Com o aument aum entar ar produ vi vidad dade e de seu estudos
Gabriel Pereira
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SUMÁRIO
1. A REALIDADE DO CONCURSEIRO. .......................................... ..................... ......................03 .03
2. DICAS BÁSICAS DE PREPARAÇÃO. ......................................... .................... .....................18 18
3. TÉCNICAS DE ESTUDO. ....................................... .................. ........................................... ......................35 35
4. MÉTODO DE ESTUDO INTEGRADO. ........................................ ................... ......................60 .60
5. APRENDENDO A FAZER PROVA. ......................................... .................... .........................69 ....69
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SUMÁRIO
1. A REALIDADE DO CONCURSEIRO. .......................................... ..................... ......................03 .03
2. DICAS BÁSICAS DE PREPARAÇÃO. ......................................... .................... .....................18 18
3. TÉCNICAS DE ESTUDO. ....................................... .................. ........................................... ......................35 35
4. MÉTODO DE ESTUDO INTEGRADO. ........................................ ................... ......................60 .60
5. APRENDENDO A FAZER PROVA. ......................................... .................... .........................69 ....69
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1. A REALIDADE DO CONCURSEIRO
A carreira pública é o sonho profissional de um número cada vez maior de brasileiros. A quantidade crescente de candidatos e o tamanho do setor de preparação para concurso é uma realidade incontestável. Atualmente, todo mundo conhece alguém que passou num concurso público ou que está se preparando para tal. Contudo, nem sempre foi assim.
Se voltarmos uma década ou mais no tempo, o mercado de trabalho brasileiro colocava a carreira pública, geralmente, como uma alternativa para profissionais que não encontravam oportunidades nas empresas privadas. Assim, na hora de planejar a carreira profissional, o concurso público era apenas um “plano B”. As pessoas se capacitavam para construir carreiras na iniciativa privada. Somente quando não encontravam oportunidades ou perdiam o emprego é que elas procuravam o concurso público como alternativa.
Lembro-me como se fosse hoje de uma palestra a que assisti em 2003, logo depois que entrei na faculdade de Relações Internacionais em Belo Horizonte. Num evento organizado pela faculdade, colegas egressos do curso foram convidados a contar suas experiências para os alunos calouros. Dentre os palestrantes, havia duas colegas formadas em Relações Internacionais que tinham sido aprovadas no concurso de Analista de Comércio Exterior (ACE) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). O cenário da carreira pública descrito por elas era mediano: um bom salário inicial, mas com pouca perspectiva de melhora. Ou seja, no médio e longo prazo, a carreira empresarial parecia mais atraente.
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A história contada por aquelas colegas que tinham ingressado há pouco tempo no serviço público causou um burburinho tímido entre os alunos calouros. A remuneração revelada era bastante para nós estudantes, mas não chegava a ser um grande atrativo para nosso futuro profissional. Portanto, um cargo público era uma boa opção, mas não estava entre as melhores. Todavia, aquele momento já indicava o início de uma mudança na realidade do mercado de trabalho brasileiro.
Que mudança foi essa? Acredito que são dois os principais fatores que explicam a valorização do serviço público como opção de carreira no Brasil e o consequente boom dos concursos públicos: o aumento da remuneração dos cargos públicos e as perspectivas de trabalho dos servidores.
No passado, quando o profissional colocava na balança as vantagens e desvantagens da carreira pública, de um lado ele tinha a estabilidade e um ambiente de trabalho menos estressante como pontos positivos e, de outro, o ambiente desmotivador e a falta de perspectiva de progressão na carreira como pontos negativos. Hoje, não só a remuneração, em regra, é superior à da iniciativa privada, como também o serviço público proporciona desafios e perspectivas de trabalho muito semelhantes aos do ambiente empresarial. Aquela imagem de funcionário público preguiçoso, que só carimba documentos, está sendo enterrada no passado. A implantação de técnicas de gestão próprias do mundo empresarial nas instituições públicas e a valorização constante dos servidores fizeram a balança pender fortemente para o serviço público.
Assim, menos de uma década depois daquela palestra na faculdade, a remuneração daquele cargo de ACE do Mdic teve seu valor praticamente multiplicado por dois e os servidores que preenchem esses cargos estão envolvidos nas negociações comerciais do Brasil com vários países do mundo. 4
Tais servidores contribuem ativamente para o processo de integração econômica do País e têm possibilidades de ocupar posições-chave na gestão do comércio exterior brasileiro. Esse é só um exemplo da transformação ocorrida recentemente e dos atrativos das carreiras públicas.
O mais interessante nesse cenário é que, embora não seja consensual, acredito que o mercado de trabalho na iniciativa privada tenha melhorado sensivelmente nos últimos anos, de uma maneira geral. Porém, certamente a carreira pública melhorou muito mais. Assim, se compararmos cargos medianos do setor público e do setor privado, que tenham atribuições similares, na média o setor público oferecerá ao trabalhador um pacote de vantagens e benefícios bastante superior ao da iniciativa privada.
Por que estou divagando sobre as transformações no mercado de trabalho brasileiro? Porque, naturalmente, a valorização dos cargos públicos acirrou a disputa pelas vagas dos concursos e o aumento da competição demanda dos candidatos uma preparação mais consistente. Foi-se o tempo em que as pessoas conseguiam ser aprovadas em alguns concursos estudando apenas nas vésperas. A melhoria da remuneração e das condições de trabalho do setor público tem sido responsável pela atração de muitos talentos e resultou no acirramento da disputa pelos cargos públicos.
Hoje alguns cargos públicos se transformaram no sonho profissional de muitas pessoas e a competição por eles acompanha essa transformação. Não são poucos os alunos que escolhem seu curso de faculdade já pensando no concurso para o qual pretende se preparar. Também são muitos os alunos de faculdade que conciliam, nos últimos períodos de seu curso, suas aulas regulares com aulas de cursinhos preparatórios para concurso público. A preparação para concursos está começando cada vez mais cedo. 5
Outro desdobramento dessas transformações no mundo dos concursos foi a proliferação de cursinhos preparatórios para concurso e de materiais específicos para esse público, nos mais variados formatos. Agora existem vários livros de praticamente todas as matérias cobradas em concursos públicos, voltados exclusivamente para esse público-alvo. Na internet, há um amplo leque de materiais oferecidos e de fontes de informação. Logo, a oferta de material para estudo deixou de ser um problema. Talvez a dificuldade agora seja escolher os melhores materiais e evitar o desperdício de tempo com materiais de baixa qualidade.
O motivo de todos os argumentos apresentados acima é um só: serviço público hoje em dia é uma excelente escolha profissional e somente as pessoas bem preparadas alcançarão o tão sonhado cargo público. Ninguém mais passa em concurso por pura sorte e não há espaço para quem quer passar estudando só um pouquinho. Aquelas transformações profissionalizaram o processo de seleção dos servidores públicos e, consequentemente, o de preparação dos candidatos. Além de criar o hábito de estudar muito, o grande problema dos candidatos a concurso público, nesse contexto, é encontrar uma fórmula para alcançar a preparação eficaz.
Nessa realidade de muita competição e oferta abundante de cursinhos e materiais, muitos alunos ficam perdidos nesse mar de informações e alternativas. Todavia, não há motivo para desânimo. Se você está lendo esse texto, já está no caminho certo. Para se destacar nesse ambiente complexo e alcançar um bom nível de preparação, o grande diferencial dos alunos bem sucedidos é um planejamento sólido para atravessar essa jornada até a aprovação, adotando técnicas de estudo eficientes e com organização capaz de transformar as horas de dedicação aos estudos em aprendizado permanente.
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A boa notícia é que uma preparação eficaz depende de métodos e técnicas que estão ao alcance de todos os alunos. Esse movimento de profissionalização dos estudos, num certo sentido, democratizou o concurso público. Agora não são apenas os gênios ou os mais inteligentes que são aprovados. Os fatores que fazem a diferença são a dedicação aos estudos, a disciplina de seguir um método com rigor, a persistência de tentar até passar e de fazer mudanças quando não estiver no caminho certo.
Eu particularmente gosto da ideia do concurseiro profissional. Existem aquelas pessoas que estão “tentando concurso” como se estivessem fazendo aposta, como se concurso fosse uma Mega Sena. Estudam um pouco e fazem prova uma vez por mês, esperando que estejam com sorte naquela vez. Ao contrário, o concurseiro profissional tem um objetivo claro e traça um planejamento para alcançá-lo. Embora exista a ansiedade de ser aprovado, esse tipo de concurseiro tem consciência que é preciso ter paciência para construir um aprendizado sólido e que sua aprovação é apenas uma questão de tempo.
A essa altura já deve ter ficado claro para todos que, embora vários candidatos estudem para os mesmos concursos, o estudo de cada um é bastante diferente dos demais. O que define os mais bem preparados? A qualidade da preparação não está apenas na quantidade de horas que você fica sentado lendo um livro, mas na maximização do aprendizado que você constrói num dia de estudo. Existem vários alunos que lêem e relêem uma matéria sem apreender aquele conteúdo de forma permanente. Esse texto traz técnicas de estudo para que você aumente a produtividade dos seus estudos e não desperdice o tempo dedicado a sua preparação para concursos. Seguindo esse caminho, você rapidamente estará entre a turma de candidatos que realmente brigam pelas vagas.
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Minha experiência
Minha história é parecida com a de vários concurseiros do País. Completei minha graduação de Relações Internacionais em julho de 2007 e fui me aventurar no mercado de trabalho. No início, cheio de dúvidas, me candidatei a vários mestrados e também corri atrás de uma oportunidade em grandes empresas, distribuindo currículos, fazendo contatos e participando de processos seletivos. Logo desisti dos mestrados e vi que queria construir uma carreira na iniciativa privada, quem sabe virar um executivo. Com o insucesso nas seleções e sem encontrar oportunidades, fui trabalhar onde encontrei uma porta aberta: uma pequena empresa familiar de comércio varejista em Petrópolis/RJ. Persisti no meu objetivo, fiz um MBA em Gestão Empresarial e ainda assim não encontrei boas perspectivas de trabalho. Resultado? Depois de um tempo, resolvi estudar para concurso.
Embora minha história seja semelhante à de muitos candidatos de concurso público, ela já não é a regra absoluta. Eu certamente poderia ser enquadrado naquele perfil que enxergava a carreira pública como “plano B”, como se a frustração na iniciativa privada fosse um pré-requisito para a opção pela carreira pública. Depois de ter percorrido esse caminho, fico me perguntando por que não decidi estudar para concurso há mais tempo.
Em maio de 2009, decidi me preparar para concursos. Depois de uns dois meses sem um norte definido, resolvi focar na área fiscal. Felizmente fui aprovado no concurso de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil de 2009/2010, um cargo que estava muito além de minhas expectativas iniciais. Meu tempo de preparação foi bem menor do que eu esperava: do dia em que decidi estudar para concurso até a data da prova objetiva, foram sete meses de estudo intenso. Se contarmos até a data da última prova, as discursivas, foram 8
oito meses de preparação. Nessa trajetória adotei várias técnicas que aumentaram a produtividade dos meus estudos, me garantindo uma preparação eficaz em pouco tempo. Espero que meu método ajude alguns alunos a alcançarem seus objetivos também.
A decisão inicial
Se você está lendo esse texto é porque está decidido pela carreira pública. Contudo, essa não é uma decisão simples e é preciso que o candidato esteja atento às implicações dessa escolha. A preparação eficaz para um concurso público exige um grande investimento de tempo e dinheiro. Portanto, a pessoa que decide investir uma parcela de sua vida num desejo de alcançar um futuro profissional seguro e consistente precisa ter muita firmeza de propósito para percorrer a jornada de preparação. Se você não estiver convicto de sua decisão, é provável que os primeiros fracassos sejam golpes duros em sua motivação e podem fazer com que você desista dessa jornada.
Lembre-se das palavras do William Douglas: “concurso não se faz para passar, mas até passar.” Logo, recomendo a toda pessoa que deseja se preparar para concursos públicos que reflita profundamente e amadureça essa decisão para que seja uma escolha consciente e consistente.
Uma vez tomada a decisão inicial, é preciso ter foco em relação aos objetivos da preparação. Muitas pessoas decidem fazer concurso e querem um cargo público, mas não sabem qual cargo. As opções de carreiras públicas são vastas e cada cargo tem atribuições distintas. Na hora de decidir pela carreira, a maioria das pessoas tenta equilibrar o interesse pelas atividades do trabalho 9
e os benefícios do cargo com a dificuldade de competição no concurso e o esforço necessário para a aprovação.
Embora essas considerações sejam muito importantes, acredito que o fator primordial que deve orientar a escolha de cada um é o interesse e a afinidade pelas atividades do futuro cargo. É perfeitamente aceitável que um aluno opte por ingressar num cargo público no qual não tenha muito interesse, para que tenha condições de se preparar para o seu objetivo maior, um cargo que demande uma preparação mais sólida. Contudo, no final das contas, é preciso escolher um cargo que nos dê prazer de trabalhar. Por incrível que pareça, existem várias pessoas que desistem de ótimos cargos públicos porque ficam insatisfeitas com a rotina do trabalho.
Diante desse quadro, é muito comum vermos pessoas atirando para todos os lados, concurseiros que fazem qualquer prova que aparece, totalmente sem FOCO. Num mês, a pessoa estuda para a prova do concurso do Tribunal Regional do Trabalho. No mês seguinte, ela se prepara para a prova do Corpo de Bombeiros. Depois, emenda com a prova de fiscal de ICMS de algum estado. Daí, tenta um concurso da área de Tecnologia da Informação na Petrobrás. Se não dá certo, estuda mais um ou dois meses para a prova da Polícia Federal...
Não adianta tentar todos os concursos e não conseguir se preparar adequadamente para nenhum. Às vezes o edital para o cargo que queremos não sai e temos que fazer adaptações na nossa trajetória. Isso é normal. Contudo, não podemos guiar nossa preparação de acordo com a publicação de editais, sem um norte definido. Os editais desses concursos de áreas tão distintas cobram conteúdos muito diferentes, de tal forma que o aproveitamento das matérias estudadas para uma prova é muito baixo na preparação para o outro concurso. Assim, o candidato estuda várias disciplinas, mas não 10
consegue aprofundar seu estudo em nenhuma, não alcançando uma preparação sólida para nenhum concurso específico.
Ao mesmo tempo, entendo que é muito angustiante depositar todas as suas fichas em só um cargo determinado e focar sua preparação em um só concurso, pois geralmente não sabemos sequer quando haverá uma nova seleção para aquele cargo. Portanto, acredito que a melhor recomendação é optar por uma área e se preparar para aquele tipo de prova.
E quais seriam essas áreas? Acho que podemos definir algumas áreas que incluem algumas carreiras semelhantes que, geralmente, cobram disciplinas similares em seus concursos. Quem se prepara para a área fiscal, pode fazer os concursos de AFRFB, ATRFB, fiscos estaduais (ICMS) e municipais (ISS), podendo tentar até o AFT. Já aqueles que almejam as carreiras dos Tribunais, podem focar as seleções dos TRTs, TREs, TJs e até MPU, por exemplo. Se o desejo é a área policial, foque nos concursos da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, podendo expandir para as polícias estaduais. Outra área importante é a de gestão pública, que envolve os concursos do MPOG (APO e EPPGG), do TCU, da CGU e até do Banco Central. Há também as carreiras bancárias, que incluem os concursos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, basicamente. Podemos ainda definir uma área administrativa, que inclui os cargos de Analista Administrativo das Agências Reguladoras e de outros órgãos. Isso sem falar nas carreiras de magistratura e da diplomacia.
Bom, as opções são muitas e é claro que esses caminhos podem ser adaptados e até combinados em algumas situações. Nada impede que uma pessoa que se prepara para a área fiscal tente um concurso da área de gestão, como o cargo de Analista de Planejamento e Orçamento (APO) do MPOG, por exemplo. Em alguns casos, existe uma grande coincidência de disciplinas, o 11
que favorece o candidato. Não existem limites fixos, o que não dá é para o aluno querer se preparar para todo e qualquer concurso. Aquele que tem foco sempre levará vantagem. Como disse o filósofo, “nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir”.
Decidida a área para a qual o candidato deseja se preparar, como organizar a preparação? Minha recomendação é para que seus estudos sejam planejados em cima do seu concurso preferido, principalmente se esse for o certame mais abrangente. Por exemplo, se a opção é pela área fiscal, paute seus estudos no edital do concurso de AFRFB, que exige um grande número de matérias. Assim, você poderá guiar seus estudos para um concurso específico, mas terá uma ótima base para fazer adaptações necessárias quando aparecer uma boa oportunidade de um concurso similar, como uma prova para um fisco estadual, por exemplo.
Existem alguns concursos que cobram conteúdos muito específicos e fica difícil conciliar uma preparação focada nesses cargos com outras seleções. Se uma pessoa deseja se preparar para a carreira diplomática, não há muitas outras oportunidades com conteúdos semelhantes ao do IRBr, talvez só o concurso da Abin. Esse também é o caso de alguns cargos específicos das Agências Reguladoras, que demandam conhecimentos específicos de aviação civil (ANAC) ou de engenharia elétrica (ANEEL). Ou seja, existem concursos tipicamente sui generis , que não se encaixam em nenhuma área. Esses geralmente exigem uma preparação muito específica voltada só para eles e, portanto, fogem da regra aqui proposta.
Ok, tomada a decisão inicial, o candidato poderá começar a planejar seus estudos. Essa é a hora de recolher o máximo de informações possível sobre o cargo(s) almejado(s), escolher a bibliografia a ser utilizada e começar os estudos pra valer, de forma organizada e seguindo um método. 12
Mudanças de rota
Mesmo os candidatos que conseguem estabelecer um foco para seus estudos, mirando sua preparação em um cargo específico, muitas vezes enfrentam decisões difíceis sobre possíveis revisões de rotas. Por exemplo, digamos que um aluno esteja se preparando para o cargo de Agente da Polícia Federal e é publicado o edital de Oficial de Inteligência da Abin, sendo que não há previsão para publicação do edital da PF. Se o candidato também tem interesse nesse cargo, ele deve pausar os estudos para o cargo de Agente da PF e dedicar dois ou três meses para se preparar para a prova da Abin?
Essa é uma decisão difícil, individual. São muitos os fatores que devem ser considerados. Muitas vezes essas mudanças de rota são bem-vindas, até porque a proximidade do concurso aumenta a motivação do candidato. Contudo, faço a seguinte recomendação: o primeiro objetivo na preparação deve ser construir uma base sólida das matérias básicas. Acredito que o aluno deve ter paciência e determinar um tempo suficiente no início dentro do qual ele não se desviará de sua rota, até construir uma base consistente que lhe permita alçar novos voos. Logo, para tomar sua decisão, o candidato deve levar em consideração seu estágio de preparação e seus objetivos globais. De nada adianta focar num concurso para o qual você não está preparado e que vai atrapalhar sua preparação para seu objetivo maior.
Trabalhar e estudar ou só estudar?
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Muitas pessoas, quando começam a pensar em se preparar para uma carreira pública, ficam se questionando se é possível conciliar uma rotina desgastante de trabalho com o estudo para concurso ou se a única maneira eficaz é se dedicar exclusivamente aos estudos. Essa é sempre uma questão muito difícil envolvida na decisão de preparação para a carreira pública. Sinceramente, penso que não existem muitas regras a esse respeito.
Acredito que a oportunidade de se dedicar exclusivamente aos estudos para concurso é um grande privilégio. Em minha opinião, as pessoas que conseguem o apoio familiar nessa jornada de preparação têm uma grande vantagem. Poder contar com seus familiares para ajudar a bancar seus investimentos nos estudos é uma grande tranquilidade que ajuda no equilíbrio emocional. Ao mesmo tempo, há que se ter cuidado para que essa situação não gere um comodismo no concurseiro, senão a pessoa pode virar um eterno estudante.
É interessante observar que não são apenas aquelas pessoas que têm pais ou familiares com boas condições financeiras que podem alcançar o privilégio de dedicar alguns anos de sua vida exclusivamente aos estudos. Conheci muitas pessoas que atingiram essa situação por outros meios. Algumas pessoas passam um tempo trabalhando e juntando dinheiro para depois poderem parar de trabalhar e ficar só estudando. Outras pessoas conseguem planejar suas carreiras em conjunto com seus cônjuges: durante um tempo, um trabalha e o outro só estuda; depois que o outro passa no concurso, o primeiro larga o trabalho e passa a estudar para conquistar o cargo que deseja.
Se você não está entre as pessoas que têm o privilégio de se dedicar exclusivamente aos estudos, não fique desmotivado. Existem inúmeros casos de pessoas que conciliam o trabalho com os estudos e conseguem a 14
aprovação almejada. É perfeitamente possível encarar esse desafio. Certamente você terá menos horas para se dedicar aos estudos, mas ainda assim é possível aproveitar as horas disponíveis para estudar com o máximo de produtividade. Nesses casos, as estratégias serão ainda mais importantes. Uma ótima opção é deixar para tirar férias nos meses que antecedem a prova do concurso, para conseguir estudar mais na reta final.
Se não existe regra nessa área, há, pelo menos, uma orientação básica. Organize sua vida para conseguir as melhores condições de preparação possível. Se não dá pra fazer mais nada para melhorar essas condições, encare as adversidades como fonte de motivação para fazer suas horas de estudo renderem o máximo. Percebemos com bastante frequência que pessoas que fazem grandes sacrifícios para poder estudar têm um comprometimento maior com o estudo. Essas pessoas têm uma grande aliada: a necessidade! É impressionante como várias pessoas que enfrentam grandes adversidades conseguem transformar as pedras no caminho em um trampolim para o sucesso.
Concluindo, a experiência dos concursos públicos nos mostra que essas condições de estudo, inclusive a necessidade de trabalhar, influem na trajetória dos candidatos, mas não são determinantes. Digo mais, às vezes as adversidades influem até de maneira positiva. Logo, se você está convicto de seu objetivo, faça tudo o que estiver a seu alcance para aumentar suas condições de alcançá-lo. A partir daí, o resto é motivação...
Cursinho presencial, telepresencial, virtual ou estudar por conta própria?
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Outra dúvida muito frequente entre as pessoas que decidem estudar para concurso está relacionada à necessidade de frequentar um cursinho preparatório para concurso público. Mesmo aquelas que decidem se matricular num cursinho têm dúvidas sobre o melhor tipo de aula, se presencial, telepresencial ou até virtual. Como disse no início, existe um movimento de profissionalização do mercado de preparação para concurso e as fontes de preparação são variadas. Para o candidato, a alternativa é diversificar as fontes de aprendizado e filtrar os melhores materiais e professores.
Se você está focado num bom concurso nacional, dificilmente você conseguirá uma preparação eficaz através de uma única fonte de estudo. É preciso somar aulas de bons professores com livros de qualidade e materiais complementares. Mais do que o meio (ou a mídia) de transmissão do conhecimento, o que vale é o conteúdo transmitido e a qualidade do aprendizado. Portanto, busque pelos melhores professores e pelos melhores materiais, independentemente de onde eles estejam e da forma pela qual você terá acesso a eles.
Agora, em relação à necessidade de procurar um cursinho preparatório, acredito que esse tipo de aula é indicado, sobretudo, para o aluno iniciante. Quando a pessoa está começando a se preparar para concurso, vendo matérias que nunca havia estudado antes, é importante ter um professor para explicar os assuntos e que possa esclarecer as dúvidas. Dessa maneira, se você não tem nenhuma familiaridade com os conteúdos das matérias, provavelmente sentirá mais segurança tendo um professor para te auxiliar pessoalmente. Se já tiver algum domínio das matérias, pode se adaptar melhor às aulas telepresenciais, que têm a vantagem de não serem interrompidas por dúvidas de outros alunos e por isso rendem mais.
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Assim, quanto mais avançado o estágio de preparação do aluno, maior a autonomia para conduzir seus estudos. É bastante comum vermos candidatos com vários meses ou anos de experiência que estudam exclusivamente em casa através de bons livros. Portanto, não existe uma regra única que vale para todos. O ideal é escolher alternativas que te deem mais segurança e complementar as aulas com materiais de qualidade, pois o conteúdo das aulas precisa ser aprofundado e fixado em casa.
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2. DICAS BÁSICAS DE PREPARAÇÃO
Em minha experiência de concurseiro, tive muita sorte de encontrar um bom material sobre técnicas de estudo logo nos primeiros meses de minha preparação: as dicas do Alexandre Meirelles (recomendo a leitura). O método e o planejamento do estudo são tão importantes que, quando vejo a forma que eu estudava antes de conhecer essas técnicas, tenho a sensação de que os meus primeiros dois meses de estudo foram inúteis, totalmente desperdiçados.
As técnicas de preparação são importantíssimas para organizar o tempo dedicado aos estudos e melhorar o aprendizado. Contudo, o importante não é seguir à risca o que um ou outro professor diz, o objetivo é aprender os princípios contidos nas técnicas e aplicá-los a seu estudo, fazendo adaptações ao seu estilo de aprendizagem e à sua necessidade.
Portanto, repassarei nesse capítulo algumas técnicas de estudo básicas que aprendi com outros professores em minha jornada e farei alguns acréscimos baseados em minha experiência pessoal. Depois apresentarei mais detalhadamente, no terceiro capítulo, um novo método de estudo baseado em minha experiência. Essa é a lógica do processo: adote o máximo de técnicas à sua rotina de estudos. Quando perceber que elas não estão maximizando seu rendimento e sua aprendizagem, faça adaptações que melhorem seu desempenho.
Ambiente de estudo
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O local em que você estuda é muito importante para uma aprendizagem adequada. Encontre um lugar tranquilo, silencioso e no qual você não seja incomodado e interrompido com frequência. Evite ao máximo atender ligações e interromper suas sessões de estudo. Outra recomendação muito legal do Alexandre Meirelles é o suporte para a leitura. Quando você lê um livro com ele deitado na mesa, você tem que fazer um esforço com sua coluna e seu pescoço que gera desconforto. Portanto, adquira um suporte para leitura que deixe o livro num ângulo que lhe permita lê-lo numa postura ereta, que será menos cansativa. Hoje em dia você encontra alguns modelos em papelarias especializadas. No meu caso, eu mesmo fiz um suporte com caixas de papelão e fita adesiva. Recortei o papelão no formato que eu queria com estilete e passei fita adesiva para colar. Veja abaixo o resultado nas fotos do meu suporte:
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Profissão: Concurseiro!
Independente se você trabalha e estuda ou só estuda, é importante que seu estudo seja uma ocupação séria, um verdadeiro trabalho. Não é porque você não tem um patrão naquele momento que você não precisa ser responsável com suas atribuições e atividades. Aliás, agora que o resultado do seu trabalho (estudo) vai trazer grandes resultados para você, e não para seu chefe, é que você deve estar mais comprometido com suas atividades diárias.
O desdobramento mais importante de encarar o estudo como uma verdadeira profissão é a dedicação a ele nas horas determinadas. Quando você está no trabalho, você pode fazer um intervalo de duas horas para ir ao shopping fazer umas comprinhas? Se vai passar, excepcionalmente, um amistoso da seleção brasileira na TV à tarde, você deixa de trabalhar para assistir ao jogo? E parar de trabalhar para atender telefonemas pessoais de meia hora, é normal? Se você não faz isso no trabalho, por que vai fazer essas coisas quando estiver estudando? 20
É importante também conversar com as pessoas a sua volta para que elas entendam sua necessidade de não ser interrompido desnecessariamente durante seu tempo de estudo. Digo isso porque, nos primeiros meses que comecei a estudar, as pessoas na minha casa achavam que eu era o office boy da família e pediam para eu fazer um monte de coisas que sempre atrapalhavam meus estudos.
Registro das horas de estudo e horas líquidas
Primeiramente, é muito importante registrar suas horas de estudo para você ter controle do seu tempo dedicado aos estudos. Estudar significa sentar na cadeira e ficar horas lendo a matéria, resolvendo exercícios, fazendo resumos e revisando o conteúdo. Portanto, conseguir ficar longos períodos estudando é uma questão de hábito. No início você não conseguirá estudar mais do que duas horas num dia. Com o tempo, você acostuma seu corpo e sua mente para essa tarefa e aumentará esse período para várias horas por dia. Contudo, você só consegue controlar sua evolução se registrar suas horas de estudo. Existe uma máxima da Administração de Empresas que vale para essa situação: “Quem não mede, não controla. Quem não controla, não gerencia”.
Se você não gerenciar seu tempo de estudo, estará sempre em dúvida em relação a sua dedicação aos estudos e nunca terá a tranquilidade do dever cumprido. Sem o devido controle, pode acontecer de você chegar ao final da semana com a sensação de que estudou o suficiente, quando não estudou o que havia planejado, ou achando que não estudou como devia, quando na verdade estudou todas as horas programadas. Nada melhor para um bom 21
concurseiro do que chegar no final da semana e fazer o somatório das horas estudadas e confirmar que estudou fielmente a quantidade de horas que havia planejado. A dúvida e a incerteza são grandes inimigas da serenidade de um candidato a concurso público.
Além de ser importantíssima para o gerenciamento de seus estudos, a anotação de seu tempo de estudo serve como estímulo para que você consiga estudar o tempo que você planejou. Quando você vê nas anotações que não estudou o tempo devido durante um ou dois dias, você sente a necessidade de não deixar que isso se repita e acaba tirando o atraso nos próximos dias. Portanto, essa é uma dica que te dará mais controle e mais gana de persistir em seu objetivo.
Contudo, é preciso fazer esse registro das horas com critério. Primeiramente, como diz o Alexandre Meirelles, o que conta são as horas líquidas de estudo, e não o tempo bruto que você ficou estudando. Isso quer dizer que, em seus registros, você só deve considerar o tempo em que ficou efetivamente estudando, sentadinho na cadeira! Aquelas pausas feitas para ir ao banheiro, atender a um telefonema, fazer um lanche ou tomar banho devem ser deduzidas do tempo de estudo, para que o registro seja fiel à realidade. Logo, se você começou estudar às 19h e parou às 22h, isso não quer dizer que você estudou necessariamente 3h. É preciso abater todos os intervalos em que você não estava efetivamente estudando, senão o registro perde o sentido e você estará se enganando.
Portanto, registre suas horas de estudo e considere sempre as horas líquidas. Ao estabelecer metas diárias e semanais de estudo, você deve pensar sempre em horas líquidas de estudo.
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Outra questão é que, em minha opinião, você deve separar as horas de cursinho das horas de estudo em casa. No meu tempo de estudo, eu registrava minhas horas desconsiderando as três horas diárias do cursinho que eu frequentava, pois vale aquela máxima do concurseiro: no cursinho você entende, em casa você aprende! No final da semana, quando eu fechava minha contabilidade das horas de estudo, eu até anotava as horas totais de cursinho para ter a sensação de que eu estava estudando muito, mas minha meta de estudo estava focada nas horas de estudo em casa, independente do cursinho.
Não estude mais que duas horas consecutivas
Uma dica de estudo fundamental para maximizar o seu aprendizado é dividir seu estudo em sessões de, no máximo, duas horas de estudo. Ou seja, programe-se para fazer intervalos de, no mínimo, quinze minutos a cada duas horas. Nós estamos acostumados a assistir programas de televisão em que há um intervalo a cada dez minutos. Nas escolas e faculdades, as aulas têm duração de cinquenta minutos ou, no máximo, uma hora e quarenta. Portanto, é natural que tenhamos dificuldade de manter a concentração durante um período muito prolongado.
Será preciso se esforçar para conseguir ficar concentrado durante duas horas. Esse é um esforço necessário. Todavia, não prolongue seu estudo além disso, pois seu rendimento cairá drasticamente e sua concentração na matéria ficará comprometida. Desse modo, programe-se para fazer intervalos de pelo menos 15 minutos a cada duas horas de estudo.
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Estude matérias alternadas
Além de estudar fazendo sessões de no máximo duas horas, uma dica importante para aumentar a produtividade do tempo de estudo é alternar as matérias. Alguns alunos elegem uma única matéria para estudar durante um dia todo ou até uma semana toda. Fazem isso no intuito de estudar aquela disciplina até o fim ou então para acabar um capítulo inteiro do livro, por exemplo. Esse tipo de estudo era válido na época da escola, quando o estudante tinha uma prova de uma única matéria na sexta-feira e passava a semana toda estudando para aquela avaliação. Na prova de concurso, que exige o aprendizado permanente de várias disciplinas distintas, o tipo de estudo tem que ser diferente.
Estudar uma mesma matéria durante várias horas prejudica o rendimento do aluno, porque não conseguimos manter um alto nível de concentração e interesse estudando um mesmo assunto durante tanto tempo. Portanto, entendo que o método mais eficaz é intercalar as matérias em sessões de estudo. Por exemplo, você estuda uma matéria durante 2 horas e depois faz um intervalo de 15 minutos. Na volta, estuda outra matéria por mais 1h30’, digamos. Depois, um intervalo maior para lanchar, de 30’, e outra sessão de 2 horas. Esse método de estudo permite que você mantenha sua concentração e interesse por mais tempo, aumentado a fixação do aprendizado e a qualidade de seu estudo.
Além disso, é ainda mais eficiente fazer um rodízio de matérias bem diferentes. Ou seja, alterne matérias que exigem tipos de inteligência e atividades distintas. Procure intercalar sessões de estudo de disciplinas de Direito, que exigem concentração na leitura e memorização, com outras disciplinas que exigem um raciocínio lógico-matemático, como Economia ou Contabilidade, por exemplo. Esse tipo de rodízio vai fazer com que você esteja 24
sempre estudando matérias distintas, que exigem esforço de partes diferentes do seu cérebro, o que facilita a manutenção de um elevado nível de atenção e concentração e diminui seu cansaço. Isso ajuda a aumentar a produtividade de seus estudos e melhora seu aprendizado.
Material de estudo
Uma questão importante que todo candidato a concurso público tem de enfrentar no início de seus estudos é a decisão sobre os melhores materiais de estudo a serem adquiridos. Primeiramente, a orientação número 1 nesse tema é fugir das apostilas de banca, que reúnem várias matérias de um determinado concurso numa só apostila. No início, como os alunos não estão familiarizados com o mundo dos concursos e não conhecem os melhores materiais, muitos acabam recorrendo a essa alternativa mais fácil que parece resolver todos os problemas num só material.
Eu fui um desses. Comprei logo duas apostilas, uma para “Técnico do Bacen” e outra para “Analista do Bacen”. Logo nas primeiras leituras percebi um monte de erros no material e contradições entre respostas dos exercícios e o texto da teoria. Resultado: Resultado: nunca mais mais abri aquelas apostilas. apostilas. Acho que até pode ser que existam exceções, mas eu não indico esse tipo de material para ninguém.
Outra recomendação importante: prefira sempre materiais específicos para concurso. Já foi a época em que, para se preparar para uma prova de concurso, o candidato tinha que recorrer a vários livros acadêmicos que abordavam partes de cada matéria. Hoje em dia a riqueza de material voltado para o mercado de concurso é muito grande e existem bons materiais 25
praticamente para todas as matérias cobradas em seleções públicas. Os materiais voltados para concurso são melhores porque abordam a matéria que cai nas provas, sem fazer você perder tempo com divagações teóricas que não são objeto de questões de concurso. Além disso, esses materiais costumam indicar a forma como as bancas cobram as matérias nas provas e geralmente trazem exercícios de provas anteriores que ajudam a consolidar o aprendizado.
Mais uma dica importante: evite fazer “economia porca” na hora de adquirir seus materiais e oriente suas escolhas pela qualidade do material. O material de estudo é ferramenta fundamental para o aprendizado e devemos fazer bons investimentos em livros e apostilas que garantam nossa aprovação. Imagine que, ao escolher materiais mais baratos para economizar um dinheiro, você pode estar colocando em risco o salário dos seus sonhos. Mesmo que você consiga economizar muito em material, esse valor não é nada quando comparado ao rendimento que você terá no serviço público. Portanto, desculpem-me pela expressão, mas comprar material de estudo só pelo preço é uma economia porca. Eu mesmo, apesar se ter comprado vários livros caros e ter gastado muito com material, carrego até hoje a raiva de ter comprado aquelas apostilas do Bacen por R$ 49,00! Comprar materiais de má qualidade é um péssimo investimento.
“E então, é preciso comprar um livro para cada matéria?” A princípio, eu diria que não. Ao analisar qual material adquirir, acredito que, quanto mais importante a matéria para seu concurso, maior o investimento de tempo e dinheiro que você deve fazer. Eu particularmente gosto muito de um bom livro de referência nas matérias mais importantes, o que dá mais segurança para o candidato. Em matérias como Direito Administrativo e Constitucional, que são fundamentais, encarei as centenas de páginas dos livros de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino sem medo. Esse material me deu uma base excelente e colaborou muito para meus resultados. 26
Desse modo, acredito que é importante ter um bom material de referência para cada matéria, mas não precisa ser necessariamente um livro. As aulas do Ponto dos Concursos muitas vezes substituem um livro, pois são abrangentes e feitas por ótimos professores, ao mesmo tempo em que são mais objetivas por serem direcionadas a um concurso específico, na maioria das vezes.
Na realidade, atualmente precisamos aprimorar nossos estudos constantemente e muitas vezes usamos mais de um material para cada disciplina. Frequentemente usamos um bom livro de uma matéria e na reta final adotamos apostilas para complementar o estudo. Em outras situações, é importante complementar os estudos mais teóricos com materiais de questões comentadas. Portanto, a diversidade de material é grande e o importante é considerar o peso das matérias no concurso e seu estágio de estudo para adquirir os materiais mais adequados. No início, é sempre melhor optar por materiais mais abrangentes e detalhados, para formar uma base consistente. Depois, quando faltar menos tempo para a prova, é mais importante focar em materiais mais objetivos para revisão e concentrar esforços na resolução de questões de provas anteriores.
Além disso, é preciso levar em conta que em algumas situações simplesmente não dá para construir um aprendizado tão completo e abrangente quanto gostaríamos. Em meu concurso de AFRFB 2009/2010, o edital trouxe como novidade a cobrança de 15 questões de Direito Comercial, Direito Penal e Direito Civil; ou seja, cinco questões de cada. Eram tão poucos pontos em jogo nessas matérias que não valia a pena investir muito tempo nesse conteúdo. Assim, estudei só por umas apostilas rasteiras de um cursinho e mais o Bizu do Ponto dos Concursos. Foi o suficiente para eu conseguir um pouco mais que o mínimo e garantir minha aprovação, o que foi uma ótima relação custo-benefício. 27
Em relação aos autores indicados para ter um bom material de referência, seja livro ou apostila, é difícil indicar apenas alguns nomes, pois hoje em dia existem várias opções. Em algumas matérias, não há duvidas – os livros de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino são indiscutíveis em Direito Administrativo e Constitucional. Em outras, recomendo que os alunos conversem entre si, para saber os autores preferidos dos demais concurseiros, e que pesquisem referências em fóruns na internet, por exemplo. Vendendo nosso peixe, não posso deixar de dizer que os materiais dos professores do Ponto dos Concursos são sempre ótimas opções! É claro que isso é uma propaganda. Mas também é uma garantia atestada por anos de experiência e sucesso no mercado.
Concluindo, o aluno deve escolher os materiais sempre com foco na qualidade. Leve em consideração o peso da disciplina no concurso e seu estágio de preparação na hora de escolher. No início é melhor optar por materiais mais abrangentes e depois refinar os estudos com outros mais objetivos e focados em exercícios. Quanto mais importante a matéria, maior o investimento de tempo e dinheiro nos materiais. Por fim, escolha materiais que lhe dê confiança e segurança e avalie a qualidade de seu aprendizado através de seu desempenho nos exercícios e nas próprias provas. Se você não vê que seus estudos estão progredindo, talvez seja a hora de substituir o material de estudo.
Exercícios: nunca faça sem ter o gabarito
Resolver questões de provas anteriores é um excelente exercício para fixar a matéria, avaliar sua assimilação do conteúdo e aprender como a banca costuma cobrar os assuntos nas provas. As bancas organizadoras de concursos públicos elaboram centenas de provas que cobram disciplinas 28
semelhantes. Assim, fica difícil criar questões sempre diferentes, que abordem pontos novos da matéria. Portanto, o candidato que consegue incluir a resolução de muitos exercícios em sua preparação, principalmente nos últimos meses ou semanas antes da prova, ganha familiaridade com o tipo de pergunta da banca e pode até encontrar uma questão já cobrada em provas anteriores no dia do seu concurso, o que não é raro.
Desse modo, não resta dúvidas sobre a eficiência da resolução de questões de provas anteriores na preparação para concurso. Contudo, uma dica importante que ouvi do Alexandre Meirelles (se não me engano) é sobre o risco de fazer exercícios sem gabarito. O momento de resolução de exercícios é quando você fixa a matéria e cria seu arsenal de respostas para usar na hora da prova. Se você resolve questões sem ter o gabarito, você corre o risco de errar questões pensando que está certo e repetir esses erros na hora da prova. Além disso, com frequência nos deparamos com questões dúbias, em que não há uma resposta inequívoca. Nesses casos, se você não tiver o gabarito, você vai acabar carregando essas dúvidas durante toda sua jornada e ficará inseguro sobre aquele conteúdo. Portanto, jamais resolva exercícios sem ter o gabarito.
Não odiar a matéria
Todo concurseiro que se dedica de verdade aos estudos, que passa muitos meses estudando várias matérias, acaba tendo uma preferência por uma ou por outra matéria. Certamente essas paixões variam muito: alguns adoram Direito Constitucional ou Direito Administrativo, outros podem passar horas resolvendo exercícios de Raciocínio Lógico. Há, ainda, os que se apaixonam por Direito Previdenciário, que foi o meu caso. Por mais incrível que possa parecer, existem também alunos que se encantam pelas regrinhas de 29
pontuação do Português ou pelos cálculos da Estatística! Essa diversidade é algo sensacional, uma verdadeira dádiva da vida.
Essas preferências se desenvolvem por várias razões: a empatia por um professor, que explica a matéria de um jeito estimulante; às vezes, é um interesse trazido desde os primeiros anos de escola, como a paixão pela matemática; e outras vezes o aluno tem afinidade com certo conteúdo decorrente de outras vivências, como sua experiência profissional. Como todos os concurseiros mais experientes já sabem, é muito mais gostoso estudar essas disciplinas que gostamos. Podemos passar horas lendo aquelas matérias com as quais temos mais afinidade. Nessa hora, o estudo rende, as horas correm e o aprendizado flui muito mais facilmente.
Não é à toa que aprendemos mais facilmente as matérias que gostamos. Nossa inteligência emocional está conectada à nossa inteligência cognitiva, ou seja, nossa capacidade de compreensão e assimilação de um conteúdo é influenciada por nossas sensações e emoções envolvidas no momento do aprendizado. Quando detestamos matemática por causa daquele professor carrasco que tivemos no primário, esse sentimento negativo nos deixa desinteressados na matéria e nosso cérebro se fecha para o aprendizado. Daí, quanto maior a dificuldade de compreensão, menos interesse e mais ódio pela matéria. Esse é um círculo vicioso do qual precisamos sair.
O candidato a concurso público que está completamente voltado para seu objetivo não pode se dar ao luxo de odiar uma matéria que será cobrada em seu concurso. Isso vai tornar seus estudos um verdadeiro martírio.
Alternativamente, quando gostamos da matéria, temos prazer em estudá-la e sua assimilação se torna muito mais fácil, pois a alegria de adquirir 30
novos conhecimentos deixa nosso cérebro aberto para o aprendizado. Daí, a facilidade de compreensão aumenta o interesse pela disciplina e estimula ainda mais o aprendizado. Assim, damos um grande passo quando saímos daquele círculo vicioso e entramos nesse círculo virtuoso. E como fazer para gostar de uma matéria que eu já odeio?
Uma estratégia muito importante para superar resistências a certas matérias e desenvolver o interesse por elas é a aproximação dos conteúdos da disciplina à sua realidade cotidiana. Quando você consegue construir pontes entre a teoria da matéria e a sua vida, certamente você terá mais interesse pela disciplina e começará a se abrir para aquele conhecimento. Portanto, busque fazer links entre os conteúdos estudados e sua experiência pessoal ou profissional.
Vejamos o exemplo do Direito Previdenciário. A Previdência Social é um sistema para o qual você contribui quando está trabalhando e gozando de boas condições de saúde, para que tenha direito a benefícios quando as adversidades da vida impedirem que você tenha condições de prover a própria subsistência. O Direito Previdenciário surge como o conjunto de regras que organiza e disciplina esse sistema.
E por que o Direito Previdenciário é importante em nossas vidas? Quando somos jovens, vivendo a plenitude de nossas capacidades, não costumamos dar a devida atenção à necessidade de nos preparar para quando não tivermos condições de trabalhar. Muitas pessoas não planejam sua velhice e acabam dependendo da família para ser sustentado. Não raro essas pessoas acabam se tornando um peso para os parentes. Essa é uma situação terrível pela qual ninguém quer passar. Quando paramos para pensar nessas questões, certamente surge o desejo de planejar um futuro tranquilo, 31
independente financeiramente e no qual possamos enfrentar as adversidades da vida com dignidade.
Essa é uma função essencial da Previdência Social: prover a subsistência de seus beneficiários quando eles enfrentam riscos sociais que os impedem de trabalhar. Contudo, todos sabemos que nossa Previdência Social garante só o básico. Assim, podemos expandir esse raciocínio para desenvolvermos hábitos mais consistentes para conquistar a verdadeira independência financeira, que nos permita viver uma velhice ainda cheia de realizações e prazeres. Quem sabe possamos pensar numa plano de previdência privada para reforçar nossos rendimentos no futuro? E então, não é gostoso nos imaginar como aqueles velhinhos que curtem a terceira idade viajando e ainda aproveitando coisas boas da vida? O Direito Previdenciário nos alerta sobre a necessidade de pensarmos nessas questões.
Vou dar outro exemplo com Contabilidade. Antes de começar a estudar para o concurso de AFRFB, meu único contato com Contabilidade havia sido através de uma matéria do curso de pós-graduação chamada “Contabilidade para Executivos”. Quando fiz essa matéria, achei a coisa mais chata do mundo, com regrinhas bobas que não faziam o menor sentido. Por que o Ativo tem sinal negativo se é uma coisa boa?
Quando comecei a estudar Contabilidade para concurso, logo percebi que eu tinha que mudar minha relação com a matéria. Primeiramente, ignorei tudo o que eu já havia visto sobre aquilo e parti do zero, como se eu fosse uma página em branco. Isso foi importante para diminuir minha resistência à matéria. Depois, comecei a tentar aproximar o conteúdo da disciplina da minha realidade. Fiz isso pensando na aplicação da teoria às minhas finanças pessoais. Logo percebi que a Contabilidade é uma ferramenta muito útil para o controle das finanças de um modo geral. 32
Primeiramente, é importante saber se você gasta mais do que recebe no mês. A Contabilidade faz esse controle na “Demonstração do Resultado do Exercício”. Se você consegue gastar menos do que recebe, dá para poupar e fazer investimentos, construindo um patrimônio. Do contrário, aparecem as dívidas. Para controlar essa situação patrimonial é que existe o “Balanço Patrimonial”. Quando você passa no concurso e começa a ganhar bem, o gerente do banco logo te oferece vários cartões de crédito com vários benefícios. Daí, quando você começa a usar, percebe que o dia que você faz compras não coincide com o dia do efetivo pagamento, pois o cartão só vence no mês seguinte. Essa não coincidência de datas vai atrapalhar seu controle do dinheiro e será preciso pensar numa “Demonstração dos Fluxos de Caixa” para controlar essa situação.
Fazendo essa aplicação do conhecimento teórico na sua vida e aproximando o conteúdo de sua realidade, ainda que só na imaginação, fica tudo mais fácil e seu cérebro se abre para o aprendizado. É preciso deixar de lado as resistências que trazemos de experiências passadas e ser criativo para se aproximar das matérias e desenvolver sentimentos positivos em relação a elas. Os benefícios desse exercício são enormes!
A última dica é a mais óbvia: se depois de todos esses argumentos você ainda não se convenceu que Direito Previdenciário ou Contabilidade são matérias interessantíssimas, estude bastante nem que seja só para passar no concurso. Em algumas das matérias que normalmente as pessoas têm mais dificuldade, como Contabilidade ou Raciocínio Lógico, eu adorava imaginar que meu estudo daquela matéria faria a diferença para a minha aprovação. Quando os candidatos em geral têm resistência a uma matéria e dificuldade de aprendê-la, é aí que você tem as maiores oportunidades de fazer a diferença e dar um passo na frente dos demais. Desse modo, quando os demais disserem “eu não consigo aprender essa matéria”, pense “eu adoro essa matéria, é ela 33
que vai garantir minha vaga”! Ainda que você não seja apaixonado pela matéria, você acaba desenvolvendo sentimentos positivos e facilitando seu aprendizado.
3. TÉCNICAS DE ESTUDO
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Calendário Dinâmico de Estudos
Quando comecei a me preparar para concurso, eu não tinha nenhuma técnica ou método para gerenciar meus estudos. Inicialmente, meu jeito de estudar era escolher uma disciplina aleatória e estudar aquela matéria o máximo possível, para “matar” um assunto e poder passar para o próximo. Acontece que, estudando dessa maneira, à medida que as horas iam passando, meu interesse por aquela matéria ia diminuindo, acompanhado pelo meu nível de concentração. É muito cansativo e maçante pensar no mesmo assunto durante várias horas, às vezes por vários dias. Se nos deparamos com alguma dificuldade de assimilação nesse processo, aí a tarefa torna-se ainda mais difícil: nosso cérebro se fecha para qualquer aprendizado e ficamos desestimulados a prosseguir.
Diante desse cenário, percebi que meus estudos não estavam rendendo bem nas primeiras semanas e eu não estava aprendendo praticamente nada. Foi quando decidi procurar dicas de estudo. Já que existiam tantas pessoas focadas em concurso público, devia ter alguém que sabia um jeito melhor ou mais fácil de estudar, pois da forma como eu estava fazendo ficaria complicado seguir em frente. Foi aí que descobri o Alexandre Meirelles. Quando vi ele dizendo que o estudo para concurso era diferente do estudo de colégio ou de faculdade, logo me interessei. Como minha experiência maior de estudo havia sido no colégio e na faculdade, eu estava encarando o novo desafio dos concursos como eu havia feito naquela época. No entanto, notei que eu estudava a matéria toda sobre um assunto, mas logo depois já tinha esquecido tudo, assim como acontecia depois da data da prova, no tempo de colégio.
Para melhorar minha rotina de estudo, a ideia inicial foi a técnica de Ciclos de Estudo do Alexandre Meirelles. Montei um primeiro ciclo com as 35
matérias principais do concurso de AFRFB, intercalando as várias disciplinas, e comecei a estudá-las. Esse foi o primeiro ciclo de 29 horas que eu montei:
A adoção dessa técnica já foi um enorme ganho, pois no método de Ciclos as sessões de estudo de cada matéria são mais curtas, então num mesmo dia eu estudava duas ou três disciplinas diferentes. Assim, minha motivação era maior, pois eu tinha a sensação de que estava aprendendo mais. Naturalmente, a ideia era ir acrescentando outras matérias à medida que eu avançasse nessas mais importantes.
Entretanto, depois de duas semanas seguindo esse método, logo vi que eu tinha uma grande dificuldade. Como eu ainda estava na fase inicial de preparação, meu maior desafio era criar o hábito de estudar, pois meu corpo ainda não estava acostumado a ficar longos períodos estudando. Nesse 36
estágio, ficar duas horas sentado era praticamente impossível: eu não tinha posição na cadeira, ficava inquieto pensando em outras coisas e sempre me levantava para me distrair por uns minutos. No transcorrer do dia, o cansaço sempre chegava antes do programado e eu acabava estudando menos do que o planejado.
A técnica dos Ciclos tem o propósito de aumentar a produtividade dos estudos, motivando o aluno a estudar mais. O objetivo é que o aluno persiga a meta de “girar” o ciclo cada vez mais rápido. Logo, quanto mais horas de estudo por dia, menos dias para concluir o ciclo. Contudo, essa lógica simplesmente não estava funcionando para mim. Ao invés de me estimular a estudar cada dia mais, eu sempre pensava que poderia continuar o ciclo no dia seguinte e postergava meus estudos. Resultado: ao final do dia, eu nunca conseguia estudar a quantidade de horas que eu havia planejado. Da mesma forma, eu não gostava de chegar ao fim da semana no meio de um ciclo, ficava com a sensação de que estava deixando um serviço inacabado.
Além disso, eu logo senti a necessidade de ter um pouco mais de flexibilidade no meu cronograma. Quando você faz sessões curtas de estudo, frequentemente acontece de você precisar passar um pouco do tempo programado para terminar um trecho do livro ou fazer mais um exercício. Não há nenhum problema em estudar 2h15’ ao invés das 2 horas programadas, por exemplo. O que não deve haver é uma obrigação de estudar um capítulo até o final. Por que não interromper a leitura numa subseção e continuar depois? Na maioria das vezes, isso não compromete o aprendizado. Também na técnica de Ciclos você pode ultrapassar o tempo estabelecido para uma matéria e descontar depois. A técnica te permite esse tipo de ajuste. Contudo, meu problema é que eu não conseguia manter o controle disso e acabava não completando o ciclo redondinho.
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O que quero dizer é que não é a técnica do Ciclo de Estudos que tenha problema. O problema é que eu não consegui me adaptar bem a ela e logo percebi que eu podia melhorar ainda mais meu desempenho. Esse tipo de técnica de estudo tem essa dinâmica, os resultados não são os mesmos para todo mundo. Alguns se adaptam melhor estudando de um jeito, outros têm fórmulas distintas. O importante é perseguir mais produtividade nos estudos, para que você não desperdice seu tempo. Caso contrário, corremos o risco de ficar pra trás na busca por um cargo público. Percebendo minhas dificuldades, fiz algumas alterações naquele método e criei uma técnica de estudo que funcionou melhor para mim. Dei o nome a esse método de “Calendário Dinâmico de Estudo”.
O objetivo principal do Calendário Dinâmico de Estudo é melhorar o processo de aprendizagem do candidato, permitindo maximizar a produtividade do tempo dedicado à sua preparação para concurso. Como fazer isso?
Definindo as matérias a serem estudadas
Para começar a estudar seguindo seu Calendário de Estudos, primeiro você tem que preparar o terreno. Inicialmente, é preciso que você já tenha definido, dentro do serviço público, uma área de seu interesse (cap. 1). Uma vez definido seu concurso ou área de interesse, faça uma lista de todas as disciplinas que você terá de estudar para estar bem preparado para as provas que enfrentará. De preferência, tome como base o conteúdo programático do edital de seu concurso preferido.
Para ficar mais claro o funcionamento do método, vou usar como exemplo minha preparação para o AFRFB. Foquei meus estudos nesse 38
concurso, que abrange muitas disciplinas, e estava disposto a fazer adaptações para enfrentar outras provas que me interessassem. Assim, fiz a seguinte lista de disciplinas baseado no edital do concurso:
- Português
- Direito Tributário
- Inglês
- Comércio Internacional
- Raciocínio Lógico
- Contabilidade
- Direito Civil, Penal e Comercial
- Auditoria
- Direito Administrativo
- Administração Pública
- Direito Constitucional
- Economia e Finanças Públicas
- Direito Previdenciário
Considerando que Direito Civil, Penal e Comercial são matérias diferentes, assim como Economia e Finanças Públicas, temos um total de 16 disciplinas. É uma quantidade enorme de matérias para aprender! Independentemente de sua área e de seu concurso, certamente sua lista também será grande. Contudo, não entre em pânico! Nessa primeira tarefa, o importante é você ter uma lista completa para visualizar todas as disciplinas que precisará estudar para estar bem preparado para o concurso que almeja. Quando chegar perto da data da prova, o ideal é que você tenha conseguido estudar todos os conteúdos de todas as disciplinas dessa lista.
A partir dessa lista enorme, faça outra lista mais enxuta das matérias mais importantes pelas quais você deseja começar e deixe as demais para um momento posterior. É contraproducente iniciar encarando quase duas dezenas de matérias diferentes de uma só vez. Portanto, faça outra lista menor e vá incluindo as matérias menos importantes à medida que for avançando nas principais. Para escolher as mais importantes, leve em consideração aquelas 39
que são mais cobradas nos concursos e que têm mais peso nos certames para os quais você deseja se preparar. É fundamental levar em conta seu estágio de preparação na hora de escolher a quantidade de matérias que irá estudar. No nosso exemplo, minha lista inicial de estudos continha as seguintes matérias:
- Português
- Direito Tributário
- Raciocínio Lógico
- Comércio Internacional
- Direito Administrativo
- Contabilidade
- Direito Constitucional
- Auditoria
- Direito Previdenciário
Nessa lista menor, a quantidade de matérias diminuiu para “apenas” 9. Embora ainda sejam várias matérias, é uma quantidade mais razoável para começar os estudos. Quando você ainda não tem um bom domínio da matéria, fica difícil conciliar o aprendizado do conteúdo de mais de uma dezena de disciplinas novas. Por isso, se você tentar começar seus estudos encarando todas as matérias do concurso de uma só vez, provavelmente terá mais dificuldade.
Uma vez que você tenha definido quais são as disciplinas a serem estudadas, por qual conteúdo começar? O conteúdo programático contido no edital do seu concurso (pode ser o edital do último concurso do cargo almejado) deve orientar seu estudo de cada matéria. Portanto, quando você for estudar Direito Administrativo, veja quais são os assuntos cobrados no edital e siga aquela ordem. Assim, vá marcando os conteúdos já estudados no edital para você controlar seu progresso em cada disciplina.
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Esse controle do estudo das matérias através do conteúdo programático do edital é que vai te permitir avaliar a hora adequada de incluir novas disciplinas em seu Calendário de Estudo. Digamos que, no nosso exemplo, você já tenha estudado mais de 50% dos pontos do conteúdo de Direito Administrativo, Constitucional, Tributário e Previdenciário. Ora, nesse momento você já terá uma boa base e pode diminuir um pouco o tempo dedicado a essas disciplinas para se dedicar a estudar outras matérias, como Direito Civil, Penal e Comercial, por exemplo.
O objetivo desse processo é incluir novas matérias à medida que for avançando nas demais, para chegar na data da prova tendo estudado todo o conteúdo de todas as matérias. Algumas pessoas gostam de estudar uma matéria toda e só depois passar para a próxima, eliminando as disciplinas já estudadas de sua lista. Como diz o Alexandre Meirelles, é muito melhor gerenciar os estudos para avançar em todas as disciplinas de forma equilibrada, pois se você terminar uma disciplina e parar de estuda-la, você acaba esquecendo aquela matéria e perdendo desempenho.
No nosso método, a ideia é criar uma base sólida inicialmente, concentrando nas disciplinas mais importantes, e ir avançando nas outras matérias, de forma a chegar na época da prova terminando de estudar o conteúdo de todas as matérias. Naturalmente, se você tiver tempo para terminar o estudo de todo o conteúdo antes da prova, depois você terá tempo para fazer revisões das matérias, o que é ainda melhor. Administre as revisões de todas as matérias de forma equilibrada, a fim de manter um alto nível em todas elas.
Metas de estudo 41
Uma questão importantíssima no planejamento de estudo é a disciplina para sentar na cadeira e conseguir estudar o tempo programado. Não dá para estudar só quando a gente tem vontade, pois as fontes de distração são intermináveis. Por isso, é fundamental traçar metas de estudo, para que você tenha motivação para persegui-las e para que elas sirvam de parâmetro de controle da sua rotina.
Sem metas de estudo, você sempre está olhando para trás, focando no passado. Digamos que depois de um dia de estudo, você contabiliza e vê que estudou 5 horas líquidas. Se você não tinha uma meta para aquele dia, o registro de 5 horas de estudo é apenas uma constatação, resultando numa atitude passiva. O tempo de 5 horas é suficiente? Depende de várias coisas. O problema é que sem a meta você fica sem referência e não assume uma atitude proativa necessária para alcançar seu objetivo. Provavelmente você poderia ter estudado mais e ficará angustiado com a sensação de ter desperdiçado um tempo precioso.
Sua meta de estudo deve ser um compromisso pessoal diário. Ela serve para te alertar que você deve voltar aos estudos quando o intervalo começa a se esticar demais ou quando bate aquela preguiça depois do almoço. A meta não batida num dia é o puxão de orelha e um alerta de que você terá que compensar no dia seguinte. Desse modo, o acompanhamento de seu tempo de estudo te auxilia a balizar sua rotina para ir ao encontro de seu objetivo maior, maximizando sua dedicação aos estudos.
A razão de ser número 1 das metas de estudo é algo essencial para os concurseiros: tranquilidade! Todos nós sabemos que a pressão é grande durante o período de preparação para concurso. É pressão do cônjuge, dos pais, das contas para pagar, dos filhos, da sociedade... As metas de estudo 42
contribuem para afastar a angústia dos alunos, que também se cobram constantemente. Se você estabelecer suas metas e conseguir cumpri-las, terá a gostosa sensação de dever cumprido e afastará essa angústia.
Tendo em mente seu tempo disponível para estudar, trace metas de estudo diárias e semanais. Eu considero a meta de estudo semanal especialmente importante, pois ela serve de parâmetro final. Se você trabalha durante o dia e traça uma meta de 3 horas diárias de estudo, com alguma frequência você não conseguirá atingir as 3 horas. Contudo, o importante é chegar ao final da sexta-feira completando as 15 horas semanais, compensando os dias em que não conseguiu bater a meta diária.
Ao estabelecer uma quantidade de horas líquidas de estudo, tanto para um dia quanto para uma semana, seja realista sem ser preguiçoso. As metas de estudo têm que ser, simultaneamente, desafiadoras e realistas. Se você estabelecer uma meta muito baixa, ela não servirá de estímulo para que você consiga estudar o máximo possível e você estará desperdiçando parte de seu tempo. Por outro lado, se a meta for muito alta, você não conseguirá alcança-la e vai ficar desmotivado com seu insucesso.
No meu caso, minha meta de estudo diária era de 7 horas líquidas, enquanto a semanal era de 35 horas. Com o tempo, acabei fixando meu piso semanal em 32 horas, pois nem sempre eu conseguia estudar 7 horas líquidas. Assim, meu tempo de estudo oscilava entre 32 e 35 horas por semana, o que garantia mais de 6 horas líquidas por dia e me dava a certeza de estar fazendo um bom trabalho. Essa é a ideia da meta, um parâmetro para o qual você converge seus esforços. É importante não forçar muito a meta para cima, se não você acaba comprometendo seu estudo no médio prazo e gera desmotivação. 43
No início, minha meta de estudo era de 5 horas líquidas diárias e fui aumentando um pouquinho a cada semana, até chegar nessa meta de 35 horas semanais nos meses que antecederam a prova de AFRFB. Essa evolução gradual é importante, pois nosso corpo e nossa mente precisa se habituar ao estudo prolongado.
Jamais extrapole seus limites a ponto de prejudicar sua saúde. Dormir bem é fundamental para um bom aprendizado. Às vezes eu tentava bater recorde de estudo num dia e simplesmente não conseguia estudar nada no dia seguinte. Uma vez, fiquei estudando até meia-noite e completei 9h15’ líquidas de estudo. Esse foi meu recorde! Achei o máximo. O problema é que no dia seguinte mal consegui estudar 3h. Resultado: teria sido melhor estudar 7h em cada dia. Portanto, para uma preparação sólida, é mais importante ter constância e equilíbrio.
Cada um de nós tem uma realidade diferente. Independentemente dos seus outros compromissos, estabeleça metas adequadas para sua rotina, mas que maximizem sua dedicação. O mais importante é estabelecer uma meta realista que exija seu empenho sem ultrapassar seus limites. Esse processo exigirá uma sintonia fina ao longo das semanas para que você aumente seu tempo de estudo na medida do possível, até encontrar seu nível máximo de estudo. Não seja preguiçoso nem ultrapasse seus limites.
Montando seu Calendário de Estudo
Quando eu comecei a organizar meus estudos seguindo um método, percebi que era preciso conciliar duas necessidades: disciplina e flexibilidade. Eu precisava de disciplina para estudar mais, pois se dependesse só de minha 44
vontade de estudar, eu estudaria muito pouco e desperdiçaria um tempo precioso. Ao mesmo tempo, eu também precisava de uma certa flexibilidade. Era simplesmente impossível estudar lendo regrinhas de pontuação (Português) depois do almoço, pois o sono não permitia. Nessas ocasiões, era melhor adaptar o planejamento para fazer uma atividade mais adequada, como resolver questões de Raciocínio Lógico, por exemplo.
A partir dessas constatações, desenvolvi duas ferramentas básicas para planejar e gerenciar meus estudos: o Calendário de Estudo e a Agenda de Estudo. O Calendário de Estudo é a ferramenta que controla as metas de estudo e garante a disciplina necessária na preparação. Já a Agenda de Estudo organiza a seleção e a ordem das matérias a serem estudadas, permitindo as flexibilidades necessárias para aumentar a produtividade do estudo.
Explico, primeiramente, como funciona a Agenda de Estudo. No início de cada semana, preferencialmente no domingo, faça uma programação de estudo para a semana toda, começando a partir de segunda. Estabeleça suas metas de estudo e liste as matérias que você estudará cada dia da semana, lembrando-se de separá-las em sessões com tempo máximo de 2 horas. Use uma agenda de verdade e faça sua programação a lápis, de tal forma que seja possível apagar e fazer as adaptações necessárias.
Segue um exemplo para um candidato hipotético ao concurso de AFRFB que trabalha e traçou como meta estudar 3 horas por dia, durante a semana, e mais 7 horas por dia nos finais-de-semana. O exemplo se baseia naquela lista de disciplinas mais restrita para um aluno iniciante, só com as matérias mais importantes, apresentada na seção anterior:
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Agenda de Estudo (exemplo)
SEG
→
TER
→
QUA
→
QUI
19:00h às 20:45h – Dir. Trib. (1h45’); + 21:00h às 22:15h – RL (1h15’)
19:00h às 20:45h – Dir. Const. (1h45’); +21:00h às 22:15h – Contab (1h15’)
19:00h às 20:45h – Com. Int. (1h45’); + 21:00h às 22:15h – Audit. (1h15’)
→
SEX
SAB →
DOM →
19:00h às 20:45h – Dir. Adm. (1h45’); + 21:00h às 22:15h – Port. (1h15’)
19:00h às 20:45h – Dir. Prev. (1h45’); + 21:00h às 22:15h – Contab (1h15’)
→
→
9:00h às 10:30h – Dir. Adm. (1h30’); + 10:45h às 12:15h – Port. (1h30’)
14:00h às 16:00h – Dir. Trib. (2h); + 16:15h às 18:15h – Audit. (2h)
→
9:00h às 10:30h – Dir. Const. (1h30’); + 10:45h às 12:15h – RL (1h30’)
14:00h às 15:30h – Com. Int. (1h30’); + 15:45h às 16:45h – Contab. (1h’); + 17:00h às 18:30h – Dir. Prev. (1h30’)
Percebam que, nessa Agenda de Estudo, o aluno estudou cada disciplina pelo menos duas vezes durante a semana e as sessões de estudo são de, no máximo, 2 horas. Além disso, essa programação é para uma meta de 29 horas semanais, o que é um volume de estudo significativo, sobretudo para quem concilia os estudos com trabalho. Uma rotina tão rigorosa assim seria recomendável somente para os meses que antecedem a prova. 46
Bom, essa programação inicial da Agenda de Estudo é a primeira etapa. Contudo, um planejamento não deve engessar os estudos do aluno e é perfeitamente possível fazer ajustes, quando necessários. Se durante uma sessão de estudo, você sente a necessidade de prolongar o estudo daquela matéria por mais 15 minutos para concluir a seção do livro, não há problema. Prossiga por mais 15 minutos e anote o horário correto na agenda. Se em decorrência desse prolongamento, você reduz o tempo da próxima sessão, tudo bem. Anote na agenda as alterações que ocorreram na concretização da programação. Essa diferença entre o estudo planejado e o realizado é natural. Vejamos como ficaria no nosso exemplo anterior:
SEG 19:00h às 20:45h 21:00h– Dir. Adm. (1h45’ 2h); + 21:00h 21:15h às 22:15h – Port. (1h15’) →
Perceba que, apesar da mudança, o aluno manteve o estudo das 3 horas no dia, que era sua meta traçada. Como dito anteriormente, esse deve ser o foco da disciplina necessária para não desperdiçar o tempo de estudo. Mesmo que aconteçam imprevistos que te impeça de cumprir sua meta num dia, tente compensar nos outros dias para alcançar sua meta de estudo semanal.
O Calendário de Estudo é uma outra ferramenta que serve para consolidar os registros e fazer sua contabilidade dos estudos. Como visto anteriormente, a programação feita na Agenda é bastante flexível e ao final da semana você terá feito várias alterações dos registros, refletindo os ajustes entre aquilo que foi planejado e o que foi concretamente executado. O Calendário de Estudo serve para passar a limpo todo o registro dos estudos semanais e fechar a contabilização das horas de estudo, para que você faça o acompanhamento das metas de estudo. 47
Como fazer seu Calendário de Estudo? Para fazer meu Calendário, eu usava uma folha de papel ofício A4, na horizontal. Para tanto, criava linhas para 4 ou 5 semanas (que era o que cabia numa folha A4) e colunas para todos os dias da semana e mais uma para totalizar os estudos. Fica mais fácil visualizar através de ilustração. Considerando as informações do exemplo da Agenda, o Calendário daquela semana ficaria assim:
SEG
TER
QUA
QUI
18/10/2010
19/10/2010
20/10/2010
Dir Adm ‐ 2h Port ‐ 1h
Dir Trib‐ 1h45' RL ‐ 1h15'
TOTAL = 3h
TOTAL = 3h
Dir Cons 1h45' Com Int‐ Contab ‐ 1h15' 1h45' Audit ‐ TOTAL = 3h 1h15'
21/10/2010
TOTAL = 3h
SEX 22/10/2010
SAB
DOM
23/10/2010
24/10/2010
Dir Prev‐ 1h45' Dir Adm‐ 1h30' Contab ‐ 1h15' Port ‐ 1h30' Dir Trib‐ 2h TOTAL = 3h Audit ‐ 2h TOTAL = 7h
Total da Semana
Dir Cons 1h30' RL ‐ 1h30' Com Int‐ 1h30' Contab ‐ 1h Dir Prev‐ 1h30' TOTAL = 7h
25/out
26/out
27/out
28/out
29/out
30/out
Meta ‐ 29hs
‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ Total da Semana = 29hs √
31/out
Meta ‐ 29hs
‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ Total da Semana =
01/nov
02/nov
03/nov
04/nov
05/nov
06/nov
07/nov
Meta ‐ 29hs
‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ Total da Semana = 08/nov
09/nov
10/nov
11/nov
12/nov
13/nov
14/nov
Meta ‐ 29hs
‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ Total da Semana =
O Calendário de Estudos nada mais é do que o registro, numa folha A4, de seus horários de estudos realizados, que consolida as informações anotadas na Agenda de Estudo. Aqui, o importante não é o horário em que você estudou, mas a quantidade de horas estudadas, para fazer o acompanhamento de suas metas. Passe a limpo seu registro de horas da Agenda para o Calendário de Estudo ao final de cada dia. Assim, você terá o 48
controle de seu desempenho em relação a sua meta diária e, se ficar devendo tempo de estudo, poderá compensar já no dia seguinte.
Percebam que a última coluna é a mais importante. É a coluna que contabiliza o total de horas de estudo da semana. Esse deve ser seu foco. Se você conseguir cumprir sua meta de estudos, isso significa que você fez um bom trabalho durante a semana e terá a sensação de dever cumprido. Caso contrário, se o total de horas estudadas ficou abaixo da meta, você precisará se esforçar mais na semana seguinte e analisar o que pode ser corrigido em sua rotina de estudos.
Sempre que eu completava o preenchimento de uma folha do Calendário de Estudos, após 4 semanas, eu colava a folha num mural do meu quarto. Os números registrados na última coluna eram motivo de orgulho ou de vergonha. Os registros mostram algumas poucas semanas em que estive abaixo da minha meta, mas na grande maioria das semanas eu pude sentir aquela sensação de dever cumprido. Esse acompanhamento é muito estimulante, pois te dá a certeza de que está no caminho certo e de que sua aprovação está cada vez mais perto. Ainda hoje guardo minhas folhinhas do meu Calendário de Estudos.
A essa altura, você deve ter percebido que, no método do Calendário Dinâmico de Estudos, o planejamento dos estudos está estruturado em semanas. Nós estamos acostumados a programar nossas atividades em semanas, então acho que essa divisão contribui para a organização dos estudos e para o controle da nossa rotina.
Tenho certeza que muitos alunos vão gostar da organização desse método, mas terão dificuldade de manter a motivação para se dedicar a 49
cumprir metas rigorosas de estudo por dezenas de semanas. Inicialmente, digo que a meta semanal de 29 horas para alguém que trabalha é muito rigorosa. Ela pode ser adequada para os meses antes da prova, mas talvez seja melhor começar com uma meta próxima de 25 horas, pois é realmente difícil manter uma rotina em que não temos tempo para descansar sequer nos finais-desemana.
Além disso, para aqueles que encontrarem tempo durante os intervalos dos estudos, sugiro a leitura do livro do técnico Bernardinho da seleção de vôlei, “Transformando suor em ouro”. As palavras e os exemplos do Bernardinho demonstram o real valor da dedicação à preparação para alcançar o sucesso. Há uma passagem em que ele cita que “mais importante do que querer vencer é a vontade de se preparar para vencer”. Não tem jeito, você tem que buscar suas fontes de motivação. Depois de uma semana de dedicação e sacrifícios para cumprir sua meta, você já começará uma nova semana em que terá que fazer aquele esforço todo de novo. Por mais desgastante que seja, o sacrifício é recompensado após a aprovação.
No meu caso, à medida que eu cumpria minhas metas e via meu aprendizado evoluindo, minha rotina de preparação passou a me dar prazer, a ponto de eu ficar “tarado” por estudar. Eu adorava estudar na sexta-feira à noite, por exemplo, pois eu pensava que meus concorrentes estavam se divertindo e que aquelas horas fariam a diferença para minha aprovação. Como resultado dessa obsessão pela preparação, vem a confiança no resultado. Como disse o Bernardinho, você se prepara tanto que, quando chega o dia do jogo (da prova), você tem certeza que não existe ninguém mais bem preparado para enfrentar aquela competição do que você e que, portanto, você merece a vitória.
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Fechando o parêntese sobre motivação, vamos retomar o método do Calendário Dinâmico de Estudo. Vimos que a principal função do Calendário de Estudo é permitir o controle das horas de estudo e estimular o aluno a cumprir suas metas. Contudo, embora essa ferramenta possibilite o gerenciamento do tempo de estudo, ela não controla a evolução do aprendizado dos conteúdos das matérias. Como dito anteriormente, acredito que a melhor maneira de acompanhar a evolução de seu aprendizado dos conteúdos seja através da lista de assuntos do conteúdo programático do edital do seu concurso.
Estude pela sequência do edital e vá riscando os tópicos já estudados. Procure determinar os tempos dedicados a cada matéria para que você avance no aprendizado de todas as disciplinas de forma equilibrada. Se você percebe que está atrasado em determinada disciplina, destine um tempo maior da Agenda de Estudo para ela, de tal forma que em pouco tempo você alcance o mesmo nível das demais.
A essa altura, você deve estar se perguntando o que esse Calendário tem de dinâmico. Na realidade, até agora ainda não vimos o pulo do gato que justifica o nome do método. A dinâmica do método tem a ver com outra técnica, o Estudo Multitarefa, que pode dar uma agitada na sua Agenda de Estudo. No entanto, antes de falar sobre o Estudo Multitarefa, é preciso falar sobre a forma de encarar os conteúdos das disciplinas.
Já falamos sobre a organização dos horários de estudo e do controle das metas. Entretanto, não focamos ainda na melhor maneira de estudar os materiais para melhorar seu aprendizado. Você traçou sua Agenda de Estudo, já adquiriu seu material de referência e chegou a hora de encarar uma sessão de estudos de, digamos, Comércio Internacional. Qual a melhor maneira de estudar? Ler e reler a matéria? 51
Eu poderia falar dos estilos de aprendizagem diferentes e das melhores dicas de estudo para cada estilo. No entanto, a experiência no mundo dos concursos tem mostrado que os candidatos aprovados adotam técnicas de estudo parecidas, que são mais eficientes. Dentre essas técnicas, destaco a importância de se estudar fazendo resumos. Esse é o melhor jeito de aumentar a qualidade de seu aprendizado. Melhor do que ler 5 vezes a mesma matéria é ler uma vez e fazer um resumo daquilo.
Naturalmente, nem todas as matérias devem ser estudadas do mesmo jeito. A melhor forma de estudar Raciocínio Lógico, por exemplo, é fazendo exercícios. Depois de ter estudado um pouco de teoria, Português era outra disciplina que eu gostava de estudar resolvendo questões de provas anteriores. Entretanto, para a maioria das matérias, sobretudo as disciplinas de Direito, os resumos são excelentes para fixar o conteúdo. Sendo assim, recomendo que você encare os livros e apostilas seguindo algumas etapas:
1° passo: ler os capítulos, grifando os trechos mais importantes; 2° passo: fazer um resumo, transcrevendo para o papel as partes grifadas; 3° passo: resolver questões fechadas de provas anteriores.
1° passo: Leitura com grifos
De posse do material de referência para cada disciplina, a preparação deve ter início com o estudo dos capítulos dos livros, para ir avançando o aprendizado por assuntos. Não basta ler o capítulo, você precisa estudá-lo. A essa altura, você já percebeu que estudar para concurso é diferente de estudar para prova de colégio. Naquela época, você podia ler o material na véspera e fazer a prova no dia seguinte com a matéria fresquinha na memória. Para o 52
concurso, o intervalo de tempo entre o estudo da matéria e a prova é muito maior, além do volume incomparável de conteúdos. Logo, o método de estudo precisa ser diferente.
Considerando que você precisa aprender e reter o conteúdo das disciplinas por um bom tempo, seu método de estudo tem que lhe proporcionar um aprendizado duradouro. Assim, o primeiro passo é uma leitura atenta dos capítulos, grifando os pontos principais. Use caneta marca-texto, de uma cor que lhe chame a atenção, para grifar os trechos mais importantes. Os grifos lhe auxiliarão a fazer um resumo do capítulo posteriormente. Não grife tudo, senão você estará contrariando a razão de ser dessa técnica: quem grifa tudo não realça nada.
O objetivo deste método é fazer com que você só precise ler o livro uma vez para apreender o conteúdo. Os livros de algumas matérias têm centenas de páginas, e alguns concursos cobram mais de uma dezena de disciplinas. Logo, o volume de material é imenso. Se você tem que estudar meia dúzia de livros, cada um com mais de 500 páginas, e mais alguns livros de exercícios e tantos outros materiais, você não vai querer ter de ler cada capítulo dos materiais duas ou três vezes. Portanto, esse método de estudo pode até tomar muito tempo na primeira vez, mas você logo perceberá que ele lhe dará segurança para ler cada capítulo somente uma vez, já que se trata de um método mais concentrado.
2° passo: Resumo
O resumo é uma ferramenta que auxilia a maioria dos candidatos bemsucedidos em concursos. Não são todos os candidatos a concurso que estudam fazendo resumo, mas podemos dizer que a maioria dos candidatos 53
aprovados estudou fazendo resumo. Essa é uma técnica muito eficaz de aprendizado duradouro.
É certo que existem algumas características pessoais que influenciam no aprendizado individual de cada estudante. Nem sempre o que funciona para um é eficaz para todos. Eu sou adepto do resumo escrito à mão. Depois que você terminou de ler o capítulo do livro, grifando atentamente as partes mais importantes, faça um resumo à mão daquele capítulo, num caderno. Use, de preferência, um caderno que tenha folhas fáceis de serem destacadas para que você, quando terminar os resumos de todos os capítulos cobrados no edital daquela matéria, possa usar esse material resumido para fazer revisões posteriores. Assim, quando você precisar relembrar esse conteúdo, não precisará reler o capítulo inteiro do livro, mas apenas seu resumo.
Escrever o que já constava no livro não é um desperdício de tempo. Quando você lê um argumento, usa uma parte do cérebro. Já quando você escreve aquele argumento, usa outras partes do cérebro e coloca seu corpo em movimento para escrever aquela ideia, o que traz uma memória sinestésica do assunto, facilitando o aprendizado. Portanto, o simples fato de você escrever as partes mais importantes do conteúdo aumentará sua capacidade de assimilação da matéria. Certa vez vi uma entrevista do Saramago em que ele dizia: “Escrevo para tentar compreender as coisas”. É claro que essas palavras tinham um sentido muito mais profundo e filosófico naquele contexto, mas elas também valem para o seu resumo – escrever aumenta sua compreensão das coisas.
Assim, não pense que você desperdiçará tempo ao escrever à mão as partes mais importantes do livro. Na verdade, você está incorporando aquele conteúdo de tal forma que, quando você precisar relembrar aquele assunto na hora da prova, não só seu cérebro se recordará do conteúdo que você já leu, 54
mas também você terá a lembrança do movimento e do ato de escrever aquelas ideias no papel. Na hora de fazer provas discursivas, esse tipo de memória é ainda mais importante, pois você acaba construindo um banco de dados na memória com todos aqueles argumentos que você já escreveu anteriormente nos resumos.
3° passo: Resolver questões de provas anteriores
Após todo esse estudo da parte teórica da matéria, é hora de fazer muitos exercícios de provas anteriores para testar sua assimilação da matéria e para conhecer a maneira como as bancas cobram tal assunto. Prefira provas mais recentes e da mesma banca que irá organizar o concurso para o qual você está estudando. Faça o máximo de exercícios fechados de provas anteriores que conseguir.
Se o aluno seguir as técnicas de estudo que estamos recomendando, fazendo intervalos, no máximo, a cada duas horas, e estudando por sessões intercaladas de matérias distintas, o momento de fazer exercício não será logo depois do término da leitura do capítulo. Procure dar um intervalo de alguns dias entre o término do resumo e os exercícios, para forçar sua memória. Se você fizer os exercícios assim que acabar de ler o capítulo, seu índice de acertos será muito maior, mas não servirá como indicador de retenção prolongada da matéria. Os exercícios depois de alguns dias servirão de mapeamento do aprendizado. Volte às questões que você errou e reveja esse trecho da matéria no resumo, para fixar a resposta correta e os pontos tratados na questão.
Exercícios de provas anteriores também são muito úteis para revisar a matéria no período próximo à prova. As bancas organizadoras de concursos 55
não têm imaginação ilimitada para fazer questões sempre novas, então a maneira de cobrar o conteúdo costuma ser semelhante ao que já foi cobrado no passado. Assim, se o aluno fizer vários exercícios daquela banca, consolidará o aprendizado da matéria da forma como será cobrada na prova. Nesse sentido, alguns candidatos que já têm muita bagagem em certas disciplinas estudam somente fazendo questões de provas anteriores. Essa pode ser uma boa estratégia para disciplinas que você já domina bem e certamente é uma boa técnica de estudo para o período que antecede a prova.
Alguns alunos têm dificuldade de encontrar um número suficiente de questões de provas anteriores para fazer esse tipo de exercício. É muito importante que esse treinamento concentre-se nas questões da mesma banca organizadora do concurso para o qual o aluno está se preparando e que sejam, na medida do possível, questões recentes. Nesse cenário, montar um banco de questões para praticar realmente pode ser complicado. Todavia, hoje em dia já existem livros especializados somente em questões de determinadas bancas, que trazem, inclusive, os comentários das respostas. Adicionalmente, os fóruns na internet também podem ser uma boa fonte de questões. Sendo assim, encontre várias questões e mãos à obra!
Estudo Multitarefa: dinamizando sua Agenda de Estudo
A ideia de estudo multitarefa é outra ferramenta que possibilita o aumento da produtividade dos estudos. Primeiramente, ela parte da constatação de que estudar não é só ler um livro ou assistir a uma aula. Através das etapas de estudo vistas anteriormente, definimos algumas tarefas envolvidas na melhor assimilação dos conteúdos: leitura com grifos, redação dos resumos e resolução de exercícios. O pulo do gato dessa técnica é 56
aproveitar as diferentes tarefas para tornar o estudo mais interessante e melhorar seu aprendizado.
Desde o início tenho defendido que estudar a mesma matéria, do mesmo jeito, fazendo as mesmas coisas, é muito cansativo e contraproducente, ainda mais quando esse estudo é prolongado. Portanto, a técnica do Estudo Multitarefa ajuda a melhorar a produtividade do estudo ao alternar o tipo de tarefa que exigimos do nosso cérebro.
A leitura de um livro exige muita atenção e concentração para assimilação das ideias. Com algum esforço, podemos ler a matéria durante uma sessão de estudo de 2 horas ou até mais. Contudo, se você for estudar um dia inteiro só fazendo leitura de novos conteúdos, dificilmente você conseguirá manter sua concentração num nível elevado durante todo o tempo e certamente a qualidade do seu estudo ficará comprometida. Portanto, depois de um período de leitura, o ideal é que você alterne seu estudo com a resolução de questões ou redigindo seus resumos.
O momento em que você está redigindo um resumo é muito diferente da leitura do conteúdo. Quando você está lendo, você está assimilando as ideias e argumentos pela primeira vez. Já no momento do resumo, você está fixando aquele conteúdo através do registro escrito da matéria. A leitura é um exercício puramente mental, que exige alta concentração. Já o resumo é uma atividade cognitiva que explora sua função motora no aprendizado, envolvendo seu corpo em movimento.
Também a resolução de exercícios tem uma dinâmica diferente da leitura, pois é uma atividade que simula o tipo de tarefa que você enfrentará na prova e envolve o desafio de testar o conhecimento adquirido. Portanto, optar 57
por fazer um resumo ou resolver exercícios é uma ótima escolha para aqueles momentos em que você não está 100% concentrado ou quando você está sonolento após o almoço. É muito comum também ter dificuldade para começar a estudar, pois nem sempre você está no ritmo do estudo. Nesses casos, começar escrevendo um resumo é uma ótima maneira de iniciar e engrenar uma boa jornada de estudo.
O Estudo Multitarefa traz um benefício que deve fazer parte de sua Agenda de Estudo e que terá consequências no seu Calendário de Estudo. Ao alternar as tarefas envolvidas no estudo, você está estimulando outras partes do seu cérebro e contribuindo para a manutenção de sua concentração e interesse nos estudos. Portanto, vamos retomar sua Agenda de Estudo para esclarecer como você deve aplicar o Estudo Multitarefa em sua rotina.
Quando você faz sua programação de estudo para a semana, você não leva em conta a etapa de estudo de cada matéria. Contudo, ao iniciar seus estudos, você deve levar em conta seu nível de concentração e seu estado físico e mental para escolher qual matéria estudar primeiro. De nada adianta ler uma matéria difícil e cheia de detalhes depois do almoço ou às 22 horas, se você estiver muito cansado e começar a dormir em cima do livro. Nessas horas, é melhor fazer ajustes em sua programação e trocar a ordem das disciplinas para que você estude outra matéria em que estará na etapa de redigir um resumo ou resolver questões, que te deixará mais acordado e melhorará a produtividade desse estudo.
Essa é a verdadeira essência do Calendário Dinâmico de Estudo. É importante você dinamizar seu estudo para que seu cérebro não fique entediado e você mantenha sempre seu nível de concentração e interesse elevado. Usando as flexibilidades do Método que descrevemos até aqui, você estará contribuindo para seu cérebro trabalhar a seu favor, e não contra. Às 58
vezes não percebemos essas nossas necessidades e ficamos nadando contra a correnteza: você se força a ler uma matéria complicada quando não está muito concentrado e não consegue sair da primeira página, pois tem que ficar voltando no texto porque lê e relê e não entende nada.
Já vimos que há uma diferença considerável entre a programação de estudo que você faz na Agenda de Estudo e o que é efetivamente realizado. Além de fazer os ajustes de tempo de cada matéria, também é importante alterarmos a ordem das matérias que serão estudadas para incluirmos o Estudo Multitarefa no método. Assim, não hesite em mudar a ordem e estudar hoje uma matéria que estava programada para ser estudada amanhã, caso você avalie que seu estudo será mais produtivo se envolver um resumo naquele momento. Isso não atrapalha em nada seu planejamento, pelo contrário. O mais importante é não perder o foco nas metas de estudo e construir seu Calendário Dinâmico de Estudo de forma a maximizar a produtividade de seus estudos.
4. MÉTODO DE ESTUDO INTEGRADO
O Método de Estudo Integrado é um método que foca na preparação para concursos que cobrem provas discursivas. Escrevi um livro em parceria com a Gisele Sulsbach, que é minha colega de Receita e também é professora do Ponto, em que desenvolvemos esse método mais detalhadamente e damos 59
várias outras dicas para as provas discursivas: é o Guia Prático de Discursivas . O Estudo Integrado permite que o aluno se prepare simultaneamente, de maneira complementar e sinérgica, para as provas objetivas e discursivas, sem que seu desempenho fique prejudicado em nenhuma das provas.
Geralmente, as provas discursivas cobram apenas parte das disciplinas que são pedidas na prova objetiva. Quando o edital define que a prova discursiva abordará o conteúdo de algumas disciplinas específicas, o aluno tem que adotar um método de estudo especial para essas disciplinas que poderão ser cobradas na prova aberta.
Naturalmente, as disciplinas cobradas nas provas discursivas dos concursos são aquelas mais relevantes para o exercício da função do respectivo cargo público almejado. Além disso, a própria natureza da questão discursiva inviabiliza a cobrança de alguns conteúdos, como, por exemplo, Raciocínio Lógico e alguns assuntos de Contabilidade e Matemática. Logo, as matérias mais recorrentes na etapa discursiva dos concursos são as disciplinas de Direito e de Ciências Sociais e Economia. Direito Administrativo e Direito Constitucional são cobradas em quase todos os concursos. Para a Receita Federal, Direito Tributário e Comércio Internacional. Para o MPOG, Políticas Públicas e Administração Financeira e Orçamentária. Para o AFT, Direito do Trabalho. Esses são alguns exemplos de disciplinas cobradas, dentre diversas outras.
Sendo assim, o Método de Estudo Integrado é adequado para esse tipo de matéria cobrada nas questões discursivas, que exige muita leitura e o aprendizado de argumentos técnicos baseados na legislação, doutrina ou jurisprudência. Logo, aproveite tais técnicas para essas disciplinas e não as tome como uma fórmula mágica para todas as matérias. Ao ler as dicas, você perceberá que esse método de estudo não é adequado para estudar 60
Raciocínio Lógico, por exemplo. Feita essa advertência, vejamos como integrar seu método de estudo.
Adicione duas etapas àquela sequência já recomendada e você terá o passo a passo do Método de Estudo Integrado:
1° passo: ler os capítulos, grifando os trechos mais importantes; 2° passo: fazer um resumo, transcrevendo para o papel as partes grifadas; 3° passo: elencar os conceitos-chave do capítulo; 4° passo: resolver questões fechadas de provas anteriores; 5° passo: elaborar uma questão discursiva do assunto.
Os passos 1 e 2 do Estudo Integrado, como visto anteriormente, são aplicáveis tanto a provas objetivas quanto a provas discursivas. O passo 4 é uma preparação voltada para questões fechadas, que já havíamos comentado. O diferencial está no terceiro e no quinto passos. Eles representam um pequeno esforço adicional no estudo dos candidatos, mas que fará uma grande diferença na prova discursiva e, no conjunto, garantirão uma preparação mais completa, equilibrada e integrada frente às várias etapas de avaliação do concurso.
Conceitos-chave
Essa etapa consiste na identificação dos principais conceitos-chave do capítulo, para os quais o aluno construirá pequenas definições. As provas discursivas cobram um vasto conteúdo em apenas uma questão. Logo, as 61
bancas examinadoras geralmente escolhem um assunto importante dentro da matéria e elaboram uma questão que cobre os principais conceitos daquele tema. Diante dessa realidade, um bom método de estudo deve se antecipar à banca. Portanto, depois de ler o capítulo e fazer seu resumo, o aluno deve, inicialmente, identificar os principais conceitos do tema. Esta etapa é interessante, pois, ao realizar essa seleção, você se colocará momentaneamente no papel de examinador, identificando quais são os pontos mais relevantes da disciplina, que poderiam ser alvo de questão de prova. Escolhidos os principais conceitos, você deverá defini-los, tal como se estivesse construindo uma resposta à questão discursiva que mencionasse tais conceitos.
Para cada capítulo ou assunto da matéria, escolha de cinco a quinze conceitos-chave, dependendo da importância do tema, e construa pequenas definições desses conceitos, usando de duas a cinco linhas. Para identificar esses conceitos mais importantes, faça a seguinte pergunta: “se o examinador fizer uma pergunta aberta sobre esse assunto, o que ele pode cobrar?” Uma questão discursiva dificilmente trará uma pergunta sobre um detalhe da matéria. O objetivo é verificar se o candidato é capaz de construir uma argumentação clara e coerente sobre as principais ideias da teoria. Logo, se aquele assunto for objeto de cobrança numa questão, a chance de esses conceitos serem abordados é muito grande.
A ideia central dessa técnica de estudo é criar um pequeno catálogo de informações para o aluno e desenvolver ideias por escrito antecipadamente, que decerto ele terá que fazer na hora da prova. Pela característica das provas discursivas, as bancas sempre constroem questões que cobram esses principais conceitos. Igualmente, as questões das provas discursivas nunca cobram apenas um conceito, pois isso reduziria muito a capacidade da questão de aferir o conhecimento do aluno. Por isso, essas pequenas definições serão 62
muito úteis, pois provavelmente você terá que construir uma argumentação em que precisará usá-las.
Naturalmente, o ato de identificar os principais conceitos e construir definições que poderiam ser usadas na prova já ajudará a fixar esses conceitos. Além disso, essa lista de conceitos-chave será uma ótima fonte de revisão nos dias que antecedem a prova discursiva. À medida que você avançar em sua prática de questões discursivas, perceberá que dificilmente as bancas constroem questões que fogem dessas ideias centrais de cada assunto. Portanto, ao construir pequenas definições, com as próprias palavras, dos conceitos-chave de cada matéria, o candidato construirá um arsenal de ideias prontas para usar em sua redação.
Elaboração de questões discursivas
O último passo do Método de Estudo Integrado é a elaboração de uma questão discursiva relativa ao assunto que está sendo estudado pelo aluno. Já foi feita a leitura do capítulo daquela matéria, posteriormente o resumo daquele conteúdo foi redigido, seguido da lista de conceitos-chave e pequenas definições. Depois, o aluno fez vários exercícios objetivos relativos ao tema, para testar o conhecimento assimilado e conhecer o estilo de cobrança da banca. Por fim, chegou a hora de elaborar uma questão discursiva para praticar tal como se estivesse diante de uma verdadeira questão de prova discursiva.
Na hora de praticar a questão discursiva, o ideal é que o aluno encontre uma questão de concursos anteriores sobre aquele tema, para que esse exercício se aproxime ao máximo do dia da prova. Contudo, a quantidade de provas discursivas elaboradas até hoje não é muito grande, principalmente de algumas matérias. Assim, o aluno pode ter dificuldade em encontrar questões 63
discursivas de alguns assuntos específicos. Nessas situações, o próprio aluno pode elaborar a questão a ser respondida, usando outras questões da mesma banca como modelo de tipo de enunciado. O importante é tratar dos temas principais, que têm mais chances de cair. Desse modo, a preparação será mais eficaz.
Para construir sua solução à questão discursiva elaborada, o aluno pode lançar mão de sua lista de conceitos-chave. Se a lista foi feita com propriedade e o aluno elaborou um enunciado pertinente, com certeza a redação fará referência a alguns dos conceitos principais contidos na lista, haja vista que tais conceitos tratam das ideias centrais do tema. Portanto, o aluno terá a oportunidade de praticar e desenvolver sua capacidade de argumentação, usando os conceitos-chave e formulando um texto que apresente um encadeamento lógico dessas ideias.
Para praticar a elaboração de questões discursivas e poder desenvolver suas habilidades de redação, ter seus textos corrigidos é muito importante e contribui enormemente para seu progresso. Você pode produzir muitos textos, elaborar várias questões e achar que está escrevendo bem, quando na verdade pode estar cometendo vários erros repetidamente. Portanto, é muito importante que o aluno tenha alguém para corrigir suas redações feitas como treinamento. O ideal é que tais textos sejam corrigidos por professores, que apontem os erros e sugiram caminhos para você se aprimorar. Contudo, se isso não for possível, peça para que seus colegas de estudo, que também estão se preparando para concursos, corrijam suas redações. Da mesma forma, você também pode corrigir as deles. Mesmo que alguns erros possam passar despercebidos, essa correção será útil para identificar os trechos que não ficaram claros e podem ser melhorados.
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A correção nos dá a oportunidade de perceber onde e como podemos melhorar nosso texto. Também no momento da revisão, por meio de uma segunda leitura mais atenta, é possível identificar erros e fazer ajustes necessários. Assim, a redação sempre pode ser melhorada. Nesse sentido, refazer uma questão discursiva também é um excelente exercício, pois podemos aprimorar nosso texto e nossa capacidade de escrita por meio da prática. Contudo, como os assuntos a serem estudados são numerosos, não perca muito tempo refazendo todas as questões, escolha apenas as mais importantes e refaça-as às vésperas da prova, como revisão e prática.
Dessa maneira, para fechar seu primeiro ciclo de estudo de um assunto dentro de uma disciplina, o aluno deve produzir uma questão discursiva que aborde um ponto relevante do capítulo. Assim, com a evolução dos estudos, o candidato terá uma coleção de redações, uma de cada assunto. Além disso, na hora de fazer as revisões nas semanas anteriores às provas, o aluno pode se concentrar em fazer exercícios fechados e outras questões discursivas. Logo, às vésperas da prova discursiva, ele terá um banco de redações que servirá para uma revisão final.
Preparação depois do resultado da objetiva
Se você irá fazer um concurso típico da ESAF, em que as provas discursivas são aplicadas apenas ao grupo dos mais bem classificados na fase objetiva, em data posterior, você deve fazer algumas alterações em suas técnicas de estudo para o período posterior à divulgação do resultado das provas objetivas. Se você está entre os candidatos convocados para prestar provas discursivas, deve voltar toda sua atenção para esse tipo de questão nos dias que antecedem a prova. 65
O método de estudo apresentado anteriormente considera a necessidade de equilibrar a preparação para as provas objetivas e discursivas simultaneamente. Contudo, a partir da divulgação do resultado da etapa de provas objetivas, o foco do candidato deve voltar-se exclusivamente para as questões discursivas. Qual a melhor maneira de se preparar, no curto espaço de tempo entre a divulgação do resultado e a realização da prova discursiva, para essa nova etapa?
Nesse momento, o foco principal do candidato deve ser o aperfeiçoamento de sua capacidade de redação, para chegar no dia da prova bem preparado para o desafio que irá encontrar. Pela experiência recente, percebe-se que as questões discursivas não cobram nenhum conteúdo muito específico ou complexo. Logo, se você obteve um bom resultado nas provas objetivas, que o habilitou a prestar provas discursivas, certamente você tem um bom domínio do conteúdo e conhece a teoria o suficiente para ter argumentos numa prova aberta. Portanto, o foco nessa etapa deve ser a prática da fórmula das questões discursivas.
Ao seguir o Método de Estudo Integrado, o aluno chegará nesse momento com um bom material para a preparação: ele tem uma lista de conceitos-chave de cada capítulo e, ainda, pelo menos uma questão discursiva de cada tema. Portanto, sua tarefa a partir de então será praticar redação por meio da elaboração de respostas a mais questões discursivas, que também podem ser de concursos anteriores ou formuladas pelo próprio aluno. Assim, o aluno pode rever os resumos de cada capítulo e ainda fazer duas ou três redações por dia. Refazer algumas questões abertas mais importantes também é muito proveitoso nessa etapa.
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Conseguindo manter esse ritmo de estudo e seguindo esse método, quando chegar na véspera da prova o candidato terá feito duas ou três questões de cada assunto, totalizando mais de cinquenta redações. Diante dessa preparação intensiva, dificilmente o aluno enfrentará uma questão discursiva que cobre uma questão totalmente diferente daquelas que ele já praticou. A probabilidade de que ele já tenha feito uma redação parecida com a cobrada na prova é muito grande. Certamente isso facilitará o trabalho do candidato e deixará sua aprovação muito mais próxima.
Portanto, nas semanas que antecedem a prova discursiva, foque sua preparação na prática de questões discursivas, escrevendo o máximo de redações que conseguir, inclusive refazendo algumas questões. Por fim, quando faltar um ou dois dias para a data da prova aberta, releia suas redações como forma de revisão. Você relembrará o conteúdo e visualizará as estruturas de suas redações. Com esse treinamento, você identificará rapidamente as partes menos claras e logo pensará em outras formas de escrever para melhorar o texto. No dia da prova, é só colocar em prática todo o conhecimento acumulado e elaborar uma excelente questão discursiva.
É importante frisar que os números de redações constituem um exemplo ideal do que seria uma preparação consistente e adequada para um concurso com provas objetivas e discursivas. Todavia, nós sabemos como é a realidade da vida de um concurseiro. Portanto, tudo o que foi dito aqui deve ser adaptado ao seu modo de funcionar, ao seu tempo disponível de estudo diário, à proximidade da data da prova, dentre outros fatores. Aliás, um dos grandes desafios de quem estuda para concurso é aprimorar a capacidade de planejamento e autogerenciamento. Se você compreendeu a essência do método sugerido e conseguir colocá-lo em prática, mesmo que em menor quantidade, construirá um conhecimento sólido e estará trilhando o caminho de sua aprovação. 67
5. APRENDENDO A FAZER PROVA
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Na minha experiência nos concursos, conheci inúmeros candidatos muito bem preparados que não conseguem bons resultados simplesmente porque têm dificuldade de fazer prova. Todavia, aprender a fazer prova não é tão simples quanto aprender Direito Administrativo, por exemplo. Para encarar as provas de concurso sem maiores problemas, o candidato tem que aprender a gerenciar seu nervosismo e o tempo disponível.
Em relação ao tempo disponível, existem vários candidatos que não administram bem o tempo de prova e acabam tendo seu resultado prejudicado por não conseguir terminar todas as questões. Não adianta ficar brigando com o fiscal de sala ao final da prova, se você não conseguir terminar a prova no tempo determinado, é possível que você coloque a perder sua aprovação naquele concurso por deixar de preencher o cartão de resposta, por exemplo.
Como administrar bem o tempo de prova? Os alunos que demoram mais para fazer prova devem dar atenção especial a esse ponto e desenvolver técnicas para aumentar sua rapidez para resolver as questões. Esse é o tipo de coisa que aprendemos com a experiência, à medida que fazemos mais provas de concurso. Existem algumas dicas interessantes. Por exemplo, naquelas questões que apresentam textos imensos antes da pergunta, é recomendável ler a pergunta antes do texto, assim você direciona sua leitura para a resposta e muitas vezes não precisa ler o texto até o fim. Outra dica é não beber água demais, senão você vai precisar ir ao banheiro toda hora e vai perder um tempo precioso. Por fim, não perca tempo demais numa questão difícil. Se você não está conseguindo resolver determinada questão, pula para a próxima e volta naquela somente ao final da prova.
Outra dica importante é no tocante à sequência da prova. Alguns candidatos começam a fazer a prova pelas matérias mais difíceis e acabam perdendo muito tempo nessas questões. Eu particularmente considero que é 69
muito importante ter confiança na hora da prova. Por isso, prefiro começar pelas matérias em que tenho mais facilidade e depois passar para as mais difíceis, assim ganho confiança e melhoro meu desempenho nas demais, sem perder muito tempo.
Outra dificuldade muito comum acontece quando o concurso exige redação no mesmo dia das provas objetivas. Muitos candidatos deixam para fazer a redação por último e acabam não tendo tempo para elaborar seu texto adequadamente. Considero mais recomendável fazer as questões objetivas mais fáceis primeiro, depois elaborar a redação e por fim voltar nas questões mais difíceis. Assim, se não der tempo de terminar todas as questões objetivas, pelo menos isso não compromete o resultado inteiro do concurso, o que aconteceria caso o candidato não conseguisse fazer a redação.
Para alguns candidatos, manter a calma no dia da prova é a parte mais difícil do concurso. Nesse sentido, é muito importante que o candidato não deixe que as pressões externas tirem sua tranquilidade. Às vezes, o aluno perde o foco da prova por se concentrar na necessidade de ser aprovado e em tudo o que está em jogo naquele momento. O caminho para alcançar a tranquilidade e a serenidade na hora da prova certamente é algo pessoal, mas o candidato a concurso deve sempre ter em mente que a hora da prova é só o momento de demonstrar o conhecimento adquirido durante a preparação.
Por esse motivo, acredito que a melhor receita para garantir a tranquilidade no dia do concurso é a certeza de estar bem preparado. Se o aluno não se preparou como deveria e se não estudou o máximo que poderia, certamente ele vai chegar no dia da prova inseguro para enfrentar o concurso. Quanto mais bem preparado, maior a confiança de que você fará uma boa prova e, logo, maior a tranquilidade. 70
Aqui vai a dica mais importante para o dia da prova: o aluno precisa ter estratégia para fazer prova de concurso. Isso é muito importante para o gerenciamento do tempo e do nervosismo. Recomendo que o candidato trace um roteiro para o dia da prova, para que ele treine antes como a prova vai acontecer. Inclua, nesse roteiro, o tempo de prova, qual disciplina será enfrentada primeiro, quanto tempo para cada matéria. Quanto melhor você conseguir planejar o dia da prova, mais bem preparado você estará. Como exemplo, reproduzo a minha estratégia de prova que tracei para o primeiro dia de prova do concurso de Auditor-Fiscal da Receita Federal:
ESTRATÉGIA P/ PROVA AFRF
Prova 1 : 12/12 – 14:00h
- Local: Faculdade de Direito UFMG (R. João Pinheiro)
Duração: 5 hs
1°) PORTUGUÊS: Fazer as 10 questões mais fáceis. Textos pequenos, sem interpretação. Só gramática. Tempo máximo: 30 minutos. Até 14:30h - Ao final, tomar água (só 1 gole) 2°) INGLÊS: Fazer as 10 questões, começando pelas que tiverem textos menores. Não preocupar com as 3 questões de vocabulário. Tempo máximo: 30 minutos. Até 15:00h - água 3°) PENAL/CIVIL/COMERCIAL: Seguir essa sequência e fazer as que der, sem preocupar. Deixar as difíceis p/ responder no final. Tempo máximo: 45 minutos. Até 15:45h
- água
4°) RACIOCÍNIO LÓGICO: Seguir ordem: 1) Análise combinatória; 2) Probabilidade; 3) Estruturas Lógicas; 4) Matemática Financeira. Não demorar mais que 2’ por questão. Meta: fazer 10 questões. Tempo máximo: 40 minutos. Até 16:25h ------- INTERVALO: Comer 1 banana + 1 Chocolate. H20. Banheiro. Duração: 15 minutos. 5°) PORTUGUÊS: Fazer as questões mais longas. Terminar todas. Tempo máximo: 45 minutos. Até 17:25 - água 6°) RACIOCÍNIO LÓGICO: Fazer Estatística, Geometria e Matriz. Voltar nas questões mais longas. Meta: fazer 6 questões. Tempo máximo: 25 minutos. Até 17:50h 71
7°) PENAL/CIVIL/COMERCIAL: Fazer as questões restantes. Tempo máximo: 20’. Até 18:10h 8°) RACIOCÍNIO LÓGICO: Fazer as últimas 4 e marcar. Tempo máximo: 15’. Até 18:25h 9°) CARTÃO-RESPOSTA: Concentração máxima. Começar às 18:25h. Prazo: 35’
META: PORT:17; RAC LOG: 10; PENAL/CIVIL/COM: 10; INGLÊS: 7
Tracei essa estratégia de prova numa ficha dessas que tem o tamanho aproximado de metade de uma folha A4. Li e reli essa estratégia antes de entrar na sala da prova e estava preparado para executar exatamente o que eu havia planejado. A boa notícia é que eu demorei muito menos tempo do que eu havia planejado e consegui acertar mais questões do que havia fixado como meta. Essa estratégia de prova é o tipo da coisa que pode parecer bobeira, mas faz uma grande diferença na hora da prova e dá muita tranquilidade para o candidato. É como se você ensaiasse antes o que vai acontecer na hora da prova. Percebam que quanto mais detalhes, melhor. Fiz a previsão até do número de questões de vocabulário que teria na prova de inglês! (rs)
Algumas pessoas vão achar esse tipo de estratégia um exagero ou coisa de concurseiro paranoico. Na verdade, quanto mais você se preparar para o dia da prova, melhor. Esse é o dia em que nada pode dar errado.
Outro ponto que deve ser realçado é a marcação do cartão-resposta. Na hora da prova, você está demonstrando todo o conhecimento que você adquiriu durante vários meses ou anos de estudo. Portanto, não existe espaço para errar a marcação do cartão-resposta. Logo, separe no mínimo 20 minutos para preencher seu cartão e não deixe nada te atrapalhar nesse momento. Você precisa de concentração máxima nessa hora.
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A véspera da prova
Nos últimos dias e nas últimas horas antes da prova, você deve fazer aquilo que te deixa tranquilo. Muita gente diz que essa é a hora de você relaxar, esquecer os estudos e ir passear, assistir a um filme no cinema... Eu acredito que você deve fazer aquilo que te deixa tranquilo, independente do que seja.
Quando eu fui encarar o concurso da Receita Federal, segui o conselho de relaxar e não estudar na véspera da prova. Naquele dia, saí para assistir a um jogo do Flamengo num bar. Para mim, que sou um flamenguista fanático, existem poucos programas tão interessantes quanto a assistir a um jogo do Flamengo. Contudo, naquele dia minha saída foi simplesmente horrível: fiquei de mau humor e irritado, pois tinha a sensação de que estava desperdiçando um tempo precioso em que podia estar estudando.
Quando voltei para casa, fui estudar um pouquinho e assisti a um vídeo do grande professor Ricardo Alexandre em que ele dizia que concurseiro bom é concurseiro doido! Achei muito interessante pois, por mais incrível que pudesse parecer, o programa que me dá mais tranquilidade na véspera da prova é dar uma estudadinha. É claro que você não pode ter a ânsia de aprender nesse momento, pois, nessa hora, o que tinha que ser feito já foi feito. No entanto, eu gostava de revisar algumas coisas na véspera, principalmente alguns exercícios mais difíceis para memorizar a resolução. Ou seja, na véspera da prova, faça o que te deixar tranquilo. No meu caso, eu estudava para relaxar.
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Conclusão
A preparação para o cargo público é uma jornada árdua, mas que traz muitos benefícios. Quando falamos em técnicas de estudo, muitas pessoas gostam de ouvir supostas fórmulas mágicas ou caminhos fáceis que garantam sua aprovação. Eu não acredito nesse caminho. Acredito na eficácia da preparação sólida e consistente, da dedicação aos estudos e nos resultados da organização e do planejamento. Espero que as técnicas de estudo compartilhadas nesse texto possam ajudar alguns alunos a aumentarem a produtividade de seus estudos e a alcançarem sua aprovação mais rapidamente.
Durante meus meses de preparação, fiz muitos sacrifícios em prol da minha dedicação aos estudos. Hoje, já tenho alguns meses de efetivo exercício no serviço público federal e posso dizer que todos os sacrifícios valeram a pena. Depois de ter conquistado minha vaga, conheci muitas pessoas que passaram pela mesma experiência. Ouvi histórias emocionantes de pessoas que superaram grandes adversidades e fizeram sacrifícios enormes para ter a tranquilidade do cargo público, para poderem dar uma vida confortável a suas famílias, e que contribuem com a melhoria do serviço público.
Portanto, não tenho dúvidas de que a carreira pública é uma excelente escolha profissional e que a dedicação aos estudos será recompensada pelas alegrias que virão após a aprovação. Se você julgar que essas dicas te ajudaram, nem que seja um pedacinho só, mande um email pra mim contando sua experiência. Ficarei satisfeito em saber que cumpri minha missão ajudando os alunos. Desejo a todos muita sorte nessa jornada e sucesso.
Bons estudos! 74