PORTUGAL
DICCIONARIO HISTORICO, CHOROGRAPHICO, HERALDICO, NUM ISM ATICO E AR ABRANGENDO
A minuciosa descrip\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica e chorographica de todas as cidades, villas o outras povoa\u00e7\u00f5es do continente do reino, ilhas e ultramar monumentos e edificios mais not\u00e1veis, tanto antigos como modernos ; biographias dos portuguezes illustres antigos e contempor\u00e2neos, celebres por qualquer titulo, not pelas suas ac\u00e7\u00f5es ou pelos seus escriptos, pelas suas inven\u00e7\u00f5es ou descobertas ; bibliographia antiga e moderna ; indica\u00e7 de todos os factos notaveis da historia portugueza, etc., etc.
OBRA ILLUSTRADA C E C O MN T N E R P AD EH S E O T O G R A V U R A S E REDIGIDA
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LISBOA
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1885
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\u2014 E D I TORE S
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Ma\u00e7onaria. Arte que consiste em dispor dras sobre pedras, ligando-as entre si com argamassa ou qualquer cimento. D 'esta arte de construir se extendeu, na E dade-M edia, o nome \u00e1s corpora\u00e7\u00f5es operarias, especialmen tres constructores, officiaes de pedreiros, canteiros, esculptores, etc. A antiga ma\u00e7onaria veiu substituir as corpora\u00e7\u00f5es d'esses officios. ca da Renascen\u00e7a, as corpora\u00e7\u00f5es de ficios de cada paiz viram apparecer successivamente os membros de uma grande associa\u00e7\u00e3 numerosos como h\u00e1beis, que depois de terem sido empregados pela egreja latina nas suas obras, se espalharam pela E uropa, formando uma companhia edificadora. Pelos principios do s\u00e9culo x, haviam-se estabelecido na Lombardia urn grande numero de confrarias de artistas seculares, as quaes creadas e protegidas pelo clero, tomaram o norne geral de fran\u00e7o-ma\u00e7onaria ou de p ros livres, cujos associados obedeciam a preceitos
M arcas
ma\u00e7\u00f3nicas existentes na parte exterior da (O conde A. de Raczynski).
cisterna do castello de F .eixo de
E spada
\u00e0 C i n t
M arcas ma\u00e7\u00f3nicas colhidas no interior da mesma cisterna (I d.).
M arcas ma\u00e7\u00f3nicas que se encontram nas muralhas e na torre do mesmo castello (I d.).
similhantes aos das corpora\u00e7\u00f5es de officios, ap sentando comtudo um caracter muito especial. E ram, pois, os membros d'essa grande companhia que surgiam com um refor\u00e7o artistico, vindo atravez do N orte da E uropa, e aggregando a si allem\u00e3es, francezes, belgas, e at\u00e9 gregos. E sas s\u00e9ries de aggregados constituiam lojas,em que cada dezena de associados obedecia a um chefe, em rela\u00e7\u00e3o com os outros mestres de lo todas em activa communica\u00e7\u00e3o com a principa direc\u00e7\u00e3o, correspondendo-se n'uma linguagem creta de signaes ma\u00e7\u00f3nicos, para que individ extranhos \u00e1 grande associa\u00e7\u00e3o se n\u00 tassem dos seus privil\u00e9gios e beneficios. E ra por meio d'esses signaes que os companheiros se reconheciam. E ra com juramentos e provas terriveis que os obreiros se matriculavam na associa\u00e7\u00e3o, compromettendo-se solemnemente cada n iniciado a n\u00e3o revelar o segredo dos engenhosos signaes com que se entendiam e a occultar de extranhos todos os processos e regras do offieio. A' fran\u00e7o-ma\u00e7onaria se deveu a alta perfei 677
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scientifica adquirida nas artes e nos ficna ios,s\u00e9 e 11o 1f1; de B raga, 1112, 11 com a sua morte obliterou-se at\u00e9 a1tradi\u00e7\u00e3o to, 1 16, 1385; no castello prede Leiria e sua ciosa dos processos technicos que por tantos pella, 1135,se1145, 1324; no interior da egrej culos os seus associados guardaram fielmente. S anta M aria do Olival, em Thomar, 1146; no E m Portugal houve na E dade-M edia v\u00e1rios d'esterior da egreja de S . Jo\u00e3o do Alpor\u0 ses mestres e architectos, portuguezes e estranr\u00e9m, 1174; nas paredes exteriores e no geiros, que construiram alguns dostantes nossos mais da s\u00e9 de Lisboa, 1170, 1344; na not\u00e1veis monumentos. N as pedras d'esses edintra, ifi- 1147; na egreja. clau S . M artinho de C cios se encontram muitas siglas ma\u00e7\u00f3nicas. N o de Alcoba\u00e7 e refeit\u00f3rio do mosteiro Diccionario Universal, de H enrique Zeferino, 1220; ana egreja de S . Jo\u00e3o, em Thom
S ignaes ma\u00e7\u00f3nicos da egreja de Freixo de E spada \u00e1 C inta
M arcas ma\u00e7\u00f3nicas existentes no interior das muralhas do castello
M arcas ma\u00e7\u00f3nicas existentes nas paredes exteriores da capella do c
S ignaes ma\u00e7\u00f3nicos existentes nas paredes da sacristia da capella de S . D
no interior da s\u00e9 de \u00c9vora, 1 pag. 336 a 340 do vol. M. se encontram reprodude S anta ruz de C oimbra, 12 zidos signaes ma\u00e7\u00f3nicosegreja descobertos peloCconde no interior A. de Raezyriski no interior e exterior da cister-da egreja de S . Francisco, tarem, 1242 ; no nas exterior da egreja velh na do castello de Freixo de E spada-\u00e1-C inta, vellas, 1297; no interior do mosteiro muralhas e torre do mesmo castello; na egreja C lara, do a Velha, em C oimbra, 1287; na da referida villa; no interior das muralhas deda C hristo, de Thomar, 132 eastello de M oncorvo; nas paredesconvento exteriores ja da Gra\u00e7a, capella do castello de N um\u00e3o; e nas paredes daem S antar\u00e9m, egreja, interior do convento e dos clau sacristia da capella de S . D omingos da Queima-
\u2022S ignaes ma\u00e7\u00f3nicos do interior da capella de S . D omingos da Qu
S ignaes ma\u00e7\u00f3nicos existentes na ciste: na do mesmo edif\u00
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res maçónicos. Tem signaes particulares, uns g 1503; no castello da Pena, 1511; e de tempos outros privativos a cada grau, para os ma mais próximos ( 1738) se encontram vários raes, siçons se reconhecerem reciprocamente. Adopto gnaes similhantes aos maçónicos a marcar pedras no aqueducto das Aguas Livres. certos symbolos, todos deduzidos das alfaias Maçonaria . S ociedade ou ordem, secreta em das artes constructoras, do architecto, alvanéo uns paizes, em outros não, especialmente na E u- pedreiro. E stes symbolos são o avent simples ropa e na America, sendo os seus principaes de pelle, o esquadro, o compasso, o nivel, a tr centros europeus em I nglaterra, Allemanha e a pedra, etc., representam na sua mode lha, França. A maçonaria tem por objecto, conforme simplicidade os referidos principios e devere os seus estatutos, a beneficência, a moral univer do franco-maçon. Tem grémios menores ou pri
S ignaes maçónicos que se encontramjgravados nas paredes das salas da torre de B eja, C ommunicados Raczynski por M anuel B ernardo Lopes Fernandes.
marios, denominados lojas, cada uma das qua sal e a pratica de todas as virtudes. Os francomaçons consideram-se irmãos, e devem, em não tudopode ter menos de sete obreiros ou membr não contrarie o objecto e fins da ordem, Os representantes das lojas constituem ou ele
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S ignaesconstruida maçónicos encontrados no castello de S ignaes maçónicos da cathedral de Guimarães, capella, 1135, 1145, 1324. (S r. N arciso da S e restaurada em 1102, 1387 e 1429. (S r. N arciso da S ilva).
S ignaes maçónicos, nas paredes exteriores antiga cathe- encontrados no interior da e S da ignaes maçónicos dral de C oimbra. 1111. (I d.) ta M aria do Olival, em Thomar, 1146. (I
S ignaes maçónicos, no interior d'esta mesma egreja, S ignaes maçónicos do exterior da egreja de S 1111. (Id.) porão, S antarém, 1174, (Id.).
S ignaes maçónicos existentes na cathedral de B raga, S ignaes maçonicos existentes nas paredes exte 1112, 1170. (Id.). de Lisboa, 1147. (I d.).
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S ignaes maçónicos existentes na egreja de S . M artinho, S ignaes maçónicos, que se vêem no interior da capella, da cm C intra, 1147. (I d.). sacristia, e na cisterda de S . D omingos da Queimada, Lamego, 1167, (I d.).
S ignaes maçónicos encontrados no exterior do castello e S ignaes maçónicos existentes na egreja do mosteiro nas paredes da egreja de Freixo de E spada á C inta, 1214 .( I d) . de Alcobaça, 1153. (I d.).
S ignaes maçonicos, que se vêem no interior da egreja S ignaes maçónicos encontrados nos mesmos locaes da villa de S . João, em Thomar, 1165. (I d.). de Freixo de E spada á C inta. (I d.).
S ignaes maçonicos, que se vêem no refeitório do mosteiro S ignaes maçónicos encontrados no interior das muralhas de Alcobaça, 1170. (ld.) do castello de M oncorvo, 1221. (I d.).
S ignaes maçónicos existentes no interior da S é de E vora, S ignaes maçonicos encontrados no exterior da capella
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S ignaes maçónicos existentes no claustro do mosteiro S ignaes maçónicos existentes no convento de C hris de Alcobaça, 1220. (I d.). em Thomar, 1323. (I d.).
S ignaes maçónicos do interior da egreja de S anta CS ruz de maçónicos, existentes na torre da egreja do ignaes C oimbra, 1228, 1508. (I d.). vento de C hristo, em Thomar, 1323. (I d.).
S ignaes maçónicos, existentes no interior da torre S ignaes maçónicos, no interior da egreja de S . Francisco, egreja da Graça, em S antarém, 1380. (I d.). em S antarém, 1242. (I d.).
S ignaes maçónicos existentes no exterior da egreja d S ignaes maçónicos, existentes no exterior da velha egreja vento da B atalha, 1385. (I d.). de Odivellas, 1267. (I d.).
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ignaes maçónicos, existentes na capella do fundador, S ignaes maçónicos existentes no interior do claustroS real convento da B atalha, 1434. (I d.). do convento da B atalha, 1388. (I d.).
S ignaes S ignaes maçónicos, existentes no interior da egreja do C ar- maçónicos existentes nas eapellas Imperfeitas d convento da B atalha, 1437. (I d.). mo, em Lisboa, 1389. (I d.).
S ignaes maçónicos, existentes no exterior da egreja S doignaes C ar- maçónicos existentes no claustro mais moderno convento da B atalha, 1442. (I d.). mo, em Lisboa, 1S 89. (I d.).
S ignaes maçónicos, existentes no exterior e interior da egr S ignaes maçónicos, existentes no interior do palácio real ja de Jesus de S etúbal, 1189. (I d.). de C intra, 1411. (I d.).
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S ignaes maçónicos, existentes no interior de C intra, 1503. (I d.).
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E ntre outros grão-mestres que teve a maçonaria em Portugal indicam-se: C osta C abral, M oraes M antas, barão de Villa N ova de Foscôa, José E stevão, João Gualberto Pina C abral, Rodrigues S ampaio, marquez de Loulé, M anuel Gonçalves de M iranda, conde das Antas, conde Valbom, José da S ilva M endes Leal, E lias Garcia, B ernardino M achado. A bibliographia de origem maçónica divide-se em publicações secretas e não secretas. E stas ultimas datam de 1872. M uitas foram impressas clandestinamente, e porisso palácio real de difficil enumeração. N o vol. VI I do Diccionario Bibliographico, de I nnocencio, vêem mencionadas numerosas obras sobre a maçonaria por-
S ignaes maçónicos, existentes no interior dos paços de C intra, 1503. (I d.). S ignaes que se encontram a marcar pedras no grande aqueducto das Aguas Livres, Lisboa, 1738.
S ignaes maçonicos, encontrados no claustro do de B elém, 1507. (I d.).
S ignaes maçónicos, encontrados no interior do Pena, em C intra, 1511. (Id.).
tugueza. E sta relação acha-se reproduzida, muito augmentada, no vol. VI do Diccionario Uni versai Portuguez. C itaremos, todavia, as seguintes obras: Atalaia contra os Pedreiros-livres, discurso sobre a sua origem, instituto, segredo e juramento, etc. A que se junta a bulla do summo pontifice Benedicto X I V , que os condemnou, traduzida do hespanhol, acrescentada com um appendice de varias noticias recônditas da Maçonaria das mulheres, traducção de Joaquim José Pedro Lopes, convento Lisboa, 1817, e outras edições accrescentadas Exposição franca sobre a maçonaria por um exmaçon que abjurou a sociedade, Lisboa, 1828; Bulla do Santíssimo Padre Ledo XII contra os pedreiros-livres mandada publicar pela piedade e decidido amor á religião e ao throno da muito alta e augusta Imperatriz Rainha a Senhora D. Carlota Joaquina de Bourbon, Lisboa, 1828. N 'esta bulla, que tem a data de 13 de março de 1820, vêem transcriptas as que C lemente XII, B ento XIV e Pio VI I publicaram nos seus pontificados cona tra a maçonaria, sendo a 1. datada de 27 de abril a a de 1738, a 2. de 18 de março de 1751 e a 3. de 13 de setembro de 1821; Architectura mystica, por M iguel António D ias, 1843; Esboço histórico castello da acerca da Maçonaria em Portugal por Rodrigo Felner, inserto no Almanach do Rit.: Esc.: aut.: e acc.: em Portugal para o anno de 1845, etc.
Antigos hieroglyphos maçónicos ou alphabeto 684