Faixas Etárias/Grupos de Trabalho 0-1 anos – Grelha de Observação com as 5 áreas de desenvolvimento 2-3 anos – Grelha de Observação com as 5 áreas de desenvolvimento 4-5 anos – Grelha de Observação com as 5 áreas de desenvolvimento 6-7 anos – Grelha de Observação com as 5 áreas de desenvolvimento 8-9 anos – Grelha de Observação com as 5 áreas de desenvolvimento
Desenvolvimento Cognitivo
2005/2006
Perspectiva Piagetiana Principais características: • • •
Criança como construtora activa do seu desenvolvimento Inteligência como sistema adaptativo Invariantes funcionais: Assimilação Acomodação
Factores de desenvolvimento – – – –
Crescimento orgânico: maturação Experiência adquirida com objectos Interacções e transmissões sociais Equilibração/ Auto-regulação
Perspectiva piagetiana – Estádios – Estádio da inteligência sensório-motora Estádio de preparação e organização das operações concretas – –
Sub-estádio das representações pré-operatórias Sub-estádio das operações concretas
Estádio das operações formais
PERÍODO SENSORIO-MOTOR Desde o nascimento até 18/24 meses Base empírica: observações minuciosas do comportamento dos seus três filhos Duas obras: –
–
O nascimento da inteligência (1936) – ponto de vista do observador que estuda o desenvolvimento da inteligência A construção do real na criança (1937) – ponto de vista da criança e do conhecimento que esta vai construindo acerca do mundo e de si própria
PERÍODO SENSORIO-MOTOR
Desenvolvimento da inteligência (ponto de vista do observador)
Esquema motor: padrão organizado de acções (que se manifestam com ordem e coerência) susceptível de ser repetido, generalizado e aperfeiçoado (através dos mecanismos de assimilação e acomodação)
Reacção circular: repetição de acções que surgem inicialmente por acaso e que a criança repete porque os seus resultados são interessantes (dão-lhe prazer); pressupõe relação entre dados da percepção e acções motoras.
PERÍODO SENSORIO-MOTOR Subestádios 1. Esquemas reflexos (0-1 mês) 2. Reacções circulares primárias (1-4 meses) 3. Reacções circulares secundárias (4-9 meses) 4. Coordenação dos esquemas secundários (9-12 meses) 5. Reacções circulares terciárias (12-18 meses) 6. Combinações mentais (18-24 meses)
PERÍODO SENSORIO-MOTOR
Exercício dos reflexos (0-1 mês)
Exercita, repete, generaliza a várias situações, varia a intensidade
Ganha controlo
PERÍODO SENSORIO-MOTOR
Reacções Circulares Primárias (1-4 meses)
Centradas no corpo da criança
PERÍODO SENSORIO-MOTOR
Reacções circulares secundárias
(4-9 meses)
Centradas em objectos
PERÍODO SENSORIO-MOTOR
Coordenação de esquemas secundários (9-12 meses)
Diferenciação esquemas meios - esquemas fins Intencionalidade
Afasta obstáculos, puxa uma corda para obter uma argola
PERÍODO SENSORIO-MOTOR
Reacções circulares terciárias (12-18 meses) Exploração das propriedades e potencialidades dos objectos Resolução de situações por tentativa e erro
PERÍODO SENSORIO-MOTOR
Combinação mental de esquemas(18-24 meses) Os esquemas de acção são interiorizados e passam a esquemas mentais Êxitos: – – –
Estabelecimento da conduta intencional Construção das primeiras representações Acesso à função simbólica
PERÍODO SENSORIO-MOTOR
Desenvolvimento da noção de objecto (perspectiva da criança: construção do real)
A noção de objecto não é inata mas sim adquirida através da experiência, seguindo uma sequência de etapas universal e invariante A primeira etapa na construção da noção de objecto é a crença de que os objectos coexistem como entidades físicas distintas e independentes num meio espaciotemporal comum envolvente – permanência do objecto
PERÍODO SENSORIO-MOTOR
Desenvolvimento da noção de objecto Pressuposto metodológico: a permanência do objecto é estudada a partir de uma situação em que os objectos são escondidos, sendo pedido à criança que os procure – procura do objecto desaparecido
PERÍODO SENSORIO-MOTOR
Desenvolvimento da noção de objecto . Adualismo inicial (0-1 mês) . Seguimento visual dos objectos (1-4 meses) . Início da procura activa do objecto (4-9 meses) . Procura activa do objecto sem consideração dos deslocamentos visíveis (9-12 meses) . Procura activa do objecto com consideração dos deslocamentos visíveis (12-18 meses) . Busca activa com dedução mental (18-24 meses)
As etapas da inteligência sensorio-motora I. Casati & I. Lézine Provas adaptadas das situações criadas por Piaget para observar os seus filhos e elaborar a teoria relativa ao estádio sensorio-motor Situações estandardizadas que obedecem a uma lógica psicométrica Englobam 4 sub-escalas: – – – –
Procura do objecto desaparecido Utilização de intermediários Exploração de objectos Combinação de objectos
Pressuposto base: interesse pelos objectos e disponibilidade da criança para colaborar
ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
– três subestádios (2 aos 6 anos) –
Aparecimento da função simbólica e início da representação (2 a 4 anos) – pré-conceptual Representações estáticas – intuitivo ou prélógico Regulações semi-reversíveis – passagem da intuição ao conceito e à operação
ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
Função simbólica Representação de algo (objecto, pessoa, acontecimento) através de um significante diferenciado (palavra, gesto, imagem, objecto) Diferenciação entre significante e significado Evocação representativa de um objecto, pessoa ou acontecimento ausente através de um significante diferenciado
ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
Função simbólica Ao longo do segundo ano de vida emerge um conjunto de comportamentos que supõem a existência da diferenciação entre significantes e significados: • • • • •
Imitação diferida Jogo simbólico Imagem gráfica Linguagem Imagem mental
ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
Jogo Simbólico - dimensões Descontextualização: Descontextualização Esquema habitual fora do seu contexto Descentralização: Descentralização Descentrar a acção de si própria (fazer de conta que é a mãe e dá de comer aos filhos, as outras crianças).
Substituição ou transformação: transformação Integrar nos seus esquemas
simbólicos objectos substitutivos dos objectos reais (substituir um cavalo por uma vassoura)
Integração: Combinar esquemas simbólicos (por os pratos e talheres na mesa, encher os copos com água, servir as pessoas).
Planeamento: Antecipar e planear o seu comportamento lúdicosimbólico
ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
Jogo Simbólico - evolução . Diminuição da dependência relativamente aos objectos que suportam o jogo 1. 2. 3.
Objectos reais Objectos com identidade diferente Sem utilizar objectos
Facilidade crescente para utilizar o self e o outro 1. 2. 3.
Utilização do self como agente activo Utilização do outro como agente passivo Utilização do outro como agente activo
Socialização crescente das actividades do jogo
ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
Imagem gráfica ou desenho É realista na intenção e na interpretação Traçado: significante diferenciado Primeiras formas de desenho: garatuja com significado ou realismo fortuito
–
Diferente do seu antecessor: garatuja sem significado (jogo de exercício/reacção circular)
Fases do realismo (Luquet, 1927)
– Fortuito (3 anos) –
garatuja à qual a criança atribui um significado fortuito.
– Falhado (4 anos) – a criança quer ser realista (intenção), mas depara-se com obstáculos de ordem física que a impedem de atingir o seu objectivo
Fases do realismo (Luquet, 1927)
– Intelectual (6 anos) – desenho plenamente realista cheio de pormenores. - Transparência (desenhar uma casa com as camas)
- Mistura de pontos de vista, não há a noção de perspectiva (boneco desenhado de perfil com 2 olhos) - Separação de pormenores, representação de todos os pormenores e atribui-lhes um destaque excessivo; - Planificação, representação do objecto em projecção no solo como se fosse visto em linha recta.
Fases do realismo (Luquet, 1927)
– Visual (9 anos) – desenha apenas aquilo que vê, havendo uma maior consideração das distâncias e perspectivas visuais.
ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
– três subestádios (2 aos 6 anos)
Aparecimento da função simbólica e início da representação (2 a 4 anos) – pré-conceptual Representações estáticas – intuitivo ou prélógico Regulações semi-reversíveis – passagem da intuição ao conceito e à operação
ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
Pensamento intuitivo/pré-lógico- características 1.Egocentrismo: Confusão entre o pensamento próprio, o pensamento dos outros e fenómenos exteriores Tendência a centrar-se no seu próprio ponto de vista
ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
Pensamento intuitivo/pré-lógico- características 2. Raciocínio Transdutivo: Estabelecimento de relações imediatas entre os fenómenos, raciocinando do particular para o particular, sem necessidade de base lógica ex.
“A Ana é alta, as altas são Anas”
3. Dificuldade em distinguir aparência e realidade
ex.
“é um cão”
“é um gato”
ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
Pensamento intuitivo/pré-lógico- características 4. Centração/dificuldade em se descentrar: focaliza-se num dos aspectos da situação e negligencia os outros
ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
Pensamento intuitivo/pré-lógico- características 5. Irreversibilidade Centração nos estados (configurações perceptivas estáticas) e não nas transformações; não relaciona os estados iniciais e finais dos processos de transformação (não há reciprocidade)
6. Inexistência de noção de conservação das quantidades
ESTÁDIO PRÉ-OPERATÓRIO
– três subestádios (2 aos 6 anos)
Aparecimento da função simbólica e início da representação (2 a 4 anos) – pré-conceptual Representações estáticas – intuitivo ou prélógico Regulações semi-reversíveis – passagem da intuição ao conceito e à operação
Da intuição à operação Intuição:
Operação:
Acção interiorizada Acção interiorizada (representação) Reversível Ainda isolada (as novas Equilíbrio estável: não está representações não se integram dependente dos aspectos nas anteriores) mutantes da realidade Dependente dos indícios Maior mobilidade perceptivos (estático) Sentido de coerência lógico Irreversível - equilíbrio instável, obrigatória pendor subjectivo e pouco coerente
ESTÁDIO OPERATÓRIO CONCRETO
Reversibilidade
Uma acção reversível é aquela que comporta a coordenação de um ponto de partida com um ponto de chegada: a uma transformação do estado A em estado B, corresponde sempre a transformação inversa do estado em estado A A B
ESTÁDIO OPERATÓRIO CONCRETO
Análise da argumentação Identidade: nada foi adicionado nem subtraído Inversão: referência ao ponto de partida da
transformação
Reciprocidade ou compensação: referência aos
diversos pontos de vista presentes na situação.
ESTÁDIO OPERATÓRIO CONCRETO
Operações físicas –
Conservação substância, peso, etc
Operações lógico-matemáticas –
Seriação ex. A Ana é mais alta do que a Maria, a Maria é mais alta do que a Teresa, quem é a mais alta?
–
Classificação ex. 10 Missangas de madeira, 7 brancas e 3 castanhas
–
Enumeração
Operações espacio-temporais
Método clínico piagetiano Interrogatório semi-estruturado com o objectivo de perceber a estrutura subjacente às respostas da criança Irrelevância da correcção da resposta em favor das justificações apresentadas As questões são formuladas na sequência das respostas da criança Análise da argumentação apresentada pela criança Utilização da contra-prova: “Mas noutro dia um menino disse-me que… (afirmação oposta à afirmação da criança)
Batterie UDN 80. Construction et utilization des premiers nombres (Meljac, 1980) Provas adaptadas das situações criadas por Piaget e colaboradores relativamente à noção de número Situações estandartizadas que seguem uma linha psicométrica
Inventários de Jean Piaget (OCDE, 1981) Sistematização das provas piagetianas
Grelha de Observação Área de Desenvolvimento Objectivos Procedimento: Material a ser utilizado Instruções em discurso directo Apresentação das várias possibilidades de resposta