John Watson
D OMINANDO A S A BERTURAS D E X ADREZ V OLUME II
Tradutora: Eveline Vieira Machado Revisor Técnico: Sylvio Rezende
+-+-+-+-+-+-+-+-+ +-+-+-+-+-+-+-+ONTEÚDO C +-+-+-+-+-+-+-+-+ +-+-+-+-+-+-+-+Símbolos
VII
Bibliografia
IX
Introdução
XIII
SEÇÃO 1: PARTIDAS FECHADAS
1
1 INTRODUÇÃO A 1 D4 E ÀS PARTIDAS FECHADAS
3
2 GAMBITO DA DAMA RECUSADO
7
Como Recusar o Gambito: Outros 2º Movimentos
10
Comprometimento Inicial
29
Variantes Clássicas
33
Defesa Lasker Defesa Ortodoxa/Capablanca Variante Tartakower Variante Alatortsev
Variante das Trocas Variante Carlsbad Trocas Moderna
Ordens de Movimento no Gambito da Dama Recusado
3 ESLAVA E SEMI-ESLAVA Linha Principal da Eslava
32 41 51 63
70 84 97
105
113 121
IV
DOMINANDO AS A BERTURAS DE X ADREZ - V OLUME II Variante Holandesa: 6 e3 Linha Moderna com 6 Ìe5
126 141
Troca Eslava
155
Semi-eslava
161
A Merano Antimerano (6 Ëc2)
169 182
SEÇÃO 2: SISTEMAS ÍNDIOS
189
4 INTRODUÇÃO ÀS DEFESAS ÍNDIAS
191
5 DEFESA NIMZOÍNDIA
195
Sämisch e Linhas Afins Linhas com ...d6 e ...e5 Linhas com ...d5 e a Abordagem Botvinnik Linha Principal Sämisch com ...c5 e ...Ía6
200 204 208 223
4 e3 e a Variante Hübner
229
Roque Inicial 4...c5 e o Hübner Correto
230 234
Nimzoíndia Clássica: 4 Ëc2 Contra-ataque Central: 4...d5 Clássica com 4...0-0
6 DEFESA ÍNDIA DA DAMA
243 244 263
279
Introdução a 3 Ìf3
279
Variante do Fianqueto
281
4...Íb7 Clássico 4...Ía6 Moderno
Sistema Petrosian (4 a3)
282 288
295
CONTEÚDO
7 DEFESA ÍNDIA DO REI
V
311
Ataque com Quatro Peões Ruptura Central 6...Ìa6 versus Quatro Peões
Índia do Rei Clássica Variante das Trocas Variante do Ponto Forte
Linha Principal Clássica com 7...Ìc6 9 Ìe1 9 Ìd2 Variante Bayonet
324 330 345
352 353 359
374 376 399 408
Variante Averbakh
412
Variante Sämisch
415
Sämisch com ...e5 Sämisch com ...c5
8 DEFESA GRÜNFELD Variante das Trocas 7 Íe3 com 8 Ëd2 7 Íc4 e Troca Clássica Sistema 7 Ìf3 Moderno Linha Principal Moderna com Îb1
416 422
427 430 431 436 462 469
Sistema Russo
483
9 BENONI MODERNA
501
Linha Principal Clássica
508
Sistemas de Ataque do Peão
521
Ataque Mikenas
522
VI
OMINANDO AS D
A BERTURAS DE X ADREZ - V OLUME II
Ataque Taimanov
525
Sistema Fianqueto
535
Índice dos Jogadores
547
Índice das Aberturas
555
+-+-+-+-+-+-+-+-+ +-+-+-+-+-+-+-+ÍMBOLOS S +-+-+-+-+-+-+-+-+ +-+-+-+-+-+-+-++
xeque
+Dupl
xeque duplo
#
xeque-mate
!!
movimento brilhante
!
movimento bom
!?
movimento interessante
?!
movimento duvidoso
?
movimento ruim
??
erro grave
Ch
campeonato
Cht
campeonato por equipes
Wch
campeonato mundial
Wcht
campeonato mundial por equipes
Ech
campeonato europeu
Echt
campeonato europeu por equipes
Ct
Torneio de candidatos
IZ
Interzonal
Z
Zonal
ECC
Copa de Clubes Europeus
VIII OL jr
OMINANDO AS D
A BERTURAS DE X ADREZ - V OLUME II
olimpíada Torneio de juniores
tt
Torneio por equipes
1-0
a partida termina com uma vitória para as Brancas
Ó-Ó
a partida termina em um empate
0-1
a partida termina com uma vitória para as Negras
(n)
nª partida do match
(D)
veja próximo diagrama
+-+-+-+-+-+-+-+-+ +-+-+-+-+-+-+-+IBLIOGRAFIA B +-+-+-+-+-+-+-+-+ +-+-+-+-+-+-+-+PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS ChessBase Magazine (até no. 113); ChessBase New in Chess Magazine; Novo no Xadrez Informador (até no. 96); Informador Sahovski
WEBSITES ChessPublishing; Kosten, A.; http://www.chesspublishing.com The Week in Chess (até no. 608); Crowther, M.; http://www.chesscenter. com/twic/twic.html Jeremysilman.com; Silman, J.; http://www.jeremysilman.com ChessCafe.com; Russell, H.; http://www.chesscafe.com
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X
DOMINANDO AS A BERTURAS DE X ADREZ - V OLUME II
NEVEN, K.; Nimzoíndia Clássica - 4 Ëc2; ChessBase - 2005 Enciclopédia de Aberturas 2005; ChessBase - 2005 RIPPERGER, R.; Como Jogar a Nimzoíndia?; ChessBase - 2002 ROGOZENKO, D.; Defesa Eslava; ChessBase - 2002
LIVROS E ARTIGOS AAGAARD, J.; Queen’s Indian Defence; Everyman - 2002 BOSCH, J.; Secrets of Opening Surprises 1-5; Novo no Xadrez - 2003-6 BRONSTEIN, D.; Bronstein on the King’s Indian; Everyman - 1999 BRONZNIK, V.; The Chigorin Defence (versão inglesa); Kania - 2005 BURGESS, G.; The Slav; Gambit - 2001 COLLINS, S.; Understanding the Chess Openings; Gambit - 2005 COX, J.; Starting Out: 1 d4!; Everyman - 2006 EMMS, J.; Starting Out: The Queen’s Indian; Everyman - 2004 EMMS, J.; Easy Guide to the Nimzo-Indian; Gambit/Cadogan - 1998 EMMS, J., Ward, C. & Palliser, R.; Dangerous Weapons: The NimzoIndian; Gloucester - 2006 FINE, R.; The Ideas Behind the Chess Openings [3ª Edição]; McKay 1989 GALLAGHER, J.; Starting Out: The King’s Indian; Everyman - 2002 GALLAGHER, J.; Play the King’s Indian; Everyman - 2005 GLIGORIC, S.; Play the Nimzo-Indian; Pergamon - 1985 GOLUBEV, M.; Understanding the King’s Indian; Gambit - 2006 HANSEN, Ca.; The Nimzo-Indian: 4 e3; Gambit - 2002 KALLAI, G.; More Basic Chess Openings [1 d4]; Cadogan - 1997 KRNIC, Z. (ed.); ECO D – 3ª Edição; Informador Sahovski - 1998 KRNIC, Z. (ed.); ECO E - 3ª Edição; Informador Sahovski - 1998 LALIC, B.; Queen’s Gambit Declined: Íg5 Systems; Gambit/Everyman 2000
BIBLIOGRAFIA
XI
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+-+-+-+-+-+-+-+-+ +-+-+-+-+-+-+-+NTRODUÇÃO I +-+-+-+-+-+-+-+-+ +-+-+-+-+-+-+-+Este segundo volume do livro Dominando as Aberturas do Xa-
examina as aberturas nas quais as Brancas jogam 1 d4. Como no Volume 1, que examina 1 e4, trabalho de baixo para cima, começando com os primeiros movimentos de cada abertura para explicar suas propriedades básicas. Alguém com apenas um pouco de experiência de jogo deverá ser capaz de dominar esses fundamentos e usá-los como uma base para entender o material mais sofisticado que se segue. Para ter um manual elementar sobre os princípios básicos que se aplicam a todo jogo de abertura, consulte o Capítulo 1 do Volume 1. Os dois capítulos seguintes desse volume podem também ser úteis, uma vez que identificam as idéias e os temas referidos com mais freqüência no livro inteiro. drez
Minha filosofia é igual nos dois volumes, mas alguns pontos mantêm-se repetindo. Estes livros não devem cobrir todas as aberturas, muito menos todas as suas variantes; tal tarefa requereria muitos
volumes. Ao contrário, selecionei os sistemas que considero os mais úteis para a explicação e a instrução. Na maior parte, são as aberturas mais ‘importantes’, no sentido de que tiveram uma grande continuação com os anos e têm um suporte teórico bem desenvolvido. Dentro dessas aberturas maiores, selecionei algumas variantes para estudar em detalhes, com base na crença de que uma familiaridade profunda com as diversas variantes é melhor do que uma compreensão superficial de todas. Para colocar esta seleção no contexto, deixo indicações para mostrar a direção para a qual as alternativas podem conduzir. Embora algumas das partidas e análise sejam recentes, muitos exemplos clássicos são usados para mostrar os pontos gerais. Este não é basicamente um livro teórico: algumas opiniões que arrisco sobre o valor das linhas individuais muito contestadas provarão, sem dúvida alguma, serem erradas ou irrelevantes. Ao
XIV
OMINANDO AS D
A BERTURAS DE X ADREZ - V OLUME II
contrário, meu objetivo é fornecer uma base sólida para o leitor jogar as aberturas com sucesso, enfatizando os recursos posicionais e as técnicas que se estendem em variantes além daquelas em mãos. Note que isso difere de uma explicação completa de uma abertura que usa conceitos específicos dessa abertura. Devemos ver que os próprios movimentos individuais expressam idéias, adequandose ou não a um esquema geral que foi mostrado anteriormente. Portanto, certo nível de detalhe é absolutamente necessário para entender as estratégias consistentes e as anomalias que podem tornar tais estratégias irrelevantes. Em um nível prático, sujeitei os leitores a sabatinas sobre as sutilezas das ordens de movimento; as questões associadas podem ser
confusas, mas se mantêm em uma relação direta com os resultados reais. As avaliações das variantes podem desenvolver-se muito rapidamente, mas como se chega melhor aos pontos de partida desejados tende não mudar muito. No próximo capítulo, examinarei as características fundamentais de 1 d4 e como ele difere de 1 e4. Você encontrará mais comparações entre esses movimentos nos dois volumes. O estudo de 1 d4 por si só será suficiente para melhorar sua compreensão do xadrez com grande velocidade, mas se você realmente aspirar a dominar a partida, desejará saber o máximo possível sobre as aberturas do Peão e também. Sinceramente, espero que estes volumes ajudem nos dois sentidos.
s PARTIDAS
SEÇÃO I: FECHADAS
1
o l u t í p a C
+-+-+-+-+-+-+-+-+ NTRODUÇÃO A 1 D4 E ÀS I+-+-+-+-+-+-+-++-+-+-+-+-+-+-+-+ PARTIDAS FECHADAS +-+-+-+-+-+-+-+rslwkvnt zpzpzpzp -+-+-+-+ +-+-+-+-+-Z-+-+ +-+-+-+PZP+PZPZ TNVQMLSR No nível mais básico, 1 d4 pode lembrar 1 e4. Traz um Peão para a quarta fileira para ocupar o Centro e libera um Bispo para a ação. Grande parte do ‘objetivo’ principal de 1e4 é para executar um d4 bem-sucedido, podendo ser dito que após 1 d4, o objetivo das Brancas é conseguir e4. Todavia, mesmo deste ponto de vista mais primitivo, podemos ver que 1 e4 controla apenas uma casa central (d5) e 1 d4 controla duas (d4 e
e5). Esta última qualidade é responsável por algumas diferenças imediatas entre a abertura com o Peão da Dama e o Peão do Rei. Por exemplo, quando vemos as defesas para 1 e4, algumas delas atacam e4 diretamente: a Defesa Alekhine (1 e4 Ìf6) e a Defesa Escandinava (1 e4 d5). Outras permitem 2 d4 e, então, atacam e4 no 2º movimento das Negras: a Defesa Caro-Kann (1 e4 c6 2 d4 d5), a Defesa Francesa (1 e4 e6 2 d4 d5) e a Defesa Pirc (1 e 4 d6 2 d4 Ìf6). Mas versus 1 d4, nenhuma defesa maior das Negras ataca o Peão d4 e nenhuma permite nem mesmo 2 e4, isto é, todas essas defesas começam com 1...d5 ou 1...Ìf6, lutando pelo controle de e4. Não é preciso muito raciocínio para ver como surge essa diferen-
4
DOMINANDO AS A BERTURAS DE X ADREZ - V OLUME II
ça: após 1 e4, o Peão e das Brancas está desprotegido, significando que atacá-lo com tempo pode trazer recompensas significativas ou, pelo menos, uma iniciativa temporária. Como o Peão d das Brancas já está protegido por sua Dama depois de 1 d4, as chances das Negras conseguirem a iniciativa visando-o são pequenas, proporcionalmente. Por outro lado, quando jogam 1 d4, as Brancas não fizeram nada para contribuir com o Pequeno Roque. Na verdade, elas geralmente continuam com os movimentos 2 c4, 3 Ìc3 e em alguns casos, com movimentos como, por exemplo, 4 Íf4, 4 Íg5 ou 4 Ëc2, nenhum limpando o caminho para o roque menor. Pode-se argumentar que em tais situações as perspectivas de roque grande das Brancas são aperfeiçoadas, uma vez que os movimentos iniciais do Cavalo, Bispo e Dama limpam o caminho para o Grande Roque. Porém, com exceção de algumas linhas de ataque, como, por exemplo, o Gambito da Dama de Trocas e a Variante Sämisch da Í ndia do Rei, as Brancas raramente aproveitam a oportunidade de fazer o Grande Roque. Como no caso da maioria das aberturas de Xadrez, o Grande Roque tem riscos demais em ter-
mos de expor o Rei das Brancas para ter ataques rápidos. Então, a pergunta muda para o fato das Negras poderem conseguir qualquer coisa com o roque menor atrasado das Brancas. Elas podem colocar pressão nas Brancas que requerem um grau de comprometimento com os planos estratégicos das Brancas? Antes de irmos para 1 d4 d5, consideremos as Defesas Índias que começam com 1 d4 Ìf6. A resposta para nossa pergunta muda com cada abertura e em cada variante. Na linha principal da Defesa Índia do Rei, por exemplo, as Negras colocam muito pouca pressão nas Brancas, enquanto está sendo rocada, uma vez que seus cinco primeiros movimentos não ameaçam nada ou mesmo desafiam diretamente o Centro. Por exemplo, a linha principal segue com 1 d4 Ìf6 2 c4 g6 3 Ìc3 Íg7 4 e4 d6 5 Ìf3 0-0 6 Íe2, com 7 0-0 em seguida. Como em todas as aberturas maiores, o contrajogo das Negras é baseado em um avanço central, normalmente o lance ...e5. Neste caso, as Brancas têm um grande espaço estratégico e o roque atrasado não provou ser um fator decisivo na partida resultante. E mais, as Brancas podem conseguir posições nas quais seus movimentos permitem um roque rápido de qualquer
C APÍTULO I - INTRODUÇÃO A 1 D4 E ÀS P ARTIDAS FECHADAS modo; por exemplo, 1 d4 Ìf6 2 c4 g6 3 Ìf3 Íg7 4 g3 d6 5 Íg2 e 6 0-0. Mas se as Brancas jogarem com mais ambição e adiar mais o 0-0, elas poderão encontrar outros problemas – por exemplo, depois de 5 f4 0-0 6 Ìf3 c5 7 d5 e6 8 Íe2 exd5 9 cxd5. Nesse caso, as Brancas expuseram seu Peão e4, que não pode ser apoiado por outros peões. Assim, as Negras podem jogar 9...Îe8, deixando as Brancas tendo que responder à ameaça em seu Peão e antes de serem capazes de rocar. O Peão e das Brancas nem sempre é o principal alvo das Negras. Por exemplo, na linha principal da Grünfeld das Trocas, 1 d4 Ìf6 2 c4 g6 3 Ìc3 d5 4 cxd5 Ìxd5 5 e4 Ìxc3 6 bxc3 Íg7, as Brancas precisam organizar suas peças tendo em mente o ataque rápido das Negras em seu Peão d4 com ...c5 e ...Ìc6. Isto significa que as Brancas estão limitadas a apenas alguns modos de reorganizar suas peças para trazer seu Rei para a segurança, colocando-as no que elas podem considerar como sendo casas não otimizadas; por exemplo, 7 Íc4 c5 8 Ìe2 Ìc6 9 Íe3. Ou no processo de reforçar seu Centro com as peças, as Brancas podem permitir às Negras jogar ...cxd4 e ...Ëa5+ no lance
5
antes delas terem conseguido organizar o 0-0; por exemplo, 7 Ìf3 0-0 8 Îb1 c5 9 Íe2 cxd4 10 c xd4 Ëa5+. As situações mais óbvias surgem das variantes na mesma abertura, tais como, 1 d4 Ìf6 2 c4 g6 3 Ìc3 d5 4 Íf4 e 4 Íg5, onde as Negras podem jogar ...c5 e os movimentos defensivos necessários das Brancas relacionam-se diretamente ao seu desenvolvimento atrasado da Ala do Rei e à incap acidade de rocar rapidamente. Na Defesa Nimzoíndia, 1 d4 Ìf6 2 c4 e6 3 Ìc3 Íb4, existem várias situações nas quais as Negras podem jogar ...Ìe4 rapidamente para perturbar os planos das Brancas na Ala do Rei. Dois exemplos são 4 Ìf3 b6 5 Íg5 h6 6 Íh4 Íb7 7 e3 g5 8 Íg3 Ìe4 e 4 Ìf3 c5 5 g3 Ìe4. Se as Brancas planejarem jogar Íd3 e Ìge2, elas poderão seguir com, por exemplo, 4 e3 b6 5 Íd3 Íb7, quando as Brancas normalmente jogam 6 Ìf3, pois após 6 Ìe2, elas não podem rocar a tempo para proteger seu Peão g. Naturalmente, existem igualmente muitas variantes nas quais adiar o 0-0 não afeta os planos das Brancas, mas em oposição à maioria das aberturas 1 e4, elas têm que levar em contra as trocas envolvidas em atrasar seu desenvolvimento da Ala do Rei.
6
DOMINANDO AS A BERTURAS DE X ADREZ - V OLUME II
As aberturas que começam com 1 d4 d5 (D) são conhecidas como ‘Partidas Fechadas’. Devemos começar nossas pesquisas de 1 d4 nos próximos dois capítulos examinando essas aberturas.
rslwkvnt zpz-zpzp -+-+-+-+ +-+p+-+-+-Z-+-+ +-+-+-+PZP+PZPZ TNVQMLSR As Negras enfatizam o impedimento de e4, uma vez que seria, como o ideal, o próximo movimento das Brancas. Na verdade, muito raramente você verá um e4 bem-sucedido em um dos seis ou sete primeiros movimentos de um Gambito da Dama Recusado (2 c4 e6) ou de uma Eslava (2 c4 c6), que são as Partidas Fechadas mais importantes. Isso contrasta com as Defesas Índia do Rei e Grünfeld mencionadas acima. E mais, a importância do movimento e4 motiva o jogo de ambos os lados. A resposta predominante das Brancas para 1...d5 é 2 c4, visado
claramente para enfraquecer d5 e assim, abalar o controle de e4 das Negras. Com a ameaça posicional 3 cxd5 Ëxd5 4 Ìc3 e 5 e4, geralmente as Negras sentem-se obrigadas a impedir o movimentochave e4, mesmo com o custo de comprometer sua posição. Assim, vemos as linhas principais 2...e6 e 2...c6. Como explicado no próximo capítulo sobre o Gambito da Dama Recusado (2...e6), os outros segundos movimentos tendem a dar às Brancas uma maioria central em troca da vantagem das Negras no desenvolvimento. O que veremos é que embora as Negras possam enfrentar ou impedir e4 nas Partidas Fechadas, elas não saem impunes fazendo isso. Nos dois capítulos a seguir, iremos analisar os modos como as Brancas podem tentar explorar as concessões das Negras dentro do contexto das variantes de abertura específicas e selecionadas. Devemos também ver como as Negras tentam combinar a pressão no Centro das Brancas com a máxima atividade para suas peças. As Partidas Fechadas com 1 d4 d5 são consideradas, corretamente, como sendo essenciais para a educação de todos os jogadores em desenvolvimento.