitava em suas casas ou no h o sp ital. E m situ a ç õ e s de c rise, o p a sto r sem p re estav a p re se n te , tra z e n d o a P a la v ra de D e u s e o ra n d o co m eles. Q u an d o a m o r te v isita v a seus la re s, o p a s to r e stav a ali p a ra tra z e r-lh es c o n fo rto , ap o io e e n c o ra ja m e n to . N ã o a d m ira n e m u m p o u c o que a v id a de u m p a sto r d e d ic a d o se to rn e tã o in tim a m e n te e n tre la ç a d a n a v id a das p e sso a s da c o n g re g a ç ão . E sp e ra r que v ín cu lo s tão fortes assim sejam e sq u ecid o s p e la c o n g re gação é p e d ir d em ais. C o n tu d o , esse tip o de re lacio n am en to p o d e ser d e senv o lv id o p o r você, à m e d id a que fo r cu m p rin d o suas fun çõ es co m o p a s tor. L em b re-se de que, en q u an to ouve os ditos elogiosos sobre o seu p red ecesso r, o seu su c e sso r o u v irá sobre os seus. N ão esq u e ç a que, ap e sa r de tu d o , é b o a cantiga. D ê tem p o à su a c o n g reg ação e lo g o e sta rá can tan d o a su a can tig a. U n a-se aos elogios. T en h a g raça o su fici en te p a ra ev itar ficar com ciúm e. F ale co m e stim a acer ca do p a sto r que saiu. Tal atitu d e a g ra d a rá os am igos dele e fará com que o resp eitem . C o n tu d o , que suas palav ras so em co m sin cerid ad e. P au lo lid o u co m a im atu rid ad e e sp iritu a l n a ig reja co rín tia. A c arn alid ad e d essa ig reja fez com que seus m em b ro s se to rn a sse m tão u n id o s aos can ais h um anos, qu e a c a b a ram p e rd e n d o de v ista o g ran d io so p ro p ó sito de D eu s de e d ific a r u m corpo de cren tes d ed icad o s a E le e ao seu p ro p ó sito eterno. O ap ó sto lo n ão se p e rm i tiu fic a r irritad o , q u an d o os do p artid o de A p o io ou os do p artid o de C efas im p in g ira m seus p o n to s de vista. P aulo estav a m ais in teressad o na u n id ad e d a igreja. A u n id ad e no m in isté rio re q u e r u m lo n go tem p o no d esen v o lv en d o e m an u te n ç ã o da u n idade do corpo. N ão há q u a lq u e r re fe rê n cia a a lg u m a m á g o a entre P au lo e A poio. E les m an ti nh am estreito relacio n am en to , com o está evidenciado pelo convite de Paulo a A p o io (1 C o 16.12). A s vezes, um p re d e c e sso r p o d e te r saído sob um a n u v em de desgraça. T alvez te n h a o c o rrid o u m a falh a m o ra l de a lg u m tipo, ou, p o r u m a razão ou outra, ele p erd eu a co n fia n ç a do povo. N esse caso, o novo p a sto r p re c i sa de m u ita sab ed o ria, b u scan d o talv ez o c o n selh o da lid e ra n ç a d a d e n o m in ação , com o o p re sid e n te da conv en ção ou o p asto r distrital. O s m e m bros p o d e m ter ficad o p ro fu n d a m e n te m ag o ad o s e p o ssiv e lm e n te d iv id i dos. T odos p re c isa m de cura. N ão faça parte daq u eles (e hav erá m uitos) qu e critic a m o an tig o pastor. E m p e n h e -se e m fazer co m que as p essoas v ejam a Jesu s (Jo 12.21). E v ite c h a m a r a aten ção p a ra os erros dos outros. Se p u d e r a ju d a r o povo a fix ar os olh o s n o Senhor, pro m ete E le atrair to d o s a si (Jo 12.32). D ê h o n ra e co n sid e ra ç ão ao m in istro q u e o anteced eu . D esacred itá-lo , q u er de m a n e ira positiv a, q u e r de fo rm a n egativa, d e sac red ita você e a d e n o m in ação à q u al am b o s p erten cem . Q ue seus com en tário s sejam fiéis à realid ad e, m as lim itad o s ao asp ecto po sitiv o. H av erá m o m e n to s em que o lado n egativo d ev erá ser ex p ressad o ; faça-o en tão co m cuidado. Se você não fo r sin cero , lo g o será d esc o b e rto e sairá p erdendo.
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0 modo como nos relacionamos com os companheiros de ministério ou nos recomenda ou nos condena
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O PASTOR PENTECOSTAL N ão d e sp erd ice as o po rtu n id ad es de h o n rar seu p redecessor, quando este estiv er p resen te no culto. P eça-lh e que fa ç a u m a oração ou que trag a u m a saudação. V ocê ta m b é m po d e co nvidá-lo a pregar. A lg u n s m em bros p o d e m d esejar q u e ele fa ça u m casam ento, apresen te u m b eb ê ou o ficiali ze um fu n eral. T rate d a situação co m cortesia.
D eixando um Pastorado Q u an d o tiver de d eix ar o pasto rad o , faça os m ais altos elogios p o ssí veis ao seu sucessor. N ão fale co m q u em q u er que seja sobre ele, a m enos q u e p o ssa d izer co isas b oas. F aça as m alas, m u d e-se e p e rm an e ça fora. A ig reja n ão é m ais su a resp o n sab ilid ad e. Se fo r co n vidado a p a rtic ip ar de u m casam en to ou fu n eral, co n tate o pastor. E v ite co n tato s de q u alq u er tip o c o m m em b ro s q u e te n h a m pro b lem as n a igreja. N ão rec eb a donativos e m dinheiro. N ão critiq u e os m éto d o s do seu sucessor. D u ran te 13 anos, en q u an to serv ia com o su p erin ten d en te distrital de M in n eso ta, E stad o s U n id o s, en sin ei no N o rth C en tral B ib le C ollege. U m a das m atérias e ra T eo lo g ia P astoral. C histo sam en te, adverti aos alu n o s que, qu an d o se e n g ajassem no m in istério p astoral, ch eg aria um a ép o ca em que teriam de se m u d a r p a ra o u tra igreja. Q u ando isso aco n tecesse, sugerilhes, de b rin cad eira, que fo ssem ao m elh o r fo tó g rafo d a cidade e tirassem u m a b o a foto. D ep o is, q ue d istrib u íssem p e lo m enos u m a fo to g rafia para c a d a fa m ília d a igreja. A ssim , q u ando o su cesso r fo sse citado, você p o d e ria m o stra r in d ife re n ç a qu an to à sua p o sição no p astorado. S u a atitude p a ra co m a p e sso a q u e o sucede deve ser d e b o a vontade. O su cesso dele será co m p u tad o a seu crédito. V isto que D eus o ajudou a estab e lecer um a b o a fu n d ação , a ig re ja crescerá. O cre scim e n to d a igreja, sob o m in istério d o seu sucessor, n u n c a deve ser b a se p ara v o cê fica r c o m ciúm e. N u n ca d evem os esq u ecer-n o s de que u m p lan ta, outro rega, m as q u em d á o cres cim en to é D eus.
U m Predecessor Perfeito C o m o novo p a sto r d a con g reg ação , você m u ito o u v irá acerca do seu predecesso r. T alvez te n h a ele sido estim ad o com o q u ase p erfeito . A ssim sendo, a saíd a d ele só au m en to u -lh e a estim a. P o r outro lado, outros o acu sarão de ser o resp o n sáv el p o r tu d o de errado que acontecia. R e c o n h e ç a q u e n en h u m de n ós é perfeito. U m p re leto r em certo sem in ário p erg u n tou ao au d itó rio se alg u m dos presen tes sa b ia ou tin h a ouvido falar de a lg u ém q u e fo sse p erfeito . D ep o is de u m a p au sa, u m a tím id a sen h o ra ergueu a m ão e d eu esta resposta: “ Sim , já ouvi falar de tal pesso a. E ra a p rim e ira m u lh e r do m eu m a rid o ” . Você deve estar p rep arad o p ara ouvir co m en tário s que in d icam q u e seu p re d ec esso r era o p a sto r perfeito. R o b ert E. L ee, co m an dante-em -chefe do exército confederado n a guerra civil am erican a, e ra c o n h ecid o p o r seu ex em p lar c aráte r cristão. Sendo so licitad o a fazer u m a reco m en d a ção de u m a c erta p e sso a p a ra d e term i n ado p o sto , d eu u m a re sp o sta positiva. A o to m a r co n h ecim en to d a d ecla ração de L ee, u m am ig o pro testo u , perg u n tan d o com o L ee p o d eria falar tão fav o rav elm en te sobre alg u ém que lhe tin h a sido u m crítico tão ferre
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR n h o. A re sp o sta do g e n e ra l foi: “F o i-m e p e d id a a m in h a o p in ião so bre ele, e n ão a d ele so b re m im ” . A n ecessid ad e de m a n te r relacio n am en to s co rretos no m in istério é ilu s tra d a em N ú m e ro s 12. M iriã, irm ã de M o isés, tin h a im p o rta n te cargo em Israel. E la estav a ao lad o d e M o isé s n a lid eran ça. E n tre tan to , ficou co m ciú m e q u an d o M o isés se caso u ; e la sen tiu que estava sendo substituída. N ã o co n te n te c o m a v o n tad e p erm issiv a de D eu s, M iriã p a sso u a d e sc o n fia r de D e u s e de seu irm ão . P e rc e b a m a q u e ix a ra n co ro sa d a c iu m en ta M iriã: “P o rv en tu ra, falo u o S e n h o r so m en te p o r M o isés? N ão falou ta m b é m p o r n ó s? ” (N m 12.2.) S eu acrim o n io so esp írito de ciú m e tro u x e o ju lg a m e n to d e D eu s so b re ela, d e ix a n d o -a leprosa. A B íb lia in stru i-n o s: “A leg rai-v o s c o m os q u e se a leg ram e ch o rai co m os q u e ch o ra m ” (R m 12.15). À p rim e ira vista, p arece fácil. Q u an d o al g u é m está co n ten te, fiq u e c o n te n te c o m ele. Se alg u ém lam en ta ou p ra n teia, p ran teie co m ele. M as, e se a aleg ria fo r devido ao g ran d e su cesso do irm ão , p o d e re m o s aleg rar-n o s c o m ele? A ca u sa d a aleg ria do irm ão é o cresc im e n to fen o m e n a l d a igreja. M esm o assim , o u saria você alegrar-se co m ele? O ciú m e c a u sa ru ín a interior. P o d e ser alim en tad o p o r sen tim en to s de in ferio rid ad e o u p o r n ão hav er receb id o o devido reconhecim ento. E stam os m ais p re o c u p a d o s c o m a ap ro v ação d as p esso as do que co m a do nosso M estre? A m b iç ã o n ão san tific a d a p ro d u z in felicid ad e. V igie b em suas am b içõ es, p a ra q u e n ã o v e n h a m a to rn ar-se in teresseiras. Q ue a ig reja seja livre de m in istro s sem am bição. A p e sa r de seus m érito s, a ig re ja e m C o rin to tin h a m u ito s pro b lem as p o r serem so lu cio n ad o s. A o lo n g o de to d a a ep ísto la, a ên fa se recai sobre a u n id a d e d a ig re ja lo c a l co m o o C o rp o de C risto. O ap ó sto lo P au lo a b o r d a rep etid as vezes o assu n to d a u n id a d e no corpo. Tal u n id ad e envolve pesso as. E as p esso as p re c isa m de lid eran ça. F e liz m en te , os vários líderes p a sto ra is e m C o rin to n ão estav am em g u erra; o p ro b le m a eram os seus seguid o res. A v erd ad e cen tral c o n c e rn e n te à lid e ra n ç a é que u m p lan ta, outro rega, m as D eus d á o crescim en to (1 C o 3.6). Todo m in istro ch am ad o a p asto rear u m a c o n g reg ação lo cal deve re c o n h e c e r e ssa v e rd a d e essencial. D e u s tra b a lh a através de can ais h u m an o s. P au lo afirm a: “P a ra q u e não h a ja d iv i são no co rp o , m as, antes, te n h a m os m em b ro s igual cu idado uns dos o u tro s” (1 C o 12.25). Ó tim a re g ra a ser seg u id a p o r todos n a lid era n ç a e c le siástic a é a re g ra de o u ro e n sin a d a p o r Jesu s: “C o m o vós qu ereis q u e os ho m en s vos façam , d a m e sm a m a n e ira fazei-lh es vós ta m b é m ” (L c 6.31).
O PASTOR PENTECOSTAL
Construindo Relacionamentos na Igreja e na Comunidade Richard B. Foth eus tem u m p lan o p ara a h u m anidade. T rata-se de relacio n am en to , tan to tem p o ral q u an to eterno. N a d a m ais, n ad a m enos. G ênesis 2.18 afirm a: “N ão é b o m que o h o m e m e steja só” , e M ateus responde: “A v irg em c o n ceb erá e d ará à luz u m filho, e ele será ch am ad o p elo n o m e de E m a n u e l . (E m a n u e l trad u zid o é: D eus co n o sco )” (M t 1.23). M as o que isso im p lica p a ra m im com o p asto r? E m an u el e stá ag o ra co m o P ai e eu esto u aqui p eram b u lan d o p ela ru a p rin cip al. D e que fo rm a fu n cio n a sua e stra té g ia de se fa z e r p re sen te n e ste m u n d o em p len o século X X I?
D
Os Fundam entos O antig o ax io m a de que não p o d em o s e scap ar d a m orte nem dos im p o sto s re fle te o in v e stim en to q u e fize m o s p a ra as n o ssa s v idas: em re la cio n am en to s e din h eiro . E m p rin cíp io , p a rec e que a m o rte leva a v id a e os im p o sto s. P ara o cren te, en tretanto, os re lac io n am en to s continuam . D e fato, os re la c io n a m en to s são a essên cia, o p ro ce sso e a m eta da in teração d e D eu s com as p esso as. D a criação à consu m ação , a h istó ria b íb lica d e ta lh a os esfo rço s d e D eus em estab e lecer re la cio n a m en to s co m os seres h u m an o s, que, e m resp o sta, p o d e m d esenvolver relacio n am en to s un s co m os outros. E tu d o c o n tin u a p a ra sem pre. A ig re ja não te m o u tra razão p a ra e x istir senão e x p ressar co m o são os relacio n am en to s em C risto e atrair a g ran d e c o m u n id ad e cív ica a d esfru tar d e ssa m e sm a ex p eriên cia. Jesu s co lo c o u n este s term os: “U m novo m an d am en to vos dou: Q u e vos am eis uns aos outros; com o eu vos am ei a vós, q u e ta m b é m vós u ns aos o u tros vos am eis. N isto todos conh ecerão q ue sois m eu s d iscíp u lo s, se vos am ardes uns aos o u tro s” (Jo 13.34,35). À p ro p o rção q u e v em os a m issão da ig re ja lo cal som ente em term os q uan titativ o s (e.g., “Q u antos são os m e m b ro s?” ), d iluím os a m en sag em essen cial e q u alitativ a d o E v an g elh o (e.g., “Você é precio so p a ra D eu s!” ). É o m a io r d esafio p a ra nós que estam o s em alg u m a p o sição de liderança, tan to p o r v o tação quan to p o r indicação, m ed ita r d ilig en tem en te no que Jesu s m en cio n o u co m o o fato r m ais im p o rtan te dito p o r D eu s p a ra a h u m an id ad e: “A m arás ao Senhor, teu D eus, de to d o o te u coração , e de to d a
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR a tu a alm a, e de to d as as tuas fo rças, e de to d o o teu e n ten d im e n to e ao teu p ró x im o co m o a ti m e sm o ” (L c 10.27). A in ju n ção é tão v á lid a h o je q u an to o era q u ando Jesu s a p ro feriu , v in te sécu lo s atrás. C o n tu d o , é, de fato, a m á x im a m ais d u ra ap rese n tad a n o s ev an g elh o s, u m a v e rd a d e q u e deve ser tra ta d a no âm ago d esse orga n ism o ch am ad o Ig reja. A te n d ê n c ia é d e ix a r p a ssa r esse g ran d e m an d a m en to sim p lesm en te c o n fessan d o -o : “ Sim , é claro; é isso m esm o! É por o n d e d ev em o s c o m e ç a r” . C o n tu d o , n a realid ad e, não é p o r on d e devem os co m e ç a r; an tes, é p o r o n d e d ev em o s term inar. A re fle x ã o de O sw ald C h am b ers a p reen d e a e ssên cia d a id éia, q u an d o diz: “A q u ilo q u e o h o m e m v ê co m o o p ro c e sso D e u s vê co m o a m e ta ” . Tudo ac e rc a d a v ida, m o rte e re ssu rre iç ã o de Jesu s ap o n ta -n o s em d ireção a u m a u n ião re c o n c ilia d o ra co m D eus e a h u m an id ad e. P ortanto, a m issão d a ig re ja é, p rim a ria m e n te , ser m o d elo d e co m o o am or a D eu s e o am o r ao p ró x im o agem . C o m isso em m en te, q u an d o os pasto res voltam su a aten ção ao “ap e rfe iço a m e n to dos sa n to s” , estão fo rm a n d o re la c io n a m en to s n a ig re ja q u e n a tu ra lm e n te se d ifu n d e m p e la c o m u n id ad e. A qui os p a sto re s p o d e m ag ir c o m g ran d e co n fian ça, p o rq u e a o b ra está b e m de aco rd o co m o etern o p la n o de D eu s p a ra os séculos e suas im p licaçõ es esp ecíficas p a ra o v iv e r d iário.
Um R equisito Prévio e um Princípio A fo rm ação de re la c io n a m en to s co m e ç a co m u m p ro c ed im en to e um p ro c e d im e n to apenas: a titu d e. U m líd e r te m de q u e rer v ê-la acontecer. Se u m líd e r d e se ja r v er re la c io n a m en to s criad o s e m an tid o s, já tem ele to d a a au to rid ad e e ap o io de D eus. M as é n e c e ssá rio term o s a m e sm a a titu d e que o P ai tev e p o r n ós atrav és de Jesu s p a ra ch eg arm o s a e sse p onto. O ap ó s to lo P au lo d escrev e e ssa atitu d e co m o a “m e n te d e C risto ” (Fp 2.5). L e n do os evangelhos, en co n tram o s su a m en te ex p ressa em cad a página. Q u an do c h a m a os D o ze, c u ra os d o en tes, a lim e n ta os fam in to s, id en tifica-se c o m os p ro s c rito s , fic a c la ro q u e su a in te n ç ã o é: E le d e se ja te r u m r e la c io n a m e n to co m as p esso a s — em q u a lq u e r lugar, a q u a lq u e r hora, em q u a lq u e r cu ltu ra, c o m q u a lq u e r p esso a, a q u a lq u e r preço. P o rtan to , o que q u e r qu e se lev an te c o n tra tais re la c io n a m en to s re d en to res, dentro ou fo ra d a ig reja, n ão p o d e te r seu selo de aprovação. N u m a leitu ra m ais detida, os evangelhos revelam u m princípio que ex p ressa o ím peto do co ração de Jesus. A in d a que m uitos princípios-chaves estejam evidentes em seu m inistério, este é o principal: E le decide a ceita r a s p e sso a s onde q u e r que a s encontre, exatam ente do m odo com o estão.
O Princípio em Detalhes Q u an d o revejo m eu p assad o , n o to q u e aq u eles que m arcaram m in h a • id a, q u e m e c a u sa ra m p ro fu n d o im p acto , são aqueles q u e não fizeram ;a s o das m in h as ex c e n tric id ad e s, p ro b lem as e m an eiras erran tes, p a ra m e p e i t a r com o eu era. Vendo em m im valores que eu não percebia, injetaram m e en co rajam en to , o q u e m e im p u lsio n o u a re a g ir positiv am en te, além da : r ic a o u cálcu lo de m in h a parte.
52 O PASTOR PENTECOSTAL O q u e q u er q u e estivesse aco n tecen d o n aq u eles relacio n am en to s to co u algo tão en tran h áv el e pro fu n d o , que eu só p o d ia p e n sa r e m u m a coisa: “ Q u ero m a is” . É claro q u e rece b er m ais sig nificava p a ssa r tem p o co m essas p esso as, p o rq u e sua atitude p a ra co m ig o e ra m ais ab rangente d o q u e m eras palav ras. E ra u m tipo de p o stu ra em o cio n al, u m je ito de ap ro x im ar-se de m im c o m o intento óbvio de serem m eus am igos. M ais tard e, d esco b ri q u e e ssa ab o rd ag em p a rtia d a co n vicção fun d am en tal de q u e ca d a p e sso a n a terra é ab so lu tam en te v alio sa p ara D eus. E não só isso. C ad a in d ivíduo ab so lu ta e igu alm en te valioso para D eus é u m a v erd ad e que tan to lib erta q u anto atrai. N a persp ectiv a de D eus, o v alor não vem do in te lec to, talento, desem p en h o ou co n ju n to de h ab ilid ad es p a r ticulares. A ntes, d im ana da h eran ça espiritual, dos genes etern o s. C a d a p e sso a foi fe ita à im a g e m de D eus. N ão im p o rta o quão in cru stad a e co rro íd a pelo abuso, m al uso ou desu so , e ssa id e n tid a d e in te rio r re sta co m o a c a ra c terístic a d efin id o ra de todo ser hum ano. O p ro b le m a, n atu ralm en te, é que in trin seca m e n te não ten h o os o lhos d e Jesus, os quais im e d iata m en te p e rc eb e m essa im ag em . E sto u d istraído p o r d iferen ças ofensivas e extem as. E le está atraído p ela sem elh an ça fa m ilia r in te r n a de si m esm o. E u, p o r cau sa de m in h as inseg u ran ças e falta de percep ção , p ro ced o de fo ra p ara den tro m uito v ag arosam ente. E le, com co n fian ça eterna, p ro ced e de d en tro p a ra fo ra m u ito m ais v ag aro sam en te ainda. A m ed id a que leio acerca d E le nos ev angelhos e ando co m E le todos os dias, co m eço a p e rce b e r sua m en te nesses assu n tos e a en te n d er p o r que E le age com o age. --------------Jesu s saiu do seu m eio p a ra relac io n ar-se conosco. N os círcu lo s teo ló g ico s, ch am am o s isso de en carnação. E ssa rela ç ã o n a re a lid a d e co m eç a quan d o id en tificam o s co isas q u e tem o s em co m u m . F acilm en te id en tificam o s as d iferenças, m as é freq ü en te te r m os d e p ro c u ra r p o r co isas que sejam sem elhantes. S abem os q u e tem os certas co isas b ásicas em com um , m as p rec isa m ser pro cu rad as. T ip ic a m en te, são co isas h u m an as com o g eo grafia, h istó ria d a fa m ília ou in te res ses n ão d ep en d en tes da m atu rid ad e espiritual. C om o p adrão, os ev ange lhos m o stra m o cam in h o p a ra u m a b ase co m u m , detalh an d o os eventos o rd in ário s e ex trao rd in ário s referen tes ao n ascim en to e p rim eiro s anos de Jesus. E le e ra um de nós. F ico seg u id am en te p asm o sobre o m odo com o a p o rta da p riv acidade se abre de rep en te q u an d o alguém faz a sim ples pergunta: “O n d e você n asceu e foi c ria d o ? ” Todo o m undo tem um lo cal de n ascim en to e raízes g eog ráficas. A p erg u n ta não faz n e n h u m ju lg a m e n to sobre o valor. N ão in vestiga o re la c io n a m en to co m os pais ou as circu n stân cias d a fam ília. S im p lesm en te estab elece u m fato co m u m a todo ser hu m an o e, ao fazêlo, esta b e le c e a b ase p a ra u m a resp o sta m u ito natural. Q u an d o ex am in am o s esse p rin cíp io à luz de u m a d eterm in ad a ig reja o u c o m u n id ad e local, surge a questão: “Q u e tipo de p ro g ra m a precisam o s
A formação de relacionamentos comeca com um procedimento e umprocedimento apenas: atitude. Umlíder tem de querer vê-la acontecer
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p a ra e n sin a r a id é ia d e aceitação in c o n d ic io n a l? ” A re sp o sta é: “N e n h u m p ro g ra m a p o d e e n sin a r e ssa idéia. A s p esso a s p o d em apenas m o strá -la ” . Q u an d o a ig re ja se d eb ate, n ão é p o rq u e e ste ja faltan d o p ro g ram as cla ra m en te ap resen tad o s. F ic a se d eb a te n d o p o rq u e tem falta de p rin c íp io s b í b lico s cla ra m e n te d em o n strad o s.
O Pastor como M odelo É precisam en te nesse ponto que a fun ção do pasto r se to m a tão im por tante. Se ele vê, fundam en talm en te, que o relacio nam ento co m D eus e com os outros é o alvo de n o ssa v id a em C risto — e que a jo rn a d a de fé lida com esses relacio n am en to s em m uitas etapas — , então tudo é afetado, desde a p regação do p asto r até as estruturas internas da igreja. P or exem plo, a co n gregação tem a sensação de que o p asto r tem am igos além dos d a congrega ção? E ssas relaçõ es são advindas som ente do fato de ser ele pasto r local? O u algum as dessas relaçõ es p assaram de u m n ível profissional para um re lacio n am en to m ais p e sso a l — a p o n to de ser ch am ado pelo apelido: “C hico ” , “B eto ” ou “Z é” — , o vizinho (que casu alm ente é pastor)? A s p esso a s d a co n g re g a ç ão j á tê m re la c io n a m en to s além dos da igreja. E las a tu a m em seus tra b a lh o s secu lares seis dias p o r sem ana. C om o p a s to res, a v e n tu ram o -n o s n e ssa a ren a c o m m u ita freq ü ê n c ia n a q u a lid a d e de p aram éd ico s e sp iritu ais d a co m u n id ad e, co rren d o p ara salvar vidas. Vem onos sob e ssa p ersp ectiv a, p o rq u e o tra b a lh o é p a rte v álid a e defin itiv a de n o ssa re sp o sta p asto ral. M as h á o u tro s tip o s de re la c io n a m en to além d e s ses fo rm ad o s em tem p o s de crise, fo ra d a n e c e ssid a d e sen tid a p o r alguém . Q u e tal os re la c io n a m en to s p ro v e n ientes de n o sso en v o lv im en to c o m a lg u m a fo rm a de se rv iç o c o m u n itá rio g e ra lm e n te re c o n h e c id o (e .g ., R o tary C lu b ou algo assim )? F aço essas p erg u n tas p o rq u e u m ele m e n to su rp re end en te ac e rc a do m in istério d e Jesu s é a q u a n tid a d e de tem p o q u e E le fico u “sem fa z e r n a d a ” . N e ste s dias, em q u e a ad m in istra ç ã o do tem p o liv re é v ista com o lid e ra n ç a eficaz, p a re c e q u e os g u ru s o rg an izacio n ais tê m a rran cad o u m a p á g in a d os ev an g elh o s. Jesu s e sta va en tre as p esso as, ao n d e q u e r q u e estiv essem . A m e did a q u e rev ertem o s e sse p ro c e sso , fazen d o c o m q u e as p e sso a s v en h am ao nde nós estam o s, co rrem o s o risc o de d ilu ir a m eto d o lo g ia e sse n cia l do E vangelho: Jesu s vem ao n d e eu estou. N ão h á q u e d u v id a r q u e p re c isa m o s n os re u n ir no dia do Senhor, e certam en te o tem p lo , as in sta la ç õ e s e d u cacio n ais cristãs e o g in á sio p re c i sam e sta r ap in h ad o s d e jo v e n s e v elh o s e m to d as as o p o rtu n id ad e s p a ra a g ló ria d e D eus. E ssas re u n iõ e s estã o ch eias d e ac o n te cim en to s relacio n ais e rela c io n a m en to s crescen tes. C o n tu d o , o p a sto r é p e rc eb id o em v irtu a l m ente to d o s e sse s even to s co m o o líd e r o u m estre. E ssa é su a fu nção dentro d a c o m u n id a d e de cren tes. M as a lé m d esse cen ário p articu lar, o que a c o n te c eria se v o cê a ssu m isse u m a fu n ção d iferen te? Q u an d o p assam o s a m a io ria de n o sso s dias re so lv en d o pro b lem as, fo r m u lan d o e stratég ias ev an g elísticas e rea g in d o às n ece ssid a d es h u m an as
ít
Jesus estava entre as pessoas, aonde quer que estivessem jj
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SÉ
em u m a ex ten são in crível de níveis, a m an eira com o nos vem os po d e ficar d isto rc id a — co m o se realm e n te so u b éssem o s tanto, q uando, n a re a lid a de, sem Jesu s n ad a p o d em o s fazer. O p ro b lem a é que m uitos q u erem que ten h am o s to d as as resp o stas e, n a b u sca de satisfazer as n ecessid ad es d e s sas p esso as, ficam o s confusos. O Dr. L lo y d O gilvie, cap elão do Senado dos E stad o s U n id o s, co lo co u desta form a: “U m dos m aiores desafios do p a sto r é evitar q u e a cong reg ação o co loque no p e d esta l da p e rfe iç ão ” . O povo p re c isa seg u ir a Jesus, e o p a sto r não p o d e lid ar co m o desg aste de ser o h o m e m das resp o stas certas. F aço essa sim ples observação a fim de indicar o valor do aprendizado. O s p astores m ais b em -sucedidos que conheço nunca param de aprender — nas E scrituras, n a ad m inistração organizacional, n a econom ia e em m uitos outros tem as. O u tra vasta biblioteca, entretanto, está bem debaixo de n o s sos narizes. R efiro-m e a pessoas de todas as classes e crenças, cruzando os lim ites religiosos, políticos e étnicos. Pessoas que, pelas m ais variadas ra zões, nun ca entrariam em nossos tem plos, m as que, não obstante, m uito têm a nos ensinar. E las podem ajudar-nos a com preender suas form ações educacionais, seus m undos, suas idéias, seus sentim entos. P o d em ajudarnos a ver o m u n d o de D eus de u m a m aneira m uito diferente. F alando h onestam ente, n u nca cheguei a lidar (ou a m e im portar m uito) com o m undo político, até que com ecei a andar pelos corredores e a sentarm e nos escritórios do C ap itó lio 1 dos E stados U nidos. N ão podia co m preen d er a dinâm ica, as tensões, as exigências, o p o der e a dor que freqüentam o m inistério político até que, em 1993, nos m udam os p ara W ashington, capi tal dos E stados U nidos, e passei a trabalhar no C apitólio. O que é m ostrado p ela televisão e escrito p ela im prensa é n a g ran d e m aioria das vezes distorcido. L á existe u m a vasta arena de n eces sidades pessoais que vai além dos núm eros de votos e dis cu rsos de cam panha. L á tam b ém encontram os algum as pesso as m aravilhosas, que acreditam que o serviço p ú b li co é exatam ente o que diz. O pú b lico raram ente tem a ch ance de ver as coisas bem d e perto. Penso que o m enino que falava a respeito de seu am igo, o lixeiro, tinha razão, quando concluiu: “M inha m ãe não gosta do cheiro dele, m as tam bém , ela não o conhece b em !” P e la g ra ça do Senhor, algum as p esso as que ao lo ngo dos anos en traram em m in h a v id a eram apren d izes de pesso as. N ão estu d an tes de p essoas, m as ap rendizes de p esso as. São in d iv íd u o s q u e não co n sid e ra m u m a p esso a co m o o b jeto de estu d o e análise, m as antes co m o alguém de q u e m aprender. N a realid ad e isso faz sentido, po rq u e to d o s som os ig n o ran tes, só q u e de assu n to s d iferentes. E to dos tem os algo a oferecer, só q u e de fo rm as d iferen tes. C o n tan to que m an te n h am o s u m a p o stu ra de ap ren d izag em , o b terem o s u m a e d u cação de tan to v alo r q u an to u m título acad êm ico de H arvard, ou talvez até de m a io r valor. P ois, à m e d id a que a p ren d em o s — tro c a n d o id éias e sen tim en to s, p assan d o tem p o ju n to s, algo aco n tece. D esco b rim o s que am bos som os apren d izes e m estres. Q u an d o c o m eçam o s co m o aprendizes, som os so licitad o s com o m e s tres. O p ro cesso é claram en te id entificável. É m útuo; ch am a-se rela cio n a
Amizade é caracterizada por relacionamento e não por posicionamento
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UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR m ento. E m u m a das d e c la ra çõ e s m ais m a rcan tes reg istra d as nos e v an g e lhos, Jesu s diz: “Já vos n ão c h am arei servos, [...] m as ten h o -v o s ch am ad o am ig o s” (Jo 15.15). A a m izad e é c a ra c teriz a d a p o r re lac io n am en to la te ral, e n ão p o r p o sic io n a m e n to vertical. Isso fa z -n o s le m b ra r de B elém . C o m tu d o isso em m en te, m u ito s p asto res d e sfru tarão de ben efício s tan to p e sso a is q u an to co m u n itário s, criad o s ao a ju d ar u m p u n h ad o de p esso as em u m a v aried ad e de áreas — n a e d u c a ç ã o , n a m e d ic in a , na cla sse o p e rá ria , n o c o m é rc io , n a p o lític a — , se n d o a p re n d izes. N o d e cu rso do te m p o , a c o n g re g a ç ã o se c o n s c ie n tiz a rá d esses re la c io n a m e n tos, e n ão n e c e s s a ria m e n te p o rq u e se ja m u sa d o s co m o e x em p lo s em se r m õ e s. A liás, fa z e r ilu stra ç õ e s sem p e rm issã o p o d e ser devastador. A ntes, a co n g re g a ç ão n o ta rá sutis m u d an ças de atitude, p ercep çõ es diferen tes e n ovos p en sam en to s co m eçan d o a v ir à to n a n a co nversação. N ós, p a sto res, co n tin u arem o s a te r b a tism o s de lu cid ez e n o sso s esp írito s crescerão .
D esafio Pessoal V oltando ao p rin cíp io o rig in al de q u e Jesu s ac eita as p esso as onde elas estão , c o m p letem o s o p en sam en to . E n u n c ia r id eais não é difícil; p ô -los em p rá tic a é o u tra h istó ria. A c e ita r a lg u é m in c o n d icio n a lm en te é, de in í cio e ao m esm o tem p o , a ex p e riê n c ia m ais d ifícil e m ais p ro fu n d a que u m ser h u m an o p o d e ter. T em de ser. Jesu s o c o lo ca com o a jó ia d a co ro a de sua e x p e riê n c ia cono sco . F a z e r isso, en tretan to , re q u e r alg o ch am ad o n ão -ju lg am en to . N ão j u l gar as p esso a s firm ad o em fato res que elas n ão p o d e m co n tro la r (com o lo cal de n a sc im e n to ou o rig e m ra c ia l) é trem en d o salto p a ra alguns de nós. N ão ju lg a r as p esso a s firm ad o e m fato res q u e elas p o d e m c o n tro lar (co m o atitu d es e co n d u ta p e sso a l) p o d e ser um salto ain d a m aior. P re c isa m os ap en as v o ltar a a n d a r o u tra vez p elas ru as de B elé m indo até a cru z do C alv ário e ex am in ar a te n ta m e n te o c o m p o rtam en to de Jesu s em re la ção a nós. S e E le e sc o lh e u v iv er e m nós, E le te m d e e star p rep a rad o p ara aju d ar-n o s a re fle tir seu c a rá te r e m e n te em u m m u n d o que nos observa. N a realid ad e, E le diz isso , n ão ? “E is q u e eu esto u convosco to d o s os dias, até à co n su m ação dos sé c u lo s” (M t 28.2 0 ). S endo esse o caso, v am os re fle tir so b re o n ã o -ju lg a m e n to co m o um m ecan ism o p ara ex p ressar a c e i tação in co n d icio n al. A aceitação in c o n d ic io n a l d e p e n d e d a c a p a c id ad e de d e ix arm o s p a s sar ou d im in u ir co n flito s, p elo m en o s no in ício do re lac io n am en to , no in te re sse do d esen v o lv im en to de u m a am izad e. E c e rto q u e h á v ezes em q u e os c o n flito s são tã o g rav es, q u e c h e g a m ao p o n to de im p e d ir o r e la c io n a m e n to c o m u m a pesso a. E n tre ta n to , n a v a sta m a io ria dos casos, esse nível de im p ed im en to n ão existe. G ran d e p a rte de nossos im p ed im en to s está d en tro de n o ssas cab eças. N o c o n tex to g eral d a ig re ja n a c o m u n id a de, as p o ssib ilid a d e s de e sta b e le c erm o s b o n s re lac io n am en to s co m u m a am p la v aried ad e de p esso a s são infin itas. A p ó s 53 anos de v id a e com m ais de três d écad as de m in isté rio p ú b li co, a in d a m e esp an to co m o q u e aco n te c e q u an d o su b lim am o s co n flito s a fim de c o m p re e n d e r as p esso as. C o n flito s são com o a co r d a pele. E stão no p rim eiro p la n o de n o ssas p ercep çõ es e, fre q ü en te m en te , d esem p en h am
O PASTOR PENTECOSTAL o teste de to rn asso l, in d ican d o se realm en te q u erem o s te r u m relac io n a m en to ou não. Tal não aco n te c e co m Jesus. P arece q u e E le é cego a conflitos. M as, n a v erdade, faz u m a exceção: aqueles que re iv in d ica m fala r em n o m e de D eus, m as são ju d ic io so s, incondicionais e presunçosos. Jesus não é brando co m eles. E le assevera: “A i de vós, escrib as e fariseus, hipócritas! P ois qu e fech ais aos h o m en s o R eino dos céus; e n em vós entrais, n e m deixais en trar aos q u e estão e n tran d o ” (M t 23.13). P o r que, p erg u n tei-m e, Jesus reag e tão d ram aticam en te? P o r que E le é tão c o n tu n d en te? N ão seria p o r que, ao p re su m ire m fa la r em n o m e de D eus, ao m esm o tem po que agem de m o d o tão d iferen te dE le, neg am o cerne do seu caráter, d a sua b o n d ad e (ic h esed )? C o n tu d o , n ão d ev em os ser m u ito duros co m os fariseus. Ju lg ar é a atitu d e m ais n a tu ra l que po d em o s ter. Ju lg a r é a ação que m o m en tan ea m e n te m e p e rm ite sen tir m e lh o r com igo m esm o , den eg rin d o o u tra pesso a ou grupo. T odos g o stam o s de ter u m a m arg em de su p erio rid ad e n a c o m p etição . E n tretan to , o verd ad eiro relacio n am en to não é caso d e c o m p e ti ção. P o rtan to , q u an d o é in tro d u z id o u m elem en to co m petitivo, com o o ju lg a m e n to , o rela c io n a m en to não sobrevive p o r m u ito tem po. V ivem os em u m m u n d o o nde a p ro cu ra p o r diferen ças e erros to m o u -se não só legal co m o tam b ém c o m e rc ia lm en te rentável. M as traz à luz os in stintos m ais selv ag en s d a h u m anidade. O n ão -ju lg am en to , p o r outro lado, o ferece valor e dig n id ad e p o r seu p ró p rio silên cio e lib era am bas as partes p a ra e n co n trarem co isas em co m um . O q u e Jesu s p o d ia e sta r p en sa n d o q u an d o estev e n a casa de L evi p a ra ja n ta r? L evi estava tão ab aix o dos pad rõ es sociais; e ra n ad a m enos que u m co leto r de im p o sto s p a ra R om a. T alvez co n sid erasse L evi com o am igo, p o r isso estava p assan d o p o r lá p a ra c o m em o rar co m os o u tros am igos do p u b lican o . M as a id en tificação era m uito cabal p a ra os líderes relig io so s, p elo q u e m u rm u ra ram suas acu saçõ es aos d iscíp u lo s de Jesus. E m co n seq ü ên cia, o M e stre deu aos fariseu s u m a lição de casa: d esco b rir o q u e re a lm e n te é m ise ric ó rd ia (M t 9.10-13). E n tão , o n ã o -ju lg am en to p arece estar n a fam ília d a m isericórdia. A m ise ric ó rd ia te m u m a g am a d e filhos. A lg u n s são m u ito ativos, com o o p erd ão a u m a o fen sa específica. O utros são m ais reflexivos, com o não p re ju lg a r as pessoas. C ontudo, segundo as n o rm as de q u alq u e r um , a m i sericó rd ia é vivifican te. T alvez v iver sem faz er ju lg a m e n to s, q u ando diz resp eito a fo rm a r am izades n a ig re ja ou n a co m u n id ad e, seja n a re alid a d e esp alh ar v id a ao redor. N o m ínim o, a m ise ric ó rd ia dá u m a c h an ce ao re la c io n am en to , p e rm itin d o -lh e que seja estab elecid o e sustentado. Só o te m p o c o n ta rá o re sto d a história. E x p lic ita m e n te , e x iste m to d o s os tip o s d e re la c io n a m e n to no m u n do; re la c io n a m e n to s q u e se c o n c e n tra m ao re d o r d a fa m ília, d a v id a p ro fissio n a l, d e in teresses co m u n s etc. N ão o b stante, o tipo d e re la c io n a m en to cultiv ad o n a ig re ja e n a co m u n id ad e u ltrap a ssa todas essas c ate g o rias. Jesu s alim en ta o relac io n am en to p e lo b e m do relacio n am en to . F o ra de u m a sem en teira relacio n ai, co m eçam o s a v er e seg u ir a Jesu s. P rim e i ro , E le v e m à n o ssa casa para u m a com em o ração , e depois p artim o s p ara a c a sa dE le, p a ra o u tra co m em o ração ... p ara sem pre.
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR
c Primeiras Coisas ao Assumir uma Nova igreja Charles E. Hackett ssu m ir u m novo p a sto ra d o é sem p re u m a ex p eriê n c ia trau m ática. P asto reei apen as d uas igrejas: u m a p o r dois e o u tra p o r 29 anos. N ão o b stan te, le m b ro -m e m u ito b e m d a a p reen são e in c e rte z a que senti ao assu m ir u m novo p asto rad o . D e i-m e c o n ta de q u e essas p rim eiras im p re ssõ e s são às vezes a c rescen tad as à p ressão de u m b o m com eço. E m m u itas o casiõ es, ten h o u sa d o u m a fó rm u la sim p les, a qual, acred ito , será ú til a q u a lq u e r novo p astor. T rata-se do seg u in te: “A m e a D eu s, am e o povo e u se de b o m se n so ” . A m a io ria das ig rejas n ão está p ro cu ra n d o u m super-h o m em , m as alg u ém q u e lhes tra g a ed ificação , ex o rtação e c o n fo r to p a ra a v id a q u e lev am e m m eio a u m m u n d o c o n fu so e ch eio de p ro b le m as. M u itas v ezes fico e sp an tad o c o m a p a c iê n c ia e o p erd ão que os m e m bros de u m a ig re ja c o n c e d e m a seu pasto r, se eles sab em q u e o p a sto r os am a. P asto re a r u m a ig re ja é e m p re e n d im e n to e x citan te e m arav ilh o so . N ão sei de o u tro m in istério q u e p ro p o rc io n e a o p o rtu n id a d e de ver as p esso as salvas e d isc ip lin a d a s à m a tu rid a d e cristã, to rn a n d o -a s assim m em b ro s v italício s da “fa m ília ” . P a sto re a r n ão é u m a p av o ro sa se n ten ç a de D eus, m as u m a c h a m a d a su b lim e e sa n ta q u e traz g o zo e satisfação singular. .Algum as das su g estõ es a seg u ir p o d e m aju d á -lo ao in ic ia r su a jo rn a d a com o pastor.
A
Busque a Vontade de Deus Q u an d o o s te m p o s d ifíceis v ie re m (e, te n h a certeza, virão !), é fu n d a m ental q u e v o cê sa ib a q u e e stá on d e e stá p o rq u e D eus ali o colocou. A i do p asto r que u sa de m éto d o s p o lítico s p ara o b te r a lid e ra n ç a de u m a igreja! A ig reja p e rte n c e a Jesu s C risto , e é E le q u e m a edifica. C risto n ã o p rec isa de arran jo s p o lític o s p a ra fa z e r a o b ra d o m in istério . E le e stá p ro cu ran d o servos h u m ild e s q u e je ju e m e o rem , q u e se ja m ch eio s do E sp írito S anto, que saib am c o m o se rv ir e liderar. D e u s e stá p ro c u ran d o p a sto res de fé e de v isão , q u e v e ja m alé m d o q u e é ap aren te e v isu aliz em u m a ig re ja cujo
O PASTOR PENTECOSTAL C ria d o r e C o n stru to r é D eus — u m a ig reja v ito rio sa q u e cause forte im p acto; u m a ig reja de sinais, m aravilhas e m ilag res, on d e as p esso as dia a d ia este ja m sen d o acrescen tad as ao Senhor.
Convoque a C ongregação para O rar N ão h av erá v itó rias e sp iritu ais sem o ração , e levar a ig reja a orar é a resp o n sab ilid ad e m ais im p o rtan te de todo pastor. E sse dever não po d e ser deleg ad o a o u tra pessoa. A v id a de oração d a ig re ja não se erg u erá acim a da v id a de o ração do pastor. A ig reja que o ra é ig reja sadia e q u e cresce. N a d a d á m ais p o d e r e ren o v a a ig re ja do que a oração. D e fato, q u an d o h á falta de oração , a carga fica p esad a e a o b ra torn a-se inviável. O passo seg u in te é a co n fu são , o desân im o e o desespero. M as D eus n u n ca leva q u e m q u e r q u e seja a e sse tipo de aflição. E le nos ch a m a p a ra a vitória, e não p a ra a derrota. N e n h u m p la n ejam en to ou org an ização su b stitu irá a oração. A ntes que q u a lq u e r e stratég ia seja feita, b u sq u e a d ireção de D eus, e o sucesso esta rá garan tid o . O re até que rec eb a u m a p alav ra de D eu s a resp eito de quais m edidas d evem ser to m adas. Você não re ce b e rá e ssa p alav ra em um a co n ferên cia, atrav és de u m a fita ou e m u m livro e m p restad o so bre o c re sc i m en to d a igreja. V ocê a rec eb erá de jo e lh o s n a p re sen ç a de D eus. T endo re ceb id o a d ireção divina, E le u sa rá u m a c o n ferên cia ou u m livro p a ra aju d á-lo a d a r su b stân cia ao que já falou ao seu coração. E sse p ro ce sso é vital p a ra a so b rev iv ên cia e o su cesso d e u m novo pastor. F o rm e tan to s g ru pos d iferen tes de o ra çã o qu an to s fo rem possíveis. M arq u e culto s de o ração tantos quantos puder. S eja sábio. N ão convoque u m je ju m de q u a re n ta dias em sua p rim eira sem an a de p astorado, e não use a cu lp a co m o incentivo para as p essoas orarem . L em bre-se: é o E sp í rito S anto que nos c h am a e nos u n g e p a ra a oração. N ão ten te to m ar o lu g a r dE le. N ão fiq u e desan im ad o se os resu ltad o s não forem im ediatos. A p en as c o n tin u e orando, e D eus d ará a co lh e ita a seu devido tem po.
Prepare B em os Serm ões Você será ju lg a d o im e d iata m en te p e la q u alid ad e d a preg ação que faz. L em b re-se de q u e v o cê foi ch am ad o p a ra pregar, não para a b o rre cer os santos. R ejeite a m ed io crid ad e e o tédio. C reia e m D eus p a ra que você sem p re ten h a u m a m e n sa g em q u an d o su b ir ao pú lp ito , u m a m en sag em que faça d iferen ça n a vid a de alguém . A p regação eficaz req u e r m uito estudo, d isc ip lin a e co n sta n te leitura. F a ze r p arte d a v id a das p essoas d a co n g reg ação e in teirar-se dos pro b lem as d a c o m u n id ad e darão p ro fu n d i dad e a seus serm õ es d e u m a m an e ira ú nica. N ão confie in teiram e n te nas ilu straçõ es de terceiro s, ten h a as suas. T odo p a sto r d ev eria o u v ir a fita de to d o s os serm ões que prega. E ex p e riê n c ia n ão só h u m ilh an te, m as instrutiva. N a verdade, grave o culto inteiro, in clu in d o os an ú ncios, e depois avalie tudo o que faz as pessoas v o ltarem e o q u e faz as p essoas se afastarem . Se seus serm ões não o e m po lg am , c au sam efeito sem elh an te nos outros. P reg ação de q u alid ad e é d ifícil de obter, m as é um trab alh o recom pensador. D eve ser o ponto alto da sem an a, tan to p a ra o p reg ad o r q u anto p ara a congregação.
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR 5 9
Identifique a E strutura de Poder da Igreja Id e n tifiq u e os in flu en ciad o res, os ag itad o res e p ertu rb ad o res. P ode ser q ue te n h a m o u n ão u m cargo. T alvez sejam p esso as ch eias do E sp írito , q ue am am a D eu s e re sp e ita m o o fício de pasto r, ou p o d e m ser as p esso as m ais n ão -cristãs q u e v o cê ja m a is viu. M u ita s v ezes u m a ig reja tem sido o b stru íd a sob todos os asp ecto s p o r líd eres cristãos leigos sem base b íb li ca, q u e ev e n tu a lm e n te d ev em ser re m o v id o s, m as não faça d isso sua p ri m e ira p rio rid ad e. H á a ch a n c e de v o cê errar e e sta r fo ra do cargo em curto tem po . A p re n d a a fa z e r co n c e ssõ e s até q u e D eu s o e sta b e le ç a co m o o líd e r esp iritu al d a ig reja. D ep o is b u sq u e a D eu s em oração e je ju m até que v ocê sa ib a o q u e fa z e r e o tem p o certo p a ra fazê-lo. M u ito s p asto res têm p erd id o a b atalh a, n ã o p o rq u e suas açõ es sejam errad as, m as p o rq u e o tem po em q u e ag ira m e ra im próprio. F aça to d o s os esfo rço s p a ra d esen v o lv er u m relac io n am en to de re sp e i to e co n fia n ç a c o m o m in istério d a ig reja. À s vezes, isso é u m im e n so desafio . L em b re-se: alg u n s d eles fo ra m m a g o ad o s e h um ilh ad o s p o r re la c io n a m en to s p asto rais an terio res, e é a in c u m b ê n c ia do novo p a sto r cu ra r as ferid as. A m aio ria d os m em b ro s do m in isté rio q u e co n h eço não q u er p re o c u p a ç õ es e su sp eitas com o pasto r, m as p az e harm o n ia. O p a sto r deve to m a r a in iciativ a de fo rm ar relac io n a m en to s b o n s c o m to d o s os líd e re s d a igreja, p o u c o im p o rta n d o co m o e s te ja su a a g e n d a p e sso al. D eixe D eu s e sta b e le c er a in flu ê n c ia e lid e ra n ç a do p a s tor, antes q u e este te n te fa z e r q u a lq u e r m u d a n ç a n a ex isten te e stru tu ra de lid eran ça. T am b ém seria m uito im p ru d en te d e stitu ir líd eres an tig o s, a m en o s q u e você te n h a p esso a s q u a lific a d a s e trein ad as p a ra to m a r o lu __________________________ gar deles. U m a b o a re g ra a seg u ir à m e d id a que tom a decisõ es p a sto ra is é “fa z e r a c o isa ce rta no c lim a cer to ” . N ão h e site em c h a m a r u m p a sto r am ig o , o p a sto r local ou o pastorp re sid e n te d a reg ião p a ra e x a m in a r a o rie n ta ç ã o q u e você a cre d ita que D eus e steja lhe dan d o . T enho ev itad o m u ito s erros d o lo ro so s por b u scar co n selh o s d e irm ão s. N a m u ltid ã o de c o n se lh e iro s h á seg u ran ça, de a co r do co m P ro v érb io s.
u Uma fórmula para qualquer novo pastor: 'Ame a Deus, ame o povo e use de bom senso'
Procure Sem pre Fazer o M elhor N ão co m ece u m a rev o lu ção ; p e rm ita q u e as p esso a s v eja m que você te m u m sen so de d ireção , q u e é ab en ço ad o p o r D eus. F a le so bre visão, não sob re p ro g ram as ou co n stru çõ es. U m a das m an eiras infalív eis de se p ro v o c a r d e sastres é la n ç a r u m a série de p ro g ram as que n in g u é m q u er ou co m p reen d e. A ú n ic a co isa q u e p en so que seria p io r é an u n ciar um p ro g ram a d e co n stru ç õ e s, e sp e c ia lm e n te se o atu al não está p a g o ou se a ig re ja n ão e stá ch eia. N ão su cu m b a ao ru m o r de q u e u m novo tem p lo atrairá g ran d es m u ltid õ es. N ão atrairá. A s p esso a s v ê m à ig re ja p o r cau sa do que D eu s e stá fazen d o , e n ão p a ra ad m ira r a arquitetura. M u ito s p a sto res têm p erd id o o d ireito de o c u p ação do b e m im ó v el d a ig re ja p o rq u e
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O PASTOR PENTECOSTAL im p ru d en tem en te fo rçaram um custo so e desn ecessário p ro g ram a de c o n s tru çõ es n a co n g reg ação . N o sso ch am ad o é p ara p astorear, e não p ara co n s truir. U m p ro g ra m a de co n stru ç õ es deve ser co m p arad o a u m a g rande ciru rg ia — fa ç a ap en as em ú ltim o caso.
Seja M onetariam ente C onservador Q u a lq u e r novo p a sto r q u e se den u n cie co m o g a stad o r dos fu n d o s da ig reja d e p a ra r-se-á co m g ran d es pro b lem as. N ão p re c isa ser líd e r ou sá b io p a ra falir u m a ig reja, e os pasto res que e n tram p o r esse cam in h o p a g am alto p re ç o em term o s de cred ib ilid ad e. In teire-se dos g asto s d a ig re ja . Se m u d an ças n ec e ssita m ser feitas, seja p a cien te e espere p elo m o m en to certo. A v elh a te o ria de que a ig reja p rec isa e star e m d ív id a para q u e as p esso as co n trib u am é falsa, não tem b a se b íblica. D escobri que o p o v o p re fe re co n trib u ir p a ra as m issões do q u e ficar p ag ando u m e m p rés tim o ban cário . E sta r livre d e dív id as, a não ser a d a ca sa p ró p ria, é u m fa to r m uito positivo. H á m u ito a g a n h a r quan d o não se tem dívidas. F az m u ito s a n o s . que ad o tei u m a filo so fia que m e te m servido m u ito bem : se não tenho din h eiro , n ão com p ro . É esp an to so o q u anto se vive b em sem to dos esses “b rin q u e d in h o s” q u e o m u n d o m o d ern o oferece.
G anhe os Perdidos N ão im p o rta o que m ais p o ssa e sta r aco n tecen d o n a igreja: se n in g u é m e stá sendo salvo e a crescen tad o à fam ília de D eus, en tão a ig reja não está cu m p rin d o su a m issão . T er p esso as no altar p a ra rec eb e rem a C risto faz c o m q u e até m esm o seus inim ig o s fiquem em p az co m você. T raz vida, alegria, ân im o e saú d e p a ra o corpo, q u an d o novas p esso a s estão e n tran do. N a d a su b stitu i o evangelism o. N ão h á o u tra co isa que seja tão ju s ta q u an to bo a. Jesu s m o rre u p a ra salv ar os p erd id o s, e não p a ra co n stru ir g ran d es cated rais. E sta p erg u n ta deve ser fe ita rep etid am en te: “A lg u ém está sen d o salv o ?” R ec u se-se a fic ar lá sen tando, sem an a após sem ana, co m o m esm o d esen co rajad o grupo. S aia pelas ruas e b eco s d a cidade e ache a lg u ém q u e p re c isa de Jesus. N ão olh e p ara a classe social ou a cor da pele. V á atrás d o “to d o a q u ele” . T er p esso as pob res é m elh o r do que não ter p e sso a n en h u m a, ainda que a lca n çar o p o b re e o tiran izad o não tra g a m u ita in flu ê n c ia n a estru tu ra política. M as sem d ú v id a ag ra d a a Je sus. E n sin e o p o v o a g an h ar as alm as. D em o n stre. L eve a cong reg ação a b u scar os d escren tes, e su a o b ra com o p a sto r se to m a rá m uito m ais fácil. P a sto re a r é m in istério em p o lg an te e desafiador. Q ue sejam os ac h a dos fiéis n essa cham ada.
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR
Trabalhando com Pessoas de Todo Tipo Hal Donaldson f i n
a sto re a r seria o m e lh o r em p reg o do m u n d o , se eu não tivesse de lid a r co m certo s tip o s de p e sso a s” . E ssas fo ram as palav ras de ■ u m m in istro q u e acab o u de ter u m a d esav en ça co m B ill, m e m b ro ex ig en te de su a igreja. B ill se can sara dos serm ões, do guarda-roupa, do estilo de adm inistra ção do p asto r e de suas expectativas p ara a congregação. A ssim , frustrado, disse abertam en te ao pastor: “Você é o p io r p asto r que esta ig reja já teve!” A m a n d íb u la do p a sto r apertava, e n q u an to c itav a p a ra si m esm o: A resp o sta b ra n d a d e sv ia o fu r o r .' B ill p ro sseg u iu em su a investida: “E sta era um a ig reja m aravilhosa, an tes d e v o cê ch e g a r” . L im p an d o a g a rg an ta p a ra m o stra r q u e seu au to d o m ín io estava a c a ban d o , o p a sto r p erg u n to u : “N e ste ano e m eio q u e esto u aq u i n ão h á algo q u e eu ten h o fe ito q u e v o cê te n h a g o stad o ? A ig reja cresceu . T em os v isto as p esso as sen d o gan h as p a ra Jesu s. N ão h á n em m esm o u m culto que você te n h a a p re c ia d o ? ” S em h esitação , o h o m e m resp o n d eu : “ Sim , a q u ele d o m in g o em que você fa lto u ” . O p a sto r arrisco u u m so rriso cu rio so . “D ig a m e, B ill, co m o é que a c a b am o s fazen d o tu d o erra d o ? ” B ill h esito u . “ Q u an d o v o cê ch eg o u aqui e co m eço u a p e d ir p a ra m im e p a ra to d o s os d em ais q u e fizéssem o s c o isa s” . “C o m o o q u ê ? ” “V ocê esp erav a q u e p a rtic ip á sse m o s de to d as as atividades d a ig reja — de seg u n d a a do m in g o . D ep o is, v o cê fez com que fizéssem o s seu trr b alh o de v isita ç ã o ” . O p a sto r susp iro u . “B em , irm ão B ill, sinto m u ito que você se sin ta assim ” . “E u ta m b é m ” , v o cifero u B ill. “M in h a fa m ília e eu estam o s nos m u dan d o de ig re ja e indo p a ra u m lu g a r o n d e o p re g a d o r en ten d e que, h o je em dia, as p esso a s estão o cu p ad as e n ão têm tem po de faz er o que o p a sto r fo i p a g o p a ra fa z e r” .
O PASTOR PENTECOSTAL E xperiências com o essas fazem os pastores desistir. P ara evitar conflitos co m os m em bros d a congregação e instigá-los a freqüentar a igreja, alguns pastores abstém -se de colocá-los sob qualquer expectativa. E scoltam os cren tes a um lug ar confortável todos os dom ingos, depois ousam pregar m en sa gens que se esquivam d a responsabilidade cristã. O resto d a sem ana esses pastores tentam ser o grupo de u m h o m em só. Só eles pregam , cantam , visitam , co rtam a gram a, d atilografam e oram . E sse padrão leva a pastores dom inadores, crentes leigos ineficazes e com unidades sem salvação. P a sto re s b e m -su c e d id o s a p re n d e m a en v o lv er to d o s os tip o s d e p e s so as n a v id a da igreja. N a atu alidade, isso é um desafio, porque, p a ra m uitos, a leald ad e e o envolvim ento co m a ig re ja não são m ais encarados co m o virtu d es. C o m o o b servou certo pastor: “H á alguns anos, as p essoas eram co m o p alm eiras co m raízes p o u co pro fu n d as; hoje, m ais p are ce m c o m arb u sto s q u e se d o b ram n a d ireção do v en to ” . P o rtan to , com o po d e u m p astor, n e sta cu ltu ra de valores sem p re em m u tação , desenvolver re la cio n am en to s d u rad o u ro s e p ro dutivos c o m os m em bros d a co n g regação? O q u e p o d e ria ele fa z e r p a ra in co rp o rar as p esso as n a v id a d a ig reja sem alien á-las n o p ro cesso ? E com o ele p o d e in teg rar no m in istério da ig reja p esso as de fo rm açõ es diversas — co m diferen tes dons esp irituais e níveis de am o r esp iritu al?
R elacionam entos Produtivos R e lacio n am en to s d u rad ouros e produtivos en tre o p a sto r e a co n g reg a ção te n d e m a se fo rm a r q u an d o pasto res veteran o s en te n d em c o m p leta m en te su a resp o n sab ilid ad e com o “pasto res ex ecutivos” .2 Seus deveres p o d e m ser co m p arad o s aos dos pasto res ain d a m eninos que ap ascen tam reb an h o s n as co lin as de B elém . L á esses jo v e n s pasto res m an têm o re b a n h o sem pre ju n to , b aten d o suas varas de leve nas p edras (enco ra ja n d o a co esã o e a cooperação)-, p rev in em as ovelhas do perig o im inente, jo g a n do p ed ras ao lo n g o de to d o o p erím etro do reb an h o (d isc ip lin a n d o ); e sta b e le c e m u m a trajetó ria e m an tê m o reb an h o m o v im en tan d o -se n a direção certa, g ritan d o o rd en s (fo rnecendo visão)', p ro p o rc io n am cuid ad o s e a li m en tação , g u ian d o as ovelhas p ara onde h á co m id a (tendo co m p a ixã o e p ro ven d o e n sin a m e n to s); e, de vez em q uando, discip lin am -n as c o m ta pas d elicad o s e b e m co lo cad o s (oferecendo correção). M as m esm o tais p a sto re s têm lim itaçõ es. S ão incapazes de levar o reb an h o in teiro a atrav essar terreno rochoso; não p odem fo rçar as ovelhas a pastar. D o m esm o m odo, os p asto res não p o d em carreg ar nas costas to d a a co n g reg ação ou c o ag ir todos os m em bros a c rescerem e sp iritu al m ente. E les têm de ap ascen tar o povo sem alim en tá-lo à força. O s p asto res d ev em serv ir sem p e rd er o entusiasm o. A s ex pectativas d a co n g regação p o d e m tra n sfo rm ar o p asto r em en c a nador, b an q u eiro , m o to rista d e táxi, m éd ico e m u ito m ais. C ontudo, os p asto res n ão p o d e m p erm itir-se ser m estres d a perso n ificação , tran sfo r m ad o s pelas ex pectativas irracionais dos m em bros de sua igreja. O s p a s tores p o d e m c o n so lid ar as funções atinentes ao seu em prego, a n u lar as críticas e n u trir re la c io n a m en to s produtivos c o m a co ngregação, seguindo estes passos:
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR C on sig a p o r escrito u m a d escrição de cargo aprovada p ela m esa diretora àas fu n çõ es relativ as ao p a sto r e aos m em b ro s d a co ngregação. M o d e le o m in isté rio e u m a b o a é tic a de tra b a lh o . É im p ro v á v e l que as p e sso a s fa ç a m e x ig ê n c ia s irra c io n a is a u m p a s to r q u e v isiv e lm e n te se ja ativ o e q u e d e m o n stre te r p a ix ã o p o r a lc a n ç a r os p e rd id o s. (V ide P ro v é rb io s 10.4,5.) D eleg u e se rv iç o s a o s cren tes leigos. N ão h e site em p e d ir aos m e m b ro s da c o n g reg ação q u e a ju d e m o u tro s m em b ro s d a ig re ja ou que o c u p e m carg o s vagos. ( Vide 1 C o rín tio s 12; E fé sio s 4.12.) R ela c io n a m e n to s p ro d u tiv o s en tre o p a sto r e a co n g reg a ção req u e rem q ue os m em b ro s d a ig re ja sig am o pastor. O s crentes leig o s m ais p ro v a v elm e n te seg u irão o pasto r, q u an d o tiv e re m co n fian ç a n ele — em sua cap acid ad e, visão , in teg rid ad e, m o tiv o s, é tic a no trab alh o , v id a fam iliar, h áb ito s d e o ração , in tim id a d e co m D e u s e p re o cu p ação c o m o re b a n h o. E sse n ív el de co n fia n ç a n ão se d esen v o lv e ap en as no pú lp ito . D eve ser n u trid o p e sso a a p e sso a e e m am b ien tes de p e q u en o s gru p o s, d e ssa fo rm a ex ig in d o q u e o p a sto r tra n sp o n h a a b re c h a q u e fre q ü en te m en te ex iste e n tre o p ú lp ito e a co n g reg ação . A seguir, a p resen tam o s alg u m as m an eiras nas q u ais o p a sto r p o d e e ste n d e r a m ão e d esen v o lv er re la cio n a m en to s >ig n ificativos c o m os cren tes leigos. 1. M en c io n e co m fre q ü ê n c ia os n o m es dos crentes leigos nos serm ões. 2. D ê in ício aos cu lto s da ig reja, sau d an d o a co n g re g aç ão fo ra do p ú l p ito. Isso, sim b o licam en te, p e rm ite q u e as p esso as saibam que o p a sto r se v ê a si m e sm o n o n ív el delas. 3. D e sç a do p ú lp ito e, co m u m m ic ro fo n e sem fio, so licite te ste m u n h o s e faça en trev istas casu ais co m os m em b ro s d a con g reg ação . Isso d e m o n stra u m d esejo de estar en tre o povo. 4. C o n v id e à su a c a sa cren tes leig o s p a ra p artic ip a r de re feiç õ es em ocasiõ es e sp eciais (e.g., an iv ersário de casam en to , aniversário). 5. P articip e d os p assatem p o s dos cren tes leigos. 6. P articip e de u m a c o n fe rê n cia ou sem in ário co m os crentes leigos. O u envie-o s p a ra sem in ário s relacio n ad o s aos m in istério s q u e ex er c em n a ig re ja e d ep o is p e ç a -lh e s q u e façam u m relatório. 7. S o licite a o p in ião de cren tes leig o s so b re assuntos im p o rtan te s da igreja. 8. D e m o n stre in te re sse e sp ecial p elo s filh os deles. 9. P eça a u m cren te leig o que o aju d e em alg u m a fu n ção im p o rtan te. 10. O re j u n to co m e le s . 11. D ê u m to q u e p e sso a l à co rre sp o n d ê n c ia aos crentes leigos, e sc re v en d o n o tas m an u scritas.
A ssim ilação, não Alienação T oda ig reja d ev eria ter um p lan o de assim ilação . C ertam en te h á aq u e les que en trarão n a v id a d a ig reja in d e p e n d e n te dos esfo rço s d e a ssim ila ção. H á ta m b é m os e sp ectad o res h ab itu ais, q u e se rec u sarão a participar. N ão o b stan te, a m a io ria e stá n o v ale da d ecisão , a in d a p o n d e ra n d o seu nív el de co m p ro m isso .
64 O PASTOR PENTECOSTAL O p ro cesso de assim ilação co m e ça no m o m en to em que os visitantes en tram na igreja. U m tan to rap id a m en te d eterm in am se p re ten d e m voltar e, n esse caso, em q u e n ível de envolvim ento. P o r co n seguinte, m edidas d elib erad as d ev em ser to m ad as no sentido de orien tá-lo s n a particip ação e aceitação . E sse p ro cesso é co m p licad o , q u an d o os v isitan tes saem de u m culto d izendo: “ O ú ltim o a ch eg ar ao carro é a m u lh er do p a d re ” . E sse desafio tem in sp irad o m uitas igrejas a o ferec er cursos de m e m b resia e ja n ta re s de c o n fra te rn iz a ç ã o , n o s q u a is os re c é m -ch e g a d o s fic am c o n h e c e n d o os p a sto re s e líd ere s de m in isté rio . N esses am b ie n te s, as p e s so as d isc e rn e m se são re a lm e n te im p o rta n te s p a ra a ig reja . In tim a m e n te, p erg u n tam :
Portífólío do Membro da igreja C o m o m em b ro fiel da ig reja, p ed e-se que você: 1. 2.
3. 4. 5. 6. 7.
8.
9. 10.
O re d iariam en te p o r sua fam ília, igreja, p asto r, cid ad e e país. C u id e das n ecessid ad es m ateriais e e s p iritu ais de su a fam ília, d essa fo rm a fo r talecen d o a igreja. S irva em p e lo m en o s u m a área do m i n istério n a igreja. R atifiq u e a p o siç ã o d os líd eres e coop erad o res da igreja. T rate c o m in teresse esp ecial as crianças, id o so s, viúvas etc. S em p re seja an im ad o ; recu se-se a p a rti c ip a r de conversas destrutivas. V en tile suas in sa tisfa ç õ e s d ire ta m e n te c o m os líd eres da ig reja, em vez de se q u e ix a r c o m os outros. A ssu m a o c o m p ro m isso d e orar, e m vez de se en g ajar nas críticas. A ceite o fato de q u e d iferen tes fo rm as e estilo s de a d o ração p o d e m ser ag ra d á veis a D eus. P ague os dízim os e contribua com ofertas. T orne p rio rid ad e a fre q ü ê n c ia à ig reja.
11.
T estem u n h e p a ra am ig o s e vizinhos, co n v idando-os a v ir à igreja. 12. A ju d e os m em bros d a ig reja q u e este ja m e m n ecessidade. 13.
A ssegure-se de que o p a sto r e su a eq u i p e esteja m sen d o b e m tratados. N ão lhes faça ex ig ên cias descabidas. 14. V enha p ara a ig reja co m u m sen so de an tecipação. 15. Sinta-se à vontade para apresentai- idéi as ao pastor, m as não fique ofendido se algum a sugestão não fo r im plem entada. 16.
P erd o e aqueles que não ped iram p e r dão. F aça co m q u e a u n ião e a co o p e ração sejam m ais im p o rtan tes do que a penitência.
17.
S eja u m m o d elo de v id a c ristã p ara os outros. A d q u ira um co n h ecim en to b á sico das verd ad es fu n d am en tais d a fé.
18. 19. 20.
O bserv e a S an ta C eia e o batism o nas águas. N ão espere q u e a ig reja fo rn eça todos os alim en to s esp iritu ais d e que você precisa; leia a P alav ra de D eus e ore du ran te a sem ana.
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR •
O p a sto r está in te re ssa d o e m m im p elo q u e p o sso faz er p o r ele, ou seu in te re sse é g en u ín o , v isan d o a ju d a r a m im e a m in h a fa m ília a a lcan çarm o s n o sso p o te n c ia l e sp iritu al? • E u m e ad ap to aq u i? S erá q u e re a lm e n te c o n sig o fa ze r p a rte integral d e sta ig re ja e m e se n tir rea liz a d o ? • S erá q u e terei o rg u lh o p o r p e rte n c e r a e sta ig reja e seu p a sto r?
C u rso s de m e m b re sia e so len id ad es de c o n frate rn izaç ão são eficazes, se re sp o n d e m a essas p erg u n tas e lev am as p esso as, já d e início, a a ssu m i re m o co m p ro m isso de ir aos cultos. O s cren tes leig o s d ev em ser e n sin a dos q u e a p a rtic ip a ç ão n a v id a de u m a ig re ja co n d u z ao crescim en to e sp i ritu a l e que, p o r o u tro lad o , a in a tiv id a d e p o d e c o n d u zir à atro fia e in satis fação esp iritu ais. D u ran te as p a le stra s de o rien tação , deve ser c o m u n ic a do o p o rtfó lio do m em b ro d a igreja. T odos d evem ficar sab en d o o que se e sp e ra deles co m o m em b ro s d a igreja. O s líd eres de m in istério d ev em a p re n d e r a av aliar os dons esp iritu a is e a p ro n tid ã o ao m in istério dos recém -ch eg ad o s. L o g o q u e a avaliação fo r feita, os m em b ro s d a co n g re g a ç ão d ev em en tão ser en co rajad o s a fazer sua e sco lh a en tre u m m en u de o p o rtu n id ad es p ara o serv iço no m in isté rio. D iz 1 P ed ro 4.1 0 : “C a d a u m ad m in istre aos o u tros o d o m com o o receb eu , co m o b o n s d e sp en seiro s d a m u ltifo rm e g raça de D e u s” . Q u ando u m c re n te fo r a p resen tad o à ig reja, o p a sto r ta m b é m deve an u n ciar o m i-, n istério q u e tal cren te esc o lh e u cum prir. Isso p e rm ite que a co n g regação se aleg re c o m e sse cren te, p o r su a d ecisão em ser pro d u to r, e não c o n su m idor, líder, e n ão espectador. A ig re ja co m u m p lan o d e a ssim ilação d e sco b rirá q u e seus m em b ro s são m ais fiéis. D ão fin a n c e iram e n te e fre q ü e n tam -n a c o m reg u larid ad e, p o rq u e é a ig re ja deles.
D iversidade e D escoberta P asto res b e m -su c e d id o s v ê e m co m b o n s o lh o s a div ersid ad e d a c o n gregação. R o tin e ira m e n te a p la u d e m a o b ra de D eus co m o m o strad a em su a criação — p esso a s de d iferen tes raças, fo rm aç õ es, gostos, e stilo s e m u ito m ais. E fa z e m a c o n g reg ação le m b ra r-se do desejo d a ig reja de c a p ita liz a r e m su a p ró p ria d iv ersid ad e a fim de a lcan çar e m in istrar se g u n d o as n e cessid ad es d e to d o s os tip o s de p essoas. E sse s p a sto re s p e rc e b e m q u e n ã o é seu d ev er d e sc a rta r a q u ele s que n ã o se a ju s ta m ao s p a d rõ e s. P e lo c o n trá rio , c ria m u m m o ld e ou o p o rtu n id a d e p a ra o se rv iç o n o m in isté rio q u e c o m b in a os d o n s e d ese jo s e s p i ritu a is de seu povo. O p a sto r ou líd e r deve fa z er estas perg u n tas, quan d o q u ise r d e te rm in a r q u e m in isté rio se aju sta a quem : 1. 2. 3.
A p e sso a e stá v iv en d o u m a v id a cristã? R eco n h ece os p rin cíp io s b ásico s d a fé? E m que áreas e ssa p esso a tem ex periência m inisterial ou profissional? Q uais as h a b ilid a d e s p esso ais d essa p esso a?
O PASTOR PENTECOSTAL 4. 5. 6. 7. 8. 9.
10. 11.
V
A p e sso a em v ista te m hab ilid ad es que p re cisam ser incentivadas? Q ue grupo de p esso as n a ig reja ou na c o m u n id ad e n ece ssita do que essa p e sso a tem a o ferecer? A q u al m in istério a p esso a é inco m p a tível'1. O su cesso ou o erro em d eterm in ad o m in istério é inevitável? Q u al o n ív el de co m p reen são que tal p esso a te m do E v an g elh o e da v id a cristã? A p e sso a p e rm a n e c erá fiel ao seu co m p ro m isso m in isterial? A p e sso a te m tem p o e lib erd ad e p a ra cu m p rir seu com p ro m isso ? H á a lg u m a q u estão fam iliar que será fo rm ad a p o r cau sa d a p a rtic i p ação de tal p e sso a e m u m m in istério ? Q ue tip o de m in istério a p esso a tem desejo ardente de particip ar? H á u m novo m in istério ou fu n ção que deva ser criad o p ara obter-se p le n a v an tag em das hab ilid ad es e d esejos dessa pessoa?
M antendo o Estado de Espírito O e sta d o de e sp írito é alto em co n g re g açõ es on d e as p esso as estão c o m issio n a d a s a u m p ro p ó sito co m u m . E las têm v isão c la ra e to d o p a r tic ip a n te sab e q u e e stá d e se m p e n h a n d o u m im p o rta n te p a p e l n a re a liz a ç ã o d a v i s ã o . O p a s t o r a f ir m a e r e a f i r m a a v is ã o d a i g r e j a e fre q ü e n te m e n te m o stra os fru to s do la b o r d a ig reja. E le c o m p ro v a que os m e m b ro s estã o a tin g in d o suas m e ta s q u a n d o fo rn e c e ev id ê n c ia s de qu e estã o p a rtic ip a n d o e m alg o que é m ais do que u m a c a m p a n h a de re la ç õ e s p ú b lic a s, q u e p e rte n c e m a alg o que é m ais do que u m coral re lig io so . O p a s to r c o m p re e n d e a im p o rtâ n c ia de sím b o lo s. Se ele a p re g o a q u e a v isão d a ig re ja é a lc a n ç a r os p e rd id o s, en tão deve h a v e r e x e m p lo s de p e sso a s q u e fo ra m alc a n ç ad a s p o r C risto atrav és dos esfo rç o s da c o n g re g a ç ão . Se ele p ro c la m a q u e a ig re ja é u m a c o n g re g a ç ã o de atos c a rita tiv o s, dev em , p o rta n to , h av e r e x em p lo s d a c o m p a ix ão e m ação. D o c o n trá rio , os m e m b ro s c o m e ça m a q u e stio n a r seu e n v o lv im e n to , e a le a ld a d e fen ece. H oje, as p esso as e sco lh em igrejas com o esc o lh em o b airro on d e m o rar. E las in v estig am p asto res com o corp o raçõ es avaliam executivos. Seu d esejo é servir a D eus em u m a co m u n id ad e ec lesiástica segura e que lhes dê o alim en to n ecessário . A o m esm o tem po, qu erem trab a lh ar c o m um p a sto r q u e e steja co m issio n ad o em realizar algo significativo p a ra D eus. Q u an d o v êem D eu s em ação através de u m p asto r e sua congregação, m u ito p ro v av elm en te se ju n ta rã o à equipe... e perm an ecerão .
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR
0 Pastor, Seu Gabinete e Seu Horário William F. Leach
tem p o é p arte c rític a de n o ssas vid as. A s palav ras de ab e rtu ra da B íb lia são: “N o p rin c íp io [do tem p o ], criou D eu s...” (G n 1.1). D e s de a au ro ra d a h istó ria do m u n d o , os even tos têm sido m ed id o s pelo :em po. B e n ja m in F ran k lin , p io n eiro d a ad m in istração do tem po, sa b ia m ente o bservou: “Tu am as a v id a? E n tã o , n ão esb an jes tem po, p o is é le s te m a te ria l q u e a v id a é fe ita ” .1 E m A S tr a te g y fo r D a ily L iv in g (E stra tég ia p a ra o D ia -a -d ia ), A rt K iev escreve: “U m a v id a b e m -su c e d id a não é re su lta d o do acaso, n e m é d ete r m in a d a p elo d estin o ou b o a sorte, m as p o r u m a su cessão de dias bem s aced id o s” .2 E n c o n tra m o s u m a v id a g e n u in a m en te b e m -su ce d id a n a o ra - l o q u e Jesu s fez ao P ai, em Jo ão 17.4: “E u g lo rifiq u ei-te n a terra, tendo con su m ad o a o b ra q u e m e d e ste a fa z e r” . Se esse deve ser nosso te ste m u nho. então d ev em o s a d m in istra r n o sso tem p o co m sab ed o ria. E m outras ra la v ra s, tem o s de a p re n d e r a nos a d m in istra r a nós m esm os. M a x L u c a d o n a rra a h istó ria d iv ertid a de d ois vapores m o v id o s a ro das q u e sa íra m de M ên fis m ais ou m en o s n o m esm o tem po, d escen d o o rio M ississíp i em d ireção a N o v a O rlean s. N o cu rso d a jo rn a d a , os m aririie iro s de u m a e m b arcação fizeram alg u n s c o m en tário s m o rd az es sobre : qu ão dev ag ar o o u tro b a rc o se m ovim entava. U m a c o rrid a d eflag ro u -se. C o m p e tiç ã o e em o çõ es in ten sific aram -se à n e d id a q u e os dois v ap o res voav am so b re as águas. U m barco co m eço u a ::c a r p a ra trás. E sta v a fican d o sem co m b u stív el. T in h am fe ito p ro v isão de : arvão su ficien te p a ra a v iag em , m as n in g u é m h av ia an tec ip ad o u m a c o r rida. E n q u a n to o b a rc o ia p erd en d o vapor, o m arin h eiro resp o n sá v el p e gou p a rte d a c arg a e jo g o u -a n a cald eira. Q u ando a trip u laç ão perceb eu que os v ív eres h a v ia m sido q u e im a d o s b e m co m o o carvão, alim e n taram : b arco c o m as m ercad o rias q u e d ev iam entregar. V enceram a co rrida, m as q u eim aram to d a a carg a.3 D e u s nos faz re sp o n sáv eis p e la carga. D eem os c u id a r p a ra q u e e la a lcan ce o seu destin o. N ão leva m u ito tem p o p a ra um p a sto r re c o n h e c er que as d em an d as por :em po e v id a são in acred itáv eis. P ara ser eficaz, u m p a sto r deve e sta b e le
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O PASTOR PENTECOSTAL c e r três p rio rid ad es im p o rtan tes. A p rim e ira é com p ro m eter-se a te r u m rela c io n a m en to crescen te e ín tim o c o m D eus. A segunda é com prom eterse a ter u m crescen te e ín tim o rela cio n a m en to p essoal com a fam ília. A te rceira é c o m p ro m eter-se a p ro p o rcio n ar lid eran ça eficaz p ara a ig reja e a co m u n id ad e, às q u ais o p a sto r foi ch am ad o p o r D eus p a ra servir. O segredo do sucesso ou da d erro ta ach a-se em co m o essas prio rid ad es são ex ecu tad as de m a n e ira p rá tica na v id a e no h o rário do pastor.
Estabelecendo P rioridades no H orário do Pastor L em o s d eclaração in teressan te em L u cas 4.16: “C h egando a N azaré, onde fo ra criado, en tro u n u m dia de sábado, segundo o seu co stu m e, na sin ag o g a” . O u tro co stu m e de n o sso S en h o r e ra au sentar-se das pessoas co m o p ro p ó sito de o rar ao Pai. T udo o que Jesus fez o rig in o u -se do seu re la c io n a m en to com o Pai. Q uais os co stu m es e p ráticas que caracterizam nossas vidas? E les se e n q u a d ra m co m as p rio rid a d e s que p ied o sam en te tem o s estab elecid o ? M in h a p rim e ira p rio rid a d e é c o n h ec er D eus. D ic k E astm an , e scrito r e m estre na o ração, lem b ra-n o s de que o n o sso co m p ro m isso diário m ais im p o rtan te é o n o sso co m p ro m isso co m D eus. C om freq ü ê n cia digo isso ao m eu reflex o no esp elh o assim que co m eço o dia. M in h a p rim e ira tarefa a cad a m an h ã é e sta r sozinho co m D eus. T enho sido desafiado pelas p a la vras q u e Jesu s d isse aos d iscíp u lo s n o ja rd im do G etsêm ani: “E ntão, nem u m a h o ra p u d estes v ig ia r c o m ig o ?” (M t 26.40). M in h a m eta (em b o ra nem sem pre b em -su ced id a) é p a ssa r pelo m enos u m h o ra a cad a dia em o ra ção. A isso segue-se a le itu ra d a B íblia. M in h a seg u n d a p rio rid ad e é m in h a fam ília. D eus m e deu u m a esposa m a rav ilh o sa e dois filhos fabulosos. P reciso p assar tem p o significativo co m eles. Seus in teresses, pro g ram as, b rin cad eiras e co ncertos são im p o r tantes. Tais eventos vão p o r p rim eiro em m in h a agenda. Todos os m eus outros co m p ro m isso s são plan ejad o s em to m o d essa prioridade. A te rceira p rio rid ad e p ara ser u m p a sto r eficaz con so m e a m a io r parte do m eu h o rário de trab alh o. B o a c o m u n icação é im portante. O co rp o m i n iste ria l d a igreja, os outros líd eres-ch av es e a cong reg ação com o um to d o d ev em e n te n d e r n o ssas p rio rid ad es, n o ssa filo so fia de m in istério , n o sso s sonhos e co m o tu d o isso afeta nosso horário. O p a sto r é p e sso a de v isão p e rsp ic a z e m o d elo a ser im itado. O que preg am o s e en sin am o s e a m an eira co m o estru tu ram o s o m in istério dão testem u n h o do que rea lm e n te é im p o rtan te em n o ssas vidas. O e x em p lo do p a sto r aju d a as fam ília s a d e se n v o lv e r e m estilo s de v id a sau d áv eis. T am b ém cria u m a a tm o sfera n a q u al as p e sso a s d a c o n g reg aç ão o co m p re e n d e m e o ap ó ia m em suas p rio rid a d e s.
D esenvolvendo o H orário do Pastor E le m e n to p r e v is í v e l a c e r c a d o h o r á r io d e u m p a s to r é a su a i m p r e v i s i b i li d a d e . O p a s t o r r e a lm e n te d á a v id a p e la s o v e lh a s . P lan e ja m e n to cu id ad o so torna-se tanto m ais vital, p o rq u e q u a lq u er dia p ode ser p reen ch id o co m m ilh ares de in terru p çõ es que req u e re m atenção.
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR Es>es são os c o m p ro m isso s d iv in o s d ad o s p o r D eu s p a ra p ro v ar sua m ise ricó rd ia e am or. A o p la n e ja r su a se m a n a de trab alh o , e n c a re -a com o ten d o 21 segm en:: s im a n h ã , tard e e n o ite p a ra sete d ias). C o m o pastor, m in h a sem an a de tra b a lh o c o m eçav a n a te rç a -feira e atin g ia seu clím ax no dom in g o . (Seç a n d a -fe ira era o m eu d ia de fo lg a.) O d o u to r A rc h ib a ld H art, au to r do liv ro A d re n a lin e a n d S tress (.A d ren a lin a e E stresse), e x o rta os p asto re s a ” ão tira re m as seg u n d as-feiras de fo lg a. P elo fato de ser o d o m in g o d ia de g ran d e ten são , h á m a c iç a c arg a de ad ren alin a, d eix a n d o o p a sto r can sad o , tável e lev em en te d ep rim id o . O co rp o p re c isa d e tem p o p a ra re sta b e le cer-se.4 A se g u n d a -fe ira d ev e ser u sa d a p a ra atividades de m an u ten ção r: dn e ira s e q u e ex ijam p o u co . E o d ia p a ra lim p a r a escriv an in h a, rev isar relató rio s fin a n c e iro s e de fre q ü ê n c ia d a ig reja. M ais tard e, d u ran te a se m ana, q u a n d o seu n ív el de e n erg ia e stá b o m e você se sente disp o sto , é a h o ra, a m e lh o r h o ra, de d ar à su a fa m ília aten ção de qualidade. D epois da oração e leitu ra d a B íblia, as m anhãs de terça-feira (quando ensinava n a E sco la D o m in ical) eram gastas n a preparação d a lição. E ra-m e de grande auxílio ficar fech ad o n u m a sala, longe do telefo n e e de outras interrupções até que term in asse m eu tem po p ara estudo. R eunia todos os m eus m ateriais de estudo e esco n d ia-m e n u m a lon g ín q u a sala de E scola D om inical com expressas instruções à m in h a secretária para que m e inter ro m pesse som ente em caso de gen u ín a em ergência. Se você não tiver secre tária, grave u m a m en sag em em sua secretária eletrônica, dizendo que está em h o ra de estudos e que re to m a rá a ligação entre u m a e 1:30 d a tard e (ou q u alq u er outro h o rário que você es colher). S e o telefo n em a fo r u m a em ergência, deixe o núm ero do telefo n e de alg u ém que se ofereça a ir onde você está p a ra in fo rm á-lo d a n ecessidade. Talvez u m a escala p o ssa ser feita entre alguns voluntários d a igreja. A s tard es de te rç a -feira e ra m d ed icad as a revisar relató rio s fin a n c e iro s e de fre q ü ê n c ia à ig reja no d o m in g o , te le fo n a r a v isitan tes, c u m p rir re sp o n sa b ilid a des ad m in istrativ as, re to m a r ch am ad as telefô n icas, re s p o n d e r cartas, v isita r os d o en tes n os h o sp ita is etc. E ra m e u alvo fa z e r ex ercício s físico s alg u n s d ias p o r sem a na. E m p e lo m en o s u m a n o ite de te rç a -feira p o r m ês realizav a-se a reu n ião o rd in á ria do co rp o de m inistros. A s m an h ãs de q u a rta -fe ira co m e ç a v am co m oração e re u n ião c o m m i n h a equipe. D isse Jesu s: “A m in h a ca sa se rá c h a m a d a casa de o ra ç ã o ” (cf. M t 21.1 3 ). O tem p lo e ra ab erto às seis da m an h ã, de seg u n d a a sextafeira, p a ra as p esso as q u e estiv essem in d o p a ra o tra b alh o e q u isessem dar u m a p a ssa d a n a ig re ja p a ra orar. T odas as m an h ãs, as p esso a s v in h a m à ig re ja p a ra b u sca r a D eu s. C a d a m em b ro de n o ssa eq u ip e p asto ra l rece b ia a in c u m b ê n c ia de a b rir a ig re ja e m u m a m a n h ã esp e cífica e o ra r com aq u eles q u e ch eg av am cedo. N ão se tratav a de u m c u lto d ev id am en te estru tu rad o . E ra sim p lesm en te u m a h o ra p ara orar. A s q u a rta s-fe iras, to d a a eq u ip e p asto ral se reunia. O rávam os das seis até p elo m e n o s as sete d a m an h ã. D e p o is d a o ração , íam o s a u m re sta u
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((
Elemento previsível acerca do horário de umpastor éasua imprevisibilidade __________ »
O PASTOR PENTECOSTAL ran te lo c a l p a ra o café da m a n h ã e a reu n ião de equipe. A tu alizávam os calen d ário s, d iscu tíam o s questões m in isteriais, revisávam os os ausentes d o d o m in g o e d iv id íam o s a lista p a ra visitas, telefo n em as e aco m p an h a m entos. T am bém d iscu tíam o s os cu ltos realizad o s no do m in g o e an teci p áv am o s o d o m in g o v indouro. E u com p artilh av a os tem as que p reten d ia p reg ar e co n sid eráv am o s com o os cu lto s p o d e ria m ser m elh o r estruturados p a ra g an h ar eficiên cia. Isso e ra esp ecialm en te p ro v eitoso p ara o m inistro da m ú sica em seu p la n e ja m en to d a seleção de hinos, corais e m ú sica es p ecial q u e m elh o r c o m p lem en tasse o culto. T am bém fo rn e cia a o p o rtu n i dade de c o n cen trarm o s n o ssas orações p ara o dom ingo. O resto das m an h ãs e as tard es de q u arta-feira eram reservados p ara p re p a ra r o estu d o b íb lico de q u a rta-feira à noite. E m geral, nesse cu lto eu preg av a através d os livros d a B íblia. B em no final d a tarde, eu tirava al g u m tem p o p ara fazer exercícios e dep o is reto rn av a ao gab in ete p ara p re p a ra r m eu co ração p a ra o culto da noite. N as m an h ãs de q u in ta-feira (depois d a oração e le itu ra bíb lica) p re p arav a m in h a m e n sa g e m p a ra as m an h ãs de dom ingo. A h o ra do alm oço e ra o cu p ad a co m a reu n ião do R o tary C lub local. A s tardes eram dedicadas aos deveres pastorais costum eiros (adm inistração, com prom issos, visitação etc.). A s n o ites de q u in ta-feira eram reservadas à visitação. À s sex tas-feiras p e la m an h ã, era m in h a vez d e ab rir a igreja. O s m em b ros do corpo m in isterial que estiv essem disponíveis ju n ta v am -se a m im na o ração. D ep o is, estu d ava p ara as m ensagens de dom in g o à noite. A s tardes eram igu ais às de quinta-feira. A s n o ites de sex ta-feira eram da fam ília. A os sábados, co n cen trav a-m e em b u sc ar a D eu s p ara os cu lto s de d o m in g o , p o lir m in h as m en sag en s e te lefo n ar aos ausentes.
O rganizando o G abinete do Pastor M uitas pessoas que cultivam eficientes hábitos de trabalho servem -se de ferram entas e proced im en tos que as ajudam a se m anterem organizadas. U m S is t e m a
de
A d m in is t r a ç ã o
de
T em po
H o je em d ia ex iste no m e rcad o m uitos sistem as bons de ad m inistração de tem p o , que in clu em u m calen d ário (anual e m ensal), u m a lista d iária de “O q u e fazer” , u m lu g ar p ara an otações diárias, um a cad ern eta de e n dereços e núm eros de telefone e outras inform ações im portantes para pronta referên cia. E n tre esses sistem as in clu em -se O P la n eja m en to de D ia s de F ranklin, O P la n eja m en to de D ia s e O P la n e ja m e n to de C ultos C ristã o s.5 D iscip lin e-se p a ra ap re n d er e seg u ir u m desses p lan ejam en to s siste m ático s. U m a B ib l io t e c a
P reg ar a P alav ra é re sp o n sab ilid ad e p rim ária do pastor. Tudo o que você p u d er fazer p a ra ap rim o rar suas hab ilid ad es é v italm ente im p o rta n te. F o rm ar u m a b o a b ib lio teca e ler b o n s livros são essenciais. E e x trem a m en te útil se d esd e o início do seu m in istério você org an izar seus livros p o r u m sistem a sim p les, com o o S istem a D ecim al de D ew ey. É frustran te
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR g a sta r tem p o p re c io so p ro c u ra n d o p o r u m livro q u e você sabe q u e tem em sua b ib lio teca. U m S is t e m a
de
A r q u iv a m e n t o
O u tra fe rra m e n ta im p o rta n te é u m sistem a de arq u iv am en to b o m e de fácil m an u seio . E sto u e m d ív id a co m o rev eren d o R o b e rt S tran d p o r co m p a rtilh a r co m ig o seu p lan o . É sim p les, fácil d e u sa r e eficaz, p ro v an d o ser o m e lh o r m éto d o q u e j á ex p erim en tei. C o lo c a im e d iatam en te ao alcan ce d a m ão artigos, ilu straçõ es, serm õ es, b e m co m o trech o s de livros que você m arco u p a ra uso futuro. P ara com eçar, o sistem a u tiliza-se de p eq u en as pastas co m g an ch o s de ab rir e fe c h a r p a ra p re n d e r fich as de 216 p o r 139 m ilím etro s. N o to p o de ca d a fich a h á u m lu g a r p a ra a n o tar a re fe rê n cia do assunto, ju n ta m e n te co m q u a isq u e r n o tas so b re p o ssív e is re fe rê n cias cruzadas. O lad o esq u er do da fic h a c o n té m esp aço p a ra re g istra r o n d e a in fo rm aç ão está arq u iv a da. O lad o d ireito é reserv ad o p a ra vo cê a n o tar o títu lo ou outras in fo rm a ções p ertin en tes.
Assunto Referência
Referência Cruzada
A rquivo, L ivro, R ev ista, etc.
T ítu lo , C o n te ú d o G eral, C itações, P ossível U so
AS
A rq u iv o de S erm ões
AG
A rquivo G eral
OB
R ev ista O breiro (ed ição e n ú m e ro s das p áginas)
SS
R ev ista A Seara
MP
Jo rn a l M en sa g eiro da Paz
E ssas fich as são co lo cad as em o rd em alfa b é tica p e lo títu lo do assunto o u da referên cia. O assu n to o u a re fe rê n c ia é o te m a no qual v o cê está arquivando a in fo rm ação , co m o p o r ex em p lo m issõ es, ev an g elism o etc. C o m p o n en te-ch av e de q u a lq u e r sistem a de arq u iv am en to é a re ferê n cia cru zad a (ou re m issã o recíp ro ca). N e sse p lan o , você p o d e a n o tar o local aa in fo rm ação ju n to c o m ca d a assu n to a q u e p o ssiv elm en te ten h a relação. P o r ex em p lo , um artig o p o d e te r id éias q u e v o cê q u e ira u sa r pa ra m issões, evan g elism o , m o rd o m ia, c o n trib u içõ es, salv ação de alm as, testem u n h o etc. T o m a-se sim p les v o lta r a ca d a u m a d aq u elas fich as e a n o tar o lo c al e
72 O PASTOR PENTECOSTAL o título do artigo, serm ão, cap ítu lo do livro ou p áginas ap ro p riad as do livro. S ignificativ a p o rção de m in h as preg açõ es foi feita em série. E sses ser m ões estão arquivados em pastas su spensas sob o título “ séries” . O utras m en sag en s estão arquivadas p o r tem a. A lgum as m en sag en s que não se ajustam a essas categ o rias estão arquivadas p o r ano, p o r exem plo: “A r quivo de S erm ões de 1999” . A lém disso, m an ten h o um diário de serm ões que p reg u ei em ca d a culto do ano. E sse diário co n tém todas as in fo rm a ções acerca de d eterm in ad o culto (núm ero de p essoas salvas, b atizadas co m o E sp írito S anto etc.) que quero lem brar, ju n ta m e n te com o local o nde a m e n sa g e m está arquivada. E lem en to im p o rtan te nesse p ro g ram a é a seção de arquivos in titu lad a “A rquivos G erais” . É fo rm ad a p o r pastas su spensas con ten d o 25 itens de in fo rm ação (artigos, h istó rias, ilustrações etc.). E ssas pastas são m arcadas com a d esig n ação A G 1-25, A G 26-50, A G 51-75 e assim p o r diante. U m a rtig o q u e q u e ro a rq u iv a r so b os títu lo s “m is s õ e s ” , “ m o rd o m ia ” e “ev an g elism o ” , p o d e ter re ceb id o a desig n ação A G 502. E ssa desig n ação é escrita n o topo, no can to direito do artigo, e co lo cad o n essa o rd e m na p a sta do A rquivo G eral 5 01-525. Jesu s e ra co m u n ic a d o r ex traordinário. T in h a a h ab ilid ad e de p ro c la m ar p ro fu n d as v erd ad es em term os sim ples que seus ouvintes p u d essem c o m p reen d er e co m os q u ais se identificar. U m dos seus m éto d o s favori tos era c o n tar h istó rias q u e ilu strav am u m a verdade. C h am am o s isso de parábolas. A p ro x im ad am en te u m terço dos ensinam entos públicos de nosso S en h o r q u e fo ram reg istrad o s foi feito em p arábolas. Ilu straçõ es tê m sido co m p arad as a ja n ela s. A s h istórias d eix am a luz entrar. F iq u e atento p o r b o a s ilu straçõ es. Q u ando fo r a u m a co n ferên cia e o u v ir u m a g ran d e h istó ria, com pre a fita, transcreva a ilu stração e arquiv e -a e m s e u s a rq u iv o s g e ra is . A s s im , v o c ê te r á m e io s d e s e r u m co m u n ic a d o r m ais eficiente.
D eclarando G uerra à D esordem “U m a escriv an in h a e m d eso rd em é o re su ltad o de u m a m en te e m d e so rd em ” . N ão esto u certo de que o clichê seja sem pre verdadeiro. D ianna B ooher, em C lean Up Your A c t (Ponha em O rdem Seu P edaço ), dá um efeito d iferen te: “U m a e sc riv a n in h a em d eso rd e m sig n ifica tem p o em d e so rd e m ” .6 A d eso rd em deve m esm o co n trib u ir p ara acrescen tar m ais ten são à v id a do pastor. P esso alm e n te m e sen tiria desm o ralizad o ao e n trar em m eu gabin ete e en co n trar u m a avalan ch a de papéis. E n tretan to , o v elh o ditado: “A p ren d a a lid a r com o trabalho de escrita apenas u m a v e z ” , p ro v av elm en te não é de todo prático. R ich ard W inw ood re c o m e n d a em p ilh arm o s os trab alh o s de escrita em quatro m ontes: M o n te 1: T em de ser feito — é decisivo. M o n te 2: D eve ser feito — é im portante. M o n te 3: P o d eria ser feito — tem p o u co valor. M o n te 4: P erd a de tem p o — não tem v alor algum . O q u arto m o n te deve ir im ed iatam en te p ara a cesto de lixo. C oloque em p astas cad a um dos m o n tes re stan te s e só p e rm ita que em seu escrito-
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rio h a ja o tra b a lh o de e sc rita q u e v o cê p re se n te m e n te e steja lid a n d o .7 E sse p lan o o a ju d a rá a m a n te r suas p rio rid a d e s em v ista e a ser o m ais p ro d u ti v o p o ssív e l c o m o lim ita d o tem p o q u e v o cê te m p a ra d ed icar-se à ad m i n istração do seu m in istério .
Treinando Líderes O p rin c íp io ch am ad o re g ra 8 0/20 p a re c e c o n te r u m a realid ad e: vinte p o r cen to d as ativ id ad es d a ig re ja p ro d u z e m o ite n ta p o r cen to dos seus resu ltad o s. O ite n ta p o r cen to das ativ id ad es d a ig reja só re n d e m v in te p o r cen to dos seus re su lta d o s. S e ria p ru d e n te d e term in a r as atividades que D eu s e stá a b e n ço an d o e c o n c e n tra r u m a p o rc e n ta g e m m a io r de en erg ia n essas áreas. E m p ro v a do q u e digo, v in te p o r cen to das p esso as de u m a ig reja re a liz a m o ite n ta p o r cen to do m in istério . N ão o b stan te, u m p a sto r g a sta o ite n ta p o r cen to do seu tem p o c o m os v in te p o r cen to d e p esso as q ue n ão estã o tão en v o lv id as c o m a ig reja, e so m en te v in te p o r cen to do seu tem p o é d esp en d id o c o m os líd eres e co o p erad o res. A m e d id a q u e a ig re ja c re sc e , é e sse n c ia l q u e o p a s to r d e d iq u e m ais do seu te m p o p a ra tre in a r líd e re s e a p e rfe iço á -lo s p a ra a re a liz a ç ã o d os m in isté rio s d a ig re ja . A fin a l d e c o n tas, a ig re ja são p e sso a s. S ã o e las q u e to rn a rã o os d e p a rta m e n to s d a ig re ja e fic a z e s o u in e fic a z e s. A s p e s soas são o sa n g u e n e c e ssá rio à v id a. Isso é v erd ad e no q u e d iz re s p e ito a a lg u n s, d e p o is a m u ito s e fin a l m e n te a c e n te n a s de líd e re s le ig o s v o lu n tá rio s, ju n ta m e n te c o m a e q u ip e do p ro g ra m a p ro fissio n a l, que serão n e c e ssá rio s p a ra tra b a lh a r n a o b ra em tem p o in teg ral ou e m m eio ex p ed ien te. A p rim e ira p e s s o a a te r c a rg o re m u n e ra d o n a ig re ja , d ep o is d o p a sto r, d e v e ria se r u m a c o m p e te n te se cre tá ria, q u e a ju d a ria o p a s to r a to rn a r e a m a n te r u m escritó rio e fic ie n te e p ro fissio n al. E m seg u id a, a ig reja d ev e ria to m a r as d e v id a s p ro v id ê n c ia s q u a n to à lim __________________________ p e z a e m a n u te n ç ã o d o te m p lo . Isso p e rm ite q u e o p a s to r d e d iq u e seu te m p o à o ra ç ã o , e stu d o e tre in a m e n to d e líd e re s p a ra o m in isté rio . D ep o is de ex ecu tad as essas p ro v id ên cias, o p a sto r p o d e c o m e çar a fo r m ar sua equipe de p ro g ram a profissional. F reqüentem ente, o prim eiro cargo a ser p re e n c h id o é o do m in istro d a m ú sic a ou do d irig e n te d a m o cidade. N atu ralm en te, essas n ão são as ú n icas op çõ es. A valiação c u id ad o sa deve ser fe ita n o que to c a aos p o n to s fo rtes e fraco s dos d e p artam en to s em v ig o r n a ig r e j a n a s á re a s d e a d o r a ç ã o , d is c ip u la d o , c o m u n h ã o e ev an g elism o (A t 2.4 2 -4 7 ). A seguir, a p ro v isã o de au x iliares p a ra o p re e n ch im en to de o p o rtu n id ad es, v isan d o u m e q u ilíb rio em p o lg an te em cada á rea de atu ação d a co n g reg ação , d a rá à ig re ja novo p o ten cia l ao cre sc i m en to . T alvez a m a io r n e c e ssid a d e e o p o rtu n id ad e seria co n seg u ir um m in istro co m talen to em tre in a r p esso a s no evan g elism o , ou u m p a sto r exím io em ad m in istração , ou a lg u ém u n g id o p a ra trab alh ar co m crianças. A filo so fia deve se r “E q u ip e em c re sc im e n to ” . E v e n tu alm e n te, à m ed id a
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A primeira pessoa a tercargoremunerado na igreja, depois do pastor, deveria ser uma competente secretária 31
O PASTOR PENTECOSTAL q u e a ig re ja cresce, d e p artam en to s d irecio n ad o s a crian ças, m o cidade, novos casais, solteiro s, id o so s, de sen hores e de senhoras, ed u cação cris tã, m ú sica e evan g elism o to m a m -se po n to s de lig ação p a ra que m ais e m ais p esso as sejam alcan çad as co m o am o r de Jesus. É claro que o crescim en to da eq u ip e in cu m b e o p a sto r de ap re n d er a ad m in istrar a si e a outro s de m an e ira eficiente. E stu d o feito pelo M in isté rio do T rab alh o am erican o m o stra que cin q ü en ta p o r cento dos novos c o n tratad o s ficam so m en te seis m eses em seus em p reg o s.8 A lg u n s deles são tão b em -su ced id o s que, d u ran te esse tem po, são pro m o v id o s a novos car gos. M as, in felizm en te, m u itas dessas p essoas não se aju stam b e m aos carg o s p a ra os q u ais fo ram ch am ados. A ch ar a p esso a certa, no tem p o certo e p a ra o carg o certo é crítico. M artin Jo h n Y ates, au tor de H irin g the B e st (C ontratando os M e lh o res), sugere q u e três p erg u n tas im p o rtan tes sejam feitas quando se p ro c u ra alg u ém p a ra a equipe: (1) E ssa p e sso a tem a h a b ilid ad e req u erid a para re a liz a r o trab alh o ? (2) M o stra b o a v o n tade em fazer o trab alh o ? (3) É m an ejáv el, d epois de estar no trab alh o ?9 Se você en co n trar a p e sso a que se aju sta a esses critério s, está a m eio ca m in h o p a ra fo rm a r u m a equipe q u e c au sará im p acto p a ra C risto em sua cidade. D eus n os tem h o n rad o gran d em en te ao nos ch am ar p a ra ser subpastores do seu reb an h o . O m o d o com o u sam o s nosso tem p o é su p rem am en te im p o rtan te. V am os, então, desenvolver bons háb ito s que fo m en tem cresci m ento, b ên ção s e sucesso.
0 Gabinete de Estudos do Pastor Bill Wilson ig re ja q u e freq ü en tei e m m in h a ad o lescên cia era v ib ran te e tinha visão. A s p esso as eram d edicadas e trab alh ad o ras, deix an d o até hoje p ro fu n d a im p ressão em m in h a vida. E m fins da décad a de 1950, a co n g reg ação in terio ran a d em o n strara ter esp an to sa fé ao co n stru ir im p res sio n an te e atraen te co m p lex o de ig reja no centro de n o ssa p e q u en a c o m u n idade. O tem p lo co m p o rtav a cerca de q u atro cen tas p esso as sentadas e, a ca d a d o m in g o , a tra ía v árias cen ten as p a ra p a rticip a r de cultos dinâm icos e inspirativos. F o i ali q u e tive m uitas ex p eriên cias co m o Senhor, in clu in d o o b atism o c o m o E sp írito S anto. S ou etern am en te grato ao enérgico e ap o ia d o r pastor, q u e co n sisten te m en te su b ia ao p ú lp ito co m u m a nova p a la v ra d a p arte de D eus.
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UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR O notável tem plo fo ra m o d estam en te projetado e, à esq u erd a do púlpito, à v ista de todos, h av ia u m a p o rta com os dizeres “G abinete de E studos do P asto r” . Todos reco n h eciam q u e esse era u m lu g ar especial destinado ao nosso pastor. E n ten d a que esse lug ar especial n ão continha q u alquer eq u i pam ento de alta tecnologia, exceto u m a m áq u in a de escrever elétrica e um telefone. N ão obstante, inferia-se que era u m a das salas m ais im portantes de todo o prédio. O g abinete de estudos do p asto r era o lu gar onde nosso pasto r enriq u ecia sua vida p esso al e se p reparava pa ra o m inistério público. E m in h a co n v icção de q u e o g ab in e te de estudos do p asto r ain d a é necessário . H oje, in felizm en te, o p a sto r e o líd e r e sp iritu a l são p re ssio n a dos a tro c a r o g ab in ete de estu d o s p elo e sc ritó rio do executivo. A p ro cu ra p o r a c o n selh am en to , as re u n iõ e s de co m issão e o p lan e ja m en to do c a le n dário p o d e m facilm en te tra n sfo rm a r o g ab in e te de estu d o s do p a sto r em escritó rio d o ad m in istrad o r. N ão im p o rta o q u ão g ran d e ou p e q u e n a a ig reja, to d o p a sto r p re c isa te r u m lu g a r p a ra estudar. E ssa é a ún ica m a n e i ra e m q u e a lid e ra n ç a esp iritu al p o d e lid a r ad e q u a d am en te co m a pressão e e stresse p ró p rio s d a lid e ra n ç a p asto ral. O ap ó sto lo P au lo fo i usado p o r D eu s p a ra ser o m e n to r do jo v e m T i m ó teo . S eus d isc e rn im e n to s in sp ira d o s são in estim áv eis, dignos d e le itu ra m in u cio sa, co m o em 1 e 2 T im ó teo , q u e c o n têm in stru çõ es v itais q u e o p re g a d o r v e teran o d á ao p a sto r calo u ro . E na seg u n d a ep ísto la que P aulo en d e re ç a a im p o rtâ n c ia do estudo: “P ro c u ra a p resen tar-te a D eus a p ro v a do, co m o o b reiro q u e não tem de q u e se envergonhar, que m an eja b em a p ala v ra d a v e rd a d e ” (2 T m 2 .1 5 ). E sto u certo d e que P au lo não estava v isu alizan d o um a sala e sp e c ia lm e n te eq u ip ad a em um a ig reja de m o d er nas lin h as arq u itetô n icas. E stava, n a verdade, lan çan d o o fu n d am en to para u m e x e rc íc io m u ito im p o rta n te re q u e rid o d e to d o servo de D e u s, do a n u n c ia d o r das B oas N ovas, de fic a r so zin h o em um lu g ar ded icad o ao estudo. C h am am o s de g ab in e te de estu d o s do pastor. E ssa a d m o estação à o b ra de q u a lid a d e p u rifica ria e d a ria nova ên fase à vid a de T im ó teo . S e ria no g ab in e te de estu d o s que o p a sto r re ce n tem en te ord en ad o e n c o n tra ria d isc e rn im e n to s e in sp iração . S eria no g ab in ete de estu d o s q u e o servo do S e n h o r e x p e rim e n ta ria a p re se n ç a e o p o d e r do pró p rio Senhor. Im ag in e, p o r um m o m en to , q u e o ap ó sto lo P au lo lhe te lefo n a sse hoje e o co n v id asse p a ra a lm o ç a r n a te rça-feira. S o b re o que ac h a que ele c o n versaria com v o cê? Q u e d isc e rn im e n to s ele d iv id iria co m v o cê acerca de u m a lid e ra n ç a e sp iritu a l eficaz? P en so q u e seria seguro su p o r q u e esse p re g a d o r am ad u recid o en u n c ia ria m in u c io sa m en te m uito do que lem os nas duas ep ísto las a T im ó teo . S em d ú v id a, ele lh e d iria p a ra você te r um lu g a r o n d e p u d e sse fic a r so zin h o co m o S enhor, u m lu g a r que to d o p a sto r p re c isa , u m lu g a r de estudo. R ic h a rd E. O rc h ard escreve: “A ssim com o aco n tece co m as p esso a s e m to d as as p ro fissõ es, é im p o rtan te que o p a s to r ten h a um g ab in e te de estu d o s ou o ficina. A lg u n s p re fere m u m a sala sep a ra d a n a c a sa p asto ral, ao p asso q u e o u tro s g o stam m ais de u m a sala n a s d ep en d ên cias d a ig reja. S eja co m o for, deve ser m a n tid a tão reserv ad a q u an to p o ssív el, ain d a qu e su a u tilid a d e p o ssa ser m u ito v aria d a” .1 P e rm i ta-m e su g erir alg u n s b en efício s im p o rta n te s ad v in d o s p elo fato de se ter um lu g a r d e e stu d o privado.
O PASTOR PENTECOSTAL
Um L ugar de Devoção O g ab in ete de estu d o s deve ser u m lu g ar de devoção. E m ták lu g a r, p o d e-se ficar livre de d istraçõ es e d a r à P alav ra de D eus co m p le ta aten ção. O s o lhos p o d e m ser abertos p a ra v er q u em D eus realm e n te é. N o g ab in ete d e estu d o s, p o d e -se ter os o u vidos abertos p ara o u v ir o q u e D eus está d izendo. P o d e -se te r o coração ab erto p a ra ex p erien ciar q u e m D eus realm en te é. Todo líd e r esp iritu al que en tra no século X X I deve en c o n tra r esse lu g a r de d evoção o u ser d evorado p e las ex ig ên cias e p re ssõ e s da lid eran ça. Q u a n d o M o isé s se e sfo rça v a em lev ar m ais de d o is m ilh õ e s de p e s soas à T erra P ro m e tid a , d e sc o b riu se r a b so lu ta m e n te n e c e ssá rio fica r so z in h o c o m o S enhor. N u n c a n in g u é m h a v ia tid o tal in c u m b ên cia . A c a rg a d a re s p o n sa b ilid a d e e do d e v er p eso u , e lo g o o d e sân im o se in sta lou. M o isé s p e rc e b e u q u e, sem a d ire ç ã o do S enhor, a ta re fa se ria im p o ssív e l. M o isé s e n c o n tro u a lív io fic a n d o so z in h o c o m o S e n h o r em m o m e n to s de in te n s a o ra ç ã o e c o n v ersação . E m b o ra n ã o tiv e sse u m e s c ritó rio n as d e p e n d ê n c ias de u m a ig re ja local, tin h a um a ten d a on d e p o d ia se refugiar. “T om ou M o isés a tenda, e a estendeu p a ra si fo ra do arra i al, d esv ia d a lo n g e do arraial, e c h am o u -lh e a ten d a d a congregação; e aco n teceu q u e to d o aq u ele que buscava o S en h o r saía à te n d a d a c o n g re gação , q u e estava fo ra d o arraial” (Ê x 33.7). A ten d a da con g reg ação to r no u -se o lu g ar o n d e D eu s se revelava a M oisés. E ra u m lu gar de devoção. F oi lá q u e M o isé s se in teiro u d a p rese n ça de D eus, do p o d e r de D eus, do p lan o de D eu s, do p ro p ó sito de D eus, b e m com o d a p az de D eus. A li M o isé s fo i ad v ertid o , p u rificado, ren o v ad o e restab elecid o . T odo p a sto r tem sen tido o sacrifício, o so frim en to de p a sto re a r os fi lhos de D eus. Todo p a sto r tem chegado a e n fren tar d esap o n ta m en to com o povo. O p a sto r que esp era ser líd e r eficaz n a ig reja do século X X I deve in stitu ir u m gab in ete de estudos, u m lu gar de devoção.
Um Lugar de D isciplina O g a b in e te d e e stu d o s é u m lu g a r de d iscip lin a . E m m eu s q u a se 25 an o s de p a sto ra d o , d e sc o b ri q u e u m lu g a r fo rm al de estu d o s m e faz v a lio sa s exig ên cias. M ais d o que um lu g ar p a ra ex ib ir ex celen te b ib lio teca ou c o m p u ta d o r de ú ltim a geração c o n ectad o à Internet, o gab in ete de es tu d o s é o lu g a r o n d e o p a sto r p o d e d esenvolver o h áb ito de p e sq u isa r e en riq u ecer-se n a P alav ra de D eus. Q u ando P aulo estav a en sin an d o o j o vem T im ó teo , in stilo u em seu aluno a im p o rtân c ia de p assar alg u m tem po estu d an d o : “O ex ercício co rp o ral p a ra p o u co aproveita, m as a pied ad e p a ra tu d o é p ro v eito sa, tendo a p ro m e ssa d a v id a presen te e d a que h á de v ir” (1 T m 4.8). A d iscip lin a do gab in ete de estu d o s traz ganhos relev an tes a todos os pastores. R o b ert G. L ee, o fiel p re g ad o r de u m a geração atrás, observou que o p a sto r n ão p o d e viv er de leite desn atad o durante a sem an a e p reg a r leite crem o so n o dom ingo. O gab in ete de estudos do p asto r p o d e ajudá-lo a im p le m e n ta r u m p lan o reg u lar de p esq u isa, arquivam ento, p rep aração e a g u çam en to de su a co m p reen são do m aio r livro do m u n d o , a B íblia.
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR C o m o p asto r, o rg a n iz e u m h o rá rio se m a n a l c o n siste n te c o n sig o m e s m o . F a ç a c o m q u e to d o s sa ib a m q u e d e te rm in a d a s h o ra s d a se m a n a são ie d ic a d a s ao estu d o . V ocê d e sc o b rirá q u e as p e sso a s q u e v o cê p a sto re ia re sp e ita rã o e sse h o rá rio e o ra rã o p o r v o c ê n e sse s d ias, sab e n d o q u e você está b u sc a n d o u m a p a la v ra do S en h o r. P o r ex e m p lo , v o c ê p o d e d e sig n a r a se x ta -fe ira co m o o d ia e m q u e se p re p a ra p a ra os cu lto s d e d o m in g o . E m d iv ersas o c a siõ e s, te n h o sid o a b e n ç o a d o p e lo povo de n o ssa ig reja lo c a l, q u e diz: “E stiv e o ra n d o p o r v o cê, p a sto r, e m seu d ia de e stu d o s” . Tais açõ es fo rm a m re la c io n a m e n to s p o sitiv o s e dão re sp o sta s p o sitiv as ao m in isté rio . A d isc ip lin a do g ab in e te de estu d o s, q u an d o u sa d a co m eficiência, eq u ip a-o a fa z e r u m a e x p o sição das in sp ira d a s E scritu ra s e a a p licá-las na v id a d iá ria d a igreja. A ssim , v o cê deve n ão ap enas m a n te r u m alto nível de co n h e c im e n to , m as ta m b é m e sta r a le rta às n ecessid ad es daq u eles a qu em D eu s lh e d eu p a ra superv isio n ar.
Um Lugar de Destino O g ab in e te de estu d o s d o p a sto r é u m lu g a r que d e term in a rá seu d esti no. Todo p a sto r e n fre n ta o d esafio de re c o n h e c er que n ecessid ad es devem ser satisfeitas, p a ra dep o is d e sc o b rir co m o tra ta r delas. E no g ab in e te p a s toral que p la n e ja m e n to s estra té g ic o s são d elin ead o s, e o cu rso do m in isté rio , traçad o . E sse é o lu g a r o n d e se p o d e fic a r so zin h o n a p re se n ç a do Senhor, re fle tin d o n a atrib u ição divina. C o m ecei m eu m in istério e m 1972. Fui so licitad o a serv ir com o p a sto r p a ra a m o cid ad e. N e ssa ép o ca, ain d a fre q ü e n tav a a facu ld a d e e estava n a ex p ectativ a de m e en v o lv er n o m in istério . Q u ando cheguei, e m m eu p ri m eiro dia, fo i-m e m o strad o o g ab in ete q u e o cu p aria, u m a p e q u e n a sala da E sc o la D o m in ical. L e m b ro -m e de h av er sen tad o à escriv an in h a, co m um b lo co d e an o taçõ es, m in h a B íb lia e u m a b ib lio tec a de três livros, perguntan d o -m e: E agora, o que fa ç o ? L o g o d esco b ri que o p eq u e n o g ab in ete se to m a ria u m lu g a r de en c o n tro c o m D eu s e de d esc o b rim e n to de su a v o n tad e e p la n o p a ra o tra b a lh o q u e E le tão g ra c io sam en te m e p erm itiu fazer parte. F o i em m e u g a b in e te d e e stu d o s q u e as p a la v ra s do sa lm ista to rn ara m -se v iv as p a ra m im . “A h! S e o m e u p o v o m e tiv e sse o u v id o ! Se Is ra el a n d a sse n o s m eu s c a m in h o s! E m b re v e eu a b a te ria os seu s in im ig o s e v o lta ria a m in h a m ã o c o n tra os seu s a d v e rsá rio s. O s q u e a b o rre c em ao S e n h o r te r-s e -lh e -ia m su je ita d o , e o te m p o d e le seria etern o . E eu o su s te n ta ria c o m o trig o m a is fin o e o s a c ia ria c o m o m el saíd o d a ro c h a ” (SI 8 1 .1 3 -1 6 ). O p a s to r d o s d ia s d e h o je d e fro n ta -s e c o m m u ita s q u e stõ e s q u e ex i g em re sp o sta s im e d ia ta s. Q u e p a rte s d as E sc ritu ra s devo a p re se n ta r à ig re ja ? C o m o d evo p a s to re a r a ig re ja n o s an o s q u e e stã o à fre n te ? Q u al o p la n o de D e u s e m lo n g o p ra z o p a ra e ste co rp o d e c re n te s? O q u e d e v e m o s fa z e r p a ra as n o ssa s c ria n ç a s, m o c id a d e , so lte iro s, jo v e n s ca sa is, m e m b ro s d e m e ia -id a d e e ao s san to s j á id o so s? R e sp o sta s a to d a s essas p e rg u n ta s são e n c o n tra d a s n e sse s m o m e n to s d e b u sca ao S e n h o r n o g a b in e te d e e stu d o s.
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O PASTOR PENTECOSTAL D isse S alo m ão : “N ão h av en d o p ro fec ia, o p o v o se co rro m p e ; m as o q u e g u a rd a a lei, e sse é b e m -a v e n tu ra d o ” (P v 2 9 .1 8 ). O p a sto r que entra no século X X I sem te r u m a visão c la ra da o b ra a re a liz a r nu n ca p a sto rea rá e fe tiv a m e n te ou com e n tu siasm o . D e fato, o m in isté rio de q u a lq u e r p a s to r ra p id a m e n te se se c a rá e a c a b a rá se este não se d e d ic a r em g astar te m p o n o g a b in e te de e stu d o s até re c e b e r a o rie n ta ç ã o do Senhor. E sse n o v o d ire c io n a m e n to p o d e su c ed er m e d ia n te u m a refle x ã o m ais m ad u ra so b re o h o rá rio de cu lto s, u m a re c o n sid e ra çã o m ais ac u ra d a a c e rca de su a a b o rd a g e m de p re g a ç ã o , u m a re a v a lia ç ã o m ais e la b o ra d a do seu c o m a n d o d as re u n iõ e s co m o co rp o m in iste ria l da ig re ja ou das a sse m b lé ia s g erais a n u ais. P o d e ser no g abinete de estudos que o S en h o r c o n ced a um novo p lan o p a ra alcan çar a m o cid ad e de m an eira m ais eficiente ou d ar in ício a u m p ro g ra m a de co n stru ção “im p o ssív e l” . E sses tipos de co isas a co n tecem q u an d o o p a sto r se perm ite fica r no g abinete de estudos p a ra d esco b rir o d estin o de D eus p a ra o m inistério. Q u alq u er co isa m enos q u e isso leva a esfo rço s exten u an tes e infrutíferos. P o r m uitos anos ten h o ded icad o tem po em m eu g ab inete de estudos p a ra esb o çar a d ireção de m inhas m en sag en s de dom ingo. B u sco ao S e n h o r p e la d ireção q u e devo to m ar e depois com eço a p re p arar o texto, o títu lo e o tem a. Isso tem m e ajudado a m an te r ed ificante e crescente m i n istério de p reg ação e ensino, além de m e aju d ar a ev itar a fam o sa in cer teza de sábado à noite: S obre o que vou p re g a r a m anhã?
U m Lugar de D escoberta N o g ab in ete de estu d o s do pastor, pod e-se d esco b rir os p o d ero so s fe i tos de D eus. O p a sto r q u e reserv a o ho rário no b re em seu g abinete de estu d o s será tam b ém o p a sto r que c o n tin u a a fazer d esco b ertas sugestivas e tran sfo rm ad o ras de vida. P o r exem plo, q u an d o prep arav a u m a série de p reg açõ es sobre 1 C oríntios, d escobri que p o r m u ito s anos deixei escap ar o p o n to p rin cip al de um v ersículo-chave. D iz 1 C o rín tio s 2.9: “A s coisas que o olho não viu, e o o uvido não ouviu, e não su b iram ao coração do h o m em são as q u e D eu s prep aro u para os q u e o am am ” . Q u ando citava esse versícu lo , g era lm e n te fazia referên cia ao céu. E n tretan to , um exam e m ais m in u cio so do texto m e revelou que a v erd ad eira m en sag em diz re s peito à ceg u eira do d escrente em relação às obras e m aravilhas de D eus. E m b o ra essa seja u m a d e sco b erta m u ito elem entar, tais revelações sur g em apen as q u an d o o p a sto r g asta tem po ad equado em seu g ab inete de estudos. N o g ab in ete de estu d o s do pastor, os cam inhos de D eu s são discernidos e as g em as d a v erd ad e etern a são desen terrad as. O povo de D eus m erece u m p a sto r que ten h a em p reg ad o tem p o em ob serv ar as coisas m ais p ro fu n d as de D eu s rev elad as pelo E sp írito Santo.
U m L ugar de D efesa O g ab in ete de estu d o s do p asto r serve de lu g ar de p reparo p a ra a b a ta lh a e sp iritu a l. A e p ís to la aos E fé sio s nos fo rn e c e p a la v ra s c h e ia s de in tro sp ecçõ es: “N o dem ais, irm ãos m eus, fo rtalecei-v o s no S en h o r e na
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR fo rç a do seu poder. R ev esti-v o s de to d a a a rm ad u ra de D eus, p ara que po ssais e sta r firm es c o n tra as astu tas cilad as do diabo; p o rq u e não tem os que lu ta r c o n tra carn e e sangue, m as. sim , co n tra os p rin cip a d o s, co n tra as po te sta d e s, co n tra os p rín cip es das trevas deste século, co n tra as h o stes esp iritu a is da m ald ad e, nos lu g ares celestiais. P o rtan to , tom ai to d a a ar m ad u ra de D eu s, p a ra q u e p o ssais re sistir n o dia m au e, h avendo feito tudo , ficar firm e s” (E f 6.10-13). E ssas p alav ras devem g u ia r a v id a de o ração do p a sto r sério e sincero. T enho en co n trad o aju d a sem co n ta n esse tex to, oran d o p a ra ser arm ado ex atam en te co m o descrito. T enho p e d id o q u e m inhas conversas e a p re sentaçõ es de m im m esm o sejam fiéis à v erd ade, que m in h a co n d u ta de v id a seja ju sta , q u e eu seja p a c ific a d o r em vez de p ertu rb ad o r d a paz. T enho su p licad o ao S en h o r p o r m ais fé p a ra crer que o im p o ssív el po d e ser p o ssív el, q u e m in h a m en te seja livre de d istraçõ es e de co n fu sõ es e que m eu s p en sam en to s sejam o cu p ad o s co m aq u ilo que m e au x ilie em u m a lid e ra n ç a efetiva e sábia. E, p o r ú ltim o , tenho orado p ara ser um p a sto r d a P alavra. N o g ab in ete de estu d o s do pastor, en c o n tra -se defesa p o d ero sa co n tra as três áreas de te n ta ç ã o m ais com uns: a razão , a m oral e o dinheiro. A o lo n g o de to d o o m in isté rio de q u a lq u e r pasto r, a fa scin a ção dessas áreas fazem -se p resen tes. A ú n ic a m a n e ira de co n tro lá-las é fica r a sós com o S en h o r no g ab in ete de estu d o s do pastor.
Um Lugar de D eleite N ão é in c o m u m q u e p asto res e outros líd eres esp iritu ais enco n trem -se vazio s esp iritu al, em o cio n al e fisicam en te. E les co m eçam a se cu rv ar sob a p re ssã o e ex ig ên cias de lo n g as h o ras e d esig n açõ es am pliadas. N u n c a e s q u e c e re i o d o m in g o e m q u e d is se p a ra m in h a e sp o sa que q u e ria d e s is tir de m e u m in is té rio p a s to ra l. P o r esse te m p o , e stá v a m o s em u m a d a s p rin c ip a is ig re ja s de n o s s a d e n o m in a ç ã o , c o m u m a a g e n d a c o m p le ta m e n te c h e ia . E m b o ra eu n ã o s e ja p e s s o a p ro p e n s a à d e p re s s ã o , n e sse d o m in g o m e se n ti v a z io e d e p a u p e ra d o . T in h a tra b a lh a do c o m a fin c o n a p re p a ra ç ã o de e n s in a m e n to s q u e p e n s a ra q u e e ra m p ro fu n d o s . E era m . N a re a lid a d e , e ra m m u ito p ro fu n d o s p a ra a a u d i ê n c ia e tin h a m p o u c a p e rtin ê n c ia ao q u e c a d a u m e n fre n ta v a n o seu d ia -a -d ia . T u d o is s o c o m p re e n d i e n q u a n to e n tre g a v a a q u e la " o b r a - p ri m a ” . N ã o a p e n a s p e rc e b i q u e m in h a c o n g re g a ç ã o n ã o e sta v a m e e n te n d e n d o , m a s p a re c ia q u e n in g u é m d av a a m ín im a . E u e sta v a a fu n d a n d o e a fu n d a n d o rá p id o . E n c u rta n d o a m e n sa g e m , fu i p a ra c a sa d e r ro ta d o , d e s a n im a d o e d e p rim id o . A lg o ac o n te c eu co m ig o n as 24 h oras segu in tes. O E sp írito S anto usou m in h a esp o sa p a ra m e d esafiar a d eix ar de lad o m in h a a b arro tad a ag enda e a b u scar o Senhor. N a seg u n d a-feira, fui ao m eu g ab inete de estudos, fiq u e i so zin h o c o m o S en h o r e E le rev elo u u m a d ireção co m p leta m en te nova, a qual nas sem an as que se seg u iram to caram os co raçõ es de m uitas p esso as. O rei D avi escreveu: “F ar-m e-ás v er a v ered a da vida; n a tu a p resen ç a h á ab u n d ân cia de aleg rias; à tu a m ão d ireita h á delícias p e rp e tu a m e n te ”
O PASTOR PENTECOSTAL (SI 16.11). O g ab in ete de estu d o s do p a sto r p o d e ser u m lu gar d e g ran d e a leg ria e deleite. É c o m e n tu sia sm o que, fin alm en te, reco m en d o os seguintes p assos p rático s p a ra o lu g ar q u e todo o p a sto r necessita. 1. D e lim ite seu g ab in e te d e estudos. 2. P lan eje u m h o rário co n sisten te d e p re p aração sem anal. 3. O rg an ize o g ab in ete de m odo a ser eficien te e convidativo. 4. P re p a re u m sistem a de arquivam ento exeqüível, p o r assuntos. 5. E sta b e le ç a u m p lan o p a ra reg u larm en te ad q u irir recu rso s úteis e de qu alid ad e. 6. In fo rm e a ig re ja sob re o dia d a sem an a reserv ad o aos estudos. 7. E sp ere tem p o s n o táv eis de reco m p en sas e revelações. D u ran te seis anos, Jo n ath an E d w ard s trab alh o u n u m canto de p o u co m ais de 1,20 p o r 2 ,4 0 m etros, ch am ad o p o r ele de gabinete. E m b o ra o lu g ar p a re ç a p eq u e n o p elos nossos pad rõ es, foi a p a rtir d esse reduzido esp aço q u e ele se to rn o u u m dos grandes escritores e p regadores de todos os tem pos. A e x p eriên cia nos diz que todo p a sto r p recisa de u m lu g ar para ficar so zin h o co m D eus, u m lu gar p ara o u v ir D eu s falar, dando u m a p a la v ra paxa o seu povo, q u e in ce n d eie os co rações de paix ão p o r E le e Sua obra. À m e d id a q u e o p a sto r serve ao Senhor, g a n h a nova co m p aix ão pelo povo. O g ab in ete de estu d o s é lu gar que todo p a sto r precisa!
Pregação Expositiva George O. Wood
re sc i c o m o filh o de m issio n á rio , p a sto r e ev a n g e lista das A sse m b lé ia s d e D e u s n o s E sta d o s U n id o s. M e u s p a is se m u d a v am c o n s ta n te m e n te . N e m q u e ro c o n ta r o n ú m ero d e e sco las d ife re n te s que fre q ü e n te i. O te m p o m ais lo n g o q u e m in h a fa m ília fic o u em u m a c id ad e fo i de u n s d o is an o s e m eio . A m a io ria das o u tra s p e rm a n ê n c ias fo i m ais cu rta. E m b o ra tiv esse c h a m a d a p a ra o m in isté rio , não q u e ria u m estilo de v id a itin e ra n te . M eu o b jetiv o e ra e n c o n tra r raíz es, fix ar-m e em um lu g a r e fic a r ali. F ui p ara o sem in ário e, u m dia, n a b ib lio teca, ap an h ei a ú ltim a edição d a re v ista C h ristia n ity Today. O artigo de ca p a focalizav a W. A. C risw ell e seu v ig ésim o q u in to an iv ersário co m o p a sto r d a P rim eira Ig reja B atista em D allas, E stad o s U n id o s. N o artigo, C risw ell era in d ag ad o so bre a ra
C
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR zão de su a lo n g a p e rm a n ê n c ia no p asto rad o . S u a re sp o sta foi: “P regação ex p o sitiv a” . E p ro sseg u iu , relatan d o que assim que c h eg ara à igreja, co m e ç a ra a p re g a r so b re G ên esis 1.1 e d u ran te to dos aq u eles 25 anos p e r c o rre ra a B íb lia in te ira , te n d o fin a lm e n te a tin g id o o fim do liv ro de A p o c a lip se .1 F iq u e i esp an tad o e in trig ad o . C risw ell d izia que a B íb lia é in esgotável, e, se v o cê a pregar, n ão ficará sem co isas a dizer. P ensei co m os m eus bo tõ es: S e é o que terei de fa z e r p a ra p e rm a n e c e r em um igreja durante longo tem po, en tã o ta m b ém serei p r e g a d o r expositivo. T ratava-se de razão m ed ío cre p a ra envolver-m e em pregação expositiva. M as lo g o d esco b ri m u itas o u tras b o as razõ es. A dem ais, não ten tei co p iar C risw e ll ao p e rc o rre r a B íb lia d e c a p a a capa. P egava u m livro d a B íb lia p o r vez, em o rd e m n ão seq ü en cial, seg u n d o se n tia que o E sp írito estava m e co n d u zin d o . M as, d e fato, p e rm a n e c i 17 an o s em m eu p rim e iro e ú n i co p asto rad o .
M eu Prim eiro Serm ão T ive u m co m eço in teressan te. H avia talv ez um as sessen ta p esso as em m eu serm ão de estréia. T in h a m eu m e lh o r serm ão, todo po lid o e in teira m en te p ro n to p a ra entregar, m as e n q u an to estav a sen tado n a área do p ú l p ito d u ran te a p rim e ira p arte do culto, senti o E sp írito S anto m e d iz er para d e ix a r o serm ão d e lad o (ev en to raro p a ra m im ) e apenas m e d irig ir ao p ú lp ito e c ita r as E scritu ras. T in h a d e co rad o ce rca de 45 m in u to s de n ar rativas dos ev an g elh o s sob re a v id a, m o rte e re ssu rreiç ão de le su s. A rg u m en tei c o n tra esse im p u lso . (1) Já fa z ia alg u m as sem anas que não re v isa v a os tex to s m em o riz a d o s. E se m e d esse u m “b ra n c o ” ? A cong reg ação p e n sa ria qu e eu e ra to lo . (2) O u, se fo sse b e m -su ced id o em m e le m b ra r de tu d o e d iz e r d e m e m ó ria a v id a d e Je su s, to d o s p en sa riam que eu estava m e exibindo. C h e g o u o m o m e n to e m q u e fu i a p re s e n ta d o . T in h a d e to m a r u m a d e c isã o q u a n d o m e c o lo c a s s e a trá s d o p ú lp ito . A b ri a b o c a , e v e io Jo ã o 1.1: “N o p rin c íp io , e ra o V erb o , e o V erbo e sta v a c o m D e u s, e o V erbo e ra D e u s ” . E c o n tin u e i, c ita n d o to d o o p ró lo g o do E v a n g e lh o d e Jo ão . A s p e s s o a s a b rira m a B íb lia , e s p e ra n d o q u e eu c o m e ç a s s e a p re g a r so b re a q u e le te x to , m a s ra p id a m e n te p a s s e i d e Jo ã o p a ra L u c a s 2, a n a rra tiv a d o n a s c im e n to d e J e s u s . D a li, fu i p a ra o b a tis m o e te n ta ç ã o d e J e s u s , o c a s a m e n to em C a n á d a G a lilé ia e a ssim p o r d ia n te . D e p o is d e c e rc a d e d e z m in u to s, u m s ilê n c io sa n to c o m e ç o u a d e s c e r so b re n ó s. A s p e s s o a s d e ix a ra m as B íb lia s d e la d o e c o m e ç a ra m a e sc u ta r. O p o d e r d a P a la v ra fa la d a — só a P a la v ra p o r si m e sm a , se m e x p lic a ç ã o ou c o m e n tá rio -— a c h a m a r a a te n ç ã o d o s c o ra ç õ e s. M u ito s m in u to s m a is t a r d e , t e r m i n e i o s e r m ã o c o m I s a í a s 5 3 , o a c a b a m e n t o in te rp re ta tiv o d a m is s ã o d e C risto , e s e n te i-m e . N a q u e le s c o m p le to s q u a re n ta e c in c o m in u to s , n ã o d is se u m a ú n ic a p a la v ra q u e fo sse m i n h a. N ã o sa u d e i o p o v o . N ã o a p re s e n te i m in h a fa m ília . Só fa le i a P a la v ra d e D e u s. N a d a m a is. D u ra n te os anos e m q u e p a sse i ali p asto re an d o aq u ela ig reja a b e n ço a da, re le m b re i aq u ele serm ão de e stré ia co m o in d ic aç ão p ro fé tic a do que o
82 O PASTOR PENTECOSTAL S en h o r q u eria de m im com o p a sto r daquele gente. A vontade de D eus era que eu to m asse sua P alavra e a p a rtisse com o o pão da vida. M in h a p rim e ira série expositiva com o p asto r durou cerca de seis m e ses. O livro ex p lan ad o fo i o E v an g elh o de João. T inha acabado de sair de u m co n tex to de sala de aula de sem inário, e aq uele povo q u erido teve de so frer m u ito co m a ab o rdagem literá ria que fiz das E scrituras. T inha cem p o r cen to de b o a e x eg ese, de ap tid ã o h e rm e n ê u tic a e q u a se n a d a de p e rtin ê n c ia prática. A g rad eço ao S en h o r p o r aquele povo b o m e gentil, que en co raja m in istro s jo v en s recém -saíd o s da e sco la — p regadores o u sados e ch eio s de co n fiança, que têm todas as resp o stas sem m esm o saber se as p erg u n tas fo ram f e ita s !
Pregando em Levítico M in h a série sob re o E v an g elh o de João não atraiu m ultidões. M as o artig o de C risw ell era p a ra m im com o o norte de u m a bússola, u m a diretriz p erm an en te q u e g aran tiria lon g ev id ad e p astoral. À m ed id a que chegava p erto do fim do E v an g elh o de João, orei acerca da p ró x im a série e senti o E sp írito S anto m e im p u lsio n a r a preg ar em L evítico. T enho de adm itir que, n a q u e la ép o ca, não estava certo se esse im p u lso p ro v in h a do E spírito Santo ou era loucura. Protestei: “Senhor, este é u m livro enfadonho. Q uando as p esso as fazem reso lu çõ es de ano novo para le r a B íb lia inteira, o ím p e to de suas in ten çõ es m orre no deserto de L e v ítico ” . N ão sou preg ad o r aleg ó rico e não estava p ro p en so a m e envolver em in terp retaçõ es fan tá sti cas sob re a co r dos diversos tecidos u sad o s no T abernáculo. C om o o livro de L ev ítico p o d e ria ser relevante? N ão ob stan te, o estím u lo perm an ecia: P regue em L evítico. M e u trunfo era L ev ítico 15. D esab afei: “Senhor, não p o sso n em m esm o ler esse cap í tu lo em pú b lico [trata das em issões corpóreas], m uito ------------------------- m en o s p re g ar sobre ele” . S enti o S en h o r m e dizer: C o m ece com o ca pítulo 1 e quando chegar ao capítulo t o a rüÜ IÜ âO Q S f f l l ^ ’ E u te m ostra rei o que fa z e r com ele. C om relu tân cia, iniciei o estudo. M eu co m entário F ffilIS ltoE F llC t® i l O n i O : ab e rtu ra à co ngregação, ao ap resen tar a série, foi: « “V am os d esco b rir n a p rá tic a se 2 T im óteo 3.16 é re a lr ^ © m en te verdade: ‘Toda E scritu ra d iv inam ente in sp irad a C uH A fi^ im 1 c p ro veito sa p a ra ensinar, p a ra redargüir, p ara corrigir, E ip S S ilifl p a ra in stru ir em ju s tiç a ’” . P o r favor, não m e falhe ago£) üj ra. M in h a convicção teo ló g ic a é firm e no que to ca à --------------------------------------------v eracidade de 2 T im óteo 3.16, in dep en dente de m in ha experiência. N ão obstante, no que resp eita à n o ssa c o n fiança nas E scrituras, no ssa m á v ontade em p reg ar to dos os segm entos da B íb lia fala m ais alto do que o n osso con sentim en to m ental da doutrina. A s cinco ofertas de L ev ítico 1 — 7 abriram -se com po d er diante de m im , sem ana após sem ana, à m ed id a que se ocupavam das necessidades h u m an as e resp ostas divinas. P o r incrível que pareça, a cong reg ação c o m eçou a crescer. A cho que p assou a circu lar u m a n o tícia entre o povo, inform and o que h av ia u m jo v e m p regado r n aq u ela ig reja de fachad a tri an gu lar e telhad o atin g ind o o chão, fazen do estud os — qu em diria! — do
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UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR liv ro de L ev ítico , e to d o o m u n d o e stav a e n te n d e n d o ! M ese s m ais tarde, q u an d o te rm in e i o liv ro d e L ev ítico , m in h a s p reg açõ es era m dirig id as a trezen tas p esso as, e m vez d as c em q u e estav am n o s b an co s q u an d o a série com eço u . Toda sem ana, preparava m eus serm ões seguindo este m odelo: segunda-feira, d ia de estudo e exegese para os serm ões a serem pregados d urante a sem ana; m a n h ã de terça-feira, m ais estudos; m an h ã de quarta-feira, form a ção do esboço e b u sca de exem plos ilustrativos, além de conclu ir a m en sag em da quarta-feira à noite; quinta-feira, todo o dia destinava-se a term inar os preparativos para os serm ões de dom ingo. E m sum a, cerca de 24 horas de cad a sem ana eram gastas nos preparativos do serm ão. O restan te do tem p o era d estinado à lid eran ça p astoral, ad ___________________55 m inistração, visitação ou outras coisas. E sse padrão quase nu n ca variou d urante os m eus 17 anos de pastorado, a não ser n as sem anas em que tín h am o s p regadores convidados. S e vo cê n ão d e d ic a q u a n tid a d e sig n ificativ a do seu tem p o no s p re p a ra tivos do serm ão , n ã o c o n se g u irá a lim e n ta r o reb a n h o . E se o reb an h o não fo r a lim en tad o , ele p a ssa a alim en tar-se d e você e dos irm ã o s d a igreja. O eru d ito R ic h a rd Israel, d a U n iv ersid ad e Yale, E stad o s U n id o s, c o n to u u m a h istó ria p ro v e rb ia l ac e rc a dos an cião s de u m a p eq u e n a c o m u n i dad e da E u ro p a O rien tal. A p ro x im a n d o -se do rab in o , os an cião s disseram -lh e o q u ão p re o c u p a d o s estav am c o m su a saúde. E stu d a r os textos sag rad o s v in te h o ras p o r d ia e ra d em ais p a ra ele, falaram , em to m de desap ro v ação . O ra b in o re sp o n d eu : “R e a lm e n te n ã o tenho o u tra a lte rn a ti va. S e e stu d o v in te h o ras p o r dia, v o cês e stu d arão 14 h o ras p o r dia. Se vocês e stu d a m 14 h o ras p o r dia, o s e stu d an tes d a a c ad em ia estu d arão 12 h o ras p o r dia. Se eles fazem isso , en tão os chefes de cad a lar d a a ld eia virão à sin ag o g a três v ezes p o r d ia p a ra fa z e r suas o rações. Se nossos sim p les ch efes de fa m ília o ram três v ezes p o r dia, en tão os co m ercian tes, que p a ssa m p e la n o ssa ald eia, sen tir-se-ão enverg o n h ad o s em n ão ir à sin ag o g a n o sábad o ; e se os co m e rc ia n tes v ão à sin ag o g a to d o s os sá b a dos, en tão sei q u e R o th sc h ild e sta rá n a sin ag o g a p a ra o D ia da E x p ia ç ã o !” A q u ele ra b in o tin h a sa b ia m e n te c o m p re e n d id o o p o d e r q u e o exem plo p e sso a l ex erce sob re o c o m p o rta m e n to d aq u eles a q u em se m inistra. M eu d ev er fu n d a m e n ta l co m o p a sto r é p re g a r a P alavra. M eus deveres secu n d ário s p o d e m a b ra n g e r a d m in istração , p ro m o ç ão , ex p an são su p e rin te n d e n te das in sta la ç õ e s físic a s, v isita ç ã o etc. M as, a m e n o s que eu dê à p reg ação d a P alav ra m in h a p rim e ira p rio rid ad e, o coração d a ig re ja so fre rá u m co lap so . O c o ração é u m a b o m b a. D eus o rd en o u que, através da preg ação d a P alav ra, u m co n sta n te fo rn e c im e n to de v id a e p o d e r e sp iritu ais seja b o m b e a d o n a ig reja, seu povo. A s ig rejas m o rre m q u an d o o p a sto r n ão tem n ad a de D eu s p ara d ize r ao povo. A c o n g reg ação p o d e e sta r e m u m su n tu o so tem p lo ; as ên fases e zu eacio n al, so cial e o rg a n iz a c io n al p o d e m ser soberbas. M as, a m enos :u e d o p ú lp ito eco e u m a p a la v ra v ib ra n te de D eus, tal ig re ja está co m _m a d o e n ç a term in al. A d o e n ç a p o d e ser c u rta ou longa, m as a m o rte
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Descubra se 2 Timóteo 3.16 é realmente verdade
O PASTOR PENTECOSTAL ev en tu alm en te virá. O estudo da P alavra de D eus deve estar no topo das m in h as p rio rid ad es p esso ais, se espero que os m em b ro s d a m in h a c o n g re gação tam b ém o ten h am com o um a das suas prioridades. A h, e L ev ítico 15! O que aconteceu? E n trei em m eu gabin ete às oito ho ras daq u ela m an h ã de segunda-feira, sen tei-m e à escriv an in h a e abri a B íb lia em L ev ítico 15. A ntes de m e en treg ar aos co m en tário s, sem pre exam ino o texto sem q u a lq u er tipo de ajuda. Só a B íb lia e eu. N aq u ela m an h ã, disse: “Senhor, esta é a sem ana de L ev ítico 15. Tu m e d isseste que m e m o straria o que fazer, q u an d o ch e gasse aqui. B em , aqui e sto u ” . Instan tan eam en te, q u ando li o texto, o E s p írito S anto co lo co u em m eu coração este título p a ra o serm ão: “U m D eus M u ito P e sso a l” . T ítu lo s p ara serm ões são invariavelm ente d ifíceis para m im e, em geral, n u n ca v ê m até o final do pro cesso de p rep aração do serm ão. M as, aqui estav a o títu lo antes m esm o de te r feito a exegese, o esb o ço do serm ão o u as ilustrações! N aq u ele do m in g o , li L evítico 15 a um a p laté ia m uito silenciosa. P osso g aran tir que se v o cê ler esse cap ítu lo p u b licam en te, sua p la téia tam bém ficará em co m p leto silêncio. E depois disse: “M uitos de vocês pensam que D eus está longe. E le é co n h ecid o com o o H o m em lá de cim a. Pode ser q u e você p en se que E le está m u ito distante do seu m undo p esso al e dos assu n to s que o p reo cupam . T alvez você sinta que E le n e m m esm o saib a que você exista. B em , este capítulo nos diz que D eus sabe m uito b e m q u em é você. F o i E le q u em fez seu sistem a de em issão de líquidos. E se E le sabe m esm o esses d etalhes acerca de você, p o d e estar certo de que E le ta m b é m sabe o resto de sua v id a ” . P o r que co n to essas ex p eriên cias p esso ais? P o rque a m e lh o r definição de p reg ação que j á ouvi é: “P reg ação é v o cê” . E a co m u n icação divina da v erd ad e através d a p erso n alid ad e h u m an a do pregador. N e n h u m de nós p re g a rá q u a lq u e r tex to esp ecífico e x atam en te d a m e sm a m an eira, m as aq u eles q u e p reg am a P alav ra p erceb erão o S en h o r atu ando em suas vidas e nas v id as d aq u eles a q u em p astoreiam .
O que É Pregação Expositiva? P reg ação expositiva é to m ar u m trecho das E scritu ras (um versículo, um p arág rafo , um cap ítu lo, u m livro) e resp o n d e r a duas perguntas: ( 1 ) 0 q ue d is s e ? e: (2) O que d iz ? A o resp o n d e r a essas duas p erguntas, o a ssu n to, os p o n to s p rin cip ais e os su b pontos da m e n sag e m são reg id o s pelo p ró p rio texto. N a p reg ação tem ática, o p reg ad o r p o d e e sco lh er seu e sb o ço. N a p reg ação textual, os po n to s p rin cip ais são regidos p elo texto, e o p reg ad o r p o d e co lo car entre os po n to s o que quer que se sinta levado a colocar. E n tretan to , n a p regação expositiva, o texto rege inteiram en te o co n teú d o d a m ensagem : não se tem a lib erd ad e de b u sca r ou e sco lh er o que se q u er en fatizar ou d eix ar passar-. V am os c o n sid erar as duas p e rg u n tas acim a. P ara p reg ar ex positivam ente, devo re sp o n d e r a am bas. A p r im e ir a p e r g u n ta — “ O q u e d is s e ? ” — e n v o lv e e x e g e s e e h erm en êu tica. Q u ero e n te n d e r da m e lh o r m a n eira po ssív el o que cad a p a la v ra o u fra se s ig n ific a v a p a ra o e s c rito r b íb lic o , p a ra o p o v o de D eu s a quem e ssa p alav ra foi p rim eiram en te dirigida. P ara isso, sirvo-
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR 8 5 m e de d ic io n á rio s, lé x ic o s, c o n c o rd â n c ia , c o m e n tá rio s b íb lic o s, ou seja, q u a lq u e r c o is a q u e m e c h e g u e às m ã o s p a ra m e lh o r e n te n d e r o te x to . N a g ra n d e m a io ria d a s v e z e s q u e re m o s p a s s a r p o r a lto a d ifíc il ta re fa de re a lm e n te c o m p re e n d e r a E s c ritu ra , a fim d e im e d ia ta m e n te p a s s a r m o s p a ra a a p lic a ç ã o . E s s a é u m a d a s ra z õ e s p o r q u e c e rto s tre c h o s d ifíc e is d as E s c ritu ra s (c o m o L e v ític o ) são fre q ü e n te m e n te d e ix a d o s d e lad o . E ntretanto, n enhum serm ão estará com pleto se tiverm os respondido ape nas a p rim eira pergunta. T am bém devem os considerar: “O que d i z T E m outras p alavras, ten h o de p assar d a exegese p ara a aplicação. D e que form a essa clássica P alavra viva se relacio n a co m as necessidades co n tem porâne as das pesso as a q u em preg arei? P reg ar sem pre im p lica em se ter u m pé p lantado firm em en te n a exegese e o outro na aplicação. Os serm ões serão ís c o s com o o d eserto se fo rem som ente exegéticos. A exegese apresenta o que a E scritu ra d isse p a ra as pesso as d a ép o ca em que foi escrita; a ap lica ção m o stra o que ela d iz p a ra as pesso as dos dias de hoje. N ão p o u c a s vezes, u m a co n g re g a ç ão fo i c o lo ca d a p a ra d o rm ir p o r u m serm ão q u e n u n c a fo i b e m -su c e d id o e m re ssa lta r o im e d iatism o das e x p e riên cias co tid ian as. O serm ão to m a -se em lição de h istó ria m u ito á rid a e tediosa. E n tre ta n to , serm õ es q u e n e g lig e n c ia m a exegese e m favor da a p li cação ev en tu alm en te p ro d u z irã o u m a co n g re g ação b ib lica m e n te a n alfa beta, p re sa fácil dos falso s v en to s de d o u trin a e dos vendavais da a d v e rsi d ad e satân ica. E m g eral, se u m serm ão d e ix a de d esp ertar in teresse, in sp i ração ou desafio , é p o rq u e u m a ou am b as as p erg u n tas não fo ram d ev id a m e n te resp o n d id a s p e lo p reg ad o r. P h illip s B ro o k s, o g ra n d e p re g a d o r am erican o de o u tra g eração , a ssim se ex p ressou, co m m u ita pro p ried ad e: "N en h u m a ex o rtação p a ra u m a v id a m elh o r, q ue não e steja fu n d am en tad a em alg u m a v erd ad e tão p ro fu n d a q u an to a etern id ad e, p o d e a tin g ir e p re n der a c o n sc iê n c ia ” . P au lo o rd e n o u q u e T im ó teo c o n serv asse “o m o d elo das sãs p ala v ra s” 2 T m 1.13). E sse n c ia lm e n te , P au lo estav a dizen d o que seguia u m sistem a de en sin o , q u e seus m éto d o s de p re gação e e n sin o não c o n sistia m de p o rçõ es d e in fo rm a ções iso lad as e e x o rtaçõ es esp iritu a is d isp ersas. Q u a l q u er p e sso a só tem de le r os escrito s d e P au lo p a ra d e tec ta r o q u an to são b e m -o rd e n a d o s. N o estu d o b íb lico , o cre n te n ão m o stra rá sen satez se o p ta r pelo m éto d o do " p u la -p u la ” . Se, um dia, o c re n te lê u m c a p ítu lo de R om anos, no outro, p a ssa p a ra u m trecho de A p ocalipse e. n o seg u in te, vai p a ra o liv ro d e Ê x o d o , p e rm a n e c e n _________________________ do n esse p ro c e d im e n to aleató rio p o r lo n g o s p erío d o s de tem p o , re a lm e n te n ão e sta rá tiran d o n e n h u m proveito. Im a g in e estu d ar u m m an u al d e lín g u a estran g eira, d e h istó ria ou de c iên c ia n esse p ad rão am etódico! O e stu d o da B íb lia não d isp e n sa os m e sm o s p rin cíp io s a p lic a dos ao estu d o d e o u tro s assu n to s. Se os c o m en tário s a c im a são v erd ad eiro s no q u e tan g e ao estudo p e s soal, ta m b é m se ap licam à p reg ação . A m in h a preg ação reg e a exposição sistem ática d a v erd ad e? E sto u p ro d u z in d o u m m o d e lo das sãs p alav ras?
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Duas perguntas: 0 que disse? 0 que diz?
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O PASTOR PENTECOSTAL O q u e aco n te c eria se u m operário d a co n stru ção civil ten ta sse co n stru ir u m a casa assen tan d o os tijo lo s em lugares desco n ex o s, em vez d e ajuntálos ad eq u ad am en te? C o m m u ita freq ü ên c ia no sso s serm ões, sem an a após sem ana, são tijo lo s sem n e n h u m a relação uns co m os outros. N ão deveria h av er u m a rela ç ã o en tre os serm ões d a sem ana p a ssa d a e os d esta? O u os do m ês p assad o e os d este? O u m esm o os dos ú ltim o s anos e os deste? A lg u n s a ch am q u e seg u ir u m p lan o de serm ões, no qual o p reg ad o r leva sem an as ou m eses p ara seq ü en cialm en te levar o reb an h o através de u m livro da B íb lia, está n a v erdade in ib in d o o E sp írito Santo. “Você não e stá d escartan d o a d ireção do E sp írito ? ” p erg u n tam eles. N ão, de form a algum a, a m enos q u e su a v isão do E spírito sig n ifiq u e q u e tudo o q u e E le faz deva ser in stan tan eam en te, espontâneo. E u creio que o E sp írito Santo p o d e m e d ar d ireção p a ra u m a série co m p leta de estudos tão facilm ente quanto p a ra u m a ú n ic a m en sag em . M as n u n ca devo ser inflexível. Se, no m eio de u m a série de estu d o s, o E sp írito S anto co lo car em m eu coração alg u m a p a la v ra esp ecial, n ã o h esito em in terro m p er a série.
A Pregação E xpositiva Firm a a Igreja A o lo n g o d os anos, ten h o desco b erto grandes vantagens na pregação ex p o sitiv a tan to p a ra m im q u anto p a ra a igreja. C o m prove com o a p re g a ção expositiv a aju d a a igreja. D u ra n te um p e río d o de tem po, a congregação é exposta à to talidade da P alavra de D eus. Se som ente preg o m en sag en s que enfatizam “o que devo fa z e r p ara...” (“o que devo faz er” p a ra ter um casam ento feliz, para c ria r filhos o b ed ien tes, p a ra o b te r seg u ran ça fin an ceira, p a ra con seg u ir su cesso n a vida, p a ra v e n ce r o estresse — to d o s tó p ico s p o p u lares hoje em dia), estarei o m itin d o co m p letam en te verdades essen ciais sobre o c o ração de D eus. P o r o u tro lado, se preg ar a P alav ra co m fidelidade, estarei lid an d o c o m to d as as n e cessid ad es das pesso as, visto que a P alavra de D eu s é fan tasticam en te pertinente. A o p re g a r e m g ran d es b locos das E scritu ras, sou fo rçad o a preg ar so b re assu n to s q u e n o rm alm en te não escolheria, m as que são ord en ad o s p o r D eu s p a ra a n o ssa co n sid eração. E ssa exp o sição das p esso as à P alavra de D e u s f ir m a a fé , n ã o e m o p in iõ e s d e h o m e n s , o u e m d o u tr in a s p an to m ím icas, ou nas m an ias p assag eiras do m o m ento, m as n a revelação e sc rita de D eus. Se v o cê c o lo ca r su a ig reja n a P alavra, estará c o lo can d o a P alav ra em su a igreja. M a tu rid a d e e sp ir itu a l é obtida. N os ú ltim o s v in te anos, o m u n d o p en te c o sta l/c arism á tic o tem p assad o p o r ondas de m odism os: extrem os n a ên fase ao d iscip u lad o , a fascin ação em ex p u lsar d em ônios, o evange lho d a p ro sp e rid a d e e c u ra divina, a teo lo g ia do d o m ín io — b a sta e sco lher. D u ra n te to d o esse tem p o , sim p lesm en te con tin u ei preg an d o sistem a ticam en te a B íb lia p ara o nosso povo. Q uase nin g u ém se voltou p a ra esses elem en to s d a “carism a n ia” . P o r quê? P o rq u e nosso povo h av ia sido fir m ad o na P alavra. T in h a-se aco stu m ad o a te r as E scritu ras tratadas pelo co n tex to , lin h a p o r lin h a, p alavra p o r palavra. P o d iam reco n h e cer alguém to rc e n d o as E scritu ras a u m q u ilô m etro de distância. S abiam quan d o al g u ém estav a tiran d o u m texto fo ra do co n tex to e d istorcendo-o.
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR E m n o ssa ên fase n o reav iv am en to , n u n c a d evem os no s esq u e c e r de q u e a p rim e ira m a rc a re g istra d a de u m ig re ja a p o stó lica é u m c o m p ro m is so co m a d o u trin a dos ap ó sto lo s (A t 2.42). C o m o as p esso a s p o d em se firm a r n os en sin a m e n to s d os ap ó sto lo s, se tu d o o que rece b em é a ú ltim a rev ela ç ão q u e a lg u é m teve? A p reg ação ex p o sitiv a ajuda n o sso povo a não se to rn a r p re s a de to d o v en to de do u trin a. Todas as qu estõ es que D eu s q u e r tra ta r são tratadas no tem po de D eus. S em p re fico m a ra v ilh a d o co m a m a n e ira co m o D eus ap lica u m serm ão de u m a série d e estu d o s e x a ta m e n te no tem p o certo de u m a n ecessid ad e, seja d a co n g reg ação , seja de u m a pesso a. E sto u p en sa n d o n a m e n in a fu g itiv a q u e veio p arar em n o ssa ig reja n u m d o m in g o à no ite. E “a c o n te c eu ” estarm o s n u m a série de estu d o s so b re os D ez M an d am en to s. A d iv in h e so b re q ual m an d am e n to estava d a n do o estu d o d a q u e la n o ite em q u e a m e n in a v eio p a ra r em n o sso m eio e foi salva? “H o n ra a teu p ai e a tu a m ãe...” E sto u p e n sa n d o n a se g u n d a série de estu d o s que fiz so b re o livro de L evítico , d ez anos d ep o is d a p rim eira. M e u tex to d aq u ele d o m in g o eram os cap ítu lo s 13 e 14, u m a p a ssa g e m e x te n sa so b re a lepra. E x p liq u ei à co n greg ação q u e a p a la v ra b íb lic a “le p ra ” ab ran g e m uitas doenças da pele, inclu siv e a p so ríase. N ão sab ia q u e u m p ro fe sso r un iv ersitário de n o ssa c id ad e e su a e sp o sa estav am v isitan d o a ig re ja a q u e la m an h ã, e que fa zia te m p o q u e ele tin h a d o lo ro sa m a n ife sta ç ão d e p so ríase in tratáv el e in c u rável. E o casal en tra e o uve u m m in istro p reg an d o sobre o tem a: “O que sua p e le está lh e d izen d o acerca de D e u s” . Q u e estran h o , m as p e c u lia r m en te p ertin en te! Se fo sse e sc o lh e r o q u e q u isesse p a ra p re g ar sem an a após sem ana, n u n c a teria esco lh id o L ev ítico 13 e 14. M as o S en h o r sabia que aquele casal e staria lá n a q u e le d o m in g o . O s dois ficaram tão intrig ad o s, que v o l ta ram n o d o m in g o seg u in te. N o fin al do cu lto , re sp o n d e n d o ao convite, fo ram à fren te, e D eu s in sta n ta n e a m e n te cu ro u o hom em . P reg ar e x p o sitiv am en te m e d eu m u ita lib e rd a d e p a ra lid a r co m a ssu n tos sen sív eis. T odos n a c o n g reg ação sa b ia m q u e eu não e stav a p e sso a l m en te cen su ran d o -o s q u an d o ch eg av a a vez de ab o rd ar u m texto po u co co n fo rtáv el p a ra eles. E ssa n ão e ra a o p in ião do pregador, era a de D eus. O p re g a d o r não tin h a esco lh id o esp e c ific am e n te o texto. N aq u ele dia, a p a ssa g e m tã o -so m e n te fo ra-lh es a b e rta n aq u ele p o n to p o rq u e era on d e o p a sto r estav a e m su a jo rn a d a atrav és d a q u e le liv ro d a B íblia. P reg a r exp o sitiv a m e n te d á u m sen so de confiabilidade. A s p esso as de n o ssa co n g re g a ç ão sa b ia m q u e p o d ia m lev ar aos cu lto s os am igos ou m em b ro s n ã o -salv o s d a fam ília, p o is n in g u é m seria su rp ree n d id o p o r u m serm ão d esp rep arad o e desconexo. M u itas vezes, nos círculos pentecostais, q u ase v en eram o s a im p rev isib ilid ad e. N a m in h a o p inião, dev eríam o s dar m ais ên fase à prev isib ilid ad e. N o sso povo sab ia onde abrir as B íblias q u a n do cheg av a a h o ra do serm ão . N a realid ad e, à m e d id a q u e n o ssa ig reja crescia, as p esso a s q u ase sem p re asso ciav am sua en tra d a à ig re ja p elo texto e m q u e m e e n co n trav a n a q u ele d e te rm in a d o dom in g o . “Pastor, a p rim e ira v ez q u e v im a e sta ig reja, su a série de estu d o s estava e m R o m a nos 8 [ou e m 1 S am u el 17, A p o c a lip se 3, N e e m ias 1 etc.].”
88 O PASTOR PENTECOSTAL A Pregação E xpositiva A juda o Pastor Se h á vantagens para a igreja no fato de o pasto r pregar expositivam ente, p a ra o p ró p rio p reg ad o r os ben efício s são ain d a m aiores. N ã o se g a sta tem p o b u sca n d o a d ireção d e D eu s p a ra as m en sa g en s d e ca d a sem ana. N ão sei q u antas h o ras teria d esp erd içad o ao lo ngo dos 17 anos de p asto rad o , se a ca d a sem an a tivesse de p artir do zero no e m p e nh o de d esco b rir o q u e iria p re g ar n aq u ela sem ana. E u sem pre sabia. E ra o cap ítu lo seguinte. O u o parág rafo seguinte. Isto sig n ifica que n u n ca p a s sei p e lo p ân ic o d e sáb ad o à noite. E m 17 anos de pasto rad o , creio que h o u v e apenas duas vezes que, p elo fim do dia de sexta-feira, os serm ões de d o m in g o n ão estav am prontos. A ca d a segun d a-feira, d irigia-m e ao m eu gabinete de m an h ã cedo, abria a B íb lia e co m eçav a co m a P alavra de D eus p ara a m in h a vid a e p a ra a n o ssa ig re ja n a q u e la sem ana. N e m p o r u m a ú n ica vez deixei d e sentir D eu s falan d o co m ig o através de sua P alavra. D eus não fica em silêncio, quan d o nos apro x im am o s de sua Palavra. D eus sem pre falou com igo, ainda q u e eu n e m sem p re fu i b o m canal p a ra a sua m en sag em . Sim , até m esm o os p reg ad o res expositivos erram de vez em quando! A p re g a çã o e x p o sitiv a fo r n e c e a m p la o p o rtu n id a de p a r a a fo r m a ç ã o d e re c u rso s p a r a os serm õ e s. Q u a n d o e n tra v a em u m a n o v a série de e stu d o s, v isita v a as liv ra rias e b ib lio te c a s c ristã s e se le c io n a v a fe r ra m e n ta s q u e p re c isa ria c o m p ra r p a ra a n o v a série. A d q u iria c o m e n tá rio s ou o u tro s ite n s que m e a ju d a s sem a re sp o n d e r ad e q u a d a m en te às m in h as du as p e r g u n ta s fu n d a m e n ta is: O q u e d is s e ? O q u e íf e ? N o d e cu rso dos a n o s, co n se g u i fo rm a r u m a b o a b ib lio te c a , b e m co m o farto s re c u rso s e m te rm o s de ilu stra ç õ e s e m a te ria is p e rtin e n te s. N a d a m a is fo m e n ta crescim en to esp iritu a l no p a s ___________________55 to r do que a p reg a çã o expositiva. P o r quê? P o rq u e o p a sto r e ro rç a a o a estu d a r sistem aticam en te, a fim de in cu tir a P alav ra de D eu s p esso alm en te. S em pre tive m ais m aterial do que ja m a is pu d e usar n a pregação. E ra eu o b en eficiário desse excesso. A preg ação expositiva h ab ilita o p reg ad o r a m in istrar do ex cedente, em vez de u m a p o rção ch eia o u p e la m etade. A p reg a çã o expo sitiva p ro m o v e a longevidade no p a sto ra d o . F iq u ei 17 anos p asto re a n d o u m a ig reja e n u n ca m e senti ex aurido de assuntos p a ra pregar. P o r q u e tan to s pasto res deixam o m in istério ? S em dúvida, u m a das razõ es é o esg o tam ento. H á u m a ex austão do v ig o r físico , m e n tal, e m o c io n a l e esp iritu al do m in istro . D esco b ri q u e o estudo sistem ático e o p re p a ro esp iritu al p a rticu la r exigidos p ara a p reg ação expositiva são fo n te in su b stitu ív el de renovação. A cong reg ação n u nca se can so u da P a lav ra de D eus, n e m eu. C o m o p astor, você n ão p o d e ser todas as coisas p a ra todas as pessoas. D esd e o início, d eterm in ei que m in h a m a io r atenção estaria no m inistério d a P alavra, e que alo caria o tem po necessário p ara cu m p rir b em a tarefa. A fin al de co n tas, todo m in istro é ch am ad o p ara ser “ob reiro que não tem
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Nâo se perde tempo buscando a direção de Deus para cada mensagem
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR de q u e se envergonhar, q u e m a n e ja b e m a p a la v ra da v erd a d e ” (2 T m 2.15). Isso sig n ifica q u e tin h a de d ar m en o s p rio rid ad e ao aco n selham ento, à ad m in istra ç ã o , à v isita ç ã o e a to d o s os o u tro s diversos asp ecto s do m i n istério . E n tre ta n to , n ã o esto u d izen d o q u e os o u tro s m in isté rio s fo ram neg lig en ciad o s. C o m o p astor, p o d ia d eleg ar m u itas co isas, e o fiz. M as u m a co isa q u e sem d ú v id a n ão p o d ia d e le g a r e ra m eu m in istério d a p re g a ção d a P alav ra. O s a p ó sto lo s c h eg aram a e ssa m e sm a co n clu são p a ra a lid e ra n ç a e sp iritu a l m u ito antes de m im : “N ós p e rsev erarem o s na oração e n o m in isté rio d a p a la v ra ” (A t 6.4). M a n te n h a suas p rio rid ad e s e m o r d em e D eu s ed ifica rá su a ig re ja atrav és de você! N ão é n e c e ssá rio q u e v o cê seja u m p re g a d o r ex positivo p a ra p ro c la m a r co m fid e lid a d e a P alav ra de D eu s. E x iste m to d o s os tip o s de estilo s e m é to d o s d e p re g a ç ã o q u e o E sp írito S an to a b en ç o a. M a s a p re g a ç ã o ex p o sitiv a certa m e n te e n riq u e c e rá su a v id a e a v id a das p esso as a q u em D eu s o ch a m o u p a ra servir.
Com o Fazer Serm ões Expositivos A g o ra v em a q u estão crítica. Você q u e r p re g a r serm ões expositivos. M as co m o fa zê-lo s? D e ix e -m e lev á-lo ao lo n g o d esse p ro cesso , u tiliz a n do u m a d as p a ssag e n s m ais fam iliares d a B íb lia: M ateus 2 8 .18-20. D e fato , esse tex to é tã o fam iliar, q u e m u ito s n u n ca ch eg am a p re g ar sobre ele. O s q u e p reg am p o r te m a p o d e m u sa r esse texto com o p o n to de p a rtid a p ara um serm ão so b re a n ec e ssid a d e de fazer evan g elism o ou m issõ es, e sim p le sm e n te se d e te r em u m a ú n ic a p alav ra: “Id e ” . O s p re g a d o re s te x tu a is p o d e m to m a r u m a fra s e , c o m o “Id e , e n sin a i to d a s as n a ç õ e s ” , a sso c iá -la a o u tra, p o r ex e m p lo , A to s 1.8, e falar, n esse caso , so b re os três d o m ín io s o n d e d e v em o s atu ar: n o ss a c a sa , os lu g a re s p ró x im o s e as re g iõ e s m a is a fa sta d a s d o m u n d o . M a s e x ig e -se qu e os p reg ad o res ex p o sitiv o s in clu am to d as as palav ras do tex to em seus serm õ es. M a te u s 2 8 .1 8 -2 0 c o n ce n tra -se em assuntos m ais in clu siv o s do q u e n o fato de “ir” ou p a ra onde devem os ir. L e m b ra -se d a p rim e ira p e rg u n ta sobre os p rep arativ o s de um a m e n sa g em ex p o sitiv a? O q u e o tex to d is s e ? P a ra re sp o n d e r a e ssa p e rg u n ta d e vem o s fazer b o a ex egese. C o n tu d o , n ão co m ece sua ex egese co rren d o p a ra os co m en tário s. O p re g a d o r ex p o sitiv o deve p rim eiro estu d ar o texto ap en as c o m a B íb lia n a m ão; sem co m en tário s ou ferra m e n tas de aju d a de q u a lq u e r tipo. E im p o rta n te q u e você co m ece a fo rm a r u m a o p in ião sobre a p a ssa gem . O q u e o tex to está d izen d o ? D e q u e fo rm a o E sp írito S anto pode aju d á-lo a en te n d e r o tex to de n o v o ? Q u e p artes p are cem ch a m a r m ais sua aten ção ? O q u e v o cê n ão co m p re e n d e ? O n d e estão os substan tiv o s? Os v erb o s? O s ad jetiv o s? O s ad v érb io s? Q u al o p e n sam e n to p rin c ip a l d a p a s sag em ? Q u ais os su b tem as? N ão cu sta escrev er sua p ró p ria p a rá frase do texto. Im a g in e q u e v o cê vai p re g a r esse tex to a u m a a u d iên c ia m ista c o m p o sta de cria n ç a s d e o ito anos a p ro fe sso re s u n iv ersitário s. C o m o você ex p re ssa ria o q u e e stá sen d o dito, de m o d o q u e am bos os g rupos cla ra m e n te o en te n d e sse m ?
90 O PASTOR PENTECOSTAL
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P o r que é im p o rtan te p rim eiro lid a r sozinho com o texto antes de b u s car aju d a extern a? P o rq u e a p assag e m deve en trar em seu espírito. Você nun ca será b em -su ced id o em preg ar expositivam ente. se suas m ensagens so arem com o le itu ra de relatórios. E é assim que p arecerão , se tudo o que você faz é m o d e la r seu serm ão após estu d ar os com entários. A P alav ra de D eu s deve p rim eiro falar co m você, se é que ela deve p assar p o r você para falar co m q u em q u er q u e seja. D u ran te esse em bate in icial e direto entre você e o texto, co m ece a se perguntar: C om o esboçarei estes versículos? Q ue título p a re c e m ais apropriado? P asse p elo m en o s u m a h o ra sozinho co m o texto antes de co n su ltar seus recu rso s de estu d o bíblico. Se, é claro, você sabe grego ou hebraico, gaste esse tem p o no texto original obtendo as nuanças da lin g u ag em b í blica. Você não deve co m eç ar a ex am in ar os co m entários até q u e o p ró prio tex to fiq u e in cru stad o em seu espírito. D epois, sirva-se dos recursos: d icionários, c o n co r dância, trad u ção interlinear, paráfrases e outras versões, estu d o s p o r palavras, co m en tário s bíblicos. N ão p e rm i ta que seu rep ertó rio de c o m en tário s seja escasso. A l guns c o m etem o erro de confiai' q u ase exclusivam ente em u m ou dois co m entários, e seus serm ões p a ssa m a ser apenas u m rearran jo , um a nova a p resen tação do que aqu ele estu d io so disse. N u n ca tento u sa r m enos do que sete ou oito co m en tário s sobre q u alq u er texto. Isso as seg u ra que estou tirando co nclusões de m ú ltip lo s p o n tos de vista, alguns dos quais em n ad a m e ajudarão, m as p r e c i s o d a m u l t i p l i c i d a d e d e in f o r m a ç õ e s p a r a co rretam en te co m p ree n d er o texto. T enho de resistir ao im p u lso de p assar dep ressa p a ra a aplicação do texto, sem p rim eiro m e envolver em todo o p ro cesso de exam e. À m ed id a qu e você ex p lo ra cu id ad o sam en te a m in a do texto de M ateus 2 8 .1 8 -2 0 , c o m e ç a a n o ta r os tem as p rin c ip a is. E les se so b ressaem . N o v e rs íc u lo 18, J e s u s fa z u m a d e c la ra ç ã o m u ito s u rp re e n d e n te . N o s v e rsícu lo s 19 e 20 a, d á u m a o rd em . E n a ú ltim a fra se do v ersícu lo 20, faz u m a p ro m e ssa . P o rtan to , u m serm ão e x p o sitiv o será d esen v o lv id o n e ssa e stru tu ra, d entro do p ró p rio texto. L em bre-se: é sem pre o p ró p rio texto que deve re g e r o esboço. A p reg ação ex p o sitiv a não d á licen ça p ara o preg ad o r fo rçar suas id éias no texto. D eve-se p e rm itir que o texto fale p o r si m e s m o. Q uan d o você se c o n cen trar nos asp ectos exegéticos do texto, com ece a n o ta r algum as co isas que se d estacam , co m o p o r exem plo, a p alavra ■‘to d o ” . N o texto da v ersão A R A 2, a p alavra “to d o ” (em suas declinações) o co rre q uatro vezes: “toda a auto rid ad e [ou p o d e r]” , utodas as n a çõ e s” , “todas as co isa s” e “todos os d ias” . B em de acordo co m o texto grego su bjacente, o n d e o v o cábulo “to d o ” (da raiz grega p a s) ocorre quatro v e zes: “to d a a au to rid ad e” , “todas as n açõ es” , “todas as co isas” e “todos os d ia s” . Q uan d o p erceb i isso, disse com igo m esm o: E sta é repetição im porta n te. Isto p recisa se r incluído na m ensagem . M a s com o? M in h a exegese tam b ém m e leva a fo ca liz ar nos conectivos. P rim eiro, Jesu s p ro clam a ter autoridade. D epois, em ite u m a ordem . E, no fim . faz
Primeiro, estude o texto tendo diante de si só a Bíblia, nada mais
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR u m a p ro m essa. T udo isso n ão e stá re la c io n a d o ? S u a au to rid ad e n ã o serve de esc o ra p a ra a o rd em ? Jesu s n os en v iaria p a ra u m a m issã o q u e não tiv esse e sp e ra n ç a de su cesso ? P o r c o n seg u in te, n o ssa re sp o n sa b ilid ad e n ão e stá a sso c ia d a ao su cesso de su a p ró p ria m issão ? A m en o s que E le ten h a au to rid ad e, n ão tem o s resp o n sa b ilid a d e . M as som os enviados a fa zer su a o b ra p o r n o ssa c o n ta? N ã o ! C o m a c o m issão , tem o s tam b é m a garan tia: E le e sta rá cono sco . P e r c e b e o q u e e s ta m o s fa z e n d o ? E s ta m o s tr a b a lh a n d o c o m os co n ectivo s. A s vezes, um serm ão c o n té m so m en te um esb o ço sim ples: p o n to s um , dois e três. N ão o b stan te, o p re g a d o r n u n c a co n e c ta os pontos. Se tem o s o p o n to um , de q u e m a n e ira se re la c io n a co m o p o nto d o is? E co m o p o n to três? V ocê q u ase sem p re p o d e d izer se e stá co n ectan d o os p o n to s, se está sile n c io sa m e n te in serin d o e n tre eles as palav ras “p o rta n to ” ou “p o rq u e ” . P o r ex em p lo , n esse tex to , Jesu s tem au toridade. P o rta n to, tem o s re sp o n sa b ilid a d e q u an to a e ssa au to ridade. P o rq u e tem os re s p o n sa b ilid a d e , n ecessitam o s de su a p resen ça, e devem os c u m p rir o que E le m a n d o u fazer. P ro cu re seg u ir o flu x o ló g ico q u e o p ró p rio texto pro p o rcio n a. Q u a n do D eu s fala, co m o a p resen tad o n a B íb lia, E le não gagueja. A s palav ras n ão são d ad as e m o rd e m aleató ria, m as n a se q ü ên c ia certa. H á u m p ro p ó sito e m éto d o n a rev elação divina. B u sq u e-o s e pro clam e-o s! A in d a e stam o s tra b a lh a n d o n a exegese: “O que o tex to d isse ?” E m m eu s estu d o s, c o m ecei a n o tar q u e q u atro v erb o s d o m in a m o m e io de M a te u s 2 8 .1 8 -2 0 . E m p o rtu g u ês, n a v ersão A R A , dois d os v erbos estão n o im p erativo, ou seja, são ordens: “id e ” e “fazei d isc íp u lo s” . E os o u tro s dois v erb o s estã o n o gerú n d io : “b a tiz a n d o ” e “e n sin a n d o ” . E m p rin c íp io , isso n ad a sig n ifica p a ra o d e sen v o lv im en to do serm ão ; sim p le sm e n te to m o nota. Q u an d o co n su lto o tex to g rego, d escu b ro q u e apenas u m v erb o e stá n o im perativo: “fazei d isc íp u lo s” . Os outro s três estão to d o s n o gerú n d io : “in d o ” (ou “q u a n do fo rd e s” o u “ten d o id o ”), “b a tiz a n d o ” e “e n sin a n d o ” . N ão te n h o id é ia do q u e p la n e jo fa z e r co m essa desco b erta. T erei de p e n sa r u m p o u c o so b re isso e tra b a lh a r m a is e x te n s a m e n te n o s c o m e n tá rio s . V ocê freq ü e n te m en te e x p e rim e n ta rá esse m esm o fen ô m en o ao p re p a ra r seus serm õ es. E algo q u e c h a m a su a a te n ção, m as in ic ia lm e n te n ão te m p ista a lg u m a do q u e fazer p a ra d e sen v o l v er a observ ação . D u ran te to d o o tem p o em q u e esto u e stu d an d o , esto u to m an d o notas. E n trem en tes, só ten h o p ág in as ch eias de an o tações. M eu estu d o exegético e stá co n clu íd o . A ch o q u e atin g i u m en te n d im e n to p o sitiv am en te acurado do sig n ificad o das p alav ras. A g o ra ch eg o u o m o m en to de desen v o lv er o serm ão e c o m e ç a r a re sp o n d e r a seg u n d a p erg unta: “O que o texto d iz ?” C om o faço p a ra q u e esses v ersícu lo s saltem d a p á g in a aos co raçõ es das p esso a s a q u e m m in istro ? Isso é o b ra do E sp írito S anto e ta m b é m m in h a resp o n sa b ilid a d e . T al e sfo rço n ão te rá êx ito sem oração. P o r co n seg u in te, fu n d a m e n ta l em to d o o estu d o é o ato e a atitu d e de oração: “ Senhor,
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Há um propósito e método na revelação divina. Busque-os e proclame-os! jj
92 O PASTOR PENTECOSTAL
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en sin a-m e p rim eiro o que e sta p assag e m está d izendo p ara m im , e depois ab re-a aos co raçõ es do p o v o ” . C o m o p en teco stais, fazem os m u ito m ais do que a n u n ciar inform ações. P reg am o s p a ra p ersuadir. Q u erem os que as p esso a s faç am algo depois q u e pregam os. E stam o s bu scan d o que as p essoas tom em u m a atitude. S erm ões secos e frios p ro d u z em p essoas secas e frias. D ese jam o s q u e n o sso serm ão seja um a b ra sa v iva do altar de D eus. A b rasa não in c en d ia rá os co raçõ es d aqueles que nos o uvem sem que p rim eiro te n h a in flam ad o o n o sso p ró p rio coração. P ortanto, m eu alvo ao d esenvolver o serm ão é fazer u m a ap licação do tex to às p esso as a q u e m prego, co m eçan d o p o r m im . P icto ricam en te, v ejo o serm ão com o u m a casa com u m a v aranda n a frente, com partim entos principais e um a v aran d a atrás. F a ça co m que a v aran d a d a fren te seja um centro de b o a s-v in d as p ara o serm ão; não deixe seu h ó sp e d e p a ra sem pre n a v aran d a d a fren te, fazen d o in tro d u ção lo n g a e divagante. S eja objetivo e fo rm e um cenário p a ra receber o h ó spede nos com partim entos prin cip ais d a casa, os p rin cip a is tem as da m en sag em . Q u an do o serm ão estiver co n clu íd o , p en se em fazer seu h ó s p ed e sair p ela v aran d a de trás. E ssa v aranda tam b é m é m en o r do que a ca sa p rin cip al, do m esm o m odo com o a co n clu são do serm ão não deve ser m aio r do que a su a p arte central. O fim deve ser p ertin en te e d ar op o r tu n id ad e p a ra u m a d ecisão ou atitude das p essoas. E sten d er-se in d efin i d am en te n a co n clu são é co m o n u n ca lib era r as p esso a s d a v aran d a de trás p a ra v o ltarem ao p a n o ra m a d e to d o s os dias. P o rtan to , as três co isas que req u ere m m ais trab a lh o no p rep a ro do ser m ão, dep o is da ex egese, são: (1) o títu lo e a in tro d u ção d a m e n sag em (a v aran d a da fren te), (2) o assu n to (os co m p artim en to s prin cip ais) e (3) a c o n clu são (a v aran d a de trás). O s p reg ad o res expositivos d iferem em qu al dos itens a cim a se o cupam p rim eiro n o p ro c e sso de p rep aração do serm ão. A lguns, co m o os ad v o g a dos, p re fe re m co m e ç a r com o rascu n h o do su m ário ou d a conclusão. O u tros dão as p rim eiras aten çõ es à in tro d u ção , tra ta n d o -a com o a n ascen te do flu x o do serm ão, acred itan d o que o restan te d a m en sag em seguirá o can al in iciad o pelas p alav ras de abertura. Q u ase sem pre, m e co ncentro p rim eiro n a fo rm ação do assu n to e no esboço. E claro q u e a co n g reg ação n u n ca m e ouve dizer: “H oje, o assunto da m in h a m e n sag em é...” O assunto é p a ra m eu b en efício , e se o desenvolvo b em , a co n g reg ação re te rá o que é pregado. D ito de m a n eira sim ples, o assu n to é u m su m ário d e u m a sen ten ça só, sistem aticam en te o rdenado, de to d a a su a m en sag em . In clu irá seus p o n to s p rin cip ais. Se você n ão p u d er re d u z ir su a p reg ação a u m sum ário de u m a ú n ica sentença, disp o sto de m a n e ira sistem ática, sig n ifica que o serm ão não e stá p ro n to para ser p re gado. S im u ltân eo ao d esen volvim ento do assunto, estou fazendo o esb o ço d a m en sag em , v isto q u e os dois estão ju n to s. D en tro desse p ro cesso ou e m sua co n clusão, pro cu ro c ristalizar a m e n sagem em um títu lo ap ro p riado. P o r exem plo, é difícil d ar um títu lo a
Vejo o sermão como uma casa com uma varanda na frente, compartimentos principais e uma varanda atrás
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR M ateu s 2 8 .1 8 -2 0 q u e n ão seja “A G ran d e C o m issão ” . E sse é o n o m e dado ao longo do cu rso d a h istó ria cristã. T alvez, p a ra c a u sa r im p ressão , puis s s e ser te n ta d o u m a variação: “A G ran d e C o -M issã o ” . Você p o d e escoih er u m títu lo m ais criativ o ou co n tem p o rân eo . E n tre tan to , ev ite títu lo s q u e p ro m e ta m m ais do q u e p o ssa m cum prir, ou que in d u z a m ao erro, ou q u e d esv irtu em o c o n teú d o do texto. E m pregando o título h istórico, passo a im aginar: O que há de tão grande sc e rc a d a G ra n d e C o m issã o ? E m o u tras p alav ras, p o r que foi in serid a a p a la v ra “g ra n d e ” ? O te rm o “g ra n d e ” n ã o ap arece no tex to em si. Q uanto m ais re fle tia n e ssa q u estão (e a p re p a ra çã o de u m b o m serm ão ex ige que você fa ç a c o n sid eráv el oração , m ed ita ç ã o e reflex ão ), m ais p e rc e b ia que o p ró p rio tex to a resp o n d ia. A g ra n d e co m issão é g ran d e p o rq u e c o n tém u m a g ran d e p ro c la m a ç ão , u m a g ra n d e re sp o n sa b ilid a d e e u m a g ran d e g arantia! E aí está: ta n to o assu n to q u an to o esb o ço ap resen tad o s e m u m a ú n ica sen ten ça. P o sso u sá -la d u ran te to d o o serm ão! N a introdução, p o sso perguntar: “P o r que cham am os essas palavras de Jesus de ‘A G rande C o m issã o ’?” E m seguida, a parte central do serm ão resp o n d e à pergunta. P rim eiro, p o rq u e faz u m a grande proclam ação: “Toda a autoridade m e foi dada no céu e n a terra” (A R A ). S egundo, porque acar re ta u m a gran d e responsabilidade: “F azei discípulos” (A R A ). E , terceiro, p o rq u e nos d á u m a gran d e garantia: “E is que estou convosco todos os dias até à con su m ação do sécu lo ” (A R A ). N a conclusão, re to m o a estes tem as. Você j á aceitou a proclam ação de Jesus? Já agiu de acordo co m a resp o n sa b ilid ad e d ad a? E stá p len am en te certo d a g arantia que E le nos prom eteu? P ara m im , o títu lo , o assu n to e a co n c lu sã o serv em m ais ou m enos co m o as fig u ras de u m livro d e colorir. N ão p o sso p in ta r as g rav u ras, a m en o s q u e v eja o s seus co n to rn o s. D e m a n e ira c u id a d o sa e m etódica, co m eço a ra b isc a r m in h as n o tas p a ra a m en sag em . N o to p o d a página, escrev o o títu lo : “A G ra n d e C o m issã o ” . D e p o is , v e m u m p a rá g ra fo c h a m a d o “In tr o d u ç ã o ” . N a p re g a ç ã o expositiva, o objetiv o o rd in á rio de to d as as in tro d u çõ e s é p ô r o tex to nas p esso a s e as p esso a s n o texto. U m a m a n e ira sim ples de re su m ir u m a in tro d u ç ã o à G ra n d e C o m issã o é o b serv ar que, no E v an g elh o de M ateu s, essas são as ú ltim as p alav ras de Jesu s d itas aos discíp u lo s, sendo tam b ém suas ú ltim a s p alav ras p a ra nós. F oi e ssa a m e n sa g e m q u e co m issio n o u os d iscíp u lo s, e é ta m b é m a no ssa. Se as ú ltim as p alav ras p ro n u n ciad as p o r u m en te q u erid o antes de m o rre r são im p o rtan tes, q u an to m ais as ú ltim as p alav ras d o C risto ressu rreto ! A p a rtir disso, a p rim e ira ên fase p rin c ip a l se desdobra: “A g rande p ro c la m a ç ão ” . S e vo cê fez seu trab alh o exeg ético no contexto m aio r do E v a n g elh o de M ateu s, se rá in sta n ta n e a m e n te levado a M ateu s 4 .8 -1 0 , onde Jesu s, n o in ício do seu m in istério , re je ito u a o fe rta do d iab o de “to d o s os re in o s do m u n d o e a g ló ria d e le s” . V ocê fará v er que Jesu s, no fim do seu m in isté rio , n ã o p o d e ria te r feito tal p ro c la m aç ão se no co m eço tivesse ced id o à ten tação do diab o . A m e sm a rela ç ão se d á em n o ssas v id as. O p o d e r co m D eu s v em p e lo c am in h o d a o b ed iên cia, re sistin d o às ten taçõ es do in im ig o . V ocê ta m b é m q u e re rá e n fa tiz a r a p ro c la m a ção u n iv ersal de Jesus. S ua au to rid ad e se esten d e a to d o o céu (alg o q u e o d iab o não p o d e o ferecer,
O PASTOR PENTECOSTAL v isto q u e ele n ão e stá n o céu e não tem au to rid ad e lá) e à terra. Jesu s está n o s d izen d o q u e n aq u ele d ia não terem o s de p re star contas a M aom é, B u d a, C o n fú cio ou q u a lq u e r o u tra pessoa. É a Jesus que darem os conta. E u n ão p o d e ria te r alcan çad o esse d iscern im en to sem ter relacio n ad o o tex to im ed iato a to d o o texto. A p regação expositiva re q u e r que o p reg a d o r d esenvolva a p a ssa g e m dentro do seu contexto: im ed iato (cap ítu lo e livro da B íb lia) e g eral (a to talid ad e das E scrituras). S o m en te q u an d o fiz o trab alh o de co n c o rd â n c ia co m a p a lav ra “to d o ” no E v an g elh o de M ateus, fo i que m e o co rreu a o b servação de que deveria rela cio n a r M ateu s 4.8,9 com M ateu s 28.1 8 -2 0 . S em elh an tem en te, co n tin u e co m o trab alh o de re la c io n a r E sc ritu ra a E scritura.
Procure Ilustrações A propriadas E m ca d a p o n to do serm ão, o p re g ad o r q u ererá em p reg ar u m a ilu stra ção ad eq u ad a, se de to d o fo r possível. U m serm ão sem ilustrações é com o u m a ca sa sem ja n e la s. A o d eclarar a g ran d e p ro clam a ção de Jesus, reflito c o m ig o m esm o q u e alguns n a m in h a au d iên cia p o d e m te r pro b lem as com e ssa afirm ação. S e E le tem toda a autoridade, todo o poder, com o o p r e g a d o r está dizendo, então p o r que vem os ta n to s d esm a n d o s? P or que o m a l ven ce com ta n ta fre q ü ê n c ia ? P or que estou em d ificu ld a d es ? P o r c o n seg u in te, é im p o rtan te m e n cio n ar q u e o que Jesu s está falan d o diz re sp e i to à au to rid ad e final: as d ecisõ es que se relacio n am c o m o céu ou o in fer no, o p erd ão de p ecad o s, a v id a eterna, as realid ad es finais. A ilu stração que u sei p a ra a n tecip a r e ven cer e ssa ob jeção silen cio sa p a rtiu de m in h a p ró p ria experiência. T ive um am igo que, quan d o jo v em , teve a o p o rtu n id ad e de co m p ra r lotes de ações d a Sony q u ando cad a ação cu stav a apen as d ez centavos de dólar. T ivesse ele sabido o que aco n te ce ria co m a Sony, te ria v en d id o tudo o que p o ssu ía p a ra co m p rar tantas ações q u an tas p u d esse. D a m e sm a form a, as palavras de Jesus inform am n o s de re su lta d o s fin ais. D e que m an e ira m eu c o m p o rta m e n to h o je é afetad o p e lo que sei acerca do fu tu ro que E le seg uram ente d etém ? Se e sto u conv en cid o de q u e E le é vencedor, então investirei tudo o que sou em su a c a u sa hoje! D ep o is de m e c o n cen trar n a g ran d e p ro clam ação , ocorre u m m o m en to d e tran sição . Todo serm ão expositivo p re cisa n av eg ar cu id ad o sam en te nas tran siçõ es. Q ue lig ação tem o po n to u m com o p o n to do is? N esse caso, a grande resp o n sab ilid ad e (ponto dois) procede da grande p roclam ação (pon to um ). A p alav ra co n ectiv a de Jesus é “p o rta n to ” . P o r co n seguinte, nossa resp o n sab ilid ad e e m an a do p o d e r p ro clam ad o p o r Jesus. E le n u n ca nos en v iaria a u m a m issão n a qual tivesse p o u ca ou n en h u m a esp eran ça de sucesso. R ap id am en te, os co m en tário s d e tran sição d esem b o cam no desenvol v im en to do cern e de n o ssa resp o n sab ilid ad e. L e m b ra-se d e que na exegese d esco b rim o s que três v erb os estão no gerú n d io e que u m está no im p era tivo? E ag o ra q u e e ssa in fo rm ação vai reg e r o d esenvolvim ento d este se g u n d o p onto. N o ssa p rin cip al resp o n sab ilid ad e é “fazer d iscíp u lo s” . Jesus não quer q u e n os lim item o s a levar as p esso as a fazerem a “oração do p e ca d o r” .
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR 9 5 Seu in te re sse p rim á rio n ão está em c o n ta r o n ú m ero de p esso as que to m a ra m a d ecisão de aceitá-lo . E m se tratan d o de evan g elism o , não po u cas v ezes d am o s m u ito d esta q u e em p re p a ra r as p esso as p a ra o céu, m as o d isc ip u la d o ta m b é m nos in d u z a c o n c e n tra r nossos esfo rço s em tra ze r o céu p a ra as p esso as. O cristão é u m seg u id o r de Jesu s, alg u ém q u e vive co m o seu discíp u lo . O s v erb o s no g erú n d io d efin em o p ro c e sso de fa z e r discíp u lo s. P ri m eiro , h á u m “ir” . A m en o s q u e os c ren tes se d irijam aos o utros, n in g u é m p o d e se to rn a r d iscíp u lo . N o texto em p o rtu g u ê s, às vezes co lo c am o s ên fa se ex clu siv a na p a la v ra “id e ” . M as n ão e stá aí a ên fase de Jesus. O texto grego n ão tem a o rd e m e x p líc ita de “ir” . O que Jesu s d iz é: “ Q u ando fo rd e s” ou “ten d o id o ” . E m o u tras p alav ras, E le p re su m e que irem os. C o n tu d o , o “ir” n ão é a fin alid ad e; é só o co m eço. O “ir” é p a ra te r com o re su lta d o o “fa z e r d isc íp u lo s” . H o je, m u ita g en te e stá “faze n d o v iag e n s” , ach an d o q u e e stá cu m p rin d o a G ran d e C o m issão . M as, d e a co rd o co m Jesu s, a v iag em m issio n á ria ou de ev an g elism o tem de te r u m propósito: fa z e r d iscíp u lo s. B atizar é o seg u n d o e lem en to em fa z e r d iscíp u lo s. O batism o é tão im p o rtan te, q u e Jesu s o in c lu iu n a G ran d e C om issão. M as a ên fase de Jesu s n ão e stá n o ritu a l exterior, m as n a re n ú n c ia interior. Jesus d eseja id e n tific a ç ão p ú b lic a e v isív e l c o m E le m e d ian te o b atism o nas águas. A ilu stra ç ã o q u e ach ei ad e q u a d a p a ra e sse seg undo elem en to é a descrição p ó s-a p o stó lic a do b a tism o e n c o n tra d a n o D id a q u ê (“O s E n sin a m e n to s”), escrito em fins do sécu lo I ou in ício do século II. O s cren tes prim itivos ex ig iam q u e o b a tism o fo sse feito em ág uas co rren tes e frias. P o r que em ág uas co rre n te s? P a ra sim b o liz a r q u e os p e ca d o s fo ra m levados em b o ra. P o r qu e e m águ as frias? P ara ilu s ( ( tra r que a v id a c ristã é de au sterid ad e, um “v erd ad eiro ch o q u e ao siste m a ” . V iver o E v an g elh o não é caso de co n v en iên cia, m as de c o m p ro m isso . O q u e Jesu s d es ta c a aqui n ã o é a re a liz a çã o das p ró p ria s esp eranças, m as a ren ú n cia; n ão se tra ta d e ev itar a cruz, m as de lev ar a cruz. U m d esafio q u e a p reg ação ex p o sitiv a n o s ap rese n ta é a e x ig ê n c ia de q u e o p re g a d o r d esen v o lv a cad a p a la v ra ou frase do tex to e m ev id ên cia, ain d a que, ao _________________________ j j m esm o tem p o , n ã o d ev a fic a r ato lad o no d esen v o lv i m en to ex cessiv o d e u m d e te rm in a d o p o n to . P o r ex em p lo , os com en tário s ded icam p á g in a s e m ais p á g in a s às p alav ras “b a tiza n d o -o s em n o m e do Pai, e d o F ilh o , e d o E sp írito S a n to ” . V ocê v e rá longos tratad o s so b re o b a tism o de crian ças v ersu s o b a tism o de ad u ltos, o m o d o do b a tism o p o r im ersão , a sp ersão o u afusão. A lé m d isso , alguns darão g ran d e d esta q u e ao fato de co m o esse tex to re fu ta o en sin am en to de se b atiz a r “só em n o m e de Je s u s ” . Se m eu serm ão fo sse sobre o b a tism o em águas, q u e reria tra ta r de to d as essas q u estõ es. M as n ão esto u p reg an d o so bre o b a tism o em águas. M in h a p reg ação é so b re u m tex to da G ran d e C o m issão . P o rtan to , não devo m e p e rd e r n a flo re sta dos tó p ico s b atism ais. F aça ju lg a m e n to s sim i
Umsermão sem ilustrações é como uma casa semjanelas
96 O PASTOR PENTECOSTAL lares, q u an d o estiv er trab alh an d o co m o texto. S u a exegese p o d e seduzilo a g astar m ais tem p o do que deveria no desen v o lv im en to de u m subtem a d en tro do texto. N ão se distraia tran sfo rm an d o d etalhes em tem as. O ú n ic o fato q u e d ire i é q u e se alg u é m é d isc íp u lo de Je su s, será b atizad o . O b atism o é m ais do que e m águas, é n a pró p ria P e sso a de D eus. “N o m e ” é u m su b stan tivo singular. P o rtan to , som os b atizad o s em U m D eu s q u e se rev elo u a si m esm o com o Pai, F ilh o e E spírito Santo. A o serm os b atizad o s n esse nom e, não apenas ficam os m o lhados, m as som os co lo cad o s em u m re la c io n a m en to c o m Ele. O terceiro co m p o n en te dentro do texto de fazer d iscípulos é “en sin a n do -o s a g u a rd a r to d as as coisas que vos ten h o o rd e n ad o ” (A R A ). H á um cu rrícu lo n o cu rso v italício do d iscipulado. S ão todas as coisas q u e Jesus ordenou: através do ex em plo pesso al, d iscursos, paráb o las, ditos precio-
Etapas na preparação deSermões Exposítivos 1. L e ia m in u cio sam en te, m ed ite e ore a resp eito do tex to das E scritu ras sobre o q u a l vai pregar. F a ç a isso sem o a u x í lio de q u a lq u e r estu d o s ex tern o s — só você e a B íblia. A n o te p en sam en to s e p erg u n tas q u e tiver. 2. C o n su lte os c o m e n tá rio s. U se a m p la se le ç ã o de re c u rso s d e estu d o . Tom e abun d an tes notas. 3. D esenvolva o títu lo , o assu n to e o e s boço. A m e n sag em in teira p o d e ser ex p re ssa em u m a só frase? O títu lo é fiel ao tex to e d esp erta in teresse? 4. C o n sid ere a in tro d u ção m in u cio sam en te e em d etalh es (p o n h a as p esso as no tex to e o tex to nas p esso as). P ren d e a aten ção ? 5. M e d ite lo n g a m e n te n a co n clu são . Q ue tip o de apelo você e stá fazen d o ? Q ue reação e stá b u scan d o ? O que você de
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seja que as p essoas faça m co m a m e n sag em que foi p regada? O se n n ã o tem ja n e la s? A s ilustrações se aju stam suav em en te ou são fo rç a das ou so am artificiais? C onte u m a h is tó ria p a ra ch e g a r ao p o n to d e sejad o , não a co n te só p o r contar. P re sto u a te n ç ã o n o s c o n e c tiv o s? A s p esso as serão cap azes de seg u ir com clareza sua linha de raciocínio? O s po n tos estã o relacio n ad o s uns co m os o u tro s? E m an am do assu n to ? M anteve os po n to s p rin cip ais su cintos e fá ce is de lem b rar? S u a m e n sag e m é b an h a d a em oração? Você sente que está ungido? S u a se n sação ao p reg a r é a de que e stá c u m p rin d o fu n ção pro fética, que está p ro clam an d o a verd ad eira P alavra d e D eus a essas p esso as p a ra e ssa ocasião?
sos, p ro m essas, ad v ertências, lições sobre h ip o crisia, oração, h u m ildade, co n fian ça, p erd ão , o b ed iência, casam ento, discip u lad o , levar a cruz etc. N o sso S en h o r n u n ca p rev ê um tem po ou c ircu n stân cia em que algum a p a rte d os seus en sin am en to s ficará an tiq u ad a ou inverídica, im p ró p ria ou inútil. O q u an to é fácil, com o m in istro s, p reg a r so bre algum as coisas e
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR n ão so b re o u tras, p re g a r sob re “n o ssas c o isa s” , em vez de “todas as c o i sa s” q u e E le n o s te m m an d ad o . O q u ão fre q ü e n te m en te som os ten tad o s a im p ro v isa r tem as so b re os q u ais Jesu s a b so lu ta m e n te n ad a disse! C om o ilustração a esse terceiro com ponente, encontrei citação m uito pro veitosa de H ugh T hom son Kerr: “Som os enviados não para pregar sociolo gia, m as salvação; não econom ia, m as evangelism o; não reform a, m as reden ção; não cultura, m as conversão; não progresso, m as perdão; não um a nova ordem social, m as u m novo nascim ento; não revolução, m as regeneração; não u m a nova organização, m as u m a nova criação; não dem ocracia, m as o E vangelho; não civilização, m as C risto [...]” .3 Para a aplicação, eis oportuni dade excelente p ara frisar a im portância do estudo da B íblia, d a oração, da m ordom ia do tem po e dos talentos, d a obediência a Jesus e de um a infinidade de outros assuntos que dizem respeito a aprender a ser discípulo. N e sse p o n to do serm ão , ain d a esto u tra b a lh a n d o em m eu assunto. P ara faze r a tra n siç ã o , rev iso o n d e esto u . A G ra n d e C o m issão é g ran d e p o rq u e (1) c o n té m u m a g ran d e p ro c la m a ç ão , (2) a c a rreta u m a g ra n d e re sp o n sa b ilid ad e e, finalm ente, (3) d á u m a gran d e garantia. M ais u m a vez, a exegese aju d a a d esen v o lv er a ên fase. N o g rego, a tra d u ção literal é “E u m esm o esto u c o n v o sco ” . Jesu s, ao em p re g a r o p ro n o m e reflexivo, re ssa lta a ce r te z a d e su a p re se n ç a p e sso a l. A ssim , o su b p o n to “ a” é facilm en te d eclara do. A g ran d e g aran tia é (a) p esso al. “E u m esm o esto u co n v o sco ” . M as ta m b é m é (b) u m a g a ra n tia p erm an en te: “to d o s os d ias” . S e v o cê fe z a exeg ese co m cu id ad o n e sse tex to, ag o ra e stá p ro n to para ch a m a r a aten ção a u m a verd ad e m u ito su gestiva. A p a lav ra “to d o ” no texto greg o o co rre q u atro vezes em M ateu s 2 8 .1 8 -2 0 . “T oda a a u to rid a d e” (A R A ): n ão fo i d eix ad o d e la d o n e n h u m p o d e r so bre o q u al Jesus não ten h a co n tro le. “T odas as n a ç õ e s” : n e n h u m p o v o de q u alq u er cor, etn ia ou fo rm a ç ã o foi esq u ecid o . “T odas as c o isa s” : não h á n en h u m p receito vital ao n o sso re la c io n a m en to c o m D eu s q u e Jesu s te n h a d eix ad o de n os ensinar. “T odos os d ia s” : não h á n e n h u m p e río d o e m n o ssa v id a co m o d iscíp u lo de Jesus, no q u a l E le p e sso a lm e n te n ão e ste ja cono sco ! “Todos os d ia s” ab ran g em os tem p o s de fo rç a e fraq u eza, de su cesso e d erro ta, de a leg ria e tristeza, de ju v e n tu d e e velhice, de v id a e m orte. T odos os dias! P o r fim , a g ran de g ara n tia n ão é apenas (a) p e sso a l e (b) p e rm an en te, é ta m b é m (c) u m a g a ra n tia v ito rio sa: “até à c o n su m a ção d o sécu lo ” (A R A ). P ara u sar co m o ilu stração à g ran d e g aran tia, achei p ertin e n te a h istó ria de D a v id L iv in g sto n e. C erta vez, ele declaro u : “P o is, g o sta ria m de sab er o q u e m e su s te n to u ao lo n g o de to d o s os anos de ex ílio en tre p e sso as cu ja lín g u a n ã o e n te n d ia e cu ja atitu d e p a ra co m ig o e ra sem p re in ce rta e freq ü e n te m en te h o stil? F oi isto: ‘E is q u e esto u co n vosco to dos os dias a té à co n su m a ç ã o d o sé c u lo ’ [A R A ]. S o b re essas palav ras arrisq u ei tudo, e elas n u n c a fa lh a ra m !” A c e rc a d essa fra se b íb lica, L iv in g sto n e disse: “E a p a la v ra de u m C av alh eiro d a m ais e strita e sa g ra d a h o n ra [...]” .4 A m e d id a que se ap ro x im a r d a co n clu são de sua m en sag em , você p e r
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A condusio deve tocar não só a mente, mas também o coração __________
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O PASTOR PENTECOSTAL c e b e rá q u e deve to car não só a m ente d aqueles que o ouvem , m as tam bém o coração. Jesus co m preendeu isso e é por essa razão que contava histórias com ta n ta freq ü ên cia. V ocê n u n ca será eficaz preg an d o expositivam ente, ou em q u a lq u e r o u tro tip o de p regação, a m enos que in clu a m a terial que m o v a o seu co ração e o coração das p esso as a q u em prega. O serm ão rap id am en te chega a u m a conclusão. C onfiando n a ação do E sp írito S anto, p ro cu re levar as p esso as a to m arem u m a decisão. Já a ce i taram a p ro clam ação de Jesu s? Já ad m itiram a resp o n sa b ilid a d e que E le m esm o d eu ? V ivem n a g a ran tia que E le fez? É a h o ra de co n v id ar as p e s soas p a ra v ir à frente. E o m o m en to em que elas p o d em resp o n d er à P ala v ra p reg ad a, en treg an d o -se a ela. M eu p ro p ó sito em levá-lo através d a preg ação de M ateu s 2 8 .1 8 -2 0 é sim p lesm en te d ar-lh e u m a m aq u e te de com o p reg a r expositivam ente. Os p rin cíp io s e d iscern im en to s ap resentados são aplicáveis a q u a lq u er texto d a s E s c r itu r a s . N ã o f iq u e s u r p r e s o se , q u a n d o c o m e ç a r a p r e g a r e x p o sitiv am en te, v e n h a a e n fren tar dificuldades. H oje, não d eseja ria p re g ar n o v am en te alg u n s d os m eus p rim eiro s serm ões expositivos. C om o e m q u a lq u e r o u tra discip lina, a p reg ação expositiva v em m ais p ro n ta m e n te co m a prática. M as os d ividendos valem a pena! N ão h á n ad a q u e in flu a m ais d ram aticam en te no seu crescim en to e sp i ritu al do que a c o n cen tração con stan te na p regação expositiva. Você re c e b e rá m u ito m ais do que p o d e rá dar. E as p essoas a quem você p reg a terão u m am ad u recim en to esp iritu al m ais rápido, pois em vez de idéias h u m a nas você estará co lo can d o a P alav ra de D eus em suas vidas.
De Volta i Palavra em Nossa Pregação Thomas E. Trask e Wayde I. Goodall ão h á d ú v id a de q u e a Ig reja P rim itiva viveu no rein o do so b ren a tu r a l.1 S inais e m aravilhas não eram fo ra do com um ; m ilag res eram h ab itu ais e, n a verdade, esperados. “E p ersev erav am n a do u trin a dos ap ó sto lo s, e n a co m u n h ão , e no p artir do pão, e nas orações. E m cada alm a h av ia tem or, e m u itas m arav ilh as e sinais se faziam pelos a p ó sto lo s” (A t 2.42,43). M u ito s n a Ig re ja P rim itiva tin h a m p re sen ciad o o m in istério de m ila gres de Jesu s C risto. Isso nos está evid en ciad o no serm ão de P ed ro no dia de P en teco stes. D isse Pedro: “V arões israelitas, escu tai estas palavras: A Jesu s N azaren o , varão aprovado p o r D eus en tre vós co m m aravilhas, p ro
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UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR 9 9 dígio s e sinais, q u e D eu s p o r ele fez no m eio de v ós, co m o vós m esm os bem sa b e is” (A t 2.22). O s re su lta d o s d o serm ão de P ed ro ta m b é m fo ra m m ilag ro so s: “D e sor te q u e fo ram b a tiz a d o s os q u e de b o m g rad o re c e b e ra m a su a palav ra; e, n aq u ele dia, ag re g a ram -se q u a se três m il a lm a s” (A t 2.41). M uitas e re p e tid as v ezes e n c o n tra m o s no liv ro de A to s o fato de que sinais e m aravilhas m ira c u lo so s o c o rria m q u an d o a P alav ra de D eus era pregada.
U m a M ensagem Pentecostal A ig re ja p e n te c o sta l c o n h e c id a co m o A sse m b léia de D eus é u m m o v i m en to q u e co m eço u so b re n a tu ra lm e n te, e m re su ltad o do p o d ero so d e rra m a m e n to do E sp írito S anto. D esd e o seu in ício , D eus te m aben ço ad o esse m o v im en to , p o rq u e é d e p e n d e n te dE le; é g u iad o p elo E sp írito S anto, o ri en tad o p e la P alav ra d e D eu s e u sad o p a ra a lc a n ç ar e ste m u n d o n e c e ssita do de Jesu s C risto . D esd e o n o sso co m eço tem os sido ab en ço ad o s com p o d ero so s sin ais e m arav ilh as. H u m ild e m e n te a g rad ecem o s a D eu s p o r isso. T em os ten tad o m o d e la r as A ssem b léias de D eus de ac o rd o co m a Ig re j a P rim itiv a co m o d e sc rita n o N o v o T estam en to. A razão é óbvia: q u e re m o s ser co m o os cristã o s o rig in a is e ser u sad o s p o r D eu s d a m e sm a m a n e ira co m o eles o fo ram . D esejam o s o c rescim en to , a p aix ão e a c o m p a i xão q u e eles tiv eram e d e se sp e ra d a m en te alm ejam o s os m esm o s re su lta dos. S o m o s p e n te c o sta is, p o rq u e eles era m p en te co sta is. O ram os p o r si nais, m arav ilh as e m ilag res, p o rq u e eles os ex p erim en taram . N ão som os perfeito s e n ão o d eclaram o s ser, m as e sse ta m b ém era o te stem u n h o da Ig re ja P rim itiva. N ão ten h o m u ita p a c iê n c ia co m aq u eles que q u erem que neg u em o s ou dim in u am o s a m e n sa g e m d o P en teco stes e a o b ra do E sp írito S anto. O ro p a ra q u e D e u s n o s p o u p e de ja m a is atin g irm o s e ssa co n d ição , p o is, se esse d ia chegar, d eix arem o s de ser o q u e D eu s no p rin c íp io nos levantou r a r a ser. N ão h á d ú v id a de q u e D eu s d e se ja q ue sejam os u m m o v im en to que te n h a a Ig re ja P rim itiv a co m o exem plo. O s p rim eiro s cristão s fo ram p erseg u id o s p o r cau sa da m e n sag e m que anunciavam e p o r a q u ilo que eram . T am b ém serem o s p erseg u id o s. E les : : ram m al co m p reen d id o s p e la so cied ad e em que viviam . T am bém sere m os m al co m p reen d id o s. O s outro s g ru p o s re lig io so s os re je itaram , p o r :a u s a d a p o siç ã o d o g m á tic a de q u e Jesu s C risto é o S en h o r re ssu rreto e está ativ am en te en v o lv id o n os assu n to s d a igreja. N ó s ta m b é m serem os rejeitados. O s c ristã o s p rim itiv o s fo ra m a m e a ç a d o s , su rra d o s, re je ita d o s e adertid o s a p a ra r co m o q u e esta v a m fa z e n d o . M as, em lu g a r d e m o d e ra r a tiv id a d e s, p u se ra m -se de jo e lh o s e o raram : “A g o ra , p o is, ó S enhor, : lh a p a ra as su as a m e a ç a s e c o n c e d e ao s te u s serv o s q u e fa le m co m to d a - o u sa d ia a tu a p a la v ra , e n q u a n to e ste n d e s a m ão p a ra curar, e p a ra que fa ç a m sin a is e p ro d íg io s p e lo n o m e d o te u sa n to F ilh o Jesu s. E , te n d o eles o rad o , m o v e u -se o lu g a r em q u e esta v a m re u n id o s; e to d o s fo ra m ch eio s do E sp írito S an to e a n u n c ia v a m c o m o u sa d ia a p a la v ra de D e u s ” A t 4 .2 9 -3 1 ).
O PASTOR PENTECOSTAL N o te, p o r favor, que to d o s eles fo ra m cheios do E sp írito S anto e c o m e çaram a falar a P alav ra de D eus co m intrepidez. A Ig re ja P rim itiva pregou a P alav ra e fo i através d esse ato q u e D eus fez co m q u e a Ig reja crescesse. N ós tam b ém d evem os fazer o m esm o.
U m a M ensagem Proclam ada D eu s a b e n ço ará a ig re ja ou o m inistério q u an d o os m in istro s consisten tem en te p reg arem a Palav ra e v iverem vidas p ied o sas. O ap ó sto lo P a u lo d eix o u esse p o n to claro, q u ando disse: “D e sorte que tenho g ló ria em Jesu s C risto nas co isas que p erten c em a D eus. P o rq u e não o u saria dizer co isa alg u m a, q u e C risto p o r m im não te n h a feito, p a ra o b ed iên cia dos gen tio s, p o r p a la v ra e p o r obras; pelo p o d e r dos sinais e pro d íg io s, n a v irtu d e do E sp írito de D eus; de m an eira que, desde Je ru sa lém e arredores até ao Ilírico , ten h o p reg ad o o evangelho de Jesus C risto ” (R m 15.17-19). O testem u n h o de P au lo era que ele pregava a P alavra e v iv ia de acordo co m ela, p o r isso o seu m in istério fo i h o n rad o p o r D e u s c o m resultados so b ren atu rais. N o ssa p a lav ra te rá p o u co efeito se não estiver ap o iad a em u m viver ínteg ro . V am os ex am in ar c ad a u m destes asp ectos d a m en sag em p ro clam ad a. Tem os
de
Proclam ar
a
P alavra
P o r q u e D eu s ab e n ç o a a p regação d a P alavra? P o rq u e a P alav ra é esp í rito e, q u an d o p reg ad a, fa la ao esp írito d a pesso a. D isse Jesus: “O E sp íri to é o que v ivifica, a carne p ara n ad a aproveita; as palavras que eu vos d isse são esp írito e v id a ” (Jo 6.63). D eu s n os d eu a su a P alav ra p a ra ajudar-nos em tu d o p o r q u e passam o s n a vida, m as, p artic u la rm en te, e la n u tre o n o sso espírito. A P alav ra é o p ã o d a vida, e o E sp írito é a resp iraç ão d a vida. P recisam o s de am bos. É p o r isso que, q u an d o ouvim os a P alavra, crescem o s n a fé. “A fé é pelo ouvir, e o o u v ir p e la p ala v ra de D e u s” (R m 10.17). D eu s é so b ren atu ral. Q u ando su a P alav ra so b ren atu ral é p regada, even tos so b ren atu rais o correm . E ssa é v erd ad e in crív el a ser entendida. A p re gação b íb lic a o ca sio n a a v id a de Jesus C risto n a igreja. Se você tirar a P alav ra d a igreja, a v id a da ig reja ta m b é m será tirada. N ão im p o rta quão b e m o rq u estrad a a ig re ja esteja, qu an to s p ro g ram as ex celentes ten h a ou qu ão su n tu o sa seja a estru tu ra org an izacio n al, a v id a d ela será tirada. N ão sou c o n tra a o rganização, a estru tu ra e os p ro g ram as eclesiásti cos. P orém , se n ão o b tem os n o ssa d ireção d a P alav ra de D eus, então to das essas coisas, p o r m ais criativas que sejam , falharão. A ad o ração é u m a ex p e riên cia m aravilhosa, e oro p a ra que p o ssam o s ad o rar a D eu s co n tin u am en te. D eu s tem dado à Ig reja ao re d o r do m u n d o um novo d esejo de adorá-lo. C o ntudo, não devem os in terp retar e rro n ea m en te o q u e o S en h o r e stá fazendo. E le não q u er que adorem os o ato de adoração. A ad o ração deve ex p ressar n o sso am o r e culto a n o sso Senhor, e a ju d ar a ab rir n o sso s co rações p a ra o u v ir a sua P alavra. A ad o ração não deve afastar a ig reja d e o u v ir a p regação e o en sino d a B íblia, m as deve to rn ar-n o s m ais fam in tos e abertos à p re cio sa P alav ra de D eus. A p reg a ção d a P alav ra tem de te r o lu g ar central.
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR Q u an d o a P alav ra de D eu s é p reg ad a, p o d em o s e sp era r resu ltad o s so b ren atu rais. O b serv e este ex em p lo tirad o d a v id a de n o sso Senhor: E, entrando Jesus em Cafarnaum, chegou junto dele um centurião, rogando-lhe e dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico e violentamente atormentado. E Jesus lhe disse: Eu irei e lhe darei saúde. E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres de baixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado sarará, pois também eu sou homem sob autoridade e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu criado: faze isto, e ele o faz (Mt 8.5-9). O cen tu rião re c o n h e c eu q u e Jesu s e ra h o m e m d e au to ridade. E le sab ia qu e se Jesu s d isse sse a p alav ra, en tão seu criad o seria curado. P recisam o s en ten d er q u e d o m in g o após d o m in g o , cu lto após culto, atos m ira cu lo so s p o d e m acontecer. N a B íb lia, esse liv ro m a ra v ilh o so , está a vida, os m ila gres e o p o d e r so b ren atu ral de D eu s. Jesu s d isse que suas p alav ras são "esp írito e v id a ” (Jo 6.63). Q u an d o as p esso a s o u v em ou lêem a B íb lia, a fé n asce (R m 10.17). A P alav ra é a se m e n te viva. T em p o d e r g e rm in an te p a ra p ro d u z ir vida. N ão obstan te, é p re c iso h av er solo recep tiv o p a ra receb ê-la. A s p esso as são o solo. O E sp írito de D e u s a c o m p a n h a a P alav ra q u an d o é p re g ad a e en sin a da, e a sem en te é tra n sfe rid a ao solo do co ração h u m an o . Q u ando a se m ente cai em solo receptivo, algo d in âm ico , p o d ero so e so b ren atu ral aco n tece. A fé nasce. N ão aco n te c e n e c e ssa ria m en te ao p é do altar de u m a ig reja e m p articu lar, m as o n d e q u er q u e e sta sem en te e n co n tre aco lh id a ao h o sp e d a r-se no co ração . S e o c o ra ç ã o n ã o e s tiv e r a b e rto à P a la v ra , e n tã o a se m e n te n ã o g e r m in a . O e s c rito r a o s H e b re u s e x p lic a : “A p a la v ra d a p re g a ç ã o n a d a lh e s a p ro v e ito u , p o rq u a n to n ã o e sta v a m is tu ra d a c o m a fé n a q u e le s q u e a o u v ira m ” (H b 4 .2 ). M a s se o c o ra ç ã o d a p e s s o a e stiv e r r e c e p ti vo, e n tã o a fé b ro ta . E ssa v erd ad e deve d ar g ra n d e ân im o a to d o c re n te e pregador. Se fo r m os fiéis e m n o sso te ste m u n h o e p reg ação d a P alav ra d e D eus, a P alav ra tra rá tre m e n d o s e fe ito s so b ren atu rais n as v id as das pesso as. “E n v io u a su a p alav ra, e os sa ro u ” (SI 107.20). N ão p recisam o s d esen v o lv er algo. A P alav ra de D eu s b ro ta rá e fin c ará raízes, q u an d o cair em solo recep tiv o . Q u an do e sse solo é to ca d o pelo E sp írito S an to , algo d in âm ico aco n tece, e sinais e m arav ilh as oco rrem so b re n a tu ra lm e n te . T alvez você esteja p ensando: “N ão sab ia que era tão fácil assim ” . Q u a n do D eu s e stá en v o lv id o , os re su lta d o s surgem . N ão p o d em o s levar a g ló ria; ela p e rte n c e só a E le. N u n c a d ev em o s levar créd ito p e lo que D eu s faz através de n o sso te ste m u n h o o u m in istério . F a z e r isso é en ten d er m uito m al o q u e aco n teceu . N o ssa re sp o n sa b ilid a d e é serm os fiéis à sua P alav ra e d eix arm o s os re su lta d o s p o r co n ta dE le. O ap ó sto lo P au lo disse: “ O n o sso ev an g elh o não foi a vó s so m en te em p alav ras, m as tam b ém e m p oder, e no E sp írito S anto, e em m u ita c erte z a ” (1 T s 1.5). D ev em o s d e sc a n sa r no fato de q u e D eus ab en ço a a su a Palav ra
102 O PASTOR PENTECOSTAL sobren atu ral, q u an d o é co m u n icad a. N ão é n o ssa resp o n sab ilid ad e co n fir m ar a P alavra; e ssa é a resp o n sa b ilid ad e dEle. D eus vela sobre a sua Palavra para a cum prir em benefício daqueles que ousarão crer no pod er que ela tem. “E , dizendo P edro ainda estas palavras, caiu o E spírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra” (A t 10.44). T em os
de
P roclam ar
a
M ensagem
por
M e io
de
N o ssa s A çõ es
“E screv o -te estas coisas [...] p a ra que saibas com o convém an d ar na casa de D eus, que é a ig re ja do D eus vivo, a coluna e firm eza d a v e rd a d e” (1 T m 3.14,15). A ig reja é o lu g ar o nde a verdade escrita de D eus é co m unicada, onde a verd ad e é p ro c la m a d a e vivenciada. O m o d o co m o o m u n d o viv e não é o m o d o d esig n a d o p o r D eu s, p o is o m u n d o não vive de a co rd o c o m a v e rd a d e do R ein o . A ig re ja a p re se n ta a re a lid a d e ao m undo; ela é a c o n sciên cia da sociedade. A ig reja m o stra a verdade, de fo rm a que as pessoas p o ssa m v ê -la e entendê-la. E la m o stra Jesus. A in d a que o m u n d o ten te o b stru ir a v erdade de Jesus, o E sp írito S an to convence o m undo do p ecado, da ju stiç a e do ju íz o (Jo 16.8). P au lo tam b ém ex p lica que a ig reja é a base ou fu n d a m en to o nde a v erd ad e é colocada. O povo de D eus ouve a v erd ad e falad a n a ig reja e. então, leva-a ao m u n d o p er dido e agonizante. A s p essoas hoje estão fam in tas e im p lo ra m pe la verdade. C om o re sp o sta à vida, elas b uscam o ganho m aterial, as drogas, o álcool, outras p essoas, a ed u cação e um a m u ltid ão de outras soluções ilusórias. A ig reja dá ao m u n d o as so luções que este pro cu ra, m ed ia n te a p regação e en sin o d a P alav ra de D eus. “A B íb lia é a carta de navegação de D eu s pela qual o navio do cren te é governado, p ara nos im p ed ir de afu n d ar e para m o strar-n o s o nde é o p o rto e com o alcan çá-lo sem b ater em ped ras ou o b stá c u lo s” .2 A ig re ja deve m o stra r Jesus e m tudo o que faz. O S en h o r Jesus é e n co n trad o de cap a a cap a ao longo d a B íblia. E le é visto em todo o A ntigo T estam en to e é a fig u ra cen tral do N ovo T estam ento. A B íb lia d iz-nos: “N o p rincípio, era o V erbo, e o Verbo estava com D eus. e o V erbo e ra D eus. E le estava no prin cíp io co m D eus. Todas as coisas fo ram feitas p o r ele, e sem E le nada do que foi feito se fez. N ele, estava a v id a e a v id a era a luz dos hom ens. E o V erbo se fez carne e h ab ito u entre nós. e v im os a sua glória, com o a glória do U n ig ên ito do Pai, cheio de g ra ç a e de v e rd ad e” (Jo 1.1-4,14). João nos afirm a que Jesus é a “P alav ra da v id a ” (1 Jo 1.1). E ssa verdade p re cio sa nos é apresen tad a m ais u m a v ez em A p o c a lip se 19.13: “E e stav a v e stid o de u m a veste salp icad a de sangue, e o nom e pelo qual se ch am a é a P alavra de D e u s” . Jesus é tão in tim am en te id en tificad o co m a P alavra de D eus, que na v erd ad e é ch am ad o a P alavra. Q uando a P alav ra é p regada, en sinada ou estu d ad a, p o d em o s esp erar que o extrao rd in ário aco n teça em nossos c o raçõ es e vid as, p o rq u e n essa P alavra está a v id a eterna.
A igreja apresenta a realidade ao mundo; ela é a consciência da sociedade
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR
U m a M ensagem Produtiva Se ex iste u m a ig re ja q u e deva e n te n d e r a o rig em dos sinais e m a rav i lhas, é a ig re ja p en teco stal. N o ssa d e p e n d ê n c ia do E sp írito re su lta em sm ais e m arav ilh as. P ed ro nos fala: “N e n h u m a p ro fe c ia d a E sc ritu ra é de p a rtic u la r in terp retação ; p o rq u e a p ro fe c ia n u n ca foi p ro d u z id a p o r v o n ta de de h o m e m alg u m , m as os h o m en s santos de D eu s falaram in sp irad o s p elo E sp írito S an to ” (2 P e 1.20,21). H o m en s santos de D eu s escrev eram a B íb lia q u an d o fo ram c a p ac ita d os p elo E sp írito S anto, e h o m en s santos de D eus, im p u lsio n ad o s pelo p o d e r do E sp írito , são n e cessário s p a ra tra z e r rev elação à ig re ja dos dias de h oje. D e u s é san to e e sp e ra q u e seus filhos te n h a m v id as santas. O E s p ír it o S a n t o É
a
F onte
Jesus disse: “O E sp írito é o que v ivifica, a carne p a ra n ad a aproveita; as p alav ras q u e eu vos d isse são esp írito e v id a ” (Jo 6.63). E ssa é a v e rd a de p o d e ro sa a ser co m p reen d id a. N ão é m in h a resp o n sab ilid a d e d ar vida. C om o pastor, n ão p reciso fazer co m q u e algo aco n teça em u m culto. C om o crente, n ão p reciso e sta r sob a p ressão de te r de re a liz a r algo p a ra o b ter re su ltad o s esp iritu ais. A m á g ic a n ã o e stá en v o lv id a nos sinais e m a rav i lhas de D eu s. O E sp írito S anto se m o v e q u an d o a P alav ra de D eus é p re gada, e d E le d e p en d em o s p a ra os re su lta d o s. A ig reja n ão p re c isa d e d e m o n straçõ es d a carne; p re c isa de u m a d em o n stração do E sp írito Santo. O s cren tes se d esv iam q u an d o a carn e se m a n ifesta em n o ssas igrejas. H á algo p o d ero so , d in âm ico , m arav ilh o so e g lo rio so , quan d o as p e s soas ch eg am à p re se n ç a d e Jesu s C risto. O E sp írito to m a o am b ien te vivo e o en ch e d e p o d e r e ex p ectativ a do q u e D eu s e stá fazendo. Q u an d o tem os o p riv ilég io de e sta r em tal am b ien te, o E sp írito S an to é o ag en te ace lera dor. “O m esm o E sp írito S an to que d irig iu os escrito res d a B íb lia tam b ém d e se ja d irig ir-n o s h oje, de m o d o q u e v en h am o s a entender. S em o E sp íri to S anto, a B íb lia é co m o u m o cean o q u e n ão p o d e ser sondado, co m o o céu q u e n ã o p o d e ser in sp e c io n a d o , co m o u m a m in a q u e não p o d e ser e x p lo ra d a e co m o u m m istério alé m da co m p reen são . D ev em o s — tem os de — re n d er-n o s à lid e ra n ç a do E sp írito S a n to ” .3 Paulo escreveu: “N ão que sejam os capazes, por nós, de pensar algum a coisa, com o de nós m esm os; m as a nossa capacidade vem de D eus, o qual nos fez tam bém capazes de ser m inistros dum N ovo Testam ento, não da letra, m as do Espírito; porque a letra m ata, e o E spírito vivifica” (2 C o 3.5,6). C o m o m in istro s do novo co n certo , n ão devem os estar sob a p ressão de te r de fa z e r algo. F o i D eu s q u em n os cap acito u . Q uando, d a p a rte de sua P alavra, p reg am o s o S en h o r do novo co n certo , D eus certa m en te agirá. N ão p recisam o s nos p re o c u p a r c o m a n o ssa c ap acid ad e; d ep en d a m o s da cap a c id ad e de D eu s e de su a cap acitação . Isso deve serv ir de estím u lo a to d o crente! C o m fre q ü ê n c ia ten h o a o p o rtu n id ad e de o u v ir re lato s m arav ilh o so s de p esso as a q u em D eu s e stá u sa n d o co m poder. C erto jo v e m p a sto r do T exas fo i p a sto re a r u m a ig re ja de c e rc a de c in q ü e n ta pesso as. Q u ando chegou, p en so u q u e ficaria satisfeito co m u m a ig rejin h a calm a, fo rm a l e resp eitáv el, q u e te ria b o a aceitação n a co m u nidade.
104 O PASTOR PENTECOSTAL U m dia, ele leu o livro B a c k to the A lta r: A C all to S p iritu a l A w aken in g (D e Volta p a ra o A lia r).4 Q u an d o acabou de ler, leu -o de novo. O E sp írito S an to o convenceu, e ele se p ô s diante d a co ngregação, d escu lp o u -se e arrep en d eu -se. D isse q u e n ão estav a dando lu g ar à o b ra do E sp írito S anto no m in istério q u e re alizav a n a cidade. D eterm in o u em seu coração que seria u m tip o de p a sto r d iferen te e d eix aria que o E sp írito S anto agisse do m o d o co m o q uisesse. D aq u ele d ia em dian te, a ig reja cresceu de tal form a, que já está se prep aran d o para ter dois cultos noturnos aos dom ingo. E nquanto que m uitas ig rejas nos E stad o s U n id o s estão fechadas no do m in g o à noite, aq uela ig re ja e stá ap in h ad a de gente. O p a sto r afirm a que o crescim en to é co n se q ü ê n c ia do fato de se p e rm itir que o E sp írito S anto aja com o q u e r e de se d ar lu g ar à o p eração dos dons do E sp írito nos cultos. Jesus está n a q u ela igreja! A s p esso as estão sendo salvas, cu rad as e cheias do E sp írito S anto. M ilag res estão acontecendo. O que aq u ele p a sto r está fazen d o de d iferen te em relação ao q u e v in h a fa zen d o an tes? E le está dando ao E sp írito S anto o lu g ar q u e lhe p erten ce e está deix an d o que E le to m e o co n tro le de tudo. O E sp írito sela, santifica, fo rtalece, condena, c o n ven ce, confirm a, revela, restau ra e aviva. Isso é só um a p arte d o q u e E le faz, q u ando o cren te rec u a e diz: “J e sus, faça o que tu q uiseres. E u m e rendo à lid eran ç a do E sp írito S an to ” . P aulo disse: “A m in h a p ala v ra e a m i n h a p reg ação não co n sistiram em palav ras persuasivas de sab ed o ria h um ana, m as em d em o n stração do E sp íri to e de p o d er” (1 C o 2.4). C ad a u m de nós p re c isa orar, p e d in d o a D eus que nos dê preg açõ es que o p erem na d em o n stração do E sp írito e de poder. C o m freq ü ên cia fico sabendo de cren tes ou m in is ___________________55 tros q u e estão esp iritu alm en te presos. À s vezes, presos a tra d iç õ e s. N ão sou c o n tra tra d içõ e s; a P a la v ra nos m anda: “E stai firm es e reten d e as tra d içõ e s” (2 T s 2.15). O p ro b lem a é q u an d o as trad içõ es se to m a m escravidão. A escrav id ão re su lta n a in c ap acid ad e de en tregar a P alav ra de D eus co m lib erd ad e. A escrav id ão im p ed e a unção e v eta o p o d er do E sp írito S an to de se m o v er e m e p o r m eio do crente. Tal não p re cisa ser o caso, p o rq u e “ se [...] o F ilh o vos libertar, verd ad eiram en te, sereis liv res” (Jo 8.36). A s p esso as tam b ém ficam p resas às o p iniões dos outros. A escravidão p o d e ser o resu ltad o do m ed o e d a in tim id ação . A s vezes, os crentes têm m ed o de d ar u m p asso de fé p o r receio de serem rejeitados. A resp o sta de P au lo a e ssa escrav id ão e stá em sua exp licação de que “onde e stá o E sp í rito do Senhor, a í h á lib e rd a d e ” (2 C o 3.17). A lg u n s cristão s ficam im ag in an d o o q u e as p essoas pen sarão se eles d erem u m p asso de fé. N ão im porta. T em os de ser lib erto s d a p re o cu p a ção d o q u e os outro s v e n h a m a p e n sa r d a gente. O in im ig o de n o ssas alm as q u er nos m a n te r tão p reso s, que D eu s não p o ssa re a liz a r o p ro p ó si to q u e tem p ara n o ssas vidas.
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Não precisamos nos preocupar com a nossa capacidade; dependamos da capacidade de Deus e de sua capacitação
UNIDADE 1: PRIORIDADES NA VIDA DO PASTOR Jesu s C risto p o d e lib ertar-n o s! P recisam o s ren d er-n o s a E le de fo rm a que ex p erim en tem o s a lib e rd a d e do E sp írito . O E sp írito de D eus d eseja a rd en tem en te m o v er-se e m n o ssas v id as e em n o ssas igrejas. Q u an d o p re gam o s e en sin am o s a P alav ra de D eu s e d ep en d em o s do E sp írito S an to p o r re su lta d o s, E le h o n ra rá n o ssa fé. S in a is
e
M a r a v il h a s S ã o
o
R esultad o
Q u an d o o E sp írito S an to se m o v e e a P alav ra é p reg ad a a co raçõ es ram in to s, h á re su lta d o s in crív eis. A Ig re ja P rim itiv a sab ia que D eu s d e m o n straria su a p re se n ç a co m sinais, m arav ilh as e m ilagres quando os cren tes se reu n issem . E les e sp erav am o so b ren atu ral.
R elatório de Crescim ento de Sinais e M aravilhas Sinais e Maravilhas
Crescimento da Igreja
A to s 2 .1 -4
A tos 2.41-43
A to s 3.1-8
A tos 3.10; 4 .3 ,4
A to s 5.1-13
A tos 5.14,15
A to s 6.1-8
A tos 6.7
A to s 8.6,7
A tos 8.12
A to s 9.17
A tos 9.31
A to s 9 .3 2 -3 4
A to s 9.35
A to s 9.36-41
A tos 9.42
A to s 11.15
A tos 11.21
A to s 12.20-23
A tos 12.24
A to s 13.8-11
A tos 13.12
A to s 14.3
A tos 14.21-23
A to s 16.25,26
A tos 16.31-34
A to s 19.11
A tos 19.20
Jesu s e sta b e le c eu as ex p ectativ as dos d iscíp u lo s q u an d o p ro clam o u : "Id e p o r to d o o m u n d o , p reg ai o ev an g elh o a to d a criatura. Q u em cre r e fo r b atiz a d o será salvo; m as q u e m n ão c re r será co n d en ad o . E estes sinais segu irão aos q u e crerem : em m eu n o m e, ex p u lsarão d em ô n io s; falarão novas lín g u as; p e g a rã o n as serp en tes; e, se b e b erem alg u m a co isa m o rtí fera, n ão lh es fa rá d an o alg u m ; e im p o rão as m ão s so b re os en ferm o s e os cu ra rã o ” (M c 16.15-18).
O PASTOR PENTECOSTAL O s d iscíp u lo s n ão d em o raram a fazer o que o S en h o r lhes ordenara, e D eu s realizo u m ilag res p o d ero so s, e a ig reja cresceu d ram aticam ente. Q u an d o o E sp írito S anto se m ove com sinais e m aravilhas, as pessoas re sp o n d e m a C risto. A Ig reja P rim itiva com provou a v eracidade de tal afirm ação. O m esm o D eus que operava d in am icam en te n a Ig reja P rim itiv a opera d in am icam en te hoje. D eus c o n tin u a h o n ran d o a sua P alavra através de resu ltad o s espirituais. A lg u m tem p o atrás, n u m culto de sábado à noite, en contrava-m e em M o b ile, A lab am a, p reg an do num a reu n ião geral de v árias regiões. O p o d er de D eu s estav a p resente, e as p esso as fo ram convidadas a aceitar a Jesus. H av ia u m m o v im en to m arav ilh o so do E spírito. U m dos p asto res tro u x era ao culto u m sen h o r que tin h a u m a atadura envolta no m eio das costas. O h o m em estava sentado a p o u ca d istân cia de m in h a esp o sa, Shirley. E u m e achava n u m lado do altar, m in istrando, e d e sco n h ecia o que se p a ssav a do outro lado. S hirley m ais tarde m e contou co m o esse sen h o r reag iu depois de D eus tê-lo curado m ilagrosam ente. ‘E u vi q u an d o o E sp írito de D eus en tro u nele. E le abriu o casaco, tirou a en o rm e atad u ra e jo g o u -a nos bancos d a frente d a igreja. D epois, co m e çou a co rrer de um lado p a ra outro no co rred o r” . O E sp írito e o p o d er de D eus, trab alh an d o n a ig reja quando a P alavra é p regada, lib erta o cativo. “E im p o rão as m ãos sobre os enferm os e os curarão. [...] E eles, ten d o p artido, p re g aram p o r todas as partes, co o p e ran d o co m eles o S en h o r e con firm ad o a p alav ra co m os sinais que se seg u iram ” (M c 16.18,20). E le fará isso! N o ssa resp o n sab ilid ad e é p ro cla m ar a P alavra de D eus fielm ente. Se fo rm o s o b ed ien tes em n o ssa preg ação , D eus co n firm a rá a su a P alavra “c o m os sinais que se [seguem ]. A m é m !” (M c 16.20).
unidade A Vida Pessoal do Pastor
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Introdução: A Vida Pessoal do Pastor James K. Bridges enhum livro que discute o papel do p asto r pentecostal estaria com pleto sem ab o rd ar a sua v id a p esso al. O m in istro in ician te, tanto quanto o v eteran o , farão b em em p re sta r to d a aten ção a estas v erdades, se genu in am en te estiv erem in teressad o s e m o b te r e m a n ter u m m in istério eficaz.
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C ham ada à Integridade Pessoal A s v id as p ú b lic a e p riv ad a do p a sto r d ev em e sta r em harm onia. E m L ectu res to M y Stu d e n ts (L iç õ e s a M e u s A lu n o s), C h arles S p u rg eo n ex orta os m in istro s a se em p en h arem a fim de que o c a rá ter p essoal se harm onize, sob to d o s o s asp ecto s, c o m o m in istério q u e D eus lhes confiou. E le co nta a histó ria de u m a p esso a que p re g a v a tão b em e v iv ia tão m al, que quando e sta v a no p ú lp ito , to d o s d iziam q u e n u n ca d ev eria sair dali; e quan d o não estav a no p ú lp ito , to d o s d iz ia m que n u n c a d e v e ria v o ltar a su b ir nele. D epo is, S p u rg eo n d esafia-n o s co m esta analogia: “Q ue n u n c a sejam os s a c e r d o te s d e D e u s n o a lta r e f ilh o s d e B e lia l fo ra d a s p o rta s do ta b e m á c u lo ” .1 V oltaire, de aco rd o co m reg istro s h istóricos, d isse de L uís XIV: “N ão fo i n e n h u m d os g ran d es h o m en s, m as, sem dúvida, foi u m dos m aio res reis q u e ja m a is v iv e u ” .2 O s h o m en s d este m u n d o p o d e m v iv e r u m a v id a h ip ó c rita im p u n em en te, m as o h o m e m d e D eus nunca! A quele que e stiv e r en tre os m aio res p asto res d ev e estar entre os m aio res hom ens. P a re c e q u e h o je as p esso a s en tra m n a p o lítica, no m u n d o dos neg ó cio s e em o u tra s p ro fissõ e s e o b tê m su c e sso p u b lic a m e n te sem le v a r em co n ta a sua v id a p riv a d a . P o ré m , e sse tip o d e su c e sso n ão o c o rre no m in istério , p elo m e n o s n ã o p o r m u ito tem p o . O m o d o m ais rá p id o de a c a b a r co m o m in isté rio de u m p a s to r é a c o n g re g a ç ã o d isc e rn ir q u e a su a co n d u ta p e sso a l n ão c o rre sp o n d e à im a g e m p ú b lic a . H ip o c risia p o d e se r to le ra d a n a C a sa B ra n c a , m as n ão n a C a sa de D e u s. S e a v id a p e sso a l do m in istro não e stá à a ltu ra d os p a d rõ es ético s e m o rais e sta b ele cid o s p e la s S ag radas E sc ritu ra s, s e ria p re fe rív e l q u e ele ja m a is tiv e sse ab ra ç a d o o m in isté rio p asto ral.
O PASTOR PENTECOSTAL P ara T im ó teo , o ap ó stolo P aulo escreveu: “Tem cu idado de ti m esm o e da doutrina; p ersev era n estas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti m esm o co m o aos q ue te o u v em ” (1 T m 4.16). P aulo estab e lec e aqui u m a p rio rid a d e n ão só p ara T im óteo, m as tam b ém p a ra todos aqueles que o se g u iria m n o m in isté rio : p rim e iro m a n te r-se em lin h a p a ra d ep o is e x a m in a r a p reg ação e o ensino dos outros. R ic h ard B ax te r co lo co u isto m uito b em , quando disse: “D ê atenção a você m esm o, pa ra que seu exem plo não co n trad ig a su a d o u trin a [...] p ara que v o cê não d esm in ta c o m a v id a o que diz co m a língua; e seja o m aior im pedim ento ao sucesso do seu próprio tra b a lh o ” .3 C o m o S p u rg eo n re ssalta em seus serm ões: “A devoção p u ra e g en u ín a é n e c e ssá ria co m o re q u isito in d isp en sáv el; q u alq u e r que seja a cham ad a qu e alg u ém p re te n d a ter, se não foi ch am ad o à santidade, certam en te não foi ch am ad o ao m in istério. [...] A san tid ad e em u m m in istro é ao m esm o tem p o a su a m a io r n ecessid ad e e o seu m ais agrad áv el o rnam ento. U m m in istro santo é arm a terrív el nas m ãos de D e u s” .4 V am os seg u ir o ex em plo do ap óstolo P aulo, que lem b ro u à ig reja em T e s s a lô n ic a “d e q u ã o sa n ta , ju s ta e irre p re e n s iv e lm e n te ” e le e seu s co o p erad o res tin h a m v ivido entre eles (1 T s 2.10). D ep o is acrescentou: “N ão n os ch am o u D eu s p ara a im undícia, m as p ara a san tificação [ter um a v id a san ta]” (1 T s 4.7). Q u e a v id a p ú b lica e a v id a p artic u lar do m inistro sejam santas d ian te do Senhor.
Q ualificações Bíblicas O S en h o r Jesu s C risto, com o o C ab e ça da Ig reja, ja m a is p erm itiu que o p ad rão req u erid o p a ra o m in istério fo sse d e term inad o p ela p ró p ria igreja. A n tes, reserv o u a si o en cargo de ch am ar seus m in istro s e q u alificá-lo s a p re g a r o E v an g elh o . P o r co n seg u in te, E le expôs, nas S antas E scrituras, d iretrizes c la ra m e n te e stab elec id as que g o v e rn am a c o n d u ta p ú b lic a e p riv a d a dos líd eres m in isteriais e leigos da igreja. A lg u n s alu d em a 1 e 2 T im óteo e T ito co m o o “M an u a l do P asto r” , p o r causa das preciosas instruções e qualificações dadas ao m inistério e à igreja. E m 1 T im ó teo 3, h á o rien taçõ es m u ito esp ecíficas a todo aq uele que aspira ao pastorado. (Para efeito de esclarecim ento, os títulos “b ispo” , “presbítero” ou “a n c iã o ” e “p a sto r” são u sad o s in terca m b iav elm e n te n a E sc ritu ra e re fe re m -se ao m esm o ofício, m as ex p ressam re sp o n sab ilid ad e s d iferentes, com o supervisão adm inistrativa, liderança espiritual e m inistério, bem com o alim en tar e aten d er o reb an h o de D eus. E m A tos 20, todos os três conceitos — bispo, an cião e p a sto r — são u sad o s em re ferên cia aos líderes da ig reja e m É feso .5) D e se ja r o o fício de bisp o (pastor) é asp irar “ex celen te o b ra ” (1 T m 3.1). E n tretan to , esse d esejo não leva im e d iata m en te a p esso a a qualificarse p a ra o m in istério . Só d esejar não basta. É essen cial que ouçam os as S an tas E scritu ras d izerem em tom inequívoco: “C onvém , pois, q u e o bispo [o pastor] seja...” O q u e v em a seg u ir são ex ig ên cias essen ciais a todo c a n d id a to . E s s a s q u a l if ic a ç õ e s a b r a n g e m a c o n d u ta p e s s o a l e o c o m p o rta m e n to p ú b lic o , so b re os q u a is a ig r e ja n ã o te m n e n h u m a a u to rid a d e , se ja p a ra a ltera r, se ja p a ra ig n o ra r. L e v a r em c o n ta u m a
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR qualificação in ferio r seria falsificar a P alav ra de D eus e m o strar desrespeito à d ireta au to rid ad e do C a b e ç a da Ig reja, o n o sso S e n h o r Jesus C risto. U m a V id a I r r e p r e e n s ív e l
A p rim e ira q u alificação de u m p a sto r é te r um a v id a “irrep ree n sív el” (1 T m 3.2), n ão só v iv en d o de m a n e ira a n ão m ere ce r ser rep reen d id o , m as sendo de fato sem rep reen são . S e r irrep reen sív el sig n ifica não ter n ad a em su a v id a q u e S atan ás, ou q u a lq u e r o u tra p esso a, p o ssa se valer p a ra atacálo ou cen su rá-lo . Isto n ão d en o ta p erfeição , m as diz resp eito a v iv er de m o d o q u e a re p u ta ç ã o seja im acu lad a. É v iv e r u m a v id a “com o co n v ém a santos” (E f 5.3), não p erm itin d o que os pecados do m undo sejam nom eados p o r v o cê ou identificados em você. C om o D o n Stam ps escreveu: “O caráter p ro v ad o d aq u eles q u e b u sc a m a lid e ra n ç a n a ig re ja é m ais im p o rtan te do que a p erso n alid ad e, o talen to p a ra pregar, a cap acid ad e ad m in istrativ a ou as realizaçõ es acad êm icas. O p o n to cen tral das q u alificaçõ es in cid e no co m p o rtam en to q u e tem p erse v e ra d o n a sab ed o ria p ie d o sa e nas escolhas certas [san tid ad e p e sso a l]” .6 C asa m en to
e
F a m íl ia E x e m p l a r e s
Q uan d o o ap ó sto lo P au lo escrev eu q u e o p a sto r d e v ia ser “m arido de u m a m u lh e r” (1 T m 3.2), o Im p ério R o m a n o tin h a d escido a u m b aix o n ív el m o ral ain d a n ão superado, e m flag ran te d esresp eito às institu içõ es do casam en to e d a fam ília. A lid e ra n ç a d a igreja, tanto os pasto res quanto os d iáco n o s, d ev iam p ro p o rc io n a r à so cied ad e lib ertin a u m ex em p lo de casam en to e fam ília co m o d esig n ad o s p elo Senhor. O s líderes da ig reja n ã o d ev iam se d iv o rciar e ca sa r de novo. A m e d id a que n o ssa so ciedade av an ça e m seu d eclín io m o ral, a n e c essid ad e de casam en to s e fam ílias exem plares é cad a v ez m aior. E m ister que o p a sto r adm inistre b em o seu lar, dando à fam ília o cuidado e o rien taçõ es n ecessário s, e q u e a fa m ília o re sp eite e lhe esteja subm issa; ele é o c a b e ç a da casa. N ão é ta re fa fácil criar u m a fam ília pied o sa, m as c o m a a ju d a do E sp írito S an to , e te n d o as S ag rad as E sc ritu ra s com o fu n d am en to , o p a sto r p o d e o rd e n a r a ca sa e o casam en to à luz da P alav ra de D eus, e n ão seg u n d o os co stu m es de u m a so cied ad e degenerada. C o n d u t a V ir t u o s a
U m p a s to r te m d e e x ib ir d iv e rs a s v irtu d e s p o s itiv a s : v ig ilâ n c ia , sobriedade, ho n estid ad e, h o sp italid ad e e aptidão pa ra ensinar. Ser vigilante sig n ifica ser cau telo so e e sta r sem p re alerta. M a n te r a calm a em situações difíceis e to m a r d ecisõ es sensatas são a m arca d istin tiv a de u m a p e sso a equilibrada. S er sóbrio q u er d izer ser discreto, prudente, sério, solene acerca do trab alh o dos outros. A lg u m as p esso as n u n ca p a ssa m das diversões e j o g o s . D a r s é r ia a te n ç ã o a o s n e g ó c io s e tr a b a lh a r p a r a D e u s são c a ra c te rístic a s in flu e n te s. S e r h o n e sto d iz re sp e ito a ser d iscip lin a d o , o rg an izad o n o s p en sam en to s e no viver, m etó d ico e m odesto. R eu n ir as coisas m en tal, em o cio n al, física e e sp iritu alm en te é sinal característico de u m a p e sso a b em -ed u cad a. S er hospitaleiro tem o sentido de ser u m a pesso a do povo. S e vo cê p refere livros às p esso as, talv ez seja in d icação de sua
112 O PASTOR PENTECOSTAL não q u alificação com o h o sp italeiro . Q uando usam os n o ssa casa, veículo, fin an ças e tem p o p a ra a lcan çar as pesso as, q u alifica m o -n o s com o dados à h o sp italid ad e. S er a p to p a ra e n sin a r den o ta ser gentil. P aulo escreveu a T im óteo: “A o servo do S enhor não convém contender, m as, sim , ser m anso p a r a c o m to d o s , a p to p a r a e n s in a r, s o f r e d o r ” (2 T m 2 .2 4 ) . E s s a s características essen ciais q u alificam u m p a sto r para o ofício. C a r a c t e r ís t ic a s N e g a t iv a s
A P alav ra de D eu s é clara a re sp eito do que um m in istro deve evitar: “N ão d ado ao vinho, não espancador, não cob iço so de torpe ganância, [...] não co n ten cio so , n ão avarento; [...] não n eó fito ” (1 T m 3.3,6). Q u ando se co n sid era to d a a E scritu ra, é in co n ceb ív el que os m em b ro s da ig re ja usem a ex p ressão não d a d o a o vinho p ara en sin a r o b eb er socialm ente. N ão h á q u a lq u e r co n ex ão raz o á v e l entre o vinho u sad o nos tem pos bíb lico s e a ex ecráv el in d ú stria de b eb id as alcoólicas da atualidade. D adas as doenças fís ic a s d o c u m e n ta d a s e os p ro b le m a s m o ra is a sso c ia d o s às b e b id a s alc o ó lic a s, n ã o h á ra z ã o alg u m a p a ra o c ren te, e sp e c ia lm e n te p a ra o p re g a d o r, se q u e r to m a r u m g ole, ao p a sso q u e h á m ilh õ e s de razõ es (em b riag u ez, lares d esfeito s etc.) p a ra o crente n u n ca beber. N ã o esp a n ca d o r q u er dizer não contencioso, não violento. C onsiderando o ex em plo terren o de n o sso Senhor, p arece estranho p en sa r n u m pasto r que p ro cu re briga. N ão obstante, certa feita um p asto r chegou a m im e co n fesso u q u e h av ia se env o lv id o n u m a b rig a literal com u m m em b ro de sua igreja, p o rq u e este d isse ra algo de neg ativ o acerca de sua fam ília. M eu com entário: “P o d e ser que você ten h a ganho a briga, m as p erd eu q u alquer o p o rtu n id ad e fu tu ra de m in istrar a esse p o v o ". Q uanto aos m au s-trato s à m ulher, cito P au lo em o u tro contexto: “N e m ain d a se n o m eiem en tre vós, com o co n v ém a san to s” (E f 5.3). N ão h á lu g a r no m in istério p a ra um a p e sso a co m tal falta de controle. N ã o co n ten cio so tem o sentido de não se dar a altercações. O g revista luta co m as m ão s, m as o co n ten cio so b rig a co m a boca. E m v ez de ser o p ac ific a d o r, é o e n c re n q u e iro . C o m o d isse alguém : “O tem p era m e n to irritad iço n ão co n trib u i p a ra um m in istério lo n g o ” .7 O p o lem ista será m au pastor. N ã o a va ren to sig n ifica não ser sovina ou ter o ú n ico in teresse n a vid a de ju n ta r dinheiro. E n tretan to , ser avarento diz resp eito a m ais coisas do que dinheiro. A E sc ritu ra en sin a que a avareza é id o latria (Cl 3.5). P aulo tam b ém adv erte q u e a av areza n e m m esm o deve ser n o m ead a entre os cren tes (E f 5.3). N ã o n eó fito q u er d izer que u m n o v o -co n v ertid o n u n ca deve ser posto em u m p asto rad o , p ara que seu orgulho não seja a cau sa de sua queda, com o o co rreu co m S atanás. D ev em o s p ro te g er nossos jo v e n s enquanto estão crescen d o no Senhor. Isso tam b é m é v erdade no que tan g e ao ofício de diácono. N ã o co b iço so de torpe g anância, isto é, de só rd id a ganância, de lucro deso n esto . P au lo ensinou: “O am or do dinheiro é a raiz de to d a espécie de m a le s” (1 T m 6.10). O m o d o com o o din h eiro é u sad o d eterm in a se é "to rp e g a n â n c ia ” . O p a sto r que b u sca lucro d esonesto (1 P e 5.2), corrom pe
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR o ofício e a ch am ad a. U m p a sto r d ep arar-se-á c o m m u itas o casiões p ara fa z e r n eg ó cio s eq uív o co s, ten tar en co b ri-lo s e fic a r co m as m ãos sujas co m to rp e g an ân cia. M u ito s b o n s p asto res, m in istério s e igrejas têm sido sacrificad o s n o altar de M am o m . N ão h á q u a n tia de dinheiro que v a lh a o m in istério e o n o sso d estin o eterno.
C aracterísticas Positivas a Serem N utridas A p t id ã o
para
E n s in a r
L id a r co m a P alav ra de D eu s n o en sin am en to e n a p reg ação é u m dos p rin cip ais m in istério s d a igreja. O s m em b ro s da ig reja p erd o arão o p asto r que n ão sabe m ais sob re n eg ó cio s do q u e eles, m as não p erd o arão o pasto r q u e n ão sabe m ais sob re a P alav ra de D eu s do que eles. A h ab ilid ad e do p a sto r n a P a la v ra d e te rm in a rá a d u ração do tem p o de sua p e rm an ê n cia na igreja. D e m o d o sem elh an te, a h a b ilid ad e de u m p a sto r na P alav ra será d eterm in a d a p elo tem p o que g a sta estu d an d o a B íb lia p articu larm en te. B om T estem unho
dos de
F ora
da
I g r e ja
O p asto r tem de te r a bo a rep u tação de p ag ar as contas, ser b o m cidadão, p a rtic ip a r nos p ro jeto s da co m u n id ad e. M ais im p o rtan te q u e isso, o p asto r d ev e ser resp e ita d o co m o servo d e D eus, u m líd e r espiritu al p ara to d a a co m u n id ad e. O estilo de v id a de um p a sto r afeta não só a sua rep u tação pesso al, m as ta m b é m a rep u ta ç ã o d a igreja. Q u ando P aulo disse a Tito: “N in g u é m te d esp reze [te d ep recie]” (T t 2 .15), estav a p reo cu p ad o co m a in flu ê n c ia de líd eres tan to da ig reja q u an to de fo ra dela. O servo do S enhor n ão d ev e ser p o sto de lad o com o p e sso a d isp en sável, sem in flu ê n cia e não desejada. O pasto r cu ja v id a p esso al está em o rdem evitará ser u m proscrito. “P urificai-v o s, vós q u e levais os u ten sílio s do S e n h o r” (Is 52.11).
0 Caráter do Servo do senhor Zenas J. Bicket té u m a g eração atrás, o caráter era de im p o rtân cia prim ária. E speravase que os p ro fissio n ais e leig o s ig u alm en te satisfizessem os padrões m ín im o s d e in teg rid ad e e m o ralid ad e. M as nos anos que se seg u iram à Segunda G uerra M undial, o caráter foi sendo m encionado cada vez m enos,
A
114 O PASTOR PENTECOSTAL ta n to em c írc u lo s r e lig io s o s q u a n to e m se c u la re s . E m seu lu g a r, a p erso n a lid a d e e a eficiên cia p esso al p a ssa ram a ser m ais valorizadas. A v id a p e s s o a l — o u o c a rá te r — d e u m p o lític o fo i c o n s id e ra d a de im p o rtâ n c ia secu n d ária em relação ao sucesso que teve no cu m prim ento das m etas co m u n itárias e sociais. O m ag n ata dos n eg ó cio s foi declarado p esso a de sucesso com base em sua habilidade de dar lucro, não im portando sobre q u em tev e de e n g an ar e destru ir p a ra lo g rar suas m etas. E n tre ta n to , o povo e stá vo ltan d o a p reo c u p ar-se co m o ca rá te r e a in teg rid ad e dos líd eres p o líticos, em p resariais e p ro fissionais. A s falhas de c a rá te r dos líd e re s re lig io so s e d a s fig u ra s de d e sta q u e d a m íd ia, ab ertam en te d iv u lg ad as p e la telev isão e im p ren sa escrita, têm instigado grande ceticism o sobre tod o s os que se acham em po sição de liderança. Se aq ueles q u e en sin am e p reg am sobre in teg rid ad e não p o d em ser cridos pelo que afirm am ser, então em q u em se po d e confiar? H á um a crise de c red ib ilid ad e em rela ç ã o a todos os que aceitam cargos de liderança. C a rá te r j á n ão é m a is c o n c e ito d e d e fin iç ã o sim p les, co m u m e n te co m p reen d id o . P ara alguns, caráter é a to lerân cia p o r todas as op in iõ es e estilo s de vida, p o r todos os com p o rtam en to s e crenças. E ssas pessoas v alo rizam m u ito a d efesa das m in orias e causas, in d ep en d en te do certo ou do errad o q u e esteja env o lv ido. P ara outros, caráter é a in d ep en d ên cia, ou in d iv id u alism o , a c o rag em de se erguer co ntra valores e idéias tradicionais.
Padrão de É tica H ipócrita Q u an d o u m irm ão lev a m u ito tem p o p a ra fa z e r algo, é lento. Q u ando eu levo m u ito tem p o , sou cuid ad o so . Q u an d o u m irm ão n ão faz o que deve ser feito, é preg u iço so . Q u ando eu não faço, estou m u ito ocupado. Q u an d o u m irm ão faz algo sem ser m an d ad o , está u ltra p assan d o os lim ites. Q u an d o sou eu q u e m faz, tra ta -se de in iciativa. Q u an d o u m irm ão su ste n ta co m firm e z a seu p o nto de vista, é estúpido. Q u an d o eu susten to c o m vigor, esto u sendo firm e. Q uan d o um irm ão ig n o ra algum as norm as de etiqueta, é m al-educado. Q uan do eu n eg lig en cio alg u m as n o rm as, sou original e in d ependente. Q u an d o u m irm ão rea liz a b e m u m a tarefa e agrada o chefe, está b ajulando. Q u an d o eu ajo assim , faço p arte d a equipe. Q u an d o u m irm ão tem sucesso , c ertam en te fo i u m golpe d e sorte. Q uando eu co n sig o pro sp erar, fo i p o rq u e trab alh ei c o m afinco.
U m a g e ra ç ã o in te ira le v a n to u -s e e m o p o siç ã o a to d a s as fo rm a s de o rg an ização in stitu íd as, q u e r os credos e práticas estab elecid as fossem certos, q u er não. A p re c ip itação m aléfica disso ainda é v ista na oposição p ú b lic a a q u alq u er autoridade: civil, re lig io sa ou organizacional. P ode ser que h a ja ocasiõ es em que se deva faz er oposição às in stitu içõ es, m as o v erd ad eiro caráter não c o n d en a a autoridade só po rq u e é autoridade. D eve
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR 1 1 5 h av er p ad rõ es de caráter: p a ra in d iv íd u o s e p ara organizações. O posição arb itrária à auto rid ad e, sem q u a lq u e r b ase ética ou m oral, só co n d u z à a n arq u ia e ao caos. A so cied ad e m o d e rn a não p arece estar m u ito distante d esse estad o . D e to d as as p esso as, o m in istro do E v an g elh o tem de ter u m a d efin ição clara do q u e seja o c a rá te r p a ra que seja m o d elad o com nitidez.
C aráter e A ção O caráter n u n c a é co m p ro v ad o p o r u m a declaração escrita ou oral de c o n v ic ç õ e s . É d e m o n s t r a d o p e lo m o d o c o m o v iv e m o s , p e lo c o m p o rtam en to , p elas esco lh as e d ecisõ es. C aráter é a v irtu d e vivida. O caráter ru im o u o c o m p o rtam en to p o u co ético tem sido com p arad o ao o d o r do corpo: ficam o s o fen d id o s q u an d o o d etectam o s nos outros, m as raram en te o d etectam o s em nós m esm os. O s líderes espirituais sem pre d ev em ser sen sív eis ao fato de q u e suas ações fala m m u ito m ais alto do q u e as p a la v ra s d ita s d o p ú lp ito . V isto q u e as a ç õ e s q u e p ra tic a m o s ra ra m e n te são p e rceb id as co m o p ro v as de caráter defeitu o so , fazem -se essenciais à in tro sp ecção e à au to-avaliação, não porque desejam os agradar ou ev ita r o fe n d e r os outros, m as p o rq u e a rep u taç ão e o c aráter do m inistro devem e sta r a cim a de to d a rep reen são (1 T m 3.2,7). N ossas palavras e p en sam entos d ev em ser agradáveis perante a face de D eus (SI 19.14), m as n o ssas ações re v e la m n o sso caráter aos outros. ^ ^ A s características do caráter exigido po r D eus daqueles AlltÍCI3ll16llt!Ê que q u erem habitar em sua p resen ça são ações, e não um " , estad o p assiv o d o ser. “S enhor, q u e m h a b ita rá no teu tab em acu lo ? Q uem m orara no teu santo m onte? A quele » q u e a n d a e m s in c e rid a d e , e p r a tic a a ju s tiç a , e fa la verazm ente segundo o seu coração; aquele que não difam a j com a sua língua, n em faz m al ao seu próxim o, n em aceita QC lO U U S nenhum a afronta contra o seu próxim o; aquele a cujos olhos ---------------------------------o ré p ro b o é d esp rezad o ; m as h o n ra os que tem e m ao Senhor; aquele que, m esm o que ju re com dano seu, não m uda. A q u ele q u e não em p resta o seu dinheiro com usura, nem recebe subornos contra o inocente; q u em faz isto n u n ca será abalado” (SI 15).
o carater era preocupacao
C om ponentes Seculares e Bíblicos do C aráter H isto ricam en te, o c a rá te r te m sid o de in teresse p rim á rio tan to para cristão s q u an to p a ra n ão -cristão s. O s g regos falav am d e virtu d es, p alav ra qu e q u ase d esap areceu de n o sso v o cab u lário . O s p sicó lo g o s falam sobre c o m p o r t a m e n t o s . O s p o l í t i c o s f a la m s o b r e v a lo r e s . F a l a r d e co m p o rtam en to s e v alo res ev ita a fo rte ên fase m oral e esp iritu al asso ciad a à p a la v ra “v irtu d e ” . Todo m u n d o te m valores, m as os valores variam de p e sso a a pesso a. O s “v alo res fa m ilia re s” sig n ificam valo res b íb lico s p ara o cristão, m as algo in teiram en te d iferen te p a ra os h o m o ssex u ais, que “se casam ” e se to m a m u m a “fam ília” . O uso de com portam ento p ara descrever as ações h u m an as red u z os seres h u m an o s (criados seg u n d o a im ag e m de
O PASTOR PENTECOSTAL D e u s ) à v id a a n im a l, a q u a l ta m b é m p o d e se r d e s c rita e m te rm o s co m p o rtam en tais. Só os h u m anos p o d em d e m o n strar virtu d es m orais, o fu n d am en to do c a rá te r hum ano. O s g reg o s clássico s id en tificaram quatro virtudes cardeais: a sabedoria (o u p ru d ê n c ia ), a coragem , a tem p era n ça e a ju stiç a . A p ru d ê n c ia é a sab ed o ria prática, que faz escolhas e decisões sábias. A coragem , de acordo c o m o p e n sa m e n to c lá ssic o , é a cap a c id ad e d e fa z e r a co isa c e rta ou n ec e ssá ria m esm o quan d o arrostado p ela adversidade. A tem p eran ça, ou au to co n tro le, é a c ap acid ad e de co n tro lar os im p u lso s p esso ais, de ad iar a satisfação im e d ia ta p o r lucro em lo n g o prazo. A ju s tiç a é a ap licação ju s ta e h o n e sta d a p ru d ên cia, d a c o rag em e d a tem p e ran ç a em to d as as relaçõ es h u m an as. E ssa s q u a tro v irtu d e s são c a ra c terístic a s n o b re s do caráter. F o ram cham adas de as virtudes cardeais da lei natural, porque acham -se em m uitos sistem as de ética e c o m p o rtam en to m oral. S ão o b v iam en te en co n trad as nas E scritu ras: • • • •
A pru d ên cia (ou prudente, ou av isado): 15 referências em Provérbios. A coragem : D euteronôm io 31 e Jo su é 1. A tem p eran ça (ou tem perante) ou autocontrole: 1 C oríntios 9.25; G álatas 5.22: Tito 1.8; 2.2 (sóbrio) e 2 P edro 1.6. A justiça: Salm os 82.3; P rovérbios 21.3; Isaías 56.1 e M iquéias 6.8.
M as as v irtu d es cristãs, com o advogadas nas S agradas E scrituras, v ão além d essas v irtu d es n atu rais reco n h ecid as até m esm o p elas p essoas n ão reg en erad as.
O M andato Bíblico do C aráter C ristão E n q u an to que as v irtu d es clássicas era m características essen ciais para u m v iv e r p ró sp ero , p o u co tin h am a v e r co m as re laç õ es in terp esso ais na c o m u n id a d e . A c o r a g e m a p e la v a a o s m e m b r o s d a c o m u n id a d e a p e rm a n e c e r e m f o r te s c o n tra u m in im ig o e x te rn o . A p ru d ê n c ia e o a u to co n tro le e ra m en fatizad o s com o m eio s de se alcan çar su cesso p esso al n u m a co m u n id ad e com p etitiva. A ju s tiç a e ra u m a abstração ap licad a m ais à in stitu ição d o q u e ao indivíduo. A B íb lia, en tretanto, é ex trem am en te p rá tic a q u an d o descrev e o c aráter id eal do cren te sem elh an te a C risto. A co n v ersão é apen as o co m eço de u m pro cesso de fo rm ação de c aráte r que d u ra a v id a inteira. T oda le itu ra ou au d ição das E scritu ras d everia ser o p o rtu n id ad e p ara u m exam e p ro fu n d o do caráter. O servo do Senhor, com a ajuda do E spírito S a n to , d e v e ria se f o r ta le c e r c a d a v e z m a is n a s v irtu d e s do c a rá te r in terp esso al. O S alm o 15 fo rm a um esb o ço para as características práticas do c a rá te r q u e D eus d eseja. O s com en tário s do N ovo T estam ento sobre o S alm o 15 ach am -se nos livros de T iago e 1 João. F ale
a
V e r d a d e V in d a
do
Coração
N ão d efin im o s a p e sso a de c aráter com o aq u ela q u e g u ard a os D ez M an d am en to s, q u e n ão m ata, não fu rta ou não co m ete adultério. E ssas
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR obrig açõ es m orais b ásicas são presum idas. E m vez disso, o caráter envolve in teg rid ad e, fra n q u e z a e v eracid ad e ab so lu ta nas relaçõ es co m to dos os seres h u m an o s criad o s p o r D eus. “F a la r no [p roveniente do] c o raç ão ” é u m a ex p ressão id io m á tic a d a lín g u a h e b ra ic a p ara d en o tar “p e n sa r” . O c a rá te r c ristã o c o m e ç a c o m h o n e s tid a d e e fra n q u e z a d ia n te d e D eus. Q u an d o N atan ael e n co n tro u Jesu s, as p rim eiras palav ras que o u viu do M estre foram : “E is aq u i u m v e rd ad eiro israelita, e m q u em não h á d o lo ” (Jo 1.47). Jesu s, q u e so b ren atu ralm en te d iscern ia o caráter, reco n h eceu que N atan ael j á era h o m em sem astúcia, p resu n ção , eng an o ou h ipocrisia. S ua lín g u a e m ãos estav am em p erfeita u n id ad e co m o coração. Q ue todos os líd e r e s e s p ir itu a is q u e r e p r e s e n ta m o S e n h o r te n h a m o m e sm o testem u n h o ! O que e stá no co ração em relação a D eu s é re fle tid o em d ireção aos outros. N o ssas relaçõ es h u m an as n ão d ev erão se lim itar a tão -so m en te cu m p rir as reg ras. P erfeição ab so lu ta no tra ta r corretam en te os o u tro s é im p o ssív el. T odos erram o s em alg u m p o n to . M as se h á in ten ç ão sin c era e o d esejo de em ca d a m o m en to o b ed ecer e ag rad ar a D eus, tam b ém há d esejo sin cero de e d ific a r e ab en ço ar os outros. P ilato s fe z a seg u in te p erg u n ta a Jesus: “Q u e é a v erd ad e?” (Jo 18.38). C laro q u e P ilato s re a lm e n te n ão q u eria u m a defin ição técnica. E le não teria en ten d id o n ad a se Jesus tiv esse resp o n d ido: “E u sou [...] a v erd ad e” (cf. Jo 14.6). M as h o je, m u ito s, co m o P ilato s, estão em d ú v id a q u an to à n atu re z a da v erdade. C erta filo so fia co n te m p o râ n ea en fa tiz a a n atureza sub jetiv a da v erd ad e — algo p esso al que v aria de ind iv íd u o a indivíduo. “O q u e é ve rd a d e p a ra m im ” , dizem , “n ão é n e c essaria m en te v erd ad e para v o c ê ” . M as a v erd ad e b íb lic a é objetiva. É a v erdade m esm o que nin g u ém acredite. N u m a so cied ad e q u e ac re d ita e m p lu ralism o e relativ ism o , a d efin ição o b jetiv a n ão é p ro n ta m e n te aceita. O s cristãos n ão d ev em ser in clin ad o s a u m a atitu d e sub jetiv a em relação à verdade. T em os de nos ag arrar à v erd ad e ob jetiv a, a d esp eito da atual m aré cultural, m as tem os de faz ê -lo co m am o r (E f 4.15). A v e r d a d e p o d e s e r u s a d a d e s t r u t i v a m e n t e ta n to q u a n to construtivam ente. O am o r é o ingrediente que to m a a veracidade em bênção e m v ez de m ald ição . “P a ra q u e não sejam o s m ais m en in o s in constantes, lev ad o s e m ro d a p o r to d o vento de do u trin a, p elo eng an o dos ho m en s que, c o m astú cia, en g an am frau d u lo sam en te. A n tes, seguindo a v erdade em [am or], cresçam os e m tu d o n aq u ele q u e é a cabeça, C risto ” (E f 4.14,15). R e p e tir u m fato v e rd a d e iro n ã o é n e n h u m a ju s tific a ç ã o a u m a ta q u e m alicio so n o c aráter ou rep u ta ç ã o do sem elhante. N ã o C a l u n ie
nem
F a ça F ofo ca
A p e sso a de caráter n u n ca fala m al de q u em q u er que seja. O s erros e fa lta s p e rc e b id a s n o s o u tro s n ã o d e v e rã o ser tó p ic o s e sc o lh id o s p a ra con versação. Tal p e sso a p ro c u ra rá c o n testar u m a h istó ria negativa sobre outro crente. S e isso não fo r p ossível, a h istó ria não segue adiante. A pesso a que tem caráter não d iv u lg a u m relato negativo, m esm o que seja verdadeiro. A p esso a de c a rá te r n ão só g u ard a a língua, m as tam b é m as línguas dos outros, a fim d e ev itar a p ro p a g a ç ã o d a calúnia.
118 O PASTOR PENTECOSTAL
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Se a p esso a de caráter não espalha inform ação negativa, alguém pode perguntar: “E ntão é pecado ser tolerante no C orpo de C risto?” O bviam ente que não! M as h á um p rincípio bíblico no lidar com tais problem as sem p recisar fazer fofocas a ouvidos sem pre ansiosos. O pecado contra C risto e seu C o ip o pode ser tratado, até certo ponto, de m odo sem elhante ao padrão de M ateus 18, concernente ao pecado ou ofensa entre dois crentes. “O ra, se teu irm ão p ecar con tra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irm ão. M as, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que, pela boca de duas ou três testem unhas, toda palavra seja confirm ada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se tam b ém não escutar a igreja, considera-o com o um gentio e p ublicano.” (M t 18.15-17.) O p rin cíp io su b jacen te é claro. O s p ro b lem as no C o rp o de C risto são reso lv id o s m ais ad eq u ad am en te, quan d o a situação é tra tad a pelo m en o r n ú m ero p o ssív el de p esso as, e não q u an d o é cap rich o sam en te fala d a ou fo fo cad a. P rim eiro , se não fo r a p ro p ria d o c o n fro n ta r o irm ão o fen d id o p esso alm en te, o assunto d ev e ser referido à autoridade form al religiosa ou espiritual p ara investigação e ação. E sses líderes são resp o n sáv eis p e la saúde esp iritual d a co n g reg ação . (E n tretan to , e sse cu rso de ação não se ap lica a d iferen ças de opinião que não co n stitu am p ecado ó b v io no C o rp o de C risto.)
Favorecer os ricos não é o único preconceito ________________________
N ã o P r e j u d iq u e N in g u é m
P a ssa r p ela v id a sem pre ju d ica r u m a ú n ica p e sso a seria im p o ssív el sem a o b ra so b ren atu ral do E sp írito S anto. O líd e r esp iritu al, m u ito sem elh an te a u m ju iz de trib u n al itin e ra n te ,1 têm de co n c ilia r d esaco rd o s, n os quais u m dos lados é o v e n ce d o r e o outro, o p erdedor. M as n ão h á n e n h u m a in tenção de p reju d ic ar q u a lq u er u m a das p artes. T rata-se sim p lesm en te de um esforço em o b ter ju stiça. O egoísm o é o p rin c ip a l p ro b le m a n a d e te rm in a ç ã o do s v e rd a d e iro s m o tiv o s. A p sic o lo g ia se c u la r su ste n ta q u e to d o c o m p o rta m e n to é m o tiv a d o pelo e g o ísm o o u p e la v a n ta g e m p e sso a l a d v in d a d e u m a d ecisã o ou ação. E n tretan to , a v erd ad e b íb lic a ad v o g a bu scar os interesses dos outros: “N ão aten te c a d a um p a ra o que é p ro p ria m en te seu, m as cad a qual tam b ém para o q u e é d os o u tro s” (Fp 2.4). S ab en d o q u e o in tere sse p e sso a l é u m a m otivação natural, às vezes ju lg am o s injustam ente a m otivação que propicia as d e c isõ e s e açõ es das p e sso a s. N ã o o b stan te, n u n c a p o d e m o s e sta r p le n a m e n te seg u ro s de n o ssas p róprias m o tiv açõ es, isto sem m en c io n ar a m o tiv ação dos outros. O c a rá te r d os líd eres e sp iritu ais tem de te r fo rte co m p o n en te de ju stiça , se é q u e se q u er ev itar a acu sação de m altratar as pessoas. T iago adm oesta: “P o rq u e, se n o v o sso aju n tam e n to e n tra r alg u m h o m e m co m anel de ouro, c o m v e s te s p r e c io s a s , e e n tra r ta m b é m a lg u m p o b re c o m s ó rd id a v e stim e n ta , e a te n ta rd e s p a ra o q u e tra z a v e ste p re c io sa e lhe d isserd es: A sse n ta -te tu aq u i, n u m lu g a r d e h o n ra , e d isse rd e s ao po b re: Tu, fic a aí em p é o u a s s e n ta -te a b a ix o do m eu e stra d o , p o rv e n tu ra n ão fiz e ste s d is tin ç ã o d e n tro d e v ó s m e sm o s e n ão v o s fiz e s te s ju iz e s de m au s p e n sa m e n to s? ” (T g 2 .2 -4 ).
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR 1 1 9 M as a d iscrim in ação em fav o r dos rico s não é o único preco n ceito a ser co n fro n tad o . O s israelitas fo ra m ad vertidos: “N ão fareis in ju stiça no ju ízo ; nã o aceitarás o p o b re, n e m resp eitarás o g ran d e; co m ju s tiç a ju lg a rá s o teu pró x im o ” (L v 19.15). Justiça é essencial em todas as circunstâncias, estejam estas relacio n ad as co m a eco n o m ia, a raça, a id ade, a ed ucação, o cargo ou co m a p ro fissão . O c a rá te r cristão m o stra resp eito apro p riad o p o r todas as pessoas. F a z e r a o b ra do S en h o r ja m a is é d escu lp a p a ra se d esp rezar as leis e dar o fam o so je itin h o . D eu s esp e ra q u e su a o b ra seja feita co m im parcialid ad e e in teg rid ad e. N eg lig en ciad o , às vezes, p o r líderes de igrejas locais, é o tratam en to q u e se d isp e n sa aos escrito res e co m positores. O que d ize r das fitas e C D ’s p irateados? O que d izer dos livros que são xerocados e vendidos com o ap o stilas sem o co n h ecim en to de seus autores? O que dizer ainda das m e n sag en s e estudos b íb lico s q u e são g ravados sem o con sen tim en to do co n fe re n cista e d ep o is v en d id as sem n a d a rep a ssa r aos preg ad o res? Isso é in iq ü id ad e? O co m p o sito res e au to res, cu jo su stento depende dos direitos autorais daquilo q u e criaram , são assim vergonhosam ente lesados.2 A firm ar q u e as ed ito ras e g rav ad o ras n ão p re c isa m dos d ireito s au torais é co n trariar a ju s tiç a d a P alav ra de D eus. O caráter cristão é o b se rv ad o r das leis que ad eq u ad am en te p e d e m a n u ên cia p ú b lica, p ag an d o às entidades go vernam entais e em presariais os devidos im p o stos (cf. M c 12.17). A única c ir c u n s tâ n c ia n a q u a l o c ris tã o p o d e r e c u s a r ta l a p o io c o o p e ra tiv o “v o lu n tá rio ” é q u an d o o E stad o p ed e a su b m issão a um a lei q u e e ste ja em co n flito c o m os co m p ro m isso s ex igidos p o r D eus. O d e ie
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H onre
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R e t id ã o
te A natureza humana encontra outros meios de dissimular a verdade para não obedecer a declaração direta
A E scritu ra n u n ca en sin a os crentes a odiar as pessoas, p o u c o im p o rtan d o o q u ão m ás ou am eaçad o ras p o ssam ser. M as o m al q u e tais p esso as p e rp e tra m ao v io lar as leis de D eu s é objeto ap ro p riad o do n o sso ódio. N ão só é ob jeto ad eq u ad o do n o sso ódio, co m o tam b ém som os ord en ad o s a o d ia r o m al (SI 97.10; A m 5.15). O s c r e n te s q u e v iv e m e m u m a c u ltu r a s e c u la r e n f r e n t a m d i f í c i l c o n f l i t o q u a n d o o s lí d e r e s g o v e rn a m e n ta is a p o ia m ou lan çam le g isla ç ã o e ações execu tiv as e m antag o n ism o d ireto co m os en sinam entos b íb lic o s. N e ssa s o c a siõ e s, p ro n ta m e n te id e n tific am -se ___________________55 com os apóstolos de A tos: “M ais im p o rta o b ed ecer a D eus do q u e ao s h o m e n s ” (A t 5 .2 9 ). A a d m o e sta ç ã o p a ra obed ecerm o s às a u to rid ad es seculares é clara: “T oda alm a e steja su jeita às au to rid ad es sup erio res; p o rq u e n ão h á au to rid ad e que não v e n h a de D eus; e as autoridades que h á fo ram o rdenadas p o r D e u s” (R m 13.1). M as quando essa au to rid ad e, através de decreto s, re strin g e a preg ação do E v an g elh o ou dá legitim id ad e ao pecad o , tem os de ob ed ecer a D eus, e não aos hom ens. C la ro q u e a d e so b e d iê n c ia c iv il n ão p o d e u sa r d e v io lê n c ia n e m de e x tr e m is m o s . N u m a d e m o c r a c ia , o c r e n te te m a re s p o n s a b ilid a d e determ in ad a p o r D eus de v o ta r de acordo co m a co n sciência nos candidatos e tem as q u e estiv erem de aco rd o com os p rin cíp io s bíblicos.
O PASTOR PENTECOSTAL M antenha
as
P ro m essa s
com
H o n e s t id a d e
e
I n t e g r id a d e
A in stru ção de P au lo aos co lo ssen ses p arece direta: “N ão m intais uns aos o u tro s, p o is q u e já v os d espistes do velh o h o m e m co m os seus feitos e vos v estistes do n o v o ” (C l 3.9,10). M as a n atu rez a h u m an a en co n tra outros m eio s de d issim u la r a v erd ad e p ara não o b ed ecer à declaração direta. As pesso as, às vezes, fa la m a v erd ad e c o m os lábios, m as co m significado d iferen te n o coração. T ran sp arên cia pessoal é h o n e stid a d e acerca de si m esm o , ac e rc a das em o çõ es, d esejos e p re fe rê n cias dos outros. N ão é n e c e s s á r i o e x p o r n o s s o s s e n tim e n to s e in tim id a d e s a to d o s q u e en co n tram o s, m as h á a n e c essid ad e d e ev itarm o s a preten são e o engano. D eb ates sobre a h o n estid ad e freq ü en te m en te lid am com dilem as nos quais a lg u m g ra n d e m al a c o n te c e se a p e sso a não m entir. S e h o m en s m aus e stiv essem p e rse g u in d o seu esp o so ou esp o sa, p o d e r-se -ia m e n tir para p o u p a r u m a v id a? Se alg u ém p rec isa sse de um m e d icam en to esp ecial para salv ar a v id a do filh o , m as n ão tiv esse din h eiro p a ra c o m p ra r o rem édio, seria legítim o ro u b ar ou m en tir para adquirir o m edicam ento de que precisa? Tais c o n to rç õ e s aca d ê m ica s serv em d e p o u co p ro p ó sito . A ên fa se das E sc ritu ra s é clara. Sob q u a isq u er circu n stân cias, n u n ca é certo p la n ejar m entir. Se g astássem o s m ais tem po re sistin d o à ten tação de nos serv ir de m en tiras b ran cas e de etiq u eta p ara nos liv rar de situações incôm odas, seriam o s h o m en s e m u lh eres d e verd ad eiro caráter. O c a rá te r c ristã o re q u e r in te g rid a d e m o ral. In fid e lid a d e ao s vo to s m atrim o n iais não é apenas u m a p ro m essa esq u ecid a ao cônjuge. T rata-se de p erd a de integridade p ara a com unidade cristã, que investiu sua confiança n o m in istro . O fracasso e m m a n ter outras p ro m essas d estró i o caráter e a co n fian ça. D eix ar co n tas a p a g ar em u m a c o m u n id ad e d ev asta o caráter d a ig re ja e c ria v erd ad eiro s p ro b lem as de cred ib ilid ad e p a ra o sucessor. Q u alq u er co isa q u e fo i to m a d a p o r em p réstim o — dinheiro, livros ou a ferram en ta do v izin h o — é aceita co m a ob rig ação m oral de reem b o lsar ou devolver. A p ro m e ssa de u m m in istro , exp ressa ou im p lícita, deve ser tão v erd a d e ira q u an to u m co n trato assinado. O c a rá te r e stá em jo g o . H o je p o u c o se o u v e fa la r d a filo s o f ia h u m a n ís tic a d a “ é tic a da s itu a ç ã o ” . M a s e s s a p r á tic a e s tá p o r to d a p a r te e te m se r a s te ja d o fu rtiv a m e n te n a ig re ja . E n sin a r que h á c irc u n stâ n c ia s ou situ a çõ es nas q u a is é p e rm issív e l m en tir, ro u b ar, e n g a n a r ou m atar, d e ix a a so cied ad e sem p rin c íp io s m o ra is u n iv e rsa is. H á situ aç õ es c o m p le x a s em q u e se te m de e sc o lh e r o m en o s ru im en tre d o is m ale s, m as tal d e cisão n u n c a d e v e ser e n c a ra d a c o m o p ro v a de q u e a e sc o lh a foi m o ra lm e n te p o sitiv a. P a ssa g e n s d as E sc ritu ra s re la tiv a s a p en as à g u erra, à le g ítim a d e fe sa e à p e n a de m o rte , p o d e m tra z e r c o n fu sã o ao te x to sim p les de Ê x o d o 20.13: “N ão m a ta rá s ” . O so ld a d o c ristã o q u e tira a v id a de u m in im ig o n u n ca p o d e se d e le ita r p o r h a v e r fe ito u m a açã o m o ra lm e n te exem plar. E m b o ra a g u e rra p o ss a se r ju s tific a d a c o m o u m m al n e c e ssá rio , é a in d a u m m al. A c o n s c iê n c ia d a p e s s o a d e v e se rv ir d e g u ia e m ta is c irc u n s tâ n c ia s im p o ssív e is. M as a c o n sc iê n c ia d ev e e sta r fu n d a m e n ta d a no am o r div in o e n o a rd e n te d e se jo de a g ra d a r a D eus. A é tic a d a situ a çã o , b a se a d a nos ca p ric h o s d e c a d a um , n ã o é su b stitu ta p a ra o c a rá te r c ristã o q u e D eu s p ro c u ra in stila r em to d o s os seus filh o s.
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR M a n e je
as
P o s s e s s õ e s M a t e r ia is
com
In t e g r id a d e
A p re o c u p a ç ão nos tem p o s b íb lico s d iz ia re sp eito ao encargo d a u su ra ou ju ro s sobre e m p réstim o s feitos aos pob res, os quais não d isp u n h am de r e c u r s o s fin a n c e ir o s p a ra p r o v e r a s n e c e s s id a d e s b á s ic a s . H o je , o e q u iv alen te é a b u sc a e o m au uso do d in h eiro p o r p arte de p astores. M ais ín d o les e re p u taçõ es m in isteriais tê m sido d estru íd as pelo m au em prego do d in h eiro e p o ssessõ es m ateriais do q u e praticam en te p o r qu a lq u er outra ten tação . P o u co s tê m ap ren d id o a im ita r o ex em p lo do ap ó stolo P aulo. N a v e rd a d e , fo i e le q u e m o b s e rv o u q u e os p r e s b íte r o s (p a s to re s ) são m e re c e d o re s “ de d u p lic a d a h o n ra ” (p o s s iv e lm e n te , m as não n ecessariam en te, de d inheiro). T am bém citou: “D ig n o é o obreiro do seu sa lá rio ” (1 T m 5.17,18). M as o m esm o P aulo recu so u aceitar salários da ig reja co rín tia, e sco lh en d o antes su sten tar-se p o r outros m eios do que ser c o n sid erad o co m o a lg u ém q u e b u sc a v a o b ter riq u ezas pesso ais d aqueles a q u em d e se ja v a g an h ar p a ra C risto. Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes, suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo. Mas eu de nenhuma destas coisas usei e não escrevi isso para que assim se faça comigo; porque melhor me fora morrer do que alguém fazer vã esta minha glória. Logo, que prêmio tenho? Que, evangelizando, proponha de graça o evangelho de Cristo, para não abusar do meu poder no evangelho (1 Co 9.12,15,18). O d e v e r d e os líd e re s e sp iritu a is p re s ta re m co n tas fin a n c e iras é algo e x tre m a m e n te d e se já v e l, a fim de e v ita r e sp e c u la ç õ e s d e sn e c e ssá rias so b re a re m u n e ra ç ã o e estilo d e v id a d o serv o do Senhor. C erto m in istro q u e atu a na p re g a ç ã o d o E v a n g e lh o p e la te le v isã o so lic ito u a u m a ju n ta d e d ire to re s c o rre ta m e n te e sc o lh id a e c o m issio n a d a , q u e o a ju d a sse n a p re sta ç ã o d e c o n tas, de fo rm a q u e a re n d a do seu m in isté rio , p ro v e n ie n te d e to d a s as o rig en s, fo sse d e v id a m e n te m o n ito ra d a. A o b rig a to rie d a d e d e p re s ta r co n ta s n ão te m o d e síg n io d e re s trin g ir a re n d a p e sso a l, m as d e p e rm itir q u e o p ú b lic o sa ib a q u e u m se n tin e la fo i in stitu íd o co m o p r o p ó s ito d e p re v e n ir a p o s s ib ilid a d e d e a b u so s. E m b o ra o A n tig o T estam en to p ro ib isse os lev itas de p o ssu íre m b en s im ó v e is p a rtic u la re s, a re striç ã o n ã o é a ssim d e c la ra d a n o N o v o T estam en to . N ão o b stan te, a lid e ra n ç a e sp iritu a l sem p re d ev e se g u a rd a r d a g a n â n c ia de a c u m u la r p o sse ssõ e s te rre stre s, as q u ais e n to rp e c e m o im p a c to do m in isté rio do serv o de D e u s .3
O Papel do Espírito Santo no D esenvolvim ento do C aráter O caráter não acontece p o r acaso. A experiência de conversão não produz so z in h a u m c a rá te r co m p letam en te d e sen v o lv id o n aq u ele q u e se converte. E m b o ra seja n o v a c ria tu ra em C risto, o co n v ertid o ainda deve cresc er “na g raça e co n h ecim en to de n o sso S en h o r e S alv ad o r Jesus C risto ” (2 Pe 3.18).
122 O PASTOR PENTECOSTAL O p asto r, e v a n g e lista , ou p ro fe s s o r p e n te c o sta l, é fre q ü e n te m e n te id en tificad o p ela m e n sa g e m e ex ercício d a m an ifestação so b ren atu ral do E sp írito S anto. M as o v erd ad eiro c a rá te r de q u a lq u er líd e r ou leigo cristão é visto n a “m a n ife sta ç ão ” do fru to p ro d u z id o p o r esse m esm o E spírito. O fru to do E sp írito são os fu n d am en to s de u m c aráter harm onioso: am or, g ozo, paz, lo n g an im id ad e, b en ig n id ad e, b o n d ad e, fé, m an sid ão e tem p eran ça (G 15.22). P ara ser bom , não basta te r cinco dos nove. O caráter sem elh an te a C risto tem de estar se o rientando em d ireção ao cum prim ento e d em o n stração d e to d o s os aspectos do fruto. O P ro d u to r d esse fru to é o E sp írito Santo. A san tid ade é o alicerce do c aráter cristão. A v id a que c o n stan tem en te exib e as n o v e facetas do fruto do E sp írito falará a verdade v in d a do coração, não d iv u lg ará calúnias nem fará fofocas, não preju d icará o p ró x im o , o d ia rá o m al e h o n ra rá a retid ão , m a n te rá as p ro m essas e m a n e ja rá as p o ssessõ es m ateriais com integridade. O d e se n v o lv im e n to do ca rá te r p e sso al re q u e r n o ssa co o p eração no trab alh o feito em n o sso in te rio r p elo E spírito. E m recen te livro so bre o m in istério p asto ral, d em o n stran d o a sab ed o ria que no fim im p u lsio n aria seu au to r ao cargo de su p erin ten d en te geral das A ssem b léias de D eu s nos E stad o s U n id o s, R alp h R ig g s lan ça u m desafio que não co n h ece tem po: “V am os d ia a d ia estu d a r c u id ad o sa m e n te as p ág in as sagradas; vam os m e d ita r d ia e n o ite n elas (SI 1.2). Q ue a p alav ra de C risto h ab ite em nós ab u n d an tem en te (C l 3.16), lem b ran d o que, se as palav ras dE le estiv erem em nós, p ed irem o s o q u e q uiserm os e nos será feito (Jo 15.7). N o ssa leitura d a B íb lia n ão deve o co rrer apenas quando p rep aram o s serm ões ou fazem os estu d o s b íb lico s, m as d ev e h a v er a leitu ra dev o cio n al d iária d a P alav ra tão -so m en te p a ra o nosso p róprio fo rtalecim en to e ed ificação esp iritu ais” .4
C aráter Cristão — Tesouro em Vasos de Barro A crise de caráter atinge a todas as profissões. Infelizm ente, o m inistério — q u e é m ais u m a c h am ad a do que u m a p ro fissão — n ã o é exceção a essa regra. N o d ia do ju íz o , o p ad rão de m e d id a do c aráter será m ais ríg id o para o m in istério . T endo p reg ad o , ensin ad o e su p o stam en te m o d elad o o caráter cristão tão m in u cio sam en te exp licad o n a in sp ira d a e in erran te P alav ra de D eus, o M an u al P ed ag ó g ico no qual o m in istério pasto ral foi basead o , tais m in istro s ta m b é m serão ju lg a d o s p o r ele. “M eus irm ãos, m u ito s de vós n ão sejam m estres, saben do que receb erem o s m ais duro ju íz o ” (T g 3.1). O E sp írito S anto de D eus m o ra em nossos vasos de barro. E v id ên cia in co n fu n d ív el d essa p re se n ç a h a b ita d o ra é o caráter sem elhante a C risto q u e E le p ro d u z em nós.
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR
As inigualáveis Lutas dos Pastores de Hoje Dennis A. Davis stando no m inistério p o r q uarenta anos e experienciando e observando as lu tas q u e só os m in istro s d o E v a n g e lh o p assam , é u m p ra z e r c o m p a r tilh a r a lg u n s p e n s a m e n to s a d v in d o s de e x p e riê n c ia s e o b serv açõ es p esso ais. T ive o p riv ilég io de ser filho de p reg ad o r pioneiro, q ue entrou no m inistério quan d o eu estava com quatro anos de idade. D esde o in ício do seu m inistério,, m eu p ai en v o lv e u -m e no que e stav a fazendo. C resci co m g ran d e am o r p e la ig re ja e resp eito p elo m inistério. E v itei alg u m as das d ificu ld ad es m in isteriais p elo trein am en to p o sitiv o e atitudes que recebi em m eus anos de form ação. Fui ensinado pelo exem plo de m eu p ai a te r resp eito p ela lid e ra n ç a e p o r aq ueles que v e la m p o r no ssa a lm a (cf. H b 13.17). N u n c a h o u v e é p o c a em q u e n o ssa fa m ília não com eçasse o d ia co m o ração e cu lto d o m éstico . Sei que a B íb lia con d en a o raçõ es vãs e rep etitiv as. N ão obstan te, todos os dias o u v ia m eu pai fazer u m a m esm a oração: “D eu s, este ja com aqueles que h o je têm de v elar p o r n o ssa alm a. E ab en ço e de m o d o e sp ecial m eu su p erin ten d en te d istrital” . E d izia o n o m e dele. Q u an d o eu tin h a 16 anos, o sup erin ten d en te d istrital veio à n o ssa ca sa p a ra visitar-n o s. Q u an d o en tro u, pen sei que D eus hav ia cheg ad o à no ssa casa, p o is todos os dias o u v ia m eu pai orar po r ele. D epois que m e to rn ei su p erin ten d en te d istrital, c o m p reen d i que não fo ra D eus q u em veio visitar-n o s; fo ra u m h o m em q u e era altam en te resp eitad o por m eu p a i e p o r q u em ele orava. D esse m odo, n o ssas lutas d im in u em qu ando recon h ecem o s aqueles a q u em D eus colocou sobre nossas vidas para pro v er lid e ra n ç a e p restação de contas.
E
A Cham ada F reqüentem ente ainda estam os a nos debater com nossa cham ada. Tenho para m im que m eu m aior m edo é que as pessoas sejam m otivadas a entrar no m inistério por um desejo de ajudar os outros, e não em resposta a um a cham ada de D eus. H á m uitas agências sociais que podem satisfazer as pessoas que desejam ajudar o próxim o sem que sejá em resposta a um m andato divino de preg ar o E vangelho. Sou crente firm e n a ch am ad a de D eus. C ontudo, a
124 O PASTOR PENTECOSTAL dim ensão m ais difícil dessa cham ada está em encontrar o lugar onde se possa exercê-la. A lguns acham que fui m uito sensível e que onde quer que você esteja servindo é a resposta adequada à cham ada de D eus para sua vida. C om o líder eclesiástico, fico aflito com o núm ero crescente de currículos en viados às ig rejas q u e p ro c u ram pastor. Q u ando u m a ig reja u m tanto q u an to p e q u e n a e in sig n ifican te receb e cem cu rrícu lo s (segundo recen te in fo rm ação q u e receb i de u m su p erin ten d en te d istrital), q u al o im p acto nos 99 q u e não serão esco lh id o s? S em dúvida, o p asto r escolhido se sentirá le v e m e n te so b p re ssã o , q u a n d o s o u b e r q u e a ig re ja tin h a 99 o u tro s can d id ato s q u e estav am n a b ic a p elo trab alh o dele. L u ta s e d ific u ld a d e s h a v e rá em to d o o lu g a r do m in isté rio . Se v o c ê so u b e r q u e fo i c h a m a d o p a ra e sse lugar, p o d e rá su p o rta r m u ita s a fliç õ es e até a c ru c ific aç ã o . E m m e u s p rim e iro s anos de m in isté rio , a ce itei o c o n v ite d e u m a ig re ja q u e tin h a p assad o p o r sérias d ific u ld a d e s in tern as e d iv isõ es. C o m o jo v e m p asto r, a p re ssã o so b re m im e ra in ten sa. A s v e z e s, p e n s a v a q u e ia c e d e r às p re ssõ e s e ch e g u e i m e sm o a q u e stio n a r m in h a san id ad e. D u ra n te os d ia s m ais d ifíc e is d esse p e río d o , u m a ig re ja g ra n d e co n v id o u -m e p a ra se rv ir em sua eq u ip e p a sto ra l. M e u d esejo era fu g ir de o n d e e sta v a , m as tiv e a n ítid a sen saç ão de que e sta v a ali n a v o n ta d e d e D eu s. M a is ta rd e , a ig re ja g ra n d e te le fo n o u -m e : “ S ab em o s p o r qu e v o cê não aceitou. N ão lhe oferecem o s u m salário d ecen te” . A ssim , m e o fe re c e ra m m ais d in h e iro . In fo rm e i-lh e s q u e n ã o se tra ta v a d e d in h eiro , m as q u e e sta v a a b so lu ta m e n te certo d e q u e o c u p a v a o lu g a r o n d e D e u s m e h a v ia p o sto . A s it u a ç ã o e m m e u p a s to r a d o m u d o u , e c r e s c e m o s s ig n if ic a tiv a m e n te e c a u s a m o s g r a n d e im p a c to n a c o m u n id a d e , re v e la n d o -se u m a das é p o c a s m ais fe liz es de m in h a v ida. O oitavo ano do m eu período de vinte anos com o pastor d a T h e P e o p le ’s C hurch, em Salém , O regon, fo i u m dos __________________ j j tem p o s m ais difíceis de m in h a vida. A cong reg ação tin h a v otado em su a gran d e m a io ria p a ra se m udar. N aq u e la época, estávam os em um ed ifício q u ase no v o , p erto do centro da cidade. Foi d eterm in ad o que, se q u iséssem o s c a u sa r im p acto em n o ssa cidade, teríam o s de nos m udar, p o rq u e n o sso p á tio de estacio n am en to era m u ito peq u en o . A fé d a co n g reg ação fo i ex p ressa no voto dado p a ra avançar, m esm o depois dos g ran d es sacrifício s feito s p ara ch eg ar on d e estavam . A votação foi feita, u m a n ova extensão em acres foi co m prada nos lim ites d a cidade, os projetos arq u itetô n ico s fo ram co n clu íd o s, desen h o s das futu ras in stalaçõ es fo ram ex ib id o s — e n a d a aco n teceu . S en tia que e ra im p erativ o que v en d êssem o s as in s ta la ç õ e s n a c id a d e an te s q u e e m p re e n d ê sse m o s u m a e x p a n sã o m u ltim ilio n ária. M eses se p assaram . N o m eio d esse p eríodo, um a ig re ja telefonou-m e. A p resen taram -m e excelente oportunidade. D isse-lhes depois que, se alg u m d ia fo sse escrev er u m livro sobre com o co n seg u ir u m pastor, d e d ic a ria u m c a p ítu lo in te iro p a ra eles. E m tu d o o q u e fa z ia m eram im p ressio n an tes: p o r u m m ês en viaram ao m eu en dereço resid en cial o jo rn a l d iário q u e p u b licav am , um a p esso a d iferen te m e te lefo n av a todos os d ias d u ran te u m a sem ana, h o sp ed a ra m m in h a esp o sa e a m im num ap artam en to de co b e rtu ra q u an do fom os visitá-los.
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Todo o lugar do ministério terá suas dificuldades
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR E n q u an to isso e stav a aco n tecen d o , o d o u to r R o b ert S ch u ller ch eg o u à n o ssa cid ad e p a ra pregar. O g ru p o que o p a tro c in av a p e d iu -m e que o apresentasse, visto eu ter tido contato p révio com ele através do seu Institute fo r S u ccessfu l C h u rc h L ead ersh ip (In stitu to p a ra L id e ra n ç a de Ig rejas P ró sp eras). H av en d o o d o u to r S ch u ller ch eg ado im ediatam ente antes de pregar, não tín h am o s tem p o suficiente p a ra conversar in form alm ente. A cam in h o do p ú lp ito , co n tei-lh e m eu dilem a: o insu cesso daquele p ro jeto e a o p o rtu n id ad e m a ra v ilh o sa que m e h a v ia sido apresentada. “Q uan to tem p o faz que você está aq u i?” indagou. “O ito a n o s” , resp o n d i. “Q u er d izer que v o cê v ai jo g a r fo ra um in v estim en to de oito anos e re co m eçar tu d o o u tra v e z ? ” pergu n to u . T in h a-lhe dito que a C âm ara de C o m ércio da o u tra cid ad e h av ia m e in fo rm ad o que em dez anos aquela c id a d e iria q u a d ru p lic a r. E n tã o , a c re s c e n to u : “ Se a q u e la c id a d e vai quad ru p licar, esta d o b rará n o m esm o p e río d o ” . P ôs a m ão no bolso, tiro u u m a m ed a lh a e a colocou em m in ha m ão. “T om e isto e co n stru a a ig reja p a ra D eus. Se você não o fizer, nin g u ém m ais o fa rá ” . N esse m o m en to , já estáv am o s n a área do púlpito. D ep o is d a reu n ião , tirei a m ed a lh a do b o lso e li, em um lado, três versícu lo s das E scritu ras: “A q u ietai-v o s e sabei que eu sou D e u s” (SI 46.10). “Se D eu s é p o r nós, q u em será co n tra n ó s? ” (R m 8.31). “N ão m o rrerei, m as v iv erei” (SI 118.17). N o o u tro lado, h a v ia e sta oração: “O b rig ad o, D eus, p o r reso lv er tantos dos m eu s p ro b lem as no passad o . P o r favor. D eus, m e ajude agora. Preciso de ti e co n fio em ti. A m é m ” .1A q u e la noite foi o ponto decisivo para m im . O d o u to r S ch u ller to rn o u -se a voz de D eus p a ra m im , a fim de que eu p erm a n e c esse fiel ao lu g a r o nde E le m e h av ia colocado. A lg u n s dias d epois, q u an d o ch eguei a casa à noite, en contrei tudo às esc u ra s. P e rc o rre n d o a c a sa to d a, e n c o n tre i N ancy, m in h a esp o sa, no ban h eiro dos fundos, choran d o . P ergun tei-lh e: "O que aco n teceu ?” E la resp o n d eu : “Você tem u m a ex celen te o po rtu n id ad e de sair daqui, e quero que saiam o s” . “N ancy, eu n ão p o sso !” resp o n d i. “Se p artirm o s agora, passarei o resto de m in h a v id a d esejan d o sab er o que teria aco ntecido se tivesse ficado. Se fo r o caso, v o u fic a r e p ro v a r que n ão p o d e ser fe ito ” . A tra v é s d as lá g rim a s , e la d isse: “ S a b ia q u e v o c ê d iria isso . N ão a c h o q u e v o c ê e s te ja c o m p r o m is s a d o c o m a o b ra , v o c ê é a p e n a s te im o s o !” Tem os rido m uitas vezes d essa noite e de n o ssos m om entos de profundo desânim o. N ão en trarei e m detalh es sobre co m o D eus reso lv eu nosso problem a. E não apen as o nosso, p o is E le to m o u co n ta de alguns grandes pro b lem as de vários outros grupos de n o ssa cidade, ao m esm o tem po que vendem os nossa p ro p ried ad e do cen tro d a cid ad e e fizem os a m udança. N o dia em que passam os para aquelas instalações m ultim ilionárias, falei à congregação sob re “a m o ed a co m a q ual se co n stru iu u m a ig reja de dois m ilhões de dó lares” , referin d o -m e ao en co n tro dos céus q ue tive co m o irm ão R o b ert Schuller. F o i então que m e dei con ta de q u e D eus m e havia ch am ad o para aquela cidade. S en ti com o se fosse a m in h a cidade que tin h a de alcan çar
126 O PASTOR PENTECOSTAL p ara D eu s e que to d a a re sp o n sa b ilid a d e rep o u sa v a sobre a n o ssa igreja, o que m e le v a à p ró x im a observ ação.
Cooperação N o m inistério, em penham o-nos em ser cooperativos, e não com petitivos. T em os de ter um resp eito b en éfico p o r to dos os envolvidos em p ro m o v er o R ein o de D eus. P ro cu rei fo rm a r am izades m ed ian te fiel freq ü ên c ia e e n v o lv im e n to co m as asso ciaçõ es m in isteriais. M in h a in te n çã o era: se a lg u é m estiv esse trab alh an d o em alcan çar as p esso as p a ra C risto, eu o aju d aria em b ase com um . E n tretan to , q u ando com eçam o s a p en sa r que os outros são resp o n sáv eis p o r a lc an ç ar d eterm in ad a p o rção da p o p u lação, so m o s p ro p en so s a re d u z ir n o sso s esfo rço s àqu ele grau. F o i-m e p ed id o q u e falasse à asso ciação m in isterial em u m a reu n ião de alm o ço sobre o crescim en to d a igreja. A p re sen te i alguns p rin cíp io s que q u a lq u e r um de nós p o d eria usar. E ntão, concluí, dizendo: “A m o a todos os q u e estão aqui. N utro p ro fu n d o respeito pelo que os irm ãos estão fazendo n e sta cidade, m as q u an d o d en tro em p o u co sairm os deste local, quero que ajam com o se D en n is D av is n ão ex istisse e que a resp o n sab ilid ad e de alcan çar esta cid ad e p a ra C risto estivesse som ente co m os irm ãos. T am bém vou fa z e r o m esm o . T anto q uanto os am o e respeito, estou adm itin d o que a resp o n sa b ilid a d e de g a n h a r e sta cid ad e p a ra Jesus é m in h a e som ente m in h a ” . N ão im p o rtan d o o q u e exp erim en tem o s no crescim en to da ig reja local, n u n ca devem os d eix ar q u e u m sentim ento de trabalho feito nos atinja até q u e to d a p e sso a de n o ssa co m u n id ad e v en h a a c o n h ec er Jesus.
Equilíbrio U m a te rc e ira lu ta e n fren tad a pelo p a sto r é o ato de eq u ilib rar o tem po en tre o trab alh o , a fa m ília e o lazer. A o lo n g o dos anos, ten h o receb id o alg u n s co n selh o s m arav ilh o so s que m u d aram m in h a vida. Q uan d o m e u filh o era recém -n ascid o , u m dos pasto res que m ais ad m irav a, que tin h a m e influ en ciad o através do seu re la c io n a m en to e am izad e co m m eus pais, veio presid ir reu n iõ es n a ig reja p asto rea d a p o r m im . D isse-lh e do m eu d esejo de ser u m b o m pai p ara m eu filho. E le declarou: “Se v o cê p la n e jar o tem po que fica e m casa com o faz com o te m p o e m q u e tra b a lh a , n ã o te rá n a d a c o m q u e se p re o c u p a r” . D ep o is disso, sem pre ten tei fazer co m que o tem p o que p asso em casa seja significativo. M uitos pais ficam b a sta n te tem p o em casa. m as enq u an to estão ali não estão fazen d o n ada p a ra co n trib u ir co m a v id a fam iliar. O tem p o que ficam os em casa é m ais do que sim plesm ente lev ar a carcaça p ara casa. M in h a esp o sa e eu in cluím os n o sso filh o em n o ssas atividades. S em p re reco n h eci o v a lo r da visitação pastoral. É fácil in clu ir os filh o s n e ssa ativ id ad e (e m u ito m ais fácil q u an d o são bem ed u cad o s). C asas de rep o u so são um ótim o lu g ar p ara lev ar os filhos. Q u an d o m eu filh o estu d a v a em u m a u n iv ersidade de o u tra cidade, vinha
'Quer dizer que você vai jogar fora uminvestimento de oio anos e recomeçar tudo outra vez?’
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UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR p assa r os feriad o s e m casa. N essas o casiõ es, ele e eu p assáv am o s u m dia tod o v isitan d o casas de rep o u so . G astáv am o s seis horas p erc o rren d o de carro m ais de 150 q u ilô m etro s ao re d o r d a cid ad e e áreas circu n v izin h as, visitan d o as p esso as idosas. Foi u m a a leg ria v isitar m eu filho em um a ép o ca de N atal, na cid ad e o nde estav a serv in do n a equipe m inisterial de u m a igreja. C h eg an d o a ca sa b astan te tard e n a V ésp era de N atal, in quiri-o sobre o n d e h av ia estado. R esp o n d eu -m e que h av ia ido v isitar algum as casas de rep o u so . C o n sid eran d o q u e isso não fa z ia p arte dos seus deveres p asto rais, p erg u n tei-lh e a razão . S ua resposta: “É N atal, e n in g u ém faz isso ” . A q u ilo d eix o u este pai m u ito o rgulhoso. E m certo alm o ço fo rm al co m o d o u to r E lto n T rueblood, aprendi a lição q u e d a ria n o v a d ire ç ã o à m in h a v id a . S eu te m a e ra “ Se T iv e sse de R ec o m e ç a r M eu M in isté rio ” . E m b o ra ten h a e sq u ecid o q u ase tudo o que disse, e sta d eclaração m u d o u m in h a vida: “E u teria u m a a g en d a de datas m ais c o m p le ta ” . E n q u an to nos m o stra v a su a ag e n d a de d atas, con tin u o u ex p lican d o q u e p recisáv am o s p re e n c h e r a no ssa. M o stro u -n o s a d a ta do an iv ersário d a esp o sa reg istrad a em su a a g en d a de datas. D isse-n o s que não ace ita ria n en h u m co m p ro m isso d e tra b a lh o p ara e sse dia, p o rq u e ia p assá-lo co m a esposa. M o stro u -n o s tam b ém três sem anas reserv ad as para escrev er e n a d a m ais. P o u co tem p o d ep o is, m arq u e i co m u m am igo m eu, jo v e m ad v o g ad o , u m ja n ta r so cial co m nossas esposas, o que h av ia levado sem an as p a ra am bos co m b in arm o s. A lg u n s dias depois, antes do nosso ja n ta r m arcad o , u m a ig reja m e telefo n o u e m e co n v id o u p a ra fala r em um b an q u ete. C o n su ltan d o m in h a “a g en d a de d a ta s” , resp o n d i-lh es q u e já estav a c o m p ro m etid o p a ra a q u ela no ite, a m e sm a do m eu co m p ro m isso p a ra o jantar. D isse-lh es que po d eria ir n a sem ana seguinte. N o dia seguinte ligaram -m e, d izen d o q u e a p ró x im a sem an a esta ria pe rfeita para eles. N ão teria ag id o assim sem o co m p ro m isso q u e fiz era com m in h a “ag e n d a de d a ta s” . T od o s sa b e m o s d o v a lo r de p la n e ja r o te m p o . C o n sta n te m e n te h á sem in ário s ab o rd an d o o assunto. U m dos m elh o res in v estim en to s é p arar alguns m inutos a cada m an h ã p ara p lan ejar as atividades do dia. N ão apenas p a ra e sc re v e r a lis ta d e “co isas a fa z e r” , m as ta m b ém p a ra co lo c a r as ativ id ad es e m ord em de p rio rid a d e e em o rd em geo g ráfica. P o r que ir duas v ezes ao m esm o lad o d a c id ad e n o m e sm o dia, quan d o co m u m p o u c o de p lan ejam en to v o cê p o d eria fazer am b as as coisas com u m a só v iagem ? P lan ejam en to aten to e criativ o p o d e lev ar a u m a vid a p ro d u tiv a não só no tra b a lh o , m a s ta m b é m c o m a fa m ília e c o m os n o sso s m ais v ariad o s interesses e atividades. M u ito s p asto res a p aren tem en te tê m m ed o de se ap ro x im ar do povo, p o rq u e sen tem que, se o fizerem , as p esso as se ap ro v eitarão deles. Sinto m u ito , m as ten h o p o u c a to le râ n c ia p elo m in istro que é tão im p o rtan te que as p esso as n ão p o d e m to cá-lo p e sso a lm e n te ou co n tatá-lo p o r telefone. Isso é um v e rd ad eiro iso la m e n to ! E nquanto fazia u m a visita a casa de u m am igo, este m e deu u m a sugestão e x trem am en te útil. E le h a v ia sido u m dos v ários m édicos em um a clínica. U m dos seus colegas lh e perguntou: “P o r q u e m e telefo n am todas as noites e v o cê n u n c a receb e u m c h a m a d o ? ”
128 O PASTOR PENTECOSTAL M eu am igo m éd ico resp ondeu: “P o rq u e v o cê se m o stra m uito difícil de contatar. Você sem p re d á a im p ressão de estar m uito o cu p ad o e de não ser acessível. S em p re falo aos m eus pacientes: ‘Sou seu m édico 24 horas p o r dia. Você p o d e m e ch am ar a q u alq u e r hora do dia ou d a n o ite ’. M eus p acien tes aco rd am no m eio da noite sentindo alg u m a dor, m as sabem que p o d em m e telefo n ar m ais tarde se a d o r ficar pior. Se aco rd arem de novo sentindo que a dor p iorou, sabem que vão m e encontrar; então determ inarão se p o d e m ou n ão e sp erar até às sete d a m anhã, q u ando estarei em m eu c o n s u ltó r io . S e u s p a c ie n te s a c o r d a m s e n tid o u m p o u c o d e d o r e im ed iatam en te lhe telefo n am , p o rq u e não sabem se p o d e m encontrá-lo m ais tard e no caso de a d o r p io ra r” . E n tão o m éd ico m e disse: “Pastor, se o irm ão fiz e r isso co m a su a con g reg ação , desco b rirá que o seu telefone to c a rá m e n o s” . L evei a su g estão a sério. Vez p o r o u tra eu sem p re dizia: “E sto u n esta c id ad e c o m u m ú n ico prop ó sito: ajudar e serv ir de bên ção s a todos. Sou seu p a sto r sem p re que p re c isa rem de m im , de dia ou de noite. P o d em m e te le fo n a r a q u a lq u e r h o ra ” . A s p essoas sab iam que em determ in ad as horas eu estav a n o escritório d a igreja. P ercebiam que eu era um a pesso a ocupada. T in h am c o n sciên cia de q u e m e preo cu p av a com elas. M eu telefo n e quase n u n c a to cav a e m casa, a n ão ser em u m a real situação de em ergência, p o rq u e m in h a c o n g reg ação sab ia que sem pre p o d ia m e en c o n trar quando re a lm e n te p recisasse de m im .
Finanças U m a q u a rta área de lu ta n a vid a do p a sto r são as finanças. M uitas das d ificu ld ad es fin an ceiras em que nos m etem os, senão to d as, são causadas p e la falta de d isc ip lin a e p o r p ro ced im en to s não-bíblicos. Q u a n d o fu i r e ito r de c e rta u n iv e rs id a d e , fiq u e i m u ito p re o c u p a d o c o m a q u a n tid a d e de d ív id a s que os alunos acu m u lav am . E n caro isso com o g rande im p ed im en to para a re sp o sta à ch am ad a que D eus tem para a vida de todo c r e n te . P a rte d e s s a s d ív id a s é c a u s a d a p e la f a lta de p la n e ja m e n to d o s p a is n a e d u c a ç ã o dos filh o s. P a rte é cau sad a p ela fa lta de u m a boa ética de trabalho. D ív id a acu m u lad a p o r crédito p ara bens de co n su m o é u m g ran d e m al. O desejo de ter ag o ra e p ag a r depois está d estru in d o m u ita gente. T am bém tenho cartão de crédito, __________________ 55 m as n u n c a p aguei ju ro s pelo que co m prei co m ele. C artão de créd ito é algo bom só se fo r usado com o substituto ao d in h e iro v iv o . E ss a d is c ip lin a em p a rtic u la r d e u -m e lib e rd a d e p a ra a p ro v e ita r alg u m as o p o rtu n id ad es in teressantes. O d ev er de p restar contas do d in h eiro g an h o co m eça com n o ssa relação à m ordom ia. G raças a D eus, d esd e crian ça m eu p a i en sin o u -m e a alegria de dar o dízim o e ofertas. N u n c a h o u v e u m a ép o ca em m in h a v id a em que o prin cíp io de dizim ar não fosse p raticad o . P o r m u itos anos, m in h a e sp o sa e eu d esfru tam o s da satisfação de d ar um seg u n do dízim o para as m issões. Se form os fiéis a D e u s, c re io firm e m e n te q u e E le , e m su a b o n d a d e , p r o v e r á n o s s a s n ecessid ad es. O salm ista testem unhou: “Fui m oço e ag o ra sou velho; m as
((
'Eu teria uma agenda de datas mais completa’, disse ele
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR n u n ca vi d esam p arad o o ju s to , n em a su a d esc e n d ên c ia a m en d ig ar o p ão ” (SI 37.25). Jay K esler fala-nos do tem p o em q u e era jo v e m pastor, ainda estudante, qu an d o fo i a u m a p e q u en a ig reja p a ra falar n a reu n ião de avivam ento. D ep o is d e ch e g a r ced o e v e rific a r tu d o , fo i ab ordado p e lo v elh o zelad o r qu e estav a fazen d o a lim p eza. “V ocê é o jo v e m q u e esta rá preg an d o aqui h o je à n o ite ? ” pergu n to u . Jay resp o n d eu afirm ativam ente. E então p asso u a relatar os com entários d o velho zelador. “B em , q u ero lh e c o n ta r a lg o ” , disse ele. “F ui o p asto r d e sta ig reja p o r trin ta anos e h o je esto u ap o sentado, m as d eix aram que eu fo sse o sa c ristã o ” . F e z u m a p ausa. “Q u em sabe depois do culto d e h o je à n o ite v o cê q u eira d e sc e r e c o m er u m p e d aço de to rta c o m m in h a e sp o sa e eu ” , co n v id o u , ap o n tan d o p a ra a seg u n d a ou terceira casa ru a abaixo. E ra u m a casa b ran ca, c o m flo res n a fren te, m o d esta, b e m ju n to à calçada. “N u n c a p e n sa m o s q u e te ría m o s u m a c a sa p ró p ria , p o rq u e sem p re v iv em o s n a casa p a sto ra l” , ex p lico u . “M as v eja o qu an to o S en h o r tem sido b o m p a ra m im . P asto reei e sta ig re ja e ou tras tam bém . T enho este em p reg o , de m o d o q u e p o sso c o n tin u a r servindo. E h o je tenho e sta bela casa. A cab o de sen tir q u e o E sp írito S anto e stá m e falan d o p a ra lhe d izer q u e o serv o do S en h o r n u n c a te rá d e p e d ir p ã o ” . Ja y e sc re v e u : “ N ã o p u d e d e ix a r de p e rc e b e r q u e o e sp írito d a q u e le z e la d o r e sta v a c h e io d a b o n d a d e d o S en h o r. F iq u e i p e n sa n d o : A c a b o de c o n h e c e r u m sa n to . E sp e ro v iv e r d e a c o rd o c o m se u exem p lo . Se p u d e r c o n c lu ir m in h a c a rre ira s e n d o zela d or, te n d o b o a sa ú d e, um a c a sin h a a g r a d á v e l e u m p e d a ç o d e to rta p a r a c o m p a r tilh a r co m um m in istro v isita n te , se re i u m h o m e m fe liz . D e u s te rá sid o m u ito b o m p a r a m im ”.2 E ste é o D eu s q u e co n h eço e em q u em confio p a ra todas as coisas referen tes ao m eu am anhã.
D ons Espirituais U m q u in to o b stácu lo de aco rd o co m m in h a p ercep ção é não en ten d er n o sso s p ró p rio s d o n s e os d o n s d a q u e le s a q u e m fo m o s c h a m a d o s a m in istrar. U m a d as e x p e riê n c ia s m a is lib e rta d o ra s d e m in h a v id a foi p a rtic ip a r de u m a co n fe rê n cia q u e fa z ia estu do detalh ad o so bre os dons, co n fo rm e reg istrad o em R o m an o s 12. S a í dali sabendo p ela p rim e ira vez p o r que ajo co m o ajo e p o r q u e as p esso as re a g e m a m im do m odo co m o o fazem . T am bém m e ajudou a e n ten d er as p esso as d a co n gregação e com o lid ar com elas.s E m u m a q u a rta -fe ira lo g o após e sse ev en to , rec eb i u m telefo n e m a inform ando-m e que um dos m em bros da congregação havia m orrido. Passei alg u m tem p o d a q u ele d ia co m a fam ília, a ju d a n d o -a a to m a r algum as decisões difíceis. Q uando voltei à igreja p ara as nossas atividades de quartafeira à no ite, já tin h a falad o co m o org an ista, a solista, as p esso as que carregariam o féretro e cuidado de todos os detalhes para o serviço funerário. N aquela noite, a cam inho do púlpito, u m a das irm ãs da igreja m e perguntou: “V ai ter u m ja n ta r p a ra a fa m ília dep o is do serv iço fu n erário ?” Isso não m e tin h a o co rrid o no d eco rrer do dia.
130 O PASTOR PENTECOSTAL R espondi: “N ão sei” . E ntão perguntou com delicadeza: “Q uer que eu tom e conta disso?” A ssegurei-a que seria perfeito. A ssum indo a responsabilidade, providenciou p ara que fosse trazida com ida, ornam entou o lugar para o jantar e fez todo o trabalho. A ssim , tinha exercido o seu dom de servir. E necessário que todos os dons estejam em atuação no Corpo de Cristo. E ssa irm ã não me critico u p o r m in h a falta de atenção à refeição. T inha usado m eus dons organizacionais em fazer os preparativos para o enterro. U m pouco antes, havia exercido o dom da m isericórdia com a fam ília. “D eu s su ssu rra su a ch a m ad a p a ra o m in istério aos que p o ssu em m uitos dons d iversos. C o m o flo co s de neve ou fo lh as de álam o trem edor, não há dois p asto res iguais. P o rtan to , a q u estão é: ‘C o m o p o sso h o n rar m in h a c h am ad a co m o m e lh o r dos m eus esfo rço s no q u e re sp e ita à ed u cação e ao m eu d esen v o lv im en to e sp iritu a l? ’ ”3 Q u a n d o r e c o n h e c e m o s q u e m s o m o s , e lim in a m o s o e s p ír ito de co m p etição en tre colegas e m em bros d a equipe. Tal atitude m an tém -n o s afastad o s de fa z e r c o m p araçõ es co m os outros. C alv in M iller declarou: “C om o líder, seu trab alh o , b e m com o su a vida, têm de su p o rtar o escrutínio d e sua p ró p ria e ríg id a avaliação. Você n ã o e sta rá fazendo n e n h u m favor a D eu s lan çan d o -se p elo m u n d o sem te r um real en ten d im en to de quem vo cê é. A ig n o râ n c ia sob re si m esm o é u m a lim itação au to -im p o sta que im p ed e o p len o d esen v o lv im en to do seu p o te n cia l de lid eran ç a” .4 W. A. C risw ell escreveu: “Q uando foi divulgada a estatística de que um em cada dez que en tram no m inistério desiste d a obra em algum ponto da atividade, fez-se u m a p esq u isa para descobrir as razões. A s respostas, em ordem de im portância, foram : baixo salário, carga de trabalho excessivam ente pesada, v ida sem p rivacidade, oposição à liderança pastoral. O utras razões apresentadas foram : d esânim o causado p o r falta de interesse dos m em bros d a igreja, p roblem as fam iliares, perda d a fé, falta de satisfação pessoal, falta de se g u ra n ç a ” . E p ro sse g u iu , dizen d o : “N a v erd ad e, os p ro b lem as no m inistério são num erosos: isolam ento social, exigências exorbitantes por p a r te d a s p e s s o a s , te n s õ e s f in a n c e ir a s , p r e s s õ e s a d m i n i s tr a tiv a s , c o m p e tiç ã o p r o f i s s i o n a l , te n s õ e s _ . psicológicas, sentim entos de inadequabilidade, ansiedade, S4GÊOHllGCvl irritação e m il outras artim anhas dem oníacas para destruir 0 fiiiAm f Ainnr trabalho efetivo do pastor” .5 (JU 6 ÍV I S O m O S P o r e ssa lo n g a rela çã o d e lutas po d em o s p e rc eb e r qu e a â liltlin a id lír itn ^*sta é in finita. E m ou tra p arte deste livro é dado tratam ento C l ll l ll l l d lü C 9 |JIM IU d etalh ad o às lutas com uns que os m in istro s en fren tam com flp r n m n p f i f i n a sex u alid ad e, as ten taçõ es, a p rep aração de serm ões e as W I I I |J w l l V * l W m u d an ças de p astorado. C o n clu in d o este capítulo, desejo ____________________________ 3 3 ab o rd ar 0 q u e n a m in h a opinião é p ro v a v elm en te 0 m aio r o b stácu lo q ue enfrentam os: a lu ta em nos co m u n ic ar com p alavras com preen sív eis à n o ssa cultura. Se o nosso anseio é alcan çar nossa cu ltu ra co m as pro clam açõ es de C risto, isso tende a ser pro fu n d a frustração.
C om unicação V iajando p elo E stado do O regon, E stados U nidos, estava fam iliarizandom e co m n o sso s p asto res e m reu n iõ es reg io n ais. Ju n to co m igo, v iajav a um
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR jo v e m m issionário. N a seg u n d a n o ite de n o ssa excursão, m eu com panheiro fez e sta declaração : “A n tes de alg u ém ir com o m issio n ário p a ra outro país, duas coisas d evem acontecer. A p e sso a tem de sab er o id io m a e en te n d er a cu ltu ra ” . E m seguida, afirm ou: “P en so q u e j á é h o ra de a ig reja am erican a ap ren d er o u tro s id io m as e e stu d a r o utras cu ltu ras p a ra id en tificar-se com aqueles q u e d esejam o s serv ir” . T em os de e n c ara r o fato de q u e nós, co m o cristãos, já não fazem os p arte d a m an eira h ab itu al de p e n sa r e ag ir d a sociedade. P erten cem o s a um a subcu ltu ra. P resto aten ção à lin g u ag em que usam os. F alam os um id io m a alie n íg e n a à n o ssa cu ltu ra. U sam o s acrô n im o s, frases, ex p ressões, palav ras q u e só nós en ten d em o s. O b serv e q u e foi só a um a p esso a que Jesus disse p a ra “n a sc e r de n o v o ” . E le usou e ssa te rm in o lo g ia para p ren d er a aten ção e o b te r u m a resp o sta. E ssa p e sso a im e d iatam e n te perg u n to u o que sign ificav a “n ascer de n o v o ” . A ssim , Jesu s teve a o p o rtu n id ad e de ex p licar o q u e q u eria d iz e r (cf. Jo 3). M u itas vezes so m o s cu lp ad o s de fa z e r u m a p erg u n ta a alg u ém partin d o de u m co n tex to b íb lico ou esp iritu al do qual a p esso a não tem nen h u m enten d im en to . D e ix am o s nosso in terlo cu to r co n fuso co m o lin g u a ja r que usam os. A típ ica ilustração a seguir, em bora exagerada, atesta o nosso problem a.6 E d p erg u n to u a seu am igo B ob: “V ocê j á fo i salvo?” “J á ” , resp o n d eu B ob. “U m a vez, quan d o tin h a no v e anos, estav a nad an d o n a praia de Jones B each , em L o n g Islan d , q u an d o u m a fo rte re ssaca co m eço u a m e lev ar para o m ar, e m eu tio m e salvou” . “N ão , n ão é esse tip o de salv ação ” , retru co u E d. “Você já foi red im id o ? N ascid o de novo! L av ad o no san g u e!” B o b quis sab er o que era isso. E d falou q u e B ob p re c isa v a ser co n v en cid o (condenado). B ob disse que n u n ca tin h a tid o q u a lq u e r p ro b lem a com a lei. N a vez seg u in te e m q u e se en co n traram , E d ch eg o u u m p o u co ta rd e e explico u q u e e stiv era fazen d o um “d e v o c io n a l” . B ob não sabia o que isso sign ificav a, p o r isso E d ex p lico u que tin h a estado a o rar em seu lu g ar de oração. N o fim , B o b receb eu a C risto com o seu Salvador. Q uando E d soube disso, ap resso u -se em d iz e r a B o b que e ste p re c isav a ach ar u m b o m corpo (de cren tes). B o b co m eço u a v isita r acad em ias de g in ástica e num deles conh eceu D en ise, q u e tin h a u m b o m corpo. D en ise ficou crente. N u m d o m in g o , B o b falto u à igreja. D ep o is, E d d isse-lh e que d ev ia ter ido, p o rq u e D eu s realm en te tin h a se m ov id o . B ob ficou confuso, p o rq u e tin h a acab ad o de en c o n tra r D eu s e q u e ria sab er onde é q u e E le estav a agora. M ais tarde, E d falou para B ob que os presentes (dons) realm ente estavam fluindo. B o b quis sab er p o r q u e esta v a m dando presen tes uns aos outros. E ntão, E d falo u p ara B o b q u e D en ise h av ia estado no culto e que ela fo ra tom ad a p elo fogo. B o b tem eu que ela tiv esse se queim ado. A h istó ria term in o u co m E d d izendo: “B em , p arece que criei u m novo problem a. M eus antigos am igos não m e en ten d em m ais. Q uando falo sobre a red en ção , n ão c o m p reen d em q u e fui lav ad o no sangue, fican d o m ais alvo q u e a nev e, e q u e m eu d esejo é se g u ir o C ordeiro. P arece que to d o s m e ignoram . A ch o que estão co n vencidos, p o rq u e estou ch eio do fo g o ” .
132 O PASTOR PENTECOSTAL
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E sta h istó ria e x a g erad a tem um po n to im portante. É d essa m an eira que falam os com as pessoas e ficam os im aginando po r que u m m undo incrédulo não responde à n o ssa m ensagem . E stam os falando um “idiom a estrangeiro” p a ra u m a cu ltu ra n ão-cristã. M artinho L u tero disse: “O s serm ões devem ser dirigidos às [...] [pessoas com uns], Se em m in h as p reg açõ es ficasse p o n d eran d o sobre M elan ch th o n e outros teólogos, não estaria absolutam ente fazendo bem algum : m as p rego u san d o u m lin g u aja r com p reen sív el às p esso as sim ples e iletradas, e todos saem ganhando. Se falo h eb raico, grego e latim , reserv o essas línguas para uso em n o ssas reu niões co m os instruídos, nas quais serão úteis, pois em tais reuniões lidam os co m tantas sutilezas e co m tan tas p ro fundezas, que até o p ró p rio D eus, ju lg o , às v ezes fic a m arav ilh ad o de n ó s” .7 A lg u é m já disse co m m u ita p ropriedade: “L em b re-se de que v o cê está ap ascen tan d o o velhas, e não girafas. M a n te n h a o alim ento no nível b aix o , onde to d o s po ssam a lcan çar p a ra co m er” .
'Meus antigos amigos já não entendem que estou seguindo o Cordeiro’
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Conclusão
T ocam os e m apenas alguns dos singulares desafios que defro n tam os p a s to re s . M a s j á te m o s b o n s re c u rs o s p a ra o b te r su c e sso em n o sso m inistério. D eu s esp era que usem os o bo m senso que E le nos deu, enquanto lu ta m o s c o m n o s s a c h a m a d a , c o m n o sso ím p e to e m c o m p e tir, c o m exigências que d esestabilizam nossas vidas, co m nossa escassez de dinheiro e com a n ecessid ad e a b so lu ta de alcan çar os p erd id o s co m u m a m en sag em clara e co n v in cen te. M as o b o m senso p ro p riam e n te dito não é adequado p ara obterm os a vitória. A sabedoria e o im pulso do Espírito Santo fornecem a v an ta g e m que n os faz “m ais do que v e n ce d o re s” (R m 8.37), à m edida que en fren tam o s as in co m p aráv eis lutas p o r term o s sido cham ad o s por D eus.
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR
A Esposa do Pastor Nancie Carmichael ão d ifíc il e m al d e fin id a q u a n to u m a fu n ç ã o p o ssa ser, u m dos s e g re d o s m a is b e m g u a rd a d o s é o p riv ilé g io d e se r e s p o s a de m in istro .1N ão h á n ad a que se com pare. Já assum i d iferentes funções em m in h a vida, m as h á algo m u ito esp ecial no fato de ser a esp o sa do p a sto r. A q u i v o c ê e s tá n o c e n tro d a v id a d a s p e sso a s: c a sa m e n to s, nascim en to s, m o rtes, co n v ersas sobre a v id a etc. É um a v id a cen trad a em en sin ar os teso u ro s d a P alav ra de D eus, de aju d ar as p essoas a crescer, de fortalecê-las em seus p ró p rio s m in istério s e de v er os in d iv íd u o s to m a re m a decisão de seg u ir a C risto. Tam bém pode ser desan im ad o r e doloroso, com o quando vem os b e m de perto a d o r n a vida de m uitas pessoas. A esp o sa precisa ter sensibilidade, com preensão e apoio, à m ed id a que ela apoia o m arido e a cham ada que D eus lhe fez. E ssa atitude a ajudará a ter forças, u m a percepção robusta de si m esm a, um a fé firm e em D eus e. p oderia acrescentar, um senso de hum or! C erto dia, quando estav a de jo e lh o s no banheiro dos hom ens lim pando os gabinetes sanitários, desejei saber se isso fazia p arte do trabalho de ser a esposa de pastor. N ão era o que tin h a im aginado quando, ainda jovem , tinha ido ao altar no terceiro verso de “A onde Q uer que Tu Fores, Irei Eu, Q uerido Senhor”, quando então m e consagrei para servir a Deus. M as seguir a C risto significa viver grande aventura, e a m etade da batalha de u m pastorado eficaz não é lev ar a si m esm o m uito a sério, m as, sim, levar a D eus m uito a sério. N ão h á substituto algum p ara u m autêntico e particular andar com D eus.
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Q ual É a Função da Esposa do M inistro? A n o s atrás, q u an d o estáv am o s p a sto re a n d o u m a ig reja co m poucas pesso as no m in istério , logo assu m i m ais re sp o n sab ilid ad es do que p o d eria arcar, fazen d o co isas que n in g u é m m ais p a re c ia ver — o casionais tarefas de zeladoria, aten d en d o o b erçário m ais do que m in h a cota, tocando piano, visitan d o os velh o s e d o en tes co m m eu m arido, sem m en c io n ar o fato de ser m ãe de três m en in o s p eq u en o s e m u ito ativos. A esp o sa do p a sto r que nos precedeu, m u lh er talen to sa e m ais v elh a do q ue eu, h av ia desenvolvido um trab alh o eficaz em alcan çar as m u lh eres d a co m unidade. E sp erando para ver se isso era para m im , acrescentei m ais este item à lista de atividades
134 O PASTOR PENTECOSTAL que e stav a fazen d o , c o m o o b jetivo de m an te r o que ela h a v ia com eçado. P ara m in h a c o n stern ação , os trab alh o s sob m in h a d ireção m alo g raram com p letam en te; foram um fiasco. D evastada, sentia-m e fracassad a e fiquei im ag in an d o o que tin h a d ado errado. M eu m arido, com gentileza, m as firm eza, encorajou-m e a ser eu m esm a. “V ocê não tem de fazer todas essas tarefas” , disse-m e enq u an to eu sofria d o r in te n sa em m in h a função n a igreja. M ais tarde, tive de a d m itir que assu m ir o m in istério de m in h a pred ecesso ra, além de tudo o que já vinha fazen d o , e ra para m im algo fo rçad o e artificial. N ão era “eu ” ; não e ra m eu dom . F iz p o rq u e era u m a id éia boa, po rq u e deu certo para ela e p en sei q u e os outros esp erav am isso de m im . Juntos, a m eu m arid o e eu, d ebatem os m eu en v o lv im en to n a igreja. É n V Q f i c n A
fAFSIflOIII ü í f t f f*SÍ V U l a y C I I I C uvJL V** S P flS IO S
'verdadeiras'
estav a no estu do da B íblia, razão p ela qual deixei m inhas o utras o b rig açõ es e, co m outras duas irm ãs, com ecei um estu d o da B íb lia sim ples e não m uito profundo. P ara m inha surpresa, prosperou, cresceu e tom ou-se um m inistério bem -
su cedido n a igreja. D eb ite-o p o r co nta de m inha ju v e n tu d e ou au to -estim a ________________ ____________I I v a c ila n te . D e q u a lq u e r m o d o , a p ren d i v a lio sa lição . É ex ten u an te e im p o ssív el m an ter ex p ectativas irreais para nós m esm as, sem falar e m aceitá-las de outros. Q ueria tanto agradar, ajudar m eu m arid o a ter sucesso, p a ra que as coisas d e sse m certo p ara ele! M as ap ren d i q u e D eu s é o ú n ico diante de q u e m vivo; não p o sso ter nen h u m o u tro deus d iante dE le, in clu siv e a igreja. M eu m arido e a fam ília são as m in h as p ró x im as p rio rid ad es, e fo ra destas, aprendi a servir. À m ed id a que p assei a b u sc ar só a D eus p a ra m e alcan çar on d e eu estav a, foi que co m ecei a e n ten d er que u m a “fu n ç ã o ” é algo que se veste, assim co m o aceitar u m a p o n ta num a pro d u ção de cin em a ou p eç a teatral. U m a função é algo artificial e forçado. A pessoa tem de praticai- para realizar com sucesso. P o b re das ig rejas se nós, esposas de m in istro s, levarm os n o ssa “fu n ç ã o ” a sé rio e te n ta rm o s ser alg u é m que n ão som os! P elo co n trário , d êem -n o s u m a m u lh er que saiba rir de si m esm a, que ouse fazer am izades, que não se im porte em ir ao superm ercado de jeans, que m antenha o in teresse p e la v id a e q u e seja alg u ém que e steja ap rendendo, além de ser p e sso a que lev a a sério a d eclaração de C risto de que todos som os coherdeiros com Ele. É preciso ter coragem e força para serm os “verdadeiras” , e o m arid o p ode d esem p en h ar parte im p o rtan te em an im ar a esp o sa a ser fiel a quem ela é em C risto. O s tem pos h o d iernos exigem que sejam os autên tico s. A s n ecessid ad es são grandes; m as a m isericó rd ia e a g raça de D eus são suficien tes. E m v ista disso, não p o d em o s d eixar de, no m ínim o, nos m an ter fiéis a E le. N o instante em que sua m ulher é n o m eada esposa de p a sto r, há m ilhares de e x p e c ta tiv a s tá c ita s la n ç a d a s sobre ela, e n q u a n to e n fre n ta c u rio sa c o m b in ação de estim a e crítica. A lgum as p essoas da ig reja pensam que a e sp o sa de p a sto r deve: (a) to c ar piano, (b) org an izar um ja n ta r na igreja, sendo av isad a co m dois dias de an tecedência, ( c) en treter co m a m aio r das facilid ad es e p re p a ra r refeiçõ es n u tritiv as e d eliciosas, (d) ser estu d io sa da
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR B íblia, m as estar d isp o sta a en sin a r n a classe dos nov o s-co n v ertid o s, (e) te r o casam en to p erfeito e a fam ília m arav ilh o sa, com os fins de sem an a e as n o ites sem pre ocu p ad o s, (f) p a re c e r atraen te, eleg an te e m o d esta co m u m salário m ín im o , (g) ser p e sso a p o n d e ra d a e sensata, em b o ra não se suponha que faça am izades na igreja, (h) ch efiar o d ep artam ento fem inino, o que q u er q u e isso seja, e (i) acl infinitum . E to dos con h ecem o s u m a ou ou tra esp o sa de p a sto r que realm en te parece fazer todas essas coisas, o que to rn a tu d o m ais difícil p a ra o resto de n ó s ! F ui in fo rm ad a p o r um a am ig a m ais jo v e m no m in isté rio de q u e as co isas na re a lid a d e estã o m u dan d o e q u e as p esso as estão sendo m en o s exigentes com a esp o sa de m inistro. E sp e ro que seja verd ad e, p o rq u e n in g u ém em seu ju íz o perfeito co n co rd aria q u e u m a p e sso a p u d esse ser tu d o p a ra todos. E, não obstante, confesso qu e quando m eu m arido p asto reav a igrejas, sentia enorm e pressão tanto de m im m esm a quan to dos outros da igreja. O s casais que estão no m in istério en caram os m esm os desafios que aflig em outro s casais de n o ssa sociedade, co m a ú n ica d iferen ça de ser m ais d ifícil p a ra a e sp o sa do pastor. A fin al de co ntas, co m q u em ela pode co ntar? O m arid o está o cu p ad íssim o com os deveres p astorais, e alguns “p e r ito s ” d iz e m q u e e s p o s a d e m in is tro n ã o d e v e te r a m iz a d e s n a con g reg ação . M as q u ando se m u d a co m freq ü ên cia, com o ocorre co m m uito s p asto res, é difícil m an ter u m a b ase de apoio com am igos e parentes que seja p ro v eito sa p a ra a con serv ação de u m a p ersp ectiv a sensata da vida. Ter am igos aju d a a m a n te r a sanidade, aju d a a m u lh er a rir de algum as coisas que lhe aco n tecem co m o esp o sa de pastor. C erta esp o sa de p asto r m e co n to u que, logo após assu m irem o p asto rad o de um a igreja, u m a das p ro fesso ras d a E sc o la D o m in ical, h á m u ito s anos nesse cargo, p eg o u os filhos do p a sto r e in terro g o u -o s p a ra v e r se sab iam os D ez M an dam entos. Q uan d o as crian ças não resp o n d eram à p e n itê n c ia d a m ulher, ela fez u m grand e caso disso. A esp o sa do p asto r fico u en v ergonhada e zangada pela intrusão. A s feridas p o d em ser profundas e pessoais, e as m ágoas da rejeição do povo de D eu s p o d e m ser difíceis de curar.
Invista em Sua Esposa Talvez u m a das ch am ad as m ais im p o rta n te s do seu m in istério seja in v estir em sua esposa. L em bre-se: “Se m am ãe n ão está contente, ninguém está c o n te n te !” D eus nos criou p a ra ser “u m a c a rn e ” , e som os m ais fortes ju n to s do q u e separados. C o m p artilh e seus sonhos, sua visão co m ela. C o m p artilh e seus m ed o s tam b ém , n ão “e n tu p in d o -a ” com todas as coisas negativ as que estejam aco n tecen d o , m as sendo p esso alm en te vulnerável, dizen d o -lh e co m o ela p o d e o rar p o r você. Isso faz co m que a esp o sa se sinta útil e p arte in teg ran te do seu m in istério , que vocês dois realm en te fo rm am u m a equipe. In v ista em sua esp o sa, d ed ican d o tem p o p ara ouvi-la, p ara desco b ri-la com o p e sso a ím par, e n ão só co m o alguém que existe p ara to m ar co n ta de suas n ecessid ad es. A o ouvi-la, você e stá dizen d o que se p reo c u p a co m as coisas com q u e ela se preo cu p a: os filhos, a to rn eira que não fech a direito, o que p re p a ra r p a ra aqu ele ja n ta r co m os m em bros do m inistério. E há grande diferen ça entre o u vir e escutar. O uvir não significa necessariam ente
O PASTOR PENTECOSTAL ap re se n ta r so lu çõ es o u d ar co n selh o s. P o d e sig n ific ar apenas estar ali só p a ra ela. U m dos m eus “teó lo g o s” favoritos, o ursinho Puff, certo dia estava descendo a rua, quando P ig let abordou-o sorrateiram ente por detrás. “Puff!” su ssu rro u ele. “ Sim , P ig le t? ” “N a d a ” , disse P iglet, p eg ando a p ata de Puff. “Só q u e ria te r c e rte z a de q u e e ra v o cê ” . O u v ir é u m a m a n e ira co n v in ce n te e elo q ü en te de dizer: “E u am o você, esto u lig ad o a você. D iga-m e: quais são seus sonhos, seus m edos? E sto u aqui p a ra v o cê” . S em ju lg a m e n to s, sem soluções liso n jeiras, só ouvindo. O u v ir su a e sp o sa é u m dos m aiores presen tes que você p o d e lhe dar. H á u m a p a rte de nós, seres h u m an o s, no m ais p ro fu n d o do n o sso vínculo, que é cu ra d a q u an d o sen tim o s que som os o u vidos, esp ecialm en te p o r nossos m arid o s e esposas. N a d a m ais no s faz sen tir tão seguros de nós m esm os. O u v ir e n v o lv e p ro fu n d id a d e e d isc e rn im e n to , a p re n d e n d o a fa z e r as perg u n tas certas o u saben d o q u ando ficar calado e esperar. S er ouvido está e stritam en te relacio n ad o a ser am ado. S er o u v id a m e d á a sensação de que alguém se preocupa, de q u e alg u ém m e vê e escuta. Q uando som os ouvidos, se n tim o -n o s in te iro s , s e n tim o s q u e e x is tim o s , se n tim o s q u e so m o s verd ad eiro s. W alter W angerin escreve p u n g en tem en te em A s F or M e a n d M y H ouse (iQ uanto a M im e à M in h a C a sa ) so b re u m a c rise que ele e a esp o sa en fren taram . C erto dia, su a esp o sa o co nfrontou, acu san d o -o de não lhe dar atenção. W alter respondeu: “Você toma todas as decisões da minha vida por mim, mal dá importância ao que decide. Você faz com a mão esquerda, com negligência. Você manda em mim com sua mão esquerda. Todos os outros recebem a mão direita, a mão da generosidade. Todo o mundo pode falar com você. Eu não”. “Thanne! Eu não sou uma pessoa ruim. Faço tudo da melhor maneira que posso. Que foi que fiz pra você? Tento agradar a Deus. Sou um bom pastor...” “Um bom pastor!” ela brigava com as palavras. “Você é um bom pastor, Wally. Deus sabe o quanto quis que você fosse um bom pastor. Mas às vezes queria que você fosse um pastor ruim, um pastor preguiçoso, um pastor descuidado. Então teria do que reclamar. Ou, quem sabe, de vez em quando teria você comigo. Um bom pastor! Wally, como posso discutir com Deus e tirar você dEle? Wally, Wally, seu ministério compete comigo, pois você me deixa sozinha justamente quando mais preciso de você. Onde é que você está o tempo todo ?” Não respondi... Em meus aconselhamentos e sermões, minhas palavras, segundo ela, eram bonitas: um poeta do púlpito. Mas nas nossas conversas no quarto minhas palavras eram amargas, queixosas e sem consideração. Falávam os dos meus deveres. Falávam os das minhas decepções pastorais. Ou quase não falávamos nada. Quantas vezes quis lhe contar dos problemas aqui de casa”, disse ela, “dos meus erros com as crianças”. Mas eu estava na obra do Senhor — desse Senhor, lamentou Thanne, a quem ela amava com tanto fervor. Então, o que ela poderia me dizer através de tudo isso? Como ela poderia encontrar algum erro em uma ordem de Deus? Eu estava ministrando. Eu era um ser humano incólume e ativo num trabalho honrado, recebendo o amor de uma congregação agradecida.
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR correndo de manhã para sair para a obra, desabando à noite na cama. Eu tinha saúde na sociedade; ela estava morrendo numa pequena casa — e acusando-se pelo mal de querer mais tempo de mim, de roubar o tempo de Deus. Eu ria alegremente do trivial. Ela chorava pelos cantos. E, às vezes, ela simplesmente abraçava um dos filhos, e ficava abraçando e abraçando, pleiteando um pouco do seu am or até que ele ficava assustado pela intensidade, impossibilitado em sua infância de redimir os terríveis pecados dela. Naqueles dias, o sorriso morria na face dela. O riso aberto e franco virava poeira em sua garganta. Reservadamente minha m ulher estava morrendo, e eu não percebia.2 W alter e T h an n e W an g erin fizeram as p azes e p erd o a ra m u m ao outro, m as foi u m p ro c e sso q u e e n v o lv eu tem p o e cura. D o seu trabalho p asto ral, ele d eterm in o u ir p a ra ca sa u m a h o ra m ais ced o to d as as n oites, sentar-se n a co zin h a co m a e sp o sa e fic a r só o u v in d o -a. N o com eço, tudo p are cia sem je ito e artificial, m as, n ão ob stan te, co m o p a ssa r do tem p o , ela v eio a acred itar q u e ele re a lm e n te a a m av a en q u an to a ouvia.
Invista em Seu Próprio C asam ento M u ito e stá em jo g o n essa área, n ão só p a ra v o cê e a felicid ad e de sua fam ília , m as ta m b é m p a ra os a ssu n to s d o R ein o . G ran d e s m in isté rio s d e sm o ro n a ra m , q u a n d o o c a s a m e n to n o a u g e d e sa b o u . C a sa m e n to s s a u d á v e is n ã o a c o n te c e m p o r a c a s o , e a lg u m a s p e s s o a s sã o m a is conciliáv eis no casam en to do q u e o utras. H á tem p eram en to s d iferentes, "histórias” diferentes que todos trazem os para o casam ento. Isso dá trabalho. Trate dos seus problem as, reco n h eça a bag ag em q ue você traz ao casam ento. C olo ssen ses 3 .1 2 -1 4 diz: “R ev esti-v o s, pois, co m o eleitos de D eus, santos e am ad o s, d e e n tra n h a s de m is e ric ó rd ia , de b e n ig n id a d e , h u m ild a d e , m ansidão, lo n g an im id ad e, sup o rtan d o -v o s uns outros e perd o an d o -v o s uns aos outros, se algum tiv e r q u eix a c o n tra outro ; assim co m o C risto vos p e rd o o u , a ssim fa z e i v ó s ta m b é m . E , so b re tu d o isto , re v e sti-v o s de caridade, q u e é o v ín cu lo d a p e rfe iç ão ” . S eu re la c io n a m e n to te m in flu ê n c ia su til, m as p e n e tra n te em su a con g reg ação , sem fa la r em su a esp o sa e fam ília. C om em ore seu relacionam ento. D e alg u m a m an eira, em p en h e-se em fo rm ar trad içõ es fam iliares, trad içõ es en tre o casal. “N ã o ” , d irá você, “não p osso m e d ar a esse luxo, p o is não ten h o tem p o ” . C ontudo, o que v o cê não p ode é deix ar de fazê-lo; tire tem po. Isso in clu i d ar prio rid ad e ao ato sexual e ao n am o ro ; im p lic a e m tirar m in iférias e d ar p asseio s ju n to s, peq u en as c o isa s q u e c o n ta m . L á u m a v e z o u o u tra , d a m e sm a fo rm a q u e u m acon tecim en to esp ecial é co m em o rad o co m fo g o s de artifício, você p recisa ter m o m e n to s de ê x ta se em su a re la ç ã o , p a ra q u e h aja u m a ou o u tra reco rd ação esp ecial só en tre v o cês dois. Se seu casam en to co n siste apenas em p ressão e p esso as q u e tra z e m p ro b lem as, v o cê e stá v u ln e rá v el à p erd a do im p u lso de sua c h am ad a m inisterial. A co m em oração é im p o rtan te n u m ca sa m e n to ; c o m e m o re um ao o u tro , c o m e m o re a relaç ão . A lu g u e um conversível verm elho, abaixe a cap o ta e estacio n e em algum lu gar especial! F aç a algo re a lm e n te in esq u ecív el e m arav ilh o so , algo que seja só de vocês dois, u m lu g a r de fu g a e ren o v ação . A s v ezes v o cê só p re c isa to m a r o caso
0 PASTOR PENTECOSTAL em suas m ão s e lib e ra r seu am or. F a rá m arav ilh as. S alom ão escreveu: “L evanta-te, am ig a m inha, fo rm o sa m inha, e vem . P o m b a m inha, que andas p elas fen d as das p en h as, n o o culto das lad eiras, m o stra-m e a tu a face, faze-m e o u v ir a tu a voz, p o rq u e a tua v o z é doce, e a tua face, aprazível. A p an h ai-m e as rap o sas, as rap o sin h as, que fazem m al às vinhas, p o rq u e as nossas v in h as estão e m flo r” (C t 2.10,14,15). A n o s atrás, q u an d o p a sto reá v am o s u m a igreja, e n co n trav a-m e g ráv id a do m eu q u arto filho; tin h a n á u seas e sen tia-m e cansada. E ra ép o ca difícil em n o ssa igreja. N ão estáv am o s vendo o crescim en to que pen sáv am o s q u e v iria. A n te s, in e sp e ra d o s c o n flito s p a re c ia m p rev alecer, e am bos estáv am o s d esan im ad o s e ex auridos. E n tão , logo antes do N atal, B ill fez algo com pletam ente extravagante e ilógico. V endeu sua relíquia, um a picape D atsu n , co m p ro u d uas p a ssa g en s p a ra o H avaí, fez u m p ac o te bo n ito e co lo co u -o sob a árvore com o presente de N atal p a ra m im . F iq u ei extasiada. Q u ase não tín h am o s din h eiro, p o r isso d eb itam os o resto da v iag em em n o sso cartão de crédito. L ev o u u m b o m tem po para p ag ar tudo, e co m isso n ão esto u d efen d en d o q u e se façam dívidas, m as e ssa v ia g em se to rnou u m a reco rd ação absolutam ente inesquecível e especial para nós com o casal. N o ssas c ircu n stân cias m u d aram ? N ão, m as q u ando v o ltam o s p a ra casa, de v o lta à realid ad e, estáv am o s ren o v ad o s e p ro n to s p a ra co n tin u a r na luta. Se tem o s o S en h o r e u m ao outro, en tão tu d o está bem . E está.
Invista E spiritualm ente em Sua E sposa É essen cial d ar u m a fu g id a de vez e m quando p a ra renovar-se n ão só ro m an ticam en te, m as tam b ém espiritualm ente. S eja p o r um , seja p o r vários d ias, o u m e sm o p o r u m a ta rd e ou n o ite , c o m p a rtilh e alv o s p e sso a is, esp iritu ais, e am bos o re m u m p elo outro. In v ista esp iritu alm en te u m no ou tro o u v in d o ju n to s u m a fita in sp ira tiv a ou lendo u m livro em p o lg an te e rico em in tro sp ecção . C o m p artilh e a P a lav ra u m c o m o outro, não com o m aterial p a ra serm ão , m as p a ra o p ró p rio crescim en to p e sso al de c ad a um com D eus, co m o p ep itas b e m enterrad as e m arav ilh o sas que nos insp iram a prosseguir. E m n o sso s q u ase trin ta anos de casam ento, a v id a co n tin u am en te tem n os d ado su rp resas e m u d an ças. H o je escrev em o s e nos ded icam o s m ais às conferências. D escobrim os que nunca superam os a necessidade de, com o casal, sair da ro tin a p a ra avaliar o que som os co m o m arid o e m ulher. O q u e so m o s in d iv id u a lm e n te e c o m o D e u s e s tá n o s g u ia n d o ? O n d e p recisam o s crescer? E fácil co m e ça r a v er u m ao outro com o “m erca d o ria” a ser u sada, e m v ez de re c o n h ecer os p resen tes m arav ilh o so s e frág eis que som os u m p a ra o ou tro , d ia a d ia n e cessitan d o do cu idado e p erd ão do outro, à m ed id a q u e nos esfo rçam o s p a ra m inistrar. C o n fesso te r a ten d ên cia de ser m ais im p u lsio n ad a p elo urgente, e m eu m arid o to m a a fren te p a ra asseg u rar que, pelo m en o s u m a vez p o r ano, fu jam o s d a ro tin a p a ra re v isa r em d etalhes n o ssas agendas, pensar, fa la r e o rar sob re que direção tom ar, além de m en salm en te nos en co n tram o s p a ra atu alizaçõ es e planos. A a g en d a e os p razo s finais ten d em a d itar n o ssas v id a s, se n ã o fo rm o s a tiv o s no p la n e ja m e n to de a ssu n to s re a lm e n te im p o rtan tes p a ra a n o ssa v id a — com o e stá m in h a v id a co m D eus?
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR
Invista em Sua E sp osa com o Pessoa Q u an d o em n o sso casam en to ab an d o n am o s n o sso “ apego su icid a” u m ao o u tro e p erm itim o s que D eu s d e se n v o lv a no sso s m in istério s singulares à m e d id a q u e o b u s c a m o s , c o isa s s u rp re e n d e n te m e n te m a ra v ilh o sa s acon tecem . H á m u ito s ex em p lo s in sp irad o res de p e rso n alid ad es ím pares ao lo n g o d a h istó ria da C ristan d ad e. “N os assuntos d o m éstico s, subm etom e à v o n tad e de K atie. C aso contrário, p erm ito -m e ser guiado p elo E spírito S an to ” .3 F o i o q u e M artin h o L u tero , ren o m ad o líd er da R eform a, disse sobre su a esposa. A m b o s saíram d a Ig re ja C ató lica A p o stó lica R o m a n a do século X V I. N en h u m dos dois tin h a um m an u al de casam en to q u e p u d esse ser consultado, ou alg u m a tradição p ré v ia de com o m o d elar u m casam ento. K atie tin h a sido freira, L u tero , padre. Só co n h eciam a crescen te e v ib rante b u sca em q u erer seg u ir a C risto n u m an d ar p e la fé. “H á m u ito c o m q u e se a c o stu m a r n o p rim e iro ano de c asa m e n to ” , ad m itiu L utero. “A g en te aco rd a de m a n h ã e e n c o n tra u m p ar de rab o-decav alo no trav esseiro , algo que antes não havia. [...] C laro que o cristão d ev e am ar a esposa. E seu d e v e r am a r o p ró x im o , e visto que a e sp o sa é o seu p ró x im o m ais p ró x im o , ela deve ser o seu m ais pro fu n d o am or. E ela tam b ém d ev e ser sua am ig a m ais q u e rid a ” . L u tero tam b é m disse: “N ad a é m ais d o ce d o q u e a h a rm o n ia no casam en to , e n ad a é m ais an g u stian te do q u e a desavença. L o g o a seguir, v em a p e rd a de u m filho. Sei com o isso d ó i” . K a tie e ra u m a d a s n o v e fre ira s q u e M a rtin h o L u te ro fe z s a ir às esco n d id as de u m convento. O s tem p o s eram p erig o so s, e h a v ia am eaças de m orte. A re sp e ito d essas freiras, L u tero com entou: “E ra u m g ru p o de in felizes. T udo o q u e sab iam e ra c a n ta r e re z a r” . E v en tu alm en te fo ram dadas em casam en to a diferentes ex-padres, ficando K atie p o r últim o, razão p ela q u al L u tero a d esposou. E le escreveu: “A ntes de m e casar, n in g u é m tin h a feito a m in h a cam a p o r um ano inteiro. A p a lh a estava ap o d recendo p o r cau sa do m eu suor. D ed icav a-m e ao trab alho du ran te o dia, de fo rm a q u e à n o ite c a ía n a c a m a e x a u s to ” . F a le so b re ajustes! N o m o steiro , aco stu m ara-se a fic a r reclu so , m as K atie n ão ag ü e n tav a isso. D e acordo co m certa histó ria, L u tero se p ren d eu em seu gab in ete de estudos p o r três dias até q u e K atie m an d o u tirar a porta. A ssim que a viu no vão sem porta, L u tero inocen tem en te lh e perguntou: “P o r que fez isso? N ão estava fazendo m al a n in g u é m ” . S e h o je K atie L u tero fo sse so licitar a “fu n çã o ” de e sp o sa de pastor, p ro v av elm en te lh e seria n egada. E , n ão ob stante, ela era um a m u lh er do se u te m p o , u s a d a p o r D e u s d e m a n e ira m a ra v ilh o sa , e n q u a n to a b ria cam in h o n a fu n ção de e sp o sa de m in istro . N a d a a h a v ia p rep arad o p a ra e ssa função. E la so m en te seguiu a C risto o n d e estava, lançando m ão do q u e n a o casião lh e e stav a d isp o n ív el. K atie, c o m suas sólidas h ab ilid ad es e m p r e s a r ia is e o r g a n iz a c io n a is , g e r ia u m a c e r v e ja ria , c o m p ro u e ad m in istro u u m a fa zen d a n ão m u ito lo n g e d e onde m o rav a e c u id a v a da c a sa e das refeiçõ es de L u tero , o q u e literalm en te se d e sen v o lv eu num sem inário d en tro d e su a p ró p ria casa, à m ed id a que as “co n versas de m esa ” c o m L u te ro fo ra m se ex p an d in d o e m u itas p esso as v in h am ap re n d e r e crescer n as co isas de D eus.
140 O PASTOR PENTECOSTAL O u tro casal in teressan te é C alv in S tow e, m in istro c o n g reg acio n al e p ro fe sso r de sem in ário d u ran te a g u e rra civil am erican a, e sua esposa, H arriet B e e c h e r Stow e. C alv in p erceb eu que H a rriet tin h a talen to p ara escrever. E m b o ra seus filhos fo sse m p eq u en o s (inclusive c o m gêm eos), ele a en co rajo u a que p ersev erasse em escrever, resu ltan d o n a obra U ncle Tom ’s C abin (A C abana do Pai Tomás, em po rtu g u ês). O livro, que aborda a escrav atu ra, to rn o u -se sen sação da noite para o dia e o catalisad o r p ara a gueixa civil am ericana (de acordo com A braham L in co ln ). A história registra que em b o ra C alv in às v ezes ficasse am uado em go zar da pub licid ad e de H arriet, que receb ia lo u v o res p ro v en ien tes de todos os cantos do m undo, ele se orgulhava de suas realizações. Ela, p o r sua vez, encorajou-o a escrever u m liv ro teo ló g ico , o que ele ev en tu a lm en te fez, ten d o o livro receb id o b o a aco lh id a.4
Com o L idar com A m izades U m a das equ ip es p a sto r/e sp o sa m ais b e m -su ced id as que co n h eço , vive na cid ad e o nde m oro. E la tem u m p equeno negócio, e eles têm um a fam ília ocu p ad a e ativa. S ua ig reja cresce sem parar. O que os dois fazem , que é m u ito interessan te e ao m esm o tem po com um , é sim plesm ente to m a r parte nas ativ id ad es da co m u n id ad e. A m bos são freq ü e n tem en te en contrados nas esco las, trab alh an d o n as cab inas de con cessão de licença, ou sentados nas arq u ib an cad as de um estádio. O s dois são acessíveis, realistas, contudo co m um co ração v o ltad o p a ra a lcan çar a co m u n id ad e em que v ivem para C risto. E la m e d isse que suas am ig as lhe são m uito im po rtan tes, m as tem o cu id ad o de não as ex p lo rar ou dizer-lhes coisas que são confidenciais, especialm en te os assuntos da igreja. É cuidadosa em não exibir suas am igas n a ig re ja a p o n to de as o utras p esso as se sen tirem excluídas. C reio que as am izad es n a ig reja são factív eis, n ecessitan d o apenas de u m p o u co de d iscrição e sabedoria. A nos atrás, q u an d o éram os m uito jo v e n s no m in istério , houve um a m o ça e m n o ssa ig reja que m e o fereceu sua am izade. T ín h am o s m uito em co m u m , pois am bas éram o s esp o sas e m ães jo v e n s. “Se algum dia precisar de u m a am ig a ” , disse-m e, “ad o raria to m ar um café co m v o cê” . “M uito o b rig a d a ” , sorri e pensei: E stá b rin ca n d o F N u n ca ! A esposa cio p a s to r não p o d e te r am igas. C o m o se m e m ostrou, vim a p rec isar d esesp erad am en te de u m a am iga. A in d a q u e m eu m arid o fosse m arav ilh o so e n u n ca deixasse de m e apoiar, sentia falta de am izades fem ininas. Ele nunca poderia entender co m p letam en te o q u e é ser m ulher, m ãe, esposa. A lé m disso, com o m eu “p ro v e d o r p ro te to r” , q u an d o às vezes eu p re cisa v a apenas “d ar v az ão ” ao que sentia, ele pen sav a que tin h a de reso lv er todos os p roblem as que estava ven tilan d o . O u tra m u lh e r diria: “É, sei o que você q u er d izer” , e assim m e sen tiria u m b o c a d o m e lh o r e p o d eríam o s seg u ir v iv en d o a vida. O s p asto res e as esp o sas de p a sto r são apenas p essoas, cad a u m sendo um ser ún ico , co m d iferen tes p o n to s fortes e fracos. A s igrejas, com o as p esso as, p o d e m ter p erso n alid ad es m uito diferentes. É co m u m que escolas e sem inários bíblicos não nos treinem para os assuntos que nos surpreendem na v id a d iária da igreja. A s v ezes m erecem o s a crítica que receb em o s. À s vezes p erm itim o s q u e nos co lo q u em em um p edestal, e depois ficam os
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR im ag in an d o p o r q u e caím o s com um b aque. Som os p essoas reais co m necessid ad es reais.
L idando com a C rítica L id ar co m a c rítica p arece fazer p arte do trabalho do m inistro. P o u ca co isa tem m u d ad o ao lon g o dos séculos. N os dias p ré -rev o lu cio n ário s de m ead o s do sécu lo X V III, Jo n a th a n e S arah E d w ard s re ce b ia m críticas im placáveis dos m em bros de sua igreja em M assachusetts: P o r que Jonathan dev ia ter m ais de um a peru ca, q u an d o u m a ia m u ito b em p a ra a m aioria? D a v a no m esm o ele h a v e r escrito alg u n s dos m ais elo q ü en tes serm ões ja m a is escritos. “P ecad o res nas M ão s de u m D eus Irad o ” foi tão eficaz q u e p ro v o c o u u m av iv am en to . S arah E d w ard s v estia -se b e m dem ais para se aju star a alg u m as das p esso as da ig reja, e a fa m ília E d w ard s co m ia em prato s de m etal em vez de nas gam elas de m ad eira, com o algum as pessoas. M as os v erd ad eiro s p ro b lem as n a ig re ja surgiram q u an d o Jon ath an d ecid iu n ão aceitar o “n ã o -c o m p ro m isso ” dos m em b ro s da igreja. Sarah relato u que Jo n ath an “d isse-m e que n u n ca m ais ousaria aceitar outra pessoa n a ig re ja sem u m a c o n fissão de real salv ação , e m u ito falo u das grandes d ificu ld ad es que esp e ra v a en co n trar p o r cau sa d essa sua p ro p o sta” . E sem d ú v id a n e n h u m a e n c o n tro u . E v e n tu a lm e n te , u m a p e tiç ã o fo i fe ita , o b rig an d o -o s a d eix ar a ig re ja e fo rçan d o -o s a assu m ir u m a m issão nos re c a n to s d a c iv iliz a ç ã o , p re g a n d o a o s ín d io s a tra v é s d e in té rp re te . E n tretan to , n ão en co n tram o s n e n h u m a ev id ên cia no que esc re v eram ou em suas cartas que indique q u e eram pesso as am argas, pois m esm o naquele lu g ar d istan te D eu s os u so u .5 P e la m e ta d e d o sécu lo X IX , W illia m B o o th , c o -fu n d a d o r co m sua esposa, C atherine, do E x ército d a S alvação n a Inglaterra, en frentou críticas dos m em b ro s d a ig re ja e do m in istério p o r su a falta de ed u cação e cultura. P reo cu p ad o em não p o d e r su sten tar sua no iv a, B o o th b rin co u co m a id éia de sair do m inistério . E ntão , C ath erin e escrev eu -lh e u m a carta: “N ão tem im p o rtân cia q u em fran za as so b ran celh as, se D eus sorri. [...] N em p o r um m o m en to se en treg u e a tais sen tim en to s. D eus o am a. E le o su sten tará” . O s d o is a c a b a ra m fu n d a n d o u m m in is té rio m u n d ia l q u e , até h o je , é altam en te re sp e ita d o .6 Q u an d o se ch eg a a esse p o n to , nós, no m in istério , tem os de nos dar co n ta de q u e n o ssa “au d iên cia sig n ific a tiv a ” é D eus, e não as pessoas. À m ed id a q u e n E le esp eram o s, E le n os m o stra com o ser líd eres-serv o s e aju d a-n o s a lid a r co m n o ssas e x p ectativ as irreais b em com o as dos outros.
R espeite a “Terra Santa” entre Vocês R ecentem ente voltam os à U n iversidade da C alifórnia do Sul para assistir à fo rm atu ra de o utro de n o ssos filhos. Q uando o vi cam in h ar n a plataform a, le m b re i-m e d e te r e sta d o n e sse m e sm o ca m p u s h á q u a se trin ta anos, ap aix o n ad a p e la v id a e p o r B ill C arm ich ael, u m sujeito cord ial e charm oso com sonhos e planos próprios. E pensei: Oh, se eu p u d e sse fa la r com aquela jo v e m de fa c e lisa, q u e era eu h á tan to tem po, diria: “N ancie, você não p o d e sa b e r o que j a z adiante. Você e stá seg u ra n d o a m ã o d esse hom em
142 O PASTOR PENTECOSTAL m ara vilh o so , p a rtin d o p a ra o casam ento, p a ra o m inistério, p a ra c ria r um a fa m ília e, d e a lg u m a fo rm a , em su a m ente, tudo está p ro n to p a ra a q u ela g ra n d io sa e g lo rio sa m úsica. Você nã o f a z a m ín im a idéia de quão d ifíc il o ca sa m en to p o d e ser! A í o ca siõ es em que vo cê é to ta lm en te m alenten d id a , ou o s m o m e n to s em que vo cê não co n seg u e (ou não q u er) co m p reen d ê-lo e q u e ele a d eixa tão fu rio sa . “M a s vo cê tam b ém n ã o tem a m e n o r idéia d e quão m a ra vilh o so o ca sa m en to p o d e ser, n o co m p a rtilh a m en to de sonhos, no s e r bons am igos, na alegria incom parável de te r filh o s, no calor de te r um O utro Significativo que a am a. Você afirm a que o se u desejo núm ero um é s e g u ir a D e u s de todo o coração. Isso é bom . M a s nã o há com o d escrever os co n flito s que estão à fren te . O desafio de fa z e r esco lh a s de vida, esco lh a s p rofissionais, esco lh a s espirituais. Você não p o d e co n h e ce r os g ig a n tes da Terra P rom etida que com tanta avid ez está aceitando. Para você, agora, o s g ig a n tes sã o o p o rtu n id a d es e fin a n ç a s. M a s os g ig a n tes de verdade com os quais vo cê lidará são m en o s evidentes. S ão aqueles que estão dentro de você: baixa autoe s tim a , in s e g u r a n ç a , m e d o , in c r e d u lid a d e , f a l t a d e d isciplina. E sses são os g ig a n te s reais que vo cê tem de v e n c e r em seu ca m in h o à Terra P rom etida, p a ra se r tudo o q ue vo cê p o s s a s e r p a ra D eus. ” Q u an d o nos casam os, B ill m e deu um lin d o pen d en te n u m a co rren te de ouro. São duas folhas co m u m a p éro la no m eio. P ara m im , a p é ro la en tre essas duas fo lh as de o uro sim b o liza respeito. H enri N o u w en escreveu: “S erá q ue a v erd a d eira in tim id ad e po d e ser alcan çad a sem um resp eito p ro fu n d o p o r a q u ele territó rio santo dentro de nós e entre nós, aquele território que deve perm an ecer intocável p o r m ão s h u m an as? P o d e a v erd ad eira in tim id a d e h u m an a ser satisfeita, q u an d o to d o o espaço d en tro de nós e en tre nós está sendo o cu p ad o ?”7 N o u w en tam b ém d isse q u e em n o ssa so ciedade in co n stan te e p assageira, co m tan tas fam ílias d ilacerad as, h á a ten tação de esp era r que nosso m arido ou esposa preen ch a todos os espaços, satisfaça todas as nossas necessidades. Vejo nesse p eq u en o p en d en te de ouro e p éro la a terra santa entre nós, o vazio co m o fo rm ato de D eus, que só E le po d e preencher. A n tes de tu d o , a in tim id ad e exig e resp eito p o r esse lugar. B ill e eu tem o s ap ren d id o lições d o lorosas acerca do resp eito m útuo. C laro q u e co m eça co m o a u to -respeito, algo que p a re ce ria óbvio. B ill tem e x cesso de peso, o q u e co n tin u o ten tan d o re so lv e r (em vão). F az anos que B ill e stá em p en h ad o e m m e fazer m ais o rganizada, em p e n sa r com o ele p e n sa e p la n e ja r p a ra o fu tu ro (em vão). N a realid ad e, n en h u m dos nossos esfo rço s e m m u d a r o o u tro ja m a is d á certo; só cau sam raiv a e frustração. V iem os a p e rc e b e r q u e q u an to m ais seguros cada u m de nós se sente em n o sso a n d a r in d iv id u al co m D eus, m ais c o m p reen d em o s seu am or, m ais p o d em o s realm en te am ar u m ao outro e aban d o n ar n o ssa n e cessid ad e de “m u d a r” o outro. N ão p o d em o s ser D eus ou E sp írito S anto um ao outro. E te m o s d e p e rd o a r u m ao o u tro p o r n o s s a h u m a n id a d e e d ife re n ç a s . D esco b rim o s q u e o resp eito p o r nossas diferen ças au m en ta a intim idade.
cc iaixa auto-estima, insegurança, medo... Estes são os gigantes reais emseu caminho para ser tudo o que você possa ser para Deus _________________3 J
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR H enri N o u w en d escrev eu a in tim id ad e com o “os dois qu eru b in s cujas asas esten d id as co b riam a arca da alian ça e criav am u m lu g ar onde Jeová p o d ia estar. O casam en to é u m a relação n a qual u m h o m em e u m a m ulher pro te g e m e n u trem o san tu ário intern o d en tro deles e entre eles, e dão testem u n h o disso p elo m odo co m o am am um ao outro. [...] O casam ento [...] é u m a in tim id ad e b a se a d a n a p articip ação co m u m em um am or m aio r do qu e o am o r que duas p esso as p o d em o ferecer u m a a outra. [...] São de fato re u n id a s co m o d u as m ão s d ev o tas este n d id as p ara D eu s e, d essa m aneira, fo rm an d o u m a casa p ara D eus neste m u n d o ” .8 É o que querem os: ser um lugar onde D eus se sinta em casa. E acredito que é u m anseio que todos nós, que nos sentim os cham ados a ministrar, tem os. D esejam os que D eus se sinta tão à vontade em nós e entre nós, de m odo que o fogo do seu Santo Espírito venha a arder dentro de nós e seja um a luz para que os outros vejam as B oas N ovas do am or e redenção de Jesus. E screv i este cap ítu lo p a ra m arid o s e esp o sas q u e d ese ja m estar no m inistério . Sei que h á m uitas esp o sas de p a sto r que de n en h u m a fo rm a q u ere m se envolver, que p o r diversas razõ es re p u g n am e tê m m edo de ser a esp o sa do pastor. M eu co ração ch o ra p o r essas m u lh eres, po rq u e sei que ser “a e sp o sa do p a sto r” p o d e sig n ificar trilh ar u m cam in h o solitário e difícil. N ão ob stan te, serv im o s o T o do-suficiente! E le é a n o ssa aud iên cia s ig n if ic a tiv a ; q u a n d o m a n te m o s n o s s o s o lh o s e m J e s u s , “ a u to r e co n su m a d o r da [nossa] fé ” , an d an d o h u m ild em en te diante dE le em n o ssa fraq u eza e in su ficiên cia, E le se m o stra rá a si m esm o forte.
Lidando com Dificuldades Financeiras na Família G. Raymond Carlson quão im p o rtan te é o d inheiro? O dinheiro po d e ser senhor ou escravo. C itar o d in h eiro co m o “a raiz de tod o s os m a le s” é faze r citação in co rreta das E scritu ras. A B íb lia declara: “O am or do din h eiro é a raiz de to d a esp écie de m a le s” (1 T m 6.10). O am o r ao d in h eiro levou Ju d as a trair o S en hor Jesus C risto. A n anias e S afira fo ia m g o lp ead o s com a m o rte p o rq u e m en tiram sobre o dinheiro que tin h am (A t 5). A cã foi d estru íd o , ju n to co m sua fam ília, p o r cau sa do am or ao d in h eiro (Js 7). O eg o ísm o foi o m o tiv o d o m inante quan d o G eazi,
O
O PASTOR PENTECOSTAL com o co ração cheio de gan ân cia, b u sco u m a sca tear o ato gracioso de D eus, v isan d o g an h o m aterial (2 R s 5). O desejo ardente p o r possessão traz d eterio ração de caráter. N a d a h á de errad o c o m a riq u eza. S er rico n ão é errado. O m al acontece quando colocam os n o ssa co n fian ça nos bens terrenos. A s pessoas perm item que a g an ân cia as p o ssu a, as co nsum a. N a p ará b o la do sem eador, Jesus d eclaro u que a sed u ção d a riq u e z a su fo ca a P alavra, to rn a n d o -a in fru tífera (M t 13.22). A d ecep ção m o n e tá ria vem p o r cau sa d a ganância. A síndrom e do “q u an to m ais ten h o , m ais q u ero ” ro u b a das p esso as a v id a espiritual. A s p ressõ es a u m en tam e o c o n ten tam en to foge. O c o n ten tam en to an u la a d ecep ção m o n etária. A o escrever a T im óteo, P aulo d isse q u e alguns p e n sa m que “a p ie d ad e seja cau sa de g an h o ” (1 T m 6 .5 ). M a is a d ia n te , a firm o u : “ M a s é g ra n d e g a n h o a p ie d a d e c o m co n ten tam en to . [E] os q u e q u erem ser ricos caem em tentação, e em laço, e e m m u itas c o n cu p iscên cias lo u cas e nocivas, que sub m erg em os hom en s n a p erd ição e ruína. P o rq u e o am o r do dinheiro é a ra iz d e to d a esp écie de m ales” (1 T m 6.6,9,10).
N ada H á de Errado com a R iqueza R ev en d o lig eiram en te o te m a riq u e za n a E scritu ra, ap rendem os que n ad a h á de errad o com ela. E n aq u ilo que a riq u e za po d e nos cau sar que resid e o erro. M u itas e rep etid as vezes a B íb lia cita ex em plos de tragédias p ro v en ien tes d a g an ân cia e do ganho m al-adquirido. T em os a ob tu sa noção de q u e se p o ssu ím o s coisas, som os p ró speros. P o ssu ím o s carros, barcos, m o to cicletas, casas, fazen d as e todos os m ais recen tes lan çam entos da tecno lo g ia. A atitu d e g eral é que, se tem os essas coisas, som os p esso as de sucesso. M as co isas n ão são a resposta. H á riq u ezas m uito m aiores que a p ro sp erid ad e m aterial. A o b sessão pelo su cesso e prazeres não satisfaz. S alom ão ressalta isso em E clesiastes 1 e 2, declarando que tudo é destituído de sig n ificad o e p ro p ó sito fo ra d a v o ntade de D eus. V ivem os d ias em q u e os v alores m o stram -se d istorcidos. O s astros do esp o rte e os artistas re c e b e m m ilh õ es de dólares. O s salários de outros p ro fissio n ais, co m o os p ro fesso res, não h á co m o com parar. E ain d a h á os salário s dos m in istro s do E van g elho. A lguns rec eb e m salários adequados, m as cen ten as v iv em sob c o n stan te p ressão fin an ceira, p o rq u e tê m ren d a lim itad a. O s atletas tê m ren d as m u ito a cim a dos salários oferecid o s aos pregad o res. A d m iro e apoio essas g ran d es alm as q u e têm aten d id o à c h am ad a de D eus e lab u tad o p o r m u ito tem p o e com afinco p a ra a lcan çar os perdidos e ed ificar a ig re ja do Senhor. E ssas p essoas têm en riq u ecid o m ilhares, p rep aran d o -o s p a ra o ju lg a m e n to final. M u ito s desses servos e servas do S en h o r tê m p a ssa d o p o r g ran d es sacrifício s financeiros. U m q u erid o c o m p an h eiro de m in istério partilh o u co m ig o o que ia em seu co ração c o n cern en te à sua fam ília. O m in istério , em todos os seus asp ecto s, era-lh e ex trem am en te reco m pensador. D eus ab e n ço ara a ele e a e sp o sa co m três filh o s e três filhas. O m a io r sacrifício feito p o r am bos atin g iu as filhas. D ev id o à b aix a rem u n eração da fam ília, elas não tin h am m u itas das co isas ag rad áv eis de que suas colegas n a ig reja desfrutavam .
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR E sse p asto r lam e n ta v a q u e su a ren d a fin a n ce ira não p erm itisse ir m uito além das necessidades básicas. H oje, seus filhos são crescidos. O bviam ente, as pressõ es fin an ceiras fo ram b e m ad m in istradas. Todos os filhos, m enos um , estão n o m in istério ; dois são m issio n ário s, e os o u tros são p astores ou e sp o sas de pastor. P o r su a vez, alg u n s dos n etos estão n a o b ra pasto ral ou e v a n g e lístic a e os o u tro s em se m in á rio s b íb lic o s, p re p a ra n d o -se p a ra re sp o n d e r à c h am ad a de D eu s p a ra a seara.
D esfrutando do C rescim ento e das Bênçãos de Deus D ep o is de m u ito s anos de a ten ta observ ação, co n clu í que, se u m a ig reja q u e r d e s f r u ta r d o c r e s c im e n to e d a s b ê n ç ã o s de D e u s , d e v e tra ta r ap ro p riad am en te de dois assu n to s fin an ceiros: aten d er às necessid ad es fin an ceiras do seu p astor, e m an ter u m v ig oroso p ro g ra m a m issionário. Jesu s disse: “D ig n o é o o b reiro de seu salário ” (Lc 10.7). P aulo declara a m e sm a v erd ad e em 1 T im ó teo 5.18. A bên ção de D eus não re p o u sará sobre um a ig re ja q u e não apóie seu p a sto r ou um p ro g ram a m issionário. D ificuldades financeiras constituem p ro b lem a sem pre presente, a m enos q u e m ed id as sejam to m ad as p a ra co lo car as fin an ças em dev id a ordem . E sse é u m po n to de vital p reo cu p ação . Todo m in istro deve traçar um curso d e in teg rid ad e fin an ceira, co m eçan d o co m sua vida pessoal. O cren te não d ev e “ro u b a r a D e u s” . C om o p o d em o s ro u b á-lo ? R esposta: “N os dízim os e n as ofertas alç a d a s” (M l 3.8). D e so b e d e c e r esse m an d am en to é trazer m ald ição sob re si m esm o. In te g rid a d e fin a n c e ira s ig n ific a p a g a r as c o n tas. N ão d e v em o s co m p rar sem lev ar em co nsideração o d ia do pagam ento. P aulo nos previne: “P ro c u ra i as c o isa s h o n e sta s p e ra n te to d o s os h o m e n s ” (R m 12.17). C o m p ra s o u g a s to s im p r u d e n te s g e ra m p ro b le m a s d e s n e c e s s á rio s . N o rm alm en te essas ações estão na e sfera do supérfluo. T em os de ser um p o v o q u e p ra tic a a fé, m as a fé não p a g a contas. Só o dinheiro. A p re n d e r a v iv er d en tro do q u e se receb e não d ev eria ser difícil. P ara fazê-lo , talvez seja p reciso n eg ar-se não só os luxos, m as tam b ém algum as necessid ad es. M aus anteced en tes financeiros p o d em trazer prejuízos à vida d a p e sso a e p erse g u i-la p o r anos. E im p o rtan te m an ter p o siçã o fin an ceira h o n ra d a n a co m u n id ad e. F o rm e u m b o m h istó rico fin an ceiro nos tem pos d e p ro sp e rid a d e , de fo rm a a p o d e r to m a r e m p re sta d o em te m p o s de ad v ersid ad e. P erío d o s de escassez atin g em a to d o s nós. C om o é útil ter u m h istó rico que in sp ire créd ito e confiança! C o m en tan d o sob re o m in istro q u e tem de co m p lem e n tar a re n d a com o utro trabalho, A d o lp h B ed so le declara: “Sob tais circunstâncias é louvável q u e o m in istro ab ra valas n a seg u n d a-feira (em b o ra isso não d ev esse ser n ecessário ), a fim de q u e no d o m in g o p o ssa fa ze r frente à cong reg ação co m um a co n sciên cia lim p a” .1M u ito s m in istros são m aus adm inistradores d os p ró p rio s recu rso s. N os últim os anos, o crédito a m in istros m elhorou. E m certa épo ca, os fu n cio n ário s de in stitu içõ es am ericanas de em préstim o r e la c io n a v a m o s m in is tro s e n tre o s trê s m a u s p a g a d o re s : p in to re s , co lo cad o res de p ap el de p a re d e e p reg ad o res. N ão sei p o r que os dois p rim eiro s d e v e ria m te r a v aliação tão d esfav o ráv el, m as esp ero que os p reg ad o res to rn e m tal acu sação inverídica.
O PASTOR PENTECOSTAL
Trate do C rédito com C uidado A s in term in áv eis p ressõ es de “m ês m ais co m p rid o que o d in h eiro ” é o b astan te p a ra sep arar fam ílias. M as, em alguns casos, te r m ais dinheiro não é a solução. D evem os co m eçar a adm inistrar corretam ente o que tem os. O m arid o e a esp o sa têm de tra b alh ar ju n to s (e h av erá o tem po e o lu gar p ara en v o lv e r os filhos). O lhe além dos pag am en to s m ensais. F aça um a im ag em m ental de to d a a d ív id a em destaque. D am os graças a D eus porque u m a tax a de créd ito n os p e rm itirá to m a r din h eiro em p restad o , m as não nos enganem os: os ju ro s serão altos. C artões de crédito tê m sido a ru ín a de m u ito s lares. M e lh o r d eix ar de co m p rar a crédito, a m enos que discip lin a e lim ite. A b an d o n e o uso de cartões de crédito, se você sabe que não haverá d in h e iro p a ra p a g a r. P a g u e su as c o n ta s n o v e n c im e n to . Q u a n d o os p ag am en to s n ão p u d e re m ser efetuados, com u n iq u e ao credor. C erto p a sto r co n to u -m e que ele e a esp o sa estav am tão sobrecarregados co m as co n tas m en sais, que ach av am -se im p o ssib ilitad o s de d ar o dízim o. D eix ar de d izim ar é retirar-se da terra da bênção. D eus não h o n ra a m á adm inistração. P recisam os ser m o rdom os fiéis. D evem os h o nrar ao Senhor co m as nossas riq u ezas (Pv 3.9,10). A s riq u ezas são m ais que o dízim o. O d ízim o p erten ce a D eus. S o m o s cham ad o s a h o n rar a D eus co m a parte que nos resta depois de dizim ar. É o que foi c laram en te d escrito p o r Jesus n a p a rá b o la dos d ez talen to s (M t 25.24-30). O servo que esco n d eu n a terra o talen to receb id o , fo ig ran d em en te cen surado p elo Senhor. A lém disso, alguns pregadores — hábeis no púlpito — têm enfraquecido seu m in istério p o rq u e são v ag aro so s em p ag a r as contas. O utros d eix am u m ra s tro de d ív id a s o n d e q u e r q u e h a b ite m . T al irre sp o n sa b ilid a d e fin a n c e ira é u m a gran d e m an ch a n a c au sa de C risto, nas igrejas desses m in is tr o s e n e le s p r ó p r io s . C o m j u s t i f i c á v e l o r g u lh o , r e c e b i os cu m p rim en to s das in stitu içõ es de em p réstim o da cid ad e on d e pastoreei. D isseram -m e: “A s p esso as de sua ig reja tê m in teg rid ad e. P ag am as contas em d ia e. se têm algum p ro b lem a, nos p ro c u ra m ” . Q u an to apreciei, com o pastor, esses elogios! O s m em b ros d a ig reja não estavam apenas crendo no E v an g elh o que p reg am o s, m as tam b é m estavam viv en d o de acordo com ele. A m esm a experiên cia m e foi partilh ad a por num erosas instituições de em préstim o, quando eu era superintendente distrital. E m m uitas cidades, as ig rejas das A ssem b léias de D eus e seus p astores classificam -se entre os p rim eiro s em im p o rtâ n c ia na av aliação de crédito. Infelizm en te, nem todo p a sto r ou ig re ja o b tiv eram tal avaliação.
A Bíblia Ensina o Sustento M inisterial O princípio do m inistro assalariado está nitidam ente esboçado p o r Paulo, em 1 C o rín tio s 9. A p a ssa g e m descreve a v erdade de que o m in istro tem o d ireito de ser su sten tad o , de m an eira que p o ssa d ev o tar todos os esforços ao m in istério . E n tretan to , P aulo, em b o ra apóstolo, p referiu b u sca r outros m eios p a ra sustentar-se em C orinto. N ão obstante, a ren ú n cia do privilégio de ser su sten tad o p e la o b ra não d im in u iu a ob rig ação n o rm al d a igreja. O apóstolo abriu m ão d esse direito, m as com certa m in u cio sid ad e prosseguiu em asseg u rar q u e esses d ireito s eram reco n h ecid o s.
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR P au lo u so u o ex em p lo dos outro s ap ó sto los, in clu siv e o dos irm ãos do S en h o r e o de P ed ro . N ão só a su b sistên cia deles e ra pro v id a, m as a das esp o sas tam bém . P aulo foi m ais além , ao m o strar que a re co m p en sa pelo trab alh o é p rá tic a com um : o so ld ad o re c e b e seu salário; o ag ricu lto r e o p a sto r de ovelh as e sp e ra m ser d ev id am en te reco m p en sad o s. E m cad a um d esses casos, a rem u n eração era satisfató ria de fo rm a que os recip ien tes não p recisariam b u sc a r o u tro ganho. O la v rad o r e o d eb u lh a d o r dev em esp erar to m a r p arte n a co lh eita leg itim am en te. P au lo então se v o lta à lei de M o isé s e m b u sc a de ap o io ad icio n al, ressaltan d o que os ex em p lo s retirad o s da e x p eriên cia estav am ex p o sto s em linhas gerais na P a lav ra de D eus. O boi que debu lh a n ão é im pedido de co m er o grão. Se D eus delineou esse p rin cíp io p a ra u m anim al, seg u ram en te faz o m esm o àqueles que esp alh am a sem en te esp iritu al p a ra c o lh er b en s m ateriais. O a p ó s to lo a in d a p ro s s e g u e d e fe n d e n d o o p rin c íp io d o s u ste n to m in iste ria l, c h a m a n d o a a te n ç ã o à p ro v isã o d iv in a, p o is a q u ele s que lab o ra v a m no tem p lo eram su sten tad o s p elas ofertas ali ap resentadas. E m seguida, lev an ta u m a p erg u n ta lógica: “Se o u tros p a rticip a m d e ste p o d er sobre vós, p o r q u e não, m ais ju sta m e n te , n ó s? ” (1 C o 9.12). P aulo resu m e o arg u m en to , d e c la ra n d o : “A ssim o rd e n o u tam b é m o S e n h o r aos que a n u n ciam o ev angelho, q u e viv am do ev an g elh o ” (1 C o 9.14). A qui o a p ó sto lo e stá apen as re ite ra n d o o q u e o S en h o r Jesus dissera aos S etenta q u an d o os enviou: “D ig n o é o o b reiro de seu salário ” (Lc 10.7). N ote que Paulo usa u m a palav ra forte na p assagem aos coríntios: “A ssim o rdenou [...] o S en h o r” (1 C o 9.14). D eus o rdenou que aqueles que pregam o E v an g elh o sejam su sten tad o s p elo s que o recebem . A lguns acreditam q u e os m in istro s d ev am v iv e r p e la fé, não ten d o n e n h u m a rem u n eração fix a d a ig reja. V iver p e la fé tra z g ran d es re co m p e n sa s, m as tem o s de e q u ilib ra r e sse p rin c íp io c o m as in stru ç õ e s cla ra s a c e rc a do su sten to m in isterial d elin ead o p o r P aulo. N ão é certo que o p a sto r ore sem cessar p o r suas n e c e ssid a d e s b ásicas, q u an d o a q u eles aos q u ais m in istra são p len am en te cap azes de p ro v ê-las. O m in istro d ev e re c e b e r o b a sta n te p ara a sua su b sistên cia e p a ra aliv iar a fa m ília da an sied ad e financeira. O E sp írito S an to trato u de m in h a e sp o sa e de m im no in ício de nosso m inistério . T ín h am o s excelen tes em p reg o s e salários antes de iniciarm os o trab alh o p asto ral. D e fato, n o sso salário m ensal an terio r era ig u al ao do n o sso p rim eiro ano de p asto rad o . S en tin d o q u e p o d íam o s nos sustentar, sen tim o -n o s co n stran g id o s em aceitar su stento que v in h a co m sacrifício d a co n g reg ação . D eu s ab en ço o u a obra. O av iv am en to tro u x e m uitos p ara o R eino e p a ra a e x p e riê n c ia p en teco stal. E n tão , surgiu a g ran d e n ec essid a d e de au m en tar as instalações. Isso fo i feito em seu devido tem po. E sta v a ansioso p o r sald ar a d ív id a e liv rar a ig reja de fazer con sid eráv eis p ag am en to s m ensais. O s n o v o s m em b ro s do co rp o m in isterial ach aram que isso não era certo. O p asto r e sua fam ília não devem p agar pela construção, deixando de re c e b e r salário ad eq u ad o d a igreja. A essa altura, o S en h o r m o strou-m e que eu não hav ia treinado os crentes de m in h a congregação de m odo correto. D eus ordenou que o p a sto r re ceb esse sustento adequado. A ju stes foram feito s, e a d ív id a foi sald ad a até em m en o s tem po. Tive de ap ren d e r que não apenas é bem -av en tu rad a coisa dar, m as tam b ém que é bem -aventurada
148 0 PASTOR PENTECOSTAL co isa receber, e que não devo p rivar os crentes d a re co m p e n sa pelo fiel apoio fin an ceiro . O en fo q u e da B íb lia não está nas riq u ezas m ateriais, m as no d esen v o lv im en to espiritual. Q u ando a p ro sp erid ad e fin an ceira segue a p ro s p e rid a d e e s p iritu a l, a g a n â n c ia n ã o e n c o n tra te rra fé rtil p a ra se desenvolver.
Coloque em Prática um a Vida Frugal N u n c a se p r e te n d e u q u e o m in is té rio p r o p o rc io n a s s e u m a v id a c o n f o r tá v e l a o s p r e g a d o r e s . A e s tr a d a e s ta r á s a lp ic a d a de p e d ra s po n tiag u d as, e freq ü en tem en te co b erta de lam a, gelo ou neve. U m a das grandes lutas enfrentadas pelos m inistros talvez seja o pro b lem a financeiro. A s co n tas m u ltip licam -se e a d ív ida se acum ula. O que fará o m in istro ? O m arid o e a esp o sa p re c isa m fazer ju n to s u m m in u cio so lev an tam en to da situ ação eco n ô m ica. Se a d ívida os levou a um im passe, am bos tê m de olhai- para a causa, e então encam in h ar-se ao en co n tro d a solução. S air das dívidas é u m projeto fam iliar. O s filhos q u e já sejam crescidos o b astante, esp ecialm en te os ad o lescen tes, p re cisam ser em b arcad o s no projeto. U m a co n scien tização da parte deles ajudará a fam ília in te ira a en carar as d ecisõ es difíceis. E m a lg u n s c a s o s , a f a m ília p o d e se r o p r in c ip a l p ro b le m a . P o ssiv e lm e n te o p a sto r n ã o se d iscip lin a . A esp o sa p o d e recu sar-se a to m a r parte n a resp o n sabilidade. M as se o m arid o e a esp o sa tratarem do p ro b le m a com devoção, to m an d o m edidas p a ra saírem da d ificuldade, os filh o s farão o m áx im o p ara cooperar. Q u ando os p ais tê m de d izer não , os filhos p o d em e n ten d e r a lógica, pois eles _______ " " co n h ecem o o rçam en to fam iliar. T o d o s n ó s e n f re n ta m o s e m e r g ê n c ia s — d o e n ç a s , internações hospitalares e m orte. Isso vem com o um a inundação. O dinheiro não é su ficien te p ara aten d er à avalan ch a de despesas. P o u co s m inistros co n seg u em eco n o m izar capital suficiente p ara fazer frente às em ergências. C o m o fazer em face das n ecessid ad es? Prim eiro, tem os de ir ao S enhor em o ra ç ã o . N o sso M e stre tem p ra z e r em re sp o n d e r-n o s. E u p o d e ria te ste m u n h a r de m u itas das m arav ilh o sas pro v id ên cias de D eus p a ra n o ssa fam ília, algum as delas verdadeiros m ilagres. E m todo nosso p lanejam ento, n u n c a d e v e m o s e s q u e c e r q u e o D e u s q u e se rv im o s s a tis fa rá n o ssa s n ecessid ad es. O s reb an h o s de m il colinas são dE le, assim com o o são a p rata e o ouro d essas colinas. Sou adepto ferren h o da co n ta poupança; algum dinheiro, n em que seja po u co , deve ser reg u larm en te separado p ara um a ap o sentadoria. M inha esp o sa e eu co m eçam o s co m u m d ó la r p o r m ês, quan d o a A sso ciação B en eficen te de M in istro s fo i fu n dada, em 1944. P o uco a pouco, à m edida que os anos p assav am , fo m o s au m en tan d o a quantia. D ep o is de cin q ü en ta anos, esse m ontante acum ulou ao ponto de poderm os, em troca, fazer m uitas co n trib u içõ es p a ra a o b ra do S en hor p ro v en ien te d essa conta. A B íb lia é m u ito e x p lícita ao en sinar-nos o auxílio aos pobres. N u n ca devem o s d ar as costas àqueles que estão em n ecessidade. S em pre que
Aqueles que pregam o Evangelho devem ser sustentados pelos qui o recebem
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR p u d erm o s, e seja co m o for, devem os aju d ar aqueles que estão en fren tan d o d ificu ld ad es fin an ceiras, p o is assim estarem o s fazendo o que é certo. U m antig o p ro v é rb io diz: O q u e acu m u lo , perco. O q u e ten to g u a rd a r será d eix ad o e d isp u tad o p o r outros. O q u e dou co n tin u ará a voltar... p a ra sem pre. E o u tro p ro v érb io diz: G anhe tu d o o que puder. E co n o m ize tudo o que puder, A ssim v o cê p o d e rá d a r tu d o o q u e puder. A d ev o ção a C risto freq ü en tem en te é de m o n strad a n a generosidade.
Mantendo-se Saudável no Ministério Richard D. Dobbins u rante algum tem po, o m inistério n a m o derna A m érica do N orte foi profissão de crescente risco de saúde e decrescente com prom isso. H á vários anos, A llen C. R eu ter declarou: “A s taxas de suicídio, divórcio, alcoolism o, depressão, ataque do coração e outras doenças relacionadas ao estresse são hoje significativam ente m ais altas entre a classe clerical. As taxas de abandono e aposentadorias precoces tam bém são altas” .1 O d o u to r W oodrow K ro ll tam b ém a b o rd a o assunto do decrescen te co m p ro m isso e o ferece co m o ex p licação p arcial que “a lim p ez a d a teo ria” , en sin ad a nas u n iv ersid ad es e sem in ário s b íblicos, não c o m b in a c o m “a b a g u n ça d a re a lid a d e ” q u e o m in istro e n c o n tra ao e n tra r e m cam p o .2 O jo v e m sem in arista sai d a sala de au la p ro n to a in ce n d iar o m u n d o para C risto e d e sco b re q u e as teo rias lim p as e precisas, tão cu id ad o sam en te estu d ad as e m sala de aula, d ev e m ag o ra ser ap licadas no lab o rató rio sujo e freq ü en tem en te caó tico d a v id a d a ig reja institucional. L em b ran d o -se d os seus p rim eiro s d ias de E sc o la D o m inical, nos quais Jesu s p ro m e te u u m ju g o suave e u m fard o leve (M t 11.30), m uitas fam ílias
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O PASTOR PENTECOSTAL pasto rais ficam surp resas e d esco n certad as p e la tarifa física e em ocional qu e o m in is té rio in s titu c io n a l lh e s e x to rq u e . C o n tu d o , ex iste g ran d e d iferen ça entre seg u ir a Jesu s e servir às exigências d a ig reja institucional. A o b ra do m in istério in stitu cio n al é p ro d u to ra de tensão. Veja algum as das fontes d essa tensão.
Fontes de Tensão A era n u c le a r de hoje. Som os a p rim eira geração fo rça d a a v iv er sob a am eaça da d estru ição n u c le a r global. E m b o ra a in ten sid ad e d esta am eaça a u m en te e d im in u a co n fo rm e a p o lític a in tern acio n al, ela sem pre existe. N in g u ém po d e d eix ar d e se p e rg u n tar se estes eram os dias que Jesus tin h a em m en te q u an d o disse: “E h a v erá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e, n a terra, an g ú stia das n ações, em p erp lex id ad e pelo bram id o do m ar e das o n d a s; h o m e n s d e s m a ia n d o d e te rro r, n a e x p e c ta tiv a d as c o isa s q u e so b rev irão ao m u n d o , p o rq u a n to os pod eres do céu serão ab alad o s” (Lc 2 1.25,26). S obrecarga de in fo rm a çõ es e m u d a n ça s rápidas. O s m o dernos m eios de transporte e os m éto d o s de co m unicação estão encolhendo nosso m undo na proverb ial “aldeia g lobal” . E m 1918, o prim eiro correio aéreo am ericano en v iad o de C h icag o a N o v a Io rq u e levou m ais de dez h o ras.3 H oje os p assag eiro s v o am ro tin eiram en te dos E stados U nidos a cidades de to d a a E u ro p a no m esm o tem po ou m enos. N o tícias sobre o en v o lv im en to dos E stados U n id o s na P rim eira G u erra M u n d ial (em 1917) le v a v a m v á rias sem an as p a ra a tin g ir m u ito s am ericanos do interior, que re ce b iam notícias sem anais de jo rn a is trazidos a cavalo. Q uando a G ueixa do G olfo P érsico co m eço u em jan eiro de 1991, equipes de notícias de todo o m undo estav am tran sm itin d o a c o b ertu ra ao vivo. E s ta p r e s e n te e ra e s tá s e n d o c h a m a d a v a r ia d a m e n te de e ra d a in f o r m a ç ã o o u de sociedade da inform ação. G rande parte da razão c e r ta m e n te d e v e -se ao c o m p u ta d o r , e s p e c if ic a m e n te à I n te r n e t, q u e e m 1995 o sten tava 15 m ilh õ es de usuários. A in d a tem -se d e d e te r m in a r a m a n e ir a c o m o p o d e m o s ___________________j j ad m in istrar essa inun d ação de in fo rm açõ es que tu d o isso representa. Sexo, vio lên cia e co m p ro m etim ento m oral. A p reo cu p a ção co m o sexo e a vio lên cia nos m eios de co m u nicação reflete e estim u la n o ssa propensão c u ltu ra l. D e a c o rd o c o m re c e n te re la tó rio fe ito p e lo s in v e stig a d o re s P atterso n e K im , p elo m en o s u m terço de todos os am erican o s casados já te v e , o u e s tá te n d o , u m caso . M a is de v in te p o r ce n to das c ria n ç a s am erican as p erd em a v irg in d ad e até os 13 anos de idade. U m em cad a sete am erican o s é ab u sad o sex u alm en te quando criança. O s E stad o s U nidos tam b ém são u m a nação violenta. O s am ericanos estão entre os p o v o s m ais p esad am etíte arm ados do m undo. N o m ínim o,
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‘A limpeza da teoria' ensinada nas universidades e seminários bíblicos ni@ combina com ‘i toguüça da realidade’
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR to d a sétim a p e sso a co m q u em v o cê c ru z a nas ruas das cid ad es am ericanas e s tá p o rta n d o a lg u m tip o d e arm a. O s m a u s-tra to s às m u lh ere s ain d a co n tin u am e m n ív eis altos. S essen ta p o r cen to dos am erican o s já foram vítim as de crim e p elo m en o s u m a vez. O s E stad o s U n id o s têm a m ais alta ta x a de h o m icíd io de to d as as n açõ es in d u strializadas. A lé m d isso, de aco rd o co m esses m esm o s in v estig ad o res, o caráter nacio n al am ericano e stá se corro en d o a tax as alarm antes. A tividades pouco éticas en tre ex ecu tiv o s são citad as co m o a c au sa p rin cip al do declínio e m p re s a ria l n o s E s ta d o s U n id o s . T a n to o s e m p re g a d o re s q u a n to os em p reg ad o s m en tem ao fazer n eg ó cio s. R o u b a m tem po e bens m ateriais d a s e m p re s a s o n d e tr a b a lh a m . E s tu d a n te s u n iv e r s itá r io s a d m ite m ab ertam en te q u e c o la m n o s ex am es; p o u co s são os que c o n se g u em se fo rm a r de outro je ito . N a á rea do casam en to e d a fam ília, P atterso n e K im dão crédito aos ba b y b o o m ers,Ap o r sep arar do casam en to a ex pressão sexual nos anos 60 e 70. “A m o r liv re ” , co m o então fo i ch am ad o , to rn o u -se rito de p assag e m e x tre m a m e n te c o m u m . O s filh o s d os b a b y b o o m e rs, fre q ü e n te m e n te c h a m a d o s d e b a b y b u s te r s ,5 h o je re c e b e m o c ré d ito p o r s e p a ra r do casam en to a p atern id ad e. E so cialm en te aceitável nos E stados U n id o s ter filhos sem lhes p ro p o rc io n a r a seg u ran ça de p ais co m p ro m etid o s u m co m o outro ou co m eles p elas in stitu içõ es o rd en ad as p o r D eus: o casam en to e a fam ília.6 Tensões no m u n d o de n o sso s filh o s . A s crian ç as tê m suas p ró prias tensões. M ais da m etad e das crian ças am ericanas tem de co m p etir co m o d iv ó rcio dos pais. O utras estão p erd id as n a co n fu são de p ais que seguem suas p ró p rias carreiras. O s co leg as de n ossos jo v e n s — o único círculo no qual m u ito s se sen tem aceitos ou reco n h ecid o s — fazem crescente pressão p a ra que n o sso s filh o s se am o ld em ao m undo. A buso de álcool, gravidez, ab o rto e suicíd io estão em nív eis reco rd es p ara adolescen tes e ainda estão subindo. A s esco las estão ten tan d o d im in u ir a d iferen ça entre on d e os e stu d a n te s estã o e o n d e d e v e ria m e sta r a c a d e m ica m e n te e, co m isso, a c re sc en ta m a in d a m ais p re ssã o . N ã o se en gane: to dos os jo v e n s são afetad o s p e lo d e satin ad o clim a social e m q u e vivem . Q uan d o o carro co m a fa m ília vai p a ra a igreja, não e stá levando só os m em b ro s d a fam ília, m as ta m b é m todas as tensões. O m in istro encontrase no p o n to fo cal d a ten são fa m ilia r co m m u ito m ais fre q ü ên c ia do que q u a lq u e r o u tro p ro fissio n al de n o ssa socied ad e. H á m ais de duas décadas, E d g ar M ills e Jo h n K o v al e fe tu a ram fam o so estudo com m ais de cinco m il m in istro s, rep resen tan d o 21 d en o m in açõ es dos E stad o s U n id o s.7 Os dois p esq u isad o res d esc o b rira m q u e o estresse relacio n ad o ao trab alh o era a fo n te m ais co m u m de in cô m o d o en tre os m inistros. Q ual e ra a fo n te específica d essa tensão ligada ao trabalho? E xigências feitas pelos m em bros de suas co n g reg açõ es. E m b o ra p e s s o a s so b te n s ã o p o s s a m f a z e r e x ig ê n c ia s ir re a is ou irrefletid as n a lid e ra n ç a da ig reja, u m a q u a n tid ad e p rev isív e l do estresse do m in istro tam b ém é o rig in ad a p o r su a p ró p ria v id a e casam ento. E ssa ten são p e sso a l é sim p lesm en te a g rav ad a pelas exig ên cias dos m em b ro s e cong reg ad o s.
O PASTOR PENTECOSTAL
O Padrão de Trabalho Típico de um Pastor G ary K u h n e e Jo e D o n ald so n estu d aram as características eficazes das ativ id ad es lig ad as ao trab alh o d e cin co exp erien tes p a sto re s ev an g élico s p r o te s ta n te s c o m g ra u d e M e s tre em D iv in d a d e (o u e q u iv a le n te ) . D e s c o b r i r a m q u e o s d ia s d e tr a b a l h o d e s s e s p a s t o r e s s e g u ia m “ s o b re c a rre g a d o s , rá p id o s e im p la c á v e is [...] p a d rõ e s de a tiv id a d e s, m arcad o s p e la b rev id ad e, fra g m en tação e v a ried ad e” .8 Q u ase cin q ü en ta p o r cen to do tem p o das tarefas p asto rais m u d a v am a cad a cinco m inutos ou m enos. Só e sse ritm o e m si já é g erad o r de e stresse, p o rq u e m uitas co isas fic a m p o r term inar. É co m o abrir u m livro p a ra ler u m trech o e ter de in te rro m p e r a le itu ra p a ra ab rir o u tro liv ro em cim a do p rim eiro e c o m e ç a r a lê-lo, ten d o de ab rir outro livro em cim a d e ste e p a ssa r a lê-lo, e a ssim sucessiv am en te, m u itas e m uitas vezes. A o térm in o do dia, todos os liv ro s tê m d e s e r r e p o s to s n a e s ta n te c o m os tre c h o s n ã o lid o s d e v id am en te assin alad o s ou d eix ad o s em p ilh ad o s o n d e estão para n o v a ten tativ a n o d ia seguinte. D e q u alq u er m odo, é situação estressante, po rq u e n ad a é term in ad o . A g o ra acrescen te a isso a ob servação dos pesq u isad o res de que o pasto r tem de m u d a r a d isp o sição de ânim o em quase to d a ch am ad a telefô n ica que receb e, in d o d a co m em o ração das bo as n o tícias co m u m co n g reg ad o à p re sid ê n c ia de u m a d ifícil reu n ião c o m a co m issão, ou ao receb im en to de um d o lo ro so te le fo n e m a in fo rm an d o que u m a crian ça ado ráv el ou alg u m santo h o m em ou m u lh er de D eu s d a ig reja fo i h á po u co atro p elad o e m orto p o r u m m o to rista qu e n ão deu assistência. T elefonem as com o esses p o d em tira r o p a sto r d o p ic o d a m o n ta n h a p a ra o fu n d o do v ale em se sse n ta seg u n d o s o u m enos. Tais são as exig ên cias no rm ais feitas de um a m an eira ou de o u tra aos m in istro s p elo s m em b ro s de sua co n g reg ação . E sses são os tip o s de d em an d a q u e os m in istro s esperam ; eles d ed icam a v id a para aten d ê-las. T odavia, n ão d e ix am de se r e stre ssa n tes e d ão v alid a d e às o b serv açõ es de M ills e K oval. K u h n e e D o n ald so n tam b ém citam p e sq u isa an te rio r que in d ica que o m in istro é altam en te p ro p en so a ativ id ad es “p o lic rô n ic as” , fazen d o duas ou m a is ta re fa s s im u lta n e a m e n te : a s s in a n d o a c o rr e s p o n d ê n c ia ou p re e n ch en d o fo rm u lário s de ro tin a, enq u an to estão ao telefone; ditando cartas, en q u a n to estão d irig in d o p a ra v isita r u m m em b ro d a ig re ja no h o sp ita l; fa z e n d o te le fo n e m a s ou p re sid in d o reu n iõ e s, en q u a n to estão a lm o ç a n d o e tc .9 Isso ta m b é m é e stre ssa n te , v isto q u e e x ig e a te n ç ã o c o n su m id o ra de energia, e m p elo m enos duas fren tes ao m esm o tem po.
O Estresse Inerente à Vida Pessoal do Pastor M ills e K o v al re v e la ram q u e os m in istro s assin alaram vário s perío d o s esp ecífico s nos q u ais o estresse era m aior: du ran te os prim eiro s cinco anos dep o is d a o rd en ação , dos oito aos 12 anos depois d a orden ação e depois dos v in te anos da o rd en ação . E sses p erío d o s estão relacio n ad o s co m a p assa g e m d a c o n g reg ação p o r m u d an ças em m a ssa ? N ão, são tem p o s em qu e a fam ília do p a sto r e stá ex p erim en tan d o ten sõ es previsíveis. A boa
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR n o tíc ia é q u e e sse s p e río d o s , em v irtu d e d e se re m u m ta n to q u a n to prev isív eis, são ta m b é m u m tan to m an ejáv eis. U m ho m e m p rev en id o vale p o r dois. C inco a n o s d ep o is da ordenação. A o re d o r dos 25 a trin ta anos de idade, norm alm en te o m inistro está com p letan do a aquisição de habilidades p asto rais e fazen d o aju stes em su a v id a de casado. A m bas as experiências p o d e m se r g e ra d o ra s d e te n sã o . T e n ta r sa tisfa z e r as n e c e ssid a d e s de in tim id a d e do cô n ju g e e v iv e r de aco rd o c o m as pró p rias am b içõ es de c o n stru ir u m a g ran d e ig reja freq ü en tem en te estão em co n flito m útuo e c riam te n sã o p a ra o jo v e m pastor. O ito a 12 a n o s dep o is d a ordenação. A fam ília p astoral está aprendendo a aceitar as ten sõ es d a p atern id ad e. P o d e n ão ser fácil en co n trar tem po p a ra os filh o s no m eio do lu fa-lu fa das ativ id ades p asto rais. A essa altura, o p a sto r e o cô n ju g e tê m de d ete rm in a r o q u an to das atividades d a igreja, q u e estão a co n su m ir o seu tem p o , são a b so lu tam en te n ecessárias. E ssa é q u estão altam en te su b jetiv a e exig e cu id a d o sa avaliação. E n tr e ta n to , a lg u é m te m d e c u id a r d a s n e c e s s id a d e s d o s filh o s . C o n sid eran d o q u e o m in istério ain d a é u m a p ro fissão p re d o m in an te m en te m a sc u lin a , g e ra lm e n te é a m u lh e r q u e te m d e tirar “u m a lic e n ç a ” das ativ id ad es d a ig re ja e n q u an to os filh o s são p eq u en o s. M u ito s pasto res são in se n sív e is a e ssa n e c e ssid a d e e v ê e m isso co m o in d ica ção de q u e o com prom isso da esposa co m o m inistério está dim inuindo. Tal atitude deixaa sentin d o -se ab an d o n ad a na m atern id ad e e ressentida, ou co m o m inistério em geral, o u co m o seu cô n ju g e e m particular. N en h u m desses sentim entos é sau d áv el p a ra a v id a am o ro sa d o casal. Vinte a n o s d ep o is d a ordenação. A q u i en co n tram o s o casal m in isterial lid an d o co m os assu n to s da m eia-id ad e. N ão h á nen h u m m istério p ara que esses sejam os anos m ais estressan tes da v id a do m inistro. N e sse p o nto, o c asa l m in iste ria l é co m o a m a io ria d o s o u tro s casais. O s filh o s estão crescendo, fazen d o am igos e deixando a casa. O casal está m ostrando sinais de en v elh ecim en to e talv ez te n h a p o u c a saúde. C o m freq ü ên c ia a carreira do m inistro atingiu “u m p ic o ” e m u m a altu ra m ais baixa do que se esperava. U m ou o u tro cô n ju g e p ro v a v e lm e n te e stá en fren tan d o alg u m p ro b le m a sério de saúde. A lém d isso, o m in istro co m eça a p erceb er que a freq ü en te p re fe rê n cia das co n g reg açõ es p o r pasto res m ais jo v e n s está lim itando suas o p o rtu n id ad es futuras. C o n tra e sse p an o de fu n d o p ro fissio n a l e p essoal, o m in istro tem de m a n te r a saú d e p a ra cu m p rir a cham ad a. M an ter-se sau dável no m inistério é d e sa fio q u e e x ig e q u e o m in is tro d e s p e n d a e n e rg ia s p re v e n tiv a s e p ro teto ras a fim de co n tin u a r sau d áv el esp iritu al, em o cio n al e fisicam ente.
M antendo-se E spiritualm ente Saudável no M inistério A saúde esp iritu al do m in istro é o recu rso m ais vital de sua v id a e vo cação. N ão h á m a io r d esafio à saú d e e in teg rid ad e do q u e e sta b ele cer e m a n te r u m a d iscip lin a esp iritu al pesso al. U m a das m an eiras p ela qu al o p a sto r faz isso é, d elib erad am en te, se p a ra r su a vida com D eu s do seu tra b a lh o p a ra D eus. E m seu trab alh o , ele lê a B íb lia em b u sc a de m aterial p a ra p re g a r e p a ra u so e m o utras o p o rtu n id ad es d e ensino. S eu trabalho
O PASTOR PENTECOSTAL tam b ém lhe exig e que p a sse tem po orando, não só p u b lic am e n te durante os cu lto s de adoração , m as tam b ém rese rv a d am en te, q u ando o ra com ou p elas p esso as e/ou e m situ açõ es d a igreja. É fácil o m in istro se enganar, acred itan d o que isso seja suficiente p ara su a saú d e esp iritu al. E n tretan to , o tem p o gasto no estudo d a B íb lia p ara p re g a r e n a o ração e m seu p a p e l com o m in istro n ã o d ev e ser co nsiderado p arte do seu d ev o cio n al. E ssas são funções de sua p ro fissão: fazem p arte d a o b ra a q u e D eu s o ch am o u e p elas quais as p esso as o pagam . N ã o h á n en h u m a co rrela çã o necessá ria entre a vida do m inistro com D e u s e s e u tr a b a lh o p a r a D e u s . S u a o b r a m in i s t e r i a l p o d e s e r estatisticam en te pró sp era, m as isso não q u e r dizer q u e seu relacio n am en to co m D eu s seja saudável. S ó sig n ifica que ele é talen to so e qu alificad o no trab alh o q u e faz; ele é b o m n a o b ra do m inistério. C o ntudo, o m inistro p o d e s e r u m f r a c a s s o p e s s o a l ao m e sm o te m p o q u e é u m su c e s s o p ro fis s io n a l. O c h o q u e d e ta l d e s c o b e rta é u m a b ê n ç ã o d is fa rç a d a , p o rq u an to fo rç a o m in istro a dar m ais atenção à sua v id a com D eu s do que ao seu trab alh o p a ra D eus. N a d a ag rad a m ais ao Senhor, pois E le está m u ito m a is in teressado em n o ssa vida do que em n o sso trabalho. N ão obstan te, u m a das m aiores ten taçõ es do m in istro é concen trar-se n a ob ra, e não e m su a v id a co m D eus. A fin al d e contas, é o trab alh o q u e as p esso as notam . C o m o to d o o m u n d o , o a n d a r do m in istro c o m o S en h o r é ap reciad o q u ase que in teiram en te em m om entos p articu lares, só co m Ele. Só o S e n h o r vê o n o sso m o d o d e vida. E , n a m aioria, sua rec o m p e n sa é p o sterg ad a até su a vinda. M as lem b re-se de que, no final das contas, é o an d ar do m in istro co m D eus que d á c red ib ilid ad e ao seu trab alh o p ara D eus. O su cesso em su a v id a co m o S en h o r o m an te rá h u m ild e em face dos su cesso s e o an im ará q u an d o errar e m seu trabalho. D is c ip l in a s P e s s o a is
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S a ú d e E s p ir it u a l
E m p rim eiro lugar, o m in istro deve desen v o lv er o háb ito da leitu ra d ev o cio n al d a B íblia. U m ex em p lo é le r a B íb lia do p rin cíp io ao fim , do G ên esis ao A p o calip se. P ara o leito r sério, ca d a leitu ra da B íb lia traz novas rev elaçõ es e é a v en tu ra ex citante. A s p e rs o n a g e n s e fa m ília s b íb lic a s d ã o e s tu d o s p a rtic u la rm e n te in teressan tes à m ed id a q u e certas características são aco m p an h ad as de geração em geração. P o r ex em p lo, R eb eca e sua fa m ília eram enganadores. E la en g an o u o m arid o e en sin o u o filho a fa ze r o m esm o. Q u ando o logro de Jacó pôs em p erig o sua v ida, ele fu g iu p a ra o irm ão de R ebeca, L abão. L ab ão en g an o u Jacó n a n o ite em q u e este se casou, d an d o -lh e L é ia em vez de R aquel. M ais tarde, a lg u m tem p o d epois de Jacó finalm ente ter-se casado co m R aq u el, ele en g an o u L ab ão e o u tra vez tev e de fu g ir p ara salv ar a vida. R aq u el en g an o u o p ró p rio pai, e sco n d en d o sob o v estid o os deuses que dele ro u b ara, ev itan d o ser d e sco b erta ao fin g ir estar m enstruada. E sse é apenas um d a extensa quantidade de estudos de personalidades interessantes qu e a B íb lia n os oferece. E stu d o s co m o esses alargam nosso en ten d im en to s o b re a m a n e ira c o m o c e rto s a s s u n to s são tra ta d o s p e lo te m p o nas E scritu ras.
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR 1 5 5 O utro m odo excitante de abordar as E scrituras é localizar as grandes doutrinas da Igreja ao longo da Palavra. E m bora isso seja para o benefício devocional de quem estuda, inevitavelm ente enriquecerá a pregação e o ensino, pois proporciona um m aior conhecim ento e am or pela Palavra de Deus. O estu d o das p alav ras greg as e h eb raicas m elh o ra a av aliação do pasto r n o q u e ta n g e à sã e x e g e se d a P a la v ra . P o r e x e m p lo , p a ra m im fo i esc la re ce d o r d esco b rir a d iferen ça en tre as p alav ras g regas som a e sarx. S o m a sem p re se refere ao corpo, e sa rx n o rm alm en te alude à natu reza pecam in o sa do hom em . O p rim eiro d ev e ser alim entado e cuidado; o outro, o d iad o e cru cificad o . A s vezes, essas duas palav ras são trad u zid as em p ortuguês p elo term o “carn e” (E f 5.29; R m 7 .1 8 ). E ssa peq u en a inform ação aju d a o p a sto r a e n te n d e r p o r q u e algum as p essoas errad am en te acred itam que a B íb lia en sin a q u e o co rp o é m au. E m segundo lugar, o p astor precisa dedicar-se à oração particular. O ração é m u ito m ais do q u e o e ste re ó tip o de p e d id o s in tercala d o s e n tre dois ag rad ecim en to s. A b ran g e a m p la g a m a de fo rm as de expressão. A oração p e titó ria p ro v a v e lm e n te é a fo rm a m ais co m u m de oração. E re co m en d ad a p o r Pau lo em F ilip en ses 4.6. C o n siste nos p e d id o s q u e o cren te faz a D eus. É u m a lista de co isas q u e D eus p o d e fa z e r pelo p ed in te ou por outras p esso as. E m b o ra seja esta u m a im p o rta n te fo rm a de oração, não deve ser n o sso ú n ico m étodo. P au lo re fe re -se à ox-ação in tercessó ria em R om anos 8.26-28. São m o m en to s em q u e n em m esm o sabem os p elo que d evem os orar, ou co m o orar, m as sabem os que p recisam o s co m u n icar-n o s co m D eus. N essas ocasiões, o E sp írito S an to in te rc e d e p o r n ós e e x p re ssa nossos p e d id o s ao P a i. O E s p írito n o s a ju d a a o ra r “ co m o c o n v é m ” . N ão p recisam o s e n te n d e r co m o esse p ro cesso m arav ilh o so aco n tece p ara que nos b en eficiem o s do que D eu s tão p erfeitam en te nos p ro v id en cio u . Só tem os de _________________________ J S p a rtic ip a r e a g ra d e c er-lh e p o r se p re o c u p a r tan to p o r n o ssa saúde esp iritual. A m e d ita ç ã o é o u tr a f o r m a d e o ra ç ã o . N o s p r im e ir o s d ia s do C ristian ism o , e ssa fo rm a de o ração era m u ito m ais p o p u la r do que hoje. E n tre ta n to , h á u m a g ra n d io s a se n sa ç ã o de re frig é rio e sp iritu a l a ser enco n trad a, q u an d o m ed itam o s d ev o tad am en te em palavras b íb licas com o “fé ” , “e sp eran ça” , “am o r” , “p a z ” e “a le g ria ” , ou em nos co n cen trarm o s em d ete rm in a d a cen a b íb lic a que seja an im ad o ra e co n sisten te com nossas n ecessid ad es e sp iritu ais e em o cio n ais. C ad a vez m ais os crentes estão se conscien tizan d o dos benefício s espirituais de m editar em cenas anim adoras d a P alavra. D e fato, u m estudo d ev o cio n al in teressan te p o d e ser o b serv ar as o co rrên cias das v árias fo rm as d a p a la v ra “m e d ita r” nas E scrituras. S e d esejar e ssa fo rm a de o ração, e sco lh a u m lu g a r tran q ü ilo e quieto. P o n h a-se à v o n tad e. L e v e seus p en sam en to s cativos a C risto (2 C o 10.5). D epois, perm ita-se ser conduzido a um cenário bíblico agradável. Se estiver concentrado n a cena em que Jesus acalm ou a tem pestade no m ar da G aliléia, fixe a im ag em m en tal d a tem p estad e. V isualize o barco sendo lançado pelas ondas e o terro r dos discíp u lo s. O u ça o b aru lh o da ventania. Tente sentir o bo rrifo da água no rosto. Im ag in e que esteja ouvindo Jesus ordenar:
((
0 refrigério vem pela meditação nas palavras da Bíblia
156 0 PASTOR PENTECOSTAL “C ala-te, aq u ieta-te” . R ep re se n te n a im ag in ação as ondas se ac alm arem e o m a r fican d o tran q ü ilo (M c 4 .3 5 -4 1 ). N o te o efeito calm an te q u e e ssa e x p eriên cia p ro d u z em seu m u n d o interior. A n o s atrás, u m am ig o m e em p resto u u m a p e q u e n a b ro c h u ra in titu lad a The P ra ctice o f the P resen ce o f G o d (A P rá tica da P resença de D eus), e sc rita p o r um m o n g e c arm elita fran cês do século X V I ch am ad o Irm ão L a w re n c e .10 E ra u m irm ão leig o de um m o steiro de P aris e p o r m ais de trin ta a n o s fo i c o z in h e iro , até q u e fic o u c e g o d e v id o à id a d e ." S u a m e n sa g e m d iz ia resp eito a v iv e r n a p re se n ç a de D eu s em to dos os lugares, tod o s os dias, m ed ian te c o n stan te co n v ersa co m o C risto j j ------------------------------------------- que ele adorava. U m a das orações q u e reco rd o d esse livro ■■ d izia sim plesm ente: “ Senhor, fazei de m im um santo, ao n p u o m n c
l f P f n O Ç Ç /l w d IIV JJW
vida comouma oracao aDeus
m e a l 'm cntar e lav ar as caçarolas, as pan elas e os p ra to s” . g m tocios os lugares que ia — a cozinha, a h orta, o
porão — , Irm ão L aw ren ce trab alh av a com o se estivesse na p resen ça de D eus. Seu ex em p lo p o d eria servir ao “O rai sem cessar” , outro tipo de oração q u e às v ezes precisam os p ô r em prática. D ev em o s v er n o ssa v id a in teira com o u m a ___________________ 3 ' oração o ferecid a a D eus, com o um “sacrifício v iv o” , o que fazia p arte do que P aulo estava d izendo em R om ano s 12.1. T erem os m eno s dificuldades p a ra agir e re a g ir com o santos ao enfren tar os grandes prob lem as da vida, se praticarm o s a oração sem cessar e a ação e reação com o santos quan do tratam os dos “pratos e p an elas” da v id a — as pequ en as coisas. A final de contas, é q u ando a oração da sua vida e a oração dos seus láb io s são as m esm as que vo cê v erd a d e iram e n te está “an dando no E sp írito ” . “ C antando e sa lm od ia nd o ao S e n h o r no vosso co ra çã o ” é o u tra form a de o ra ç ã o m e n c io n a d a p o r P a u lo (E f 5 .1 9 ). P o r m u ito s a n o s te n h o desfru tado d essa fo rm a de expressão espiritual. A s vezes, fico su rpreso pelos corin ho s e hinos que o E sp írito S anto m e traz à m ente. D esco b ri que m a n te r u m cântico em m eu coração aju da-m e a atrav essar os dias difíceis. F a la r em ou tra s línguas, no sso d istin tiv o p e n teco stal é esp iritu al e m en talm en te saudável de vários m odos. P rim eiram en te, falar em línguas ex ige que deixem os o orgulho de lado e evitem os o in telecto ao c lam ar a D eus, sim p lesm ente p assand o do n osso espírito ao seu E spírito. A s vezes, po sso nem m esm o saber o que estou dizendo ao Pai. Sei apenas que preciso co m u n g ar co m E le em u m nível intensam ente p rofun do e p essoal. N esse po nto, m eu orgulho e intelecto são irrelevantes. M in h a n ecessid ad e desse tipo de com unhão íntim a substitui qualquer outra coisa. E m outras ocasiões: “T am bém orarei co m o e n ten d im en to ” (1 C o 14.15). L em bre-se: “O que fala lín g u a estran h a edifica-se a si m esm o ” (1 C o 14.4). H á m om en to s em que a alm a e o espírito n ecessitam do tipo de edificação que nada m ais resolve. Freqüentem ente saio do gabinete pastoral ao fim do d ia carregand o as aflições e tristezas que as p essoas d ep ositaram em m im . E m b o ra saiba que sou ch am ado p o r D eus para esta obra, m uitas vezes m eu esp írito fica cansado. C an so -m e “de fazer o b e m ” (G1 6.9) e p re c iso qu e D eu s m e ren o v e. O ra r n o E sp írito sem p re é u m a p rá tic a m en talm en te saudável. C om o é que sei? E sem pre ed ificad o ra d a m in ha v id a e não desin teg rad o ra. P erm ite que eu d esem penh e m ais eficazm en te
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR m eu s p ap éis n a vida. E m lu g a r d e d im in u ir e frag m e n tar m inhas forças, co n so lid a e fo rtalece-as. E d ifica, re n o v a e re stau ra m eu esp írito p a ra o im ed iato tan to q u an to p a ra as tarefas de lo ngo p razo que D eu s m e deu. U m d iá rio p e s s o a l ta m b é m é e x celen te fe rra m en ta p a ra m an ter a saúde esp iritu al e em o cio n al. C o n tu d o , n ão e screv a so m en te quando se sentir in spirado. T ente escrev er p elo m en o s u m a vez p o r m ês e seja tão honesto q u an to p o ssív el. U m d iário é lu g a r seg u ro p a ra c o lo ca r seus sen tim en to s e serv irá d e tre m e n d a fo n te de ân im o d u ran te os tem pos d ifíceis que virão, à m e d id a qu e rele m b ra os “m u ito s p erig o s, lab u tas e afliçõ es” p elo s quais já passou. In cid en talm en te, a h istó ria lig ad a àq uele antigo e m arav ilh o so hino “G raça M a ra v ilh o sa ” é ó tim a le itu ra que inspira! O au tor inglês, John N ew to n , escrev eu -o em testem u n h o ao m arav ilh o so p o d er de D eus que o lib erto u de u m a v id a de v u lg arid ad es e de u m in co nstante estilo de vida com o m arin h eiro a v e n tu re iro .12 E m terceiro lugar, o p a sto r deve o rar co m seu cô n ju g e e filhos. S ua d iscip lin a esp iritu al te rá efeito m a io r n a saúde esp iritu al do casam en to e fam ília do q u e q u a lq u e r o u tra co isa q u e v o cê faça. C ertifiq u e-se de todos os dias ter breves m o m en to s de o ração com sua esposa. A falta de oração ju n to s é a m aio r fraq u eza em casam en to s pastorais. O s períodos de oração d o c a s a l n ã o p r e c is a m s e r lo n g o s , m as d ev em ser reg u lares. C o m ece co m apenas alguns m inutos de oração solene. V ocê ficará a d m ira d o d o e fe ito q u e is s o c a u s a rá no re sp e ito d e su a e sp o sa p o r su a lid e ra n ç a esp iritu al n a fam ília, b em co m o n a igreja. T enha m o m en to s ap ro p riad o s d e o ração com seus filhos, co m o p ai am o ro so , e não com o pastor. E les p recisam o u v ir você orar p o r eles e c o m eles. N a m a io ria dos casos, as oraçõ es d ev em ser curtas. O re acerca de _________________________ suas esp eran ças e p re o c u p a ç õ es sob re eles. E ssa é u m a p arte de v o cê que D eu s q u er que seus filhos v ejam . E o u v i-las o rar fará co m que voce co n n eç a aspectos ae suas vidas, que, de outro m o d o , n u n ca saberia. E m q u a rto lu g a r, o p a s to r d e v e u tiliz a r ritu a is s u g e s tiv o s p a ra re c o rd a ç õ e s fa m ilia re s a g ra d á v e is . E s ta b e le ç a a lg u n s ritu a is re lig io so s im p o rta n te s e m s u a v id a fa m ilia r, a lé m d a s tra d ic io n a is a tiv id a d e s a n u a is e d a s d a ta s d o se u D e p a r ta m e n to d e E d u c a ç ã o C ris tã . P o r e x e m p lo , e m su a c e le b ra ç ã o d a P á s c o a em fa m ília , ta lv e z q u e ira se rv ir a C e ia à f a m ília e e n c o n tra r u m a o p o rtu n id a d e a d e q u a d a p a ra le r n a B íb lia a h is tó ria d a P á sc o a . A c ru z e a re s s u rre iç ã o e stã o n o â m a g o do E v a n g e lh o e d e v e m e s ta r n o â m a g o d a c o m e m o ra ç ã o d a fa m ília c ristã n a é p o c a d a P á sc o a . L eia u m a p a ssa g e m dos S alm o s antes do ja n ta r de A ção de G raças. E m po u cas p alav ras, le m b re su a fa m ília de alg uns fatos esp eciais pelos quais é grato e d eix e que cad a u m ex p resse sua p ró p ria gratidão p o r algo especial antes de p e d ir a b ên ção de D eu s sob re o ja n ta r em fam ília. N ovam ente, p articip e co m o o c ab eça d a fam ília, e não com o pastor.
a Orar no Espírito é uma prática mentalmente saudável jj
O PASTOR PENTECOSTAL L e ia p a ra su a fa m ília n a v é sp e ra ou no dia de N a ta l u m re la to do N o v o T e sta m e n to so b re a h is tó ria do N a tal. F a ça isso an tes d e a b rir os p r e s e n te s o u d e p a r t ic i p a r d a c e ia d e N a ta l. E n c o n tr e u m lu g a r p ro e m in e n te e m o n te u m p re s é p io c o m o p a rte d e su a s d e c o ra ç õ e s n a ta lin a s. C o m p a rtilh e as h istó ria s re la c io n a d as c o m a lg u n s dos h in o s n a ta lin o s fa v o rito s d a fam ília.
M antendo-se Em ocionalm ente Saudável no M inistério M in h a d efin ição de ser hu m ano em o cio n alm en te saudável é aquele que am a, trab alh a, b rin c a e ad o ra co m equilíbrio. Isso tam b ém é v erd ad e no que tan g e ao m inistro. A d icio n alm en te, no m in istério in stitucional você tem de ser m o rd o m o fiel de suas atitudes em relação à vida. U m a atitude m en tal p o sitiv a é u m im p erativ o. Seus h á b ito s de leitu ra são im p o rtan te fato r n a m an u ten ção d esse tipo de p ersp ec tiv a saudável ou cosm ovisão. Se v o cê não to m ar cuidado, estará lendo apenas os m ateriais diretam ente re la c io n a d o s c o m se u tra b a lh o : a p re p a ra ç ã o d e se rm õ e s e ta re fa s ped ag ó g icas. A m p lie seu enfoque. D eterm in e ler pelo m enos seis livros p o r ano q u e não estejam im ed iatam en te lig ad o s co m seu trabalho. L eia as biografias das pessoas que você adm ira. E sse com partilham ento substitutivo das vidas dos outros ajuda-nos a v er nossa própria vida m ais realisticam ente. L eia liv ro s acerca de p esso as de outras cu lturas e de outras épocas. L eia a resp eito das m arav ilh as de n o sso m u n d o e do U niverso. A o m en o s u m a vez p o r ano, le ia u m livro b em c o n ceitu ad o sobre a relação de sua fé com as necessidades em ocionais de sua vida. Isso o ajudará a lid a r co m seus p ró p rio s e in ev itáv eis con flito s (com o tam b é m os dos outros), q u e p erio d ic a m e n te se re p ete m co m p ro b le m as com o m edo, ira, cu lp a e d e p re ssã o .13 A ad m in istração dos sen tim en to s p esso ais é e sp ecialm en te im p o rtan te p a ra o m in istro , visto q u e seus sen tim en to s afetam não só o casam en to e a fam ília, m as tam b ém u m círcu lo m uito m ais am plo d a fa m ília de D eus. E q uanto m ais sau d áv eis fo rem sua alm a e espírito, m ais saudáveis serão seu en sin o e oração. M ed ite o u tra vez n a fó rm u la de Jesus em M ateus 11.30, on d e lem os: “O m eu ju g o é suave, e o m eu fard o é lev e ” . N in g u é m ja m a is tev e u m co lap so n erv o so p o r seg u ir a Jesus. N u n ca nin g u ém teve u m a p ro fu n d a crise n erv o sa p o r fazer a v o n tade de D eus. N ão o b stante, u m m inistro p o d e se m a ta r de tra b a lh a r p a ra a ig reja in stitu cio n al. É p o r isso que é m u ito im p o rtan te saber a d iferen ça entre servir à ig reja institucional e servir ao C o rp o de C risto. A ig re ja in stitu c io n a l m e d e o su ce sso p o r u m a lista in fin d á v e l de e sta tístic a s c o m p a ra tiv a s. Q u al o ta m a n h o d a su a E sc o la D o m in ic a l? Q uantos m issio n ário s su sten ta? Q ual a m éd ia de p essoas que freqüentam o cu lto de d o m in g o ? Q u an to s m inistros seu m in istério tem ? Q u al a ren d a anual d a ig reja? M as o S en h o r m ed e o sucesso em term os de fidelidade. M esm o q u e ten h am o s apen as algum as coisas, “o p o u c o ” , m as som os fiéis em c u id a r do q u e nos fo i d eterm in ad o , tem os sua P a lav ra de que n o ssa re c o m p e n sa se rá g ran d e, p o rq u e fo m o s fié is (M t 25 .1 4 -3 0 ). O s outros p o d em nos fazer p esad as ex ig ências. C ontudo, o S en h o r só nos pede que
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR sejam os fiéis. É tu d o o q u e p recisam o s fa ze r p ara o u v i-lo dizer: “B em está, servo b o m e fie l” . O p a sto r liv ra-se do fard o pe sa d o e do ju g o to rtu ran te de sua im p etu o sa am b ição n a ig reja in stitu c io n a l m u d an d o de enfoque. O s n ú m ero s n ão são a co isa m ais im p o rta n te e m seu trab alh o . S u a tarefa p rim á ria é serv ir ao S en h o r e d ep ois ao seu R eino. P o d e ser que ele ten h a de d e se n v o lv e r h ab ilid ad es n o lid a r c o m o corpo m in isterial e co m issõ es d a igreja, m as ele n ão tra b a lh a p a ra eles. E le tra b a lh a p a ra o Senhor. O que significa tra b a lh a r p a ra o S en h o r? S ig n ifica q u e E le é u m e m p reg ad o r que co n v id a seus o b reiro s a ir a E le, q u an d o estão can sados, co m fom e ou co m sede. Q u an d o v o cê e stá p recisan d o de re n o v o e reafirm ação espiritu ais, E le o e x o rta a ir “lan çan d o sobre ele to d a a v o ssa an siedade, po rq u e ele tem cu id ad o de v ó s” (1 P e 5.7). F o r m a n d o E x p e c t a t iv a s R e a l is t a s
M u ito s casais en tram no m in istério co m e x p ectativ as irreais sobre as p esso as da ig reja e sob re si m esm os. E m n o sso zelo e idealism o jo v en s, n o s d e te rm in a m o s p a ra u m a fru s tra ç ã o d e sn e c e ssá ria . P o r ex e m p lo , esp eram o s q u e os cren tes a q u em p asto ream o s sejam “esp iritu ais” . M esm o u m a le itu ra s u p e rfic ia l d a s e p ís to la s re v e la q u e m u ito s dos c ristã o s p a s to re a d o s p e lo s a n c iã o s d a I g r e ja P rim itiv a c e rta m e n te n ã o e ra m esp iritu ais. E ra m carnais. E sp e ra r q u e as p essoas d a ig reja de h o je sejam m ais esp iritu ais do q u e os cren tes do p rim eiro século é p rep arar-se para a fru stração . Se v o c ê p re su m ir q u e a m a io ria das p esso as a q u em p a sto re ia é carnal, p ro v a v e lm e n te não ficará tão d esap ontado. E ntão, quan d o alguns cre n te s fo re m e sp iritu a is, p o d e rá fic a r a g ra d a v e lm en te su rp reso . S eja ex ig en te co n sig o p a ra ser esp iritu al, m as seja p acien te co m a ca m alid ad e dos outros. E n q u a n to m a n té m su a v isão a g u ç a d a e ferv o ro sa, seja m o d esto no crescim ento que espera. M etas são im portantes. H á verdade no velho ditado que diz: “E m elh o r apontar p a ra algo e errar do que não apontar p ara n ad a e acertar” . E stab eleça suas m etas longe o b astante de suas realizações atuais p ara desafiá-lo, contudo perto o bastante para serem atingidas. Isso o poupará d a tensão de sentir-se u m fracasso e lh e d ará u m m aior senso de realização. L a n ç a n d o S u a s A n s ie d a d e s
sobre
Jesus
L em b re-se de p ô r e m p rá tic a a m e n sag em de 1 P edro 5.7: “L an çan d o sobre ele to d a a v o ssa an sied ad e, p o rq u e ele tem cu idado de v ó s” . N os anos em q u e p a sto re a v a , certo d ia m e o co rreu que em m eu s serm ões raram en te d iz ia às p esso as com o fazer o q u e tin h a dito que deviam fazer. E nisso q u e tantas p esso as p recisam de ajuda: n o “com o faz er” da v id a cristã. Q uase sem p re sabem o q u e “d evem ” fazer, m as freq ü entem ente en contram d ific u ld a d e s em im a g in a r co m o . A ssim , v am o s v e r co m o la n ç a r suas a n s ie d a d e s s o b re o S e n h o r. D e s c o b ri q u e m e é ú til re s p o n d e r c o m h o n estid ad e a algum as perg u n tas q u ando m e encontro sobrecarregado com an sied ad es e m certa área. P rim eiro , a lg o p o d e s e r fe ito co m relação ao que m e p re o c u p a ? E fácil fic a r m u ito agitado e p reo cu p ad o co m assuntos so b re os quais n ad a ou
O PASTOR PENTECOSTAL p o u co pode ser feito. F icam o s tão concentrados nesses assuntos, que outros assu n to s, p elo s q u ais p o d e ría m o s fa z e r alg o , fo g em d e n o ssa atenção. Q u an d o você p e rc e b e r q u e está dando atenção in d ev id a a algo sobre o qual n ad a po d e ser feito, re c o n h e ça o fato e “lan c e” e ssa an sied ad e so b re o Senhor. É assu n to q u e e stá além d a in terv en ção ou co n tro le pessoais. P o r o u tro lado, se algo p o d e ser feito com relação ao assunto, faça um a seg u n d a p ergunta: O que eu p o sso fa z e r a respeito? T em os a ten d ê n cia de f ic a r m u ito e n v o lv id o s e p r e o c u p a d o s c o m á r e a s s o b r e a s q u a is p esso alm en te p o u co p o d em o s fazer. S e você sabe que p esso alm en te n ad a p o d e fa z e r sob re o assu n to , en tão deve sim p lesm en te “la n ç á -lo ” so bre o Senhor. A sab ed o ria m a n d a que u m a p esso a n u n ca esten d a seu senso de resp o n sa b ilid a d e além dos lim ites do co n tro le p essoal. Se não e stá sob seu controle, D eu s n ão o ju lg a responsável. F in alm en te, se v o cê acred ita ho n estam en te que po d e faz er algo sobre o assunto, o p ró x im o p asso é d efin ir o que vo cê acredita que p o d e fa z e r e q u a n d o p o d e fa zê -lo . Se algo po d e ser feito im ed iatam en te, então v á em fren te e faça-o. C aso co n trário, an o te e m su a a g en d a de p lanos, de m odo q u e d epois n ão v e n h a a se sen tir cu lp ad o p o r h a v er esq u ecid o de faz er o q u e p o d e ria ter feito. Q u an d o v o cê fe z o que pôde, ou q u ando tiv er escrito um a nota p a ra ação em data posterior, então tam bém “lance” essa ansiedade sobre a g u ard a do Senhor, ao m enos p o r enquanto. M antendo
um a
A t it u d e P o s it iv a
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Já abord am o s, b rev em en te, as im p licaçõ es d a saúde m ental de um a a titu d e p o s itiv a d o p a sto r em re la ç ã o à v ida. R e v isite m o s e ssa área, o b serv an d o co m o é fo rm a d a e o que p o d e ser feito p a ra m udá-la. E m p rim eiro lugar, é im p o rtan te co m p ree n d er que as atitu d es são p arte im p o rtan te da iden tid ad e das pessoas — estão pro fu n d am en te relacionadas e o c u p a m o seg u n d o lu g a r e m im p o rtâ n cia ap en as e m relação aos nossos ín tim o s v alo res cristãos. S e o lar em que v o cê foi criado p ro p o rcio n o u -lh e m ais p razer do que dor, então você já tem u m a atitude p o sitiva em relação à vida. Você ten d e a v er o co p o cheio p ela m etad e em vez de vazio pela m etade. E ntretanto, se você experim entou m ais dor do que prazer, sobretudo nos p rim eiro s anos antes de co m eçar a escola, en tão p o d e ser que te n h a ap ren d id o u m a v isão um tan to q u anto negativa d a vida. V ocê ten d e a ver o copo v azio p e la m etad e. Q u ando as atitudes ou c o sm o v isão de seu pai u n ira m -se c o m as d e su a m ãe, as duas criaram u m clim a fa m iliar que p ro d u ziu u m a co sm o v isão b a sta n te p rev isív el nos filh o s.14 Seus p ais m ais ou m en o s o en sin aram a co ncen trar-se n a q u alid a d e “c h eia” ou “vazia” d aq u ele co p o de á g u a figurativo. A c o s m o v isã o d e u m a p e sso a é v irtu a lm e n te im u n e às te n ta tiv a s e x te rio re s de m u d an ça. A fin al de c o n tas, foi re fo rç a d a p elo s an o s de lem b ran ças e im ag in açõ es. A m u d an ç a só vem de dentro, com esforço d elib erad o e co n tín u o e com um m ilagre d a gu erra esp iritu al sob a força de D eus. E m 2 C o rín tio s 10.3-5, P aulo d escrev e o esforço necessário para g a n h a r essa b atalh a, q u e é o p rim eiro p asso n a im p lem en tação d este tipo de m u dança: “P o rq u e, an d an do n a carne, não m ilitam o s seg u n d a a carne. P o rq u e as arm as d a n o ssa m ilícia não são carnais, m as, sim , p o d ero sas em
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR D eus. p a ra d estruição das fortalezas; d estru in d o os co nselhos e to d a altivez que se le v a n ta c o n tra o co n h e c im e n to de D eus, e lev a n d o cativ o todo en ten d im en to à o b e d iê n c ia de C risto ” . A seguir, ap resen tam o s m ais elem en to s da batalh a que p re cisam de sua atenção, se v o cê d e se ja m elh o rar su a atitu d e g eral em relação à vida: F ique cien te d a d iferen ça entre os a co n tecim en to s de su a vid a e sua in te r p r e ta ç ã o d e s s e s a c o n te c im e n to s . P a ra m u ito s , e s s e é u m n o v o discern im en to . A lg u m as p esso as acred itam que o m odo co m o escolheram ver os fato s d e sua h istó ria pe sso a l seja a ú n ic a m an eira h o n e sta q u e esses fatos p o d e m ser v istos. C om o “ac u sa d o r de n ossos irm ã o s” (A p 12.10), S a ta n á s s a b e c o m o p e rs u a d ir o s c re n te s a a rre m a ta r in te rp re ta ç õ e s preju d iciais d os fatos q u e lhes a co n teceram n a vida. E n tretan to , o S enhor p o d e aju d á-lo a en c o n tra r u m a m an eira m ais c ria tiv a e m en o s d o lo ro sa de se lem b rar de q u a lq u e r aco n tecim en to . P erceba qu e vo c ê vive co m a m em ó ria d os a co n te cim e n to s de su a vida, e não com o s aco n tecim en to s em si. Q uais são suas lem branças do passado? São as in terp retaçõ es o u h istó rias q u e v o cê co n ta a si m esm o sobre elas. E e ssa s h is tó ria s p o d e m s e r m u d a d a s. P o d e m se r e d ita d a s p e lo p o d e r d estru tiv o do in im ig o o u p e la g raça re d e n to ra de D eus. S e v o cê ach a q u e isso é im p o ssív el, co n sid ere a h istó ria dos irm ãos de José, q u e o v en d eram p a ra ser escrav o n o E g ito, e a c lássica declaração de Jo sé aos irm ão s dep o is de os h av er salvo da fo m e e de ter-lhes revelado a identidade: “V ós b e m in ten tastes m al c o n tra m im , p o ré m D eus o tornou em b em , p a ra fazer co m o se vê n e ste dia, p a ra c o n serv a r e m v id a a um p ov o g ran d e” (G n 5 0.20). Jo sé p o d e ria te r p assad o to dos aqueles anos no E g ito sen tin d o triste z a p o r si m esm o , ab an d o n ad o p o r D eus, to m an d o -se in acred itav elm en te am arg u rad o c o m os irm ãos. N ão h á q u e d u v id ar que Satanás apresentou-lhe essas opções JVlas José escolheu co ntar um a história d iferente. R eso lv eu c o n c e n tra r em D eus e em seu pro p ó sito em tudo o que estav a aco n tecen d o . O s sen tim en to s q u e v o cê tê m ac e rc a dos aco n tecim en to s de su a vid a flu em de su a in terp retação d esses aco n tecim entos. S atanás o in citará a acred itar n a h istó ria m ais d e stru tiv a p o ssív el sobre os aspectos dolorosos do seu passado. S e ele conseguir o que quer, você se sentirá tão incapacitado p ela d o r do p assad o , q u e sua p ro d u tiv id a d e pessoal e p ro fissio n al será g ran d em en te reduzida. D a m e sm a fo rm a q u e D eu s aju d o u Jo sé a lid ar criativ a m en te co m a in v eja e o ódio dos irm ão s, E le a ju d o u -m e a e n c o n tra r u m m odo re d en to r de en carar o fato de q u e m eu n ascim en to foi a cau sa d a m orte de m inha m ãe. E m g ran d e p arte dos anos d a m in h a adolescência, fiquei m e acusando de h av er assassin ad o m in h a m ãe, da m e sm a m an eira com o se tiv esse posto u m a arm a n a c ab eça d ela e ap ertad o o g atilho. E n tretan to , o S en h o r m e ajudou a v e r sua m o rte co m o u m acréscim o ao v a lo r d a m in h a vida. E le m e sugeriu: N ã o f o i só Jesu s q u e m orreu p o r você, m as su a m ãe tam bém m orreu p o r você. O q u a n to deve se r p re c io sa sua vida! C ertifique-se de que sua vid a va lh a p a r a a lg u m a coisa! A o longo dos anos, tam b ém tenho visto E le dar esse tipo de cura in terior a m uitos outros. Se você e stá carreg an d o esse tip o de dor, E le tam b ém
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po d e curá-lo. T alvez v o cê p re c ise de alg u ém que o ajude n a p ro cu ra de u m a in terp retação re d e n to ra e criativa, u m a h istó ria nova. E ste ja disposto a p ô r de lado o seu senso de au to -su ficiên cia ou orgulho p esso al a fim de en co n trar alívio. D a m e sm a m an eira que v o cê in stig a os outros a aceitar sua aju d a e o rien tação , q u an d o precisar, dê o p o rtu n id ad e a alg u ém para m in istrar a v o cê desse m odo. P ra tiq u e vá rio s m o d o s de in terpretar os a co n tecim en to s de sua vida. N ote os sentim entos diferentes que cad a interpretação evoca. E ste exercício p erm ite-lh e e x p e rim e n ta r o q u e é a guerra esp iritual em sua inteireza. E v o cê d e sc o b rirá q u e o m o d o co m o esco lh e e n ca ra r os aco n tecim en to s de su a v id a faz g ran d e d iferen ça n a m an e ira com o se sente acerca desses m esm o s aco n tecim en to s. V itória ou d e rro ta n a g u e rra espiritu al d a v id a não é d eterm in ad a p elo que nos acontece, m as pelo m odo com o escolhem os p e n sa r e sen tir a resp eito do q u e nos acontece. D ê a interp reta çã o m a is co n stru tiva d o s a co n tecim en to s d iários de sua vid a , m a n ten d o sa u d á v e l su a m a n eira de pensar. E m F ilip en ses 4.8, P au lo en sin a-n o s co m o avaliar e ren o v ar n o ssa m an eira de pensar: “T udo o q u e é v erd ad eiro , tu d o o q u e é honesto, tudo o que é ju sto , tudo o que é puro, tu d o o q u e é am ável, tu d o o q u e é d e b o a fam a, se h á alg u m a virtude, e se h á a lg u m louvor, nisso p e n sai” . E s s a p a s s a g e m f o r n e c e e x tr a o r d in á r io f i l t r o d e pensam ento. O bserve que P aulo presum e que entre as coisas q u e são h o n estas, algum as não são ju sta s. P o d em o s p ô r u m a d isto rção in ju sta em u m a declaração honesta. E ntre as co isas q u e são ju sta s, algum as não são puras. E n tre as c o i s a s q u e s ã o p u r a s , a lg u m a s n ã o s ã o a m á v e is . E v e n tu a lm e n te , o c r e n te é d e ix a d o a p e n a s c o m os p e n sa m e n to s q ue p a ssa ra m p elo s filtro s e saíram com o p en sam en to s h o nestos, ju sto s, p u ro s, am áveis, v irtu o so s e lo u v áv eis. Q ue am b ien te m ental trem e n d a m en te criativo! T enho trab alh ad o n esse filtro p o r vários anos. E sto u lo n g e de a p e rfe iço á -lo , m as fez v a lio sa c o n trib u iç ã o à m in h a saúde m ental e, por isso, recom endo-o grandem ente.
Memórias são as interpretações ou histórias que você conta a si mesmo sobre os acontecimentos _________ )j
Protegendo
os
C a s a m e n t o s P a s t o r a is
E x ercite a b o a m o rd o m ia em seu casam ento e fam ília. H oje, nos E stados U n id o s, m ais c asam en to s p asto rais estão term in an d o em div ó rcio do que em qualq u er outro período deste século. M uitos outros casam entos pastorais n ã o sã o d e s fe ito s p r in c ip a lm e n te p a ra a s s e g u ra r a c o n tin u a ç ã o das cred en ciais m in isteriais o u p a ra e v ita r o e stig m a de u m div ó rcio p asto ral e a cu lp a de u m m in istério m anchado. N a m a io ria das vezes, se am bos os côn ju g es estão d ispostos a in v estir suficiente tem p o e energia, p o d em o s ajudá-los a salvar o casam en to e, em geral, até seu m in istério . E n tretan to , o triste fato é q u e alguns casam entos pasto rais, p ela ép o ca em que n os p ro cu ram , estão alé m do po n to de serem salvos. M arid o e esp o sa n ão são su ficien tem en te d ed icad o s u m ao outro ou à o b ra do S en h o r p a ra in v estir o tem po e en erg ia e m o cio n al n ecessário s p a ra salv ar o casam en to .
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR In fid elid a d e m a trim o n ia l é a cau sa m ais freq ü en te de divórcio pastoral. _ C entro p a ra P e sq u isa s S o ciais e R e lig io sas, do S em in ário H a rtfo rd C :n n ecticu t. E stad o s U n id o s), efetu o u em 1993 e 1994 p esq u isa entre ie z m il p asto res sob re o d iv ó rcio e o u tro s tem as. Q u ase cin q ü e n ta p o r cento dos que resp o n d eram à p esq u isa (total de 4.544, sendo 2.458 m ulheres e 2 .0 8 6 ho m en s), 25 p o r cen to das m u lh eres e vinte p o r cen to dos hom ens d isseram ter-se divo rciad o p e lo m en o s um a vez. O s divorciados pasto rais p o r d e n o m in ação ab ran g em 47 p o r cen to de m u lh eres e 44 p o r cento de h o m en s no g ru p o m ais lib eral, e 4 p o r cen to de ho m en s e 17 p o r cento de m ulheres n o g ru po m ais conservador. A o d isc u tir o pro jeto , o p esq u isad o r A d air L u m m is, do S em in ário H artfo rd ) o b servou que as A ssem b léias de D eus am erican as não p e rm ite m q u e p esso as div o rciad as sejam pastores, exceto em caso s m u ito raro s, m u ito em b o ra n e n h u m a estatística ten h a sido dete rm in a d a p a ra o p asto rad o das A ssem b léias de D eus. Só D eus sabe quantos ex -p asto res das A ssem b léias de D eu s nos E stad o s U n id o s tê m se d iv o rc ia d o ! N a m a io ria das d e n o m in a ç õ e s p e sq u isa d a s, m ais m in istra s do que m in istro s tin h a m se d iv o rc ia d o . N ão h a v ia in d ic a ç ã o d e q u a n to s dos co n su ltad o s eram pasto res v eteran o s ou q u an to s o cu p av am outras funções a u x ilia r e s .15 A in d a q u e e s s a s e s ta tís tic a s e s te ja m a b a ix o d a ta x a de d iv ó rc io e n tre le ig o s, a in d a são m u ito altas p a ra u m a p ro fissã o em q u e o p a d rã o b íb lic o é c a sa m e n to c o m u m c ô n ju g e até q u e a m o rte os se p a re (1 T m 3 .1,2). N a m aio ria das vezes, q u an d o se trata de in fid elid ad e m atrim o n ial, foi o m in istro q u e se envolveu co m o u tra m ulher. E m m uitos desses casos, foi co m re lu tâ n c ia que ele se co lo co u com o alvo fácil a esse tipo de ataq u e do inim igo. Se ele p a ssa 12 a 14 h o ras p o r d ia em suas ativ id ad es p asto rais (e isso é co m u m p ara m u ito s m in istro s), q u an d o ch eg a em c asa não sobra m u ita energia p a ra am ar a e sp o sa (ou os filhos). A s horas de m aio r energia do d ia fo ra m g astas aten d en d o o utras p esso as. D e certo m odo, em tais situações o m in istro e stá d efrau d an d o a esposa, ev itan d o -a em fav o r do m inistério. C o m o P au lo adverte, esse tip o de c o m p o rtam en to co lo ca os dois em p o siç ã o de serem ten tad o s p elo in im igo (1 C o 7.5). É só um a q u estão de q u e m ca irá prim eiro . O s m in istro s q u e ach am difícil c o lo car o casam ento e a fam ília antes d o s in te re s s e s d a ig re ja in s titu c io n a l fa ria m b e m em se le m b ra r da ad v ertên cia de P au lo em 1 T im ó teo 3.1-5. N essa p assagem , o apóstolo deix a claro q u e o p a sto r d ev e m o d e la r a v id a c ristã que d eseja que os outro s sigam . S en d o u m m arid o am o ro so e sensível à esposa, o m in istro m o stra aos outros h om ens da co n g reg ação com o devem tratar suas esposas. C o n stru in d o u m a relação am o ro sa co m os filhos e discip lin an d o -o s dentro desse am or, o p a sto r m o stra aos outros pais com o c ria r seus filhos. Se o p a sto r o rg an iza b e m o seu trab alh o (e o b v iam ente nem sem p re é o caso, segundo K u h n e e D o n ald so n ), as o casiõ es em que seu trab alh o en tra em con flito co m a v id a fa m ilia r d ev eria ser a ex ceção, e não a regra. Todo p a sto r tem alg u m as o b rig açõ es que o cu p am um a n o ite ou u m fim de sem an a do seu tem p o . E h á o casiõ es em q ue situações de em erg ên cia dos m em b ro s d a c o n g reg ação sig n ificam in terru p ção ou ad iam ento dos
164 O PASTOR PENTECOSTAL seus p la n o s c o m a fa m ília . E n tre ta n to , se de m o d o re g u la r estiv e re m oco rren d o interru p çõ es não -em ergenciais do tem po que o pasto r p assa com a fam ília, u m a de d uas co isas p rec isa ser feita. O u o p asto r p rec isa ser m ais sen sív el à su a fam ília e p lan e jar o tem p o co m m ais cuidado, ou os m em b ro s da c o n g reg ação p recisam ser d iscreta m en te inform ados so bre a n ecessid ad e de o p a sto r ter tem p o livre p a ra p a ssa r com a fam ília. Se a p rim e ira situ ação estiv er retiran d o as energias do p asto r das atividades f a m i l i a r e s , e n tã o a e s p o s a p r e c i s a a b o r d a r a m o r o s a m e n te e s s e c o m p o rtam en to e p e d ir ao esp o so que p lan eje o tem p o com m ais esm ero. Se os resp o n sáv eis fo re m telefo n em as e in terru p çõ es sem e m erg ên cia dos m em b ro s d a co n g reg ação , en tão o p a sto r deve co m g en tileza in fo rm ar as pessoas da congregação, para que façam seus telefonem as rotineiros durante o p erío d o em q u e e stá n a igreja. E le po d e fazer isso p u b licam en te, do pú lp ito , reco m en d an d o -lh es, p a ra b en efício da con g reg ação , que fa çam suas lig açõ es ro tin eiras d u ran te as horas em que está no gab in ete pasto ral e reafirm an d o -lh es que sem p re estará à d isp o sição de todos, dia e noite, e m q u a lq u e r em ergência. E u g en e P eterso n escrev eu u m artigo in fo rm ativ o e in teressan te sobre a im p o rtâ n c ia de c a d a u m g u a rd a r seu p ró p rio d escan so sem anal e o que e s s a p rá tic a s ig n ific o u p a ra e le e su a e s p o s a q u a n d o esta v a m p a sto re a n d o .16 E le re ssa lta a im p o rtân c ia d e ter tem p o tan to p a ra orar q u anto p a ra b rin ca r em um dia de d escan so re g u la rm e n te m arcado, u m d ia sep arad o p a ra “ser” , e não p ara “fa ze r” . E ssa é u m a re ce ita m arav ilh o sa p a ra a saúde espiritu al e m ental. O p a sto r sábio vê o ben efício d e p assar m ais tem p o co m a esposa. A final de contas, ela é a p e sso a que estará ao seu lad o q u ando as p esso as d a igreja, ou o pró p rio casal p asto ral, tiv erem se m udado. E la é a p e sso a co m quem ele terá a relação pessoal de m aior duração na terra. E benefício p ara am b o s certificar-se de que te n h am tem p o suficiente só p a ra os dois. E b en efício p a ra os filhos a ce rte za de que te n h a m te m p o s u fic ie n te c o m o fa m ília , a fim de que ap ren d am a am ar o m inistério em v ez de fic ar ressen tid o s co m ele. E sp eran ço sam en te, seguirão os p asso s dos p ais, em lu g ar de, co m o tan to s, não te r n e n h u m interesse no m inistério. P lan eje fu g id as de duas n o ites p a ra v o cê e sua e sp o sa três ou quatro vezes p o r ano. P o n h a-as em sua ag en d a do m esm o m odo que an ota um co m p ro m isso de p reg ação . G u ard e e p ro teja essas datas. D eix e os filhos com parentes ou am igos responsáveis. L eve sua esposa a u m hotel agradável a cu rta d istâ n c ia de carro. D ed iq u e essas fu gidas a n u trir seu casam ento. V eja-as co m o ilhas de fu g a em u m oceano de responsabilidades. Se alguém p erceb e que tem de atra v e ssa r um o ceano a nado, facilm en te desanim a. M as se a te rra e stá à v ista, n o rm a lm e n te c o n seg u e re u n ir fo rça s p a ra alcan çar a praia. D a m esm a form a, se sua esp o sa sabe que em m ais alguns dias ou sem an as e la o te rá in teiro só p a ra ela p o r dois dias e duas n oites, ela te rá a re sistê n c ia q u e p recisa p a ra m an te r a c ab e ça fo ra d ’água entre u m a ilh a e outra.
Quatorze horas de trabalho por dia deixam pouca energia para o amor
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR L em b re-se de q u e você tem dois relacio n am entos produtores de energia na vida: seu re la c io n a m en to co m D eu s (Is 4 0 .3 1 ) e seu relacio n am en to c o m su a e s p o s a . Q u a lq u e r o u tro r e la c io n a m e n to q u e v o c ê te n h a é c o n s u m id o r d e e n e r g ia . O in im ig o q u e r u s a r a u r g ê n c ia d e su a s re sp o n s a b ilid a d e s c o n su m id o ra s d e e n e rg ia p a ra fa z e r c o m q u e você n e g lig e n c ie suas o p o rtu n id a d e s de g e ra ç ã o de en erg ia. N ão fiq u e tão suscep tív el a jo g a r o jo g o dele. F iq u e p erto de D eus e perto do seu cônjuge. K roll m en c io n a q u e m u ito s p asto res d esen co rajam os filhos a seguilos n o m in istério , in cen tiv an d o -o s a fre q ü e n ta r escolas que eles n ão fre q ü e n ta ram e a seg u ir p ro fissõ es seculares em vez de an im á-lo s a se p re p a ra r a u m a v o cação n a qual as reco m p en sas são m ed id as e m gan h o s e te rn o s.17 N ão se p o d e d e ix a r de fic a r im ag in an d o q u an to s d esses pais ten h am se to rn ad o a ssim tão d esan im ad o s sim plesm ente po rq u e n ã o d eram alg u n s p asso s b ásico s p a ra g aran tir a pró p ria saú d e esp iritu al, em o cio n al e físic a no m inistério. P ro b lem a s fin a n c e iro s são a seg u n d a m a io r cau sa de d isso lu çõ es m atrim o n iais en tre p asto res. P a ra ex tin g u ir e ssa am eaça, o m in istro e a e sp o sa d ev em tra b alh ar estreitam en te ju n to s. .Algum as ig rejas esp eram , p o rq u e a ssim fo ra m aco stu m ad as, re ce b er dois obreiro s d e tem p o in teg ral p e lo salário de um . E n tretan to , isso é injusto, e nen h u m a c o n g reg ação sau d áv el esp era isso. E sse é um dos elem en to s de in s a t is f a ç ã o m a tr im o n ia l e n tr e c a s a is p a s to r a is e s tu d a d o s p e lo s pesq u isad o res B re n t B e n d a e F re d e ric k D iB la sio .18 E les citam p esq u isa anterior, q u e ap elid o u o fen ô m en o de dois o b reiros pelo preço de u m de “c arre ira solo de d uas p e sso a s” . Se a esposa do m inistro trabalha p o r m eio período ou período integral em algum cargo da igreja, deve ser rem unerada. C aso contrário, e se o salário do m inistro não for suficiente p ara atender às necessidades básicas e m édias da fam ü ia, o casal deve discutir a p ossibilidade de trocar esse trabalho sem rem uneração p o r trabalho rem unerado de m eio período ou período integral. A lgum as igrejas, conhecendo suas lim itações financeiras, perm itirão que o m in istro te n h a u m e m p re g o de m eio p e río d o p a ra que e ste p ro v e n h a adeq uadam ente a subsistência da fam üia. C ontudo, tal m edida só deve ser tom ada com extrem o cuidado e em circunstâncias incom uns. B en d a e D iB lasio tam b ém o b serv aram que, q u ando o p a sto r e a esp o sa tê m carreiras sep arad as, a “re c u sa dos cô n ju g es em aju d ar no desem p en h o do p ap el p asto ral, [...] p o d e ser eq u iv alen te ao m in istério ser in cap az de cum prir co m sucesso o papel profissional dos cônjuges” .19 O s pesquisadores tam b ém m en cio n am que a esposa do p asto r que trabalha p o r dinheiro dentro ou fo ra da ig re ja é fen ô m en o relativ am en te novo, que po d e d ar m ais lenha à fo g u eira do d e sco n ten tam en to m a trim o n ia l en tre os côn ju g es p asto rais que tra b a lh a m sem rem u n eração ao lado do seu p asto r-cônjuge. S eja co m o for, o casal p asto ral deve estar de acordo co m a solução enco n trad a. Se ju n to s d ec id ire m v iv e r co m pouco, o casam en to não deve ser afetad o p o r e ssa d ecisão. Se am b o s co n co rd arem que é m elh o r que a esp o sa a rran je u m em p re g o fo ra de casa, de m eio p erío d o ou p e río d o integral, o casam en to deve p a ssa r m u ito b e m co m isso. A d ificuldade surge
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Planeje fugidas de duas noites para você e sua esposa
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O PASTOR PENTECOSTAL q u an d o um dos dois sen te q u e tal decisão lhe foi im posta: quan d o a esp o sa se sente fo rçad a a trabalhar n a igreja com baixo salário ou sem rem uneração, ou q u an d o o m arid o sente q u e lh e foi im p o sto o fato de sua esp o sa arran jar e m p reg o .20 A s p ressõ es de trabalho com põem a terceira m aior am eaça ao casam ento do p a sto r e j á fo ram d iscu tid as an terio rm en te n e ste capítulo. C ontudo, d eix e-m e re ite ra r a im p o rtâ n c ia da ad m in istração do tem po, im p ed in d o que o trabalho da igreja institucional roube tem po do casam ento e da fam ília do pastor. O tra b a lh o p o d e se rv ir de d escu lp a p ara fica r lo n g e de um c a sa m e n to ru im o u p a ra e v ita r as re s p o n s a b ilid a d e s fre q ü e n te m e n te o p ressiv as d a p atern id ad e. E n tretan to , esses p ro b lem a s n ão p o d e m ser ev itad o s in d efin id am en te. C ed o ou tarde d ev em ser en carados, e quanto m ais cedo, m elhor.
M antendo-se Fisicam ente Saudável no M inistério M an ter-se sau d áv el n o m in istério tam b ém exige q u e nos m an ten h am o s saudáveis fisicam en te. A m a io r am eaça à saúde do m in istro é, m ais u m a vez, o estresse. A ntes de con sid erarm os o que é o estresse, vam os ex am inar o que ele n ão é. E stresse não é tensão nervosa. N ão é sim p lesm en te o efeito secu n d ário de u m a ex p e riên c ia ruim . U tilizan d o -se do trab alh o de H an s S ely e (reco n h ecid o p erito em p esq u isas so bre o estresse), P h ilip G o ld b erg d efin e e stre sse co m o “a re sp o sta n ã o -e sp e c ífica do co rp o a q u a lq u e r d em an d a que lhe é feita, seja esta ag rad áv el ou n ã o ” .21 S elye con sid era que u m nível de tensão apropriado ou ótim o é aquele que m antém a p e sso a m o tivada, co m vigor, alerta, c alm a sob p ressão e realista. S em esse sau d áv el n ív el de tensão, seria im p o ssív el trab alh ar p ro d u tiv am en te no m in istério ou em q u alq u er o utro lugar. P o r outro lado, u m a sobrecarga de ten são p ro d u z o o p o sto d essas qualid ad es n a v id a da pessoa: apatia, in d ecisão , irritab ilid ad e e ju lg a m e n to errôneo. G o rd o n M a c D o n a ld id e n tific a co m o e stre sso r o sen tim en to de ser p ressio n a d o em vez de ser ch a m a d o .22 E le define as p esso as p ressionadas com o aquelas que, em geral, estão anorm alm ente ocupadas, têm habilidades lim itad as ou p o u co d esen v o lv id as no lid ar com as pesso as, são altam ente com petitivas, sen tem -se p rim ariam en te satisfeitas apenas pelas realizações m ensu ráv eis e estão preocu p ad as co m os sím bolos dessas realizações. Você é u m a p esso a p ressio n ad a ou ch am ad a ao m inistério? D eus cham a. A igreja in stitu cio n al freq ü en tem en te pressiona. T enha cu idado em não tro car essa c h am ad a m u ito sau d áv el p o r u m a pressão m uito insalubre. T am bém h á alg u m as co n sid eraçõ es físicas p a ra do m arm o s u m a vid a estressan te. O estre sse p o d e se r aliv iad o p o r técn ic as de relax am en to , ex ercícios ad eq u ad o s e d ieta própria. V inte m inutos p o r d ia de profundo relax am en to é u m dos m eios eficazes de co n ter o estresse. A m ed itação cristã, j á ab o rd ad a neste artigo, é um a fo rm a de relax am en to m uito efetiva. A lg u n s m in istro s p en sam q ue o ex ercício físico é um d esp erd ício de tem po. Tal c o n cep ção p o d e estar relacio n ad a com o m odo com o alguns crentes v êem o corpo: co m o u m m al, cujo único bem é enco n trad o no ser sacrificad o a serv iço de D eu s (recorde n o sso p eq u en o estu d o sobre as p alavras sa rx e som a). E n tretanto, em 1 C oríntios 6.19,20, P aulo nos cham a
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR
PIRÂMIDE ALIMENTAR
Gordura, Óleo & Açúcar USE COM MODERAÇÃO Grupo de Grupo do Carnes, Peixes, Leite, Aves, Ovos, Iogurte & Flocos Secos Queijo & Nozes 2 A 3 PORÇOES 2 A 3 PORÇÕES
G uia para E scolhas A lim entares D iárias
k
Grupo das Frutas 2 A 4 PORÇÕES
Grupo do Pão, Cereais, Arroz & Massas 6 A 11 PORÇÕES FO N TE: M inistério d a A gricultura dos E U A /M inistério da S aúde e S erviços H um anos dos EUA.
a aten ção p a ra o fato de q u e n o sso s co rp o s são tem p lo s do E sp írito Santo. A b o a m o rd o m ia do co rp o é n o ssa resp o n sab ilid ad e sagrada. E x ercício s adequ ad o s n ão e x ig e m g ran d e q u an tid ad e de tem po. B en efício s aeróbios (card io v ascu lares) dos ex ercício s estão tip icam en te associados a períodos de v in te m in u to s de ex ercício s v ig o ro so s feitos ao m enos três v ezes por sem ana. C ontudo, se atu alm en te v o cê p e rceb e que não p o d e d ed icar tem po p a ra três trein am en to s sem anais, q u e in clu am um p eríodo de aquecim ento, vinte m in u to s de co n tín u a atividade aeró b ia e um a fase de desaquecim ento, ten te ch eg ar a pelo m en o s cinco m in u to s de exercícios estrênuos três vezes p o r sem an a. C o n su lte o m é d ic o an tes de c o m e ç a r q u a lq u e r ex erc íc io vigoroso, o b v iam en te, e certifiq u e-se de que seu in ten to seja consistente co m su a id a d e e saúde geral. O ex cesso de p eso é u m p erig o p ara a saú de e afeta de m uitas m aneiras to d o o seu senso de b em -estar. O q u e v o cê com e, e q uanto, é q u estão de estilo de vida. Portanto, u m pequ en o pro g ram a de dieta rig orosa não aliviará o problem a. M u d an ças de estilo de v ida têm de ocorrer, e isso não se d á da no ite p a ra o dia. L e v a -se várias sem anas, senão m eses, p a ra fa ze r esse tipo de m ud an ça de dieta (e estilo de vida) perm anente. C om ece com endo m enos do que com e. S irv a-se de p o rçõ es m enores. P e rca o háb ito de lim p ar o prato; sem p re d eix e u m p o u co de c o m id a no p ra to em cad a refeição. E ssas m ed id as sim p les o aju d arão a p e rd e r c e rc a d e q u atro cen to s gram as p o r sem ana, o q u e é m e ta razoável. L e m b re -s e d e q u e os g ru p o s b á s ic o s de a lim e n to s n ã o são ca fé, ch eeseb u rg ers, b atatas fritas e so b rem esas. O M in istério d a A g ricu ltu ra dos E stad o s U n id o s co m p ô s u m d ia g ra m a em fo rm a de p irâm ide, que id en tifica os g rupos alim en tares e re c o m e n d a porções (vide a “P irâm id e A lim e n ta r” n este cap ítu lo ). A b ase e a m a io r p arte de u m a d ieta diária
O PASTOR PENTECOSTAL sau d áv el co n siste m e m p ro d u to s de grãos: cereais, arroz, m assas e pão (seis a oito po rçõ es). A ca te g o ria seguinte, em pro p o rçõ es m ais ou m enos ig u ais u m a à outra, m as em m enos qu an tid ad e do que os alim entos em grãos, é u m a am p la v a rie d a d e de frutas (duas a quatro po rçõ es) e verduras (três a cin co po rçõ es). E ssa categ o ria é seguida, no v am en te em proporções m ais ou m en o s iguais, m as em qu an tid ad es ain d a m enores que as frutas ou verduras, p elos laticínios (leite, iogurte, queijo; duas a três porções) e outros p ro d u to s p ro téico s (carne de boi, p o rco , ave, p eixe, flocos secos, ovos, n o z e s ; d u a s a trê s p o r ç õ e s ). N o to p o d a p ir â m id e , re p r e s e n ta n d o p o rc e n ta g e m m u ito p e q u e n a d a d ie ta alim en tar, estã o p ro d u to s com o g o rd u ras, óleos e açú cares, a serem u sad o s co m m o d era çã o .23 Se vo cê não está seguindo u m regim e especial ordenado p o r seu m édico e n ão tem n en h u m p ro b le m a de saúde relacio n ad o a p eso, talvez q u eira ad ap tar seu reg im e alim en tar às d iretrizes d a P irâm id e A lim entar. N ão esp ere resu ltad o s da n o ite p ara o dia. A p e rd a de peso saudável acontece no d eco rrer de u m p erío d o de tem po, à m ed id a que você estab elece novo estilo de vid a e novos hábitos alim entares. P erder peso durante u m intervalo de tem p o lo n g o ta m b é m é m enos trau m ático p a ra o corpo do que um a p e rd a de p eso rápida. Você terá u m a aparên cia m e lh o r e se sentirá bem , co m re su ltad o s m ais durad o uros.
C onclusão N ão esp ere m ais de si do que D eu s esp era de você. C o n scien tize-se de que em b o ra D eus p o ssa ser tudo p ara todos o tem p o todo, você não. E Ele não exige isso de você. E m in teressan te p e sq u isa feita p o r A llen N au ss, fo ram avaliadas dez tarefas esp ecíficas p ertin en tes ao m in istério in stitu cio n a l e às h ab ilid ad es n ecessárias p ara p ô -las em p rátic a p o r m em b ro s e m inistros de m ais de q u atro cen tas co n g reg açõ es d a Ig reja L u teran a — S ínodo do M isso u ri.24 D esco b riu -se q u e altos n ív eis de cap acid ad e p a ra algum as tarefas eram u n ifo rm e m e n te n ecessárias p ara pasto res-p resid en tes. E n tretan to , m uitas o u tra s h a b ilid a d e s n ã o e ra m tã o c rític a s . N a u s s fe z re f e r ê n c ia aos p esq u isad o res H. N ew to n M alo n y e R ich ard H u n t, que fizeram estudos s e m e lh a n te s e c h e g a ra m à co n c lu sã o d e que “n e n h u m m in istro pode c u m p rir to d as essas tarefas ex cep cio n alm en te b em , p ela sim ples razão de que n en h u m p a sto r te m tem p o suficiente p ara d esen v o lv er proficiên cia em cad a u m a delas. E, o m ais im p ortante, em b o ra o m in istério pasto ral seja ‘g e n e ra lista ’ e as ig rejas esp ere m que os m inistros trab a lh em [com a lg u m nível de p ro ficiên cia] em cada u m a dessas fu n ções, é m uito raro h a v e r u m m in istro q u e p o ssa d esem p en h ar b em todas ela s” .25 D ê-se co n ta de q u e v o cê terá m a io r ha b ilid ad e em algum as fun çõ es do m in istério do q u e e m o utras. P o r isso, p reen ch a seus cargos rem u n erad o s ou v o lu n tário s co m p esso as cujas h ab ilid ad es sejam m ais sólidas nas áreas em q u e você p esso alm en te não ten h a de ocupar. D eus dá d iferentes dons a c a d a u m de nós. U se seus dons e in cen tiv e os crentes a faze r o m esm o. U m m in isté rio sau d á v e l d ev e ser c o m p lem en ta d o p o r um m in istro saudável. A a u to -m o rd o m ia não é egoísm o, é u m serviço que D eus req u er de todos os seus filhos. C om o m inistro, sua m ordom ia é um serviço prestado
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR a seus p ró p rio s in teresses, b e m co m o p a ra os interesses d aqueles a quem você é ch am ad o a servir. O d escu id o co m sua saúde espiritual, em o cio n al ou física m in im iza e red u z o q u e você p o d e fa z er p a ra os outros em nom e do Senhor. C uide b em de si. D eus não apenas p recisa de você no m inistério, m as ta m b é m p re c isa q u e v o cê seja u m m in istro saudável, p re stan d o u m m in istério sau d áv el a E le e às p esso as q u e lhe fo ra m confiadas.
Dominando o Estresse e Evitando o Esgotamento Wayde I. Goodall ão h á que duvidar: o m in istério p asto ral en volve estresses sem igual. H á o sen tim en to de se v iv e r sem p riv acid ad e, a solidão, a freq ü en te m u d an ça de lugar, as m uitas ex pectativas (pessoais e dos outros), o fato de sem pre estar à d isposição, em casam entos e nos conflitos fam iliares, as d ificu ld ad es fin an ceiras, a o p o sição ou lutas p o r p o d er dentro d a ig reja e o s e n tim e n to d e c a r r e g a r n a s c o s ta s to d a a r e s p o n s a b ilid a d e d a con g reg ação — só p a ra m en c io n a r alguns. O p eso cu m ulativo po d e ser difícil de suportar. C erta feita, o m issio n ário C harles G reenaw ay lem broum e que D eu s nos d ará a c ap acid ad e de fazer o que nos ch am o u p ara fazer. Infelizm ente, m uitos pasto res sim p lesm en te assu m em m ais deveres do que D eus ja m a is esp erav a deles, ou seus h o rário s desorg an izad o s re strin g e m sua p ro d u tiv id ad e, ou se carreg am de fard o s em vez de co m p artilh á-lo s co m Jesus. Jesus disse: “M eu fardo é leve” (M t 11.30). D e alg u m a m aneira, todo p a sto r p recisa en c o n tra r o p o n to de eq u ilíb rio entre trabalho duro, d e le g a ç ã o de ta re fa s e “ a p e rfe iç o a m e n to d o s sa n to s, p a ra a o b ra do m in istério ” (E f 4 .12), e d eix ar Jesu s C risto a g ü en tar a pressão que pode ad v ir co m a d esig n ação divina. O te rm o “ estresse"', p a la v ra re la tiv a m e n te n o va, e ra o rig in a lm e n te u m te rm o p ró p rio d a físic a ou d a e n g e n h a ria . R e fe ria -se a u m a fo rç a sev era c o lo c a d a so b re u m ed ifíc io ou u m a p o n te. A m e ta e ra c o n stru ir u m a e stru tu ra fo rte o b a sta n te p a ra re sis tir o m á x im o d e estre sse . C om re la ç ã o às p e s s o a s , e s tre s s e é a re s p o s ta n ã o -e s p e c ífic a do c o rp o a q u a lq u e r d e m a n d a q u e lh e é fe ita . O m in is tro p re c is a te r e s tru tu ra ad eq u ad a p a ra su p o rta r as p re ssõ e s do m in istério . C aso co n trário , vergará ou d o b rará. F a la n d o a M o isés sobre seu m in isté rio m u ito ex ig en te , seu
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170 O PASTOR PENTECOSTAL so g ro lh e disse: “T o talm en te d e sfa le c erá s, a ssim tu co m o e ste p o v o que e stá co n tig o ; p o rq u e e ste n e g ó c io é m u i d ifíc il p a ra ti: tu só não o p o d es fa z e r” (Ê x 18.18). P a u lo fa lo u à ig reja c o rín tia so b re a g ra n d e trib u la çã o p o r q u e p a s s o u e n q u a n to e s ta v a m i n is tr a n d o n a Á s ia . “ F o m o s so b re m a n e ira ag rav ad o s [carreg ad o s] m ais do que p o d ía m o s suportar, d e m o d o tal q u e até d a v id a d e se sp e ra m o s” (2 C o 1.8). T anto M o isés q u a n to P au lo d e sc o b rira m u m m o d o de lid a r co m o estresse. M o is é s e n c o n tro u líd e re s e s p iritu a is a q u e m p ô d e d e le g a r alg u m as das suas re sp o n sa b ilid ad e s. P au lo en co n tro u co n fian ça M in isté rio em D eu s, “q u e re ssu sc ita os m o rto s” , a ú n ic a re sp o sta p a ra “a Uma chamada incrível a uma se n te n ç a de m o rte ” que sen tia (cf. 2 C o 1.9,10). pessoa inadequada para fazer E stresse é u m a fo rç a que p esa sobre nós, um conflito in terio r uma obra impossível durante um tempo indefinido. não solucio n ad o . Todo m undo tem estresse. D esd e o m om ento em que nascem os até o instante de nossa partida, terem os estresse. U m p o u c o de e s tr e s s e é p o s itiv o . T em o s e s tre s s e q u a n d o d ir ig im o s o c a rro , c o m p r a m o s m a n tim e n to s , fa z e m o s u m a p ro v a , en v o lv em o -n o s em desaco rd os, prep aram o s serm ões e pregam os a P alav ra no púlpito. H á estresse no casam ento, no criar os filhos, no en v elh ecer e até n o m orrer. E m b o ra to d o s ten h am o s estresse, cad a u m lid a co m ele de m an eira diferente. N o ssa aptidão em lid ar com o estresse é, em parte, dependente do m odo com o fom os ensinados a lidar com ele. Pode ser que, em nossa infância, tenham os adquirido habilidades extraordinárias no tratar do estresse; por outro lado, talvez tenham os tido exem plos ruins de adultos lidando com as pressões da vida. A queles que, m ediante pesquisa e estudo, aprenderam técnicas para lidar efetivam ente com o estresse, p odem ensinar-nos algum as habilidades básicas p ara dom inar os estresses do m inistério. H á duas ca te g o ria s p rin c ip a is de estresse: o in ten so e o p r o lo n g a d o . O e s t r e s s e i n te n s o o r i g i n a - s e q u a n d o s u rg e u m a e m e r g ê n c ia e i m e d ia ta m e n te r e a g im o s . N o s s o s c o r p o s r e a g e m a s itu a ç õ e s de e m erg ên cia sem nem ao m enos term os consciência. O estresse prolongado tem , o b v ia m e n te , lo n g a d u ração : u m c o n stan te a p erto fin a n c e iro , um c o n f lito q u e n ã o c h e g a a u m c o n s e n s o , u m a c o n tín u a d ific u ld a d e m a trim o n ia l o u fa m ilia r ou p a sto re a r u m a ig re ja c o m p lica d a . O estresse in te n so n o rm a lm e n te aca b a b em d e p re ssa . M as o estresse p ro lo n g a d o p o d e c a u sa r e sg o ta m e n to , a fliç ão e m o cio n al, d ific u ld a d e s m a trim o n ia is e até p ro b le m a s fisio ló g ic o s. O d ire to r do In stitu to M e n n in g e r d ec laro u q u e até se te n ta p o r ce n to das d o e n ça s se cu n d á rias, co m o re sfria d o s e fa d ig a , são re a ç õ e s p sic o sso m á tic a s ao estre sse d iá rio , as qu ais p o d em le v a r a p ro b le m a s m ais sério s. O estresse não é novo. A s E scritu ras reg istram m uitos exem plos de h o m en s e m u lh eres de D eus que p assaram p o r vários tipos de estresse. M o isés e P a u l o j á fo ram m en cio n ad o s (Êx 1 8 .1 8 ;2 C o 1 .8 ).D epois de ver ex trao rd in ário s m ilag res de D eus, “tem endo, pois, E lias, lev an to u -se, e, p a ra salvar su a vida, se fo i” (1 R s 19.3, A R A ). E le ficou tão desesperado q ue “p ed iu e m seu ân im o a m o rte” (1 R s 19.4). A o longo d a história, tem os o ex em p lo de h o m en s e m u lh eres pied o so s que e x p erim en taram estresse in ten so e pro lo n g ad o .
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR
E ntendendo o Estresse no M inistério É d e g ran d e v alia e n te n d e r a o rig em de n o sso estresse e, se p ossível, fazer algo a respeito. S em p re é útil p erguntar: “O que está aco n tecendo, e o que p o sso fa z e r? ” H á várias coisas q u e d evem os e n ten d er ao av aliar nosso estresse no m in istério e na vida. A vida em si é estressante. Q uan d o serv im os às p essoas no m inistério, não estam os apenas lidando co m os n ossos estresses pessoais, m as tam bém aju d an d o os outros a lidar co m os deles. M u ito s de nós v iv em em cidades de alta ten são , on d e a v id a é ag itad íssim a. O sim ples fato de se le v a r u m a v id a n o rm al, crian d o a fam ília e fazen d o o que é n ecessário p ara viver, p o d e tr a z e r m u ita p re s s ã o . À m e d id a q u e m in is tra m o s , as p e s s o a s natu ralm en te nos trazem suas lutas e preo cu p açõ es. Isso é n orm al, e nosso d ev er é se r u m ex em p lo q u e lhes in d iq u e a d ireção certa. E n sin am o s ao p o v o c o m o o ra r, c o n f i a r e m J e s u s e a n d a r p e la fé . A o f a z ê - lo , freq ü en tem en te sen tim o s os fard o s que as p esso as estão carregando. F orças e sp iritu a is p o d e m c a u sa r estresse. F orças dem o n íacas p o d em ser a cau sa de estresse. P ed ro nos alerta: “S ed e sóbrios, vigiai, po rq u e o diabo, v o sso adversário, anda em derredor, b ram ando com o leão, buscando a q u em p o ssa tragar; ao q u al resisti firm es n a fé, sabendo que as m esm as aflições se cu m p rem en tre os v o sso s irm ão s n o m u n d o ” (1 P e 5.8,9). P aulo exorta: “N ão deis lu g a r ao d ia b o ” (E f 4 .2 7 ) e “R ev esti-v o s de to d a a arm ad u ra d e D eus, p a ra q u e p o ssais e sta r firm es c o n tra as astutas ciladas do d ia b o ” (E f 6.11). P au lo tam b ém in fo rm a a T im óteo sobre “os laços do d ia b o ” (2 T m 2 .2 6 ), q u e p o d e m atin g ir alg u m as vidas. Jesu s en sin o u os d iscíp u lo s a orar: “N ão nos in d u zas à ten tação, m as livra-nos do m a l” (M t 6.13). N u m ero so s ex em p lo s nas E scritu ras d em o n stram que o diabo e suas f o r ç a s p o d e m s e r a c a u s a d e te n ta ç õ e s , s o f r im e n to s , p r o b le m a s , im p e d im e n to s e e stre sse . O a ta q u e e sp iritu a l do in im ig o só p o d e ser re so lv id o e m so lo e sp iritu a l. O m in istro d ev e ser a lg u é m d e o raç ão , d ed icad o ao estudo co n stan te d a P alav ra e d eterm in ad o a v iver de acordo co m as v erd ad es de D eus. E ssa d isc ip lin a p e sso a l e as o rações d a ig reja p ro teg erão o servo de D eu s do esm ag ad o r estresse dem oníaco. P ecado p o d e c a u sa r estresse. Q u an d o n ão estam os b e m co m D eus, passam o s p o r d ificu ld ad es e estresses in ig u aláv eis. O E sp írito S anto, que h a b ita n o c r e n te , p e r m ite q u e a s d if ic u ld a d e s v e n h a m q u a n d o o en tristecem o s. Q u an d o D av i d ecid iu satisfazer os desejos d a carne em vez de seg u ir a v o n tad e de D eus, su a v id a m u d o u rad icalm en te p ara p io r (cf. 2 S m 1 1 -1 7 ). A B íb lia d e sc re v e c la ra m e n te os p e c a d o s de D a v i e as co n seq ü ên cias trág icas q u e so b rev ieram a ele e à sua fam ília. D e fato, to d o o Isra e l foi afetad o p o r cau sa dos p ecad o s do seu líder. D eus deixounos os ex em p lo s de pesso as q u e p ec a ra m p o rq u e d eseja que ap rendam os co m os erros delas. P au lo frisa: “T udo isso lhes sobreveio com o figuras, e estão escritas p a ra av iso n osso, p ara q u em j á são ch egados os fins dos sécu lo s” (1 C o 10.11). P o r cau sa do p ecad o , a vid a de D avi to m o u -se um a v id a de co n cessõ es, ch eia de d esen ten d im en to s e infelicidades. E levou anos p a ra q u e ce ssa sse m as c o n seq ü ên cias de seu p ecado. O e scrito r de P rovérbios in d a g a reto ricam en te: “T om ará alg u ém ífogo no seu seio, sem que as suas vestes se q u eim em ?” (Pv 6.27). A ssim é com o pecado. Q uando
172 O PASTOR PENTECOSTAL e sc o lh e m o s d e s o b e d e c e r a D e u s, h á o c o rre s p o n d e n te ju lg a m e n to e discip lin a p ro v en ien tes de n o sso am o ro so P ai divino. O estresse m in isteria l p o d e resultar no crescim ento de alguém . E ssa é u m a in v ersão do estresse à liderança. M o isés p asso u q u aren ta anos no deserto p rep aran d o -se p a ra lid erar os qu eix o so s israelitas. A s lições que M o isés p re c isa v a ap ren d er a fim de c u m p rir o ch am ad o de D eus vieram de u m a ex p eriên cia no “d e se rto ” . T enho certeza de que m uitas vezes ele p en so u nos erros do p assad o e ex perim entou isolam ento e solidão. E m b o ra n ão so u b esse, D eu s o e stav a p rep a ra n d o p a ra u m a grande obra. N o sso S enhor Jesus sofreu pelos pecados d a hum anidade. Pagou o preço e su p o rto u a cruz p o r n o ssos pecados. V iveu u m a v id a de sacrifícios por c au sa do seu am o r p o r nós. P aulo nos fala: “ S endo em fo rm a de D eus, [Jesus] n ão teve p o r u su rp ação ser igual a D eus. M as an iq u ilo u -se a si m esm o , to m an d o a fo rm a de servo, fazen d o -se sem elh an te aos h o m en s; e, achado n a fo rm a de h o m em , h u m ilh o u -se a si m esm o, sendo obediente até à m o rte e m o rte de c ru z ” (Fp 2.6-8). Jesu s d eix o u -n o s u m ex em p lo de vid a de sacrifícios p a ra o b enefício d aq u eles q u e são servidos. O s m in istro s freq ü en tem en te sofrem ofensas e p assam dificu ld ad es por cau sa d a igreja. A s vezes, p recisam o s falar, corrigir, rep ro v ar ou m esm o e x c lu ir u m cren te. M u itas vezes, decidim os não d izer n a d a e apenas orar p o r u m a p e sso a ou situação. Todo os m in istro g o sta de v er u m indivíduo re c e b e r Jesus. S u a ded icação , às vezes radical, e seu zelo em in flu e n cia r p esso as p a ra Jesus ench em -n o de ânim o. A p e s a r d e to d o s o s a t r i b u t o s m a r a v ilh o s o s q u e aco m p an h am a nova vida em C risto, m uitos ainda abundam rflC C ^ C S â lft 9 C e m m a u s h á b ito s . P o d e s e r q u e s e ja m e s to u v a d o s , 1 6 9 M 9 ) C I I I <19 im p ru d en tes, trajem -se de m an eira im p ró p ria ou tenham
Levou anos para que
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oecado de Davi
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a lg u n s c o m p o rta m e n to s q u e , sa b e m o s, d e v e ria m se r elim in ad o s. N a m aio ria das vezes, a m elh o r m an e ira de se
tra b a lh a r com os n o vos co n v ertid o s é orar p o r eles. Só tem o s de d ar tem p o para crescerem . __________________ 35 T rabalhar co m tantos tipos diferentes de pessoas é, às vezes, estressante. C om o líderes, fazem os isso porque é parte do nosso m inistério. A o m esm o tem po, precisam os assegurar-nos de que a n o ssa v id a co m Jesus esteja crescendo e am adurecendo. E ste é o segredo p a ra a atitude correta, enquanto servim os um grupo diverso de pessoas. O estresse m inisterial é necessário p a ra o nosso p ró p rio crescim ento. C aráter n ão é algo que se aprende, m as que se desenvolve. A ristóteles declarou: “A s pessoas to m am -se construtoras de casas construindo casas; haipistas, tocando harpa. C rescem os para ser ju sto s, fazendo coisas que são ju sta s” .1 R obert F reem an afirm ou: “O caráter não é forjado em um a crise, é apenas m o strad o ” .2 A d is c ip lin a p o d e ser alg o e stre ssa n te , e D e u s p e rm ite situ a ç õ e s estressan tes em n o ssa v id a p ara que possam o s crescer no caráter cristão. A B íb lia avisa: “ Se supo rtais a correção. D eus vos trata com o filhos; porque que filh o h á a q u em o pai não co rrija? E, n a v erdade, to d a correção ao presen te, n ão p arece ser de gozo, senão de tristeza, m as, depois, produz u m fru to p acífico de ju s tiç a nos exercitados p o r ela ” (H b 12.7,11). T iago
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR aconselha-nos: “M eu s irm ãos, tende gran d e gozo quando cairdes e m várias ten taçõ es, saben d o q u e a p ro v a da v o ssa fé pro d u z a paciên cia. Tenha, porém , a p aciên cia a su a o b ra perfeita, p ara que sejais perfeitos e com pletos, sem fa lta r e m co isa alg u m a” (T g 1.2-4). E ssa “p a ciê n c ia” é a cap acid ad e de su p o rtar circu n stân cias d ifíc e is.3 A o s q u e p a ssa v a m p o r trib u la ç õ e s, P e d ro assev ero u : “E m q u e [na h e ra n ç a in c o rru p tív e l] vós g ra n d e m e n te vos aleg rais, ain d a q u e ag o ra im p o rta, sendo n ecessário , q u e estejais p o r um po u co co n tristad o s com v árias ten taçõ es, p a ra q u e a p ro v a da v o ssa fé, m u ito m ais p rec io sa do que o o uro q u e p erece e é pro v ad o p elo fogo, se ache em louvor, e h onra, e g ló ria n a rev e la ç ão de Jesu s C risto ” (1 P e 1.6,7). Se pu d erm o s e n ca ra r o estresse, as d ificu ld ad es e aflições co m o o p o rtu n id ad es p a ra crescerm os e m C risto, e m vez de co n sid erá-lo s p erig o s a serem ev itad o s, então nos aleg rarem o s co m o q u e ap ren d em o s p e la experiência. O estresse nos m a n tém n u m rela cio n a m en to a d eq u a d o com D eus. O estresse p o d e ajudar-nos a p e rm a n e c er h u m ildes. Foi dado a P aulo u m “espinho n a carn e” (2 C o 12.7) para se op o r às “excelências das revelações” qu e re c e b e ra de D eus. P a u lo fa la de u m a trib u lação que lhe sobreveio qu an d o e stav a m in istran d o n a Á sia. E ssa d ificu ld ad e ajudou-o a co n fiar em D eu s (2 C o 1.8,9). A s d ificu ld ad es na v id a p o d em forçar-nos a o rar e su p licar a D eu s em b u sc a de ajuda. P au lo co n ta que ele tev e de ap ren d er “a v iv e r c o n te n te e m to d a e q u a lq u e r situ a ç ã o ” (F p 4 .1 1 , A R A ). E le apren d eu o segredo: “P o sso to d as as coisas n aq u ele que m e fo rta lece ” (Fp 4.13). A chave está em en ten d er que n o ssa força para m inistrar em situações difíceis v em de C risto. P o d em o s co n fiar e e sp erar nE le. S eja u m pro b lem a p esso al, seja em n o sso m in istério , tem o s e m D eus u m lu g a r de d escanso e fé. P au lo d esco b riu e sse c o n ten tam en to p o rq u e sabia lev ar a C risto todas as suas p re o c u p a ç õ e s. E le e x o rto u : “N ão e ste ja is in q u ie to s p o r co isa algum a; antes, as vossas p etiçõ es sejam em tudo conh ecid as dian te de D eus, p e la o ração e sú p licas, com ação de g raças. E a paz de D eus, que ex c e d e to d o o en ten d im en to , g u a rd a rá os v o sso s co raçõ es e os vossos sen tim en to s em C risto Je su s” (Fp 4 .6,7).
L idando com o Estresse V árias m ed id as o aju d arão a lid a r co m o estresse: Use seu s recursos espirituais. P ergu n te-se: “E stou orando e estudando a P alav ra? M in h a v id a d e v o cio n al e stá indo b em ?” S ua v id a espiritu al e d iscip lin as são seus recu rso s espirituais. A n o te num p a p el as situações estressantes de sua vida. N ão deixe nada de fora. P odem ser conflitos pessoais, obrigações e outros assuntos que o estejam afligindo. O lhe para todos os problem as juntos e peça a D eus que o ajude a priorizar. O re por cada item da lista e lance suas ansiedades sobre Jesus. F ale co n fid en cia lm en te co m um m in istro d e confiança. G rande ajuda receb em o s ao falar c o m a lg u m de n o sso s co legas de m in istério a resp eito d e c o m o e le s lid a m c o m as in c o m p a rá v e is d ific u ld a d e s m in iste ria is. F re q ü e n te m e n te ap ren d em o s liçõ es de sab ed oria que valem p o r to d a a vida. P aulo e sta v a d an d o in stru çõ es m u ito esp ecíficas so b re o m inistério, quan d o escrev eu a T im ó teo q u e “D eu s n ão nos deu o esp írito de tem or,
174 O PASTOR PENTECOSTAL
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m as de fo rtaleza, e de am or, e de m o d eraç ão ” (2 T m 1.7). B u sq u e u m “P a u lo ” p a ra su a vida. R eexa m in e su a s p rio rid a d e s. A s p rio rid ad es em n o ssas vidas devem ser (1) n o sso re lacio n am en to c o m D eus, (2) nosso rela cio n a m en to c o m a e sp o sa e filhos e (3) n o sso m in istério. S om os su bjugados q u an d o nossas p rio rid a d e s estã o fo ra de o rd em . S en tim o -n o s c u lp ad o s, sab en d o que p recisam o s fa z e r ajustes. T rabalhe co m um a g en te e stre sso r de ca d a vez. O s m in istro s m u itas v e z e s se p re o c u p a m c o m o q u an to a in d a p re c isa ser fe ito n a ig re ja e n a c o m u n id a d e . P e n sa r em to d a s as n e c e ssid a d e s p o d e se r d esan im ad o r, e a ú n ic a m a n e ira d e lid a rm o s c o m isso é fa z e r u m a c o isa d e c a d a vez. P o d e m o s tra b a lh a r e m m u ito s p ro je to s e e sta r em o ra çã o a re sp e ito de tu d o o q u e q u e re m o s re a liz a r p a ra a g ló ria de D eu s, m as só p o d em o s e sc re v e r u m a carta, fa z e r u m p ro je to , p re p a ra r um se rm ã o de cad a vez. N a p rim a v e ra d e 1871, u m jo v e m ap a n h o u u m liv ro e leu 21 p alav ras q u e tiv e ra m p ro fu n d o efeito e m seu futuro. C o m o ac ad ê m ico de m ed icin a no H o sp ita l G eral de M o n tre a l, C an ad á, ele e sta v a p re o c u p a d o em p a ssa r n o e x am e fin al, so b re o q u e fazer, o n d e ir, co m o o b te r p rá tic a n a p ro fissã o , co m o g a n h a r a v ida. A s 21 p alav ras qu e e sse e stu d a n te leu e m 1871 aju d a ra m -n o a se to rn a r o m é d ic o m a is fa m o so d e su a g e ra ç ã o . O rg a n iz o u a m u n d ia lm e n te fa m o s a F a c u ld a d e d e M e d ic in a Jo h n s H o p k in s. F o i o p ro fe s s o r d e c á te d ra de m e d ic in a em O x fo rd , a m a is a lta h o n ra d a d a a q u a lq u e r m é d ic o no Im p é rio B ritâ n ic o . F o i n o m e ad o c a v a le iro p elo re i d a In g la te r r a . Q u a n d o m o rre u , fo ra m n e c e s s á rio s d o is v o lu m e s e n o rm es, c o n te n d o 1.466 p á g in a s, p a ra c o n ta r a h istó ria d a su a v ida. C h a m av a -se S ir W illiam O sler. A s 21 p a la v ra s , e s c rita s p o r T h o m a s C a rly le , q u e o a ju d a ra m a te r u m a v id a liv re de p re o c u p a ç õ e s, fo ra m estas: “N o ssa p rin c ip a l o b rig a ção n ã o é v e r o q u e ja z v a g a m e n te a c e r ta d is tâ n c ia , m a s f a z e r o q u e e s tá c la ra m e n te à m ã o ” .4 D esen vo lva su a s habilidades. Se você e stá preocupado co m sua aptidão em pregar, faça u m cu rso sobre com o p reg a r ou falar em pú b lico , ou leia u m b o m liv ro sob re o assunto. Se sua an siedade diz resp eito a lid ar co m as situ açõ es de crise n a igreja, en tão co n su lte um p erito em adm in istração em tem p o s d e crise. H ab ilid ad es não v êm da noite p ara o dia, m as podem os ad q u iri-las de p esso as q u e n ão apenas tê m a p e ríc ia que buscam o s, m as q u e sab em co m o ensin á-la. F a ça m udanças. Q uando ex am inam os todas as nossas responsabilidades e e x ig ê n c ia s de tem p o , fre q ü e n te m en te v em os a n e c e ssid a d e de faz er alg u m as m u d an ças. A lg u m as re sp o n sab ilid ad es p o d e m ser delegadas a o u tra s p e s s o a s c o m p e te n te s . O u tra s p o d e m se r a d ia d a s ou m e sm o can celad as. Se v o cê e stá d o m in ad o p e la ab u n d ân c ia de ocu p açõ es d e sua ag en d a, an alise q u e co m p ro m isso s p o d em ser m udados. F oi o que Jetro co m en to u a seu gen ro M o isés: “T otalm ente d esfalecerás, assim tu com o este p o v o q u e e stá contig o ; p o rq u e este n egócio é m ui difícil p a ra ti; tu só não o p o d es fa z e r” (E x 18.18).
Vinte e uma palavras, escritas por Thomas Carlyle, ajudaram-no a ter uma vida livre de preocupações _________ »
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR
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M u d e seu am biente. Se depois de term os feito as coisas acim a sugeridas as d ificu ld ad es ain d a fo rem p rem en tes, então talv ez seja acon selh áv el um a n o v a colocação m inisterial. E ssa decisão teve ser tom ada após m uita oração e reflex ão . N u n ca d ev em o s m u d ar ou sair de nossas posiçõ es m inisteriais m u ito d epressa. P eça q u e am igos de co n fia n ç a o rem co m você sobre essa p o ssib ilid ad e e d ep o is b u sq u e sen tir se D eu s o lib era do seu atual cargo no m in istério . Se esse fo r o caso, então p ro c u re a p o rta ab erta que E le, no dev id o tem p o , p roverá.
Identificando o Esgotam ento O e sg o ta m e n to é a e x a u stã o c a u sa d a p o r ex c e ssiv a s d em an d a s de energ ia, fo rç a ou recu rso s. O esg o tam en to é tip ic am e n te caracterizad o por u m ag ru p am en to de reaçõ es d a ex au stão física, em o cio n al e m ental. E n tre as reaçõ es típ icas de in d iv íd u o s co m esg o tam en to , tem os: E sg o ta m e n to fís ic o : b a ix a p ro d u tiv id a d e , fa d ig a crô n ica, fra q u e za, cansaço, propen são a acidentes, aum ento na suscetibilidade a enferm idades, en x aq u ecas freq ü en tes, n áu seas, ten são m u sc u la r e m ud an ças g lo b ais nos háb ito s alim en tares e de sono. E sg o ta m e n to e m o c io n a l: s e n tim e n to s d e d e p re ssã o , d e se sp e ra n ç a , im potência; p erd a dos m ecanism os de lu ta e controle; tendência a exageros; sen tin d o -se em o cio n alm en te d ep au p erad o , irritável, nervoso. E sgo ta m en to m ental: d esenvolvim ento de atitudes negativas em relação ao m in istério , à v id a e a si p ró p rio ; b a ix a au to-estim a; sen tim en to s de
CARACTERÍSTICAS DE MINISTROS ESGOTADOS Sentimentos de apatia, ira, ressentimento
Vulnerabilidade a enfermidades
Sentimento de desilusão
Ausência do gabinete pastoral e do trabalho diário
Sentimentos de cinismo
Mudanças de igrejas (mudança de emprego)
Aversão aos membros da congregação, acusando-os por problemas pessoais
Aumento dos conflitos matrimoniais e familiares
Rígida resistência a mudanças
Mau humor às expensas dos outros
Não-envolvimento com os membros da congregação
Referências pejorativas e impessoais aos membros da congregação
Afastamento dos outros (retração em si mesmo)
Perda de preocupação e simpatia
Enfado, frustração, perda de entusiasmo
Fuga aos contatos sociais com os membros da congregação
O PASTOR PENTECOSTAL in a d e q u a b ilid a d e , in fe rio rid a d e e in c o m p e tê n c ia ; d e se n v o lv im e n to de atitu d es n eg ativ as e p ejo rativ as vo ltad as aos m em bros d a congregação.
L idando com o Esgotam ento S en tim en to s de esg o tam en to são freq ü en tem en te avisos de D eus de q ue ou som os d ed icad o s d em ais ou tem os ex p ectativ as irreais. Q uando u m a ex p e riê n c ia ou rela ç ã o d eix a a lg u ém b ravo, an sio so ou deprim ido, p ode ser in d icação de m etas im perfeitas.5 À s vezes a raiva surge de um a m e ta bloqueada. Q u alq u er m eta cujo sucesso p o d e ser im p ed id o p o r forças externas (não de D eus) não é u m a m e ta saudável, p o rq u e o sucesso n e ssa arena e stá fo ra de nosso poder. U m p a sto r p o d e dizer: “M in h a m e ta n o m in istério é a lcan çar esta c id ad e p a ra C risto ” . M e ta b o a? P o d e ser um desejo m arav ilh o so , m as se o v a lo r de a lg u é m d e p e n d e d a re a liz a çã o d esse desejo , so frerá trem e n d o tu m u lto e m o c io n a l.6 C a d a p e s s o a n a c id a d e p o d e p o te n c ia lm e n te im p e d ir a re a liz a ç ã o d a m e ta . A ig re ja p o d e b lo q u e a r a m e ta. O s m e m b ro s do m in istério tam b ém p o d em b lo q ueá-la. O su cesso no m inistério não deve ser d ep en d en te dos outros.
Fatores C ontribuintes ao Esgotam ento • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
F a lta de c o n s c iê n c ia d a n e c e ssid a d e p e sso a l d o s o u tro s em ter rec re aç ã o e lazer. E x p ectativ as irreais sobre a n atu reza do m inistério. O p o rtu n id ad es lim itad as de p rom oção, b aix a rem u n eração . D ed ic a ç ão e x cessiv a ao trabalho. N e c e ssid a d e ex ag erad a de ser q u erid o e aceito pelos outros. E n v o lv im en to sem m ed id as em salv ar ou aju d ar as p essoas. A ceitação de m u ita re sp o n sab ilid a d e pelos sucessos ou fracassos d os m em b ro s da co n g reg ação. E q u ip a ra ç ã o d a r e je iç ã o de a ju d a p o r p a rte d o s m e m b ro s d a co n g reg ação com a rejeição pessoal. T reinam ento profissional inadequado em habilidades de intervenção. M em b ro s d a c o n g reg ação que criticam o m inistério. F o calização co n sta n te das fraq u ezas e p ro b lem as dos m em b ro s da co n g reg ação . F a lta d e o p o rtu n id a d e p a ra fa la r so b re a titu d e s, se n tim e n to s e afliçõ es pesso ais. L o n g as horas de trabalho. In a b ilid a d e em d eleg ar (não aju d a o bastante). E nfo q u e freqüente nos p roblem as e aspectos negativos do m inistério. In ca p a c id ad e de d izer não. C u lp a irreal de si m esm o p ela falta de crescim en to d a igreja. Sensação de que as pessoas têm de estar em todos os eventos da igreja. S en tim en to de su b ju g ação p o r cau sa da grande n ecessidade. D ific u ld a d e em en co n trar eq u ilíb rio en tre o m in istério (trabalho), a fam ília, o d escan so e o lazer. F a lta de c o n tin u id a d e e m te r u m a v id a d e v o c io n a l e de oração co n sisten tes.
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR • •
S er so litário no m inistério . P ro b lem as fam iliares e p esso ais não so lucionados.
A a n sied a d e p o d e se r ca u sa d a p e la in certeza de um a m eta. Q uando v o cê se sen te an sio so n u m a tarefa ou relacio n am en to , sua an sied ad e po d e estar sinalizando a in certeza da m eta escolhida. Você espera que algo venha a acontecer, m as n ão te m g aran tia n e n h u m a de sua realização. A lguns fato res p o d e m ser co n tro lad o s p o r você, m as não todos. D ep ressã o p o d e se r sin a l de m eta im possível. Q u ando o sucesso futuro está b asead o e m algo q u e p o d e n u n ca acontecer, sua m eta é im p o ssív el e irrealizáv el. A d ep ressão é sin al de q u e su a m eta, não im p o rtan d o quão esp iritu al o u nobre, p o d e n u n ca v ir a ser alcançada. C o lo q u e sua esp eran ça no Senhor, que n u n ca erra, e n ão nas p esso as q u e p o d em fracassar. P o d em o s re a g ir de m an eira im p ró p ria co m aq ueles que frustram nossas m etas. Q u an d o n o sso am o r-p ró p rio ou sucesso dep en d e d a realização de u m a m e ta q u e p o d e s e r b lo q u e a d a o u é i n c e r t a o u im p o s s ív e l, f r e q ü e n t e m e n t e te n ta m o s c o n t r o l a r o u m a n ip u la r as p e s s o a s o u c irc u n s tâ n c ia s q u e e stã o e n tre n ó s e n o s s o su c e sso . C o n tu d o , e sse co m p o rtam en to não é cristão. A s p esso as d esesp erad as em atin g ir suas m etas, in felizm en te reco rrerão a ten tativ as de co ntrole e m anipulação.
Tornando M etas R uins em M etas Boas E x am in e suas m etas realisticam en te. M uitas vezes, a depressão in form a q u e v o cê e stá se ag arran d o d e sesp erad am en te a u m a m e ta q u e tem p o u ca ou n e n h u m a ch an ce de o b ter sucesso, o q u e não é saudável. E co m u m os m in istro s fix arem p a ra si m etas q u e n ão são realistas. P recisam o s o rar por n o ssas m etas e d eix ar que D eu s n os dê visão. E le sem pre dá a capacidade de faz e r o q u e nos m an d o u fazer. O s m in istro s tê m o co stu m e de co m p arar suas v id as e m in isté rio s c o m as d os o u tro s m in istro s. S uas m etas são estab elecid as co m b ase no q u e v ira m as o u tras p esso as fazerem . É útil ap ren d e r dos outros. N ão obstan te, nossas m etas p recisam ser realistas de aco rd o com n ossos d o n s e h abilidades. A p ren d a a distin g u ir u m a m e ta d ev o ta de um desejo devoto. U m a m eta d ev o ta re fle te os p ro p ó sito s de D eus p a ra a v id a da pessoa, sem d e p en d er de circu n stân cias ou de q u e m q u e r qu e seja, além d a cap acid ad e ou direito de a p ró p ria p e sso a e m controlar. A q u em tem o s o direito d e c o n tro lar? A n ingu ém , senão a nós m esm os. N ão p o d em o s b a se a r n o ssa au to -estim a ou su cesso p esso al em nossos d esejo s, n ão im p o rtan d o o q uão devotos p o ssam parecer. N ão p o dem os c o n tro la r su a realização ; a re a liz a çã o dos d esejos pode ser bloqueada. A lg u n s d esejo s são in certo s; outro s são im p o ssíveis. Q u an d o u m d esejo é e rro n eam en te elev ad o a u m a m e ta e essa m eta é f r u s tr a d a , te m o s d e lid a r c o m a r a iv a , a n s ie d a d e e d e p re s s ã o q u e ac o m p an h am esse fracasso. E n tretan to , q u an d o um desejo não é satisfeito, enfren tam o s o d esap o n tam en to . A p ren d a a d istin g u ir m etas de desejos. Q u an d o v o cê co m eçar a alin h ar suas m etas co m as m etas de D eus e seus desejo s co m os d esejo s de D eu s, liv ra rá su a v id a de m u ita raiva, an siedade e d ep ressão .7 O p a sto r cujo am o r-p ró p rio está b ase ad o em sua m e ta de
O PASTOR PENTECOSTAL g an h ar a cid ad e p a ra C risto , de te r o m elh o r dep artam en to de m o c id ad e do país ou de au m en tar as co n trib u içõ es p a ra m issões em cem p o r cento, está fad ad o à fru stração , raiv a e depressão. P a ra d o m in a r o estresse e e v itar o esg o tam en to , ap ren d a a faze r das m etas de D eu s as suas m etas. Q u ando v o cê alin h ar suas m etas com a v o n ta d e de D e u s, o su c e sso se rá in e v itá v e l. P o r e x e m p lo , D e u s e stá interessado: •
N o d esen v o lv im en to do caráter. “Vou ser o p a sto r que D eus q u er q u e eu seja” é u m a g ran d e m eta, p o rq u e nin g u ém pode bloqueá-la, ex ceto você. • N a d em o n stração do fruto do E spírito. A n d e no E sp írito u m dia de ca d a vez. • E m n o ssa c o m u n icação c o m E le. E ste ja n a atitude própria, n a qual p o ssa o rar a q u alq u er hora. • E m n o sso testem u n h o a u m m undo p erdido e agonizante. O Pai traz as p esso as p a ra Jesu s (Jo 6.44). • E m n o ssa o b ed iên cia à su a vontade. • E m n o ssa atitude. N ão po d em o s c o n tro la r as pesso as, m as p o d em o s co n tro lar n o ssa atitude. • N o d esen v o lv im en to d a n o ssa fé. P o n h a sua fé em Jesus C risto e e m n ad a m ais. s E m n o s s a s e r ie d a d e n o p a s to r e a r su a s o v e lh a s . N ã o so m o s resp o n sáv eis p elo co m p o rtam en to dos outros; som os resp o n sáv eis e m apenas fa z e r o m e lh o r que p uderm os. 8 E m n o sso crescen te re lacio n am en to co m Ele. • E m n o sso co n h ecim en to p ro g ressiv o d a P alavra. P o rtan to , faça o m elh o r e co n fie que D eus fará o resto!
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR
A Pessoa, as Possessões, os Hábitos, o Humor e o Lazer do Pastor Robert J. Strand odos estam o s b e m cien tes da ad v ertên cia b íb lica de não olharm os p a ra a a p arên cia exterior. D e aco rd o c o m D eus, o que está dentro é m ais im p o rtan te do q u e o que po d e ser visto pelas pessoas. E ntretanto, vivem os em u m a cultura diferente da dos tem pos bíblicos. É possível aceitar o u re je ita r o u v in tes o u seg u id o res m ed ian te as “coisas e x terio re s” antes m esm o de co m eçarm o s a m inistrar. H o je e m d ia as p esso as p reo cu p am -se c o m a a p arên cia exterior. D e fato, in d ú strias in teiras p ro sp e ra m p o r cau sa de tal interesse. C om o dev erá o m in istério p o sic io n a r-se a resp eito d esses assu n to s? P equ en as coisas são im p o rtan tes, e se n ão fo rem tratad as co rretam en te, p o d e m se to rn ar nas grandes coisas que em p erram o m inistério. P o r isso, vam os lidar com alguns d esses assuntos. O ap ó sto lo q u e escrev eu “a co n stitu ição e os estatu to s” p a ra a Ig reja em erg en te do prim eiro século, tam b ém nos deu algum as diretrizes pessoais p a ra a v id a e o m inistério. O am o r tem de p e rm ear tudo. T alvez devêssem os nos lem b rar q u e n e n h u m de nós v iv e ou m o rre p a ra si. O reg istro e stá na carta p a ra a ig reja em R om a: “O am o r seja não fingido. [...] S ede unânim es en tre vós. [...] Se fo r p o ssív el, q u an to e stiv e r em vós, ten d e p az co m todos os h o m en s” (R m 12.9,16,18). O “m an u al” do cristão para o com portam ento p esso al é am p liad o m ais adiante, em R o m an o s 14.1-23. É nosso dever: “N ão nos ju lg u e m o s m ais u ns aos o u tro s; antes, seja o v o sso p ro p ó sito n ão p ô r tro p eço ou escân d alo ao irm ã o ” (R m 14.13). E “ sigam os, pois, as co isas q u e serv em p a ra a p az e p a ra a ed ificação de uns p ara com os outros. N ão d e stru a a o b ra de D eu s p o r c a u sa de carros, roupas, p o sse ssõ e s m ateriais, hábitos, tem p era m en to s, d isp o siçõ es d e â n im o ou b u sca s de lazer. E verd ad e q u e tais coisas p o d e m se r aceitáveis, p o rém m al irá para o p a s to r q u e fiz e r q u a lq u e r co isa q u e leve o u tra p e sso a a tro p eça r'’ (R m 14.19,20, itálico s e p aráfrase m eus).
T
O PASTOR PENTECOSTAL T endo isso em m en te, é h o ra de você fix ar ou co rrig ir seu cu rso em tais q u estõ es. E sta h istó ria é c o n tad a a resp eito do ex -p resid en te R eag an e u m sap ateiro de sua te rra natal. O sapateiro, que e stav a fazendo u m p a r de sapatos p ara o m en in o R eagan, perguntou se o jo v em R onald qu eria sapatos d e b ico red o n d o ou de b ico q u adrado. R o n ald não sabia, en tão o sapateiro lhe d isse que v o ltasse em um dia ou dois com a resposta. A lguns dias d epois, o sap ateiro viu o jo v e m R o n ald n a ru a e perg u n to u -lh e o que tin h a reso lv id o . R eag an ain d a e stav a indeciso. O sap ateiro d isse q u e os sapatos estariam p ro n to s no d ia seguinte. Q u ando R eag an foi ap anhá-los, u m pé de sap ato e stav a co m o b ico red o n d o , e o outro, co m o bico quadrado. C o n clu iu R eagan: “O lh ar aq u eles sapatos m e ensin o u u m a lição. Se você n ão to m a suas p ró p rias d ecisõ es, alg u ém as to m a p o r si” . V am os co m eçar p rim eiro co m as em o çõ es do pastor.
O H um or do Pastor O h u m o r é apen as o u tra m an e ira de fa la r de atitude, tem p eram en to , d isp o sição de esp írito , te n d ê n c ia ou p ro p en são m ental. E, de acordo com o filó so fo W illiam Jam es, é algo sobre o qu al tem os co n tro le e p o dem os m udar. A m a io r d e sco b erta do século é que o in d ivíduo p o d e m u d a r o seu m u n d o m u d an d o de pensar. P ro v avelm ente não h á n ad a que v enha ter ta n ta in flu ê n c ia em su a v id a e m in istério do que este assunto. D e aco rd o co m P aulo: “Q u e ha ja em vós o m esm o sen tim en to [atitude] q u e h o u v e tam b ém em C risto Je su s” (Fp 2.5). A ssim , que tipo de m en te ou atitu d e Jesu s exib iu ? • • • • • • • • • • • • • • • • •
T udo o q u e o Jesu s d isse sobre si e ra positivo, co n tu d o sem ser arro g an te (Jo 7.2 9 ; 10.36; 11.42). E le m an tin h a estreito co ntato co m o P ai celeste (Jo 11.41,42). E le sistem atizo u su a m issão, viveu co m u m a m issão, p reso a e ssa m issão (M t 16.21; Jo 4.4; 7.6). E le acred ita v a em si m e sm o .1 E le d ep en d ia do co n tro le interno em vez de ser govern ad o p o r forças ex terio res (Jo 12.42,43). E le atacava as tarefas e fa zia as co isas difíceis (Is 50.7; Jo 18.11). G ratid ão e ra e lem en to -ch av e em seu estilo de lid e ra n ça (Jo 17.6,7). E le e sta v a co n stan tem en te em atitude de co m em oração. E le não p e rd ia tem p o o u en erg ia ju lg a n d o os outros. E le se ex p re ssa v a d e m odo que as p esso as p u d essem v e r sua atitude em ação (M c 9.17-27). E le estava ardentem ente com prom etido com sua causa (Jo 2.17; 4.34). E le p ro je ta v a co isas n o b res (Is 32.8). E le n ão m e n o sp rezav a as peq u en as coisas ou as crian cin h as (M t 12.20; 19.14). E le v ia as p esso as co m o ch eias de p o ssib ilid ad es (Jo 1.42). E le e ra h o m e m de ação; E le tin h a u m plano (M t 15.32-35). E le v ia as co isa s d ife re n te m en te d a q u e les q u e o c e rc a v a m (M t 9.24,25). E le v iv ia co rajo sam en te (Lc 15.2).
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR • • •
E le d av a u m p asso de cad a vez, v iv ia u m d ia de ca d a vez. E le e sta v a ab erto às p esso as e suas id éias (M t 16.13; 17.27). E le q u eria o m e lh o r p a ra to d o s; E le desejava estim ular, levar as p esso as co m E le.
Q u e m an eira em o cio n an te de co m eçar a trabalhar, perm itindo que nossa atitude seja a m esm a que a de Jesu s C risto! S im p lesm en te não h á lu g a r no m in istério p a ra p esso a s q u e ten h am atitu d es d esag rad áv eis ou que sejam d ad as a m a u h u m o r, a m u d a n ç a s re p e n tin a s de h u m o r ou q u e sejam fra n c a m e n te m a l-h u m o ra d a s . N o m in is té rio , ta lv e z m ais do q u e em q u a lq u e r o u tro ram o de ativ id ad e, a a ltitu d e será d eterm in ad a p ela atitude. A lto s salário s são o ferecid o s àqueles q u e co n stan te m en te estão alegres, qu e são fo rm ad o res de opin ião , q u e p õ e m em relevo o m elh o r de cada p e sso a e q u e n ão se d ão p o r v en cid o s c o m facilidade. A p rin cip al ch av e p a ra u m a m u d a n ç a de atitude está no que a pesso a pensa. “Q u an to ao m ais, irm ão s [e irm ãs], tu d o o que é v erdadeiro, tudo o qu e é h o n esto , tu d o o q u e é ju sto , tu d o o q u e é p uro, tu d o o que é am ável, tu d o o q u e é de b o a fam a, se h á a lg u m a v irtude, e se h á algum louvor, nisso p e n s a i” (Fp 4.8, itálico s m eus). É p ro v á v el que esse aspecto p esso al d a v id a — a atitu d e, o h u m o r e a d isp o sição de esp írito — v e n h a a afetar seu m in istério fu tu ro tan to q u an to ou até m ais do que q u alq u er ou tra coisa. P o r q u ê? P en se n a c a ra c terístic a b á sic a do m inistério. Q ual? A h a b ilidade co m a s p e sso a s! C o m o v o cê se dá co m as p essoas, com o as trata, com o as pasto reia, co m o c u id a d elas, p ro v av elm en te são fato res resp o n sáv eis por c e rc a de o iten ta a n o v en ta p o r cen to da razão de d eterm inado m inistério ter o u n ão sucesso. T alvez v o cê te n h a a cap a c id ad e de p reg a r com o P edro ou de o ra r co m o P au lo , m as se não p o d e se d ar b em co m as p essoas, a vida no m in istério será difícil. S e você n ão co n seg u e dar um je ito em sua p ró p ria atitu d e ou m u d an ças de hum or, com o p o d e aju d ar os o u tros? O u pasto rear os o u tro s? O q u e v o cê é fala m ais alto do q u e o que v o cê diz o tem po todo. A p en as u m as p o u cas p alav ras so b re d epressão: se é algo crô n ico em su a vida, p o r favor, v á e o b ten h a aju d a p ro fissional. Tais co isas p o d e m ser reso lv id as. Se v o cê p re c isa r tra b a lh a r su a atitude, e n co n tre u m m en to r que o ajude. E n ão seja co m o o p re g a d o r de u m a c id ad ezin h a que reg u larm en te dava u m a p arad a no restau ran te p a ra to m a r café. N u m dia em particular, a alegre g arço n ete não p ô d e tira r um sorriso dele. E le ficou m elancólico, azedo, d ep rim id o e ab atid o d u ran te to d o o tem po em que to m o u café. E o bolin h o caseiro estav a delicioso. Q uan d o o p reg ad o r pagou a conta e estava se v iran d o p a ra sair, a g arço n ete desejou: “E te n h a u m m arav ilh o so dia!” A o que, co m u m a carran ca, o p re g a d o r resp o ndeu: “S into m uito, m as já fiz outro s p la n o s” .
O Pastor e as Possessões O q u an to é o b astan te? O q u an to é m u ito ? Jesus u sa ria u m R o lex ou teria um R o lls R o y ce? O u acu m u la ria teso u ros aqui na terra? U m cristão con fesso u : “Q u erid o Senhor, estive re le n d o a narrativa do ‘jo v e m prín cip e ric o ’ e su a ó b v ia esco lh a errada. M as, depois, fiquei p en san d o . P ouco im p o rta n d o q u a n ta riq u e z a tiv e sse , ele n ã o p o d e ria ... a n d a r d e carro ,
182 O PASTOR PENTECOSTAL su b m eter-se a u m a ciru rg ia, a cen d er a luz, co m p rar p enicilina, ou v ir órgão de tubos, assistir à telev isão , la v a r pratos co m água en canada, d ig itar um a carta, c o rta r a gram a, a n d a r d e avião, d o rm ir n u m colchão de m olas ou falar ao telefo n e. Se ele e ra rico... então, o que so u ? ” S om os p ro v a v e lm e n te a única geração de m in istério que tev e de lutar corp o a corpo com esse assu n to. A lgum as deno m in açõ es reso lv em esse dilem a exigindo que os integrantes de seu m inistério façam votos de pobreza ou e stab elecen d o a todos um sistem a de rem u n eração com salários que m al d ão p a ra viver. H á m u ita c u lp a co m q u e tem os de lid ar nessas áreas p o r c a u sa de a lg u m a s d u ra s d e c la ra çõ e s de Jesu s. E le realm en te quis d izer que vendêssem o s tudo p ara segui-lo? E le tev e de d izer que era u m a tarefa q u ase im p o ssív el o rico te n ta r en trar no céu? [Jesus e stá ciente de que som os b rasileiro s e v ivem os no B rasil, e q u e o custo de v id a é m u ito alto?] C o m o Jesu s v iv e ria se viesse à n o ssa cid ad e? E le sabe o quanto é difícil econom izar para u m a aposentadoria? Sem d ú v id a E le n ão quis d izer que tenho de dar to d o s os m eus bens p a ra alim e n tar os pobres! C om o posso p re g a r to d a a P alav ra de D eus c o m convicção, q u an d o faço econom ias m en sais p a ra m eus d esejo s de te r coisas m ateriais agrad áv eis? O nde estão as n o rm as? C o m o en co n tram o s u m po n to de equ ilíb rio ? D ev em o s estar con ten tes ten d o apenas o q u e co m er e o que vestir? E le nos p erm itiria d e sfru ta r de alg u m as das m elh o res coisas d a vida? Socorro! V am os ac re sc en ta r m ais u m ou outro fator, com o u m a ig reja do in terio r ou u m a ig reja d a capital, salário alto ou baixo, co m o as e x p ectativ as da c o m u n id a d e sã o s a tis f e ita s ou n ão . T a m b é m n o s s o s d ia s tê m sid o b o m b ard ead o s p o r u m a p o rção de filo so fias d e “filh o s do R e i” e “declare e te n h a ” , o q u e en c o ra ja u m estilo de v id a m aterialista, porque D eus q u er q ue todos os seus filhos sejam prósperos. O s pastores não foram im unizados c o n tra tais en sin o s. M as talv ez o m o d o m ais fácil de lid ar c o m cad a um d o s a s s u n to s d e s te c a p ítu lo fo s s e d ize r: “ S e ja m o d e ra d o , m o d e sto , conservador e eco n ô m ico ” . M as, n a realidade, isso não trata de tais assuntos de m an eira frontal. N o m eu tem p o de facu ld ad e teo lógica, um dos m eus pro fesso res, o d o u to r T. J. Jo n e s, fe z u m a d e c la ra ç ã o q u e tro u x e a lg u m a o rd e m às p rio rid ad es dos jo v e n s solteiro s. E le bradava: “L iv ro s, carros e n o iv a !” E sem pre n e ssa ordem ! P odem os ex ib ir com sucesso u m a m o n tan h a de textos de p ro v a escritu rístico s e arg u m en tar a favor de am bos os lados da questão do “q u an to é o b a sta n te ” . M as tendo a p rec ed ê n cia de tu d o isso está a ad m o estação : “ Se alg u ém não te m cu idado dos seus e p rin cip alm en te dos d a su a fam ília, n eg o u a fé e é p io r do que o in fie l” (1 T m 5.8). Q ue lin g u ag em forte! Só m e d ig a o que sig n ifica “ter cu id a d o ” n esse contexto. C om plicando ainda m ais o assunto estão as pessoas a quem m inistram os. S em p re h a v e rá alg u ém d isp o sto a fazer alg u m a c rítica ao estilo de v id a do p astor. A o m e sm o te m p o , h á aq u eles q u e reco m en d a m e aq u eles que co n d en a m as esco lh as q u e você faz. Você não po d e fu g ir e esco n d er-se do assu n to , p o rq u e terá de lid ar co m ele em u m a base contínua. E em nosso m u n d o e so cied ad e, “b a sta n te ” to rn o u -se u m alvo m óvel.
Como Jesus viveria se viesse à nossa cidade?
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UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR Talvez m ais do q u e q u a lq u e r outro e scrito r bíblico, P aulo p arece ter desco b erto a re sp o sta a esses assuntos: “Já aprendi a co n ten tar-m e co m o que tenho. Sei estar abatido e sei tam b ém ter abundância; em toda a m aneira e e m to d as as co isas, esto u in stru íd o , tan to a te r fartu ra com o a ter fom e, tan to a te r ab u n d ân cia co m o a p a d ecer n ec e ssid a d e” . P reste atenção ao pró x im o v ersículo, p o rq u e n ele P au lo re v e la o segredo de sem pre estarm os co n ten tes: o n o sso re la c io n a m en to co m C risto. “P o sso todas as coisas n aq u ele q u e m e fo rta le c e ” (Fp 4.11-13). C o n tu d o , p ara alg u n s isso ain d a n ão é u m a resposta, ou pelo m enos não a re sp o sta q u e estão p ro cu ran d o . M as não h á u m a resp o sta certa, há u m p rin cíp io . O sucesso em term o s de p o ssessõ es m ateriais é fru to das leis n atu rais, e não das in terv en çõ es so b ren aturais. O su cesso ta m b é m é m u ltip lic a d o r, e n ão div iso r, e n esse p ro c e sso faz m ais p a ra to d o s. A c o n d e n a ç ã o q u e J e s u s fe z a o s r ic o s d iz ia r e s p e ito ao m o d o c o m o a m o n to a v a m riq u e z a s o u ao m o d o c o m o e n te s o u ra v a m ou u s a v a m im p ro p ria m e n te as riq u e z a s. “ O s le ito re s d a B íb lia p ro d u z ira m m ais riq u ezas do q u e q u a isq u e r o utras p esso as da te rra ” , diz R ichard G aylord Briley. “E g eraram m ais felicid ad e e esp eran ça do que qu a lq u er outro povo d a h is tó ria . H o je a n o v a g e ra ç ã o te m d e se p re p a ra r p a ra lid e ra r a rec o n stru ç ã o d a A m é ric a ” .2 Jesu s nos d isse p a ra não ficarm os obcecados em acu m u lar riquezas, m as tam b ém nos disse p a ra não ficarm os alucinados em aju n tar n in h arias na fo rm a de p re o cu p açõ es co m esta vida. N en h u m a dessas d uas atitu d es deve e sta r no cam in h o p ara serm os fru tíferos para D eu s no m inistério . T alvez a filo so fia de Jo h n W esley (exp ressada, en tre o u tros lugares, n a co n clu são do seu serm ão “C au sas à In eficácia do C ristian ism o ”) sirva-nos de ajuda: Temo que onde quer que as riquezas tenham aumentado (poucas são as exceções), a essência da religião, a mente que estava em Cristo tenha diminuído na mesma proporção. Portanto, não vejo como seja possível, na natureza das coisas, que qualquer avivamento da verdadeira religião continue por muito tempo. Pois a religião tem de produzir necessariamente tanto trabalho sistemático quanto frugalidade; e estas não podem senão produzir riquezas. Mas na proporção que as riquezas aumentam, aumentam o orgulho, a ira e o amor do mundo em todas as suas ramificações. A seguir, re c o n h e c en d o o p ro b le m a lev an tad o p o r su a o b serv ação , W esley p ro sseg u e p ro p o n d o u m a solução: “E n tão, de que m odo p o dem os co n sid e ra r a q u estão p a ra q u e n o sso d in h eiro não nos afunde p a ra o m ais p ro fu n d o do in fern o ? H á u m a m an eira e n e n h u m a o u tra d ebaixo do céu. Se aqueles que g an h am tudo o que p o d em e eco n om izam tudo o que p odem tam b ém d e sse m tu d o o que p o d em , en tão q u anto m ais ganh assem , m ais cre sc e riam n a g raça e m ais teso u ro s a cu m u lariam no céu ” .
A A parência e o Vestuário do Pastor A a p arên cia do p a sto r é o u tro assu n to do dilem a. R ep resen ta e sco lh a e preferência, m o d a e cultura. E tam b ém é um alvo m óvel. Você está servindo ao S en h o r no N o rd este ou na R egião S ul? A lo calização geo g ráfica é um fato r a considerar. E tam b ém h á o m o v im en to cultural de ho je que defende:
184 O PASTOR PENTECOSTAL
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“S e ja v o cê m esm o ” . E x p re sse-o no q u e v o cê v este e n a m a n eira com o veste. N o ssa cu ltu ra n os diz p a ra d izerm o s o que som os pelo que vestim os. P ara co m p lic a r ain d a m ais o assunto, não h á n en h u m m an d am en to b íb lic o a re sp e ito do có d ig o d o v estu ário p asto ral, d iferen te da ord em dos sacerd o tes levitas n o cu lto de ad oração do A n tig o T estam ento (cf. E x 39). M a s c o m o v o c ê u s a r ia o “ U rim e T u m im ” o u c o m o p r e n d e r ia as “cam painhas e ro m ãs” ao red o r das bordas do m anto, especialm ente quando n ão p reg am o s c o m m a n to ? T alvez as preg ad o ras ten h am m en o s trabalho em se a d ap tar a esse an tig o có digo de vestuário. E depois, com o você faria ou u sa ria u m “é fo d e ” ? E ain d a h av ia a “m itra de lin h o fin o ” , “as tiaras de linho fin o ” e “os calçõ es [roupas de baixo] de linho to rc id o ” . “F ize ra m tam b ém a fo lh a d a c o ro a de san tid ad e” atad a co m um co rdão azul. Sim , sem d ú v id a ch e g a ria a atrair u m a m u ltid ão , m as on d e v o cê arran jaria o o u ro p u ro e as o rd en s de p ed ras p rec io sas? E co m o p o ria no seguro esse traje? O n d e o g u a rd a ria de m an e ira que n ão fo sse ro u b ad o ? C erto, certo! A rg u m en to m u ito b e m colocado. N ão é ju s to que o sucesso ou fracasso de u m m in istro seja d ep en d en te da m an eira co m o ele se veste! M as ta m b ém dev em o s re co n h e cer q u e o m o d o c o m o n o s v e stim o s c a u sa n o tá v e l im p ac to nas p esso a s a q u e m p ro fissio n al ou socialm ente m in istram o s e, até certo ponto, afeta a m an eira co m o n o ssa au d iên cia nos responde. Isso é b em v erd ad e esp ecialm en te q u an d o assu m im o s o p ap el de p a sto r em público. V estir-se de m an e ira a re a lç a r seu m in istério é, n a v erdade, n ad a m ais n a d a m en o s que te r b o m g o sto e u m a ap arên cia p esso al q u e reflita o que as p esso as en ten d e m com o aceitáv el p a ra a lid e ra n ç a e m inistério. C o m o d eterm in ar e ssa a p arên cia p e sso a l p o d e ser u m tanto qu an to difícil. A o b serv ação é um p o n to de p artida. N o te com o os ban q u eiro s, ad v o g ad o s e execu tiv o s se v estem e m sua cid ad e e terá u m a id é ia b a stan te clara d a ap arên cia que se esp era das p esso as a q u em os o u tros co n fiam aspectos im p o rtan tes de suas v id a s.3 V estir-se b em não p recisa ser caro. C om pre roupas a p reço s baixos. O bserve que não sugeri que você com prasse roupas baratas. C om pre roupas boas a preços reduzidos, p la n e ja n d o c o m c r ité r io . P o r e x e m p lo , c o m p re e m liquidação. E m geral, artigos de verão são v endidos em liquidação depois de fevereiro; e roupas de inverno, em fins de agosto. D istrib u id o res de fáb rica tam b ém p o d em ser e x c e le n te fo n te de co m p ras de ro u p as boas. M as ten h a cuidado, aprenda a distinguir a m ercadoria b o a da inferior. L ev e p o u ca coisa, m as de qualidade. M ais econom ia p o derá ser feita, se p referir estilos conservadores, tradicionais; durarão m uito m ais tem po em seu guarda-ro u p a do que as roupas de estilo contem porâneo. Você tam bém p ode com prar peças de ro u p a m ultifuncionais. F alem o s ag o ra so b re o terno, p o rq u e é o artigo cen tral do v estu ário que p ro v a v e lm e n te m a is in flu e n c ia o ju lg a m e n to do e sp e c ta d o r. O te rn o e stab elece au to rid ad e, c red ib ilid ad e e sim patia, q u alid ad es im p o rtan tes a q u a lq u e r m in istério . Q u an to m ais escu ro fo r o tom , m ais auto rid ad e tende a transm itir. U m tern o p reto é o m ais a u to ritário , m as só d everia ser usad o
você deve se vestir de acordo comas expectativas de sua audiência _______________ 35
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR p o r d ireto res fu n erário s ou p reg ad o res. O p ad rão m ais au to ritário é o de listras finas. T ernos que lhe dão m ais c red ib ilid ad e co m p esso as de classe m é d ia são o azul e scu ro ou o cin za escuro, lisos ou de listras fin as de am bas as cores. O te m o m ais aceito é o azu l-m arin h o liso, o qu al todo p a sto r d ev eria ter em seu g u ard a-ro u p a. É ex celen te, p rin c ip alm e n te se v o cê não tran sm ite m u ita au to rid ad e n atural. L em b re-se! A p rim e ira e m ais im p o rta n te m e n sag em que u m p reg a d o r en treg a a u m a au d iên cia é a não-v erb al. V ocê deve se vestir de acordo co m as ex p ectativ as de su a audiên cia. M esm o n a d e sp reo cu p ad a e repreen sív el cu ltu ra m o d ern a, as p esso as e sp eram q u e seus m in istro s se m o stre m com o m in istro s. T ern o s, c a m isa s b ra n c a s e g rav atas ain d a são v á lid o s p a ra h o m en s. P a ra m u lh eres, trajes d e p asseio e b lu sas sociais lim p as e b rancas ate n d e m à m a io ria das ex p ectativ as atuais. Se v ocê se veste b em e fo rm a u m co n ju n to h arm o n io so , p a re c e rá d iscip lin ad o e terá u m estilo de vid a p e sso a l b e m equ ilib rad o .
O Pastor e Seu Carro O u tro p ro b le m a p a ra o m in istro é o tip o de carro, esc o lh a c h eia de to d o s os tip o s de s ig n ific a d o s su tis. A lg u m a s p e sq u isa s p sic o ló g ic a s p are c e m in d ic a r que, c o m a e sc o lh a do carro, d enu n ciam o s q u em som os, rev ela m o s alg u n s segred o s p ro fu n d o s e íntim os. In felizm en te, o carro do p a s to r é m ais do q u e u m sim p le s m e io de tra n sp o rte . E le e n v ia u m a m en sa g e m — bo a, ru im , sutil ou evidente. V ocê p o d e te r u m ca rro em e q u iv a lê n c ia às e sc o lh as feitas p o r cin c o e n tre se u s se te p a s to re s a u x ilia re s . S e p e lo m e n o s d o is a c a d a trê s in te g ra n te s d o seu m in isté rio p o s s u íre m c a rro s n a c io n a is d e lu x o , v o c ê p o d e ria te r u m ca rro de lu x o u sa d o , c o m m ais de 150 m il q u ilô m e tro s ro d ad o s. Se a m a io ria do seu m in isté rio d irig e ca rro s im p o rta d o s, v o cê p o d e ria te n ta r c o m p ra r u m tam b ém . E ra tão sim p le s nos an o s 50 ou 60 e sc o lh e r e n tre d u as o u três o p ç õ e s d e m o d e lo s b á sico s, c o m m a rc h a n a c o lu n a de d ire ç ã o e rá d io c o m b o tõ e s de a p e rta r (m en o s c o m p n e u s de fa ix a b ran ca)! H o je, as a lte rn a tiv a s são in fin ita m e n te m ais v ariad a s. H á ce n te n a s d e o p ç õ e s n a c io n a is e im p o rta d a s. A e sc o lh a ab so lu ta m e n te p ro ib id a a u m m in istro seria p o ssu ir um c h am ativ o co n v ersív el verm elho. U m v e rd a d e iro p ro b le m a s e ria c o m o p a re c e r c o rre ta m e n te p ie d o s o d irig in d o u m L e x u s 4 0 0 ou u m a B M W 725! A m elh o r solu ção seria a ig reja o ferecer-lh e u m carro (rig o ro sam en te esco lh id o p elo s m em b ro s d o m in istério , p o is alg u n s p o d e m su g erir até c o m u m p is c a r d e o lh o s ). A s e g u n d a m e lh o r s o lu ç ã o é c o n s id e ra r cu id ad o sam en te todas as suas o p çõ es e fazer u m a escolha, não indo m uito aos ex trem o s, e d ep o is d e sfru ta r da escolha! Q u alq u er q u e seja seu carro, p o r favor, m an ten h a-o lim po, sobretudo aos dom in g o s! F aça as re v isõ e s reg u lares reco m en d ad as, c alib ra g em dos p n eu s, tro cas de óleo, reg u lag en s do m otor, pois assim seu carro durará p o r m u ito m ais tem po. N ão co m p re m ais do q ue p o ssa p a g ar e não se p o n h a em escrav id ão co m os p ag am en to s das prestações do carro. L em brese de que u m carro é um artigo depreciativo. U m carro não lhe dará dinheiro; v ai lh e c u star caro.
O PASTOR PENTECOSTAL
O Pastor e os H ábitos U m h áb ito é u m a p rática, u m p ad rão de co m p o rtam en to , u m a rotina, u m a tendên cia, u m a ação hab itu al, u m exercício arraig ad o ou um a m an eira c rô n ic a de fa z e r as c o isas. H á b ito s p o d e m ser e scrav o s, fe rram en tas, ajudantes ou p o d em ser co stu m es que nos lev am ao esquecim ento. H ábitos p o d em ser b o n s ou ruins. É o b rigação do m in istro cu ltiv ar hábitos que realcem o m in istério e o caráter. V am os d a r u m a o lh a d a nos seguintes c o n selh o s sobre h áb ito s acu m u lad o s de u m a vid a in te ira de m in istério e de m u itas o u tras fontes. 1. 2.
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C o m e c e to d o s os dias c o m D eus: le itu ra bíb lica, oração, m editação. E n treg u e o d ia a D eus. F a ç a u m p la n o p a ra c a d a dia. E sta b e le ç a alg u m as m etas diárias im ediatas, m etas de m éd io alcance e planos de longo alcance. Planeje seu trab alh o e trab alh e no seu plano. N ão se esqueça de suas prioridades: Deus, você, sua família e o ministério. P or que você? A o fixar as prioridades, pergunte-se a si m esm o: “C om quem estarei passando a m aior quantidade do tem po da m inha vida?” O s relacionam entos m ais longos exigem m aiores prioridades. D ese n v o lv a o h áb ito de ser pontual. D eterm in e ser u m ex em p lo vivo d aq u ilo que você prega. V iva de aco rd o com seus recursos. P ague suas contas em dia. Separe u m a q u a n tia p o r m ês p a ra os tem pos de adversidade. R eserve tem po diário p ara atender às necessidades da fam ília. Planeje m o m e n to s e sp eciais co m a esp o sa e filh o s lo n g e das ex ig ên cias m in isteriais do d ia-a-dia. C u ltive u m a b o a v id a fam iliar. N u n c a su b a ao p ú lp ito d esp rep arad o física, m ental, esp iritu al ou p sico lo g icam en te. M an ten h a-se em fo rm a em todas essas áreas. S eja audacioso: fa ç a u m exam e de saúde geral a c ad a ano. C u ltiv e u m a atitude m en tal positiva. N ão se p erm ita fic ar co m raiva, n a d efen siv a, derro tad o , sarcástico ou negativo. T orne-se estu d an te d a P alavra, da b o a literatu ra, das pessoas. L eia, le ia e leia ca d a v ez m ais. Q ue tal estab e lec er a m e ta de le r u m livro p o r sem an a ou, q u em sabe, dois livros? A ssin e bons periódicos. F o rm e su a b ib lio te c a co m zelo. A p re n d a a d izer coisas ag radáveis e positivas. S eja co eren te, fided ig n o , alguém co m q u em se p o ssa contar. C u m p ra o q u e p ro m eteu ou não faça pro m essas tolas. N u n c a fale m al p u b licam en te de q u em quer q u e seja. S eja u m a p e sso a en tu siástica. S eja flexível. T ire u m d ia de fo lg a p o r sem ana; tire suas férias anuais. N u n c a a c o n s e lh e a lg u é m do se x o o p o s to s o z in h o o u a p o rta s fech ad as. S eja d izim ista e fa ç a suas ofertas regulares; seja g en eroso co m tudo o q u e v o cê tem . S eja leal à su a ig reja, ao seu m in istério , à sua fam ília, ao seu D eus, à su a d en o m in ação . Se não co n seg u e ser leal, saia; faça o u tra coisa.
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S eja u m a p e sso a íntegra, honesta. N ão seja plagiador. S e u sar m a te ria l d e outras pesso as, dê-lh es o crédito. N ão seja apenas u m to m ad o r; tam b ém p o n h a algo no canal de id éias e co n ceito s p a ra que os outros usem . N ão p e rm ita que os outros e stab eleçam as p rio rid ad es p ara sua vid a e m in istério .
REGRAS DE VESTUÁRIO QUE PAGARÃO GRANDES DIVIDENDOS • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
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Se puder, v ista -se bem . S em p re, sem pre seja asseado, v estid o eleg antem ente co m roupas bem passadas e co m binando. L em b re-se de q u e a g rav ata é o ú n ico in d icad o r m ais im p o rtan te de q u em você é. C o m p re a m e lh o r gravata que puder. U se u m corte de cab elo m o d erad o (não m uito com prido, ou c o m m uito gel, ou m uito fo ra do co m u m ) e sem p re v erifiq u e se o cabelo está bem penteado. N u n ca, n u n ca u se ca m isa de m an g as cu rtas p a ra fins m in isteriais ou p a ra p a rticip ar de reu n iõ es, p artic u la rm en te co m paletó! S em p re se v ista co n fo rm e as p esso as a q u em estará m inistrando. N u n c a u se ó cu lo s de sol ou ó cu lo s q u e e scu re çam co n fo rm e a claridade, p o rq u e as p esso as têm de v e r seus olh o s p a ra acred itar em você. N u n ca use jó ia s n ão fu ncionais. S em p re te n h a no b o lso u m a b o a caneta. N u n ca tire o casaco , a m enos q u e seja ab so lu tam en te necessário; enfraq u ece sua m en sagem . L em b re-se de q u e o asseio conta. S em p re v erifiq u e sua ap arên cia n u m esp elho antes de se d irig ir ao púlpito. C ertifiq u e-se de qu e v o cê não “d esap areça” no fundo de cena. Se on d e v o cê fo r preg ar p re d o m in a r um fu n d o de cen a azul, não u se terno azul. N ão lev e n a d a n os b o lso s n em u se algo q ue p ro d u za sons m etálico s, tin id o s ou esta lidos. A b o to ad u ras q u e b atem n a trib u n a p e rto do m icro fo n e parecem b om binhas. N u n c a p e rm ita estar n a área do p ú lp ito c o m os sapatos em m ás co n d içõ es e p re c isa n do d e en g ra x a r e/ou lustrar. Se v o cê tem p ro tu b eran te b arrig a, n u n ca use o cinto abaixo dela. N u n ca, n unca, n u n c a u se m eias b ran cas c o m terno. V ista-se de aco rd o co m a o casião. H á m u itas op o rtu n id ad es p ara d eix ar o terno em casa e ser inform al. T enha u m b o m g u a rd a -ro u p a básico: tern o azu l-m arinho, c in z a escuro e preto. C o m plete co m um casaco esp o rte azu l-m arin h o com calças cinzas e um casaco esporte beg e co m calças azu is-m arin h o s. P ro v e n h a -se suficien tem en te de cam isas e gravatas qu e com binem . L e m b re -se ! Você n u n ca estará realm en te b em vestido até que esboce u m sorriso am is toso, p o r isso sorria, so rria e sorria!
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S e m p re te n h a à m ã o a lg u m tip o d e re fre s c a n te b u c a l e u se -o , e sp e c ia lm e n te d ep o is d e te rm in a r a preg ação . E m b o ra a h alito se seja m elh o r do que resp iração nenhum a, ain d a assim é indesculpável. S e ja b o m v iz in h o , fa ç a p a rte d a c o m u n id a d e n a q u a l v ive, seja co n trib u in te, e n ão só recebedor. S eja acessív el a todos, in clu in d o às crianças. L em b re-se de ser hum ano. N ão m a n te n h a u m a p o stu ra d esleix a d a en q u an to e stá n a área do p ú lp ito . N ão se apóie n a trib u n a ao falar. N ão seja co n h ecid o co m o u m p reg a d o r prolixo, enfadonho. L evantese, fa le e cale-se! C ultive u m senso de hum or. U m p reg ad o r sem senso de h u m o r é co m o u m carro sem p ára-choque. T r a te to d o m u n d o d e m o d o s e m e lh a n te , d o s e x e c u tiv o s às crian cin h as. C o n tin u e d e s e n v o lv e n d o s u a s h a b ilid a d e s m in is te r ia is , s u a p rep aração de serm ões, sua en treg a d e serm ões, suas hab ilid ad es p essoais. T orne-se u m estu d an te vitalício. S em pre faça m elhoras. A d q u ira o h áb ito de n u n c a se lev ar m uito a sério — seu m inistério, sim ; vo cê, não! S eja p ro p en so a se d escu lp ar e ad m itir os erros. “Se fiz e r u m a trap alh ad a, co n fesse” . L em b re-se de q u e os m em b ro s do seu m in istério não são o inim igo, co m o tam b ém n ã o o são seu p a sto r ou a ig reja vizinha. T enha u m p assatem p o e atividades de lazer, m as não p e rm ita que tais ações o c o n tro lem o u o dom inem . Se fo r pescar, não vire um p ro fissio n al. S eja agradável! L em b re-se de q u e m você e stá servindo. C o m o diz o v erificad o r d e am ostras: “V iva ca d a d ia c o m a eternidade à v ista ” .
N um a época em que o tem po parece ser cada vez m ais lim itado e valioso, p o r que m ilhões de pessoas voltam às nossas igrejas sem ana após sem ana para ouvir os pregadores pregarem ? H á m uitas razões. A fundam ental é que as pessoas ainda têm o desejo de ouvir um a autêntica palavra de D eus, através de u m autêntico servo de D eus. S er pastor é extraordinária responsabilidade, porque as pessoas que v êm estão cheias de ansiedade sobre a vida e o futuro. C hegam -se a você com o o m ensageiro de D eus, esperando que você as lem bre que suas vidas têm im portância, que D eus se im porta, que há esperança e que a preparação para a vida depois desta deve ser feita im ediatam ente. C om esperança, vão até você m uito sem elhantem ente aos gregos que abordaram F ilipe e perguntaram : “Senhor, queríam os ver a Jesus” . Portanto, é im portante que não dificultem os a aproxim ação dessas pessoas, colocando qualquer tipo de barreira — barreira das possessões m ateriais, dos hábitos, dos hum ores, dos carros ou disposições de espírito — , arruinando a vida ou a m ensagem do m ensageiro. Incum bência difícil, não obstante Paulo afirm a: “Posso todas as coisas naquele que m e fortalece” (Fp 4.13).
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR
Educação Permanente para fltender Necessidades variáveis Del Tarr '* I B
m en te é m u ito sem elh an te a u m g u ard a-ch u v a; fu n c io n a m elhor q u a n d o e s tá a b e r ta ” . A lg u n s a c re d ita m q u e se u m p o u c o de co nhecim ento é algo perigoso, m uito co nhecim ento é letal! C ontudo, tal não deve ser a atitude do p asto r h o d iem o , in d ependente de sua form ação ed u cacio n al. Seu d e v e r é fazer esfo rço s p ara fic a r atu alizado, ou p e rd erá a fo rç a p e n etran te d a eficácia. D eu s n ão está lim itad o pelo co n h ecim en to de u m a pesso a, m as rara m e n te u sa m enos. C o n co rd o co m Jo h n G ardner, fu n d ad o r da C au sa C om um , quan d o fala so b re as atu ais te n d ê n c ia s e d u c a c io n a is (n ó s, do e n sin o su p e rio r das A sse m b lé ia s de D e u s, d e v e ría m o s m o s tra r p re o c u p a ç ã o sem elh an te): “M u ita d a e d u c a ç ão de h o je é m o n u m e n ta lm e n te in eficaz. N a g ran d e m a io ria d as v ezes e sta m o s d a n d o ao s jo v e n s flo re s c o rta d a s, q u an d o d ev eríam o s estar lhes en sin an d o a c u ltiv a r as p ró prias p la n ta s” .1 D e certa form a, dev eríam o s estar ensin an d o aos n ossos m inistros m aduros m elhores m an eiras de co m o pensar, e n ão apenas o q u e pensar. A final de contas, n in g u é m esp era n a d a o rig in al de u m eco! C a d a vez m ais, n o ssas igrejas estão esp eran d o que o co n teú d o b íb lico aco m p anhe o discurso in spirado do p ú lp ito e d a sala de au la d a igreja.
A N ecessidade de Educação Contínua H o u v e dias n o s círcu lo s p en teco stais trad icio n ais q u an d o a b u sc a p o r educação era g randem ente censurada. E sses dias geralm ente já são passado. O s p en teco stais, em su a m aioria, ab an d o n aram a v elh a id é ia de que não é p o ssív el ser cu lto e esp iritu al ao m esm o tem po. F in alm en te percebem os q ue m uitos dos escritores ungidos do A ntigo e no N ovo Testam ento tam bém eram os m ais eficien tes m o d elo s e sp iritu ais disponíveis. M oisés e P aulo n ão fo ram apen as os re sp o n sáv eis p elo m a io r n ú m ero d e livros de cad a T estam ento, m as tam b ém eram os h o m en s m ais cultos dos seus dias. D a m esm a fo rm a fo ram sin g u larm en te aprovados p o r D eus (p oder-se-ia dizer,
O PASTOR PENTECOSTAL escolhidos). A o falar sobre a h istó ria pentecostal am ericana. D avid W om ack declara: “M u ito s d a p rim e ira o n d a de p reg ad o res cheios do E sp írito eram p asto res cultos, q u e saíram ou fo ra m rejeitad o s p o r outras d enom inações. E n tretan to , e m fins de 1920, u m m in istério m en o s culto e stav a sendo trein ad o em in stitu to s de curto p e río d o ” .2 E m m in h a in fân cia, n o M e io -o este am ericano da décad a de 1950, era co m u m atacar-se a educação. C om algum as exceções, oradores de reuniões reg io n ais, da C o n v en ção G eral e preg ad o res em co n v en çõ es nacionais sem pre eram o v acio n ad o s p o r fa z e rem co n tu n d en te ataque à “educação su p e rio r” . T in h a m ra z ã o e m re je ita r o lib e ra lism o e o in tele ctu alism o d a q u e le s q u e re c u sa ra m os p io n e iro s p e n te c o sta is, m as esses crítico s u ltr a g e n e r a liz a r a m q u a n d o r o tu la ra m a e d u c a ç ã o c o m o a n tité tic a à esp iritu alid ad e. H oje, anos m ais tarde, preciso ser claram en te en tendido nesse assunto. O s p e n teco stais têm razão em tem er os que b u sc am o b ter altos títulos acad êm ico s apen as p ara se prom over, m a ssag ear o p róprio ego ou para su b stitu ir um títu lo p e la c o rag em e servidão hu m ild e no m inistério. P o r ou tro lado, sou grato p o r ter v iv id o p a ra ver o dia em que p a sto res e ed u cad o res cheios do E sp írito , m u ito cultos e p o ssu in d o o equilíbrio entre p o d e r e c o n h e c im e n to , p u d e ss e m d e m o n stra r c o n h e c im e n to so b fo g o p e n te c o sta l. G raças a D eus, o antigo o x ím oro “cultu ra p e n tec o stal” não é m ais u m oxím oro. N ão precisam os nos preocupar com títulos universitários, co n tan to que h a ja d em o n stração do poder!
A E xplosão de C onhecim ento N a m ais antiga e tradicional sociedade, presum ia-se que a aprendizagem d av a fim à ad o lescên cia. O que se tin h a ap ren d id o co m 21 anos seria aplicad o , sem alteraçõ es, p elo resto d a vida. O ap ren d izad o trad icio n al e s ta v a b a s e a d o n e s s a s s u p o s iç õ e s . E n tr e ta n to , v iv e m o s n a e ra do e m p re s á rio , e n ã o d o a p re n d iz . H o je as p e s s o a s e sp e ra m c o n tin u a r ap ren d en d o p o r m u ito tem p o n a m aioridade. O que hoje se ap rende com 21 anos p ode estar m u ito o b so leto em cinco ou dez anos e te rá de ser s u b s titu íd o o u a tu a liz a d o p o r n o v a s h a b ilid a d e s e c o n h e c im e n to . D o c u m e n to s c ie n tífic o s p u b lic a d o s d ia ria m e n te c h e g a m à c a sa das centenas. O resultado: a edu cação te m um a vida de p rateleira m enor. A inda q u e o c o n te ú d o do c o n h e c im e n to b íb lic o seja estáv el, a co m p reen são pesso al da P alav ra de D eu s sem pre deve estar em crescim ento. A lé m das h a b ilid a d e s re q u e rid a s p ara fic a r a tin en te c o m a ép o c a da e x p lo s ã o d o c o n h e c im e n to , ta lv e z a c o m u n ic a ç ã o e as h a b ilid a d e s p e sso a is p a ra tra n sm itir c o n h e c im e n to so bre D eus re p re se n te m a m a io r n e c e ssid a d e e n tre os m in istro s d a atu a lid ad e . Isso sig n ific a que o p a sto r dos d ias de h o je d ev e c re sc e r c o n sta n te m e n te em term o s in te le c tu a is tanto q u an to espirituais. In fo rm ação não é necessariam en te conhecim ento, m as a e x p lo são de in fo rm açõ es é asso b erb an te. D av id L in o w es, p ro fe sso r de e c o n o m ia p o lític a d a U n iv e rs id a d e de Illin o is , E s ta d o s U n id o s, a sse v e ra q u e m ais in fo rm a ç õ e s fo ra m p ro d u z id a s no s ú ltim o s trin ta anos do q u e nos cin co m il an o s a n te rio re s.3 A no ta fav o ráv el é que n u n ca h o u v e m o d o s tã o v a ria d o s de a s s im ila r in fo rm a ç ã o do q u e e x iste m
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR atu a lm e n te . A e ra d a e le trô n ic a e s tá e m p le n a m o cid a d e. D ev em o s u sála p a ra a d q u irir h a b ilid a d e s in te rp e s s o a is b e m c o m o c o n h e c im e n to teo ló g ic o . Q uan d o fo i im p re ssa a p rim e ira ed ição de A n d H e G ave P astors (E E le D eu P astores), p o d ia -se av ançar m ais fac ilm e n te no m inistério apenas por an tig ü id ad e, “ sub in d o de p o sto ” (com o no exército). Isso e stá m udando. A gora, cad a vez m ais, p asto res m ad u ro s p recisam descobrir, determ in ar e d ese n v o lv e r v ários ap erfeiço am en to s p ro fissio n ais du ran te sua v id a de trab alh o , a fim de aco m p an h ar as ex p ectativ as d a co n g reg ação .4
Pensam ento Vertical versus Lateral R ecen tem en te com ecei u m curso para m e to m a r técnico — aos 61 anos! H á apenas alguns m eses n ão im a g in a v a q u e isso fosse possível. H avendo ap ren d id o a d a tilo g ra fa r n a esco la se cu n d ária (a ú n ica m atéria n a qu al tirei C), p o r m u ito tem p o acreditei que tin h a um a leve form a de dislexia: sem pre m e era m u ito fácil tro car as letras do teclado. M esm o q u ando digito as p alav ras p a ra este cap ítu lo , se tiv esse de fazer u m teste de rapidez, estaria e m a p u r o s e te r m in a r ia c o m u m a p o n tu a ç ã o n e g a tiv a ! C o n tu d o , d eterm in ad o a n ão fic a r to talm en te p a ra trás n e ste m u n d o tecn o ló g ico e de avan ço s ráp id o s, co m p rei h á alguns m eses u m c o m p u ta d o r laptop e m e fo rc e i a d e ix a r de c o n fia r ex clu siv am en te nas h ab ilid ad es d e dig itação de m in h a esp o sa, D olly. R esisti, até agora, a en tra r n a era do com putador, p o r c a u sa d e m in h a id ad e e d a co n v icção de q u e co m p u tad o res são talv ez o re su lta d o m ais ló g ico de u m a p re d isp o sição às lim itaçõ es do pen sam en to v ertical (explico m ais adiante). A d esp eito de tudo isso, co n scien tizei-m e de m in h a p ró p ria n e c essid ad e de crescer em u m a área tecn o ló g ica e de h a b ilid a d e p e s s o a l q u e tin h a e s ta d o a n e g lig e n c ia r. E s ta é a e ra do com p u tad o r, e nos fiam o s n esse fato p a ra ex ecu tar funções notáveis que freq ü en tem en te su b stitu em as p esso as. (M as não esqueça, u m co m p u tad o r não p o d e c ria r u m a ú n ica id éia nova.) A se g u in te h istó ria ilu stra c o m o so m e n te a m e n te h u m a n a , sob a p re ssã o de u m a c irc u n stâ n c ia d a v id a re a l, p o d e e n c o n tra r u m a so lu ção c ria tiv a . E n sin a -m e qu e, c o m o m in istro , ten h o de estar em co n stan te c re sc im e n to e n u n c a p a ra r d e ap ren d er, le r e e sp e ra r em D e u s p a ra não fic a r e sta g n a d o . Isso d e sc re v e o q u e eu e sta v a fa z e n d o co m a te c n o lo g ia a tu a l e c o m o e sta v a sa lta n d o p a ra a id a d e do co m p u tad o r. E d w a rd D e B o n o d esafia o le ito r do seu p eq u en o liv ro N e w T h in k (N o vo P e n sa m e n to ) a a m p lia r o p o d e r d o p e n s a m e n to , a p r e n d e n d o a p e n s a r n ã o só v e rtic a lm e n te ou a n a litic a m e n te (co m o o m u n d o o c id e n ta l ap re n d e u do m o d e l o g r e c o - r o m a n o d e A r i s t ó t e l e s ) , m a s ta m b é m a p e n s a r la te r a lm e n te .5 O p e n s a m e n to la te ra l n ã o se p re o c u p a a p e n a s c o m a s o lu ç ã o d o p ro b le m a , m a s e s p e c if ic a m e n te c o m n o v a s fo rm a s d e p e rc e p ç ã o q u e le v e m a id é ia s e d e sc o b e rta s c riativ a s. P o r c a u sa d e n o ssa te n d ê n c ia c u ltu ra l e m p e n sa r a p en as v e rtic a lm e n te, a m a io ria de n ó s tem de p ra tic a r in te n c io n a lm e n te o u fa z e r u m esfo rço co n sc ie n te em a p ren d e r o m o d o la te ra l de p en sar. A c o n v icção p e sso a l so b re a n e c e ssid a d e de a p re n d e r e p ra tic a r sa b e d o ria , co m o fez S alo m ão , lev a -m e a esta h istó ria q u e ilu stra o p e n sa m e n to lateral:
O PASTOR PENTECOSTAL
Há muitos anos quando uma pessoa que devia dinheiro podia ser lançada na prisão, certo comerciante de Londres teve o infortúnio de dever enorme quantia a um agiota. O agiota, que era velho e feio, gostou da bonita filha adolescente do comerciante. Propôs um acordo. Disse que cancelaria a dívida do comerciante se pudesse possuir a menina. Tanto o comerciante quanto a filha ficaram horrorizados com a proposta. Então, o esperto agiota sugeriu que eles deixassem que a Providência decidisse o assunto. Disse-lhes que poria uma pedra preta e uma pedra branca em um saco de dinheiro vazio e depois a menina teria de pegar uma das pedras. Se tirasse a pedra preta, ela se tornaria sua esposa e a dívida do pai seria cancelada. Se saísse a pedra branca, ela ficaria com o pai e a dívida seria cancelada. Mas se ela se recusasse a tirar a pedra, o pai dela seria colocado na prisão e ela passaria fome. Com relutância, o comerciante concordou. Estando no jardim do comerciante, o agiota se inclinou para apanhar as duas pedras. Quando apanhou as pedras, a menina, com olhos de lince, notou assustada que ele pegara duas pedras pretas e as colocara no saco de dinheiro. Então, ele pediu que a menina tirasse a pedra que decidiria o destino dela e o de seu pai.6 A gora, im ag in e, se n esse m o m en to fo sse so licitad o que você desse um co n selh o à filha. Q ue tipo de ló g ica u saria p a ra acon selh á-la? P ensadores v e r t i c a i s n o r m a l m e n t e n ã o sã o d e m u ita a ju d a n e s ta s itu a ç ã o . A n aliticam en te, a m e n in a n ão te m m u ita escolha. (1) E la p o d e ria ch am ar a aten ção , j á de cara, que as duas p ed ras eram p retas e que o ag io ta os estav a e n g an an d o , m as u m n eg o c ian te en v erg o n h ad o não re so lv e ria o p ro b le m a do p ai dela. (2) E la p o d eria se recu sar a tirar a pedra, m as isso ta m b é m não so lu cio n aria a q u estão do p a i dela. (3) E la até p o d e ria tirar u m a p e d ra e esc o n d ê -la n a m ão, ped in d o que o ag io ta iden tificasse a cor d a p e d ra q u e ficasse no saco. E n tretan to , isso m ais u m a vez le v a ria o co m ercian te a p erder, em face de certas co n seq ü ên cias terríveis para ela e seu pai. (4) E la p o d e ria aceitar h u m ild em en te o in evitável e sacrificar-se p elo pai. Q u al seria o seu consqlho p a ra ela? H á outras opções? (A ntes de p ro sse g u ir len d o , im ag in e q u e con selh o você lhe daria.) A menina da história pôs a mão no saco de dinheiro e tirou uma pedra. Sem olhar para ela, atrapalhou-se ao segurá-la e deixou-a cair no caminho, onde imediatamente se perdeu entre todas as outras. “Oh, como sou desajeitada”, disse, “mas não se preocupe, se olhar no saco de dinheiro verá qual pedra tirei pela cor da pedra que ficou” . Visto que é óbvio que a cor da pedra é preta, presume-se que ela tirou a pedra branca, pois o agiota não ousaria admitir sua desonestidade.7 Só o fato de co n tin u a r estu dando, p o r m eios form ais ou in fo rm ais, não g aran te q u e você p o ssa tran sfo rm ar seu m odo de p en sa r acrescen tan d o o p en sam en to lateral às suas opções. M as u m a co isa é certa. Você a m p lia rá seu p o te n c ia l de o p çõ es em fa c e dos p ro b le m a s da vida real. O m in istro do E v a n g e lh o erra q u an d o a c red ita que, pelo fato de a m e n sag em do E v an g elh o n u n ca m udar, m odos de ap resen tar o E v angelho ta m b é m fiq u em in alteráv eis ou n u n ca p re c ise m ser atu alizad o s. N ão é v erd ad e que os m elh o res p asto res n u n ca d eix am de ap ren d er e de crescer
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR m e n ta l e e s p ir itu a lm e n te ? U m a d a s m a n e ira s d e m u ito s m in is tro s co n tin u a re m a c re sc e r é atrav és dos p erm an en tes pro g ram as fo rm ais de e d u c a ç ã o . O itin e rá rio d is c ip lin a d o ao c re s c im e n to m e n ta l é m e lh o r cum p rid o , p a ra a m a io ria de nós, com a m a tríc u la em alg u m curso form al e estru tu rad o q u e facilite n o ssa reso lu ção de alcan çar m etas. H á m uitas m aneiras: (1) co m p letar p o r co rresp o n d ên cia ou p o r estudos independentes um curso u n iv ersitário q u e fico u in acab ad o ; (2) o b ter u m título acadêm ico fre q ü e n ta n d o u m sem in ário o u u n iv e rsid a d e ; (3) e stu d a r n u m sistem a m o d u la r in te n s iv o d e se m in á rio s d e u m a o u d u a s se m a n a s (c o m o o D ep artam en to de E x ten são do S em in ário T eo lógico das A ssem b léias de D eu s am erican as [sigla e m inglês, A G T S], o p eran d o em sete cidades dos E stad o s U n id o s), p o is assim n ão é pre c iso d eslo car-se do m inistério. H oje o A G T S o fe r e c e v á rio s c u rs o s u n iv e r s itá r io s p o r m e io d e e s tu d o s indep en d en tes. E m breve, a B erean U n iv ersity e a A G T S o ferecerão cursos teo ló g ico s e m in g lês p e la In tern et. O p o te n c ia l é g rande, e essa á rea está se ex p an d in d o a cad a dia. C laro q u e u m m éto d o in fo rm al é u m en riq u ecim en to p esso al sim ples, sem lig ação co m u m a e sco la ou sala de aula. P o d e-se m an ter a m ente e o esp írito v iv o s co m d iscip lin a p ersisten te. O que você deve estudar? M uitas sugestões p oderiam se feitas aqui sobre a continuação dos estudos p ara os m inistros, e quanto às áreas de estudo p roveitosas ao seu crescim ento. P o r falta de espaço, m enciono apenas um a delas: a sensibilidade cu ltu ra l, que é m uito d iv ersa e está se tornando m ais com p lex a a cada ano. E sco lh i destacar apenas essa opção, porque m uitos livros a om item ou a neglig en ciam .8 O utras evidentes áreas de estudo que não tem os espaço p a ra discutir aqui são a B íblia, sociologia, psicologia, p re g a ç ã o , a d m in istra ç ã o e lid e ra n ç a , re so lu ç ã o de c o n flito s, m é to d o s organizacionais, aconselh am en to , an tro p o lo g ia cultural, com unicações e m íd ia . E a lista é e x te n sa . P e rm ita -m e fa la r d e u m a a p re n d iz a g e m e sensibilidade transcultural9 tão necessária, m as tão negligenciada. R efiro -m e não apenas aos sax õ es,10 qu e p o u co interesse têm e m inteirarse dos assu n to s afro -am erican o s, h isp ân ico s ou nativ o -am erican o s, m as tam b ém aos p asto res das m in o rias que, co n q u an to ten h am de v iv er num am b ien te de m a io ria an g lo -a m e rica n a b ran ca, não te n tam co m p reen d er m elh o r a p ró p ria cultura. Se u m a co m p reen são m ais am p la po d e ser obtida atrav és do d iálo g o e d e u m estudo sério dos v alo res dos o u tros p o v o s, p o r q u e , p e r g u n ta r ia a lg u é m , n ã o o f a z e m o s ? P o r q u e to d a s as p a rte s interessad as têm de “ir p a ra e sc o la ” p a ra estu d a r esse assu n to ? Porque ca d a su b cu ltu ra tem um p ris m a d istin to p e lo q u a l vê o m undo.
E statísticas do M ulatism o A m ericano E m 1981, Isid ro L u cas escrev eu o livro T he B ro w n in g o f A m e ric a (O M u la tism o d a A m é r ic a ).u N e ssa ép o ca, o au to r observou que 25 p o r cento da po p u lação de su a ig reja eram co m p o sto s de h ispânicos. N ão obstante, a ig re ja e ra m u ito in se n sív e l a e sse se g m e n to d a p o p u la ç ã o o u às suas necessidades. A s A ssem bléias de D eus estadunidenses estão se defrontando co m o m e sm o tip o d e crescim en to d e ssa m in o ria. E stam o s p e rceb en d o a n ecessid ad e de serm o s sen sív eis a e ssa seção de n o ssa ig reja? H o je h á
O PASTOR PENTECOSTAL quase 1.700 congregações h ispânicas das A ssem bléias de D eus nos E stados U n id o s , e o s m a is re c e n te s re la tó rio s d o D e p a rta m e n to d e M issõ e s N acio n ais m o stra m que, n a ú ltim a década, m ais d e q u a re n ta p o r cento do c re sc im e n to d as A sse m b lé ia s d e D e u s n o rte -a m e ric a n a s d e u -se n e ssa p o rção d a igreja. O s h isp ân ico s são aqueles que im ig ra m p ara os E stados U n id o s. O o b se rv a d o r aten to n o ta rá as vastas d iferen ças que ex istem entre essas p esso as. São ch am ad o s de latinos, latin o -am erican o s, m exicanos, p o rto -riq u e n h o s, cu b an o s, h isp a n o s. Suas h istó rias, suas tra d içõ e s, até m esm o seus so taq u es d ife re m en tre si. N ão o b stante, essas etnias têm m esm o m u itas co isas e m co m u m , e sp ecialm en te o id io m a espanhol. C o n h e c e r m e lh o r os h isp ân icos, ap ren d er a co m u n icar-se com eles, co m e ç a r a ap ren d er c o m eles as qu alid ad es esp eciais de sua cultura, é g ran d e d esafio p a ra to d o s os a m e ric a n o s.12 Isso é v e rd ad e so b retu d o para os p e n te c o sta is qu e, p a re c e , tê m p riv ile g ia d a fa c ilid a d e em a tin g ir os c o ra ç õ e s h is p â n ic o s e u m d e v o ta m e n to fie l. R e c o n h e c id a m e n te , n a C o nvenção G eral de 1995, em St. L ouis, M issouri, as A ssem b léias de D eus n o rte-am erican as to m a ra m p ro v id ên cias p a ra u m a p re se n ç a é tn ica (n esse caso, de h isp ân ico s) em seu m ais alto co rp o adm in istrativ o , o P resb itério E x ecu tiv o . Isso foi m ais do q u e o portuno. F o i o p rim eiro p asso p a ra le v a r a m aio r p re se n ç a de saxões a e n te n d er co m o m e lh o r atin g ir e in flu en c ia r a e v a n g e liz a ç ã o d a s p o p u la ç õ e s a fro -a m e ric a n a s, n a tiv o -a m e ric a n a s e asiático -am erican as (co m o ta m b ém outras). C o m o e stá o crescim en to da ig reja n o rte-am e rican a? O n d e e stá a m aio r necessid ad e de ev an g elism o ? Q u al a im p o rtân cia desses fato s ao tem a da sensibilidade cultural e da eficácia n a evangelização? C onsidere o inspirado co m p ro m isso d a D ivisão de M issõ es N acio n ais das A ssem b léias de D eus estad u n id en ses, ch am ad o “In v asão 39” , de alcan çar os h a b itan tes d e 39 cidades n o rte-am erican as de u m m ilhão de h abitantes ou m ais, onde v iv em cin q ü e n ta p o r cen to d a p o p u la ç ã o d essa nação. Q ue n in g u é m acred ite que esse esforço p ode ter êxito sem a p articipação de cad a um de nós. A m aioria de n ós e stá tão d esp rep arad a p a ra m in istrar c o m h a b ilid ad e nos bairro s m ais p o b re s e d e n sa m e n te p o v o ad o s d a c id a d e q u an to o d o n o d e u m rem o v ed o r de neve e sta ria p ro n to p a ra lutar, se tiv esse sido enviado à rec e n te g u e rra T em p estad e no D eserto! A D iv isão de M issõ es N acio n ais das A ssem b léias de D eus nos E stad o s U n id o s reco n h ece que esse desafio re q u e r novas estratég ias n a fo rm a de co m p ro m isso s m etó d ico s e de longo prazo p a ra o ev an g elism o não co n vencional. Isso sig n ifica o trein am en to d e esp ecialistas o u a u tiliz a ç ã o d e cren tes cheios do E sp írito q u e já ten h am ex p e riê n c ia de cam po.
Valores A m ericanos da “M aioria” O s n o rte -a m e rica n o s são co m o as p esso a s de o u tro s p aíses ao não p e n sa re m e m si m esm o s co m o os ún ico s a te r valores p ró prios. A creditam , co m o os o u tro s p o v o s, q u e as q u a lid ad e s que têm são u n iv e rsalm en te co m p artilh ad as. Isso tam b ém é v erd ad e no que tan g e às su b cu ltu ras e aos re g io n a lis m o s d e n tro d o p ró p rio so lo a m e ric a n o . O s m o ra d o re s d e M in n e so ta (E stad o o n d e m e criei) ficam surpresos q u e a d e licio sa co m id a c h a m a d a “ch u rra sc o ” , sig n ifiq u e apenas carn e de p o rco p a ra os h ab itan tes
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR d a C a ro lin a d o Sul. O s su l-caro lin en ses n e m ao m enos o u v iram fa lar de lu te fisk ,13 p ra to ap re c ia d o e m M in n e so ta (na m in h a o p in ião , que b aita sorte!). A c o m id a é n a v e rd a d e u m sím b o lo d as d ife re n ç as re g io n a is, e x a tam e n te co m o o g u m b o (so p a de q u iab o c o m g a lin h a) de M o b ile, A labam a, é ex clu siv am en te d iferen te dos feijõ es re frito s14 de A lbuquerque, N ovo M éxico! Q u an d o ten to en sin a r os am ericanos, africanos, ch ineses, ín d io s , e u ro p e u s e la tin o -a m e ric a n o s a s e re m m a is e fic ie n te s c o m o testem unhas transculturais, sem pre fico triste com a falta de conscientização do sig n ificad o das d iferen ças culturais. O que u m p a sto r anglo d ev e ap re n d e r sobre o p a sto r ou crente leigo h isp â n ic o o u a fro -a m e ric a n o ? N ão são to d o s a m e ric a n o s, p e rg u n ta m alguns? N ão p articip am tod o s dos m esm o s v alo res? E m b o ra esses diversos p o v o s p o s s a m ig u a lm e n te v a lo riz a r su a c id a d a n ia , p o s s u e m m u ita s variaçõ es n o s m esm o s v alo res estab elecid o s. U m a co m p reen são dessas v ariaçõ es ate n d e rá a m u itas n ecessid ad es nos efetivos relacio n am en to s h u m an o s n o m in istério . A q u i estão ap en as d uas das vinte variações que p ro v eito sa m e n te p o d e m ser consid erad as: 1. O tem p o . A s in flu ê n c ia s n o rte -e u ro p é ia s e m g ran d e p a rte ou n a p rev a le c en te cu ltu ra dos E stad o s U n id o s (e C anadá) e n sin am as crianças em casa e n a esco la q u e “tem p o é din h eiro ” . A eficiência é quase um fetiche p a ra os saxões. Se ex iste algo q u e os aleg ra é a v elo c id ad e das operações, das atividades b ancárias aos ram os com erciais. N ão são lu gar p a ra conversa fiada. Se ao ch e g a r su a vez n o caix a do b an co v o cê p erceb e que esqueceu de p re e n c h e r o c o m p ro v a n te de d ep ó sito , se n tirá n a n u c a os o lhos de d esapro v ação à m e d id a q u e co m p le ta a tarefa. E d w ard T. H all ch am a os sa x õ es d e “c u ltu ra m o n o c rô n ic a ” , n a q u a l o h o rá rio d irig e to d a s as a tiv id a d e s.15 E sse h o rá rio é m ais im p o rtan te do q ue q u a lq u er in terru p ção hum ana. A ssim , as raízes “p o lic rô n ic a s” das cu lturas n eg ra e h isp ân ic a in flu en ciaram seus m em b ro s a d ar esp aço m ais p ro n ta m en te à d im ensão p e sso a l d a v id a e dos relacio n am en to s. C h eg ar atrasado a um com prom isso é m enos grave a alguém que não é tão im pulsionado p o r um im portantíssim o horário. P ara eles, as p esso as são m ais im p o rtan tes do que a p o n tu alid ad e nos h o rário s. (C laro q u e h á e x ceçõ es a essas duas gen eralizaçõ es.) H á p essoas m o v id as p elo h o rário em to d as as etnias am erican as, d a m esm a m aneira q u e h á saxões cu ja p rio rid a d e à p e sso a lid ad e são u m a con stan te irritação p a ra seus co m p an h eiro s p o r e starem sem pre atrasados. P ense, pastor: q u al a su a atitu d e em relação àq u eles que não trab alh am segundo o reló g io de p o n to ? C o n sid ere, p a sto r étnico: já p ro cu ro u saber p o r q u e fic a tã o irrita d o c o m as p e sso a s q u e, ao o u v ire m o so ar da cam painha, estão prontas p ara in terro m p er o que q u er que estejam fazendo, não im p o rtan d o o q uão in te re ssa n te ou ab so rv en te e steja a reu n iã o ? N ão d ev eria to d a a n o ssa “p erm an en te e d u c a ç ão ” , fo rm al ou in form al, d ar um p o u co de aten ção às “rap o sin h as, q u e fa z e m m al às v in h a s” ? 2. O s r e la c io n a m e n to s . E s th e r W a n n in g le m b r a - n o s d e q u e os v erd ad eiro s cáu b o is do O este n u n ca fo ram m uito n u m ero so s na h istó ria a m e ric a n a e c e r ta m e n te sã o e s c a s s o s h o j e .16 M a s d e n o ta m g ra n d e sim bolism o ao c a ra c teriz a r o id eal am erican o de u m a in d iv id u alid a d e que co nfia em si m esm a, q u e é v alen to n a, que assu m e riscos e é m áscula. Os prim eiro s co lo n o s q u e e m g ran d e n ú m ero fo ra m p a ra a A m érica do N o rte
196 O PASTOR PENTECOSTAL eram p ro v en ien tes de tro n co s fam iliares do N o rte d a E uropa. C o m poucas e x c e ç õ es, fo ra m e les q u e se to m a ra m os c áu b o is tão m itific a d o s p o r H o lly w o o d . O u tras g ran d es p o p u laçõ es de im ig ran tes não estav am tão in clin ad as ao su p erin d iv id u alism o, com o os cáubois saxões. O s im igrantes do S u d este asiático (e co rean o s, ja p o n e se s, ch ineses e, m ais recen tem en te, vietn am itas, tais, hm o n g s) são extraordinárias adições à grande diversidade d a A m é r ic a . E le s tr a z e m u m a d e d ic a ç ã o à f a m ília q u e p o u c o é c o m p re e n d id a p o r q u a lq u e r n o rte-eu ro p eu ou seus prim o s am ericanos. Ju n te -se a isso a o rien tação fam ília/c o m u n id ad e dos eu ro p eu s do Sul (os povos latinos, especialm en te os italianos), que, em bora n essa questão sejam d iferen tes d os asiático s, n ão são m uito m ais b em -co m p reen d id o s pelos b ritân ico s e outros p o v o s g erm ân ico s da E u ro p a do N orte. Em muitos países, as pessoas não podem nem se imaginar separadas da família ou grupo a que pertençam. Sua lealdade é ao grupo, e suas realizações são para o grupo. Nos Estados Unidos, a autoconfiança é a virtude fundamental. Cada pessoa é uma operação solo, e a independência é considerada o direito inato de toda criança. [...] Muitas decisões que em outras culturas seriam tomadas pelo grupo aqui são tomadas pelo indivíduo.17
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E m face d essas d iferen ças, o p a sto r co rean o nos E stad o s U n idos, p o r exem plo, ficará escandalizado p ela típica falta de dedicação dos caucasianos à co m u n id ad e e ficará ch o cad o p o r essa v o luntariedade individual de tom ar d ecisõ es in d ep en d en tes sem a co n su lta ou apro v ação d aq ueles que estão em p o siçõ es de m ais alta au to rid ade (a percep ção do caucasiano). O quanto é m e lh o r v e r a p red isp o sição dos po v o s do sudeste asiático à auto rid ad e c o m o u m a fe rra m e n ta , u m p o te n c ia l ao c re sc im e n to , p o r re s p e ita r a autorid ad e de D eus. Igualm ente d esin tegrador é o desgosto do b ritân ico à “h esitação ” do co m u n icativ o asiático, que tem de d e b a te r co m a fam ília q u a lq u er decisão im p o rtan te rn m n rfia n c ã n antes de d ecid ir p elo sim ou pelo não. P o r que tais coisas VUIII|II C C IId u v sg0 im p o rtan tes? P o r que iria u m p a sto r n ascid o e criado
em G reat F alls’ M o n ta n a (onde h á m enos de dois po r cento J c q u a lq u e r p o p u la çã o étnica), p re cisar ap ren d er sobre a ra ç a n e g ra , se seu m in isté rio e n c o n tra -s e em D e tro it, M ich ig an ? P o r três razões: (1) sim p lesm en te p a ra saber m e lh o r co m o ev an g elizar os perd id o s n essa subcultura; (2 ) p a r a s a b e r m e lh o r c o m o i n t e r a g i r s o c ia l e ------------------------------------------- * * e sp iritu a lm e n te co m os m em b ro s que j á e stejam n essa co n g reg ação ; (3) p a ra d e sc o b rir a v erd a d e ira afin id ad e cristã (relacion alm en te) co m os m u itos pastores pen teco stais negros já existentes em D etroit. E sse m esm o exercício de racio cínio pode, é claro, ser aplicado a todas as outras m inorias.
atenderá muitas iiiCGSSÜlCiGS
Q uestões Práticas Você, irm ão ou irm ã caucasiana, sabe o significado do “m uro negro” , que m ostra tanta aceitação e subm issão com o tam bém desafio e rejeição? Você está ciente de que as expectativas am ericanas dos brancos acerca de certos tipos de contato visual (m antendo o olhar na conversação norm al
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR c o m u m a p e s s o a ) p o d e s e r to ta lm e n te m a l- e n te n d id o e m te rm o s transculturais? O s saxões geralm ente m antêm o olhar levantado para m ostrar respeito e integridade em u m colóquio entre duas pessoas (com o n a conversa entre em p reg ad o r e em pregado), olhando diretam ente à pessoa com quem falam . N u m a entrevista de em prego, m uitos em pregadores brancos esperam o m esm o tipo de contato olho a olho q u e exigem dos filhos (“O lhe para m im quando falo com v o cê!”). A m aio ria dos am ericanos negros é ensinada desde a infância a m o strar deferência e respeito, m antendo em geral o olhar para baixo e só o casionalm ente olhando u m distinguido superior nos o lh o s.18 Im a g in e co m o o in v e rso d e ssa e x p e c ta tiv a p o d e lev a r a g ran d es m a l entendidos e a u m a perp etu ação das in terpretações equivocadas? N e m to d o a f r o - a m e r i c a n o e x i b e to d o s o s a s p e c to s d o se u co m p o rtam en to n ão -v erb al. E n tretan to , essas c aracterísticas o co rrem com ta n ta f r e q ü ê n c ia n a p o p u la ç ã o n e g ra , q u e p o d e m s e r c o n s id e ra d a s co m p o rtam en to p adronizado: H á o “v irar de o lh os” que m ostra im pudência e d esap ro v ação . R o la r os olh o s é p ro v a v e lm e n te a razão d e m u ito s afroam erican o s, em co n v ersas en tre si, fre q ü e n te m en te dizerem : “N ão m e encare n e sse to m de v o z” . A m a io ria dos sax õ es e m u ito s hisp ân ico s não vão n em ao m en o s perceber! O s n ão -n eg ro s fariam b em em estu d a r os “ s in a is ” , “ e s tilo s ” e a “p o s tu r a r a p ”, ja n e la s d e s s a c u ltu ra r ic a em sig n ificad o p a ra se o b ter e n ten d im en to m ú tu o .19 P esq u isas feitas p o r M ary Jan e C o llie r so b re a c o m p e tê n c ia d a co m u n ic a ção su g erem que os afroam erican o s d ão m ais v a lo r à sin cerid ad e e re sp e ito pelo ind iv íd u o do que se u s s e m e lh a n te s a n g lo -a m e ric a n o s , q u e a c e n tu a m a h o n e s tid a d e e co n fid ên cia nos re la c io n a m en to s.20 O estilo de v id a su p e rin d ep en d en te esp o sad o pelos astros de telev isão nos v ário s ap arelh o s d e su a casa, en sin a -o q u e te r todas as en g en h o cas e m eios de lo co m o ção é a n orm a. E m m ilh ares de m an eiras sutis, os saxões e n s in a m o s f ilh o s a s e re m in d e p e n d e n te s d e le s (e d e p o is , q u a n d o e n v e lh e c e m , q u e ix a m -s e p o r te re m sid o a b a n d o n a d o s n u m a c a sa de rep o u so !). O s fin a n c e iram e n te d esafiad o s h isp â n ic o s em geral co n su ltam uns aos o u tro s nas d ecisõ es im p o rtan tes so b re em prego e casam en to e até p a ra viag en s longas. Q ue d iferen ça isso faz p a ra um p asto r saxão que ten h a h isp ân ico s n a ig reja? N ão esp ere q u e seus irm ão s ou irm ãs hisp ân ico s to m em d ecisõ es im ed iatas sob re assu n to s im p o rtan tes; p rim eiro tê m de co n su lta r o círcu lo fa m ilia r m ais am plo. S ab er isso fará co m que v o cê se lem b re a n ão p en sar n eles co m o pesso as in d ecisas. O s latin o s são descritos com o pesso as que p ro c u ra m resp eito e apoio a u m relacio n am en to , quando em interação com a p o p u lação saxônica. C o llier propôs u m tem a de vínculo p a ra d e sc re v e r a c o m u n icação en tre fam ílias m ex ican as e am erican as, o que re q u e r u m n o v o n ív el de relacio n am en to s que os am erican o s brancos freq ü en tem en te n ão b uscam . As co erçõ es do E v an g elh o in sistem q u e o p a sto r de ho je dê a m esm a aten ção a esses elem en to s, assim co m o faz um m issio n ário estrangeiro que b u sca re la c io n a r-se c o m u m p o v o -alv o além -m ar. Se sua atitude, no que tan g e às p esso as d iferen tes, é d e ix a r q u e ela s se co n fo rm em a você, então, g aran to , su a co n g re g a ç ão será m u ito p eq uena. N ão o b stante, po d e ser q u e sejam essas as p esso as q u e o S en h o r co n sid era seu po v o -alv o p rim ário . A in se n sib ilid a d e cu ltu ral re a lm e n te não é opção cristã.
O PASTOR PENTECOSTAL
ifica sexual no Ministério Wayde I. Goodall rei D av i teve de to m a r u m a decisão ética du ran te um p asseio à tarde n o terraço do seu palácio . N aq u ele dia, ele viu um a m u lh er to m ando b an h o . S u a d e c isã o p o d e ria te r sid o d e sv ia r o o lh a r e c o n tin u a r an d an d o , m as e sc o lh e u fitar, te r p en sam en to s p ec am in o so s co m ela e p la n e ja r co m o se b en eficiar sexualm ente (2 S m 11). O p ecad o de D avi trouxe-lhe in calcu láv el aflição, atraso à nação sobre a qual rein av a e deixou d e v astad o ra m en sag em sobre a fraq u eza do caráter p e sso a l.1 É tic a p ro fissio n a l são as reg ras ou pad rõ es que g o v ern am a co nduta dos m em b ro s de u m a p ro fissão . “A fé ev a n g é lic a sem a ética c ristã é im ita ç ã o g r o te s c a d o E v a n g e lh o .” 2 T o d o s c o n h e c e m o s os d a n o s in acred itáv eis que so b rev êm à vida, fam ília, cong reg ação e co m u n id ad e d o m in is tr o q u a n d o e s te v io la a é tic a s e x u a l. T a m b é m d e v e m o s co n tin u am en te lem b rar-n o s de que tem o s a o b rigação de m anter alto o p a d rão ético a fim de p ro te g e r no sso testem u n h o cristão e o precio so corpo de cren tes a q u em servim os.
O
Perguntas que os M inistros Precisam Fazer P au lo p rev en iu os cren tes coríntios: “ E x am inai-vos a vós m esm os se p erm an eceis n a fé; p ro v a i-v o s” (2 Co 13.5). N ão dev eríam o s fazer por m enos. 1. Você sa b e q u a is são su as áreas cie risco ? P e s q u is a d e o p in iã o f e ita e m 1988 p e la r e v is ta L e a d e r s h ip in v e s tig o u q u a s e m il p a s to re s a m e ric a n o s e u m n ú m e ro e q u iv a le n te de a ssin a n te s le ig o s da re v is ta C h ristia n ity T oday? O re su lta d o d a p e sq u isa m o s tro u -s e d o lo ro so . C e rto p a s to r c o n fid e n c io u q u e as p e rg u n ta s d a p e sq u isa a b ra n g ia m “as m a io re s ag o n ias da m in h a v id a ” . D o z e p o r cento dos p a sto re s e 23 p o r cen to dos assin an te s a firm ara m te r rela çõ es sex u ais e x tra m a trim o n ia is. Q u ase um q u a rto (23 p o r cento) dos p a sto re s a d m itiu te r tid o a lg u m a fo rm a de c o m p o rta m e n to “ se x u a lm e n te im p ró p r io ” d u ra n te o te m p o em q u e e sta v a m no m in isté rio d a igreja. D e ssa s p esso a s
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR c o m as q u a is o s p a s to re s e s tiv e ra m s e x u a lm e n te e n v o lv id o s , 69 p o r c e n to p ro v in h a m d e su as p ró p ria s c o n g re g a ç õ e s, in c lu in d o 17 p o r cen to a q u e m a c o n se lh a v a m . A a tra ç ã o fís ic a e e m o c io n a l fo i m e n c io n a d a p o r 78 p o r c e n to d o s p a s to re s p e s q u is a d o s c o m o a p rin c ip a l ra z ã o p a ra o a d u lté rio , e n q u a n to q u e a in s a tis fa ç ã o m a trim o n ia l fo i a n o ta d a p o r 41 p o r c e n to . 2. Você co n scien te ou su b co n sc ie n te m e n te se envolve em co n ta to s nãosen su a is (abraços, b a tid a s de leve, co lo ca n d o o braço sobre o om bro da outra p e sso a ) a p en a s co m cong reg a d o s d o sexo o p o sto ? Tal ação en tre co n selh eiro s não é apen as de ten d ên cias sexuais, m as é p rática que arrisca p o ste rio r in d iscrição sex u al.4 C om o m inistros, devem os te r cu id ad o c o m e sse tip o de co m p o rtam en to . A “P e sq u isa F a m ilia r e M in iste ria l” da L e a d e rsh ip m o stro u q u e os m in istro s que co m p letaram a p esq u isa fan tasiav am sexo c o m alguém , que não o cônjuge, e m u m a m éd ia de 23 v ezes p o r an o .5 E ssa ativ id ad e só co n d u z à aflição e p reju íz o a todos os qu e se d e ix a m envolver. T iago nos fala: “H avendo a c o n cu p iscên cia co n ceb id o , d á à lu z o pecad o ; e o p ecad o , sendo co n su m ad o , g era a m o rte ” (Tg 1.15). V ocê se d eix a envolver em fan tasias sexuais co m m em b ro s de sua co n g reg ação ? O e scrito r de P ro v érb io s nos lem bra: “C o m o [o hom em ] im ag in o u n a su a alm a, assim é ” (Pv 23.7). 3. Você f a z p e rg u n ta s d esn ecessá ria s ou p ro cu ra sa b e r de deta lh es da vida se x u a l de um clien te/co n g reg a d o /m em b ro ? Você in icia co n v ersa sobre p ro b lem as, p referên cias ou fantasias sexuais co m a fin alid ad e d e satisfação sexual? V ocê c o m p artilh a d etalhes d e sua pró p ria v id a sexual? V ocê faz co m en tário s so b re características sexuais o u f ís ic a s o u s u p o s to d e s e m p e n h o s e x u a l? T al c o m p o r ta m e n to é con sid erad o com o ex p lo ração sex u al p e la ju n ta de abuso de lib erd ad e dos co n selh eiro s e p o d e ser p u n id o co m o felonia. O s m in istro s têm de u sar de e x tr e m a p r e c a u ç ã o , q u a n d o d is c u tir e m q u a lq u e r a s s u n to s e x u a l, esp ecialm en te c o m p e sso a do sexo o posto. L e m b re-se d a reso lu ção de Jesus em M ateu s 15.18: “M as o q u e sai d a b o c a pro ced e do coração , e isso co n tam in a o h o m e m ” . 4. Você abusa da au toridade e grau de p e ríc ia que tem sobre os m em bros da co n g regação? Você sem pre deve lem b rar-se q u e as pessoas a q u em m inistra o colocam em u m p edestal. Q u an d o v o cê u sa do seu p o d er com o m in istro p ara tirar v an tag em d e u m co n g reg ad o , e stá p ro cu ran d o pro b lem as. N o sso padrão deve ser a re g ra de ouro: “T udo o q u e vós q u ereis que os hom ens vos façam , fazei-lh o tam b ém v ó s” (M t 7.12). 5. Você está cien te de q u e a s p e s s o a s q u e j á fo r a m vítim a s de abuso sex u a l p o d e m e sta r m a is v u ln erá veis a se to rn a r v ítim a s outra v ez? 6 O s m in is tr o s d e v e m te r o c u id a d o d e e v ita r o c o m p o rta m e n to sexu alm en te q u estio n áv el de p esso as q u e já so freram esse abuso. A dor p ela q u al essas p esso as têm p assad o é algo q u e só o S en h o r p o d e curar com p letam en te. U m m in istro q u e v e n h a a tira r v a n tag e m de tal p esso a está cau san d o danos n ão apen as trág ico s, m as tam b ém p ecam in o so s. O c o n selh eiro cristão G ary C o llin s o b serv a em seu livro E xcellen ce a n d E th ics in C o u n selin g (E x c e lê n cia e É tic a no A co n selham ento):
200 O PASTOR PENTECOSTAL Significativos danos p essoais, m atrim oniais, profissionais e financeiros são sofridos pela grande maioria daqueles que se envolvem sexualmente com pessoa ligada ao ministério. Estudo feito por psicólogos californianos que trabalharam com clientes que haviam se envolvido sexualmente com outros terapeutas, revelou que noventa por cento dessas vítimas tinham sofrido efeitos adversos. Onze por cento precisaram de hospitalização e um por cento havia cometido suicídio. A avaliação direta das vítimas de abuso por terapeutas também mostra níveis significativos e difusos de dificuldades pessoais em ajustar-se socialmente, aumento do uso de drogas e abuso de álcool, divórcio e conflitos m atrimoniais e incapacidade de servir-se com eficácia da subseqüente terapia; esses são os danos comuns relatados.7 M ais adian te, acrescen ta: Depois de revisar as limitadas evidências sobre os danos que existiam há 15 anos, Masters e Johnson afirmaram que [o abuso sexual] deve ser visto e processado como form a de estupro. A acusação de “conspiração do silêncio”, que trabalha para negar, minimizar e, em último caso, proteger as profissões dominadas por homens e o ministério, não pode e não deve ser menosprezada pela igreja, em vista das múltiplas evidências relativas a essa epidemia. Mais uma vez, como em todas as outras áreas da má condução ministerial e profissional, o fracasso das profissões e da igreja em controlar seus membros nocivos incita o controle legal que detesta.8 Se v o cê tiv e r razõ es su ficientes p a ra su sp eitar que u m ind iv íd u o foi v ítim a de abuso sexual p o r p arte de u m p ro v e d o r d e serviços de saúde m en tal, ou m esm o do m in isté rio , e x ig e-se que isso seja in fo rm a d o às au to rid ad es co m p eten tes. 6. Você se co n sid era a cim a de toda e q u a lq u e r ten tação? S e fo r assim que você se sente, está pisando em terreno perigoso. M esm o o Senhor, e m seu estad o h u m an o , foi ten tad o (H b 4.15). S abem os que Jesu s u so u as E scritu ras co m o d efesa q u an d o foi ten tad o (L c 4.1-13). A p e sq u isa fe ita p ela re v ista L e a d ersh ip desco b riu que dez p o r cento dos m in is tro s in v e s tig a d o s e v ita v a m situ a ç õ e s de te n ta ç ã o se x u a l a c a d a sem an a, en q u an to 25 p o r cento o evitavam m en salm en te. T am bém foi feita a pergunta: “C o m q u e fre q ü ê n c ia no ú ltim o ano você olh o u porn o g rafia ou m aterial sex u alm en te ex p lícito n a m íd ia (im presso, e m vídeo ou em film e s)? ” D o is p o r cen to d isse ra m reg u larm en te, 11 p o r cen to disseram “às v e z e s” , 17 p o r cen to d isseram “raram en te ” (u m a vez p o r ano), 32 p o r cen to d isseram “quase n u n ca” e 38 p o r cento disseram “n u nca” .9A tentação é u m a realid ad e na v id a do m in istro, da m esm a fo rm a que o é na v id a de q u a lq u e r pesso a. D evem os co n stan tem en te precaver-nos c o n tra q u alq u er c o isa que d ê b re c h a à ten tação , ao p ecado. O que as p esso as ab so rv em p elo s olhos, o u v id o s ou co n v ersas to m a m -se p arte de suas vidas. 7. Você m a n tém seu d e v o c io n a l diá rio de oração e estu d o da P alavra d e D eu s? U m devocional feito regu larm ente é defesa contra os ataques de Satanás. É d ecisiv o que m an ten h am o s u m a vid a p a rticu la r de oração e estudo da
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR P alav ra de D eus. A m aio ria dos m in istro s que frac assa m o ralm en te não têm u m a v id a d ev o cio n al estável. 8. Você p a r tic ip a de um g ru p o de p re sta ç ã o de c o n ta s co m outros m inistro s co m os q u a is se reúne regularm ente? A p esq u isa d a rev ista L ea d ersh ip rev elo u qu e 55 por cento dos m inistros não p a rtic ip a m de u m g ru p o de p restação de co ntas ou n em m esm o têm u m am ig o ín tim o c o m q u em p o ssa m d eb ater suas te n ta ç õ e s.10 T iago 5.16 declara: “C o n fessai as v o ssas cu lp as un s aos outros e orai uns pelos outros, p a ra que sa re is” . 9. Você j á f o i abusado, exp lo ra d o ou m o lesta d o sexu a lm en te? Se u m m in istro j á p a sso u p o r essa ex p e riê n c ia traum ática, seria b o m que o d isc u tisse co m u m co n selh eiro cristão-qualificado. P recisam o s lev ar a C risto a dor, a perda, a raiva e a au to -estim a ferid a p a ra que sejam curadas, a fim de q u e n ão p assem o s o m esm o so frim en to aos outros. U m pastorco n selh eiro cheio de c o m p aix ão p o d e aju d ar-n o s a fazer isso. 10. Se vo c ê f o i ten ta d o sexu a lm en te p o r um m em bro da congregação, j á en ca m in h o u essa p e ss o a a outro co n selh eiro cristão e buscou a juda p a ra si m esm o ? U m m in istro d ev e im ed iatam en te e n c a m in h ar a o u tro s conselh eiro s pesso as ou casos n o s quais se sin ta sex u alm en te tentado. U m con selh eiro cristão ta m b é m po d e a ju d ar o m in istro c o m esse p ro b lem a a d esc o b rir p o r que tem e ssa in clin ação n essa área. D eus nos en sin a a fu g ir d a im o ralid ad e (2 C o 6.1 2 -2 0 ; 1 T s 4.3 -7 ; 5.22). 11. Você d ed ica tem p o e entrega-se a a tiv id a d e s com seu cô n juge com o um a m a n eira de fo r ta le c e r o casa m en to , reduzindo a ssim a p o ssib ilid a d e de p e c a r sex u a lm e n te ? R a ra s v e z e s a lg u é m se e n tre g a à te n ta ç ã o sex u al q u a n d o se se n te satisfeito físic a e e m o c io n a lm e n te no casam en to . P au lo instru i os casados sobre essa v erd ad e e m 1 C o rín tio s 7.1-5. C o n tu d o, a d e so b ed iê n cia de um d o s c ô n ju g e s à o rie n ta ç ã o d e P a u lo n ã o é ju s tific a tiv a p a ra u m caso ex traco n ju g al. T odo o p re stíg io das E scritu ras ex ige fid elid ad e e p u re za m oral, n ão im p o rtan d o o q u an to um cô n ju g e p o ssa se sen tir abandonado. 12. Você reconhece q u a n d o o s lim ites n ã o sã o respeitados e está ciente dos ard is fe ito s p o r p e sso a s co m d eso rd en s de p e rso n a lid a d e (p a c ie n te s bord erlin e) o u d a s n e c e ssid a d e s de d ep en d ên cia de tais p e sso a s? O s m in istro s d e v e m e sta r cô n sc io s d a su til se d u ção c o n sc ie n te ou su b c o n sc ie n te p ro v e n ie n te d as v ítim a s d e a b u so sex u al: m e m b ro s da c o n g re g a ç ã o q u e j á fo ra m a b u s a d o s s e x u a lm e n te p o d e m n ã o sa b e r distin g u ir o ab raço sen su al do n ão sensual. O m ín im o m edo po d e levá-los a se n tir m e d o , dor, e stím u lo se x u a l e re tro sp e c to . O a c o n se lh a m e n to co m p a rtilh a d o co m o u tro c o n selh eiro p o d e m in a r a ten tação de render-se à fa lta de re sp e ito d os lim ites, à d ep en d ên cia, ao ardil e à sedução feita p o r p esso as d e p e rso n a lid a d e s d o en tias (p acien tes b o rd e rlin e ).u “Pacientes co m deso rd en s de p erso n alid ad e b o rd erlin e c o n stitu em a m aio ria daqueles p a c ie n te s q u e fa z e m fa ls a s a c u s a ç õ e s de e n v o lv im e n to se x u a l c o m te ra p e u ta s.” 12 13. Você to m a cu id a d o co m a “tra n sfe r ê n c ia ” e seu p o d e r de g era r a titu d e s lis o n je ir a s n a q u e le a c o n s e lh a d o p o r você, e se p r e v in e da
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O PASTOR PENTECOSTAL co ntratransferência e de seu p o te n c ia l em /d e sp e rta r no p a sto r o sentim ento de que só ele p o d e sa lv a r a p e sso a a quem a c o n se lh a ? 13 A técn ica do aco n selh am en to co m p artilh ad o co m outro con selh eiro tam b ém p o d e ajudá-lo a se p recav er contra a p o ssibilidade da transferência. “T erapeutas p sic o d in a m ic a m e n te orien tad o s a cred itam que a p rática da co -te ra p ia red u z a in ten sid ad e d a tran sferên cia, d ilu in d o -a entre os dois terap eu tas, d essa fo rm a facilitan d o o tratam en to de pacien tes severam ente p ertu rb ad o s.” 14 Tanto q u an to p o ssív el, o m in istro deve co -a co n selh ar co m seu cô n ju g e, m em b ro de m in istério ou in teg ran te de sua equipe. 14. Você está prevenido contra p rocedim entos divergentes do seu pa d rã o de ética m o ra l? S inais de p e rig o são ra c io n alizaçõ es com o: “N o rm alm e n te não faço isso com n in g u ém , m as p a ra v o c ê ...” ; “A dm ito que n u n ca pen sei que fo sse fazer isto , m a s...” ; ou: “M al p o sso acred ita r no que estou sentindo p o r v o c ê ...” U m a das b ên ção s do E sp írito S anto é a con d en ação que E le nos faz q u an d o nos co lo cam o s em circu n stân cias qu estio n áv eis ou tem os u m p e n sam en to p ecam in o so . D eu s nos deu a h ab ilid ad e de d isce rn ir tanto o b e m co m o o m al (H b 5.14). 15. A o a c o n se lh a r p e sso a s d o sexo oposto, você evita sa la s ou locais retirados ? D ecid i n ão a c o n selh ar m u lh eres a não ser du ran te o dia, quan d o m in h a secretária e stá n a sala ao lado c o m a p o rta en tre nós p arcialm en te aberta o u (se m p re q u e p o s s ív e l) q u a n d o m in h a e sp o sa e s tá p re s e n te . N ã o aco n selh o m u lh eres em restau ran tes ou outros tipos de estab elecim en to . N ós, m in istro s, d ev eríam o s ter u m a ja n e la n a p o rta do g abinete, de m odo que as p esso as p u d essem ver o q u e se p assa dentro (sem ou v ir a conversa, é claro). 16. Você tem um p la n o de fu g a p a ra a rem ota even tu a lid a d e de se m e te r em situ a çã o q u estio n á vel? C o n fie em D e u s p a ra p ro v e r u m e sc a p e n a c o n tin g ê n c ia de v o c ê e n co n trar-se e m c o n ju n tu ra de p o ssív el co m p ro m etim en to (1 C o 10.13). A n tes q u e tal lan ce o corra, en saie com o sairá do perigo. P lan ejam en to e reflex ão p ré v ia são b o a p o lítica. C o n selh eiro s seculares que são incapazes d e r e s i s t i r à t e n ta ç ã o s e x u a l n a p r á t i c a do a c o n s e lh a m e n to sã o re co m en d ad o s a ex ercer a p ro fissão em áreas que não n ece ssite m contato com clien tes, co m o em p esq u isas, ju n ta s m édicas, editoras, p releçõ es ou o utras p ro fissõ es no cam p o le g a l e e d u c a c io n a l.15 O s m in istro s d ev em ter ain d a m ais p re o c u p a ç ã o em serem c irc u n sp eto s p o r ca u sa do sag rad o encarg o que lhes foi confiado. A q ueles que d e so n ram a D eus, traindo a c o n fia n ç a d os m em b ro s d a c o n g reg ação através d a m á co n d u ta sexual, devem sair im ediatam ente de sua função de pastor. Tais indivíduos precisam d e sesp erad am en te de ajuda, e as p esso as que são aconselh ad as precisam d e sesp erad am en te de cu ra agora. 17. Você tom a p re c a u ç õ e s p a r a ev ita r circu n stâ n cia s que p o ssa m se r erro n ea m en te in terp reta d a s co m o rela cio n a m en to im p ró p rio com um a cria n ça ou com um a p e s so a do m esm o sexo ? O s o b re iro s e líd e re s d a ig r e ja n ã o e s tã o im u n e s à a c u sa ç ã o de h om ossex u alism o e abuso sexual de crianças. A m íd ia está repleta de relatos de integ ran tes de organ izaçõ es relig iosas, os quais usa m o cenário d a ig reja
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR com o m eio p ara co n d u ta im p ró p ria e im o ral co m c o n g reg ad o s e m em bros m ais jo v e n s. O s líd eres d a m o cid ad e e os q ue tra b alh a m co m crianças d ev em ev itar fic a r so zin h o s c o m crian ças o u adolescen tes de am bos os sexos. P a ssa r m uito tem p o com u m a p esso a do m esm o sexo pode en corajar a fo fo c a e d estru ir a e ficácia do seu m in istério.
Conclusão A é tic a sex u al no m in istério não é tó p ico congenial. G o staria de não ter tido de a b o rd a r tais p ro b lem as. M as a crescen te fre q ü ên c ia de pro b lem as nessa área exige que falem os francam ente e sem rodeios. Se você respondeu ad eq u ad am en te a ca d a u m a das p erg u n tas acim a, tem b o m fu n d am en to p a ra p ro p o rc io n a r aju d a física, e m o cio n al e espiritu al aos m em b ro s de sua co n g reg ação . M as m esm o q u e ten h a resp o n d id o ap ro p ria d am en te a todas as p e rg u n ta s , a in d a h á u m a p a la v ra d e a d v e rtê n c ia . F iq u e p e rto do C o n selh eiro . D eix e q u e o E sp írito S an to fa ç a a o b ra p o r seu interm éd io , à m e d id a q u e v o c ê se d is p o n ib iliz a a a te n d e r as c ru c ia is n e c e ssid a d e s em o cio n ais de su a co n g reg ação . H o m en s c o m fo rm ação aca d êm ica em p sic o lo g ia e aco n selh am en to , co m os m elh o res prep aro s hu m an o s que este m u n d o p o d e o ferecer, ain d a assim falh am m o ralm en te em sua profissão. Só o d esejo de a ju d a r os outro s não basta. E sse desejo deve ser in citad o pelo E sp írito S anto. O m in istério de aco n selh am en to ou de aju d a d ev e ser cap acitad o p o r esse m esm o E sp írito . Você p o d e todas as coisas em C risto, qu e o fo rtalece, m as sem p re d ev e ser d ep en d en te da p ro v isão dE le, e não de co n ta p ró p ria (Fp 4 .1 3 ,1 9 ). E le d á poder!
Quando o Pastor Precisa de Ajuda Profissional Richard D. Dobbins p a sto r e sua fam ília tam b ém são pessoas. Isso sig n ifica que po d e h a v e r o casiõ es em q u e o p a sto r v en h a a p rec isa r d a aju d a de alguém d a m esm a m a n e ira q u e as p esso as da ig reja p recisam da aju d a dele. In felizm en te, os m in istro s em g eral são m ais p ropensos a aju d ar as pessoas ferid as d o q u e a b u sc a r aju d a q u an d o eles m esm o s, ou m em b ro s de sua fam ília, estão co m p ro b lem as.
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204 O PASTOR PENTECOSTAL A D ificuldade em Procurar A juda N o ssa a d m iração c u ltu ra lm e n te en tra n h ad a p o r aq u eles que são autosu ficien tes e a n ecessid ad e q u e im p o m o s so b re nós m esm o s de tam b ém serm os d esse je ito d ificu ltam os m in istro s n a b u sca p o r ajuda. A m aio ria das pessoas, e os h om ens em particular, não gostam de adm itir que precisam de ajuda. A v u ln erab ilid ad e en v olvida em ex p o r aos o u tros a d o r pe sso a l é e x trem am en te a m e a ç ad o ra ao senso de in d iv id u alid a d e d a pessoa. E ssa é a razão da g ran d e d ific u ld a d e q ue as p esso as ferid as, cren tes e não -cren tes ig u alm en te, têm em p ro c u ra r ajuda. O s cristão s, n ão raro, e n fren tam m aiores dificu ld ad es em b u scar aju d a p ara seus pro b lem as particulares do que os incrédulos. E les podem entender p o r qu e as p esso as sem C risto p re cisam d a ajuda de outras p esso as du ran te a ad v ersid ad e d a vida, m as os cren tes ten d em a sen tir que, v isto que eles têm um rela c io n a m en to p esso al co m C risto , d ev eriam ser “m ais do que v e n c e d o re s” (R m 8.37) em to d as as circu n stân cias. T udo isso é verdade, so b retu d o p ara os m inistros. A final de contas, arg u m en tam o s, as p essoas não p o d e m c o n fia r em n o ssa cap ac id ad e de aju d á-las nas c ircu n stân cias d o lo ro sas d e su a s vid as, se nós n ã o sab em o s c u id ar de n o sso s p ró p rio s problem as. (Som os cegos ao fato de que isso projeta u m orgulhoso “elitism o e sp iritu a l” — algo q u e co n sid eram o s m u ito d esag rad áv el nos outros.) E m seg u n d o lugar, o p a sto r tem e o que seus colegas de m in istério e os m em bros de su a congregação p ensarão dele. E sses m em bros, que acreditam q u e seus p asto res d ev em ser cap azes de m an ejar q u a lq u er situação “apenas co m a aju d a do S en h o r” , p ro v a v elm en te terão dificu ld ad es p a ra en ten d er p o r q u e o p a sto r ou a lg u ém d e sua fam ília que e steja ferid o p re c isa da aju d a p ro v en ien te de q u a lq u e r o u tra fonte. Tais p essoas acred itam q u e o pasto r e sua fam ília d everiam “d ar um m elhor exem plo para a congregação” . O p a sto r tem e que p ro c u ra r ajuda quando ele ou m em bros de sua fa m ília estejam sofrendo m an ch aria su a rep u tação co m as p essoas d a congregação. E su a rep u tação n ão é ap en as seu m aio r recu rso no p resen te, m as tam b ém é su a seg u ran ça fu tu ra no m inistério. Q u alq u er am eaça a isso o paralisa. P ro te g e r a im ag em p a sto ra l é o p rin cip al fato r na criação d a im p o stu ra que to rn a a v id a do m in istro e de sua fa m ília tão artificial, isolada, so litária e dolo ro sa. E m b o ra os cren tes sejam ad vertidos a v iv e r co m tran sp a rê n cia (1 Jo 1.7-9), a triste realid ad e é que a ig re ja é m ais c o n h ec id a p o r sua falsa aparên cia. Q u an d o os cren tes se reú n em , nin g u ém q u er que as p essoas saib am que co isas e m b araço sas ou d esag rad áv eis p o ssam e sta r o correndo n a v id a do pastor. Q u an d o a lg u ém n a ig re ja p e rg u n ta so bre com o v ão as co isas n a v id a do pastor, a re sp o sta p rev isív el e au to m ática é “V ão bem . V ão bem . Tudo está b e m ” . A gora, além d a aflição de suas circu n stân cias, o p a sto r tem m edo e p assa m om entos de agonia co m o que as pessoas na igreja pensariam se so u b e sse m d a realid ad e. Isso tam b é m aco n tec e co m os cong reg ad o s. C o n tu d o , esses tem o res são m u ito m aio res p a ra o m in istro e sua fa m ília do que p a ra os o u tro s m em b ro s d a igreja. Sim , há sen satez no fato de o p a sto r e su a esp o sa não faz erem am izades estreitas co m m em b ro s d a cong regação, m antendo distân cia suficiente para aco m o d ar a p o sição do p asto r com o líder espiritual do grupo. N ão obstante,
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR o m in istro e seu cô n ju g e freq ü en tem en te fic a m co m m edo de c o n fiar a q u a lq u e r p e s s o a , a té m e s m o a c o le g a s d e m in is té rio , in fo rm a ç õ e s desfavoráveis a respeito de si m esm o ou de qualquer m em bro de sua fam ília. E ssa atitu d e iso la-o s das v erd ad eiras p esso as q u e e n te n d em o que estão passan d o e que, no m ín im o , p o d e ria m o ferecer u m a am izad e apoiadora. A in te n sid a d e d e sse te m o r te m sid o m u ita s v eze s d e m o n stra d a na apreensão dos m in istro s em se servir d a aju d a o ferecida p o r sua convenção. N os E stad o s U n id o s, há u m m in istério p o r telefo n e ded icad o a reso lv er p ro b lem as p esso ais do p a sto r e de su a fam ília. N u n ca é p ed id o àqueles que te le fo n a m qu e se id en tifiq u em . N ão o b stan te, p a ra fo rn ec er in d icação com p eten te, os m in istro s d a eq u ip e do m in istério p e rg u n ta m de que parte dos E stad o s U n id o s está sen d o fe ita a ch am ad a. M as alguns re lu tam em dizer, tem en d o a p o ssib ilid ad e de serem identificados. D ar e ssa inform ação lhes é p o r d em ais am eaçador. O s líd eres esp iritu ais em sedes reg io n ais, d istritais e nacio n ais cheg am a so frer m a io r in tim id ação do q u e os d o m in istério local. A n o s atrás, u m querid o am ig o m eu e líd e r e m sua d e n o m in ação co m p artilh o u seu m edo em c o n fia r a co leg as de m in isté rio assu n to s co n fid en c iais de sua vida pessoal. D ep o is de n a rra r alg u m as h istó rias trág icas so bre seg redos não m an tid o s e in fo rm açõ es co n fid en ciais d iv u lg ad as no m in istério (com o que todos estam o s b e m fam iliarizad o s), ele m e contou o que fez quan d o preciso u co m p artilh ar os fardos d e sua vid a com o u tra pesso a no m inistério. “H á u m a p e q u e n a ig reja c ató lica n a reg ião sul do m eu d istrito ” , disse ele. “E q u an d o estou n aq u ela p arte do E stado, estaciono o carro onde tenho certeza de q u e não serei id en tificad o . E n tão , d irijo -m e à p é a essa ig rejin h a e entro no co n fessio n ário , o n d e p o sso ab rir m eu coração a u m a p e sso a que sei q u e n u n ca co n tará a n in g u é m o q u e lhe confio. Q u ando saio, sem pre m e sinto m u ito m elh o r” . Q ue co m en tário trág ico sobre no ssa incap acid ad e de a ju d a r os n o sso s co leg as d e m in istério ! Q u an d o alg u ém nos c o n fia alg u m a in fo rm ação p esso al e co n fid en cial, tem os de tratá-la do m esm o m o d o q u e ex ig im o s q u e nossas in fo rm açõ es sejam tratadas. F aze n d o isso, criam os u m clim a seguro p a ra a p rá tic a de T iago 5.16: “C o nfessai as vossas culp as uns aos o u tro s e orai uns p elo s outros, p a ra que sare is” .
Q uando Procurar A juda É freq ü en te os m in istro s terem e stresse ad v indo do m ed o , ansiedade, raiv a, h o stilid a d e e culpa. E sses são os p rin cip ais agentes p ro d u to res de estresse n a v id a do m in istro . M u itas p esso as (inclusive m in istro s) estão tã o m a l-in fo rm a d a s d e se u s s e n tim e n to s , q u e n ã o c o n s e g u e m m ais reco n h ecer com o são suas em o çõ es ou co m o d istingui-las um as das outras. P o d e s e r q u e s e ja m c a p a z e s d e d e s c r e v e r s in to m a s o u p r o b le m a s co m p o rtam en tais, m as não fa z e m id é ia alg u m a das em oções subjacentes q u e as p ro d u ziram . N o ssa edu cação p ú b lica é e m grande p arte ded icad a a ensinar-nos com o p e n sa r e argum entar. M u ito p o u ca aten ção é d ad a a nossos sentim entos. E, n a m a io ria d a s fa m ília s, os p a is n ã o sa b e m c o m o a ju d a r os filh o s a id en tific a r seus sen tim en to s e ap re n d e r a lid a r c o m eles, p o rq u e alguns anos antes, q u an d o eles eram crian ças, n in g u é m cu id o u d esse assunto para
206 O PASTOR PENTECOSTAL p rep ará-lo s p a ra a vida. G eração após geração, m uito poucas oportunidades tem o s em id e n tific a r se n tim e n to s e fa la r so bre e les no tra n sc u rso do crescim en to . P o r co n seg u in te, em oções específicas são freq ü en tem en te difíceis de serem p o stas e m o rd em n a vida adulta. Isso é v erdade sobretudo q u an d o se co m b in am em p ro p o rçõ es variad as e são exp erien ciad as com o depressão ou ansiedade generalizada, p a ra o que nen h u m a cau sa específica p o d e ser id en tificad a. N o ssa so cied ad e asso c ia q u ase ex clu siv am en te a d o r ao co rpo — a dor física. E m u m a sociedade tão am edrontada p ela m orte com o a nossa, som os p erito s em id e n tific a r as o rig en s d a d o r física. C o ntudo, as p esso as p o d em estar so fren d o níveis ex ag erad o s de em oções d o lorosas e não ter a m ín im a id éia do q u e e stá errado. P o rtan to , com o u m a p e sso a pode d izer que está lid an d o co m situações em o cio n ais verd ad eiram en te asso b erb an tes? Q u an d o as fu n çõ es fisio ló g icas norm ais da v id a ficam d esreguladas po r um a sem ana ou m ais, as em oções estão dando a co nhecer a necessidade de alg u m tipo de ajuda. M u danças em seus padrões de sono, apetite, hábitos in testin ais ou im p u lso sex u al são ex pedientes que o corpo u sa pa ra c h am ar sua aten ção p a ra o so frim en to em ocional. P o r v ia de regra, q u anto m ais cedo v o cê a te n d e r a esses sinais e p ro c u rar ajuda, m ais ráp id o será seu tem p o de recu p eração . A severidade dos p roblem as em ocionais norm alm ente é indicada pelo n ú m ero de fu n çõ es fisio ló g ic a s afetad as, p e la ex ten sã o e m q u e foram atingidas e p ela duração de tem po envolvida. Q uanto m aior o núm ero de funções naturais alteradas, m aio r o grau de tal perturbação. Q uanto m ais tem po tais perturbações se prolongarem , m enos provável você estará lidando com problem as que p o ssam ser resolvidos pelo sim ples transcurso do tem po. N as p rim eiras fases do estresse, fazer con fid ên cias a am igos e tirar alg um tem p o de fo lg a p o d e ser tudo o que seja p reciso p a ra ficar b o m o u tra vez. E p o r isso q u e é m u ito im p o rtan te (1) ter u m a ou duas am izades com p esso as co m q u em se p o ssa co n fiar e (2) fica r atento às reaçõ es do seu c o rp o ao s se u s se n tim e n to s. Q u a n to m a is c e d o tra ta r de n ív e is in q u ietan tes de estresse em sua vida, m e n o r a p ro b ab ilid ad e de vir a ser in c a p a c itad o p o r eles. In felizm en te, m uitas p esso as p referem n eg ar seus p ro b lem as a en fren tá-lo s. E n tretan to , pro b lem as sérios só ficam cad a vez m ais co m p licad o s, en v o lv em m ais p essoas e to rn am -se m ais difíceis de serem re so lv id o s q u an d o são n eg ados ou ignorados.
Fontes de Estresse ao M inistro D e n o s so tra b a lh o c o m m a is d e 1 .1 0 0 m in is tro s e m is s io n á rio s , ap ren d em o s q u e o estresse n a v id a do m in istro é o rig in ário em grande p arte de u m a fonte ou a co m b in ação de três: dele m esm o, do seu casam ento e da su a o b ra no m in isté rio .1 O M in is t r o
com o
Fonte
de
E stresse
Q uando a fonte de estresse é o próprio m inistro, é provável que esteja en raizada em sua personalidade. O m inistro em geral não o percebe, m as seu cônjuge e filhos o sabem m uito bem . A lguns m inistros tendem a agir m ais p o r ím peto do que a serem guiados. É m uito difícil diferenciar suas
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR am bições pessoais do zelo q u e têm p elo Senhor, até que com eçam a sofrer severos distúrbios em sua saúde m ental, casam ento ou fam ília. A té que a doença se rev ele no m inistro, sua tend ên cia é culpar o cônjuge e os filhos p or não com partilharem com ele do seu fardo ou visão. Isso po d e ser verdade em alguns casos. E ntretanto, é m ais provável que o m inistro tenha se tom ado insensível às necessidades do seu casam ento e fam ília. Se alguém está fazendo a obra do S enhor com o Jesus p reten d eu que fo s s e fe ita , raram ente, senão nunca, será tirânica. A final de contas, Jesus não disse: “V inde a m im , todos os que estais cansados e oprim idos, e eu vos darei um colapso n ervoso”. Seu ju g o sem pre é suave. Seu fardo sem pre é leve (M t 11.28-30). O m in istro ta m b é m p o d e so fre r p e rtu rb a ç ã o e m o c io n a l ou d o e n ç a m ental. C o m o m in istro s, n ão som os m ais im u n es a esses d istúrbios do que som os a qualq u er outro tipo de doença. P ara com plicar ainda m ais o assunto, h á e n o r m e e s ti g m a a s s o c ia d o a e s s a s f o r m a s d e e n f e r m id a d e s . R eco n h e c id a m en te , h o je é m en o s do q u e u m p ro b le m a do q u e era algum as décad as atrás. E n tretan to , os crentes e m g eral e os m in istro s em p a rticu la r têm m u ita d ificu ld ad e em ad m itir até m esm o a p o ssib ilid a d e de estarem aco m etid o s co m tal fo rm a de doença. C erta feita, a esp o sa de u m p asto r telefonou-m e para contar que fazia várias sem anas q u e seu m arido tin h a estado em p rofunda depressão. E m m ais de u m a ocasião, ele tin h a ido de u m lugar p a ra outro da casa portando um revólver carregado, assentado diante de u m a ja n ela e apontado o revólver para a cabeça. Q uando ele saía de carro sem destino, co m a arm a carregada, ela ficav a fren ética até que ele voltasse. C om a ajuda dela, internam os seu m arido em nosso p rogram a psiquiátrico. C olocá-lo assim em u m a ala fechada para sua p ró p ria segurança a aborreceu tanto, que ela teve de m e telefonar outra vez p ara que eu a ajudasse a lidar com o sentim ento. E sse p a s to r tin h a su as p ró p ria s id é ia s p re c o n c e b id a s de co m o seria m as c o isa s. E le tin h a o u v id o c o n ta r m u ita s h is tó ria s so b re p s iq u ia tra s d e sc re n te s , m a is n e m to d o s os p s iq u ia tra s são d e sc re n te s. N a p rim e ira n o ite de su a h o s p ita liz a ç ã o , e sse p a s to r fic o u e sc u ta n d o p e la p a re d e do q u a rto , p a ra te n ta r d e s c o b rir o q u e e s ta v a a c o n te c e n d o c o m o p a c ie n te a d o le s c e n te q u e e le tin h a v is to n o q u a r to ao la d o . E le o u v iu um p s iq u ia tr a c r istã o le v a r a q u e le jo v e m a J e s u s C risto. D e s n e c e s s á rio d iz e r q u e a o p in iã o d e sse p a s to r so b re d o e n ç a s m e n ta is e seu tra ta m e n to m u d o u p o r c a u s a d e s u a e x p e riê n c ia . A P a la v ra d e D e u s e o e stu d o da B íb lia fa z ia m p a rte d o seu tra ta m e n to d iá rio . N a te ra p ia d e g ru p o , ele fo i c o n fro n ta d o c o m a ssu n to s te o ló g ic o s q u e fa z ia m p a rte d o s seus p ro b le m a s . E n q u a n to e s ta v a h o s p ita liz a d o , a p re n d e u o q u ã o é se n sa to a c e ita r o tra ta m e n to p a ra e s se tip o de d o r e a g o n ia , e D e u s fe z u m a m a ra v ilh o s a c u ra e m su a v id a. H oje ele entende algo sobre doenças m entais e seu tratam ento, que nunca teria feito sentido p a ra ele antes de su a experiência. E le sabe que pode acontecer com ele, p o rq u e aconteceu. E agora, m ediante seu papel com o líd er espiritual, ele tem a op ortunidade ú n ica de ser eficiente força social na rem oção do im erecido estig m a relacionado a essas form as de sofrim ento hum ano. Seu sofrim ento e subseqüente cu ra deram a esse pasto r um a visão diferente e m ais com passiva das doenças m entais e seu tratam ento.
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O PASTOR PENTECOSTAL D o e n ç a s M e n t a is
versus
D is t ú r b io s E m o c io n a is
A d iferen ça en tre d o en ça m en tal e d istú rb io em o cio n al não é tão difícil de ser d ete rm in a d a quan to se ju lg a . N a m aio ria dos casos, a d o en ç a m ental é de o rig em genética. A ssim co m o co m as doenças físicas, a p esso a h e rd a a p re d isp o sição à d o en ça m ental, e não a p ró p ria doença. A d o en ç a m en tal e n v o lv e os n e u r o tr a n s m is s o r e s d o c é re b ro . E s s a s s u b s tâ n c ia s , q u e tran sm item im pulsos elétricos entre as células do cérebro, afetam a m aneira com o a p esso a p en sa e sente. U m distúrbio que atinja os neurotransm issores r e s u lta e m p e rtu rb a ç õ e s n o p e n s a m e n to (co m o a e s q u iz o fre n ia ) ou p ertu rb açõ es no h u m o r (in clu in d o as gran d es dep ressõ es e as psico ses b ip o lares/m an íaeo -d ep ressiv as). A s b oas n o v as são que, co m m ed icação ap ro p riad a, a v asta m aio ria das p esso as co m p ertu rb açõ es m en tais po d e lev ar um a v id a norm al. L em bre as p e s s o a s d e sse fa to . E se v o c ê ou m e m b ro s d e su a fa m ília fo re m acom etidos p o r algum a d o en ça m ental, lem bre-se disso. A o longo dos anos, tiv e de d ar esse tip o de n o tíc ia a v ários m in istro s que m e p ro cu raram p a ra aju d á-lo s co m p ro b lem as de saú d e m ental. P ara dar um p o u co de lev eza a tais tem pos d ifíceis, freq ü en tem en te os lem bro: “Você não precisa ter saúde m en tal p e rfe ita p a ra ser u sad o p o r D e u s” . C o n sid eran d o que n in g u é m é m en talm en te sau d áv el em tod o s os m o m en to s da vida, essa o b servação traz co n fo rto e en co rajam en to a to dos nós. A lg u n s S in a is de D o e n ç a s M en ta is A lu c in a ç õ e s e d e lírio s e stã o re la c io n a d o s c o m d o e n ç a s m e n ta is. T ip icam en te, são ex p eriên cias v isuais ou audíveis não co m p artilh ad as ou v alid ad as p elas o utras p esso as. A p e sso a aco m etid a co m tais d istúrbios vê ou ouve coisas q u e os outros n ão v êe m ou ouvem . A lu cin açõ es p o d em en v o lv e r um ou q u a lq u e r c o m b in ação dos cinco sentidos: visão, audição, olfato, tato e paladar. H á u m a d iferen ça en tre esses tip o s de ex p eriên c ia e u m a fé saudável. M u ito s cren tes acred itam que as p essoas p o d em te r visões e o u v ir a voz de D eus. E ssas ex p eriên cias são p arte p rec io sa de no ssa h eran ç a espiritual. D eu s nos fo rn ece d iretrizes b íb licas p a ra ajudar-nos a d isce rn ir se tais ex p eriên cias são re a lm e n te da p arte dE le ou se são sintom as de doenças m entais. P o r exem plo, sabem os q u e Jesus não ap arecerá a alguém em visão e ped irá que essa p essoa com eta assassinato ou suicídio ou execute qualquer a to d e s tru tiv o . O b v ia m e n te , e s s a n ão é u m a v isã o de D eu s. É u m a alu cin ação e sin to m a de p e rtu rb ação m ental. N en h u m a voz p ro v en ien te de D eu s ja m a is d irá a um m in istro que o m u n d o só p o d e ser alcançado p o r seu m in istério . T rata-se de d elírio de gran d eza e sin to m a sério de d o ença m ental. C onsiderando que os delírios freqüentem ente lidam com assuntos ligados à p erseguição e grandeza, são m ais difíceis de discernir do que as outras ilusões de n atu reza estranha. C ontudo, se as diretrizes apresentadas nas E scrituras fo rem cuidadosam ente seguidas, a distinção entre o que D eus diria a um a p esso a e o pensam ento delusório do m entalm ente doente pode ser alcan çad a co m facilidade. A in d a que os delírios resultantes de doenças m entais p o ssam ser m ascarados com o revelações de D eus, não o são. Se o
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR m inistro ou alguém de sua fam ília p u d er reco n h ecer esse fato e ajudá-lo a buscar tratam ento, seu m inistério pode ser salvo, e o Corpo de Cristo, poupado de conflitos e divisões desnecessárias. D eix e-m e dar u m exem plo. V ário s anos atrás, u m jo v e m altam en te talen to so m e foi en cam inhado pelos seus irm ãos do distrito para u m a avaliação psicológica. E le acreditava que D eus ab ria p ortas do m in istério p a ra ele de u m a m an eira extraordinária. E m m ais de u m a o casião , tin h a aceitad o dois c o m p ro m isso s d iferentes p a ra p reg ar em duas p artes d iferen tes do país p a ra a m esm a noite. A lém disso, h av ia co m p rad o p assag en s de avião de id a e v o lta p a ra am bos os destin o s. A lg u n s p a sto re s o acu sav am de ser m en tiro so e ju lg a v a m que era u m m au-caráter. C o n tu d o , se estiv esse m en tin d o , é altam en te im provável que c o m p rasse com o p ró p rio d in h eiro duas p assag en s de avião para dois destin o s d iferen tes no m esm o aero p o rto e no m esm o dia. D escobrim os que o jo v e m so fria d e p sic o se bipolar, u m a fo rm a de d o en ç a m en tal que m u ita s v ezes re s u lta n e sse tip o de c o m p o rta m e n to in ac red itav elm en te estran h o . Q u an d o foi a p ro p riad am en te m ed icad o , não teve m ais delírios de grandeza. P esso as q u e so frem de d istú rb io b ip o la r tê m a ten d ên c ia d e não aceitar m ed icação q u an d o estão “no p o n to alto ” , n a fase m an íaca da p erturbação m an íaco -d ep ressiv a. E ssa fase d a d o en ça dá aos p acientes u m a sensação ex ag e ra d a de b e m -e sta r d e sfru ta d a p o r eles. P o r se sen tirem b em , não to m a m o m ed icam en to . V isto q u e d u ran te e sse p e río d o é p rovável que to m em decisões inacred itav elm en te tolas, que p o d em afetar a vida de outras pesso as, é a o casião em q u e os p acien tes, suas fam ílias e os profissio n ais d a saúde tê m de tra b a lh a r ju n to s p a ra im p e d ir q u e ta l to m ad o r de decisões te n h a êxito. A té q u e D eu s dê às vítim as de p e rtu rb açõ es m en tais u m a fo rm a m ais p e rfe ita de cura, elas p re c isa m e sta r sob m ed icação e ser aco m p an h ad as pelo m éd ico reco m en d ad o . A ciên cia m é d ic a tem feito trem endos avanços no co m b ate às d o en ças m en tais. N a m a io ria dos casos, m esm o as p essoas q u e so frem de esq u izo fren ia (a fo rm a m ais te m id a de d o en ça m ental), p o d e m c o n tin u a r v iv en d o p ro d u tiv a m e n te co m a aju d a de m ed icam entos. C laro q u e ain d a há in flu en te estig m a relacio n ad o a to m ar m ed icam en to s p a ra d o en ças m en tais. O m in istro tem p apel im p o rtan te a d ese m p en h a r na rem o ção d esse e stig m a ju n to aos co n g reg ad o s que p ro c u ra m sua ajuda. E n tretan to , até q u e a ig re ja assu m a u m a p e rsp e c tiv a m ais co m p assiv a em re la ç ã o ao s m em b ro s d o C o rp o de C risto q u e p re c isa m desse tipo de tratam en to , é p ro v a v e lm e n te m e lh o r q u e o m in istro que e steja sob alg u m a fo rm a de m ed icação c o m p sico tró p ico s m an te n h a esse fato em segredo. T alvez n em m esm o deva co m p a rtilh a r a in fo rm ação com seu am igo m ais íntim o . Só su a esp o sa e o m éd ico p recisam saber. A lg u n s c re n te s n u tre m a id é ia e rrô n e a de q u e os m é d ic o s p o d e m s u b s titu ir o m e d ic a m e n to p o r e x o rc is m o o u lib e rta ç ã o , d e s s e m o d o en co b rin d o a atu ação q u e os esp írito s d em o n íaco s p o ssa m ter n a d o en ça m ental. E n tretan to , sem p re q u e e steja im p licad a a possessão ou o p ressão d e m o n íaca, o ração e je ju m são e lem en to s esse n c iais no ex o rcism o ou lib e rta ç ã o n e c e s s á ria p a ra d a r o a lív io d e se ja d o . N ão o b sta n te , p e la s E scritu ras p o d em o s te r p o r certo que os esp írito s m alig n o s, sendo seres so b ren atu rais, são im u n e s aos rem éd io s d este m u ndo, com o as in jeções e
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210 O PASTOR PENTECOSTAL co m p rim id o s. S e a d o e n ç a m en tal é a re sp o n sáv e l pelos sintom as sentidos p e la pesso a, g eralm en te a m ed icação é m u ito eficaz. P ortanto, p o r que dev eríam o s n e g a r aos p acien tes o alívio que o m ed icam en to p o d e lhes p ro p o rc io n a r do m ed o q u e e stam o s cam u fla n d o co m sérios pro b lem as e sp iritu ais? E m to d o s os m eu s anos de ex p eriên cia, vi m u itas p esso as p resas do m a lig n o o u o p r im id a s p o r e le , m a s só q u a tr o c a s o s c la r a m e n te identificáveis de possessão dem oníaca. Três dessas situações fo ram tratadas em cu lto p ú b lico ; o o u tro d iz ia resp eito a a lg u ém que estav a h o sp italizad o em n o sso p ro g ra m a p siq u iátrico . Todas essas p esso as fo ra m lib ertas e re to m a ra m suas vidas norm ais. S in a is de D istú rb io s E m o cio n a is D iferen te das d o enças m entais, os distúrbios em ocionais não acom etem p e rm a n e n te m e n te os n e u ro tra n s m isso re s. E o re s u lta d o d e u m m o d o d isto rcid o de e n c a ra r a v ida, q u e n o rm alm en te tem o rig em n a in fân cia da pessoa. P au lo diz qu e n in g u ém vê a v id a com o ela realm ente é. C ada pessoa olha a v id a p o r u m espelh o em b açado ou um a lente d esfo cad a (1 C o 13.12). C on tu d o , alguns ad o tam u m a v isão de v id a tão d e sv irtu a d a , que resu lta e m m ed o d o en tio , an sied ad e, raiv a, ho stilid ad e, cu lp a e/ou depressão. C laro q u e todos nós, de v ez e m q uando, ex p erim en tam o s u m a ou o u tra d e ssa s e m o ç õ e s. Isso s ig n ific a q u e to d o o m u n d o é e m o c io n a lm e n te p e rtu rb ad o ? N ão. L em b re-se de q ue o d istú rb io em o cio n al é iden tificad o p o r u m com portam ento em ocionalm ente extrem o: explosões de raiva, m edo e an sied ad e p aralisad o res, cu lp a m u tilan te e/ou d epressão. A pertu rb ação em o cio n al é d eterm in ad a p elo g rau e d u ração do ex trem o das em oções. Q u and o o g rau e a d u ração do d istú rb io in terferem co m a cap acid ad e da p e sso a de se co m p o rtar a d eq u ad a e p ro d u tiv am en te no cu m p rim en to de su a s fu n ç õ e s n a v id a , d iz e m o s q u e a p e s s o a e s tá e m o c io n a lm e n te p ertu rb ad a. C au sa s d o s D istú rb io s E m o cio n a is O s d istú rb io s e m o c io n a is fre q ü e n te m e n te tê m o rig e m e m trau m a s o corridos no passad o da pessoa. E pisódios de guerra, m o lestam ento sexual, abuso físico , m o rte ou d iv ó rcio dos p ais, abuso v erbal, traição, rejeição, fracasso s p esso ais e em p resariais, doenças trágicas e acidentes são tipos de ex p eriên cias q u e estão p o r detrás de m u itas p e rtu rb açõ es em ocionais. O in im ig o tira v an ta g e m d o ch o q u e e/ou v erg o n h a en v olvidos em tais ex p eriên cias p a ra in v o car silên cio sobre elas. D esse m odo, tais ev entos do p assad o to m a m -se seg red o s p esso ais ou fam iliares en ig m ático s e m uito b e m guard ad o s. C o m o tem po, ten d em a fic ar cad a vez m ais disto rcid o s e até m ais tra g ic a m e n te ex ag erad o s. S atan ás c o n stró i su a fo rtaleza nesses segredos do p assado. E le refo rç a o seg red o através do silêncio. Se as vítim as desejam ser livres, o silêncio tem de ser q uebrado e os segredos trazidos à atenção confidencial de alguém q u e se p re o c u p e e p o ssa ajudar. E ssa pesso a po d e ser um am igo, u m pasto r ou u m p ro fissio n al cristão d a área d a saúde m ental. A negação e a repressão n u n ca d esg u arn ecerão esses redutos. Tais en co b rim en to s só au m en tam seu
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR p o d e r in c a p a c itad o r ou d e stru id o r da h ab ilid ad e da p esso a em c e leb rar a p az e a aleg ria do R eino. P ara a cab ar “co m as coisas de m e n in o ” (1 C o 13.11) e e sq u e c e r “das co isas q u e atrás fic a m ” (Fp 3.13), esses segredos d ev em ser ex p o sto s à g raça sarad o ra de D eus. T ratam ento p a r a a s “F eridas d a A lm a ” A s vezes essas feridas danosas são curadas pela “oração total” . H á quatro p a sso s n e sse p ro c e sso . E m p rim e iro lu g ar, e n c o ra jo a p e sso a a fa la r ab ertam en te co m D eu s so b re o q u e a aflige. Isso im p lica em se co lo c ar à sós n a p re se n ç a de D eu s e en u m erar tudo o que p o ssa re co rd ar sobre a fo n te do sofrim en to . E co m o d e satarrax ar a ta m p a dos seus sen tim en to s en g arrafad o s e d esp ejá-lo s n u m re c ip ie n te seguro. E sc rev e r u m a “carta ” p a ra D eu s ou p a ra a p e sso a ca u sa d o ra do so frim en to p o d e ser fe rram e n ta eficaz n esse p rim eiro p asso d a o ração total. E n q u an to ora, a p e sso a po d e le r a carta a D eu s em voz alta. Se tal ca rta fo r d irig id a a alg u ém que ainda v iv e, en tão n a m a io ria das v ezes é m e lh o r d e stru ir sim b o licam en te a carta em vez de e n v iá -la p elo correio . D ev e-se b u sca r o con selh o de u m am igo g ab aritad o ou de u m p ro fissio n a l co m p e te n te antes de re m e te r tal carta. E m segundo lugar, a pesso a, u m tan to in esp erad am en te, p o d e ex p ressar a D eu s alg u m as em o çõ es h á m uito encrav adas no ín tim o ligadas à dor. E sse tip o de o ração p o d e ser d esco n certan te p ara os outros, so b retu d o p ara crian ças, p o rq u e freq ü e n te m en te re su lta e m oração alta e chorosa. É p o r isso que é m e lh o r q u e as p esso as o rem q u an d o estiv erem sozinhas. N ão o b stan te, essas em o çõ es p re c isa m ser ex p erien ciad as e exp ressad as com o parte do p ro cesso de cura. E m terceiro lugar, q u an d o a p e sso a e n u m ero u em oração suas m ágoas e e s tá e m o c io n a lm e n te se m fo rç a s, te m d e m e d ita r no q u e D eu s vai apresentar: “E sp era no S enhor” (SI 27.14) pelo recebim ento de um a m aneira m ais sau d áv el e re d e n to ra de e n c a ra r essa p a rte de sua história. D a m esm a fo rm a que D eu s aju d o u Jo sé a d esco b rir u m a m an eira red en to ra de lid ar co m a traição de seus irm ãos. D eus tam b ém pode ajudar-nos a ver a dor do p assad o d e u m a m a n e ira q u e n os faça p esso as m elh o res, e m vez d e m ais am argas. E sse é o m o m en to em q u e os cren tes o u v em leg itim am e n te a “v o z ” de D eus. P o d e aco n te c er através de u m v ersícu lo d a B íb lia ou de u m a palav ra sáb ia de u m am igo. P o d e ser u m a p o d e ro sa “sarça ard e n te” ou u m a “voz m a n sa e d elicad a” . P o d e ser as p alav ras de u m hino q u ase e sq u ecid o ou u m a rev e la ç ão to ta lm e n te nova. E n tretan to , sem pre será integ rad o ra, e n ã o d e sin te g ra d o ra p a ra o in d iv íd u o e p a ra o R eino. E m q u arto lugar, as p esso as no p ro cesso de c u ra são en co rajad as a lo u v a r e a g ra d e c er a D eus p e la m a n e ira n o v a e b en éfica de e n ca ra r suas antig as m ág o as. E x p re ssa r g ratid ão e lo u v o r p o r e ssa n o v a e red e n to ra p ercep ção do tra u m a aju d a a su p rim ir as v elhas c o n cep çõ es e a en crav ar p ro fu n d a m e n te a n o v a n a m em ó ria. Se o am o r e as orações de am igos e esse tip o de esfo rço p e sso a l n ão d erem re su ltad o , en tão a p e sso a deve b u sc a r a aju d a de c o m p eten te p ro fissio n a l cristão na á rea da saúde m ental, q u e p o ssa a ju d ar a re c u p e rar essa p az e aleg ria pro v id as p elo S en h o r Jesus atrav és de su a m o rte n a cruz.
212 O PASTOR PENTECOSTAL E s t r e s s e s P r o v e n ie n t e s
do
C asa m en to
do
M in is t r o
T alvez não h a ja o u tra p ro fissão que co lo q u e tan to e stresse sobre o casam en to do q u e o m in istério . V ários aspectos do m in istério co n trib u em p a ra isso. A fa m ília do m in istro e stá sob m a io r escru tín io p ú b lico do q u e a de q u a lq u e r o u tro p ro fissio n al. T odos n a c o n g reg ação co n h ecem a esp o sa e os filh o s do p astor, m as é d u v id o so que p o ssam id en tificar a esp o sa e os filhos d e q u alq u er outro pro fissio nal da cidade. O tipo de exposição p ú b lica a que o casam en to e a fa m ília d o m in istro estão sujeitos resu lta no que se c h am a de “falta de p riv a c id a d e ” . V iver sob e sse tip o de co n tín u o exam e m in u cio so g era seu p ró p rio estresse único. A esp o sa do m inistro já pode tê-lo percebido nas prioridades do m arido: as n ecessid ad es de to do m u n d o vêm antes das suas ou das dos filhos. A s ex ig ên cias co n g reg acio n ais d e tem p o e energias do m in istro d eix am -lh e co m q u ase n ad a de am bos p a ra dar à fam ília. C o m isso talvez a e sp o sa fiq u e com a im p ressão de que está c o m p etin d o co m u m a am ante. Q u an d o ela tam b ém se sente co n stan tem en te “em e x p o siçã o ” , o estresse é m u ltip licad o m u itas vezes sob re ela. O ressen tim en to que isso gera ten d e a c re sc e r ao lo n g o dos anos até que ab ala o am o r d ela pelo m arido e pelo m in istério . A esp o sa de ca d a m in istro terá sua p ró p ria m an eira de lid a r co m tal situação. E la p ode ficar ressen tid a contra a igreja p o r ro u b ar tem po e energia d ela e dos filhos. Q u an d o isso ocorre, seu m arid o m u itas vezes ac h a o a m b ie n te d e tra b a lh o m a is a g ra d á v e l do q u e o a m b ie n te d e c a s a e in c o n s c ie n te m e n te c o m e ç a a p a s s a r m ais te m p o do q u e j á p a s s a nas ativ id ad es d a igreja. P o u co a p o u co , d u ran te os anos, a crise no casam ento a lcan ça p ro p o rçõ es d esastro sas. N o m o m en to em que o casal p erceb e r o q u e a c o n te c eu , s e rá n e c e s s á ria in te rv e n ç ã o p ro fissio n a l p a ra sa lv a r o casam ento, p o rq u e o nível de ho stilidade e ressentim ento gerado em am bos to rn o u -se m u ito grande. O utras vezes, a esposa com pensará a falta de tem po e atenção do m arido in v estin d o ex cessiv am en te n a v id a dos filhos. N e ssa situação, o p asto r figurativam ente casa com a igreja e a esposa casa com os filhos e com seu papel de m ãe. Parece ser um a acom odação pacífica d a situação até que os filhos com ecem a deixar a fam ília para ter suas próprias vidas. Então, o casal descobre tragicam ente que em vez de crescerem ju n to s ao longo dos anos, cresceram separadam ente. Isso produz um tipo diferente de crise, a qual tam bém requererá ajuda profissional, se o casal deseja salvar o m atrim ônio. O u tra fo n te de estresse m atrim o n ial p ara o m in istro oco rre quan d o ele e a e sp o sa v êm de fo rm açõ es fam iliares m u ito d iferentes. M uitas vezes, ele e ela fo ra m criad o s em reg iõ es d iferentes do país, e n co n traram -se no sem in ário o u in stitu to b íb lico , ap aix o n aram -se e d ec id ira m se ca sar antes q u e tiv e sse m co n h ecid o o b a sta n te (se é q u e ch eg a ra m a c o n h ec er algo) sob re a fa m ília um do outro. In d ep en d e n te do que d esco b rem quan d o v isitam a ca sa um do outro , e m g eral a rela ção já está m uito av an çad a p ara re c o n sid e ra r o casam en to q u e se aproxim a. Q u an d o as fam ílias são m u ito desag rad áv eis, o casal p assa po r incrível e s tre s s e te n ta n d o re c o n c ilia r as d ife re n ç a s . Á re a s q u e c ria m a ju ste s
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR p articu larm en te d ifíceis são m an eiras co m u n s de cultu ar e orar, expressões de afeto, fran q u eza sexual, ativ id ad es recreativ as, fin an ças fam iliares e co m o os filh o s d e v e m ser criados. Q u an d o tais diferen ças ex istem , d ev em ser tratad as ced o no casam en to . E n tre ta n to , p o u co s casais p e rc e b e m a sen satez d esse p ro ced im en to . P o r co n seg u in te, q u an d o o casam en to de u m p a sto r ch eg a ao fim , p elo m en o s u m a d essas áreas e stá envolvida. A s esp o sas de p asto res c o m u m e n te se q u eix am d a falta de tem po e ro m a n tism o d ad o s p elo s m arid o s. É fre q ü e n te tam b ém se re ssen tirem da falta de en v o lv im en to deles co m os filhos. N a m aioria das vezes os próprios m in istro s se q u e ix a m de serem sev eram en te criticad o s p elas esp o sas e da falta de fre q ü ê n c ia d o d esejo físico d e la p o r in tim id ad e. Q u ando ocorre u m c a s o d e in f id e lid a d e c o n ju g a l n a f a m ília d o p a s to r, as r a íz e s p ro v a v e lm e n te e s ta rã o fix a s e m u m a d e s s a s á re a s. T ais p ro b le m a s n o rm alm en te n ão se re so lv e m p o r si m esm o s, m as são m u ito fáceis de serem tratad o s. E n tretan to , p rev en ir sem p re é m elh o r do que rem ediar. Se os casais re a lm e n te en te n d e sse m a d o r e a p e rd a pro v in d as de u m caso ex traco n ju g al, b u sc a ria m tratam en to b e m ced o no casam ento, ao prim eiro sinal de p ro b lem a, p a ra se p o u p a re m d essa e x p e riên c ia ex cruciante. H á p o u c a s c id a d e s n o p a ís e m q u e os c asais não e n c o n tra m aju d a m a trim o n ia l de u m p ro fissio n a l cristão e co m p eten te. E m m uitos casos, po rém , é m ais sen sato p ro c u ra r aju d a n u m a c id ad e b em longe de onde o casal vive, a fim d e m a n te r o tratam en to em to tal co n fidência. À s vezes, e n c o n tra -s e a ju d a b e m p e rto d a c a s a do p a sto r, se n d o fá c il o c a sa l co m p arecer em ca d a co n su lta. E m o u tras o casiões, a d istân c ia p o d e ser tão lo n g a q u e seria m ais p ru d e n te p e rn o ita r duas ou três n o ites e ter várias co n su ltas no esp aço de p o u c o s dias. S eja co m o for, o casal sábio to m ará to d a e q u a lq u e r p ro v id ê n c ia n ec e ssá ria p a ra re ce b er a aju d a de que precisa. O E stresse
no
T rabalho
do
M in is t r o
I n f e liz m e n te , o s m in is tr o s r e c e b e m m u ito p o u c a in s tr u ç ã o ou tre in a m e n to no m an ejo do e stresse e de co n flitos. C ad a vez m ais do m eu tem p o está sendo gasto em dar consultas a pastores e m em bros de m inistério ap risio n ad o s a in q u ietan tes nív eis de e stresse e conflito. A s vezes, essa ten são e stá re la c io n a d a c o m o aleg ad o ab u so sexual de cria n ça p o r um m e m b ro d o m in is té rio o u líd e r se c u la r. E m o u tra s , a lg u m m e m b ro p ro e m in e n te d a ig re ja ou do corp o m in isterial está e n v o lv id o em algum tipo de m á co n d u ta sexual. P ortanto, há ocasiões em que existem diferenças b e m d efin id as so b re co m o a lg u m asp ecto d a ativ id ad e eclesiástica deve ser ad m in istrad o . E fre q ü e n te u m a crise se d e sen v o lv e r d u ran te o p eríodo em q u e a ig re ja e stá em tran sição pastoral. U m p ro g ra m a de co nstruções tam b ém p o d e a m eaçar a u n ião da igreja. A tu alm en te, q u an d o sem in ário s p a ra p asto res são tão acessíveis, um pasto r p ode q u erer ado tar depressa m uitas das idéias atraentes que aprendeu. M u d an ças no estilo de ad o ração , org an ização departam en tal ou program as e ev an g elism o le v a m tem p o p a ra serem im p lan tad as. In stru ção d iligente do seu p e sso a l e da co n g reg ação , trein am en to co m p leto e p aciê n cia são fato res essen ciais p a ra u m a tran sição tran q ü ila. M esm o então, de início, alg u m as ru sg a s p o d em se m a n ife sta r tem p o rariam en te.
214 O PASTOR PENTECOSTAL A lé m de o rar em b u sc a d a d ireção de D eu s durante ép ocas com o essas, o p a s to r s e n sa to p ro c u ra rá c o n s e lh o p ie d o s o d e p e s s o a s , c u ja v id a , trein am en to e ex p e riê n c ia ele respeita. T em os id en tificad o circ u n stâ n cias esp ecíficas nas quais o p a sto r po d e se b e n e fic ia r d a aju d a p ro fissio n al. Q u er o p ro b lem a se encontre nele, q u e r e m seu c asam en to , q u er em su a situ ação de trab a lh o , o m in istro pru d en te o bterá a ajuda de que p recisa para p reservar sua sanidade, proteger seu casam en to e fa m ília e p e rp e tu a r a eficiên cia do seu m inistério.
E ncontrando a M elhor Fonte de A juda A m a io ria d as c id a d e s d isp õ e de in stitu to s de sa ú d e m e n ta l co m p ro fissio n ais co m p eten tes e crentes. P en se b e m até re so lv e r que tipo de a ju d a v o cê p re c isa ex atam en te... e depois p e ça a D eus que o auxilie a e n c o n tra r o lu g a r certo. Q u an d o e se v o cê sen tir a n ecessid ad e de co n su ltar a lg u ém a respeito de situ açõ es p esso ais ou p ro fissio n a is que p are ça m in tratáv eis, determ ine, e m p rim eiro lugar, a n atu re z a do p roblem a. Se o p ro b le m a não for m uito d elicad o , ta lv e z a a ju d a e ste ja d isp o n ív el em sua p ró p ria cid ad e. Tais d ificu ld ad es d izem re sp e ito à cap acid ad e de reso lv e r p ro b lem as e to m ar decisões. P a ra assu n to s altam en te p esso ais e co n fid en ciais, n o s quais a ex p o sição p o d e a m eaçar seu casam en to e/o u m in istério futuro, q u em sabe fo sse p re fe rív e l b u s c a r a ju d a fo ra de su a c id a d e p a ra a sse g u ra r to ta l c o n fid ên cia. U m a ó tim a m e d id a in icial seria tele fo n ar p ara algum centro de aconselh am ento. E m tais organizações é no rm a m an ter sob absoluto sigilo todos os telefonem as. O s que telefonam são b e m aten d id o s tanto no co m p artilh am en to de suas n ecessid ad es co m u m co n selh eiro g ab aritad o q u anto na sim p les so licitação de in fo rm açõ es gerais. A escolha de onde ir b u scar ajuda depende em prim eiro lu g a r das o p çõ es disp o n ív eis em seu plano de saúde. D e aco rd o co m essas opções, v o cê sele cio n a rá o pro fissio n al m ais co m p eten te e cujas concepções religiosas com binem m ais estre ita m e n te co m as suas, em u m a p ro x im id ad e ________________________ j j ad e q u a d a de o n d e você m ora. (Id ealm ente, seu p lan o de saú d e lh e p e rm itiria b u sc a r aju d a de p ro fissio n ais cujas co n v icçõ es relig io sas sejam co m p atív eis c o m as suas.) C om o saber se alguém é com petente e se a experiência desse profissional é co eren te co m as co n v icçõ es cristãs e v an g élicas? H á m uitos níveis de tre in a m e n to e n tre os p ro fissio n ais d a áre a da saú d e m ental. O m elh o r g ab aritad o é o p siq u ia tra . T rata-se de m éd ico que ta m b ém foi treinado em p sico lo g ia. P o r tam b ém ser m éd ico , o p siq u ia tra é o único p ro fissio n al da á re a d a saú d e m e n ta l q u e le g a lm e n te p o d e p re sc re v e r m e d ica m e n to s. D ep o is d este v e m o p sic ó lo g o , p esso a au to riz ad a a praticai- p sico lo g ia sem a su p erv isão de alg u ém co m m a io r treinam ento. O p sicó lo g o é g raduado Ph.D . E m g e ra l, o s b e m c o n c e itu a d o s c o n se lh e iro s c ristã o s ta m b é m são afiliad o s a alg u m a o rg an ização pro fissio n al de sua área. P ro cu re alguém q u e te n h a o selo de ap ro v ação de a lg u m a dessas organizações.
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Primeiro passo: Procure ajuda por telefone
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR E m seg u n d o lugar, v erifiq u e a c o m p a tib ilid a d e d e suas conv icçõ es relig io sas c o m o p ro c e sso de aco n selh am en to . M uitas pesso as, a m aio ria c o m b o a s ra z õ e s , tê m s u s p e ita s d a a ju d a p r o v e n ie n te d a s c iê n c ia s co m p o rtam en tais. S eu te m o r é q u e a c iê n c ia e a fé sejam com o ág u a e óleo, q u e n ão se m istu ram . E , falan d o h o n e sta m e n te , isso rea lm en te era a verdade. E ntretan to , h oje m uitas pesso as de am bas as disciplinas entendem os benefícios de um a aproxim ação in terdisciplinar para tratar dos problem as d a vida. O s p sicó lo g o s e p siq u ia tra s estão aju d an d o o m in istro a m e lh o r en ten d e r as q u estõ es em o cio n ais en v o lv id as n a v id a relig io sa das pessoas. O s m in istro s estão a ju d an d o os cien tistas a m e lh o r co m p re en d e rem as questõ es esp iritu ais en v o lv id as n a v id a em o cio n al das pessoas. O resultado é u m a m e lh o r q u a lid a d e no tratam en to da saú d e m en tal p ara os crentes, A o m esm o tem po, m uitos p ro fissio n ais cristãos da área da saúde m ental têm tido trein am en to m u ito m ais co m p leto nas ciên cias com p o rtam en tais do q u e nas E scritu ras. S uas filo so fias e m éto d o s não fo ra m su b m etidos ao crivo das E scritu ras. P o r co n seg u in te, a c iê n c ia e a fé q u e p ro fe ssa m não estão co m p letam en te in teg rad as em suas m entes. É provável que os crentes d e ix em o c o n su ltó rio de u m c o n selh eiro co m o e sse m ais co n fu n d id o s ou ch o cad o s do q u e aju d ad o s, ain d a q u e ta l c o n selh eiro seja u m “p sicó lo g o c ristã o ” ou p ra tic a n te d a “p sic o lo g ia c ristã ” . E x is te g ra n d e d ife re n ç a e n tre o c ris tã o q u e m e ra m e n te e x e rc e a p sic o lo g ia e a p rá tic a d e u m a p sic o lo g ia q u e seja v e rd a d eiram e n te cristã ou bíblica. E sse últim o p ro fissio n al é aq uele cujo estudo do com portam ento hu m an o é feito de aco rd o co m a disc ip lin a da B íblia. T rata-se de um crente que e stá in te ira m e n te fu n d a m e n ta d o n as E sc ritu ra s e q u e é a ltam en te tre in a d o n as c iên cias co m p o rta m e n ta is. A a b o rd ag e m d e ssa p e sso a ao aconselh ar, no m ín im o , não será c o n tra d itó ria à B íblia. E, no m áxim o, estará b em ap o iad a nas E scritu ras, tiran d o co n fo rto delas. H á m uitas coisas b en éficas e ú teis nas ciên cias co m p o rtam en tais. P a ra m u ito s casais (m in isteriais e leig o s ig u alm en te), sérios pro b lem as m a trim o n ia is e o u tro s a s s u n to s a lta m e n te p e s s o a is , c o m o d isfu n ç ã o o rg ân ica sexual, ficam sem tratam en to até que ten h am lo ngo e d o loroso h istó rico , o q u e só co m p lic a ain d a m ais o tratam ento. A q u eles que p assam p o r esses tip o s de p ro b le m a s p re c isa m en c o n tra r u m c o n selh eiro q u e seja treinado p ara lidar co m essas situações específicas de um a form a consistente co m a fé q u e p ro fessam . S en d o os p ro b le m a s d e n a tu re z a p esso al, m in isterial, m atrim o n ia l ou fam iliar, o m elhor co nselho que p o sso d ar a q ualquer m inistro do E vangelho é b u scar a D eu s ferv o ro sam en te e estar d isp o sto a aceitar, sem dem ora, aju d a p ro fissio n al, q u an d o as c ircu n stân cias a ju stific are m . P o r que é tão im p o rta n te ? P o rq u e q u an d o o cren te e stá c o m b o a saúde esp iritu al, física, m ental e social, é m uito m ais fácil atrair as pesso as ao m odo de vid a cristão, po rq u e terão ân sia em ter o que o cren te tem . O R ein o de D eus p recisa que v o cê n ão só e steja a c a m in h o do céu, m as q u e ta m b ém esteja ten d o p raz er n a viagem !
216 O PASTOR PENTECOSTAL
0 Pastor como Pastor de Ovelhas Wayne Kraiss m p a sto r de o v elh as é a m e tá fo ra m ais ad eq u ad a ao co n ceito b íb lico d e pastor. A so cied ad e co n sid era o p a sto r u m p ro fissio n al — e o faz co m p ro p ried ad e. E n tretan to , algo novo e sim ples é restab elecid o , q u an d o os p asto res se v êem co m o pasto res do re b an h o q u e D eus co locou sob os seus cu id ad o s. O re b a n h o p erte n ce a D eus. C a d a p a sto r p restará co n tas a E le p o r sua g u ard a do rebanho. O ap ó sto lo P edro ad verte c o n tra o assen h o rear-se do re b a n h o ou ace itar a lid e ran ça p o r razõ es m o n etárias (1 Pe 5.2). É sig n ificativ o q u e Jesu s ten h a esco lh id o o ex em p lo do p asto r de ovelhas p a ra descrev er sua relação co nosco (Jo 10.11,14): o pasto r protege, c o n fo rta e alim en ta o reb an h o .
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U m a C ham ada H um ilde Q u an d o Jesu s se referiu a si com o p a sto r de ovelhas, falo u de u m cargo h u m ild e e servil. Q u an d o o rd en o u que P edro ap ascen ta sse suas ovelhas, e sta v a p ed in d o que o ap ó sto lo aceitasse um a fu n ção v ista co m d esd é m e d errisão n a cu ltu ra do p rim eiro século. N ão se tratav a de u m a ch am ad a à p ro e m in ê n c ia p ú b lic a ou ao luxo. N ão e ra u m a c h am ad a ao p re stíg io e resp eito . E ra u m a c h am ad a p a ra v iv e r c o m o v elhas e bodes. P edro não e sq u eceu do sig n ificad o d e ssa c h am ad a e a isso se referiu em 1 P edro 5. E le sab ia q u e as im p licaçõ es d essa fu nção ex ig iam a in cu m b ê n cia d e servir c o m b o a v o n tad e, n ão “p o r to rpe ganância, m as de ânim o pronto; nem com o ten d o d o m ín io sob re a h e ran ça de D eus, m as servindo de exem plo ao re b a n h o ” (1 Pe 5.2,3). D epois do exílio, os rabinos farisaicos propiciaram grande desvalorização ao papel do p astor de ovelhas. E les proibiram os ju d eu s piedosos de com prar lã, leite ou carne dos p astores de ovelhas. P o r terem u m a ren d a pequena, suspeitava-se que m uitos p astores de ovelhas roubavam e eram desonestos. F o ra m -lh e s tira d o s p riv ilé g io s c ív ic o s. A lite ra tu ra d a é p o c a afirm a: “N en h u m a profissão no m undo é tão m enosprezada quanto a do pastor de o velh as” (M idrash sobre o S alm o 23).' O s pastores de ovelhas, com o os coletores de im postos, fo ram tratados com desprezo pelo público.
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR Jesu s se re fe riu a si m esm o co m o o “b o m P asto r” , d istin g u in d o os pasto res b o n s dos m aus. S em p re h a v e rá p a sto res m aus. S em p re h av erá p a sto re s q u e n ã o v iv e rã o d e a c o rd o c o m a su p re m a e sa n ta c h a m a d a m in isterial. A q u eles q u e são b o n s e fiéis em sua m o rd o m ia com o p asto r não d ev em se d e ix a r d esa n im a r p elo s m au s. A o invés d isso, devem se co lo car em n ítid o co n traste c o m os q u e não são fiéis. D a m e sm a fo rm a q u e C risto “an iq u ilo u -se a si m esm o ” (F p 2.7), o p a sto r n ão d ev e to m a r d ecisõ es ou p re p a ra r m e n sag en s no m ero esforço de realçar su a reputação. O s p asto res d ev em ser fiéis à P alav ra e obedientes à h u m ild e c h am ad a que re ceb eram do Senhor. N ão se exige co n fian ç a de u m a congregação. O s pastores de ovelhas g an h am a confiança dos rebanhos à m e d id a q u e as o v elh as ap ren d em que estão seguras q u an d o o p a sto r está p resen te. A trav és da o b e d iê n c ia fiel à ch am ada, os p a sto re s gan h arão a co n fia n ç a d a co n g reg ação . Jesu s n ã o ex ig iu o co n forto ou resp eito que leg a lm e n te lh e e ra d ev id o . E le, de b o a v o n tad e, ap an h o u u m a to a lh a para se rv ir os m e sm o s d isc íp u lo s q u e d e v e ria m tê -lo serv id o . N ão fo i p o r acid en te q u e seu n ascim en to fo i a n u n ciad o a pasto res e a co n teceu n u m estábulo. A q u eles q u e serv em co m o su b p asto res não devem ex ig ir m ais do q u e o S u m o P a sto r d eix o u co m o exem plo.
Satisfazendo as N ecessidades O c o m en tário de ab e rtu ra ao S alm o 23, escrito pelo rei D avi, é notável: “O S en h o r é o m eu pastor; n a d a m e fa lta rá ” . O papel do p a sto r de ovelhas é tom ar co n ta das necessidades do rebanho. As ovelhas são m uito incapazes, d ep en d en tes do pastor. E le tem de re c o n h e c er as n ecessid ad es delas: água, p asto , d escan so , p ro teção , salv am en to , b álsam o cu rativ o ou aju d a p a ra d a r à luz. A s ig rejas de crescim en to m ais ráp id o têm pasto res que são im p u lsio n ad o s a satisfazer as n e cessid ad es d a co n g reg ação .2 A s p esso as de nossas cidades são m uito m enos leais à afiliação sectária ou a program as lançad o s p a ra d ar crescim en to . M u itas p esq u isas in d icam que as p essoas esco lh e m u m a ig reja com b ase n a p o ssib ilid a d e de que suas necessid ad es e as n ecessid ad es d a fa m ília sejam satisfeitas n a q u ela co n gregação. E sse não é um princípio novo ao crescim ento. É tão básico quanto entender que a o v elh a que tem necessidades não estará contente e não p erm anecerá jovem . O p astor eficaz com preende que as necessidades de sua cidade podem variar am plam ente das de um a cidade vizinha. S im plesm ente copiar o form ato de cu lto e os m éto d o s de alcan çar os p erd id o s vigentes e m u m a igreja crescente p o d e n ão d ar certo em outra. C idades co m populações étnicas diversas rep resen tam n ecessid ad es ú nicas. Ig rejas adjacentes a grandes faculdades e u niversidades co m m uitos jo v e n s e solteiros têm necessidades m uito diferentes daquelas localizadas em cenários rurais predom inantem ente ag ríc o la s. U m a ig re ja situ a d a p e rto d e g ra n d e s fá b ric a s e c o m p le x o s industriais apresentará necessidades diferentes das da com unidade suburbana pov o ad a p o r pessoas que diariam ente fazem a viagem entre o lar e o trabalho. U m a igreja com m uitos casais jo v e n s p recisará de instalações adequadas e atividades próprias p a ra crianças. A s n e cessid ad es das o v elh as m u d am co n fo rm e as estações. O calo r do v erão traz p arasitas e a n ec e ssid a d e de so m b ra e água. O in v ern o e as
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O PASTOR PENTECOSTAL estaçõ es ch u v o sas acarretam a n ec essid ad e de abrigo. O p erío d o em que as o v elh as dão à lu z lim ita as d istân cias q u e o reb an h o p o d e v ia jar co m as crias. O p a sto r sáb io será cu id ad o so em fazer plan o s de aco rd o co m as n ecessid ad es variáveis d a congregação. A s pessoas tendem a ficar inquietas q u an d o estão e m necessidade. A estab ilid ad e é um dos resultados advindos de u m a c o n g reg ação satisfeita.
Fazendo as O velhas se D eitarem “D eitar-m e faz em verd es p a sto s” (SI 23.2). O p a sto r não b ate nas o v elh as p a ra q u e sejam su b m issas e se deitem . E le sabe do que o reb an h o p re c isa p a ra estar co n ten te, re la x a r e se deitar. P o r isso, ele c ria o am biente p ro p íc io p a ra q u e as o v elh as se d eitem . Q u atro e x ig ê n cias d e v e m ser satisfeitas antes q u e as ovelh as se deitem . A s o v elhas não se deitarão se estiv erem co m m edo. N ão se d eitarão se h o u v er atrito ou tu m u lto no m eio do rebanho. N ão se deitarão se estiverem co m fom e. N ão se deitarão quando se a ch am ato rm en tad as p o r m o scas ou p ara sita s.3 O p a sto r te m de sa b e r e e n te n d e r as n e c e ssid a d e s e lim ita ç õ e s do reb an h o . T em de re c o n h e c er as estratégias do in im ig o e pro v er u m a defesa p a ra a co n g reg ação . E ele o re sp o n sá v el p o r p re se rv ar a h a rm o n ia dentro d a congregação. Seu dev er é fo rn ecer um a dieta de ensinam entos adequados p a ra m a n te r a co n g reg ação fo rte e saudável. Q u ando Jesu s viu a m ultidão, “tev e g ran d e co m p aix ão deles, p o rq u e an d av am desg arrad o s e errantes co m o ovelh as que não tê m p a sto r” (M t 9.36). O s m em b ro s d a co n gregação q u e se ja m in d e fe s o s o u te n h a m sid o h o s tiliz a d o s tê m d e e n c o n tra r co m p aix ão no pastor. S uas situ ações difíceis não devem ser tratad as co m in d ife re n ç a ou fa lta de p reo cu p ação . O p a sto r de u m a g ran d e e p ró sp era cong reg ação observa: “E im portante p ro v e r e sp eran ça e co n fo rto p a ra aqueles que se co n g reg am no dom ingo. M uitos deles ch eg am à igreja seriam ente contundidos pelas lutas da sem ana. A m en o s q u e en co n trem cu ra e forças n a casa de D eus, p o r que iriam q u e re r v o lta r? ”4 N ão c a u sa su rp resa q u e a c o n g reg ação a que ele serve seja u m a ig reja que cresce. Im plícito nos ensinam entos de Jesus sobre o bom P astor está a conjectura de q u e o p a sto r está p ró x im o das ovelhas. E le não se d istan cia delas ou das suas n ecessid ad es. E le as co n h ece bem . E le está p erto o bastan te para no tar o lo b o q u e c irc u la o re b a n h o atem o rizad o . A voz do p a sto r acalm a as ovelh as. O p a sto r c o n tem p o rân eo tem de m a n ter u m eq u ilíb rio sutil entre p assar tem po suficiente co m os m em bros da congregação, a fim de conhecer suas n ecessid ad es, e p a ssa r tem po su ficien te c o m a P alav ra e na oração, a fim de o b te r os recu rso s p ara atender tais necessidades. Tal equilíbrio ajuda a c ria r c ircu n stân cias q u e p ro p ic iam as o v elhas a se deitarem .
Protegendo as O velhas P ro te g e r as o v e lh a s p o d e c u s ta r c a ro ao p a sto r. O q u e se p a ra os p a sto re s b o n s d o s irre sp o n sá v e is é a m a n e ira co m o re a g e m q u an d o o re b a n h o e s tá sob a m eaça. O p a sto r b o m é ab n e g a d o e, co rre n d o g ran d e p e rig o p e sso a l, p ro te g e rá e d e fe n d e rá o reb an h o , c h e g a n d o até ao p o n to
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR d e e n tre g a r a p r ó p r ia v id a . T al c o ra g e m é o re s u lta d o d e um re la c io n a m e n to in c o m p a rá v e l e n tre o p a s to r e as o v elh as. É m u ito m ais do qu e u m a re la ç ã o e n tre e m p re g a d o e em p reg ad o r. D e p o is de p a ssa r tanto tem p o c o m os m em b ro s d a co n g reg ação , o p asto r estim a cad a pesso a in d iv id u alm en te. E m c a d a u m a ele te m u m investim ento: u m in v estim en to de o ração , de e n sin o , de p re g a ç ã o , de a c o n se lh a m e n to e de apoio. Isso o faz a le g ra r-se c o m as v itó ria s e c h o ra r n as d e rro ta s de c a d a m e m b ro em p articu lar. E sse e x trao rd in ário v alo r in d iv id u al da o v e lh a é ilu strad o na n arrativ a de Jesus do p a sto r que d eix a as 99 p a ra b u scar a o v elh a p erd id a (M t 18.12). É raro q u e u m a o v e lh a p e rd id a e n co n tre o cam in h o de v o lta ao redil. É m ais p ro v áv el que fiq u e p a ra d a e b alin d o p o r socorro. U m co rd eiro n essa situação é p re sa fácil do predador. M u itas p esso as que d eix am de ir à ig reja são co m o um co rd eiro perdido. R aram en te en co n tram p o r si m esm as o cam in h o de v o lta à co n g reg ação . São v u ln eráv eis, estão am ed ro n tad as e sós. S u a salv ação m u itas v ezes d ep en d e do v a lo r q u e o p a sto r lhes d á e até on d e ele e stá d isp o sto a ir p a ra salvá-las. S e m e lh a n te aos p a sto re s de o v e lh a s, a lg u n s p a sto re s se c o m p o rta m co m o m e rc e n á rio s . N ã o tê m n e n h u m in te re sse p e sso a l no b e m -e sta r do reb an h o . S e rv e m p e lo sa lá rio e g an h o p e sso a l. A p ro te ç ã o , o c rescim en to e o c o n fo rto d o re b a n h o são p re o c u p a ç õ e s in c id e n ta is p a ra eles. F a z e m tudo o q u e é ex ig id o e n e cessário so m en te p a ra re ce b e r p ag am e n to , exceto q u a n d o o c u s to p e s s o a l é g r a n d e d e m a is . F o g e m q u a n d o a re sp o n sa b ilid a d e fic a m u ito e lev ad a. S a c rific a rão u m ou m a is co rd e iro s p a ra se salvar. Os pastores estão n a m elh o r posição p ara proteger o rebanho. N a analogia do pasto r de ovelhas (Jo 10.1 -18), Jesus nos lem bra de que o inim igo atacará as ovelhas. E interessante o bservar que Jesus disse que o pasto r pode ver o agressor se aproxim ando. N esse ponto, é freqüente as ovelhas não terem consciência do perigo. N o m om ento e m que o p ercebem , já é tarde dem ais para se salvarem . E sse é o m om ento em que a escolha de abandonar o rebanho e não assum ir o co m prom isso pesso al necessário para defendê-lo po d e ser opção tentadora. O p asto r q u e am a a con g reg ação não apenas fica para defendê-la em tem pos de perigo, m as tam bém não a to m a assunto de derrisão e desprezo em conversas. O b o m pasto r se deleita pessoalm ente no sucesso e crescim ento do rebanho. E le vê o b em em potencial em cad a cordeiro. r
Encontrando A gua S a b e -se q u e o v elh a s c o m sed e p õ e m -se em d e b a n d a d a e m d ire ç ã o à água. M as á g u a p ú trid a ou c o n ta m in a d a p o d e ser fata l às o v elh as. À s vezes, o p a sto r co n d u z um reb an h o sed en to p o r um cam in h o m ais ex tenso, a fim de e v ita r o risc o de as o v e lh a s c o rre re m e m d isp a ra d a p a ra um a lag o a p o lu íd a e m itig a re m a sed e c o m to x in a s q u e p o d e m le v a r à m orte. C o n g re g a ç õ e s se q u io sa s são su sc e p tív e is ao e n g o d o de ág u as p o lu íd a s. A ú ltim a n o v id a d e d o u trin á ria n ã o é tã o a tra e n te a u m a c o n g re g a ç ão b e m n u trid a q u a n to o é a u m a sed en ta. É re sp o n sa b ilid a d e do p a sto r sa b e r do e sta d o d a á g u a d as re d o n d e z a s do re b a n h o . O p a sto r te m de co n h e c e r as a rm a d ilh a s d o u trin á ria s q u e cerc a m a c o n g re g a ç ão ; te m de
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220 O PASTOR PENTECOSTAL c o n d u z ir o re b a n h o p a ra lo n g e d elas. É tra b a lh o te d io so . R e q u e r estu d o , u m firm e c o m p ro m e tim e n to c o m as E s c ritu ra s e u m só lid o a p e g o à teo lo g ia. A n tig am en te, os p asto res de o v elhas cav a v am p o ço s em reg iõ es áridas ou em lu g ares o n d e não h o u v e sse água p otável. F az iam isso antecip an d o as n ecessid ad es do reb an h o . E ra algo que as o v elhas n ão p o d iam fazer po r si m esm as. O trab alh o ted io so d a p rep aração do serm ão é algo sem elhante. O p a sto r a n tecip a as n ecessid ad es dos m em b ro s d a c o n g reg ação e faz o q u e n ã o p o d e m fa z e r. E le c a v a n a v e rd a d e d a P a la v ra d e D e u s e d isp o n ib iliza ág u a fresca p a ra as ovelhas. D avi u so u ilu stração in teressan te no S alm o 27, q u ando descrev eu o cuidado dispensado n o “d ia d a adversidade” . N o versículo 5, o salm ista alude que será posto “sobre u m a ro ch a” . S em dúvida, trata-se de referência à ação do p asto r de ovelhas, quando observa u m a serpente se m ovim entando em direção a u m cordeiro indefeso. Sabendo que o cordeiro é incapaz de esm ag ar a serpente, o p asto r ap an ha o cordeiro e o co loca em cim a de u m a p ed ra ali perto, fo ra do alcance d a serpente. O pastor então se volta para enfrentar o réptil. E nquanto o cordeiro fica observando de sua posição segura de cim a da pedra, o pastor m ata a cobra. A batalha que era para ser do cordeiro to m a-se do pastor; a vitória q u e era para ser do pasto r to m a-se do cordeiro. O resultado p ara o cordeiro está descrito no versículo 6: “T am bém a m inha cab eça será ex altad a sobre os m eu s inim igos que estão ao red o r de m im ” . O p asto r freqüentem ente desem p en h a esse papel. Ele to m a a iniciativa e luta c o n tra o in im ig o d os m em b ro s de sua co n g reg ação . N ão é p o rq u e ele pesso alm en te ten h a sido atacado ou esteja sob am eaça. E porque aqueles q ue fo ram confiados aos seus cuidados estão sob am eaça. _
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Tanger o R ebanho não E G uiar D a v i o b se rv o u q u e, c o m o fa z e m os p a sto re s d e o v e lh a s, o S e n h o r g u ia o seu p o v o (SI 2 3 .2 ,3 ). O p a s to r é m a is do q u e o líd e r c o rp o ra tiv o d a co n g reg ação . A ssim co m o o p a sto r de o v elhas, ele d e te rm in a a d ireção e o p a sso d a jo rn a d a . P re c isa e sta r fo c a liz a d o em alg u m o b je tiv o . O p a s to r te m de sa b e r e m q u e p o n to a c o n g re g a ç ão e stá e a d ire ção que deve to m ar. T em de sa b e r o n d e e stá o p e rig o e c o n d u z ir a c o n g re g a ç ão p a r a lo n g e . T e m d e s a b e r o n d e e s tã o o s v e rd e s p a s to s e g u ia r a c o n g re g a ç ã o a eles. T em de sa b e r o n d e h á á g u a fre sc a e p la n e ja r u m itin e rá rio q u e lev e o re b a n h o a lu g are s de re frig é rio . Tem de c o n h e c e r a c a p a c id a d e e a m a tu rid a d e d a c o n g re g a ç ão e c u id a d o sa m e n te p ro je ta r a su a jo rn a d a e sp iritu a l. M a is d o q u e q u a lq u e r p e sso a n a c o n g re g a ç ão , o p a sto r é o re sp o n sá v e l em e sta b e le c e r o p ro g ra m a de tra b a lh o , d e sc re v e r as m e ta s e a p re se n ta r u m a v isã o p a ra a c o n g re g a ç ão seguir. A s o v elh as são seg u id o ras. F icam satisfeitas em saber que o p asto r as p re c e d e u n o c a m in h o e sa b e p a ra o n d e e stá in d o : os p e rig o s fo ram d esco b erto s. O c am in h o e stá lim p o de serpentes. O trajeto está seguro. Á g u a p o táv el e stá d en tro do alcance. Pasto ad eq u ad o e stá perto. U m b o m p a sto r de o v elh as n ão tan g e o u to c a as o v elhas estan d o na reta g u ard a do reb an h o . Q u an d o to cad o , o reb an h o pode m o strar fru stração e confusão. O rebanho tangido reag e ao m edo de retaliação. A s ovelhas são pressionadas
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR a ir em ce rta d ireção ou so frem co n seq ü ên cias d esag rad áv eis. O consenso é b o m , m a s é m e lh o r q u a n d o é o r e s u lta d o d e su g e s tõ e s e o p ç õ e s apresen tad as p o r um líd e r de acordo com a direção do E sp írito S anto. O serm ão q u e cen su ra e d ep re c ia a co n g reg ação que e rra assem elh a-se a ta n g e r m ais do que a guiar.
Pelo Vale Todo p a sto r de ovelhas sabe que o cam in h o n em sem pre será fácil. A lg u n s dias serão rep leto s da luz do sol e de verdes pastos. O utros serão cheios de escu rid ão e trilh as q u e serp en teiam terrenos acidentados. N ão é diferen te p a ra o pastor. H á sem an as rep letas das alegrias de nascim en to s, casam en to s, co n v ersõ es, cu ras e batism o s. E n q u an to a c o n g reg ação deixa o santuário, os elogios ao serm ão pare c e m n u n ca term inar. A s ofertas estão acim a do orçam en to , e os v isitan tes são abund antes. O crescim en to parece n ã o te r fim . O u tra s se m a n a s e stã o c h e ia s d e in c id e n te s , p ro b le m a s m atrim o n iais, m o lestam en to de esp o sas e vícios. P arece que as ofertas são as m en o res q u ando as necessid ad es são as m aiores. O pa sto r não consegue, d u ra n te o se rm ã o de d o m in g o , d e s c a rre g a r os fa rd o s que lh e fo ram desp ejad o s. E le tem de lev á-lo s ao S en h o r e fica r anim ado ao sab er que E le sem p re e stav a p resen te n os tem p o s de n ecessid ad e e que as pessoas co n fia v a m a E le suas e x p eriên cias d ifíceis. Jesus lem b ro u os d iscípulos que não são os sadios que n ecessitam de m édico, m as os d o entes (M t 9.12). Todos já o u v im o s falar de m in istro s que c o n fessam que am am as alm as, m as n ão su p o rtam as pessoas. A s p esso as de n o ssas co n g reg açõ es p assarão pelo vale da so m b ra da m orte, p o is a m o rte n em sem pre é física: a esp eran ça m orre; a fé m orre; a fid elid ad e m atrim o n ial m o rre; a co n fia n ç a e as con fid ên cias m o rrem . E m cad a caso, o p a sto r tem de se co lo car ao lado e ac o m p an h ar os ferid o s em todo o p ercu rso d esses vales. T rata-se de gran de privilégio. E ocasião em que o m in istério em m u ito p ode frutificar. O s co rações estão abertos e fam in to s p o r ajuda. O p a sto r p o d e lev ar e sp eran ça onde a triste za abunda. F elizm en te, atrav essam o s esses vales; não ficam os lá. A alegria v em pela m anhã. O p a sto r e stá em p o sição p riv ile g ia d a para o b serv ar a fidelidade do S en h o r em c o n fo rta r e libertar. O p a sto r que h á m u ito e stá n a c o n g reg ação p o ssu i rica h e ra n ç a de jo rn a d a s c o m os m e m b ro s d a c o n g re g a ç ã o p e lo s v ales da v id a. Tais exp eriên cias d eram créd ito e co n fia n ç a em sua liderança. Q uando, no fim de ano, u m casal ap erta a m ão do p a sto r e diz: “O b rig ad o por ter ido com a gen te p elo s v ales d u ran te este an o ” , faz co m que a jo rn a d a ten h a valido a pen a. A in d a que n in g u é m m ais n a c o n g reg ação p o ssa sab er em que co n sistiu essa jo rn a d a , aqu ele casal sabe que foi valo rizad o e am ado por u m p a sto r atencioso. Para o pastor, p o d e ter sido com o d eixar as 99 para salv ar o co rd eiro que estav a com pro b lem as.
U m a Vara e um Cajado P ara as ovelh as, a v a ra e o cajad o são sím b olos de ajuda. P o r quê? D e q u e fo rm a e sse s in s tru m e n to s se re la c io n a m c o m o p a p e l do p a sto r
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c o n te m p o r â n e o ? A v a r a e r a u m p e d a ç o d e p a u g r o s s o e c u r to , fre q ü e n te m en te c o m u m a saliên cia n a ponta. E ra u sa d a p a ra vários fins. A n tig o s p asto res de ovelh as ra ra m e n te eram vistos sem u m a v a ra n a m ão ou p re sa à cintura. À s vezes, e ra a rre m essad a co m ex trem a p recisão p a ra afugentar u m predador. O utras vezes, era lan çad a n a direção de u m cordeiro teim o so , na te n ta tiv a de im p ed i-lo de se a fa star do reb an h o ou p ara não se ap ro x im a r de u m a p la n ta v en en o sa. N essas ap licaçõ es, a vara era u m a e x te n s ã o d a a u to r id a d e d o p a s to r . E r a c o m o u m p ro lo n g am en to d o seu b raço estendido. A auto rid ad e do p a sto r e su a h ab ilid ad e em g u ia r o reb an h o co m a vara eram fo n te de co nforto. O p a sto r d ev e u sar a v a ra d a au to rid ad e co m g ran d e cu id ad o , m as n u n c a v acilar em d efen d er a con g regação ou he sitar em alertar os m em bros da ap ro x im ação do perigo. Á v ara ta m b é m era u sad a pelo p a sto r q u an d o ele se p u n h a à n o ite no po rtão do red il p ara co n tar cad a ov elh a e f a z e r - lh e r á p id o e x a m e em b u s c a d e q u a is q u e r ferim en to s so frid os du ran te o dia. E sse é u m costum e ch am ad o “p a ssa r d eb aix o d a v a ra ” (cf. E z 20.37). Os reb an h o s n a P alestin a tin h am en tre vinte a qu in h en to s anim ais. A lguns p asto res n a v e rd a d e re c o n h e c iam su ficien tem en te as o v elhas a p o n to de d ar n o m e a elas. N ão e ra in c o m u m que, ao ser p ara d a no portão, o p a sto r c o rre sse a m ã o p e lo co rp o d a o v elh a , p ro c u ra n d o se n tir e sp in h o s ou parasitas escondidos. P arece que essa teria sido a ocasião natural p ara ungir a o v elh a e tra ta r co n v en ien tem en te das feridas. A cong reg ação de ho je é fo rtificad a p elo p asto r q u e se d ed ica em co n h ecer as n ecessidades daqueles q u e estão sob seus cuid ad o s. S ua atenção pessoal é anim adora. D iferentes m éto d o s são u sad o s p a ra p ro p o rc io n ar atenção p essoal, dep en d en d o do ta m an h o d a co n g reg ação . E m b o ra se rec o n h eç a que as visitas sejam opção im p raticáv el em u m a c o n g reg ação grande, u m tele fo n e m a do p asto r ainda é p o ssív el. À s vezes, u m a n o ta p esso al po d e ser u m a lem b ran ça inesp erad a de q u e v o cê e stá cien te de u m a trib u lação p e la qu al u m m em b ro esteja p assan d o . O cajado do p asto r tin h a função e aparência m uito diferentes da vara. E ra m u ito m ais com prida e tin h a a extrem idade superior arqueada. O pastor u sav a o cajado de diversas m aneiras para dar segurança às ovelhas: sacudia o m ato alto à frente do rebanho a fim de assustar algum a serpente; cutucava u m a o v elh a p ara fazê-la v oltar ao cam inho e livrá-la do perigo; puxava a ovelha tím id a p a ra m ais perto d e si. A lguns pastores p o d iam ser vistos andando p o r quilôm etros som ente encostando a ponta do cajado no lado de um cordeiro, dando segurança pelo contato. D urante a época em que as ovelhas davam cria, o cajado era usado para erguer os cordeirinhos sobre as próprias pern as e colocá-los ao lado d a m ãe. Isso evitava que o cheiro das m ãos do p asto r no recém -nascido, causasse um a possível rejeição pela m ãe.5 O s integrantes de nossas congregações precisam da segurança que o “cajado do p asto r de ovelhas” traz. A lguns p recisam ser cutucados co m suavidade, outros n ecessitam de constante afirm ação e reafirm ação. O tím ido precisa ser atraído em direção ao p asto r e ser lem brado do seu valor, e o recém nascido n a fé deve ser erguido e ajudado a ficar em pé sozinho.
Pastorear envolve muito mais do que apenas pregar no domingo
UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR O cajad o e ra c u id a d o sa m e n te trab alh ad o p elo pastor. C a d a u m trazia alg u m traço da p erso n a lid a d e do p astor, o q u e tornava cad a cajad o um in stru m en to ú n ico . O s p asto res d iferirão en tre si no m o d o com o ex ercem suas fu n çõ es p asto rais nas c o n g reg açõ es que servem . O que d á certo p ara u m p a sto r p o d e n ã o ser a ceitáv el p a ra outro. M as, c o m u m a to d o s os pasto res, está o e n ten d im en to de que p a sto re a r en volve m u ito m ais do que apenas p re g a r no d o m in g o . A s n ecessid ad es das p esso as sob os cuid ad o s do p a sto r v a ria m am p lam en te. O s recu rso s do p a sto r d ev em ser extensos. A m e d id a q u e ele d e m o n stra su a p re o c u p a ç ão e co m p etên cia, o reb an h o se sen te fo rtalecid o . O an tig o s p a sto re s de o v elh a s a d m itiam q u e não p o d ia m c o n fia r apen as em su a fo rç a e cap acid ad e, m as q u e p rec isav am de um a v a ra e de u m cajad o p a ra c u id ar das ovelhas. O p a sto r contem p o rân eo b e m ced o d e sco b re q u e to d a a sua cap acid ad e, in stru ção e dons naturais n u n ca serão ad eq u ad o s p a ra re alizar a o b ra a q u e foi ch am ad o a fazer. A P alav ra e os dons do E sp írito m u itas v ezes são u m a vara e u m cajado nas m ãos do p a sto r un g id o . E le en ten d e o p o d e r d a P alav ra e do E spírito.
Protegendo o Protetor O p a sto r q u e aceita o p ap el de p a sto re a r o reb an h o to m a-se alvo do ataque do inim ig o . “F ere o p astor, e esp alh ar-se-ão as o v e lh as” (Zc 13.7). Satan ás co n h e c e esse p rin c íp io e m u itas v ezes c o n ce n tra seus ataques d iretam en te no pastor. A fam ília do p a sto r é ig u alm en te alvo das investidas de S atanás. A s d esg raças m o rais ou éticas de u m p a sto r cau sa m ais do que u m escân d alo de relaçõ es p ú b licas. Q u an d o o p a sto r cai em p ecad o , o p ro te to r d o re b a n h o é re tira d o , d e ix a n d o -o v u ln e rá v e l aos a taq u es do inim igo. A s co n g reg açõ es co rrem g ran d e p erig o du ran te os perío d o s de transição p asto ral, p o r c a u sa d a a u sên cia do p rotetor. P ara que o reb an h o seja p ro teg id o , o p ro te to r tem de ser p ro teg id o . O p a sto r tem d e estar alerta aos perig o s e ten tações pessoais, não apenas p ara seu p ró p rio b en efício , m as tam b ém p o r c a u sa do reb an h o . E to lice o p a sto r acre d ita r q u e as o v elh as sob seus cu id ad o s são vu ln eráv eis, m as que ele não. P o u co s são os m in istério s q u e co m p reen d em o v alo r de um p a sto r q u e seja fo rte e cap az de d e fe n d e r o reb an h o d e D eus. A s tentativas do p a sto r em in fo rm a r o m in istério das am eaças p esso ais a seu pró p rio b e m - e s ta r sã o f r e q ü e n te m e n te m a l- e n te n d id a s e c o n fu n d id a s c o m presu n ção . A n ecessid ad e de p ro te g e r o p a sto r p o d e to rn ar-se fo nte de ten são en tre as n e cessid ad es do re b an h o e o b em -estar do pastor. E ssa tensão d ev e ser d ilig e n te m e n te m an ejad a, do co n trário o p a sto r ou será co n su m id o p e la co n se rv a ç ão de si m esm o e n e g lig e n c iará o re b an h o ou será consum ido po r p ro teg er o rebanho e neglig en ciar suas próprias defesas. U m a das resp o n sa b ilid a d e s do p a sto r de o v elhas é m a n ter o reb an h o unido. E m to d a tran sição , as o v elh as c o rrem perigo. E freq ü en te que a h a rm o n ia c o n g reg acio n al e steja em risco d u ran te as tran siçõ es pastorais. Q uan d o a co n g reg ação e stá sem pasto r, ten d e a se espalhar. A ig reja com histórico de pasto rad o s curtos raram en te m an ifesta a força ou o crescim ento de u m a co n g re g a ç ão saud áv el. E sse fato d e v e ria fazer c o m que o p a sto r co n sid erasse co m m u ito cu id ad o as c o n seq ü ên cias d a decisão de dem itirse ou m u dar-se. S e o p ed id o de d em issão é feito p rin cip alm en te p ara salvar
224 O PASTOR PENTECOSTAL a p ele do p astor, assem elh a-se às ações dos m ercenários, que não são bons p asto res, p o rq u e fo g e m q u an d o v êem ch e g ar o lobo (Jo 10.12,13). A s co n g reg açõ es d ev em co n sid erar co m m in ú cia as sérias im plicações de um a m u d an ça p asto ral, antes de p e d ir a re n ú n cia do pastor. A s tra n siç õ e s p a sto ra is q u a se se m p re c au sam im p ac to n eg a tiv o no reb an h o , in d ep en d en te do seu tam anho. C erto p a sto r m uito bem -su ced id o em sua fu n ção , q u e co m p leto u 25 anos de m in istério em u m a igreja, disse: “R eceb o freq ü en tes co n v ites p a ra p asto re ar o u tra igreja. M as se eu d eixar e s ta ig re ja , le v a r ia te m p o p a ra c o n h e c e r as n e c e s s id a d e s d a n o v a co n g reg ação e o q u e lá é eficaz ou não. A q u i já sei o que d á certo. O pasto r q u e m e su b stitu ísse p o d e ria não saber o que d á certo aqui. H av e ria um p erío d o de aju stam en to que p o d e ria não ser b o m nem p a ra a co n g reg ação nem para o novo pastor. Julgo q u e é m e lh o r fic a r on d e estou e co n tin u a r trab alh an d o co m as p esso as cu jas necessid ad es eu c o n h eç o ” .
0 pastor tem de estar alerta às tentações pessoais por causa ao
Term inando Bem
O S a lm o 23 te rm in a : “C e rta m e n te q u e a b o n d a d e e a m is e ric ó rd ia m e se g u irã o to d o s os d ia s d a m in h a v id a ; e h a b ita re i n a C a sa do S e n h o r p o r lo n g o s^ d ias” * A k * n h A a AH* ^ 2 3 .6 ). É a ssim q u e a q u e le s q u e e s tiv e ra m so b os 1 c D d H l l O 6 6 IT 1 c u id a d o s d e u m b o m p a s to r te rm in a m . S o b re v iv e ra m h flH fifírín n ^ n n v in t e n t a ç õ e s e p r o v a ç õ e s d a v id a . O f r a c o f o i D c lIc T IV iU p r u p i i u fo r ta le c id o . O q u e b ra d o fo i c u ra d o . O p e rd id o foi a c h a d o . É u m b o m fim . E o p a s to r? A o fin a l d a jo rn a d a , c o m o ele te rm in a ? E m su a o b ra so b re m e n to re s, o d o u to r J. R o b e rt C lin to n o b s e rv a q u e os líd e re s c ristã o s tê m d e a c a b a r b em . O e s c rito r a d v e rte q u e as p rin c ip a is c a u sa s p a ra u m fin a l p o u c o fe liz são o a b u so d e p o d e r, o m au u so do d in h e iro , o o rg u lh o , as te n ta ç õ e s se x u a is e as q u e stõ e s fa m ilia re s .6 O d o u to r C lin to n ta m b é m r e la c io n a v á ria s c a ra c te rís tic a s d a q u e le s que te rm in a m b em . E n tre e la s e stã o em te r m e n to re s b o n s, m a n te r u m a p o s tu r a d e a p r e n d iz a g e m ao lo n g o d a v id a e c o n tin u a r c r e s c e n d o e s p iritu a lm e n te . O s pasto res de ovelh as p assam longos períodos de tem po longe d a vista d aq u eles a q u em p restam contas. P ode ser que fiq u e m fo ra co m o reb an h o durante sem anas. E m tais ocasiões, n inguém está vendo se estão protegendo as o v e lh a s o u não . S e m e lh a n te m e n te , os p a sto re s tê m o p o rtu n id a d e s ex trao rd in árias p a ra c o m eter abusos de autoridade. Isso é p articu larm en te v e rd a d e a re sp e ito d o h o rá rio m a n tid o p o r p a sto re s d e c o n g re g a ç õ e s m enores. P oucos ou nin g u ém no ta quanto tem po é gasto no estudo e oração. Q u em é que vai sab er que telefo n em as são feitos e p o r quê? Q uem é que vai fic a r sab en d o se o d in h eiro p a ra d e te rm in a d a obra, dad o p esso alm en te ao pastor, será de fato en treg u e p a ra tal obra? Q ue o u tra profissão d á tanto p o d e r a u m a p e sso a com a m ín im a ob rig ação de p restar co n tas? “Q ue os h o m e n s n o s c o n sid e re m co m o m in istro s de C risto e d esp e n se iro s dos m istério s de D eus. A lém disso, req u er-se nos desp en seiro s que ca d a u m se ach e fie l” (1 C o 4 .1,2).
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UNIDADE 2: A VIDA PESSOAL DO PASTOR R ecen tem en te, u m d os m em b ro s do m eu m in istério c o n v id o u -m e p ara alm oçar, em certo m ês q u e eu estav a a tra v e ssa n d o p o r situ açõ es b e m estressan tes. N ão fa z ia n e n h u m a id é ia de quais seriam suas intenções, m as v isto q u e ele p re sid ia u m a p ro e m in e n te co m issão m in isterial, pen sei q u e p ro v a v e lm e n te tiv e s s e a lg u m a re la ç ã o c o m os a ssu n to s d a q u e la com issão. L o g o dep o is que n os sen tam o s à m e sa e fizem os o p edido, ele m e olhou d ire ta m e n te nos olh o s e p erg u n to u : “C om o estão as c o isa s? ” Im ed iatam en te m e lan cei a fa z e r u m re la tó rio so b re as fin anças, so bre o an d am en to de v ário s p ro jeto s e sobre assu n to s relac io n ad o s ao pessoal. E le m e fez p a ra r e disse: “N ão esto u p erg u n tan d o com o e stá seu trabalho. G o staria de sab er co m o vai você. C o m o estão as coisas en tre você e o S enhor? E n tre você e su a fam ília? V ocê e su a esp o sa? Você e o b anco? C om o v o cê e stá se sen tin d o fisic a m e n te ? ” F iq u ei aturdido. A in d a olhando p ara m im , contin u o u : “E u m e p reo cu p o c o m você. S eu b em -estar faz parte de m in h as resp o n sab ilid ad es. E ste alm o ço não é p a ra tratar de trabalho. É p a ra você. S e su a saú d e não v ai b em , o m in istério que v o cê rep re sen ta tam b ém n ão esta rá sau d áv el” . L u tei p a ra re te r as lág rim as. T in h a andado sob m u ita p ressão , m as n u n c a h a v ia an tecip ad o q u e tre m e n d a c arg a m e sairia dos o m b ro s e n q u an to aq u ele irm ão co n tin u av a a fa ze r perguntas in q u irid o ras sob re m im , m in h a fam ília e m eu a n d ar co m o Senhor. A co n v ersa n u n ca p o d e ria ter-se realizad o sem u m a b a se de con fian ça e confidência. A q u ele cren te h av ia co n stru íd o aq u ela b ase cu id ad o sam en te ao lo n g o dos anos. M in h a p le n a c erteza n aq u ele m o m en to era de que ele estav a sen d o u sad o p elo E sp írito S anto p ara m in istrar ao m eu coração. S eu desejo e ra q u e eu te rm in a sse b em . E ú til v ocê perg u n tar-se com o seria o p erfil d o p a sto r d a ig re ja q u e v o cê serve, se você te rm in a sse bem . Isso po d e a ju d ar no fo rn ecim en to de u m a n o v a o rien tação em seu papel com o p a sto r de ovelhas.
225
Unidade
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Preparando-se para o Avivamento
Introdução: Avivamento É ... Charles T. Crabtree c re d ite o u n ã o , m a s o m a io r d is c e rn im e n to q u e re c e b i so b re o v e rd a d e iro sig n ific a d o d o a v iv a m e n to o c o rre u n u m te rm in a l de aerop o rto . E sta v a com p ressa p a ra p e g a r u m a conexão, m as tive de p a ra r p o r u m in stan te p a ra v e r o d e se n ro la r de um aco n tecim en to terrível. U m h o m e m g ran d e e sta v a d eitad o n o chão, de costas. T in h a sido despido até a cin tu ra e os p aram éd ico s lu tav am fren eticam en te p a ra lhe salv ar a vida. N ão tive tem p o p a ra v er o q u e aco n teceria. A té ho je não sei se o h o m em so b rev iv eu ou não. O q u e aco n teceu àqu ele ser h u m an o no chão do term in al e co m o as p esso as re a g ira m à situ ação p re c isa ser en ten d id o p o r m e n te s e s p ir itu a is e c o lo c a d o e m p r á tic a p o r p e s s o a s d e fé, e sp ecialm en te aquelas de p ersu asão p en teco stal.
A
O Verdadeiro Avivam ento É o Avivam ento da Vida E spiritual E ra ó b v io a to d o s n o aero p o rto n aq u ele d ia que u m co rp o tem de ter o fô leg o d a vida. U m co rp o sem sinais v itais é u m a tragédia, u m p re c u rso r à m orte. N o m u n d o físico , e ssa crise é im ed iatam en te d etectável, p o rq u e as p esso as estão fisicam en te v iv as e fisicam en te con scien tes p o r m eio dos sentid o s físicos. N o m o m en to em qu e a m o rte te n ta se m anifestar, todos os que se im p o rta m fa z e m o p o ssív e l d en tro d e suas re sp o n sa b ilid ad e s e aptidões. A esp o sa co m e ç a a g ritar p o r ajuda. O alarm e é dado q u an d o o te le f o n e d e e m e rg ê n c ia é c h a m a d o . O s p a ra m é d ic o s v ã o a g ra n d e velo cid ad e à cen a do in cid en te e u sam to d o s os in stru m en to s e m éto d o s de que d isp õ em . P o r q u e e ssa ativ id ad e alu cin an te? P o rq u e to dos sabem que h á m u ito p o u co tem p o p a ra an im ar o co rp o e traz er o h o m em à vida. Q ue trag éd ia seria se as p esso as ao re d o r do h o m em no aeroporto não estiv e sse m cien tes d a co n d ição física dele. P io r ainda, não seria estranho se p a ssássem o s a c o n sid e ra r co rp o s in ertes co m o alg o n o rm al e aceitáv el? O qu an to é lam en táv el v isitar p aíses do terceiro m undo, on d e a m o rte é tão co m u m q u e os cad áv eres são h ab itu alm en te retirad o s das ruas todos os dias.
230 O PASTOR PENTECOSTAL
( (
O q u e seria trág ico e b izarro no m u n d o físico to rn o u -se q u ase um a re g ra n a co m u n id ad e cristã. D a m esm a fo rm a que h á u m a realid ad e ó b v ia e u m a d elim itação en tre a v id a e a m o rte físicas, o m esm o é v erd ad eiro no que re sp e ita à v id a e m o rte esp irituais. E n tretan to , a trag éd ia en v o lv id a n u m a crise e am eaça de m o rte espiritual te m conseqüências m uito m aiores, p o r c a u sa de su a d im en são eterna. A viva m en to sig n ifica “tra z er de vo lta à v id a ” , “reco b rar os sentidos” . C laro q u e h á u m m u n d o in teiro de não -salv o s que ain d a não n asce ra m de D eus. U m pe c a d o r não p o d e ser avivado esp iritualm ente. N ão h á n ad a que avivar. A p e sso a que ainda não co n h ece a D eus tem de n ascer de novo, o que é um m ilagre criativo. O avivam ento é u m m ilag re da ressu rreição espiritual. O av iv am ento não co m eça co m o inco n scien te ou co m o e s p i r i t u a l m e n t e m o r to . C o m e ç a c o m o s v ig ia s espirituais. C om eça com aqueles que estão espiritualm ente alertas, c o n h ecem a v erdade e n ã o se e n v erg o n h am de clam ar a D eus e pedir a cooperação das pessoas. N ão estão p reo cu p ad o s co n sig o m esm os. T oda a sua atenção está c o n cen trad a n a co n dição d esesp erad o ra das p esso as pelas q uais são resp onsáveis. M in h a e x p e riê n c ia n a q u e le te rm in a l de a e ro p o rto re ssa lta essa verdade. P esso as refin ad as, fo rm ais e talvez tím id as são, de u m m o m en to p a ra outro, tran sfo rm ad as dram aticam en te p e la v erdade. Suas ações dizem : “E stou a p o nto de p e rd e r m eu m arido, m eu am igo, e ste p re c io so ser hum ano. N ão m e im p o rto o que as pessoas p e n se m ou o nde estejam o s. F a rei ou d irei q u alq u er co isa que o faça v o ltar à v id a ” . O av iv am en to co m eça quan d o alg u m as p esso as espiritu alm en te vig ilan tes re co n h ecem sua v erd ad e ira co n dição espiritu al e c o m eçam a cla m a r a D eus co m u m a fé m o v id a p elo desespero. N ão h á lim ites à su ficiên cia do D eus T odo-poderoso p a ra av iv ar seu p o v o e su a Igreja. E le p o d e av iv ar o cren te d esanim ado, apático e cansado. E le te m p o d e r p a r a r e s s u s c ita r u m a ig r e ja q u e e s te ja m o rta . E le é so b re n a tu ra lm e n te c ap az de, a p a rtir de u m a p o rçã o de osso s secos e d esco n ex o s, p ô r cad a osso na sua ju n tu ra , dar-lhes vid a e to rn á-lo s num exército poderoso. D eus sem pre escolheu usar a instrum entalidade hum ana. O av iv am en to co m e ç a q u an d o alg u ém se dá co n ta d a verd ad eira condição esp iritu al do p o v o e te m a fé p a ra crer que u m a p o rção do C orpo de C risto, in co n scien te, com d isfu n ção org ân ica ou até desco n ju n tad a, p o ssa não apenas ser avivada, m as tam b ém tornar-se n u m a fo rça p o d ero sa p ela causa de C risto. M in h a m aio r p reo cu p ação quando viajo pelo m undo é ver a passividade dos in d iv íd u o s e das ig rejas. N ão m o stram nen h u m sinal de v id a espiritual, nenhum novo nascim ento, n en hum a sensação da presença de D eus, nenhum fruto do Espírito, n en h u m a m anifestação dos dons do E spírito e obviam ente n e n h u m a e v id ê n c ia de p ro d u tiv id ad e espiritual. A in d a m ais trág ico é a falta de p re o c u p a ç ão co m os p a is e m em bros d a fam ília. A lg u m tem p o atrás, p erg u n tei a u m a irm ã p en teco stal com o e stav a sua fam ília. S ua re sp o sta foi su rp reendente: “Oh, todos vão m uito bem . José fo i p ro m o v id o a u m cargo im p o rtan te, tem os u m a n o ra m a ra v ilh o sa e os
0 avivamento é um milagre da ressurreição espiritual
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UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO netos são a b so lu tam en te en can tad o res. L eo n ard o e eu estam o s u m pouco p reo cu p ad o s, p o rq u e atu alm en te n in g u é m está in d o à igreja, m as fo ra isso, todos são m arav ilh o so s” . F iquei tão b oquiaberto que as palavras m e fugiram (evento um tanto raro para m im ). A credito que aq uela m ãe e avó pentecostal expressou quase tudo o que h á de errado, espiritu alm ente falando, em nossa cu ltura. A fa m ília d a q u e la m u lh e r n ão e stá in d o n a d a b em . E stão em im in en te p erig o de p e rd a d a alm a. S eus n eto s estão sendo ro u b ad o s da v id a espiritual. O q u e ela te ria d ito se d e sc o b risse que seus netos estão m u ito bem , ex ceto q u e os p ais já n ão os alim en tam m ais? E tem p o de soar o alarm e. A d isfu n ção e m o rte e sp iritu ais já não p o d em m ais ser aceitas p o r pais e m ães, p asto res e dirig entes de igreja. A co ndição é desesp erad o ra, m as n ão irrecu p eráv el. O d iag n ó stico é cruel, m as graças a D eu s h á u m rem édio. A m e n sag em de av iv am en to é, sim u ltaneam ente, u m a m e n sa g e m de crise esp iritu al e de fé sobren atural. N ão fiq u e d esesp erad o p o r cau sa da in co n sciên cia e m orte espirituais. C lam e a D eus. C reia em D eus. O re até q u e a v id a volte. D á p ara im ag in ar a aleg ria in d izív el se aq u ele h o m em n o aero p o rto fo sse avivado, abrisse os olhos e c o m eçasse a falar? “N ão to rn arás a v iv ificar-nos, para que o teu p o v o se aleg re em ti? ” (SI 85.6). H á v id a que v em do céu e, quan d o chega, ch e g a a alegria.
O Verdadeiro Avivam ento Traz Integridade E spiritual M u ito m ais d ev e ser trazid o à v id a d o q u e a co n sciê n cia ou a m era existência. O avivam ento é m ais do que um evento isolado. Tem de abranger u m a r e s ta u r a ç ã o à p le n a s a ú d e . S e o h o m e m d a q u e le a e r o p o r to sobrev iv esse, m as ficasse co m alg u m a in ap tid ão perm an en te, a alegria resu ltan te do av iv am en to in icial te ria sido de cu rta duração. A fam ília dele t e r i a f ic a d o a g r a d e c i d a p e l a v id a , m a s s o b r e c a r r e g a d a c o m a resp o n sab ilid ad e de m a n te r a vida. A p erg u n ta p e rsp ic a z feita ao p aralítico no tan que de B ete sd a é crucial p a ra u m a v iv a m e n to de v id a e sa ú d e e s p iritu a l. “ Q u eres fic a r sã o ? ” pergu n to u Jesus (Jo 5.6). E m outras palavras: “Você quer continuar vivendo em um estad o de d ep e n d ê n c ia dos outros, ou q u er ser av ivado e restaurado a u m e sta d o de in te g rid a d e fís ic a ? ” Je su s q u e ria q u e a q u e le h o m e m d ecid isse en tre o lu x o de ser servido, p o r cau sa de sua in capacidade, ou se estav a p ro n to a ter saúde, to m a r co n ta de si m esm o e ser u m co n trib u in te à co m u n id ad e. O av iv am en to d e q u e h o je p recisam o s tem de ir além dos sinais vitais p a ra u m a q u alid ad e de v id a esp iritu al que gere cristãos fortes e sadios. C aso co n trário , v erem o s o d ia e m que e v e n tu alm en te h av e rá um a m u ltid ão m a io r “ju n to do ta n q u e ” do q u e n os cam pos d a colheita. In teg rid ad e física é saúde. S ig n ifica q u e todos os órgãos do corpo estão fu n cio n an d o p erfeitam en te bem . Q u an d o a lg u ém que estev e do en te fica b o m de n o v o , d iz in v a ria v e lm e n te : “ S in to -m e n o v o ” . O v e rd a d e iro av iv am en to terá o m e sm o efeito n o co rp o esp iritual. O qu an to p recisam os de p esso as e sp iritu alm en te sãs que te n h a m u n g id o os olhos com “c o lírio ” (cf. A p 3.18) e q u e n ão p re c ise m m ais ser co n d u zid as p o r outros! A h! O q u an to p re c isa m o s de p esso as cujos ouv id o s esp iritu ais esteja m afinados c o m a v o z de D eus, em v ez de terem de re c e b e r a v erd a d e p o r ru m o res e
232 O PASTOR PENTECOSTAL interpretações hum anas! Ah! O quanto precisam os de pessoas co m corações fortes q u e b atam com com paixão, m entes arrojadas para discernir a verdade e ca u sa r im p acto à vida, m em b ro s ro b u sto s e tô nus m uscular, d e m odo q u e p o ssa m c o rrer e n ã o se cansar, c am in h ar e não se fatig a r (Is 40.31)! O C o rp o d e C risto p re c isa e star são a fim de re ch aç ar as doen ças e d efen d er-se do d estruidor. E sse in g red ien te do av iv am en to é p o r dem ais ig n o ra d o em d e trim e n to do p o v o de D eus. N o ssa o raçã o d e v e ria ser: “R e s ta u ra tu a ig re ja , ó S en h o r, à in te g rid a d e e s p iritu a l” . A p ro v a d a in teg rid ad e esp iritu al ev id e n c ia -se no estilo de v id a do crente. E le será avivado e restau rad o n ão apenas à integridade, m as tam bém à salubridade, u m p r o d u to d a s a n tid a d e . O c r e n te f o r te e s a d io te r á d e s e jo s e re la c io n a m en to s b en éfico s à saúde. T odo v e rd a d e iro a v iv a m e n to n a h istó ria foi m arc a d o p o r sau d á v el apetência espiritual. D e rep en te coisas outrora am adas passam a ser odiadas, e co isas an tig am en te o d iad as são am adas. D esejo s santos n ascem num av iv am en to do E sp írito Santo. H á um a fo m e em estar na p re sen ça de D eus. D e vez e m q u an d o , ten h o o p riv ilég io de m in istrar n u m a g rande ig reja c o n h ecid a p o r seu fe rv o r p e n te co stal e atm o sfera de avivam ento. O culto d e o ração é a m a io r e m ais b e m fre q ü e n tad a reu n ião da sem ana. O s cultos são b a sta n te lo n g o s p elo s p ad rõ es am ericanos: sem p re m ais de duas h o ras e m u itas v ezes p erto de três. O p a sto r d e ssa ig reja fez um a d eclaração que d e s d e e n tã o te m -m e a c o m p a n h a d o . D isse : “ S e m p re q u e h o u v e r u m v e rd ad eiro av iv am en to , h a v e rá u m desejo e m p erm an ec er n a p re se n ç a de D eu s c o m o p o v o de D eus. E ssa é a atm o sfera e a cu ltu ra do c éu ” . D epois, a c rescen to u estas palav ras: “N ão co n sig o e n te n d er p o r que as p esso as que q u erem ir p a ra o céu ficam an siosas em d eix ar a a tm o sfera do céu, onde o p o v o de D eu s e stá lo u v an d o e adorando, p a ra se en v o lv e re m co m coisas e a tiv id ad es q u e não estarão no c éu ” . O v erd ad eiro av iv am en to é o resu ltad o d e um rela cio n a m en to saudável co m D eus. N u n c a h o u v e u m av iv am en to gen u ín o sem oração ferv o ro sa e u m a co m u n h ã o ó b v ia c o m o Senhor. A s p esso as fic a m n o v a m e n te n a p o sição ce rta co m D eus. Q u an do as p esso a s têm u m relac io n am en to b o m c o m seus sem elh an tes, é u m a satisfação co m u n icar-se co m eles. Q u ando eu d e so b e d e c ia m eu pai, não q u eria v ê-lo nem falar co m ele; m as quando eu e sta v a de b e m co m ele, e ra m arav ilh o so estar co m ele, e eu não tinha d ificu ld ad e a lg u m a em ex p ressar-lh e m in h as n ecessid ad es e desejos. O m esm o se dá co m m eu P ai divino. Se a v erd ad e fo sse revelada, m uitos crentes p recisariam te r seu relacionam ento com D eus avivado e restaurado. O g en u ín o av iv am en to te rá co m o resu ltad o relac io n am en to s saudáveis com os outros. R ep etid am en te a B íb lia nos o rd e n a que nos assegurem os d e q u e n o sso s relacio n am en to s co m os o u tros estejam de acordo co m o p o n to de v is ta d o cé u . N o s ú ltim o s d ia s, te m o s o u v id o fa la r d e um m o v im e n to so b e ra n o d e D e u s nas u n iv e rsid a d e s de to d o s os E stad o s U n id o s. M u itas d essas u n iv ersid ad es não são p en teco stais, m as a visitação d e D e u s te m s id o m a rc a d a p o r e s tu d a n te s se n d o q u e b ra n ta d o s em arrep en d im en to e p ed in d o p erd ão uns aos outros. N ão h á av iv am en to onde ex istem relacio n am en to s n o civ o s, m as D eus se ag rad a q u an d o seus filhos p õ e m de lad o im p u rezas e c o m u n icaçõ es funestas.
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO
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O u tra m arca do g en u ín o av iv am en to é u m relacio n am en to ou atitude saudáv el em relação ao m u n d o e às co isas do m undo. A cobiça, a avareza, as diversões m un d an as que co n tam in am a alm a e os casam entos e am izades im p u ras são p o stas de lado, n ão em co n se q ü ê n cia de um a fo rça externa, m as p o r ca u sa de u m am o r in tern o a D eus, q u e to m a o m u n d o e as coisas do m u n d o in sig n ifican tes em c o m p aração co m o R eino de D eus. S e ria d ifícil a c e n tu a r d em ais o im p o rta n te p ap el q u e o aviv am en to d e s e m p e n h a e m r e s ta u ra r o c re n te a u m a q u a lid a d e n o rm a l d e v id a espiritu al. A ig reja do S en h o r d ev e ser fo rte e saudável em todas as suas unid ad es p a ra c u m p rir seu p ro p ó sito d iv in o e arrostar o desafio de um a cultu ra e sp iritu alm en te hostil.
O Verdadeiro Avivam ento É um Avivam ento de Poder Espiritual N ão b a sta apen as existir, n e m é su ficien te ser fo rte e saudável. Se o cren te e a ig re ja d ev e m c u m p rir seu destin o , eles têm de ser u m m eio para o p o d er de D eu s se m a n ife sta r n e ste m u n d o a fim de m u d ar o m undo. A q u ele h o m e m no ch ão do aero p o rto deve não apenas ser reanim ado, m as tam b ém d ev e ser re stau rad o à p ro d u tiv id ad e, p a ra que a aleg ria de sua casa seja com p leta. Q ual seria o p ro v eito p ara o h o m em av ivado estar satisfeito e m ter u m corp o fo rte, c o m e r b em , fa z e r ex ercício s, m as n u nca vo ltar a trab alh ar, n u n c a c o n trib u ir p a ra o b e m -e sta r d a fa m ília e n u nca v o lta r a g a n h a r a v id a o u tra vez? T em o im en sam en te que, em certo sentido espiritual, fiquem o s sa tisfeito s co m o fo rtalecim en to do corpo. A utilidade final de u m corpo e um cérebro é realizar algo. S eria d esp erd ício terrív el alg u ém c o m u m a m en te em perfeitas co ndições co m p letar a faculdade de m edicina, fo rm ar-se co m o m éd ico e d ep o is p e n d u ra r o d ip lo m a n a pared e e n u n ca p ra tic a r a m ed icin a. Q u e desp erdício fo rm a r u m co rp o este tic a m e n te p erfeito e d ep o is ficar n a fre n te d o e sp e lh o , a d m ira n d o -se . E sta m o s n e ste ----------------------------m und o p a ra fazer algo, e n ão so m en te p a ra ser algo. O v erd ad eiro av iv am en to é u m av iv am en to de poder, o p o d er de D eu s, p a ra o p ro p ó sito de D eus: p ara d e stru ir as obras do diabo e fazer d iscíp u lo s d aq u eles cujos d iab ó lico s feitos estav am destruindo. P o d e r sem p ro p ó sito é d esp erd ício . S o m en te se d issip a e se perde. O p o d e r h id relétrico te m um p ro p ó sito . P o rém , se tal p ro p ó sito não estiv er lig ad o à n e c essid ad e p a ra a q u al fo i d esig n ad o , a água p a ssa p e la represa, g ira as turbinas, m as não h á g eração de luz, a energia se d ispersa n a fornalha e to d a co m u n ic a ç ão eletrô n ica cessa. O p o d e r p en te c o sta l tem u m p ro p ó sito , m as quan d o esse p o d e r não está flu in d o pelos canais do p ro p ó sito d ivino, é m al usado, m alb aratad o e m a l e n te n d id o . O v e rd a d e iro a v iv a m e n to to r n a a lig a r o p o d e r do P en teco stes ao p ro p ó sito div in o . E sse p ro p ó sito é lev ar o C risto vivo ao m u n d o m ed ian te u m testem u n h o tão p o d ero so e in d isp u táv el, co m sinais e m arav ilh as, q u e tira rá a v id a da m o rte. D ep o is q u e o E sp írito S anto vir so b re nós, rec e b e re m o s p o d er e serem o s testem u n h as eficazes (A t 1.8).
Poder sempropósito édesperdício. Somentese dissipa jj
234 O PASTOR PENTECOSTAL P rim eiro , v o cê te rá p o d e r e m Jeru sa lém . S erem o s testem u n h as p ara Jesu s no lu g a r o n d e estam o s. S erá um eficien te testem u n h o que su b stituirá a m o rta relig ião fo rm al e im p restável. D á p a ra im ag in ar o cinism o do povo em Jeru salém ? E ra u m a cid ad e rep leta de religião e tradição. T enho certeza de que h av ia escân d alo s no sacerdócio, u m crasso uso do dinheiro nas p ráticas relig io sas p a ra fo rrar os bo lso s dos sacerdotes. S em dúvida, os cu lto s no tem p lo eram u m a farsa, sem v id a em term os de d e sem p en h o e sign ificad o . P ara essa ig reja m o rta e co rru p ta veio o p o v o de D eus co m u m a m e n sa g e m n o v a, d o ta d a de u m esp írito novo: “Jesus e stá vivo e nós so m o s suas te ste m u n h a s” . Ju n to co m esse p o d er ch eg o u u m a trem en d a m u d an ça. Je ru sa lé m fo i v ira d a de ca b eç a p a ra b aix o , p ara D eus. U m a fé p o d e ro sa e n o v a to rn o u -se o p ção p a ra u m a trad ição m o rta e form al. V ocê te rá p o d e r n a J u d é ia , no s su b ú rb io s, n o lu g a r d a riq u e z a e m aterialism o . Você terá p o d e r onde a ig reja está q u ase m o rren d o e onde até as cerim ô n ias frias e relig io sas já não são m ais freqüentadas. P ara essa ig reja, co n v en cid a e n o m in al, v irá o p o d er de D eus. V ocê te rá p o d e r em S a m a ria , onde o ódio ra c ia l fe rv ilh a em ativo d esenvolvim ento. O n d e antigam ente você nem m esm o pensaria em ir, agora é en v iad o no p o d e r do E sp írito S anto p a ra p isa r no p reco n ceito e le v a r a m e n sa g e m de p az e reco n ciliação. V ocê te rá p o d e r a té a os co n fin s da terra. N ão h á lu g a r tão distante, trib o tão p re s a p elo p o d e r de S atanás, b ru x a ria tão sob ren atu ral, fa lsa relig ião tão d em o n íaca que p o ssa re sistir o p o d er de D eus v indo de um a ig reja ch eia do E sp írito Santo. C h egou a hora de enfren tar a verdade. Se não estam os causando im pacto em nosso m undo, é p o rq u e estam os em falta. N ós que conhecem os o S enhor e crescem o s n o P en teco stes n o s aco m o d am o s co m o que é e não co m o q u e p o d e ser através de u m a ig reja obed ien te e pod ero sa. O diabo tem c o n seg u id o im p o r su a v o n tad e n o m undo, em n o ssas fam ílias e em nossas ig r e ja s j á p o r b a s ta n te te m p o . P re c is a m o s d e u m a v iv a m e n to , u m a v iv a m e n to alim e n ta d o p e lo p o d e r p e n te co sta l, m as que só c o m e ça rá q u a n d o r e c o n h e c e r m o s n o s s a v e r d a d e ir a n e c e s s id a d e e s p ir itu a l, a rrep en d erm o -n o s de n o sso o rg ulho e egoísm o, p a ra nos lev an tarm o s no n o m e de D eus, co m a P a la v ra de D eus, no E sp írito de D eus, a fim de ex altarm o s Jesu s C risto d ian te d a alm a e d a co n d ição hum ana.
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO
Implantando Missão e Visão nos Outros Tommy Barnett m m eus m u ito s anos de m inistério, q u e com eçou quando eu era jo v e m e p re g a v a aos b an co s v azio s d a ig re ja de m eu pai, ap ren d i alguns im p erativ o s em casa qu e re v o lu c io n a ram m in h a vid a e as igrejas que pastoreei. E m retro sp ecto , aten d i à m e n sag em que A lb ert E in stein deu q u and o fa z ia um a d issertação a seus c o n tem p o rân eo s eruditos. T udo deve ser sim ples, m as não m ais sim ples. O s p asto res te n d e m a c o m p lic a r a m issão e a visão que receberam . Tudo o q u e u m m in istro e seu m in istério p re c isa m está ex p o sto na P alav ra de D eus. A sim p licid ad e é rev elad a p elo E sp írito S anto, n o sso M estre da verdade, q u e g racio sam en te m o stra o sig n ificad o oculto d a B íblia. G ran d es obras n ão aco n tecem p o r acaso, são pro d u zid as. D a m esm a form a, a v isão é en te n d id a tan to q u an to en sin ad a. P ro v érb io s relata: “N ão h a v e n d o p r o f e c ia [v is ã o ], o p o v o se c o r r o m p e ” (P v 2 9 .1 8 ). E s to u con v en cid o de q u e o n d e não h á p o v o (pessoas), a visão se corrom pe. P o r q u ê ? P o rq u e n o N o v o T e s ta m e n to , to d o s o s d ia s as p e s s o a s e ra m acrescen tad as à Igreja. Tal d esafio to rn o u -se a m in h a m issão.
E
E stabelecendo um a Igreja Próspera Tendo p e rco rrid o todos os recan to s do m eu p aís e viajan d o pelo m undo inteiro, ten h o feito p erg u n tas b e m con h ecid as: C o m o você esta b elec e um a igreja próspera? O que você faz p ara encontrar u m a equipe dedicada? C om o v o cê se p rep ara? D e q u e m a n e ira v o cê d e sco b re sua m issão ou cu ltiva seus so n h o s e v isão ? O s visionários agem . Os acadêm icos estudam . C om o pastores, devem os fazer a lig ação en tre am bos. M in h a v isão p e sso a l te m sido clara. É um a com binação do m eu destino espiritual e u m a b ib lio teca com pleta, que inclui clássicos, em fitas e v olum es, e livros de estudo. A credito em visões, sonhos e m etas, co n tan to q u e sejam as m etas de D eus e os sonhos e a visão do seu coração. Se estão no plan o de D eus, escrev o -o s nas tábuas do m eu coração e depo is faço p ro v a p a ra asseg u rar-m e de q u e trarão g ló ria a D eus. Se fico conv en cid o , vou em b u sc a deles c o m d ed icação , co n v icção e a co n fian ça
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236 O PASTOR PENTECOSTAL de que “aq uele que e m vós co m eço u a b o a obra a ap erfeiço a rá até ao D ia de Jesu s C risto ” (Fp 1.6). F re q ü e n te m e n te falo acerca de v isõ es e sonhos, po rq u e estou cônscio do q u an to são im p o rtan tes. Jacó sonhou: “E eis era p o sta n a te rra um a esc a d a cujo to p o to c a v a n os c é u s” (G n 28.12). Jo sé in terp reto u sonhos en q u an to e stav a n a prisão . E m o u tra ocasião, o salm ista disse: “Q u ando o S en h o r tro u x e do cativ eiro os q ue v o ltaram a Sião, estávam os com o os q u e so n h am ” (SI 126.1). D an iel teve sonhos. A o lo ngo da h istó ria vem os sonhad o res. C o lo m b o tin h a o son h o de u m m undo novo, onde esp erav a e sta b e le c er u m a ig reja e u m a n ação d ed icad a a D eus. O s sonhos m uitas vezes p recedem a m issão e a visão. C laro que haverá obstáculos, m as Paulo nos deu ótim o conselho: “P or isso, não desfalecem os; m as, ain d a que o nosso h o m em exterior se corrom pa, o interior, contudo, se ren o v a de dia em dia” (2 Co 4.16). Q uando o hom em interior é renovado, o caráter é fortalecido e o espírito C t ----------------------------------fic a v ib ran te e vivo. A p ren d i que q u an d o D eus nos encontra em nossa im aginação, E le não som ente nos m o stra co isas que ain d a não são vistas p elo s olhos naturais, m as tam bém cham a as coisas que não são com o se j á fossem . A idéia é m elhor definida com o revelação. H e n ry D a v id T h o re a u e s c re v e u a lg u m a s p a la v ra s in spiradoras. “Se alguém avançar com confiança em direção aos seus sonhos e se esforçar para viver a vida q ue tem im aginado, encontrar-se-á com o inesperado sucesso em m om entos com uns. D eixará algum as coisas p a ra trá s, c ru z a rá u m lim ite in v is ív e l; le is n o v a s, universais e m ais liberais com eçarão a se estabelecer ao seu r e d o r e d e n tro d e si; [...] e ele v iv e rá c o m a autorização de um a ordem superior de seres” .1 N o sso S en h o r cap a c ita aq u eles a q u em cham a. N u n ca m en o sp reze o d ia das co isas p eq u en as, m as tam b ém n u n ca p erm ita que coisas pequenas im p eçam sua v isão d a g ran d eza de D eus. O p rin cíp io de todos os dias h a v e r acréscim o de p esso as à ig reja foi com p ro v ad o . C o m o ? D escobri q u e tudo o que você p recisa p a ra estab elecer um a ig reja está em sua própria co ngregação. O segredo p ara im plantar essa visão não é com plicado. C onte o sonho. T orne-o b e m claro. P e ç a que as p essoas o escrevam . A cred ite nas p esso as. F aça com q u e d esejem realizá-lo . C onv en ça-as de que p o d e ser feito. F iq u e em p o lg ad o . O en tu siasm o é m e ia b a talh a ganha.
Tudo o pe precisamos pira estabelecer uma igreja está m nossa própria congregação
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Um M ilagre em Cada Congregação D eix e-m e asseg u rá-lo : h á um m ilagre em ca d a co n gregação. A ceite lo g o a v isão de q u e tu d o o que você p re cisa p a ra esta b elec er sua grande ig re ja e n co n tra-se e m su a p ró p ria igreja, in stalad a em sua co ngregação, p o u c o im p o rtan d o o q uão p e q u en a seja. E ssa v erd ad e lib e rta e funciona. O s p asto res tê m a te n d ê n c ia de p ro cu rar em to d o s os lugares, exceto entre as p esso as de sua p ró p ria co n g reg ação , os recu rso s h u m an o s n ecessário s p a ra a re a liz a ç ã o de g ra n d e s o b ra s p a ra D eu s. D esd e q u e c o m e c e i a a p resen tar diretrizes p a ra o crescim en to de igrejas, aprendi a lição de olhar p a ra d en tro da con g reg ação .
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO A c o m p a n h e -m e n as E sc ritu ra s, n u m e sb o ç o lite rá rio sim p les, m as tra n sfo rm a d o r de vida. O tex to é 2 R eis 4. A h istó ria gira em torno de um a v iú v a caren te e co m dois filhos. E la não era co m o as m u lh eres que ho je n ão têm ca sa e v iv em p elas ruas d a cid ad e, sem te r p ara on d e ir. E la não tin h a u m cen tav o , o m arid o d ela m o rre ra e a d e ix ara sem m eios d e p ro v er a su b sistê n c ia d ela e dos filh o s, sem fa la r q u e a n ação p a ssa v a p o r um p e río d o de fo m e. S u a situ a ç ã o era a in d a m ais d e se sp e ra d o ra , p e la p rá tic a e x iste n te n aq u e le s d ia s d e o s c re d o re s to m a re m os filh o s c o m o pagam en to de dívidas. N ão hav ia n enhum sistem a de seguro social q u e lhe atendesse as necessidades e n en h um órgão d o g o v ern o q u e lh e fo rn ecesse vale-alim entação. E la era o epítom e um problem a, en v o lto em u m dilem a. D e s s a n a rra tiv a , fo rm u le i d e z g ra n d e s p r in c íp io s q u e a lg u n s d e n o m in a r a m o s d e z m and am en to s p a ra se fazer u m m ilagre. À m ed id a q ue vo cê os estuda, n u n ca se esq u eça de qu e D eus é a fon te d os m ilag res. N ós som os o seu m eio circulante; E le se u tiliza de n o ssa engen h o sid ad e. R om anos 11.36 ex p lica detalh ad am en te: “P orque dele, e p o r ele, e p a ra ele são to d as as c o isa s” . E le é a n o ssa fonte, recu rso e m eta. C o n sid ere estes prin cíp io s que d efinem sua v isão e esta b e lec em sua m issão. 1. S a ib a p a r a o n d e ir q u a n d o não so u b e r o que fazer. E dito que o m arid o dessa viúva era um dos “filhos dos p ro fetas” . E le tinha, obviam ente, trab alh ad o no tem p lo , e ela sab ia que h av ia u m a caix a p a ra os pobres. D ep o is de c o n su m ir seus p ró p rio s recu rso s, a v iú v a p artiu à p ro cu ra de E liseu , o h o m em de D eus. E la sab ia o q u e fazer. N o passado, E liseu to m ara p a rte n u m m ila g re q u e fo rn e c e ra p ro v isõ es p a ra u m ex ército inteiro. E le tin h a su b ju g ad o u m a te n ta tiv a de to m a d a de p o d er pelo reb eld e povo de M o ab e e ain d a en co n trara tem p o p a ra aju d ar a a ten d er às n ecessid ad es e cu ra r as m ág o as d essa m ãe. P ara E liseu , ela e os filhos não eram apenas algum as p esso as d a rua, sem o cu p ação , m as in d iv íd u o s am ados p o r D eus. N u n ca e sq u e ç a q u e a b a se e stá n iv e la d a ao pé d a cruz. S ab er p a ra o nde ir q u an d o n ão se sab e o q u e faz er d ev e ser a eq u ação m ais sim ples de nosso m inistério. “E is q u e p o n h o em Sião a p ed ra principal d a esq u in a, ele ita e p recio sa; e q u em n ela c rer n ão será c o n fu n d id o ” (1 Pe 2.6). D eus te m p ra z e r em se m o stra r fo rte a n o sso favor. A m ed id a que form o s a E le em oração , crendo, E le resp o n d erá, po rq u e é m ovido pelo se n tim e n to d e n o ssa s fra q u e z a s e n e c e s s id a d e s. A ssim , n ão fic a m o s co nfu n d id o s. 2. N ã o b u sq u e um m essia s terrestre. Q u ão sábio E liseu foi quando encorajou a viúva a procu rar na casa d ela p o r recursos p ró p rio s! A sabedoria do p ro feta dirigiu-a a não confiar na caixa dos pobres do tem plo, nem a m en d ig ar p elas ruas, n em a aceitar a carid ad e de algum as m oedas que im ediatam ente seriam gastas. N ão, ele orientou-a p ara a fonte do seu m ilagre necessário. E ra D eus, o M ultiplicador. E liseu h avia experim entado que o pouco com D eus é m uito. E le era b em entendido em aconselham ento piedoso.
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Para realizar grandes obras para Deus, aprendi a lição de olhar para dentro da congregação ------------------- pj
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O PASTOR PENTECOSTAL 3. D e sc u b ra o que há em sua congregação. A n atu re za h u m an a tende a o lh ar p a ra u m copo p ela m etad e com o estando m eio vazio e não m eio cheio. O h o m em de D eus d esco b riu que a m ulher necessitad a ainda po ssu ía u m a bo tija de azeite. E stav a tão c o n cen trad a no que não tinha, que, quando o p ro fe ta a q u estio n o u sob re o que ela tin h a em casa, au to m aticam en te re sp o n d e u “n a d a ” . E n tão , ela lem b ro u -se de algo, em b o ra p e n sa sse que fosse insignificante. A p esar de sua despensa estar quase vazia, D eus poderia p e g a r o n ad a q u e ela tiv esse e disso faz er algo p a ra a gló ria dE le e o bem dela. E le é esp e c ia lista em p e g a r o n ad a e u n i-lo à sua o n ipotência. A co n ex ão d iv in a faz com que g randes coisas aconteçam . D en tro de cad a ig re ja h á a sem ente de u m m ilagre. A p aren tem en te, as pessoas p o d em ter pouco a oferecer. M as elas podem estar m uito envolvidas ju sta m e n te no que v o cê p re c isa p a ra d ar início a outro m inistério. A lg u ém p o d e ter os recu rso s e a b o a v o n tade de b u scar e levai' p esso as deficientes ou aquelas que não te n h a m carro p ró p rio p a ra irem à igreja, ou talv ez h aja a lg u ém que dê a ssistên cia a m issões e evangelism o. 4. N ã o fiq u e ceg o p e lo n eg a tivism o , m as m o va -se p a ra o p o sitivo . Q u an d o v isu alizo aq uele copo cheio p ela m etad e, p refiro acred itar que e sto u c o lo c a n d o m a is á g u a n o c o p o do que retiran d o dele. P ortanto, o copo é en chido o u tra vez. E o que D eus q u e r fazer co nosco e no ssa v isão do m inistério. A atividade de D eus é abrir as ja n e la s do céu e d erram ar sua P alavra, seu E spírito e seu am or, até que transbordem os tanto, q u e o excesso en co n tre novos canais de bênção. P a ra n ó s, é m u itíssim o c o m u m d iz e rm o s, co m o a viúva: “N ão ten h o n a d a ” (cf. Jo 6.9). E n tretanto, o so b ren atu ral nos lem bra: “N ada, [...] senão um a b o tija de a ze ite ” . T odas as coisas 93 grandes co m eçam com coisas pequenas. A fé não n eg a a realid ad e p resen te. R eco n h ece que todas as co isas são p o ssív eis co m D eus. A fé m u d a a persp ectiv a. M ila g re s c o m e ç a m c o m fé. E p rec iso ter fé, um a ação b a se a d a na co n v icção , p a ra ab rir c a m in h o através do n ad a e ver a sem ente de algo e com eçar a cultivá-lo. D escubra os eliseus em sua congregação e os m em bros fiéis, que têm v ariad o s graus de hab ilid ad e em m u ltip lica r o azeite que v o cê tem . Você será su rp reen d id o e beneficiado. 5. F é não é f é a té que vo cê fa ç a algo — exige-se ação. A fé sem obras é ino p eran te. O d iag n ó stico não é a cura, em b o ra seja um p asso im portante p a ra a saúde. F o i o rd en ad o à v iú v a que p ed isse em p restad o vasos vazios, “n ão p o u c o s” . T ratav a-se de u m ato de fé, causando p ro v á v el perp lex id ad e n os v izin h o s q u e lhe fo rn e c e ram os vasos vazios. U m v erb o de ação sem pre d esen c ad e ia um av alan ch a de atividades. T oda v itó ria so b ren atu ral g a n h a p o r Israel, q u ando fin alm en te entrou na T erra P ro m e tid a sob a lid e ra n ç a de Jo su é, foi aco m p a n h ad a p o r algum a ação c o rre sp o n d e n te d a p arte dos israe lita s. E les m o d e la ra m a fé que p ro p o rcio n av a seus próprios recursos. E ntão, D eus m u ltiplicou e abençoou. 6. N ã o co lo q u e lim ites à c a p a cid a d e que D eu s tem em prover. D eus in stru iu D av i no p a sto re io do seu povo. A ssim D eus nos a lim en ta segundo
í í ----------------------------Nosss nada aiiido à sua M ipotêK ia faz com qui grades coisas aeontiçiü ____________________
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO a in teg rid a d e do seu co ração e n os g u ia c o m a p e ríc ia de suas m ãos (cf. SI 78.72). S em p re m e p erg u n to se a m u lh e r tin h a algum a in tu ição sobre a u tilid a d e d a q u e le s v a s o s e m p re s ta d o s . E la e os filh o s tin h a m sid o ap resen tad o s ao D eu s de A b raão , Isaq u e e Jacó pelo m arid o dela? C om o m arid o e pai, ele tin h a sido fiel em en sin ar aqueles que lhe foram confiados em seu lar? C ad a u m de n o sso s lares é um lu g a r p a ra c ria r fé e traz er à realid ad e o prin cíp io b íb lico de q u e “u m a g eração lo u v a rá as tuas obras [as obras do Senhor] à o u tra g e ra ç ã o ” (SI 145.4). V ocê não co n seg u irá fazer grandes coisas p a ra D eu s se n ão te n ta r fazer g ran d es co isas p ara E le em seu la r ou em su a igreja. D eus se re v e la a n ós d e aco rd o c o m as n o ssas ex p ectativ as ou, recip ro cam en te, co m a falta delas. N u n ca n eg lig en cie sua fam ília. N a ig r e ja em P h o e n ix , E s ta d o s U n id o s , q u a n d o e s tá v a m o s n o s p rep aran d o p a ra co n stru ir o tem p lo , o m in istério q u eria que a ig reja tivesse lu g ares p a ra d ez m il p esso as sentadas. S en tia-m e m ais à v o n tad e co m três m il. A fé d eles era m a io r p a ra en c h e r os b an co s vazios. E ntão, ju n to com u m dos d iáco n o s, assisti ao p ro g ra m a C lube 700, de P at R o b ertson. A s p alav ras d e P a t fo ra m p en etran tes: “Vocês, p asto res, estão co n struindo igrejas m u ito p e q u e n a s” . E co ntinuou: “H á u m pastor, que neste m o m en to m e a ssiste , p la n e ja n d o c o n stru ir u m te m p lo m u itíssim o p e q u e n o ” . O diáco n o m e cu tu co u firm em en te co m o cotovelo. A cab am o s co n struindo u m tem p lo p a ra 6 .5 0 0 p esso as sentadas. A lg u n s anos depois, ficou m uito p equen o . D ez m il era o tam an h o certo. E ain d a estam os crescendo! 7. F ech e a p o r ta à dúvida. O q u an to é esc la re ce d o r que a viú v a ten h a re ceb id o e sta instru ção : “E n tra, e fe c h a a p o rta sobre ti e sobre teus filh o s” (2 R 4.4). E liseu já tinha vivido essa situação. Ele insistiu que ela se fechasse aos cético s e ficasse su rd a à d úvida. A fé te m de estar som ente em D eus, e não no m ed o de fracassar. C o n h eço m u ito s p asto res que d e sa n im a ram e tiv era m suas ex p ectativ as arrasadas, p o r ca u sa de destru id o res de sonhos em suas vidas. N u n ca esqueça: “Teu Pai, que vê em secreto, te recom pensará p u b lic a m e n te ” (M t 6.4). A q u i e stav a a o p o rtu n id ad e p a ra a v iú v a acabar de v e z c o m suas n ecessid ad es. D eu s e sta v a a p o n to de fa ze r u m a co isa nova. E m u m lu g a r tran q ü ilo , silen cio so , as d istraçõ es são m in im izad as, e os du v id o so s to m és, rejeitad o s. D eu s p o d e fa z e r todas as coisas... m enos falhar. 8. E n c h a a té derram ar. C o m vaso s v azio s em pilh as tão altas q u anto as ex pectativ as, a viúva, seg u in d o as in stru çõ es do h o m em de D eus, com eçou a en c h e r os vasos. A fé era a su b stân cia do en ch im en to dos vasos, um a ev id ên cia p re v ia m e n te n ão vista. Q u an d o ela d esp ejo u sua e scassa b o tija de azeite, o m ilag re co m eço u , e os vasos sen d o ch eios in d ica v a que “D eus e eu estam o s ju n to s n este n e g ó c io ” . Q ue b e n d ita confiança! Pastores, en cham os m em bros de sua congregação com o am or e a grande provisão de D eus. E m troca, encherão sua igreja até transbordar. T rabalhe lado a lado com eles. A credite neles, anim e-os, e eles não falharão. D eixe que seu entusiasm o seja um grande m otivador. E stou convencido de que E liseu exem plificou o D eus fiel, to m an d o -se u m m odelo do D eus P ai àquela pequen a fam ília de três. E im possível “trans-encher” D eus. “A quele que dá a sem ente ao que sem eia e p ão p ara co m er tam b ém m ultiplicará a vossa sem enteira e aum en tará os fm to s da v o ssa ju stiç a ” (2 C o 9.10).
240 O PASTOR PENTECOSTAL 9. Vá p a r a a lé m do m ilagre. “D o S en h o r é a terra e a sua p len itu d e ” (SI 24.1). C o m o seus h erd eiro s e filh os, a nós nos são oferecid o s to d o o bem e o d o m perfeito . A viú v a, ten d o visto o que D eus fez, p ô d e p a g a r as contas e ter recu rso s p a ra sobreviver. C laro que seus filhos fo ram fo rtalecid o s p o r te r e m e x p e r im e n ta d o a f id e lid a d e d e D e u s . A c r e d ito q u e e la te ste m u n h o u àq u eles q u e lh e e m p resta ram os v aso s v azio s, e a c étic a g e n e r o s id a d e d e le s fo i r e t r i b u íd a ao o b s e r v a r a v iz in h a v o lta r à in d e p e n d ê n c ia financeira. O s m ilag res são p a ra a g ló ria de D eus, e não p ara a n o ssa ja c tâ n c ia ou en treten im en to . S e n ão fosse p o r D eus, m u itas vezes eu teria fracassad o rid icu lam en te. É p o r isso que E le é o b e n eficiá rio ex clu siv o d e to d a a glória, hon ra e louvor. E le tem realizado grandes obras, e eu, qual espectador a g rad ecid o , p e rm an eço no te m o r rev eren te de q u em E le é e o que fez p o r este h u m ild e pastor. D e ssa fo rm a, p ro ssig o p ara a fren te d estem id am en te a d im en sõ es q u e e x ced em m in h a cap ac id ad e e recursos, sabendo que até a g o ra o S en h o r tem m e g u iad o e co n tin u ará a fazê-lo, co n q u an to eu seja fiel à m issão e v isão q u e E le im p lan to u e m m im . 10. L em b re-se de q u e sem p re haverá o bastante. U m dos pro fu n d o s p rin cíp io s d e ssa ab so rv en te h istó ria é a fala de E liseu à viúva: “Tu e teus filh o s v iv ei do re sto ” (2 R s 4.7). Sim , pequ en o s sin ais tê m g ran d e sig n ificad o . F req ü e n tem en te -----------------------------------------experim ento a realidade dessa declaração ao longo d o s a n o s q u e te n h o s e r v id o o S e n h o r. R ecen tem en te, esse prin cíp io fo i rea firm ad o com reg u larid ade. D esd e jo v e m , sem p re tiv e u m p en d o r pelas g ra n d e s c id a d e s: N o v a Io rq u e , L o s A n g e le s , M iam i, F ila d é lfia e m u itas o u tras. M u ito cedo v isionei u m a igreja que se assem elhasse às N ações U nidas: u m lu g a r on d e to d as as cu ltu ras e raças se en co n trassem aos pés de Jesus e onde houvesse a in terp retação d a P alavra; um lu gar onde os sem casa e os sem -esp eran ça, os p riv ad o s dos direitos civ is e os m em b ro s de g an g u es p u d e sse m ir e ______________________________ H en co n trar o verd ad eiro significado d a vida. T enho p regad o : “O q u e h á em tu a ca sa?” e p ro p o rcio n alm en te desafiad o o C orpo de C risto a au m en tar seu círcu lo de am or. N ão p o d em o s m ais ig n o rar os b a irro s m en o s fav o recid o s. T em os de lhes p ro clam ar Jesus. E m 1994, D eu s abriu a p o rta p a ra a realização d esse sonho e visão em L o s A n g e le s. C o m a a ju d a d as m issõ e s d as A sse m b lé ia s de D e u s, a co n g reg ação e m n o sso p rim e iro local de reu n iõ es era co m p o sta p o r 48 q u erid o s filip in o s. E stiv e p ro c u ra n d o u m h o m em de D eus fam o so ou um g rand e p re g a d o r p a ra tra b a lh a r co m ig o n esse d esafio , m as D eus tin h a alguém em m in h a própria casa. M eu filho m ais novo, M atthew , foi cham ado a c o -p a sto re a r co m ig o — u m m ilag re e aleg ria p a ra o coração deste pai. E m 1995, tín h am o s u m a m é d ia de cinco m il m em bros, p a ra a gló ria de D eus. N u n ca h o u v e u m a ocasião em que a filo so fia de p ro cu rar em sua pró p ria co n g reg ação fosse m ais pro d u tiv a do que hoje. M inistérios existentes entre
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Se não fosse por Deus, muitas vezes eu teria fracassado ridiculamente. Sou umespectador agradecido
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO as reg iõ es m ais po b res e den sam en te p o v o ad as da cidade têm feito parceria conosco , trazen d o as h ab ilid ad es e p esso as de suas co n g reg açõ es para aju d a r-n o s n e s s a m issã o m u ltic u ltu ra l. Ig re ja s, d istrito s e in d iv íd u o s co n tin u am a d ar-nos apoio e en co rajam en to . D epois de com prarm os o histórico H ospital Q ueen o f A ngels (R ainha d o s A n jo s), u m m a rc o de L o s A n g e le s a b a n d o n a d o p o r c in c o an o s, d esco b rim o s en tre n o sso s p rim e iro s q u in h e n to s re sid e n te s o ta le n to e recu rso s de que p recisáv am o s p a ra to rn ar realid ad e essa visão. D en tro da Ig reja In te rn a c io n al de L os A n g eles, a ponte da g raça é cru zad a tanto p o r p esso as n o táv eis q u an to p o r m em b ro s de g an g u es e o u tro s desocupados. E stam o s em territó rio de m ilag res, e x p e rim en tan d o m ilag re após m ilagre. E stam o s ex altan d o a Jesu s em m eio ao fogo cru zado de u m a cidade grande e en co n tran d o n o v o s-co n v ertid o s q u e e x p ressem o desejo de se p re p ara r e ser qualificados para alcançar as outras cidades do m undo. A visão se am plia à m ed id a que a m issão aum enta. L ev o u anos p a ra que essa visão e m issão se cu m p risse, m as n u n ca p erd i a corag em . A n im o -o a n u n ca desistir, pois ain d a que a v isão tard e, esp ere co m a ex p ectativ a vin d a do céu. A in d a co n tin u o a fic a r im p ressio n ad o com o v alo r e a m issão d a igreja que se reú n e em casas, co m o está reg istrad o no N o v o T estam ento. N os dias prim itiv o s, as p esso as se en co n trav am em suas p róprias casas ao red o r do Senhor, em c u lto s de a d o ração e lo u v o r sim ples, len d o os ro lo s e p erg am in h o s da P a la v ra de D eus. H oje, em lu g ares isolados, há cultos em casas o nde não h á igreja, e D eus está en v ian d o g igantes d a fé p ro v enientes desses p eq u en o s reb an h o s p a ra p ro c la m a r seu nom e até aos co n fin s da terra.
As G randes C idades do M undo O cen ário é u m a casa m e d iterrân ea do século I. A h istó ria gira em torno de O n ésim o , escrav o de p ro p ried ad e de F ilem o m . N os prim itiv o s dias da fé, os c ristã o s tra ta v a m os esc ra v o s c o m b o n d ad e , de a co rd o co m as in stru çõ es relativ as a escrav o s en co n trad as nas epístolas. “V ós, senhores, fazei o m esm o p a ra co m eles [os escrav o s], d e ix an d o as am eaças, sabendo tam b ém que o S en h o r deles e v o sso está no céu e que p ara co m ele não há acepção de p esso as. V ós, senh o res, fazei o que fo r de ju stiç a e eq ü idade a vosso s servos [escrav o s]” (E f 6.9; Cl 4.1). O nésim o, o escrav o da casa de F ilem o m , fo ra b em tratado p o r seu dono, contudo tirara v an tag em disso. Q uando achou que poderia ro u b ar F ilem om , não h esito u em fazê-lo e dep o is fugiu p a ra R om a. H á algum as su p o siçõ es sobre o que aco n teceu co m esse escravo em R om a, m as os h isto riad o res relatam que é p ro v áv el que O n ésim o tenha p a ssa d o p o r n ecessid ad es e ficad o sem onde m orar. N a m ise ricó rd ia de D eus, alguém que era um crente prim itiv o viu su a necessidade e o convidou a o u v ir um p risio n eiro n o táv el de R om a. O u v indo que o prisio n eiro se c h a m a v a P a u lo , O n é s im o le m b r o u q u e se u a n tig o s e n h o r f a la v a fre q ü e n te m e n te de P au lo e q u e o tin h a e m e le v a d a estim a. E le fico u ad m irad o q u e P au lo estiv esse n a n ecessitad a cid ade de R om a. N ão sab erem o s to d a a h istó ria de O n ésim o até cheg arm o s à glória, m as sabem os c o m certeza que ele tev e um en co n tro co m o Senhor. E le ouviu o
242 O PASTOR PENTECOSTAL E v an g elh o e o aceitou. E m a lg u m a ocasião, O n ésim o contou a P aulo seu p a s s a d o c o m o e sc ra v o in d ig n o d e F ile m o m , c o n fe sso u seu ro u b o e arrep en d eu -se. D isse a P au lo q u e d e sejav a vo ltar a F ile m o m e servi-lo co m o escrav o cristão. P aulo escreveu um a carta m ag n ífica ao seu am igo em fav o r de O nésim o, tratan d o o escrav o fu g itiv o de “m eu filh o ” (Fm 10). P aulo o fereceu -se a p ô r e m su a c o n ta p esso al os p reju ízo s causados p elo erro de O nésim o. U m a ex p licação m a ra v ilh o sa e u m a exp ressão da graça. N o te que a carta de P au lo foi d irig id a a v árias p essoas, inclu siv e à ig reja que se re u n ia n a casa de F ilem om . Q u e d ia d ev e ter sido quan d o O nésim o vo lto u e foi aceito p o r Filem om ! U m escrav o q u e se to m o u irm ão. E essa é a visão e m issão que tem os p ara L os A n g e le s e as cid ad es do m u ndo. H á u m a m u ltid ão d e escrav o s do p ecado. A lg u n s tiv e ra m u m a fo rm ação cristã. O utros v ê m de u m p assad o com boas influ ên cias em suas casas, m as fizeram escolhas erradas. D urante su a v id a n a te rra , Je s u s e s c o lh e u id e n tific a r-s e c o m os p o b re s e os n ecessitad o s. E le v iv eu com o alg uém que não tin h a casa, e seu m in istério fo i m a rcad o p e la co m p aix ão p o r aqueles em necessid ad e. A ssim , n o ssa ig re ja e m L o s A n g e le s to rn o u -se c e n tro e h o sp ita l e sp iritu a l, o n d e a re s ta u ra ç ã o é a p rio rid a d e — u m lu g a r o n d e tra b a lh a m o s em c a sa s exatam en te com o igrejas e m issões — , ganhando alm as, curando os doentes e aten d en d o os n ecessitad o s. D ilig en tem en te, todos os dias en ch em o s os vasos v azios com a m en sag em de Jesus C risto, a m ensagem transform adora de v ida. A ig reja de áreas m ais po b res e d en sam en te p o p u lo sas tam b ém to m o u -se u m lu g ar o nde vasos rem en d ad o s e im p erfeito s p o d e m serv ir a D e u s de to d o o coração. N ão ten h o a in ten ção d e m e aposentar. N ão esto u certo se os crentes d e v e m ter esse luxo. M eu P ai trab alh a in cessan tem en te, e assim devo eu. M in h as alegrias m o tiv ad o ras são m in h a fam ília, v er alm as sendo salvas, o u v ir m eus filh o s p reg arem , e v iv er v icariam en te p o r p astores que m e c o n ta m seus n o v o s so n h o s, b a liz a r suas re iv in d ic a ç õ e s e teste m u n h a r m ilag res m ú ltip lo s q u e aco m p an h am a visão e m issão que tenham . A legrom e e id en tifico -m e co m eles à m e d id a que d esco b rem os m ilag res em suas c o n g reg açõ es, m ilag res q u e tê m tran sfo rm ad o sua o b ra p a ra D eus.
U m M ilagre em Sua Casa P rim e iro d e scu b ra o m ilag re dentro de si, e d epois ajude os outros a d esen v o lv erem seus m ilagres e continue aum entando seus círculos de am or em su a c id ad e e áreas m en o s fav orecidas. D eixe a fé b íb lic a brotai- em si co m o u m ativ a d o r esp iritu al, u m trinco aberto que perm ite que as bênçãos d e D eu s sejam d erram ad as em tal ab u n dância, que v o cê p asse o excesso p a ra os outros. F iel e d ilig e n te m e n te to m e n o ta do que h á e m sua casa, sua congregação, e, quando achar aqueles indivíduos que você procura, trabalhe com eles, lado a lado, p ara a glória de D eus. S ua m issão e visão aum entarão. S erão fru tíferas e se m u ltip licarão . E ntão, p o r sua vez, b u sq u e im p lan tar visão e m issão n a v id a d os outros. R e ce b a de graça e de g raça dê. “Todo o q u e é n ascid o de D eus vence o m undo; e esta é a v itó ria que v en ce o m undo: a n o ssa fé ” (1 Jo 5.4).
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO
Sete Passos para um Avivamento Pentecostal David A. Womack ou cas p alav ras de n o sso v o cab u lário p en teco stal trazem o im pacto e m o cio n al q u e sen tim o s ao o u v ir a p a la v ra a vivam ento. C o m sua m en ção , m uitos de nós sentim os in c ô m o d a tensão entre alm ejar o q u e a ig re ja deve ser e tra b a lh a r em su a atual realidade. P o r co n seguinte, fazem os referên cia ao avivam ento de m odo geral em term os de igreja m aior, red efin im o -lo lim itad am en te p a ra p erm itir u m a au to -satisfação tem p o rária ou o re le g a m o s a b rev es p e río d o s de ên fase ev an g elística. N ão obstante, fic a m o s v a g a m e n te in s a tis fe ito s e a n s ia n d o p o r u m n o v o d e s p e rta r espiritu al.
P
U m a D efinição de Avivam ento C e rta e n c ic lo p é d ia d efin e av iv am en to co m o “fen ô m e n o p ro testan te p re d o m in a n te m e n te n o rte -a m e ric a n o , n o q u a l p re g a d o re s itin e ra n te s ex o rta m seus o u v in tes a aceitar o p erd ão dos p ecad o s p esso ais, p ela fé em Jesu s C risto , e a se d e d ic a re m à au to d isc ip lin a esp iritu al e às práticas p ie d o sa s” .1 P o r essa d efin ição , av iv am en to é um evento m arcad o n a ig reja c o m u m o ra d o r especial. C o n tu d o , e ssa d efin ição não d escrev e o real sig n ificad o do d esp ertar esp iritu al p elo qual oram os. O objeto de n o ssa o ração não é u m a co n dição p assag eira, m as u m relacio n am en to d u rad o u ro co m D eus. O fato de term os sid o b a tiz a d o s c o m o E sp írito S a n to re s s a lta e sse d e se jo in te rio r de “con h ecê-lo , e a v irtu d e [poder] d a su a re ssu rre içã o ” (Fp 3.10). E is um a defin ição m e lh o r do q u e q u erem o s d izer p o r avivam ento: “A vivam ento é u m estad o esp iritu al no q u al os cren tes se ch eg am m ais p erto de D eus, a rre p e n d e m -se e p u rific a m -s e de a c o rd o c o m os p a d rõ e s b íb lic o s de san tid ad e, são ch eio s c o m o E sp írito S an to , esp era m e e x p e rim en tam m a n ife sta ç õ es so b ren atu rais e c o o p e ra m ju n to s p a ra g lo rific ar a D eus, ed ificam -se uns aos o u tro s e ev a n g e liz am os p e rd id o s p a ra Jesus C risto ” .2 O N o v o T estam ento ap resenta a m esm a idéia em T iago 4.8-10: “C hegaivos a D eu s, e ele se c h eg ará a vós. L im p ai as m ãos, pecad o res; e, vós de d u p lo ânim o, p u rificai o coração. S en ti as vossas m isérias, e lam entai, e
244 O PASTOR PENTECOSTAL chorai; co n v erta-se o v o sso riso e m pranto, e o vosso gozo, em tristeza. H u m ilh ai-v o s p eran te o Senhor, e ele vos ex altará” . E ssa é u m a cham ad a às p esso as d a igreja, p o rq u e T iago escreveu estas p alav ras aos crentes: “M eu s irm ão s” (T g 1.2). O A n tig o T estam ento faz sem elhante apelo em 2 C rônicas 7.14: “Se o m eu pov o , q u e se c h a m a pelo m eu nom e, se hum ilhar, e orar, e b u sca r a m in h a face, e se co n v e rte r dos seus m aus cam inhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” . A ssim , o avivam ento é u m a re stau ração do re la c io n a m en to b íb lico co m D eus. N ão d ev eria ser um fe n ô m e n o ocasio n al, m as o estado esp iritu al n o rm al de um a ig reja que se id e n tific a co m o C ristian ism o do N ovo T estam ento.
Três Tipos de Avivam ento T rê s tip o s de a v iv a m e n to sã o d is c e rn ív e is , os q u a is p o d e m se r c o m p arad o s a três tipos de o ndas do m ar: ond u laçõ es, ondas e vagalhões. C om isso, p o d em o s re c o n h e c er os ciclos que vêm e vão com o as m arés. O A viv a m e n to de E ven to L ocal. O p rim eiro tipo de av ivam ento é u m ev en to m arcad o , com o u m a c a m p an h a ev an g elística local, em geral com u m ev a n g e lista itin eran te. Tais o nd u laçõ es de av ivam ento têm cu m prido p a rte v ita l n o M o v im e n to P e n te c o sta l, p o rq u e d a m o s m u ita ên fa se à ex p e riê n c ia p articular. N o p assad o, tais reu niões d u rav a m um a sem an a ou m ais, hoje, po rém , raram en te p erd u ram p o r m ais de três ou quatro dias. M u ito s d esses ev en to s n ão são verd ad eiro s aviv am en to s, m as u m a série de re u n iõ e s c o m u m te m a d e sig n ad o a instruir, e n tre te r ou re n o v a r a co n g reg ação . S em in ário s sobre v id a c ristã ou p lan ejam en to fin an ceiro da fam ília têm o seu lugar, m as não substituem os antigos cultos de avivam ento co m cân tico s en tu siástico s, p reg açõ es un g id as e altares m an ch ad o s com lágrim as. O A viv a m e n to de S u rto E spiritual. O segundo tipo de av iv am en to é m ais co m o u m a o n d a do m ar, que co m e ça bem longe e vem se fo rm an d o até q u e se q u eb ra na p ra ia em ex ibição sensacional de reb en tação e borrifo. T al a v iv a m e n to é u m su rto de e sp iritu a lid a d e lo c a l ou re g io n a l, que g eralm en te tem d u ração de cerca de três anos. E x em p lo s no M o v im en to P en teco stal seriam o D erram am en to do E sp írito S anto em T opeka, em 1901, ou o A vivam ento da R u a A zu sa em L os A ngeles, em 1906, am bos nos E stad o s U nidos. A s p esso as ten d em a ver tais p erío d o s de bênçãos e sp iritu ais co m o atos esp o n tân eo s e soberanos de D eus, m as a v erd ad e é q u e D e u s se m p re d e s e ja n o s s a re s p o s ta e n tu s iá s tic a e e s tá p ro n to a abençoar-nos todas as vezes que deixam os nosso apego ao m undo e abrim os n o sso co ração a E le. “E u, o S e n h o r” , diz D eus, “não m u d o ” (M l 3.6). Se D eu s é co nstante em seu d esejo de sem pre estarm os avivados, então som os n ó s o s v a riá v e is . N a v e rd a d e , a c u rta d u ra b ilid a d e d a m a io ria do s avivam entos pode ser atribuída inteiram ente a fatores hum anos. E sses surtos e sp iritu ais são o resu ltad o de crescente fom e de se te r m ais de D eus até q ue u m forte d esejo irro m p e em ferv en te ad oração e ev an g elização. V ário s fen ô m en o s co n trib u em p a ra a c aracterístic a de cu rta d u ração de ta is a v iv a m e n to s. P rim e iro , n ã o c o n se g u im o s m a n te r u m a a tm o sfe ra altam en te em o cio n al in d efin id am en te. A s p esso as ficam e m o cio n alm en te
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO satisfeitas e, à m ed id a q u e o nív el de in ten sid ad e declina, tentam os, através de m eio s h u m an o s, re c u p e rar a a tm o sfera de e x citação que a prin cíp io tiv em o s p ro v e n ie n te de reaçõ es esp o n tân eas. S egundo, som os háb eis em esp ecializar-n o s n a aleg ria do av iv am en to e m vez de ad m itir q u e D eus a tu a n u m a a m p la v a r ie d a d e d e re a ç õ e s h u m a n a s . O s a v iv a m e n to s freq ü en tem en te c o m e ç a m co m choro, e não co m regozijo. T erceiro, nem todos na con g reg ação fazem um co m prom isso igual. P or isso, com o tem po, alguns se c an sam d a in ten sid ad e e p e d e m u m a v o lta ao q u e co n sid eram c o m p o rtam en to cristão norm al. Q uarto, o av iv am en to atrai novas p essoas à igreja. Q u an d o suas n ecessid ad es são aten d id as, a pró p ria satisfação que têm co m a ig reja d im in u i a fo m e que, n o in ício, cau so u o avivam ento. A ssim q u e co m e ç a a decair, a atm o sfera de av iv am en to dissip a-se com rapid ez e a igreja tem de entrar n u m a n ova fase de treinam ento e assim ilação de resu ltad o s. E sse tip o de av iv am en to tem u m com eço, m eio e fim . E m ép o c a s d e a v iv a m e n to g e ra l, e sse s su rto s e sp iritu a is a c o n te c e m co m freq ü ên cia e em m u ito s lu g ares, m as e m tem p o s de seca espiritu al suas oco rrên cias são raras. O A vivam ento Protestante. A s necessidades espirituais de nossos tem pos clam am p o r m ais do q u e surtos lo cais de in ten sid ad e religiosa. P recisam os de um v ag alh ão de esp iritu alid ad e rev italizad a, q ue en ch a n o sso ho rizo n te e v en h a c h o c a r-se n a p ra ia c o m tal fo rça, q u e m u d e to d a a p a isa g e m relig io sa, lev e em b o ra o lo d o e a areia de n o ssa p e ca m in o sid a d e e restaure os sólid o s fu n d am en to s do cristian ism o b íblico. N e cessitam o s m ais do q u e o u tra irru p ção de avivam ento. Os tem pos req u e re m u m m o v im en to d e D eu s em g ran d e escala, com o aco n teceu na R eform a. P od eriam h av er m u ito s eventos evangelísticos e poderosos surtos d e e s p i r i tu a l i d a d e , m a s a c o n t e c e r i a m c o m ta n ta f r e q ü ê n c ia q u e e x p e rim e n ta ría m o s m u d an ças p ro fu n d a s e d u rad o u ras n o s cren tes, nas igrejas e n o s m o v im en to s eclesiástico s. E, o m elh o r de tudo, é que tal avivam en to traria as p esso as aos m ilhões p a ra o R eino de D eus. A R eform a do século X V I foi “u m m o v im en to d en tro da c ristan d ad e o cid en tal para p u rg a r a ig re ja dos abu so s m ed iev ais e re sta u ra r as do u trin as e práticas que os refo rm ad o res a cred itaram e sta r em co n fo rm id a d e co m a B íb lia e o m o d elo do N o v o T estam en to d a Ig re ja ” .3 P o d e-se d izer q u e a h istó ria da Ig re ja d e sd e o in ício do sécu lo X V I fo i u m a v o lta, p a sso a p asso , ao fu n d am en to do cristian ism o original. O A v iv a m e n to P e n te c o s ta l, ju n ta m e n te c o m su a c o m p a n h e ira , a R en o v a ç ã o C arism ática, to m a ra m -se o m o v im en to dom inante da igreja d o s é c u lo X X . H o u v e m u ita s m a n if e s ta ç õ e s lo c a is e r e g io n a is d e av ivam en to , m as n ão eram d ep en d en tes de u m único g ru p o ou cultura. T otalm en te sep arad o de q u a lq u e r p la n e ja m e n to ou o p o sição h u m ana, esse av iv am en to c o n tin u o u a m a n ifestar-se n o v am en te em d iferentes reg iõ es e en tre d iferen tes p esso as. V erd ad eiram en te e ra u m vag alh ão , u m a onda g ig an te sc a q u e atin g iu a p ra ia co m tan to poder, que p ara sem pre m u d o u a p aisa g e m esp iritu al do m undo. A lé m d os três tipos de o n d as de av iv am en to — o ndulações, o n d as e v ag alh õ es — , alg u n s e stu d io so s a cred itam que os aviv am en to s oco rrem em ciclos rein cid en tes co m o as m arés. V isto q u e D eus sem pre “q u er que to d o s os h o m en s se salv em e v e n h a m ao co n h ecim en to d a v e rd a d e” (1 T m
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246 O PASTOR PENTECOSTAL
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2.4), tem os de co n c lu ir que a n atu reza cíclica dos av iv am en to s surge m ais da in co n sistên cia h u m a n a do q u e de q u alq u e r fluxo e reflu x o d a parte de D eus. Jam es B urns, em The L a w s o fR e v iv a l (A í L eis do A viva m en to ), afirm a: “P e río d o s de d e sp e rta m e n to n o in d iv íd u o o co rre m p rin c ip a lm e n te em p erío d o s de tran sição , so b retu d o de um a fase de d esen v o lv im en to p ara outra. O s d esp ertam en to s esp iritu ais co in cid em co m a p ro fu n d a m u dança na v id a so cial ou p o lític a do p o v o ” .4 O G rande D esp ertam en to do século X V III v arreu os E stados U n id o s antes e durante a G uerra da Indep en d ên cia am ericana, m ediante os m in istério s de p regadores com o Jonathan E dw ards e G eorge W hitefield . O S egu n d o G rande D esp ertam en to ocorreu na virada do século X IX , reu n in d o g ran d es m u ltid õ es n a ex pansão das fro nteiras no rte-am erican as. A c e rc a d esse av ivam ento, m an ifesto u -se T om Phillips: “Já em seu p ró p rio no m e, o S eg u n do G rande D esp ertam en to p ro v o u que av iv am ento é algo que po d e aco ntecer outra vez. S e o e v a n g e lis m o f o s s e u m m a n d a m e n to -----------------------------------------p e rm an en te, o av iv am en to seria um m o v im en to p e rió d ic o desig n ad o a trazer u m a nação de v o lta a u m re lacio n am en to co rreto com D e u s” .5 O utro d e s p e rta m e n to fo i o G ra n d e A v iv a m e n to de O ração de 1857 a 1859, e o m aio r avivam ento em n ú m e ro de p essoas salvas foi o M ov im en to P en teco stal do século X X . E m b o ra p areça que os av iv am en to s v enham em ciclos, o que podem os estar vendo é um longo p a d r ã o d e v o lta ao c r is tia n is m o d o N o v o Testam ento. M artinho L utero redescobriu que “o ju s to v iv e rá d a fé ” .6 Jo h n e C h a rle s W esley d e r a m - s e c o n ta d e q u e a s a lv a ç ã o é u m a ex p e riê n c ia pessoal. O av iv am en to am ericano re sta b e le ceu a p reg ação ev a n g e lístic a ungida. E o M o v im e n to P e n te c o s ta l e x ig iu u m p le n o re to rn o às e x p e riê n c ia s e s p iritu a is do N o v o T estam ento, incluindo a salvação, o batism o com o E sp írito S anto, a cura d iv in a e a seg unda vinda de C risto (às vezes cham ado as Q uatro D outrinas C a r d e a i s , m a s s e n d o r e a l m e n t e q u a tr o ex p eriên cias acessív eis a to d o crente). O s av iv am en to s p o d e m oco rrer p e rio d icam en te co m o as m arés, m as não h á n en h u m ciclo fixo de anos. U m d e sp ertam en to v em q u an d o as co n d içõ es esp irituais e sociais são tão ru in s e as p esso as estão tão d esesp erad as, que os cristão s clam a m a D eus p a ra um n o v o m o v im en to do seu E spírito.
As necessidiies espirituais de nossos tempes danais por mais I® p t sirtos locais de intensidade religiosa. Precisamos de ymvagalhão de espiritialídadi revitalizai ___________ í j
O que Deve Ser Avivado A p a la v ra “ a v iv a m e n to ” n ão oco rre n a B íb lia. O v erb o “a v iv a r” é em p reg ad o apenas u m a vez nas v ersões b íb licas em p o rtu g u ês R C , A R C e A R A .7 A v iv am en to s a c o n te c e ra m no A n tig o T estam en to , m as du ran te gran d e p arte do p erío d o do N o v o T estam ento os crentes ain d a estavam
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO nas p rim ícias de suas ex p eriên cias; p o rtan to, não h av ia necessid ad e de av iv am en to . O D ia de P en teco stes n ão foi u m av ivam ento, m as o p róprio n ascim en to d a Ig reja. E n tretan to , d ep o is de uns 65 anos, Jo ã o tev e de escrev er à ig reja e m É feso , q u e tin h a ab an d onado o seu p rim eiro am or (A p 2 .1 -5 ). A p ó s e lo g ia r a ig re ja e m E feso , p o r c a u sa de suas m uitas qu alid ad es boas, o S en h o r d isse p o r João: “T enho, p o rém , c o n tra ti que d eix aste [o teu p rim eiro a m o r]” (A p 2.4, A R A ). O v erbo g rego trad u zid o p o r “d e ix a ste ” sig n ifica “ir em b o ra ” ou “a b a n d o n ar” . E m seu co m eço , a ig re ja em É feso e sta v a fan aticam en te cham ejan te p o r C risto. Q uan d o P au lo im p ô s as m ão s em seus prim eiro s crentes, “veio sob re eles o E sp írito S anto; e falav am lín g u as e p ro fe tizav am ” (A t 19.6). F o i tão p o d ero so o m o v im en to de D eu s em É feso, que em dois anos “todos os q u e h a b ita v a m n a Á sia o u v iram a p a la v ra do S en h o r Jesus, tan to ju d e u s c o m o g r e g o s . E D e u s , p e la s m ã o s d e P a u lo , f a z i a m a r a v ilh a s e x tra o rd in á rias” (A t 19.10,11). E m apen as dois anos e v an g elizaram to d a a p ro v ín c ia d a Á sia M en o r: d e m o g raficam en te (“to dos os que h ab itav am ”), g eo g raficam en te (“n a Á sia ”) e etn icam en te (“tan to ju d e u s com o greg o s” ). E s s e e v a n g e lis m o p e n e t r a n t e f o i a c o m p a n h a d o p o r “ m a r a v ilh a s ex tra o rd in á rias” feitas p o r D eu s “p elas m ão s de P au lo ” . A o b ra de D eus fo i tão eficaz, q u e os o u riv es de p rata, q u e fa z ia m im ag en s p agãs, d eram in ício a u m a re v o lta e u m p erío d o d e p e rseg u ição c o n tra os apóstolos. A ssim e ra a ig re ja em É feso, q u an d o p ra tic a v a “as p rim eiras o b ras” . C om o p a ssa r dos anos, os efésio s ab an d o n aram o seu p rim eiro zelo em fav o r de u m e s tilo m a is m o d e ra d o e m e n o s c o n fro n ta n te , até q u e fic a ra m im p o ssib ilitad o s de p a ssa r su a p aix ão à g eração seguinte.
U m a Tríplice Solução O S en h o r p rescrev eu u m a tríp lice solu ção p a ra a ig reja caída: “L em brate, pois, de on d e caíste, e arrep en d e-te, e p ratica as prim eiras obras; quando não, b re v e m e n te a ti v irei e tirarei do seu lu g ar o teu castiçal, se não te arre p e n d ere s” (A p 2.5). O s cren tes d a ig reja e m É feso d ev iam lem brar-se, arrep en d er-se e repetir. L em bre-se. A re sp o sta à n ec e ssid a d e esp iritu al dos efésios caídos não estav a em a lg u m a n o v a te n d ê n c ia ou in o v ação, m as em v o ltar às suas experiências originais em C risto. T inham de adm itir sua condição e lem brarse do seu p rim e iro estado. N ão ob stan te, estav am tendo u m p ro b le m a de g e ra ç ã o . A s p e s s o a s q u e tin h a m f a la d o e m lín g u a s , p r o f e tiz a d o e testem u n h ad o sinais e m arav ilh as esta v a m ou velhas ou m ortas, e os m ais jo v e n s n ão tin h am ex p erim en tad o o q u e seus pais conheciam . T em os de nos lem brar! E esse o lh ar p a ra trás c o lo ca sobre nossos om bros novas d em an d as p o r ex p eriên cias p esso ais co m D eus. A rrependa-se. O ato do arrependim ento é a parte m ais difícil em um avivam ento. N ossa expectativa é que a vinda de u m despertam ento espiritual seja com o u m a explosão de alegria, en quanto que, n a verdade, prim eiro se m an ifesta co m lágrim as de arrependim ento. E stam os prontos a adm itir que no ssa falta de avivam ento é pecad o ? Já reconhecem os que u m a ig reja não avivada é u m a igreja caída? A té que lidem os co m esses assuntos e peçam os perdão p elos nossos pecados, não verem os avivam ento algum .
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O PASTOR PENTECOSTAL R epita. C o m o se n ão b a sta sse lem b rar-se e arrep ender-se, o S enhor acresceu: “E p ra tic a as p rim e ira s ob ras” . N ão e ra su ficien te lem b ra r os velhos e b o n s tem p o s ou m esm o p e d ir p erd ão p o r h a v e r caído. O s efésios tin h am de v o ltar ao q u e eram , a fa z e r o que faziam . M ais u m a vez, d ev iam fa la r em o u tra s lín g u a s e p ro fe tiz a r. T in h a m de v o lta r à in te n sid a d e ab rasad o ra da fé, d issem in ar n o v a m e n te o E v an g elh o p o r to d a a sua região e ex p erim en tar o u tra vez os sinais e m aravilhas d a cura divina, d a libertação e de outro s m ilagres. E ssas características b íb licas vo ltarão n o v am en te à ig reja q u e se lem brar, se a rre p e n d er e rep etir suas p rim eiras obras. O S en h o r acrescentou a cláu su la “quando n ão ” a essas ordens: “Q uando não , b re v e m e n te [de rep en te] a ti v irei e tirarei do seu lu g a r o teu castiçal, se n ão te a rrep en d eres” . E ssa pa ssa g e m refere-se ao m enorá, o candelabro de o uro co m sete b raço s q u e fic a v a no tab ern ácu lo e no tem plo. N o L u g ar S anto, h av ia três m ó v eis sagrados: o can d elab ro , a m esa dos pães e o altar de in cen so . S im b o licam en te, re p re sen ta m os três p rin cip ais elem en to s da v id a esp iritu al interior: o b a tism o co m o E sp írito S anto, o alim ento da P alav ra e a v ida de p e rp é tu a oração. R eg u larm en te, todos os três tin h am de ser cheios. Se a ig reja em E feso não se lem brasse, não se arrep en d esse e n ã o re p e tisse suas p rim eiras obras, o S en h o r su b itam en te ap a re ceria e re tira ria su a unção!
Os Sete P róxim os Passos N ão ex iste u m a ch av e m e stra q u e d estran q u e a p o rta do av ivam ento. A n ecessid ad e to m a algo co m o u m a fe ch a d u ra de com b in ação , n a qual deve ser feita u m a série de fatores ou passos na seqüência certa. Vam os considerar os seg u in tes sete p asso s p a ra o av ivam ento. P a sso 1: D esejo. A lg u n s afirm am que a oração é o p rim eiro passo para o avivam ento, m as tal não é o caso. O tipo de oração que traz despertam ento e s p ir itu a l é u m c la m o r a D e u s fo rte m e n te m o tiv a d o e n itid a m e n te co n cen trad o . O p rim eiro p asso d ev e ser u m ard en te desejo em ser avivado. S a lm o s 10 .1 7 d e c la ra : “ S e n h o r, tu o u v is te os d e s e jo s d o s m a n so s; co n fo rtarás o seu coração ; os teus o u v idos estarão abertos p a ra e le ” . N u m a das m ais b elas p assag en s sobre desejo esp iritu al, o salm ista diz: “C o m o o cerv o b ra m a p e la s co rren tes das águas, assim su sp ira a m inha alm a p o r ti, ó D eus! A m in h a alm a tem sede d e D eus, do D eus v iv o ” (SI 4 2 .1 ,2 ). O av iv am en to n ão v em até que o d esejem o s m ais do que q u alq u e r o u tra co isa no m undo. O s p e n teco stais cantam : “F iq u e co m o m undo, m as m e dê Je su s” . N o sso S en h o r disse: “B em -av en tu rad o s os que têm fom e e sede de ju stiç a , p o rq u e eles serão farto s” (M t 5.6). D ep o is, em M arco s 11.24, E le d eix a claro q u e o d esejo p rece d e a oração resp o n d id a: “P o r isso, v os digo que tu d o o q u e p e d ird es [desejardes], orando, crede que o re ceb ereis e tê -lo -e is” . T em os de desejar, orar, crer e receber. O desejo d ev e ser a fo rç a m o triz de nossas o rações p a ra o avivam ento. P a sso 2: O ração. E n e c e ssá rio u m a co m b in ação d e diferen tes tip o s de o ra ç ã o p a ra tra z e r o av iv a m e n to . P a u lo e sc re v e u so b re “d e p reca çõ e s, o raçõ es, in tercessõ es e ações de g raç as” (1 T m 2.1). D ep reca çõ es são c lam o res n ão -v erb ais d irig id o s a D eus p ro v in d o s das p ro fu n d id ad es de n o ssa alm a, fre q ü e n te m en te “c o m g em idos in e x p rim ív eis” (R m 8.26) ou
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co m o ração em o u tras lín g u as. O raçõ es são p ed id o s e outras expressões verbais ditos a D eus. Intercessões são orações fervorosas pelas necessidades de o u tras p esso as, m u itas v ezes en v o lv en d o u m a ex p ressão v erb al e nãoverb al d a alm a. E ações de g raças são lo u v o res a D eus p o r q u em E le é e pelo q u e te m feito. O raçõ es im p u lsio n ad as p elo desejo são ex p ressõ es fe rv o ro sas d a fé. Se “a fé é o firm e fu n d am en to das coisas que se e sp eram e a p ro v a das coisas q u e se n ão v êem ” (H b 11.1), então tais o rações devem ex p rim ir a m ais sin cera co n v icção de q u e o av iv am en to realm en te virá, a d esp eito de q u a lq u e r ev id ên cia ap aren te in d ican d o o contrário. S alm os 85.6,7 d á-n o s um ex em p lo de tal oração: “N ão to rn arás a vivificar-n o s [a aviv ar-n o s], p a ra qu e o teu p o v o se aleg re em ti? M o stra-n o s, Senhor, a tua m ise ric ó rd ia e co n ced e-n o s a tu a salv ação ” . P a sso 3: A rrep en d im en to . U m a irô n ica v e rd a d e ace rc a do av iv am en to é qu e a p ro c u ra p o r ele p o d e ser d isto rcid a em q u a lq u er u m dos passos ex ig id o s p a ra alcan çá-lo . P o r ex em p lo , o d esejo p o r av iv am en to p o d e ser m ud ad o p a ra u m anelo p o r D eu s em b u sc a de m an ifestaçõ es físicas ou em o cio n ais p a ra b en efício p ró p rio . A o ração p o d e facilm en te v irar n u m a in tro sp ecção e x cessiv a e p ro d u z ir u m reco lh im en to do p róprio m undo ao q u a l fo m o s c h a m a d o s p a ra g a n h a r. D e p o is d e u m a fa se d e h o n e s ta au to crítica d ian te de D eus, n o ssas oraçõ es, p a ra que sejam efetivas, têm de resu ltar em a rrep en d im en to a D eus e co n fissão de faltas uns aos outros. A isso d ev e-se seg u ir u m co m p ro m isso m ais sério co m Jesus C risto , em p rep a ra çã o ao cu lto p ro d u tiv o , ao trab alh o co m m ilag res e à salv ação de alm as. T iag o escreveu: “C o n fessai as v o ssas culpas uns aos outros e orai uns p elo s outros, p a ra q u e sareis; a o ração fe ita p o r u m ju s to p o d e m uito em seus e fe ito s” (T g 5.16). M u ito s acred itam que Isaías j á tin h a escrito os cinco p rim eiros capítulos do seu liv ro q u an d o viu o S en h o r assen tad o so b re um alto e su blim e trono. N ão obstan te, q u an d o ex p erim en to u a p u ra p re sen ç a de D eus, arrependeuse de su a p e cam in o sid ad e. “A i de m im , q u e vou perecendo! P o rq u e eu sou u m h o m em de láb io s im p u ro s e h ab ito no m eio de um p o v o de im puros lábios; e os m eus o lh o s v iram o rei, o S en h o r d os E x é rcito s” (Is 6.5). A o ração im p u lsio n ad a p o r um d esejo ard en te em c a d a v ez m ais co n h e cer a D eu s le v a rá a u m a 6 t --------------------------------co n sc iê n c ia p esso al do p o d e r e da p re se n ç a de D e u s . E s s a c o n s c ie n tiz a ç ã o s u c e s s iv a m e n te co n d u z ao arrep en d im en to , p elo q ual receb em o s o perdão dos pecados. F icam os frente a frente com a cru z de C risto Jesu s e seu sacrifício p o r n o ssos p ecad o s, p o is aq u ele “q u e sabe fa z e r o b em e o n ã o f a z c o m e te p e c a d o ” ( T g 4 .1 7 ) . O arre p e n d im e n to p o d e ser d e se n c a m in h a d o p o r um a deficiên cia em m u d ar o co m p o rtam en to pelo q u a l p e d im o s p e r d ã o . A p a l a v r a d o N o v o T estam en to p a ra a rrep en d im en to sig n ifica u m a m u d a n ç a de co ração ou de m ente. U m arrep en d im en to in sin cero não é arrep en d im en to , n e m o b te rá os re su ltad o s p retendidos. P a sso 4: S a n tid a d e e R etidão. P ro v e n ie n te de nossos desejos, orações e arrependim ento, ocorrerá um a m ud an ça para u m estilo de vida m ais santo.
Destrancar a porta do avivamento écomo abrir uma fechadura de combinação
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T iago 4 .4 pergunta: “N ão sab eis v ós q u e a am izad e do m u n d o é in im izad e c o n tra D e u s? ” P au lo escreveu: “ S aí do m eio deles, e ap artai-vos, diz o S enhor; e não to q u eis n a d a im u n do, e eu vos rec e b e re i” (2 C o 6.17). E obvio que os crentes avivados não com eterão pecados tão declarados, com o os alistad o s n os D ez M an d am en to s, em b o ra v e n h am a co n c o rd ar m enos em certos tipos de co m p o rtam en to não m en cio n ad o s e sp ecificam en te na B íb lia . N ã o o b s ta n te , q u a n to m a is n o s a p ro x im a m o s d e D e u s, m a is d eix arem o s d e apeg ar-n o s ao m u ndo. H á alg u m as coisas que os crentes esp iritu a lm e n te sen sib ilizad o s n ão farão, lugares a o n d e não irão e coisas q u e n ão dirão p o r c a u sa de su a in ten sa rev erê n cia a D eu s e à sua P alavra. H á d iferença b e m definida entre santidade e retidão. O prim eiro, tam bém ch am ad o de santificação, é u m a separação a D eus e do m undo. A s m obílias e u ten sílio s d o ta b e m á c u lo esta v a m sep arados do u so co m u m e dedicados so m e n te a D e u s e ao seu se rv iç o . Isso é sa n tid a d e , o c o n h e c im e n to co m p ro m issad o de q u e p erten cem o s som ente a D eus. A retidão está voltada p a ra as pessoas. D eu s é reto, p o rq u e nos tra ta com ju stiça. O crente avivado d em o n stra rá tan to a san tid ad e p a ra c o m D eus qu an to a retid ão p a ra com as p esso as. Jesu s disse: “A m arás, pois, ao Senhor, teu D eus, de todo o teu co ração , e de to d a a tu a alm a, e de todo o teu en tendim ento, e de todas as tuas forças; este é o p rim e iro m an d am en to . E o segundo, sem elh an te a este, é: A m arás o teu p ró x im o com o a ti m esm o ” (M c 12.30,31). O prim eiro m an d am en to fala de san tid ad e, e o segundo, de retidão. Jesus C risto v o ltará p a ra u m a “igreja gloriosa, sem m ácula, nem ruga, nem coisa sem elhante, m as santa e irrepreensível” (E f 5.27). Isso não significa que o avivam ento só p o ssa o correr em um a igreja perfeita. A igreja avivada rep etirá continuam ente todos os passos p ara o avivam ento: desejo, oração, arrependim ento, santidade/retidão e os passos que ainda apresentarei. P a sso 5: E vangelização. U m a igreja arrependida, cujos pecados tenham sido p erd o ad o s e cujos m em b ro s te n h a m sido san tificad o s (isto é, feitos santos aos o lhos de D eu s), será u m a ig reja g an h ad o ra de alm as. N em a falta de am or, n em a h ip o c risia estarão p resen tes p a ra rep e lir ou m an d ar em b o ra os n o v o s-c o n v e rtid o s. Se os ap ó statas e fésio s a b an d o n ara m o p rim eiro am or, en tão a re stau ração de am or dev e e sta r no âm ago do estado avivado. H av erá u m am o r p elo Senhor, p o r sua ig reja e pelos p erd id o s. O s não -p en teco stais tem em qu e o lo u v o r aberto e as m an ifestaçõ es espirituais afu g en tem os p ro v á v e is c o n v ertid o s, m as o que oco rre é ju sta m e n te o oposto. A s m aio res igrejas e as de m ais ráp id o ---------------------------------------- -----------c re sc im e n to no m u n d o são a q u ela s que m ais e n fatizam o lo u v o r e a resp o sta a D eus.
Santidade e retidão
A salvação de alm as é o suprem o pro p ó sito do av iv am ento. Q u alq u er preten so avivam ento q u e nã o bu sq u e c o m am o r os p erd id o s e os tra g a p a ra o R eino de D eus é av iv am en to fracassado. -----------------------------------------------------" " O q u an to é fácil que u m av iv am en to p asse de su a m issão d iv in a de g a n h a r alm as p a ra um a celeb ração e g o c ê n tric a d e d eleite próprio! É b o m ser avivado, m as cad a culto de avivam ento é u m a p reparação para os crentes levarem o E vangelho ao m undo. A m an eira m ais co m u m p a ra a e v an g elização m alo g ra r é não in te g ra r o c o n v e rtid o n a ig re ja . N a v e rd a d e , n ã o p o d e m o s d iz e r q u e
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UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO salvam o s u m a alm a p e rd id a até que ten h am o s a p esso a em seg u ran ça na tran q ü ilid ad e da fa m ília de D eus. P a sso 6: S in a is e M a ra vilh a s. N os ú ltim o s v ersículos do E v an g elh o de M arco s, Jesu s falou aos seus seguidores: “Id e p o r todo o m undo, p reg ai o evang elh o a to d a criatu ra” (M c 16.15). A q u eles q ue cressem seriam salvos, e aqu eles q u e n ão c ressem seriam co n d en ad o s (M c 16.16). E n tão , nos versícu lo s 17 e 18, acrescen to u : “E estes sinais seg uirão aos que crerem : em m eu no m e, ex p u lsarão d em ô n io s; falarão n o vas línguas; p eg arão nas seipen tes; e, se b eb erem alg u m a co isa m ortífera, não lhes fará dano algum ; e im p o rão as m ãos so b re os en ferm o s e os c u ra rã o ” .8 N o n o m e dE le, falariam em línguas, ex p u lsariam os d em ônios, receb eriam proteção divina contra os perigos da n atu reza (com o p icad as de cobras) e do gênero hum ano (c o m o e n v e n e n a m e n to s ), e im p o ria m as m ã o s so b re os d o e n tes e os curariam . Ja c k D eere, em S u rp rise d by the P o w e r o f the S p irit (Surpreendido p e lo P o d e r do E sp írito ), disse: “H á u m a distin ção entre sinais e m aravilhas e o d o m d e c u r a s . S in a is e m a r a v ilh a s s ã o e s p e c if ic a m e n te u m d erram am en to de m ilag res lig ad o c o m o av iv am en to e a p ro c la m aç ão do E van g elh o . O d o m de cu ras é d ad o à ig reja p a ra sua ed ificação (1 C o 12.7) e não está n e cessariam en te lig ad o com o av iv am en to ou um a ab u n dância de m ila g re s” .9 U m a ig reja av iv ad a é cara c teriz a d a p o r to d o s os dons do E spírito: a p a la v ra d a sab ed o ria, a p a la v ra d a ciência, a fé, os dons de curar, a o p eração de m arav ilh as, a p rofecia, o d o m de discern ir os espíritos, a v aried ad e de lín g u as e a in terp retação das lín g u as (1 C o 12.8-10). N ós, p en teco stais, ev itam o s ca te g o riz ar em ex cesso os ev entos sobrenaturais, pois D eus usa qualquer um dos dons para trazer as pessoas a Ele. A diferença en tre sinais e m arav ilh as e os dons de cu rar p o d e estar n a q u an tid ad e de m ilag res realizad o s d u ran te d ete rm in a d a o casião ou evento. U m a ig reja av iv ad a terá um aum ento no n ú m ero de curas sobrenaturais, lib ertaçõ es, m ilag res e outro s dons. E, às vezes, p o d erá o co rrer u m surto esp eta c u la r de m ilag res p a ra atrair as p esso as a C risto. Jesu s p ro v o u a fé do oficial do rei, d izendo: “ Se não v ird es sinais e m ilag res, não crereis” (Jo 4.48). N ão ob stan te, m u itas p esso as realm en te acred itam q u ando vêem m ilag res. O gran d e p ro b le m a co m os sinais e m arav ilh as é que algum as p esso as u sam -n o s p a ra o rg an izar u m esp etácu lo em vez de d ar g ló ria a C risto , d essa fo rm a, fa z e n d o c o m q u e o n ão -salv o d u vide e não aceite o E v an g elh o . U m m in istério de curas ou outro s m ilag res req u er p ro fu n d a d e d icação a Jesu s e h u m ild a d e de espírito. P a sso 7: C elebração. O v erd ad eiro av iv am en to se d e sen v o lv e em u m a v erd a d e ira ex p lo são de alegria! A o sen tir a lib ertação dos seus pecados, te ste m u n h a r a salv ação dos p e rd id o s e v er m ilag res de cu ra e lib ertação p eran te os p ró p rio s olhos, os cren tes m u itas v ezes irro m p em em brad o s de louvor, can to s de aleg ria e co n v ersas en tu siásticas sobre Jesus. C h eg am ced o à ig re ja e saem tarde. E les p re c isa m de um p o u co m ais de espaço nos b an co s do q u e o cren te co m u m , p o rq u an to ap lau dem , ap ertam a m ão dos que estão p o r p erto o u erg u em as m ãos ao S en h o r em louvor. A B íb lia é ab u n d an te em in v o caçõ es p a ra ad o rar ao S en h o r de todo o coração e em altas vozes. U m ex em p lo fav o rito é S alm o s 98.4: “C elebrai co m jú b ilo ao Senhor, to d o s os m o rad o res da terra: dai b rad o s de alegria, re g o zijai-v o s e
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cantai lo u v o re s” . E sse tip o de ad o ração p o d e a b o rrecer os crentes nãoaviv ad o s, m as é b íblico. A lg u n s p asto res têm m ed o de p e rm itir acessos esp o n tân eo s de lo u v o r nas ig rejas e citam as p alav ras de Paulo: “F aça-se tu d o d ecen tem en te e com o rd e m ” (1 C o 14.40). M as n ão nos esq u eçam o s de que esse p rin cíp io fo i d ad o a u m a ig re ja q u e e stav a ten d o m a is de três m en sag en s em línguas aco m p anhadas d e in terpretação, ou em p rofecia, em u m ú n ico culto! U m a ig reja av iv ad a tem de -----------------------------------------ter u m p a sto r avivado, q u e esteja no E sp írito e saib a o que é de D eus, d a carne ou do diabo. T entativas em lim itar as reações espontâneas das pesso as, p o r tem er que as coisas p o ssam sair do co n tro le, é com o jo g a r á g u a no fo go. O p a sto r p ru d e n te e g u iado pelo E sp írito sab erá quando e n c o r a j a r u m c o m p o r ta m e n to , q u a n d o d esen co rajá-lo e q u ando le v ar pa u latin a m en te a con g regação em v erd adeira adoração desinibida. A p io r co isa que p o d e aco n te c er a um a ig re ja d esse estilo de celeb ração é q u e as p esso as p o d e m p a ssa r d a ev an g elização p a ra a auto -satisfação . N ão d ev em o s ad o rar p a ra a g rad ar a n ó s m esm os, m as p a ra ag rad ar e g lo rificar a D eus.
Uma igreja arrependida será uma igreja ganhadora de almas ___________________ 33
M antendo o Avivam ento Vivo T em os de ap re n d e r a m a n te r v iv o o esp írito de av ivam ento. C ad a ig reja e to d o o M o v im e n to P e n te c o sta l p a ssa rã o p o r fases de c re sc im e n to e in teg ração de co n v ertid o s. A s em o çõ es h u m an as so b em e d escem com o as m arés. M as a sen sação de estar n a p re se n ça de D eus, p erm an ec er santo à v ista dE le e fa z e r su a v o n tad e n ão deve dim inuir. H a v e rá tem p o s de alegria em n o ssa salv ação e tem p o s d e ch o ro p elo s perd id o s, m as o av ivam ento te m de continuar. “N ão to rn arás a v iv ificar-n o s [a avivar-nos], p ara que o teu p o v o se aleg re em ti? M o stra-n o s, Senhor, a tu a m isericó rd ia e con ced e-n o s a tua salv ação ” (SI 85.6,7).
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO
Desenvolvendo um Ministério de Oração na igreja local Dick Eastman fin ad o d o u to r P au l E. B illh eim er, um d os m aio res estrateg istas da o ração de n o sso s tem p o s, afirm ou em seu clássico D e stin e d f o r the T hrone (D estin a d o ao Trono): “O rar n ão é im p lo rar a D eus que faça algo que E le está p ouco inclinado a fazer. N ão se trata de vencer a relutância d e D eu s. E fo rç a r a v itó ria d e Je s u s so b re S a ta n á s ” .1 O a u to r a in d a acrescenta: “E e x e c u ta r n a terra as d ecisõ es do céu relativ as aos assuntos hum an o s. O C alv ário leg alm en te d estru iu Satan ás e cancelo u todas as suas reiv in d icaçõ es. D eu s p ô s o c u m p rim en to d a v itó ria do C alv ário nas m ãos d a ig re ja (M t 18.18; L c 10.17-19)” . B illh e im e r fo rn e c e m ais d etalh es: “ [D eus] deu u m a ‘p ro c u ra ç ã o ’ à ig re ja . E la é se u ‘r e p r e s e n ta n te ’. M a s e s s a a u to rid a d e d e le g a d a é co m p letam en te in o p eran te sem as o raçõ es de u m a ig reja qu e crê. P ortanto, a oração está onde a ação está. Q u alq u er igreja sem um pro g ram a de oração sistem ático e b em o rg an izad o e stá apen as re a liz a n d o u m a tare fa relig io sa en fa d o n h a ” .2 A oração, n a realidade, é fu n d am en tal ao estab elecim ento e m anutenção de um a co n g regação saudável e crescente. N ão obstante, é u m a infelicidade que m uitas igrejas tenham falta de um p ro g ram a de oração verdadeiram ente sig n ificativ o , so b retu d o um q u e en v o lv a os m em b ro s d a c o n g reg ação de fo rm a re g u la r e sistem ática. C o n cern en te a essa d eficiên cia, P au l B illh e im er assim se expressa:
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A igreja local comum fornece um programa educacional inteligente através da Escola Dominical e de auxiliares como a Escola Bíblica de Férias. Pode fornecer programas bem orientados para a mocidade, incluindo atividades sociais e acampamentos bíblicos recreativos. Pode patrocinar treinamento para professores e cursos de evangelismo pessoal. Muitas igrejas fazem grandes campanhas evangelísticas, apresentando grupos evangelísticos de renom e, com um alto potencial de entretenim ento religioso. Muitos têm superintendência e programa financeiro eficientes, bem estruturados e altamente prósperos. Cada um desses organismos podem estar funcionando a contento e a toda velocidade. Não é para desmerecer nenhum desses programas de per si. Todos podem ser bons. Mas se estão
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254 O PASTOR PENTECOSTAL substituindo um programa de oração eficaz, podem ser tão inúteis quanto prejudiciais no que concerne ao reino de Satanás.3 U m a g eração antes, o d o u to r R. A . Torrey, fu n d ad o r do Instituto B íblico de L os A ngeles, disse sem cerim ônia: “O diabo está perfeitam ente de acordo q u e a ig re ja m u ltip liq u e su as o rg a n iz a ç õ es e m e c a n ism o s h a b ilm e n te en g en d rad o s p a ra a co n q u ista do m undo p a ra C risto, se co m isso ela d eix ar d e o ra r” .4 O ev a n g e lista diz m ais: “Satanás ri às esco n d id as, q u ando olha p a ra as ig rejas dos d ias de h o je e diz a m eia voz: ‘P o d em fic ar co m suas e s c o la s d o m i n i c a is , e s e u s d e p a r ta m e n to s d a m o c id a d e , e s e u s d ep artam en to s fem ininos, [...] e seus departam entos infanto-juvenis, e suas ig rejas in stitu cio n ais, e seus clu b es de senhores, e seus grandes corais, e seus b o n s in stru m en to s m u sicais, e seus b rilh an tes p reg a d o res, e até seus esfo rço s e m te r av iv am en to , c o n tan to que não h a ja n eles o p o d er do D eus T o do-poderoso, b u scad o e obtido co m oração fervorosa, persistente, crente e p o d e ro sa ’” .5
U m a Igreja que Ora M as p o r o n d e co m eçam o s p a ra ter u m a ig reja q u e v erd ad eiram en te o re? A re sp o sta q u ase q u e certam en te está n u m a sim ples expressão: p o r u m líd e r qu e ora. L em b ro -m e b e m dos m eus prim eiro s anos de m inistério, q u an d o servi com o p asto r e líd e r da m ocid ad e da F irst A ssem b ly o f G od em K en o sh a, W isconsin. E m certa m an h ã de d o m in g o excep cio n alm en te abençoada, durante u m a conv en ção m issionária, a ig reja recebeu um jo v e m p a sto r co rean o em su a prim e ira v isita aos E stad o s U n id o s (segundo m e foi in fo rm ad o m ais tarde). D e fato, tra ta v a-se do seu p rim e iro co m p ro m isso p a ra p re g a r em terras am erican as. A m ed id a que os anos p assassem , esse p re g a d o r in c o m u m iria aos E stad o s U n id o s m uitas vezes e to rn ar-se-ia u m dos m ais n o tó rio s líd eres cristão s e estrateg istas de crescim en to de igrejas do sécu lo X X . O v isitan te, de e statu ra b a ix a e co m p leição m agra, re so lv e u que não fa la ria p o r in térp rete, m as q u e se e sfo rça ria p a ra en tre g ar sua m e n sag em em in g lês rudim en tar. A leg rei-m e que o tiv esse feito. L o g o fico u ev id en te q u e esse irm ão o rien tal e ra n o tav elm en te un g id o pelo E sp írito S anto. E le descreveu com o sua igreja com eçara em um a barraca relativam ente pequena no cen tro de Seul, C o réia, uns seis anos antes. F alo u que, no p rincípio, m en o s de c e m p esso a s ali se re u n iram e c o m e çaram a c lam a r a D eus se m an alm en te p a ra q u e as m u ltid õ es v iessem a co n h ecer o a m o r divino. N ão d em o ro u m u ito e to d o s estav am p ed in d o co rajo sam en te a D eus, p ela fé, que lhes d esse m il nov o s m em bros p o r ano. R ecordo que o jo v e m pasto r so rriu q u an d o falo u q u e D eus n ão h av ia resp o n d id o suas o rações do m odo co m o h av iam esperado. A fin al de contas, disse ele, a ig reja já tin h a seis anos e se D eus tiv esse resp o n d id o as o rações e x atam en te com o tin h am p ed id o , d ev eriam ter seis m il m em bros. “M a s” , co nclui ele, “hoje tem os sete m il m em b ro s. P o r isso, tem o s p e rg u n tad o a D eus p o r que E le nos deu m il m em b ro s a m a is” . L e m b ro -m e d e te r le v a d o e s s e jo v e m líd e r, a q u e m to d o s h o je c o n h ecem o s co m o d o u to r D a v id (Paul) Y ongi C ho, ao aero p o rto 0 ’H are,
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO em C h ic a g o , d e p o is d a q u e la r e u n iã o m a tu tin a de d o m in g o . F iq u e i p ro fu n d am en te im p ressio n ad o pela sim p licid ad e da fé e co n vicção daquele pastor, de q u e n ad a estav a além da su ficiên cia de D eus em p ro v er e realizar, desd e q u e o b u scássem o s co m d evoção. F ico u nitid am en te óbvio em nossa conv ersa, b e m co m o p e la su a m e n sag em m atu tin a, que o segredo p a ra o que D eu s tin h a feito n a Ig re ja do E v an g elh o P len o em Seul, C oréia, era oração. A lé m d isso, o seg red o d a v id a de o ração d a Ig reja do E v an g elh o P len o e m S eu l e ra a v id a de o ração do seu pastor. Q u ase duas d é c a d a s d e p o is, tiv e o p riv ilé g io de p a rtic ip a r de u m a A ssem b léia In tern acio n al de O ração e m Seul, C oréia, durante a qual m inha esp o sa e eu, além de m u ito s m ilh ares de rep resen tan tes do m u n d o inteiro, ex p erim en taram , em p rim e ira m ão, a d in âm ica d essa assem b léia notável. N e ssa ocasião , fa z ia 19 anos q u e o d o u to r C h o tin h a v isitad o n o ssa ig reja em K e n o sh a e 25 anos q u e fu n d a ra o q u e hoje é conh ecid o com o Ig re ja do E v an g elh o P len o n a ilh a de Yoido, em Seul, C oréia. N a verdade, se a ig reja tiv esse co n tin u ad o a c re sc e r a ex trao rd in ário s m il m em b ro s p o r ano, teria então a lcan çad o u ns v in te e cin co m il m em b ro s. M as o fato é que, p o r essa altura, a co n g re g a ç ão c h eg ara a te r m ais de q u in h en to s m il m em b ro s e, n a q u e la fa se do seu crescim en to , e stav a au m en tan d o a ap ro x im ad am en te dez m il n o v o s m em b ro s p o r m ês. U m a d écad a d ep o is d a q u e la A sse m b lé ia In tern acio n al de O ração, em o u tra v isita à ig reja em Y oido, d esco b rim o s q ue o n ú m ero de m em bros subira a m ais de setecen to s m il e q u e a in flu ê n c ia d essa ig reja estenderase co n sid erav elm en te p o r to d o o m u n d o . Foi d u ran te essa ú ltim a visita, e n q u a n to fa la v a c o m u m d o s p a sto re s d a q u e le co rp o m in iste ria l, que d esco b rim o s que a o ração ain d a era, co m o sem p re fora, u m fato d a vida esp iritu al dos in teg ran tes d esse m in istério . N a realid ad e, info rm aram -n o s q u e toda a lid e ra n ç a p a sto ra l p a ssa v a p e sso a lm en te u m m ín im o de três h o ras em o ração p o r dia. O p ró p rio d o u to r C ho, com o ex p lico u -n o s n o sso g u ia , f r e q ü e n te m e n te p a s s a c in c o h o ra s e m o ra ç ã o . E e m b o ra se ja im p o ssív el fix a r u m a q u an tid ad e esp e c ífic a de tem po em oração com o g a ra n tia de a lg u m n ív e l de su cesso , p o d e m o s e sta r ce rto s de q u e um m in istério que a ssim se d ed ica à o ração cau sa trem en d o im p acto em sua co ng reg ação .
Cham ado para M obilizar H á m ais de u m século, o céleb re m issio n ário holan d ês p ara a Á frica do S ul, A n d rew M urray, d isse acerca d a m o b iliz a ç ã o à oração: “A q u ele que m o b iliz a r a Ig re ja c ristã a o ra r te rá d ado a m a io r co n trib u ição à h istó ria p a ra a ev an g e liz aç ã o m u n d ia l” .6 A cred ito q u e todos os líderes espirituais, in d e p e n d e n te do tam an h o de suas c o n g reg açõ es ou do âm bito do prestíg io q ue ten h am fo ra das p ared es d a igreja, d ev a m p ro p o r em seus co rações to rn a r-se e sse s m o b iliz a d o re s à o ração . C o m o b e m d e claro u L e o n a rd R avenhill: “A q u ele qu e conseguir fazer co m q u e os crentes orem , de acordo co m a o rien tação de D eus, terá d ado in ício ao m aio r av ivam ento q u e o m u n d o ja m a is v iu ” .7 A n o s atrás, e n q u an to d e se n v o lv ia o sem in ário m u lti-h o rário ch am ado E sco la de O ra çã o M u d e o M u n d o , m eu co ração foi in sp irad o p o r u m a
256 O PASTOR PENTECOSTAL p a ssa g e m in te re ssa n te das E sc ritu ras a resp e ito d a e x p eriê n cia de v id a de E sd ras, o escrib a. E sd ras, d escobri, tin h a um en ten d im e n to in co m u m do que era n ecessário p a ra ser eficaz n a m ob ilização do p o v o de D eus. A o d escrev er E sd ras, a q u em D eus usou p a ra g u ia r o seu p o v o do cativeiro b ab ilô n ic o p a ra Jeru salém , a E sc ritu ra diz: “E sd ras tin h a p rep arad o o seu co ração p a ra b u scar a L ei do Senhor, e p a ra a cum prir, e p ara en sin ar em Israel os seus estatu to s e os seus d ire ito s” (E d 7.10). N esse sim ples v ersículo das E scrituras, é apresentado co m sim plicidade u m p lan o tríp lice e im p o rtan te p ara m o b iliza r o p o v o de D eus. E stam os a p lican d o essas p a la v ra s e sp ecificam en te à m o b ilização à oração, p o rq u e o d esejo de E sd ras e ra m o b iliz a r Israel p a ra v iv er segundo a L ei de D eus e p ô -la em p rática, p o is nos dias de E sd ras a L ei era a co m u n icação de D eus ao hom em . B uscar
D esco b rim o s in icialm en te q u e E sdras foi co m issio n ad o a “b u sc ar” um en ten d im en to d a L ei de D eu s o u sua co m u n icação ao seu povo. Isso sugere que, antes que o e sc rib a tiv e sse alg u m a in ten ção de te n ta r c o m u n ica r os p rin cíp io s d os cam in h o s de D eus aos outros, e stav a determ in ad o a ap licar esses p rin cíp io s p a ra si. C laro que, p e lo fato d e u m enten d im en to das leis de D eu s ou de seus cam in h o s estar realm en te no âm ago d a oração, é fácil p e rc e b e r p o r q u e d e v e m o s sem d e m o ra a p lic a r e sse s c o n c e ito s p a ra m o b iliz a r a ig reja a orar. C o m o E sd ras, que determ in o u p rim eiro “b u sc a r” u m a co m p reen são dos cam in hos do Senhor, D eus q u er que os líderes de h o je p ro cu rem u m e n ten d im en to do que sua P a lav ra diz acerca da oração e co m o ela funciona. D e v e m o s c o m e ç a r e s s a in v e s tig a ç ã o c u id a d o s a p ro c u ra n d o n a s E scritu ras p o r d iscern im en to s sobre a oração em si. L o g o desco b rirem o s q u e a B íb lia é n a v e rd a d e u m livro d e o raçõ es resp o n d id as. Seu tem a p rin c ip a l é a co m u n icação h u m a n a co m D eus e o p la n o de D eus p ara a reco n ciliação da h u m an id ad e com si m esm o p o r m eio de C risto Jesus. D e p o is, p ro sse g u in d o n e sta b u sca, p o d em o s le r b o as b io g ra fia s de resp eitad o s líd eres esp iritu ais que d em o n stra m a im p o rtâ n cia da oração em suas vidas. D ev em ser livros bio g ráfico s que co n ten h a m um a riq u eza de ilu straçõ es retirad as da v id a d aqueles que ap aix o n a d am en te b u scaram os cam in h o s d e D eu s e, em co n seq ü ên cia, fo ram p o d ero sa m en te usados p o r Ele. T am bém h á m uitos liv ro s d ev o cio n ais sobre oração q u e ajudam o líd er espiritual a d esenvolver discernim entos a respeito da im portância da oração,
Livros sobreOracão Teologia Bíblica da O ração (O E spírito nos A ju d a a O rar), R obert L. B randt e Z enas J. Bicket Je ju m e O ração, Jo n as B orges P a i N o sso , F ran cisco A m aral
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO
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além de descrev erem com o p assar esses discern im entos às pessoas. E screvi vários liv ro s so b re oração p o r d iv ersas razõ es. U m a delas foi que desde -e d o o S en h o r m e to c o u p a ra o fato de q u e tem o s d e e n te n d e r o que seja : ração e p ô -la em p rá tic a e m n o sso an d ar c o m D eus. Só assim v erem os a liberação do seu p o d e r e p o ten cial em n o ssas vidas, com o tam b ém n a vid a daqueles a q u e m atin g irm o s m e d ia n te n o ssas orações.
C ; MPRIR A m ed id a que o p lan o em três p artes de E sd ras vai se d esd obrando, descob rim o s q u e o e sc rib a p ro p ô s ap licar em su a v id a o que ap ren d eu durante o p ro cesso de b usca. E le n ão apen as se d ispôs a “b u sc a r” a L ei (ou os cam in h o s) d o Senhor, m as tam b ém se p ô s a “cu m p ri-la ” . C o m isso, está sug erin d o q u e antes de en treg ar esses p rin cíp io s a q u e m q u er que fosse, ele “c u m p ria ” o q u e tin h a ap ren d id o n esse pro cesso de busca. Jo h n R. M o tt d esc re v e esse p ro ced im en to : “ O apelo e p ro p ó sito dos apóstolos era p ô r a ig re ja em o ração. O u tro ra eu d av a m u ita im p o rtâ n cia em com o faze r com q u e os cren tes orassem , m as en tão reso lv i que a ú n ica m an eira de fazer c o m q u e ajam assim é fazê-lo eu m e sm o ” .8 O bv iam en te, p ara serm os efetiv o s em n o ssa cap acid ad e de m o b ilizar os cren tes, te m o s d e en te n d e r, a tra v é s d a a p lic ação , o q u e q u e rem o s tran sm itir a eles. Isso é partic u la rm en te essen cial n a oração. N ão po dem os en sin a r o q u e n ão sabem os. A lé m do m ais, se nos falta a ap licação sen sata da oração em n o ssa vida, n o sso m in istério te rá n ítid a falta do p o d e r de D eus. U m d os g ran d es g u erreiro s d a o ração de u m a g eração anterior, E. M . B o u n d s, afirm ou: ------------------------------------------“ T o d o p r e g a d o r q u e n ã o fa z d a o r a ç ã o u m im p o rtan te fa to r em su a v id a e m in istério é fraco co m o fa to r n a o b ra de D e u s e im p o te n te p a ra p ro jetar a c a u sa de D eu s n este m u n d o ” .9 C o m o líd eres, p re c isa m o s o ra r p a ra term o s ______________________________j j sab e d o ria ta n to no a p lic a r a o ração em n o ssas v id a s c o m o ta m b é m n o p a ss a r e sse m a n to de oração ao povo. A B íb lia fala m uitas vezes sobre o significado da sabedoria e com o é fu n d am en tal a to d a n o ssa co m p reen são dos cam in h o s de D eus. O au to r d e P ro v érb io s escreveu: “A sab ed o ria é a co isa p rincipal; adquire, pois, a sab ed o ria; sim , co m tu d o o q u e p o ssu is, ad q u ire o c o n h ecim en to ” (Pv 4.7). S ab ed o ria, sim p lesm en te d efinida, é a ap licação e uso correto do co n h ecim en to , algo p e c u lia rm e n te essen cial n o estudo d a oração. A nos atrás, ouvi certo inglês, estu d io so da B íb lia, su g erir que sab ed o ria é saber p a ra o n d e se vai e co m o se c h e g a lá. U m a co isa é te r u m certo grau de “co n h ecim en to ra c io n a l” dos cam in h o s de D eu s relativ o s à oração (e até co m o a o ração fu n cio n a), m as é q u estão c o m p letam en te d iferen te ap licar o que sab em o s de m an eira regular. P o r ta n to , se n ó s , c o m o p a s t o r e s , q u e r e m o s m o b iliz a r n o s s a s co n g reg açõ es a orar, é a b so lu tam en te n ecessário que façam o s da oração o p rin cip al assu n to de n o sso an d ar espiritual. T em os de o b e d ec er fielm en te ao m an d ato de P aulo, seg u n d o o rd en o u aos cren tes em R om a: “P erseverai n a o ra ç ã o ” (R m 12.12).
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Não podemos ensinar o que não sabemos
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O PASTOR PENTECOSTAL T am b ém n o tam o s q u e u m a das p rim eiras d ecisões adm in istrativ as da lid eran ça a p o stó lica d a Ig re ja P rim itiv a (A t 6.1-4) foi d esig n ar diáconos p a ra a ju d a r a d m in istra tiv a m e n te os líd eres, d e m an e ira que p u d e sse m p e rse v e ra r “n a o ração e n o m in istério da p a la v ra ” (A t 6.4). O s apóstolos re c o n h e c era m que d esg astar-se com u m a m u ltid ão de detalhes afasta-losia do en fo q u e p rim ário de suas m issões. E, m esm o q u ando o b serv am o s a o rd em em que e ssa d u p la p rio rid ad e foi relacio n ad a, desco b rim o s que a oração é c o lo cad a em p rim eiro lugar. S om ente co m u m a ênfase ap ropriada à o ração é q u e o m in isté rio e a p ro cla m a ção d a P a la v ra cau sarão seu im p acto p reten d id o . E n s in a r
E, p o r fim , E sd ras p erceb eu que o que en ten d e ra e ap licara em sua vida p re c isa v a ser p a ssa d o p a ra os outros. P e rte n c ia a ele a c h a m a d a p a ra m obilizar. O escrib a n ão apenas se dispôs a “b u sca r a L ei do S en h o r” e a “cu m p ri-la ” , m as tam b ém d eclaro u seu p ro p ó sito em “en sin ar e m Israel os seus estatu to s e os seus d ireito s” (E d 7.10). E sdras quis en treg a r às p esso as o q u e h a v ia ex p erim en tad o e aplicado em sua vida. G eraçõ es dep o is d a e x p eriên cia de E sd ras no antigo Israel, P aulo diria ao seu am ad o T im óteo: “Tu, pois, m eu filho, fo rtifica-te n a g raça que há em C risto Jesus. E o que de m im , entre m uitas testem unhas, ouviste, confiao a h o m en s fiéis, que sejam idôneos p a ra tam b ém en sin arem os o u tro s” (2 T m 2.1,2). E m que m e d id a nós, co m o líderes, p ro cu ram o s cu m p rir esse m andato de P aulo, so b retu d o no q u e resp eita a m o b iliz ar a ig reja p a ra orar? H á um século, E. M . B o u n d s fez esta p erg u n ta veem ente: “A oração é um curso p erm an en te nas esco las da ig reja? N a E sc o la D om in ical, nos lares, nos sem in ário s, tem o s alg u m d ip lo m ad o p ela esco la d a oração? A ig reja está p ro d u z in d o a q u e le s q u e são fo rm a d o s p e la g ra n d e U n iv e rs id a d e da O ra ç ã o ? ” 10 D e que m an eiras esp ecíficas devem os p ro ced er para fazer c o m que a o ração seja u m a p rio rid ad e n a ig reja? A s d iretrizes ap resen tad as a seguir p o d e m ser u m b o m com eço.
Program a de O ração P rim eiro , p recisam o s d esen v o lv er u m p ro g ra m a eficaz de oração para a ig re ja . A p a la v ra “e fic a z ” n essa p rim e ira d ire tiv a é p a rtic u la rm en te significativ a. M u itas ig rejas p en sa m que dão ên fase ap ro p riad a à oração, m as a m aio ria não tem um p ro g ram a de oração sistem ático e bem planejado co m o o te m p a ra a m o cid ad e e p ara o dep artam en to de m úsica. ESTRATÉGIA DE ORAÇÃO
A ssim , u m p ro g ra m a e ficaz de oração p a ra a ig re ja p recisa co m eçar c o m u m a estra tég ia de ora ção cu id ad o sam en te d esen v o lv id a. A ntes que Jó tiv esse se ach eg ad o à p re sen ç a do Senhor, declarou: “E is que já tenho o rd en ad o a m in h a cau sa e sei que serei achado ju s to ” (Jó 13.18). Q uando Jó m en cio n a ter “o rd en ad o ” sua causa, u sa o vocáb u lo h eb raico arak, que
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO sig n ific a “o rg a n iz a r a lg o ” . É u m a p a la v ra u s a d a ao lo n g o do A n tig o T estam en to p a ra re fe rir-se a c o lo c a r alg o em o rd em ou te r u m a e straté g ia definida. E m Ju iz e s 20.2 0 , lem o s q u e 11 trib o s de Israel se p rep araram p a ra u m a b a ta lh a im p o r ta n te c o n tra a r e b e ld e trib o d e B e n ja m im , o rd en an d o os h o m en s d e Isra e l c o n tra os b en jam itas. N e sse versícu lo , o term o a ra k fo i tra d u z id o p o r “o rd e n a ra m ” , o q u e d esc re v e u m a e stra tég ia de ataque b e m co m p o sta. O s p asto res p re c isa m p ô r no p ap e l exatam en te qual o p la n o de b a ta lh a p a ra c o n c la m a r a ig re ja à oração. E no âm ago d essa e stra té g ia d ev e h a v e r u m en fo q u e d u p lo p a ra a n o ssa oração. P rim eiro , n o ssa oração d ev e se c o n cen trar n o d esp erta m en to espiritu a l ou no v e rd ad eiro av iv am en to d a igreja. D e fato , u m a ig reja m o rta n u n c a vai ev a n g e liz ar um m u n d o p erd id o . A ssim , antes m esm o de o rarm os p ela ev an g e liz aç ã o dos e sp iritu a lm e n te p e rd id o s em n o ssa c o m u n id ad e (ou no m undo), precisam o s d ar bastan te destaq u e à o ração para u m despertam ento d a ig reja local. E m seg u n d o lugar, n o ssa e stra té g ia d ev e e n fa tiza r m u ita oração p a ra a ev a n g eliza çã o m u n d ia l. P recisam o s de u m p lan o b e m e stru tu rad o p a ra aju d ar os m em b ro s de n o ssas co n g reg açõ es a en fo car a in tercessão reg u la r p elo s n o sso s o b re iro s n a c io n a is e m issio n á rio s q u e b u sc a m cu m p rir a G ran d e C o m issã o . Isso d e v e ser fe ito de m a n e ira siste m á tic a , ta lv e z in clu in d o u m ca le n d á rio d e sete d ias n o b o le tim sem an al d a ig re ja co m itens de o ração p o r n açõ es e m issõ es e sp e c ífic a s.11 C oncerto
de
Oração
O u tra m a n e ira de d e se n v o lv e r u m v e rd a d e iro p ro g ram a de o ra çã o é fo rm a r um co n certo de o ração. O q u e é e sp e c ific am en te um c o n certo de o raç ão ? O te rm o c o n c e rto d e o ra ç ã o em e rg iu n a ú ltim a d é c a d a p a ra d escrev er as re u n iõ e s de o ração c o m cren tes de v árias co n g reg açõ es, que se reú n e m p a ra o rar e x c lu siv a m e n te p o r algo. C laro q u e os m e sm o s p rin c íp io s u sad o s n esse tipo de aju n tam en to in te rc o n g re g a c io n a l d e o ra ç ã o p o d e m fa c ilm e n te se r a p lic a d o s p a ra reuniões de o ração organ izad as p a ra a co n g reg ação local. E n v o lv e p lan ejar p erió d ic a s re u n iõ e s de o ração , q u an d o a m a io ria d a c o n g reg ação está presen te. E m o u tras p a la v ra s, ev ite m a rc a r co n certo s de oração em n o ites em qu e n ão h á cu lto re g u la r n a ig reja, co m o as de seg u n d a ou sexta-feira. A ntes p ro c u re in c o rp o ra r e le m e n to s do c o n c e rto d e oração nos cultos freq ü en tad o s p e la m a io ria d a co n g reg ação , co m o os de dom ingo. Jesus d isse aos discípulos: “Se dois de vós c o n co rd a rem n a te rra acerca de q u a lq u e r co isa que p ed irem , isso lhes será fe ito p o r m eu P ai, q u e está nos c é u s ” (M t 18.19). Q u a n d o Je su s u so u a p a la v ra “c o n c o rd a re m ” , u tilizo u -se do v o cáb u lo g reg o sym p h o n eo , do q u al o b v ia m en te d e riv a a p ala v ra “ sin fo n ia ” . O S e n h o r e stá su g erin d o q u e quan d o alg u n s cren tes reunid o s (m esm o q u e sejam apen as dois) c o n c o rd a m em oração, fazem u m so m g lo rio so — u m a sinfonia. U m a fo rm a e sp e c ífic a de a p re se n ta r u m m in ic o n c erto de oração n u m a ig reja é se g u ir a n o tá v e l su g estão fe ita p o r D av id B ryant, fu n d a d o r dos C o ncerto s In te rn a c io n ais de O ração. E le su g ere q ue os pasto res en curtem s u a s m e n s a g e n s d o m in ic a is e m c in c o a d e z m in u to s ( q u e r s e ja
260 O PASTOR PENTECOSTAL reg u larm en te, q u er seja no m ínim o ocasionalm ente) e co n v id em as pessoas d a c o n g re g a ç ã o a o ra r ju n ta s e m p e q u e n o s g ru p o s, c o n c e n tra n d o -s e e sp e c ific am e n te n os e lem en to s retirad o s d a m en sag em . P o r ex em p lo , se o p asto r p reg o u u m serm ão de quatro pontos sobre o crescim ento espiritual, p o d e e n c o ra ja r as p esso a s e m p eq u e n o s g rupos de oração a p e d ir a D eus, d u ran te b rev es m o m en to s de oração, que lhes ajude a ap licar em suas vid as d iárias esses q u atro p o n to s. O s g rupos n ã o d ev e m ser m aio res que trê s ou q u atro p esso a s (p ara d a r a ca d a in teg ran te a ch an ce de orar). E m a lg u m a s o c a siõ e s, o p a s to r p o d e p e rm itir g ru p o s d e d u a s p e sso a s. E in te re ssa n te o b se rv a r que q u an d o u m p lan o co m o esse é co lo cad o em p rá tic a de m an eira regular, as pessoas não só ap ren d em a orar, m as tam bém p re sta m m u ito m ais aten ção ao esb o ço que o p a sto r pregou. Se o p a sto r sen tir q u e fa z e r isso to d o s os d o m in g o s esv azia o im p acto qu e p o d e ria m c a u sa r n a co n g reg ação , talv ez fo sse d esejáv el sep a rar um d o m in g o p o r m ês co m o C o n certo D o m in ic al de O ração e o rien ta r to d o o cu lto e m to m o do te m a d a oração. N esse caso, a m e n sa g e m p o d e ser de apenas 15 a v in te m in u to s, p a ra que o restan te d a reu n ião seja ded icad o à o ração d irig id a . C e rtifiq u e -se de ex p lic a r aos v isitan te s q u e seu desejo é q u e eles se ju n te m a u m gru p o, m as que se sin tam à v o n tad e p a ra in fo rm a r a o s o u tro s p a rtic ip a n te s d o g ru p o q u e e le s são v is ita n te s e q u e , se d esejarem , p o d e m apen as fic a r o bservando. M uitas vezes, e ssa é excelen te o p o rtu n id a d e p a ra os m em b ro s re g u lares d a ig reja, q u e j á c o n h e ce m os p ro c e d im e n to s do c o n certo de oração , p e rg u n tare m aos visitan tes se há alg o p e lo q u al g o sta ria m q u e fo sse ap resen tad o a D eus e m oração. Isso c a u sa efeito m u ito p o sitiv o nos v isitan tes, q u e g e ra lm en te v êm à ig reja p o r ca u sa de a lg u m a n ecessidade. C o m p a n h e ir is m o
de
Oração
U m a terceira m an eira de desen v o lv er u m m inistério eficaz de oração p a ra a ig re ja é o rg a n iz a r u m co m p a n h eirism o de o ração. C o n sid ere o conceito de pequenos grupos de oração descrito n a seção anterior e incentive e sse s g ru p o s (b a se a d o n a re g iã o o n d e seus in te g ra n te s m o re m ) a se en co n trarem reg u larm en te em suas casas. N os últim os anos, m uitas igrejas e inclu siv e organizações de m ocidade procu raram m ob ilizar os crentes a fo rm ar grupos de o ração co m pelo m enos três participantes em cad a grupo (conhecido p o r “trio de o ração”), que se reú n em sem anal ou m ensalm ente para orar sobre assuntos específicos do dia. N o m inistério que presido, C ada L ar p ara C risto, ch am am o s esse grupo de “C apítulos de Jericó” , porque o propósito prim ário de cada grupo é co nfrontar estratégica e fervorosam ente fortalezas do tip o de Jericó existentes n u m a cidade, com unidade, nação e até as do m undo q u e se o p õ em à expansão do E vangelho. D u ran te anos, m u itas ig rejas têm descoberto a im p o rtân cia de organizar g ru p o s celu lares de cren tes p a ra se re u n irem re g u larm e n te (em geral, nas casas d os m em b ro s d a ig reja) não ap enas p a ra oração , m as ta m b ém para en co ra ja m en to e d iscip u lad o . O nde esse fo r o caso, é re la tiv a m e n te fácil fo rta le c er a ên fase à o ração d ad a nessas re u n iõ e s, su g erin d o que seus p a rtic ip a n te s as c o n c lu a m co m u m c o n ce rto de oração de v in te a trin ta m in u to s.
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO C am panha
de
Oração
e
J e ju m
O utro m o d o de dese n v o lv e r u m p ro g ram a eficaz de oração p a ra a igreja é o rg a n iz a r u m a c a m p a n h a d e o ra çã o e je ju m . E m certas ocasiõ es, os p asto re s p o d e m fa z e r u m a c a m p a n h a d u ran te u m p erío d o re lativ am e n te c u rto , c o m o u m a s e m a n a o u u m m ê s, ao lo n g o do q u a l a o ra ç ã o é e sp ecific am e n te fo c a liz a d a co m o p ro je to ou assu n to im p o rtan te. O utros têm feito u m a “c a m p a n h a de o ra ç ã o ” (q u e p o d e ou não in c lu ir o je ju m ) n ã o apenas pe la s necessid ad es co n tín u as da igreja, m as tam b ém p o r outros assunto s sério s que su rg em local, n acio n al e g lo b alm en te. P ara o rganizar u m a cam p an h a de oração, tudo o que é preciso é u m tipo de relógio grande, d esenhado em um q uadro de cartazes e coberto com plástico transparente, dando o p o rtu n id ad e p ara as pessoas se inscreverem em diversas p orções da h o ra ao longo da sem ana. E m geral, u m coordenador de oração (ou alguém n o m ead o p a ra isso), usando u m a caneta hidrográfica, inscreve cad a p esso a em determ in ad a porção da hora. N aturalm ente, quanto m aio r a co n g reg ação m ais p articip an tes h av erá p a ra m an ter a cam panha. P ara organizar u m plano de je ju m contínuo, faça u m calendário grande com 31 dias, cubra-o com plástico transparente e peça que as pessoas se inscrevam em pelo m enos u m d ia p o r m ês, no qual jeju arão por no m ínim o um a refeição durante aquele dia. O p astor p ode sugerir que os participantes escolham o núm ero do d ia em que nasceram e, durante o m ês, quando aquele dia chegar, eles jeju arão pelo m enos um a refeição. P or exem plo, a pessoa que nasceu no dia 10 de u m determ inado m ês, pode jeju ar pelo m enos um a refeição no dia 10 de cada m ês. O s participantes devem ser incentivados a passar em oração o tem po norm al que gastariam p ara com er. C om prom issos para a cam panha de oração ou je ju m devem ser renovados a cada três ou seis m eses, e a área do plástico do relógio ou do calendário correspondente àquela hora específica deve ser lim pa e u m a n ova cham ada à oração e je ju m deve ser conclam ada do púlpito durante vários dom ingos. O utra m aneira sim ples para as pessoas se inscreverem n a cam panha d a oração ou je ju m é publicar no boletim sem anal da igreja u m a ficha de inscrição na corrente de oração ou jejum . Isso p erm ite que os m em bros interessados assum am o com prom isso que desejarem . N esse caso, u m coordenador de oração pode com pilar um a lista tanto da cam panha da oração, quanto da cam panha do jejum . Pr eg a ç õ es
sobre
Oração
O u tro m eio d e d e se n v o lv e r e su ste n ta r u m a c h a m a d a à oração p a ra a ig reja é p r e g a r p e rió d ic a s m en sa g e n s sobre o ração. E ssa ta m b é m é ó tim a ocasião p a ra p ro m o v e r e in c e n tiv a r a co n tin u id a d e d a co rren te de oração e je ju m . O p a sto r p o d e d e d ic a r ao m en o s u m a m e n sag e m p o r m ês para falar sobre alg u m aspecto da o ração, g u erra esp iritual ou intercessão. A lém d isso , p o d e -se p la n e ja r u m o u d o is se m in á rio s an u a is so b re o ra ç ã o , c o n sistin d o e m p e lo m en o s d u as a q u a tro m e n sag e n s. Isso m a n te rá a im p o rtân cia da o ração em e v id ê n c ia d ia n te da co n g reg ação . L íd e r e s L e ig o s
para a
Oração
T am b ém e ssen cial p a ra o d e se n v o lv im e n to de u m p ro g ram a eficaz de oração para a igreja é n o m e a r um a com issão de ora ção fo rm a d a p o r crentes
262 O PASTOR PENTECOSTAL leigos. C o m o pasto r, v o cê n ão po d e faze r tudo sozinho. E n tre ta n to , c o m a aju d a de in tercesso res co m issio n ad o s n a ig reja é po ssív el im p le m en tar m u ita s d essa s su g e stõ e s c o m d e sp esas m ín im as. S ab e -se q u e C h arles S p u rg eo n tin h a u m g ru p o de u m as trin ta p esso as q u e o rav am p o r ele toda v ez q u e p reg av a. O lo c a l de oração, d iz-se, fic a v a no an d ar in fe rio r da ig reja, im e d iatam en te ab aix o do p úlpito. Q u an d o S p u rg eo n sen tia que seu serm ão n ão e sta v a atin g in d o as pesso as, ou p a re c ia não esta r tão ungido q u an to g o staria, ele b a tia o p é co m fo rç a n a p latafo rm a, in d ican d o aos in te rc e sso re s a n e c e ssid a d e d e m a io r em p en h o e fe rv o r n a oração. N o s ú ltim o s a n o s , a lg u m a s ig re ja s a m e ric a n a s tê m in s titu íd o o d ep a rta m e n to de o ração e n o m ead o um p asto r a u x iliar p a ra d irigi-lo. E ssa p esso a, en tão , tra b a lh a ao lad o do p a sto r no d e sen v o lv im e n to de m uitos asp ecto s do p ro g ra m a de o ra ç ã o co m o os ap resen tad o s n e ste capítulo. E scu d o
de
O ração
do
Pastor
M ais o u tra m a n e ira de d e sen v o lv er u m a ig re ja que ora é o rg a n iz ar um escu d o de o ra çã o d o p a sto r. Isso é rea liza d o q u an d o vário s m em b ro s da c o n g reg ação d ed icam um dos dias d a sem an a p a ra aju d ar a fo rn ece r u m a co b e rtu ra esp ecial de o ração p a ra o p a sto r e sua fam ília e p o r vários outros assu n to s im p o rta n te s re la tiv o s à v id a e c re scim en to d a ig reja. T ão poucas q u an to sete p esso as p o d e m fo rm ar u m escu d o de oração sem anal, p a ra o q u al ca d a p a rtic ip a n te co n c o rd a em sep arar ce rta p a rte do d ia d a sem an a q u e lh e fo i d e s ig n a d o p a ra o ra r e s p e c ific a m e n te p e la s n e c e ssid a d e s ap o n tad as p elo c o o rd e n a d o r do escu d o de oração. N ão p re cisa ser um a c o b e rtu ra 'd e o ração de 24 h o ras, m as g aran te q u e o p a sto r e sua fam ília se ja m sig n ific a tiv a m e n te co b e rto s c o m oração ao lo n g o d a sem ana. O p a sto r d ev e te r a lg u ém d e sig n ad o a c o m p ila r u m a lista cu rta de certos p ed id o s de o ração, a qual to d o s os d o m in g o s deve estar e m lu g a r acessível n a ig re ja p a ra os m em b ro s d o escu d o d a oração. P lan o
para
T r e in a m e n t o
de
Oração
E , fin alm en te, n o p o n to m ais im p o rtan te d e u m p ro g ra m a eficaz de oração p a ra a ig re ja e stá u m p e rm a n e n te trein a m en to de oração. T reinar, p o r d efin ição , é e sta b e le c er u m p lan o sistem ático de en sino que in co rp o ra m a té ria e estru tu ra. O s serm õ es freq ü e n tem en te in sp ira m e d e sa fiam os cren tes e, n a realid ad e, os se n sib iliz am a re c o n h e c er a im p o rtâ n c ia dos atrib u to s do d iscip u lad o , tal com o a oração. E n tre tan to , u m p ro g ra m a de o ração e q u ilib ra d o e esm erad o para a ig reja tam b ém tem de in c lu ir um tre in a m e n to c o n tín u o e b e m -p re p a ra d o . E ssa a tiv id a d e v isa se r m ais ab ra n g e n te do q u e o serm ão e co n siste n u m tre in am en to m ais p rático e s u b s ta n c ia l c o n c e r n e n te à o ra ç ã o . E m a lg u n s c a s o s , p e r m itir á ao p a rtic ip a n te p ô r e m p rá tic a c erto s asp ecto s d a oração j á no trein am en to . O u tro s tip o s de p ro g ra m a s de tre in a m e n to d e o ra çã o j á e x isten tes ta m b é m p o d em ser úteis. P o r ex em p lo , o m in istério C ad a L a r p a ra C risto d isp õ e de u m a m u lti-h o ra E sc o la de O ração M u d e o M u n d o , a qu al D eus te m u sad o p a ra a tin g ir as v id as de q u ase u m m ilh ão de cren tes em m ais de c e m p a íse s. E sse tre in a m e n to o b je tiv a c o n c e n tra r to d a a a ten çã o em im p o rta n te s assu n to s relativ o s à oração, in clu in d o m an eiras p ráticas de
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO d e se n v o lv e r a o ração in d iv id u a l e a co n g reg acio n al. M ais recu rso s fo ram d e se n v o lv id o s p a ra o fe re c e r u m cu rso de tre in a m e n to d e 13 sem an as (co b rin d o u m trim estre, se u sad o sem a n a lm e n te ), o q u al po d e ser u sad o n u m a c la sse de E sc o la D o m in ic a l o u co m o c u rso b íb lic o de m e io de sem ana. O u tro s p ro g ram as de trein am en to se m elh an tes co m p ro p ó sito s sim ilares ta m b é m p o d e m e sta r d isp o n ív eis e m outros lu g ares, os quais sem d ú v id a serão m u ito prov eito so s p a ra m an ter em evid ên cia o m inistério d e o ração d a igreja. C laro que o elem ento essencial de tudo isso é fazer com que as pessoas orem ! E orando que aprendem os a orar. C om o L eonard R avenhill m uito bem lem bra os crentes: “L ivros sobre oração são bons, m as não bom o bastante. A ssim com o os livros culinários são bons, m as inúteis a m enos que haja com ida para fazer, assim é com a oração. P odem os ler um a biblioteca inteira de livros sobre oração e não serm os nem u m pouco poderosos n a oração. Tem os de aprender a orar, e tem os de orar para aprender a orar” .12
A Unção do Espírito Santo V isto que a g u e rra esp iritu al d e sta p resen te e ra to rn a -se a ca d a dia m ais acirrada, é ó bvio q u e nossas co n g reg açõ es precisam de um a ren o v ad a u n ção do E sp írito S an to de D eu s p a ra fa z e r fre n te aos crescen tes ataques do in im ig o . E p a ra q u e isso aco n teça, nós, p asto res, p rec isam o s retirarnos co m m u ito m ais fre q ü ê n c ia a n o sso s lu g ares rese rv a d o s p a ra oração particu lar. F alan d o sob re a ig re ja e su a lid eran ça, E. M . B ounds, declarou: “O q u e a ig re ja p re c isa h o je não é de m ais ou m elh o res m ecan ism o s, nem de no v as o rg an izaçõ es ou de m ais e m o d ern o s m éto d o s, m as de crentes a q u e m o E sp írito S anto p o ssa usar: cren tes de o ração , cren tes p o d ero so s n a o ração. O E sp írito S anto n ão se m a n ife sta p elo s m éto d o s, m as pelas p esso as. E le n ão v e m p elo s m ecan ism o s, m as p e las pesso as. E le n ã o un g e p lan o s, m as cren tes — cren tes de o ra ç ã o ” . 13 D e fato, n ão será n o ssa a b u n d â n c ia de p lan o s ou m éto d o s que, em ú ltim a in stân cia, d e se n c a d e ará o d e sp e rta m e n to e m n o ssas igrejas co m a r e s u l t a n t e e v a n g e liz a ç ã o d e n o s s a s c id a d e s e do m u n d o . S e rá o d erra m a m en to do p o d e r e d a p re se n ç a de D eu s, p elo seu E sp írito S anto, que c u m p rirá a G ran d e C o m issão de Jesu s e tra rá o seu R ein o d e fin itiv a e p le n a m e n te a este p la n e ta (cf. A p 11.15). C o m o P au l B illh e im e r n os reco rd a: “D o p o n to d e v ista ce lestia l todas as v itó rias e sp iritu ais j á fo ram gan h as, não p rim a ria m en te no p úlpito, nem p rim a ria m e n te n a b rilh a n te lu z da p u b lic id a d e , n em a in d a pelo clan g o r o sten to so das tro m b etas, m as no lu g a r secreto d a oração. O único p o d e r q u e v en ce S atan ás e lib e rta as alm as das fo rta le zas d iab ó licas é o p o d e r do E sp írito S anto, e o ú n ico p o d e r q u e lib era o p o d e r do E sp írito S an to é o p o d e r d a o ração q u e c rê ” .14 A m ad o líder, fa ç a d a o ração o p rin cip al te m a em to dos os p lan o s e e s tra té g ia s p a ra su a c o n g re g a ç ã o , n ã o a p e n a s p a ra o c re s c im e n to e d esen v o lv im en to d a ig reja, m as tam b ém p a ra o p o ten c ial q u e ela tem em alcançar a cidade (e o m undo) co m as B oas N ovas de C risto Jesus. P ortanto, d ed iq u e-se à oração e a e n sin a r os o u tro s a orar. A final de contas, a oração está n o âm ag o d a co lh e ita d e alm as!
264 O PASTOR PENTECOSTAL
Avivamento através Je Oração e Jejum Robert W. Rodgers o D ia de P e n te c o ste s, P ed ro cito u o p ro fe ta Joel: “E h á de ser que, depois, d erram arei o m eu E sp írito sobre to d a a carne, e vossos filhos e vossas filh as pro fetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jo v e n s terão v isõ e s” (J1 2.28). Je ru sa lé m e sta v a a p in h a d a de ju d e u s do m u n d o inteiro. E les tin h am v in d o p a r a o f e r ia d o n a c io n a l. A s m u ltid õ e s r e u n id a s e s ta v a m m arav ilh ad as, p o rq u e tin h a m ou v id o cren tes cheios do E sp írito fala re m nos diversos idiom as dos visitantes. O s 120 falaram pelo m enos 16 idiom as. Q u an d o in v estig am o s as d iferentes nações rep resen tad as, v erificam o s que u m su b seq ü en te a v iv a m e n to d isse m in o u o E v an g e lh o de C risto em cad a u m d aq u eles países. U m dos idiom as falados era proveniente da M esopotâm ia ou d a A ssíria. O s assírios invadiram Israel e levaram m uitos ju d eu s para a A ssíria (2 Rs 17.6). D epois do Pentecostes, os ju deus assírios retom aram à M esopotâm ia cheios do E spírito Santo e contaram a todos sobre a ressurreição de Cristo. Então, m ais tarde, o apóstolo Tomé chegou àquela região e pregou o Evangelho aos assírios. M anteve sua m issão apostólica até 45 d.C., 12 anos depois da ascensão. Posteriorm ente, dirigiu-se à índia, a fim de com eçar ali seu ensino pioneiro e cristão. Os resultados de sua obra ainda podem ser vistos em M alibar, índia, sob orientação do atual arcebispo assírio M artem ateuss. O s m is s io n á rio s a s s írio s le v a ra m a m e n s a g e m de C risto até aos lo n g ín q u o s lu g ares d o m un do: T ibete, M o n g ó lia, C hina, Jap ão , In d o n é sia e E tió p ia. A ig re ja assíria ou, co m o h o je é co n h ecid a, a A n tig a Ig reja A p o stó lic a do O rien te fo i u m a das m ais fo rtes igrejas cristãs do m undo. A tu a lm e n te , h á três m ilh õ es d e cristão s assírios. E sse fo i o p rim e iro e ún ico av iv am en to m u n d ia l qu e esta te rra hab itad a p resen cio u . O av iv am en to de Jo h n W esley a b ran g eu som ente a In g la te rra e os E stados U nidos. G eorge W hitefield foi para os E stados U nidos e pregou p o r to d o o país, sa c u d in d o a n ação p a ra C risto. C on tu d o , o av iv am en to n em m esm o a trav esso u o can al da M a n ch a p a ra a tin g ir a F rança. F o i u m d erra m a m en to re g io n a l d o E sp írito S anto. O av iv am en to galês que se deu com E van R oberts tam bém foi um m ovim ento regional de D eus, alcançando
N
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO u m raio de apenas p o u c o m ais de cem q u ilô m etro s. Q u an d o E v an R o b erts m o rreu , h a v ia so m en te 15 p esso a s em seu enterro .
Jejuando no Cenáculo T enho p a ra m im que no D ia de P en teco stes a ig reja e sta v a em je ju m no C enáculo. F u n d am en to essa co nclusão em três o bservações. A prim eira, en co n tra -se n a d eclaração de M arco s 2.19,20: “P o d em , p o rv e n tu ra, os filhos das b o d as je ju a r, e n q u an to e stá co m eles o esp o so ? E n q u an to têm co n sig o o esp o so , n ão p o d e m jeju ar. M as dias v irão em que lhes será tirad o o esp o so , e então je ju a rã o n aq u e le s d ia s” . Jesus declaro u que seus d iscíp u lo s (os filh o s das b o d as ou da câm a ra n u p cial) não p o d iam je ju a r e n q u an to E le estiv esse com eles. E n tre ta n to , q u an d o o E sp o so (Jesus) ascen d esse ao céu, então seus d iscíp u lo s je ju a ria m . P o rtanto, sabem os que Jesus esp e ra v a q u e seus d iscíp u lo s je ju a sse m . M as q u an d o co m e çaram a je ju a r? A c re d ito q u e te n h a m c o m eçad o im e d ia ta m en te . E les je ju ara m . B u sc ara m a d ireção e o rien tação de D eus. D essa m aneira, in icio u -se u m tem po sistem ático de je ju m p a ra a Igreja. O seg u n d o m o tiv o que m e faz c rer q u e os d iscíp u lo s e stav a m je ju a n d o no D ia de P en teco stes é o tex to que p reced e a p ro fe c ia de Joel. P edro citou e sta p ro fecia: “E h á d e ser que, d e p o is...” (J1 2 .2 8 ). D ep o is do quê? Jo el 2.15 resp o n d e: “T ocai a b u z in a em S ião, san tificai u m je ju m , p ro clam a i u m d ia de p ro ib iç ã o ” . E m seg u id a, v iria u m tem p o de a rrep e n d im en to e relacionam ento restaurado com D eus. D epois disso, ocorre a b em conhecida p ro fecia de u m fu tu ro P en teco stes. O s o u v in tes de P ed ro d ev ia m estar fam iliariz a d o s co m to d o o c o n tex to d a citação de Joel. D esse m odo, o p a r a le lo s u g e r e m u ito f o r te m e n te q u e e le s e s ta v a m e m je ju m . O d erra m a m en to do E sp írito S an to seg u iu -se a esse jeju m . A terceira razão p e la qual acredito que eles estav am jeju a n d o relacionase c o m a d e c la ra ç ã o de P e d ro à m u ltid ã o : “E ste s h o m e n s n ã o estã o em b riag ad o s, co m o vós p e n sa is, sen d o e sta a te rc eira h o ra do d ia ” (A t 2.15). A Ig reja, até o sécu lo V I e m esm o p arte do século V II, je ju a v a nos dias em que p a rtic ip a ria d a C eia do Senhor. Os crentes je ju a v a m até as três h o ras da tard e p a ra se lim p a re m e p u rific a re m p a ra o culto de S anta C eia, q ue se re a liz a ria n a q u e la m e sm a n o ite na igreja. E ssa p rática foi ap ren d id a dos ju d e u s o rto d o x o s, q u e faziam m eio je ju m : n ão co m en d o até depois das três h o ras da ta rd e em seus feriad o s ju d a ic o s especiais. Os ju d e u s orto d o x o s fa z ia m suas o raçõ es, liam a T orá e en tão, dep o is das três da tarde, reuniam -se nos dias de festa. E ra assim que João W esley adm inistrava seu je ju m na Igreja M etodista. Seus seguidores je ju a v a m às quartas e sextasfeiras de c a d a sem an a até às três h o ras d a tard e. D ep o is d esse h o rário , com iam . E sse p ro ced im en to ch am av a-se m eio je ju m . P edro e stav a apenas dizendo: “S ão só n ove horas da m an h ã e nós, sen d o ju d e u s, je ju a m o s até às três horas d a ta rd e ” .
U m a Igreja que Jejua A lg r e ja P rim itiv a era u m a ig reja que je ju a v a . E m A tos 13, en q u an to os cren tes esta v a m je ju a n d o e o ran d o , o E sp írito S an to req u ereu a sep aração
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266 O PASTOR PENTECOSTAL de P au lo e B arn ab é p a ra se rv irem n a o b ra com o a p ó sto lo s e m issio n ário s (A t 13.2). E m A to s 14, c a d a ig re ja que era fu n d ad a je ju a v a e orava. “E, h av e n d o -lh e s p o r co m u m co n sen tim e n to eleito anciãos em cad a igreja, o ran d o c o m je ju n s , os e n c o m e n d aram ao S en h o r em q u em h av ia m c rid o ” (A t 14.23). P ortanto, o je ju m era esperado e p raticado pela Igreja Prim itiva. O m ais an tig o liv ro e x isten te p u b lica d o sobre o assunto do je ju m é H oly E xercise O fA True F a st (O E xercício Santo de um Verdadeiro Jejum ), escrito em 1580 p o r T h o m as C a rtw rig h t.1E sse m in istro p u ritan o p ercebeu que o je ju m era u m a o rd e n a n ça de D eus. S ua c o n v icção e sta v a b asead a em L ev ítico 16.29-31, o nde e n co n tram o s as p alav ras “estatu to p e rp é tu o ” . C a rtw rig h t c o n clu iu q u e o je ju m an u al ju d e u feito no D ia d a E x p iação d e v e ria ser o b se rv a d o p elo s cristãos. E le d esc o n sid e ro u a v in d a de C risto e as p ro m e ssa s do E v an g elh o , in sistin d o que aos cren tes ainda é exigido u m d ia an u al de h u m ilh a ç ã o pessoal.
U m a D isciplina E spiritual para Todos os Crentes N ã o c o n c o rd a m o s c o m as c o n c lu s õ e s de C a rtw rig h t. E n tre ta n to , acred itam o s que o je ju m é m esm o um d ev er dos crentes. N ão apenas Jesus disse: “E n tão je ju a rã o n aq u eles d ia s” (M c 2.20), o que sig n ifica que os cren tes d ev e m je ju a r h o je, m as em M ateu s 6.1-18 n o sso S en h o r en sin o u que o je ju m é u m a o b rig ação dos cristãos. Jeju ar d ev eria ser pro ced im en to n a tu ra l do d iscip u lad o . T em os de je ju a r p ela m esm a razão que oram os. Jesus abo rd o u o je ju m em associação co m a oração e donativos. M ateus 6 declara: “Q uando tu deres esm o la” , “quando orares” e “quando je ju a re s” . O je ju m é in c u m b ê n c ia a to d o s os discíp u lo s de Jesus. A P a la v ra de D eus não d iz c o m que fre q ü ê n c ia dev em o s je ju ar, m as c ertam en te devem os fazê-lo . D a m e sm a fo rm a q u e a oração é um dever, o je ju m é u m dever. D a m e sm a fo rm a q u e D eu s esp e ra que dem os o fertas p a ra sua o b ra e d o n ativ o s p a ra os n ec e ssita d o s, D eus ta m b ém esp era que jeju e m o s. E m 1988, to rn e i-m e p a s to r d a E v a n g e l C h ristia n L ife C e n te r em L o u isv ille, K entucky. N o ssa ig reja tin h a m ilhões de dólares em dívidas. A p a re n te m e n te n ão h av ia n e n h u m a m an eira de faz er os p a g am en to s da h ip o teca. D u ran te e ssa épo ca, a freq ü ê n cia aos cu ltos h av ia caído, e eu era o novo p a sto r que e n fre n ta v a u m a situação m u ito difícil. P ed i aos m em b ro s d a co n g re g a ç ão que se ju n ta sse m co m ig o em u m je ju m de 21 dias. D isse-lh es q u e je ju a s s e m u m a re fe ição p o r dia du ran te os 21 dias. Jeju ei to d a a p rim e ira sem ana. R acio cin ei que três re fe iç õ es p o r dia vezes sete e q ü iv a lia m aos m eu s 21 dias. C o n tu d o , ao térm in o desse p eríodo, sen ti-m e im p u lsio n a d o a je ju a r u m a segunda sem an a e d epois a terceira sem ana. Je ju e i todos os 21 d ias só de líq u id o s. A q u ela altura, n o ssa ig reja in ic io u u m p ro c e s s o de re c u p e ra ç ã o m ila g ro sa . A e n tra d a de o fe rtas au m en to u , a fre q ü ê n c ia aos c u lto s p asso u a cresc er e pelo m eio do verão c o m eçam o s a p ô r a ig reja to d a em je ju m du ran te os três p rim eiro s dias de ca d a m ês. S ep aram o s a p rim e ira seg u nda, te rç a e q u arta -fe ira de ca d a m ês p a ra je ju a r. D e p o is fiz e m o s u m c u lto d e lib e rta ç ã o . H a v ia ta n ta s p e sso a s re u n id a s p a ra o culto, q u e eu m al co n se g u ia en trar n a igreja. D uas p essoas fo ra m cu rad as de câncer. D ep o is u m a m u lh e r c o m u m g ran d e tu m o r na
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO p a n tu r r ilh a d a p e rn a , do ta m a n h o d e u m a to r a n ja , fo i c u ra d a m ilag ro sam en te. V isitan te de u m a ig re ja b atista, ela tin h a vindo em b u sca d e o r a ç ã o . Q u a n d o c h e g o u a c a s a , d e s c o b r iu q u e o tu m o r tin h a d esa p a re cid o . E la v o lto u e m o stro u -n o s o lu g a r do tum or. E ra co m o se tivesse o co rrid o u m a cirurgia: h a v ia u m en talh e onde o tu m o r tin h a estado. N aq u ele ano 37 p esso as fo ram cu rad as de c â n c e r em no ssa igreja. A ig reja co m eço u a e x p e rim e n ta r en o rm e crescim en to . N o an o se g u in te , p e d i n o v a m e n te à ig re ja q u e je ju a s s e . Q u a to rz e p esso as c o m p le ta ra m o je ju m de 21 dias só de líq u id o s. M u ito s o u tros je ju a ra m p o r p e río d o s m en o res. N o o u tro ano, cin q ü e n ta je ju a ra m du ran te os 21 dias. N o an o q u e se seg u iu a esse, 79 fiz e ram um je ju m de 21 dias só de líquidos. N o ano seguinte, 263 p esso as co m p letaram os 21 dias de je ju m só de líq u id o s. O s resu ltad o s fo ram m iraculosos. T em os visto nossa congregação quase que tresd o b rar em term os de freqüência. N ossas finanças triplicaram . C reio q ue a v itó ria veio p o rq u e n o ssa ig reja fez o fertas, orou e je ju o u . Je ju a r é o m aio r ex p ed ien te p a ra o crescim en to d a ig reja q ue alguém po d e usar. A trai o p o v o . U n e a ig re ja . L ib e ra a u n ç ã o do E sp írito S a n to d e m a n e ira in co m p aráv el. C laro q u e não é o ritu a l do je ju m que traz a v itória. É a in te n sid a d e e seried ad e d a o ração d e m o n stra d a em nos d e sfazerm o s de to do s os im p e d im e n to s e d istraçõ es p a ra jeju ar.
Jejum Congregacional Q uan d o estu d o M ateu s 6, fico co n v en cid o de que nosso p rim eiro je ju m d ev e ser o je ju m co n g re g a c io n al. O je ju m secu n d ário é o je ju m particular. N a cláu su la, “q u an d o tu d eres e sm o la ” (M t 6 .2,3), é u sad o o p ro n o m e p esso al d a se g u n d a p e sso a do sin g u lar tu. “Q u an d o o ra re s” (M t 6.5,6), n o v a m e n te é u sa d o o p ro n o m e p e s s o a l s in g u la r tu (o cu lto ); m as, no v ersícu lo 7, diz: “O ran d o , n ão u se is” , n o te q u e aq u i é utiliza d o o p ro n o m e p e s s o a l d a s e g u n d a p e s s o a d o p lu r a l v ó s (o c u lto ). E x is te a o ra ç ã o in d iv id u a l, b e m co m o a o ração co m as o u tras p essoas. Jesu s ressalto u o o ra r so zin h o , m ais do q u e o o rar co m o u tras pesso as. H á certas coisas m u ito p e sso a is q u e v o cê n ão q u e r q u e os o u tro s saibam , p o r isso não ex p re ssa e m v o z alta suas o raçõ es q u an d o h á p esso as ao redor. Jesu s d estaco u o je ju m co n g reg acio n al: “Q u an d o [vós] je ju a rd e s” (M t 6.16). E m ais fácil je ju a r q u an d o se e stá je ju a n d o c o m ou tras p essoas. A lém disso, h á um au m en to d a u n ção e d a p ercep ção da p rese n ça de D eus, q u an d o se je ju a c o m u m g ru p o de p esso as. U m p o d e e sta r je ju a n d o p o r cura, outro p o r m elh o ra financeira, outro pela salvação de alguns fam iliares. Você p o d e ser a b e n ço ad o fin an ceiram en te, p o rq u e o u tra p e sso a estav a oran d o p o r essa n e c e ssid a d e e fo i ab en ço ad o . Você rec eb e u p arte d essa bênção . T am b ém creio q u e é m e lh o r je ju a r e m gru p o, p o rq u e fo rta lece a u n ião d a igreja. H á a fo rm ação de v ín cu lo s e am izad es n a co n g reg ação . V ocê se su rp re e n d e rá co m as p esso a s q u e p a rtic ip a rão de u m je ju m g eral c o m a igreja. O s te ste m u n h o s das p esso as q u e je ju a m são ev id ên cias do que D eus faz q u an d o os cren tes je ju a m e oram . Q u atro dos filhos ad u lto s de u m a
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O PASTOR PENTECOSTAL das irm ãs de n o ssa ig re ja a ceitaram Jesu s du ran te o je ju m . P esso as fo ram cu rad as de d iab etes, d o en ças c ard íacas, câncer, su rdez e até cegueira. C asam en to s fo ram restau rad o s. M uitos tiveram suas situ açõ es fin anceiras m elh o ra d a s sen siv elm en te. E m n o ssa ig reja, m ais p esso as estão sendo salvas a cad a m ês do q u e há um ano. T rata-se de u m verdadeiro avivam ento. E sta m o s v iv e n d o o p e río d o q u e an tec ed e a v in d a do Senhor. P ela p rim e ira v ez d esd e o D ia de P en teco stes estam os co m eçan d o a pre sen c iar u m av iv am en to m u n d ial. É tem po de sua ig re ja je ju a r e reiv in d ica r sua cid ad e p a ra D eus. O je ju m p ro p o rc io n a realiza çõ e s que de o u tra fo rm a n u n c a aco n teceriam .
Alcançando s Discipulaido Povos je Outras Etnias Jesse Miranda ecen tem en te, o a p re se n tad o r de te lev isão d a A B C , re d e de telev isão am ericana, su rpreendeu alguns dos telespectadores quando observou q u e to d as as n a ç õ e s p a rtic ip a n te s dos Jo g o s O lím p ico s tam b é m tin h a m re p re se n ta n te s en tre os m o ra d o re s de L o s A n g eles. D e u s está in te rn a c io n a liza n d o as cid ad es n o rte-am e rica n as de n o ssa geração. A lg u n s anos atrás, falan d o em certa co n v en ç ão m issio n á ria rea lizad a em u m a co n g re g a ç ão das A ssem b léias de D eus em Sandy, O regon, disse: “E sta n o ite h o sp e d e i-m e n u m hotel de p ro p rie d a d e de u m h o m e m de neg ó cio s p aq u istan ês. U m p a sto r cu b an o (da co n g reg a ção hisp ân ica) veio m e ap a n h a r em u m ô n ib u s alem ão a ca m in h o de u m a p lan ta ção ja p o n e sa de m o ran g o s p a ra tra z e r os tra b alh a d o res m ex ican o s a u m a cong reg ação an g lo -a m e rica n a , p a sto re a d a p o r u m m in istro italiano, p a ra o u v ir a m im , um m ex ican o -am erican o , pregar. O s E stad o s U n id o s v erd ad eiram en te são ‘u m a n ação de n a ç õ e s ” ’. A Ig re ja receb eu a seg u in te ord em do S en h o r Jesus: “Ide p o r to d o o m undo, p reg ai o ev an g elh o a to d a criatu ra” (M c 16.15). M as h o je o m undo e stá b e m ao n o sso lado. Isso não n e g a n o ssa re sp o n sa b ilid ad e de ir ao m u n d o . E n tre ta n to , e ssa situ ação d iz-n o s que o cam p o m issio n ário nos é ap resen tad o n a fo rm a de g ru p o s étnicos resid e n tes dentro de n o sso país. H á u m a g ran d e n ec e ssid a d e de u m ex ten so p ro g ram a de estab elecim en to de ig rejas e am plo esfo rço m issio n á rio em n o ssa nação.
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UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO
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A lgum as C onsiderações Gerais Jesu s e sta v a no m eio de u m a c o lh e ita é tn ic a q u an d o , em S am aria, ex o rto u seus d iscíp u lo s: “L e v a n ta i os v o sso s olh o s e v ed e as terras, que já estão b ran cas p a ra a ce ifa ” (Jo 4 .3 5 ). Jesu s deve ter lev ad o seus d iscípulos in te n c io n a lm e n te a S a m a ria p a ra d ar-lh es e ssa lição. E les p recisa v a m p erc eb e r que a co lh e ita n ão se e n c o n tra v a ap en as e m sua cu ltu ra, raça e gru p o só cio -eco n ô m ico . O p lan o de D eu s p a ra a salv ação do m undo não po d e ser d efin id o n essas co n d içõ es. O “to d o a q u e le ” de Jo ão 3.16 é u m a p ala v ra cru cial p a ra a Ig reja da atu alid ad e. M ais de cem grupos étnicos v iv em n os E stad o s U n id o s, c a d a q u al falan d o u m id io m a d iferente. O n ú m ero c rescen te de etn ias d ev eria fazer-n o s re c o n sid e ra r n o ssa atitude p ara co m elas. U m a g ran d e m u d an ça te m de o c o rre r em n o ssa filo so fia m issionária. Já não podem os m ais p ensar som ente em term os de m acrovisão de alguns grupos principais; tem os de adotar um a m icro visão, concentrando n o ssa aten ção nos m u ito s su b g ru p o s d en tro de n o ssa nação. A lém disso, h á um aum ento de n acionalism o entre esses grupos. A lguns chegam a dizer que está ( ( -----------------------------------------ocorrendo u m avivam ento étnico. Isso significa que os grupos culturais estão q uerendo se sentir com o p arte do todo; q u erem ser aceito s com o iguais, e não com o u m elem ento estrangeiro. Eles não estão p ed in d o se p aração ou “p a rtiç ã o ” no m odo de v id a am ericano. N ão estão req uerendo um lugar no qual possam existir separados do coipo principal. E n tretanto, d esejam a chance de buscar a liberdade dos seus próprios valores e h erança ------------------------------------------culturais dentro da igreja e do país. N o p a s s a d o , o s g r u p o s im i g r a n t e s q u e en tra ra m nos E stad o s U n id o s e sp erav am ser assim ilad o s e aculturados. E m 1909, Israel Z a n g w ill d isse que “os E stad o s U nidos são o cad in h o de D eus, o lu g a r o nde to d as as raças são m istu rad as e re fo rm a d a s” . P orém , cem anos d ep o is, os g ru p o s im ig ran tes são m ais re sisten te s a m u danças, p referin d o m an ter seus d istin tiv o s cu ltu rais. A d e n o m in ad a aldeia glo b al é um a realid ad e nas m en tes dos n ovos im ig ran tes à m ed id a que o tem po e as distân cias têm d im in u íd o . O s im ig ran tes de h o je não estão ap artados de suas raízes nacionais pela d istância e pelo tem po com o estavam os prim eiros im igran tes. Os m o d ern o s m eio s de tra n sp o rte e co m u n icação p e rm ite m que as p esso as m a n ten h a m co n tato co m su a p á tria e entes queridos. O que isso im p lic a p a ra a Ig re ja cristã? R e p re se n ta o d e safio de ter u m m a io r en te n d im e n to dos gru p o s étnicos e de afin ar ad eq u ad am en te nosso m in isté rio p a ra alcan çá-lo s. O s m ito s d e v e m ser sub stitu íd o s pelo ensino apropriado. B arreiras culturais, com o a língua, os valores e as classes devem ser superad as. U n id ad e não é sin ô n im o de u n ifo rm id ad e. U n id ad e q u er d izer ac e ita r os o u tro s do m o d o co m o são. S ig n ifica p e rm itir d iferenças, fa zer aju stes em relação àq u eles q u e p o d e m e sta r em d iscrep â n cia co m n o ssa cu ltu ra e am ar uns aos o u tro s e m m eio à d iv ersid ad e. O d e s a f io é tn ic o é m a io r e m a is c o m p le x o do q u e ja m a is fo i. H isto ric a m e n te , o estilo de v id a a m erican o tem ig n o rad o os d iferentes
Temos de concentrar nossa atenção nss subgrupos de nossa nacão
270 O PASTOR PENTECOSTAL g ru p o s étn ico s. A in d a que tais g rupos sem pre te n h a m feito esfo rço s para se r a c e ito s , fo ra m re p e tid a m e n te re je ita d o s . N o p rin c íp io , e ra m os irlan d eses, os italian o s e os ju d eu s. H o je são os afro -am erican o s, os índios am erican o s, os h isp ân ico s e os asiáticos. O s gru p o s étn ico s re a g ira m à re su lta n te m a rg in a liz a ç ã o d e d iv ersas m an eira s, ad o tan d o u m a am p la v a rie d a d e de re açõ es e p o siçõ es. P o r ex em p lo , os g rupos a fro -am erican o s p re fe re m a in teg ra çã o , os g rupos h isp ân ico s e asiático s, o in su la m en to , e os in d íg en as am erican o s, o isolam ento. E ssa su p er-sim p lificação d á um v is lu m b re ao s p ro b le m a s d a d iv e rsid a d e , m a rg in a liz a ç ã o e n ív e l de e n v o lv im e n to ex ib id o s entre os g rupos étnicos. C om o po d e se supor, cad a g ru p o é tn ic o m a n té m -se a u m a d istâ n c ia d ife re n te , p o r c a u sa d e sua in ig u a lá v e l p o siç ã o h istó rica, id io m a e cultura. S e a ig r e ja te m d e a lc a n ç a r os m e m b ro s do s g ru p o s é tn ic o s da atu alid ad e, p re c isa c o n sid e ra r o nível de en v o lv im e n to que p ro cu ra rá ter c o m essas co m u n id ad es. A e straté g ia p ara a lca n çar os n ão -co n v ertid o s fo i tra d ic io n a lm e n te a p re se n ta d a e m três pês: P resença, P roclam ação e P ersuasão. A p ro c la m a ç ã o do E v a n g e lh o aos n ã o -c ristã o s, c o m a in te n ç ã o e e sp e ra n ç a de que v e n h a m a se arrep en d er, a c e ita r a Je su s e se u n ir à co m u n id ad e do R ein o de D eu s, é fu n d am en ta l ao evan g elism o . Isso não im p ed e a d em o n stração v isív el (ações sociais) do E v a n g elh o , v isto que o a n ú n cio do R ein o feito p o r Jesus foi em p ala v ra e ação. E v a n g elism o e ação so cial n ão são id ên tico s, co n tu d o os cristãos são ch am ad o s a fazer am bos. Isso é p articu larm en te verdade nos relacionam entos com as pessoas d e o u tras etnias. O E v a n g e lh o co rp o rificad o de C risto re q u e r a p re se n ça físic a dos cren tes n a co m u n id ad e dos não -salv o s. M éto d o s d istan tes e im p esso ais de alcan çar os n ão -cren tes, com o o rádio, a telev isão e outros m eios sem elh an tes, tê m seus resu ltad o s, m as os m elh o res resu ltad o s obtid o s são aqueles em que a ig reja e stá pesso alm en te envolvida. M u ito s dos m étodos atuais em pregados pa ra alcançar as pessoas de o u tras etn ias têm se re v e la d o u m fracasso. A taq u es de “g u e rrilh a ” , g u e rra s-re lâ m p a g o s e v a n g e lístic as, e x c u rsõ es de u m ou dois d ias etc. ren d em poucos frutos. O s b enefícios têm sido m aiores (com o são os custos) p a ra aq u eles que p a rtic ip a m nos ev entos do que p a ra aq u eles a q u em se in te n c io n o u alcançar. Isso é e sp e cia lm en te verd ad e, p o rq u e as p esso a s de o u tra s e tn ia s n ão e s ta b e le c e m re la ç õ e s c o m e stra n h o s em u m a te rra e stra n g e ira de m a n e ira p ronta. A s p esso a s n ativ as m u itas vezes tê m m edo de le v ar o E v a n g elh o a um g ru p o étn ico . G ran d e p a rte d essa atitu d e é c au sad a p e la ig n o râ n cia que tê m sobre u m a co m u n id a d e em particular. É m u ito im p o rta n te ter u m m e lh o r en te n d im e n to do q u e é fato e do que é ficção ace rc a do g ru p o que e stá sendo ev an g elizad o . Ig u alm e n te im p o rtan te é u m a co m p reen são das d iferen ças b ásicas do g ru p o étnico que se d eseja alcançar. A H istó ria tem nos aju d ad o a fo rm a r a id e n tid ad e dos grupos.
Uma Terra de Im igrantes N ão h á n en h u m g ru p o in d íg en a no co n tin e n te dos E stad o s U nidos. A firm a-se q u e os n ativ o s am erican o s a trav essaram o estreito de B erin g no
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO A la sc a e, d esse m o d o , to rn a ra m -se os p rim e iro s h a b itan tes d e ssa terra. D esd e então, h o u v e três p rin cip ais ondas de im ig ração ao país. Todos esses m o v im e n to s esta v a m lig ad o s, fo sse p e la b u sca d a lib erd ad e, fo sse p ela co n q u ista d a p o breza. T rata-se de u m a e x p eriên cia h u m an a co m u m a todos os grupos. T odos os g ru p o s são o re su lta d o de u m a ou de o u tra o n d a de im igração . A p rim eira onda consistiu em im igrantes norte e sul-europeus. C ristóvão C o lo m b o fo i en v iad o p e la E sp a n h a p a ra o n o v o m undo. O s im ig ran tes p ro v e n ie n te s d a In g la te rra à p ro c u ra d e lib e rd a d e re lig io s a são b e m co n h ecid o s d a h istó ria am erican a. M en o s n o tó rio é a se g u n d a m a io r on d a d e im ig ra ç ã o fo rm a d a p o r v á ria s m ig ra ç õ e s d o M é x ic o , in ic ia d a nos p rim e iro s anos do sécu lo X X e p ro lo n g a d a p o r c in q ü en ta anos. Im p elid a p ela re v o lu ç ã o em su a te rra n atal ou a tra íd a p o r op o rtu n id ad es de trab alh o nos E stad o s U n id o s, d esd e en tão o flu x o não cessou. A terc eira e m ais recen te g ran d e on d a de im ig ração ocorreu nas últim as duas décadas. D esd e os anos de 1980, a im ig ra ç ã o d a A m é ric a L atin a, d a Á sia e do C a rib e levou p o r ano u m m ilhão ou m ais de estrangeiros (com ou sem docum entos) p a ra os E stad o s U nidos. Isso e x p lica, em p a rte , até a d iv e rsid a d e ex iste n te den tro dos m uitos gru p o s étn ico s q u e h o je m o ra m n o p aís. A ex te n sã o d a assim ilação e da so cied ad e d e c a d a g ru p o v a ria g ran d em en te. O e sp ectro este n d e -se desde os im ig ra n te s re c e n te m en te ch eg ad o s até aos q u e v iv em n esse p aís p o r geraçõ es. Tal é o c aso d o s h isp ân ico s: h á aq u eles q u e ch e g aram o n te m à no ite ou n a sem an a p assad a, e h á aq u eles q u e são os d escen d en tes dos e x p lo ra d o re s e sp a n h ó is q u e p re c e d e ra m o M a y flo w e r e h a b ita v a m o territó rio m e x ic a n o q u e se to rn o u o S u d o este dos E stad o s U nidos. C ad a e x p e riê n c ia e p e rsp e c tiv a de v id a v a ria im en sam en te. O s im ig ra n te s m ais v e lh o s têm m u ito m ais em c o m u m do q u e os im ig ran tes d as d uas ú ltim as o n d as de im ig ração . E ssas ch eg ad as m ais recentes en tram nas seguintes categorias: viajantes, que acabaram de chegar ao p aís; o g ru p o m a rg in a l, q u e n ão se aju sta n e m no an tigo país n em n a no v a terra; os en tristecid o s, q u e se re sse n te m do seu p red ic am e n to social; os fu g itiv o s, que q u erem ab an d o n ar as características culturais de sua p átria e e sfo rç a m -se p o r a d o ta r o estilo d e v id a do n o v o país; e, fin alm en te, h á aq u eles q u e fo r a m c o m p leta m en te a ssim ila d o s pelo m odo de v id a da no v a terra.
Considerações M inisteriais Q u a is as i m p li c a ç õ e s d e s s a s r e a l i d a d e s é tn ic a s p a r a n o s s a s op o rtu n id ad es m in iste ria is? P rim eiro , as cau sas p rim árias do fracasso em m in is tr a r a o s g ru p o s é tn ic o s sã o a f a lta d e c o n h e c im e n to e v is ã o . H isto ric a m e n te , a ig re ja tem sido d ilig e n te em e stu d ar e a tra ir as p esso as no cam p o m issio n á rio , m as seu in te re sse e in ten sid ad e d im in u e m u m a vez q u e essas m esm as p esso as este ja m e m solo am ericano. N este capítulo, procuro lan çar alg u m a luz nas sem elhanças e igu ald ades dos grupos étnicos dos E stad o s U n id o s, a fim de d isp e rsa r o m ed o e a ig n o râ n cia que p o ssa m existir. N ão d ev e ser seg red o q u e todos os g ru p o s raciais e étn ico s que
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272 O PASTOR PENTECOSTAL h o je v iv e m n os E stad o s U n id o s tiv e ra m u m in ício sem elh an te. E m certa ép o ca, todos éram o s estran g eiro s. P o r ou tro lado, todo grupo e su b g ru p o é in ig u aláv el. Q u an d o , co m o e p o r que u m d eterm in ad o g ru p o p artiu para esse p aís e suas e x p eriên cias d esd e que ali ch eg a ra m to rn am -n o único. A q u e stã o de ser o in g lês a p rim e ira ou a seg u n d a lín g u a tam b ém é ex c lu siv a a m u ito s g ru p o s q u e h o je re sid e m nos E stad o s U n id o s e p o d e c o n stitu ir em d esafio p a ra a p rim e ira ou seg u n d a geração. M as não é in su p eráv el. O u tra c h a v e p a ra o su cesso em m in istra r aos po v o s d e outras etn ias é u m p o s i t i v o s e n s o d e d i r e ç ã o . A s c o n g r e g a ç õ e s a f l i g i d a s p e lo desvan ecim en to ou letargia precisam de um a redefinição do papel da igreja, u m a filo so fia m in iste ria l se n satam en te b aseada. M u ito s dos esfo rço s em a lc a n ç ar os p o v o s de o u tras e tn ia s fracassam , p o rq u e são ap en as ev entos d irig id o s. M as os im p e ra tiv o s ap resen tad o s a se g u ir p o d e m aju d ar um m in isté rio a ser b e m -su c e d id o : (1) as p rio rid a d e s b íb lic a s d e v e m ser e stab elecid as, (2) o c o n tex to m in isterial d ev e ser in v estig ad o , (3) o grupo o u g r u p o s e m m i r a d e v e m s e r i d e n t i f i c a d o s , (4 ) a s d if e r e n ç a s d en o m in a c io n a is d ev e m ser co n tex tu a liz ad as (ou seja, relac io n ad as co m ca d a cu ltu ra étn ica) e (5) os recu rso s m in iste riais dados p o r D eus dentro d a co n g re g a ç ão d ev em ser ativados. U m a d eclaração de filo so fia de m in isté rio é m ais do que um p ro d u to h u m an o . É o fru to d a b u sc a c o n g reg a cio n al d a v o n ta d e d e D eu s e do su rg im en to de u m tin o m ais n ítid o do p ro p ó sito e d a p ró p ria id en tid ad e. A m b o s s ã o c o n d iç õ e s p r é v ia s e s s e n c i a i s p a r a s e r v ir m o s c o m o c o o p e ra d o res d e D e u s (1 C o 3.9; 2 C o 6.1). A lém disso, e ssa filo so fia de m inistério deve ser culturalm ente pertinente ao grupo que se busca alcançar. Q uan d o os m em b ro s de u m a co n g reg ação lan çam -se a m in istra r dentro de u m a c o m u n id a d e étn ica, estã o u sa n d o seu s d o n s e serv in d o co m o co o p erad o res de D eus. M as, p a ra quê? C o m que p ro p ó sito ? E stã o eles b u sc a n d o q u e h a ja d e c isõ e s n a co m u n id ad e é tn ic a ou estão p ro cu ran d o f a z e r d is c íp u lo s l P re te n d e m e v a n g e liz a r as p e sso a s e d e ix á -la s sem v ínculos ou as in co rp o ram n a congregação patro cin ad o ra e as servem com o p a rte d ela? A lín g u a ou a cu ltu ra com o elem en to s lim itad o res são levadas e m c o n sid e ra ç ão ? O u a in te n ç ão é m eram e n te fo rm a r u m a ig reja étn ica n a q u e la co m u n id a d e ?
Considerações sobre o Crescimento A ig re ja é o d e síg n io de D eus p a ra o d esen v o lv im e n to dos cren tes até a m e d id a d a e sta tu ra c o m p le ta de C risto. Q u alq u e r co isa ab aix o d isso não é a v o n tad e d e D eu s. M u ito s p o vos étn ico s estão sendo ev an g elizad o s, m as n ão d iscip u lad o s. E sta b e le c er igrejas que p o ssa m g a n h a r e d isc ip u lar os co n v ertid o s d ev e ser a m e ta d a ig reja d a atualidade. M em b ro s de igrejas su b d e se n v o lv id a s d e b ilita m o C o rp o de C risto no m undo. E atrav és da ig re ja lo c a l q u e o d isc ip u la d o aco ntece. D e v em ser fu n d ad as igrejas não apen as e m to d o s os p aíses, m as tam b é m em to d as as co m u n id ad es. O C ristian ism o tem c rescid o p elo e sta b elec im en to de n o v as ig rejas. O liv ro de A to s re g istra co m o a fé c ristã foi e sp alh ad a até às m ais rem o tas reg iõ es do m u n d o p e lo e sta b e le cim en to de no v as co n g reg açõ es. A té hoje, ca d a g eração re p e te o m o d elo . Você e eu tem o s esta fé ho je graças àqueles
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO que v ie ra m an tes de n ós re p ro d u z in d o fie lm e n te a ig re ja m e d ia n te o estab e le c im en to de n o v as igrejas! A c re sc e n te p o p u la ç ã o d o m u n d o ex ig e a m u ltip lic a ç ã o d e n o v as co n g reg açõ es. N os E stad o s U n id o s, seten ta p o r cen to da p o p u la çã o não faz em p a rte de u m a igreja. A p o rc e n ta g e m é m a io r entre os grupos étnicos. P o rtan to , o esta b e le c im en to de ig rejas é cru cial entre os g rupos étnicos, se é que se d eseja que os n o v o s-c o n v e rtid o s sejam d iscip u lad o s. C om o m u ita s v ezes o u v i m e u p ro fe sso r de se m in á rio , d o u to r P e te r W agner, declarar: “E sta b e le c er ig rejas é a fe rra m e n ta e v a n g elística m ais eficaz q u e te m o s '’. Ig rejas são in d isp e n sá v e is p a ra o d iscip u lad o dos crentes étnico s. E n tretan to , h á os que fa z e m o b jeçõ es ao estab elec im en to de igrejas en tre os g ru p o s étn ico s b asead o no seguinte: 1. A o b jeçã o utópica. A lg u n s m an têm u m a visão m u ito id e a lista de to d o s os cren tes q u e este ja m d eb aix o do m esm o teto. ven d o -o s co m o u m a fa m ília feliz. M as su a p ró p ria co n g reg a ção é im a tu ra e in c a p a z de serv ir to d as as p esso as. 2. A o b je ç ã o ec o n ô m ic a . O u tro s q u e re m a u m e n ta r o n ú m e ro de p e sso a s p o r c a u sa do p o te n c ia l d a co n trib u iç ão fin a n ce ira. F ala m so b re a e fe tiv id a d e d os c u sto s no c o m p a rtilh a m e n to de u m a só igreja. 3. A objeçã o rom ântica. H á os que ap reciam o calor em ocional sentido ao v isu a liz a r as d iferen tes n a c io n a lid a d es na co n g reg ação . M as seu in te re sse é su p erficial e m v ez de ser u m a p reo c u p a ção para co m as alm as. 4. A o b jeçã o exótica. A lg u n s v êem a d iv ersid ad e cu ltu ral e o arranjo co lo rid o das p esso as de o u tras etn ias, m as não in tera g em co m elas no c o m p a n h e irism o e n o culto. 5. A o b jeçã o m íope. E x iste m aq u eles que tê m um a visão d efe itu o sa e curta, que só e n fo c a m as p esso as e os assuntos m ais p ró x im o s a eles. Tais atitudes têm servido para dividir em departam entos e eventualm ente alien ar os p o v o s étn ico s que fre q ü e n ta m essas co n g reg açõ es. U m a p alav ra sobre d epartam entos étnicos em congregações que tenham u m g ru p o de m em b ro s de m a io ria racial: só em caso s e x cep cio n ais os d e p a r ta m e n to s é tn ic o s tê m s id o b e m - s u c e d id o s e m d is c ip u la r o ag ru p am en to étn ico d a co n g reg ação . D ep a rta m e n to s ou p ro g ram a s que se co n ce n tre m em g ru p o s étn ico s p o d e m fu n c io n a r p ro sp eram e n te nas fases in ic ia is , m a s d e p o is a lc a n ç a m u m p la tô de d o is ou trê s an o s, fic a m e s ta g n a d o s e e v e n tu a lm e n te d e c lin a m . Is s o a c o n te c e p o rq u e e sse s d e p a rta m e n to s (a c id e n ta lm e n te ou p o r d e síg n io ) são p a ra p ro p ó sito s ev a n g e lístic o s, e n ão d iscip u lares. P o ste rio rm e n te se im p o ssib ilita m em aten d e r os in teresses d aq u eles cren tes q u e b u sc am alim en to sólido e o p len o co n se lh o de D eu s. Isso traz co m o c o n se q ü ê n c ia u m a co n stan te ro tativ id a d e o u esta g n a ç ã o de cren tes étnicos.
274 O PASTOR PENTECOSTAL U m d ep a rta m e n to étn ico n ão d ev e ser u m fim em si m esm o . N ão deve ser u m a e stru tu ra p e rm a n e n te n a igreja, a m enos que sirv a com o p o n to de en trad a. T er u m dep a rta m e n to é u m a b o a e stra té g ia ev an g elística, m as u m p ro g ram a de discipulado tam b ém deve ter o seu lugar, a fim de proporcionar o serv iço n e c e ssá rio a to d o s os seus m em b ro s “p ara a o b ra do m in istério , p a ra e d ificação do co rp o de C risto, até que todos c h eg u em o s [...] a varão p erfeito , à m e d id a d a esta tu ra co m p leta de C risto ” (E f 4 .1 2,13). A u n idade que a m a io ria das c o n g reg açõ es b u sca co m as p esso as étn icas é física e p ro g ra m á tic a, m as e ssa u n id a d e é in co m p le ta “até que todos ch eg u em o s à u n id ad e da fé e ao co n h ecim en to do F ilh o de D e u s” (E f 4.13). A ig reja é e n fra q u e cid a p elo cre sc im e n to e d e sen v o lv im en to desig u ais de q u alq u e r u m de seus m em b ro s. O S en h o r Jesu s d eseja que to dos os m em b ro s do seu C orpo, in clu in d o os m em b ro s étn ico s, cre sç a m p o r m eio dos dons p ro v id o s p o r E le à igreja. C risto deu o m a n d ato em M ateu s 28.19 (A R A ) de “faz er d isc íp u lo s” (não apen as de fa z e r co m q u e h a ja d ecisõ es). O desejo do S enhor é que todos os d o ns este jam em op eração em sua igreja, e n ão so m e n te o d o m de e v a n g e lista . H á dois C C ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------, . . co m p letam ente discipulado com o ordenado pelo Senhor. U m e stá na co n g reg a ção que ten h a u m d e p artam en to étnico, co m p le n a p ro v isão p a ra o crescim en to e d ese n v o lv im en to até a “m e d id a n .|l m n f iitn d a e statu ra co m p le ta de C risto ” . O outro está C lll J l lllv J lliU n u m a ig reja é tn ic a in d íg en a, cujo enfo q u e seja ■■ indep endente e hom ogêneo. E m am bos os casos, a m e ta deve ser a lc an ç ar e d iscip u la r to d o s os m em bros, fornecendo acesso a todos os dons que Jesu s deu à igreja. P a ra esse fim o desafio do id io m a, d a cu ltu ra e dos estilo s c o n ceitu ais d e v e m ser v en cid o s em to dos os n ív eis da estru tu ra da ig reja, d esd e a E sc o la D o m in ica l até a sala de reu n iõ es, d a p articip ação em cam p a n h a s de av iv am en to às re u n iõ es m in isteriais da ig reja, de ter acesso à lite ra tu ra c ristã até aos estatu to s d a igreja. Q u alq u er co isa m enos q u e isso não p ro d u z irá a “u n id a d e da fé e [o] co n h ec im en to do F ilh o de D e u s” abordados p o r P aulo. O cupar o m esm o espaço no auditório d a ig reja e fa la r u ns co m os outros no esta cio n a m en to d a ig reja não g aran tem a u n id a d e d a fé. A ig reja é tn ica segue o p rin cíp io in d íg e n a que as A ssem b léias de D eus tê m u tilizado co m êxito p o r m u itos anos. C o m o p assar do tem po, as igrejas é tn ic a s c o m p ro v a ra m p ro m o v e r c re sc im e n to e d e se n v o lv im e n to m ais rá p id o en tre os cren tes étn ico s p o r cau sa de vário s fatores:
íüi programa etmco não deve se? um fim
1. E n te n d im e n to . A lín g u a e a c u ltu ra a ju d a m a c o m u n ic a ç ã o e co n tex tu alização do E v angelho, o que em tro ca gera oportunidades p a ra cre sc im e n to e d esen v o lv im en to . 2. E n v o lv im e n to . M a is p e sso a s são u tiliz a d a s e to rn a m -se p a rte in te g ra n te da co n g reg ação , em vez de serem m eros esp ectad o res, p o rq u e h á p o u co s o b stácu lo s a superar.
lu g a
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO 3. R esp o n sa b ilid a d e. Ig rejas étn icas d e sen v o lv em o sen tim en to de p o sse, d e p ro g ra m a s e p ro p rie d a d e , e não u m a m e n talid a d e de d e p e n d ê n c ia ou b em -estar. 4. F o rm a çã o de p o n tes. G ru p o s étn ico s co m igrejas b em estruturadas a lcan çam p esso as étnicas n ão -salv as p o r causa d e sua p ro x im id ad e d a c o m u n id a d e n ão -cren te. 5. A d v o c a c ia . U m a v o z m ais c la ra e fo rte é o u v id a n a co m unidade. P o r q u e a lg u é m d e se ja ria e sta b e le c er u m a ig re ja étn ica? H á várias razõ es p a ra se e sta b e le c e r u m a ig re ja em u m a co m u n id ad e étnica. A m ais im p o rta n te é a q u e diz re sp e ito a u m a re sp o sta à ch am a d a p ara a lca n çar os p e rd id o s. F o ra d e s sa c e rte z a p ro v e n ie n te d a G ra n d e C o m issã o , v ê m m o tiv a ç õ e s p o s itiv a s c o m o (1) a c o m p a ix ã o p e lo s n ã o -sa lv o s, (2) a c o n s c iê n c ia d a n e c e s s id a d e de m a is ig re ja s em c o m u n id a d e s étn icas específicas, (3) o d esejo de am p liar o R ein o de D eus, (4) u m fardo espiritual rela c io n a d o a u m g ru p o esp e c ífic o e (5) a ch a m ad a de D eus p a ra u m m in istério em p articular. Q u e tip o de ig re ja é tn ic a d ev e ser estab elecid a? U m a ig reja q u e alcance os p e rd id o s e f a ç a d o s c re n te s d is c íp u lo s , d e m a n e ira q u e h a ja “ o ap e rfe iço a m e n to dos santos, p a ra a o b ra do m in istério , p a ra ed ifica ção do c o r p o d e C r is to , a té q u e to d o s c h e g u e m o s à u n id a d e d a fé e ao co n h e c im e n to do F ilh o de D eus, a v arão p e rfe ito , à m e d id a da e statu ra c o m p le ta d e C risto ” . A d m itin d o q u e D eu s o rd en o u o e stab e lec im en to de ig re ja s e v isto q u e u m a se n sa ta filo so fia de m in istério está em ev id ên cia, a n o v a ig re ja d ev e ser esta b e le c id a (1) p e la fé, com v isão e oração, (2) p a ra ad o ração , cu lto e ev an g elism o , (3) co m p ro g ram as e sp iritu alm e n te v o lta d o s e c u ltu ra lm e n te p e rtin e n te s, (4) c o m u m a lid e ra n ç a p a sto ra l efetiva, (5) com a m o bilização dos crentes leigos, (6) com m o rd o m ia bíblica e (7) c o m a c a p a c id ad e de se repro d u zir. C o m o são esta b e le c id as as ig rejas é tn icas? A s igrejas étn icas têm de ser p la n e ja d a s e estab elecid as. N ão d ev e m ser o re su ltad o de d iv isõ es ou acid en tes de p ercu rso . Ig rejas étn icas tê m sido e stab elecid as p o r vários m éto d o s e o rg an ism o s: (1) p a tro c in a d a s p elo d istrito, (2) p atro cin ad as p e la r e g iã o , (3 ) p a tr o c in a d a s p e la ig r e ja s e d e e (4 ) p a tr o c in a d a s in d iv id u alm en te. E m ca d a caso os recu rso s n e ce ssá rio s p a ra d a r in ício e co n tin u a ç ã o aos esfo rço s são estes: 1. U m líd e r d ig n o de c o n fia n ç a (p asto r) q u e te n h a a ch am a d a p ara fu n d a r a igreja. 2. U m p eq u e n o g ru p o de líd eres cap azes, co m a m e sm a visão do p a sto r fundador, p a ra servir com o (a) co o rd en ad o r de evangelism o, (b) líd er de m ú sica e adoração; (c) líder das crianças e d a m ocidade, (d) secretário -teso u reiro . 3. U m lu g a r p a ra fazer reu n iõ es. 4. In stru m e n to s m u sic a is co m o u m teclad o e/o u u m a guitarra. 5. U m o rçam en to q u e dê c o n ta d as d esp esas in ic ia is e u m a re se rv a p a ra d esp esas de em erg ên cia.
276 O PASTOR PENTECOSTAL A s d en o m in açõ es fortes do a m an h ã estão estab elecen d o igrejas étnicas hoje. Q ue n u n ca p ercam o s a visão da c h am ad a para alcançai' to d a a criatura (tod o s os h o m en s, m u lh eres, m en in o s e m en in a s), p o u co im p o rtan d o sua fo rm ação étn ica, co n d ição e c o n ô m ica ou lo ca liz açã o geográfica.
Estabelecendo uma Nova Congregação Charles E. Hackett e David J. Moore m d os m e lh o re s m eio s de se e v a n g e liz a r e alim e n ta r os n o v o sco n v ertid o s é m ed ian te o estab e lec im en to de igrejas in d íg en as. D e aco rd o c o m C. P e te r W agner, p ro fe sso r de cre scim e n to de ig reja do F u lle r T h e o lo g ic a l S e m in a ry S ch o o l o f W orld M issio n , d a C alifó rn ia, e sta b e le c er u m a ig re ja é a fo rm a m ais e ficaz p ara o c rescim en to da igreja. U m a n o v a ig re ja fo rn ece o p o rtu n id ad es p ara os p e rd id o s serem salvos e p a ra os cren tes serem en sin ad o s. A s o rações dos crentes em u m a no v a ig reja re p re se n ta m u m faro l p a ra aqueles que estão no cam in h o da m orte e u m te s te m u n h o p a ra a c o m u n id a d e . U m a ig r e ja n o v a p ro m o v e o evangelism o. A s pessoas co n v id am seus vizinhos para os cultos e anunciam o E v an g elh o . A u m e n ta r no sso s esfo rço s em abrir igrejas p re se rv a rá o que fu n d a d o re s de ig rejas p io n e ira s lab u tara m p o r obter. E ssas igrejas p o d em ser esta b e le c id as p o r to d o o p aís, da zo n a rural à cidade. Janie B ourlw are-W ead, m issionária am ericana nacionalm ente designada p ara os E stados U nidos, está cu m prindo o desafio de estabelecer igrejas no N oro este do E stado de A rkansas. E m 1991, ela estabeleceu a prim eira igreja h isp ân ica n a cidade de Siloam Springs. E v entualm ente a necessidade de edifício pró p rio to m o u -se o p o n to central do plano de alcance das m issões do m inistério. M uitas outras cidades do A rkansas tam b ém precisavam de um a igreja de língua espanhola. Se o A rkansas hispânico, que inclui m ilhares de fam ílias h ispânicas, deve ser alcançado, então u m agressivo parad ig m a de estab elecim en to de igrejas equivalente ao desafio tem de ser em pregado. U m a das m aneiras m ais bem -su cedidas de estabelecer igrejas é o conceito de igreja-m ãe, no q ual as igrejas existentes aceitam a visão e co m issionam o breiros p ara co m eçar u m a n o v a congregação. O P ro jeto H isp â n ico ... 2 0 0 0 reu n iu u m a eq u ip e d in â m ica de alguns dos m elh o res p a sto re s h isp ân ico s p a ra ab rir no v o s trab alh o s e c o n stru ir as
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UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO
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in stalaçõ es n e c e ssá ria s p a ra alo ja r as n o v as co n g reg açõ es. Ju n to co m o ap o io dos p a sto re s lo cais q u e a b rem seus tem p lo s p a ra a lo ja r as novas co n g reg açõ es n as fases in iciais, u m g ran d e o rg an ism o de estab elecim en to de ig re ja s te m ag ru p ad o os re c u rso s p a ra fa z e r fren te ao desafio. O P ro jeto H isp ân ico ... 2 0 0 0 estab eleceu cin co igrejas. T rês alcan çaram sig n ific a tiv a fo rça: (1) E l C en tro C ristia n o H isp a n o em S ilo a m S prings to rn o u -s e e m 1995 u m tra b a lh o c o m p le ta m e n te in d íg e n a , au tô n o m o , a u to p ro p a g a d o r e au to -su sten táv el. (2) E l C en tro C ristian o H isp an o em V an B u re n c o m e ç o u c o m o u m a c la sse de E sc o la D o m in ic a l d a F irst A sse m b ly o f G od. H o je a c lasse é u m a co n g reg ação que, co m a ajuda de v o lu n tário s, co n stru iu u m tem p lo n u m a d as p rin cip ais ruas da cidade. (3) E l C e n tro C ristia n o H isp a n o e m R o g e rs co m eço u c o m u m m in isté rio ev an g elístico , q u e in v a d ia a c id ad e duas n o ites p o r sem ana. A tu a lm en te tem u m a p ró sp e ra co n g re g a ç ão em in stalaçõ es pró p rias. O u tras igrejas estab elecid as p e lo P ro jeto H isp ân ico ... 2 0 0 0 estão fa zen d o cam p an h as eficien tes p a ra a lc a n ç ar o A rk an sas h isp ân ico , cam p o m issio n ário v irgem q u e te m d e se r e v a n g e liz a d o , se é q u e q u e re m o s c u m p rir a G ra n d e C om issão .
Qualidades de um F u ndador de Igrejas A s q u alidades relacio n ad as adiante são úteis para estabelecer u m a igreja au to -su sten táv el. O alvo te m de ir alé m do e sta b elec im en to d e o u tro lu g a r p a ra re u n iõ e s e v an g elísticas. O fu n d a d o r de igrejas c o n tem p o rân e o deve te r a m e ta de a lc a n ç ar os b airro s co m o E v a n g e lh o a fim de m u d a r um a cu ltu ra pag ã. S e to d o p a sto r tiv e sse e ssa m eta, os cristão s fa ria m m ais p ro g re sso s e m g a n h a r a c id a d e p a ra C risto.
Estabelecendo um a Nova Congregação O su cesso d o m in isté rio de u m c re n te co in c id e c o m a c h am ad a feita p o r D eus. Se u m cre n te c rê q u e D eu s o tem g u iado p a ra u m d eterm in ad o
1. Tem a ca p a c id a d e p a r a a visão: • P ro je ta re su lta d o s fu tu ro s; • D e s e n v o lv e u m a d e c la ra ç ã o m issionária; • C o m p a rtilh a a visão; • A b o rd a os p ro b le m a s co m o op o rtu n id ad es; • N ã o e r i g e l im i t e s m i n i s t e r i a i s artificiais; • E stab elece nítid a identidade de igreja b a se a d a na m issão ; • A c re d ita n a d isp o siç ã o de D eus em fa z e r g ran d es coisas. 2. E m o tiva d o :
• D ed icad o à excelên cia; • D e n o ta p ersev eran ça; • M o s tr a a g r e s s i v i d a d e s e m s e r insistente; • T em b o a v o n tad e em trab alh ar com afin co e p o r m uito tem po; • D em o n stra in iciativ a, sendo capaz de co n stru ir algo do nada; • T em fibra. 3. C ria sen tim e n to d e d ig n id a d e m inisteria l: • A ju d a a s p e s s o a s a se s e n tir e m resp o n sáv eis p e lo su cesso m inisterial; • A u x ilia as p esso as a se d ed ic arem à visão;
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7.
O PASTOR PENTECOSTAL
• E s t a b e l e c e u m a id e n t i d a d e co n g reg acio n al; • E v ita im p o r m e ta s irre a is p a ra a cong reg ação . R e la c io n a -se com os não -cren tes: • C o m u n ic a - s e b e m c o m o s n ã o crentes; • E n te n d e a m e n ta lid a d e d o s n ão crentes; • In te ra g e c o m os n ã o -c re n te s sem m edo; • F ic a f a m ilia r iz a d o c o m os n ã o cren tes em u m n ív el p esso al; • T ran sp õ e as barreiras erguidas pelos não -cren tes; • R eso lv e as crises e n fren tad as p elo s n ão -cren tes. Tem a co o p e ra ç ã o do cônjuge: • C o n c o rd a com o p ap el do cônju g e no m in istério ; • A c e ita as reg ras re la tiv a s ao uso da casa co m o escritó rio ; • A valia os efeito s m in isteriais sobre os filhos; • M o d e la u m a v id a fa m ilia r sau d áv el p a ra a co m u n id ad e; • P la n e ja a v ida fa m ilia r e p ro te g e a priv acid ad e. F o rm a rela cio n a m en to s: • R esponde ra p id a m e n te às n e c e s s i d a d e s e x p r e s s a d a s p e la s pessoas; • E x ib e c o m p aix ão p ie d o sa p ara com as p esso as; • C o n seg u e c o n h ecer as p esso as em u m a b ase pessoal; • F az as pessoas se sen tirem à vontade em sua p resen ça; • N ão reag e de m a n e ira p re ju d ic ia l às no v as pesso as. D ed ic a -se a o crescim en to da igreja: • A c re d ita no c rescim en to da ig reja co m o u m p rin cíp io bíb lico ; • A p re c ia o c rescim en to co n sisten te; • N ã o se p re o c u p a c o m o su c e sso ráp id o ; • D á atenção ao crescim ento num érico co m o p arte do cre sc im e n to esp iritu al;
• V ê o sta tu s quo com o am ea çad o r e p ro p e n so ao p ró p rio fracasso ; • M a n té m a m e ta d e u m a i g r e j a fin an ceiram en te au to -su sten táv el; • N ão cai no m inistério de m anutenção. 8. R eage à com unidade: • E n te n d e a cu ltu ra d a com u n id ad e; • A v a lia as n e c e s s i d a d e s da com unidade; • I n c o r p o r a as p r i o r i d a d e s às n ecessid ad es d a com u n id ad e; • R e sp eita os esfo rço s co m u n itário s de outros grupos relig io so s; • N ã o c o n fu n d e as n e c e s s id a d e s da co m u n id ad e co m o que ig re ja o ferece; • In te ira-se do c ará te r d a co m unidade. 9. U tiliza os dons que os crentes têm: • T rein a e la n ça os cren tes à o b ra do m inistério; • D is c e r n e os d o n s e s p ir itu a is n o s outros; • C o m b in a os dons que os crentes têm co m as n e cessid ad es m in isteriais; • D ele g a co m efetiv id ad e; • E v ita a so b recarg a pesso al; • N ão n o m e ia os crentes ao m in istério antes que esteja m treinados; • N ão põe restriçõ es in ju stific ad a s nos dons que os crentes tenham . 10. D em o n stra fle x ib ilid a d e : • L id a co m a am b igüidade; • S ai-se b em co m m ud an ças freqüentes e abruptas; • U s a m é to d o s c o n s is te n te s c o m a sin g u larid ad e d a n o v a igreja; • A justa as prioridades durante as várias fases de crescim ento. 11. F orm a a coesã o de grupo: • D e sen v o lv e e trein a gru p o s com o u m fu n dam ento; • In co rp o ra os recém -chegados em u m a red e relacio n ai; • E n v o lv e as p e sso a s e m a tiv id a d e s im p o rtan te s n a igreja; • M o n ito ra a m o ra l das pessoas; • U tiliz a os g rupos co m eficácia; • T ra ta dos c o n flito s a sse rtiv a m e n te , co n stru tiv a m en te e co m tato.
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO 12. E v id e n c ia p o d e r de recuperação: • E x p erim en ta os rev eses sem derrota; • A c o m p a n h a a su b id a e d e sc id a da fre q ü ê n c ia à ig reja; • E sp e ra o in esp erad o ; • R e c u p e ra -s e d e p re s s a d a p e rd a e decepção. 13. E xercita a fé : • P o s s u i a p le n a c e rte z a do seu ch am ad o p a ra e sta b e le c er igrejas; • C rê n a ação de D eus; • T em ex p e c ta tiv as e esp eran ça; • E s p e r a p o r r e s p o s ta s ã o r a ç ã o específica. 14. M o stra relevâ n cia cu ltural; • S e n te -s e à v o n ta d e c o m a e tn ia re p re se n ta d a n a á rea d esig n ad a; • F ica à vontad e co m a situ ação sócioeco n ô m ica d a á rea desig n ad a. 15. A d o ta o s d istin tiv o s p e n te c o sta is: • D á g ran d e v a lo r à v id a de o ração p essoal;
• F av o re ce os cu ltos co m co n v ites p ara as p essoas ire m à frente; • E x p re ssa ap re c ia ç ã o p elo s d o n s do E sp írito ; • E n fa tiz a o b a tism o c o m o E sp írito Santo. 16. D e m o n stra fo r te in teg rid a d e p e sso a l: • A d o ta um estilo de v id a m o derado; • E sensatam ente cauteloso nos assuntos práticos; • T em u m a b o a re p u ta ç ã o n a co m u n id a d e sec u lar e relig io sa; • R e v e la alto grau ético nos negócios. 17. R e la c io n a - s e b e m c o m a lid e r a n ç a den o m in a cio n a l: • E n te n d e a r e s p o n s a b i l i d a d e d o m in istério e d a co n v en ção ; • S ab e que recu rso s estão disp o n ív eis; • D e m o n s tr a le a ld a d e p a r a c o m a liderança; • D em onstra fidelidade para com os que estão e m cargos de su pervisão.
lugar, p o r u m d e te rm in a d o tem p o , m o stra rá u m a m aio r d ilig ê n cia para co m a obra. T odo a q u ele q u e fo r en v iad o p a ra d a r in ício a o u tra ig re ja tem de sa tisfa z e r as ex ig ên cias a p resen tad as e m 1 T im óteo 3.1-7 e T ito 1.6-9. O s re sp o n sá v e is em a p ro v a r os fu n d a d o re s de ig rejas tê m de se v aler d a n e c e ss id a d e de a v a lia r o caráter, os re la c io n a m e n to s fa m ilia re s, a d o u trin a, a m atu rid ad e, as h ab ilid ad es, o prep aro , a filo so fia de m inistério, os h áb ito s esp iritu ais, a fid elid ad e, as q u estõ es m o n e tá ria s e os m otivos do can d id ato . A v e rific a çã o d a c h a m a d a de D eu s está b a se a d a nesses achados. S e l e c io n e
uma
279
Á r e a -a lv o
C o m fre q ü ê n c ia, so m o s m u ito v ag o s em d e c la ra r a m issão da igreja. A c im a de to d a s as o u tra s a tiv id a d e s, a ig re ja d ev e e sta r e n g a ja d a no ev an g e lism o e no d iscip u lad o . A s e sp e ra n ç as ra ram en te são atu alizad as sem as estratég ias. O d e se m p e n h o d a ig re ja é u m p a rad o x o . É b o a em sonhar, m as m u ito d eficien te em p lan ejar e im plem entar. N o te a declaração a cau te lad o ra de T iago, que n os en co rajo u a dizer: “ Se o S en h o r quiser, e se viverm os, farem os isto ou aq u ilo ” (T g 4.15). T iago está nos incentivando a fa z e r p lan o s, m as p lan o s su jeito s à ra tific a çã o de D eus. A o fix arm o s as p rio rid a d e s p a ra a e sc o lh a d a área-alv o , tem os de nos co n c e n tra r em áreas d e sp ro v id as de ig rejas, áreas p ro n ta s p a ra a c e ifa e áreas u rb an as ou m ais d en sam en te p o v o ad as. T er com o alvo áreas urb an as p a ra ev an g e liz aç ã o e ra o m éto d o do ap ó sto lo P aulo. C in q ü e n ta p o r cento
280 O PASTOR PENTECOSTAL d a p o p u la ç ã o dos E sta d o s U n id o s, q u ase 125 m ilh õ es de p esso as, v iv em em ap en as 41 reg iõ es m etro p o litan as. S o l ic it e “ Ig r e ja s
que
E n v ie m ”
C o stu m a -se d iz e r q u e a ta re fa d e to d o s é a tare fa de n in g u ém . A lg u ém te m de to m a r a d ireção , se é q u e d e sejam o s que alg u m a c o isa seja feita. D a v id J. H e s s e lg r a v e , e m P la n tin g C h u r c h e s C r o s s - c u ltu r a lly (.E sta b elecen d o Ig reja s T ra n sculturais), declara: “Se as igrejas q u erem ser ig rejas v e rd a d e iram e n te m issio n á ria s, os líd eres d en o m in a cio n a is e os p a sto re s e m in istro s tê m de fo rn e c e r a re q u e rid a in fo rm aç ão , in sp iraç ão e e x e m p lo ” .1 A s ig re ja s d e v e m e s ta r fa m ilia riz a d a s c o m as o p o rtu n id a d e s no fr o n t m issio n á rio . O s p a s to re s d e v e m in c e n tiv a r o e n v o lv im e n to e m m issõ e s. O m e d o d e p e rd e r e n tra d a s fin a n c e ira s e p e s s o a s d e v e se r su b stitu íd o p o r u m a v is ã o em q u a lific a r as p e sso a s p a ra p a rtic ip a r n a sea ra. M u ita s p e s s o a s g a n h a m n o v a v id a q u a n d o e m p r e g a m s e u s ta l e n t o s n o m in is té rio d e m is s õ e s . P e s s o a s c o m q u a lq u e r ta le n to n a tu ra l p o d e m se r u s a d a s p a ra a g ló ria de D e u s: c a rp in te iro s , e s c rito re s , c o s tu re ira s , e n g e n h e i r o s e le t r ô n i c o s , m o t o r i s t a s , e s p e c i a l i s t a s e m te a tr o d e fa n to c h e s , s o ld a d o re s e h o s p ita le iro s . C rie ou d iv u lg u e e m su a ig re ja u m d e p a rta m e n to e s p e c ia liz a d o e m a rra n ja r c o lo c a ç õ e s em áre a s o n d e h a ja n e c e s s id a d e d e p e s s o a s c o m e sse s o u o u tro s ta le n to s. A s p e s s o a s d as p ró p ria s ig re ja s sã o ó tim a fo n te d e a ju d a p a ra o e m p e n h o d a e q u ip e e m e s ta b e le c e r ig re ja s . A ig reja p ode assu m ir o c o m p ro m isso fin a n ce iro p o r u m ou dois anos p a ra o e sta b e le c im en to de u m a n o v a igreja. Isso p o d e ser o p ro jeto d a c o n v e n ç ã o m is sio n á ria an u al. U m a “ig re ja q u e e n v ie ” se rá re a lid a d e q u a n d o a n e c e ssid a d e se apresentar. E s t a b e l e ç a I g r e j a s É t n ic a s
Q u a n d o D e u s c o lo c a u m d e s e jo a rd e n te n o c o ra ç ã o d o c re n te , n a tu ra lm e n te ele irá se in fo rm ar co m a lid e ra n ç a de sua ig reja so bre as p o ssív e is p o rtas abertas. Tal c re n te sem pre fica anim ad o q u an d o os que lid am co m o estab elecim en to de novas igrejas sab em on d e as necessid ad es são m ais u rg en tes e m suas áreas. F a m ilia rid a d e c o m as co n c en traçõ es étn icas nas áreas u rb an as é a b so lu ta m en te e ssen cial, p o rq u e m uitas vezes re p re se n ta a m a io r o p o rtu n id a d e co m o tam b é m a m a io r necessid ad e. E s c o la s b íb lic a s. O s p a sto re s p o d e m v is ita r se m in á rio s e e sc o la s b íb lic a s e la n ç a r sem en tes p a ra fu tu ro s m in istro s. A q u e les que te n h a m a c h a m a d a p a ra serv ir e n tre cu ltu ras estran g e ira s p o d em n ã o ir ao cam p o estran g eiro . E n tre ta n to , o p o rtu n id a d es p a ra cu m p rir a c h am ad a p o d em ser en c o n tra d a s en tre g ru p o s étn ico s d e nosso p ró p rio país. A lém disso, tra b a lh a r co m esses in stitu to s b íb lic o s p o d e d ire cio n a r os ob reiro s p ara um a á re a e m p re e n d e d o ra do m in istério . Ig reja s locais. A id é ia de e sta b e le c er igrejas étn ic as d ev e ser a b o rd ad a q u a n d o os líd eres q u e d e se n v o lv em esse p ro jeto estejam m in istran d o n a ig reja local. N u n c a se sabe q u an d o se e stá falan d o c o m u m m in istro que e s tá a p e n a s e sp e ra n d o p o r u m a p a la v ra do S enhor. O u tra ra z ã o p a ra
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO co m p a rtilh a r a v isão de e sta b e le c er ig rejas é tn icas é que D eus p o d e dar a u m a ig re ja a in c u m b ê n c ia de su ste n ta r esse em p reen d im en to . A p o io em oração , d in h eiro e o b reiro s são essen ciais p a ra dar início ao n o v o trabalho. E sp a lh a r a sem en te v isio n á ria fre q ü e n te m en te traz resu ltad o s. O ração. N ão d ev em o s esq u ecer-n o s d a ad v ertên cia b íb lica de o rar pelo env io de o b reiro s. U m dos ú n ico s re g istro s d e p ed id o de oração q u e Jesus nos d e ix o u foi: “R o g ai, p o is, ao S e n h o r d a se a ra que m a n d e c eifeiro s p ara a su a se a ra ” (M t 9.38).
Conclusão A s cid ad es e b airro s étn ico s são terras q ue j á estão b ra n ca s p a ra a ceifa. E sta b e le c er no v as c o n g reg açõ es em áreas ainda não alcan çad as pela m e n sa g e m p e n te c o sta l de salv ação , d a v id a ch eia do E sp írito , d a cu ra p a ra o co rp o e a m e n te e da p ro m e ssa d a im in e n te v in d a d e Jesu s tem de e sta r n o to p o das p rio rid a d e s em n o sso s esfo rço s em c u m p rir a G ran d e C o m issão . A n o ite v em , q u an d o n ão m ais p o d erem o s trabalhar.
Atos: 0 Plano para o Estabelecimento de Igrejas Scott Hagan in g u ém tem dificuldade em reco n h ecer os pontos verm elhos da B íblia — a cor do perdão. M as será que alguém tam bém consegue distinguir os traço s azu is? V ocê tem de p ro c u ra r co m m u ita atenção, sobretudo se v o cê foi ch am ad o p a ra o m in isté rio de e stab e lecer igrejas. O azul de q u e esto u falan d o é a fo to c ó p ia a zu l — o p la n o — p a ra a v id a do R eino com o n os e stá re v e la d o e m to d a a P a la v ra d e D eus. Se a lg u é m p o ssu i a p a te n te dos “c o m e ç o s” , é o rei Jesus. “T udo foi criad o p o r ele e p a ra ele” (C l 1.16). E isso in clu i a p la n ta e a in au g u ração de u m a ig re ja local. A ig re ja fo i co n ceb id a, fo rm ad a, d ad a à luz, n u trid a e é rep ro d u zid a pelo próprio D eus; ela pertence a Ele. E aquele que se dedicar à o b ra de e sta b e le c er ig rejas j á de in ício tem de d ec id ir se vai c o n fiar n a pre sc riç ã o b íb lic a p a ra o esta b e le c im en to de igrejas co m a m e sm a fé e ten a c id a d e q u e c o n fia nos outros sistem as m ilag ro so s d e D eus. O liv ro de A tos fo rn e c e -n o s o p la n o p erfeito p ara a igreja. E tentador, p o r c a u sa d a e ra d a in fo rm ação e m q u e v iv em o s, e v itar o p lan o b íb lic o e
N
282 O PASTOR PENTECOSTAL seg u ir o que é m ais re c e n te e e stá na m o d a — reso lv e r-se p o r u m a id éia nova, em vez de ter u m novo b atism o d a co m preensão bíblica. M as a Igreja P rim itiv a tem de p e rm a n e c er co m o o m o d elo p a ra to d a igreja. D eus pode san cio n ar “n o v as in fo rm a ç õ e s” p a ra refin ar b ases eternas, m as n u n ca para e sta b e le c er n o v o s fu n d am en to s. O R eino de D eus é co n stru íd o de acordo co m pad rõ es im u táv eis q u e n ão são m elh o rad o s p o r d im en sõ es in v en tiv as da c u ltu ra e co m ércio . A la v a d eira p o b re e m a ltra p ilh a fic a g ráv id a os m esm o s n o v e m eses q u e a p rin c e sa rica e bem v estida. Q u ando se tra ta de g e ra r v ida, esp iritu al o u física, os p rin cip ais recu rso s são freq ü e n tem en te im ateriais. É p o r isso que um co m p leto en ten d im e n to do p la n o ex p o sto em A to s é u m im p e ra tiv o p a ra aq uele que vai estab e lecer igrejas. N ão há o u tro lu g a r aon d e se p o ssa recorrer. O o b jetiv o de todo m in istério é d u p licar a e x p e riên c ia bíb lica, m ais ou m en o s co m o E stê v ã o d u ran te seu m artírio du p lico u as p alav ras do C risto crucificad o : “Senhor, não lhes im putes este p ec ad o ” ( A t 7.60). R ep ro d u zir a av entura b íb lica distingue um m inistério com o eficaz e duradouro. A quele q ue é b e m -su c e d id o e m e sta b e le c er igrejas é alg u ém que está co n v en cid o d e q u e a B íb lia é a au to rid ad e e x clu siv a p a ra a m en sa g em e o m étodo. A p ere g rin a çã o de A tos co m eço u co m u m vento v eem en te e im p etu o so , que fico u m ais estro n d ean te co m o tra n scu rso de dois m ilênios. O livro de A to s n ão é n en h u m co n ju n to b o lo ren to de antigas n o tas p a ra serm ões, que deve ser respeitado m as posto de lado com o irrelevante, segundo declaração de alguns. O u tro s a firm a m q u e h á m u ita exp ressão do E sp írito S anto para os so fis tic a d o s in q u irid o re s do sé c u lo X X I. A m bas as objeções falham em perceb er o intento do liv ro de A to s, q u e é re v e la r o p a d rã o do m in is té r io o p e r a tiv o e e n tã o e s ta b e le c e r o E s p írito S a n to c o m o o A g e n te c o m u m p a ra p esso as com uns. E sse A g en te d iv in o veio u n g ir p rim e iro as p esso as e dep o is as o rg an izações. A p rim e ira ig reja não foi id en tific a d a com o batista, luterana, carism ática ou fundam entalista. A n tes, era co n h ec id a com o a ig re ja de P edro, T iago e João. O en d ereço fav o rito do E sp írito Santo ainda é o coração hum ano. N enhum elitista o u s a r i a c o n f u n d i r o C e n á c u lo c o m u m ap artam en to de co b ertu ra, ou u m p rin cip ian te co m o su p erdotado. G en te co m u m se reu n ia lá. E os vasos de b a rro co m u n s de A tos tin h am u m v ín cu lo óbvio: nin g u ém ag ia sem Jesu s. E les eram u m a co lch a de retalh o s cu ltu rais co stu rad a com a lin h a d a graça. D u ra n te n o ssa jo rn a d a ao lo n g o do liv ro de A to s, g o staria de d estaca r dois m arco s in d ic a d o re s do su cesso em esta b e le c er igrejas. E sses m arcos d ev e m in c e n tiv a r aq u eles q u e b u sc am a v o n tad e de D eus co n ce rn e n te ao esta b e le c im en to de ig rejas. P a ra todo aq uele que e n ca ra a n o v a av en tu ra de esta b e le c er u m a igreja, esses m arcos p o d em sig n ificar a diferen ça entre a v id a e a m o rte de sua visão. P o r fa v o r ore sobre eles co m fervor. A tra n s iç ã o d os q u a tro e v a n g e lh o s p a ra a n a rra tiv a de A to s n ão re p re se n ta u m a m u d a n ç a da c e n tralid ad e de Jesus. M esm o após a Ig reja
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Marco 1: Que papel o to q ii e a fala de Jesus desempenham emsua decisão de estabelecer uvsi igreja? _______________ »
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO P rim itiv a te r a lcan çad o v ia b ilid a d e , as p a la v ra s e a p re se n ç a de Jesus p erm an eceram fu n d am en tais. F o sse in stru in d o os d iscíp u lo s logo antes de su a ascen são (A t 1), fo sse en c o ra ja n d o o ap ó sto lo P aulo du ran te u m m ar tem pestuoso (A t 27), Jesus estav a p resente p ara to car singularm ente aqueles a q u em h a v ia esco lh id o . E sse to q u e p e rm itiu q u e os d iscíp u lo s atin g issem u m n o v o n ív e l d e m in istério . A q u e le q u e se d isp õ e a esta b e le c er igrejas te m de e x p e rim e n ta r e sse m e sm o toque. A p rim e ira p e rg u n ta q u e faço ao fu n d a d o r de igrejas em p ersp ectiv a, m u ito antes q u e seja d ita a lg u m a p a la v ra so b re e stratég ias ou orçam en to s, é: “Jesu s o to co u p a ra e ssa ta re fa ? ” C o m o D eu s toca, q u an d o D eus toca, onde D eu s to ca são assuntos de sua soberania. M as evidentem ente ninguém p o d e e sta b e le c er u m a ig re ja sem o c o m issio n a m e n to d e D eus. Tal c o m issio n a m e n to p a ssa rá p o r duas fases: o cam po su b jetiv o e o cam po o bjetivo. Q u an d o u m crente receb e a v isão p ara u m m inistério novo ou d iferen te, e sta é fre q ü e n te m en te m a rc a d a p o r e sq u isitice s d ifíceis para os outro s en ten d erem . P ara P ed ro (A t 10), fo i u m g ran d e len ço l que descia do céu ch eio de c o m id a p ro ib id a p e la lei de M o isés. P ara P aulo (A t 9), foi um re sp le n d o r de lu z do céu em um p o n to iso lad o da estra d a de D am asco. P a ra o en v e lh e c id o Jo ão , o d iscíp u lo am ad o , n a ilh a de P atm o s (A p 1), foi um a g ran d e voz, co m o de tro m b eta, e a p e rso n ifica ção da G lória. Q uando ou ço os o b reiro s em p e rsp e c tiv a p a ra o m in isté rio de e sta b e le c er igrejas te ste m u n h a re m a re sp e ito de su a n o v a visão , n o rm alm en te o fa z e m com um o lh a r de d u v id o -q u e -a lg u é m -este ja -m e -le v an d o -a -sério . M as e m c a d a caso , p a ra q u e a v isã o d esse e v id ê n c ia s d e le g itim id ad e, o su b je tiv o p a sso u p a ra o o b je tiv o . A v isã o d o fu n d a d o r de ig re ja s tem de se to rn a r real aos o u tro s an te s q u e se e sp ere que eles d ê em apoio. P e d ro p re c iso u n a rra r c o m p re c isã o os e v e n to s o c o rrid o s n a c a sa de C o rn é lio an te s q u e re c e b e s s e a p o io dos a p ó sto lo s ao n o v o m o v im en to do E sp írito p a ra o m u n d o g e n tílic o (A t 11). P e d ro não fo i a rro g a n te ao falar: “Ei! p e sso a l, eu vi um b a ita de u m le n ç o l d e sc e n d o de u m céu todo azul. P ro n to ! A g o ra a p o ie m m eu m in is té rio ” . A e x p e riê n c ia su b je tiv a da v isã o do le n ç o l, e m b o ra fo s se fa sc in a n te p a ra P e d ro , n ã o e ra o su fic ie n te p a ra p ersu ad ir os ap ó sto lo s a ap o iarem a visão. E les p recisav am de provas. S ó a p o ia ra m P e d ro d e p o is q u e ele a p re se n to u os fa to s a p re c iá v e is da fru tific a ç ã o . A h is tó ria c o m p ro v a q u e o d e rra m a m en to do E sp írito na c a sa de C o rn é lio n ã o fo i a m e d id a c o m p le ta do p la n o de D eu s p a ra os g e n tio s, m as fo i a d e q u a d o o b a s ta n te p a ra d a r c re d ib ilid a d e a P e d ro e su a m e n sa g e m . S em p re h a v e rá u m p erío d o n a jo rn a d a do fu n d ad o r de igrejas, en tre o receb im en to da visão e o seu co m partilham ento, para que os outros venham a contribuir p ara ela. Se espiritualm ente o crente interpreta m al essa dem ora, p o d e ter co m o co n se q ü ê n c ia o fim das g ran d es p o ssib ilid ad es de D eus. É crucial que n os lem b rem o s de q u e n e m a cru z n em a ch a m ad a vem co m a g a ra n tia de etap as de tem p o e p razo s fin ais. E n tre a ch am a d a e o in ício esta rá o tem p o de D eu s p a ra o rg an izar u m a b ase de ap o io su b stan tiv a para o no v o m in istério . D eus, q u an d o cham a, sem p re co m b in a os co m ponentes necessários. S e n in g u é m m ais e stá re c o n h e c en d o e m su a v id a o tipo e a m ed id a do fru to p a ra a ta re fa q u e ja z à fren te, en tão deix e de insistir. P ergunte-se: Os
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284 O PASTOR PENTECOSTAL
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m eu s co m p a n h eiro s de m in isté rio m a is p ró x im o s a cred ita m que tenho as h a b ilid a d e s p a r a n u trir e d irig ir a no va a v en tu ra de e sta b e le ce r igrejas? D e u s está c o n firm a n d o este p ro je to ao f a la r com os outros a m eu fa v o r so bre o su sten to d este m in istério ? Se esses co m p o n en tes co m p ro b ató rio s não p o d em ser id entificados nos e stád io s in iciais, en tão m a n te n h a o cu rso e co n tin u e b u sc an d o a d ireção de D eus. A in d a n ão é o tem p o certo. S ua visão po d e ter sido in ic iad a na sala do tro n o , m as D eu s p re c isa de u m in terv alo ad icio n al d u ran te a fase de fu n d a m e n ta ç ão p a ra re u n ir as pro v as ap ropriadas. O fu n d a d o r de ig rejas p e rc o rre dois cam in h o s. U m é ca ra cteriza d o p o r p la n e ja m e n to , flu x o g ra m a s, m a rk e tin g , sistem as b e m fu n d ad o s, títulos, le v a n ta m e n to de fu n d o s e co m p u tad o res. O outro é assin alad o p o r u m a v id a de oração , estu d o , je ju m , san tid ad e, m u ito tem p o de so frim en to , in teg rid ad e, q u e b ra n ta m e n to e v id a fam iliar. O su cesso do seg u n d o curso d e te rm in a o su cesso de tudo. A d in â m ic a q u e atrai as p esso as p a ra o servo de D eus é o resp len d o r d ivino. O re sp le n d o r é a re a lid a d e d a am izad e e fa v o r de D eus que cin tila d a a lm a e dos láb io s d o in stru m e n to d e D eus. D eu s a lm eja que seus m in istro s p o ssu a m resp len d o r. M as a co n d ição p ré v ia do re sp le n d o r é o fogo. M o isés en c o n tro u esse re sp le n d o r ao térm in o de u m a m ara to n a na m o n tan h a. A sarça ard en te to rn o u -se o sem blante ardente (Ê x 34). E stêvão ta m b é m en co n tro u esse re sp le n d o r e n q u an to estav a sendo ap ed rejad o em n o m e d a R o c h a dos séculos. A decisão m ais d ifícil que um fu n d ad o r de ig rejas en fre n ta n ã o é o p asso o b ed ien te p e la p o rta da op o rtu n id ad e, m as o p a sso o b ed ien te n a fo rn a lh a p u rific a d o ra do re sp le n d o r divino. P ara m uitos que vão esta b e le c er igrejas, esse será o p rim eiro pastorado. E n q u an to u m a ag itad a equipe de novos obreiros nutre a ig reja em brionária, o n o v o p a sto r de rep en te se ach a em dim en sõ es d e s a b itu a d a s d e te n s ã o e s p ir itu a l. O p e s o --------------------------------------p a rtic u la r de g u iar u m reb an h o , a an sied ad e de se m an alm en te p re g a r — to d o s esses e outros fato res re p re se n ta m n o v o s g raus de p u rg ação p a ra a alm a. T en h o c o n v e rsa d o c o m m u ito s p a sto re s fu n d ad o res de ig rejas que ach am esse p erío d o e sp iritu alm e n te en erv an te. A aleg ria de re s p o n d e r à c h a m a d a de D eu s p a re c e ser e s m a g a d a p e la s p e s a d a s r e s p o n s a b ilid a d e s ad v in d as c o m a n o v a colheita. Q u an d o D eu s d á ao cre n te u m v islu m b re d ra m á tic o do a m an h ã , E le n ão é o b rig a d o a re v e la r o fo g o d as p ro v a ç õ e s que ja z a d ia n te — o fo g o que p ro d u z resp len d o r, o fo g o q u e fo rja a p ro n tid ão à efetiv id ad e. P ed ro foi sapecado p o r e sse fo g o san to e p ro p o s ita d o . Ilu m in o u su a fra q u e z a e ex p ô s a v acu id ad e das suas garan tias verbais. M as, estranham ente, o fogo de P edro foi seg u id o de p e rto p o r u m a a firm ação em fav o r de Jesus, afirm ação em d e fe sa d a rev elação : “T u és o C risto, o F ilh o do D eu s v iv o " (M t 16.16). P ed ro id o latro u a p e rsp e c tiv a de se asso cia r com a e m in ên cia do R eino. Q u alq u er u m o faria. M as q u an d o em se g u id a ouviu Jesus fa la r de m o rre r
Marco 2: Que tipo de crente Deus vai usar para estabelecer uma igreja?
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO
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p elas m ão s d a in stitu iç ã o re lig io sa , P ed ro fico u nerv o so . E le sab ia q u e sua m o rte n ão p o d ia e sta r m u ito lo n g e d isso. O q ue P edro não co m p reen d eu foi q u e a au to rid ad e em ser p o rta -v o z do R ein o p ro v in h a d a d isp o sição de o p o rta-v o z to m a r-se m ártir. E ain d a h o je D eu s precisa do espírito d e m ártir — u m c o m p ro m isso to tal — n aq u eles q u e vão esta b e le c er su a igreja. E n e c e s s á r io d o is tip o s d e c r e n te s p a r a esta b e le c er u m a ig re ja c o m sucesso: u m h u m ilde o b astan te p a ra re c e b e r a v isão e outro pro n to para m o rre r no d e se m p e n h o de q u a lq u e r tarefa. E les p o d em ser a m esm a p essoa. O fu n d ad o r de igrejas d e v e e s p e ra r u m a s é rie de p e rp le x id a d e s , in c e rte z as e setas m alig n as a fia d a m e n te talh ad as ______________________________ 5 5 q u e v irão q u an d o o m in istro ace ita r a jo rn a d a de esta b e le c er ig rejas co m fid elid ad e. A fo to c ó p ia azu l de D eu s n u n c a m uda. A n im e-se! N o fim D eu s re a liz o u seu so n h o atrav és de P edro. C o m a aju d a de u m g alo ro u co an u n c ia n d o a traição m ais do q u e o am anhecer, P edro fin alm en te entendeu com o coração, e não só com a m ente, a equação do R ein o p a ra o resp len d o r n a lid eran ça. Q u alq u er cren te que v en h a a e n te n d e r o m e sm o q u e P e d ro e n te n d e u p o d e e x p e rim e n ta r a m e sm a realização . O su cesso em e sta b e le c er ig rejas é im p o ssív el sem isso.
cc------------------Deus não é obrigado a revelar o fogo das provações
Evangelizando uma Comunidade Randy Hurst ap ó sto lo P au lo d isse a seu am ig o e jo v e m d iscíp u lo T im óteo: “F aze a o b ra de um e v a n g e lista ” (2 T m 4.5). É n o tó rio que T im ó teo foi ch am ad o e q u a lific a d o p a ra u m m in istério p asto ral. N ão obstante, seu m o d elo e m e n to r o ex o rto u a fa z e r a o b ra de um eva ngelista. A o m e sm o tem p o q u e D eu s n o m e ia seus servos p a ra certas funções, não h á dois m in istro s que sejam sem elh an tes. N em todos os que estão no m inistério itinerante são prim ariam en te evangelistas. P o r outro lado, m uitos p a sto re s se rv e m e m suas c o m u n id a d e s c o m o e v a n g e lista s tale n to so s. Infelizm en te, alg u n s têm en sin ad o certas d esig n açõ es rela tiv as aos dons
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286 O PASTOR PENTECOSTAL e sp iritu a is q u e são m u ito ríg id as e categ ó ricas. E stereó tip o s de m in istério p o d em ser m uito lim itad o res e até fazer-nos ficar aquém de no ssa cham ada. O pró p rio P aulo é exem plo de um a m istura de dons espirituais. P rim eiro atu o u co m o ap ó sto lo , m as ta m b é m com o e v an g elista, p ro fe ta e pastorm estre. P ro v e n ie n te d a p e rsp e c tiv a d e te r serv id o n u m a v a rie d a d e de fu n çõ es, o ap ó sto lo ex o rto u T im ó teo a faz er a o b ra de evangelista.
O Pastor com o Exem plo E v a n g e liz a r u m a co m u n id a d e é u m a ta re fa que c o m e ça co m o pastor. A n tes q u e u m p a sto r p o ssa m o tiv a r a co n g re g aç ão a faz er evan g elism o , tem de d ar o ex em p lo , fazen d o ele m esm o ev an g elism o . P o r m u ito s anos ten h o serv id o co m o m in istro itin eran te e o b serv ad o cen ten as de p asto res e ig rejas p en teco stais. N u n c a vi u m a ig reja d e oração que não ten h a u m p a sto r de oração . N u n c a vi u m a ig reja que co n trib u a que não ten h a u m p a sto r q u e co n trib u a. U m a ig reja de ad o ração te m u m p a sto r que adora. U m a ig re ja m issio n á ria te m u m p a sto r q u e faz m issõ es. O q u e o p a sto r é, c o m o tem p o , a c o n g reg ação em g ran d e p a rte se torna. L ucas abre o livro de A tos co m um a frase in stru tiv a sobre nosso Senhor: “Je su s c o m e ç o u , n ã o só a fazer, m as a e n sin a r” (A t 1.1). A o rd em é sig n ificativ a. A te n d ê n c ia d a ed u c aç ão m o d ern a é te n ta r p rim e iro en sin ar e d ep o is e sp erar que os e stu d an tes fa ça m o que lhes foi en sinado. Jesus p rim e iro fez e d ep o is en sin o u . N o sso M estre é n o sso ex em plo. O apóstolo P a u lo e n te n d e u e sse p rin cíp io : “S ed e m eus im itad o res, co m o tam b é m eu, d e C risto ” (1 C o 11.1) e “O q u e ta m b é m a p ren d estes, e re ce b e stes, e o u v istes, e v iste s e m m im , isso fa z e i” (Fp 4.9). A s crian ças fazem o q u e os pais fa ze m m u ito m ais do que fa zem o que os p ais d izem . T odos os m aio res líderes d a H istó ria fo ram guiad o s pelo exem p lo m ais do que p o r ordens. Q uase todos nós, olhando nosso passado, p o d em o s id e n tific a r as p esso as que m ais n o s in flu en c iaram e e n te n d er esse p rin cíp io . O antigo p ro v é rb io é verd ad eiro : “A s m ais im p o rtan tes liçõ es são en ten d id as, e n ão e n sin a d a s” — so b retu d o no que tan g e ao evan g elism o . E sse p rin cíp io e x e m p la r p o d e se r v isto ao lo n g o das E scritu ras: em re la c io n a m en to s co m o os de M o isés e Jo su é, E lias e E liseu e Jesu s e os discípulos. C o n tin u o u na Ig reja do N ovo T estam ento com B am ab é e Paulo, P au lo e S ilas e d ep o is P au lo e T im óteo. A tu alm en te, onde o p a sto r serve co m o e x em p lo do m in istério de ev an g elism o ? 1. N a fa m ília do pastor. O s filh o s cren tes de p a sto r são rep resen tan tes de um lar q u e lhes d eu o b o m gosto p e la v id a em C risto. (A o m esm o tem p o , d ev e ser o b se rv a d o q u e u m filh o d esse m e sm o lar, p o r te r vo n tad e p ró p ria, p o d e afastar-se de D eu s ap esar do b o m ex em p lo dos pais.) S e r u m e x em p lo de estilo de v id a de e v an g e lism o têm de com eçar, an tes de tudo, e m casa. E v a n g e liz a r e d isc ip lin a r n o sso s filh o s é p a rte e sse n c ia l do m in istério q u e D eu s n os deu. 2. D ia n te d a congregação. O ato de fazer convites p ú b licos de salvação é u m dos ex em p lo s de ev an g elism o m ais im p o rtan te s que o p a sto r d á à co n g reg ação . M esm o q u e n in g u ém re sp o n d a ao c o n v ite de salv ação , algo
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO f u n d a m e n ta l e s tá a c o n te c e n d o . A s p e s s o a s n a c o n g r e g a ç ã o e s tã o testem unhando a preocupação, paixão e com prom isso do pastor em alcançar os p e rd id o s. Se os e sfo rço s e v a n g e lístic o s são feito s p erfu n cto riam en te , a co n g re g a ç ão o b se rv a n ão ap en as o q u e o p a sto r faz, m as tam b é m com o ele o faz. C o n v ite s p a ra a c e ita r a Je su s e q u a isq u e r ou tras ativ id ad es e v a n g e lístic a s n o cu lto d a ig re ja d ev e m ser feito s c o m con v icção , fé e seried ad e. A a titu d e do p a sto r c o n c e rn e n te a a lca n çar os p e rd id o s será ev id e n te às p esso a s d a co n g reg ação . 3. N a c o m u n id a d e. O s p a sto re s e v a n g e lístic o s m a is eficien te s que co n h eço c au sam im p acto p e sso a l d ireto n os não -cren tes. F a z e r am izades co m os n ão -cren tes d a co m u n id ad e e estar g en u in am en te interessad o neles co m o p esso a s c ria o p o rtu n id a d e s de c o n v ite à ig re ja ou de aju d a esp iritu al d ireta q u an d o essas p esso a s estão em n ec e ssid a d e esp iritu al. Q u an d o em suas a tiv id ad es c o tid ia n a s o p a sto r e n c o n tra -se co m p esso a s e fic a ciente de q u e n ão fre q ü e n ta m n e n h u m a ig reja, d ev e ser m ais do que n atu ral ele co n v id á -la s p a ra ir à ig reja. O s p a sto re s d e v em te r a m e sm a a lc u n h a que n o sso S u m o P astor, q u e e ra c o n h ecid o co m o “am ig o de p e c a d o re s” . U m d o s asp ecto s m ais e ficien tes do ev an g elism o , que m ais ad ian te será ab o rd ad o c o m m aio res d etalh es, é o sim ples ato de o rar co m alg u ém p o r a lg u m a n e c e s s id a d e q u e e s s a p e s s o a e s te ja p a s s a n d o o u p e la n ec e ssid a d e de u m dos m em b ro s d a fa m ília d e ssa p esso a. E ssa p rática é p a rtic u la rm e n te e fic a z q u a n d o fe ita p o r p a sto re s. O p o v o p e n te c o sta l acred ita qu e D eus re sp o n d e as orações. D ev em o s p ratic ar n o ssa co n vicção o ran d o c o m e p elas p esso a s da co m u n id ad e. Só o fato de o u v ir u m crente nascido de novo orar causa efeito sig n ificativ o no in créd u lo . E q u an d o D eus re sp o n d e à o ração , p o d e ser o m eio de a b rir os co raçõ es p a ra o E v an g elh o . 4. N o m u n d o d o pastor. H á c o rre la çã o d ireta e n tr e o a m o r d o p a s t o r p e lo s p e r d id o s d a co m u n id ad e e sua visão pelos perdidos do m undo. Q u an d o a co n g re g a ç ão o b se rv a qu e o co ração do p a sto r arde p elo s p e rd id o s do m u n d o , o m odo c o m o a c o n g re g a ç ã o v ê o s p e rd id o s e m su a c o m u n i d a d e é a f e ta d o . U m a v is ã o e u m a re sp o n sa b ilid a d e e x p an siv as p elo s p e rd id o s do m u n d o fru tific a rão e m alm as n a ig re ja local. Je s u s d isse : “ M a s re c e b e re is a v irtu d e do E sp írito S anto, q u e h á de v ir sob re vós; e ser-m e-eis testem u n h as tan to em Je ru sa lé m co m o em to d a a Ju d é ia e S am aria e até aos co n fin s d a te rra ” (A t 1.8). A lguns têm interp retad o A tos 1.8 de m an eira errada, querendo afirm ar que prim eiro tem os de g an h ar a n o ssa Jeru salém e depois alcançar a Judéia, S a m a ria e os co n fin s da terra. N ão é esse o te o r das E scritu ras. Jesu s não disse: “p rim eiro [...] e d ep o is” , m as “tanto [...] co m o ” . N osso com prom isso em a lcan çar os p e rd id o s p a ra C risto n ão d ev e ser apenas de longo alcance, m as sim ultâneo. E m geral, a ig reja q u e se d ed ica em sustentar m issionários e o ra r p elo s p e rd id o s d o m u n d o te m u m a v isão m ais am p la p a ra b u sc a r os p erd id o s do seu m u n d o im ed iato .
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‘As mais importantes lições são entendidas, e não ensinadas' — sobretudo no que tange ao evangelismo -------------------jj
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O PASTOR PENTECOSTAL
O Pastor com o Incentivador Sem pre devem os nos lem brar de que o poder m otivador para evangelizar v e m do p ró p rio E sp írito S anto. O q u e os cren tes de u m a cong reg ação p re c isa m tan to q u an to q u a lq u e r o u tra co isa é só de um p o u q u in h o de in cen tiv o e trein am en to . Q u an d o in c en tiv a m o s os cren tes a evangelizar, estam o s co o p eran d o co m a o b ra do E sp írito Santo. H á b a sic a m e n te duas m an eiras de in cen tiv o p asto ra l ao evangelism o: exortação pessoal e preg ação pública. E m geral o pasto r recebe o que prega. P a ra m o tiv a r a co n g re g a ç ão à ev an g elização , o p a sto r deve e stra tég ica e re g u la rm e n te p re g a r a P a la v ra que m o tiv a os cren tes a fa z e r evan g elism o . P re g a r so b re ev an g elism o som ente um a ou duas vezes p o r ano não é o b a sta n te p a ra m a n te r a c o n g reg ação im b u íd a em evangelizar. O utro m odo eficaz de in centivar os crentes a ev an gelizar é o testem unho p esso al, tan to do p a sto r q u an to dos m em b ro s d a co n g reg ação . Se o p asto r c o m s u a v id a d iá r ia e s tá s e rv in d o d e e x e m p lo n o m o d o d e fa z e r ev an g elism o , então ele te rá testem u n h o s p a ra co m p artilh a r em público. (É m e lh o r n ão re fe rir p u b lic a m e n te o nom e das p esso as a q u em o p asto r testem u n h o u , m as te ste m u n h o s dados de m o d o discreto in c en tiv a rã o a c o n g re g a ç ão a seg u ir o ex em p lo do p a sto r.) T estem unhos dos m em bros da congregação terão m ais alcance se forem selecionados e dirigidos pelo pastor. P articipei de um culto no qual o pastor convidou a co n g regação a d ar testem unhos relacionados ao evangelism o. Só u m dos seis testem u n h o s apresentados eram concernentes ao assunto. Se os m em b ro s da igreja fo rem incentivados a co ntar ao pasto r sobre suas experiências referentes ao testem unho de Jesus, vez ou outra o pasto r pode p ed ir que essas pesso as co m partilhem u m testem unho co m a congregação. Os testem unhos terão m ais eficiência se forem seletiva e esparsam ente usados. N ão são co isas em o cio n ais ou sen sacio n ais q u e terão m ais e ficácia em m o tiv a r os c re n te s a e v a n g eliz ar. D e sc o b ri q u e os d o is fa to re s m ais e ficien tes e m in c e n tiv a r os crentes são estes: U m a resposta a o sa c rifíc io de C risto. P ara ob term o s b o n s resu ltad o s em ev an g elizar os descren tes, p recisam os ter u m a conscientização g enuína de que C risto m o rreu p o r nós. N osso cu lto cristão é um a re sp o sta ló g ica e “racio n al” ao sacrifício de nosso Senhor (R m 12.1). O apóstolo P aulo tom ou o sacrifício do S en h o r p e sso alm en te, e esse era o segredo de sua g rande m o tiv a ç ã o e m a lc a n ç a r os p e rd id o s (G1 2 .2 0 ). P a u lo re v e la q u e sua m o tiv ação p esso al p ro v in h a d a co n clu são ló g ica de que “u m m o rreu por todos. [...] E ele m o rre u p o r todos, p a ra que os que v iv em não v iv am m ais p a ra si, m as p a ra aqu ele que p o r eles m o rreu e ressu scito u ” (2 C o 5.14,15). A o b ra d o E sp írito . P re c isa m o s c o m p re e n d e r q u e e v a n g e lism o é p rim a ria m e n te o b ra do E sp írito S anto. C o n v e n ce r os in créd u lo s de seus pecados não é nosso trabalho, m as do E spírito Santo. Som os as testem unhas de Jesu s, m as é o Espírito, q u e m g a n h a as p esso as para Jesus. E E le q u em c o n v e n c e o s in c r é d u lo s d o s se u s p e c a d o s e os le v a à c o n fis s ã o e arrependim ento. T am bém faz parte d a ação do E spírito cap acitar os crentes a e x p re ssa r em suas v id as com auto rid ad e, p o r palav ras e obras, a v erdade e re a lid a d e de Jesu s. O p a sto r que m a n tém a atenção d a c o n g reg ação con cen trad a tanto no sacrifício do S enhor Jesus quanto no p o der do Espírito
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO Santo, que nos perm ite o b ed ecer os m andam entos de Jesus, estará provendo os do is m ais p o d e ro so s in c e n tiv o s ao ev an g elism o .
O Pastor com o A dm inistrador A im p o rtâ n c ia dos co n sta n te s co n v ites p ú b lic o s de salv ação d ev e ser enfatizada m ais um a vez. Se alg u ém aceita ou não o convite não é indicação de qu e u m p a rtic u la r serm ão o u cu lto fo i u m su cesso. S e n in g u ém v e m à fren te, n ão é in d íc io de q u e a m e n sa g e m do p a sto r foi in eficaz. P o r outro lado, o fato de a lg u é m re sp o n d e r ao c o n v ite de salv ação não é e v id ê n cia de q u e o serm ão do p a sto r ten h a sid o u m su cesso. A p e sso a que v e m a Jesus é resu ltad o da o b ra do E sp írito Santo. N ós pro clam am o s a m ensagem do E v an g elh o e fazem o s o conv ite, m as só D eus abre o coração (A t 16.14). R e fe rin d o -se ao seu m in istério ap o stó lico , P au lo disse: “E u plan tei, A p o io reg o u ; m as D eu s d eu o c re sc im e n to ” (1 C o 3.6). Q u an d o o p a sto r se d ed ica a fa z e r co n v ites reg u lares d e salvação, D eus envia os não-salv o s à ig reja a fim de que h a ja pessoas p ara aceitar o convite. N ão so m o s n ós q u e estam o s ed ific a n d o a ig reja, m as o p ró p rio S en h o r Jesu s C risto! C erto jo v e m m in istro , q u e h á p o u c o tin h a aceitad o u m p asto rad o , veio a m im p a ra aco n selh am en to . U m a das coisas q u e o exortei a p ô r em p rática foi fa z e r o co n v ite de salv ação ao térm in o de todos os cu ltos de dom in g o , m e sm o q u e p o r u m ano in teiro n in g u é m aceitasse. Q u an d o ce rca de u m ano d ep o is fu i p re g a r n a ig re ja d aq u ele jo v e m pastor, tin h a h av id o um au m en to d e p o u c o m ais de c e m p a ra m ais de setecen to s m em b ro s. E le d isse q u e u m a das p rin c ip a is ra z õ e s p a ra o c rescim en to fo ra m os co n v ites de salv ação feito s to d o s os d o m in g o s, p o is D eu s os aben ço ara, env ian d o à ig reja in c ré d u lo s e d esv iad o s. O su p erin ten d en te d istrital de M in n eso ta, C laren ce St. John, p asto reo u em H ibbing, M innesota, p o r 21 anos. E le fielm ente fez convites de salvação to d o s os d o m in g o s d u ra n te sete a n o s an tes de v er u m a resp o sta. E n tão cin q ü e n ta p esso as re c e b e ra m a C risto em um ano. D ois anos m ais tarde, m esm o d ep o is de h a v e r erig id o um n o v o tem p lo, ain d a tin h a de ser feito dois cu lto s n o d o m in g o . H o u v e n a q u e le an o u m ac réscim o de 377 p esso as à igreja, m ais de u m a c o n v ersão p a ra c a d a d ia do ano. E n s in a m e n t o s
de
E v a n g e l is m o
C risto d eu p a sto re s p a ra a ig re ja “q u eren d o o ap erfe iço a m en to dos santos, p a ra a o b ra do m in isté rio , p a ra ed ific a ç ão do co rpo d e C risto ” (E f 4.12). E n sin a r os m e m b ro s d a co n g re g a ç ão a fa z e r e v an g e lism o p esso al é u m a das re sp o n sa b ilid a d e s b íb licas m ais im p o rta n tes do pastor. M uitos cren te s de n o ssa s c o n g re g a ç õ e s estã o se n d o m o v id o s p e lo E sp írito a co m p artilh ar su a fé e ex p eriên cias co m os não-salvos. T udo o que precisam de seus p a sto re s é u m p o u c o de in cen tiv o e en sin am en to . D ou ên fase às p alav ras um p o u c o . Q u an d o o E sp írito se m o v e n a v id a dos cren tes, eles não p re c isa m ser em p u rra d o s p a ra fa z e r o q u e D eus está m an d an d o , m as apen as e x o rtad o s e in cen tiv ad o s. M ais u m a v ez e n fa tiz a m o s a im p o rtâ n c ia d e e n sin a r u m p rin c íp io d ecisiv o p a ra m o tiv a r o ev an g elism o : D e u s é q u em salv a as pesso as. O
290 O PASTOR PENTECOSTAL E sp írito S an to é q u e m co n v e n ce do p ecado. É Jesu s q u em ed ifica a igreja. N ós sim p lesm en te to m am o s parte nos m ilagres que D eus faz neste m undo. Q u an d o c h e g a a v ez do ensino, h á m u itas ab o rd ag en s ao ev an g elism o pesso al. E n tre ta n to , o v o lu m e do c o n teú d o en sin a d o às vezes p o d e ser d e sa n im a d o r e in tim id an te. E ssa é u m a das raz õ es p o r que tan to s crentes n ão fa z e m cu rso s de ev an g elism o . E certo que os cren tes p re cisam de in cen tiv o p a ra c o n h e c e r a P ala v ra e estar prep a ra d o s p ara certas situações co m u n s q u e v e n h a m a en frentar. M as o teste m u n h o m ais eficien te que u m c re n te p o d e d ar n ão é sobre o que ele sabe, m as sobre q u em ele sabe. M u ito s cristão s a lim e n ta m a falsa im p ressão de que têm de m em o riza r grandes p o rçõ e s das E scritu ra s a fim de fa la r de J e s u s a o s i n c r é d u l o s . A in d a q u e J e s u s ifi ------------------------------------- f r e q ü e n t e m e n t e c i t a s s e as E s c r i t u r a s , é in teressan te o b serv a r que E le não citou n en h u m trecho escriturístico p ara a m u lh er sam aritan a ou p a ra N ico d em o s. Sem pre tem os de lem b rar-n o s d e q u e n ã o e s ta m o s a p e n a s p r e s t a n d o in fo rm a ç õ e s o u c o n v e n c e n d o as p e s s o a s da v e rd a d e d e n o s s a r e lig iã o . E s ta m o s d a n d o te stem u n h o de um relacio n am en to . ____________ __________________ T e n h o f e ito s e m in á rio s d e e v a n g e lis m o p e sso a l e m m u itas ig rejas, n ão só nos E stad o s U n id o s, m as em o u tro s p aíses. D e acordo c o m m in h a e x p e riên cia, as su g estõ es e x p o stas a seg u ir são m u ito úteis p a ra aju d ar os cren tes a ser b e m -su c e d id o s e m seus testem u n h o s:
Quaicto o ensino move os crente, bastam poucos eisinos
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1. F a le de sua p r ó p ria experiência. D ig a o que sabe. C onte com o seus p e cad o s fo ram p e rd o ad o s, de m odo que ho je v o cê é u m a n o v a criatu ra en í C risto e te m u m a m o rad a etern a no céu. O apóstolo P edro disse que sem pre d e v e m o s e s ta r “p re p a ra d o s p a ra re s p o n d e r c o m m a n sid ã o e te m o r a q u a lq u e r q u e [nos] p e d ir a razão da esp e ra n ça que h á em [n ó s]” (1 Pe 3.15). 2. A p re n d a a e v ita r a rg u m e n ta çõ es e c o n tro vé rsia s relig io sa s nas c o n v e rsa s com a s p e sso a s. A ntes, en fatize o re la cio n a m en to d a p e sso a c o m D eus, o u se a p e sso a tem ou não a paz p o r h a v e r rec eb id o o p e rd ã o de D eu s e se e stá seg u ro de te r a v id a eterna. 3. D e sc u b ra m eio s o p o rtu n o s de co n vid a r as p e sso a s a ir à igreja. L á elas ex p erim e n ta rã o a p re sen ç a de D eus e o u v irão a p reg açã o d a P alav ra de D eu s p elo pastor. 4. O re co m o s n ã o -c re n te s. U m do s m é to d o s m a is e fic ie n te s de te ste m u n h a r é tã o -so m e n te o ra r n a p re se n ç a de u m n ão -cren te. Q uase sem p re os n ão -cristão s, q u an d o nos o u v em fa la r c o m o S e n h o r Jesus, sen tem im e d ia ta m e n te a rea lid ad e de n o ssa e x p eriên cia co m E le, C om o cren tes n ascid o s de no v o , às vezes não dam os v a lo r ao rela cio n a m en to v iv o q u e tem o s c o m Jesu s. A in d a que de v ez em q u an d o os não -salv o s orem , a o ração é u m a p rá tic a d esa jeitad a e in c ô m o d a p ara eles. O rações p úblicas feitas em eventos tam b ém são exem plo da diferença entre a oração fo rm al e im p esso al de um crente n o m inal e a oração ferv o ro sa de u m crente ren ascid o . A té os in créd u lo s n o tam a diferença!
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO O p o r t u n id a d e s
de
E v a n g e l is m o
O utro asp ecto im p o rta n te d a ad m in istração do ev an g elism o é fo rn ecer o p o rtu n id ad es p a ra os m em b ro s d a ig re ja p a rticip a rem no evan g elism o . O E sp írito S an to co n tin u am en te está falan d o com os crentes d a congregação, m o v e n d o -o s a serem testem u n h as d e Jesu s. Se h o u v er lid eran ça, essas p esso as alcan çarão os p erd id o s. P o r v ezes só a m o tiv ação em si m esm a n ã o é o b a s ta n te . O s c re n te s p re c is a m se r d e s a fia d o s c o m p ro je to s realizáv eis e esp ecífico s o nde h a ja lu g a r p ara eles p articip arem . O espaço não nos p erm ite ap re se n ta r as m u itas o p o rtu n id ad es evan g elísticas que p o d e m ser dad as aos m em b ro s d a ig reja, m as as seg uintes p ro p o stas são p artic u la rm en te eficazes: 1. O ra çã o em g ru p o s d e três. E s s a a b o rd a g e m à o ra ç ã o o fe re c e a o p o rtu n id ad e de p ô r e m p rá tic a M ateu s 18.19,20. U m m em b ro d a ig reja ju n ta -se a o u tro s dois em oração re g u la r p o r am igos específicos e m em bros fam ilia re s q u e n ã o c o n h e ç a m a C risto . E m d e te rm in a d o d o m in g o , os m em b ro s d a ig re ja re ú n e m -se e m gru p o s de três e escrev em em u m cartão (que é u m m a rc a d o r de B íb lia) os n o m es de u m a três am igos e m em bros fam iliares q u e n ão c o n h eçam a Jesu s. O g ru p o co n c o rd a em oração por eles. A lg u m as vezes, d u ran te a sem ana, u m in te g ra n te de cad a grupo de o ra ç ã o te n ta o ra r c o m u m ou dois m em b ro s do g ru p o p o r tele fo n e e, p o ssiv elm en te, em alg u n s m o m en to s ju n to s, n a igreja, antes ou depois dos cultos. D ep o is, a o ração p o d e ser p o sta e m ação p resen tean d o a p esso a v isa d a c o m u m liv ro èv an g elístico e, m ais tarde, fazen d o u m co n v ite à cad a p e sso a n ã o -sa lv a p a ra assistir aos culto s especiais n a igreja. E sse m éto d o de ev an g elism o p o d e ser u tilizad o de fo rm a co n tín u a ou p o r um p e río d o e s p e c íf ic o d e te m p o , d e s ig n a d o e s p e c ia lm e n te p a ra c u lto s ev an g elístico s esp eciais ou p ara culto s n atalin os ou de P áscoa. 2. Série de serm õ es especiais. U m a p ro d u tiv a ab o rdagem evangelística, que u tiliz e i q u an d o p asto reav a, fo i fazer u m a série de p reg a çõ e s especiais. E ram m en sag en s p rin c ip a lm e n te ex p o sitiv as, m as co m títu lo s escolhidos p ara n ão ap en as re p re se n ta r o co n teú d o bíb lico, m as tam b é m d esp erta r in teresse en tre o p ú b lico em geral. C ito alg u n s títulos dessas séries: “Teste Sua S aú d e M e n ta l” , “D ireção D iv in a ” , “G u erra E sp iritu a l” e “O E stilo de V ida dos Ú ltim o s D ia s” . M a n d a r co n fe c c io n ar fo lh eto s p a ra os m em bros da c o n g reg ação d istrib u írem entre am ig o s deu ó tim o s resultados, com o tam b ém fo i p ro fícu o p u b lic a r n os jo rn a is a série de serm ões p regados. 3. D ia d o A m ig o . P a ra m u ita s ig re ja s , o D ia do A m ig o tem sid o p artic u la rm en te eficaz em atrair os n ão -cren tes aos cultos da igreja. O D ia do A m ig o o ferece u m a b o a razão p a ra os m em bros da ig reja co n v id arem os am ig o s e tam b ém dá aos am igos u m a b o a razão p a ra aceitar. O s laços de a m izad e cria m ex celen te o p o rtu n id ad e p a ra o cristão co n v id ar o am igo não -cristão à igreja. 4. E v a n g e lism o n a é p o ca d o N a ta l e da P áscoa. O N a ta l e a P á sc o a p ro p o rc io n a m d u a s d a s o c a s iõ e s m a is o p o rtu n a s p a ra u m d e s ta q u e e v a n g e lís tic o n a ig re ja . I n c e n tiv a r o s m e m b ro s d a c o n g re g a ç ã o a c o n v id a re m os n ã o -c re n te s ao s c u lto s de N a ta l e de P á sc o a p o d e se r d u as d as é p o cas m ais p ro d u tiv a s do an o e m te rm o s de salv aç ão de alm as. D u a s a tiv id a d e s q u e p o d e m re a lç a r essa s o c a siõ e s são: (1) fa z e r c o m
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292 O PASTOR PENTECOSTAL q u e as p e sso a s d a c o n g re g a ç ão o re m e m g ru p o s o rg a n iz ad o s, c o m o a oração em g ru p o de três, n as sem anas que a n tec ed em o N atal ou a Páscoa, e (2) e n v o lv e r as fa m ília s d a ig re ja e m e x e rc íc io s de le itu ra b íb lic a pelo m e sm o p e río d o d e te m p o . T en h o v isto c e n te n a s d e ig re ja s o b te re m g ra n d e s r e s u lta d o s e v a n g e lís tic o s c o m e s s e p r o c e d im e n to . V á rio s p a sto re s tê m te ste m u n h a d o q u e m ais p e sso a s v ã o a C risto e to rn a m -se m e m b ro s d a ig re ja c o m o re su lta d o d e sse tip o d e p ro g ra m a do q u e por q u a lq u e r o u tro m é to d o e v a n g e lístic o o rg a n iz a d o q u e te n h a m u sa d o . O p a s to r e a ig re ja d e v e m e sta r p re p a ra d o s a o fe re c e r a m a io ria dessas o p o r t u n i d a d e s e v a n g e l í s t i c a s t a n t o p o r c o n v i t e q u a n to p o r a c o m p a n h a m e n to . 5. L ivro s e va n g elístico s de p resente. T er à m ão livros ev an g elístico s p ara p resen tear em encontros oportunos co m não-cristãos é u m m odo m uito eficien te de fa z e r ev an g elism o . O s m em b ro s da c o n g reg ação d ev em ser se m p re in c e n tiv a d o s a te r d o is ou trê s e x e m p la re s de u m a tra d u ç ã o ag rad áv el d e ler do E v an g elh o de M arco s, do E v an g elh o de João, ou um liv ro ev an g elístico q u e p o ssa ser p resen tead o a q u em o E sp írito S anto esteja trab alh an d o . R eco m en d o o E v an g elh o de M arco s m ais do que o E v an g elh o de João, p o rq u e é u m a ap resen tação m ais sim ples, m en o r e m ais d ireta d a v id a de Jesus do que o E v an g elh o de João. O utros livros q u e acho m u ito ú teis p a ra os não -cren tes são os de testem u n h o s narrativos, co m o A C ruz e o P un h a l, de D a v id W ilkerson, e N a sc id o de N o v o , de C h u ck C olson. P a ra alg u m as pesso as, u m livro com o M ero C ristianism o, de C. S. L ew is, é de m u ito p ro v eito . U m a h a rm o n ia d a vid a de Jesus, u tiliz a n d o p a ssa g e n s de to d o s os qu atro evangelhos,' é p articu larm en te ap ro p riad o p a ra in créd u lo s. 6. D ep a rta m e n to s p a ra a ten d e r n e cessid a d e s esp iritu a is específicas. C ria r d e p artam en to s em u m a ig re ja lo ca l que se d ed iq u e a n ecessidades esp iritu ais ex clu siv as de d eterm in ad o s g rupos, co m o o de pais so lteiros, o de d iv o rciad o s ou o de d esem p reg ad o s, po d e a lcan çar as p essoas co m o E v an g elh o e m te m p o s de m a io r necessidade. 7. D e p a rta m e n to de o ra çã o p e la co m u n id a d e. U m p asto r, am ig o m eu, o b té m g ra n d e re sp o sta e v a n g e lístic a o ran d o p o r n e c e ssid a d e s esp e cíficas d a c o m u n id a d e . M e m b ro s d a ig re ja , em g ru p o s d e do is, v ão à p é p elo s b a irro s d a c id a d e o ran d o p e lo s m o ra d o re s, c a sa p o r casa, à m e d id a que c a m in h a m . D e p o is de três sem a n as n e ssa a tiv id ad e, os g ru p o s v isita m as ca sa s e d iz e m aos m o ra d o re s q u e e les são d a ig re ja A sse m b lé ia de D eu s, q u e c rê e m q u e D eu s re sp o n d e às o ra çõ e s e en tã o p e rg u n ta m se há a lg u m p e d id o de o ra ç ã o p e lo q u a l q u e ira m q u e a ig re ja ore. M u ita s p e sso a s fa z e m c o m lib e rd a d e seus p e d id o s de o ração . A c o n g reg aç ão c o m e ç a a o ra r p o r esses p e d id o s e alg u m a s sem an as d ep o is as eq u ip es de o ra ç ã o v o lta m às casas. D ep o is, p e rg u n ta m às p e sso as se o S e n h o r re sp o n d e u às o raçõ es e as co n v id am p a ra ir à igreja. N o p rim eiro dom ingo d e im p la n ta ç ã o d e s s e m é to d o , 52 p e s s o a s re c e b e ra m a Je su s co m o S alv ad o r.
Evangelism o E ficaz P o sto q u e este cap ítu lo ten h a sugerido m odos de lev ar a ig reja a fazer ev an g elism o , n ad a é m ais im p o rtan te do que u m p a sto r que b u sca a direção
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO criativ a do E sp írito p a ra sua vida, ig re ja e co m unidade. O E sp írito S anto sab e co m o a lc a n ç ar ca d a c o m u n id a d e e co n h ec e os dons esp iritu ais e recu rso s d e ca d a p a sto r ou igreja. O p a sto r q u e b u sc a r a d ireção c riativ a do E sp írito S an to a achará! A p resen to três características q u e p o d em to m a r u m a ig reja e sp ecialm en te eficaz em fa z e r evangelism o: 1. U m a igreja d a P alavra. E stratég ias e m atra ir as p esso a s à ig re ja em ú ltim a in stâ n c ia fra c a ssa m se a P alav ra de D eus n ão fo r ap re se n tad a co m p o d e r q u an d o essas p esso as e fetiv am en te fo re m à igreja. A “ se m en te” a ser p la n ta d a é sem p re a m e n sa g e m do E v an g elh o . Se em sua c id ad e a ig re ja tem a re p u ta ç ã o de ser u m lu g a r o n d e a P alav ra de D eu s é p reg a d a co m p o d e r e eficácia, as p esso as irão o u v i-la e D eus tran sfo rm ará essas vidas. 2. U m a igreja da p re se n ç a m a n ife sta do E sp írito Santo. N a d a d á m ais p o d e r à ig reja do q u e a p re se n ç a do E sp írito Santo. A té os in crédulos sen tem q u e h á alg o d ife re n te em u m a ig re ja p en teco stal. O p a sto r e a co n g reg ação d ev em o ra r co n tin u am en te p a ra que h a ja o m o v er do E spírito n os cultos d a igreja. 3. U m a igreja co m u m a m issão. N ó s so m os g u iad o s pelo E sp írito , v iv em o s no E sp írito e m in istram o s n o E sp írito , a fim de a lcan çar o m undo p a ra C risto antes que E le v o lte (A t 1.6-8). O s cren tes p en teco stais que se an tecip am em d eix ar o E sp írito g u iá-lo s a en co n tro s m arcados p o r D eus co m p esso as abertas à m e n sa g e m do E v an g elh o estarão p rep arad o s p a ra ser u sad o s p o r D eu s de m u itas fo rm as no ev an g elism o , além dos m étodos p lan ejad o s p elo p a sto r e a igreja. O p a s to r p o d e s e rv ir d e e x e m p lo no fa z e r e v a n g e lism o , in c e n tiv a r os c re n te s ao e v a n g e lism o e a d m in istra r o e v a n g e lism o . M as nós, m in istro s e c re n te s p e n te c o sta is, n u n c a d e v e m o s n o s e sq u e c e r de q u e ev a n g e lism o é an tes de tu d o o b ra do E s p írito S a n to e q u e os cre n te s ch eio s do E sp írito são p riv ile g ia d o s e m te r p a rtic ip a ç ã o n os m ila g res que D eu s e stá faz en d o n a v id a d as p e sso a s p a ra tirá -la s “d as tre v a s p a ra a su a m a ra v ilh o sa lu z ” (1 P e 2.9).
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294 O PASTOR PENTECOSTAL
Mobilizando os Crentis para o Evangellsmo Dale Lane lcan çar os p erd id o s do p róprio p aís não é u m dos grandes sucessos d a ig r e ja . M u ito s m is s io n á r io s tê m sid o e n v ia d o s a c a m p o s estran g eiro s, en q u an to que p o ucos ficam para b u scar os não-salvos nacio n ais. A ig reja tem d esen v o lv id o grandes recu rso s p a ra m issõ es que sã o n e c e s s á rio s ; m a s ao m e sm o te m p o p re c is a m o s g a n h a r a n o s s a “Je ru sa lé m ” . E m n o ssa igreja, P h oenix F irst A ssem bly, decid im o s que tem o s de sair pelas ru as e b airro s de nosso vale p ara g an h ar um m undo p erd id o e ag onizante. P recisam o s que todos os crentes do país levantem se e digam : “E sta cidade é n o ssa em nom e de Je su s” . M o b ilizar os cren tes foi a cen telh a que trouxe este grande avivam ento a P h o en ix . Jesu s disse: “Ide p o r todo o m undo, p reg ai o evan g elh o a toda cria tu ra ” (M c 16.15). P resu m im o s que essa o rd em é c u m p rid a atrás de u m púlpito. M as essa falsa suposição está desp o jan d o os crentes de um a ob ra d eterm inada p o r D eus. D e form a injusta está restringindo ao m inistério u m a o b ra que p erten ce a to d os os filhos de D eus. A o m o bilizar os crentes p ara a obra, tem os de seguir o plano da igreja do N o v o Testam ento: “E, p erseverando unânim es todos os dias no tem plo e partindo o pão em casa, com iam ju n to s com alegria e singeleza de coração, lo u v a n d o a D e u s e c a in d o n a g ra ça d e to d o o povo. E to d o s os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (A t 2.46,47). U m a igreja do N ovo T estam ento é aquela cujos m em bros são fortalecidos, edificados, treinados e depois enviados para cum prir o propósito de D eus para suas vidas. “E le m esm o deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros p ara evangelistas, e outros p a ra pastores e doutores, querendo o ap erfeiçoam ento dos santos, para a obra do m inistério, para edificação do corpo de C risto ” (E f 4.11,12). N esses versículos P aulo registra os dons m inisteriais dados p o r D eus à igreja. Para qual propósito foram dados? Para “o ap erfeiçoam ento dos santos” , a fim de que estes possam fazer “a obra do m inistério” . O crente tem um m inistério designado: ganhar as alm as e curar os feridos. N a P hoenix First A ssem bly aproxim adam ente sessenta p o r cento da congregação estão envolvidos nesse m inistério.
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UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO F idelidade ano após ano após ano é a m arca de u m a grande ig reja e pastor. O p asto r se rep ro d u z n a v id a dos crentes. O s crentes não são clientes, nem espectadores, n e m estão n a aren a e n em ficam assistindo ae são os participantes. Os m em bros da igreja do N ovo T estam ento eram participantes. “M as os que andavam dispersos iam p o r toda parte anunciando a palavra” (A t 8.4). A expressão grega trad u zid a p o r “iam por to d a parte” significa literalm ente “ir do com eço ao fim ” , o que quer dizer que eles iam de lugar em lugar an unciando as B oas N ovas, a Palavra. Todo filho de D eus tem um a cham ada. Todos fo ram cham ados a obedecer ao S enhor e Salvador Jesus C risto. O s crentes são os m inistros. M ob ilizar o povo de D eus p a ra a obediência n o testem u n h ar é nosso trabalho com o líderes d a igreja. O q u e é m o tiv ação ? C erto d icio n ário d efine assim o ato de m otivar: “D a r in cen tiv o o u m o tiv o a, im pelir, incitar, in v o ca r ou in sp irar” . O utro d icio n ário diz: “In c ita r u m in d iv íd u o a ação b asead o e m fo rç a in tern a” . Jesus disse: “Q ualquer que q u iser salvar a sua v ida perdê-la-á; m as qualquer que, p o r a m o r de m im . p e rd e r a su a v id a a salv ará” (Lc 9.24).
Com o Com eçam os? A igreja dos dias de h o je quase sem pre está n a im inência, a um passo de fazer algo. O s b ancos estão cheios de p o ssib ilidades não realizadas, de atividades retidas. A cabam os tendo u m a igreja de “crentes que só esquentam os b an co s” . Tem os de d espertar esses crentes p ara serem os guerreiros que D eus quer que eles sejam . N a verdade, a tradição freqüentem ente freia idéias novas e criativas. Tentativas em m u d ar são resistidas com a afirm ação: “N ão fazem os isso p o r aqui; nunca fizem os isso antes” . A tradição é trem endam ente im po rtan te no cenário certo, m as n a m aioria das vezes obstrui o crescim ento da igreja. A igreja sem pre deve estar u m passo à frente no que se refere a alcançar as pessoas com o E vangelho. C o m o co m eçam o s? P asto res e líd eres têm de ap ren d er a treinar, ensinar e delegar. D e le g a r sig n ifica retirar-se d e u m trabalho, lib eran d o os crentes p a ra a obra. C o n fiar q u e o d iscípulo fará o trab alho d esignado v em a seguir. E m ap ro x im ad am en te cin q ü e n ta p o r cen to das vezes, o v o lu n tário fa rá o trab a lh o de m a n e ira d ife re n te da do pastor. Isso não q u er dizer q u e o trab a lh o e ste ja errado. É e sse o segredo. Se o resu ltad o do in ten to do v o lu n tário fo r e d ific a r e esten d er o R ein o de D eus e g a n h ar alm as, então dev em o s p ro sse g u ir co m o plano. N o sso alvo é o m esm o, em b o ra nossos m éto d o s p o ssam ser d iferentes.
Líderes H abilitam e M obilizam C o m o líd eres, d ev em o s ser h ab ilitad o res. O s líderes atin g em m etas e in ce n tiv a m v o lu n tário s a atin g ir m etas. O s h ab ilitad o res ap ó ia m e trein am v o lu n tá rio s. O fo c o d as a te n ç õ e s d e v e e s ta r no v o lu n tá rio , e n ã o no p ro g ra m a ou m in isté rio . H á q u a tro fa to re s b á sic o s q u e m o b iliz a m os cren tes: co n v icção , n e cessid ad es, m etas e perspectiva. C o n v ic ç ã o
C onvicção é aquilo em que realm ente acreditam os no íntim o. Paulo disse: “E m nada tenho a m inha vida por preciosa, contanto que cum pra com alegria
296 O PASTOR PENTECOSTAL a m inha carreira e o m inistério que recebi do Senhor Jesus, para dar testem unho do evangelho da graça de D eus” (At 20.24). Se vam os dedicar im portante parte de nossa vida a u m a causa, tem os de estar firm em ente convictos sobre o porquê de o fazerm os. E stam os plenam ente certos de que h á um céu a ganhar e um inferno a evitar? Sabem os por que servim os a D eus? Sabem os p o r que trabalham os para D eus? Saber com o fazer é estupendo, m as quando sabem os com que finalidade, som os im pulsionados à ação. M obilizar crentes deve tom ar-se parte da fibra do nosso fazer e ser. Trata-se sim plesm ente de obedecer o m andam ento de Jesus de fazer discípulos. P o r q u e v o lu n tário s d ev em ser no m ead o s p a ra a o b ra? (1) A b rev id ad e d a vida. D av i orou: “A gora, tam bém , q u ando esto u v elh o e de cabelos b ran co s, n ão m e d esam p ares, ó D eus, até que te n h a an u n ciad o a tu a fo rça a e sta geração , e o teu p o d er a to d o s os v in d o u ro s” (SI 71.18). (2) U m sen so de m o rd o m ia. S o m o s re sp o n sáv e is p ela v id a q u e D eus nos deu. F o m o s c o m p ra d o s p o r b o m p reç o . E le fez u m in v e stim e n to em nos. “B en d izei, p ovos, ao n o sso D eus e fazei ou v ir a voz do seu louvor; ao que su sten ta c o m v id a a n o ssa alm a e não co n sen te que resv ale m os nossos p é s” (SI 66.8,9). (3) D esejo de que m in h a vid a v alh a p a ra D eus. O d iaria ch eg ar ao fim d a v id a e sab er que ab so lu tam en te n ão vivi. Q uero tran sm itir a v id a ab u n d an te em C risto a tantos qu an to s puder. P osso fazê-lo m ed ian te m u ltip licação esp iritu al, rep ro d u zin d o -m e. N e c e s s id a d e s
T oda p esso a tem n ecessidades. C om o líderes, tem os de info rm ar os m em bros de nossa congregação sobre as necessidades das pessoas de nossa cidade e do m undo inteiro. A declaração m issionária da Phoenix First A ssem bly descreve u m a igreja ganhadora de alm as, que tem u m padrão de boas obras que talvez inspirem outras igrejas ao redor do m undo a imitar. “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nom e do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho m andado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consum ação dos séculos. A m ém !” (M t 28.1 9 ,2 0 ). P ara atin g ir essa m eta, com ex celên cia em cad a área, é necessário estabelecer e m anter m inistérios de ensino, discipulado e oração fortes e integrados, que vão interligar centenas de m inistérios evangelísticos projetados a satisfazer necessidades e curar feridas. N osso lem a é “U m a Igreja com C oração” . E ncorajam os nossos m em bros a encontrar um a necessidade e atendê-la, identificar u m a ferida e curá-la. “Tenho com paixão da m ultidão, porque já e stá com igo h á três dias e não tem o que com er, e não quero despedi-la em jeju m , para que não desfaleça no cam inho” (M t 15.32). A com paixão de Jesus quando viu a necessidade das pessoas desencad eo u ação. E ssa verdade fundam ental que m obilizou Jesus deve ser o princípio subjacente a todos os m inistérios evangelísticos. A lvos
P rim eiro , n o sso alvo de vid a deve ser, com o o de Paulo, co n h ecer Jesus. [Pois m eu p ro p ó sito p ré-d e te rm in ad o é] que eu m e to rne progressivamente mais profunda e intimamente familiarizado com Ele,
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO percebendo, reconhecendo e entendendo [as maravilhas de sua Pessoa] de maneira mais forte e mais clara. E que desse mesmo modo eu venha a conhecer o derramamento do poder da sua ressurreição [o qual se manifesta sobre os crentes]; e que eu tome parte do seu sofrimento no que tange a eu ser continuamente transformado [no espírito à sua semelhança mesmo] até a sua morte (Fp 3 .10).1 S egundo, os cren tes tam b ém têm de ter alvos interm ediários. F ilipenses 3 .1 4 d eclara: “P ro ssig o p a ra o alvo, p e lo p rê m io d a so b eran a v o ca çã o de D eu s e m C risto Je su s” . T odo cren te n a ig reja tem u m a g rande ch am ad a (um son h o ) a cum prir. C o m o líd eres, freq ü en tem en te não p erm itim o s que vo lu n tário s c u m p ram seu son h o p o r c a u sa de nosso m ed o e insegurança. Se, p o rém , estiv erm o s co m u n ican d o com efic iên c ia a v isão que D eu s nos deu, os so n h o s d eles serão n o sso s sonhos. Q u ando o p a sto r B a rn e tt e eu assu m im o s a ig re ja P h o en ix F irst A ssem bly, oram os p a ra que D eus nos en v iasse cren tes q u e tiv e sse m a m e sm a v isão q u e nós. D eu s n ão apenas aten d eu ao nosso p ed id o , m as co m eço u a m u d a r os cren tes que j á estavam n a co n g re g a ç ão a fim de ad o tarem n o ssa visão. Q u ando a v isão ou o sonho d o p a s to r f o r e v id e n te , s e r á r e p r o d u z id o n a v id a d o s c r e n te s d a co n g reg ação . T erceiro, os cren tes p re c isa m te r m etas de curto prazo . E ssas m etas p o d e m ser anu ais, m en sais, sem an ais, diárias, o q u e m e lh o r se adequar. P o r ex em p lo , e stab elecem o s m etas no m in istério que fazem o s com ônibus para cada ro ta da sem ana. São m etas atingíveis, m as desafiadoras, de form a qu e os v o lu n tário s v en h am a sen tir u m n ív el de sucesso. P o r sua vez, isso os m o tiv a a e stab e le c er m etas n o v as a u m n ív el m ais alto. E ssas m etas tam b ém p o d e m in c lu ir p o siçõ es de lid eran ça, que dão aos cren tes u m senso de c u m p rim en to da c h am ad a (m etas in term ed iárias). À m ed id a que as m e ta s d e c u r to p r a z o s ã o a lc a n ç a d a s , a s s im o s e rã o as m e ta s interm ed iárias e os alvos d e vida. P e r s p e c t iv a
Perspectiva, o m odo com o vem os as coisas, determ ina a extensão e direção da m otivação. “P or esta razão, nós tam bém , desde o dia em que o ouvim os, não cessam os de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecim ento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; para que possais andar dignam ente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, írutificando em toda b o a obra e crescendo no conhecim ento de D eus” (Cl 1.9,10). Q uan d o co m eçarm o s a v er as coisas do p onto de vista de D eus, serem os ad eq u ad am en te m o tiv ad o s a ag ir d e aco rd o c o m sua p ersp ec tiv a de am or. A m o r sig n ifica ação! O am o r o co m p e lirá a b u sca r os perdidos. F ará com q u e v o cê v á ao n d e os p ecad o res estão, fo ra d as qu atro p ared es d a igreja. O am o r fa rá v o cê d e sc e r ao v ale d a so m b ra d a m o rte p a ra b u sca r alg u ém e trazê-lo ao to p o d a m o n ta n h a de D eus.
Bons E xem plos Produzem Bons O breiros Leigos S e q u erem o s ser eficien tes e m m o b ilizar os crentes p a ra o evangelism o, nós, p asto res e líd eres, tem os d e v iv e r o que p reg am o s e en sinam os. Os
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O PASTOR PENTECOSTAL m em b ro s d a co n g reg ação d e v em ser capazes de im itar-nos, de seguir-nos co m o nós seg u im o s a C risto. N o ssa vid a deve re fletir o seguinte: M o tivo s certos. O s m o tiv o s d ev em ser verd ad eiro s e con sisten tes com a P a la v ra de D eus. A b ase te m de ser g an h ar alm as p ara C risto e en sin ar d iscíp u lo s lo u v áv eis. O s crentes sem pre devem ter o senso de que a obra que fazem é p a ra a e d ificação do R eino de D eus, e não u m e m b lem a do p re stíg io ao pastor. A titu d e s c e r ta s . C o m o líd e re s , n ã o te m o s o p r iv ilé g io d e fic a r d e sa n im a d o s o u d e p rim id o s. P re c isa m o s ser in d iv íd u o s de in ic iativ a , em p o lg an tes, m o tiv ad o s e p o sitivos. A titu d e é reflexo do caráter. C aráter é m ais im p o rtan te do q u e talento. D eus está com p ro m etid o com o caráter. A m o r à s p e sso a s. D ev em o s ser d istin g u id o s p e lo am o r a D eu s e à h u m a n id a d e , sem p re d isp o sto s a servir. A p rin c ip a l e x ig ê n cia de John W esley ao se lecio n ar líd eres era que d ev iam te r u m a g en u ín a v id a com D e u s , c h e ia d e a m o r p o r D e u s e p e lo g ê n e r o h u m a n o . S e v o c ê v e rd a d e iram e n te a m a as p esso as, elas tam b ém o am arão. E las seguirão seu ex em p lo . N ão se g u irã o v o lu n ta ria m e n te a lid e ra n ç a a m e n o s que saib am que você am a a D eu s e o p róxim o. E d C ole, fu n d ad o r d a C hristian M e n ’s N etw o rk , d isse recen tem en te: “N in g u ém se im p o rta co m o que v o cê sabe até que saibam que você se im p o rta” . Se você b u scar os perdidos, o s m e m b ro s d e su a c o n g r e g a ç ã o a lc a n ç a rã o os q u e e s tiv e re m em n ecessid ad e. Visão e p la n o s. A pós h a v e r receb id o a visão que D eus lhe deu, você deve fazer um plan o p a ra cum pri-la. O s obreiros ficam desiludidos quando a visão é som ente falada. M inistérios evangelísticos devem ser sistem áticos e, u m p o r um , in iciad o s. In stru a e in spire a co n g reg ação no m in istério que v o cê está d an d o início. In fo rm e-lh es o que esperar. M in h a sug estão seria co m e ç a r co m um p ro g ra m a de salvação de alm as e m in istério com ônibus. A p artir d esses dois, outro s m inistério s ev an g elístico s surgirão. Um exem p lo co n sisten te. Você, com o pastor, p re cisa esta b ele cer um p a d rã o de b o as o b ras. L e m b re -se de que n in g u é m segue um a p e sso a im p ro d u tiv a. Se v o cê não trabalha, os crentes ta m b ém não trabalharão. C o m ece as re u n iõ e s n a h o ra certa, seja org an izad o e te n h a u m plano. E n q u an to você se d ispõe a m o b ilizar os crentes, pode ser que enfrente d eficiên cias e m seus relacio n am en to s c o m a con g reg ação , o que atrap alh a su a lid eran ça. P o r ex em p lo , desaten ção aos p ro b lem as dos m em b ro s da igreja, m an ter-se d istan te d eles, não os ouvir, ser d esorganizado, não orar p o r eles. B o n s ex em p lo s, liv re de im p ed im en to s h ab itu ais, m o b iliza rá os crentes ao serviço eficaz.
Líderes C om unicam a Visão L íd e r é a lg u é m de sonhos e visões que os c o m u n ic a aos o u tros de m an eira tal que sejam aceitos. A grande ilusão d a lid eran ça é p e n sar que as p esso as p o d e m ser g u iad as no deserto p o r alg u ém que n u n ca esteve lá. O líd e r te m de c o n s id e ra r q u e p e sso a s são m a is im p o rta n te s do que p ro g ram as. D ev em o s estar cientes do trem en d o im p acto que causam os n aq u eles a q u em p asto ream o s. Q uer cap acitem o s, q u er não, in centivem os ou n ão o cren te, n u n ca d ev em os p erm itir que nosso s sentim entos p esso ais
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO a tra p a lh e m a o b ra d e D e u s. N o s s a re s p o n s a b ilid a d e é g u ia r, m as a re sp o n sa b ilid a d e d o cren te é ser g uiado. P recisam o s ser tran sp aren tes, m as se m p re m o stra r a re sp o sta , n ão o p ro b lem a . L íd e res são p esso as co m u n s q u e sim p lesm en te n ão desistem . O m a n d a m e n to é cla ro . C o m o p o v o d e D eu s, d e v e m o s tra ta r dos assu n to s do Pai. T em os de estar fazen d o g ran d es obras p ara E le. A ig reja não d ev e ser servida, m as é u m a fo rça de trab alho a ser liberada à grandeza. E u o d esafio a ir a su a “Je ru sa lé m ” e v ira r sua cid ad e de c ab e ça p ara baix o , p a ra a g ló ria de D eus.
Treinando e Comissionando Presbíteros e Piáconos Richard L. Dresselhaus id e ra n ç a sob o co m an d o de D eu s é a chave. F orm e um a fo rte equipe de líderes, e a ig reja p ro sp erará. A b ra m ão da lid eran ça e, no fim , to d o o e m p reen d im en to irá p o r á g u a abaixo. A ch av e é a liderança. Sob a supervisão u ngida do pastor, o corpo m inisterial dará caráter e direção p ara o trabalho que D eus lhe confiou. Se nisso você fo r bem -sucedido, sua igreja não p ode d eixar de prosperar. M as se aqui você falhar, pode antecipar fracasso som brio e desastroso. R epito, a chave é a liderança. E o ponto principal das atividades de sua liderança tem de estar no corpo m inisterial dado p o r D eus p a ra ajudar a sustentar e guiar a igreja que você pastoreia.
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L iderança Participativa O p a d r ã o p a r a l i d e r a n ç a p a r t i c i p a t i v a e s t á d i n a m ic a m e n te ex e m p lificad o p elo p ró p rio Jesus. In cu m b id o co m a ta refa de e v an g elizar o m u n d o , Jesu s ch am o u a si 12 h o m en s co m u n s aos quais E le p o d ia se dar. E m ú ltim a an álise, a esses h o m en s E le confiou, o trab alh o de le v a r o E v a n g e lh o até aos co n fin s d a terra. C o n sisten te co m e ssa estratég ia, Jesus d ed ico u três anos p a ra p rep ará-lo s de m o d o q u e p u d e sse m cu m p rir esse m an d am en to un iv ersal. R eflita p o r u m m o m en to n essa in crív el estratégia. Se você tiv e sse só três anos p a ra la n ç a r u m a m issão g lo b al, o que faria? A lém d isso , se ta m b é m e n fre n ta sse as d e m a n d a s u rg e n te s do p o v o , co m o g a sta ria os recu rso s d isp o n ív eis?
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300 O PASTOR PENTECOSTAL E m ais: se aq u eles re cru tad o s a servir co m você nesse em p reen d im en to i n a c r e d i t a v e l m e n t e e x i g e n te f o s s e m p e s s o a s l e ig a s , i l e t r a d a s e d e sp rep arad as? É so m en te esse senso de co m p lex id ad e ex ig e n te que dá c red ib ilid ad e à e stratég ia de Jesus. E le apenas viveu e serviu c o m seus discípulos. D essa fo rm a eles particip aram de sua vida, de m odo que quando E le ascen d eu ao céu, eles o re p re sen ta ram n e ste m undo. A e v id ên c ia é ó b v ia . O m é to d o fu n c io n o u . E m trê s a n o s J e su s m o rre u . M a s seus d isc íp u lo s , a g o ra c a p a c ita d o s p e lo E sp írito S an to , c a u sa ra m a m a io r re v o lu ç ã o e s p iritu a l m u n d ia l ja m a is c o n h e c id a . N ã o a d m ira q u e os co m en taristas ten h am d escrito os d iscípulos com o tendo virado o m undo de c a b e ç a p a ra baixo. O p a sto r sábio ap ren d erá do M estre dos m estres. In cu m b id o co m o m esm o m an d ato , lev ar o E v an g elh o até os co n fin s da terra, esse p asto r d ed icar-se-á a fo rm a r u m a eq u ip e de líderes de m an eira tal que, p elo seu ex em p lo e e sp írito , os in teg ran tes d a eq u ip e serão b e m trein ad o s p ara co n tin u a r a o b ra do Senhor. O p ara d ig m a da m u ltip licação no m inistério é im p erativ o . T rab alh e so zin ho e te rá o que u m a p esso a p o d e ter. T reine e co m issio n e outro s a serv ir a seu lado e você m u ltip lica rá a o b ra de m uitas m an eiras incríveis. Infelizm ente, alguns p astores têm se afastado do m inistério participativo e re la c io n a i, p o r ca u sa das u rg e n tes d em an d as m in iste ria is. V isitação, e n te rro s , a d m in is tra ç ã o , a c o n s e lh a m e n to e p re p a ro d e se rm õ e s são inexoráveis. Pouco tem po parece restar para investir no m inistério de equipe. E sse é u m en g an o m o n stru o so e u m a v io lação radical dos p rin cíp io s de lid eran ça m o delados p o r Jesus. V iolação aqui po d e significar pastorados de cu rto p e río d o , m in isté rio s in e fic a z es, u m a fa m ília p ro fu n d a m e n te fru stra d a e m ag o ad a e, n ão po u cas vezes, co m v ig o r d e p au p erad o e saúde arru in ad a. P asto res p ru d e n te s ad o tarão o estilo e a e stra té g ia de lid eran ça ex em p lificad o s p o r Jesus. N a v erdade, só tem de d ar certo.
A C rise C ontem porânea P a sto re a r h o je não é co m o an tigam ente. A m u d an ça rad ical do rural p a ra o u rb an o , do serviço p ara a in form ação, do geral p a ra o específico, d a fa m iliarid ad e p a ra o iso lam en to e do esp iritu al para o secu lar pôs sobre os p asto res p ressão d esco n h ecid a p elas g erações anteriores. N u n c a antes o p a sto r fo i ch am ad o p a ra ser tantas coisas p a ra tantas p essoas. A tarefa p arece ser tirânica! A m e a ç a de q u e stõ e s ju d ic ia is, p ré -q u a lific a ç ã o d e p esso as p ara tra b a lh a r co m crian ças e relató rio s são algum as das qu estõ es raram en te enfrentadas no passado. H oje o pasto r vive diariam ente com esses assuntos. A s expectativas de excelência, as altas exigências de com unicação eficiente e a se m p re p re s e n te in d ife re n ç a d e u m a so c ie d a d e se c u la r te s ta m a p ro fu n d id ad e d a d ed icação de todo pastor. Junte a tudo isso a v io len ta com p ressão dos p rincipados, potestades e príncipes das trevas deste século, e q u a lq u e r m in istro h o n rad o do E v an g elh o clam ará: “P ara tal tarefa, quem é d ig n o ? ” E c o n tra esse p a n o de fu n d o co m p lex o e c o n stran g e d o r que falam os aqui sob re tre in a r e c o m issio n ar p resb ítero s e diáconos. F o i-se o dia, e
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO talv ez n u n c a te n h a e x istid o , q u an d o u m a só p e sso a p o d ia lev ar a c arg a e ex im ir-se do m a n d ato m in iste ria l sob o q u al a ig reja servia. A c h am ad a aqui diz resp eito a u m a eq u ip e de lid e ra n ç a b e m treinada, servindo lado a lado co m o p astor, d an d o co n ta do m in istério m u ltifac etad o característico d a ig reja dos dias de hoje.
Padrões do Novo Testam ento L id e ra n ç a p a rtic ip a tiv a n ão foi apen as e x em p lificad a p o r Jesu s, m as am p lam en te d em o strad a p e la Ig reja P rim itiv a. A in d a que todos os detalhes d a ad m in istração d a ig reja n ão sejam ex ig id o s p e la ig reja d e nossos dias, esses p rim eiro s p a d rõ es p a ra a d m in istra r a ig reja p ro p o rcio n a m m uitas instru çõ es. Suas liçõ es são abund an tes. D e f in i ç õ e s
C o m eçarem o s d efin in d o os o fício s de lid era n ça n a Ig reja Prim itiva. P resbíteros: Q u an d o no p rim eiro sécu lo as igrejas fo ram estab elecid as em ord em , “p re sb íte ro s” (presb u tero i) eram d esig n ad o s p a ra adm in istrar os cargos da ig reja local. L iteralm en te, a p a la v ra sig n ifica “an cião s” , sendo às v ezes tra d u z id a assim . B isp o : O term o “b isp o ” (e p isko p o s) e ra usado in te rc a m b ia v elm e n te co m o term o “p re sb íte ro ” (A t 20.17,28). O vocáb u lo sig n ific a lite ra lm e n te “ s u p e rv is o r” . T a lv e z “p re s b íte ro ” d e sig n a sse a p esso a, e “b isp o ” , o ofício . D iá c o n o : A p a la v ra “d iá c o n o ” (d ia k o n o s) desig n a a lg u ém esco lh id o p a ra serv ir o C o rp o de C risto. C om o tudo isso fu n cio n a n u m a igreja? T ipicam ente, u m de três m odelos é se g u id o : (1) o p a s to r e se u s a u x ilia re s d e s e m p e n h a m o p a p e l de p r e s b íte r o s , e o c o rp o m in is te r ia l c u m p re o p a p e l d e d iá c o n o s ou fid u ciário s. O p a sto r e su a eq u ip e p ro v ê e m d ireção g lo b al p a ra a igreja, e o co rp o m in iste ria l d e d iáco n o s o u fid u ciário s p o sta m -se ao lad o p a ra fa c ilita r a v isão e a d ireção d a ig re ja seg u n d o defin içõ es do p a sto r e sua equipe. (2) C ren tes leig o s q u alificad o s são reco n h ecid o s co m o presb ítero s para servir co m a equipe p astoral em todos os assuntos espirituais, enquanto q u e o co rp o m in iste ria l de d iá c o n o s o u fid u ciá rio s tra ta dos assu n to s ad m in istra tiv o s e d e p re sta ç ã o de co n ta. (3) U m co rp o m in iste rial de presb ítero s, in clu siv e de p asto res, fo rn ece d ireção g lobal p ara a ig re ja em tod o s os assu n to s, e o co rp o m in iste ria l de d iáco n o s ou fid u ciário s tornase o fac ilita d o r d a d ireção e d a v isão e sta b e le c id as.1 C o n sid e ra n d o q u e os p ad rõ es do N o v o T estam ento de adm in istração de ig re ja p a re c e m ser m ais d escritiv o s do q u e p rescritiv o s, é co rreto que cad a ig reja lo cal d ete rm in e qual m o d elo de lid e ra n ça ate n d e rá m e lh o r às suas n ecessid ad es p articu lares. A seg u ir ap resen tam o s algum as perg u n tas que p re c isa m ser feitas ao to m a r tal d eterm in ação . (1) O p a sto r recebe au to rid ad e su ficien te p a ra te r u m a lid e ra n ç a d in âm ica e eficaz? (2) H á salvaguardas p a ra asseg u rar q u e os m ais altos níveis de prestação de contas te n h a m lu g ar? (3) É p e rm itid a a p len a ex p ressão e au to rid ad e d a v o ntade d a c o n g re g a ç ã o ? (4) A e s tru tu ra f a c ilita o m e lh o r tip o d e lid e ra n ç a p a rtic ip a tiv a ? A in d a q u e os p ad rõ es d e ad m in istração d a ig re ja do N o v o T estam ento p o ssam n ão estar ap o iad o s na ig reja de to d as as g erações, seus p rin cíp io s
302 O PASTOR PENTECOSTAL re a lm e n te são ap licáv eis. O u seja, q u e r a lid e ra n ça ad m in istrativ a tenha sid o d esig n a d a a p resb ítero s, q u er a d iáco n o s/fid u ciário s, b e m que pode te r sido u m tan to q u an to in cid en tal, m as o p rin cíp io de serv ir e ser ín tegro sem p re p e rm a n e c e ex ig ê n c ia n orm ativa. P o rq u an to p essoas leigas po ssam serv ir n a q u alidade de presbíteros ao lado do pastor, isso de m an eira algum a d e sp o ja o p ap el p ro fético dele. Q u a l if i c a ç õ e s
G en e A . G etz, em The M easure o f a M a n (A M ed id a de um H o m em ), ap re se n ta as q u alificaçõ es gerais p a ra líderes esp iritu ais.2 E stas exig ên cias são ap licáv eis aos p asto res, presb ítero s e diáconos: 1. Irrep reen sível (1 T m 3.2). A ên fase aqui, com o tam b ém em Tito 1.6,7 e A to s 6.3, e stá n a rep u tação d a pessoa. O s líderes esp iritu ais devem ser in d iv íd u o s de q u em se fala b e m e co m ele v ad a co n sid e ra ção tanto p elo s de d en tro q u an to p elos de fora. 2. M a rid o de u m a m u lh e r (1 T m 3.2). A cu ltu ra ro m a n a dos dias de P au lo e sta v a co rro m p id a p elo rela x am e n to m o ral tanto qu an to e stá nossa cultura. E m certos casos, e ssa influência tinha adentrado a igreja de m aneira in co m p reen sív el m esm o aos pagãos daqueles tem pos. C o n tra esse cenário, P au lo re q u e r o m ais alto n ív el de fid elid ad e e dev o ção sin cera à institu ição do m atrim ô n io . O líd e r esp iritual te m de ser m arid o de u m a só esp o sa e, p o d eríam o s acrescentar, e star viv en d o co m ela em tran q ü ilid ad e, p a z e h onra. 3. V igilante (1 T m 3.2). E ssa p a lav ra fala de eq u ilíb rio e autocontrole, liv re d e c o m p o rta m e n to in d u lg e n te . E s s a q u a lid a d e , g ra c io s a m e n te d e m o n stra d a , a u m e n ta rá o im p a c to d e u m líd e r e sp iritu a l e m to d o o ex ercício de sua lid e ra n ç a espiritual. 4. Só b rio (1 T m 3 .2 ; tem perante, T t 1.8). O apóstolo P au lo u s a a m e s m a p a la v ra e m R o m an o s 12.3, on d e diz a ca d a cren te que “n ã o saiba m ais do q u e c o n v é m s a b e r, m a s q u e s a ib a c o m te m p e r a n ç a ” . “ S a b e r c o m te m p e ra n ç a ” é ag ir c o m “ so b rie d a d e ” . E m o u tras p a la v ra s, os líd eres espirituais são ch am ados a viv er e servir co m um senso de intencionalidade e d elib eração . C o n d u ta d escu id ad a e d ecisões irrefletid as estão p roibidas. 5. H o n e sto (1 T m 3.2). O term o se re fe re a u m a vid a b e m o rd e n ad a e correta. D iz resp eito ao s assu n to s p rático s do asseio, c ap rich o e aparência. O p o n to é e v id e n te : n o s s a a p a r ê n c ia e o m o d o c o m o a g im o s d ão cre d ib ilid a d e à lid e ra n ç a q u e m o stram o s. É u m a m a n eira de am ar e d e se im p o rta r c o m as p esso as de fo rm a a não serm os ignorados. 6. H o s p ita le ir o (1 T m 3 .2 ; T t 1 .8 ). G r a c io s a m e n te a te n d e r às necessidades p ráticas do C orpo de C risto faz parte do que envolve liderança e s p ir itu a l. Is s o p o d e s ig n ific a r a b rir su a c a s a ao s o u tro s , fo r n e c e r alim en tação o u apen as p ro v id en ciar transporte quando necessário. E m b o ra os líd e re s e s p iritu a is n e m sem p re e ste ja m d isp o n ív e is a tais ato s de gen ero sid ad e, a re sp o n sa b ilid a d e em p ro v e r esses c u id ad o s m esm o assim re p o u sa so b re eles. 7. A p to p a r a e n s in a r (1 T m 3 .2; T t 1.9). O v o c á b u lo u sa d o aq u i (id id a ktiko n ) ta m b é m foi u sado p o r P au lo em 2 T im óteo 2.24, onde a fo rça
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da p alav ra se estende à q u alidade e m o d o de vida. O significado é poderoso. L íd e re s e s p iritu a is e n s in a m ta n to p e lo e x e m p lo c o m o p e lo p re c e ito . C ap acid ad e de e n sin a r ab ran g e tu d o n a vida. T em a v e r com indústria, in teg rid ad e e atitude. C o lo cad o em term o s sim ples, q u er d izer “p ra tica r o que v o cê p re g a ” . 8. N ã o d a d o ao vin h o (1 T m 3.3; T t 1.7). A p a lav ra trad u zid a aqui é p a ro in o n , q u e sig n ifica “em b e b e d a r” ou “b e b e r em e x c esso ” . A so ciedade m o d e rn a e stá in festad a p elo alcoolism o. R esp o n d e po r m ilhares de m ortes, seja p o r acid en te, seja p o r en ferm id ad e. S em m e n cio n a r o co m p o rtam en to v io len to q u e o co rre nos lares. O s líd eres esp irituais têm de ev ita r todo co m p o rtam en to o u p rá tic a qu e c o n trib u a p a ra essa p ra g a da so cied ad e m o d ern a. g + ----------------------------------------------------9. N ã o so b erb o (T t 1.7). A q u i P au lo adverte co n tra d e sig n a r in d iv íd u o q u e seja absorto em si m esm o , cu jo m u n d o g ire e m to rn o d e si e q u e
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bu sq u e seus p ró p rio s in teresses em v ez de o bem U B H 3 f^ M Í£ lͧ 1 1 £ !i3 estar das pessoas. T rata-se de alg u ém determ in ad o ® a f o m e n t a r o s p r ó p r i o s in t e r e s s e s e a ---------------------------------------au to p ro m o v er-se sem p re q u e p o ssív el. Tal p esso a é in d ig n a da lid e ra n ç a espiritu al. 10. N e m ira cu n d o (T t 1.7). A ra iv a d e se n fre ad a tem o p o d er de destru ir a o b ra de D eus. A to s de ira, p alav ras lan cin an tes, crítica m o rd az, m au h u m o r e to d a f o r m a d e h o s tilid a d e a d v in d a d o e s p ír ito d e ra iv a . L am en tav elm en te, co m o p en as q u e o v en to d ispersa, é q u ase im p o ssív el re p a r a r o d a n o c a u s a d o p o r e x p re s s õ e s de ra iv a . C o m e x a tid ã o , o tem p eram en to irritad iço d esq u alifica o crente a servir com o líd er espiritual. 11. N e m e sp a n c a d o r (T t 1.7). A re fe rê n cia d iz resp eito a u m a ex p ressão de ra iv a q u e p a ssa d a v erb alização p a ra a ação. Q u ando C aim m ato u seu irm ão , q u an d o M o isé s assassin o u o eg íp cio ou q u ando P ed ro cortou a o re lh a de M alco , serv o do su m o sacerd o te, em to d o s esses casos tratavase de c o m p o rtam en to belico so . 12. N ã o c o n ten cio so (1 T m 3.3). O v o cáb u lo grego trad u zid o p o r “não co n te n c io so ” é a m a ch o n , q u e m e lh o r trad u zid o seria “p ac ífic o ” . Todos já c o n h e c e m o s.in d iv íd u o s co n ten cio so s. São p esso as que d iscu tem sobre q u ase to d o assu n to , fazem de tu d o p a ra q u e as coisas sejam feitas a seu m o d o e ain d a co n se g u e m a ch ar erros q u an d o os o u tro s só v êem perfeição. E s s e s ó r d id o e s p ír ito d e a g ita ç ã o , e s s a a titu d e d e in s a tis f a ç ã o e d esasso sseg o , m in a a o b ra de D eus. 13. M o d e ra d o (1 T m 3.3). A p a la v ra g reg a u sa d a aqui é epieke, a qual d escrev e aqu ele d esejáv el atrib u to de g en ero sid ad e e paciên cia. T em a fo rça de u m a reação am ável e gen til d ian te da a sp ereza confrontante. Jesus é o e x e m p lo s u p r e m o d e s s e a tr ib u to tã o n e c e s s á r io . N o c a lo r d a co n tro v érsia, esse é o tip o de líd e r q u e ap licará o óleo d a g en ero sid ad e e in sp ira rá u m a atitu d e de ra c io n a lid a d e e retidão. 14. N ã o c o b iç o s o d e to rp e g a n â n c ia (1 T m 3 .3 ). O te rm o g re g o trad u zid o aqui, a p hilarguron, é p a la v ra co m p o sta p o r três elem entos: a (n ã o ),p h ii (am or) e arguron (prata, d inheiro). Jesu s fez sérias advertências so b re o p e rig o de u m a co n sid eração errô n ea p a ra co m as riq u ezas. C om razão, os líderes espirituais d ev em buscar prim eiro a obra do R eino e depois
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304 O PASTOR PENTECOSTAL c o n fia r q u e D eus ac re sc en ta rá tu d o o m ais que fo r p reciso. D ed ica r afeto a co isas errad as n e u tra liz a o im p acto do líd e r espiritual. 15. Q ue g o vern e b em a sua p ró p ria casa (1 T m 3.4). O s m ais eficientes serm õ es p reg ad o s p elo líd e r espiritu al são en tregues pelos m em b ro s de su a fam ília. F o i p re c isa m e n te nesse p o n to que E li, o p rofeta, e D avi, o rei, fa lh a ra m . O p rim e iro n ã o c o n te v e se u s filh o s lib e rtin o s , e o o u tro ab an d o n o u os filh o s p elo trab a lh o do reino. A s co n seq ü ên cias em am bos os casos fo ram d esastro sas. D eus en c arreg a os líderes esp iritu ais de se d e d ic a re m to ta lm e n te a alim e n tar e c u id a r da fa m ília. E sse é o p rim eiro d ev er do m in istério ao p o v o de D eus. 16. Q ue ten h a b o m testem u n h o do s que estã o de fo r a (1 T m 3.7). A ig reja é c h am ad a p a ra ser a v itrine do am or red e n to r de D eus e m C risto Jesu s p a ra o m u n d o . C o m o isso po d e ser re alid a d e se os líderes espirituais têm a rep u tação arru in a d a n a p ró p ria co m u n id a d e e m q u e a ig reja está? A n tes de sep arar u m ob reiro , talv ez fo sse b o a id é ia fa la r p rim eiro c o m os v izin h o s e as p esso as c o m q u e m o c an d id ato trabalha. O rela tó rio dessas p esso as seria u m tipo de ju lg am en to sobre a aceitabilidade de u m candidato p a ra a lid e ra n ç a espiritual. 17. A m ig o do b em (T t 1.8). A lg u é m que tem com o o b jetivo o q u e é sau d áv el, p o sitiv o , c o n stru tiv o e b o m . O utros têm co m o alvo o que é in s a lu b r e , n e g a tiv o , d e s tr u tiv o e ru im . A in te n ç ã o , o b v ia m e n te , é direcionada apenas p ara o objeto do seu interesse. L íderes espirituais devem te r u m a tre in a d a p e rsp ic á c ia in te rio r e m tudo o q u e é bom . 18. J u sto (T t 1.8). A p a la v ra “ju s to ” (d ika io s) ab ran g e tan to o aspecto v ertical q u an to h o rizo n tal do v iv er e serv ir de m odo “ju s to ” . Isso quer d iz e r q u e o ju s to te m um relac io n am en to co rreto co m D eus e c o m cada in te g r a n te d a r a ç a h u m a n a . J u s tiç a e e q ü id a d e to rn a m -s e a trib u to s in d isp en sáv eis p a ra líd eres efetivos no C o rp o de C risto. 19. S a n to (T t 1.8). E ssa q u alid ad e essen cial p a ra a lid eran ç a eficaz c o lo ca e m relev o o fato de ser a p esso a sep arad a do m u n d o e e n treg u e ao Senhor. S e r santo (h o sio s) sig n ifica ser co n sag rad o ao serviço relig io so tan to q u an to a m o b ília do tem p lo era u sa d a no culto de ad oração em Israel. C o n tu d o , e sse tip o de sep aração de n e n h u m a m an e ira sugere iso lam en to do m undo. A n tes, trata-se de u m afastam en to do que é im ed iato e desta te rra a fim de v o lta r ao m u n d o e levá-lo p ara C risto. 20. N ã o n e ó fito (1 T m 3 .6 ). O p o n to d e d e s ta q u e a q u i e s tá n a p ro fu n d id a d e d a m a tu rid a d e d e m o n strad a p ela q u alid ad e de vida. A ssim o n o v o -co n v ertid o (n e o p h u to s) p o d e ser “cro n o lo g ica m en te n o v o ” , m as b e m av an çad o n o cre sc im e n to e d esen v o lv im en to esp irituais. C laro q u e o crente po d e ser “cro n o lo g icam en te v elh o ” , m as atrasado n a correspondente e sp iritu a lid a d e . A a d v e rtê n c ia de P au lo é ób v ia. E lo u c u ra co lo ca r na lid e ra n ç a a lg u é m q u e ain d a n ão te n h a a co m p re e n sã o e a m a tu rid ad e n ecessárias p a ra lid a r com o trab alh o co m p lex o e ex igente d a igreja. É co m ju s ta razão qu e as E scrituras estab elecem alto padrão p a ra líderes e s p iritu a is . N ã o h á o b ra tã o im p o rta n te , ta n to n o te m p o q u a n to n a eternidade, com o a o b ra do R eino. O pasto r sábio insistirá que os escolhidos a se rv ir co m o líd e re s e sp iritu a is v e n h a m a sa tisfa z e r as q u alifica çõ es d isp o stas p elo ap ó sto lo Paulo.
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO
O Processo de Seleção D e certo m o d o , o p ro c e sso de seleção é p o r on d e se co m e ça o trabalho. Q u e m n a ig r e ja d e v e s e r e s c o lh id o p a r a lid e r a r ? Q u e m p o s s u i as q u a lific a ç õ es essen ciais p a ra lid e ra n ç a seg u n d o as E scritu ras? P o r quais m ecan ism o s de seleção esses in d iv íd u o s são esco lh id o s? V árias questões d ev e m ser co n sid erad as. O p ro c e sso de seleção. É im p o ssív el tratar aqui de todas as varied ad es dos p ro c e sso s d e seleção d os corpos m in isteriais ex isten tes nas igrejas am erican as. U m b re v e su m ário é útil. ( 1 ) 0 diaco n ato e/o u m em b ro s do C o n selh o são eleitos p elo s m em b ro s d a ig re ja p o r u m p raz o específico. O m an d ato é tip icam en te de três anos. (2) O d iaco n ato e/ou m em bros do C o n selh o são eleitos p elo s m em b ro s d a igreja, m as o m andato é indefinido. Isso sig n ifica que os m em b ro s d esse corp o m in isterial, u m a v ez eleitos, servirão até qu e ren u n ciem , sejam d estitu íd o s ou m orram . (3) O presbitério é “re c o n h e c id o ” co m o j á ten d o atin g id o um lu g a r de in flu ên cia e lid eran ça esp iritu ais. O m an d ato aqui tam b ém é in d efinido. O p resb itério não tem fu n ção “a d m in istra tiv a ” e serve p a ra co m p le m e n tar o trabalho da equipe p asto ral. E m caso s q u e o p resb itério atu a co m o p rin cip al co rp o da p o lítica de c o lo cação e de p restação de co n tas, é pru d e n te que de a lg u m m odo seus m em b ro s sejam esco lh id o s p elo s m em b ro s d a igreja. A n o m ea çã o . A q u i ta m b é m a v a rie d a d e p ro c e ssu a l e n c o n tra d a nas igrejas am erican as é grande. E m ig rejas m en ores, to dos os m em b ro s são fre q ü e n te m en te en v o lv id o s n o p ro c e sso de no m eação. O nde os in d iv íd u o s são b e m co n h ecid o s, esse p ro c e d im e n to p o d e fu n cio n a r b asta n te bem . E m ig re ja s m a io re s, u m a c o m issã o é e m g e ra l d e sig n a d a p e lo co rp o m in iste ria l p a ra c o lo c a r em n o m eação u m a lista de can d id ato s que, no ju lg a m e n to d a co m issão , satisfazem as q u alificaçõ es p a ra esses cargos. E m b o ra ain d a seja p o ssív el d ar aco lh im en to a n o m eaçõ es da congregação, fazê-lo te n d e a in v a lid a r o trab alh o da com issão. Q u a l a fu n ç ã o e o p ro p ó s ito d a c o m issã o de n o m e a ç ã o ? (1) S eus m e m b ro s d e v e m e s ta r p le n a m e n te c ô n sc io s de to d as as q u a lific a ç õ e s necessárias p a ra esses cargos e p ara as n o m eaçõ es que estão sendo feitas. E x ig ên cias b íb licas e estatu tárias d ev e m ser seguidas. (2) O s m em b ro s da co m issão de n o m eação têm de p ro je ta r o que q u er que seja necessário p a ra d ete rm in a r se u m can d id ato , em p ersp ectiv a, satisfaz ou não todas as exigências. S eria adequado, sobretudo em grandes igrejas, elaborar e enviar u m q u estio n ário a to d as as p esso as sob c o n sid eração p a ra d e term in ar se tais ex ig ên cias são de fato satisfeitas. C o n v ersão , batism o co m o E spírito S an to , estad o civil, fid elid ad e, d izim ação , cap a cid ad e são apenas alguns dos assu n to s q u e o q u estio n ário p ode tratar. E n trev istas tam b ém são m uito e fic ie n te s. U m a c o isa é p aten te: e ssa c o m issão d ev e e sta r m u ito bem info rm ad a, se é q u e ela d eseja fazer esco lh as apro p riad as no p ro c esso de n o m eação . A a p r e s e n ta ç ã o . E r e s p o n s a b ilid a d e d a c o m is s ã o d e n o m e a ç ã o (p re su m in d o q u e e x ista ) p ô r e m n o m e a ç ã o os q u e fo ra m esc o lh id o s. E sp e c ia lm e n te em ig rejas de g ran d e p o rte será útil e n v iar p elo co rreio a lista de candidatos co m bastan te an teced ên cia d a reunião. E ssa lista poderia c o n te r fo to s, v o cação , tem p o e m q u e é m em b ro , cargos j á assu m id o s,
306 O PASTOR PENTECOSTAL envo lv im en to m inisterial, fam ília e habilidades. O s m em bros ficarão gratos p elo m o n tan te d e in fo rm açõ es, en q u an to , co m devoção, co n sid e ra m sua e s c o l h a . T a m b é m é m u ito i m p o r t a n t e q u e c a d a c a n d id a to s e ja a d e q u a d a m e n te a p r e s e n ta d o n a r e u n iã o d o s m e m b r o s d a ig r e ja . T ip icam en te u m a a p resen tação em o rd em alfab ética será suficiente. P or v ia de re g ra é in se n sa te z p e d ir que ca d a can d id ato fale. N o tificação p rév ia d a rá às p e s s o a s o p o rtu n id a d e d e fa z e re m in v e s tig a ç ã o p ró p ria n u m co n tex to p riv ad o e m ais ap ro priado.
P rincípios de Liderança J á fo i d ito q u e Je su s e x e m p lific o u a lid e ra n ç a p a rtic ip a tiv a . Isso sig n ifica q u e E le d ed ico u su a v id a aos d iscíp u lo s pelo p erío d o de três anos. D ep o is os esp alh o u p elo m u n d o p a ra cu m p rir a G ran d e C om issão q u e lh e s c o n fia ra . M a s c o m o u m p a s to r p o d e a p lic a r e sse p rin c íp io fu n d a m e n ta l ao tra b a lh a r c o m seus c o rp o s m in iste ria is? A p resen tam o s alg u m as sugestõ es. (1) E m c a d a reu n ião do co rp o m in isterial dê tem p o p a ra tre in a m e n to e p rep aro . (2) F a ç a retiro s re g u lare s p a ra fa c ilita r o planejam ento, q u alificação e enriquecim ento pessoal. (3) F orn eça m ateriais de le itu ra p a ra os m em b ro s do co rpo m in iste rial a fim de a ju d á-lo s a c u m p rir sua p o sição de lid erança. (4) D ed iq u e tem po com cad a m em b ro do co rp o m in isterial — u m alm oço, u m a v isita ou alg u m a o u tra ocasião q u e crie am iz ade. (5) E n v ie os m em b ro s do co rpo m in iste rial a sem inários de lid eran ça, o n d e sejam ex p ostos a b o n s prin cíp io s de liderança. Q u e p rin cíp io s de lid e ra n ç a m in isterial, de u m a m a n eira ou de outra, d ev em ser co m u n icad o s aos m em b ro s do corpo m in isterial? 1. O m inistério é cum prido p e lo relacionam ento. F oi verdade com Jesus e deve ser verdade conosco. O im pacto da liderança espiritual é m edido em term os de saúde relacionai. Se um líder tem um relacionam ento dinâm ico e autêntico co m D eus e o povo, o im pacto será profundo. C aso contrário, os resultados serão terríveis. U m indivíduo ricam ente talentoso pode desperdiçar todos esses recursos sim plesm ente porque lhe falta inteireza relacionai na interação pessoal. A verdade é esta: o povo não segue aqueles a quem não respeita. E a im aturidade relacionai causará ju stam en te isso. O pastor sábio e x e m p lific a rá e c o m u n ic a rá este im p o rta n te p rin c íp io de lid eran ça: o m inistério b ro ta dos relacionam entos centrados em C risto. 2. O m inistério é cum prido p e lo recurso interior. O vigor interno sem pre d ev e ser p ro p o rc io n a l às d em an d as externas. E ra p recisam en te isso que afastav a Jesu s das m u ltid õ es p a ra a solidão das m o n tan h as, on d e E le era ren o v ad o p e la o ração e co m u nhão. N ão é m enos v erd ad e p a ra conosco: o h o m e m in te rio r d ev e ser alim entado, e o esp írito , renovado. Só assim o c o ração p o d e fa la r e serv ir de aco rd o co m sua ab u n dância. E ssa é razão p o r q u e a fa lta de tem p o é u m dos m aio res in im ig o s do líder. E sg o ta a p ró p ria fo n te do m in istério eficaz. 3. O m in istério é cu m p rid o p o r via da encarnação. Jesu s “fe z-se ” . E ssa é a b a tid a do c o ração do E v an g elh o e a essên c ia d a m issão de C risto. E le fo i e n carn ad o (to rn o u -se h o m em ) p elo P ai divino. F o i p o r esse tornarse q u e E le n o s r e c o n c ilio u c o m D e u s. A c h a -s e a q u i o e x e m p lo e a
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO
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cap acitação p a ra o m in istério au tên tico de hoje. O s líd eres esp irituais, e todos os outros cren tes relacio n ad o s ao assunto, são cham ados pa ra m ostrar Jesus a u m m undo perdido e agonizante. S ig n ifica que “substituím os Jesu s” am an d o e servindo em seu nom e. Q uando os líderes espirituais en tenderem ex p erim en talm en te esse p rin cíp io , suas v idas darão m uito fruto. 4. O m in istério é cu m p rid o p e lo exem plo. A m a io ria das p esso as não é co n c e itu a lm e n te o rien tad a. P re fe re m v e r a ap enas ouvir. “M o stre-m e” é o cla m o r dos n e cessitad o s à n o ssa volta. E les esp eram te r o v islu m b re de u m a fé au tên tica, u m a fé ex p e rie n c iad a n a vida. C om o os líderes en sin am am o r? A m an d o . C o m o e n sin a m p e rd ã o ? P erd o an d o . C o m o e n sin a m a d iz im a r? D iz im a n d o . C o m o e n s in a m fid e lid a d e ? S e n d o fiéis. C o m o en sin am p ac iê n c ia? S en d o p acien tes. C o m o e n sin am san tid ad e? Sendo santos. E sse é u m p rin cíp io de lid e ra n ç a m in isterial que se fo r p o sto em p rá tic a p ro d u z irá m u ito s frutos. 5. O m in istério é cu m p rid o p e la inten cio n alidade. B ons líd eres oram , pen sam , p lan ejam , ex ecu tam e c h eg am ao fim sem fraquejar. T rab alh am e serv em p o r d esíg n io . R e je ita m a ca su a lid a d e e -----------------------------------------fecham -se no intencional. E ssa é liderança q u e não ig n o ra d etalh es, d á re sp o sta s ló g icas e com p letas e tem cu id ad o de n u n ca p e rd e r a lid e ra n ç a p o r neg lig ên cia. C o m fre q ü ê n c ia afirm o: “O in g resso a o p ú l p i t o é c o m p r a d o c o m o s d ó la r e s d a adm inistração: fracasse em ad m in istrar e lo g o não e s ta r á m a is p r e g a n d o ” . E v e rd a d e ! D e ix e de ad m in istrar o tem po, os co n flito s, as p esso as, os re c u rs o s , e e m p o u c o te m p o a e s p iritu a lid a d e inv alid ará os esforços do líder. O m esm o princípio é v e rd a d e iro p a ra to d a a lid e ra n ç a . O s m e m b ro s e fic ie n te s do co rp o m in is te r ia l s e rã o b e m tr e in a d o s n a r e a liz a ç ã o . S e rã o g u ia d o s p e la in ten cio n alid ad e. 6. O m in is té r io é c u m p rid o p e lo p o d e r do E sp írito . O m in isté rio au tên tico e eficaz é cu m p rid o ex clu siv am en te pe la cap acitação do E spírito Santo. “N ão p o r força, n em p o r v io lên cia, m as pelo m eu E spírito, diz o S e n h o r d o s E x é r c ito s ” (Z c 4 .6 ). S e ja n a o ra ç ã o , p re g a ç ã o , e n s in o , aco n selh am en to , ajuda, p lan ejam en to ou v isitação, tudo d ev e ser feito no no m e de Jesu s e n o p o d e r do E sp írito Santo. O p asto r sensato estará seguro de q u e a eq u ip e de lid eran ça p o r ele d irig id a entende tanto o conceito q u an to a p rá tic a d a in d isp en sab ilid ad e d esse p rin cíp io . O que p arece ser o b ra do R ein o p o d e, n a v erd ad e, ser ap en as exp ressão d a in g en u id ad e h u m an a. S o m en te o m in istério cap acitad o pelo E spírito S anto v ale rá com o a v erd ad eira o b ra do R eino.
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0 povo não segue aqueles a quemnãe respeita ___________ »
E sse s são p rin c íp io s de lid e ra n ç a e sse n c ia is ao tra b a lh o e fic a z de p asto res, p resb ítero s, d iáco n o s e q u a lq u e r ou tro m em b ro que faça p arceria c o m a o b ra e m in istério d a igreja.
D iretrizes O peracionais C h eg o u a h o ra de fa z e r co n sid eraçõ es sobre alg u m as das diretrizes que d e v e m ser seg u id as p a ra q u e o fu n cio n am en to e fu nção d a ig re ja ten h am
308 O PASTOR PENTECOSTAL seg u im en to efetiv o e eficiente. E m b o ra as d iretrizes ap resen tad as a seguir sejam d ife re n te m e n te a p lic á v e is a d ife re n te s c o rp o s m in iste ria is, e m p rin cíp io ain d a terão ap licação sig n ificativ a e pro v eito sa. O b v iam en te, a lim itação de esp aço re q u e r m e d id a de seletividade. 1. A g e n d a s. C o rp o s m in iste ria is n ão tra b a lh a m b e m e m um v azio in f o r m a c io n a l. É r e s p o n s a b ilid a d e d o p a s to r a s s e g u r a r - s e d e q u e in fo rm açõ es essen ciais estejam acessív eis em co n fig u raçõ es oportunas. A seguir, in d ic a m o s iten s c a ra c terístic o s que d ev e m ser in c lu íd o s nos p ro g ram as de trab alh o do corpo m in isterial d a igreja: (a) h o ra e lu g a r de re u n iõ e s, (b) as atas d a re u n iã o p ré v ia, (c) re la tó rio s fin a n c e iro s, (d) q u estões esp ecíficas a serem discutidas, ju n tam e n te co m to d a a inform ação de apoio, e (e) assu n to s que p o ssam ser apresen tad o s p o r m em bros do co rp o m in isterial no co m eço d a reunião. F o rn e ç a a a g en d a d a reu n ião co m b astan te an tecedência. O m éto d o em p írico sug ere que os m em b ro s do co rp o m in isterial d ev am ter à m ão a lista dos assu n to s a serem d iscutidos n a reu n ião antes do fim de sem an a que a precede. D esse m odo, os m em bros do coipo m inisterial terão a chance de c o n v e n ie n te m e n te fa z e r a lg u m a in v e stig a ç ã o q u e p o ssa ser ú til no p ro cesso de to m ad a de decisão. A s atas d ev e m ser feitas co m cu idado e acuidade, refletin d o as decisões coletivas do corpo m in isterial. P orquanto a b revidade seja desejável, n u nca d e v e ser às c u sta s d a v e rd a d e e d a c o m p re e n sã o . A s atas d e v e m ser c u id a d o s a m e n te a rq u iv a d a s p a ra r e fe rê n c ia fu tu ra . D e s c u id o n e sse s assuntos p o d em resu ltar em divisão e perturbações desnecessárias na igreja. A s co n g reg açõ es ap reciam sab er que a ig reja é m e tic u lo sa em seu trabalho ad m in istrativ o . R elató rio s fin an ceiro s d e v e m ser preciso s e sim ples. O s m em b ro s da i g r e ja p r e c is a m s e n tir c o n f ia n ç a d e q u e to d o d in h e ir o é tr a ta d o escrupulosam ente. N ão se p ode esperar que program as sejam estabelecidos sem que se saib a to d o o im p acto fin an ceiro de tais d ecisões. R elató rio s fin an ceiro s p recisam ser claros e acu rad am en te re fle x iv o s d a condição fin a n c e ira g lo b al d a igreja. C om u m a rá p id a rev ista do relató rio , m em bros do corp o m in isterial d ev em ter co m p araçõ es entre re n d a e despesa, saldo de to d as as contas, relação en tre saldo e orçam en to e u m resu m o dos ativos e p assiv o s. E sen sato c o n su lta r um co n ta d o r q u alificad o p a ra se certificar de que todos os registros financeiros estejam lançados de form a apropriada. T am bém é p ru d en te h a v e r u m a au d ito ria p e rió d ica de to d o s os relató rio s fin an ceiro s. C ad a item d a ag en d a de trab alh o deve ter u m a descrição com pleta, ju n ta m e n te co m q u alq u er reco m endação apropriada. O s m em bros do corpo m in iste ria l p re c is a m sa b e r o h istó ric o , im p a c to fin a n c e iro , p o ssív e is altern ativ as e fin alm en te as reco m e n d açõ es ju lg a d a s m ais adeq u ad as pelo p a sto r e su a equipe. M u ito tem po será ec o n o m izad o se um a a g en d a in clu ir to d a a d o cu m en tação co m p ro b a tó ria e reco m en d açõ es. T ip icam ente, os m e m b ro s d o c o rp o m in is te r ia l d a ig r e ja são os e s ta b e le c e d o re s de p ro g ram as, e a eq u ip e p a sto ra l é a ad m inistradora. Se e ssa distin ção for p reserv ad a, tra rá co m o resu ltad o u m a m a io r e ficiê n c ia n a realização e h a rm o n ia nos relacio n am en to s.
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO É prática re c o m en d ad a qu e os m em b ro s do co rpo m inisterial consultem o p asto r d e antem ão, antes d e solicitar q u e itens sejam colocados n a agenda. C o m a o rien tação do p astor, tais iten s p o d e m se r p ro cessad o s de m odo m ais o rd en ad o . E m teoria, esses iten s são in clu íd o s na ag enda ju n ta m e n te co m q u a lq u e r d o cu m e n ta ç ão co m p ro b ató ria. A relação entre p ro ce sso e u n id a d e é a b so lu ta : fa ç a as c o isa s c o rre ta m e n te , e as p e s s o a s serã o in cen tiv ad as a d a r apoio. 2. D e sig n a ç õ e s de tarefa. E m certo s casos, talv ez seja útil o p asto r d e s ig n a r u m d e p a rta m e n to p a ra c a d a m e m b ro do c o rp o m in iste ria l. C o n sid e ra n d o q u e c a d a ig re ja te m n e c e ssid a d e s d ife re n te s, su g iro os seguintes departam entos: (1) infantil, (2) m ocidade, (3) adultos, (4) m úsica, (5) ad m in istrativ o , (6) m issõ es e (7) ev an g elism o . O b v iam en te h á grande d iv ersid ad e p o r c a u sa d a sin g u larid ad e do m in istério de cad a igreja. V árias p recau çõ es estão em o rd em aqui. U m dep artam en to n ã o traz e m si a a u to r id a d e d e a g ir u n ila te r a lm e n te . T o d a s as d e c is õ e s de im p o rtâ n c ia d ev em n e c e ssa ria m en te p a ssa r p elo pastor, a fim de ev itar co n fu são e facilitar a to m a d a de d ecisão. S e m elh an tem en te m em b ro s do c o rp o m in is te r ia l n ã o d ã o fo r ç a p r o p o r c io n a l às á re a s d e s ig n a d a s . D e p a rta m e n to s p o d e m e sta r fra c a m e n te re p re se n ta d o s e se cre tam en te desejar qu e as d esig n açõ es tiv e sse m sido feitas de m odo diferente. A ún ica m a n e ir a d e e v ita r a lg u n s d e s s e s p r o b le m a s p o te n c ia is é o p a s to r p ro p o rc io n a r lid e ra n ç a fo rte, m as sensível. 3. M a n u a l de fu n c io n a m e n to . T oda ig re ja d ev e ter u m a co m p reen siv a lista de d iretrizes o p eracio n ais. E m ig rejas g ran d es talv ez seja u m a lista u m tan to q u an to ex ten sa, sendo m u ito m ais cu rta p a ra igrejas m enores. A n ec e ssid a d e , p o rém , é a m e sm a p a ra am bas. E ste m an u al deve in clu ir a p ro p ria d a s d e s c riç õ e s d e c a rg o , p ro c e d im e n to s d e e m p re g o , fé ria s, p e rm issã o p a ra c o n fe rê n cia s, e n sin o c o n tin u a d o , p o lític as fin an ceiras, horas de trab alh o , flu x o g ram as da contab ilid ade, estruturas departam entais e q u alq u er o u tra diretriz p ro cessu al que p o ssa ser p rescrita p o r necessidades esp ecíficas. D iretrizes cu id ad o sam en te d eclarad as ren d em resu ltad o s p o sitiv o s. A m e n o s q u e e sta s d ire triz e s sejam fo rm a liz a d a s e e sc rita s, lo g o serão esq u ecid as e ig n o rad as. O s p asto res n o rm alm en te ficam surpresos co m a fre q ü ê n c ia co m q u e p recisam se re fe rir a esse m an u al so b re assuntos com o tem p o de férias, feriad o s, fo rm u lário s de despesa, ben efício s etc. E ssas p o líticas e p ro ced im en to s, rep ito , d ev e m ser fo rm aliza d as e escritas. D i v is õ e s n a i g r e j a s ã o c a r a c t e r i s t i c a m e n t e r e s u l t a d o d e m á ad m in istração . A lid e ra n ç a esp iritu al n ão d eve se c o n fo rm ar c o m m enos do que o m e lh o r em term o s d e p o lític a e p ro ced im en to . Vale a p en a o esforço.
C om issionam ento O s líd eres d a ig re ja serv irão m elh o r se aq ueles a q u em p asto re ia m os c o n sid e ra re m co m d ev o to resp eito e honra. E d e v er e p riv ilég io do p asto r estab elecer esse tipo de co nsideração p o r aqueles que fazem parte d a equipe d e lid eran ça. T ip icam en te a co n g reg ação co n sid e ra rá im p o rta n te e valioso o q u e a ssim fo r estab elecid o p elo pastor. Se o p a sto r der g ran d e relev â n cia
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310 O PASTOR PENTECOSTAL à lid eran ça p articip ativ a, a c o n g reg ação saberá disso e te rá em elevada e stim a os q u e serv em co m o p arte da eq u ip e de liderança. R eco m e n d a -se aqui q u e o p asto r d ed ique ocasião esp ecífica p ara que os co rp o s m in isteriais da ig re ja sejam apresen tad o s à ig re ja e form alm en te co m issio n ad o s p a ra a o b ra a que fo ram escolhidos. E m b o ra isso p o ssa ser feito de várias m an eiras, o im p o rtan te é que os líderes d a ig reja sejam co n sag rad o s d ian te do S en h or e do seu povo p a ra a o b ra a que fo ram ch am ados. S erá esse serviço que estabelecerá o andam ento para a liderança u n g id a e eficaz. Q ue m aio r p riv ilég io alg u ém p o d eria ter além de ser um líd er escolhido, sep arad o p a ra serv ir o C orpo de C risto, que é a sua Igreja?
0 Dom l i Evangelista: PerspectBwa de um Pastor Glen D. Cole N ovo Testam ento deixa óbvio que o evangelista é um dos dons de Deus para a igreja (E f 4.11). O apóstolo Paulo falou a Tim óteo: “Faze a obra de u m evangelista” (2 T m 4.5). N aqueles dias, é m uito provável que os evangelistas levassem o E vangelho a novas regiões com o m issionários. A relação bíblica do evangelista com o pastor de igreja pode ser corretam ente descrita com o “parceiros em alcançar nosso m undo para C risto” . U m relató rio do P resb itério G eral de 1987, feito p e la C o m issão de E stra té g ia de E v an g elism o d a Ig reja T otal, nos E stad o s U n id o s, co n tém u m p a r á g r a f o q u e e s ta b e le c e d e m a n e ir a c o m p r e e n s iv a no q u e as A ssem b léias de D eus sem p re acreditaram :
O
Vitalidade e crescimento da Igreja de Jesus Cristo estão diretamente relacionados com seu com prom isso e participação na salvação dos perdidos. Temos de fazê-lo. É im portante considerar o contexto de evangelismo. Jesus ordenou que seus discípulos fizessem discípulos de todas as nações. À medida que fixamos nossa trajetória para a próxima década, precisamos reconhecer que evangelismo é (1) trazer as pessoas para um relacionamento pessoal com Jesus Cristo e (2) discipular cada crente até que esteja pronto para ganhar outra pessoa para Jesus.1 E n q u an to co n sid eram o s, então, a persp ectiv a de u m p a sto r sobre o dom de e v a n g e lista , p re c isa m o s d e c la ra r que alguns q u e le v a m o títu lo de
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO ev an g elista são, n a v erd ad e, m estres c o m m in istério s de especialidade. S eu m in istério é, ad eq u ad am en te, aos santos. A m e d id a qu e a Ig re ja se a p ro x im a de u m novo m ilênio, talvez a ênfase p recise estar no q u e Jesu s falou: O E spírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor (Lc 4.18,19). N estes últim os tem pos, a ig reja e o ev an g elista são parceiros d a colheita. A g ran d e n e c essid ad e é p o r cred en ciais ap o stólicas. D ep o is seg u e-se o que a m a io ria de nós procura: u m liv ro de A to s em a ç ã o ! C o m o p a sto r q u e h á m ais de q u aren ta anos trab a lh a co m ev angelistas, aju d an d o a a lcan çar n o sso m u n d o p a ra C risto, escolhi u m a p alav ra-ch av e p ara o en fo q u e de n o sso capítulo: parceiro s. Vou sug erir quatro áreas que nos ajudarão a to m ar realidade a declaração do relatório feito pela C om issão de E stra té g ia de E v a n g e lism o d a Ig re ja Total.
Parceiros na O ração E m p rim eiro lugar, p a sto r e ev an g elista d ev em ser parceiro s na oração. A ig reja d ev e ser co n d u z id a p elo p a sto r à o ração do p ré-av iv am en to . A o m esm o tem p o , o e v a n g e lista d ev e estar p re p aran d o o coração e a vida m ed ian te a o ração do p ré-av iv am en to . F oi u m privilégio particip ar de não m enos que quatro C ruzadas B illy G raham ao longo dos anos. F ui v ice-presidente e m duas dessas cruzadas. U m repórter colocou u m m icrofone diante do m eu rosto, enquanto as pessoas, após u m a m en sag em sim ples do E vangelho, dirigiam -se ao altar sob convite do p astor G raham . A p ergunta foi: “C om o você explica isto?” H á pelo m enos um a explicação p a ra as várias centenas de pessoas que em todos esses anos v ieram em cada cruzada. E o investim ento da oração. M eses antes de um a cruzada acontecer, um a m ultiplicidade de oportunidades de oração é colocada e m ação. R eu n iõ es de o ração do pastor. R euniões de oração das irm ãs. R euniões de oração d a m ocidade. R euniões de oração dos irm ãos. R euniões de oração e m todos os p ontos da cidade. U m cartão oferecendo u m tópico diário de oração, aju d a os m em bros da congregação que p recisam de um tem a p a ra orar. A co m u n id ad e da fé to rn a-se parceira n a oração co m o ev an g elista m uito antes que ele entre em cena. R ecen tem en te, co m o p re g a d o r co n v id ad o n u m a das A ssem b léias de D eu s am erican a, n o tei q u e sobre a m e sa u sad a n a C eia do S en h o r h avia fo to g rafias de pesso as. O p a sto r in fo rm o u -m e que ele tin h a in cen tiv ad o os crentes a trazerem fotografias dos m em bros não-salvos d a fam ília, de form a que o raçõ es p u d e sse m ser o ferecid as reg u larm en te p o r eles. N ão causou su rp resa q u an d o in fo rm o u à c o n g reg ação a co n v ersão m ila g ro sa d a filh a de u m dos m em b ro s cu ja fo to g ra fia fo ra c o lo cad a ali p a ra oração. N ão d esejo ser negativo, m as tenho de ressaltar a im p o rtân cia da oração co n ju n ta fe ita p elo p a sto r e ev a n g e lista q u an d o ch e g a o d ia d a ca m p an h a ev an g elística. F ico d e sap o n tad o em certo s casos q u an d o o e v an g elista
312 O PASTOR PENTECOSTAL não aten d e m eu co n v ite de c o m p arecer à reu n ião de oração. O utros, é claro, v ê m c o m p ro n tid ão . A o ra çã o p re p ara p a ra o que v em a seguir!
Parceiros na M ordom ia P asto r e ev a n g e lista to rn a m -se p a rceiro s na m ordom ia. M o rd o m ia é o in v e s tim e n to fe ito e m q u a lq u e r e m p re e n d im e n to . A ig r e ja fa z u m in v estim en to , e o ev a n g e lista faz u m investim ento. D a n d o P u b l ic id a d e
ao
A v iv a m e n t o
O p a sto r to m a a fren te, p rep aran d o m a terial p u b lic itário ap ro priado p a ra in fo rm a r que u m ev en to esp ecial está se aproxim ando. São anúncios em jo rn a is, p ro p ag an d as e m rádio, ch am ad as n a telev isão , inserçõ es no b o le tim in f o r m a tiv o e f o lh e to s p a r a os m e m b ro s d a c o n g r e g a ç ã o d istrib u íre m p a ra a fa m ília e am ig o s. T odos tê m d e fic a r sa b en d o d a cam p an h a! C o m o o ev a n g e lista p o d e ajudar? E n v ian d o com an teced ên cia títulos da m e n sag em q u e cativ em a atenção dos não-crentes. P a ra que a cam panha e v a n g e lís tic a te n h a ê x ito , o fa to r de in te re sse d e v e ser d e se n v o lv id o antecipadam ente. O p asto r e o evangelista contribuem para essa preparação. Q u an d o o ev a n g e lista p erco rre todo o p aís fazen d o cam p an h as, n o ta que certas ch am ad as p u b lic itá ria s dão m ais re su ltad o que outras. N ad a m ais ó b v io que ele as in d iq u e ao p a sto r d a ig reja onde esta rá pregando. F a ix a s e c a rta z e s a ju d a m a a n u n c ia r a v in d a d e u m e v a n g e lista . Q u a isq u e r o u tras ativ id ad es d a ig re ja d ev e m ser desm arcad as em fav o r d a cam p an h a, d e fo rm a q u e os con flito s sejam m ínim os. Q ue a ênfase n esses dias seja g a n h a r alm as e reav iv ar crentes. A Rem uneração
do
E v a n g e l is t a
O u tra p a rte d a m o rd o m ia te m a v er co m o m o d o com o ev an g e lista é re c o m p e n sa d o p o r seu m in istério. H á três áreas a considerar. 1. D e sp e sa s de viagem . O ev an g e lista será g ran d em en te ben eficiad o se, antes da cruzada, m ed id as fo rem to m ad as p a ra p ag am en to das despesas d e v iag em . P o r ex em p lo , se o ev a n g elista vai de av ião à cid ad e d a cruzada, a p a ssa g e m d ev e ser c o m p ra d a co m basta n te an tec ed ên cia ao m e n o r p reço p o ssív el. O ev a n g e lista d ev e se sen tir à v o n tad e p a ra in fo rm ar esse custo à igreja, a qual deve reem bolsá-lo tão logo o saiba. D espesas co m alim entação e a lu g u e l d e c a rro ta m b é m sã o re e m b o ls á v e is . E ssa s s e m p re se rã o resp o n sab ilid ad es de qu em co nvida, e não do convidado. O p a sto r ab ençoa o m in istério do ev a n g e lista q u an d o esses assuntos são m an ejad o s com p re v isã o e am o ro so cuidado. 2. H o sp ed a g em . O e v a n g e lista (in clu siv e esp o sa e/o u fam ília) p rec isa de a co m o d açõ es tão cô m o d as q u an to p o ssív eis p ara re aliza r u m m inistério eficaz. É essen cial q u e d isp o n h a de lu g a r ap ro p riad o on d e p o ssa fic a r a sós c o m D eus p a ra p re p a ra r coração e m en te p ara pregar. A lim en tação a d e q u a d a é o u tra c o n s id e ra ç ã o lig a d a à h o s p e d a g e m . N e c e s s id a d e s e sp ecíficas do ev a n g e lista d ev em ser in fo rm ad as c o m an te ce d ên c ia p ara
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO qu e tu d o lh e seja p ro v id en ciad o . O ev a n g e lista faz u m in v estim en to de te m p o , fa m ília e ta le n to , o b je tiv a n d o a ju d a r o p a s to r a a lc a n ç a r sua com unidade p ara C risto. Q ue o investim ento da igreja local, feito no período em que o ev a n g e lista c o n v id ad o e stá n a cidade, seja c o n sid erad o e levado a efeito de m an eira cristã. 3. H o n o rá rio s. Q ual a p o lític a d a ig re ja lo cal no que re sp e ita às ofertas p a ra o ev an g elista? Tal p ro ced im en to d ev e ser claram en te acertado antes d a re alização d a cruzada. N a m in h a op in ião , deve ser d ad a opo rtu n id ad e p a ra q u e a c o n g reg ação afo rtu n e o ev a n g e lista co m o fertas, d a m esm a m a n e ira q u e a ig re ja é a b e n ç o a d a p e lo m in isté rio do e v a n g e lista . A co n g reg ação n u n ca d ev e ser im p ed id a de, g en ero sam en te, d ar ofertas a m in istro s talen to so s q u e ag raciam o p ú lp ito de nossas igrejas. E sses servos de D eu s n ã o p o d e m fa z e r cam p an h as n as 5 2 sem anas do ano. S u a re n d a d ev e ser su ficien te p a ra co b rir os p erío d o s em que não h á ren d im en to fin an ceiro . A ho ra de o fe rta r é a h o ra de se lem b rar destas palavras: “M ais b e m -a v e n tu rad a co isa é d ar do q u e re c e b e r” (A t 20.35).
Parceiros na D edicação P a sto r e ev a n g e lista to m a m -se p a rc e iro s na d ed icação. G o staria de a v e n ta r o q u e o p a sto r p o d e v e r n u m ev an g elista. Servo : O ev a n g e lista v em co m esp írito de sujeição. E n tu sia sta : H á u m sen tim en to de v id a no m in istério do evangelista. J e su s v e io p a ra q u e o e v a n g e lis ta tiv e s s e v id a . N ã o p re c is a m o s de ev an g elistas apáticos! E n g en h o so : T rata-se de alg u ém sem p re alerta a to d a o p o rtu n id ad e p a ra a b e n ç o a r a ig re ja local, d isp o n d o de to d o s os recu rso s do seu ofício p a ra c o m b a te r as fo rças das trev as e m d ad a com unidade. Valoroso: E sse é u m o fício d esig n ad o p o r D eus. P ortanto, não se tra ta de algo a q u e n os su b m etem o s, m as, antes, faz p a rte dos esfo rço s de D eu s n a b u sca da h u m an id ad e perd id a. A cessível: S en d o ch am ad o , n ão se dá p o r rogado. E le não perm ite qu e o d esân im o o d esv ie de seu propósito. A m a io r v itó ria de seu m inistério p o d e e sta r ju sta m e n te à frente. N ecessá rio : A ig re ja n ão p o d e se dar b em sem o ev an g elista. S e “a u n s p ô s D e u s n a ig r e ja ” , q u e n u n c a c o n s id e re m o s a c h a m a d a p a ra ev a n g e lista co m o algo supérfluo. T riu n fa n te : Q u e h a ja o so m d e v itó ria n a v o z do p a s to r e do ev a n g e lista à m e d id a que im p rim e m as p alav ras de Jesus no coração das p esso as. “E u sirvo u m S a lv a d o r ressu rreto , E le e stá p resen te em nosso m e io ” . Q u e o ev an g elista, o p a sto r e a ig re ja façam cad a u m o m elh o r co m o p a rceiro s n a ded ica çã o . H á p o u c o tem p o eu e sta v a assistin d o a u m p ro g ra m a esp ecial sobre esp o rte s p e la te le v isã o . E sta v a m re m e m o ra n d o os h e ró is do p assad o . D estacaram o ro sto de Tom D em psey, e x -ch u tad o r do N ew O rleans Saints, tim e de fu teb o l am erican o . T om n asceu só co m a m etad e do p é d ireito e
314 O PASTOR PENTECOSTAL co m o braço e m ão d ireito s d efo rm ad o s. E m b o ra jo g a sse excelen te fu tebol no seg u n d o g rau e n a facu ld ade, foi rejeitad o pelos p ro fissio n ais. D iziam lhe: “V ocê não te m co rp o p a ra jo g a r p ro fissio n a lm e n te ” . T om recu so u a ce ita r essa o p in ião sob re suas h ab ilid ad es. D ed ico u -se a se r um vencedor. T o m D e m p se y estabeleceu o recorde de distância de chute de três pontos em u m jo g o p ro fissio n a l. E sse reco rd e foi m arcad o n u m jo g o co m os D e tro it L ions. O tim e de N o v a O rleans tin h a a v itó ria nas m ãos, quando, co m 11 seg u n d o s p a ra acabar, o c h u tad o r dos L ions fez u m chute de três p o n to s a 18 ja rd a s n o cam p o ad v ersário , fazen d o 17 a 16 p a ra eles. P arec ia q u e o jo g o e s ta v a liq u id a d o . C o n tu d o , e m d o is la n c e s os S a in ts c o n se g u ira m tra z e r o ch u te de rein icio p a ra den tro de sua lin h a de 45 ja rd a s. T endo apen as dois segundos de jo g o , o trein ad o r co lo co u T om na p a rtid a p a ra fazer o ch u te de três pontos m ais lo ngo da h istó ria. S eria um chute de 63 ja rd a s (pouco m ais de 57 m etros) p ara fazer a b o la p assar pelas trav es da m eta. T om e sta v a tão lo n g e do gol que só teve certeza de q u e a b o la e n tra ra d e p o is q u e o ju iz e rg u eu os b raç o s p a ra in d ic a r a v alid ação do gol. A in d a h o je o m u n d o dos esp ortes está dizendo: “In ac red itáv el!” M as a c o n te c e u . U m a p e s s o a d e d ic a d a à su a p ro fis s ã o e c a p a c id a d e em d esem p en h á-la fez o im p o ssível. A credito que o m esm o tipo de co n vicção e d e d ic a ç ã o tra r á as b ê n ç ã o s d e D e u s n o s e s fo rç o s d o p a s to r e do ev a n g e lista q u e d eterm in arem que seu em p reen d im en to co m b in ad o po d e fazer g ran d e d iferen ça n estes tem pos sensuais, ten tad o res e céticos.
Parceiros na C olheita E, p o r últim o , volto a u m a declaração feita an terio rm en te sobre tornarse p a rceiro s n a colheita. N o d ia 7 de setem bro de 1969, a ed ição do The P e n te c o sta l E v a n g e l (p. 13) p u b lico u u m b rev e relato de V ance H av n er in titulado “Saints In C ircu lation” (“S antos em C irculação” ). O fato ocorreu d u ran te o século X V II. Durante o reinado de Oliver Cromwell, o governo teve falta de moedas de prata. Cromwell enviou seus homens a uma catedral para procurar prata. Informaram-no: “A única prata que encontramos está nos ídolos dos santos colocados nos cantos da catedral”. “Ótimo!”, respondeu ele. “Vamos derreter os santos e colocá-los em circulação!” Não há que duvidar que a necessidade do momento é derreter os santos no fogo do avivamento e colocá-los em circulação para ganhar almas. A em oção d a p arceria n a colheita na qualidade de pastores e evangelistas é v e r os san to s se v o ltarem p a ra Jesu s, d e fo rm a q u e g a n h ar os perd id o s to m a -se u m a seg u n d a natu reza. P o d e acontecer! E stá aco n tecen d o aonde esse espírito de equipe é co m preendido. Q ue D eus abençoe nossos pastores e no sso s ev an g elistas n este g rande em p reendim ento. “A s po rtas do in fem o não p re v a le c erã o ” (M t 16.18). A o b ra do ev an g elista, da p ersp e ctiv a de u m pastor, ta m b ém in clu i o altar. Q ue no ssos altares sem pre estejam cheios de alm as sedentas. O pastor
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO e o evangelista trabalham ju n to s no m inistério que se dá n esse lugar sagrado. C erta n o ite de d o m in g o , eu e stav a preg an d o com o co n v id ad o n u m a igreja. O a lta r e s ta v a a p in h a d o d e p e s s o a s d e s e jo s a s , e m in h a e s p o s a e eu procurávam os d iligentem ente orar com cada u m a e ajudá-las com o possível. Q u an d o a ú ltim a p e sso a d eix o u o altar, o g u ard ião veio m e in fo rm ar de q u e o p a sto r j á h a v ia ido p a ra casa c o m a fam ília. O p a sto r tin h a d eixado seu s a g ra d e c im e n to s p o r n o s s a v in d a co m o g u ard ião . P a rc e ria ? N ão n a q u ela noite! A p e rsp e c tiv a do p a sto r e stá re su m id a nas p alav ras de P aulo: “N ós, co o p eran d o tam b ém c o m ele [D eu s]” (2 C o 6.1). O p asto r e o ev an g elista estão v italm en te u n id o s co m D eu s e m a lcan çar o m u n d o e alim e n tar o rebanho.
0 Dom de Evangelista: Perspectiva de um Evangelista Jimmy Davis u as m etas de ev an g elism o estão firm e m en te orladas com o sequóias re p le ta s de v a so s d e p la n ta s ? V ocê e s tá d e ix a n d o de a tin g ir o p o te n c ia l e v a n g e lís tic o em su a ig re ja p o r c a u sa de h o riz o n te s lim ita d o s ? V ocê e s tá p ro p e n s o a d e s e n v o lv e r m é to d o s c ria tiv o s e atu alizad o s de ev an g elism o ? A v id a da ig reja tem de estar cen trad a em to r n o d e u m a o r i e n t a ç ã o b í b l i c a , a f im d e g a n h a r o s p e r d id o s . P e n te c o sta lism o é e v an g elism o . Q u an d o os b a tim en to s do co ração do e v a n g e lis m o n a c o n g re g a ç ã o d im in u e m o u p a ra m , m e n o s re le v o ao av iv am en to é d ado aos santos e m en o s cam panhas evan g elísticas serão feitas aos p erdidos. E v a n g e lism o e p en teco stalism o são insep aráv eis na v id a d a igreja. O d o m m in isterial do e v an g elista tem im en surável in flu ên cia espiritual n a ig reja. P o r e x e m p lo , q u in h e n to s e v a n g e lista s p re g a n d o em ap en as q u aren ta sem an as p o r ano, p ara um a m éd ia de cem p esso as p o r sem ana, eq ü iv ale a dois m ilh õ es de p esso as q u e an u alm en te o uvem o E vangelho. D e u s e s tá le v a n ta n d o u m a n o v a g e ra ç ã o de e v a n g e lista s q u e e stejam intelectu al e esp iritu alm en te prep arad o s p ara eq u ip ar a ig reja e ev an gelizar os n ã o -cren tes n e sta co m u n id ad e altam en te te c n o ló g ic a e global. O dom de ev a n g e lista é d ecisiv o p ara a c o n tin u ação d a v italid ad e n a igreja.
S
316 O PASTOR PENTECOSTAL O d o m de ev a n g e lista é tão válid o h o je q u anto o foi nas prim eiras d écad as da Ig re ja cristã. P a ra q u e o p a sto r p en teco stal u tilize p len am en te o d o m de ev an g elista, tem de não apenas en te n d er a p o siçã o , p ro p ó sito e retrato b íb lico s do ev a n g e lista do século I, m as tam b ém co m p ree n d e r as p rio r id a d e s e p re p a ra ç õ e s d o e v a n g e lista de sécu lo X X I. A fu n d ação p re c e d e a fu n ção . O e v a n g e lista do século I é n o sso exem p lo b íb lico do m in istério de ev a n g e lista do século X X I n a v id a d a co n gregação.
A Posição do Evangelista N o N o v o T e sta m e n to , n ão h a v ia m u ita d ife re n ç a e n tre a p ó sto lo e ev an g elista, visto q u e todos os apó sto lo s eram evangelistas. C on tu d o , n e m tod o s os ev an g elistas eram apóstolos, co n siderando que se fazia necessário u m a ch a m a d a d ire ta d o S en h o r.10 term o eva n g elista ap arece só três vezes n o N o v o T estam en to (A t 21.8; E f 4.11; 2 T m 4.5). A pa la v ra eva n g elista s em E fésio s 4.11 p arece d en o tar u m a o rd em de ob reiro s entre, de u m lado, a p ó s to lo s e p r o f e ta s e, d e o u tro , p a s to re s e d o u to r e s (m e s tre s ). É c o in c id ê n c ia que o e v a n g e lista esteja situado no cen tro dos cin co dons de m in istério em E fésio s 4.11 ? O u é indicação adicional de que o evangelism o tem de estar n a fu n ção cen tral d a ig reja? O ev a n g e lista do século X X I deve te r u m m in istério de ev an g elism o tanto q uanto u m m in istério de “aperfeiçoam ento” . A posição do evangelista é serv ir de p o n te en tre os m in istério s p ro fético e p asto ral d a igreja. H o je e m d ia o ev a n g e lista d ese m p e n h a im p o rta n te p ap el no arrep en d im en to e a viva m en to .
O Propósito do Evangelista O p ro p ó sito do ev a n g e lista está claram en te defin id o n a ep ísto la aos E f é s i o s . O o b j e t i v o d e to d o s o s c in c o d o n s m i n i s t e r i a i s é o “a p e rfe iço a m e n to ” do p o v o de D eus p a ra a “o b ra do m in isté rio ” (E f 4.12). P a ra o ev an g elista, a o b ra do m in istério é evan g elism o . A m en sag em e o m in istério d o ev a n g e lista d esafiam os cren tes a ab a n d o n ar o in fan tilism o esp iritu al e a se to m a re m p erfeito s e m aduros. O p ro cesso d e am ad u recim en to d e p en d e de u m in ter-relacio n am en to dos v ário s m in istério s de E fésio s 4.11. T odo o C orpo e stá c o n tin u am en te sendo ajustado e ligado pelo au xílio de todas as ju n ta s (E f 4.16). É som ente q u an d o cad a p a rte e steja fu n cio n an d o b e m que o C orpo de C risto recebe o p len o ap o io de q u e p re c isa p a ra faz er a “o b ra do m in istério ” . P ara resg atar o esp írito de ev an g elism o n a igreja, a fu n ção b íb lica do ev a n g e lista deve ser restab elecid a. N os anos à frente, os debates eclesiásticos não devem estar centralizados em to rn o d a q u estão de qual ca teg o ria determ in ad o p reg a d o r se ajusta: ev an g elista ou avivalista. A ntes, aqueles co m m inistérios itinerantes devem ser en co rajad o s a c u m p rir sua p o sição e pro p ó sito neo testam en tário s com o ev an g elistas. C ontudo, em ú ltim a análise, a igreja d eterm in a o tipo de m in istério que o eva n g elista exerce no C orpo de Cristo. O ev an g elista so m en te tem o m in istério de g a n h ar alm as q u ando e stá p reg an d o n u m a ig re ja g a n h ad o ra de alm as ou lhe é dada a o p o rtu n id ad e de p ro clam ar o E v an g elh o aos n ão -cren tes.
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO 3 1 7
Retrato do Evangelista A in d a q u e e x e m p lo s de p re g a d o re s ou e v a n g e lista s itin e ra n te s sejam a b u n d a n te s n o N o v o T e s ta m e n to ( J o ã o B a tis ta , J e s u s C r is to , os a p ó s to lo s , os S e te n ta , F ilip e , P a u lo e o u tro s ), trê s fig u ra s d is tin ta s e lu c id a m a fu n ç ã o d e e v a n g e lis ta n a ig re ja . M a is a d ia n te , a p re se n ta m o s trê s fu n ç õ e s n e o te s ta m e n tá ria s d o e v a n g e lis ta p e n te c o s ta l e s s e n c ia is a u m a v id a c h e ia d o E s p írito d a Ig re ja do sé c u lo X X I. A d e sp e ito de n o s s o d o m m in is te ria l (a p ó sto lo , p ro fe ta , e v a n g e lista , p a sto r, d o u to r), n o sso p ro p ó s ito c e n tra l é o e v a n g e lis m o . O s e v a n g e lis ta s p o d e m ser e fic ie n te s em fa z e r c ru z a d a s e m ig re ja s , n a a b e rtu ra d e n o v a s ig re ja s, co m o m in istro s d e e v a n g e lism o de m eio p e río d o ou tem p o in te g ra l n u m a ig re ja c o m m u ita s e q u ip e s , n o c a m p o m is s io n á rio e em m in is té rio s e v a n g e lís tic o s n a c io n a is .
Evangelista Pregador Evangelista Pioneiro
Evangelista Pastor
(L c 10.1-19)
(A t 8)
(2 T m 4.5)
M issã o H o n ra d a (v. 1)
S inais S o b ren atu rais (vv. 5-8)
A valiação P o n d erad a (v. 5a)
M issão D ifícil (vv. 2,3)
O b ra B íb lic a (vv. 9-12)
M issão D iscip lin ad a (vv. 5-8)
V ontade S u b m issa (vv. 13-24)
T rem en d a C ap acid ad e de S u p o rtar (v. 5b) Evangelismo Incansável (v. 5c)
M issão de L ib ertação (vv. 9 ,1 7 -1 9 )
G u iad o p elo E sp írito (vv. 25-40)
E sfo rço Total (v. 5 d)
Pregando Jesus
Alcançando a Cidade
Ensinando a Igreja
As Prioridades do Evangelista A m en o s q u e se v iaje p o r ex ten so p erío d o de tem po, é v irtualm ente im p o ssív el e n ten d er o estilo d e v id a de u m m in istro itin erante. C o m as p rio rid ad es ap resen tad as a seguir, p reten d e-se cristalizar p a ra os p astores a v id a dos b astid o res do ev an g elista. A p rim eira prio rid a d e do e v an g elista é sua f é em D eus. O d o u to r B illy G rah am disse: “E vangelistas são ativistas. V iajar, c o n h ecer no v as p esso as, o rg an izar e p re g a r nos m an têm ocupados. M as precisam o s nos lem b rar de q u e n ão é tanto n o ssa ativ id ad e p a ra C risto q u an to n o ssa su b m issão a E le que é m ais im p o rtan te ” .2 A m e d id a q u e a in flu ê n c ia de u m e v a n g elista se ex p an d e, m aio res ex ig ên cias físicas e e sp iritu ais lhe são feitas. E le n u n ca deve d eix ar de o b serv ar a p rá tic a de fic a r a sós co m D eu s em oração e m editação. O e v a n g e lista p re c isa de sab ed o ria d e v o ta e d isc ip lin a esp iritu al pa ra m an ter o eq u ilíb rio no estudo, oração, crescim en to pessoal, saúde e adm inistração,
318 O PASTOR PENTECOSTAL en quanto se d ed ica a u m a v id a de constantes viagens. U m núcleo invariável é essen cial p a ra lid ar co m a m u d a n ça de a m b ien te sem an a após sem ana. V ida c o m u n itá ria n o rm al n ão ex iste para o p reg ad o r itin e ra n te de tem po integral. É m ais d o q u e ad eq u ad o ao p a sto r aju d ar o ev an g elista a m a n te r sua v id a esp iritu al d u ran te a cruzada. P o r exem plo, o p a sto r não deve m an d ar u m m em b ro do sexo o p o sto ap an h ar o ev an g e lista no aero p o rto ou no hotel. O p a sto r d ev e d ar ao e v an g elista flex ib ilid ad e du ran te a sem ana p a ra este estu d a r e o ra r p a ra os cultos no tu rn o s e n u trim en to de sua v id a com C risto. O evan g elista p recisa p restar contas ao p a sto r durante a sem ana d a cruzada. D ev e se sep arar do m undo, m as não se iso la r dos com panheiros d e m in istério n o cam p o d a co lh eita.3 P rec isa h av e r u m a asso ciação b e m e q u ilib ra d a en tre o ev a n g e lista e o pastor. A seg u n d a prio rid ad e do ev a n g elista é a fa m ília . Se o e v an g elista v iaja sozinho, sua fam ília fic a sem u m pai/m arid o n a m a io r p arte do ano. O s fam iliares sacrificam -se ju n to co m o ev an g elista p a ra b u sca r e salvar os perdidos. P aixão pelos que não têm Jesus, convites para preg ar o E vangelho e p re o cu p açõ es fin an ceiras no m in istério im p ed em o p reg a d o r itin eran te de p e rm a n e c er em ca sa p o r lo n gos perío d o s de tem p o .4 Se p o ssív el, a ig re ja d ev e p a g ar ao ev a n g elista p a ra que, d u ran te a c ru z a d a , e ste fa ç a te le fo n e m a s d iá rio s p a ra casa. E sse p ro c e d im e n to p ro p o rc io n a b ê n ç ã o a d ic io n a l ao b e m -e s ta r e s p iritu a l, e m o c io n a l e fin an ceiro d a fa m ília do ev an g elista. O u tra p o ssib ilid ad e seria o p a sto r receb er u m a o ferta de am o r p a ra o cô n juge do ev an g elista que, n a verdade, tra b a lh o u ju n to c o m o e v a n g e lista no m in isté rio . A ig re ja d ev e e sta r p le n a m e n te c ô n scia do p e rm a n e n te estresse que h á so bre a fa m ília do ev an g elista, algo que o m in istro itin eran te su p o rta de fo rm a regular. A terceira p rio rid ad e do evan gelista é a aptidão fís ic a sob circunstâncias e ex ig ên cias difíceis. O ev a n g e lista sem pre está indo de u m a cid ad e p a ra outra, lu g ares que se c a racterizam p o r am bientes d iferentes, co n d içõ es de sono p o u c o co n h ecid as, u m h o rário novo e u m card áp io v ariáv el quase toda sem ana. É difícil m an ter u m a ro tin a de exercícios físicos, m uito m enos outro s p a d rõ es n o rm ais de vida. N ã o obstante, to d o s os esfo rço s d ev em ser em p reen d id o s p a ra a m an u ten ção da aptidão física. O ev a n g e lista tem de ser flex ív el p a ra a te n d e r as singulares dem an d as m inisteriais. T rata-se de u m a p re o c u p a ç ão cru cial p ara o e v an g elista e p a ra a lo n g ev id ad e de seu m inistério . A q u a rta p rio rid a d e do e v an g elista é m a n ter-se a tu alizado. E m n o ssa cu ltu ra, a c o m b in ação de v ia ja r e fic ar e m h o téis é sinônim o de férias. E n tre ta n to , en q u a n to v iaja, o e v a n g e lista do sé c u lo X X I m a n te rá um e s c r itó r io in te ir a m e n te f u n c io n a l n a e s tra d a , n o a r ou no h o te l. A co rresp o n d ên cia será m a n tid a co m u m c o m p u tad o r no teb o o k e im p resso ra a laser. F u tu ras red es de telefo n e c e lu lar a b aix o custo e co rreio eletrônico to rn arão o e v an g elista acessív el em q u a lq u er lu g ar do m undo. E n v ia r e receb er fac-sím iles no p ró p rio q u arto de hotel, sem n e m m esm o ter de ir à p o r ta r ia , s e rã o p r á tic a s n o r m a is . E d ito r a ç ã o e le tr ô n ic a f e ita c o m c o m p u ta d o r d e m e s a to rn a rá p o ssív e l p ro je ta r e im p rim ir re la tó rio s inform ativ o s em viagem , e p ro g ram as fin anceiros co m operações bancárias
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO 3 1 9 on-line perm itirão m o d em íssim a contabilidade enquanto se está em trânsito. N o século X X I, softw ares da B íb lia e de serm ões to m arão possível preparar serm õ es c o m p le n o acesso a b ib lio tecas te o ló g icas do m u n d o to d o p e la Internet. O p a sto r d ev e e n te n d e r q u e d a m esm a m an eira que a ig reja tem um escritó rio p e rm a n e n te d u ran te a cru zada, o ev a n g elista co m u m terá u m escritó rio to talm en te fu n cio n al no q u arto de hotel. P a ra a m ax im ização de resu ltad o s, p a sto r e ev a n g e lista ju n to s p recisarão d ecid ir co m o arran jar in d iv id u a l e co n ju n ta m e n te as co isas m ais im p o rtan tes sobre q u aisq u er o u tras d u ran te a c ru z a d a ev an g elística. A q u in ta p rio rid a d e d o e v a n g e lis ta são as fin a n ç a s . A in d a q u e o ev a n g e lista p o ssa n ão fa la r liv re m e n te sob re finanças p esso ais, é assunto d e grande interesse. O pasto r deve ab o rd ar o ev an g elista com a b o a vontade d e c o m p re e n d e r as n e c e ssid a d e s fin a n c e ira s do e v a n g e lista . S e m tais in fo rm açõ es, p o d e-se estar trab alh an d o co m suposições errôneas.
Lista deChecagempara a Escolha deumEvangelista P a ra a ju d a r o p a s to r a s e le c io n a r e v a n g e lis ta s p a ra c o n g re g a ç õ e s particulares, a lista de ch ecag em a seguir é u m a c o m p ila ç ã o d o s p ro p ó s ito s e p a d rõ e s n e o te s ta m e n tá rio s do e v a n g e lista d a Ig re ja P rim itiva: 1. Q u a l o p r o p ó s ito d o e v e n to m in is te r ia l p r e s te s a a c o n te c e r (E f 4 .1 1 -1 6 )? 2. O e v a n g e l i s t a se a j u s t a a o s p ro p ó sito s d e sta cru zad a? 3. O ev a n g e lista é c o n h ecid o co m o sólido p reg ad o r d a P alav ra (E f 4.12,13)? 4. O e v a n g e lis ta e s ta rá aperfeiçoando os santos a evangelização dos p e rd id o s (E f 4 .11-16)? 5. O e v a n g e lis ta p o r ta - s e c o m o em baixador cristão do Senhor (Lc 10.1)? 6. O e v a n g e lis ta v iv e p e la fé em p ro l d e su a s fin a n ç a s n a ig re ja lo c a l (L c 1 0 .4 -8 )?
7. S in a is so b re n a tu ra is se g u e m a m en sag em do ev a n g elista (L c 10.9,1719)? 8. O ev a n g elista p re sta contas aos co leg as de m in istério (A t 8.14-24)? 9. O e v a n g e lis ta se a b s té m de em p reen d er atos sen sacio n alistas p ara a trair m u ltid õ es (A t 8.9-12)? 10. O e v a n g e lis ta é s u b m is s o à au to rid ad e (L c 10.18,19)? 1 1 . 0 e v a n g e lis ta a p re s e n ta a b o a v o n ta d e d e ir a u m a ig re ja q u a n d o a o c a s iã o é m e lh o r p a ra a c o n g r e gação? 12. O e v an g e lista é ético em todas as áreas do m in istério ? 13. O ev an g elista fa z to d a a “obra de um ev a n g elista ” (2 T m 4.5)? 14. O ev a n g elista p ro cu ra ex a lta r o n o m e de Jesus C risto (A t 8.12)? 1 5 . 0 ev an g elista é u m gan h ad o r de alm as p esso al (A t 8 .25-40)?
E m b o ra fre q ü e n te m e n te e s te ja v ia ja n d o , o e v a n g e lis ta tem d e te r co n d içõ es de m an ter um a casa, p ag an d o as p restações, im postos, cuidando d a gram a, ter um escritó rio do m in istério . O p a sto r deve se p e rg u n tar qual o cu sto m en sal de p o ssu ir e m a n te r a c a sa o n d e reside. O e v a n g elista tem
320 O PASTOR PENTECOSTAL d e m a n te r u m a u to m ó v e l. D e v id o às lo n g a s d is tâ n c ia s c o m u m e n te p ercorridas pelo evangelista, h á a necessidade de po ssu ir u m veículo grande e re siste n te p a ra v iagens. Se o ev an g elista vai de avião, a ig reja deve co brir esta d esp esa co m an teced ên cia, visto que p ro v a v elm e n te as p assag en s são co m p rad as c o m várias sem an as ou m eses de an tecipação. Se o ev an g elista te m d o is o u trê s d ia s liv re s e n tre as c a m p a n h a s, h o te l e c u sto s co m alim en tação serão u m a carg a fin an c eira adicional. O e v a n g e lista te m p rê m io s d e se g u ro m é d ico , do ca rro e d a casa. C o n tu d o h á m u itas sem an as sem en trad a de ren d a, p o r ca u sa de certos feriad o s em q u e as ig rejas m an têm suas p ró p rias ativ id ad es especiais. H á ig rejas q u e n ão fa z e m cam panhas ev an g elísticas do fin al de n o vem bro até o A n o N o v o , e m fin s de sem an a de feriad o ou no verão. O ev an g elista n ão receb e g ratificação de N atal d a igreja, p ag am e n to de desp esas p o r fu n çõ es m in isteriais, férias e au x ílio -d o en ça ou reem b o lso p o r d espesas de escritó rio . E ssas são alg u m as das realid ad es fin an ceiras do m inistério do ev an g elista. P ara aliv iar alguns desses fardos fin an ceiro s, h o je em dia m ais ig re ja s estão p ro v e n d o su ste n to fin an c eiro m en sa l p ara a ju d a r o ev a n g e lista a p e rm a n e c er no cam po d a colheita. E m ú ltim a análise, é resp o n sab ilid ad e do ev an g e lista co m p o rtar-se e m in is tra r c o m o e m b a ix a d o r d e C risto . É re s p o n s a b ilid a d e d a ig re ja su sten tar fin an ceiram en te as v iag en s e o m in istério do ev an g elista. A i do ev a n g e lista q u e faz altas ex ig ên cias fin an ceiras à igreja. A i d a ig re ja que ro u b a ou tira v an ta g e m do e m b a ix ad o r de C risto (L c 10.4-8,10,11,16).
Preparação para Evangelista N o m u n d o de h oje, p u b lic id ad e ex ig e m ais q u e oração, u m cartaz, u m p ú lp ito , u m p ro g ram a, u m p reg ad o r e u m lu g ar p a ra re u n ir tan to os salvos q u an to os n ão -salv o s. E v a n g elista e p a sto r d ev em tra b a lh a r ju n to s, de a c o rd o c o m c o m p ro v a d o s p rin c íp io s de e v a n g e lis m o . O s s e g u in te s p rin c íp io s a ju d arão o ev an g elista, o pastor, e to d a a c o n g re g aç ão a se v o lta re m p a ra o ev an g elism o e o avivam ento. P l a n e je S e r P r o d u t iv o
E sp e re d e sp en d er m ais esfo rço s e energias n a fase criativ a do q u e na fase de re alização d a cru zad a. A p rep aração p reced e a p ro clam ação. Todo alvo re q u e r p lan ejam en to . P la n eja r co m a n teced ên cia d á c o o rd en ação ao tra b a lh o d e m u ita s p e s s o a s a fim d e q u e o su c e sso d a c ru z a d a se ja asseg u rad o . N o v e n ta p o r cen to de u m iceberg estão d ebaixo da água; só dez p o r cen to estão à vista. Q u anto m a io r a p o rção dos n o v en ta p o r cento, m a io r será a área v isív e l dos dez p o r cento. Q u an to m ais trab alh o de base fo r feito antes da cru zad a, m ais visível serão os re su ltad o s do evento. N ão p e rm ita q u e a trad ição su foque a re alização de u m a cruzada. Só p o rq u e a ig re ja sem p re fez u m a “c ru zad a de p rim a v e ra” , não q u er d izer que, p o r ex em p lo , u m casal c o m filhos em id ad e esco lar v en h a todas as noites da cruzada. Se p o ssív el, o ev an g elista e o p asto r devem m arca r cru zad as fo ra de d atas e ev en tos d a co m u n id ad e que p o ssam con flitar com a cam p an h a.
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO P r io r iz e
com
P r o p ó s it o
Q ual o p ro p ó sito da cru zad a? E v an g elism o ? A v ivam ento? O pro p ó sito d a c ru z a d a d e te rm in a as p rio rid a d e s, e as p rio rid a d e s d e te rm in a m os pro ced im en to s. N o rein o d a natureza, u m ag ricu lto r g asta oiten ta a n o v en ta p o r cento d o tem p o fazen d o p rep arativ o s p a ra a colheita. Só uns dez p o r cento do tem p o são re a lm e n te gasto s n a ex ecu ção da colheita. O sim ples p o n to é q u e a q u a lid a d e do tem p o de se m e a d u ra in flu en c ia rá n a pro d u ção d a co lh e ita da igreja. P rep arativ o s p a ra u m a c ru zad a e v an g e lístic a não d ev e m ser feito s de ú ltim a hora, em reu n iõ es de v irar a noite. O p a sto r dev e re sp o n d e r estas duas perg u n tas: Q ue p ro ce d im en to s p recisam ser fe ito s p a ra a tra ir o s n ã o -c re n te s à c ru z a d a ? O q u e e n v o lv e rá to d a a co n g reg ação no ev en to ev an g elístico ou n a c ru zad a de aviv am en to ? P romova
a
P a r t ic ip a ç ã o
O p a s to r e o e v a n g e lis ta tê m de fa z e r m ais do q u e sim p le sm e n te info rm ar a ig reja sobre u m fu tu ro evento evangelístico. E les devem instruir os m em b ro s d a c o n g reg ação n o q u e c o n cern e à p articip ação de cad a u m n a cru zad a. O p a sto r p re c isa c o n su lta r o ev a n g e lista sobre o q u e deu certo e m o utras ig rejas no sen tid o de atrair os n ão -co n v ertid o s à cru zad a b em com o au m en tar o en v o lv im en to dos crentes. Todo cren te p o d e de a lg u m a m an eira ser e n v o lv id o nos arranjos para q u e o d o m de ev a n g e lista te n h a seu ex ercício na igreja. O d o u to r S terling H u sto n , D ire to r das C ru zad as p a ra a A m érica do N o rte d a A sso ciação B illy G rah am , escreve: Peritos em adm inistração dizem -nos que envolvim ento m ais participação é igual a compromisso. [...] Envolvimento no processo e participação nas decisões gera compromisso voltado para as metas de qualquer projeto. [...] Quanto maior o número de pessoas envolvidas em certa função importante nos preparativos, maior o número de pessoas que serão influenciadas por essas pessoas envolvidas. Cada crente tem uma rede de relacionamentos ligados à sua vida, abrangendo família, amigos, vizinhos e conhecidos, onde trabalha, faz compras ou estuda.5 É ex trem am en te im p o rtan te planejar, o rg an izar e re c ru ta r den tro da ig re ja p a ra a sse g u ra r o m áx im o de p a rtic ip a ç ão no evento ev angelístico. E v a n g e lis m o e f ic a z é r e s u lta d o d e o r g a n iz a r p e s s o a s e e x e c u ta r p ro ced im en to s co m b ase nas p rio rid ad es bíblicas. O ev an g elista e o p a sto r d ev em p ro m o v er a p len a p articipação do C orpo de C ris to n a e v a n g e liz a ç ã o d o s n ã o -s a lv o s . D e v e h a v e r in d iv íd u o s resp o n sá v e is nas áreas d e m ú sic a , ac o n se lh a m en to , fin an ç as, re laç õ es p ú b lic a s , m in is té rio c o m c ria n ç a s , b e rç á rio , a c o m o d a d o re s , o ra ç ã o , discip u lad o , co n v ertid o s em p e rsp e c tiv a etc. O d o u to r W. E. B ie d erw o lf afirm ou: “O d iab o v e m co m algo q u e o h o m em natu ral d eseja e p in ta a cid ad e de v erm elh o p a ra q u e to d o m u n d o saib a que ele está vindo. A ig reja v e m co m algo q u e o h o m e m n a tu ra l n ão d eseja, e m ilh ares de pasto res p are c e m p e n sa r q u e u m m ero anú n cio do p ro jeto feito no pú lp ito é m ais do que su ficien te” .6
322 O PASTOR PENTECOSTAL O re
por
Poder
A in d a qu e pesso as, p ro ced im en to s e p ro g ram as sejam im p o rtan tes nos p rep arativ o s p a ra a v in d a do ev an g elista, a oração é a m a io r prioridade. N ão p o d em o s o rg an izar a oração, m as po d em o s o rg a n izar o p o rtunidades p a ra a o ração. S eja criativ o em o rg an izar tan to s gru p o s de oração quantos p o ssív eis p a ra orarem esp ecificam en te pelo evento evangelístico. O pasto r e o ev a n g e lista d ev e m ser os ex em plos d a ig reja n a oração. A o ração é fu n d am en tal p a ra o sucesso d a c ru zad a ev an g elística. A o ra ç ã o lib e ra o p o d e r d e D e u s e m o tiv a os m e m b ro s d a ig re ja a se en v o lv erem em outras áreas d a cruzada. Tem os de o rar com o se o resultado d a cru zad a d ep en d esse de D eus e o planejam ento, p reparativos e prom oção d ep en d esse de nós. Promova
a
P r eserv a çã o
O convite final da cruzada não é a conclusão do evento. É só o com eço do processo de discipulado. D a m esm a form a que todo crente precisa ser envolvido nos preparativos para a vinda do evangelista e a realização da própria cruzada, a s sim to d o c re n te d e v e c u m p rir su a p a rte n o “fa z e i d is c íp u lo s ” . O acom panham ento dos novos-convertidos é tão im portante quanto a aceitação do convite feito pelo evangelista. O propósito final do m inistério não é fazer com que haja decisões, m as fazer discípulos (M t 28.18-20, ARA ).
A traindo para a R ede Jesu s C risto é o P resid en te de u m a grande em p resa d e p e sc a m u n d ial e d e se ja q u e nós sejam os seus sócios em alcan çar as p esso as vivas p a ra E le (L c 5.1-11). É h o ra de d eix ar de faz er reu n iõ es salv a-v id as, p o rq u an to as p e sso a s e stã o se a fo g a n d o no p e c a d o . A ig re ja te m d e se la n ç a r nas p ro fu n d as águ as de n o ssa cu ltu ra e evangelizar, crendo q u e D eu s dará resu ltad o s abundantes. Isto exige trabalho de equipe entre todos os diversos do n s m in isteriais da igreja. D eus cham ou toda a igreja para fazer evangelism o e escolheu crentes em particu lar p ara serem o dom de evangelista para o C orpo de C risto. D eus h istoricam ente tem u sado evangelistas para dar início a m ovim entos e sp iritu a is q u e sac o d e m n açõ es inteiras. Jo ão B atista, Jesu s C risto , os apóstolos, os S etenta, P aulo e outros do N ovo T estam ento eram pregadores itinerantes. E les nos deix aram a m aior parte do N ovo T estam ento. C ausaram trem endo im pacto p ara C risto em suas com unidades, cidades e países. Foram encarcerados, crucificados e até decapitados por pro clam ar o E vangelho. A tu alm en te um g ran d e abism o sep ara os crentes dos n ão-crentes. Os d iv erso s dons de m in istério d a ig reja têm de v o lta r a faz er do evan g elism o o p u lsa r do co ração dos santos. E n q u an to as p esso as falam sobre cultura, q u e a ig reja fale sob re o C alvário. E n q u an to o g o verno d iscu te p roblem as d e ed u cação , q u e a ig re ja p ro cla m e o p o d e r de salvação. P recisam o s estar d is p o s to s a tr a n s f o r m a r o s p ú lp ito s e m b a rc o s p e s q u e iro s , n o s s o s a u to m ó v eis em am b u lân cias, n o ssas casas em abrigos, no sso s corpos em tem p lo s do E sp írito S anto e n o ssas igrejas em ho sp itais, on d e as alm as de h o m en s e m u lh eres p o ssam ser curad o s p e la g raça de D eus.
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO A m aré está subindo. A s pesso as estão g ritando po r alguém que as salve, en q u an to , p e la ú ltim a vez, estão a p o n to de afu n d ar sob a reb entação. A die a reunião salva-vidas e p arta em b u sca das alm as, antes que seja eternam ente tard e dem ais!
B ibliografia A R M S T R O N G , R ic h a rd . The P a s to r a s E v a n g e list in the P arish. F iladélfia: W estm in ster P ress, 1990. D A V IS, Jam es O. E q u ip p in g fo r E ffectiv e E v an g elism . E nrichm ent, p. 1, W in ter 1996. _______ . E v a n g e lism in th e C hurch. A d v a n ce , p. 31, M ar. 1995. _______ . T h e E v a n g e list’s B ib lical R o le in the C hurch. A d v a n ce , p. 31, Apr. 1995. _______ . R ev italizin g th e R ev iv al. A d v a n c e , p. 30, A pr. 1994. _______. The Zip C ode Revival. Pentecostal Evangel, p. 82, Apr. 30,1995. D O U G L A S , J. D ., editor. The C alling o f an E van gelist: The S eco n d In tern a tio n a l C o n g re ssfo r Itin e ra n t E va ng elists. M ineápolis: W orld W ide P ub licatio ns, 1987. G R A H A M , Billy. A B ib lic a l S ta n d a rd f o r E va n g elists. M ineápolis: W orld W ide P ub licatio ns, 1984. S W E E T IN G , G eorge. The E va n g elistic Cam p. C hicago: M o od y Press, 1955.
Sinais e Maravilhas Gordon L. Anderson s p entecostais crêem em m ilagres. Jesus disse que o E spírito Santo estava sobre si, pois som ente assim p o d eria p reg ar o E v an gelh o aos pobres, cu rar os queb rantado s de coração, apreg o ar liberd ad e aos cativos, d ar v ista aos cegos, p ô r em lib erd ad e os o p rim ido s e a n u n ciar o an o a c e itá v e l do S e n h o r (Lc 4 .1 8 ,1 9 ). P a ra os p e n te c o sta is, o p o d e r con ferido no batism o com o E spírito Santo perm ite ao cren te m in istrar com o Jesu s o fez, e os dons do E spírito esb o çado s em 1 C oríntios 12 incluem m ilagres. N ão obstante, h á m u ita co nfusão acerca dos sinais e m arav ilhas acerca de com o e quand o ex atam en te acontecem .
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324 O PASTOR PENTECOSTAL E s s a c o n fu s ã o a u m e n to u à m e d id a q u e, n o s ú ltim o s an o s, n o v o s m ovim entos têm surgido co m várias reivindicações a respeito da fé e da provisão de D eus p ara os crentes serem ricos e nunca ficarem doentes. O utros d eclaram que várias atividades, com o cair e rir, são m anifestações do poder de D eus. M as são m esm o? O “cair sob o poder” é m ilagre, sinal ou o quê? N e ste cap ítu lo , ten tarei e sc lare ce r algum as dessas co n fu sõ es d efin indo po u cas p alav ras-ch av es (“sin al” , “m a ra v ilh a” , “m ilag re ” , “m a n ife sta ção ” , “reação h u m a n a ”) e re sp o n d en d o a v árias perg u n tas, entre elas: M ilag res aco n tecem h o je em dia? C o m que p ro p ó sito ? S inais e m arav ilh as geram fé? H á alg u m p erig o relacio n ad o co m os m ilag res? O que d izer sobre os m o v im en to s de av iv am en to e m ilag res? E que tipo de ativ id ad e m ilag ro sa d ev em o s esp e ra r n a v id a n o rm a l da ig reja?
D efinição das Palavras P arte d a razão p a ra h a v e r m al-en ten d id o s so b re sinais e m arav ilh as é que freqüentem ente as pessoas querem dizer coisas m uito diferentes quando ab o rd am o assunto. U m a elu cid ação aqui faz-se n ecessária. E m p reg o as palav ras “ sin al” , “m ara v ilh a” e “m ilag re” para d ize r que D eus fez algo q u e n ão p o d e ser feito n o re in o n atu ral p elo uso de pod eres e hab ilid ad es n atu rais. T ratam -se de atos so b renaturais. P or exem plo, h á curas naturais e so b ren atu rais. U m a p e rn a q u e b rad a ficará cu ra d a em ap ro x im ad am en te seis a o ito sem anas. O co rp o te m p o d eres curativos naturais. E ssa é um a c u ra n atu ral. M as se a p e rn a fo r c u ra d a in sta n ta n e a m e n te, en tão algo so b ren atu ral aco nteceu. P ernas queb rad as não se curam in stantaneam ente. C o m isso em m en te, u tiliz o in te rc a m b ia v elm e n te as p a la v ra s “ sin a l” , “m a ra v ilh a ” e “m ila g re ” p a ra ind icar u m ato sobrenatural. C o m isso co m p a ro o term o “m a n ife sta ç ã o ” do E sp írito . P o rq u an to ta m b é m seja o b ra so b ren atu ral, é de u m a esp écie d iferen te e tem fu n ção e p ro p ó sito diferen tes. A B íb lia alista essas m an ifestaçõ es em 1 C o ríntios 12. São m in istério s so b ren aturais e e sp iritu ais d ad o s p a ra a Igreja. E, p o r fim , h á reações h u m a n a s ao E spírito. Q u ando a p e sso a sente a p re se n ç a de D eus, reag e de várias m aneiras, in clu in d o chorar, fica r calado, c o r r e r , c a ir , g r ita r , rir. S ã o s in a is , m a r a v ilh a s o u m ila g r e s ? S ã o m anifestações do E sp írito ? N ã o ! São sim plesm ente m aneiras com o algum as p esso as re a g e m à c o n sciên cia d a p re sen ç a de D eus. N ad a é sobrenatural. D eu s não ca u sa n ad a disso. E n en h u m a dessas coisas é m ais espiritual do que a outra. São apenas reações hum anas condicionadas pela personalidade, cu ltu ra e a co m u n id ad e. D eus não faz as p esso as re ag irem de q u a lq u er m o d o p a rtic u la r, n e m fa z c o m q u e d e te rm in a d o a v iv a m e n to a ssu m a alg u m as d essas atividades. F a z e r a d is tin ç ã o e n tre sin a is (in c lu s iv e m a ra v ilh a s e m ila g re s), m a n ife sta ç õ es do E sp írito e reaçõ es h u m an as aju d a a en te n d e r to d a a q u estão e n v o lv id a c o m sinais e m aravilhas.
Sinais e M aravilhas H oje E m b o ra sinais e m aravilhas ocorram hoje, ao longo da história da Igreja as opiniões sobre os atos sobrenaturais têm se m ostrado divergentes. João
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO C alvino, o teólogo da R eform a, acreditava que a obra sobrenatural do Espírito, o s d o n s d e s in a is , c e s s a ra m d e p o is do sé c u lo I. E sse p o n to d e v ista cessacionista” assevera que nos dias de hoje não h á m ais sinais e m aravilhas; eles aconteceram só no período apostólico, p ara o estabelecim ento da Igreja. O s m odernos dispensacionalistas seguem C alvino e da m esm a form a afirm am que sinais e m aravilhas não o correm hoje. O arg u m en to calv in ista e d isp en sacio n alista p arece basear-se, prim eiro, n a asserção de q u e m ilag res não fo ra m v istos d esde o século I e, segundo, n u m tra ta m e n to das E sc ritu ra s p a ra e x p lic a r essa asserção. P o r ex em plo, L eo n M o rris afirm a: “A Ig reja P rim itiv a sabia m uito b em com o eram todos esses dons. E les aleg ra v a m -se ao ex tre m o em seu exercício. M as, e m v ista do fato de te rem d esap arecid o tão rá p id a e c o m p letam en te, de m o d o que n e m m e sm o sa b e m o s c o m c e rte z a c o m o e x a ta m e n te e ra m , d e v e m o s consid erá-lo s co m o u m p resen te de D eu s p ara a época da in fân cia d a Igreja. E les n ão d u raram p o r m u ito tem p o e, n a p ro v id ên c ia de D eus, n ão era e v id en tem en te esp erad o q u e d u ra sse m p o r m u ito tem p o ” .1 P a ra ju s tif ic a r e s s a o p in iã o , o s c a lv in is ta s e d is p e n s a c io n a lis ta s a rg u m en tam q u e P au lo tin h a isso e m m en te q u ando escreveu 1 C oríntios 13.8-10. E les afirm a m q u e n esse trech o b íb lico P aulo está asseverando q u e os dons do E sp írito cessariam q u ando “o que é perfeito ” viesse. Tom am a ex p ressão “o q u e é p e rfe ito ” p a ra d izer que, quan d o as E scritu ras fo ram co m p letad as, ao térm in o do sécu lo I, os d o ns não fo ram m ais n ecessários e d e ix a ra m de atuar. E n tre ta n to , e rra m em dois cálculos. P rim eiro , os m ila g r e s c o n tin u a r a m a c o n te c e n d o , c o m o c o m p ro v a m a b u n d a n te s ev id ên cias do d e c o rre r dos séculos. S eg u n do, eles aleg am que p ro fecias, lín g u a s e c o n h e c im e n to c e ssa ria m q u a n d o o q u e é p e rfe ito v iesse. O co n h ecim en to c esso u ? N ão. E n tão , p o r q u e p ro fecias e lín g u as d everiam ce ssa r e o c o n h ecim en to n ão ? A m en o s q u e p o ssa ser d em o n strad o pelas E scritu ras e co n firm ad o p o r ev id ên cias h istó ricas que os dons d eix aram d e a tu a r e m fin s d o s é c u lo I, d e v e m o s p re s u m ir q u e e le s a in d a se m an ifestam hoje. U m a p ro p o siç ã o m e lh o r é q u e D eu s p ro v eu u m m in istério so brenatural q u an d o o seu F ilh o , Jesu s, enviou o E sp írito S anto, e isso não m udou. Q u a n d o Je su s e n v io u seus d isc íp u lo s, o rd e n o u -lh e s q u e c u ra sse m os doen tes e e x p u lsassem os d em ô n io s (M c 6.7-13; L c 10.9,17). O s apóstolos c o n tin u aram fazen d o m ilag res (A t 6.8; 8.6; 19.11). P aulo fez m ilagres co m o p arte de seu m in istério e co m o p ro v a de sua c h am ad a a p o stó lica (2 C o 12.12). A P rim e ira C arta aos C o rín tio s c laram en te afirm a que os dons so b ren atu rais são d ad o s p a ra a ig reja, e não h á ind icação alg u m a de que c e s s a r ia m . A lé m d is s o , h á a e v id ê n c ia h is tó r ic a . M u ito s m ila g re s d o c u m e n ta d o s a c o n te c e ra m d u ra n te to d a a h istó ria d a Ig re ja. S in ais, m arav ilh as e m ilag res aco n tecem nos d ias de hoje.
O Propósito dos Sinais e M aravilhas P a re c e h a v e r d o is p ro p ó s ito s p rin c ip a is n o s sin a is e m a ra v ilh a s. P rim eiro , eles d e m o n stra m o p o d e r e a d iv in d ad e de C risto; segundo, a te n d e m às n e c e s s id a d e s d a s p e sso a s. Je su s in d ic o u q u e as p e sso a s d ev eriam c rer nE le p o rq u e as obras q u e E le faz ia davam testem u n h o de
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326 O PASTOR PENTECOSTAL su a d iv in d ad e (Jo 5.3 6 ; 10.25,37,38). E P aulo d eclaro u que seu m inistério n ão e stav a fu n d am en tad o em p alav ras m as em sinais e m arav ilh as, os q u ais p o r si m esm o s eram p ro v a c o n clu siv a do p o d e r de D eus p o r detrás d a m e n sa g e m q u e a n u n c ia v a (1 C o 2.4,5; 2 C o 12.12). S inais e m aravilhas são testem u n h o s. São ev id ên cias do p o d er de D eus. E ntretanto, não devem os nos esquecer de que m ilagres tam bém atendem às n ecessid ad es das p esso as. N ão são apenas testem u n h o s de D eus. Jesus foi m ov id o p a ra satisfazer as n ecessid ad es d aqueles que v in h am a E le. A o c ita r Isaías 61.1 (L c 4 .1 8 ), E le deixou claro que o p o d e r do E sp írito é d ad o p a ra aten d er à n ecessid ad e h um ana. Q uando P aulo descrev e os dons do E sp írito , em 1 C o rín tio s 12, é óbvio que esses dons são p a ra con ten tar as n ecessid ad es das pesso as. C o m is s o em m e n te , te m o s a lg u m a s o r ie n ta ç õ e s ao a v a lia rm o s m i n i s t é r i o s q u e p r e t e n d e m e s p e c i a l i z a r - s e n o m ir a c u lo s o . E le s te ste m u n h a m do p o d e r de D eus, trazen d o as p esso as p ara a fé em C risto, e realm en te satisfazem as n ecessid ad es das pesso as?
Fé e C onhecim ento S in ais, m arav ilh as, fé e co n h ecim en to co n stitu em tem a difícil, m as entendê-los ajuda-nos a d eslindar a questão. Já vim os que Jesus afirm ou q ue os sinais eram testem unhos à sua divindade e ajudavam as pessoas a ter fé. E suposição com um que, se houvesse m ais m ilagres, m ais pessoas teriam fé e m Cristo. M as h á m ais q ue isso. O que é fé? C om o as pessoas têm fé? E o que d izer sobre os m ilagres, a obra interior do E spírito e o poder da Palavra q ue trazem as pessoas à fé em C risto? E qual o efeito do conhecim ento e da evid ên cia sobre a fé? E ssas perguntas devem ser exploradas. P rim eiro , o que é a fé? E o m esm o que co n h ecim en to ? Se não, com o a m b o s d ife re m e n tre si? C o m o u m a p e s s o a c h e g a à fé e c h e g a ao c o n h ecim en to ? A B íb lia diz: “O ra, a fé é o firm e fu n d am en to das coisas q ue se e sp eram e a p ro v a das coisas q u e se não v ê em ” (H b 11.1). A p artir d isso p erceb em o s q u e a fé é rad icalm en te d iferen te de co n h ecim en to . É o b ra do E sp írito no rein o das coisas que não se vêem , p ro d u zin d o um sen so de c e rte z a absoluta. D e fato, e ssa o b ra do E sp írito é tão p o d ero sa q u e m esm o q u an d o a e v id ê n cia observ áv el é contrária, o senso de certeza não dim inui. A b raão a ex p erim en to u q u ando partiu para u m a terra que lhe e ra p o u co c o n h ecid a e q u an d o lhe foi ord en ad o que m ata sse o filho da p ro m essa. Jó ex p e rim e n to u -a quando declaro u que co n tin u aria crendo em D eu s m esm o que D eu s o m atasse. H ab acu q u e tev e esse tipo de fé, quando te stem u n h o u q u e p e rm a n e c eria crendo em D eus m esm o que reb an h o s e cam p o s fic a sse m estéreis. P aulo esclareceu que os crentes perm an ecem n o q u e n ão p o d e ser visto, e não no que p o d e ser visto (2 C o 4 .1 7 — 5.1). E sse g ên ero d e c e rte z a é o b ra e sp iritu a l e n ão p o d e ser p ro d u z id a ou d im in u íd a p o r ev idências do cam po observável. D eve-se atentar que alguns tipos de d o e n ç a m en tal são caracterizad o s p o r in cap acid ad e ou relu tân cia em aju star-se aos fato s o b serváveis. E n tão fé é d o en ça m en tal? C laro que não! M en cio n o isso apen as p ara ressalta r o quão d istin ta é realm en te a fé do co n h ecim en to ord in ário . E u m a esp écie de c ertez a g e ra d a apenas pelo E sp írito e p e la P a la v ra de D eus (R m 10.17).
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO P o r o u tro lado, o co n h ecim en to cien tífico é pro d u zid o p ela observação. C o n h ecim en to é u m a afirm ação m en tal de que algo é verdade. E sse senso de certeza (ou c ap acid ad e de afirm ar in telectu alm en te que algo é verdade) é p ro d u to da razão h u m an a; é a cap acid ad e de se v er até que p o nto as ob serv açõ es são reg u lares e co n sisten tes e até que po n to as declaraçõ es re p re se n ta m com acu id ad e tais ob serv açõ es. P o r exem plo, d erru b ar um a can eta da m esa várias vezes lev a a p e sso a a acred itar que há a lg u m po d er que atrai a can eta p a ra baixo. T oda vez que d errubam os a caneta, ela cai. N o sso c o n h e c im e n to d a le i d a g ra v id a d e e de to d o s os o u tro s fato s cien tífico s é p ro d u zid o assim . Se as o b serv açõ es forem con sisten tes e as declaraçõ es acerca d essas o b serv açõ es fo rem p recisas, então afirm am os que atin g im o s a v erd ad e e tem o s certeza m en tal ou intelectual. E ssa é a m an eira co m o as p esso as ch eg am ao co n h ecim ento. D e v e ser ó b v io q u e fé e c o n h e c im e n to são b a sta n te d ife re n te s, e reco n h ecer essa d iferença é v italm ente im portante. É verdade que sinais p o d em ajudar as pessoas a ter fé, m as, em ú ltim a instância, fé não pode ser o resultado unicam ente de sinais. D eve ser p roduto da obra do Espírito. Veja p o r quê. U m a pesso a norm al e inteligente continuará a acreditar que algo é verdadeiro som ente enquanto as observações, em que a opinião foi baseada, continuarem . Se a caneta, ao ser derrubada da m esa, deixar de cair ao chão, as pessoas desenvolverão sérias dúvidas sobre a lei da gravidade e o farão b em depressa. C om o ressaltado acim a, a fé não é suscetível a esse tipo de dúvida. A certeza é produto do E spírito, e não de observações. U m ex em p lo desse p rin cíp io é visto no diálogo entre o h o m em rico e A braão. O h o m em rico ped e a A braão que lhe envie L ázaro aos seus irm ãos a fim de adverti-los sob re os h o rro res do inferno. O h o m em rico argum enta que, se alg u m dos m o rto s fo r te r co m eles, arrep en d er-se-ão . A ten te p ara a re sp o sta de A braão: “E les tê m M o isés e os Profetas; ouçam -nos. E disse ele: N ão, A braão, m e u pai; m as, se alg u m dos m o rto s fo sse te r c o m eles, a rre p e n d er-se -iam . É6 P o rém A braão lhe disse: Se não o u v em a M o isés e aos P ro fetas, tam p o u co acred itarão , ain d a que alg u m dos m o rto s re ssu sc ite ” (L c 16.29-31). E ssa é u m a p a ssa g e m im p o rtan te. O h o m em ric o e x p re ssa a id é ia c o m u m de q u e v e r algo so b ren atu ral p ro d u z irá fé e arrep en d im en to em se u s irm ã o s , m a s n ã o é b e m a s s im . A b ra ã o enuncia a v erdadeira natureza da fé quando afirm a que, se os irm ão s não a c re d ita m co m b ase no testem u n h o das E scritu ras, então o b serv açõ es do so b ren atu ral não serão co n v in cen tes. E n tretanto, é difícil p a ra as p esso as a ceitarem isso. A ceitar isso é m u ito difícil p orque as pessoas con fu n d em conhecim ento baseado na observação com fé baseada na obra do Espírito. E m certo sentido é v erd ad e que “v er é crer” . M as tam b ém é v erd ad e que não v er é não crer. Q u an d o se trata de co n h ecim en to , é assim que deve ser; as p esso as não d ev em afirm ar que “sab em ” de algo q u an d o a ev id ên cia é contrária. M as c o m a fé é d ife re n te . P e rm a n e c e firm e m e sm o q u a n d o a e v id ê n c ia
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Embora evidências observáveis sejam contrárias, a certeza da fé não diminui
328 O PASTOR PENTECOSTAL o b s e rv á v e l é c o n trá ria . É p ro d u to do E s p írito , n ã o d a o b s e rv a ç ã o . E sp ecificam en te, a B íb lia d iz que “a fé é pelo ouvir, e o o u v ir pela p ala v ra de D e u s” (R m 10.17). S ab er isso é p ro v eito so p a ra e n ten d er a relação en tre sinais e m arav ilh as e fé.
Sinais e Fé V im os q u e Jesu s u sa v a sinais com o p ro v a de sua divindade. P aulo, igualm ente, d eclarou q u e seu m in istério foi autenticado p o r m eio de sinais. O s sin ais d e se m p e n h a m m e sm o um p a p e l im p o rta n te , m as te m o s de e n te n d e r q u e D eus q u e r p ro d u z ir fé nas p esso as, e n ã o co n h e cim en to b asead o n a o b serv ação . D eus não teria n e n h u m a d ific u ld ad e e m le v a r as p esso as ao co n h ecim en to d o seu poder. F ac ilm e n te E le criaria tip o s de e s p e tá c u lo s q u e c o n v e n c e ria m as p e s s o a s d e q u e E le é D eu s. E , n a realid ad e, u m d ia E le o fará. M as isso não p ro d u z fé. F é é o b ra espiritual, u m a re sp o sta à P alav ra e ao E sp írito de D eus. É p a rte d a u n ião espiritual da p e sso a com D eus e d a p re se n ça de D eu s n a vid a d a pessoa. Isso ex p lica a re sp o sta de A b raão ao h o m em rico. M esm o q u e os irm ão s ficassem m o m en tan eam en te im p ressio nados co m a reaparição de u m h o m em m orto, eles n ão teriam fé. É esp an to so o quanto o coração do descren te é resisten te a to d o s os m é to d o s d e e v id ê n c ia . O s d u v id o so s p ro n ta m e n te p o d e m e x p lic a r tudo. Jesu s re g u la rm en te en co n trav a e ssa atitu d e nos fariseus. E o q u e é m ais im p o rtan te: c o n fian ça b a sea d a em ev id ên cias ev ap o ra assim q u e as e v id ê n c ia s se a c a b a m . C o m o p o d e r ia se r d if e re n te ? N ã o é ab so lu tam en te fé, m as co n h ecim en to em p írico , co n h ecim en to firm ad o na p ercep ção sensorial. D eus faz m ais que isso. E le c ria fé p ela sua P alavra. U m p rin c íp io p o d e ser e x tra íd o d essas o b serv a çõ es. A su p o sta fé, b a s e a d a n a a b u n d â n c ia d e m ila g re s, n ã o é fé d e je ito n e n h u m , m as co n h ecim en to em p írico , e D eus q u e r m u ito m ais que isso. P o r essa razão, E le n ão faz tan to s m ilag res no que tan g e a c o m p e lir o co n sen tim e n to in te le c tu a l. E le se m e s fo rç o p o d e ria d o m in a r a m e n te h u m a n a p e la ativ id ad e so b ren atu ral, m as isso não é fé e não é assim que E le faz. E le c h a m a as p esso as à fé falan d o no ín tim o do espírito delas, o q u e é m ais do q u e su ficien te e cria fé q u e é m uito m ais sub stan cial do q u e a con fian ça fac ilm e n te co rro sív el firm a d a n a observação.
Sinais, M aravilhas e Em buste D em oníaco C om toda a atenção dada recentem ente a sinais e m aravilhas, m uito pouco tem sido dito sobre os perigos de alguém ser seduzido pelos sinais. A B íblia é abundantem ente clara quando diz que o diabo se servirá de m ilagres com o m eio de eng an ar as pessoas e conduzi-las à apostasia e rejeição de D eus. P o r favor, preste atenção à seguinte lista de textos bíblicos. • • • • •
M ateu s 7 .2 1 -2 3 ; 24.24 Jo ão 4.48 1 C o rín tio s 1.22,23 2 T essalo n icen ses 2.2-12 1 T im ó teo 4.1
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO • •
2 T im ó teo 4.2-4 A p o c a lip se 13.13,14
O pad rão ap resen tad o nesses versícu lo s é inconfundível. Satanás deseja en g an ar as pessoas e d estru ir o relacio n am en to delas com D eus. E le lançará m ão de m ilag res p a ra realizá-lo . P esso as que estejam in a d eq u ad am en te fu n d am en tad as n a sã d o u trin a e n a P alav ra serão desviadas p o r obreiros m ilag reiro s que te n h a m fa lsa doutrina. M ilagres em si não são pro v as de que o p o d e r v e m de D eus. P o d e v ir do diabo. M in istério s com ênfase em m ilagres d ev em ser acom p an h ad o s p e la sã doutrina. C aso contrário, devem ser ex am in ad o s com to d a m in ú c ia e rigor. A cap acid ad e de fazer m ilagres não ise n ta a p e sso a da av aliação doutrin ária. F alsos pro fetas e m estres resistem a esse p ro ced im en to , in sistin d o q ue os m ilag res q u e realizam au ten ticam seus m in istério s. N ão é assim . O F also P ro feta e a b esta do A po calip se farão grandes m ilagres. N a verdade, um a m aneira de identificai' u m fa ls o p ro fe ta é v e r se ele e s tá d is p o s to a p a s s a r p o r e s c ru tín io do u trin ário . C aso co n trário , te n h a cuidado.
Sinais, M aravilhas e R eações H um anas O q u e o c o rre q u a n d o a lg u é m cai d u ra n te a o ra çã o ou d e sa ta a rir h iste ric a m e n te ? É sin al? M a ra v ilh a ? N o rm a lm e n te não. É um a reação h u m a n a à co n sc iê n c ia da p re se n ç a de D eus. D u r a n te p e r í o d o s d e r e n o v a ç ã o o u a v iv a m e n to , as r e u n iõ e s fre q ü e n te m e n te são c a ra c te riz a d a s p o r c o m p o rta m e n to in c o m u m . As p esso as p o d e m correr, pular, gritar, chorar, fica r em silêncio, cair, rir ou re a g ir de aco rd o co m o utras d em o n straçõ es d esse tipo. A s p essoas às vezes d iz e m q u e “D eus e stá fazen d o algo n o v o ” em determ in ad o lugar. E D eus q u em está fazen d o ? Q uero dizer. D eu s faz as p essoas ag irem d esta ou d aq u ela m an eira? E le faz co m que as p esso as ria m ou chorem , c o rra m ou p u lem ? H á fo rte te n d ê n c ia em ten tar d ar au ten ticid ad e espiritu al a esses co m p o rtam en to s, afirm an d o que D eu s está fazendo as p esso as ag irem de certo m odo. N o rm a lm e n te não é e ssa a q u estão, n em é p ro v a de in iciativ a d iv in a n e c e s s á r ia p a r a d e c la r a r a a u te n tic id a d e e s p ir itu a l d e s s a s ex p eriên cias. N a m aio ria das vezes, as p essoas estão apenas rea g in d o a um a n o v a p ercep ção da p re se n ç a de D eus, atuando de u m a m a n e ira que se aju sta à perso n a lid a d e e à cu ltu ra de cad a um e segundo as ex p ectativas d o g ru p o n a o c a siã o . A s p e s s o a s p o d e m a firm a r q u e o m o d o de se co m p o rta re m está to talm en te fo ra do caráter delas, e, p o r isso, D eus é re s p o n sá v e l. P o rq u a n to se ja v e rd a d e q u e as p e sso a s a g em de c erta s m an eiras d u ran te o av iv am en to que p a ra elas é novo, isso não significa que D eu s as lev e a fa z e r tu d o o que fazem . É m ais facilm en te exp licáv el d e m o n s tra n d o q u e d u ra n te p e río d o s de so n o e s p iritu a l (ou m o rte ; o av iv am en to traz as coisas de v olta à vida), as p essoas não estão conscientes d a p re se n ç a de D eu s e, p o r co n seg u in te, n ão fa ze m quase nada. Q uando se d esp ertam p ara D eu s p o d e m ag ir de m an eiras incom uns. Q u ando D avi v iu a arca indo p a ra Jeru salém , d an ço u d ian te do Senhor. Q uando você vir o que D a v i viu, p o d e ser que dance co m o D avi, m as não é D eus q u em o fará ag ir assim .
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330 O PASTOR PENTECOSTAL N ão ob stan te, d ev e ser o b serv ad o que D eus ocasio n alm en te in terfere n as ações das p esso as e faz c o m que fa ç a m coisas incom uns. D eu s fez Z acarias fic a r m u d o (L c 1.20-22). E ssa foi u m a interv en ção divina, não u m a reação hum an a. E m A to s 9 vem os D eu s in terv in d o na ação de Paulo: E le en v io u u m a lu z resp lan d ecen te, P au lo caiu p o r te rra e lev an to u -se cego. N ão se tra ta v a de u m a reação h um ana. E n tretan to , esses tip o s de e x p eriên cias, tão reais q u an to sejam , não é a norm a. D eus v ez p o r outra f a z c o m q u e c o is a s a s s im a c o n te ç a m , m a s n ã o é e s s a a r a z ã o de n o rm alm en te as p esso as caírem , co rrerem , p ularem , gritarem , ch o rarem ou rirem . A m elh o r ex p licação a tais ex p eriên cias é que as p essoas estão sim p lesm en te reag in d o à p re sen ç a de D eus de m o d o s ad eq u ad o s a elas, q u an d o sen tem sua p re se n ç a im p ressionante. C o n sid ere isto: se D eus re alm e n te fiz esse as p esso as c a írem ou rirem etc., en tão seria razo áv el co n c lu ir que q u ando E le “fa z ” um a p e sso a fazer algo, ela o faz. M as, su rp reen d en tem en te, não é in c o m u m àqueles que tê m essas ex p eriên cias ju lg a re m aqueles q u e não as têm , q u erendo dizer q u e as p esso as q u e n ão ag em de certo m o d o não são tão esp iritu ais ou co o p erativ as co m o m o v im en to do E spírito com o eles. Isso é inco n sisten te e injusto. O u D eus faz as p esso as fazerem certas coisas sem a coo p eração d elas, ou elas estão de alg u m a m an e ira en v o lvidas. A m elh o r resp o sta é e n te n d e r q u e as p esso as estão p esso alm e n te en v o lv id as nessas reaçõ es h u m a n a s . D e u s n ã o fe z D a v i d a n ça r. D a v i s im p le s m e n te se d e ix o u envolver. O e n v o lv im e n to h u m a n o s ig n if ic a q u e as e x p e r iê n c ia s n ã o sã o g e n u in a m e n te e sp iritu a is? N ão , e ao e sta b ele cerm o s a d ife re n ç a entre m ilag res e reaçõ es h u m an as a D eus, to m am o s a q u estão b em óbvia.
V ida da Igreja Q ual a fu n ção ex ata dos sinais, m arav ilh as, m ilag res, m anifestaçõ es d o E sp írito e reaçõ es h u m an as ante a co n sc iên c ia d a p re se n ça de D eus no d ia -a -d ia d a v id a d a ig reja? Sinais, m a ra v ilh a s e m ila gres: N ão h á razão p a ra acreditarm os q u e o p lan o de D eu s p a ra esses m in istério s seja a tu alm en te d iferen te do q u e foi n o início da Igreja. E é p ro v av elm en te verdade que teríam o s m ais m ilagres do q u e já tem o s se os cren tes o rassem , je ju a sse m , esp erassem em D eus e ex ercitassem a fé. M esm o assim , D eus n u n c a fará tan to s m ilag res d e m odo a c o ag ir co n c o rd â n c ia m en tal à parte d a fé, pois a fé é gerad a p ela P alav ra e p elo E sp írito , e n ão p e la o bservação. D eus ain d a re a liza m ilag res na v id a dos cren tes, p o rq u e o so b ren atu ral é u m a m an e ira de E le ab en ço ar e a ju d a r seu p o v o , m a s d e v e m o s te r c u id a d o em m a n te r as c o isa s em p ersp ectiv a. O p lan o de D eu s não term in a co m a v id a h u m an a, com o b e m o sabem os. H á u m fu tu ro , c o m o ad icio n al d esd o b ram en to do p lan o de D eu s p a ra cu ra r o U n iv erso . H á so frim en to s n e sta p resen te era (R m 8.1825), e não faz p arte do p lan o de D eu s re tific a r m ilag ro sam en te todas essas d o en ças d u ran te esta d isp en sação. N ão é falta de fé fazer u m a avaliação b ib lic a m e n te sã do q u e D eu s p ro v id en c io u p a ra a e ra da Igreja. O p lan o d e D e u s é le v a r as p esso as à fé e à salv ação p e la p ro clam ação da P alav ra e o b ra do E spírito. H av erá v ários m ilag res, m as p ersistirão em ser eventos
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO in c o m u n s e e x tra o rd in á rio s. A s p e sso a s c o n tin u a rã o a e n v e lh e c e r e a m orrer. A ú ltim a c u ra p a ra a co n d ição h u m a n a en co n tra-se n a o u tra vida, não nesta. M a n ife sta ç õ e s d o E sp írito : P au lo e sclarece que o E sp írito é dado para a Ig reja co m a fin alid ad e de ser u m m inistério sobrenatural. Isso continuará. E n tretan to , co m o d escrito acim a, tem o s de e n ten d er que esses dons são dados p a ra p ro p o rc io n a r aju d a m ilag ro sa n os casos e m que D eus v en h a a p erm itir in terv en ção sobren atu ral. Isso não o co rre rá em todos os casos e se n ão tem o s tan tas m an ifestaçõ es do E sp írito quanto go staríam o s nesse rein o não é p o r c a u sa da fa lta de fé. T rata-se tão -so m en te do d esígnio de D eu s p a ra as co isas d esta era. R e a ç õ e s h u m a n a s à p re se n ç a de D eus: U m dos m aio res d esafios que to d a ig re ja tra d ic io n a l e n fre n ta é m a n te r os m em b ro s e sp iritu a lm e n te d e sp e rto s e v iv o s. Q u a n to m a is as p e sso a s e stiv e re m c o n sc ie n te s da p re se n ç a de D eus, m ais reag irão a E le. E q u an d o isso acontecer, devem os esp erar ver dem o n straçõ es de sua presença. Isso po d e to m ar várias form as, tod as p o d en d o ser ex p eriên cias e sp iritu ais autênticas. D ev em o s esp erar cân tico s e ad o raçõ es ex u b eran tes, o ração enérgica, rev e rê n cia p rofunda, p reg ação p o d e ro sa e culto s c o m altares ch eio s e ativos, in clu in d o am pla g am a de em o çõ es h um anas. O s p en teco stais crêem em m ilag res, p o rq u e D eus é D eu s de m ilagres. E m b o ra te n h a h a v id o c o n fu sã o so b re e sse a sp e c to d a v id a d a ig re ja n eo testam en tária, p ro sseg u im o s afirm an d o q u e sinais e m arav ilh as fazem p arte do plan o e da v o n tad e de D eus e co n tin u am acon tecen d o hoje. Tem os de ev itar os ex trem o s de d eclarar d em ais (o erro da te o lo g ia do R eino A g o ra) ou de m en o s (o erro d a e sco la d isp en sacio n alista) p ara a atual disp en sação . A n tes, tem o s de te r u m a co m p reen são ad e q u ad a de com o D e u s atu a h o je e co m o as p esso as d e v e m re a g ir co n v en ien tem en te a Ele.
A Prioridade do Avivamento Charles T. Crabtree izer e m um p ú lp ito q u e p recisam o s de u m av iv am en to do E sp írito S anto à m o d a an tig a b a sta ria p ara se o b ter u m en tu siástico a m ém na m a io ria dos am b ien tes p en teco stais. T am bém seria seguro d ize r que “av iv am en to p e n te c o sta l” re c e b e ria tan tas d efin içõ es d iferentes quantas p esso as fo ssem in q u erid as.
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332 O PASTOR PENTECOSTAL
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É d ecisiv o d e fin ir a p a la v ra “a v iv am e n to ” e ainda m ais im p ortante d efin ir o term o “avivam ento p entecostal” . D efinim os essas expressões para e v ita r co n fu são e e sc la re ce r e x p ectativ as in ad eq u ad as, p a ra que ju n to s p o ssam o s concordar, p e la fé, co m o tip o de av iv am en to que D eus d eseja trazer ao m u n d o p en teco stal, b em com o a todo o u n iv erso eclesiástico. U m a das razõ es p o r q u e a p alav ra “a v iv am en to ” é de d ifícil d efinição c o m en fo q u e b íb lic o claro é que o N o v o T estam ento não u sa o term o “ av iv am en to ” em relação à igreja. A ntes, ab orda a v id a e sp iritu a l em to d o s os seu s se n tid o s e -------------------------------------m an ifestaçõ es. É m in h a forte c o n v icção de que a v iv a m e n to é a p le n a r e s ta u r a ç ã o e d e s e n v o lv im en to d a v id a espiritual. N a m ente de m uitos, av iv am en to é u m evento. A p e sso a c o m e ssa m e n talid ad e in ev itav elm en te se c o n c e n tr a rá n o s e fe ito s do a v iv a m e n to e ig n o ra rá as c a u sa s. E ssa a b o rd a g e m e n c a ra o a v iv a m e n to co m o u m fim em si m esm o . N ão d ev em os nos p erm itir cair n a arm ad ilh a de perd er o q u e D e u s d e s e ja fa z e r, p o r e s ta r m o s n o s c o n cen tran d o dem ais no que pen sam o s que D eus d e v e fazer. A v iv a m e n to n ã o é u m fim e m si m esm o. P orquanto o avivam ento co m eça co m um e v e n to , o v e r d a d e ir o a v iv a m e n to é s a ú d e esp iritu al in in terru p ta, u m a ren o v ação d iária do ser íntim o. A c re sc e r a p a la v ra “p e n te c o sta l” ao term o “ a v iv am en to ” é ac rescen tar a d im en são do so b ren atu ral à v id a espiritual. D e certo m odo, to d a vid a e sp iritu a l é so b re n a tu ra l, m as h á d im e n sõ e s so b re n a tu ra is ú n ica s que e stab elecem um avivam ento p entecostal à parte de u m a renovação espiritual o u d e u m a v iv a m e n to d a d e v o ç ã o e do c o m p ro m is s o r e lig io s o s . O P en teco stes in sere o m ilag ro so n a vida esp iritual do crente e d a igreja. Q u a n d o o u ç o as p e sso a s dizerem : “P recisa m o s d e u m a v iv am e n to pen teco stal co m o o dos tem p o s an tig o s” , digo u m qu alificad o am ém . Seria m e lh o r o m itirem a ex p ressão “com o o dos tem p o s an tig o s” , po rq u e e ssa te rm in o lo g ia su g e stio n a u m desejo d e re cap itu la r u m a ép o ca histórica. A q u eles q u e d esejam u m “av iv am en to p en te co sta l com o o dos tem p o s a n tig o s” , estão n a v erd ad e d izendo: “Q u erem o s a m e sm a m an ife staç ão e/ ou fen ô m en o s p en teco stais q u e ex perim entam os quando éram os crian ças” . O u tro s estã o in d ican d o : “Q u e re m o s re to rn a r a u m p ad rão p u rita n o de san tid ad e ou ao estilo de v id a dos penteco stais do in ício do século X X ” . A in d a outros q u erem dizer: “D esejo v e r u m av iv am en to do P en teco stes co m o o co rrid o n o A v iv am en to da R u a A zusa, de 1903 a 1906, ou com o o ex perim entado nos avivam entos de fins de 1930 a com eço de 1940” . A lguns d esejam re v iv e r a ren o v ação ca rism ática do fin al dos anos 60 ao início dos anos 70. D eu s n ão e stá in teressad o em rep e tir u m a ép o ca histórica. E le não está prestes a to rn a r a fazer algo antigo. E le é m ais criativ o que isso. E le reterá o fu n d am en to d a fé, o q u al não é ap enas antigo — é eterno. S o b re essa P ed ra E le ed ificará sua igreja. E le a edificará com vid a nova, m etodologias no v as e d em o n straçõ es novas. E le não é o D eus de u m a geração exclusiva.
Dons são dados para proporcionar ajuda milagrosa nos casos emque Deus venha a permitir intervenção sobrenatural
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UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO 3 3 3 E le é o D eu s das g eraçõ es — plu ral. D eu s não está p reso à H istó ria. E le está p reso so m en te à su a P alavra.
M inistro e Avivam ento Pentecostais O m in istro p en teco stal tem de en carar o avivam ento de u m a p erspectiva v e rd a d e iram e n te p en teco stal. A viv am en to p e n tec o stal é a ig reja em u m estad o de tal ro b u ste z esp iritu al, q u e D eu s, c o m c o n stân c ia e co n sistên cia, can a liz a p o r ela su a P a la v ra p ro fé tic a e obras m iracu lo sas. O p ap el do m in istro n o a v iv a m e n to p e n te c o s ta l é, ao m esm o te m p o , u m d e sa fio g lo rio so e u m a re sp o n sa b ilid a d e im p ressio n an te. C om o oco rre em to d a d e s ig n a ç ã o d iv in a , a ta r e f a é im p o s s ív e l se m a s e m p re p r e s e n te d ep e n d ê n c ia de u m D eus sem p re presen te. P o r sua natureza, o avivam ento p en teco stal é prim ariam en te prom ovido e c o n d u zid o p elo o fício do pastor. H á, ev id en tem en te, lu g a r p a ra to d o s os o u tro s d o n s de m in istério . A liás, to d o s os dons d e m in istério d ev em operar e m u m a a tm o s fe ra d e d in â m ic a p e n te c o sta l. O s d o n s m in iste ria is de ap ó sto lo , p ro fe ta e e v an g elista o p eram p rin c ip a lm e n te em d em o n strações, ev en to s e cam p an h as. O d o m m in isterial de m estre e m p resta a fo rç a da v erd ad e sistem ática e das d o u trin as fu n d am en tais ao av iv am en to , m as é o p a sto r quem , sob a d ireção de D eus, tem de o rq u e stra r todos os dons de m in istério , ex e rc ita r au to rid ad e esp iritu al e in sistir no eq u ilíbrio, a fim de m a n te r u m estad o de av iv am en to p e n te c o sta l n a co ngregação. D u a s v a s ta s á re a s d o m in is té rio e d a re s p o n s a b ilid a d e e sp iritu a is d e fro n ta m o m in istro p e n te c o sta l no v e rd ad eiro av iv am en to pen teco stal. O p a sto r p en teco stal tem a re sp o n sa b ilid a d e de ap e rfeiço a r os santos para fazer u m m in isté rio eficaz (E f 4 .1 2 ) e a re sp o n sa b ilid a d e de m in istrar p a ra a ig reja, n a ig re ja e p e la ig re ja no so b ren atu ral (1 C o 12 e 14). N ão é q u estão de u m ou de outro ; é tan to u m q u anto o outro. Sem a p erfeição esp iritu al, o so b re n a tu ra l será m a l-e n te n d id o e abusado, re su lta n d o n a d estru ição d a igreja. S em o so b ren atu ral, a ig reja desen v o lv e u m a fo rm a de p ied ad e e n e g a o poder, o q u e re su lta n a m o rte esp iritu al d a igreja. O pad rão p ara o ap erfeiçoam ento dos santos no avivam ento pentecostal está claram ente exposto no N o v o T estam ento. A “versão sim plificada” é dada e m A tos 2.41-47. A q u i en contram os os ingredientes necessários para iniciar e, o que é m ais im portante, m an ter um avivam ento pentecostal. O m inistro tem u m a escolha a fazer. E a escolha entre um a sensação de curta duração, que resu lta em im pressio n ar as pessoas, ou um a estratégia de longo prazo, que resu lta em pessoas im pressionantes que D eus usa. É um a escolha entre a igreja ser edificada som ente co m o que acontece n a área do púlpito o u ser edificada co m o q u e acontece nas pessoas que estão nos bancos. A lg u n s a n o s a trá s, u m a g ra n d e ig r e ja p e n te c o s ta l e x p e rim e n to u fen ô m en o in co m u m . C erto ev a n g e lista ch eg o u à ig reja e adm in istro u um a série d e reu n iõ es q u e d u ro u m u itas sem anas. Todo m u n d o e stav a agitado p o r c a u s a d as m u ltid õ e s e do m in is té rio do e v a n g e lis ta . Q u a n d o o e v a n g e lis ta fo i e m b o ra , as m u ltid õ e s fo ra m ju n to . S e m q u e n in g u é m s o u b e sse , a ig re ja tin h a sid o su b stitu íd a p e la m u ltid ã o . A p la ta fo rm a to m a ra -se o fo co d a v id a esp iritu al. O ev a n g elista p ro sperou, m as a ig reja so fre u ta m a n h o d an o q u e j á n ã o e x iste c o m o a m e sm a ig reja. O que
334 O PASTOR PENTECOSTAL a co n teceu ? O ev en to im p ressio n o u a m u ltidão, m as não ed ifico u a igreja. A m u ltid ão b u sc a im p ressão ; a v erd ad eira ig reja b u sc a p erfeição.
Ingredientes do Avivam ento Pentecostal A Ig re ja d o N o v o T e sta m e n to tin h a d e m o n stra ç õ e s do E sp írito S anto q u e e ra m re a lm e n te im p re ssio n a n te s, m as as d e m o n stra ç õ e s a tu a v a m em u m a ig re ja fo rte, sau d áv el, u m a ig reja q u e re c u sa v a n e g lig e n c ia r as b ases e te rn a s e a in fra -e s tru tu ra e sp iritu a l de u m a o b ra p e n te c o sta l d u rad o u ra. A to s 2 .4 1 -4 7 , n o ssa “v e rsã o sim p lific a d a ” d a a g e n d a p e n te c o sta l p a ra u m a v iv a m e n to in in te rru p to , a p re se n ta os se g u in te s in g red ien tes: A p re g a ç ã o p e n te c o sta l era seg u id a p o r um com prom isso. A queles qu e faziam p arte de u m a m u ltid ão torn aram -se p arte d a igreja, seg uindo o S e n h o r p e lo b atism o . A o fa z erem assim , estav a m se id en tifican d o com o d iscíp u lo s e seg u id o res de Jesus C risto. O v erd ad eiro av iv am en to resu lta em discip lin a e o b ed iên cia depois do evento tanto qu an to em co m prom isso im ed iato a um co rp o de crentes. P erseveravam firm e m e n te nos estudos doutrinários. E instrutivo estudar o q u e a Ig re ja do N o v o T estam ento co n tin u a v a faz en d o dia a dia ou de fo rm a regular. T odo av iv am en to que não estiv e r fu n d am en tad o n a sólida d o u trin a b íb lic a e stá sen ten ciado a u m a vid a curta. P e rse v e ra v a m no co m p a n h eirism o d o s ap ó sto lo s. R elac io n am e n to s cristão s fo rtes são v itais à e stab ilid ad e d e u m d u rad o u ro m o v im en to de avivam ento. O co m p an h eirism o que m antinham in cluía o rar ju n to s e co m er n a casa uns d os outros. A vivam entos sensacio n alistas fo c aliza m -se em u m a p e r s o n a l i d a d e ; a v iv a m e n to s d u r a d o u r o s c o n c e n tr a m - s e e m re la c io n a m en to s saudáveis. P e rse v e ra v a m n a o ra çã o. O a v iv a m e n to do N o v o T estam en to era alim en tad o p ela oração. O s cren tes d iariam en te d ed ica v am ce rta h o ra para a o ração (A t 3.1). E les o rav am q u ando eram con fro n tad o s co m situações in co m u n s e n ecessid ad es (A t 4.24). O N o v o T estam ento está ch eio de relato s de u m a ig re ja p en teco stal e m oração. A vivam entos sensacionalistas são m arcados p ela o ração pública; avivam entos duradouros são assinalados p ela o ração e je ju m p articu lares tanto qu an to p e la oração pública. P e rse v e ra v a m n a g en ero sid a d e fin a n c e ir a e m aterial. O av ivam ento p e n te c o sta l p ro d u z irá u m a ig reja que d á e se sacrifica p a ra sa tisfa ze r as n e c e s s i d a d e s u n s d o s o u tr o s . N o s a v iv a m e n to s s e n s a c io n a lis ta s c e n tra liz ad o s em u m a p e rso n alid a d e, a p e sso a in v ariav e lm en te re ce b e q uantias irregulares de dinheiro. N o avivam ento perm anente, todo o m undo é ab en ço ad o p e la g en ero sid ad e. O s m in istério s são b e m ab astecid o s, os p o b res tê m suas n ecessid ad es satisfeitas, as m issõ es m u n d iais re ce b e m recu rso s. P e r s e v e r a v a m n o e v a n g e lis m o . A ú ltim a p ro v a d e u m c o n tín u o av iv am en to p e n te c o sta l é o te stem u n h o re g u lar e eficaz de crentes cheios do E sp írito . N u m av iv am en to sen sacio n alista, de cu rta d uração, h a v erá c o n v e rs õ e s e a c ré s c im o d e p e s s o a s à ig re ja p o r c a u s a d o s s in a is e m aravilhas, m as a fo rça d a igreja avivada que vai além dos longos arrastões será m in istério e ev an g elism o diários nas ruas.
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO O s p o d ero so s av iv am en to s p e n teco stais que o co rrem na C o réia e na A m é ric a d o Sul, os q u ais j á d u ram m u ito s anos, fo ram alim en tad o s p o r cren tes leig o s ch eio s do E sp írito ap erfeiço ad o s p ela lid eran ç a ao p o nto de se to m a re m , d ia a dia, u m a fo rç a eficaz p a ra D eus.
Prioridades para o Avivam ento Pentecostal O m in istro p en teco stal no av iv am en to p en teco stal tem de estab e le cer saú d e esp iritu al e d esen v o lv im en to m in isterial com o prio rid ad es absolutas p a ra a igreja. Isso é e sp ecialm en te im p o rtan te, p o rq u e os não -cren tes têm se to rn ad o cín ico s e m relação ao “m in istério p ro fissio n al” . O pró x im o g ran d e av iv am en to será in iciad o e m an tid o p o r líderes que trein a m os cren tes leigos n a d isc ip lin a p e n te c o sta l e d epois os co lo ca m no m in istério p en teco stal. A lém de a p e rfe iço a r os santos p a ra o m in istério pen teco stal, o m inistro tem de se r um a a u to rid a d e co m respeito ao so b ren a tu ra l, a fim de ex p o r a ig re ja ao m iracu lo so e d ar lid e ra n ç a à o p eração ad eq u ad a dos dons do E sp írito . M u itas ig rejas tê m v iv id o m u ito ab aixo do seu poten cial, po rq u e aq u elas co m dons de m in istério ig n o ra m ou têm m edo do sobrenatural. U m verd ad eiro av iv am en to p en teco stal p o d e ser exp erim en tad o e m antido se p a s to re s e líd e re s p e n te c o s ta is c o n s id e ra re m o so b re n a tu ra l co m o n o rm alid ad e esp iritu al, e n ão co m o ev en to iso lad o ou raro. A s pro m essas de D eus à ig reja in clu em to d o s os m in istério s do E sp írito S anto, os quais, e v id e n te m e n te , a b ra n g e m fru to , o p e ra ç õ e s, ad m in istra ç õ e s e d o n s do E sp írito . O fr u to d o E sp írito d e v e s e r c o n sta n te m e n te p re g a d o e en sin a d o , e sp ecialm en te em tem p o s de av iv am en to . O fru to do E sp írito é o caráter so b ren atu ral de Jesu s C risto v iv en ciad o esp o n tan e am en te p elo cren te que e s tá n a V id e ira . O fru to d e v e se r e n c a ra d o c o m o o ú ltim o te s te de esp iritu alid ad e, p o is “p elo s seus fru to s os c o n h e ce reis” (M t 7.20). D eve s e r d e s e ja d o ta n to q u a n to d e s e ja m o s os d o n s do E s p írito . O fru to d e te rm in a rá a q u a lid a d e do av iv am en to p en tecostal. S er m o d elo do fruto é m ais im p o rta n te q u e d e m o n stra r os dons, p o rq u e o c a rá ter d eterm in a o v a lo r dos dons. O p o d e r so b ren atu ral te m de flu ir pelo c aráter sobrenatural, caso con trário os dons so b ren atu rais serão dissipados p ela m ente e vontade carnais. O m inistro p e n te c o sta l tem de te r revelação e a u to rid a d e d ivin a s na a d m in is tr a ç ã o e o p e r a ç õ e s d o s d o n s d o E s p ír ito . O b v ia m e n te é in c u m b ê n c ia do m in istro “p ro c u ra r c o m zelo os m elh o res d o n s” (1 C o 12.31). N o m u n d o p en teco stal, h á a gritan te necessid ad e de líderes que o p erem n os dons, co m o m o d elo s de fu n çõ es p a ra m inistros m ais jo v e n s e c re n te s le ig o s . D e u s c o n fio u a o s p a s to re s , c o m o líd e re s e s p iritu a is , au to rid ad e b íb lic a p a ra in c e n tiv a r aq u eles a q u em E le co locou sob os seus cu id ad o s a fim de in stru í-lo s n os dons do E spírito. O S en h o r co n ced eu os dons p a ra en riq u e c e r a ig reja e ed ificar o C orpo de C risto. T odo m in istro p e n te c o sta l q u e n ão fa ç a dos d o n s p rio rid a d e é n eg lig en te, p o rq u e assim a ig reja e stá sendo ro u b a d a d a cap acitação divina. E m in h a fo rte co n v icção de q u e no p ró x im o aviv am en to p en teco stal h a v e rá u m cla m o r e u m a n o v a re c e p tiv id a d e a to d o s os dons. D urante
336 O PASTOR PENTECOSTAL anos as ig rejas p e n te c o sta is te stem u n h ara m p rin cip a lm en te o fa la r em lín g u as e in terp retá-las. Sou e n co rajad o p elo novo desejo que ou ço ser e x p re s s a d o , m u ita s e m u ita s v e z e s, p o r fé, de q u e a ig re ja v e n h a a e x p e rim e n ta r n o v a m e n te os d o n s de p ro fe c ia , m ila g re s, a p a la v ra do co n h ecim en to etc. O u tro sinal in eq u ív o co do p ró x im o av ivam ento, em m in h a opinião, será u m a ên fa se n a s lín g u a s co m o lin g u a g em de ora çã o — agen te p ara ren o v a çã o diária. Se a d iferen ça entre línguas co n g reg acio n ais e lín g u as p esso ais fo r en sin ad a a o p o v o p e n te c o s ta l, e le e n tr a r á e m u m a d im e n s ã o d e v id a e s p ir itu a l d e s c o n h e c id a . M u ito s não c re sc eram na vid a ch eia do E spírito, p o rq u e a c r e d ita m q u e d e p o is d e re c e b e r a ev idência física inicial do falar em outras línguas só un s p o u co s p riv ile g iad o s rece b em o d o m de lín guas. E les não en te n d eram q u e o co m en tário de P au lo de q u e lín g u as estran h as é o m e n o r dos d o n s a p lic a - s e s o m e n te às lín g u a s fa la d a s p u b lic a m e n te se m in te r p r e ta ç ã o . A m e s m a p esso a que disse que línguas estranhas é o m enor d os dons é a m esm a q u e disse: “D o u graças ao m eu D eus, p o rq u e falo m ais línguas do que vós to d o s” (1 C o 14.18). O m inistro pentecostal deve orar pedindo confiança no ju lg a r os espíritos daqueles q u e são usados co m dons. E m certas situações, a igreja tem sofrido p o rq u e o p a sto r não in terferiu n a ação de crentes que, em b o ra sinceros, esta v a m n a carne, e n ão n o E sp írito S anto. D e v e z em q u an d o tem sido m in h a re sp o n sa b ilid a d e fa la r em p a rtic u lar co m certos crentes p ara p e d ir q u e não d êem o u tra ex p ressão v o cal p ú b lic a em lín g u as estran h as até que eu m e asseg u re de que te n h a m re ceb id o orien tação ad eq u ad a con cern en te ao d o m e este ja m d isp o sto s a estar sob au to rid ad e espiritual. E m raros caso s tiv e de p u b lic a m e n te p e d ir a u m a p esso a que p arasse de fa la r em lín g u as, p o rq u e o b v iam en te e sta v a fo ra de ordem . N ão devem os ex tin g u ir o E s p í r i t o , m a s c o m o l í d e r e s p e n t e c o s t a i s te m o s d e a c e i t a r a resp o n sab ilid ad e — co m tato e sab ed o ria — de ex tin g u ir a carne. O d e s a fio fin a l p a ra os líd e re s p e n te c o s ta is a c h a -se n a á re a das d em o n straçõ es e/ou fen ô m en o s sobrenaturais. E n esse foro que o m inistro, so b retu d o o pasto r, te m de b u sc a r d isce rn im en to especial. D e vez em q u an d o , D eu s reso lv e d e m o n stra r seu p o d er de m a n eira tal, que n o ssa fé n ã o p e r m a n e c e n a s a b e d o ria d a c a rn e . N ã o d e v e m o s te r m e d o do so b ren atu ral — tem o s de te r d iscernim ento. A o lo n g o d a h is tó ria p e n te c o sta l, D eu s te m u sad o d e m o n stra ç õ e s in co m u n s p a ra d ar a n e c e ssá ria ên fase ao C orpo d e C risto ou p a ra fala r d ire ta m e n te ao n ã o -c re n te . Q u a n d o e stiv e rm o s a tu a n d o no re in o do so b ren atu ral, tem o s de fazê-lo c o m um a m en te esp iritu al e u m ouvido sensível. N ão d ev em o s p re su m ir que algo, p o r ser in co m u m , não é de D eus. P o r o u tro lado, d e v em o s e sta r pro n to s a d ar u m b a sta ao engano, às filo so fias esp ú rias e in flu ên cias m alignas travestidas de práticas religiosas.
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A igreja temsofrido porque os pastores não interferem na acão de crentes que estão na carne, e não no Espírito Santo ------------------- jj
UNIDADE 3: PREPARANDO-SE PARA O AVIVAMENTO P au lo d eclarou: “P o rq u e n ad a m e p ro p u s sab er entre vós, senão a Jesus C risto e este c ru c ific ad o ” (1 C o 2.2). A d eterm in ação de P aulo é u m alto p ad rão p a ra o m in istro p en teco stal seguir. E sse g ig an te esp iritu al estava in sistin d o e m Jesu s C risto co m o a p re e m in e n te p rio ridade. Sem E le, tudo o m a is n ã o v a lia n a d a . Q u a n d o u m m in isté rio ou u m a ig re ja fo re m p rim a ria m e n te c o n h ecid o s p o r algo ou alg u ém que não seja Jesus, não subsistirá. T odo fruto, dons e d em o n straçõ es do E sp írito d ev em e x a ltar a C risto e e d ific a r a igreja. E m to d as as co isas, o m in istro p en teco stal tem de in sistir q u e tu d o n a ig reja e p ela ig reja tra g a gló ria p a ra C risto. A final de con tas, esse é o p ro p ó sito d eclarad o p a ra a ob ra e m in istério do E sp írito S anto. V am os lu ta r p e la fé e d e se ja r a rd en tem en te os m elh o res dons d e tal m o d o q u e le v e m a ig reja a u m a n o v a rev e la ç ão de Jesus C risto, p ara que E le v en h a a se to rn a r tu d o e m todos.
Unidade Prestação de Contas Eficaz
Introdução: Prestação de Contas à Denominação Charles Kelly s m in istro s do E v an g elh o re c e b e ra m u m teso u ro que e stá acim a de todos: “a c h a m a d a de D e u s” (E f 4.1 -1 6 ). O P ro jetista e A rq u iteto da red en ção selecio n o u -o s ex clu siv am en te p a ra to m a re m p arte nesse p la n o d e s a lv a ç ã o c o n c e b id o a n te s d a f u n d a ç ã o d o m u n d o . F o ra m esco lh id o s n ã o p o r m érito s p esso ais, m as p ela g raça de D eus. T om aram se c o o p e ra d o re s ju n ta m e n te c o m E le n o m in isté rio d a re c o n c ilia ç ã o , ab ran g en d o to d a a te rra e cad a c ria tu ra em particular. E ssa m esm a graça c ap acitad o ra p ro p o rcio n a-lh es certos dons, talentos e habilidades, os quais, q u an d o c o rretam en te aten d id o s e cu ltiv ad o s, rea liz am a tarefa no seu m ais alto p o te n c ia l p o ssív el. Q ue resp o n sa b ilid a d e d ian te de D e u s ! A p ro x im a m o -n o s d e D e u s p a ra f a z e r n o s s a p re s ta ç ã o d e c o n ta s, p le n a m e n te cô n scio s de q u e “tod o s h av em o s co m p arecer ante o trib u n al d e C r i s t o ” (R m 1 4 .1 0 ). A c h a m a d a n u n c a d e v e s e r c o n s id e r a d a lev ian am en te. T oda v id a e stá e m h a rm o n ia co m a re sp o n sab ilid a d e e a p restação de co n tas. A s v ezes esses term o s são u sad o s in terca m b iav e lm ente. M as, p a ra o p ro p ó sito d e ste c a p ítu lo , fa re m o s u m a d istin çã o . R e sp o n sa b ilid a d e sig n ifica q u e certas tarefas e relaçõ es fo ra m atribuídas a u m indivíduo, ex ig in d o -lh e q ue dê aten ção in d iv isa p a ra cum pri-las. P restação de contas q u e r d iz e r sim p le sm e n te q u e se re q u e r q u e o in d iv íd u o d ê c o n ta s ou ex p licaçõ es a alg u ém p elo s re lacio n am en to s, ações, c o n fian ç a e práticas q u e lh e fo ra m d esignados. O assu n to m ais g eral d a p restação de contas é discu tid o em o u tro s' capítulos. P o rtan to , o en fo q u e que nos in te ressa aqui será a p restação de co n tas fe ita p elo m in istro à d e n o m in ação e a o u tro s m inistros.
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Prestação de Contas à D enom inação H á dois tip o s de p re sta ç ã o de contas: a p ro fissio n a l (organ izacio n al e o b rig ató ria) e a p e s s o a l (volu n tária). A p restação de contas p ro fissio n al ( o r g a n iz a c io n a l) d e f in e c o m o o in d iv íd u o d e v e a g ir e m r e la ç ã o à
342 O PASTOR PENTECOSTAL o rg an ização e asso ciaçõ es d entro d a organização; o dever de p restar contas p re n d e -se a c a d a p e s so a p e rte n c e n te à o rg a n iz a ç ão ou a sso ciaç ão . A p restação de co n tas p esso al refere-se ao m o d o com o o ind iv íd u o deve agir em relação a si m esm o. A p restação de co n tas é essencial p a ra o estab elecim en to e m an u ten ção de relacionam entos saudáveis. É im portante em todos os níveis da sociedade (p o r e x e m p lo , h á a p re s ta ç ã o d e c o n tas n a p o lític a , no e m p re g o , n a so cied ad e e no com ércio ). N a realid ad e, todos p restam o s contas a alguém ou a algo. Todo m u n d o p re c isa dos valo res e b en efício s d a p restação de contas. E la aju d a a m an ter as p essoas ho n estas e co nfiáveis; p reserv a e p r o te g e a in te g r id a d e d e c a d a u m ; im p e d e q u e o in d iv íd u o fiq u e co m placente e neg lig en te nos relacionam entos pessoais e responsabilidades p ro fissio n ais. A o m e sm o tem po, d esafia a pesso a a d esen v o lv e r todo o seu p o te n c ia l latente. A p restação de contas au x ilia-n o s a ag u çar n o sso alvo. D e n tro d e u m a a s s o c ia ç ã o v o lu n tá ria e c o o p e ra tiv a h á p a d rõ e s, e x ig ê n c ia s e e x p e c ta tiv a s n e c e s s á r io s p a r a o e s ta b e le c im e n to d e relacionam entos de qualidade no âm bito pessoal e profissional. Toda pessoa q u e re c e b e c re d e n c ia m e n to su b sc re v e o p rin c íp io a d m in is tra tiv o da den o m in ação v o lu n tária e co o p e ra tiv a das A ssem b léias de D eus. C ada p e s s o a ta m b é m in d ic a a b o a v o n ta d e e m se r fie l ao sag rad o en carg o m in isterial através da d ilig ência, da retid ã o nos negócios, d a ética e da cortesia m inisteriais, d a abnegação, da pureza, da evitação de toda aparência do m al, d a ap reciação d a u n ção do E sp írito S anto, m esm o até a m orte. C e rta s e x p e c ta tiv a s , re s p o n s a b ilid a d e s e p re s ta ç ã o d e c o n ta s são c o m p a rtilh a d a s p o r to d o m in istro p e rte n c e n te à d en o m in açã o . H á u m sistem a b em -e sta b e lec id o d e p restação de contas. E sse sistem a não foi p ro jetad o p a ra restrin g ir, m as, sim , p a ra proteger. N ão é possível p erten cer a u m a d en o m in ação , o rg an ização m in isterial ou co m u n id a d e sem in co rrer nas c o rresp o n d en tes o b rig açõ es e exigências. O A rq u iteto e fu n d ad o res da d e n o m in ação acred itaram n esse fato e p ro v id en ciaram m eio s co n sistentes p a ra p restação de co n tas d e qualidade. L íd eres den o m in acio n ais, desde seus p rim ó rd io s, têm p ersistid o em defin ir e ap erfeiço ar esses princípios de p restação de contas. C ertos p rin cíp io s e exig ên cias foram adotados p ela C o n v e n ç ã o G e ra l e c o n v e n ç õ e s e sta d u a is e e stã o re g istra d o s e m sua co n stitu ição e estatu to s, nos m an u ais de p ro c ed im e n to e p o lítica e em d o cu m en to s relativ o s a cargos.
C redenciam ento — C om eço da Prestação de Contas O prim eiro nível de prestação de contas para m inistros das A ssem bléias de D e u s c o m e ç a co m o p ro c e d im e n to de c re d e n c ia m e n to . P re e n c h e r o re q u e rim e n to de cre d e n c iam en to p ad ro n iza d o , fa z e r o exam e escrito e com pletar os form ulários de referência dão ao candidato um a consciência dos princípios de u m a associação voluntária e cooperativa e de u m correspondente com p ro m isso a ela. O requerim ento de credenciam ento, a entrevista e a aprovação do candidato pelo com issão de credenciam ento e a aprovação final pelo com issão de credenciam ento da C onvenção G eral conduzem o m inistro à prestação de contas à denom inação. H á certas exigências padronizadas para a prestação de contas m inisterial dentro da denom inação.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ C o n sid eran d o q u e o m in istro será id en tificad o com o p erten cen te às A ssem b léias de D eu s, v ário s recu rso s d ev em ser de g ran d e interesse: (1) a h istó ria das A ssem b léias de D eus, (2) a d o u trin a das A ssem b léias de D eus, (3) os d o c u m e n to s re la tiv o s a carg o s a d o ta d o s p e lo m in isté rio , (4) a co n stitu ição e estatu to s d a C o n v en ção G eral, (5) a co n stitu ição e estatutos d a C o n v en ção E stad u al e (6) estru tu ras o rg an izacio n ais e ad m inistrativas. U m e stu d o d a h istó ria das A sse m b lé ia s de D eus re v e la rá o d iv in o m andato e a m issão adotados p ela denom in ação e com o a m issão prosperou nos anos in terp o sto s. O m in istro tam b ém d e sco b rirá com o a d en om inação foi fo rm ad a e o cam in h o trilh ad o desd e então. S ab er no que as A ssem bléias de D eu s se to rn aram , e co m o se to rn aram , é o que in stru irá e en riq u ecerá o m in istério do pastor. T odo m in istro c red en ciad o é resp o n sáv el em saber n o ssa h istó ria d en o m in acio n al. M in u c io sa a n álise d ev e ser fe ita d os estatu to s (C o n v en ção G e ral e C o n v en ção E stad u al) e dos d o cu m en to s relativ o s a cargos d a C on v en ção G eral, que escrituristicam ente definem questões críticas e o posicionam ento denom inacional acerca delas, incluindo posições teológicas e preocupações sociais. Todo m in istro é re sp o n sá v e l e m c o n h ecer a d o u trin a e os d o cum entos ad m in istrativ o s d as A ssem b léias de D eus. O u t r o V e íc u l o
de
P resta çã o
de
C ontas
C ad a m in istro co n c o rd a em d ar apoio fin an ceiro à C on v en ção G eral e à C onvenção E stadual a qual está ligado, conform e as respectivas exigências e statu tárias. N ão c o n c o rd a r c o m e ssa p rá tic a p o d e resu lta r n a p e rd a das credenciais ou ação discip lin ar apropriada. P or causa da estrutura financeira e b ase de ap o io m in isterial das A ssem b léias de D eus, é trem en d am en te im p o rtan te q u e cada m in istro cu m p ra as resp o n sabilidades financeiras para co m a den o m in ação .
Prestação de Contas a O utros M inistros P restação de contas a outros m inistros da d enom inação é parte vital de um a associação m inisterial saudável. A constituição e estatutos da Convenção G eral e das C onvenções E staduais im p õ em responsabilidades que regulam os relacionam entos entre m inistros e m inistérios. Tais responsabilidades estão explicadas d etalhadam ente nos respectivos estatutos. E ntretanto, h á responsabilidade e prestação de contas em âm bito pessoal. O s re la c io n a m e n to s e n tre m in istro s sã o d e te rm in a d o s p o r v a lo re s e p rin cíp io s que re g u la m a vida das pessoas. E sses padrões não são im postos p ela organização, m as auto-im postos. A qualidade desses valores determ ina a q u alid ad e d os relacio n am en to s. E m M in iste ria l E th ics a n d E tiq u ette (É tic a e E tiq u eta M inisteria is), o b serv a N o la n H arm on: Os relacionam entos com m inistros profissionais apresentam problemas no campo da ética e da etiqueta. De fato, nos códigos de ética ministerial já desenvolvidos, o núcleo evidencia um esforço em elucidar o relacionamento entre os membros da profissão. “Ética ministerial” para
344 O PASTOR PENTECOSTAL muitos ministros significa a maneira como acham que devem tratar os outros ministros e, até mesmo, o modo como sentem que as outras pessoas do ministério devem tratá-los. Henry Ward Beecher afirmou que não era bom que os ministros se associassem muito uns com os outros, ou que desenvolvessem uma “consciência de classe”. Outra pessoa ligada ao clero depreciou o modo como certas profissões, incluindo o ministério pastoral, “reúnem-se e vêem as coisas segundo o seu próprio ponto de vista”. Porquanto isso realmente possa ser perigoso se levado muito longe, o desenvolvimento de uma grande associação consciente é algo magnífico, sobretudo quando tal associação é composta por indivíduos que são ministros de Deus. Por que esse tipo de sociedade não pode fazer regras para seus próprios membros? Se os advogados são os juizes exclusivos de quem pode ser expulso da prática da le i, e se os m éd ico s p o ssu e m um c ó d ig o que g o v e rn a seus relacionamentos uns com os outros, por que os ministros não deveriam reconhecer que eles também têm uma sociedade que pode muito bem cuidar de cada um de seus integrantes para submissão aos seus ideais? Os ministros, obviamente, não vão e nem devem se entregar a este princípio que está no âmago do Protestantismo: Toda pessoa tem de descobrir em sua própria consciência o seu guia. Uma associação ministerial capaz de prescrever e impor regras a todos os seus membros destruiria a própria liberdade na qual cada membro do grupo deveria permanecer. Não obstante há um valor sugestivo, um valor orientador, nas atitudes e pronunciamentos da própria associação ministerial, e em nenhuma parte é mais forte do que naqueles pontos em que os ministros mensuram e avaliam o decoro de sua conduta no que tange a uns para com os outros.1 A R eg ra de O uro é u m b o m p rin cíp io p a ra re g u la r os relacio n am en to s e a p restação de co n tas en tre m inistros.
O Papel da Liderança em Ensinar Prestação de Contas O s líd eres lid e ra m p rim e iro p e lo e x em p lo e d ep o is p e la p o siç ão e p ro clam ação . P o r co n seg u in te, ap resen tam o s a seg u ir valo res e princípios q u e aju d arão a d e fin ir re la c io n a m en to s positivos: 1. É tica é u m co n ju n to p re d e term in ad o d e prin c íp io s e valo res m orais. P ara serm os co nsiderados pessoas de ética, tem os de am oldar-nos a padrões de co n d u ta p ro fissio n ais e p esso ais já aceitos. S er ético trad u z com o certo q u e tal in d iv íd u o n ão v ai v io la r ou d efrau d ar de q u alq u e r fo rm a a q u em q u er q u e seja. A ética do in d iv íd u o tem de te r fo rte b ase b íb lica e p ro v e r v alo res in eg o ciáv eis q u e g u iem a co n d u ta em to dos os relacio n am en to s. 2. S en sib ilid a d e é e sta r cô n scio dos sen tim en to s e n ecessid ad es dos o u tro s e a g ir d e a c o rd o . E s s a q u a lid a d e p e s s o a l é a b a se d o s b o n s relacio n am en to s m in isteriais. S e r sen sív el perm ite que a p e sso a se alegre com os q u e se alegram e ch o re com os que choram (R m 12.15). O indivíduo sem p ro b lem as só ex iste n a im a g in aç ão das outras p essoas. D e d icar tem po p ara en ten d er as lutas q u e nossos colegas de m inistério enfrentam prepararn o s-á p a ra m e lh o r lhes m inistrar. S om os guard ad o res de nosso s irm ãos. 3. O n d e h á f a l t a d e c r e d ib ilid a d e , p o u c a c h a n c e e x is te p a r a r e la c io n a m e n to s d e q u a lid a d e c o m c o le g a s d e m in is té rio . F o rm a r credibilidade req u er co n sistência de caráter e abstenção de conduta e palavra
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ co n trad itó rias. S e r co n fiáv el é u m p asso d e im p o rtâ n c ia na fo rm ação de relacio n am en to s positiv o s. 4. S er h onesto é ser livre da fraude e do engano. Im plica em ser legítim o, v erd ad eiro , aten cio so , resp eitáv el, co n fiáv el, bom , d igno e m arcad o p ela in teg rid ad e. S em p re q u e a h o n e stid a d e fo r v iolada, todo em p en h o deve ser feito n o sen tid o de se co rrig ir tal v io lação a fim de que a rep u tação e relacio n am en to s do in d iv íd u o sejam pro teg idos. 5. C o n s is tê n c ia é c a r a c te r ís tic a d e g ra n d e s p e s s o a s . O g ra u d e c o n s istê n c ia n a s v irtu d e s e v a lo re s p e sso a is d e te rm in a rá a fo rç a dos relacio n am en to s. S er co n sisten te sig n ifica m o stra r co n form idade uniform e a altos p rin cíp io s d o caráter, p ro fissão , c ren ç a e co n d u ta do indivíduo. Tais p esso a s são as m esm as o n d e q u er q u e v o c ê as encontre. 6. R esp eito m ú tu o q u e r d izer ter co n sid eração esp ecial uns pelos outros. A estim a q u e alguém tem p o r o u trem d eterm ina a qualidade e a longevidade do relacio n am en to . M a n te r resp eito m ú tu o é u m a fo rm a de p resta çã o de co n tas e é essen cial a u m rela c io n a m en to de trabalho de qualidade. 7. C o n fia n ça é u m a e x ig ê n c ia aos b o n s re lacio n am en to s. P orq u an to características p esso ais difiram entre indivíduos, se fo r m antida a confiança m ú tu a, re la c io n a m en to s d u rad o u ro s e p ro d u tiv o s p o d em ser d esfrutados. 8. A p e sso a d e in teg rid a d e e stá a cim a d e rep reensão. Tal ind iv íd u o p o n tu a su a v id a p o r u m c ó d ig o de altos v alo res m orais. N u n c a se deve c o m p r o m e t e r a i n t e g r i d a d e v i s a n d o lu c r o o u v a n ta g e m . E s t a r co m p ro m issad o à in te g rid a d e d e m o n stra que a autoestim a é m a io r do q u e o v a lo r rep u tad o (ou a reputação). Q u an d o os m in istro s p re sta m contas e são resp o nsáveis u n s a o s o u tro s , a in te g r id a d e é m a is p r o n ta m e n te su stentada. 9. L e a ld a d e é c u m p rir as resp o n sa b ilid a d es legais org an izacio n ais e relacio n ais. É ser fie l àq u eles a qu em a fid e lid a d e é d evida. L e a ld a d e im p lic a em ser fiel aos c o m p r o m is s o s , à s o b r ig a ç õ e s o r g a n iz a c io n a is e den o m in acio n ais. S e r leal e fie l é p re sta r contas. 10. O a m o r com unica! O apóstolo P aulo enum era, em 1 C oríntios 13, virtudes e valores do amor. O nde há am or genuíno, haverá prestação de contas de qualidade. N inguém pode am ar sem p restar contas. O am or é n o ssa p roteção em um a sociedade m inisterial b asead a nos princípios de u m a associação v oluntária e cooperativa.
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Os líderes lideram primeiro pelo exemplo e depois pela posição
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A v id a é f o r m a d a p o r r e l a c i o n a m e n t o s . A q u a lid a d e d e ta is relacio n am en to s é im p o rtan te p a ra n o ssa felicid ad e e bem -estar. A lguns m in istro s têm p a ssa d o p o r g ran d es afliçõ es e d ificuldades, po rq u e n u nca ap re n d e ram a relacio n ar-se u ns co m os outros de m a n eira p ositiva. Q ue nós, co m o co leg as de m in istério n essa g ran d e associação co n v encional das A ssem b léias de D eus, co n stru am o s re lac io n am en to s e p restação de co n tas sau d áv eis, afirm ad o ras e pro d u tiv as. A s p alav ras de P au lo a T ito p ro v ê e m o fech am en to p ara este capítulo: “F iel é a p alav ra, e isto quero q u e d ev eras afirm es, p ara que os que crêem e m D e u s p ro c u re m a p lic a r-se às b o a s o b ras; e sta s c o isa s são b o as e p ro v eito sas aos h o m e n s” (T t 3.8).
346 O PASTOR PENTECOSTAL
A Prioridade da Prestação ______ de Contas______ Gary A. Kellner restação de co n tas e su bm issão m útuas não co n stitu e m opção aos m in istro s, são n ecessid ade. P aulo escreveu aos efésios sobre a vida ch eia do E sp írito , a qual inclui “falan d o entre vós c o m salm os, e h in o s, e cân tico s esp iritu ais, can tan d o e salm o d ian d o ao S en h o r no vosso coração , d an d o sem p re g raças p o r tu d o ” e, fin alm en te, “su jeitan d o -v o s uns aos outro s no te m o r de D e u s” (E f 5.19-21). O p rep o n d e ra n te prin cíp io d a p r e s t a ç ã o d e c o n ta s e s u b m is s ã o m ú tu a s g o v e r n a to d o s os relacio n am en to s cristãos, com o P aulo ilustrou ao tratar de relacionam entos fu n d am en tais n o antig o m u n do m editerrâneo: m arid o s e esposas, filhos e p ais, senh o res e escravos. S u b m issão en v o lv e re sp e ito e c o n sid eração (E f 6.1-4). Im p lic a em dar p re fe rê n cia u ns aos outro s e e stá b ase ad a no am o r (E f 5.25-33). Inclui re c o n h e c er e ren d er-se à au to rid ad e (E f 5.22; 6.1,5). S u bm issão re q u er o b rig a ç õ e s à q u e le s e m a u to rid a d e c o m o ta m b é m aos q u e e stã o sob au to rid ad e. O m arid o d ev e am ar sua esp o sa “com o tam b ém C risto am ou a ig reja” ; n a v erd ad e, até ao p o n to em que o m arido am a o p ró p rio corpo (E f 5.2 5 ,2 8 ). O s p ais n ão d ev em p ro v o c ar a ira aos filhos, m as criá-los na d o u trin a e ad m o estação do S en h o r (E f 6.4). O s m estres d e v em re n u n c ia r a in tim id ação (E f 6.9). E v id en tem en te, su bm issão im p lica em obrigações re c íp r o c a s . O e n te n d im e n to d e P a u lo s o b re s u b m is s ã o c o m p a ra e p ro p o rc io n a fu n d am en to b íb lico p ara o m o d ern o co nceito d a p restação de contas. O prin cíp io d a p restação de contas e su bm issão m útuas, que P aulo disse q u e d ev eria c a racterizar a an tig a fa m ília e d om ésticos, foi ap licado p o r P ed ro à fa m ília d a fé (1 P e 5.1-5). A p ró p ria p a la v ra “fam ília” im p licav a au to rid ad e e ch efia ao p o v o que m o ra v a no m u n d o m ed iterrân eo . O utras m etáfo ras co m o “p a sto r” , “p a i” , “an cião ” e “b isp o ” tam b ém im p licam que os cren tes d e v e m p re sta r contas. A s p e sso a s do m u n d o m o d e rn o tê m u m a im a g e m e sse n c ia lm e n te n e g a tiv a d a p re sta ç ã o de co ntas. D o Ilu m in ism o em diante, o id e al na so cied ad e o cid en tal te m sido o in d ivíduo au tônom o, que n ã o se cu rv a a rei
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UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
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ou bispo. O co n ceito b íb lico d a p restação d e contas é alien íg en a à n o ssa co m p reen são do que sig n ifica ser hum ano. T oda a idéia da auto-atualização ja z no ergu er-se a cim a dos co n stran g im en to s da fa m ília e da sociedade.
Fundam entos Escriturísticos e Teológicos A prestação de contas está fu n d am en tad a na própria estrutura da criação. G ênesis 2.15 declara: “Tom ou o Senhor D eus o hom em e o pôs no ja rd im do É d en p a ra o lav rar e o guard ar” . D eus colocou os seres hum anos n a terra p ara cultiv ar e g erenciar a criação. N ão som os donos, m as adm inistradores. Isso im plica em prestação de contas, com o Paulo falou aos coríhtios: “Requerse nos despenseiros q u e cad a u m se ache fiel” (1 C o 4.2). P o r sua pró p ria n atureza, n o ssa h u m an id ad e req u er prestação de contas. N ão som os deuses; som os seres criados. Q uando D eus colocou os prim eiros hu m an o s n a criação, in stalo u o p rin cíp io da p restação de contas p a ra a saú d e e felicid ad e deles. E stam o s em n o sso p o n to m ais produtivo, quando atu am o s e m relacio n am en to s de p restação d e contas positiva. A Q u ed a adveio quando o prim eiro h o m em e a prim eira m ulher violaram a p restação de co n tas. E n q u an to A d ão e E v a v iv iam n u m re lacio n am en to em qu e p re sta v a m contas, tin h a m tu d o o q u e p recisaram . Q uando v io laram a p restação de co n tas, foi ro m p id o o relacio n am en to deles co m D eus, entre si e co m a o rd e m criada. A ativ id ad e re d e n to ra de D eus não apenas trata dos n o sso s p ecad o s, m as tam b ém n os traz de v o lta a u m re lacio n am en to saudável co m Ele. Isso inclui reco n h ecer sua m ajestade e ap render a p restar co n tas a E le. C om o seres hum an o s n u n ca escapam os da prestação d e co n tas. P re c isa m o s p re s ta r co n tas p o rq u e som os seres caídos e, com o seres sociais, nosso estado decaído a b a la o s o u tro s c o m o ta m b é m a n ó s m e s m o s . O cristian ism o o cid en tal d á m u ito p o u c a co n sid eração ao im p acto da Q u ed a sob re a n atu re z a hum an a. M esm o dep o is q u e receb em o s a g ra ç a de D eus n a co n v ersão e nos to rn am o s n o v as criatu ras, m u ita co isa p re c isa ser re n o v a d a . A p r e s e n ç a d o p e c a d o d is to r c e n o s s a p e rcep ção , n o ssa p aix ão e n o ssas resp o stas. S om os os p ro d u to s d e h e re d ita rie d a d e s e a m b ie n te m a u s. A p restação de contas é crucial, p o rq u e n ão estam o s com a ra z ã o o te m p o to d o : so m o s p ro p e n s o s à in v e ja , d issen são , ciú m e, ira, orgulho, co b iça, p ecad o s d a carne, o abuso do p o d er e e g o ís m o — o q u e P a u lo c h a m o u “ as o b ra s d a c a rn e [da n a tu re z a p e c a m in o sa ]” (G 15 .19). E n tão , a p restação de contas não é algo negativo; é u m a ex p ressão d a g raça de D eus em nossas vidas p ara salvar-nos de nós m esm os. T am b ém serv e p a ra lev ar-n o s à m aturidade. Isso p o d e ser visto no re lacio n am en to en tre filh o s e pais. A p restação de contas p a ra a crian ça nã o é p u n itiv a , m a s fo rm a tiv a . N a m e lh o r das h ip ó te se s é e sp iritu al, e m o c i o n a l e s o c i a l , e a ju d a a c u l t i v a r h a b i l i d a d e s , a t i t u d e s e co m p o rtam en to s que au x iliam a cria n ç a a atin g ir seu potencial. E ssa d im en são d a p re sta ç ã o de co n tas e stá ev id en te em G ênesis 1 (cf. G ênesis 1.29,30). P o d e ser p erceb id a na ch am ad a de C risto ao discipulado,
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A prestação de contas está fundamentada na própria estrutura da criação ________________ j j
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O PASTOR PENTECOSTAL qu an d o disse: “V inde a m im , to dos os que estais can sad o s e o p rim id o s, e eu vos aliviarei. T om ai sobre vós o m eu ju g o [o ju g o do discip u lad o ], e ap ren d ei de m im . [...] P o rq u e o m eu ju g o é suave, e o m eu fardo é le v e ” (M t 11.28-30). O p ro p ó sito de Jesu s ao c h a m a r os D o ze a u m re la c io n a m en to de p restação de co n tas d en o m in ad o d iscip u lad o não era pa ra lim itar, do m in ar ou re strin g i-lo s, m as in stru í-lo s nos p rin cíp io s do R ein o e lev á-lo s ao p o ten cial de ca d a u m n o m in istério. C om o d iscípulos, os D o ze abriram m ão de várias p rerro g ativ as. R en u n ciaram o co n trole p essoal. Iam aonde Jesu s ia e q u an d o Jesu s ia. T oda a atividade, du ran te aqueles três anos, e sta v a sob a su p e rv isã o dE le. C ertam en te que e x p e rim e n ta ra m m a io r lib erd ad e e resp o n sab ilid ad e co m o p assar do tem po, m as n u n ca fo ra de u m re lacio n am en to de p restação de contas. S om ente depois de p elo m enos três an o s de estre ito m in isté rio su p e rv isio n a d o , fo i que os d iscíp u lo s estav am p rep arad o s p a ra a m issão a que o S en h o r os tin h a cham ado. A p restação de co n tas dos d iscípulos não te rm in o u co m a ascensão. D ep o is do D ia de P en teco stes, os cristãos p re stav a m contas à co m u n id ad e dos crentes. N a d a m en o s que a fig u ra de P edro foi ch am ad a p ara p restar co n tas p o r lev ar o E v an g elh o aos gentios, em b o ra fosse o E spírito S anto q u em d irig ia as ações dele (A t 11.1-18). O ap óstolo P aulo, a desp eito de seu e n c o n tro d ra m á tic o c o m C risto n a e stra d a de D a m a sc o , sen tiu a n e c essid ad e de ir a Je ru sa lé m p a ra ju n tar-se aos d iscípulos (A t 9.26). A c o m p reen são de P aulo sobre p restação de contas co m p eliu -o a co n fro n tar o p reem inente líder da Igreja, quando Paulo percebeu que ele se com portava de m a n e ira c o n trá ria ao E v a n g e lh o (G1 2.11-14). M ais ta rd e , P au lo e B am ab é reuniram -se com os anciãos da igreja em Jerusalém para solucionar u m a c o n tro v é rs ia c o n c e rn e n te ao sta tu s dos g e n tio s c o n v e rtid o s nas co m u n id ad es cristãs que, em g rande parte, eram ju d ia s (A t 15.1-32).
Lições da H istória A h is t ó r i a d o s g r a n d e s e v a n g e liz a d o r e s n ã o é u m r e g is tr o d e in d iv id u a lista s q u e não se p ren d ia m a reg ras o rg a n iza cio n ais, m as de in d iv íd u o s reso lu to s que atu av am em relac io n am en to s de p restação de contas. O s líderes do av iv am en to evangélico do século X V III n a Inglaterra, Jo h n W esley e G eorge W h itefield , n u n ca d eix aram a Ig reja A n g licana, a p e s a r d a s d iv e r g ê n c ia s q u e , às v e z e s , tin h a m c o m os s u p e rio re s eclesiástico s. O m eto d ism o , sob a lid eran ç a de W esley, era u m sistem a de p restação de co n tas que o b jetiv av a ev an g elizar e discipular. P erm an eceu a ssim q u an d o foi ex p o rtad o p a ra outros países. H á u m estereótipo po p u lar acerca dos cavaleiros itinerantes de fronteira, co m o sendo ev an g elistas im p e tu o sam e n te in d ep en d en tes que viajavam a cavalo. M as os cav aleiro s itin eran tes m etodistas, sob a lid eran ça de um discípulo de W esley, F ran cis A sbury, eram m ais u m m ovim ento p aram ilitar do que u m a asso ciação autô n o m a. O s evan g elistas ia m aonde A sbury os direcio n av a e regularm ente reportavam -se a ele. E ram dem itidos se viessem a se m o s t r a r i n e f i c a z e s o u v i o l a s s e m a s r e g r a s d o g r u p o . In q u estio n av elm en te, o ev an g elism o d a fro n teira am eric an a entre 1800 e 1860 é u m a h istó ria m eto d ista, e não teria aco n tecido sem a e stratég ia e
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e s tr u tu r a d e s e n v o lv id a p o r A sb u ry . O s c a v a le iro s itin e r a n te s e ra m in d iv íd u o s d ecid id o s, m as n ão d e ix a v a m de p re sta r contas. O s v alo res p o sitiv o s d a p restação d e co n tas p o d em ser den o tad o s ao lo n g o d a h istó ria d a Ig reja. P o r m ais de v in te séculos, não h á u m único exem p lo em q u a lq u e r lu g a r de u m sistem ático m o v im en to m issio n ário ou de ren o v a ç ã o sem as estru tu ras p ró p rias da p restação de contas.
A plicação C ontem porânea U m a c o is a é a firm a r a p rio rid a d e d a p re s ta ç ã o d e c o n ta s; o u tra to ta lm e n te d ife re n te é p ô -la e m p rá tic a n a v id a d a ig reja. O s p e n te c o sta is e c a ris m á tic o s d e b a te m -s e c o m o c o n c e ito d a p re s ta ç ã o d e c o n ta s. M u ito s de n o sso s h e ró is são le m b ra d o s c o m o in d iv id u a lista s in fle x ív e is q u e d e s d e n h a v a m as “in s titu iç õ e s f e ita s p e lo s h o m e n s ” . A ê n fa s e p e n t e c o s t a l n a e x p e r i ê n c i a p e s s o a l é p a r te d o p ro b le m a . O s p e n te c o sta is a c re d ita m q u e D e u s ain d a f a la e f a z tu d o o q u e s e m p r e f a lo u e f e z . P o r c o n s e g u in te , q u a n d o a lg u é m a firm a te r tid o u m a e x p e riê n c ia q u e v a i de e n c o n tro à c o m u n id a d e (ou seja, ig re ja o u d e n o m in a ç ã o ), é q u a se im p o s s ív e l te r su c e sso n a a rg u m e n ta ç ã o c o n tra ta l a firm a tiv a . Q u an d o ex am in am o s as E scritu ras, a H istó ria e a e x p e riê n c ia p rá tic a , v e rific a m o s q u e to d o m u n d o p re c isa p re sta r co n tas a alguém . E n esse p o n to que a d e n o m in a ç ã o , c o m o a s s o c ia ç ã o v o lu n tá ria , é ___________________ im p o rtan te ao m in istro . E la p ro v ê u m a estru tu ra p a ra o m in istro v iv e r e m relacio n am en to s de p restação de con tas aos co leg as de m in istério . U n im o -n o s uns aos outros para co o p erar n a m issão , ap o iar u ns aos outros, in c e n tiv a r uns aos outros e p ro teg e r uns aos o u tro s c o m am or. O s m in istro s, co m o p ro fissio n ais, p re c isa m d esesp erad am en te de tal estru tu ra. O s m in istro s têm m en o s su p erv isão d ireta do que quase to dos os o u tro s g ru p o s de p ro fis s io n a is . G o z a m de c o n sid e rá v e l lib e rd a d e n a ex ecu ção de suas resp o n sa b ilid a d e s e têm intervalos de tem p o que, se não fo re m c u id a d o s a m e n te a d m in is tra d o s , p o d e m le v á -lo s a p a d rõ e s de co m p o rtam en to d an o so s a eles, suas fam ílias e ig reja a q u e servem . Tais pad rõ es p o d e m co n d u z ir o m in istro a p ecad o s crassos ou im p ed i-lo de o b te r d eterm in ad o nível de pro g resso . A d e n o m in ação p rovê u m a red e de seg u ran ça, p o rq u e c ria p o ssib ilid ad es p a ra relacio n am en to s de p restação de contas co m colegas. N as A ssem bléias de D eus, as estruturas de prestação d e co n tas o p eram n o âm b ito lo cal pelas co n v en çõ es estaduais, e no âm bito nacio n al, p ela C o n v en ção G eral. E ssas estru tu ras referem -se a assuntos pesso ais e de d esem penho. O m in istro , co m certeza, re n u n c ia certo p a ta m ar de in d ep en d ên cia p a ra fazer p arte de um a o rg anização maior. O m inistro de qualquer denom inação não p o d e v iv e n c ia r o id e a l au tô n o m o d a cu ltu ra ocidental. N ão obstante, a prestação de contas p o ssib ilita um estilo de v id a cristão m ais autêntico, basead o n o am or, e não n a d e fe sa dos p ró p rio s direitos e no in teresse pessoal.
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Denominação: estrutura para pôr emprática a prestação de contas jj
350 O PASTOR PENTECOSTAL P arte d a p restação de co n tas do m inistro, assim com o de todo m em bro do C orpo de C risto, é reco n h ecer o papel dado p o r D eus àqueles em posição de autoridade: guiar, guardar, apascentar, alim en tar e disciplinar. O escritor d a carta aos H eb reu s d eclaro u que os cren tes devem im itar a fé dos líderes (H b 1 3 .7 ) . O b v ia m e n t e , o m in is tr o d e v e s e g u ir a l i d e r a n ç a e e n tu siasticam en te p a rtic ip a r n a v id a d a co m u n id ad e em geral. H á, p o rém , u m a d iferen ça entre p restação de contas e a subserviência. A prestação de contas que o m inistro deve à denom inação é lim itada, porque Jesu s é o R ei e to d as as estru tu ras h u m an a s estão sujeitas a en g anos e erros. N este ponto, todos os reform adores do século X V I estavam de acordo. O s líd eres d en o m in acio n ais estão sujeitos às E scritu ras, co n stitu iç ão e e statu to s de sua d en o m in ação em p a rticu la r e, nas A ssem b léias de D eus, à C o n v e n ç ã o G e ra l e m se ssã o . C risto é o C a b e ç a , e os líd e re s e le ito s e x ercitam a au to rid ad e do S en h o r dentro da ca rta rég ia de sua P alavra. A autoridade espiritual dos líderes é derivada de sua sensibilidade e obediência a essa P alavra. A história da Ig reja m ostra que nem sem pre as organizações eclesiásticas estão certas; n a verd ad e, às v ezes estão e sp etacu larm en te erradas. A lg u ém im ed iatam en te lem b ra-se da co m issão que n eg o u a desig n ação de W illiam C arey p a ra a ín d ia , dep o is q u e u m de seus m em bros ter dito: “Jovem , se D eu s p reten d esse salv ar os p ag ãos, E le não te ria to m ad o certas m edidas p a ra E le m e sm o efe tu á -lo ? ”
C onclusão A p restação de contas é u m im portante m eio para canalizar nossas forças e recu rso s co m o líderes. É ab so lu tam en te essen cial, se querem o s ev itar n os co m p o rta r de m an eira d estrutiva. O T ennessee era u m dos rios m ais d estru tiv o s d os E stad o s U n id os. Suas freq ü en tes e ex tensas in undações cau sav am eno rm es perdas de pessoas e propriedades. E ra u m rio selvagem . N o co m eço dos anos 30, o g o v erno federal, sob a lid eran ç a de F ra n k lin D elan o R o o sev elt, co n stru iu u m a série de rep resas no rio T ennessee e em a lg u n s d e se u s p rin c ip a is trib u tá rio s . O p ro je to d eu fim às te rrív e is in u n d açõ es e can alizo u a energia do rio nas represas hidroelétricas. A força d o rio fo i a p ro v e ita d a , tra z e n d o e le tric id a d e ao v ale do T e n n e sse e e im p u lsio n an d o to d a a reg ião p ara o século X X . A fo rç a sem pre esteve no rio, m as n u n ca h av ia sido u tilizad a para pro p ó sito s produtivos. Q u em p o d e d izer que nós, com o o rio, não p recisam o s de estru tu ras p a ra se rm o s a p ro v e itá v e is ? N ã o se tra ta de p e rd a d e p o d er, m a s de can alização de p o d er e en erg ia p a ra os pro p ó sito s re d en to res de D eus. E isso que a d iscip lin a e a p restação de contas p o d em fazer em nossas vidas.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
Um Plano de Longo Alcance para a Igreja Glen D. Cole
Q
uando conheci a m o ça que veio a to m ar-se m in h a esposa, encontravam e v isitan d o su a ig reja co m o e stu d an te de facu ld ad e bíblica. F iquei u m tanto ch o cad o ao ser in fo rm ad o da lo n g a lista de p astores que a igreja até então tivera. Tive a im pressão de que nenhum pasto r p erm anecera lá p o r m ais de dois anos, alguns co n sid e ra v e lm en te m enos que isso. E ssa te n d ê n c ia c o n tin u o u a té h á p o u c o s a n o s , q u a n d o a ig r e ja p a re c e u d esen v o lv er u m a visão p ara a região. P o r m ais de q u aren ta anos e ssa igreja não co n seg u iu sair da lin h a da so b rev iv ên cia.
As Três Fases de um a Igreja A s ig rejas p a ssa m p o r fases. A p ren d i q u e essas fases são caracterizad as da seg u in te m aneira: 1. A fa s e de riscos. C a ra c te riza a ig reja n o v a em seus prim eiro s anos de ex istên cia. O s m em b ro s são p ro p en so s a co rrer riscos. E stão dispostos a o rar p e la d ireção do E sp írito S anto, d ar o p asso de fé e esp e ra r em D eus p a ra a b en ço ar seus esforços. 2. A fa s e p ro teto ra . A ig reja n o rm alm en te e n tra n e ssa fase dep o is que seus tem p lo s e outras in stalaçõ es estejam co n stru íd o s e as contas pagas. O slo g a n d a ig re ja p ro te to ra é “N in g u é m m e tira d aq u i” , e su a m e ta p rin cip al é m an ter o estad o atual das coisas. 3. A fa s e fu n e r á r ia . Se a ig re ja p e rm a n e ce b astan te tem p o n a fase pro teto ra, lo g o e sta rá p ro n ta p a ra o ag en te funerário. A ig reja fu n erária ach a-se e sta g n a d a na ro tin a m o n ó to n a, d e fin id a p o r “sepulcro fech ad o p o r am b o s os la d o s” . A s últim as p alav ras de u m a ig reja fu n erária são: “M as n u n ca fizem o s isso d esse m o d o !” Isso d esc re v e o p ro c e sso n atu ral do q u e fo i p ro je tad o p a ra ser u m org an ism o din âm ico . A lg u n s anos atrás, em m inhas férias, en trei num a ig re ja do O reg o n p a ra p a rtic ip a r de u m culto de dom ingo. O p a sto r estav a ap resen tan d o ao p o v o um p ro g ram a de co n stru çõ es. F iquei im p ressio n ad o q u an d o o o u v i dizer: “N ão estam o s in teressad o s em u sar o p o v o para
352 O PASTOR PENTECOSTAL c o n stru ir u m a g ran d e igreja. E sta m o s in teressad o s em u sa r a ig re ja p ara co n stru ir um gran d e p o v o !” Isso é decisivo p ara u m plan ejam en to de longo alcance. S eria b o m q u e o le ito r m em o rizasse a declaração desse pastor. E la to co u -m e p ro fu n d a m e n te em certa ép o ca do m eu m in istério , quan d o crescim en to de ig reja e p lan ejam en to p ara o futuro vieram a se to rn ar a fo rç a m o triz em m in h a vida. D ep o is de q u ase q u aren ta anos p asto rean d o igrejas n a A sse m b léia de D eus, escrev i o seg u in te p ara c o m p a rtilh ar co m m in h a co n g reg ação sobre “o q u e ap ren d i sobre p a sto rear igrejas que cre sce m ” . A p ren d i que: 1. D eu s é bom . 2. O p o v o é b a sic a m e n te am ável e gentil. 3. V o c ê p o d e e n tr a r e m d if ic u ld a d e s f a z e n d o se u tr a b a lh o e ob ed ecen d o a D eus. 4. N e m to d o s são dizim istas! 5. Sou ab en ço ad o p o r te r u m a eq u ip e eficiente. 6. S o u ab en ço ad o p o r faz er parte de u m ex c elen te m inistério. 7. N e m to d o s são dizim istas! 8. T iv e m o s u m m ín im o d e d if ic u ld a d e s , d e s e n te n d im e n to s e reclam açõ es. 9. É b o m ter um a m en te v o ltad a p a ra m issões. 10. U m a ig reja p o d e ser a b en ço ad a até m esm o du ran te im p o rtan tes p ro g ram as de m elh o ria de capital. 11. N e m to d o s são d izim istas! 12. Testem unhar crescimento e o discipulado dos convertidos é um a delícia. 13. N ão p o sso fa z e r tu d o sozinho. 14. N e m to d o s são dizim istas! 15. É m elh o r ten tar e fa lh a r do que n u n ca tentar. 16. D eu s é fiel. 17. M an ter-se o cu p ad o não é problem a. 18. M in h a esp o sa é m u ito p acien te e longânim a. 19. N e m to d o s são dizim istas! 20. N e m to d o s g o stam de m im . 21. T enho u m a fa m ília m aravilhosa. 22. D eu s m e am a. 23. N e m todos são dizim istas! 24. O fu tu ro m e em polga. O que os itens acim a esperançosam ente ressaltam é a p ed ra fundam ental p a ra u m p la n o de lo n g o alcance: o p a sto r d ev e e star firm ad o em sua ch am ad a. O d o u to r R o b ert S ch u ller dizia: “P lan eje ficar q u aren ta anos. Se algo d e r errad o no seg u n d o ano, e daí? Você ain d a tem 38 anos p a ra fazer d a r c e r t o ” . A s ín d r o m e d a “ g ra m a m a is v e r d e ” te m d im in u íd o o desen v o lv im en to de no ssa ig reja ao longo dos anos. E stejam os todos ju n to s n isso , p ro n to s p a ra a g ran d e conquista. H á u m a firm e za no p ú lp ito e na c o n g reg ação q u an d o essa atitude prevalece. S eria b o m co nsiderar a im portância de fazer do m inistério nosso objetivo prim ário. M uitos estão enco ntrando outros filões de ren d a e lucro, enquanto te n ta m g u ia r a ig reja de C risto. A cred ito que a lid eran ça n a ig reja deve ser
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ a fo rç a p ro p u lso ra de n o ssas vid as. A lg u n s tê m m esm o de te r em prego secular, en q u an to as ig rejas estão lu tan d o e crescen d o , m as n o ssa m eta dev e ser a de u m líd er de tem po integral. N ão nos perm itam os ser desviados p o r c o isa s d e m e n o r m o n ta . Je su s in c e n tiv o u seu s d isc íp u lo s recé m ch am ad o s a d eix arem as red es de pe sc a e as b a n cas de im p o sto p ara seguilo de co rp o e alm a. A g o ra que estabelecem os um fundam ento p ara planejam entos de grande alcan ce, os sete p rin c íp io s ex p o sto s a seg u ir são vitais p a ra u m b o m plano de lon g o alcance.
V isibilidade O p rim eiro p rin cíp io é visib ilid a d e. N o te estes v ersícu lo s re tirad o s do livro de A tos, os quais ressaltam esse im portante desenvolvim ento n a igreja: • • • • • •
“H a v ia g ran d e aleg ria n a q u e la c id a d e ” (A t 8.8). “Foi isto notório por toda a Jope, e m uitos creram no Senhor” (At 9.42). “G ran d e n ú m ero creu e se co n v erteu ao S en h o r” (A t 11.21). “A palavra do Senhor se divulgava por toda aquela província” (At 13.49). “Estes que têm alvoroçado o m undo chegaram tam bém aqui” (A t 17.6). “A palavra do S enhor crescia poderosam ente e prevalecia” (A t 19.20).
A té m e sm o a d e c la ra ç ã o n e g a tiv a em A to s 2 8 .2 2 re v e la a g ran d e visib ilid ad e que a Ig re ja tin h a alcan çad o d esd e o in ício de sua existência: “Q u an to a e sta seita, n o tó rio nos é q u e em to d a p arte se fa la co n tra e la ” . P la n e ja m e n to d e lo n g o a lc a n c e p a ra q u a lq u e r ig re ja te m d e in c lu ir v isibilidade, que ev identem ente po ssa ser vista! Se desejam os abalar nossas c o m u n id a d e s, tem o s de fa z e r u m tra b a lh o m u ito m e lh o r p a ra le v a r o m in isté rio p a ra as p esso as. E x iste m m u ito p o u c as ig rejas que cau sam im p a c to . P o r q u ê? E m n o ssa s se ssõ e s de p la n e ja m e n to , q u a tro áreas p re c isa m ser ex am in ad as. 1. L o ca liza çã o . O q u an to o local, o n d e e stá su a co ngregação, realm en te s a tis fa z às n e c e s s id a d e s n ã o só d e su a ig re ja , m as ta m b é m d e su a c o m u n id ad e? T ín h am o s 13 acres em S acram en to q u ando ali ch eg u ei em 1978. H a v ia ó tim as in stalaçõ es, m as n e n h u m esp aço am plo p a ra se m over, n e n h u m a p ro p ried ad e a d jacen te que p u d esse ser ad q u irid a p ara ex p ansão futura. C o m ecei a orar p o r u m m ilagre: u m terreno. A oração foi respondida c o m u m p re se n te de 63 acres à b e ira de u m a das p rin cip ais au to-estradas d a região. C en to e q u a re n ta e q u atro m il carro s p a ssa m p o r d ia p o r aq uela pro p ried ad e. Isso é visib ilid ad e. V ocê p o d e fa z er u m b o m trab alh o estando n u m local m en o s fav o recid o , m as será u m a so lução de lo ngo alcance? 2. P u b licid a d e. E m m in h as v iag en s p elo s E stad o s U n id o s, vejo pelas cid ad es m u ito p o u co d e n o ssa igreja. C o m isso q u ero d ize r que, à m ed id a q u e o fim de sem an a se ap ro x im a, as ig rejas q u ase nu n ca estão catalogadas nos jo rn a is ou nos h o téis o nde m e h o sp ed o , ou apresen tad as em o u tdoors co lo cad o s à m arg em das v ias p ú b licas ou em po n to s de b o a visibilidade. P recisam o s fa z e r u m trab alh o m e lh o r p a ra lev ar o m in istério d a ig reja p a ra as ruas. O q u e as p esso as realm en te sab em sobre nós?
354 O PASTOR PENTECOSTAL R ecentem ente m u d ei-m e para um a no v a coríiunidade h á pouco m ais de trinta quilôm etros de n ossa igreja. Pensei que todos daquela região conheciam o T he Singing Christm as Tree — um a tradição natalina feita durante quarenta anos em Sacram ento. P ara m eu assom bro, m eus novos vizinhos não tinham a m ín im a idéia do que eu estav a falando, quando os convidei a assistir à apresentação. F req ü en tem ente dam os as coisas p o r certo. H á m uitos m eios p ara anunciar os trabalhos de evangelism o da igreja. A lguns são grátis, outros não. D esen v o lv a u m plano. P on h a no orçam ento. F aça co m que as pessoas saibam que algo b o m está acontecendo em sua igreja. 3. M ídia. O rád io e a telev isão p o d e m ser seus co m p an h eiro s. C o m os n o v o s sistem as a cab o q u e p o n tilh am a paisag em , su rg em o p o rtunidades p a ra v isib ilid ad e. V erifique o q u e está d isp o n ív el n a m íd ia p a ra o anúncio d e sua igreja, o n d e ela e stá e o q u e apresenta. D a m esm a m an e ira com o na p u b licid ad e, alg u m as o p o rtu n id ad es p o d e m ser obtidas sem custo algum ; o utras p re c isa rã o ser co lo cad as no orçam ento. M as que sejam os tão sábios q u an to “os filh o s d este m u n d o ” . E les tê m sacu d id o esta g eração co m a sua co n stan te a v alan ch a de in form ações. 4. P ro g ra m a . O q u e a ig reja o ferece? H en ry K aiser co stu m av a dizer: “Se v o cê q u e r ser u m sucesso, e n co n tre u m a n ecessid ad e e a satisfaça” . Q uais as necessidades de sua com unidade que estão p o r atender? P rogram ese p a ra satisfazer tais necessidades. F iz u m a p e sq u isa no d o m in g o p ara fo rm a r u m p erfil de q u em v in h a m e o u v ir p re g a r to d o s as sem anas. P ara m in h a adm iração, d escobri que um terço d a co n g reg ação e ra de g ente solteira. T ín h am o s u m m in istério m uito fraco n e sse crescen te seg m ento de n o ssa co m unidade. D esig n ei u m pasto r p a ra tra b a lh a r e x c lu siv a m e n te co m so lte iro s. E m p o u c o te m p o h a v ia se isc e n to s so lte iro s q u e se re u n ia m n u m a n o ite de se g u n d a -fe ira p a ra cultuar, crescer, aprender. E ssa e ra a n o ite deles! F o i u m n o v o e eficien te im p u lso n o d esen v o lv im en to da igreja.
V iabilidade O se g u n d o p rin c íp io p a ra u m p la n e ja m e n to d e lo n g o a lc a n c e é a via b ilid a d e. O sig n ificad o d a p a la v ra é “cap ac id ad e de p e rm a n e cer v iv o ” ! T rês áreas no p lan ejam en to n ec essita m ser avaliadas. Os cu lto s d a m an h ã, tarde, noite e de m eio d e sem an a são anim ados, d in âm ico s, ou são tão prev isív eis que põ em as p essoas a d o rm ir? O s cultos d a ig re ja tê m a cap acid ad e d e p erm an ecer v ivos? Q uantas p esso as do rm em em n o sso s culto s p o rq u e p o d em p red iz er o que vai acontecer! U m pouco de criativ id ad e e u n ção é su ficiente p a ra au m en tar a freq ü ên cia e incentivar o in teresse. C ertifiq u e-se de que h o u v e b asta n te oração, que os m úsicos estão p ro n to s, q u e o líd e r de m ú sic a está p re p arad o e q u e você, com o pastor, está “em p o n to de b a la ” enquanto esp era pelo m om ento d a verdade. U m g iro p e la s d ep en d ên cias d a ig reja p o d e dizer-lhe m uito so b re o d ep artam en to p ed ag ó g ico d a igreja. Q ue tipo de atm o sfera ex iste p a ra o en sin am en to das crian ças, m o c id ad e e ad u lto s? A q u ed a n a freq ü ên cia à E sc o la D o m in ical re q u e r q ue p restem o s atenção p a ra o seguinte: • P rep aração d e o breiros. • E sp a ç o ad eq u ad o p a ra ensinam ento.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ • • • •
E q u ip a m e n to ad eq u ad o d e c o m u n icação de m assa. Ilu m in ação , v en tilação etc. adequadas. O m e lh o r m a te ria l p o ssív e l p a ra ensino. R en o v ação do co m p ro m isso ao d ep artam en to p ed ag ó g ico da igreja. Isso n ão p o d e ser c o n sid erad o co m o u m ato extra, m as, antes, u m dos flu x o s vitais da v id a n a assem b léia.
N o sso s ed ifício s terão os m aio res cu sto s d a cidade se forem usados som ente duas h o ras p o r sem ana. N o sso p lan o de lo ngo alcance tem de ab arcar u m uso p len o do q u e D eus fo rn eceu -n o s p a ra o m inistério. N o ssa v iab ilid ad e co m o in stitu ição ex ig e b o a ad m in istração d a p ro p ried ad e e instalações. M u itas ig rejas fa z e m co n stru çõ es tendo em m en te um instituto bíblico ou co n stro em edifícios de m ú ltip lo s p ropósitos, onde a com unidade p o d e en c o n tra r altern ativ as de m in istério p a ra elas e sua fam ília. L e m b r e - s e d e n o s s a d e f in iç ã o d e v i a b ilid a d e : “ c a p a c id a d e d e p e rm a n e c er v iv o ” . Seu p la n o de lo n g o alcan ce sem pre te rá isso em vista.
Veracidade O terceiro p rin cíp io é vera cid a d e — h o n estid ad e, ju ste z a , precisão. U m a d a s f r a q u e z a s e m c e r to s c ír c u lo s e c le s iá s tic o s a tu a lm e n te é aco m p an h ar m o d ism o s em v ez de co n cen trar-se no d esen v o lv im en to de u m m in istério veraz. T em os de ap o iar n o ssa preg ação e en sin am en to com u m v iv er piedoso. P re g a ç õ e s e m sé rie fa rã o c o m q u e as p e sso a s v o lte m d o m in g o ap ó s dom ingo à igreja. O p lan o de longo alcan ce in clui um pa sto r que sabe para onde e stá in d o co m a P alavra. D u ra n te u m p e río d o d e 15 anos p e rc o rre m o s o N o v o T estam en to , cap ítu lo p o r cap ítu lo , nos cultos de q u a rta -fe ira à noite. O ensin am en to faz os crentes crescerem . D e sp e rta o interesse. A P alav ra to m a -se o centro das atenções. T rata-se de u m in v estim en to de lo n g o alcance na v id a dos m em b ro s de su a cong reg ação . P recisam o s am p a ra r a p reg ação e o en sin am en to co m u m a vid a p len a de d e v o ç ã o . N a d a s u b s titu i o c o m p ro m isso d e lo n g o a lc a n c e co m a ex celên cia de vida. N ão h á tran sig ên cias. N ão h á razão p a ra a co n g regação dizer: “E u n ão d isse ? !” Se D eu s o lev ar a p a sto re ar o u tra igreja, o p ró x im o líd e r n ão te rá de im p le m e n ta r u m p lan o de lo n g o alcan ce p a ra c o n se rta r e re c o n stru ir a cerca de re p u ta ç ã o d a ig re ja na com unidade.
Vitalidade do Espírito O q u arto p rin cíp io em n o sso ex am e de lo n go alcance é a vita lid a d e do E sp ír ito . H á u m b o m tra b a lh o se n d o e sc rito e d ito so b re se rv iç o s e p ro g ram as de “in v estig ad o res sen sív eis” . C reio que, em to d o s esses anos, as A s s e m b lé ia s d e D e u s tê m sid o b a s ic a m e n te u m m o v im e n to d e in v e stig a d o r sensível. S o m o s u m p o v o do altar e do qu arto de oração. T em os co n fiad o no E sp írito S an to p a ra que use n o sso testem u n h o para lev a r os p erd id o s p a ra C risto. S urge a p erg u n ta: E m que p o n to o hum ano term in a e o E sp írito co m eça? N ão esto u certo se p o sso resp o n d e r a essa
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356 O PASTOR PENTECOSTAL p erg u n ta, m as é leg ítim o d iz er que, sem o E sp írito , no sso s esforços são fú teis e in su b stan ciais. P ara que a vitalidade do E spírito acim a descrita esteja presente e atuante, a lid eran ça d ev e d ed icar-se a b u sc ar a D eus p o r b ên ção s contínuas. Você faz sem an alm en te u m a reu n ião de oração com a lid e ra n ça — um a ocasião em q u e v o cê n ão tra ta de assuntos, m as esp era em D eus p ara su p rir as n ecessid ad es d a ig reja? Se não, seu m in istério não e stá trab alh an d o em term o s de p lan o de lo n g o alcance. Só o E spírito S anto po d e g erar v id a e m a n te r e ssa v id a ativ a e ardente.
Im portância Valorizada C h eg am o s à q u in ta c a racterística de um b o m p lan o de lo ngo alcance. D ev e ser valorizada: d ev e ser algo que v a lh a a pena! P au lo , falan d o a T im ó teo so b re o assu n to e m su a seg u n d a ca rta a seu filh o n a fé, disse: “P ro c u ra ap resen tar-te a D eus aprovado, co m o obreiro q u e não tem de que se envergonhar, que m an eja bem a p a lav ra da verd ad e ” (2 T m 2 .1 5 ). N ã o s e ria d ifíc il tro c a r a p a la v r a o b re iro p o r o b ra e sim p lesm en te ap licar o v ersícu lo à “o b ra ” que D eus nos ch am ou a fazer. E v alio so aos o lh o s d e D eu s e d ev e ser v alio so aos nossos. É quase co m o se P a u lo estiv esse d izendo: “T im óteo, faze as coisas b em fe itas!” G o sto m u ito d a h istó ria d e José. Q u an d o tev e os sonhos que D eus lhe d eu, os irm ão s de Jo sé não fo ra m b o n d o so s para co m ele. Q u ando estavam n os cam pos, v iram Jo sé q u e v in h a chegando. “E is lá v em o sonhadorm o r!” d isseram (G n 37.19). M as Jo sé tin h a esse senso de v a lo r a resp eito dos seus sonhos. E le fo i tirad o d a co v a p a ra o p alácio , depois p ara a prisão e de v o lta p a ra o p alácio , a fim d e a ssu m ir o g o v ern o e fa z e r do E g ito a m a io r n ação de seus dias. Q ual a su a v isão d a ig reja? P o u co im p o rtan d o qual seja o tam an h o de nossa responsabilidade, sem pre podem os fazer as coisas bem feitas. A igreja foi c o m p ra d a p elo san g u e de C risto Jesus! R ealm en te é valiosa.
O usadia N o ssa se x ta p a la v ra é o u sadia — inclin ad o a co rrer riscos! L id eran ças de ig re ja q u e não se arriscam são abundantes. E m nosso plan ejam en to de lo n g o a lc a n c e , d e v e h a v e r a n e c e s s id a d e d o e le m e n to d e r is c o . T e o lo g icam en te é o q u e ch am a m o s de fé. Isso sig n ifica que po d em o s tra n sc e n d e r n o sso s m eio s e recu rso s. D eus te m ab u n d ân cia de bênçãos! U m a das ig rejas q u e p asto reei nos anos 60 tin h a u m m im eó g rafo que v azav a, um a sp ira d o r de p ó estro p iad o e não tin h a d o b ra d eira p a ra os b oletins. O u seja: de m o d o g eral o eq u ip am en to estav a pro n to para o lixo. M eu esp írito de o u sa d ia d isse-m e que, se quiséssem o s d esen v o lv e r m etas de lo n g o a lc a n c e e u m m in isté rio q u e re v ita liz a sse a co m u n id a d e , a c o n g reg ação teria de ap re n d e r com o D eus supre as n ecessid ad es quando n os em p en h am o s. U m a das co isas q u e d esco b ri n a q u ela ig reja quan d o ali cheguei, foi que eles n ão tira v a m o ferta às q u artas-feiras à noite. E n ten d i p o r quê. E les se re u n ia m em u m a sala p e q u e n a n a fren te do santuário, de m odo q u e não
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ “ rc isa v a m lig a r o aq u ecim en to cen tral d a ala m a io r (h av ia u m a q u eced o r i r r i r e d e n a sala de reu n ião ). Isso p a re c ia p rático , m as estava m atan d o j r ü lq u e r p la n o p a ra o fu tu ro . Im e d ia ta m e n te p a sse i os cu lto s p a ra o i r raário. d an do a e n te n d e r q u e e sp e ra v a te r um a fre q ü ên cia m a io r do que - p eq u en a sala co m p o rtav a. D eu certo! E m v ez de dez pessoas, h a v ia vinte, ie p o is q u aren ta, então o ite n ta e, e m brev e, m ais de c em p esso as estav am freq ü en tan d o os cu lto s de q u a rta -fe ira à noite. E u estav a e m p o lg a d o ! E n tã o a ssu m i o g ra n d e d e sa fio . N u m a q u a rta -fe ira à n o ite to m e i - : "estado u m m im e ó g ra fo n o v o em fo lh a d a lo ja de e q u ip am en to s p a ra r : c n tó rio qu e fic a v a em fren te da igreja. O estêncil para o esboço de estudo : : Z c o j á e stav a d atilo g rafad o e co lo cad o n o cilin d ro d a m áquina. L iguei : eq u ip am en to e m o strei às p esso as q u e trab alh o bo n ito e eficaz aqu ela T iáquina fazia. O s co m en tário s se e sp alh aram co m alegria. D ep o is lhes m o strei co m o p o d eríam o s p a g a r p o r e ssa m á q u in a em apenas u m m ês. I : m o? P eg u ei u m a c éd u la de u m dólar. D isse ao p o v o que c u staria apenas 545 d essas n o tas p a ra co m p rar e ssa b e le z a de eq uipam ento. E m m en o s de u m m ês e stav a to talm en te pago. E fo i divertido! E m seg u id a fo i a v ez da d o b rad eira. D epois abençoei o zelad o r com um n o v o asp irad o r de p ó e eq u ip am en to de lim p eza. E foi assim sem p arar - tudo co m p rad o com d in h eiro que a ig reja n u n ca teria recebido! P artindo d esse p eq u en o co m eço , o co rreram a tra n sfe rê n cia d a ig re ja p a ra u m bonito e m a is e x te n so te rre n o , a c o n s tru ç ã o de in sta la ç õ e s m a ra v ilh o sa s, o crescim en to da c o n g reg ação e m cin co p o r cento da p o p u la çã o lo cal e a b ên ção de lev ar as A ssem b léias de D eu s a fa zerem m issões. A g ente tem de co m e ç a r de alg u m lugar! T enha esse esp írito de ousadia!
Vulnerabilidade N o sso últim o princípio é vulnerabilidade — capacidade de ser m agoado o u ferido. A s cicatrizes ev id e n c ia m o co m p ro m isso de Jesus co m a sua m issão! V ocê n u n c a de se n v o lv e rá u m p lan o d e lo ngo alcan ce sem espírito de v u ln erab ilid ad e. C o m o a ssin alei n a lista no início d este cap ítulo, nem to d o s v ã o g o sta r d e v o c ê . D u ra n te as c rític a s, v o cê te rá de m a n te r a p ersp ectiv a. E sc o lh a ser u m a p e sso a alegre. T ran sm ita e ssa felicid ad e a seus co leg as de lid eran ça, b e m co m o à cong regação. N o retiro an u al de líd eres q u e d u ran te anos realizam o s em no ssa igreja, u m a de n o ssas reu n iõ es sem p re e ra d e d icad a a esc re v er com o pen sáv am o s q u e a ig reja d ev eria estar em cinco, d ez e v inte anos. D ep o is faláv am o s a resp eito . D isp ú n h am o s estratég ias q u e nos lev a sse a a tin g ir essas m etas. N u n ca e sq u ecerei n o ssa p rim e ira reu n ião de plan ejam en to . A lista que fizem o s p a re c ia m o n u m en tal. C o n tu d o , e m vez d e tê -la realizad o e m vinte anos, to d o s os alvos fo ram alcan çad o s co m su cesso em seis anos! F iquei adm irado, e ain d a fico , q u an d o re c o rd o aq u eles dias. A m ed id a que v o cê recrutar, tre in a r e d isp o r os o b reiros em fo rm ação de trabalho n a seara do Senhor e seguir todos os sete princípios apresentados n e s te c a p ítu lo , se u p la n o d e lo n g o a lc a n c e p r e c is a r á s e r re v is a d o co n stan tem en te. É assim q u e funciona. E q ue as com u n id ad es nas quais trab alh arm o s nos v e ja m v in d o e, co m o os irm ãos de José, digam : “E is lá v em o so n h a d o r-m o r!”
O PASTOR PENTECOSTAL
Trabalhando com Corpos Ministeriais T. Ray Racheis ax DePree, autor de Leadership Is a n A rt {Liderança É um a Arte), conta um a história acerca de seu cunhado Jim Kaat, que por 25 anos foi notável lançador de beisebol da liga principal de beisebol profissional. E m m ead o s dos anos 60, K aat teve a m em orável o p o rtunidade de lançar a b o la contra o fam oso Sandy K oufax n a Série M undial. Q uando perguntado a resp eito do talen to de K oufax, K aat ex p lico u que ele era m ajesto sam en te d iscip lin ad o e treinado. “D e fa to ” , disse ele, “K oufax foi o único la n çad o r d a lig a p rin c ip a l c u ja b o la v elo z p o d ia fa z e r z u m b id o . O s b a te d o re s a d v ersário s, em v ez de se p o rta rem ru id o sam en te no b a n co de reservas, fa z ia m silên cio p a ra o u v ir o zu nido d a q u ela b o la veloz. D epois, quando c a d a um p o r su a vez assu m ia a p o sição no q u ad rilátero do batedor, já ia u m tan to in tim id a d o .” D eP ree aco n selh o u K aat sobre a m an eira com o os adversários poderiam te r reso lv id o esse p ro b lem a. T eria sido “um a solução sim p les” , declarou ele. “V ocê p o d e ria ter-m e feito o a p an h ad o r d ele [ou seja, o jo g a d o r que ag arra as b o las atrás do b a te d o r]” .1 O q u e ele q u eria dizer, ev id en tem en te, era q u e todo g rande la n çad o r p re c isa de u m e x celen te apanhador, e q u e seu talen to co m o a p an h ad o r de bola era tão in eficaz q u e K o u fax seria ob rig ad o a d im in u ir a velo cid ad e do seu m ais p o d ero so lance, p riv an d o -se d essa fo rm a de sua m aior arm a. Todo grande p a sto r p recisa de um excelen te corpo de m inistros, se é q u e ele d e se ja q u e seu m in istério seja p len a m en te bem -su ced id o . C aso co n trário , o lan ce do p a sto r ca irá nas m ãos dos desp rep arad o s e inábeis e m aju d ar a p ro d u z ir p o n tu açõ es v encedoras. U m pastor, não im portando o q u ão ex celen te seja, terá seus m elh o res esforços fru strad o s a m en o s que os m em b ro s do co rp o de m in istro s ten h am u m a com p reen são clara da fu n ção de cad a um , te n h a m desen v o lv id o u m a atitude p o sitiv a em relação à p a rc e ria c o m o p a sto r e e stejam d isp o sto s a p ro v e r o co m p le m en to esp iritu al p ara u m m in istério eficaz. E m p e sq u isa feita n a Ig re ja de C risto entre p astores am erican o s que d eix aram o m in istério , se ssen ta p o r cento d isseram que relacio n am en to s in satisfató rio s c o m o co rp o de m in istro s tin h a sido o p rin cip al p ro b lem a .2
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UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ O u tro estu d o realizad o c o m u m g ru p o de g ran d e e v id ên c ia nos E stados U n id o s e m p u rro u esse n ú m e ro p a ra 85 p o r cento. Se re lac io n am en to s in s a tis fa tó rio s c o n s titu e m d e fa to u m e le m e n to p a ra o a b a n d o n o no m in istério , ação e sta q u e e stá co rro en d o o coração e a alm a das p essoas ch am ad as p o r D eus p a ra re a liz a r a o b ra do m in istério , então seg u ram en te u m p o u co de e sp eran ça tem de estar d isp o n ív el p ara n eutralizá-lo. H o je as e x p e c ta tiv as estã o fic a n d o ca d a v ez m ais ex ig e n tes e c a u san d o m a io r d esg o sto m in isterial, de m o d o que o líd e r sen sato tem d e p ro c e d e r co m p recau ção e re c o n h e c er o clim a cu ltu ral p a ra críticas e im paciência. Q uan d o era p a sto r de u m a ig reja d a F ló rid a, T h o m R aines p ed iu que seus d iáco n o s e sc re v e sse m o n ú m ero de h o ras que, n a o p in ião deles, ele d ev eria p a ssa r n o c u m p rim en to de seus v ários d everes p astorais. Q uando classifico u os resu ltad o s, v eja quais eram as ex p ectativ as deles: P rep aração de serm ões: A dm in istração : V isitação p asto ral em casas e h o spitais: O ração: C ulto /P reg ação : V isitação evangelística: A co n selh am en to : A tiv id ad es n a co m unidade: O b rig açõ es d en o m in acio n ais: R eu n iõ es p ara tra ta r de assu n to s ligados à congregação: D iversos:
18 18 15 14 10 10 10 5 5 5 4
horas. horas. horas. horas. horas. horas. horas. horas. horas. horas. horas.
Isso to ta liz a 114 horas (das 168 h oras que h á n a sem an a).3 S obrecarg a de ex p ectativ as? E o que acho. A té m esm o os diáco n o s p en saram assim . M as, a m en o s q u e h aja resp eito e e n ten d im en to m útuos, nosso m elh o r trab alh o fic a rá p erd id o en tre os card o s das ex p ectativ as irreais m antidas p o r aq u eles a q u em fo m o s ch am ad o s p a ra servir e guiar. S erv ir e g u ia r são dois trem en d o s p o n to s de ten são p a ra os q ue estão no m in istério . E sses p o n to s de ten são , se m al en ten d id o s, an u lar-se-ão u m ao outro e o caos p re v a le c e rá . P o r o u tro la d o , se e s ta s te n s õ e s fo re m re c o n h e c id a s e co m p reen d id as, lev arão você, seu corpo de m in istro s e seu m in istério à T erra P ro m e tid a da v o n tad e de D eus. S erv ir e g u iar fazem parte d a m esm a u rd id u ra bíblica. S erv e-se g u ian d o e g u ia-se servindo. Jesu s reso lv eu u m a d iscu ssão p e la su p rem acia entre seus discípulos sobre q u em d eles seria o m aior, quan d o disse: “Q u alq u er que, entre vós, q u ise r ser g ran d e será v o sso serviçal. E q u a lq u er que, d en tre vós, qu iser ser o p rim eiro será servo de todos. P o rq u e o F ilho do H o m em ta m b ém não v eio p a ra ser servido, m as p a ra serv ir” (M c 10.43-45). Q uais os elem en to s dos relacio n am en to s b em -su ced id o s entre p a sto r e co rp o m in isterial?
C om ece Bem V ocê p re c isa ter u m b o m co m eço e m seus co n tato s co m u m pastorado. Q u an d o as tropas n o rte-am erican as fo ram en viadas p ela p rim eira vez para
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360 O PASTOR PENTECOSTAL a B ó sn ia com o parte d a força de p az da OTAN , disseram -lhes que tom assem cu id ad o c o m as m in as q u e p o d e riam estar em q u ase to d o s os lugares, p ro n ta s p a ra e x p lo d ir. U m sa b ic h ã o su g e riu q u e o m e lh o r m o d o de a tra v e ssa r u m cam p o m in ad o seria seg u ir alguém . T oda ig re ja tem seus cam pos m in ad o s, e (pouco im p o rtan d o o quão afáveis sejam as faces sorridentes) seu conteúdo detonará se não for cruzado co m cuidado. E ssas m in as eclesiais, tradições e pecu liarid ad es, estão todas atad as aos m em b ro s do corpo de m in istro s, os quais são os m aravilhosos d e te n to re s d o m a p a p e lo q u a l v o cê p o d e n e g o c ia r seu c a m in h o nos p rim eiro s anos de m in istério entre as p essoas d a co n g reg ação sem ir pelos ares, aos p ed aço s. M as tem os A lg u ém indo à frente e g u ian d o -n o s pelo cam in h o . N o ssa o b rig ação é fica r atrás dE le, a co m p an h an d o suas pisadas. A n tes m e sm o q u e v o c ê seja e sc o lh id o co m o c a n d id a to p a sto ra l, a en tre v ista co m o co rp o de m inistros é decisiva. N ão será m uito d ifícil vo cê co n tar seu g osto p o r m ú sica c lássica em u m a ig reja ou co m u n id ad e interiorana, ou vice-versa. F az diferença. P ense e ore cuidadosam ente antes de se en v o lv e r em u m a co n fro n tação m a io r co m aqueles cujo estilo básico difere m u ito d ram aticam en te do seu. Q uan d o v o cê assu m ir u m pasto rad o , use as p rim eiras reu n iõ es com os m em b ro s do co rp o de m in istro s para in stilar a co n fia n ça de que v o cê os am a, am a a ig reja deles, a p recia e resp eita a h istó ria e trad içõ es deles e lhes dará a h o n ra e o resp eito que acham que m erecem quando o cham aram . V ocê ta m b é m c o m e ç a rá a d e s c o b rir e x p e c ta tiv a s q u e n ão fo ra m co m u n icad as claram en te d u ran te a entrevista. T enha paciên cia. E scute. A co n fia n ç a v e m aos p o u co s e m u itas vezes é fo rm ad a de m aneiras sutis. F a ç a m ais ouv in d o e ab so rv endo do que assu m in d o determ in ad as atitudes e ten tan d o co n v en cê-lo s de que é você q u em e stá no com ando. V á devagar co m as m udanças. N ão se trata de norm a inflexível, que sem pre ten h a de ter a preced ência sobre sua iniciativa e visão pessoais, m as na m aio ria dos casos é prudente. O coipo de m inistros será seu braço direito, olhos, ouvidos e m úsculos. A confiança deles em você tem u m preço: você tem de guiá-los com cautela; tem de levar a sério a agenda deles; não deve ser esbanjador, m as u sar u m a abordagem profissional em relação a questões de dinheiro; tem de saber a diferença entre fé e presunção; deve ser u m a p esso a de palavra; tem de m ostrar claram ente que o seu com prom isso é com D eus e sua Palavra, co m sua fam ília e a com a igreja, nessa ordem . C o m ece a ex p o r cu id ad o sam en te seu estilo p asto ral, p e rm itin d o que se ch o q u e su av em en te co m assuntos e m odos d a ig reja deles co nform e for p reciso . À m e d id a q u e seu estilo de lid eran ça fo r obtendo sucesso co m o co rp o de m in istro s, m ais co n fia n ça lhe será dada. A m ed id a que m ais co n fia n ç a lhe fo r dada, v o cê p o d erá e ste n d er seu p o d e r em direção à visão que D eus lhe deu q u an d o o ch am o u p a ra a igreja, sem m edo de tro p e çar em o u tras m inas. G an h ar co n fia n ça lev a tem po. D e sc u b ra q u em são os verd ad eiro s líderes no corpo m in isterial e faça am izad e co m eles. Q u an d o tiv er d ú v idas, p eça-lh es conselhos. D ê-lhes p ro b lem as p a ra re so lv e r e aceite suas soluções, exceto q u ando en trarem em co n trad ição co m sua co n sciência. Se eles fo rem os verd ad eiro s líderes no co rp o de m in istro s, é p ro v áv e l que as coisas o co rram assim , po rq u e eles são co n h ecid o s p o r terem b o m ju lg am en to .
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
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S eja org an izad o . L ev e à su a p rim e ira reu n ião ag en d a im p re ssa com p o n to s q u e v o c ê q u e r d is c u tir . N ã o le v e m a is do q u e p o s s a se r razo av elm en te d iscu tid o em um a h o ra e m eia. Se você tiv e r u m a visão de lo ng o alcance, c o lo q u e -a n a c ateg o ria dos “ sonhos esp iritu ais p a ra nossa ig reja” e p eça-lh es que o rem co m v o cê acerca da con v en iên cia, sen satez e p o s s i b i l i d a d e f u t u r a d a v is ã o . E le s j á e s tã o co m p reen d en d o seu co ração p asto ral. M ais tard e virá a ocasião em q u e su a v isão e itens de son h o ap arecerão co m m ais facilid ad e n a ag en d a reg u lar p a ra d eliberação m ais p o n d e ra d a d a p arte deles. T enha paciên cia! L em b re-se da h istó ria do caracol e da cerejeira. Certo dia frio e v en to so u m caraco l co m eço u a escalar um a cerejeira. A lguns pássaros da árvore v izin h a tagarelaram sobre o rid ícu lo . “E i, caraco l estúpido, onde você p ensa que v a i? ” d isse um deles. “P o r q u e está sub in d o n essa árvo re? N ão tem c e re ja !” “H av erá q u an d o eu ch eg ar lá ” , d isse o caracol. C o m e c e n a h o r a c e rta . O s m e m b ro s d o c o rp o _________________ m inisterial têm trabalhos ou afazeres nos quais o relógio é im p o rtan te, e eles sab em o p o d e r que te m o p onteiro dos segundos. T erm ine n a h o ra certa e v o cê g an h ará am igos. Se n a reu n ião não deu p a ra d iscu tir todos os itens d a ag enda, tran sfira-as p a ra o m ês seguinte, a m enos que não po ssa esperar. Se você acha que não pode esperar, m as eles p e n sa m q u e p ode, p e ç a o co n selh o deles e veja o que acontece. Se fo r u m a q u estão d u v id o sa, co lo q u e-a rap id a m en te e m vo tação e depois v á em frente. A lei d a co lh eita e stá a seu lado. Você co lh e rá ben efício s co m ab u n d ân cia in crem en tai, à m e d id a q u e aceitarem sua dim en são com o p e sso a se n sa ta que se p re o c u p a com os sen tim en to s deles. E n q u a n to eu e ra p a sto r d a C h ristia n L ife C h u rch em L o n g B each, C alifórnia, co m 13 m em bros do corpo m inisterial, o departam ento fem inino reu n ia-se todos os m eses n a m e sm a n o ite q u e n o ssa reu n ião m inisterial. T ornou-se trad ição as m u lh eres tra z e rem p a ra n o ssas reu n iõ es, depois de ap ro x im ad am en te u m a hora, carrin h o s ch eio s de café e tortas e bolos. S e m p re in te rro m p ía m o s n o s s a a g e n d a p a ra d e s fru ta r m o m e n to s de c o m p a n h e iris m o e d e s c o n tra ç ã o . R ía m o s , d e g u stá v a m o s a c o m id a e ag ra d e c ía m o s a D e u s p e la c o n s id e ra ç ã o d e las. T o d o s c re sc ía m o s na co m u n h ão cristã. G aste os ú ltim o s cin co ou dez m in u to s da reu n ião p a ra term in ar bem . D ig a suas m elh o res p alav ras de in cen tiv o que tiv er no m om ento. Você recebeu recen tem en te u m a carta m arav ilh o sa de um m issionário sustentado p e la ig reja? L eia (ou p elo m en o s alguns trech o s). H á testem u n h o d a graça de D eu s em an d am en to n a v id a de a lg u é m que freq ü e n ta a ig reja? C onte. A lg u ém do corp o m in isterial e stá fazen d o an iv ersário ? C ante “P arab én s a v o c ê ” e dê u m a le m b ra n c in h a q u e d e m o n stre estim a. H á a lg u m a data esp ecial? A lg u m dos filh o s dos m em b ro s do co rp o m inisterial fez algo no táv el q u e m ere ç a ser m e n cio n an d o ? M en cio ne. T erm ine a reu n ião em clim a ex u ltan te e po sitiv o . O rem uns p elo s outros e d epois p e rm ita que todos im p o n h a m as m ão s sobre você n u m a o ração final. É im p o rtan te que v o cê co m ece b em em su a lid e ra n ç a p a sto ra l co m o co rp o de m inistros.
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Ouca e absorva mais do que assuma determinadas atitudes
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362 O PASTOR PENTECOSTAL Sirva com o Poder de Deus G u iar e serv ir u m co rp o m in isterial re q u e r esp iritu alid a d e p esso al que aceite a ap tid ão das p esso as e que perm ita ser co n ec ta d a ao p o d er de D eus. M ad elein e L ’E n g le, h a b ilid o sa e sc rito ra cristã, fala em seu livro W alking on W ater (A n d a n d o p o r cim a d a s A g u a s) a re sp eito das esco lh as que fazem o s n a vida: “ Se o trab alh o se d irig isse ao artista e dissesse: ‘A qui estou, sirv a -m e ’, então o serviço do artista, grande ou pequeno, seria servir. N ão e stá e m p e rsp e c tiv a a im p o rtân c ia do talento do artista. Jean R hys d isse a u m en tre v ista d o r no P a ris R eview . ‘E scute. T udo o que é escrito é co m o se fo sse u m lago enorm e. H á rios cau d alo so s que alim en tam o lago, co m o T olstói e D o sto iév sk i. E h á m eras gotas, com o Jean R hys. T udo o q u e im p o rta é q u e o lag o seja alim entado. E u não sou im portante. O lago é q u e é im p o rtan te. O lago te m de c o n tin u ar a ser alim en ta d o ’” .4 S e rv ir d e v e ria ser p riv ilég io , m as v erg o n h o sam en te tem o s a ten d ên cia de co n sid erá-lo u m fard o , q u a lq u er co isa que fazem o s q u ando não nos en caix am o s e m algo m e lh o r o u superior. “N u n c a servi a u m trabalho com o a lg o q u e d e v e sse se r s e rv id o ” , a c re sc e n ta L ’E n g le . “M in h a p e q u e n a co n trib u ição m al acresce u m a go ta de á g u a para o lago, m as, m esm o assim , n ão im p o rta; não h á g o ta q u e seja p eq u en a d e m ais” .5 P oucos testem unhos po d em exceder em valor a p rofunda espiritualidade v ista n u m p a sto r p o r sim p lesm en te acrescen tar seu trabalho d esinteressado — o u “g o ta ” — à co rre n te za d a o b ra do E van g elh o . Seu fluxo tem em si o c o n ta to do E sp írito e é q u alid ad e cativ an te aos olhos do co rp o m inisterial. M a n te r a esp iritu alid ad e in clu i en treg ar a D eus todas as descu lp as e razõ es que v o cê te n h a p o r ser a pe sso a q u e é. N as reu n iõ es m inisteriais, as im p ressõ es m ais óbv ias q u e d eix am o s p o d em ser nossos esfo rço s em ser o q u e n ão som os. D eu s fe z o q u e som os, cap acito u -n o s co m o que E le tem e ch am o u -n o s p a ra o lu g a r onde estam os. E reco n fortante para os que servem e m co rp o s m in isteriais o u v ir o p asto r e x p ressa r sua satisfação co m D eus e co n sig o m esm o , n a p ro p o rção q u e se en v o lv e em su a e n tre g a in flex ív el à v o n ta d e g r a c io s a d e D e u s . A g o ta m a is m in ú s c u la do p a s to r p o d e tran sfo rm ar-se nas ex u b eran tes e claras águas d a h id ro d in âm ic a espiritu al nas m ãos de D eus, q u an d o E le can a liza a go ta p a ra “o la g o ” . P o r o u tro lado tam b ém h á algo que p recisam o s considerar. L ’E ngle a firm a q u e o cren te p ro fu n d a m e n te devotado, que quer e screv er h istórias ou p in ta r g rav u ras ou c o m p o r m ú sica apenas para a gló ria de D eus, po d e não te r o talen to , o d o m q u e u m n ão -cren te ou m esm o u m ateu p o ssa ter e m a b u n d â n c ia . D e u s n ã o fa z ac e p ç ão de p e sso a s, e isso é a lg o q u e relu tam o s em aceitar. “ G o s ta ría m o s q u e o s c a m in h o s d e D e u s fo sse m c o m o os n o sso s c a m in h o s” , d e c la ra L ’E n g le; “q u e seus ju lg a m e n to s fo sse m os nossos ju lg a m e n to s” . E-nos difícil entender que Ele profusam ente conceda grandes talentos a pessoas que consideraríamos não merecedoras, que Ele selecione seus artistas com tranqüila desatenção às qualificações morais superficiais quando escolhe seus santos. Freqüentemente esquecemos que Ele tem um dom especial para cada um de nós, porque tendemos a avaliar tais dons segundo os valores
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ de mercado do mundo. As duas moedinhas da viúva tinham mais valor do que o ouro de todos os ricos, porque representavam o centro da vida dela. Sua pobreza era rica, porque tudo o que ela tinha pertencia ao Senhor vivo. Uma mulher elisabetana, de quem nunca se ouviu falar e que tenha levado uma vida de amor abnegado, pode muito bem ser levada diante do trono de Deus à frente de Shakespeare, pois tal pessoa talvez tenha sido uma força maior para o bem do que alguém a quem as bênçãos de Deus parecem ter sido dadas mais generosam ente. Como disse Emmanuel Cardinal Suhard: “Ser testemunha não consiste em se engajar a fazer propaganda, nem mesmo a avivar pessoas, mas em ser um mistério vivo. Significa vi ver de maneira tal que a vida não faria sentido se Deus não existisse”.6 N o ssa b u sc a p o r sucesso esp iritu al deve afastar-nos d a p reo cu p ação sobre v iv e r (i.e., guiar) à so m b ra de outra p esso a. V ivem os e g u iam os à so m b ra de nosso Senhor. O s co rp o s m in isteriais cap tam essa atitude do p a sto r e a ap ó iam com en tu siasm o que se esp alh a pelo santuário. Todo m em b ro de ig reja alm eja ter u m p a sto r d ed icado que seja tran sp aren te, seguro, ab n eg ad o e que sirv a de m o d elo p ara a retidão. O tam an h o do seu ta le n to d im in u i em im p o rtâ n c ia q u a n d o o fru to do E sp írito é óbvio: “C arid ad e [am or], gozo, paz, lo n g an im id ad e, b en ig n id ad e, bo n d ad e, fé, m an sid ão e tem perança. C o n tra essas coisas não há lei” (G1 5.22,23). E ssas q u alid ad es g an h am todas as vezes. N a v erdade, to d o corpo m in isterial p re c isa fazer apenas u m a p erg u n ta b á sic a antes de q u a lq u e r decisão: “O que ag rad ará m ais a D eus e m elh o r h o n ra rá sua ig reja no que diz resp eito ao assunto que está diante de n ó s? ” R eco rd o a o casião em q u e m e reu n i com certo corpo de m inistros, que h a v ia ficad o sem p a sto r e e stav a atu an d o com o co m issão p ara p re en c h er a v ag a d esocupada, entrev istan d o candidatos, procurando a pessoa certa para a função. Seus m em b ro s m o straram -m e um a lista de perguntas que tin h am p re p a ra d o e u s a v a m c o m o d ire triz p a ra as e n tre v ista s. U m a áre a do interrogatório cen tralizav a-se na vid a dev o ta do candidato: “F ale-nos sobre sua v ida espiritu al. C om o v o cê co n h eceu a D eu s? Q uando você conheceu a D eus, o que faz a resp eito ? C o m o é sua v id a de o raç ão ? ” U m dos m em b ro s do corpo m in isterial fez um a careta e disse: “Isso tem sido u m a das ex p eriên cias m ais esclareced o ras desd e que sou m em bro d este co rp o m in isterial. A s A ssem b léias de D eu s não têm p astores que p o ssam ex p ressar a v id a esp iritu al d eles p a ra nós? Já falam os co m três c a n d id a to s e to d o s p a ssa ra m p o r c im a d essa s p e rg u n ta s so b re a v id a e s p iritu a l. P a re c e q u e e le s e s ta v a m im p o s s ib ilita d o s de d a r-n o s u m testem u n h o claro sob re a vid a de o ração que m antinham . U m deles chegou a d izer que n ão tin h a tem p o p a ra o rar todos os dias, po rq u e o trab alh o da ig reja m an tin h a-o m u ito o cupado, de m o d o que ten tav a fazer co m que todas as suas ativ id ad es d iárias fo sse m u m a oração ao S en h o r” . O diácono olhou tristem ente p ara m im , depois para os outros, e concluiu: “ Se nós, n este m in istério , tem o s de ser h o m en s de oração e lev ar nossas fam ílias em o ração, n o sso p a sto r tam b ém n ão d ev e ria ser p e sso a que faz da o ração p arte im p o rtan te do seu tra b a lh o ? ” R ecen tem en te perguntei a um grupo de m em bros de corpos m inisteriais que estav am p ro cu ran d o u m pastor: “Q ual a q u alid ad e m ais im p o rtan te que vocês b u scam n u m p a sto r? ” Q u ase todos resp o n d eram em uníssono:
364 O PASTOR PENTECOSTAL “Q u e re m o s um p a s to r q u e te n h a u m c o ra ç ã o v o lta d o p a ra as co isa s e sp iritu a is!” D ep o is a c rescen taram que o p a sto r que se a p ro x im a deles p o d e n ão te r m u itas das características de lid eran ç a m e n cio n ad as com o essen ciais p a ra o sucesso, m as se ele é sem elhante a C risto e tem u m a e sp iritu a lid a d e crescen te, eles p e rd o a m co m m ais facilid ad e q u a isq u er in su ficiên cias q u e ele p o ssa ter.
Avance com a O rganização G u iar e serv ir um co rp o de m in istro s re q u e r org an ização in telig en te que efetiv am en te fa ç a a ig re ja avançar. C reio que foi P hilip R ise que disse: “T odas as casas tê m u m a g a v e ta p ara g u ard ar trastes. Q u alq u er co isa que se q u e ira d essa g av eta in ev itav elm en te estará no fundo. T endo retirad o o que se q u eria — p o u co im p o rtan d o se era um item grande ou p eq u en o — , a g av eta n ão fe c h a m a is” . A lg u m as igrejas fu n cio n am de acordo co m a “g av eta de tra ste s” o rg an izacional. P e te r D rucker, u m dos m ais pro em in en tes gurus da a d m in istração de to d o o m u n d o , faz sutil m as enorm e d istinção entre eficiê n cia e eficácia: “E fic iê n c ia é fazer as coisas direito. E ficá cia é faze r as coisas ce rta s” . A d if e r e n ç a e n tr e líd e r e a d m in is tr a d o r , s e g u n d o D ru c k e r, é q u e o ad m in istra d o r faz as co isas d ireito enq u an to o líd e r faz as coisas ce rta s.7 U m p a sto r eficaz, trab alh an d o co m esm ero co m seu co rp o m inisterial, p ro cu ra fazer as coisas certas. C oisas certas n em sem pre são óbvias; devem ser en co n tra d a s. E p o r isso que é sen sato que u m p a sto r e seu corpo m in isterial estejam e m so ciedade e ten h am u m relac io n am en to estreito. E n c o n tra r as c o isa s c e rta s p a ra fa z e r é u m a d e s c o b e rta a g ra d á v e l e satisfató ria, tan to q u an to cim en ta a confiança. O p asto r elo g ia os m em bros do corp o m in isterial p e la p arte que eles d e sem p en h a m n a lid eran ça, e os m em b ro s do corpo m in isterial ad o tam o p a sto r pe la n o táv el lid eran ça dele. E tod o s saem g anhando. D a r estru tu ra à sua lid e ran ça faz-m e lem b rar de um quadro de avisos que v i n a sala de au la d a 4- S érie de m in h a filha. E ra a n o ite dos pais, e m in h a esp o sa e eu estáv am o s visitan d o o quarto de H eather, n o ssa filha. C o rria a fe ira de ciên cias, e vi no qu ad ro de avisos as p alav ras “C om o Ser u m C ie n tista ” , aco m p an h ad as destes passos: 1. 2. 3. 4. 5.
F o rm u le hipó teses. C o lete dados. E x p erim en te. O bserve. F a ç a conclu sõ es.
P ara um pastor, esse processo tam bém funciona. A o p rocurar po r coisas certas p ara fazer, o prim eiro passo p a ra o pastor e seu corpo m inisterial é fo rm u la re m hipóteses, ou fazerem suposições. P o r exem plo, digam os que a igreja esteja crescendo, suas instalações sejam pequenas, e parece que haverá necessidade de m ais espaço, exigindo possivelm ente m u dança de endereço. A m ed id a q u e você co leta d a d o s, ou co m eç a a in v estig a r a id éia da m u d an ça, tente im a g in a r o im pacto g lo b al financeiro. V ocê terá p e rd a de
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ fre q ü ê n c ia de p e s s o a s ? H á a lte rn a tiv a s à m u d a n ç a ? Q u e id é ia s são m elh o res? E n tã o v o c ê e x p e r im e n ta , o b te n d o r e la tó r io s so b re to d a s as su as perg u n tas e c o m p aran d o as resp o stas co m sua ren d a atu al e ex p eriê n cia p esso al. V ocê so b rev iv e co m o q u e e stá d esco b rin d o ? A m e d id a q u e v o cê o b serva d u ran te u m p erío d o de m eses a d in âm ica p o sitiv a e /o u n e g a tiv a d a c o n g re g a ç ã o e a so lid a rie d a d e do co rp o de m in is tr o s e m to rn o d a s r e s p o s ta s q u e a g o ra e s tã o s u rg in d o , e s s a s o b serv açõ es lev am -n o a tira r c o n clu sõ es p a ra m u d a r a c o n g reg ação de u m a in sta la ç ã o p a ra o u tra? N esse caso , faça! C aso co n trário , não! N a m a io ria das vez, po rém , o trab alh o de o rg an ização do corpo m in isterial e do p a sto r co n d u z ao q u e to d as as in stitu iç õ es q u e b u scam ex c e lê n cia req u erem : p lan ejam en to e m u ito trabalho. C o m p o r a a g en d a m en sal do co rp o m in isterial ex ig e u m to q u e de arte. N ão m en o sp reze o p o d er de plan o s b e m detalh ados p ara a agenda. Im prim a e d istrib u a-a. P e n se e rep en se no q u e p re c isa ser co lo cad o e no q u e prec isa ser retirad o . Se v o cê q u er ad q u irir algo, c e rtifiq u e-se d e que seja algo re a lm e n te n e cessário e ten h a os fatos p ara ap o iar a n ecessidade. R espeite o orçam en to . N ão so licite a a p ro v ação do co rp o m in isterial p a ra despesas d e s n e c e s s á ria s e in ú te is. É u m a b o a c o is a p a ra u m p a s to r d iz e r n ã o ocasionalm ente, se o item solicitado fo r exorbitante ou p o ssa ser postergado. Se n ecessário , d eix e q u e o corpo m in iste ria l o rejeite. A resp o n sab ilid ad e final p o r to d as as d ecisõ es re c a irá sobre você, e as p essoas n o rm alm en te o re sp o n sa b iliz a rão p o r to d as as co isas g astas ou esbanjadas. F iq u e lo n g e de seg red o s qu e, em su a essência, são d i f e r e n t e s d e c o n f i d ê n c ia s . S e o s m e m b r o s d a co n g re g a ç ão sab em qu e v o cê e o co rp o m in isterial não s ã o d e f a z e r s e g r e d o , a c o n f i a n ç a s u b ir á v e rtig in o s a m e n te e e le s te rã o m a is f a c ilid a d e em en ten d er e ap reciar a co nfidência. S egredos p ro m o v em p aran ó ia. O p o v o su sp eita de m o tiv o s sin istros todas as v ezes q u e ru m o res silen cio so s e atitu d es d uvidosas ad v ê m d e re u n iõ e s m in iste ria is. “O q u e e les estão fazen d o lá?” A ex p o sição dos fatos é a ferram en ta m ais e fic a z d o p a s to r e do c o rp o m in is te ria l p a ra fa z e r am igos. A co n fia n ç a é c o n stru íd a p e la rev e la ção dos fatos. A c o n fid ê n c ia p ro te g e a d ig n id ad e da p esso a. O seg red o alim en ta ilu sõ es e tra n c a as po rtas. N in g u ém en tra — ex ceto o d e sco n ten tam en to e a suspeita. S em p re ten h a u m relató rio fin an ceiro e d eixe que o teso u reiro o dê. N ão esco n d a n o tícias ruins; an tecipe-se. Se as despesas e stiv e re m a u m en tan d o m ais do q u e a ren d a, seja o p rim eiro a re co m en d a r m eio s de e q u ilib ra r o b alan cete. A p erte o cin to du ran te p erío d o s de vacas m ag ras. V irá o d ia em q u e o co rp o de m in istro s irá se le m b ra r do b o m senso co m q u e v o cê se p o rto u e re c o m p e n sa rá sua sábia liderança. F aça todos os anos o rçam en to p a ra o rien tar as d ecisões finan ceiras do corpo m in isterial. A sseg u re-se de q u e o co rp o de m in istro s estu d e e ap rove o o rç a m e n to . P o u c a s c o isa s d e b ilita m o p a s to r m ais d e p re ssa do q u e a c o n v ic ç ã o p a r tilh a d a p o r u m c o rp o d e m in is tro s d e q u e o p a s to r é
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Fique longe de segredos, os quais são diferentes de confidências, ea confianca subirá vertiginosamente
366 O PASTOR PENTECOSTAL fin a n c e iram e n te irre sp o n sá v el. É d ifícil g an h ar co n fian ça, e q u an d o a p erd em o s, fica q u ase im p o ssív el recu p erá-la. E a p rin cip al m o ed a sonante de um p a sto r p a ra c o m seu co rpo de m in istro s é co n fian ç a e crédito. D ê responsabilidades im portantes a cada m em bro do corpo de m inistros. V ocê p o d e n o m e á -lo s p a ra se c re ta ria s ou d e p a rta m e n to s, p a ra áreas especiais da vida da igreja e p ara trabalhos entre o povo e/ou nas instalações d a igreja. P arte da ag en d a de u m corpo m in isterial deve s e r o c u p a d a c o m re la tó r io s d o s r e s p o n s á v e is das s e c r e ta r ia s ou d e p a rta m e n to s q u e te n h a m fa to s a in fo rm a r relacio n ad o s aos trabalhos efetuados no m ês. U m s i s t e m a d e s e c r e t a r i a s o u d e p a r ta m e n to s p ro p o rc io n a ao co rp o m in iste ria l a o p o rtu n id a d e de d e le g a r tr a b a lh o q u e p o s s a s e r m u ito g r a n d e ou co m p licad o dem ais para ser discutido n a reunião. O utro grupo ou p esso a pode dedicar-se a fazer um a exploração m ais co m p leta sobre d eterm in ad o assu n to e re p o rta r seu s a c h a d o s ao c o rp o de m in istro s, a m e n o s que, e v id e n te m e n te , o c o rp o d e m in is tr o s te n h a d a d o ___________________ 5 J au to rid ad e p a ra to m a r decisões. Isso tam b é m im pede q ue o corpo de m in istro s fique atolado c o m coisas que p o d e m ser feitas p o r outras pessoas. M eu am igo, B uddy A shurst, é apicultor e m em bro do corpo de m inistros e m E l C entro. E le c o n ta que nos dias q u entes a p ro x im ad am en te m etade das abelhas p erm an ece d entro da co lm éia batendo as asas. enquanto a outra m etad e sai p a ra b u sc a r p ó len e néctar. P elo fato de e starem b aten d o as asas. a te m p e ra tu ra n o in te rio r d a c o lm éia gira e m torno de dez g raus a m en o s do q u e o am b ien te exterior. A s abelhas fa ze m ro taç ão de tu rnos e aquelas que n u m d ia re frig e rav a m a colm éia, no outro vão co lh er m el. S áb ias abelhas! O tem p o g asto é im p o rtan te n a apresen tação dos assuntos ao co rpo de m in istro s. A resp eito de seu pastor, certo m em bro do co rp o m inisterial d isse-m e: “E le q u er trazer tudo p ara o topo da lista. Todos os assuntos sob re os q u ais falam o s são im portantes. N ão h á assuntos secundários para ele, e p o r isso d isp u ta p o r cad a um . G o staria que ele nos d esse um tem po p a ra to m arm o s fô leg o em n o ssas reuniões. U ltim a m en te com eçam o s a n os defender, m as não g osto do que sinto. Volto p a ra casa em o cio n alm en te e x a u sto ” . Se a reação a d eterm in ad o item fo r fortem en te n eg ativ a, pode ser que seja necessário retirá-lo discretam en te d a p au ta e esp erar p o r outra o casião p a ra trazê-lo de volta. N esse en tretem p o , você p o d e rá e x p lo ra r os m o tiv o s p a ra a re tic ê n c ia e reserv ad am en te ap resen tar suas razõ es p ara os b en efício s do item .
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A principal moeda de i i paster para cone seu corpo ü ministros é confiança e crédito
B usque Bons R elacionam entos Pessoais G u ia r e s e r v i r u m c o r p o d e m in is tr o s r e q u e r h a b i l i d a d e n o s re la c io n a m en to s p esso ais. A essê n cia de tra b alh a r co m e fic ác ia ju n to com um corpo de m in istro s ach a-se em ver e e n ten d er o p o nto de v ista uns dos outro s — flex ib ilid ad e — , e não em teim ai' p o r estar co m a razão. J. R o b ert C lin to n , em T he M a k in g o f a Leacler (A F o rm a çã o de um
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ L íd er), fa la a resp eito de ce rta ép o ca e m q u e serviu co m o m em b ro de co rp o de m in istro s q u e fre q ü e n te m en te se re u n ia p a ra orar, co m p a rtilh ar e re so lv e r p ro b lem as. D u ran te u m ex ten so p eríodo, q u ando u m a questão estav a sendo d isc u tid a p e lo corpo m in isterial, ele assum iu ríg id a posição, insistindo n ela co m v ig o r e p aix ão inflexíveis. O s outros m em bros do corpo m in isterial, seg u n d o ele, ain d a estav am ten tan d o p o sicio n ar-se em relação à q u estão (que d iz ia re sp e ito a u m a o rien tação e sp iritu al p a ra u m dos irm ão s), m as “eu h a v ia sen tid o q u e o E sp írito S anto tin h a nos g u iad o para u m a d ecisão. [...] F iz firm e p ressão sobre o assunto e pro v av elm en te faltou su tileza e m m eu estilo de p re ssio n a r” . Todos os m em bros do co rp o de m in is tr o s c o n f r o n ta r a m - n o c o m d u r e z a p e lo s s e u s m o d o s r u d e s , in fo rm aram -n o de que no c o rrer dos anos ele sem pre lhes fo ra o fen siv o e, n o fim , retiraram -n o do corp o de m in istro s. P ed iram -lh e que não m ais c o m p a re c esse ao escritó rio . M ag o ad o p ela ação e en v erg o n h ad o d iante dos am igos, C linton decidiu n ã o re v id a r, m as, a n te s, to m a r o b a n im e n to c o m o ato d e a u to rid a d e esp iritu al d e leg ad a p o r D eus. E le su b m eteu -se. E m certo dom ingo, seu pasto r, p re g a n d o so b re R o m a n o s 6, fa lo u so b re “co n sid era i-v o s co m o m o rto s p a ra o p ecad o , m as v iv o s p a ra D eu s em C risto Je su s” . D ep o is da m en sag em , o p a sto r d istrib u iu fo lh as de p ap el am oldadas n a fo rm a de lápides. N elas en co n trav am -se as p alavras: C lin to n ex p lico u : “C a d a u m de nó s d ev ia e screv er o p ró p rio n o m e e depois reg istrar o que sen tíam o s q u e D eu s estav a nos m o stran d o em n o ssas v id as p a ra o qual dev íam o s m orrer. Se p r e c is á s s e m o s d e m a is e s p a ç o , d e v e ría m o s e s c r e v e r n a s c o s ta s d o p a p e l. [...] F o i u m m o m en to em o cio n an te para m im . T inha p lena Data: consciência de que aquele era u m dom ingo m uito especial. “ S en tia q u e D eus e stav a reu n in d o o que tinha aco n tecid o co m ig o e co n cen tran d o -o , p a ra m e Obediente e n sin ar algo im p o rtante. F ui salvo do co n flito e até morte. d a d is c ip lin a . F u i fo r ç a d o a r e a v a lia r m e u m in istério e m eu s re la cio n a m en to s passados. “N a fre n te e sc re v i m e u n o m e e as p a la v ra s ‘A v alia çã o d e v id a e m in isté rio ’. Q uan d o eu e stav a v iran d o o p ap el p a ra e screv er na parte de trás, veio -m e com o u m raio a frase: E u era inflexível. E ra com o se o próprio S en h o r tiv esse falad o co m ig o . E screv i n a p arte de trás: ‘M o rte ao direito de te r ra zã o ’. “A in d a h o je trag o a q u ela láp id e em m in h a B íblia. O casionalm ente, dou u m a o lh ad a p a ra n ão esquecer. D e vez em q u ando m in h a esp o sa tam b ém m e lem bra: ‘V ocê n ã o tem u m a láp id e em algum lu g a r q u e diz q u e você não te m de ter ra z ã o ? ” ’8 M o m en to s co m o esses são fu n d am en tais p a ra o d esen v o lv im en to d a lid e ra n ç a de q u em q u e r q ue seja. O leg en d ário trein ad o r de fu teb o l am ericano, Paul “U rso ” B ryant, do A lab am a, falo u certa vez p a ra u m a au diência: “ Sou apenas u m c aip ira do A rk an sas, m as ap ren d i co m o m a n te r u m tim e unido. C o m o in c en tiv a r alg u n s h o m en s, co m o acalm ar outros, até que fin alm en te todos ten h am
368 O PASTOR PENTECOSTAL u m só sen tim en to , sejam u m tim e. H á três coisas que sem p re digo: (1) se algo dá errad o , eu sou o resp o n sáv el; (2) se algo d á m ais ou m en o s certo, e n tão nós som os os resp o n sáv eis; (3) se algo d á m uito certo, então vocês são os resp o n sáv eis. É tu d o o que se p re c isa p a ra faze r co m que as pessoas g an h em jo g o s de fu teb o l p a ra v o c ê” . O m a io r p riv ilég io no m inistério é trab alh ar co m u m co rp o de m inistros cu ja m e ta em cad a reu n ião seja a p ro fu n d ar relacio n am en to s, cho rar um pouco, rir b a sta n te e e n c o n tra r a v o n ta d e de D eus p a ra aqu ele m om ento.
L ista de Leitura D R E S S E L H A U S , R ic h a r d L . T h e D e a c o n a n d H is M in is tr y . S p rin g field , M isso u ri: G o sp el P u b lish in g H ouse, 1977. G E O R G E , C arl F.; L O G A N , R o b e rt E. L ea d in g a n d M a n a g in g Your C hurch. T arrytow n, N o v a York: F lem in g H. R ev ell C om pany, 1987. G R E E N L E A F , R o b e rt K . S e rv a n t L ea d ersh ip . M ah w ah , N o v a Jersey: P a u list P ress, 1917. M A L P H U R S , A ubrey. P lanting G row ing C h u rc h esfo r tlie 21 st Century. G ran d R apids: B ak er B o o k H ouse, 1992. O S B O R N E , L arry W. The U nity F actor. Irv in g , Texas: W ord B ooks, 1989. T H O M P S O N , R o b e rt R .; T H O M P S O N , G e ra ld R. O rg a n izin g f o r A c c o u n ta b ility . W h eato n , Illinois: H aro ld S haw P u b lish in g , 1991.
Dirigindo Reuniões Ministeriais e Assembléias Deliberativas Fulton W. Buntain ssem b léia d elib e ra tiv a d a igreja, ou reu n ião c o m o co rp o m inisterial, q u a n d o c o ro a d a d e s u c e s s o , é a q u e la n a q u a l os a s s u n to s são gerenciados nu m a atm o sfera de am or, respeito e ordem cristãos. “Toda am argura, e ira, e cólera, e g ritaria, e blasfêm ias, e to d a m alíc ia seja tirada de entre vós. A ntes, sede uns para co m os outros benignos, m isericordiosos, p erd o an d o -v o s uns aos outros, com o tam b ém D eus vos perdoou em C risto ” (E f 4.3 1 ,3 2 ). A ch av e p a ra a a tm o sfe ra a p ro p ria d a e n c o n tra -se em u m a palavra: p rep a ra çã o .
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UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
Preparação E spiritual A lid e ra n ç a d a ig re ja te m de orar! É e sse n c ia l q u e o p a sto r se re ú n a c o m os m e m b ro s d o c o rp o m in is te ria l p a ra te r m o m e n to s d e o ra çã o e sp e c ífic o s e m fa v o r d o s assu n to s d a ig re ja — tan to p a ra as re u n iõ e s m in iste ria is q u a n to p a ra as a sse m b lé ia s d e lib e ra tiv a s. N e sse s p e río d o s d e o r a ç ã o , é d a d a o p o r tu n id a d e a o E s p ír ito S a n to p a r a q u e E le p ro d u tiv a m e n te fa ç a a ig re ja ir e m fre n te p a ra a h o n ra e g ló ria de D eus. E s se te m p o d e o ra ç ã o tra r á u n id a d e n a lid e ra n ç a . U m a a s s e m b lé ia d e lib e ra tiv a se g u ra m e n te e sta rá c h e ia de te n sã o e e stre sse se a lid e ra n ç a n ã o e s tiv e r u n id a . D e p o is d e s s e s m o m e n to s d e o ra ç ã o , d e v e s e r in cen tiv ad o o d iálo g o aberto. R e co n h eça qu e as perso n alid ad es dos líderes e c le siá stic o s so frem v a ria ç õ e s. A b o a v o n ta d e d e a c e ita r essas d ifere n ças e, ao m e sm o te m p o , o fato de to d o s tra b a lh a rem ju n to s em h a rm o n ia c o m o o C o rp o de C risto , fa z e n d o e fic a z m e n te su a o b ra, são d e e x tre m a im p o rtâ n c ia . D esco b ri q u e áreas e m q u e h á d isc o rd â n c ia p o d e m m u itas v ezes ser so lu cio n ad as ad ian d o -se a d ecisão até q u e m ais p o n d eraçõ es e orações sejam feitas p a ra relacio n ar-se co m o assu n to. O ca sio n alm en te o p róprio tem p o d eb ilita a re sistê n c ia e o sen tim en to doentio. A fin a l de contas, a ch av e p a ra o sucesso em todas as áreas da o b ra do S en h o r é a unidade. Assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também (1 Co 12.12). O corpo não é um só membro, mas muitos (1 Co 12.14). Para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele. Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular (1 Co 12.25-27). E certo q u e o corp o m in isterial n ão p o d e cu m p rir sua verd ad eira m issão sem u m elev ad o n ív el de u n id a d e d e m e n te e espírito. Só a etern id ad e re v e la rá a a g o n ia s o frid a n a s ig re ja s, q u a n d o a p re p a ra ç ã o e sp iritu a l ad eq u ad a não preced eu a reu n ião co m o corpo d e m inistros ou a assem bléia d e lib e ra tiv a da igreja.
Preparação da D ocum entação A propriada A se g u n d a ch av e p a ra q u e u m a asse m b lé ia d elib erativ a anual d a ig reja ou p a ra q u e u m a reu n ião do corp o de m in istro s sejam b em -su ced id as, é a p re p a ra ç ã o d a d o c u m e n ta ç ã o ap ro p ria d a . A reu n ião d ev e ser fe ita de aco rd o co m as reg ras aceitas de R o b e rt ’s R u les o fO r d e r (R eg ra s de O rdem d e R o b e rt [R evista]).1 S ão reg ras b ásicas e estab elecid as p e la m aio ria das assem b léias d elib erativ as. R e fe rê n c ia a essas reg ras fo rm a a estru tu ra na qual os assu n to s p o d e m ter seg u im en to . U m p arlam e n tar que seja bem v ersad o nos p ro ced im en to s de u m a asse m b lé ia d elib erativ a po d e aju d ar o p a sto r o u p re sid e n te n as q u estõ es de ordem . E n tre os tipos de m o çõ es e seus tratam en to s in clu em -se (1 ) a questão p rin c ip a l — o item sob im e d ia ta co n sid eração ; (2) a m o çã o su p lem en ta r
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370 O PASTOR PENTECOSTAL — u m item q u e se re la c io n a à q u estão p rin cip al e p ro cu ra afetar a questão p rin c ip a l atrav és de em en d a, su b stitu ição , ad iam en to , c o m etim en to ou reco m en d ação ; (3) a m o çã o p rivileg ia d a — u m item que tem a p recedência sobre to d as as o u tras m o çõ es, p o rq u e co ncerne ao b em -estar e co n forto da a sse m b lé ia (p o r ex em p lo , recesso , n ece ssid a d e de d iv id ir u m a m oção, ap elação em u m a ação d eclarada); e (4) a m o çã o in cid en ta l — u m item da o rd e m su jeito apenas a d eb ate lim itad o (por ex em p lo , su rgim ento de um a q u estão de ord em , lim itação dos d iscursos, d eb ate final, c h am am en to à q u estão e p ro ced im en to d a c o n sid eração ).2 A p a rte e s s e n c ia l d e u m a a s s e m b lé ia d e lib e ra tiv a é u m a a g e n d a c laram en te d e fin id a do q u e v ai ser discu tid o n a reu n ião . U m a co m issão p a ra a elab o ração da a g en d a é m u ito útil p a ra m a n ter a reu n ião no curso certo. E ssa co m issão o ficial d ev e re u n ir-se antes de to d as as reu n iõ es o ficiais d a igreja, p o ssiv e lm e n te em u m am b ien te in fo rm al, p a ra p lan e ja r a agenda. Se m esm o antes do in ício de u m a reu n ião todo o co rpo co n co rd a em c u m p rir a ag en d a p rev ia m e n te prep arad a, a p o ssib ilid a d e de a reu n ião se r ise n ta d e d ific u ld a d e s é e x tre m a m e n te alta. M u ito s p ro b le m as nas re u n iõ e s m in iste ria is d a ig re ja su rg em q u a n d o a a u d iê n c ia é ab e rta à d isc u ssã o de q u a lq u e r a ssu n to , sem in v e stig a ç ã o a d e q u a d a , o ra ç ã o e d o cu m en tação . S u g erim o s a seg u ir u m a o rd em de assuntos e outros seguim entos. 1. C h am ad a à o rd em p elo p asto r/presidente. 2. D ev o cio n al (pode in clu ir canto co n g reg acio n al e reg o zijo pelo q u e D eu s e stá fazen d o n a ig re ja ou n a v id a das p essoas). 3. D eterm in ação de q u o ru m p o r ch am a d a ou verificação visual. 4. L e itu ra d a ata e ap ro v ação das m inutas d a reu n ião an terio r e d a a g e n d a p a ra a reu n ião atual. 5. R elatórios. 6. A ssu n to s incon clu so s. 7. V otações. 8. N o v o s assuntos. 9. Itens esp eciais co m o anúncios. 10. R ecesso. O p a sto r/p re sid e n te d a reu n ião do co rpo de m in istro s ou d a assem b léia d e lib e ra tiv a tê m de d irig ir a re u n iã o d e m a n e ira o rd e n a d a e m a n te r u m h o rá rio e fic ie n te o b se rv a n d o as re g ra s p a rla m e n ta re s. O p re sid e n te n ã o d o m in a a r e u n iã o , m a s tã o - s o m e n te g u ia o c o rp o m in is te r ia l o u c o n g re g a c io n a l a tra v é s d os iten s d e a ssu n to s no in tu ito de d ar h o n ra ao R e in o de D eu s. D e v e m o s le m b ra r-n o s d e que, e m b o ra fa ç a m o s tu d o o q u e po d em o s p a ra ser org an izados e op erar dentro de d iretrizes adequadas, estam o s serv in d o ao S en h o r e à sua obra. P aulo disse a T im óteo: “E screvote e sta s co isa s [...] p a ra q u e sa ib a s c o m o c o n v é m a n d a r n a c a sa de D eu s, q u e é a ig re ja do D e u s v iv o , a c o lu n a e firm e z a d a v e rd a d e ” (1 T m 3 .1 4 ,1 5 ). A re u n iã o q u e tra ta d e assu n to s lig a d o s à ig re ja é u m a re u n iã o e sp iritu a l, d a m e sm a fo rm a q u e u m e stu d o b íb lic o ou cu lto d e d o m in g o é u m a re u n iã o e sp iritu a l. O e n fo q u e p o d e ser u m tan to d ife re n te , m as a
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
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c o n d u ta d o s a ssu n to s d a ig re ja é e sse n c ia l à saú d e e fu n c io n a m e n to a d e q u a d o d a ig re ja local. J o h n M a x w e ll d e c la r a : “ D o is p r o b le m a s c o m u n s e m r e u n iõ e s m in iste ria is são: (1) c a d a p e s s o a te m su a p ró p ria ag e n d a e (2) o p a sto r p a ssa p o r m o m e n to s d ifíceis p a ra m a n te r o co n tro le d a re u n iã o ” . M ax w ell tem razão . E le re c o m e n d a e v ita r d iv a g a ç õ e s, m a n te n d o -se fiel à a g e n d a p re p a ra d a an tes d a re u n iã o . A c re sc e n ta a in d a a p ro v e ito sa su g estão de d iv id ir a a g e n d a e m três c a te g o ria s: iten s d e in fo rm a ç ã o , e stu d o e a ç ã o .4
UmAssunto não Está Pronto para Votação... Q uando h á m uito p o u c o s com entários. Se o p re sid e n te ex p õ e u m tó p ico e h á um silên cio in c ô m o d o , a o casião n ão é a p ro p ria d a p a ra votação. C e rta feita, n u m a reu n ião com o co rp o de m in istro s, ex p u s a n ecessid ad e de ad q u irir u m furgão n o v o p a ra a igreja. P o r cau sa das p re o cu p açõ es fin an ceiras d aq u ele m ês e m p articu lar, v ário s in teg ran tes d a re u n ião m o stra ra m -se h esitan tes em to m a r u m a decisão. S enti a p reo cu p ação deles e sim p les m e n te disse: “V am os e stu d a r e sta n e c e ssi d ad e u m p o u c o m ais a fu n d o e re a p re se n tar o item no m ês q u e v e m ” . N o m eam o s dois ou três m em b ro s p ara in v e stig a r a n e c e ssi d a d e e d a r u m re la tó rio n o m ês seg u in te. Q u an d o eles term in aram , ex p u s n o v am en te o assu n to . A d iferen ça n aq u ele m ês foi que as fin an ças e sta v a m eq u ilib rad as e u m “r e lató rio sobre a n e c e ssid a d e ” c u id a d o sa m en te p lan ejad o fo i ap resen tad o p e la com issão. F o i v o tad o p o r u n a n im id a d e q u e d ev íam os co m p ra r o furgão. Q u a n d o um d issid e n te so litá rio p e r m a nece calado. S e u m m e m b ro do co rp o de m i n istro s re v e la r ap reen são a resp eito de u m a p ro p o s ta , c o n fro n ta n d o com você diretam ente, m as n o restan te d a reu n ião m a n tiv er-se q u ieto so b re o assunto, n ão fo rce a vo tação . Se v o cê a c h a que p o d e fa z e r a p ro p o sta p assar en quanto ele e stá subm isso, p e n se b em . E le p ro v a v e lm e n te a rru in ará a d e c i são m ais tarde. M u d e de tó p ico , m as d epois co n tate-o e p erg u n te p o r que ele se m ostrou p o u co in clin ad o a e x p re ssa r suas p re o c u p a
ções. E n c o ra je-o a co m p artilh á-las n a p ró x im a reunião. Se ele não o fizer, faça com q u e o g r u p o c o n h e ç a a s o b je ç õ e s e a re lu tâ n c ia d ele em falar; dep o is, d isc u ta a p ro p o sta de novo. Q uando vo cê recebe olhares in so sso s ou interrogativos. Q u ando v o cê vê olhares d e s p ro vidos de em o ção , n o rm alm en te significa que as idéias n ão foram c o m u n icad as com b astan te clareza. V olte e e x p liq u e o tó pico o u tra v ez até que ten h a certeza de que to dos vocês esteja m “falan d o a m esm a lín g u a ” . Q uando a lg u n s m em bros estã o em p r o fu n d a c o n tem p la çã o . A s v ez es as p esso as p recisam de tem p o p a ra p ro ce ssa r e dig erir as inform ações, sobretudo quando dizem res peito a notícias ruins ou surpreendentes. Todo m u n d o p ro ce ssa os assuntos a v elo cid ad es d iferentes. Incen tiv e os m em b ro s do corpo de m in istro s a re fle tire m em ca sa so bre o assu n to . E n tã o a b o rd e o tó p ico no fu tu ro , q u ando to dos estiv e re m prontos. Q uando a ssu n to s im p o rta n tes não estão se n d o d isc u tid o s. P o r v ezes, q u a n d o v o cê está su g erin d o idéias p a ra liv re deb ate, você sabe que h á o b jeções im p o rtan tes, m as que não estão sendo expostas. E v ite a tentação de c o lo ca r em votação. T odo assunto n e g ati vo, sem te r sido d e v id am en te debatido, não d esap a re cerá sem m ais n em m enos; ele se inflam ará e ficará pior. E n co raje os m em bros do co rpo de m in istro s a d isc u tire m suas p re o cupações. E, se eles n ão as ex p o rem , ex p o n ha v o cê .3
372 O PASTOR PENTECOSTAL 1. Ite n s in fo rm a tivo s. T o da re u n ião d ev e co m e ça r co m co m e n tário p o sitiv o , e a seção in fo rm ativ a d a ag en d a to rn a-o p ossível. In clu a cinco ou seis relato s p o sitiv o s sob re o m in istério d a igreja. M en c io n e quantas p esso as estav am p resen tes n a E sc o la D om in ical d a sem an a p a ssa d a ou o m in isté rio e m p o lg a n te d o E sp írito S anto no cu lto d a m o cid ad e do dia anterior. D ê no tícias so bre fu tu ro s ev entos, reu n iõ es ou cultos especiais. U se esse tem po p ara inform ar e lem brar a razão p a ra a reunião. E ssa p arte da a g en d a difere do p lan o “assuntos antig o s/assu n to s n o v o s” , que às vezes é in fru tífero , en ted ian te e negativo. E m reu n iõ es trad icio n ais, é m u ito co m u m que as fin an ças sejam o p rim eiro tó pico ab ordado, e m uitas re u n iõ e s n u n c a saem d isso. P o r outro lado, os itens fo rm ativ o s são esco lh id o s p rin cip a lm en te p o rq u e são ___________________ 55 in p o sitiv o s, in teressan tes e dão o to m p a ra o restan te das reun iõ es. G aste não m ais que cinco m inutos nessa seção — tem p o m ais q u e su ficien te p a ra in sp ira r co raçõ es e p rep ará-lo s p a ra o seg m en to m ais p ro d u tiv o d a reunião. 2. Iten s de estudo. E ssa p arte da ag en d a sem pre c o n tém grande p arte dos itens. N o v en ta e cin co p o r cento do tem po d a reu n ião deve ser utilizado e stu d a n d o ou d isc u tin d o esses assu n to s e itens de in teresse. S u a m e ta du ran te e ssa p arte d a reu n ião é sugerir idéias p a ra debate. E sfo rc e-se p ara fa z e r c o m q u e to d a su g estão e ob jeção p o ssív eis sejam ap resen tad as à m esa. N u n c a a b ra v o tação so b re ite m q u e você rela c io n o u co m o ite m de estudo. A p ressão p a ra v o ta r faz as p essoas to m arem p artid o e d esen co raja o p e n sam en to liv re e criativ o. N u n c a v o te u m item de estudo antes da reu n ião seguinte. A lg u n s iten s de e stu d o p o d em ser m an tid o s p o r m eses, p erm itin d o que o p ç õ e s e o b je ç õ e s se ja m a p re se n ta d a s e e x p lo ra d a s. O u tro s assu n to s p e rm a n e c em co m o iten s de estu d o só p o r u m a reu n ião e, a seguir, p a ssa m p a ra a p ró x im a sessão. C o n serv a r itens n a seção de estu d o da ag en d a p erm ite que as pessoas p ro cessem inform ações sem se sentirem am eaçadas, e, ev en tu alm en te, um co n sen so é alcançado. S o m en te então o item estará p ro n to a ser co lo cad o d ian te do corpo m in isterial p a ra ação. 3. Iten s de ação. A seção fin al d a ag en d a co n tém itens d e ação, os quais j á e stiv e ra m n a seção d e estu d o por, p elo m enos, u m a reu n ião , e já fo ram d isc u tid o s e estã o p ro n to s p a ra v o tação . N u n c a g aste m ais que cin co m in u to s n e ssa área. S e seu co rpo m in isterial tiv e r sido sin cero e se a d iscu ssão e o estu d o fo ram ex au stivos, não h á razão p a ra p a ssa r m uito tem p o n essa seção. S e a tu alm en te v o cê se sen te fru strad o co m re u n iõ es m in isteriais, v o cê n ão é o ún ico . T odo p a sto r j á se sentiu assim , e a m a io ria de nós sonhou co m um m u n d o sem co m issõ es. M as a verdade é que precisam o s de nossos m em b ro s m in isteriais. E les nos dão p ersp ectiv a, ex p eriên c ia e fo rç a que não teríam o s sozinhos. U m corpo m inisterial bem adm inistrado n a v erdade m u ltip lic a os esfo rço s do p a sto r e p rovê os recu rso s n ecessário s p a ra a re alização do m in istério .
íí
A reunião que trata de assuntos ligados à igreja éespiritual
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
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A s m in u ta s (o u a ta s) d e u m a re u n iã o d e v e m ter: (1 ) o n o m e d a o rg an ização , (2) a n atu re z a d a reu n ião — o rd in á ria ou extrao rd in ária, (3) h o ra e lugar, (4) n o m e do p resid en te, (5) título ou tó p ico d ev o cio n al, (6) correção e ap ro v ação das m in u tas (ou atas) anteriores, (7) assuntos tratados (8), recesso e (9) a ssin a tu ra do secretário e data d e ap rovação. O pasto r tem u m p o u co de lib erd ad e n o arran jo das in fo rm açõ es iden tificad o ras no in ício ou fim das m in u tas ou atas.
C onclusão É ev id en te, p elo liv ro de A tos, q u e m esm o n a Ig re ja P rim itiv a, divisão e desu n ião eram u m p ro b le m a (p o r ex em plo, P aulo e B arn ab é disco rd aram em re la ç ã o ao e n v o lv im e n to d e Jo ã o M a rc o s n u m a im in e n te v ia g e m m issio n ária). O n d e q u er q u e os seres h u m an o s se reú n am , d isco rd ân cia será p arte d a d in â m ic a do grupo. E n tretan to , a p rá tic a dos crentes deve m o stra r ao m u n d o q u e a m o r e e n ten d im en to p rev a lec em q u an d o Jesu s é co lo cad o no cen tro de to d as as assem b léias d elib erativ as d a igreja.
Processo de Nomeação: Seleçãode Membros para o Corpode Ministros 1. Período de Sugestão
4. Período de Entrevista
P o d em ser su g erid o s n o m es à co m issão de seleção de m em b ro s p a ra o co rp o de m in is tros.
C om o o can d id ato co n tro la o te m p e ra m en to, a luxúria, as p aixões etc. E le le v a u m a vid a co eren te co m os prin cíp io s cristãos?
2. Período de Consideração
5. Período de Aprovação
C o n v ersas ap ro p riad as d a lid e ra n ç a c o m o can d id ato relacio n ad as à e x p lan ação dos as suntos d o u trin á rio s, co n stitu iç ã o e estatu to s d a ig reja, fre q ü ê n c ia às reu n iõ es do corpo de m i n i s t r o s , te m p o e c o m p r o m i s s o s d e m in istério etc.
D u ran te esse p eríodo, m em b ro s da ig reja p o d em faze r u m co m en tário de desap ro v ação , escrito e assinado, e en treg á-lo à co m issão de seleção do co rp o de m inistros.
3. Período de Investigação E sse estág io p re c isa ser m eticu lo so . São ab o rd ad o s assu n to s com o: V ocê tem u m a vid a d ev o cio n al co n sisten te? C o m o é su a v id a de o ração ? Você te m u m sólido casam en to ? Você é d izim ista? V ocê faz ev an g elism o p esso al? Você é m em b ro d a ig reja? V ocê e stá ciente dos co m p ro m isso s de tem p o req u erid o s p ara e sta re sp o n sab ilid ad e?
6. Período de Avaliação R euniões de avaliação inform ais ou form ais são úteis tanto p a ra o p a sto r q u an to p a ra o m em b ro do co rpo de m inistros.
7. Procedimento de Demissão E m caso de fracasso m o ral ou questões que cau sem d iv isão (T t 3.10), é b o m te r um p ro ced im en to d e d em issão ap ro v ad o p elo corpo de m inistros.
374 O PASTOR PENTECOSTAL
Prestação de Contas Bíblica _______ na igreja_______ Bob Schmidgall
J
aim e tin h a sido ativ o n a ig reja p o r vários anos. M as su tilm en te seu m atrim ô n io co m eço u a d esm oronar. Seu estresse foi am pliado ainda m ais p ela en ferm id ad e de sua esposa, que im p u n h a grandes lim itações a ela. M ais tard e, ap esar das p recau çõ es, ele div o rcio u -se d ela e, depois de certo tem p o , co m eço u a v er o u tra m ulher. Q u ando o p a sto r ficou sabendo do que e stav a aco n tecen d o , ch am o u Jaim e ao gab in ete pasto ral e advertiuo sev eram en te das p o ssív eis conseq ü ên cias. M as Jaim e ig n o ro u os avisos e, em p o u co tem po, c aso u -se co m a m ulher. O p a sto r n o v a m en te cham ou Jaim e, e disse-lh e que, p elo fato de ter ignorado os co nselhos, sua condição de m em b ro e stav a sendo c o n sid erad a p elo corpo de m in istro s d a igreja. E n q u an to isso, ele n ão fa ria p arte de n en h u m m in istério da igreja. A lg u m tem p o m ais tard e, Ja im e vo lto u ao p asto r p ro fu n d a m en te arrep en d id o pelo qu e fizera e p elo m o d o co m o se co m portara. P o r cau sa d a sev erid ad e do que acontecera, foi-lhe determ inado u m período de provação de cinco anos. Jaim e su b m eteu -se à d isc ip lin a e, depois de quatro anos, foi rein teg rad o ao m in is té rio lo c a l. P re s ta ç ã o d e c o n ta s é, h o je e m d ia , q u a lid a d e d esesp erad am en te n e c e ssá ria no C orpo de C risto. N ão tiv esse Jaim e sido ch am ad o a p re sta r co n tas, n u n c a teria tid o a o p o rtu n id ad e d e restab elecerse in teg ralm en te, e te ria co n tin u ad o no m in istério co m u m assunto não reso lv id o p elo resto d a vida. G erald o e S ara eram resp o n sáv eis pelo dep artam en to in fan til d a igreja. S en tiram -se fru strad o s c o m o que c o n sid eraram fa lta de apoio do p a sto r e tam b ém c o m outros assu n to s m arginais. A atitude deles to m o u -se n eg ativ a e c o m eçaram a fa la r co m as p esso as a resp eito do d esco n ten tam en to que sentiam . R eu n iõ es en tre eles e o p a sto r não c o n se g u iram so lu cio n ar o co n flito . E v en tu alm en te, o p a sto r su geriu que eles d e ix assem a liderança, v isto q u e a atitu d e d eles e stav a co m eçan d o a a fetar a igreja. N ão co m alegria, o b ed eceram . In cid en talm en te, ab an d o n aram a ig reja sem h a v er so lu cio n ad o to ta lm e n te a situação. P restação d e co n tas n a ig reja é tão im p o rtan te que, m esm o que seu ex ercício tra g a com o resu ltad o a p erd a de alguém , ainda assim atin g irá seu propósito desejado. N esse caso foi cortado u m câncer, resta b e le ce n d o a h a rm o n ia no corpo d e crentes.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ R au l e ra m em b ro da eq u ip e pastoral. Q u ando ab ordado pelo pasto r s o b r e r u m o r e s d e im o r a l id a d e n a v id a q u e le v a v a , R a u l n e g o u v eem en tem en te. T em pos depois, u m a p e sso a d a cong reg ação co n fesso u te r m an tid o ativ id ad e im o ral co m R au l, que, p o r fim , viu -se con stran g id o a adm iti-lo. E le ficou q u eb ran tad o e tev e atitude de arrependim ento. N esse caso, o p a sto r e o co rp o de m in istro s d a ig reja sen tiram -se im p u lsio n ad o s a co n v id a r R au l a re c o n c ilia r-se c o m a co n g reg ação . C o m a p erm issão da C o n v e n ç ã o E s ta d u a l, e le fo i n o m e a d o a s e rv ir a ig re ja se m c a rg o s m in isteriais d u ran te dois anos. F o i co n v o c a d a u m a reu n ião c o m m em bros d a ig re ja lo g o após o cu lto do d o m in g o seguinte. O p a sto r apresen to u os fatos g erais e, depois, co n v id o u R aul e a e sp o sa para en trarem no recinto. R au l falo u à co n g reg ação acerca de su a p ro fu n d a tristez a e p ed iu que o p e rd o a s s e m . N o té rm in o d a r e u n iã o , as p e s s o a s a lin h a r a m -s e p a ra cu m p rim en tá-lo e a dar-lhe seu apoio e am or. R aul enco n tro u u m em prego s e c u l a r p e l a s r e d o n d e z a s e f r e q ü e n to u a i g r e j a p o r d o is a n o s . P o sterio rm en te, ach o u u m m in istério p ro d u tiv o em o u tra con g reg ação , depois de ter sido c o n firm ad o p ela ig reja que tin h a freq ü en tad o co m o apoio d a C o n v en ção E stad u al. P restação de contas req u e r q u e aqueles que estejam em p o sição de au to rid ad e ex e rç a m c o m p aix ão e solicitude, com firm eza, p ara a cura das pessoas que fracassaram em suas responsabilidades. N este capítulo, falarem os sobre dois assuntos decisivos. P rim eiro, com o p o d em o s re a liz a r n o ssas e x p ectativ as b íb lic as q u anto aos m em b ro s de n o ssas ig rejas. S eg u n d o , d e q u e fo rm a nós, co m o líd eres, p o d em o s servir de m o d elo p a ra a p restação de co n tas d ian te d a igreja.
Desenvolvendo Prestação de Contas dentro da Igreja V árias p re o cu p açõ es rela c io n a m -se c o m o d esen v o lv im en to do dever de p re sta r co n tas d en tro da igreja: (1) C o m o e sta b elec er expectativ as e p restação de co n tas p a ra líd eres, m em b ro s e p essoas que p articip am no m in istério (i.e., p a d r õ e s )! (2) C o m o d esen v o lv er esp iritu alm en te os novos cren tes e c o n tin u a r a m a n te r a m e ta de crescim en to espiritu al diante de to d o s os c re n te s (i.e., c re sc im e n to )? E (3) co m o a d m in istra r m ed id as c o r r e t i v a s p a r a r e s t a b e l e c e r p e s s o a s d e p o is d o f r a c a s s o m o r a l, co m p o rta m e n ta l e esp iritu al (i.e., d isc ip lin a )? Precisam os entender a prestação de contas bíblica. P restar contas im plica que a p esso a relata ou in fo rm a um ind iv íd u o ou grupo de p essoas a respeito d as ações e atitu d es co m etid as. R e q u e r q u e se dê u m a razão. P ed ro disse q u e os c re n te s se m p re d e v e m e sta r p ro n to s a d a r re sp o sta a c e rc a da e sp eran ça q u e n eles h á (1 Pe 3.15). Q uan d o prestam o s contas, estam os d is p o s to s a fa z e r in tro s p e c ç ã o d o s n o s s o s m o tiv o s à q u e le s a q u e m p restam o s contas. P restar contas tam b ém traz a idéia de subm issão. P restar contas é ser respo n sáv el. Flebreu 13.17 (cf. H b 13.7) ensina-nos a o b edecer aos q u e v e la m p o r nós. A B íb lia in d ic a q u e D e u s e sp e ra q u e p re ste m o s c o n ta s re g u la rm e n te. E le c o n fro n to u A d ão e E v a co m o fato de q u e eles tin h a m se esc o n d id o . E le n ão os d eix o u liv re s d a situ a ç ã o e m b a ra ç o sa, m as e sp e ro u en q u a n to d a v a m e x p lic a ç õ es so b re as açõ es feitas. E le p ro sseg u iu co m a d isciplina. H á m u ito s o u tro s e x e m p lo s de p re sta ç ã o de co n ta s nas E sc ritu ra s: C aim ,
376 O PASTOR PENTECOSTAL q u e a s s a s s in o u seu irm ã o A b e l, te v e d e c o m p a re c e r n a p r e s e n ç a do S enhor. M o isé s, q u e n u m a c e sso d e ira n ão tev e o cu id a d o d e se g u ir as in stru ç õ e s de D eu s, fo i p ro ib id o p e lo m esm o D eu s de e n tra r n a T erra P ro m e tid a . D av i, q u e c o m e te u im o ra lid a d e , foi c o n fro n ta d o p e lo p ro fe ta de D eu s. A n a n ia s e S a fira , q u e m e n tira m ao E sp írito S an to e a P ed ro , fo ra m in q u irid o s so b re a ra z ã o d e suas a çõ es, se n d o d ep o is ju lg a d o s. O c o rín tio q u e c o m e te ra im o ra lid ad e co m a m a d ra sta fo i ex c lu íd o d a igreja. E s tá e v id e n te n as E sc ritu ra s q u e a p re sta ç ã o de co n tas faz p a rte do p la n o d iv in o . E u m a c h a v e p a ra m a n te r ou c o rrig ir o cu rso d e v id a das p esso as. E m M a te u s 18, Je su s e n sin o u c o m o o cre n te p o d e e x ig ir p re sta ç ã o de c o n ta s de o u tro s c re n te s ou d o s líd eres. E stá g io s d e fin itiv o s p a ra lid a r c o m a ssu n to s co m o esses estão n itid a m e n te d e lin e a d o s em suas p alavras. P a u lo d eu c la ra s in stru ç õ e s ao s c o rín tio s n o que ta n g e ao p ro c e d im e n to do jo v e m q u e tin h a c a íd o e m im o ra lid a d e ; d e v ia m c o n fro n tá -lo e, caso se re b e la sse , ex c lu í-lo . M etas
para a
Pr esta çã o
de
C ontas
A s m etas p a ra p re sta ç ã o d e contas n a ig reja são as seguintes: P reven çã o . A o e x ig ir q u e as p esso a s re la te m su as açõ es, e x p liq u e m as razõ es p a ra o q u e fiz e ra m e su b m etam -se à au to ridade, estam o s fix an d o u m p a d rã o q u e p re v in e a p rá tic a de açõ es ou atitu d e s errad as. O an tig o ditad o : “É m e lh o r p re v e n ir q u e re m e d ia r” é m u ito v e rd a d e iro n esse caso. E m b o ra a lg u n s d isp u te m o v a lo r d a p e n a de m o rte, re c e n te s estu d o s in d ic a m q u e o n d e os c rim e s h e d io n d o s são se v e ra m e n te c a stig a d o s, in c lu siv e c o m p e n a de m o rte , te m h a v id o c o n sid e rá v e l d e c lín io nos atos crim in a is. C orreção. P o r m eio d a p restação de contas, ajudam os as p esso as a id e n tific a r ações e atitu d es erradas antes q u e se d esen v o lv am . Isso au xilia o s c r e n te s a r e d e s c o b r i r e m o se u p r im e ir o a m o r e a p e r s e v e r a r esp iritu a lm e n te n o cam in h o . N o p ro cesso , tam b ém desco b rim o s q u e as a ç õ e s d o s o u tro s sã o c o rrig id a s p e lo e x e m p lo . C e rta f e ita , q u a n d o tratáv am o s de alg u ém q u e co m etera im o ralid ad e n a igreja, no d ia seguinte outro h o m em ch eg o u ao escritó rio em que trab alh av a e falou às secretárias, qu e eram dad as a flertes, q u e n u n c a m ais d ev iam faz er isso de novo. A c o r r e ç ã o d a q u e le q u e e r r a r a fe z c o m q u e a o u tr a p e s s o a to m a s s e p ro v id ê n c ia s p a ra ta m b é m se corrigir. R esta u ra çã o . O p ro p ó sito d a p restação de contas é ajudar a resta u ra r o in d iv íd u o à serv en tia e h o n estid ad e. A p restação de contas não é p a ra darnos p o d e r o u au to rid ad e, m as p ara p ro v er-nos de recu rso s p a ra a ju d ar o in d iv íd u o a re d e sc o b rir a p ro d u tiv id a d e em sua vida. A in ten ção n ão é co n tro lar o u oprim ir, m as lib e rta r e avivar. P u rifica çã o . A p re sta ç ã o de contas ajuda a p u rifica r a igreja. P erm ite e x tirp a r in flu ên cias d estru tiv as e div iso ras no corpo. Ig reja p u ra é ig reja de m ais poder. M e io s
de
P resta çã o
de
C ontas
A p restação de co n tas n a ig reja po d e ser cu ltiv ad a atrav és de vários canais:
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ C oleguism o. O escritor da carta aos H ebreus disse para nos estim ularm os u ns aos o u tro s às b o as obras (H b 10.24). A q ueles que v o lu n tariam en te su b m etem -se u n s aos o u tro s fo m en tam u m a das fo rm as m ais eficazes de desen v o lv er p restação de contas na cong reg ação. N os últim os anos, grupos de am ig o s e g ru p o s de p re sta ç ã o de co n tas têm sido u sad o s c o m m u ita e fic iê n c ia. F a z e r c o m q u e as p e sso a s a ssu m a m o c o m p ro m isso de se reu n irem com outras p ara m utu am en te se abrirem , é ferram enta m uito eficaz p a ra o d esen v o lv im en to da p re sta ç ã o de co n tas entre as pessoas. A u to rid a d e . D eu s co lo c o u certas p esso as em p o sição de auto rid ad e n a ig reja p a ra p ro je ta r e d e se n v o lv e r sistem as de p re sta çã o de contas p a ra a c o n g r e g a ç ã o . P a s t o r e s , p r e s b í t e r o s e o u tr o s m i n i s t r o s tê m a re sp o n sa b ilid a d e de c ria r e ssa p re sta ç ã o de contas. P arte do p ro b lem a é q u e m u ita s v ezes aq u eles q u e estão em au to rid ad e não qu erem p a g a r o p reço de ex ig ir qu e os outro s ten h am o d e v e r de p re sta r contas. E n tretan to , sem p re sta ç ã o de co n tas n ão p o d e h a v e r lid eran ç a eficaz. M entor. Paulo disse a T im óteo que reunisse hom ens fiéis a quem pudesse e n sin a r e in c u m b ir c o m as re sp o n sa b ilid a d e s m in iste ria is (2 T m 2.2). M e n to r e a r é in f lu e n c ia r a v id a d o s o u tro s p e lo e x e m p lo p ie d o s o , p e rm itin d o -lh e s q u e o b se rv e m a fu n ção de m en to r co m o crente. A ssim p o d e m im ita r o m o d elo ap resen tad o d ian te deles. C ertas fo rças d irig e m o p ro cesso de p restação de contas. P ara que h aja v e rd a d e ira p restação d e co n tas, d ev e h a v e r u m relac io n am en to en tre as p esso as en v o lv id as. A q u eles que tê m o d e v er de ex p licar ou in fo rm a r fatos d e su as v id a s se n te m -se se g u ro s e m u m a m b ie n te d e a m izad e . M ais d estaq u e p re c isa ser d ado ao rela c io n a m en to en tre as pesso as, p o rq u e esse é o ó leo que faz a p re sta ç ã o de co n tas fu n cio n ar sem im p ed im en to . P o r v ário s anos ten h o d esfru tad o da m a ra v ilh o sa ex p eriên cia de tra b a lh a r com m in is tr o s e m l id e r a n ç a . C o m o c o r p o d e m in is tr o s , r e u n im o - n o s m en salm en te p a ra tra ta r de assu n to s da igreja. T em os u m a a g en d a e a seg u im o s. N ão o b stan te, to d a n o ite de q u arta-feira nos e n co n tram o s para d e g u sta r d elicio sa refeição , q u an d o cim en tam o s n o ssa am izad e e oram os j u n t o s . P a s s a m o s q u a t r o v e z e s p o r m ê s d e s e n v o lv e n d o n o s s o re la c io n a m en to e u m a v ez p o r m ês tratan d o d e assuntos d a igreja. N o c o n tex to d a am izad e, a p restação de co n tas se d á m uito m ais facilm ente. P re sta r co n tas ta m b é m in c lu i o fa to r o rg an izacio n al. O nde fa lta b o a o rg an ização , h á m u ita d ificu ld ad e em se fa z e r p restação de contas. P o r m eio de u m a b o a o rg an ização c o m u n icam o s n o ssas expectativ as ao povo, q u er seja p e la d escrição de cargo, flu x o g ra m a ou outros m eios. Q u ando as p esso as sab em o q u e esperar, en co n tram m ais facilid ad e em e sta r à altura. A b o a o rg an ização e x p lic a a tarefa de cad a u m com o tam b ém p ro p o rcio n a p ro ced im en to p a ra to m arm o s d ecisõ es e in fo rm arm o s resu ltad o s. U m terceiro fa to r na p restação de co n tas é a rev ela ção divina. Q uando co m u n icam o s ao p o v o as ex p ectativ as de D eus e o seu p adrão, as p essoas co rresp o n d em . T am b ém é im p o rtan te p ro cu rarm o s g u iar o povo a novos re la c io n a m en to s co m o Senhor. Q u an d o os cren tes estão em co m u n h ão co m D eu s, ach am m ais fácil en trar em co m u n h ão uns c o m os o u tros e até com os que estão a cim a deles.
377
378 O PASTOR PENTECOSTAL Im plem entando Prestação de Contas na Igreja U m a m a n e ira p rática de im p lem en tar a p restação de contas n a ig reja é estab elecer pad rõ es. P o d em o s d efin ir padrões claros p ara os que se to rn am m em bros. N ão d ev em o s env erg onhar-nos ou nos descu lp ar p o r estabelecer p ad rõ es q u e e x ig em atitu d es e ações ap ro p riad as daqueles que se to rn am m em bros. D ev em o s a p o iar esses pad rõ es co m as E scrituras. E m n o ssa co n g reg ação , três vezes p o r ano dou cu rso sobre m em b resia da igreja. A q u eles q u e freq ü en tam as aulas ap ren d em o seguinte: • • • • • • • •
te
O s co m p ro m isso s das A ssem b léias de D eus. A filo so fia de m in istério das A ssem b léias de D eus. N o s s o c o n j u n to d e d o u tr in a s (D e c la r a ç ã o d a s V e r d a d e s F u n d a m e n ta is). O en ten d im en to dos dons. O p lan o fin an ceiro de D eus p ara a ig reja (dízim os e ofertas). U m e s tilo d e v id a a p ro p ria d o : m a n te n d o -s e p u ro n o e s p írito (m o tiv o s), n a alm a (atitudes) e no co rp o (ações). R ev isão d a co n stitu ição e estatutos das A ssem b léias de D eus. E x p lic a ç ã o d a s e x ig ê n c ia s p a ra se r m e m b ro (re q u e rim e n to de m em b resia).
N essas aulas, fix am o s u m p ad rão p a ra a p restação de contas, que é , ex ig id o daq u eles q u e se to rn am m em bros. A lém disso, fizem o s listas de ex p ectativ as p a ra aq u eles em p o sição de liderança. P o r exem plo, tem os u m a lista de ex p ectativ as p a ra diáconos, a qu al a p e sso a assin a ao aceita r a no m eação p a ra o ofício de diácono. P o d em o s in ce n tiv ar a prestação de contas através do c re s c im e n to e sp iritu a l. N ã o é p o s s ív e l e m a lg u m a s sem anas m u dar u m novo-crente em tudo o que querem os que ele seja. L e v a tem po p ara trab a lh ar co m esse novocren te e aju d á-lo a ch eg a r ao p o n to em q u e D eus quer que ele esteja. É im p erativ o que, depois de levarm os as p esso as p a ra Jesus, não as deix em o s en tregues à pró p ria sorte. C om o alguém aventou, n u nca levaríam os u m bebê p a ra casa, o c o lo caríam o s n a c o zin h a e lhe diríam os: “A g o ra h á leite n a g elad eira, á g u a n a to rn eira e c o m id a n a g e lad eira e nos arm ário s. C o m a to d o s os dias e cu id e-se b e m ” . O que fazem o s é lev ar o b eb ê para casa e tratá-lo com o bebê. À m ed id a que ele cresce e desenvolvese, d am o -lh e ca d a v ez m ais in d ep en d ên cia. Se tratam o s u m bebê co m tan to cuid ad o , não d ev eria a ig re ja tratar os novo s-cren tes co m o m esm o d esv elo e in teresse? D esem p en h am o s b e m e ssa resp o n sab ilid ad e do crescim en to espiritual, ten d o classes p a ra n o v o s-co n v ertid o s, con selh eiro s que aju d em a le v ar as p esso as p a ra C risto e d epois as acom panhem , m en to res que p o ssam reunirse co m as p esso as e d iscip u lá-las, e o u tros m eios de se lev ar os novos c re n te s c re s c e re m e sp iritu a lm e n te . O u tra áre a c rític a do c re sc im e n to esp iritu al d iz resp eito a d e sa fia r os crentes que já têm servido ao S en h o r p o r m u ito s anos. O crescim en to dá-se pelo en v o lv im en to n a obra e no
Não devemos nos desculpar por estabelecer padrões ________________ 33
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ co m p a n h eirism o . A s p esso as d ev em e n ten d er que, se q u e rem crescer, têm de se o c u p a r co m essas duas ativid ad es. T am bém precisam o s nos m an ter em co n tato com os cren tes, p ed ir-lh es q u e nos relatem e ex p liq u em o que estão fazen d o n essas áreas. A p restação de co n tas é re a lç a d a p ela a p ro p riad a d iscip lin a bíblica. T ratar dos fracasso s m o rais, co m p o rtam en tais e esp iritu ais é decisiv o para a saú d e d a igreja. Ig rejas sau d áv eis tê m b ebês novos, d o entes não. T olerar e ig n o ra r o p e c a d o n e ssa á re a só n os in c a p ac ita. T rês fato res crítico s relacio n am -se com a d iscip lin a n a igreja: C om unicação. T em os de aju d ar os cren tes a en ten d er o que D eus espera deles e as co n seq ü ên cias de não seg u irem as expectativas de D eus. Q uando alg u ém co m eça a sair dos cam in h o s de D eus, ao in v és de o ignorá-lo, dev em o s p ro c u ra r alcan çá-lo p e la am izad e e co m unicação. C o n fro n ta çã o . Q u a n d o a lg o fic a m ais sério, é h o ra d e co n fro n tar. Precisam os avisar os crentes de que eles estão tom ando um cam inho errado e que, se não fizerem co rreção de curso, estarão indo direto para o desastre. T em os de in fo rm á-lo s de q u e nos p reo cu p am o s co m o po ssív el fracasso deles. C om p a ixã o . A p re sta ç ã o de co n tas é to rn a d a ap razív el aos crentes, qu an d o ad m in istrad a co m am o r genuíno. Q u ando as p essoas sab em que são am adas, têm a d isp o sição n atu ral de aceitar a p restação de contas. Os líd eres p re c isa m e x e rc ita r co m p a ix ã o nos seus p ro ce d im e n to s co m as pesso as. Isso sig n ifica que farem o s o m elh o r p ara não en v erg o n h ar os crentes, q u e pro cu rarem o s ser gentis co m eles e que não os abandonarem os.
Servindo de M odelo para a Prestação de Contas para a Igreja U m a das chav es m ais im p o rtan tes p a ra a p restação de contas n a igreja é a lid e ra n ç a que serve de m o d elo p a ra a p restação de contas. Se nós, co m o líd eres, não a p raticam o s, n o sso p o v o n ão a rec eb e rá de b o m grado. U m a das co isas no C orpo de C risto q u e m e d eix am aturdido é a freq ü ên c ia co m q u e v ejo líd eres q u e não q u erem te r o d ev er de p restar contas, m as qu e ex ig em essa resp o n sab ilid ad e do p o v o de suas cong reg açõ es. Isso não faz sentido. P au lo disse: “S ede m eus im itad o res, com o tam b ém eu, de C risto ” (1 C o 11.1). Os líd eres d a atu alid ad e devem ser aptos a dizer o m esm o em suas ig rejas, ou n ão terão co m o p e d ir que os crentes os im item . L íd eres e sp iritu ais e p a sto re s p re c isa m p re sta r contas à den o m in ação a q u e se uniram . A s A ssem b léias de D eu s têm m arav ilh o sa e stru tu ra p ara a p re sta ç ã o de c o n ta s, a q u al, se fo r se g u id a , le v a rá à p ro d u tiv id a d e e fru tificação n a v id a do m in istro . P recisam o s dar apoio a todos os nossos líderes. A m ed id a q u e aceitam o s sua in flu ência, lid eran ça e autoridade em n o ssas v id as e m in istério s, som os ab ençoados. T am b ém p recisam o s de gru p o s de p restação de contas entre colegas de m in istério . P a rte d isso é re a liz a d a c o m p a re cen d o -se às re u n iõ es de com panheirism o. C om o pasto r de ig reja p eq u en a nos últim os anos, observo qu e os pasto res das igrejas grandes p arecem n u n ca ter tem po p ara encontros in fo rm ais co m colegas. Isso m e fez sen tir d im in u íd o p o r eles. F iz voto a
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380 O PASTOR PENTECOSTAL D eu s q u e se a lg u m d ia eu tiv e r o p riv ilé g io de p asto re ar um a ig reja m aior, não e sq u ecerei m eus irm ão s. É m eu h áb ito p a rtic ip a r re g u larm en te de reu n iõ es de com panheirism o. C om freq ü ên cia adio um a viagem m inisterial p a ra p o d e r estar n u m en co n tro entre am igos. É m in h a o p in ião que isso fo rn ece m eio de p restação de contas p a ra m in h a v id a e m inistério, sem o que n a d a c o n se g u iria fazer. T am b ém p o d em o s p ra tic a r a p re sta çã o de c o n ta s s e rv in d o d e m e n to r. U m d o s m a io re s b e n e fíc io s q u e te n h o d esfru tad o em m in h a v id a são crentes m ais antigos que m e am am e m e serv em de ex em p lo de v id a p iedosa. P osso re lacio n ar vários crentes que d ese m p e n h a ram esse p a p e l em m in h a vida. Seus ex em p lo s fo rn eceram m etas p o r q u e lutar. C reio que to d o m in istro deve p resta r contas a a lg u ém de alg u m m odo. N a realid ad e, é m in h a o p in ião que todo ev a n g elista deve estar ligado a u m a ig reja e a u m p a sto r a q u em p o ssa se reportar, dar ex p licaçõ es de suas ações e estar e m subm issão . Ju lg o que m in istérios itin eran tes seriam m u ito m ais eficien tes se p ra tic a sse m isso.
Conclusão P ara concluir, g o sta ria de fa ze r u m co m en tário sobre algum as atitudes q u e sin to q u e as p esso a s em au to rid a d e d e v e m p ro c u ra r d esenvolver. P rim eiro, a igreja é a Ig reja de D eus. N ão é nossa igreja, m as dEle. Portanto, d ev em o s co n fiar a D eus a resp o n sab ilid ad e final pelo b em -estar da igreja. Se d esen v o lv erm o s u m senso de p o sse sobre a ig reja que p a sto ream o s ou s o b re o m in is té rio q u e te m o s , in ib ire m o s se u c re s c im e n to e d esen v o lv im en to . L an çar isso ao S enhor liv ra-n o s de m uitas ansiedades. S e g u n d o , os líd e re s d e v e m p ro c u ra r n ão fic a r n a d e fe n siv a . N ão p recisam o s d efen d er-n o s, p o rq u e é o S e n h o r que n o s d efende. Se nos d efen d em o s, en tão e stam o s to m a n d o de D eus e ssa re sp o n sa b ilid a d e e lim itan d o su a cap acid ad e em defender-nos. U m dos m aio res elogios que receb i v eio de certo irm ão q u e m e disse: “Pastor, u m a co isa que n o tei a seu re sp e ito é q u e o irm ão n ão se defende. O irm ão é pacien te e su p o rta as d ificu ld ad es. O resu ltad o é que no d eco rrer dos anos tenho v isto o S enhor p re se rv a r e p ro te g e r sua v id a e m in istério ” . N ão h á n ad a que qu alq u er u m de nós m ais deseje do que ser considerado fiel em n o sso m in istério . C ad a u m de nós esp era o d ia em que o S enhor v e n h a a d izer-nos: “B e m está, servo b o m e fie l” (M t 25.21). P arte do segredo p a ra o u v ir o S en h o r dizer-nos essas palavras ja z no dev er de prestar contas, tan to n o sso q u an to d aq u eles a q u em servim os.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
Conhecendo e Usando o Sistema Legal Richard R. Hammar m e d id a q u e o n ú m e ro d e a ç õ e s ju d ic ia is n o s E s ta d o s U n id o s c o n tin u a a a u m e n ta r p ro g re s s iv a m e n te , m a is do q u e n u n c a ig re ja s e p a s to re s a c h a m -s e e n v o lv id o s n o s iste m a le g a l. M u ito s estã o se n d o p ro c e s s a d o s . A lg u n s e stã o p ro c e s s a n d o . E m u ito s p a sto re s e stã o s e n d o c h a m a d o s a te s te m u n h a r e m tr â m ite s le g a is q u e e n v o lv e m m e m b ro s d a ig re ja . E sse e n v o lv im e n to c o n tin u a rá no fu tu ro p re v isív e l, v isto q u e se p ro je ta q u e o n ú m e ro de p ro c e s s o s d o b re em p o u c o s anos. Isso ta m b é m le v a n ta v á ria s q u e stõ e s. C o m o fu n c io n a o siste m a le g a l? Q u a n d o c o n tra ta r u m a d v o g a d o ? O n d e a ig re ja ou p a s to r e n c o n tra um a d v o g a d o ? O q u e d iz e r so b re o p riv ilé g io d o c le ro em re la ç ã o ao s fié is? O s p a s to re s tê m d e s e rv ir c o m o ju ra d o s ? E x a m in e m o s c a d a u m a d essas q u e stõ e s.
A
C om o F u n cio n a o S istem a L egal? R e c o rd a r alguns p rin cíp io s b ásico s é pro veitoso: F e d e ra l e estadual. P rim eiro , h á d o is sistem as de trib u n al nos E stados U nidos: o fed eral e o estad u al. O s trib u n ais fed erais o u v em só certo s casos (têm ju risd iç ã o lim itad a). O s trib u n ais estad uais ju lg a m q u ase todo tipo de p ro cesso (têm ju risd iç ã o g eral). A v a sta m a io ria dos p ro cessos, incluindo os q u e e n v o lv e m ig rejas, é a p resen tad a nos trib u n ais estaduais. D iferen tes n íveis de tribunais. A m b o s os sistem as d e trib u n al fed eral e estad u al têm d iferen tes n ív eis de tribunais. N o nível m ais in ferio r estão trib u n ais de ju lg a m e n to , o n d e os p ro cesso s são in stau rad o s p ara depois serem arg u m en tad o s p e ra n te um ju ra d o ou u m ju iz . Im ed ia tam e n te acim a do n ív el de ju lg a m e n to , h á d o is níveis de tribunais de apelação. A s partes q u e p erd em no trib u n al d e ju lg a m e n to p o d em o rd in ariam en te ap elar para o p rim eiro n ív el do trib u n al de apelação . U m a ap elação ao trib u n al m ais alto (o S up rem o T ribunal) em g eral só é p o ssível se o tribunal co n co rd ar em o u v ir o caso. O S u p rem o T rib u n al d os E stad o s U n id o s aceita m en o s de três p o r cen to dos caso s q u e ap elam a e sse tribunal. C ivil e crim inal. T ribunais de ju lg am en to o uvem casos civis e crim inais. C asos civ is in clu em aleg açõ es co m o q u eb ra de contrato, danos p esso ais e
382 O PASTOR PENTECOSTAL danos e m p ropriedade. Q uan d o igrejas são processadas, quase sem pre tratase de p ro c e sso civil. C aso s crim inais são apresen tad o s co n tra p essoas que v io la m c e rta s leis. O g o v e rn o , a tra v és d e p ro m o to r p ú b lic o , in sta u ra pro cesso co n tra o “ré u ” , q u e é acusado d e v io la r a lei. P roced im en to . O s p ro cesso s civis co m eçam qu ando u m a p arte in stau ra u m a citação e q u e re la (ou p etição ) c o n tra o u tra parte. A p arte que in stau ra o p ro c e sso é ch a m a d a d e “q u erela n te” , e a p arte que é p ro cessad a, de “a c u sa d o ” . O acu sad o tem de d ar u m a “re sp o sta ” ao p ro c esso dentro de tem po específico (norm alm en te vinte ou trinta dias). D epois dessa p rim eira ro d ad a de aleg açõ es, o p ro cesso en tra n a fase da “rev elaç ão ” . É aqui que o p ro c e sso in teiro a n d a v ag aro sam en te, lev an d o m eses ou até anos p ara a c o n te c e r a lg u m a c o is a — isso q u a n d o a c o n te c e. D u ra n te a fa se de r e v e la ç ã o , o s a d v o g a d o s b u s c a m in fo rm a ç õ e s d o o u tro la d o o u d e testem u n h as. Isso é feito m ed ian te in terro g ató rio s (perguntas que e x ig em resp o stas escritas), d ep o im en to s (p restan d o testem u n h o s sob ju ra m e n to d ian te dos ad v o g ad o s e de u m taq u íg rafo do trib u n al) e ped id o s p a ra a p ro d u ção de d o cu m en to s e reg istro s. P rocessos que não sejam reso lv id o s no trib u n al vão a ju lg a m e n to . C om o m en cio n ad o acim a, o resu ltad o de u m trib u n al civ il p o d e se apelado. D ete rm in a ç ã o de casos. A g ra n d e m a io ria dos caso s civis (em alguns estados am ericanos, tanto quanto 95 p o r cento) é resolvido antes ou durante o ju lg am en to . Q uando C o n tra ta r um A d vo g a d o ? S e m p re q u e u m a ig re ja é p ro c e s s a d a é im p o rta n te q u e o p a s to r im ed iatam en te en treg u e o p ro c e sso (citação e q u erela) p ara a c o m p an h ia de seguro re sp o n sá v e l p e la igreja. A co m p an h ia de seguro d ete rm in a rá se o p ro cesso é ou não co b erto p elo p ro g ram a de seguro d a igreja. Se for, a co m p a n h ia d e seguro co n tra ta rá u m advo g ad o p ara re p re sen tar a igreja. É im p o r ta n te q u e os p a s to re s e n te n d a m q u e os p ro c e s s o s d e v e m se r resp o n d id o s d en tro de u m curto p erío d o de tem p o (no rm alm en te vin te ou trin ta dias). Q u alq u er d em o ra em p a ssa r o p ro ce sso p ara a co m p a n h ia de seg u ro d a ig reja, to rn a rá m ais d ifícil p ara a co m p an h ia de seguro c o n tratar u m ad v o g ad o q u e p o ssa a d eq u ad am en te re sp o n d er ao pro cesso de m odo op ortuno. Se o p ro c e sso n ão fo r su bm etido à c o m p an h ia de seguro até o p razo fin al p a ra a resp o sta, o trib u n al po d e d eterm in ar u m “ju lg a m e n to à re v e lia ” em fa v o r do querelan te. E m certos casos é aco n selh áv el que as igrejas in fo rm e m à co m p an h ia de seg u ro so b re p ro cesso s em p o ten cia l. P o r ex em p lo , su p o n h a que u m p a sto r te n h a co n h ecim en to d e que u m a cria n ç a foi m o lesta d a du ran te u m a ativ id ad e d a igreja. O p a sto r d eve im ed iatam en te in fo rm ar a c o m p an h ia de seguro d a ig reja sobre o in cid en te, em b o ra n en h u m pro cesso ten h a sido in stau rad o . Se a ig reja tiv e r seu pró p rio advogado, tal p esso a tam b ém deve ser contatad a. E e v id e n te q u e as ig re ja s d e v e m c o n s u lta r u m a d v o g a d o q u an d o elaboram docum entos legais co m o contratos, ações e m anuais e form ulários de em p reg o . N ão co m e ta o erro de p e n sa r que alguns reais p o d em ser eco n o m izad o s elab o ran d o esses d o cum entos sem a ajuda de um advogado. Isso p o d e lev ar ao desastre.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ O n d e a Ig reja E n co n tra um A d v o g a d o ? M u ito s p asto res q u an d o c o n fro n tad o s c o m assuntos legais não sab em : n d e p ro c u ra r co n selh o s legais. In felizm en te, h á m u ito p o u co s ad vogados qu e se e sp e c ia liz am em assu n to s leg ais relacio n ad o s a igrejas. M uitos assu n to s leg ais são ro tin eiro s e n ão ex ig em esp e cialista em leis lig ad as a ig rejas. E x em p lo d isso se d á q u an d o u m a ig reja p re c isa de advo g ad o p a ra a ju d ar na co m p ra ou v e n d a de p ro p riedade. C ontudo, quan d o o assunto en v o lv e co n sid eraçõ es relig io sas, co m o discip lin a ou d em issão de m em bro ou em p reg ad o , é p re fe rív e l lid a r co m u m advo g ad o co m ex p eriê n cia em leis relacio n ad as a igrejas. O n d e en co n trar? C o n su lte outras igrejas d e sua área p a ra referên cias ou telefo n e p a ra a se cretaria estadual. A lé m disso, h á asso ciaçõ es de ad v o g ad o s cristão s que p o d e m lhe p ro p o rc io n ar indicação. O que D iz e r sobre o P riv ilé g io entre C lero e P enitente? T odo estad o am erican o tem leis q u e to m a m certas com u n icaçõ es dadas a m in istro s co m o “p riv ile g ia d a s” . Isso sig n ifica que n em o m in istro n e m o “p e n ite n te ” p o d e m ser fo rçad o s a te ste m u n h a r no trib u n al (ou a p re sta r d e p o im e n to o u a p a rtic ip a r de certo s p ro ce d im en to s leg ais) a c erca do co n teú d o d a co m u n icação . N em tudo o q ue é dito a m inistro é privilegiado. O e s ta tu to c a ra c te rís tic o só se a p lic a a: (1) c o m u n ic a ç õ e s (2) fe ita s co n fid e n c ia lm en te (3) a m in istro (4) no ex e rc ício de suas h ab ilid a d es p ro fissio n ais co m o c o n selh eiro e sp iritu a l.1 O p r iv ilé g io n ã o d is p e n s a o m in is tro ou o in d iv íd u o q u e fa z a com unicação de co m p arecer no tribunal. S om ente isenta a pesso a de revelar a co m u n ic a ç ão n o trib u n al co n tra sua vontade. Q u an d o o ind iv íd u o que fez a co m u n ic a ç ão o u o m in istro a q u em ela foi feita é p erg u n tad o no trib u n al (ou e m u m d ep o im en to ) sob re o te o r da com u n icação , então é o m o m en to certo p a ra re iv in d ic a r o priv ilégio. A ntes de a p esso a responder, a p erg u n ta d ev e ser o b je ta d a c o m b a se e m q u e b u sc a ex tra ir in form ação privilegiada. S e a o bjeção não fo r feita, o privilégio é renu n ciad o — m esm o que d epois a p erg u n ta seja objetada. Se a p esso a sendo p erg u n ta d a ob jeta no m o m e n to a p ro p ria d o e é in d eferid a, isso serv irá co m o b ase p a ra a apelação. V árias leis estaduais am ericanas referentes a clero e pen iten te invalidam esp ecificam en te o p riv ilég io no c o n tex to de relato s de abuso de crianças, o q u e sig n ifica q u e o m in istro n ão p o d e c o n tar com o p riv ilég io ao ex p licar a re c u sa de inform ar. A d em ais, o co n ceito d e p riv ilé g io g era lm e n te aplicase ap en as a te ste m u n h o (ou d ep o im en to s) n a sala do tribunal, e não para c o n ta to s c o m fu n c io n á rio s p ú b lic o s . P o r o u tro la d o , a lg u n s e sta d o s am erican o s p re se rv a m o p riv ilég io en tre clero e p en iten te c o m rela çã o a in fo rm açõ es so b re abuso de crianças. O s P astores T êm d e S e rv ir com o Ju rado? T odo cid ad ão , sendo ch am ad o , tem o d ev er de se rv ir com o ju ra d o , a m en o s q u e seja e sp ecificam en te isen to o u d isp ensado. E m alg u n s estados am erican o s, os m in istro s são isen to s do dev er do serviço de ju ra d o . A isen ção p o d e ser au to m ática, ou v iáv el sob req u erim en to o portuno. Se a isen ção fo r so m en te acessív el atrav és de req u erim en to , o trib u n al não é
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384 O PASTOR PENTECOSTAL o b rig ad o a in fo rm a r o m in istro sobre a d isp o n ib ilid ad e d a isen ção — a resp o n sab ilid ad e está sobre os om bros do m inistro pa ra reivindicá-la. C laro q u e m in istro s q u e este ja m isen to s p o d e m ren u n c iar à isen ção e ter seus n o m es co lo cad o s n a lista de ju ra d o s elegíveis. N esses estad o s am erican o s que não isen tam os m inistros do serviço de ju ra d o , na m a io ria das v ezes o m in istro po d e ser disp en sad o do serviço p o r fo rç a m a io r o u in co n v e n iê n cia extrem a. Tal decisão e stá in teiram en te den tro da d iscrição do tribunal. O b v iam ente, o m in istro que não esteja isen to de servir co m o ju ra d o deve ser disp en sad o , se h o u v er u m enterro p a ra fazer, v ário s m em b ro s da ig reja estejam no h o sp ital e p re cisem de visita, a ig reja este ja e n g ajad a n a co n stru ção de novas in stalaçõ es ou haja u rg en te n ecessid ad e de aco n selham ento. O m inistro que não está isento de servir com o ju rad o pode ser dispensado se fo r objetado. U m ju ra d o em pe rsp e ctiv a po d e ser ob jetad o co m base em p reco n ceito , in te re sse d ireto no litígio, co n h ecim en to prév io dos fatos, fa m iliarização com u m a das p artes do p rocesso, serviço de ju ra d o an terio r no m esm o ou em caso relacio n ad o ou o p iniões p reco n ceb id as sobre o processo.
Conclusão E n te n d e r as r e s p o s ta s às q u e s tõ e s a p r e s e n ta d a s n e s te c a p ítu lo p r o p o r c io n a r ã o ao m in is tro c o n h e c im e n to b á s ic o do s is te m a le g a l am erican o , de fo rm a q u e p o ssa d iscu tir co n fian tem en te co m u m advogado os p o ssív eis cursos de ação que d ev e m ser to m ados em todo o assunto que te n h a p o ten ciais co n seq ü ên cias legais. O s p asto res b rasileiro s d evem de ig u al m o d o in teirar-se de seu sistem a legal, e agir com todo o cuidado e prudência quando envolvidos em qualquer pro cesso . E m caso de d ú v ida, d ev e m p ro c u ra r a aju d a ju ríd ic a de sua conven ção .
Questões Legais lásicas Richard R. Hammar s igrejas v ivem n u m a sociedade progressivam ente litigiosa e regulada, o q u e to rn a essen cial u m a co n scien tização das obrigações legais. A necessid ad e de tal co n sciên cia só a u m en ta rá no futuro. C o n sid ere o seguinte:
A
• D e aco rd o co m as m ais recentes e statísticas pu b licad as pelo C entro N acio n al de T rib u n ais E stad u ais, dos E stad o s U n id o s, m ais de cem
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ m ilh õ es d e caso s n o v o s fo ram in stau rad o s nos trib u n ais estaduais n o ú ltim o ano! N e sse m o n ta n te e sta v am q u ase v in te m ilh õ es de p ro cesso s civ is, e acred ita-se q u e esse n ú m ero d o bre nos pró x im o s anos. E ssa te n d ê n c ia o m in o sa c a u sa rá im p acto direto nas igrejas, v isto q u e a e x p e riê n c ia de litíg io das ig rejas re fletirá as ten d ências g erais n a so cied ad e e m geral. • C o m o to d o s os n ív eis do g o v ern o (m unicipal, estad u al e federal) to m a m -se m ais e m ais reg u lad o res, h a v e rá cad a v ez m ais “po n to s d e in te rse ç ã o ” en tre o re g u la m e n to g o v ern am en tal e a au to n o m ia da ig re ja local. • E star desinform ado sobre obrigações legais pode custar caro, trazendo co m o co n seq ü ên cia m u ltas, p en as e v ered icto s de jú ri. E p o rq u an to tais cu sto s eram n o p a ssa d o assu m id o s p ela igreja, nos anos à frente o e n fo q u e e sta rá c a d a vez m ais n a re sp o n sa b ilid ad e p e sso al dos líd eres de igreja. Q uais os m ais im p o rtan tes in teresses leg ais e d e im p o sto p a ra líderes de ig reja? C o n sid ere o seguinte:
C orporação H á m u itas razõ es p a ra q u e as ig rejas se to m e m p esso as ju ríd ic as. Sem d ú v id a o m ais im p o rta n te é p ro te g e r os m em b ro s d a re sp o n sa b ilid a d e pesso al p elas ações de o u tro s m em b ro s. E m m uitos estados am ericanos, o s m e m b r o s d e ig r e ja q u e n ã o s e ja m p e s s o a j u r í d i c a p o d e m se r pesso alm en te resp o n sab ilizad o s pelas ações de outros m em bros no decurso das atividades da igreja. P o r exem plo, os m em b ros po d em ser pessoalm ente responsabilizados p elo m o lestam ento sexual de crianças praticado p o r outro m em b ro no d ecurso d a ativ id ad e d a m o cid ad e p atro cin ad a p e la igreja. E ssa re sp o n sa b iliz a ç ã o p o te n c ia l d e v e ser fa to r d e p re o c u p a ç ão a to d o s os m em b ro s de ig reja qu e não seja p e sso a ju ríd ic a . A s igrejas p o d em p ro teg er se u s m e m b ro s d e re sp o n s a b ilid a d e s p e s s o a is p e la c o n d u ta d e o u tro s m em b ro s m ed ian te o sim p les e fácil ato d e c o n stitu ir a ig re ja em p esso a ju ríd ic a . P o rq u a n to a c o n stitu iç ã o e m p e sso a ju ríd ic a n ão p ro te ja um m e m b ro d e se r re sp o n s a b iliz a d o p o r su as a çõ es, p ro te g e rá os o u tro s m em b ro s q u e não p a rtic ip a ram das ações de outros m em bros. C o n stitu ir em pesso a ju ríd ic a é pro cesso sim ples e relativam ente barato. C laro q u e re q u e r a assistê n c ia de ad v o g ad o . Infelizm en te, m u ito s líderes de igreja não sabem se su a igreja é p esso a ju ríd ic a ou não. O utros presum em qu e o seja. T rata-se de su p o sição m u ito p erig o sa, visto que p o d e sig n ificar qu e os m em b ro s sejam p assív eis de serem p esso alm en te resp o nsabilizados p e la s o b rig a ç õ e s d a ig re ja . M e sm o q u e no p a ssa d o a ig re ja te n h a se co n stitu íd o e m p e sso a ju ríd ic a , tal co n stitu ição po d e j á não estar em vigor. Is s o p o d e a c o n te c e r d e a lg u m a s m a n e ira s . P rim e iro , m u ita s ig re ja s co n stitu em em p e sso a ju ríd ic a p o r p razo d efin id o , em v ez de o faze rem p o r p razo indefinido (ou perpétuo). P o r exem plo, u m a ig reja foi constituída em p e sso a ju ríd ic a em 1950 p o r um p razo de 25 anos. Tal co rp o ração e x p ira au to m aticam en te ao térm in o do prazo. P o r essa razão o ex ortam os a co n fe rir os artigos da co n stitu ição e estatu to s de sua ig reja p ara ver se ela
386 O PASTOR PENTECOSTAL foi co n stituída em p esso a ju ríd ic a por prazo específico. N esse caso, expirou? S e expirou, você te rá de fazer novo requerim ento de constituição em pessoa ju ríd ica. Se a sua ig reja foi constituída em pessoa ju ríd ic a p o r prazo lim itado e ain d a n ão ex p iro u , v o cê d ev e co n sid erar a p o ssib ilid ad e de fazer u m a em en d a n os estatu to s d a ig reja a fim de to rn ar o prazo indefinido. S egundo, em alguns estados am ericanos, as igrejas po d em perder seu estado de pessoa ju ríd ic a p o r não su b m eterem u m relató rio anual d a so ciedade ao escritório do secretário d e estad o . É b o a p rá tic a co n fe rir p e rio d ica m en te os estatutos de su a ig re ja p a ra v e r se a co rp o ração está em b o a situação. N a m aio ria dos estad o s am erican o s isso p o d e ser feito en tran d o -se em co n tato co m o escritó rio do secretário de estado da cap ital do seu estado. E n tretan to , em alguns estad o s am erican o s é p erm itid o que as igrejas c o n stitu a m -se em p e sso a ju ríd ic a fa z e n d o req u erim e n to ao trib u n a l lo cal — u m tip o de c o n stitu iç ã o em p e sso a ju ríd ic a que p o d e não te r sido c o m u n ic a d a ao secretário de estado. P o r co n seg u in te, sua ig reja po d e ser p esso a ju ríd ic a em b o ra o secretário de estad o não ten h a o registro. F elizm en te, e ssa não é o co rrên cia com um . E m g rande parte dos casos, se o secretário d e estado n ão te m o reg istro de co n stitu ição em p e sso a ju ríd ic a , é pro v áv el que sua ig reja n ão seja m esm o p e sso a ju ríd ic a. A lg u n s líd eres de ig reja o p õ em -se à co n stitu ição em p esso a ju ríd ic a c o m b ase em c o n sid eraçõ es teo ló g icas. N o te q u e o p o sição teo ló g ica à c o n s titu iç ã o e m p e s s o a j u r í d i c a n ã o s e rv e c o m o d e f e s a c o n tr a a resp o n sa b iliz a ç ão p esso al d e m em b ro s d a igreja. O s líd eres de ig re ja que se o p õ em à co n stitu ição em p e sso a ju ríd ic a p o r razõ es teo ló g icas d ev em a p re s e n ta r su a p o s iç ã o ao s m e m b ro s d a ig re ja . A fin a l de c o n ta s , é co m p letam en te p o ssív el qu e os m em bros d a ig reja não com p artilh em desse p o s ic io n a m e n to te o ló g ic o , q u a n d o in f o r m a d o s d a s c o n s e q ü ê n c ia s p o ten ciais. E les n ão d e v e m ser ex postos à resp o n sa b ilid a d e pesso al sem o co n h ecim en to e co n sen tim en to prévios.
A buso de C rianças O p ro b le m a do ab u so d e crianças nas in stalaçõ es d a ig reja e durante suas atividades co n tin u a infestando as igrejas am ericanas. F elizm ente, m ais igrejas estão levando a sério esse risco. M uitos incidentes têm sido evitados p ela m an u ten ção p rev en tiv a. S e sua ig reja im p lem en to u u m p ro g ram a de d efesa, é essen cial q u e v o cê seja rig o ro so em su a ex ecução. R e sista ao au to co n ten tam en to . Se v o cê não im p lem en to u um p ro g ra m a de defesa, faça-o im ed iatam en te. L em b re-se de que você não e stá apenas pro teg en d o sua ig reja de ações ju d ic ia is e publicidade negativa. M uito m ais im portante q u e isso, v o cê e stá p ro teg en d o suas crianças!
C om unicado sobre A buso de C rianças O ab u so de crian ças é de pro p o rçõ es e p id êm icas nos E stad o s U nidos. O s m in is tr o s f r e q ü e n te m e n te sã o in f o r m a d o s s o b re in c id e n te s de m o lestam en to n o d ecu rso de aco n selh am en to s ou m ed ia n te relató rio s que re c e b e m d a q u e le s q u e tra b a lh a m no b e rç á rio ou c o m a m o c id a d e . E essen cial q u e os m in istro s en te n d am c laram en te suas resp o n sab ilid ad es,
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ de acordo co m as leis e stad u ais am erican as, de in fo rm ar in cid en tes de a b u so c o n h e c id o s o u ra z o a v e lm e n te s u s p e ito s . E m m u ito s e s ta d o s am erican o s, os m in istro s são o b rig ad o s a re la ta r tais incidentes. V ários trib u n ais tê m reje ita d o a d e fe sa feita p o r alg uns pasto res de que eles não in fo rm aram o abuso p o rq u e qu eriam lid ar co m o pro b lem a dentro d a igreja, com o assu n to d isciplinar. A lg u n s estad o s am erican o s isen tam m inistros de in fo rm a r o abuso, se to m a ra m co n h e c im e n to dele no tra n scu rso de co m u n icação p riv ileg iad a. C e rtifiq u e -se de sem pre co n ferir as leis do seu estado, p o is e ssa á rea leg al m u d a co m freq ü ên cia.
A conselham ento Pastoral M u ita s ig re ja s tê m sid o p ro c e s s a d a s c o m o c o n s e q ü ê n c ia d e m a u com p o rtam en to sexual de m inistros d urante atividades de aconselham ento. In felizm en te, m u itas d essas aleg açõ es são v erdadeiras. C on tu d o , algum as são fa lsa s, m as é m u ito d ifíc il os m in istro s p ro v a re m su a in o c ê n c ia , co n sid eran d o q ue é “m in h a p a la v ra co n tra a su a” . H á vário s m odos pelos qu ais su a ig re ja p o d e re d u z ir sig n ificativ am en te o risco d e tais in cidentes e de falsas alegações. P rim eiro , ado te a n o rm a p ro ib in d o q u e p asto res dêem acon selh am en to a m u lh eres d esaco m p an h ad as sem q u e u m a terceira p esso a esteja presente. A terceira p e sso a p o d e ser o cô n ju g e do p a sto r ou outro in teg ran te do pessoal da igreja. S egundo, p ro íb a aco n selh am en to fo ra das d ep en d ên cias d a ig reja sem a p re s e n ç a d e u m a te rc e ira p e s s o a e re s trin ja o a c o n se lh a m e n to nas d e p e n d ê n c ia s d a ig re ja . T ais re striç õ e s p o d e m in c lu ir o seg u in te: (1) ex ig ên cia de q u e o aco n selh am en to de pesso as do sexo oposto só aconteça du ran te o ex p e d ie n te de trab alh o , q u an d o é co m u m q u e outras p essoas estejam p resen tes e v isív eis; (2) lim itação das sessões de aco n selham ento a, n o m áx im o , 45 m in u to s; (3) p erm issão de não m ais de quatro sessões co m a m e sm a pesso a. C laro q u e h á ex ceçõ es no que tan g e a q u a lq u er u m a dessas propostas (por exem plo, quando a p esso a que recebe aconselham ento é p aren te ou e steja a cim a de c e rta idade). T erceiro, esta b e le ç a a p o lític a de d ar aco n selh am en to a p e sso a do sexo o p o sto a p e n a s p o r te le fo n e . E s s a s u g e stã o é a p ro p ria d a p a ra ig re ja s peq u en as, n as qu ais é d ifícil h a v e r o u tras p essoas nas dep en d ên cias da ig reja além do pastor. E ssas restriçõ es p ro teg erão você e su a ig re ja co n tra três riscos: contato im p ró p rio en tre p a sto r e aco n selh ad o , falsas acusações de tal co n tato (o qual é difícil, se n ão im p o ssív el, co n testar) e a p arên cia de indecência.
Supervisão Negligente A s ig rejas p o d em ser p ro cessad as se n ão e x ercerem o dev id o cuidado n a su p erv isão de suas ativid ad es. A re g ra b á sic a a seg u ir aq u i é sem p re ter um n ú m ero su fic ie n te de ad u lto s trein ad o s p resen tes d u ran te q u a lq u er atividade. P o r ex em p lo , não re a liz e ativ id ad e com a m ocid ad e que en volva natação ou a lp in ism o sem u m n ú m ero ad eq u ado de adultos qualificados. S e e stiv e r lev an d o crian ças p a ra q u a lq u e r ativ id ad e rela cio n a d a co m água
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O PASTOR PENTECOSTAL (natação , an d ar de b arco etc.), h á u m ou m ais adultos que ten h am recebido certificad o em técn icas de ressu scitam en to b o ca a boca, os quais então estariam aptos a a ju d ar v ítim as de afo g am en to ? O utro p ro b lem a com um a m uitas ig rejas é lib erar as crianças da E sco la D om inical ou do culto infantil antes do térm in o do cu lto d a igreja. D epois que o pai ou resp o n sá v el deix a a c ria n ç a n a ig re ja , em g e ra l a ig re ja é le g a lm e n te re sp o n sá v e l p e la seg u ran ça da c rian ça até q u e o pai ou re sp o n sáv e l v en h a a ap an h á-la na igreja. Se a ig reja lib e ra a c rian ça antes da volta do pai ou resp o n sáv el, ela p o d e ser re sp o n sa b iliz a d a p o r q u a lq u er p ro b le m a que aco n te ça co m a criança. O u tro p ro b le m a p o te n cia l é en treg ar as crianças do b erçário para p esso as erradas. O b erçário da ig reja deve estab e lec er pro ced im en to s para a sseg u rar que as crian ças sejam en tregues som ente às p essoas autorizadas.
D ireitos Autorais A s leis de direitos autorais é de im portância especial para as igrejas por dois m otivos. Prim eiro, poucas áreas legais causam tantos im pactos negativos nas igrejas quanto as leis de direitos autorais. E, segundo, as leis de direitos autorais env o lv em a aplicação de regras especiais que não são claram ente entendidas pelos m em bros da equipe pastoral, líderes de igreja, m úsicos e até p o r algum as gravadoras e advogados. C om o resultado, h á considerável confusão no que respeita à aplicação das leis de direitos autorais nas igrejas. E ssa confusão tem contribuído para a difusão de inform ações errôneas e o descum prim ento das leis. Tal descum prim ento, m esm o não sendo intencional, p ode resu ltar em enorm es obrigações financeiras. O p o n to m ais im p o rtan te a lem b rar é: as igrejas são sujeitas às leis de d ireito s autorais, e isso, en tre outras coisas, im p lica que a ig reja não pode: 1. F a z e r có p ias sem p e rm issão de m ateriais p ro teg id o s p o r direitos a u to rais (in clu siv e m ú sica, livros e artigos de revistas). 2. F azer u m “trab alh o d e riv ad o ” basead o num trabalho p ro teg id o por d ireito s au to rais (co m o arran jo de m ú sic a p ro te g id a p o r d ireito s au to rais ou n o v a ed ição ou livro de exercício s b asead o em livro p ro teg id o p o r d ireito s autorais). Ou: 3. E x e c u ta r p u b licam en te trabalho pro teg id o p o r direitos autorais. A vio lação das leis de d ireitos autorais pode aco n tecer de vários m odos n o p ro g ram a m u sical da igreja. D u p lic ar m ú sica p ara co ral p ro teg id a por d ireito s autorais, fa z e r g rav açõ es em áudio ou vídeo dos cultos d a ig reja nos quais sejam ex ecu tad as m ú sicas p rotegidas p o r direitos autorais, fazer “b ro c h u ra ” ou co m p ilaçõ es sem elhantes das m ú sicas do coral com um ente can íad as, fazer tran sp arên cias de hinos p ro tegidos p o r direitos autorais p a ra e x ib iç ã o d u ra n te os c u lto s de a d o raç ão , c o p ia r m ú sic a p a ra um aco m p an h an te e co lo car no b o letim da ig reja letras de m ú sica p ro teg id a p o r d ireito s autorais. T odas essas práticas vio lam os direitos ex clu siv o s do d eten to r dos direitos auto rais de fazer cópias de seu trabalho. A lém disso, fazer m udanças em m ú sica protegida por direitos autorais constitui violação do direito ex clu siv o do d eten to r dos direitos autorais de fazer trabalhos d erivados.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ A s p u b licaçõ es d a ig reja são u m a seg u n d a área im p o rtan te de in fração p o te n c ia l. E m “p u b lic a ç õ e s ” e stã o re la tó rio s in fo rm a tiv o s, b o le tin s e lite ra tu ra d u p lic a d o s p a ra p ro p ó s ito s in stru tiv o s. S e ta is p u b lic a ç õ e s c o n tiv e r e m m a te r ia is p r o te g id o s p o r d ir e ito s a u to r a is q u e s e ja m re p ro d u zid o s sem co n sen tim en to , en tão co n stitu irão in fração do direito ex clu siv o do d e te n to r dos direitos au to rais de faz er cópias. H á algum as isenções à infração dos direitos autorais. São a perm issão do deten to r dos direitos autorais, u m a licen ça e “uso lib erado” . T am bém a execução de m ú sica relig io sa no transcurso do culto da igreja é isenta de infração das leis que p ro teg em os direitos autorais. N o te que essa isenção só se aplica à ex ecução d a m úsica religiosa, e não à có pia da m úsica. A isenção do u so liberado é lim itada, m as em alguns casos ju stifica certo núm ero de cópias, se não h á m otivação com ercial, se a p o rção copiada é insignificante e se a có p ia não é substituto p ara a aquisição dos trabalhos originais.
C om placência com os D ocum entos O rganizacionais É im p o rtan te que os líd eres de ig re ja estejam fam iliarizad o s co m a e s c r i t u r a p ú b l ic a , c o n s t i t u i ç ã o , e s t a t u t o s o u o u tr o s d o c u m e n to s organizacionais de suas igrejas, visto q u e esses docum entos ordinariam ente ab o rd am m uitas q u estõ es d a ad m in istração in terna. A escritu ra p ú b lic a da ig re ja a p re se n ta tip ic a m e n te o n o m e, e n d e reç o , p e río d o de d u ra çã o e p ro p ó sito s d a co rp o ração ; os p rin cíp io s d o u trin ário s d a igreja; e os n om es e en d ereço s dos m em b ro s fu n d ad o res e diretores. E n tretan to , raram en te co n têm n o rm as p a ra a ad m in istração in te rn a d a corporação. P o r essa razão, é habitual q u e as ig rejas ad o tem reg ras p ara seu fu n cio n am en to interno. T a is r e g r a s s ã o o r d i n a r i a m e n t e c h a m a d a s “ e s t a t u t o s ” , e m b o r a o c a s io n a lm e n te s e ja m c h a m a d a s “ c o n s titu iç ã o ” ou “ c o n s titu iç ã o e e sta tu to s” . O s estatu to s d a ig reja em g eral co b re m assuntos com o: (1) q u a lific a ç õ e s, s e le ç ã o e e x c lu sã o d e m e m b ro s; (2) h o ra e lo c a l p a ra a sse m b lé ia s d e lib e ra tiv a s o rd in á ria s ; (3) c o n v o c a ç ã o d e a sse m b lé ia s d e lib e ra tiv a s e x tra o rd in á ria s; (4) av iso p a ra a ssem b lé ias d e lib erativ as ord in árias e ex trao rd in árias; (5) q u o ru m ; (6) direitos de voto; (7) seleção, p o sse e re m o ção de o ficiais e d ireto res; (8) p ree n ch im e n to de vagas; (9) resp o n sab ilid ad es d os d ireto res e o ficiais; (10) m éto d o p a ra faz er em endas nos e sta tu to s; e (11) c o m p ra e tr a n s fe rê n c ia d e p ro p rie d a d e . O u tro s assu n to s q u e d ev em ser co n sid e ra d o s p a ra in clu são nos estatu to s da ig reja (m as q u e fre q ü e n te m e n te n ã o o são) são: (12) ad o ção de co rp o esp e cífico de p ro c e d im e n to p a rla m e n ta r; (13) c lá u su la e x ig in d o q u e d isp u tas en tre m e m b ro s d a ig r e ja o u e n tre m e m b ro e a p ró p ria ig r e ja d e v a m ser so lu c io n a d a s p o r m e d ia ç ã o ou a rb itra g e m ; (14) c lá u su la e sp e c ific an d o c o m o c o n tra to s e o u tro s d o c u m e n to s le g a is d e v e m se r a p ro v a d o s e a ssin a d o s; (1 5 ) a ssin a tu ra de a u to riz a ç ã o em ch e q u es; (16) v ín cu lo de o fic ia is e e m p re g a d o s q u e lid a m co m os c a p ita is d a ig re ja ; (17) a u d ito ria a n u a l f e ita p o r c o n ta d o r e s p ú b lic o s e in d e p e n d e n te s , q u e te n h a m certificad o ; (18) clá u su la tratan d o de in d en ização ; (19) esp e cificaç ão do ano fiscal da igreja; e (20) “v o tação esc a lo n ad a ” de d iretores (parte do co rp o de m in istro s é e leita a ca d a ano, p a ra a sseg u rar co n tin u id ad e de lid eran ça ano após ano).
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390 O PASTOR PENTECOSTAL R esponsabilidade Pessoal dos M em bros do Corpo M inisterial O s o fic ia is e d ire to re s de ig re ja p o d e m se r p e s s o a lm e n te re s p o n s a b iliz a d o s p o r su as a ç õ e s e m v á ria s s itu a ç õ e s , in c lu s iv e no s e g u in te : (1 ) r e s p o n s a b ilid a d e p o r d e lito p e s s o a l p o r a ç õ e s c o m o o p e ra ç ã o n e g lig e n te d e v e íc u lo d a ig re ja , su p e rv is ã o n e g lig e n te de fu n c io n á r io s e a tiv id a d e s d a ig re ja , in fra ç ã o d e d ire ito s a u to ra is e d e m is s ã o in ju s ta d e e m p re g a d o s; (2) re s p o n s a b ilid a d e c o n tra tu a l p o r e x e c u ta r c o n tr a to s e m a u to r iz a ç ã o (o u c o m a u to riz a ç ã o , m a s se m i n d ic a ç ã o d e c a p a c id a d e r e p r e s e n ta tiv a ) ; (3 ) v io la ç ã o d e u m do s “d e v e re s fid u c iá rio s ” q u e to d o o ficial ou d ire to r d ev e a u m a co rp o raç ão , in c lu s iv e o s d e v e re s de c u id a d o d e v id o e le a ld a d e à c o rp o ra ç ã o ; (4) v io la ç ã o o u d e s c o n s id e r a ç ã o d a s c o n d iç õ e s d e c lá u s u la s d e u m a c o n fia n ç a e x p re s s a im p o s ta p o r d o a d o r em su a c o n trib u iç ã o ; (5) v e n d a de a ç õ e s se m se r a g e n te re g is tra d o (se re q u e rid o p e la lei e sta d u a l) ou e n g a ja m e n to d e a tiv id a d e s fra u d u le n ta s n a o fe rta ou v e n d a d e a ç õ e s d a ig re ja ; (6) a c in to sa m e n te d e ix a r de d e sc o n ta r do e m p re g a d o ou de p a g a r im p o sto s d a fo lh a de p a g a m e n to p a ra o g o v e rn o fe d e ra l; (7) a p ro v a r e m p ré stim o a o fic ia l ou d ireto r. V á r io s e s ta d o s a m e r ic a n o s a d o ta r a m e s ta tu to s q u e lim ita m a re s p o n s a b ilid a d e d os d ire to re s de e n tid a d e s se m fin s lu c ra tiv o s p e la n eg lig ê n c ia co m u m deles. E ssas leis não p ro te g em oficiais e d iretores que rec e b a m co m p en sação p o r seus deveres ou que se en g ajem em neg lig ên cia c ra ssa ou m á co n d u ta intencional.
Leis de D iscrim inação V árias leis an tid iscrim in ató rias d esn o rtean tes foram decretad as pelo g o v ern o fed eral, estad u al e m unicipal. M uitas dessas leis aplicam -se a q u estõ es trab alh istas e p ro íb e m em p reg ad o res de fa ze r d iscrim in ação em suas decisõ es de em p reg o (in clu in d o co n tratação , dem issão e benefícios) c o m b ase n a raça, cor, n acio n alid ad e, gênero, g ravidez, relig ião , id ad e e in ap tid ão . N o âm bito fed eral, o alcance dessas leis re q u er em g eral um n ú m ero m ín im o de em p reg ad o s m ais algum en v o lv im en to do em p reg ad o r n o co m ércio in terestad u al. Isen çõ es lim itadas são v iáv eis a organizações relig io sas de aco rd o co m algum as dessas leis. P ara ilustrar, o T ítu lo V II, do A to de D ireito s C ivis, de 1964, torna ilícito ao em p reg ad o r que ten h a se o cupado com co m ércio in terestad u al e te n h a 15 ou m ais em p reg ad o s faz er d iscrim in ação em qu a lq u er d ecisão de em prego com base em raça, cor, nacionalidade, gênero, gravidez ou religião. E n tre ta n to , o A to ise n ta o rg a n iz a ç õ es re lig io sa s, in c lu siv e ig rejas, da p ro ib ição de d iscrim in ação relig io sa p a ra o em prego. É m ais pro v áv el q u e u m a ig reja esteja sujeita a leis an tidiscrim inatórias estad u ais e m unicip ais. C ontudo, essas leis g eralm ente p e rm item as igrejas d iscrim in arem co m b ase n a relig ião em suas d ecisões de em prego. Para a v erig u ar a ap licação das leis d e discrim in ação estad u ais ou fed erais para su a ig re ja , c o n s u lte a d v o g a d o q u e e s te ja fa m ilia riz a d o c o m as leis trab alh istas.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
Im postos de Propriedade T oda lei de im p o sto de p ro p ried ad e estad u al am eric an a isen ta lugares d e c u lto r e lig io s o . É c o m u m q u e a le i e s ta d u a l a m e r ic a n a is e n te pro p ried ad es u sad as ex clu siv am en te co m o lu g a r de culto religioso. E m m u ito s e sta d o s a m e ric a n o s, p o ré m , a ise n ç ã o n ão é a u to m á tic a . U m requerim en to p ara isenção deve ser feito e aprovado. O s estados am ericanos v ariam m u ito com re sp e ito à trib u tação de o u tras p ro p ried ad es d a igreja. N o te o seguinte: • T e r r e n o s c ir c u n v iz in h o s . A lg u m a s le is e s ta d u a is a m e ric a n a s esp ecificam o quanto o terreno em que está a casa de culto está isento. O u tra s leis e sta ta is a m e ric a n a s n ão a b o rd a m o assu n to , m as os trib u n ais in terp retam a isen ção de q u e u m a “casa de cu lto ” deva in c lu ir terren o circu n v izin h o ra z o a v e lm en te g rande p a ra aco m o d ar os cultos. • E feito da renda de a luguel. E m alguns estados am ericanos, a geração de ren d a de aluguel n eg a qualq u er isenção. E ntretanto, m uitos estados am erican o s re c o n h e c em o p rin cíp io de isenção p arcial e isen tam essa p o rção de p ro p ried ad e p o ssu íd a p e la ig reja que não seja u sad a para p ro p ó sito s co m erciais o u aluguel. • P ro p ried a d e em obras. D e m odo geral, p ro p ried ad e em obras não se q u alificam p a ra isenção. • C asa p a sto ra l. A ca sa p a sto ra l é de p ro p ried a d e d a igreja. E stão isen tas em m uitos estad o s am ericanos. • T erreno d e so c u p a d o . O s trib u n a is d iv id e m -se no tra ta m e n to de im p o sto s sobre terren o s não u sad o s. A o pinião da m aio ria parece ser a de q u e tal terren o é su jeito a im p o sto , em b o ra ten h a sido adquirido p a ra u so fu tu ro co m o igreja, a m enos q ue seja usado reg u larm en te p a ra as a tiv id a d e s d a ig re ja (a c a m p a m e n to s, a tiv id a d e s c o m a m o cid ad e, ativ id ad es recreativ as, esp o rtes, cultos ao ar livre etc.). •A c a m p a m e n to s p e r te n c e n te s a ig reja s. O s trib u n a is a m e ric a n o s ta m b é m se d iv id e m em relação ao tratam en to de im p o sto s sobre acam pam entos de propriedade da igreja. Todos os estados am ericanos r e c o n h e c e m q u e u m a c a p e la e u m a q u a n tid a d e r a z o á v e l de p ro p rie d a d e circ u n v iz in h a estão isentas. A co n tro v érsia diz respeito a estru tu ras rú sticas de aco m o d açõ es toscas, casas, terren o s pouco b en eficiad o s e in stalaçõ es recreativ as. A m aio ria dos trib u n ais tem n eg ad o isen ção p a ra essas p o rçõ es de acam pam entos.
Educação V am os co n c lu ir co m alg u m as n o tícias boas — através da in stru ção e m anutenção preventiva, as igrejas po d em red u zir significativam ente o risco de serem pro cessad as! N ão esp ere p a ssiv a m e n te p a ra ser p ro cessad o e ver o litígio co m o algo inev itáv el. Sim , o n ív el de litíg io nos E stad o s U n id o s é asso m b ro so — e e stá au m en tan d o . M as você não tem de ser vítim a. A o ser in fo rm a d o d o s ris c o s q u e o c o n fro n ta m e ao im p le m e n ta r p rá tic a s preventivas, você p ode red u zir significativam ente o risco de ser processado.
392 O PASTOR PENTECOSTAL E m b o ra este cap ítu lo h a ja sido escrito ex clu siv am en te p ara os p astores am erican o s, dele p o d erem o s tira r im p o rtan tíssim as lições. P ois, em sua e ssên cia, os p ro b lem as aqui ap o ntados são com uns as igrejas de to dos os p aíses. S u g e rim o s, a p ro p ó sito , a le itu ra do liv ro L e g isla ç ã o p a r a Ig re ja s e d itad o p e la CPA D .
Conhecendo e usando a Mídia Jeff Brawner sistem a de estrad as fed erais de um p aís p ro p o rcio n a op o rtu n id ad es d e o u ro p a ra a n u n c ia n te s to rn a re m c o n h e c id a s su as m e n sa g e n s m ed ian te o u td o o rs e strateg icam en te localizados. P lacas convidativas e in stru tiv as ja z e m d istrib u íd as ao lo n g o de estrad as m o v im en tad as para in fo rm a r v ia ja n te s o n d e e n c o n tra r g a so lin a , c o m id a , h o té is e p o n to s tu rístico s in teressan tes. P ara que a co m u n icação e m m assa seja efetiva, é v ital sab er o q u e as p esso as p ro cu ram e on d e elas estão. A ro d o v ia que será u tilizad a com m ais fre q ü ê n cia no século X X I não será u m a estrad a a sfaltad a — será u m a su p e rv ia de co m u n icação e n tu p id a de inform ações. P a ra m u ito s, a telev isão , o rá d io e os co m p u tad o res to rn aram -se m ais q u e u m a “e stra d a ” de in fo rm ações; to rn aram -se co m p an h eiro s diários. A prim eira coisa que a m aio ria das pessoas faz quando entra em casa é acender a lu z e lig a r a telev isão . M ilh õ es em b arcam em seus carro s, acio n am o m o to r e, então, lig a m o rádio. C o n ferir o correio eletrônico to m o u -se quase tão co m u m q u an to v e rific a r a c a ix a de co rreio em fren te de casa. S e a ig re ja d eseja ser b e m -su ce d id a em a lcan çar esta geração de vídeos e áudios so m p a ra C risto , tem o s de u tiliza r as m esm as estrad as d a m ídia qu e g ran d e p arte da so cied ad e u sa diariam en te. U m a crian ç a am ericana passa em m éd ia cerca de 22 horas po r sem ana assistindo à televisão. R ecente p e sq u isa esta tístic a calcu lo u q u e nos E stad o s U n id o s um adulto p assa p o r a n o 3.2 9 7 h o ras assistin d o à telev isão , estando no cinem a, o u v indo rádio e len d o jo rn a is, liv ro s e rev istas. C o n sid eran d o que o ano tem 8.760 horas, e ssa p e sq u isa m o stro u q u e os am erican o s g astam m ais de um terço do tem p o total do ano u san d o algo d a m ultim ídia. O s p o n to s de re fe rê n cia d a m a io ria das p essoas são visu ais e auditivos. N a g ran d e p arte das casas, h istória, litera tu ra e arte fo ram substituídas p elas p rin cip ais red es de telev isão e até 150 opções de canais. R ev istas e jo rn a is estã o se ad a p ta n d o ao se m p re re d u z id o p e río d o d e aten ção da
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UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
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so cied ad e o ferecen d o sino p ses de n o tícias e m an ch etes de ráp id o exam e. T elevisores de alta d efin ição , fib ras ó ticas, telev isão in tera tiv a e su rfar na In te rn e t n ão são id éias fu tu rísticas; são re alid ad es p resen tes que estão m u d an d o a so cied ad e co m o a conh ecem o s. A s b o as n o tícias são q u e D eu s n ão e stá in tim id ad o p e la su p erv ia de co m u n ic a ç ão re p le ta de in fo rm açõ es, e nem nós, tam p o u co , dev eríam o s nos am edrontar. O S en h o r sem p re estev e no ra m o das co m u n icaçõ es. D e fato, o ap ó sto lo Jo ão refere-se ao F ilh o de D eus com o o Verbo (Jo 1.1). A o lo n g o da H istó ria, testem u n h am o s D eu s in sp iran d o seus servos a u sar as ferram en tas da ép o ca em que v iv iam p a ra dissem in ar a P alav ra e a vontade de D eus. D a trad ição oral para escribas, im p ressoras de tipos m óveis, rádio, telev isão , satélites, co m p u tad o res e m íd ia in te rativ a — os servos de D eus sem pre têm se b en eficiad o de q u aisq u er o pções d a área das co m u n icaçõ es q u e lhe este ja m disp o n ív eis. A lc a n ç a r as p e sso a s m ed ian te os recu rso s d a m íd ia n u n c a su b stitu irá o e v a n g e lism o p e sso a l — n ão pode. A ú n ic a f e rra m e n ta m a is e fe tiv a p a ra a lc a n ç a r os p e rd id o s é o c re n te sa lv o , c h e io d o E s p írito , q u e c o m p a rtilh a seu te ste m u n h o c o m alg u ém . O ite n ta e seis p o r cen to d a q u e le s q u e se c h e g a m a Je su s fazem no p o r c a u sa de u m re la c io n a m e n to c o m u m crente. ________________________________________ O s m in isté rio s d a m íd ia são ta lh a d o s p a ra re p re se n ta r o p a p e l de co n sc ie n tiz a r, p la n ta r sem en tes, g e ra r sede e s p ir itu a l e p r o p o r c io n a r o p o rtu n id a d e s de te s te m u n h o q u e in e v ita v e lm e n te su rg irão . A m íd ia te m a c e sso im e d ia to e in sta n tâ n e o às ca sa s e ao s c o ra ç õ e s das p e sso a s. E s tá lá q u a n d o as n o tíc ia s são dadas; e s tá lá q u a n d o os c o ra ç õ e s sã o to c a d o s . T ê m sid o d o c u m e n ta d o s in c o n tá v e is te ste m u n h o s d a in te rv e n ç ã o d iv in a q u an d o o E sp írito S anto in sp iro u a m e n sa g e m certa, n o m o m e n to ce rto , p a ra to c a r e tra n sfo rm a r a p e s s o a d e se sp e ra d a m e n te d o e n te . N u n c a g a n h a re m o s o m u n d o p o r e sta rm o s n a te le v isã o ou n o rá d io , m as é d u v id o so que v en h am o s a to ca r to d a s as p e sso a s q u e p re c is a m ser a lc a n ç ad a s sem u sa r a c a p a c id a d e e o p o te n c ia l d a " irra d ia ç ã o ” d a m íd ia. Se d ev em o s u tiliz a r co m e ficácia as ferram en tas da m íd ia disponíveis em n o sso tem p o p ara a lcan çar esta g eração p a ra C risto, tem os de en ten d er alguns de seus fu n d am en to s. Q u an d o a qu estão diz resp eito a u tilização da m ídia, trata-se, no sentido m ais e strito da palavra, de u m jo g o de núm eros. C a d a m e io e m p a r tic u la r — rá d io , te le v is ã o ou im p r e n s a — te m determ in ad a audiên cia. P ara o rádio, são os ouvintes. P ara a telev isão , os esp ectad o res. P a ra a im p ren sa, os leito res. C a d a tipo de a u d iên cia — o u v in te s , e s p e c ta d o re s o u le ito re s — p o d e se r m e d id o e, p o rta n to , qu an tificad o . O rá d io tip icam en te v e n d e “o u v intes p e la m é d ia de cada qu arto de h o ra ” , a telev isão ven d e “p o rçõ es de unid ad es d o m ic ilia re s” e a im p re n sa v en d e “c irc u la ç ão ” .
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A Mídia está 1a quando os coracões são tocados
A M ídia com o Ferram enta de M inistério H á três palavras que devem os m anter em m ente quando usarm os a m ídia com o ferram en ta de m inistério: relacionam ento, pesq u isa e repetição.
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394 O PASTOR PENTECOSTAL R e l a c io n a m e n t o
F aça questão de ter u m relacionam ento com o editor do jo rn a l e co m o gerente geral e/ou d iretor de notícias das estações de rádio e de televisão de sua cidade. E les estão constantem ente procurando histórias — especialm ente histórias de interesse local. E vital reco nhecer que o program a de trabalho deles pode não ser igual ao seu, m as eles são im pulsionados pela necessidade de fo rm ar e m anter audiência. A s agências da m ídia não têm interesse em ajudar seu m inistério, m as estão interessadas n a m aneira com o sua história pode ser trad u zid a em im pulso no nível de audiência/circulação. A n tes de co n tatar ag ên cias de n o tícias co m u m a h istó ria p o ten cial, re flita sobre m an eiras esp ecíficas nas quais a h istó ria p o ssa serv ir aos in teresses e n ecessid ad es delas. P o r exem plo, seu noticiário lo cal acaba de fazer um p ro g ram a esp ecial sobre o estado lastim ável dos bairros m enos fav o recid o s e d en sam en te p o p u lo so s d a cidade, sobre o aum ento n a tax a de crim in alid ad e e sob re o m ed o que g rassa n a co m unidade. U se essas histó rias de “m ás n o v a s” co m o opo rtu n id ad e p a ra en trar em contato com eles p a ra fa la r sobre su a h istó ria de “boas n o v a s” — o plano de sua ig reja em su b stitu ir o m ed o p ela esperança. In fo rm e-lh es sobre o trabalho de assistên cia social que sua ig reja pratica; faça com que saibam do m inistério tra n sfo rm a d o r de v id as q u e sua ig reja tem co m p ro stitu tas e quadrilhas; n o tifiq u e a m íd ia dos esfo rço s que os m em bros de sua cong reg ação fazem em alcan çar as crian ças de ru a p o r m eio de escolas d o m inicais feitas nos calçad õ es. O p ro g ra m a de trab alh o da m íd ia são notícias; nosso p ro g ram a de trab alh o tam b ém são n o tícias — as B oas N o v as de salvação. A m bas p o d e m ser realizad as m u tu am en te, e com êxito, se to m arm o s a iniciativ a de n os re lacio n arm o s p ro d u tivam ente. D e se n v o lv e r u m re la c io n a m en to co m os d ireto res d a m íd ia de sua co m u n id ad e põ e ab aix o os estereótipos que eles p o ssam ter de você, com o tam b ém os q u e v o cê p o ssa te r deles. O re p a ra ter b o a aco lh id a e dem onstre in te re sse g e n u ín o e p re o c u p a ç ão sin cera. E n v ie n o tícias p a ra jo rn a is, estações de rá d io e de telev isão. E que as notas sejam o b jetivas, criativas e atraentes à audiência. P e s q u is a
H á a m p la v a rie d a d e de o p ç õ e s e o p o rtu n id a d e s n a m íd ia de to d a com unidade. F aça perguntas. E stude as possibilidades. Faça m ais perguntas. P esq u ise seu m ercad o . F aça m ais perguntas. A T V a cab o m u d o u a p a isa g em da irrad iação de in fo rm açõ es e abriu cam in h o s ex citan tes p a ra d isse m in ar a b o a sem ente do E vangelho. E m m u ito s m ercad o s, can ais de acesso a cabo fo rn ec em tem po grátis aos que lhes fo rn e c e rem p ro g ram ação . E m o u tros m ercados, as co m p an h ias de T V a cabo têm eq uipam ento e pessoal especializado p ara ajudar m inistérios a p ro d u z ir u m p ro g ram a. T iago escreveu: “N ad a tendes, po rq u e não p e d is” (T g 4.2). E sse p rin cíp io b íb lico ta m b ém é v erd ad eiro q u ando se trata de u tilizar os recu rso s d a m íd ia de sua com unidade. A p esquisa não inclui apenas identificar opções e oportunidades, tam bém ab ran g e in sp e c io n a r o p a n o ra m a d a m ídia. Veja u m a p e q u en a am o stra do h o rizo n te d a m ídia:
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
Rádio: E sta ç õ e s de m ú sica s a n tig a s, q u e to c a m m ú sic a dos anos 50, 60 e 70, têm au d iên cia c o n stitu íd a p o r p esso as entre 35 e 64 anos. E sta ç õ e s de rock clá ssico , q u e to c a m m ú sic a do fim dos anos 60, 70 e 80, têm o u v in tes en tre 24 e 54 anos, co m p red o m ín io m asculino. E sta ç õ e s de m ú sica serta n eja tê m o u v in tes entre p esso as de 18 e 49 anos. E sta ç õ e s de n o tícia s/en trevista s tê m au d iên cia entre pesso as d e 35 e 6 4 anos. E sta ç õ e s de m ú sica s a ltern a tiva s n o rm alm en te têm o u v intes m ais jo v e n s, en tre 13 e 24 anos, com m a io ria m asculina. E sta ç õ e s de m ú sica de su cesso ou de m úsica co n tem p o râ n ea têm em g eral o u v in tes en tre 18 e 4 4 anos, c o m p red o m ín io de m ulheres. E s ta ç õ e s d e m ú s ic a c o n te m p o r â n e a u rb a n a n o rm a lm e n te tê m o u v in tes en tre 24 e 54 anos. E sta ç õ e s de d a n ça ou rap têm o u v in tes en tre 18 e 34 anos. E sta ç õ e s de m ú sica clá ssica ou de ja z z n o rm alm en te têm aud iên cia en tre p essoas de 35 e 64 anos.
Cabo: L ifetim e é u m canal de entretenim ento o rientado ao público fem inino. E S P N 1 e 2 são can ais o rien tad o s ao p ú b lico m asculino. C N B C é u m can al de in fo rm açõ es/en trev istas direcionado ao público adulto. M T V é u m can al de m ú sic a o rien tad o ao p ú b lico jo v e m . VH1 é u m can al de m ú sic a o rien tad o ao p ú b lico adulto jo v em . E ! é u m can al de en treten im en to o rien tad o ao p ú b lico ad ulto jo v e m . A M C é u m can al de en treten im en to o rien tad o ao p ú b lico adulto. C N N é um can al de n o tícias/en trev istas o rien tad o ao p ú b lico adulto. H E A D L IN E N E W S é um canal de notícias orientado ao público adulto. A & E é u m can al de en treten im en to s o rien tad o ao p ú b lico adulto. USA é um can al de en treten im en to o rien tad o ao p ú b lico jo v em . D IS C O V E R Y é um can al de info rm açõ es orientado ao público adulto. T N N é um canal de m úsicas/entretenim entos orientado ao público adulto. P o d e ser um ch o q u e p a ra alguns de su a c o n g reg ação saber que você co lo co u an ú n cio s av u lso s de sua ig re ja n a M TV. M as, lem b re-lh es de que a q u e le s jo v e n s p e ix e s p e rd id o s n a d a m n a q u e la lag o a . S eus e sfo rç o s ev an g elístico s tê m de in c lu ir as p esso as m ag o ad as, tristes e inquiridoras; e, assim , d esen v o lv er u m a e stra té g ia p a ra alcan çá-las no to rrão delas. R e p e t iç ã o
A lei dos co m u n icad o res eficazes é repetição, repetição, repetição! U tiliz e -se d e estratég ias e m seus esfo rço s de m íd ia d e tal m a n eira que o m esm o p ú b lico -alv o seja in ú m eras v ezes e x p o sto à su a m ensagem . E m m édia, u m v en d ed o r g asta seis ten tativas para persuadir u m possível cliente a d izer sim e c o m p rar algo. C ad a in d iv íd u o q u e estam o s nos em p en h an d o em a lcan çar p re c isa ser ex p o sto à n o ssa m e n sag e m p elo m enos quatro vezes p o r sem ana. E m m ercad o s p eq u en o s com u m a ún ica estação de rádio
396 O PASTOR PENTECOSTAL e um jo m a l local, isso é bastante fácil de ser feito m ediante u m a com binação de telev isão , rád io , jo rn a l e outdoors. E m m ercad o s m éd io s e m aiores, satu rar a a u d iên cia d u ran te o horário n o b re p o d e estar fin a n c e iram en te fo ra de alcance. E n tretan to , resu ltad o produtivo p ode ser obtido a preço m uito m ais acessível aplicando freq ü ên cia ao in v és de alca n ce. O alcan ce é o b tid o fazen d o pro p a g an d a som ente onde h á u m a m ultidão re a lm e n te g ran d e — co m o o av ião que, em dia qu en te de verão, so brevoa à p le n a v is ta u m a p ra ia a b a rro ta d a d e p e s s o a s , p u x a n d o u m a fa ix a p u b lic itá ria d a L an ch o n ete do Z é ou um ú n ico an ú ncio no p ro g ram a de rá d io n a h o ra de m a io r p ico de aud iên cia du ran te a h o ra do rush. P o d e-se d iz e r q u e essas c o m u n icaçõ es alcan çaram m ilh ares de pessoas. M as que resp o sta geraram ? Q uantos fo ram c o m er n a L an chonete do Z é, e a resp o sta foi g ran d e o su ficien te p ara ju stific a r os g astos co m o an ú ncio? C o m um ú n ico an ú n cio p ro v av elm en te não se ch eg o u p erto de nada. M as fa ç a co m q u e a q u ele av ião so b rev o e m ais de três vezes de m a n h ã e três vezes n a p a rte d a tard e a in terv alo s d e 45 m in u to s, co m eçan d o às 4 :3 0 d a tarde, e a L an ch o n ete do Z é ficará ch eia de fregueses fam intos e sedentos que voltam p a ra ca sa d ep o is de p assar u m dia n a praia. Isso é ex em p lo de freqüência, o q u a l, q u a n d o c o m b in a d o c o m alc a n c e, em ú ltim a in stâ n c ia to rn a a co m u n icação eficaz. C o m o m e n cio n ad o an terio rm en te, alcance é u m a e stratég ia cara. M as a fre q ü ê n c ia não p re c isa ser. A freq ü ê n cia cria rep etição . P ortanto, um a b o a estratég ia p rim ária é freqüência. E a chave p ara a freq ü ên cia é o espaço ain d a d isp o n ível, o q u e nos m o v e p a ra outro fu n d am en to do m in istério da m ídia: senso de oportu n id ad e.
Senso de O portunidade no Uso da M ídia N a co m p ra de an ú n cio s avulsos (ou co m erciais) h á u m a ex p ressãochave: esp a ço a in d a d isp o n ível. O an úncio de cu sto é a fe rra m en ta de n e g o ciação p rim á ria c o m a estação. T alvez v o cê j á ten h a ouvido dizer: “N ão co m p re no varejo, co m p re no ataca d o ” . O s espaços retalh ad o s não são d iv u lg ad o s a m en o s q u e v o c ê p ergunte, e os p reço s são c e m p o r cento negociáv eis. P o r d efinição, é ex atam en te isto o que significa, ou seja, ainda h á tem p o co m ercial d isp o n ív el sem ter sido co m prado. P a ra a em isso ra, a m en o s que alg u ém co m p re esses esp aço s retalh ad o s de tem po, é dinheiro estrita m e n te p erd id o . A ssim co m o o p ad eiro no fim do d ia v en d e co m sig n ificativ o d esco n to o p ão feito no dia, o m esm o fará a em p resa apenas p a ra não d eix ar de g a n h a r algo. D e m odo geral, as em issoras de rádio e de televisão estão co m abundância de espaço disponível p ara v ender nos m eses de jan eiro , fevereiro, ju lh o e agosto. M as tam b ém p o d e h av er q u antidade co n siderável em setem bro, outubro, m aio e ju n h o . C om o com prador de espaço n a m ídia, o que você b u sca é preço garantido p ara o espaço disponível nos seguintes períodos: • • •
D e 10 de ja n e iro a 10 d e m arço. D e 15 de m aio a 15 de agosto. D e 15 de setem b ro a 15 de n ovem bro.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ O utro fato r im p o rtan te a c o n sid e ra r é que as p essoas co m pro b lem as fre q ü e n te m en te estão aco rd ad as q u ando d ev eriam estar dorm indo. E stão p re o c u p a d a s , a n sio sa s e tê m d ific u ld a d e e m relax ar. D e ssa m a n e ira, apresen ta-se a razão p a ra q u e os an ú n cio s sejam feitos à n o ite e nas horas d a m ad ru g ad a, po rq u e p ro p o rc io n a alta p ro b ab ilid ad e de fazer conexão co m p esso as tristes e so litárias. T anto q u an to 66 p o r cento de todo espaço d isp o n ív el nas em isso ras de rád io e de telev isão e stá entre 11 da noite e seis da m anhã, de seg u n d a-feira a sexta-feira, o que é perfeito para alcançar as p esso as tristes, os trab alh ad o res que n ão freq ü en tam igrejas e os jo v e n s q ue estudam . Os fins de sem an a ta m b é m são preferid o s p o r aqueles que p a s s a m p o r p ro b le m a s e c o n ô m ic o s . P o r q u ê ? P o rq u e as p e s s o a s se p re o c u p a m m ais co m seus em p reg o s quan d o estão longe deles — à noite, de m ad ru g ad a, nos fins de sem ana.
Atingindo Seu Público-alvo N ão é o b astan te c o n h ecer as ferram en tas e saber o m o m en to oportuno. P a ra ser e ficaz n a m íd ia, v o cê te m de id e n tific a r seu p ú b lic o -a lv o . O p ú b lico -alv o d eterm in ará a substân cia, estilo e estratég ia de colo cação que v o cê p re c isa rá usar. S u b s t â n c ia
O q u e você q u er co m p artilh ar? A su b stâ n cia de sua m e n sag em será d eterm in ad a pelo p ú b lico que v o cê tem em m ira. C rianças, jo v en s, pessoas casadas, m ães solteiras, divorciados, anciãos, cada grupo tem necessidades, gosto s e nív eis de co m p reen são d istin to s e p articu lares. O co m u n icad o r sábio co n h ece o p ú b lico e e la b o ra a m e n sag em de acordo c o m seu público. E ssa não é q u estão de co m p ro m isso , m as de sen sib ilid ad e e clareza. E s t il o
E stilo é u m a área crítica do m inistério. M u itos crentes co n fu n d em estilo co m su b stâ n cia . P re fe re m certo estilo e e rrad am en te co m p a ra m o m étodo co m a m en sag em . P ara alguns, p reg ação n ão é p reg ação a m en o s que a m e n sa g e m seja ap re se n ta d a n u m fo rm ato de “fo g o e en x o fre do in fe rn o ” . P ara outros, o fo rte to m ev an g elístico os a fu g en ta — sen tem com o se estiv essem g ritan d o com eles. T em os de ap resen tar a m e n sa g em de tal m o d o q u e nosso p ú b lico -alv o ten h a facilid ad e de e n ten d er e responder. Isso re q u e r que saib am o s q u em ele é e co m o ele fala. G rupos de en fo q u e p o d em ser um m o d o esc la re ced o r de determ in ar a lin g u a g e m que n o sso p ú b lico -alv o e stá falan do. U m grupo de enfo q u e é um aju n tam en to de p esso as típicas do esp ectro d em o g ráfico que estam os ten tan d o alcançar. F req ü en tem en te supom os que sabem os o que as pessoas q u erem e com o elas falam , em v ez de p erg u n tar e ouvir. C om u n icação não é m e n s a g e m d a d a ; é m e n sa g e m re c e b id a . Se e sta m o s te n ta n d o descrev er u m qu ad rad o e as pesso as estão fazen do um círculo, não estam os c o m u n ic a n d o . Só p o rq u e d is s e m o s n ã o s ig n ific a q u e re c e b e ra m . O co m u n ic a d o r eficaz p ro c u ra m eios de se c e rtific ar de que a m e n sa g e m foi receb id a, e isso exige u m estilo fácil p a ra o o u v in te re lac io n ar e responder.
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O PASTOR PENTECOSTAL E s t r a t é g ia
de
C olocação
H av en d o id en tificad o o p úb lico -alv o , as seguintes perg u n tas d ev em ser feitas: Q u an d o o p ú b lico estará escu tan d o ou assistin d o ? O que esse p ú b lico e stá p ro cu ran d o , en treten im en to ou info rm ação ? E decisiv o que v o cê saib a as ten d ên cias do seu p úblico-alvo. P a ra isso faz-se n ecessário v o cê estu d a r háb ito s, g o sto s e pad rõ es do seu pú b lico , assim com o um p e s c a d o r c o n h e c e os h á b ito s do p e ix e q u e e s tá p e s c a n d o . R e v is ta s especializadas em caça e pesca abundam co m dicas e sugestões sobre com o p e g a r o m a io r p e ix e o u c a ç ar o a n tílo p e p re m ia d o . E de p a sm a r que c açad o res estu d em e saib am m ais sobre a p re sa que estão caçando do que m u ito s cren tes sab em sobre as p essoas que pro c u ram o s g an h ar pa ra Jesus. D ev em o s d ed icar-n o s em c o n h ecer os corações e hábitos d aq ueles que d esejam o s alcançar, se q u erem os p ro je ta r u m a e stratég ia de m íd ia eficaz p a ra atingi-los. A su p erv ia de co m u n icação rep leta de in fo rm açõ es to rn o u -se u m m odo de vida. Se u sarm o s essas ferram en tas de n o sso tem p o de m an eira eficaz, elas se tom arão n u m a estrada usada pelo E spírito Santo para levar as pessoas p a ra Jesus. É h o ra de u sarm o s todos os m eios de co m u n icação d isp o n ív eis de fo rm a que p o ssam o s a lcan çar as m assas co m a m en sa g em do perdão, da cura, da aju d a e d a esperança.
Lidando com Mudanças Michael D. Comer
J
á n ão v iv em o s nos dias de an tigam ente, q u ando o p a i trab alh av a, a m ãe fic a v a em casa, as crianças faz iam suas lições de ca sa depois da e sco la e tod o s ia m ju n to s à ig reja no dom ingo. A era d a in fo rm ação m u d o u a m an eira co m o as p esso as trab a lh am e vivem . O m u n d o de hoje n ã o é co m o o de n o sso s p ais. A é p o c a em q u e v iv em o s não é o que ap ren d em o s e m in stitu to s b íb lico s ou nos sem inários. A s m u d an ças tê m afetad o d rasticam en te a igreja. E m m uitos casos ach am o s d ifícil e n fren tar o fato de que as circu n stân cias m udam . M uitas v ezes, em n o sso zelo de nos m an ter fiéis a u m a m e n sa g em im u táv el, não
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ pe rc e b e m o s q u e estam o s n o s d irig in d o a u m m u n d o m utável. P asto res e igrejas de sucesso p erc e b e m q u e v iv em em um m u n d o sujeito a m udanças e ad ap tam a m e n sa g e m im u táv el a esse m u n d o m utável. A in flu ê n c ia da telev isão lev o u o m u n d o p ara as zo n as rurais. E m igrejas peq u en as, m ais se ex ig e de p asto res e líderes de ig reja para ten tarem igualar-se aos grandes m in istério s p ara e c lesiá stic o s v isto s n a telev isão nacional. C rianças que p assa m a sem an a n a e sc o la ap ren d en d o em co m p u tad o res e div ertin d o -se e m jo g o s v ir tu a is d e c o m p u ta d o r j á n ã o fic a m f a s c in a d o s c o m o flan eló g rafo n a au la d a E sc o la D o m in ical. A in d a que o p o d e r de no ssa m e n sa g e m seja im utável, o m eio de ap resen tar a m e n sag em tem de m udar. O d e s a f io e n f r e n ta d o p e lo s p a s to r e s d a a tu a lid a d e é c o m o lid a r p e sso a lm e n te c o m o an d am en to e o im p acto das m u d anças, co m o aju d ar as p esso as a lid ar co m essas m u d an ças e com o co n tro lar as m ud an ças em n o ssas ig rejas.
Lidando Pessoalmente com M udanças O A n tig o T estam ento d escrev e u m g ru p o ch am ad o de “os filhos de Issa c a r” . E n co n tram o s em 1 C rô n icas 12.32 q ue os filhos de Issacar eram “d estro s n a c iê n c ia dos tem p o s, p a ra sab erem o que Israel d ev ia fa z e r” . E n te n d e r as te n d ê n c ia s q u e c a u sa m im p a c to n a ig re ja e d e se n v o lv e r estratég ias p a ra lid a r co m essas ten d ên cias são novas hab ilid ad es que se to m a ra m m ais im p o rtan tes p a ra a lid e ra n ç a p astoral. A p e rfeiç o ar essas h a b ilid a d e s ex ig e q u e o m in istro de h o je to m e ações e sp ec íficas p ara ab so rv er p e sso a lm e n te as m u d an ças. H á várias m an eiras pelas q u ais o p a sto r p o d e d e te rm in a r im p acto s de m ud an ça. 1. P eça a direçã o e revelação de D e u s a respeito da no va situação. E n te n d e r as m u d an ças de u m a p e rsp e c tiv a cristã e bu sca r rev elaç ão div in a acerca das situ açõ es afetam d ram aticam en te o m o d o com o reag im o s às m u d an ças. 2. M a n te n h a -se in fo rm a d o sobre a co n tecim en to s e ten d ên cia s atuais a tra v é s da le itu ra c o n sta n te e d o e stu d o d o s m ú ltip lo s recursos. N os ú ltim o s anos, v árias o rg an izaçõ es cristãs fo rn ec em dad o s, p e sq u isas e fe e d b a c k ac e rc a dos aco n tecim en to s q u e afetam a ig reja local. L ivros que tra ta m d a a d m in is tra ç ã o d a s m u d a n ç a s v o lta d o s e sp e c ia lm e n te p a ra pasto res são p o p u lares em liv rarias d a com u n idade. 3. A s su m a risc o s co m id éia s e te c n o lo g ia s novas. E m u ito p ro v á v e l q u e os m e m b ro s d e su a c o n g re g a ç ã o e ste ja m b e m fa m ilia riz a d o s com co m p u ta d o re s, p ro g ra m a s g rá fic o s e v o ic e m a il. O u so ap ro p riad o dessas te c n o lo g ia s p o d e a ju d a r-n o s n a d is s e m in a ç ã o de n o s s a m e n s a g e m im u táv el. 4. D esen vo lva atitude de p erm a n en te m elhoria. A s m udanças lidam com o p ouco conhecido. Se você estiver co nstantem ente esforçando-se po r fazer tudo quanto lhe v ier à m ão p ara fazer conform e as suas forças, então estará desenvolvendo u m a m entalidade de q u alidade e m elhoria. Se após cada evento realizado em sua igreja você faz u m a revisão para determ inar o que pode ser m elhorado, você está fom entando u m a m entalidade na liderança voluntária q u e sem pre pro cu rará m eios de m elhorar.
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400 O PASTOR PENTECOSTAL 5. Seja um etern o estudante. P esq u isas entre em p resário s, m in istro s e p o lític o s re v e la m q u e líd e re s b e m -su c e d id o s ta m b é m sã o e stu d a n te s eficazes e p erm an en tes. 6. P erceba q u e m u d a n ça s o correm constantem ente, m a s os a ju stes às m u d a n ça s leva m tem po. P erito s em d esen v o lv im en to da ad m in istração d eclaram q u e p a ra q u e u m h ábito seja d esen v o lv id o gasta-se em m é d ia 21 o co rrên cias. É n e cessário c e rca de dez vezes esse n ú m ero (d u zentas a trezen tas o co rrên cias) p a ra q u eb rar u m háb ito p rev ia m en te desenvolvido. A ju star-se ao senso de o p o rtu n id ad e e à tran sição d a m u d an ça to rn a-se u m d esafio p esso al e re q u e r paciência.
A judando Sua Congregação a L id ar com M udanças “A s p e sso a s n ão se im p o rtam co m m u d an ças, im p o rtam -se em se r m u d a d a s” . C o m o líd eres, é n o ssa re sp o n sab ilid ad e a ju d ar as p esso as a saírem de su a z o n a de co n fo rto pa ra u m estado de aceitação das m udanças. O s conselheiros profissio n ais são treinados em au xiliar as pessoas a superar m u d an ças d ram áticas em suas vidas pessoais. C om fre q ü ên c ia os p astores p re c isa m a ju d ar as c o n g reg açõ es a se aju starem a m u d an ças feitas nos m éto d o s o p eracio n ais, alterações n a ord em do culto ou im p lem en tação de n o v as áreas m inisteriais. E m b o ra M a q u ia v e l, e s c rito r do sé c u lo X V I, tiv e sse d e d ic a d o seu in telecto p a ra u so s im p ró p rio s, n u m p o n to ele tin h a razão: “N ad a é m ais d ifícil d e realizar, n e m m ais duv id o so de ser b em -su ced id o , n em m ais p e rig o so de lid a r q u e d ar in ício a um a n o v a o rd em d e co isas. P o is o re fo rm a d o r tem in im ig o s em to dos aqueles que lu cram co m a velh a ordem e apen as d efen so res in d iferen tes em to d o s aqueles q u e lu cram co m a n o v a o rdem . E ssa in d ife re n ç a surge, em parte, do m ed o dos ad v ersário s deles, q u e têm as leis em fa v o r deles e, em parte, d a in cred u lid a d e do gênero h u m an o , que n a v erd ad e n ão acred ita e m n ad a novo até que de fato o te n h a e x p e rim e n ta d o ” . P ara aju d ar as p esso as a ace ita r as m u d an ças, p o d e ser ap licad a a curva de aceitação de m u d an ças. B asic am e n te a cu rv a de aceitação de m udanças a firm a q u e h á cin co fases q u e os in d iv íd u o s atrav essam q u ando d ian te de m u d an ças: (1) c o n sc iê n c ia , (2) a u to p re o c u p a ção , (3) te ste m en ta l, (4) te n ta tiv a p rá tic a e (5) aceitação. Q u an d o o in d iv íd u o ach a-se em d eterm in ad a m u d an ça (c o n sciên c ia ), n a m a io ria d o s c a so s re a g e p e rg u n ta n d o c o m o a m u d a n ç a o a fe ta rá (,a u to p reo cu p a çã o ). In felizm en te, em m u itas igrejas as p esso as re siste m a m u d an ças, p o rq u e te m e m q u e afetará a in flu ên c ia ou a b ase de p o d er que d etêm co m a lid e ra n ç a ou n a con g reg ação . Se o ind iv íd u o co n seg u e sair d a fase de au to p reo cu p ação , e n co n trar-se-á re fle tin d o sobre com o lidar co m a m u d an ça, q u e altern ativ as são v iáv eis (teste m e n ta l). N o rm alm en te u m a p e sso a racio n al p a ssa rá a fa ze r ex p eriên cias, testes, co m algum as das m u d an ças (ten ta tiva p rá tic a ). E v en tu alm en te isso é seguido p e la fase de a ce ita ç ã o d a m udança. A m e d id a q u e as p esso as se m o v em ao lo n g o d a cu rv a d e aceitação das m u d an ças, h á alg u m as estratég ias específicas que os líderes p o d em u sar p ara o rien tar as p esso as em d ireção à aceitação de m udanças.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
Tentativa
Aceitação
É im p o rta n te q u e as p esso as sejam in fo rm ad as p e la lid e ra n ça sobre as m u d an ças, o q u e q u er d izer q u e c o m u n icação con stan te é im prescin d ív el d u ran te a fase de co n sciên cia. É m u ito m e lh o r que u m m em b ro do corpo de m in istro s ou u m m em b ro d a c o n g reg ação to m e co n h ecim en to de u m a m u d a n ç a pelo pastor, e não p o r o utro m em b ro do co rp o de m in istro s ou d a c o n g re g a ç ã o . D u ra n te a fa se de a u to p re o c u p a çã o , m u ita s v ez es é n e cessário g astar tem p o d an d o ex p licaçõ es àqueles que serão afetados p elas m u d an ças. N ão se tra ta de co n so la r no sentido m ais trad icio n al da p alav ra, m as de se d e d ic a r a e x p licar as m u danças, u m a a um a, a líderes im p o rtan tes e p esso as influ en tes. D ed icar-se a essa tarefa n essa fase pode a sseg u rar o sucesso das m u d an ças. In v ersam en te, não se e sm e rar em d ar ex p lan açõ es a líd eres im p o rtan tes e p esso as influ en tes p o d e tra zer com o c o n seq ü ên cia fracasso nas m u d an ças p ro p ostas. Q u an d o o in d iv íd u o p a ssa p a ra a fase de teste m ental, o líd er deve d e m o n stra r a n o v a cu ltu ra, c o m p o rtam en to ou id éia ap resen tan d o com o será a situ ação q u an d o as m u d an ças fo rem im p lem en tad as. À m ed id a que as pesso as com eçam a aceitar as m udanças, pode ser indispensável reeducar a c o n g reg ação em certo s aspecto s das m ud anças. É co m u m os líd eres não p e r c e b e r e m q u e , h a v e n d o s id o f e i t a s a s m u d a n ç a s , d e v e m s e r c o n stan tem en te ap o iad as co m co m u n icação , dem o n stração e exp licaçõ es p a ra que elas p erm an eçam . M u itas v ezes a lid eran ça da ig reja arg u m en ta q u e assim q u e d e te rm in a d a m u d a n ç a é aceita p e la con g reg ação , n ão lo g ra b o m êx ito p o r ca u sa d a fa lta d e ap o io p erm anente. E m q u a lq u e r p o n to n a c u rv a de m u d an ças, o ind iv íd u o po d e cair na “te rra da re sistê n c ia ” . A v erd ad eira lid e ra n ç a tem p len a co n sciên cia do m o d elo m en tal d a cu rv a de aceitação de m u d an ças e “cu id a” das m udanças p ro p o stas ao lo n g o d a fase de aceitação . P rin cip ais ex em p lo s de aceitação
Fase
Resposta da Liderança
C o n sc iê n c ia
C o m u n iq u e
A u to p re o c u p a ç ão
E x p liq u e
T este M ental
D e m o n stre
T en tativ a P rá tic a
Eduque
A c e ita ç ão
A póie
402 O PASTOR PENTECOSTAL de m u d an ças su rg em q u an d o a ig reja q u er m u d ar a h o ra do culto, an ular trad icio n ais p ro g ram as m in isteriais para im p le m en ta r outros ou m udar-se p a ia u m n o v o tem plo.
Lidando com M udanças Organizacionais A o tra ta r de m u d an ças, o rg an izacio n ais, C h u c k S w in d o ll observou: “À m e d id a q u e o tem po p assa, as o rg an izações ten d e m a p e rd e r v italidade ao in v és de g anhá-la. T ê m ta m b ém a ten d ê n cia de dar m aio r atenção ao qu e ‘e ra m ’ em lu g a r de se co n c en trar no q u e estão ‘se to rn a n d o ’. É m ais fácil re c o rd a r o p a ssa d o e so rrir nas rea lizaçõ es do o n tem do que o lh ar p a ra a fren te, p a ra o fu tu ro , e p e n sa r sobre as p o ssib ilid ad es do am an h ã” .1 P a ra m in istra r co m eficiên cia nas c ircu n stân cias dos dias de h oje, o p a sto r sensato d ev e n ão ap en as ad m in istrar as m u d an ças, m as tam b ém o r ie n tá - la s . A n te c ip a r m u d a n ç a s e p r e p a r a r -s e p a ra e la s f o r n e c e m Vir a Ser
Como É
p roficiência na adm inistração. P astorear igrejas no m utável m undo m oderno re q u e r h a b ilid a d e s d ife re n te s das do p assad o . T ra b a lh a r de p e rto com co n gregações exigentes, com unicar-se diretam ente co m corpos m inisteriais e fo rn ecer fiscalização m ais ríg id a sobre questões leg alm en te resp o nsáveis são apen as alg u n s assu n to s q ue o pasto r d a atu alid ad e te m de dom inar. P ara lid ar d iretam en te co m m u d an ças é im p o rtan te e n ten d er um co n ceito sim p les, m as vital, ch am ad o ciclo de v id a das m u danças. R ejeitar a m aio ria das m u d anças parece fazer parte da natu reza hum ana. U m b o m ex em p lo são M o isés e os filhos de Israel. A ntes de alcan çarem a T erra P ro m etid a, v a g a ra m p e lo deserto d u ran te q u aren ta anos. E m b o ra houvesse num ero sas razões teológicas para a perm anência tem porária deles n o d eserto , m o v er-se e m d ireção a u m a te rra p ro m e tid a re q u e ria um a jo rn a d a p e lo deserto . P o d em o s ch am ar isso de C om o E e Vir a Ser. O Vir a S e r é a v isão o u o sonho de sua igreja; é esp ec ific am en te onde v o cê q u er e sta r e m cin co ou m ais anos. O Vir a S e r po d e ser u m tem plo n o v o , m ais p esso as nos cu lto s, n o vos p ro g ram as p a ra a m o c id ad e ou um m e lh o r m in istério ev an g elístico . O C om o É é o n d e você está h oje. Se vo cê não fo r u m v isio n ário , o Vir a S e r p arec erá im p ossível, d ad a sua situ ação do C om o É. À m e d id a que v o cê fo r dando m aiores defin içõ es e se d irig in d o ao Vir a Ser, m u d an ças serão im p rescin d ív eis. P elo fato de g e ra lm e n te as p e sso a s re s is tire m a m u d a n ç as, as c o isas m u ita s vezes d e c a e m a n te s de m e lh o ra re m . U m d ia g ra m a sim p le s tra n s m ite e ste conceito. N a p ro p o rção q u e v o cê fo r se m o v en d o p ara o Vir a Ser, talvez en frente q u e d a de fre q ü ê n c ia , e n tu s ia sm o , o fe rta s etc. p o r c a u sa do im p a c to d ram ático cau sad o p elas m u d anças. Você co n seq ü en te m en te e m erg irá a u m n ív el m ais alto do q u e e sta v a antes. C o ntudo, p a ra ch eg a r a esse p o nto
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ p o d e h a v e r u m d eserto a atravessar. Todo p a sto r que tenha assu m id o o p asto rad o de u m a n o v a ig reja ou c o m eçad o u m p ro g ra m a de con stru çõ es faz, em geral, u m a relação co m e sse p rin cíp io de m udança. A n te cip a r os efeito s d a m u d an ça (isto é, a p o ssib ilid ad e da q u ed a de freq ü ê n cia aos cultos) aju d a a d issu a d ir o pânico. A s o rg an izaçõ es m u itas v ezes têm de alcan çar o n ad ir do ciclo d e vida antes q u e a o rg an ização co m ece su a esc a la d a em d ireção do estad o do Vir a Ser. E sse pon to m ais baix o é cham ad o o “v ale do desesp ero ” . P ercebendo o p o d e r d esse co n ceito sim p les, aq u ele que to m a d ecisões não e n tra rá em p â n ic o n e m p a r a r á u m p r o je to q u a n d o o s d e c lín io s v ie re m , m a s im p le m e n ta rá estratég ias de tran sição p a ra a ju d ar a org an ização a m overse a u m estad o m elhor. C o m o líd eres, tem o s de nos c o n sc ie n tiz a r da fo rç a q u e h á no ciclo de v id a das m u d anças. A fu n ção do p a sto r/líd e r em o rien tar as m u d an ças é fa z e r o v ale do d esesp ero tão p o u co p ro fu n d o e cu rto qu an to p o ssível. P ara re alizar essa tarefa e to m a r o vale m en o s calam itoso, h á alguns passos b ásico s o rien tad o res de m u d an ças q u e todo líd er deve seguir.
Conceitos p a ra O rien tar M udanças V isão P ro v érb io s 29.18 d eclara que sem v isão “o p o v o se co rro m p e [fica d e se n fre a d o ]” . T alv ez a id éia m ais im p o rtan te p a ra o rien tar as m udanças n u m a o rg a n iz a ç ão seja te r u m a v isão clara. A v isão é o Vir a S e r da o rg an ização ; é u m a im a g e m c laram en te d e fin id a d a ig reja em suas plenas ativ id ad es dep o is q u e as m u d an ças ocorrerem . E im portante fazer d istinção entre m issão e visão. E m definição sim ples, m issão é p o r que a ig reja existe; v isão é n o q u e a ig reja e stá se tornando. O p e sq u isa d o r G eo rg e B arn a assim d efine a m issão e m co n trap o sição à visão de u m a ig reja.2
Missão
Visão
F ilo so fia
E stra té g ia
G eral
P e c u liar
D efin ição
D ireção
S em elh an te a m u itas o rg an izaçõ es
Ú n ic a p a ra cad a org an ização
A m issão de u m a ig reja é essen cialm en te a m esm a p ara todas as igrejas. E a razão p e la q u al ex istim o s. P o r ex em p lo, e sta é a m issão d a ig reja d e n o m in a d a W in sto n -S alem F irst A sse m b ly (C aro lin a do N orte): A First Assem bly é um corpo associado de crentes em Jesus, comunicando-se com Deus pela adoração, alcançando os perdidos pelo evangelismo, influenciando a congregação pela comunhão e fortalecendose pelo discipulado.
403
404 O PASTOR PENTECOSTAL A visão, p o rém , te m u m a defin ição m ais distinta; é u m a im ag e m de co m o será a ig reja no futuro. P o d e ter a fo rm a de m etas e objetivos. P ode estar n a co n fig u ração de lin g u ag em descritiva, im ag em concreta. C om o e x e m p lo , a p re se n ta m o s m a is a d ia n te a v isã o a d m in is tra tiv a d a F irs t A ssem bly. V á rio s a n o s a trá s a ju d e i a d e s e n v o lv e r u m a d e c la ra ç ã o d e v isã o ex c lu siv a p a ra u m a ig re ja do M eio -o este am ericano. N u m sem inário de dois dias c o m a eq u ip e p asto ral, co rpo de m in istro s e líd eres d a igreja, desen v o lv em o s u m a m e to d o lo g ia esp ecífica p a ra d e te rm in a r um a visão d a igreja. C o m eçam o s com u m a noite de oração, b u scan d o a d ireção de D eu s p a ra a ig re ja e a lid eran ça. E m b o ra o fim de sem an a tiv esse sido preced id o p o r sem an as de oração, os m o m en to s passad o s ju n to s fo ram essen ciais. D e aco rd o c o m seu sonho, o p a sto r tin h a feito p o r escrito um a im a g e m fu tu ra d a ig re ja e m su as d iv e rsa s áreas: fre q ü ê n c ia , o fe rta s, ev an g elism o , m issõ es, d ep artam en to infantil, dep artam en to d a m o cid ad e etc. C o m eçam o s sábado p e la m an h ã c o m cad a u m dos líd eres d a ig reja escrev en d o su a v isão o u sonho sobre cad a um a das 16 categorias. C om o a u x ilia d o r, d is tr ib u í as id é ia s em u m a s é rie d e g rá fic o s . D e p o is de co m p a rtilh a r a v isão d a lid eran ça, o p a sto r leu o que tin h a escrito h á quase d uas sem anas. Q u ase to d o s os pontos co m b in av am com o que a lid eran ça h av ia escrito. U sam o s os co n ceito s p a ra fa zer u m a d eclaração escrita da im a g e m fu tu ra d aq u ela igreja. V árias co isas ficam o s sab endo através daq u ele sem inário fo rm ad o r de visão: 1. O p a sto r tem de re c e b e r direção esp ecífica de D eus p a ra o m inistério e a igreja. 2. A v isão é “p o ssu íd a ” p elo pastor. E le tem de acre d ita r n ela e saber q u e estratég ias im p lem en tar p a ra realizá-la. 3. A in d a qu e o p a sto r p o ssu a a visão, qu an to m ais a lid eran ça da ig reja p a rtic ip a r n a d e te rm in a ç ã o d e ssa v isã o m ais fá c il será a d m in istra r as m u d an ças. 4. A v isão d ev e ser co m u n icad a. Q u an d o a v isão é co m p artilh ad a com os m em b ro s d a co n g reg ação , eles se sentem donos d ela e tra b alh a m ju n to s p a ra realizá-la. A lg u n s p asto res escrev em artigos “M eu S o n h o ” , nos quais falam sobre seu sonho p a ra a co ngregação. 5. S im b o lism o é im portante. O d esenvolvim ento de um tem a, logotipo, b an d eiras e m ateriais escrito s que d em o n strem a essê n cia d a v isão ajudam as p esso as a ca p tu ra r o m om ento. 6. U m p lan o de ação co m estratégias é im portante. E sse plano deve in c lu ir o q u e será realizad o , q u an d o será rea liz ad o e q u em é o resp o n sáv el. P alav ras sim p les v ão longe. Se os crentes p u d ere m ter u m a visão clara e e n te n d e r su a im p o rtân cia, as m u d an ças ficarão m ais fáceis de orientar. S e os cren tes fo rem en v o lv id o s n a fo rm u lação e im p lem en tação d a visão, o v ale fic a rá m en o s p ro fu n d o . Se os m em b ro s d a co n g reg ação p u d e re m p e rc e b e r p a ra o nde as m u d an ças os estão levando (Vir a S e r) e derem -se co n ta de q u e é u m a m e ta m e lh o r e alcan çáv el, ficará m ais fácil atrav essar o v ale do desesp ero .
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
DECLARACÃO DA VISÃO Área Administrativa A First Assembly é um modelo de eficiência e eficácia em sua estrutura e processos adminis trativos. Os membros da equipe administrativa percebem a importância de suas tarefas e procuram ajudar tanto as pessoas internas (pastores) quanto as externas (membros, congregados, comunidade) com excelente produção de qualidade e uma atitude de Cristo em primeiro lugar, pessoas em primeiro lugar. As pessoas de fora freqüentemente fazem comentários sobre a eficácia e eficiência das atividades da igreja. Várias igrejas maiores têm enviado pastores, administrado res e membros de equipe para visitar a First Assembly e conhecer suas atividades administrativas. Pelo fato de terem os membros participação comum na meta e visão, há uma atmosfera de trabalho de equipe e congenialidade. Uma porta de comunicação permanece constantemente aberta entre membros da equipe, pastores e administradores. Quando há problemas ou con flitos, eles são resolvidos com rapidez, profissionalismo e compaixão através da ajuda do as sistente do pastor e outros membros da equipe. Se há questões ou disputas, os membros da equipe consultam com freqüência os procedimentos padronizados delineados no Manual de Política e Procedimentos da First Assembly. Os membros da equipe administrativa têm excelentes habilidades profissionais e sempre estão participando de cursos e sem inários para aprim orar essas habilidades. Cursos tecnológicos e seminários administrativos são oferecidos fora das instalações da igreja, além da sessão de treinamento que se dá mensalmente nas dependências da própria igreja. Os mem bros da equipe estão cientes do processo de feedback para constante melhoria, bem como da avaliação semestral, de caráter formal e escrito, a que são submetidos pelo supervisor. É co mum haver eventos especiais e incentivos dados com base em trabalho excepcional. Os mem bros da equipe também têm encontros informais e momentos de recreação fora do ambiente de trabalho para ajudar a consolidar a equipe. Os membros da equipe sempre estão procu rando meios de melhorar o trabalho que fazem. Há liberdade para fazer sugestões e compar tilhar idéias, pois os membros da equipe sabem que essas sugestões serão prontamente postas em execução pelo assistente do pastor. O pessoal administrativo tem os recursos apropriados para realizar seus trabalhos com eficácia. Problemas com computadores foram minimizados, visto que todas as estações de tra balho têm programas adequados e conexões para impressora. Um sistema de correio eletrônico (e-mail) foi implementado, eliminando grande quantidade de relatórios e memorandos feitos em papel. Os telefonemas são sempre atendidos com prontidão e eficiência pela recepcionista, que está bem informada dos eventos da igreja. Quando um pastor está ocupado ou ausente, quem telefona recebe a opção de deixar uma mensagem no voice mail do pastor. Essa tecnologia dá eficiência e assegura que todas as mensagens fiquem registradas. Um novo escalonador eletrônico ajuda o computador e o pessoal administrativo a acompanhar o curso das reuniões, salas e reuniões com membros da congregação. Essa tecnologia tem auxiliado os congregados a serem pontuais nas reuniões. O fluxo de trabalho e os processos, incluindo processos de comunicação, processos contábeis, processos de pessoal e o fluxo de trabalho global, foram reestruturados para funcionar sem empecilhos. Os obreiros recebem treinamento em todas as áreas e, embora suas funções e responsabilidades sejam claramente definidas, podem facilmente substituir um colega que falta ou que esteja participando de uma sessão de treinamento. A carga de trabalho é exami nada cuidadosamente, e novo pessoal é agregado quando preciso. Algumas dessas pessoas po dem ficar temporariamente, outras podem fazer seu trabalho em casa. Mesmo com o tremendo crescimento numérico da igreja e o acréscimo de novos ministérios, a carga de trabalho é distribuída com eficiência. Há uma atmosfera de permanente excitação sobre o que Deus está fazendo na First Assembly. Essa empolgação também tem tomado conta da equipe administrativa. Os membros da equi pe antecipam cada dia de trabalho com expectativa. A igreja conseguiu reter um sentimento de “igreja pequena”, mas suas atividades operacionais são administradas com eficiência de “igreja grande”. As pessoas constantemente estão perguntando qual o segredo de tal ambiente de trabalho dinâmico e orientado pela equipe. A resposta que os membros da equipe dão é: “Somente pela ajuda e pela graça de Deus temos conseguido realizar nossa visão”.
406 O PASTOR PENTECOSTAL P a r t ic ip a ç ã o
O esp e c ia lista em lid e ra n ç a Jo h n M ax w ell co n ta a h istó ria do diácono C lyde, o co rrid a n a p rim e ira ig reja em q u e p astoreou, u m a p eq u en a ig reja do in terio r. Jo h n v is ito u a fa z e n d a d e C ly d e e e m c o n v e rsa c o m ele m en c io n o u q u e as p o rtas d a ig reja p re cisav a m ser p in tad as. N a reunião seg u in te do corp o m in isterial, C lyde referiu aos m em b ro s reu n id o s que as po rtas p recisav am ser p in tad as, e a id éia foi aceita co m facilidade. John M a x w e ll co n tin u o u p assan d o sua visão a C lyde, que, com o p e sso a de in flu ên cia, co m u n icav a as id éias rep etid am en te ao co rpo de m in istro s da igreja. A im p o rtâ n c ia de ter p articip ação nas to m ad as de d ecisões estratég icas n ão d ev e ser m en o sp rezad a. O s p astores de hoje p erc eb e m a im p o rtân cia de “estar p o r d e n tro ” do corp o de m in istro s d a igreja, m as freq ü en tem en te su b e stim a m o s a im p o rtâ n c ia d a p a rtic ip a ç ão nas d e c isõ e s fe ita s p e la co n g reg ação . N a so cied ad e m o d e rn a d a e ra d a in fo rm ação , as p essoas q u e re m en v o lv im en to c o m m ais in fo rm açõ es p a ra e sta b elec er direções p a ra a ig reja a q u e p erten çam . A m a io ria dos líd eres sabe q u e nas c o n g reg açõ es h á v a sta d iferen ça en tre a lid eran ça fo rm al co n stitu íd a p ela eq u ip e e su a lid eran ça inform al c o m p o sta p o r p esso as in flu entes. O s in flu en tes p o d e m não ter categórico cargo de lid eran ça, p o d e m n u n c a c o n star no q u ad ro o rg an izacio n al da igreja ou nu n ca ter seus no m es no boletim d a igreja. C ontudo, essas pessoas de in flu ê n c ia p o d em d eterm in ar o sucesso d a visão e aju d ar a to rn ar o v a le d o d e s e s p e ro in to le rá v e l ou se m im p o rtâ n c ia . O p a s to r se n sa to id e n tific a os in flu en tes, en v o lve-os n a dete rm in a ção d a visão e com u n icase c o m eles de m an eira a p ro p riad a em m o m en to s apropriados. C o m u n ic a ç ã o
U m a g ran d e v isão tem p o u co efeito, a m en o s que seja co m u n icad a co rretam en te. E stu d o s re v e la m que resistên cia p rim ária a m u d an ças surge q u an d o os in d iv íd u o s n ão enten d em as m u d anças, não sab em com o as m u d an ças os afetarão e o q u e aco n tecerá depois d a im p lem en tação das m u d an ças. A o c h a m a r e treinar, os p astores são grandes com unicadores. E n tretan to , co m u n icar u m a visão que re q u e r m ud an ças p o d e ser difícil. T anto a c o m u n icação fo rm al q u anto a in fo rm al d ev em ser estab elecid as. C o m u n ica çã o fo r m a l. R e lató rio s anuais q u e m o strem não apenas a situação das finanças, m as tam b ém o crescim ento das áreas departam entais, estão se to rn an d o c a d a v ez m ais pop u lares em igrejas p eq u en as e grandes. Se a su a ig reja ou a lg u é m d e sua ig reja tem acesso a pro d u ção em vídeo, p ro d u z a u m “v íd eo d a v isã o ” , m o stran d o o que p o d e a c o n tec er depois q u e as m u d an ças fo re m im p lan tad as. Isso ajuda os crentes a im ag in ar m e lh o r o Vir a Ser. O recu rso d a im ag em concreta, im agens de palavras, q u an d o d escrev er as m u d an ças, po d e ser útil. N a W in sto n -S alem F irst A ssem bly, rec en tem en te rem an ejam o s nossa reu n ião qu in zen al co m a equipe de m odo a não ficar tratando só de questões e datas de ev en to s e a c o m p an h am en to de m em b ro s da co ngregação. A lém d e ssa s áre a s d e d isc u ssã o , im p le m e n ta m o s u m p ro c e sso de re la tó rio p o sicio n ai. C ad a d e p artam en to (infantil, d a m o cid ad e etc.) ex p lica o que
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ foi realizad o nos ú ltim o s três m eses e as m etas q u e p lan ejam atin g ir nos pró x im o s três. T odos os o u tro s p asto res e líd eres dep artam en tais p o d em fa z e r p e rg u n ta s e d e te r m in a r c o m o as o u tra s á re a s d e p a rta m e n ta is rela c io n a m -se co m a área relatad a. A c o m u n icação form al, através dos relató rio s p o sicio n ais escrito s, aju d a a d ar c lareza à visão e im p lem en tar as m u d an ças. C o m u n ica çã o inform al. A ta re fa do p a sto r é “v en d er o so n h o ” a líderes leigos ou m em b ro s d a eq u ip e p asto ral. C o n v ersas info rm ais d epois da igreja, e m alm o ço s o u antes e d epois das reu n iõ es co m o co rpo m inisterial, aju d am a elu cid ar a v isão da m esm a fo rm a q u e as p ág inas de co m unicação form al. Id en tificar as p esso as de in flu ê n c ia e os agentes de m u d an ça e co m u n ic a r-se c o m essas p esso as, é p a rte in teg ran te n a im p le m en ta çã o das m u d an ças n a co n g reg ação . T r a n s iç ã o
O am b ien te, a id ad e, a fo rm ação , a vo cação e a atitude afetam a rap id ez com que os indivíduos reag em a m udanças. C o ngregações inteiras recebem as m u d an ças de b o m g rad o e ad o tam seus efeitos sem d ificuldade. O utras c o n g r e g a ç õ e s r e a g e m n e g a tiv a m e n te , r a z ã o p e la q u a l d e v e m se r co n d u zid as g rad u alm en te p a ra a v isão do Vir a Ser. T ransição (d efinida com o tax a ou p asso de m u d an ça) é lição v ital p ara o p a sto r aprender. A q u estão é: Q u an d o e q u an tas m u d an ças d eterm in ad a co n g reg ação po d e aceitar sem a fetar n eg a tiv a m e n te a ig reja? H á p o u c o tem po, u m a p e q u e n a ig reja do in terio r do A rizo n a receb eu u m novo pastor. E m seu zelo e esm ero p o r “m e lh o res” co isas p a ra a igreja, ele com eteu o g rav e erro de m u d a r a p o sição do piano. O p ia n o foi m ovido do lado esq u erd o d a área do p ú lp ito p a ra o lado direito, onde o som soava m elhor. N o dom ingo, grande parte da co n g reg ação estava ultrajada. “N unca fizem o s isso an tes” era o c la m o r d a re sistê n c ia à m udança. A m u d an ça foi tão dram ática, q u e ch eg aram a q u estio n ar com o o novo p asto r fizera aquilo sem c o n su lta r as au to rid ad es co m p eten tes. O m in istério do p a sto r n aq u ela ig reja d u ro u m en o s de u m ano, e o p ia n o foi co lo cad o de vo lta à sua p o sição orig in al. O u tro p a sto r assu m iu o p asto rad o . U m ano d epois, o su p erin ten d en te d istrital foi c o n v id ad o a p re g a r n a q u ela igreja. A ssim que cheg o u , a p rim e ira m u d a n ç a que o su p erin ten d en te no to u foi que o piano esta v a n o lad o d ireito d a á rea do p ú lp ito . O su p erin ten d en te ch am ou o p a sto r e p erg u n to u co m o ele h av ia co n seg u id o m u d a r de lu gar o piano, sen d o q u e o p a sto r an terio r tin h a en fren tad o tam a n h a resistência. O pasto r resp o n d eu q u e m u d o u o p ian o aos p o u q u in h o s, alguns cen tím etro s a cada sem an a d u ran te u m ano. “E m m ais ou m en o s seis m eses, o p ian o estava p ra tic a m e n te no m eio d a área do p ú lp ito ” , resp o n d e u ele. A ig re ja d o A riz o n a ilu stra u m te m a co m u m acerca das m udanças. P e la razão de g ra n d e p a rte das p esso a s re sistir a m u d a n ç as, sen so de op ortunidade é fundam ental. M u danças graduais trarão com o conseqüência m elhores resultad o s, dep en d en d o d a m en talid ade da congregação. O pastor m o d e rn o d e v e não ap en as sa b e r q u a n ta s m u d a n ça s im p lem en tar, m as tam b ém qu a n d o . U m m o n tan te m u ito g ran d e de m u d an ças p o d e lev ar tu d o a p e rd e r e fa z e r c o m q u e h a ja a n ec e ssid ad e d e u m a n o v a liderança.
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O PASTOR PENTECOSTAL
O Desafio de M u d ar N e ste m u n d o de co n stan tes m u d an ças, o p a sto r d a atu alid a d e tem de se c o n s c ie n tiz a r d e q u e (1 ) m u d a n ç a s d ra m á tic a s a c o n te c e m e tê m de acontecer, (2) lid eran ças v e rd ad eiras ex ig em adm in istração e orien tação de m u d an ças, (3) h á m o d elo s p a ra ad m in istrar e o rie n tar m u d an ças e (4) tem o s de c o n fia r em u m D eus co n stante, que n u n ca m uda. E m m eio de u m a m b ien te c o n fu so e v ariável, o lhem os p a ra a fo nte de n o ssa fo rç a e au x ílio q u e d eclara que E le é “o m esm o ontem , e h o je, e e te rn a m e n te ” (H b 13.8). Som os v erd ad eiram en te aju d ad o s ao lid ar com m u d a n ç a s p e s s o a i s , m u d a n ç a s e m o u tr a s p e s s o a s e m u d a n ç a s o rg an izacio n ais q u an d o p ed im o s d ireção e fo rça de D eus, n o ssa R o ch a in ab aláv el, Â n co ra de n o ssa alm a e im u táv el E u Sou.
Priorizando o uso das instalações _______ da igreja_______ Danny R. Thomas s in stalaçõ es das A ssem b léias de D eus, nos E stad o s U n id o s e, de um m o d o geral, nos dem ais países, passaram por trem endas m etam orfoses d esd e su a fu n d ação . D ep ó sito s, salas d e estar, esq u in as ao ar livre, salões alu g ad o s, g in ásio s, catedrais, teatro s e cin em as têm sido u sad o s co m o p o n to s d e re u n iã o p a ra a re a liz a çã o d a trip la m issão d a Igreja: edificar, cu ltu ar e evangelizar. T odas essas estru tu ras tin h am em co m u m a in tim ação de ab rig ar o p o v o de D eus. O s p rim eiro s arq u iteto s dos ed ifício s eclesiástico s fo ra m a e x t e n s a s r a i a s p a r a e n f o c a r , p e lo p r o c e s s o d e c o n s t r u ç ã o , u m p ro n u n c ia m e n to ta n g ív e l de su a fé em D eus. A s g ran d e s ca te d ra is da E u ro p a p e rm a n e c em co m o testem u n h as d a ce n tra lid ad e d a ig re ja n a v id a d a co m u n id ad e. O advento do P entecostes do início do século X X tornou-se o catalisador p a ra m u d a r a c a sa d e re u n iã o do p o v o d e D eus. A m ed id a que n o vos c o rp o s d e c re n te s ia m se fo rm a n d o , c o n g re g a ç õ e s q u e e n fre n ta v a m d ific u ld a d e s la n ç a v a m m ã o do q u e lh e s e sta v a ao alc an c e. A lg u m a s c o m e ç a ra m e m c a s a s , o u tra s e m sa lõ e s, o u tra s a in d a em d e p ó s ito s d eso cu p ad o s. A rra n ja r e sp aço ad eq u ad o p a ra reu n iõ e s d e u m organism o crescen te to rn o u -se p reem in en te. C om o p assar do tem po, o esp aço físico p a ra e n sin a r as crian ças, o g ab in ete p a sto ral e as atividades m in isteriais
A
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ co m e ç a ram a e x ig ir ou tras in stalaçõ es. C o m o am ad u recim en to e co n tín u a so fis tic a ç ã o d o s m in is té rio s , e rig ir e d ifíc io s p a ra a c o m o d a r to d a s as n e cessid ad es d a c o n g reg ação g an h o u prio ridade. H o je o u so das in stalaçõ es e fu n cio n am en to dos edifícios co n so m em q u a n tid ad es v o lu m o sas d as en erg ias p asto rais: p ro g ram ar casam en to s (e en saio s), g rupos de apoio, re u n iõ e s d a m o cid ad e, atividades co m crianças, e n s a io s d a b a n d a , c o r a i s e c o n j u n t o s , tr a b a l h o s p e r i ó d i c o s , co n fratern izaçõ es, p ed id o s d a co m u n id ad e etc. S o m e-se a isso o fato de q u e as in stalaçõ es d e v e m ser c o n serv ad as, e sta r lim p as e p ro n tas para usos não pro g ram ad o s (por exem plo, p o r u m a fam ília da igreja, que perdeu u m en te q u erid o e p re c isa do salão p a ra o g u ard am en to do corpo). N os E stados U nidos, q u ase 12 m il A ssem bléias de D eus uniram -se no com prom isso de u m “com panheirism o cooperativo” . E m term os doutrinários som os ig u ais, co n tu d o n o ssas estru tu ras físicas v a ria m e d ep e n d em do tam anho d a congregação, p o p ulação d a cidade e localização da igreja. P ara cum p rir a tarefa de m an ter a casa de D eus com o expressão tangível do seu p o v o d iante de determ in ad a com unidade ou lugar, considere (1) a p rio rid ad e da fu n ção e m issão ú n ica da igreja, (2) a disponibilidade de voluntários ou pessoal assalariado p ara dispor as instalações para uso, quer seja com o veículo de adoração, q u er seja com o alcance d a com unidade, e (3) o proced im en to p a ra fazer seguro das instalações p a ra dado evento. A fim de m e lh o r e lu cid ar o uso p rio ritário das instalaçõ es, faça um a d e c la ra çã o sin g u la r da m issã o q u e re flita a ap lic ab ilid ad e do edificar, c u ltu a r e e v a n g e liz a r; a v isã o e d ire ç ã o d o p asto r; e a ad o ção desses p ro p ó sito s p e la co n g reg ação .
D eclaração do Propósito e da Missão S ug erim o s a seg u ir um m o d elo que p ode ser ad aptado às circu n stân cias locais. Este ministério é ponto convergente para o crescimento espiritual, onde atitudes positivas são desenvolvidas, pessoas boas ficam melhores, feridas são curadas, lições são aprendidas, am izades são form adas, casam entos são fortalecidos, fam ílias estreitam vínculos, jovens são valorizados, o aflito encontra paz, o amor existe, Deus é compreendido, a vida eterna é encontrada através da aceitação de Jesus Cristo como Salvador pessoal e Jesus Cristo é o Senhor. Nesse espírito, o propósito do ministério da [nome de sua igreja] é proclamar o Evangelho de Jesus Cristo em todo mundo segundo a Grande C om issão de C risto, nosso Senhor (Mc 16.15). Todos aqueles que participam deste ministério — pastor, membro, congregante, funcionário ou voluntário — são dedicados a essa missão com seriedade, convicção e espiritualidade. A d eclaração d a m issão o rie n ta os líd eres d e ig re ja a to m ar decisões so b re o u so das in stalaçõ es. Q u an d o tiv e r de re so lv e r se d ete rm in a d o p ro g ra m a p o d e fa z e r uso das in stalaçõ es da igreja, a p rim eira p erg u n ta a fa z e r é: E ad eq u ad o à d eclaração d a m issão ? P o r ex em p lo , os esco teiro s g o sta ria m de u sar sem an alm ente as d ep en d ên cias ed u cacio n ais da ig reja
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410 O PASTOR PENTECOSTAL p a ra fa z e re m re u n iõ e s . R e s p o s ta : S im , é a p ro p ria d o c o m o re c u rs o e v a n g e lístic o . M a s n ão p e rm ita q u e seja v isto co m o c o m p e tiç ã o aos p ró p rio s p ro g ram as da ig reja co m crianças, m as, antes, seja com o u m a p o rta ab erta a fu tu ro m in istério e m sua co m unidade. O que dizer se o clu b e da cidade so licitar o uso do estacionam ento p a ra m o n tar u m a b arraca p a ra a O k to b e rfe s t? R e s p o s ta : N ã o . E m b o ra a c lá u s u la d e a lc a n c e ev a n g e lístic o d a c o m u n id a d e seja ap licáv el, os p ad rõ e s de v id a cristã estab elecid o s n a d eclaração da m issão im p ed em atividades que p o lu am o tem p lo do E sp írito S anto. A d eclaração da m issão d ec lara a todos a razão do que fazem o s e o q u e fazem os.
Uso das Instalações para Casam entos e Outros Eventos O uso das in stalaçõ es p a ra celeb ração de casam en to s traz u m conjunto ú n ico de p ed id o s e p ro ced im en to s. O m o d elo sugerido ao térm in o deste
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RESERVAEFORNIULÍII® P M EVENTOS D A TA D O EVENTO:
G R U PO :
HORA:
SA L A :
M E S A S : R edondas: ___ C o m p rid as ___ C A D E IR A S : D e E m p ilh a r:____ D e D obrar: _ O U T R O S E Q U IP A M E N T O S : P R E S ID E N T E D A C O M IS S Ã O :
TELEFO N E:
C O M IS S Ã O D A L IM P E Z A : (Favor preencher um formulário em separado para o equipamento de som. )
C A L E N D Á R IO D A I G R E J A :_________ A P R O V A Ç Ã O D A E Q U IP E PA ST O R A L : C O M P U T A D O R :_________________________________________________________________ (Por favor use o reverso deste pedido para esquematizar seu evento e descrever sua configuração.)
cap ítu lo p o d e ser ad ap tad o às circu n stân cias locais. F a z e r a p ro g ram ação das atividades diárias e dos eventos norm ais da ig re ja é ta re fa co m o tal nas in stalações de igrejas sem pre crescen tes dos d ia s d e h o je . C a d a v e z m a is c o n g re g a ç õ e s tê m e sc o la s c ristã s c o m ativ id ad es ex tracu rricu lares e eventos. E m razão disso, o u so in terno das salas de au la d a ig reja e de áreas co m p artilh ad as deve ser pro g ram ad o . U m sim ples form ulário de pedido preenchido por todos os usuários das instalações de sua igreja econom izará incontáveis horas do tem po pastoral, quando u m a depen d ên cia é reservada para dois eventos ao m esm o tem po.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
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A “R eserv a de L u g ar e F o rm u lário p a ra E v en to s” é u m a m an eira p rática de p a ssa r adiante a solicitação de u so de sala ou área do grupo ou indivíduo p a ra o en carreg ad o d a p ro g ram ação , p a ra a eq u ip e p a sto ral e, em últim a in stân cia, p a ra o d ep artam en to de lim p eza ou vo lu n tário s que faz em os p rep arativ o s, d esm o n ta m e lim p am o local. O ta m an h o d a estru tu ra física e do co n ju n to de ed ifício s e terren o s de m u itas igrejas de h o je req u er c o n sta n te m a n u te n ç ã o e lim p eza. P a ra fa c ilita r isso , to d a p e sso a que trab alh a n a igreja, da eq u ip e p asto ral aos q u e trab a lh am no b erçário, tem de p re sta r co n tas à eq u ip e q u e faz a lim p e z a e arrum ação. A lém do m ais, re la tó rio s d a d o s a u m a p e s s o a re s p o n s á v e l p o r e ssa área, q u e te n h a au to rid ad e p a ra d isp o r de recu rso s p a ra co n sertar ou refo rm ar o q u e for p reciso , são essen ciais.
R eservando E quipam ento e Solicitando Serviços Especiais A fo rç a de tra b a lh o n e c e ssá ria p a ra m a n te r as d ep en d ên cias prontas e s tá d ir e ta m e n te r e la c io n a d a c o m a e x te n s ã o d o s ite n s a u x ilia re s so licitad o s, p o r ex em p lo , m esas com to alh as, tablados elevados, sistem as
SOLICITAÇÃODESERVIÇOS OUDE EQUIPAMENTOS D E P A R T A M E N T O :_____________ P o r :_____________________________ D ata: ___________ O rd em especial: _______ E q u ip a m e n to ________M o b ília ______ S u p rim e n to s _____ O utros S e r v iç o s :________ In stalação ______ A lteraçõ es ______C o n s e rto _________M an uten ção D E S C R IÇ Ã O (E x pliq u e em detalhes): _______________________________________________
D ata de R ecebim ento: __________ D a ta A ssinalada: __________ M arcad o para: D a ta da O rdem : _________________V e n d e d o r:_____________
P osição n .° : _____
D a ta do T é r m in o :_______________ C o m en tário s: _____________________________
412 O PASTOR PENTECOSTAL de som co m m icro fo n es e um rep ro d u to r de fita. O p ed id o p o r m ais e m ais eq u ip am en to s e serviços, en v o lv en d o cad a vez m ais h o m en s/h o ra, to rn a-se q u estão de g ran d e p re o cu p a ção p o r cau sa do custo d a h o ra p o r p e sso a d a eq u ip e de trab alh o ou do tem p o d isp o n ív e l p elo v o luntário. P ara aju d ar a igreja a m an ter as despesas sob vigilância, o grupo que solicita espaço e co n fig u ração d ev e estar atento ao fato r custo. O p r o g r a m a d o r p r e c i s a e s ta r c ie n te d o d e s g a s te e q u e b r a d e eq u ip am en to , resp o n sab ilid ad e p o ten cial en v o lv id a, lim itaçõ es de tem po (com re sp e ito a outro s gru p o s que precisam das m esm as salas antes e d ep o is de u m ev en to ) e, m ais u m a vez, de com o o ev en to aju sta-se à d eclaração d a m issão da igreja. A m an u ten ção do veículo, se fo r deix ad a sem atendim ento, po d e tornarse n u m b u raco negro. O resp o n sá v el pelo su p erv isio n am en to d essa área te m a a u to rid a d e de r e tira r u m v e íc u lo de se rv iç o (m e sm o q u e seja im e d ia ta m e n te an tes do uso, q u a n d o se co n stato u a ex istê n c ia de u m p ro b lem a) ou m an d á-lo p a ra a rev isão , de fo rm a que o v eícu lo e m questão
Lista deChecagemDiária F a v o r p re e n c h e r este fo rm u lário antes de o v eícu lo d eix ar o estacio n am en to . E sta fich a de ch ecag em d ev e ser ap re se n ta d a no fim do dia, d epo is de to d as as v iag en s terem sido feitas. Tenha à mão um paninho para passar
nos faróis e refletores de luz durante a inspeção. V E R IF IC A Ç Ã O D O I N T E R IO R & D O M OTOR __ vazam en to s de flu id o s d eb aix o do ô nibus ___p o rta de e n tra d a __ cintos de seg u ran ça __ to dos os m e d id o res e in stru m en to s _____ água __ lim p ad o res de p á ra -b risa _ _ óleo ___ to dos os v id ro s lim pos __ p o ltro n a s/se m co rtes/assen to s fixos F R E IO S __ b an d a de ro d ag em /calib rag em dos p neus __ servo-freio __ p o rcas/aro s das rod as ^ fflm o la de em erg ên cia __ sistem a de escap am en to
reciclagem do ar do freio (pelo m enos um a v ez p o r sem ana) __ sistem a d e braço tran sv e rso /d e oito luzes V IS T O R IA E X T E R N A __ luzes in terio res __ b ateria __ saídas de e m erg ên cia __ faróis baixos/altos __ kit de p rim eiro s so corros g j l p isc a-alerta __ e x t i n t o r d e i n c ê n d i o / c a r g a / s a c u d a se m an alm en te __ p isc a-p isca __ re fle to re s de em erg ên cia __ lu zes de freio ___ b uzina __ lâm p ad as de rep o sição __ c o n d içõ es d a lataria V istoria P ó s -v ia g e m :_____________________ H o r a : ____________________________________ A tiv id ad es/V iag en s de C a m p o : ________ Ô N IB U S N .°:____ D A T A :_____________ A S S IN A T U R A D O M O T O R IS T A :
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
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seja co n fiáv el p a ra ro d a r sem ap resen tar p ro blem as. U m a lista de ch ecag em feita to dos os dias antes de o veícu lo sair p ro p o rc io n a d iretriz p a ra a igreja. M a n ten h a to dos os seus veículos in sp ecio n ad o s re g u la rm e n te p o r m ecân ico s q u alificad o s, que p ro c ed a m segundo as norm as e stab elecid as p elo fab ric a n te do v eículo. E ssas são alg u m as m an eiras p a ra d ete rm in a r o uso das in stalações e do equ ip am en to da ig reja p ro p o rc io n a d o p e la co n g reg ação p a ra c u m p rim en to de n o ssa declaração da m issão. D e fato, além de ser o local de reu n ião p a ra a co n g reg ação , as in stalaçõ es tam b ém são o arm azém , a ca sa de p ro d u ção e o depósito. M as n u n ca nos esqu eçam o s de que, antes de tudo, trata-se de u m lu g a r o n d e nos reu n im o s p a ra e n c o n tra r D eus.
Regras e Regulamentos para Casamentos 1. o MINISTRO O m in istro e stá ávido p o r fazer do casam en to um aco n tecim en to in esquecível, m arcado p o r esp iritu alid ad e, d ig n id ad e, re v e rê n cia e calo r hum an o . E le está à d isp osição p a ra servir e ac o n selh ar e p ro n to p a ra a ju d ar de to d a fo rm a possível.
2. A CONSULTORA DA IGREJA A ig reja tem u m a c o n su lto ra p a ra ajudar você em seus plan o s de casam ento. E la o au x ilia rá e m seus p lan o s, d irig irá os en saio s de casam en to e será, em geral, a resp o n sáv el p o r tudo, ex ceto p elo s serv iço s p asto rais e p ela cerim ô n ia relig io sa. A tax a po r esse serviço está na tab ela de serv iço s e d ev e ser p a g a à c o n su lto ra no m o m en to de sua p rim e ira reu n ião co m ela. M ed ian te tax a adicional (a ser determ in ad a p ela consultora) ela tom ará conta de outros detalhes, ou seja, c o n tratação de serv iço s, d eco ração d a ig reja etc.
3. FAZENDO PREPARATIVOS A . L eia este tex to co m cuidado. Todo ele é muito importante! B. D ev e-se fa z e r re se rv a p a ra a d ata d esejada. A ig reja dispõe de fo rm ulários próprios. N ão se p ro g ra m a m casam en to s p a ra dom in g os. C. A d ata do en saio ta m b é m d ev e ser rese rv a d a p ela consultora. U m a h o ra é suficiente p a ra en saio s, se to d o s os en v o lv id o s ch eg arem n a h o ra m arcada. O s aco m o d ad o res devem estar no en saio p a ra re c e b e re m in stru çõ es. S o m ente os que fazem parte d a festa de casam ento (e os p ais d a no iv a e do noivo, se o d esejarem ) devem estar presentes ao ensaio. O m in istro em g eral n ão p re c isa com parecer. D. C o m p arecim en to ao sem in ário p ré-n u p cial m an tid o p e la [nome de sua igreja] é co n d ição p ré v ia p a ra to d o s os casam en to s realizad o s n a [nome de sua igreja], ou p ara todo casam en to feito p o r n o sso s m in istro s em o u tros locais. A in scrição é feita n a secretaria da igreja. O s sem in ário s são realizad o s tod o s os trim estres nas noites de sex ta-feira e aos sábados. E. E n co n tro co m o p a sto r que fará a cerim ô n ia é m arcad o p e la se cretaria d a igreja. A licen ça de casam en to deve ser lev ad a à secretaria da ig reja no m ais tard ar três dias antes do casam en to . P o r favor, in c lu a os n o m es das testem u n h as d a n o iv a e do noivo. F. A cap ela co m p o rta cerim ônias de casam ento p ara ap roxim adam ente 150 convidados. G. A s d e p e n d ê n c ia s de n o ssa ig re ja são d ed ic ad as in te ira m e n te ao Senhor. P o r e ssa razão, os q u e se u tiliz a m delas d ev em m o strar resp eito e decência. S ob n en h u m a circu n stân cia será p erm itid o fum ar, to m a r beb id as alco ó licas ou usar de lin g u ag em qu estio n áv el ou c o n d u ta im p ró p ria , e m q u a lq u e r h o ra o u em q u a lq u e r lu g a r d en tro d a ig re ja ou em suas p ro p ried a d es.
414 O PASTOR PENTECOSTAL T oda m ú sic a te m de a d e q u a r-se à a tm o sfe ra de re v e rê n c ia e ser su b m e tid a p o r e sc rito à c o n su lto ra c o m a n te c e d ê n c ia de u m a se m a n a d a d a ta do en saio . N ão é p e rm itid a m u d a n ç a de m ú sic a n o en saio . A fe sta de c a sa m e n to é re sp o n sá v e l p ela su b m issão d e seus c o n v id a d o s às reg ras a n u n c ia d a s aqui. T odos os in te g ra n te s da fe sta de c asa m e n to d ev em e sta r v e stid o s co m m o d é stia , d e a c o rd o c o m os p a d rõ e s d a ig re ja. (P o r fav o r, fa le c o m a c o n su lto ra so b re os dois iten s ac im a .) A lé m d isso , a fe s ta d e c a sa m e n to será re sp o n sa b iliz a d a p o r q u a lq u e r dan o q u e v e n h a a o c o rre r n a p ro p rie d a d e o u e q u ip a m e n to s d a ig reja. N ã o será p e rm itid o o uso de tach as o u q u a isq u e r o u tro s artig o s q u e c a u se m e stra g o s às p are d es ou m o b ília da igreja. Jo g a r arro z ou alp iste é te rm in a n te m e n te p ro ib id o ! A c o m id a d ev e ser re strita à área da re ce p ç ão . E ssa p ro ib iç ã o ta m b é m d iz re sp e ito ao q u a rto d a no iv a. N ão d eix e o b jeto s v a lio so s no q u a rto , in c lu siv e n o q u a rto d o n o iv o . A ig re ja n ão p o d e se re sp o n sa b iliz a r p o r artig o s ro u b ad o s.
4. AS VELAS N ão é p erm itid o o u so de v elas de q u a lq u e r n atu rez a ao lo ngo do corredor. E n tre outras razões, p o rq u e co n traria as re g u lam en taçõ es c o n tra incêndio. M u ito cuidado!
5. AS FOTOGRAFIAS É p erm issív el tirar fotos do casam en to e da festa de casam ento, contanto que não interfira com a cerim ô n ia. N ão são p erm itid as fo to s co m flash durante a oração ou desd e a fren te da ig reja d u ran te a cerim ô n ia, p o rq u an to tira m o b rilh o da solen id ad e e a b e lez a d a ocasião. E n tretan to , fo to s co m flash são p erm issív eis tanto n a ex ecu ção da m a rc h a n u p cial quanto d u ran te os cân tico s e n a saíd a d os no iv o s. F o to g rafias, do santuário e d a capela, d ev em ser tiradas antes d a cerim ô n ia. E ste p ro ced im en to d ev e ser feito até, no m áxim o, m e ia h o ra antes da h o ra m arc a d a p a ra a cerim ô n ia.
6. AS PROPRIEDADES DA IGREJA A festa de casam ento é responsável em providenciar lim peza e reorganização das propriedades da igreja. Esses arranjos devem ser tratados com antecedência com a consultora. Espera-se que todas as instalações sejam deixadas nas m esm as condições em que foram encontradas. C ontudo, m ediante pagam ento de u m a taxa extra o zelador se encarregará desses serviços.
7. O TELEFONE S e a n o iv a reside fo ra da cidade, presu m e-se que a co n sultora e/ou anfitriã p o ssa telefonar a co b ra r p a ra a noiva.
8. A GRAVAÇÃO E feita u m a gravação em áudio da cerim ônia e, sob pedido, será providenciada pela consultora.
9. O ENDEREÇO N o c o n v ite d ev e c o n sta r o seg u in te en dereço: [O endereço de su a igreja]. P o r favor, não m ande co n feccio n ar os convites até que ten h a recebido confirm ação definitiva da data solicitada para o casam ento.
10.A REMUNERAÇÃO C o m o rem u n e ra çã o p elo u so do tem p lo , in clu in d o despesas co m ilu m inação, d esgaste e por serviços de pessoal, os seguintes encargos serão feitos, os quais devem ser pagos adiantados. P a ra m em b ro s e aqueles q u e reg u larm en te fa ze m con trib u içõ es finan ceiras p a ra a [nom e
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de sua ig reja ], n ão h á cu sto s p a ra casam en to s e re cep çõ es, c o m a ex ceção das tax as de lim p eza p elo u so das in stalaçõ es e as e sp ecificam en te en v o lv id as em a ju d ar e faz er seu casam ento. N ão são in cen tiv ad o s casam en to s e recep çõ es sábados à noite. C asam en to s e recep çõ es n esse p e río d o d ev e m com eçar, o m ais tardar, às 7 ho ras d a noite. R eq u er-se tax a adicional p a ra q u a lq u e r fu n ção p ro g ra m a d a p a ra dep o is das 2 h o ras da tard e (vide tab e la de taxas). E n v e lo p e s c o m h o n o rá rio s, d ad o s à su a c o n su lto ra de c asa m e n to no en saio , serão en treg u es no casam en to a q u em de direito. A . O O r g a n is ta /O P ia n is ta /O s M ú s ic o s A rranjos em separado devem ser feitos com o organista/pianista para a cerim ônia e recepção. R ecom endam os que o próprio o rganista/pianista da igreja seja contratado sem pre que possível, e se nosso organista/pianista não tocar no casam ento, o substituto deve ser aprovado. O s honorários são da responsabilidade d a n o iv a e d ev em ser determ inados entre a noiva e o m úsico. B . O S o lista O so lista ou os m ú sico s são d a re sp o n sab ilid a d e d a noiva. O s h o n o rário s p re c isa m ser d eterm in ad o s en tre a n o iv a e o solista. T a x a s F in a n c e ir a s p a r a C a s a m e n to s N ã o -m e m b ro s : A lu g u el do S an tu ário A lu g u el da C a p e la A lu g u el do S alão de R ecep ção p a ra o C asam en to A lu g u el do H all de R ecep ção Taxa de L im p e z a do S an tu ário T axa de L im p e z a d a C ap ela T axa de L im p e z a do S alão de R ecep ção do C asam en to (m áx im o de 100 co n v id ad o s) T axa da L im p e z a do G in ásio M e m b ro s : T axa de L im p e z a do S an tu ário T axa de L im p e z a d a C ap ela Taxa de L im p e z a do S alão de R ecep ção do C asam en to (m áx im o de 100 co n v id ad o s) Taxa d a L im p e z a do G in ásio
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A A N F IT R IÃ D A R E C E P Ç Ã O E x ig e-se cin q ü en ta p o r cento da ta x a n o p rim eiro encontro, os quais não são reem bolsáveis. A té 100 co n v id ad o s A té 250 co n v id ad o s M ais de 2 50 co n v id ad o s A cad a 4 0 0 co n v id ad o s A rran jo , p re p a ra çã o das m esas F o rn e c im e n to de alim en tação etc. (m ais q u e b o lo e refrig eran tes/café) A ju d an tes C o m id a ad icio n al serv id a
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416 0 PASTOR PENTECOSTAL O SOM D ois h o m en s esp ecialistas em som são necessários p ara u m m ín im o de duas h o ras cad a P esso a p a ra a ilu m in ação das fo to g rafias
______ _______a h o ra
OS SUPLEMENTARES F u n çõ es p ro g ram ad as p a ra d epois das 2 horas das tard es de sábado T oalhas de m e sa (taxa d a lav an d aria) M esas (d iferen tes de três lu g ares) M esas n a sacad a
______ ________ cad a ________ cada ________cad a
Manejando as Finanças
_____ tia igreja_____ Paul D. Goodman lid e ra n ç a no R ein o de D eus en v olve ad m in istração e su pervisão dos seus recu rso s. E m b o ra os recu rso s p rim ário s do S en h o r sejam as p esso as, som os ch am ad o s a re sp o n d er p o r todos os dons e bênçãos qu e E le co lo co u em nossas m ãos. S er m enos que m o rd o m o s fiéis seria v io la r a P a la v ra de D eus, n o sso p ad rão de fé e conduta. A igreja não está no n eg ó cio de g an h ar dinheiro. A s finanças são apenas ferram en tas p a ra re a liz a r a ta re fa de salvar e am o ld ar vidas p ara o R eino de D eus. C o n tu d o , isso não n e g a a necessid ad e de cu id ad o sa m an ip u lação e ad m in istra ç ã o de cap itais. A ig reja, n a v erdade, deve e x ib ir p a d rõ es ex em p lares de in teg rid ad e fin a n ce ira e p restação de contas. O p a sto r e o c o ip o de m in istros da ig reja são em geral resp o n sáv eis por re c e b e r dízim o s e ofertas, d esp en d er os capitais d a ig reja e p ro te g er os a tiv o s ta n g ív e is d a ig re ja . Isso p re c is a e s ta r c la ra m e n te d e sc rito n a co n stitu ição e estatu to s d a organização. C onsidere, em p rim eiro lugar, a m an eira de re c e b e r dízim o s e ofertas.
A
R ecebendo D ízim os e O fertas O p a sto r é re sp o n sá v e l p o r e n sin a r e p re g a r p rin cíp io s b íb lico s de m o rd o m ia p a ra a co n g reg ação . M o tiv ad o p o r um am o r a D eus e seu povo, o m inistro p o d e ju n tar-se ao apóstolo Paulo, quando disse: “N ão que procure
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dádiv as, m as p ro cu ro o fruto que au m en te a v o ssa co n ta” (Fp 4.17). D ar p a ra a o b ra do S enhor faz co m q u e o investim ento tenha dividendos eternos. D a r d ev e se r u m ato siste m á tic o e p la n e ja d o , ao in v és de irre g u la r e em o cio n al. A o m esm o tem p o , o e lem en to de ex citação e aleg ria p o r estar inv estin d o p a ra a e tern id ad e n ão d ev e ser n eg ligenciado. R e c e b e r dízim o s e ofertas d ev e ser ato de adoração, e não m era ocasião de fazer coleta. O s diáconos e irm ãos que tiram ofertas devem ser ensinados a se co n d u z ir de m a n e ira a p ro p ria d a à ad o ração, po u p an d o os d o adores da in d ig n id a d e de p a re c e r q u e a ig reja e stá m ais in teressad a n a oferta do que no oferen te. A op o rtu n id ad e d a c o le ta de ofertas, p rec ed id a p ela leitu ra de v ersícu lo o u trech o das E scritu ras relativ o à m o rd o m ia e aco m p an h ad a p o r m ú sica que coo p ere p ara a adoração e louvor, pode to m ar-se o m om ento sig n ificativ o do culto. Im ed iatam en te após a coleta, os d iáco n o s e irm ãos d e v em c o lo ca r o din h eiro n as m ão s d os re sp o n sáv eis p a ra co n tag e m e reg istro . P o r razões de seg u ran ça, isso não d ev e ser feito em local de fácil acesso ao público. N ão m en o s q u e duas p esso as d e v e m contar, re g istra r e assin ar o recib o de ofertas. U m cofre ou o u tro re cep tácu lo seguro deve estar d isp o n ív el para ac o n d ic io n a r os v alo res até serem d ep o sitad o s no banco. M an ter os reg istro s fin an ceiro s p reciso s é u m im perativo. E m geral o teso u reiro d a ig re ja é c o m p ro v ad o e fie l m em b ro do co rp o de m in istro s da ig r e ja , d o ta d o d e h a b ilid a d e p a r a tr a ta r d e a s s u n to s c o m e r c ia is . C o n sid eran d o q u e a escritu ração fin a n c e ira co n so m e m uito tem po e req u er h a b ilid a d e no cam p o d a co n tab ilid ad e, o teso u reiro da ig reja p o d e servir de su p erv iso r a alg u ém en carreg ad o em fa z e r o serviço. Q u an d o esse fo r o caso, o tesoureiro deve m an ter u m relacio n am ento ainda m ais e stre ito c o m o c o n ta d o r p a ra a sse g u ra r q u e os ----------------------------------cap itais sejam m an ejad o s c o m acuidade. E co m u m a ig re ja te r v á rio s d e p a rta m e n to s que g eram re n d a e d espesa. P o r e sse m o tiv o , u m sistem a de teso u raria cen tral é d efin itiv am en te m ais eficien te do q u e t e r m u ita s c o n ta s a d m in is tr a d a s p o r v á r io s te s o u re iro s . O s c a p ita is de c a d a d e p a rta m e n to são cu id ad o sam en te reg istrad o s e relatad o s c o m precisão, e os ch eq u es são d esem b o lsad o s de u m a co n ta central. Isso n ão apen as p e rm ite q u e o co rp o de m in istro s ten h a ___________________ 35 m e lh o r a c o m p a n h a m e n to de to d o s os c a p ita is, m as ta m b é m red u z o risc o de ap ro p riação indevida. O v e lh o siste m a d e fa z e r c o n ta b ilid a d e em liv ro ra z ã o está sendo substituído po r program as de com putador designados a d ar rapidez, precisão e a c e s s ib ilid a d e d e in fo rm a ç õ e s . In fo rm a ç õ e s c o n c e rn e n te s a e sse s p ro g ra m a s p o d e m s e r o b tid a s em lo ja s d e c o m p u ta d o r. P ro g ra m a s esp ecializad o s p a ra ig rejas ta m b é m são an u n ciad o s em jo rn a is e rev istas cristãs. A te cn o lo g ia fez com q u e o p reço dos co m p u tad o res c h eg asse ao alcan ce d e q u a lq u e r co n g reg ação . C o n tu d o , se m p re é m e lh o r p ro c u ra r o p ro g ram a que a ten d a às suas n ecessid ad es antes de c o m p rar o co m p u tad o r e a im presso ra. C ad astrar e d ar recib o s das co n trib u içõ es deve ser feito co m precisão, tanto p a ra in stilar co n fian ça n os o ferentes quan to para satisfazer exigências
tí
Dízimos eofertas devemser considerados atos de adoração
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O PASTOR PENTECOSTAL g o v ern am en tais referen tes a recib o s de doações d ed u tíveis do im p o sto de renda. O sistem a de en v elo p e é em p reg ad o co m su cesso em m u itas igrejas p a ra aju d ar n esse p ro cesso . R elató rio s trim estrais aos oferen tes servem não apen as co m o lem b rete p ara que sejam fiéis nos d ízim os e ofertas, m as ta m b é m são ótim os co m o m eio de fiscalização e b alan ço dos reg istro s. Os reg istro s das ofertas in d iv id u ais d ev em ser guard ad o s p o r pelo m en o s sete anos (cinco anos no B rasil), n a e v en tu alid ad e de a u d ito ria do im p o sto de re n d a e n a n ecessid ad e de v erificação. P a s s a r re c ib o d a c o n trib u iç ã o q u e n ão s e ja d in h e iro v iv o re q u e r co n sid eração especial. A ig reja deve e sta b ele cer o v a lo r ju sto de m ercado dos b en s o fertad o s em v ez de d e p en d er do cálculo do doador. F alan d o de m o d o geral, d ev e ser o b tid a avaliação de duas p essoas q u alificad as para fa z e r tais ju lg a m e n to s, e suas estim a tiv a s d e v e m ser p re se rv a d a s para re fe rê n c ia fu tu ra . P a ra in fo rm a ç õ e s a d ic io n a is so b re q u e stõ e s le g ais relacio n ad as a re c ib o s de ofertas, o corpo de m in istro s d a ig reja m o strará sen satez ao assin ar p erió d ico s de o rganizações de serviços p ro fissionais que fo rn e c e m dados atu alizados v aliosos p ara a igreja.
D espendendo C apitais da Igreja R elató rio s fin an ceiro s m en sais d e v em ser p rep arad o s p elo tesoureiro e/o u co n ta d o r p a ra o p a sto r e o c o ip o de m inistros. O s relató rio s devem , n o m ín im o , d a r a d e c o m p o siç ã o d a re n d a , d e sp e sa s e sald o d e ca d a departam ento. A m aio ria dos corpos de m inistros d esejará que as categorias gerais de desp esas sejam iden tificad as e co m p arad as co m o o rçam ento p a ra a q u e le ite m d e lin h a . Q u a n d o as d e s p e s a s tê m u m a v a ria ç ã o sig n ificativ a em relação ao orçam ento, pode ser so licitad a u m a análise m ais d etalh ad a p a ra d eterm in ar a causa. U m o rçam en to an u al é v a lio sa fe rram en ta p ara o corpo de m inistros da igreja, in d ep en d en te do tam an h o d a con g reg ação . A s vezes o co rpo de m in istro s faz a vez da co m issão de o rçam ento, que avalia e d esen v o lv e o o rçam ento p a ra o ano subseqüente. Porém , em m uitos casos, um a com issão é d esig n a d a p elo co rp o de m in istro s p a ra av aliar as necessid ad es d a igreja e fa z e r u m relató rio no qual propõe u m orçam en to p ara o ano seguinte. O corpo de m in istro s p o d e ad o tar o orçam en to do m odo com o foi pro p o sto ou fazer m o d ificaçõ es b asead as em in fo rm açõ es esp ecíficas disponíveis. R elató rio s fin an ceiro s dos anos p rév io s são ú teis n a p rep a ra çã o do o rç a m e n to an u al. C o m o n o rm a, a re n d a d ev e ser p ro je ta d a de m odo co nservador, e as desp esas, projetadas tão realisticam en te quanto possível. P asto res e líd eres de d ep a rta m en to devem te r a o p o rtu n id ad e de fazer en trad as p a ra id e n tific a r d espesas que v ariem do passado. P o rq u an to seja irre a l p re v e r to d o s os ac o n te cim en to s que p o ssam a fe ta r o o rçam en to d u ran te o ano, d e m o n stra sensatez o corpo de m in istro s que m a n tém os gasto s sob controle. A o g astar o d in h eiro co n fiad o p o r D eus, a ig re ja tem de ter u m a visão que vá além d a co n g reg ação . Se todos os recu rso s de D eus fo rem m antidos apen as p a ra su sten tar a ig re ja local, a lg u ém não está aco m p an h an d o o p u lsa r do co ração de D eus. C ontas d e v em ser p agas. P ro p ried ad es devem ser co n stru íd as e m an tid as. M in istério s d ev e m ser reco m p en sad o s. M as o
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ círcu lo de b ê n ção s p o d e fic a r m u ito p eq u en o se não olh arm o s p a ra além das p o rtas d a ig re ja e co m u n id ad e. Q u an d o m an u seam o s as fin an ças da igreja, estam o s m a n u sean d o o d in h eiro do Senhor, e sabem os q u e seu co ração b ate m ais fo rte p o r u m m u n d o p erd ido. T oda ig reja, m esm o que seja pequena, deve ter entre suas m etas fazer m issões. H á a lei da sem eadura e d a c o lh eita, q ue ig n o ram o s p a ra d etrim en to p róprio.
M antendo os Ativos da Igreja A b o a m o rd o m ia sig n ifica que a lid e ra n ç a d a ig reja m an tém os bens da ig reja de m a n e ira m ais eco n o m ic a m en te van tajosa. À s v ezes estab elecese u m fu n d o p a ra u m a m e ta esp ecífica, e g randes som as e m dinheiro são gu ard ad as p o r d e term in ad o p erío d o d e tem po. Q u ando esse fo r o caso, tais recu rso s d ev em e sta r in v estid o s n a opção q u e re n d a os m aiores ju ro s do m ercad o e q u e ao m e sm o tem p o seja seguro. É n o tó rio que c ad ern etas de p o u p a n ç a p a g a m as m ais b aixas taxas de ju ro s, m as h á outras opções. C ertificados de depósito de curto prazo podem ser a m elhor escolha, quando p erío d o s d efin id o s d e tem p o estão e m co n sideração. Q u ando se deseja títu lo s de p razo m ais lo n g o , seria b o m d ar u m a olh ad a nas op çõ es de investim ento o ferecidas p o r bancos e instituições financeiras. E speculações com erciais de alto risco (ventures) d ev em ser evitadas, ainda que a obtenção de g ran d es lu cro s seja p o sp o sta altam en te atrativa.
Auditorias e R elatórios Financeiros U m a a u d ito ria anu al é salv ag u ard a tan to para a ig reja q u anto p a ra os re sp o n sá v e is p elas fin an ças. E m alg u n s casos, a a u d ito ria é fe ita pelo próprio corpo de m inistros ou p o r um a com issão interna da igreja designada para essa tarefa. N a m aio ria das vezes, p referem -se auditores independentes, po rq u e eles sab em o que p ro c u ra r n a m an eira com o os erros são com etidos e q u e p erg u n tas fa z e r p ara o b te r as resp o stas necessárias. O re la tó rio fin an ceiro anu al da ig re ja d eve ser um a declaração bem ela b o ra d a d a ren d a, d esp esas e saldos de to d o s os capitais da igreja. H á u m a tênue lin h a en tre o de m ais e o de m en os q u ando se trata de fazer relató rio s. S er m u ito d etalh ista p o d e ser e n fad o n h o e d esp erd iça r m uito tem po, ao p asso que ser m uito sucinto p ode d eixar perguntas sem respostas. O teso u reiro e o corpo de m in istro s fariam b e m em rep e n sar as categorias do s re la tó rio s p a ra e n c o n tra r o b a la n ç o c o rre to . C o m o p rin c íp io , os m em b ro s da ig re ja tê m o d ireito de sab er o nde e com o os capitais da igreja são gastos. N u m a reunião pública, às vezes é prudente inform ar os m em bros q u e , se d e s e ja re m te r in fo rm a ç õ e s m a is d e ta lh a d a s , o te s o u re iro se p ro n tific a rá em se re u n ir co m eles p a ra re v isa r os reg istro s p esso alm en te.
Salários dos M inistros U m a área que suscita curiosidade e que precisa ser tratada com discrição é a re n d a p e sso a l e salário s. “Q u an to é q u e ele g an h a?” é p e rg u n ta que n u n ca d eix am de fazer. O relató rio anual deve ser traçado c o m cuidado, a fim de e v ita r a p ercep ção d e en co b rim en to , ain d a que a ig reja d ev a ser sensível p ara com seus em pregados no que tange às finanças pessoais deles.
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420 O PASTOR PENTECOSTAL Q u an d o fo r p o ssív el, salários e b en efício s dos pasto res e p esso al devem ser relatad o s ju n to s p a ra ev itar em b araço ou com p araçõ es im p róprias. E m g eral é o co rp o de m in istro s d a ig re ja o resp o n sáv e l em esta b e le c er a re m u n e ra çã o d aq u eles que servem à igreja, e seu ju lg a m e n to deve ser resp eitad o . O im p o sto de re n d a estab eleceu d iretrizes p a ra in fo rm a r e co m p en sar desp esas e b e n e fíc io s m in iste ria is que, q u an d o co rretam en te seguidas, p o d em ser v an tajo sas p a ra o m in istro sem acrescer outras d espesas p ara a ig re ja . C e rto s p a g a m e n to s de b e n e fíc io s , c o m o se g u ro de sa ú d e ou ap o sen tad o ria, q u an d o feito s d iretam en te p ela igreja, não são declarados co m o re n d a p a ra p ro p ó sito s de im posto. P o d e-se esta b ele cer um plan o de d e sp e sa re sp o n sá v e l p a ra v iag e n s ou e n tre ten im en to s, a fim de ev ita r dem o rad as d eclaraçõ es ao im p o sto de renda. T odas essas d iretrizes estão sujeitas a m u d an ças e d ev em ser adm in istrad as co m correção p ara que dêem direito aos b en efício s. P o r essa razão, é pru d en te p e d ir a ajuda de co n su lto res ad m in istrativ o s qualificad o s que sejam versados nas leis de im p o sto . O co rp o de m in istros deve estar p ro n to a c o o p era r co m seus m in istro s p a ra p ro v er-lh es o p aco te de salário e ben efício s m ais van tajo so possív el.
O fertas Diferidas U m a área da ad m in istração fin an ceira, à qual m uitas vezes não tem sido d ad a a d ev id a co n sid eração p ela igreja, é a tra n sferên cia de haveres de u m a g eração p a ra outra. F req ü en tem en te ju lg a -se que isso só ocorra c o m a m o rte d a p esso a, m as n a d a está m ais lo n g e de to d a v erdade. C om m ú ltip lo s m ilh õ e s de re a is m u d a n d o de m ã o s a n u a lm e n te m e d ia n te testam entos, legados, fideicom issos e outras form as de doações planejadas, a ig reja tem sido relativ am en te m o ro sa em en sin ar seu povo sobre a m elhor m an eira de re a liz a r tais tran sições. Im postos, advogados e os ben eficiário s m u itas v ezes d e sp en d em os recu rso s que p o d eriam te r id o d iretam ente p a ra o n d e o b e n fe ito r d e se jo u que fo sse m , tiv e sse m sido to m a d as de antem ão certas m ed id as. O p a sto r e o corpo de m inistros fariam b em em c o n v id a r c o n su lto re s a d m in istra tiv o s q u a lific a d o s para, v ez ou o utra, ap resen tarem os ben efício s das doações planejadas à congregação. A igreja n ão apenas tirará pro v eito d isso, m as fam ílias e paren tes tam b ém pod erão ser beneficiad o s. A ig reja deve in sistir em p recisão e prestação de contas em to d o s os s e u s a s s u n to s f in a n c e ir o s . U m c a m in h o b e m p la n e ja d o d e v e se r e stab elecid o p a ra receber, relatar, g astar e m an ter os capitais que o S enhor colocou em co n fian ça nas m ãos da igreja e seus líderes. Inform ações devem estar p ro n tam en te acessív eis àqueles que têm o d ireito de saber, e vistorias e b a la n ç o s fin a n c e iro s c o rreto s dev em ser fe ito s a fim de p ro te g e r a in teg rid ad e d aq u eles que lid am com dinheiro. B o n s o rçam entos devem a sseg u rar que a ig reja n ão v e n h a a en trar em in esp erad as dificuldades fin an ceiras. A v isão daq u eles q u e estão em p o sição de lid e ra n ça sem pre deve desafiar as pessoas a p articip arem da obra que tem dividendos eternos.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
Supervisionando o Programa de Construção Mark Burgund laneje, plan eje, plan eje. E ssa é a ch av e de um p ro g ra m a de construção b em -su ced id o . P lan eje o q u e vai c o n stru ir e p lan e je com o vai pagar. D ep o is m an ten h a-se d ilig en tem en te fiel ao planejado. A n te s d e c o n tra ta r o a rq u ite to , fo rm e u m a co m issã o d e co n stru ç ão . M in h a r e c o m e n d a ç ã o é q u e s e ja g ra n d e o s u fic ie n te p a ra fo rn e c e r d elib e ra ç ão sig n ificativ a, m as n ão tão g ran d e q u e seja d ifíc il de controlar. C e rta ig re ja a m e ric a n a, lo c a liz a d a n u m a g ra n d e e m o v im e n ta d a ro d o v ia, d e c id iu fa z e r u m a c o m issã o de c o n stru ç ã o c o m 51 m em b ro s. A ig re ja e a c o n s tru to ra lo g o d e s c o b rira m q u e isso c a u sa v a m u ito s tra n sto rn o s (e in c id e n te m e n te h o u v e v o lu m o s o e x c e s s o d e c u sto ). U m a c o m issã o fo rm a d a só p e lo p a s to r e o u tra p e s s o a é m u ito p e q u e n a p a ra re a lm e n te c u m p rir seu p ro p ó sito de c o n sid e ra r o p in iõ e s d iv erg e n tes e c h e g a r a um a so lu ç ã o sa tis fa tó ria . U m a c o m is sã o d e q u a tro p e sso a s p a ra p ro je to s p e q u e n o s e até dez p a ra p ro je to s m a io re s p a re c e tra b a lh a r m elhor. N a m a io ria d as v e z e s d á m a is re su lta d o o p a s to r p re s id ir a co m issã o e serv ir co m o co o rd en ad o r.
P
O rçam ento Q u an d o p la n e ja r construir, trab alh e co m u m a som a de acordo co m que p o ssa p a g a r e fix e u m teto m á x im o q u e seja in alterável. A ntes do térm ino d a co n stru ção , esse n ú m ero será d esafiad o m u itas vezes. Se v o cê quer lev ar a co n stru ção d en tro do o rçam en to , tem de m an ter-se firm e a esse lim ite m áx im o . Se v o cê d er in ício ao p ro g ra m a sem re so lu ta determ in ação d e p e r m a n e c e r in a b a lá v e l, u m e x c e d e n te d e d e z a 15 p o r c e n to in d u b ita v e lm e n te oco rrerá, e a p o te n c ia lid a d e p a ra u m cu sto ain d a m aio r subsiste. Q uan d o fix ar o núm ero total para o orçam ento, inclua um a quantia d estin ad a a co n tin g ên cias — p a ra lid a r c o m custos inesp erad o s sem p assar d a c ifra do o rç a m e n to o rig in al. Q u an d o os fu n d o s de c o n tin g ê n c ia se e s g o ta re m , v o c ê se rá fo rç a d o a c o rta r c a ra c te rís tic a s o rig in a lm e n te d esejadas.
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422 O PASTOR PENTECOSTAL Q uan d o co m p ilar u m orçam ento, seja específico. E ntre os itens a serem incluídos estão (1) a p rópria construção, (2) trabalho para preparar o terreno, (3) sistem a de so m e in stalação elétrica, (4) ajard in am en to , (5) sistem a telefô n ico , (6) sistem a co n tra incêndio e alarm e co ntra ladrões, (7) cortinas e/o u d iv isó rias p ara salas de aula, (8) m o bília, (9) letreiro, (10) custos com escritu ra e seguro e (11) ju ro s sobre o em p réstim o para a co n stru ção (se fo r p reciso fazer em p réstim o). Q u an d o tiv e r em p e rsp e ctiv a u m terreno p a ra construir, é im p o rtan te p esquisar que trabalho d everá ser feito no local para to m ar possível construir n ele. M u ita s v e z e s o c u sto p a ra p re p a ra r o te rre n o c o n so m e m ais do orçam ento do que o planejado. Será preciso fazer grande aterro ou form ação de terra p a ra a co n stru ção do tem p lo ? H á d ren ag em adeq u ad a p ara a área d e e s ta c io n a m e n to ? O n d e s e rá f e ita a c o n e x ã o d e á g u a e e s g o to ? F r e q ü e n te m e n te o f e r ta s p a r a r e tir a r e x c e s s o d e te r r a e a p la n a r o estacio n am en to n ã o in clu em e sp alh ar de novo a te rra sobre áreas sem p a v im e n to o u re m o v ê -la do lo c a l. E s s a p o d e se r u m a d e s a g ra d á v e l d e sc o b e rta posterior. U m q u arto ou m ais de todo o o rçam ento p o d e ser g a sto an te s q u e a c o n stru ç ã o c o m ec e a se r e rig id a . _____________________________ O utros itens a plan ejar são serviços públicos, u m parque ■■ de estacio n am en to , laje ou p rep aração p a ra a fu n dação, R f l f IflH Q f l h f a m i m s r t a U ttiy m s U v Iv llllllld U n
d e sp e sa s c o m e n g e n h e iro s, d e sp e sa s co m te ste s de c o m p a c ta ç ã o , d e s p e s a s c o m in s p e ç ã o e q u a is q u e r
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m elh o rias nas ruas de acesso à igreja. C erta igreja nos E stados U nidos, quando tentou obter
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a licença d e z o n e a m e n to , d e s c o b r iu q u e h a v ia a ex ig ên cia de p ag a r um quarto do custo do sem áforo que j á e s ta v a in s ta la d o n a e s q u in a d a tr a n s v e r s a l da p ropriedade. A som a im portava em 45 m il dólares. U m a verificação prévia m ais rig o ro sa po d eria ter evitado essa surpresa. -------------------------------------------- * * C heq ue as leis de zoneam ento de sua cidade relativas à área de estacio n am en to e à d iv isa fro n tal do terren o ao lo n g o das estra d as. M u itas co m u n id a d es ex ig e m en o rm e s d e se m b o lso s de d in h e iro p a ra “e sp a ç o v e rd e ” no p a rq u e de estacio n am en to c o m m u itas árvores e outras vegetações. Q u an tias in crív eis p o d e m ser gastas só p ara a g rad ar o esp ec ialista do so m sem q u e o o u v in te c o m u m sin ta q u a lq u e r d ife ren ça. E p ru d e n te e n co n trar co n g reg açõ es co m tem plos m ais ou m enos do tam anho que você e stá co n stru in d o p a ra d esco b rir q u anto gastaram com esse item (observe tam b ém a in stalação elétrica). H á tipicam en te um grande esp aço entre o cu sto m ais alto e o cu sto m ais baixo. V á e escute. E im p erativ o que sua c o n g re g a ç ã o sin ta -se b e m ao o u v ir a m ú sic a e a p a la v ra fala d a, m as q u alid ad e de som n em sem pre é sinônim o de se te r o m ais caro p ro d u to do m ercado. O u tro s is te m a f a c ilm e n te n e g lig e n c ia d o q u a n d o se c o m p õ e u m o rçam en to é o sistem a telefônico, p o is seu custo p o d e v aria r m u ito . U m asp ecto im p o rtan te é a sua cap ac id ad e de expansão. S em dúvida, hav erá n e c e s s id a d e de m a is te le fo n e s do q u e o rig in a lm e n te p la n e ja d o , e tal n e c essid ad e surge m u ito m ais cedo do que se espera. ®
para custos inesperados
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ C ortin as e d iv isó rias co m alto teo r de m aterial iso lan te ao som são caras. C o lo q u e esses cu sto s n o orçam en to . N a m a io ria dos casos, é m ais b arato in stalar esses artefato s d u ran te a co n stru ção do que d eix a r para co lo cá-lo s m ais tarde. Toda a m obília p recisa ser n ova ou parte da m obília atualm ente em uso po d e ser usada nas novas instalações da igreja? H á em presas que pintam , d a noite p ara o dia, todas as escrivaninhas e arquivos de m etal para com binar co m sua n o v a decoração. Jateam ento de tin ta em pó m agnético seca-se sob im pacto quase q u e im ediatam ente. E sse p rocedim ento po d e rep resentar gran d e eco n o m ia de dinheiro. O item m o b ília inclui bancos, m óveis de escritório, m óveis para a salas de aula, quadro-negro e recursos audiovisuais. Você p refere b an co s ou assentos in d iv id u ais, com o os enco n trad o s em teatro s e cin em as? A rra n je ex em p lares de cad a tipo desejad o p a ra fazer co n sid eraçõ es. V isite lu g ares o nde os fab rican tes j á te n h am instalad o tais pro d u to s e c o n v erse c o m as p esso as que os usam . N ão deix e que o letreiro da ig reja seja algo p a ra con sid eração posterior. O q u e q u er q u e v o cê d ecid a sobre isso p re c isa ser in clu íd o no orçam ento. O letreiro d a ig reja é freq ü en tem en te a p rim eira im pressão que u m visitante te m d a co n g reg ação . D eix e u m a b o a im pressão. O em p reiteiro é resp o n sáv el em fo rn e c e r à ig reja a p o lítica de risc o da c o n stru to ra que a ig reja tem n o m ead o co m o asseg u rad o adicional. A ig reja tam b ém p recisa n o tificar sua em p resa de seguro e ter a necessária cobertura p a ra o p e río d o de co n stru ção . Se re so lv e r q ue u m a co m p an h ia de seguro d e títu lo s lid e c o m o p a g am en to s dos em p reg ad o s, h av e rá a c o b ran ç a de u m a taxa. M as este d in h eiro é b e m gasto. E sq u e c e r de c o lo c a r no o rçam en to os ju ro s sobre o em p réstim o p ara a co n stru ção p o d e p reju d icar a lin h a de co n tin g ê n cia do orçam ento. T alvez vo cê d ecid a não in clu ir os ju ro s com o item do orçam ento p a ra a construção, m as ain d a assim te rá de ser p ag o , m esm o q u e p ro v en h a de outro capital.
Financiam ento Q uan d o fizer u m p lan o p a ra fin an ciar u m p rojeto de construção, a igreja d em o n stra rá sen satez ao c o n sid e ra r cad a u m a destas alternativas: Pague em dinheiro. D ecididam ente esse é o m odo m enos caro de se construir. Venda d eb ên tu res o u outros tipos de títu lo s às p e sso a s da congregação. E m g eral isso re p re se n ta ta x a d e ju ro s m ais b a ix a do que o fin an ciam en to co n v en cio n al. E sse tip o de fin an ciam en to traz a d esv an tag em de você ter de v en d er as d eb ên tu res ou títulos às p esso as de sua c o n g reg ação e depois p ed ir-lh es que se p a g u e m a si m esm as co n trib u in d o p ara u m fu n d o de c o n s tru ç ã o . N a v e rd a d e , v o c ê te r á d e “v e n d e r ” d u a s v e z e s p a ra a co n g reg ação . S aib a qu e h á restriçõ es leg ais q ue v o cê deve aten d er quando fiz e r isso. P o r isso co n trate os serviços de u m c o rreto r autorizado. F in a n cia m en to c o n ven cio n a l requer a o b ten çã o de em p réstim o de um a in stitu içã o fin a n c e ir a p a r a p a g a m e n to d u ra n te certo p e río d o de tem po. Isso re q u e r o co m p ro m isso p o r p a rte d a c o n g reg ação de faz er os devidos p agam entos, m as não exige duplo levantam ento de fundos. Q uando solicitar em préstim o, assegure-se de fo rn ecer ao possível em prestador bom histórico
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424 O PASTOR PENTECOSTAL dos d ad o s fin an ceiro s, co m o tam b ém p rev isõ es in telig en tes e ajuizadas. Se necessário , co n trate u m co n tad o r para ajudá-lo a co lo car as inform ações d e fo rm a a serem fac ilm e n te lidas pelo em prestador. Venda d eb ên tu res c o lo ca d a s no m ercado p o r co m p a n h ia de títulos a terceiro s q u e n ã o p e s s o a s d e su a co n g regação. E sse fin a n c ia m e n to é s e m e lh a n te a um e m p ré stim o b a n c á rio , m as p o d e se r e stru tu ra d o em p a g a m e n to s m e n o re s no p rin c íp io e p a g a m e n to s m a io re s n o fu tu ro . N o rm a lm e n te é a fo rm a m ais cara d e fin an ciam en to , co m con sid eráv eis custo s in iciais e tax as de ju ro s m ais altas. P a ra v en d er as deb ên tu res no m ercad o , a co m p a n h ia de títu lo s re ce b e u m a co m issão , freq ü en tem en te en tre oito e dez p o r cen to d o custo to tal do pro jeto . Isso é co m p aráv el a um a três p o n to s a m ais q u e u m títu lo con v en cio n al. A tax a de ju ro s v igente tam b ém é, em geral, m ais alta do que para outros m étodos de financiam ento.
E scolha do A rquiteto/C onstrutora H á m uitos arq u iteto s que trab alh am in d ep en d en tem en te d a construtora, e h á aqueles q u e trab alh am d iretam en te co m um a con stru to ra em particu lar p ara oferecer u m p roduto de “construção pro jetada” , n a qual todo o trabalho é feito p ela co n stru to ra. U m arq u iteto in d ep en d en te é a esco lh a m elhor, p o rq u e d á a ele lib erd ad e de p ro jeta r o trab alh o sem rec e b e r in flu ên cias c o n tro lad o ras da co n stru to ra. C om o tam bém , durante a co nstrução; um a rq u ite to in d e p e n d e n te p o d e se r m a is firm e c o m a c o n s tru to ra p a ra a s s e g u ra r q u e a c o n s tru ç ã o se ja fe ita e x a ta m e n te d e a c o rd o c o m as e sp e c ific aç õ e s das p lan tas. U m arq u iteto “d a c a sa ” p o d e p ro p o rc io n ar red u ção de custos, se ele tra b alh a r b em com a co m issão de con stru ção e n ão su rg ir n e n h u m p ro b le m a de projeto. M u itas em p resas esp ecializam -se n a co n stru ção de igrejas e atendem todo o país. A rq u iteto s e co nstrutoras p o d em ser abundantes em sua região, m as talv ez não te n h a m a ex p eriên c ia em c o n stru ir igrejas. C o n strutoras q u e j á te n h a m co n stru íd o ig rejas são úteis p a ra ev itar erros caros. E ssa ex p e riê n c ia é in estim áv el se você não estiv e r p len a m en te co n v en cid o do recen te p ro jeto e fu n cio n alid ad e das in stalaçõ es d e sua igreja. H á um lado ru im e p ro v á v e l risco : c o n stru to ra s d e o u tra s c id ad e s fre q ü e n te m en te r e lu ta m e m v o lta r p a ra re s o lv e r p o s s ív e is p ro b le m a s d e p o is q u e a co n stru ção e stiv e r concluída. A rq u ite to e c o n s tru to ra lo c a is sa b e m d e p ro b le m a s d e c o n stru ç ã o esp ecífico s d e su a região. C o n h ecem leis e restriçõ es sindicais, condições e ex ig ên cias de tem p o e os contatos q u e dev em ser feitos co m fu n cio n ário s m u n icip ais e estaduais. T alvez a co m issão de co n stru ção p re cise ser m ais cu id a d o sa ao co m u n icar as n ecessid ad es da c o n g reg ação à c o n stru to ra e a rq u iteto locais.
Precauções e Preocupações M udanças
de
P r o je t o
P a ra m a n te r as m u d an ças de p ro jeto em u m n ív el m ín im o , p lan eje d e talh ad am en te ca d a área d a construção. M ud an ças de p ro jeto resu ltam
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ em ex cesso de custos. P o r ex em p lo , u m a p o rta que não esteja no p rojeto original p o d e c u star o d o b ro se fo r cau sa de m u d a n ça de projeto. M uitas constru to ras lic ita m u m trab alh o m u ito p ró x im o do custo p a ra g an h ar a c o n c o rrê n c ia , e s p e ra n d o o b te r lu c ro m e d ia n te m u d a n ç a s de p ro je to . M an ten h a u m reg istro d etalh ad o de cad a m u d a n ça de pro jeto , in clusive um a d escrição co m p leta do trab alh o e seu cu sto total. E x ija a assin atu ra do em p reiteiro e do p ro p rie tá rio em cad a m u d a n ça de projeto. T r a b a l h o V o l u n t á r io
T rab alh o v o lu n tário rep re se n ta red u ção de custos, m as req u e r acordo contratu al p rév io com a c o n stru to ra so b re com o esse custo será abaixado. A lém de p o ssív el eco n o m ia, o trab alh o v o lu n tário tam b ém é excelen te opo rtu n id ad e tan to p a ra aqueles que q u erem d ar m ais de si m esm os do que ap en as d in h e iro q u a n to p a ra aq u eles que só d isp õ e m de te m p o e trabalho. P o rém , em reg iõ es o nde a p re se n ç a sin dical seja forte, o trabalho v o lu n tário p o d e re c e b e r in te n sa o p o sição ou até proibição. C ontratos
P o uco im p o rtan d o o quão am igável ou digno de con fian ça a construtora seja, a an tig a m á x im a “T enha tudo p o r esc rito ” é não só a d eq u ad a m as essencial. M a l-en ten d id o s e en g an o s a co n tecem m esm o quan d o am bas as p artes são co m p a tív e is. T odas as v ezes q u e o c o rre re m d e saco rd o s ou disputas, a c o n stru to ra sem p re se firm ará no contrato. A lid eran ç a d a ig reja tam b ém d ev e fazer o m esm o. E ntre os tip o s de co n trato s tem o s o co n tra to de custo m a is lucro fix o e o co n tra to de p re ç o m á xim o g a ra n tid o . O co n trato de cu sto m ais lucro fixo re q u e r que a ig re ja p ag u e à c o n stru to ra o custo total da construção m ais u m acréscim o p rev ia m e n te co rd ato p ara d espesas gerais e lucro. O custo in icial estim ad o p a ra a c o n stru ç ã o se g u n d o esse tipo de arran jo freq ü en tem en te será m e n o r que o p reço cotado, de acordo co m o contrato de p reço m áx im o garan tid o . In felizm en te o co n trato de cu sto m ais lucro fixo não in c e n tiv a a c o n stru to ra a co n tro lar custos. A ssim , quanto m aio r o custo da co n stru ção , m a io r o lucro. C o m o co n trato de p reço m áx im o g aran tid o , os líderes d a ig reja sabem qu an to a co n stru ção custará, m ais as m u d an ças de pro jeto s que pedirem . N esse tip o de co n trato é im p o rtan te q u e a c o n stru to ra ten h a sustentação finan ceira p ara lid ar co m p erdas, se os custos so b repujarem o preço orçado. Se faltam -lh e recu rso s fin an ceiro s, a co n stru to ra p o d e retirar-se d a obra quan d o se d er co n ta de q u e não h a v e rá lucro. E n tão a ig reja será fo rç ad a a co n tratar o u tra c o n stru to ra p a ra te rm in a r a obra, p ro cesso que p o d e ser m uito caro. C om um co n trato de p reço m áx im o garantido você po d e entrar em aco rd o co m a c o n stru to ra p a ra q u e ela eco n o m ize din h eiro do preço fixo, se v o cê co n co rd ar em d iv id ir a eco n o m ia co m ela. E sse pro ced im en to d á à c o n stru to ra o estím u lo p a ra e c o n o m iz a r o d in h eiro de am bos. Pagando
as
C ontas
Ter to d as as contas d a co n stru ção p ag as p o r u m a in stitu ição fin an ceira é, n a m a io ria das vezes, sáb ia d ecisão. A in stitu ição fin a n ce ira assegurará
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426 O PASTOR PENTECOSTAL que todas as ren ú n cias de d ireito de p en h o ra ten h a m sido assinadas e cada e m p re sa su b co n tratad a seja a d eq u ad am en te paga. Isso elim in a o risco de se p a g a r d u a s v e z e s p e la c o n stru ç ã o , c aso a c o n s tru to ra n ã o p a g u e c o rretam en te as em p resas su bcontratadas. C o m o a ig reja faz p ag am en to s antes da conclusão d a obra, é sensato co n se rv a r u m a tax a de reten ção de dez p o r cento. E ssa é p rática co m u m e d á o p o rtu n id a d e de g a ra n tir q u e tu d o e ste ja em a p ro p ria d a o rd e m de fu n cio n am en to antes q u e o p a g am e n to final seja feito. A m ed id a que a ig reja atin g e o fim do trab alh o, as em presas subco n tratad as fazem pressão p a ra re ceb erem os dez p o r cento. H avendo feito o pag am en to final, a ig reja p e rd e a in flu ê n c ia de co n seg u ir que as em presas sub co n tratad as voltem p a ra c o rrig ir a lg u m tra b a lh o m alfeito . C e rtifiq u e -se d a e x c e lê n cia do trab alh o antes de lib erar os fu ndos de retenção.
Supervisionando a C onstrução A ss im q u e a c o n s tru ç ã o d a ig re ja e s te ja em e x e c u ç ã o , p ro g ra m e reu n iõ es reg u lares co m a c o n stru to ra e com as em presas su bcontratadas que, em cada fase da construção, p restam serviços. E ssa m ed id a im portante perm ite que os líderes d a igreja tom em conhecim ento de qualquer problem a assim que ele surge, co m o atrasos na e n tre g a de m ateriais ou co o rdenação do p ro g ra m a de trab alh o de cad a em p resa su b contratada. E ssas reuniões to m am tem po, m as trazem o ben efício de ev itar erros d ispendiosos. A v erd ad eira su p erv isão do tra b alh o d ep en d e do tam an h o do p ro jeto e das h ab ilid ad es do p a sto r e d a co m issão de co n strução. Se fo r p edido que um m em bro da com issão assu m a essa responsabilidade, deve-se levar em conta ex ig ên cias de tem p o n ecessárias p ara cu m p rir tal tarefa. Se fo r resolvido q u e n in g u é m d a ig re ja te m te m p o ou h ab ilid a d e p a ra su p e rv isio n a r o trab alh o , talv ez seja p reciso co n tratar u m represen tan te. E ssa p esso a deve ter ex p e riê n c ia no ra m o d a co n stru ção civil (por exem plo, u m em preiteiro ap o sen tad o ). E q u er se trate ou não de u m am igo da igreja, o fereç a um salário raz o á v e l p elo s seus serviços. P erto do fim do trab alh o de cad a em p resa su b co n tratad a e ao fin al do trab alh o da co n stru to ra, faça u m a lista final de coisas que p rec isa m ser corrig id as. E sse é o m o m en to de ser co m pleto e ater-se aos detalhes. E im p erativ o que o trab alh o seja term in ad o antes de você lib erar todos os fu n d o s d e re te n ç ã o . L o g o q u e as e m p re s a s s u b c o n tra ta d a s te n h a m ex ecu tad o tod o s os serv iço s da lista, elas esperarão ser pagas. E m to d o s os a ssu n to s lig a d o s à c o n s tru ç ã o , a c o n g re g a ç ã o d ev e c o n cen trar su a aten ção no m in istério e não p erm itir que o p ro p ó sito últim o d a ig reja se to rn e e m c o n stru ir u m tem plo. D eu s ab ençoa a ig reja que m an tém -se fiel ao seu p ro p ó sito ev an g elístico , de fo rm a que tu d o seja feito p a ra alcan çar os p erd id o s p ara Jesu s C risto.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
Lidando com conflitos Almom Bartholomew
onflitos entre m em bros do C oipo de Cristo não é fenôm eno próprio do fim do século X X . R om p im en to s in festav am a vid a dos prim eiros discípulos. D iscussões irrom peram sobre quem seria o m aior no Reino. Os filhos do trovão buscaram os m elhores assentos à direita e à esquerda de Jesus. Pedro perdeu a fé e voltou à sua rede de pesca, levando consigo outros. A I g r e ja P r im itiv a p e n te c o s ta l n ã o fo i m e lh o r; te v e p ro b le m a s se m e lh a n te s. M u ito s in c id e n te s de d e sa v e n ç a s e a n ta g o n ism o s estã o re g is tra d o s n o N o v o T e sta m e n to . A lg o n ão ia b e m no p ro g ra m a de alim en tação das v iúvas. O p rim eiro co n cilio d a ig re ja trato u de conflitos acerca d a ad m issão dos gentios n a igreja. E v ó d ia e S íntique esp alh aram suas d isc o rd â n c ia s d e n tro d a ig re ja em F ilip o s. D iv isõ es e co n ten d as estig m a tiz a ra m a ig reja coríntia. A lex an d re, o latoeiro, e D iótrefes eram en cren q u eiro s de p rim e ira ordem . C o n sid eran d o essas e o utras d eso rd en s n a Ig re ja P rim itiva, não d everia ca u sa r su rp resa e n co n trar tu m u lto s na Ig reja de hoje. C o nflitos no C orpo de C risto p a re c e m in e v itá v e is . P a sto re s e o b re iro s tê m de tra ta r tais o co rrên cias co m firm eza e m u ita sen sib ilid ad e. H avendo estado envolvido na re so lu ç ã o de co n flito s n a ig re ja em m ais de d u zentas ocasiõ es nos ú ltim o s v in te anos de serv iço p asto ral, o fereço m ais q u e um a sim ples ab o rd ag em acad êm ica. É u m m éto d o m o ld ad o p o r co n cessõ es m útuas na aren a da ex p e riê n c ia — é o rien tad o à p rá tic a de vida.
C
Procedim ento para Tratam ento de C onflitos A série de m ed id as ap resen tad as a seg u ir esb o ça u m p ro ced im en to eficaz p a ra tra ta m e n to de co n flito s: (1) in v estig u e, (2) id en tifiq u e, (3) isole, (4) in o v e e im p lem en te e (5) fiscalize (aco m p an h e ou m onitore). In v e s t ig u e
A p rim e ira m e d id a ao lid ar c o m co n flito s é fazer u m a investigação c o m p le ta . S e ja u m b o m o u v in te . O u ç a p a r a e n te n d e r, e n ã o p a ra
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O PASTOR PENTECOSTAL sim plesm ente responder. É im perativo seguir o conselho do apóstolo Tiago: “Todo o h o m em seja p ro n to p a ra ouvir, tardio p a ra falar, tard io para se ira r” (T g 1.19). E stá to talm en te certa a m áx im a que diz: “Todo o conflito tem três lados: o seu, o m eu e o lado certo (a v erd a d e)” . L em b re-se de P ro v érb io s 18.17. “O que p rim eiro co m eç a o seu p leito ju sto parece; m as vem o seu c o m p an h eiro e o ex a m in a” . A s p esso as lu tam p o r ter opiniões. Ter um p o n to de v ista en v olve o u so seletivo dos fatos: In fo rm açõ es são dadas a fav o r de um a posição p a rtid á ria ; o re sto é ig n o ra d o . E x a m in e c u id a d o sa m e n te as p erg u n tas fo rm u lad as de m a n e ira a fo rça r d eterm in ad a re sp o sta e aquelas perguntas im b u íd as de p ressu p o sição . A s p essoas ten tarão fazer c o m que você se incline p ara o p e n sam en to delas. A quele que tra ta de co nflitos n u n ca deve fazer ju lg a m e n to s p recip itados. I d e n t if iq u e
H av en d o feito m in u c io sa in v estig ação , agora está-se em p o sição m ais fav o ráv el p a ra id e n tific a r as c aracterísticas do conflito. V á aos pontos fu n d am en tais. É m u ito fácil lid ar co m assuntos periférico s, sem nun ca to car no n erv o do p ro b lem a. C om o sem pre d izia C h arles C ookm an, exsu p erin ten d en te d istrital da C aro lin a do N orte: “A lg u ém tem de p ô r o dedo n a bo lh a d a fe rid a ” . O p ro cesso po d e ser trab alh o sam en te difícil, m as você tem de e sc la re ce r os assu n tos p o r inteiro. C aso contrário, u m a solução “B a n d -A id ” p o d e ser d ad a a u m a ferid a catastrófica. P ara id e n tific a r o assunto, in teraja co m as p essoas que rep resen tam p o siçõ es diverg en tes. Se as pesso as, que acreditam em v o cê com o árbitro, to m a re m u m a d ecisão p rem atu ra, você p erd erá sua efic iê n cia em dar um a solu ção eficaz. É im p erativ o que aquele que trata de co nflitos m an ten h a a in te g rid a d e ao lo n g o do processo. Isole
S em pre que p ossível, esforce-se para isolar o problem a. R eserve tem po quando, se fo r necessário, tiv er de inform ar toda a igreja a respeito de um problem a. N ão d eixe que u m p equeno fogo tran sfo rm e-se num inferno furioso; contenha-o. A lguns anos atrás, preparava-m e para prestar exam e p úblico p ara ven d er seguro contra incêndio. L em bro-m e de haver lido num dos m anuais sobre a d iferença entre “fogo am igável” e “fogo hostil” . U m fogo am igável ferv e a água para o café da m anhã; um fogo hostil pode q ueim ar a casa inteira. D isso pode-se tirar im portante lição para o tratam ento de conflitos: tem po tem de ser dado a u m a explosão controlada, um a vazão, se lhe aprouver. C aso isso não ocorra dentro de um a estrutura planejada, então é p rovável que aconteça u m a explosão destrutiva e descontrolada. In clu a n esse p ro c e sso as p essoas que “p recisam saber” . P o d e ser um g ru p o m u ito seleto e lim itado. O utras vezes e n v o lv erá to dos os m em bros da co n g reg ação . N ão h esite em incluí-los, se ju lg a r necessário p a ra dar reso lu ção apropriada. In o v e
e
Im p l e m e n t e
U m b o m m éd ico sabe tanto diag n o sticar um a d o en ça quanto prescrev er u m rem éd io . Seu p ro p ó sito de faz er c o m que o p acien te volte a te r saúde
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ a p ó ia -se n e ssa s d u a s h a b ilid a d e s . C e rto m issio n á rio , q u e p e d ia co m u rg ên cia u m a d ecisão d a se cretaria de m issõ es co n c ern en te ao trabalho in tern acio n al q u e realizav a, n ão re ceb eu re sp o sta im ediata. E m carta ao superintendente geral, o m issionário ex p resso u com angústia: “S ua decisão p ode n os ferir, m as su a in d ecisão nos m a ta rá ” . O tratam en to do conflito atinge p o n to crítico n a o casião em q u e u m rem éd io deve ser elaborado. In o va çã o e im p lem en ta çã o vão de m ão s dadas. U so o term o inovação, porq u e ca d a n ecessid ad e te m su a p ró p ria p ecu liarid ad e, e o pro cesso de reso lu ção d ev e ser tecid o de acordo co m a n ecessidade. F req ü en tem en te co n fia m o s n o m é to d o “u m re m é d io certo p a ra c a d a p a c ie n te ” . N o sso S en h o r é o g ran d e M éd ico . E le trato u de v árias doenças en co n trad as nas ig re ja s d o A p o c a lip s e . E le c o n fro n to u to d a s , e lo g io u o n d e p ô d e e d is c ip lin o u o n d e fo i n e c e ssá rio . E im p e ra tiv o q u e as re so lu ç õ e s aos co n flito s sejam im p lem en tad as. E v ite a arm a d ilh a de dar o d iagnóstico sem p rescrev er o rem édio. F a ç a a pergunta: E ste rem éd io é v iáv el? O crente tem de p ô r em p rática os talen to s e dons de sab ed o ria d ados p o r D eus. O p ro fissio n al que trata d e co n flito s te m de v e r o p ro b lem a, tan to e m sua to talid ad e q u an to em suas p artes d etalh ad as. A lém de to d a a a p licação da sa b ed o ria h um ana, tem o s de c o n fia r in te ira m e n te n a sab ed o ria c e rteira do E sp írito Santo. C o m tal cap acitação , articu le u m p lan o p a ra to d as as p artes env o lv id as ad o tarem e seguirem . Se o co n flito afeta to d a a con g reg ação , seu plano dev e incluí-la. Se a ig reja tev e en v o lv im en to lim itado, então, em algum m o m en to e no fo ro ap ro p riad o , a ig reja p o d e p recisar v ir a ser in fo rm ad a e atualizada. I n v e s t i g u e (M o n i t o r e )
À m e d id a q u e o p r o c e s s o d e r e s ta u r a ç ã o e r e c u p e r a ç ã o tiv e r p ro sseg u im en to , os q u e tra ta m de co n flito s são ch am ad o s a in ve stig a r o an d a m e n to do p ro cesso . Isso s ig n ific a tã o -so m en te p re sta r su p erv isão vig ila n te ao pro cesso , m o n ito rá-lo cu id ad o sam en te. E sse m esm o pro cesso p o d e tra ç a r o c u rs o d e re c u p e ra ç ã o . T a m b é m p ro v ê u m sis te m a de ad v e rtê n c ia im ed iata c o n tra p o ten ciais reco rrên cias. O utro p ro c e sso de reso lu ção de co n flito s é o ferecid o pelo d o u to r Carl M iller, do F u ller T h eo lo g ical Sem inary. S eu pro ced im en to em três estágios p a r a t r a t a r d e c o n f lito s é d e s s e n s ib i l iz a r , d e lib e r a r e d e c id ir . A d e s se n sib iliz a ç ã o é o p ro c e sso u sa d o p a ra e sfria m e n to d a re tó ric a . A delib eração d iz re sp e ito ao p ro c e sso de e x a m in ar as op çõ es disponíveis. A d ecisão en v o lv e esco lh er u m a d essas op çõ es, e não ab rir m ão dela.
Exem plo de A bordagem de Tratam ento de C onflitos O s p ro b lem as freq ü en tem en te estão cam u flados. A re a i d ificuldade está to ld ad a p e la raiv a nos coraçõ es dos partid ário s. A té que a raiv a seja tratada, nu n ca p o d erem o s atin g ir o âm ago d a questão n e m p ro p iciar um a resolução que d u re .1 A v e rd a d e ira n a tu re z a d a ra iv a h u m an a e stá d e sc rita em T iago 1.20: “A ira do h o m e m n ão o p e ra a ju s tiç a de D e u s” . N u m a trad u ção bem literal teríam o s: “U m h o m em irad o não faz o q ue é certo diante de D eu s” (B eck).
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430 O PASTOR PENTECOSTAL O in d iv íd u o c o m ra iv a n ão a c e ita a re sp o n sa b ilid a d e de suas p ró p rias a ç õ e s. E le tra n s fe re os s e n tim e n to s a o u tre m , fa z e n d o p a re c e r que a o u tra p e s s o a é q u e te m a a titu d e c h e ia d e a m a rg u ra ou q u e é c u lp a d a de erro . O e x a s p e ra d o in te rp re ta m al os fa to s. M u ito se m e lh a n te ao b ê b a d o q u e p e r d e a p e r c e p ç ã o d e p r o f u n d i d a d e , o in d i v í d u o e n c o le riz a d o vê as c o isa s fo ra d e fo c o . A té que o n ív e l de re sse n tim e n to a b a ix e , o p r o b le m a o rig in a l n ã o p o d e se r re s o lv id o . O s d e ín d o le a c a lo r a d a d e v e m s e r e s f r ia d o s . Is s o c o m e ç a q u a n d o o in d iv íd u o re c o n h e c e q u e seu c o m p o rta m e n to é re a c io n á rio e, em c e rto g rau , está d is p o s to a lid a r c o m os p ró p rio s s e n tim e n to s in fla m a d o s . A lg u n s p rin c íp io s b á s ic o s d e v e m se r e n te n d id o s. F atos
e
Percepçã o
de
F atos
P o d e h a v e r v a sta d iferen ça entre fatos e p ercep ção de fatos. V ários anos atrás, d u ran te u m a co n tro v é rsia n a igreja, certa irm ã m e disse: “M eu m arid o en tra em d ificu ld ad es p o rq u e ele fala as coisas com o elas são ” . R esp o n d i: “T alvez seu m arido não e steja falan d o as coisas exatam ente co m o elas são; ele fa la co m o perceb e que elas são” . E le po d e estar certo, n ão o b stan te p o d e estar u m tanto equivocado. T rês p esso as p o d e m estar cad a u m a em três esq u in as diferen tes do m esm o cru zam en to e te stem u n h ar o m esm o acid en te de autom óvel. Sendo testem u n h as em trib u n al, q u ando faz em seu relato do que viram , parece que h o u v e três acidentes diferentes. N o que diz respeito a cad a testem unha, c a d a u m a e stá ap resen tan d o os fatos h o n estam en te. E tudo q u estão de p e rsp e c tiv a e p o n to de observação. Se p u d e rm o s le v a r os in d iv íd u o s ao p o n to em que ad m itirão que há m e s m o u m a le v e p o s s ib ilid a d e d e e s ta re m e rra d o s , e n tã o te re m o s re d u z id o o n ív el de e x a sp e ra ção . E nós m esm o s a c e rta d a m e n te d ev em o s ad m itir: “P o sso e sta r e rra d o ” . A e stru tu ra ç ã o dos fato s p o d e a lte ra r a a p a rê n c ia d a v e rd a d e . V am os d a r u m a m arg e m de erro p a ra nós m esm o s e p a ra os o u tro s. Provocação
e
J u s t if ic a ç ã o
N ão é anorm al reagirm os ao que consideram os incitação hostil. O m odo co m o reag im o s p o d e d eterm in ar se estam os a cam inho da paz ou d a gueixa. N ão há co m o p erco rrerm o s o b rev e p erío d o de tem p o en tre o b erço e o caix ão sem serm o s p ro v o cad o s. A lg u m as coisas têm a d eterm in ação de n os an tagonizar. O p ro b le m a surge q u an d o rea g im o s à p ro v o ca çã o de m a n e ira não -cristã. T em os a ten d ên cia de ju stific a r no ssa reação c o m base n a n a tu re z a d a p ro v o c a ç ã o . P e rm ita -m e le m b rá -lo de q u e n e n h u m a p ro v o cação ja m a is ju s tific a u m a reação d iferen te d a de C risto. Se nossa ré p lic a e stá n o n ív el c a rn a l, so m o s tã o c u lp a d o s d e o fe n sa q u a n to o pro v o cad o r. Q u an d o é q u e fo i c a n c e lad a a c h am a d a c ristã de o ferecer a o u tra face, de cam in h ar a seg u n d a m ilha, de en treg ar a v estim en ta e a capa, de am ar em v ez de odiar, de b e n d iz e r em vez de m ald ize r e de o rar p elo desp eitad o an tag o n ista? N a g ran d e m a io ria das vezes, as con ten d as que h á n a ig reja p o d e ria m ser so lu cio n ad as p o r grandes ap licações de h u m ild ad e e p erd ão
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ por to d as as p artes en v o lv id as. “S ede u ns p a ra com os outros b enignos, m iserico rd io so s, p e rd o an d o -v o s u ns aos outros, com o tam b ém D eus vos perd o o u em C risto ” (E f 4 .32). C o m tal d ose de rem éd io cristão, o pacien te log o re sp o n d e co m d eclín io de ex altação. M étodo
e
M o t iv o
O ap ó sto lo P au lo fa la c o m v e e m ê n c ia so bre m éto d o e m o tiv ação em F ilip e n se s 2.3: “N a d a fa ç a is p o r c o n te n d a ou p o r v a n g lo ria , m a s p o r hum ild ad e; cad a um co n sid ere os outros superiores a si m esm o ” . C o ntenda é o m éto d o errad o , e v a n g lo ria é o m o tiv o errado. P ertu rb ação co n sta n te d en tro da ig reja, en v o lv en d o assuntos de p o u c a m o n ta, d ev e ser e n c a ra d a co m o sed icio sa. E m geral, tal ag itação está a m p la m e n te m is tu ra d a c o m d e m o n s tra ç ã o e g o c ê n tric a . O a n tíd o to é h u m ild ad e de esp írito e d eferên cia c ristã a n o ssos irm ãos e irm ãs. P aulo estab elece isso cla ra m e n te em 2 T im ó teo 2.24-26: “A o servo do S en h o r não co n v ém conten d er, m as, sim , ser m an so p a ra co m to dos, apto para ensinar, so fred o r; in stru in d o co m m an sid ão os q u e resistem , a v e r se, po rv en tu ra, D eu s lhes d a rá a rrep en d im en to p a ra co n h e cerem a v e rd a d e e to m a re m a despertar, d esp ren d en d o -se dos laços do diabo, em cuja vontade estão p re so s” . E sses fu n d am en to s, en tre o utras co n sid eraçõ es, p a rec em ser essenciais n a so lu ç ã o de c o n flito s n a ig re ja . Se os p a rtid á rio s d e m o n stra re m a disp o sição de su b m eter-se aos p rin cíp io s b íb lico s e fo re m sinceros em seus esfo rço s p a ra v e r re sta u ra d a a h arm o n ia, en tão estarem o s no cam inho certo. N ão p o d em o s n os d ar ao lu x o de in sistir em fazer as coisas à nossa m an eira. A n tes, v am o s p e rm a n e c er n a b e m -a v en tu ran ç a de C risto: “B em aven tu rad o s os p acificad o res, p o rq u e eles serão ch am ad o s filh o s de D e u s” (M t 5.9).
C onclusão U m a p o rc e n ta g e m m u ito a lta d e c o n flito s, ta n to n a ig re ja q u a n to p e s s o a i s , p o d e s e r s o lu c i o n a d a m e d ia n te d e n s a a p l i c a ç ã o d e arrep en d im en to , co n fissão , p erd ão , h u m ild ad e, g raça e m ise ricó rd ia p o r ca d a in d iv íd u o d e to d o s os lad o s de u m a q uestão. E m ú ltim a an álise, os p rin cíp io s b íb lico s da co n d u ta c ristã p ro v ê e m a m e lh o r solução.
432 O PASTOR PENTECOSTAL
Resolvendo Crises Robert H. Spence
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E
m u m a de suas ú ltim as con v ersas co m os discíp u lo s, antes que fosse p a ra a cruz, Jesu s esb o çou p ro fe ticam en te algum as das ex p eriên cias p elas q uais os d iscíp u lo s p assaria m no futuro. D epois, acrescentou: “T en h o -v o s d ito isso , p a ra que em m im te n h ais paz; no m u n d o tereis afliçõ es, m as ten d e b o m ân im o; eu v enci o m u n d o ” (Jo 16.33). O term o g reg o trad u zid o p o r “a fliç ão ” em Jo ão 16.33 é thlipsis, que ta m b é m p o d e ser trad u zid o p o r várias outras palav ras, d entre as quais in c lu e m -s e : “ o p r e s s õ e s ” , “ tr ib u la ç õ e s ” , “ a n g ú s tia s ” , “ c a r g a s ” , “p e rse g u iç õ e s” ou “p ro b le m a s” . E ssas p ala v ra s p o d e m ser ig u ala d as à p alav ra “crise” . P elo m enos dois fatos significativos são ap resen tad o s c laram en te n a d eclaração do S enhor: (1) os d iscíp u lo s p assarão p o r crises n este m u n d o e m que v iv em o s e (2) a p a z de esp írito e a paz de D eus estarão „ à n o ssa d isp o sição du ran te as crises p o r cau sa do p o d e r
Os pastores da atualidade serao cnamados para .
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I CbUIVvi
de C risto. A ap licab ilid ad e das p alav ras de Jesu s refere-se não só ao s q u e e sta v a m fis ic a m e n te p re se n te s c o m E le V itira r n a q u e la o ca siã o , m as tam b é m diz re sp e ito aos seus serv o s h oje. T em os de rec o n h ec er que os p asto res da vl ISCS ■■ atu alid ad e serão cham ad o s a re so lv er crises. O pasto r * * e n fre n ta o d e sa fio de lid a r c o m e ssa s e x p e riê n c ia s in ev itáv eis de u m a m an eira que agrade a D eus e, ao m esm o tem p o , seja a p ro p riad a às circu n stân cias e às p esso as envolvidas. A B íb lia co n tém in ú m ero s rela to s de D eus usando hom ens e m u lh eres em tem p o s de crise. E ssas p esso as têm m u ito a en sinar-nos acerca d a resp o sta c e rta p a ra ev en to s in esp erados. P o u co s de n ós ja m a is se n tirá o p eso d a resp o n sab ilid ad e que M oisés sentiu q u an d o en caro u o m ar V erm elho cercado p o r co m patriotas confusos e d esen co rajad o s q u e d escrev iam a ap ro x im ação do ex ército de Faraó. M as os m esm o s p rin c íp io s de lid era n ç a d e cisiv a p o d em ser d em onstrados h oje. O u q u em p o d e d escrev er com o E ste r se sentiu q u an d o soube que to d a a su a ra ç a e n fre n ta v a a an iq u ila ç ã o , e, n ão o b stan te , suas ações
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ fo rn e c e m um p a d rã o p a ra o tratam en to de crises p e lo qual o p a sto r de hoje p o d e se guiar. C rises irro m p em no h o rizo n te do p a sto r sem aviso prévio. R aram en te o p ro g ra m a de a lg u é m é p ro je ta d o p a ra a co m o d a r o in esp erad o . U m a c h am ad a telefô n ica ou u m a v isita sem ser a n u n ciad a po d e le v ar o servo de D eu s p a ra o m eio de u m a tem p estad e. P elo fato de não o co rrerem crises em u m v azio, o pastor, co m o um dos m em bros d a trip u lação do barco de Jo n as, tê m m u itas v ezes d e lid a r c o m as turb u lên cias resu ltan tes das d ecisõ es de o u tra pessoa. O s p asto res fre q ü e n te m en te o ram p o r m a n ifestaçõ es do p o d er de D eus. C om o M o isés, p e d im o s a D eus: “R o g o -te q ue m e m o stres a tu a g ló ria ” . E n tretan to , m ilag res a co n tecem p o rq u e h á u m a necessid ad e; curas divinas o co rrem p o rq u e h á u m a en ferm id ad e ou um a ferida. A s crises fo rn e ce m o cen ário p a ra a d e m o n stração do p o d e r de D eus. É, n a verdade, m arca de ra ra m atu rid ad e alg u ém p assar p o r u m a crise que en volva decepção pessoal e m á g o a e p o d e r d izer ju n to com José: “V ós bem in ten tastes m al co n tra m im , p o ré m D eu s o to m o u em b em , p a ra fa z er com o se vê n este dia, p ara co n se rv a r em v id a a um p o v o g ra n d e ” (G n 50.20). D ia a d ia o p a sto r te m a o p o rtu n id ad e de e star co m m em b ro s de sua c o n g re g a ç ã o q u e e s te ja m se n d o b e m -s u c e d id o s e m lid a r c o m c rise s p esso ais ou fam iliares de to d o tipo. N ão se d eve p erd er de vista o fato de qu e crises o co rrem n a v id a d os cren tes q u e estão n a v o n tad e de D eus ta n to q u a n to n a v id a d a q u e le s q u e n ã o e stã o n a v o n ta d e de D eu s. A co n firm ação do p a to lo g ista d e q u e o c ân cer é m alig n o ou o fech am en to d a fá b ric a q u e d á fim a u m em p reg o e co n seq ü en te co m p ro m etim en to da ap o se n ta d o ria fa z e m p arte das ex p eriên cias d a vida. S ão crises a serem reso lv id as. E m tem p o s de crise, o co n scien cio so filho de D eus pergunta: O que o S en h o r e stá m e d izen d o atrav és d estas d ificu ld ad es? Ou: O que D eus está m e en sin an d o co m isso ? O p a sto r p re c isa fa z er esses q u estio n am en to s em su a p rá tic a de vida, p o is ele te m a o p o rtu n id ad e de co m p artilh á-las co m p esso as q u e ele e stá ajudando. C rises não são n ec essa ria m en te sinal do ju lg a m e n to de D eus. H á crises de to d o s os tam an h o s e dim en sões. A lgum as afetam u m só in d iv íd u o ; o u tra s c ria m re p e rc u ssõ e s q u e v ia ja m o m u n d o in te iro . A co m u n ic a ç ão de q u e faltam p esso as p a ra trab a lh ar no berçário d a ig reja p o d e re p re se n ta r ao p a sto r u m a crise m o m en tân ea, en q u an to se dirig e ao p ú lp ito p a ra in ic ia r o cu lto de ad o ração , p o rq u an to é situação q u e pode ser c o n tid a e tratad a em m inutos. P o r o u tro lado, saber que a e m p resa que co n stru ía o n o v o san tu ário faliu e n ão p o d e rá te rm in a r a co n stru ção pode g e ra r u m a crise com efeitos q u e p e rd u re m p o r anos. A lg u m as crises tê m so lu ção q u e satisfaz a to dos os en v o lv id o s, ao p a s s o q u e o u tra s d e s a fia m a re s o lu ç ã o e c o n tin u a m g e ra n d o d o r e so frim en to a um círcu lo sem p re crescen te de p articip an tes. O d esem p en h o do p a sto r d u ran te p erío d o s de crise afetará seu futuro m in isterial. O s m em b ro s da ig reja o b serv am -n o cu id ad o sam en te p a ra ver co m o ele lid a co m o in esp erad o . O apoio fu tu ro do pasto r será influenciado p ela m an eira co m o as crises são tratadas.
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434 O PASTOR PENTECOSTAL R eais ou p erceb id as, p ú b licas ou particulares, as crises ex ig em atenção, e q u an d o o co rrem d en tro d a fam ília de D eus, o en v o lv im en to do p a sto r é fu n d a m e n ta l. O m a n e jo d as c rise s será u m te ste d e lid e ra n ç a e u m a o p o rtu n id ad e p a ra o crescim en to espiritual. In d e p e n d e n te d o ta m a n h o , to d a c o n g re g a ç ã o te m m e m b ro s cu jas crises p e sso a is serão c o m p a rtilh a d a s co m o pastor. In q u e stio n a v e lm e n te , m u ita s d e ssa s p e sso a s v o lta m -se ao p a sto r c o m a e x p e c ta tiv a de que v e n h a a se r e x p lo ra d a u m a d im e n sã o e s p iritu a l do p r o b le m a . É im p e r a tiv o q u e a a ju d a r e c e b id a n o g a b in e te do p a sto r seja m ais do q u e e sta ria d isp o n ív el ( ( --------------------------------------no e sc ritó rio do a ssiste n te social. C re r co m o crem o s em in te rv e n ç õ e s m ira c u lo sa s em re sp o sta a o raçõ es, u m a c ris e p ro v ê u m p o n to c e n tra l p a ra a fé, e e la tra b a lh a p a ra ser asso ciad a. E n q u a n to o m in is té r io d e c r is e p a s to r a l e s tá freqüentem ente concentrado naqueles que estão sob seus cuidados espirituais, ele m esm o não é im une a tem pos de provação. C rises financeiras e físicas acontecem n a casa do pastor, e sua fam ília está sujeita a algum as das m esm as p ressões que o p asto r experim enta. N o c u rso de u m a sem an a, o p a s to r p o d e ser c h am ad o a a ju d a r alg u ém q u e p e rd e u o e m p re g o , u m c a sa l cu jo m a trim ô n io está em crise, u m a fa m ília q u e p e rd e u u m en te q u e rid o ou alg u é m q u e p a ssa p o r d ecep ção e m o c io n a l. C o m o líd e r do corp o lo cal de crentes, o p a sto r po d e ter de lid ar co m c ris e s q u e sã o o re s u lta d o d e a b e r ra ç õ e s d o u trin á ria s o u c o n flito s c o n g r e g a c io n a is . N u m a é p o c a e m q u e q u e s tõ e s j u d ic ia is sã o tã o p rev a le c en te s, o p a sto r p o d e e n fren ta r pro cesso s, p o ten ciais ou vigentes, en v o lv en d o p e sso a l ou m in istério s au x iliares d a igreja, com o o centro de a te n d im e n to d iá rio . É ra ra a ig re ja q u e n ã o te n h a p a ssa d o p o r c rise fin a n c e ira q u e ex ig iu firm e lid e ran ç a pastoral. S a b en d o q u e crises fa ta lm e n te o c o rrerão e que en q u a n to tra b alh a rm o s c o m p e sso a s e n c o n tra re m o s c rises, co m o p o d e m o s p re p a ra r-n o s p a ra e sta ta re fa ? Q u e m e d id a s o p a sto r p o d e to m a r p a ra a sse g u ra r efic iê n c ia? E m ta is c ir c u n s tâ n c ia s , sã o a p lic á v e is a lg u m a s s u p o s iç õ e s b á s ic a s c o n c e rn e n te s às c a r a c te r ís tic a s p a s to ra is d e s e já v e is , q u e r se e s te ja p r o c la m a n d o a P a la v r a d e D e u s d e s d e o p ú lp ito , q u e r se e s te ja tra b a lh a n d o in d iv id u a lm e n te c o m m em b ro s da ig re ja em seus tem p o s de a d v e rsid a d e . E im p e ra tiv o q u e o servo de D eus e sta b e le ç a e m a n te n h a a c re d ib ilid a d e m e d ia n te h o n e stid a d e e in te g rid a d e p e sso a is. O cre n te q u e e s te ja p a ssa n d o p o r d ific u ld a d e s n ão d ev e te r ra zã o alg u m a p a ra te m e r q u e p ro b le m a s c o m p a rtilh a d o s co m alg u ém do m in isté rio v en h a m a te r c irc u la ç ã o e n tre o s m e m b ro s d a c o n g re g a ç ã o ou a p a re ç a m e m ilu stra ç õ e s d e serm ão . O p a sto r d ev e ser arguto em sua defin ição de crise e não p e rm itir que outros m an d em em su a a g en d a e defin am o que seja crise p ara ele. D evese te r o cu id ad o de m a n te r su a in ten ção de aju d ar as p esso as sem se deix ar ser m an ip u lad o p o r aq u eles q u e sim p lesm en te qu erem que seus pro b lem as sejam re so lv id o s p o r o u tra pessoa.
Há crises de todos os tamanhos e dimensões __________jj
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
Esteja Preparado Espiritualm ente P erío d o s de crise são o m o m en to ideal p a ra seg u ir o co n selh o de Tiago: “Se a lg u m de v ós te m fa lta de sabed o ria, p eça -a a D eus, que a todos dá lib e ra lm e n te e n ão o la n ç a em rosto ; e ser-lh e-á d ad a” (T g 1.5). A in d a que to d o s o s d ia s d e v a m o s o ra r p e d in d o s a b e d o ria d iv in a , é a p ro p ria d o ro g arm o s a D eu s p o r re v e la ç ão esp e c ífic a q uan d o nos ocu p arm o s co m as co m p lex id ad es dos p ro b lem as hum an o s. U m a crise fornece oportunidade singular p ara o servo de Deus. A s pessoas são m ais propensas a aceitar ajuda espiritual durante tem pos de dificuldade. E m tais ocasiões, os dons do E spírito d ados p ara a edificação d a igreja oferecem aju d a sobrenatural. O p a sto r p ersp icaz m uitas vezes consegue fazer co m que as pessoas percebam que a crise que p rocuram solucionar não é o v erdadeiro problem a. A n d ar n o E spírito e m inistrar no p o der do E spírito capacitam o servo de D eus a ser verdadeiro m édico da alm a. A p rep aração esp iritu al diz resp eito a a b o rd ar os p ro b lem as de um a p e rsp e c tiv a bíblica. A s E scritu ras d ev em ser ad eq u ad am en te apresentadas, e a o ra ç ã o , fe ita c o m d is c e rn im e n to . A o m e sm o te m p o q u e o p a p e l esp iritu al do p a sto r e seu co n h ecim en to b íb lico são vitais, d ev e-se to m ar cu id ad o p a ra o fe re c er e sta aju d a c o m p ru d ência. U m a p esso a m ag o ad a e a flita p re c isa m ais do q u e a citação de um v ersícu lo c o n h ecid o d a B íblia, u m a o ração cu rta e a triv ial g aran tia de q u e “tu d o vai d a r certo ” .
M antenha a A titude Certa N o m in istério terren o de Jesu s, p esso as q ue lu tav am co m os pro b lem as d a v id a eram atraíd as a E le. O e sc rito r d a C arta aos H eb reu s descrev e-o co m o sen d o “u m que, co m o nós, e m tu d o foi ten ta d o [tocado co m o sen tim en to de n o ssas fra q u e z as]” (H b 4 .15). O cortejo era in term inável: u m a m ãe co m u m a filh a en d em o n in h ad a, um pai cu ja filh a e stav a m orta, irm ãs cujo irm ão e stav a m o rtalm en te d o en te e p esso as com o P edro, que tin h a m crises de fé. O p a sto r qu e d e m o n stra atitude sem elh an te a de C risto terá p ro n ta aceitação entre as pessoas de sua congregação quando estiverem atrav essan d o p o r tem p o s de d ificu ld ad e. A em patia, não a pied ad e, abrirá portas. A c o m p aix ão po d e ser sentida. O servo de D eus deve ser cu idadoso ao u sar a frase “S ei co m o v o cê se se n te ” . E ssa d eclaração só deve ser feita se o p a sto r re a lm e n te sab e co m o a p e sso a se sente e te n h a p assad o p o r e x p e riê n c ia sim ilar. H á o casiõ es e m q u e a crise se d e se n v o lv e p o r cau sa de m á conduta. O p a s to r d e v e te r c u id a d o p a ra n ã o tra ta r os c u lp a d o s co m u m e sp írito im p ró p rio . O in d iv íd u o e m crise não p re c isa d e alg u ém que lhe tra g a à m e m ó ria os m a u s ju lg a m e n to s e as d e c isõ e s e rra d a s. M u ito m ais é necessário do q u e o p ro n u n ciam en to de que a crise é d ev id a à carn alid ad e ou im aturidade. C o n sid eração p elo s sen tim en to s de to dos os en volvidos a b rirá o p o rtu n id a d e s m in is te ria is fu tu ra s. E x tre m o c u id a d o d e v e se r to m ad o p a ra que o p a sto r não p areça u m sab e-tudo, alg u ém que tem todas as respostas. Q uando crises acontecem , o pastor deve guardar-se da atitude “ai de m im ” . Q uan d o P ed ro escrev eu este v ersícu lo , talv ez estiv esse le m b ran d o -se do
436 O PASTOR PENTECOSTAL aviso q u e Jesu s lhe d eu ju n to c o m outros discípulos: “N ão estran h eis a ard en te p ro v a que v em sob re vós, para vos tentar, com o se co isa estran h a vos aco n te c esse ” (1 Pe 4 .12). L em b re-se de que essas são op o rtu n id ad es p a ra D eu s re v e la r seu poder.
Junte os Fatos C uidadosam ente O livro de P ro v érb io s é le itu ra e x celen te para o p asto r que con fro n ta crises. R ep etid am en te o au to r aco n selh a p recau ção ao falar. O m esm o ap lica-se a re u n ir in fo rm açõ es. O s m in istro s são pasto res, não detetives. P reco n ceito e co n clu sõ es p recip itad as d ev em ser evitadas. A p ren d e r a ser b o m o u v in te — com o co ração tanto q u anto co m o ouvido — p o ssib ilita que o serv o de D eu s ten h a u m a v isã o m ais clara, v en d o o in d iv íd u o sep arad am en te d a crise. P e rm itir q u e a p e sso a em crise fale liv rem en te po d e ser m u ito útil no m o m e n to e no futu ro . Isso é e sp e cialm en te p ro v e ito so q u an d o a crise en v o lv e trag éd ia. A m o rte in e sp erad a de u m m em b ro da fam ília pode p ro d u z ir d eclaraçõ es que p a re c em irracio n ais e até m esm o m alignas. O p a sto r n ão d ev e sen tir-se o b rig ad o a resp o n d e r a todas as perg u n tas ou co rrig ir toda v isão to rc id a q u e a p e sso a ten h a de D eus. S e a crise diz resp eito à d iscip lina daqueles que trab alh am no m inistério, é ex trem am en te im p o rta n te q u e d o cu m en tação m in u c io sa seja m an tid a das co n v ersas e que m ed id as re sta u ra d o ras sejam oferecid as prev iam en te. R elatórios com pletos e atas p recisas das reuniões p o d em tornar-se recursos de v a lo r in estim áv el, e sp ecialm en te se a crise tiv er ram ificaçõ es legais. O p a sto r d ev e sen tir-se seg u ro o b a sta n te p a ra b u sc a r c o n selh o s e p alav ras sábias dos outros. P articularm ente quando está lidando com crises fin an ceiras e legais, é im p o rtan te c o n h ecer as pró p rias lim itaçõ es e onde en c o n tra r aq u eles que p o d e m p ro p o rcio n a r ajuda apropriada. O p a sto r sensato conh ece seus p o n to s fortes e fracos, não só em assuntos financeiros e leg ais, m as ta m b é m em o u tras áreas do aco n selham ento.
Tome D ecisões D eliberadam ente U m a crise re q u e r d ecisão e ação. A c o n g reg ação inteira o lh a p a ra o p a sto r em b u sc a de d ireção e m ed id as p o sitiv as, se a crise en v o lv e todo esse corpo de crentes. E m tem p os de d ificuldade, os in d iv íd u o s b u sc am o co n selh o e a o p in ião do pastor, po rq u e p ro cu ram alguém que os ajude a re so lv e r os p ro b lem as e os au x ilie a to m ar decisões. A c h a r o eq u ilíb rio entre d em ora desco m ed id a e ação precip itad a req u er sabedoria. Q u an d o os fatos são cu id ad o sam en te reu n id o s e o con selh o é p ro c u ra d o , o p a s to r te m de c h e g a r a u m a c o n c lu sã o e a ta c a r a crise d ecisivam ente. M a n te r a co m p o stura instila confiança naqueles envolvidos n a crise. E ssa o rien tação não e stá su gerindo q u e o p a sto r não seja em otivo, m as, antes, que se esfo rce p a ra cu m p rir sua resp o n sab ilid ad e de m an eira tra n q ü ila e cu idadosa. Se a crise ab arca a igreja, os m em bros do corpo de m inistros devem ser e n v o lv id o s. E e sse e n v o lv im e n to d ev e ser m ais do q u e a sim ples c o m u n icação do que o p a sto r fez. E les d ev em ter a op o rtu n id ad e, com o
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ líd eres esco lh id o s d a co n g reg ação , o de p a rtic ip ar do fardo d a decisão e o fe re c er su a sab ed o ria co le tiv a n o p ro v im e n to de soluções.
C om unique com Clareza O c o n se lh o d o p a sto r d e v e ser claro e fa c ilm e n te en ten d ív el. M a l en te n d id o s só c o m p lic a m o p ro b lem a. Se o p a sto r e stiv er trab alh a n d o in d iv id u a lm e n te c o m u m a p e sso a q u e esteja p a ssan d o p o r perío d o s de d ificu ld ad e, as p alav ras e su g estõ es do p a sto r serão c o m u n icad as co m m a io r fa c ilid a d e e e n te n d id a s c o m m a io r c la re z a do q u e se tiv e sse trab a lh a n d o com u m grupo. N ão o b stan te, crises en v o lv em as fam ílias e grupos m aiores. Q uando e s s e f o r o c a s o , a r e s p o n s a b i l i d a d e d a c o m u n ic a ç ã o a u m e n ta im en su rav elm en te. P o r ex em p lo , se a crise diz resp eito a u m p ro b le m a co m as fin an ças da igreja, d ev e h a v e r ab e rtu ra o su ficien te a fim d e que as p e s s o a s e n v o lv id a s e n te n d a m as c irc u n s tâ n c ia s e a n e c e s s id a d e . É im p erativ o q u e não h aja o casião p a ra as p esso as enco b rirem o que pensam . O elem en to da sin cerid ad e p ro p ic ia a ch an ce de ad m itirm os o que não sab em o s co m o ta m b é m o q u e sabem os. A o co m u n icar ação d e c isiv a h á o casiõ es em que o p ap el de lid eran ça do p a sto r d ev e d e m o n stra r força, m a n te n d o -se firm e ao p rin cíp io e ao curso co rreto de ação. A o m esm o tem p o q u e h o n estid ad e e fran q u ez a são essen ciais, g en tileza e tato p re v in e m g ro sseria e in sen sib ilid ad e.
H á Vida depois da Crise A ju d a r as p e s s o a s a r e s o lv e r p r o b le m a s e tr a b a lh a r c o m u m a co n g reg ação em tem p o s de crise dão sen tim en to de satisfação e senso de realização . A s v ezes, p o rém , os resu ltad o s não são tão co m p ensadores. E lias, n o m o n te C arm elo , aju d o u a n ação de Israel quan d o a crise do povo e n v o lv ia su a o b ed iên cia a D eu s. T alv ez a v oz do p o v o q u e g ritav a “Só o S en h o r é D e u s” ain d a estiv esse eco an d o n os o u v idos de E lias q u an d o ele receb eu a a m eaça de v id a d a ra in h a Jezab el (1 R s 18.39— 19.2). N ão h á in d icação de que as p esso as que ele aju d o u esp iritu alm e n te tiv e sse m se lev an tad o em sua defesa n aq u ele m o m en to de tensão. D esencorajado, E lias fugiu p o r su a v ida só p ara que o S en h o r o salvasse e lhe ajudasse a en ten d er seu m in istério m ais co m p letam en te. D e certa form a, o p asto r tem de darse co n ta de q u e ele tra ta d e crises p a ra a g rad ar seu M estre. In felizm en te, ser b e m -su ced id o ao tra ta r de crises não to rn a o p a sto r im u n e a críticas até m esm o d aqu eles a q u em ele ajudou. M in istrar em p erío d o s de crise g e ra estresse. E n v o lv im en to pro longado em p ro b le m a s c o m p le x o s p o d e te r efe ito n o tá v e l no b e m -e sta r físico , e m o c io n a l e e sp iritu a l d o p asto r. D e v e -se , p o is, se r to m a d o cu id ad o d elib erad o n o d esem p en h o d esse m in istéjio . Se a crise e n v o lv eu a c o n g reg ação ou o m in istério , o p a sto r dev e to m ar as m ed id as cab ív eis p a ra fa z e r c o m q u e a co n g re g aç ão p ro ssig a avante. R eferên cias freq ü en tes ao p a ssa d o só serv em p a ra m an ter a v isão das p esso as fo c a liz a d a n a d ireção errada. L e m b re -se de que h á vid a d epois da crise. U m a crise já v e n cid a p o d e ser d e sc rita com o u m em baraço, talvez
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O PASTOR PENTECOSTAL u m dos “em b a ra ç o s” q u e o e scrito r d a C arta aos H eb reu s tin h a em m ente qu an d o a escrev eu . D eix e o em b araço, p rev en iu ele, de fo rm a que você p o s s a c o r r e r , “ c o m p a c iê n c ia , a c a r r e ir a q u e n o s e s tá p r o p o s ta ” , acrescentando proveitosam ente com o podem os reconcentrar no ssa atenção: “o lh an d o p a ra Jesu s, au to r e co n su m ad o r d a fé ” (H b 12.1,2).
Formando uma Equipe Ministerial Qualificada e Dedicada Dan Betzer e ix e -m e sim p lificar: c e rq u e-se de in d iv íd u o s q u e saib a m m ais sobre o a ssu n to e m q u e stã o do q ue v o cê, e d ep o is d ê-lh e s lib erd ad e! M as, c o m o te ste m u n h o u R. B. B arh am : “H á m u ita c o isa en tre a x íc a ra e os lá b io s ” .1 M u ita s v e z e s to rn a m o s c o m p le x a s as c o isa s sim p le s, e b u r o c r a c ia in ú ti l r e d u z a v e lo c id a d e d a d in â m ic a d e u m a ig r e ja p e n te c o sta l. C e rto c a rta z e m um e s ta b e le c im e n to de a rtig o s d e p e sc a c h am o u -m e a aten ção . U m g a ro to d e m ais ou m en o s d ez anos de id ad e e sta v a sen tad o à b e ir a d e u m r io , p e s c a n d o , te n d o ao la d o u m m o n te d e p e ix e s (o b v ia m e n te a c a b a d o d e p e s c a r p o r ele). O g aro to u sa v a u m a v a ra to sc a de á rv o re , c o m o c a n iç o , e u m sim p les b a rb a n te , co m o lin h a. A o seu lado, c o m n e n h u m p eix e, h a v ia um ho m em co m os m ais caros e m o d ern o s e q u ip a m e n to s de p esca. A c a d a in sta n te ele fic a v a m a is irrita d o co m sua in c a p a c id a d e d e p e s c a r a lg u m a c o isa , e n q u a n to o g a ro to c o n tin u a v a p e g a n d o p e ix e s sem p ro b le m a s. C o m dó dele, o g a ro to su g eriu : “S enhor, ta lv e z o a lfin e te de se g u ra n ç a n ã o e ste ja a b e rto ” . O g a ro to co n se g u ia p e s c a r p e ix e s ao s m o n tõ e s c o m u m g a lh o d e á rv o re , u m p e d a ç o de b a rb a n te e, fa z e n d o a v e z d o a n zo l, u m alfin e te d e seg u ran ça , ao p a sso q u e o h o m e m n ã o p e s c a v a n a d a c o m seu e q u ip a m e n to c o m p lic a d o . P asto r, o m u n d o e s tá ch eio de b u ro c ra ta s e e sc rito re s de re la tó rio s. M as o E s p í r i t o S a n to o d i r i g i r á a c r e n t e s q u e s ã o “ a n i m a d o r e s e in c e n tiv a d o re s ” p a ra o R ein o . E sse tip o de eq u ip e d e au x ilia re s p o rá sua ig re ja n a lin h a de fren te. M as v o cê te rá de fa z e r o q u e Je su s d isse à q u eles q u e e sta v a m de luto p o r L ázaro : “D esatai-o , e d eix ai-o ir” (A R A ). Q uanto m en o s p a p e la d a , m elh o r; q u a n to m en o s b u ro c ra c ia , m ais b e m -su c e d id o v o cê será! Q u an to m ais c o n fia n ç a vo cê tiv e r em sua eq u ip e, m ais crescerá su a ig reja. M a n te n h a as co isa s sim ples!
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UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
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A Liderança É a Chave O a n tig o e fr á g il a d á g io de q u e n e n h u m a ig re ja p o d e e le v a r-s e p erm an en tem en te acim a do nível e talento espirituais de seu pastor é válido. Jo h n M ax w ell sem p re está en fatizan d o esse te m a de lid erança. O h, p o d e h a v e r u m a s ú b ita e x p lo s ã o d e u n ç ã o e g e n ia lid a d e p o r p a r te d a c o n g re g a ç ão , re su lta n d o em c re sc im e n to , m as, sem lid e ra n ç a p asto ral eficaz, isso será efêm ero. C o m o an d a o p astor, assim em geral anda a igreja. In felizm en te, n en h u m p a sto r é perfeito . C ad a um de nós tem os áreas m in isteriais nas q u ais não som os fortes. O p a sto r sábio co m p reen d e essa re a lid a d e e não te n ta fin g ir seu m odo de agir. É ab so lu tam en te essencial que o p a sto r avalie co m h o n estid ad e seus p o n tos fortes e seus pontos fracos (e, se n ão p u d er ser h o n estam en te o b jetiv o , en tão deve p ed ir av aliação de terceiro s). A in d a q u e eu e steja ciente dos dons de m in istério que D eus m e deu, sei m u ito b em q u e n ão ten h o a h a b ilid ad e p ara d esem p en h ar vários dos e m p re e n d im e n to s m in iste ria is. A lg u m e q u ilíb rio faz-se n ece ssá rio n e ssa questão . P o r ex em p lo , n u n c a re iv in d iq u e i ser ad m inistrador, não o b s ta n te n e s ta ig r e ja d e q u a s e 3 5 0 m il m e m b ro s e c o n g r e g a d o s , ad m in istração é u m im p erativ o . A lém disso, não p o ssu o u m a arguta m ente fin an ceira, co n tu d o n o sso o rçam en to an u al de quatro m ilh õ es de dólares re q u e r b rilh a n te lid e ra n ç a fiscal. E ain d a h á outras áreas onde p erceb o m in h a fraq u eza. A g o ra considere: e sta co n g reg ação n ã o po d e elevar-se p o r m u ito tem po a cim a do n ív el de m in h a lid erança, en tretan to reco n h eço fra n c a m en te q u e h á facetas d e sta m e sm a lid e ra n ça e m q u e sou d eficiente. E n tão e sta ig reja e stá sen ten ciad a ao fracasso ? D eve a F irst A ssem b ly c o n s e g u ir se u o b je tiv o se m a d m in is tr a ç ã o e fic a z ou c o m g e rê n c ia fin a n c e ira falh a? N ão, claro q u e não! N ão se o p asto r fo rm ar u m equipe q u a lific a d a e d ed icad a co m m em b ro s q u e c o m p en sem as d eficiên cias do p a sto r p re sid e n te e, ao m esm o tem po, ( ( --------------------------------------co m p lem en tem os po n to s fortes. A n o te cu id adosam ente e s ta o rie n ta ç ã o : n ã o p re c is o de d u p lic a ta s d e m im ; p r e c is o d e p e s s o a s e m m in h a e q u ip e q u e te n h a m h ab ilid ad es q u e sei que n ão tenho. S o u -lh e fran co em afirm ar, dep o is de ter falad o em cen ten as de n o ssas ig rejas p elo s E stad o s U n id o s, que m u ito s p a s to re s c o n tr a ta m c ó p ia s a c a rb o n o d e le s __________________________ m e sm o s. E sse s m in istro s se n te m -se re la tiv a m e n te à v o n tad e co m seus clones, m as o quanto u n idim ensionais suas ig rejas são! F o rm a r u m a eq u ip e co m p esso al qu alificad o e d edicado significa, antes de tudo, fazer um a avaliação h o nesta de si m esm o e, depois, b u sc a r a D eu s p a ra que E le trag a cren tes p a ra c o m p o r u m a eq u ip e que ex p an d a su b stan cialm en te os dons de m in istério que v o cê tenha. E sse s p rin c íp io s fu n c io n a m em ig re ja s d e q u a lq u e r ta m an h o . N ão p re c isa ser u m a ig re ja g rande. O s co n ceito s co m p artilh ad o s aqui foram d e s e n v o lv id o s e n q u a n to , em m e u s p rim e iro s a n o s d e m in isté rio , eu estab elecia ig rejas —- não os tirei de u m liv ro ! E m u m a de m inhas prim eiras ig rejas, fazíam o s reu n iõ es no po rão de n o ssa casa. N ão h a v ia consolidação d e d ív id a flu tu a n te d istrita l co m o h o je h á em n o ssa d en o m in a çã o nos
Como anda o pastor, assim em geral anda a igreja
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440 O PASTOR PENTECOSTAL E stad o s U nidos. P re c isa v a u rg en tem en te de ajuda, e com ecei a tre in ar os crentes leig o s (ou tra z e r p esso as en ten d id as para fazê-lo). D esd e o início a c r e d ite i n o s c r e n te s le ig o s . D e s c o b ri q u e os m e m b ro s d e m in h a c o n g reg ação re a g e m seg u n d o a m ed id a da co n fian ça que dep o sito neles. A cho q u e são m a rav ilh o so s e q u ase in v ariav elm en te agem de acordo co m m in h as ex p ectativ as. C o m freq ü ên cia falo aos pasto res nos sem in ário s e in stitu to s bíblicos: “A c re d ite n os cren tes leigos de sua congregação! E les são m ais esperto s que você! E p o r isso que não estão p asto rean d o a ig reja” . M as u m a co isa é tre in a r os cren tes leigos, o u tra co m p letam en te diferente é se lecio n ar e en sin ar a eq u ip e de p ro fissio n ais crentes.
D ecidindo Sua F ilosofia de A dm inistração A n o s atrás o u v i o d o u to r R o b ert S ch u ller dizer: “Se você q u er ser um p a sto r b em -su ced id o , h á três co isas que p re cisa co lo c ar em seu coração: (1) O q u e v o cê e stá ten tan d o fazer? (2) C om o p lan eja fazê-lo ? (3) P o r que v o cê ain d a se p re o c u p a (m o tiv ação )?” O ite m três a fastará o p a sto r do esg o tam en to e h ip ersen sib ilid ad e. P aulo nos disse que era con stran g id o p o r C r is to ; n ã o a d m ir a n e m u m p o u c o q u e o a p ó s to lo s u p o rta s s e ap ed rejam en to , en carceram en to e rejeição! E le tin h a a m elh o r m otivação. A g o ra, d ig a-m e, co m o u m p a sto r p o d e selecio n ar sua eq u ip e p ro fissio n al sem que ten h a resp o n d id o essas três perg u n tas b ásica s? Suas escolhas d ep en d erão d essas resp o stas vitais. H á m u ito s anos, p o u co an tes de e sta b e le c er um a -----------------------------------igreja, tom ei con selh o co m o p a sto r G. L. Jo h n so n , da P e o p le ’s C h u rch em F resn o , C alifórnia. D isse-m e ele: “D an , em p rim eiro lugar, você tem de ter u m a filo so fia d e m in is té r io p a s to r a l c la r a m e n te d e f in id a . E s s a d eclaração deve estar p o r escrito de m o d o que todos p o s s a m le r e e n te n d e r se m fic a r c o m d ú v id a s ” . E acrescen to u : “ Se você não tem u m a declaração escrita, então p ro v av elm en te não tem u m a id éia n ítid a do que está ten tan d o fa z e r” . O h, o quanto esse con selh o m e ajudou! P astor, antes de fo rm ar sua equipe, tenha u m conceito distinto do que você p lan eja fazer — e de com o __________________________ í s p la n e ja fazê-lo. A ig re ja q u e p a s to re io te m a m a is sim p le s das filo s o fia s , a p re se n ta d a , n a v e rd a d e , em a p e n a s três p a la v ra s : A lc a n c e — E n s in e — E n v ie . O “ a lc a n ç a r” te m a v e r c o m ev an g elism o . A F irst A ssem b ly é fo rtem en te o rien tad a ao evan g elism o em to d o s os seus em p reen d im en to s. C o m c erteza não quero alg u ém em m in h a eq u ip e q u e não co m p artilh e d essa persp ectiv a. O “e n sin ar” referese a treinar, co m satu ração n a P a lav ra de D eus, e a p rep a rar crentes leigos p a ra fazer u m m in istério prático . P a ra isso, tenho de ter u m p esso al apto a ensinar. A p arte de “e n v ia r” tem relação c o m abrir n o v as igrejas em n o ssa reg ião e e n v iar m issio n ário s ao re d o r do m undo. Já en viam os cen ten as de cren tes p a ra fazer m issão em terras n acio n ais e estran g eiras, ao m esm o tem p o q u e ab rim o s três n o v as c o n g reg açõ es em n o ssa região. C o m isso p e rceb e-se que aqu ele q u e só q u eira re te r pesso as p a ra fo rm a r seu p róprio
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Pastor, aites de f o m ir sua equipe» tenha um conceito distBnto ti@ que você plaitija fazer
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ d ep a rta m e n to n ão se se n tirá à v o n tad e conosco. D esse m odo, v o cê vê co m o a filo so fia de n o sso m in istério afeta a fo rm ação de n o ssa equipe. N e n h u m m em b ro de eq u ip e se sen tirá con fo rtáv el p o r m u ito tem po c o m u m p astor, se esse líd e r n ão sab e p a ra onde está indo nem com o se c h e g a lá. A filo so fia de lid e ra n ç a de u m p a sto r é, d e m o d o geral, u m a reflex ão de sua au to -im ag em e p rio rid ad es. Se o p a sto r é um adm in istrad o r p rático , e n v o lv id o em to d o o trab alh o d a equipe, h a v erá a e x ig ên cia de certo g ên ero de o breiro. E m m eu caso , em p reg o a a d m in istra çã o de baixa in te n s id a d e , q u e r d iz e r: “ c o n tro le s e m in te rv e n ç ã o ” ! C a d a u m do s m e m b r o s d e m in h a e q u ip e é d o n o d o se u d e p a r ta m e n to . N ã o os so b recarreg o co m ho rário s, reg istro de h o ras d e trabalho, relató rio s diários e o utras p ap elad as, o q u e co n sid ero d esp erd ício do tem p o de todos. N ão q u ero te r a o b rig ação de ler relató rio s e, seg u ram en te, n ão q u ero que m eu p e sso a l d ilig en te e ativo te n h a de escrev ê-los. E n tã o c o m o se i o q u e c a d a m e m b ro d a e q u ip e e s tá fa z e n d o ? O crescim en to e d esen v o lv im en to (ou sua falta) no departam ento responsável p o r d eterm in ad o m em b ro d a eq u ip e é o in d icad o r facilm en te observável. F alarem o s m ais so b re isso q u an d o tratarm o s d a c o m u n icação da equipe. B u ro c ra c ia é p a la v ra que m e d esag rad a, p o r co n seg u in te, não vo u cercarm e de b u ro cratas. P a ra este cap ítu lo , m eu p a sto r auxiliar, B ill C am pbell, escrev eu : “A lib erd ad e d os m em b ro s d a eq u ip e da F irst A ssem b ly em d ese n v o lv e r d ep artam en to s e m in istério s p ró prios, a div ersid ad e d a equipe e o e n ten d im en to q u e ca d a u m te m de que d ev e lev ar a sério o m in istério (e n ã o e le m e sm o ) sã o e m e x tre m o im p o rta n te s. E sse s in g re d ie n te s in cen tiv am a cria tiv id a d e e a in d iv id u alid ad e n a organização. A o m esm o tem p o , h á u m v e rd a d e iro sen so d e ‘fa m ília ’ e ‘eq u ip e ’ q u e ten d e a m a n ter a i n d i v i d u a l i d a d e n o e q u i l í b r i o c e r to . I s s o e v i t a q u e h a ja u m a c o n g lo m eração d e sco n ex a de m in istério s e p ro p o rcio n a à F irst A ssem b ly a c ap acid ad e de ser um o rg an ism o v iv o q ue trab a lh a para g a n h a r n o ssa cid ad e e o m u n d o p a ra C risto ” . C o m o p astor, v ejo q u e m eu p ro p ó sito co m a eq u ip e é in sp irar cad a m em b ro a ser tu d o o q u e ele p o ssa ser e d a r a essa p e sso a a liberdade de re a liz a r se u s so n h o s m in is te ria is . M e u v e rd a d e iro d e se jo é q u e c a d a m em b ro d a eq u ip e ten h a su cesso b asead o e m m érito pró p rio , e, m ais, quero q u e a c o n g reg ação am e ca d a u m deles. P o r ex em p lo , n o sso p asto r resp o n sá v e l p ela v id a fam iliar, G eo rg e W estlake, e stá ob ten d o sucesso em g a n h a r casais jo v e n s p a ra C risto. A o térm in o dos cultos, vejo essa g e n te e m v o lta d ele. Isso m e e m o c io n a ! P o r q u ê? P o rq u e é o m a io r in d ic a d o r q u e c o n h e ç o d e q u e o p a sto r W e stla k e e stá te n d o ê x ito no em p reen d im en to d esig n ad o p ara dele. Se aqueles jo v e n s casais estiv essem ao red o r de m im , g o sta ria de sab er p o r q u e o p a sto r W estlake não obteve m ais alto g rau de co m u n h ão de in teresses co m eles. Isso p a re ce ria óbvio; p o ré m , e m m in h a s v ia g e n s , te n h o o b s e rv a d o q u e m u ito s p a s to re s ap aren tem en te têm m ed o de que su a eq u ip e ten h a sucesso. P arece que eles m a n tê m seus co lab o rad o res sob co n trole. O s pasto res ev id en ciam ó b v io s sinais de in se g u ra n ç a em seu p ró p rio m in istério e lid eran ç a e, p o r isso, tra ta m seu pesso al friam en te ou sob ríg id o controle. C o m o p a sto r líd e r da m o cid ad e, B ra d L iebe, escreveu: “É p erm itid o a u m p a sto r d a eq u ip e da F irst A ssem b ly so n h ar tão grande q u anto p o ssa —
442 O PASTOR PENTECOSTAL e d ep o is, tê m -se p e rm issão p a ra p erse g u ir esses sonhos sem te r de p a ssa r p o r o b stácu lo s im p o rtan tes. A ig reja fo rn ece os m eios para realizarm o s n ossos so n h o s” . O d ire to r de n o sso s estab elecim en to s de ensino, S helton G w altney, acrescenta: “O p a sto r não m in a nossas áreas de m inistério, antes ap ó ia n o ssa lid e ra n ç a ” .
U m a Palavra de Precaução T anto q u an to adoto o p rin cíp io de adm in istração d e b aix a in tensidade, e n ten d o a fra q u e z a in eren te de tal sistem a. P ara que o m éto d o fu n cio n e co m co n sistê n c ia , líd e re s e m em b ro s d a eq u ip e m in iste ria l d e v e m ser c o m p e te n te s, cria tiv o s, c o o p e rativ o s, te r in ic ia tiv a e ser seg uros de si m esm o s. A q u ele q u e p re c isa de m uitas o rientações, ou que não se dá b e m c o m outro s m em b ro s d a eq u ip e, ou que p recise de atenção esp ecial do p a sto r p resid en te n ão te rá b o a atu ação n esse estilo de adm inistração. M as, seg u n d o m in h a av aliação , os p o n to s fortes do sistem a e x ced em em m uito os p o n to s fracos. O p a sto r C am p b ell acrescenta: “É in teressan te v er u m a ig reja g ran d e cam in h an d o em d ireção ao cu m p rim e n to dos p ro p ó sito s do R eino, sem as d ificu ld ad es da b u ro c ra cia en fadonha. A grad eço a D eus p e la lib erd ad e de e sta r o cu p ad o c o m os assuntos do P a i!” C o m o p astor-presidente de u m a congregação em crescim ento constante, n ão p o sso d ar-m e ao lu x o de fic ar atolado co m relató rio s inúteis, ap oiar m em b ro s de eq u ip e en tristecid o s e vig iar cad a d etalh e do trab alh o deles. N o sso tem p o é m u ito v alio so e m in h a eq u ip e é m u ito c ria tiv a p a ra se d esg astar c o m pap elad a. P asto res, m an te n h a m as coisas sim ples e d eixem o p o v o ir!
C om unicação M as co m o o p a s to r-p re s id e n te sab e o q u e a eq u ip e e stá fa z e n d o ? S im p le s . A d m in is tr a ç ã o d e b a ix a in te n s id a d e r e q u e r c o m u n ic a ç ã o ex c e p c io n al. Q u a lq u e r u m d os 11 p a sto res de m in h a eq u ip e en tra em co n tato co m ig o a q u a lq u e r ho ra, n a ig reja ou em casa. N in g u é m p re cisa m a rc a r ho rário . A m en o s que eu este ja em reu n ião co m um dos m em bros da congregação, os integrantes da m inha equipe m inisterial são bem -vindos p a ra e n tra r d ire ito e m m e u g ab in e te . S in to q u e isso é a b so lu ta m e n te essen cial. T enho de ex p licar isso com m ais detalhes. Os m inistros de m inha equipe são p esso as ex cep cio n ais. C ad a u m é singular. E les têm perso n alid ad es fortes. C o m freq ü ên cia faço preleções nos institutos de m inistros e encorajo os p asto res a deix arem a m en talid ad e de farda, que ex ige que todos os m in istro s sejam e ssen cialm en te sem elhantes. (Q ue equipe deprim ente! E q u ã o e stre ita fa ix a de atu a ç ã o tê m em d e te rm in a d a co m u n id ad e!) E u p esso a lm e n te g o sto de p esso as b em inusitadas. P ro cu ro p esso as que não só te n h a m caráter, m as q u e sejam o riginais. N ão obstante, co n se g u em ser coesas co m o equipe. C a d a m em b ro d a eq u ip e é aceito p e sso a lm e n te p o r m im e, m ais, é recep tiv o a m im . P ara estar seguro, dou ao nosso con selh o eclesiástico (o c o rp o d e m in is tro s ) a o p o rtu n id a d e d e e n c o n tra r-se e e n tre v is ta r os
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ can d id ato s p a ra que n ão h a ja p ro b a b ilid a d e d e ir co n tra suas preferên cias. E n tre ta n to , a p rin c ip a l p e s s o a a q u e m os m em b ro s d a eq u ip e têm de re sp o n d e r é o p asto r-p resid en te. N ão d eix o que um a co m issão aceite u m m em b ro d a eq u ip e p a ra m im . E u p e sso a lm e n te co nduzo as entrevistas. E s ta s n o rm a s sã o d e s e já v e is p o r v á ria s ra z õ e s: (1) d e im e d ia to c o m e ç a m o s n o s s a c o m u n ic a ç ã o ju n to s ; (2) o m e m b ro d a e q u ip e fic a sa b e n d o q u e d e v e p re s ta r c o n ta s ao p a s to r-p re s id e n te ; (3) o p a sto rp re sid e n te to rn a-se o a m o rteced o r de to d a a equipe, ev itan d o a fo rm ação d e q u a isq u e r d ificu ld ad es em b araço sas ou sem solução; (4) a co n g reg ação não co n sid era os in teg ran tes d a eq u ip e co m o baju lad o res, m as d á a cad a u m o m esm o respeito que dá ao pastor-presidente. É vital que a congregação te n h a os au x iliares e m alta co n sid eração . M odos
de
C o m u n ic a r
N as m an h ãs de seg u n d a-feira, re ú n o -m e co m to d a a eq u ip e m in isterial d a ig re ja p a ra m o m e n to s de m e d ita ç ã o e oração . D e p o is, às 9 :3 0 , os p a s to re s e n tra m em m e u g a b in e te o n d e p a ssa m o s o re sto d a m a n h ã re u n id o s. Q u e o casião in éd ita: tra ta m o s de a ssu n to s ex ten so s ou não, in fo rm am o s, co m p artilh am o s sonhos, oram os, rim os e vem os com o cad a u m de n ós se aju sta à v isão g lo b al da igreja. N e n h u m assunto é m uito g ran d e ou m u ito p eq u e n o (in clu in d o o co m p artilh am en to de alegrias e d esafio s fam iliares e p esso ais). O tem p o n u n ca é p re cio so d em ais p ara o u v ir a m ais re c e n te a n e d o ta ou b rin c a d e ira, n u n ca é p rec io so dem ais p a ra qu e se d eix e de o rar sobre alg u m a necessid ad e apresentada. A o m eiod ia, v a m o s a lm o ç a r e in c lu siv e v ia ja m o s ju n to s no fu rg ã o d a ig reja. A g u a rd a m o s an sio sa m e n te n o ssa s se g u n d as-feiras. S ão div ertid as; são im p o rtan tes; são rev ig o ran tes. E, p uxa, o quanto essas sessões de segundafe ira fo rta le c em n o sso sen tim en to de u n iã o ! In cen tiv o os p asto res a aliv iarem a c arg a de seus auxiliares, a elev arem seus esp írito s tão freq ü en tem en te q uanto pud erem . P asso tem po ju n to com e ssa s p e sso a s em a tiv id a d e s re c re a tiv a s . A s fa m ília s se re ú n e m p a ra p iq u en iq u es e excursõ es. N ão, com o p asto r-p resid en te, não preciso estar em to d as essas ativid ad es. M as tenho m u ita aleg ria em ver os integrantes d a eq u ip e e suas fam ílias d esfru tarem tan to d a co m p a n h ia uns dos outros. Todos os anos fazem o s um retiro co m a eq u ip e p asto ral, ju n ta m e n te c o m n o sso s cô n ju g es, n a b o n ita ilh a de S an ib el, q u ase ju n to d a costa su d o este d a F lórid a, n o golfo do M éx ico . P o r três dias ficam os ho sp ed ad o s n u m h o tel m ag n ífico bem perto da praia. N os prim eiros anos de tais retiros, eu fa z ia d e sse s d ias te m p o d e tra b a lh o e p la n e ja m e n to ; h o je, p o rém , d isp e n se i e ssa a tiv id a d e . A e q u ip e tra b a lh a c o m in a c re d itá v e l a fin co d u ra n te to d o o ano. E les p re c isa m de u m a p a u sa p a ra relaxar. A g o ra fazem o s ju n to s a o ração m atu tin a, p articip am os ju n to s de nossas principais refeiçõ es e d epois só d escan so e d iv ertim ento. À noite, enco n tram o -n o s n a sala de recreação p a ra brincar. N a d a de g ravata, n ad a de cam isa branca, n a d a de terno. M em b ro s d a eq u ip e tê m m e falado o q u anto d esfru tam d esses d ias em S anibel! N a ép o ca de N atal, fazem os u m a en o rm e festa com todos os integrantes d a eq u ip e, e ju n ta m e n te c o m n o sso s filh o s, celeb ram o s o n ascim en to do
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444 O PASTOR PENTECOSTAL Senhor. A co m id a é delicio sa. T rocam os presen tes (que não e x ced am a cin co dólares; coisas que n in g u é m ja m a is p o d eria ter desejado! ). A lguns d esses p resen tes têm circu lad o en tre o grupo p o r três ou quatro anos. R isos ex p lo d em n essas ocasiões. N o caso de p arecer que só ficam os brincando, asseguro-lhe que a equipe tra b a lh a m u ito e c o m d ed icação . D u v id o que alg u é m do m eu p esso al cu m p ra m en o s de sessen ta h o ras p o r sem ana. U m a ig reja p ró sp e ra e que c re sc e c o m ra p id e z c o m p ro v a e sse fato . A c o m u n ic a ç ã o e n tre nó s é im p erativ a. C o n tin u am o s a tra b a lh ar nisso. Seg u ra n ça
E ssa é u m a q u e stã o m u ita s v ezes n e g lig e n c ia d a ou e sq u e c id a p o r p asto res-p resid en tes: os m em b ro s de equipe p recisam se sentir seguros. M ais u m a vez citam o s o p a sto r G eorge W estlake, n o sso m in istro da vid a fam iliar: “E m tod o s os lugares h á u m cla m o r ap aix o n ad o de m em bros de eq u ip es p asto rais p ela seg u ran ça de seus em pregos. T enho v isto m em bros d e e q u ip e s p a s t o r a i s e m to d o s o s c a n to s d a A m é r ic a v iv e n d o a ssu stad o ram en te in seg u ro s — do seu sustento e até do p ró p rio em prego. Isso g era in q u ietação e esp írito de crítica dentro da equipe. E fu n ção do p asto r-p resid en te m a n te r u m am b ien te de seg u ran ça e apoio. A alta taxa de ro tativ id ad e de p esso al é, em m in h a opinião, devido em g ran d e parte à in ab ilid ad e e/ou in e fic iê n c ia do p asto r-p resid en te e m chefiar e ap oiar sua e q u ip e ” . O p a sto r W estlake te m razão , o b v iam ente. A ssim , c o m u n icação co m o p esso al en v o lv e n ão só d u p lic a r a visão que D eus m e deu p a ra a igreja, m as ta m b é m te r c e rte z a de que m eus auxiliares saib am que eu os am o afetu o sam en te, que acred ito v erd ad eiram en te neles e que apóio o pap el que d e se m p en h am em n o sso m inistério.
R em uneração e Benefícios Se tu d o n e ste cap ítu lo fo r válido, então a rem u n eração e paco te de b e n e fíc io s tê m d e re fle tir ta l le g itim id a d e . R e sp e ito p ró p rio m e re c e p ag am en to s pró p rio s. Vez o u o u tra tenho ouvido u m p asto r van g lo riar-se de que p ag a à sua equipe salários p ro p orcionalm ente baixos, argum entando ser b o m m o rd o m o do d in h eiro de D eus. N ad a p o d eria estar m ais longe da verd ad e. Q u an d o os salário s re fle te m tal d esresp eito p a ra co m o obreiro, tax as de ro tativ id ad e de p esso al são elev ad as, as igrejas n o rm alm en te não cre sc e m (pelo m en o s n ão p o r m u ito tem p o ) e o cu sto variáv el que se desem b o lsa p a ra trazer n o v o s recru tas p o d eria ter sido usado em prim eiro lu g ar p a ra p a g a r m elh o res salários. O p asto r e o corpo m in isterial sensatos to rn arão sua ig re ja tão atrativ a sob todos os ângulos, que os m em bros da equipe terão m u ita re lu tâ n c ia em sair. C laro que estar n a v o ntade de D eus é a p rio rid a d e p a ra q u a lq u e r em prego; entretanto, u m m em b ro de equipe que esteja n e ssa p re c io sa v o n tad e de D eus não está ob rig ad o a m anter-se co m p a g am en to in ferio r ao p adrão. O p ró p rio Jesus estab eleceu a política: “D ig n o é o o b reiro de seu sa lá rio ” (L c 10.7). O c a s io n a lm e n te , te n h o e n tre v is ta d o c a n d id a to s q u e sem d e te n ç a ex p õ em a q u estão salarial. Q u ase im ed iatam en te d esp eço -o s em m inha
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ m e n te d o e m p re g o fu tu r o . O f a to é q u e e n tre os q u e c o m p õ e m a ex tra o rd in á ria eq u ip e q u e h o je ten h o , n e n h u m fe z do salário assunto de im p o rtâ n c ia v ital p a ra en trar p a ra a equipe. C ada um sen tiu -se em po lg ad o p e la ob ra, além de te r o senso de ser d a v o n tad e de D eus ir p a ra a F irst A ssem bly. N o ssa co m issão de fin an ças sabe m u ito b e m a q u antas a n d a o cu sto de v id a em n o ssa cidade. N u n c a d ev em o s in su ltar u m m em b ro de eq u ip e fazen d o co m q u e ele se m a n te n h a com um n ív el salarial in ferio r à m é d ia . N ã o , n in g u é m ja m a is fic a rá rico n e sse tip o de e m p re g o , m as g a r a n t im o s s a lá r io r e s p e i t á v e l e c o n t r i b u iç õ e s r e g u la r e s p a r a a ap o sen tad o ria. H á g ra n d e d ig n id a d e n a é tic a n o trab alh o , e deve h a v e r d ig n id a d e proporcio n al n a rem u n eração oferecida. E ntrei no m inistério em certa igreja q u e m e p a g a v a salário terriv elm en te baixo. S en tia-m e tão con stran g id o p o r C risto p a ra c u m p rir ali o d esafio m in isterial, que aceitei a oferta que m e fizeram , e D eus, de a lg u m a m an eira, susten to u m in h a fa m ília até o fim . E n tretan to , a q u ela ig reja fac ilm e n te p o d eria ter m e pago o d o b ro do salário. U m a co isa é certa: a q u ela ig re ja rec eb e u m uitas vezes m ais o v a lo r do d in h eiro que receb i d u ran te aq ueles dois anos, e n u n ca reclam ei do salário. C o n tu d o , só g o staria de sab er co m o os m em bros daq u ele corpo m in isterial co n se g u ia m v iv er co n sig o m esm os q u ando m in h a fam ília e eu íam o s à ig re ja em u m carro cain d o aos p ed aço s, co m peças m antidas no lu g a r co m aram e e fé, ou q u an d o q u ase sem pre u sávam os roupas gastas de seg u n d a m ão, ou quando, em um de nossos natais, não tínham os nenhum p resen te p a ra co lo car n a árv o re de N atal, árvore que h avíam os achado. S em p re tiv e m u ito o rg u lh o de m in h a c h am ad a e de m eu trabalho, m as sen tia-m e te rriv e lm e n te en v erg o n h ad o de m eu salário. H oje m e certifico d e q u e n e n h u m d o s m e m b ro s do m e u p e s s o a l ja m a is p a s s e p o r tal in d ig n id ad e. D ia
de
F olga
T odos os in teg ran tes da m in h a eq u ip e têm u m dia in teiro de fo lg a p o r sem an a (m en o s seg u n d a-feira, q u e é o d ia da re u n ião d a eq u ip e e, é claro, do m in g o ). A lé m d isso, se n o d eco rrer d a sem an a co n seg u em co m p le tar o trab alh o , n ão p re c isa m tra b a lh a r sáb ad o d u ran te o dia, m as esp era-se que co m p areçam à reu n ião de o ração sábado à noite. N u n c a d ê a e n te n d e r a u m m e m b ro de e q u ip e q u e v o c ê e s tá lh e p restan d o u m g ran d e fa v o r d an d o -lh e u m d ia de folga. E de lei que você o dê. N ão lh e telefo n e n o d ia em que está de fo lg a p ara dizer: “E scu te, sei q u e é se u d ia d e fo lg a , m a s ...” (c o m e x c e ç ã o em s itu a ç ã o d e re a l em erg ên cia). E p o r isso q u e h á g ran d e ro ta tiv id a d e de p essoal em sua equipe. A s vezes o uço os p asto res com en tarem : “N ão dou um dia de fo lga aos m em b ro s de m in h a eq u ip e, p o rq u e tra b alh o sete dias p o r sem ana, en tão p o r q u e eles tam b ém n ão d ev eriam fazer o m e sm o ?” “T alvez porque eles não sejam tão in sen sato s q u an to v o c ê ” é m in h a resp osta-padrão. F é r ia s
P esso as q u e trab alh am co m afinco p recisam de tem po su ficien te para d esco n trair e descansar. T irar férias é algo o b rig ató rio p ara n o sso pessoal.
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446 O PASTOR PENTECOSTAL C a d a m in istro re c e b e to d as as co n sid eraçõ es relativ as a férias. O s pastores têm d ireito a u m m ín im o de duas sem anas de férias no p rim eiro ano de trab alh o , h av en d o u m au m en to no n ú m ero d e sem anas co m os anos de serv iço s p restad o s. Pastor, n u n ca te n h a a sensação de estar d a ndo férias aos m em b ro s de sua equ ip e; eles as ganharam . Já vi pasto res fa zerem um m em b ro da eq u ip e se sen tir q u ase cu lpado p o r estar saindo de férias. Isso é inju sto ! D ê férias a seus p asto res co m u m tap in h a nas costas e ordens ex p ressas p a ra se d iv e rtire m e relaxarem ! É no m e lh o r in te re sse do p a sto r-p re sid e n te que e ssa s féria s seja m escalo n ad as de m o d o a nã o co in cid irem as férias de uns co m as de outros, a fim de q u e su a fo rç a de trab alh o não seja se v eram e n te d ificultada. P o r ex em p lo , se cinco in teg ran tes d a m in h a eq u ip e saem de férias ao m esm o tem p o d u ran te alg u m as sem anas, sem d ú v id a sentirei vio len to im pacto. M as, ao lo n g o d os anos ap ren d em o s a p ro g ram ar n o ssas férias até com u m ano de an teced ên cia, de fo rm a que não sob rep o m o s as férias de um s o b r e as d e o u tr o . A s s im , o p r o g r a m a e x tr e m a m e n te a p e r ta d o e m o v im en tad o d a v id a d a ig reja tem p ro sse g u im en to n orm al nos períodos de férias dos pastores. C onvenções
e
S e m in á r io s
A lém das férias, in cen tiv o os in teg ran tes de n o ssa eq u ip e a freq ü en tar a n u alm en te p elo m en o s u m sem inário ou e x p eriê n cia de ap ren d izag em no cam p o m in isterial e m q u e atuam . É din h eiro b em gasto. O s pastores v o ltam ren o v ad o s, tran sb o rd an d o co m ded icação n o v a e idéias originais. C a d a u m esco lh e co m sab ed o ria essas sessões d esejadas. O casio n alm en te isso sig n ifica u m m em b ro d a eq u ip e te r de ir de av ião de u m lado do país p a r a o o u tr o ; n ã o o b s t a n t e , a té e s s a d e s p e s a é r e e m b o l s a d a m u ltip licad am en te antes de um ano. Se n ad a disso ocorre, ao m enos estas o p o rtu n id ad es dão co n fian ça e afirm ação a cad a m inistro. (A lém disso, a ig reja en v ia os m in istro s às n o ssas co n v en çõ es reg io n ais e, em escalas ro tativ as, à C o n v en ção G eral bienal.) C erto p e d ag o g o p ro e m in e n te dos E stad o s U nidos sen to u -se em m eu escritó rio e ab o rd o u os m esm o s assuntos apresen tad o s n este capítulo. E le disse: “Pastor, p erceb o q u e alg u ns reito res e adm in istrad o res de d estaque na A m é ric a n ão têm a aptidão de lid a r co m sucesso c o m a ad m in istração de tem p o , o d esen v o lv im en to de p esso al e a deleg ação de autoridade. Tais líd eres p o d eriam fazer m u itas v ezes m ais se tão -so m en te ap ren d essem os fu n d a m e n to s” . N ão h á razão p ara desistência. F o m e essa equipe m inisterial qualificada e ded icad a. P o n h a sua alm a e coração n e sta obra! O s lucros serão m uitas v ezes m ais do q u e o in v estim en to , e su a co n g reg a ção o ab e n ço ará p o r isso.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
0 uso Eficaz das Descrícões _______ de Cargo_______ E. Allen Ratta d escrição de carg o eficaz co n siste n u m a d in âm ica série de diretivas qu e p ro p o rc io n a m estru tu ra p a ra a eq u ip e m in isterial c o n trib u ir para a efic iê n c ia g lo b al de u m m in istério . E d in âm ica no que tange ao fato de q u e p re c isa rá c re sc e r e aju star-se às realid a d es v ariáveis. É um a estru tu ra no sen tid o de p ro v e r p arâm etro s e valores gerais dentro dos quais a eq u ip e de lid e ra n ç a tra b a lh a sem m icro ad m in istração . U m a descrição de cargo só é eficaz à m e d id a q u e atin g e os objetivos m in isteriais d a igreja. A ê n fa se d e ste c a p ítu lo e s tá n o d e s e n v o lv im e n to e a d m in istra ç ã o de d escriçõ es de cargo eficaz p a ra o m in istério d a igreja. N ão obstante, u m a d escrição de cargo eficaz e stá ap re se n ta d a no co n tex to e clim a que se seguem .
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R equisitos Prévios para Desenvolver um a D escrição de Cargo E ficaz U m a d e sc riç ã o de carg o e fic a z n ã o se d e se n v o lv e p o r acaso . A g ir a ssim p ro d u z u m a sé rie d e ta re fa s sem c o n e x ã o a q u a lq u e r sen so de m issã o g lo b a l. S e ria a n á lo g o a u m a fá b ric a de a e ro n a v e s re p le ta de tra b a lh a d o re s q u e se m p re estã o c o n stru in d o p e ç a s d e av ião , m as n u n c a tê m a h a b ilid a d e de ju n tá -la s p a ra fo rm a r u m av ião q u e fu n cio n e . A n tes de fazerm o s u m a descrição de cargo eficaz, duas coisas dev em ser levadas e m c o n sid e ra ç ão : a d e c la ra ç ã o d a m issã o d a ig re ja e su a filo s o fia de m in isté rio . O p a sto r q u e a sp ira d e se n v o lv e r d e sc riçõ es de cargo efica zes, co m o p o te n c ia l d e p ô r u m a eq u ip e e m p le n o fu n c io n a m e n to n o c a m in h o d o c u m p rim e n to m in iste ria l, p re c isa rá le v a r em c o n ta essas c o n d iç õ es p ré v ia s v itais. C erta p erg u n ta p rim á ria d ev e ser feita. Q uais os p rin cip ais objetivos d este m in istério ? P eter D rucker, rep u tad o pelo N e w York Tim es com o o “p a i d a n a c io n a lid a d e d a c iê n c ia d a a d m in is tra ç ã o ” , d e c la ra : “U m a d eclaração de m issõ es tem de ser o p eracio n al, caso con trário não p assará
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O PASTOR PENTECOSTAL de b o a s in ten çõ es. [...] T em de estar c o n ce n trad a no que a in stitu iç ão realm en te faz, [...] de m o d o que to dos n a org an ização p o ssam dizer: E sta é m in h a co n trib u ição p a ra o c u m p rim en to d a m e ta ” .1A ntes q u e um a ú n ic a lin h a seja e sc rita so b re d e sc riç ã o de carg o eficaz, o p a sto r te m de se p ergu n tar, e respo n d er, alg u m as questõ es básicas. “O que estou ten tan d o realizar? Q u al a m issão d a m in h a ig reja? ” S o m ente q u an d o ele so u b er as resp o stas a essas p erg u n tas é que estará p rep arad o p ara d ese n v o lv er um p lan o p a ra atin g ir esse alvo. D ru c k er insiste: “A p rim e ira tarefa do líd e r é certificar-se de q u e to d o o m u n d o veja a m issão, o u ça-a e v iv a -a” .2 U m a d escrição de cargo eficaz e b e m escrita é u m ó tim o p o nto de in ício p ara articu lar e atu alizar a m issão d a igreja. D ru c k e r le v a esse arg u m ento m ais adiante: “A ta refa do ad m in istrad o r de in stitu ição sem fins lu crativos é esforçar-se p a ra co n v erter a declaração de m issã o d a o rg an ização e m rem éd io s e sp ecífico s” .3 E n esse p o nto que m u ito s p asto res fic a m aq u ém do esperado. E les co n h ecem b em a m issão qu e têm . O p a sto r e a eq u ip e m in isterial in v ariav e lm en te a cred itam co m v ig o r n a m is s ã o . M a s n ã o c o n s e g u e m tra d u z ir ta l c o n h e c im e n to e co n v icção e m ação estratég ica. A s p esso as são, em tod o s os casos, o m aio r recu rso estratég ico e a ch a v e p a ra c u m p rir o b jetiv o s esp ecífico s do R eino. N ão o b stan te, é m uito c o m u m o s p a s to r e s r e c e b e re m p o u c o ou n e n h u m tre in a m e n to em ad m in istração de recu rso s h u m an o s. A d escrição de cargo b em esc rita é fe rra m e n ta b á sic a q u e d á c o m p etên cia a tal adm inistração. A s d e sc riç õ e s d e carg o m ais e fica zes tam b é m são e n g e n d ra d a s d en tro do c o n te x to d e u m a v isão clara. G eo rg e B a rn a d ife re n c ia v isão de m issão d o s e g u i n te m o d o : “ M is s ã o é a d e c la r a ç ã o g e r a l d o s o b je tiv o s m in iste ria is; é filo só fic a . V isão é a d e c la ra çã o e sp e c ífic a e d e ta lh a d a d a d ire ç ã o e sin g u la rid a d e ; é e stra té g ic a ” .4 A m o b iliz a ç ã o e stra té g ic a d a eq u ip e m in iste ria l é o q u e d istin g u e a eq u ip e v e n c e d o ra d a p erd ed o ra. T o d o té c n ic o v e n c e d o r e n te n d e im p lic ita m e n te e s s e p r in c íp io . E re s p o n sa b ilid a d e d o p a sto r-p re sid e n te c o m a n d a r a eq u ip e m in iste ria l de m a n e ira e stra té g ic a. Isso d e v e -se ao p a p e l q u e e le te m d e se r o la n ç a d o r p rim á rio d a v isão , p o is, co m o no s le m b ra B arn a, a v isão é em e ssê n c ia se m p re e stra té g ic a. F in alm en te, v alo res co rp orativos são parte in teg ran te do am biente de trabalho. C o m freq ü ên cia to m a a fo rm a de reg ras não escritas n a vida co n g reg acio n al. N ão ob stan te, têm im p acto p ro fu n d o n a c ap acid ad e d e o o b re iro re a liz a r e x p e c ta tiv a s. A la n L o y M c G in n is o b serv a : “ O p o n to essen cial é q u e a o rg an ização po ssu i u m co n junto de pad rõ es e que os líd eres o b rig am ad erên cia rig o ro sa a tal co n ju n to ” .5 U m ex em p lo de v alo r co rporativo é o co m prom isso de “fazer tudo com excelên cia” . D esem penho adequado de trabalho assum e significado com pletam ente novo dentro desse co n tex to . D a m e sm a form a, o v alo r que ap reg o a que “as p essoas vêm em p rim eiro lu g a r” afeta fo rtem en te o clim a do local de trabalho. A lín g u a q u e a rtic u la os v a lo re s c o rp o ra tiv o s d a ig re ja se rá in c lu íd a em u m a descrição de cargo eficaz. V alores co rp o rativ o s escritos em u m a descrição d e c a rg o p o d e m c a u s a r e n tr a n h á v e l im p a c to n a é tic a d e tra b a lh o co rp o rativ o ; p o d em fo rm a r a m oral d a o rg anização e criar forte senso de fa z e r p arte do m esm o tim e.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
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D esenvolvendo um a D escrição de Cargo E ficaz O p ro c e sso de d e se n v o lv e r u m a d escrição de cargo é, no m ín im o , tão im p o rtan te q u an to o p ro d u to final. U m a d escrição de cargo eficaz não é um fo rm u lário b u ro crático p a ra ser au to c ra tic am e n te d isp en sad o co m o se fo sse , p o r si só, b a se a d e q u a d a p a ra a d m in is tra r o m in isté rio . U m a d e s c r iç ã o d e c a r g o q u e f u n c i o n a é , e s s e n c ia lm e n te , u m a c o r d o b id ir e c i o n a l .6 O líd e r c o m p r o m e te - s e e m a d m in is tr a r e o o b re ir o co m p ro m e te -se em c u m p rir os v alo res e o b rig ações d a descrição de cargo. In clu so n isso está o c o m p ro m isso p esso al à leald ad e e ao apoio m útuos. O p a sto r e o m em b ro d a eq u ip e m in iste ria l en tram em acordo ju n to s, para o m á x im o de c ap acid ad e d e c a d a um , p a ra fa z e r u m ao outro u m sucesso no c u m p rim en to do o b jetiv o da igreja. E sta b e le c er relacio n am en to s dessa natu re z a ex ig irá p ro c e sso substantivo. A d e s c riç ã o d e carg o q u e fu n c io n a e sta b e le c e a b ase d e u m b o m relacio n am en to de trabalho. R eq u ererá diálogo significativo e com unicação c o n tín u a p a r a im p le m e n ta ç ã o b e m - s u c e d id a . F o i hab ilm en te form ulado: “M u ito s adm inistradores sabem ----------------------------------o q u e q u erem que seus lid erad o s façam . E les som ente n ão se p re o c u p a m em d izê-lo aos lid erad o s de m an eira cla ra e co m p reen siv a. E les p re su m e m q u e os liderados dev e m sab er” .7 U m a p ro fic ie n te d escrição de cargo é o p rim eiro p a sso n a c o m u n icação eficaz dos o bjetivos do adm inistrador. C o m o a lg u ém e m p reen d e a tarefa de d esen v o lv er descriçõ es d e cargo eficazes? O p ro c e sso ap resen tad o a seg u ir é ú til tan to p a ra a n o v a eq u ip e q u an to p ara a existen te. C o m ece fazen d o co m q u e os m em bros da equ ip e m in isterial d elin eiem os p rim eiro s traços. PeçaIhes q u e escrev am o q u e re a lm e n te fazem , o q u e acham que d ev eriam estar fazen d o , m as n ão tê m tem po, e o q u e g o s ta ria m de f a z e r se n ã o e s tiv e s s e m s o b re c a rre g a d o s c o m as re sp o n sab ilid ad es atuais. F a ç a co m q u e os n o vos in teg ran tes ou aqueles em p e rsp e c tiv a a p re se n te m u m a d e sc riç ã o do cargo d a fo rm a co m o o en te n d e m ou d esejam q u e seja. D ep o is edite e sse esb o ço in icial e reúnase c o m to d o s p a ra d iscu tir su a p e rsp e c tiv a p essoal. H á vário s b en efícios ad v in d o s d e ssa ab ordagem . Q u a n d o os m e m b ro s d a e q u ip e são in c lu íd o s n a fo rm a ç ã o d e sua d e s c riç ã o de c a rg o , h á a a firm a ç ã o d a d in â m ic a c o n v e n c io n a l do s re la c io n a m e n to s m in is te ria is . O a s s u n to tra n s c e n d e n te , n a o b ra do m in is té rio , se m p re é a v o n ta d e de D e u s. A m b a s as p a rte s p re c isa m c o n c o r d a r q u e a d e s c riç ã o d e c a rg o a c h a -s e d e n tro d e sse s lim ite s . “C o n v en çõ es ex ig em acordo m ú tu o e co m u n icam que o líd er e seu p essoal fo rm am u m a e q u ip e ” .8 R esp eito e c o m p ro m isso m ú tu o s ja z e m no cerne de to d o b o m re la c io n a m en to de trabalho. U m estilo de ad m inistração de cim a p ara baixo corre o risco de m ostrar a plena extensão da ignorância do líder a respeito das contribuições hodiem as para a organização feitas p o r um obreiro atual. D ispensar descrição escrita do carg o p o d e fa z e r c o m q u e o o b re iro se sin ta m al c o m p re e n d id o e
ií
Comecefazendocom queos membros da equipeministerial delineiemos primeiros traços __________is
450 O PASTOR PENTECOSTAL depreciado. E nten d er o fato r de produção do obreiro freqüentem ente realça a a p re c ia çã o do líd e r p a ra c o m o o b re iro e as c o n trib u iç õ e s d este ao m in is té r io . E p r o v á v e l q u e o a d m in is tr a d o r fiq u e a g ra d a v e lm e n te suip reen d id o p ela quan tid ade de obras iniciadas n a igreja p ela equipe. O líd er autocrático p erd erá m uitas interações inestim áveis co m a equipe m in isterial, as q u ais tan to o líd e r q u anto a eq u ip e m in isteria l p rec isa m d e se sp e ra d a m en te .9 C o m freq ü ê n cia o segredo p a ra a p ro d u tiv id a d e da eq u ip e m in isterial é e n te n d er a razão que está p o r trás das d iretiv as do líder. P ara am b as as p artes é d ecisiv o d iscu tir e entender, d esde o início, as p ercep çõ es e e x p ectativ as u m do outro relativ as às exig ên cias do cargo. Q uando o integrante da equipe é incluído n a form ação da descrição de cargo, surge o discernim ento crítico sobre o quanto o tem peram ento e os dons do indivíduo co m b in am bem com as exigências do carg o .10 Faz-se necessário debater todas as linhas da descrição de cargo. Pergunte com o o integrante d a equipe se sente sobre cad a aspecto do trabalho. D eve-se po d er ex pressar entusiasm o genuíno por setenta a oitenta por cento das exigências de determ inado cargo, ou a pessoa não é adequada para o trabalho. E , p o r fim , e s s a a b o rd a g e m fo rn e c e im p o rta n te o p o rtu n id a d e de treinam ento para, em condições práticas, o pastor articular a m issão da igreja e a filo so fia pesso al de m inistério. O s m em bros da equipe p odem entender a m issão, a visão e os valores corporativos da igreja, m as nunca fazer a conexão sobre co m o essas coisas relacio n am -se co m as áreas específicas de sua responsabilidade. E dever do líder articular essas conexões de m odo que o o breiro en tenda com o as responsabilidades específicas de trabalho podem contribuir p a ra os objetivos m inisteriais e globais d a igreja.
Elem entos de um a E ficaz D escrição de Cargo H á d o is co m p o n e n te s b ásico s de u m a eficaz d e scriç ão de cargo: o g en érico e o esp ecífico . Iten s gen érico s, esb o çad o s adiante, são gerais em su a n a tu re z a e ap licam -se a todos os m em b ro s d a eq u ip e p asto ral. São d e riv a d o s d as fu n ç õ e s b ib lic a m e n te d e fin id a s do p a sto r e m a n tê m -se v e rd a d e iro s in d e p e n d e n te do d e p a rta m e n to ou se c re ta ria d e sig n a d a . T am bém são p ro v en ien tes da m issão , visão e valo res d a organização. Isso sig n ifica q u e a p o rção g en éric a d a descrição de cargo te rá po u q u íssim as m u d an ças co m o p a ssa r do tem po. A ca te g o ria de d ev eres p ro fissio n ais ex p o sta acim a in co rp o ra o que co n v en cio n o u -se ch am ar “O s Q uatro A sp ecto s do M inistério E fica z” (vide m ais adiante). N e n h u m m inistério eficaz pode m an ter-se em su stentação q u an d o falta q u alq u er u m desses com ponentes. Idéias filosóficas não serão cu m p rid as se n ão h o u v e r p aix ão . P aix ão n ã o será satisfeita sem m etas práticas. M etas p ráticas n ão serão atingidas sem p esso as que as execute. E m o u tras p alav ras, o s altos ideais filo só fico s têm de en co n trar expressões esp ecíficas e p ráticas p a ra que o m inistério ten h a êxito. A p o rção g en érica de u m a eficaz d escrição de cargo, p ara o pastor, in clu irá to dos os quatro asp ecto s do m inistério . O s co m p o n en tes esp e c ífico s d e u m a d escrição d e cargo in c lu em os m esm o s dev eres q u e se ap licam a u m d ep artam en to ou secretaria. E les são m u ito m ais sujeito s a m ud an ças do que os co m p o n en tes gen érico s e
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
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Exemplos de Deveres Genéricos Deveres Pessoais • • • •
M an te n h a co n sisten te v id a de o ração e devocional. M an te n h a só lid a v id a fam iliar. M an te n h a p rio rid ad es que p ro m o v a m crescim en to p essoal e p rofissional. P ratiq u e ev an g elism o pessoal.
Valores Profissionais • • • • •
F a ç a tu d o c o m um co m p ro m isso à excelência. M a n te n h a a p e rsp e c tiv a de “p esso as em p rim e iro lu g a r” e m todos os m in istérios. T rab alh e c o m p ro p ó sito e paixão. E sfo rc e -se fo ra do trab alh o em to d as as opo rtu n id ad es. T orne as p esso as u m sucesso na o b ra do R eino.
Deveres Profissionais • • • • • • • •
E m p en h e-se em c u m p rir to d o s os o b jetiv o s d a igreja. S istem atize a v isão e stratég ica p a ra áreas de resp o n sa b ilid ad e em fo rm a escrita (em arquivo). E lab o re e atin ja m etas to d o s os m eses a p a rtir d a visão estraté g ica (em arquivo). F orm e estru tu ra m in isterial p a ra facilitar a visão (gráficos estruturais em arquivo). P rojete, p ro m o v a e im p lem en te n o v o s m inistérios. R eú n a-se se m an alm en te com n o v ato s que apresen tem potencial. R ecru te e trein e p esso a s p a ra p ro v e r de p e sso al a n o v a e ex iste n te e stru tu ra m in isterial. D iscip u le e estim u le p esso as p ara resp o n sab ilid ad es e cap acid ad es m aiores de serviço.
precisam ser d esen v o lv id o s e ed itad o s p a ra aten d er exigências p articulares d e u m lo cal de trab alh o . A lg u n s asp ecto s esp ecífico s co m u n s que dev em ser in clu íd o s são a d ata da ú ltim a rev isão (ao topo), o título da p osição, d e f i n i ç õ e s d e s u p e r v i s ã o d e s c e n d e n t e e a s c e n d e n te , d e v e r e s e responsabilidades detalhadas, reuniões com com parecim ento indispensável, ex ig ên cias p a ra e screv er e/ou fa la r e h o ras de e x p e d ie n te .11
A D escrição Bíblica do Cargo de Pastor E m te rm o s b íb lic o s , o c a rg o d o p a s to r é d a r c o n d iç õ e s p a ra “ o ap erfeiço am en to dos santos, p a ra a o b ra do m in isté rio ” (E f 4.12). O p asto r tem a fu n ção esp ecífica de fazer com q u e as outras p artes do C orpo de C risto trab alh em . E d ecisiv o in c o rp o ra r o d esíg n io de D eu s p ara o pasto r em sua d escrição do cargo q u e desem p en h a.
452 O PASTOR PENTECOSTAL
Os Quatro Aspectos do Ministério Eficaz Componentes
Mecanismos
Conceitos
F ilo so fia
D e claração d a M issão
O G rande Q uadro
P aix ão
V isão
O b jetiv o s E stratég ico s
P rátic a
M etas
P asso s d e A ção M en su ráv eis
M in istério c o m P esso as
E stru tu ra
R ecu rso s H u m an o s
O casionalm ente, pon h o -m e diante de m inha congregação e reitero: “Faz p arte do m eu cargo fa z e r co m que o dia em que cad a um de vocês estiv er peran te o S en h o r seja o m aior dia de suas vidas” . E ntão continuo explicando que quero que cad a u m d eles ouça as palav ras “B em está, servo b o m e fie l” (M t 2 5.21). P ara m u ito s cristãos, esse elogio divino será o resu ltad o direto de u m p a sto r q u e cu m priu os d everes do seu cargo, m o tiv an d o os c ristão s co m ím p eto p a ra fa z e rem a obra do R eino. A eficaz descrição de cargo para o pasto r incorporará o m andato bíblico de aperfeiçoar os crentes leigos, ou seja, recrutar, m otivar, treinar e lançai' as p e s s o a s n o m in is té rio . O p a s to r p re c is a rá d e s e n v o lv e r e stru tu ra s m inisteriais com pletam ente novas. Tam bém haverá a necessidade de dedicar quantidade significativa do seu tem po para m obilizar os crentes leigos. O p a sto r sábio, no afã de cu m p rir sua fu nção ex clu siv a no C orpo de C risto, se b en eficiará de to d a ferram enta adm inistrativa e m otivadora eficaz de q u e d isp o n h a . U m a d e sc riç ã o de carg o b e m e sc rita é u m a d essas ferram en tas p a ra ap erfeiço ar os crentes (corpo m in iste rial e laico) e lançálos n o m in istério . P ro m o v e o crescim en to espiritu al e o d esen v o lv im en to de lid e ra n ç a em todos os n ív eis da igreja.
M otivando a Equipe M inisterial M ediante Descrições de Cargo U m a d escrição de cargo perm an ecerá eficaz enquanto estiv er definindo u m trab alh o que ad eq u ad am en te m o tiv a o obreiro. F red e ric k H erzberg a b o rd a esse co n ceito co m ab u n d ân cia de d etalhes em seu artigo que virou clássico “M ais u m a Vez: C o m o Você M o tiv a os E m p reg ad o s? ” (“O ne M ore Tim e: H ow D o You M o tivate E m p lo y ees?”) C o m m ais de 1,2 m ilhão de có p ias co m p rad as do artigo, seus co n ceito s m otiv acio n ais são leitu ra o b rig ató ria a todos os gerentes sérios de pessoas. H erzberg id en tifica cinco fatores m o tivacionais intrínsecos ao trabalho: “R ealização, reconhecim ento p a ra a realização , o trab alh o em si, resp o n sab ilid ad e e crescim en to ou p ro m o ção ” .12 H erzberg sugere que o conteúdo m otivacional de um trabalho p o ssa ser “en riq u e c id o ” p ela ap licação dessas d inâm icas m o tivacionais.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ E le o ferece sete p rin cíp io s de “carreg am en to vertical de tra b alh o ” , ou seja, ac re sc er re sp o n sab ilid ad es q u e a u m en tem a m o tiv ação do e m p re g a d o .13 T rês d esses p rin c íp io s têm im p acto sig n ificativ o no m in istério pastoral. U m d os p rin c íp io s sig n ificativ o s é “d e ix a r de ex e rc er algum co n tro le en q u a n to re té m o d e v e r d e p re sta r c o n ta s ” .14 Isso re la c io n a -s e c o m a m a n e ira p e la qual u m a d escrição de cargo é ad m in istrad a e harm o n iza-se co m d o is fato res m o tiv acio n ais: a re sp o n sa b ilid ad e e a realização pessoal. A im p le m e n ta ç ã o d e s s e p rin c íp io re q u e r q u e o p a s to r a b ra m ã o da n e c essid ad e de ex e rc e r co n tro le sobre ca d a faceta do m in istério .15 P astores q u e em g e ra l p re c isa m d e se m p e n h a r ríg id o c o n tro le tê m u m a eq u ip e m in isterial d esm o tiv ad a. O u tro d os p rin c íp io s de H e rz b e rg é “ [p ro p o rc io n ar] à p e sso a u m a co m p leta u n id ad e n atu ral de tra b a lh o ” .16 Isso im p lica em ed ita r o conteúdo v ig e n te de u m a d e sc riç ã o de cargo. U m b o m e x em p lo n a ig re ja seria tra n s m itir e m su a to ta lid a d e as re s p o n s a b ilid a d e s e o c ré d ito p e lo s m in istério s de e d u cação c ristã ao p a sto r de ed u cação cristã. E sse p rincípio co n d iz h a rm o n io sa m e n te c o m três das cin co d in â m ic as m o tiv ac io n ais m e n cio n ad as h á pou co : realização , re c o n h ecim en to e resp o n sab ilid ad e. E sse p rin cíp io ex ig e qu e o p a sto r este ja em o cio n alm en te seguro o bastan te p a ra d ar créd ito co m o tam b ém resp o n sa b ilid ad e s à eq u ip e m in iste ria l.17 O utro p rincípio é “con ced er autoridade adicional aos em pregados em sua liberdade de atividades e trab alh o ” .18 Isso diz respeito a editar o teor vigorante de um a descrição de cargo e a m an eira pela qual a descrição de cargo é adm inistrada. E sse prin cíp io tam b ém se ap lica a três das cinco dinâm icas m otivacionais: realização, recon h ecim ento e responsabilidade. A im plem entação d esse prin cíp io dem an d a q u e o pastor tenha pensam ento flexível p a ra fo rm ar a id éia do m inistério em term os m ais criativos do que as tradicionais horas de expediente. E ntretanto, é avassaladora a evidência de que a m aio ria das pesso as n ecessita de b oa porção de estrutura para atingir o m áx im o do seu d esem p en h o .19 A eficácia m inisterial aum entará à m ed id a que o p asto r acrescentar essas dinâm icas m otivacionais ao ofício e à contínua em end a das descrições de cargo da equipe m inisterial.
A dm inistrando e Avaliando M ediante D escrições de Cargo N ão h á d escrição de carg o q u e seja eficaz fo ra do con tex to de u m bom re la c io n a m en to de trab alh o . R elacio n am en to s são encarados p o r líderes de ad m in istração , até no m u n d o em p resarial secular, co m o a chave p a ra a g e r ê n c i a e f i c a z d e p e s s o a s . “ G e r e n te s e f i c a z e s d e s e n v o lv e m re la c io n a m e n to s q u e p ro p o rc io n e m a d m in is tra ç ã o e fic ie n te de desem p en h o . E e sse relacio n am en to , e n ão a p ap e la d a de av aliação , que p e rm ite q u e sistem as de av aliação fu n c io n e m ” .20 O s líd eres de ad m in istração d izem -nos: “P ara que um a av aliação seja eficaz ao su p erv iso r e ao em p reg ad o , deve ser tra n sfo rm ad a num pro cesso de g eren ciar pesso as todos os dias, e não no sim ples fato de se p reen ch er u m fo rm u lá rio u m a vez ao a n o ” .21 In teração e fe e d b a c k o p o rtu n o s no d e s e m p e n h o , ta n to p o s itiv o s q u a n to n e g a tiv o s, n a p ro p o rç ã o q u e se re la c io n a m co m a d escrição de cargo, são as ch aves p ara o au m en to de
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O PASTOR PENTECOSTAL eficiên cia. C arl G eorge e B o b L o g an u sam quatro term os p a ra d e fin ir esse p ro cesso de ad m in istração : “D esig n ação de tarefa, assistência, prestação de co n tas e e lo g io ” .22 A e fic a z d e sc riçã o de cargo é m ais do que um fo rm u lá rio ; é u m in stru m e n to d iá rio de g e re n c ia m en to . E n tre ta n to , é im p o rtan te, p articu larm en te d en tro dos lim ites do am b ien te nu tricio n al d o m i n i s té r io , m a n te r o r e la c io n a m e n to d e tr a b a lh o à p a r te d o re la c io n a m en to p e sso a l.23 A avaliação da eq u ip e é u m a das áreas em que u m relacio n am en to p esso al p o d e fazer co m que u m relac io n am en to de trab alh o seja m enos eficaz. D ru c k e r declara: "O ex ecu tiv o que d eseja ser eficaz e q u er que sua o rg an ização seja eficaz p o lic ia todos os pro g ram as, todas as atividades, to d as as tarefas. E le sem p re se pergunta: ‘A in d a vale a p en a faz er is to ? ’ ”24 Se isso é v erd ad e n o q u e tan g e a p o líticas e tarefas, o quanto m ais v erd ad eiro é n o que resp eita aos in stru m en to s que g eren ciam e cond u zem as ativ id ad es d a equipe! A m e d id a que as tarefas m udam , a descrição de cargo, que é eficaz ferra m e n ta de ad m in istração e avaliação, p recisará ser a tu alizad a p a ra re fle tir tais m udanças. C o m o u m p a sto r a v alia seu p esso al de m an eira ju s ta e ob jetiv a? E ssa p o d e se r ta re fa d ifíc il, c o m o se o b se rv a n o s c o m e n tá rio s de a lg u n s im p o rtan tes g eren tes em p resariais. “M u ito s gerentes têm dificu ld ad e em d ese n v o lv e r p a d rõ es de d esem p en h o o b serváveis p a ra trabalhos com o os dos cien tistas, p ro fesso res, ad v ogados e assisten tes sociais, cujos fatores de p ro d u ção são d ifíceis de q u an tificar” .23 E ssa po d e ser tarefa b em m ais d ifícil q u an d o se tra ta de m in istério. N ão obstante, pad rõ es ob jetiv o s são a ch av e p a ra av aliação ju s ta e d esen v o lv im en to d a equipe m inisterial. T ed E ngstrom . p residente em érito da W orld Vision International (Visão M u n d ia l Internacional), oferece um a abordagem m ediante seu form ulário anual de avaliação p a ra m em bros de equipe e de diretoria.26 E le revisa sete fato res de desem p en h o : q u an tid ad e de trabalho, q u alid ad e de trabalho, conhecim ento e habilid ad e técnica, criatividade e iniciativa, capacidade de ap ren d er, c o n fia n ç a e co o p e ra ção . E ssas m e d id as fo rn e c e m p rec io sa s revelações sobre o com prom isso e as habilidades do em pregado. E ntretanto, se a descrição de cargo é ineficaz, os esforços do em pregado p odem ou não refletir qualq u er contribuição real aos objetivos d a organização. P eter D rucker lev a a avaliação de pessoal um pouco m ais adiante. Ele sugere que ''o trabalho que lida com conhecim entos não é definido p o r quantidade. [...] O trab alh o que lida co m conhecim entos é definido por resultados” .2' A base p ara a avaliação, segundo Drucker, centraliza-se em tom o d a questão: "E m que o em pregado contribuiu para o avanço dos objetivos da organização?'' A descrição de cargo bem escrita incentiva a dedicada equipe pastoral a fa z e r significativas contribuições aos objetivos ministeriais da igreja.
Conclusão A d e sc riç ã o de carg o fo rja d a d e n tro do c o n te x to d e u m a d efin id a d e c la ra ç ã o de m issã o , v isã o e fo rtes v alo res c o rp o ra tiv o s re fle tirá os o b je tiv o s m in iste ria is d a ig reja. A d e sc riçã o de carg o d e se n v o lv id a e im p lem en tad a de co m u m acordo com o obreiro provê a base para o trabalho de equipe eficaz. A d escrição de cargo que reflete a fu n ção b íb lica do
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ p a sto r to rn a rá u m m em b ro de eq u ip e p a sto ra l e ficaz e m fa ze r a ig reja progredir. M e m b ro s de eq u ip e p asto ral, q u e ten h a m sido m o tiv ad o s p o r sáb ia ed ição da d escrição de cargo e p o r u m estilo de adm in istração seguro à o líd e r, tê m m a io r p ro b a b ilid a d e de m o strar eficiên c ia e m u m a equipe m in isterial. E, fin alm en te, o in d iv íd u o de eq u ip e p asto ral, que te n h a u m a d escrição de cargo eficaz v o ltad a aos o b jetiv o s vig en tes da ig reja e que seja av aliad o p o r esse p arâm etro , e n co n tro u soberbo am b ien te de trabalho p a ra p ro d u tiv id ad e e crescim en to pessoal.
Orientando o Programa de Educação Cristã J. Melvyn Ming
T
r ê s s u p o s iç õ e s b á s ic a s d a E d u c a ç ã o C r is tã sã o v ita is p a r a o d esen v o lv im en to de ig rejas crescen tes e efetivas.
Prim eira, as E scrituras são a P alav ra inspirada de D eus. T udo o que p roclam am os no m inistério da E ducação C ristã tem de ter seu fundam ento nas E scrituras ou ao m enos ser consistente com os princípios bíblicos. Segunda, a E d u cação C ristã existe com o parte d a igreja. A E ducação C ristã não é um a entidade separada capaz de fazer “coisas p o r sua própria co n ta” . N ão suplanta a igreja, n em a substitui. Portanto, o pastor ou líder deve pro cu rar integrar a E ducação C ristã em um a estratégia global d a igreja. T erceira, a E d u cação C ristã n ão p o d e ser d iv o rciad a do evangelism o. A E d u c a ç ã o C r is tã n ã o é a p e n a s o ra m o p e d a g ó g ic o d a ig re ja . O ev an g elism o d ev e o c o rre r antes q u e v o cê p o ssa to rn ar alg u ém que não seja cristão sem elh an te a C risto.
Q uatro C om prom issos de Igrejas que Fazem D iscípulos O m in istério de E d u cação C ristã te m de ter visão cla ra do q u e está p ro c u ra n d o fazer. U m b o m e x e m p lo de visão clara é o p ro g ra m a das A sse m b lé ia s d e D e u s a m e ric a n a s c h a m a d o “N ó s F o rm a m o s P esso as: F azen d o D iscíp u lo s p a ra o S écu lo X X I” . E ssa ab o rd ag em u sa um losango com o estru tu ra p a ra a visão.
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456 O PASTOR PENTECOSTAL O lo san g o te m q u atro m etas p ara todo o indivíduo: 1. C o n h e c e r J e s u s n a s a lv a ç ã o e se r a s s im ila d o n a c o n g re g a ç ã o
(membresia). 2. C rescer em C risto m ed ian te en sino e relacio n am en to s ( m aturidade). 3. S e r tr e in a d o c o m o m e m b ro p r o d u tiv o d o c o r p o d e c r e n te s
(ministério). 4. E n c o n tra r seu lu g a r ú n ic o n a ig re ja de C risto c o m o se rv o /líd e r (missão). Comprometido com a Maturidade
Comprometido com a Missão
_________________________ 4 _______________________ Compromissos que os A Compromissos que as Discípulos Assumem H1 Igrejas Assumem
4 1. 2. 3. 4.
Compromisso Compromisso Compromisso Compromisso
com a Membresia com a Maturidade com o Ministério com a Missão
1. 2. 3. 4.
Compromisso Compromisso Compromisso Compromisso
de de de de
Incluir Instruir Envolver Investir
A salv ação é o co m eço d a v id a cristã. É u m relacio n am en to p esso al co m Jesu s C risto. F a z e r p arte do rol de m em b ro s da ig reja não d á início ao p ro cesso . E n tretan to , ser m em b ro d a ig reja é sinal ou dem o n stração d esse passo. N a salvação a p esso a co m eça no processo de crescim ento em direção à m atu rid ad e em C risto. A p e sso a que ex p erim en to u a salvação, é b atizad a nas águas, p artic ip a d a C eia do S en h o r e é m em b ro de um a ig re ja local alcan ço u a p rim e ira base! E sse é o com prom isso com a associação. C o m o o rien tam o s as p esso as p a ra a p rim e ira base? Incluindo-as em n o sso s m in istério s de E d u cação C ristã. C erto estudo rev elo u que setenta a
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ n o v e n ta p o r cen to dos cristão s in d ic a ra m relacio n am en to s-ch a v es com am igos e p arentes com o fato r m uito im p o rtan te para terem feito sua decisão p o r C risto. O u tro estu d o m o stro u que, se as p esso as não fizerem ao m enos sete am izad es nos p rim eiro s seis m eses em que freq ü en tam u m a igreja, elas desistem . Q ual a im p licação disso p a ra os m in istério s de E ducação C ristã de u m a ig reja? T odo m in istério , grupo, classe ou in d iv íd u o inscrito em u m m in istério de E d u cação C ristã tem de trab a lh ar na fo rm ação de relacio n am en to s co m p esso as de d en tro e de fo ra da igreja! A se g u n d a b ase é o com prom isso com a maturidade. A qui o co nvertido cresce, p a ssan d o d a infân cia, e é estab elecid o com o cristão. C olossenses 2.6,7 diz: “C om o, po is, receb estes o S en h o r Jesus C risto, assim tam b ém andai nele, arraig ad o s e ed ificad o s nele e co n firm ad o s n a fé, a ssim com o fo stes en sin ad o s, c rescen d o em ação de g ra ça s". C om o o rien tam o s as p esso as p a ra a seg u n d a b ase? Instruindo-as. E sse p ro cesso é conh ecid o p o r m u ito s nom es. A lg u n s citam -n o com o d iscip u lad o ou ensinam entos. Q u a lq u e r q u e s e ja o te r m o q u e u s e m o s , h á u m p r o c e s s o d e ap erfeiço am en to . A p e sso a co m eça a v id a c ristã com o cria n ça espiritu al e tem de crescer. Q uan d o a p e sso a vai a Jesu s, a B íb lia m o stra que essa p e sso a é fe ita n o v a c ria tu ra — um b e b ê e sp iritu al. P a u lo afirm a que dev em o s ser “co m o a am a que cria seus filh o s” ou “com o o pai [que cu id a de] seus filh o s” (1 Ts 2.7,11). O cre sc im e n to esp iritu al p o d e a c o n te c er tête-à-tête n u m a classe de E s c o la D o m in ic a l, n u m g ru p o p e q u e n o o u em o u tro s m in isté rio s de E d u c a ç ã o C ris tã o fe re c id o s p e la ig re ja . D e m u ita s fo rm a s a E sc o la D o m in ical é o cam in h o ideal p a ra lev ar as p essoas p a ra a segunda base, porque é o único m inistério de E d u cação C ristã que abrange todas as idades. C o m o a lg u é m p a s s a d a s e g u n d a b a s e p a r a a te r c e ir a ? S e n d o a p e rfe iç o a d o p a ra a o b ra d o m in is té rio p e lo E s p írito S an to e p e lo s m in istério s de “a p e rfe iço a m e n to ” d a igreja. E sse é o com prom isso com o
ministério. Q uan d o a p e sso a foi salv a e d iscip u lad a, é o d esígnio de D eus que ela seja e n v o lv id a n os m in isté rio s d ire c io n a d o s a ou tro s. A o envolver as pesso as no m in istério , estam o s lhes d an d o a o p o rtu n id ad e de usar os dons e talentos que receb eram do E sp írito Santo. É u m a continuação do processo de d iscip u lad o , m as n u m nív el m ais av an çad o , incluindo aperfeiço am en to dos dons e trein am en to em h ab ilid ad es específicas. C o m o as p esso as p a rte m d a te rceira b ase p a ra a q u arta e últim a base? F alan d o de Jesu s e investindo-se em p esso as. U sar os dons e h ab ilid ad es dad o s p o r D eus o rien ta o cristão p a ra a q u arta base. E sse é o compromisso com a missão. O cristão ex p erim en ta a a leg ria de ser g an h ad o r de alm as, lev an d o as p esso as p ara Jesus.
O Princípio da Pirâm ide para o Crescim ento O m o d elo da p irâm id e foi d esen v o lv id o p o r D av id W o m a ck .1 A base d a p irâm id e re p re se n ta a lid eran ça do m in istério da igreja. O v o lu m e da p irâm id e re p re se n ta o tam an h o ou co m p o n en tes da igreja. Se o tam an h o da ig reja au m e n ta sem que a b ase aco m p an h e o crescim ento, a pressão sobre aq u eles q u e estão em p o sição de lid e ran ç a no m in istério torn a-se
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O PASTOR PENTECOSTAL m a io r e ev en tu alm en te os esm aga. Q uando isso acontece, boas p essoas p e rd e m a c h am ad a e desistem . A ntes que o tam an h o se avolum e, você d ev e alarg ar a b ase de lid e ra n ça de form a a p o d e r a p o iar volum e m aior. E n tão o tam an h o p ode aum entar. H á u m p ad rão co ntínuo de alargam ento da b ase e au m en to do tam an h o . A /
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Fator Crítico de Sucesso U m co n ceito p o p u la r so b re efic iê n cia de lid e ra n ça é co n h ecid o por “fato res críticos de su c e sso ” . E m to d a situação n u n ca h á m ais do que seis, e n o rm alm en te só h á três ou quatro, fato res críticos que d eterm in am a d ife re n ç a en tre su cesso e fracasso. Q uais os fatores críticos de sucesso na E d u cação C ristã? 1. M in istério s eficazes de E d ucação C ristã têm um a equipe de liderança co m u m a visão. S em v isão e lid erança, m inistério s de E d u caç ão C ristã te n d e m a se d eg en erar e m n a d a m ais que p ro g ram as sem p ro p ó sito ou im p a c to im p o rtan tes. C o m v isão e lid eran ça, m in isté rio s de E d u cação C ristã são u sad o s p o r D eu s p a ra alcan çar os perd id o s e tra n sfo rm ar vidas. T rês o u tro s fato res crítico s de sucesso em an a m d a lid eran ç a e visão. 2. M in is té r io s e f ic a z e s d e E d u c a ç ã o C r is tã sã o “o r ie n ta d o s à m a trícu la Infelizm en te m uitos m inistérios de E ducação C ristã focalizam se n a freq ü ên cia, o u seja, co n cen tram seus esforços n a freq ü ên cia daqueles q u e j á e s tã o m a tr ic u la d o s . Is s o g e r a lm e n te r e s u lta e m ig re ja s q u e e s ta c io n a m e m u m p la tô o u d e c lin a m . Se u m a c o n g re g a ç ã o p õ e a freq ü ên cia com o fato r prim ordial, tende a tornar-se orientada à m anutenção d a fre q ü ê n c ia e a p e rd e r seu e n fo q u e n o s q u e e stã o fo ra d a ig re ja . E n tretan to , as igrejas cujo en foque está n aqueles que estão fo ra te n d e m a ser o rien tad as p a ra a m atrícu la, a estar crescen d o e a ter real aum ento de e ficiên cia naq u eles que j á freqüentam . A infusão de novas p essoas pro v o ca u m a d in âm ica q u e p ro d u z d esen v o lv im en to p ara todos. U m a a b o r d a g e m d ir e c io n a d a à m a tr íc u la ta m b é m in c o rp o r a os p a rticip an tes tan to q u an to os líderes n a b u sc a dos perdidos. T oda classe ou grupo p eq u e n o d e v e ria ter ao m enos u m a cad eira v azia p a ra lem brálos de q u e outro s p re c isa m ser alcançados p o r C risto e ter m aturidade
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ espiritual. U m a p o lítica de m atrícu la que reco m endaríam os seria m atricular a p e sso a em q u a lq u e r á re a d e m in isté rio q u e e steja p a rtic ip a n d o pela p rim e ira v e z e q u e n ão seja m em b ro de o u tra igreja. P o rtan to , m atric u le a q u a lq u e r ho ra, em q u a lq u e r lugar, q u a lq u e r u m que concorde. 3. M in istério s eficazes de E d u c a ç ã o C ristã são p ro vid o s de p e sso a l p a ra crescim en to e m in istério . A lid e ra n ç a deve em p enhar-se p ara que cad a g ru p o e/ou classe ten h a p esso al co m u m a equipe m in isterial de, pelo m en o s, q u atro líd eres e obreiros. N as área d a m o cid ad e e d e adultos seria u m professo r, um co o rd e n a d o r de ev an g elism o e dois líderes auxiliares. N a á r e a d a s c r ia n ç a s p o d e r ia s e r d o is p r o f e s s o r e s d e e q u ip e , u m co o rd e n a d o r e u m secretário p ara a c o m p an h am en to de classe e um obreiro a u x ilia r ou p a ra aco m p an h am en to . A o te r u m a eq u ip e de lid e ran ç a de q u atro p esso as ou m ais, v o cê a sseg u ra q u e to dos os alunos re ce b a m o d ev id o cu id ad o e q u e a eq u ip e de lid eran ça ten h a en erg ia p a ra b u scar aq u eles q u e p resen tem en te não estão freq ü en tan d o a classe ou grupo. C om o parte do fornecim en to de p esso al p a ra o crescim ento é im perativo d a r co n tín u o trein am en to e ap erfeiço am en to de líderes. E sse trein am en to po d e ser sem anal, m en sal ou trim estral, m as p re cisa ser p erm anente. E ssa ab o rd ag em de trein am en to contém três funções: L a n ça m en to da visão. E sse é o m o m en to p ara c en tralizar a atenção so b re a razão do m in istério . A b ran g e m o tiv a çã o e in sp iração ao e lu cid a r a visão. L íd eres q u e estejam cu m p rin d o a v isão são co n firm ados. Todos são en co rajad o s a b u sc a r nov o s p a rticip an tes e a d esen v o lv er aqueles que já estão p articip an d o de classes e grupos. A g r u p a m e n to d e eq u ip e. E s s a é a o c a siã o p a ra a c o o rd e n a ç ã o do m in istério e a assistê n c ia p asto ral de líd eres. O s líd eres co n stitu em um a eq u ip e m in isterial. A q u i são ab o rd ad o s p lan o s e necessid ad es logísticas. T em po é d ed icad o p a ra os líd eres o rarem ju n to s e co m p artilh a rem suas n ecessid ad es. A p e rfe iç o a m e n to de h a b ilid a d es. T oda sessão deve te r e sp aço para tr e in a m e n to e m a lg u m a h a b ilid a d e e s p e c ífic a p a ra o m in is té r io d e liderança. E ssa n ão é h o ra p a ra fazer u m a av aliação su p erficial, m as para a p re s e n ta r u m a h a b ilid a d e e s p e c ífic a q u e n a q u e la se m a n a p o s s a ser im p lem en tad a no m inistério . 4. M in istério s eficazes d e E d u cação C ristã sã o orga n iza d o s p a ra o crescim en to . O m o d o m ais eficien te p a ra se d e sen v o lv e r um m in istério de E d u c a ç ã o C ristã é fo rm a r classes e gru p o s novos. A s seg uintes m edidas p o d e m ser to m adas: a) D e fin a a faix a de idad e e/ou o g ru p o de p essoas que d eseja alcançar. b) E sta b e le ç a cin co a 15 p ro sp ecto s válidos para a n o v a classe. c) D e sig n e e trein e q u atro líd eres p a ra c ad a classe ou grupo. d) F o rn e ç a esp aço ad eq u ad o p a ra o grupo. e) F a ç a co n v ites p a ra o g ru p o -alv o e com ece. A n d y A n d erso n , e sp e c ia lista em cre sc im en to de ig re ja da S o u thern B ap tist, afirm a: “N ão tem os falta de espaço, só de esp aço tra d icio n a l” .
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460 O PASTOR PENTECOSTAL L íd eres eficien tes de E d u c a ç ão C ristã não se p re o c u p a m co m o espaço q ue não têm , m as c o m m an eiras de c riar m ais espaço: ter m últip las aulas, servir-se de edifícios adjacentes, u sar casas, ter aulas fora das dependências da ig reja e ter o u tras classes ou grupos em ho rário s não trad icionais.
Fundam entação Teológica E fésio s 4 .11-16 fo rn ece fu n d am en to bíb lico p a ra a E d u cação C ristã e o ap erfeiço am en to de discípulos: E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para ev an g elistas, e outros para p astores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de C risto , até que todos cheguem os à u n idade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça. Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.
O m inistério educacional da igreja é realizado p o r pessoas cham adas e capacitadas p o r D eus e dadas para a igreja (E f 4.11). N in g u ém está em
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p o sição de m in istério p o r casu alid ad e ou acidente. N em deve e star em p o sição de m in istério , p o rq u e não p ô d e d izer não, ou n e m m esm o por c a u sa de suas h ab ilid ad es n aturais. A ú n ica razão p a ra o crente e star em p o siç ã o d e m in is té rio é o d iv in o , so b e ra n o e o n ip o te n te cham ado e colocação de D e u s p a ra e ssa p o siç ão . “M as, ag o ra, D eu s co lo c o u os m em b ro s n o co rp o , c a d a u m deles com o q u is” (1 C o 12.18). D eu s n ão apenas co lo ca os crentes em posições m inisteriais específicas, m as ta m b é m lhes co n ced e dons esp ecífico s para cu m p rir tais m inistérios. “ [Tem os] d iferentes dons, segundo a g raça que nos é d a d a .” (R m 12.6.) E 1 C o ríntios 12.11 acrescenta: “M as ----------------------------------u m só e o m esm o E sp írito o p era todas essas coisas, re p a rtin d o p a rtic u la rm e n te a c a d a u m c o m o q u e r” . “C a d a u m ad m in istre aos outros o dom com o o recebeu, co m o b o n s desp en seiro s da m u ltifo rm e g raça de D e u s” (1 P e 4.10). D eus não só ch am o u e deu dons a essas p esso as, m as ta m b ém deu- as p a ra a igreja.
Ter sucesso é tiff crentes aperfeiçoados para o isiaistério
O propósito de dar dons a esses crentes é aperfeiçoar outros crentes p a ra o m inistério. E fé sio s 4 .1 2 diz:
“Q u eren d o o ap erfeiço am en to dos santos, para a obra do m inistério, p a ra edificação do corpo de C risto ” . D eus ch am o u e deu dons a essas p essoas p a ra p re p ara r ou a p e rfe iço a r cristão s p a ra a obra. O b serv e q u e a m e d id a do sucesso não é u m tem plo bonito, fu n cio n al e m o d ern o ou u m a re n d a co n siderável, m as crentes ap erfeiçoados p a ra o m in istério . E n tão , p o r que D eus ch am o u e deu dons a essas pesso as? P ara
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UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
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tre in a r o s cristão s p a ra o m inistério! D eu s c h a m a o cren te p a ra a lid e ra n ça e c o n ced e-lh e dons p a ra a p erfeiço ar outros crentes. O o b jetivo d a E d u ca çã o C ristã é q u e os crentes se tornem sem elh a n tes a Cristo. E fésio s 4.13 fa la de ch eg arm o s “à m ed id a d a estatu ra co m p leta de C r is to ” . C e r ta v e rs ã o b íb lic a a m e r ic a n a (N A S B 2) d iz “ h o m e m a m a d u r e c id o ” . A m e n o s q u e o s c r e n te s e s te ja m se to rn a n d o m a is sem elh an tes a C risto, n o sso trab alh o é em vão. E ssa m atu rid ad e em C risto é d e m o n strad a p e la “u n id a d e d a fé ” e p elo “co n h ecim en to do F ilh o de D eu s” . C o m o d em o n stram o s a sem elh an ça de C risto ? U m crente m aduro deve p o d e r co m b in a r “v e rd a d e ” co m “am o r” . “A n tes, seg uindo a v erd ad e em [am or], cresçam o s em tudo n aq u ele que é a cabeça, C risto ” (E f 4.15). A v erd ad e sem am o r destrói. O am o r sem v erd ad e engana. N ã o e s ta m o s n o n e g ó c io d e b a b á . N ã o e s ta m o s n o ra m o d o e n tre te n im e n to . N ão e sta m o s a p en as p ro c u ra n d o re a liz a r u m p ro g ra m a p o rq u e o u tra s ig re ja s o têm . N ão! C o m a le g ria farem o s essa s c o isas, m as n o sso p ro p ó sito é q u e os c re n te s se to rn a m sem e lh a n te s a C risto . E d u c a ç ã o e tre in a m e n to n u n c a são o alv o , m as, sim , o ser se m e lh a n te a C risto ! O m in istério de E d u ca çã o C ristã é a lta m en te teológico. “P a ra que não sejam os m ais m en in o s in co n stan tes, lev ad o s em ro d a p o r todo vento de d o u t r i n a , p e lo e n g a n o d o s h o m e n s q u e , c o m a s tú c ia , e n g a n a m fra u d u lo sa m e n te ” (E f 4.14). O cren te que é m ad u ro em C risto d ev e p o d er d isce rn ir a v erdade e detectar e ev itar o erro. T em os de a p e rfe iço a r os crentes p a ra que cresçam , não sen d o “m ais m en in o s in c o n sta n te s” . O m in istério de E d u cação C ristã n ão p o d e e n ão d ev e estar separado ----------------------------------da teologia. “M e d ita estas co isas, o cu p a-te nelas, para qu e o teu ap ro v eitam en to seja m an ifesto a todos. Tem cu id ad o d e ti m esm o e d a d o u trin a; p e rse v e ra nestas c o isa s; p o rq u e , fa z e n d o isto , te s a lv a rá s, ta n to a ti m esm o co m o aos q u e te o u v e m ” (1 T m 4.1 5 ,16). O m in istério de E d u ca çã o C ristã d eve fo r ta le c e r a igreja. “D o q ual [de C risto] to d o o corpo [a igreja], b em aju stad o e lig ad o p elo auxílio de todas as ju n ta s, ----------------------------- j j seg u n d o a ju s t a o p eração d e ca d a p arte, faz o aum ento do corpo, p a ra sua ed ificação em am or.” (E f 4.16.) “M as a m an ifestação do E sp írito é d ad a a ca d a u m p ara o que fo r ú til” (1 Co 12.7). O s p ro fe sso re s d evem se r treinados. “O que de m im [Paulo], entre m uitas testem u nh as, o u v iste [T im óteo], co n fia-o a hom ens fiéis, que sejam id ô n eo s p a ra tam b ém e n sin a re m os o u tro s” (2 T m 2.2). C om o alg u ém se q u a lific a p a ra e n sin a r? U m a o p ção é m e d ian te tre in am en to adequado. P au lo m an d a-n o s q u e ap erfeiço em o s n o sso s dons: “P ro c u ra ap resentar-te a D eus ap ro v ad o , co m o o b reiro q u e não te m d e que se envergonhar, que m an e ja b em a p a la v ra da v e rd a d e ” (2 T m 2.15). A p erfeiço am o s nossas hab ilid ad es p elo trein am en to . Os p ro fesso res têm g ra n d e responsabilidade. T iago 3.1 observa: “M eus irm ãos, m u ito s de vós n ão sejam m estres, sabendo que rece b ere m o s m ais duro ju íz o ” . Jesu s c o n to u e sta paráb o la: “P ode, p o rv en tu ra, u m cego g u iar
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Maturidade significa discernir a verdadee evitar o erro
462 O PASTOR PENTECOSTAL o u tro ceg o ? N ão cairão am b os n a cova? O discíp u lo não é su p erio r a seu m estre, m as todo o que fo r p erfeito será com o o seu m e stre ” (Lc 6.39,40). Os pais têm responsabilidade pedagógica. O s m in istério s de E ducação C ristã da ig reja n ão su b stitu em as resp o n sab ilid a d es de ensino dos pais (D t 6.4-9). A n tes, tre in a r p ais p ara d esem p en h a r seu p ap el ped ag ó g ico faz p arte do m in istério de E d u cação C ristã. Os pastores devem ensinar. L em os: “C onvém , pois, que o bisp o seja ir r e p r e e n s ív e l, m a rid o de u m a m u lh e r, v ig ila n te , s ó b rio , h o n e s to , h o sp italeiro , apto p a ra en sin a r” (1 T m 3.2). “E ao servo do S en h o r não co n v é m contender, m as, sim , ser m an so p ara co m todos, apto p ara ensinar, so fred o r” (2 T m 2.24).
N em todos são professores talentosos, mas todos têm responsabilidade pedagógica. “A p a la v ra de C risto habite em vós abu n d an tem en te, em toda a sab ed o ria, en sin an d o -v o s e adm o estan d o -v o s uns aos o u tro s” (C l 3.16). “P o rq u e, d ev en d o j á ser m estres p elo tem po, ain d a n ecessitais de q u e se vos to rn e a e n sin a r q u ais sejam os prim eiro s ru d im en to s das p alav ras de D e u s” (H b 5.12). E sse s d is c e rn im e n to s d as E sc ritu ra s n e m se m p re são e n te n d id o s. E m b o ra n e m to d o s os cristão s sejam m estres g abaritados, to d o s os cristãos têm resp o n sab ilid ad e ped ag ó gica. E sses versículos não fo ram escritos para u m g ru p o seleto de m estres, m as p ara to d o o C o rp o de C risto. Todos os crentes tê m m in istério e re sp o n sab ilid ad e ped ag ó g ico s. S er esp ecta d o r no R ein o de D eu s é sinal de im aturidade. Tem os de a ju d ar to d o s os crentes a serem co n trib u in tes ao ap erfeiço am en to dos outros crentes.
Conclusão A E d u c a ç ã o C ristã é o asp ecto vital d a ig reja eficien te e c rescen te para c a u sa r im p acto e m su a co m u nidade. C a d a ig reja d ev e fa ze r m ais q u e um p ro g ram a. T em de ser p arte in te g ran te em b u sc ar e ap erfeiço ar os crentes.
1 UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
0 Ministério com Crianças Dick Gruber
ecen tem en te, em n o ssa classe de crian ças da E sco la D o m in ical, foi le v a n ta d a a q u estão : “E m q u e seu p ai ou su a m ãe tra b a lh a ? ” A s resp o stas fo ram tão div ersas q u an d o seriam em u m a classe co m 22 crian ças de cin co anos. A lg u m as fa la ra m sobre escritórios, outras sobre trab alh o s em casa e ain d a o u tras sob re lo jas e bancos. U m m en in o ch eg o u a d izer q u e seus p ais n u n ca trab alh aram . A p ro fesso ra levou a discussão p ara o trabalho de pastores. E la perguntou: “Q ual o trabalho do p asto r G ruber?” Lydia, u m a m enina falante de olhos travessos, resp o n d eu depressa: “O trabalho dele é fazer as pessoas rirem !” É v erd ad e; eu faço as p esso as rirem , m as o n o m e de m in h a pro fissão é p a sto r de crian ças. T enho serv id o co m o p a sto r e p ro fe sso r de m en in o s e m en in as, em caráter v o lu n tário ou não, desd e 1975. Q uer esteja falan d o co m ex p ressão séria, q u e r de m a n e ira m ais alegre, m eu desejo é que cad a c rian ç a c o n h e ç a D eu s e, ao co n h ecê-lo , to rn e-se em o u tra pessoa. N o d eco rrer deste capítulo, eu o apresentarei ao m inistério com crianças. A m e d id a q u e o faço, v o cê c o m e ç a rá a c o m p re en d e r a p o ssib ilid ad e que sua igreja, grande ou pequena, tem em desen v o lv er m inistério de qualidade p a ra os santos de até 12 anos de idade. D e certo p o n to de v ista b íb lico , o m in istério co m crianças é tão natu ral e co m u m q u an to o fô leg o o é p a ra a vida. E m G ênesis, D eus fala sobre A braão: “E u o esco lh i p ara q u e o rd en e a seus filhos e a sua ca sa depois dele, a fim d e q u e g u ard em o cam in h o do S e n h o r e p ratiq u e m a ju s tiç a e o ju íz o ; p a ra q u e o S en h o r faça v ir sobre A b raão o que tem falado a seu re sp e ito ” (G n 18.19, A R A ). E sse v ersícu lo p o d e ria ter sido escrito por q u a lq u e r p a sto r de ig re ja de q u a lq u e r tam a n h o , em q u a lq u e r p arte do m u n d o . H á u m p a d rão estab elecid o aqui, o q ual é rep e tid o vezes sem co n ta ao lo n g o das E scritu ras; u m p ad rão q u e tra n sce n d e o tem po e que fu n c io n a em n o ssas ig rejas hoje.
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A C ham ada do O breiro para Trabalhar com C rianças D e u s e sc o lh e líd e re s. E sse s líd e re s o rie n ta m as c ria n ç a s p a ra que gu ard em o cam in h o do Senhor. E ssa orien tação é tanto verbal quanto ativa,
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464 O PASTOR PENTECOSTAL à m e d id a que o líd e r p ra tic a a ju stiç a e o ju íz o , ou seja, o que é certo e ju sto . D eus esco lh eu cad a p a sto r em p a rtic u lar e todas as igrejas em geral p a ra e stab elecerem ev an g elism o e trein am en to vero ssím eis p ara crianças. V ocê é esco lh id o , co m o pastor, p a ra p a sto rea r um reb an h o que sem pre está crescen d o . O fu tu ro desse reb an h o é d ep endente da b o a p reg ação que v o cê faz e das h a b ilid a d e s das pesso as. T am b ém é im p era tiv o que as fam ílias jo v e n s d escu b ram e p a rticip e m de m in istério s viáveis p a ra os filh o s deles. Você é escolhido! A s crianças b u sc am você. E las re sp eitam e ad m iram o p a sto r q u e têm . T rata-se d e h o n ra in evitável. A b raão d ev ia o rd en ar que seus filh o s g u ard assem o cam in h o do S enhor e p ratic assem a ju stiç a e o ju íz o (G n 18.19). O m in istério com crianças co m eça co m a in teg rid ad e do pastor. S u a v id a d en tro e fo ra da ig reja serve de te stem u n h o p a ra cada c rian ça q u e o v ê o u o encontra. S ua p reo cu p ação e am o r g enuínos p o r crianças serve de fu n dam ento p a ra fo rm ar e m su a ig re ja m in istério s co m crianças. O m in istério com crian ças co m e ç a c o m o p u lsa r do coração do pastor. A m plia-se à m ed id a q ue os m em b ro s de su a co n g reg ação ou v em e v êem sua ded icação p a ra co m os p e q u en in o s. C om o Jesu s, você to c a e ab e n ço a as crianças. C om o Jesu s, v o cê d á im p o rtâ n c ia a elas do p úlpito, n a ig reja e n a com unidade. S irvo c o m u m p a sto r-p resid en te que viv e esse conceito. E le rese rv a tem p o do p ú lp ito p a ra os m inistério s co m crianças em caráter regular. N ão é in c o m u m v ê -lo a b ra ç a n d o e fa la n d o c o m c ria n ç a s em to m de b r in c a d e ir a n o s c o r r e d o r e s d e n o s s a ig r e ja . P a is p e rm a n e c e m im ó v e is en q u an to ele c h a m a a aten ção sobre a im p o rtân cia dos filhos deles. D e vez em quando, flag ro m eu pastor-presidente ninando os bebês em nosso b erçário . O seu am o r p o r crianças é contagioso. E le está fazen d o o que é certo e ju sto . A in d a que o m in istério com crianças co m ece com vo cê, a c o n tin u ação depende de u m n ú m ero crescente de d ed icad o s crentes leigos que ten h am ap reen d id o sua visão. E m E fésios. P aulo escreve: “E le m esm o deu uns p a ra ap ó sto lo s, e o u tro s p a ra p ro feta s, e o u tros p ara __________________________ jj ev angelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o ap erfeiçoam ento dos santos, p ara a ob ra do m inistério, p a ra ed ificação do co rp o de C risto " (E f 4.11,12). O s p asto res p re p a ra m os santos. E ssa tarefa in sp irativ a, in stru tiv a e in c rív e l au m e n ta co m ca d a n o v o m en in o ou m en in a que entra em sua igreja. N u m a ig re ja grande, o p a sto r po d e en tre g ar a u m m em b ro do corpo m in iste ria l to d o o d e se n v o lv im e n to do m in isté rio com crian ças. E ssa p esso a cu m p re o p ap el de p reparar os santos ou crentes leigos para m inistrar às crianças. N este cenário, o p a sto r p o d e não se en v o lv e r d iretam en te na p re p a ra ç ã o d o s in d iv íd u o s p a ra o m in isté rio c o m c ria n ç a s, m as seu m in isté rio do p ú lp ito e seu estilo d e v id a dão aos o lh o s das p e sso as s ig n if ic a ç ã o ao m in is té r io c o m c ria n ç a s . D e c e rto m o d o , e le e s tá p rep aran d o tod o s os m em b ro s d a c o n g reg ação p a ra a p o ssib ilid ad e de serv ir no m in istério co m crianças.
t i --------------0 ministério com crianças comeca com a integridade do pastor
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A m aio ria dos p asto res e n co n tra-se em igrejas de tam an h o p eq u e n o a m éd io e n ão d isp õ e d a so m a ou recu rso s p ara ter u m p asto r de crianças ou d ire to r de m in istério . N esses casos, v o lu n tário s de co n fian ça assu m em a fu n ção p asto ral n a o rg an ização e p re p a ra çã o dos pro fesso res e líderes para esse m in istério vital. In iciei no m in istério co m crian ças sob a d ireção da e sp o sa do pastor. N o ssa ig re ja tin h a u m p a sto r d a m o cid ad e, m as ain d a não p o d ia d isp o r de um c o o rd en ad o r ou p a sto r de crian ças. A esp o sa do p asto r supervisionou o desen v o lv im en to do m in istério com crianças. E la se reu n ia regularm ente co n o sc o , p ro fe s s o re s e líd e re s v o lu n tá rio s , p a ra o raç ão , in sp ira ç ã o e trein am en to . O m in istério c o m crian ças d e sen ro lav a-se sem dificuldades e era m u ito eficien te. E ra ó bvio a tod o s os v o lu n tário s que o p asto r tinha gen u ín o in teresse n esse m in istério. U m ano d ep o is, m u d e i-m e p a ra o u tra reg ião dos E stad o s U n id o s e co m ecei a serv ir em u m a o b ra m issio n á ria n acional. M in h a esp o sa e eu éram o s co -d irig e n te do culto das crian ças e, co m o v o lu n tário s, fazíam os atividades evangelísticas no m eio da sem ana para crianças sob a supervisão d ireta de n o sso pastor. R eu n íam o s co m o p a sto r duas ou três vezes ao m ês p a ra re c e b e r o rien taçõ es p ara o d esen v o lv im en to desse m inistério. N o ssa função , co m o líderes m in isteriais v o lu n tário s, esten d eu -se p o r dois anos e m eio . N e ssa situ ação , u m a ig reja de sessen ta a o itenta pesso as, tín h am o s crian ças de qu atro a 12 anos de idade ( ( --------------------------------------n u m cu lto d a ig reja p a ra crianças. A freq ü ên cia era, em m éd ia, de 13 ou 14 crianças. N as noites de q u arta-feira, eu fic a v a c o m as crian ças d e sete a 12 anos, e m in h a espo sa, co m as crian ças de m en o s de seis. A E sc o la D o m in ical é im p o rta n te p a ra crian ças e a d u lto s m e sm o e m ig re ja s p e q u e n a s . N o sso p a sto r en te n d ia isso , e d esd e o in ício d essa ig reja h a v ia duas ou três classes de E sc o la D o m in ical p a ra crianças. Os p r o f e s s o r e s d e E s c o la D o m in ic a l r e p o r ta v a m - s e dire ta m e n te ao p a sto r e a su a esposa. N a q u e la ig reja p eq u en a, as crian ças tin h a m o p o rtu n id ad e p a ra cultu ar ___________________ 55 a D e u s c o m seus c o le g u in h a s no c u lto de c ria n ç a s, e s t u d a r d o u t r i n a s s i s t e m a t i c a m e n t e n a E s c o la D om in ical, d esfru tar de ativ id ad es recreativ as c o m tem as b íblicos no m eio d a sem an a e co n v id a r am ig o s p a ra cu lto s e v an g elístico s regulares. S e n d o p r e le to r p o r d u a s se m a n a s n u m a c a m p a m e n to d a fa m ília realizado n u m dos estados ocidentais n o rte-am ericanos, tiv e a oportunidade d e g o z a r m o m e n to s d e c o m p a n h e iris m o c o m d iv e rs o s p a s to re s . N o tra n s c u rs o d e sse s e n c o n tro s , d e s c o b ri q u e trê s do s p a sto re s e sta v a m en v o lv id o s em ig rejas q u e já ex istiam p o r dois anos ou m enos. D uas das obras p a ssa v a m p o r lutas. A s ig rejas tin h am co m eçad o co m m en o s de cin q ü e n ta p esso as e h av iam estacio n ad o n essa m arca. O s pasto res dessas igrejas tin h am em p reg o s secu lares p a ra su sten tar seus m inistérios. A terceira ig reja e ra in d ep en d en te e c o n o m icam en te, cresc ia esp iritual e n u m e ric a m e n te , e o p a s to r p o d ia e n tre g a r-s e d e c o rp o e a lm a ao m in isté rio . A d ife re n ç a e n tre e ssa e as o u tra s d u as ig re ja s e sta v a no
A diferença entre essa obra eas outras duas estava no ministério com crianças
466 O PASTOR PENTECOSTAL m in istério co m crianças. O p a sto r d a terceira ig reja dera in ício à E sco la D o m in ical p a ra crianças no d ia em que a ig reja abriu as portas. C o m eçaram co m u m a classe p a ra crian ças, d eram início, no seg u n d o m ês, a outras classes p a ra crian ças m en o res e, q u ando a ig reja atin g iu seis m eses de ex istên cia, tin h am cin co classes p a ra crianças de todas as faix as etárias e u m cu lto p a ra crianças. M in istério s co m atividades recreativ as co m tem as b íb lico s de m eio de sem an a re c e b era m a m esm a prioridade. C o m c e rte z a a e x p e riê n c ia das três ig re ja s n ão c o n stitu i p e sq u isa c ien tífica q u e co m p ro v e o efeito que o m in istério c o m crianças cau sa no estab elecim en to de ig rejas. C o ntudo, não posso d eix a r de p e n sa r que a ig re ja s e rá a b e n ç o a d a n a m e sm a p ro p o rç ã o q u e d á im p o rtâ n c ia aos p eq u en in o s de D eus. Jesu s disse: “E m v erd ad e vos digo que, quan d o o fizestes a u m destes m eu s p eq u eninos irm ãos, a m im o fizestes” (M t 25.40). V eja o q u e M arco s re g istro u c o n cern en te à p rio rid ad e que Jesu s d av a ao m in istério co m m en in o s e m eninas: “Q u alq u er q u e rec e b e r u m a destas crian ças em m e u no m e a m im m e recebe; e qu alq u er q u e a m im m e receb er receb e n ão a m im , m as ao q u e m e e n v io u ” (M c 9.37). G ra n d e p arte do q u e ap ren d i so bre tra b a lh a r c o m crian ç as ap ren d i o b serv an d o m eu p asto r-p resid en te, Jerry S trandquist, agir. E le serviu de m o d elo a u m m in istério b em -sucedido: confie, trein e e trate.
C onfie T er co n fia n ça é u m a d essas atitudes que nem sem pre e n co n tra lu g ar n a c artilh a do p a sto r p a ra u m m in istério m ais eficiente. O p a sto r ou líd er v o lu n tá r io tê m d e e n c a r r e g a r o c o rp o la ic o d a ig r e ja d e tra b a lh o s m in isteriais. O b v iam en te isso re q u e r confiança. N ão h á outro m o d o p a ra que u m m in istério c o m crian ças (ou u m a ig re ja no q u e diz resp eito a esse assu n to ) cresça. V ocê te m de c o n fiar em p esso as p ara p o d er m in istra r aos outro s cren tes c o m eficiência. Q u an d o serv ia e m u m a ig reja m enor, o círcu lo d e co n fia n ça in c lu ía m in h a e s p o s a e d o is o u trê s o u tro s c a sa is. E s s e p u n h a d o d e líd e re s dedicados eram u m a b ê n ção p a ra as 15 ou vin te crianças que freq ü en tav am a ig re ja to d as as sem anas. H oje, q u ando esto u em u m a co n g reg ação m aior, co n fio em m eu s 11 co o rd en ad o res de m in istério e, n este m om ento, em 156 v o lu n tário s leigos q u e serv em sob as orien taçõ es deles. E sses hom ens e m u lh eres são líd eres ex cep cio n ais. A s crianças de m in h a ig reja estão crescen d o n a fé e n a ex p e riê n c ia c o m C risto. T a m b é m é im p o rta n te in c u m b ir c ria n ç a s d e ta re fa s m in is te ria is . C rianças fazem p arte d a fam ília de D eus agora. T arefas m inisteriais devem ser co n fiad as a elas en q u an to são de p o u ca idade, de fo rm a que quando fo rem jo v e n s e adultas, n ã o re n u n cie m essas in cu m b ên cias. A s crianças de su a ig re ja serão os p ro fesso res e p ro fesso ras d a E sc o la D o m in ical e os líd eres de crian ças de su a ig re ja daq u i a dez, v in te anos.
Treine É b a sta n te fácil c o n fia r em alg u ém no m in istério p o r u m a ou duas sem anas. E sses in d iv íd u o s p o d e m p erm an e cer até p o r m uito m ais tem p o b asead o n a fé e c o n fia n ç a que v o cê tem neles. M as, a m enos que v o cê os
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ treine, seus p ro fe sso re s p e rd e rã o o ânim o. P ro fesso res p re c isa m estar co n stan tem en te ag u çan d o suas h a b ilid a d e s, de m an eira que m en in o s e m en in as rec e b a m o m elh o r m in istério p o ssív el to d a vez que vão à igreja. H á vários m o d o s de treinar. S erv ir de ex em p lo é o m eu favorito. P refiro e n tra r n a sala de au la e d e m o n stra r com alu nos de v erdade os con ceito s e m e to d o lo g ia q u e d esejo q u e m eu p esso al em preenda. H á lu g ar em to d a a ig re ja p a ra reu n iõ es reg u lares com a eq u ip e, que in clu em lan çam en to da visão, id en tificação e co rreção de erros e treinam ento. O trein am en to tam b ém po d e aco n te c er em nível individual. C o m pareci e m c e rta ativ id ad e re c re ativ a c o m tem as b íb lico s de m eio de sem an a dez m in u to s antes de com eçar. O p ro fesso r e stav a em pé, num canto d a sala, relen d o a m atéria u m a ú ltim a vez. S ete ou oito m eninos estav am p resentes e a p o n to de fa z e r b agunça. P erg u n tei se po d eria co n d u zir os m en in o s em um a atividade ex tra antes do início da sessão. O pro fesso r o lhou-m e com u m olhar fixo e interrogativo e d isse: “N ão , a in d a n ã o c h e g a ra m to d o s ” . F a le i c o m ele e c o m sua p e rm issão fiz u m a b rin c a d e ira b íb lic a c o m os m en in o s até que a h o ra o ficial de co m e ç a r as ativid ad es. A d isc ip lin a foi re sta b elecid a à m ed id a que os m en in os p a rtic ip a v a m com aleg ria de u m a b rin c ad e ira antes da sessão com eçar. N o resto d a no ite, tu d o c o rreu b em c o m o p ro fe sso r e seu grupo, q u e h a v ia crescid o p a ra 17 m en in o s. E sse p ro fesso r tin h a desejo de ensinar, m as fa lta v a -lh e trein am en to . E sto u em trab alh o de trein am en to co m ele e, em alg u m as sem an as, sua classe será fantástica. E não esq u eça de tre in a r as crianças. N ão é su ficien te que as treinem os n a d o u trin a b á sic a e nos fa to s d a B íb lia. E las p re c isa m ser ativ a s no m in istério . C o m trein am en to ap ro p riad o , elas p o d erão ter sucesso em suas p rim e ira s o p o rtu n id a d e s m in is te ria is e g a n h a r c o n fia n ç a p a ra o u tra s o p o rtu n id ad es q u an d o crescerem .
Trate Bem D a r b o m tra ta m en to é o ú ltim o ite m p a ra u m m in istério de sucesso co m crian ças. P ro v érb io s 16.21 diz: “O sábio de coração será ch am ado p ru d en te, e a d o ç u ra dos láb io s a u m en tará o e n sin o ” . T odo ob reiro quer ser elo g iad o p elo su p erin ten d en te, co o rd e n a d o r de m in istério ou pastor. T rate os santos com resp eito . T rate os santos da fo rm a que v o cê q u e r ser tratad o . O u ç a suas reclam açõ es e idéias. O re co m eles à m ed id a que as o p o rtu n id ad es surgem . E n v ie-lh es cartõ es de an iv ersário e com en tário s de ap reciação. Q u ase to d o liv ro q u e leio sob re o assu n to de com o tra tar v o luntários leig o s d iscu te o co n ceito de ser am ig o dos obreiros. É d ifícil ab an d o n ar u m am igo. T rate esses am ig o s do m o d o co m o você tra ta ria Jesu s se E le fosse p ro fesso r de crian ças de d o is anos em sua igreja. O reto rn o que rec e b o p o r ag ir co m o am ig o co m os q u e tra b alh a m c o m crianças tem sido v o lu m o so em m in h a experiência. N ão co n sig o servir dem ais essas pessoas. S e as trato com sorvete, eles m e tra ta m co m jantar. C o n fie n elas para servir. T rein e-as n a obra. T rate-as co m o u m escravo trata seu senhor. C o m e c e i e s s e c a p ítu lo c o m u m a p r o m e s s a . A p r e s e n te i- lh e u m m in istério co m crian ças q u e se d e sta c a p ela qualidade. P ro v av elm en te,
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O PASTOR PENTECOSTAL p o r esta altura, v o cê j á ad iv in h o u que g ran d e p arte de u m p ro g ram a de q u alid ad e é m an ter aqueles q u e tra b alh a m c o m crianças. M ais u m a coisa. O m in istério co m crian ças q u e p reten d e ser m elh o r que m edíocre tem de re c o n h e c er o v alo r de u m a criança. E sse m in istério tem de ab en ço ar todas as crian ças, aju d an d o c a d a u m a a cu ltiv ar o fru to do E spírito em suas v idas. O m in istério c o m crian ças que p rim a p o r qualid ad e in c o rp o rará a e d u cação e o en v o lv im en to c o m os pais das crianças. D ará às crianças t r e in a m e n to n a s d o u tr in a s b á s ic a s , e x p e r iê n c ia n a v id a c r is tã e o p o rtu n id ad es de m in istério . F in alm en te, e o m ais im portante, o m inistério de q u a lid a d e feito co m crian ças em u m a ig reja de q u a lq u er tam anho será e d ificad o sob re o sólido fu n d am en to d a oração. P astor, su a ig reja p o d e p ro p o rc io n ar à c o m u n id ad e um m in istério co m c rian ças q u e se ev id en cia p e la qualidade. P o d e ser que você tenha n o tado q u e não falei n a d a sob re as in stalações da igreja, equ ip am en to ou m ateriais p ró p rio s p a ra esse ofício . O m inistério p ara m eninos e m en in as é realçado p e la q u alid ad e de tais au x ílio s, m as os relacio n am en to s con stru íd o s entre a c rian ça e p ro fesso res sem elh an tes a C risto são o p rin cip al in g red ien te p a ra se ter u m m in istério b em -su ced id o co m crianças.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ
Aperfeiçoando Crentes de Banco para a Obra do Ministério John M. Palmer m b o ra h aja q u a rx n ta x sxis tx clas no tx clad o dx n o ssa no v a m áq u in a dx x scrxvxr, q u an d o falta u m a lxtra, lo go é notada. Só a falta dx um a tx c la fa z m u ita d ifx rx n ç a . A in d a q u x h a ja m u ita s p x sso a s qu x frx q ü x n tx m n o ssa igrx ja, as coisas não são x x atam x n tx as m x sm as sxm você. Talvxz você pxnsx: “X u sou apxnas u m a pxssoa, não faço ou participo dx n x n h u m p ro g ra m a x rx alm x n tx não faço falta. C o m cx rtx za xlxs podxm sx d ar b x m sx m m im ” . M as o caso não é xssx. Você faz falta. Sx quxrxm os q u x n o s s a ig rx ja s x ja x f ic ix n tx n o x v a n g x lis m o , x n c o ra ja m x n to x d iscip u lad o , p rx cisam o s d a p articip ação ativ a x do x n v o lv im x n to atuantx dx tod o s os crxn tx s. A p ró x im a v x z q u x v o cê sx n tir qu x não faz fa lta no C o rp o d x C risto , lx m b rx -sx dxstx p x q u x n o artigo x rxpita: “S ou p x sso a im portantx no R xino dx Jxsus x todos os m xus xsforços x xm prxxndim xntos são n x c x ssá rio s” . N ó s rxa lm xn tx p rx c isa m o s uns do s outros! D e fato, p recisam o s uns dos o u tro s! C om o o velho fazendeiro observou: “ Se v o cê v ir u m a ta rta ru g a em cim a de um m uro, saiba que ela não chegou ali sem a aju d a de a lg u é m ” . P recisam o s u ns dos outros. N ós, p astores, p recisam o s de n o ssas co n g reg açõ es, e nossas co n g reg açõ es p re cisam de nós. P a ra que sejam o s eficien tes n o cu m p rim en to da ord em de Jesus: “Ide, p o rtan to , fazei d iscíp u lo s de todas as n a ç õ e s” (M t 28.19, A R A ), tem os de tra b a lh a r em conjunto. A P alav ra de D eu s o ferece-n o s o p lan o perfeito p a ra que p asto res e c o n g re g a ç õ es tra b a lh e m ju n to s. P a u lo o e sb o ç o u em E fé sio s 4.1 1 -1 6 , q u an d o escreveu:
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E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros p ara ev an g elistas, e outros p ara pasto res e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por
470 O PASTOR PENTECOSTAL todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. A n tes, seg u in d o a v erd ad e em caridade, cresçam o s em tudo naq u ele q u e é a cab eça, C risto , do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo au x ílio de todas as ju n ta s, segundo a ju s ta op eração de c a d a parte, faz o au m en to do corpo, p a ra su a ed ificação e m am or. “C a d a parte faz o seu tra b a lh o ” , eis a chave. N o ssas igrejas crescerão e serão ed ificad as em am o r q u an d o co m p artilh arm o s ju n to s o m in istério . É o in ten to de D eu s que to d o cren te m inistre. D e fato, P aulo en sin a que os santos devem fazer “a o b ra do m inistério” (E f 4.12). N ós, pastores, devem os “ [a p e rfe iç o a r os] sa n to s p a ra a o b ra do m in is té rio ” . M as, o que isso sig n ifica? E co m o agir?
A rregim ente os Crentes de Banco P rim eiro , p re c isa m o s a rreg im en ta r os crentes de banco! O s m aiores recu rso s e m n o ssas ig rejas são os seguidores de C risto q u e freq ü en tam n o sso s cultos sem an a após sem ana. M as co m o fazem o s p a ra que saiam d os b an co s p a ra o m in istério ? C om o desco b ri-lo s e recru tá-lo s? U m a A t it u d e P o s it iv a
P a ra arreg im en tar os cren tes de b anco, p recisam o s de u m a m en talidade p ositiva, um a atitude p o sitiva . Tem os de ter u m a atitude po sitiva em relação aos m em bros de n ossa congregação. A m aioria dos crentes em nossas igrejas q u er serv ir ao Senhor; os crentes tê m u m coração v o ltad o p a ra ag rad ar a D eus. U m a razão im p o rtan te p a ra que m uitos deles não este jam fazen d o a o b ra d o S e n h o r c o m o d e v e ria m ou g o sta ria m de fa z e r é p o rq u e nós, p asto res, n ão os in sp iram o s a servir ou não lhes m o stram o s com o servir. M u ita s v ezes, q u an d o estam o s can sad o s, fru strad o s e desan im ad o s, nós, pastores, co m u n icam o s aos m em bros de n o ssa congregação, verbal ou nãov erb alm en te, q u e estam o s d esapontados co m eles. À s vezes cheg am o s ao p o n to de d iz e r q u e eles são p reg u iço so s e sem co m p ro m isso co m D eus. C ertam en te tem o s de re c o n h e c er que alguns em n o ssa co n g reg ação não são tão co m p ro m etid o s co m D eus qu an to p o d eria m ser. E , vez ou outra, q u an d o o E sp írito S anto nos im p u lsio n a, re p re en sõ es gentis e cheias de am o r estão de aco rd o co m as norm as. M as refo rçar as q u alidades negativas de n o sso reb an h o só ex a c e rb a e in ten sific a o p ro blem a. E m n a d a con trib u i p a ra a solução. N o sso p o v o p re c isa sab er que acred itam o s nele, que o am am o s, p o u co im p o rtan d o o que ele faça ou deixe d e fazer. O s crentes de nossas congregações, ungidos pelo E spírito Santo, são nosso m aior recurso! P recisam o s lem b rá-lo s c o m fre q ü ên c ia d e q u em eles são e m C risto e do q u e p o d e m fa z e r p a ra E le. T em os de te r u m a atitu d e p o sitiv a p ara co m eles. F aço questão de d iz e r ao p o v o de m in h a cong reg ação a cad a sem ana q u e eu o am o. N o sso p o v o resp o n d e co m am or. T am bém p recisam o s ter u m a atitude p o sitiv a a resp eito do p ro ce sso de a rreg im en tação d os cren tes d e ban co p ara serv ire m n a obra. Se en caram os o p ro cesso de arreg im en tação com o algo p en o so , que con so m e tem po, ou u m m al n ecessário , não serem os eficientes em arreg im en tar os crentes de
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banco. P elo co n trário , d ev em o s c o n sid erar o p rocesso u m a opo rtu n id ad e excitan te. A fin al de contas, estam o s sendo u sad o s p o r D eus p ara aju d ar os crentes a servir n a o b ra do Senhor. Q u e p riv ilég io o nosso! E n q u an to escrev o este cap ítu lo , estam o s a apenas algum as sem anas d e n o sso cu lto de ad o ração n a n o ite d e sábado. E stam o s dando in ício a esse cu lto esp e c ia lm e n te p a ra aquelas p esso as cujo ho rário de trabalho não lhes p erm ite p a rtic ip a r de n o sso h ab itu al culto de ad o ração m atu tin o aos d o m in g o s. E sta m o s m u ito ex citad o s co m a e x p ec tativ a de alcan çar m ais m il p esso as a ca d a sem an a co m e sse culto. C o in cid en tem en te o co rre q u e estam o s esp eran d o co m ex p ectativ a o no sso n o v o p a sto r de crianças. E le e su a fam ília ch eg am n a m esm a sem ana de n o sso p rim eiro cu lto de sáb ad o à noite. P o r isso, assum i co m a leg ria a resp o n sab ilid ad e de a rreg im en tar irm ão s e irm ãs p ara c u id ar de nossos b eb ês e crian ças p eq u en as d u ran te esse culto. E sto u m e d e lician d o ao r e a liz a r e s s e s e rv iç o , q u a n d o e n c o n tro n o v a s p e s s o a s e tê te -à -tê te co m p artilh o as o p o rtu n id ad es m in isteriais c o m elas. E sab er que estou aju d an d o -as a a ch ar um lu g a r de serv iço sig n ificativ o p a ra o S en h o r é to d a a m o tiv ação e in cen tiv o q u e preciso . E x cetu an d o a oração e a leitu ra d a P alav ra, p o u cas co isas faço que sejam tão reco m p en sad o ras quanto a rre g im e n tar cren tes de b an co p a ra o serv iço do M estre. Portanto, eu o incentivo: não encare o processo de arregim entar crentes de banco p ara a obra do Senhor com o um fardo. V eja com o u m privilégio. E execute a tarefa com energia, entusiasm o e excitação. E m últim a análise, é sua própria atitude que faz de você um sucesso ou não. H en ry J. K aiser foi um in d u strial n o rte-am erican o q u e fu n d o u m a is de c em c o m p a n h ia s, in c lu siv e a s t ---------------------------------------K a is e r A lu m in u m e K a is e r S te e l ( e m p r e s a s de fab ricação de alu m ín io e aço, resp ectiv am en te). D e 1913 a 1930 ele co n stru iu rep resas, diques, estradas e pon tes em todos os E stados U nidos e C uba. S u a atitude p o sitiv a, e n tu sia sm o e esp írito de p o d e r fa z e r tudo fo ra m fa to re s im p o rta n te s p a ra se u s u c e sso e m p re s a ria l. E s ta h is tó ria é d e q u a n d o e le e sta v a c o n stru in d o u m d iq u e ao lo n g o de u m a m argem de rio. U m a terrív el tem p estad e cau so u v io len ta enchente q u e, p o r su a vez, su b m e rg iu to d a a m a q u in a ria de __________________________ jj e scav ação de g ran d es p o rçõ es de te rra e d estru iu o trab alh o q u e j á tin h a sido feito . D ep o is q u e a água a b a ix o u , e le f o i v e r o e s t r a g o e e n c o n tr o u os trab a lh a d o res de m au h u m o r e d e san im ad o s, o lh an d o p ara a lam a e a m a q u in a ria en terrad a. C o m u m sorriso p erg u n to u -lh es: “P o r que vocês estão tão triste s? ” “N ão está v endo o q u e aco n te ceu ?” p erg u n taram eles de volta. “Todo o seu m aq u in ário está co b erto de lam a ” . “Q ue la m a ? ” fo i a v ez de ele p erg u n tar co m u m p isc a r de olhos e u m sorriso. “Q ue la m a ? !” rep etiram , co m su rpresa. “D ê u m a olh ad a ao redor. E u m m ar d e la m a ” . R in d o , ele continuou: “E u n ão vejo la m a alg u m a” . “M as co m o é q u e v o cê p o d e d izer isso ? ” p erg u n taram -lh e. “H á lam a em tud o o q u e é lu g ar!”
Poucas coisas mesão tão recompensadoras quanto arregimentar crentes leigos
472 O PASTOR PENTECOSTAL E ntão, o sen h o r K aiser, h o m em de espírito ind o m áv el e atitude positiva, o fereceu su a p ersp ectiv a: “E sto u olh an d o p a ra u m céu azul, to talm en te sem n u v en s, e não h á la m a lá em cim a. H á apenas os raio s do sol. E n u nca vi la m a alg u m a p o d er p e rm a n ec er d ian te dos raio s do sol. L ogo a lam a esta rá se c a e p o d erem o s lim p ar todas as n o ssas m áq u in as e re co m e çar to d o o p ro je to ” . A esco lh a é nossa. P o d em o s en carar o p rocesso de arreg im en tar crentes de b a n co co m o u m d ev er ou co m o um prazer. V em os ou a la m a ou os raio s do sol. T udo d e p en d e de nós. É n o ssa atitude que faz a d iferença. E verdade: n o ssa atitude, m u ito m ais que n o ssa ap tidão, d eterm in a n o ssa altitude. M o t iv o s P u r o s
A lém de te r m en talid ad e p o sitiv a, é vital que ten h am o s m o tivo s p u ro s ao a rr e g im e n ta r m o s c r e n te s d e b a n c o . Q u a is n o s s o s m o tiv o s p a ra a rreg im en tar crentes de b an co p a ra servir n a obra? O que nos im p u lsio n a? E stam o s p ro cu ran d o p esso as p ara serv ir só p ara que não ten h am o s de fa z e r o trab alh o ? E sta m o s re cru tan d o p esso as p a ra m inistrar, de m o d o q u e te n h a m o s to d a s as p o s iç õ e s m in is te ria is p re e n c h id a s ? E sta m o s a rre g im e n ta n d o c re n te s d e b a n c o p a ra o m in is té rio , p o rq u e é n o ssa o b rigação? E stam os recru tan d o p ara que nosso m inistério eclesiástico tenha m e lh o r a p a rê n c ia d ia n te do p ú b lic o ? E stam o s sim p le sm e n te ten ta n d o m an ter-n o s à altu ra ou e m m e lh o r situação que o u tra ig reja? N esses casos, sem p re en fren tarem o s lu tas n e ssa p arte do m inistério. E sto u c o n v en cid o de q u e n o ssa m o tiv ação deve ser a de que estam os aju d an d o cren tes a c u m p rir a c h am ad a de D eus p a ra a vid a deles. O que m e m o tiv av a, en q u an to recen tem en te arreg im en tav a crentes de ban co pa ra n o sso cu lto de sábado à no ite, era: quero que os cren tes ex p e rim e n tem as a le g ria s de se rv ir a Je su s. D e sejo que eles te n h a m a o p o rtu n id a d e de a p e rfe iço a r os dons q u e D eu s lhes deu. É m eu anseio que eles sirvam a D eu s c o m fid elid ad e, de fo rm a que ch eg u e o d ia em q u e o u ça m Jesu s lhes dizer: “B em está, servo b o m e fie l” (M t 25.21). Q uan d o pedi a v ários m em b ros d a cong reg ação q u e não tinham serviço ativ o e m n o ssa ig re ja q u e o ra sse m sobre o lan çam en to de n o sso culto de sáb ad o à n o ite, cu id a n d o de no sso s b eb ês e c rian ças, m eu m o tiv o foi o ferecer-lh es o p o rtu n id a d e p a ra cresc er atrav és do serviço. Q uero que ex p e rim e n te m o m esm o tip o de aleg ria que ten h o ao m in istrar sem an a após sem ana. E acab ei d e sco b rin d o que, quan d o as p esso as sen tem que tem o s em m en te os in teresses delas, é m ais p ro v áv e l que sejam abertas à d ireção do Senhor. U m M éto d o C om pro vado
A lé m de te r m e n talid ad e p o sitiv a e m otivos puros, p recisam o s ter um m é to d o c o m p r o v a d o d e a r r e g im e n ta r c re n te s d e b a n c o . O m é to d o c o m p ro v ad o é sim p lesm en te o recru tam en to em p ale stra p articu lar co m o cren te sob a d ireção do E spírito. N ão sou p erito em m uitas coisas. C o m certeza não sou p erito em pregar, ensinar, orar, in cen tiv ar, ad m in istrar ou pastorear. M as sou p erito nisto:
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C o nheço todo m éto d o ineficaz de arreg im en tar crentes de banco. Sou perito em re c ru ta m en to in eficaz, p o rq u e fiz isso m u itas vezes. N os p rim eiro s dias de m eu m in istério , e n q u an to estab e le cia u m a ig reja em A th en s, O hio, fiz todo o p o ssív el p a ra fazer com os crentes serv issem n a o b ra d o M e s tre . F iz a n ú n c io s e n tu s iá s tic o s do p ú lp ito s o b re a n e c essid ad e de p esso as p a ra en sin ar n a E sc o la D om in ical e p a ra a ju d ar na lim p e z a d o tem p lo . D istrib u í fo lh as p e la co n g reg a ção du ran te o culto, p ed in d o q u e as p esso as se in sc re v e sse m no trab alh o do berçário p a ra as 13 sem an as segu in tes. C h eg u ei até a fa z e r alguns apelos e rep ree n sõ es no p ú l p ito . I n f e l i z m e n t e , e s s e s e s f o r ç o s e ra m n a m a io r ia d a v e z e s c o n tra p ro d u c e n te s. Q u an d o o p a sto r u sa o p ú lp ito p a ra ap elar e/o u repreender, ele d eg rad a o su p rem o p ro p ó sito do p ú lp ito . D eu s nos ch am o u p a ra p re g a r a P alavra, não p a ra re p re e n d er os santos. A lém d isso , freqüentes apelos e rep reensões co n cern en tes ao m in istério p esso al lev an tam b arreiras entre o p a sto r e o po v o . A d em ais, a razão d e m u ito s c ren tes n ã o se o ferecerem p a ra servir n a o b ra é p o rq u e n ão sa b e m o q u e se e sp e ra deles; eles p re c isa m de in fo rm ação . F ico en vergonhado ao adm itir, m as cheguei ao ponto de lançar m ão de expedientes insistentes dem ais p ara as pessoas m udarem de opinião. N unca esquecerei a m an h ã de dom ingo em que fiquei à p o rta da igreja enquanto as pessoas deixavam o tem plo. Q uase todas as vinte pessoas que haviam estado no culto daquela m an h ã j á tin h am saído. Q uando certa irm ã estava passando, p erg u n te i-lh e se g o sta ria de e n sin a r u m a c lasse de crian ças d a E sc o la D om inical. E la hesitou, e eu j á sabia que ela ia dizer não. E, não deu outra: depois de alguns em b araçosos segundos de silêncio, ela recusou. Senti-m e rejeitad o e fiquei desapontado, p o rq u e percebia que se ela não aceitasse a incum bência, não teríam os nin g u ém que iria ou poderia ensinar essa classe. S into-m e ainda m ais envergonhado ao contar qual foi m inha resposta. O lhando b e m nos olhos dela, disse: “E u realm ente preciso de sua ajuda nessa obra. P od eria fazê-lo p o r m im ?” T ão logo disse aquelas palavras, ouvi estas em m eu espírito: F a zer p o r ( ( ---------------------------------------quem ? N o m esm o instante arrependi-m e profundam ente, pedi a ela que m e p erdoasse e p ro m eti ao S enhor que n u n ca m ais fo rçaria alguém a fazer a o b ra do m inistério e, sem dúvida, nun ca m ais voltaria a p ed ir a quem quer que fosse q u e o “fizesse p o r m im ” . H oje este princípio m e guia: “Q uanto fizerdes p o r palavras ou p o r obras, fazei tudo em nom e do S en h o r Jesu s” (C l 3.17). Posso, co m c o n fian ça e en tu siasm o , in c e n tiv a r alg u ém para servir n a obra do Senhor, m as n u n ca posso p ed ir que sirva a D eus p o r m im . E ssa fo i lição d u ra m as valiosa que aprendi quando era jo v e m pastor. N ão h á espaço n este cap ítu lo para co m p artilh ar m ais alg u m as de m in h as técn icas cap en g as de recru tam en to _________________________ j j p a ra o serviço do Senhor. P o rém , q u ero fa lar sobre o m éto d o co m p ro v ad o de recru tam en to feito em p alestra p a rtic u lar co m o cren te sob a d ireção do E spírito. T rata-se de m éto d o co m p ro v ad o po rq u e está b ib licam en te fu n d am en tad o .
Nunca mais forcaria alguém a fazer a obra do ministério ou voltaria a pedir que o 'fizesse por mim'
474 O PASTOR PENTECOSTAL O m éto d o de arreg im en tar crentes de b a n co p a ra a o b ra do m inistério co m e ç a co m p re g a ç ã o e en sin a m en to b íblicos de textos pertin en tes das E scritu ras, com o: Ê x o d o 31.1-11, M arco s 10.45, R o m an o s 12.1-8, E fésio s 4 .1 -1 6 e 1 P ed ro 2 .1 -1 0 e 4.10,11. A lg u m tem p o atrás, fiz u m a série de p re g a ç õ e s em sete sem an as de m en sa g en s b asea d as nessas passag en s. Q u atro d essas m en sag en s foram : “V ocê n ão T em de F ic a r S entado no B an co !” “O T im e de D eus não T em E stre la s!” “D eu s P a g a B em S eus Jo g ad o res!” “A sso ciação de C ren tes V iciad o s!” Q u an d o n o ssa g en te o uve a P alav ra de D eus p reg ad a co m a unção do E sp írito de D eus, a m a io ria responde. T em os de en sin ar os m em bros de n o s s a c o n g re g a ç ã o q u e , c o m o s a n to s , e le s sã o c h a m a d o s p a ra se r sacerd o tes, servos e m in istro s p a ra o Senhor. A d isp o sição e en tu siasm o q u e têm e m serv ir crescem à m ed id a que en ten d em q u em são e m C risto. O E sp írito S anto co n d u zirá os crentes p ara o serviço do Senhor, q u an d o a P alav ra de D eu s se to rn ar v iv a nos co rações deles. A lé m de p re g a r e e n s in a r n o p ú lp ito , d e s c o b ri q u e u m c u rso de “A p e rfe iç o a m e n to p a ra o M in is té rio ” é e x tre m a m e n te lu c ra tiv o p a ra m o tiv a r os cren tes a se e n v o lv erem no m inistério. D u ran te esse cu rso de 13 sem anas, os p articip an tes ap rendem a razão de serv ir ao Senhor. B em m ais de seten ta p o r cen to dos que p artic ip aram do curso, nestes ú ltim o s 15 anos de m eu m inistério , estão ativam ente envolvidos em serviços vários n a o b ra do Senhor. A ssim q u e a b ase fo r esta b elec id a através d a p reg ação e do ensino, o p ró x im o p a sso é o re c ru ta m e n to p e sso a l. P o rq u a n to fa z e r p e d id o s do p ú lp ito p a ra q u e cren tes leigos p articip em d a o b ra do S en h o r p o ssa de vez em q u an d o ser útil, a m e lh o r e stratég ia e m lo ngo p razo p a ra a rreg im en tar c re n te s d e b a n c o é o c o n ta to tê te -à -tê te . A s E sc ritu ra s e n sin a m e sse prin cíp io . E lias arreg im en to u E liseu p esso alm en te. L em os: “P artiu, pois, E lias d ali e achou a E liseu , filho de Safate, que an d av a lav ran d o com d o ze ju n ta s de b o is ad ian te dele. [...] E lias p asso u p o r ele e lançou a sua c a p a sob re ele” (1 R s 19.19). N o tam o s que E lias saiu à p ro cu ra de alg u ém e ach o u E liseu. E lias lh e fez u m convite, e E liseu aceitou. Jesu s re c ru to u seus d iscíp u lo s pesso alm en te. E le disse: “V inde após m im , e eu vos farei p e scad o res de h o m e n s” (M t 4.19). N o te que Jesus lhes fez u m convite e deu u m incentivo. D o m esm o m odo, os cooperadores de P au lo eram esco lh id o s c o m cuidado. D esco b ri que os crentes que são recru tad o s p esso alm en te e q u e aceitam o trabalho po rq u e sentem que D eus os quer, p e rm a n e c em p o r m ais tem po e m seu m in istério do que aqueles q u e são re cru tad o s p o r o u tro s m étodos. E stas são as m ed id as q u e tom o to d a v ez que in icio o p ro ce sso de a rreg im en tar alg u ém p a ra o m inistério: • D efin a p o r escrito a ta refa m inisterial. • C o m m u ita oração , e sco lh a alguém que você sente que po d e realizar o serv iço d o m inistério.
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ • F a ç a d escrição m in u c io sa do serv iço m in isterial, in clu in d o breve ex p lan ação do m in istério q u e o cren te realizará. • P eça que o cren te reg u e co m m u ita o ração a o p o rtu n id ad e de servir n a o b ra do m in istério . (N ão aceito u m sim ou u m nã o im ediato.) • M arq u e d ia e h o rá rio p a ra o u tro encontro. • D e sc u b ra se é da v o n tad e do S en h o r que essa p e sso a re alize esse m in istério . • S e o c re n te aceitar, e n tã o tre in e -o p a ra d e se m p e n h a r o serv iç o m in isterial. D u ra n te p rin c íp io s d o sé c u lo X V II, q u a n d o C ro m w e ll a ju d a v a a g o v ern ar a G rã-B retan h a, h a v ia sev era escassez de prata. H om ens foram enviados a todos os lugares p a ra p ro cu rar prata. C rom w ell chegou a m andar alg u ém p ro c u ra r o p re c io so m etal na cated ral. Q u ando essa p esso a voltou a C ro m w ell, en treg o u esta m ensagem : “A ú n ica p rata que enco n trei em to d a a c a te d ra l é a p ra ta u s a d a n a s e stá tu a s do s s a n to s ” . C ro m w e ll resp o n d e u co n cisam en te: “E n tão v am o s d erreter os santos e p ô -lo s em circ u la ç ão ” . F oi p a ra isso q u e D eu s ch am o u os p astores. E le lev an to u c a d a u m d e n ó s p a ra “p ô r os san to s em c irc u la ç ão ” , arre g im en tan d o , eq u ip an d o e in cen tiv an d o -o s p a ra a o b ra do m inistério.
Equipe os Crentes de Banco A arreg im en tação dos cren tes de b an co é só o p rim eiro passo. D epois disso, p recisam o s eq u ip á -lo s p a ra servir, ou seja, tem o s de p rep ará-lo s e trein á-lo s. T oda eq u ip e de m in istério n ão tre in ad a é in g red ien te seguro p a ra in eficiên cia e p ro b lem as. D u ran te anos ten h o usado u m pro cesso de trein am en to d iv id id o em cin co estág io s, os q u ais aprendi ao estu d a r com o Jesu s p re p a ro u e trein o u seus discíp u lo s. O p rim e iro estág io do p ro cesso é a sso cia ção. S ig n ifica que p assam os alg u m tem p o ju n to co m os cren tes que estarão servindo ao Senhor. Jesus “n o m eo u d o ze p a ra q u e estiv e sse m co m ele e os m and asse a p re g a r” (M c 3.14). A o p a ssa r tem p o ju n to s, esses cren tes to m a m co n sciê n cia do pu lsar do n o sso co ração e en te n d e m e aceitam n o ssa visão. A dem ais, quanto m ais os co n h ecerm o s, m elh o r sab erem o s co m o in cen tiv á-lo s e m otiválos. À m e d id a que a ig re ja cresce to rn a-se im p raticáv el e im p o ssív e l que o p a sto r p re sid e n te te n h a e stre ita a sso ciação com to dos os que, de um a m an eira ou de outra, serv em n a obra. C on tu d o, é im p erativo que alguém o faça, p o rq u e m in istério e ficien te ad v ém de relacio n am en to s saudáveis. O seg u n d o estág io do p ro cesso é info rm a ção. E nessa fase que ocorre o c o m p artilh am en to de in fo rm açõ es relativ as à realização do m inistério. E o que Jesu s fez q u an d o en sin o u os discíp u lo s a orar. D isse-lhes: “Q uando orares, n ão sejas co m o os hipócritas. [...] M as tu, q u ando orares, en tra no teu ap o sen to e, fech an d o a tu a porta, o ra a teu P a i” (M t 6.5,6). E le estav a d an d o -lh es im p o rtan tes in fo rm açõ es a resp eito de com o orar. T em os de fa z e r a m esm a co isa co m aqueles que se en treg am a tarefas m in isteriais e m n o ssas ig rejas. G raças a D eu s, vário s daq u eles co m quem falam o s a ceitaram a o p o rtu n id ad e d e aju d ar a c u id ar das crianças durante no sso s c u lto s de sáb ad o à no ite. A g o ra, eles serão tre in a d o s p o r dois
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476 O PASTOR PENTECOSTAL e x p e r ie n te s c r e n te s le ig o s q u e e s tã o b e m f a m ilia r iz a d o s c o m os p ro c e d im e n to s re fe re n te s a c u id a r de c ria n ç a s p e q u e n a s. E ssa s du as p esso as, u m a das q u ais m in h a esp o sa, d arão todas as in fo rm açõ es a esses em polgados crentes sobre com o realizar o serviço no berçário e o m inistério co m c ria n ç a s . O c a s iõ e s p a ra d e sâ n im o , v e rg o n h a ou in c o m p e tê n c ia d im in u em g ran d em en te à m e d id a que d am os in fo rm açõ es aos que estão co m eçan d o n a o b ra do m in istério. O te rc e iro e stá g io do p ro c e s s o d e tre in a m e n to (e q u ip a r) é d e m o n s tr a ç ã o . D e p o is q u e J e su s d e u in fo rm açõ es úteis aos d iscíp u lo s sobre a oração, E le ( í ----------------------------------e n tã o d e m o n stro u a o ração : “P o rta n to , vó s o ra re is assim : P ai n o sso, que estás nos céus, santificado seja o te u n o m e ” (M t 6.9). O s d iscíp u lo s a p re n d eram a orar o lh an d o e o u vindo o S en h o r deles orar. M in h a esposa, D eb b ie, está tre in an d o u m casal de v o lu n tário s p a ra m in istra r às n o ssas crian ças durante o cu lto de sáb ad o à n o ite. E m b o ra os dois e ste jam m u ito an siosos em tra b alh ar co m crian ças, n en h u m d eles ja m a is fez isso antes. P o r isso D eb b ie se re u n irá ___________________ 99 co m eles e re p assará a lição. E n tão , n aq u ela p rim e ira n o ite de sábado, ela ensin ará a classe e eles observarão. À m e d id a q u e e la d e m o n stra co m o ensinar, eles ap ren d em m u ito apenas o b serv an d o o que ela faz. Q u ando as fases d e in fo rm ação e dem o n stração e s tiv e re m e fe tiv a m e n te te rm in a d a s, o se rv iç o do m in isté rio p o d e ser ap ren d id o c o m eficácia. O q u arto estág io no p ro cesso de eq u ip ar os cren tes é d elegação. E ssa etap a m u ito im p o rtan te d á ao ap ren d iz a o p o rtu n id ad e de faz er o trabalho sob o o lh a r aten to e am o ro so de alg u é m e x p erie n te n a tarefa. D eb b ie p o d eria d izer aos aprendizes: “ S em ana que v em deix arei que vocês contem a h istó ria, m as estarei aq u i p a ra aju d á-lo s, se p re cisare m ” . A co n fia n ça cresce d e p re ssa q u an d o a d eleg ação é fe ita de m a n eira correta. O quinto estágio é supervisão. E ssa é a etapa n a qual o treinador do serviço m inisterial oferece sugestões úteis e construtivas para que o crente m elh o re o que está fazendo. D epois de Jesus ter enviado seus discípulos às cidades circunvizinhas p ara p regar o E vangelho do R eino, eles voltaram “co m alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nom e, até os dem ônios se nos su jeitam ” . E ntão Jesus fez algum as observações corretivas e construtivas, quando lem brou-lhes: “N ão vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, p o r estar o vosso nom e escrito nos céus” (Lc 10.1-20). T alvez você j á ten h a o u v id o falar daq u ele in d iv íd u o que levou severo co rte n a m ão e foi p a ra o p ro n to -so co rro . N a sala de espera, viu duas portas: u m a p a ra H o m en s e o u tra p a ra M u lh eres. E n tro u n a p o rta dos H o m en s, seg u iu p elo co rre d o r e en co n tro u m ais duas p o rtas. U m a e ra p a ra p esso as c o m m ais de 55 anos e a outra, p a ra p esso as co m m enos de 55 anos. V isto q u e ele tin h a q u aren ta e p oucos, esco lh eu a p o rta destin ad a às p esso as co m m en o s de 55. L o g o ad ian te, viu m ais duas portas. U m a d izia A cim a d a C intura, e a outra, A baixo da C intura. E n tro u p ela porta que in dicava A cim a d a C intura. E e is se n ã o q u a n d o , h a v ia m a is d u a s p o rta s: F e rim e n to s In te rn o s e
Aconfiança cresce quando a delegação éfeita de maneira correta
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ F erim en to s E x tern o s. Im a g in an d o q u e seu ferim en to fo sse externo, optou p o r essa porta. Q uan d o co n tin u o u andando, deparou com m ais duas portas. U m a in d ic a v a F erim en to s G raves e a outra, F erim en to s L eves. C om parado co m os p ro b lem as das o u tras p esso as, av aliou que o corte em sua m ão fo sse leve, razão p e la q ual abriu e ssa porta. D ep o is de p a ssa r p ela porta, ele ach o u -se no estacio n am en to , a po ucos m etro s d e o n d e h a v ia estacio n ad o o carro. E m b a rc o u nele e foi p a ra casa. A o c h eg ar, su a e sp o s a p e rg u n to u -lh e : “E n tã o , eles o a ju d a ra m ? ” E le resp o n d eu : “N ão, m as eles são tão o rg an izad o s!” N o ssas igrejas p o d e m ser m u ito o rg an izadas, m as se não trein arm o s e e q u ip a rm o s os cren tes a fa z e r os serv iço s m in iste riais a que D eus os ch am ou, farem o s c o m q u e eles sem p re fiq uem en trando e saindo de portas d e m in isté rio e, n a re a lid a d e , n u n c a se n d o e fic a z e s e c o m p le to s em m in isté rio algum . S eja q u al fo r o m in isté rio — en sin ar, ac o m o d a r as pesso as n a co n g reg ação , fazer as ap resen taçõ es dos v isitantes, cu id ar do b erçário ou fa z e r v isitas em h o sp ital — , v ale a p e n a trein ar e equipar. U m a eq u ip e de cren tes leigos trein ad o s nos serviços m inisteriais glo rifica a D eus e ab e n ç o a m u itas pessoas.
Incentive os Crentes de Banco E, fin alm en te, d epois de a rreg im en ta r os crentes de ban co e equipálos p a ra o serviço, tem os de c o n tin u ar in cen tiva n d o -o s en q u an to realizam as tarefas m in isteriais. N ão p o d em o s d e ix a r de encorajá-los. H á m u itas m an eiras de in c e n tiv a r as pessoas. P ro cu ro in centivá-las e x p ressan d o m eu ap reço p o r elas. R eg u larm en te escrev o co m entários de ap re c ia çã o àq u eles q u e estão cu m p rin d o tarefas m in iste ria is em n o ssa co n g reg ação . T er 13 p asto res auxiliares de tem po in tegral to rn a d esafiad o r en c o n tra r tem p o p a ra p a ssa r in d iv id u alm en te co m cad a um deles a fim de incen tiv á-lo s. M as h ab itu alm en te escrev o -lh es co m entários de apreciação, ou d eix o m en sag en s no co rreio de voz d eles (voice m ail). E n q u an to a ap reciação elo g ia o in d iv íd u o p elo que ele fez, a afirm ação re c o m e n d a o in d iv íd u o p elo q u e ele é. A afirm ação constrói a auto-estim a, le m b ra n d o ao in d iv íd u o as co isa s b o as q u e v em o s nele. A afirm aç ão fo rtalece o esp írito co m o a á g u a e os raio do sol fo rtalecem as flores e as fazem crescer. U m sem -teto triste e d esanim ado estava sentado n a beira da calçada do outro lado d a rua, onde se situava o estúdio de um artista. O artista pintou o retrato do m endigo, atravessou a ru a e convidou-o a ver o que tinha pintado. A princípio o pedinte não se reconheceu n a pintura, pois os olhos do hom em p intado no retrato estavam cheios de esperança, havia um sorriso no rosto e o sem blante irradiava calor, am or e confiança. “Q uem é?” ficou perguntando. O a rtis ta d e u u m so rris o e n ã o d iss e n ad a. A p ó s a lg u n s m in u to s, o re c o n h e c im en to co m eço u a fo rm a r-se na m en te do ped in te. U m tanto hesitante, perguntou: “Sou eu? S erá q u e sou eu?” O artista respondeu: “E ste é o h o m em que vejo em v o cê” . A isso respondeu o m endigo sem lar e ap arentem ente desesperançado: “Se este é o h o m em que você vê em m im , então este será o h o m em q u e serei” . A afirm ação do artista plantou a sem ente da esperança n aquele h o m em anteriorm ente sem esperança.
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O PASTOR PENTECOSTAL
T am b ém p ro cu ro in c e n tiv a r os v o lu n tário s leigos p o r m eio de m in h a fid elid ad e em m eu pró p rio m in istério . M eu ex em p lo fala silen ciosam ente, m as tam b ém em v o z alta àqueles que sem an a após sem an a m e observam . Q uan d o eles m e v êem tra ta r as p essoas co m am or e m in istra r p elo p o d er do E s p írito , s e n te m -s e in c e n tiv a d o s a fa z e r o m e sm o . M u ita s v e z e s m e n o sp rezam o s a fo rç a q u e h á no incen tiv o m e d ian te o exem plo. V ário s anos atrás, em 8 de n o v em b ro de 1970, T om D em p sey ch utou a b o la q u e fê-lo en trar n a h istó ria do fu teb o l am ericano, quan d o fez o chute de três p o n to s h á 63 ja rd a s (p o uco m ais de 57 m etros) das traves do gol, d an d o a v itó ria p o r 19 a 17 aos N ew O rleans S aints sobre os D etro it L ions. D e m p se y n ão e ra c h u ta d o r co m u m , p o rq u e não tin h a dedos nos pés. U m a ch u teira esp ecial p erm itia-lh e c h u tar a b o la de fu teb o l am ericano. N aq u ele dia, q u an d o ele fez aq u ele ch u te de três p o n to s m ais lo ngo d a h istó ria d a L ig a N a c io n a l d e F u te b o l A m e ric a n o , m ilh a re s de p e s s o a s q u e a s s is tia m n o e s tá d io e m ilh õ e s q u e í í -----------------------------------aco m p an h av am pela televisão v ibraram ao vê-lo realizar tal feito. U m m en in o de sete anos, a m uitos quilô m etro s de d istân cia, sen tiu -se esp ec ialm e n te co m ovido. Q uando Je ff Jo h n so n viu D em psey fazer aquele gol im em orável, e stav a h o sp italizado no C entro M éd ico d a U niversidade do K ansas. T rês m eses antes, u m acid en te n a fazen d a fê-lo p e rd e r m etad e do pé direito. O s m éd ico s tinham d ito aos p ais do garo to q u e ele não p o d e ria p ratica r certos esportes, especialm ente o futebol am ericano. M as n aquele dia o jo v e m Jeff sentiu-se incentivado, inspirado p elo q u e viu. D ecidiu, então, que u m dia tam b ém seria c h u ta d o r d e trê s p o n to s . L o g o a p ó s te r d e ix a d o o __________________________ jj h o sp ital, co m eço u a co rrer e, então, a c h u tar bo la de futeb o l am erican o . C o n v ersei co m Je ff p o u co d epois do seu p rim eiro ano n a U n iv ersidade do K ansas. E le e ra o ch u ta d o r de b o la p a ra d a da p rim eira fileira n a equipe de fu teb o l am erican o e d u ran te a tem p o rad a re cé m -co n c lu íd a tin h a feito v ários chutes de três p o n to s h á m ais de 50 ja rd a s (quase 46 m etros) do gol. D isse-m e: “Q u an d o D em p sey co n seg u iu faz er aq uele ch ute de três p o n to s m ais lon g o d a histó ria, sem ter dedos nos pés, fui insp irad o a fazer co isas que de o u tra m a n e ira n ão te ria fe ito ” . T om D em p sey n ão tin h a a m ín im a id éia que seu im o rtal chute de três p o n to s in sp ira ria e en c o ra ja ria u m m en in o d e sete anos, m achucado, que e stav a a m ais de 1.600 q u ilô m etro s dali. E le apenas e stav a fazen d o seu trab alh o . E um m en in o e stav a assistindo. Q uando realizam o s o serviço m in isterial co m fid elid ad e e no m elh o r de nossa cap acid ad e, incentivam os e in sp iram o s as p esso as a fa z e rem o m esm o. E sse é o p o d er do in centivo q u e v em p elo exem plo. E sta h istó ria fala do d ia em que A rnold P alm er en co n tro u -se co m um jo g a d o r de g o lfe q u e e ra cego. P alm er não apenas fico u ad m irad o que aq uele g o lfista p u d esse jo g ar, m as que tam bém fo sse tão bom . “C om o é q u e v o cê co n seg u e jo g a r? ” p erg u n to u -lh e Palm er. O cego explicou: “P eço que m eu carreg ad o r de taco s fique atrás do b u raco e toque u m sino. D epois
Dempsey não imaginava que seu chute encorajaria um menino de sete anos a mais de 1.600 quilômetros
UNIDADE 4: PRESTAÇÃO DE CONTAS EFICAZ faço m ira em d ireção ao ru íd o ” . E n tão d esafio u P alm e r p ara u m a partida. O g ran d e p ro fissio n al, n ão q u eren d o h u m ilh a r o g o lfista cego, recusou. M as q u an d o o ceg o disse q u e jo g a ria p o r dez m il dólares, P a lm e r m udou d e id é ia e p erg u n to u : “Q u an d o é a p a rtid a? ” O g o lfista cego resp o n d eu sem p estan ejar: “H oje à n o ite às 10:30” . N ão h á lim ite ao que p o dem os fazer p a ra D eus q u an d o tem os alg u ém qu e toque o sino p ara nós. E quando incen tiv am o s os crentes em seu m in istério, estam os essen cialm en te soando o sin o p a ra eles. P recisam o s q u e m ais p esso as de n o ssa c o n g reg ação se en v o lv am nos serv iço s de m in istério . A ta re fa é fo rm id ável. O tem p o está se esgotando. Jesu s e m b rev e vem . T em os de ev a n g e liz ar e d iscip u lar o n o sso m undo. M ilh ares em n o ssas v ilas e cid ad es estão se afo g an d o no m a r do pecado. T em os de alcan çá-lo s e n ã o p o d em o s fazê-lo sozinhos. Só con seg u irem o s qu an d o nós, p asto res e co n g reg ação , trab alh arm o s ju n to s. A o lon g o das ru as q u ietas de ce rta v ila de p escad o res, fu n d ad a à foz de u m rio im p etu o so , u m cla m o r ecoava: “M en in o caiu no rio !” R ap id am en te u m a m u ltid ão se fo rm o u , e olh o s aflitos o lh av am a fig u ra do m en in o que se afo g a v a nas águ as turb u len tas. U m a co rd a fo i trazid a, e o m ais fo rte n a d a d o r da vila ofereceu -se p ara salv ar o g aroto. A m arro u u m a p o n ta d a co rd a em v o lta da cintura, jo g o u a c o rd a p a ra a m u ltid ã o e m e rg u lh o u no rio . A n sio sa m e n te a m u ltid ão o b serv o u -o a tacar a c o rre n te za c o m b raçad as fortes e firm es. A a leg ria se esp alh o u p o r tod o s q u an d o ele alcan ço u o m en in o e o agarrou co m firm eza em seu s b ra ç o s fo rte s. “P u x e m a c o rd a !” g rito u ele a cim a das ág uas v io len tas. A s p esso a s o lh a ra m u m as p a ra as outras. “Q u e m está segurando a co rd a ? ” perg u n taram . N in g u é m e sta v a seg u ran d o a corda. N a ex citação d e ficar v en d o o salv am en to , a m u ltid ão tin h a d eix ad o a p o n ta da co rd a d eslizar p a ra dentro d ’água. Im p o ten tes e m ajudar, v iram as duas p essoas se afogarem , po rq u e n in g u é m tin h a assu m id o a resp o n sab ilid ad e de seg u rar a c o rd a .1 T em os de seg u rar a co rd a uns p ara os o u tro s! N ós realm ente precisam os u ns dos outros! D eu s ch am o u p asto res p a ra p re p a ra r os santos p a ra a obra do m inistério. A m ed id a que arregim entarm os, equiparm os e incentivarm os os sa n to s, n o ssa s c o n g re g a ç õ e s se rã o e d ific a d a s d e m a n e ira ta l q u e p o d erem o s eficien tem en te alcan çar nossas com u n id ad es co m o E v an g elh o de Jesu s C risto.
Unidade Ministério ao Corpo de Crentes
introdução: Prioridade do Ministério ao Corpo de Crentes Everett Stenhouse
odos já observam os que m uitas das supostas grandes figuras do m undo são, n a verdade, pesso as escravas, subjugadas pela in tensa corrida em direção d a ex celên cia p a ra fugir do que consideram m ediocridade. Q u e seja dito, sem qu alq u er m edo de co n trad ição bíblica, que os crentes v erdadeiram ente grandes na igreja do S enhor são aqueles servos dom inados p elo d esejo e sp iritu a l de a ju d ar as p esso a s na lu ta que e m p reen d em em d ir e ç ã o à s a n tid a d e . N e s s a s u p r e m a v o c a ç ã o , g r a n d e z a p o d e s e r v erd a d e iram e n te en co n trad a. M in isté rio de sig n ificad o p ara a ig re ja do S en h o r sem p re será p rio rid a d e p a ra o p a sto r que tem coração de p a sto r de o velh as. Isso sem p re fo i e sem p re será o c ern e do m inistério.
T
Um M inistério D ivinam ente Com issionado O apó sto lo P au lo avaliou su a vocação de D eus com o m an d am en to para m in istra r ao C o rp o de C risto . E le declaro u : “D a q u al [da igreja] eu estou feito m in istro seg u n d o a d isp e n sa ç ã o de D eus, que m e foi co n ced id a para co n v o sco , p a ra c u m p rir a p a la v ra de D e u s” (C l 1.25). O co rpo de crentes p o d e ser a d e q u a d a m en te serv id o so m en te q u an d o m in istro e c o n g reg ação d erem re c o n h ecim en to à co m issão d iv in a d a lid eran ça na ig reja do Senhor. Q u an d o o ap ó sto lo P au lo escrev eu q u e o S en h o r “deu [...] uns p ara p a sto re s ” , im e d ia ta m e n te a p re se n to u a ra z ã o p a ra D eus d ar p a sto re sm e s tre s : “ Q u e re n d o o a p e rfe iç o a m e n to d o s s a n to s , p a r a a o b ra do m in istério , p a ra a ed ific a ç ão do co rp o de C risto ” (E f 4.11,12). E sse p o n to re le v a n te n u n c a d ev e ser d esfo cad o . P asto res são dons de D eu s p a ra a igreja. Q u an d o D e u s dá u m d o m d ev e-se p re su m ir que o dom é de g ran d e v a lo r a q u em receb e. Se os p a sto res d e v em ser de m áx im o v a lo r p a ra a ig reja, dev em , en tão , e m p re g a r to d o o em p en h o ao m in istério de p rio rid a d e p a ra o C o rp o de C risto. A razão d e clarad a do ap ó sto lo deve ser o te m a fu n d a m e n ta l su b jacen te ao m in isté rio b e m su ced id o do pastorp ro fe sso r p a ra o co rp o de cren tes. Isso d ev e ser feito ap esar das vozes p ertu rb a d o ra s de d en tro e de fo ra da igreja.
484 O PASTOR PENTECOSTAL Q uando S im ão P edro foi inquirido três vezes pelo S enhor Jesus acerca do am o r e devoção que tin h a pelo M estre, Pedro foi im prensado n a parede p ela repetição da p ergunta, e respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te am o ” . D isse Jesus: “A p ascenta as m inhas o v elhas” (Jo 21.17). As p alav ras do S en h o r estav am diretam ente relacionadas co m o m inistério d a q u e le s q u e e r a m e s e r ia m s u a I g r e ja . A p r im e ir a o b r ig a ç ã o e responsabilidade de um pastor de ovelhas é cuidar da alim entação do rebanho.
U m M inistério em Servir E fésio s 4.11 é a ú n ica p a ssag e m do N ovo T estam ento onde o term o g re g o p o im e n é tra d u z id o co m o sentido de “p a sto r de ig re ja” . E m to d as as o u tras o c o rrên cias a p a la v ra é tra d u z id a c o m a acep ção de “p a sto r de ovelhas” . O pasto r de ovelhas sem pre foi um escravo do rebanho. O rebanho re c e b e aten ção in d iv isa e a fe tu o sa de u m b o m p a sto r de ovelhas. A in d a que p asto res, a m o do de pasto res de o velhas, sejam servos, não d e v e m se r c o n s id e ra d o s o u c o n s id e ra r-s e a si m e sm o s in fe rio re s à co n g reg ação . P a ra e sta r apto a m in istra r ao co rpo de crentes, o p a sto r não p re c isa ser alg u ém qu e saib a tu d o , que ten h a co n h ecim en to su p erio r e seja c ap az de re sp o n d e r a to d as as perg u n tas. P asto res d esig n ad o s p o r D eus e m p en h arão to d as as en erg ias em am ar, c u id ar e alim en ta r o reb anho. É possível que h aja indivíduos n a congregação que sejam m ais cultos que o pastor. Pode hav er aqueles que sejam im ensam ente m ais ricos que o pastor. Talvez h aja os que tenham u m estilo de vida b em diferente do pastor. N ão obstante, ocasiões h averá quando um a ou todas essas pessoas alm ejarão ser alim entadas p ela com paixão do coração do pastor. O valor do m inistério de u m p astor ao corpo de crentes nunca deve, por qualquer razão, ser dim inuído. P asto res à m an eira de p astores de ovelhas não se p o sicionarão nem perm itirão que outros os p o sicionem acim a da congregação. Pastores que se c o lo cam acim a d a co n g regação fazem a si, bem com o ao corpo de crentes, indubitável desserviço. A síndrom e da torre de m arfim tem destruído pastores. Q uando os p asto res se d istan ciam da congregação, excluem -se de u m a das prin cip ais fontes de fo rça m inisterial. P astores são verdadeiros pastores som ente quando são verdadeiros com o pessoas e verdadeiros com as pessoas. N a d a se c o m p a ra ao p riv ilé g io de ser re ce b id o e m u m círculo fam iliar e de to m a r p a rte n as v id as e d esafios dos m em b ro s das fam ílias. O ápice do resp eito m in isterial é visto em fam ílias que to m am decisões im portantes relativas ao seu b em -estar espiritual, som ente depois de determ inar o pulsar do co ração do seu p a sto r a re sp eito de tais assuntos im portantes. P asto res são d ig n o s de p e n a q u ando sua falta de resp e ito p elo reb an h o perm ite que eles se to m em m anipuladores das pessoas para algum propósito p e sso a l ou u lterior. T al p a sto r não será invejado. Se v am os invejar, q u e in v ejem o s o p a sto r que ao longo de m eio século de m in istério esc o lh e u n ão ir à á rea do p ú lp ito p ro v en ie n te de um a p o rta lateral ao so m de tro m b etas, m as foi v isto m uitas vezes bem antes d a hora do culto sen tad o n o b a n co da ig reja co m a m ão no om b ro de um d edicado m e m b ro d a ig re ja , c o n v e rs a n d o , o ra n d o , p a sto re a n d o . Isso d ev e ser in v ejad o . E isso que, p a ra o pastor, define a m a rav ilh a do m in istério ao co rp o de crentes.
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES
Um M inistério em Discipular D u as d as re sp o n sa b ilid a d e s p rim á ria s de u m p a sto r são, p rim eira, ser discíp u lo e, d epois, fa z e r d iscíp u lo s. A ad v e rtê n cia do ap óstolo P aulo para a lid eran ça do p asto r d a igreja em É feso foi “o ap erfeiçoam ento dos santos, p a ra a o b ra do m in istério , p a ra ed ific a ç ão do co rp o de C risto ” (E f 4.12). E s sa d eclaração das S an tas E sc ritu ra s p e rso n ific a o co n ceito d iv in o de discip u lad o . O d isc ip u la d o te v e in ício b e m cedo no A n tig o T estam ento com esta fórm ula: “E stas p alavras [...] estarão no teu coração; e as intim arás a teus filhos e delas falarás assen tad o em tu a casa, e andando pelo cam inho, e d eitan d o -te, e le v a n ta n d o -te ” (D t 6 .6,7). N a v ig ê n c ia d a n o v a alian ça, n o sso S e n h o r disse: “Ide, p o rtan to , fazei discíp u lo s de to d as as n açõ es, b a tiz a n d o -o s e m n o m e do P ai, e do F ilh o , e do E sp írito S anto; en sin an d o -o s a g u a rd a r to d as as co u sa s” (M t 2 8.19,20, A R A ). “F azei d isc íp u lo s” é o p o n to cen tral do m an d am en to . O s g erúndios “b a tiz a n d o ” e “e n sin a n d o ” são v erb o s au x iliares. O q u e q u e r que o p a sto r faç a n o e x e rc íc io dos seus d o n s — ensinar, b atizar, aconselhar, ad m in is tra r o u q u a lq u e r o u tra a tiv id ad e no d e sem p en h o do m in istério — sua m e ta ú ltim a d ev e ser “ [ap erfeiço ar os] santos, p a ra a o b ra do m in istério , para ed ific a ç ão do co rp o de C risto ” . O d is c u rs o d e n o sso S e n h o r so b re a s e rie d a d e do d isc ip u la d o — reg istra d o em L u cas 14 — d e ix a n itid a m e n te claro q u e to d o aq u ele que deseja segui-lo tem de colo car todas as dem ais coisas da vida im ediatam ente ab aix o dE le. C aso c o n trário , d e c la ra e n fa tic a m en te Jesus: “N ão p o d e ser m e u d isc íp u lo ” (Lc 14.26). O s p a sto re s d ev em , sem d ú v id a, su b m eter-se às ex ig ên cias do M e stre p a ra o d isc ip u la d o e estar d isp o sto s a ad o tá-las com o p rio rid a d e su p rem a p a ra si m esm o s e p a ra o m in istério ao co rp o d e cren tes q u e eles servem . N u n c a esq u e ç a das p a la v ra s do ap ó sto lo P a u lo aos colo ssen ses: “D a qual [da igreja] eu esto u fe ito m in istro seg u n d o a d isp en sação de D eus, que m e foi c o n c e d id a p a ra co n v o sco , p a ra c u m p rir a p a la v ra d e D eus. A q u e m [a D eus] an unciam os, ad m o estan d o a to d o h o m em e ensinando a todo ho m em em to d a a sabedoria; p a ra que ap resen tem o s to do hom em perfeito em Jesus C risto ” (C l 1.25,28).
N ota Pessoal A ssu m i m eu p rim e iro p a sto ra d o q u an d o su b stitu í m eu pai em certa ig re ja no S ul da C alifó rn ia. M u d a m o -n o s p a ra a casa p a sto ral d a igreja, qu e tin h a sid o e sv a z ia d a de to d a m o b ília e p e rte n ce s p esso ais de m eus p ais. A ú n ic a c o isa q u e d e ix a ra m n a ca sa v a z ia foi u m a sim ples p la ca depend u rad a n a p arede nua: “Im possibilidades são desafios” . Isso sussurrou ao m eu zeloso co ração jo v e m . C om o pasto r p rincipiante, pouco sabia sobre o sig n ific a d o d a q u e la b re v e m e n sa g e m no que se re la c io n a v a co m o m in istério pasto ral. Sim , o m in istério ao co rp o de c ren tes p o d e p artir o coração de um p asto r; e x ten u ar-lh e as fo rças; e m b ra n q u e c er-lh e os cabelos. M as é a m ais alta h o n ra q u e o S e n h o r da ig re ja p o d e d ar a alguém . E ssa fran q u ia d ivina é, realm en te, p riv ilé g io in co n fu n d ív el.
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Relacionamentos com Oitras Denominações Don Argue stam os n u m m o m en to kairos para a Igreja de Jesus C risto: um a época de crise ou oportunidade. N este m ilênio, a Igreja existe em um m undo to rtu rad o p e la p o la riz a ção , egoísm o, in d ife re n ça e ateísm o. A lém d isso , a ig re ja nos E stad o s U n id o s, ap esa r de sua in flu ê n cia e m in istério d ig n o s d e n o ta . e s tá tã o in fe c ta d a p o r ta m a n h o s p e c a d o s , q u e seu te s te m u n h o e seu m in is té rio p a ra Je su s e stã o m u ito a q u é m de o n d e p o d e ria m o u d e v e ria m estar. E n treta n to , a desp eito d essa crise espiritu al e m to d a s as p la c a s d e n o m in a c io n a is e g ru p o s e v a n g é lic o s (de n o ssa v a n ta jo sa p o siç ã o d en tro d a A sso c ia çã o N acio n al de E v an g élico s [sigla e m in g lês, N A E ]), id e n tific a m o s em erg en te desejo p o r av iv am en to e u m a tra n sfo rm a ç ão das p rio rid a d e s e valo res d a co m u n id ad e cristã. B e m q u e h o je o C o rp o de C risto p o d e ria estar pro n to p a ra pe rm itir que a o ração sacerd o tal do F ilh o de D eus, re g istra d a e m Jo ão 17.20-23, se re n o v a sse d ram aticam en te em n o ssas vidas. “E u não ro g o so m en te p o r estes, m as ta m b é m p o r aq u eles que, p e la sua palav ra, hão de crer em m im ; p a ra q u e to d o s sejam u m , co m o tu, ó P ai, o és em m im , e eu, em ti; que ta m b é m eles sejam u m em nós; p a ra que o m undo creia que tu m e enviaste. E eu d ei-lh es a g ló ria q u e a m im m e deste, p ara q u e sejam um , com o nós som os um . E u neles, e tu em m im , para que eles sejam perfeitos em unidade, e p a ra qu e o m u n d o co n h e ç a que tu m e en v ia ste a m im e que tens am ado a eles co m o m e ten s am ad o a m im ” . A Ig reja de Jesus C risto está receb en d o um a cham ad a ao despertam ento p ara tra b a lh a r ju n to c o m o u tras den o m in açõ es em esp írito de unidade. M ed ian te e ssa c h am ad a à ação, desejam o s g lo rific ar a D eus, fo rta lec er n o sso testem u n h o d ian te daq u eles que não c o n h ecem a Jesus C risto, com o S e n h o r e S a lv a d o r e am p liar e m elh o rar n o sso m in istério ao m undo.
E
C ham ada à A ção H oje Chamada
à
Oração
“T ende fé em D e u s” , falo u Jesus aos d iscípulos. “P o rq u e em verdade vos digo que q u a lq u e r que d isser a este m onte: E rg u e-te e lança-te no m ar, e não d u v id a r em seu co ração , m as crer que se fará aquilo que diz, tudo o
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES que d isse r lh e será feito. P o r isso , vos d ig o que tudo o q u e p ed ird es, o ra n do, cred e que o receb ereis e tê-lo-eis. E, quando estiverdes orando, perdoai, se ten d es a lg u m a c o isa c o n tra alg u ém , p a ra q u e v o sso P ai, q u e está nos céus, v o s p e rd o e as v o ssas o fe n sa s” (M c 11.22-25). O s cristã o s são c h a m a d o s a orar: p o r u n id ad e e p e la e x p an sã o do E v an g elh o . A o ra ç ã o en v o lv e ad o ra r e lo u v ar a D eus, in v o cá-lo , c o n fe ssa r n o sso s p e c a d o s e a n e c e ssid a d e de su a g raça, b u sc a r su a sa b e d o ria e co n selh o , in te rc e d e r u n s p elo s o u tro s e o ferecer-n o s a E le e à o b ra dEle. In cen tiv am o s p asto res a se en v o lv erem em em p reendim entos de oração lo cais, reg io n ais e n acio n ais. P a ra a lc a n ç ar n o ssas c o m u n id a d es co m o E v a n g e lh o sa lv a d o r de Jesu s C risto , e stá se to rn an d o m ais ev id en te a n ec e ssid a d e de esfo rço s co o p e ra tiv o s en tre as igrejas. C o n co rd ân cia em o ração é o p re lú d io ao m in isté rio eficien te. H oje, o E sp írito S an to está re u n in d o red es de o ração e m in isté rio s d e oração ao lo ngo de to d o s os E stados U nidos. E m m uitas co m unidades, os pastores estão se encontrando u m d ia ao m ês p a ra o rarem ju n to s. O s re su ltad o s são p e rc eb id o s em suas co m u n id ad es. Chamada
ao
A r r e p e n d im e n t o
e
R enovação
“ S e o m e u p o v o , q u e se c h a m a p e lo m e u n o m e , se h u m ilh a r, e orar, e b u s c a r a m in h a fa c e , e se c o n v e rte r d o s se u s m a u s c a m in h o s, e n tã o , eu o u v ire i d o s c é u s, e p e rd o a re i os se u s p e c a d o s , e sa ra re i a su a te r ra ” (2 C r 7 .1 4 ). C o m o c re n te s , d e v e m o s h u m ilh a r-n o s p u b lic a m e n te e s e g u ir as d iretrizes d elin ead as em 2 C rô n icas 7 .1 4 e co n fessar que: • E m b o ra te n h a m o s sid o c o n s c ie n c io s o s e m n o s s a re s p o s ta ao m an d am en to d a G ran d e C o m issão de ir e faz er d iscíp u lo s (M t 2 8.18-20; M c 16.15), tem o s m u itas v ezes falh ad o em v iv e n c ia r e p ô r em p rá tic a o m an d am en to de u m a u n id ad e ch eia de am o r que testifique de nosso S enhor Jesu s (Jo 13.34,35; 17.21,22). • A in d a q u e v a lo riz e m o s a u n id a d e e ação cristã co n ju n ta, fazem o s m u ito m ais n o sen tid o de c o n stru ir n o sso s p ró p rio s m in istério s do que c o o p e ra r em g a n h a r os p e rd id o s d e n o sso s p ró p rio s b airro s. • E m n o s s a b u s c a p o r f id e lid a d e , te m o s f r e q ü e n te m e n te n o s aco m o d ad o ao espírito d este m u n d o , o qual ex alta a precisão p o lítica acim a d a ta re fa m ais d ifícil d a re fle x ã o c rític a e do arrep en d im en to . • A p esar de co n sen tirm o s co m as v erd ades cristãs com o as declaradas em n o ssa D ec la ra ç ã o de F é d a s A sse m b lé ia s de D eus, em m u itas o casiões e sta m o s p o u c o s d is p o s to s a, so b o a s p e c to re d e n to r, fa z e r fre n te às im p licaçõ es das v erd ad es b íb licas co n c e rn en tes à vid a e fé. C ham am os a igreja ao arrependim ento, à busca do avivam ento e renovação m ediante oração e jejum , e à obediência fiel a D eus em todo aspecto de nossas vidas com o nos ordena as Escrituras. T am bém som os cham ados a buscar o fruto do Espírito m anifestado n a reconciliação — a D eus e uns co m outros. Cham ada
à
U n id a d e
e
C oo peraçã o
Jesu s n os instru i: “U m n o v o m a n d a m e n to vos dou: Q ue vos am eis uns aos o u tro s; co m o eu vos am ei a vós, q u e ta m b é m vó s u n s aos o u tro s vos
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O PASTOR PENTECOSTAL am eis. N isto to d o s co n h e c e rão que sois m eus d iscíp u lo s, se vos am ardes uns aos o u tro s” (Jo 13.34,35). P e d im o s a c o o p e ra ç ão das igrejas de u m a co m u n id ad e , q u e p reg am a B íb lia co m o re g ra d e fé, q u e ju n ta s trab alh em dilig en tem en te com o reflexo de nosso com p ro m etim en to co m u m a Jesus C risto com o S enhor e Salvador. A lé m disso, c o n tan to q u e a v erd ad e não seja co m p ro m etid a, crentes, em d e m o n stra ç ã o de am or, p o d em tra b a lh a r lado a lad o co m aq u eles que n e c e s s a ria m e n te p o d e m n ã o te r id e n tid a d e p e n te c o s ta l e m a ssu n to s e sp ecífico s. O s p a sto re s d ev em to m ar a fren te em fac ilita r e p ro m o v e r e m p re e n d im e n to s ev a n g é lic o s co n ju n to s q u e te n h a m apoio n a au to rid ad e b íb lica, sejam de c a rá te r ev an g elístico e a lm ejem u n id ad e fu n d a m en ta d a na v e rd a d e bíblica.
Ação Local e R egional D isse Jesu s: “R e c e b e reis a v irtu d e do E sp írito S anto, q u e h á d e vir so b re vós; e ser-m e-eis teste m u n h as tan to em Je ru sa lé m co m o em to d a a Ju d é ia e S a m a ria ” (A t 1.8). O m in isté rio d a Ig re ja é e ssen c ialm en te local. P o rtan to , in cen tiv am o s p a s to re s e m n ív e l lo c a l e re g io n a l a p la n e ja r e re a liz a r c o o p e ra ç ã o e stratég ica n a oração, no ev an g elism o e no discip u lad o , a fim de g anharem e m a n te r e m o s p e r d id o s . E n c o r a ja m o s líd e r e s d e ig r e ja s lo c a is a d e m o n stra re m am o r p ied o so e reco n ciliad o r, à m ed id a que e m u n ião a P a la v ra de D eu s é p ro clam ad a. O s p asto res d ev em u sar u m a e stra tég ia d e lid eran ç a que in c lu a os cinco p r i n c íp io s a p r e s e n t a d o s a s e g u ir p a r a o b te r e m c o o p e r a ç ã o s e m co m p ro m e tim e n to d a m e n sa g em do E vangelho: • E n fo q u e os a b so lu to s d a fé cristã. • P ro m o v a o m in isté rio d e C risto e su a P a lav ra a cim a do m in istério ou m éto d o p esso ais. • O re p a ra e le v a r o n ív el de ativ id ad e do E sp írito S anto em su a re gião. • A p re c ie os d o n s u n s d os o u tro s no m in istério . • P ra tiq u e p alav ras e açõ es in ce n tiv ad o ras u n s p a ra c o m os outros.
A ção N acional “R e c e b e reis a v irtu d e do E sp írito S anto, que h á de v ir so bre vós; e serm e-eis teste m u n h a s [...] até aos co n fin s d a te rra ” (A t 1.8). C o n v id am o s p asto res a co n d u zir suas igrejas em coo p eração um as com as o u tra s s e m c o m p ro m e tim e n to , ou se ja , m a n te n d o os d is tin tiv o s p e n te c o sta is, m as, ao m esm o tem po, p e rm a n ecen d o ju n ta s co m b a se no m a n d a m e n to d e n o sso S e n h o r Jesu s C risto en co n trad o em Jo ã o 13.34,35. Cham ada
ao
E v a n g e l is m o
“Jesus, aprox im an d o -se [dos seus discípulos], falou-lhes, dizendo: Toda a au to rid ad e m e foi d a d a no céu e na terra. Ide, p o rta n to , fazei d iscípulos de to d as as n açõ es, b a tiz a n d o -o s em n o m e do P ai, e do F ilh o , e do E sp írito
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES Santo; en sin a n d o -o s a g u a rd a r to d as as co isas que vos ten h o o rdenado. E eis que esto u co n v o sc o tod o s os dias até à c o n su m ação dos sé cu lo s” (M t 28 .1 8 -2 0 , A R A ). C o n v id am o s o p a sto r e a ig re ja lo cal a tra b alh a rem ju n to s co m outros p asto res e ig rejas, seg u n d o o p a ra d ig m a de C risto de am o r reconciliador, em u m a a g en d a in te g ra d a de ev an g elism o e d iscip u la d o co o p erativ o s. A im p licação d essa ch a m a d a re q u e r m ais do que o p ro g ra m a de trab a lh o de u m a ig reja local. E x ig e q u e os e v a n g é lic o s re ú n a m -se p a ra b u sc a r os p erd id o s. Cham ada
ao
Im pa c t o C u l t u r a l
Jesu s disse: “V ó s sois o sal d a terra; e, se o sal fo r in síp id o , co m que se h á de salg ar? P ara n a d a m ais p resta, sen ão p a ra se la n ça r fo ra e ser pisad o p elo s h o m en s. V ós sois a lu z do m u n d o ; n ão se p o d e e sco n d e r um a cidade ed ific a d a sobre u m m o n te; n em se acen d e a can d e ia e se c o lo ca debaixo do alq u eire, m as, no velador, e dá luz a to d o s que estão n a casa. A ssim re sp la n d e ç a a v o ssa luz d ian te dos h o m en s, p a ra que vejam as vossas b o as o bras e g lo rifiq u e m o v o sso P ai, que e stá n o s cé u s” (M t 5.13-16). C o n v o cam o s a ig re ja p a ra ser fiel e c o n fiar in te iram e n te no p o d e r de D e u s p a ra tra n s fo rm a r n o s s a s v id a s, n o s s a s c o n g re g a ç õ e s e n o ssa s co m u n id ad es. A ig re ja n ão p o d e cau sar m a io r im p acto no m u n d o do que s e r s im p l e s m e n t e a c o m u n i d a d e c r e n te , v i b r a n t e , a d o r a d o r a , e v a n g e liz ad o ra e am o ro sa re m id a p o r C risto. O s crentes são in cen tiv ad o s a fa z e r p len o uso de sua d u p la c id a d a n ia (celestial e terren a), a ex ercer co m lib erd ad e seus d ireito s e p riv ilé g io s de o rar e p a rtic ip a r de n o ssa n a c io n a l fo r m a d e m o c r á tic a de g o v e rn o . A m e d id a q u e as ig re ja s tra b a lh a rem u n id as c o m to d as as lin h as d en o m in acio n ais, d ev em p ro cu rar alim entar, encorajai- e facilitar a fid elid ad e à P alav ra de D eus — encarnada, re v e la d a e p ro clam ad a. “ O r a , à q u e le q u e é p o d e r o s o p a r a f a z e r tu d o m u ito m a is ab u n d an tem en te além daquilo que p ed im o s ou p ensam os, segundo o po der qu e em nós op era, a esse g ló ria n a igreja, p o r Jesus C risto , em to d as as geraçõ es, p a ra to d o o sem pre. A m é m !” (E f 3.20,21).
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490 O PASTOR PENTECOSTAL
E i volta ao Básico em missões Loren Triplett
B íb lia e stá re p le ta de e v id ên cias que c o m p ro v am que D eus está c o m p r o m e tid o e m r e v e la r se u a m o r e te r c o m u n h ã o c o m a hu m an id ad e. A s h istó rias das E sc ritu ras ilu stram re p etid a m e n te que n o sso C ria d o r se rv e -se d e to d a p o ssib ilid a d e p a ra en co n trar p esso as que ate n d a m ao seu co n v ite: “V inde a m im ” (M t 11.28). D eu s e stá n itid a m e n te p re o c u p a d o c o m a salv ação do g ên ero hum ano. D e p o is de te r id o ao ex tre m o de o fe re c er seu ú n ic o F ilh o p a ra o b te r re c o n c ilia ç ã o d iv in a , co n fu n d e -n o s a im ag in a ç ã o q u e E le d e p e n d a de frág eis seres h u m an o s p a ra e n tre g ar sua m e n sa g e m à raça h um ana. Q ue m isté rio esp an to so ! D e u s p la n ejo u u sar-nos p a ra e x p lic ar seu a m o r pelo m u n d o . C h am am o s d e A G ra n de C o m issão as p a ssa g en s que ap resen tam a o rd e m de Jesu s c o n c e rn e n te à n o ssa tarefa. O m o v im en to p e n te co stal sem p re le v o u a sério esse m an d ato. N ão se trata de u m a G ran d e S ugestão; é u m a o rd e m in a lte rá v e l e literal. C erto s fato res b ásico s fo rn ecem os fun d am en to s de n o ssa visão e dever m u n d ia is a to d o s os p o v o s d a terra. É in eg áv e l o fato de esses fatores b á sic o s fa z e re m p a rte do e x ercício da e x p eriê n c ia p en tec o stal. V am os re v isa r as ra z õ e s p e la s q u ais as m issõ es não p o d e m ser o m itid as das re sp o n sa b ilid a d e s pa sto ra is. E stes são alguns dos fato res b ásico s de n o ssa m issã o n o R eino:
A
O Fator “Todo A quele” A b ase p a ra m issõ es m u n d iais é que Jesus C risto, o F ilh o de D eus, m o rre u p e la s p e s s o a s d e to d o o m u n d o . O fa to r “to d o a q u e le ” fo i esta b e le c id o antes da fu n d a ç ã o do m undo. A P alav ra de D eus nos o rdena que reconheçam os o am o r u niversal de D eus. A B íblia revela decisivam ente o c o ração e p ro p ó sito de D eus. “D eus am ou o m u n d o de tal m an eira que deu o seu F ilh o u n ig ên ito , p a ra q u e todo aq u ele que nele crê não p ereça, m as te n h a a v id a e te rn a ” (Jo 3.16). “Q uem crê nele não é co n d en a d o ” (Jo 3.18). “ [D eus] q u er q u e todos os hom ens se salvem ” (1 T m 2 .4 ). “O S enhor [...] é lo n g ân im o p a ra co n v o sco , não qu eren d o que n e n h u m p ereça, senão q u e to d o s c h e g u e m ao a r re p e n d im e n to ” (2 P e 3 .9 , A R A ). “E le é a
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES p ro p ic ia ç ã o p elo s [...] p ecad o s [...] de to d o o m u n d o ” (1 Jo 2.2). “ [C risto Jesus] se deu a si m esm o em p reço de red en ção p o r to d o s.” (1 T m 2.6, to d o s os itá lico s são m eu s.) O am o r de D eu s é m u n d ial. C om o san g u e de seu F ilh o , E le co m p ro u “p a ra D eu s h o m en s de to d a trib o , e lín g u a, e p o v o , e n a ç ã o ” (A p 5.9). É b la sfê m ia te n ta r a te n u a r p o r m eio de e x p licaçõ es o p lan o de D eus de o fe re c er salv ação a to d o aq u ele q u e crê. A p e rfíd ia d a p re d e stin aç ão d eix a m ilhões de pesso as fo ra do alcance do am o r de D eus. D eus decidiu oferecer a v id a e te rn a a to d o aq u ele q u e crê em Jesu s, o C o rd eiro m orto “p elo s [...] p e cad o s [...] de to d o o m u n d o ” .
O Fator “Pereça” O m esm o “tex to de o u ro ” da B íb lia q u e o ferec e v id a e te rn a a todo aq u ele q u e crê, ta m b é m tra ta do fa to r “p e re ç a ” — a p a la v ra m ais e sq u e c i d a de Jo ão 3.16. A p o n ta n ão p a ra a m o rte física, m as p a ra a terrív el re a li d ad e do castig o eterno. O in fern o é real. É o d estin o etern o de to dos os que não p a ssa m p e la ú n ica “p o rta ” : Jesu s C risto. O refrão da preg ação pen te co stal de princípios d o sécu lo X X dizia: “H á u m céu a g a n h a r e u m in fern o a e v ita r” . N ad a m u d o u ! O fato r do esc a n c a ra d o in fern o d a d an aç ão ete rn a n u n c a d ev e ser e sc o n d id o ou o m itid o de n o ssa m en sag em . T em os de a v isar as p esso as de to d a n ação , trib o , id io m a e ra ç a so b re a ira v in doura. T em os de e sta r nas en cruzilhadas da h u m an id ad e p ara ch am ar os perdidos; eles precisam saber so b re o fa to r p ereça. Jesu s C risto n ão d eix o u n e n h u m a dúvida: “A q u ele q u e não n a sc e r de no v o não p o d e v er o R eino de D e u s” (Jo 3.3). E, m ais u m a vez: “N ecessário vos é n a sc e r de n o v o ” p a ra e n tra r no R ein o de D eu s (Jo 3.7). P ro sseguindo em sua revelação do p ropósito divino de oferecer a grande so lu ção à p e rd iç ã o h u m an a, o M e stre disse: “C o m o M o isés lev a n to u a serp en te n o deserto , a ssim im p o rta qu e o F ilh o do H o m e m seja lev antado, p a ra q u e to d o a q u ele q u e n ele crê n ão p ereça, m as te n h a a v id a ete rn a ” (Jo 3.14,15). Pastor, p o r favor, faça tu d o o q u e e stiv e r ao seu alcance p a ra ale rta r as p esso as de sua co n g re g a ç ão e de su a c o m u n id ad e sobre as co n seq ü ên cias d e sesp erad o ras de re je ita r a Jesus! E sse ta m b é m deve ser fo rte fa to r p ara “le v a n ta rm o s” Je su s en tre as nações. A c o rrid a im p e tu o sa daq u eles que v ão p a ra o ab ism o d a p e rd iç ã o só p o d e ser in te rce p tad a quan d o c rerem no F ilh o de D eu s, q u e p o r eles m o rreu n a cruz. Se E le fo r lev an tad o p a ra que as p esso as o vejam , elas p o d e rã o d ar m e ia -v o lta à p e rd iç ão e te r vida eterna. S em p re le m b re às p esso a s de su a co n g reg a ção que h á m ilh õ es que n u n c a re je ita ram Jesu s n e m e n d u re c e ra m seus co raçõ es c o n tra D eus, pelo sim p les fato d e n u n c a te re m o u v id o o E v a n g elh o . E sses in d iv íd u o s n u n c a o lh a ra m p a ra Jesu s d ep en d u rad o n a cru z a fim de re ce b erem a cu ra de suas alm as d o en tes pelo p ecado, p o rq u e n in g u ém lhes explicou. E les estão p e rd id o s p a ra sem p re, a m en o s que a fa m ília m u n d ial de D eu s co n tin u e b u scan d o os p erd id o s. T em os de ir aos co n fin s da terra. T em os de fa lar co m to d o s so b re as B o as N o v as. T em os de d irec io n ar o g ên ero h u m an o
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O PASTOR PENTECOSTAL p a ra Jesu s. T em os de e sta b e le c er igrejas. N ão d e v em o s p a ra r nunca. A p e stilê n c ia ete rn a d a p e rd ição da h u m an id ad e tem cura. O qu ão terrível será se não fizerm o s tu d o o que estiv er den tro de n o ssas p o ssib ilid ad es p a ra a lcan çá-lo s antes q u e seja tarde dem ais.
O Fator “O bediência” O sw ald C ham bers expressou-se com m uita propriedade, quando disse: “A base dos apelos m issionários é a autoridade de Jesus C risto, e não as necessidades dos p ag ão s” .1V am os até aos confins da terra po rq u e Jesus nos m andou. C urv am o -n o s à sua autoridade. S ua P alavra é nossa ordem . A G ran d e C om issão em M ateus prefacia a ordem de Jesus ao lem brai' os 11 discípulos que E le te m autoridade p a ra enviá-los a todas as nações para pregar, batizar e discipular. E le sim plesm ente disse: “T oda a autoridade m e foi d ad a no céu e n a terra. Ide, po rtan to ” (M t 28.18,19, A R A ). A G ran d e C o m issã o e m M arco s é b e la em su a clarez a p rístina: “Ide p o r to d o o m u n d o , p re g a i o ev an g elh o a to d a c ria tu ra ” (M c 16.15). N ão são e m p reg ad as p a la v ra s c o m p licad as n e m idéias co m p lex as. F oi d ad a p a ra ser fa c ilm e n te en ten d id a, de fo rm a que n en h u m cren te p o ssa te r a d e sc u lp a de n ão e n te n d e r o sig n ificad o do texto. T rata-se de u m a ord em sim p les, u m a o rd e m au to ritária, u m a o rd em rep etid a, um a ú ltim a ordem , e, p e la c a p acitação do E sp írito S anto, u m a o rd em ex eq ü ív el. A ssim , fa ze r m issõ es n ã o é id é ia d en o m in acional, n em ord em en g en d rad a p ela piedade, c u lp a o u am bição. E o rd e m de Jesu s C risto , nosso C o m an d an te suprem o. E o rd e m re a lç a d a p e lo E sp írito que h ab ita em nós. E ssa ê u m a das razõ es p o r q u e m issõ e s fa z e m p a rte in teg ra n te de n o ssa e x p eriê n c ia pen teco stal. O E sp írito n o s fa z le m b ra r rep etid as vezes dos en sin am e n to s do M estre. E ssa é u m a das obras an u n ciad as que o E sp írito faz. N o s s a s o p ç õ e s são ó b v ia s: o u d e s o b e d iê n c ia , p e c a d o c a p ita l, ou o b e d iê n c ia fe liz e lite ra l à G rande C om issão. O h, que sejam os ob ed ien tes à c h a m a d a divina! N o ssa v e rd ad e ira razão p a ra fa ze r m issõ es é n o ssa b u sc a in e x o rá v e l de fa z e r a v o n ta d e de D eus. N a ca u sa de le v a r o R ein o a to d o s os p o v o s, e stam o s n a v o n tad e p erfe ita de D eus. E m 2 P edro 3.9 (A R A ) so m o s le m b ra d o s de que D eu s n ão q u e r q u e n e n h u m p e reç a; p o rta n to , v am o s fa z e r m issõ es.
O Fator “A doração” O fa to r ad o ração ab o rd a a re alid ad e do q u anto nosso Pai celeste d eseja re c e b e r ad o ração e h o n ra de sua criação: o g ênero hum an o . Jo h n Piper, em L e t the N a tio n s B e G la d (A le g re m -se as N a ç õ e s), tra ta de m o d o eficien te o fa to r m issio n ário que, a m aio ria das vezes, é co m p le tam en te n e g lig en ciad o . E u m liv ro q u e aju d ará to d o p a sto r que se p re o c u p a co m o su cesso e m fa z e r m issõ es na ig re ja local. P ip e r escreve: “F a z e r m issões n ão é a m e ta ú ltim a de D eus, a ad o ração o é. M issõ es ex istem , po rq u e a adoração n ão ex iste” . E continua: “O suprem o fundam ento da nossa paixão de v e r D eu s g lo rificad o é a sua p ró p ria p aix ã o em ser g lo rific ad o ” .2 D eu s q u er ser ad o rad o . E le ap re cia ser lo u vado. E le insiste: “A m in h a g ló ria n ão a d arei a o u tre m ” (Is 48 .1 1 ). E le sem p re p ro cu ra rá estab e lec er
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES e m o strar a g ló ria do seu n o m e en tre tod o s os povos. Jesu s nos m an d o u fazer b o as obras de m a n e ira q u e D eu s re c e b a m ais glória: “P a ra que v e ja m as vossas b o as o bras e g lo rifiq u e m o v osso Pai, que está nos céus" (M t 5 .16). O C a tecism o cie W estm in ster dá e sta resp o sta à p erg u n ta “Q ual o alvo p rin c ip a l do h o m e m ? ” : “O alvo p rin c ip a l do h o m em é g lo rifica r a D eus e d e sfru ta r dE le p a ra se m p re ” . O q u e vo cê ach a q u e aco n teceu no céu q u ando, em nossos dias, a Ig reja cristã fo i e sta b e le c id a p e la p rim e iríssim a v ez n a M o n g ó lia E x terio r (hoje R e p ú b lic a P o p u la r M o n g ó lic a ) ? N a q u e la p r im e ir a g ra n d e c ru z a d a e v a n g e lístic a re a liz a d a em U la n B ato r, c a p ita l d a M o n g ó lia, m ais de q u in h e n ta s p e s s o a s v ie ra m a c o n h e c e r J e s u s . A p rim e ira c o is a que ap ren d eram , d ep o is de terem se a rrep en d id o dos seus p ecad o s e aceitado Jesus com o Salvador, foi adorá-lo. O s m issionários tinham traduzido alguns co rin h o s de lo u v o r p a ra o id io m a m o n g o l, e as p alav ras foram pro jetad as n a p a re d e d a q u e le b o n ito a u d itó rio . A c o n te c e u , e n tão , nos p rim e iro s m in u to s d ep o is do n o v o n a sc im e n to , q u e áv id as vozes de n o v íssim o s cristão s esta v a m d an d o a D eu s algo q u e antes E le n u n c a h av ia recebido: a d o ração em m o n g o l. F ico p e n sa n d o n o q u e estaria aco n te cen d o no céu n a q u ele m om en to . F a z e r a G ran d e C o m issão au m e n ta a c ap acid ad e do g ên ero h u m an o de d ar lo u v o r e ad o ração a n o sso D eus. Q u e to d as as n açõ es o louvem ! E isso o q u e E le d eseja. N o ssa m e ta m issio n á ria é le v ar a D eus a g ló ria e a h o n ra de to d as as tribos, n açõ es, p o v o s e lín guas. E m outras p alavras, n o ssa razão p a ra irm os a tod o s os p o v o s é au m en tar a cap ac id ad e da raça h u m a n a de d ar a D eu s o que E le realm en te quer: louvor, gló ria e adoração.
O Fator “O ração” O s guerreiros da G rande C om issão, os “en v iad o s” , têm de ser crentes de oração, além de serem apoiados p ela intercessão daqueles que não foram cham ados a ir. O nde as m issõ es estariam sem os guerreiros da oração? M ais u m a vez, O sw ald C ham bers vai ao âm ago da questão quando escreve: “A chave p a ra o p ro b lem a m issionário não é a chave do bom senso, n em a chave m édica, n em a chave da civilização ou d a educação ou m esm o da evangelização. A chave é a oração. ‘R ogai, pois, ao S enhor da se ara’” .3 C h am b ers p ro sse g u e d izen d o no tex to q ue escrev e u no d ia seguinte (17 de outu b ro ): “A o ração n ão nos q u a lific a pa ra m aiores obras; a oração é a m a io r obra. [...] A o ra ç ã o é a b a ta lh a . V ocê lu ta em o ração , e as re a lid a d e s a co n tecem . Q u e su rp re sa será desco b rir, q u a n d o o véu fo r lev an tad o , que alm as fo ram g an h as p o r vo cê, po rq u e você tin h a o h ábito de re c e b e r suas o rd en s de Jesu s C risto !”4 O s m u ro s do c o m u n ism o a te ísta ru íra m p elas o ra çõ es dos cren tes so fred o res do lad o de d en tro e p elas o raçõ es m issio n árias in tercesso ras de g u erreiro s do lad o de fora. P o d em o s fazer u m a oração neste lad o do p lan eta, e as co isas aco n te c ere m no o u tro lado. P o d em o s o ra r p o r um p ro fe s s o r m issio n á rio em u m a sala d e a u la d a e sc o la b íb lic a e m um long ín q u o cam po m issionário, e o E sp írito S anto ser derram ado de m aneira e sp ecial no en sin o d a b e n d ita e etern a P alav ra. M issio n á rio s e p reg ad o res n acio n ais co rren d o p erig o s in sp ira d o s p elo in fern o p o d e m ser livres p ela
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494 O PASTOR PENTECOSTAL m ão de D eus através das orações de p essoas em altares distantes. Os o b rei ro s av an çarão com e fic iê n c ia n a seara do Senhor, à m ed id a que aten d er m o s o ú n ico p ed id o de o ração que Jesus fez: “R ogai, pois, ao S en h o r da seara q u e en v ie o b reiro s p a ra a sua se a ra ” (Lc 10.2). P a s to r , p o r fa v o r, n u n c a d e ix e d e c o n d u z ir e e n s in a r s o b re o im p re ssio n a n te p o d e r e lu g a r d a in terce ssã o n a o b ra de a lcan çar nosso m undo! T orne su a ig re ja o “c en tro do m u n d o ” , a p artir do qual em anem b ên ção s d iv in as e a in flu ên cia tran sfo rm ad o ra de vidas para todas as searas do m undo.
O Fator “Pentecostal” D e aco rd o co m o liv ro de A to s, ser p e n tec o stal é ser m issio n ário . E ste versículo ex p lica claram ente u m a das evidências do batism o co m o Espírito S anto: “R eceb ereis a v irtu d e do E sp írito S anto, que h á de v ir sobre vós; e ser-m e-eis te ste m u n h a s ta n to em Je ru sa lé m co m o em to d a a Ju d é ia e S a m a ria e até aos co n fin s da te rra ” (A t 1.8). O p a sto r pen te co sta l que não lev a a ig re ja a o b ed ecer m u n d ialm en te a G rande C o m issã o é, em term os, u m a co n tra d iç ã o . O p a sto r p e n te c o sta l terá u m co ração m issio n á rio e re c o n h e c erá q u e re c e b e u esse coração m issio n á rio , q u ando foi batizad o c o m o E sp írito S anto. S e r p e n tec o stal é ser m issio n ário . P o r c o n s e g u in te , n ã o c a u s a n e n h u m a s u rp r e s a d e s c o b r ir q u e o d erra m a m en to do E sp írito S anto o co rrid o no in ício do século X X assum iu re sp o n sa b ilid a d e s e visão m issio n árias im ed iatas. H av ia u m a fo rç a m o triz d e n tro d a q u e le a v iv a m e n to que só p o d e ser e x p lic a d o p e lo p o d e r do E spírito. O n o v o avivam ento pen tecostal espalhou-se rapidam ente ao red o r do m u n d o . O p a sto r p e n te c o sta l cu m p rirá m e lh o r suas re sp o n sab ilid ad e s d a G ran d e C o m issão , se e n te n d er e p ra tic a r a v e rd ad e d a c ap acitação da G ran d e C om issão . A p ro m e ssa de D eu s é o seu plano: “N os últim os dias acontecerá, diz D eus. que do m e u E sp írito d erram arei sobre to d a a carne” (A t 2.17). O E spírito Santo fo i dado p ara proporcionar-nos nova consciência e novo poder p a ra serm os testem u n h as tanto em casa quanto nos confins da terra. C om o q u e s tã o de e v id ê n c ia , J e s u s a d v e rtiu s o le n e m e n te se u s d is c íp u lo s , recen tem en te com issionados, a não saírem de Jeru salém sem o batism o co m o E sp írito Santo (Lc 24.49; A t 1.4). O b atism o com o E spírito S anto é o perm anente p o d er interior, a coragem , a persistência, a sabedoria e a unção p a ra to d o o crente co m issionado. S em ele som os fracos e inúteis. O fator p en teco stal reiv in d ica m inistérios com os sinais que se seguem (M c 16.20). O s atos dos apóstolos são a m arca de referên cia p a ra os dias de hoje. H oje so m o s su a s te s te m u n h a s o rie n ta d a s à açã o n a a re n a do a v iv a m e n to pentecostal. Q ue o co ração e a p regação do pasto r sejam pentecostais; que a co n g regação seja p en tecostal; que os “env iad o s” sejam pentecostais; e que todas as nações d a terra sejam levadas ao contínuo e grande avivam ento p en teco stal dos últim os dias. S er pentecostal é ser m issionário.
O Fator “A rrebatam ento” Jesu s e stá às portas: “A n o ite vem , q u ando n in g u ém p o d e tra b a lh a r” (Jo 9.4). Isso sig n ifica que a m a io r seara que D eus já p ro v id e n cio u deve
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES ser re a liz a d a no m ais cu rto p e río d o de tem p o que ja m a is houve. C o n sid e re desta m an eira: m ais d a m eta d e do g ên ero h u m an o de n o ssa geração não recebeu n en h u m a explicação de que a salvação é m ediante Jesus C risto, que D eus não q u er que n in g u ém p ereça e que o arrebatam ento se aproxim a. O que v am o s fa z e r p a ra a g ran d e c o lh e ita d eve ser feito depressa. H á u rg ên cia no R ein o . E n tão , v am o s tra b a lh a r e n q u an to a in d a é dia; “a noite vem ” ! “T odos vós sois filh o s da lu z e filh o s do dia; nós não som os d a n o ite " (1 Ts 5.5). A n o ite vem ! “O D ia do S en h o r v irá com o o ladrão de n o ite" (1 Ts 5.2). “O m esm o S en h o r d escerá do céu com alarido [...] e com a trom beta de D e u s” (1 Ts 4 .16). P o sso o u v ir a voz do p ro fe ta Jerem ias em sua d escrição m e lan c ó lica d a tra g é d ia e d esesp eran ça: “P asso u a sega, findou o verão, e nós não estam o s sa lv o s” (Jr 8.20). N ão sab em o s q u an d o será feito o ú ltim o apelo p a ra aceitar a Jesu s, n em q u an d o o ú ltim o n o m e será escrito no L iv ro da V ida do C o rd eiro , m as sab em o s q u e ain d a não aconteceu. A in d a estam os n o au g e dos tra b a lh o s d a c o lh e ita — a m a io r c o lh e ita d a h istó ria da h um anidade. N o ssa tarefa m issio n ária é p rep arar um a N o iv a de to d a nação, líng u a, p o v o e trib o p a ra o N o iv o d ivino. O N o iv o e stá a cam inho. O que tem o s de fa z e r d ev e ser feito dep ressa. A m e sa está sendo p re p a rad a e a P ala v ra de D eus p ro m ete: “B e m -a v e n tu ra d o s aq u eles que são cham ad o s à ceia das b o d as do C o rd e iro ” (A p l9 .9 ). E m L u cas 14, a p a rá b o la d a g ran d e ceia d esc re v e v e rd ad e iram e n te a co m issão q u e fo i d a d a à ig re ja de hoje. O sen h o r d a c a sa o rd en o u ao seu servo: “Sai d e p ressa p e la s ru as e b airro s d a cid ad e e tra ze aqui os pobres, e os aleijad o s, e os m an co s, e os c e g o s” (Lc 14.21). P o r últim o , disse ao servo: “Sai p elo s cam in h o s e atalh o s e fo rç a -o s a e n tra r” (Lc 14.23). E ssa u rg ên cia fo i p e d id a p o rq u e o servo m a n te v e seu se n h o r in fo rm a n d o de q ue ain d a h a v ia lu g a r à m e sa do b an q u ete. H o je tem o s de ir p o r to d a a face da terra, e n q u an to ain d a h á tem p o e lu g a r à g rande ce ia das b o d as do C o rd eiro . O fa to r a rre b a tam e n to e stá nos p re ssio n an d o . Jesus em breve vem .
Conclusão N e n h u m d esses fato res b á sic o s p o d e ser se ria m e n te c o n testad o ou d esp rezad o . E les são b ib lic a m e n te sãos e c o n stitu e m in eg av elm en te a vo n ta d e de D eu s p a ra to d o o cren te e to d a a co n g reg ação . L im ita r ou to rn a r o p cio n al a d isp o sição d ad a p o r D eu s d a parte de sua ig reja para ace ita r o d esafio d a G ran d e C o m issão é ato irracio n al. O p a sto r q u e b u sc a m o stra r a p le n a v o n ta d e de D eu s ao reb an h o , te m de lev á -lo a u m a visão m u n d ia l eficaz e a u m a o b e d iê n c ia lite ra l d a G ran d e C o m issão . V am os c o n tin u a r in d o “p o r to d o o m u n d o ” e p re g a n d o “o e v a n g e lh o a to d a c ria tu ra ” (M c 16.15).
496 O PASTOR PENTECOSTAL
Trabalhando com Pastores Auxiliares: Ponto de Vista de um Pastor-presidente M. Wayne Benson
erto p a sto r p re sid e n te , ao ser h o m en ag e ad o p o r vinte anos de fiéis se rv iç o s em u m p a sto rad o , disse: “ Se h o je p are ço e sta r e m alta p o sição , é p o rq u e esto u nos om b ro s d e gran d es h o m e n s” . E ssas são p a la v ra s de a lg u é m q u e se d eu co n ta d a e ficiê n cia d a eq u ip e d e lid eran ça q u e o cerca. S áb io é o p a sto r-p re sid en te q u e d esc o b re isso logo no in ício do seu m in istério . O líd e r eficaz sem p re está p ro cu ran d o e x a lta r os outros, re c o n h e c ê-lo s e h o n rá-lo s, p a ra d esen v o lv er-lh es a estatura, ap erfeiçoarlhes o caráter. O resultado final é que o líd er tam bém subirá co m a exaltação d aq u eles que o servem . A s E scritu ras estão rep letas de ex em p lo s de “ a u x ilia res” cu ja fé está esc rita ao lad o do seu líder. Jesu s esco lh e u os D o ze q u e an d ariam c o m E le pelas p á g in a s dos ev an g elh o s. O ap ó sto lo P au lo fez fre q ü e n tes m en çõ es das p esso a s q u e o fiz e ra m p a rec er bom . E sses au x iliares são tã o p recio so s ao E sp írito Santo, q u e seus no m es estão pa ra sem pre registrados na P alavra e te rn a de D eu s (M t 10.2-4; L c 8.1-3; R m 16.1). E stá claro p elo s p ad rõ es do N o v o T estam ento que o p lan o de D eus p a ra g a n h a r o m u n d o é o m inistério de equipes, e não a g lo rifica ção de su p ersta rs isolados. Jesu s cerco u -se de discípulos que co n tin u ariam a obra dE le. F iel ao padrão, E le ta m b ém en v io u -o s em duplas p a ra realizar aq uela o b ra (cf. M c 6.7). O g ran d e servo de D eus freq ü en tem en te está nos om bros d e g ran d es p esso a s de D eu s. A e fic ácia m in isterial au m en ta co m u m a eq u ip e c a p a c ita d a p o r u m a ú n ic a v isão . O m a n d a to do d isc ip u la d o é cu m p rid o p o r este p la n o de D eus d ar algo “a ho m en s fiéis, que sejam id ô n eo s p a ra ta m b é m e n sin a re m os o u tro s” (2 T m 2.2). T alvez o aspecto m ais im p o rtan te do m in isté rio de eq u ip es seja a resu ltan te seg u ran ça que p r o p o rc io n a . R e f lita s o b re a q u e le s q u e tiv e ra m fra c a s s o m o ra l no m in isté rio , e d e sc o b rirá q u e q u ase to dos tin h am saído so zinhos p a ra se d iv e rtire m o u h a v ia m -se p eg o te n azm en te à in d ep en d ê n cia priv ad a. P o d e ser e ssa a ra z ã o p a ra q u e o co n ce ito do N o v o T estam en to de p resb itério
C
1 UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES se m p re e s te ja e x p re s s o e m u m a p lu r a lid a d e d e líd e re s . T o d o s nó s p re c isa m o s p re sta r co n tas a alguém . E x iste m g ran d es h o m en s e m u lh eres de D eus que, à p rim eira vista, p a re c e m te r feito tu d o so zin h o s, à m e d id a q u e co n stru íam m in isté rio s ou obras m issio n árias de êx ito em d istan tes p artes do m undo. P orém , um ex am e m ais d etid o de suas v id as re v e la e m g eral u m siste m a de apoio de líd eres, m en to res e am ig o s q u e cau so u , ou co n tin u a cau san d o , trem en d o im p acto em suas vid as. D esco b ri que a v isão q u e D eu s m e deu p a ra o m in istério é m u itíssim a m a io r q u e m in h a h a b ilid a d e de re a lizá-la sozinho. P reciso d os recu rso s de p esso a s cap azes q u e D eu s co locou ao m eu lado. D e ix e -m e c o m p a rtilh a r co m v o cê alguns d isc e rn im en to s re sp ig ad o s tanto n a ép o c a e m q u e eu e ra p a sto r auxiliar, co m o quan d o h o je sou pastorp re sid e n te q u e su p e rv isio n a u m a e q u ip e q u e cre sc eu de dois p a ra 93 in teg ran tes, 13 dos q u ais são p a sto re s aux iliares.
Com unicando N ossa Visão E ficazm ente O ú n ico e lem en to m ais im p o rtan te d a lid eran ça eficaz p a ra o pastorp re sid e n te é a h a b ilid ad e de co m u n ic a r id eo lo g ia, filo so fia e v isã o aos líd e re s q u e fa z e m p a rte d a eq u ip e m in isterial. N ão é n e cessário q u e a visão seja co m p licad a ou altam en te sofisticada, só p recisa ser clara. M uitos p a s t o r e s f ic a m i n t i m i d a d o s p e l a i d é i a d e q u e tê m d e e x p l i c a r d e ta lh a d a m en te e lem en to s de su a visão , talv ez sentindo a a rm ad ilh a feita p o r m u ito s q u e p o n tific a ra m c o isa s q u e D e u s n ão tin h a d ito ou que fo rm u la ra m m ero p la n o de h o m en s. É b o m sonhar, m as lem b re-se: visão é m ais q u e a e sp e c u la ç ã o fa n ta s io s a so b re a q u e la e sta ç ã o de T V ou acam p am en to que você a lg u m dia g o staria de ter. Seus auxiliares p recisam sab e r os fu n d a m e n to s do q u e v o cê ac re d ita so b re o trab a lh o que eles estão faz e n d o e su a filo so fia sobre co m o d ev e ser feito. E les p re c isa m saber c o m o v o cê sen te q u e a ig re ja d ev e funcio n ar, o que você ach a que vale, o q u an to do o rçam en to é da re sp o n sa b ilid a d e deles, p a ra q u e eles p o ssam ajudá-lo eficien tem en te a realizar sua visão d ad a por D eus. E sses auxiliares p re c isa m sa b e r qu al a su a m eta, se v o cê e sp e ra que eles le v em o u tro s p a ra lá co m você. U m a u x ilia r jo v e m e d ilig e n te b u sca um c am in h o que dê em alg u m lu g ar; m elh o r q u e isso , lev a à re a liz a çã o de sua visão! A v isão d o p a sto r p re sid e n te e su a filo so fia p o d e m ser d ec larad as em v ário s n ív eis de d etalh es. P o d e m ser tão sim p les q u anto dizer: “C rem os q u e a ig re ja p re c isa c re sc e r d a m a n e ira co m o está d e scrita e m E fé sio s 4 ” ou tã o ela b o ra d a s q u an to u m a série in te ira d u ran te u m p erío d o de m eses. P o d e m ser d ez p o n to s ra b isc a d o s e m u m p e d a ç o de p a p e l am assad o , g u ard ad o n a carteira do p asto r-p resid en te ou u m a declaração de propósitos m in u c io sa m e n te o rg a n iz a d a c o n tid a em u m v o lu m e escrito ao lad o da B íb lia. A ch a v e é ex p re ssa r suas co n v icçõ es íntim as: q u al sua opinião sobre a fu n cio n alid ad e d a igreja, os relacio n am entos n a equipe, a delegação de au to rid ad e, o cre sc im e n to da ig reja, o m an ejo das fin an ças, a p rátic a d a ética m in isterial? N ão se p o d e e sp erar qu e os au x iliares ap ren d am essas co isas p o r o sm ose! O h, eles as ap re n d e rão q u an d o v io lare m territó rio p ro ib id o ! E , in te re ssa n te , v o cê va i c o n ta r e ssas co isa s a eles q u an d o co rrig ir-lh es os erros. M as esse cam in h o ao co n h ecim en to estará salpicado
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O PASTOR PENTECOSTAL c o m as e x p e riê n c ia s d e s e n tim e n to s fe rid o s e fa lh a s d e stru id o ra s de co n fian ça. A m a io ria das ex p eriên cias d esse tipo p o d e ser e v itad a por m e io d e u m e n te n d im e n to c la ro e n tre o p a s to r p re sid e n te e p a sto re s au x iliares j á n o in ício do relacio n am en to . C o m u n ic a n d o
por um
M anual
de
P o l í t ic a
de
Pesso al
E m u m a ig re ja g ra n d e , c o m o a F irst A sse m b ly em G ra n d R ap id s, M ich ig an , d esco b rim o s que as m iscelâneas de in fo rm açõ es filosóficas que ap a re c iam e m m em o ran d o s ao pesso al ou em notas de reu n iõ es ag endadas p re c isa v a m ser o rg an izad as e co lo cad as em u m m a n u al que p u d esse ser co n su ltad o p e la eq u ip e em to d o s os n íveis de lid eran ça. Isso nos pou p o u de sofrer pesares com m al-en tendidos e serviu-nos de excelente ferram enta de tre in a m e n to p a ra n o v o s in te g ra n tes d a equipe. C o m u n ic a n d o
por um
M a n u a l M in is t e r i a l
O u tra fe rra m e n ta q u e ajudou nossos m inistros fo i u m desen v o lv im en to natu ral do m an u al de política que, descobrim os, con tin h am m uitos aspectos e sp ecífico s a m in istro s sem n e n h u m a ap licação ao re sto do p essoal. P o r isso, criam o s u m m a n u a l m in iste rial sim ples q u e c o b ria essas áreas que só se a p lic a v a m aos m in istro s. E sse p eq u e n o m a n u al co n stru iu p o n tes de e n te n d im e n to e n tre n o s s o s m in is tro s e m a n te v e -o s in fo rm a d o s das e x p e c ta tiv a s do p a sto r-p re sid e n te a re sp e ito d e q u estõ es co m o férias, o b rig a ç õ e s se m av iso p rév io , v isitas em h o sp itais, c o m p ro m isso s p ara p re g a r fora, dias d e fo lg a e o u tros assuntos ap aren te m en te secundários q u e se to m a m “m a ssa c rític a ” q u an d o ig n o rad o s ou m al-en ten d id o s.
Diretrizes Claras para E ficientes Relacionam entos de Trabalho D e p o is q u e a v isão e a filo so fia do p a sto r-p resid e n te fo rem c o m p ree n did as. é d ecisiv o p a ra o e n ten d im en to d a ig reja e p a ra to dos os n ív eis de lid e ra n ç a que c a d a m em b ro d a eq u ip e de lid e ra n ç a en te n d a seu re la c io n a m en to co m o p asto r-p resid en te, co m os o u tro s m em b ro s d a eq u ip e de lid e ra n ç a e c o m a co n g reg ação. U m a D e s c r iç ã o
de
C a r g o C l a r a m e n t e E s c r it a
D u ran te m eus prim eiro s 21 anos de m inistério n a F irst A ssem bly, fom os abençoados ao v er 144 pessoas atenderem à cham ada ao m in istério de tem po integral. P ara m uitos deles, o p o nto de en trad a ao m inistério foi o de pastor aux iliar sob vários títulos (pastor da m ocidade, m inistro da m úsica, diretor de E d u cação C ristã etc.). P ro vavelm ente a m aio r expressão de frustração entre aqueles com experiên cias iniciais difíceis, foi que o pasto r presidente, que os convidou, n u n ca lhes forneceu u m a descrição de cargo po r escrito. A e x p e riê n c ia e m g e ra l d e ix o u -o s d esilu d id o s e c o n fu n d id o s, e n q u a n to tateav am à ton tas pelo cam inho, tentando adivinhar o que se esperava deles. N ão é ju sto aos auxiliares q u e sejam subm etidos a p rocurar cum prir, por ten tativ a e erro, u m a série de expectativas não escritas, m as freqüentem ente dogm áticas, form adas pelo p asto r ou corpo m inisterial.
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES A v a l ia n d o D e s e m p e n h o s
e
D e c l a r a n d o M etas
Igu alm en te im p o rtan te ao fluxo de en ten dim ento adm inistrativo é um sistem a de avaliação de d esem p en h o e a realização de m etas declaradas. Q ual o v alo r de u m a descrição de cargo, se a realização da tarefa n u n ca é av aliad a? Todo p asto r auxiliar, esp ecialm en te o novato, p recisa saber a quantas anda seu desem penho. O propósito prim ário da avaliação é expressar ap reciação e afirm ação pelas coisas b em feitas. U m propósito secundário é f o rn e c e r c o m p re e n s ã o c la ra d e á re a s q u e p re c is a m d e m e lh o ria ou d esenvolvim ento. U m a p alav ra de precau ção aos pastores presidentes que ten d em a ser d a “classe dos p ro fetas” : U m a p alav ra gentil de incentivo no rm alm en te terá efeito m ais positivo do que u m a repreensão severa. E p a ra aqueles que tendem a ser “dotados de clem ência” : D eix ar de confrontar erros de m an eira o p o rtu n a p ro d u z entrin ch eirado cam inho de erros e m al entendidos. E m geral, num am biente de b o a com unicação, n em os elem entos afirm ativos n em os corretivos d a avaliação ou revisão serão surpresa. T r e in a m e n t o
em
C u r t o P r a z o E D i s c ip u l a d o
em
L ongo Prazo
C o m q u e fre q ü ê n c ia u m pasto r, em situ ação d e em erg ên cia, em p u rra u m trim e stre de aulas nas m ão s de a lg u m re c ru ta in su sp eito , de últim a ho ra, do q u a l se e sp e ra q u e se co lo q u e d ia n te d e u m a c la sse de m en in o s d e E s c o la D o m in ic a l e s e ja “ p r o f e s s o r ” . O p o b re c o ita d o n ã o tem ex p e riê n c ia, n e m tre in a m e n to e n em su p erv isão. N ão ad m ira q u e q u an d o fra c a sse m m ise ra v e lm e n te p ro m e ta n u n c a m ais ensinar. E sse tip o de ex p e riê n c ia m in a q u a lq u e r im p u lso de a lg u é m se o ferecer co m o v o luntário; n in g u é m q u e r fracassar, esp e c ia lm e n te em p ú b lico . E m b o ra esse tip o de re c ru ta m en to de leigos te n h a sido elim in a d o na m a io ria d e n o ssas ig rejas, n o âm b ito p ro fissio n a l às vezes ain d a op eram o s d esse je ito . É sério en g an o p e n sa r q u e u m cu rrícu lo d e e sc o la b íb lic a ou u m a série de cu rso s ex ig id o s p a ra cred en ciais m inisteriais te n h a m pro v id o e s tru tu ra de tre in a m e n to e d is c ip u la d o a d e q u a d o s a n o sso s p a sto re s au x iliares. C o n h e c im e n to dos fu n d am en to s m in isteriais não to m a alguém h a b ilid o so pasto r, tan to q u an to p a ssa r em u m te ste escrito n a A e ro n á u tic a n ã o to rn a a lg u ém p ilo to de lin h a aérea. H ab ilid ad es b á sica s d e v em ser en sin ad as, v ô o s d e v e m ser ex p e rim e n ta d o s, p ilo ta g e m d ev e ser av a lia d a — tu d o c o m e x p e rie n te in stru to r de v ôo no b an co d a direita. P o r que p re su m im o s q u e u m n o v o a u x ilia r sab e in stin tiv a m e n te fa z e r u m a v isita em h o sp ital, c o n d u z ir u m en terro , ac o n se lh a r em situ açõ es de crise ou en treg ar u m serm ão? E m v ez de lan çá-lo s n a água p ara ver o quanto nadam b em , o p a sto r-p re sid e n te , o u seu re p re se n ta n te g a b aritad o , deve e n tra r na ág u a c o m eles. E le d ev e m o strar-lh es co m o ele faz as coisas. E le deve e x p lic a r m é to d o s q u e g a n h a m tem p o , d esc o b erto s p o r ele ao lo n g o da ex p e riê n c ia, n ão o m itin d o os erros, m as fazen d o deles ob jeto de lição h u m o rística. D ev e d em o n strar, p elo ex em p lo , as técn icas, a co m p aix ã o e o âm ag o do m in isté rio do m o d o co m o o vê. A fin al de co n tas, esse é o m o d o p e lo q u a l o a u x ilia r s e rá a v a lia d o , c e d o ou ta rd e , fo rm a l ou m e n talm en te. V ocê n u trirá p ro fu n d a a v aliação e un ião co m u m jo v e m p a sto r qu e, a lg u m dia, c o n ta rá h istó rias à su a p ró p ria co n g re g aç ão sobre co m o v o c ê o d iscip u lo u .
500 O PASTOR PENTECOSTAL A m ando as Pessoas pelo Benefício Delas U m dos m é to d o s de lid e ra n ç a m ais sim p les e, não o b sta n te , m ais p ro fu n d o é o p raticad o e p re co n iz ad o p o r n o sso Senhor. E le v irtu alm en te resu m iu to d a a L ei e os P ro fetas e m u m a p alavrinha: am or. G rande parte do q u e fazem o s, co m o líd eres, n ã o seria co m p licad o se p ra tic ássem o s o ax io m a da verdade: am e aqueles que estão sob sua autoridade para o m elhor p ro v e ito deles. Isso p o d e ser ex p resso d e div ersas m an eiras práticas e sim p les, q u e o casio n arão re lacio n am en to d u rad o u ro e fru tífero . A mando
os
A u x i l ia r e s
com o
Pesso a s,
nã o pelo q ue
Fazem
E m b o ra p o ssa se r d ifíc il se p a ra r o re la c io n a m en to p ro fissio n a l do pessoal, tem os a o brigação de ver nossos auxiliares prim eiro com o pessoas, o m ais su b lim e o b jeto do am o r de D eus, em v ez de em p re g ad o s cujo d e sem p en h o a u m e n ta ou d ificu lta n o ssa visão, fa zen d o -n o s p a re c e r bons o u ru in s. D esco b ri qu e, se u m dos m eu s au x iliares e stá co m pro b lem as e s p ir itu a is , p e s s o a is o u p a s s a n d o p o r d if ic u ld a d e s f a m ilia r e s ou m a trim o n ia is, ele ta m b é m p re c isa d e u m p a sto r q u e se p re o c u p e ; ele ta m b é m p re c is a de c o n se lh o s e o rie n ta ç õ e s e sp iritu a is. E les são suas ovelh as tan to quanto, se não m ais, que qu a lq u er outro m em bro do rebanho. D e fato , a e fic iê n c ia d o seu m in istério ao reb an h o p o d e ser d ific u lta d a em m u ito p o r u m p eq u e n o p ro b le m a que, se fo r d eix a d o sem so lução, po d e to rn a r-se e m fra c a sso c a ta stró fico . P o r e ssa raz ão , u m a das p rim e iras p erg u n tas q u e fre q ü e n te m en te faço d u ra n te re u n iõ e s p a rticu la res c o m os m in istro s de m in h a eq u ip e p o d e ser: “E n tão , co m o está sua v id a co m C risto ? ” O u: "O q u e o S e n h o r te m lhe falad o u ltim a m e n te ?” D u ran te u m a re u n iã o ag en d ad a, se v ejo u m item ao p é de sua lo n g a ag e n d a q u e d ig a “P e sso a l” , g e ra lm e n te co lo co e sse item no topo d a lista. E u m a m a n eira sim p les de dizer: “V ocê é m ais im p o rtan te do q u e o que fa z ” . C u id a n d o
das
N e c e s s id a d e s F in a n c e ir a s
do
A u x i l ia r
S a lá r io s e r e m u n e r a ç õ e s v a ria m a m p la m e n te d e a c o rd o c o m a d em o g rafia, a g eo g rafia, a ed u cação , a ex p eriên cia, a descrição de cargo e o n ív e l d e re s p o n s a b ilid a d e . N ã o o b sta n te , d e ix e -m e fa z e r a lg u m a s su g estõ es q u e p o d e m serv ir com o d iretrizes se v o cê estiv e r lu tan d o com esse assunto. Seus au x iliares são seu m aio r recu rso de m in istério ao C orpo de C risto. T ra te -o s b e m , e v o c ê n ã o se la m e n ta rá p o r isso . A c o n g re g a ç ã o q u e p a sto re io tem a rep u ta ç ã o de c u id ar de seus p astores. N ão ob stan te, se fo sse p o ssív el, p a g a ria co m p ra z e r o d o b ro do que re c e b e m h o je. E les são p ro fis s io n a is e d e v e m ser tra ta d o s co m h o n ra e d ig n id a d e . P o rta n to , acred ito q u e d evo a p re se n tar an u a lm en te ao n o sso co rp o m in isteria l as n e c e s s id a d e s e re c o m e n d a ç õ e s d e m e u p e s s o a l, p r o v e n d o e s tu d o s v e ro ssím e is em n ív eis de co m p e n saç ão p a ra m in istério fo rn ecid o s p o r o rg an izaçõ es co m o a N A C B A 1 ou a C M A .2 M e s m o d u r a n te te m p o s d e a u s te r id a d e , q u a n d o a u m e n to s ou g ra tific a çõ e s n ão são p o ssív eis, u m a ca rta ao p e sso al ap resen ta n d o as ra z õ e s p a ra o n e c e ssá rio “c o n g e la m e n to ” , asseg u ra n d o -lh e s o desejo pelo
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES b e m -e sta r fin a n c e iro d eles e d a n d o -lh es e sp era n ç a de co n sid e ra çõ es fu tu ras será a p re c ia d a co m o ex p ressão de b o n d ad e e p reo cu p ação . C onsid ere os b en efício s que você ap recia e as finanças que v o cê p recisa qu ando rev isar salários e paco te de benefícios de seus auxiliares. C onsidere o fato de q u e esses co m p a n h e iro s d e tra b a lh o b e m que p o d em rep re se n tar seus m ais leais seg u id o res e estar en tre os d o adores que m ais se sacrificam n a co n g reg ação . C o n sid e re ta m b é m q u e o seu co rp o m in iste ria l pode a v a lia r a d e q u a d a m en te su a le a ld a d e à eq u ip e p asto ral e re a g ir a v o cê do m o d o co m o v o cê fa ria o co rp o m in iste ria l re a g ir à eq u ip e pastoral. P rovend o Base
pa ra
Pr esta çã o
de
C ontas
E m d ias d e ten taçõ es tão v io len tas e de c o n seq ü e n tes fracasso s, nós, no m in istério , p re c isa m o s m ais do q u e n u n c a te r u m a b a se p a ra prestação de co n tas. U m a das v an tag en s de te r pasto res n a eq u ip e é a seg u ran ç a que h á “n a m u ltid ão de c o n se lh e iro s” (P v 11.14). E sto u co n v en c id o d e que e ssa re d e d e se g u ra n ç a n ão é fo rn e c id a apen as p a ra os aco n selh ad o s, m as ta m b é m p a ra os co n selh eiro s. P recisam o s d a p ro teçã o p ro p o rc io n a d a p o r u m gru p o de co leg as a q u em p o ssam o s p re sta r contas. E m m eu pasto rad o , tenho cu ltiv ad o o en ten d im en to de p ro n ta p restação de contas e u m sistem a p elo q u al re g u la rm e n te e x am in am o s o c o m p o rta m en to m o ral e ético uns d os o u tro s. C a d a u m de nós, p asto res, te m u m cartão v erd e co m o título: “S ó e n tre m im e v o c ê ” . N esse cartão h á sete p erg u n tas in v estig ad o ras, ab ran g en d o tó p ico s d a lu x ú ria à in d isc riç ã o fin an ce ira.3 S ab em o s que, a q u a lq u e r ho ra, tem o s o direito de p erg u n tar e a obrigação de resp o n d er a essas perguntas. E sabem os que inevitavelm ente chegarem os à últim a infam e p erg u n ta d a lista: “Você acab a de m en tir p ara m im ?” Sim , participo com o igual n essa p eq u en a rede de p roteção, pois tenho o m esm o dever que eles de prestar contas do m eu com portam ento m oral e da m in h a ética m inisterial. É certo que não é procedim ento infalível e nem tom a o lugar do discernim ento u ngido que surge em u m a b o a reunião de o ração com esses irm ãos, m as p ro v ê p restação de contas. E stou inten sam ente ciente de que velo pelas alm as deles, com o a q u e le q u e h á d e d ar c o n ta delas (H b 13.17).
Q uatro Pontos Cardeais dos R elacionam entos M inisteriais C a d a in te g ra n te d a m in h a eq u ip e p a sto ra l p ro v av elm en te p o d e ria citar d e m e m ó ria q u atro p o n to s card eais de m in h a filosofia. S ão as seguintes: 1. L e a l d a d e
A c im a de tu d o o q u e sab em o s de D eus, E le é leal. É leal aos seus p rin cíp io s irrev o g áv eis, leal à su a verd ad e im utável, leal às suas prom essas e tern as, leal a nós (Ê x 2 0 .5 ,6 ; M l 3.6; H b 13.5-8; 1 R s 8.56,57; M t 28.20). E sp ero leald ad e de m in h a eq u ip e p asto ral: leald ad e a D eus, leald ad e ao c ô n ju g e, leald ad e à fam ília, leald ad e à ig reja e leald ad e a m im . E n tretan to , n ã o se tra ta d e le a ld a d e d e m ão ú n ica, algo q u e se e sp e ra q u e se m o v a a p en as p a ra o áp ice da ca d e ia de co m an d o . M eu s au x iliares têm o direito de tam b ém e sp e ra r leald ad e de m im .
502 O PASTOR PENTECOSTAL 2. F id e l id a d e F id e lid a d e é e x ig ê n c ia b á sic a de q u alq u e r u m a q u em é co n fiad o o re b a n h o do S e n h o r (1 C o 4.1,2). É a m ais p rá tic a ex p ressão do G ran d e P a sto r e p o d e ser d e m o n stra d a p o r q u a lq u er u m nas fo rm as m ais práticas: c o n fia b ilid a d e , p o n tu alid ad e, b o a ética de trab alh o , aco m p an h am en to etc. 3. F l e x i b i l id a d e
T em os u m d itad o en tre a eq u ip e da F irst A ssem b ly : “B em -av en tu rad o s os fle x ív e is, p o is q u a n d o fo re m c u rv a d o s n ão serão q u e b ra d o s” . E m q u a lq u e r ig reja sen sív el à d ireção do E sp írito S anto, p a rtic u larm en te um a ig re ja q u e cresce, os líd eres d e v e m ser fle x ív eis d ian te d e m éto d o s novos, a m b ien tes n o v o s e re sp o n sa b ilid a d es n o v as (E c 7.10). A v iv a , d in âm ica, m o v e n te ig reja de D eu s não deve ser im p ed id a p o r atitudes im p assív eis, g alv an izad as, p o sse ssiv a s ou rígidas. P ara aqueles no m in istério , é estar p re p a ra d o “ a tem p o e fo ra de te m p o ” (2 T m 4.2). 4. C o m u n ic a ç ã o A p rim e ira c a ra c terístic a q u e ap ren d em o s de D eus, e m G ên esis 1, é q u e E le é um D eus que fala: “E disse D eu s” (G n 1.3,6,9,11,14,20,24,26,29). T en d em o s a re c o n h e c e r o m in istério co m o o ato d e fa la r m u itas palav ras p u b l i c a m e n t e , m a s n a m a io r ia d a s v e z e s d e m o n s tr a m o s p o u c a co m u n icação n o âm b ito p riv a d o ou den tro d e n o ssa eq u ip e p asto ral. A co m u n icação é a alm a do re la cio n am en to p ro fissio n al e particular. N as e n tr e v is ta s , s e m p re f a lo a o s fu tu r o s p a s to r e s q u e e s p e ro h o n e s ta co m u n icação en tre a eq u ip e, o que in c lu i a resp o n sab ilid a d e de d isco rd ar de m im em p a rtic u la r e fren te a fren te, em v ez d e fica r co m q u eix a de m im e d e sa b a fa r co m os o u tros (M t 18.15; G1 6.1). S em elh an tem en te, e le s p r e c i s a m e n te n d e r q u e e x e r c e r e i a m e s m a p r e r r o g a t i v a d e co n fro n ta ç ão , c o m a fin a lid a d e d e c o rreção ou en ten d im en to .
M antendo a Palavra N os relacio n am en to s h á um a fonte de frustração universal, e o pastorado n ão é ex ceção : m a n te r a p alav ra. D e certo m odo, n o ssa p ala v ra é nosso esp írito e m fo rm a de som . Q u an d o dizem o s algo, dam o s n o ssa palav ra. A in te g rid a d e é n o rm a lm e n te m ed id a p e la m a n e ira com o m an tem o s n o ssa p a la v ra d ia n te de D e u s e dos outros. Q u ando de alg u m a m an e ira vio lam o s n o ssa p alav ra, talv ez d eix an d o de cu m p ri-la em sua inteireza, in v alid am o s n o ssa lid eran ça e fru stram o s aqueles que nos seguem . M an ten h a a palavra, e os outros farão in v e stim e n to s de c o n fian ç a ca d a vez m ais v a lio so s em seu m in istério .
Fazendo um a Saída H onrosa U m ú ltim o c o n s e lh o a c e rc a d o r e la c io n a m e n to e n tre p a s to re s p re s id e n te s e p a sto re s a u x ilia re s. N ó s, no m in isté rio , te m o s re la tiv a facilid ad e em ad m itir q u e o S en h o r te m o d ireito de lev ar-n o s p a ra onde E le quer. E m b o ra os p a sto res-p re sid e n tes e x am in e m to d o s os aspectos
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES d essa d im en são d a v o n tad e de D eu s q u an d o a lg u ém en tra n a eq u ip e, tanto os p a sto re s-p re sid e n tes q u an to os p a sto re s au x iliares m u itas v ezes são p o u c o g en ero so s so b re o m o d o co m o alg u ém deix a a eq u ip e p ara novas aren as d a v o n ta d e de D eus. N ão esto u su g erin d o que você ten h a u m texto p ré -e sc rito p a ra as d e m issõ es, m as é b o a id é ia fo rn e c e r diretrizes escritas a re sp e ito d e suas ex p e c ta tiv as d u ran te tal tran sição . N o in íc io de c a d a d e sc riç ã o de carg o p a ra n o sso s m in istro s, h á u m p a rá g ra fo q u e re c o n h e c e q u e a c h a m a d a de D eu s tem p rio rid a d e sobre a ch a m a d a d eles em serv ir co m ig o . A v ista d isso, n o sso m an u a l m in isterial te m u m a se ç ã o in titu la d a : “ O M in istro e m T ra n siç ã o ” . N e ssa seção , ap resen to d etalh es so b re co m o esp ero q u e seja trata d a tal tran sição , desde as p rim e ira s sen saçõ es ao p re p a ro do a n ú n cio p ú b lico . T am bém cubro certas áreas sen sív eis, d efin in d o o q u e c o n stitu i pro p rie d ad e d a ig reja para ser d e ix a d a e lem b ro -o s d a é tic a ao c o n ta ta r seus antigos p aro q u ian o s. Isso p o u p a o in c ô m o d o de m a l-e n te n d id o s n esse p erío d o v u ln eráv e l p a ra a co n g reg ação , p a ra o p a sto r-p re sid e n te e p a ra o m in istro que e stá saindo. A últim a coisa que um aux iliar p recisa em seu currículo de relacionam entos é a m a n c h a de u m a tra n siç ã o in satisfató ria. D o m esm o m odo, u m pastorp re s id e n te q u e r e v ita r a a tm o s fe ra n e g a tiv a m e n te c a rre g a d a d e u m a c o n g re g a ç ão p o la riz a d a , to m an d o p a rtid o e m u m a d isp u ta en tre e la e seu auxiliar. T odo o p a sto r a u x ilia r qu e te n h a re c e b id o a ho n ra e a visib ilid ad e d e u m m in is té r io a o la d o d e u m p a s to r - p r e s id e n te e q u e r e c e b e u en sin a m e n to s, ex p e riê n c ias p recio sas e re m u n eraçã o fin a n c e ira du ran te esse m in isté rio d ev e p ro c u ra r d e ix a r co m o leg a d o só b ên çãos. Todo o p asto r-p resid en te, q u e te n h a sid o b e n e fic ia d o co m o tem p o , talen to s e em p re e n d im e n to s de u m auxiliar, d ev e p ro c u ra r a b en ç o ar o m in istro em tran sição co m afirm ação , am o r e apoio. A g raça que os m an tev e unidos d e v e ser a m e sm a g ra ç a qu e os seg u irá q u an d o se separarem . E m m eu s 21 an o s n a F irst A ssem b ly , fu i a b e n ço ad o ao tra b a lh a r co m v in te m in istro s m a ra v ilh o so s, ca d a u m sen d o u m d o m de D eus. T re ze d eles ain d a estão em m in h a eq u ip e. N ão h á p alav ras p a ra d e sc re v er a b ên ção , a estab ilid ad e e a c e rte z a q u e “p a sto re s-m o d e lo ” sau d áv eis e de serviço em longo prazo fo rn ecem p a ra o re b a n h o de D eus. O b o m P a sto r deu su a v id a p elas o v e lh as (Jo 10.11-15). D ev e ría m o s fa z e r m en o s q u e isso?
C onclusão N ão h á su b stitu to p a ra a lid e ra n ç a u n id a que ten h a a cap acid ad e de re u n ir a ig re ja co m o ex ército , m arc h a n d o em cad ên c ia p o r um a causa, reu n id o e re o rg a n iz ad o em to rn o de u m a visão. “Oh! Q u ão bom e quão su av e é q u e os irm ão s v iv a m e m u n iã o !” (SI 133.1).
504 O PASTOR PENTECOSTAL
Trabalhando com Pastorespresidentes: Ponto de Vista de um Pastor fluxiliar Robert W. Klingenberg
u ran te 12 anos, servi com o p a sto r a u x ilia r de M . W ayne B enson, p a s to r-p re s id e n te d a F irs t A sse m b ly o f G o d em G ra n d R a p id s, M ich ig an . Foi in co n fu n d ív el p riv ilég io b em co m o e x p eriê n c ia de q u alid ad e. O p a sto r B en so n p ro p o rcio n o u o m e lh o r de dois m u n d o s: o m a io r e x em p lo de p asto r-p re sid en te e d iscern im en to s p esso ais de sua p ró p ria e x p e riê n c ia co m o p a sto r au x iliar m u ito b em -su c ed id o . M u ito do que c o m p a r ti l h o a q u i fo i im p r e s s o e m m e u c o r a ç ã o d u r a n te a q u e le re c o m p e n sa d o r c ap ítu lo de m in h a vida.
D
Servo, contudo, Amigo Je su s C risto esco lh eu 12 p a sto re s au x iliares. P o d e h a v e r ap en as u m S enhor, u m M estre, u m C ab eça. Q u a lq u er co isa que te n h a d u as cab eças é u m a m o n s tr u o s id a d e . S e m e lh a n te m e n te , só p o d e h a v e r u m p a s to r c o m a n d a n te e m ca d a ig reja; to d o s os o u tros p asto res tê m de segui-lo. Q u an d o Je su s e n c o n tro u u m q u e quis co m o seu auxiliar, co m o no caso de F ilip e , disse: “ S e g u e -m e ” (Jo 1.43). A ss im , o p a s to r-p re s id e n te d e q u a lq u e r ig re ja , n a p ro p o rç ã o q u e re p re se n ta Jesu s C risto , su p rem o P asto r das ov elh as, tem de d ize r aos se u s a u x ilia re s : “ S ig a m -m e ” . T ra ta -s e de u m e q u iv a le n te a b so lu to . P o rtan to , é d a p ró p ria e ssê n c ia do p a sto re io a u x ilia r te r o desejo ard en te e o co m p ro m isso to tal de re a liz a r a visão do p a sto r presid en te. S o m en te q u an d o o p a sto r au x ilia r fo r serv ir o p a sto r-p re sid en te é q u e ele estará liv re p a ra c u m p rir su a v o c a ç ã o s a g ra d a e n ã o se r u m a c o n tra d iç ã o p erm an en te ao seu título. N ão apenas estará livre para cum prir sua vocação, m as tam b ém será in co m en su ravelm ente abençoado po r isso. E sse princípio a ch a-se n as p alav ras de Jesu s, q u an d o disse: “Se alguém m e serve, sigam e; e, o n d e eu estiver, ali e sta rá tam b ém o m eu servo. E, se alg u ém m e servir, m eu P ai o h o n ra rá ” (Jo 12.26).
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES
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F ran cam en te, se m ais p asto res auxiliares e n ten d essem esses princípios, a d u ra ç ã o d o p e río d o de p a s to ra d o a u x ilia r a u m e n ta ria . O s p a sto re s au x iliares e n te n d e ria m en tão q u e eles n ão estão n essa po siç ão p a ra seg u ir seu p ró p rio p ro g ra m a de trab alh o , m as p a ra en c o n trar g rande satisfação e to tal re a liz a çã o ao fa z e r o que o p a sto r-p re sid e n te sente ser a v isão que D eu s lh e deu. O p a sto r au x ilia r d ev e ser um a ex ten são das m ãos do pastorp re sid e n te , o u seja, de sua cham ad a. Já o u v i p asto res au x iliares d izerem a seu p asto r-p resid en te: “N ão v o u m e c o m p ro m eter em cu m p rir su a visão, até que eu m e certifiq u e de que posso co n co rd ar com todos os seus po n to s” . O u, n o v am en te: “N ão q u ero fa la r so b re isso agora; falarem o s d e p o is” . T a l a u x ilia r n ã o só d e v e ria ser d isp e n sa d o , co m o ta m b é m n u n c a d ev eria te r sido c o n v id ad o . E le é c rim in o so e re b e ld e e não tem d ireito a lg u m ao su p rem o e h o n ra d o títu lo d e p a sto r auxiliar. U m p a sto r au x iliar é servo do seu p asto r-p resid en te, e u m servo d ev e acatar as ordens do seu se n h o r m e sm o qu e, às vezes, n ão e n te n d a as t t ------------------------------------------------razõ es d e tais co m an d o s. E n tre ta n to , se isso é tu d o o q u e h á n a re la ç ão p a sto r r e s id e n te /p a s to r a u x ilia r, e n tã o s e ria a n tib íb lic a e in salu b re. Se tu d o o q u e o p a sto r a u x ilia r re c e b e sse do seu líd er fo sse o rd en s e orien taçõ es, o d esen v o lv im en to do serv o fic a ria m u ito aq u é m d o seu senhor. É p o r isso q u e Jesu s disse: “Já v os n ão c h am arei servos, p o rq u e o servo n ã o sab e o q u e faz o seu senhor, m as ten h o -v o s ch am ad o am ig o s, p o rq u e tu d o q u an to o u v i de m eu Pai vo s ten h o feito c o n h e c e r” (Jo 15.15). P erceba, então, q u e o rd e n s e fe tiv a s e o b e d iê n c ia s e g u ra re q u e re m am izad e in co m u m , p a ra q u e o p a sto r a u x ilia r não se sin ta d esasso ciad o e m en o s q u e pastor. O p a sto r-p re sid e n te te m de tra ta r seus au x iliares com o co leg as e am ig o s, n ão co m o escrav o s o u in ferio res. A eq u ip e p asto ra l tem de c o n h e c e r o c o ração do seu p a sto r p re sid e n te , o q u e ele o u viu de Jesus C risto , a su a m e ta e p o r q u e alcan çá-la. T udo isso foi ex a ta m en te o que Jesu s fez co m seus “p a sto re s a u x ilia re s” . U m servo, p o r outro lado, não e stá c ien te das in te n ç õ e s do seu se n h o r ou d as raz õ es de suas diretivas. P asto res au x iliares q u e tê m esse tip o d e re lac io n am en to co m seu líder, tra b a lh a m co m o e stran h o s sob o m esm o teto d a igreja. E m b o ra esteja m no m esm o local, são, n a m e lh o r das h ip ó te se s, d esco n hecidos. O re la c io n a m e n to a m ig o p a ra a m ig o é u m dos m ais e x tra o rd in á rio s. A m ig o s são fe ito s ín tim o s p o r assu n to s q u e n ão são c o m p a rtilh a d o s com m ais n in g u é m . A m ig o s são re v e la d o s n ã o só n a c a b e ç a u n s dos ou tro s, m a s ta m b é m n o c o ra ç ã o uns dos o u tro s. É e x a ta m e n te p o r e ssa razão q u e Je su s d isse aos d isc íp u lo s: “M u ito s p ro fe ta s e ju s to s d e se ja ra m v e r o q u e v ós v e d e s e n ão o v ira m , e o u v ir o q u e v ó s o u v is, e n ão o o u v ira m ” (M t 13.17). M ais u m a v e z , Je su s a s s in a la o p riv ilé g io sa g rad o q u e lhes fo ra c o n fia d o , q u a n d o lh e s diz: “A v ós v o s é d ad o c o n h e c e r os m isté rio s do R e in o de D eu s, m as ao s o u tro s, p o r p a rá b o la s, p a ra q u e, v e n d o , não v e ja m e, o u v in d o , n ão e n te n d a m ” (L c 8 .1 0 ). O s d isc íp u lo s d e Jesu s v iv e ra m n o n ív el de u m en c a rg o sa g ra d o , u m n ív e l d e sc o n h e c id o a to dos os d em ais. P a ra C risto , a m iz a d e c o m seu s a u x ilia re s tin h a p re c e d ê n c ia so b re g u iá -lo s c o m o seu s se g u id o re s. É ju s ta m e n te p o r isso que so m o s
0 pastor auxiliar deve cumprir a visão do pastorpresidente
506 O PASTOR PENTECOSTAL in fo rm a d o s so b re A b ra ã o : “ [E le] fo i c h a m a d o o a m ig o d e D e u s” (T g 2 .2 3 ). A ra z ã o d e A b ra ã o p o d e r ser c h a m a d o a m ig o d e D e u s é q u e ele fo i tra ta d o c o m o tal. H a v ia u m a in tim id a d e e fa m ilia rid a d e e x c lu siv a e n tre D eu s e A b ra ã o . Q u a n d o D e u s re so lv e u d e stru ir S o d o m a, E le não p ô d e e s c o n d e r seus p la n o s d e A b ra ão , p o is n a v e rd a d e ira a m iz a d e não h á lu g a r p a ra ta is se g re d o s. N e sse c a so , a B íb lia a p re se n ta -n o s e ssa g ra n d e a m iz a d e c o m e sta s p a la v ra s: “E d isse o S en h o r: O c u lta re i eu a A b ra ã o o q u e fa ç o ? ” (G n 18.17). T em os de ap ressar-n o s em ac re sc en tar que Jesu s C risto não tran sm itiu seu sen tim en to ou su a au to rid ad e p a ra os d iscíp u lo s atrav és d e algum d iscíp u lo -p resid en te. N as fileira s dos au x iliares d e C risto, não h a v ia tal c o is a c o m o p a s to r - a u x ilia r - p r e s id e n te d e b o a fé . J e s u s C ris to n ã o co m p a rtilh o u seus sen tim en to s n e m tran sm itiu seu c o m an d o m ed ian te a lg u m rep re se n ta n te. N in g u é m p o d e ser am igo p o r p ro c u ra ção ou líd er e ficaz p o r rep resen tação .
Prim eiro os Pastores, depois os Especialistas T em os de fa z e r cu id a d o sa d istin ção en tre su b stan tiv o e verbo. C om o relatad o e m re c e n te artig o n a rev ista H o m ile tic s (H o m ilé tic a ): “Q u al a fu n ção d o s a d jetiv o s? M o d ifica r os su b stan tiv o s. O s ad jetiv o s m o d ifica m co isas que são m aio res e m ais im p o rtan te s do q u e eles. O s ad jetiv o s são o rn am en to s e lu zes q u e v o cê p e n d u ra no s sub stan tiv o s, de fo rm a que os su b stan tiv o s fiq u e m m ais v iv o s e e x p re ssiv o s” .1 E ú til en te n d e r q u e os a d je tiv o s são c o m o d e c o ra ç õ e s e m á rv o re s d e N a ta l. E n tre ta n to , os su b stan tiv o s são as p ró p rias árvores de N atal. N o títu lo “p a sto r au x iliar” , a u x ilia r é o adjetivo e p a sto r, o substantivo. O ad jetiv o " a u x ilia r” é m e ra m en te d escritiv o , e n q u an to que o su b stan tiv o “p a sto r” é a p ró p ria d efin ição. L o n g e de ser in co m u m , o p a sto r au x iliar e n tra n a ig re ja co n h e c id o p elo ad jetiv o , e não p elo sub stan tiv o . E ntão, d ep e n d e n d o do seu cargo a u x ilia r esp ecífico , ele é im e d iata m e n te visto co m o o e sp e c ia lista au x ilia r n a m ú sica, e v an g elism o , ed u ca ção cristã, aco n se lh a m e n to o u se ja o q u e for. E triste dizer, m as aos olhos de m uitas p esso a s d a ig re ja a e sp e c ia lid ad e d a fu n ção do p a sto r a u x ilia r to rn a -se o substantivo, e seu p ap el pastoral, o adjetivo, ou m enos. O pastor- presidente e su a co n g re g a ç ão tê m de d eix a r claro que n ão estam o s apresen tan d o auxiliares p asto rais, m as, antes, p astores auxiliares. Isso sig n ifica que todo p a sto r au x ilia r dev e, e m p rim eiro lugar, ser co n h e cid o e h o n ra d o pelo co ração d o seu pasto r, e n ão p o r sua esp e cialid a d e au x ilia r (q u alq u e r que seja ela). O su b stan tiv o é de n a tu reza in trín seca, e o su b stan tiv o “p a sto r” q u er d iz e r “p a sto r de o v e lh a s” . O v elhas p re c isa m de pastor. P o rtan to , o pastorp re sid e n te p rim eiro d ev e o rar pelo s p a sto re s (e não p elo s a u xilia res) e assegurá-los no seu pro cesso de form ação de equipe. T oda a equipe pastoral d ev e ser co m p o sta p o r crentes que am em as ovelhas, que desejem alim entar as o v elh as, q u e g o stem de o rien tar as o v elhas e que q u e ira m dar suas v id as p e la s o v elh as. O c o ração de u m p asto r de o v elh as sem p re d ev e estar p rim e ira m e n te nos m em b ro s d a eq u ip e p asto ral d a igreja. Isso está em n ítid o c o n tra ste c o m a situ ação q u e ev o lu iu em m u itas eq u ip es de ig reja
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES nos dias de hoje: p a sto re a r n a fu n ção de a u x ilia r to rn o u -se, n a m e lh o r das h ip ó te se s, p á lid a idéia. A s o v elh as d ev em e star no to p o das p rio rid a d es do p a sto r au x ilia r e n ão c o n stitu ir u m a o p ção lim itada. D esse m o d o , os p asto res au x iliares n ão u sarão as o v elh as an tes de m ais n ad a co m o um m eio p a ra atin g ir u m fim , m as m in istra rã o a elas e sacrificar-se-ão p o r elas co m o um fim em si m esm as. A s o v elh as não e x iste m p a ra fa z e r da p a sta do p a sto r a u x ilia r u m su cesso ; antes, os p a sto re s aux iliares, com o todos os pastores, existem para cap acitar as ovelhas a serem bem -sucedidas na v id a de fé. O s p a sto re s a u x ilia re s d e v e m ser e n sin a d o s p o r p a sto re s-p re sid e n te s a se re m p a sto re s de o v e lh a s. E n tre ta n to , o p a sto r-p re sid e n te n u n c a deve fa z e r e ssa in stru ç ã o c o m o u m su p erio r, m as co m o u m c o m p a n h e iro . E le es tá lid a n d o c o m p a sto re s c o m o ele, e n ão , p rim a ria m e n te , c o m p asto res co m o a u x ilia re s ou a d je tiv o s. P o rta n to , ele n ão d ev e c o a g ir e tira n iza r, m as, a n te s, c o n fe re n c ia r e d e lib e ra r c o m seu s a u x ilia re s c o m o re c u rso s p a sto ra is m u ito a p re c ia d o s. T odo o p a sto r-p re sid e n te p re c isa de ou tras ca b e ç a s e c o ra ç õ e s alé m d o s dele. N o iso la m e n to n ão h á a p en as so lid ão , m as g ra n d e fra q u e z a ta m b é m . O s in tric a d o s p ro b le m a s q u e o p a sto rp re s id e n te e n c o n tra n a c o m p le x a s o c ie d a d e m o d e rn a re q u e re m o p in iõ e s de c o leg as cu jo s d isc e rn im e n to s p o d e m ser até m aio res q u e os do pasto rp r e s id e n te e c u ja s p r e o c u p a ç õ e s p a s to r a is c e r ta m e n te n ã o lh e são m e n o re s. P e n so q u e é ju s ta m e n te p o r e s s e m o tiv o q u e le m o s e sta s p a la v ra s n a B íb lia: “N ão h a v e n d o sá b ia d ire ç ã o , o p o v o cai, m as, n a m u ltid ã o d e c o n se lh e iro s, h á s e g u ra n ç a ” (P v 11.14). E m re su m o , se h á dez an o s tiv e sse m m e c o n ta d o q u e tip o s de p ro b le m a s, p e rp le x id a d e s e p e rv e rsõ e s eu e sta ria a c o n se lh a n d o h o je , eu n ão te ria a c re d ita d o . A s situ açõ es são tão sérias, tão co m p licad as, tão in ex tricáv eis, que ter am igos e p a sto re s à su a v o lta é c o m o n o v a p ro v isã o d e tro p a s e a rm a m e n to s re c e b id o s p o r u m g e n e ra l e x a u rid o , q u e às v e z e s se se n te a p o n to de d e s is tir e re n d e r-se ao in im ig o . O p a sto r-p re sid e n te tem de asseg u rar-se de que, no que ta n g e aos seus auxiliares, estas p alavras das E scrituras estão sendo cum pridas: “O presente d o h o m e m a la r g a - lh e o c a m in h o ” (P v 1 8 .1 6 ). C a d a e s p e c ia lid a d e m in iste ria l e ca d a d o m ú n ic o m u sical ou e d u cacio n al, de su p erv isão ou a d m in istra tiv o d ev em ser a b raçad o s co m o in d isp en sá v eis e v itais à saúde e e fic á c ia d a igreja. E n tre ta n to , a p rim e ira p re o cu p a ção do p a sto r au x iliar não d ev e ser qu e as o v elh as p ro p o rc io n e m lu g a r aos dons dele, m as, antes, qu e no co ração do seu p a sto r sem p re h a ja lu g ar p a ra as n e cessid ad es das ovelhas. A g ran d e n ecessid ad e d a ig reja a tu alm en te não é de p erito s no cam p o eclesiástico , m as de p asto res no ap risco do Senhor. Todo o p a sto r au x ilia r te m de dese n v o lv e r e p o ssu ir com o sua autên tica esp e c ia lid a d e a arte de pasto rear. O p a sto r-p resid e n te d ev e tre in ar seus assiste n te s e m to d as as d iscip lin as b ásicas da v o ca çã o p asto ral: p reg ação e e n sin a m e n to d a P a la v ra de D eu s, a c o n se lh a m e n to e o rie n ta ç ã o aos in c o n sta n te s, serv iço d e co n fo rto e c u ra aos tristes e d o en te s e in stru ção aos p asto res au x iliares sobre com o tra z e r as ovelhas p a ra o redil. Q u alq u er c o isa m e n o s q u e isso d e sq u a lific a o p a s to r a u x ilia r do seu e sta d o de su b stan tiv o . D aí, tu d o q u an to lh e re sta é um adjetivo! U m ad jetiv o que p o r si só n ã o re a lç a nada.
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508 O PASTOR PENTECOSTAL O C om andante, a C om panhia e a Com issão
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Se o p a sto r-p re sid e n te e seus p asto re s au x iliares d ese jam d esco b rir su a v o cação d efin itiv a, d ev e m fazê-lo à luz de C risto e sua eq u ip e de 12 m in istro s a u x ilia re s . Se e s sa c h a m a d a tem de fic a r c la ra e d istin ta , cu id a d o sa b u sc a n o N o v o T estam en to lo g o re v e la rá que Jesu s e seus d isc íp u lo s era m m a is se m e lh a n tes a c o m a n d a n te e su a co m p a n h ia de so ld ad o s do q u e ap en as m e stre e seus discíp u lo s. Jesu s C risto , que veio ao m u n d o p a ra fazer g u erra esp iritual co ntra os poderes das trevas e libertar os cativ o s, é co m o u m o fic ia l c o m an d an te que d esp ac h a su a p eq u e n a c o m p a n h ia e m u m c o n flito u n iv e rs a l. C h a m a m o s isso d e a G ra n d e C om issão . A p rin cíp io , a m issã o do d iscíp u lo era u m tan to q u an to lim itad a. Jesus e n v io u os d o ze c o m estas in stru çõ es: “N ão ireis p e lo c am in h o das gentes, n em entrareis em cidade de sam aritanos; m as ide, antes, às ovelhas perdidas d a c a s a d e Is ra e l” (M t 1 0 .5 ,6). E n tã o , p o u c o a n te s d a a sc e n sã o , E le u n iv e rsa liz o u o esco p o do seu m an d ato , q u an d o disse: “T oda a au to rid ad e m e fo i d a d a no céu e n a terra. Ide, p o rtan to , fazei d iscíp u lo s de todas as n a ç õ e s, b a tiza n d o -o s em nom e do P ai, e do F ilho, e do E sp írito S anto; en sin an d o -o s a g u ard ar to d as as coisas -----------------------------------------------------------q u e v o s ten h o ord en ad o . E eis que e sto u co n v o sco to d o s os dias até à co n su m açã o do sécu lo ” (M t 28.1820. A R A ). O pu lsar do coração da visão de to d a equipe pastoral d ev e ser evangelizar. N ão deve h a v e r m aio r desejo no c o ra ç ã o de u m a e q u ip e p a sto ra l do q u e sa lv a r os p erd id o s p o r in term éd io de Jesu s C risto. Se Jesus não p ô d e ajudar, senão lam en ta r so b re Jeru salém , então n in g u é m q u e n ã o p o s s a f a z e r o m e sm o p o r se u s c o n g r e g a n te s e s tá q u a lif ic a d o p a r a s e r p a s to r p re sid e n te . N o q u e diz re sp e ito à q u estão , n e n h u m in d iv íd u o d ev e assu m ir a p o sição de p a sto r a u x iliar sem ser capaz de reg u la rm e n te d e rra m a r lág rim as p e la h u m an id a d e q u e perece. F u i d iv in am en te fa v o re c id o e m p o d er c o -p a sto rea r co m u m pastorp re s id e n te q u e c o n s ta n te m e n te le v a v a sua e q u ip e p a sto ra l e ig re ja a ex p ed içõ es ev an g elísticas. S ua v isão e ra sem p re ric a de novas estratég ias p a ra fa z e r in cu rsõ es em te rritó rio novo, a fim de g a n h ar os p e rd id o s p a ra C risto . A atm o sfe ra n as re u n iõ es sem an ais d a eq u ip e e ra sem p re lím pida, u rg e n te e b e m d e fin id a . N a q u a lid a d e de p a sto re s au x ilia res, éra m o s satu rad o s co m a v isão de n o sso p asto r-p resid en te de que a m a io r co lh eita de alm as e stav a b e m à n o ssa volta. F o m o s ab en ço ad o s p o r um líd er que n e m p o r u m m o m en to n os p erm itiu p en sa r que tín h am o s a lcan çad o êxito, d essa fo rm a n ão n os p e rm itin d o dar lu g a r à letarg ia ou à auto felicitação . N u n ca antes eu h av ia e n c o n trad o , e talvez n u n ca en co n trarei, um p asto r qu e p u d e sse in sp ira r tais in v estid as c o n tra as fo rtalezas de S atanás. M as é trab alh o , e trab alh o m uito duro. E p o r isso que Jesu s nos ordena: “R o g ai, po is, ao S en h o r da se ara que m an d e ceifeiro s para a sua se a ra ” (M t 9.38). D esco b ri q u e é fácil le v ar um p e ca d o r ao altar d a salvação. P o r q u ê? P o rq u e é D eu s q u em faz a con v ersão , é a parte dE le, o que nos
Ninguém incapaz de chorar pelos periidos deve ser pastor auxiliar __________jj
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES fa c ilita b astan te. A p a rte d ifícil é fa z e r d iscíp u lo s desses co n v ertid o s, e essa é a n o ssa o brigação. N o sso C om an d an te, o S en h o r Jesus C risto, nu n ca no s c o m issio n o u co m o su a c o m p a n h ia a so m ar n ú m ero s ou m em b ro s à igreja. A n te s, E le n os o rd e n o u q u e fizéssem o s d iscíp u lo s, q u e r dizer, que p ro d u z ísse m o s aq u eles q u e so len em en te d eclaram su b m issão to tal a Jesus C risto e o b e d ecem tu d o o q u e E le m an d o u . H á tan tas fo rças que p ro c u ram d e sv ia r o n o v o -c o n v e rtid o d o d isc ip u la d o e faz ê-lo v o lta r às trevas. Jesus n o s disse: “E is q u e vo s en v io co m o ovelh as ao m eio de lo b o s” (M t 10.16). T em os de to m á -lo a sério, p o is os p a sto re s d e o v elhas sab em m u ito b em que, se fo r d ado tem p o su ficien te, u m lo b o p o d e d e stru ir u m reb an h o in teiro d e o v elh as. P o rtan to , os p a sto re s d e v em ser trein ad o s e trein a r ou tro s a p ro te g e r as o v elh as, p re p a ra n d o -as p a ra a g u erra espiritual. A m e lh o r co isa q u e um pasto r-p re sid e n te p o d e fazer p o r seus m inistros é m a n ife s ta r a rd e n te a m o r p e la s o v e lh a s, e s p e c ia lm e n te p e la s p e rd id a s e p o r a q u e la s q u e o u tro ra fa z ia m p a rte d o a p risc o , m a s h o je e stã o d e sv ia d a s. N ão h á se rv iç o q u e seja se rv il d e m a is, não h á o c a siã o que seja in c o n v e n ie n te d e m a is, n ão h á e sfo rç o q u e se ja g ra n d e d e m a is e não h á s a c rifíc io q u e seja d o lo ro so d e m a is p a ra m o stra r às p e sso a s q u e Jesu s as am a. A m a io r re c o rd a ç ã o q u e g u a rd o do m eu p a sto r-p re sid e n te é a a rre b a ta d o ra a le g ria m a n ife sta d a p o r e le q u a n d o u m p e c a d o r a c e ita v a Je su s. S e m e lh a n te m e n te , n ã o c a u sa su rp re sa a lg u m a d iz e r q u e ele v e rtia su as m ais p ro fu n d a s lá g rim a s p e la s o v e lh a s e rra n te s, e n g a n a d a s p o r S a ta n á s e a c o ssa d a s p o r seu in fe c c io so v e n e n o d a re b e liã o . N u n c a an tes tin h a m e d a d o c o n ta de q u e alg u ém p u d e s se te r ta n ta co m p a ix ã o por u m a o v e lh a d e sv ia d a . E n tã o , q u a n d o so b a lid e ra n ç a de n o sso p asto rp re sid e n te a o v e lh a e rra d ia , c o m o o filh o p ró d ig o , v o lta v a , a ig re ja fa z ia u m a fe sta . O m a io r le g a d o q u e m eu p a sto r-p re sid e n te m e deu fo i q u e ele to rn o u -se a en c arn ação d estas p alav ras das E scritu ras: “E , levantandose, fo i p a ra seu p ai; e, q u a n d o a in d a e sta v a lo n g e , v iu -o seu p ai, e se m o v e u d e ín tim a c o m p a ix ã o , e, c o rre n d o , la n ç o u -se -lh e ao p e sc o ç o , e o b e ijo u ” (L c 15.20). E m resu m o , o q u e é m u ito im p o rtan te no re la cio n a m en to de u m pastorp re sid e n te c o m seus c o leg as de m in isté rio n ão é so m en te o som d e suas palav ras, m as a luz de sua vida. N o qu e to ca a esse respeito, faz-m e lem b rar d e sta p e q u e n a h istó ria. C erto h o m em , cu ja c a sa não tin h a cam painha, re so lv e u c o m p ra r u m a q u e fu n c io n a v a a pilhas. M as não dem o ro u m uito e sua esp o sa a desligou, p o rq u e ela não tin h a nervos para suportar o barulho qu e e c o a v a p e la ca sa to d a v ez q u e to c a v a m a cam p ain h a. N ão q u erendo d e sp e rd iç a r as pilh as, o h o m e m as u so u em um a lu m in á ria no escritório, m as a lu z era tão fra c a q u e n ão d av a de usar. M ais tarde, p erg u n to u a um e le tric ista p o r que as p ilh as p ro d u z ia m tan to b aru lh o na cam p ain h a, m as eram in su ficien tes p a ra u m a lâm p ad a. O e le tricista disse-lh e que é p reciso m ais fo rç a p a ra b rilh a r do q u e p a ra fa z e r b a ru lh o !2
M isericórdia para com as Im perfeições S em p re susten tei q u e é m u ito m ais fácil ag rad ar ao S enhor Jesus C risto do q u e as p e ss o a s . A v e rd a d e ira p e rfe iç ã o é m ais to le ra n te c o m as im p e rfe iç õ es do que o p erfe c cio n ism o hum ano.
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510 O PASTOR PENTECOSTAL O q u an to Jesu s foi b e n é v o lo ao lid a r co m os in teg ra n tes de sua equipe, so b retu d o em m eio das m ais e v id en tes im p e rfeiçõ es d e le s ! À m e d id a que Jesu s se a p ro x im a v a d a q u e la h o ra fin a l e m ais d o lo ro sa de su a vida, E le d e s e s p e r a d a m e n te p r e c is a v a d o a p o io e m o r a ç ã o d o s d is c íp u lo s . C o n sid e ra n d o a en o rm id a d e d o fardo que levava, o p ed id o que fez n ã o foi n e m u m p o u co irracio n al: E le só p ed iu q u e fic a sse m e o rassem c o m E le. O re sto v o cê sab e o q u e acon teceu! E les d o rm iram n aq u eles m o m en to s, en to rp e c id o s a to d a a an sied ad e do M estre. S u a rep ree n sã o foi m o d erad a, q u an d o p erguntou: “E n tão , n e m u m a h o ra p u d este v ig ia r c o m ig o ?” (M t 2 6.40). E ra co m o se E le estiv e sse sen tin d o m ais a v erg o n h a d eles do que a p ró p ria a g o n ia. N a v e rd a d e , E le a c o b re p a ra eles, o q u e n ã o é de su rp reen d er, p o is co m o P e d ro (a d eq u ad am en te) nos fala: “O am o r co b re m u ltid ã o de p e c a d o s” (1 P e 4.8, A R A ). D e fato, aq u E le que é o am o r p e rfe ito d á u m a d e sc u lp a a seus aux iliares, q u an d o diz: “N a verd ad e, o esp írito e stá p ro n to , m as a carn e é fraca” (M t 26.41). É com o se E le tivesse dito: “E u sei que vós m e am ais, p o is vejo o in terio r dos vo sso s corações. P o r isso , p e rd ô o essa fa lta e sou m ise ric o rd io so e co m p ree n siv o p a ra co m v o ssas fra q u e z as físic a s” . A g rad eça a D eu s p elo s p astores-p resid en tes que co m b ran d u ra indicam aos seus au x iliares as ex ig ên cias do m in istério . M as tam b é m ag rad eça a D eu s pelos pasto res-p resid en tes que logo perd o am seus pastores auxiliares, e que m an ifestam grande to lerância pelas fraquezas e negligências da carne. A B íb lia n o s m a n d a fa la r a v e rd a d e em am or. C o m o e x -p asto r auxiliar, qu ero d ar só u m c o n selh o aos p a sto re s-p re sid en tes, dos q u ais h o je sou um . F ale a v erd ad e em am or, e lem b re-se de que sem p re p o d em o s su p ortar m u ito m ais d o am o r q u e v o cê tem do que d a v e rd a d e que v o c ê diz. T ratase de algo q u e to d o b o m p a sto r-p resid en te sem p re deve te r em m ente. C risto o teve!
Planejando o Crescimento _______ da igreja_______ J. Don George crescim en to da igreja co m eça co m um entendim ento básico da G ran de C om issão e u m co m prom isso co m esse m andato. D isse Jesus: “Ide p o r todo o m undo, preg ai o evangelho a to d a criatura” (M c 16.15). Jesu s disse m ais: “P ortanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em
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UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES n o m e do Pai, e do F ilh o , e do E sp írito S anto; e n sin an d o -as a g u ard ar to d as as co isas q u e eu vos ten h o m a n d a d o ” (M t 2 8 .1 9 ,2 0 ). Jesu s fin a l m en te disse: “R eceb ereis a v irtu d e do E sp írito S anto, que h á de v ir sobre v ó s; e ser-m e-eis teste m u n h a s tan to e m Je ru sa lé m co m o em to d a a Ju d é ia e S am aria e até aos co n fin s d a te rra ” (A t 1.8). A G ran d e C o m issão aju d a-n o s a e n te n d er que o desejo de D eus p a ra a su a ig re ja é q u e e la cresça. S em d ú v id a, p erce b em o s que o fra casso da ig re ja e m c re s c e r é a lg o q u e d e s a g ra d a a D eu s. A v o n ta d e d e D e u s concern en te aos p erdidos está claram ente rev elad a nas E scrituras. O Senhor n ã o q u e r “ q u e n e n h u m p e r e ç a , s e n ã o q u e to d o s c h e g u e m ao a rre p e n d im en to ” (2 P e 3.9, A R A ). Jesu s disse: “A ssim com o o P ai m e e n v io u , ta m b é m eu v os en v io a v ó s” (Jo 2 0.21). G ra n d e c re sc im e n to c a ra c te riz a v a a Ig re ja P rim itiv a . N o p rim e iro sécu lo , a ig reja em Je ru sa lé m e x p e rim e n ta v a e x tra o rd in á rio crescim en to . D e fato , a ig reja n o C en ácu lo cresceu de 120 p a ra 3 .1 2 0 p esso as em um só dia. L u cas d eclara: “D e so rte qu e fo ram b atizad o s os que de b o m grado receb eram a sua palavra; e, n aquele dia, agregaram -se quase três m il alm as” (A t 2 .4 1 ). U m p o u c o m ais ad ian te, L u cas registra: “M u ito s, p o rém , dos q u e o u v ira m a p a la v ra creram , e ch e g o u o n ú m ero desses h o m en s a q u ase cin co m il” (A t 4.4). M ais ad ian te ainda, L u cas afirm a que as au to rid ad es d is s e ra m ao s d isc íp u lo s: “E is q u e e n c h e s te s J e ru s a lé m d e s s a v o ssa d o u trin a ” (A t 5.28). D e v e e sta r claro , até ao o b se rv a d o r m ais casu al, q u e a Ig re ja P rim itiv a e m J e r u s a lé m e x p e rim e n ta v a g ra n d e c re s c im e n to . S e g u ra m e n te ta l cre sc im e n to d ev e ter a p razid o o c o ração de D eus. D eus q u er q u e a ig reja cresça, u n a-se e ex p an d a-se. C rescer im p lic a q u e a ig re ja e stá fican d o cad a vez m ais m a d u ra na fé e n a p rá tic a cristã: “E p e rse v e ra v a m n a d o u trin a do s ap ó sto lo s, e n a c o m u n h ão , e n o p a rtir d o pão , e n as o ra ç õ e s” (A t 2.42). U nir-se en v o lv e q u e D eu s e stá tra b a lh a n d o atrav és do seu C o rp o e não apenas p o r m eio de m em b ro s in d iv id u ais q u e se iso lam dos outros: “Todos os q u e c ria m e sta v a m ju n to s e tin h a m tu d o em co m u m ” (A t 2.44). E x p a n d ir-se im p o rta e m e v a n g e liz ar. A ig re ja te m d e ro m p e r suas b a rre ira s a u to -im p o sta s e a lc a n ç a r a s o c ie d a d e a lé m -fro n te ira s. A ig re ja d ev e se r p e rtin e n te e m su a c u ltu ra . E m Je ru sa lé m , a Ig re ja P rim itiv a e s ta v a “lo u v a n d o a D e u s e c a in d o n a g ra ç a d e to d o o p o v o . E to d o s os d ias a c re s c e n ta v a o S e n h o r à ig re ja a q u e le s q u e se h a v ia m de sa lv a r” (A t 2 .4 7 ). E m b o ra h a ja e le m e n to s v ita is n e c e s s á r io s p a ra o c re s c im e n to d a ig r e ja lo c a l, h á u m a s p e c to q u e se d e s ta c a s o b re to d o s os d e m a is. U m in g re d ie n te s in g u la r é a b s o lu ta m e n te e ss e n c ia l p a ra o c re sc im e n to d a ig re ja . O in g re d ie n te in d is p e n s á v e l n ã o é u m a lo c a liz a ç ã o p r im o r o s a , in s ta la ç õ e s e s p a ç o s a s , e q u ip a m e n to s d e ú ltim a g e ra ç ã o , c a n to re s e m ú s ic o s p r o f is s io n a lm e n te tr e in a d o s , p r o f e s s o r e s a c a d e m ic a m e n te p e rfe ito s o u m e sm o in flu e n te s p re g a d o re s d a P a la v ra de D e u s. G ra n d e s ig re ja s tê m sid o c o n s tru íd a s e c o n tin u a m c re s c e n d o se m o s in g r e d ie n te s q u e a lg u n s c o n s id e r a ria m in d is p e n s á v e is p a r a o c r e s c im e n to d a ig re ja .
512 O PASTOR PENTECOSTAL
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Q u al é esse e lem en to essen cial, sem o qual n en h u m a ig reja po d e c re s cer? A re sp o sta é visã o ! G ran d es igrejas não são co n stru íd as sem visão. Ig rejas lo cais não c o n tin u a m cre sce n d o sem visão. M u ito s a c re d ita m qu e a ú n ic a m aio r ferram en ta p a ra alca n çar o m u n d o e e x p a n d ir a Ig re ja de h o je é u m a v isã o b e m a rtic u la d a e fa c ilm e n te c o m p re e n sív e l. “N ã o h a v e n d o p ro fe c ia [visão], o p o v o se c o rro m p e ” (P v 2 9 .1 8 ). A v isão é n e c e ssá ria p a ra o en vo lvim en to p re m e d ita d o no R eino de D eu s. A p e rd a d a v isão resu lta n a p e rd a de u m senso d e p r o p ó s ito e d e s tin o . A v is ã o d á s ig n ific a d o e --------------------------------------------------------------------p ro p ó sito ao q u e de o u tra fo rm a seriam apenas tarefas m u n d an as. A visão é o canal pelo qual flu e m idéias criativ as e energia. A v isão p a ra u m a ig re ja lo c a l é c o m o as m argens de u m rio. A v isão é n e c e ssá ria p a ra a d isc ip lin a m oral. S em v isão as p esso as ten d em a fic a r in d iscip lin ad as. N ós n ão v iv em o s vidas relig io sas po rq u e som os religiosos. V iv em o s vidas relig io sa s p o rq u e desejam o s c u m p rir o pro p ó sito de D eus. O s pais da nacionalidade d a nação n o r te - a m e r ic a n a e s ta v a m d is p o s to s ao s a c r ifíc io p o rq u e tin h a m u m a visão. A b raão deix o u U r dos cald eu s, po rq u e ele tin h a v isto a visão. A v isão é n e c e ssá ria p a ra a c a p a cid a d e de su p ortar. N ó s su portam os p o r c a u sa d e n o ssa visão d e Jesu s. A B íb lia diz: “P elo go zo q u e lhe e stav a p roposto, [Jesus] suportou a cruz, desprezando a afronta” (H b 12.2). M oisés “fic o u firm e, co m o v en d o o in v isív e l” (H b 11.27). A v isão é n e c e ssá ria p a ra o sucesso. Sem v isão , a o b ra que fazem o s p a ra D e u s se rá , n a m e lh o r d as h ip ó te s e s , se m in s p ira ç ã o , in e fic a z , m u n d a n a , m e d ia n a e d e p o u c a c o n s e q ü ê n c ia . In s p ira ç ã o e fé , tã o n ecessárias p a ra o su cesso , são resu ltad o s d a visão. P la n e ja r o crescim en to d a ig reja en v o lv e seis aspectos: (1) visibilidade; (2) d iscern im en to ; (3) estratég ia; (4) im p le m en ta çã o ; (5) ev an g elism o ; e (6) n u trição .
0 elemento essencial para o crescimento da igreja éa visão
V isibilidade S e r v isív el d en tro d a co m u n id a d e é e ssen cial p a ra o cre sc im e n to da ig r e ja . U m a ig r e ja p o d e o b te r v is ib ilid a d e a tra v é s d e lo c a liz a ç ã o p riv ile g ia d a , im p o n e n te s lin h as arq u itetô n icas, ev a n g elism o n a m íd ia ou de m u itas o utras m an eiras. E n tretan to , é p o ssív e l te r todas essas vantagens e n ão ser v isív el p a ra a co m u n id ad e. H á b asica m en te três coisas q u e a c o m u n id a d e d ev e sa b e r so b re a ig re ja local: (1) q u e a ig reja existe, (2) a lo c a liz a çã o da ig re ja e (3) a id en tid ad e d a igreja. O s dois p rim eiro s itens p o d e m ser alcançados p ela publicidade. A igreja p o d e c o lo c a r a n ú n cio s no jo rn a l, rád io e te le v isão lo cais, nas p ág inas am arelas, fa z e r d istrib u iç ã o de lite ra tu ra de p o rta em p o rta etc. O terceiro ite m p o d e ser o b tid o p o r relaçõ es p ú b licas. D iv u lg a çã o b o c a a b o ca é sem d ú v id a o m eio m ais e fic ie n te de fa zer co m que a co m u n id ad e c o n h e ç a a igreja. Q u an d o as p esso as falam sobre o que D eus está faz en d o n a ig reja
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES 5 1 3 q u e freq ü en tam , as m u ltid õ e s v êem e a ig re ja cresce. O te stem u n h o p e s so al p o ssu i in c o m p a rá v e l p o d e r d e p ersu asão .
D iscernim ento A ig re ja lo c a l te m d e p o s s u ir d is c e rn im e n to d a p e rs o n a lid a d e e n ecessid ad es sin g u lares de su a co m u n id ad e. A p e rc ep ç ão ta rd ia perm ite que o in d iv íd u o sa ib a so b re o p assad o . A p re v isão p e rm ite q u e o ind iv íd u o to m e c o n s c iê n c ia de e v e n to s f u tu ro s . O d is c e r n im e n to , p o ré m , d á en ten d im en to do p resente. D iscern im en to da perso n alid ad e e necessidades d a co m u n id ad e são m ais im p o rtan tes do q u e p e rcep ção ta rd ia ou p revisão. T o d a c id ad e o u co m u n id a d e tem seus p ró p rio s co stu m es cu lturais. O p a sto r sen sato ficará fam ilia riz a d o c o m a e stru tu ra co m ercial, social e do p o d e r p o lític o lo cais e n v o lv e n d o -se co m os assu n to s d a c o m u n id ad e. O s is te m a e s c o la r p ú b lic o , as a s s o c ia ç õ e s m u n ic ip a is , os p r o je to s c o m u n itá rio s e as a tiv id a d e s c o m a ju v e n tu d e fo rn e c e m e x c e le n te s o p o rtu n id ad es p a ra o p a sto r en v o lv er-se e m su a co m u n id ad e. M é to d o s d e e v a n g e lis m o e m in is té r io e f ic a z e s v a r ia m d e u m a c o m u n id a d e p a ra outra. O m éto d o e estilo de e v a n g e lism o q u e sejam altam ente eficientes em u m a com u n id ad e p o d em não ser os m ais adequados p a ra outra. P o rta n to , d isc e rn im e n to é e le m e n to esse n c ia l no p la n o de crescim en to .
Estratégia “Q ual e stra té g ia de crescim en to d ev e ser u tiliz ad a n e sta co m u n id ad e ?” E ssa p erg u n ta d ev e ser re sp o n d id a p e lo p a sto r e líd eres lo cais d a igreja. D eus p o d e re v e la r a e stra té g ia d e c re sc im e n to m ais e fic ien te p a ra cad a igreja. T oda visão d ad a p o r D eu s deve ser aco m p an h ad a p o r u m a estratégia d ad a p o r D eus. A estratég ia, p o r vezes, é rev e la d a m o m en to após m om ento à m e d id a q u e seg u im o s a D eu s u m p a sso de c a d a vez. Jo su é anunciou aos israelitas: “S an tificai-vos, porque am an h ã fará o S enhor m aravilhas n o m eio de v ó s” (Js 3.5). Q uando os sacerdotes passo a passo en traram no rio Jordão, as águas se separaram , form ando um corredor pelo qual o p o v o passou. N ão pod em o s fazer a obra de D eus separadam ente d a sabedoria de D eus. A q u ele a q u em obed ecem os é de gran d e im portância p a ra p ro jetar um a estratég ia de crescim ento. “B em -aventurado o varão que não an d a segundo o co n selh o dos ím p io s” (SI 1.1). A in d a q u e o p o v o de D eu s p o ssa ser ex ced id o em n ú m ero , n u n ca será su p erad o e m en g en h o sid ad e, e n q u an to co n tin u ar b u sc an d o a sab ed o ria de D eus. G id eão , Jo su é e Jo sa fá tiv eram n o tícias de D eus e em p reg aram a sab e d o ria de D eu s p a ra g a n h a r g ran d es vitó rias. E n v o lv a os m em b ro s da co n g re g a ç ão no p lan ejam en to de estratégias. N a ig re ja q u e p a sto re io , tem o s atu a lm e n te m ais de seiscen tas p esso as e n v o lv id a s n o d e se n v o lv im e n to de e stra té g ia s d e c resc im en to p a ra os p ró x im o s c in c o a n o s. T rin ta e u m a c o m is s õ e s, c o m p o sta s p o r v in te in te g ra n te s c a d a , e s tã o e n v o lv id a s e m p r o je ta r u m a e s tra té g ia q u e, acred itam o s, c a p a c itará a C a lv a ry T em p le em Irv in g , T exas, a c re scer de cinco m il p a ra dez m il m em b ro s nos p ró x im o s cinco anos.
514 O PASTOR PENTECOSTAL ¥
Comissões de Estudo da Calviry jmple E d u c a ç ã o C ristã jia r a A d u lto s M in istério co m Ô nibus D e p a rta m e n to de G ru p o A ssisten cial (E lem en tar) D e p a rta m e n to In fa n til (B erçário / C rian ças e m Id a d e P ré-esco lar) E v a n g e lism o de M in isté rio de A co n se lh a m e n to F in a n ç a s/L e v a n tam en to de F u n d o s D e p a rta m e n to de A lim e n ta ç ã o / V estuário C o m issão de E m p reg ad o res M issõ es A c o m p a n h a m e n to P ro sp ectiv o D e p a rta m e n to de Id o so s P ro v im e n to de P esso al D e p a rta m e n to de V íd e o /A u d io
D e p artam e n to de A d u lto s Jo vens (F acu ld ad e etc.) D e p artam e n to In fan til C o m u n ic aç õ es/R elaçõ e s P ú blicas In sta la çõ e s do M in isté rio de Id o so s D ep artam en to d e B elas A rtes D e p artam e n to H isp ân ico D e p artam e n to d e S enhores D ep artam en to de O ração S eg u ran ç a/C o n tro le de T ráfico D ep artam en to de A d u lto s S olteiros A co m o d ad o res/R e cep cio n istas/ H o sp italid ad e D ep artam en to F em in in o D ep artam en to de C asais Jo v en s D ep artam en to da M o cid a d e
C ad a co m issão te m u m p resid e n te, u m v ic e-p re sid e n te e u m secretário de atas. A s co m issõ es re ú n e m -se m en salm en te. D ep o is de u m ano, cad a co m issão ap re se n ta u m a e straté g ia de cre sc im e n to re fere n te à sua área de e s tu d o . M e n s a lm e n te , os h o rá rio s d as re u n iõ e s d a c o m is s ã o são os seguintes: • D as 19:00 às 19:15: A sse m b lé ia G eral. (T odas as co m issõ es re ú n e m -se ju n ta s p a ra d esafio s e in stru çõ es do p asto r-p resid en te.) • D as 19:20 às 20:30: R eu n iõ e s d a s C om issões. (C ada co m issão reún e-se em u m a sala separada.) • D as 20:35 às 21:00: A sse m b lé ia G eral. (T odas as co m issõ es re ú n e m -se ju n ta s p a ra relató rio s e p alav ras fin ais de in cen tiv o do p a s to r-p resid en te.) Já tiv em o s u m an o d e estudos e estratég ias. N o s p ró x im o s qu atro anos, im p le m e n ta re m o s e m c a d a d e p a rta m e n to d a ig r e ja a e s tr a té g ia de crescim en to .
Im plem entação D e p o is q u e a ig re ja lo c a l v iu a v isão e p ro je to u u m a estra té g ia de c rescim en to p le n o d e d iscern im en to s, é en tão a h o ra de im p le m e n ta r a estratég ia. É razo áv el su p o r que aq u eles q u e estão en v o lv id o s no p ro jeto d a e stra té g ia ta m b é m fiq u e m en v o lv id o s n a im p lem e n taçã o d a estratégia. E sp e ra m o s q u e os q u e estão p ro jeta n d o n o ssa estratég ia d e crescim en to
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES p a ra a C alv ary T em p le to m e m a fren te e m c o lo c ar a e stra tég ia em p rática. P lan o s no p ap el são de p o u co valor. O p lan o te m de ser im p lem en tad o . P lan o s, ev id en tem en te, d ev em ser p rag m áticos. F aça grandes esforços. E ste ja disp o sto a te n ta r algo novo. O u se co rre r risco s. M as q u an d o e stiv er óbv io que d e te rm in a d o p ro g ra m a n ão e stá d ando certo, ten h a a co rag em de c o lo c a r o p ro g ra m a de lado e p a ssa r p a ra u m plano d iferen te. Jesus am ald iço o u a fig u e ira in fru tífera. M a n te n h a só os p ro g ra m a s que estejam pro d u zin d o . E n g a v e te os p ro g ram as in ú teis e p erm ita que D eus crie algo nov o , e m p o lg a n te e p ro d u tiv o . O sucesso na im p lem en tação de u m a estratég ia de crescim ento depende de u m a am p la exten são de en v o lv im en to e m o tivação do pastor. M otivação é a c h a v e p a r a a im p le m e n ta ç ã o b e m -s u c e d id a . A s p e s s o a s fic a m en v o lv id as co m coisas q u e verd ad eiram en te d esejam fazer parte. A m elh o r m otiv ação é a interior. O pasto r hábil e m o tiv ad o po d e g erar um a atm osfera na q u al as p esso as fic a m alta m e n te m o tiv ad as. O p a sto r tem de co n v e n ce r as p esso as de que ele acred ita que a e stratég ia de crescim en to e sco lh id a será p ro d u c e n te . O p a s to r c ria o c lim a n o q u al a m o tiv a ç ã o in te rio r desab ro ch a. E le re le m b ra às p esso as de que D eu s aten d erá a o b ediência. “S e q u iserd es, e o u v ird es, co m ereis o b e m d e sta te rra ” (Is 1.19). A lgum as pesso as h esitam ficai' envolvidas com program as e m inistérios d a ig re ja p o r d iv ersas razões:
M edo de fra cassar. N a p a rá b o la dos d ez talen to s, o m ed o de fra ca ssa r fez co m que o serv o m au fra c a ssa sse m iserav elm en te. Sen tim en to s de inadequabilidade. M u ito p o ssiv e lm e n te , alg u m a s pesso as co n fu n d e m h u m ild a d e co m co m p lex o de in ferio rid ad e. A m eaça de novas situações. A lg u n s q u e estão sa tisfeito s co m o vinho velh o c o n v en cem -se de q u e o v in h o n o v o não p o d e ser tão b o m assim . Perigo de cancelam ento de direitos. Se a ig re ja cresce, certas p essoas p o d em já n ão se sen tir ú teis o u im p o rtan tes. Custo de m udanças. C o m o c re sc im e n to d a ig re ja , su rg em n o v a s ex ig ên cias de tem p o , ap tid õ es e riq u eza. O p a sto r sábio id e n tific a os fato res q u e d ificu lta m o en v o lv im en to das p esso as e ap lica-se co m d ilig ê n c ia p a ra su p erá-los.
Evangelismo A ig re ja q u e tem p la n o s de c re sc im e n to p re c isa ter um a e stra tég ia a g re s s iv a de e v a n g e lism o . N e n h u m a ig re ja q u e n ã o se e m p e n h e em alc a n ç ar os p erd id o s fo ra de suas q u atro p ared es crescerá. A o rd em de Jesu s é: “Id e !” E le n os o rd e n a q u e saiam o s p elas ruas e b ecos da cidade; pelo s m o n tes e v ales; p a ra os p o b res, os aleijad o s, os m an co s e os cegos; p a ra as o v elh as p erd id as da casa de Israel. “Sai [...] e fo rça-o s a entrar, p a ra que a m in h a c a sa se e n c h a ” (Lc 14.23). O p o rtu n id ad es de m in istério s e v an g elístico s são ilim itad as em nossos d ia s . D e ix e q u e a ig r e ja b u s q u e o s p e r d id o s m e d ia n te g ru p o s de c o m p a n h e iris m o q u e se r e ú n e m e m c a sa s, m in is té r io c o m ô n ib u s, d istrib u iç ã o de literatu ra, m in istério no rá d io e n a telev isão , v isitaç ão em hospitais, sanatórios e centros de retiro, equipes esportivas, correio sem anal
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O PASTOR PENTECOSTAL ou p erió d ic o , testem u n h o s e anúncios em jo rn a is, m in istério p o r telefone, p ro d u ç õ e s m u sicais e ev en to s especiais. T oda cid ad e ou co m u n id ad e tem suas p ró p ria s p o ssib ilid a d e s de ev an g elism o atrav és de feiras, rodeios, co rrid as de au to m ó v eis, ev entos esp o rtiv o s, parad as, festas, m e rcad o de p u lg as, c o m em o raçõ es cu ltu rais, p risões. T em os de le v a r o E v a n g elh o àq u eles que estão fo ra das p ared es de n o ssas ig rejas. P a ra serm o s eficien tes p esc ad o re s de ho m en s precisam o s c o lo car a re d e do lado de fo ra do barco. O falecido T hom as F. Z im m erm an, p o r m u ito s a n o s s u p e r in te n d e n te g e ra l d a s A s s e m b lé ia s d e D e u s a m e ric a n a s , f re q ü e n te m e n te d iz ia : “D e u s n o s c h a m o u p a ra se rm o s p e sc a d o re s de h o m en s, e n ão p a ra serm o s g u ard ad o res de a q u á rio ” . O g e re n te de su p erm ercad o sem p re c o lo ca o m e sm o artigo em três ou m ais lo cais d iferen tes do e stab elecim en to , p o rq u e ele sabe que qu an to m aio r a d isp o n ib ilid a d e do p ro d u to , m aio res serão as ch ances de venda. V am os le v a r o E v an g elh o às p esso as on d e q u e r que elas estejam .
Alimentação A ig re ja p ró sp e ra in d iscu tiv elm en te será u m lu g a r de alim entação. B o a c o m id a esp iritu al, am b ien te im p reg n ad o de am o r e a tm o sfe ra de am izade e b o a von tad e são características da ig reja que alim enta. E m n o ssa m o derna so cied ad e im p esso al, é v ital q u e a ig re ja m a n te n h a u m to q u e p essoal. Q u an d o as p esso a s v ã o à ig reja, elas tê m de ser co n v en c id as de que são especiais. U m a c ria n ç a c re sc e a lim en tan d o -se. O siste m a d ig e stiv o d esfa z os alim en to s e m elem en to s b ásico s da n u trição . P e la circ u laç ão san g üínea, o co rp o a ssim ila estes n u trien tes, fo rm a n d o n o vos m ú scu lo s, ossos e pele. A ig re ja c resce de fo rm a sem elhante. N ão im p o rta qu antas p essoas en trem n a ig reja, c o n tan to q u e seja p o ssív e l assim ilá-las n a v id a da igreja. O s v isita n te s d e v e m se sen tir à v o n ta d e e ser aleg rem e n te saudados p e la ig reja. A ig re ja que p a sto reio é co n h ec id a p o r m ais de v in te anos co m o “a ig re ja q u e o am o r está co n stru in d o ” . N a C alv ary T em ple em Irv in g , T exas, d izem o s a to dos que chegam : “N ó s o am am o s do m odo co m o v o cês são ” . P e sso a s sem p re d ev e m ser m ais im p o rtan te s p a ra a ig re ja lo cal do que p ro g ra m a s ou pro p ried a d es. A igreja crescente d esenvolverá u m m inistério o rien tad o às p esso a s e m vez de a d o ta r u m fo rm ato o rien tad o a p ro gram as. Jesu s disse: “E d ific a re i a m in h a ig re ja” (M t 16.18). O cresc im en to da ig reja é u m re su lta d o n a tu ra l d a p ro m e ssa de Jesus. É n a tu ra l que a ig reja cresça. Q u an d o o co rp o de cren tes te m saúde, a ig re ja cresce n u m érica e esp iritu alm en te. O crescim en to não d ep en d e de alg u m a fó rm u la m ágica. É tão sim p les. M e lh o re a igreja. O use ter a visão. T orne-se v isív el à c o m u n i d a d e . P r o j e t e u m a e s t r a t é g i a d e c r e s c i m e n t o p le n a de d is c e rn im e n to s . D e p o is im p le m e n te a e s tra té g ia p e lo e v a n g e lism o e alim en tação . P re p a re -se p a ra algo de b o m que acontecerá. F aç a plan o s p a ra o c re sc im e n to . E sp e re a b u n d a n te c o lh e ita , e D eu s o aju d ará. O au m en to virá!
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES
Crescendo de uma igreja Pioneira para uma igreja com Múltiplos Ministérios Dan Secrist
bserv ei-o s, cu rio sid ad e m istu rad a ao m edo, à m ed id a que se dirigiam à p o r ta d e m in h a c a s a . S a u d e i o s tr ê s ir m ã o s e n q u a n to se a c o m o d a v a m e m m in h a sa la d e e s ta r — so rriso s q u e p a re c ia m can sad o s, lin g u a g e m c o rp o ra l q u e tra ía m u ita co n fian ça. P o r q u e eles estav am aqui n u m a tard e de d o m in g o ? D o is deles tin h a m ped id o d em issão de suas p o siç õ e s d e lid e ra n ç a n a ig re ja só n a se m a n a p assad a, e o o u tro , o te rc e iro m e m b ro d o co rp o m in isterial, e sta v a ag o ra sen tad o c o m eles, dizendo: “P astor, p re c isa m o s fa la r c o m o se n h o r” . S enti m in h a pu lsação d isp a ra r q u an d o c o m e ç a ram a fa z e r su a ap resen tação . E les eram am áv eis m as c o n fian tes, e, em alguns m in u to s, tu d o e stav a acab ad o : “A p rin c íp io p en sam o s q u e a n o v a ig re ja fo sse u m a b o a idéia, e talv ez fosse. Q uisem os ajudá-lo a iniciá-la, m as agora já se passaram vários m eses [pausa]. B em ... e stiv e m o s o ran d o ju n to s e sta tarde, e acred itam o s que o S e n h o r n os falo u q u e a ig re ja d ev e ser fech ad a. V iem os aqui só p a ra lhe c o n ta r” . O ra ra m co m ig o e saíram . E les n ão fo ram m aldosos, fo ram am igos. E les apenas não viram nenhum fu tu ro e m n o sso s esfo rço s e q u ise ra m d a r o fo ra — o m ais cedo p o ssív el. S eria m ais fácil p a ra eles se tu d o te rm in a sse e p u d éssem o s d iz er q u e tudo não p a ssa ra de um a id é ia ag rad áv el, q u e ain d a não e ra tem po de D eus. T ín h a m o s p a s s a d o m u ita s h o ra s ju n to s n o d e c o rre r d o s n o v e m e se s an terio res e la b u ta d o co m afin co p a ra fa z e r co m que o novo trab alh o deco lasse. E les tin h am o rad o , escritu rad o as co n tas, co n d u zid o os cultos de a d o ração , v isita d o as p esso a s co m ig o e eram fiéis. A g o ra tudo e stav a acabado. E d ifícil c o m e ç a r u m a ig re ja nova. C horei. D epois de n ove anos no cam po m issionário, m inha esposa, Sue, e eu tínham os voltado aos E stados U nidos co m o sonho que, sentíam os, provinha de D eus: queríam o s ab rir u m a igreja. N ão queríam os co n stru ir sobre fu n d a m en to de o u trem e ter de d esfazer u m a p o rção de filosofias e program as
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518 O PASTOR PENTECOSTAL antes que pudéssem o s fazer as coisas acontecerem . Q ueríam os um início sem im pedim entos. A dem ais, estávam os convencidos de que igrejas novas eram a m elh o r form a de v er o R eino de D eus crescer, porque igrejas novas atraem pessoas n ovas e quanto m ais pontos de pregação existirem em um a região, m ais pen etran te e diverso será o im pacto do E vangelho. A lém de tudo isso, D eus não nos tin h a falado p ara com eçarm os um a igreja nova? Eu tin h a p len a certeza; ao m enos, pensava que conhecesse a voz de D eus. M ais de u m a vez refleti n a h istó ria dos anim ais d a fa ze n d a que acabara de ser tran sferid a p a ra o n o v o p ro p rietário . A s galinhas d isseram ao porco: “Ei! V am os d ar as b o a s-v in d a s ao n o v o fa zen d eiro co m u m g rande café da m a n h ã co m to u c in h o e o v o s?” O p o rco o lhou p a ra as galinhas e disse: “E fácil v o cês d izerem isso. P a ra vocês, é só u m oferecim en to , m as para m im é u m co m p ro m isso to ta l!” C o m eç ar u m a ig re ja não era ap enas um a id é ia ou p assatem p o , e ra to d a a n o ssa vida. E criam os que D eus q u eria que tiv éssem o s sucesso. D u ran te os v ário s dias q ue se seguiram , p a sse i co n sid eráv el tem po oran d o e m ed itan d o . Ia de carro a estrad as afastad as, o ra v a e chorava, en q u an to b u sc a v a a o rien tação de D eus. M in h a esp o sa e eu fo m o s à sede distrital p a ra re c e b e r p alav ras de ac o n selh am en to , e con v ersei co m vários p asto res e am ig o s de co n fian ça. O que dev íam o s fazer? N o d o m in g o seg u in te, tín h am o s o que a cred itáv am o s ser a p a la v ra do Senhor. N ão e ra u m a c o n fia n ça preten sio sa, m as u m a seg u ran ç a do que d ev íam o s fazer: “N ão fech e a ig reja, a v isão é d e D eus. P eça a to dos que fic a ra m que se d e c la re m m em b ro s fu n d ad o res e a ssin e m seus no m es para c o m p ro m eter-se c o m a n o v a ig reja. R eú n a -se c o m to dos os irm ãos todo sá b a d o p a ra o c a fé d a m a n h ã e co m p a n h e irism o . In c lu a -o s to d o s em alg u m as p o siç õ e s de resp o n sab ilid a d e. F aça o culto de m eio de sem an a em n o ssa p ró p ria ca sa p o r a lg u m te m p o ” . O que ap ren d em o s? E ste ja p rep arad o p ara a batalha! S atanás n ã o q u er v e r n o v as ig rejas ou que o R ein o de D eu s cresça, e ele u sará to dos os m eio s p o ssív e is p a ra d e sv ia r p esso as b o as e traz er tu m u lto e desânim o. Se nós n ão tiv éssem o s a certeza de que D eus tinha falado (e nos confirm ado su a d ireção de v árias m an eiras ), àqu ela altura po d eríam o s ter-nos rendido.
As Pessoas que São Pioneiras M u ita s p e s s o a s d e ix a r a m -n o s d u ra n te o p rim e ir o a n o . E m b o ra h o u v é sse m o s c o m eçad o co m 76 p esso as no p rim eiro d o m ingo, ao final de u m ano tín h am o s n os esta b ele cid o co m ap ro x im a d am e n te cin q ü en ta p esso as reg u lares, e p o u cas fa z ia m p arte das prim eiras que co m eçaram . A m a io ria dos co n g re g a d o s e m em b ro s dos p rim e iro s m ese s m u d o u -se. D esco b ri q u e isso é b a sta n te co m u m co m o esta b ele cim en to de novas igrejas: m u ito p o u co s dos v isio n ário s o riginais to rn a m -se p a rtid á rio s de lo n g o prazo. Os p io n eiro s, em g ran d e p arte, não são os co lonizadores. E le s são im p o rta n te s à m e d id a q u e a ssu m e m ris c o s e e m p re e n d e m av en tu ras, te n tan d o fa z e r o in éd ito — graças a D eus p o r eles! M as assim que a ig reja co m e ç a a a ssu m ir p ad rões, eles tip icam e n te saem . O dono d a casa fu n e rá ria que estáv am o s alu g an d o p a ra no ssa ig reja ab o rd o u -m e certo d o m in g o logo antes do culto (realm en te é um m om ento
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES m ara v ilh o so p a ra m ás n o tícias!): “V ocês tê m cerca de dois m eses para d e so c u p a r a c a sa .” Q u e ch oque! N ão tín h am o s p ara o n d e ir e estáv am o s sem d in h eiro p a ra p a g a r u m alu g u el m ais alto. E n tretan to , a crise deu a D eu s a o p o rtu n id ad e de co lo car-n o s em um lu g a r m e lh o r com b a sta n te e sp aço p a ra c o m eçarm o s a E sc o la D o m inical. Q u e d ife re n ç a! C o m a q u e le p ro b le m a d e sco b rim o s u m p rin c íp io que ve rd a d e iram e n te é u n iv ersal: n o ssas im p o ssib ilid a d es são o p o rtu n id ad es p a ra D eu s o p e ra r m ilag res. E sse te m a e e ssa m en ta lid ad e se rv iram para aju d a r-n o s a v e n c e r m u ito s o u tro s d esafio s. P o r q u e c o n c e n tra r-se no p ro b le m a ? S e ja in o v a d o r e p ro c u re a so lu ção . D eus sem p re tem u m a re sp o sta p a ra nós, se estiv e rm o s d isp o sto s a esp erar n E le o b a stan te para receb ê-la. H o je som os u m a ig reja co m v árias cen ten as de m em b ro s, ten d o quatro p a s to re s d e te m p o in te g ra l e n u m e ro s a e q u ip e d e a p o io e p a s to re s vo lu n tário s. M as isso n ão se d eu da n o ite p a ra o dia. D e fato, h a v ia m ais alg u n s d rag õ es d e c rise a en fren tar, e cad a u m tin h a seu p ró p rio co n ju n to de fo rm id áv eis d e n te s !
As Pessoas que Saem “Pastor, n ós realm en te am am o s a igreja, am am os você, m as nosso filho ad o lescen te não tem n e n h u m am ig o aqui e ele q u er ir pa ra a Ig reja C entral, q u e fic a do outro lado d a cidade. D etestam o s te r d e sair, m as não querem os p e rd e r n o sso s filh o s. E sta re m o s o ran d o p o r v o c ê e p o r e sta ig reja, m as irem o s p a ra a ou tra ig re ja ” . E n tão , em v ez de te n ta r d issu ad i-lo s, o rei com eles, a b e n ço ei-o s e d eix ei-o s ir. C o m fre q ü ê n c ia an u n cio que n o ssa ig reja te m de ser co m o u m a pon te: a b e rta de am b o s os lados — fácil de entrar, fácil de sair. E n tretan to , q u an d o as p esso as saem , n o ssa oração é que eles c o n tin u e m p ro g re d in d o em seu a n d a r c o m D eus. N o ssa m e ta é co n stru ir o R ein o d e D eu s e não o n osso. E m u m a ig re ja p io n eira, n ão se te m to d o s os p ro g ram a s e m inistério s co m u n s a u m a ig re ja e sta b e le c id a — e isso fru stra alg u n s in d iv íd u o s. O u tro s n ão a ch am q u e estão cre sc e n d o d e p re ssa o b astan te e não m o stram b o m g rad o em e sp e ra r p a ra serem p a rte da solução. A s n ec essid ad e s que ele s p e rc e b e m n ã o sã o sa tis fe ita s . A fru stra ç ã o a v o lu m a -se e m seus co ra ç õ e s e, ced o ou tard e, partem . É p a rte do p re ç o do m in is té rio v e r p e s s o a s c o m q u e m v o c ê v e rd a d e ira m e n te se im p o rta p a rtire m ; iss o d ói. M as D e u s e s tá m ais in te re ssa d o em n o sso c a rá te r do q u e e m n o sso co n fo rto , e o c aráte r é d e se n v o lv id o n os tem p o s de ad v ersid ad e. V ocê ou sa não o lh ar p a ra atrás, m as o lh a r p a ra Jesu s e o fu tu ro q u e E le p la n e jo u p ara você. Se a visão que v o cê su sten ta à su a fre n te fo r de u m m in isté rio fo rte e viáv el e m an tiv e r seu c o ração sem p re n a p re se n ç a d e D eu s, E le aben ço ará, v o cê c resce rá e a ig reja crescerá. S e m a n a após sem an a e m ês após m ês eles c o n tin u a ram a aparecer: jo v e n s casais sem filh o s ou en tão c o m filh o s em id ade escolar, e p esso as m ais v elh as co m filh o s já casad o s. E stáv am o s c ô n scio s do fato d e que grupos de m o cid ad e fo rm am -se lentam ente, e n o ssa igreja não era exceção. Jo v en s v ão o n d e jo v e n s estão , e a in d a n ão tín h am o s n en h u m g ru p o de
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520 O PASTOR PENTECOSTAL m o c id a d e ■ — só três a d o lescen tes da m e sm a fam ília. Se eles ap enas fic a s sem o tem p o su fic ie n te p a ra que o u tros os vissem , então os o u tro s ta m bém fic a ria m e n ós p o d e ría m o s ter u m d ep a rta m en to d a m o cid a d e em ação! D eu s nos re sp o n d e u na p e sso a de u m jo v e m que se d iz ia ch am ad o p a ra tra b a lh a r co m a m o cid ade. P a sto r M ark, co m o o ch am áv am o s, estava d isp o sto a tra b a lh a r p o r um salário b aix o , só p o r ca u sa d a c h am ad a de D eu s q u e se n tia e m seu co ração . E le su ste n taria su a fa m ília co m em p reg o se c u la r su p le m e n ta r até q u e p u d éssem o s e m p reg á -lo p o r tem p o integral. Se n o ssa te o ria e stiv e sse c erta , esse n o v o m e m b ro d a e q u ip e (se ele v e rd a d e iram e n te fo sse c h a m ad o p o r D eus p a ra esse lu g a r e p a ra esse tem p o ) a tra iria b a sta n te jo v e n s a tem p o de p o d e rm o s p a g á -lo m e lh o r salário.
As Pessoas que São Pagas O q u an to é p ru d e n te ter m ais m em b ro s d a eq u ip e m in iste ria l an tes do cre sc im e n to d a ig reja? O u se tem ag o ra ou se e sp e ra até q u e se o b ten h a flu x o de re n d a su fic ie n te p a ra su ste n ta r m ais p e sso a l. M u itas ig reja s p a re c e m n u n c a te r d in h eiro o b a sta n te p a ra eco nom izar, de m odo que n u n c a au m e n ta m de p esso al. N aq u eles p rim e iro s anos d e n o ssa igreja, tiv em o s sorte de e n c o n tra r a lg u é m d isp o sto a fa z e r u m sacrifício p esso al e re c o m p e n sá -lo , à m e d id a que o g ru p o d a m o c id ad e foi se form ando. E n tre ta n to , o s d o is m e m b ro s se g u in te s q u e e n tra ra m p a ra a e q u ip e m in iste ria l d e fin itiv a m e n te fo ra m p asso s de fé. T ín h am o s d in h eiro para co n v id á -lo s? N a v erd ad e, não. T ivem os d e sacrificar ou tras coisas para p o d e rm o s tê-lo s, m as e m p o u co tem p o seus m in isté rio s tin h am alcançado tan tas vid as, que a ig re ja c resceu e a p ressão fin an c eira foi m in im izada. A v id a c ristã é u m a v id a de fé. Se sem p re co n sid era rm o s a co n ta b a n c á ria p a ra to m arm o s u m a d ecisão, on d e e sta rá a fé? P ed ro saiu do b a rc o e an d o u p o r c im a das águas an tes d e Jesu s ac alm ar a tem p estad e. E le n ão esp ero u p e la c a lm a ria p a ra en tã o e x e rc ita r a fé. E le so m en te d is se: “ Senhor, se és tu, m an d a-m e ir te r co n tig o p o r cim a das á g u as” (M t 14.28). A v id a de fé é m uito m ais ex citan te, p o rq u e é c h e ia de in có g n itas — e creio q u e é ex atam en te nesse p o n to q u e D eus nos quer. À m e d id a q u e p ro sseg u im o s an d an d o p ela fé, oran d o e o u v in d o a v o z de D eus, h a v e rá in certezas — às vezes, até m edo. (Q u ase todo p a s to r q u e co n h eço , q u e ten h a u m m in isté rio em ex p a n são, v ez o u o u tra ex p erim e n ta m ed o .) C o n tu d o n e n h u m a g ran d e av en tu ra espiritu al ja m a is é re a liz a d a a p e n as com d in heiro, h ab ilid a d e e c o ra g em a d m in istra ti va. D eus q u er ser o h eró i d a igreja. E le h o n ra rá n o ssa fé nE le. T er m ais p esso al p a g o na eq u ip e m in iste ria l é um p a sso de fé — não só p o rq u e au m e n ta os g asto s fin a n ceiro s, m as ta m b é m p e lo fato de q u e tra z e r no v as p esso as n a m e sc la da lid e ra n ç a sem p re e n v o lv e risco s. S erá q u e ele vai ajustar-se à n o ssa ig re ja ? S erá q u e su rg irão co n flito s p o r c a u sa de alg u m a filo so fia m in isterial
Se sempre considerarmos a conta bancária, onde estará a fé?
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES div erg en te o u p o r ca u sa de m éto d o s d ife re n te s? E de on d e essa n o v a p e s soa d ev e v ir? O ração séria e en trev istas m in u c io sa s são im portantes! A m a io ria do p e sso a l c o n tra ta d o d e v e ria v ir de d e n tro da p ró p ria co n g reg ação . E sses cren tes j á e n ten d em a filo so fia e c o m p artilh am da h istó ria e su b c u ltu ra d a igreja. E les j á fo ram trein a d o s sob a p re se n te lid e r a n ç a e e s ta b e le c e r a m re la c io n a m e n to s fo rte s . E le s p o d e m se r e n c a ix a d o s c o m f a c i l i d a d e e m p o s i ç õ e s d e l i d e r a n ç a , se v o c ê a p ro p n a à a m e tó e Xvvei p re p a ra d o a éVes e a c o n g reg ação p a ia a s mwàaivças. Você d ev e c o n tra ta r p e sso a l de fo ra d a ig reja? C laro que sim! P essoas de fo ra d ão p e rsp e c tiv a e id éias n o v as q u e p o d e m ser v erd a d e ira b ên ç ão e ajuda. M as u m a eq u ip e fo rm a d a p o r m u itas p esso a s de fo ra po d e d ar m ais d iv e rsid a d e do q u e e fic iê n c ia p a ra a ig reja. N o ssa p e sq u isa e ex p eriên c ia in d ic a m q u e n ão m ais q u e 25 a trin ta p o r cen to d a eq u ip e d e v em v ir de fo ra da ig re ja local, a fim de que h a ja saú d e e im pulso. A estru tu ra p recisa da equipe v ariará de ig reja para igreja, porque cada ig reja é ú n ica em term o s de localização, tam anho, subcultura e orçam ento. Lyle Schaller, em The S e n io r M in iste r (O M in istro Sênior), sugere que todo integrante de pessoal d ev eria co n sid erar sua função com o m em bro valioso da equipe, e não com o o sup erv iso r de u m reino distinto, e deveria ser im p u lsio n ad o p o r m etas grupais, e n ão p o r m etas individuais. E le oferece oito p rin c íp io s q u e nos fo ra m m u ito úteis: F o rm e u m a equipe que (1) funcione com o um a equipe, (2) alcance a produtividade de equipe altam ente d e s c e n tra liz a d a , (3) re la c io n e -s e u n s c o m os o u tro s c o m o m e m b ro s incentivadores de u m a fam ília onde h á am or, (4) seja m o tivada p o r visões idênticas do que D eus q u er q u e su a ig reja seja e faça, (5) re co n h eça a in te rd e p e n d ê n cia e a n ecessid ad e de cad a co m p o n en te de m u tu am en te refo rçar m etas e atividades, (6) m in im ize a ten dência natural de se tornar u m a h ierarquia, (7) ben eficie-se de com p etição interna saudável, m as que não se to rn e u m a rede de rivais e (8) ofereça experiências desafiadoras, realizad o ras e trag am satisfação a todos os integrantes da eq u ip e.1
As Pessoas que Crescem M u itas d as ig re ja s esp alh ad as p elo m u n d o são p eq u e n as — algo em to rn o de c em m em b ro s e co n g reg ad o s, a m a io ria das quais p erm an e cen d o assim ano após ano. A m e d id a q u e estu d áv am o s o cre scim e n to d a igreja, ap re n d ía m o s p rin c íp io s p ro v e ito so s, m as ta m b ém o b se rv á v am o s o u tra coisa: M u ita s “ig rejas q u e c re sc e m ” u sa m p rin c íp io s que c o n tra d izem dire ta m e n te u m ao outro! C h eg am o s à co n c lu são de que n a v erd ad e não h á n e n h u m a fó rm u la u n iv e rsa l, n e n h u m a re sp o sta p ro n ta . E n tre ta n to , re a lm e n te acred itam o s q u e D eu s q u er q u e su a ig reja cresça. A G ra n d e C o m is s ã o é n a v e rd a d e m u ito c la ra e sim p le s: “F a z e i d isc íp u lo s” , ou seja, seg u id o res d ed icad o s e o b ed ien tes ao S e n h o r Jesus C risto . Se o q u e fazem o s n ão e stá m u d an d o vidas, então dev em o s d eix ar d e f a z ê - lo . D e u s p o d e a b e n ç o a r s o m e n te o q u e c o n tr ib u i p a r a o cu m p rim en to dos seus p ro p ó sito s. D e sp e n d e r tem p o e esforços onde valh a a p e n a ce rta m e n te d a rá m elh o res ch an ces de crescer. H á p o u c o tem p o fiz u m tre in a m e n to de p e sso a l so bre “P en sam en to A lo cativ o v ersus P en sam en to In o v ad o r” . O p en sam en to alocativo diz: “Os
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O PASTOR PENTECOSTAL recu rso s são lim itad o s. V isto q u e só h á b a sta n te d in h eiro n a teso u raria, tem o s que d iv id i-lo c o m m u ito acerto. F aç a co rtes on d e q u er que seja n e c e ssá rio e te n te d ar u m a p o rçã o ju s ta a cad a d e p a rta m e n to ” . Se o p ro b le m a é d efin id o e m c o n d içõ es de escassez, é n a tu ral as p esso a s se se n ti rem m ais à v o n tad e c o m u m m o d elo de p la n eja m en to alocativo. Só o fato de d e fin ir o p ro b le m a ten d e a o rien tar-n o s p ara u m a a b o rd a g em alocativa, co m o p ro p ó sito de ra c io n a r o que é p e rc eb id o serem recu rso s finitos. O m e sm o se d á em u m a ig reja, se c o n sid erarm o s o o rçam en to com o u m lim ite, n u n c a terem o s fé p a ra ir além do que h o je existe. A ab o rd ag em in o v a d o ra diz: “Q uais as outras o p çõ es? Q uais as p o ssi b ilid a d e s? E se as fin an ças n ão fo sse m lim itad as, o que faríam o s? D eus p o d e fa z e r m ila g re s? ” U m a a b o rd a g e m diz: “R e d u z a os g astos e não d esestim u le su a ig re ja ” . A o u tra diz: “In clu a m ais p esso as e ex p an d a as o p o rtu n id ad es m in iste ria is!” U m a diz: “P ague in te g ra lm en te a h ip o te c a ” . A o u tra diz: “In ic ie n o v o s m in istério s, p a rta p ara m ú ltip lo s serviços m i n iste ria is” . U m a a b o rd a g e m co m eça c o m o p ro b lem a, a outra, c o m a v i são. U m a ab o rd ag em o lh a p a ra o passad o , a outra, p a ra o futuro. R e c o rd o de u m a p e q u e n a ig re ja e m q u e tra b a lh e i n a E sp an h a . A p r i m e ira v ez q u e a vi, fo i c e rta n o ite e n q u a n to d e sc ia u m a ru a de M ad ri: H a v ia g ra n d e s p o n ta s de fe rro q u e se so b re ssa ía m em to d a a e x te n sã o da p o rta . P a re c ia u m a fo rta le z a! E v id e n te m e n te as c ria n ç as c o stu m a v a m b a te r n a p o r ta d u r a n te os c u lto s e p e r tu r b a r o p e q u e n o b a n d o d e a d o ra d o re s fié is. P o r e ssa ra z ã o , eles in tro d u z ira m en o rm e s p o n ta s de fe rro de d e n tro p a ra fo ra d a p o rta p o r to d a a su p e rfíc ie da m a d e ira , fa ze n d o c o m q u e as p o n ta s a fia d a s d e sse m as b o a s-v in d a s ao que se a p ro x im a v a m d a p o rta. E n tã o c h e g o u u m n o v o pastor. E le n ã o a p en as tiro u as p o n ta s de fe rro d a p o rta , m as a b riu -a e de b o a v o n ta d e re c e b e u as c ria n ç a s. N ã o p a s s o u m u ito te m p o e h a v ia o c lu b e da c ria n ç a , c ru zad a s. E s c o la D o m in ical e o u tra s a tiv id a d e s q u e a tra ía m esses “p e q u e n o s e s to rv o s ” d ire to p a ra o R e in o de D eus! N o p ro c e sso d e g a n h a r as c ria n ç a s p a ra Je su s, o p a sto r re so lv e u o p ro b le m a das c ria n ç a s q u e b a tia m na p o rta d u ra n te os c u lto s. O b serv e a a b o rd a g e m in o v ad o ra: à m e d id a que a fre q ü ê n c ia c re sc ia , m a is re c u rso s h a v ia p a ra a e x p a n sã o do m in isté rio , a re m o d e la ç ã o do v e lh o te m p lo , a a tra çã o de m u ltid õ e s c a d a vez m a io res e o c u m p rim e n to d a v e rd a d e ira ta re fa da ig reja. A ino v ação é vital, se a ig reja quer crescer. M ais pessoas deixam a igreja p o r cau sa d a m esm ice dos cultos do que po r qualquer outra razão. E n tretan to. n o ssa ino v ação não deve ab andonar os fundam entos diretivos de Jesus, n e m n o ssa cultura, n e m n o ssa sociologia. T em os de aprender que m uitos p rogram as tradicionais (com o a E sco la D om inical e os cultos de dom ingo à noite) to m a ra m -se trad icio n ais po rq u e d eram certo! H oje, h á crescente m ov im en to em direção ao uso da arte dram ática de alta tecnologia, vídeos e serm ões ilustrados nas igrejas. E sses recursos p o d em ser apoios m uito úteis p ara a apresentação do E van gelho, e tem os de usá-los — m as de m odo lim itado. E spero que esses m étodos fascinantes não se d egenerem em e s q uem as e substitutos à preg ação da P alavra de D eus. P regar é im portante! Incentivos visuais com o televisão, cinem a e teatro apelam p a ra as em oções, en quanto que a lin g u ag em falada apela para a m ente. H avia u m a razão para Jesus d izer p a ra irm os e preg arm os o E vangelho.
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES
O Pastor que Guia T oda o rg an ização é a so m b ra p ro lo n g a d a de u m ú n ico in d iv íd u o . Isso é v erd ad e p a ra ig rejas co m o ta m b é m p a ra o rg an izaçõ es seculares. C ad a ig re ja te m su a p ró p ria p e rs o n a lid a d e e, a té c e rto p o n to , su a p ró p ria su b cu ltu ra. Q u em é e ssa p e sso a do to p o q u e la n ça ta m a n h a so m b ra de in flu ê n c ia ? N u m a ig re ja eficien te, é o p a sto r p residente. L yle S challer, em seu liv ro E ffe c tiv e C hurch P la n n in g (P la n eja m en to E fic a z de Ig reja s), escrev e: “A v a sta m a io ria d e co n g reg açõ es co n tro lad as p o r cren tes leig o s ten d e a ser p e q u e n a no ta m an h o e/o u d e clin a n te em term o s n u m érico s. E m q u ase to d as as c o n g reg açõ es gran d es e que têm c r e s c i m e n t o r á p i d o , o s p r o c e s s o s d e to m a d a d e d e c is ã o sã o su b sta n c ia lm e n te in flu e n c ia d o s p elo p a sto r” .2 N os prim eiros dias d a igreja, a lid eran ça e ra m uito m ais fácil. E u tom ava to d as as d ecisõ es, a n u n ciav a-as e pronto! A m e d id a que outras p esso as passaram a assu m ir p o siçõ es de lid eran ça e a ig reja cresceu, to m ar decisões fico u m u ito m ais co m p lex o . P rim eiro v o cê c irc u la as idéias, b u sc a co m en tário s e o p in iõ es de o u tro s líd eres e d ep o is ap resen ta -as m ais fo rm a l m en te. F in alm en te, v o cê p o d e im p le m e n tá -las se tiv er co n q u istad o p e s soas q u e ap ó iem a visão . D iáco n o s, co rp o d e fu n cio n á rio s, líd eres d e d e p a rta m e n to e líd eres in fo rm ais p re c isa m sen tir q u e fa zem p arte d a equipe e q u e estão co n trib u in d o p a ra a re a liz a çã o d a n o v a v isão p ara a igreja. V ocê n ão p o d e p a sto re a r sem a aju d a deles. A v e rd a d e é que, se v o cê tiv er bo n s co n selh o s d esses in d iv íd u o s, ac a b a rá to m an d o decisõ es m ais sábias e com o to tal ap o io deles. D eu s n ão g u ia seu p o v o p o r m eio de co m issões. E le fala com u m líder, e o líd e r g u ia o reb an h o . O S en h o r D eu s p o d e e às vezes u sa co m issõ es. (D eus sab e q u e tem o s m u itas c o m issõ es; se E le q u er q u e alg u m a co isa se ja feita, às v ezes te rá d e u sa r u m a co m issão !) M a s se leio a B íb lia co rretam en te, o m éto d o d e D eu s é fa la r com u m a p esso a e, dep o is, u sar essa p e sso a p a ra c o m u n ic a r a m e n sa g e m ao re sto do povo. P o r o u tro lado, q u a lq u e r um q u e a lg u m a vez o u viu D eus lhe fa la r tem de p re c a v e r-se do co m p lex o de m essias, ou a ch ar que u m a p e sso a é m ais im p o rta n te p o rq u e D eu s fa lo u c o m ela. O fato de D eu s ter falado não to rn a n in g u é m m ais im p o rtan te. Só ac o n te c eu que tal p esso a fo i q u em D eu s esco lh eu p a ra falar. T odo c re n te te m u m lu g a r no R ein o de D eus. E n q u an to eu v iajav a p elo m u n d o co m o m issionário, procurei identificar asp ecto s c o m u n s e m ig re ja s fo rtes. E n c o n trei m u ito s asp ecto s, é claro, m as h á u m q u e p a ra m im se d estaco u : T odos os p asto re s tin h am longos pa sto ra d o s n a ig re ja local. L e v a anos p a ra se co n stru ir cred ib ilid a d e e re la c io n a m e n to s n a c o m u n id a d e . P a re c e irô n ic o q u e falem o s p a ra as pesso as d a igreja: “ S ejam fiéis n a fre q ü ê n c ia à igreja. Ju n tem -se a nós, to rn e m -se m em b ro s e n ão fa lte m aos cu lto s. E im p o rtan te que v o cê e seus filhos c riem raízes p ro fu n d as e ten h am u m a ig re ja” . E ntão, a cad a p eq ueno n ú m ero de anos o p a sto r sente “a c h a m a d a ” e m uda-se. D epois de tantas v io laçõ es d e in teg rid ad e, as p esso as c o m eçam a d u v id a r da sin cerid ad e de seus líd eres e ca d a v ez m en o s m an têm -se firm es co m o pró x im o pastor. E m suas m en tes v ia ja m p erg u n tas h o n estas: Q u a n to tem p o vo c ê fic a r á ? Você está n o s p e d in d o p a r a serm o s lea is a você, m a s p o d e m o s c o n fia r
524 O PASTOR PENTECOSTAL q u e vo cê se rá lea l a n ó s? Q u a n d o resp o n d em o s à ch am a d a de D eus p a ra c o m e ç a r u m a ig reja, p erg u n tei a m in h a esposa: “V ocê está d isp o sta a ficar n este lu g a r d u ran te os p ró x im o s vin te ou trin ta anos, se essa fo r a v o ntade de D e u s p a ra n ó s? ” E la co n cordou. N ão esto u dizen d o q u e u m p a sto r n u n ca po d e m u d a r de ig reja ou deix ar u m a co m u n id ad e. E n te n d o m u ito bem que h á o casiõ es e m q u e u m p a sto r p re c isa sair de u m lugar. P o r m u itas razõ es, po d e ser m e lh o r pa ra o p a sto r e p a ra a ig re ja te re m u m n o vo com eço. O que vejo co m o p re ju d icia l é a c o n sta n te ro ta tiv id a d e de p a sto res em u m a d e te rm in a d a igreja; isso le v a à esta g n a ç ã o , fa lta de d ireção e cinism o. D esd e o início, p ed i a D eus direção sobre quem eu m e to m aria. D urante m u itas sem an as de in ten siv a intro sp ecção , oração e m ed itação, desenvolvi 23 “p rin c íp io s de v id a ” , q u e d e fin em o que q u ero ser. S erv em -m e de d ire triz e s p a ra e sc o lh e r p rio rid a d es e p rin cíp io s p a ra v iv e r a vida. A s d e c isõ e s são m u ito m ais fá c e is q u an d o sei o q u e d efen d o e ten h o um a série e sc rita de d iretiv as p a ra m in h a vida. N ão se tra ta de u m a lista de reg ras, m as de c o n ceito s q u e se ap licam am p lam en te ao qu ad ro de m in h a v id a in teira. D eix e-m e c o m p artilh a r d ez desses p rin cíp io s. Procuro: 1. A m a r a D e u s de to d o o m eu coração, a lm a e p e n sa m e n to (M t 22.37). B u sc a r a v o n ta d e de D eu s p a ra to d as as áreas de m in h a vida. P ra tic a r a p re se n ç a de D eus. P ro c u ra r d ar-lhe g ló ria em tu d o o que faço e digo (1 C o 10.31). P o u co im p o rtan d o as c o n seq ü ên cias, ser a c im a de tudo u m h o m em de D eus. E n c o n tra r m in h a id en tid ad e nEle. 2. A m a r m eu p ró x im o co m o a m im m esm o. P rim e i ro m in h a esposa, d ep o is m eus filh o s, en tão m eu s p a ren tes, ig reja, o u tros cren tes, todas as pesso as. T enta rei g a n h a r a b o a v o n tad e de to dos que encontrar. V isto qu e a m a io r n ec essid a d e de to d a p e sso a é te r u m re la cio n am en to ín tim o c o m D eus, esfo rçar-m e-ei em p ro m o v e r e sse relac io n am en to sem p re ju d ic a r a auto -estim a dos ou tro s. E m p e n h a r-m e -e i e m se r am áv e l e co m p re e n sív el co m aqueles que d isco rd a re m d e m im ; farei c o m q u e os o u tro s se sin tam im po rtan tes; se rv i r e i a o m a io r n ú m e r o d e p e s s o a s q u e m e s e ja efe tiv a m e n te possível. 3. A m a r a m im m esm o . N ã o se rei d u ro co m ig o m e sm o o u fic arei arrasad o q u an d o errar. A in d a sou filh o de D eus e am ado p o r E le. F arei tu d o o que p u d e r p a ra asse g u ra r u m senso de v a lo r p esso a l e ser g e n e ro so em elo g io s p a rticu la res q u an d o fiz e r algo bem ___________________ 55 feito. M a n tere i u m a atitu d e p o sitiv a p a ra co m ig o , e n q u an to re c o n h e ç o q u e to d as as m in h as b ên ção s v êm de D eus. 4. M a n te r um d e v o c io n a l diário. P elo resto de m in h a v ida, esforçarm e-ei em te r m o m e n to s d iários a sós co m D eu s p a ra o ração , leitu ra da B íb lia, m ed itação e p lan e ja m e n to , de fo rm a que eu te n h a su a d ireção e b ê n ção s n a re a liz a çã o de o bras de v alo r p a ra as q u ais E le m e cham ou. 5. D e m o n stra r in teg rid a d e. S erei fran co , h o n esto e ju s to c o m to d o s e e v itarei ag en d as secretas, só fa zen d o d ec laraçõ es claras e q u e p o ssa su s
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liiemos para as pessoas não faltarem aos cultos, mas a cada curto período sentimos 'a chamada' enos mudamos
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES ten ta r de b o a fé. M a n te re i m in h a p a la v ra e serei alg u ém em q u em as p e s soas p o ssa m co n fiar: sem p re sin cero , c o e re n te e d igno de co n fiança. 6. M a n te r um estilo de vid a d iscip lin a d o . A s p e q u en as d ecisõ es re v e la m o tip o de p e sso a qu e esto u m e to m an d o . “N ão destrua, p o n h a d e lad o ” . L e v a n ta r-m e-e i to d as as m an h ãs em d e te rm in a d a h o ra reg u larm en te. F a rei as tarefas m ais d ifíceis p rim eiro , e o que q u er que re ste p a rec erá m ais fácil. 7. M a n te r boa sa ú d e. Serei c o n siste n te n os ex ercício s, c u id ad o so na d ie ta (farei re fe iç õ es re g u la re s e b a la n c e ad a s) e terei oito horas de sono. U m p o u co d e ten são é n e cessário co m o m o tiv ação , m as re d u zirei ou e li m in a re i co isas q u e m e le v e m ao esg o tam en to . 8. F a ze r d o m in isté rio u m estilo de vid a — um d isc ip u la d o . N u n c a d e v o se p a ra r o q u e sou do q u e faço. T enho d e in te g ra r as v erd ad e s que aprendo e passá-las aos outros. Preciso desen v o lver m uitos relacionam entos de q u alid ad e, de m o d o q u e eu c re sç a e aju d e os o u tros a crescer. 9. C rescer in telectu a lm en te. M a n te n h o -m e cu rio so so b re tudo. E sc re verei tu d o o q u e ap re n d e r p a ra n ão esquecer. C o n se rv o -m e alerta. L eio b a sta n te e v ariad am en te, p e sq u iso e m ed ito . C o m p aro todo o c o n h eci m en to c o m as E scritu ras. L eio as E sc ritu ra s d iariam en te. “C o n v erso com os p ec a d o re s e p e n so co m os sa lv o s” . E stu d o a v id a dos v erd ad eiro s h e ró is. “B e m -a v e n tu ra d o o h o m e m q u e ac h a sab ed o ria, e o h o m e m q u e ad q u ire c o n h e c im e n to ” (Pv 3.13). 10. C o n stru ir a igreja local. “O n d e q u e r q u e v o c ê esteja, e ste ja de tod o o co ração ” . S em p re serei m em b ro ativo de u m a igreja local e edificarei o C o rp o de C risto , in c e n tiv a n d o e c o n v id a n d o outros a participar. O rarei p o r isso e d arei m eu ap o io com aleg res p o rçõ es de tem po, talen to e d i n heiro. T udo o q u e é d e v a lo r n a v id a e m a n a de q u e m você é, e não do que v ocê faz. P o r isso m an ten h o m in h a lista à m ão e a consulto co m freqüência. C o m o p asto res, ach am o s fácil co m p arar-n o s co m aqu eles que são de m a io r o u de m e n o r “ su c e sso ” q u e nós. H á um desejo sutil em com petir. Jo se p h M . S to w ell, e m S h ep h erd in g the C hurch into the 2 1 st C entury (.P a sto rea n d o a Ig reja no S é c u lo X X I), afirm a qu e não d ev em o s co m petir; tra ta -se de atitu d e carn al. “A c a rn a lid a d e g e ra em no sso s co raçõ es um am b ien te de m ed o , co lo ca-n o s n a d e fe n siv a e faz de n o sso m in istério um a fu n ção fo rçad a de n o ssa v o cação , ao in v és de ser u m a ex p ressão e sp o n tâ nea de n o sso crescen te e e sp o n tân eo a m o r e in tim id ad e co m C risto ” .3 U m a co m p reen são de E fésio s 4 .1 1 -1 5 fo rn ec e-n o s u m a m a n eira de m e d ir n o sso su cesso m in isterial c o m seu o b je tiv o de p re p a ra r as p esso as p a ra a o b ra do m in istério , a u n id ad e, a m a tu rid a d e e a sem e lh an ç a de C risto . S u cesso p e sso a l, d e c la ra S to w ell, é q u estão de v iv e r a v id a de aco rd o c o m as ex p e c ta tiv as e p a d rõ e s d e D eus em d estem id a fid e lid a d e ro tin eira. Só ra ra m e n te o e sp e ta c u la r a cab a te n d o sucesso ; antes, é a c a d ên cia re g u la r e c o n tin u a m e n te fie l de n o ssas vidas em term o s de nosso co m p ro m isso co m E le q u e faz a d iferen ça. N o sso p ro p ó sito é g lo rific ar o n o m e do S en h o r e e n riq u e c e r a etern id ad e, e não nos g lo rific ar em nós m esm o s e au m en tar n o sso s reinos.
526 O PASTOR PENTECOSTAL Os Líderes que Treinamos N u n c a e s q u e c e re i a re u n iã o de m in isté rio que deu in íc io ao m eu d iscip lin am en to . U m jo v e m advo g ad o sen to u -se à m esa de reu n ião e ficou o u v in d o e e screv en d o n o tas ocasio n ais em seu b lo co am arelo. A tensão e ra gran d e, co m o fre q ü e n te m en te fo ra d esde que três p esso as h a v ia m sido eleitas p a ra fo rm a r o p rim e iro co rpo m in iste rial o ficia l de n o ssa obra pioneira. L ev ad a p elo interro gatório do advogado — com o se estivéssem os em u m trib u n a l — , a p ressão disparou. E le e sta v a d e sc o n ten te e irritado. F in alm en te, atirou: “C a v a lh e iro s” , ele jo g o u a ca n e ta em seu blo co de a d v o g ad o p a ra d ar ên fase, “p a ra m im , chega! E [viran d o -se p a ra o direto r de E d u c a ç ã o C ristã] visto q u e o ano letiv o da E sc o la D o m in ic al acabou, estou deixando m in h a classe. Pastor, am an h ã de m an h ã o senhor terá m in h a ca rta de re n ú n c ia em su a m e sa ” . O m em bro m in isterial encarregado do departam ento de E ducação C ristã lim p o u a garg an ta, p e d in d o atenção. “N ão acho que eu tam b é m p o ssa serv ir m ais n este m in istério . E u ta m b é m re n u n c io .” D u ran te m eses eu h a v ia o b se rv ad o a m aré de ten são subir. P o r que não p u d em o s tra b a lh a r ju n to s ? T ín h am o s as m esm as m etas e p ro p ó sito s, a m e sm a do u trin a. C o n tu d o , n o m esm o in stan te em que co lo cá v am o s u m esp a ra d ra p o e m u m a situ ação, o u tra esto u ra v a em a lg u m lugar. S erá que o co n flito tem de fa z e r p arte da v id a da igreja? P asto rear u m a ig reja em estado de crescim ento req u e r constantes trocas de p arad ig m a. O m o d o co m o você atu a m u d a c o m freq ü ên cia, p o rq u e a ig re ja está m u d an d o c o m freq ü ên cia. Se v o cê não co n tin u a c rescen d o e m u d an d o , a ig re ja p á ra de c re sc er e m udar. T oda a m u d an ç a é p erce b id a com o p erd a p a ra alguém , e a p erd a é tipicam ente enfrentada com resistência e ra iv a . M u d a n ç a s d e v e m se r a d m in istra d a s, e n ã o a p e n a s d e ix a d a s acontecer. U m ingrediente vital p ara o crescim ento é o treinam ento — antecipando as m u d a n ç a s e p re p a ra n d o as p esso as p a ra elas. M o v id o pelo d esespero, d esen v o lv i u m curso de trein am en to p a ra novos diáconos durante os vários m eses seg u in tes. F o i en tão que p erce b i que eu fa z ia m u itas suposições q ue n e c e ssa ria m en te n ão eram en ten d id as pelos outros. D ep o is de um d e term in ad o retiro p a ra tre in a m en to de diáco n o s, certo d iáco n o veio a m im e disse: “P astor, fui d iáco n o e m duas outras igrejas antes de ch eg ar aqui. E u re a lm e n te n u n c a soube quais eram as tarefas e o b rig aç õ es de um d iácono. A g o ra p en so q u e se i” . Isso foi anim ador! D aq u ele p o n to em d ian te, n o ssas re u n iõ es co m diáco n o s assu m iram u m c a rá te r ap razív el e, ao lo n g o dos últim os oito anos, v im a d esco b rir q u e m eu corp o de m in istro s é u m dos m ais estim u lan tes e insp irativ o s g ru p o s de n o ssa ig re ja . S e m p re m a n ten h o a g rad á v el e x p e c ta tiv a para re u n ir-m e re g u la rm e n te c o m esse grupo de in d iv íd u o s de alto calib re e e sp iritu a lm e n te m ad u ro s. E sses crentes estão en tre m eus am igos m ais chegados. H o je te m o s c u r s o s d e tr e in a m e n to p a r a tu d o ! N o s s o c u rs o de m em b resia, p o r ex em p lo , u sa u m co n ju n to de liv retes que fizem os c o m o o b je tiv o de e x p lic a r a ra z ã o p a ra as p esso as to rn a re m -se m em b ro s; a h is tó ria , filo s o fia e d o u trin a s d a ig re ja ; o q u e e sp e ra m o s dos n o v o s
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES m em b ro s; e um teste p ara aptid ão . O s liv retes estão re p leto s de sugestões e in fo rm a ç õ e s q u e são d istrib u íd as e m m ais de quatro sessões, em b o ra seja fácil a m p lia r p a ra m u itas m ais. A p re se n ta m o s às p esso as u m a escad a de c re sc im e n to e d e se n v o lv im en to , de m o d o q ue te n h am o rien taçõ es para suas vidas quan d o se u n irem à igreja. Tem os de criar um senso de propósito e im p o rtâ n c ia em n o ssa o b ra p a ra o Senhor. G o sto do q u e se d iz q u e A b ra h a m L in c o ln declarou: “U m rio torn a-se sinu o so p o rq u e seg u e a lin h a d a m e n o r resistên cia. O m esm o se d á com os hom ens. E stu d arei e ficarei preparado, e então, quem sabe, m in h a chance v irá ” . T en tam o s p re p a ra r as p esso as antes q u e as q u estõ es se tran sfo rm em em p ro b le m a s, in stilan d o em suas m en tes a v isão de u m fu tu ro p o sitiv o à m e d id a q u e eles a n d a re m c o m D eus e c re sc e rem com o m em b ro s de no ssa ig reja. A sp ire q u alid ad e em to d as as coisas. G ere a m e lh o r q u alid ad e que p u d e r co m o que v o cê tiver. T alvez você não ten h a m uito co m que com eçar, m as as p esso a s p o d e m ser trein ad as. O u tra in o v ação o c o rrid a n os E stad o s U n id o s é que os d iáco n o s já não são m ais eleito s atrav és do v o to d a co n g reg ação . E sse po d e não ser o estilo am erican o , m as é o estilo bíb lico . H o je u m a co m issão de eleição c u id a d o sa m e n te se le c io n a d a , p re s id id a p e lo p asto r, re v isa co m m u ita oração todos os candidatos p ara o ofício e ap resenta à congregação som ente os q u a lific a d o s e ap ro v ad o s. D ep o is, sem p re c o m m u ita oração, os no m es são tirad o s p o r sorte e acred itam o s que D eu s h o n ra o p ro c esso fazendo sua esco lh a. Isso ex clu i to d o s os co n lu io s p o lítico s de seleção de lid e ra n ça e d á aos d iáco n o s u m sen tid o m ais p ro fu n d o de destino, p o is D eus, não o h o m em , os esco lh eu . A ju d a r os cren tes a e n c o n tra r o lu g a r deles n a o b ra do S en h o r através de su a ig reja, é a v e rd a d e ira ta re fa p a ra qual os p a sto res fo ra m cham ados. In sp ire-o s a o u v ir a v o z de D eu s e a re c e b e r a p ró p ria visão deles p a ra o m in istério a que são ch am ad o s. E re a lm e n te ex citan te d e sco b rir novos talen to s que p o d e m ter estado prev iam en te dorm entes e, então, lançar essas p esso as p a ra se a p erfeiço arem , c re sc e rem e a lc an ç are m outras. S em pre h a v e rá u m a p e rc e p ç ã o de risc o , n ã o h á d ú v id a, m as é ab so lu tam en te essen cial q u e d em os às p esso as lu g a r p a ra erros. N ão o u sam os ter dom ín io sob re o reb an h o de D eus. D e ix e os cren tes te sta re m os lim ites do talen to e m in istério que têm , e eles ganharão n o v a v id a em qu alquer igreja. A penas este ja p re se n te p a ra incen tiv ar, d ar a lg u m a aju d a e, se necessário , levantálos! E , fin a lm e n te , te m o s de re c o n h e c e r o fa to de q u e to d o o n o sso p lan ejam en to , lab o r e inov ação n u n ca substituirão a v erdade de 1 C oríntios 3.6,7: “E u p lan tei, A p o io reg o u ; m as D eu s d eu o crescim en to . P elo que n e m o q u e p la n ta é a lg u m a coisa, n em o que rega, m as D eus, que d á o c re sc im e n to ” .
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O PASTOR PENTECOSTAL
Cultos Especiais Jerry A. Strandquist
d o m in g o é u m d ia e sp ecial p a ra a v id a da igreja. C in q ü en ta e duas v ezes p o r ano, a cad a p rim eiro dia d a sem ana, tem os um do m in g o p a ra le v a r o p o v o de D eus a a d o ra r ao Senhor. Se in clu irm o s outros cu lto s e re u n iõ e s de o ração e estu d o b íb lic o que ocorrem ao lo n g o da sem an a, te re m o s d ian te de nós d esa fia d o ra ta refa p a ra m an ter os cultos vib ran tes e aviv ad o s, n ão apenas p ara n o sso p o v o , m as ta m b é m p a ra nós com o líderes. O que pod em o s fazer? É p o ssível en joar e entediar-se m esm o co m a m a io r h istó ria ja m a is c o n tad a e a aleg ria de u m re lac io n am en to co m Jesu s C risto , o C ria d o r do U n iv e rso ? A c h a m a d a p a ra le v a r as p esso as a c o n h ec er Jesu s C risto e en corajálas ao crescim en to no an d ar de fé que elas têm é um p riv ilég io e u m a h o n ra. N o ssa resp o n sab ilid ad e é p la n e ja r e c o n d u zir o cu lto sob a d ireção d iv in a do E sp írito S anto, p erm itindo que os ad o rad o res, salvos ou não, felize s ou tristes, j o v e n s o u v e lh o s , r i c o s o u p o b r e s , te n h a m a o p o rtu n id a d e de en co n trar-se co m o g ran d e D eu s de am or. E le é o único que p o d e satisfaze r as n ecessid ad es d iv ersas re p re se n tad as em cad a culto. P elo fato de ser a ig re ja u m org an ism o em con stan te m u ta ç ã o c o m m o m e n to s a lto s e b a ix o s , te m o s de agarrar, d estacar e usar ép o cas-ch av es n a v id a da igreja. T udo o que precisam os fazer é acom panhai' o calendário d a ig reja co m o d iretriz p ara destaq u es anuais especiais, co m o o N atal e a P áscoa. T o d a ig re ja tem seus p ró p rio s dias que p rec isa m de re c o n h e c im en to esp ecial, com o aniv ersário s, cruzadas ev angelísticas e convenções m issionárias. Todos som os pessoas de hábitos, m as n o ssas co n g reg açõ es p o d e m se can sar da variedade lim itad a n a ordem do culto. T elefo n ei p a ra m eu filh o m ais velho, que está estu d an d o em
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ciltos não acontecem por acaso, nscem com b@hs
pBaniiignsito e oracie agentes
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES u m a facu ld ad e de o u tra cid ad e, e p e rg u n te i-lh e co m o era o culto n a ig reja qu e ele freqüentava. E le resp o n d eu : “C o m o sem pre, papai, com o sem p re” , o q u e sig n ificav a q u e e ra ex atam en te igu ais aos cultos das últim as sem anas ou m eses. O ra, sei q u e é típ ico da m o c id a d e criticar, m as os adultos têm d ito o m e sm o so b re a igreja: n e n h u m a m u d an ça, n en h u m a esp eciaria, n e n h u m a v italid ad e, tu d o p rev isív el, n e n h u m a varied ad e. S erá que D eus só tra b a lh a de u m a m an eira? E le é lim itad o em term o s de criativ id ad e, ou se rá q u e so m o s m u ito p re g u iç o so s o u nos fa lta c riativ id ad e p a ra dar n o v a v id a e e x citação aos cu lto s? O su cesso dos cu lto s e stá e m p ro p o rç ã o d ireta à p rep a ra ção n o s dias e sem an as p re c e d e n tes. B o n s cu lto s n ã o a c o n te c em p o r acaso. N a sc e m com p lanejam ento e oração diligentes. C o m u m a abordagem enfocada, podem os te r m u ito m a io r im p acto , o b ten d o re su lta d o s de lo n g a duração. G o sto de p e n sa r q u e estam o s em m eio a u m p ro jeto de co n stru ção e q u e D eu s, o A rq u ite to , n o s d esig n o u ço m o g eren tes de p rojeto. A ssim co m o o co n stru to r p ru d e n te de M ateu s 7 .2 4 -2 7 , estam o s co n stru in d o algo q u e du rará. E m eu d e v e r ser b o m m o rd o m o do q u e E le m e confiou: sua ig reja. C o m o g eren te de p ro jeto , te n h o de c e rtific ar-m e de que to d as as co isas em n o sso s cu lto s este ja m sen d o e d ificad as sobre o fu n d am en to de Jesu s C risto. U m a casa b o n ita tem ja n e la s in teressantes, e u m culto vibrante tam b ém terá “ja n e la s” que criam interesse. E n tretanto, as jan elas só realçam a e stru tu ra p rin c ip a l, a m e n sa g e m re d e n to ra d e Jesu s e o seu p o d e r de tra n sfo rm a r vid as. D ev o c o n d u z ir o p o v o c o m zelo, d e fo rm a que sua ig r e ja p e r m a n e ç a fir m e q u a n d o as te m p e s ta d e s v ie re m , p o rq u e o fu n d a m e n to d a ig re ja e stá so b re a R o ch a.
Planejam ento e o Propósito da Igreja O p ro p ó sito de n o ssa e x istê n c ia co m o ig re ja p re c isa se r m u ito claro. Isso aju d a-n o s a p la n e ja r n o sso s cultos. S a b e r qu al a n o ssa m issão e com o vam o s re a liz á -la é im p o rta n te p a ra n o sso p lan ejam en to . A q u i vão algum as p e rg u n ta s q u e n ó s, c o m o in te g ra n te s d a lid e ra n ç a de n o ssa ig re ja em B lo o m in g to n , M in n eso ta, fazem o s. S irv a-se d elas p a ra aju d ar a d efin ir seu p ro p ó sito co m o ig reja; suas re sp o sta s afetarão o m o d o co m o você p la n e ja cad a culto. • Q u al o n o sso p ro p ó sito em n os reu n ir? • Q u em d ecid iu q ual seria o p ro p ó sito ? • A lid e ra n ç a co n h e c e n o sso p ro p ó sito ? • O p ro p ó sito fo i c o m p a rtilh a d o co m a ig reja? • O p ro p ó sito p o d e ser ex p licad o de m o d o in te lig ív el e fixo? • S e tem o s u m a d eclaração d e p ro p ó sito , e la p re c isa ser a tu alizad a? • N o ssas ações a lin h am -se c o m n o sso p ro p ó sito declarad o ? • N o tam o s a lg u m a te n d ê n c ia ao re v isa rm o s os cu ltos do ano p assad o ? • F azem o s p lan o s p a ra m issio n ário s e ev a n g e lista s? • Q u an to tem p o d am os p a ra o p la n ejam en to ? • O q u e d ev e fa z e r p a rte do p ro c e sso de p lan eja m en to ? • E m q u e ép o c a do ano d ev e o c o rre r o p la n ejam en to ? • D e v e m o s te r u m p lan o an u al? P a ra seis m eses? P a ra dois anos?
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O PASTOR PENTECOSTAL T odo o u to n o fazem o s re u n iõ e s de p la n eja m e n to p a ra o ano seguinte. R eú n o u m p eq u e n o g ru p o de in d iv íd u o s que este jam d iretam en te e n v o l v id o s no serv iço do cu lto , co m o , p o r ex em p lo , os resp o n sáv eis p ela m ú si ca, ju n ta m e n te com o u tras p esso as v isio n á ria s e criativas d a igreja, que p o ssa m c o n trib u ir c o m d iscern im en to s n o v o s p a ra o nosso p ro c esso de p lan ejam en to . E ssa co m issão p o d e ser tão g rande ou tão p eq u e n a q u anto v ocê q u e ira q u e seja. O s p a rtic ip a n tes d ev em ser desig n ad o s pelo p asto r p a ra n ão m ais q u e u m ano, c o m a p o ssib ilid ad e de n o v a desig n ação . O d ev er d eles é triplo. P rim eiro , d ar apoio à visão e ao p ro p ó sito do p astor; seg u n d o , p re sta r co n tas p a ra asse g u rar que a ex p e riê n cia do culto m antenha-se fiel aos propósitos declarados; e, terceiro, apresentar discernim entos que v e n h a m a aju d ar a c u m p rir esse p ro p ó sito co m criativ id ad e. O p la n e ja m e n to d ev e ser feito em lo c al casual, co m tem p o b asta n te p a ra o ração e d iálogo. R ev isam o s os tem as do ano p assa d o e os dias im p o rtan tes da v id a d a igreja. R e m e m o ra m o s cultos p assad o s e ob serv am o s os q u e tiv e ra m êx ito . E n tão , d eterm in am o s o que co n tin u arem o s a fa z e r e o q u e se rá d e sc o n tin u a d o p o r se r in e fic ie n te . A p re c io e ssa é p o c a de p lan ejam en to , p o rq u e p o d em o s controlai' o calen d ário e n o ssa p ro g ra m a ção. O s cu lto s d ev e riam ser p la n eja d o s co m a m esm a aten ção a d etalh es que d aríam o s se co n v id á sse m o s alg u ém p a ra alm o çar em n o ssa casa. A c asa d ev eria e sta r lim p a, a m esa arrum ada, o ca rd áp io p lan ejad o , a c o m id a p ro n ta e nós nos v estiríam o s ad eq u ad am en te e m a n tecip ação aos c o n v id ad o s. P recisam o s nos le m brar de que estam os nos negócios de nosso P ai celestial. Seu p o v o , a q u ele que está ferid o e em b u sc a de e sp e ra n ç a e co n fo rto , b e m com o os que p ro cu ram D eus, estarão se reunindo conosco. M ais im portante que isso, D eu s está conosco, e q u erem o s h o n rá-lo co m o m e lh o r q u e tiv erm o s em term o s d e org an ização . 9! Q uan d o cheguei à B lo o m in g to n A ssem blies o f G od C h u rch p a ra assu m ir a p o sição de p a sto r presid en te, eu h a v ia sido in flu e n c ia d o p ela g ran d e ig re ja em B a m n g to n , Illinois: a W illow C reek C o m m u n ity C h u rch, p a sto re a d a p o r B ill H ybels. E ssa ig re ja “m o v id a aos que p ro c u ra m D e u s” c o n ce n tra -se em b u sca r os não -salvos de n o sso m u n d o . O p ro p ó sito d essa ig re ja é a lca n çar aq u eles que não c o n h e c e m Jesu s, re m o v en d o q u a lq u er b a rre ira que os im p e ça de o u v ir o E v an g elh o . D ev id o ao m eu d esejo de ver os p erd id o s c h eg a rem ao co n h e cim en to salv ad o r de Jesu s C risto , in ce n tiv ei a lid e ra n ç a d a B lo o m in g to n A ssem b lies o f G od C h u rch a c o n sid era r seriam en te to rn ar-se u m a ig reja ace n tu a d am e n te ev an g elística. A p ó s u m p erío d o de ten tativ a e erro, c h e g am o s à c o n clu são de q u e ain d a estáv am o s m u ito à v o n tad e co m n o ssas raízes p en teco stais. M as, n ão o b stante, p e rm a n ec eríam o s m u ito “se n sí veis aos q u e p ro c u ra m D e u s” e m n o ssa p ró p ria ab o rd ag em , em vez de ser ig reja v o ltad a esp ecificam en te aos que pro cu ram D eus. A ssim , dam os tem p o p a ra a ad o ração , o ram o s p elo s enferm o s, in ce n tiv am o s os dons do E s p írito S an to d u ran te os cu lto s e fazem o s apelos p a ra as p esso a s aceitarem Jesu s. P re su m in d o q u e tem o s v isitan te s to d o s os d o m in g o s, ap ro v eitam o s
t i -------------------0 propósito da existência ie nossa igreja ajuda a plai@|ir nossos altos
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES to d a o p o rtu n id ad e p a ra fa z e r b rev es m o m en to s de en sin a m en to s so b re os d o n s do E sp írito S anto, ch am ad as ao altar e ado ração , tran q ü iliza n d o os q u e p e la p rim e ira v ez v isita m a ig re ja que o que estão ex p erim en tan d o e stá b a se a d o n a P a la v ra de D eus. N ão fa z m u ito tem p o , p erg u n tei a u m jo v e m casal q u e d e sejav a to m arse m em b ro de n o ssa ig reja o q u e o atraiu p a ra a B lo o m in g to n A ssem b lies o f G o d C h u rch . E la fo ra cria d a co m o atéia, e ele, com o lu teran o . A m bos resp o n d eram : “Q u an d o ch eg am o s a e sta igreja, vim os e sentim os que D eus está a q u i” . A ssim q u e tín h am o s e stab elecid o n o sso estilo , o p lan e jam e n to ficou m u ito m ais fácil. D iv id i o ano em q u atro seções, co m eçan d o co m ja n eiro : D e ja n e iro até à P á sc o a é n o sso p rim e iro seg m ento; d a P á sc o a até ju n h o , n o sso seg u n d o seg m en to ; de ju lh o até l e de setem b ro , n o sso terceiro seg m en to ; e de setem b ro até o N atal, n o sso q u arto e ú ltim o segm ento.
De Janeiro até a Páscoa D e ja n e iro até a P á sc o a é n o sso p e río d o d e reflex ão . C o m o in ício do an o n o v o e o e sta b e le c im en to de n o v as m etas, u m a ênfase à oração é oportu n a; o m ês de ja n e iro tem a oração e o je ju m com o tem as. P lanejam os reu n iõ es d e o ra ç ã o m a tu tin a s e v e sp e rtin a s n a igreja. C a d a d ep artam en to p ro g ra m a ev en to s esp eciais re la c io n a d o s à o ração , e re u n iõ e s de oração co n c e n tra d as em lares ac o n te c em ao lo n g o d a se m a n a em a m b ien tes de g ru p o s a ssiste n c ia is. D u ra n te e sse p e río d o , p la n e ja m o s m o m e n to s de oração co letiv a na igreja. C u lto s de v ig ília nas noites de sexta-feira e cultos d e o ra ç ã o e lo u v o r n as tard es d e d o m in g o são p e río d o s d e oração d irig id a às n e c e ssid a d e s d a ig reja, de n o ssa c o m u n id ad e e de n o sso m u n d o . F aço um a p re g a ç ã o sob re o ração e fre q ü e n te m en te in clu o u m sem in ário sobre oração du ran te e sse p erío d o co m u m ev an g elista ou p reg ad o r especializado n a o ração. C erto ano in cen tiv am o s as p esso as não ap enas a orar, m as tam b ém a je ju a r d urante os prim eiro s qu aren ta dias do ano. A lguns je ju ara m um a refeição p o r sem ana, outros u m dia ou dois d a sem ana, outros je ju a ra m em to d o s os dias de u m a se m a n a e p o u co s je ju a ra m em to d o s os dias da qu are n te n a . Só p e d im o s a to d o s q u e p a rtic ip a sse m de a lg u m form a. H oje e m d ia m in is té r io s in te ir o s sã o d e d ic a d o s à o ra ç ã o . N a s liv r a r ia s ev an g élicas de su a cidade vo cê en co n trará ab undantes recursos p a ra ajudálo a e n sin a r so b re o ração e a d e sc o b rir m o d o s criativ o s d e lev a r as pesso as à oração. F e v e re iro , o m ês em q u e n o sso s p e n sa m e n to s se v o lta m p a ra o a m o r,1 é a é p o c a p e rfe ita p a ra u m s e m in á rio so b re a v id a fa m ilia r c o m u m b a n q u e te d os n a m o ra d o s. U m a série de m e n sa g e n s so b re re la c io n a m en to s (d e sd e c o m o te r re la c io n a m e n to s sa u d á v e is a c o m o fo rta le c e r n o sso s re la c io n a m e n to s a tu a is) é se m p re u m a n e c e ssid a d e c o n tem p o râ n ea. E sse m e sm o te m a é p o sto e m p rá tic a em n o ssa s re u n iõ e s p a ra ad u lto s às q u a r ta s -fe ira s à n o ite , a p re se n ta n d o c u rso s q u e tra ta m de assu n to s m a trim o niais, re la c io n a m en to s en tre p ais e filh o s, cu ra de relac io n am en to s ro m p i d o s etc. E m m arço , p re p a ra m o s-n o s p a ra a P ásco a. T em os u sa d o a A ven tu ra E s p ir itu a l d e C in q ü e n ta D ia s, p u b lic a d a p o r T h e C h a p e i o f th e A ir
532 O PASTOR PENTECOSTAL M in istrie s.2 A T h e C h ap ei o f th e A ir fo rn ece m a teria l im p resso em inglês, q u e é u sa d o co m o g u ia d e v o c io n a l p e sso a l e se g u e u m tem a cen tral, le v a n d o à c eleb ração da P ásco a. A cad a sem an a oito tópicos são co b ertos e ap o iad o s c o m u m serm ão. O s tó p ico s sem p re são pertin en tes, e n o ssa gente tem apreciado trabalhar co m assuntos bíblicos oportunos. A lém disso, m u itas p esso as de n o ssa c o n g reg ação v ê m de fo rm açõ es ecle siástic as que tê m u m p erío d o de q u aresm a. D e sco b rim o s que a A ven tu ra E sp iritu a l de C in q ü en ta D ia s é v eícu lo do “tip o q u a re sm a l” , o qual aju d a as p esso as a tra n sp o r o esp aço en tre as trad içõ es delas e as nossas.
D a Páscoa até Junho A P á sc o a é n o rm a lm e n te c ele b ra d a e m abril. U m a alta p o rc en tag em de n o ssa co m u n id a d e v a i à ig re ja n a ép o ca d a P áscoa. P o rtan to , esse é um p e río d o im p o rta n te p a ra c h a m a r a atenção dos que nos v isitam . A lguns dos q u e v êm n ão tê m n e n h u m a fo rm a çã o ec lesiástica ou estão apenas p ro cu ran d o o u tra ig re ja p a ra freqüentar. Todos os anos fazem o s várias a p resen taçõ es de u m a re p re se n tação teatral sobre a P áscoa, que d ram atiza a m e n sa g e m da cruz. S em p re d am os às p esso as a o p o rtu n id a d e de rec e b e r Jesu s C risto co m o S alv ad o r d u ran te tais o casiões. F azem o s anú n cio s no jo rn a l da cid ad e, que n o tic ia m a re p resen ta ção te atra l d a P á sc o a e o nosso cu lto d o m in ic a l da P ásco a. O s anú n cio s são escritos tanto p a ra p ren d e r a a ten ção do le ito r q u an to p a ra aten d er suas n ecessid ad es de um Salvador. N o d o m in g o da P áscoa, n o sso b o letim co n tém u m su p lem en to que reg istra o m o m e n to co m e m o ra tiv o . T odas as m ú sicas e o serm ão e n fo ca rão a re ssu rre iç ã o de Jesu s C risto.
De Julho até l s de Setem bro N os três m eses do v erão am erican o , d am os aten ção e sp ecia l ao nosso p la n e ja m e n to . D e sc o b rim o s p o r e x p e riê n c ia p ró p ria q u e as p e sso a s p ro c u ra m o u tra ig reja nos m eses de verão. P o rq u e é verão, m u ito s dos m e m b r o s d a c o n g r e g a ç ã o e s tã o d e f é r ia s , e to d o s f ic a m o s m a is descontraídos. H á liberdade p ara m odificar algum as das coisas que fazem os d u ra n te o ano. P o r ex em p lo , se seu co ral tira férias d u ran te p a rte do verão, reú n a u m a p eq u en a equipe de louvor. Varie a equipe de louvor: u m dom ingo use só h o m en s, o u tro d o m in g o , u m a fam ília, u m co n ju n to de m o cid ad e ou de crian ças. E les p o d e m não ap enas a ju d a r co m os lo u v o res, m as ta m b é m p ro v e r m ú s ic a e sp e c ia l. S e m p re e sto u p ro c u ra n d o m e io s de e n v o lv e r n o ssa gente. T oda sem an a p eço que d iferen tes crentes leig o s façam a le itu ra da B íb lia, o rem e reco lh am as ofertas. E ssas são ex celen tes o p o rtu n id ad es p a ra tre in a r os crentes. R ese rv e tem p o p a ra e n saiar co m eles; eles p recisam sab er o n d e d e v em ficar, que m icro fo n e u sa r e q uando, d u ran te o cu lto , será o m o m en to d a p a rticip ação deles. Todos os anos fazem os u m culto patriótico n u m dom ingo próxim o a 4 de ju lh o , d ia da In d ep en d ên cia dos E stados U nidos. A ig reja é decorada com b andeiras am ericanas e flores verm elhas e brancas (cores d a bandeira am ericana). D urante alguns anos, usam os um a grande bandeira am ericana com u m a faix a v erm elha, b ran ca e azul estrategicam ente colocada no san tuário; em outros, enfeitam os o tem plo com m uitas bandeiras m enores. A
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES v aried ad e n a deco ração m an tém v iv a a co m em oração. O coral canta m ú si cas cívicas ou ap resenta u m m usical. U m a m en sag em p atrió tica é pregada, enfatizando n o ssa resp o n sab ilid ad e cristã p a ra com a nação. M ostram os no ssa g ratidão a todos os que serviram nosso país, fazendo-os levantarem se quan d o se m en cio n a a parte do culto d estin ada a eles. T am bém co n vida m os im portantes líderes cristãos da co m u n id ade a virem falar à n o ssa co n greg ação e a dar u m p eq u en o testem unho. N osso prefeito é u m dos d estaca dos cristãos de n o ssa co m u n id ad e e tem d ado m anifesto testem unho de seu relacio n am en to co m Jesus C risto. E sten d em o s o convite a outros, m esm o qu ando não sabem os m u ita coisa acerca da fé que têm em Jesus, pois, por alguns m inutos, eles p o d em falar acerca de nosso país e, depois, oram os p o r eles e lhes ag radecem os pelos serviços p restados à com unidade. N o ssa c o m u n id a d e d e u -n o s p e rm issã o p a ra fa z e r alg u n s d e no sso s cu lto s n o tu rn o s de d o m in g o e m u m p a rq u e ad jacen te à p ro p ried ad e d a ig reja. O s v izin h o s tê m se ju n ta d o a n ós d u ran te no sso s lo u v o res e ficado para ou v ir os testem u n h o s e a pregação. T entam os aproveitar essas ocasiões p a ra m o m en to s de co n fra te rn iza ç ã o e n tre os m em b ro s d a ig re ja e, após o cu lto , se rv im o s u m la n c h e . N u m a n o ite , o fe re c em o s so rv e te , n o u tra , m e la n c ia e até j á serv im o s m ilh o co zid o n a espiga. A s novas fam ílias co n sid e ra m essas o p o rtu n id a d e s in e stim á v e is p a ra fa z e r novas am izades c o m as p e s s o a s d a ig re ja . C ria n ç a s p e q u e n a s b rin c a m em c im a de co b erto res, p esso as m ais v elh as sen tam -se e m suas cad eira s fav o ritas no g ra m a d o e o b se rv a m av iõ es q u e p o u sa m no aero p o rto das re d o n d ez as — tu d o c o n trib u i p a ra u m a m b ien te de in fo rm a lid ad e e v italid ad e nessas n o ites e sp eciais d e do m in g o . F azer tudo o q u e fazem o s p ara a g ló ria de D eus significa que tentam os orar, p lan ejar e servir d a m elhor m aneira segundo nossa capacidade. O plano de verão inclu i recru tar e trein ar nossos obreiros p ara o pro g ram a de outono.
De Setem bro até o N atal D e setem b ro até o N atal é u m p e río d o p a ra “fazerm o s a c o lh eita” . N o h e m isfé rio n o rte, as férias te rm in a ra m e os alu n o s v o ltam às aulas. U m a ên fa se ao te m a d a v o lta às aulas e n c o ra ja n o sso s alu n o s a o rar p e la esco la e m que e stu d a m e a en c o n tra r o p o rtu n id ad es nas quais o E sp írito S anto os u se p a ra fa z e r a d ife re n ç a n os c a m p i esco lares. T em os nos servido de um e v a n g e lista q u e se d e d ic a à m o cid ad e, p a ra falai' à n o ssa co n g re g aç ão e ao s estu d an tes, e, m u ita s v ezes, p u d em o s p ro g ra m a r reu n iõ es co m ele nas esco las de n o ssa cidade. Isso atrai jo v e n s q u e n o rm a lm e n te não v iriam à ig reja p ara os cultos n oturnos. Incen tiv am o s os responsáveis pela m ocidade a le v a r os jo v e n s a m o m e n to s de o ração e a u m co m p ro m isso co m C risto, p a ra qu e fa ç a m a d ife re n ç a n o m u n d o e m que v ivem . N o sso dep artam en to d a m o c id a d e p a tro c in a u m re tiro d e o ra ç ã o d e v o lta às aulas. N u m a m an h ã de d o m in g o , n o m e a m o s to d o s os nosso s ob reiro s que tra b a lh a m no d o m in g o e os q u e tra b a lh a m ao lo n g o d a sem ana, fazendo c o m se le v a n te m d u ran te u m a oração g eral de co m issio n am en to . P ed im o s qu e n o sso s o b reiro s a c e ite m u m co m p ro m isso p o r todo u m ano civil. P a ra n ó s, o m ês d e o u tu b ro é d ed icad o às m issõ es. T odo o te m p lo é d e co rad o p a ra a ju d ar a e sta b e le c er o c a rá te r m issio n ário de n o ssa conven-
534 0 PASTOR PENTECOSTAL —
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Eventos Especiais que Mantemos Janeiro
Marco ou Abril
Ê n fa se à oração. S em an a da oração. C afé d a m an h ã d e o ração de senh o res. R etiro de o raç ã o de senhoras.
S ed e r. É a c o m e m o r a ç ã o j u d a ic a d a P á sc o a . C o n v id a m o s u m c ristã o ju d e u p a ra f a z e r u m S e d e r ao e s tilo fa m ilia r, c o m p le to c o m a re fe iç ã o , ou a p e n a s p a ra m o s tra r c o m o é o S e d e r, se m a re fe iç ã o . M u ito s dos m e m b r o s d e n o s s a c o n g r e g a ç ã o e s tã o p o u c o fa m ilia riz a d o s c o m o s ig n ific a d o d a c o m id a d a P á s c o a à lu z d a re v e la ç ã o de J e su s C risto .
Fevereiro G o sta m o s de B a n q u e te p a r a C rianças. T rata-se de u m b a n q u e te só p a ra crianças! O cardápio im p resso inclui itens que as crianças a d o ra m : c a c h o rro -q u e n te , m a c a rrã o c o m q u e ijo e so rv ete. A s c ria n ç a s se se n ta m à m esa e são serv id as p elo s p ais v e stid o s de p alh a ç o s etc. O p a sto r re sp o n sá v e l p elo d e p a rta m e n to infantil d á u m a p alav ra. E le veste-se à caráter, u sa m a rio n e te s o u c o m p a rti lh a g ran d e liç ã o p a ra crian ças. B a n q u e te F ebre d e C abana. E m relação ao ja n ta r d os n am o rad o s, esse ev en to é m ais ab ran g en te, p o rq u e é p a ra to d a a fa m ília da igreja. C o m o tem p o q u e faz em M in n eso ta, p ro c u ra m o s q u a lq u e r d e s c u lp a p a ra fic a r ju n to s, q u an d o então ap ro v eitam o s a ocasião p a ra a lid eran ça ag rad ecer p elo s serviços que n o sso s m u ito s o b reiro s v o lu n tá rio s p restam . A A s s e m b lé ia D e lib e r a tiv a O rd in á ria . M udam os a assem bléia delib erativ a o rdinária p a ra o d o m in g o à no ite, p o rq u e os n eg ó cio s de D eus d ev em ser adm inistrados e m espírito de lo u v o r e ação de g ra ç a s. S ei q u e n em sem p re isso é possív el, m as d esco b rim o s que é ó tim a o casião p a ra in c e n tiv a rm o s n o v as fam ília s a fre q ü e n ta r a igreja. É te m p o de re la ta r os re su lta d o s m a ra v ilh o so s o co rrid o s a o lo n g o d o a n o p a s s a d o , a p r e s e n t a r re so lu ç õ e s p o s itiv a s e c ria r u m a m b ie n te p ie d o so p a ra a eleição de to d o n o v o líder. T am b ém serv im o s u m a re fe iç ão no d eco rrer d a reu n ião o u fazem o s u m la n c h e lo g o após sua co n clu são . Isso ta m b é m cria um a a tm o s fe ra fa m ilia r e in c e n tiv a un id a d e de p ro p ó si to s e c o m p an h eirism o .
Maio M u s ic a l c o m C ria n ç a s. A c o n te c e e m g e ra l n o d o m in g o à n o ite . A s c r ia n ç a s e n saia m u m m u sic al nas n o ites de q u artafe ira e a p resen ta m to d o o co n c erto p a ra a co n g reg a ção e/o u fo rn ec em m ú sic a esp ecial p a ra o culto d a m an h ã ou d a n o ite. C en ário s são criad o s, d ra m atiza çõ es são a p resen tad as e m u ita s fam ílias e am ig o s v êm assistir. E ssa é e x c e le n te o p o rtu n id a d e p a ra a lc a n ç a r as p e s s o a s p a ra J e s u s , p o is h á as q u e , p o r ex em plo, v ê m a ssistir a re p resen ta ção de u m so b rin h o ou u m a neta.
Junho C u lto d o s F o rm a d o s. P re sta m o s n o ssa h o m e n a g e m aos m ais re c e n te s d ip lo m a d o s d e e s c o la s s e c u n d á ria s , fa c u ld a d e s e u n iv e rs id a d e s . N o d o m in g o p e la m a n h ã , eles d e sfila m n o c u lto c o m su a s b o rla s e c a p e lo s e se se n ta m n o b a n c o d a fre n te . D u ra n te o cu lto , p e d e -se -lh e s q u e se le v a n te m q u a n d o seu s n o m es são lid o s e q u e se d irija m à fre n te do altar, o n d e re c e b e m u m a lem b ra n ça . O s d ip lo m ad o s p e rm a n e c e m em p é, e n q u a n to o p a s to r faz u m a o ra ç ã o p o r b ê n ç ã o s p a ra eles. T an to a m ú sic a q u a n to a m en sag em são d irecio n ad as aos dip lo m ad o s e suas fa m ília s.
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES
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ção. Os m issio n á rio s são co n v id ad o s c o m u m ano de a n tece d ên cia p a ra v ire m fa la r em u m d e n o sso s cu lto s o u p a ra p a rtic ip a re m de g rupos de co m p a n h e irism o q u e se re ú n e m em casas. U sam o s o tem a an u al p u b lic a do p e la D iv isão de M issõ es das A ssem b léias d e D eus am erican as. B o n i tas b an d eiras e cartazes, ju n ta m e n te co m b o letin s m issio n ário s, estão d is p o n ív e is a to d o aq u ele que tã o -so m e n te e sc re v e r ou te lefo n a r p a ra a D iv i são de M issõ es. E sse m ês é p la n e ja d o p o r n o ssa co m issão de m issõ es, que é fo rm a d a p o r u m a co m b in a ç ã o de m em b ro s do m in istério e d e crentes leig o s q u e te n h a m p aix ã o p o r m issõ es. O c o m itê se re ú n e m en salm en te p a ra tra ta r d e n e c e ssid a d e s q u e c h e g a m p o r c a rta ou d e p e d id o s pesso ais de u m m issio n ário . N ão é in c o m u m u m m issio n á rio se reu n ir co m essa co m issão p a ra p e sso a lm e n te fa la r so b re a lg u m a n ecessid ad e. A co m issão ta m b é m p la n e ja a co n v e n ç ã o de m issõ es e d e sig n a co m issõ es p a ra lid ar c o m as v á ria s r e s p o n s a b ilid a d e s d a c o n v e n ç ã o . N o s ú ltim o s an o s, d esig n a m o s u m p aís p a ra c a d a d ep a rta m e n to (m o cid ad e, in fan til, m ú sic a etc.) e p a ra cad a c la sse de ad u lto s d a E sc o la D o m in ical. C ad a grupo tem a re sp o n sa b ilid a d e de d e c o ra r u m a m e sa e u m a á re a reserv ad a, a rran jar a co m id a c a ra c terístic a do p aís q u e re p re se n ta m e serv i-la em n o sso “ S abor de M issõ e s” . O s q u e serv em v e ste m -se com trajes típ ico s do p aís, e é d iv ertid o v e r o sen tim en to d e p o sse se d esen v o lv er, e n q u an to fa z e m o m elh o r que p o d em com a b arraca do país q u e representam . N o ano passado, m ais de o ito cen tas p esso as co m e ra m em m u itas das b arracas do S ab o r e sp a lh a d a s p e lo n o sso e d ifíc io , a c o m p a n h a d as p o r u m a v a rie d a d e de g rupos m u sicais. T inha de tudo, desde h arp ista até co njunto de ja zz. M uitas das g ran d es ig rejas m issio n á ria s fic a m m ais do que felizes em c o m p a rti lh a r as m e lh o re s id éias q u e elas u sa m p a ra a p re se n tar m issõ es de m odo criativo. A lg u é m q u e re c e n te m e n te te n h a re c e b id o re sp o sta à oração M e didas P ráticas para F a ze r um se rá re p re se n ta d o d u ran te o cu lto de A ção de G raças. G e ra l Ev e n to Acontecer m e n te tem o s u m a e m p o lg a n te re sp o sta à o ração d e alg u ém do 1. Nomeie uma comissão que seja g ru p o da m o cid a d e , in fan til ou de adu lto s. C o m an tec ed ên cia responsável pelo evento. p e d im o -lh e q u e p re p a re u m testem u n h o . O cu lto contém te ste m u n h o s, lo u v o res e u m a p a la v ra fin a l de ação de graças. M u i 2. Indique um presidente para a comissão. tas v ezes a p resen tam o s u m a o fe rta de am o r e e n co rajam o s n o s 3. Estipule um orçamento. sa g en te a tra z e r a lg u m alim en to n ã o -p e re cív e l p a ra o m in isté rio q u e é feito en tre as p esso a s q u e m o ra m nos b a irro s m ais 4. Certifique-se de que todos os procedimentos importantes da po b res, afastad o s e p o p u lo so s d a cidade. comissão tenham respaldo em N atal é tem p o d e trad içõ es reg io n ais. E m alg u m as reg iõ es uma descrição de cargo. h á cu lto n a v é sp e ra de N atal, ao p asso q u e em ou tras a c a ra c te Determine quem é o responsável pela publicidade, rístic a é o cu lto no d ia de N atal. C om n o ssa p o p u laç ão p re d o decoração, alimentação, m in a n te m e n te lu teran a, d esco b rim o s q u e o tra d ic io n al cu lto de programas e música. v ésp e ra de N atal à luz de v elas atrai n o ssa g en te e aqueles de n o ssa co m u n id a d e q u e não p a rtic ip a m de n e n h u m a igreja. V e las, m ú sicas ca ra c teriz a n d o n o ssas c o rd as ou m etais, cân tico s trad icio n ais de N atal e u m a ce n a d a n a tiv id a d e c o m narração são to d o s os co m p o n en tes d esse culto. Todo ano nos esfo rçam o s p a ra ap resen ta r a cen a de N atal de m a n e ira ú n ica. N ós a in co rp o ram o s nos cânticos n atalin o s, u sa n d o u m a d ra m a tiz a çã o e até cen as de “c artõ es d e N a ta l” . F am ílias in teiras v êm ju n ta s e en fa tiz a m o s a p a rtic ip a ç ão da co n g reg ação . N o cu lto é
536 O PASTOR PENTECOSTAL lid a a h istó ria de N a ta l d ire ta m e n te das p ág in as das E scritu ras. O serm ão p o d e c o n te r recu rso s v isu a is o u m esm o u m serm ão ilu strad o p a ra b e n e fí cio d as crian ças. E m n o ssa c o m u n id ad e, d ep o is do cu lto de N atal, a m a i o ria d as fam ílias tem o ja n ta r de N atal e a co n seq ü en te ab e rtu ra de p re sen tes, p e lo q u e o cu lto n ão d u ra m ais q u e u m a hora.
Perguntas-chaves Q u al o p ro p ó sito do cu lto de d o m in g o à n o ite e dos outros q u e o c o r re m d o d e c o rre r d a se m an a? Q u al o p ro p ó sito d a E sc o la B íb lica D o m in i cal? E ssas são p erg u n tas d ifíceis, m as que p re cisam ser resp o n d id as. P o r q u e fazem o s o que fa z e m o s? F az em o s p o r trad ição ou p o rq u e h á u m p ro p ó sito v álid o p a ra q u e seja feito ? E m n o ssas reu n iõ es de p la n eja m en to re se rv a m o s tem p o ou p a ra su g erir resp o stas bo as ao “p o r q u e fazem o s o q u e fa z e m o s” , ou p a ra d e ix a r de fazê-lo . E stas são as co n clu sõ es a que chegam os: 1. Q u a l o p ro p ó sito d o cu lto m a tin a l de d o m in g o ? a) P re g a ç ã o so b re m an eiras d e co m p o rtar-se ; to d a p reg a ção d ev e se r tra d u z id a em p ro c e d im e n to s co m p re en sív eis q u e sejam c o n fo rm e s à im a g e m de C risto. b) C u ltu a r a D e u s co letiv a m en te; cresce r n a P alavra. c) In sp iração . d) P o n to de e n tra d a em n o ssa igreja; a m a io ria das p esso as nos E stad o s U n id o s v isita u m a ig reja nas m an h ã s de dom ingo. e) R econhecim ento público dos passos da fé: salvação, batism o nas águas, S anta C eia, apresentação de bebês, curas, batism o com o E spírito Santo. f) O p o rtu n id a d e s p a ra oração e m in istério . 2. Q u a l o p ro p ó sito do cu lto de d o m in g o à no ite? a) C o n stru ir a co m u n id ade. b) M in isté rio ao co rp o de crentes. c) R elacio n am en to s. d) C o m p an h eirism o . 3. Q u a l o p ro p ó sito d a s a tivid a d e s de q u a rta -feira à no ite? a) T rein am en to . b ) C a p a c ita ç ão de h ab ilid ad es. c) O ração in tercessó ria. 4. Q u a l o p ro p ó sito d a E sco la B íb lic a D o m in ic a l? a) E stu d o sistem ático d a B íblia. b) Ê n fa se nas d o u trin as. c) C o m u n ic a ç ã o de n ecessid ad es. d) O p o rtu n id ad es m e n o res da co m unidade. P la n e ja r e d irig ir cu lto s e sp eciais re alm en te e x ig e m tem p o e sp ecial e esfo rço . M as as reco m p en sas e ben e fíc io s v ale m a p e n a as d espesas extras d a ig re ja e os re c u rso s de p essoal. S u a ig re ja p o d e ser a b e n e fic iá ria de cre sc im e n to esp iritu al e n u m érico , à m e d id a que v o cê p ro p o rc io n a r estes v eícu lo s p a ra q u e o E sp írito S anto use p a ra to ca r v id as p a ra o R eino.
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES
Gerando Boa Vontade na comunidade para com a igreja _____ e o Pastor_____ Zenas J. Bicket
o ns re la c io n a m en to s c o m a c o m u n id a d e são essen c iais p a ra a ig reja q u e d e se ja crescer. In fe liz m e n te alg u m as co n g re g aç õ es p re fe re m o c o n fo rto do sta tu s quo. N ão e sta r h av e n d o o a créscim o de nen h u m n o v o m e m b ro n a ig re ja sig n ific a q u e a in flu ê n c ia e os círcu lo s de p o d er n ã o estão sen d o p ertu rb ad o s. M as as E sc ritu ras em lu g a r a lg u m prem ia m a co m u n id a d e c ristã q u e p e rm a n e c e c o n fo rta v e lm en te sem in c o m o d a r ninguém . A G ran d e C o m issão n ad a diz sobre rep o u sarm o s “em S ião ” (A m 6 .1 ).1 S e m q u a lific a ç õ es o u re se rv a s surge a o rd e m d e m arch ar: “Id e p o r to d o o m u n d o , p reg ai o ev an g elh o a to d a cria tu ra” (M c 16.15). A co m issão ab ra n g e m ais do q u e o serv iço m issio n á rio n o e stran g eiro . A co m u n id ad e n a qual D eu s p lan to u a co n g re g a ç ão fa z p a rte do m u n d o q u e p re c isa ser alcan çad o . D e fato , a “c id a d e n a ta l” v e m em p rim eiro lu g a r n a seq ü ên cia en c o n tra d a em A to s 1.8: T estem u n h as p rim e iro e m Jeru salém ... depois, n a Ju d é ia e S am aria... e en tão “até aos co n fin s d a terra ” . O q u e c o n stitu i a co m u n id a d e q u e a ig re ja lo cal tem de a lcan çar? A d efin ição ex ata p o d e v ariar d a v ila do in terio r até à ex ten sa área suburbana. P a ra os p ro p ó sito s d este cap ítu lo , u sarem o s u m a definição que in clu i tudo. A co m u n id a d e c o n siste n as p esso as q u e co m p artilh a m alguns interesses com uns e q u e v iv em n a m esm a lo calid ad e geral. M esm o dentro das grandes cid ad es, h á co m u n id ad es b a sta n te d istin tas. P o d em e sta r re p resen tad as co m o c o m u n id ad e s raciais, re lig io sa s, cu ltu rais ou eco n ô m icas. A ig reja d ev e ab rir os b raço s aos m em b ro s de to d as estas su b co m u n id ad es, m as a e x p e riê n c ia in d ic a q u e as ig re ja s lo c a is a traem p esso as c o m in teresses e fo rm a ç õ e s s e m e lh a n te s à c o n s titu iç ã o p re d o m in a n te d a c o n g re g a ç ã o ex isten te. N a v erd ad e, a fo rtu n a d a é a ig re ja que te m u m a m escla saudável de to d as as su b co m u n id ad es, de fo rm a q u e o e v a n g e lism o p o ssa ser m ais d iv erso e eficaz. P o u co im p o rta n d o o q uão elo q ü e n te m e n te a m en sa g em do E v an g elh o seja en treg u e, e la é in eficaz se n ão fo r o u v id a. “C om o crerão n aq u ele de
B
538 O PASTOR PENTECOSTAL q u em não o u v ira m ? ” (R m 10.14). P o rtan to , a p e rg u n ta q u e n atu ra lm en te se seg u e é: O que p o d em o s fa ze r p ara q u e o n ão -salv o o u ç a a m en sag em ? T em os de g a n h a r o d ireito d e serm os o uvidos. A co m u n id a d e o u v irá o p a sto r e a co n g re g a ç ão e m re laç ão a q u em ela sente d isp o siç ão fav orável. Q u an d o os v isitan tes fic a m in tim am e n te p ersu a d id o s d e que u m a ig reja te m o to tal ap o io d a co m u n id ad e , eles o u v irão q u an d o o p a sto r falar. G a n h a r a b o a v o n ta d e d a co m u n id ad e é ab so lu tam e n te e sse n cia l se a ig reja deseja cu m p rir sua m issão. N ão h á lu g a r p a ra atitudes com placentes, alg u ém que diga: “E stam o s aqui e pregam os o E vangelho todas as sem anas. Q u an d o eles p re c isa re m de nós, eles v irão nos p ro c u ra r” . N ão é assim ! Q u an d o os m em b ro s d a co m u nidade p recisarem de ajuda, eles irão àqueles q u e d eram in d icação d istin ta e son o ra de que q u e re m ajudar. E a atitu d e de q u e re r a ju d a r é d e m o n stra d a à m e d id a que a ig reja e seus m em b ro s en tra m n a co m u n id a d e c o m o am o r e a co m p a ix ão de Jesus.
A Atitude para com a Com unidade U m a atitu d e p o sitiv a p a ra c o m a co m u n id a d e é cru cial p a ra o p a sto r e a igreja. B asta apenas u m a v isita a um a ig reja para que o co nvidado chegue à co n c lu sã o de q u e a ig reja é in d iferen te, e x clu siv ista ou a n tag ô n ic a para co m estran h o s. P a ra c u m p rir sua m issão , a ig reja te m de v er a co m u n id ad e co m am or, co n sid e ra ç ão e g e n u ín o interesse. C o m todas as dem andas de tem po do pastor, h á abundância de desculpas p a ra o n ão -d isp ê n d io de esfo rço s p a ra o en v o lv im e n to n a co m u n id ad e. H á se rm õ e s a serem p re p a ra d o s e liv ro s a se rem lid o s. A c o n se lh a r e m in istra r aos cren tes são, em si, m ais do q u e tarefas de tem p o integ ral. E tão fácil d iz e r aos m em b ro s d a co n g reg a ção que eles d ev e m estar lá fo ra n a co m u n id a d e a lc an çan d o vidas. M as o p a sto r ta m b é m deve estar lá fo ra p o r d u a s b o a s ra z õ e s: p a ra se rv ir co m o m o d e lo p a ra a ig re ja e p a ra rep resen tar a igreja d iante da com unidade de um a m an eira que os m em bros in d iv id u ais n u n c a p o d e m representar. P a ra p ro je ta r u m a b o a im ag em p a ra a ig re ja e g an h a r a b o a v o n ta d e da c o m u n id a d e , o p a s to r p re c is a e v ita r te r u m a a titu d e d e sa n ta rrã o . A co m u n id a d e d ev e ser g a n h a p a ra C risto, e não ab atid a em subm issão. O p a sto r e cren tes en tu siástico s, em vez d e serem ap o lo g ético s p a ra c o m a d o u trin a e co m p o rtam en to da ig reja, fa larão co m orgulho de sua ig reja co m suas d o u trin as e po v o . Tal en tu sia sm o é co n tag io so . P esso as que p re c isa m de aju d a são atraíd as, não p o r p esso as que e stejam d ep rim idas p elo s p ró p rio s p ro b le m a s, m as p o r crentes p o sitiv o s que testem u n h am do q u e D eu s te m fe ito p o r eles n a lu ta do dia-a-d ia. P a sto r e c o n g reg ação so lid a m e n te en treg u es à su a ig reja farão co m que os estran h o s ten h am a m e sm a o p in ião acerca d a igreja. M u ita s ig rejas, e sp e c ia lm en te as p e q u en as, m in istram a u m restrito seg m en to da c o m u n id a d e m u lticu ltu ral. O ex trem o d essa e stre ite za é um a ig re ja n a q u a l u m a fa m ília e x ten sa fo rn ec e a m a io ria dos m em b ro s da ig re ja e c o n tro la d e c isõ e s e d ireçõ es e m bases fo rtem e n te p artid árias. D e certo m o d o , a ig re ja lo c a l d ev e se r m u ltic u ltu ra l; de o u tro , não. N en h u m a ig r e ja p o d e se c h a m a r v e r d a d e ir a m e n te c r is tã , se e la se r e c u s a a te ste m u n h a r e g a n h a r p a ra Jesu s q u alq u e r grupo étn ico esp ecífico ; p o r
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ou tro lad o , a ig re ja te m só u m a B íb lia, u m a m en sag em , u m S en h o r e S al v ad o r. E m b o ra a m e n sa g e m se ja sin g u lar, as p e sso a s q u e p re c isa m d essa m e n sa g e m v ê m de m u itas fo rm açõ es étnicas e culturais diferentes. A igreja te m u m c o m p ro m isso c o m to d a s elas. A m e d id a q u e as p e sso a s d e v a ria d a s fo rm aç õ e s a c eitam a m en sa g em de salv ação e p a ssa m a fa z e r p a rte d a ig re ja local, não se to rn a m d a noite p a ra o d ia p re c isa m e n te co m o os v eteran o s c o m suas tr a d iç õ e s h o n r a d a s p e lo te m p o . G r a n d e d o s e de í £ -----------------------------------p a c iê n c ia e c o m p aix ão d ev e ser p re sc rita p a ra que a ig reja d a G ran d e C o m issão alcan ce to d a a co m unidade. E co m p re e n sív e l q u e m em b ro s esta b e le c id o s d a ig reja te n h a m s e n tim e n to s d e a p re e n sã o , q u a n d o p e sso a s n o v as e m u ito d iferen tes to rn a m -se p a rte in te g ran te da co n g reg ação . C o m o os v eteran o s d e v e m se rela c io n a r c o m e s s e s e s tr a n h o s ? P a ra q u e s e u s s e n tim e n to s a m e a ç a d o r e s s e ja m s u a v iz a d o s , e le s d e v e m s e r en sin ad o s, co m o m a rc a da fé e am o r q u e tê m em D eus, a p e n sa r em o u tras cu ltu ras co m o v eícu lo s p elo s quais o E v a n g e lh o p o d e ser ex p resso . O s cristão s ju d e u s do p rim eiro século fo ram estirados quase ao pon to m á xim o de resistên cia, q u an d o D eu s co m eço u a tra z e r gentios p a ra a c o m u n h ã o c o m eles. M as a co n g re g a ç ão d e hoje jp não p re c isa p a ssa r p o r tal ten são ; ela te m o ben efício do e x em p lo dos cristão s ju d e u s, e p o d em o s p re p a rá-la p a ra m in istra r a u m a so cied ad e m u lticu ltu ral. S erá que p o d em o s, c o m a aju d a do E sp írito S anto, elev ar-n o s a e ssa m e sm a la rg u ez a de coração p a ra ab raçarm o s co m o irm ão s e irm ãs cristão s aqueles que p ro ced e m de fo rm açõ es d iferen tes das n o ssas? A n a tu re z a m u ltic u ltu ra l d a c o m u n id a de sem p re d ev e e sta r n o âm ag o das in ten çõ es do p a sto r e d a cong reg ação q u e estejam d eterm in ad o s a g a n h a r os p e rd id o s da co m unidade. C erto p ro fesso r de sem inário, q u e p rev iam ente tin h a pastoreado igrejas p equenas e grandes d urante m ais de v inte anos, falou aos seus alunos que esp erav am ter m in istério pastoral: “S e eu fosse u m pastor, q u er quisesse, q u er não, m erg u lh aria nos assuntos d a com unidade. P rim eiro, eu estudaria a com unidade. T entaria desco b rir q u em as pessoas são e o que elas p reci sam . Sei q u e elas p recisam de Jesus, m as elas possiv elm en te precisam de pão tam b ém e sei que não acreditarão nas histórias de m eu Jesus que ali m en to u os fam intos até que v ejam essa p reo cu pação expressa em m im ” .2 Tal e n tu siasm o e p re o c u p a ç ão p e la c o m u n id ad e e p o r todas as suas su b c o m u n id a d e s é b o m c o m e ç o a to d o p a s to r que a c e ita a lid e ra n ç a esp iritu al de u m a igreja.
Não podemos esquecer a natureza multicultural da comunidade, se queremos ganhar os perdidos para Jesus
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Boa Vontade m ediante Integridade e Boa R eputação R elig ião e n e g ó cio s p o d e m p a re c e r au to -ex clu d en tes, m as, n a verdade, h á u m a e stre ita relação en tre am bos. O co m e rc ian te sem in teg rid ad e é co m o fe rru g e m q u e co rró i a c o m u n id ad e. O m in istro sem in te g rid ad e em suas tran saçõ es c o m e rc ia is é co m o fe rru g e m que co rró i a re p u taçã o da ig re ja e do S en h o r q u e ele rep resen ta.
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O PASTOR PENTECOSTAL N ad a d e sp re stig ia m ais d e p re ssa o m in istro d ia n te d a co m u n id ad e do qu e ser c o n h ecid o co m o m al c u m p rid o r dos seus d ev eres fin an ceiro s. E in g en u id ad e p e n sa r q u e u m a sim ples c o n ta não p a g a só seja co n h e cid a pelo c o m e rc ia n te a q u e m a d ív id a é d ev id a. O c o m ércio c o m p a rtilh a in fo rm a ç õ e s so b re c a lo te iro s. E , q u a n d o o m in istro ou a ig re ja é m á p ag ad o ra, as n o tícias v iajam d uas vezes m ais ráp id as. Ig rejas e pasto res te n d e m a p e n sa r que, co m o en tid ad es relig io sas, d ev e m ser-lhes dadas co n sid e ra ç õ es esp eciais q u an d o p a g am as contas. M as os filh o s de D eus b u scam m an ter-se fiéis a u m p a d rão m ais alto, e não m ais baixo. A falta de integridade de u m m inistro em ser pronto em pag ar as contas reflete-se n ão apenas em sua co ngregação e em seu Senhor, m as tam bém em to d a a profissão m in isterial. Pastores que saem d a cidade deixando um rastro de dívidas não pag as d ificultam em extrem o a tarefa do sucessor. P or vezes tal irresponsabilidade tem sido ju stificad a pela afirm ação de que D eus p ro m eteu p ro v er o que falta, portanto, E le cu idará daqueles a quem tê m a receber. E ntretanto, a d ív id a não é de D eus. A verd ad eira fé nas prom essas de D eu s em pro v er o n ecessário gera responsabilidade e a determ inação de p ag ar a d ív id a p essoalm ente. O exercício da fé para a provisão das necessi dades é d ev er daquele que contrai a dívida, e não do que em presta a crédito. C ontas correntes e com pras a p razo não são erradas em si m esm as. M as têm levado m uitos a en trarem em com portam entos irresponsáveis e pecadores. O lem a das pesso as d ev e ser: “Tenho de p ag ar as contas antes de sair da cidade; e se não p o sso p agá-las, não saio” . A falência po d e ser ato legal, m ais não p ro m o v e b o a vontade. M esm o que a pessoa, m inistro ou crente d eclare falência, a o brigação m o ral de pag ar as dívidas perm anece. O nom e do S enhor e a rep u tação de sua ig reja estão em jo g o . A in te g rid a d e do p a sto r ta m b é m deve esten d er-se às d eclaraçõ es p ú blicas e p riv a d a s. O m in istro do S en h o r n u n c a deve fa z e r d ecla ra çõ es in fu n d a d a s o u q u e s tio n á v e is . A to d o c u s to , d e v e -s e e v ita r o h ia to d a cred ib ilid ad e. Q u an d o o m in istro tem re p u taç ão de ser ín teg ro , a c o m u n i dad e re sp e ita rá suas d e claraçõ es de to m a d a de p o siçã o e fo m e n tad o ra s d a m o ral, m esm o q u a n d o h a ja d isc o rd ân c ia e m assu n to s esp ecífico s. O p a sto r ta m b é m d ev e d e m o n stra r in te g rid a d e ao m an te r p ro m essas e co m p ro m isso s. C a d a co m p ro m isso é u m a p ro m essa, u m a p ro m e ssa a ser m a n tid a c o m p ro n tid ão . C o n tato s co m im p o rtan te s líd eres cív ico s e e m p resariais d a co m u n id a d e e sta b elec em fu n d am en to s p ara fu tu ras o p o rtu n id ad es m in isteriais. Se fo r m a rc ad o u m alm o ço ou e n trev ista em g ab in e te, o p a sto r d ev e e sta r lá co m o p ro m eteu . A v isita d ev e ser re sp e ito sa no que tange às lim ita ç õ e s d e tem p o do líd e r com u n itário . U m a a g en d a in fo rm a l c o m dois ou três iten s q ue o p asto r d eseja abordar, d e ix ará o líd e r co m a im p ressão de q u e o serv o do S en h o r é org an izad o e profissio n al. O p o rtu n id a d e e v e n tu a lm e n te su rg irá p a ra o p a sto r c o m p a rtilh a r o fardo esp iritu al q u e ele sen te p ela co m u n id ad e. A cu rta ag en d a p o d e ria in clu ir o d esejo d o p a sto r ser m em b ro ativo n a c o m u n id ad e, u m a o fe rta em aju d ar de q u a lq u e r fo rm a co m p atív el co m a m issão e m in isté rio d a ig re ja e u m a p ro m e ssa de a p o iar o líd e r c o m oração regular. E m algum as co m unidades m enores, descontos a pastores são oferecidos em certas co m p ras ou serv iço s p ro fissio n ais. M as o n o v o p a sto r nunca, n u n ca, n u n ca deve p e d ir d e sco n to p o r ser pastor. O servo de D eus não
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES p o d e g an h ar a b o a v o n tad e da c o m u n id a d e p a ra c o m a co n g reg ação , o m in istério e o M estre m en d ig a n d o (com o é ó bvio). Se u m d esco n to for o ferecid o v o lu n taria m e n te , d ev e-se ser efu siv o ao d e m o n strar gratidão. S e o p a sto r v ier a e n fre n ta r sú b ita e m erg ên cia fin an ceira, um em p réstim o p o d e ser a ú n ica so lu ção im ed iata. M as os co m ercian tes ou p ro fissio n ais d a c o n g reg ação n u n c a d ev em ser co lo cad o s n a c o n stra n g ed o ra situação de ter de n eg ar ou fazer u m em préstim o que não foi sinceram ente oferecido. A p riv acid ad e da transação vai m ais que co m p ensar a quantia relativam ente p e q u e n a de ju ro s que os b an co s cobram . A o p o rtu n id a d e de esta b ele cer u m a relação com um líder d a com unidade tam b ém pode tornar-se vantajosa p a ra a o b ra do S en h o r n a co m u n id ad e. E m b o ra o p a sto r seja c u id a d o so em h o n ra r essas a d v e rtê n c ias, os m em b ro s da co n g regação com m en o s co n sciên cia de decoro p odem pedir que o p a sto r seja fiad o r de um em préstim o. O pasto r que se dispõe a esse tipo de ajuda com passiva aprenderá que com prom ete e im pede u m m in istério que de o u tra m an eira seria eficiente. O p asto r que acha difícil dizer não p o d eria responder: “Todo m eu trein am en to m inisterial sem pre aconselhou que os p asto res ja m a is d ev em se en v o lv er em tais acordos co n ju n to s” . R ecusai- d essa m aneira, ju n tam en te com algum as sugestões que ajudem o crente a reso lv er o p ro b lem a financeiro de outro m odo, no final das contas, fará m ais am igos — ou evitará a p erd a d esn ecessária de am igos.
Boa Vontade m ediante Serviços à C om unidade A té que p o n to o p a sto r d ev e se e n v o lv e r n a co m u n id ad e e assuntos cívico s? D ev e-se trab alh ar ativam ente p a ra co rrig ir os m ales da sociedade? S ão as m azelas do álco o l, d ro g as, a tiv id a d e s de q u ad rilh as, p o lu iç ão , im o ralid ad e, p o rn o g ra fia e in ju stiç a racial so m ente com en tad as no pú lp ito (se é q u e c h e g a m a ser m en cio n ad as)? O u se e stá ob rig ad o a p a rtic ip a r da re tira d a de tais in ju stiças e m ales? C laro q u e não se deve a b an d o n ar o E v an g elh o q u e tran sfo rm a corações p o r um evangelho social. M as a ênfase n a tra n sfo rm a ç ão dos co raçõ es ex im e o m in istro d a re sp o n sab ilid a d e de p ro c u ra r te r u m a so cied ad e m u d ad a? Jesu s ch am o u seus seg u id o res de sal da terra. O sal te m de to car em ou tra su b stân cia p a ra q u e tem p ere ou p reserv e. M u ito em b o ra a preg ação do E v a n g e lh o deix e p o u co tem p o p a ra fazer frente grupai a u m a variedade de cau sas so ciais n a co m u n id ad e, o p a sto r co m sua p re se n ç a deve d a r sua p a rc e la d e c o o p e ra ç ã o n as te n ta tiv a s d a c o m u n id a d e em re s o lv e r os p ro b lem as sociais. A v o z do m in istro co m o m en sag e iro de D eus pode fa la r com m u ita au to rid ad e e in flu ên cia. P o ssib ilid ad es p a ra e n v o lv im ento são m u itas: serv ir co m o m em b ro d a m e sa d ire to ra da escola, p a rtic ip a r da asso ciação de pais e m estres e de clubes cívico s, co o p erar co m cam panhas b e n e f i c e n t e s , d o a r s a n g u e e a c e i t a r c o m p r o m is s o s p a r a c h e f ia r e m p re e n d im e n to s q u e v isa m a m e lh o ria d a c o m u n id a d e . Se o p a sto r p re sid e n te e stá im p o ssib ilita d o de p a rtic ip a r de tais ativ id ad es, um p a sto r au x ilia r p o d e re p re se n ta r a igreja. O p a sto r e a ig reja o b têm a b o a v o n tad e d a co m u n id ad e co m m aio r rap id ez m o stran d o am or, so licitu d e e co m p a ix ã o do que fazen d o cruzadas in clem en tes c o n tra os m ales da co m u n id ad e. D ev e -se sem p re m a n te r as
542 O PASTOR PENTECOSTAL p rio rid a d e s n a p e rsp e c tiv a correta. G an h ar a alm a dos que fazem e/ou são a fa v o r do ab o rto é m ais im p o rtan te do que re g istra r o p o sição rigorosa. M ais ab o rteiro s, p ro stitu ta s e calo teiro s tê m sido g an h o s pelo testem u n h o silen cio so e ch e io de am o r d o q u e p o r v io len tas cru za d as c o n tra suas p ráticas m ás. H á, o b v iam en te, a h o ra de fa z e r cru zad as, m as q u e sejam q u an d o D eu s in c o n fu n d iv e lm en te com issionar, co m o q u an d o E le o fez c o m o s p r o fe ta s d o A n tig o T e s ta m e n to , u m m in is té r io p ro f é tic o e d e n u n c ia tó r io . M e s m o a s s im , a m e n s a g e m d o p r o f e ta n u n c a fo i a c o m p a n h a d a p e la v io lên cia. Q u an d o u m a m en sag em de ju lg a m e n to tiv e r de ser p reg ad a, u m c o ração q u eb ran tad o é a m e lh o r fo nte d a p a la v ra de ju lg a m e n to final. Q u a n d o o p a s to r in v e s tig a m a n e ira s d e g a n h a r a b o a v o n ta d e d a co m u n id a d e p o r m eio de serv iços h u m ild es, ele n ão fica desap o n tad o . T oda co m u n id a d e p re c isa de m ais vo lu n tário s. E trab a lh a r em co m issões, d a r a p re s e n ta ç õ e s e f a z e r p a le s tra s p ú b lic a s são o p o rtu n id a d e s p a ra c o n h e c e r as p esso a s d a co m u n id ad e. A q u eles ab en ço ad o s co m m u ito — e os cren tes são ab en ço ad o s com m u ito m ais ain d a — têm de dar algo em tro ca. P ara sa tisfa z e r p esso as q ue p rec isa m de re la cio n a m en to s co m u m a ig re ja e co m o Jesu s d e ssa ig reja, é ap enas u m a o p o rtu n id ad e ac resc id a de e sfo rç o s v o lu n tá rio s . U m a c o m u n id a d e d e ta m a n h o m é d io p ro m o v e an u a lm e n te u m a F e ira d a B o a C o m u n id ad e, on d e b arracas de q u ase c em o rg a n iz a ç õ es q u e u sa m v o lu n tá rio s d escrev e m seus p ro g ram as. M uitas d essas o rg an izaçõ es fu n c io n a m em áreas re la cio n ad as co m os m in istério s d a ig reja: p o r ex em p lo , h o sp íc io s, E x é rc ito da S alv ação , v o lu n tá rio s em h o sp ital, p ro g ram as p a ra id o so s, clínicas de re p o u so e san ató rio s, m issõ es em ruas, A sso ciação dos P o rta d o res do M al de A lz h e im e r e A lian ç a p ara os M e n ta lm e n te D oen tes. A ig reja e seu p a sto r d ev em estar p reocupados so b retudo com os jo v e n s d a com unidade. E spreitando em cada esquina pela chance de enlaçar nossos jo v e n s e s tã o o s tr a f ic a n te s d e d ro g a s , os líd e r e s d e g a n g u e s e os fo rn e c e d o res d e p o rn o g ra fia . F a z e r cru z ad a s c o n tra esses m ales p o d e ter a lg u m valor, m as o tem p o g asto em p ro g ram as que fo rn e ça m ativ id ad es p a ra os jo v e n s q u e ain d a n ão fo ram pegos p ela s artim an h as d iab ó licas é m u ito m a is e f i c a z n e s t a s o c ie d a d e d e c o n s ta n te s m u d a n ç a s . O e n v o lv im e n to e m p ro g ra m a s c o m u n itá rio s p a ra jo v e n s e n v ia rá fo rte m e n sa g e m p a ra a m o c id a d e d a igreja: “O p a sto r p re o cu p a -se co m v o c ê e c o m o q u e p o d e a c o n te c er co m você; o p a sto r qu er o m e lh o r de D eus p a ra você” . O p a sto r serv irá b e m a co m u n id ad e e g a n h ará su a b o a v o n ta d e q u an d o a co m u n id a d e p e rc e b e r o s esfo rço s v ig o ro so s em p re en d id o s p e la ig reja p a ra p ro te g e r os v alo res d a co m u n id a d e e a m o ralid ad e. A telev isão , a TV p o r a s s in a tu ra e o e n tre te n im e n to lo c a l a m e a ç a m o b lite ra r to d o s os v estíg io s dos p a d rõ e s m o rais e co m p o rtam en tais. M as é p re ciso que m ais de u m a v o z se lev an te c o n tra os a n u n cian tes e fo rn e ced o res org an izad o s de su jeira. U m em p re e n d im e n to co o p erativ o de v árias igrejas e grupos de ig re ja fa rá c o m que a co m u n id ad e saiba q u e os líd e re s re lig io so s e suas co n g re g a ç õ es estão p re o c u p a d o s — e orando. M as os p a sto res d ev em estar c ô n scio s das p o ssív e is in terp retaçõ e s ex teriores: que as igrejas estão
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES se e m p e n h an d o e m fa z e r to d o s se c o n fo rm arem aos p ad rõ es cristão s de co n d u ta. E m b o ra d e sejem o s q u e to d o s v e n h am a co n h e c e r Jesu s e a servilo fie lm e n te (cf. 1 C o 7 .7 ), n u n c a p o d em o s fo rç ar as p esso as a serem in te r io r m e n te ín te g ra s . O s in d iv íd u o s p o d e m se r c o n tid o s p o r le is p ro m u lg a d a s p o r u m a m a io ria de leg islad o res, m as igrejas q u e fa z e m tais cru zad as d ev em d e ix a r claro q u e só estão p ro c u ra n d o p ro te g e r os jo v e n s in o c e n te s e c o n se rv a r as v irtu d e s fa m ilia re s p e lo b e m -e sta r d e to d a a c o m u n id ad e. C u sp ir a cu saçõ es c o n tra os ré p ro b o s trafican tes de dro g as e d is trib u id o re s d e p o rn o g ra fia n ã o o s g a n h a p a ra C risto . C o n tu d o , a c o m u n id a d e e, esp e ra n ç o sa m en te , até os rép ro b o s, serão to cad o s p o r um a p re o c u p a ç ão c o m p a ssiv a e im p u lsio n a d a p elo E sp írito p elo fu tu ro das crian ças e d a c o m u n id ad e. B o ic o ta r p ro d u to s de co m p an h ias q u e apóiem en tre te n im e n to im o ra l é, às vezes, n ecessário . P orém , m ais u m a vez, a so lic itu d e e m v e z d o c a rá te r v in g a tiv o d e v e se r a fa c e a p re se n ta d a à co m u n id ad e. H á m u ita s m a n e ira s p e la s q u ais a c o m u n id ad e p o d e ser m elh o rad a, e o en v o lv im en to do p a sto r e da ig re ja e m alguns desses e m p reen d im en to s g a n h a rá a b o a v o n tad e d a c o m u n id ad e. A co m u n id ad e a p recia a ig reja cujo g ru p o d a m o cid ad e aceita a resp o n sa b ilid a d e de, p o r exem plo, lim p ar o lix o ao lo n g o d a e s tra d a . T o rn a r o s b a irro s m a is b o n ito s n ã o é n e c e ssa ria m en te u m e x ercício esp iritu al, m as p o d e g an h a r a b e n e v o lên cia d a c o m u n id ad e, d e fo rm a qu e a m e n sa g e m de salv ação seja b em receb id a. A p o ia r a cria ç ã o de p arq u es e in sta la ç õ e s de recreaçã o e m b airro s m enos fav o recid o s é o u tra m an eira de m e lh o ra r a co m unidade. O p a sto r e a ig reja n ã o p r e c is a m s a ir à p r o c u r a d e p r o je to s n o v o s p a r a in ic ia r. T o d a c o m u n id a d e co m u m te m líd e re s q u e d iscu tem coisas que p o d e m e d ev em ser m elh o rad as. A o o u v ir d iscu rso s p ú b lic o s e ler o ed ito ria l do jo rn a l, o p a s to r p o d e e s c re v e r c o m e n tá rio s d e a p o io e o fe re c e r a ju d a p a ra a re a liz a çã o d esses p ro jeto s, de m a n e ira a d eix ar su b en te n d id o q u e a ig reja te m n o c o ração o b airro , a co m u n id a d e ou a cidade. E n tretan to , n u n c a d ev em o s d eix ar q u e aco n teç a c o m nossas igrejas p e n te c o s ta is o q u e a c o n te c e u c o m m u ita s ig re ja s tra d ic io n a is. O que co m eço u co m o e n v o lv im e n to p a ra a lc a n ç ar a co m u n id a d e p o d e se to rn ar o fim e m si m esm o , e m vez de ser os m eio s p a ra a tin g ir o fim . Tais igrejas c a íra m n o erro de p re g a r u m ev an g elh o social, e sua fa lta de crescim en to c o m p ro v a isso . T rá g ic o m e sm o é a ig re ja p e n te c o s ta l q u e n e m e stá cre sc e n d o n e m e stá a lc an çan d o a c o m u n id ad e. M as to c a r a co m u n id ad e co m u m co ração ch eio de p aix ã o p elas alm as da co m u n id ad e tra rá com o re su lta d o u m a ig re ja crescen te.
Boa Vontade m ediante Cooperação E m tu d o o q u e fazem o s p a ra g a n h a r a b o a v o n ta d e d a co m unidade, n u n c a d e v em o s e sq u ecer-n o s de n o ssa m issão . C o m o o sal q u e tem p e ra e p re se rv a , tem o s de m u d a r a co m u n id ad e, e n ão nos u n ir em suas falhas. M as v estir-n o s co m n o ssas m an tas d a ju s tiç a e re c u sa r a tra b a lh a r com o u tro s cristão s, q u e r eles p reg u em , q u e r não, a salv ação do m odo co m o a p reg am o s, só p o rq u e so m o s c o n tra o e c u m en ism o , é n e g lig e n c ia r n o ssa m issão de a lc a n ç ar o m u n d o . P o d em o s ju n ta r-n o s co m os trad icio n ais
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544 O PASTOR PENTECOSTAL p a ra c o m b a te r os m ales sociais. M as n u n c a d ev em o s sacrificar nossas co n v icçõ es e e x p eriên cias distin tiv as em b en efício d a c o o p eração . U m p e n te c o sta l p le n a m e n te cap acitad o p elo E sp írito S anto d ev e p o d e r m a n ter s u a m is s ã o em r e le v o s e m ris c o d e c o m p ro m e tim e n to ou d e fa z e r c o n c e s s õ e s . A c o o p e ra ç ã o c o m o u tra s ig re ja s n o in te re s s e d e u m a c o m u n id a d e m e lh o r n ão é ecu m en ism o p re ju d ic ia l.3 Se os distintivos teoló g icos ap resentam dificuldades insuperáveis, então agências seculares lideradas p o r cristãos p o d em ser excelente m an eira de estab elecer contatos e gerar a boa vontade da com unidade. T rabalho vo lu n tário em o rganizações com o as entidades que prestam serviços assistenciais às fam ílias, am igos d a b ib lio teca e as escolas públicas p o d em dar a pastores o u m em b ro s de ig reja a oportunidade de influenciar decisões sobre gastos de verbas ou esco lh a de currículos. O s m em bros da com unidade que apro v am u m a voz p ela m o ralid ade terão b o a vontade e apreciação p ara co m a ig reja cujo p asto r apó ia altos padrões de m o ralidade e ética. O s líd eres v o lu n tá rio s d a co m u n id ad e fre q ü e n te m en te re c e b e m m ais críticas e o fen sas do q u e elogios. O servo do S en h o r não p o d e ap o iar d e c is õ e s q u e v io le m a m o ra lid a d e e a v ir tu d e b á s ic a s . M a s fa z e r c o m e n tá r io s e lo g io s o s q u a n d o são to m a d a s d e c is õ e s m o ra is e d a r d e c la ra ç õ e s c o rte s e s d e d e s a p o n ta m e n to q u a n d o d e c is õ e s m in a m a m o ra lid a d e d a c o m u n id a d e terão in flu ên cia so bre fu tu ras decisõ es dos líd eres. Q u an d o h á b o m re la cio n a m en to entre a ig reja e os líderes d a co m u n id ad e, p o d e -se p ro g ra m a r u m D ia em H o n ra aos F u n c io n ário s P ú b lico s M un icip ais. Q u an d o ap ro p ria ( ( ----------------------------------do, fu n cio n ário s do m u n icíp io ta m b é m são co n v id a dos. P alav ras gen ero sas de elogio p o r fa z e re m d a c o m u n id a d e u m a c id a d e se g u ra e m e lh o r p o d e m ser aco m p anhadas p o r u m serm ão sobre P rovérbios 14.34: “A ju s tiç a ex alta as n ações, m as o pe c a d o é o opróbrio dos p o v o s” . V á r ia s A s s e m b l é i a s d e D e u s e /o u ig r e j a s p e n te c o stais/carism ática s d e u m a co m u n id a d e p o d em p a re c e r riv ais. O p asto r q u e tem g en ero so e am o ro so c o r a ç ã o v o lta d o p a r a c o n g r e g a ç õ e s v iz in h a s e m in is tr o s c o le g a s te r á as b ê n ç ã o s d e D e u s n o s e m p r e e n d im e n to s lo c a is . Q u a lq u e r m u d a n ç a de m em b ro de u m a ig re ja p a ra o u tra tem p o ten cial para m a l-e n ten d id o s. R o u b a r m em b ro s de ou tras ig rejas dev e ser ev itad o a to d o o custo. M as re sistir a esfo rço s co o p erativ o s para alc an ç ar a co m u n id ad e p o r causa do m e d o de p e rd e r m e m b ro s p a ra u m a ig re ja que co o p e ra é te r visão e x tre m am e n te m íope. ___________________ 55 O p asto r pentecostal tem u m a m ensagem especial a co m p artilhar com as igrejas não-pentecostais d a com u nidade. N estes dias de ren o vado m ovim ento do E spírito Santo, m uitos líd e res esp iritu ais e cren tes leig o s p ro cu ram a aju d a de p astores de igrejas pentecostais p a ra receb er n o v a ex p eriência espiritual. P astores ou igrejas pentecostais que estejam tão ocupados co m program as dirigidos aos p ró p rios m em bros que n ão en contram ocasião para m inistrar p a ra grupos fora
0 p ü r que tem generoso e I9MÍ9SO coracão voltado para congregações vizinhas será abençoado nos empreendimentos iocais
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES
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p ara m in istrar a não-pentecostais deve ser ganha com um espírito de am iza de e cooperação. U m a atitude isolacio n ista não gera convites p ara com par tilhai- o b atism o no E spírito Santo co m corações fam intos. Se um a igreja pentecostal e seu p asto r g an h aram o resp eito e a b o a vontade da com unida de, os não-pentecostais q u e estejam procurando um a no va realidade se sen tirão à vontade p ara visitar u m co nselheiro espiritual am igável e franco. O crescim en to do m o v im en to carism ático nas igrejas trad icio n ais e nas assem b léias in d ep en d en tes tem d ado ao clássico p a sto r pen teco stal alg u m as n o v as p re o cu p açõ es b e m co m o certas op o rtu n id ad es inéditas. A falta de su ficien te fo rm ação d o u trin á ria em alguns desses g rupos trouxe a b u so s. M a s n ã o se p o d e p e rm itir q u e a b u so s a b a fe m o v e rd a d e iro m in istério do E sp írito S anto. E x traím o s das atas d a C o n v en ção G eral das A ssem b léias de D eu s nos E stad o s U n id o s, d e 1973, estas sábias palavras:
Estão entre as marcas do movimento genuíno do Espírito Santo o seguinte: (1) ênfase na adoração em espírito e em verdade do Deus Todopoderoso; (2) reconhecimento da Pessoa de Cristo — sua deidade, sua encarnação e sua obra redentora; (3) reconhecimento da autoridade da Palavra de Deus e ardente desejo por ela; (4) ênfase na Pessoa e obra do Espírito Santo; (5) ênfase na segunda vinda de Jesus; (6) ênfase na oração pelos enfermos e (7) ênfase em falar de Jesus pelo testemunho e evangelismo. As Assembléias de Deus desejam identificar-se com o que Deus está fazendo no mundo hoje. [...] Nós realmente acreditamos na instituição da igreja. Confiamos no Espírito Santo para trazer os membros do Corpo de Cristo em verdadeira unidade do Espírito. [...] As Assembléias de Deus não aprovam o que não seja manifestamente bíblico em termos de doutrina ou conduta. Mas também não condenamos categoricamente tudo o que total ou imediatamente não se conforme aos nossos padrões. Nenhum genuíno movimento espiritual na história da igreja esteve completamente livre de problemas ou acima de críticas. O movimento pentecostal deste século teve seus problemas relacionados com a doutrina e a conduta. A maturidade espiritual leva a uma vida equilibrada que produz o fruto do Espírito, ao mesmo tempo que exibe os dons do Espírito. Colocamos nossa confiança em Deus para realizar seu plano como lhe apraz segundo sua soberana vontade. É importante que encontremos nosso jeito de maneira salutarmente bíblica, evitando os extremos de um ecumenismo que compromete princípios bíblicos e de um exclusivismo que exclui os verdadeiros cristãos.4
Boa Vontade m ediante A bstenção da Política P artidária Q ual d ev e ser o p ap el do p a sto r na p o lític a m u n icip al, estad u al ou n acio n al? É fácil citar a ad v e rtê n c ia q u e Jesu s deu aos seus seguidores: “D ai, p o is, a C ésar o q u e é de C ésar e a D eus, o q u e é de D e u s” (M t 22.21). M as co m o o v ersícu lo se tran sfere p ara o re lacio n am en to do pasto r c o m o trab alh o d iário re a liz a d o p elo g o v ern o d e sua co m u n id ad e, estado e n ação ? A q u eles a q u em o p a sto r m in istra p rim eiro d ev em ser desafiados
546 O PASTOR PENTECOSTAL a ser crentes dedicados; depois, devem ser encorajados a ser cidadãos conscienciosos. É dentro desse âmbito que o pastor se envolve em política. O pastor, obviamente, não pode apoiar publicamente causas políticas partidárias, ainda que ele tenha suas preferências pessoais. No mínimo o pastor deve incentivar os membros da congregação a participarem do processo eletivo do país e a darem exemplo, votando com consciência. O envolvimento do pastor na política e no governo deve ficar restrito a assuntos, e não a personalidades. O ministro, evidentemente, é obrigado a falar sobre questões morais, pouco importando quais sejam as implicações políticas. Sem mencionar nomes, pode-se abordar diretamente os princípios bíblicos que estão sendo violados. O pastor tem de respeitar o fato de que a congregação é composta por crentes de diferentes persuasões políticas. É por essa razão que não se pode endossar algum partido ou candidato. Não obstante, é inteiramente apropriado o tratamento de assuntos que envolvam princípios morais e o encorajamento de todos os membros a saberem qual a posição dos vários candidatos em tais assuntos morais. O pastor que respeita as limitações adequadas das atividades políticas será considerado pela comunidade como líder espiritual, e não como figura política. Embora possa haver discordâncias sobre quais candidatos melhor representam as virtudes e valores cristãos, o pastor fiel obterá a boa vontade de toda a comunidade para permanecer forte nas questões morais, mas evitar envolvimentos políticos.
Boa Vontade m ediante R elações Públicas R espeitáveis A atividade de relações públicas nada mais é que manter a comunida de informada da igreja e de suas atividades, metas e realizações. Um pro grama de relações públicas eficiente não requer grande orçamento. Até igrejas pequenas podem promover interesse favorável para suas atividades. Em todo caso, o pastor tem de desenvolver algumas habilidades em rela ções públicas, supervisionando o funcionamento global do programa. A congregação inteira também deve estar ciente de que está envolvida no serviço de relações públicas para a igreja, ainda que ninguém da congregação escreva matérias noticiosas ou prepare cópias de propaganda para a mídia. O pastor deve estar cônscio dos diferentes tipos de atividades de relações públicas e usar cada uma adequadamente. P ropaganda é o anúncio pago na im prensa ou em alguma mídia eletrônica. Pelo fato de ser serviço pago pelo anunciante, o conteúdo e a forma da mensagem podem ser controlados. Publicidade é a livre atenção que a igreja recebe por causa do seu envolvimento em atividades de interesse geral para a comunidade local. Uma matéria noticiosa sobre a igreja pode ser escrita por um repórter dos meios de comunicação, ou a própria igreja pode enviar informações à imprensa (press release). Somente até ao ponto em que a igreja controla o evento informado é que tem domínio sobre o conteúdo da matéria noticiosa. Considerando que nenhum pagamento é feito aos meios de comunicação por artigos para publicidade, a organização da mídia tem a palavra final sobre como o evento é informado.
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES Prom oção é o progresso da igreja através da propaganda e publicida de. A promoção é a última meta de um programa de relações públicas eficaz. A imagem das relações públicas da igreja deve ser contemporânea sem sacrificar o respeito que adequadam ente pertence a um a instituição religiosa. Uma visita à biblioteca pública produzirá idéias e exemplos que atraem a atenção do público. Contratar os serviços de um programador visual da mídia que entenda a missão e a natureza da igreja é dinheiro bem empregado. Lançar mão de recursos populares para a elaboração de idéias ajudará o público a considerar a igreja como agente capaz de atender as necessidades dos tempos modernos com respostas atualizadas. A Bíblia é sempre atual, mas induzimos as pessoas à Palavra de Deus da maneira que os tempos modernos requerem. A correspondência que o pastor ou o escritório da igreja expede cria uma impressão no povo. O escritório da igreja é cuidadoso em ser correto na ortografia e na gramática? Nesse caso, talvez se possa confiar que o pastor e sua congregação não contenham erros no que pregam e ensinam. As apresentações nos meios de comunicação são contemporâneas? A igreja já descobriu que uma web page na Internet pode ser usada para alcançar m ilhões de pessoas que navegam pela Internet? Sendo assim , os observadores que tomam conhecimento de que a igreja se utiliza das mais recentes tecnologias presumirão que a mensagem entregue pelos meios contemporâneos também resolverá os problemas contemporâneos. Os veículos difusores de comunicação são excelentes meios de alcançar a comunidade local. Mas a abordagem deve ser mais do que outra cabeça falante que entrega um sermão. Os cristãos já salvos pela Palavra podem ouvir ou assistir a tais programas com real interesse, mas para alcançar as pessoas que precisam da mensagem de salvação, a abordagem deve ser diferente. Um programa deve ser cuidadosamente planejado, e a ocasião oportuna, meticulosamente escolhida. Deve ser abundante em ilustrações para que prendam a atenção. Uma idéia ou tema central é preferível do que uma miscelânea de idéias. Discussões teológicas devem estar restritas à Escola Dominical ou ao culto de meio de semana. Fale em um tom pessoal, pessoa a pessoa, mantendo o ritmo animado e vivaz. Pecadores podem se converter através de um programa de rádio ou televisão, mas, em geral, a igreja deveria encarar sua atividade nos meios de comunicação como expediente para gerar boa vontade, de forma que a comunidade possa ser alcançada com a mensagem de salvação. O Espírito Santo orienta o pastor no perfeito balanço entre boa vontade e boas novas.
Boa Vontade e Bom Crescimento Um pastor ou igreja nunca deve buscar a boa vontade da comunidade pelo mero prazer de ser bem lembrado. O servo do Senhor nunca deve ser alguém que simplesmente faz de tudo para agradar as pessoas. Nossa meta exclusiva deve ser agradar nosso Mestre em tudo o que fazemos. Algumas pessoas interpretam mal as palavras de Jesus quando disse: “Ai de vós quando todos os homens falarem bem de vós” (Lc 6.26). Tentar fazer com que todos falem bem de nós é tremenda tarefa. Obter tal favor humano
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O PASTOR PENTECOSTAL
significa necessariamente perder o favor de Deus. Mas é má exegese fazer com que a declaração de Jesus tenha o sentido: “Ai de vós quando vós não fizerdes com que todos falem mal de vós”. Nunca é ordenado que o povo de Deus estimule a perseguição e a má vontade. Isso certamente vem, se seguimos a Jesus de todo o coração, mas não devemos procurar tal situação. O apóstolo Paulo deve ter apreendido um pouco desse sentido real de atrair a boa vontade do povo, quando disse: “Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns. E eu faço isso por causa do evangelho, para ser também participante dele” (1 Co 9.22,23). Ainda hoje, os servos e o povo de Deus têm de fazer tudo o que seja necessário para ganhar os perdidos. A igreja imbuída de tal responsabilidade será uma igreja que cresce.
cosn os Líderes da CiSfiliBMi
Relacionaiio-se
Warren D. Bullock eficiência máxima do pastor pentecostal é dependente de ver-se a si mesmo como pastor de sua comunidade ou cidade. Ele não pode ver a si mesmo apenas como o pastor daqueles que vão à igreja aos domingos. Sua função de pastor estende-se além das quatro paredes de sua igreja. Considerando que Jesus ensinou que “o campo é o mundo” (Mt 13.38), uma visão estreita e restritiva da função pastoral baterá de frente com a visão mais abrangente que Jesus tem da tarefa. Alguns pastores limitam seus ministérios por entenderem erroneamente a definição que o apóstolo Paulo deu ao pastor-mestre. Ao delinear os específicos “dons-pessoas” de Cristo para a igreja, Paulo afirma: “Ele mesmo deu uns para [...] pastores e doutores [mestres]” (Ef 4.11). A função do pastor-mestre é “[aperfeiçoar os] santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12). Assim, o pastor pode argumentar que seu único trabalho é aperfeiçoar os crentes para fazer a obra do ministério. Afinal de contas, o pastor não gera ovelhas, só ovelhas geram ovelhas. Portanto, ao treinar a congregação para a tarefa dela, a própria tarefa do pastor é completada.
A
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES
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E n tre ta n to , n ã o é in te n ç ã o de P a u lo , e m E fé sio s 4, fo rn e c e r lista ex a u stiv a dos d ev eres p asto rais. E le se lim ita ao que p ro m o v e a “u n idade d a fé e [o] co n h ecim en to do F ilh o de D e u s” e faz co m que o C orpo de C risto ch eg u e “a v arão p erfeito , à m e d id a d a e statu ra co m p le ta de C risto ” (E f 4 .13). A lé m d esses o b jetiv o s im p o rtan tes e stá u m m in istério q u e se c o n c e n tra n u m m u n d o p e rd id o , q u e n ã o só d ev e se r a lc a n ç a d o p e la co n g reg ação , m as ta m b é m p elo pastor. P essoas de in flu ên cia g eralm en te tê m em alta estim a -----------------------------------o u tra s p e sso a s in flu e n te s. P o r c a u s a d a re sp e itá v e l p o s iç ã o do p asto r, os líd e re s d a c o m u n id a d e e stã o ab erto s à fo rm ação d e u m re la c io n a m en to que po d e re su lta r em d iv id en d o s p o sitiv o s e esp iritu ais. A lguns desses líd eres serão in flu en ciad o s o u g anhos p a ra Jesus apen as p elo pastor. O m in isté rio de Je su s p ro p o rc io n a m o d e lo p a ra am p la in flu ê n c ia en tre líd eres div erso s. Jesu s n ã o vivia e m u m a to rre d e m a rfim , is o la n d o -s e d as p e sso a s. N in g u ém con segu e le r os ev angelhos sem ter a sensação d e estar n o m eio de u m a m u ltid ão . Jesu s en sin o u que a essê n c ia do C ristian ism o é c o n stru ir re lacio n am en to s, p rim eiro c o m D eus e dep o is co m o p ró x im o (M c 12.30,31). P ara seg u ir o ex em p lo de Jesu s, o p a sto r d e se n v o lv e rá u m rela cio n a m en to co n sisten te e c rescen te c o m E le, a p a rtir do q u al flu irá u m a v id a de fo rm a çã o de relacio n am en to s c o m os outros. D os relacio n am en to s vêm o d ireito de fa la r so b re a v id a do outro, p articu larm en te sobre assuntos espirituais. E n tre o s líd e re s c o m u n itá rio s c o m q u e m o p a s to r d e s e n v o lv e rá re la c io n a m en to s estão ed u cad o res de esco las pú b licas, po lítico s, editores de jo rn a l, m éd ico s, ad v o g ad o s e b an q u eiro s. S u a m o tiv ação em alcan çar esses líd eres não d ev e e sta r n a id é ia de m ais tard e u sá-lo s e m ben efício p ró p rio o u d a igreja. A n tes, ele p ô r-se-á em co n tato co m essas vidas, tendo em m e n te a ju d á -la s n o s a ssu n to s e te rn o s. N o e sp írito d e C risto , ele p ro c u ra rá serv ir ao in v és de ser servido. Q u e ele e a ig re ja v en h am a se ben eficiar do relacio n am en to é sim plesm ente um subproduto desse serviço, não sua m eta.
((
Alguns lideres serio ganhos para Jesus apenas pelo pastor
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Relações Públicas R elaçõ es públicas, co m o o n o m e indica, é o estabelecim ento de relações co m o p ú b lico em geral. Q u an d o lig a d a à ig re ja e sua m issão, as relaçõ es pú b licas dão v isib ilid ad e à ig reja com o objetivo de alcan çar a co m unidade p a ra C risto . A n ú n cio s em jo rn a is, m a la direta, inserçõ es no rád io e na telev isão e ev en to s esp eciais de alta re le v â n c ia p o d em todos serv ir pa ra o desen v o lv im en to de relacio n am en to s co m o p ú b lico que, em troca, fornece au d iên cia p a ra a a p resen tação do E v an g elh o . E n tretan to , tais abordagens p a ra fo rm ação de relacio n am en to s te n d e m a ser u m tanto im pessoais. É m ais p ro v á v e l que o p ú b lico se id en tifiq u e co m um a p esso a do que com um a institu ição , so b retu d o a igreja. F req ü en tem en te e ssa p e sso a é o pastor. Q u an d o p asto reei a C alv ary T em p le em S eattle, W ashington, a ig reja era co n h e c id a co m o “a ig re ja d a ro d o v ia ” . A ce rca de seten ta quad ras do
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m
cen tro d a cid ad e de S eattle e a ce rca de v in te d a U n iv ersid a d e de W a shington, situ ad a b e m ao lado da ro d o v ia 1-5, a ig reja de tijo lo s à v ista com a cruz b ra n c a to rn o u -se conh ecid o p o n to de referência. Se as pessoas re so lv e sse m ir, e ra fá c il en co n trar. M as so m e n te su a lo c a liz a çã o n ão d ete rm in a v a se as p esso as iriam ou não. Se eu m e ap resen tasse a líd eres im p o rtan tes com o o p a sto r d a C alvary T em ple, eles im ed iatam en te id e n tific av a m a ig re ja d a ro d o v ia co m um a p esso a. A q u e la p e sso a/p a sto r sorria, e ra a m ig áv el e acessível. E le p arecia gen u in am en te in teressado neles. ----------------------------------E le n ão ag ia com o se fo sse m e lh o r que eles. Se, m ais tard e, reso lv e sse m ir a alg u m a ig re ja ev angélica, eles ir ia m à C a lv a r y T e m p le p o r c a u s a d a e f ic ie n te p u b licid ad e e do ataque relâ m p ag o de m ídia, ou iriam p o rq u e tin h am iden tificad o a ig re ja co m u m a p esso a q u e g o sta riam de c o n h e cer m elhor, m esm o que ele fo sse p reg ad o r? E m a lg u n s c a s o s , o p r in c íp io d e id e n tif ic a r a in stitu ição co m u m a p esso a é invertido. E m p resário s e p o lític o s fre q ü e n te m en te v a lo riz a m u m in d iv íd u o b a sead o n a org an ização a que ele p ertence. E sse v alor p o d e ser determ in ad o p elo que a organização — n a re a lid a d e p elo que o p asto r — po d e faz er p o r eles. 33 E n tretan to , se a ig reja ao longo dos anos estab eleceu b o a rep u tação , o p a sto r se b e n eficia d essa rep u tação , m esm o que apenas re c e n te m en te ten h a assu m id o o pastorado. E m q u a lq u er caso, a ig re ja e seu p a sto r p o d e m e x ercer sig n ificativ a in flu ê n cia nas p essoas de d e sta ca das p o siçõ es n a com u n id ad e. C o m o re g ra geral, q u an to m e n o r a co m u n id ad e, m aio r a o p o rtu n id ad e de in flu en ciar líderes. In v ersam en te, q u anto m aio r a co m u n id ad e, m ais d ifícil é c o n stru ir relacio n am en to s com líderes. T endo servido tanto na á rea m e tro p o lita n a d a G ran d e S eattle, q u anto em Spanaw ay, cid ad e aos arred o res d a á rea su b u rb an a/ru ral de T acom a, W ashington, d escobri que as o p o rtu n id ad es p a ra cau sar im p acto eram m aiores n a ú ltim a do q u e na p rim eira. E m S eattle, eu e ra u m p a sto r en tre centenas. E m S panaw ay, eu p a s to r e a v a a m a io r ig r e ja d a r e g iã o . P o r c o n s e g u in te , p o r ta s d e o p o rtu n id ad e m u itas vezes se ab riram p a ra m im em Spanaw ay, que n u nca se ab riram em S eattle. Q u alq u er q u e seja o tam an h o d a co m u n id ad e a que D eus nos cham ou, tem o s de to m a r a in iciativ a de co n h ecer os líderes. M arq u e u m ho rário p a ra c o n h ecer o prefeito . M arq u e um ho rário c o m o sup erin ten d en te das esco las. A p re se n te -se ao e d ito r do jo rn a l de sua cidade. V á a lugares que p ro p iciem c o n v iv ên cia co m as p essoas de in flu ên cia da cidade. N ão espere q u e elas v en h am a você. E las não virão. E você q u em tem de ir a elas.
É mais provável que o público se identifique com uma pessoa do que com uma instituição _________________
Política C o lo c a r o term o “p o lític a ” n a m esm a frase co m a exp ressão “p a sto r p e n te c o sta l” p arece co n trad itório. P o lític a ch eira a tráfico de influências, re la tiv ism o m o ra l, e le iç õ e s em q u e se tro c a m ac u sa ç õ e s in ju rio sa s e
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES
conveniência em lugar de princípios. O pastor pentecostal defende a influência positiva, os absolutos morais, o voto consciente e a vida segundo princípios bíblicos. A arte de fazer transigências políticas é desconhecida pelo homem de Deus. Tão tênue é essa dicotomia, que a tendência do pastor é evitai' qualquer coisa ou qualquer um ligado à política. Mas grande oportunidade estará sendo desperdiçada. John Pollock narra a habilidade do evangelista Billy Graham em ser amigo dos políticos sem ser político.1 Billy Graham já se encontrou com presidentes, imperadores, primeiros-ministros e outros líderes de todo o mundo. Sua integridade, sinceridade, cuidado em manter confidências e preocupação sincera por cada líder muito o ajudou a exercer influência espiritual em círculos políticos que a maioria dos ministros nunca pôde entrar. Suas associações com líderes mundiais não o levaram a fazer transigências pessoais, mas permitiram-lhe ser o representante de Cristo junto aos que tomam decisões importantes. Porquanto Billy Graham tenha singular papel internacional a desempenhar, o pastor pode desempenhar papel semelhante na comunidade local. Quando se está em extremos opostos do espectro político daqueles que se elegem, a tendência pode ser atacar e criticá-los. O pastor sábio saberá distinguir entre confrontar assuntos com base em princípios morais e desafiar líderes que mantêm pontos de vista censuráveis. Desonrar o político e sua posição com vistas a sustentar e estabelecer um princípio nobre é ato contraditório. No momento em que o pastor ataca um político pessoalm ente, a oportunidade para perm anente influência espiritual termina. Você não pode ganhar para Jesus aqueles que você difama. Pouco importando o quanto você discorde da postura que mantenham sobre assuntos vários, você não deve permitir que métodos e atitudes mundanos destruam oportunidades futuras para dinâmico testemunho cristão. Vigie as decisões e ações pelas quais o político possa ser elogiado e, então, escreva ou telefone, denotando sua apreciação. Com freqüência esse reforço positivo pode ter maior impacto em longo prazo do que tomar ativamente posições adversárias. A igreja não deve ser conhecida apenas pelo que ela é contra, mas também pelo que ela é a favor. Infelizmente muitas igrejas desenvolvem um a reputação “anti”, que prejudica sua influência na comunidade. Quando a igreja que eu pastoreava decidiu dar início a uma escola cristã, determinamos que ela não ia servir como protesto contra o sistema escolar público. De fato, reunimo-nos com os administradores de escolas públicas para expressar nosso apoio às suas escolas e explicar que estávamos abrindo uma escola cristã como alternativa à escola pública. Nós não estávamos nos opondo a eles e ao trabalho que estavam fazendo. Na verdade, faríamos tudo o que pudéssemos para ajudá-los e encorajálos em suas responsabilidades desafiadoras. M eus próprios filhos freqüentavam escola pública e continuariam a freqüentá-la. A resposta desses educadores foi positiva e franca. Nós continuamos a incentivar as pessoas de nossa igreja a se envolverem ativamente na associação de pais e mestres e a participarem de outras oportunidades com o propósito de fornecer influência cristã. Meus contatos pessoais com o superintendente das escolas públicas através de almoços semanais
552 O PASTOR PENTECOSTAL em ce rta o rg an ização social tam b ém fo ra m fato r im p o rtan te p ara a m a n u ten ção de u m re la c io n a m en to salu tar c o m o sistem a escolar. M ais tarde, n o ssa ig re ja to rn o u -se o p rin c ip al lo cal p a ra o culto an u al de bach arelad o s e p a ra d ip lo m ad o s e suas fam ílias. P o lític a ? O m u n d o p ode ch am á -la disso. M as o p a sto r p e n tec o stal a vê c o m o e x p e d ie n te p a ra fo rm a ç ã o de re la c io n a m e n to s c o m p e sso a s de in flu ê n c ia n a co m u n id ad e. E , repito, o o b jetivo não é au m en tar a rep u tação do p astor, m as o fe re c er aju d a esp iritu al a líderes que, p o r su a vez, to m am d ecisõ es q u e m u d am a co m u n idade.
Oração A o ração é a fe rra m e n ta m ais e ficaz q u e o p a sto r tem p a ra c au sa r im p acto en tre os líd eres d a co m unidade. É co m u m que o acesso p esso al a tais líd eres seja e x trem am en te restrito, m as a oração não co n h ece lim ites. C a u te lo s o s m u ro s d a s u s p e ita e a n ta g o n is m o n ã o sã o f a c ilm e n te d e r r u b a d o s , e x c e to p e la o ra ç ã o . P r e c o n c e ito s c o n tr a a ig r e ja e /o u h o stilid a d e p a ra co m o p ró p rio D eus são op o n en tes intim id ad o res, m as não p a ra a oração . A o ração in v a d e co raçõ es in c o n q u istá v eis, co m o v e esp írito s e n d u recid o s co m o p ed ra e re ch aç a a in tra n sig ên c ia para co m D eus. O pastor, em o b ed iên cia às E scrituras, levará seu povo a o rar p o r aqueles q u e e stã o e m p o siç ã o d e au to rid ad e. A ex o rta çã o d e P a u lo a T im ó teo ta m b é m é p a ra nós: “A d m o esto -te, p o is, an tes de tu d o , q u e se fa ça m d ep recaçõ es, o raçõ es, in tercessõ es e ações de graças p o r todos os hom ens, p elo s reis e p o r to d o s os q u e estão em em inência, p a ra que tenham os um a v id a q u ieta e so sseg ad a, em to d a a pied ad e e h o n e stid ad e” (1 T m 2.1,2). R o n a ld H a s tie p a s t o r e a v a e m O ly m p ia , c a p ita l d o E s ta d o de W ash in g to n . A lg u n s anos atrás ele co m eço u u m p ad rão de oração co m su a c o n g reg ação d a ig re ja E v erg reen C h ristian C enter, q u e c o n tin u a até h o je . N o b o l e t i m s e m a n a l e le r e l a c i o n a v a líd e r e s im p o r ta n te s : d e n o m in a c io n a is , e d u c a c io n a is , p o lític o s, m issio n á rio s etc. N o c u lto m atu tin o d o m in ical ele d irig ia a c o n g reg ação em oração p o r tais líderes. N a sem an a seg u in te, e n v iav a u m a carta p a ra cad a líd er p elo qu al tin h am orado, dizendo que a co n gregação da E vergreen C hristian C enter m antinhao n a lista de o ração d a igreja. N en h u m a p o sição p o lític a era defendida, n en h u m p ed id o era feito e n en h u m fav o r era solicitado. A oração e stav a e m d estaq u e. D e sn e c e ssá rio d iz e r que n u m a c id a d e o n d e a leg isla tu ra esta d u a l en g alfin h a-se c o m os assuntos do dia, tal ca rta re la tiv a à oração foi b e m receb id a. M u ito antes q u e o “a n d a r o ra n d o ” fo sse p o p u la riz a d o no s E stad o s U n id o s, o E sp írito S an to m e im p eliu a andar em v o lta das quadras de S eattle, orando. C o m ecei a an d ar em v o lta das quadras im ed iatam en te p ró x im as à ig re ja e, co m o p a ssa r do tem po, fui am p lian d o o território. A m ed id a q u e orav a p o r cad a casa e cad a estabelecim ento com ercial enquanto ca m in h a v a , sen ti m e u fard o p e la c id ad e aum entar. A lé m d isso, m in h a paix ão p elo s p erd id o s se in ten sifico u . S em prem ed itação , en co n trei-m e oran d o p elo s líd eres d a cid ad e não apenas enq u an to cam in h av a p elas ruas, m as ta m b é m e n q u an to d irig ia o carro ou to m av a b an h o ou faz ia com pras.
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES V im a c o n h e c e r m e lh o r n o s s a c id a d e c o m o n u n c a e d e sc o b ri n o v o s d iscern im en to s so b re suas trev as esp iritu ais e depravação. A cap acid ad e de id e n tific a r fo rtalezas au m en to u e, assim , sa b ia co m o o rar m elh o r por m in h a c id ad e e seus líderes. D u a s in e sq u e c ív e is e x p e riê n c ias d e o ra ç ão re lativ as à lid e ra n ç a da cid ad e tê m m e ard id o n a m em ó ria. C erta m anhã, enq u an to orava, um a p e rg u n ta le v a n to u -s e e s p o n ta n e a m e n te e m m e u esp írito . N ã o a tin h a an tecip ad o ou estad o a p e n sa r sob re isso. E ra: “Q ue p e sso a de Seattle, se ac e ita sse Je su s, c a u s a ria o m a io r im p a c to e sp iritu a l n a c id a d e ? ” T ão ra p id a m e n te q u a n to a p e rg u n ta m e tin h a v in d o , o n o m e e o ro sto de c o n h ecid o e d estacad o líd e r m e veio à m ente. E n tão senti o E sp írito m e im pulsionar: É essa a p e sso a p e la q u a l vo cê p rec isa interceder. E intercedi. N ão p o sso d izer q u e j á te n h a receb id o a re sp o sta das orações, m as continuo o ran d o c o m a c o n fia n ç a de q u e esto u p ed in d o segundo a v o n tad e d e D eus. A seg u n d a e x p e riê n c ia é sem elh an te no que tan g e ao fato de eu sentir c la ra e esp e c ífic a o rien tação sob re co m o orar. Isso não é surpreendente, visto q u e a P alav ra p ro m e te q u e “o E sp írito ajuda as n o ssas fraquezas; p o rq u e n ão sab em o s o q u e h av em o s de p e d ir com o convém , m as o m esm o E sp írito in terced e p o r n ó s” (R m 8.26). M in h a e x p e riên c ia foi que essa aju d a d o E sp írito o c o rre n ão apenas ao o rar e m E sp írito , m as tam b ém p elo E sp írito a ju d an d o -m e a sab er p elo q u e o rar com en ten d im en to . Tal fo i o caso n essa ex p eriên cia, q u an d o o u v i a diretiv a do E spírito: Ore p o r um a m u d a n ça de lid era n ça no topo do g o verno m unicipal. Poucas sem anas depois, o p refeito an u n cio u sua in ten ção de não co n co rrer à reeleição. N ão fo ram apenas m inhas orações que fizeram co m que o prefeito decidisse o q u e d ecid iu , m as creio de to d o co ração q u e elas tiv e ram sua p a rce la de co n trib u ição . A o ração é arm a in criv elm en te p o d e ro sa p ara o bem . S em ela, todo o esfo rço do p a sto r e m ex ercer fo rte in flu ê n c ia nos líderes da co m u n id ad e s e r á a n u la d o . A o ra ç ã o p o d e f a c ilm e n te a b rir p o rta s q u e o p a s to r m alo g ra d a m e n te te n ta d e rru b a r sem o ração. O p asto r q u e sai do qu arto de o ração in flam ad o p elo E sp írito S anto en c o n tra rá fav o r dian te de pessoas q u e estão em alta ou b a ix a p o siçõ es, a quem , d e o u tra m an eira, ele nun ca p o d e ria alcançar. O p a sto r p en teco stal tem a v an ta g e m de ser cheio do E sp írito , ungido pelo E sp írito e g u iad o p e lo E sp írito . O E sp írito S anto o u sará p ara to c ar a v id a d aq u eles q u e se en co n tram em p o siç ã o de autoridade. O s frutos de tal m in istério p o d e m ter d esen v o lv im en to lento e im p ercep tív el, m as sem d ú v id a c re sc e rão ! E c o m isso o líd er, a ig re ja e a c o m u n id a d e serão m elh o res.
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O PASTOR PENTECOSTAL
ludando
de Pasferido
Ron McManus
odos nós j á experim entam os a em oção de querer renunciar o pastorado nas manhãs de segunda-feira. Talvez você seja igual ao pastor que todas as segundas-feiras atravessa de carro os limites da cidade, só para sentir como seria sair da cidade. Mesmo depois que tais sentimentos momentâneos passam, temos de admitir que determinar a vontade, o plano e o propósito de Deus para nosso ministério — incluindo como fazer uma transição de pastorado isenta de dificuldades, quando isso parece sensato — representa uma das ocasiões mais cruciais da vida. Neste capítulo, queremos explorar (1) como determinar a vontade de Deus ao fazer uma mudança pastoral, (2) o que deve ser considerado na transição ou passagem do bastão de comando de um líder para outro e (3) como começar o ministério em um novo local — de maneira eficiente!
T
D eterm inando a Vontade de Deus Os pastores às vezes sofrem por causa de decisões tomadas na emoção do momento. Um decisão prematura ou má aconselhada pode levar a uma vida toda de arrependimento. Como classificamos todas as coisas que dizem respeito a nosso ministério, de forma que possamos ouvir a voz de Deus e responder ao impulso do seu Espírito? Antes de renunciar a um pastorado, é vital fazer a si mesmo várias perguntas importantes. E u C u m p r i a V is ã o A q u i C h e g u e i?
que
D eus P ôs
em
M eu Coração Q uando
Lembra-se da excitação de ter sido escolhido como o pastor de um corpo de crentes que tinha expressado a confiança em sua liderança e o desejo de que você o pastoreasse? Havia empolgação na potencialidade dessa porta ministerial aberta. É importante relembrar esses momentos e avaliar aquilo que Deus colocou em seu coração concernente à igreja com seus ministérios e à sua função pastoral. Se foi na vontade de Deus que
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES v o cê se m u d o u p a ra esse lo cal de m in istério , v o cê fez tudo o que D eus lhe co n fio u a fazer? C o m o aluno de facu ld ad e b íb lica, lem b ro -m e de que m e deb atia co m a v o n tad e de D eus. E u n ão e stav a certo de m in h a ch a m ad a ao m in istério p asto ral. R eco rd o de u m p ro fe sso r que, em determ in ad o dia, m e deu u m co n selh o q u e m u d o u m in h a co m p reen são sobre a v o n tad e de D eus. E le m e disse: “Você crê que e stá aqui n e sta facu ld ad e de acordo co m a vontade de D e u s? ” M in h a re sp o sta fo i sim . A í acrescen to u estas palavras: “E ntão v o cê j á e stá n a v o n tad e de D eus. O fa to r im p o rtan te agora é co n tin u ar sendo sen sív el às o rien taçõ es do E sp írito S anto, e o S en h o r d irig irá seus p a sso s” . A cred ito firm em en te que, se D eu s o lev o u a u m lu g ar de m inistério, vo cê j á está na v o n tad e de D eus. E n tão , p a ra fazer um a m u d an ça, h av e rá a ex ig ên cia do ato de D eus lib eran d o -o da v isão original que E le lhe deu ou asseg u ran d o -lh e de que você j á cu m p riu a m issão pa ra a qual E le o cham ou a re a liz a r n a q u ela igreja. Jo h n M a x w e ll diz: Ninguém pode medir o dever que Deus dá a alguém para cumprir; só o indivíduo pode responder por ele. Quando Deus lhe dá um dever, você tem de manter-se na obra, porque é Deus quem lhe deu tal dever. Mas quando o dever está cumprido, é tempo de partir. Entretanto, só porque o dever está cumprido não significa que seja tempo de partir. Antes que o líder se mude de local, ele tem de examinar por que o dever está cumpri do. Se há uma razão válida para que o dever esteja cumprido, então geo graficamente ele pode sair. Se ele não encontra uma razão válida para que seu dever esteja cumprido, então ele tem de se voltar à Palavra de Deus, à oração, ao arrependimento e repetir as primeiras obras.1 E s t o u P e r m it in d o e m P a r t ir ?
que
M in h a s E m o ç õ e s D it e m M in h a D e c is ã o
U m dos sérios p ro b lem as no m in istério é o esg o tam en to — a p e rd a de in c e n tiv o . M u ito s d e n ó s c h e g a m o s ao e x tre m o d a e x a u stã o fís ic a e em o cio n al, quan d o n ão nos sen tim o s m ais capazes de trab a lh ar no local de n o ssa p resen te ch am ad a. L em b ro -m e v iv id am e n te de um a ép o ca em m in h a v id a qu an d o isso aco n teceu . T ín h am o s acabado de co n clu ir vultoso p r o g r a m a d e c o n s tr u ç ã o d e q u a tro a n o s e m n o s s a ig re ja . T a m b é m a d m in istra m o s im p o rta n te p ro g ra m a a d m in istra tiv o p a ra le v a n ta r dois m ilh õ e s d e d ó la re s . D u ra n te o s ú ltim o s d o is a n o s do p ro g ra m a de co n stru ç ã o , n o ssa ig re ja tin h a cin co cu lto s aos d o m in g o s. E m m uitos d o m in g o s eu d irig ia to d o s o s c in c o c u lto s. P e la o c a siã o em q u e nos m u d a m o s p a ra n o s s a s n o v a s in s ta la ç õ e s , m in h a s e m o ç õ e s e s ta v a m co m p letam en te esg o tad as. E u n e m m esm o q u eria m o strar a m eus am igos ou co leg as nossas n o v as in stalaçõ es. D e te sta v a o lu g ar e o edifício. M in h a ten tação , com o o co rre c o m m u ito s p asto res depois de co n clu írem grande p ro g ram a de co nstrução, era ren u n ciar e ir em bora. F elizm ente, não perm iti q u e m in h a s e m o ç õ e s d ita sse m e s s a d e c isã o , e m b o ra a te n ta ç ã o fo sse ex trem am en te forte. Já se p a ssa ra m oito anos d esde o térm in o daq u ele
556 O PASTOR PENTECOSTAL p ro g ra m a de co n stru ção e ain d a sou o p a sto r da m e sm a igreja. O quanto grato sou p o r não h a v e r ab an d o n ad o o barco , q u ando m eu estad o físico e em o cio n al tin h am d e sis tid o ! P arte do m inistério m ais p ro d u tiv o de m inha v id a aco n teceu desse p erío d o p a ra cá. O Se n h o r Q u e r E st e n d e r M e u P a st o r a d o O n d e E st o u H o je ?
M u ito s são p asto res h á m ais de v in te anos, m as seus m in istério s são de apen as dois ou três anos, p o rq u e a cad a dois ou três anos m u d am de igreja, re p e tin d o os m e sm o s se rm õ e s e estilo de m in isté rio in ú m era s vezes. P erm a n e c e r e m u m local de m in istério pasto ral req u er crescim en to pessoal e d e d ic a ç ã o . C o m fre q ü ê n c ia n ã o q u e re m o s sa ir de n o ssa s z o n a s de conforto. O S en h o r nos c o lo ca em esp ecífico s pontos de m in istério que ex ig e m n o sso crescim en to e d esen v o lv im en to pessoais. Tem os de resistir ao d esejo de m u d ar-n o s p ara p asto s m ais verdes e d ec id ir crescer onde estam os. C erta feita, u m q u erid o e pied o so m in istro v eteran o disse-m e: “ Se v o c ê c u id a r d a p ro fu n d id a d e do seu m in isté rio . D eu s c u id a rá da la rg u ra ” . E s t o u P e r m it in d o a P e r s p e c t iv a ?
que
A lgu m a s Pesso a s
me
F açam Perder
P ro v av elm en te u m d os m aio res dons no m in istério é a persp ectiv a. Se o in im ig o co n se g u ir fazer-n o s p e rd er a persp ectiv a, d ecisões erradas serão a co n seq ü ên cia. E m m eu corpo eclesiástico , h á u m a m in o ria de p essoas que é n eg a tiv a sobre q u alq u er que seja a lid eran ç a que b u sca cum prir. É im p o rta n te m a n te r em p e rs p e c tiv a o n ú m e ro de p e sso as q u e p a rec em re sistir à sua lid eran ça. A s vezes deix am o -n o s su b ju g ar p o r esse p eq ueno grupo de p esso as e ig n o ram o s a v a sta m aio ria que nos am a, nos ap óia e o ra p o r nós. N u n ca d ev em o s p e rm itir que as p esso as que p isam nossos calo s n os in flu en ciem nas d ecisões referen tes a n o sso m in istério ou n a d ireção d a igreja. E s t o u F u g in d o d e A l g u m P r o b l e m a C h a m o u pa ra R e so l v e r ?
que o
Se n h o r
me
A lg u m as ig rejas têm h istó rico de tipos esp ecífico s de pro b lem as. Ig re ja s q u e tro c a m de p a sto r a ca d a três ou quatro anos tê m alg u m p ro b lem a que p re c isa ser tratad o . Se v o cê fosse p erg u n ta r a u m su p erin ten d en te distrital, ele lh e d iria q u e a m a io ria dos pro b lem as em igrejas locais é resu ltad o de eixos co m etid o s p o r líderes. P ode ser que não ten h am sido co m etid o s p elo atual p a sto r e p o ssiv e lm en te sejam dev id o a situações o co rrid as co m o u tro p a sto r h á m uitos anos, m as a lid eran ç a le ig a d a ig reja d eterm in o u não se d eix ar ser fe rid a o u tra vez d aq u ela m an eira em p a rti cular. E m m u itas situ açõ es, a c u ra ocorre em um c o ip o de crentes quando o p a sto r p erm a n e c e fiel e d ed icad o em face de d ificu ld ad es estru tu rais ou de p e rso n alid ad e h á m u ito ex istentes n a ig reja local. F u g ir do p ro b lem a não é a solução. O S en h o r p ro c u ra líderes que p e rm a n eç am fiéis, c o n tin u em a am ar as p esso as da co n g reg ação e as ajude a v e n ce r os pro b lem as ou d ificu ld ad es que ab afaram o seu crescim en to e os im p ed iram de cu m p rir a m issão que D eu s lhes co n fio u com o igreja.
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES C o m o M in h a F a m íl ia S e r á A f e t a d a
se
E u S a ir A g o r a ?
U m dos p o n to s m ais sen sív eis ao m u d ar-se de lu g ar quan d o se está no m in istério relacio n a-se co m a fa m ília do pastor, so bretudo os filhos. C om o pai, v o cê d ev e ser sen sitiv o ao estad o e m q u e eles estão e co m o u m a m u d a n ç a os afetará. Se é d a v o n ta d e de D eus que você se m ude, o S en h o r p o d e tra b a lh a r n a v id a d eles, cap a c itan d o -o s a aceitar a m udança. P or outro lado, p o d e h a v e r o casião em q u e u m filho não seja co m p reensível; m as, ain d a assim , p o d e ser d a v o n tad e de D eus que v o cê se m ude. E m to d o caso , é v ital q u e v o cê se m a n te n h a ab erto em sua co m u n ica ção com seus filh o s e fa ç a to d o o p o ssív e l p a ra to rn ar a m u d an ç a m en o s difícil p a ra eles.
Lidando com a Transição Se v o cê foi feliz ao re sp o n d e r a essas p erg u n tas e e stá co n v en cid o de qu e D eu s o e stá d irig in d o a m u d ar-se do lo cal on d e rea liz a o m in istério , a p ró x im a p erg u n ta im p o rta n te é: C o m o faço e sta m u d an ça, de fo rm a que m eu atual m in istério n ão so fra e eu a sseg u re que m eu fu tu ro m inistério seja eficien te? Ter u m a b o a sa íd a é essen cial. E la é o reco n h e cim en to de q u e um a o b ra o u u m relac io n a m en to acabou. D iz re sp e ito a d eix ar o p assa d o sem n e g a r seu v a lo r ou im p o rtâ n c ia e acre d ita r q u e to d a saíd a ta m b ém é n o v a cheg ad a. Jo h n M a x w e ll declara: “Q u an d o v o cê sai d a m an e ira certa, m u itas co isas aco n tecem . V ocê c resce co m o cren te e co m o líder. A ob ra que você d e ix a co n tin u ará a crescer. A o b ra p a ra a q u al v o cê vai, irá crescer. O C o rp o de C risto crescerá. S eus am ig o s crescerão , po rq u e v o cê os lev ará co n sig o à m ed id a q u e co m u n ic a seu sonho a eles” .2 O m o d o co m o v o cê c o m u n ica o p ed id o de dem issão a u m a congregação afe ta n ão só a m a n e ira co m o ela a v alia seu m in istério ali ex ercido, m as ta m b é m a p rep ara p a ra aceitar e re sp o n d e r à n o v a liderança. A o d ecid ir sair, o p rim eiro p asso é co m u n ic a r su a d ecisão ao co rp o m in isterial da ig re ja . A m e lh o r m a n e ira de fa z e r isso é p e sso a lm e n te ; e n tre ta n to , é im p o rta n te q u e v o c ê a p resen te su a re n ú n c ia p o r escrito tam bém . O p ed id o de d em issão p o r escrito dá-lh e a o p o rtu n id ad e de ex p ressar seus sen tim en to s co n cern en tes ao q u e D eu s lhe falou so bre sua m udança, bem co m o afirm ar a ig reja que E le lhe perm itiu dirigir durante certo tem po. D ep o is, o p ed id o d e d em issão d ev e ser lid o diante d a co n g reg a ção no cu lto m ais ap ro p riad o . D esco b ri no d e c o rre r dos anos que se u m ped id o de d em issão é lido no in ício do culto, p a ra to dos os efeitos p ráticos, o culto acabou. R ecom endo que um ped id o de d em issão não seja com unicado sen ão d ep o is d a m e n sa g e m te r sido e n tre g u e e do apelo p a ra as pessoas aceitarem Jesu s te r sido feito. A o p e d ir d e m issã o é e sse n c ia l ser efe tiv o em c o m u n ic a r o fato às pesso as q u e o am aram e o ap o iaram , de m o do que não v e n h am a sentir q u e v o cê as está re je ita n d o . D u ra n te a re a liz a çã o do seu m in istério , é im p o rtan te q u e v o c ê co m u n iq u e à su a co n g reg ação u m a p e rsp e ctiv a do R eino. A o lo n g o dos anos de m eu m in istério p astoral, m uitos p astores au x iliares ch e g a ra m e saíram . P u d em o s a ju d ar n o ssa co n g reg ação a m an
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O PASTOR PENTECOSTAL ter a p ersp ectiv a, p o rq u e tem o s u m a visão g lobal do R ein o de D eus e reco n h ecem o s n o sso p ap el nele. M u ito s co rp o s m in isteriais d e ig re ja não sa b em com o p assar p o r esse p erío d o de tran sição e d ar in ício ao p ro c esso de seleção de u m n o v o p a s tor. Se eles p erm itirem , é im p o rtan te que você lhes dê algum as o rien ta çõ es sob re co m o estru tu rar o pro cesso de transição. E nco raje-o s tam b ém a fa la r co m o su p erin ten d en te distrital. O su p erin ten d en te te m v aliosos anos de e x p eriên cia n o p ro c esso de seleção p a sto ra l e p o d e ser de grande pro v eito p a ra u m co rp o m in isterial de igreja. M u ito s p asto res saem de igrejas co m v o lu m o sa b a g ag e m em ocional. T odos n ó s j á fom os ferid o s no m in istério ; é im p o rta n te d eix ar p a ra trás ex p eriên cias e em o çõ es q u e p o ssam ter-se acu m u lad o . O que q u er que vo cê p recise fa z e r p a ra a certar as co isas co m alg u m m em b ro d a c o n g re gação, faça; fa ç a tu d o o q u e e stiv e r ao seu alcan ce p a ra sa ir co m todas as p en d ên cias b e m reso lv id as. Isso é ex trem am en te im p o rtan te p a ra você, m u ito m ais im p o rtan te do q ue é p a ra a co n g reg ação que v o cê está d eix a n do. Q u a lq u e r b a g a g e m em o cio n a l q u e v o cê le v a p a ra o u tro p a sto rad o im ed ia ta m e n te in flu e n c ia rá e to ld a rá sua eficácia. M eus p ais tê m estado no m in istério p o r q u a se cin q ü e n ta anos. T enho-os v isto p a ssa r p o r m uitas lu tas e m ág o as e m n u m ero so s p asto rad o s du ran te esse p eríodo. É m a rav i lh o so v ê-lo s e m seus seten ta e p o ucos anos e ain d a efetiv o s no m inistério, p o rq u e re c u sa ra m c a rre g ar b a g ag e m em o cio n al das ex p eriên cias n o civas de p a sto rad o s anterio res. N ão p o sso d eix ar de e n fatiz ar em ex trem o o q uão im p o rta n te e ssa atitu de é p a ra a e ficiê n cia do seu m in isté rio e o b e m -e sta r do seu cô n ju g e e fam ília. U m a d as ten taçõ es ao d e ix ar u m p a sto rad o é re c e b e r telefo n em as dos m em b ro s d a c o n g reg ação q ue v o cê p asto re o u e ser c o n v id ad o a v isitá-lo s em n u m ero sas ocasiõ es. In felizm en te, m uitos p ro b lem as tê m surgido co m a n tig o s p a s to re s q u e v is ita m m e m b ro s d e c o n g re g a ç õ e s q u e o u tro ra p asto rearam , o q u e c o lo ca o p a sto r an terio r e tais m em b ro s em p o sição v u ln eráv el, aberto a críticas, c o m o n o v o pastor. A seg u ir ap resentam os lista de d iretrizes e p ro c e d im e n to s que são im p o rtan tes p a ra co n sid eração d ep o is d e se ter saíd o do p asto rad o de u m a igreja. 1. O an tig o p a sto r d ev e c o rta r to dos os v ín cu lo s co m o fu n cio n am en to da igreja. 2. O antig o p a sto r só d ev e en trar em co ntato c o m m em b ro s d a antiga c o n g reg ação dep o is d e n o tifica r o atual p a sto r e re c e b e r sua ap ro v a ção. 3. O an tig o p a sto r não d ev e voltar, a m enos que rec eb a co n v ite do atual pastor. 4. O an tig o p a sto r não d ev e tirar v an tag em de antigos m em b ro s q u a n do estiv er p a ssan d o p e la região, parando p a ra po u sar ou receb er ofer tas de am o r d eles, m as deve estab e lecer co n tato c o m o novo p asto r da ig reja q u an d o p la n e ja r v isitar q u a lq u er u m dos m em bros. 5. O a n tig o p a s to r n ão d ev e p ro c u ra r m a n te r re laç õ e s co m an tig o s m em b ro s dep o is de ter saído do p asto ra d o d a igreja.
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES 6. O antigo p a sto r deve ab ster-se de d ar co nselhos ou sugestões aos antigos m em b ro s. 7. O antig o p a sto r n ão d ev e fazer culto s fú n eb res, rea liz ar casam entos ou q u a lq u e r o u tro serv iço p a sto ra l p a ra antigos m em b ro s, a m enos q ue o atual p a sto r fa ç a o convite. 8. Se re sid ir n a m e sm a co m u n id ad e, o antig o p a sto r deve, se p ossível, fre q ü e n ta r o u tra igreja. E m o u tras p alav ras, q u an d o v o cê sair do p asto rad o de u m a igreja, vá em b o ra. P a ra o n o v o p a sto r q u e en tra, é im p o rtan te q ue você d eixe u m a av alia ção escrita das várias áreas m in isteriais d a igreja, co m eçan d o c o m as fi nanças. C e rtifiq u e -se de que os relató rio s fin an ceiro s estejam em ordem , de m o d o q u e o n o v o p a sto r te n h a de im ed iato a p o siç ão fin a n ce ira da igreja. Se h á c o m p ro m isso s que fo ram assu m id os, m as não estão ex p res sos nos relató rio s fin an ceiro s, in clu a-o s n a av aliação. A ssim o novo p a s to r n ão será d esag rad av elm en te p eg o de su rp resa p o r com p ro m isso s fi nan ceiro s assu m id o s p elo co rp o m in isterial e p elo antigo p a sto r e que não faça m p arte do re la tó rio fin an ceiro p erm an en te. E ssa av aliação deve in clu ir d o cu m en to s da igreja: a co n stitu ição , os estatutos e q u alq u e r outro d o cu m en to q u e se relacio n e co m o m in istério . Isso p e rm itirá que o novo p a sto r fo rm e u m a id éia p elo asp ecto leg al do m in istério e le ia in teira m e n te tod o s os d o cu m en to s oficiais das p ro p ried ad es e im óveis. A s atas da ú ltim a a ssem b léia g eral an u al tam b é m p o d e m ser de tre m en d a aju d a p a ra o n o v o pastor. N esses d o cu m en to s, o p asto r id en tifica q u a lq u e r assu n to n ão re so lv id o q u e fo i d iscu tid o n a assem b léia geral an u al d a igreja; in teira-se im ed iatam en te das p re o cu p açõ es con g reg acio n ais e d iscu ssõ es esp ecíficas o co rrid as. T odas essas coisas p erm itirão que o n o v o p a sto r ou can d id ato p a sto ra l o b te n h a u m a co m p reen são da situação real d a igreja. T am b ém d em o n stra rá atitu d e e x trem am en te p o sitiv a p ara co m a lid e ra n ç a e a o rg an ização do m in istério que saem . U m a das lu tas críticas n a tran sição p a sto ra l surge e m igrejas que têm p asto res au x iliares. É m in h a firm e co n v icção de que a equipe p asto ral trab a lh a p a ra o pastor. H á o p in iõ es d iv erg en tes em várias igrejas, m as acred ito que equ ip es p asto rais tra b a lh a m u n id as co m eficiência, quando h á u m chefe e u m a p e sso a a q u em a eq u ip e se reporta. Q u an d o o p a sto r ren u n cia, os m em b ro s d a eq u ip e p a sto ral tam b ém d ev eriam renunciar. Isso n ão sig n ifica que eles te n h am de sair im e d ia ta m en te; eles p o d e m fic a r d u ran te o p erío d o de transição. M as deve ser dad o ao n o v o p a sto r o d ireito de e sc o lh e r aq ueles que servirão com ele no p asto rad o . E ssa é a ú n ica m a n e ira em q u e a leald ad e e a ded icação ao p a sto r p resid en te são fo rm ad as. E im p o rtan te que o co rpo m in isterial da ig reja en ten d a essa d in â m ica. M u ito s p ro b lem as co m pasto res auxiliares têm -se lev an tad o d u ran te p erío d o s de tran sição , p o rq u e os auxiliares sen tem q u e d e v e ria m ser o p a sto r d a ig re ja ou p o rq u e eles não são leais e ded icad o s à lid e ra n ç a do n o v o pastor. E sses p ro b lem as p o d em ser e v ita dos se os au x iliares e n te n d e re m q u e eles tra b a lh a m p a ra o pastor, e o tem p o de trab alh o deles te rm in a q u an d o o p a sto r sai. Se o novo p a sto r os
560 O PASTOR PENTECOSTAL esco lh e ou p refere m an tê-lo s n a equipe p asto ral, ótim o, m as essa deve ser p re rro g a tiv a do n o v o pastor.
Começando em um Novo L ugar
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C an d id atar-se ao p asto rad o de u m a ig reja é e x p e riên c ia in teressante (p ara d izer o m ín im o ). V ário s fatores en tra m no pro cesso de candidatura. A n te rio r à reu n ião co m o co rpo m in iste ria l d a ig re ja ou c o m a co m issão de seleção p asto ral, é im p o rtan te o b te r in fo rm açõ es fo rm ais que o a u x ili arão n essa reu n ião . P rim eiro , você p re c isa de có p ia d a co n stitu ição e e sta tutos da igreja. Isso lhe dirá quais as p rerro g ativ as e obrig açõ es do pasto r e lhe p e rm itirá v er co m o foi estab elecid o o p ro ce sso de seleção. S egundo, seria útil ter có p ia d a d eclaração fin an c eira da igreja, q u e o in stru irá se h o u v e p ro b lem as fin an ceiro s no p assad o e quão sólido é o fu n d am en to fin an ceiro n a atualidade. T erceiro, seria p ro v eito so ter có p ia da d ec lara ção da m issão da ig reja, se houver. E ssas são áreas específicas que você q u ererá d iscu tir co m o co rp o m in isterial ou co m issão de seleção em sua reu n ião inicial. A m a io ria das co m issõ es sente que a reu n ião in icial serve p a ra d esco b rir tu d o q u e seus in teg ran tes p o ssam sab er sobre você. E n tre tan to , é im p o rtan te que v o cê lhes diga que ta m b ém p re cisa de in fo rm a çõ es sobre eles, de fo rm a que p o ssa a v a lia r efetiv am en te se o seu m in isté rio se aju sta ou não às m etas q ue eles m an tê m e aos o b jetiv o s com o igreja. Você d e se ja rá o u v ir o q u e eles q u erem p a ra o fu tu ro da igreja. Q uais os te m a s q u e c o n s id e ra m q u e s tõ e s c rític a s e n fre n ta d a s p e la ig r e ja d a a tu alid ad e? N a o p in ião deles, q u e tipo de p a sto r seria m ais ad equado na ig reja deles? O que eles p ro c u ra m em u m p asto r? D ep o is disso, é m uito im p o rtan te q u e v o cê co m p artilh e sua filo so fia e visão de m inistério. H á co m p atib ilid ad e entre o que você acred ita que D eus o -------- ----------- -----------------------ch am o u p ara fa ze r e o que essa co n g reg ação re a lm e n te p re c isa e deseja?
Passe o nrimeire
N o d o m in g o d e m in h a ele iç ã o ao m e u p re se n te pasto rad o , ao té rm in o do culto de do m in g o à n o ite e antes da votação, m an tiv e foro aberto com a c o n g re gação, p e rm itin d o -lh e fazer perg u n tas sobre m im e m e d an d o a ch an c e de co m p a rtilh ar diante de to dos m in h a filo so fia de m inistério. Isso p ro v o u ser essa um a --------------------------------------------- J 5 sessão m u ito p ro d u tiv a. E sse p ro ce d im en to perm ite q u e as p esso as ouçam p esso alm en te o que está no c o ração do p a sto r no q u e resp eita ao m in istério e à v isão d ele para a igreja. D e fin a lim ite de tem p o p a ra a sessão. L e v a cerca de trin ta m inutos para fazer fo ro ap ro v eitáv el antes da votação. A ssim a tro ca de in fo rm açõ es n ão se to rn a lo n g a n em p erm ite que um a ou duas p esso as d o m in em a co n v ersa. E m m eu caso, o fo ro resu lto u em u m a votação de 98 p o r cento de ap rovação. O co m eço do m in istério em u m a n o v a cong reg ação é afetu o sam en te ch am ad o de lu a-d e-m el. P o d e d u rar até u m ano. M u ito s m in istro s dizem que estão em u m a ig re ja h á dez anos e ain d a d esfru tan d o d a lua-de-m el. E ssen cialm en te, a lu a-d e-m el é o p erío d o de tem p o no qu al a co n g re g a ção n ão tev e ch an ce de fo rm a r o p iniões neg ativ as sobre o pastor; a ausên-
ano conhecendo o p ifi
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES cia de críticas p erm ite q u e o n o v o p a sto r estab eleça algum as coisas que m ais tard e p ro v a v e lm e n te seriam m ais difíceis de fazer. E ntretanto, ten h a m u ito cu id ad o d u ran te esse p erío d o p a ra não faze r m ud an ças im portantes em q u a lq u e r d im en são do m in istério . E u esp ecificam en te acred ito que o p rim eiro ano d ev e ser d ed icad o a c o n h e c e r os crentes e inteirá-lo s do seu am o r p o r eles. O p rim eiro ano em um no v o p asto rad o é ép o ca m arav ilh o sa para fazer algum treinam ento específico, sobretudo co m o corpo m inisterial da igreja. D u ran te o p rim eiro ano do m eu atual pasto rad o , os in tegrantes de n o sso corp o m in isterial e eu fizem o s três retiro s que viraram a noite, os q u ais m e d eram a o p o rtu n id ad e de fa la r m ais esp ecificam en te sobre m in h a v isão p a ra a igreja, p e rm itiu -n o s p la n e ja r e prep arar-n o s p a ra o futuro do m in istério e ofereceu-nos o casião esp ecial para co n so lid ar nossas vid as n u m vín cu lo d e am or. Isso é e x trem am en te im p o rtan te p a ra o futuro do m in istério . D iz-se que, se v o cê e stá g u ian d o o p o v o e n in g u é m está segu in d o , v o cê e stá apen as d an d o u m p asseio . F o ram -se os dias em que lid e ra n ç a fo rte e a u to c rá tic a e x ig ia q u e o p o v o a se g u isse sem fa z e r p erg u n tas. Isso sim p lesm en te n ão aco n tece n a cu ltu ra de nossos tem pos. P asto res eficien tes têm de p a ssa r tem p o fo rm an d o consenso, trein an d o e ap erfeiço an d o os m em b ro s d a lid e ra n ç a e, então, an d an d o co m eles p ara o futuro. D u ran te esse p ro cesso , su a atitu d e e m relaç ão à lid eran ça do p asto r q u e o a n teced eu é m u ito im p o rtan te. T odo n o v o p a sto r e n co n tra coisas que, seg u n d o ele, n ão eram ad eq u ad as p a ra o an tigo pastor. É erro crasso ap o n tar tais coisas ao co rp o m in isterial ou aos m em b ro s d a congregação. S u a resp o n sab ilid ad e é ser p o sitiv o em relação ao líd er anterior. A s pessoas q ue am aram o antig o p a sto r o am arão p o r isso, e aquelas que nem m esm o g o stav am do an tig o líd e r re sp e ita rã o v o cê p o r não ser n eg ativ o p a ra com a liderança. T rata-se d e situ ação v en ced o ra ser p o sitiv o em suas expressões p ú b licas e p riv a d a s sobre o m in istério do p a sto r prévio. Seu p ap el ao c o m e ç a r em u m n o v o lu g a r é crítico. O p rim eiro ano num p asto ra d o esta b e le c e p ad rõ es co m os q u ais o p a sto r terá de c o n v iv er no futu ro . U m a co isa que o S en h o r m e d isse q u an do m e tornei p asto r de um a n o v a ig reja fo i que eu faria m in h a “p ró p ria cam a de fen o ” . P otencialm ente, o S e n h o r q u eria d iz e r q u e tu d o o q u e no p rim eiro ano v o cê estab elece com o p rio rid a d e do m in istério serão as p rio rid ad es com as quais estará co n v iv en d o em lo n g o term o . P o r ex em p lo , se v o cê co n stró i u m m in istério no exagero, então é nesse to m q u e v o cê tem de continuar. Se você o constrói no d iscip u lad o , en tão e sta será a m a rc a d istin tiv a do seu m inistério. Se v o cê o co n stró i n o ev an g elism o , e sta será a p rio rid a d e q u e v o cê terá de m a n te r. Is so s ig n ific a q u e o p rim e iro an o e m u m n o v o p a s to ra d o é ex tre m a m e n te im p o rtan te. E ste ja certo de ter e stab ele cid o p rio rid ad es b íb licas c o m as q u ais e ste ja p re p a ra d o p a ra co n v iv er n aq u ele pastorado. Se assim o fizer, tais p rio rid ad es lhe p re sta rã o bons serviços d u ran te o tem p o de su a lid eran ça n a ig reja local.
562 O PASTOR PENTECOSTAL
0 que É Aconselhamento Bíblico? Wayde I. Goodall
re q ü e n te m e n te as p esso as m e perguntam : “ O que é aco n selh am en to c ris tã o ? ” O u: “ O q u e v o cê q u e r d iz e r q u a n d o diz q u e d ev e m o s a c o n se lh a r as p esso a s seg u n d o a B íb lia ? ” S erá q u e estam o s nos referin d o a citar alguns v ersícu los bíb lico s quan d o estam os aco n selhando? S erá q u e n u n c a d iv erg im o s das verd ad es en co n trad as n a P a lav ra de D eus q u an d o aco n selh am o s os o u tro s? H á a lg u m a co n fu são sobre esse assunto. C o n h eço p esso as q u e tê m de c ita r algum versícu lo d a B íb lia sem pre que dão co n selh o s. Sei de alg u n s q ue p arec em u sar a B íb lia co m o u m a arm a e, n a v erd ad e, re p e le m as pesso as e m vez de ajudá-las a d esco b rir o quanto D e u s as a m a e q u er ajud á-las. D eu s m o stra a pasto res aten cio so s m aneiras m arav ilh o sas de a ju d ar os q u e estão e m n ec essid a d e — m an eiras únicas q u e são criativ as e v ão d ireto à jugular. R em em o re, p o r u m m o m en to, a m an e ira com o o co n selh eiro de D avi, N atã, co n fro n to u -o ace rc a do p ecad o n a v id a do rei. A B íb lia re lata o p e c a d o d ev astad o r no q u al D av i se envolveu, d epois de h av e r co m etido ad u ltério co m B ate-S eb a. P a re c e que D av i ia ten tar esquecer, q u ando foi in fo rm ad o p o r ela de q u e e stav a grávida. D av i tin h a u m v erd ad eiro d ilem a nas m ão s, sem m en cio n ar o q u e B ate-S eb a estav a en frentando. D av i sentia q u e p re c isa v a e n co b rir o p ecad o e en g en d ro u u m p lan o q u e re su lto u n a m o rte d o m a rid o d e la . E le o rd e n o u a o s se u s líd e re s m ilita re s q u e co lo c a sse m o m arid o de B ate-S eb a, U rias, n a lin h a de fren te d a batalha, d ep o is, re tira sse m a tro p a de apoio, p erm itin d o assim que o in im ig o o m atasse. O plan o de D av i deu certo. U rias m orreu n a guerra. E le era hom em bo m , m arid o fiel, so ld ad o d ed icad o e cid ad ão leal. D ep o is de sua m orte, D avi e sta v a liv re p a ra c a sa r c o m B ate-S eba. A in d a que estiv esse grávida, D av i ta m b é m p ô d e e v id en tem en te esco n d er esse detalhe. D a v i e stav a em casa, livre — ou não estava? D av i, o b v iam en te, tin h a e sq u ecid o que D eus e sta v a ven d o tudo. D eus v iu a lu x ú ria , as m e n tira s, o a d u lté rio , o a ssa ssin a to , o o rg u lh o e a ra c io n a liz aç ã o (2 S m 12). D av i p erm itiu q u e u m a b a rre ira se erguesse
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UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES entre ele e D eus. E le não quis e n fren tar o p ro b le m a de frente e corrigi-lo. E m ca d a p asso q u e D av i dava, ele p o d e ria te r parado. E le p o d eria ter p a rad o q u an d o co m eço u a d esejar B a te -S e b a ou antes de fa ze r o convite p a ra o ad u ltério . O in d iv íd u o p o d e p a ra r de p e ca r em q u alq u er ponto, p o d e acertai' as co isas c o m D eu s e te r um reco m eço total. E o in im ig o de n o ssas alm as q u e n os faz p e n sa r q u e p recisam o s co n tin u ar pelo cam inho do p ecad o , en co b rin d o n o sso s rastro s. É ele q u e m nos m an tém escravos n essa trajetória. O p ro b le m a de D av i p a re c ia estai' reso lv id o e esq u ecido, m as D eus se le m b ro u . D e u s fa lo u c o m N a tã , a m ig o e c o n se lh e iro de D av i. D e a lg u m a m an eira, D eu s re v e lo u a N a tã to dos os detalh es e in fo rm o u -o co m o E le se se n tia so b re o fra c a sso do líd e r de Israel. D e u s ta m b é m m a n d o u N a tã fa la r c o m D a v i de m a n e ira c o n fro n ta n te e a d v e rti-lo . N a tã a m a v a D eu s e a m a v a seu a m ig o D av i. O d ile m a do p ro fe ta era q u e D a v i p o d e ria c o n tin u a r n e g a n d o o p ro b le m a e, p o s s iv e lm e n te , m a n d a r m atar N a tã p o r fa z e r tal acusação. N atã tam b é m deve te r sen tid o alg o q u e to d o v e rd a d e iro a m ig o p re c isa sentir: a a lm a ete rn a de u m a m ig o é m ais im p o rta n te do q u e u m a a m izad e terren a. E m e lh o r g an h ar u m am ig o p a ra Jesu s e aju d á-lo a a certar o seu relacio n am en to co m D eu s do q u e m an ter u m a am izade. N a tã p en so u n u m m o d o ú n ico p a ra c o n fro n tar o rei D avi. E le co m eço u c o n tan d o u m a h istória: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre. O rico tinha muitíssimas ovelhas e vacas; mas o pobre não tinha coisa nenhuma, se não uma pequena cordeira que comprara e criara; e ela havia crescido com ele e com seus filhos igualmente; do seu bocado comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu regaço, e a tinha como filha. E. vindo um viajante ao homem rico, deixou este de tomar das suas ovelhas e das suas vacas para guisar para o viajante que viera a ele: e tomou a cordeira do homem pobre e a preparou para o homem que viera a ele. Então, o furor de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele homem, e disse a Natã: Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso. E pela cordeira tornará a dar o quadruplicado, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu (2 Sm 12.1-6). D av i tin h a p ro n u n ciad o seu p ró p rio ju lg am e n to . Q u an d o N a tã p erceb eu que D av i tin h a en tendido a m o ral d a história, declarou: “Tu és este h o m em ” (2 S m 12.7). D ep o is de rep reen são adicional e ad v ertên cia de D eus, N atã in fo rm o u D av i sobre com o D eus ia discip lin ar o rei. E n tão D av i disse: “P eq u ei c o n tra o S en h o r” (2 S m 12.13a). N atã en treg o u a seu am igo a m e n sag em de D eus: “T am bém o S en h o r traspassou o teu p ecad o ; n ão m o rrerás. T odavia, p o rq u an to co m este feito d este lugar so b rem an eira a q u e os in im ig o s do S en h o r blasfem em , tam b é m o filho qu e te n a sceu certam en te m o rre rá ” (2 S m 1 2 .13b, 14). A h istó ria é trág ica, m as a lição sobre com o N atã co n fro n to u D av i é brilhante. Só D eu s po d eria ter dado a N atã esse plano. A s vezes os m inistros p recisam de um plano original de D eus, enquanto se esforçam sinceram ente em aju d ar aq u eles co m q u em se im p o rtam .
564 O PASTOR PENTECOSTAL A o aco n selh ar as p esso as, a lid e ra n ça espiritu al p recisa en ten d er al guns p rin cíp io s b íb lico s b ásico s sobre aco n selh am en to . A seg u ir ap re sen tam o s dez im p o rtan tes prin cíp ios. 1. S a n tid a d e e sa ú d e m e n ta l são sinônim as. Q u an to m ais estáv eis as p esso as se to rn a m com o cristãs e quanto m ais e n ten d em com o ap licar as v erd ad es da P alav ra de D eus em suas vidas, m e lh o r será a sa ú d e m e n ta l q u e terão. V iv er d a m a n e ira co m o D eu s p lan ejo u sim p lesm en te d á certo. J e s u s d e c la ro u : “E u v im p a ra que te n h a m v id a e a te n h a m co m a b u n d â n c ia ” (Jo 10.10). D eu s d eseja que as p esso as te n h am u m a vida sau d áv el e realizad a, livre de co nfusão m ental. E le nos deu sua P alav ra p a ra n o ssa o rie n ta ç ã o . O s p rin c íp io s e v e rd ad es d a B íb lia aju d a m as p esso as, n ão as p reju d icam . D av i disse: “C om o p u rifica rá o jo v e m o seu cam in h o ? O b serv an d o -o co n fo rm e a tu a p a la v ra ” (SI 119.9). “L âm p ad a p a ra os m eus p és é tu a p a la v ra e luz, p a ra o m eu c am in h o ” (SI 119.105). Q u an d o os p asto res, atrav és d a P a la v ra de D eus, dão os co n selh o s de D eu s, eles o fe re c em algo q u e ajuda não só esp iritu alm en te, m as tam b ém e m o cio n al e m en talm en te. 2. O a co n se lh a m e n to não deve a p enas a ten d er às necessid a d es das p esso a s, m a s ta m b ém a ju d á -la s a ter um relacionam ento com D eus. A s ad v ersid ad es o u d isc ip lin a n a v id a d a pesso a p o d e ser a m an e ira de D eus lev á-la a te r um rela c io n a m en to co rreto co m E le, u m ato de am or da p arte de D eus. O s co n selh eiro s pasto rais não p o d em tirar as aflições da v id a das p esso as, m as p o d em ajudá-las a tirar lições do so frim en to que p assam . A o e n te n d e re m a n ecessid ad e de serem sensíveis e co m passivos, os p asto res p ro cu ram m eio s de a ju d ar as p esso as a cresce r através das exp eriên cias n eg ativ as d a vida. O escrito r aos H eb reu s diz: Se suportais a correção [disciplina], Deus vos trata como filhos; por que que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e não fi lhos. A lém do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corri girem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pou co de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nos so proveito, para sermos participantes da sua santidade. E, na verdade, toda correção [disciplina], ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exerci tados por ela (Hb 12.7-11). E m to d a e x p e riê n c ia d o lo ro sa da v id a, v a lio sa s liç õ e s p o d e m ser ap ren d id as. 3. A sso c ia r o E sp írito de D e u s e a P a la vra de D eu s ao p o v o de D eus aju d a as p e sso a s a crescer. A m ed id a q u e crescem o s em C risto e com eçam o s a co m p ree n d e r e ap licar a P alav ra de D eu s em n o ssas vidas, o E sp írito S anto nos aju d a a e n ten d er n o ssa p o sição em C risto e o que D eus fez p o r nós. C o m u n h ão com u m g ru p o de cren tes n u m a ig reja lo cal tam b é m é n ecessário. P essoas
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES p recisam de p esso as p a ra e n co rajá-las n a fé. Se os m in istros p ro cu ram aju d ar as p esso as q u e estão e m n ecessid ad e, o m aio r b em q u e po d em o s fa zer p o r elas, d epois de o u v ir e d e m o n stra r co m p reen são , é ap resentá-las a Jesu s C risto. C o m o p asto res, tem os de in cen tiv á-las a le r e a e stu d ar a B íb lia to d o s os dias e fa z e r c o m q u e este ja m lig ad as a u m a ig re ja e a tudo o q u e ela o ferece. Q u an d o m e reú n o c o m p esso as ch am o e ssa o casião de “en contro d iv i n o ” . Q u ero a p resen tá-las ao D eu s C ria d o r e aju d á-las a co n h ecer o D eus que as am a e satisfará to d as as suas n ecessid ad es. Q uero que en ten d am que D eu s n os deu u m liv ro , a B íb lia, q u e e x p lic a os cam in h o s de D eu s e co m o E le p la n e jo u q u e as p esso as v iv essem . T am bém q u ero que saibam que h á lu g ares o nde os filh o s de D eu s se re ú n e m p ara o u v ir a P alav ra de D eus e a d o ra r a D eu s de co m u m acordo. Q u ero fa ze r isso não apenas p o rq u e creio q u e e ssa é a v o n ta d e de D eu s, m as tam b é m p o rq u e sinto sin ceram en te q u e é o q u e todo ser h u m an o p re c isa p ara cresc er e sp iritu a l m ente. 4. A s p e sso a s têm sa tisfa çã o na vida so m en te quando têm um rela cio na m en to correto co m C risto. A q u eles q u e b u sc a m as co isas do m u n d o p a ra sa tisfaz er seus desejos m ais p ro fu n d o s (co isas co m o riq u eza, p o sse ssõ es m ateriais, satisfação sexual im o ral etc.) satisfazem -se apen as tem p o raria m en te e n u n ca satis fa rã o suas m ais ín tim as n ecessid ad es. S ó u m re lac io n am en to co m D eus, atrav és do seu F ilh o Jesu s C risto , p o d e d ar p le n a satisfação. O b isp o Jo h n T ay lo r S m ith , e x -c a p e lão -g e ra l do ex ército britân ico , relato u u m a p reg ação q u e fez n u m a g ran d e cated ral u san d o o texto de Jo ão 3.7: “N ecessário vos é n a sc e r de n o v o ” . A fim de d eix ar a q u estão inequ iv o cam en te clara, disse: “M eu s prezados irm ãos, não troquem o ‘novo n a sc im e n to ’ p o r nada. P o d e ser q u e v o cê seja m em b ro de u m a igreja, até da g ran d e ig re ja d a qual sou m em b ro , a h istó ric a Ig re ja A n g licana, m as faz er p arte d o ro l de m em b ro s d e u m a ig re ja n ão sig n ifica te r n ascid o de novo , e ‘aq u ele que n ão n ascer de n o v o não p o d e v e r o R ein o de D e u s’” . S en tad o à esq u e rd a do p regador, e stav a o re ito r eclesiástico. A pon tan d o e m d ireção a ele, S m ith disse: “Q u alq u er u m de v o cês p o d e ser u m c lé ri go, com o m eu am igo re ito r aqui, e n ão ter n ascid o de novo, e ‘aquele que n ão n a sc e r de n o v o não p o d e v e r o R ein o de D e u s” ’. À e sq u erd a do p re g a dor, sen to u -se o arced iag o em seu lu g a r reserv ad o . A p o n tan d o d iretam ente p a ra ele, S m ith afirm ou: “V ocê p o d e ser até um arced iag o co m o este m eu am ig o sen tad o no lu g a r de h onra, e n ão te r n ascid o de novo, e ‘aquele que não n a sc e r d e n o v o n ão p o d e v er o R ein o de D e u s’. Você p o d e ser até u m b ispo , com o eu, e não ter n ascid o de no v o , e ‘aq uele que não n a sce r de novo não p o d e v er o R ein o de D e u s ’” . U m dia ou dois depois dessa pregação, Sm ith contou que recebeu carta do arcediago, a qual dizia: “M eu prezado bispo: Você m e achou. Tenho sido clérigo h á m ais de trin ta anos, m as n u n ca ex perim entei n ad a das alegrias de que os crentes falam . N u n ca p ude en ten d er isso. O que faço é trabalho duro e legalista. N ão sabia o que estav a acontecendo com igo, m as quando você apontou diretam ente p ara m im e disse: ‘V ocê p ode ser até u m arcediago e não ter nascido de n o v o !’, foi que, de um m om ento para outro, percebi o que hav ia de errado com igo. E u ainda não nasci de n o v o ”.
566 O PASTOR PENTECOSTAL A in d a n a carta, o clérig o d iz ia que era d esgraçado e m iserável, não c o n seg u ia d o rm ir a n o ite in teira e solicitav a u m a en trevista, se o bispo p u d esse arran jar alg u m tem p o p ara fala r co m ele. “C laro que p o d ia ” , d isse o b isp o S m ith. “N o dia seg u in te nos reunim os em to rn o d a P alav ra de D eus e, depois de algum as horas, am bos estávam os de jo e lh o s, o arcediago, co m o p o b re e p erd id o pecador, to m an d o seu lu g a r d ian te de D eu s e c o n fessan d o ao S en h o r Jesus que c o n fiaria nE le com o seu S alv ad o r pesso al. D aq u ele dia em diante tudo foi d iferen te ” .1 B illy G rah am sem p re fala de um vazio que todo coração hu m an o tem . O vazio só p o d e ser en ch id o p o r Jesus C risto. N ão h á substituto. P o r m ais q ue ten tem , as p esso as só se sen tem v erd ad eiram en te satisfeitas n a vid a q u an d o têm u m re lacio n am en to correto co m Jesus. 5. O S e n h o r n e c essa ria m en te não a p a g a as exp eriên cia s d o lorosas da vida ou a s lem b ra n ça s d essas e xp eriên cia s (p o r exem plo, m a u s-tra to s fe i t o s p o r p a i o u m ãe, a m o rte de um en te q u e rid o ), m a s o S e n h o r sen sib iliza o s cren tes p o r m eio de exp eriên cia s dolorosas, usa n d o -a s p a ra a ju d a r outros q u e esteja m p a ssa n d o p o r lutas ou estejam sofrendo. A E sc ritu ra diz: “B en d ito seja o D eus e P ai de n o sso S en h o r Jesus C risto , o P ai das m ise ric ó rd ias e o D eu s de to d a co n so lação , que nos co n so la em to d a a n o ssa trib u lação, p a ra que ta m b ém p o ssam o s co n so lar os q u e estiv erem em alg u m a tribulação, co m a co n so lação co m q u e nós m esm o s som os co n so lad o s de D e u s” (2 C o 1.3,4). O m in istério D esafio Jo v e m rev elo u q u e os ex -v iciad o s em drogas são sin g u larm en te aptos a a ju d ar aq ueles q u e lu tam co m pro b lem as co m drogas. O p ro g ra m a que esse m in istério p ra tic a te m u m a das m ais altas p o rcen tag en s de sucesso (pois aqueles q u e se su b m etem ao p ro g ra m a não v o ltam às drogas) em relação a q u a lq u e r o u tro p ro g ra m a c o n tra drogas ex isten te no m undo. O s g o v e r n o s d e p a ís e s e m q u e h á D e s a f io J o v e m , e s tã o p e d in d o o e n v o lv im en to d esse o rg an ism o p o r cau sa das ex celentes taxas de sucesso do p ro g ra m a . O se g re d o d o D e sa fio J o v e m é b á sic o : a p re s e n te u m in d iv íd u o a Jesus C risto. D epois, p o r m eio de oração, g rande p o rção de a m o r e a re tira d a do in d iv íd u o do seu am b ien te (in festad o de drogas), ele é lib erto de seus trág ico s pro b lem as. O grupo en ten d e que quando alguém com p ro b lem a co m cocaína é liberto ao en treg ar-se a Jesus e ao ap re n d er no v o s hábitos, tal in d iv íd u o ta m b é m tem a h a b ilid ad e ú n ic a de aju d ar o u tro s q u e e s te ja m no m e sm o p ro b le m a . P o r q u ê? P o rq u e o D eus d a conso lação o co n so lo u , e ele, p o r sua vez, c o n so la outros co m aquele m esm o consolo. Q ue tre m e n d a v e rd a d e a e n te n d e r! P e sso a s q u e te n h a m sofrid o ex p eriên cias abusivas o b têm co n so lo de nosso D eu s co m p assiv o e aju d am outras p essoas que fo ram ab u sad as. P esso as c o m p ro b le m a co m álcool podem fa z e r o m esm o. P esso as que fo ram assaltadas rece b em co n so lo de D eu s e, em troca, aju d am outras p essoas que fo ram assaltad as. A s le m b ra n ça s sem pre estarão p resen te s, m as o S enhor tira a d o r que as lem b ranças evocam , e ficam apenas as lem branças. C o m as le m b ra n ç a s , as p e s s o a s se to rn a m m a is s e n s ív e is aos seu s sem elh an tes e os alcançam .
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M ca é apropriado acoisellar algo contrário à Palavra de Deus ________________ 39
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES 6. A í E sc ritu ra s sem p re estã o certas. N ão im p o rta o q u e os sen tim en to s ou as em o çõ es in diquem , n u n ca é apro p riad o a c o n selh ar algo co n trário à P alav ra de D eus. M uitas vezes as pesso as p en sam que po d em sair de u m a relação extraconjugal sem qualquer ferim en to , q u an d o as E sc ritu ra s en sin am o co n trário (p o r exem plo, Pv 6 .2 7 : “T o m a rá a lg u é m fo g o n o seu se io , se m q u e as su as v e ste s se q u eim e m ? ”). A lg u n s ju lg a m q u e a B íb lia p erm ite o div ó rcio p o r qu alq u er razã o , q u an d o n a v e rd a d e n ão o p erm ite. O cren te sem p re d ev e ob ed ecer as E scrituras ao fazer aconselham ento. C erta o casião fui tentado a descobrir u m a m a n e ira q u e se aju stasse ao q u e as p esso a s q u eria m fazer, em b o ra a B íb lia aconselhasse o co ntrário ao que queriam . S enti-m e inclinado, porque as p e sso a s a p re se n ta m seus p ro b le m a s c o m ta n ta e m o ç ão , co m ta n ta sinceridade! A s v ezes as p esso as d izem q u e q u erem se divorciar, porque não am am m ais o cô n ju g e; p o rq u e são m u ito in felizes e tê m o d ireito de te r u m n o v o co m eço casa n d o -se co m o u tra p esso a. A in d a que m inhas em o çõ es m e in stig u em a dizer-lh es q u e façam o que estão q uerendo, não posso m e perm itir, p o is ao fazê-lo e staria indo c o n tra o con selh o de D eus. T enho aco n selh ad o h o m o ssex u ais q u e sin ceram en te sentem que D eus os crio u d esse je ito e qu e, p o rtan to , n ão tiv eram esco lh a alg u m a no assunto. E m b o ra ta l arg u m en to p o ssa e sta r im b u íd o de sin cerid ad e e em o ção , sei que n ão é válido. D eu s n ão cria as p esso as p a ra serem h o m o sse x u a is. O estilo de v id a h o m o sse x u a l é um a e sc o lh a — u m a e sc o lh a m u ito errad a. E as p esso as p o d e m ser lib ertas d isso — co m a aju d a de D eus. C om o é qu e sei d isso ? P o rq u e as E scritu ras en sin am esse fato em n u m ero so s lugares. A s E scritu ras sem p re estão certas. O s co n selh eiro s p asto rais p o d e m ter to tal co n fia n ç a de que D eu s sabe o que está fazendo. E le nos criou e E le nos deu u m projeto de v id a p a ra viver: S uas S an tas E scritu ras. 7. O a co n selh a d o sem p re é resp o n sá vel p o r fa z e r o que é certo. É da resp o n sa b ilid a d e do m in istro d izer ao ind iv íd u o a v erdade b íb li ca, m as é d a resp o n sab ilid ad e do in d iv íd u o ag ir e fazer a co isa certa. Se um aco n selh ad o reso lv e não seg u ir o c o n selh o b íb lico , o m in istro não está em p o sição de a ju d ar m u ito além do q u e j á foi aconselhado. C a d a um de n ós é re sp o n sá v e l p e lo p ró p rio co m p o rtam en to ; cad a u m de nós decide fa z e r o q u e é certo ou o q u e é errad o , a o b e d e cer ou desobedecer. H á o casiõ es em q u e as p esso as n ão sab em m esm o o que fazer, m as assim que en te n d e m o q u e a B íb lia exige, elas p recisam fazer a esco lh a bíblica. O pasto r não deve se sentir culpado quando a pessoa aconselhada resolve não ace ita r o co n selh o . A s p esso as não p o d e m ser p resas em um qu arto até qu e fa ç a m a e sco lh a c e rta (isto é, a m en o s q u e sejam crim inosas; então a so cied ad e p o d e c o lo cá-las n a prisão ). O s m in istro s apresen tam a v erdade, p ro c u ra m in c e n tiv a r o a c o n se lh a d o a fa z e r a c o isa certa, dão ap o io e en co rajam en to na direção certa e, depois, d eix am que a p e sso a tom e a d eci são. Se a decisão certa não é tom ada, o p asto r está num im passe. O s m inistros p odem (e devem ) continuar am ando e orando pela pessoa. E m últim a instân cia, entretanto, é a p esso a a resp o n sáv el pelos próprios procedim entos.
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É responsabilidade do aconselhado fazer a coisa certa ________________ 99
568 O PASTOR PENTECOSTAL 8. O a conselhado, referente ao seu problem a, tem a ca p a cid a d e de e sc o lh e r u m a resposta b íb lica e que honre a Jesus. Q ualquer q u e seja o p ro b lem a que alguém tenha, sem pre h á u m a resposta que h onre a Jesus. P odem os escolher glorificar a Jesus em todas as situações da vida. Q uando estiver diante de u m novo dia ou de nova decisão, é bom perguntar: “O que Jesus faria?” H á ocasiões no aconselham ento m atrim onial em que u m casal não tem m ais m otivação para continuar vivendo junto. A m bos q uerem desistir po rq u e é m ais fácil. N em A nem B os convencerá a ten tar u m pouco m ais. N essas situações freqüentem ente faço as perguntas: “Vocês tentariam ir u m p ouco m ais adiante p o r Jesu s?” “Vocês fariam um esforço conjunto p ara a glória de D eus?” “Vocês estariam dispostos a tom ar a decisão que m ais agrad aria a Jesus C risto?” A s pessoas têm a capacidade de decidir resp o n d er a essas perguntas n a afirm ativa. 9. Todo indivíduo, p o u c o im p o rta n d o q u a l seja seu p ro b le m a pesso a l, é um a p e sso a de valor, fe ita à im agem de D eus. P e sso a s são p re c io sa s, se ja m e las c u lp a d a s d e h o m o sse x u a lid a d e , in cesto , assassin ato ou m o lestam en to de crianças; q u alq u er que seja seu p ecad o o u p ro b lem a, elas tê m v a lo r aos olhos de D eus. D eus as am a e as criou p a ra a sua glória. Jesu s d eseja m u d a r os seres h um anos, in d ep endente de q u al estilo de v id a h a ja m m an tid o ou m an ten h am . D eus po d e m u d ar e a ju d ar a re so lv e r to d o tip o de p ro b le m a q u e as p esso as enfrentem . H á e s p e ra n ç a p a ra to d o s. N ó s, do m in is té rio , n ã o p o d e m o s d e te r-n o s a ex am in ar o c o m p o rtam en to das pesso as, d ev em o s v e r o q u an to o S en h o r q u er a ju d ar c a d a indiv íd u o . 10. Toda verdade é, n a realidade, a verdade de D eus. Vez ou o u tra a ciência m éd ica anuncia que descobriu u m a no v a m aneira de ajudar as pessoas, u m novo m edicam ento, u m a no v a vacin a ou um a n o v a técn ica de aconselh am ento. Se fo r v erdade (e às vezes não é), tal desco b erta teve origem e m D eus. O que ocorre é que os seres hum anos ap en as n ão tin h a m n o tad o a so lução ou a v erdade. N o v as estrelas são rotineiram ente descobertas no U niverso. E ssas estrelas p ertencem à pessoa que as descobriu? E las sim plesm ente apareceram ? N ão, as estrelas todo o tem p o esta v a m lá, p o rq u e D eu s lá as colocara. C o m fre q ü ê n cia novos m icro o rg an ism o s são descobertos. E les são realm ente novos? N ão, eles sem pre existiram . Se um m édico, m ediante sua perícia, pode ajudar alguém , então d evíam os ser-lhe gratos p o r isso. A g radeça a D eus sem pre que a sua verd ad e é descoberta. Se os indivíduos que procuram os ajudar precisam de atenção m édica, d evíam os enviá-los a u m com petente m édico. Se precisam de ajuda psiquiátrica, devíam os incentivá-los a trabalhar com u m psiquiatra q ue desse aconselham ento sem violar as convicções religiosas do cliente. T oda verdade perten ce a D eus, e nós lhe agradecem os por isso.
C onclusão E sses dez princíp io s são princípios divinos. E les funcionarão p ara trazer cu ra e saú d e à m e d id a qu e, p elo aco n selh am en to , os m in istro s alcan çarem aq u eles q u e estão em n ecessid ade.
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES
Aconselhamento Pessoal no Poder do Espírito Donald Lichi p a sto r fiel serv e a c o n g reg ação lo cal em v árias funções im portantes: clín ico geral, estu d io so da B íb lia, esp e cia lista em relacio n am en to s interpessoais, so lu cio n ad o r dos pro b lem as d a com unidade, educador, p re g a d o r, s a c e rd o te (a q u e le q u e c o n d u z a litu r g ia e d irig e o rito ), organizador, ad m in istra d o r e p a sto r (in clu siv e aco n selh an d o , v isitan d o e fazen d o o u tras fo rm as de a ssistên cia social). P esq u isa in d ica que o p asto r d a s A s s e m b lé ia s d e D e u s n o s E s ta d o s U n id o s tra b a lh a , em m é d ia , cin q ü e n ta h o ras p o r sem ana, das q u ais ap ro x im ad am en te nove p o r cento (qu atro h o ras) são g astas em ativ id ad es de a c o n selh am en to .1 H á m u ito s livro s d id ático s e outro s ex celen tes recu rso s sobre técnicas de aco n selh am en to . N ão é pro p ó sito d este cap ítulo rep ro d u zir ou substituílos; antes, é m eu in ten to c o n cen trar-m e so m ente no re lac io n am en to do p a sto r-co n selh eiro c o m os m em b ro s d a co n g reg ação , so b retudo no que to c a ao d esafio de a c o n selh ar no p o d e r d o E sp írito Santo.
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O Pastor com o C onselheiro E m n o sso m u n d o altam en te co m p lex o , p a ra ser b em -su ced id o no lid ar co m os rig o res da v id a diária, cad a v ez m ais p esso a s estão se v o ltando ao aco n selh am en to d a saú d e m en tal. A p e sa r do fato d e e starem d isp o n ív eis n u m e ro so s p ro fis s io n a is q u e o fe re c e m a c o n se lh a m e n to (c o n se lh e iro s p ro fissio n a is, p sicó lo g o s, p siq u iatras, os assisten tes sociais), a m aio ria das p esso as p re fe re aco n selh ar-se co m seu pastor. C o m efeito, a ten d ên cia em p ro c u ra r p rim eiro o p a sto r p a ra as p re o cu p açõ es relacio n ad as à saúde m ental tem p erm an ecid o rela tiv a m e n te co n stan te du ran te as ú ltim as três d é cad as.2 P o r q u ê? T ip icam en te, p o rq u e o p a sto r é m ais acessív el do que os p ro fis s io n a is lig a d o s à sa ú d e m e n ta l e p o rq u e j á d e s fru ta d e u m re la c io n a m en to co m os m em b ro s d a co n g reg ação . A ssim o p asto r tem u m a e n tra d a n a tu ra l n a s c a sa s e v id a s d e ssa s p e sso a s n a s tra n s iç õ e s p rev isív eis da v ida (p o r ex em p lo , n ascim en to , casam ento, m orte), bem co m o em tem p o s de crise p e sso a l ou fam iliar. E screv en d o sobre o tópico
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570 O PASTOR PENTECOSTAL do p ap el do pasto r com o conselheiro, o do u to r R ich a rd D . D o bbins re ssalta qu e “ap re se n ta r as p esso as a Jesu s ain d a é a m issão ev an g e lística prim á ria d a Ig re ja (M c 16.15)” e q u e a m issão pasto ral p rim ária d a ig reja é salvar tan to q u an to p o ssív el no “p o ten c ial do R eino d a p e sso a sa lv a” .3 O s p a sto re s são c o n fro n ta d o s re g u la rm e n te co m u m a m a g n itu d e e co m p lex id ad e de p ro b lem as relacio n ad o s co m a saúde m ental sem elhantes aos encontrados p o r profissionais ligados à saúde m ental. N esses problem as in c lu e m -se assu n to s com o: • • • • • • • • • •
P ro b lem as relacio n ad o s co m a fé. P ro b lem as sexuais. D ep ressão . A n sie d a d e /p re o cu p a çõ e s. P ro b lem as c o m a criação de filhos. E sc o lh a de fa cu ld ad e/p ro fissão /em p reg o . P ro b lem as fa m iliares. U so de álco o l ou drogas. A co n selh am en to p ré-m atrim o n ial e m atrim onial. C o n stern ação p o r m otivo de m orte.
M u ito s p a s to re s , d ia n te d o s tip o s d e p ro b le m a s a lis ta d o s ac im a, g o stariam de ter m a io r trein am en to em aco n selham ento bíblico. P orquanto seja ó b v ia a n ec e ssid a d e de trein am en to e sp ecífico e m aco n selh am en to , o p a s to r d e v e e m p rim e iro lu g a r b u s c a r o a p e rfe iç o a m e n to d o s d o n s e sp iritu ais co m o co n d ição p rév ia ao aco n selh am en to eficaz guiado pelo E sp írito .
A Singularidade do A conselham ento no Espírito A c o n sc iê n c ia e c o n fia n ç a no p o d e r do E sp írito S a n to c o n stitu i o d istin tiv o do p a sto r p en teco stal que e stá en v o lv id o no aco n selh am en to cristão. M as o q u e to rn a c ristã o o aco n selh am en to cristã o ? H á diferen ça v a s ta e n tr e o c r is tã o q u e d á a c o n s e lh a m e n to e o a c o n s e lh a m e n to v erd ad eiram en te cristão, b íb lico e cap acitado pelo E spírito. O d o u to r G ary C o llin s , p io n e iro e líd e r e m sa ú d e m e n ta l c ristã , o fe re c e a se g u in te d efin ição sobre aco n selh am en to cristão: T entativas em d efinir ou descrever o que seja aconselham ento cristão têm a te n d ê n c ia de en fa tiz a r a p e sso a que p re sta ajuda, as técnicas ou h a b ilid a d e s q u e são u sa d a s e as m e ta s que o a co n se lh am en to p ro c u ra atingir. D e ssa p e rsp e c tiv a o con selh eiro cristão: • É serv o de Je su s C risto p ro fu n d a m e n te d e d ic a d o e g u iad o pelo E sp írito (e ch eio do E spírito). • É alg u ém q u e a p lica suas h ab ilid ad es, trein am en to , co n h ecim en to e d iscern im en to s d ad o s p o r D eus. • T e m a ta r e f a d e a ju d a r os o u tr o s a a lc a n ç a r s a ú d e p e s s o a l, c o m p e tê n c ia in te r p e s s o a l, e s ta b ilid a d e m e n ta l e m a tu r id a d e e sp iritu a l.4
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES D e aco rd o co m o m o d elo acim a, o d esafio que ja z dian te do p a sto r é tríplice: (1) O que se ex ig e q u e o p a sto r p e sso a lm en te ten h a p a ra que po ssa acon selh ar no p o d er do E spírito Santo? (2) Q ue técnicas e habilidades o p a sto r d ev e o b te r a fim de a c o n selh ar no p o d er do E sp írito S anto? (3) Q u al o resu ltad o qu e se d eseja o b ter ou q u al m o d elo de “ saú d e” se b u sca p a ra a v id a do aco n selh ad o ?
O C onselheiro Pastoral C heio do Espírito D eu s d eseja q u e o p a sto r ten h a u m a m en te b em treinada e u m coração g u ia d o p e lo E s p ír ito S a n to (1 C o 1 2 .1 2 -3 1 ). P a ra v e rd a d e ira m e n te acon selh ar no p o d er do E sp írito Santo, o pasto r deve ter um coração, m ente e alm a q u e d esesp erad am en te b u sq u em a D eus. O p a sto r p re cisa te r u m a co n sc iê n c ia de D eu s, fruto de u m co ração d ado ao estudo e oração. S ua vid a deve exem p lificar e servir de m odelo de u m a tentativa ativa em utilizar os re c u rs o s d o E s p ír ito S a n to a n te s , d u ra n te e e n tre as se ssõ e s de acon selh am en to . P ara a c o n selh ar co m a m en te, co ração e p o d er do E sp írito S anto, o p a sto r tem de a n d a r no E spírito. P elo b atism o co m o E spírito S anto, o p a sto r é sen sib ilizad o aos ch a rism a ta , as d em o n straçõ es extrao rd in árias d a p re se n ç a e p o d e r d ivinos co n ced id o s ao crente pelo E sp írito Santo. E ntretanto, som ente co m um relacio n am en to contínuo com o E spírito Santo é qu e o p a sto r o b te rá u m a fa m ilia rid a d e c o m as operaçõ es e m an eiras do E sp írito S anto. A s E sc ritu ra s são claras ao en sin ar q u e o p a sto r d ev e ser a lta m e n t e d i s c i p l i n a d o n o c o r p o , m e n te , e x p r e s s ã o e m o c io n a l, relacio n am en to s in terp esso ais e no cu ltiv o de um a v id a in terio r rica. O eq u ilíb rio nas áreas d a v id a física, in telectu al, em o cio n al, social e, a m ais im p o rtan te, esp iritu al, é q u e p e rm itirá que o p asto r evite o esg otam ento no m in istério . A s d iscip lin as esp iritu ais d a v id a c ristã fo ram d escritas p o r R ich ard F o ste r em seu co n sag rad o liv ro C eleb ra tio n o f D iscip lin e (C elebração da D iscip lin a ). N esse im p o rtan te estudo, F o ste r tra ça as seg uintes disciplinas esp iritu a is:5 • D iscip lin a s interiores: m ed itação , oração , je ju m e estudo. • D is c ip lin a s e x te r io r e s : s im p lic id a d e , is o la m e n to , su b m issã o e serviço. • D iscip lin a s coletivas: co n fissão , ad o ração, orien tação e celebração. O p ro p ó sito ex clu siv o das d iscip lin as esp iritu ais é lev ar-nos a um lu g ar diante de D eus, onde a presen ça do E spírito Santo nos transform e na m esm a im a g e m de J e s u s C ris to (R m 8 .2 6 -2 9 ). C o m o F o s te r o b se rv a : “ A s d iscip lin as esp iritu ais são u m a m an eira de sem ear no E sp írito [...], as quais só p o d e m lev ar-n o s ao lu g a r o nde algo p o d e ser feito; elas são os m eios d a g raça de D e u s” .6 O p a sto r tem de ser sério no q u e se re fe re ao d e se n v o lv im e n to de “háb ito s san to s” , q u e o le v e m a te r um rela c io n a m en to tran sfo rm ad o r com o E sp írito Santo. N ão p o u cas v ezes os p asto res c o n fu n d em a obra que fa z e m p a ra D e u s c o m o a n d a r co m D eu s. W illia m L aw (1 6 8 6 -1 7 6 1 )
572 O PASTOR PENTECOSTAL escrev eu q u e se v am o s o ra r ao E sp írito de D eus, “tem os d e faz er d esse E sp írito o g o v ern an te de to d as as n o ssas a çõ e s” .7 N o ssas vidas d ev em ser tão santas q u an to n o ssas orações. Isso n ão im p lica q u e re c e b e r m aio r tre in am e n to em aco n selh am en to não seja u m a necessid ad e. D e fato, o p a sto r é a certad am en te reco m en d ad o a le r livros, freq ü en tar sem in ários e, se p o ssív el, o b te r trein am en to m ais fo rm al sobre aconselh am en to b íblico. C onsideráveis benefícios são obtidos m e d ia n te estu d o s m ais acad êm ico s so bre a c iê n cia do co m p o rtam en to . Se a c e ita rm o s q u e to d a v e r d a d e é a v e r d a d e d e D e u s , e n tã o ta m b é m p e rc e b e re m o s q u e , às v e z e s , a v e rd a d e fo i “e n c o n tra d a p o r a c a s o ” (d esco b erta), o p e ra c io n a liza d a e a p erfeiço ad a p elo n ão -reg en erad o , que p ode n ão re c o n h e c er ou d ar g ló ria a D eus (cf. R m 1). C o ntudo, o p asto r q u e e stá fu n d am en tad o n a P a lav ra d e D eu s tem co n d içõ es de ap rofundarse co m co n fian ça nas ciências com portam entais, d eterm inar o que se alinha c o m as E scritu ras e p e rm itir q ue a v erdade d e sc o b e rta e o p erac io n aliza d a sirv a ao cren te n o âm b ito re la cio n a i do acon selh am en to . A q u i e s tá u m e x e m p lo d e c o m o a “ v e r d a d e ” fo i d e s c o b e rta ou o p e ra c io n a liza d a pelo n ão -reg en erad o . V ário s anos atrás e n q u an to estav a em m eio à m in h a p e sq u isa d o u to rai, d ep a re i u m a rtig o cu jo s au to res re iv in d ic a v a m te r feito d e sc o b e rta su rp reen d en te so bre com o e lim in a r em crianças o com p o rtam en to de furto. P o r m eio de vários estudos de pesquisa, os autores d e te rm in a ram que se fo sse exigido q u e a crian ça restitu ísse a cim a do que ro u b o u , o c o m p o rtam en to dado a fa ze r ro u b o s d im in u iria em m u ito no futuro. C laro que, sab endo o que as E scritu ras têm a dizer no A n tig o T estam en to (L v 6 .1-5) so bre ro u b o e re stitu ição , tiv e de rir. O s au to res tin h am apen as “d e sc o b e rto ” a v erdade. N ão se tra tav a d e v erdade inédita. A ssim , as ciên cias c o m p o rtam en tais p o d e m a ju d ar o p asto r na o p era c io n a lid ad e d a v erd ad e e m b en efício do a co n selh ad o cristão. L e m b re -se d e q u e o E sp írito S anto n ão c o n tra d irá a P a lav ra escrita de D eu s. C o m efeito , o E sp írito S an to só v ai c o n firm a r o L iv ro que E le escrev eu (M c 12.36; 2 T m 3 .1 6,17; 1 Pe 1.11; 2 Pe 1.21). P o rq u an to o estu d o das ciências co m p o rtam entais po ssa ser proveitoso, o pasto r sensato te rá a m esm a atitu d e q u e os cristãos b erea n o s tiveram , os quais fo ram elo g iad o s p o r te re m sido d ilig en tes em ex a m in a r “c ad a d ia nas E scritu ras se e sta s co isa s era m a ssim ” co m o P au lo d iz ia (A t 17.11). U m a fo n te fid e d ig n a de trein am en to acad êm ico nas ciências do c o m p o rtam en to é o currícu lo apresentado p e la U n iv ersid ad e B erean a das A ssem bléias de D eus n o rte-am erican as. E ssa in stitu ição o ferece pro g ram as de aco n selh am en to p a ra u n iv ersitário s e d ip lo m ad o s que são teo lo g icam en te con sisten tes co m a p e rsp e c tiv a p en teco stal. O aco n selh am en to ch eio do E sp írito é n ad a m en o s q u e a san tificação aplicada!
Técnicas e H abilidades N ecessárias O aco n selh am en to cristão é u m en cargo sagrado e um relacio n am en to terap êu tico en tre o p a sto r q u e aco n selh a e o co n g reg ad o ou m em b ro da ig reja q u e re c e b e aco n selh am en to . G erard E gan declara: “O s servidores são eficien tes à p ro p o rção que seus clientes (interações clien te-serv id o r) ficam em m e lh o r posição p a ra lid ar co m suas circu n stân cias p roblem áticas
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES
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e/o u d ese n v o lv e r n o v o s recu rso s e o p o rtu n id ad es em suas vidas co m m ais eficiên cia” .8 O d o u to r R ich ard D o b b in s sem pre está a o b serv ar que o pasto r desfru ta de sin g u lar posição p ara co n v in cen tem en te influenciar as im agens h o rrip ilan tes que alg u ém te n h a de D eu s, as idéias estro p iad as do ego, os háb ito s d estru tiv o s e as m ág o as do p assad o . A lé m de p ro m o v e r a cura, o p a sto r aju d a o aco n selh ad o a d ese n v o lv e r o po ten cial divino que D eus te m p a ra a v id a do aco n selh ad o . A p a la v ra “terap ia” , do greg o therapeuto, sugere que ----------------------------------a cu ra o co rre n o co n tex to de um re la c io n a m en to c u ra tivo. D eu s nos tro u x e a c u ra q u an d o E le se encarnou em nosso m undo. S em elhantem ente, o pasto r capacitado pelo E sp írito e m p re g a os d o n s de co m u n ic aç ão para ad m in istrar a g raça de D eus co m fid elid ad e (1 P e 4.10). P o r m e io d a e m p a t i a p r e c i s a , o p a s t o r f ic a pro fu n d a m e n te en v o lv id o co m o aco n selh ad o . O pasto r id e n tific a -se co m a d o r do aco n selh ad o , en q u an to , ao m e sm o tem p o , o ferece esp eran ça, co n fo rto , o rientação, c o n fro n ta ç ã o e o p o rtu n id a d e d e c re sc im e n to . P en se sobre o im p acto que esse tip o de re lacio n am en to c u ra tiv o p o d e p ro p o rcio n ar! O p a sto r p o d e ser e ficien te ao a c o n selh ar e sim u ltan eam en te e star em atitu d e de o ração ? P o d em o s o u v ir co m um coração de co m p aix ão e, ao m esm o tem p o , estar falan d o co m o D eu s E sp írito S anto? Sim ! M as tem os de d iscip lin ar-n o s p a ra isso. M a n te r o co ração em atitude de oração ao lo n g o d a sessão d e aco n selh am en to é tarefa difícil, m as não d e sista nem d eix e de tentar! U m a v ariação sáb ia de certo ditado co n h ecid o observa: “T udo o q u e v a lh a a p e n a ser feito é d ig n o q u e seja feito errado até que ap ren d am o s a fazê-lo d ire ito l” O n o m e q u e Jesu s u so u c o m m ais fre q ü ê n c ia p a ra se re fe rir ao E sp írito S anto, p a ra k le to s, tem sido v arieg ad am en te trad u zid o p o r “a d v o g a d o ” , “co n so la d o r” , “aju d a d o r” e “c o n se lh e iro ” . O p a sto r que en tra em u m re lacio n am en to de aco n selh am en to , in d u b itav elm en te m in istrará em cada u m a d essas m aneiras. O p a sto r d ev e ser m o tiv ad o a e x ib ir as m esm as qu alid ad es de Jesu s, o M arav ilh o so C o n selh eiro (Is 9.6). Jesu s sa b ia o q u e sig n ificav a v iv e r (e aco n selhar) de ce rta m a n eira que pro p o rc io n a sse ao p o d e r etern o do E sp írito S anto aten d er às necessid ad es do ferido e n ecessitad o . A s E scritu ras re g istram que E le não e sm ag aria a ca n a q u e b ra d a e n ão ap ag aria o m o rrão que fu m eg a (M t 12.20). A ntes, E le aceitaria o que as p esso as eram e en tão as tra n sfo rm aria em algo m e lhor. Jesu s serviu de m o d elo à seren a h ab ilid ad e de o u v ir as p essoas. E le e ra co m p assiv o , co n tu d o co n fro n to u a h ip o c risia categ o ricam en te. Jesus co m u n ico u am or, p erd ão e a certeza de q u e o acon selh ad o p o d eria m udar. A o m o rrer p o r nós, Jesu s n o s fez sab er que som os de g ran d e valor. E le co n h e c ia a d iferen ça en tre aceitação e ap ro v ação. E le aceitav a as pessoas, m as, ao m esm o tem p o , d e sa p ro v a v a os c o m p o rtam en to s p eca d o re s que m an tin h am . E le foi fiel ao av isar sobre as co n seq ü ên cias das escolhas d estru tiv as d a vida. Jesu s, cheio do E sp írito S anto, ta m b é m en co n tro u p esso as em situ a çõ es de crise. E le as c o n fro n to u com com paixão:
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A palavra "terapia" sugere um relacionamento curativo __________»
574 O PASTOR PENTECOSTAL • O jo v e m rico, em crise ex isten cial, p erg u n ta v a o que tin h a de fazer p a ra h e rd a r a v id a eterna. • Z aq u eu foi p eg o em crise p rofissional. • A m u lh er a p an h ad a em ad u ltério e n fren ta v a crise m oral. • M arta e M a ria en fre n ta v am a crise d a m orte do irm ão delas, L ázaro. • N ico d em o s e n fren tav a crise espiritual. O m em b ro ou co n g reg ad o d a ig re ja v em à sessão de aco n selh am en to esp eran d o ou v ir u m a p a la v ra do servo de D eus e obter sabedoria e conselho de D eus sob re assu n to s de in te re sse p essoal. U m a m en sag em h esitan te e in c o n siste n te le v a rá o a c o n se lh ad o a te r u m a co n sc iê n c ia in c o n stan te , in d iferen te e circ u n sta n c ial da vida. O p a sto r que c o n siste n tem e n te rev e la a m e n te do E sp írito ao a co n selh ad o a ju d ará a fo rm a r u m a co n sc iên c ia m ais fid e d ig n a n aq u ele q u e é aconselhado. Jo sé e D a n ie l fo ra m ch a m a d o s p a ra d a r co n selh o s. A m b o s o raram b a sta n te a re sp e ito do c o n selh o q u e deram , e am b o s eram co n h ecid o s co m o h o m en s em q u em o E sp írito de D eus h abitava. A ssim , do m esm o m odo, o pasto r que p o r esco lh a consciente e m om ento a m om ento subm etese, resp o n d e, obed ece, re n u n cia a si m esm o e é sen sív el e flex ív el nas m ão s de D eus será co n h ecid o co m o h o m e m em q u e m o E sp írito de D eu s h abita. O m esm íssim o E sp írito S anto que h ab itav a e cap acitav a os profetas e ap ó sto lo s e stá h o je p resen te n a v id a do p a sto r que e stá ch eio do E spírito!
O Produto do Conselho do Santo Espírito A c o n se lh a r n o p o d e r do E sp írito p ro d u zirá o fru to do E sp írito no p asto r e n o a co n selh ad o (G1 5 .16-26). O p asto r sabe que a v e rd ad eira lib erd ad e ocorre à m ed id a que o estilo de v id a do crente conform a-se ao que o E spírito S a n to p r o c u ra p ro d u z ir. C o m c o ra g e m e c la re z a , o p a s to r e x o rta o a c o n s e lh a d o a o p ta r p e lo s tip o s d e e s c o lh a s d e v id a q u e e v ita m a im o ralid ad e, o eg o cen trism o , os v ícios etc. Q u a l o re su lta d o d e v iv e rm o s u m a v id a c a p a c ita d a p e lo E sp írito ? R e sp o sta c la ra e co n stra n g e d o ra ap arece n a p aráfra se d a B íblia, feita p o r E u g en e H. P eterso n , in titu la d a The M e ssa g e (A M e n sa g e m ): “E le produz d o n s e m n o ssa v ida, de m a n e ira m uito sem elhante ao fru to que d á no p o m a r — c o is a s c o m o a fe iç ã o p e lo s o u tro s, e x u b e râ n c ia p e la v id a, s e r e n id a d e . D e s e n v o lv e m o s u m a e s p o n ta n e id a d e e m m a n te r - n o s co n stan tes ao q u e fazem o s, u m senso de co m p aix ão no coração e u m a c o n v ic ç ã o d e q u e u m a s a n tid a d e b á s ic a p e rm e ia c o is a s e p e s s o a s . E n co n tram o -n o s envolvidos em com prom issos de lealdade, não precisando fo rç a r n o ssa m a n e ira de viver, cap az de o rd e n ar e d irig ir n o ssas energias co m sab ed o ria” (G1 5 .2 2 ,2 3 ).9 E m sum a, o p a sto r g u iad o pelo E sp írito ex o rta o acon selh ad o a v iver u m a v id a au tên tica, p rática, a p aix o n a d a e piedosa. O p a sto r cheio do E sp írito ex p erim en tará u m am o r p elas coisas que D eus am a e um ódio pelas coisas que D eus odeia. O pastor cheio do E spírito se en triste c e rá p o r aquilo que e n tristece o E sp írito S anto. P o r ex em plo, o E sp írito S anto se entristece p o r fatos com o esquecer-se de D eus (D t 32.18), q u eix ar-se e m u rm u ra r (N m 14.27), p ô r a p ac iên c ia de D eus em p ro v a
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES m e d ia n te d e so b e d iê n c ia co n scien te (Ê x 16.28; SI 78.41) e u m a c o n tín u a falta de fé e co n fia n ç a (N m 14.11; SI 78). A d icio n alm en te, com o E fésios 4 .3 0 -3 2 ressalta, o E sp írito S anto se entristece co m o m o d o com o os crentes se c o m p o rta m u n s p a ra co m os outros. E le tam b é m se e n tristece q u ando v ê o falso orgulho, a h ip o crisia, a in ju stiç a e o leg alism o (2 C o 3.6). P o r o u tro lado, o p a sto r q u e a c o n se lh a no p o d e r do E sp írito S anto d e v e a n te c ip a r m o m e n to s in a u d ito s em situ a ç õ e s d e a c o n se lh a m e n to d ifíceis. Q u an d o p arece não h a v e r re sp o sta ce rta ou m elhor, ou q u ando o p ro c e sso p arece e sta r trav ad o , o p a sto r d ep en d e rá do E sp írito S anto para te r d is c e r n im e n to o u p a r a s u g e r ir á re a s d e in v e s tig a ç ã o e o p ç õ e s p rev ia m e n te n ão co n sid erad as. O E sp írito S anto co n ced e poder, ensina, guia, c o n fo rta e d á c o n v icção de pecad o . O p a sto r que aco n selh a no p o d er do E sp írito S anto será o can al do m in istério do E sp írito ao aconselhado. O p a sto r d ev e in c e n tiv a r o aco n selh ad o a d eix a r que o E sp írito S anto ten h a acesso em to d a a v id a do aco n selh ad o: cu ra de ferid as do p assado, p o d e r p a ra en fren tar as lutas do presen te e e sp eran ça de u m futuro glorioso.
Conclusão S e o c o ração d o p a sto r fo r reto , se u m desejo e m m in istra r estiv er p resen te, se o trein am en to e stiv e r em d ia e se h o u v er u m an d ar con sisten te n o E sp írito , o resu ltad o in ev itáv el será co n selh o s pied o so s no p o d e r do E sp írito . O p a sto r q u e d e se ja ac o n se lh a r no p o d er do E sp írito S an to tem d e a n siar p o r duas coisas: ser co m o Jesu s e re sp o n d e r im ed iatam en te à u n ção do E sp írito S an to vivo. S im p le sm e n te não h á o u tra m a n e ira de satisfazer as m u itas n ecessid ad es dos m em b ro s e co n g reg ad o s d a igreja.
Mantendo a Visão por Toda a Vida John Bueno
en d o n ascid o e sido criad o n u m lar m issionário, v im a p erc eb er que m u ito d o m isté rio e ro m a n tism o tra d ic io n a lm e n te a sso c ia d o ao m in istério não fa z ia p arte de m in h a herança. S entindo a ch am ad a de D eus e m m in h a v id a e co n c lu in d o m eus estudos n a B eth an y B ible C o lleg e, eu tin h a d ecisõ es a to m a r relativ as à v o ntade de D eus p a ra o m eu fu tu ro . T iv e d uas o fertas de tem p o in te g ra l p a ra fa z e r p arte d a eq u ip e m in isterial de duas ig rejas d iferen tes, m as não m e sen tia à v o n tad e co m n e n h u m a d essas p ro p o siçõ es. C o n su ltei co m m eus p iedosos pais, que m e
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576 O PASTOR PENTECOSTAL d isseram que e ra m u ito m ais im p o rtan te saber o que D eus q u eria para m in h a v id a do q u e eu, n a q u ele m o m en to crítico, esc o lh e r o que era m elh o r p a ra m eu futuro. D ep o is de m u ita c o n su lta com o S en h o r em oração, reso lv i q u e não aceitaria n en h u m a d aq u elas o fertas, m as iria à ig re ja cujo pastor, que em m eu s anos de ad o le sc ê n c ia h a v ia m e dad o co n selh o s e o rientações, estava e m m eio a u m a lu ta d ifícil em seu m ais rec en te p asto ra d o e tin h a m e p e d id o q u e o a ju d a sse . N ã o h a v ia re m u n e ra ç ã o fin a n c e ira p a ra e sse m in istério , o que sig n ificav a que eu teria de p ro cu rar em p reg o secular p a ra su sten tar-m e d u ran te m eu s p rim eiro s m eses e anos de m inistério. R em em o ran d o e ssa ex p eriên cia, sinto q u e D eu s m e en sin o u alguns dos im p o rtan tes p rin cíp io s p a ra a m an u ten ção de u m a visão du ran te o curso d a vida. Foi ao lo n g o d esses m eses e anos que D eu s co m eço u a fo rm a r em m eu co ração os p rin cíp io s que g o staria de c o m p artilh a r c o m v o cê neste cap ítu lo . N atu ralm en te, h á m u itas coisas que p o d e riam ser ditas a resp eito d esse tó p ico im p o rtan te, m as desejo fa lar apenas de quatro dos prin cip ais p rin cíp io s q u e g u iaram m in h a v id a no d eco rrer de q u ase q u a re n ta anos de m in istério , g ran d e p arte dos quais p assad o s no exterior.
C onsidere a Vida em Segm entos Pequenos U m a d as g ra n d e s v e rd a d e s e n sin a d a s p o r J e su s re la tiv a s à n o ssa ex p e riê n c ia n a v ida, e n co n tra-se em M ateu s 6.34: “N ão vos in q uieteis, po is, p e lo d ia de am an h ã, p o rq u e o d ia de am an h ã cu id a rá de si m esm o ” . N ão m u ito tem p o dep o is de m in h a p rim e ira ex p eriên c ia m in isterial, recebi te le fo n e m a de M e lv in H o d g es, en tão d ire to r de cam p o d a D iv isã o de M issõ es In tern acio n ais p a ra a A m érica L atin a e o C aribe. E le perg u n to u m e se eu co n sid e ra ria a p o ssib ilid a d e de ir a E l S alv ad o r p a ra realizar u m a o b ra tem p o rária. P erg u n tei-lh e q u anto tem p o e ra esse “te m p o rário ” , e ele resp o n d eu que significava ap ro x im ad am en te dois anos, a m enos q u e a m issão fo sse rea lizad a em m enos ( ( -----------------------------------tem p o do que se esperava. E ssa o b ra tem p o rária durou 28 anos, e p o sso v e r a m ão de D eus em to d a decisão q u e fo i to m a d a n a q u e la co n ju n tu ra d e m in h a vida. E n tretanto, se o irm ão H o dges tiv esse m e ped id o para ir p a ra E l S alv ad o r p o r 28 anos, não sei se teria tido a c o ra g e m e a fib ra espiritu al de dizer: “ Sim , eu irei por to d a a v id a” . U m dos grandes p rin cíp io s para m an te r a visão por to d a a v id a é faz er a ob ra de D eu s e seg u ir sua v o n tade um p asso de cad a vez. P o r vezes é d ifícil v er um a vida in te ira à n o ssa frente. O s d esafios e dificu ld ad es da G ran d e C o m issão p arec em ser o pressivas, às vezes. S e o lh a rm o s a e s tra d a m u ito lo n g e , p o d e se r que ___________________ j j v en h am os a d esfalecer de m edo e incerteza. H á um a razão p a ra Jesus nos p ed ir que co n sid erássem o s a vida em co m p artim en to s de 2 4 horas. C on h eço m u itas p essoas que falh aram em seus esfo rço s p a ra o M estre, só po rq u e ten ta ra m atrav essar a ponte antes q u e tiv essem ch eg ad o ao rio. H á alguns in d iv íd u o s que sem pre estão
Se olharmos a estrada muito longe, pode ser que venhamos a desfalecer de medo e incerteza
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES o lh an d o o lado n e g a tiv o e as im p o ssib ilid a d es do fu tu ro . C o n tu d o , se p e d irm o s a D eu s g ra ç a e fib ra p a ra fazerm o s sua v o n tad e e p ro p ó sito h oje, E le tam b ém n os d a rá a fo rç a e a c o rag em p a ra os dias q u e ja z e m adiante. F o i o p ro fe ta Z a c a ria s , ao fa la r so b re o esfo rç o d e Z o ro b a b e l em re c o n stru ir o tem p lo , q u e fez e sta p ergunta: “Q u em d esp rez a o d ia das co isas p e q u e n a s? ” (Z c 4 .10). C o m fre q ü ê n c ia o lham os p ara o esco p o da ob ra e nos p erg u n tam o s o q u e n o ssa p e q u e n a p arte p o d e fazer p a ra m u d ar as c o is a s . C o m o m in h a v id a p o d e f a z e r a d if e r e n ç a , q u a n d o a re sp o n sa b ilid a d e e a o b ra são tão g ran d es? O lham os p a ra nossos lim itados talen to s e ficam o s im ag in an d o se o q u e fazem o s rea lm e n te fará alg u m a d iferen ça n o R ein o . O e x em p lo d e Z a c a rias d ev eria serv ir de in sp iração p a ra to d o s nós. N ó s ta m b é m c o m eçam o s co m o que tem o s e devem os ser fiéis n as re sp o n sab ilid ad es q u e D eu s n os dá, ainda que no m o m en to não p a re ç a m ser im po rtan tes. A co n stru ção do fu n d am en to de nosso m inistério e de n o sso se rv iç o p a ra o M e stre c o m e ç a , m u ita s v e ze s, c o m co isas p eq u en as e a p aren tem en te in sig n ifican tes. S e form os fiéis nas p rim eiras p eq u en as resp o n sa b ilid a d e s q u e D eu s nos d á e fizerm o s nosso trabalho co m fid elid ad e d ian te do M estre ao lon g o do tem p o que está à n o ssa frente, D eu s tra ç a rá o p lan o m estre e a e stra té g ia p ara nossa v id a inteira. N ão p o d em o s v er o âm b ito v italício , até q u e p rim eiro estejam o s disp o sto s a co m e ç a r co m as p eq u en as co isas ru d im en tares e, à m ed id a que D eu s for n o s c o n d u z in d o , p a s s e m o s p a ra o u tra s á re a s m in is te ria is . U m a das trag éd ias de m u itas v id as h o je é a te n ta tiv a d e rea liz ar to d a u m a v id a de m in istério em ap en as u m p eq u e n o p erío d o de tem po. E m D eus, a v id a nos dá os m eio s q u e nos c ap acitarão a se rv ir nosso M estre d u ran te to d a a vida.
M antenha-se L abutando N e m to d a s a s n o s s a s e x p e r iê n c i a s d e v id a s ã o d iv e r tid a s o u estim u lan tes. N ão p o d em o s v iv er em êx tase em cad a m o m en to d a vid a q u e v iv em o s. G ran d e p arte de nosso co m p ro m isso co m Jesus C risto é só fie l tr a b a lh o d if íc il e la b o r io s o n a a d v e r s id a d e c o m o ta m b é m n a p ro sp e rid a d e . A lg u n s c re n te s v iv e m fru strad o s, p o rq u e p e n sa m q u e a aleg ria e o co n ten tam en to d ev em p re e n c h e r c a d a in stan te d a vida. T em pos d ifíceis le v a n ta m d ú v id as sob re se são ou não da v o n tad e de D eus. A lguns pasto res d eix am o m in istério p rem atu ram en te, em d esânim o, p o rq u e não estão v en d o os resu ltad o s q u e p rev iram no princípio. M eus prim eiro s nove anos em E l S alv ad o r fo ram d ifíceis. N ão h o u v e g ran d e crescim en to , e o av iv am en to não v eio im ed iatam en te. P articip ei d e to d o sem inário sobre ev an g elism o e crescim en to de ig re ja q u e p u d e encontrar. T entei ap ren d er estratég ias e p lan o s q u e tro u x e sse m av iv am en to e crescim en to p a ra n o ssa ig re ja , m as tu d o p a re c ia e m vão. U m an o se g u ia o o u tro , m as a voz co n stan te do E sp írito S anto e m m eu co ração era que eu d ev eria apenas co n tin u ar labutando. N ão fo i fá c il. E u se n tia a v id a e s c a p u lir-m e p e la s m ão s sem que h o u v esse re su ltad o s ap aren tes. M as o p rin cíp io que ap ren d i du ran te esses n o v e anos foi, sem d ú v id a, p re c io sa b ê n ç ã o p a ra m im no a rra sta r dos
578 O PASTOR PENTECOSTAL lo n g o s anos. À s vezes, tra ta -se de ap en as dar u m p asso dep o is do ou tro e ser fiel nas responsabilidades que D eus nos dá. É verdade que D eus concede trem en d as v itó rias e m arav ilh o so s m o m en to s de a le g ria e satisfação, m as, se ex am in arm o s as pág in as das E scrituras, verem os que os grandes hom ens e m u lh eres q u e D eus u so u eram p esso as disp o stas a co n tin u ar labutando m esm o n os tem p o s difíceis. O espaço não nos p erm ite rec o n tar as histórias de A braão , M oisés e N oé, po rém , se refletirm os n a vida dessas personagens b íb licas, v erem o s h o m en s que aceitaram a p ala v ra de D eus com o fato e co n tin u a ra m av an çan d o m esm o q u an d o as c ircu n stân cias ex terio res não co n firm a v a m a v isão e a c h am ad a deles. A nos e anos se p a ssa ra m antes q u e v isse m a c o n cretização das p ro m essas de D eus em suas vidas. Isso n ão q u er d izer que d ev em o s te r u m a visão fa talista d a vid a e dizer: “O que será, será” . Im p lic a sim p lesm en te que aceitam o s D eus e m sua P alav ra e co n tin u am o s an d an d o co m E le em v erd ad eira fid elid ad e, sem pre cônscios do fato de q u e E le e stá nos guiando. Se nos sentim os b e m ou não, em n ad a altera as p ro m essas de D eus. O su cesso e x te rio r não é p ro v a de um a visão p a ra to d a a vida. D eu s sem pre é fiel à sua P alav ra e E le, no devido tem po, re a liz a rá a v isão q u e co lo co u em nossos corações.
Seja Você M esm o A in d a q u e ser v o c ê m e sm o p o ssa p a re c e r sim p lista, é v ital p a ra a m an u ten ção de su a v isão p a ra a v id a inteira. M uitas vezes pro cu ram o s im itar outros m inistérios que aparentem ente são tão fascinantes e eficientes. M as q u an tas p esso as tê m su cum bido ao desân im o , p o rq u e ten ta ra m im itar a v isão ou m in istério de o u trem ? Q u ando estam os absortos em ilu sõ es de g ran d eza, n ão tem o s a e sp o n tan eid ad e d e co m e ça r co m coisas p equenas. Q u erem o s v er im ed iatas realizaçõ es glo rio sas e n em m esm o fazem o s u m a v erd ad eira reflexão de n ossos talentos e dedicação ao M estre. Jesus ensinou n a p a rá b o la dos dez talen to s (M t 25.1 4 -3 0 ) que a im p o rtân cia do serviço a D eu s n ão é a q u an tid ad e de talen to s que ten h am o s, m as o que fazem os co m os talen to s que E le n o s deu. O in d ivíduo de u m talen to não pode e sp erar fazer todas as co isas que u m ind iv íd u o de cinco talen to s faz. C reio q u e um dos g ran d es p rin c íp io s no m in istério é que re co n h eç am o s que D eus deu a tod o s h ab ilid ad es e talen to s únicos no seu serviço. Q u ando os co lo cam o s à d isp o sição de D eus, E le g ran d em en te os m u ltip lic a e usa-os p a ra sua glória. A lg u n s dos g randes catalisadores do avivam ento na história n ão fo ra m as p esso as de cin co talen to s, m as, antes, as p esso as d e um talen to , q u e fiz e ra m o q u e D eu s lhes m an d o u e não ten ta ram im ita r o que E le e sta v a fazen d o através de o u tra pessoa. N ão poucas vezes, ouvim os a declaração de que fulano é o Billy G raham d a A m é ric a L atin a, ou da E u ro p a ou de onde q u er que seja. N ão creio que D eus q u eira outro B illy G raham . A in d a que todos adm irem os as grandiosas co isas q u e D eu s faz p o r in term éd io desse grande h om em , D eus não quer fa z e r có p ias a carb o n o de B illy G raham . C ad a u m a das criatu ras de D eus é ú n ica. N o sso d e v e r é aju star-n o s ao p la n o glo b al, c o lo c an d o nossos ta le n to s à d isp o siç ã o d e D eu s. D e sâ n im o e fru stra ç ã o m a n ife sta m -se q u a n d o p r o c u r a m o s f a z e r o u s e r a lg o q u e n ã o s o m o s , q u a n d o a m a n ip u lação e o en g an o são u sados p a ra p ro m o v er n o ssa vida, quando
UNIDADE 5: MINISTÉRIO AO CORPO DE CRENTES não som os v e rd a d e iram e n te su b m isso s à v o n tad e e p ro p ó sito de D eus p a ra n o ssa vida, q u an d o o ciú m e ou a am arg u ra surge em n o ssa v ida, só p o rq u e n ão d esfru tam o s d a m e d id a de sucesso que v em os nos outros. Se p u d éssem o s v er o co ração de D eus e c o n h ecer seu verd ad eiro pro p ó sito p a ra o m in is té rio , m u d a ría m o s n o s s a a b o rd a g e m e c o m v e rd a d e ira h u m ild ad e d ian te de D eus, diríam os: “Senhor, tu conh eces as lim itaçõ es e forças de m in h a vida. U sa-as ao ex trem o , de fo rm a que eu seja v erdadeiro servo de Jesu s C risto ” .
Seja Sensível a Deus Isso co n d u z-m e ao últim o e talv ez m ais im p ortante princípio m inisterial que ap ren d i ao longo dos anos. A o ex am in ar a P alav ra de D eus e m esm o a v id a de serv o s c o n te m p o râ n e o s d o M e stre , a te n ta ç ã o é id e n tific a r fó rm u las ou p ro g ram as artificiais de sucesso. É su rp reen d en te v er quantas p esso as q u erem u m m éto d o fácil de três p assos p ara c u m p rir o pro p ó sito de D eu s p a ra suas vidas. Q uan d o eu p a sto re av a um a ig reja de m ais de vin te m il m em b ro s em S an Salvador, em todos os lugares que eu ia as p e sso a s q u e ria m sa b e r q u al e ra m in h a “fó rm u la p a ra o c re sc im e n to ” . Q u a n d o te n ta v a c o m p a rtilh a r c o m e les o p rin c íp io d e c o n s c iê n c ia e sen sib ilid ad e à v o z e à v o n tad e de D eus, p arecia que ficav am grandem ente d esap o n tad o s. F alan d o de m o d o geral, as p essoas q u erem alg u m a fó rm u la m á g ic a que, q u an d o seg u id a p asso a passo , g aran tirá o sucesso. A o lon g o do p erío d o b íb lico , h o m en s e m u lh eres fo ram u sad o s por D eus, p o rq u e estav am d isp o sto s a o u v ir a voz do S enhor e sentir o toque do seu E sp írito n a v id a que m an tin h am . A in d a em no sso s dias os grandes serv o s de Je su s C risto n ã o são n o ta d o s p e lo s m a g n ífic o s ta le n to s ou p rim o ro so in telecto q u e tenham . E les são p esso as sim ples p ro p en sas a o u v ir a D eu s e a re sp o n d e r ao que E le q u er p ara a vid a deles. Isso não é tão fácil quan to parece, p orque freqü en tem en te som os pegos pelos assuntos d e s ta v id a e p o r to d a s as té c n ic a s d e a d m in is tra ç ã o q u e n o s e stã o d isp o n ív eis p a ra m a x im iz a r no sso tem p o e energia. E m b o ra m uitos desses p rin cíp io s sejam ex celen tes e p o ssa m ser de g ran d e ajuda, perderem os n o sso en fo q u e p rim ário se n ão ap ren d erm o s o prin cíp io dos m o m entos d e v o c io n a is a sós c o m D e u s — os m o m e n to s em que E le no s fa la e co n firm a atrav és d a le itu ra de sua P alav ra e p o r m eio d a oração, que E le v erd ad eiram en te e stá d irig in d o n o ssas vidas. H á certa oração que faço q u ase todos os dias: "S enhor, faze co m q u e hoje eu seja sen sív el à tua vo ntade. Q ue eu não co n fie n os p rin cíp io s hu m an o s ou em idéias que sejam de sucesso p a ra outros, m as que eu co n h eça a tua vontade e resp o n d a ao que tu q u eres que eu faça em m eu serv iço p ara o teu R e in o ” . N o c o rrer dos anos, h o u v e épo cas em q u e e ssa voz p are cia estar calada. E sses fo ra m os dias m ais difíceis de m in h a vida, po rq u e eu m e sentia fraco e im p o ten te, sem a d ireção e a fo rç a d a vontade e d a voz de D eus. E ra so m en te quan d o p a ra v a tu d o e d ete rm in av a c o n h e ce r a v o ntade e o p ro p ó sito de D eus p a ra m in h a vida, que m ais u m a vez v o ltav a a sentir a satisfação do serviço cristão. A fru stração e a d erro ta surgem em nossas vid as q u an d o nos d esen co n tram o s de D eu s e de sua vontade p ara nossas vidas. Q u an to m ais sen sív eis fo rm o s à su a voz, m ais p ró sp ero s serem os
580 O PASTOR PENTECOSTAL em seu serviço. U m co m p ro m isso vitalício co m Jesus req u er v erd ad eira sen sib ilid ad e à su a v o n tad e e propósito. V oltando às p alav ras de Z acarias, vem o s m ais u m a v ez o p lan o de D eus p a ra a v id a d o seu servo. “A p ala v ra do S en h o r veio de novo a m im , d izendo: A s m ão s de Z o ro b a b e l têm fu n d ad o esta casa, tam b ém as suas m ão s a acab arão , p a ra q u e saibais que o S en h o r dos E x ército s m e en v io u a vós. P o rq u e q u em d esp re z a o d ia das coisas p e q u en a s? ” (Z c 4.8-10). O D eus que no início nos p e rm ite p ô r os fun d am en to s, quan d o p arec em tão p eq u en o s e in ad eq u ad o s, é o m esm o D eu s que perm ite que nossas m ãos c o m p le te m a o b ra n o tem p o e p ro p ó sito dE le. A b e le za do serviço cristão é sab er q u e aqu ilo q u e D eu s n os p e rm ite co m eç ar E le tam b é m nos p erm ite term inar. U m a v id a in te ira de visão in sp irad a p o r D eus é o m a io r serviço que q u a lq u e r ser h u m an o p o d e fazer.
Unktde Adoração Ungida pil© [ispirito
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO
Introdução: A Prioridade do Ministério a Deus Thomas E. Trask
zeq u ias tin h a 25 anos q u an d o su ced eu seu pai, A caz, no trono de Judá. A caz, líd e r d iab ó lico , fiz e ra im ag en s fu n d id as p ara os b aalin s e c h e g a ra ao cú m u lo de sa c rific a r seus filhos no fo g o (2 C r 28.2,3). Q u an d o E zeq u ias se to m o u rei, “fez o q u e e ra reto aos olhos do S en h o r” , co lo c a n d o Israel no c a m in h o da retid ão . E zeq u ias, “no ano p rim e iro do seu re in a d o , n o m ês p rim e iro , ab riu as p o rta s d a C a sa do S en h o r e as re p a ro u ” (2 C r 2 9.3). D u ran te as sem an as seg u in tes, E zeq u ias lim p o u a C a sa do Senhor. D ep o is, tro u x e os sacerd o tes e os lev itas e in stru iu -o s: “A gora, m e tem vin d o ao co ração q u e façam o s um co n certo com o Senhor, D eu s de Israel; p a ra q u e se d esv ie de nós o ard o r na sua ira. A gora, filhos m eus, n ão sejais n egligentes, pois o S en h o r vos tem escolhido pa ra estardes d ian te d ele p a ra o serv ird es, e p a ra serdes seus m in istro s” (2 C r 29.10,11). A in stru ç ã o de E zeq u ias p a ra os m in istro s foi tríplice: (1) D eus os esc o lh e ra p a ra e sta re m d ian te dE le; (2) eles tin h a m d e serv ir ou m in istra r a D eus; (3) eles eram p riv ileg iad o s p o r serem m in istro s de D eus. A m esm a m e n sa g e m a p resen ta-se aos m in istro s de D eus hoje. D e u s o esc o lh e u p a r a e sta r d ia n te d E le. N ós, do m in isté rio , dev em o s ficar n a brecha. C om o líderes, tem o s a resp o n sab ilid ad e de guiar as pessoas p a ra D eu s, m as — e isto é m ais im p o rta n te — tem o s de con scien tizar-n o s de q u e estam o s p esso alm en te d ian te da p re se n ça do S en h o r e ser ex em plos p a ra n o ssa s fa m ília s e p a ra a q u e le s a q u em se rv im o s. N o ssa s v id a s, dedicadas e obed ien tes a Jesus, d ev em ser ilu strativas e refletir integridade, retid ão e co m p le ta en tre g a ao n o sso S en h o r vivo. P aulo in struiu Tito: “E m tu d o , te d á p o r e x em p lo de b o as o bras; na d o u trin a, m o stra inco rru p ção , g rav id ad e, sin cerid ad e, lin g u a g e m sã e irre p re e n sív el” (T t 2.7,8). E m su a b io g ra fia de G eo rg e W h ite fie ld , A rn o ld D allim o re escreveu: “E m p e n h e i-m e e m fa z e r m in h a d e sc riç ã o de W h ite fie ld ta n to d e sua re a lid a d e q u a n to de su a o b sc u rid a d e . T o rn ei c o n h e c id o , n ã o só suas re a liz a ç õ e s e h a b ilid a d e s , m as ta m b é m su as e x c e n tric id a d e s e erro s. E n tretan to , ten h o de co n fe ssa r que q u ase tin h a desejad o que suas falhas
E
584 O PASTOR PENTECOSTAL fo ssem m ais pro n u n ciad as, tem en d o que p o r cau sa de seu p equeno núm ero e fraq u eza, eu fo sse c u lp ad o de fa v o ritism o ” .1 Q ue e lo g io seria se as p esso as, ao o lh are m p a ra n o ssas vidas, não c o n se g u isse m e n c o n tra r n e n h u m a falh a perversa! S o m o s ho je não apenas re sp o n sá v e is em e sta r d ian te de D eu s e do p o v o a q u em servim os, m as v irá o d ia em que terem o s de p re sta r co n tas de nosso m in istério . John B u n y an disse: “N o d ia do ju lg am e n to , os hom ens serão ju lg a d o s de acordo co m seus frutos. N essa ocasião não se dirá: ‘Você c reu ? ’, m as: ‘Você c u m p riu ou só fa lo u ? ’" 2 Você tem co n sciên cia de que está agora diante de ( ( -----------------------------------D e u s? E le sem p re e stá p re se n te — c ie n te de n o sso p en sam en to e da condição de nosso coração. E stam os diante dE le, e sua n atureza santa e am or incom preensível dev em irradiar de nós e afetar tudo o que fazem os no cum p rim ento d a precio sa vocação que tem os. E m seg u n d o lugar, tem o s de se rv ir (ou m in istra r) a D eu s (2 C r 29.11). E zequias disse: “A gora, m e tem vindo ao co ração que façam o s u m c o n certo co m o S e n h o r” (2 C r 29.10). C erta declaração freq ü en tem en te u sad a pelos p rim e iro s p e n te c o s ta is n o rte -a m e ric a n o s , m a s m a l co m p reen d id a p o r m uitos, dizia: “P refiro ficai- esgotado ___________________ 55 a fic a r e n fe rru ja d o ” . F ilo so fic am e n te, e ssa d eclaração significava: “Vou servir ao Senhor de todo o m eu coração e p a ix ã o ” . A c re d ito q u e e ra isso o que Jesu s estav a q u eren d o dizer quando afirm ou: “A m arás o Senhor, teu D eus, de todo o teu coração, e de to d a a tu a alm a, e de to d o o te u p e n sa m e n to ” (M t 22.37). A m a r D e u s sig n ific a s e rv ir e o b ed ec ê-lo . P o r c a u sa do seu g ra n d e am o r p o r D eu s, E zeq u ias fez u m c o n certo p a ra o b ed ecê-lo . O rei en te n d ia q u e, se e le d e v ia se r se g u id o r (e líd er), re q u e ria -se d ele q u e serv isse o S e n h o r de to d o o c o ra ç ã o e força. N o sso m in isté rio n ã o é a p en a s um tra b a lh o , m as u m a v o c a ç ã o sag rad a. N ó s fa z e m o s o q u e fa z e m o s p o rq u e D e u s n o s e sc o lh e u p a ra c u m p rir esta fu n ç ã o em seu R e in o (cf. A t 2 0 .28). Q u a n d o e n te n d e rm o s isso , te rem o s m a io r c o n fia n ç a e u m sen so d a aju d a de D eu s. O d o u to r M arty n L lo y d -Jo nes, u m dos extraordinários pregadores deste século, disse:
Nãe estamos servindo apenas uma denominação, mas todo o Reino de Deus
O maior perigo para mim, minha maior tentação, é que eu venha a ocupar este púlpito duas vezes no dom ingo que vem, só porque foi anunciado no domingo passado. Lógico que é certo que ninguém deve deixar de cumprir seus compromissos. E justo que ninguém deve quebrar sua palavra. [...] Sim! Mas estou fazendo isso só porque, bem, é domingo e foi anunciado que devo pregar duas vezes e tenho de pregar dois sermões, que são o culto exterior. Não estou fazendo isso “em meu espírito” . Oh! Quando alguém faz isto em seu espírito, é porque há algo bem no fundo do seu ser que clama.3 E s ta m o s e n v o lv id o s n u m s e rv iç o sa c ro p a ra n o sso M e s tre . Q ue resp o n sab ilid ad e! Q ue honra! D an iel W ebster disse: “O p en sa m e n to m ais
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO im p o rtan te q u e ja m a is tiv e fo i o da m in h a re sp o n sab ilid ad e in d iv id u al a D e u s” .4 N ó s, no m in istério p asto ral, tem o s de e n ten d e r que não estam os serv in d o ap en as u m a d en o m in ação , m as todo o R eino de D eus. A in d a que estejam o s g rato s p o r n o ssa d e n o m in ação e p elas bên ção s de D eus que ela tem , h á u m q u ad ro m u ito m ais am plo: estam o s serv in d o o S e n h o r com o m in istro s do seu R eino. F in a lm e n te , tem o s o p r iv ilé g io de se r os m inistros do S e n h o r (2 C r 29.11). T udo o que fazem o s deve fa z e r p arte do m in istério ao S e n h o r — n o s s o c u lto , lo u v o r, a d o ra ç ã o , d e d ic a ç ã o , c o m p ro m is s o , ta le n to s e h ab ilid a d e s são p a ra m in istra r ao Senhor. É m ara v ilh o so que D eu s não apen as aceite, m as te n h a g ran d e p ra z e r n os lo u v o res de seres h u m an o s frág eis e falíveis. O sa lm ista d isse q u e o S en h o r “h a b ita ” en tre os lo u v o res do seu p o v o (cf. SI 2 2.3). E le m o ra n esses lo u v o res. D a m e sm a fo rm a que os seres h u m an o s a p reciam a g ratid ão sin cera e as o b serv açõ es g entis dos outros, assim D eu s se c o m p ra z n os lo u v o res sin cero s do seu povo, a gratid ão e ação de g raças ren d id as a E le. D eus n ã o apen as m erece tais louvores, m as, de u m m o d o m arav ilh o so , h a b ita neles. M in istra m o s ao S e n h o r n ão só p ela n o ssa o b ed iên cia e serviço, m as ta m b é m p o r n o ssa ação de g raças. D o m ais p ro fu n d o do m e u coração oro: “Senhor, tu tens sido tão m arav ilh o so p a ra m im . O brigado. E u te louvo. E u te adoro. E u te ex alto , p o r cau sa da tu a fid e lid ad e p a ra com igo e pelo p riv ilé g io q u e tu m e d este de m in istra r este E v an g elh o p re c io so ” . C harles H. S purg eo n afirm ou: “T oda a natu reza ao m eu red o r não louva a D eu s? Se eu m e calasse, eu seria a e x ceção no U n iverso. O tro v ão não o lo u v a , q u a n d o r ib o m b a c o m o ta m b o re s so b a m a rc h a do D e u s dos E x ército s? A s m o n tan h as n ão o lo u v am , q u an d o em seus cum es as árvores on d u la m em ad o ração ? O raio não escrev e o N om e santo em letras de fo g o ? A te rra in te ira n ão tem u m a v o z? E p o d erei eu fic ar em silên c io ?”5 E zeq u ias ex p e rim e n to u a a le g ria de m in istra r ao Senhor. A p artir d essa p ersp e c tiv a , ele disse: “A g o ra, filh o s m eu s, n ão sejais n e g lig en tes, pois o S en h o r vos tem esco lh id o p a ra estard es d ian te dele p ara o servirdes, e para serdes seus m in istro s” (2 C r 29.11). C o m o m in istro s (p asto res, m issio n ário s, ev an g elistas, m estres), n o ssa p rim e ira v o cação é m in istra r ao Sen h o r e m a n ter n o sso coração e vida n u m re la c io n a m en to co rreto p a ra c o m D eus. D ev em o s d irec io n ar o povo a q u e m serv im o s p a ra o n o sso D eu s v iv o e a d o ra r n o sso S en h o r vivo com nossos louvores. E ntre todas as pessoas, nós, que fom os cham ados, devem os m in istra r a E le.
586 O PASTOR PENTECOSTAL
Dando Lugar aos Distintivos Pentecostais James K. Bridges
a m a io ria das ig rejas de h oje, h á d iferen ças d istin tiv a s en tre u m g en u ín o cu lto de ad o ração pe n te c o sta l e o co m u m cu lto de ad o ração co n g reg acio n al. A in d a que h a ja alg u m as sem elh an ças su p erficiais, d iferen ças b ásicas ac h a m -se nas atitu d es d a lid erança, no en v o lv im en to co n g re g a c io n al, no p ro p ó sito e en fo q u e da reu n ião , n a in te n sid ad e da ad o ração e, m u itas vezes, n a d u ração da reu nião. M as a d ifere n ça m ais im p o rta n te se rá e n c o n tra d a n as m an ifestaç õ es do E sp írito S anto com o d e sc rita s e m 1 C o rín tio s 12 e 14. Q u an d o falam o s de d ar lu g a r aos d istin tiv o s p en te co sta is, não estam os colocando vin h o novo e m odres velhos. N em estam os acrescentando alguns iten s n o v o s em u m a o rd e m velha. P en teco stes é a n o v a o rd e m de ad o ração de D eu s, p o r m eio da q ual so m os cap ac itad o s pelo p o d e r div in o a ad o rar a D eu s “em esp írito e em v e rd a d e ” (Jo 4.24). Jesu s disse: “O P ai p ro cu ra a tais q u e a ssim o a d o re m ” (Jo 4.23). A v in d a do E sp írito S anto no D ia de P e n te c o ste s lib e ro u a ig re ja p a ra a d o ra r a D eu s co m o E le d eseja que façam os. A adoração pen teco stal é a adoração do N ovo Testam ento. Sob a direção do pró p rio E sp írito Santo, a adoração desenrola-se de acordo co m a P alavra de D e u s e é su jeito a ela. A a d o ração p e n tec o stal d ev e ser a ad o ração de to d a ig re ja q u e lev e o n o m e de C risto . C o m o S u p e rin te n d e n te G eral, T h o m as E. T rask re la ta em seu liv ro B a c k to the A lta r (D e Volta ao A ltar): “N u n c a se supôs q u e a ig re ja p en te c o sta l fo sse u m ra m o do C ristian ism o , m as o p ró p rio tro n co d a á rv o re” .1A ad o ração p e n tec o stal c a p ac ita a ig reja a h o n ra r o D eu s T rin o , e x a lta r n o sso S en h o r Jesu s C risto co m o S alv ad o r do m u n d o e C a b e ç a d a Igreja, ed ifica r a ig re ja e p e rm itir que o p o d e r e a p re se n ç a de D eu s sejam m an ifestad o s n a terra.
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R esponsabilidade Pastoral A tu alm en te, m u itas das ig rejas têm m in istro s da m ú sic a ou d iretores m u sicais, q u e são os líd eres d a adoração. M as, e m ú ltim a instân cia, a
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO resp o n sab ilid ad e fin a l p ela ad o ração d a ig re ja recai sobre o pastor. F o rm ar u m a d isp o sição de ado ração na co n g reg ação , criar u m am b ien te no qual as alm as fiq u e m em esta d o de a d m ira ç ã o re v e re n te p e la p re se n ç a do C riador, é p arte card eal da tarefa do pregador. E m u m culto de ad o ração p en teco stal, o líd er tem de ad o rar e p a rticip ar co m o tod o s o fazem . E le d ev e ser o p rim eiro a p a rtic ip ar do fruto. N ão há lu g a r p a ra o p reg ad o r que se sen ta n a p la ta fo rm a com o trein ad o r à beira do cam p o q u e fica só observ an d o . Q u alq u er u m po d e d izer se u m p a sto r se en v o lv e n a adoração. Se ele e stá co n stan tem en te falan d o b aixinho co m outros, ou se está se m ov en d o pela área do p úlpito procurando ajeitar coisas qu e d ev eriam te r sido feitas antes do início do culto, então ele ain d a não ap ren d eu a ad o rar a D eus e, com o líd e r de ad oração pen teco stal, pouco v a lo r terá p ara a igreja. A d o ra ç ã o p e n te c o s ta l re q u e r lid e ra n ç a p e n te c o sta l. O p a s to r que n ã o fo r c h e io d o E s p írito n ão s a b e rá c o rre s p o n d e r q u a n d o o E sp írito S a n to c o m e ç a r a m a n ife s ta r su a p re s e n ç a no cu lto . C o m fre q ü ê n c ia ta is p a s to re s n ã o tê m c o n s c iê n c ia d e su a s r e s p o n s a b ilid a d e s o u do sig n ific a d o d e su a fu n ç ã o c o m o líd e r de a d o raç ão . R e a liz a r as in te n ç õ e s d iv in a s d e sig n a d a s p e lo S e n h o r p a ra u m c u lto d a ig re ja d e v e se r a p rin c ip a l m e ta d o p a s to r q u a n d o se c o lo c a ao p ú lp ito p a ra d irig ir o cu lto d e a d o ra ç ã o . B e m -a v e n tu ra d a é a co n g reg ação cujo p a sto r sen te-se à v o n tade na pre se n ç a de D eus. O m in istro q u e é e sp iritu alm en te n ervoso, in seg u ro de si m esm o e tem ero so de q u e as coisas v en h am a fu g ir do co ntrole criará u m a a tm o s fe ra d e te n s ã o e e s c ra v id ã o e n tre o p o v o . F a z p a rte d a resp o n sab ilid ad e do líd e r d ar ao p o v o um senso de seg u ran ça de que tudo está b em e de que se algo estran h o afetar o and am ento do culto, ele m anterá co n tro le adequ ad o . T am b ém faz p arte do d e v er do líd er estar à v o n tade co m as coisas de D eus, q u er sejam as m an ifestaçõ es do E sp írito , quer sejam as d e m o n stra ç õ e s d os cren tes. O s líd eres u n g id o s e p re p arad o s po d erão d iscern ir o g en u ín o do falso e m an terão as p essoas afastadas dos ex trem o s, u tilizan d o -se de m atu rid ad e e tato. A t it u d e s
do
L íd e r
de
A doração
U m cu lto de ad o ração p en teco stal n ão aco ntece p o r acaso. E m grande p arte re q u e r u m p a sto r sen sato q u e sa ib a p re sid ir sob os ausp ício s do E sp írito Santo, fo rn ecen d o eq u ilíb rio , v aried ad e e p articip ação que um a assem b léia do N o v o T estam en to d ev e ter. A a titu d e c o m a q u a l o m in istro c o m e ç a o c u lto e sta b e le c e o n ív e l de a d o ra ç ã o do cu lto . C u lto s in ic ia d o s co m a titu d es irre v e re n tes e lev ian as, m a n ife sta n d o irre v e rê n c ia p e la p re se n ç a de D eu s, q u ase n u n c a se elev a acim a d o n ív el d e ssa friv o lid a d e , e n triste c e n d o , assim , o E sp írito S anto e d if ic u lta n d o u m v e r d a d e ir o e n c o n tr o c o m D e u s. U m a a titu d e e d isp o siç ã o de lo u v o r, fé, a leg ria, e sp e ra n ç a, am o r e san tid a d e é o b ra do E s p ír ito S a n to n o líd e r d e a d o ra ç ã o . Q u e d e s a fio e p r iv ilé g io v e r d isp e rsa d a s p elo p o d e r d a P a la v ra de D eu s e p elo E sp írito de D e u s as d isp o siç õ e s de d ú v id a , d e se sp e ro , d e se sp e ra n ç a , m e d o e a atitu d e de p ro c u ra r falh as n o s o u tro s.
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O PASTOR PENTECOSTAL A O rdem P entecostal O p a sto r re sp o n sá v e l p o r dirig ir um culto de ad oração p en teco stal deve p a ssa r co n sid eráv el tem p o estu d an d o 1 C o ríntios 14. V aliosas instruções são dadas referen tes aos ob jetivos, d ireção e co m p o n en tes da adoração quan d o “to d a a igreja se co n g regar n u m lu gar” (1 C o 14.23). O líd e rm a d u ro e n te n d e m u ito b e m a a d v e rtê n c ia do a p ó sto lo P a u lo : “F a ç a -se tu d o d ecen tem en te e co m ord em ” (1 C o 14.40). E ssa instrução trata diretam ente do m o d o co m o um corp o de crentes deve se portai' num culto de adoração. N ad a se d esv ia de seus o b jetivos ou descarrila um culto de ad oração com o a d eso rd em e a co n fu são que ela induz. A confusão, d ec lara P aulo, não é de au to ria de D eu s e n ão tem lu g a r n a assem b léia (1 C o 14.33 ). O caos de culto s d eso rd en ad o s n ão só cria co nfusão entre os m em bros, m as tam b ém faz co m que a co m u n id ad e p erca a co n fia n ça n a ig reja e em sua liderança. E m v ez de serem c o n sid e ra d o s em e stim a co m o in d iv íd u o s sen sato s, esp iritu ais, eles são v isto s co m o perig o so s ch arlatães relig io so s e loucos (1 C o 14.23). O ap ó sto lo P aulo ap resen ta-n o s, p o r v ia do co ntraste, u m culto ideal de ad o ração p en teco stal, o n d e a ord em b íb lic a p re d o m in a e os pro p ó sito s de D eus são realizad o s. E m tal culto, a todos são m inistrad o s de acordo co m suas n e cessid ad es — os crentes, os d esc o n h e ce d o res (ignorantes, p o ssiv elm en te aqueles não batizad o s co m o E spírito S anto) e os incrédulos (1 C o 14.24). O p erar no E sp írito e em con fo rm id ad e co m a P alav ra de D e u s, g a ra n te a p re s e n ç a d e D eu s no m e io do p o v o e u m a g e n u ín a ex p e riê n c ia de ad o ração (1 C o 14.25). N o in teresse d a b o a o rdem , P aulo lim ito u o n ú m ero de m en sag en s em lín g u as co m in terp retação (1 C o 14.27). Isso p rev in e o u so excessiv o dos dons e d á lu g a r a o u tra s m a n ife sta ç õ es e m in istério s do E sp írito , p o r ex em p lo , as m e n sag en s dos p ro fetas (1 C o 14.29). A té a in stru ção relativ a às m u lh eres casad as era p a ra ev itar confusão, o casio n a d a q u ando um a esp o sa, n a seção das m u lh eres, faria u m a p erg u n ta sobre o serm ão ao m arid o dela, n a seção dos h o m en s (1 C o 14.34,35). A ig reja ainda hoje p re c isa m an ter a o rd em em suas reu n iõ es p ara asseg u rar a p resen ça do E sp írito não entristecido.
C om ponentes da Adoração O a p ó s to lo P a u lo a p r e s e n ta - n o s u m c r ité r io d o s ite n s q u e sã o im p o rtan tes p a ra u m cu lto de ad oração p en teco stal: “Q u ando vos ajuntais, ca d a u m de vós tem salm o, tem d o u trin a, tem rev elação , tem língua, tem in te rp re ta çã o ” (1 C o 14.26). A ssim a ad o ração p e n teco stal deve in clu ir cân tico s, en sin am en to s, p reg ação , m en sag en s em línguas e in terp retaçõ es e d iscern im en to s esp eciais so bre o co n h ecim en to de C risto (em b o ra o ap ó sto lo não tiv esse a in ten ção de que essa lista fo sse exaustiva). E v ita lm e n te im p o r ta n te q u e n o s c o n s c ie n tiz e m o s de q u e c a d a com ponente de no sso culto de adoração tem de ajustar-se harm oniosam ente e que todos serv em p a ra o m ais suprem o p ro p ósito. D iv ersas vezes P aulo d escrev e o alvo: “F aça-se tudo para e d ific ação ” (1 C o 14.26). C ad a parte do cu lto d ev e co n trib u ir p a ra o p ro p ó sito de ed ificar o C o rp o de C risto. Q u alq u er co isa m enos que isso não m erece ter lu g ar na ord em do culto.
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO O s iten s q u e c o m p õ e m a o rd e m de u m c u lto de a d o ra ção p e n te c o sta l d e v e m te r flu ê n c ia c o n ju n ta , de m a n e ira u n ifo rm e , c o m um sen so de co n tin u id a d e . N ão d e v e m te r a a p a rê n c ia de u m a su c essão liv re de itens d e sc o n e x o s. P re c isa m o s e x a m in a r m in u c io sa m e n te os in g re d ie n te s de n o sso c u lto de a d o ra ç ã o p a ra d e te rm in a r o q u ão b íb lico eles são e se c o n trib u e m p a ra a a d o ra ç ã o ou se a d im in u e m . P o r e x em p lo , o esp aço d ad o a an ú n c io s d ev e ser ite m d e p re o c u p a ç ã o p ara m u ito s p a sto re s. A s vezes, os a n ú n cio s c o n so m e m m u ito tem p o e são in serid o s nos m o m en to s m a is in o p o rtu n o s. U m a m a n e ira a p ro p ria d a d e m a n e ja r os a n ú n c io s é im p rim i-lo s n a fo rm a de b o le tim p a ra d istrib u iç ã o p elo s a c o m o d ad o re s. M as, p o r fav o r, n ã o in su lte as p e sso a s le n d o o b o le tim no p ú lp ito . O u tra a b o rd a g e m é a p re se n ta r os an ú n c io s lo g o an tes d e c o m e ç a r a seção de a d o r a ç ã o . S e ja d e q u e m o d o fo r, f a ç a c o m q u e o s a n ú n c io s n ã o in te rro m p a m o flu x o de a d o ra ç ã o e v e n h a m a d ific u lta r o m o v e r do E sp írito S anto. C antar
e
S a l m o d ia r
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T oque
do
E s p ír it o
N o D ia de P en teco stes, a Ig reja re c e b e u u m cântico que co n tin u a a ser can tad o até hoje. A c a n to ria d os lo lard o s e n ch eu to d a a In g laterra. A Ig reja C a tó lic a R o m a n a re c la m a v a q u e M artin h o L u tero, através dos seus hinos, tin h a g an h o m u itas m ais p esso as p a ra o p ro te sta n tism o do q u e ja m a is g an h ara p elo s serm õ es q u e fiz e ra .2 “O s m eto d istas anu n ciaram c o m seus cân tico s q u e u m a n o v a ép o ca n a h istó ria c ristã h av ia ra ia d o .”3 C ânticos ungidos que env o lv am to d a a co n g regação são um a das m arcas distin tiv as d a ad o ração p en teco stal. C o rais, solistas e instru m en tistas são im p o rta n te s p a ra o c u lto d e a d o ra ç ã o . C o n tu d o , n o sso c â n tic o m ais im p o rtan te é o can tad o p ela co n g reg ação .4 A lg o está seriam ente errad o no cu lto de ad o ração p en teco stal q u an d o a c o n g reg ação d eix a de ca n tar e e n tre g a e ssa fu n ç ã o a uns p o u c o s c o m issio n ad o s. “D esd e os dias dos apó sto lo s até o últim o av iv am en to d a Igreja, é certo que, q u ando o E spírito d e D eus se m o v e p o d ero sam en te, as p esso as irro m p em e m cân tico s.”5 E fésio s 5 .1 8 ,1 9 fa la do cân tico n ascid o do E spírito: “E n ch ei-v o s do E sp írito , falan d o en tre vós com salm o s, e h inos, e cân tico s esp irituais, can tan d o e salm o d ian d o ao S en h o r no v o sso c o ra ção ” . H á o casiões em qu e o cren te é guiad o p elo E sp írito S an to a c a n tar no E spírito. A referên cia de P au lo a “cân tico s e sp iritu a is” p o d e ser a ca n tar no E spírito. O apóstolo re fe re -s e à su a p ró p ria e x p e riê n c ia d is tin tiv a e m 1 C o rín tio s 14.15: “C an tarei co m o esp írito [em línguas estran h as], m as tam b ém cantarei co m o en ten d im en to [em u m a lín g u a co n h e c id a ]” . E in c u m b ên cia de n o sso s m ú sico s c ria r c o m seus in stru m en to s e hinos d isp o siçõ es de esp írito q u e m o v am o co ração a ad o rar o S en h o r Jesus C risto liv rem en te em um am b ien te p en teco stal. D ev em o s q u estio n ar hinos co m aco rd es secu n d ário s d estin ad o s a criar u m a d isp o sição de espírito sin istra d a “p re se n ç a d iv in a ” , o que é m ais m u n d an o que espiritual. D o m e sm o m o d o , a ig re ja d e v e ser c a u te lo s a em e sp iritu a liz a r a m ú sic a fo lcló rica n acio n al ju d a ic a em alg u m tip o de estilo b íb lico sacro q u e a ig reja te n h a de aceitar. Ig u a lm e n te crítico é a ten tativ a de co p iar sons, estilo s e ap resen taçõ es de m ú sic a e can to res m undanos.
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590 O PASTOR PENTECOSTAL A ig re ja p e n te c o s ta l n ã o d ev e d e ix a r d e te r seu s c â n tic o s no E sp írito . E la te m de m a n te r seu s c a n to re s e m ú sic o s ao p é d a cru z, o n d e o e sp írito de e n tre te n im e n to e to d o o e sp e tá c u lo d a c a rn e são c ru c ific a d o s. C. E. Je ffe rs o n esc re v e u : “A m ú sic a p o d e to rn a r-se n u m p a v ã o e só e x istir p o r c a u sa d a e x ib iç ã o . A e x ib iç ã o n a c a sa de D e u s é a b o m in á v e l, e a m ú sica, q u a n d o u sa d a p a ra e x ib içã o , e m vez de ser u m anjo p a ra edificar, t o r n a - s e n u m d ia b o p a r a d e s t r u i r ” .5 S e n ã o f o r e m d e t i d a s , a co m e rc ia liza ç ã o g ro sse ira da m ú sic a ev a n g élic a e a im itação deste m undo fe ita p o r c a n to re s e v a n g é lic o s fa rã o c o m q u e o E sp írito S an to se re tire d a ig reja. A O ra çã o Pen tecostal O ap ó sto lo P au lo e ra h o m em de oração. E le e sta v a fam ilia riza d o com a o ração em to d o s os n ív eis de n ecessid ad e. E le falo u aos efésios sobre “ [orar] em to d o tem p o co m to d a oração e sú plica no E sp írito ” (E f 6.18). P a ra os co rín tio s, o ap ó sto lo escreveu: “O rarei co m o esp írito [em lín g u as estran h as], m as ta m b é m o ra re i co m o e n te n d im e n to ” (1 C o 14.15). O co n h e c im e n to de P au lo sobre a oração e a n ec essid a d e d ese sp e ra d o ra da ig re ja ser u m a ig re ja q u e o ra lev o u -o a m o strar aos ro m an o s quão grande d ev e ser a co n fia n ç a dos crentes no E sp írito S anto: “O E sp írito aju d a as n o ssas fraq u ezas; p o rq u e n ão sab em o s o que h a v em o s de p e d ir com o c o n v é m , m a s o m e s m o E s p ír ito in te r c e d e p o r n ó s c o m g e m id o s in e x p rim ív e is” (R m 8.26). A o ra ç ã o in s p ira d a p e lo E sp írito — nas fo rm as de c o n fissã o , p etiç ã o , ação de g ra ç a s, sú p lic a , lo u v o r e in te rc e ssã o — é u m d istin tiv o q u e deu à a d o ra ç ã o p e n te c o s ta l seu p o d e r e atração . C re n te s b u sc a n d o a D eu s c o m av id e z , “ se g u ra n d o as p o n ta s do a lta r” , fo ra m a ra z ã o d a v in d a do a v iv a m e n to e m su as ig re ja s. R o b e rt M u rra y M c C h e y n e re la to u que, q u a n d o o a v iv a m e n to ch e g o u a D u n d e e , E sc ó c ia , h a v ia em sua ig re ja 39 re u n iõ e s d e o ra ç ã o em p le n a a tiv id a d e .7 N a d a re v e la m a is o v erd ad e iro c a rá te r d e u m a ig re ja do q u e a q u a lid a d e d a o ra ç ã o fe ita em seus cu lto s. M u ita s d e n o ssa s o raçõ es são feitas de m a n e ira tão su p erficia l, que n u n c a se q u a lific a ria m p a ra o tip o de o raç ão q u e T ia g o o rie n ta a ig re ja a fa z e r (T g 5 .1 3 -1 8 ). O s líd e re s p e n te c o sta is têm de sa b e r c o m o fa z e r a o ra çã o da f é . E “ a o ra ç ã o fe ita p o r u m ju s to [que] p o d e m u ito em seus e fe ito s ” (T g 5 .1 6 ). E ssa é a o ra ç ã o p e n te c o sta l q u e fa rá a d ife re n ç a no c u lto de ad o ração . Q ue o p asto r seja co n hecido com o ho m em de oração. E m nada devem os ser m ais do q u e Jesu s. O p a sto r p e n te c o sta l de oração p ro c ria u m a ig reja p e n te c o sta l de o ração. E tem p o de todas as igrejas p e n teco sta is v o ltarem aos d ias de reu n iõ es de o ração m arcad as, antes e d epois dos cultos, para h o m en s, p a ra m u lh eres, p a ra a m o c id ad e e p a ra crianças. E n q u an to C h arles S p u rg eo n e sta v a n a F ra n ç a rec u p eran d o a saúde, re g u la rm e n te e sc re v ia p a ra sua co n g reg a ção em L o n d res. Lima de suas cartas c o n tin h a o p e d id o de seu c o ração de pastor, ex o rtan d o seu p o v o a ser fiel à ig re ja e, so b retu d o , às reu n iõ es de oração, co n sid erad as p o r ele co m o a razão p elo su cesso de sua g ran d e ig re ja .8 E tem p o de a ig reja p e n te c o sta l e sp e ra r em D e u s !
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO A P rega ção Penteco sta l U m d o s e le m e n to s m a is im p o r ta n te s d e u m c u lto d e a d o ra ç ã o p e n te c o sta l é a p ro c la m a ç ão d a P a la v ra de D eus. A P a la v ra te m de ter lu g a r p rim ário n a o rd e m de adoração . T odos p o d em o s iden tificar-n o s com a irritação de S id lo w B a x te r q u an d o , d ep o is de fic ar sen tad o assistin d o a u m a série de p re lim in a re s (que in c lu ía an ú n cio s en fad o n h o s, extensos cân tico s sem v id a e dois arran jo s p a ra co ral feito s co m ta n ta p o b re za que n ad a acrescen taram p a ra o culto), fo i-lh e d ad a aos 16 m inutos p a ra o m eiod ia a o p o rtu n id a d e de e n tre g a r a m e n sa g e m de D eus p a ra o p o v o . E le ex clam o u : “Isto e stá m u ito e rra d o !” E ssa co n d ição v ig en te nas igrejas dos seus d ias im p e liu B a x te r a esc re v e r o liv ro R e th in k in g O ur P rio rities (.R ep en sa n d o N o ssa s P rio rid a d e s).9 A p reg ação p e n te c o sta l é p arte tão v ital de n o ssa ado ração , que n u n ca dev eríam o s p erm itir que se tornasse escrav a de q u alquer tendência, técnica ou e n sin o q u e c o m p ro m e te sse a p ro c la m a ç ã o p o d e ro sa do E v an g elh o pleno. A lguns m in istro s são m u ito prop en so s a lançar-se sobre um conceito re lig io so p o p u la r e p e rd e r o eq u ilíb rio , ch eg an d o ao p o n to de c air em erro. M u ito s p re g a d o re s co m p a re c erã o n o T rib u n al de C risto d ian te do C a b e ç a d a Ig re ja e n ã o terão n e n h u m a re sp o sta satisfa tó ria a dar p o r não h a v e re m p re g a d o to d a a v erd ad e d a P a la v ra de D eus. E p re g a r u m serm ão co m o u m fim e m si m esm o e d e sp e d ir as p essoas do culto sem esp erar ou p erm itir que d êem u m a resp o sta é indicação segura de que o m in istro p e rd e u a c a p a c itaç ã o p e n te c o stal do E sp írito . T em os de e v ita r a ten tação de p re g a r só p o r preg ar, sem a fé ou a ex p ecta tiv a de faz e r u m a co lh e ita p a ra o Senhor. A p re g a ç ã o p e n teco sta l sob a u n ção do E sp írito S an to p ro d u z irá fruto. A P a la v ra do S e n h o r não voltará vazia. A L e it u r a
da
P alavra
de
D eus
E fre q ü e n te fa lta r na o rd em d o cu lto a le itu ra d a P alav ra de D eus. E ssa o m issã o fa la em alta v o z c o n tra a re v e rê n c ia d e c lin a n te p a ra co m as S a g ra d a s E s c ritu ra s e c o n tra p ro g ra m a s fe ito s às p re ssa s, c h e io s de ativ id ad es de an d am en to ráp id o , q u e sim p lesm en te não d e ix am lu g a r para a le itu ra da P alav ra de D eus. A fu n d a ç ã o e a lin h a de p ru m o de to d a n o ssa ad o ração ja z e m nas S ag rad as L etras. D ep o is de ex p o r o tratad o a re sp e ito das m an ifestaçõ es do E sp írito em 1 C o rín tio s 14, o ap ó sto lo P au lo conclui: “Se alguém cu id a ser p ro fe ta ou esp iritu al, re c o n h e ç a q u e as coisas que vos escrev o são m a n d a m e n to s do S e n h o r” (1 C o 14.37). V e rd a d e iram e n te tra ta -se de in d iv íd u o ig n o ra n te aq u ele q u e re je ita a B íb lia com o a P ala v ra do D eus v iv o in sp irad a, in fa lív e l e in erran te. P au lo ex o rto u T im óteo: “P ersiste em ler, e x o rta r e ensinar, até que eu v á ” (1 T m 4 .13). E n te n d e m o s que “le r” e ra p r o v a v e lm e n te r e f e r ê n c ia à le itu r a p ú b lic a d a s E s c r itu r a s . O s p e n te c o sta is tê m de re c o n sid e ra r a im p o rtâ n c ia de ler a P a lav ra de D eus p u b lic a m e n te em n o sso cu lto de ad o ração e en co n tra r m an eiras criativas de to rn a r isso p a rte e fe tiv a de n o ssa o rd e m de culto. C. E. Je ffe rso n escrev eu : “In u n d e su a ig reja co m o esp írito d a B íblia. L eia -a co m o h o m e m de o ração. M a n te n h a v iv o no coração das p esso a s a re v e rê n c ia p e la B íb lia co m o u m to d o . R e so lv a, p o rta n to , ler a B íb lia
592 O PASTOR PENTECOSTAL co p io sam en te p a ra a co n g re g a ç ão ” .10E, em outro lugar, acrescentou: “L eia a B íb lia p a ra as p esso a s de su a co n g re g aç ão sem fa ze r c o m en tário s. N ão tu rv e a luz d a P a la v ra c o m suas su p o siçõ es pesso ais. D e ix e-a b rilh a r livre dos m atizes escu ro s de suas in terp re taçõ e s p esso ais. N ão e x tin g a o fogo d a P a la v ra co m suas su p o siçõ es p esso ais. D e ix e -a irra d ia r o calor, e q u em sabe q u an to s co raçõ es serão a m o lec id o s” .11 M a n i f e s t a ç õ e s P e n t e c o s t a is
O cu lto de ad o ração p e n te c o stal é co n h e cid o p ela s m an ifesta çõ es do E sp írito S anto, co m o o fa la r em lín g u as, a in terp re taçã o das lín g u as e a p ro fe c ia (ex p ressão v o c a l in sp ira d a p elo E sp írito no id io m a da p ró p ria p esso a). Já em p len o século X X I, o b serv am o s que esses fen ô m en o s estão se d ifu n d in d o em m ais ig rejas, países e p o v o s do que e stav am no co m eço deste sécu lo , q u an d o o m o v im en to p en te c o sta l te v e seu início. C o n tan to que o b ed e ç a m o s à P a la v ra de D eus e fiq u em o s abertos ao m o v e r do E sp írito S an to , d e sfru ta re m o s d a m a n ife sta ç ã o ou d o n s do E sp írito S an to em n o sso s c u lto s de ad oração. Q ue n u n ca deix em o s de m a n te r d ian te de nós as p alav ras de 1 T essalo n icen ses 5: “N ão extin g ais o E sp írito . N ão d e sp rezeis as p ro fecias. E x am in ai tudo. R eten d e o b e m ” (vv. 19-21). O ap ó sto lo P au lo , em 1 C o ríntios 14, nos p ro p o rc io n a ensin am en to s v itais co n c e rn e n tes às m a n ife sta çõ es em no sso s cu ltos de adoração: 1. T udo o q u e d izem o s e fazem os, e q u alq u e r m an ifestação do E spírito, d ev e m ser p a ra a ed ific a ção da ig re ja (v. 26). 2. O d o m d a p ro fe c ia é d e v a sta u tilid ad e, p o rq u e é a ex p ressão v o cal in sp ira d a pelo E sp írito em u m id io m a no qu al todos os reu n id o s enten d em . P o rtan to , d eseje p ro fe tiz a r (vv. 1,3). 3. O d o m de lín g u as é valioso. N u n c a p ro íb a fa lar em línguas. P aulo u su fru ía d esse d o m m ais q u e q u a lq u e r o u tra p e sso a da ig reja (vv. 18,39). 4. M as a ú n ic a m a n e ira p a ra as lín g u as ed ific a rem to d o o co rp o é q u an d o são in terp retad as. P o rtan to , se você u sa o dom n a igreja, ore p a r a in te r p r e ta r . N ã o h á d ú v id a d e q u e P a u lo u s a v a o d o m re se rv a d a m en te p a ra seu g ran d e pro v eito , p elo que dev em o s im itálo (vv. 13,27,28). 5. A p ro fe c ia co m o d e sc rita no N o v o T estam en to e a p ro fe c ia dos p ro fe ta s do A n tig o T estam en to não são da m e sm a c a teg o ria; as p ro fe c ia s fa la d a s n a c o n g re g a ç ã o b e m co m o as m e n sa g e n s em lín g u as d ev em ser ju lg a d a s p e la ig reja (v. 29). N ão são equiv alen tes às S ag rad as E sc ritu ra s (v. 37). 6. Q u an d o os d o n s são u sad o s co rretam en te, p o d em o s c o n ta r com o c e r to q u e a s p e s s o a s s e r ã o c o n v e n c id a s d o s s e u s p e c a d o s , rec o n h e c en d o a p re se n ç a de D eus e en treg an d o o coração p ara Jesus (v. 25). 7. O s re g u la m e n to s dados p elo ap ó sto lo acerca dos dons e sp iritu ais v isa v a m p re v e n ir o uso ex cessiv o e fo rn e c e r eq u ilíb rio no culto de ad o ração (vv. 29,30).
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO D e m o n s t r a ç õ e s P e n t e c o s t a is
Os c u lto s d e a d o ra ç ã o p e n te c o s ta l tê m sid o r e c o n h e c id o s p e la s d e m o n s t r a ç õ e s f í s i c a s . M a s e la s s e m p r e tê m d e a p r e s e n t a r - s e esp o n tan eam en te, e m re sp o sta ao m o v e r p o d ero so do E sp írito S anto no culto. E n q u an to os cren tes b u sc a m a D eus em v o lta do altar, têm o corrido ex p eriên cias co m o cair p ro stra d o d ian te do Senhor, fo rte ch oro e cop io sas lá g r im a s , r i r n o E s p ír i t o , p u la r o u c o r r e r n o E s p ír ito e tc . E s s a s dem o n straçõ es n u n c a fo ra m p la n e ja d a s o u p ro g ram ad as. T odavia, v em to rn an d o -se p a d rã o em tem p o s m ais recen tes. O c u lto d e a d o r a ç ã o p e n t e c o s t a l te m p l e n a l i b e r d a d e p a r a dem o n straçõ es físicas d en tro d os lim ites d a P alav ra de D eus, d en tro dos qu ais o líd e r de a d o ração é re sp o n sá v e l em m an ter a co n g reg ação . D a m e sm a m a n e ira q u e p re c isa m o s de e q u ilíb rio no E sp írito p a ra m an ter-n o s afastad o s dos ex cesso s, m ais ain d a p re c isam o s de eq u ilíb rio n a carn e ou n o físico. N as re u n iõ e s p en te c o sta is sem p re h á o p e rig o de as p essoas p erm itire m q u e seu zelo d escam b e p a ra a carn alid ad e. E sem p re ex iste o p e rig o de to rn a re m -se im ita d o re s d e p rá tic a s ex trem a s. O s líd eres da a d o ração p e n te c o sta l d ev em sem p re e sta r p re ca v id o s c o n tra as m odas p a ssag eiras d itad as p ela em o ção , as q u ais n o rm alm en te ch eg am ao fim q u an d o a e x citação acaba. E m ú ltim a in stân cia, a ig re ja p e n te c o sta l d e v e ju lg a r su a ad o ração pelo q u e e stá aco n tecen d o in te rio rm e n te , e n ão p elo q u e o co rre ex terio rm en te. Jesu s n os fa lo u q u e a v in d a do E sp írito S anto sig n ificaria que aq u E le que tin h a estad o co n o sco ag o ra e sta ria em nós (Jo 14.17). É o g ran d io so p o d er p e n te c o sta l em ação em nós q u e to rn a rá n o ssa ad o ração sig n ific ativ a e eficaz. N o te m ais u m a v ez que, q u an d o P au lo d escrev e o p o d e r de u m culto de ad o ração p en te c o sta l (1 C o 14.25), não é a d e m o n stra ção físic a de a lg u é m c a in d o d e ro s to e m te r r a q u e é o ite m e s s e n c ia l; m a s, é o r e c o n h e c im e n to d a p r e s e n ç a d e D e u s , o r e c o n h e c im e n to d e u m a n e c e ssid a d e in te rio r e a ad o ração a D eu s. É e sse n cia l q u e m a n ten h am o s o e n fo q u e e o eq u ilíb rio co rreto s em n o sso culto de ado ração , de fo rm a que a v o n ta d e de D eu s, m e d ia n te o E sp írito S anto, n u n ca seja im p ed id a p ela in tru são im p ró p ria do elem en to hum an o . “ ‘A d o ra r’, d isse W illiam T em ple, arceb isp o d a C an tu ária, d e 1942 a 1944, ‘é estim u lar a co n sciên cia p e la san tid ad e d e D eus, alim en tar a m ente c o m a v e rd a d e d e D eu s, p u rg a r a im ag in a ç ão p e la b elez a de D eus, ab rir o co ração ao a m o r de D eu s e d e d ic a r a v o n tad e aos p ro p ó sito s de D e u s’” .12 P a ra q u e ta l a c o n te ç a será n e c e ssá rio m ais que p ro sse g u ir no s c u lto s co m u n s re a liz a d o s n a ig re ja de h oje. E sse tipo d e ad o ração só o co rre em u m cu lto de ad o ração p en teco stal o n d e a P ala v ra de D eu s é h o n ra d a e p re g a d a e m su a to ta lid a d e , o n d e se p e rm ite q u e o E s p írito d e D e u s su p e rin te n d a a re u n iã o e o n d e o p o v o de D eus seja a b erto e o b ed ien te p a ra o u v ir o que o E sp írito diz às ig re ja s (cf. A p 2 e 3).
594 O PASTOR PENTECOSTAL
Antes de Subir ao Púlpito: A Preparação do sermão H. Maurice Lednicky
erm ões pod ero so s e eficazes são m andatos de todo aquele que entrega a P a la v ra de D eu s. M as tais serm ões n ão ap a re cem m isterio sam e n te d o nad a. N e m m esm o a ap tid ão p esso al g aran te p re g aç ão dinâm ica. G ra n d e s p re g a d o re s d a B íb lia estã o c o m p ro m e tid o s c o m o p rin c íp io fu n d a m e n ta l de que só a P a la v ra de D eus é a b ase p ara tu d o o que diz re sp e ito ao n a sc im e n to esp iritu al, d e sen v o lv im e n to e v id a em C risto. “A fé é p e lo ouvir, e o o u v ir p e la p ala v ra d e D e u s” (R m 10.17). A hom ilética, ou arte de p rep arar serm ões, é im portante para o m inistro que q u er q u e sua m en sag em (1) esteja bib licam en te correta, (2) en fatize a v erd ad e com u m a aplicação pertinente e (3) seja apresentada de m aneira clara e co m preensível. O tem po gasto no estudo e preparação confere ao m inistro a confiança p ara falar com a autoridade dada p o r D eus. O s “especiais de sábado à n o ite” (m in h a classificação p articu lar sobre p rep aração de serm ões de ú ltim a h ora) quase n u n ca têm a qualidade ou p ro fu ndidade para gerar respostas transform adoras de vid a nos corações e m entes dos ouvintes. “Q uanto m ais tem po você está no m inistério, m aiores esforços disciplinados serão necessário s p a ra p reg ar co m fresco r e vitalidade” .1 D e p o is q u e certo p re g a d o r e sp ecia lm en te e n tu siá stic o en treg o u sua m e n sa g e m , u m a irm ã e s ta v a c o n ta n d o à a m ig a so b re a m a ra v ilh o sa p re g a ç ã o q u e ou v ira. A o u tra irm ã, m u ito in teressad a, quis sab er so b re o te m a d a m en sag em . D ep o is de v árias ten tativ as p a ra re c o rd a r o assu n to do p reg ad o r, e la disse: “N ão m e lem b ro do que ele disse, m as re alm e n te g o stei d o m o d o co m o ele d isse” . O e n tu siasm o é q u a lid a d e ex ce len te p a ra p reg ad o res, m as n ão d ev e ser c o n fu n d id o n e m co m a u n ção do E sp írito S an to n em c o m a g a ra n tia da v e rd ad e b íblica. T o d o p re g a d o r d e v e tira r p ro v e ito d e q u a lq u e r o p o rtu n id a d e p a ra m e lh o ra r suas h a b ilid a d e s de p reg ação . H á ex celen tes vo lu m es sobre esse assu n to escrito s p o r au to res d iv erso s. C o m o q u a lq u er o u tra d isc ip lin a da vida, e sfo rç o d ilig e n te é c o n sta n tem en te re q u e rid o daq u eles que d e seja m um m in isté rio de p ú lp ito fru tífero . É no iso la m en to de e sta r a sós co m D e u s e su a P a la v ra q u e a “m e n sa g e m ” a lca n ç a o coração . A p rep a ra ção
S
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO para a ap re se n ta çã o p ú b lic a n ão é o u tra c o isa senão o p asso tran sitiv o do quarto de o ração p a ra o p ú lp ito . A lguns e lem en to s im p o rtan tes, d ig n o s de co n sid eraç ão n a p re p aração reg u lar d e serm õ es, são m e n cio n áv eis aqui. O b v iam en te, não se tra ta de lista exau stiv a. E sp eram o s q u e alg u m as id éias v e n h am a g erm in ar e ajudálo a m a x im iz a r suas c a p a c id ad e s dad as p o r D eus p a ra “ [m anejar] b em a p alav ra d a v e rd a d e ” (2 T m 2.15).
Esteja E spiritualm ente Preparado E m b o ra o significado da p rep aração espiritual p esso al para o m inistério te n h a sid o a d e q u a d a m e n te a b o rd a d o n a U n id a d e 1, e la n ã o p o d e ser subestim ad a. Se falam o s só d a b o c a p a ra fo ra p ara serm os h o m en s de D eus, é d e p o u c a m o n ta o q u ão c u id a d o sa m e n te ten h am sido ag u çad as as h ab ilid ad es técn icas. P re g a r não é p ro d u to de alg u m as p o u cas horas de estu d o p o r sem an a; é o flu x o de u m a v id a in te ira de re lacio n am en to com C risto. E n o q u arto secreto co m E le q u e rec eb e m o s a v erd ad e e m nosso esp írito e m en te. A li o E sp írito S an to ilu m in a a P alav ra. C o m p reen são a d eq u ad a d a re le v â n c ia b íb lic a p a ra as n ecessid ad es c o n tem p o rân eas deve e sta r no âm ag o d e to d a m en sag em . Só en tão os p rin cíp io s p o d e m ser ap licad o s no v iv e r diário.
E ntenda a Passagem Bíblica P rim eiro , v isu alize o q u ad ro geral, q u e r dizer, to d a a P a lav ra de D eus. D ep o is, c o n c e n tre -se em u m a p a ssa g e m e m particular. M esm o assim , é im p o rta n te te r u m a co m p reen são cla ra do c en ário h istó ric o do livro, no q u al a p a ssa g e m e stá in se rid a (ou seja, p a ra q u e m foi escrito , sob que c irc u n stâ n c ias, q u an d o etc.). P o r ex em p lo , P au lo escrev eu a ca rta aos cren tes de F ilip o s q u ando e sta v a n a p risã o e m R om a. E ssa fo i u m a das ig rejas que ele fu n d o u em sua seg u n d a viag em m issio n ária. A in d a que não se tratasse de co n gregação rica, seus m em b ro s tin h a m co n trib u íd o co m am o r e sacrifício p a ra p ro v e r a su b sistê n c ia d o ap ó sto lo . R e sp o n d e n d o à g e n e ro sid a d e d eles, P aulo e sc re v e u -lh es u m a ca rta de a g ra d e c im en to m u ito p e sso a l. Só co m este frag m en to m in ú scu lo de in fo rm ação de p an o de fundo, o tem a d a “a leg ria” e n c o n tra d o no d e c o rre r d a ca rta a g o ra to rn a -se b asta n te sig nificativo. N a so cied ad e d os d ias atu ais, h á g ran d e ên fa se so bre a co n tin u aç ão da ed u cação . P a ra o p o rta -v o z d e D eu s, as d isc ip lin as p artic u lares d a oração e estu d o d ev e m c o n stitu ir u m m o d o d e v id a, com o se fo sse u m cu rso de ed u cação p erm an en te. N ão h á atalhos. O s apó sto lo s enten d eram isto. “N ós p e rse v e ra re m o s n a o ração e n o m in isté rio d a p a la v ra ” (A t 6.4).
Use R ecursos Fidedignos de A juda 1. P rim eira m en te, u tilize a p ró p ria B íb lia com o recurso. In v e stig u e p a ssa g e n s re la c io n a d as ao lo n g o das E sc ritu ras q u e fa le m so bre o texto (assunto) sob consideração. M uitas B íblias de estudo (por exem plo, a B íblia de R e fe rê n c ia T h o m p so n , co m v e rsícu lo s e m cad e ia tem ática) são úteis n a co n ex ão de v ersícu lo s p ertin en tes. U m a ex au stiv a co n c o rd ân c ia b íb lica
596 O PASTOR PENTECOSTAL o ferece aju d a im e d ia ta e co n fiável. P ro g ram as de co m p u ta d o r disponíveis no m ercad o p ro m o v e m u m a su p era b u n d â n cia de p o ssib ilid ad es para o estu d o das E scritu ras. 2. O uso de várias trad u çõ es p o d e ser valioso. A m aio ria dos pregadores te m p re fe rê n cia p e sso a l p o r certa trad u ção p a ra uso no p úlpito. C ontudo, u m a das m an eiras m ais fáceis de g an h a r p ersp ec tiv a m ais abran g en te de d e te rm in a d o tex to b íb lico é e x am in ar v árias trad u çõ es sim u ltaneam ente. E n tre as m ais co m u m en te co n h ecid as e lidas p elo s crentes b rasileiro s in c lu e m -se a B íb lia de A lm e id a R ev ista e C o rrig id a (A R C ), a B íb lia de A lm e id a R e v ista e C o rrig id a, E d ição de 1995 (R C , v ersão u tilizad a n este liv ro ), a B íb lia de A lm e id a R e v ista e A tu aliza d a (A R A ), a B íb lia V iva (p aráfrase), a B íb lia n a L in g u a g e m de H o je (paráfrase) e a N o v a V ersão In tern acio n al (N V I, apenas o N ovo T estam ento em português). O estudante sério logo lo calizará v árias o utras versões m en o s conh ecid as que o ferecem d isc e rn im e n to s a d icio n ais d as E scrituras. U m a p a la v ra de p recau ção : o uso das p alav ras m u d a d e geração em g eração . U m a trad u ção e sp e c ífic a n u n c a deve ser u sad a p ara d efe n d er d eterm in ad a p o sição q u e não con co rd e co m o en sin o global das E scrituras. L e v a n d o -se em co n ta n o ssa co m p re en são da au to rid ad e bíb lica, p arece d e s n e c e s s á rio a d v e rtir o m in is tro p a ra n ã o c o m p ro m e te r a v e rd a d e p ro p o sic io n a l da P a la v ra in sp irad a de D eus. 3. Volum es com e stu d o d e p a la v ra s são n u m ero so s e m u ita s vezes prop o rcio n a m d iscernim entos adicionais acerca do significado de pa la vra s e textos. A in d a q u e o m in istro não tenha tido o p riv ilég io de a p re n d er os id io m as b íb lico s, co m u m p o u co de d ilig ên c ia gran d es v e rd ad es p o d e m ser d esco b ertas. Isso é fa sc in a n te e to rn a-se fa scin a n te c aça ao tesouro. O in v e stim e n to de tem p o aqui irá, no m ín im o , co n trib u ir p a ra p ro fu n d as in sp ira ç õ e s p a ra o en riq u e c im e n to p e sso a l do pregador. 4. O s c o m e n tá r io s n a m a io r ia d a s v e z e s c o m p ila m s e r m õ e s e p en sa m e n to s de d iverso s autores. A o ex am in ar vários escritores é possível e n c o n tra r a lg u m a c e n te lh a de in sp ira ç ã o . C o n tu d o , é p ru d e n te e v ita r d e p e n d e r m u ito d a in sp ira ç ã o dos outros. U m a b ib lio te c a p esso al é u m dos m ais v aliosos recu rso s do pregador. M esm o co m lim itad as fin an ças, o d ed icad o servo do S en h o r d e sco b rirá m e io s d e a m p l i a r a s f o n te s q u e p r o p o r c i o n a m m a is p r o f u n d o d is c e rn im e n to . L iv ro s de q u a lid a d e são in v e s tim e n to s in e stim á v e is. C o stu m a-se d izer q u e a p e sso a que n u n c a faz citaçõ es n u n ca será citada. T alvez até de m a io r im p o rtâ n c ia é que, p o r m eio do estu d o cu id ad o so da P alav ra e dos escritos daq u eles que p resta m p len a au to ridade às E scrituras, o m in istro q u ase sem p re e v ita rá ser p eg o p o r n o v id ad es p a ssa g eiras ou falsas d o utrinas. C om tantas vozes co ntraditórias em m inistérios altam ente p ro e m in e n te s, é ab so lu tam en te im p erativ o que ten h am o s co m p reen são c la ra do que p reg am o s. Q ue in cu m b ê n c ia sag rad a foi d a d a àqueles cu ja v o cação é o p úlpito!
E scolha as Ilustrações C uidadosam ente O p ro p ó sito da ilu stra ç ã o é traz er a v erd ad e e sp iritu al p a ra a aren a da v id a diária. Jesu s e ra m estre em u sar ilu straçõ es. P a ra p esso as cujas vidas
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO re v o lv iam ao re d o r da ag ricu ltu ra, E le falo u de sem ead o r e sem ente, de ovelhas e pastores, de trigo e jo io . P or quê? Porque assim as pessoas podiam co m p re e n d e r o p rin cíp io m ais su p rem o qu e, de o u tra form a, p o d eria terlhes escap ad o . A p rim e ira co n sid e ra ç ão é q u e a ilu stra ç ão d ev e ser ap ro p riad a. D eve ser ap ro p ria d a p a ra o p ú lp ito , p a ra a o casião e p a ra a audiência. T am bém tem de serv ir p a ra re a lç a r a v e rd a d e b íb lic a ap resen tad a, ou c o rre-se o ris c o d e se r v is ta a p e n a s c o m o e x p e d ie n te p a ra “ e n c h e r lin g ü iç a ” . Ilu straçõ es p esso ais u sad as co m h u m ild a d e são de m uito eficiên cia. O s o u v in te s se id e n tif ic a m c o m o p re g a d o r, p o is m u ito s p a s s a m p o r ex p eriên cias sem elh an tes. O h u m o r é recu rso freq ü en te pai a en fatizar um ponto. E ntretanto, devese ser sen sív el aos sen tim en to s das p esso as, de fo rm a q u e o h u m o r não seja ofen siv o . T alvez o h u m o r re c a ta d o seja a esc o lh a m ais segura. S er c ap az de rir de si m esm o q u ase sem p re au m e n ta o nível d e ap reciação què as p esso a s tê m de você.
D eterm ine o Estilo Apropriado para a O casião E x iste m várias d efin içõ es que id en tificam o “tip o ” do serm ão. A m aio r parte dos serm ões te m sido classificad a de m odo geral com o serm ão tópico, te x tu a l e ex p o sitiv o . E m seu c lá ssic o so b re p rep aração de serm õ es, The M a k in g o f the S e rm o n ( O P rep a ro d o S e rm ã o ), T. H a rw o o d P a ttiso n fo rn ece e sta d efin ição sim ples: “O serm ão tem ático , no q u al o te m a é e sp e c ia lm e n te p ro e m in e n te ; o serm ão tex tu al, no qual m ais co n sid eração é d a d a às p alav ras do tex to ; e o serm ão ex p o sitiv o , no q ual, p o r v ia de re g ra , u m a p o rç ã o m ais lo n g a d a B íb lia é to m a d a c o m o b a se p a ra o d isc u rso ” .2 A p reg ação ex p o sitiv a é p referív el p a ra o p a sto r que fala rep etidam ente p a ra a m e sm a a u d iê n c ia e d u ran te u m p e río d o de tem p o extenso. Isso g a ra n te q u e a m e n sa g e m fiq u e v e rd a d e iram e n te cen trad a n a P ala v ra e que h a ja u m a p ro g re ssã o siste m á tic a n a p reg ação de “todo con selh o de D e u s” . A lg u n s estu d io so s p ersistem in sisten tem en te na pregação ex p o sitiv a com o ú n ica m a n e ira v á lid a de c o m u n ic a r a P a la v ra de D eus. C o m isso ten h o de d is c o rd a r v ig o ro sa m e n te . O u tro s e stilo s tê m v a lo r e sp e c ífic o e ap elo sin g u lar p a ra o casiõ es várias. P o r exem plo, ao ap resen tar u m a série de m ensagens sobre um problem a p a rtic u la r d a s o c ie d a d e (p o r e x e m p lo , o d e sa rra n jo d a fa m ília ), u m a ab o rd ag em te m á tic a p a ra ca d a seg m en to do assu n to p o d e ser bastan te eficaz. V ariedade, in c lu in d o se rm õ e s ilu stra tiv o s e o u tras ab o rd a g en s criativ as (p a rtic ip a çã o d a au d iên cia, u so de áudio ou v íd eo ), p o d e g an h ar o u v id o aten to de u m a cu ltu ra m u ito d iscrim in ad o ra.
O rganize Seus Pensam entos A p rim e ira p rio rid a d e é ela b o ra r u m a d eclaração d a tese. O que você q u e r tra n sm itir? R e d u z a p a ra u m a ou d uas frases. Se v o cê lesse o texto b íb lic o , d e c la r a s s e o te m a d a m e n s a g e m e, d e p o is , se s e n ta s s e , a co n g reg ação c o n seg u iria id en tificar de m a n e ira ó b v ia a verdade prin cip al?
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O PASTOR PENTECOSTAL M u ito ra ra m e n te a a b o rd a g e m “in d isc rim in a d a ” serve p a ra o pro p ó sito do m en sag eiro . A n tes d e c o m e ça r um esboço, v e ja a conclusão! D ep o is, selecio n e os su b tem as ou po n to s da m en sag em . A in d a que te n h a sido p rá tic a b astan te co m u m que os serm ões d e v am ter não m ais q u e dois o u três p o n to s p rin c ip a is, é certo que não se tra ta de reg ra ríg id a e in flex ív el. N a p reg ação ex p o sitiv a o p ró p rio tex to d ete rm in a o n úm ero de su b tem as a ser co n sid erad o . A in d iv id u alid ad e, a m a tu rid a d e b íb lica d a au d iên cia, a v erd ad e a ser en fatiz ad a, o tem p o d isp o n ív el e o con tex to d a reu n ião (p o r ex em p lo , cu lto de senhoras, cu lto d a m o cid ad e) d ev em to d o s ser fato rad o s ao se d e term in a r o co n teú d o org an izacio n al. C a d a um dos p o n to s, q u e co n stitu i as p artes p rin cip ais do esboço, deve g o v e rn a r a m a té ria in c lu sa sob o p onto. P orém , o serm ão in teiro deve e sta r in ter-relacio n ad o , cad a p o n to sucessiv o sendo co n stru íd o sobre o p rév io e, seq ü en cialm en te, m o v en do-se em direção d a conclusão desejada. A o fo rm ar o esboço co m cuidado, o preg ad o r evita a arm adilha d a repetição d e sn e c e ssá ria e das v ag u e a ç õ es sem ru m o do assunto. A lg u ém b rincou, d izen d o q u e o p ro b le m a co m os p reg a d o res p en teco stais é que eles to m am u m tex to e saem dele! Se o m in istro m a n tiv e r d isc ip lin a ríg id a p a ra p e rm a n e cer dentro do assu n to e m seu estu d o , n u n c a p re c isa rá p reo c u p ar-se co m d isp ersõ es no p ú lp ito . T enho de fa z e r u m a p a u sa aqui. N ão se tra ta de servidão asfix ian te a u m p ro c e sso m ecân ico . A m en sag e m , n ão o m éto d o , d ev e e m ú ltim a in stâ n c ia in flu e n c ia r o o u v in te p ara se o rien ta r em d ireção a D eus. N ão obstante, quan to m ais p rep arad o estiver o h o m em de D eus, m enos parecerá e sta r u san d o “a arm a d u ra d e S au l” . À m e d id a q u e o p re g a d o r se sen te à vontade, o nível de com unicação com a audiência m elhora dram aticam ente. T odo p re g a d o r u n g id o p elo E sp írito te m d e sfru tad o d a e x p e riên c ia e n riq u e c e d o ra de, so b a d ire ç ã o do E s p írito , d iv a g a r d e u m e sb o ç o p re v ia m e n te p rep arad o . E m u itas v ezes o ram o s p a ra ser can ais abertos das b ê n ç ã o s d iv in as. Isso é, de fato , m arav ilh o so , m as m u ito d iferen te do p re g a d o r que te n ta m a n ip u la r a co n g reg a ção de ad o rad o res sim p lesm en te p o rq u e n ão e stá p re p a ra d o p a ra m in istra r a P alavra. A lg u n s p re fe re m p re g a r u san d o u m m an u scrito ; o u tros p rep a ra m um esb o ço detalhado; ain d a outros em p reg am apenas breves com entários. U ns p o u c o s talen to so s c o n se g u e m p re g a r c o m p o d er se m a aju d a de q u a lq u er a n o tação . M ais u m a vez, a h ab ilid a d e e a p re fe rê n cia p esso a is d ev em ser o g u ia . O p o n to p rin c ip a l é u s a r q u a is q u e r m e io s n e c e s s á rio s p a ra e fe tiv a m e n te c o m u n ic a r n o púlpito. E m P rincipies f o r P reachers (P rincípios p a ra P regadores), Jesse M oon su g ere q u e as an o taçõ es do p reg ad o r d ev em ser co m p re en siv a s o b astan te p a ra ter: 1. 2. 3. 4.
O títu lo ou assunto. A re fe rê n c ia ou tex to bíblico. A p ro p o sta. U m a se n ten ça tra n sitiv a p a ra p a ssa r da in tro d u ç ão p ara o co rpo da preg ação . 5. D iv isõ es p rin c ip a is e su b d ivisões. 6. S en ten ças tra n sitiv a s de u m a d iv isão p rin c ip a l p a ra a próxim a.
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO 7. U m re su m o final. 8. U m a a p licação final. 9. U m a d eclaração de convite. 10. U m a re fe rê n c ia a um h in o ap ro p riad o p a ra o ap elo .3
Arquive o Produto Acabado V ocê v ai q u e re r m a n te r u m re g istro do q u e p reg o u , com o tam b ém q u an d o e o n d e foi preg ad o . In c id e n ta lm e n te, acho útil co lo c ar no esboço do serm ão o seguinte: data, lo cal e razão e sp ec ífica do culto. D epois, g u a rd o u m a có p ia im p re ssa b e m co m o u m arq uivo no com putador. (U m co rre to r de seg u ro s su g eriu qu e, a lé m disso, eu os g u a rd a sse em locais d iferen tes n o caso de in cên d io , ro u b o o u v an d alism o .) C o m u m sistem a de arquivam ento apropriado, é fácil e proveitoso revisar e avaliar os padrões d e p re g a ç ã o . C ita ç õ e s d e e s b o ç o s p ré v io s p o d e m se r b a s ta n te esclareced o ras. A d em ais, seg m en to s de d eterm in ad o estudo (por exem plo, escato lo g ia, p e rso n a g e n s b íb lic o s) p o d e m ser p ro v eito so s e m m en sag en s futu ras q u e co n te n h a m re fe rê n cia s ou ilu straçõ es b íb licas p rev iam en te estu d a d a s a fundo. A p re p a ra çã o do serm ão n ão é ta re fa de alg u m as horas p o r sem ana. É o co m p ro m isso de u m a v id a in teira. O h o m em ch am ado p o r D eus e ungido p e lo E s p írito n ã o te m m a io r p riv ilé g io o u re s p o n s a b ilid a d e do q u e p ro c la m a r a v e rd a d e etern a. S e o p re g a d o r d eseja en tre g ar a m en sag em ú n ica de red en ção e e sp e ra n ç a à h u m a n id a d e d ep rav ad a, sem d ú v id a vale a p e n a desp en d er seus m elh o res esforços. N u n c a assu m a o lu gar ao púlpito sem estar preparado. Só a hábil prep aração do serm ão em si não faz grandes p reg ad o res... m as c o m c e rte z a ajuda!
A Chamada ao Altar e o Compromisso Congregacional David Cawston
endo n ascid o em fa m ília de m issio n ário s cristãos cheios do E sp írito , eu s e n tia q u e a “ h e r a n ç a f a m i li a r ” q u a lif ic a v a - m e p a r a u m re la c io n a m en to p e sso a l co m D eus. M al m e d av a co n ta de que um d ia eu te ria de to m a r a d ecisão de c o n v id a r Jesus C risto p a ra en trar em
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600 O PASTOR PENTECOSTAL m eu coração. C resci n os b an co s da fre n te de u m a igreja, o u vindo centenas de p re g a ç õ e s de m eu pai. P o d ia lem b rar-m e de m u itas de suas ilu straçõ es eficien tes, e tin h a -o v isto fa z e r vário s ap elo s p a ra ace itar Jesus. C o m o a m a io ria d o s filh o s d e p re g a d o re s , ju lg a v a q u e ta is c o n v ite s fo sse m destin ad o s p ara todo o m undo, m enos para m im . A final de contas, eu nunca tin h a feito q u a lq u e r co isa q u e se q u alific asse com o ru im aos olhos das p esso as. C o m p arad o c o m m u ito s dos m eus am ig o s, m eus pecad o s não p a re c ia m a ssim tão sérios. M ais tarde n a vida, ap ren d i que tem de cheg ar o m o m en to em qu e D eus to rn a real nas p esso as a n ecessid ad e de salvação. M in h a e x p e riê n c ia de c o n v ersão o c o rreu na ocasião m ais incom um . C o m 13 anos de id ad e, eu p a rticip a v a de u m a de n o ssas c o n ferên cias denom in acio n ais. N a co nclusão do culto d a noite em u m estádio de futebol, o p re g a d o r fez o c o n v ite p a ra as p esso as re c e b e re m Jesus C risto com o S e n h o r e Salvador. O p o d e r co n v in ce n te do E sp írito S anto era tão in ten so em m im , que eu m e se n tia co m o o p io r p ec ad o r sobre a face da terra. Q u an d o p ed iu q u e os in te re ssa d o s lev an tassem a m ão, atendi. Q u an d o o p re g a d o r p asso u p a ra a seg u n d a fase de sua c h a m a d a ao altar, co nvidou to d o s os que tin h a m le v a n ta d o a m ão a irem p ara a frente. L em b ro -m e de h a v e r p en sad o : O que d irã o m eus p a is? E les p e n sa m que sou crente! Foi ju sta m e n te aí q u e se ap ro x im o u u m sen h o r que estav a sentado atrás de m im , c o lo co u a m ão em m eu o m b ro e disse: “F ilh o , se v o cê q u ise r ir para a fren te eu irei c o m v o c ê ” . F o i com o se um a re p re sa tiv e sse rom pido. C h o r e i c o p io s a m e n te e n q u a n to m e d ir ig ia ao a lta r, re s p o n d e n d o p esso alm en te à ch a m a d a do E sp írito S anto p ara co n v id ar Jesus C risto para en trar em m in h a vida. P ara m in h a grande surpresa, m eus pais m e disseram que fazia tem po que am bos estavam esperando que eu tom asse essa decisão. D esd e então, sem p re ten h o a cred itad o n a im p o rtân cia de fa zer apelos de salv ação em Jesus. A ssu m i o co m p ro m isso em m eu m in istério de faze r u m a c h a m a d a ao altar e m todos os cultos, ach asse ou não conv en ien te. N u n c a d eix o de fic a r ad m irad o ao c o n statar que p o u co im p o rta so b re o q u e eu te n h a p re g a d o , alg u ém n a co n g reg a ção sem p re ace ita Jesus. N ão faz m u ito tem p o e sta v a re u n id o co m m eu c o o rd en ad o r dos o b reiro s do altar antes de um cu lto d o m in ical m atutino. Q u ando ele soube que n a q u ela m a n h ã eu ia p re g a r ac e rc a de d ízim os, o lh o u -m e esp antado. D isse-lhe: “Jo h n , v eja se n o fim do cu lto não h av e rá m u itas ou até m ais p essoas salvas h o je ” . A o térm in o do cu lto d a m an h ã, 18 p esso a s tin h a m assum ido o co m p ro m isso de seg u ir a Jesu s C risto. C h am ad as ao altar são n ad a m ais q u e p e rm itir que D eu s co m p lete o que E le tem feito nos co raçõ es das p esso as. N ão faz n e n h u m a d ife ren ç a so bre qual ten h a sido o tem a do serm ão , o E sp írito S an to e stá p re se n te e re aliz an d o sua obra. C erta feita, eu p a sto re a v a u m a g ran d e ig reja que todos os anos fazia um a ex trao rd in ária pro d u ção de N atal no cen tro de execu çõ es artísticas de no ssa co m u n id ad e. O s in g resso s cu stav a m 15 dó lares p o r p e sso a e eram to ta lm e n te v en d id o s p a ra as cinco ap resen taçõ es p a ra 15 m il p essoas. Q u a n d o a ssu m i o p a sto ra d o d a ig re ja , p e rc e b i que os in te g ra n te s da lid e ra n ç a do m u sical h e sita v a m em in c lu ir no p ro g ra m a a lg u m tip o de o p o rtu n id ad e p a ra as p esso a s d ec id ire m p o r Jesus. A ra cio n a lizaçã o que fa z ia m e ra q u e essas p esso a s tin h a m p ag o p a ra a ssistir à p ro d u ç ã o e, po rta n to , u m co n v ite p o d e ria o fe n d e r e afu g en tar o pú b lico . M as então
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO
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qual o p ro p ó sito de u m m u sical de N atal, se não co n clu ísse m o s co m um c o n v ite p e sso a l p a ra as p esso a s re c e b e re m ao Jesus do N atal? In fo rm e i a to d a s as p a rte s q u e , p e rto d o té rm in o d a a p re s e n ta ç ã o , e u ir ia d a r o p o rtu n id a d e p a ra as p esso a s ac e ita rem Jesus C risto com o Salvador. P ara surpresa de todos, m ais de trezentas pesso as convidaram J e s u s p a r a e n tr a r e m s u a s v id a s d u r a n te a q u e la s ----------------------------------ap resen taçõ es. O co n v ite to rn o u -se p arte in teg ra n te da p ro d u ç ã o an u al e n u n c a a feto u d e sfa v o ra v e lm en te a fre q ü ê n c ia n os anos q u e se seguiram . S e Je su s é o C a b e ç a d a Ig reja, v am o s d ar-lhe seu lu g a r le g ítim o ao d a r ao E sp írito S an to a o p o rtu n id ad e d e a tr a ir as p e s s o a s p a r a E le . S e v o c ê a s s u m ir o c o m p r o m is s o d e f a z e r c h a m a d a s ao a lta r , D e u s re c o m p e n sa rá su a fé c o m p esso a s p a ra resp o n d erem . E m c e rta ig re ja q u e p a sto re e i, os altares tin h am sido re m o v id o s. E u os re c o lo q u e i e an u n c ie i aos m em b ro s do co rp o m in iste ria l q u e eu fa ria ap elo s p a ra as p esso as a c e ita rem Jesu s ao térm in o de to d o s os cu ltos. A reação deles foi de su rp resa. D isseram : “Já faz m u ito tem po ___________________ j j qu e n in g u é m te m a ceitad o Jesu s em n o sso s a ltare s” . G aran ti-lh es q u e co m o tem p o as pesso as responderiam , se c o n tin u á sse m o s a d ar-lh es o p o rtu n id ad e. N o p razo de ap enas algum as sem an as as p esso a s c o m e ç a ram a v ir p a ra o altar p a ra re c e b e re m Jesus C risto , e a ig re ja co m eço u a crescer. A s p esso as p assaram a c o n v id ar seus a m ig o s e v iz in h o s p a ra ir à ig re ja , p o rq u e p e rc e b e ra m q u e n ó s lhes ajudaríam os a g an h ar essas pesso as para Jesus fazendo um apelo ao térm ino de to d o culto. A c h a m a d a ao altar p e rm ite que o E sp írito S anto re aliz e sua o b ra de c o n v e n c e r as p esso a s d o p e c a d o e de atraí-las p a ra o p erd ão p o r Jesu s C risto . E le faz p a rc e ria co n o sco q u an d o lh e d am os o p o rtu n id ad e, e to d o s os dias a c re sc en ta v a o S e n h o r à ig re ja aqueles que se h av ia m de salvar.
ii
Assumi o compromisso em meu ministério de fazer uma chamada ao altar emtodos os cultos
Pano de Fundo Bíblico do A ltar O s altares d o A n tig o T estam en to e n c e rrav a m g ran d e sig n ificad o , pois eram lu g a re s o n d e as p esso a s tin h a m u m en co n tro p esso al co m D eus. N ão e ra q u e D eu s n ão fa la sse c o m elas e m o u tro s m o m en to s e lu g ares, m as h av ia o casiões específicas nas quais com p ro m issos decisivos eram tom ados e re la c io n a m e n to s d e c o n c e rto e ra m e s ta b e le c id o s , q u a n d o e n tã o se c o n stru ía u m altar. A b rão co n stru iu um altar ao S e n h o r dep ois de h av e r deix ad o sua pátria em U r dos cald eu s (G n 12.7,8). A ssim q u e c h eg a ra à te rra de C anaã, o S e n h o r lh e ap areceu em B etei p a ra fa z e r u m co n certo . O c o n certo foi em re sp o sta à fé de A b rão ao p ô r su a p le n a c o n fian ça em D eus, obed ecen d o o. D eus p ro m eteu d ar a A b rão a terra de C anaã. A brão vo lto u a esse m esm o altar p a ra o u tra v ez en co n trar-se c o m D eus depois de h a v e r feito u m a v iag em m arg in al e c h e ia de aco n tecim en to s ao E gito (G n 13.4). A qui o p rin c íp io q u e se e sta b e le c e é q u e o altar é lu g ar de en co n tro co m D eus. A braão v o lto u ao lu g ar onde D eu s lhe tin h a falado, e m ais u m a vez invocou
602 O PASTOR PENTECOSTAL o n o m e do Senhor. D este p o n to e m d ia n te das E scritu ras, D e u s po d e ser in v o cad o de u m altar. F o i atrav és das ex p eriên c ias do altar que A brão fico u am ig o de D eus. S u a am izad e co m D eu s lev o u -o , no fim das contas, ao a lta r de sacrifício nas m o n tan h as de M o riá, on d e D eus lhe ped iu que o fe re c esse Isaq u e, filh o único. P o d em o s p e rc e b e r o d e se n v o lv im en to do sig n ificad o do altar du ran te tod o s os d ias de M o isés nos altares do tabernáculo. E então que a definição fica m ais nitidam ente exposta, quando o Senhor ordena que M oisés construa dois altares. U m e ra o altar do h o lo cau sto , o n d e as o fertas p elo p ecad o de Isra e l eram ap resen tad as d iariam en te dian te do Senhor. O o u tro era o altar de in cen so , o q ual re p re se n tav a as o raçõ es d e Israel p erm an e n tem en te su b in d o d ian te de D eus. A m bas as im ag en s fala m do p ro p ó sito do lu gar sep arad o co m o altar e m n o ssas ig rejas de h oje. E sse é o lu g a r o n d e as p esso as p o d e m se c h e g a r a D eus p a ra re c e b e r p e rd ão e ap resen tar-se a E le e m u m re la c io n a m en to de co ncerto. T am bém é o lu g a r o n d e elas sem pre p o d e m re n o v a r e sse co n certo atrav és d a co m u n icação contínua. O altar é lu g ar d esignado p ara encontros co m D eus, ----------------------------------e a c h a m a d a ao a lta r d efin e a h o ra do en co n tro . A s p e sso a s p re c isa m se r le v ad a s a to m a r d e c isõ e s e a te m p o s d e r e n o v a ç ã o . T o d o s s o m o s p e r ito s e m p r o c r a s t i n a r r e s o lu ç õ e s . A m e n o s q u e s e ja m o s d e s a f i a d o s a o c o m p r o m is s o , q u e r s e ja p e la s c ircu n stân cias difíceis d a vida, q u er seja p ela lid eran ça u n g id a do E sp írito S anto, te m o s a te n d ê n c ia de a d ia r a fin a liz a ç ão d e n o ssas decisões. Jesu s, em seu ú n ico serm ão co m p leto que tem os d o c u m e n ta d o (M t 5 — 7 ), c o n c lu iu su a s p a la v ra s lev an d o seus ou v in tes a u m m o m en to d e decisão. E le _________________ j j en sin o u q u e só h á u m a p o rta de en trad a no R eino dos C éu s, a qual é d ifícil de ser enco n trad a. D epois, E le ab o rd o u o fato de que so m en te palavras não são im portantes, m as que são as ações que realm en te contam . Finalm ente, Jesus contou a história de dois hom ens que construíram casas, u m so b re a are ia e o o u tro sobre a rocha. Q u an d o as tem p e stad e s de v id a v ieram , a ca sa e d ific a d a sobre a ro c h a foi a ú n ica que p erm an e ceu firm e. A s p esso as têm de e x a m in a r que tipo de c a sa estão co n stru in d o . E h o ra de to m a r u m a d ecisão. E m o u tra o casião (L c 18.18-23), u m jo v e m prín c ip e rico ap ro x im o u -se d e Jesu s e p ed iu p a ra seg u i-lo, m as Jesus d isse-lh e p a ra v e n d er tu d o o que tin h a e d ar o d in h eiro aos p o b res. E ra u m m o m en to de decisão , m as o p rín c ip e a fasto u -se triste, p o rq u e o p re ço era alto dem ais. O ap ó sto lo P ed ro , n a co n c lu são do seu serm ão no D ia de P en teco stes, lev o u seus o u v in tes a u m m o m en to de aceitação ou rejeição. D epois de a n u n c ia r a m o rte e re ssu rre iç ã o de Jesu s C risto e a cap ac itaçã o do E sp írito S anto, P ed ro fez su a c h a m a d a ao altar: “A rrep en d ei-v o s, e ca d a u m de vós seja b atizado e m n o m e de Jesus C risto p ara perdão dos pecados, e recebereis o d o m do E sp írito S anto. P o rq u e a p ro m e ssa vo s diz resp eito a v ós, a v o sso s filh o s e a to d o s os q u e estão longe: a tantos q u an to s D eus, nosso
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Aqui o princípio que se estabelece é que o altar é o lugar de encontro comDeus
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO S enhor, c h a m a r” (A t 2 .3 8 ,3 9 ). E sse é u m dos m ais p o d ero so s apelos para ac e ita r Jesu s q ue ja m a is se fez. H o u v e três m il alm as salvas n a q u ele dia! O ap ó sto lo P au lo d eu seu teste m u n h o d ia n te do rei A g rip a em um a reu n ião p a rtic u la r e co n c lu iu co m u m a ch a m a d a ao altar tão pod ero sa, que A g rip a d isse a P au lo : “P o r p o u c o m e q u eres p e rsu a d ir a que m e faça c ristã o !” (A t 26.28).
Propósitos da Cham ada ao A ltar A c h a m a d a ao a lta r d e v e le v a r as p e s so a s a to m a r u m a d e c isã o . C o lo can d o n a te rm in o lo g ia de v en d as, é p a ra “fe c h a r o n eg ó cio ” . Q ue v e n d e d o r fa ria su a arg u m en tação de v e n d a e, após a a p resen tação , sairia sem te n ta r fa z e r o n eg ó cio ? T o d a v ez q u e o E v an g e lh o é p ro clam ad o , p recisam o s dar o fech am en to , apresen tan d o a op ortunidade para as pessoas ac e ita rem o u re je ita rem a o ferta. P rim eiro , e ssa o p o rtu n id a d e p e rm ite q u e o E sp írito S anto re aliz e sua obra. F alan d o do E sp írito S anto, Jesu s disse: “Q u ando ele vier, co n v en cerá o m u n d o do p ecad o , e da ju stiç a , e do ju íz o ” (Jo 16.8). O D eus E sp írito S anto en tra em p a rc e ria co m v o cê n a apresen tação do E van g elh o , to m an d o re a l nas p esso a s a decisão de v id a ou m o rte ace rc a da salvação. E le fa la ao co ra ç ã o do o u v in te e o co n v e n c e d o p e c a d o e d a n e c e ssid a d e de um Salvador. E in te re s s a n te c o n v e rs a r c o m a q u e le s q u e a te n d e ra m ao ap elo de salv ação q u e h á em C risto Jesu s. N a g ran d e m aio ria das vezes, eles não o u v e m e sp e c ific am e n te o q u e fo i p reg ad o , m as, antes, a ten d eram ao apelo p o r cau sa d a n ecessid ad e q u e sen tem de p erd ão e de ter u m relacionam ento c o m D eu s. A c o n sc iê n c ia d a n ec e ssid a d e de salv ação fo i-lh es p ro v o c ad a p e la co n v icção do E sp írito S anto. C o m o d eclarei anteriorm ente, já preguei sobre m u ito s tem as d iferen tes, m as sem p re h o u v e p esso as que rece b era m a Jesu s. O E sp írito S an to e sta v a atu an d o em su a o b ra de co n v en cim en to e, ao fa z e r o co n v ite, eu e stav a p e rm itin d o -lh e que co m p letasse sua obra. Se acre d ita m o s no p o d e r do E sp írito S an to em atra ir as p esso as p a ra C risto, p recisam o s dar-lh e a o p o rtu n id ad e d e trabalhar, fazendo co m que cheguem a u m m o m en to de d ecisão. Segundo, a ch am ad a ao altar fala ao cren te que D eus está vivo e atuante n a igreja. T o d a v ez q u e fa ç o u m ap elo , m in h a c o n g reg a ção é e n co ra ja d a n o S e n h o r. R e c e n te m e n te , fu i a b o rd a d o p o r u m m e m b ro d e m in h a co n g reg ação , q u e m e c o n to u sobre su a ex p eriên c ia em u m a facu ld ad e b íb lic a d e o u tra d en o m in a ç ã o fu n d a m e n ta l, situ a d a p ró x im a d a nossa. O p ro fesso r, q u e e n sin a v a ev an g elism o , p e rg u n to u aos alunos o n ú m ero de p esso as q u e e ra m salv as em suas re sp e c tiv a s igrejas. D ep o is de vários alu n o s terem in fo rm a d o n ú m ero s m u ito b aix o s de p essoas salvas durante o ú ltim o ano, esse jo v e m m em b ro , su rp reso co m o im p acto m ín im o que as o u tra s ig re ja s c a u sa v a m , in fo rm o u um n ú m e ro de v á rias c e n te n as. O p ro fe sso r e a classe fic a ra m atônitos. O aluno, anim ad o p o r fazer p a rte de u m a ig re ja que e sta v a alc a n ç an d o os p e rd id o s, ex p lico u que em to dos os cu lto s e ra feito u m a ch a m a d a ao altar e as p esso a s v in h am à fren te para re c e b e r a Jesu s C risto . C reio q u e a sig n ific a tiv a d ife ren ç a en tre a n o ssa ig re ja e as d eles é a c h a m a d a ao altar.
604 O PASTOR PENTECOSTAL T erceiro, a c h am ad a ao altar fornece m eios para m uitos crentes ficarem en v o lv id o s no p ro c e sso de n ascim en to esp iritu al e discip u lad o . S em pre ten h o u m a eq u ip e b e m trein ad a de obreiros do altar que tra b alh a m com igo. C a d a in te g ra n te te m a o p o rtu n id ad e de p esso a lm e n te lev a r as p esso as a Jesu s. E le s são altam en te tre in a d o s e m e v an g elism o p esso al e certificam se de q u e to d a p e sso a q u e vai a fren te re c e b a aco n selh a m en to e oração in d iv id u ais. A aleg ria q u e esse m in istério p ro d u z em suas pró p rias vidas espirituais é im ensurável. O toque pessoal tam bém é im portante no princípio do p ro c e sso d e d iscip u lad o . O s ob reiro s do altar estreitam a b re c h a e n tre a id a ao a lta r e a fre q ü ê n c ia e m u m a c lasse d e n o v o s-c o n v e rtid o s, aju d an d o os nov o s crentes a p assarem p a ra o discipulado. O en tu siasm o dos obreiros do altar c o n ta g ia to d a a c o n g re g a ç ã o ! Q u arto , o fato de que a c h a m ad a ao altar é p arte im p o rta n te de cad a cu lto c o n v erg e n o ssa c o n g re g a ção p a ra o p ro p ó sito d a ig reja. C o m m u ita fre q ü ê n c ia as ig rejas caem no n ív el d e ap en as ser o u tra o rg an ização ou c lu b e ao q ual p e rte n c e m o s. E sq u e ce m o -n o s de q u e a m issã o d a ig reja não é p ô r os cren tes à v o n tad e, m as a p erfeiço á-lo s p ara a ob ra do m in istério . O p ro p ó sito d esse m in isté rio é único: co n tin u ar b u sc an d o as p esso as p a ra Jesu s C risto! N o ssa ta re fa n ão está c o m p leta en q u an to to d o o m u n d o não fo r alcan çad o . F a z e r ap elo s re g u la re s p a ra ace itar a Jesu s m a n té m esse p ro p ó sito n o cen tro das aten çõ es. S u a c o n g re g aç ão se u n irá a você na m issão , se v o cê tre in á -la e aju d á-la. A c im a d e n o v en ta p o r cen to daq u eles q u e c o m p a re c em em n o ssa ig re ja v ê m em re su lta d o direto de u m co n v ite p e s s o a l fe ito p o r a lg u é m d a c o n g re g a ç ã o . S e os m e m b ro s d e su a co n g re g a ç ão sab em q u e sem p re se rá fe ito u m co n v ite de salvação, en tão v o cê os e stá ajudando n os esfo rços evangelísticos que depreendem . M uitas vezes, as pesso as m e abo rd am depois do culto, concerto ou evento especial, e m e c o n ta m sobre u m am ig o ou p a re n te que veio c o m eles, p o r q u em estão orando para que seja salvo. T oda cham ada ao altar é um a oportunidade p a ra n o s a sso c ia rm o s c o m o E sp írito S an to n a re a liz a ç ã o d a G ran d e C om issão .
Fornecendo a O portunidade É v italm en te im p o rta n te q u e você c o n clu a to d o serm ão, d iscu rso ou a p re s e n ta ç ã o c o m u m a o p o rtu n id a d e m u ito c la ra e sim p le s p a ra os in d iv íd u o s a c e ita rem a sa lv ação e m C risto. E les p re c isa m sab e r que são p ecad o res, m as q u e isso n ão im p ed e qu e D eus os am e. D e fato, E le sem pre os am o u e d e se ja te r u m re la c io n am en to p esso al c o m eles. É p o r essa razão q u e E le d eu o seu F ilh o Jesu s C risto p a ra m o rrer p o r eles. Jesus C risto pagou o preço dos p ecados deles, e agora cada um deles pode chegarse a D eu s aceitan d o a o b ra que Jesus fez. N a verdade, neste exato m om ento E le e stá b a te n d o n a p o rta do c o ração de to d o ser h u m an o . T udo o que ca d a u m p re c isa fa z e r é a b rir a p o rta, a d m itin d o o desejo q u e te m de re c e b e r a Je su s, e en tão E le e n trará, p e rd o a rá os p e c a d o s e e sta b e le c e rá a q u ele re la c io n a m en to p e sso a l com ele. L e m b re -se de que a salv ação é sim ples! N ó s é q u e co m p lic a m o s as coisas. P ara v er co m o é sim p les, ex am in e a re sp o sta q u e o lad rão n a cru z deu p a ra Jesus: “Senhor, le m b ra -te de m im , q u an d o en trares no teu R e in o ” (L c 23.42).
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO
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H á m u itas m an eiras p elas q u ais as p esso as p o d em resp o n d er ao co nvite de salv ação . U m a das m ais co m u n s é p e d ir-lh es q u e le v a n te m a m ão . E sse é o m étodo que m ais uso nos cultos. E le dá a oportunidade para um a resposta in icial de o ração c o le tiv a e, d ep o is, p ro ssig o fazen d o u m co n v ite p a ra as p esso as v ire m ao a lta r p a ra o m in isté rio p esso al. T am bém p erm ite que m eu s o b reiro s d o a lta r o b se rv e m aq u eles que lev a n taram a m ão, de m odo q u e se a lg u é m n ão fo r à fren te, u m o b reiro do alta r p o d e ir e m d ireção àq u ele in d iv íd u o d ep o is do cu lto p a ra u m a c o n v e rsa particular. -----------------------------------À s v ezes p eço àq u eles q u e d e se ja m re c e b e r a Jesus C risto , q u e erg am os o lh o s, en q u a n to os o u tros estão de olhos fechados, e estab eleçam contato visual com igo. D e sse m o d o p o d em o s c o n c o rd a r ju n to s e n q u an to oro co le tiv a m e n te co m eles. T enho u sad o e sse m éto d o em alm o ço s e o u tros ev en to s, q u an d o n ão h á o p o rtu n id ad e p a ra m in isté rio p esso al. P eço àq u eles q u e a c eitaram a Jesu s q u e fa le m co m a p e sso a com q u em v ieram sobre a d ecisão q u e to m aram . M u ita s v ezes u so o sistem a de carta-resp o sta. E m situ açõ es q u a n d o o h o rá rio de cu lto é m u ito curto, p o r j ) cau sa de cultos m ú ltip lo s e p o r falta de tem po suficiente p a ra o apelo, p ro v id en cio u m a carta- re sp o sta espiritual p a ra que as pessoas preen ch am e, ao saírem , d epositem em lugar designado, de fo rm a q u e p o ste rio rm e n te p o ssa m o s fa z e r o ac o m p an h am en to co m um m in isté rio p esso al. E sse m éto d o ta m b é m tem sido eficiente. E m g ran d es aju n tam en to s, co m o co n certo s e ap resen taçõ es de N atal e d e P ásco a, in clu o u m a c a rta re sp o sta n o p ro g ra m a p a ra rec e b e r fe e d b a c k so b re a a p re se n ta çã o o u p a ra in se rir n u m cad astro o n o m e de in teressad o s em co n certo s esp eciais. G era lm e n te , n a ab ertu ra, ch am o a ate n çã o da a u d iê n c ia p a ra isso e faço co m q u e to d o s p reen ch am e ssa inform ação. E n tão , em u m p o n to d e sig n ad o da a p resen tação , apresen to um desafio sim p les p a ra as p esso a s re c e b e re m a Jesu s C risto com o S alvador, e peçolhes q u e o re m sile n c io sa m e n te co m ig o e n q u an to oro p o r todos. D ep o is da oração , p eço -lh es q u e esc re v a m n a c a rta -resp o sta ou ra sg u em u m canto da ca rta -resp o s ta c o m o sin al d e q u e eles o raram p ara rec e b e r a Jesu s. E m geral, digo-lhes que gostaria de enviar-lhes um livro de presente p ara ajudálo s em su a n o v a v id a c o m o Senhor. D e p o is p eço que d eix em a cartare sp o sta no assen to o u o e n tre g u e m ao s aco m o d ad o res q u an d o saírem . A re sp o sta a e ssa a b o rd a g e m é ex c e le n te, e j á v i m ilh ares ace itarem a Jesus d e ste m odo. A a titu d e d a c o n g re g a ç ã o p a ra c o m o te m p o d ed ic a d o ao ap elo é e x tre m a m e n te im p o rta n te e re q u e r e n s in a m e n to d o p ú lp ito so b re o sig n ificad o d essa p arte do culto. N ão se tra ta de um p relú d io à b ênção ap o stó lica. E a h o ra em que o E sp írito S anto ap lica o que E le tem falado d u ran te o culto ; é o m o m e n to de D e u s fa lar p esso alm e n te. P a ra o nãocrente, é acerca de su a salvação. P ara o crente, é p a ra perm itir que a sem ente d a P a la v ra de D eu s seja p la n ta d a n o c o ração dos n ão -cren tes, de fo rm a q u e o in im ig o n ão ro u b e a v e rd a d e an tes q u e seja ap licada. Q u a n d o é feito
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Há muitas maneiras pelas quais as pessoas podem responder ao convite desalvação ----------------
606 O PASTOR PENTECOSTAL o c o n v ite p a ra as p esso a s v ire m ao altar, p eço que os ob reiro s do altar a c o m p a n h e m os in créd u lo s. Já n o to u que n u m a C ru z a d a B illy G rah am os o b reiro s d o a lta r v ão à fre n te ju n to co m aq u eles que a ten d e m ao co nvite? Isso é u m e stím u lo p a ra as p esso as. M u ito s têm m ed o de d a r o p rim eiro p asso , m as se h á outro s q u e estão indo, en tão o in créd u lo não tem m edo de ir. E sse m éto d o d á ap o io ao in créd u lo . E, se os o b reiro s do a ltar têm u m c ra c h á ou o u tro d istin tiv o de id en tifica ção , é fácil fo rm a r p ar co m aqueles q u e p re c isa m de o ração. D a m e s m a m a n e ira , a a tm o s fe ra é e x tre m a m e n te im p o rta n te no m o m e n to do apelo. Q u an d o as p esso as c u rv am a c a b e ç a e a m ú sica de apelo c o m e ç a a tocar, faço o c o n v ite e ch a m o a aten ção àq u eles que estão le v a n ta n d o a m ão. S em p re acho im p o rta n te ter u m a m ú sic a sendo to c ad a ou can tad a enquanto o convite efetivo está sendo feito. Isso ajuda as pessoas a se c o n c e n tra re m no que está ac o n tecen d o . E n q u an to v o cê fala, a m ú sic a d ev e e sta r em n ív el e strita m e n te de fu n d o , ou em v ez de a ju d a r estará d istra in d o . A m ú sic a to c a d a ou c a n ta d a d ev e se r u m c o rin h o ou h in o c o n h ecid o , p a ra qu e os crentes p o ssam ad o rar ao Senhor, enq u an to os nãoc ren tes ate n d e m ao co n v ite. A C ru za d a B illy G ra h am sem p re u sa o hino “E u V enho co m o E sto u ” . A tran sm issão ra d io fô n ic a R e viva ltim e u sa a can ção “H á L u g a r ju n to à C ru z ” . O fa to r sig n ificativ o é u sa r algo que seja fa m ilia r à co n g reg ação . A co isa m ais im p o rta n te d ep o is d a ch a m ad a ao altar p a ra a salvação em Je s u s é o a c o m p a n h a m e n to ! Q u e r e sse a c o m p a n h a m e n to o c o rra p e sso a lm e n te ou pelo co rreio , te m de ser feito. D ez p o r cen to do pro cesso é levar a p esso a a u m m om ento de decisão, ao passo que os restantes noventa p o r c e n to d iz e m r e s p e ito a d is c ip u lá - la . S irv o - m e d e e q u ip e s de a c o m p an h am en to q u e v isitam cad a p e sso a que aceita a Jesus. E ssas visitas são d e cu rta d u ração, m as nos fam iliarizam co m o lu g ar on d e os indivíduos v iv em , q u ais são suas n ec e ssid a d es e c o n firm a seu co m p ro m isso co m o Senhor. T am b ém nos d á a o p o rtu n id a d e d e c o n v id a r esses n o v o s cren tes a p a rtic ip a r de u m a c la sse e sp e c ia lm e n te d e sig n a d a p a ra eles. A eq u ip e p ed ag ó g ica da classe dos n o v o s-convertidos tam bém faz contato telefônico c o m o n o v o cren te d epois d a v isita inicial. A resp o n sab ilid ad e d essa eq u ip e é v e r if ic a r se o n o v o -c o n v e rtid o a s s is te à a u la. A c la s s e d e n o v o sconvertid o s d u ra apenas 12 sem anas, e seu currículo é projetado de m aneira q u e q u a lq u e r p e sso a p o d e e n tra r a q u alq u e r tem p o e sair d epois de ter c o m p le ta d o u m ciclo de 12 sem anas. Isso c o n stró i u m elo de lig ação p a ra o u tro s d e p artam en to s e classes d a ig reja, a fim de asseg u rar que p o ssam o s c o n tin u a r o p ro c e sso de d isc ip u lad o co m ca d a n o v o -co n v ertid o .
Um a Palavra Final P assei a m a io r p arte deste capítulo falando sobre a cham ad a ao altar com o objetiv o de lev ar o in créd u lo a fazer u m co m prom isso co m Jesus, porque acredito q u e h o je e ssa área está seriam ente abandonada em nossas igrejas. T endo falad o e m centenas de igrejas em todos os E stados U nidos, noto a au sên cia desse tipo de ch am ad a ao altar. E u o desafio a voltar ao propósito d a igreja. A ig reja é lu g ar para o nascim ento das pessoas no R eino de D eus, b e m com o é o lugar p a ra a celebração da fé e o co m prom isso do crente.
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO S eu co m p ro m isso co m a c h a m a d a ao altar te rá trem en d o e f e ito m u ltip lic a d o r e m s u a ig r e ja ! O s m e m b ro s d e su a c o n g re g a ç ã o fic a rã o e m p o lg a d o s co m as p e sso a s q u e serão salvas. E les se asso ciarão c o m vo cê, trazen d o am igos e paren tes p a ra a igreja. S eus cu lto s de b a tism o nas águas aum entarão. D e fato, h o u v e o casiõ es e m m eu m in istério q u e tiv em o s b atism o nas ág u as to d o s os d o m in g o s, co m o re su lta d o do n ú m ero de p esso as q u e eram salvas. O s m em b ro s de ig re ja c rescerão em m a tu r id a d e e c o m p r o m is s o em a lc a n ç a r o s p e rd id o s . O s dep artam en to s m in isteriais da ig reja crescerão , à m e d id a que vo cê aten d er as n e cessid ad es d esses nov os crentes. S u a ig reja c o n tin u a rá c re sc e n d o , e n q u a n to to d o s os d ias o S e n h o r fo r acrescen tan d o à su a c o n g reg ação os q u e h ão de se salvar.
607
A Congregação M u ltíplice
Entenda as quatro audiências com que você lida: A G ER A Ç Ã O X Q
• • • •
uem
sã o
:
De 16 a 25 anos de idade. Geração “alimentem-me”. Baixa auto-estima. Afastamento do mundo para grupos pequenos.
Do : • Aceitação incondicional. • Lista bem curta do que realmente é importante. • Reforço por escrito de conceitos-chaves (por exemplo, um caderno espiritual). que
p r e c is a m
0 S V A LE N T Õ E S Q
Obtendo Variedade no Ministério de Púlpito
uem
sã o
que
H. Robert Rhoden odo p a sto r sabe o p o d e r de u m p razo final. P arec e que to d a v ez q u e nos v iram o s, j á é do m ingo. N ão foi o ntem q u e v o cê p reg o u , e ag o ra o u tra p re p a ra çã o de serm ão o esp era? N ão h á o u tra ativ id ad e qu e cau se m a io r im p acto em sua eficácia n o m in istério do q u e a p reg ação . Q u ando as igrejas a m e r ic a n a s d e n o s s a d e n o m in a ç ã o p r o c u r a m u m p a s to r, co n su lta m u m a c o m issã o de p ú lp ito . E m b o ra o u tro s fato res c o n tr ib u a m p a r a o s u c e s s o d e n o s s a lid e r a n ç a p a s to r a l, reco n h ecem o s a p rio rid a d e q u e d ev em o s d ar à p regação. B oas p reg açõ es não a co n tecem facilm en te; é resu lta d o de trabalho duro. A s p esso as eleg em -n o s to d as as sem anas co m seu apoio e carteiras, m u itas v ezes em re sp o sta à n o ssa pregação. C h a rle s G . F in n e y m u d o u a c o n fig u ra ç ã o d a p re g a ç ã o am erican a. E le in tro d u z iu elem en to s criativ o s com o narração de h istó rias, e x p eriên cias p esso ais, h u m o r e apelo p ersu asiv o em sua p ro c la m a ç ão do E v an g elh o . E sses elem en to s p erd u ram n a p rá tic a h o m ilé tic a de hoje.
T
Fatores que Influenciam a Preparação de Serm ões O d ic io n á r io d e fin e f a t o r c o m o “ a lg o q u e a tiv a m e n te co n trib u i p a ra a p ro d u ç ã o de u m re su lta d o ” . O m in istro que
:
• De 25 a 35 anos de idade. • Geração “por que eu?” • Não gostam de multidões ou de se entrosar com outras gerações. • Céticos quanto a garantias. Do : • Relacionamentos. • Criar um mundo melhor. • Discutir as coisas com colegas. p r e c is a m
OS B 0 N ZÕ ES Q
uem
sã o
:
• De 35 a 50 anos de idade. • Geração “entretenham-me e me ganhem”. • Gostam de novidades, intelectualmente preguiçosos. • Procurando definição espiritual. Do : • Falar sobre significado, autodefinição e valor. • Modelos de novas igrejas. • Mídia. q u e p r e c is a m
A D U LT O S M AIS V ELH O S Q
uem
sã o
:
• De 50 anos para cima. • Geração “precisem de mim e me mostrem”. • Possuem habilidades e dinheiro. • Desejam fazer algo que valha a pena. Do : • Nas pregações, exemplos positivos de adultos mais velhos. • Valorização. q u e p r e c is a m
608 O PASTOR PENTECOSTAL ig n o ra certo s fato res fa la rá a co n g reg açõ es que não estarão o u v in d o e re sp o n d e rã o a p erg u n tas q u e as p esso as não estarão fazendo. A u d iê n c ia s
M ic h a e l S ack fo rn e c e e x ce len te an álise c o n c isa de qu atro tip o s de au d iên cias q u e o m in istro lid a em u m a c o n g reg ação h e te ro g ê n e a.1 (Vide q u ad ro à p á g in a 607.) T e l e v is ã o
A te le v isã o to rn o u -se o m eio de co m u n ica ção d o m in a n te em n o ssa sociedade. N os E stad o s U n idos, h á m ais aparelhos de televisão do que p essoas. C o m o indivíduo com um assistindo 18 m il com erciais p o r ano, as inform ações estão sendo repartidas em estruturas visuais de tem po de trinta segundos. P o r conseguinte, os peritos em com unicação dizem -nos que os discursos d evem d esenvolver u m pensam ento num segm ento de três a seis m inutos e, então, transitar p ara outro segm ento com o próxim o pensam ento. A p resen ça da televisão transportou-nos de u m a cultura que lê para um a cultura audiovisual. Televisão é história, e as pessoas que assistem à televisão são pessoas de história. É u m desafio fazer com que a congregação pense seqüencialm ente nesta era de história/visual. P o r isso, falam os em term os de relacionam entos em vez de apenas verdades preposicionais. Isso d á ao serm ão o sabor de estar fundam entado n a vida das pessoas. Estam os fechando o círculo, pois Jesus u so u esse m étodo ao contar parábolas.
Planej ando Variedade M eu d esafio co m o p a sto r era p re g a r três v ezes p o r sem ana. P o r um lado, eu m e d eb a tia co m tem as. E ra igu alm en te fru stran te a ex p ectativ a n ão re a liz a d a de que a c o n g reg ação se lem b rasse dos dados e os co locasse em prática. A solu ção p a ra m im foi m e vo ltar ao calen d ário anual d a ig reja e ad ap tá-lo a u m a ig re ja p en teco stal. U sam o s o que nos foi ap ropriado. P ara fa z e r p reg açõ es, o p reg a d o r p o d e con sid erar o ano civil d a m an eira seguinte: Janeiro. Jan eiro é p erfeito para en sin ar m etas ou m o rd o m ia de tem po, talen to e finanças. F e v e r e ir o . C o n s id e r a n d o -s e q u e n o s E s ta d o s U n id o s o D ia d o s N am o rad o s é co m em o rad o em fevereiro, esse é o m ês ideal p ara falar so b re casam en to e fam ília. P á s c o a e q u a re sm a . O s q u a re n ta dias q u e a n te c e d e m a P á s c o a é c o m u m e n te c h a m a d o de q u a re s m a no c a le n d á rio e c le siá stic o . E m v ez de e v ita r e sse s c o stu m e s litú rg ic o s o u c ritic á -lo s, p o r q u e não a p ro v e ita r a é p o c a c o m o o p o rtu n id a d e p a ra e n s in a r so b re s a n tific a ç ã o ? D e sc o b ri q u e a s p e s s o a s d e o u tr a s tr a d iç õ e s g o s ta r a m d e e n te n d e r o r e a l s ig n if ic a d o d e a b r ir m ã o d e a lg o , se is s o as a ju d a a f ic a r m a is se m e lh a n te s a C risto . P en teco stes. D a P á sc o a ao P en teco stes é a ép o c a p erfe ita p a ra ensinar so b re a v id a no E sp írito . P o d e-se en sin a r ace rc a do fru to e dos dons do
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO
609
E spírito, b em com o sobre o po d e r p ara testem u nhar que vem com o batism o c o m o E sp írito Santo. D ia d a s M ã e s e d o s P a is. O D ia d as M ãe s e o D ia d o s P ais são o p o rtu n id ad es esp eciais p a ra p ô r as fam ílias em co ntato co m os tem as do am o r e d a resp o n sab ilid ad e. Ju lh o . P o d e-se u sa r o te m a d a lib erd ad e com o destaq u e esp ecial no d o m in g o m ais p ró x im o a 4 de ju lh o (D ia da In d e p en d ên c ia dos E stad o s U n id o s). N o B rasil, p o d em o s fazer o m esm o co n cern en te aos feriad o s pátrios. A g o sto e setem bro. U m a série de p reg açõ es q u e fiz em setem b ro sobre “A d m in istran d o a V ida” o b tev e m u ita p o p u larid ad e. O s quatro p atriarcas do G ênesis forn eceram m aterial perfeito p ara essa série. A braão adm inistrou sua v id a p e la fé, Isaq u e, p elo am or, Jacó , p e la g raça e José, p o r u m sonho. O utubro. O ú ltim o d o m in g o de o u tu b ro é o dom in g o d a R eform a. Q ue ó tim a o p o rtu n id ad e p a ra p re g a r a resp eito da ju stific a ç ã o p ela fé e fix a r a d ata em seu c o n tex to histó rico ! O cu lto receb e destaq u e esp ecial c o m o h in o “C astelo F o rte E o N o sso D e u s” , fazen d o n o ta esp ecial no v erso que d eclara q u e “o esp írito e os d o n s são n o sso s” . D ia d o s V e te ra n o s2 e D ia d o M e m o r ia l .3 E sse s d ia s e sp e c ia is são o p o rtu n id a d e s p rim o ro s a s p a ra c o n ta ta r os m ilita re s d a co m u n id a d e . O s te m a s d a a u to r id a d e e h o n r a g e ra m e x c e le n te r e s p o s ta n e s s a s o c a s iõ e s . A ç ã o de G raças. P ara m im , o d ia de A ção de G raças riv aliza com q u a lq u e r ou tro feriad o do ano. S eria trá g ic o p e rd e r essa o p o rtu n id ad e para le m b ra r a c o n g re g a ç ã o s o b re a a d v e rtê n c ia b íb lic a d e d a r g ra ç a s e esta b e le c er o co n tex to h istó ric o d esse feriad o nacio n al am ericano. A E sta çã o d o A d ven to . O s q u atro d o m in g o s que an teced em o N atal são ocasiõ es n obres p a ra estab elecer ligaçõ es c o m p essoas d a co n gregação q u e te n h a m fo rm ação litú rg ica e e x p a n d ir o p en sam en to d aqueles pouco fa m iliarizad o s co m o calen d ário eclesiástico . T am bém p o d e fo rn ecer-lhes o p o rtu n id ad e p a ra c o n v id a r am ig o s a v ir à igreja. São quatro d o m ingos p a ra p re g a r sobre as q u atro d o u trin as card eais bíblicas: Jesus é o nosso Salvador, Jesu s nos b atiza co m o E sp írito S anto, Jesus é q u em nos cu ra e Jesu s é o n o sso R ei q u e vem . O tex to de Isaías 9.6 foi con stitu íd o p ara a
Perguntas para a preparação de Sermões 1. Q ual o p o n to p rin cip al d este serm ão? 2. Se eu n ão fo sse p astor, e ste serm ão m e in teressaria? 3. E sto u c o m u n ic a n d o co n c e ito s fáceis de en ten d er? 4. Q u e reação e sp ero d a co n g reg ação ? 5. Se eu estiv esse na co n g reg ação , d esejaria
que alguém falasse com igo d esta m aneira? 6. Q ue co m p o n en tes, p o r ex em p lo , citações, h u m o r , i lu s tr a ç õ e s , d ã o v a r ie d a d e à m en sag em ? 7. Q u an to tem p o d u ra este serm ão? U m b o m serm ão não p re c isa ser lo n g o ; u m m au serm ão não d ev e ser lo n g o .5
610 O PASTOR PENTECOSTAL e s ta ç ã o d o A d v e n to : M a ra v ilh o s o C o n s e lh e iro , D e u s F o rte , P a i d a E tern id ad e e P rín cip e da Paz. P re te n d e u -se c o m os iten s a c im a fa z e r alg u m as su g estõ e s sem ser exau stiv o . O co n ceito de fa z e r u m a série de p reg açõ es co m atenção a dias esp eciais c ria u m p ad rão p a ra ap ren d er e v iver o que se crê.4 V a r ie d a d e
nos
C om ponentes
do
Serm ão
T odo serm ão te m três c o m p o n e n te s b á sico s: o c o m eço , os p o n to s p rin cip ais e o fim . O C om eço É decisivo que ten h am o s u m a variedade d esenvolvida na m an eira com o co m eçam o s os serm ões. P essoas que “su rfam ” entre os canais de TV, dão a cad a p ro g ra m a u m a o p o rtu n id ad e de sete segundos p a ra p ren d er-lh es a aten ção antes de m u d a r de canal. A u diências que assistem ao vivo a um p re g a d o r são lig eiram en te m ais tolerantes. T odavia, tam b ém têm a m esm a “ m e n ta lid a d e de c o n tro le re m o to ” . O p r e g a d o r d e v e c o n h e c e r u m a v aried ad e de técn icas p a ra g a n h ar a atenção co n g reg acio n al. U m a citação. U se frase de p esso a fam o sa ou frase d ram ática de um artig o n o ticio so atual. Uma pergunta retórica. “Q uantas pessoas aqui já foram pegas por um a tem pestade? H oje vam os falar sobre com o sobreviver às tem pestades da vida” . Um fa to incom um . “V ocê j á b eb eu u m a C o ca-C o la b e m gelad in h a? P arab én s! C entenas de m ilhões de outras pessoas ao redor do m undo tam bém já beberam . E é tudo p o r culpa de R obert W oodruff. Q uer dizer, ele não tem toda a culpa, m as grande parte dela. Veja bem , em 1941, o senhor W oodruff, p residente d a C oca-C o la p o r m ais de cinqüenta anos, teve a audácia de dizer a todos que com punham seu quadro de pessoal: ‘F açam tudo o que for preciso p ara que todo h o m em de uniform e, onde quer que esteja e custe o que custar p ara a com panhia, com pre u m a garrafa de C oca-C ola por cinco centavos de d ó la r’. Q uando a S egunda G uerra M undial term inou, ele continuou dizendo que, enquanto vivesse, q ueria que todo o m undo tivesse u m a queda por C oca-C ola. F ale sobre a visão! C om u m planejam ento cuidadoso e m uita p ersistência, o senhor W o odruff e seus colegas alcançaram para a C ocaC ola sua geração ao red o r do g lobo” .6 U sei e ssa h istó ria com o in tro d u ção a u m serm ão sobre m issões. D epois de fazer a p erg u n ta inicial, fiz um a p au sa, tom ei u m gole d e u m a lata de C o c a -C o la e p ro sseg u i. A lg u é m n a co n g reg ação e stav a co m sua m áq u in a fotográfica. E le aproveitou a ocasião, levantou-se e surpreendeu-m e tirando u m a foto en q u an to eu b eb ia a C o ca -C o la no p ú lpito. N em preciso dizer q u e foi u m e ficien te c h am ariz de a te n ç ã o ! H u m o r. P iadas antigas e de am p la circu lação te n d em a fazer o ouvinte p e n sa r q u e o re sto d o serm ão tam b é m será c h o ch o . U m a ex p e riê n c ia h u m o rístic a p esso al ou algo in v en tad o no m o m en to p ren d e m uito m ais a atenção d a audiência. U m am igo m eu que sem pre m an tém sua congregação rin d o , co m entou: “N ó s r im os m uito, m as não co n tei u m a ú n ica p iad a — só h istó rias d a v id a ” .
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO U m a histó ria . E s s a é talv ez a in tro d u ção de m aio r uso. T enha certeza de q u e a h istó ria co n d u za ao pon to p rin cip al do serm ão. O s P ontos P rin cip a is Três p ontos é u m b o m núm ero para o corpo de um serm ão. Independente do n ú m ero de p o n to s p rin cip ais, te r v aried ad e n a m a n eira com o dividim os a m a té ria é e x tre m a m e n te essen cial p a ra a b o a p regação. U m d os estilo s m ais p o p u lares é co m e ç ar cad a título co m palav ras que c o m ecem co m a m e sm a le tra (p o r ex em p lo , p ro p ó sito , p la n o e p o d e r ) ou som (p o r ex em p lo , ser, te r e fa z e r ). O u tro estilo é u sa r as p erguntas: Q u e m l, Q ue?, Q uando?, O nde?, P o r q ue? e C om o? R e u n ir as p rim e ira s três letras do alfab eto tam b ém é eficiente. Q uando e n sin ei sob re c o m p a rtilh a r a fé n u m a reu n ião pú b lica, usei o A B C do co m p artilh am en to : A u d ív el, B rev e e C en tralizad o em C risto. O q u e q u er q u e se fa ç a p a ra fo rn e c e r g an ch o s p a ra a c o n g reg a ção d e p e n d u r a r n e le s a m e m ó ria , d e v e -s e p r im a r p e la v a rie d a d e e te r criativ id ad e. O Fim Q u an d o a p reg ação p asso u a m a rc a de u m a hora, a m u ltid ão p erd eu a p ac iê n c ia e co m eço u a ir em bora. N ão in tim id ad o co m isso, o p reg ad o r c o n tin u o u a fa la r m o n o to n am en te. N o fim , fic o u apenas u m a p e sso a n a audiên cia. E m a p reciação p e lo fato, o p re g ad o r in clin o u -se no p ú lp ito e disse: “P a ra concluir, g o sta ria de dizer-lh e, caro senhor, que v o cê é u m c a v a lh e iro ” . “N ão sou, se n h o r” , resp o n d eu o hom em . “E u sou o p róxim o p re g a d o r” . S ab er q u an d o e co m o co n clu ir é decisiv o em todo serm ão. Se nos co n cen tram o s n a pergunta: E x atam en te o que quero que a congregação faça?, en tão a co n clu são d ev e co n d u z ir a u m a resposta. R esu m a seus p o n to s p rin cip a is. A lg u ém disse que se esse m étodo antigo fo r usado, então m antenha-o vivido, sim ples e conciso. N ão repita o serm ão. F a ça u m a p e rg u n ta . P o r exem plo: N ão é h o ra d e pararm o s de fa la r e c o m eçarm o s a ag ir? Ou: S e esta n ão é a resposta, então, qual é? C onte u m a h istó ria d ra m á tica . A q u i tam b é m c ertifiq u e-se de que a h istó ria ten h a co n ex ão co m o p o n to p rin cip al do serm ão. T o m e a últim a fr a s e um a de suas m elhores. “E m 1955, C linton Lacy, de W est R ichland, E stad o de W ashington, obteve o recorde m undial de duração de u m serm ão. E le pregou p o r 48 horas e 18 m inutos, usando textos de todos os livros da B íblia. O ito pessoas ficaram até o final. N ão saber com o p arar não é tão d estrutivo quanto não saber quando parar. M as pilotos que term inam seus vôos desligando os m otores, em vez de fazer um pouso suave na pista, ten d em a ter m enos p assageiros n a próxim a v iagem ” .7 V a r ie d a d e
no
E s t il o
e no
Conteúdo
do
Serm ã o
T odo m in istro te m u m te m a fav o rito q ue se in filtra e m cad a serm ão. P o u co im p o rta n d o p o r o n d e eu c o m e c e u m serm ão , em a lg u m p o n to
612 O PASTOR PENTECOSTAL ap a re c erá o te m a da esp eran ça. A v aried ad e no estilo e no con teú d o não te m a in te n ç ã o d e a f e ta r n o s s a f o r m a ç ã o e s p ir itu a l, a q u a l e s tá in e x tric a v e lm en te u n id a a n o sso te m a de v id a p red ileto . P o r estilo, quero d iz e r estilo ev an g elístico e estilo ped ag ó g ico , e p o r c o n te ú d o , quero dizer c o n teú d o tem ático e co n teú d o expositivo. E stilo E va n g elístico P ara o pastor, que é ch am ad o p a ra ap erfeiço ar os santos, d esen v o lv er u m estilo evangelístico pode ser um grande desafio. A in d a que todo serm ão de a lg u m m o d o ap o n te p a ra a salvação, o E sp írito S anto em o casiões especiais p o d e co lo car no p asto r u m a m ensagem p articular co m o propósito p rim ário de a lcan çar os n ão -cren tes. M o m en to s de oração dedicados para cad a serm ão abrirão espaço para o E spírito S anto g u iar para o evangelism o, q u a n d o os n ã o -sa lv o s estão n a co n g reg a ção . R e cen tem en te, en q u an to v isita v a certa ig reja n u m d o m ingo p e la m anhã, o pastor, d estacado m estre d a Palavra, concentrou sua m en sagem nos perdidos. Podia-se sentir a cham a q u e ard ia em seu co ração . M uitos aten d eram ao co nvite de salvação. O últim o elem ento im p ortantíssim o para a variedade é a direção que o Espírito S anto dá d u ran te a o ração e a p reparação. E stilo P edagógico N ão n os é in c o m u m tra ç a r n ítid a lin h a d istin tiv a e n tre p re g a ç ã o e en sin am en to , ou seja, en tre kery g m a (p ro c la m ação p ú b lica) e d id a ch e (in stru ç ã o é tic a ). T ra ç a m o s e s s a d istin ç ã o p ro v e n ie n te do re su m o do m inistério de Jesus n a G aliléia encontrado em M ateus 4.23: Jesus percorreu to d a a G aliléia, en sinando e p regando. E m b o ra essas duas atividades sejam co n ceb id as id ealm en te co m o distintas, am bas estão b a sead as nos m esm os fatos básico s. O keryg m a p ro c la m a o que D eus fez, enq u an to o d idache ensina as im plicações e aplicações dessa p roclam ação para a conduta cristã. C om e ssa co m p reen são , d efin im o s en sin am en to de certo m odo form al co m o o p ro cesso de co m u n ic a r in fo rm açõ es selecionadas num am biente criad o m ed ian te u m a v aried ad e de m étodos. P ortanto, n o sso ensin am en to de p ú lp ito p ro p o rc io n a o p o rtu n id ad e p ara falar in strutivam ente. A resposta do ap ó sto lo P au lo a p ro b lem as e co n tro v érsias, com o o abuso dos dons e s p i r i tu a i s , n ã o e r a m a io r q u a n tid a d e de litu r g ia p a r a a b a f a r as m an ifestaçõ es h u m an as, m as ensin am en to s p a ra o rientar-nos e guardarnos de abusos. R e so lv e r p ro b le m a s é u m estilo p edagógico. F a ça as perguntas: C om o fo i que en tram o s n esta en rascad a? O que saiu errado? E ntão apresente u m a solu ção e p e ç a que as p esso as resp o n d am co m u m a decisão para co rrig ir o p ro b lem a. O s B ab y B o o m ers ad o ram esse tipo de abordagem . L id a r co rtesm en te com a controvérsia é outro estilo pedagógico. S tu art B riscoe afirm a que podem os p regar tem as controversos sem provocar briga, (1) d eslig an d o o aq u e c e d o r e aced en d o a luz, (2) fazendo nosso dev er de casa, (3) to can d o no p o n to sensível, (4) dando tratam en to im p arcial e (5) c o n sid eran d o as n ecessid ad es p asto rais.8
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO 6 1 3 M a n ip u la ç ã o T em ática d o C o nteúdo O d e sa fio d a p reg ação te m á tic a é te r c e rte za de não ser ap enas um a c o m p ilação de h istó rias, citaçõ es etc. A p reg ação tem átic a d ev e ser tão biblicam ente fund am en tad a quanto q ualquer outro tipo de pregação. R equer a m esm a quantidade de estudo. E xegese cuidadosa é obrigatória para m anter co n siste n te a in teg rid ad e d a p reg ação b íb lica. C o m o p astor, eu m e d eb a tia p a ra p re g a r/e n sin a r para a co n g reg ação 52 a s s u n to s d if e r e n te s ao a n o n o s d o m in g o s d e m a n h ã (o u 1 0 4 , se acrescen tarm o s o d o m in g o à noite, ou 156, se in cluirm os o culto de quartafe ira à n o ite ). P a ra m im , n ã o e ra p rá tic o e s p e ra r q u e a c o n g re g a ç ã o ap ren d esse aq u eles assu n to s tão d iferen tes ou p re su m ir que eu p u d esse p re p a ra r m aterial ad eq u ad am en te p a ra tan to s assuntos. C o n sid eran d o que a rep etição é a p rim e ira lei da ap ren d izag em , decidi co m o p rática geral esco lh er u m tem a ou tó p ico p o r m ês c o m a esp eran ça de que a congregação ap ren d esse 12 assu n to s p o r ano. P o rq u an to as p esso as d a con g reg ação tin h a m de ju lg a r a efic iê n c ia d e ssa ab o rd ag em , in terp retei o fe e d b a c k que receb i co m o sendo positivo. M a n ip u la ç ã o E xp o sitiva d o C o nteúdo E sto u c o n v en cid o de q u e to d a p reg ação d ev e te r ex eg ese m inuciosa. A tradicional m an eira de p reg ar expositiv am en te é escolher um livro d a B íblia e p re g a r sob re ele. E m u ito m ais fácil u sa r a ab o rd ag em “livro c o m p leto ” c o m os liv ro s m e n o re s d a B íb lia. P e rm ita -m e su g e rir alg u m as ou tras ab ordagens.
Boa Leitura para Bons Pregadores B o n s p reg ad o res são leito res v o razes. A seguir, p ro ced em o s seleta b ib lio g ra fia sobre p reg ação b íb lic a p a ra aq u eles q u e a v an çam em sua b u sca em ser m en sag eiro s u n g id o s e q u alificad o s. • • •
Ilu stra ç õ e s S e lecio n a d a s, A lcid es C. Peres. O P re g a d o r E fica z, E lie n a i C ab ral C om o P re p a ra r S erm õ es, A n ísio B atista D antas
E stu d o de p e rso n a g e n s bíblica s. E stu d a r as vidas das p erso n ag en s da B íb lia, co m o A braão, José, E ster, R u te, S am uel, P edro e P aulo, ajuda a c o n g re g a ç ã o a id e n tif ic a r e s s a s p e rs o n a g e n s d o A n tig o e do N o v o T estam en to co m o p esso as reais, so b retu d o q uan d o não esco n d em o s suas falhas. G ra n d es p a ssa g e n s da B íb lia . E n sin a r os D ez M an d am en to s, o S alm o 23, as B em -a v e n tu ra n ça s e a O ração D o m in ica l re n o v a p a ra os crentes essas p assag en s co n h ecid as.
614 O PASTOR PENTECOSTAL O S erm ã o do M o n te. E ssa m atéria q u ase que se p reg a p o r si m esm a e é fam iliar até p a ra os n ovos cristãos. A b o rd a assuntos que não resp eitam tem p o e são transcu ltu rais. O s m ila g r e s . O s s e te m ila g r e s n o E v a n g e lh o d e J o ã o e n s in a m m ajesto sam en te que Jesu s e ra o M estre sobre a q u alidade, a distância, o tem p o , a q u an tid ad e, a n atu reza, as circu n stân cias e a m orte. P reten d e-se co m essas sug estões p lan tar sem entes. S ua lista au m en tará à m ed id a que o E sp írito o o rien ta r na v erdade que você prega. (N ote que inten cio n alm en te u sei a p alav ra verdade em vez de verdades, porque nu nca se corre o risc o de fic a r sem assunto quan d o se p re g a a verdade. A q u ele que so m en te e stá p ro cu ran d o verd ad es p a ra p reg ar even tu alm en te p assará p o r escassez de in sp iração .) P a ra c o n clu ir, e x a m in e m o s o que d isse G a rd n e r T aylor, o “re i do p ú lp ito ” . D u as de suas d eclaraçõ es a p reen d em a essên cia do que significa ser p ro c la m a d o r d a P a la v ra de D eus co m varied ad e e criatividade. “O p re g a d o r n ão tem descu lp a, se ele não está falando co m o povo p o r D eus — tarefa p resu n ço sa, n ão h á o que duvidar, m as é para isso que fom os c h am ad o s. E a m enos que tal seja feito não p en so que ten h a o corrido p re g a ç ã o ” .9 E m re sp o sta à pergunta: O que to rn a o p reg a d o r u m g ran d e p reg ad o r? T aylor responde: “N o livro de R ute, N o em i diz: ‘C h eia parti, p o rém vazia o S en h o r m e fez to m a r ’. [...] E sta é a h istó ria da vida. É tam bém a h istó ria da p regação; tem os de n os m an ter cheios, de form a que possam os esvaziarnos n o p ú lp ito ” .10
Planejando o Culto de Adoração em Comum Acordo com o Espirito Bavid Lim cu lto de ad o ração é a ocasião m ais im p o rtan te d a sem an a p a ra a ig reja local. R e v e la a filo so fia da ig reja p a ra a adoração, propósito, d ireção e cuid ad o . E stá em m icro co sm o o que a ig reja faz ao longo do ano inteiro. E a assin atu ra da igreja, que a to d o s diz: É o que so m o s — n o sso s valo res, n o sso im pulso, nosso se r essencial. T oda ig reja tem de p o n d e ra r sobre sua vocação, suas conv icçõ es acerca dos dons esp iritu ais e sua p arte no C orpo m aio r de C risto. C aso contrário, os cultos de dom ingo serão som ente m om entos p ara ajuntam ento, execução
O
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO d e p ro g ra m a s. T ais p ro g ra m a s p o d e m se r ro tin e iro s ou re fle tir id éias in o v ad o ras e co n te m p o râ n e as, m as n ão m a n ifestarão c o n v icção , d ireção ou p o d e r so b ren atu ral. C erta feita, u m a cria n ça esc re v eu u m b ilh ete p ara D eus: “Q u erid o D eu s, tiv em o s u m g ran d e culto d o m in g o p assado. P en a q u e tu n ã o e stiv e ste lá !” P o d e m o s te r p ro g ra m a s, ritu ais, in o v açõ e s e serm õ es e, ao m esm o tem p o , n ão te r D eus. A ig reja d ev e ser u m lu g ar o nde as pessoas v êm p ara sair — u m lugar p ara apren d er o m andato de D eus, p ara m in istrar vida aos crentes, para en co n trar D eus m ais u m a vez, p a ra en fren tar as lutas e dificuldades com força divina, p a ra ser a igreja encarn ad a n a sociedade. U m a igreja cheia de v id a e vitalid ad e atrai as pessoas e m o tiv a seus m em bros a alcan çar outras. E ste capítulo tem seis partes. A p rim eira parte, “E xalte som ente a D eus” , e sta b e le c e a b ase d e to d o o n o sso m in istério . A s re stan te s cinco partes co n tam -n o s co m o e x a lta r a D eu s n o cu lto de adoração.
Exalte Som ente a Deus A ntes de assu m ir a G race A ssem b ly em C ingapura, orei fervorosam ente p a ra o u v ir u m a p a la v ra de D eus. O que E le q u eria fa z e r atrav és d essa ig reja? S u a ú n ic a re sp o sta foi: D ê a g ló ria a D e u s — a m a is n in g u ém ! A p rin cíp io , p en sei q u e se tra ta sse da p a la v ra de D eu s p a ra eu fica r hum ilde. S o m en te m ais tard e foi q u e m e dei c o n ta d as ex trao rd in á rias im p licaçõ es d essa p alav ra. M e u m in istério tin h a d e g lo rific a r a D eu s, ou eu não teria m in isté rio algum ! S erv in d o sob as o rd en s de u m D eus santo e aterrador, n e n h u m ser h u m a n o se sen te ad eq u ad o o u o u sa osten tação . O m in isté rio é santo! A g ló ria de D eu s to rn o u -se u m a filo so fia que in flu en cio u todo o p ro g ra m a . N o s s o m é to d o n ã o p o d e re fle tir so m e n te a in v e n tiv id a d e h u m an a, m as ta m b é m os m éto d o s de D eu s re a liz a r seu plano. A G race A ssem b ly é u m a co n g re g a ç ão m u lticu ltu ral e m u ltilín g ü e. P ersp ectiv as e m éto d o s d ife rira m g ran d em en te. N o ssa ig reja tem de b u scar o m éto d o de D eus; tiv em o s d e fa z e r su a o b ra p elo p o d e r do E sp írito . Isso sig n ifico u u m co m p ro m isso p e sso a l de o ração , n o rm alm en te d u as a três h o ras p o r dia, e u m co m p ro m isso p a ra fa z e r c o m q u e a co n g re g aç ão in te ira orasse. A eq u ip e p a sto ra l tem u m a reu n ião d e o ração sem anal p a ra o rar pelos c u lto s, a tiv id ad es ev an g elísticas e n e c essid ad es. N as reu n iõ es de oração c o n g r e g a c io n a is , d e d ic a m o s te m p o p a r a fo c a liz a r os m in is té rio s e a tiv id a d e s e v a n g e lís tic a s d a ig re ja . D u ra n te os e n sa io s, os m ú sic o s su b m erg em o m in isté rio d e ad o ração n a o ração. A g ló ria de D e u s d e v e se r re v e la d a às n aç õ e s, p o rta n to tem o s de d e se n v o lv e r v ig o ro so p ro g ra m a d e m issõ es. D a r a D eus a g ló ria sig n ifica q ue, n a p ro sp erid ad e ou n a ad versidade, exaltam os a J e s u s ! P o r m eio disso, as p esso as a p ren d erão co m o e n c o n tra r v itó ria e g lo rifica r a D eus. E , visto q u e n o ssas v id as têm de ser sacrifício s v iv o s a D eus, tiv em o s de ap ren d er a g lo rific a r a D eus e m n o ssa adoração.
E ncontre Deus através da Celebração A d o ra r é d ar g ló ria a D eus in co n d icio n al, am o ro sa e obed ien tem en te. S eu e n fo q u e m ais im p o rtan te é u m en co n tro d in âm ico e tra n sfo rm a d o r de
616 O PASTOR PENTECOSTAL v id a co m D eus. É v erd ad e. D eu s satisfaz n ecessid ad es e resp o n d e orações q u an d o estão en tro sad as c o m a ad oração. E a ad o ração p o d e fo rn e cer b o n s sen tim en to s. M as se essas fo rem m o tiv açõ es p rim á ria s, a ad o ração to rn o u -se eg o cên trica. N o sso desejo ún ico deve ser ag rad ar a D eus em adoração. É en tão que D eu s p o d e cu ra r feridas, m o v e r co raçõ es teim o so s, im p u lsio n a r-n o s p a ra a o b ra ou d esafiar-n o s p a ra u m a fé m ais pro fu n d a. N o sso p o v o tê m de sab er q u e pisam o s te rra santa. N e n h u m a carn e pode p e rm a n e c e r em su a presen ça! A ad o ração tem de u n ir a co n g re g aç ão p a ra que p o ssa av an çar unida. C o m o co n g re g a ç ão m u ltilín g ü e, tem os cultos em id iom as separados. E m n o sso s culto s em in g lês, ten tam o s ca n tar pelo m en o s u m h in o que re ú n a o jo v e m e o v elh o em u m m o m en to de adoração. O jo v e m n e ce ssita a p reciar a p ro fu n d id a d e e a m aje sta d e dos h inos. O s m ais velh o s p recisam sen tir o en co n tro d in âm ico , a c eleb ração e a v itó ria dos co rin h o s. A qu estão não é se d e v e m o s te r to d o s o s h in o s ou to d o s os c o rin h o s . D e m a n e ira in teressan te, n o ssas co n g re g a çõ es ch inesas p refere m m ais h inos, alguns cân tico s c o m m e lo d ia ch in esa, m istu rad o s co m co rin h o s co n tem p o rân eo s trad u zid o s p a ra o chin ês. T od avia, sua ad o ração é vib ran te e significativa. A m ú sic a deve lev ar-n o s p ro g re ssiv am en te p a ra a sala do tro n o de D eu s, n o S an to d os S an to s. U m ex ce le n te pad rão d e cân tico s co m eça co m u m a c h a m a d a à ad o ração e co n d u z à c eleb ração , ação de graças, lo u v o r e culto. E ntão, no S anto L ugar, po d em o s o u v ir D eus fa lar e partilh ar conosco o d e se jo do seu co ração . A c h am a d a à ad o ração p o d e ser u m hino, com o “Todo o P o d e r F o i D ad o a E le ” , ou u m co rin h o , co m o “E n tra re i e m Tuas P o rta s” . P la n e ja m o s u m ou dois p ico s d e adoração. E m geral, o culto atin g e u m p ico no p o n to de lo u v o r ou ad oração com um hino, com o “Q uão G ran d e É s T u ” , o u u m co rinho, com o “A d o ra i” . E n tão a co n g reg a ção sa b e q u e p o d e d ar altos lo u v o res a D eus. Isso lib era os cristão s a p e rm itir que o E sp írito m in istre p o r eles co m os dons. M o m en to s de rev elação p o d e m o c o rre r q u an d o D eu s im p ressio n a as p esso a s c o m u m a p alavra, u m hin o , u m a ex o rtação . D ev e-se m o v e r do h o rizo n tal p a ra o vertical, em v ez p u la r de u m lad o p a ra o outro: no p o n to de ado ração , a ch am a d a ao cu lto e stá fo ra de lugar. Todo cu lto deve te r u m p a d rã o co n sisten te. Se a cad a sem an a você u sa d iferen tes líd eres de m ú sica, eles tê m de ap ren d e r a seg u ir u m p ad rão g eral. Isso d á à co n g re g a ç ão um senso de seg u ra n ça e d ireção ace rc a do q u e v ai acontecer. E u p re firo que o líd e r de ad o ração p rim eiram en te dirija os cân tico s, p a ssa n d o d e u m h in o para o outro. O líd er d a m ú sic a que seg u e seu p ró p rio estilo — can tan d o hin o s de sua p referên cia, fazendo c o m en tário s sob re ca d a verso e lendo p o em as e artigos — in terro m p e o flu x o de adoração . E s c o lh a líd e re s de a d o ra ç ã o q u e sa ib a m c o m o d irig ir a a d o ra ç ã o s in c e ra e sem d istra ç õ e s. A c o m p a n h a n te s m u sic a is e c a n to re s de fu n d o p re c isa m se r m u sic a l e e s p iritu a lm e n te co m p e te n te s. E le s e sta b e le c e m o p a d rã o . D e ix e q u e os o u tro s g a n h e m e x p e riê n c ia em o u tras situ açõ es. O s c u lto s de a d o ra ç ã o d o m in ic a l não são o c asiõ e s p a ra p rá tic a d e n o v o s líd eres. A ad o ração p en teco stal re fle te a e x p ec tativ a de que D eus p o d e fa la r a q u a lq u e r m o m en to c o m q u a lq u e r pesso a. Q u ando as p esso a s m ais um a
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO
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vez e x p e rim e n ta m a D eu s, te stific a m p a ra a g ló ria de D eus. A ad o ração fo rte to rn a -se u m a das m aio res m o tiv a ç õ e s d ire cio n a d a ao evan g elism o . E la p erm ite q u e D eu s fa ç a c iru rg ia d iv in a em atitu d es erradas, feridas in te rio re s e p rá tic a s im p ró p rias. Q u an d o to c am o s em D eus, n u n c a m ais p o d em o s ser o m esm o .
C apacite o M inistério através dos Dons Espirituais O s d o n s n ão sã o o p cio n a is. E les são p a rte in te g ran te de u m m in istério p enteco stal. E n sin ar sobre os dons fo rn ece estru tu ra de segurança, de m odo q u e os m em b ro s de su a c o n g re g a ç ão s a b e rã o com o exercitar, ap licar e a v aliar os dons. C o n d u z a -o s p a sso a p asso d a teo ria p a ra a p rá tic a . M o s tre -lh e s c o m o s e r s e n s ív e is ao ----------------------------------E sp írito tod o s os dias. E m u m a te m p o ra d a de oração q u e p re c e d e to d o re tiro q u e faço c o m os in teg ran te s de m in h a eq u ip e e m in isté rio , eu os aju d o a o u v ir o que o E sp írito te m a dizer. D ep o is, eles c o m p a rtilh a m o que D eu s c o lo c a em seus co raçõ es. D e ssa m an eira, eles v e rific a m co m o D e u s lh es c o n firm a as p alav ras pelo q u e os o u tro s falam . S eja m o d e lo de se n sib ilid a d e. T odo líd e r lid era pelo e x em p lo . E le o ra p e lo s d o en tes, le v a n ta -se c o n tra as a rtim an h as de S atan ás e e sp e lh a u m estilo de v id a de fé e m D eus. D iariam en te ele d esfru ta d a aleg ria no S enhor e e m co n v ersas ín tim as o u v e o S en h o r falar. E le cresce no co n h ecim en to e e n te n d im e n to d as co isas esp iritu ais. E le c o n fia em D eu s cad a vez m ais p ara fa z e r a o b ra em su a v id a e atrav és dela. E le não tem m ed o de o ra r p o r u m ou m ais dons do E sp írito a fim d e ate n d e r as n ecessid ad es. E sse padrão é m u ito im p o rta n te p a ra q u e o p o v o p o ssa a p ren d e r a ser sen sív el aos d o n s esp iritu ais. S eja m o d elo d e p ro n tid ã o . U m líd e r te m de estar p re p arad o a falar u m a p a la v ra do S en h o r antes de p e d ir q u e a c o n g reg a ção faça o m e s m o ! A s v ezes os líd e re s in a d v e rtid a m e n te e x tin g u e m o m o v er do E sp írito em v ez de pro m o v ê -lo . Se eles p e d e m q u e os m em b ro s da co n g reg ação falem as p a la v ra s q u e D eu s d á a c a d a u m d a c o n g reg a ção e n in g u ém resp o n d e, e n tão as p esso as tê m a sen sação de q u e D eus não falo u co m elas. Isso d e se stim u la os c ren tes de falar. Se os líd eres estão p rep a ra d o s p a ra falar, isso serv e d e e stím u lo p a ra q u e o u tro s ta m b é m o u ça m de D eus. A n tes e d u ran te ca d a culto , os líd eres d ev em p e rg u n ta r a D eu s o que E le q u er e n fa tiz a r n a q u e le culto. N a v erd ad e, q u an d o u m d o m de lín g u as se m an ifesta, o líd er tem de a ssu m ir a re sp o n sa b ilid a d e de d a r a in terp retação se n in g u ém m ais o fizer! S e o p rin cip al p ro p ó sito das línguas é lo u v ar e ad o rar a D eus, então línguas e in te rp re ta çã o são dad as p a ra in c e n tiv a r a c o n g re g aç ão a v e r a g ran d eza d e D eu s e a ad o rá-lo liv rem en te. O s líd eres d e v e m sab er o que o E sp írito e stá d izen d o p a ra u m d eterm in ad o cu lto e e star p rep ara d o a in te rp re ta r as lín g u as. E n tão , se o u tra p e sso a d á a in te rp re taçã o , o líd e r p o d e c o n firm ar se isso re a lm e n te fo i o q u e o E sp írito ta m b é m lhe disse! Isso e n co ra ja a to d o s de m a n e ira notória.
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Quandoa liderançaé confiante, as pessoas permitemqueo Espíritotrabalhe
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O PASTOR PENTECOSTAL A v a lia ç ã o a d e q u a d a d á liberdade. Q u an d o a lid e ra n ç a é co n fian te, sem m ed o de a v a lia r e in c e n tiv a r o m o v e r do E sp írito , as p esso as não te m e m o fan atism o e p e rm ite m que o E sp írito tra b alh e e m suas vidas. E n sin e as E scritu ras. M o stre o que D eus está d izen d o à igreja. T od o s p o d e m o s e x tin g u ir o e x e rc íc io dos d o n s e sp iritu a is q u a n d o le g a listic a m e n te en caram o s c o m su sp eita cad a m an ifestação . Se você tem de co rrig ir, faça-o c o m m a n sid ão no esp írito de am or, c o n firm a n d o o p o s itiv o e a b ra n d a n d o o n e g a tiv o . E se h o u v er, p o r e x em p lo , q u atro expressões de línguas e in terpretação? E m m eus prim eiros dias com o pastor te ria d e c la ra d o q u e a q u a rta e x p re ssã o se ria c a rn al. H o je e m p ree n d o a b o rd a g e m m ais p asto ral. S em p re re afirm o a p e sso a que D eu s usa! Isso en c o ra ja os outros. H á m u itas razõ es p o ssív eis p a ra ter sido d ad a u m a q u a rta ex p ressão vocal. P alav ras h o riz o n tais de ex o rtação , ad v ertên c ia e d e s a fio d e v e m se r m in is tra d a s c o m o p ro fe c ia s e m v e z d e lín g u a s e in terp retação . N o e n tu siasm o do m o m en to , alguém p o d e tra n sb o rd a r co m o novo toque de D eus. Q uan d o D eus im p ressio n a u m a v erd ad e em alguém , o u tro s cren tes sen sív eis ta m b ém serão in sp irad o s p e la m e sm a v erdade. T alv ez q u e m fo i u sad o te n h a p e rd id o a co n ta ou n ã o seja e x p erie n te n a m a n ife sta ç ão dos dons. N e n h u m a dessas ra zõ e s é carnal! U se a situação co m o o p o rtu n id a d e p a ra d ar en sin am e n to s p o sitiv o s so b re os dons. E u p o d e ria dizer: “O p ro p ó sito p rim á rio das lín g u as e in te rp reta ção é d irig ir as p esso a s a u m a a d o ração m ais p ro fu n d a de u m D eus im p ressio n an te. P a u lo s e n te q u e n o r m a lm e n te trê s m a n if e s ta ç õ e s e m lín g u a s c o m in te rp re ta çã o d e v e m ser su ficien tes p ara en c o raja r a c o n g re g aç ão a lo u v ar a D eu s. H o je, D eu s to co u em u m irm ão p a ra re a firm a r outros asp ecto s da g ra n d e z a de D eus. Q u an to s d e v o cês tam b ém sen tira m o E sp írito d ize r algo sem elh an te ao que fo i ex p resso vo calm ente? P ois então entenda, D eus ta m b é m e stá falan d o c o m você! D a p ró x im a vez, o u tros tam b ém p o d em falar! T odavia, alg u m as d essas palav ras p o d e m ser dadas com o expressões v o cais p ro féticas, p o r c a u sa d o seu m in istério h o riz o n tal p a ra ed ifica r o C o rp o de C risto. Só não fiq u e esp eran d o p o r lín g u as, co m ece a m in istrar o q u e D eu s lh e c o lo c a no c o ra ç ão !” A a v aliação n em sem p re é n egativa. P o d em o s c o n firm a r o p o sitiv o . O n d e dois ou três falam , a v alie o que D eus está d iz en d o à igreja. M o stre o que a B íb lia diz. F a lta de a v aliação lev a à co n fu são ; as p esso as não s a b e r ã o o q u e a c e ita r o u r e je ita r . E m g e ra l, n ã o c r itic o n in g u é m p u b lic a m e n te , a m en o s q u e assu n to s d o u trin ário s su rjam ou a co n fu são se e sta b e le ç a en tre o povo. S e m ais tard e p rec iso corrigir, em p artic u la r entro em co n tato c o m a p e sso a no d e co rrer d a sem an a p a ra dar en sin am en to s m ais d e talh ad o s e in c e n tiv a r sua p artic ip a ção no C o rp o de C risto. N ão soe re a c io n á rio ou n eg ativ o . E x alte a Jesus!
C apacite o Povo de Deus através da Pregação N ã o h á o q u e su b stitu a a lid e ra n ç a de p ú lp ito . É re sp o n sa b ilid a d e trem en d a. O p a sto r te m d e a v a liar o n ív el esp iritu al d e sua c o n g reg a ção e, h a v e n d o co n stru íd o fu n d a m e n to adeq u ad o , p a ra o n d e p o d e levá-la. N em to d o s os p asto res são d estacad o s p reg ad o res, m as to dos os c o m u n icad o res têm de co n h ecer suas forças e trab alh ar de acordo co m elas. U se pregadores
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO convidados quan d o estes p ro p o rcio n arem algo singular para a co n gregação q u e v o cê serve. O s c o m e n tá rio s in tro d u tó rio s an tes d as p re g a ç õ e s são cru ciais. A s p esso as v êm à ig re ja p a ra o u v ir b o as n o tícias. C rie u m a co n sc ien tiz ação das o b ras q u e o E sp írito e stá fazen d o . A lg u é m re ce b eu Jesus d u ran te a sem an a? A lg u é m fo i lib erto de v ício s ou fo i cu rad o ? A lg u é m m an ife sto u u m d o m ? D e u s fe z a lg u m a o b ra e s p e c ia l n u m c a m p o m is s io n á rio ? A p r e s e n ta r e s s e s m o m e n to s f o r n e c e d ire ç ã o a o s m e m b ro s d e su a c o n g reg ação ; re v e la -lh es suas p rio rid a d e s co m o líder. E les re g o zija m -se n a b o n d a d e de D eu s. Isso m o stra-lh es q u e a ig reja e stá e m p le n a ativ id ad e e q u e v o cê é sen sív el ao E spírito. U m serm ão não con seg u e tran sm itir às p essoas tudo o que elas p recisam sab er so b re d e te rm in a d o assu n to . O s serm ões co n scien tizam , ressalta m assu n to s im p o rtan tes, sim p lific a m seus p arâm etro s e ap o n tam Jesu s com o a au to rid ad e e a resp o sta. S irv a-se de o u tras ocasiõ es de trein a m en to para d e se n v o lv e r m ais a fu n d o a lg u m assu n to . O s serm ões tra zem o im p acto d a P a la v ra de D eu s p a ra to d a a co n g reg ação . V ocê d ev e e sta r su p erp rep arad o . D o m in g o é a p o n ta do iceberg. O que está su b m erso é q u e faz to d a a d iferen ça. A tô n ic a n a G race A sse m b ly é os cu lto s m atu tin o s d o m in icais e as re u n iõ e s celu lares re aliza d as ao longo d a sem ana. A ssim , e m m éd ia, p re c iso de 14 a v in te h o ras p a ra tra b alh a r em u m serm ão para o d om ingo de m anhã. P ara u m culto de m eio de sem ana en caro a p rep aração com m ais esp o n tan eid ade e tem aticam ente. C onsidero a ab o rd ag em esp o n tân ea com o m u d an ça in teressan te e, contudo, v an tajo sa p a ra m in h a co n g reg ação . L e ia o m áx im o que o tem p o lh e perm itir. Se v o cê u sar u m a ilu stração ou d iscern im en to sig n ificativ o s, p o d e aju d á-lo a ir ao po n to que d eseja re s s a lta r. P re fira c o m e n tá rio s q u e fo rn e ç a m p e rs p e c tiv a s d ife re n te s. E m b o ra m e u p rim e iro am o r seja a e x p o siç ão das E sc ritu ra s, m eu p o n to de p a rtid a são as n e c e ssid a d e s co n g reg acio n ais. O s cren tes p recisam de e n sin a m e n to s p rá tic o s p a ra o b te r v itó ria e sp iritu a l, v e n c e r te n ta ç õ e s, f o r t a l e c e r r e l a c i o n a m e n t o s f a m i l i a r e s e d e s e n v o l v e r e x e m p la r c o m p o rta m e n to cristão . M o stre -lh e s co m o v iv e r p a ra D eus, ou v o cê não terá p re g a d o ! A m e d id a q u e v o cê crescer, as p esso a s de su a co n g re g aç ão tam b ém crescerão . C a d a serm ão de d o m in g o é d ecisivo. F a ça u m a im ag em m ental de co m o a m e n sa g e m p o d e m u d a r a v id a das p esso as de sua co n g re g aç ão d u ran te a q u ela sem an a e co m o a fe ta rá suas fam ílias e trab alh o s seculares. U m jo g a d o r de b e ise b o l, ao m o v im e n ta r o b astão , te m de im a g in a r o se g u im e n to do seu ato. U m jo g a d o r de fu te b o l am erican o v isu a liz a o seguim ento do bloqueio, chute ou agarram ento que faz. D a m esm a m aneira, u m p re g a d o r te m de v er além do do m in g o . P erc o rra seu serm ão de fo rm a q u e c a d a p o n to aju d e a a tin g ir aq u elas m etas. S aib a o serm ão tão b em que se torn e p arte de sua v id a e que a flu ên cia d a pregação esteja profundam ente in c ru sta d a em seu e sp írito . T odo su b p o n to flui p a ra o p o n to p rin cip al? Se não, arq u iv e o serm ão p a ra u so fu tu ro . O s ad o lescen tes c o m p re en d e rão a v erd ad e? O s cren tes a m ad u recid o s c re sc e rão co m a verd ad e? M eu s p o n to s p rin c ip a is são ilu stra d o s co m tran sp arên cias. T rabalho co m p elo m en o s d ez a 12 g rá fic o s/d e se n h o s do m e u serm ão, o ra n d o por
620 O PASTOR PENTECOSTAL cada ponto. N o v o s d esco b ertas no o u v ir o que o E spírito diz, no com u n icar a P alav ra, n a c la re z a de co m p reen são e n a rea ção fin al d a c o n g reg ação o c o rre m n a re v isã o a d ic io n a l. C o m fre q ü ê n c ia c o n su lto c o le g as p a ra re c e b e r d ad o s de e n tra d a e m m eu s esb o ço s de serm ão. E les p o d e m m e m o strar m elh o ras q u e p recisam ser feitas. T alvez eu p u d esse declarar m eus p o n to s c o m m a io r n itid ez, ou não está h av en d o flu ê n c ia n a m en sag em , ou o c o n teú d o e stá m u ito e x ten so (sou p ro fe sso r de fac u ld ad e b íb lic a e de sem in ário !). R eserv e a n o ite de sáb ad o p a ra oração e rev isõ e s finais. N ós tem o s o ito cu lto s tod o s os d o m in g o s. U su a lm e n te co m p areç o a apenas três ou q u atro cu lto s m aio res. N ão o b stante, in terced o p o r cad a culto e oro pelo serm ão do p rin cíp io ao fim . O ro p a ra que D eus v en h a a a tin g ir vidas e a lib e rta r as alm as da escrav id ão. P elo fato d e te r-m e p re p a ra d o sa tisfa to ria m e n te , n ã o p re c iso estar c e n trad o e m m im ou n o serm ão. T enho a lib erd ad e de esta r cen trad o no E sp írito e n as p esso as. A n te s de pregar, esq u a d rin h o c a d a in teg ran te da co n g reg ação , u m p o r u m , em m o m e n to s ap ro p riad o s e oro p o r cad a um . Senhor, q u a l é a n ecessid a d e de cada um hoje? P o r favor, sa tisfa ça ! M in h a c o n g re g a ç ão sab e q u e n ã o e sto u so m en te ch e ca n d o q u em e stá p resen te ou a u se n te . F a ç o c o n s id e rá v e l co n ta to v isu a l an te s m esm o de o serm ão com eçar. A té q u an d o esto u ap ertando as m ãos das p essoas à saída do culto, faço u m a o ra ç ã o rá p id a p o r c a d a um a. M eu desejo é ser u m vaso atrav és do q u al o E sp írito S an to flu a p a ra a ten d e r às n ecessid ad es do povo. C o m p re p a ra çã o , oração , se n sib ilid ad e p a ra a d ireção glo b al d a ig reja e ao o u v ir o q u e D eu s te m a d izer p a ra c ad a cu lto , fo rm a -se u m ar de expectativ a. D eus to cará vidas, e as p essoas receb erão en sinam ento prático e tra n sfo rm a d o r de vida.
Exorte para a R esposta O âm ag o de u m cu lto p e n tec o sta l é o m o m en to em que as p esso as dão u m a resp o sta. A lg u m as resp o n d em en q u an to can tam , outras, ao o u v ir o serm ão e, ain d a outras, m ed iante o m inistério de outros cristãos. A pregação da P alav ra é vital, m as é a resp o sta à P alav ra preg ad a que nos dá vantagem . N ós p la n e ja m o s o cu lto in teiro p a ra que as p esso as d êem u m a re sp o sta ao E sp írito de D e u s ! S em p re dê o p o rtu n id ad e p a ra as p essoas irem pa ra Jesus. Q u ando você faz u m a c h a m a d a ao altar p ara os n ã o -salv o s, você an u n cia a vib ran te m en sag em de que g an h ar alm as perdidas é ênfase im portante em sua igreja. D ê o p o rtu n id a d e p a ra n o v as d ed icaçõ es ao Senhor, m in istério p e sso al e o ra ç ã o p e lo s e n fe rm o s. A o p e d ir que os que se e n c o n tra m e m v árias categ o rias de n e c essid ad e e co m p ro m isso v enham à frente, você pro clam a qu e n in g u é m p re c is a se se n tir ex clu íd o . T rein e o b reiro s do altar p ara ex a m in a r a au d iên cia e c u id a r de q u em le v a n ta a m ão em ca d a apelo. O p ro p ó sito não é fa z e r aco n selh am en to d etalh ad o no altar, p o is o tem p o e as circu n stân cias são m u ito lim itados. A ntes, o b ten h a in fo rm açõ es básicas e p e rsp e c tiv a e m m in istra r esp írito e v id a aos que aten d e m ao apelo. S e le c io n e o b re iro s do a lta r que v e rd a d e iram e n te sejam g u e rre iro s de o ração , que acred item no p o d er o p era d o r de m ilag res de D eus. A o fin al
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO
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d o a p e lo , re s e rv e te m p o p a ra q u e to d a a c o n g re g a ç ã o re s p o n d a em c e le b ra çã o co n ju n ta ao S enhor! O s g ru p o s c elu lares p o d e m d isc u tir as m e n sag en s p re g a d a s n o d o m in g o e m term o s de a p licação p rática. E ssa ta m b é m é u m a fo rm a de resp o sta.
V isualize o Propósito Total do Espírito O p lan ejam en to dos cultos de ad o ração g u iad o pelo E spírito concentrase no q u ad ro g lo b al, n ão apenas n u m d o m in g o de cad a vez. D a v id M ohan, p a sto r d a g ran d e N ew L ife A sse m b ly o f G o d em M ad ras, ín d ia , je ju a dez dias n o c o m eço d e ca d a an o p a ra re c e b e r a d ireção d e D eus. S u a ig reja é c o n stru íd a n a o ração e je ju m . S eus m em b ro s su b m erg em n a oração, cad a cu lto , o c u p ação de d o m in g o e ativ id ad e ev an g elística. P erio d ica m en te faço três dias de je ju m p a ra d e sa n u v ia r a m en te, lim p a r a alm a, v en c er o in im ig o e a clarar a visão. C o n h ecer a d ireção que D eus está dando à igreja, d á sig n ificad o e im p acto a tu d o o q u e fazem o s com o co n g reg a ção e aos n o sso s cu lto s de ad o ração . U m cu lto de d o m in g o p o d e ser co n sid e ra d o se p arad am en te, sem an a após sem an a ou p o d e e star no c o n tex to do que o E sp írito S an to e stá fazen d o n a asse m b lé ia que v o cê serve. A lg u n s p a sto re s fa z e m suas ig re ja s a c o m p a n h arem o ca len d ário de aco rd o c o m o q u e d e se ja m preg ar, sem le v ar e m co n sid eração a d ireção d a ig re ja e as n e c e ssid a d e s d a co n g reg ação . Q u al a p a la v ra de D eus p ara sua ig re ja este ano, ou m esm o p a ra d aq u i cin co an os? V ocê não p recisa fa la r aos m em b ro s de su a c o n g re g a ç ão to dos os d e talh e s ac erca dessa visão , p o rq u e p o d e ser q u e eles fiq u e m assustados! N ão lhes p ro m e ta o q u e só d ev e e sta r n a so b e ra n a m ão d e D eus. M as v o c ê tem d e sab er o tem p o certo de g u iá-lo s co m v ig o r nas áreas do louvor, oração, m issões, c u ra interior, g u e rra esp iritu al, dons d o E sp írito , fé, estilo de vid a prático o u v id a fam iliar. E sse sen so d e v isão p e rm ite que a c o n g re g aç ão se m o v a em co m u m aco rd o c o m o E sp írito S anto. A s p esso a s sen tirão fo rtem e n te a visão. F aça tu d o seg u n d o a v isão g lo b al, filo so fia e direção d a igreja. Já n o in ício de ja n e iro , a tra ia seu p o v o p a ra a -----------------------------------------------------------ü visão q u e D eus lhe d á p a ra aqu ele ano. E m geral planejo to d o s os anos d uas séries de ex p o siç ã o b íb lica, além de o u tra série tem ática. A s E sc ritu ra s q u e u so d ep en d erão das necessidades das pesso as e do fardo que D eus coloca em m eu co ração . A série te m á tic a g eralm en te estendese p o r q u atro a seis sem anas. A ex p o siç ã o p o d e lev ar m u ito m ais tem po. E u cresço à m e d id a q u e p esq u iso n o v o s dad o s. O s tem as p o d e m ser d e se n v o lv id o s co m a lg u m a p r o f u n d i d a d e e ê n f a s e . O s m e m b r o s d a _________________________________________________________ j j c o n g re g a ç ão se n te m a d ireção e c o n v id a m am ig o s p a ra c u lto s esp ecífico s. A o p la n e ja r o ano, m an ten h o oito a d ez d o m in g o s liv res; se o E sp írito m u d a r n o ssa direção , eu posso m udar. C laro q u e trab alh o com as d a ta s-p a d rã o de n o sso ano eclesiástico : A no N o v o C h in ês, S e x ta -fe ira S an ta, P ásco a, N atal e feriad o s n acionais. A v isão tem de ser clara. C o m o n o sso s cu lto s cau sa rã o im p acto n a c o n g reg ação ? E co m o eles, p o r su a vez, cau sarão im p acto em seus am igos
0 planejamento guiado pelo Espírito concentra-se no quadro global
622 O PASTOR PENTECOSTAL e n a co m u n id ad e? Q ue co n trib u ição cad a culto d á ao crescim ento e direção d a ig reja? G lo rifica a D eus, tan to im e d iata m en te q u an to a lo n g o prazo ? A u m e n ta n o ssa fé e d e sa fia n o sso an d a r co m D eu s? E ssa visão te m de p rim e iro tra n sfo rm a r su a v id a, se você esp era tran sfo rm ar sua igreja. S e v o cê p la n e ja u m a reu n ião de m eio de sem ana, os m esm os p rin cíp io s são ap licáv eis. A s p esso a s p o d e m e sp erar ter u m en co n tro co m D eus? Q u a l o p ro p ó s ito d a re u n iã o ? Se fo r o ra ç ã o , v o c ê e stá o rie n ta n d o e e n sin an d o o p o v o n a in te rc essão g en u ín a? Isso p ro p o rc io n a estru tu ra e en fo q u e, de m o d o que as p esso as sab em o u v ir D eu s falar. Isso é m ais do que traçar todos os plan o s em torno de um tem a — você fornece a liderança; v o cê o u v e p rim eiro de D eus. T alvez v o cê este ja se p erg u n tan d o : P o r que to d o esse trab alh o p a ra os cu lto s de d o m in g o ou p a ra as reu n iõ e s de oração ? E eu resp o n d o : O nde m ais v o cê te m o p riv ilé g io de ver tantos ad eptos e e stra n h o s? Q ue lu g ar m e lh o r q u e esse p a ra v o cê en sin ar in te rd e p e n d ê n c ia de p esso as? O nde m ais v o cê m u ltip lica seu n ív el de eficiên cia? C ada um de sua cong reg ação p o d e a lc a n ç a r v in te a q u a r e n ta p e s s o a s p o r se m a n a . O p o te n c ia l é espan to so . A q u i v o cê p o d e m o d e lar a v itó ria do an d ar cristão e o m inistério dos dons. E stes são tem p o s cru ciais. O u os cren tes o u v em de D eus ou não. E les terão fo m e de D eu s e en co n trarão resp o stas às suas necessid ad es ou, caso co n trário , sairão v azio s. O u alcan çarão os v iz in h o s ou refletirão um C ristian ism o d ilu íd o e d errotado. F lu a com o E sp írito — não po rq u e isso seja im p re ssio n a n te , m as p o rq u e u m m u n d o d e sesp erad o p re c isa ver aq u eles q u e en c o n tra ram o D eus vivo e v e rd a d e iro !
0 Lugar da Húsica ia Adoração Congregacional Paul Ferrin odo o tem p o e esforços que em nossos cultos despendem os na m ú sica d e v e m ap o n tar em d ireção ao m in isté rio d a P alav ra. T udo o q u e o m in istro da m ú sica, o reg e n te do co ral ou o líd e r de ad o ração fazem deve p re p a ra r os co raçõ es d a co n g re g aç ão p ara re c eb erem a P a lav ra de D eus. S em p re foi m in h a m e ta p a ssa r o culto p a ra m eu p a sto r em u m a b an d eja de prata, em co n seq ü ência do que ele pode im ediatam ente com eçar seu m in is té rio se m se n tir a n e c e ssid a d e de fa z e r a lg u m a p re p a ra ç ã o ad icio n al antes de p re g a r a P alavra.
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UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO A s p e sso a s en tram em n o ssas ig re ja s p ro v en ien te s de to dos os m odos de v id a e com m u ita s n ecessid ad es v ariad as. N ão h á n en h u m a m an eira p o s s ív e l d e a n te c ip a r as a fliç õ e s, os fa rd o s, a triste z a , a so lid ã o e a fru stração qu e en ch em as v id as de n o ssa fam ília eclesiástica. O s m om entos de ad o ração co le tiv a c o n d u zem a co n g re g a ção ao Ú n ico que d á alívio, co n fo rto , p e rd ã o e a m o r àq u eles q u e a b rem os co ra çõ e s p a ra receber. N ão h á o q u e u ltra p a sse o g ran d e cân tico co n g reg acio n al. F az su b ir a ad re n a lin a . L e v a -n o s ao céu. C ria u m v a g alh ão . V ince L o m b ard i, extre in a d o r d os G reen B ay P ack ers, m a n d a v a q u e seus atletas p ro fissio n a is de fu teb o l a m erican o fic a sse m em p é n as m esas do v e stiá rio e can ta ssem a p le n o s p u lm õ es. Isso g e ra v a u m a a tm o sfera de vitória! O s tim es de L o m b ard i g a n h a ra m m u ito s cam p eo n ato s. O in v e stim e n to to tal d a m e n sa g e m e da m ú sic a d ev e m o v er o in justo p a ra a ju stiç a . O san tu ário n ão é teatro de co n certo s; é a aren a on d e a luta c o n tra o p e cad o e a d e rro ta d este c o n stitu i a p rim eira prio rid ad e. E m 1 S a m u e l 16.23, le m o s c o m o a m ú sic a u n g id a p o d e a fu g e n ta r esp írito s ato rm en tad o res: “D av i to m a v a a h a rp a e a to c a v a co m a sua m ão; então, S au l se n tia alívio e se ach a v a m elh o r, e o esp írito m au se re tira v a d ele” . Q u an d o a m ú sic a u n g id a co m e ç a a flu ir no c u lto , afliçõ es, fardos, tristeza, so lid ão e a n g ú stia c o m eçam a fu g ir em d isparada. D esp erta-se g rande d esejo em se o rie n ta r p a ra o altar. M eu p ad rasto , h o m e m m u ito relig io so , c o n v e rte u -se q u an d o ain d a e ra ad o lescen te, en q u an to can to res u n gidos can tav am : V agueando d e sc u id a d a m e n te c o m a m aré, V agueando so b re ág uas a esm o, S em C ap itão p a ra g u ia r o curso, V agueando so b re o m ar da vida. Coro: V agueando, v a g u ean d o , sem ru m o à vista! V agueando lo n g e da luz do E v an g elh o ; Q u e v o c ê n ão afu n d e n a n o ite te m p estu o sa; V agueando so b re o m ar d a v id a .1 E ste ad o le sc e n te so litário , q u e tin h a ficad o sozinho c o m a id ad e de dez anos, n ão p ô d e esp erar p ela ch am ad a ao altar, pois, du ran te a execu ção do h in o , le v a n to u -se d e o n d e e sta v a sen tad o e fo i a u m altar antiquado. M u ito s o u tro s o seg u iram n aq u ele culto.
M inistrando Juntos O coral, os instrum entistas e os solistas são sócios que m inistram ju n to s, v isto q u e no R ein o de D eu s n ão h á ved etes. U m d ep a rtam e n to de m ú sica não p ode ser eficiente em seu m inistério, se em seu m eio houver dissensões, ciú m e e críticas. T oda vez q u e os m ú sico s se le v a n ta m p a ra m inistrar, eles tê m d e e sta r u n g id o s. D eu s esc o lh e u fa z e r sua o b ra p o r in te rm é d io de p esso as. E le n ão u n g e apen as h in o s ou m en sag en s. Se as m en sag en s em si fo ssem u n g id as, p o d eríam o s lev an tar-n o s e ler os serm ões de Jo h n W esley
624 O PASTOR PENTECOSTAL ou os de B illy Sunday, e os resultados aconteceriam . M en sag en s poderosas e h in o s n o táv eis d ev e m ser en treg u es p o r alg u ém co m unção. D eus un g e o m e n sa g e iro ! P re c isa m o s de u m n o v o to q u e de D e u s c a d a vez que assu m im o s o lu g a r re se rv a d o p a ra cantar. D e fato, não ou sam o s fazê-lo sem u nção. “O que n os c o n firm a c o n v o sco em C risto e o que nos u n g iu é D e u s” (2 C o 1.21). A q u E le q u e nos criou e que b em nos conhece — nossas faltas, n o sso s fracasso s, sabe tu d o sobre nós — é q u em nos un g e p ara servir. O p ró p rio Jesus, fazen d o eco a Isaías 61.1, disse: “O E sp írito do S en h o r é sob re m im , p o is q u e m e u n g iu p a ra e v a n g e liz ar [cantar para] os pobres, e n v io u -m e a c u ra r os q u e b ra n tad o s do co ração , a a p reg o a r [can tar a] lib e rd a d e aos c a tiv o s , a d a r v is ta aos c e g o s, a p ô r e m lib e rd a d e os o p rim id o s” (Lc 4 .1 8 ,1 9 ). C o m a unção, q u alq u e r co isa p o d e aco n te cer d u ran te o m in istério d a m ú sica. S em ela, tem os d esem p e n h o m u sica l que d eix a os o u v in tes frios e im p assív eis. Q u ando se can ta ou to ca co m a u n ç ã o d e D e u s, as p e s s o a s são sa lv a s, os d o e n te s são c u ra d o s e os q u e b ra n ta d o s de c o ração e os so litário s são to cad o s. O tem po é curto d em ais, e a m en sag em , v ital e m ex tre m o p a ra b rin c arm o s de igreja. O s p asto res e m em b ro s d e eq u ipes m in isteriais d ev em estar en volvidos n o s m in is té rio s d a m ú s ic a d a ig re ja , a in d a q u e se sin ta m to ta lm e n te d e slo cad o s p a ra d e se m p e n h ar os d ev eres exigidos. Os co m en tário s a seg u ir p o d e m e n c o ra ja r a eles e a v o cê a sair c o m fé e v e r D eus fazendo m ilag res p elo m inistério d a m ú sica. A co n fia n ça de P aulo v in h a de D eus: “P osso to d as as co isas n a q u ele [em Jesus] que m e fo rta le c e ” (Fp 4 .1 3 ). T iago nos d á co n selh o ex trem am en te útil: “Se alg u m de vós tem falta de sabedoria, p eç a-a a D eus, q u e a to d o s d á lib eralm en te e não o la n ç a em rosto; e s e r-lh e -á d a d a ” (T g 1.5). A B íb lia Viva e x p õ e m o v ersícu lo d esta m aneira: “Se qu iserem saber o que D eus q u e r que v o cês façam , p erg u n te-lh e, e E le aleg rem en te lh e s d irá , p o is e stá se m p re p ro n to a d a r u m a fa rta p ro v isã o de sa b ed o ria a to d o s os que lhe p ed em ; E le n ão se o fe n d erá co m isso ” . H á m u ito s ex em p lo s nas E scritu ra s on d e D eu s não in terv eio e se en v o lv eu até que p rim eiro um ind iv íd u o tiv e sse ag ido p o r fé. Ê x o d o 4 .2 -4 é a bem co n h ecid a c o n v e r s a d o S e n h o r c o m M o is é s . O S e n h o r lh e p e r g u n to u : “ Q u e é is s o n a tu a m ã o ? ” E M o is é s resp o n d eu : “U m a v a ra ” . E n tão o S en h o r disse: “L an ça-a n a terra” . P arecia um p e d id o sim ples, p e lo q u e M o isés o fez. M as, q u an d o a lan ço u na terra, a vara to rn o u -se em cobra, u m a serpente sibilante, e M oisés fez exatam ente o q u e eu te ria feito. F ugiu! D a í o S en h o r disse a M oisés: "E sten d e a m ão e p eg a-lh e p e la cau d a” . U m ped id o um pouco m ais difícil! Q uando M oisés o b ed eceu , no m o m e n to em q ue p e g o u a serpente p e la cauda, ela to rnouse em v ara n a sua m ão. O m ilag re não aco n teceu até que M o isés a p eg a sse p e la cauda. O m esm o p rin cíp io ap resen tou-se quando a arca do concerto atravessou o rio Jo rd ã o aos o m b ro s dos sacerdotes (Js 3). A s águas que v in h am rio
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0 coral, os instrumentistas e os solistas são sócios que ministrai* juntos, visto que no Reino de Deus não há vedetes ------------------------ jj
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO a cim a só se le v a n ta ra m “num m o n tã o ” d ep o is que os pés dos sacerd o tes q u e a le v a v a m fic a ra m m o lh a d o s. E le s tiv e ra m de fic a r c o m os pés m olhados antes q u e o m ilag re acontecesse. Q uando E lias pediu que a viúva u sasse a ú ltim a p o rção de farin h a e azeite que ela d isp u n h a p a ra fazer-lhe u m b o lo , ele an u n c io u -lh e q u e a farin h a d a p an e la não se acab aria, n em o azeite d a b o tija fa lta ria (1 R s 17). Q u an d o ela o b edeceu, h o u v e fa rin h a e azeite p ro v e n ie n te d e u m a fo n te m ilag ro sa. O q u an to isso era m e lh o r do q u e p re p a ra r u m b o lo , c o m e r e m orrer! M as antes que ela re c e b e sse o m ilag re, e la te v e de fa z e r u m b o lo p eq u e n o p ara E lias. Q u an d o D eu s n os ch am a p ara fa z e r algo, devem os p ro c ed e r com o E lias em su a “fe sta da a u to p ie d a d e ” n a cav ern a, ou com o P edro, q u an d o Jesus an d o u p o r c im a d o m ar e lhe disse: “V em !” Tem os de sair da caverna, do barco , de n o sso c an tin h o de seg u ra n ç a e m a n te r nossos o lhos firm es em Jesu s, e n ã o nas c irc u n stâ n c ias q u e n o s ro deiam . Q u ando agim os assim , não h á co m o fracassar. É im p o rta n te q u e o tem p o d ed icado à ad o ração c o n g re g a c io n a l se ja m u ito s ig n ific a tiv o e c o m tão p o u c a s d istra ç õ e s q u a n ta s p o ssív e is. T udo o q u e le v a n o sso s p en sam en to s p a ra lo n g e do S en h o r im p ed e-n o s de re a liz a r n o ssa m e ta suprem a. T enho v isto tam an h as d istra ç õ e s q u an d o tra n sp a rê n c ias de h in o s re tro p ro je tad o s no telão não são m u d ad as no m o m en to adequ ad o , ou q u ando é colocada a tran sp arên cia errada. P alav ras g rafadas erro n eam en te em transparências, acordes errados, m u d an ças im p ró p rias de to m ou a e sc o lh a de hin o s e corinhos que n ad a te n h a m e m co m u m co m o q u e q u er q u e seja p o d em cau sa r distrações.
O btendo Fluência na Adoração A p a la v ra -ch a v e é flu ê n c ia '. M u ita p rep aração é e ssen cial p a ra se o b ter tal flu ên cia. O te m a ou tip o de cu lto d ev e ser lev ad o em conta. O títu lo da p re g a ç ã o ou o te m a d e u m a série d e p re g a çõ e s é, m u itas vezes, ótim o p o n to de p artid a. E m o u tras v ezes, o te m a será e sta b ele cid o p ela estação do ano o u p o r a lg u m a a tiv id a d e re la c io n a d a co m av iv am en to ou m issões. O u tro s tem as, co m o cura, o ração , louvor, adoração, o E sp írito S anto, a se g u n d a v in d a de Jesu s, o san g u e de Jesu s ou o am o r de D eus, p o d e m ser a b ase de u m cu lto de adoração . O m ú sic o ou líd e r d e a d o ra ç ã o d e v e c o n s id e ra r os m o m e n to s da p r e p a r a ç ã o m u s ic a l, d a m e s m a fo r m a q u e u m p a s to r c o n s id e ra os m o m en to s d a p re p a ra çã o de su a m en sag em . A ssim com o o p asto r se senta à su a e sc riv a n in h a c o m a B íb lia, c o n c o rd â n c ia e liv ro s d e aju d a p a ra serm õ es e co m m u ita oração p re p a ra su a m en sag em , eu co m eço c o m m eu hinário, livros de coral p ara lo u v o r e adoração, a B íblia, gravações diversas e o u tro s m a te ria is d e p la n e ja m e n to de ad o ração e b u sco p e la d ireção de D eus. A s v ezes ten h o um “p e n sa m e n to em g e rm in a ção ” , um h in o ou um co ro , q u e é a fo n te d a q u al D eu s co m e ç a a d esag u ar em m eu c o ração tudo o q u e é p re c iso p a ra fa z e r c o m que os m o m en to s de ad o ração ten h am flu ên cia. N ã o a p e n a s o te m a , m a s as a rm a d u ra s d e c la v e , a in d ic a ç ã o d e c o m p a s s o , o ritm o e o ta to m u s ic a l g lo b a l d e v e m s e r le v a d o s em consideração. A lgum as pessoas p en sam que a m iscelân ea de trechos tirados d e cin co h in o s do m esm o estilo , in d e p e n d e n te do te m a ou tato m u sical, é
626 O PASTOR PENTECOSTAL b o m p o t-p o u rri. E m geral, é ap ro p riad o cantar dois ou três c o rin h o s de ritm o sem elh an te, em v ez de ir do ritm o lento p ara o rá p id o e v o lta r p ara o len to , d an d o a sen sação de m on tan h a-ru ssa. Se preferir, co m ece com alguns c o rin h o s de ritm o lig eiro e passe p a ra u m co rin h o m ais lento e p ró p rio p a ra ad o ração . O u, q u em sabe, co m ece c o m co rin h o s lentos e fáceis de c a n ta r e term in e co m u m co rinho im p o n e n te e m ajesto so , com o “Q u ão G ran d e É s tu ” . H in o s e c o rin h os p o d e m se r c o m b in a d o s e e x e c u ta d o s ju n to s , se co n sid e ra ç ão e p la n e ja m e n to fo rem dadas ao tem a, estilo s e tato m usical. U m e x em p lo d isso p o d e ser o seguinte: “S alve! Ó R ei Je su s” , em to m de fá. C an tan d o em ré m aio r m u d ar de tom para sol em “Salve! Todo o P o d er” . S e g u in d o o v erso fin al, esta n d o u m m i bem o l, m u d a r d e to m p a ra lá bem ol. “E rg am Vossas C ab eças” ou “A d o rai” p o d em ser cantados em lá bem ol.
A Variedade Dá Sabor A v a rie d a d e é, se m d ú v id a , in g re d ie n te im p o rta n te no m in isté rio m u sical, n ão apenas no tip o de m ú sic a que u sam o s, m as tam b é m co m as p esso a s q u e c an tam e to c a m m úsica. S em p re d e v em o s m a n te r em m en te q u e in d iv íd u o s d e to d o s o s e s tilo s d e v id a c o m p õ e m n o s s a fa m ília co n g reg acio n al. C ad a u m te m seu p ró p rio go sto m u sical. M ais d e 38 anos de m in isté rio n a ig reja p ro p o rc io n a ram -m e a o p o rtu n id ad e de en co n trar co ralistas d e to d o s os e x tre m o s no q u e se refere a go sto s e d e sg o sto s de e s tilo m u s ic a l. E n c o n tr e i a q u e le s q u e te r ia m fic a d o c o n te n te s se ca n tá sse m o s n ad a m ais q u e os clássico s sacros. E n treta n to , h á apenas alg u n s b an co s m ais ad ian te, e staria u m co ra lista qu e g o sta m u ito do estilo g o sp el su lista am erican o . A lg u m as fileiras m ais atrás h av e ria o co ralista qu e ach a q u e a m e lh o r m ú sic a e v a n g é lic a do m u n d o foi esc rita p o r John W. P e te rso n e, sen tad o n o m esm o b an co , e sta ria u m d e fen so r ferren h o dos h in o s trad icio n ais. O m in istro da m ú sic a tem a ta refa de re u n ir todo esse p e sso a l n o m esm o lugar, o n d e to dos p o ssa m c an ta r e a p re cia r vário s tip o s de m ú sica. É co m o sem p re digo: “P o u co im p o rta qu al seja seu gosto m u sical, se v o cê p a rtic ip a r de m in h a ig reja d u ran te u m d o m in g o (no culto d a m a n h ã e no d a no ite), v o cê o u v irá alg o de que g o ste ” . N ão m ais que u m item , ain d a q u e seja g ran d e, lhe será en fad o n h o e an tiq u ad o . Todos os estilo s de m ú sic a têm a lg o a dizer. É o m esm o co m a congregação! M uitos p re fe ririam os an tig o s h in o s e m ú sicas ev a n g élicas, ao p asso que o u tros g o s t a r ia m d e u m a d i e t a f i x a d e c o r in h o s d e l o u v o r e a d o r a ç ã o co n te m p o râ n e o s. N u n c a d e v em o s nos e sq u e c e r de q u e D eu s não e stá tão p re o c u p a d o c o m o q u e can tam o s, tanto q u anto E le se p reo cu p a co m a co n d ição de n o sso c o ra ç ã o q u a n d o cantam os. O u tro asp ecto im p o rta n te que se re la c io n a co m a v aried ad e de n o ssa m ú sic a é a e sc o lh a de q u e m c an ta ou to c a m úsica. P o rq u an to o coral é a co lu n a v e rte b ra l do d e p a rta m en to de m ú sica, p ro v e n ie n te d esse grupo su rg em im p o rtan tíssim o s solos, duetos, trios, q u arteto s, conjuntos, grupos, b e m co m o co n ju n to s m ascu lin o s e fem in in o s. O m esm o p o d e ser dito
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO a c e rc a d a p a rte in stru m e n ta l do seu p ro g ra m a d e m ú sica. À m e d id a q u e v o cê fo r fo rm an d o a o rq u estra d a ig reja, v o cê ta m b ém p o d e d ar a m esm a v arie d a d e de g ru p o s in stru m en tais. Q u an to m ais crentes v o cê p u d e r usar, m a io r a v a rie d a d e q u e a lc a n ç a rá e, ao m e sm o te m p o , e s ta rá d a n d o o p o rtu n id a d e a u m m a io r n ú m ero d e cren tes p ara u sa r o talen to v o cal e in stru m e n ta l q u e p o ssu a m p a ra g lo rific a r ao Senhor.
Envolvimento com O utros M inistérios É im p o rta n te p a ra os q u e p a rtic ip a m e estão co m p ro m etid o s co m o m in istério d a m ú sic a a ta m b é m se e n v o lv e re m co m os o u tro s m in istério s d a ig reja. A lid e ra n ç a d a m ú sic a ta m b é m d ev e ser lid era n ç a esp iritu al. Q u an d o te rm in a a p o rç ã o m u sical de u m culto, os en v o lv id o s não d ev em c o n sid e ra r ter co n clu íd o seu trab alh o . E les, ju n ta m e n te co m o pastor, estão p la n ta n d o se m e n te s q u e serão c o lh id a s n a h o ra d a c h a m a d a ao altar. A lg u é m disse: “V ocê n ã o p o d e le v a r as p esso a s em ad o raç ão , se em p rim e iro lu g a r v o cê n ã o fo r u m ad o ra d o r” . E m d iv ersas ocasiõ es, tenho o b serv ad o o m in istério m u sical do fam o so co ral T he B ro o k ly n T abernacle C hoir. S em p re n o to que aq u eles q u e c a n ta m são os p rim eiro s a o rar com os q u e ate n d e m à ch a m a d a ao altar. M in h a sogra, q u e h o je e stá co m o Senhor, freq ü en tem en te m e c o n tav a que o reg en te do co ral dos p rim itiv o s dias d a ig reja pen teco stal e m D enver, C o lo ra d o , c o lo c a v a os in te g ra n te s d o c o ral em fila an te s do c u lto e p e rg u n ta v a a ca d a u m in d iv id u alm en te: “V ocê tem a v itó ria? ” Se alg u ém p o r alg u m m o tiv o n ã o re sp o n d e sse a firm ativ am en te, era -lh e so licitad o a p ô r-se à p a rte e, p a ra a q u e le cu lto , n ão a ssu m ia o lu g ar reserv ad o p a ra o coral. D e alg u m a m an eira, ele p e rc e b e u a im p o rtâ n c ia do m in isté rio e c o m o s e ria im p o s s ív e l m in is tra r se to d o s os m e m b ro s do c o ra l não e stiv e sse m n a p o siç ã o o n d e se d ev e e sta r e m u m relac io n am en to co m D eus.
Prepare-se F in alm en te, d eix e-m e d izer-lh e o q u an to é im p o rtan te p re p arar-se pa ra a ta re fa q u e e stá d ian te d e vo cê. D eu s o ajudará! E le a b en ço a rá e u n g irá s e u s e s f o r ç o s e m in is té r io . C o n tu d o , E le e s p e r a q u e e s tu d e m o s e a p re n d a m o s a fa z e r tu d o o q u e e stiv e r ao n o sso a lca n ce p a ra sem p re estarm o s p rep arad o s. R ecu rso e x trem am en te p ro v eito so p a ra q u alq u e r u m q u e está no m inistério d a m ú sica é p articip ar de tantas conferências quantas p o ssív e is q u e se re la c io n e m c o m su a p a rtic u la r área m u sical. A lg u m as c o n fe rê n cia s p o d e m até v ir a serem re a liza d as em su a cidade, quan d o en tão as d esp esas serão m an tid as a u m m ín im o. T rem en d a q u an tid a d e de a ju d a e in sp ira ç ã o v ê m d a asso c ia ç ã o c o m o u tro s que esteja m en v o lv id o s n o m e sm o m in is té rio . V ocê p o d e o b te r a ju d a p re c io s a p o r m e io de a ssin atu ras de p u b lic a ç õ e s e sp ecializad as, in clu siv e p a co te s m u sica is de d iv ersas ed ito ras, b e m co m o rev istas, jo rn a is e livros. T alvez fo sse v a n ta jo so ir p a ra a u n iv e rsid a d e ou facu ld a d e c ristã de su a cidade. Se suas in ten çõ es fo rem realm en te sérias acerca de a p erfeiço ar p eculiares aptidões m usicais, ter aulas particulares seria de espantosa ajuda.
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O PASTOR PENTECOSTAL N ão ten h a m ed o de p ro c u ra r a aju d a d aq ueles de den tro ou fo ra da igreja. P o d e s e r q u e h a ja e m s u a c o n g r e g a ç ã o u m m ú s ic o q u e p o s s u a co n h ecim en to s sob re a rm ad u ras de clave e m u d an ças de tom , que lhe a u x ilia rá no p la n e ja m e n to dos m om entos de lo u v o r e ad o ração d a igreja.
O Poder do M inistério da M úsica H á m u itas re fe rê n cia s b íb licas no A n tig o T estam ento relativ a s ao uso da m ú sic a p ara ad en trarm o s n a p re sen ç a do Senhor. L e ia alg u m as em 2 C rô n ic a s 5 .1 1 -1 4 , 7 .6 e 2 9 .2 5 -3 1 . N o s te m p o s m o d e rn o s , g ra n d e s a v iv a m e n to s e c u lto s c o n g re g a c io n a is s e rv ira m -s e d a m ú sic a c o m o in s tru m e n to e fic a z . E v a n g e lis ta s fa m o so s tiv e ra m seu s c o la b o ra re s m u sicais, co m o B illy S u n d ay e H o m e r R o d eheaver, D. L. M o o d y e Ira S ankey, B illy G rah am e C liff B arro w s e K athryn K u h lm an e o d o u to r A rth u r M etcalf. N u n c a a n te s n a h is tó r ia v im o s e x tra o rd in á ria v a rie d a d e m u s ic a l p ro v e n ie n te de n u m ero so s c o m p o sito re s cristãos. T am b ém tem os u m a su p e ra b u n d â n c ia de in stru m e n to s m u sic ais, so b retu d o os p ro d u zid o s p o r tec la d o eletrô n ico , os q u ais g eram to d o so m im a g in áv el co m o p arte do m in isté rio m u sical de n o ssas igrejas. Q u e esco lh am o s a m ú sic a e ap re sen te m o s a m en sa g em do E v an g elh o e m cada cu lto , de fo rm a q u e D eu s v e n h a a ser ado rad o e m ag n ificad o . T udo o que fazem o s d e v e ser feito p a ra a g ló ria de D e u s !
Dirigindo Reuniões de Oracle que Chegam ao Trono James D. Marocco o d e-se afirm ar q u e a reu n ião de oração reg istra d a em A tos 4.24-31 to co u o tro n o de D eus. L u cas nos co n ta em A tos 3 que um p aralítico, o q u a l to d o s os d ias era p o sto à p o rta F o rm o sa do T em plo, foi m ila g ro sa m e n te cu rad o no n o m e de Jesu s p elo m in isté rio dos apóstolos P ed ro e Jo ão . O m ila g re cau so u tam an h o alv o ro ço , que P ed ro e Jo ão a cab aram p reg an d o p ara um a grande m u ltid ão que se ajuntou. P resos pelos líderes ju d eu s que ficaram p erturbados p o r causa da pregação dos apóstolos e m n o m e de Jesu s, o rd e n a ra m -lh es que não p reg a sse m m ais n esse N om e. D ep o is de soltos, a p rim e ira co isa que fiz era m foi re u n ir a ig reja p ara um a
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UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO reu n ião de o ra ç ã o — e ssa é a re u n iã o d e oração que se en c o n tra d escrita em A to s 4. L u cas n a rra seus resu ltad o s: “T endo eles o rado, m o v e u -se o lu gar em que estav am reunidos; e todos fo ram cheios do E spírito Santo e anunciavam co m o u sa d ia a p a la v ra de D e u s” (A t 4 .3 1 ). A o raç ão que fizeram foi r e s p o n d id a p e la d ra m á tic a in te rv e n ç ã o d e D eu s. E le s tin h a m , c o m o d escrev e o e sc rito r aos H eb reu s, ch eg ad o “com co n fia n ça ao tro n o da g raça [...] [e alcançado] m isericó rd ia e [...] graça, a fim d e [serem ] ajudados em tem p o o p o rtu n o ” (H b 4.16).
A O ração Coletiva Deve Ser Vista como Eficaz D e ssa p assa g e m , o b te m o s d isc e rn im en to s que nos o rie n tam a d irig ir re u n iõ e s de o ra ç ã o eficien tes. O p rim e iro desses d isc ern im en to s é que a o ração c o le tiv a d ev e ser v ista co m o eficaz. É e x p o sição in c o m p leta d izer q u e os a p ó sto lo s fo ra m m o tiv ad o s a orar. M as (estiv essem eles viv en d o h o je) a a m e a ç a de p e rse g u iç ã o fa c ilm e n te p o d e ria tê-lo s lev ad o a fo rm ar u m a co m issão d e ação p o lítica, in stig a r u m m o tim ou en v o lv er-se em m uitas outras atividades. E ntretan to , a p rim eira co isa que fizeram foi reu n ir a ig reja p a ra orar. P o r q u ê? P o rq u e eles acreditavam que a oração realm ente p o d ia m u d a r as coisas. A n tes q u e u m a reu n ião de g ru p o de o ração p o ssa ser eficaz, d ev e h av er c o n v ic ç ã o co m u m de q u e a q u ilo q u e e stá ac o n tec en d o n a v erd ad e vai m u d a r o cu rso d a h istó ria. C o m m u ita fre q ü ê n c ia reu n iõ e s de oração se d e g e n e ra m e m n a d a m ais q u e o u tra reu n ião relig io sa. A fé e stá au sen te e, sem ela, a re u n iã o de o ra ç ã o é p u ra p e rd a de tem po. C h arles F inney, o gran d e ev a n g e lista do século X IX , ao n arrar sua e x p eriên cia de conversão, e x p resso u o q u ão irritad o fico u p o r e sta r em um a reu n ião de oração co m p esso a s q u e e sta v a m ap en as fin g in d o , q ue n a re alid a d e não acred ita v am q u e D eu s fizesse algo. T em os de a c re d ita r q u e a o ração m o v e a m ão d e D eus. O ap ó sto lo P au lo c ria nisso e c o n sta n te m e n te p e d ia q u e os cren tes o rassem p o r ele. U m d esses p ed id o s en c o n tra -se em R o m an o s 15.30: “R o g o -v o s, irm ãos, p o r n o sso S en h o r Jesu s C risto e p elo am o r do E sp írito , que co m b atais c o m ig o n as v o ssas o raçõ es p o r m im a D e u s” . P a ra o ap ó sto lo P aulo, a o ração e ra v ital p a ra a v id a e m D eu s. E le não só fez co m que as igrejas o ra sse m p o r ele, m as ta m b é m ele o ro u p e las igrejas. A in te n sid ad e de sua o ração e stá re fle tid a n as p a la v ra s q u e d isse aos tessa lo n ice n se s: “ O rando a b u n d a n te m e n te d ia e n o ite , p a ra q u e p o ssa m o s v e r o v o sso ro sto e su p ram o s o q u e fa lta à v o ssa fé ” (1 Ts 3.10). A oração, então, de certa p e rsp e c tiv a b íb lica, é cru cial. E o m eio q u e D eus esco lh eu p ara lib erar seu p o d e r no m u n d o . O s q u e se a ju n ta m p a ra o rar d ev e m ser lem b rad o s d isso p a ra q u e o rem c o m fé.
A O ração Coletiva Deve Ser O ração Perseverante O u tro e lem en to im p o rta n te p a ra le m b ra r é a n ec essid a d e de p e rse v e ra r em oração . E m L u cas 18, Jesu s u sa o e x em p lo d a p e rse v e ra n ça de u m a v iú v a co m o m eio de e n c o ra ja r os d iscíp u lo s a não d e sistire m de orar.
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630 O PASTOR PENTECOSTAL C o n sid e re e sta cena: Em um momento você está lá fora e o dia está muito nublado. As nuvens são escuras e agourentas. Quando você ora, as nuvens se dispersam e os raios do sol que estavam acima das nuvens (os quais nunca deixaram de estar lá) agora começam a brilhar em você. Para mim, a oração é assim. É permitir que o poder de Deus seja direcionado em determinada situação. As nuvens representam os poderes das trevas que tentam obstaculizar as bênçãos. O erro que cometemos é acreditar que minha intensa oração feita no passado soluciona todos os problemas do futuro. Não, o que . acontece é que quando deixamos de pedir, as nuvens voltam e escondem o sol. O reino espiritual é dinâmico, e a oração tem de ser permanente, se o crente deseja sustentar a vitória e perm itir que o poder de Deus continue atuando na situação do crente. E por isso que Jesus, em Lucas 18, nos deu a parábola do juiz iníquo, onde nos declara “o dever de orar sempre e nunca desfalecer” . Temos de vencer a mentalidade ocidental que tende a encarar a oração como desperdício de tempo, já que nada visível está sendo realizado imediatam ente.1 P e rse v e ra r n a o ração é te r a fé em ação. E a n d ar no p a d rão de Jesu s, q u e n o ja rd im do G e tsê m a n i p e d iu a m e sm a co isa três v ezes (M t 26.3944 ). P o rtan to , é im p o rtan te q ue o líd e r le m b re àq u eles que o ram não só a e fic á c ia d a oração , m as ta m b ém a n ec essid a d e de p e rse v e ra r em oração.
A O ração Coletiva Deve Ser Feita em Perfeita C oncordância Isso n os le v a a o u tro im p o rtan te d isc ern im en to so b re com o d irig ir re u n iõ e s d e o ração eficazes: “O u v in d o eles isto, u n ân im e s lev a n taram a v o z a D eu s [em o ração ]” (A t 4 .24). D ev em o s não apenas ser persev eran tes n a o ração e v ê -la co m o eficaz, m as tam b ém tem os de o ra r em co m u m acordo. P ro v e n ie n te d essa p a ssa g e m , a co n c o rd â n c ia p are ce a b ra n g er duas áreas. A p rim e ira á rea é a u n id ad e d a oração audível: eles le v an ta ram a voz. E les o raram ju n to s, ca d a u m falan d o e m voz alta. O s p en tec o stais do in ício do sécu lo X X c o m p re e n d ia m a im p o rtâ n c ia d esse tip o de o ração; a ig re ja q u an d o o ra v a p o d ia ser o u v id a a m u itas q u ad ras de d istân cia. A o lo n g o dos anos, os p en te c o stais p e rd e ra m esse e x ce p c io n al d istin tiv o d a o ração e to rn a ra m -se m ais c o n tem p lativ o s n a o ração . E u m esm o sou b o m e x em p lo d e ssa m u d an ça. Q u ando m eu pai o rav a fa z ia o sten tação ru id o sa e e x ag erad a, eu lh e dizia: “P ap ai, p o r que você o ra tão alto? D eus não é su rd o !” E le m e re sp o n d ia c o m esta o b servação: “D eus tam b ém não é n e rv o s o !” M e u c o n c e ito e ra q u e a o ra ç ã o sile n c io sa e m e d ita tiv a e ra e x trem am en te adeq u ad a. C o n tu d o , d o is f a to s c o m e ç a r a m a f a z e r - m e r e tr o c e d e r p a r a a im p o r tâ n c ia d a o ra ç ã o v e rb a l q u e m e u s a n te p a s s a d o s p e n te c o s ta is p ra tic a v a m tão in stin tiv am en te. O prim eiro , fo i a d esc o b erta de q u e a o ração no A n tig o e n o N o v o T estam ento e ra feita p rim ariam en te e m voz alta. N a h is tó r ia d e A n a ( l S m 1.12-14), E li, o sacerd o te, p e n so u que A n a e stiv e sse b êb ad a, p o rq u e ela e stav a oran d o sem e m itir som algum . Isso
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO
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in d ic a q u e a o ração h a b itu a l e ra fe ita em v o z alta. O b tem o s a m e sm a co m p reen são das p alavras de Jesus reg istrad as em M ateus 6.6: “Tu, quando o rares, e n tra no teu a p o se n to e, fe c h a n d o a tu a p o rta, o ra a teu P a i” . C o n sid e ra n d o q u e a o ração e ra feita em voz alta, a fim de que ca d a um o rasse em seg red o c o m eficiên cia, e ra p reciso fic a r à sós. Jesu s d e cla ra na p a rá b o la d o fa rise u e do p u b lican o : “O fariseu , esta n d o em pé, o rav a c o n s ig o d e s ta m a n e ir a ” (L c 1 8 .1 1 ). E n tr e ta n to , a lg u n s e x p o s ito re s d efen d em a seg u in te leitura: “O fariseu lev an to u -se sozinho e orou assim ” . V isto que a o ração era feita em v o z alta, o p u b licano p ro vavelm ente poderia o u v ir a o ração d o fariseu , m esm o esta n d o a a lg u m a d istân cia. Isso m u d a to d a a n a tu re z a d a p ará b o la , fa z e n d o c o n tra ste ain d a m ais d ram ático entre a o ração do fariseu e a do p u b lican o . O seg u n d o fato q u e m e ch a m o u a aten ção p a ra a im p o rtân cia da oração au d ív el fo i q u an d o m e to rn ei m em b ro d a m e sa dire to ra da C h u rch G row th International, do d o u to r D av id (Paul) Yongi C ho, e tive num erosas ocasiões p a ra o b se rv a r os m em b ro s de su a ig reja, a Ig reja do E v an g e lh o P len o em Y oido, C o réia, o rarem ju n to s. E m ce rta o casião, tiv e o p riv ilé g io de falar a re p re se n ta n tes n a C o n fe rê n c ia d a C h u rch G ro w th In tern a tio n al de 1987, e m S e u l, n u m a re u n iã o e s p e c ia l n a M o n ta n h a d a O ra ç ã o . M in h a s p a la v ra s fo ra m s u s c ita d a s p o r u m co m e n tá rio q u e o u v i u m re p re se n ta n te fa z e r a outro d u ran te u m dos cu lto s n a Ig re ja do E v a n g e lh o P leno em Seul. E le perguntou: “P o r q u e as p esso as oram desse je ito ? ” E le se re fe ria p re c isa m e n te às ex p ressõ es vocais e v ig o ro sas, q u an d o a c o n g re g a ç ão in te ira o rav a em c o n j u n t o . (A o r a ç ã o q u e a i g r e j a f a z é tã o im p ressio n an te; te m o so m de u m a catarata. N ão se c o n se g u e fic a r no san tu ário , q u an d o as p esso as estão oran d o , sem se sen tir m o v id o .) E n q u an to m e p rep a ra v a p a ra fa z e r m in h a p releção , ch eg u ei à co n c lu sã o d e que os p e n te c o sta is c o re a n o s tin h a m m a n tid o a m a n e ira __________________ bíblica correta de orar: oração coletiv a audível. P o r outro lad o , os p e n te c o sta is o c id en tais v e n d e ra m seu direito in a to p e la a c e ita b ilid a d e d o s irm ã o s e irm ã s e v a n g é lic o s. C o m isso , p erd em o s a c o rre sp o n d e n te lib eração de p o d e r que foi e m b o ra ju n to co m esse tip o de oração . N ão ad m ira n e n h u m p o u c o q u e a Ig reja do E v an g elh o P len o em Y oido seja a m a io r ig re ja do m u n d o co m m ais de setecen to s m il m em b ro s adultos. O d o u to r C h o atrib u i a esse tip o de o ração , ch am ad a p o r eles de “o ração to ta l” , a b ase p a ra o fen o m e n al crescim ento. M in h a co n c lu sã o fo i m ais ta rd e c o rro b o ra d a p o r um e n ten d im e n to da co n c e p ç ão g lo b al dos h eb reu s. P a ra os h eb reu s, D eus é co n h ec id o p elo q u e E le faz e diz, e n ão p o r u m co n c e ito teo ló g ico ab strato. O coração de D eu s tam b ém é ex p resso p o r suas p alav ras e ações. N o que diz resp e ito à su a c ria ç ã o , Je su s a sse v e ra : “D e to d a p a la v ra o c io sa q u e os h o m e n s d isse re m h ã o de d ar c o n ta no D ia do Ju ízo . P o rq u e p o r tuas p alav ras serás ju stific a d o e p o r tuas p a la v ra s serás c o n d e n a d o ” (M t 12.36,37). A c re sc e n te -se a isso o fato d e q u e p a ra a p e rsp e c tiv a h e b ra ic a as p a la v ra s têm poder. D eu s crio u tu d o o q u e e x iste falan d o p a ra que viesse à ex istên cia. P ara os h e b reu s feito s à im a g e m de D eus, as p ala v ra s faladas
t i ----------------------Os pentecostais perderamesse excepcional distintivo da oracão 99
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O PASTOR PENTECOSTAL tin h a m grande efeito. Jesu s declara: “Q u alq u er que d isse r a este m onte: E rg u e-te e lan ça-te n o m ar, e n ão d u v id ar em seu co ração, m as c rer que se fa rá a q u ilo q u e d iz , tu d o o q u e d is s e r lh e se rá f e ito ” (M c 11 .2 3 ). C o n sid e ra d a e ssa co m p reen são do po n to de vista heb raico , não ad m ira que a o ração au d ív el seja tão im p o rtan te. Q u ando alguém o rav a em voz alta, suas p a la v ra s estav am sen do ju lg a d a s e av aliadas p o r D eus e tam b ém e sta v a m cau san d o tre m e n d o im pacto.
A O ração Coletiva Deve Ter um a Tônica ou Padrão Com um A se g u n d a área a re sp e ito de c o n co rd a r em oração não se trata apenas de o ra r em v o z alta, m as ta m b é m de orar ju n to no m e sm o sen tid o ou p ara a m e s m a c o is a . J e s u s d e c la r a e m M a te u s 1 8 .1 9 : “ S e d o is d e v ó s c o n co rd arem na te rra ac e rc a de q u a lq u er co isa que p ed irem , isso lhes será feito p o r m e u P ai, q u e e stá n os cé u s” . C o n co rd a r é u m a p a lav ra-ch av e d e s s e v e rs íc u lo . A p a la v r a em g re g o é s y m p h o n e o ( “ s in fo n ia ” , em p o rtu g u ês). In d ic a c laram en te u m grupo de p esso as que o ram em voz alta de aco rd o c o m u m te m a sem elhante. U m a sin fo n ia é a ilu straçã o p erfeita, visto q u e c o n siste em in stru m e n to s d iferen tes (as pesso as) to can d o notas d iferen tes (a o ração ), m as to d o s flu em e m h arm o n ia, fa ze n d o u m único so m p a ra D eus. E sse p en sam en to , então, nos lev a p a ra outro d isc ern im en to de A to s 4: só u m a o ração fo i re g istra d a . A gora, isso p o d e ser c o n sid erad o de vários m odos. P ode ter sido u m a oração com o as dos Salm os, nas quais um conduz e to d o s os outro s re p e te m o que o líd er diz. O u L u cas p o d e te r reg istrad o a e ssên cia o u p a d rã o d a o ração que fizeram . A ssim , to d o s faz iam suas pró p rias orações, m as p ara o m esm o sentido. Todos d eclaravam a soberania de D eu s, p ro fe tic a m e n te d e sc rev iam a situ ação em q u e se a ch a v a m e o rav am p a ra q u e o p o d e r de D eus se m an ifestasse. C reio q u e estam o s v en d o aqui u m p ad rã o de oração sim ilar ao que J e s u s e n s in o u a o s d is c íp u lo s , tr a d ic io n a lm e n te c h a m a d o a O ra ç ã o D o m in ical. N esse caso, u m p a d rã o de oração po d e ser o in stru m en to pelo qual o líd e r d irig e u m a reu n ião de oração eficaz. Isso p o d e ser feito de d iv ersas m an eiras. A q u e m ais uso é a O ração D o m in ical. E u a d isseco em suas três p a rte s p rin c ip a is: lo u v o r, os in te re sse s d e D e u s e os nosso s interesses. P ode ser am p liad a e d esenvolvida para lid ar com vários assuntos im p o rta n te s q u e afetam a ig re ja e os in d iv íd u o s que oram . O utro p adrão su g erid o é a o ração do tab e rn ácu lo , to rn a d a p o p u lar pelo d o u to r Y ongi C h o .2 O u tra m a n e ira é p e g a r u m salm o em p a rtic u la r e o ra r o p ad rão en co n trad o nele, co m o os ap ó sto lo s fiz era m em A to s 4. O utro p ad rão é o ra r as o raçõ es do ap ó sto lo P aulo. A lé m de te r um p ad rão de o ração , alguns acham que lem b retes visu ais são in stru m en to ú til p a ra o rie n ta r a oração grupai. A lg u n s u sam b andeiras co n ten d o v ário s tem as o u n e c essid ad es, p elo s q u ais certos cren tes o ram q u an d o são atraíd o s pelo E sp írito S an to p a ra a b an d eira. O utros fazem co m que cren tes co m d iv ersas n e cessid ad es fiq u em em p é, en q u an to os o u tr o s se r e ú n e m e m v o lta d e le s e c o n c o r d a m c o m e le s ao o ra r esp e c ific am e n te p elas n e c e ssid a d es declarad as. A lg u n s u sam m apas de
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO d e te r m in a d o s lu g a r e s o u o u tro s r e c u r s o s v is u a is p a r a d e f in ir u m a n e c e ssid a d e e sp e c ífic a de o ração. T odas essas sug estõ es a ju d am o grupo a flu ir em h a rm o n ia n o d e c o rre r dos m o m en to s d e oração.
A O ração Pentecostal É a O ração U ngida pelo Espírito U m d isc e rn im e n to fin a l re tira d o d e A to s 4 para aju d ar-n o s a d irig ir reu n iõ es de o ração eficazes é o re c o n h e c im en to da o b ra do E sp írito Santo. L u cas d e c la ra em A to s 4.31: “E to d o s fo ram ch eio s do E sp írito S an to ” . O E sp írito S anto d eseja o ra r p o r nós, b e m co m o u sar-n o s p a ra serm os m eios p e lo s q u ais n o ssas o raçõ es são re sp o n d id a s. “O E sp írito aju d a as nossas fraq u ezas; p o rq u e n ã o sab em o s o q u e h a v e m o s de p e d ir com o convém , m as o m e sm o E sp írito in te rc e d e p o r n ós co m gem id o s in ex p rim ív eis. E aq u ele q u e e x a m in a os co ra ç õ e s sabe q u al é a in ten ção do E sp írito ; e é ele q u e seg u n d o D eu s in te rc e d e p elo s sa n to s” (R m 8.26,27). N a reu n iã o de oração eficaz, tem o s de ex p re ssa r n o ssa d e p e n d ê n cia do E sp írito S anto e ped ir-lh e que se m an ifeste, d irig in d o os m o m en to s de oração. Q uanto m ais sen sib ilid a d e tiv erm o s ao q u e o E sp írito diz, m ais eficien tes serão n o ssas orações. D irig ir u m a re u n iã o de o ração q u e c h e g u e ao tro n o de D eus te m de co m e ç a r c o m to d o s os p a rtic ip a n te s q u e sa b e m q u e suas o raç õ es são eficazes. D ev em o s e sta r d isp o sto s a p ersev erar, a o rar to talm en te. T em os d e o ra r e m c o m u m a c o rd o m e d ia n te a o ração c o letiv a audível, orando ju n to s p ela m esm a coisa. T em os de utilizar um padrão de oração ou recurso v isu al p a ra u n ir aq u eles q u e o ram , de m o d o q ue to dos flu am o s ju n to s. E, fin a lm e n te , d ev e ser re c o n h e c id o e p e rm itid o q u e o E sp írito S anto se m an ifeste. E n tã o p o d em o s e sp e ra r te r re u n iõ e s d e oração q u e — co m o a de A to s 4 — c h e g u e m ao tro n o de D eus.
Conservando a Sã Doutrina e a Manifestação do Espírito Jerry McCamey erto dia, tiv e v e rd a d e ira e x p e riê n c ia d e a p re n d iza g em em u m po sto de g a so lin a a p o u c a s q u ad ras do m eu gab in ete p asto ral. P arei p ara c o n se rta r u m p n eu fu rad o . E n fie i a ca b eç a p e la p o rta do p o sto e p e rg u n te i se p o d e ria d eix ar o p n eu e v ir ap an h á-lo d epois. P en sei que isso d aria o tem p o n ecessário p a ra co n sertar o pneu, de m odo que eu não tivesse
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634 O PASTOR PENTECOSTAL de esperar. F iq u ei to ta lm e n te sem ter o q u e dizer, q u an d o o fu n cio n á rio m e inform ou: “N ós não fazem os esse tipo de serviço aqui!” D ei u m a olhada n o letreiro do p o sto d e g a so lin a p a ra m e c ertificar de que acid en talm e n te eu n ão tiv e sse p a ra d o e m u m re sta u ran te fa s t-fo o d . R ealm en te, e ra um p o sto de g a so lin a n a c io n a lm e n te conhecido. E sse fo i a p en as u m p eq u en o lem b re te do q u ão esp e c ia liz ad o s nos to rn am o s n estes tem p o s m o d ern o s. N ão faz m u ito tem po, p o d íam o s lev ar o ca rro ao p o sto de g a so lin a e dizer: “A lg o não e stá fu n cio n an d o direito. C o n se rte !” O q u e q u e r q u e estiv e sse m e ca n icam en te av ariad o logo seria d esco b erto e c o n sertad o , p o u co im p o rtan d o qual fo sse o pro b lem a. H o je lev am o s o carro p a ra u m lu g a r se o p ro b lem a é no silenciador, p a ra outro p a ra c o n se rta r os fre io s, p a ra alg u m ou tro lu g a r se a tran sm issã o não fu n c io n a d ireito , p a ra o u tro p a ra ab a ste ce r e p a ra m ais alg u m outro p a ra tro c a r o óleo. E ssa sín d ro m e d a esp e c ialid a d e v ig en te nos E stad o s U n id o s tam b ém aco n tece c o m os serv iço s de com ida. H o u v e é p o ca em que você p o d eria e n tra r n u m c afé e p e d ir am p la v aried a d e d e co m ida. H oje, se você quer u m h am b ú rg u er, v ai ao M c D o n a ld ’s. P a ra u m taco (co m id a m ex ican a), v ai ao T aco B ell. Se d e se ja c o m e r fran g o pro n to , vai ao C o lo n el S anders. T odos os am an tes de carn e de p eix e têm de se d irig ir ao L o n g Jo h n S ilvers p a ra se saciarem . M in h a fam ília, m u itas vezes, te m de p a ra r em três ou q u a tro lu g ares d iferen tes a c a m in h o de casa, a fim de q u e to d o s os gostos sejam satisfeito s. E ssa te n d ê n c ia das in d ú strias q u e serv em c o m id a e das q u e p re sta m serv iço s a carro s em g eral é algo b o m e b em -v in d o . N ão ap re se n ta p ro b le m a de p ro p o rçã o im p o rtan te p a ra m im ou p a ra q u alq u e r o u tra pesso a. A le g re m e n te a aceitam o s p e la c o n v e n iên c ia que traz. O q u e ach o a larm an te é o n ú m ero cre sc en te de p asto re s e igrejas que estão caindo vítim as d e sta m en talid ad e d e “esp ecialid ad es” . M uitas igrejas p are c e m só se e n v o lv e re m e m d eterm in ad a s áreas m in iste riais nas quais ou têm p razer ou acham particularm ente fáceis. Tem os igrejas da “P alavra” , ig rejas do “lo u v o r” , ig rejas do “fogo e en x o fre” , igrejas do “am o r” , igrejas “so c ie d a d e s” , ig re ja s “e v a n g e lístic a s” , ig reja s d a “fa m ília ” , igrejas do “d isc ip u la d o ” , e a lista p ro sse g u e sem fim . E m re sp o sta a m u itas p essoas fe r id a s , c u ja s n e c e s s id a d e s o u p ro b le m a s n ã o se a ju s ta m e m u m a e sp e c ia lid a d e em p articu lar, m u itas igrejas teriam a dizer: “D escu lp e, não fazem o s e sse tip o de serv iço a q u i” . N estes ú ltim o s dias, a ig re ja p re c isa ser lu g a r d e cu ra e refú g io p a ra to d o a q u ele q u e p re c isa r — p o u co im p o rta n d o q u al seja a n ecessidade. T em os de in sistir e m ser u m a ig re ja eq u ilib rad a. P o d em o s e dev em o s re d e sc o b rir q u e tem o s a im u tá v el sã d o u trin a d a P alav ra de D eus e que ain d a flu ím o s c o m o v en to e a e sp o n ta n eid a d e do E spírito. Jesu s d isse à m u lh e r ju n to ao po ço de Jacó: “D eu s é E sp írito , e im p o rta q u e os q u e o ad o ram o ad o rem em espírito e em v erd ad e” (Jo 4.24). N essas palav ras, enco n tro o esq u em a p a ra co n serv ar a sã do u trin a e a m anifestação do E sp írito n a igreja. O S en h o r e stav a d iz en d o a e ssa m u lh er e àqueles de n ós h o je p eg o s no d eb ate d a “trad ição versus lib erd ad e no E sp írito ” , que e stam o s d esp erd içan d o n o sso tem po. Todo aqu ele qu e ad v o g a ser guiado pelo E spírito, m as de m odo absoluto n ão in siste em tu d o o q u e se alin h a co m a P alav ra, está c la ram en te em
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO erro. O m e sm o é v e rd a d e a re sp e ito d e q u a lq u e r u m q u e reiv in d ic a ser d o u trin a ria m e n te são, n ão o b sta n te esq u e c e q u e se r esp o n tâ n eo e g u iado p e lo E sp írito é d o u trin a co m p le ta m e n te sólida. N ão é q u e stã o de u m ou de outro. É q u estão de esp írito e v erdade! E ssa g ran d e v e rd a d e é sa lie n ta d a re p e tid a m en te ao lo n g o d a B íblia. D eix e -m e co m p a rtilh a r alg u n s ex em p lo s d e co m o o eq u ilíb rio d a P alav ra e a m a n ife sta ç ão do E sp írito c o n stitu e m a ú n ica m a n eira de serv irm o s e ad o rarm o s a D eus.
Salvação — Sã D outrina e um a O bra do Espírito “ Se, co m a tu a b o ca, c o n fessares ao S en h o r Jesus e, e m teu coração, creres q u e D eu s o re ssu sc ito u d os m o rto s, serás salvo. V isto que co m o co ração se c rê p a ra ju stiç a , e c o m a b o c a se faz c o n fissão p a ra a salv a çã o ” (R m 10.9,10). O p e c a d o r te m de c o n fe ssa r c o m a b o c a q u e Jesu s é o S enhor; ele tem d e fa la r em v o z alta. T u d o o m ais to rn a -se secu n d ário ao sen h o rio de Je su s C risto . M as a lg u é m p o d e d iz e r u m m ilh ã o de v ez es “Jesu s é o S e n h o r” e, m e sm o assim , n ã o re c e b e r a salv ação. Q u an d o e ssa c o n fissão é u n id a co m a c o n v icção n o c o ração de q u e D e u s re ssu sc ito u Jesu s dos m o rto s, en tã o a lu z g lo rio sa d a salv ação b rilh a rá e a p esso a re c e b e rá n o v a vida. O co n fe ssa r é o elem en to d a verd ad e; a o b ra do E sp írito em re sp o sta à fé que c rê re p re se n ta o elem en to d o esp írito .
R elacionam ento com o M undo — Em Espírito e em Verdade “ S a í do m e io deles, e ap artai-v o s, d iz o S enhor; e não to q u eis n ad a im u n d o , e eu v o s re c e b e re i.” (2 C o 6.17.) “Id e p o r todo o m u n d o , p re g ai o ev a n g e lh o a to d a c ria tu ra ” (M c 16.15). A P a la v ra é en fá tic a e m seus en sin a m e n to s acerca d a sep aração do p e c a d o e das co isas d e ste m u n d o . A s E sc ritu ras tam b ém co m issio n am e n e rg ic a m en te c a d a cre n te a a lc a n ç ar to d a c riatu ra d este m u n d o . P ara re a liz a rm o s e sse s d o is im p e ra tiv o s d e v e m o s u tiliz a r m a is u m a v e z o in stru m e n to e m série “d o esp írito e d a v e rd a d e” . P re cisam o s a p re n d e r a estar neste m u n d ò , m as n ã o serm o s dele. O s filh os de D eus têm de entender q u e estão n este m u n d o , o u ig n o rarão o so frim en to daqueles que os cercam , q u e d e se sp e ra d a m en te p re c isa m de ajuda. C o n tu d o , ao m esm o tem po, tem o s de fix a r n o ssa afeição p e la s co isas de cim a. A ssim co m o D eus o d e ia o ad u ltério e o a ssassin ato , m as am ou D avi, assim d ev em o s ap re n d e r a o d ia r o p ecad o e am ar o pecador. Isso tam b ém só p o d e ser fe ito e n ten d en d o que aq u eles q u e ad o ram a D eus d ev em fazêlo e m esp írito e em v erdade.
Serviço Cristão — Em Espírito e em Verdade “D isse Jesu s a S im ão Pedro: S im ão , filh o de Jo n as, am as-m e m ais do qu e e stes? E ele resp o n d eu : S im , S en h o r; tu sabes q u e te am o. D isse-lhe: A p a sc e n ta os m eu s co rd eiro s. T ornou a d izer-lh e seg u n d a v ez [...] [e a] te rc e ira vez: S im ão , filh o de Jo n as, a m as-m e? [...] E disse-lhe: Senhor, tu
636 O PASTOR PENTECOSTAL sabes tudo; tu sabes q u e eu te am o. Jesus disse-lhe: A p a sc en ta as m inhas o v e lh a s” (Jo 21.1 5 -1 7 ). E n sin a -n o s 2 C o rín tio s 5.17 que q u an d o alg u ém aceita a Jesus C risto co m o S e n h o r e S alvador, to rn a-se n o v a criatura. E ssa é a o b ra do E sp írito S anto co n h e c id a p o r reg en eração . O S en h o r nos m u d a de dentro p a ra fora. M u ito s te n ta m co m e ç a r d o lad o de fora, m as esse p ro ce d im e n to n u n ca p ro d u z salv ação , visto q u e to d as as n o ssas ju stiç a s são co m o “trapo de im u n d íc ia ” (Is 6 4.6). M as n ós tam b é m erram o s q u a n d o não perm itim o s que a o b ra q u e D eu s fez em n o sso in terio r m ude o nosso exterior, o m odo com o an d am o s e falam o s. Jesus fez to d o o p o ssív e l p a ra en fa tiz ar esse p rin cíp io p a ra P ed ro . O S e n h o r v isiv elm e n te esp e ra que o am o r de n o sso ser in te rio r p o r E le d o m in e n o ssa ca rn e ao servi-lo. N ão po d em o s servir n o ssa m a n e ira carn al p ara Jesu s C risto, m as n o sso am o r p o r E le nos lev ará a tra b a lh a r e servi-lo. T iago, ao ace n tu a r este m esm o p rin cíp io , ch eg o u ao po n to de dizer: “A ssim ta m b ém a fé , se n ão tiv e r as obras, é m o rta em si m e sm a ” (Tg 2.17, itálico s m eus). A q u i v em os o esp írito e a v erd ad e e x p resso s n a fé e nas obras.
M ordom ia — Em Espírito e em Verdade “T razei to d o s os d ízim o s à ca sa do teso u ro , p a ra que h aja m an tim en to n a m in h a casa, e d ep o is fazei p ro v a de m im , diz o S en h o r dos E x ército s, se eu n ão vos ab rir as ja n e la s do céu e não d e rra m a r sobre vós u m a b ênção tal, que dela vos ad venha a m aio r abastança” (M l 3.10). “C ada u m contribua seg u n d o p ro p ô s no seu co ração , não co m triste z a ou p o r necessid ad e; po rq u e D eu s a m a ao q u e dá co m a le g ria ” (2 C o 9.7). O eq u ilíb rio n ecessário do esp írito e d a verdade não po d e ser percebido com m aio r clareza do que n esses dois versículos. Som os ordenados a pagar no sso s dízim o s. N ão se tra ta de opção. C on tu d o , o S en h o r q u er que vam os além d a verd ad e d o u trin ária c o n tid a n esse prin cíp io e p assem os ao espírito de d a r co m a legria.
Adoração da Igreja do Senhor — Em Espírito e em Verdade “ A p a la v ra de C ris to h a b ite e m v ó s a b u n d a n te m e n te , e m to d a a sabed o ria, en sin an d o -v o s e a d m o estan d o -v o s uns aos o utros, co m salm os, h in o s e cân tico s esp iritu ais; c a n ta n d o ao S en h o r co m g raça em vosso c o ra ç ã o ” (C l 3.16). U m d o s c a m p o s d e b a ta lh a m a is p r o e m in e n te s n a q u e s tã o d a “esp e c ia lid a d e ” , q u er d a sã d o u trina, q u er d a m an ifesta ção do E sp írito , p ode ser facilm ente p erceb id o em nosso lo uvor e adoração. Se fosse apenas q u estão de estilo , não h a v e ria p roblem a. S em pre h o u v e e sem p re h av e rá lu g ar p a ra ig rejas assu m irem p ersonalidades diferentes e estilos preferidos. M as m u ito do que vem o s não é sim ples q u estão de preferên cia. E m m uitos caso s, cren tes d esta m e sm a fa m ília de D eus (lem b re-se de que h á apenas u m C o rp o de C risto) reso lv e ra m classificar e ju lg a r todo lo u v o r e adoração q u e d iferem dos seus co m o n ão p ro v en ie n tes de D eus. Isso não p o d e e
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO tvão d e v e se i a ssim . Ç ot qv\cl Ç oxque e s tá e n a à o \ H in o s q u e tra n sm ite m a v e rd a d e e a sã d o u trin a e co rin h o s q u e re fle te m n o ssas em o çõ es e esp írito são n ão ap en as a c eitáv eis co m o ta m b é m n ecessário s. S em p re dev em o s c o n se rv a r os g ran d es h in o s d a ig re ja q u e an u n c iam as sãs dou trin as com o a c ru z d o C a lv á r io , o c é u , o s a n g u e d e C r is to , a c u ra d iv in a e o a rre b a tam e n to d a Ig reja. P o ré m , n ã o d ev e h a v e r d escaso p a ra co m os corinhos. M u itas vezes, esses corinhos são u m a resposta pessoal à p ergunta in q u irid o ra de Jesus: “E vós, q u em d izeis q u e eu so u ?” O s co rin h o s ou “ cân tico s e sp iritu a is” são ex p ressõ es de n o ssa alm a e de n o sso coração. C o m fre q ü ê n c ia sã o a p e rs o n a liz a ç ã o d a s v e rd a d e s d o u trin á ria s q u e ad o tam o s. Se fo rm o s estritam ente honestos, tem os de adm itir que nosso verdadeiro p ro b le m a n ão é co m a q u estão de h in o s v e rsu s co rin h o s, ou o trad icio n al v ersu s o c o n te m p o râ n e o . E o ritm o e /o u o e stilo q u e d e sa p ro v a m o s. L em b re-se de que n e m o co m p asso 4:4, nem o ritm o sincopado e m ilitan te é e n c o n tra d o n a B íb lia . D e fato , não h á n e n h u m ritm o ou co m p a sso esp ecífico q u e ten h am o s de ad o tar ou ao qual lim itar-nos. A lguns p referem o g o sp el su lista am erican o , o u tro s tê m p ra z e r no estilo co n tem p o rân eo , ao p asso q u e alg u n s d esejam o ritm o co u n try, e a lista p ro sseg u e e m am p la e v a sta v a rie d a d e de estilo s. V am os to d o s en treg ar-n o s a S alm os 103.1 e b e n d iz e r ao S e n h o r c o m tu d o o q u e h á e m n o sso in te rio r e n ã o nos p re o c u p a rm o s tan to c o m o q u e h á em n o sso exterio r. D eix em o s que D eus seja o Ju iz fin al do q u e E le re c e b e co m o ch eiro suave. T am b ém seria bom q u e to d o s lêssem o s m ais u m a v ez R o m an o s 14, p a ra aju d ar-n o s a m a n ter n o ssa aten ção em n o sso re la c io n a m en to co m o M estre, em v ez d e serm os dific u lta d o s p elo q u e v em o s co m o estilo s in a ce itáv eis dos outros.
Não A bandonando a Sã D outrina A lg u m a s ig re ja s e x p e rim e n ta m c o n flito s e d iv isõ es ac e rc a do que co n stitu i e sp iritu a lid a d e e o m o v e r do E sp írito Santo. O s m em b ro s da c o n g re g a ç ão e, p o r v ezes, o líd e r esp iritu al são atraídos p a ra m in istério s a lta m e n te v is ív e is de e v a n g e lis ta s p ro e m in e n te s . A s m a n ife s ta ç õ e s inco m u n s são elev ad as co m o ev id ên cias de esp iritu alid ad e ou co n d en ad as co m o e x ib içõ es de carn a lid a d e im p u lsio n a d a s p o r auto -su g estão . O q u e é qu e o p a sto r co n sc ie n c io so d ev e fazer? N ó s re a lm en te d esejam o s o m o v e r do E sp írito n a co n g reg ação , m as tam b ém q u erem o s que o av iv am en to seja a u tên tico e d u rad o u ro , e n ão u m a m o d a p assag eira. Q u a n d o a c o n g r e g a ç ã o s e d iv id e s o b r e a l e g i t i m i d a d e d a s m an ifestaçõ es, o p a sto r dev e, m ais do que n u nca, p re g a r a P ala v ra — e só a P alav ra. N ão d e v em o s p e rm itir que os e n tu siastas faç am m an ifestaçõ es em m arcas d a e sp iritu alid ad e, tach an d o aq u eles que não p articip am com o n ã o -e sp iritu a is ou ex tin to res do E sp írito . E nem d ev em aq u eles que se sen te m in c o m o d a d o s c o n d e n a r os q u e re sp o n d e m com m a n ife sta ç õ e s externas, contanto que não h aja deso b ed iên cia aberta às E scrituras. A p ro v a de um m o v e r g en u ín o do E sp írito é o cre sc im e n to e sp iritu al que ad v ém d a ex p e riê n c ia. A s alm as estão sen d o g e n u in a m e n te salvas, e os cren tes estão sendo tran sfo rm ad o s e cap acitad o s p a ra u m co m p ro m isso m ais firm e com Je su s? N esse caso , tem o s de d e ix a r D eu s ser D eus. M as to d a v ez que
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O PASTOR PENTECOSTAL h á in c e rte z a e c o n tro v érsia, o p a sto r deve ser ig u a lm en te co n scie n cio so em d e fe n d e r a sã d o u trin a (a verd ad e) e c o n v id ar o gen u ín o m o v er do E sp írito , q u e n ão p o d e ser re strito a se m o v er so m en te q u an d o as p esso as ju lg a m a d e q u a d o p o r c a u s a d e e x p e riê n c ia s e s p ir itu a is p ré v ia s . O av iv am en to p e n te c o sta l do século X X q u eb ro u m u ito s dos m o ld es feitos p o r antigas d en om inações. Q uando D eus se m ove, tem os de estar próxim os o b a sta n te p a ra re c o n h e c e r su a p re se n ç a e c o o p e ra r co m o que E le está fazen d o no m undo. A co n servação d a sã doutrina e da m anifestação do E spírito é im perativo a b s o lu to a to d o p a s to r, c r e n te , líd e r, ig r e ja e m o v im e n to . S e n o s co n cen trarm o s apen as n a v erd ade, p o d em o s c air n u m co stu m e e fica r com a p e rc e p ç ão afu n ilad a. O re su ltad o d esse d e seq u ilíb rio será que serem os in flex ív eis e e x tin g u ire m o s a m a n ife stação do E sp írito . S e n o ssa ên fase estiv er ex clu siv am en te n a m an ifestação do E spírito, m inarem os n o ssa base e, no fim , v irem o s a b a te r de fren te c o n tra o m u ro d a v erdade. O resu ltad o se rá devastador. Q u e sejam o s p asto res q u e n ão sejam esp ecialistas, m as clín ico s gerais. P recisam o s de crentes q u e sirvam em todas as áreas m inisteriais e de igrejas q u e o fe re ç am serv iço s em to d as as áreas m in iste ria is, q u e ad o rem em esp írito e e m v erd ad e. T em os d e c o n serv a r a sã d o u trin a e a m an ifestaç ão do E sp írito , de fo rm a q u e n o sso D eus, que atu a em to dos os serviços m in iste ria is, fa ç a to d as as co isas p a ra to d as as pesso as. “Q u an to fizerd es p o r p alav ras o u p o r o b ras, fa z ei tudo e m n o m e do S e n h o r Jesu s, dando p o r ele g raças a D eu s P a i” (C l 3.17).
A Pregação Pentecostal Ernest J. Moen
u e im a g e n s lh e v ê m à m e n te q u a n d o o u v e a f ra s e p r e g a ç ã o p e n te c o s ta l? E u o u ç o u m so m , c o m o d e u m v e n to v e e m e n te e im p etu o so , q u e e n c h e to do o auditório. A e le tric id ad e c rep ita no ar e d e se n v o lv e -se em u m cre sc e n d o a scen d en te de fogo. E n v ia u m trem o r p elo s b raço s e p ern as d aq u eles q u e estão se e q u ilib ran d o n a p o n ta do assen to , c o m as fa c e s ex ta sia d as p e las p ala v ra s in sp irad as do pregador. O p re g a d o r? E le e stá tran sp iran d o ab u n d an te m en te pelo esfo rço de pregar, c o m o s c a b e lo s e a g r a v a ta e m d e s a lin h o , o ro s to a lte r n a d a m e n te esb rasean d o -se e reto rcen d o -se, as palavras d isparando da b o ca tão rápidas
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UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO
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q u an to p o ssív e is de serem p ro n u n ciad as. H á u m fo g o ard en d o e m seus o lhos, u m reflex o do ferv o r p en teco stal en cravado nele pelo E spírito Santo. A s p alav ras do p re g a d o r são d iv in a m e n te in sp irad as, fáceis de entender, p o d e ro sa s n o co n tex to . T ê m o p o d e r de atirar u m a fle c h a q u e atin g e em ch eio o co ração do p e c a d o r até q u e este se do b re em agonia, clam an d o p e lo p e rd ã o div in o . Isso é p re g a ç ã o p en tecostal! V enha co m ig o p e la s ru as d a m e m ó ria , on d e C. M . W ard, no L ake G e n e v a B ib le C a m p , p ra tic o u a a rte d a v e rd a d e ira p re g a ç ã o p e n te c o s ta l d ia n te do a u d itó rio H -------------------------------------------in e v ita v e lm e n te a p m h ad o de g ente. N o ap ice do seu serm ão so b re o in fern o , ele e n c a m in h o u -se a u m velho p ian o v ertical q u e e stav a n a p latafo rm a, ergueu a ta m p a . , _„ e ap an h o u um re tra to de A d o lf H itler: “D eix e-m e tirálo do in fe rn o ” , d isse ele ao retrato . E n tão , u m a um , em v o z tro v ejan te, ele id e n tific o u os m o m en to s d istin tiv o s ---------- ______________________3 3 d a v il h istó ria de H itler. T u d o re la c io n a v a -se com o C ristian ism o . C o m o v ered icto d ado, ele co n sig n o u H itle r de v o lta p a ra a p e rd iç ã o . E m v á ria s o c a siõ e s, ele fe z o m esm o c o m S talin , C é sa r ou N ap o leão . A a u d iê n c ia n e m p isc a v a en q u a n to aco m p an h av a-o em cad a p ausa, em cad a m o v im en to , e m ca d a passo. À con clu são dos seus serm ões, m u ltid õ e s d e alm as sa íra m em d isp a ra d a dos assen to s e m d ireção ao altar. E h o u v e R o b e rt F ie rro re la ta n d o a situ ação p e n o sa das crian ças órfãs m ex ican as. E m d etalh es de p a rtir o co ração , às lágrim as, ele d esc re v eu a m isé ria d essas crian ças. S a í d e ssa reu n ião co m a carte ira vazia, p o r ter sid o in c a p a z de re te r q u a lq u e r co isa d ia n te daq u ele ap elo m issio n ário . Iv an O. M ille r é o u tro g ran d e e x em p lo de p re g a d o r pen teco stal. Q u an d o à su a m a n e ira p u rita n a ele e x p lico u a v id a de C risto ao co rp o de estu d an tes d a N o rth C en tral B ib le C o lleg e, seu id e a l d e sa n tid ad e fez -m e sen tir u m leproso m o ral qu e ch o ram in g a p o r p u re z a de po d er p esso al sobre o pecado. Q u ais o s e lem en to s d a p re g a ç ã o p e n te c o sta l? S ão distin to s de o u tros tip o s d e p re g a ç ã o ? H á d ife re n ç a d e estilo ou su b stâ n c ia dos serm õ es entreg u es n a ig reja trad icio n al ou m esm o n a ig reja ev angélica? E u sustento qu e vai m u ito além dos fato res em o cio n ais. O b serv o três d istin tiv o s que se re la c io n a m c o m a p reg ação p e n teco stal: a u nção, a e stru tu ra do serm ão e a p re g a ç ã o p o r re su lta d o s. A n tes, p o rém , de defin irm o s os estilo s e a e stru tu ra d o serm ão p e n te c o sta l, ex am in em o s a introdução. H á trê s p ro p ó sito s b á sic o s p a ra a in tro d u ç ã o de u m serm ão: o b ter a te n ç ã o , a p r e s e n ta r a p r o p o s iç ã o o u te m a e c r ia r in te r e s s e . S e ja e x tre m a m e n te c u id a d o s o e m se u s c o m e n tá rio s in tro d u tó rio s . T en h a cu id a d o p a ra e v ita r ser re p e titiv o . E v ite a im p ro v isaç ão — o resu ltad o p o d e ser u m a o b serv ação o fe n siv a q u e n ão foi d ev id a m en te co n sid erad a. N ão le ia o tex to de d iv ersas trad u çõ es d iferen tes — fic a en fad o n h o . E não lev e m u ito tem p o p a ra c h e g a r ao co rp o d a m ensagem .
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alem da emocao
A Pregação Pentecostal U ngida O s p re g a d o re s p e n te c o sta is d ev em so b retu d o e n te n d er e e x p e rim e n tar a unção. A ex p ressão m u itas v ezes u sa d a “M e lh o r v er p a ra c rer” e stá no p o n to de p artid a. T ive um p ro fe sso r de fa c u ld ad e que se ch am a v a T. J.
640 O PASTOR PENTECOSTAL Jo n es, q u e co stu m a v a d iz e r à classe: “V ocês sem p re p o d em id e n tific ar o p re g a d o r q u e é b atiz a d o c o m o E sp írito S a n to ” . T enho c erte za de que ele se re fe ria à u n ção. A B íb lia é abund an te em exem plos de unção p ara o serviço e m inistério. D avi disse: “Serei u n g id o c o m óleo fre sc o ” (SI 92.10). O S en h o r o rd en o u a A rão: “ [Tu] os u n g irás, e os co n sag rarás, e os san tificarás, p ara q u e m e ad m in istre m o sa c e rd ó c io ” (Ê x 28.41). L ev ítico 10.7 declara: “E stá sobre v ós o azeite [óleo] da u n ção do S en h o r” . U n g id o s
para
S e r v ir
A o serm os u n g id o s p a ra servir, som os san tificados. A p a la v ra h eb raic a p a ra sa n tific a r sig n ifica “separar, consagrar, d ed ic a r” . S om os separados p a ra m in istra r (servir) uns aos outros. P elo E sp írito de D eus adoram os, fazem o s serviço sacerdotal em um tem plo espiritual. F azem os esse serviço esp iritu al p ela p re se n ç a e p o d e r do E sp írito S anto em n o ssas vidas. U n g id o s
para
S a n t if i c a r
“M o isés to m o u o azeite d a u nção, e u n giu o ta b ern ác u lo e tudo o que h a v ia nele, e o sa n tific o u .” (L v 8.10.) O santo ó leo d a unção to rn av a santo tu d o o que tocava. S im b o licam en te, diz 1 Jo ão 2.20: “V ós ten d es a un ção do S a n to ” . H á u m sen so de re v e rê n c ia no o u v in te e no pregador. F icam o s do m in ad o s p o r su a sa n ta p resen ça. S o m o s san tificad o s em sua santidade, am ad o s em seu am or, fo rta lec id o s e m sua fo rça, en tern ecid o s em sua te rn u ra e acalm ad o s e m su a paz. A unção “nos d á discern im en to s e instruinos a c o lo c a r a v e rd a d e em ação d e u m a m a n e ira que n e n h u m m ero p ro fe sso r h u m an o p o d e fa z e r” .' E m m in h a h e ra n ç a escan d in av a, a p a la v ra “u n ç ão ” (sm e ra , n a B íb lia sueca) sig n ific a literalm en te “fazer p e n e tra r pelo s p o ro s esfreg an d o em ” . Q u an d o éram o s crian ças e ficáv am o s b e m g rip ad o s, n o ssa m ãe esfreg av a e m n o sso p eito u m a so lu ção p a sto sa v e n d id a c o m ercialm en te. A unção s a n tific a d o ra d o E sp írito S an to e sp iritu a lm e n te e sfreg a u m a p re se n ç a so b ren atu ral n a m en te, co ração, lín g u a e em to d a a con g reg ação . U n g id o s
para
V er
O co n selh o de Jesu s p a ra a m o rn a ig re ja de L a o d ic éia foi: “ [U nge] os olhos co m colírio, p ara que v ejas” (A p 3.18). S om ente aqueles divinam ente ch am ad o s ao m in istério p o d em te r essa ex p eriên cia. H á ocasiõ es em que, e n q u an to sen tad o na á rea do p ú lp ito ou m esm o no m eio de u m serm ão, a m en te do p re g a d o r é p e n e trad a p o r verd ad es p ersc ru tad o ras do coração que d eix am a c o n g reg ação atônita. N e sse s m o m en to s, o E sp írito Santo to c a n a q u e le s q u e e s fria ra m em seu a n d a r c o m D e u s, n a q u e le s que co m e te ra m p ecad o . A P a la v ra de D eus é ap licad a en tão sem co m en tário ou id e n tific a ç ão p esso ais. O p o d e r pen e tra n te do E sp írito S anto, a unção, re v e la a co n d ição e sp iritu a l do ser interior. U n g id o s
para
Perm anecer
“O q u e nos c o n firm a c o n v o sco em C risto e o que nos ungiu é D e u s.” (2 C o 1.21.) O v erb o “c o n firm ar” n e sse v ersícu lo sig n ifica “estar firm e
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO o u in a b a lá v e l” . O u v ir d o m in g o ap ó s d o m in g o p re g a ç õ e s u n g id a s dá esta b ilid a d e , firm e z a e c o n stâ n c ia n o a n d a r dos crentes fiéis. P re g a r o E v a n g e lh o se m p o d e r é in e fic a z. F o i d ito a re sp e ito dos ap ó sto lo s, q u e eles, “p e lo E sp írito S an to en v iad o do céu, [...] p reg ara m o e v a n g e lh o ” (1 P e 1.12). Q u an d o eu p a sto re a v a a F irst A ssem b ly o f G od em R o ck fo rd , Illin o is, eu tin h a u m casal de p rim eira, B ill e S u san H all, os q uais eram e x tre m a m e n te talen to so s e u n g id o s n a m ú sic a que cantavam . Se em a lg u m cu lto eu sen tisse q u e p re c isa v a de u m to q u e esp ecial, p o u co an tes de p re g a r eu os c h a m a v a d o coral. “B ill e S usan, p o d eria m v ir aqui e ca n ta r ‘O E sp írito do S e n h o r É S o b re M im ’?” E sse b o n ito c o rin h o das E sc ritu ra s fo i retirad o de Isaías 61.1: “O E sp írito do S en h o r Je o v á está so b re m im , p o rq u e o S en h o r m e u n g iu p a ra p re g ar boas novas aos m ansos; en v io u -m e a re sta u ra r os co n trito s de co ração , a p ro c la m a r lib erd ad e aos cativ o s e a ab e rtu ra de p risã o aos p re so s” . P o sso a firm ar que todas as v ezes q u e esse co rin h o e ra c a n tad o v in h a so b re a co n g re g aç ão u m desvelo ard en te d e o ração p e lo pasto r, u m c o ração ab erto, u m re c e p tiv id ad e no co rp o e u m a fo m e p e la ex p o siç ã o d a P a la v ra d e D eus. N u n c a esq u ecerei o im p acto q u e o m in istério d esse casal ca u sa v a na igreja. A u n ção do E sp írito S an to é v á lid a e afirm ativa. U n g id o s
para
S alvar
P o rq u e S aul d e v ia ser sep arad o co m o rei d e Israel, o S en h o r falou a S am uel: “ [Tu o] u n g irás p o r cap itão so b re o m eu p o v o d e Israel, e ele liv ra rá [salvará] o m eu p o v o ” (1 S m 9 .16). O p reg ad o r tam b ém é separado e un g id o p a ra trazer a m e n sag em de salv ação ao p o v o m ed ian te a p regação p e n te c o sta l u ngida. U n g id o s
para
Pregar
O liv ro in teiro de A to s e stá ch eio d e ex em p lo s de p reg ação seg u id a p o r re su ltad o s in iciad o s p e lo E sp írito . E m A tos 2, três m il alm as fo ram salvas. E m A to s 4, cin co m il creram . E m A to s 6, “ se m u ltip lic av a m u ito o n ú m e ro d os d iscíp u lo s, e g ran d e p arte dos sacerd o tes o b e d ec ia à fé ” (v. 7). E m A to s 9.35: “T odos os q u e h a b ita v a m em L id a e S aro n a [...] se c o n v e r te r a m ao S e n h o r ” . E m A to s 1 1 .2 1 : “ G ra n d e n ú m e ro c re u e co n v erteu -se ao S en h o r” . E m A tos 13.44: “A ju n to u -se q u ase to d a a cidade a o u v ir a p a la v ra d e D e u s” . E m A to s 14.1: “C reu u m a g ran d e m u ltid ã o ” . E m A tos 14.21: E les “ [anunciaram ] o ev angelho naquela cidade e [fizeram ] m u ito s d isc íp u lo s” . E m A to s 16.5: “A s ig rejas eram co n firm ad as n a fé e c a d a d ia c re s c ia m e m n ú m e ro ” . E m A to s 17.6, P a u lo e S ilas fo ra m id e n tific a d o s co m a q u eles “q u e têm alv o ro çad o o m u n d o ” . E em A tos 18.8: “C risp o , p rin c ip a l d a sin ag o g a, creu n o S en h o r com to d a a sua casa; tam b ém m u ito s dos corín tio s, ou v in d o -o , c reram ” . E m A tos 19.20, quando o E v a n g e lh o fo i p r e g a d o e m É fe s o , “ a p a la v r a do S e n h o r c r e s c ia p o d e ro sa m e n te e p re v a le c ia ” . U n g id o s
pa ra a
V it ó r i a
Isaías 10.27 diz: “O ju g o será d esp e d a ç a d o p o r cau sa d a u n ç ã o ” . N a p re g a ç ã o p en teco stal, o p re g a d o r n ão d ev e p e rd er de v ista o fato d e que
642 O PASTOR PENTECOSTAL h á u m o b je tiv o ó b v io p a ra o serm ão. O p o v o de D eus vai à ig re ja lev an d o fard o s d o lo ro so s. P e n se n aq u eles re ce n te m en te d iv o rcia d o s, n a q u ele que b e b e e m e x c e s s o c u jo p e c a d o n in g u é m v ê, no c a s a m e n to q u e e s tá fracassan d o , n o ad o le sc e n te que está co m eçan d o a trilh a r o cam in h o das d ro g as, n a filh a d o d iá c o n o q u e está em ativ id ad es sex u ais p ré-m arita is, e a ssim p o r d iante. P ro b lem as às cen ten as estão d ian te do pregador. Q uando a u n ção do E sp írito S an to v e m so bre o serm ão, a v itó ria é anu n ciad a. D izse q u e em to d a g ra n d e b a ta lh a h á u m p e río d o de 15 m in u to s no q u al a m aré p o d e o sc ila r p a ra a v itó ria ou p ara a derrota. O m o m en to d a u n ção é o m o m en to p a ra a vitória. A n tes do P en teco stes, P e d ro era in constante: “ Senhor, se és tu, m andam e ir te r c o n tig o p o r c im a d a s á g u a s ” (M t 1 4 .2 8 ). M a s d e p o is do P en teco stes, ele e ra “c o n stan te nas E scritu ras” . Já ouviu pregação de m aior u n ç ã o d o q u e o se rm ã o e m A to s 2? A n tes do P en te c o ste s, P e d ro era m o tiv ad o p a ra si p róprio — ele cortou a o relha do servo do sum o sacerdote. M as d ep o is do P e n te c o ste s, ele ex alto u a C risto. A ntes do P en teco stes, e ra co v a rd e e n eg o u ao seu Senhor. M as dep o is do P en te co ste s, ele era co rajo so n a ou sad ia do E sp írito (A t 4.13). A ntes do P en teco stes, e le estava j u r a n d o q u a n d o n e g o u ao se u M e s tre (M t 2 6 .7 4 ). M a s d e p o is do P en teco stes, ele e sta v a lo u v an d o a D eu s (A t 4.24). A n tes do P en teco stes, ele e sta v a se a q u en tan d o n o fo g o do in im ig o (L c 22 .5 5 ). M as d ep o is do P en teco stes, tin h a o fo g o in te rio r do b atism o c o m o E sp írito S an to (A t 2.14). A v itó ria em an a d a u n ção do E spírito Santo. O esp iritualm ente m orto é tra z id o à vida. C o n sid e re o serm ão p e n tec o sta l de P edro: “O u v in d o eles isto , co m p u n g ira m -se e m seu coração e p erg u n ta ram a P e d ro e aos d em ais apóstolos: Q ue farem o s, varões irm ão s?” (A t 2.37). A p regação p entecostal q u e é eficaz e b e m re c e b id a é c a ra cteriz ad a po r u m a ca p ac itaç ão esp ecial, u m fervor, u m a u n ção do E sp írito S anto. U nção
pela
Oração
O p re g a d o r p e n te c o sta l u n g id o p a ssa lo n g a s sessõ es esp e ran d o no Senhor. P o u c a o ração sig n ific a p o u co p o d e r n a preg ação . M ais oração, m ais poder. H á u m a eq u ação p re c isa e n tre oração e u nção. A m ed id a que n o ssas o raçõ es so b em , o p o d e r desce. T odos os p re g ad o res já tiv e ram a in fe liz e x p e riê n c ia de p re g a r sem u n ção . P o r outro lad o , to dos nó s já tiv em o s a aleg ria e o ab so lu to êx tase do to q u e de D eus, algo de outro m u n d o , q u e cap acito u d icção clara, p ro cesso s de p en sam en to e expressões v e rb a is alé m de n o ssa h a b ilid a d e h u m an a. G raças a D eu s p e la u n ção do E sp írito Santo! H á m uitos anos, quan d o eu era jo v e m , no fim de m in h a adolescência, ouvi a ch am ada de D eus na m inha vida. L evei-a a sério e com ecei a prepararm e p ara a vocação. Sou eternam ente grato à igreja protestante, porque foi lá que aprendi o E vangelho, fui salvo, batizado nas águas e cham ado para pregar. S ou p ro fu n d am en te dedicado a preg ar o nascim ento, vida, m orte, ressurreição, ascensão e a v o lta im inente de nosso Jesus bendito. Os cânticos do E van g elh o são parte de m in h a psique; aprendi-os na E sco la D om inical e n a igreja. Q uan d o sinceram ente busquei o po d er através do b atism o co m o E sp írito Santo, tive p ro fu n d a ex p eriência com D eus.
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UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO C erto dia, m eu p a sto r p e d iu -m e q u e o a c o m p an h asse em u m p asseio de carro p elo s férteis cam p o s d o N o ro e ste de M in n eso ta. O sten siv am en te, e le q u e r ia m e m o s tr a r s e u n o v o B u ic k . M a s , lo g o e x p r e s s o u su a p re o c u p a ç ão m a io r de q u e eu ia d e ix a r a so cied ad e do m u n d o p ro te stan te e p a ssa r p a ra a co m u n id a d e p en teco stal. A fo rç a do seu arg u m en to era: a preg ação pentecostal é superficial, e h á m uito poucos teólogos pentecostais. E m b o ra o c a sio n a lm e n te p o ssa m o s a u te n tic a r essas v e rd ad e s, ta m b é m re c o n h e c e m o s q u e te m o s te ó lo g o s e x c e le n te s q u e c o m e s fo rç o n o s p ro d u z ira m só lid o e b íb lic o sistem a de crenças. Ã lém disso, a rriscaria assev erar q u e não h á n ad a q u e se co m p are a u m serm ão pentecostal ungido, qu e te n h a sido c u id a d o sa m e n te p lan ejad o , b e m p rep a rad o e reg ad o co m oração . C h a m a a aten ção . A lim e n ta a alm a. E stim u la a m ente. E , m ais do qu e tu d o , o rie n ta -n o s e m d ireção à v o n ta d e d e D eus. O p a sto r p e n tec o sta l está ace n tu a d am e n te cô n scio da n e c essid ad e h u m an a, ten d o o E spírito S anto m o strad o o nde ir nas E scritu ras p a ra re so lv er os p roblem as hum anos p ro fu n d a m e n te e n c ra v a d o s . A p re g a ç ã o p e n te c o s ta l é, m u ita s v e ze s, aco n se lh a m e n to e m m assa.
Estilos de Pregação Pentecostal A n tes d e m e n c io n a r alg u n s estilo s u sad o s n a p re g aç ão pen teco stal, n o to q u e a le itu ra é re q u isito p ré v io p a ra a preg ação ! A le itu ra de u m só liv ro bo m , q u e c o n te n h a b o n s co n selh o s e b o ns p rin cíp io s, j á é su ficien te p a ra fa z e r d a v id a u m sucesso. M u ito s jo v e n s d eram in ício a u m a carreira d e h o n ra e p ro d u tiv id a d e ao le re m u m b o m liv ro . U m clérig o in g lês d e c la ro u q u e S h a k e sp e a re e a B íb lia tin h a m -n o fe ito a rceb isp o . Jo h n W esley afirm o u q u e os liv ro s Im ita tio n o fC h r is t (.Im itação de C risto), de T h o m as A . K em p is, e H o ly L iv in g a n d D y in g ( Vida e M o rte S a n ta s), de Jerem y T aylor, d e te rm in a ram su a v o cação e caráter. H en ry M a rty n foi fe ito m issio n á rio ao ler a v id a de D a v id B rain a rd e a de W illiam Carey. A le x a n d e r P o p e d ev e su a in sp ira ç ã o p o é tic a a H o m ero. G o eth e to rn o u -se p o e ta e m c o n se q ü ê n c ia d a le itu ra d e The V icar o fW a k e fie ld (O V igário de W akefielct), de G o ld sm ith . C arey foi m o tiv ad o ao m in istério ao le r A s V iagens d o C a p itã o C ook. A v id a de G eo rg e W ash in g to n e a d e H enry C lay d e sp e rta ra m a asp iração n a a lm a de L in co ln , que o levou ao sucesso. O s sig n atário s d a D ecla ra çã o d a In d ep en d ên cia d o s E sta d o s U nidos eram ho m en s de p e rsu a sõ e s literárias. N a in fân cia, tin h am alim en ta d o a m ente co m a B íb lia, o P ilg rim ’s P ro g ress (O P ereg rin o ) e Jo sefo . L e r faz pensar. A le itu ra n u tre a a rte d o p e n s a m e n to . P a tric k H e n ry tin h a se d e de conhecim ento, e descobriu u m m o d o de satisfazer o desejo de ler. O m esm o é v erd ad e p a ra co m o preg ad o r. E le tem de le r p a ra estar alerta. G erará p e n sam en to s. A P r e g a ç ã o E x p o s it iv a N a e x p o siç ã o , o m in istro to m a u m a p o rç ã o d a P a la v ra de D eus e esp e lh a -se e m su a v erd ad e. M u ito s p a sto re s g o stam de p re g a r v ersícu lo p o r v ersícu lo , um liv ro d a B íb lia ou a B íb lia inteira. A c o m p o siçã o e fluxo d a p reg ação ex p o sitiv a tê m m u ito s com p o n en tes. U m deles é a explanação
644 O PASTOR PENTECOSTAL ou inform ação. C on h eça a P alavra. C onheça-a doutrinária e historicam ente. C o n h e ç a -a d e v o c io n a lm e n te e n a p rática. E sse p ro c ed im en to ap ela p a ra a m en te, p a ra o c o ração e p a ra a v o n tad e. N o estu d o da P alav ra d e D eus, p ro c u re in fo rm a ç õ e s — a h istó ria, os fatos: quem , que, on d e e quando. D ep o is b u sq u e ilu m in a çã o . E sse co m p o n en te é a d o u trin a. Q uais as v e rd a d e s? E m seg u id a, v e m a incu b a çã o , o d ev o cio n al, a m e d itação , que se to rn a p a rte do co ração . E , a seguir, h á a en ca rn a çã o , a q u al diz resp e ito à p rá tic a e ao viver. A im a g in a çã o tam b é m e stá en v o lv id a. E m resum o: In fo rm a ç ã o — O que diz? Ilu m in a ç ã o — O que sig n ific a ? In c u b a ç ã o — Q u a l a sua a p lica ç ã o p rá tic a ? E n carn ação — C o m o p o sso vive n ciá -la ? Im a g in a ç ã o — C om o p o s s o d ize r isso à m in h a co n g reg a çã o ? E m seg u id a, h á a o rg a n izaç ão a d e q u a d a d a P a la v ra p a ra a m e lh o r e n tre g a e re c e p ç ão p elo s o u v in tes. N ó s não p reg a m o s p a ra im pressionar, p re g a m o s p a ra e x p re ssa r. N a c o m u n ic a ç ã o , d e sp e rta m o s, a le rta m o s, ex p lic a m o s, co n v en cem o s, lem b ram o s. H o je e m dia, os p ro fe sso res de sem in ário p e d e m co m in stâ n c ia q u e os alu n o s fa ç a m m ais p re g a ç õ es exp o sitiv as. P o sso e sta r errad o , m as p are ce q u e o p a s to r p r o te s ta n te d e d ic a -s e c o m m a is in te n s id a d e a p re g a r ex p o sitiv a m e n te d o q u e o p reg ad o r pen teco stal. R ec o rd o u m a ex p e riê n cia n u m a ig re ja q u e p a sto re e i em M in n eso ta. U m jo v e m p a sto r p ro testan te, re c é m -sa íd o do sem in ário , m o ra v a no canto do e stacio n am en to de n o ssa ig reja. F a z ia u m ano e m eio que m o ra v a ali. E le fo ra e n sin ad o a p re g a r serm õ es ex p o sitiv o s. E le co m eço u c o m o livro de G ênesis. C erta m an h ã de sáb ad o , ele a p areceu e m m eu g ab in ete, c h o ra n d o e dizen d o : “E sto u em G ên esis 23, e não h á n a d a n esse cap ítu lo que m in h a c o n g reg a ção p re cise a m a n h ã d e m an h ã. T enho d e p re g a r e n ã o sei o q u e dizer. M e u p ro fe sso r d isse -m e q u e p re g a sse ao lo n g o dos liv ro s d a B íb lia, e j á esto u e n ta la d o ” . R e sp o n d i-lh e que v o ltasse ao seu g ab in e te de estudos, se ajoelhasse, depois fosse p re g a r e desse à congregação o m an á fresco do fo rn o do céu. Foi o que ele fez, e c o n stru iu u m a g ran d e igreja. N ão o b stan te, a p reg ação e x p o sitiv a re q u er g ran d e esfo rç o . V ocê te m de le r a p a ssa g e m u sa n d o v árias tra d u ç õ e s. T em d e se n tir a a tm o sfe ra d a p a ssa g e m . R e p ita p a la v r a s e f r a s e s p a r a v o c ê m e s m o . N ã o m e n o sp re ze p rim e iras as im p ressõ es. A n alise e estude e s s a p o r ç ã o d a s E s c r itu r a s . O b s e r v e a s p e s s o a s en v o lv id as, os ev entos oco rrid o s, as p alav ras u sad as, o c o n te x to h is tó r ic o , as d o u tr in a s r e la c io n a d a s , a ilu m in a ç ã o d as re fe rê n c ia s c ru z a d a s, os p ro b le m a s ________________________________________ ap resen tad o s e as lições práticas. Se v o cê é e sp e cia liz ad o no p en sam e n to co letiv o , a p reg ação e x p o sitiv a ap re se n ta m u itas van tag en s. E c o n o m iz a tem po. Você sab e p a ra o n d e vai. N ão p re c isa p ro c u ra r e e sc o lh e r u m tex to p a ra o d om ingo q u e vem . E sse tipo de p regação força o p asto r a estu d ar e planejar.
& t ----------------------
A personalidade do pastor ea duração da série expositiva estão estreitamente relacionadas
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO E sta b e le c e fu n d a m e n to s p a ra serm õ es fu tu ro s. E e n c o ra ja a co n g re g aç ão a estu d ar z e lo sa m e n te a B íb lia. A ju d a a fo rm a r u m a a b o rd ag e m te m á tica n a seleção de h in o s e a e sta b e le c er o o b je tiv o p a ra o cu lto inteiro. A p e rs o n a lid a d e d o p a s to r e a d u ra ç ã o d a sé rie e x p o s itiv a e stã o estre ita m e n te re la c io n a d as. D o n a ld G ray B a rn h o u se p o d ia p re g a r o livro de R o m an o s d u ran te anos e m a n te r e au m en tar o interesse d a congregação. D esco b ri q u e u m a série c o m d u ração de cin co a seis sem an as é m u ito eficie n te p a ra m in h a p erso n alid ad e. E m certo verão, te n tei p re g a r o livro de A p o calip se. F u i b e m até q u e ch eg u ei aos selo s, às tro m b etas e às taças. A ch ei esses cap ítu lo s m ed ian o s ta re fa a b so lu ta m en te d ifícil de m anejar. M al p o d ia e sp e ra r — e ta m b é m m in h a c o n g reg a ção — p a ra c h e g a r a A p o c a lip se 18— 22. P re c isá v a m o s de v itó ria, n ão de trab a lh o en fadonho, e lev o u m u ito tem p o , b e m m ais d e trê s m eses, até ch e g arm o s lá. H ad d o n R o b in so n fa z d istin ç ã o ú til e n tre e x e g e se e e x p o siç ão : “E x e g e se é o p ro c e s s o d e o b te r o s ig n ific a d o d o te x to , m u ita s v e z e s m e d ia n te a o b serv ação do tem p o v erb al ou o n d e recai a ên fase da pa la v ra nos id iom as o rig in ais. E isso o q u e v o cê fa z e m seu e stu d o en q u a n to o prep ara. M as raram en te é apropriado p a ra u m serm ão de d o m ingo de m anhã. N a verdade, o uso excessivo de p alavras gregas ou h ebraicas p ode deixar-nos esnobes” .2 C h arles S p u rg eo n e x p re sso u atitu d e sem elh an te. A s p esso a s das ru as não p o d e m a p re n d e r o id io m a da acad em ia. P o r isso , as p esso as d a a cad em ia têm de ap re n d e r o id io m a das ruas. É tra b a lh o do p a sto r traduzir. S e r m õ e s pa r a O c a s iõ e s E s p e c ia is E m b o ra alg u n s m in istro s p a sse m de larg o dos serm ões p a ra o casiões esp eciais, tais serm õ es fo ram de g ran d e v a lo r em m eu m in istério p asto ral. M esm o em m eu antig o trab alh o co m o su p erin ten d en te distrital, esforçavam e em a ju sta r o serm ão à o casião — ■a n iv ersário s, d ed icaçõ es de igreja, d ias p a trió tic o s, o rd en açõ es, en terro s e m ais os feriad o s h ab itu ais. Sem d úvid a, o u tro s iten s p o d e m ser ac re sc en ta d o s à lista. S em p re g o sto de p e n sa r e m u m p re g a d o r p e n te c o sta l co m o aq uele que preg a, a ssim as p esso as d e se ja rã o v o lta r a ou v i-lo. H á m eio s de re a liz a r isso. V ocê é p ertin e n te ? V ocê fa la sob re aco n tecim en to s atuais no contexto do C ristia n ism o au tê n tic o ? V ocê p o d e re la c io n a r as d eclaraçõ es de Jesus c o m o s v a lo re s d e s ta e ra ? Q u e e v e n to b ib lic a m e n te im p o rta n te n o s n oticiário s e stá fa z e n d o c o m q u e as p esso as co m en te m ? Q u an d o Jim m y C a rte r fo i e le ito p re s id e n te d os E sta d o s U n id o s, le m b ro -m e de h a v e r p re g a d o u m serm ão in titu lad o “A g o ra q u e N o sso P re sid en te N a sceu de N ovo” . P r e g a ç ã o T e m á t ic a P o u c o s d o s m e u s c o le g a s p e n te c o s ta is c o n c o rd a m c o m ig o , m as a pregação tem ática m e em polga. R o b ert S chuller é p reg ad o r tem ático. Podese fa z e r p re g a ç ã o b io g rá fic a b íb lica, u m estu d o das p e rso n a lid a d es de destaque. O s tem as b íb lico s são in u m eráv eis. S erm ões d o u trinários podem ser te m á tic o s, e até os serm õ es te o ló g ic o s tê m im p lica çõ e s tem áticas. P reg a ç õ e s em série p o d e m ser feitas no fo rm a to de tem as. A p reg ação de C la re n c e M ac C a rtn e y dos seus serm õ es em série e ra sem pre tem ática.
646 O PASTOR PENTECOSTAL H o u v e os g ran d es so ld ad o s d a B íblia: Jo su é, o so ld ad o que tin h a o m esm o n o m e de Jesu s; S aul, o so ld ad o que caiu em sua espada; D avi, o soldado c o m u m c o ra ç ã o q u e b ra n ta d o ; G id e ã o , o s o ld a d o c o m u m c â n ta ro q u e b ra d o ; o s o ld a d o q u e fe z u m a p re g a ç ã o d u ra n te a c ru c ific a ç ã o ; C o r n é lio , o p r im e ir o s o ld a d o a a c e ita r a J e s u s ; C r is to , o ú ltim o C o n q u istad o r, em seu c av alo branco. O u q u e ta l os h o m en s d e negócios d a B íblia: L ó, o h o m em q u e teve su cesso co m b en s im ó v eis; E saú , o h o m em que foi p ró sp ero em cereais; o rico in sen sato , o h o m e m q u e foi b e m -su c ed id o no ra m o de arm azén s de estoque; Judas, o teso u reiro -chefe que m onopolizou o m ercado de pecados; e Je su s, o h o m e m q u e m o n o p o lizo u o m ercad o de alm as. A B íb lia usa c o m fre q ü ê n c ia p alav ras d eriv ad as do term o lem brar, o que d á ótim a série tem ática. “L e m b ra -te do teu C ria d o r” ; “F azei isto em m em ó ria de m im ” , etc. P e n se n o s tem as dos dias atuais, co m o p o r ex em p lo a in v asão da im o ra lid a d e n a in d ú stria do cin e m a e d a telev isã o , o im p acto d a m ú sica rock em n o ssa cultura. Se hoje eu estivesse pastoreando um a igreja, pregaria e x te n siv a m e n te so b re a ag ressão n a fa m ília sob o p o n to d e v ista bíblico. E u fa la ria so b re a d e te rio ra çã o d a cu ltu ra. T odos esses e x e m p lo s são av en id as tem áticas. P r e g a ç ã o E v a n g e l ís t ic a
A o lo n g o de n o ssa h istó ria, a ig reja p e n te co sta l te m sido c o n h ecid a c o m o a v o z do p ú lp ito que ex ig e que as p esso a s a rrep e n d am -se dos seus p e c a d o s. D e re u n iõ e s e m te n d a s a re u n iõ e s sob to ld o s, a re u n iõ e s de av iv am en to , a reu n iõ es em ru as, a voz do p reg ad o r tem sido fu n dam ental. E sto u d iscern in d o u m a m u d a n ça sutil, pois estam o s p e rd e n d o o toque ev an g elístico . A lg u n s a c re d itam que o p ú lp ito p asto ral é ex clu siv am en te p a ra o d iscip u lad o . Sim , é verd ad e, os cren tes p re c isa m crescer, m as m e o p o n h o à id é ia d e q u e a p re g aç ão ev an g e lístic a seja p o u c o p ro fu n d a. Se v o cê p esq u isar os serm ões de C harles S purgeon, D . L. M oody, R. A. Torrey ou B illy Sunday, v e rific a rá que o clam o r pelos p e rd id o s está in filtra d o em to d o o te o r d a m a té ria q u e e x p u seram , sem q u e h a ja o sacrifício de u m a p a rtíc u la da fiel doutrina. A ntes q u e jo g u e m o s fo ra nosso gosto pelo evangelism o no m inistério de púlpito, faríam os b em em rep ensar n o ssa h istó ria am ericana. A in d a não esto u d isposto a descartar a id éia de que o culto de m eio de sem ana seja d esignado som ente p a ra ensinam entos e oração. O culto de dom ingo de m an h ã p ode ser reservado tanto para discipular os crentes quanto p ara atrair os perdidos. A lguns crentes am ericanos acham que a m an h ã de dom ingo deve ser usad a ex clu siv am ente para o evangelism o e a noite de dom ingo, p ara o discipulado. M as igrejas am ericanas onde os pastores se dedicam co m afinco ao culto de d o m ingo à noite tornam tais cultos extrem am ente rentáveis espiritualm ente. D escobri essa verdade no distrito que servi, e a e n c o n tro n o re sto d o s E sta d o s U n id o s. Isso s ig n ific a q u e o serm ão evan g elístico deve te r p rio ridade no p lanejam ento e estilo do pastor. Se for a c o m p a n h a d o p o r b o n s h in o s e in sp ira ção , atrairá san to s e p e ca d o re s igualm ente. D eve h av er m ais reflexão e preparação para um contraste com o culto de d o m ingo p ela m anhã. O s dois cultos não p o d em ser sem elhantes.
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO O b serv o q u e p asto res c o m p eten tes de g ran d es igrejas g an h ad o ras de a lm as a lim e n ta m as o v e lh a s n o c u lto d e d o m in g o p e la m a n h ã . M e u con selh o seria a ch ar u m p o n to de lig ação a três q u artos do fin al do serm ão, on d e h o u v e sse m u d a n ç a de en fo q u e, p a ssa n d o de a lim e n ta r as o v elhas p a ra jo g a r as red es. O p o n to de lig ação é a ch av e, e p o d e ser feito. P o r ex em p lo , p a ra o n d e q u e r q u e a p reg ação n os d irecio n e, h á u m a p o siçã o v an tajo sa p a ra fazerm o s co n ex ão co m os n ão -salv o s. T oco v ig o ro sam en te n e s s e a s su n to , p o rq u e e sta m o s p e rd e n d o o fe rv o r de p re g a r p a ra os p erd id o s. P o d em o s ap re n d e r a p ro je ta r n o sso s serm õ es p ara que ten h am re le v â n c ia aos e sp iritu a lm e n te n ão h a b itu ad o s. A arca de N oé, o sacrifício de A bel, a v a ra d e M o isés, a e sc a d a de Jacó e cen ten as de outras im ag en s fa la m tan to p a ra os salv o s q u an to s p a ra os n ão -salv o s. M eu apelo é ser o rto d o x o , d o u trin a ria m e n te co rreto e b ib licam en te cen trad o n a le itu ra ev an g elística. A ju s te z a p o lític a e stá até m u d an d o os dados h istó rico s. O s escrito res de livros d id ático s o rie n tam os pro fesso res a sere m c é tic o s a c e rc a d as n a rra tiv a s c ie n tífic a s de co m o os h o m en s p isa ra m p e la p rim e ira v ez em terras n o rte -a m e rica n as, p o rq u e a ciê n cia re fle te “ló g ic a ” , e não m ito s in d íg en as. Isso e stá cau san d o p ro fu n d o efeito no do g m as b íb lic o s, à m e d id a q u e os te ó lo g o s liberais im itam essa atitude, red efin in d o e diluindo o significado claro das E scritu ras. A p reg ação e v a n g e lístic a ensinanos q u e não d ev em o s ser cu ltu ralm en te im p u lsio n ad o s, _ m as c u ltu ra lm e n te p e rtin e n te s a p a rtir de u m a
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pregar para ODter
perspectiva bíblica.
Pregando por Resultados
r e S U lta d O S é
ím p e ra tíV O . N e n h U ltl
Todo serm ão ex ig e u m apelo. T odo ap elo ex ig e um v e r e d ic to . O s e rm ã o te m d e p r o d u z ir u m a a ç ã o . “ M u ltid õ e s n o v a le d a d e c is ã o ” d e v e m s e r u m a re a lid a d e e m to d o s os cu lto s. H á os q u e d iz e m q u e
llC ilU C lIO l ifA H fta V d lU fl d lC
T c C l l u §y flllfl A l |U v U
c o n v ite s p ú b lic o s j á n ã o tê m lu g a r n e s ta e ra d a sofisticação . P erg u n te a B illy G rah am . O u tro s afirm am
llf lltf P H fl ■ ■ '• I I I C U V
fO H IllF S IfiA f V U I I I |I I C IU w l
esteia na
qu e os co n v ites d ev em ser d ad o s e m situ ação p e sso al e p riv a d a . M as, se e certo p e d ir q u e u m in d iv íd u o se * arrep en d a, p o r qu e n ão p e d ir qu e u m a au d iên cia in te ira fa ça o m esm o ? O co n v ite p ú b lic o v ai de m ão s dadas co m o con v ite pessoal. S erá q u e é correto de n o ssa p arte ---------g a s ta r a lg u n s m in u to s d o s e rm ã o p a r a e x p lic a r o E v a n g e lh o , e x o rta r os o u v in tes a rec e b ê -lo co m o dom da g raça de D eus e, então, d esp ed ir as pesso as sem dar a chance de tom arem u m a d e c isã o ? A ch o q u e não! H e b re u s 13.10 diz: “T em os u m a lta r” . In feliz m e n te, a c h a m a d a ao a lta r está sen d o g ra d u a lm en te re tira d a de m u ita s igrejas. P en so q u e isso se d ev e ao m ed o de fracassar, o m edo de não h a v e r n in g u é m q u e q u e ira ace ita r a Jesu s. S u tilm en te, po d em o s e sta r acred itan d o q u e a c h a m a d a ao a lta r n ão seja m ais necessária. H o u v e ép o cas, d u ran te m in h as p re g a ç õ e s, q u an d o em m eu esp írito h av ia o sen tim en to d e qu e, se o ap elo fo sse feito , certo casal ou ind iv íd u o ac e ita ria a Je su s. E ra o q u e a c o n te c ia. E u fa z ia to d o o p o ssív e l p a ra
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O PASTOR PENTECOSTAL a sse g u rá -lo s de q u e n ã o lh es seria re q u e rid o q u e se u n isse m à igreja, d o a sse m a lg u m d in h e iro ou fiz e sse m q u a lq u er c o isa que os em b araçasse. M as, dizia: “S em u m a ú n ic a ex ceção , não h á n in g u é m n e ste re cin to que não te n h a o rad o a D eu s rese rv a d am en te. V ocê p e d iu p erdão. Você p ed iu a aju d a d iv in a em te m p o s de aflição. V ocê m u rm u ro u u m a oração débil, q u an d o saiu do c o n su ltó rio do m édico. T odo o m u n d o já fez u m a oração em p articular. P o rém , M ateu s 10.32 d e clara que dev em o s fa ze r isso diante dos h o m en s. A g o ra é a ho ra. E rg a a m ão, e n co n tre o co rre d o r m ais perto de si e eu o aju d arei a fa z e r e ssa oração em p ú b lic o ” . P re g a r p a ra o b te r re su ltad o s é im p erativ o . N e n h u m v en d ed o r fech a a v e n d a até que o n o m e do c o m p ra d o r e ste ja n a lin h a p o n tilh ad a. N en h u m atle ta fam o so g a n h a a c o rrid a até que cruze a lin h a de chegada. N en h u m atacan te g a n h a o jo g o até q u e a b o la ten h a en trad o no gol. O serm ão foi p re g a d o ; os san to s ad o ra ra m a D eus; o coral cantou; as o fertas fo ram co letad as. A g o ra ch e g o u o m o m en to de p u x ar a rede. H á algo ac erca de estar no to p o do p ó d io nos Jo g o s O lím p ico s e o u v ir o h in o n acional. H á algo acerca de ac e ita r a Jesu s em pú b lico que c o n firm a a m aio r decisão de n o ssas vid as. U m casam en to é p ú b lico. U m ofício de g rad u ação é público. A re sp o sta ao c o n v ite p ú b lico é p sico lo g ic am en te terap êu tico . E n o ssa re sp o sta p ú b lic a ao to q u e d o E sp írito S anto. O su p e rin te n d e n te g e ral das A ssem b léias de D eu s am erican as está, c o m razão , m u ito p re o c u p a d o co m o d iscip u lad o dep o is d a c o n v ersão — o b a tism o nas águas, o b a tism o c o m o E sp írito S anto, a m e m b re sia da ig reja. N o to que o n d e h á u m p ad rão de c h am ad as ao altar, os dem ais re su ltad o s n a tu ra lm e n te se seguem . A co n g reg a ção é le v a d a a re sp o n d er aos apelos públicos. E m determ inado ano, senti enorm e fardo pelos m aridos n ã o -sa lv o s das m u lh eres cren tes de n o ssa igreja. F iz u m a c h am ad a ao altar n u m a n o ite de d o m in g o a to d a esp o sa de m a rid o descren te, p a ra que fo sse à fre n te a fim d e re c e b er a oração d a igreja. C en to e dez m u lh eres re u n ira m -se à fren te do altar. N ão gan h am o s 110 m arid o s p a ra Jesu s, m as até o n d e sei em u m ano 38 ace ita ram a C risto. U m ano d epois, fizem os re c o n h e c im en to p ú b lico d essas co n v ersõ es d u ran te u m cu lto especial. Foi u m a n o ite g lo rio sa em Sião! O s m em b ro s do co ral u sara m seus u n ifo rm es de gala, os te stem u n h o s fo ram esco lh id o s a dedo, as esp osas d esc re v eram a v id a q u e tin h a m em casa c o m u m m arid o n ão -salvo. D ep o is, os m arid o s d e sc e ra m p elo corredor, c o lo caram -se ao lado de suas resp ectiv as esposas e co n taram co m o a v id a p asso u a ser d epois d a c o n v ersão . N o co rrer dos anos, já p a rtic ip e i de g ran d io so s cultos, m as nen h u m se co m p ara c o m a o n d a de am o r e e m o ção d a q u e la noite m em o ráv el. A c o n c lu s ã o d o s e rm ã o e a p re p a ra ç ã o p a ra o a p e lo d e v e m ser c u id a d o sa m e n te p la n e ja d a s e p re p a ra d a s co m a n te ce d ên cia . G o sto de m a n te r o co ral n a p la ta fo rm a do pú lp ito . E le aju d a co m o h in o de apelo. O p ia n is ta e o o rg a n is ta p re c is a m sa b e r q u a n d o c o m e ç a r a to c a r seus in stru m en to s d iscretam en te. S aber p a ssa r da co n c lu são do serm ão p a ra o ap elo é v e rd a d e ira m aestria. C o m o v o cê alo n g a o cu lto sem a b o rrec er os que estão re u n id o s na c o n g r e g a ç ã o ? T o d o s j á p a s s a m o s p o r a b u s o s . C o n tu d o , se e s s a c a ra c terístic a faz p a rte do c a rá ter de u m a igreja, a co n g re g aç ão tam bém d e se ja re sp o sta e re su lta d o s. A o pastor, eu diria: “N u n ca d esista ” . P edro
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO pregou, e três m il pessoas fo ram salvas. E ssa é resposta satisfatória. E stêvão p reg o u , e fo i ap ed rejad o . N ão h á n a d a co m o a p re g a ç ã o p en teco stal. É c h am a ard en te em nossos ossos. E stím u lo p a ra ca d a n ervo. É do m esm o esp írito que faz as crianças salta re m e c o rrerem q u an d o p o d e ria m andar, ou que faz o cord eirin h o fa z e r trav essu ras n os v erd es p rad o s n a estação d a p rim av era. É u m elixir, u m tô n ico p a ra os d o en tes, p a ra os d esan im ad o s e p a ra os d errotados. D eu s re sta u ra e re n o v a p e la m a n ife sta ç ão u n g id a do E sp írito S anto. E m 1970, q u an d o p a sto re a v a u m a ig reja em M in n eso ta , fui co n v id ad o p o r u m q u e rid o a m ig o a p re g a r e m u m a re u n iã o p e n te c o sta l. O u tra o rg an ização cristã, que tin h a u m a cad eia de rad io d ifu são p o r todo o E stado de M in n eso ta, p e d iu -m e que g rav asse p ro g ra m as d iários p a ra u m m ês. Jo g u e i to d o s os m eu s serm õ es em u m a p asta, fui de carro p a ra o S udeste de M in n e so ta e p re g u e i n a reu n ião p en teco stal. L ogo em seguida, dirigi os quase 280 quilôm etros de volta para casa. Q uando cheguei a casa, estava e x tre m a m e n te can sad o . N e m tirei os serm õ es do carro, que p asso u a noite d estran cad o . N a m a n h ã seg u in te, q u an d o fu i b u scá-lo s, m in h a p a sta tin h a sum id o . C o rri p a ra d en tro de casa, p e n sa n d o que d ev ia tê-la d eix ad o em alg u m lugar. N ão e stav a em lu g a r n en h u m . A s novas se esp alh aram , e foi a m a io r n o tíc ia d a q u e la cid ad e in terio ran a. F u i en trev istad o na esta çã o de rádio. R eceb i te le fo n e m a do d eleg ad o , m em b ro de u m a ig re ja trad icio n al, qu e m e disse: “E sp e ro que te n h a sido m eu p a sto r a p e sso a que ro u b o u os serm ões, p o rq u e ele sabe com o u sar os serm ões do pasto r M o e n '’. A notícia foi p a ra r n a U PI. U m a m u lh e r p erco rreu de carro todas as estrad as ru rais do m u n ic íp io à p ro c u ra dos m eu s serm ões. M in h a esp o sa m e c o n ta que en trei e m d ep ressão . A im p ressão q u e eu tin h a e ra a de que o trab a lh o de m in h a v id a in te ira h a v ia id o p e lo ra lo . E u a n d a v a p e lo s tú m u lo s do c em ité rio p e rto de casa, p ro c u ra n d o os serm õ es, im ag in an d o que alguém p o d e ria tê-lo s jo g a d o ali. U m d os d iáco n o s m e disse: “P astor, estam o s tão aleg res p elo irm ão ter p e rd id o os serm õ es. Suas p re g aç õ es estão m elh o res do q u e n u n ca, e h o je p o d em o s o u v ir D eu s fa la r” . Isso ac o n teceu h á m ais de 26 anos. H oje ten h o fa rta p ro v isão de serm ões n ovam ente. P re g a ç ã o p e n te c o sta l? A cred ito que seja e ssa a resp o sta p a ra a era em q u e v iv e m o s. P o d e m o s m u d a r a a tm o sfe ra e sp iritu a l de a m b ie n te de a p o sta sia p a ra a m b ie n te a p o stó lico . O p e rd ã o de p ecad o s é o c en tro da p ro m e ssa de P ed ro en c o n tra d a em A tos 2 .3 7 -39. A p reg ação p e n teco sta l será tan to o círcu lo c e n tra l q u an to o âm b ito de atu ação do d e rram am en to do E sp írito n os ú ltim o s dias.
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Fazendo Anúncios nos Cultos Rob Carlson
o in v e rn o p assad o , se n tei-m e ad m irad o , en q u a n to d a p rim e ira fila d o a u d it ó r i o o u v ia e o b s e r v a v a n o s s a o r q u e s t r a s in f ô n ic a d e se m p e n h a r c a d a u m a de n o ssas m ú sicas n atalin as. A m ú sic a era bela; às vezes, c a lm a e eleg an te, em o u tros m o m en to s, m u ito agressiva. O s in stru m e n to s de co rd a, sopro, m e tal e p ercu ssã o to c av am to dos ju n to s em p rim o ro sa harm onia. C ad a instrum ento d esem penhava parte estratégica e im p o rtan te. E n q u a n to m e re c o sta v a e d e sfru ta v a o trab alh o de eq u ip e e a p recisão d a o rq u estra, fiq u ei im p ressio n ad o co m u m fato in trig an te: a p a u sa é tão im p o rtan te q u an to a n o ta to cada. O solo do ob o é e stav a bonito, m as c o n tin u a v a ig u a lm e n te b o n ito q u an d o o o b o ísta co n ta v a cinco pau sas en q u an to a h a rp a to cav a. O som triu n fan te dos tro m p etes era v ito rio so e ex u ltan te, m as q u an d o os tro m p etistas co n ta v am dez p au sa s e ficav am e m s ilê n c io e n q u a n to as c o rd a s to c a v a m , a c h e i o d e s e m p e n h o d o s tro m p etes ig u a lm e n te b o n ito . Q u e r e stiv essem to can d o cin co co m p asso s de n o tas b o n ita s e m e ló d icas p rem ed itad am en te escritas, q u e r estiv e sse m co n tan d o cinco com p asso s de pausas fo rm osam ente calculadas, o resultado e ra soberbo. F a z e r a n ú n c io s n o s c u lto s é p ro c e s s o se m e lh a n te . A p a u s a é tão im p o rta n te q u a n to a n o ta to cad a. U m cu lto de ad o ração p o d e ser m u ito p re ju d ic a d o p o r a n ú n c io s fe ito s sem re fle x ã o , se m fin a lid a d e e sem estratég ia. M u ito s an ú n cio s q u e te stem u n h ei e o u v i no co rrer dos anos p a re c ia m tro m p etes g u in c h a n d o estrid e n tem e n te, q u an d o d ev iam estar c o n tan d o cin co p a u sa s p a ra p e rm itir que os v io lin o s fo sse m ex ecu tad o s co m tran q ü ilid ad e. O cu lto p rin cip al d a sem an a (o d a m an h ã de dom in g o , para m uitos de nós am ericanos) deve ser planejado com reflexão, preparado c o m e s tra té g ia e c o o rd e n a d o co m p ro p ó sito co m o u m a o rq u e stra ou s in fo n ia . N o s s o s c u lto s d e v e m se r s a tu ra d o s c o m o ra ç ã o e c o m a se n sib ilid a d e à d ireção d o E sp írito S anto, m as isso de n e n h u m a m an e ira d e sc u lp a a n eg lig ên cia, a fa lta d e o b jetiv id ad e ou o d esleixo. D u ran te a n o s te m o s a f i r m a d o q u e “ a e s p o n t a n e i d a d e e s t á p r ó x im a d a e sp iritu a lid a d e ” ou “ap en as aco m p an h e o flu ir do E sp írito ” . O que de fato e sta m o s d iz e n d o é: “N a v e rd a d e , n ão re se rv e i te m p o a d e q u a d o p a ra p rep arar, p lan ejar, p ra tic a r e o ra r p a ra a h o ra m ais im p o rtan te d a sem an a
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UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO n a v id a daq u eles que p a rtic ip a m do c u lto ” . L e m b re-se de que p assam o s só u m a h o ra p o r se m a n a c o m a lg u m a s p e sso a s d e n o s s a c o n g re g a ç ã o . N in g u ém m ais do que eu q u e r q u e o E sp írito S anto ad en tre no sso s cultos e n os su b ju g u e n u m av iv am en to . M as p en so que, quan d o orarm o s pelo av iv am en to , tam b ém d e v em o s p edir: “D eus, dirija-m e en q u an to faço os p re p a ra tiv o s p a ra um cu lto p ro fu n d a m e n te e sp iritu al e sig n ificativ o para as p esso as m arav ilh o sas q u e tu m e en v ias e q ue d ep e n d em de m im e dos aco n tecim en to s do culto. Senhor, quero ser fiel p a ra orar co m in tensidade, p re p a ra r co m d e d icação e p la n e ja r c o m afinco, e, assim , p ro p o rc io n a r um cu lto q u e lev e as p esso as à ad o ração in c rív e l do R ei dos reis e à ap licação de su a san ta P a la v ra ” . O s an ú n cio s n ão estão isentos d esse pro cesso . E les não d ev em ser a lin h av ad o s ou a c re sc en ta d o s ao culto. E les p re cisam ser p la n e ja d o s co m p o n d eração . P o r q u ê? P o rq u e não po d em o s dar-n o s ao lu x o de d e sp e rd iç a r o tem p o das p esso a s que têm fom e e sede de D eus. N ão p o d em o s fic a r em b ro m an d o , p ro c e d e r irre fletid am en te ou ag ir aos tro p eçõ es sem te r n a d a pre p a ra d o e c h a m a r isso de b ênção. Todos aqueles qu e e n c h e m no sso s b an co s em to d o s os cu lto s de ad o ração têm p ro b lem as e ferid as espirituais, em ocionais, m entais, financeiras, físicas e relacionais. T oda seção do culto de adoração deve ter o desígnio de anim á-los e apontálos p a ra Jesu s. T em os de e m p en h ar-n o s ao m á x im o de nossos esfo rço s ao S en h o r, e n q u a n to p re p a ra m o s to d o s os a sp e c to s d e n o sso s cu lto s de adoração. T anto q u an to tiv e p ra z e r c o m a h a rm o n io sa orq u estra sinfônica, m u ito m ais v alo rizo u m cu lto de ad o ração m etic u lo sam e n te p lan ejad o , c u id a d o sa m e n te elab o rad o e reg ad o p e la oração. A seg u ir ap resen tam o s v árias id éias p a ra suas con sid eraçõ es, à m ed id a que v o cê se c e rtific a de q u e os an ú n cio s feitos em sua c o n g re g aç ão são p arte p ro p o sita d a do cu lto “ sin fô n ic o ” de adoração.
H á M om entos para Fazer Pausa e não Tocar as Notas M u itas ig rejas fa z e m u m b o le tim sem anal. P enso que isso é sábio. U m b o letim atraente, cham ativo, info rm ativ o , com pleto e escrito com precisão, re g is tra n d o e v e n to s e a n ú n c io s d e c is iv o s , é v ita l n a d iv u lg a ç ã o dos an ú n cio s d a igreja. T odos os an ú n cio s im p o rtan te s d ev e m ser p u b lica d o s m ú l t i p l a s v e z e s , c o m m u it a a n t e c e d ê n c i a d o e v e n to q u e e s tã o trom beteando. E n carem o s os fatos, a rep etição é elem ento im portantíssim o p a ra a reten ção , e se u m an ú n cio é p u b lic a d o apenas u m a vez no b oletim , m u itas p esso as n ão o verão. A m a io ria das p esso as fo lh e ia o b o le tim e n essa le itu ra d eix a de v er alguns an ú n cio s de interesse. A ssim , sugiro p ro m o v e r ev en to s im p o rta n te s co m a n te c e d ên cia de qu atro sem an as e p u b lic a ç ã o do an ú n cio n o b o le tim p o r q u atro sem anas. Isso po d e p a re cer do sag em ex cessiv a, m as fa z e r an ú n cio s é b a sic am e n te prom over. E, se u m ev en to ou cau sa é algo m eritó rio , v o cê d eseja rá p ro m o v ê-lo b em , de fo rm a a o b te r o m áx im o de p articip ação . P re c o n iz o q u atro reg ras q u an d o se tra ta de c o n tar co m p asso s de p au sa (sem to c a r m ú sica), n ão d e claran d o v erb a lm e n te d eterm in ad o an ú n cio ao p ú b lico . A m a io ria dos an ú n cio s é d ig n o q u e seja d iv u lg ad o no b o letim sem an al. E n tretan to , é v ital q u e a lg u é m g ab aritad o seja d e sig n ad o para e d ita r o b o le tim a fim de q u e se o b te n h a c la re z a de estilo, p re cisão e
652 O PASTOR PENTECOSTAL ex atid ão , antes de ser im p resso em c a d a sem ana. O b o letim d ev e te r um to m p o sitiv o e ser tão m o tiv a d o r qu an to p ossível. E stas são m in h as regras: 1. N ã o leia o b o letim p a r a o p ú b lic o . P a rticip e i de cu ltos de adoração, nos q u ais q u a n tid ad es d esco m ed id as de tem p o e aten ção eram d ed icadas à le itu ra do b o letim , do co m eço ao final. S en ti-m e ch atead o e in su ltad o . Q u e d e sp e rd íc io d e tem po! A fin a l d e co n tas, p o sso ler o b o letim . A lg u n s arg u m en tariam : “S ab em o s q u e as p esso as p o d em ler o bo le tim m ais tarde, m as elas n ão o farão . P re c isa m o s lê-lo p a ra e la s” . T olice. T reine seu povo p a ra q u e ten h a o c o stu m e de ler o b o letim m ais tarde. T em os coisas m ais im p o rta n te s a fazer em n o sso s cultos. S ejam os realistas, o S en h o r está co n ta n d o co n o sc o p a ra serm os bons m o rd o m o s do tem p o q u e p assam os co m as p esso as nos cu lto s de ad o ração c o letiv a. P recisam o s p a ssa r tanto tem p o q u an to p o ssív e l ce le b ra n d o ao S en h o r e à sua P alavra. 2. N ã o fa ç a u m a n ú n cio ve rb a l se nã o tiv e r sa íd o no boletim . M uitos dos ev e n to s o u d e p a rta m e n to s que p re c isa m ser p ro m o v id o s p o ssu e m a m p la v a rie d a d e d e d etalh es so b re quem , que, o n de, q u an d o e p o r quê, q u e tê m de ser in fo rm ad o s p a ra efetiv am en te co m u n ica r o evento. É m uito m e lh o r c h a m a r a a ten ção d a co n g reg a ção p a ra os d eta lh es escrito s do que g a sta r tem p o ex tra p a ra verb a lm en te a n u n ciar to dos os d etalhes. A dem ais, m u ito s p o d e m e sta r in te re ssad o s, m as, p a ra não esq u e c e r os d etalh es, te n ta rã o escrev ê-lo s. E ao fazê-lo , não estarão p re p a rad o s ou terão tem po su fic ie n te q u an d o o an ú n cio é d ec larad o v erb alm en te. É c o rte sia e sinal de p la n e ja m e n to ad eq u ad o q ue os a n ú n cio s im p o rtan te s ten h am saíd o no b o letim . A fin a l de con tas, se o ev en to ou m in istério é d igno de atenção, en tão m ere c e a p re m e d ita ç ão de u m an ú n cio b em red ig id o no b o letim sem anal. 3. N ã o fa ç a um a n ú n c io verb a l só p o rq u e a lg u é m esq u eceu de colocálo no boletim . O p ú lp ito n ão d ev e e não p o d e ser lu g a r p a ra re so lv erm o s p ro b le m a s c ria d o s p o r p la n e ja m e n to p re c á rio d o s re s p o n s á v e is p e lo d ep a rta m e n to d e d iv u lg ação . Se alg u ém esq u eceu de co lo c a r u m an úncio no b o letim , então esq u eceu . E só. E n a v a sta m a io ria das v ezes a m e lh o r c o isa a fazerm o s é d e ix a r q u e o ev en to seja p re ju d ica d o p o r isso e não te n ta r salv á-lo , d esp e ja n d o -o da p latafo rm a. F a la n d o b em fran cam en te, se u m e v e n to n ã o te v e p ro m o ç ã o ad eq u ad a no b o letim , n ão d e v e ser v erb a liz a d o , p o rq u e h á m u ita p ro b a b ilid ad e de q u e todo o ev en to não te n h a sid o b e m p lan ejad o . T alvez o ev e n to in teiro p re c ise m o rre r em s ilê n c io . M u ito s p a sto re s s a b e m o q u e é se r b o m b a rd e a d o p o r b em in te n c io n a d o s líd eres de d ep arta m en to ou m em b ro s da eq u ip e m in isterial lo g o a n te s d a h o ra d o c u lto c o m a n ú n c io s q u e tê m d e se r fe ito s. A o p o rtu n id a d e e o p e d id o são in ad eq u ad o s. C o m o p a s to r, so u r e s p o n s á v e l p o r d irig ir u m c u lto d e a d o ra ç ã o s ig n ific a tiv o , e sp iritu a l, e n a lte c e d o r e desafiad o r. P o r c o n se g u in te , os seg m en to s de “a n ú n cio s a le a tó rio s” de no sso s cu lto s são lim itad o s a dois anúncios p o r sem ana. O s m em bros d a equipe p astoral pro cu ram influenciar fa v o ra v e lm en te a c a u sa q u e defen d em , m as, em ú ltim a in stân cia, sou eu q u e m e sco lh o os a n ú n cio s q u e acred ito que se jam de m u ito p ro v eito p ara a ig re ja in te ira ouvir. D ep o is, os anú n cio s aleató rio s são seg uidos pelos
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO m o m en to s de saudação, q u e são sem p re ch eios de energia. É n o ssa m eta asseg u rar q u e os m o m en to s de lo u v o r e p reg ação de no sso s cu ltos sejam d in âm ico s. M as ta m b é m q u e re m o s q u e os m o m en to s de p ro m o çã o de ev e n to s se ja m d in â m ic o s. L im ita r a q u a n tid a d e do s an ú n cio s v erb ais, p ro m o v ê-lo s no b o letim , seg u ir os an ú n cio s co m m o m en to s de saudação en érg ica e, fin alm en te, ter certeza de q u e os anúncios se relacio n em com a m a io ria d a c o n g reg ação são fato res d ecisiv o s p a ra fazerm o s anúncios n a igreja. 4. N ã o fa ç a a n ú n cio s verb a is q u e n ã o se relacionem com a m a ioria do s ou vin tes. Se u m an ú n cio n ão fo r p ertin e n te ao o u v inte, ele se d eslig ará do anunciador. O re su lta d o é p e rd a de tem p o e m in istério im p ro d u tiv o na v id a d aq u eles q u e se d eslig am . C ertificar-se de que os anúncios dados se ja m e fe tiv a m e n te p ro m o v id o s e te n h a m re la ç ã o c o m a m a io ria dos o u v in tes é v ita lm e n te im p o rtan te. P o r ex em p lo, u m an úncio para que sete m em b ro s d a co m issão se re ú n a m seg u n d a -fe ira à n o ite não d ev e ser dado no cu lto p ú b lico de ad o ração . E ssas sete p esso as d e v em ser con tatad as in d iv id u alm en te. P o r vezes, p erceb o q u e reu n iõ es de e m erg ên cia tê m de ser div u lg ad as. M as m e sm o q u an d o isso aco n tece, to d a a cong reg ação po d e ser e n v o lv id a ao p ed ir-lh e q u e ore, to rn an d o assim o anúncio e o ev en to p ertin en tes a todos. T odavia, em erg ên cias são a exceção. O s anú n cio s, fin alm en te, d iz e m resp eito a d ar in fo rm açõ es e p ro m o v e r u m m in istério im p o rtan te. E to d o em p reen d im en to m inisterial de v alor p recisa ser saturadam ente pro m o v id o pelo correio, no boletim , po r telefone, pessoalm ente, p o r relatórios in form ativos dos departam entos etc. P rom over os m in istério s d a ig reja é m u itíssim o im p o rtante. M as aos do m in g o s, os cu lto s d e ad o ração são d ed icad o s a p ro m o v e r a P esso a de Jesu s C risto e a ch a m a r a aten ção de tod o s p a ra E le e p a ra su a P alav ra ch eia de e sp eran ça e tra n sfo rm a d o ra de vidas. T em os de m a n te r n ítid as n o ssas p rio rid ad es e não p e rm itir q u e nad a, n e m m esm o os an ú n cios, nos afaste de lo u v a r a D eus e p re g a r a su a P alavra. H av en d o dito isso, acred ito q u e h á m u itas m aneiras d e efetiv am en te co m u n ic a r an ú n cio s n o cu lto de adoração . N o ssa m e ta é fa z e r com que os an ú n cio s sejam leva d o s em conta, ou seja, torná-los eficientes e produtivos. A ssim , o q u e fa z e r p a ra q u e an ú n cio s m ed ío cres fiq u e m in teressan tes?
H á M om entos para Tocar as N otas e não Fazer Pausa A ssim co m o as p a u sa s são v itais à p rim o ro sa m ú sica da o rq u e stra sin fô n ica, assim ta m b é m são as notas. D e fato, sem os in stru m en to s que tocam as notas não h av eria p erfeita h arm o n ia a apreciar. E ntretanto, quando os instru m en to s de m etal, corda, sopro e p ercu ssão tocam , eles preocupam se em to c a r as notas certas, n o m o m en to certo, co m o v o lu m e certo e no c o m p a s s o c e rto . F a ç a m o s b r e v e e x a m e d o to m , te m p o , v o lu m e e an d a m e n to do fa z e r an ú n cio s n a ig reja. R ep ito , a o rq u e stra tem de se p re p a ra r p a ra ter b o m d esem p en h o , e o m e sm o diz re sp eito a nós. 1. Tom. Q u an d o os an ú n cio s tê m de ser co m u n icad o s verb alm en te, não p re c isa m ser e n fad o n h o s o u sem im ag in ação . N a v erdade, c o m um po u co de criativ id ad e, p o d e m ser m em o ráv eis e in teressan tes. E sco lh e r o
654 O PASTOR PENTECOSTAL m o d o m ais eficien te de fazer u m an ú ncio é algo com o esco lh e r a m elh o r n o ta p a ra tocar. H á m u itas n o tas a escolher, e h á m u ito s m o d o s de se fazer u m anúncio. U m an ú n cio d ev e estab e lec er o tom do evento que prom ove. P o r ex em p lo , em v ez d e le r u m a n ú n cio in fo rm an d o a co n g re g aç ão sobre o p ro g ra m a de m issõ es da ig reja e a fu tu ra c o n v en ção m issio n ária, por q u e não considerar: a) U m m o m e n to m is s io n á r io d e d o is m in u to s . C o n v id e u m m issio n ário p a ra p a rtic ip a r do culto de adoração. P e ça que ele v á trajado c o m ro u p a s típ icas do p aís que está ev an g elizan d o . F a ça u m a en trev ista en sa ia d a de dois m in u to s, seg uindo u m script. b) U m a p a ra d a m issio n á ria . R ecru te p essoas de sua cong reg ação p ara u sarem vestuário característico e carregarem bandeiras de várias partes do m undo. F a ç a co m q u e en trem no santuário e d irijam -se à p la ta fo rm a d o p ú lp ito , ao so m d e e n é rg ica m ú sic a to c a d a em fita ca sse te ou CD en q u an to in fo rm açõ es im p o rtan tes são dadas. c) U m a apresentação m issionária em m ultim ídia. C o n te sua história sobre m issões usan d o m úsica, slides e/ou vídeo. C olete fitas de vídeo ou slid es de todos os seus m issionários e p eça a alguém de sua congregação que os reúna num a poderosa m ensagem sobre m issões. H á pessoas talentosas em to d a congregação, cujas habilidades técnicas e criativas perm anecem d orm entes p o rq u e escolhem os ler os anúncios. F aça com que seus anúncios sejam levados em conta! E n v o lv a as pessoas d a congregação! d) U m a co n versa a o vivo sobre m issõ es. U m a sim ples con ex ão telefô n ica e breve co n v ersa no púlpito co m um m issionário a m eio cam inho ao re d o r do m u n d o p o d e m a ju d ar a e sta b elec er o to m p a ra o vin d o u ro e m p reen d im en to m issio n ário. 2. Tempo. C o m o em tantas outras coisas que fazem os, o tem p o é cru cial q u an d o se trata de faz er anú n cio s na igreja. P ro m o v er o evento certo , no m o m en to certo e do je ito certo po d e sig n ificar a d iferen ç a entre u m ev en to de su cesso o u u m de fracasso. a) Todo p e r u ch a m a outro p eru . Q u ando p ro m o v e m o s m inistério b eneficente e assistencial dentro de nossas congregações, tem po apropriado p o d e tra n sfo rm a r o u v in tes ap ático s em p articip an te s ap aix o n ad o s. P or ex em p lo , as p esso as são to cadas p elas n ecessid ad es dos o u tros em dias p ró x im o s aos feriad o s. N ão querem o s m a n ip u lar as em o çõ es de nosso po v o , m as p recisam o s trein á-lo e m o b ilizá-lo p a ra se im p o rtar co m os outros. Q u an d o v o cê co m u n ica ao seu povo que a ig reja está ju n ta n d o fo rças c o m o utras ig rejas e agências de su a co m u n id a d e p ara a ten d e r a 2 .5 0 0 fam ílias n ecessitad as q u e não terão co m id a para o N atal, co nsidere a id é ia de lev ar u m p eru p a ra a p la ta fo rm a do p ú lp ito e d e sa fiar a to d o s a tra z e rem um p eru n o culto do do m in g o que vem . b) V ídeo h u m a n o sobre n e cessid a d es h um anas. A m e d id a q u e o in v ern o se apro x im a, co n sid ere a h ip ó tese de p e d ir que seus alunos façam u m v íd e o h u m a n o c o m c a tiv a n te m ú s ic a d e f u n d o . L o g o a p ó s a ap resen tação , faça apelo p a ra as p essoas d o arem cob erto res e agasalhos p a ra as m issõ es e aos q u e estão em n ecessidade. c) A p resen ta çã o . C h am e as p essoas à fren te que estejam envolvidas em a lg u m m in istério ou qu em , de a lg u m a m aneira, ilustre o que você
UNIDADE 6: ADORAÇÃO UNGIDA PELO ESPÍRITO p re c isa com unicar. P o r exem p lo : se v o cê estiv e r fazen d o u m a con v o cação a to d o s de sua co n g reg ação p a ra q u e a d o tem u m a “fam ília da M a rin h a ” (nós v iv em o s p erto de u m p o rto d a M arin h a), co n v id e um a fam ília de sua co n g reg ação q u e re c e n te m en te te n h a ad o tad o u m a fam ília d a M a rin h a e p eça -lh e q u e v e n h a à fren te, esco ltan d o os am igos d a M a rin h a trajados em seus unifo rm es. A p resen te am bas as fam ílias à cong reg ação e incentive o u tro s a se in sc re v e re m n o cen tro de in fo rm açõ es p a ra a d o tar sua p ró p ria fa m ília d a M arin h a. M u ito do q u e ap ren d em o s apren d em o s v isualm ente. Por isso, o fereça às p esso as o v isu al co m o au d itivo tanto q u an to possível. 3. Volum e e a n d a m en to . O re g e n te sabe co m o e quan d o fa z e r o c rescen d o e o d e crescen d o d a orquestra. E le sabe co m o e q u an d o ap ressar o c o m p a s s o e q u a n d o r e d u z ir o a n d a m e n to . Q u a n d o p r o m o v e m o s m in istério s, h á m o m en to s em q u e p recisam o s ser en fático s, in sisten tes e de m u d an ças rápidas. H á outros em que p recisam os ser suaves, m editativos e de p a sso m ais lento. a) M a r c h a d o s d e p a r t a m e n t o s d a ig r e ja . S e f o r D ia d o s D ep a rta m e n to s da Ig reja e v o cê estiv e r p reg an d o sobre “T odo C rente, u m M in istro ” , p la n e je d irig ir u m a en tu siá stic a m a rc h a dos dep artam en to s da ig reja. P eça a to d o s os líd eres de tod o s os d ep artam en to s de su a ig reja que c r ie m u m a b a n d e i r a e r e c r u t e m as e q u ip e s d e s e u s r e s p e c tiv o s d ep artam en to s. N o m o m e n to ap ro p ria d o d o cu lto, fa ç a p e sq u isa sobre o p o rtu n id a d e s m in isteriais e p e ç a aos q u e estão assen tad o s no santuário que se en v o lv am n a o b ra de D eus. C o m ece a to c ar sua m arc h a m usical c u id a d o sa m e n te selecio n ad a, e q u e a m a rc h a te n h a in íc io ! A co n g reg ação a s s is tir á às b a n d e ira s , d e p a rta m e n to s , p e s s o a s , tra b a lh o d e e q u ip e , cam arad ag em e m uito m ais. É um a m an eira de pro m o v er os departam entos de fo rm a m em o ráv el. b) F e ira d o s d e p a rta m e n to s d a igreja. A n te s m esm o q u e seu p o v o v á ao sa n tu á rio ou c e n tro de a d o ra ç ã o , ele p o d e a ssistir aos an ú n cio s. M o n ito re s d e te le v is ã o n o v e s tíb u lo p o d e m a p re s e n ta r in fo rm a ç õ e s im p o rta n te s, m e sa s de e x p o siç ã o p o d e m in s tig a r p a rtic ip a ç ã o e o c e n tro de in fo rm a ç õ e s p o d e fo rn e c e r fo lh eto s e fich as de in scrição . P o r ex em p lo , no D ia dos D e p a rta m e n to s d a Ig reja, v o c ê p o d e m o n ta r u m a fe ira dos d e p a rta m e n to s d a ig re ja n o sa lã o d e e n tra d a o u em o u tro lo c a l p rin c ip al. Q u an d o as p e sso a s e n tra re m , e las v e rã o e m e x ib iç ã o m e sa ap ó s m e sa d o s d e p a rta m e n to s d e ig re ja , c a d a u m a co m o p o rtu n id a d e s de en v o lv im e n to c la ra m e n te c o m u n ic a d a s. M e sa s b e m d e co ra d a s, b alõ e s e g a lh a rd e te s e c a rta z es, q u a d ro s e m a te ria is de p ro m o ç ã o e fe tiv a m e n te e x p o sto s p o d e m se r u sa d o s p a ra e m p re g a r c re n te s “ d e se m p re g a d o s” . Q u e p o d e ro so an ú n c io v isu a l an tes m e sm o q u e as p e sso a s e n tre m no c en tro de ad o ração ! c) Teatro. U m a p e ç a teatral po d e ser u sa d a p a ra tra n sm itir eficien te m en sa g e m so b re fu tu ro cu rso in ten siv o p a ra restau ração de d iv o rciados, ou sem in ário sobre ed u cação de filh o s, ou m in istério p ara a classe dos idoso s, ou so b re q u a lq u e r o u tro g ru p o de ap o io ou recu p eração . U m a p eç a teatral ap resen tad a com eficiên cia p o d e fazer b ro tar um a lágrim a silenciosa nos olhos do observador, en quanto co m u n ica co m autenticidade im portante op o rtu n id ad e m in isterial.
656 O PASTOR PENTECOSTAL Isso Pode Ser Feito! Todos os anúncios têm o objetivo de prom over efetivam ente o m inistério e m o b iliz a r o p o v o de D eu s a p a rtic ip a r no m inistério. A esco lh a é sua. V ocê p o d e le r o b o le tim e to rn ar os anúncios d esag rad áv eis e m ed íocres ou, c o m um p o u co criativ id ad e, p lan ejam en to e sen sibilidade, to rn á-lo s m em o ráv eis e in teressan tes. Você p o d e fa z e r co m q u e seus anúncios sejam lev ad o s em conta! O reg en te da o rq u estra trab alh a co m afinco a fim de asseg u rar-se de q u e tod o s os in stru m en to s estejam p ro n to s e p rep arad o s p a ra co m u n icar m ú sic a h a rm o n io sa . C o m o p a sto re s, ta m b é m tem o s m ú sic a b o n ita a com u n icar: ch am a-se B oas N ovas! O s anúncios não p re cisam d ep re ciar o lo u v o r e a p reg ação . C o m u m p o u c o de im ag in ação e p rep aração , eles p o d e m tra n sm itir os in crív eis e eficien tes m inistério s e d e p artam en to s q u e a te n d e m às n e c e ssid a d e s d a ig re ja , e n q u a n to p ro m o v e m e v e n to s v in d o u ro s e p a rtic ip a ç ão en co rajad o ra. C o n tan to q u e co n tem o s nossos co m p asso s de p au sa e to q u em o s as notas escritas, torn arem o s os anúncios eficien tes! Q u e co m ece a sin fo n ia de louvor, p reg ação e prom oção!
Notas de Fim Unidade 1: Prioridades na Vida do Pastor Introdução: Prioridades na Vida do Pastor 1 Ralph Tumball, The Best o fD w ig h t L. Moody (Grand Rapids: Baker Book House, 1971), p. 51.
Grupos de Prestação de Contas para Pastores 1 Clarence Jordan, The Cotton Patch Version o f Matthew and John (Nova Iorque: Association Press, 1970). 2 Para um a discussão mais completa sobre prestação de contas contínua, vide Robert E. Coleman, The M aster Plan o f Evangelism (Westwood, Nova Jersey: Fleming H. Revell Company, 1963), p. 94-101. 3As áreas envolvem os inter-relacionamentos dos membros da igreja, líderes da igreja, crentes mais jovens e mais velhos, maridos, esposas, pais, filhos, senhores, escravos e funcionários públicos. Vide Harvey Herman Jr., Discipleship by Design (Springfield, Missouri: DHM College Ministries Department of the Assemblies of God, 1991), lição 4,4.2. 4 Extraído de uma pesquisa publicada no Discipleship Journal, v. 72, p. 42. ©1992, porTheN avigators. Usado com permissão daNavPress. Todos os direitos reservados. 5Eugene H. Peterson, Working theAngles (Grand Rapids: William B . Eerdmans Publishing Company, 1987), p. 4. 6 Vide também a excelente entrevista com Lloyd John Ogilvie, “Keeping the Drive Alive”, Leadership, v. 10, n. 3 (1989) p. 16-22. 7 Dallas Willard, The Spirit o fth e Disciplines (Nova Iorque: Harper & Row, Publishers, 1988), p. 187, 188. 8 D epois da m orte de m inha prim eira esposa, entrei num program a de recuperação de luto. Iniciávamos cada sessão fazendo um a renovação de nosso compromisso de confiabilidade. Um a pessoa lia em voz alta um a declaração que dizia mais ou menos assim: “Nós acreditamos que a honestidade pessoal plena e a confiança entre o grupo são essenciais para o processo de recuperação de luto. Portanto, todos concordamos em ser inteiramente honestos quando falamos de nossos sentimentos e também concordamos em nos proteger mutualmente mediante segredo absoluto. Para indicar que esse é nosso compromisso, erguemos as mãos em concordância e garantia”. Em cada ocasião, literalmente levantávamos as mãos e dávamos uma olhada ao redor da sala durante vários segundos. Com isso todos estávamos afirmando uns aos outros de maneira óbvia: “Você pode confiar em mim. Eu o protegerei com minha confiança. É seguro ser totalmente honesto comigo”. 9 Dietrich Bonhoeffer, Life Together (Nova Iorque: Harper & Row, Publishers, 1954), p. 9 8 ,1 0 1 .0 livro inteiro é pertinente a esse tema. O capítulo 5 (“Confissão e Com unhão”) oferece m uita sabedoria prática e merece leitura cuidadosa e meditação profunda. 10Aseguinte fórmula serve de cálculo para o número de relacionamentos possíveis em um grupo. Ilustra amplamente a necessidade de restringir o tamanho de um grupo de prestação de contas. O “x” representa o número de pessoas no grupo. x+ - x I I 2 = Número de relacionamentos
658 O PASTOR PENTECOSTAL Assim, um grupo de quatro pessoas é 16 menos 4, dividido por 2, igual a 6 relacionamentos. Um grupo de cinco indivíduos tem dez relacionamentos e um grupo de seis, tem 15 relacionamentos. Um grupo de sete, tem 21! 11 Vários livros fazem lista de perguntas como estas. Vide, por exemplo, as sugestões apresentadas no livro de Gordon MacDonald, Rebuilding Your Broken World (Nashville: Oliver-Nelson Publishers, 1988), p. 203, 204; e no livro de H. B . London Jr. e Neil B . Wiseman, The Heart o fa Great Pastor (Ventura, Califórnia: Regai Books, 1994), p. 228, 229. 12 Jerry Jenkins, Focus on the Family, Junho de 1993.
O Pastor e Sua Vida Devocional 1 Noah Webster, American Dictionary o f the English Language 1828 (São Francisco: Foundation for American Christian Education, 1967). 2 M oshe Dayan, Living with the Bible (Nova Iorque: W illiam M orrow & Company, 1978), p. 195-198. 3E. M. Bounds, Power through Prayer (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1962), p. 42. 4Amold A. Dallimore, George Whitefield: G od’s AnointedServant in the Great Revival o fth e Eighteenth Century (Westchester, Illinois: Crossway Books, 1990), p. 14-16. 5Betty Lee Skinner, Daws (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1974), p. 38. 6 Bud Greenspan, 100 Greatest Moments in Olympic History (Los Angeles: General Publishing Group, 1995), p. 107.
A Vida Conjugal do Pastor 1 Sherri L. Doty, “Credentials, M arital, and M inistry Status by Gender” , Assemblies o f God Ministers Report (Springfield, Missouri: Gospel Publishing House, 1995). 2À época em que escrevia este capítulo, 3,4 por cento dos ministros americanos credenciados pelas Assembléias de Deus nos Estados Unidos estavam engajados em missões internacionais e 1,4 por cento estava designado para missões nacionais. 3 Donald M. Joy, Bonding: Relationships in the Image o f God (Dallas: Word Books, 1985), p. 59. 4 Ibid., p. 31. 5 Wayne Warner, “A Study in Longevity”, Assemblies o f God Heritage, v. 15, n. 3 (Outono de 1995): p. 26-28. 6 Raymond T. Brock, Parenting the Elementary Child (Springfield, Missouri: Gospel Publishing House, 1995), cap. 6 passim. 7 Dwight H. Small, Christian: Celebrate Your Sexuality (Old Tappan, Nova Jersey: Fleming H. Revell Company, 1976). 8 Raymond T. Brock, “The Deception of Affairs”, Pentecostal Evangel (24 de Abril de 1988): p. 6, 7, 15; Raymond T. Brock e Horace C. Lukens Jr., “Affair Prevention in the M inistry”, Journal o f Psychology and Christianity, v. 8, n. 4 (1989): p. 44-55. 9David Augsburger, “The Private Lives of Public Leaders”, Christianity Today, v. 31, n. 17 (1987): p. 23. 10Tim Stafford, “Great Sex: Reclaiming a Christian Sexual Ethic”, Christianity Today, v. 39, n. 14 (1987): p. 31,45. A página 45 apresenta o seguinte: Você alguma vez buscou aconselhamento profissional por estar sofrendo tentação sexual? Crentes leigos: Sim, 7%; Não, 93%. Pastores: Sim, 10%; Não, 90%. (Fonte: CTI Research).
Construindo Relacionamentos na Igreja e na Comunidade 1 Sede do Congresso americano em Washington, capital dos Estados Unidos. (N. do T.)
NOTAS DE FIM
Trabalhando com Pessoas de Todo Tipo 1Provérbios 15.1. 2 A lguns conceitos apresentados neste capítulo foram retirados de Hal Donaldson e David P. Donaldson, The Velcro Church (Sacramento, Califórnia: LEAD Ministries, 1993).
O Pastor, Seu Gabinete e Seu Horário 1 Citado em Richard I. Winwood, Time Management: An Introduction to the Franklin System (Salt Lake City: Franklin International Institute, 1990), p. 13. 2Ibid.,p. 74. 3 Max Lucado, In the Eye o f the Storm: A Day in the Life o f Jesus (Dallas: Word Books, 1991), p. 97, 98. 4 Archibald Hart, Focus on the Family Presents Pastor to Pastor with H. B. London, Jr.,v. 1, Budgets and Burnout (Colorado Springs: Focus on the Family, 1993), cassete de áudio. 5Esses artigos podem ser encontrados numa papelaria comum ou numa livraria evangélica. Ou, peça em inglês pelo correio através de um dos seguintes endereços: The Franklin Day Planner (Franklin International Institute, Inc., P.O. Box 25127, Salt Lake City, ÜT 84125-0127, Estados Unidos). The Daytimer (Daytimers, Inc., P.O. Box 27000, Lehigh Valley, PA 18003-9859, Estados Unidos; telefone: 1880-225-5005). The Christian Service Planner (Spirited Communications, 1838 Ellinwood Road, Baltimore, MD 21237, Estados Unidos). 6 Dianna Booher, Clean Up Your Act! Effective Ways to Organize Paperwork and Get It Out o f Your Life (Nova Iorque: Warner Books, 1992), p. xvi. 7 Winwood, Time Management, p. 125, 126. 8 M artin John Yates, H iring the Best: A M a n a g er’s Guide to E ffective Interviewing (Boston: Bob Adams, 1988), p. 18. 9 Ibid., p. 20.
O Gabinete de Estudos do Pastor 1 Richard E. Orchard, “The Pastor and His Preaching-Teaching”, in: And He Have Pastors: Pastoral Theology in Action, editores Thomas F. Zimmerman, G. Raymond Carlson e Zenas J. Bicket (Springfield, Missouri: Gospel Publishing House, 1979), p. 158.
Pregação Expositiva 1 Porções deste capítulo apareceram no artigo de George O. Wood, “How Expository Preaching Helps the Church”, Enrichment (Verão de 1996): p. 26-30. 2 Tradução de João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil. (N. do T.) 3 Hugh Thomson Kerr, citado em George W. Peters, A Biblical Theology o f M issions (Chicago: Moody Press, 1972), p. 209. 4 O espaço não nos permite relatar o drama e fatos da história de Livingstone. Contudo, você pode encontrá-los num sermão de Frank William Boreham, “David Livingstone’s Text”, in: Andrew W. Blackwood, The Protestant Pulpit (Grand Rapids: Baker Book House, 1977), p. 164, 165.
De Volta à Palavra em Nossa Pregação 1Este capítulo é cópia de “A Return to Biblical Preaching”, retirado do livro Back to the Word: A Call to Biblical Authority. ©1996, por Gospel Publishing House, Springfield, Missouri. Usado com permissão. 2 Henry W ard Beecher, citado em George Sweeting, Great Quotes and lllustrations (Waco, Texas: Word Books, 1985), p. 28. 3 Sweeting, Great Quotes, p. 34. 4 Thomas E. Trask e David A. Womack, Back to the Altar: A Call to Spiritual Awakening (Springfield, Missouri: Gospel Publishing House, 1994).
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660 O PASTOR PENTECOSTAL
Unidade 2: fl vida Pessoal do Pastor Introdução: A Vida Pessoal do Pastor 1 Charles H. Spurgeon, Lectures to My Students (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1954), p. 17. 2 Phillips Brooks, Lectures on Preaching (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1871), p. 99. 3 Richard Baxter, The Reformed Pastor, editor Hugh Martin (Londres: SCM Press, 1956), p. 63. 4 Spurgeon, Lectures to M y Students, p. 8, 9, 18. 5 Eugene Stock, Practical Truths from the Pastoral Epistles (Grand Rapids: Kregel Publications, 1983), p. 177, 178. 6 Donald C. Stamps, editor, Full Life Study Bible (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1992), p. 1908. 7Warren W. Wiersbe, Be Faithful (Wheaton, Illinois: Victory Books, 1983), p. 44.
O Caráter do Servo do Senhor 1 Tribunal cujos juizes ministravam justiça a intervalos regulares em vários lugares de um distrito. (N. do T.) 2 Carmen Wassam, “Pirates in Church?”, Pentecostal Evangel (1 de Setembro de 1991): p. 10. De acordo com o artigo de Wassam, uma igreja pode se privar de violar as leis de direitos autorais, servindo-se de música cujos direitos autorais tenham expirado ou comprando uma licença especial. “A licença especial autoriza igrejas a fazer cópias de hinos para uso congregacional. A licença da Christian Copyright Licensing, Inc. (CCLI), por exemplo, permite que as igrejas imprimam hinos em boletins e hinários, produzam slides e transparências, façam arranjos customizados e gravem cultos de adoração para o departamento de filmagens e gravações (contanto que as fitas sejam vendidas pelo preço de custo). As igrejas que obtêm licença da CCLI, por uma taxa modesta baseada no tamanho da igreja, têm autorização para utilizarem hinos pertencentes a mais de quatrocentas editoras cristãs.” 3 Deve-se observar que, para os pastores de muitas igrejas pequenas, a questão não é tanto a possibilidade do excesso de renda, mas, antes, a necessidade de m anutenção básica. O corpo m inisterial da igreja e a congregação têm a responsabilidade de proporcionar que ao pastor sejam dadas adequada honra, estima e renda necessária. Não fazer isso é, em si, falha de caráter. Mas a tônica deste estudo é o caráter do ministro. O amor do dinheiro e dos bens materiais pode ser igualmente um problema para o ministro mal pago tanto quanto para o ministro bem pago. Aqueles que têm falta, por vezes invejam aqueles que têm mais. Esforçar-se por ter mais, mesmo que não se consiga, pode ser falha de caráter tanto quanto o é procurar ter mais do que o necessário. 4 Ralph M. Riggs, A Successful P astor (Springfield, M issouri: Gospel Publishing House, 1931), p. 54.
As Inigualáveis Lutas dos Pastores de Hoje 1 O texto completo deste relato pode ser encontrado em Robert H. Schuller, Your Church Has a Fantastic Future! (Ventura, Califórnia: Regai Books, 1986), p. 183-189. 2Jay Kesler, Being Holy, Being Human (Waco, Texas: Word Books, 1988), p. 163. 3 H. B. London Jr. e Neil B. Wiseman, The Fleart o fa Great Pastor (Ventura, Califórnia: Regai Books, 1994), p. 22. 4 Calvin Miller, The Empowered Leader (Nashville: Broadman & Holman Publishers, 1995), p. 22.
NOTAS DE FIM 5W A. Criswell, CriswelUs Guidebookfor Pastors (Nashville: Broadman Press, 1980), p. 330. 6 Autor desconhecido. [Adaptado. (N. do T.)] 7 Citado em Ralph G. Turnbull, A M inister 's Obstacles (Nova Iorque: Fleming H. Revell Company, 1946), p. 147.
A Esposa do Pastor 1Admite-se que, ao falar do cônjuge de ministro como esposa, dá a entender que todos os ministros são do sexo masculino. Este capítulo, escrito pela esposa de um ministro, reconhece que a maioria dos pastores de todas as denominações evangélicas é, na verdade, homem. Em vez de ser uma esposa que fala às esposas de outros ministros, este capítulo concentra-se nos ministros do sexo masculino. Entretanto, muitos dos conceitos apresentados aqui podem ser aplicados ao cônjuge de ministra. 2 Walter Wangerin Jr., A s fo r Me and My House (Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1987), p. 85-87. Usado com permissão. 3 Os incidentes descritos da vida do casal Martinho e Katie Lutero foram retirados de W illiam J. Petersen, Husbands and Wives (Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, 1989), p. 34. 4 Ibid., p. 116. 5 Ibid., p. 92. 6 Ibid., p. 130. 7 Henri Nouwen, Seeds ofH ope (Nova Iorque: Bantam Books, 1989), p. 18,19. 8 Ibid., p. 21,22.
Lidando com as Dificuldades Financeiras na Família 1 Adolph Bedsole, The Pastor in Profile (Grand Rapids: Baker Book House, 1958), p. 124.
Mantendo-se Saudável no Ministério 1Allan C. Reuter, “Stress in the Ministry: Can We Fight Back?”, Currents in Theology and Mission (Agosto de 1981): p. 221-231. 2Woodrow Kroll, The Vanishing M inistry (Grand Rapids: Kregel Publication, 1991), p. 16. 3 Bernard Grun, editor, The Timetables ofHistory, 3. ed. (Nova Iorque: Simon & Schuster, 1991), p. 473. 4 Por causa do amor livre dos anos 60 e 70, houve acentuado aumento da taxa de natalidade. Os baby boomers são os filhos dessa onda expansiva. (N. do T.) 5 Literalmente, destruidores de bebês. (N. do T.) 6 James Patterson e Peter Kim, The Day America Told the Truth (Nova Iorque: Prentice-Hall, 1991), p. 94-173. 7 Edgar W. Mills e John P. Koval, Stress in the M inistry (Washington, Distrito de Colúmbia: M inistry Studies Board, 1971). 8 Gary W. Kuhne e Joe F. Donaldson, “Balancing Ministry and Management: An Exploratory Study of Pastoral Work Activities”, Review ofReligious Research, v. 37, n. 2 (Dezembro de 1995): p. 147-163. 9 Ibid. 10Brother Lawrence, The Practice ofthe Presence ofGod, traduzido para o inglês por John J. Delaney (Garden City, Nova Iorque: Image Books, 1977), p. 16,17. 11 N ew C atholic E ncyclopedia, edição de 1967, s.v., “L aw rence of the Resurrection”, p. 569. 12 Kenneth W. Osbeck, editor, “Amazing Grace”, 101 More Hymn Stories (Grand Rapids: Kregel Publications, 1982), p. 101. 13Richard D. Dobbins, Your Feelings. . . F riendor Foe? (Akron, Ohio: Totally Alive Publications, 1994). Os leitores podem entrar em contato em inglês com o M inistério EM ERGE pelo telefone 1-880-621-5207 para solicitar esse livro.
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662 O PASTOR PENTECOSTAL 14William C. Nichols, Marital Therapy: An Integrative Approach (Nova Iorque: Guilford Press, 1988), p. 11 ss. 15 “Divorce Rates for Clergy M atch Laity?” Beacon Journal (1 de Julho de 1995): p. A7, A8. 16 Eugene H. Peterson, “The Good-for-Nothing Sabbath”, Christianity Today (4 de Abril de 1994): p. 34-36. 17 Kroll, The Vanishing Ministry, p. 43-47. 18 Brent B. Benda e Frederick A. DiBlasio, “Clergy Marriages: A M ultivariate Model of Marital Adjustment”, Journal o f Psychology and Theology, v. 20, n. 4 (1992): p. 367-375. 19 Ibid., p. 367. 20 Ibid. 21 Philip Goldberg, Executive Health (Nova Iorque: McGraw Hill Publications/ Business Week Books, 1978), p. 25. 22 Gordon MacDonald, Ordering Your Private World (Nashville: Oliver-Nelson Publishers, 1985). 23 Etta Saltos, “The New Food Labei as a Tool for Healthy Eating”, Nutrition Today, v. 29, n. 3 (Maio/Junho de 1994): p. 20. 24 A llen Nauss, “M inisterial Effectiveness in Ten Functions”, Review o f Religious Research, v. 36, n. 1 (Setembro de 1994): p. 58-67. 25 H. Newton M alony e Richard Hunt, The Psychology o f Clergy (Harrisburg, Pensilvânia: Morehouse, 1991), p. 136.
Dominando o Estresse e Evitando o Esgotamento 1 Citado em George Sweeting, Great Quotes and Illustrations (Waco, Texas: Word Books, 1985), p. 42. 2 Robert Freeman, citado em Sweeting, Great Quotes, p. 42. 3 Johannes P. Louw e Eugene A. Nida, Greek-English Lexicon o f the New Testament: Based on Semantic Domains (Nova Iorque: United Bible Societies, 1988), p. 308. 4 Thomas Carlyle, citado em Sweeting, Great Quotes, p. 212, 213. 5 Neil T. Anderson, Victory over the Darkness (Ventura, Califórnia: Regai Books, 1990), p. 126. 6 Ibid., p. 127. 7 Ibid., p. 127-134.
A Pessoa, as Possessões, os Hábitos, o Humor e o Lazer do Pastor 1 Os itens da lista que estão sem referência bíblica são provenientes de observações de características gerais do ministério terreno de Jesus. 2 Richard Gaylord Briley, The Seven Spiritual Secrets o f Success (Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1995). 3Leitura recomendada John T. Molloy, D ressfor Success (Nova Iorque: Warner Books, 1975).
Educação Permanente para Atender Necessidades Variáveis 1John Gardner, citado em Executive Speechwriter Newsletter, v. 9, n. 6. 2 David Womack, editor, Pentecostal Experience: The Writings o f Donald Gee (Springfield, Missouri: Gospel Publishing House, 1993), p. 21. 3 David Linowes, citado em Executive Speechwriter Newsletter, v. 9, n. 5. 4 Para ler um livro desafiador sobre a mudança de lugar de trabalho, vide Peter Drucker, Innovative Entrepreneurship (Nova Iorque: HarperCollins Publications, 1985). 5 Edward De Bono, N ew Think (Nova Iorque: Avon Books, 1967). Usado com
NOTAS DE FIM permissão. 6 Ibid., p. 19-21. 7 Ibid. 8 Para um a m aneira deliciosam ente interessante e única de ver a grande diversidade das divisões da América do Norte, vide Joel Garreau, The Nine Nations o f North America (Nova Iorque: Avon Books, 1982). 9 Que trata ou oferece comparações entre duas ou mais culturas ou áreas culturais diferentes. (N. do T.) 10 Habitantes brancos dos Estados Unidos de descendência não-africana, nãohispânica e não-nativa. (N. do T.) 11 Isidro Lucas, The Browning o f America (Chicago: Fides Claretian Publishers, 1981). 12 Uma das muitas fontes de boas comunicações cross-culturais é Stele TingTooney e Felipe Korzenny, editores, Cross-Cultural Interpersonal Communication (Newbury Park, Califórnia: Sage Publications, 1991). 13 Bacalhau seco que foi deixado de molho em uma solução de água e barrela antes de ser cozido. (N. do T.) 14 Feijões cozidos com temperos, depois fritos e, em seguida, amassados até virar uma pasta e fritos outra vez. (N. do T.) 15 Para uma boa fonte sobre o tempo na América do Norte, vide Edward T. Hall, The Dance o fL ife (Nova Iorque: Anchor Books/Doubleday, 1983). lb Esther Wanning, Culture Shock USA (Cingapura: Time Book International, 1991), p. 3-5. 17 Ibid., p. 3-5. 18 Para um bom estudo acerca deste tópico, vide Kenneth R. Johnson, “Black Kinesics: Some Nonverbal Communication Patterns in the Black Culture”, in: Intercultural Communication: A Reader, editores Larry Samovar e Richard Porter (Belmont, Califórnia: Wadsworth Publishing, 1972), p. 181ss. 19 M ary J. C ollier, “N onverbal S en sitiv ity ” , In tern a tio n a l Journal o f Intercultural Relations, v. 13, n. 3 p. 287-302. 20Para um excelente tratamento sobre o uso de crenças e valores de determinada cultura para melhor transmitir o Evangelho (chamado analogias redentoras), vide Don Richardson, Peace Child, 3. ed. (Glendale, Califórnia: Regai Books, 1976), e Eternity in Their Hearts (Ventura, Califórnia: Regai Books, 1981).
Ética Sexual no Ministério 1Este capítulo foi adaptado do artigo de Wayde Goodall “Sexual Ethics in the M inistry”, Advance (Outono de 1995): p. 52-55. 2 V. Raym ond Edm an, citado em George Sw eeting, Great Quotes and Illustrations (Waco, Texas: Word Books, 1985), p. 105. 3 “Leadership Family and M inistry Survey Summary”, Leadership (Julho de 1992), p. 13. 4 J. H olroyd e A. B rodsky, “D oes Touching Patients Lead to Sexual Intercourse?”, Journal o f Professional Psychology: Research and Practice, v. 11 (1980): p. 807-811. 5 “Leadership Family and M inistry Survey Summary”, p. 13. 6 R. Folman, “Therapist-Patient Sex: Attraction and Boundary Problems”, Psychotherapy, v. 2 8 (1 9 9 1 ),p . 168-173. 7 Gary Collins, Excellence and Ethics in Counseling (Dallas: Word Books, 1991), p. 66, 67. 8 Ibid., 67. 9 “Leadership Family and M inistry Survey Summary”, p. 17. 10 Ibid., p. 18. 11 O co-aconselhamento é aconselhamento em equipe. Por exemplo, um marido e esposa ou o pastor e um diácono podem juntos aconselhar um cliente. 12 T. Gutheil, “Borderline Personality Disorder, Boundary Violations, and Patient-Therapist Sex: Mediocolegal Pitfalls”, American Journal o f Psychiatry,
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664 O PASTOR PENTECOSTAL v. l ,n . 46(1989), p. 600. 13 A transferência refere-se à resposta emocional inconsciente e excessiva do cliente ao conselheiro. 14D. Benner, editor, Baker Encyclopedia o f Psychology (Grand Rapids: Baker Book House, 1985), p. 242. 15K. Pope e M. Vasquez, Ethics in Psychotherapy and Counseling: A Practical Guide fo r Psychologists (São Francisco: Jossey-Bass, 1991), p. 110, 111.
Quando o Pastor Precisa de Ajuda Profissional 1 Embora as ministras do Evangelho estejam sujeitas às mesmas tensões que os ministros, as referências neste capítulo são ao ministro, porque a experiência no aconselhamento de ministros ocorre principalmente com ministros.
O Pastor como Pastor de Ovelhas 1New International Dictionary o fN ew Testament Theology, edição de 1971, s.v., “Shepherd” . 2 Vide Rick Warren, The Purpose-Driven Church (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1995). 3 Phillip Keller, A Shepherd Looks at Psalm 23 (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1970), p. 35. 4 Reverendo Glen Cole, pastor emérito do Capital Christian Center, Sacramento, Califórnia. 5 Keller, A Shepherd Looks at Psalm 23, p. 35. 6J. Robert Clinton, The Mentoring Handbook (Altadena, Califórnia: Bamabas Publishers, 1991), p. 17-23.
Unidade 3: Preparando-se para o Avivamento Implantando Missão e Visão nos Outros 1 Henry David Thoreau, Walden (Nova Iorque: The Modem Library, 1950), p. 288.
Sete Passos para um Avivamento Pentecostal 1 Software Toolworks M ultimedia Encyclopedia, s.v., “Revival” (Danbury, Connecticut: Grolier Electronic Publishing, 1992). 2 Definição do autor. 3 Grolier Multimedia Encyclopedia, s.v., “Reformation” (Danbury, Connecticut: Grolier Electronic Publishing, 1995). 4 James Burns, The Laws o f Revival, editor Tom Phillips (Wheaton, Illinois: World Wide Publications, 1993), p. 24. 5 Tam Phillips com M ark Cutshall, Revival Signs: The Corning Spiritual Awakening (Ventura, Califórnia: Vision House, 1995), p. 84. 6 Habacuque 2.4; Romanos 1.17; Gálatas 3.11; Hebreus 10.38. 7 Habacuque 3.2. [RC: Almeida Revista e Corrigida, Edição de 1995; ARC: Almeida Revista e Corrigida; ARA: Almeida, Revista e Atualizada. (N. do T.)] 8Há controvérsias acerca do fato de essa passagem constar ou não no Evangelho original de Marcos, porque está ausente em alguns textos antigos. Contudo, sem esse texto o Evangelho terminaria abruptamente com uma declaração negativa. Ademais, está escrito no mesmo estilo que o do restante do livro, é consistente com o resto do Novo Testamento e o conteúdo não teria sido escrito em época mais tardia do que aquela da Igreja do primeiro século. Não é incomum que as primeiras ou últimas páginas de manuscritos antigos se percam.
NOTAS DE FIM 9 Jack Deere, Surprised by the Power o fth e Spirit (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1993), p. 66.
Desenvolvendo um Ministério de Oração na Igreja Local 1 Paul E. Billheimer, D estinedfor the Throne (Fort Washington, Pensilvânia: 1975), p. 17. 2 Ibid., p. 17, 18. 3 Ibid., p. 101. 4 R. A. Torrey, H ow to F irst F ullness o f P ow er (M ineápolis: Bethany Fellowship, 1972), p. 82, 83. 5 Ibid. 6Andrew Murray, citado em Dick Eastman, Change the World School ofPrayer M anual (Colorado Springs: Every Home for Christ, 1992), p. D -119. 7 Leonard Ravenhill, Why Revival Tarries (Mineápolis: Bethany Fellowship, 1959), p. 29. 8John R. Mott, citado em Edwin Harvey e Lillian Harvey, Kneeling We Triumph (Chicago: Moody Press, 1974), p. 20. 9 E. M. Bounds, A Treasury o f Prayer, compilado por Leonard Ravenhill (Mineápolis: Bethany Fellowship, 1961), p. 92. 10 E. M. Bounds, The Weapon o fP ra yer (Grand Rapids: Baker Book House, 1975), p. 64. 11 Todos os anos a organização Cada Lar para Cristo (Every Home for Christ) produz um M apa de Oração M undial muito significativo, sobretudo para esse propósito. O mapa contém singular guia de oração de 31 dias pelas nações da terra, o qual, quando usado sistematicamente, ajuda o usuário a orar por todos os países do mundo em um mês. Para receber maiores informações sobre como adquirir quantidades desse mapa, escreva em inglês para: Every Home for Christ, P.O. Box 35930, Colorado Springs, CO 80935, Estados Unidos. 12 Ravenhill, Why Revival Tarries, p. 154. 13 Bounds, A Treasury o f Prayer, p. 89. 14 Billheimer, Destined fo r the Throne, p. 104.
Avivamento através de Oração e Jejum 1 Cópia desse livro encontra-se no Museu Britânico de Londres, Inglaterra.
Estabelecendo uma Nova Congregação 1 David J. Hesselgrave, Planting Churches Cross-Culturally (Grand Rapids: Baker Book House, 1980), p. 135.
Mobilizando os Crentes para o Evangelismo 1 Tradução livre da versão da Bíblia em inglês TheAm plified Bible. (N. do T. )
Treinando e Comissionando Presbíteros e Diáconos 1 Em igrejas pequenas, as funções dos presbíteros e diáconos podem ser desempenhadas pelo mesmo grupo de pessoas. 2 Os vinte pontos grifados são citação de Gene A. Getz, The Measure o fa Man (Ventura, Califórnia: Regai Books, 1985), passim.
O Dom de Evangelista: Perspectiva de um Pastor 1 “Estratégia de Evangelism o da Igreja Total” , relatório apresentado ao Presbitério Geral das Assembléias de Deus americanas pela Comissão da Estratégia de Evangelismo da Igreja Total, Cidade de Oklahoma, Oklahoma, 5 de agosto de 1987.
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666 O PASTOR PENTECOSTAL 0 Dom de Evangelista: Perspectiva de um Evangelista 1 Richard Armstrong, The Pastor as Evangelist in the Parish (Filadélfia: Westminster Press, 1990), p. 33, 34. 2 Billy Graham, A Biblical Standard fo r Evangelists (Mineápolis: World Wide Publications, 1984), p. 81. 3 Embora este capítulo trate o evangelista como pessoa do sexo masculino, a igreja pentecostal mundial foi abençoada ao longo dos anos por muitas evangelistas ungidas. As prioridades, em todo caso, ainda são as mesmas, com adequados ajustes para as situações de uma ministra. 4 Graham, A Biblical Standard fo r Evangelists, p. 99. 5 Sterling Huston, “Preparing an Evangelistic Event”, in: The Calling o f an Evangelist: The Second International Congress fo r Itinerant Evangelists, editor J. D. Douglas (Mineápolis: World Wide Publications, 1984), p. 237. 6 W. E. Biederwolf, citado em George Sweeting, The Evangelistic Camp (Chicago: Moody Press, 1955), p. 19.
Sinais e Maravilhas 1 Leon Morris, Spirit o f the Living God: The Bible Spirit (Londres: InterVarsity Press, 1960), p. 64, 65.
Teaching on the Holy
Unidade 4: __ Prestação de Contas Ificaz Introdução: Prestação de Contas à Denominação 1 Extraído de M inisterial Ethics and Etiquette, por Nolan B. Harmon. 2. ed. rev. ©1987 Abingdon Press. Usado com permissão.
Trabalhando com Corpos Ministeriais 1Max DePree, Leadership Is a n A rt (Nova Iorque: Dell Publishing, 1989), p. 34, 35. 2 Brace W. Jones, M inisterial Leadership in a M anagerial World (Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, 1988), p. 130. 3 Jim Buchan e Mareia Ford, “How Many Hours Should a Pastor Work?”, Ministries Today (Julho/Agosto de 1995): p. 22. 4 M adeleine L’Engle, Walking on Water (Wheaton, Illinois: Harold Shaw Publishers, 1980), p. 23. 5 Ibid. 6 Ibid., p. 30, 31. Usado com permissão de Harold Shaw Publishers. 7 Peter Drucker, The Effective Executive (Nova Iorque: H arper & Row, Publishers, 1966), p. 1. 8 J. Robert Clinton, The Making o f a Leader (Colorado Springs: NavPress, 1988), p. 168-171.
Dirigindo Reuniões Ministeriais e Assembléias Deliberativas 1O livro em inglês R obert’s Rules ofO rder, revisto por Darwin Patnode, pode ser pedido à Gospel Publishing House, Springfield, Missouri, Estados Unidos, número de ordem 03-2334. 2 Zenas J. B icket, The E ffective P astor (Springfield, M issouri: Gospel Publishing House, 1973), p. 137, 138.
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3 John C. M axwell, “Getting Your Church Board on Board”, Enrichmem (Outono de 1996): p. 86. Porções deste artigo foram adaptadas e usadas com permissão. 4 Ibid., p. 84-86.
Conhecendo e Usando o Sistema Legal 1 Para ilustrar, a Norma 505 das Normas Uniformes de Evidências, as quais foram adotadas por diversos estados americanos, fornece: a) D efinições. Segundo uso nesta norma: 1)Um “clérigo” é ministro, sacerdote, rabino, profissional aprovado da doutrina cristã ou outro funcionário semelhante de uma organização religiosa, ou indivíduo assim razoavelmente considerado pelas pessoas que o consultam. 2)Uma comunicação é “confidencial” se for feita reservadamente e não tiver a intenção de ser revelada mais tarde, exceto a outras pessoas presentes no andamento do propósito da comunicação. b )Norm a geral de privilégios. Uma pessoa tem o privilégio de recusar revelar e de impedir que outros venham a saber de alguma comunicação confidencial feita pela dita pessoa ao clérigo em caráter profissional como conselheiro espiritual. c)Q uem p o d e reivindicar o privilég io . O privilégio pode ser reivindicado pela pessoa, por seu tutor ou curador, ou, se ela for falecida, por seu representante pessoal. Presume-se que a pessoa que era o clérigo no momento da comunicação, tenha au to rid ad e p ara reiv in d icar o p riv ilégio, m as só em b enefício do comunicante.
Lidando com Mudanças 1Charles Swindoll, citado em The Church Resource B ook (El Cajon, Califórnia: Injoy Ministries). 2 George Barna, The P ow er o f Vision: H ow You Cem Capture a n d A p p ly G o d ’s Vision f o r Your M inistry (Ventura, Califórnia: Regai Books, 1992).
Lidando com os Conflitos 1
Almon Bartholomew, “Hot Potato 101: A Primer for Church Conflicts”, A dvance (Novembro de 1983). O material é sugerido como introdução ao manejo de conflitos para grupos ou indivíduos que precisem de tal ajuda.
Formando uma Equipe Ministerial Qualificada e Dedicada 1 R. B. Barham, citado em Bergen Evans, editor, Dictionciry o f Q uotations (Nova Iorque: Avenel Books, 1968), p. 638.
O Uso Eficaz das Descrições de Cargo 1 Peter E Drucker, M anaging the N onprofit C orporation: P rincipies and P ractices (Nova Iorque: HarperCollins Publications, 1990), p. 4. 2 Ibid., p. 45. 3 Ibid., p. 5. 4 George Barna, The P ow er o f Vision: H ow You Can Capture a n d A p p ly G o d ’s Vision f o r Your M inistry (Ventura, Califórnia: Regai Books, 1992), p. 37. 3 Alan Loy McGinnis, B ringing O ut the B est in People (Mineápolis: Augsburg Press, 1985), p. 56. b Anne Marie Nuechterlein, Im proving Your M ultiple S ta ff M inistry: H ow to Work Together M ore E ffectively (Mineápolis: Augsburg Press, 1989), p. 33. 7 Kenneth Blanchard e Spencer Johnson, The One M inute M anager: The Q uickest Wax to Increase Your Own Prosperity (Nova Iorque: Berkley Publishing, 1981), p. 66'.
668 O PASTOR PENTECOSTAL 8 Nuechterlein, Improving Your Multiple S ta ff M inistry, p. 33. 9 Ted W. Engstrom, The M aking o f a Christian Leader: How to Develop M anagement and Human Relations Skills (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1976), p. 60. 10 Peter F. Drucker, The Effective Executive (Nova Iorque: Harper & Row, Publishers, 1966), p. 76-79. 11Judith A. DeLapa, “Personnel World: Job Descriptions That Work”, Personnel Journal, v. 68, n. 6 (Junho de 1989): p. 156. 12Frederick Herzberg, “One More Time: How Do You Motivate Employees?” Harvard Business Review, v. 65, n. 5 (Setembro/Outubro de 1987): p. 113. Nota: Mais de 1,2 milhão de cópias foram vendidas desse artigo, o que excede em mais de trezentos mil ao segundo artigo mais impresso pela Harvard Business Review. Cópias em inglês desse artigo podem ser solicitadas telefonando para os Estados Unidos pelo número (617) 495-6192; cópia do artigo n.° 87.507. 13 Ibid., p. 114. 14 Ibid. 15Ted W. Engstrom, Your Gift o f Administration: How to Discover and Use It (Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1983), p. 85. 16 Herzberg, “How Do You Motivate Employees?”, p. 114. 17 Frank R. Tillapaugh, Unleashing the Church: Getting People Out o f the Fortress and Into the M inistry (Ventura, Califórnia: Regai Books, 1982), p. 115. 18 Herzberg, “How Do You Motivate Employees?”, p. 114. 19 Lyle E. Schaller, Getting Things Done: Concepts and Skills fo r Leaders (Nashville: Abingdon Press, 1986), p. 256-258. 20 Craig Eric Schneier, Arthur Geis e Joseph A. Wert, “Performance Appraisals: No Appointment Needed”, Personnel Journal, v. 66, n. 11 (Novembro de 1987): p. 83. 21 Ibid., p. 84. 22 Carl F. George e Robert E. Logan, Leading and Managing Your Church (Old Tappan, Nova Jersey: Fleming H. Revell Company, 1987), p. 111. 23 Nuechterlein, Improving Your M ultiple S ta ff M inistry, p. 39. 24 Drucker, The Effective Executive, p. 106. 25 Schneier, “Performance Appraisals: No Appointment Needed”, p. 83. 26Bob Biehl e Ted Engstrom, Boardroom Confidence (Sisters, Oregon: Questar Publishers, 1988), p. 255, 256. 27 Drucker, The Effective Executive, p. 7.
Orientando o Programa de Educação Cristã 1David A. Womack, The Pyramid Principie o f Church Growth (Mineápolis: Bethany House, 1977). Usado com permissão. 2 NASB: New American Standard Bible. (N. do T.)
Aperfeiçoando Crentes de Banco para a Obra do Ministério 1 Extraído de “W ho Is Holding the Rope?”, in: Decision (Julho/Agosto de 1993). ©1993, Associação Evangelística Billy Graham. Usado com permissão. Todos os direitos reservados.
Unidade 5: Ministério ao Corpo de Crentes De Volta ao Básico em Missões 1 Oswald Chambers, M y Utmost fo r His Highest (Texto do dia 14 de outubro) (Londres, Inglaterra: Simpkin Marshall, 1934), p. 288.
NOTAS DE FIM 2 John Piper, Let the Nations Be Glad (Grand Rapids: Baker Book House, 1993), p. 15,40. 3 Chambers, M y ü tm o stfo r His Highest (Texto do dia 16 de outubro), p. 290. 4 Chambers, M y Ü tm ostfor His Highest (Texto do dia 17 de outubro), p. 291.
Trabalhando com Pastores Auxiliares: Ponto de Vista de um Pastor-presidente 1 National Association of Church Business Administrators, 7001 Grapevine Highway, Suite 324, Fort Worth, TX 76180-8813, Estados Unidos. [A NACBA é uma organização cristã, profissional e interdenominacional que existe para treinar, verificar e fornecer recursos àqueles que servem na área da administração de igrejas. (N. do T.)] 2 Christian M anagement Association, P.O. Box 4638, Diamond Bar, CA91765, Estados Unidos. 3 As sete perguntas a seguir foram adaptadas por Dave Carder, em entrevista feita com James Dobson, no programa de rádio Focus on the Family, do dia 26 de março de 1993. Dave Carder é pastor auxiliar da First Evangelical Free Church em Fullerton, Califórnia. 1.Nesta última semana, você esteve com uma mulher em alguma situação que poderia ser vista como comprometedora? 2.Há falta de integridade em algum dos seus negócios? 3 .Você se expôs a algum material sexualmente explícito durante esta última semana? 4. Você passa tempo suficiente no estudo da Bíblia e na oração? 5. Você dá tempo prioritário à sua família? 6. Você está cumprindo os mandatos de sua vocação? 7. Você acaba de mentir para mim?
Trabalhando com Pastores-presidentes: Ponto de Vista de um Pastor Auxiliar 1 “The Five Adjectives of a Noun Christian”, Homiletics, Outubro/Dezembro de 1995, p. 28. 2Wim Malgo, “The Birth of Jesus Christ”, Midnight Call, Dezembro de 1995, p. 6.
Crescendo de uma Igreja Pioneira para uma Igreja com Múltiplos Ministérios 1 Adaptado de Lyle E. Schaller, The Senior M inister (Nashville: Abingdon Press, 1988), p. 70. 2 Lyle E. Schaller, Effective Church Planning (Nashville: Abingdon Press, 1979), p. 54. Os abundantes livros de Shaller são recursos que incentivam a reflexão sobre o crescimento da igreja e a existência da igreja. 3Joseph M. Stowell, Shepherding the Church into the 21 st Century (Wheaton, Illinois: Victor Books. 1994), p. 70. O caráter do pastor é fundamental para o crescimento saudável e duradouro de qualquer igreja.
Cultos Especiais 1Nos Estados Unidos, o dia dos namorados é comemorado em 14 de fevereiro. (N. do T.) 2 Maiores informações podem ser obtidas escrevendo em inglês para: The Chapei of the Air Ministries, Box 30, Wheaton, IL 60189-0030, Estados Unidos.
Gerando Boa Vontade na Comunidade para com a Igreja e o Pastor 1 Mesmo no Antigo Testamento, esperava-se que os líderes do povo de Deus
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670 O PASTOR PENTECOSTAL fossem ativos e contribuintes para o bem-estar espiritual e físico da congregação: “Ai dos que repousam em Sião e dos que estão seguros no monte de Samaria; que têm nome entre as primeiras nações, e aos quais vem a casa de Israel!” (Am 6.1). 2W. McFerrin Stowe, I f l Were a Pastor (Nashville: Abingdon Press, 1983), p. 40. 3 Donald Gee (talentoso pregador, professor e escritor nos primeiros dias do Pentecostes do século XX) recomendava que os pentecostais se infiltrassem nas fileiras das igrejas liberais. Ele argum entava que havia bastante poder no Pentecostes para mudar os liberais em vez de os pentecostais serem mudados pelos liberais. Em vez de seguir sua sugestão, os pentecostais clássicos recusaram ter qualquer coisa a ver com as igrejas liberais. A medida que o século XX foi se desdobrando, muitas dessas igrejas tiveram bolsões de renovação carismática. Fica-se imaginando se a mensagem pentecostal não teria sido disseminada com maior rapidez se a sugestão de Gee tivesse sido seguida. Claro que Gee não daria apoio a qualquer comprometimento da teologia ou experiência pentecostais. Ele percebeu que o apóstolo Paulo, mediante o grandioso poder do Espírito Santo, tornou-se popular entre filósofos e adoradores de ídolos. 4 Relatório da Comissão da Vida Espiritual para a Convenção Geral das Assembléias de Deus americanas de 1973, General Council Minutes (Springfield, Missouri: Assemblies of God, 1973), p. 80, 81.
Relacionando-se com os Líderes da Comunidade 1 John Pollock, Billy Graham: The A uthorized Biography (Nova Iorque: M cGraw-Hill Publishers, 1966), cap. 29.
Mudando de Pastorado 1John Maxwell, When to Quit (El Cajon, Califórnia: Injoy Life Club, cassete de áudio, v. 10, n. 1). 2 John Maxwell, When to Move in Leadership (El Cajon, Califórnia: Injoy Life Club, cassete de áudio, v. 5, n. 6).
O que É Aconselhamento Bíblico? 1 George Sweeting, Great Quotes andIllustrations (Dallas, Texas: Word, Inc., 1985), p. 222, 223. Usado com permissão.
Aconselhamento Pessoal no Poder do Espírito 1Pesquisa administrada pelo autor. 2 Gerald Gurin, Joseph Veroff e Sheila Feld, American View o f M ental Health: A Nationwide Survey (Nova Iorque: Basic Books, 1960). Richard A. Kulka, Joseph Veroff e Elizabeth Douvan, “Social Class and the Use of Professional Help for Personal Problems”, Journal o f Health and Social Behavior, v. 20: p. 2-17. 3Richard D. Dobbins, “A Basic Approach to Biblical Counseling” (manuscrito não publicado apresentado em um seminário em Akron, Ohio, em 1995). 4 Gary Collins, The Biblical Basis o f Christian Counseling fo r People Helpers (Colorado Springs: NavPress, 1993), p. 21. 5 Richard Foster, Celebration o f Discipline (Nova Iorque: Harper & Row, Publishers, 1988). p. v. 6 Ibid., p. 7. 7 W illiam Law, A Serious Call to a Devout and Holy Life (Nova Iorque: Everym an’s Library, 1967), p. 2. 8 Gerard Egan, The Skilled Helper: A Problem-Management Approach to Helping, 5. ed. (Pacific Grove, Califórnia: Brooks/Cole Publishing Company, 1994), p. 5. 9 Eugene H. Peterson, The M essage (Colorado Springs: NavPress, 1993), p. 470.
NOTAS DE FIM
Unidade 6: Adoração ungida pelo Espírito Introdução: A Prioridade de Ministério a Deus 1 Arnold A. Dallimore, George Whitefield: The Life and Times o f the Great Evangelist o f the Eighteenth-Century Revival, v. 1 (Londres: Banner o f Truth, 1970), p. 156. 2 John Bunyan, citado em George Sweeting, Great Quotes and Illustrations (Waco, Texas: Word Books, 1985), p. 156. 3 Martyn Lloyd-Jones, citado em Tony Sargent, The Sacred Anointing: The Preaching ofDr. Martyn Lloyd-Jones (Wheaton, Illinois: Crossway Books, 1994), p. 31, 32. 4 Daniel Webster, citado em Sweeting, Great Quotes, p. 41. 5 Charles H. Spurgeon, citado em Sweeting, Great Quotes, p. 191.
Dando Lugar aos Distintivos Pentecostais 1Thomas E. Trask e David A. Womack, Back to the Altar: A Call to Spiritual Awakening (Springfield, Missouri: Gospel Publishing House, 1994), p. 80. 2 J. Sidlow Baxter, Rethinking Our Priorities (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1974), p. 167. 3 Charles E. Jefferson, The Building o fth e Church (Nova Iorque: Macmillan Company, 1910; nova edição, Grand Rapids: Baker Book House, 1969), p. 135 (a citação da página refere-se à edição reimpressa). 4 Jack Hayford, John Killinger e Howard Stevenson,. M astering Worship (Portland, Oregon: M ultnomah Press, 1990), p. 50. 5 Jefferson, The Building o fth e Church, p. 135. 6 Ibid., p. 137. 7 Andrew A. Bonar, editor, M emories o f McCheyne (Chicago: Moody Press, 1958), p. 419. 8 Charles H. Spurgeon, The Metropolitan Tabernacle Pulpit, v. 31 (Pasadena, Texas: Pilgrim Publications, 1973), p. 60. 9 Baxter, Rethinking Our Priorities, p. 162. 10 Jefferson, The Building o fth e Church, p. 147. 11 Ibid., p. 143. 12 John MacArthur, The Ultimate Priority (Chicago: Moody Press, 1983), p. 147, citado em Erwin W. Lutzer, Pastor to Pastor (Chicago: Moody Press, 1987), p. 90.
Antes de Subir ao Púlpito: A Preparação do Sermão 1 Bruce Mawhinney, Preaching with Freshness (Eugene, Oregon: Harvest House, 1991), p. 27. 2T. Harwood Pattison, The Making o fthe Sermon (Filadélfia: American Baptist Publication Society, 1941), p. 53. 3 Jesse K. Moon, Principies for Preachers (Duncanville, Texas: Star Graphix, 1975), p. 112.
Obtendo Variedade no Ministério de Púlpito 1M ichael Sack, “Brain Scan of America”, Leadership, v. 16, n. 4 (Outono de 1995): p. 31. Usado com permissão. 2 Dia em memória dos soldados mortos na guerra, geralmente comemorado nos Estados Unidos em 30 de maio. (N. do T.)
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O PASTOR PENTECOSTAL 3Dia 11 de novembro. Feriado americano em comemoração do dia do armistício na Primeira Guerra Mundial. (N. do T.) 4 Adaptado de H. Robert Rhoden, “Sunday Potpourri versus Biblical Topical Preaching,” E nrichm ent (Verão de 1996): p. 56-58. 5 Ibid., p. 58. 6Thomas Oliver, The R eal Coke, The R eal Story (Nova Iorque: Random House, 1986), p. 17, 2 0 ,2 1 ,2 3 ,2 4 . 7 Herb Miller, Speaker Skills (Lubbock, Texas: Net Press, 1995), p. 14. s Stuart Briscoe, “You Had to Bring It Up”, L eadership , v. 16, n. 4 (Outono de 1995): p. 61-65. 9 Gardner Taylor, “Timeless Tension”, Leadership , v. 16, n. 4 (Outono de 1995): p. 21. 10 Citado em Edward Gilbreath, “The Pulpit King”, C hristianity Today, v. 39. n. 14 (11 de Dezembro de 1995): p. 28.
O Lugar da Música na Adoração Congregacional 1 E. E. Hewitt e B. D. Ackley, D rifting (Nashville: Rodeheaver Company, direitos autorais renovados em 1945, p.d.).
Dirigindo Reuniões de Oração que Chegam ao Trono 1James Marocco, You Can Be a W inner in the Invisible War (Kahului, Havaí: Bartimaeus Publishing, 1992), p. 55. 56. 2 Na “oração do tabernáculo”, os vários objetos do tabernáculo ditam um aspecto ou tema de oração. Por exemplo, o a ltar do holocausto — confessar e expressar gratidão pelo sacrifício de Jesus; o lavatório — orar por purificação mediante a Palavra; o candelabro — revestir-se de toda a armadura de Deus e pedir o poder de Deus na vida do crente; o a ltar de incenso — interceder pela família e pelos amigos; a m esa dos p ã es — clamar pela vontade e direção de Deus para a vida do crente; o propiciatório — orar no nome de Jesus; a arca da aliança — orar pelas grandes necessidades da vida do crente.
A Pregação Pentecostal 1 Stanley M. Horton, W hat the B ible Says A b o u t the H oly S pirit (Springfield, Missouri: Gospel Publishing House, 1976), p. 121. 2 Haddon Robinson, Bill Hybels e Stuart Briscoe, M astering C ontem porary Preaching (Portland, Oregon: M ultnomah Press, 1989), p. 57.
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MANUAL
' Pa s t o r P en tec o sta l Teologia e Práticas Pastorais
/ T liderança pentecostal entra no século XXI com um a
devota sensação de propósito. Dois mil anos depois da ressurreição d e nosso Salvador ainda ouvim os sua cham ada para apascentarm os suas ovelhas . M a n u a l P astor P entecostal é um a enciclopédia repleta de sabedoria para todos aqueles que atendem a essa cham ada. M a n u a l P astor P en teco sta l leva você a um respeitado painel
de mais de 70 pastores, missionários, reitores de universida des e líderes cristãos. A rica pasta de experiências ministeriais desses destacados escritores atravessa cidades, subúrbios e áreas rurais dos Estados Unidos. Perfeitam ente qualificados para nutrir a liderança pentecostal de hoje e de am anhã, esses autores discutem assuntos reais enfrentados por pastores reais. Inspiração e inform ações sobre 84 tópicos diversos foram organizadas para facilitar o acesso do leitor consciencioso. Os artigos estão indexados po r assuntos e foram distribuídos segundo estes seis temas: -
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1 - Prioridades na Vida do Pastor
2 - A Vida Pessoal do Pastor 3 - Preparando-se para o Avivamento 4 - Prestação de Contas Eficaz 5 - M inistério ao C orpo de Crentes
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6 - A doração Ungida pelo Espírito
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