ACASO ACASO E R EP ETI ETI ÇÃO ÇÃO M PS PSI CANLI CANLIS E Uma Introduço à Tia das Pulsões
Luiz Luiz AHdo GarciaGarcia- Ro
ACASO E REPETICÃO EM PSICANALISE ,
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uma introução à teoria d pulsõs segunda edição
Jorge Zahar Editor Rio de Janeiro
Copyrght © 1 986 u Al fre Grcia-Rz To s ireitos resevas A repoução nã autriza esta pbcção n to ou e parte cnstitu violaçã o copright. (ei 5988) 1986 Dreitos para esa eição contrats cm Jorge Zahar Edito Ltda. rua Méxic 31 sobreloja 20031 Rio e Jneiro, J Sega eço 987 Proução etorial Rvisão: Rbson Ramos (copy) Srgio Esco Renato Crvaho Cáuo Estrella (tip.); Dagramação: Celso Biv; Are-final Antôni Sampaio (cap e eto) Composiço Teenh Lsch. CI PBras . Ctaogaçãona-onte Sin icato Nacna os Etores e Livos R J Garcia-Rza, ui Alfro, 936 G21 1 Acse repetião em psicaná ise: uma ntro dução à tera as pulsões I uz Afre Garca Ra. R i e Jner J Zhar E 1 986 Bibigraia 1 Psicanál i. 2 Teri as Pu sões T 1to CDD 6 16 89 860403 CDU 61 5851 1 ISBN 858506154-5
SUMÁRIO
Prólogo capítulo
Sobre o Conceito de Pulsão
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A fião freudiana. Pusão e instnto. Pulsões prc1as ulsão xual. A noção de Anlehnung A pusão como perversão do instinto. A satisfção impossvel Pusão e acaso
capítulo Pulsão e Repetição
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Rememoração e repetição. Repetição e trnsferênci. Repetção e resisência. A repetição e o Unheimlch . Repetição e pusão de morte.
capítlo 3 A Repetição em Hegel, Kierkaard e
Nietzsche
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No omo er o caos Acaso e epetição entre os gregos He e a noção de etospeão A repetição em Kierke aard Repetição n ão é remin snci. Kerkegaard e Nie tzsche A repetição e o trágico O eterno retorno. O behaviorsmo e a repetção. Borges e o Quxoe
cap íulo 4 Sobre a Noção de Causa Acdental: Tyche
e Automaton
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A noção d causa ciden em Ar isótees. Lcan: Tyhe e o Auomaton Acso e nessie A divina provência A ree de signcnes A unção do rea Das Dng e de Sahe
capítulo 5 A Repetição e as Máscaras A repetição dferencil A repetição e as mscaras F reud e a experiência primi de satsfção O diferencia pra zer/desprazer. O prazer como prosso e como princpio A noção de ligção O sexual é o que se repete.
capitulo Pul são de Morte e Pul são Sexual
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dualismo freudiano A pulão e o seual A po po eência. nvestiento e ulo O aparelho pqico usão: corpo ou linem? O
cap itulo
7 O Real e a Pul são de Morte
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real e o copo Eneria live e energia igada A no ço de figra/fundo O siêncio e a puso de morte O retorno ao inorgânico. O
cap itulo 8 Moe e Pul são de Morte
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A more como imite. A metamorfose d puso de morte A denegaç o. n treão e expão A perda c o objeto A puso morte como princpo poitivo.
aptulo 9 M ito s Co smogôn ico s e Dual ismo Pulsonal
1
Uma mitoloia na radáe. Empdoce Philia e Neikos. O mito c omo o i ncon cien te da cnci a Acaso e deteminismo. Freud e ege
capulo 0 Aém
Aém d princípio de prazer Aparato anímico e aparato ico. O antinaturaimo freudiano Fno stit tva e fun ão epetitiva. A compu ão à repeti o De euze plso d morte e in tin to de mo rte Sade e a n ao A negaão em Spinoza. A neão em Hege O pri ncpi o de p ra zer e a iação. Pu ão e di jun o Rea, Smico e Iminrio
O bras c it adas
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Para Pedro, lngrid e Carla
"O que se segue especulação amiúde especulaço forçada qu o leitor tomará em consideração ou porá de lado de acordo com sua predileção individual E mais uma tentativa de acompanhar uma idéia sistemaicamente, só por curiosidade de ver at onde ela levará. (S. Freud Além do prncfpio de prazer)
PRO LOGO
A
psican ise nos cooca, desde o in ício, no ugar da inguagem, e é por efencia a este luga que ela nos fala, mesmo quando está se eferindo aos copos e ao mu ndo do s objetos Rfeida à l i nguagem, a pulsão ocupa u ma regio de si ênco Situase nu m a lém Referese ao corpo, as não é copo; est aém da inguagem mas a pessupe. Conceto imi te, a pu são no a meaça com o si lncio teóico Feud nos diz que a teoria das pusões é a a mitogia, mas que as pu sões, enqua nto entidade m íticas, não podem er desprezadas po um ó mometo Entidade m' t ica, rsitente ao olha teórico ma ao mesmo tempo i mpresci nd íve : Qua é estatuto da pusão no interior do discurso psicnaHtico? O que significa dize que a pusã é u conceitmite? Tratare de um i m ite o ntoógico, como se a pu ertencese a uma egio de penumbra do er, de ta modo que ser apenas insinuada é também apenas nomeada? Quando Freud nos fa a da inacessibi idade da pu I são, estaria ee se referindo a um a i nacessi bi l idade metaf ísica, an oga à do anjos e do demô n ios, d a í o recurso ao m ito? Seria ainda a puso o índi ce persistente de u m iraciona i mo em Freud? A teoria das pusõe, e paticuarmente o conce to de puso de mote nos remete a um além que muit fac mene pode ser identificado a miterioso e ao inefve Nãe r iam as pu se o uga r do ac em psicani se? R ompendo cm a ordem natu ra , as use nã e cnstitui ia m pe o puro aca dos encontros? Não é ist q u e d istingu e a u sã do i nstint E e a pusão esá no ugar do aca aquém da odem e da ei, n etar ea eegada defin itivamente a si nci eóic? 9
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acso e rptçã m psianálse
M ais do que qu alq uer outra coi sa, a teoria das p ss provoca a inteligência do leitor de Fred Não são todos s gostam de ser provocados nesse senti do; alg ns preferm ficar a p lsão ao i nsti nto e faar do "i nstintivismo freudia E ste trab a h o no se prope a tarefa de a barcar a teora das pu lses em toda a sua extensão e em ses desdobrametos poss ívei s. Co loca al gm as qu estões e prope al gmas respostas L.A.G-R
1 SOB R E O CONCE I TO D E PU LSAO
A pu ão deen ha o ho izonte do d icu o pica na t ico tuda au do inconiente e do ecaque, ea ecapa à tama da inguage e da repeentaço marcando o i ie do d scuso con ceiua Seu aparecimento no texto freudiano se deu nos Três /saios sobre a teoria da xualidade ( 905) e, emboa nea poca eu contonos ainda no estiveem be deimtado u mporância já e faza senti de fora in e u ve N um a nota de rodapé acecentada e 1 924, Feud no diz que a teoia das pu sõe a p a rte a im po rtante da teo ria p ca na t ca em bora, ao mesmo temp o, a menos comp eta" .1 Eranha deaaço eta, egu ndo a q ua a pa te ma i i mpo tante da teoa psicana ica pemanecia , vne a no depo de foru ada, a menos com p eta A que eria devio ea incomp etude i nupee Ua pimeira tentativa de epota podera se feta a pa ir eso do exto de 1905, quando Freud afma que o con ceio de pulsão u do que e ituam na fonteia ente o psuico e o fíco 2 E sta af i raço deu agem a u m a se de inerpretaçõe, aguma extemaente ingênuas e outas ex reaene bizarra. eia a puo ua epce de entdade mtica habiante dee epaço inefáve que e stua ente a es cogians e a res ex tensa catesanas? As o entendeam agun expoiore de Feud Paa ees, o etatuto metaHsco da pu so eia o eponáve pe o inacabamento da teoa Ta
� Freud, S. EB. Vo Vil p
71.
lbd
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acaso e repetição em psicanlise
como os anjos ou os demônos, a pusão sea inabodáve pea cênca Apesa de toca num ponto mpotante da questão, essa ntepetação comete um engano fundamenta : em nenhum momento Feud se popõe a estabeece o estatuto metafísco da pulsão; aquo de que ee nos faa é do conceito de pulsão, isto é de uma fcção teóca e não de uma entdade que possua ealidade ontoógca Podemos concoda que este conceto tem como efeente o co po, mas sto não sig n fica qu e desgne um a pate do copo ou que possa se dentifcado a uma substânca detemnada que tenha escapado ao oha nvestigado da cência Ou ta ntepetação é aqu ela que eduz a pu lsão ao b oó gico. Esta, apes de iguamente fág, encontra apoo em dos pontos o pimei é a t a duçã feita p o J Stachey do tem aemã Trieb paa ingês lnstict; o segundo é um tech d pópio Feud em A pu/são e suas vicissitudes, onde encnta mos segunte Se aga nos dedcamos a cnsdea a vida menta de um ponto de vista b óg c, um 'i nsti nto• (Trieb) nos apaeceá como sendo um cnceito sitado na fonteia ente o ental e somátc, com epesentante psíquico dos esH mu os que se ognam dent d ogansm e acançam a men te, cmo uma medda de exigncia feita à mente n sentd de tabaha em cnseqüênca de sua gaçã com cp. 3 E sgnifcatvo que s cmentadoes de Feud, ao se efeem a este text, mtam a chamada de pé de págna que Stachey int duz p eci me nte pa a chama a atenção do l eito quanto à inadeuação da identifcação do Trieb feudiano com o instnto dos bi ól gs P ou to ad , e ao pé da eta a fase do ponto de vista biológco é ecusase a le a seqüênca do texto que des qualifica esse biológic nteiamente Paeceme cao que pont e vi sta b i lógico aqu i, s ign fica mu it ma s "pnt de vi sta o cp cm i nd ica fn al o paágaf d que pnt e vista da blgia Se a pulsã é um conceit stuado na fnteia ente mental e smátic, se ea tem sua fnte n cp e seu bet n egist psquc, podems fala dela d p nt de v isa d cp" cm podems fazê-l do ponto Freud S EB, Vol XIV, p. 1 42.
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obre o conceito de pu/são
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d ta pqu co E paa os adpto da mp fcaç é bom advertir que o copo no é bolgco ito é, qu e no é propri ade excu a da b o loga Copo b o gico é u pro duto da bioogia no a eênca do copo A eno qe e con funda bo oga com ta fi ca Logo na pimera página do mmo artgo A pu/são e suas vicissitudes Frud no advt qu o concito de pulo é u Grundbegriff to é u m conceito fu ndam enta l C laro qu o fundamenta" aqui rf à toia pcanatica no à boia Seria uma ingenudad pnamo qu um concito tico pud ptncr a dua cênca ditinta anda por cima antre como fundamnta Um termo, ou mmo uma noço pode pertecer a do paço do sab d t nto ma u conceito teórico df ne p o fênc a a u m campo trco pecfo. Aim o trmo T rie tm u ma l onga h i ta m a o concito pcanal t ico d Trieb é cl u o d F ud A rdad poré é qu é ai fác i l b io ogiza um c onc to picana l tco do que p rocu a ntender ua pcf cdad du t Ou tro txto que e tornou a lo d b olo gi o foi Três ensaios sob a teoria da sexualidade. N o ntanto o qu l no a é o propito i tátco d F rud m dqua l i fica a dentfcação da pulão com o ntnto ou m tmo ma am po m dqua ca ua aim l aço ao b io lg co. Quando l expõ no pmo do tê no o tma da abaçõ ua tal como a tatado pla mdcna da éoca no o faz no ntdo de adota a ema potua tca d ndoa o ponto d ta de KaftEbng Mol Halock Ell outo ma i n o entido de i pau lat nament macando a difrnça qu o caracteza do ponto d i ta picanal ítco F ru d põ o ponto de ita da ciência da época ob a ualdad não para ut i z o como ponto d partd a teco ma paa po cede a um a gnt demontagm u o dsqua l fca paa a pcanli. Para aé da quetão d chamada abraçõ ua Freud nite no fato d qu a eualad humana é m m ma a brrant: bant ão à fun ção b ol ó ica d a po dução O qu a pulo exua va não e a pouço a a atifação O m ni mo qu podmo z da ua dae u mana é que a não é natural ma qu ncontra ncaamnt ubtida ao mbco E do copo ubmtdo ao mbóco -
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acaso e repetição em psicanále
que Freud nos faa e no do corpo enquanto "natura" ou i ógico Votare a esta questo mas adante A puso no é um dado" da reaade e nem um conceito já pronto dsponve na ciência da época e do qua Freud ança mo O que é ento a puso? Em prmeiro ugar e aceitando a indicação do próprio Freud devemos consderáa como uma ficção . A puso no é uma descoera freudana mas uma produço teóric e Freud Portanto no sentido m ais estrito da pa avra e a é u ma nvenção Ta como os conceitos das demas ciências o termo "puso no designa uma reaidade exsente mas um modo de faar de exstentes; ee aponta ara um cnju nto de ou tros concetos e formam a eoria pscanatica o entanto não é um conceito como os demas é porador de uma opaidade que lhe é essen ca; e e recusa a s mesmo a transparênc a p retendda pelos con ceitos das demas cêncas e pela maiora dos conceios da pró pria teora psicanalca Assim como apona para a eora ee aponta ambém para a go que se fu rta ao oh ar concetual ! por metáforas que falaos da pu I so Mas ambém no é da puso em geral que Freud nos faa nicamete e sm da pulso sexua em partcuar Esta nos diz ele no é uma cosa smpes mas algo que resuta da reunio de pusões parcas4 sendo que na fase ncal do desenvolv meno do nvíduo a própria disnço entre pulsões sexuas e pulsões de autoconservação no pode ser feia A dferencaço entre eas só va acontecer após um nves meno ojeta I 5 !, porém em reaço a sua fone (Ouelle e ao seu objetvo (Zel) que a pu so parc a se defne n cal mene. F reud nos dz que essa fonte é de natureza somáca o que aparentemente co loca em rsco a auonoma do conceo de puso em reaço a conceto de nstinto sobretudo quando ele nos afrma que or gnamene' sexuallbdo e a /ch- Trebe enconramse msuradas No enta nto sabems da a mb gü dad d que se reveste a noço de fonte da puls para Freud: ora ele nos fala de fontes excusvamene nternas ora col oca lado a lado fones nernas 4 5
Freud, S. E.SB., Vol VH p. 1 65. ed S, EB, Vol. XIV, p 92.
sbre onceito de pu/ão
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e externs (isto se dá, pelo menos, nos Três ensaios) : somente a partir do seu artgo de 1 9 1 5 A pu/so e suas vcsstudes ) que el e vai a firmar que as pu lsões têm sua origem nu ma fonte pu ra mete somática, entendendose por fonte somátca" o órgão de onde provém a excitação assm como o pprio processo de excitação I a fonte (Ouele) juntamene com o objetvo (Zel), que confere à pulsão parcal sua especicdade Em se tratando da pulsão sexual, Freud denomna essa fonte de zona erógena. E esta é mais uma das armadilhas desse dfcil texto A ênfase concedida à boca e ao ânus como zonas erógenas nos conduz novamente à hpótese de uma determnação biológi coanatômca para as pulsões No entanto em nota de rodapé acrescentada em 1915, Freud no dz que após refletr mas fo levado a atribur a qualdade de eogenedade a todas as partes do corpo e a todos os órgãos nternos, o que sgnfica que ne nh um órgão em partcu la r, a ssi m como nenhu ma parte espec ífi ca da superfície corpora l , detém a exclu svidade do que é sexual. Se qualquer parte do corpo pode ser uma zona erógena, é sinal de que nenhuma parte é considerada o essencialmen te sexua l Perma nece, porém, o fato de que e l e não somente concede m va lo r ma or a certas zonas do corpo (às regões mucosas, so bretudo), coo faz da experência de satisfação do lactente o protótipo da experênca de satsfação sexual No famoso capí t u l o V I l d e nterpretação de sonhos, Freud nos mostra um comportamento nstntvo servndo de fonte para a pulsão: o nstno de alimentação fornecendo a base da experênca de prazerdesprazer no lactente Por esse texto já fica claro que a fonte da pulsão é corporal Essa mesma experiência de satsfa ção (Befriedigngserlebnis ) é ut l izada por F reud ma s tarde, ao falar do autoerotsmo, pa ra i nd car a origem somática e mesmo instintiva da pulsão No entanto, essa articulação da pulsão ao insti nto, tal como ele nos aprenta, assi nal a mu to ma is u ma distância e ua diferença do que uma identdde A relação da pulsão (Trieb) com o nstinto (lnstinkt) b
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6 Freud, S. ESB, Vo. VI p 88, nota 7 ed, S., ESB Vol V pp 86·7.
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acaso e repetção em psicanále
é dscrta por F rud através do trm o Anlehnung ( apo io A p são s apóa no nstn to n o pa ra confun d r-s co m l , m as p dsviars dl A pulsão é fundamntalmnt uma prvrsão do instinto Essa prvrsão s dá por uma dsnaturalzação d ltmo, na mdida m qu la s dsvia d su objtivo natur qu é a autoconsação A pulsão não tm por finalidad man tr a v' da ( n o sntd o b o lógco do trmo ; sa f nal dad não é natural. Isto não qur dzr qu a pulsão nada tnha a vr com o b ol óg co, s m qu o b o lógco sofr nla pr l a uma trans formação radcal, qu a pulsão não s totaliza, qu la, nquan to ulsão sxual, é smpr parca Além d mas, dvmos tr m mnt qu Frud nunca prtnu dntfcar a pusão com sua font instntva A pulsão, nos dz l, é o rprsntat no psqusmo d um stímulo qu ocorr nu órgão ou part do corpo 8 Assm, ao msmo tmpo m qu a pulsão rprsnta o corpo no psiquo, la só s fa rsnt nst últmo atra vés d us rprsntants psqucos a déa Vorstellug o afto (Affekt) tornando à nossa qustão, s d um lado tmos a font da pulsão, no xtrmo oposto tmos o objtvo O objtivo da pu lsão, scrv Fru d, é smpr a saisfação 9 E como a pulsão s satisfaz? R spond l qu é pla l m nação do stado d s timu lação na font Sabemos, no ntanto, qu dsd o comço a pulsão sxual é inibda quanto ao su objtivo, isto é, dsvada d sus fins xplcitamnt sxuais drigd para obtos qu não aprsntam nnhuma rlação aparnt com o sxual Ms mo qu ando prmanc alu ma marca d sua orgm sxual, po dmos af rmar qu houv um dsvo d objtvo uma su bsttu ção d objto Essa i n b ção qua nto ao objtvo é a caractrsti ca cntral do mcani smo ao qua l F rud chamou d sublimação. Dntr os város sntidos qu o trmo su bl mação" to mou m nossa lngua ( o msmo acontcu na lngua almã, três são particularmnt sgnficatvos: Sublimar = 1) Ergur à maior altura, ou a uma grand altura; 2) EJvar à m aor prf ção, purifar; 3) Fazr passar (um corpo) dirtamnt do sa 1
Frd S .• ESB, Vol. XIV p. 1 43
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Feud S., E SB Vol XV p. 142
sobr cncit de pulsaõ
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do lido ao g asoso. 1 0 Nos três está prente a idéa de descor porificação, de desrealização É enquanto desrealzada, enqua to idéia ( Vorstellung), que a pulsão se faz presete o psqus o, sendo que sua sat sfação se faz de fora fatasrtca I sso nos conduz a eteder a frase de reu d segun do a qua l o obeto é o que há de as varável a pulsão, coo ua declaração qua nto à ipossi b l dade da satisfação ser at gid a Co o a pu l são é bda quato ao seu objetvo, o que a obrga a ua u daça de objeto, a satsfação é possível Isto, poré, só é ver dade e parte O setdo as forte da afração de reud ão es a po ss i b l dade da pu lsão ser satsfeta, as as e ua aeiras dela ser sasfeta A cultura ão é u resduo inúti da p ul são, as a u lt pl cação d e suas possb l dades de isfação A supsção de reud é de que a pulsão procura ua sats fação que á foi obtida u da, na ossa pré-históra dvdual, anes do interdito que nos torou hanos A partr de eão, fo ibda quato ao seu obetivo e obrigada a u canho de avenuras que Freud chaou de Triebschicksale as vcsstu des da pu l são Pe la aeaça que traz ia cosg o, fo pr o b de se apresetar d retaete aos ol hos assustados d o hu a o Porta dora do gozo e da orte, vuse forçada a fazerse represetar pelos seus repretates para poder ter acesso ao udo d subeividade A Vorstellun e o afeto são seus delegados, e é sobre ees que a pscanálise os fala À pu lsão e s esa, f ca reseado o lugar do silênco sso, poré, não sigifca que te nha sdo suprmda, as que, tal coo os dragões tológcos, foi condenada a viver reclusa ua caverna à etrada da qual ouvios apenas os seus rugidos e senti: o chero de exo fre que ex ala de suas narinas Cada u de ns v ive a aeaça da vire que l he te d e ser oferecid a e sacr if co. O que fca claro a partir da priera exposçã que reud nos faz sobre a p ul são é que el a é ente d da co o u desvo do isno A noção de apoo (Anlehnung) é o referecal prv ed para esta cocepção, o que levou Laplanche a estabele cer ua aalogia entre a Anlehnung freudiana e o clnamen da fsic epicuréa -
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Holcd, A.B
01cionáro da lingu portguesa.
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ao e repetição em pscnále
Se a pulso é entendda po Freud como um desvo do nstnto ea um desvo da ordem e portanto só oderá ser concebd a co mo acaso se este for consderado acasoc onsttu ído secundáo) não como acaso orgnal A pusãodesvodonstnto sera quando muto um acdente e no acaso orgna Poranto se consderarmos a noço de apoo como defnva em Freud a possldade de faarmos em acaso em pscanse tera que ser descarada Ma s se não qu sermos nos descaar tão rapdaente da déa poderamos supor anda dos camnhos possves: O prmero deles sera admtmos em Freud no uma as duas (ou mas) teoras das pulsões; uma deas correspndendo ao período que va de A interpretação de sonhos até os Escritos da metapsicologia na qual a pu lso sera pensada em termos de apoodesvo) e outra corespondendo ao perodo copreenddo pela segunda tópica no qual a noço de apoo é abando nada ou pe lo meno s não é a s tomada como referênca O sgu ndo ca m nh o consst ra e m m antermos a noção de apo o desvo mas nveendo o seu sentdo É precso ebrar aqu que o clinamen ao qua Laplanche se refere é o de Epcuro e no o de Lucréco Assm do ponto de vsta deste útmo não a puso u desvo do nstnto mas este é qu sera um devo da pulsão. Este segundo camnho nos mpõe uma espe culação forçada como dsse Freud mas a títuo de exercco podeos empreendê a Ad mtam os que o ser vvo em sua s formas n ca s embora ognzad no apresentasse padões fxos de conduta que se a os n st ntos) mas qu e aqu l o a que chamamos de v da con s e num p u lso aáqu co p oduor de encontros ao acaso. De enconros resultaram formas colexas, algmas efca z (no setid se e auoonoa e ouras nefcazes anueno das prmeras sea ene ela produção de ua naueza" e pea fxação de um ado de coportameno Ee ea o nstnto (lnstnkt). Se acetaos esta hpótese os o nnto no coo uma ode esencal e orgnára a coo a fxação" de certa acuaçõe do organsmo com o o U l zan do u teo retrado de e bn z d r amos que aneceam as acuaçõe mas composs'ves, sem que sto nenhuma dternao esen deta composs a nete caso o nsnto é que tera qu e ser cons de
sobre o ncito de pu/ão
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rado como apoiado na p u l são, e não o contráro Aqu i l o a que chamamos de natureza" nada mais seria do que a ixação de determinadas combinações pulsionais, e o instito sera ns· t caso, a manestação dessa natu reza ser m ntenedr da m esm idade, e não p rodutor de d ierenças. Assim , a p u l são de que nos ala reud seria a emergência desse caos original, dssa orça não domada e que persste como undo não ordenado d todo ser vivo. A pulsão seria, pois, a reairmação constante do acaso E sta concepção, a lém de ma ner o carátr orig na l d u l são entend ida como acaso, possi b i l ita penr o conceto eud ia no de pulsão de morte De ato, toda pulsã é pulsão de morte, já que ela não tem por objetivo a autoconservação a repetção do esmo mas é sobretudo expansão, produção de deren ças, puro lugar da dsperso. O nstnto sera reat1vo, enquanto que a pu lsão sera ati vdade pu ra. Lamentavelmente, a idéa não é boa. A suposição incial de um ser vvo, e portanto rganizado, cujo comportamento seja inteiramente anárquco, traz consgo diculdades que me pare cem nsuperáves Poder íamo s lan ça r mão de especul ações eitas por pensadores mas experimentados nesses vôos cosmogôncos, tas como Leucipo, Demócrto, Epcuro ou Lucréco, mas ape r desse recu rso, a h ipótese d u m acaso or ig n al , acaso ab so lu to, per manece esbarrando em rande s d fcu ldades. A verdade é que a partir do texto de 1920, Freud não se mosra mas preocupado em denr a pulsão em termos de apoiodesvio. Pelo mens em relação à pulsão de morte, a noção de é tayage não é aplcável; e quanto à pulsão sexual, parece-me que ela terá que ser repensada ou, pelo menos, reavalada A h pótese da pu lsão de more com o send o essen c al mente conserva dora é tr butá ria de u ma vi são do mu ndo qu e reud nos oerece em Além do prncípo de prazer, e que é consistente na medida em que acetamos a existênca de uma ordem orignal algo se mel ha nte à phss do s présocrátcos. A idéa de que o mundo na sua totali�e possu uma or dem essenc ial é rel g osa por exclnc a, e semp r agradou à il o soia e à ciên ca, e ao que parece agradava tamb ém a F reu d O pressuposto dessa ordem unversal é fundamenta para a sua teoria, mas enquanto ela é perfetamente adequada à noção de nstnto (lnstinkt) sua conclação com a teoa das pulsões
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acaso e repetição em pscanálise
apresenta alguns problemas O nirvana freuano não é humano , não é sequer vtal, j que a própria vida é vista como perturba ção, como " rompedora da pa; o estado de perfeito equi l íbro sera encontrado apenas no muno inorgânico antes da vda ter feto sua eênca Uma vez teno se produzdo esse des vo a vda seu destno natural não poderia'ser outro senão o retorno ao nanmado Para Freud, a dade do ouro não pertence aos deu s, mas à matér a Poderíamos argumentar que toda essa questão é nócua ou pelo menos bzarra, que a psicanálse não se propõe como uma teora sobre a orgem da vida, mas como uma teoria do ncnscente psquco No entanto, a partr do momento em ue nos damos conta do conceito de pulsão, da oposição entre puls de vda e pulsão de morte, da noção de complsão à repet ção e de outras mais que ganham relevo a partir a segunda tópca, e quando sabemos ainda pelo próprio Freud que essas oções são consideradas como fundaentais, então não pode mos fugi r à questão. Creo que por enquanto podmos mnter as duas afrma ções báscas referentes à pulsão: 1) Que pulsão não é instnto; 2) Que as pulsões são anárqucas Quanto à prmera delas em que pese a leitura que alguns pscanalstas fazem da Standar d Ed ion e o fato de tomarem a tradução de James Strachey à letra, pareceme que restam poucas dúvdas A questão prncpal não me parece a de se saber se a pu lsão é ou não nstno, mas se é ou o um desvio do insinto Aceo de bom grado que as nd cações fornecas i n icia lmene por Freud nos levara a consderla como desvo (apoiodeso, guno Laplanche) mas não estou ceto se ele manteve este ponto de vsta até o f Quanto à segunda afrmaçã embora não concrde em que ela sea aplcada ndstntamente à pulsão de morte e à pulsão sexua , petendo defedê la.
2 PULSÃO E RETIÇÃO
Em seus coeços vienenses prátic terpêutic freudin con sisti em fornecer meios o pciente pr que pudesse recordr um determindo fto infntil que ter sido trumático, fim de provocr breço do feto ele l igado E r o momento d ctrse, e recordço visva preencher lcuns d memória Es s p rátic er u m ds mu its retu lizações moderns d teori pltônic d remi niscnci segu ndo qul so mos portores de um verdde esquecid; se bem que rememorço (Einne) em Fred no dev ser dentificd reminiscnci pltônic. Enquanto est últm se refere um form, um eidos habitnte do mundo ds Idéis rmemorção freudin permnece prisioneir desse mundo fntsmático e minsculo que Freud nos revel em A' in terpretaão de sonhos. O que pretendo ressltr qui é esse fto de sermos portdores de um verdde que no se oferece docilmente à memóri Par Freud, o que o esqueci mento ocult er verdde da doenç, d o recurso incial à hipnose como form de se chegar o contecmento trumáti co esquecido. A h ip no er técni c empregada pr rope o bloqueio d memóri, e mesmo depos de sua substituiço pelo método d ssociço l ivre, o o bjetivo vi sado er i nda rem i niscnci. No entnto, po ocsião do trtamento jovem Dor, na poca em que (a publicd A ntepetaço de sonhos, Freud se defrontou com um fto novo que desempenhou u m ppel decisivo no futu ro d teori e da técn ic psicn l íti cs: repetição (W iederholen ) Enqunto estv preocupdo com recordção dos acontecimenos pssados do pciente este denvovi u m outro mecn ismo, n ão to evidente s igu l mente importnte, de cujo significdo e cance Freud sequer '
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aaso e repetiçaõ em psicanále
suspeitava: O paciente não recorda coisa a guma do que es ceu e recacou, mas expressao pa atuação ou atuao (act out). Ee o reproduz não como mbrança, mas como ação repete-o sem, natu raente, saber que o está repetindo"1 A im portância desse fato ficou patente para Freud, quando su p ciente o abandona três meses depois de niciado o tratamento, repetindo com ele uma situação que havia vivido anteriormente com Herr K2 A partir de então, Freud desdobra a sua escuta e tem a atenção votada para esse novo mecan ismo que passa a ser o re ferenci a pri vi egiado da prática c nica ogo percebemos es cree F reud qu e a transferência é e a própria, apenas um f�g mento da repetição e que a repetição é uma transferência do passado esquecido ( . ) " 3 Ora , se admit irmos que a transferên cia é o pocesso que fu nda a relação an a ítica, e se e a é um caso particular da rção, podemos concluir que o tratamento psicanalítco só tem iníco quando o paciente produz uma repetição desse tpo com o anaista Evidentemente , essa repetção não se dá conscentemente, pos, se isto corresse, ea perra sua eficáia como mecanismo defensivo Asim, se a repetção é o que impede a reminiscência, ela é ao mesmo tempo, o si irrecusável do confl ito ps íqu ico; se por um ado é uma fora de resistênca, por outro é o mais poderoso dos instrumentos tera pêutcos4 Lacan obsera que a afirmação segundo a qua a transfe rêia é uma repetição tornouse luyrcomum, e que embora a repetão esteja presente na transferência, e que foi a prop sito desta última que Freud abordou o tema da repetição o conceto de repetição nada tem a ver com o de transferência"5 Isto significa que se na transferência dáse uma repetição de prottipos infatis , essa repeiço no é uma reproduço d si tuações reas vvdas pelo paciente, mas quvalentes simbó li
S E.SB. Vo XI p 1 96 2 Fed Feud, S . . ES.B Vol. Vl p 1 1 6 . 34 Fred, S, ESB. V o l . X I 1 9 7 Fre , E.S.B Vol XV I I p 300 5 acan, J, O Seminário L i v r o 1 p 36 e 1 36-
pu/são e repetição
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cos do desejo inconsciente. O que se repete, fazse num ato que só toma sentido em reação ao anaista, o que impicaria peo menos, q fizéssemos uma distinção entre repetição do mesmo" e repetição diferencia_ Se transferência é repeti ção, ea é uma repetição diferencia, e somente sob este aspecto a re ão oma um sent ido positivo e pode constitu ir como m i nsru mento no sentido da cu ra A questão da repetição vota a ser abordada por Freud, em 1912 no art igo A dinâmica da transferência, 7 mas é so mente em 1914, em Recordar, repetir e elaborar, 8 que a d isti nção en e recordação e repetição é tratada de forma mais ampa A transerência é aqui considerada como um fragmento da repe ição" O que repete são protótipos infantis, de tal forma ue o anasta, ao ser capturado nestas repetições, toma o ugar da imago paterna ou materna, dando ugar à transferência Essa comusão a repetir padrões arcaicos substitui a recordação, o u e faz com qu e F reud denti fi qu e a repeti ço coo uma resis tncia : "Quanto ma ior a resistênc ia, ma is ex tens ivamente a atua ção (ctng out) (repetição) su bstitu irá o recordar, pois o recor dar idea do qu e fo i esqueci do, que ocorre na hip no , ·corres pnde a um estado no qua a resistência foi osta de ado 9 En carada dessa forma, a transferência é um substituto da recordação (que sera o exigido terapeuticamente e, portanto, uma re sistência a esta útima e à verbaização Atuar (repetir) é não atender à exigênc ia da associação I ive 10 Mas se a repetição é aquio que opera como resistência, "nas mos do médco, transformase no mas poderoso instru mento terapêutico e desempenha um pape que dificimente se pode superestimar na dinâmica do processo de cura. 1 1 Repe tço enquanto resistência e repetição enquanto produtora de
6 7 9
Ldplnche, J. Pota1s Vocabuláio da pcanálise, fru
p.
10 Míer A. Cnco con ferenca ruea obre Lacan
ESB V XVI
p.
300
675
p
9
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Ctso e reeçtõ em sicnlise
cur cm ntn prnte cntr? O u c clr ne tt é pe hver tip pt repetã mem e repetã iferenci; nunt prmer prxi reprduã (n medid em ue é eteretipd), egund é rutr nve e, pnt fnte d trn frmõe A itn ntre u frm e repetã nã cheg cntitu ir u m nv N Fenomenologia d Espíito Hegel prpõe ue próp fnmenlgi ej um repetã Et é entendid cm reletur impican mmnt nprimei ro, h cnciênci do fenômeno, um pur vvênci; n gundo, o fenômeno é i ncu ído n tot ide d p rt (Geist) que e cnfere entid. E, potnt, Totide ue cnfre verdde pen fenômen; em el, ele prmnece ncmpet enunt nti Pouc temp depoi, Kierkegr cnfere n v nt à reletur fenomenógic e Hegel tngun repetiã numéric (repetã d mem) d epetã cm repreenã (repetiã iferencil) A diereÇ entre cn ceõe e Hegel e Kerkegrd bre repetiã reie principl mente n ft de ue pr Kiekegr repe_ tiã nã mi te ttlizã 2 N g O estranho (Das Unheimlih), pucd em 19 19, F reud retm tem repetçã Unheimlich recin cm ue é utdor, cm ue prvc me e hrro: "O etrnh é uel ctegr d utr ue remete ue é cnheci, de veh, e h mut fmlr13 O u c rcteriz etrn é pi e prximide e e mle id cu t M blutmente nv, ue jmi eu n experiênci, não pe e temid Só á Uneimlich e uer repetã O estrnh é g ue retrn, lg ue e repete, m ue memo temp se preent cm iferente O Uemlch é um repetiã diferenci e nã um repetã
Vr: H . B Vergote Sns et rptition.
13
Feud, S , ESB
•
Vol. XVII p. 277
pulsão e repetição
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mes. F reu reere es repetçã à própr nturez s pulsões, um cmpulsã per stnte pr prevlecer sbre prnc'p e przer. 14 Fnlmente, em Além do princípio de prazer (1920), tema d repetçã pss entvmente pr prmer pln eora E repetçã ue v ser e undmento pr expl cação d pulsã e me, "l ms prmtv, ms elementr e ms pulsnl ue o prncíp e przer e ue se express pel compulsão à repetçã. A repetção é càcterístc própr d pulsão. Au, Freu nã pe evtr hpóte, cnserd pr ele mesm cm especultv seun ul pu lsã é u m mpls nerene à v rânc n sent e resur r u m esa nterr e css, st é, n sent e retrr estd nrn c. 5 Assm , cntrrmente à concepçã cl pu lsã cm sen um rç ue mpele rnsm sent a munç n sent pruçã e erençs, sms rçdos com Freu rmr cráter cnser pulsã: ressnci à muç e repetçã mesm O ue l repete é pos ms rcc, estd ncl d ul rnsm se sou por exgênc e tres exernos: nrânc "Sere mos enão compels zer ue jetv e vd é more 6 escreve F reu Se v é enten cm perturção e um eulr estável ue se ruz mtér nna nad ms nturl ue mtr es tenc n seno de recorar eulr pero. Dentr esse ur, pu lsão de vda ter com jetv cumprment es cmnh naurl pr mrte. O jetv d pulsã e v nã é· evar que a morte crr ms evtr ue el crr e rm não naural "O ue nos rest escreve ele é t e ue o rgansmo dej mrrer pens seu própr m.7 Nes exo e 920 Freu, alr d compulsã à repeção faz uesã e entzr ue reptçã à ul ele se re
4 red S EB Vol XV p 297 IS
:�
e S., E B. Vol XV I I p 54 Fe S, EB Vo XVII p 56 Feud S E.B Vol XVI p·57 .
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acaso e repetição em psicanálise
fere é a repetção do memo, do idêntco, e que ·ela apesenta em alto grau um caráter pulional ( Triebhaft). Ea repetição, em e tratando de criança, não contradiz o prncípo de prazer, memo quando e trata da repetição de experiênca deagradá vei No cao de experência agradávei, como a de uma bela hitória que contamo, a criaça exge que ao contarmo pela egunda, tercera e enéma vez, o façamo de forma dêntica à primera Qualquer modfcação ntroduzida, memo no entdo de me lh orar a narrativa, é veementemente corrgda pelo pequeno ouvnte No cao de expeência deagradáve, como na brincadeira repetida cjo conteúdo é deagradável, Freud upõe que eteja preente uma tentativa de dominar uma mpreão poderoa de forma at a, em vez de er nvadido pavamen te por ela Portanto, não há aqu contradção com o prncpio de prazer O memo não ocorre, porém, com o adulto Se lhe contamo d ua veze a mema h itóra, el e e aborrece; um a p a da contada pela egunda vez perde quae toda a graça o memo paeio, quando repetido, não tem o memo abor. Para o adulto, a novidade é empre a condiço do deleite1 8 O q ue aconte e na compulão à repetção de experiência traumátca, por parte do adulto, é que eta não atende, ob nenhum apecto, à exigênca do princpio de prazer, e no entanto mantém o eu caráter pulonal Ete é o camnho que levará Freud a potular a pulão de morte
18Freud,
S, E.SB, Vol. XVIII
p. 52.
3 A REPETIÇÃO EM HEGEL, K E RKEGAAR D E NI ETZSCH E
N cç ra o cas é o q ns dz Hsod na Teogonia. Sbr ss lgar ndrncad nabtad pos duss ps hns anro r a pr ro d a à prra palvra cai mas bsolt sêncio Rpd o slênc d cas s v fi a palavra ngc lacunr d cnand a hsóra dos cçs Fnt a ndrnad srg narrnd a rd prmeira, r s cncbda nã c a nrior ao caos a s c mo d nã c fndan ncssári s acn cns c razo ann a ndo às cois as rsan d caso orgna O mythos é a narratva dsss cçs Esrangro pa pavra, o h procuru ordnar cas crand odls para os aconcntos prsnts futu ros ! a partr dsss acntcimnos prmros qu o homm grgo va forja r o conci to d nat rza Os fts dos duss ds hrós não sã dtrnados a prioi, não obdcm a nnh ord prstbcda, não são a anfsação d nnha Os duss os hrós não aaiza uma natureza, s prdzmna a part r d cas or g ina Esss acontci mnts prords, a vz prdzidos transformam m modos pr a cndt dos ho ns O homm das cu l tu ras arca icas prvas rpt ss odlo, sndo qu é através dssa rptiç s fos d codano ganha snido radad. Os cncns d ndo nã pssía radad m si ms s s apnas na dda q rpa acontcints rs Ora, como odo aconcmnt orgna caractrizav pr sr m a d cração pr prt d u dus ou d um -
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acaso e repetição em psicanálise
hei a conduta exempla ea aquea que epetia indefinidamen te a ciação oiginal Temos assim aconteciment rado e acontecimentos pofanos os primeios repetino um modelo oigina e os segundos sendo etanho a ese modelo O atos exemplaes ão, potanto ahisticos, cando a histoicidade apena aos ato pofano. O mundo no que possui de verdadeio (ou de saado), é uma repe tição. O que não é epetição permanece imero no caos caecendo de entido e de ealidade Asim desde a mais emota antigüidade a epetiço é uma questão cental paa o homem Desde o mito passando pe l "etern ret e Heáclito até Nietzsche, o tema da epe tiçã atrae a htóra do penmento ocidental Quando ele rere a ra e re n nício ti midamente até tanformare em tema cenra e Além do pincípio d prazer o faz com o eso de h istóri a e É é a maca egistada Dente o autore ue tratam a eã a epetição e que fazem pate do mesm solo do er n ter do qua a sicaná l ise fez sua emegência, Hegel K iereard e N ietzsche tansfomaamse em efeenciais pivilegiado pelo comentado es de Feud apesa de a influncia dieta que o di pimeio posam te tido be ee r qu ase nula. N s poém no podemo ignoálos Se há ago que podemo considea como sendo comum a Hegel Kiekegaad Nietzsche e eud é em primeio uga a impotância que eles confeem à epetiço e em segun do luga o fato de que paa ees epetiço n é eminiscncia -
!1
A apoximação ente Hegel e Feud atavé do conceit de epetiçã já foi feita h tinta anos po Jean Hyppolite, numa confeência ponunciada na Sociedade ancesa de Psicanise' Hyppol ite popõe apoxima a Fenomenologia do Esprito de Heel e A interp tação de sonhs de Freud atavé a noção
1
Pubicada sob o tulo "'Pénoméologie de Hel e psychaayse em: F1gures
de a pensée philosophiqe - crits de Jea Hyppolite.
repetição em Hegel, Kekegad e Nezsche
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de retrospecção, noção esta qe se encontra tabé na base a letra qe Éipo faz e sua prpra hstóra e que encerra o u ndaental da prática pscana l ti ca O io condtor da reletra que Hyppolte faz e Fenoenologia é a noção de verdade entenda coo esvelaento, e se eeta pela intersubjetdade o, na terminologia hege l ana, pela interco n cação de duas autoconsciência h umana Se no Hege, essa com n cação ntersubjetia ó poe r fei ela lnge, únca edaço posse entre autoconcên cas, to é, n ico eo ess autoconscências rem e suas respectivas certezas subjetivas e consttu re u ma verae o jeta Mas coo nos z Hegel a verdade nu nca é u m ao, ma o resultado e u proceso que ao eso temo a ruz e a reela se desvelaento i p l ca porém u ma releitura n u m prero oento, o fenôeno é consdero enuanto vvo, eq anto experiência do sujeito (certeza subjetiva) ; n u m egu n do oento, o da releitu ra e le é i nclu ído na ota li ae o E rito (Gest) que revela a sa verdae. O que Hyppolite propõe é a analoga entre o percurso rezado pela consciência, desde o seu oento e inconscin cde até a autoconsciência, e o caminho percorri por i po direção à sua verade de parrcda e ncetoso Esa ex ern que é desrita na Fenoenologia do Espírito e e é tabé aqela qe realza o pacente na prátca cnica scnltca É portante resaltar que tanto e Hegel coo e Fred es percuro se constitui co a experiênca qe o sjeto az de si eso e não coo algo qe lhe possa ser acre cetado de ora. Da esa ora coo Édpo não se reconhe cera parrici e incestoo se esa verdade lhe fosse ta logo aps ter assd o o trono de Tebas e tere casado co J ocasta, tb o pacente scanal t co não reconhecera coo sua a h i tri qe le osse councada reaturaente pelo pscanalis t. O desconecento de Édpo quanto à sa erdade assi co o o desconheciento do paciente quanto ao sgnicao o stoa são da ea natureza que o deconhecmento co qe é arcada a conscnca ngênua e que Hegel nos fala n Fomo oga do Ep ro. A certeza (sbjetva que caracra onscnca soene ser bsttua pela verae (obje o do processo e reelrá, retrospectvaente, o
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acaso e repetão em psianále
ráter ocul tado do mo mento in icia l N ão há outro cam nh o para a verdade senão aquee que se consttu pela experiênca que a conscênca empreende dela mesa. É portanto a Totae que conere verdade plena ao enôeno; sem ela, ele pernece incopleto enquanto sentido Tratase de uma concep ço essencialente grega da realidde A viso kierkegaardana da epetção diere da de Hegel na medida e que o dmite a totalizaço (o mesmo podemos dizer concepço eu i ana E st is p a da viso crst do qu e d vso e na e ida e que viso c ist ad te que a epetiço pel apesenta a possbidade de uma renovaço. E Kiekegaad o tema da repetiço no está presente apenas no livro que eva este ttulo as esenvolve na parte e sua oba que ele desgna como estética Assi, po exe po teos no apenas a repetiçã alsucedida de Constantino Constntus em A epetiçã, co tabé a repetição bemsuce e ohannes de Slento em Temor e temo. 2 Já n o pre o do pieo Kierkegaard nos advete que repetição não é einsênci no se tata tabé d epetiço ntua identi c co a e nada que se asseme l e o ovimen dos asos ou ao cclo das estações O conceito surge a conrontaço da subjetvdade com a realidade e é colocda sob a foma de u pergunta nical: Ua cosa ao ser repetda, ganha ou pee?" a pimera resposta podera ser a de ue havera ndis cutvelene uma perda posto que o gano podea advr e u u à epetição tona ndo possvel a vvência do i nstan te. Este n c, poré o ponto de v sta de Con stan tin o Constanus paa que a ex istênc ia não é o pu o caso do devi r as repe o R epet ção di z ele tomada no sen t o grego do tero É no conceito grego de Kness oviento, mudança) paticulente a coo o pensado por Aristóteles, que Kieead vai buscar poio paa epeende sua crítica à con
Constntius Joha n ns Sleio foa m dois dos várs psudônmos U>du por Kikegard_ Comtdu
repição m Hegl, Kikgaard e Netzsche
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cepção hege iana d e mudança N o entanto aper d a evidente crítica de onstantino Constantius a Hege, e do tão decarado antiheelianismo de Kierkegard não seria nteramente descabido afirmarmos que o pendor dnamarquês retoma a noção hegeana de releitura conferindohe novo sentido Caro est e i sto no imp l ica esta belecermos u m a i aço de Kerkegaard a Hege (pelo menos num sentdo near) ou em aproximarmos o conteúdo de ambos os pensamentos; o que est ndo assinalado aqui como presente a ambos, é o conceito de repetição Ao retomar a noção e repetição Kierkegaard va distn guir o qe ee chama de repetição numérica (pura reprodução de algo) da repetição propriamente ita Enquanto a prmeira é a repetição qe encontramos na naturea uma orma de matenção do mesmo a segnda é produtora de diferenças; en anto a primeira se expressa sob a forma da e e dz respeito ao semehante à generaidade, a segunda é contrára à ei f nesse sentido qe Kierkegaard afirma que é preciso entender a reetição "no sentido grego sto é como algo que z res peio a ma singuaridade sngaridade esta que afirma a eter ne mas não a permanênia. Não se trata de afirmar uma · etena repetição do mesmo mas de mostrar que o eterno re torno de que nos faam os gregos aponta para o que podemos chamar e repetção diferenia Os acontecmenos, quando re etos j não são os mesmos. A própria repetção de uma paa vra não traz com ea a repetição do sentido f movdo por esse sentimento de que o tempo mpõe o eterno retorno uma marca reovadora que Constantno/ Kerkegaard empreende a tentat iva de evver todo o encan to de ma noite de estréia n um teatro em Berl im e a exper iênc a acaa O fracsso ocorre porque o personagem de Constantno Costantius empreende sua tentativa de uma maneira excessva ment ojva Não se traa evdentemente e proceder a uma rpodução ra e simpes da experiência anteror até mesmo porqu ist seria mpossvel nem e retomla desde fora a ior mas ao contrrio tratase de um exercíco de libae. O e Kieegaard ngue aqui é a repetição natural, e se cofnde com a lei e a repetição como iberdade como
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acao e repetição em pianálse
pênca e nerrae, cm subjevae O av a críca e erkeaar, nes mmen, é an Saems ue uma as ueses kananas, sreud na Crltica do juízo é a e encn rar funamen a unae enre mín d naurea e a l berae, assm cm a passaem e m a ur erkeaar nã ame que essa passaem pssa ser fea pel cnhecmen , e apna a repeçã cm uma sblae, cnan ue ela nã sa cn fu n a cm rem n scênc a 3 E Dférence et répétition, 4 Deleu e apna uar ca raceríscas a repeçã em Kerkeaar ue sã a mesm emp pns e cncênca cm a cncepçã e Nezsche: 1) A repeçã m pl a nv, esá vncu laa, pa ra K erkaar, a uma seleç e ccaa cm be suprem a berae e a vnae Reper n é cnempar nem embrar, mas atuar traa e aer a repeç cm a uma nvdae, uer dizer, uma lberae e uma arefa d berae5 Essa p iç enre recrar e auar, vams encnra ambém em Freu refera uesã a reeçã Para Freu, a repeção ubstu a recraçã e se ela num prmer mmen é tomaa sb u m a spec pu ramente neav (cm ressênca ) , num seun mmen ela é cnieraa cm funamen a ransferênca e prura e nÔvae. 2) A repeçã se õe às les a naurea ea respe a ue h e mas n erir na vnae e nã à muança e guaaes ue se ã em cnformdae cm as les a natu reza S ese aspec, K ierkegaard cnena an a repeçã epcuré a cm a esóca 3) A reeçã se p à e mral; é bra sr, é gs o "enr prva Ese úm é ma pr erkeaar cm pot prfessr públic, cuj scurs cnceua trna ur a le 4) A repetçã se pe s eneraade do hbt assm c às parculardaes a remnscênca Pea repeçã, esquecmen ransfrmase numa pênca
3 C f
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5
H B
Vergote, Snset rptton - Essa sur l'ironie kierkegaardienne
Dleuze G. fférence e étition, "lntroduction Op. p 1 3 . .•
pp. 452-3.
repetição em Hegel, Kierkegaad e Nietzsche
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posva, o nconscnt s convrt inconscnt s pror p ostivo. 6 Vi os aci a q podos d isti ng i r das foras d p tção : u a rptião-rprodção, rptção do so" , tipo d rptição qu Kirkgaard chaava d natura q s con fnd c o a l u a ptição dif rnc a l , prodtora do novo d difrnças Nitzsch fo o grand filósofo da rptição di frncia l, o q faz d u pnsador trág ico por xcênc ia O qu s ntnd por "trágico aqi é a afiração do acaso rp tição d frnca d u a afraço qu é u p ro dv ir Não há trágco naqilo qu é absoutant novo, o tico pica a rptção Tabé o acaso p ro não é tgico é a afi ração prira, o dvir, o pro acontcinto. Est, coo diz C Rosst, pod até sr catastrófco, a s nada t d trági co, na mdida q o trágico não s dfin pa dor pa tristza, mas pa afração do acas 7 O tágico é a afiração da afir maão, não é propriant da ord do acontcinto, as da afiraçã do acontcinto. A priia afraçã é o dvir (acaso); a sgnda afiração, q afira a priira, afir a o sr do dvr (ncssdad) sta rptição é, no ntanto, r ptição difrncal não s trata d a cópia do priro acon tcinto, as d ua rptição podutora d difnças O q é prcso acrscntar ao acontcnto puro acaso) para q consttua coo tyJo é o Jogos - a palavra ou a n troridad ssa ntrordad não dv sr ntndda coo in triorzação da xtriordad, não s tra da introrzação da ord da i A rptção trágca não é a ngação do acaso, as a sa própra afiração constitindos co ncssdad ssa concpção da rptção, Nitzsch va bscar H rácito, b único dntr os pré-socráticos qu consdrava co o pndor trágico, posto q afirava o dvr o sr do dvir ssa dupla afração corrspond aos dos ontos do joo d dados d que nos fala N tzsch Zaratustré: os dados lançados os dados q ca Os dados a nçados são a af ra
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Op cit , p 1 5
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Roset, C., Logque d u re.
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aaso e repetição em psicanálise
ção do acaso; os dados que caem são a afirmação da necessidade 8 O acaso é ident ificado ao mú lt ip lo, ao caos, enquanto que a necessidade (ananke) é a própria afirmação do acaso, sua pó pria combinação e não sua eliminação do acaso. Em Heráclito esses dois momentos correspondem à physis e ao fogs. A afir mação não afirma o ser; é el a própria o ser En quanto afirmação prieira ela é devir, mas ela mesma é objeto também de outa afirmação Assim, tomada em toda a sua extensão, a afirmação é dupla, é preciso uma segunda afirmação para que a irmação seja ela própria afirmada 9 Acaso e necessidade não se opõem, combi namse n uma u n idade comp lexa, sendo a necessidade u a reafi rmação do própio acaso. E nuanto tal , ela é uma repetição diferencial este é o sentdo do eterno reorno de N etzsche O trágico implica a rep�tição Isto não faz, porém, com que o pensamento trágico opere sobre um dado" O aaso não é 9 dado sobre o qual o trágico vai se constituir já que o dado implica o ordenado, enquanto o acaso é anterior a qulquer ordem Poderíamo ainda supor que o primeiro momento do aca sotrágico seria marcado pelo inconsciente e que o segundo momento assinalaria a passagem à consincia Cleent Rosset nos mostra porém ue o que o pensamento táico s propõe azer é passar o trágico não do inconsciente consciênia, mas do silêncio à palavra O tráico é o que nos remete paa além dos l i mites do d iscu rso conceiu al e o que si lencia esse di scu rso. A concepção nietzschiana do trágico difere ainda da que nos oeece Schopenhauer, que o identfica com uma visão pes simista do mundo. A rpetição rágica de que nos fala Niezsce nada tem a ver com o pessimismo, sendo mesmo sua negação, já que o pessimismo supõe uma natureza que aparece a ele como insatisfatória !1 O trágico de repetio, para N iezsche, no pressupõe uma natu reza seja ela boa ou má , não se refere a uma cu lpa ou injustiça cósmica do t ipo proclamado por Anaxi
8 Deleuze, G Ne tzsche e a filoa
9 Op.
10 11
.
c, p. 30.
Op ct, ·p. 28 Op it, p 1 7 .
pp 9 - O
repetiçaõ em Hegel, Kerkegaard e Nietzsche
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manro, à qu a os qu nos su bm ee nu ma xiação in fiá vl . Para o pn mno rágico, o hom não é cu pado, não ca rc d nada, não é d in ido pla fala : O rági co s dfi n pla coidia n idad não pla xcção pa caásrof ( . ) Não xi s dua s sfas d a l idad a ági ca a não rági ca mas do is modos d o ha ( o ágico o não rgico ) 1 Não s raa aqu i d azmos o invnário daqu i l o qu s rp d orma idênica po oposição s piçõs dinciais, nm msmo d ad mi i mos qu a rpiçãopodução pn c ao dom n io da nauza , nq ua no qu a rpição difrnc ial pnc ao domnio do humano Traas, acima d udo, d dixa pan a dinça pounda qu psid cada uma das concpçõs da pição. Fo paindo do fao d qu a rpiçãorprodução era possvl dnro do domínio do humano, qu B Wason, ao funda o bhavioismo, dscarou quaqu rência à inio ridad do suj io po considá-la m odoog icamn in ú i l . Pa a o bhaviorismo d Wason, "uma vz dado o símulo, a psi coogia dv pdiz a rsposta; ou invrsamn, uma vz dada a sposa, a psicologia dv spcificar a nauza do símu lo" .1 C ao sá qu a pa t i r dss pono d vi sa, oda vz qu s rpi o mso símulo mos a msma rsposa No en ano, ans smo d indar o século XIX, ss associacionis mo d ipo mcanicisa á ra alvo d svras críicas, sobrudo no qu s rfria à qusão da pição. Assim, William Jams rcusava a possibilidad d um msmo sad d consciência s rpir d mania idênica pois cada snsação provoca uma mudança no cébo , porano, paa qu um sado d consci ência vol a s poduzir uma sgunda vz d foma idênica, ia qu s dar m um cébo imuáv. 14 � somn de uma mania aiicial qu ssa rpição é possív, msmo assim é discuív. Os xpimnos sobe o behavior são possívis com anmais, dno dos limis imposos pas condiçs xpi
2 Op c. p 7 1 . 3 Watson, J . 8 . Psychology f om he standpoin o f a be havoris 14 James, W. Prinpes o f psycholog, p. 2 7
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aaso e rpetiçaõ em psicanlse
etais. São potato abstratos Transo seus resultados paa o do io do h u ao deohece que o hoe fala que pela liguage ea oea ua etaorfo o eal costituindo u udo iredue o u o ana o uo huao o udo do setido u do que ão é pensável foa da efeêcia ao sibóico. Esta a razão pea qual Jacques Laca e agu oeto dos seus seiáios afia que ão h behavior huao as ato hu ao, isto a go que se constitu i coo seti do e que idissociável da iguage Ua palava ou eso ua fa, quado eetida ão traz co ea a repetição do seu tido E a esse espeito o coto de Borges Piere Mead au to do Qu ixote exepl a 1 5 Bo rges o s fala d e u certo Pierre Meard q u e teia cotado o isteioso deve de econstuir iteralete o D Quixote, de Cea ntes. '·'Não queia como out ro Qu ixote o que é fác i as o Quixote. Inúti acrescer qe uca visiou qaqer trascição ecâica do origina; ão se popuha coiálo Sua adiável abição era roduzir ágias que coici disse a ava po paavra e inha o iha co as de M ige de Cervates. 6 Paa tato o curioso roacista dedicou ao esah ol do scu lo X V I I à fé cató ica, guer cota os oros e ao esquecimento de tdo o qe havia ocoido etre os sécu os X V I I e XX Ded icou ses escúpulo s e vi g l ias a e eti u idioa alheio u ivro eexistente Multiplicou os aontaentos; corigi u teazm ente e rasgou i l haes de páginas manscitas R esu tou desse traa ho de aos e a os u texto rigoroente igua ao de Ceantes, só que o de Piee Mead é qase infinitaete ais ico" E Borges propõe u cotejo ente os dois. Assi no nono capítuo da prieia pate, Ce vantes escreveu : ' ( . . ) a verde, cuja mãe é a históa êmula do tempo depsto as ações testemunha do passad exemplo e avso do presete adetnca do fuur o"
I S Borges, J. L., FiCÇÕ<. 1 6 Pra o que gue: Borges, o.
cit
repetição em Hegel, Kiekegad e Niesche
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P ierre Mena rd e copenço escreveu : "( . . ) a verda, cuja mã é a históa, êmula o tmpo, pósto as açõs, tsmunha o passao, xmpo aviso o psnt, avtêna o futuo
O prieiro texto ereve Bo rges redig ido n sécu l o XV pr Ceantes "é u ero elogio retórico da istória e ada coparável ao de Menard Este escreve ue a istória é mãe da verdade; a idéia é espanto Menard conteporâe de Wi ia Ja es não defin e a istória coo u indagaço da rea lidade as coo sua orige A verdade istórica para ele n é o que sucedeu; é o ue pensaos u e sucedeu As clá usu la s f i nais exemplo e aviso do presente, advertência do futuro são descaradaente p ragmáticas" "Vívido tabé é o contraste dos estilos. O estio arcai· zante de Meard no fundo estrangei ro - pace de al gua afetação No ai o do precursor ue co denfado aneja o esanhol corrente de sua época" Co ironia e co uor Borges p rossegue o cotejo ue nu nca seria excessivo reproduzi r aqu i, as prefiro reeter o leitor a o próprio Borges I agi neos u poeta excêntrico e so itário reescrevendo a 1/íada e a Odiéia copondo verso por verso escol endo cui dadoente cada paavra para eliinálas e seguida por no estare contidas no texto oérico R epetiçoreproduço u e o gên io de Borges transfora e repetiço d iferen cia l Ser á esse Pierre Menard nosso neurótico? obssivo de ue nos fala Freud? Ou será ee a iage do intelectual ue persegue inu cio e in canve ente a s ind ições de pé de pág i na do u au tor p redi et ue Borges i ron icaente caa de precur sor" - pocurando assi repetir seu percurso para reproduzir a gra nde obra? N ão é deais lebrar u e " repetir (do lati repetere) sign ifica "tornar a d izer ou escrever" isto é� a lg o ue diz respeito à l ingua ge ou n u sentido a i ap o ao s atos huanos e não aos fenômenos natura is Kierkegaard se dá conta através de Constanino Constan tius que repetição não é reproduço ou eso ue a reprodu
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· acao e rpetição e panálise
ção em se tratano e atos humanos é imossíve O qe ns tantino não consegue saber é como a repetição se constitui Sua tentativa inevitavelmente malsuceida era a d rerduzir a magia o aconteci mento prim eiro. O que l he escapava era que a magia resiia na própria repetição e não na reproução mecânica de um acontecimento primeiro. A repetição impica o novo. A magia do conto e Borges não está na reproução minuciosa do texto e Ceantes por parte de Pierre Menard mas no novo que a nrrativa de Borges faz sgir E essa noção de que a repetição emanda o novo o acaso e que ela está voltaa para o lú ico, é que va i se constitu ir nu m os pontos centra i s da aná i se empreenida por Lacan o conceito de repetição em Freu
4 SOBR E A NO ÇÃO DE CAUSA ACID E NTAL: TYCHE E AUTOMATON
o abordar a questo da repetço em Freud, Jacques a can recorre a Aristóteles e sua teoria dos princpos (teora das quatro causas , partcu larmente tal como é exposta nos cap tu los quarto e qunto da Física. Mais do que as quatro causas apontadas por Aristóteles como os pr inc pios das coisas cau sa forma l , ma tera l , eficiente e fi na l , o que está em queso aqu i é a sua noção de causa acidental (symbebekos) nas du as formas em que é concebda por Aristótel es tyche e automaton. A c ham ada teora das quatro causas de Aristóteles, exposta no Livro I da Metafísica diz respeito, em verdade, aos prnc pios ou fatores explicatvos das coisas, e artcula, num con unto mas amplo, às disnções fundamentas de sua filosofa essêncaacdente, atopotência e matéraforma, no sentdo de mostrar que a flosofa consiste fundamentalmente numa nda gação de pr in cíp os. Aristóteles dsti ngue qu atro pr nc pos das coisas 1 A cau sa formal (eidos) que faz com que uma coisa seja o que é distn gu ndoa as demas (sua su bstância sua defn ição ou noção) ; 2 A causa material (hyle), que é a matéria de que uma cosa est feita; 3) A causa eficente (kinoun), que é o pr in cíp o de mov ento ou mudança de uma coisa, sua causa produtora 4) A causa final (te/os) o fm para o que uma cosa existe. A teora das quatro causas responde portanto à exigência aristotélica de que tudo o q ue acontece, acontece a pa rti r de a lgo, de que não há movmento ou mudança sem causa A questão da causalidade é retomada na Física onde Aristóteles analsa a noção de causa aciden tal (symbebekos) que ele divide em dois tos: tyche e automaton Ambos d zem respeito 39
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aao e repetiçaõ em psicanálise
a aconteci mentos excepcio nais, sem qu e, n o enta nto, sejam pendos como absurdos ou irracionais, mas como "privações. Tyche e automaton são causas rea is que se in cl ue m na categoria e causa eficiente d i sti ng ui ndose das dmai s causas eficientes pelo u caráter de excepcionalidade. Enquanto a tyche é associada freqüentemente a uma necessidade (fortuna) desconhecida para o homem, porém dotada de algum grau de deliberação, automaton é tomada num sentido mais próximo de acaso, isto é, de uma causa acidental na qual não houve nenhuma deiberação hu mana ou d ivi na As noçes de tyche e automaton foram em eral assi mi a das à noção de acaso, na medida em que diziam respeito a algo que acontecia sem que a razão humana pudesse atribuir uma in teigibilidade No entanto, o significado dess noçes, longe de ser o mesmo, foi muitas vezes o oposto um do outro O fato, por exemplo, de tyche designar uma causa oculta para a razão humana não significava de modo algum que ela deveria ser assi mi ada a um caráter pu ramente fortu ito ou absu rdo do fenôme no. Pelo contrário, a tyche grega esignava em geral uma divi dade descon hecida porém nomeada reponsável pela sorte ou infortúnio dos homens O poeta Arqu íloco de Pars referese insistentemente à tyche divina e sua força sobre o destino dos omens Arqu oco chega mesmo a afi rmar qu e o esforço do ho mem para acançar a independência e a iberdade impica uma renúncia ao que ee recebeu dos deuses, da tyche divina. A ty che é ua entidade absoutamente prente no cotidiano do ho mem grego, i ntervi nd o tanto na vi da do indidu como na vi a da coetiidade1 Também Patão, na República e nas Leis, referese à tyche como u ma força d ivina responsável pela sorte do i niv uo e a pols. É essa mesma noção que vai ser retomaa por Aristóteles e, destitu da de seu caráer m ístico, in cl u !da na sua teoria d causa idade f si ca N a verdade, onge de designar aqui o que cha amos e acaso, ea designa muito mais um destino, algo ao qua o oe é su bmetido e q ue é exterior aos próprios aconte·
1
Ver: Jaer W., Píde, os ídees de cultur gíega
pp 1 2 5 6 e p. 666.
sobre a não de ausa acidental
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cieos O cso qe ccei tyh desig bé o ecor de ds sies cs is cd pefeiee dee ind, ficdo o cáe de ecepcioidde efeido o e conroe u co ou� Ese speco d tyh foi reomdo po Sno Toás de Aquio o firm qe dii poid ci não exclui o foio em o csul (cso coário pópi idéi de d ii p oidci sei eclu d ) O eeplo eo do po Tomás de Aquino é o d pesso que i à pç públic p comprr ou ende lgo e se encon co ou pes so que he dei dinheio e lhe pg O oio pelo ql cd u foi à prç d i h e com o pgeo d d íid qe coneceu "po cso2 T como Ar isóees oás de Aqu i no não enende o cs como usênci de orde s coo cidene q e ricu séies cusis independees A oção de automaton inroduzid po Aisóeles o Li vro l d Físia bé é concebid como se referindo u cus ciden T coo tyhe, automaton pesspõe u ordem nu e relção à qul é um exceção Atomaton sig ific "qu i o ue se oe por si mesmo ou sej q i o qe conece nenhu deiberção humn o di e cjo efeio não e espedo E em ger rduz ido po espoeidde, e esá io is póio dquilo qe chos de cso do que tyh· (qu e se proim is de anank eces sidde No eno i depedenemene dos izes de sido que mbos o eros ier n Gréci nig o tyh quno automaton designm u cso secundrio e ão c so origin, iso é, estão mbos reeridos u ode ql e es ão u m exceção ou um desio d iferenemene de cs orgn que no supe nenhum nurez, ms que é podo de naurezas diersas O cso em Arisees não é igul o cso em Lucrécio, por exempo Pr Lucrécio, qilo que p side ao scimeno ds coi ss não é u e i, u orde a prioi ms o puro caso do clnamen. A nurez em Lucio é pi cpo do dierso e não ordem esnci. Enre s nões de ty·
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2
Tomas de Auino, Súmu con a os ntios, Livro 3 cap 74. 3 Ar i soteles Fc, Lvo l i (ct. po C Rosse Log de lo peor p 4 C oet op ct.
1 02)
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acaso e repetiçaõ e m psicanle
che e automaton, ta l como foram empregadas por Aristóte les, e a oção de clinamen de Lucréc o, exste pois uma grade d stâ ca, a medida e m que esta ú t i ma ão é a teração da ordem, mas ausê cia de q ua lquer ordem Laca etede o atomaton como a rede de sgificates, equato vê a tyche como o ecotro do rea1 Tratase, para ele, de trazer à luz a fução da tyche para aé do auomaon. A yche d esig a o real como e cotro, mas como u ecotro faltoso Para aém do jogo dos sgos e seu retoro (auomaton ) , para a ém da fatasia, para a ém di sto que é regu ado pe o prcpio de prazer, há o rea O real é o que se repete, e o que se repete, com efeito, é sempre a lgo que se produz a expressão os diz bastate da sua reação com a tyce como por acaso. "6 Aqu i o que Laca procura escl arecer através das oções de tyche e automaon, particularmete através da prmeira, é a fução do rea. Ates porém de respodermos sobre a fução do real , u ma qu estão pri me ira se im põe : o que é o rea ? N u ma coferêcia feita e m ju ho de 1 955,7 Laca diz que o st do qu e o h om em sempre deu ao rea l é o de a lgo qe se e cotra sempre o mesmo ugar Foi em reação a esta fução do rea que as cêcias exatas toraramse possíve�s Mas e quato a ciêcia mede o espaço com sóido, ea mede o tempo com tem p o E a u dade de tempo é sempre refer da ao rea , ao fato de ee "votar ao mesmo ugar E de mae ira see hate que Laca v a pe r o rea em psca se equato tempora Hdade igada à cadeia si fcate A cadei a sg if cate ada mais é d o qu e a cadeia do dese jo comanada peo pricpio de prazer A sistêca dos sgos de que Laca os faa é a própria sistêcia do desejo; a articu ação tempora etre os sgfcates costtudo como pre ça do dejo cujo objeto absou to falta sempre O objeto p re sete, ilusão do objto absouto, é o que costitui o magiro, marcado pela deceção, pea egativiade, pea \stação Etre
5 6 7
ln, J O Semináio Liro 1 1 , 5 t n J op. ct p. c n J O Smnário, vro 2, 373.
sobre a noção de causa acidental
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eses dois objeos o ene ilu sório e o au sene absol uo é que vamos si ua a fu nção do eal O ea l não s e siua ene os objeos do mu ndo enedidos eses como o bjeos possíeis d o desejo, as como o i moss ível, como o que fala ao enconro marcado, e em cujo vazio oma lu ga o sig nif icane O objeo, enuano fala fu ndamena l, é de nominado a Coisa Lacan disingue enre das Ding e die Sache. 8 Ambos os emos, em alemão, designam coisa Pocuamos das Ding mas enconramos die Sache. Ese úlio é o que se consiui como objeo do desejo e que é refeido à cadeia signifi cane; sua resença é uma presença ilusria, já que ele preenche o vazio de das Ding sem no enano possib i l ia a saisfação pl e na Iso, porém, não significa que, po oposição ao caáe ilus io de die Sache das Ding seja o real. A igo não odemos se que dizer que das Din é o objeo perd ido, oso que ele ja ma is o foi ealmene; o que o constiui como erdido" é a nossa pocu a Al ai n Ju anvil le d iz que o rea l não é o desejável , mas o ano de epo que o desejado não surge" E nessa medida que não devemos confu ndir a fun ção de repeição ( Wiederholen ) com a função de eono (Wiederkehr), ou com a rememoração (Erinne) O eal não é o qe eorna o que reorna são os signos , mas o que se repee como fala, é o enconro faloso que Lacan designa como tyche O eal não é a realidade, na medida em que enendemos o esa úlima os objeos do mundo, mas é o que confere ealidade ao mundo Presença ieduí vel, o real é o que se eee, e nssa epeição funda o óio mundo enquano ealidade Esa é a epeição que vai caacei zar essencial mene a pu lsão
8
Lacan J , O Smn�ro vro 7 (nédto).
9 uranville, A. Lacn e t la philosophe, p . 8
5 A REPETIÇÃO E AS MÁSCARAS
Nos capítulos anteriores fiz referência a dois tipos de repetição: a repetição do mesmo" (reprodução) e a repetição dife rencial; no entanto, não cheguei a precisar a natureza desta últi ma para a psica ná l ise O que a repetição repete? Qua l a relação da repetição com a pulsão? Dele uze1 nos d iz que repetição não é general idade, não é semelhança, que ela na erdade é o oposto da generalizaço, pois d iz respeito a u ma sin gu la ridade que não é su bstitu íel ou intercamb iáel Repetir nos diz ele é uma forma de se comportar, mas em relação a algo nico u singular que não possu i semelhante ou equ ialente ( . ). Não é acrescentar uma gunda e u ma terceir a ez à primei ra, mas conduz i r a pi mei ra à enésim a potên cia"2 E pelas máscaras que a repetição se consti tui isto é, como dsfarce. As máscaras, porém, não encobrem se no outras mscaras o que faz com que não haja um primeiro termo da repetição mas que a própria máscara seja o sujeito da repetiço. A repetiço no é representaço; 3 a repetiço no reprenta uma coisa, ela significa algo, ea ê, em sua essência de natu reza si mb ól ica Aquilo de que a psicanálise nos fala é des repetição inter mi nável d esse jog o amoroso qu e const itu i a l igação de E ros com um passado reencontrado O ue se repete aqui é o sexual ou
1
luz G, Dférence e ptiion. pp. 7-8.
� ?:/'r. 4
repetção as mscaras
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melo epetição é const itu inte do sexu l Repetimos u m en conto mooso que, em si mesmo, já é másc (encontro pimeio com mãe) No s csos em que epetição p ece desnu d, isto é, em que se pesent como epetição do ' mesmo" e não como epetição diferenci l, como nos tu is obssessivos, e encobe um repetição ms profund que se desenve num di mensão verticl e não oizontl como os disfrces. G il les De leuze ssi m como Clement Rosset são de opin ião que, neste cso, repetição se liment d pulsão de morte. Não ceio, poém, que interpretção tenh que ser necessrimente est, pes de ser que expess m is fi el mnte o F reud de Além do princípio de prazer. Ms se dm it imos pensr oposição pu l são de mote/pulsão sexul não como um oposição ente entiddes substnciis distints ms como um oposiço de modos, ento podemos refomulr questão cim Mis à fente, voltrei o tem. Por enqunto procuremos entend r questão ds másc rs dento do qudo teórico d segund tópic freudin, sem introdu zi rmos a lteções em su estutu Nesse jogo de epetições que constitui o sexul, o que se repete não é, pois, u m pri mei ro termo em elação o qu l todos os dema seim máscrs. O que se epete são os disfces, s máscs, ms com condição de não se entende epetição como xten os disfrces. El não é quilo que, de fo, vem se sobrepo às máscrs, mas é prte integnte e constituinte desss própis máscrs. I sto sig nif ic d izer que não há u m ele mento primeiro, sem másca, que poderia ser tomdo como eferencl bsoluto e como verdde sob os disfrces Como diz Deleuze, ness série de travestimentos não encontamos o t vesti desnu do que seri o pr imeiro el emento da séie. Não foi por outr razão que Freud bndonou teoi do trum. Est supunh um acontecimento oiginal, rimeio ele mento de um séie cujos efeitos tua is seria m os sintoms neu óticos. A cen trumátic seri, dest mneira, o trvesti des nudo " , o fto bruto causdor dos demis elementos d série, e
4 Op. ci 5 Rsst, C. Logique du pire
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acaso e reptçã em psicalise
cuja descoberta desfaria o jogo de máscaras O mpreo do pro cedimento hpnótico tinha por objetivo possibiitar o acsso do paciente ao seu próprio passado, a fim de que ncontrass esse eemento primiro causador d sua nurose Cada sintoma era uma máscara qu ocu tava um acontec imento ra squcido (porm rtido) peo paciente. Dessa forma, a neurose ra produto de uma amnsia e a cura seria obtida pa rminiscência O que Freud percbeu, antes mesmo de escrever A nrpra ção de sonhos, foi o caráter fantasmático dessas cenas traumá tas, sto é, que as seduçes sexuais sofridas na infância ram fantasias de sedução e não sedução rea.6 Deixa de avr pois, u começo, assim como deixa d avr um fi A anáis é in termináve porqu somos remtidos a ste jogo intrmináv das epeiçes O qu dizr, ntão, da experincia primária d satisfação (Befiedigungsrlbni) ? F reud a aponta como a primeira xpri nia onde se dá o diferenia prazrdesprazr Não seria esta experincia o primeiro emento da srie a sr repetido indefini damente? Creio que isto só seria possív se vssemos nssa ex perinca não um encontro, mas apenas a vivência isoada da riança No entanto, esse "p ri miro encontro amoroso rpt outros enontros amorosos Sem dúvida, pomos vr no amor pela mãe o ponto n icia de u ma série, mas isto s considrarmos apenas a sre paricu ar que u ne a criança à mãe N o ntanto, nessa artcuaço criançamãe podmos rencontrar outras arti cuações amorosas "Deduziremos disto que a imagem da mãe não tavez o tema mais profundo, nem a razão da séri amro� , pos, embora sea certo qu nossos amores repm nossos ntmentos pea mãe, também repetem outros amors qu nós mesmos não vivmos A mãe aparece mais como a transição d uma espcie a outra, a maneira como nossa experiência começa as que se encadeia a outras experncias reaizadas por ou
6
�
qe eud de� ara jama s r abandonado oal mene a eoa da sedção e qe, de fao. odos nós omos seduzdos na inância aravés dos dados nos oam spensados (er: Três ensaios; E.S B , Vo V I 229). O eonhemeno des ato no az oém om que essa "seduço seja toma o Fed omo meo e mo verdade
epetição e as máscaras
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tro. Em última istâcia, a xriêca amorosa é a de toda a humaidade que atravessa o trascurso de uma heraça trascedete."7 I sto ão sig ifica, porém, u a exriência p rimária de sa tisfação ão teha ehuma importâcia Ela, de fato, se costitui como o mometo de istauração de uma experiêcia diferecial ão apeas quatitativa como também alitativa: a do prazerdesprazer Além do mas, é a partir desta exeriêcia que podemos passar a falar de idetificação primária reresetate primário e fatasia primária, isto é, de algo ue, por referêcia à pulsão, vai se costituir como uma istâcia psquica o ld. O pri mário aqui diz respeito à série pessoal de ossas �lações amorosas, mas que ão é primário em relação a outras séries mais ampl as que são traspessoais8 O prazer tem i cio, po is, com essa experiêcia d iferecial . A questão que Deleuze apota como sedo de fudametal importâcia para Freud é a de se saber como o prazer, que origi almete é um processo, torase um pricpio orgaizador da vida psqu ica Segudo Freud o que há iicialmete é pazer de ógão (Oganlust). Ateriormete a qualquer orgaização, as pulsões parci ai s se satisfazem de forma autoerótica, sem levar em cosi deração as demais pulsões e sem obedecer a qualquer coisa que possa ser deomiada pricpio Não há ehuma região do corpo que seja escialmete caracterizada como erógea, assim como ão há ehum objeto que respoda especificamete pela satisfação O que há iicialmete é uma superfcie corporal sobre a qual o diferecial prazerdesprazer se fará com absoluta idepecia de qualquer pricpio orgaizador Assim, ão é o pr i cpio de prazer o que fu da o prazer, mas, ao cotrário, é o prazer o que se erigirá em pricípio A passagem do prazer e tedido como processo psicológico para o prazer etedido co mo pricpio se daria em fÚção da ligação (Bindung), isto é, por u ma coteção ao l ivre escoameto das excitações, trasfor
� Deleuze G. Proust y los signos pp. 856. Deeue G, op. c , p 86
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acaso e repetição em psicanálise
mndo o estdo de pur dispersão em estdo de ingção (trnsormção de energi livre em energi ligda) Esse estado de pur dispersão ds excitções, nterior à instauração do princ ípio de przer e de seu complementr, o p ri nc ípi o d re idde, é evidentemen um esado hipoéico e qe só pode sr pensado recorrenemene � a pari r do aprelh o ps q io já consi tu ído que F reu d pens esse estágio i nic i l rq ico. Ta l como n físic, onde concepção de um estdo ctico e pur ds persão de energi só pode ser feit recorrentemente prtir de u m sistem já estruu rado, tmbém em psican ál ise, ess momen to inicil é um ficção teórica, ·não tendo como rerene um momento re d gênese do aprelho p squ ico 9 A noção de lgação não é, porém , empregad por F reud de mnei r u n ívoc. Algu ms vezes é empregd co m refernci o processo secundário e o ego, outrs vezes é utilizd pr de signr um mecnismo própro o processo primário e responsá ve pea estruturção ds fntasis primáris 1 0 É neste último sentido que el é empregd no cpítuo V de Além do princípio de prazer. Al i, F reud nos diz que tref de sjeitr excitção que tinge o processo primário cber os ertos mis elevados do parho psíquico, ms que ntes mesmo de hver um dominânci do princpo de przer e do princpio de reli dde, ess função é exercid peo prelho psíquico, "não em oposição a o pri nc ípio de przer, ms in dependentemente dee e, té certo ponto, desprezndoo" .1 São esss I igções, nteriores à prpria vigênci do princípi de przer, isto é, nteriores à trnsformção do p rzer em pr in cípi o, qu e vão constitu i r u m primeiro esboço de o rgn izção n o l d Origi nl mente, o d seri esse lu gar ps íq ico ou ess mu lti plicidde de lugares psíquicos, onde ligação introduziri um
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peciso leva também em consdeaço o fato de qe Fred não concebe a energa l vre apenas em termos d e descarga maciça de excitação, mas também como ivre circulão ao longo de cadeias de repesentações implicando os assocativos (igações) (ve: Laplanche e Pontais Vocabuláro da psnálse p. 30)
!� Laplance e Pontalis
Vobulo da psanáli Feud, S. , ES. B , Vol XVI 52
p. 350
repetção e as máscaras
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pri meira forma de organ izaçã Ma s se l d já é u ma instância ps íqu ica, a s pu lsões sã p répsqu icas ou qua seps qu icas. O que encontramos nesse l d a rcaico nã são as pu l sões, mas seus representantes, sendo que cada representante é uma síntese ou uma igação de excitações. Detenhamnos u m pouco neste ponto Quando dizemos que o d é uma instância psquica e que a pusão é prépsíquica, nada mais estamos fazendo d que levar em consideração a advertência de F reud segu nd a qua a pu l são é essa etidade mítica situada na fronteira entre o somático e psíquico, e que ea jamais se faz presente no psiuismo, a não ser eos seus representantes Portanto, o que pertece ao regis tro psíquico são os reprentantes da pusão e não ea mesma. Esses representantes primáios é qu e vão constitui r o ld Assim só e forma u ito am pa odemos faar o l d como um ugar psíqu ico" ld não é um conceito tópico, nã o designa propria mente u u gar, e se quisermos ser mais rigorosos, d ir íamos que designa mais p ropriamente u m nãol ugar A frma ma is pr im itiva de reação entre a pu são e seus re presentantes é a fixaçã ou inscriçã , o que F reu vai chamar de recacamento originário Nesse momento, não há ainda lugares psíquicos" (se por este termo entendermos o s sistemas l cs , Pcs e Cs). Na verdade, a fixação é o primeiro deineamento dess lugares e a precursra e cndição necessária do recacamento propriamente d ito1 2 A fixação à qua estamos ns referind é, pois, a fixação da pusão em seus reprentantes psíquicos, e que é correativa da fixação da excitação nestes representantes São os representntes da pu I sã que a p resentificam no psiqu is mo, ao mesmo tempo qe del imitam suas in stâncias, e i sto se dá pea mediação do recalcament pr imário. Ma s enquanto o reca camento psterior ou recacamento prpriamente dit) apa renta ser um processo essencia lmente ativo, ) a fixação pare ce de fato constitu ir um retardament passivo,3 da mesma
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Freud, S. ESB., Vo XII, 90.
Dede o Projeto de 1 89 5, reud nos fala de um ego concebdo como uma ogani zação interna aos nerônios ', sto é, como u ma organzao de epresentanes s-
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acaso e repetiçaõ em psicaUle
forma como a pimeir d iferenciação a se podu i no I d é a de um eu passivo ou a de uma puraidade de eus passivos. São, otanto as liações e os i nvesti mentos q e vão consti tu i esse eo acaico 1 4 A liação é pois essa síntee que opea a paaem de um estado de ua dispesão a estados arciai de interação ou or aniação no ld Esta oraniação se fa sobe a ecitação que se torna e emento de u ma reetição e qu e j á foi acomanhada de raer ou de dor antes mesmo que pudésmo faar em viência de um rincpio de rae A io esas organiações eementaes são coelativa à in stitu ição do pri nc io de pae; ou melho dizendo crrespondem a um aém do rincpio de rae isto é à detemi nação das condições ob as qua is o pin cio de ae se constitui As rimeira liações que limitam ou im pem o l ive escoamento das excitações são s nteses pas sivas epou ção e não epetição tonamse eetições d iferencia is ou s nteses ativas apenas nu m su ndo mo mento. Ao fala do eo no Projeto de 1895, Feud eferese a ee como u m a d ifeenciação i ntena ao si stema de neu ôni o \ cuja função é essencialmente inibiora mas que não disõe de uma rova de rea l idade E sta seria fornecida pelos neuônios w que infomaiam o eo em \ quanto à diferenciação nte ecep ç ão e le bra nça Y As primei ra s orani açes passivas ou os vá rios eo passi vos vão da lua r a u m eo ativo sede dos p oces
qucs destnada a vtar ou dficultar a descarga de energa. Esta ntgraço d representantes síqucos é a própra lgçã a que nos refrmos acma consttunt de omas ratament estávs que limtam o vre scoamnto das ctaçõs u são emanentmente nvestdas d energa usonal Este o do Prjet não é détco ao ego dos textos osteors a 1 20 À difrença dest outro, le não te aes a readade {função que é xercda eos neurônos W não los nurO n s '1 qe ormam o ego), não é az de d sng r o objto a do o bto al ucina d Paradoxalmente l é u ma proteção contra a descarga e ao msmo tem po au o ue dev r protgdo sua fat a indc ar ra da (e a st eso: GacaRa LA, Feud e ncnscien te, cap. 2 )
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: e S, ESB Fed, S E.SB.
o Poe d e I , 4 31 - 2 .
Vai I Vai.
1S95).
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ptiçaõ e as máscaras
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ss ecundáris. Assim é que, em Sobre o arcisismo ( 19 14), Feud ns diz que "uma uniade cmpaável a eg nã pde existi n indivídu desde cmeç; eg tem que ser desenvvid. As pusões auteóticas, cntud, ai se encntram desde inci ( . )'. 16 O eu que se fa inicialmente n é contud, eu uncad e uncadr que se rma pstemente, mas esses eus paciais, snteses passivas, crespnentes às pimeras gaões eetuadas se epesentantes psinais dis pesos As ligaçes n s prtant efeuadas pe eg, 1 7 mas precndições d p rópri ego Vo tand à questã de que as pusões sã epetições, qua sentid dsta afimaçã, se levams em cnta que Feud, a fal a da pu sã em se u atig de 9 5 em nenum mment assinaa a repetiçã cm send seque uma de suas caacterísti cas? O que sem dúvida aguma é macad pela epetição é Es, a pusã sexual. Assim cm nss pimei encnt amr s é já uma epetiçã, repetiçã de enconts que nã foram vivids pr nós, s dema is encnts sã tamb ém repetições O se xu a é que se epete, ns d iz F eud O qu e já v ims, p ém, é qu e ess epetiçã jamais é desnu da, ela nã apnta para um primeir tem, mas está irremedia vemente cnstitu ída pe j g interm in áve das máscaas. N ã pssu íms uma sexualidade que é mascaada; a sexuaidade é cnstitu da peas própias másca as. A sexu a idade hu mana é, essencialmente, disfarce. Ist quer dizer que a repetiçã nã é epesentaçã, a máscaa nã representa u m bjet, e la sgnfca ag. Esta é a azã pea qual Deeuze nos diz que a repetiçã, em sua essência, é de natureza simbólica18 Oa, ist significa, então, que antes da pulsã cnstitui seus representantes psíquics pel recacament primái, ea nã é pusã sexual, pis é pecisamente diferencial pazedespaze que vai caacteriza sexual, segund Feud Neste cas, não é absurd afima que é recalcament i ginái que constitu i a próp ia p sã. 16
Fred S, E. B Vol X I V p. 93. Fred adm ita q ue posteriomente so ocora Deeze G. Différenc et répétition, p. 1 40 .
: 7 mboa 8
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acaso e repetição e m piau/ie
O reccmento é o mecnismo ou operção pel qu se instur o ogo ds máscrs, sendo que ds ogo pusão não pticip diretmente, ms trvés de seus reprentntes A repetição é, pois, o to peo qu pulsão é presentificd, mas o mesmo tempo, o to pelo qul el permnece ocul t Ass é que Freud, no rtigo Recordar, repetir e elaborar, acentua o fa to de que o paciente, na repetição, não recorda lgum coi que esqueceu, ms s im qu e ele atua. 1 9 A questão que se coloc é qual reção d repetição com o re V imos que repetição prece como to, e bemos que um to é sempre humno, que não há ato ni ml , ms apenas comportament nim O que Lcn nos diz é que um verda deiro to, tem sempre um prte de estrutura, por dizer respeito um re que não é evidente" 2 0 E i nda : O rel é o que retorn sempre o mesmo l ugr a esse lugr onde o sueito, n medid em que ele cogita, não o encontr O re é, portanto, ess presenç silencio, à qu diz respeito tod prátic psic nal ític, e que trnsprece ou se fz presente pels máscaras. As máscrs não ocultm o re, fzemno precer O rel está ém ds máscrs, dos disfrces, dos �ignifcantes, está lém do princípio de przer O re está lém d repetição, não porque j contrário ea, ms porque fund
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Freud, S., ESB. Vol. XI, p. 1 96. Lacan, J O Semnário, Livro 1 1 52
6 PU LSÃO DE MORTE E PULSÃO SEXUAL
Vi mos no p (tulo nterior que noço de pu lso sexu enerr um diiuldde se nos olomos, omo sugere Lcn, os dois extremos d experiêni n l ti o reldo pri mordil e interpretção , temos que sexulidde situse nesse intervlo ou, pr empregr sus plvrs, el domin tod eonomi desse intervlo 1 ! portnto em termos d rede de signiintes que sexulidde se onstitUi e em relção à qul podemos lr do desejo Ms nesse so, é enqunto pertenente à subjetividde ou à rede de signifintes, que sexulidde d iz respeito o sujeito Como então flr em pu/são sexul , se pu lsão é exter ior ess rede? Podemos f lr em pulsão sexul d mesm mneir que flmos em desejo sexul? O sexul po r predido tnto d pulsão omo do desejo? Clro está que sexulidde só se reliz n medid em que é suportd pels pulsões prciis, ms isto nos utoriz flr desss pulsões omo sendo sexuis? O que onfere às pul sões priis o ráter de sexuis? O fto de serem priis ·em relção à inlidde biológi d sexulidde, ou o fto de serem regid pelo prinpi de prze? Deleuze nos diz que é pels másrs que repetição se onstitui ; isto não el im in porém o to de que ess repetição dissimul lgo undmentlmente de terminnte n unção de repetição, que é o rel. Nesse caso, termos dus repetições: um o nível d rede de signifintes, que não seri proprimente repetição, ms retorno ( Wieder-
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acan, J. O Semináro, Livro 1 1 p. 167.
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acaso e repetição em psicanlise
khr) dos signos, outa nu v mais profundo issimua
do pa primia, qu sria da ordm do pusiona popiamnt dito A qustão, potanto, é a sguint: a pusão qu constitui o x ua é, a própria, sxua ? E s a rptição, no qu a tm d mnos di ssim uado, é o qu nos aonta ara o ra , como fica a ditinção pusão sxuapusão d mort? Ou ainda s o qu d mais adica a tição ncrra é a tição m si msma, co mo sustntar a oposição pusão sxuapu são d mo? O qu t qu s pnsado, acrdito, é a concção fu d iana da puo d mort ntnd ida como tndência d rtonar ao inorgânico. A compusão à tição, qu foi a pincípio a única manifstação da pusão d mort apntada po ru n conrava sua justificativa no fto d qu contariava o princípio d razr, ou mo, la nos rmtia paa um "aém do rincio d raz", xata mnt porqu no ncontrava a justificati va no pr inc(pio d praz, no fato d qu nnum a das instncias squ icas pacia bnficiar da. Assi m ndo, a nos mtia ara a go mais pim itivo mais fundamnta , qu rud idntifi cou como sndo a pu so d mot. No ntanto, poucos anos d ois da pubicaço d Além do prncpio d prazr, rud nos brina com o pquno artigo A negativa (Di Vinung, 1925), no qua af ima não apnas qu nm mp o funcionamnto do aarh o p síqu ico é gido po p rinc ípi o d prazr, mas sugr anda qu a p ópia pu são d mo rt pod dv sr v ista como um rincio positivo d constituição do psiquismo, qu ss a positivo nada tria a v com a ipót u m tanto mtafí sca d uma tndência ao inorgânico d qu sria dotado todo r vivo O qu m parc mais probmático não é a postuação d uma usão d mort, mas sua idntificação com a ipóts aci ma, isto poqu a u! 'são d mort não prcisa s vista como imuso ara mor. Podmos rfitamnt prscindi d F reud ra afi rma qu todo s vivo morrá u m dia. S a to ria d Wismann nos fornc a iusão da imortaidad, não i ina contudo a nossa mot indivdua. Não m parc, por no, qu a grand rvoução rovocada por Além do rincfpo de prazr sida nes vrdad cotidiana , mas m a go qu s refer ao nív roriamnt tórico da construção frudiana. Pu/são d mort não é uma noção dscritiva, mas um concito
pu/são de morte e pu/são sual
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explicativo ou uma hiptese metasicogica, e enquanto ta acha-se i nd issoluvel mente l igada à pu/são sexual. Essa duaidade pulsiona, aliada à repetida afirmação de Freud do seu modo dualista de pensar, conduiu seus comenta dores a uma distinção ontológica entre pusão de vida e pulsão de morte Assim, segundo ees, haveria desde o começo duas entidades distintas, cada u ma i me indo o organi smo vivo numa direção, algo análogo à dualidade afirmada por certas reli g iões entre as forças do bem e as forças do ma l No entanto, podemos respeitar a exigência duaista de Freud sem necessariamente cairmos num duaismo ontológico Spinoa, trs séculos atrás, já nos falava sobre uma dualidade (ou mesmo puraidade) de modos que no impicav duaidade ou pluraidade substan cial. Caro está que uo no é substância, mas nada nos im ede conceber puso de vida" e puso de morte como modos de ser da ulsão Apresso-me em dier que nunca ode ramos conceber a pu/são si mpesmente; ela sempre seria p u lsão de vda ou pulsão de morte O uso do termo pu/são isoadamen te poderia, quando muito, obedecer a uma economia expositiva A diferença em relação à concepção freudiana residiria no fato de que nenhuma pusão seria, em si mesma, pulsão de vida ou pulsão de mote, mas que esta distinção resutaria da organia ção do campo pulsional A o ser submetida a o si mbó ico e portanto sofrer o recal que originário, a pulsão s constituiria como pulsão sexua através de máscaras ou disfarces Admitindose que o sexual, enquanto humano, só s dá nas e pelas mácaras, portanto já a nvel do imaginário e submetido ao simbico, no há como coneber mos a sexu a idade hu mana fora do si mból ico. Mas neste caso, se o sexual pertence ao registro do imaginário, não é mais pu/são sexual, já que a pusão, como nos disse Freud, não é da ordem do psqu ico "Pu l são sexu al" seria, pois, u ma contradição se é pu são, não é ain da psíqu ica sendo anterior às máscaras que pertencem apenas a este útimo s é sexual, é poserior à sub missão ao simbóico e intero ao imaginário, não podendo ser considerada pulsão Admitir o sexual como sendo uma carace rstica inerente à pusão como que constituindo sua natureza, implic uma das duas hipóteses: 1) Que a pulsão peena ao dom nio do simbó l ico ou 2 ) Que o sexua ossa se constituir
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aaso e rpetição em psicanle
foa das máscas e dos disfaces, isto é, foa do simbólco Am bas as h ipóteses paecem contaia a teoia psicana l tca Uma metáfoa da pulsão e sua difeenciação em pulsão xual e pusão de morte pode se constituda da seuinte ma nea: imainemos um espaço cósmico meulhado na mais absout euidão one nem mesmo a uz de alum asto dis tante se fizes pesente no campo visua l. I mainemonos soltos neste espao otando ua possante la ntena unid iecional, com a qual esquainhamos o cosmo, com a condição de não voltamos o foco conta ns mesmos. Numa situação dessas, apesa de estamos com os olhos abetos e com a lantena acesa, no veíamos absolutamente nada, nem msmo o facho de uz emiti do pela lantena, já que não haveia patculas em suspensão ou atmofea. Ape de estamos com os olhos abetos e com a lantena acesa, nada veamos, estaamos na mesma stuação que um ceo. Suponhamos aoa que um objeto quaque, po acaso", atavessasse nosso campo visual e fos iluminado pea lantena. Ele, ao mesmo tempo que se tonas� visvel, denun ciaia a existência do foco de luz e da nossa pópia visão Oa, se substitu imos o objeto pelo seio mateno e o foco de uz pe la pu lão, podea mos dize que o objeto, ao se constitui como fi ua, cnsttuiu siutaneaente a pulsão como pulsão sexua. O sexual é o que se con-figura pela ati ulao ene a pu são e um objeto capaz de fu ncio na em temos de difeencia l paze despaze A pulsão de mte na nossa metáfoa, seia o pópio foco enquanto não elacionado a um bjeto e, potanto, aquilo que pemaneceia invisel e silencioso. Assim sendo, o que dis tinua a pulsão sexual da pulsão de mote seia o invetien to. É enquanto investida num objeto que a pulão se constitui como pulsão sexua , constitu ind p o contaposição a pu lsão de morte como eneia dispesa. Isso poém contaia o que foi di to acma, isto é, que a concepção de uma pulsão sexua é abe ante, já que implica a existência d sexual foa do simbóico, o que, no míimo, acaeta uma natualização do sexua A sou ção paa o im pas · poeia se a de aceitamos que os temos moe e xual", enquanto qualificando difeencialmente a pulo, coespondea modos de se da pusão e não a uma dis tino onolgica. Neste caso, o "exual" coespondei à ins cço da pu lão nu outo eisto o da ealdade ps qu i
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c , o que dr trvés de seus represettes psíquicos e ão em termos d pusão em s mesm E com isso, serímos e vdos cocordr com reud qdo ee firm que usão e morte "é pu l são por exceêc " Ess cocepção, porém, corre o rsco de trsformr teo r freud ds pusões um teor moist, cotrrdo o propósto de Freud. A própri metáfor empregd dex clro esse rsco. Se é o objeto que o ser ivestido costitu pusão como pulsão sexu, an tes do ivestimeto haveria pes pusão de morte Rigorosmete fd, sto é verddero, pos o que permece mers o cso, o que ão se cofgur como form, como setido, é o que pode ser cosderdo como rigorosmete pulsol. A pulsão de morte é, pois, pulsão por ex celêci, " pr ime r pu lsão", com d iz F reud 2 No etnto, questão ão é ssim tão smpes, posto que é pes do lugr d ordem, sto é, do ugr do sexul , que podemos f lr em ul são de morte. Ates d dferecção pusão sexulpulsão de morte, ão podemos, rgor, fr de pusão Não há esse ates", ele s se dá o íve d oss metáfor, e supor existênci esse mometo for do tempo, for d ordem, for do pesável, é go que se reduz um ome pes: pusão. Assm, pulsão é sempre pulsão sexu ou pusão de morte; desde o iício esss dus modddes ecotrmse juts, desde o ício os feô meo d vd podm ser expicdos pel ção cocorrete ou mutumete opost esss dus pu sões ( . ) As m festções de E ros erm v s íveis e bstte ru doss ( . . ) Devese cofessr que temos um dcudde muto mor em preeder ess pu o ( morte) podemos pes suspetáo, p or ss m d izer, co o go stuo em segud po, por trás de Eros, fugdo à detecção" Votre ess questão o cpítuo segute. Icmete, reud bordou questão do poto de vst d repetção trumátc. Ou é ução repetção trumát c? Se e ão serve o prcípo de przer, se ão tede às exgêcs de e um s ste ps íqu co, e per d sto preset om sistete regurde, que see e? Por que o p 2
Fed S., ES B , Vol XVI I, p. 6.
3 Fred S., E B Vo
X X , pp. 1 4 1 e 1 44.
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acaso e repetção em psianlse
ciente repete nos seus sonhos situações traumáticas? F reud ge re que estes sonhos teriam a função de dominar retrospectiva mente o estmulo.4 Lacan consi dera que a resposta é apressada ou, pelo menos, que lemos apresdamee a esposta sgerida por Freud: Dominar o acontecimento doloroso, lhes dirão mas ue dom ina, onde está aqu i o senhor, para domi· nar? Por que falar tão depressa qua ndo, p reci sante, não samos situar a instância que se entregaria a essa opeação de domí nio?"5 Essa domi nação não seria fe ita por um dos sistemas psíqui cos, nem pelo psiquismo entendido como uma totalidade Na verdade, ela nos remete a uma fae anterior à vigência do princpio de prazer, anterior ao momento em que os sonhos passaram a ser real ização de deeos, anterior ao psiqu ismo entendido co mo u m conjunto de si stemas diferenciados Vios, em captulo anterior, que o aparelho psíquico começa a se constituir como um apaelho, isto é, como um conjunto de sistemas, a partir do momento em que a energia livre, proveniente de fonte pulsional, omeça a ser ligada. E essa sujei ção da energia livre, transformandoa em energia lgada, que vai passar a ser, daí por diante, a tarefa principal daquilo que Freud chama os estratos mais elevados do aparelho mental" Uma vez feita a diferenciação do psiquiso em sistemas, caber ao sistema Pcs/Cs sujeitar a excitação do lcs, o qual funciona como local de impacto da fonte pulsional. Essa energia livre tende à des carga, e poderá provocar uma deestruturação do psiquiso se não for dominada e conduzida à descarga de forma adequada Portanto, antes mesmo da domi nância do princpio de prazer, o aparelho psquico funciona no sentido de ligar a energia livre; ou, ais precisamente, o aparelho psíquico enquanto pare lho", é o efeito dessa ligação, posto ue anteriormente a ela não podemos falar em nada que se asseelhe a u m aparelho, uma or
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Op cit. p 48 Lacan J . , O Seminário, Livro 1 p 53. Freud S , op. ct. p. 49
pulsi de morte e pulsão sexual
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gan ização, u m s istea fecado Mas então, por que, posteriormente à constituição o apa eo psíu ico com sua div isão em si steas, o indiv duo co tinua a repetir eperiências tr
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Detienne M. ,
Les míres de vrité dans la Grce archa'que.
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acaso e repetição em psicanále
sões Se o inconsciente insiste enquanto recacado em se tor nar consciente a pusão insiste mais fortemente ainda investin do o próprio inconsciente E poderamos dizer mais ainda: que o inconciet só ersie_ o a p ise E a são que confere reaidade ao inconsciente A repetição do inconsciente só se faz nas e pea s máscaras o esmo acontecendo com a repetição que se dá a níve do préconsciente/consciente A repetição que se dá ao nve da pulsão é de outra natureza não é máscara disfarce ou sentido é rel. Creio que este é o momento de retomarmos uma questão que foi apenas insinuada anteriormente P/são é corpo ou lin guagem? Dois miênios antes de Freud os estóicos distinguiam dois tipos de coisas corpos e acontecimentos Apenas os corpos po dem ser causas, os acontecimentos são efeitos. Assi enquanto os corpos são misturas e estados de coisas com suas tensões suas quaidades suas ações e paixões, os acontecimentos são efeitos de superfície "incorporais nã possuem propriamente existncia Não são substantivos o adjetivos mas verbos (cres cer diminuir cair brilhar correr rir são acontecimentos) Os acontecimentos não são agentes nem pacientes assim como não são também quaidades de corpos. Enquanto os corpos são o ser profu ndo força os acontecimentos são efeitos dos corpos efei tos não cassificáveis entre os seres Um acontecimento jamais ' pode ser cau de nada não age nem padece é impassve No entanto os acontecimentos não existem fora da inguagem que os exprimem Deeuze nos diz que "o acontecimeno subsiste na inguagem mas acontece às coi sas" . 8 Enquanto os corpos são o ugar das ações e das paixões os acontecimentosinguagem são o atri buto de estados de coisas Portanto de u m ado temos os corpos de outro temos os incorporais (acontecimentosin guagem); os primeiros são coisas com suas quaidades físicas e rações reais os segundos como atributos ógicos são efeitos i mpassveis Nossa questão é O que são as pu sões corpos ou aconteci mentos! in guagem ?9 8 Deleuze. G , Lógic do ntido p. 2 . 9 Para a questão dos incoporas no estoicismo, ver: E Bréhe a th�ore des ncor· poels dans /'ancien stocsme, e G . eleuze op. c
pu/são de morte e puão al
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Freud nos fala das pulsões como marcadas pelo acaso, an teriores à ordem e à e Poderíamos ser tentados, a partr disto, a dentfcas com os enconros de que nos fala Lucréco aca so puro, produtor de ens secunáas oentanto, urécio nos fala da superfce dos acontcimentos e não da profunddade dos corpos, colocandose de incio a ve das máscaras, dos sgnficantes, e não da pulsão Os acontecentos (ou a lngua gem que é sua expressão) são impassves", não são o lugar nem das ações, nem das paxões. Assm, a pusão, enquanto real, é corpo ou dz respeito a corpos. Mas nesse caso, não sera a pulsão redutvel ao boógco? Não estaríaos retornando e negando o prncpo desta exposi ção, quando afire tão enfaticamente a dsinção entre plsão e nstnto? Não creio que assi seja mesmo porue afrmar ue a pulsão é corpo ou que dz respeto a corpos não sgnifca ue corpo seja aqui consderado enquanto corpo bológco Mas então, de que corpo estamos falando? A resposta pode ser um tanto desconcertante, mas este corpo é o corpo enquanto submetido à cultura, à linguagem Enquanto o dscurso da biologa deberadaente naturaza o corpo huano para poder tratálo como co, o discrso pscanalítco vai pensálo enquanto imerso na cltura e como superfíce de nscrição da his tóra. As pulsões enuanto corpo (ou como reprentantes do corpo, como prefere Freud) instituem o lugar do real e psi canáse. Este real não é um dado, ele é, se quseros, uma hpótese ou um suposto Isto não ó torna, porém, supérfluo; não nos hablta a fazermos um corte entre a pulsão e o ncons cente com o intuto de nos descartaros do primeiro, como tendem a fazer aguns teóricos da psicaná Estes últmos quando o faze, se recusam a ouvir as palavras de Lacan uando afrma ue mais do ue qualquer outra prática, a psicaná ise é orientada para aulo ue, no coração da experiência, é o núcleo do rea, 1 0 ou anda quando afirma ue, d zer ue a
1 Lacan. J., O Smináro , Livro 1 1 , p 55.
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aaso e repetção e m pscanlise
pu sã o ea , é d izer que e la está pete no centro da expeiêca pscana tca encaandoa e ao eso tepo pet bandoa na sua d issu lada po feqüete cotanaçã ca tesaa. Mas de que eal esse que faaos Não se tata da eaida de psíquca (psychsche reliát) à qua Feud faz referência na Interpretação de sonhos. 1 Esta idet fcada com o desejo in coscete e c os fatasas gados a ee equanto ue o rea ao qua os efemos aca nos reete paa o egistro da pusão Portato a pusão copo não o setdo de ser u ógão ua pate ou uma função do copo as o setido de se u odo patcuar do copo se artcua co a guage (ou co os obetos costtu dos a pat desta ) E coo a pu so se cos ttu coo epetção? Ea ão eete seguo ua lei a prior, ta ão eete ua ode csca eoáve; o que a pu o eete p ca see o ovo u a eetço que se dá o u ga do acaso
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Freud, S , EB. Vol. IV, p p 1 5 1 e 1 589.
7 O R EAL E A PULSÃO D E M O R T E
O real é corpo ou diz rspito a corpos Corpo" não deve ser entendido aqui como sendo, dsd o início, uma totalidade estruturada formada de artes, mas como um conjunto aditivo de elmentos qu funcionam em trmos do diferencial prazrdesprazer, sem nenum princípio unificador a priori. Se, do ponto de vista biolóico, este coro é uma totalidade struturada ca paz, desd o iníco, d funcionar intgradamnte, o mesmo não ocorre quando o conside ramos do ponto de vi sta psican al ítico. A ulsão diz reseito aos encontros desse corpo om o mundo ou, mas especificamente, aos seus encontros com objetos que também não se aprsentam como forma ndo p arte de u ma tota l idade organizada (que sria o mundo) A pulsão não deve ser entendida portanto como uma roredad do corpo, mas como a lgo que diz respeito ao modo desse corpo s articular com os obetos Quando Freud nos diz que inicialmnte as plsõs são anrquicas, dvemos entndr por isto que elas não funcionam intgradamente, qu cada ulsão, isoladamnte, articula uma parte do corpo com um obto, e que sta articulação se faz em função do diferencial prazerdsprazer O que há, nesse momento, é pois uma puralidade de pulsões elementares, um estado de dispersão anárqu ica de energ ia Um estado de pura disersão de energia caos original de orças emntars, é evidentmnt uma ficção u não corresnd a nnhum momnto ral ! aenas recorrentemente que odmos en l o, ou sa, é do lu gar da ordem que fal amo s ness caos original, este lugar assim omo o discurso que a partir d dzims não odm ser nutros em relação ao caosob o dsse discurso 63
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acaso e repetiçã em psicanálise
E m Além do pncípio de prazer, Freud nos convda a ma ginar um organismo vvo extremamente smples que é subme do ao impacto ncessane de esmuos externos. Es organsmo acabaria por formar uma camada protetora ue funcionara como um escudo contra estímuos evtando com sso a destrção de suas camadas mas profundas e a sua própra morte. Ocorre porm que no caso do apareho psquico, as exctações são provenientes não apenas do exteror mas também do eror do organsmo sendo que nest caso não h possbdade de se erigir um escudo protetor, ou sa uizaão é nefca em se a tando de excitações excessvamene ntensas. Uma nvasão des se tpo tem um efeto desagregador sobre o apareho ps(qco. Quando sso acontece o prncpo de prazer é coocado momen taneamente fora de ação e surge o problema de domnar as quantidades de estímuo que irromperam e de vincas no ntdo psíquico a fm de que delas se possa então desvenc har A noção de trau ma ps qu ico est ligada a essa concepço O rauma sera o efeto a níve psíquco do rompmento desse escudo protetor e da nvasão de quantidades excessvas de excitação O que podemos depreender do exposto acima é que um ss ema que funonasse exclusivamente segundo a modadade de energia iv re não teria como se defender do excesso de estmu a ção e teria sua capacidade de sobrevivência reduzda. Na verda de como já vmos ess hpótese não é realzáve concretamente ' ma pura dspersão de energ ia é impensvel e admtr m apa relho" que funcione dessa forma é contradtório que o apare ho se constituria ele próprio como uma contenão a essa dspersão Assim não tera sent do dzermos que o apareho psqu co e seu começo tera por objetivo conter a vre dspersão de energia porque não poderamos então faar em aparelho psíqu io Este não é o que contém a eneria mas o que resua dess ontenão E a liação (Bindung) da energa isto é sua transformaão de energia l ivre em energa l igada que vai consttuir
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Freud S E B Vol XV I I I , p . 45.
o eal e a pu/são de morte
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oramene o aareho psíquco. Dzer, como Feud dsse, q1e no comeo há aenas o l d, não coresonde à af rmaão da ex is ênca de uma nsância ou um ssema squco oigina. ld sgnfca aenas "sso, um nãolga um nãosisema, Uma ura dsesão que, enquano a, é aenas uma déa lme, não co eondendo a u m momeno eal do aaelh o s qu co. A dominância da energa ive coresonderia à dominância da usão de more Se or energa vre enendemos um esado d u ra disersão, au sênca de ordem nexisênca de l iga não enega lvre e dsunão seram anogas m ma que funconasse segundo a modadade de enegia ive o a um ssema oso que enrga vre desgna precimn a aênca de ssma; a menos que se concebesse o sse m coo ago exno a essa energa e às eesenaões que ea e nese caso ou eramos que adm um ssema pre ne u ma eséce de ama ou es io ou que esse apao a um aaeho anaômco coora, o que mpedira o concbêssemos como u m apae ho psíquico. Enega gada e enega ve coeondam, dessa fo ma à odem e acaso e podeam se ambém nsada em ermos de figura e fundo. Se rocuamos magnar a gênese do aarelho psqui co no ind ivd uo emos qu e adm i ir que é aravés da lgações que os rimeros conjunos vão se constur, sendo q o eado inica de pura dssão a que Feud se refere per mance como ua referêcia mca O que preendo dizer com o é que esse caos or gna não se aesena como u m da do ncal que funconaria como pono d parda emprico pa a a consuão eórica da pscanáse. Essa é á razão pela qual Lac n nos dz que a pu lsão nã o esá na base da eora psica na ca mas no opo dessa eora iso é, que é ago ao qual chegamos po caminho eórco e não ago do qual parimos epiricamne. O real da psicanálise não é, oano um dado, as um su oo oera como causa mas só conhecemos os seus eeitos disocdo: as mscaras A co de um esado ncia anárquco, o caos de pu lsões parc ia s, esado m co segu ndo reud, não m a msma fi na l idade das naravas m cas, não se p rop c uma concepção evoluva da gênese do universo e am bém não reende su arse no mesmo eg sro da cosmologa de
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acaso e repetição em pscanálise
nvovida pelos fsicos atuais; o objetivo aqui não é o de taa a gênese do cosmo, a gênese da vida ou a gênese do psiquiso No é uma questão de gênese o que está sendo colocado O 1s a que nos refeimo s acima não diz respeito ao que se pass in i/o tempore, mas ao que é atua Tata menos de gnese do qe de figua e fndo Em temos psicanaíticos, não seria possvel faarmos nu puro acaso O ea não se constitui como puro acas nem coo odem abso u ta, as em temos do diferencial acasoodem m fundo de acaso conta o qual se constituem ordens eegnts Essa aticuação figurafundo não pecisa se pensada e ts evolutivos Não se trata de imaginamos um gande caos ogna a partir do qual emegiiam conjuntos mais ou menos estáveis até o ponto em que, banido o acaso, não haveria mais do que u ma grande odem. Odem e acaso, assim como figura e fundo, não são duas rea idades disti ntas, ma s dois modos do rea Assim como é i mposs ve percebermos um pu ro fu ndo ou u ma pu a figua, também é impossve conceberos u puro acaso ou uma ordem absouta Temos aqui dois conceitos que petencem a registros dife rentes: o conceito de pulsão, conceito expicativo e especificamente psican al ítico, e o conceito de f igu afundo, p oduz ido fo ra da teoria psicana l ítica, num n vel pu amente descitivo e qe prcuraremos a rti cu ar com o conceito de p u são A noção de figua e undo é eidentemente uma noção uito antiga, mas foi em 1 9 5 que o psicóogo d inamaquês Edga Rubin2 trouxea para o primeio pano da teoia psicogca Ao apresentar u ma descição enomeno gica do cam po pecep tivo Rubin nos diz que todo obeto sensve no existe seno em eação a um fundo, e que este permanece silencioso, invisve sob a figura, caacterizandose coo uma continuidade amorfa e indiferenciada mesmo quando é formado po objetos que fazem pate do nosso cotidiano Assim, uma meodia desta case cotra u m fu ndo de vozes e de ru dos, a mesma foma
Rubin, E . , Synsoplevede Fgurer; Copenhagen Gy ldendask e; 9 1 5 (pbl cado em nglês sob o tftulo "Figure and Groud" em: Readings in perception, de Beardsee e Werthemer.
o real e a o de morte
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que u m objeto se destaca de u m fu ndo consttu do por outros objetos. Somos capazes de reproduzr a meoda mas não o fun do contra o qua ela se apesentou . Mesmo sendo consttu do de ns, o fundo é sencoso", assm como os espaços entre os objetos são vazos" ou nvsves É dessa nvs b l dade do v sí vel que Freud nos fala em O estranho ( Das Unheimliche ) e que Lacan ana l sa em A carta roubada, de Edgar Al lan oe A noção de fgura e fundo não pertence porém ao mesmo regstro que o conceto de pusão. Este últmo é um conceto d nâmco, enquanto que fgurafundo é uma noção descrtva. O que pretendo não é expl car a pu são pelo d ferencal f gu rafundo, mas artcular os dos concetos de modo que esta a rt cu lação nos permta compreender a dstnção entre pulsão de vda e pul são de morte O que os pscóogos gestatstas nos legaram fo a afrmação de que o campo perceptvo, por mas smples que seja, é consttu do de f gu ra e fundo erceber a lgo é percer u ma fgu ra sobre um fundo, e esta não é uma caracterstca contngente da percepção, mas algo que lh e é essenca l. A mp ressão pura es creve Mer eauPonty não é apenas não encontráve , mas m perceptíve, e, por consegunte, mpen!áve como mmento de percepção"3 Mas se percebemos sempre uma fgura sobre um fundo, é apenas a fgura que possu forma, coesão e ndvdua dade O caráter de cosa" pertence à fgura e não ao fundo Este permanece ndferencado Esta ndferencação permanece mesmo quando o fu ndo é const tu ído de objetos que, quando percebdo� como guras, são perfeitamente dferencados Ape sar de os exemplos de organzação do campo perceptvo serem em sua maora trados da percepção vsua, a mesma organzação fgurafundo ocorre na percepção audtva, tát, ofatva e gustatva Tomare um exemplo de percepção vsual porque ee se presta partcuarmente ao que pretendo anasar a segur Tra tase do famo exemp o de ambgü dade f gurafu ndo de E Ru b n: a taça e os dos perfs
3 Merleau-Ponty
M Fenomenologa da percepção, p 22. Ve também: Rbin, E Vsue1 wahrgenommene Figurer; Koffka K. Prncpes of Gesta/t psychology; Grwitsh A. Théore du champ de la conscence.
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acaso e retiça-o em pianál
ra acma oe aresetarse como seno o deseho e ma taça o o de o s er s. Ambos taça e eris o perei tamete tos e se aresetam ateratvamente Não há ne ha oss b ae e ercebermos sm taeamente taça e er s. Se percebemos a taça como ra o qe corresponeria aos os ers trasormase em o e pere teiramente o sgi cao e ers. O o icsve parece continar por debai xo a ra Aa ogamete se ercebemos os perfis como igu ras a taça trasormase em o amoro e desaparece O con tro pertece semre à ra. Assim se ercebemos os peris a cera c a o eseho toma o si ca e nariz; se er cebemos a taça o qe ates era nar transormase em cua da taça Ora o qe acotece qao or exemo percebemos os os ers? Acotece qe a taça "morre como taça ela literal ete desaarece erdeo a orma e o sigiicado de taça e trmaose m fo amoro ndereciado siencioso e 1se E o etanto e h ma ateração oi introduz ida no des ho oos os traços qe ates comuha m a taça permane ce retes. Ta como a carta roubada e E. A. oe, a taça erece rese te porém invisível . Para qe os pe is apare ça co ers é ecessáro qe a taça desapareça como taça e e e se ar s rja m esaço i ierencado amoro invise carete e orem e e se ido. Orem e acaso apresentam s cmo cotrros com emetares e ão como duas real iddes otoogcamete sttas. Caro est qe o exemlo gráco é artiicioso que o real A
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não é consttuído por lnhas u formam fguras ambguas, q a rvrsbidad u aui vrfcamos é xcpcional Mas é xatamnt nsta xcpcionaldad rsd a xcênca do exempo msmo numa stuação na qa fgra fundo pos m a mesma ntnsidad vrficamos a invisbdad d uma das uando s transforma m fndo, com muto mais razo isto acontc nos casos m u a fgra é prgnant não rvr sív No ntanto, os casos m qu ssa rvrsibdad pod ocorrr facmnt são muito mais corriqeros do u magina mos Se estamos nma sna movimentada convrsando com m am go, o baru h o do trânsito, apesar de r idoso, transforma s nm fundo silncioso indifrnciado, o mesmo acontcndo com as pssoas u passam as otras vozes compõm o brbrinho da mltdão Mas se acontece de ovirmos uma frada brsca o barulho d uma batida, a voz do nosso amgo transformase m fndo o acidnt transformas m fgura Não remos capazs d reproduzir, postrormnt, o u o nosso introctor continuo a faar ando se d a batida, da mesma maneira não consegríamos reproduzr o qu stava acontecendo ao nosso redor qando stávamos convrsando com ee. O important a dstacar é qu fgra fundo no corrs podem a das radads possam xstência ndpndnt, mas a ma Isma radad qu se aprsnta sob dos modos do mas, m propósito não é o d analsar a usto da oranização do campo prceptivo, nem o de fazr uma aborda gem pscoógica às qestões psicanaíticas, mas sm o d pnr ordem e acaso d forma a náoga à qe fizmos com fig ra fun do, e de procrar comprnder, a partr dest difrncal, a opo sção psão de idapsão d mort q Frd stablc m Além do princpio de prazer.
Se a p são sexa é, como nos diz Freud, ru i dosa, s a é pródiga em nos ofrecer ses rprsentantes psíquicos, s por otro ado a plsão d mort é sinciosa tima em s ocutar, e se a m disso a p lsão d vida ag no sent ido d consttu r to taidades organizadas, nqanto a psão de mort ag no sntido da desdifrenciação, não podríamos dizr qu a plsão d vda representa a ordem nqanto a pulsão d mort repr senta o caosacaso? E ma s a nd a: não podr íamos também dizr
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acaso e rpetção em psicanlise
que a pulso de morte constitui esse funoacaso sore o qua se diferenci a puso sexua como ordemfigura? Se assim or, o dualismo pusional no possui nenhu matiz ontológico, mas resovese nesse dualismo estrutural figurafundo Neste caso, puso sexua e pulsão de morte so termos que designam, a n ve dinâmico e econômico, o que a níve descritivo estamos cha mando de figura e fundo ou ordem e acaso Vim os que a pu lsão sexua se cooca, desde o i n ício, ao n vel ds máscaras, dos disfarces Se assim for, ea encontra, desde os seu s começos, sumetida ao si mól ico a puso sexua e seus disfarces so uma só e mesma coisa No há ortanto pu· so sexu a anárqu ica, ea semp re se dá no l gar da ordem, are senta sempre como figura Mesmo a pulso sexua autoerti ca s é anrquica se comparada às organizaçes concebidas os teriormente por reud Pu so sex ua sig ni fica pu lso ordenada, mesmo porque se fosse anárquica no teria como nem or qe ser chamada de sexu al . De certo modo, isto é o que nos diz Freud no cap tu o V de Além do princípio de prazer. A vida teria surgido por aciden te no seio da matéria inerte, a tenso que ento surgiu no que até aí fora uma sustância inanimada se esforçou por neutrai zarse e, dessa maneira, surgiu o prmeiro instinto: o instinto a retornar ao estado in an imado Este retorno era, de i n cio, fá cil de ser empreendido dada a instaiidade do ser vivo; no entanto, os soreviventes, eneficiados por condições externas propcias tiveram esse retorno mais retarado Foi este proon gamento do retorno ao inorgân ic que deu lugar aos in stintos de conseaço Instinto de conseaço nada mais é, portnto, do que o nome que Freud dá a esse caminhar organizado ara a morte A funço destes instintos "é garantir que o organismo guirá seu próprio caminho para a morte, e afastar todos os modos possíveis de retornar à existência inorgânica que no jam os imanentes ao p róprio organismo" 5 O sexu a é u ma ordem (ou uma p lural idade de ordens) i nstitu da sobre um fundo u sional anárquico Vida é, em princpio, perturaço e o qe é 4
Feud S EB Vol. XV I I p 56.
5
Freud S, o. cit ,
p. 57
o eal e a pu/são de morte
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perturbado é a quietude do inorgânico, espécie de paraso perdido ao qual a própria vida tenderia Assim, tanto a pulsão sexual como o insti nto sexu al s eriam ordens emergentes a part i r de um estado anárquic que seria a vida em seus cmeços Já vimos, porém, que esse estado anárqu ico ori gi na l é u ma ficção, que tato a nível da matéria inanimada quanto a nível da vida, esse estado de dispersão absoluta, de pura indiferenciação, é uma abstração que não corresponde a nenhu momento real O que te mos são diferentes modos do real se organizar em termos de fi gura e fundo, e esta organização implica, evidentemente, o ob rvador (ou, se quisermos, o onto de vista do teórico). No há pois uma pulsão de morte em si, que é o fudo, e uma pulsão de vida em si, que é a figura O que ocorre é justamente o contrário num campo pulsion al constitu do de figu ra e fu ndo, o que é fundo, por ser silencioso, invisível e sem forma, é chamado de plso de morte; enquanto que a figura, por ser diferenciada, por apresentar uma forma, é chamada de plsão de vida Não existem duas pulsões ontologicamente distintas, uma se apresentando sempre como fundo e outa como figura, mas sim um campo constitu ído d e corposforças, no i nterior d o qua l o q u e é figura é chamado de pulsão sexual e o que é fundo é chamado de pulsão de morte A qu estão que se coloca a parti r da í é a segu inte : Se o sexual se constitui pelas máscaras ao constituir as próprias ásca ras, se ele é fundamentalmente da ordem da constituição subje tiva, ento ele já se dá a n ível ps íqu ico, i sto é, ele é a pu lsão cap tu rada pela subjetivi dade Se assim é, a frase de F reu d segu nd a qual a pulsão de morte é a pulsão por excelência não encerraria a verdade da pu I são?
8 MORTE E
ULÃO
DE MORé
Qual a reação da pusão de morte, enquanto nceito psi canaltico, com a morte, enquanto destino e possibilidade hu manos? Em primeiro lur, e tavez acima de tudo, o silêncio com que ambos são marcados. No entanto, ao postuar a pulsão de more, não é da morte enquanto destino pessoa que Freud prete nde faar. A pu lsão de mo re d iz respeito sobretudo aos i mites de vaide do princípio de prazer e seu referencial peo menos num primeiro momento, não a morte individual e nem mesmo a destrutividade, mas a compusão à repetição A morte, ea mesma mais a inda do que a pu lsão de morte, assi naa o i mite da nossa experiência e o limite do própro discurso A morte como limite é o muro de Sartre, o que não pode ser experimen tado porque assin aa o i m da própria experiência pelo menos d� experiência u mana Poderamos argu mentar que se a experiência da nossa prpria moe é impossvel podemos peo menos ter a exeriência da moe d outro No enano al exeriência é també m m possvel; q uando m u ito podemos er a exe riência dos úimos moments da ida do ouro mas o poemos ter a exeriência do seu próprio morrer oanto entre a morte enquanto possibilidade últma da xistência de cada um de nós, e a pulsão d morte enquanto hiptese meta psicoóica á uma considervel diferença o entano ambas são recoberts pelo silêncio Assim como não podemos alar a d d more em si mesma também a pulsão de morte permane ce siencio Isto não quer dier porém que ambas no se açam prentes na vida em torno deas constru mos nossos anasas noos m tos, nossas rel igi ões E m torno da morte cons ms sobretudo, noss ilusões 72
mote e pulsaõ de morte
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Die Veenung a partir do artigo de 1 9 2 5 que o conceito de pusão de morte sofre uma transformação radical e isto não apenas em relação ao seu contedo mas também no que se refere ao seu lugar na teoria psicanaítica Uma das novi dades deste artigo e eas são mu itas reside no fato de F reud apresentar uma concepço das pusões e do funcionamento psíquico que não é mais dependente exclusivamente do princípio de praer aém de não mais se adequar ao modeo homeostático defendido cinco anos antes em Além do prncípio de praE
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zer.
Dificimente uma anáise desse texto pode ser feita sem se evar em conta uma outra, empreendida em 9 54 por Jean Hyppolite a convite de J. Lacan, em seus seminrios sobre Freud. 1 Hyppo ite ini cia seu comentário propondo a traduço de Veeinung para denação (ao invés de negaço ou negati· va") A Veeinung, segu ndo ee, é uma forma de se apresentar o que é no modo de não o "Agora o senhor va pensar que queo ofenderlhe mas não tenho essa intenção" ou O senor pergunta que pode ser essa pessoa no sonho. Não é mnha mãe." Pe lo j u ío de negação o que ocorre é a suspensão ( u fhebung) do recacamento , sem que isto implique uma aceita ção do recalcado2 e isto é possvel pe la separação entre o inte ectual e o afetivo O j u ío de negação é assim o substituto n telectual do recalcamento" 3 sdo que a rigor não deveríamos aar em separação entre o inteectual e o aetivo, mas em gêne do i ntelectua p elo ju íz o de negação E neste ponto que Hypolite chama a atenção para o ato de que aqulo que reu está nos oerece'do nessa passagem é uma hipótese sobre a pró ria gênse do ensamento a partir da denegação O inteectua resuta pos dessa suspensão (Aufhebung) presente na unção de denegação através da qual o recalcamento é susenso mas não eimnado, osto que o conteúdo permnece nega yote
1 Hypplite, J, Cmentari hablado sbre a Veeinung de F reud" e : Escritos 2 de J. Lacn.
. � Freud, S.,
negativa ; ESB, Vo. XIX, p 295·6. Fred S o. it., p 297. A
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aco e rpetição em psicnle
pergunta, modstamente, se este não seria o caminho para entendermos a subimação Essa nese do penmento fica mais bem entendida s considerarmos o que ocorre quando o analista denuncia para o paciente aqu io que ste ú ltimo p retende com sua atitude de denegação Se o paciente aceita a denúncia do analista, ele desdiz sua denegação isto é, raiza uma negação da negação No en tanto, a afirmação que da resulta é uma afirmação puramente intelectual; ou ehor, esta afirmação inteectua surge precisa mente pea negação da negação, o que a distingu da afirmação origina (afetiva) que, por não poder (ainda) ser protegida pea denegação, tem que er recalcada Antes, portanto, da aquisição da linguagem (e da possibiidade de dizer não"), a criança permanece dominada pelo sim" do afetivo primordial qu não poibita u m afastamnto e eação à sua p rópria v ivência pe la inguagem Caro está que ete afetivo primordial não é um aftivo puro, posto que faz sua emergência no campo distintivo da situação uana,4 e é nesta medida que Hyppolite fala não em gêne psicoóga mas em gênese histórica (ou mesmo mítica) do pensamento O afetivo puro" é uma abstração; opor o afetivo pu ro a u m intectua pu ro só é possível s deix armos de lado fato de que mesmo o mais primitivo dos nossos atos já dá no i ntrior do si bó lico e é por ele marcao Freud arti cu la ns artigo o ato de j u lgar cm os mcanisos de expulsão e introeção e com a· pulsão sexual a pulsão de morte: Jugar é uma continuação, por to a extsão das I has e convn icia, do processo o rigi nal através do qu al o ego i ntegra cois a si ou as xpele de si ( . . ) "5 Apesar d os mca ismos de expulsão e introjeção odecrem a pricpio de prazer, o ju zo e negação, po r se fazer através do imból ico, ongue fgir à compulsão do princpio d prazer O juzo de · afirmação o de egação está, em geral, relacionado a duas situações diferntes Nua, ele afirma ou nega a posse d algo; noutra ele afirma ou ega a exiênci a realida e algo qu
: Hyppolite, J. op. cit,
p. 397.
Freud, S, E.SB, Vol. XIX
p. 299
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morte e pu/sã de mte
refere a uma representação o primeiro caso, tratase de incorporar ao ego a g que é vivido como bom, o u de expu sar ago que apresenta como ruim; no segundo caso, trata também de uma questão que diz respeito ao interno e ao externo, mas nã mais sob o ponto de vista do bom e do ruim e sim do ponto de vista do rea e do i rrea Neste caso, o p rin cípio de p razer não é ais o determinante 6 . Essa gênese do interior e do exterior que Freud tenta traçr em A denegação já insinuava desde o artigo Fomulaçes sobre os dois prncípos do funcionamen to psquco ( 1 9 1 1 ) no qa ee introduz a posição entre o egopraze e o egoreaida de, para faar da reação do indivduo com o mundo exrior e mais paicuarmente das reações entre as pusões e o ego ! em As pulsões e suas vcssudes (1915), no entanto, que a distinção é feita no sentido de opor o ego ao mu ndo exterir oposi ão sujeitoobjeo o sujeito coincidindo com o que é agradáve, e o m undo eerir co o que é i ndi ferente. Em A denegação, ele retoma o mesmo poto de v ista : ( . . . ) o egoprazer origina deja introjetar para dentro de si tudo quanto bm, e ejetar de si tudo quanto é mau Aquio que é mau, ue é estra no ao ego, e aquio que é externo são, pra começar, idnt cos 7 Ess p rocesso de introjeção e expu são é correativo do proceo de constituição do ego e do objeto, e se faz pea ação tanto da pusão de vida (enquanto pusão de unificação) quanto da pusão de morte (equanto pusão de desunião) Hyppoite nos diz que a afirmação primordia não é outra co que afirmar; mas negar é ais do que querer destruir"8 Há pois u ma afirmação p rimordi a que corresponde à forma p rimeira de reação da criança com a ãe, reaçã' esta que é cha mada afetiva e que é puramente afirmativa na medida em que é expressão di reta do pu siona, a nterior a qua quer form de recalque. Vimos que esta afirmação primordia, enquanto afirma ção pua, puro estado afetivo e indiferenciado, é u momento mtico, ão correspondendo a nenum momento observáve ,
6 F r eu d S , ES.B Vol. X I X ,
p 298.
7
F r eu d S op cit p 2 7 .
8
Hyppote J . , op ct., p . 397
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acaso e repetição em psianlise
clinicamente. Em seguida há uma negação dessa afimção sob a foma do ecalque oiginal No entanto essa negção o é execida pelo sueito mesmo oque o sueito é o que v e su lta dessa negação e não o que a exece. fonte desse ecl que é a exteioidade (a mãe) enquanto podutoa de insci ções (Nederschrift) que fixam a pulsão ao epesentante idea tivo. É peciso não esquece a obsevação de Hyppolite segundo a qual mesmo a elação afetiva pimodial á está situada no campo distintivo da situação humana" Potnto, dialeticamente falando essa pimeia negação coespone à negação da afima ção, e enquanto esta última (a afimação) não é podutoa de di feenças a negação dá lu gar a u ma disju nção p ime ia que é vivida pela ciança em temos do difeencial inteioexio. No entanto não há a i nda aqu i a crição do sí mbolo de negação"9 ifeenciação é puamente copoal lntoeta o que é vivido como pazeoso e expulsa o que é vivido coo despazeoso e estanho é o pimeio mecanismo defensivo de que o infans lan ça mão Toda intoeção é uma foma de eintoeção á que a opeação de intoeção só tem sentido se ela fo pecedida de uma expulsão poso que paa o nfans, em seus momentos mais acaicos, nada havia de estran ho (e potanto de exteno) É a ex pulsão que funda o exteno (e coelativamente o inteno) ssi o primeio momento mtico indifeenciado é ompido pela expu l são, cuo sucessor seá o u zo de negação. E ssa p imei a negação a q ue d isti ngue o exteior do intei o não é, po rém a inda m u zo mas sim o apaecimento da negação em sua função sibólica Por detás dela está o ito da indifeen ciação original O que temos presente aqui ·sob a foma de expulsão e ta ção são as duas pulsões p imevas: a pulsão de mote e a pulsão sexual . A afi mação escreve F reud enquant su bstiuto da união pertence a Eos; a negativa o sucesso da expulsão pertence à pulsão de destuição 1 0 Há na afimação de Feud u ma evidente dissimetia ente a afirmaço e a negação enqun
9
1O
Freud S. , ESB, Voi XIX p. 297 eud, S. ESB., V oi XIX p 30.
morte e pulsã de mte
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to a primeira é um substituto da união, a segunda é o sucessor da expulsão, isto é, ago que resulta ulteriormente da expulsão. Há portanto uma primeira negação que se opõe à afirmação ori gina, e posteriormente há uma segunda negaçã que é neação da negação ( ou denegação), que se constitu i com uma afir ma ção intelectual Pea denegação, dá uma suspensão (Aufhngen ) do recacamento, de modo que o recalcado possa, intelec·mente, ter acesso à consciência sem que isto implque sua ceitação, isto é, o recalcado ressurge sob a forma de no sêlo"11 É pois pea ação da pusão de morte que se dá a separação e a constituição do objeto O que até então era visto como algo pu ramente negativo a pu lsão de m orte passa a ser conside rado como um princípio de constituição do objeto e responsá ve pea estrutu ração do psiqu ismo O que temos a art icu ados são pares de opostos complementares: interiorexterior introjeçãoexpu I são, af ir maçãonegação, fusãodesfusão, pu I sã de vidapu I são de morte. A constituição do psiquismo infantil é função desses pares de opostos. Vo ltando ao art igo de 1 9 1 1 Formulações sobre os dois princípios do funcionament psíquico , nele Freud afirma que uma organização psíquica regida exclusivamente peo princípio de prazer, e portanto desconhecedora da realidade, tem escassas possibilidades de sobreviver. Uma organização psíquica deste tipo visa única e exclusivamente a satisfação e esta é obtda alucinatoriamente Podemos dizer, porém, que esta tisfação al uc i natória é tornada real idade peo fereci mento do seio materno. Tudo acontece como se a aluinação nvocasse um seio, tal como o prim it ivo i nvoca os seu s deuses, e esta i nvoca ção produzisse o efeito desejado Dessa forma, a aucinação não permanece aucinaço, posto que o s rea vem cobrir a fata Ora se as coisas continuassem a ocorrer dessa forma, não haveria possbidade de a criança distingir entre o seio que a mãe he oferece e seu próprio cpo. 1 2 O seio enquanto obe -
1 1 H yppolite J . • op. cit , p 400. 2 Freud, S ES.B., V o l . X X I I
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acaso e repetção em psianle
to fantasmátco e o seo rea confundemse nes organização psíquica regda apenas pelo prncpo de prazer É , pois a per da do objeto que ai funcionar como proa e realidade, e Freud nos dz, em A denegação, que a perda de objeto a separação orgna, ocorre em função da ação da pulsão de morte co mo pusão de esunão Enquanto a crança não é anda capaz de dstngur entre o seio que a mãe he oferece e o se próprio corpo, ea se constitu como um sstema fechdo no interior do qual é impossível a dstnção suetoobeto Ee sistema fe chado somente será rompido quando ocorrer a ausênca de satis ação, o que proocará a desusão e a renúnca à satsfação pea ia aucnaória O apareho psquco é ompedo então a reco nhecer a exstência de uma exterorade, o que o obrgará a uma mudança real atraés da introução de um noo princípo de atdade psíquica: o prncpo e realdade Não trata ma s agora de dstinguir o agradáel do desagradáel mas o real do al !c nado 1 3 Essa mudança operada no pano do funconamento psíqui co é que R Dorey 1 4 identfca com o processo de perda do ob jeto, sto é, com a experênca da separação original Também aqu a experência marcada pea repetição pois o que Freud nos dz é que o objetio prmero e imedato da prova de rea ldde no é encontrar um obeto que corresponda à representação, mas reencontrar tal objeto. 'Contudo evidee que u m precondção para o estabe ecmento do teste de rea l idade consste em que objetos, que outrra trouxeram satisfação real, tenham sdo perddos" 1 5 E sse processo, assm como o ao de u ga, depende da ação recproca das pu lsõs p imárias e parti cuarmente da pusão de morte, n medd3 em que é ela a r�s ponse pela dsjunção Assm como é a mãe que oferece o seo à crança, fundan do com sto a relação amorosa e incando uma noa série em
Feud S ESB, V o XII, p p . 277-286 Dory R . , " R é a l i t d la perte, raié .
psychayss vous parlent de la mort 1 Feud, S.,
ESB. Vo. XIX p. 29.
d la mort en psychanaly" e : Des
morte e pu/são de morte
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relção à qul el é o elemeno i nermediário, é el mbém que lhe recu o seio, produzndo frusrção d sisfção Ess du pl seprção d crnç em relção o seio e d ãe em relção o fi lho é sugerid por F reud como sendo dev d à ção d pulsão de moe enquno prncpo de dsunção. A queso que Dorey coloc em seu rgo é como concil r es dé d pulso de more como prncpo de esruurção do psqu smo e hpóese de F reud segundo qul el deve ser enendd como um endêni o norgânco, iso é, à redução comple d eno Dorey consder que s dus idéis são perfeimene compíves Nesse cmnho em dreção à redução comle ds ensões, diz ele, o prelho psíquco produz lgo que não esv progrmdo, so é, consiução do objeo. Dess form, homeos, que er o objevo limo d riculção d pulsão de vd com pulsão de more, eri sido ulrpssd pelo su rg imeno d d iferencção sujeioobjo Clro esá que o ineresse em se ssnlr compibilidde enre esss dus déis é um função d mnuenço d pulsão de more enendid como endênc o norgân co Sem dúvid, qundo Freud flou em enênci reornr o esdo i norgâni co, o que ele inh em mene er o reorno d subsânci vv à méri innimd, à subsânc não v. "More" qui er omdo em u seio lerl, e pulso de more1 designv o cminho nurl pr more, desno ineviável e oo ser vvo No enno, se enendermos pulsão de vid" e "pulsão de more" não como dus reliddes onologcmee disins, ms como componenes de um cmpo de forçs que se esruu r em ermos de f gur e fu ndo, podemos presci dir d h ipóe mefsc de um reorno o inorgânico Se fiermos questão, podemos é mner idenifcção d pulsão de more com o reorno o norgânco, só que norgânco" não ser mis iden ficdo com mér nere, ms com o fundo inorgnido conr o qul se consiu i figu r que é pu lsão" sexul Com oposção enre pu lsão de vid e pulsão de mo re colocad em ermo de figur e fundo, fcri mbém deslocd quesão do cso e d ordem. Assim como não poder mos mi s flr em cso puro, mbém não poderímos mis flr em ordem bsolu. Apens, quesão do caso e d ordem não diri mis respeio à poibilidde de um cpo pulsiol ser o n o
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acaso e repetição em picanálie
ser organzado. E e sempre é organzado em termos de gra e ndo. O acaso acaso passa passa ria a d ier ie r respeito a qu a s eementos consttuiriam a igra e qais permaneceriam como fundo, e como se daria a alternância entre ambos. Não avera pos, orginalmente, a pu I são de morte identificada ao caos orgnal, estado de pura dispersão de energa e em seguida o smento de a ordem que se dentiicaria com a pusão sexual O mesmo gesto que nstaura a plsão sea instaura também a psão de morte Esta nada mais seria do que o ndo não organizado sbjacete às máscaras "Se portanto não qsermos abandonar a hpótese das pusões de morte temos qe supor qe estão assocadas, desde o i ício, com as as p lsões lsões de vid a." 1 6
1 6 Freud, S, E EB B Vol.
XV I I I p . 78.
9 . M TOS TOS COSMOGÕN COSMOGÕN COS COS E DUAL SMO PU LSI ONAL
Dese Dese o i n ício est este tra traa alh lh o estam estamos os l ia no com i i as que, enquanto iéiaslimite, aponam para os mais variaos campos o saer, nem toos portaores os emlemas que istinguem os sae saere ress cie nt ficos Caos e orem, via e mo rte so temas que no pertencem com exclusiviae a nenhuma área o aer, e sem úvia alguma no no interior a ciência que eles se sentem mais à vontae E Fre saia isto, aí o apelo t o re qüe nte à l i teratura e ao mi to , que ele faz em seus escritos Esse apelo não implica um esprezo pela ciência, mas um reconhecimento e sua parcialiae e e suas limitações, por um lao, e por outro, a crença e que tal como o psiquismo humano, a ciência possui tamm o seu inconsciente e que o iscurso desse inconsciente mito Numa carta em resposta a Alert Einstein quanto a pont de vista a psicanálise sobre a uerra, escrevee o segu segu i nte : Talvez Talv ez ao sen ho r possa poss a pa recer seseF reu escrev rem nossas teorias uma espcie e mitologia e, no presente caso, m it lgia naa agrad agradv vel el . Toas Toas as ciências porm, no chegam chegam , afina l , a uma espcie espcie de m i to loia com o esta? esta? N ão se poe i zer o meso, atualmente, a respeito e sua fsica?" 1 A mito logia naa agravel a que Feu se refere sua teoria sore a pulsã J e morte Para um ep istemó istemólgo, lgo, essa essa mistu m istu ra e ciênc ci ênc ia, ia , iteratura iteratura e mito poe ser vista com um sitoma e grave containaço e amea à p u eza eza d d iscus iscuso o ci en t (f ico ; F reud reud , po rm , n
I
Freu d S , E.B E.B Vol. XXII,
p. 254. 81
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acas e repetção em psianáls
era um p ur sta em em matra matr a de ep stemo stemo lo gi a e freqüentemente colocavase mas na posção do sbo do que na do cents ou melhor compreenda que o cientsta se se pretende crdor tem que romper com os limtes mpostos pela cnca do su tempo Surpreendentemente porm quando F reud rompe esses lmtes nem sempre o faz no sentdo de conduzrnos um futuro que est para alm dos nossos horzontes mas para levarnos de volta a um passado remoto j esqucdo ssm que An áls se e termn termnáve ávell e nt n term nánum dos dos seus ú ltmos te textos Anál vel (1937) le nos nos rem remte te a Em pdocles pdocles de grgento grgento no no sculo V a.C Por que to longe e por que Empdocls? Empdocles um pensador foremente nfluencado por Parmênides e por Ptgoras, e nos deixou fragmentos de dos grandes poemas: Da natureza e Purifcações. Enquanto o pri mero nos oferce uma vsão f(sca do universo o segundo trata fundamentalmente da mortaldade e da transmigraço das almas. Empdocles fo alvo de severas crtcas por parte dos comentadores da flosofa, que apontavam a contradição dos p ontos de vsta expressos em seus poemas No entanto, essas crticas perderam sua força sobretudo a partir das análises em preenddas por Cornford para qe "a prmera condço para compreender Empdocles bnr a noção de que havia qualquer fosso entre suas crenças religosas e suas noções centfcas. A sua obra constitui um todo no qual estão inds soluvelmente ligadas a religo, a poesa e a filosofa.3 Na obra potica de Empdocles não podemos separar o que o dscurso do filósofo, o misticismo do poetaprofeta e a experiência do méd mé d co que tanto cu rava rava o copo como pu ri fcava fcava as as al mas E sse pensador reverencado por Lucrco como o maior dentre os cosmólogos da Antgudade e considerado pelos seus contem porâneos um r sobrenatral, fo o único a ser dstngudo por F reud .
2
Confod, F M , From relgon to phlsphy ( 9 2 ) orins o f Greek phlsophcal thought ( 9 5 2 .
3 Cornfod,
e
Principium sapientJae: The
FM., Prnc Prncp pum um sp sp en te, te, tad port p. 197
mit cmgôncs e dualmo puo
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f atriburmos essa smpata à semehança que existe entre as doutrnas de reud e Empédoces relativa ao ape desempenhado peas duas grandes forças responsáves peo dev r cósmo : o Amor (Philia ) e a Dscórda (Neikos) em Em pédoes e E ros e Tanatos em F reud Pa ra Empédo es o Cos mo onsttu do por quatro substânas orgna s Fogo Ar Terra e gua que permaneem sempre distntas mas que se ombnam e proporções varadas formando todas as coisas Nada h am dessas quatro substânas nem esmo o vazio sendo a mudança um mero rearranjo entre os eementos gundo a ação de duas forças motoras o Amor e a D sórd a concebdas como forças de uno e de desuo entre os ele mentos. O devr cósmo é cío e eterno e competa ada vez que uma das poardades Amor ou Dsórdia) atinge seu poto mx mo de dom naço Ass m sob o dom íni o do Amor h uma u no de todas as osas formando uma m stu ra to nforme dos quatro eementos que seria mpossível distin gu rm nea al gu ma coisa ; sob o dom nio da D iscórdia os eementos esto competaente separados uns dos utros Na anse que fazem do poema de Empédoles Krk e Raven 4 as snaam que o Amor e a Discórdia no so con�bdos pel filsofo omo forças meramente mecânas mas que esas esmas forças o as que determnam o devir smo e as que atuam sobre as peoas isto é, que amor sexua e o aor csic são uma s e mesma força (o mesmo aonte evidentmente com a Dsórdia Podemos maginar o quanto Empdocles despertou inte resse de Freud dada a mehança existente entre as concepções de ambos quanto ao papel dempenhado peas uas forças em suas doutrinas "Os dos princípos fundamentas de Empédo es esreve F reud são tanto em n ome qu anto em unço os mesmos que nossas duas pulsões primevas Eros e destrutividade dos qua s o prim ero se esforça por ombi nar o que existe e undades ada vez maores ao passo que o gundo se esfor ça por d s ver essas comb nações e destru r as estruturas a que eas eram orgem'5 E
G
5
K i rk e J . E Ra vn , O s filósofos prJ-ctos. Freud E.SB V ol X X I , p 2 8 .
8
acaso e repetiçã em psianlse
Ceo poém que podemos enconar um paenesco mas pofundo ene os dos pensadores, a lém daquele que se basea na mel a nça ene o mo e a D scda do pr m e ro, e a pu lso xual e a pulso de moe do segundo. Um comenáo de Cornford em u eto bre a flosofa grega nos audar nese sntdo. Dz ele que os lros sobre pscologa êm sdo escros, na mao pae, por flfos e omens de cênca cujos ábos mentas no so muo compates com a magnaço poéca . . ) N o é prudene, sequer edadeamene cenfco pôr de pare, como fruo da magnao ocosa ou suerstço ultrapassada, a expernca dos grandes poeas s porque ela está al ém do al cance do homem cmu m e no pode ser traduzda em emos do que ele chamara uma 'explcação . 6 Or obr de F eud nos emee freqüenemente para essa "imagnaço poé ca e para a são mca do mundo, e so sem prejuzo da explcaço centfca, mas sugendo que esa últma se pro longa nas p me ras Nu dos seus prm e os extos - A psicopolog da vida tidiana ( 1 901 , declara acritar que uma g ande pate da v iso de mu ndo m tolgco ( . . nada mas é do que pcologa pojeada no mundo externo, 7 o que sgnfca aceitr que o mto é uma espéce de inconscne da cnca e que é possvel, em decoênca dsto, trànsformar meaf sca em metaps cologa 8 Mas F eud supõe essa coninudade entre o mito e a cênca, por que tee ele de i to longe? Por que Empédocles? odemos apontar pelo menos dos motos: prmeio pela indutíel semelhança que há ene mbos quanto s forças que auam no ndduo; segundo , pelo fao de Empdles se um pensador prsocáco Ese segundo motvo , a meu e o mporane quanto o prmero, posto que "prsocráto desgna dentre outras cosas, um pensamento que ante o ao d scu so conceual pegado po P l ato. A f losofia pós cca mplca o aprisonamento do pensamento pela razo coneual e a recusa da palaa poéca, consderada, a partir e eno como superstcosa. O dscuso flosfco consttu "
op ct , pp 1 99-200. Freud, S., E.SI., Vol. VI p. 309.
b Cornfod, F.M 7
g lbid
mito cosmogônicos
e duaismo pulsona
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r um gress1v fstment do mito e da poes em deço ciênci O ue Freud estria nos dizend é ue a fiosofi e ciênci eclcrm seu pssd mitpétic e ue psicnálise, cerente cm seus ricípios, teri td o direit de ecorer mit e à esi n rcur de su vedde Recorrer um filósofo pósscrtic" ( invés de um présctico) sei pemnece dent d mesm efeencil cientfico que mac psicanl ise enunt teri conceitul ; o i ncnsciente d ci ênci nã deri r encntdo n ug d eclcd, ms n lugr d reclcd, ist , nu lug nteir cupd pel Sócrtes ltôn ic N entnt, paeceme ue essencial da uesto aind nos est escpnd O ue, e fto, petende F reud ecoe mit, à reigio, à litetu? Estria ee nos dizend ue pr lém dauil ue ciênci consegue abc existe a re giã d mistério? Neste caso, mistéio" sei um outo nome cso u nti pr outa odem distint d ordem científic? E etornams, ssim, à nssa uest iicil : do cs e d dem C ue Feud nã popõe a uest em tod su extensão ms pens na medid em ue e se insceve n âmbit d sber e d prtic psicn ticos N é pr Un iveso em su ttlidde ue ee lnç seu olhr ms pr o h em enunt indivduo cnceto N entanto, mesm tend em vist s ts humnos, ele dmite u mesm insiste n fat de ue sicnise deve beneficiase do ecus mito , à religiã e à itetu Numa not de odapé cescentad em 1924 à Psicopato/ogia da vida cotidiana,9 Feud cita um histói cntd p N Ossipw que pode nos audr esponde uestã cim O nrrdo cnt ue pós tese csd num pequen cidade d interir d Rússi, empreendeu uma viagem de tem Mscu cm su esps Num estço intermediri, ele n tiu desej de nçr um lh sbre cidde, e cm tem ficri rdo lgum temp, desceu e fi té rt d estçã, deixnd es n vgã. Ao vltr, veificou ue o 9
Freud, S. ESB , Vol. V I
p. 308-9.
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acaso e repetição em psicanále
trem já havia partido, levando sua esposa Comentando dpois o incidente com sua velha empregada esta declarou profetica mente : sse casamento não vai dar certo Passados cinco meses, ele se separou da esposa. Recordando a profecia da empregada, argumentou consigo mesmo que o ter descido do trem já era um protesto inconsciente contra aquele casamento. Anos mais tarde, ele vem a ligarse a uma pessoa que vivia pre cisamente na cidade em que ele descera do trem Se a explica ção psicanal tica encara o acontecimento como uma parapraxia e remteo a um deseo inconsciente, uma explicaçã {stica d iria que o seu destino já estava taçado e que o acontecimento seria um sinal de u m futuro inevitável Por ma is dierentes que possam ser, ambas as "exp licações apelam para um mesmo referencia l : u ma o rdem determi nante dos acontecimentos Não á lugar para o acaso em enhuma das duas inteligibilidades Poderíamos argumentar que isto é vera dei ro para a expl i cação m stica, mas não para a psicanal {tica, poi s se é certo que a deida do trem pode ser atribu da a um a recusa ·inconsciente ao casamento, esta mesma recusa não expliaria por que a outra relação afetiva teria que se dar na q uela mesma cidae ou meso o porqu de a nova pssoa ter sido a que foi e não qualquer outra E verdade que, ina do lugar da psicanáli, poderamos afirmar que o ter voltado àquela cidae e o ter cado com uma moraora do lugar seria ainda uma forma e realizar seu desejo inconsciente e que por tanto todos os fatos descritos se inrem numa cadeia sigifican te Ou seja, tendo acontecido os fatos B e C (voltar à cidade e casarse), posso articulálos ao fato A (descida do trem) e encontrar uma mesm eterminação inconsciente para os trs, mas ito só pode ser feito recorrentemente. E nisto parece resi dir o ponto central a nos questão Quando Freud afirma que todos os fenômenos psquicos são determinados, isto não im plica que, a pror, possaos dizer o que vai acontecer, mas sim que, uma vez tendo acontecido algo, possamos remetê lo a uma série eterminante Se essa recorrência é poss{vel, é porque há uma ordem abarcante que exclui o acaso O recurso ao mito, à religião e à I iteratu ra não seria u m reconh ecimento por parte de F reud de uma regão do real que permaneceria imersa no mistério, mas
mitos cosmogôncos e dualmo plsonal
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a tentativa de estender a racionalidade para além dos limites estreios do discurso cient(fico Afirmar, como ele o fez, que o mi to seria como q ue o i nconsciente da ci ência o é reconhe cer o lugar do mistério , mas afirmar a racionalidade do mito O mito, tal coo o inconsciente, está no lugar da ordem e no na disperso do acaso S recorrentemente podemos revelar a verdade que já estava presente nos começos, é porque nada escapa à razo A questo que s coloca no é a de Freud r ou no um racinaista. Ele indubitavelmente o é A questo que me parece pertinente, no caso , é se h algum conflito entr o Freud racio naista e um outro Freud para q uem a razo recuaria frente ao misrio10 No creio que a questo seja facilmente respondida se tomarmos a oba de Freud em toda a sua extenso, mas m parece que em Além do pincpio de praze, texto que comu mete é apontado com especu lativo", ess confl ito no ex ist De qualquer forma, mesmo considerando a obra de Freu em seu conjunto, creio que podemos afirmar que o fio coutor é a noço de verdade considerada como desvelamento o que a cooca, como assinala Hyppolite, no mesmo registro da Fenomenologia do Esp/ito de H egeU E o recur à tragd ia de d po é aqu exemplar A expeiêcia da consc ência não s faz no ntido de produzir uma erdade a partir d uma matériaprima iconsci ente, mas o ntido d revelar ou desvelar uma verdae já ontida no inconscente orém oculta pelo recacament penas de um ponto de vista fenomenológico que podemos dizer que dpo, através da investigo qu em preene, trna parricida e icestuoso. De fao, o parricídio e o nceso j constitu iriam a verdade de dipo desde o com O percurso da tragédia de Sfocles é o do modo de desvlamen to dessa verdae O cami nh o percorrido por dipo em d i reço su própra verdade é, no entanto, necessáro Tal coo nos disse Hegel, a verdade no é um dado, mas o esultado de um processo. Se alguém afirmasse a dipo ser ele parricida inces 10
Es foi dúvd evd por Jen Hyoe no Smnáo 2 de Lacn. Hy ie, Phénnolie de Hegel et hnal" em : Figu a � ·
hoopque - Ecrits de Jean Hyolie.
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acao e repetiçã em pianálise
uoso, ele reagiria o ustifcaa nignaço da msma forma qu o pac iet sia nal t co no ae ta omo sua a erdade do sintoma revlaa rmaturamente pelo analista O roesso psicanal tco é o erorrer esse caminho que a o aient coni nca dsi (na termo loga hegel a na ) ou à rdade do seu esejo "não há outra va a verad para a nossa onsnc a natural que ssa lo nga v iagem qu e a onduz a r la mesma sua vera 1 2 Entnamonos orém a rspeito de um ponto O qu foi to ama no torna o inonsente freudiano idntio onsncia natural d Hegel O inconscente de Freud difre do hegeiano em vários po tos fundamentais No ntanto rma ne ál da a af rmaço de que o fio on duto r d ambos os autores é a verdade entndda omo selaento u a x rinca emp reendida o su·i to torna possvl Tanto em H l (pelo menos no Hegl da Fenomenologa) como m Freud o que possbilita a erdad ssa releira que o suito faz de s mesmo E oanto d um ugar epigoa omo diss Jan Beaufrt1 3 qu a rdad ode r rvlaa M as sera i sto realm ente vá ido tanto ara H eg omo ara Freu? Vimos que a releitura hgliana comprend dois mom ntos : um ri m iro momento no qual a consiêni a sria onsn ia d o m u ndo mas i nonente de si mesa m sgundo momnto (est o da reeitura propriamnt dita no qu a o fnômno in u do na tota idade do sírito (Gest) que lhe onfere sntido S é ortanto a totaidad o qu onfere erdad na ao fnômno sm a est emanra sempre inomto quanto ao u sntdo Poém na mdda em qu e F reud ( ao q u are no admite a déia de tota idad e qu nos fa a H ege a erdade perma neeria smr i nom ta. Creo que st o onto ntra a teo ra siana tca o que s refere noço de vrdade; qualquer tntatia d totaizaço nos reeteria ao u mb igo de qu e faa F rud m A n-
1 2 H�lite, J op cit pp. 21 32. 3 Baufre. J. O pem de Parnides. .•
mitos cosmogônios
e
dulismo pulsional
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tpretação de sonhos. Paece-me que a da de totaidade e a d a de u mbgo · no so compatíves. I n sstamos porém um pouco m ai s n a questão do racona l smo e m F reud
10 ALEM
A prmera frase de Alé do princ/pio de praer nos faa da Seelenleben, sto é, da atvdade da alma e no da ativdade psquca ou da atvdade da mente; assm como é do Seelísche apparat (aparelho anmco) que Freud fala e no em apareho psíquco ou aparelho mental. Se comararmos essa frase ncal do texto de 1920 com a frase ncal do Proeto de 1895, no qua Freud afrma sua fnadde de estruurar uma pscola que seja concebda como uma cênca natural, no podemos evtar a perg unta : Natural smo do Projeto contra ansmo de A lém do princpio de prazer? N ão me pa rece que a questo deva r co ocada nesses termos E m pr me ro l ugar, porqu e o natu ra l smo do Proeto no é to naturalsta quanto se pensa estruturar a psicologa como c nc a natural sgn fcava para F reud, em 1 89 5, muto mas uma poposta metodológca do que uma afraço naturalsta do conteúdo da pscanálse A ênfase ncda muto mas sobre o termo cnca" do que sobre o termo natural e sto m levarmos em conta que essa proposta naturasta fo engave tada por ele, o ue podemos consderar peo menos como um nd o de q u e n o contava com su a plena adeso O qu e F red pretenda com o Projeto era fazer uma pscologa centfca, mu to mas do que fazer uma psco oga atu ral sta Creio que isso fca caro quando em A interpretação de sonhos ele opera a passagem da natureza para a nguagem Em segu ndo l ugar, o an m smo sugerdo pea term nolo ga freudana no texto de 1920 no ultrapassa o nvel termnológco. Emra os termos empregados por um autor possam vr carre gados de signifcados passados, devemos voltar nossa atenção 90
alm
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é paa os conctos qu a nova toria poduz Msmo assm podmos nos pgu nta p q u F rud mp go o tmo Seee (alma) é não outo quaq Ú qu cospondss a mnt w psiquismo q u staiam muito mais ao gosto da psicoogia da época Parece qu ele é o índic persistnt d antinatura lo que atravessa os txtos frudianos dsd A nterpretaço de sonhos. S podos ad iti qu o aparlh o an mico (See/sche apparat) ncarna-s n sistma noso não dvmos nos eq uecr que pa ra F ud ss sistma nvoso é capaz d podu zir sonhos isto é qu por l se poduz a fala qu é no ris tro da l inguagem u a psicaná li si tua dsd o comço. Sgundo Lacan F ud tom a io ogia po ant fas: A biologia fudiana não tm nada a v com a bologa1 Oa toar a biologia po antfras é tomála plo su oposto. Em seus minários do invno d 1954-55, Lacan nos osta o · snti do qu possu a paa F eud a concpção d m apalho a m ico" como ndo o d fonc ao ogan smo o o caso paticu a ao homm ua organ ização an m ca qu fncona como m cinto chado, n sntido d po sistência à passagm liitada das foças d gm pu siona à dscaga géticas dlas dornts Ess ogani z opaia no ntido d antr um quibo ntno fnt à rupção d ng a p ovinda do xtri o Tata- potanto d m sstma ou conjnto d sstmas qu funcina gundo mcaniso d homostas A ssa guaço Lacan chama d funço resttudora da organizaço psquca 2 a compaa a inda qu nu m n vl mu to mnta ao movimnto d dscaga d tração da pata da ã sto é d scaga torno à psição d qu i brio E st é fundamnta l nt, o modo d f nci onamnto do apal ho an mi co nssa tarfa stão iguamnt compomtidos o pincpo d paz o pincpo d adad Paaamnt à funço sttdoa há tabé ua função repetitiva é o qu Fud nos msta
1
Lcn. J
2 Op ct
.,
O Smo, Livr 2 p. 100.
p
82.
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acaso e repetição em psicanále
�s da noço d omplsão m Além do prnpo de prazer, à repetço ( Wiederholungswang). Esta noço pom no stá iv d ambgüidad m Fud S po u m ado a man fsta u t·a tit; p oo mft tam uma tndncia rsttutiva . S adm it mos o pnc po d paz omo aqul u eg o conjunto dos sistas psíucos dvamos ad mitir também u a tndênca stitutva pdomnaa m útima instânca sob a tndêna pttva O u pc paadoxal ngmátco m Fud u ta no acontc Daí a hipóts da puso d mo Ao colocar a usto d um am do pncpio d pazr, Frud no stá d modo agum tomando o ponto d vsta naturalista com o qua a pscanáls omp dsd os sus omços Die qu a vida aponta para a mo no sgnfa abi mão da dinso simbólica que caractiza ssnamnt a psicanális, mas sm admiti a possiblidade d um imit da palava, d ago qu para alm do princpo d praz, paa aé Jo jogo dos signos, diz spito ao ral Se o conjunto dos sistas psuicos tnd paa o u brio po qu ss qu i bio no obtido? Po qu há uma p sistncia do dspaz? Por qu a tndncia ptitiva acaba po prdoinar sobr a tndênca stitutiva? aui u s man fsta a ambigüidad da compulso à rptiço, na mdida m qu la iplica os dois gistos: Q· ptiivo o rstitutivo. Para al da tndncia stitutiva há uma tndncia rptitiva qu mpõ d forma paadoxal nigática 3 Essa ambi gü idad o qu coloca sto a hipóts do prncpio d pra da sua fu nço homostática Desd o in (cio d Além d prnc1'o de prazer, F rud estaca a ipoância u concdá, na sqüência do txto, ao ponto d vista nrgtico Essa ênfas no apnas dstingu o txto m qusto daus outos u compm a chamada primira tópica fudana, como assinaa ainda a distânca qu spara F ud d os au to rs qu, d Dscats a Hgl, ptnd ra concb o corpo humano como uma máquna Isto po
3
Lacan, J. op. cit.,
p.
88.
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q ue, se para esses autores o modeo tomado era o da máqun mecânca, o que emerge ju nto co m F reud é a máqu na ene r gética Se a concepço do mundo, de Descartes a Hegel, era a da máqu i na newtonana, a pati r de Watt a ve l a "ciência do fogo se encarna na máquina a vapor fazendo com que a palavra cave desse novo mundo seja energa. Essa é a istncia maior qu e sepa ra Hegel de F reud a viso enerética do mundo. M quina de sonar, máquna de falar máuina energtica são termos que agridem os ouvidos umanistas, e no enanto podemos concordar com Lacan qua ndo diz que nada encarna tão profun damente o universo humano quanto uma máuina A mquna só toma sentido s referda ao universo simblco Coo a ln guagem, ela assinala a dstância em relação ao natural. Portanto, ao pensa r o omem dessa forma F reud não está pretendendo fazer um reducionismo biológico, assm como tampouco está tomando a biologia como modelo explicativo do funcionamen to do aparelo psíquico. Se podemos faar em modelo, aquele que F reud toma para expl icar o omem é o energético, que também foi tomado pela biologia. No entanto , entre a bologia moderna e a metapsicologia freud iana a distnca é considerável O que F reud fez em Além do princ/pio de prazer foi juntar essa concepço energtica à sua teoria do aparelo anímco desenvolvida desde A interpretção de soho 4 Freud nica o texto de 1920 di zendo Supomos, sem esiaço, na teora psicanal ítica, ue o ecurso dos processos da alma é regula automatcamente pelo ppo de prazer (Lustpinzip)", e em segu da com pl eta : Decdi mos pôr em relaço Lust e Unlust com a quantidade de excitaço existente na vida da alma e no vnculada de algum modo de tal <1eira que Unlust corresponde a um ncremento e Lust a um a dim in uiço desta quantidade. '5
4 Na vedade a conceo energica nunc eseve uene do exos reudanos; o
que ocoreu na preira ópic foi a necessae epliciação a concepção tó· pic o qe fo eo em erimo a ênae sobe o faoes energécos. 5 O eo uilzado omo reernca o a ado eia o W L. Chebabi o ognal aemo Jeneit e Lutrnzp. A ee1 da rdu no esá ublicaa, a que isponho a cópa dalograaa geni mene cedda pelo D Chebabi.
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acaso e repetiçã em psicanálise
Ora, uma coi é a afirmação d um princípio qu rgula o funcionamnto do aparlho anmico, outra é o diferencial prazer-desprazer. O pri nc pio d p razr só toma ·sntido quan do rfrido ao apa r h o an mico concb ido como um todo isto concbido como um aparlho, um aparato ou um sistma f chdo, cuja funço rguar a ntrada livr ilimitada da nr gia d origm pulsiona assim como as dscargas motoras. O aparlho anmico pois, uma organizaço Acontc qu o dfrncial prazrdsprazr faz com antrioridad a qual qur organizaço. O qu há orgnalmnt, diz Frud é prazer d órgo (Organlus ) , pusõs parcais satisfazndos d forma auorótica i ndpndntmnt d qual qur princ ípio organizdor O qu é primário m Frud no é o princpio d prazr, mas o difrncial prazrdsprazr qu s daria num stado d d isprsão das xcitaçs O surgimnto do prnpio d prazr s dri pla ligão (Bindung) isto é pla passagm do prazr, tedo como pura xpriência subtiva rfrido a uma qu anti dad d xcitação no vi ncu lada, para u m stado d int gração qu nos possi bi itará faar m aparelho anímico A função ds aparlho mantr o nvl d ci�aço o mais baio possvl ou po mnos constant (Frud nos diz qu o L ustprinzip driva do Konstantprinzip ), o qu no signi fica rduzir o nvl d tnso a zro (qu sria a mort do sr vivo) Msmo s ntndmos a pulso d mort como tndên cia para morrr", puso d mort princpio d prazr no s confundm O qu Frud afirma é qu há algo além do princ po d prazr ou distinto d qu tnd a rmtr todo o ani mado ao i nani mado Não da mo qu Frud nos fala quando rfr à pulso d mo, mas da vida. E do vivido h umano qu a psica nál i trata, s há a go nss v ivido qu im pl o homm a sai r dos im its d a vida a inda d o v ivido qu stamos fala ndo. D qua lqur ma ni ra, o pri nc pio d p razr no s confund com a pu so d mort, assim como sta no s confund com a mort nquto sti no i nd ividua l. Apsr da ênfas concdida à di mnso cocitua l da o bra 6
Ln J op. cit,
po. 1 06- 7 .
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d F rud, Jan H yppl t7 prgu ta s n há nl m cnfl t prund ntr racnalsta (u acrdta pdr racnalzar a hum an dad} st F rud trapta u m r F rd spculatv u p a racnalsta N ra Frd spulatv aul dxad d lad racnalsm ps tula a puls d mrt? Laca rspnd u txt d Além do pinc/pio de prazer ac racnalsta d pnta a pnta qu hum mmnt a raz abdca arma A c eça pac návl8 O rcurs puls d mt n sca um rcu d Frud cm rlaç à xgênca rac nal s ta Além do pin1io de paze é um txt nd a raz rua rt a nfávl stt [puls] d mt n uma css d mptênca é at d stacar dant d um rrut v l d um drrad r fávl é um oneito".9 Tal spsta parc t aastar a sgst d Hpplt cm també clca uma pdra m cma da s tã da pssbldad d acaso m psicaális (pl ms d u acas rgnal}. N ntat ants d cdrms sb ps da peda lacaana vams dscutr ada utrs aspcts rlatvs a cct d puls d mrt
Sb ttu "O u n st t d mrt?10 Dlz faz ua b Ih at anál d Além do pincio de prazer, mstrand u alé au n sgnca xcçõs a prncp d paz a vda psuca mas dsna um resfduo rrdutvl a pcp: " há nada ctrár a prcp mas há alg xtrr htê para cm prncp u m a lm } Ess aé n rfr às xgêncas da raldad ps stas ctam sua rgm fantasma prtat m alg u tabé stá s b dm n d prn cíp O alm prant 7
Op CJ p. 92. ! Lcn, J , op. cit., p 93 9 lb1d g if mu ! 1 0 Dz G Apsen tão de Sacer-Masoch, 20 g
9
acao e repetição em pscanál
um resíduo, e é es resduo que ele vai relacionar ao "instint de morte No mesmo texto, eleuze afirma ue a distinço ent re pu lso de vida e p ulso de mo rte só poder ser plen amente compreendida se levarmos em conta uma outra dstinço ais profunda : au el a ue h averia entre a própria pu lso de morte e o instinto de mort. 1 1 Evidentemente no se trata aqui da velha e já desgastada confuso deorrente da traduço do Trib freudiano para instinto, mas de algo que diz respeito aos fundamentos do conceito de pulso de morte e que nos remete, segundo el e, ao estatuto d a ngação na obra de Frd. O ponto de partida da análise de Deleuze é a obra de Leopold von SacherMasoch Mas no é apenas de Masoch que Deleuze no s fala, fala-nos também do Ma rqu s de Sade. Ambos os nomes serviram para designar perversões que retomadas por F reud passaram a formar o par sadismo-masoquismo funda mental p ara a teo ria d a sexu al id ade Deleuze nos diz que o que está em jogo na obra de Sade é a negaço e que esta surge em toda a sua eso e em toda a sua profundidade mas que se apresenta sob duas formas dis tntas como desordem , destru iço, degradaço (o que no deixa de ser uma forma de ordem ou de estar referida à ordem); e como negaço p ura, caos pri mo rdial puro estado de d isperso. A essas duas formas de naço correspondem duas naturezas a natueza segunda, que não é absolutamente neativa porque est referida ordem e que constitui como processo parcial de more e destruição e a natueza pimeia, que se situa para a lém da ordem e da l ei, que no tem nen h um compromi sso com a conservaão, seja individual ou da espécie Portanto, natureza sgunda aprentandose como processo parcial do negativo e natueza pimeira qu e corresponderia à negaço pura No entan to esa natureza primeira ou original jamais se apresenta como um dado só a natureza segunda forma o mundo da experiên cia, e a negaço só é d ada nos processos parci ai s do negativo 1 2 sendo a natu reza origi na l bjeto apen as de uma idéi a 1 a p arti r dessa di sti no entre as du as formas de negaço 11 12
O. cit,
pp 32-33.
Deleuze, G., op. c.
p. 30
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que Deleuze apesenta a outa sço ete pulso e morte e stto e oe Seguno ee, a sço feudana ente a pulsão e va e a pulso e more só aa plea nteigbla e se efea a uma outa que le see e funamento a stnção ee pu/são de morte e nsno de morte. Equato a puso e moe jamas se apeseaa em esao puo, mas sempe msuaa com as puses e a, o sto e mote sea Taaos em estao puo, eaço pua, caos ogal3 Tal como a auea ogal a que os eemos acma, o so e moe o poe se ao a a psíquca Deeue e ma po ze que paa esáo, eemos mate aqu o substao nstnto , co capa e sue uma ta tasceca ou e esna um ta p c po asceetal 1 4 Ceo que temos aq u uas uesõs a eno espeo o estauo e exteso a eaço e sua laço com as as atueas; e outa zeo espeo ao e Feu enee po Tdesrebe em A lém do prnc'po de azer e a necessae apoaa po Deleuze e uameta essa pulso num �to, mesmo q ue este ú mo sea e o como um p nc po taeetal. Paeceme que o pmeo paso a se ao o seto e esabeecemos o esauto a egaço os extos e que estamos atao ssm, negaço apeas pação ou possu um esatuo e posae? poza etea a negaço como seo ecessaamete pação, estção, como algo que em eaço à plentue absoua a substca coespoe a um se meo" Determin nega o est, a etemaço é eação, esta é a fómula Josa e poa Paa ele, o bsoluo, a ubstâca, af mção pua, ausêca total e eemaço (que seia lmtaç ão . o feecao pleo poposço e meo sete a Etica e p a a ma : Petece à subsca existi A suca equato ta o compoa ehuma fala egaa o eao no az pae ela Pesse paa Spoa o conce e eço eeo como paço No etanto, D -
1 J Deuz , 4 /Otd
G op. cit,
p. 32.
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acao e repetiçã em psanálse
Jan caud, 1 5 num artigo artigo sobr sobree H ege e Sp inoza, inoza, pergu pergu nta nta se se não podemos entende esse horor de Spnoza ao negatvo como sendo d e fto, u ma negaço negaço da negaço; negaço; se esse abso abso utamente utamente postvo da substncia snozsta no é no fundo a negação absolua Numa primera aproximação, paece que essa hipótese não sustentáve. Apesar de Spinoza joga sempre com a ngaço e apesar do absutamente positivo da substncia encerrar em sua definço a negaço da negaço, esta contnua sendo pensada como p vaç vaço. o. A negaço negaço em Spinoza Spin oza não faz pat pa tee da ess essênca ênca da substnca. "A excusão da negatvidade do seo do substan cia acre acresc scen enta ta Janicaud vo a a encont encontars arse ao n ve da da individuaidade que nada mais faz do que perseverar no su ser pois emos emos no i v ro da da Eíca (roposiço 5 ) : 'coisas d e uma natureza contrra não podem estar no mesmo suto, na medda em que Uma pode dstuir a outra Para Spnoza, a contradço ntena equivae à autodsruço o qu é absu do"6 A substnca enquanto nfinta no comporta a negação esta só ocore ao níve dos modos finitos enquanto deter mi naço No entanto entanto a negaço negaço im p ca ca nos modos modos ão aet aetaa a sub su bstnc stnca a enqua enq uanto nto ta a fin itude dos dos ser seres es no no afet afetaa a n f nitude do Ser. O Absouto no pode conter a fata sob pena de de xar de de se se Abso Abso u to. M a s se os modos so finitos, os arbutos so nfnios e seu gnero. Como expicar ento a detemnaço pea negaço? Deeuze nos esponde que a eimnaço radica da negação em Spnoza apóiase na dferença entre dsnção e deerminaço. Enquanto esta úma sempre negativa e diz espeito aos modos da substânca a distnção é sempre postiva e refeese aos atributos Cada arbuto marcado pea sua disnção de ta modo que cada um pode ser concebido sem que se efra em nada ao outo atrbuto. Cada qua é nfnto em seu gêne
JS
jacad,
0 . , " Dalética e bsta bstanca nca l dade dade obe obe a refut refutaçã ação o he g aa do sp sp o-
zmo em: Hegl e o pensmento modero 16
Jaad, D., op. cit
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ro ou em sua natureza. Toa natureza é postva7 " À po po stvae como essnca nfnta corresone a afrmaço como ex stênc stênc a nece necesssár a. " 1 H Mas à positivae os atributos no corresponde uma u ra neativ neativ ae os moos E mbo ra caracter caracterzado zadoss pe la s uas fu ras a ne neati ati viae viae a mitaç mitaço o e a ete etermnaç rmnaço o os mos so negatvos aenas ocamente, enuanto ue sa exstna é semre uma forma e afirmaço, mplca semre uma força. neaço no tem, ara Snoza estatuto ontoó ico, ea é um ente e razão, razão, ou , como refer referee Deleu De leu ze, um a forma e comaração que em naa afeta a atureza auilo ue é comparao im seno, se etermnaço é neaço , isto não sinifica ue em reaço aos moos Snoza tenha feto feto um a onto onto o a do neatvo neatvo ; para el e, a neaço neaço no é naa, é pu ra fi cço abstrata abstrata Por esse esboço, fica caro que ara Snoza a niferen ci ão a substância substância naa tem a ver com a neaço, m as si m com a af rmaç rmaç p len a, e ue mesmo em reao reao s s coi s snu lares é em termos a positiviae ue elas so aresentaas ; o neativo no az arte e sua essência Toa a cosa se esfor ça enquanto está em si, por erseverar no seu ser" e 'o esforço eo qual toa coisa tene a perseverar no seu ser no é seno a esên esênci ci a atu al dessa coisa cois a : estas so so as propos ições ições V I e V a Pare 1 1 a Etia e exrimem o que Sinoza dsna por conus, a otncia o moo, sua erseveraço na exstnca, ua tenncia terna a urar inefnamente Ao conráro de Freu, ara quem o ser vvo tene a mor rer por causas nternas para Spnoza nenhuma cosa pode ser est estru ru a a no r or or uma uma cau exteror exteror 1 9 A dé a de de um a puo e morte nerente substânca é nconcebve para Snoza, assm como a éa e um nstnto de morte en tenido como caos prmorda" A ndferencaço da subs tncia naa tem a ver com o caos acaso ou dsperso, como sn o da neaço neaço mas, ao contrár o ndc ndcee de tamém no é sno
1 7 Dl uze G . Spino: no:a, p I � S,noza. éa I, 7 e 8. •J S>IOZa tca 1 , 4.
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acso e rep reptt iç iç·o e m pnále
frmço plen A subsânc é chmd de nurez nune cus d nure nud (modos), e so no devdo o cs cso o ms u m o rdem nece necess ssár ár .. A concepção spnos d subsnc reom rdção geg ncd por Prmêndes cujo fundmeno é den dde. dde . O que Prmên des recu recusv sv er o conceo conce o de qu l d d negv posvdde do negvo o no ser O que o prnc p o de den dde d de f rm rmv v er er : O que é é; o qu e no é no é prncpo lógco que rnsform Prmêndes num máqun de pensr" como dz Nehe Sobe ese prncípo é cons u d onolog greg, e é nd em orno dele que se consu , vine sé sécu los depo s, o monismo sp sp nozs. nozs. H ege ege l su rge como um dos cr cos ms gos go s dess dess r r dço o denuncr que ess fosof fcou presa à noço de subânc desprendo noço de sueo O pressuposo d foof que se nc com os grego é de que é possvel cons use um dscurso sobre o se nue ou subsnc sto é, d consurse um dscuso sobre o Obeo sem levrse em con o Suj e o. o . P r H ege ege u m dsc d scuu rso sobre o Sr em que coocse s própro já que oldde dqulo que é nclu o póro d sc sc so . Ao ncu o sujeo n oldde dqulo que fzen com que o Absoluo brque no o Se como o Dscurso, negativ1ade de Se ege nou cegor onológc de negativ1a Sen ) e u undeno ono Subânc é concebd como Se (Sen lógco é endade, Sueo em seu fundmeno n negae. Segund Hege um s fhs d flosof greg e de grde pre d flosof modern fo e concebdo o homem coo um edde mbé nurl. Pr ele o homem nd em de nu sendo que, n verdde ee se consu pel neg neg o do nu rl ; não não há con nu dde enre enre o hom em e nure ene mbos nepõese lngugem Iso no fz orm com que eo e objeo pssem consur um dulsmo oncláve pos peo conhecmeno veddero o dscur o coinde com o se que ee revel2 0 Lógc e onolog so p J ! ndscenves. :o
K uJ év év , A . rd rdc c ton a la lece lece e Hege Hegel l
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Há poanto uma grande dferença entre a lógica tal como Hegel a concebe e a lógica ta l como er a encarada pe la s f i l osofias que precederam a sua De fato, ele instaura uma nova lógica que deixa de ser vista como uma arte ou instrumento de pensar o ser, para transformála numa experiência de revelaço do ser e de si própria como dscurso. O sujeito dess irso encontra seu fundamento na negtividde; é ao negar a nureza, assimilandoa e transformandoa, que o homem se contitui como homem A negatividade aparece como aço do homem sobre a natureza, aço criadora porque negadora do dad Como assi na a Jacques D' Ho ndt ,2 o mundo natu rl no é, segundo H egel, uma dádiva ao hom em, mas a lg o que se l he opõe e que te m que ser conqu istado : a ação (Tun supõe exatamente o contrário de uma oferta total por uma natureza benevolente". 2 Afirmar que a Totalidade impica a negatividade (aém da identdade) significa dizer que o homem se constitui pela nega ção do dado, que o Eu humano no é uma reaidade natural, imediata, mas o resutado dialético de uma aço sobre o dado O homem não se constitui como um prolongamentocoroamen to do natu ral , mas como desconti nui dade em relaço ao natural Essa scontinuidade é produzida pelo dscurso (Lgos que , ao invés de se r dado, é aço negadora (transformado ra) do dado Com Hege l , o d i scu rso de ixa de se r o l ugar neutro onde o mundo natura é representdo e passa a ser a forma pela qual o mundo natural é revelado e ao mesmo tempo transformado por essa atividade nadora. Essa atividade do discurso é o entendimen to ( Verstndes ) , que no prefácio da Fenomenologia do Esprito Hegel apresenta como o maior e mais admiráve poder do homem, e esse poder se manifesta pela capacidade de separção. Pelo discurso, o homem separa o eemento que no real é inseparável da totalidade da qua faz parte, separaço esta que nad a mai s é do que o poder de abstraço através do qual um o b jeto é i so lado do resto do u niverso Produ z i r o concei to de algo
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D'Hondt J., "Teologia e práxis na ógica de Hege em: Hegel e o pensamento modero
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DHondt, J. op. ci, p. 30
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aao e repe tição e m pcanálse
é eparar ee algo da condçõe de epaço e tempo a que ele é ubmetido nquanto obto rea O concto d mea ó é po v l na med da m que meu en tend mento epara a mea real obr a qual erevo da condçe rea concreta qu fazem dla uma mea ral. A mea real é portanto eparada d eu uporte matera tornada d entdo. O entdo mea no e· dá eno pelo ntend mento to é, pela lnguagem. O meca nimo do entendmento conte po em eaar ua coa de u uporte matral fornecrlhe um outro upote qu é o dcuro. L a eta capacidade d e eparar a nc a da x itênca que Hegel chama negatividade, que tm como reultado a produço d u m m u ndo dt nto do natu ra : o mu ndo da cul tura. Con drada o ladamnte a negatvdad é puro nada. A concinca imera na experinca acredta como verdadero aquilo qu e lhe aprenta como certeza enível coa prceb da , para decobr r em egu d a que a upta vrdad o fala. O reultado da xpernca da concnca é po um rultado ngativo ma ete caráter negatvo no é aboluto poto qu el e empre a negaço de u m aq u e um agora" que ao denuncar o erro pete ua upraço po uma verdade t ea uperaço ou upeno (Aufheben ) da expernca que va conttuir a positvidade da negaç/o. No é portanto da nego abo lu ta qu H egel t fa lando ma da nação determinada manente ao ral fundamnto da da létca. Toda ngaço dtrmnada é portanto uma afrmaço A quto qu s coloca a d como pod urgr algo novo a partir da ngação dtrminada. S a ngaço dtrm inada é um não-A em relaço a um A nical como pod urgr um 8 que eja algo de novo m rlaço a A ? Sgu ndo H yppol ite 23 para entndr o txto hgeliano net ponto é ncáro adm t r qu a ota l idad mpr mannt ao denvol vmn to da concincia. A ngaço criadora porqu o trmo dado ava do olado porqu l mmo ra uma crta ngaço A partr d momnto s concb qu ua ngaço prmit voltar a ncontrar a otalidad m dtalhe Sm ea mannca 2
Hyppolite J, Géness yestrutura de la Fenomenología de/ Espitu de Hel, p 1 7.
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da Tota l idad à conscincia no s podria ntndr como pod ralmnt a ngação ngndrar um contúdo" A coniência s suprars, ssa ncssidad d i r mai s além d si msma o qu a distingu fundamntalmn do sr liitado a uma vida natural Est último no tm m si msmo a apaade d ir mais aé", isto só ocorr s l é implid por u outro Mas o ser ipeido para além d si próprio im pa a negao d suas formas imitaas , poranto, a sua própria ot Assim, nquanto na natura a mor smpr ua negao extrna o ho carrga a mor m s msmo, posto qu a conscincia ss transndrs nstant, ss sup rars m csr qu faz da algo d irrduvl ao natu ral No h omm a ngao é a própr ia mo rt qu la porta da qua c onint E a mort no é � ngao absol uta, mas a egação determinada, portadora d positividad qu ins paáe da vida nq uanto vida hu mana A ngatividad m Heg spr ngatividad parcia (já q detrminada ) ; só abstratamnt podraos concb- a oo absouta Considraa isoadament, a negativiad puro nada. No xist u si da ngatividad, aquilo qu poer íaos h ama r d nativo puro A ngatividad para H gl é a ara da finitud do r Isto o aproxima prigosamn d Spinoza no rio qu tnha sido sta a intnçã do filó sofo de Jena. Quando Hegl di qu a ngatividad considrada soaaente é u m puro nada, e no qur d ier como pinoza que a negatidad ja uma fio, mas qu la impica um supoe natura E nquanto ngaço do natural qu mrg a orde huana a cultura, o qu fa com qu a ngaividad pas a tr uma posiividad qu impd qu a idnifiquos ao puro naa A positividad da ngatividad rsulta da afirma o o naa atravs da ngao do dao. Ao ngar o dado n quanto esi, nquanto natural, a negao funda o para-si qu é a onsina humana A prsistna dest parasi a afirma o o naa p dstruição-transformaço do sr Hgl cma e re ssa ngatividad posto que realzada pa prma nn a do nada (dstruição do msi qu s constitu i como pn saeno e disu rso A negao no é, pois, m Hgl, um prodimnto x io u adnt ou uma fico do ntndinto, mas, como
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aao e repetção e m psicanále
havia assinalado Kant, um procedimento necessáio à ra zão único capaz de evela a objetividade da vedade Essa negação essencia à coniência é a mote de que ela é porta doa não a mote de si própria mas a destruiçãotansformação do natual O natural é por ela negado mas mantido enquanto negado ; o natu ra l é superado Na introdução da Fenomenologia do Esprito, Hegel eeve O que está l mi tado a u ma vda natura não pode por si mesmo i mas além de sua existência empíica imedita; mas está impulsionado mais além dessa existência por outra coisa e es fato de r arrancado e proetado) mais além é a sua morte A morte do ser natural é potanto uma morte estran geira, enquanto que a mote que o r humano porta é a sua pópria vida : m oe que v ive uma vida hu ma na, como di z Kove Sp inoza e H egel Se levarmos em consideração a a freud ia a de um p rimeiro mome nto m ítico n a re lação da cian ça co a mãe, momento de indiferenciaço original anterior à linguagem e ao recalque, anterior ao póprio temo (ou perten cente ao tempo m ítico o rigi na ) , momento no qual cria nça e mãe omam uma totaldade indiferenciada, o que teemos a é uma pua afrmação, uma relação afetiva que é a expessão direta do pulsional e que no encerra nação alguma A nega o rgiria paa quebrar es unidade indiferenciada, dtin guindo um interno e um exteno A semehança com a concep ço spinozista da Substância é bastante razovel Ta como a Substância de Spinoza, essa elaço primordial ciança-mãe forma um todo indferenciado, afirmaço plea, puo estado pulsional No entanto, o póprio Freud toma o cuidado de nos aprentar ea concepço como m ítca", não coresponden ela a nenhum momento real observvel clinicamente. Tatase poi s de uma fi cço teórica Mas não é por apresentar como uma ficço teóica que ela deverá se obeto de crítica. Afinal, todos os conceitos teó ricos o ficções O alvo da crítica seria a aceitação irrestrita dessa airmação absoluta que corresponderia a um afetivo puro em eud De fato , essa unidade indifeenciada ciança mãe inclui a mãe, e esta " est situada no campo distintivo da
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situaço humn"4 e portanto só pode se concebid como afiração bsout bstratamente A me, enqunto parte dess totaidade é um indivduo aduto, erso n cultura e que á assou pea cstrção Assim sendo, e encer negação o que faz com que "afrço pena" originl já contenha em si esa a negaço. E neste caso aproxiaamos Feud de Hege. Esa é, ncusive, a crtca que Hege faz a Spinoz. Não havera afiraço pur assi coo no haveria negação pua Toda negaço seria negaço de um firmço mas esta útia por ipicar uma deterinaço encerraria um negaço Um afi raço p ura isenta de quaquer negaço, como a que preten de Spinoz com u conceito de Substânci seria, no entender de Hege , ua abstraço Votando ento questo coocada por Deeuze em elço ao conceito de pusão de morte e Freud, a pegunta que surge é : Qul o sentido do " instinto de orte" que ee apont coo fundamento necessrio puso de morte em Freud? Segundo Deeuze, 2 5 as pusões de orte e de destruição so caraente dadas ou apresentadas no inconsciente mas sepre stuadas com s pusões de vid Não me pece que este tenha sido o ponto de vist sustentado por Freud para e e, não apens as pu sões no são "ddas no ·inco nscien te as sm prentificadas peos seus representantes psqui cos 26 coo afi rma inda que em tratando ds puses de orte, eas são silenciosas e invisíveis em contrposiço às pusões sexuais, que são ruidoss7 Aquio que encontmos no inconiente são representantes das puses parciis (se xuas ) ; a pu são de moe o tem proria ente representn es ea se faz presente senciosamente como pincpio disjun vo do sexu a . N o er fáci escreve F reud demonstrar
�4
Hyppolite, J "Cmenari habad sbr Vereinung d Fud m Escto 2 de J Lca 25
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Deze. G p cit p. 33 Freud S B Va XIV, 203. F ed S. B Va. X V I pp. 845
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acao e repetição em psicanálie
as atividades dessa suposta pusão de morte As manifestações de Eros eram visíveis e bastante ruidosas Poderse-ia presumir q ue a pulsão de morte operava silenciosamente dentro do orga nismo.2 8 A pulsão de morte prossegue Freud no mesmo texto escapa a quaquer deecção "podemos apenas suspeitáa por assi m dizer como algo situado em segundo pano por trás de E ros 2 9 Este pode ser um dos sentidos da afirmação de Freud de que não se encontra o não no inconsciente O no não se encontra presente enquanto Vorstellung mas enquanto prin c pi o de desu n ião de disj u nção de E ros Ainda dentro dessa mesma questão Deleuze identifica pu são de morte ( Todestriebe) com pulsão de dstruição (Destru kionstrieb ) e pu I são ag ressiva (Aggressionstrieb) . Sem dvida alguma a confusão no emprego desses termos foi provocada pelo próprio Freud mas ele mesmo em seus útimos textos encarrase de desfazer parte dela. Aim, em O mal-estar na civilização , ele nos diz que uma idia mais fecunda era a de que uma parte da pulsão (de morte) é desviada no sentido do mu ndo externo e vem à u z como pu lsão de agressividade e des trutividade'30 e a inda : Essa pu são agressiva é o deivado e o principa representate da pusão de morte3 Portanto a pu são de more não se manifesta diretamente permanece em segundo pano por trás de Eros como fundo siencioso para este timo; aquio que se manifesta da pulsão de morte não é ea mesma mas um derivado ou representante seu que é a des trutividade. Aim aquio que eeuze chama de instinto de morte q ue como ta não pode ser dado na vid a psqu ica mes mo no i ncosciete32 e nada difre daqui l o que F reud denomina pu/ão d morte Tambm esta não é dada o psiquism mesmo no inconsciente; não possui representantes deativos e funciona muito mais como princpio disjuntivo por tador da negação pura do que como conteúdo ideativo do psi
28 Freud S EB Vol. XX p 1 41 29 Fed S EB Vo XX p. 1 30 lb 'd 31 Freud S E.B Vo XXI p 1 4 5. 32 Deleze G, op. cit. I
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qusmo Como o própro Freud afirmou tratase de uma entidade mítica, Tanatos, e não agressdade ou destrutdade O que Freud a afirmar e tale este tenha sdo o ponto de poo de Deeue para postuar o "instnto de morte, que a nvel psquco pulsão de morte e pulsão de ida encontram se sem pre m stu radas M as sto ocorre a n el ps qu co Se con cordarmos com Freud em que as pulsões são prpsqucas, que aqulo qe se mstura no psqusmo são us representantes (Psychischereprsentanz ou Triebreprsentan) e não as pu l ses elas própras, então podemos anter o termo pu/são de morte sem a necessdade de apontarmos um nstinto de morte que seja seu fundamento A própra pu lsão de m orte se ri a esse fundo a m de qua lquer fu ndo de que fa la Deleue Deleue di anda que pncpo aquio que rege um domnio e no caso do p rinc po de praer esse dom n o a da psquca O pr nc p o de praer rena sobre tudo mas não goerna tu do 33 Se ra este o nt do do " alm do prncpo de prae de F reud ? Parece-me qu e Deleue n ão leou em con ta que, para Freud, o d não , no começo da consttução do aparelho psquco, um dom ínio ; e sto não só porque não há nele dferencaço aguma como porque não há nada que se assemelhe a um prncpo ordenador Podemos der qe á um d ferenca l p raer-despraer, m as esse d frenc a nã o defne um dom ín o e mu to menos uma ordem M a s do que um dom no, o d uma puradade de ugares psqucos, um sso anteror ou exteror a qualquer ordem e a qualqr e. Poan to o que á ncalmente prazr e não prncpo de praer O prncpo de praer sera um efeto da mutpcdade de dferencas praerdespraer, no ugar de ser aquo que rege esses d ferenca s . prncp de prazer é segud Deeuze, um rc emprco; a quest que ee cooca a segur : que submete o domno psquco a prncpo? Tera q ue aver, segundo ele, um outro prcp que expcas essa submss ecs ra cor e, prm que se rncp de prae um efit
33 Deleuze, G . op. cit., p. 2 1 .
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acao e repetção em psanálie
da mutipicda d dfrnciais prardsprazr, o qu tmos no co da vda psíquica so sss difrnciais num stado d dsprso squr podramos apiar a ssa subjtivdad arcai ca o trmo aparho Um aparho spõ ma organiação, spõ imits, sp m princpio d fnconamnto, nqanto qu o d iniciamnte ua pra disprsão d xcitaçõs orin das das usõs. No ntanto, o d á psquico, nquanto q as usõs são pr-psquicas ssim o d á rspondria no p ano ps q ico às x igências qu Du fa a a nat ra p rimira", ivr da ncssidad d criar, d consrvar d in d ividua r s fu ndo aém d qa qr fndo, d rio orig in a caos prmordia fto nicant d moécas furosas dia crants" 34 A crtica d D xposta Dfférence et rpétition pod sr rsmida da sguint manira: 1 ) A vida bopsquca impica um campo d ndividuação no qa as difrnças d in tnsidad s distrib aqi ai, sob a fora d xcitaçõs; 2 Chaa-s prar o procsso, ao smo tpo quantitativo quatativo, d rsoço da difrnça"; 3 ) Ess connto d rpartiço móv d difrnças rsoçõs ocais num campo intnivo corrspond ao qu Frud dnoinou o d (po m nos a camada primária do d) ) O proba d Frd o d sabr como o prar dixa d sr m procsso para s tornar m princ p io . 35 A rsposta d Frud, ainda sgundo u, qu a xci taço nqu anto ivr d ifrnci a p rar-dsprar dv sr lgada , d ta mania qu sua rsoução sa sstmaticamnt possv, passando assi m d u m stado d pra disprsão para u m stado d intgração qu o in io d ma organ ação A própria afirmaço d D, sgundo a qua as psõs não são nada ma s do q xcitaçõs igas,36 no m parc niramnt corrta Aquio qu va sr obto da gação, para Frd, são os rprntants psqicos da pusão não a plsão a pró
� D uz
3
G. Apsen tão de Sacher-Mao. Dz G. ifnce et tition, pp. 1 28 9. lbid
ém
l 09
pria A puso permanece aquém do psquico As puses e o d no se confundm. A idéiachave aqui é a de liação (Bindun ) � através da ação que um estado (hipotético) de pura dserso de excitações dá luar a uma anizaço que é o apaelho anmico. Esta noção á foi estudada no Cap tu lo 5 ; no entato creio qu e devemos retomá la em unço da c rítca de D leuze A iéia de ligação ou vinculaço nem sempre é emeada de forma unvoca por Freud Seu aparecmnto se deu o Projeto de 1 95 e dz respeito a O quantidade de eneria de que um neurnio está investdo. esse teto, a O é ainda conceida como ma enea f'sica ou como a excitaço que percorre um sistema neuronal � somente a partir de A in trprtaço de sonhos que Freud passa a empregar o termo eneria psquica marcando com isso seu afastamento em reaço ao natualismo do Projeto. Mas ainda no Prjto , F reud di sti nue duas formas de : uma sria a a fuente, tendendo descara comleta e outra a O 'n retida nos neurônios necessária realizaço de uma ação especfica A funço secundária (do sistema nervoso) porém que requer a acu mu l aço da On, tornase possvel adm tindose que existam esistências opostas à descara e a estru tura dos neurônios torna provável a localizaço d todas as resistências nos contatos (entre os neurônos) que desse modo fu ncionariam como barreiras A hi pótese de barreiras de contato é frutfera m vários ntidos"7 As barreiras de contato cons tituem a primei ra tentativa de F reud no sentido de ex pl icar a diferença entre os dois estados de O : a O I ivre fluente , tendente à descara total e a On armazenada nos eurônios. No entanto é através da noço de caexa colateral que a idéia gana u ma expresso ma is n tida Seu ndo F reu d 38 na trama ds neurônios surge um a orga nizaço cuja presença impede ou dificuta a passaem de que oriinalmente foi acompanhada de satisfaço ou de dor. A essa organizaço de neurônios ele dá o nome de eo, e o define como a totaidade das catexias exstentes num determinado
�: F reud . E S B Vl I, p 399
Fe , ESB V oi , pp. 428 9.
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ac�o e rptiçã m nál
ent n sistea de neurnis e stã (neurns \1 ) . sse e tende a l var-se dessas catex as el étd da satsfaçã q ue é ssve de du as aneiras Através da repeição das exeincis nteres e d inbiçã da escaa. A enea que atne u sstea de neurôns tende a ds trbuirse através das bareiras de cntat que ferece nr resstência e dreçã à descaa tra. N entant antecer que u neurni vizinh a neurôn cata tabé estea siutaneaente catexizad fazend c qu ela rxidae entre abs e ea sultanedade d nves tent criese al seehante a u ca de frças unf cad fazend c que curs riinal da enea sea alterad e favr de ua caexia colaeral. O resutad é a nibçã da assae de Q e ta nt de sua descara ist é u a ini bçã ds rcesss ri áris el e 39 E , a nt a catex ia cl ateral que rduz a vinculaç u ligaço da eneia send que ró p ri e é ua assa de neurônis dessa esécie que se antê ress a suas catexias ist é, que stã e estad de li aç ci sa que c tda a certeza só pde suceder c resultad de sua influência útua .40 Nua prieira instância prtanto o ego no é o ente da vinculaço u ligaço as u feito dela. Essa é a razão ela qual Freud afira que desse odo nos encontraos inesperadaente diante do ais obscuro de todos os probleas: da orige do 'ego " 4 1 Deves ter e ente que o eg d Pojto no é entendid co sujeito u co possuind aces s à realiade; ele é de at u colex de neurônios liads por catexias que peranece relativaente cnstantes. Vis acia que ele repete experincias anterires (exeriências de satisfaço) u inibe a descarga. A repetiç ocorre e funçã da associaço que estabelece co a experincia de satisfaã. Desse modo ele tende a repetir a catexia da lebrança d be-
39 lbid 4
4
Freud, S., op ct. Freud, S op. ct,
p. 483 p. 484.
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to de tsaço coocando e aço o processo de dearga. No entanto se este objeto aenas uma mage a satsaço no pode ocorrer ou o que ocorre ua satsaço aucnatóra. Na Parte 1 do Projeto F eud dese nvove a d a de que a atenço psquca" o ecas responsáve pea ndcaço de quadade o q ue perta o u acesso às peceções co a conseqüênc a de poder ag r sore e as . A atenço ps qu ca o que possbta o nvestento dos esos neurnos por taores do nvestento percetvo epetndo, dessa manea a experênca prra de satsaço dando ugar transoração e estados de anseo e estados de desejo e estados de extatva : O anse o ca u estado de tenso no ego e em conseqüênca dsso ca catexzada a representaço do oeto aao (a a e dese ) . A expernca boógca nos e nsna que essa represen tao (Vo rste u ng ) no deve ser catex zaa to n tensaente a onto de ser conu nd da com u a pe ceço e que a sua esarga eve ser adada at que dea (da reresentaço) arta ncaçes de quadade que deonstrem que a reprentaç agoa rea que sua catex a peceptva."42 O ego do Projeto pos esse conuto de neunos cua eneg a gaa o que az co que cada conjunto exerça uma aço sore os deas neurnos co catexa varáve O eeto dessa aço de u gruo neurnos sobe s deas o que Freud denona rocessos undáros Enquato os processos pr ár os se ra m catex zaos po u a eneg a ve os pocessos cundáros sera ctexzados po uma energa gada A lgaç sera o mecanso resonsve ea transormaço de um estado d e dsperso d e energ a ( o que tornara mpossve u m a resosta e spec íca ) nu estado d e orga n zaço e d e a or ecáca adaptatva No entanto anda se trata de neurônio e de energia fíica O aareho squco anda é concebdo, o Projeto, gudo o modeo neurogco e a igaço anda gaço ente euôos e diz espeto a uma energa fsca que ccula ete ees. E soente co A in terpretação de sonho que va emeg u ma co
2
Freud, S
op.
cit, p. 474.
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acaso e repetição em psinále
cepção topolgca do aparelho psquco e o conqüente abandono dos referenc a s neu rol g cos e anatômicos O que se va evdencando, porém no Projeto, é u ma falta. Como prmero momento de um processo dalétco, o Projeto é u m momento neatvo Nele, o que fca patente é a mpossbl dade do modelo neu ro lóco seja qua l for o modo segundo o qu al encaramos essa "n euro loa " de dar conta de fenômenos tas como os sntomas hstércos ou o sonho Quanto mais Freud camnha no o ma va fcando patente a lacuna em relaão a ao qe emora nsnuado no está presente: a Ordem sibói No entanto não se trata apenas de preenche uma la cu na te rc não se trata de u m conceto que u ma vez ntduzdo conferr plena consstênca ao modelo O que Feud va ter que op era r é uma mu dança de modo de pensa r a a bertura de um outro espaço de questões que o rojeto tornava mpronun cves Essa mudança é a que s nca com A interpretação de sonhos e que va ter seus delneamentos fnas com Além do princpio de prazer Isso não sgnfca que devemos despreza a totaldade do conteúdo do oeto. Se por um lado ele se consttu como um ostácu lo a um dscurso cujo ojetvo sra a Ordem smblca, por outro contém noões que uma vez retomadas por Feud e sumetdas a um outro esquema anharão sua verdadeia expressão A noão de igo Bindung) é uma delas Vo ltemos então à questão que estávamo s an a isando e que serve de título para este captuo a do aém ém do prnc íp o de prazer "
Já fo dto que a pulsão dz respeto às elações ente o corpo e o mu ndo dos o bje tos ou ma s p recsamente, ente o corpo e a lnuagem Assm se or um lado ela se efere ao copo consderado co sua fonte Quee) por outro se refere aos obetos do mundo O mesmo esquema se aplica ao nstinto (lnsink) A dferença fundamental entre ambos resde em que no caso do nstnto essas elações se azem segundo esquemas corpora s natos de tal modo que entre essas d sposçes nternas do ndvduo e os objetos Jo mu ndo externo haja u ma adequ aço natural; enuanto que no caso da pulsão, novas artculações ( não natu ra s ) são const tu das. No pr me ro caso teríamos se
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gundo Lacan, uma reação de ser com ser, enqanto que n o segu ndo teramos uma relaão de ser com falta. 43 Na verdade, o que Freud faz é consderar a pulsão como disjuntora dos esquemas corporais inatos e produtora de novos esquemas, perversos em relação ao natura A pusão é, portanto desmanteladora da ordem natura e constituinte da ordem hu mana Essa di su nção produzida pea pu são deve ser entendi da em termos de morte do natural (negação/superação do natu ral), dando ugar à emergca da ordem humana. A vida huma na é uma Aufhebung do natu ra No entanto, esse modo de pensar a pu lsão é ai nda demasia damente hegeliano, demasadamente antropológco Freud não se propõe a fazer uma a ntropol ogia Se podemos d izer que nele o omem se constitui pela morte do natural, não é como uma an tropogênese que a psicanáise se apresenta ao mundo cientfico Não é do homem que F reud fala, mas de a go que no homem ul traassa o próprio homem o considerar a pusão como disjuntora, o que Freud tem em mente é a pu/são de morte O que ela disjunta são os esque mas coorais que têm por obetivo cumprir uma função vtal, dando ugar a outras formas de articuação com o obeto que não têm di retamente nada a ver com a função vital E na medida em que os esquemas bioógcos inatos são pervertdos em sua função conseadora que a diferença tem ugar. Foi nessa medi da que dissemos que o termo perversão" apicado ao homem toma um sentido próprio: o homem é perverso. Ele é tanto mais humano quanto mais perverso; perverso em reação ao natur Do ponto de vista do natural, o prazer que sentimos ouvindo uma fuga de Bach ou resolvendo uma equação matemática é tão ou ma is perverso do que o prazer que resu lta do exerc ício da vio lência sobre al gum Para o homm, o norma não natural, ou , o qu e é natura para o ho me m nada te m a ve r co m o natu ral da biologia Mas aqui estamos novamente resvalando para uma antropooga O conceito de pu lsão não é u m conceito antropológico, mas psicanaltico.
43
Lacan, J., O Sminário, Livro 2,
pp.
31
e
280.
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acaso e repetição em piaále
Já vios que nos escritos da Metpscologia Freud afira que se a fonte da pulsão é corpral seu objeto é psquico. O que signiica iso? Sgniica nua prieira aproxação que o objeto não é considerado coo u em-s, as na sua fun ção de s gno, que ee é retirado de sua articulação natural e subetido a ua outra articulação na ua tanto ele quanto o rópro coro são subetidos à Orde sibóica. bos são desnaturalizados Isto não quer dizer que a ulsão seja de or de sibólica, as que é pela sua relação co a orde si bólca que· ea se exerce Dizer, poré, que o objeto é signo não corresonde ainda de ora adequada, uestão psicanal tica. Se o objeto enquanto signo reete a outro objeto en quanto significante ele reete a u sujeito E isto segundo Lacan o que distngue o sgno do sgnfcn te : O sgnfcante se caracteriza por representar u sujeito para outro sgnfcan te"44 Assi no exepl o da fuaça e do fogo a u aça tanto ode reeter ao fogo coo po de ta bé reeter ao sujeto que o provoca; e essa seria a função essencial do signo e psica n ise: produzir u efeito de sujeto. O suje to é o efeito de ua cadeia de significantes ou ais precisaente eeito interediá ro entre dois si gn fcantes Não podeos portanto falar de pusão senão por referên cia ao sbólico aper dea própria não ser da orde do sim bólico. No entanto é o sibólico que e últa nstânca ds tin gue a u lsão do n sti nto pois é e fu nção do si bó l co que a relação entre o corpo e os objetos do undo sofre uma meta orfose de tal odo ue ua vez articulados coo sgnos os objetos produza coo efeit o sujeito. Se 'a anatoa é o destino que coanda esse destino é a palavra. Sem ela se quer nos daríaos conta de nossa própria orte. E pel a pal avra que nos tornaos ortais questão da relação entre o sujeito e o objeto atravessa a obra de Freud de ponta a ponta as é no pequeno artigo A denegação (De Verenung) qu e el a vai ser colocada de um mo do ue se reveste de pa rti cu lar i nterese para o que estaos ven LCn, J
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O Semário. Livro 20, p. 68.
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do Tratae do ju ízo de exitência e do j o de atribu ção, e de ua reao com o prncípio de realidade Dede o Projeo, quando Fred no fala do "etado de deeo, como em A interpretação de sonhos, quando faa da rea l iaão de deejo", l e e vê volta com a quetão da "ve rif aço da rea idade"45 Como o ca m nh o ma to pa ra a realizao do deejo é a aucinaão to é, renvetmento de a a m to rnavae necer io etael ecer m cri téro egu n do o a oe povel verifcar e o objeto era rea ou no Ao coentar a rdagem freudiana à qeto da reação entre o eito e o ojeto do eu deejo, Lacan46 motra que reud dtine da• maneira egundo a qai a experiênca humana é etrtrada: pela reminiscência e ela epetição. Na reminicência, o qe e uõe é m acordo entre o homem e o mndo do obeto; nea, o qe e procra já etá á, tratae não do en contro com o obeto, ma do reencontro com ee. Na repeição, o que ocorre é uma procura do ojeto erddo, uma tentatva de reencontro qe no entanto ja ma i e dá de forma p lenamente tfatóra, poto que o objeto qe e apreenta concde apena parcialmente com aquee qe originalmente proporconou at fao. � portanto ea bu ca em fi m do obeto o que caracter a o dejo. Nela, o mu ndo do objeto é produz do nceante mente, e cada objeto reencontrado é não o objeto em, ma m gno do objeto perddo Mai à frente, no memo Semináro47 acan d qe nso rede a dferença fndamenta entre a concepção cláica da relaão ujeitoobjeto e a que caracter za o ponto de vta pcana t co como fo d to ac ma, o de er ma relaão de ser com ser, enquanto que em pcanáe o que ocorre é a reação de ser com falta. E m A denegação, Fred articla ea quetão com a fun o do jlgamento Tomando como referência a dtnção entre o o atr btvo e o j z o de ex tênc a, e e o a cu a ao JI o elo qa a crança opera a dtino entre o ntern e o externo N o termo em qu e re d o conde ra, o j zo atr 5
40
Freud S. ES.B Vai. V, p. 603 Lacn, J , O minro, Livro , p 1 31
7
Ldcan, J. op cit, p. 280.
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acao e repetiçaõ em psicanálse
bu tivo consiste em se afirmar ou negar u m atributo particul ar a uma determi nada coisa . I mporta, sobretudo, se esse atibuto é considerado bom ou mau Nos seus estgios niciais, o eg, re gido pelo pr in cípi o do prazer, introjeta aqu i l que é exper mentado como prazeroso e expulsa de si para o mundo exten aquilo que é vivido como desprazeroso; assim, aquilo que é mau, que é estranho ao ego, e aquio que é externo são para começar idênticos"4 8 H, porém, uma outra funão do jugamento que consiste não em atribuir um predicado particular a um objto mas em afirmar ou egar a existê ncia de algo que corresponde a uma representação Se o ju z o atr butvo est I igado origi nalmente ao egoprazer, o ju z o de existência est l igado ao egorea idade E m am bos os casos, tratas de uma qu esto relativa ao interno e ao externo, mas em cada um dos casos o referencial é dstinto O recurso aqui à distinção que Lacan estabelece entre o rea , o si mbó l ico e o imag inr io pode nos ser de extrema va ia. A parti r da concepçã freudi ana do narcisismo Lacan elabora o tipo de reação do sujeito com seus objetos, que é conhe cida como estágio do espel ho O pressuposto dessa concepço é que o imaginrio é uma noção cujo ponto de partida é a refe rência ao próprio corpo Toda reação imaginria coloca como que uma ameaça de dissolução de um dos seus póos o eu ou o objeto Se o princpo de nidade dos objetos percebdos é a unidade do próprio corpo qua ndo a unidade do eu se torna preponderante, os objetos tendem a se esvanecer quando é o obeto que ganha preponderância, o que é ameaado de dissolução é o eu Esse tipo de estruturaão do eu e do mundo é extremamente frgil, além de ser marcado por uma constante am eaça de paral isao ou dissolução E aqui que Laan faz intervir uma outra ordem que interpondose entre os sujeitos ou entre os sujeitos e os objets, introduz uma consistência exterior àquela que decorre da reação narc sica : é a relação simbólica. E poder de nomear os objetos o que estrutura a percep
Freud, S. E.SB, V o l . X I X ,
p.
297
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ção ret ira ndoa da pu ra evanescência do ag inr io 49 É o ato de noear os objetos que lhes fornece algua perenidade além de articulálos segundo ua outra orde distinta do registro do iaginário Se a percepção se esgotasse no iaginário os objetos não possuiriam nenhua peranênia se diluiria no instantâneo da percepção É a palavra enquanto que noeia o objeto que constitui sua peranência no tepo e sobretudo o que perite que u objeto seja o eso para dois sujeitos Através do reonhecimento e ese só pode se dar pel pa lavra dois sujeitos concorda ou constitue a es idade" do objeto A rigor aqu i lo a qu e chaa os de u ndo nada a is é do que o efeito do reconhec iento por parte de di ferentes sujei tos de diferentes objetos O undo na edida e que se nos apresenta co alguma unidade é u efeito da interveniência do simblico 50 Se p or u la do a entrada e cena do si ból ico possi bi l ita a estruturação do mundo e funda o próprio sujeito este últio corre o risco de ter sua ação sobre esse undo paralisada se o sistea siblico faz valer sua egeonia de fora radical Se co o predonio do iaginário o sujeito se vê assolado por u u ndo al uc inado co a rad ial ização do siból ico el é doinado por ua orde que lhe transcende e que o deterina integralente. Co a rad ical ização do sim ból ic o in di vduo é coo que esagado por ua ordem que ele sente coo estranha e que o paralisa Não há num muno estruturad dessa aneira lugar pa ra o acaso e a própria v ontade ind iv idu l é transforada nu ero efeito dessa or A entrada e nção do sistea si bólico e seu ais radical ais absoluto eprego acaba abo lindo tão completaente a ação do indivíduo que elimina da esa feita, sua relção trágica co o u no 5 1 Se a rel a ção sibólica o iainário peranece enouquecido co a ra dicalização do sibólico o sujeio é transforado nu objeto
49 Lacan J., O Smin/rio, Livro 2, p. 50 lbid 5 Laca, J , op. ct, p 24.
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acaso e reptço em psianále
sujeitado po uma odem absoluta que é sentda po ele como exterior e inexoráve pesar dessas duas odens não serem vividas separaa te pelo sujeito elas não se conundem. O imagináio e o s lico são dos domínos distintos Dsde os seus primeros s nái os o esforço de Lacan se drg iu no sentdo de distnu ir o que petence ao dom n io do imanário e o que petence ao domínio do simbólico Essa dstnção ou dsjunção é coreaiva da que ele estabelece entre o eu em sua dmensão magnára e o sujeto enq uanto pertencente ao si mbó l ico. Vims acima que é o poder de nomear os objetos o que permte ao sujeto superar a evanescênca do magnário Essa nomeação diz espeito a um dos regstros do smbólico: o regs tro da palavra E a palavra que nstaura a permannca temporal do mu ndo entenddo este como u sistema de objetos e também a continuidade do sujeito E ainda a palavra na sua u nção mediado ra que possib i l ita o reconhecimento do outro e que permite a supeação do desejo de morte que caracteiza a relação d ual Mas a lé m da vertente da pal ava temos que d st in gur no smbólico uma outra vertente a da linguagem. 2 O smból ico como l nguagem é o que Cer za propramente aqu lo que Lacan chama de Ordem simbóica enquanto conju nto estru tual ndependente o sujeto que fala Esse é o lugar do Outo (o gande Outo) s stema de ele mentos sg n iicantes ao qual o sujeto é su bmetdo desde o comeo Assim em termos do desenvolvimento da crança o que ocore é u m apendzado da fala da pal ava mas não um aprendzado a l nguagem E sta encontra presente desde o in íco e é ela que va poslta a fala Não há, portanto aquisição pro gressva da lnguagem pela cança. Enquanto Odem smbólica ela está pesente desde sempre e em termos da criança antes mesmo d· seu nascmeno E somente do l uga desse Outro ue a ntersubjetvdade pode se da O dscurso do Outro é um sistema de elementos sgnficantes a qual o eito é submetido desde o n íco e que l he pete fala ao outro (com i núscul a)
5 Miler,
J A., Cinco conferencias carueas sob Lacan p. 1 B.
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Já vimo como em De Veeinung, reud articul articul a o ju zo zo de atribu iço iço e o ju z o e exit ex itêê nca nc a à ditin di tinç ço o que a crian cr iançça opera opera entre o interno in terno e o externo. externo. En quanto quan to o ju z o de atribu iço tem ua origem no ato pel o qu al o oprazer oprazer in i cia i ntroje troje ta aqu i l o qu e é experi experi mentado men tado como bom bom e expu l a para o mu n do extern externo o aqu i lo que é ent ent ido como mau o ju z o de ex itên itên cia tem ua origem na neceiae do egorealidade de aber e algo que etá no go como repreentaço ( Vorstelung) pode er redecoberto também na realiae O qu e a a ná l ie ie eita eita por Jea n H yppo ite53 no revela revela é que F reu d u ndamenta ndamenta ea ea ua orma orma de ju z o em di mecan mecan imo primáro: a Beahung a airmaço que correponde à introje introjeç ço o au i lo que é experi mentad mentad o como bom e a Verwerfung a reje iço iço que qu e correponde correponde ao que é expu l o ao que é co l ocado ocado para ora ora por er er experime ntado como como m au au A Beahung, enquanto airmaç primordial, é o proceo p rimár io que que ee de u ndamento ndamento a o ju z o atribu tivo corre corre pone a uma imbolizaço primitiva anterior à aquiiço da aa e é o mecanimo plo qual alguma coia paa a ter exitência para para o ujito. Nel a o qu e temo é a i nda a domi nância o pr in c pio de p razer; azer ; o que é im bo l izado no é u ma perda o que qu e a Bejaung procura reproduzir é a ituação de unificaço originária � ci de r com diz ru A ejaung é pensda por ele como uma epécie de primeiro tmpo da enunciaço in conciente precednte necero eeinung entendida eta última com um juízo de xitncia R Dry compara a ejahung r reud eud iana ao fenômeno tranicin ai e e q ue no faa Winicott Um objeto tranicioal é um objeto material que e revete de importância epecia para o actente (e para a crianÇé), e que fu nciona no entid o de operar operar a traniço traniço entre entre a reação oral primitiva com a me para qe ee conidera como a primeira po de ago ditinto a própria criança Tratae
5
Hyppolite J., "Comentari habado sobe a Vemeinung de Fed em: Escrtos 2, d J Laca
5 4 Freud, S. EB EB Vol XIX, p 300 55 Laca, J., Escritos 2, pp. 243 e 282 5 6 Dorey, R., op t p . 37
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acaso e repet repetiç içã ão m psi ps ian aná á lise
potanto de um substituto do pimeiro objeto perdido ms no fu ncio na no senti senti do de simo l iza a peda peda e sim no s s o de ec econqu onqu istar istar a u n ifi caç caço o oi g na l com a me me I sto sto o di s do carl da bri ncade ncade ia do Fort-Da que que consis consistia tia na sim ço ço d perda O outo mecanismo a que Freud s refee é a Verweru a ejeição que Lacan vai chamar de forclu orclusã são o ( forc orcus usio io ) . 7 Se a Bejahung é a afirmaço pimitiva a Verwerfug é a ç pmitiva A Verwerfung constitui o que pimordime é · plso do sujeio e que em decorrência disto no nta ização. No sendo si mbo li zado aqu aqu il o qu e é ep so bo ização. no real constituindoo como u domínio distino do simo. Em relaço a esse eal que se impõe ao sueito como m sn ficação isoada que no emete a nada não funcioam as f sas que opeam ao n v vee l da neu neu rose rose Tanto Tanto o ecacamo co mo a denegaço mostram-se icapazes de opera defesivamt pois ambos pessupõem a simbolzço A Verwerfug é o mc nismo nis mo qu fu nda os fnômenos fn ômenos psct psct icos Mas no no é es s s o da Verwerfung qe nos inteessa no momeno e sim o que por ele é constitu constitu do O que é, ento o rel pa psicanálise E o msmo realidade Esta última identificse com ealidade psi ca? Estes ermos nem sempre foram empregados por Frd a ne ira a não deix de ix arem ma gem a dúvidas dúvi das e mesmo a uame regados de forma i mprecisa na I ieatra psic íe l es so emp regados tica Ceio que no ra muita dúvida qanto à dsinção rea idade idade et e terna erna mas não acon acont t o real rea l i dade p síq ui ca e rea mesmo no que diz espeito ao emprego do termo a Assim em A nterpretção de sonhos, Feud afrm " o in co nsciente é a vedade vedade ira real idade p quica ; em su su a na rza rza mais íntima ele nos é to dsconhecido anto a rd J u mundo exterior e é to incompleamente apresenado pos dos da consciência quant o é o mundo teno pelas com ções de nossos órgos dos sentidos 5 8 E mais à fente compe
57 Lacn, J. op. S!
cit, p 245
Freud, S E E B Vol V,
�-
651 .
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1 21
t: "Se ormo pr o deejo nconcente reduzdo à ua ms f ndmenta e verdad verdadee ra form, teremo teremo que conc conc lu r fo fo ra de dúvd, que a realdde psfquica é uma forma epecal de extênca que não deve er confundd com realdade materl" 9 Por realdde pquca devemo entender porando rea l dade do n concente onc ente do deejo deejo e de eu eu fantama fanta ma E realdade pou uma dnâmca própr e é ea que Freud e drge em ua nvetgação A realidade exterior é o mundo materal enqunto perceb do pelo ueto como poundo entdo e apreentando uma cert ordem e relatv perendade Não creo que Freud, com vata erudção que pouía dentfca e reldade exteror com o real em, am como tampouco gnorae a dfculd de mplcda na dtnção entre exteo e interno. Aqulo a que chamamo de redade exteror é a realdade percebida portnto algo em relação o qual a dtnção entre o ubetvo e o objetvo e torna no mnmo problemátca Huer por exemplo para para ctar um autor autor cont contemporân emporâneeo a F reud d tngu entre Real Ree/ e Wirklich Real d z a repeto repeto ao ao m undo enqunto extente no entdo vulgr do termo; Ree/ gn fcava também "rel" ma num entdo muto dtnto do prme ro, po deg nava a rea rea l dade daqu lo que fz fz i part pa rtee d Wirklic ich h , que g "ubetvdade tancendentl" fnalmente Wirkl nfcav tmbém rel" enqunto oposto "fctco" 60 M esmo m, prudentemete Huerl lançou mão de ua eoché (reduço) upendendo qualquer uzo de extênca, ej repeto repeto do do mu m u ndo, ea repe repe to d o própro própr o eu. eu . A reldade exteor de que no fl Freud é re no pr mero entd entd o ac ma o que não o torn, porém porém , ngêno o vu gar Mu to to pelo contráo contráo Saba el e mu to be m qu e a rel dade dade píquc não era uma cópa magétca de uma realdade exteror entendda como real em O magnáro, para Freud, não é entenddo como um relexo do obeto matera ma como um rede rede ntr nt rnc ncda da que upõe nece nece a a a mente o mb mból ól co Pr e e,
5 Feud S., op. cit, p 658 60 Hserl E . , /a I, n todç ão e
1 pág. 56.
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acaso e repetição em psicanálise
a noção de realidade exterior está ligada muito mais à distinção entre o interno e o externo para o sujeito, do que a uma exigên cia de rigor filosfico. Se a ênfase, em alguns de seus textos, é dada a esse exterior" ao sujeito, Freud em por isso se deixa apanhar pela simplificação positivista. Sabia ele, e Lacan nos mostra isto magistralmente, 6 1 que o mundo externo, tal como o percebemos ingenuamente, s é possvel na medida em que intervém a palavra. Sem a intervenção da função simbólica, o mundo seria reduzido a um fluxo enlouquecido, caos de imagens sem ordem e sem permanência no tempo E a palavra que cria o passado e o futuro, assim como é a palavra que permite a dos sujeitos o reconhecimento, não apenas um do outro, mas também de ambos em relação ao mesmo obeto Sem o re conhecimento pela palavra, ficaramos prisioneiros de nos prória subetivi dade. Sobre isso Hegel já nos falou o suficiente na Fenomenologia do Esp írito . Restaria para explicar como se do gestalten no mundo animal, já que estes n tão de posse de palavra. A psicologia e a etologia já nos mostraram de forma clara e convincente que os an im ai s respondem a gestalten, a formas, que apre sentam inclusive alguma possibilidade de reestuturação. E os animais não possuem a palv. Por que então, o mundo não é para ees um fluxo enlouquecido de imagens? resposta estaria em que o undo an im al , natu ra l , não é catico, mas possu i u ma ordem prpri a, d istin ta da ordem hu m ana 6 2 Tanto no mundo anima como no mundo físico encontramos formas, estruturas, gestalten. A diferença que estas formas apresentariam em relação ao m u ndo hu mano resid iria no fato de que elas se reduzem ao imaginário animal, a ordem que elas apresentam resulta dos princpios de proximidade, semelhança e fechamento e não da itrveniência do simbólico Quando muito, encontraramos no mundo animal um esboço de simbólico, mas que seria abusivo identificarmos com a função simbólica no homem e nisto não vai nenhum narcisismo da espécie humana De fato, o animal é 6
4156 e p. 25. 62 Ve a este respeito os experimentos de taltstas em a Ldcan J. , o cit, pp.
W.
Kher, K Koffka e dos psicóogos ges-
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capaz d spond a padões de stímulo complxos, mas sts funcionam como sinais e no como símbols. Na l sência do st ímu lo, o comoramnto do anim al o ocorr, o u, mesmo na psnça ímulo, um animal o é caaz d transmitir paa outro o qu aquel sil signiica No homm, a palara desprnds da coisa a; om qu as róprias coisas formm um sistma d signos/signiicants qu transcend intiramnt a odm natural E a unço simbólica esciicament humana, qu, rompno a rlaço narcisista do imaginário, un da o mu ndo a qu chamamos d ral idae tena . Como situar, nto, o real em psicanáls O ral é semr suosto. Na mdida m que fin um camo istinto do simbólico, é o ugar do silêncio. Ao contrrio a realiad síquica qu é rg ido lo pr inc pio e razr, o ra l é como diz acan, o obstcu lo ao pri ncpio razr 3 Situao ora o om nio do simbólico e além do princíio e praer o rel só ode sr concbido como dssxualizao (o qu é sxualizado é o dseo) A razo disto stá m qu, ara Freu assim como ara Lacan, o qu sustnta a sxualidad no é o Jo sim a an tasia, sta ncontras ncessariamnt aticulada ao sióli co Da msma oma por star situa o ora do campo do si m bólico, o al prmance também ora do circuito qu articula dois sujitos pla palara, portanto ora das distorçõs qu a palaa rmit. Isto significa qu o ral st aquém ou além da mntia, do disfac, das distorçõs, das máscaas qu cons tu ímos na tntatia d ocu ltál o O ra l é smpr rdadi ro. Po s situa foa do simbólico, portanto ora da Ordm da Lei, no dfin iria el o l uga r do acaso em psicanál is? No sria l o undo anáquico, naturza primira d qu nos fala Dluz, sm fundo além d qualqu uno ( . ) fito u ni ca mnt d molécul furosas dilacrants"64 E no sria ss tam bém o l uga a pu l são Lacan nos diz qu o colato ialético da strutua fun damnal qu faz da palava d suito a suito uma palar
Lcan J., O mináo
6
Deleuze G., Apsen tão de Sacher-Masoch,
Livro
11,
p. 1 59 . p 29
124
aao e repetiçaõ em psicanálse
ue oe enganar, é que há tabé algua oisa que não en gana" : 6 5 ese algo que não engana é o real E tabé não é ara esse algo que não engana que o onceito e pulsão aonta? O real é ua palavra, assi oo a ulsão é ua alavra. Nós os noeao as, e seguia, silnciaos. Este silêncio não é, oré, u silênio absoluto Tratase sobretuo o si lêncio coneitua l E esta é ta lvez a qu estão aior que a psica nálise nos oloca E sua prática e e sua teoria ela nos apon ta para o real, as ao eso teo ela tee o abiso que s segu e à bora o u n iverso si ból co o l ançar seu ol ha r por sobr este abiso, o áxio que ela consegue é apliar os l i ites o próprio universo onceitual a artir o qual ela fala sicanálise, assi oo qualquer iscurso oneitual, enon tra na situação e u navegante que quer atingir o horizon· te e que naa ais ongue o que aliar os limites o seu rório espaço. Perseguino o ral, a sca nál ise vê esse hori z onte se afastar j u nta ente co a su a ca inha a. Ma s não é assi ese Plaão? ão reio que a situação sea a esa O viaante platôni co sonhava em hega r a u outro u no, t ransenente ao uno snsívl, habitao or foras puras e otao e uma orem absol uta . O real que a psianá l ise persegue no transcendente ao hu ano ele está a resente fazeno sentir toda a sua força, po ré, nvisível e silenioso. Ee não é estrangeiro, não habita o Toos U ranos, ele é fa i l iar, Un-heimlich. S a palavra não con gue catu rá o, é pela palavra que le se insinu a. Essa alavra, tal oo a palavra o aedo na G réia arai ca, é ortaora os isfarces, as istorções, o engan o, as é ta bé oraora a Aletheia, a verae. E pela palavra que o al faz sua irrupção na Ore sibólia, denunciando que essa or ossu i u u bigo, qu e ele nos remete ao insondável e ao silncio, ara algo que ficou exluo o sibólico É essa irrução que ara o ugar do trágio e psianálise A radia
bS
Lacn. J O Smnário, Liv ro 3, p. 78 .
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lzação da função smbóca fazendo com que todo o real seja acona" é a tentativa de recupear esse trágico tornando-o ordem.
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Por que a guerra ? ( 1 933 1 93 ] V X X Anális terminávl e inerm inável ( 1 9 3 7 , Vo X X Esboço de psicanálie ( 1 940 1938 V X X Projeto para ma psilgia cntfa ( 1 95 f 1 895 VoI. Estratos de omos drigidos a Fliss ( 1 950 1 89-99 V
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ACASO E REPETIÇO M PSANLSE Mais do que qualqer outra cois, a tra das pulsões provoca a inteli gência o etor e Fred. Em ver dade a p lsão esenha o orizonte o dscrso pscanalítco Sitada aquém do nconsciente e o recaque ea escapa à trama da lnguagem e a representação marcando o lmte do scrso concetual. Formaa por Freu em 1905 em rês ensaios sobe a teoia da sexualidade, ele próprio ecaro em nota e roap escrita em 1924 que "a tria a s p sões é a parte mas mportante a toria psicanal (tica embora ao meso tempo, a menos completa Estranha decaraço esta sudo a qal a pa mas mpor tate da teoria pscanal ítica perma eca vte anos epois de formulaa a meos competa A que seria devio es complete insuperáve? ste lvro escrto com clareza mas com a exgnca e rigor que é a prcpal característca os textos e Lu Alreo Garcia-Roa preten cotrbuir para uma tentativa e res posta parto o conceto e p lo em F reu sua relação com as noções e repetção e acaso para esembocar a aá ise do coceto e moe
N essa tentativa, o autor formu la por sa vz outras prgnt as: sria a tra das pu ls partcu larmt o cocito d pu o d mort o (dic d um irracion al smo m F rud? E ao rompr com a om natural, distig do-s do nst nto, §o estara a pulsão dad a ao mistero so e
ao eáe do puro acaso? Cara tae adertr que s a epígra i· cia do iro, uma citaç§o d Além do pncio de raze, convid o e tor a uma espec ação e a em nada di mnu o espeito pelos textos de Frd e o rgor trco m qu ste liro é codzido Um dos potos mas importats deste lro é a concpção q aprsenta da dstinção ntr pulsão sxua pusão de mort exposta o cap(to q tem por tto "O ral a pulsão d mo" dswoida nos capítu os sunte. Aper de t como rferênca ctra e costat os txtos rudanos o autor ão teme rcorrer otros spaços do r habtados por Spoza Hl Kerkgaard Ntzsch Dlu Laca além d rstar as cocpçõs míticas da Gréca atiga