Contribuições Contribuições de Freud à psicoterapia de grupo
Freud ao demonstrar o dinamismo do mundo interno de cada um, onde uma grande população de personagens personifica os desejos reprimidos, coloca-nos diante da constatação de que, mesmo quando estamos sozinhos, agimos psiquicamente em grupo. Tal afirmação de Freud mostra-nos que não são contrárias nem contraditórias a psicologia individual e a psicologia das massas, pois o indivíduo no correr de sua vida está sempre se relacionando, seja com um personagem do seu mundo psíquico, seja com o “outro” no mundo objetivo. Diante da imensa população psíquica que existe em cada um de nós, a psicanálise freudiana acaba por ser um instrumento de afinidade natural com os processos que envolvem os grupos, pois o entendimento do psiquismo de um indivíduo indivíduo serve como referência referência para o entendimento do funcionamento funcionamento de um grupo. Sendo também os grupos, na visão de Freud, um agente que potencializa potencializa os impulsos mentais mentais de um indivídu indivíduo, o, configu configura-s ra-se e além da afinida afinidade de mencio mencionada nada,, uma inter-re inter-relaçã lação o constante e dinâmica do indivíduo com o outro, tanto objetiva quanto subjetivamente e tais características da psicanálise fazem com que ela seja viável para o entendimento do que é social, servindo como exemplo a diversidade existente em um grupo terapêutico e a diversidade existente no psiquismo de cada indivíduo, onde a psicologia que estuda a diversidade de um grupo sendo chamada de psicologia social e a que estuda a diversidade dos personagens no psiquismo de um indivíduo de psicologia individual, porém, em ambas a ferramenta de estudo pode ser a psicanálise psicanálise de Freud. Frente a este entendimento, entendimento, as idéias de Freud atendem tanto a demanda de um indivíduo (psicoterapia individual) quanto a demanda de uma sociedade (psicoterapia de grupo). Freud ao colocar nas primeiras relações do indivíduo um papel determinante na formação de sua personalidade, faz do social um agente formador e transformador, pois a origem de qualquer conteúdo psíquico que ele for adquirindo através de suas experiências na vida terá como origem as relações iniciais dele com sua família, e a família é um grupo, deduzindo-se então que tudo o que o sujeito aprende e apreende vem do grupo em que está inserido. A importância importância que Freud dá à essas primeiras relações do indivíduo com a sua família denotam a essencialidade do grupo na vida de um indivíduo indivíduo e se o indivíduo forma-se e transforma-se transforma-se a partir de suas relações com os grupos ao qual pertence é possível afirmar que também os grupos espelham o indivíduo, ou seja, assim como o grupo é agente sobre o indivíduo, igualmente também o indivíduo é agente sobre o grupo. Freud ao estabelecer que o sujeito aprende o que é amor, desejo, repressão e ódio nas suas primeiras relações com seus pais enfatiza o papel do outro e, a partir do entendimento do que ocorre com o indivíduo, passa também a entender o outro que age sobre o indivíduo, e isto faz com que as idéias de Freud sejam algo que se aplica a um indivíduo e, ao mesmo tempo, algo que permite-nos compreender as relações deste indivíduo com seu grupo, e isto é “social”. A
formação do Ego e do Superego são baseadas nas relações sociais do sujeito, portanto, entender a formação do aparelho psíquico de um indivíduo propicia também entender a atuação do meio sobre este indivíduo, e assim na teoria de Freud ao se entender o indivíduo é possível também entender naturalmente o grupo a que pertence. Assim sendo, Freud ao descrever suas idéias e conceitos para o entendimento do indivíduo acabou por também por mostrar, natural e consequentemente, os processos que envolvem os grupos e, ao criar a psicanálise com fins de atender individualmente cada pessoa, acabou por contribuir com a criação da psicoterapia de grupo, pois é indissociável indivíduo e grupo e não é possível se entender um sem a presença do outro. (Paulo Rogério da Motta - 2008