Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Filosofia e Ciências Humanas Instituto de Psicologia Programa de Pós-Graduação em Psicologia studos !vançados !vançados em Processos Cognitivos Co gnitivos II Professora" !lunos" #ata"
Virgínia Virgínia Kastrup Flávio Vieira Vieira Curvello e Rômulo Ballestê 29/04/1 ! Imaginação na Psicologia de $illiam $illiam James
! present presentee tra"al tra"al#o #o tem por intere interesse sse $ompree $ompreen%er n%er o $on$eit $on$eitoo %e imagi imagina&' na&'oo empre emprega ga%o %o por por (illia lliam m )ame )amess no Capí Capítu tulo lo *V *V+++ +++ %e seus seus Principles of Psychology of Psychology, propon%o-se resumir a argumenta&'o %o pensa%or nesta passagem pas sagem espe$í.i$a %a o"ra e te$er algumas pou$as o"serva&es $ríti$as a$er$a %ela estrutura %a eposi&'o %e )ames 3 "asi$amente a seguinte 516 ele nos o.ere$e ini$ialmente uma %e.ini&'o %e imagina&'o, a 7ual insere $laramente esta possi"ili%a%e %e eperiên$ia em um para%igma representa$ional e empi empiri rist sta8 a8 526 real reali iaa uma uma avali avalia&' a&'oo %e nossas nossas i%3i i%3ias as gerai geraiss e %a vagu vagui% i%a% a%ee 7u 7uee a$ompan#a o seu surgimento : nossa eperiên$ia8 56 eamina as $onse7;ên$ias te
primeira primeira a.irma&'o .eita por )ames 7uan%o ele intenta o.ere$er uma %e.ini&'o %a imagina&'o 3 a %e 7ue as sensa&es, uma ve eperimenta%as, s'o $apaes %e pro%uir uma esp3$ie %e mo%i.i$a&'o na parte nervosa %o organismo 7ue possi"ilita o ressurgimento %e $
stas ?$
sensa&'o %eve ser sempre algo 7ue nos so"rev3m, portanto, e nun$a algo 7ue en$ontra em nm outro $aso, ela simplesmente n'o po%e .ormar estas imagens por n'o ter ti%o o tipo espe$í.i$o %e a$esso ao mun%o eterior 7ue pro%u, para ela, as sensa&es espe$í.i$as 7ue %evem estar na "ase %as imagens a serem .orma%as o%emos ain%a %ier no primeiro $aso, estaria per%i%a a possi"ili%a%e %e se gerar novos %a%os per$eptuais %a7uela naturea, mas os antigos ain%a assegurariam a possi"ili%a%e %e imaginar8 no segun%o, a impossi"ili%a%e $ategstas $onstata&es $orro"orariam, segun%o )ames, o $on#e$i%o postula%o %e Do$Ee, segun%o o 7ual a mente n'o po%em esta"ele$er para si nen#uma nova i%3ia, sen%o apenas um re$eptá$ulo %e $onte%os %e origem a%versa p
Hen%o "asi$amente estas as a.irma&es ini$iais %o autor, pare$e-nos possível %ier 7ue as suas teses $entrais se resumem a 516 tomar a imagina&'o por uma ativi%a%e "asi$amente representativa, na me%i%a em 7ue $onsiste na Ire-apresenta&'oJ, so" a mar$a %a inatuali%a%e, %e um estímulo 7ue .ora, a seu tempo, atual8 526 prioriar a origem eterior %o estímulo 7ue se en$ontra na origem %a sensa&'o, negligen$ian%o ini$ialmente os estímulos en%
$ara$teria&'o ini$ial %a imagina&'o por )ames 3 segui%a pelo "reve $omentário %e um .enômeno espe$í.i$o 7ue %eve ser %istingui%o %o .enômeno imaginário propriamente %ito, a sa"er, a7uele %a apreens'o %e imagens $onse$utivas, as 7uais seriam mais a%e7ua%amente $ompreen%i%as atrav3s %a sensa&'o >ste .enômeno 3 ilustra%o por meio %e uma longa passagem %e LuleM, na 7ual 3 %es$rita a eperiên$ia %e um o"serva%or perante o 7ual as .otos %os rostos %e seis irm's s'o apresenta%as em rápi%a su$ess'o, %e mo%o 7ue a impress'o %o o"serva%or 3 uma esp3$ie $omposi&'o %e sensa&es 7ue ret3m os pontos em 7ue as seis irm's s'o similares e negligen$ia os pontos em 7ue %i.erem, pro%uin%o o ?retrato gen3ri$o %as seis em oposi&'o ao espe$í.i$o %e uma@ 5p NOP6 o enten%imento %e LuleM, #á uma $lara in$ompletu%e nas i%3ias assim gera%as, uma ve 7ue se originam pela 1
.irmamos 7ue esta negligên$ia 3 ini$ial por7ue ela 3 $olo$a%a %e maneira "astante $lara nos primeiros momentos %o teto, ain%a 7ue ao .inal, na %is$uss'o %o su"strato neural pr
sele&'o %e $ertos $onte%os e pela $on$omitante reei&'o %e outros %a%os em nossas impresses s i%3ias resultantes, portanto, n'o s'o $
em %uas ativi%a%es essen$ialmente %isuntas o 7ue antes era enten%i%o $omo uma s< ativi%a%e8 re$on#e$er as .un&es "ási$as pr
%eia sem uma no&'o mais sistemáti$a %e $omo $ompreen%e $a%a etapa %este pro$e%imento +& Psicologia com,arativa da imaginação e crtica . id)ia de faculdade"
Sm outro ponto relevante %a eposi&'o geral %e )ames 3 a sua a.irma&'o %e 7ue $ertos avan&os %a pes7uisa $ientí.i$a teriam permiti%o %es"an$ar a perspe$tiva .ilos<.i$a $lássi$a %e 7ue as nossas mentes possuiriam algo %e universal, $ua %es$ri&'o nos permitiria esta"ele$er proposi&es váli%as a$er$a %a estrutura e %as $on%i&es %e opera&'o %e to%as as mentes em parti$ular A algo $omo uma ?mente #umana típi$a@, a partir %a 7ual po%eríamos, eg, .alar na imagina&'o em sua máima generali%a%e, $uos $rit3rios %e.iniriam tanto o meu #orionte %e eperiên$ias imaginárias 7uanto o %e 7uais7uer outros in%iví%uos Gais pes7uisas mostrariam $om $larea, %i-nos o autor, 7ue n'o #á na%a $omo uma imagina&'o universal A ?a imagina&'o@ A, mas sim imagina&es, no plural 'o se trata apenas %e enten%er 7ue o pro$esso psí7ui$o 3 mar$a%o por i%iossin$rasias em seu aspe$to mais $on$reto, mas sim 7ue os pr
C#ar$ot, $om seus estu%os so"re a a.asia8 Htri$Eer, $om seus eperimentos so"re motili%a%e8 e UeMer, $om seu eame %o tato Consi%eraremos as $ontri"ui&es %e $a%a um %estes autores nos su"-itens a seguir +&%& Gustav Fec/ner"
o 7ue se re.ere a Fe$#ner, os seus estu%os, $entra%os "asi$amente na vis'o e realia%os por meio %a introspe$&'o %o psi$
o 7ue se re.ere :s $ontri"ui&es %e Talton, )ames "us$a %eter-se um pou$o mais ! es.or&o %este pes7uisa%or pare$e mais %igno %e nota por ter re$e"i%o ustamente este tratamento estatísti$o ineistente nos estu%os %e Fe$#ner e por ter "us$a%o apoiar-se espe$i.i$amente no $ontraste %as eperiên$ias in%ivi%uais >le $onsistia no pe%i%o %e 7ue seus $ola"ora%ores se imaginassem : sua mesa %e $a.3 %a man#', $omo provavelmente #aviam esta%o na man#' mesma em 7ue eram insta%os a respon%er, e %es$revessem o 7ue l#es surgia ao espírito "asi$amente a partir %e três aspe$tos prin$ipais %a imagem 516 a iluminação, ie, o 7u'o $lara ou es$ura 3 a imagem, "em $omo as rela&es 7ue a sua
$lari%a%e pr
pessoas %e menos instru&'o o.ere$em visualia&es mais oportunas para pes7uisa Qo mesmo mo%o, Talton a.irma 7ue o seo .eminino pare$e ter maior po%er imaginativo %o 7ue o mas$ulino, "em $omo pessoas mais ovens %o 7ue as mais vel#as in%a algumas %i.eren&as $ulturais s'o sugeri%as, $omo no $aso %os .ran$eses, 7ue teriam um po%er mais a$entua%o %e visualia&'o 7ue outras $ulturas, o 7ue po%eria transpare$er n'o apenas em seu senso est3ti$o, mas tam"3m em epresses $omo ? figure vous@, 7ue signi.i$aria o imperativo ?imagine@, valen%o-se, no entanto, %e um termo epli$itamente vin$ula%o ao senti%o %a vis'o para $omuni$á-lo Sm %os pontos %e %esta7ue %a posi&'o %e Talton, mais %o 7ue esta"ele$er as varia&es e%u$a$ionais, seuais, etárias e $ulturais mais .re7;entes na o$orrên$ia %o .enômeno imaginativo, $onsiste em a.irmar 7ue a $apa$i%a%e %e imaginar visualmente ?56 po%e ser su"stituí%a 56 por outros mo%os %e $on$ep&'o@ 5pp NP e NP46 ! seu eemplo ini$ial 3 vin$ula%o :s sensa&es %e motili%a%e, mas, $omo veremos em "reve, estas n'o s'o os ni$os su"stitutos possíveis para os %a%os visuais na eperiên$ia imaginativa Talton a.irma, neste seu primeiro eemplo, 7ue a7ueles mo%os %e $on$ep&'o estariam a tal ponto ?56 $one$ta%os $om a sensi"ili%a%e motora in$ipiente, n'o apenas %os ol#os, mas %os ms$ulos em geral, 7ue o #omem 7ue se %e$lara inteiramente %e.i$iente no po%er %e ver pinturas mentais po%e, n'o o"stante, o.ere$er %es$ri&es análogas ao 7ue n
Gais possi"ili%a%es %o pro$esso imaginativo se apoiar em outros %a%os 7ue n'o os visuais, #a"itualmente toma%os $omo os seus %a%os le es$ol#e %ois eemplos para nos o.ere$er uma ilustra&'o %o 7u'o %íspares po%em ser estas $apa$i%a%es %e .ormar e manipular voluntariamente imagens mentais A um %e um aluno 7ue possuía gran%es $apa$i%a%es %e imagina&'o, o outro %e um aluno $laramente %estituí%o %estas $apa$i%a%es ! primeiro aluno era $apa %e notar a in.luên$ia %e uma outra eperiên$ia atual, $omo a per$ep&'o e.etiva %e um %a%o o"eto 7ue
se en$ontrasse perante ele, na 7uali%a%e %a imagem mental, a.irman%o 7ue esta apare$ia %e maneira menos %istinta se ele se permitisse %istrair $om a7uela outra .orma %e $ontempla&'o, "em $omo mais %istinta se ele a evitasse e "us$asse imaginar a ol#os .e$#a%os >le era $apa %e notar 7ue o grau %e $larea %e $a%a o"eto perten$ente : mesa po%eria ser mo%ula%o %e a$or%o $om a aten&'o 7ue l#e era apli$a%a, to%os apare$en%o ini$ialmente %e maneira #omogênea, mas po%en%o so.rer $onsi%eráveis in$rementos %e 7uali%a%e se a mente simplesmente .osse ao seu en$ontro e n'o ao %e outro o"eto >le $onseguia esta"ele$er mel#or as $ores presentes nos o"etos, ain%a 7ue n'o t'o "em os %emais %etal#es visuais 7ue eles pu%essem assumir Conseguia, ain%a, ter pleno %omínio %e to%as as perspe$tivas possíveis pelas 7uais os o"etos po%eriam ser %es$ritos, .aen%o-o .rontal, anterior, lateral, %iagonalmente ou %e 7ual7uer .orma 7ue l#e .osse sugeri%a >sta $apa$i%a%e ain%a po%eria se esten%er a ponto %e in$luir maior ou menor 7uanti%a%e %e %etal#es %o prle se %iia in$apa %e reter %e maneira $lara as 7uali%a%es sensíveis 7ue antes se en$ontravam %isponíveis a ele e %e reorganiá-las mentalmente >m ve %isto, um .luo %e in.orma&es pou$o $ontínuas e ne"ulosas, "astante panor=mi$a e %esprovi%a %e %etal#es e esta"ili%a%e, ser-l#e-ia %isponível Qeste mo%o, em rela&'o : mesa %e $a.3, ele po%eria o.ere$er %es$ri&es impre$isas e "astante gerais, $omo a estimativa %o nmero %e $a%eiras ou a $or pre%ominante %a toal#a 7ue $o"re a mesa, mas nun$a um relato %etal#a%o e 7ue supon#a pleno %omínio i%eal so"re o $onte%o 7ue l#e 3 psi7ui$amente %isponível s %i.eren&as entre o 7ue os %ois pro$essos imaginativos propriamente s'o 3 "astante evi%ente +&+& C/arcot"
!s estu%os so"re a a.asia realia%os por C#ar$ot s'o ain%a uma re.erên$ia oportuna para o estu%o %as %i.eren&as in%ivi%uais %a imagina&'o, pois esta"ele$e 7ue em uns pa$ientes a imagina&'o o$orre %e maneira pre%ominantemente visual, ao passo 7ue em outros, %e maneira au%itiva, motora ou, ain%a, mista ! 7ue ilustra "em tais possi"ili%a%es 3 um $aso $líni$o %o psi7uiatra em 7ue um in%iví%uo %e gran%es $apa$i%a%es imaginativas visuais, "em $omo mnemôni$as, viu-se priva%o %estas ap
antes era $apa %e %e$orar tetos etensos $om "revi%a%e apenas pela reten&'o mental %as imagens %e suas páginas, "em $omo %es$rever minu$iosamente os lugares 7ue visitava em suas viagens, as pessoas $om as 7uais $onversava, suas .isionomias et$, no momento posterior, en$ontrou-se sem estes re$ursos, ten%o es7ue$i%o %a imagem %e sua mul#er e .il#os, "em $omo %a prames o.talmol
>ste tipo, evi%entemente, 3 possível aos pro$essos mentais sau%áveis, a %es$ri&'o patolm seu Psychology! a briefer course 51916, no entanto, en$ontramos %ois outros eemplos parti$ularmente elu$i%ativos, a sa"er, os assom"rosos .eitos %e msi$os $omo Uoart, 7ue teria si%o $apa %e memoriar to%a uma pe&a musi$al ee$uta%a na Capela Histina em apenas %uas au%i&es, e Beet#oven, 7ue, malgra%o a sur%e
tar%ia, teria ain%a si%o $apa %e $ompor e ee$utar mentalmente a íntegra %e suas longas sin.onias +&0& 1tric2er"
s sensa&es au%itivas n'o seriam as ni$as $apaes %e %e.inir um tipo imaginativo prsta i%eia %e )ames está em $onson=n$ia $om a a.irma&'o %o pro.essor Htri$Eer, segun%o a 7ual o pensamento ver"al 3 normalmente e universalmente uma representa&'o motora >m muitos #omens, a imagina&'o arti$ulat
+&3& 4e5er"
s imagens táteis ou %e to7ue seriam muito .ortes em algumas pessoas, permitin%o a %e.ini&'o %o ltimo %os tipos 7ue )ames visa epor ! tra"al#o %e UeMer %emonstra isto $laramente 7uan%o, atrav3s %e um es.or&o mental, ele 3 $apa %e %espertar sensa&es nas suas natureas prolonga%as e ter tais sensa&es %e .orma vívi%a no pr
p
ser puramente $ere"ral2 Sm segun%o aspe$to aponta%o por Bain seria a %i.eren&a $ons$iente 7ualitativa 7uase a"soluta entre o"etos imagina%os e o"etos senti%os o serem $ompara%as uma sensa&'o presente e uma sensa&'o passa%a, .re7;entemente ulgamos a sensa&'o imaginária $omo ten%o si%o mais .orte Uas isto 3 inepli$ável, a.irma )ames, se a imagina&'o 3 simplesmente o e.eito mais .ra$o %e um pro$esso %e e$ita&'o sensorial Hegun%o )ames, s'o %uas as o"e&es possíveis a isto 516 a $orrente seguiria o senti%o 7ue parte %o nervo
>n$ontra-se a7ui, $olo$a%a %e .orma ain%a #ipot3ti$a, a i%3ia 7ue po%eria atenuar a posi&'o ini$ial %e )ames, segun%o a 7ual os estímulos 7ue se en$ontrariam na "ase %o pro$esso imaginativo %everiam ser ne$essariamente %e origem eterior ela possi"ili%a%e %e uma e$ita&'o $orti$al, 7ue passasse %os $entros nervosos : peri.eria e atuasse %iretamente na $onstitui&'o %os $onte%os %a%os na eperiên$ia, temos o 7ue pare$e ser uma pe7uena .issura na posi&'o sumamente lo$Eeana %e.en%i%a por )ames no iní$io %o teto +sto n'o 3 a.irma%o $om $ontun%ên$ia, no entanto ? ver%a%e parece ser 7ue os $asos em 7ue os senti%os peri.3ri$os s'o e$ita%os %iretamente $omo $onse7;ên$ia %a imagina&'o s'o e$ep$ionalmente raros, se é que! em realidade! e#istem @ 5pp N9P e N996 Consi%eramos 7ue uma %is$uss'o sistemáti$a %esta $ontrarie%a%e es$apa aos prop
7ue 3 a pr
:i*liografia"
)ames, ( 51916 Psychology eX YorE LenrM Lolt an% CompanM )ames, ( 5ano6 Principles of Psychology