Currículo
Em que deve basear-se?
Necessidades da sociedade Aspirações sociais e culturais da sociedade Objectivos O que se quer que os alunos aprendam
Por exemplo, ao nível do ensino básico os objectivos estratégicos são: Reforço da formação geral Desenvolvimento de aptidões para a vida activa e hábitos de trabalho Introdução de mecanismos de informação, sondagem e orientação de vias escolares e profissionais O currículo vai então surgir tendo em conta o contexto em que se insere O que é então o currículo Currículo:
Conjunto de todas as experiências que o aluno adquire, sob a orientação da escola (Foshay)
O currículo engloba todas as experiências de aprendizagem proporcionadas pela escola (Saylor)
O currículo é o modelo organizado do programa educacional da escola e descreve a matéria, o método e a ordem do ensino – o quê, como e quando se ensina (Phenix)
O currículo é uma série estruturada de resultados de aprendizagem que se têm em vista. O currículo prescreve (ou pelo menos antecipa) os resultados do ensino; não prescreve os meios. (Johnson)
Assim parece ter particular importância na determinação de um currículo:
Os objectivos ou resultados de aprendizagem a alcançar
As matérias ou conteúdos a ensinar
As experiências ou percursos de aprendizagem
Definição Síntese:
Currículo é um plano estruturado de ensino-aprendizagem, englobando a proposta de objectivos, conteúdos e processos. Tal plano decorre sob orientação da escola e realiza-se segundo um processo dinâmico de reconstrução da cultura humana (não mera transmissão de um saber acumulado) e visando satisfazer necessidades de desenvolvimento pessoal e social dos destinatários do currículo
Componentes fundamentais do currículo
finalidades e objectivos
matérias e conteúdos
estratégias e actividades
avaliação
Um currículo contém o enunciado das finalidades e objectivos visados, propõe ou indica uma relação e organização de conteúdos de ensino, implica ou sugere modelos, métodos e actividades de ensino-aprendizagem em função dos objectivos e conteúdos e inclui um plano de avaliação dos resultados da aprendizagem. Desenvolvimento curricular/Diferenciação
Os currículos diferem em:
Formulação e justificação dos objectivos
Modalidades e critérios de selecção e estrutura de matérias ou conteúdos
Modalidades e critérios de escolha e organização das actividades de ensinoaprendizagem
Critérios e modalidades de avaliação propostas
Um currículo deve sempre incluir determinados componentes: Contexto e justificação - análise do contexto social, cultural e educativo em que se
insere e a que pretende dar resposta nomeadamente necessidades educativa a satisfazer. É a fase da justificação do currículo.
Quadro de objectivos - preenche a necessidade de definir a intencionalidade
fundamental do plano curricular, a sua direcção e os resultados ou produtos finais a alcançar Roteiro ou mapa de conteúdos - realiza-se através do roteiro de matérias ou
conteúdos, organizando-os segundo a sua relação e o itinerário que propõe Elaboração do currículo contempla algumas fases essenciais: Plano de organização e sequência do ensino-aprendizagem - deve ser planificado em
termos de tipos de actividades, experiências e situações de aprendizagem a proporcionar, incluindo acções de professor e acções do aluno: estratégias/métodos, actividades, materiais e meios de ensino-aprendizagem Plano de avaliação - define o plano de apreciação dos resultados reais de
aprendizagem, procurando indicadores que evidenciam a aprendizagem conseguida e a sua comparação com os objectivos visados, de modo a aperfeiçoar o programa e o processo de ensino Referência a condições de execução prática - pretende aproximar o planeamento da
implementação curricular, no sentido de encontrar o ponto de equilíbrio entre as exigências de um plano e a situação real onde vai ser executado, em particular no que se refere às variáveis espaço, tempo, grupo de ensino e pessoal docente Em síntese, o processo de desenvolvimento curricular (currículo enquanto processo em desenvolvimento) desenvolvimento ) inclui como momentos maiores: a justificação e orientação (fundamentação) do currículo a concepção e elaboração (planeamento) do currículo a implementação curricular a avaliação do currículo
Processo de Desenvolvimento Curricular
Desenvolvimento porque o currículo está permanentemente em desenvolvimento Justificação curricular
Avaliação Curricular Curricular
Planeamento Curricular
Im le leme ment ntaa ão Curr Curric icul ular ar
Pode em princípio partir-se de qualquer deles para analisar e desenvolver o processo curricular. A partir desta figura podem-se considerar as seguintes hipóteses de desenvolvimento do processo 1- Partindo de uma fundamentação orientadora, constrói-se um plano curricular, analisase a sua execução e avalia-se a sua eficácia para o definir melhor ou aperfeiçoar 2 - Partindo da concepção e elaboração do currículo procede-se à sua implementação, avalia-se a sua execução e clarifica-se a sua justificação 3 - Tomando como ponto de partida a análise de um currículo implementado, procedese à avaliação, esclarecem-se os princípios orientadores e o contexto justificativo (ou modifica-se) o plano curricular 4 - Começando por avaliar o currículo em execução explicitam-se as suas linhas orientadoras, introduzem-se inovações ou correcções no plano curricular e analisam-se as suas condições de implementação.
Sendo um processo em expansão, o desenvolvimento do currículo nunca está completo, qualquer que seja o ponto de partida por onde se começa.
O desenvolvimento curricular deve então ser encarado numa perspectiva de sistema em que todas as suas componentes e fases se inter-relacionam, formando um sistema coerente.
Currículo no Processo de Ensino
Currículo Formal – identifica-se com o oficialmente aprovado pelas entidades
responsáveis pelo sistema educativo
Currículo Percepcionado – designa aquele que os professores transmitem, de
acordo com a sua interpretação acerca do oficialmente definido
Currículo Experenciado – traduz o que os alunos recebem e aprendem em
resposta ao planeado e ao transmitido
Currículo Observado – representa a perspectiva externa daqueles que o
descrevem independentemente das perspectivas de professor e alunos. Currículo - pretende definir o processo permanente e diversificado de formação dos membros da sociedade que serve. - define as estruturas, vias e métodos de consecução dessa formação.
Assim, constitui a substância do Sistema Educativo O (quê) que é que se deve ensinar/aprender? - Porquê ensinar/aprender isto em vez daquilo? - A quem se deve ensinar? Quem está em condições de aprender aquilo que lhe
propõe? - Como se deve orientar o ensino/aprendizagem do que se escolheu? Que princípios ou estratégias devem guiar o ensino daquilo que se propõe seja aprendido? - Como devem todos estes elementos relacionar-se entre si de modo a constituírem um todo coerente
Por fim,
resta sublinhar como principio orientador sobre a selecção e organização de áreas de estudo, disciplinas e conteúdos programáticos a integrar nos currículos e programas, deve ter em conta o leque da cultura, ciência e tecnologia disponível enquanto fonte inspiradora de áreas e conteúdos de ensino, deve ser relacionado com o espectro das funções sociais mais significativas no sentido de garantir a relevância dos programas e deve responder às questões: Em que medida o saber ou saberes a incluir permitem ao indivíduo adquirir mais conhecimentos? Até que ponto favorecem a criação de saber novo Em que medida tornam mais compreensíveis as funções sociais a desempenhar e contribuem para o seu exercício de modo adequado nos vários quadros de vida, ou seja, que matérias são indispensáveis, úteis e interessantes para o exercício de função em vários contextos da vida social (familiar e prática, escolar ou académica, profissional, cultural, politica ou social, de ocupação de tempos livres, …)
Bibliografia Básica
Ribeiro, A. (1997). Objectivos Educacionais no Horizonte do Ano 2000. Princípios Orientadores de Planos e Programas de Ensino. Texto Editora. Lisboa.
Ribeiro, A. (1998). Desenvolvimento Curricular. Texto Editora. Lisboa.