Contabilidade Básica
2014
Editorial Comitê Editorial Durval Corrêa Meirelles Jair do Canto Abreu Júnior Andreia Marques Maciel Autor do Original José Marcos da Silva
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Capítulo Capítulo 1: A Contabilidade Contabili dade e os Demonstrativos Financeiros ...................... 7
Objetivos da sua aprendizagem................................. 7 Você se lembra?................................................... ................................................................ ............. 7 1.1 Importância e objetivo da contabilidade ......................... 8 1.2 Usuários da contabilidade ................................................. ..................................................... 14 1.3 Relatórios contábeis...................................................... ................................................................. ........... 15 1.4 Conceitos iniciais do balanço patrimonial.................................... 17 1.5 Grupos de contas ................................................ .............................................................................. .............................. 21 Atividades ................................................... ................................................................................................... ................................................ 26 Atividade prática ..................................................... ............................................................................................ ....................................... 30 Reflexão............................................................................................................. Reflexão...................................................................... ....................................... 30 Leituras recomendadas.................................................. ......................................................................................... ....................................... 30 Referências: .................................................. .......................................................................................................... ............................................................ 31 No próximo capítulo ................................................ ................................................................................................. ................................................. 31 Capítulo 2: Contabilidade por por Balanços Sucessivos Sucessivos ............................................. 33 Objetivos da sua aprendizagem ..................................................... ................................................................................... .............................. 33 Você se lembra? .................................................. .......................................................................................................... ............................................................ 33 2.1 Balanços sucessivos ......................................................... ................................................................................................ ....................................... 34 2.2 Análises preliminares do balanço balanço patrimonial ...................................................... .......................................................... 36 2.3 Exemplo de uma análise preliminar no balanço patrimonial .................................. 40 Atividades ................................................... ........................................................................................................... ................................................................... ........... 44 Reflexão .................................................... ............................................................................................................ .................................................................... ............ 51 Leituras recomendadas ................................................ ................................................................................................ ................................................ 51 No próximo capítulo ................................................. .................................................................................................. ................................................. 52 Capítulo 3: Escrituração Contábil pelas Partidas Dobradas ............................ 53 Objetivos da sua aprendizagem ...................................................... ........................................................................... ..................... 53 Você se lembra? ....................................................... ............................................................................................... ........................................ 53 Introdução ..................................................... ..................................................................................................... ................................................ 54 3.1 Conceitos de contas contábeis................................................ ........................................................... ........... 54 3.2 Plano de contas ................................................ .............................................................................. .............................. 56 3.3 O Razonete .................................................. ................................................................................ .............................. 57 3.4 Noções débito e crédito ....................................................... ........................................................... 58 3.5 Origens e aplicações dos recursos .................................... 61
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3.6 Método das Partidas Dobradas................................................................................. 62 3.7 Razão........................................................................................................................ 63 3.8 Exemplos de registros de operações no Razonete ................................................... 64 Atividades ....................................................................................................................... 66 Reflexão .......................................................................................................................... 69 Leituras recomendadas.................................................................................................... 69 No próximo capítulo ....................................................................................................... 70 Capítulo 4: As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE)....................................................... 71 Objetivos da sua aprendizagem ...................................................................................... 71 Você se lembra? .............................................................................................................. 71 Introdução ....................................................................................................................... 72 4.1 Classificação das contas........................................................................................... 72 4.2 Contas patrimoniais ................................................................................................. 72 4.3 Contas de resultado .................................................................................................. 73 4.4 Mecanismos de débito e crédito............................................................................... 77 4.5 Registro de operações normais do exercício nos razonetes ..................................... 78 4.6 Demonstração do resultado do exercício (DRE) ..................................................... 82 4.7 Regime de competência e regime de caixa .............................................................. 93 Atividades ....................................................................................................................... 98 Reflexão ........................................................................................................................ 103 Leituras recomendadas.................................................................................................. 103 Referências.................................................................................................................... 103 No próximo capítulo ..................................................................................................... 104 Capítulo 5: Operações com Mercadorias.................................................................. 105 Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 105 Você se lembra? ............................................................................................................ 105 5.1 Custo da mercadoria vendida ................................................................................. 106 5.2 Resultado da Conta com Mercadorias (RCM)....................................................... 108 5.3 Contabilização de compra e venda pelo inventário permanente............................ 109 5.4 Ficha de controle de estoque .................................................................................. 110 5.5 Atribuições de preços às mercadorias .................................................................... 112 Atividades ..................................................................................................................... 120 Reflexão ........................................................................................................................ 121 Leitura recomendada..................................................................................................... 121
Prezados(as) alunos(as) A Contabilidade é, para os adminis o tradores, uma das principais ferramentas que auxiliam no processo de tomada de decisão. É por meio dela que os resultados das ações e estratégias adotadas são demonstrados e transformados em valores monetários. Mesmo aqueles gestores que não possuem relação direta com o departamento nanceiro percebem a necessidade de entender os “números” da empresa, para ter condições de discutir e avaliar esses resultados. Diante disso, esse curso de Contabilidade busca, principalmente, apresentar uma visão geral deste tema para que você como usuário, possa entender e utilizar ao máximo as informações transmitidas por essa ciência. Caso você tenha interesse, um aprofundamento poderá ser feito seguindo as bibliograas indicadas no nal de cada tema. Para termos condições, no nal deste estudo, de interpretar as infor mações contidas nos relatórios contábeis, estudaremos esse assunto dividido em sete unidades. Na primeira unidade veremos a importância e o objetivo da Contabilidade com foco na obtenção de informações úteis no processo de tomada de decisão. Além disso, tem como objetivo apresentar alguns detalhes do principal relatório contábil: o Balanço Patrimonial e suas especicidades. Na unidade dois é apresentada a dinâmica das alterações que ocorrem nesse relatório de acordo com as operações básicas. No tema três será apresentado outro importante relatório contábil: a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e como pode ser evidenciado o desempenho da empresa e a eciência dos gestores em obter lucro. Na unidade quatro são apresentados como as contas são classicadas (Patrimoniais e de Resultado) e, como se dá o encerramento de Receita e Despesa, além da Demonstração do Resultado do Exercício. Para nalizar a unidade cinco apresenta o Custo da Mer cadoria Vendida e Resultado da Conta com Mercadorias (RCM) e, também, como se dá Contabilização de Com pra e Venda e como pode ser realizado o Controle de Estoque e quais os métodos e diferenças existentes entre eles.
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A Contabilidade e os Demonstrativos Financeiros
No primeiro capítulo, veremos a importância e o objetivo da contabilidade com foco na obtenção de informações úteis no processo de tomada de decisão. Além disso, serão vistos alguns detalhes do principal relatório contábil: o balanço patrimonial e, ainda, o objetivo de compreender como são agru padas as contas nesse relatório e quais as relações existentes para que você, num próximo tema, tenha condições de analisálo. Vamos lá?
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Objetivos da sua aprendizagem • Conhecer a importância e os objetivos da contabilidade com foco na obtenção de informações úteis no processo de tomada de decisão; • Identicar os usuários e o que eles procuram na contabilidade; • Conhecer os conceitos iniciais do balanço patrimonial e demonstrar para que serve e como utilizar a contabilidade como administrador; • Aprender a aplicabilidade e a utilidade de cada conta contábil e gru pos de contas.
Você se lembra? Você se lembra de uma situação do seu dia a dia em que seja necessário utilizar a contabilidade? Claro que sim. Existem muitas situações, desde as mais simples até as mais complexas. As pessoas e as empresas necessitam da contabilidade! Por exemplo, no dia a dia nos deparamos com relatórios que envolvem números que necessitam ser compreendidos. Por exemplo: “quando o seu gerente abordou-o armando que precisava de uma folga nanceira para realizar determinado projeto”. Este é, com certeza, um problema que muitos dos alunos já ouviram no ambiente empresarial em que desempenham suas atividades. Bem, a contabilidade tem um papel im portantíssimo nesse entendimento!
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1.1 Importância e objetivo da contabilidade Em sua atuação como administrador (a), você certamente terá como atribuição analisar a rentabilidade do seu departamento, fazer uma análise comparativa da sua empresa com o setor que atua, tomar a decisão de modernizar as máquinas, controlar (incluindo também cortar) os custos, entre muitas outras. Inevitavelmente, você precisará das informações fornecidas pela contabilidade. Para melhor utilizar a contabilidade, é necessário conhecer a importância dessa ciência e os seus princípios. Para entendermos bem como é utilizada e qual o objetivo da contabilidade, veremos um caso, adaptado de Ribeiro 2003, que contextualizará o assunto e irá propiciar a apresentação dos conceitos iniciais. Suponha, neste momento, que você pretenda se tornar comerciante. Você irá constituir uma empresa para comprar e vender artigos esportivos (roupas, tênis e acessórios) e até já tem o nome da loja: VENTURA. Depois de passar pela fase de decidir qual o tipo de negócio que você quer ter, surgem as suas primeiras perguntas: — Eu vou constituir uma empresa com o quê? O que preciso ter para montar o meu negócio? Você precisa de capital. — O que é capital? Capital é um valor em dinheiro que você usará para comprar tudo o que precisa para constituir (montar) o seu negócio. Consideremos, então, que você possui R$ 40.000 em dinheiro e que esse valor é suciente para iniciar as suas atividades comerciais. Pronto! Esse montante de R$ 40.000 em dinheiro é seu capital inicial. — Pois bem, agora que eu já tenho no bolso R$ 40.000 em dinheiro para iniciar meu negócio, qual o próximo passo? Antes de você começar a comprar alguma coisa, é preciso providenciar o local para se instalar. — Local? Você precisa de um estabelecimento que poderá ser uma casa, uma sala, uma loja num shopping ... Tendo decidido onde se instalar, você assina um contrato de locação de um imóvel situado num local privilegiado da sua cidade. Com a assinatura do contrato de locação, você não precisou desembolsar nenhum dinheiro, mas se comprometeu a pagar o valor de R$ 800 mensais pelo
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aluguel O valor referente a esse mês será pago no dia 10 do mês seguinte e assim sucessivamente. — Agora que já tenho o capital e o ponto comercial, o que farei? Você precisa procurar um escritório de contabilidade para providenciar a legalização da sua empresa. — Legalização da minha empresa? Sim. Essa legalização consiste no registro da sua empresa em vários órgãos públicos, para que ela adquira personalidade jurídica. — E o que é personalidade jurídica? Veja bem: você é uma pessoa física, é uma pessoa natural. Quando você nasceu, seus pais providenciaram o seu registro no Cartório de Registro Civil. A certidão de nascimento foi o primeiro documento que comprovou a sua existência perante a sociedade, dando-lhe condições de exercer a sua cidadania. As empresas, em geral, sob o ponto de vista legal, também são consideradas pessoas – não de existência física, mas de existência jurídica. Para que as empresas adquiram personalidade jurídica e possam exercer as suas atividades mercantis, precisam ser registradas em vários órgãos públicos. — E em quais órgãos públicos devo registrar minha empresa? Tratando-se de empresa comercial, como é o caso da sua empresa de artigos esportivos, o registro deverá ser feito em pelo menos seis órgãos públicos: Junta Comercial do Estado; Secretaria da Receita Federal; Prefeitura Municipal; Secretaria da Fazenda do Estado; Previdência Social e Sindicato de Classe. — E como efetuarei esses registros? O contador do escritório que você escolheu preencherá documentos e formulários, recolherá taxas e entregará a documentação exigida a cada um desses órgãos. Suponhamos, assim, que, após 30 dias, sua empresa já esteja constituída e com CNPJ – Código Nacional de Pessoa Jurídica, comprovando que ela está devidamente registrada e que, daqueles R$ 40.000 representativos do seu capital inicial, você pagou R$ 2.000 ao escritório de contabilidade o qual, além de providenciar a legalização da sua empresa, comprou livros scais, mandou confeccionar talonários de notas scais e adquiriu um equipamento emissor de cupom scal. — Agora que minha empresa está devidamente cadastrada nos ór gãos públicos competentes, qual o próximo passo?
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Para abrir as portas do seu estabelecimento comercial, você precisa com prar os móveis e utensílios necessários para equipar a sua loja. — Móveis e utensílios? Compreendem os bens adquiridos para uso próprio. Suponha que tenha adquirido os seguintes bens: duas vitrines, quatro balcões, dez prateleiras, um computador, cinco cadeiras, um sofá e quatro espelhos. Por todos esses bens você pagou R$ 12.000 em dinheiro. — E os artigos esportivos para a venda? Pois bem, agora você deverá adquirir as mercadorias. — O que são as mercadorias? A palavra “mercadorias” é muito utilizada nos meios comerciais e serve para representar todos os bens que a empresa comercial compra para revender. Suponha, então, que você adquiriu R$ 30.000 em mercadorias: R$ 20.000 você pagou à vista, em dinheiro, e R$ 10.000 você comprou a prazo, para pagar após 60 dias. Pronto! Agora sua empresa está instalada, montada. Você já gastou parte do seu capital inicial, contraiu uma obrigação (a dívida de R$ 10.000 com o fornecedor das mercadorias) e, a partir desse momento, já pode abrir as portas de sua loja e começar a trabalhar. Ah! Eu já ia me esquecendo. No dia 10, você pagou R$ 800 do aluguel (mesmo antes de começar a funcionar). Também foi preciso fazer alguns reparos no imóvel (parte elétrica, hidráulica, alvenaria e pintura) para que que bem apresentável e, para isso, você contratou uma empresa que presta serviços e pagou R$ 2.200 em dinheiro. Recapitulando tudo o que aconteceu até aqui, você consegue res ponder às seguintes perguntas: 1. Qual é o valor de capital da sua empresa? 2. Quanto, em dinheiro, você gastou até o presente momento e qual o saldo que possui em caixa? 3. Qual o valor do estoque de mercadorias da sua empresa? 4. Qual o valor das suas obrigações? B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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Certamente, com rápidos cálculos, você encontrou a resposta a todas essas perguntas. Conra: 1. O valor do capital é R$ 40.000 2. Os gastos foram: R$ 2.000 – contador para registro da empresa R$ 12.000 – bens (móveis e utensílios) R$ 2.200 – manutenção imóvel R$ 800 – aluguel do imóvel R$ 20.000 – mercadorias pagas à vista R$ 37.000 – total gastos Assim, o saldo em caixa é de R$ 3.000 (R$ 40.000 capital inicial – R$ 37.000 gastos) 1. O valor do estoque de mercadorias é de R$ 30.000. 2. A obrigação (dívida) que tenho a pagar é R$ 10.000 para os fornecedores. Agora que sua empresa existe e poderá começar a funcionar, a minha pergunta para você é: Qual é o principal objetivo do seu negócio? Certamente você responderá que é a obtenção de lucro. Para isso, você precisará vender as mercadorias, não é mesmo? Para que ocorram as transações comerciais, você precisará constantemente comprar mercadorias dos seus fornecedores, que poderão ser à vista ou a prazo, bem como vendê-las para os seus clientes, também podendo ser à vista ou a prazo. Encontrado em: http://pt.scribd.com/doc/106605054/Apostila-Contabilidade-Geral-Prof-Mozart-2010 Vamos, desta forma, raciocinar colocando-nos no lugar da empresa (pessoa jurídica). Quando você (empresa) faz uma compra de mercadorias a prazo do seu fornecedor, você gera a obrigação de pagá-lo, uma vez que ele já lhe entregou a mercadoria. Por isso, a palavra fornecedores nos relatórios emitidos pela contabilidade está ligada à obrigação de pagar (para o fornecedor) uma compra feita a prazo. No caso da venda para um cliente a prazo, quem tem a obrigação de pagar é o cliente; para você (empresa) resta o direito de receber esse valor, uma vez que já lhe entregou a mercadoria.
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Retomando... • se você (empresa) compra a prazo, você tem o obrigação com seu fornecedor. • se você (empresa) vende a prazo, você tem um direito de receber dos seus clientes. As pessoas que vão se relacionar com sua empresa, direta ou indiretamente, são conhecidas nos meios comerciais por terceiros. São muitos os acontecimentos que ocorrem na empresa: recebimento de correspondência, organização das prateleiras, cotações de preço, vendas à vista (para clientes), vendas a prazo (para clientes), compras à vista e a prazo (dos fornecedores), empréstimos bancários, entre muitos outros. Os acontecimentos que interferem no patrimônio da empresa, aqueles que aumentam ou diminuem a riqueza da empresa, são conhecidos por fatos administrativos. Neste caso, são eles: vendas à vista (para clientes), vendas a prazo (para clientes), compras à vista e a prazo (dos fornecedores), empréstimos bancários. São estes fatos administrativos que a conta bilidade deve captar, registrar, acumular, resumir e interpretar. Já os acontecimentos que não interferem no patrimônio da empresa são conhecidos por atos administrativos. São atos administrativos no nosso exemplo o recebimento de correspondência, a organização das prateleiras e as cotações de preço. Estes atos não mudam a situação do patrimônio da empresa e não são registrados na contabilidade. Imagine então que, passados dois anos da constituição da sua em presa, eu fui visitá-lo. Daquela pequena loja só restou o nome: VENTURA. Você ampliou o seu negócio. Comprou o imóvel que alugava. Construiu um prédio com academia de ginástica, salas para nutricionistas, sioterapeutas, ortopedistas e, no último andar, uma lanchonete para maior conforto dos clientes, além, é claro, de uma loja enorme com grandes galpões para estocar mercadorias. Também conseguiu ampliar seu negócio e montou liais nas cidades da região. Possui mais de 10 mil clientes cadastrados e 200 fornecedores, sendo alguns do exterior, dos quais compra as mercadorias importadas. A quantidade de funcionários também cresceu: hoje são mais de 100. Movimenta contas-correntes em oito bancos diferentes e, a todo momento, existem na sua loja muitos clientes comprando à vista e a prazo, pagando prestações etc. Diante desse maravilhoso sucesso da sua empresa, faço as seguintes perguntas (sempre me referindo a você como representante da empresa):
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1. Qual o valor do capital da sua empresa hoje? 2. Quanto você gastou em dinheiro até o presente momento, considerando desde o dia em que constituiu a sua empresa até o momento atual? Qual o saldo em caixa? 3. Qual o valor do estoque de mercadorias? 4. Qual o montante em dinheiro que você possui depositado neste momento, considerando todas as contas-correntes bancárias da empresa? 5. Se parte do seu dinheiro está aplicado no mercado nanceiro, qual o montante dessas aplicações e quais são elas? 6. Quais as suas dívidas e para quem você deve? 7. Quanto você deve a fornecedores de mercadorias e quanto terá que desembolsar amanhã, na próxima semana, nesse mês e daqui a três meses? 8. Dos clientes você tem, quantos são pontuais e quantos são inadimplentes? 9. Quanto você tem para receber de seus clientes ainda hoje, amanhã, daqui a dez dias e no próximo mês? 10. Quanto vale o patrimônio da empresa hoje? 11. Quanto você já apurou de lucro? Ou será que já apurou prejuízo em seu negócio? Certamente você não conseguirá responder a essas perguntas com a mesma rapidez que respondeu às perguntas que z quando sua empresa era recém-constituída. Acredito que você já pode perceber que há necessidade de se manter o controle do patrimônio da sua empresa e é exatamente aí que a contabilidade entra em cena. A contabilidade é, de forma geral, um sistema de informações que controla o patrimônio de uma entidade contábil (pessoa jurídica ou pessoa física). Essas entidades podem ser entendidas como qualquer tipo de organização de pessoas ou grupos de pessoas que queiram explorar uma atividade econômica. Não importa se é uma indústria, uma prestadora de serviços ou um comércio. Todos os tipos de empresas são atendidas pela contabilidade; não somente as que visam ao lucro, mas também empresas sem ns lucrativos e lantrópicas (creches, asilos, santas casas, etc.), organizações não governamentais (as tão famosas ONG’s), os municípios, estados e todo o setor público. 13
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Quando essas entidades (empresas) utilizam a contabilidade é possível saber como o dinheiro investido está sendo usado e como ocorreu a evolução do patrimônio da empresa com o passar do tempo. Para isso, a contabilidade tem como objetivos: captar todos os fatos administrativos (lembrando que são aqueles fatos que afetam o patrimônio) ocorridos na empresa; registrar esses fatos; acumular esses fatos num sistema; resumir o que ocorreu num determinado período e demonstrar esse resumo o qual será interpretado pelas pessoas que utilizam a contabilidade. Dessa forma, a contabilidade estará fornecendo informações úteis que vão ajudar no processo de tomada de decisão. CAPTAR
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1.2 Usuários da contabilidade Os usuários são as pessoas que se utilizam das informações contá beis com algum interesse. Os interesses desses usuários são os mais variados. Dentre eles podemos destacar: Quem são Proprietários (sócios): têm interesse no futuro e no sucesso da empresa; tendem a ser cautelosos nas nanças. Investidores (acionistas): investem dinheiro ou têm ações da empresa; sua análise costuma ser detalhada. Quem empresta dinheiro: faz empréstimos a serem pagos em até 12 meses (curto prazo) ou acima de 12 meses (longo prazo).
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Concorrentes: estão interessados na atuação nanceira da empresa e nas estatísticas empresariais dos rivais. Gerentes/empregados: trabalham para a empresa e dependem dela para receber os seus salários.
O que procuram • Ver como a empresa está em comparação aos anos anteriores e à concorrência. • Garantir que o dinheiro que eles aplicaram está seguro. • Informações sobre a empresa para compara-la com outras, de modo a ter opções de escolha. • Indicações de que o lucro aumentará. • Indícios de que a empresa será capaz de pagar os juros das dívidas. • Os bens da empresa, caso a dívida não seja paga, e o negócio sofra uma crise. • Aumento de vendas, da parcela de mercado, de lucros líquidos e da eciência total da empresa. • Informações sobre a estrutura de custos. • Garantir que a empresa continue a operar com competitividade. • Números que reitam o seu esforço e competência durante o ano.
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Clientes/fornecedores: precisam saber se estão lidando com empresas nanceiramente sólidas e respeitadas. Funcionários do sco/governo: examinam os relatórios nanceiros para ver se são aceitáveis e precisos; vericam o montante de impostos devidos.
• Continuidade de fornecimento e negócios sem desistências. • Capacidade de a empresa pagar pelas mercadorias compradas e entregá-las no prazo. • Relatórios bem preparados seguindo a legislação. • Solidez nas contas, quando comparadas às de empresas similares.
Quem usa as informações contábeis: Os usuários das informações contábeis são pessoas físicas e jurídicas que as utilizam para registrar e controlar a movimentação de seus patrimônios bem como aqueles que, direta ou indiretamente, tenham esse controle; na apuração do resultado; na avaliação da situação patrimonial, econômica e nanceira; na análise do desempenho e do desenvolvimento da entidade, como titulares (empresas individuais), sócios, acionistas (empresas societárias), gerentes, administradores, governo (Fisco), fornecedores, clientes, bancos etc. Contabilidade Básica,
Editora Saraiva Ano, pg
Para que todos esses usuários possam tirar informações conáveis dos relatórios, a contabilidade segue as regras básicas apresentadas no tópico a seguir.
1.3 Relatórios contábeis Você pode estar pensando: será que depois de estudar esse tópico, já vou começar a analisar os relatórios? Ainda não... Antes de iniciar a análise, você precisa saber quais são os principais relatórios, cujo objetivo é demonstrar bem todas as contas que neles aparecem, como será visto no próximo tema. Os relatórios contábeis (terminologia preferida pelos contadores) ou relatórios nanceiros (terminologia utilizada pela Lei das Sociedades por Ações – Lei das S.A.) são o resumo dos dados captados, registrados e acumulados que a contabilidade organiza. Para as empresas que são do tipo Sociedades Anônimas – S.A.’s, a lei prevê que alguns relatórios devem ser obrigatórios e publicados em um jornal de grande circulação.
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Essa publicação deve ocorrer a cada período de 12 meses, ou seja, todo ano as empresas S.A.’s devem publicar as demonstrações contábeis. Na maioria das vezes, esse período, chamado na contabilidade de exercício social, coincide com o ano civil (janeiro a dezembro), mas, em alguns casos, essa data pode variar, começando em março, por exemplo, mas sempre com duração de 12 meses. As S.A.’s podem ter ações cotadas na bolsa de valores, ou seja, ela capta recursos do público em geral ou pode recorrer somente aos próprios donos da empresa. Se ela possuir ações na bolsa, deverá publicar o relatório a cada seis meses com o objetivo de manter os seus acionistas (que investiram dinheiro em suas ações) bem informados, para que possam tomar a decisão de manter o investimento ou mudar de empresa. Para o Imposto de Renda, é considerado o exercício social como o mesmo do ano civil (1º. janeiro a 31 de dezembro). Também por determinação do imposto de renda, as empresas que são sociedades por quotas de responsabilidade limitada (muito comuns e conhecidas por Ltda.), embora não sejam obrigadas a publicar os seus relatórios, deverão estruturar as suas demonstrações da mesma forma que as S.A.’s. Como você pode observar a seguir, as demonstrações contábeis são divididas em dois grupos:
Obrigatórios exigidos pela Lei das Sociedades por ações Lei 11.638/2007
Relatórios contábeis Não obrigatórios Não exigidos por lei
Sociedade anônima deverão ser publicados
Ltdas. não precisam ser publicados
BP DFC DRE DVA DLPAc
BP DRE DVPAc
DOAR
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Fonte:
Dentre as demonstrações obrigatórias, qual a única diferença entre as empresas do tipo S.A.’s e as Ltda.?
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Nas publicações, além das demonstrações contábeis, também estão as notas explicativas. Como o próprio nome já indica, são anotações sobre determinadas contas, explicando com mais detalhes um determinado valor e dando informações adicionais que não podem ser vistas nas demonstrações. Imagine uma conta de empréstimos de uma empresa. Lá estão acumulados os valores de vários empréstimos que possuem taxas diferentes, períodos de pagamento diferentes (15 meses, 24 meses, 10 anos...) e, para saber esses detalhes, é preciso conferir as notas explicativas.
1.4 Conceitos iniciais do balanço patrimonial Para compreender o balanço patrimonial, inicialmente é necessário conhecer um conceito básico demonstrado nesse relatório: origens = aplicações. Todas as vezes que recebemos um dinheiro que se originou do nosso trabalho ou de um empréstimo que zemos no banco, utilizamos esse valor em alguma coisa, ou seja, nenhuma parte desse dinheiro ca perdida sem que você saiba onde foi utilizada. Na empresa também é assim: todo recurso que entra é aplicado (utilizado) nela mesma e, por meio da contabilidade, é feito esse controle. Enm, a contabilidade controla o patrimônio (riqueza) da empresa. Você pode estar pensando... — Se o dinheiro para a abertura da empresa (capital inicial) ainda não foi utilizado para comprar ou pagar nada, onde ele está aplicado?
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No caixa da empresa. O caixa também é uma forma de aplicação do recurso. Isso porque, quando nos referimos ao balanço patrimonial, o termo aplicação indica onde o dinheiro foi colocado ou em que ele foi usado, e não propriamente que foi feita uma aplicação nanceira que renda juros. Retomando o conceito de que todas as origens de recursos possuem aplicações, gracamente podemos ilustrar esse conceito na seguinte gura, demonstrando o patrimônio de uma entidade (para quem é feita a contabilidade).
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Patrimônio de uma entidade
APLICAÇÕES dos recursos
ORIGENS dos recursos
Total das aplicações de recursos = Total das origens de recursos No balanço patrimonial está demonstrado exatamente de onde veio o dinheiro da empresa, ou seja, as origens dos recursos e onde esses recursos foram aplicados. Os tipos de origens de recursos ou de capital são capital de terceiros (pessoas que não são as proprietárias do negócio) e capital próprio (proprietários da empresa e os lucros gerados pela própria empresa). Tipos de origens de recursos Empréstimos/nanciamentos em bancos Capital de terceiros Compras a prazo dos fornecedores Outras contas a pagar Sócios ou acionistas (capital inicial)
É exigido no prazo e precisa ser devolvido. Capital próprio
Resultados da atividade da empresa Não precisa ser devolvido; não será (lucros) exigido. Fonte:
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Esses recursos (capital) obtidos de terceiros e dos sócios/empresa são aplicados em bens e direitos da empresa. Os bens são as instalações, máquinas, equipamentos, veículos, dinheiro (moeda no caixa), estoques, entre outros. Os direitos são as contas a receber dos clientes, investimentos em ações que a empresa possua, depósitos em contas bancárias
A Contabilidade e os Demonstrativos Financeiros – Capítulo 1
(direito do saque), entre outras. Ambos possuem a característica de serem mensuráveis monetariamente. Patrimônio de uma entidade
APLICAÇÕES
Capital de terceiros BENS e DIREITOS Capital próprio ORIGENS Fonte:
Quando uma empresa faz um nanciamento e compra uma máquina, a origem do recurso ($) é o capital de terceiros (banco que fez o nanciamento) e a aplicação é a máquina (considerado um bem da empresa). No caso da empresa que usa o capital inicial e os lucros para compra de novas instalações (prédio), a origem do recurso é o capital próprio (dos sócios) e a aplicação é o prédio adquirido. Tendo compreendido essa lógica da contabilidade, podemos passar a aplicá-la ao relatório contábil mais importante que é o balanço patrimonial. Transferindo esses conceitos para o balanço, temos as seguintes denominações: Denominação no balanço patrimonial ORIGENS Capital de terceiros B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
Capital próprio APLICAÇÕES Bens e direitos
Passivo
Patrmônio líquido
Ativo
Representa todas as obrigações (dívidas) que a empresa possui. a riqueza líquida da empresa, recursos que ela não deve a ninguém, pois são próprios (capital inicial e lucros). as aplicações que a empresa possui em bens e direitos.
Fonte:
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Contabilidade Básica
Seguindo a mesma lógica contábil, sempre visualizaremos o balanço patrimonial com a seguinte estrutura: Balanço patrimonial
APLICAÇÕES
PASSIVO
Capital de terceiros
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital próprio
ATIVO BENS e DIREITOS ORIGENS
Fonte:
Se estamos seguindo a mesma lógica, De acordo podemos aqui deduzir a equação básica da com o artigo 178 da contabilidade: ativo = passivo + patriLei n 6.404/76, mônio líquido [...]no balanço as contas serão classifcadas segundo os elementos do patrimônio O balanço patrimonial é uma registrem e agrupadas de modo a facilitar demonstração resumida e estática que o conhecimento e a análise da situação fnan (como uma foto) da situação nanceira da companhia. ceira e patrimonial da empresa em um determinado momento. A maioria dos países adota essa forma de representação: valores ativos do lado esquerdo e passivo (dívidas com terceiros ou capital de terceiros) com o patrimônio líquido (capital próprio) do lado direito. Esse artigo da lei deixa claro que a demonstração deverá ser objetiva e clara para quem estiver fazendo uso da informação contábil e que o objetivo da contabilidade é facilitar o conhecimento da situação nanceira da empresa e mais: servir como informação de apoio à análise nanceira dessa empresa.
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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A Contabilidade e os Demonstrativos Financeiros – Capítulo 1
1.5 Grupos de contas Imagine se todas as contas na demonstração fossem colocadas de maneira desordenada. Estariam juntos veículos e caixa, clientes e equipamentos... Você não conseguiria fazer nenhuma análise ou, se conseguisse, seria depois de muito trabalho para ordenar e agrupar as contas que possuem as mesmas características. Para que não seja necessário todo esse esforço, assim como nas outras demonstrações, no balanço patrimonial (BP) são seguidas aqui no Brasil as regras estabelecidas pela Lei das S.A.’s (6.404/76) e Lei 11.638/07. De acordo com essas leis, as contas do BP devem ser agrupadas de maneira a facilitar o entendimento e análise do usuário. Conheceremos então quais são e como são feitos esses agru pamentos no ativo e passivo.
1.5.1 Ativo O ativo compreende todos os bens e direitos da empresa, conforme já visto nos conceitos iniciais, mas, para constar no BP da empresa, não basta ser um bem ou direito, pois deve ter simultaneamente as seguintes características: • Ser de propriedade da empresa: os serviços contratados de terceiros ou de imóveis alugados não preenchem essa característica, uma vez que não estão registrados como propriedade da empresa. • Ser mensurável em dinheiro: alguns itens são difíceis de serem mensurados monetariamente sem que haja controvérsias; esse é o caso das marcas, por isso elas geralmente não constam do balanço patrimonial. • Promover benefícios presentes e futuros: de acordo com essa característica, os produtos em estoque que foram danicados por algum motivo (enchentes, por exemplo) não mais promoverão benefícios presentes nem futuros e devem ser retirados do valor total dos estoques contido no balanço patrimonial (baixados como perda, nesse caso).
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O ativo pode ter característica tanto de bens constituídos de matéria (ativo tangível), por exemplo, máquinas, estoques, veículos, como tam bém pode ser um bem que não tenha matéria corpórea (ativo intangível), como é o caso das marcas e patentes, mas não é essa característica a razão da divisão das contas em grupos. O agrupamento das contas é feito de
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Contabilidade Básica
acordo com o que se quer demonstrar em cada grupo. Conra esses objetivos na próxima gura: Grupos e subgrupos do ativo
Ativo circulante
Ativo não-circulante
Subgrupos do ativo nãocirculante
Demonstram.... Nesse grupo, são classicadas todas as contas que representam os bens e os direitos, os quais, pela sua natureza, estão em constante circulação. Correspondem aos recursos aplicados em elementos que estão em frequente movimento, por exemplo, a conta caixa, que a todo instante está sendo movimentada (entra e sai dinheiro); isso ocorre também com as contas de estoque, bancos conta movimento etc. Nesse grupo você encontra classicadas todas as contas que apresentam a aplicação de recursos em direitos realizáveis a longo prazo, bem como em bens de uso e em bens imateriais. Os direitos realizáveis a longo prazo são aqueles cujos vencimentos ocorram após o término do exercício social seguinte ao do balanço. São as aplicações de caráter permanente que geram Investimento rendimentos não necessários à manutenção da atividade principal da empresa. Abarca itens de natureza permanente que serão utiImobilizado lizados para a manutenção da atividade básica da empresa. Não possuem caracterísIntangível tica física e são de difícil avaliação. São aplicações que beneDiferido ciarão resultados de exer cícios futuros. Fonte:
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Como você pode observar, inicialmente são agrupadas as contas que se transformarão em dinheiro mais rapidamente (contas mais líquidas), isto é, pela ordem decrescente do grau de liquidez, por exemplo, caixa, contas a receber e, depois, aquelas em que isso ocorrerá em prazos mais longos ou nem ocorrerá (imóveis, máquinas e equipamentos). Essa ordem também é obedecida nas contas do passivo apresentadas a seguir.
A Contabilidade e os Demonstrativos Financeiros – Capítulo 1
Liquidez é um conceito econômico que considera a facilidade com que um ativo pode ser convertido no meio de troca da economia, ou seja, é a facilidade com que ele pode ser convertido em dinheiro. O grau de agilidade de conversão de um investimento sem perda signicativa de seu valor mede sua liquidez. Um ativo é tanto mais líquido quanto mais fácil for transformá-lo em dinheiro vivo, ou seja, a liquidez pode ser entendida como a medida de interesse que o mercado tem em negociar esse ativo. Ela pode variar conforme o investimento feito na empresa, suas perspectivas e a conjuntura econômica nacional e internacional. [1] Fonte:
1.5.2 Passivo e patrimônio líquido
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A palavra passivo indica, no balanço patrimonial, todas as obrigações, dívidas e nanciamentos que serão cobrados (exigidos) da empresa conforme o prazo determinado. Quando essas dívidas possuem prazo de até 12 meses para serem pagas, são classicadas no passivo circulante (da mesma forma que no ativo, o termo circulante indica o curto prazo – até 12 meses). Se o prazo para saldar essas dívidas for maior que 12 meses, as contas passam a ser classicadas no grupo exigível a longo prazo (longo prazo é acima de 12 meses), ou seja, o termo já indica que as contas que estiverem nesse grupo serão exigidas, mas num prazo maior que 12 meses. As contas do longo prazo não possuem um prazo máximo prédeterminado, podendo ser de um, vinte ou até trinta anos, dependendo das condições negociadas (nanciamento de máquinas, por exemplo, geralmente possui prazo de pagamento acima de três anos). O terceiro grande grupo do BP é o patrimônio líquido. Apesar de não indicar uma dívida, na legislação esse grupo também é considerado como passivo, mas como passivo não exigível, ou seja, o patrimônio líquido, que compreende o capital dos sócios e os resultados obtidos na empresa, é visto como uma obrigação para com os sócios. Nesse momento você pode estar pensando... — A empresa deverá devolver todo o capital que os sócios investiram em uma data defnida?
Não! Se houvesse uma data determinada para que os sócios retirassem todo o capital investido, a empresa provavelmente fecharia, porém, 23
Contabilidade Básica
como já vimos no tema 1 (1.3 regras básicas da contabilidade), a empresa deve manter sua continuidade. Isso indica que a obrigação da empresa para com os sócios é de se manter e crescer e não de devolver num determinado momento todo valor que os sócios investiram (capital inicial). Por isso, o patrimônio líquido é tratado na legislação societária como passivo não exigível: é uma obrigação de continuidade, não vai ser exigido da empresa que o dinheiro seja devolvido aos sócios numa determinada data. Como já visto anteriormente, a contabilidade controla o patrimônio da empresa. Somente o termo patrimônio indica o conjunto dos bens, direitos e obrigações (reveja o item 1.5). Vamos entender em um exemplo como deniremos o patrimônio líquido. Imagine que um amigo seu possua uma casa que foi comprada por R$ 300.000, dois carros no valor total de R$ 50.000 e um rancho que foi com prado por R$ 100.000. Você pode pensar que ele é rico, mas para conseguir comprar tudo isso, ele fez três nanciamentos e, hoje, ele ainda possui dívidas referentes a esses nanciamentos no valor de R$ 350.000. Pode parecer que seu amigo possui uma boa condição patrimonial, no entanto, na realidade, a riqueza líquida do seu amigo é de R$ 100.00. Essa é a verdadeira riqueza que ele possui. Da mesma forma, temos o patrimônio líquido de uma empresa que demonstra exatamente a riqueza líquida que ela possui. Assim, se a empresa possui ativos no valor de R$ 500.000 e passivos (dívidas) no valor de R$ 200.000, o patrimônio líquido dela é de R$ 300.000. Utilizamos aqui a equação básica que foi demonstrada no item 1.5: ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ou PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO − PASSIVO
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Podemos ter ainda a situação em que o patrimônio líquido é negativo, ou seja, as dívidas da empresa (passivo) são maiores que todos os bens e direitos que ela possui. Nesse caso, o patrimônio líquido passa ser denominado “passivo a descoberto”. Essa situação é vista normalmente em empresas que já estão com sérios problemas nanceiros (quase indo à falência), pois, mesmo que ela consiga vender tudo o que possui, o dinheiro não será suciente para pagar todas as dívidas. Aqui, entretanto, não trataremos de empresas que se encontram nessa situação extrema. Para ilustrar, você pode buscar informações sobre o caso da empresa Varig antes
A Contabilidade e os Demonstrativos Financeiros – Capítulo 1
de ser comprada pela Gol.. Ela chegou à situação extrema de ter o passivo a descoberto, ou seja, suas dívidas superavam o valor dos bens e direitos. A partir do conhecimento de todos os grupos do balanço patrimonial, podemos ter uma visão geral do balanço patrimonial, conforme demonstrado a seguir: Colocando algumas contas como exemplos em cada grupo e subgrupo do balanço patrimonial, poderemos visualizar o relatório da seguinte forma: BALANÇO ATIVO
PASSIVO
Ativo circulante
Passivo circulante
Caixa
2.000
Fornecedores
Bancos
4.000
Salários a pagar
13.000
15.000
Impostos a pagar
2.000
Duplicatas a receber Estoques
100.000
Ativos não circulantes Títulos a receber
Obras de arte
7.000
Móveis e Máquinas e equipamentos
82.000
Financiamentos
125.000
TOTAL DO PASSIVO
230.000
10.000 5.000
Imobilizado Edicações
Empréstimos Passivo não circulante
Investimentos Ações de outras empresas
8.000
PATRIMÔNIO Capital social Lucros acumulados
200.000
350.000 40.000
TOTAL DO PATRIMÔNIO
390.000
TOTAL DO PASSIVO + PL
620.000
90.000 180.000
Diferido Gastos pré-operacionais
2.000
Gastos com pesquisa e
5.000
TOTAL DO ATIVO
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620.000
O balanço patrimonial é a representação gráca que reete numa deter minada data a situação nanceira e patrimonial da empresa, ou seja, é a fotograa da empresa em um determinado instante. A elaboração do balanço pode ser mensal, semestral e anual. O balanço patrimonial se constitui de duas colunas. O lado direito denominado de passivo e patrimônio líquido e o lado esquerdo de ativo. A contabilidade trata do patrimônio da empresa ou entidade em dois grupos que já foram citados: o ativo e o passivo.
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Contabilidade Básica
Atividades
01. O sr. J.Z.T. está muito satisfeito com sua riqueza acumulada até o momento (meados de 2006). Dois automóveis importados avaliados em................................1.800.000 Um apartamento com cinco suítes avaliado em........................ 10.900.000 Uma casa de campo avaliada em.................................................8.000.000 Um título de clube avaliado em ................................................. 1.200.000 Dinheiro no bolso.......................................................................... 500.000 Depósitos em vários bancos......................................................... 1.100.000 Ações da Petrobras......................................................................... 900.000 Títulos a receber...........................................................................1.680.000 Salários a receber até o nal do ano (31/12/2006) ......................2.600.000 Aparelhos elétricos e eletrônicos avaliados em............................1.120.000 Vamos calcular a riqueza líquida do Sr J.Z.T. sabendo que ele possui as seguintes obrigações: Dívida com o Sistema Financeiro de Habitação (SFH)...............8.600.000 Empréstimos em diversos bancos................................................2.800.000 Títulos a pagar...............................................................................2.500.000 Contas a pagar até o nal de 2006................................................3.800.000 Financiamento da casa de campo.....................................................800.000 Prestações do título do clube a pagar..................................................900.000 Prestações em grandes magazines................................................9.600.000
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Na resolução desse exercício, separe o que é bem do que é direito no ativo e o passivo e patrimônio líquido montando um balanço para o sr. J.Z.T.
A Contabilidade e os Demonstrativos Financeiros – Capítulo 1
BALANÇO PATRIMONIAL
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Contabilidade Básica
02. A empresa Santa Bárbara apurou R$ 200.000 de capital de terceiros e R$ 186.000 de capital próprio. Qual o total do seu ativo? 03. Admitindo-se que o ativo de uma empresa seja de R$ 250.000 e o passivo de R$ 230.000, qual o patrimônio líquido? Qual o montante de origem e aplicação? 04. A empresa Água Viva apresentou o seguinte balanço patrimonial em 31/12/2006. ATIVO Caixa Duplicatas a receber Estoques Depósitos em bancos Máquinas Imóveis TOTAL
PASSIVO 200 300 500 1.000 100 1.000 3.100
Fornecedores Impostos a recolher Outras dívidas Patrimônio líquido Capital Lucros acumulados TOTAL
100 1.000 100 400 1.500 3.100
A partir desses dados, separe os bens dos direitos: BENS: DIREITOS:
05. A empresa Bem Viver S.A. possui um capital de terceiros que é exatamente o dobro do patrimônio líquido. O capital próprio, por sua vez, é exatamente o montante de bens da empresa que é igual a R$ 5.000. Preencha o balanço patrimonial abaixo: BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO Bens Direitos TOTAL B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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Valores
Cia Bem Viver PASSIVO + PL Passivo Patrimônio líquido TOTAL
Valores
A Contabilidade e os Demonstrativos Financeiros – Capítulo 1
06. Indique, nos itens relacionados abaixo, o que é ativo (A), passivo (P) e patrimônio líquido (PL). ( ) Caixa ( ) Depósitos em bancos ( ) Empréstimos bancários ( ) Estoques ( ) Capital ( ) Duplicatas a receber ( ) Impostos a pagar ( ) Equipamentos ( ) Investimentos em empresas coligadas ( ) Lucros acumulados ( ) Salários a pagar ( ) Prédios ( ) Terrenos
( ) Obras de arte ( ) Capital próprio ( ) Capital de terceiros ( ) Duplicatas a pagar ( ) Imóveis para aluguel ( ) Empréstimos concedidos aos sócios ( ) Contas a receber ( ) Instalações ( ) Contas a pagar ( ) Financiamentos ( ) Fornecedores ( ) Máquinas ( ) Veículos
07. As contas apresentadas no relatório a seguir não se encontram classicadas em seus grupos dentro do ativo, passivo e patrimônio líquido. Analise essas contas, conforme os conceitos apresentados neste tema, e responda às seguintes questões: BALANÇO PATRIMONIAL Ultra Expert S.A.
ATIVOS
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Valores
Caixa
30.000,00
Banco Duplicatas a receber
PASSIVOS e PL
Valores
Fornecedores
30.000,00
180.000,00
Contas a pagar
80.000,00
Salários a pagar
15.000,00
Encargos sociais a pagar
7.500,00 9.700,00
Estoques
30.000,00
8.000,00
Títulos a receber
10.000,00
Impostos a pagar
Empréstimos a coligadas (LP)
Financiamento (LP)
175.000,00
5.000,00
Veículos
30.000,00
Capital social
219.800,00
Móveis
10.000,00
Lucro ou prejuízo acumulado
210.000,00
Terreno / Edifícios
100.000,00
Máquinas / Equipamentos
200.000,00
Total
675.000,00
Total
675.000,00
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Contabilidade Básica
a) Total de origens: b) Total de aplicações: c) Total de bens: d) Total de direitos: e) Total do ativo circulante: f) Total do ativo não circulante: g) Total do passivo circulante: h) Total do passivo não circulante: i) Total do patrimônio líquido: j) Total do capital de terceiros: k) Total do capital próprio:
Atividade prática
Busque em jornais da sua região (ou estado) uma publicação dos relatórios contábeis. Iremos falar mais sobre essa publicação que você encontrar durante a disciplina.
Reflexão
Nessa unidade você aprendeu a estruturação das contas contábeis; a aplicabilidade e utilidade de cada conta contábil e grupos de contas (ativo, passivo e PL) e suas principais deduções e observações quanto à Nova Lei das SA’s.
Leituras recomendadas O m da Babel contábil na empresas Disponível em:< http://www.classecontabil.com.br/v3/site/ trabalhos/O_Fim_da_Babel[1].doc>. B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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Stakeholder Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Stakeholder>.
A Contabilidade e os Demonstrativos Financeiros – Capítulo 1
Balanço social Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Balanço_Social>.
Referências: ARAÚJO, Adriana Maria Procópio. ASSAF, Alexandre. Introdução à contabilidade. São Paulo: Atlas, 2004. BRUNI, Adriano Leal. FAMÁ, Rubens. A contabilidade empresarial. São Paulo: Atlas, 2006. (Série desvendando nanças). MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2006. MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2005. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. 24 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
No próximo capítulo
No próximo capítulo, serão apresentadas algumas análises preliminares da situação patrimonial de uma empresa e a dinâmica das alterações que ocorrem nesse relatório, de acordo com as operações básicas por meio dos balanços sucessivos. B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
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Contabilidade Básica
Minhas anotações:
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Contabilidade por Balanços Sucessivos
O segundocapítulo apresenta algumas análises preliminares da situação patrimonial de uma empresa, mas antes é necessário conhecer a dinâmica das alterações que ocorrem nesse relatório de acordo com as operações básicas. Assim, será primeiramente apresentada a metodologia de balanços sucessivos, para que você possa entender as mudanças nas contas do balanço patrimonial, e depois algumas análises básicas desse relatório.
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u t
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C
Objetivos da sua aprendizagem • Conhecer a dinâmica das alterações que ocorrem na análise do balanço patrimonial; • Mostrar a técnica de balanços sucessivos; • Identicar as alterações no balanço patrimonial conforme as operações ocorridas.
Você se lembra? Todos os dias, as empresas do comércio registram entradas e saídas de caixa. Essa técnica consiste na vericação do controle do dinheiro (entradas e saídas) que registra as operações que envolvem a conta caixa. Portanto, certamente algum dia você já ouviu a seguinte frase: o caixa bateu? Isso signica que todas as entradas e saídas foram registradas de maneira correta!
Contabilidade Básica
2.1 Balanços sucessivos Para entendermos bem esta técnica de aprendizagem das relações descritas no balanço patrimonial a partir das operações realizadas, vamos acompanhar a constituição da loja de artigos esportivos (aquela estudada no tema 1). A cada duas operações registradas, visualizaremos as guras que representam a evolução do patrimônio nos relatórios.
1a Operação: constituição do capital Se você deniu no contrato social da sua empresa (pessoa jurídica) que o capital social seria de R$ 40.000 e disponibilizou esse montante, provavelmente você também abriu uma conta em um banco para depositar esse valor e usar conforme necessário. Assim, temos uma origem de recurso que foi o capital próprio (seu dinheiro) no valor de R$ 40.000 e a respectiva aplicação, por enquanto, em uma conta no banco. Mesmo se esse valor fosse deixado no caixa, a classicação seria também no grupo do Ativo Circulante, como faremos no caso da conta bancária. Balanço patrimonial – Ventura S.A. Ativo Passivo Circulante
Patrimônio líquido
Bancos
40.000
Total
40.000
Capital social Total
40.000 40.000
2a Operação: compra de móveis e utensílios à vista Você adquiriu vitrines, balcões, prateleiras etc. pelo valor de R$ 12.000 e pagou à vista. A partir do momento em que você adquiriu, passou a ter a posse desses bens e deverá registrá-los como parte de seu patrimônio no gru po Ativo Permanente Imobilizado. Balanço patrimonial – Ventura S.A. Ativo Passivo Circulante
Bancos
28.000 Patrimônio líquido
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Não circulante
Imobilizado Móveis e utensílios Total
Capital social
40.000
12.000 40.000
Total
40.000
Contabilidade por Balanços Sucessivos – Capítulo 2
3a .Operação: compra de mercadorias – uma parte do pagamento à vista e o restante a prazo Com a compra de mercadorias, você está compondo o seu estoque. O valor total desse estoque é de R$ 30.000 e será esse valor que irá constar do relatório. Naturalmente, você não quer que essas mercadorias quem paradas no estoque e sejam vendidas somente no Longo Prazo. Claro que você quer vender assim que abrir a loja, por isso esse estoque será classicado no Ativo Circulante. Quanto à forma de pagamento, R$ 20.000 foi à vista e foi utilizado aquele montante do capital que estava no banco; o valor restante, R$ 10.000 você cou devendo ao seu fornecedor. Neste momento, você deixou de utilizar somente o capital próprio (Patrimônio Líquido representado pelo capital social) e passou a utilizar também capital de terceiros (dívidas do Passivo). Balanço patrimonial – Ventura S.A. Ativo Passivo Circulante
Bancos Estoques
Circulante
Fornecedores
Não circulante
Patrimônio líquido
Imobilizado Móveis e utensílios
Capital social
Total
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8.000 30.000
10.000 40.000
12.000 50.000
Total
50.000
4a Operação: pagamento do aluguel Você chegou a pagar um mês de aluguel antes de a empresa começar a funcionar. No entanto, não podemos considerar esse valor como despesa pré-operacional (conforme classicamos anteriormente a manutenção do imóvel e os gastos de registro da empresa), porque esse aluguel não irá produzir benefícios futuros; o seu benefício já foi usufruído. Assim, esse valor é realmente uma despesa que entrará no cálculo do resultado (lucro ou prejuízo) que a empresa apresentou no período. Esse resultado é apurado na Demonstração do Resultado do Exercício que estudaremos nos próximos temas. Como você ainda não havia feito nenhuma venda, o resultado que facilmente podemos apurar é um prejuízo no valor do aluguel – R$ 800.
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Contabilidade Básica
Balanço patrimonial – Ventura S.A. Ativo Passivo Circulante
Bancos Estoques
7.200 30.000
Total
Fornecedores
10.000
Patrimônio líquido
Não circulante
Imobilizado Móveis e utensílios
Circulante
12.000 49.200
Capital social Prejuízo Total
40.000 (800) 49.200
Com a demonstração do reexo de cada operação no balanço patrimonial, você pode acompanhar qual a origem e como foram aplicados os recursos na empresa. Ao término dessas operações, temos a composição do patrimônio (bens, direitos e obrigações) da empresa Ventura S.A. Esses valores estarão constantemente mudando, mas, por meio da contabilidade, é possível apurar o patrimônio a qualquer momento, mesmo com uma grande quantidade de operações, porque ela capta, registra, acumula, resume e interpreta cada uma dessas operações. A partir da compreensão dessa dinâmica do balanço patrimonial, começaremos a estudar algumas das interpretações iniciais possíveis de serem feitas.
2.2 Análises preliminares do balanço patrimonial Embora trataremos em um tema especíco a respeito das técnicas de análise de balanços, é interessante vermos agora algumas das informações que ajudam no processo de tomada de decisão. Estudaremos especialmente a análise do endividamento, a situação nanceira de curto prazo e as aplicações no ativo não circulante.
2.2.1 Passivo A estrutura de capital de uma empresa é composta por capital de terceiros (Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo) e capital próprio (Patrimônio Líquido). Se uma empresa possui R$ 100.000 de recursos aplicados no Ativo, sendo R$ 30.000 originados do Patrimônio Líquido e R$ 70.000 do Passivo, essa empresa possui o seu capital composto por 70% de capital de terceiros (R$ 70.000 das dívidas) e 30% de capital pró prio (R$ 30.000 do PL). O Passivo, por representar todas as dívidas que a empresa possui com terceiros, tanto a curto quanto a longo prazo, é um
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Contabilidade por Balanços Sucessivos – Capítulo 2
grupo importante nas análises das empresas, porque demonstra o endividamento dessas empresas. Analisar a qualidade da dívida também é necessário. Dívidas de longo prazo são consideradas melhores, porque, no Brasil, oferecem juros menores (geralmente subsidiados pelo governo), além do maior prazo para pagamento. Mas, as empresas brasileiras não possuem tanto capital disponível a longo prazo de forma a poder ter grande parte das suas dívidas com esse prazo. Somente instituições nanceiras que possuem linhas de crédito oferecidas pelo governo e o BNDES disponibilizam recursos a prazos maiores. No entanto, o montante não é suciente para suprir a necessidade de recursos de longo prazo. Mesmo podendo recorrer a recursos de curto prazo para se nanciarem, as empresas precisam manter um controle dessa composição do capital para que isso não ameace a sua rentabilidade e liquidez.
2.2.2 Análise financeira de curto prazo O curto prazo é mais preocupante em uma empresa porque as contas mudam em até um ano e ela possui menos tempo para resolver os problemas causados por desequilíbrios nanceiros nesse período. Mas você pode estar pensando: — As contas do Passivo eu até entendo que são dívidas e devo me preocupar, mas por que me preocuparia com as contas do Ativo se são bens e direitos? Você deve considerar que esses bens e direitos que estão no curto prazo foram nanciados por algum tipo de capital (capital de terceiros e/ ou capital próprio). E essa análise nanceira de curto prazo sinaliza uma situação desfavorável, quando ocorre uma aplicação maior de recursos de terceiros de curto prazo em Ativos de Longo Prazo ou Permanentes (veja a situação 1 da gura 2). Nesse caso, chegará o momento de pagar as dívidas (curto prazo), e ainda não houve a transformação daquele Ativo em dinheiro que será no longo prazo ou possivelmente nem ocorrerá (Ativo Não Circulante). Assim, não basta car atento somente às dívidas, é necessário fazer uma comparação entre o prazo da origem e o prazo da aplicação do recurso (por enquanto, analisaremos somente o curto prazo). Pode também ocorrer a utilização de capital de longo prazo em Ativos de curto prazo, o que é uma situação nanceira mais favorável para a empresa, porque ela não vai precisar se preocupar a curto prazo . Haverá tempo para o planejamento; talvez até reaplicação do valor no curto prazo
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Contabilidade Básica
para obter mais recursos e pagar a dívida de longo prazo. Quando com paramos o Ativo Circulante com o Passivo Circulante obtemos o Capital Circulante Líquido (CCL). Uma representação gráca dessas duas situações podem ser vistas nas guras 2 e 3. A análise preliminar que podemos fazer é: Situação 1 – a empresa possui Capital Circulante Líquido (CCL) negativo: isso indica que há recursos com origem no capital de terceiros de curto prazo (Passivo Circulante) aplicado no Longo Prazo (Realizável a Longo Prazo). Logo, é muito provável que a empresa terá diculdades para pagar as dívidas de curto prazo, uma vez que uma parte da aplicação desse valor foi a longo prazo, o que vai gerar um retorno também só a longo prazo. Essa é uma situação nanceira a curto prazo desfavorável, por que, para conseguir pagar as dívidas de curto prazo, a empresa precisará de mais empréstimos (mais recursos de terceiros a curto prazo) o que gera despesas com juros maiores e, consequentemente, lucros menores.
ATIVO
PASSIVO
Circulante
Circulante 200.000
200.000
200.000
+ 100.000
Não Circulante 150.000
Não Circulante
Imobilizado
100.000 250.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 300.000
TOTAL
600.000
TOTAL
600.000
Situação 1 – Passivo circulante > Ativo circulante Ativo circulante 200.000 (–) Passivo circulante 300.000 (=) Capital circulante Líquido (CCL) (10.000)
Situação 2 – a empresa possui Capital Circulante Líquido (CCL) positivo: essa situação é mais confortável, porque a empresa sabe que, quando chegar o prazo para pagamento das dívidas (curto prazo), ela terá recursos aplicados que vão ser convertidos em dinheiro também a curto prazo. Esses recursos serão mais que sucientes para pagar as dívidas. Ou
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Contabilidade por Balanços Sucessivos – Capítulo 2
seja, a empresa paga todas as dívidas a curto prazo com as aplicações de curto prazo que ela possui e ainda sobra R$ 300.000. Essa é uma situação nanceira de curto prazo favorável. A empresa conseguiu, nesse caso, obter recursos de longo prazo para nanciar aplicações de curto prazo. Assim, a aplicação dará o retorno no curto prazo e poderá ser ainda reaplicada, porque ainda não chegou a hora de pagar as dívidas, gerando mais receitas para a empresa e, consequentemente, aumentando o lucro.
ATIVO
PASSIVO
Circulante
Circulante 400.000
100.000 +
100.000 Não Circulante
300.000
400.000
Não Circulante 100.000 Imobilizado 100.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 100.000
TOTAL
600.000
TOTAL
600.000
Situação 2 – Ativo circulante > Passivo circulante Ativo circulante 400.000 (–) Passivo circulante 100.000 (=) Capital circulante Líquido (CCL) 300.000
2.2.3 Considerações sobre o Ativo Não Circulante O Ativo Não Circulante, subdividido em Investimentos, Imobilizado e Intangível, são todos os bens e direitos de uso da empresa, ou seja, são necessários à atividade operacional. É por meio do Ativo Não Circulante e outros Ativos que a empresa obtém lucro na sua atividade. Mas a empresa possui alternativas na hora de decidir, por exemplo, entre comprar um imóvel que fará parte do Imobilizado ou alugar um imóvel, sendo que, dessa forma, esse imóvel não seria incluído no balanço patrimonial por não ser propriedade da empresa (é alugado). Esse tipo de decisão foi tomado nos anos de 2002 e 2003 por grandes bancos que possuíam imóveis de alto valor (normalmente as instalações dos bancos são nos centros das cidades e em imóveis “imponentes”). Foi detectado pelos admi-
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nistradores que o montante que cava parado no Imobilizado não propor cionava o mesmo retorno das operações no mercado nanceiro. Decidiram, então, vender os imóveis e manter (negociação feita na hora da venda) com os novos proprietários um contrato de aluguel por um longo período. Empresas com necessidades diferentes possuem valores aplicados no Não Circulante também muito diferentes, por exemplo, as indústrias. De maneira geral, elas possuem um investimento alto no Permanente porque precisam ter a posse das máquinas e equipamentos da produção. Muitas vezes, nem existe a possibilidade do aluguel, e, em outros casos, é tão estratégico para a empresa as máquinas da produção, que seria um risco alto se fossem alugadas, porque a empresa caria em uma situação de “refém” dos proprietários dessas máquinas. Empresas comerciais, por exemplo, já não necessitam de um alto investimento em Permanente, mas sim nos estoques registrados no Ativo Circulante. Assim, ca claro que o montante de recurso aplicado no Per manente depende do ramo de atividade da empresa ou tipo de negócio. Logo, não é possível calcular um nível ótimo de aplicações no Permanente, o que as empresas devem buscar é o máximo de rendimento do Permanente com o mínimo possível de recursos aplicados. É importante lembrarmos também que, por ser um grupo que dará um retorno só a longo prazo, o recurso que será aplicado também deverá ter origem no Exigível a Longo Prazo ou no Patrimônio Líquido. Assim, não haverá impactos na situação nanceira de curto prazo, porque as dívidas serão de longo prazo, e o prazo de retorno dessas aplicações no Permanente acompanham o prazo de pagamento dessas dívidas (longo prazo).
2.3 Exemplo de uma análise preliminar no balanço patrimonial Para exemplicar as possíveis análises do balanço patrimonial a partir do que já estudamos, analisaremos uma empresa comercial, a Cia Maré, a partir do seu relatório apresentado em 31 de dezembro de 2005 (exemplo adaptado do livro de exercícios de MARION, José Carlos. contabilidade empresarial. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1997. B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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Ativo
Passivo e Patrimônio Líquido Circulante
Circulante
Caixa Duplicatas a receber Estoques Total do Ativo Circulante
200 300 500 1.000
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100 1.000 100 1.200
Não circulante
Não circulante
Títulos a receber
Fornecedores Impostos a recolher Outras dívidas Total do Passivo Circulante
100
Financiamentos
1.400
Patrimônio líquido
Investimentos 1.000 Imobilizado 1.000 Total do Ativo Não Circulante 2.000
Capital Lucros acumulados
400 100 500
Total
Total
3.100
3.100
Com essa análise, deveremos responder às questões seguintes: a) Qual é o Capital Circulante Líquido da empresa? b) A empresa conseguirá, sem problemas, pagar suas dívidas? c) Pressuponha que a empresa esteja atrasando algum tipo de obrigação. Qual seria? d) A composição do endividamento (capital de terceiros) é boa? Considere a média nacional de 55% de capital de terceiros. e) As aplicações no Permanente são sensatas? f) Você compraria ações dessa empresa? Por quê? Admita que as ações sejam muito baratas. g) A proporção de capital próprio em relação ao capital de terceiros é boa? h) Qual seria sua atitude como administrador desta empresa? i) O volume de investimentos dos sócios é satisfatório? Essa é a situação de uma empresa que não conseguirá pagar suas dívidas (b) (Ativo Circulante < Passivo Circulante); que atrasa impostos (observe o valor do “Imposto a recolher” como é desproporcionalmente alto em relação a Estoques e Ativo Circulante) (c); que tem um endividamento muito elevado (g) (Capital de terceiros ÷ Total do Passivo +
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Patrimônio Líquido = 2.600 ÷ 3.100 = 84%); que aplica demais no Ativo Permanente (e) uma vez que, por ser uma empresa comercial, deveria aplicar mais em Estoque; e que o volume de investimentos dos sócios é insuciente (i) , ou seja, o capital de terceiros é elevado em relação ao capital próprio. Em uma primeira análise, o ponto positivo da empresa é a qualidade (composição) do capital de terceiros (d). Note que a maior parte da dívida está no Exigível a Longo Prazo em comparação com o Passivo Circulante, como já foi dito anteriormente. Além de ser menos onerosa (mais barata, com juros menores), a dívida de longo prazo é vantajosa, porque se tem mais tempo para pagar. No Brasil, praticamente todas as micro e pequenas empresas trabalham com endividamento de curto prazo e estão sempre devendo e pagando juros altos. Portanto, a Cia Maré tem este lado positivo: ainda que tenha uma dívida elevada (quantidade), possui um excelente perl de endividamento (qualidade), em que a maior parte da dívida é de longo prazo. Como um potencial administrador, você já deve ter identicado que o maior problema da empresa é de ordem nanceira: não tem capital de giro próprio (Capital Circulante Líquido é negativo) (a), não consegue pagar suas contas e atrasa os impostos. O problema é que o Passivo Circulante é maior que o Ativo Circulante, ou seja, os valores a pagar no curto prazo são maiores que os valores a receber no curto prazo. Assim, a saída do administrador é aumentar o Ativo Circulante ou reduzir o Passivo Circulante. Para aumentar o Ativo Circulante, (h) poderia ser vendido uma parte do investimento e o valor obtido nessa venda aplicado nos estoques (aumento dos estoques). Isso melhoraria a atividade comercial sem pre juízo para o negócio, pois o “investimento” relaciona-se com aplicações permanentes que nada tem a ver com o ramo de atividade da empresa (aplicações não operacionais como terrenos para venda, ações de outras empresas, obras de arte etc.). Para reduzir o Passivo Circulante, a melhor saída (h) seria renegociar os impostos. Ir até o Fisco e propor o pagamento em 36, 48 ou até em 60 meses é possível e aceitável. A conssão espontânea do valor a pagar pode amenizar a situação. Assim, grande parte da dívida de curto prazo passaria para longo prazo. Para denir se compraria ações (f), você teria que comparar os pontos fracos com os pontos fortes da empresa: o principal ponto fraco
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é a situação nanceira, pois ela não consegue pagar as dívidas, atrasando principalmente os impostos que, em se tratando de uma empresa comercial, possivelmente seja o ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. A questão é se uma empresa com uma situação nanceira “sofrível” deveria optar por atrasar impostos, dívidas ou recorrer aos bancos. Se ela atrasasse com os fornecedores não teria mais mercadorias para vender e se atrasasse salários, correria o risco de uma paralisação. Os juros bancários de curto prazo são elevados e absorveriam a margem de lucro de uma em presa comercial, que, normalmente, é baixa. Nesta situação, atrasar os impostos parece ser a alternativa menos ruim. Segundo grandes juristas, deixar de pagar impostos (ICMS, ISS) para arcar com compromissos mais urgentes não congura crime contra a ordem tributária. Deixar de pagar por absoluta falta de condições nanceiras é diferente de enganar o Fisco ou sonegar. Esconder dados, efetuar operações simuladas etc., são práticas criminosas. Partindo de tal raciocínio, podemos dizer que a empresa optou pela melhor alternativa, e isso atenua esse ponto fraco. Outro ponto fraco é a quantidade de endividamento, mais de 80% (a média brasileira é de 55%) do capital da empresa tem origem no capital de terceiros (dívidas). Também é um ponto fraco o excesso de aplicação no item Investimento (Permanente), uma vez que se trata de uma empresa comercial. Isso somente se justicaria, se esta fosse uma empresa que administrasse outras empresas além do seu próprio negócio, que é comércio, trabalhando como uma espécie de holding mista. Quanto aos pontos fortes, a empresa possui a maior parte de suas dívidas de longo prazo (mais da metade da dívida é de longo prazo), e isso é uma grande vantagem pelos motivos já citados. Um outro ponto forte muito importante é que essa empresa é rentável. Veja que ela tem lucro no seu Patrimônio Líquido e que este lucro (R$ 100) é relevante, quando comparado aos investimentos dos sócios (R$ 400), dando um retorno de 25% (100 ÷ 400 = 25%) sobre o Patrimônio Líquido. Assim, a empresa apresenta certo equilíbrio entre os pontos fracos e fortes. Por isso, se você comprasse ações por um valor baixo, isso poderia lhe trazer lucros futuramente.
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No nal deste tema podemos retomar os seguintes conceitos: Balanços sucessivos: forma de entender as alterações no balanço patrimonial elaborando um balanço para cada nova operação. Estrutura de capital: composição de capital dividido em capital de terceiros e capital próprio. CCL = Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante – Passivo Circulante: indica a saúde nanceira da empresa a curto prazo. CCL positivo: indica que a empresa possui situação nanceira favorável porque tem mais aplicações do que dívidas a curto prazo. CCL negativo: indica que a empresa possui situação nanceira desfavorável porque tem mais dívidas do que aplicações a curto prazo. Aplicações no Ativo Permanente: o montante de recurso aplicado no Permanente depende do ramo de atividade da empresa ou tipo de negócio; esse grupo que dará um retorno só a longo prazo, por isso, o ideal é que também os recursos sejam originados de fontes a serem pagas no longo prazo ou capital próprio.
Atividades 01. Prepare um balanço patrimonial após cada operação: 1a Operação – Subscrição do capital social Diversas pessoas resolveram fundar uma sociedade anônima, denominada Alfenas S.A., com o capital subscrito e integralizado em dinheiro de R$ 4.000 (fracionado em 40 ações de R$ 100 cada uma). A entidade iniciou suas atividades em 15.01.200X, dedicando-se ao ramo de prestação de serviços, de reparos de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos. Ativo
Passivo Patrimônio líquido
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2a Operação – Aquisição de edifício A empresa resolve adquirir em 10.02.200X, mediante pagamento à vista, um edifício de dois pavimentos para abrigar suas instalações, pela importância de R$ 1.200.
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Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
3a Operação – Compra de móveis Em 13.02.200X, foram comprados móveis de pela importância de R$ 2.000 (preço de custo) - a prazo (curto prazo) Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
4a Operação – Compra de equipamentos utilizados nos serviços prestados Em 20.02.200X, foi comprado um equipamento, à vista, por R$ 200. Ativo
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Passivo
Patrimônio líquido
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5a Operação – Venda de parte do edifício Metade do edifício foi vendida, em 23.02.200X por R$ 600 (preço de custo). Nenhum dinheiro foi recebido nesta data, porém a empresa adquiriu um direito a receber, representado por uma nota promissória emitida pelo comprador no valor de R$ 600 a ser recebida no curto prazo. Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
6a Operação – Pagamento de obrigação Em 05.03.200X foram pagos R$ 1.300, correspondentes à parte da dívida assumida em 13.02.200X, referente a aquisição de móveis. Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
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Contabilidade por Balanços Sucessivos – Capítulo 2
7a Operação – Recebimento de direito Em 10.03.200X, foram recebidos R$ 400 referente à venda de parte do imóvel. Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
02. Na empresa Celten S.A., ocorreram os seguintes fatos no mês de janeiro de 200X. Prepare um balanço patrimonial após cada fato: 2/1 – Capital inicial investido pelos sócios, em dinheiro, no valor de R$ 12.000. Ativo
Passivo Patrimônio líquido
4/1 – Aquisição de um imóvel por R$ 5.000 com pagamento de R$ 2.500 à vista e o restante a ser pago no curto prazo. B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
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5/1 – Compra à vista de instalações (divisórias, cortinas etc.) para a empresa por R$ 2.000. Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
15/1 – Aquisição de equipamentos (maquinaria) a prazo, de M & Cia, por R$ 4.000. Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
18/1 – Obtenção de um empréstimo de R$ 10.000 no Banco Alfa a ser pago no curto prazo. Ativo
Passivo
Patrimônio líquido B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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Contabilidade por Balanços Sucessivos – Capítulo 2
23/1 – Pagamento de R$ 1.000, a M & Cia, para liquidação de parte da dívida pela compra efetuada em 15/1. Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
26/1 – Investimento dos sócios na empresa de mais R$ 5.000, aumentando o capital, em dinheiro. Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
30/1 – Compra à vista, por R$ 8.500, de mercadorias para venda. Ativo B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
Passivo
Patrimônio líquido
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Contabilidade Básica
03. empresa Alabama S.A. apresentou as seguintes contas em dezembro de 2005: Contas
Capital social
$ 300
Imóveis em uso
200
Bancos conta-movimento
100
Título a receber (2,5 anos)
70
Participação em outras Cias. (controladas)
80
Instalações
80
Fornecedores
40
Empréstimos bancários (1,5 ano)
50
Imposto de Renda a pagar
30
Lucros acumulados
100
Salários a pagar
a) b) c) d) e) f)
10
Pede-se: Total do Ativo: _______________________ _______________ Valor referente ao capital próprio:_________________________ Valor referente ao capital de terceiros:______________________ Valor do Ativo Circulante:______________________________ Valor do Passivo Circulante:_____________________________ Valor do capital circulante líquido: __ ______________________
04. Monte o balanço patrimonial da Ipanema S.A. em 31/12/2005 agru pando as contas:
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50
Caixa Capital Estoque Impostos a recolher Investimentos Bancos Financiamentos (LP)
5.100 1.000 500 500 600 400 5.000
Duplicatas a receber Empréstimos a pagar (CP) Imobilizado Lucro acumulado Fornecedores Contas a pagar
1.700 600 5.000 5.700 100 400
Contabilidade por Balanços Sucessivos – Capítulo 2
A partir do balanço patrimonial, faça comentários sobre os seguintes pontos: a) a situação nanceira de curto prazo;
b) o endividamento (considere uma média nacional de endividamento de 55% do total de capital da empresa);
c)
a qualidade da dívida (curto e longo prazo);
d) A empresa conseguirá pagar seus compromissos de longo prazo?
Reflexão
Nesta unidade foi apresentada a metodologia de balanços sucessivos, para que você possa entender as mudanças nas contas do balanço patrimonial, e depois algumas análises básicas desse relatório.
Leituras recomendadas
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Balanço Patrimonial O balanço patrimonial, após reformulação dada pela lei 11.638/07 juntamente com a MP 449/08, a princípio introduziu um novo conceito globalizado para este demonstrativo. Ocorre que atualmente (2008 em diante) neste demonstrativo deve ser evidenciado tanto para o Ativo quanto para o Passivo a parcela que corresponde ao “circulante” da empresa e ao “não circulante” Na contabilidade e no Direito, a palavra “balanço” 51
Contabilidade Básica
decorre do equilíbrio ou da igualdade expresso nas seguintes fórmulas contábeis: • Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido • Aplicações = Origens Cienticamente falando, o balanço Patrimonal é obrigatório para todos os empresários e sociedades com duas exceções previstas – rurais e pequenos empresários – e a sua estrutura é uma consequência das Partidas Dobradas em que para um ou mais créditos existirá um ou mais debito de mesmo valor. A grosso modo, podemos pensar em parte na ideia de uma balança de dois pratos, onde sempre encontramos a igualdade. A balança ainda remete à ideia de mensuração do peso. Só que no caso do balanço patrimonial não se mede o peso, mas o patrimônio. O termo patrimonial tem origem no patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos e obrigações. Juntando as duas partes, obtém-se o balanço patrimonial, equilíbrio do patrimônio, igualdade patrimonial. Em sentido amplo, o balanço evidencia a situação patrimonial da empresa em determinada data. Em terminologia moderna em uso no Brasil, o balanço é uma demonstração contábil que tem por nalidade apresentar a posição contá bil, nanceira e economica de uma entidade (em geral uma empresa) em determinada data, representando uma posição estática (posição ou situação do patrimônio em determinada data). No direito privado, era chamado anteriormente pelo Código Comercial Brasileiro de “Balanço Geral”. A partir da lei 6.404/76, o balanço das companhias passou a ser denominado de balanço patrimonial, procurando diferenciar essa demonstração contábil do “balanço nanceiro”, próprio das entidades sem ns lucrativos. O balanço apresenta os Ativos (bens e direitos) e Passivos (obrigações) e o Patrimônio Líquido, que é resultante da diferença entre o total de ativos e passivos. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Balan%C3%A7o_patrimonial
No próximo capítulo B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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No próximo capítulo será apresentado outro importante relatório contábil: a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) que revela o desempenho da empresa e a eciência dos gestores em obter lucro e a sua análise.
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Escrituração Contábil pelas Partidas Dobradas
No capítulo três será apresentado outro importante relatório contábil: a demonstração do resultado do exercício (DRE). É neste relatório que estão evidenciados o desempenho da empresa e a eciência dos gestores em obter lucro. Você também passará a entender porque o valor obtido como lucro não está disponível no caixa. Para compreender melhor a relação lucro-caixa, você conhecerá os regimes de competência e de caixa.
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í
p a
C
Objetivos da sua aprendizagem •
Conceituar e classicar as contas contábeis; • Entender um plano de contas; • Utilizar corretamente o sistema de partidas dobradas; • Operacionalizar débitos e créditos pelo razonete.
Você se lembra? Com certeza você já escutou pessoas falarem que os computadores estão presentes no nosso dia a dia e que facilitaram o nosso trabalho. Pois bem, isso vale, também, para a contabilidade, pois muitos empresários, gerentes e gestores, que necessitam controlar a sua contabilidade, contratam empresas de serviços contábeis que dispõem de softwares da área. Sem os devidos registros contábeis, as informações podem ser usadas como controle administrativo e não contábil. Entretanto, algum dia você escutou: Já foi enviada a documentação para o escritório de contabilidade?
Contabilidade Básica
Introdução Suponha que você agora é o responsável pelo estoque de sua casa e deve informar, a cada dia, para os outros moradores, o valor investido em estoque de materiais de limpeza, higiene, alimentos etc. Caso você queira realmente informar a qualquer momento o valor investido em estoques na sua casa, ao invés de contar e valorizar todos os itens todo nal de dia, você poderia apenas criar uma planilha (podendo ser preferencialmente eletrônica ou mesmo manual) para cada item estocado e, a cada consumo ou compra, registrar este movimento na planilha. Esse formato de controle, além de mais preciso, gera mais informações como o consumo médio de cada produto, o volume de compras e a sua periodicidade, além de poder ser conferido em contagens periódicas (e não diárias). Pois é exatamente para isso que servem as contas contábeis, para evitar que façamos um Balanço Patrimonial após cada transação efetuada. Imagine você uma empresa multinacional fazendo um Balanço após cada uma de suas milhares de transações diárias? Não haveria papel nem gente no mundo capaz de atender tamanha demanda. Muito mais produtivo seria apenas movimentar as contas que foram afetadas por cada transação. Mas anal, o que é uma conta contábil? Vamos lá...
3.1 Conceitos de contas contábeis Em sua linguagem cotidiana você pode imaginar que a palavra conta pode traduzir uma série de conceitos diferentes: • Uma operação matemática de soma, subtração etc. • A conta de energia elétrica, de Internet ou de telefone que temos de pagar. • Uma conta corrente que temos em um banco. • Um valor a pagar em uma loja, um supermercado etc.
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Acontece, porém, que do ponto de vista contábil, conta trata-se da descrição dos componentes patrimoniais (contas de Ativo e Passivo), assim como elementos do resultado (Despesas e Receitas, que serão vistas à frente). O título de uma conta deve expressar o signicado adequado das operações nela registradas. Ex: Contas a receber, Caixa, Salários a pagar, nanciamentos a longo prazo etc.
Escrituração Contábil pelas Partidas Dobradas – Capítulo 3
A importância da adequada denominação das contas decorre do fato de que as demonstrações contábeis não O conceito de conta é muito simples, ou são de utilização apenas da própria empresa; são seja, é uma denominação contábil para um fato ocorrido, podendo ser repetitivo e de mesma também analisadas por natureza. auditores, fornecedores, instituições nanceiras, e, é claro, pelo Fisco. Além disso, se a empresa for uma sociedade anônima de capital aberto (com ações negociadas em bolsas de valores), é fundamental que suas demonstrações tenham uma linguagem precisa e, tanto quanto possível, clara, para facilidade de seus acionistas em particular e do mercado em geral. Resumindo, como pessoas diferentes e, principalmente, pessoas fora da contabilidade da empresa e mesmo do dia a dia da empresa devem entender os relatórios contábeis, é essencial que saibam e conem nos conteúdos de cada conta contábil. No conceito da técnica do balanço sucessivo, visto no tema dois deste material, foi apresentado um balanço após a ocorrência de cada operação da empresa. Este procedimento visa demonstrar a contínua igualdade da Equação Fundamental do Patrimônio Líquido e explicar os eventos sobre os elementos do patrimônio. Imagine, porém, na prática das empresas, o número de operações ou transações que são realizadas a cada dia, a cada hora. Obviamente que elaborar um Balanço Patrimonial após cada operação que se sucede a cada instante e é muito oneroso, não haveria papel, discos rígidos ou mesmo pessoas que atenderiam tal demanda. As pessoas interessadas nos Balanços Patrimoniais, como administradores, acionistas, entidades governamentais etc. contentam-se apenas com os balanços periódicos que são confeccionados com dados fornecidos pelos registros das operações ao nal de cada exercício social. Em geral, as operações ocasionam aumentos e diminuições no Ativo, no Passivo e no Patrimônio Líquido. Esses aumentos e diminuições são registrados nas contas.
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Contabilidade Básica
Na realidade, pode-se representar elementos de características semelhantes em uma mesma conta, a qual receberá o nome que melhor re presente os elementos agrupados. Exemplicando tal situação: a) O conjunto formado por cadeiras, mesas, máquinas de escrever, máquinas de somar etc. poderia ser registrado em uma única conta, que teria por nome: Móveis e utensílios (a não ser é claro, em se tratando de um comércio de móveis que vise vender esses itens, onde, nessa situação, deveriam ser alocados na conta Estoques); b) Todos os grupos de materiais que são comprados ou produzidos com nalidade de venda ou obtenção de receita poderiam ser registrados na conta de Estoque de produtos acabados; c) Diversos valores a receber de diversos clientes, sem necessidade de representação (e não registro) isolada, poderiam ser registrados na mesma conta Contas a receber ou Valores a receber; d) Diversos valores a pagar, de diversos fornecedores, sem a necessidade de representação (e não registro) isolada, poderiam ser registrados na mesma conta Contas a Pagar ou Valores a pagar.
3.2 Plano de contas O conjunto de todas as contas contábeis de uma empresa forma o chamado plano de contas. Trata-se de um conjunto de contas e normas que disciplina as tarefas do setor de contabilidade focando a uniformidade dos registros contábeis, ou seja, é instrumento de grande importância no processo contábil. Cada organização deve elaborar um plano de contas especíco que obedeça aos seus objetivos e a legislação da atividade que a mesma exerce. Obviamente que um plano de contas contábil deve seguir a ordenação e a codicação básica, sendo modicado em cada empresa apenas com suas especicidades, ou seja, toda empresa deverá ter em seu plano de contas, um grupo chamado Ativo e um grupo chamado Passivo, porém empresas de serviços talvez não precisem da conta de estoques de mercadorias, por exemplo. Na confecção do plano de contas, temos dois tipos contas contábeis relacionados ao seu cadastro ou lançamento: contas sintéticas e contas analíticas. Imagine que você tenha em sua casa um almoxarifado de materiais gerais que esteja dividido em: materiais de escritório, materiais de copa e
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Escrituração Contábil pelas Partidas Dobradas – Capítulo 3
cozinha, materiais de limpeza etc. Ao comprar, por exemplo, uma caneta, você saberá que ela pertence ao grupo de materiais de escritório e poderá lançar no controle especíco de canetas (esse controle especíco seria uma cha de estoque). Perceba, neste caso, que mesmo não classicando o gasto como material de escritório, e sim como caneta, o valor ou a quantidade do grupo material de escritório também aumentou, anal ninguém compra material de escritório, mas sim canetas, papéis, lápis, borracha, etc., sendo que estes itens comprados podem ser classicados como materiais. Caso você queira saber quanto em dinheiro ou mesmo em valor está estocado de materiais de escritório, você deveria somar as canetas, lápis, borrachas, papel etc. É como se o grupo material de escritório zesse parte das contas sintéticas, aquelas que concentram os bens, os direitos e as obrigações de acordo O plano de contas é um elenco sistecom a sua natureza em comum (Ex: matizado das contas que serão 1.1.2.01 Contas a receber) e que não utilizadas pelo processo contábil. recebem lançamento, apenas suma- Em outras palavras, é o agrupamenrizam ou totalizam grupos de contas to organizado e sistematizado das contas que formarão o processo de natureza similar. contábil da entidade. As canetas, lápis, borracha etc. seriam as contas contábeis analíticas, aquelas que descrevem cada direito, bem ou obrigação especíca, sendo alocadas dentro da conta contábil sintética que pertence, ou seja, as contas que recebem os lançamentos (Ex: 1.1.2.001 Cia Outorgada S.A. – Contas a receber). Abaixo segue o exemplo que ilustra esta situação.
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1.1.1.02. 1.1.1.02.001 1.1.1.02.002 1.1.1.02.003 1.1.1.02.004
Caixa / Bancos Conta sintética Banco. Papa Juros S/A Banco Faz-me Rir S/A Banco Colorado Contas analíticas Fundo Fixo de Caixa - Matriz →
→
3.3 O Razonete Agora que foi descrito de maneira mais detalhada o conceito de conta contábil para ns acadêmicos, utilizaremos uma representação gráca de conta bastante simples, que será denominada Razonete ou Conta 57
Contabilidade Básica
em T que é uma maneira de simplicar as ilustrações, explicações e resoluções de problemas. Na realidade, se você pensar em um Balanço Patrimonial na sua forma gráca,
pode vê-lo como um grande Razonete, conforme a gura abaixo: Ativo
Passivo
A ideia é que o Razonete seja o “espelho do Balanço Patrimonial” para cada conta contábil. Quando queremos conhecer o valor dos estoques de uma empresa, de forma permanente, devemos estabelecer um controle individual para cada item do estoque em uma cha que chamamos de kardex. Essa cha deve demonstrar o saldo inicial, as entradas e as saídas do item e, claro, seu saldo a cada movimento. O Razonete seria o kardex da Contabilidade, onde será apurado o patrimônio de uma entidade por meio do controle de cada conta contábil em seu Razonete.
3.4 Noções débito e crédito Em nosso cotidiano, nos termos de nossa linguagem comum, conceituamos a palavra débito como algo ruim, relacionando a dívidas, situação negativa, ter saldo negativo na conta corrente do banco. De forma análoga, crédito é conceituado como algo bom, relacionado à possibilidade de comprar a prazo (ter crédito na praça), saldo positivo na conta do banco. Na realidade contábil, precisamos desmisticar esses conceitos e extrapolá-los para o seu signicado quando de sua criação pela Contabilidade. Isso não quer dizer que você possa, a partir daqui, achar que uma conta devedora no banco seja fantástico, ok? Esses conceitos são da Contabilidade e não de sua vida particular.
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Escrituração Contábil pelas Partidas Dobradas – Capítulo 3
Para facilitar o entendimento desses conceitos, vamos pensar no enquadramento do débito em relação ao gráco em forma de “T”, ou seja, o Razonete. Pelo Razonete, o lado esquerdo de uma conta é chamado de débito e o lado direito de uma conta é chamado de crédito. Quando lançamos no lado esquerdo de uma conta denominamos lançamento a ou debitando. Abaixo, a gura demonstra esta situação: ( Título da Conta) Lado do Débito
Lado do Crédito
A diferença que deve ocorrer entre a totalidade de débitos e créditos, feitos em uma determinada conta contábil e em determinado período, é denominado saldo. Se o valor de débitos for maior que o valor de créditos, a conta terá um saldo devedor. Se o valor de créditos for maior que o valor de débitos, a conta terá um saldo credor. Exemplo de saldo devedor: Caixa
(1)50
30(2)
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Os principiantes em Contabilidade são levados a pensar muitas vezes que débito signica algo desfavorável,e crédito algo favorável. Na verdade, isto não ocorre, pois tais denominações são simplesmente convenções contábeis, com uma função especíca em cada conta. Como já foi visto por nós através da técnica do balanço sucessivo, as operações ocasionam aumentos e diminuições do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. As contas possuem dois lados (esquerdo e direito); dessa forma, os aumentos podem ser registrados em um lado e as diminuições do outro. 59
Contabilidade Básica
A natureza da conta é que irá determinar o lado a ser utilizado para os aumentos e o lado para as diminuições. A regra, que como qualquer regra, tem suas exceções, coloca que: Grupo Ativo Passivo PL
Natureza Devedora Credora Credora
Abaixo, se detalha cada grupo de conta.
3.4.1 Contas do Ativo Os elementos do Ativo estão do lado esquerdo do Balanço Patrimonial, ou seja, as contas de Ativo (bens e direitos) sempre devem apresentar saldos devedores, isto é, no lado esquerdo. É importante salientar que uma organização possui ou não bens e direitos; não existem bens negativos ou direitos negativos. As contas de Ativo possuem saldo devedor, portanto para isso é necessário que os aumentos e as diminuições nela ocorridos sejam assim registrados: Conta do Ativo
Débito Aumento
Crédito Diminuição
3.4.2 Contas de Passivo As contas do Passivo aparecem do lado direito do Balanço Patrimonial, dessa forma, o tratamento para com essas contas deve ser o análogo ao que ocorre com as contas do Ativo, isto é, são contas credoras, portanto devem ser registradas da seguinte maneira: Conta do Passivo B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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Débito Diminuição
Crédito Aumento
Escrituração Contábil pelas Partidas Dobradas – Capítulo 3
3.4.3 Contas de Patrimônio Líquido O Patrimônio Líquido ou PL ocupa o mesmo lado direito do Balanço Patrimonial que está o Passivo (isso por também se tratar de dívida, só que própria ao invés de com terceiros), dessa forma, para suas contas, o funcionamento será igual ao do Passivo: Conta do PL
Débito Diminuição
Crédito Aumento
Quando o Patrimônio Líquido, em seu saldo, for negativo (caso conhecido como Passivo a descoberto), deverá ser subtraído do Passivo, com saldo devedor, porém, para aumentá-lo será necessário diminuir este saldo devedor, o que somente será possível se houver um lançamento a crédito. Dessa forma, uma empresa possui ou não Passivo (obrigações), não existem dívidas negativas, porém, o Patrimônio Líquido, pode ser negativo, nulo ou positivo. Importante: Nas contas patrimoniais: • Na representação gráca do T que usamos para representar as contas que compõe o patrimônio, o lado do Ativo é o lado do débito. • O lado do Passivo é o lado do crédito. Resumindo o mecanismo exposto acima, podemos dizer que:
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Contas de Ativo Passivo Patrimônio líquido
Débito quando Aumenta Diminui Diminui
Crédito quando Diminui Aumenta Aumenta
3.5 Origens e aplicações dos recursos Ativo da empresa mostra onde foram aplicados os recursos, ou onde aplicaram o capital. Portanto, podemos dizer também que o débito é a parte da operação que registra onde os recursos são aplicados.
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Contabilidade Básica
O Passivo da empresa mostra onde foram conseguidos os recursos que estão aplicados no Ativo. Portanto podemos dizer também que o crédito é a parte da operação que registra as “origens” dos recursos aplicados. Dessa forma, entende-se que: Aplicação ––––––––– Débito Origem ––––––––– Crédito
3.6 Método das Partidas Dobradas A expressão mais famosa da Contabilidade talvez seja: “para cada débito, um crédito correspondente”. Esse método, desenvolvido pelo Frei Luca Pacioli, na Itália, século XV, hoje universalmente aceito, dá início a uma nova fase para a Contabilidade como disciplina adulta, além de desenvolver as Escolas Contábeis Italianas, que iriam dominar o cenário contábil até o início do século XX. A ideia do método é que o registro de qualquer transação feita por uma organização impacta a um débito em uma ou mais contas e a um crédito equivalente em uma ou mais contas, de uma forma em que, a somatória dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados. Resumindo, assim como não existem origens de recursos sem aplicação de recursos, não existe um ou mais débitos sem um ou mais créditos correspondentes. Toda operação no mundo dos negócios é uma “estrada de mão dupla”. Por exemplo, quando se compra uma mercadoria, recebe-se um bem (mercadoria) e como contrapartida, dá-se outro bem (dinheiro) ou a promessa de um pagar futuramente a mesma. Todas as operações. Assim, envolvem aspectos duplos. Exemplos de Partidas Dobradas: a Cia. BiMundial solicitou um nanciamento ao Banco Táfacil no valor de R$5.000,00, cujo valor foi aplicado no caixa da empresa. Caixa
Financiamentos
5.000 B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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5.000
__> Lançamento duplo:
Débito: 5.000 Crédito: 5.000
Escrituração Contábil pelas Partidas Dobradas – Capítulo 3
Em um segundo momento, a Cia. Bimundial adquire, à vista, móveis de escritório por R$3.000. Caixa
Financiamentos
5.000
5.000
__> Lançamento duplo:
Débito: 5.000 Crédito: 5.000
3.7 Razão O Razão trata-se de um livro exigido pela legislação brasileira para algumas entidades. Em virtude de sua eciência é indispensável em qualquer tipo de empresa: é o instrumento mais valioso para o desempenho da contabilidade. Na realidade, esse livro chamado Razão tem o objetivo de agrupar os valores em contas de mesma natureza e de forma racional. Em outras palavras, o registro Razão é realizado em contas individualizadas: tem-se um controle por conta. Por exemplo: abre-se uma conta Caixa e registramse todas as operações que, evidentemente, afetam o caixa, debitando-se ou creditando-se nesta conta, a qualquer momento apura-se o saldo. Pela descrição anterior pode-se concluir que o Razão e o Razonete são a mesma coisa. Na realidade, o Razonete deriva-se do Razão; o Razonete é uma forma simplicada e didática do Razão. Para cada conta contábil, deve existir, pelo menos, uma cha Razão. Antigamente, as contas eram registradas nas páginas de um livro que tinha o nome de Razão. Depois, passaram a serem registradas em folhas soltas. Hoje, estão em bancos de dados informatizados sob a denominação de Razão. De qualquer forma, o importante é que em cada conta se mantenham a memória, a história e a movimentação. Exemplo de um modelo de um Razão simplicado:
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Conta
Caixa
Data
Histórico
1 2
Ficha razão Código
Entrada Financiamento Compra de móveis escritório
Débito
1.1 Crédito
5.000 3.000
Saldão D/C Valor D 5.000 D 2.000 63
Contabilidade Básica
3.8 Exemplos de registros de operações no Razonete Visando a exemplicar a função do débito e do crédito nas contas contábeis por meio do Razonete, passaremos a considerar algumas transações em uma empresa ctícia para analisar suas modicações patrimoniais a partir dos débitos e dos créditos utilizando os Razonetes, nos quais colocaremos unicamente as quantias a débito e a crédito. Para auxiliar a identicação ou a rastreabilidade dos lançamentos, o débito e o crédito de cada operação terão a mesma numeração, entre parênteses e em ordem numérica (1,2,3 etc.). Para exemplicar a situação, vamos utilizar o exemplo da Cia Ventura, já analisada em outras situações. 1. Investimento inicial dos sócios no valor de R$ 40.000,00 sendo depositado em conta no banco:
2. Compra de Móveis e Utensílios a vista por R$ 12.000,00:
3. Compra de mercadoria por R$ 30.000 sendo R$ 20.000 a vista e o restante a prazo:
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Escrituração Contábil pelas Partidas Dobradas – Capítulo 3
Se estivéssemos aplicando o processo de Balanços Sucessivos já visto nesta disciplina, veríamos no último Balanço apenas o saldo nal do caixa de R$ 8.000, sem poder rastrear como este saldo foi se modicando a cada operação. Agora, ao olhar o razonete (ou razão, na prática) da conta Caixa/Bancos, podemos facilmente ver todos os movimentos realizados nesta conta contábil. Ao juntarmos todas as contas de Ativo e Passivo que utilizamos nestas quatro operações, teremos:
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Ao inserir todos esses saldos nais em um Balanço Patrimonial, alcançaríamos o mesmo resultado alcançado na técnica do Balanço Sucessivo, porém, de forma menos redundante e muito mais prática:
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Contabilidade Básica
Balanço patrimonial – Ventura S.A. Ativo Passivo Circulante
Caixa/Bancos Estoque
8.000,00 30.000,00
Circulante
Fornecedores a pagar
Não circulante
Patrimônio líquido
Imobilizado Móveis e utensílios
Capital social
Total
10.000 40.000
12.000 50.000
Total
50.000
No nal deste tema, podemos retomar os seguintes conceitos: Conta contábil: nome dado aos componentes patrimoniais e de resultado que tem natureza similar Plano de contas: conjunto de todas as contas contábeis de uma em presa. Razão: livro contábil que demonstra as mutações de cada conta contábil em determinado exercício social. Razonete: representação gráca e didática do Razão que busca ser o “espelho do balanço” para cada conta contábil. Débito: movimentos resultantes de aplicações de recursos. Crédito: movimentos resultantes de origens de recursos. Partidas Dobradas: método que determina que qualquer transação de uma empresa implica em débitos e créditos em mesmo valor.
Atividades
01. Deve ser aberta uma conta no Razão para a conta Ativo Circulante? Justique sua resposta.
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02. Carlos, Alberto e José resolveram organizar uma empresa, em 01/01/X1, denominada Irmão Silva & Silva Ltda., tendo efetuado as seguintes transações: 1. Investimento inicial dos sócios no valor de R$ 35.000 em dinheiro. 2. Compra de imóvel por R$ 30.000 sendo pago da seguinte forma: $3.000 em dinheiro e o restante mediante nota promissória com vencimento para 18/03/X2(L.P) 3. Compra à vista de móveis por R$ 3.000. 4. Compra a prazo de R$ 8.500 em equipamentos. 5. Foi obtido empréstimo para a empresa junto ao Banco Sul S.A. de R$ 15.000. 6. Foram pagos R$ 5.000 referente à dívida do item quatro. 7. Os sócios aumentaram o capital social da empresa em R$ 10.000 em dinheiro. 8. Compra, à vista, de materiais para estoque, no valor de R$ 17.000. a) Abra os Razonetes para cada conta contábil e faça os lançamentos na ordem cronológica descrita acima (de 1 a 8), apontando, no momento 8, os saldos de cada conta.
b) Elabore o Balanço Patrimonial em 31/12/20X1.
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Contabilidade Básica
03. A empresa Conito & Conassado S.A. foi aberta no ano 2000 e teve seu Balanço Patrimonial fechado em 31/12/2000 com as seguintes contas: Contas contábeis
Capital social Caixa/Bancos Contas a pagar Lucros/Prejuízos acumulados Contas a receber Maquinas e equipamentos (02 de R$4.000,00 cada) Financiamentos a pagar de longo prazo Tributos a pagar
Valor 8.000,00 3.000,00 2.500,00 – 3.000,00 2.000,00 8.000,00 4.000,00 1.500,00
No ano de 2.001, existiram as seguintes transações abaixo (alocadas em ordem cronológica): 1. Compra de móveis por R$ 3.000,00, sendo R$ 1.500,00 à vista e R$ 1.500,00 a prazo. 2. Uma das máquinas, no valor de R$ 4.000,00 foi vendida, sendo R$ 3.000,00 à vista e R$ 1.000,00 a prazo. 3. Foram recebidos R$ 1.000,00 das Contas a receber. 4. Os tributos foram pagos integralmente. 5. Comprados estoques a prazo por R$ 2.500. a) Abra os Razonetes para cada conta contábil que tem saldo inicial (SI) e faça os lançamentos de 2.001 na ordem cronológica descrita acima (de 1 a 5), apontando, no momento 5, os saldos de cada conta.
b) Elabore o Balanço Patrimonial em 31/12/2001. B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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Escrituração Contábil pelas Partidas Dobradas – Capítulo 3
Reflexão Nessa unidade, foi apresentado outro importante relatório contábil: a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e como pode ser analisado e vericado o desempenho da empresa e a eciência dos gestores em obter lucro. E, também, como pode ser compreendido a relação lucrocaixa, e os regimes de competência e de caixa.
Leituras recomendadas Funcionamento
O método de escrituração mais desenvolvido é o chamado Método das Partidas Dobradas, e por isso deve ser utilizado pelos contabilistas. Existem outros, como o de “partidas simples”, que normalmente são satisfatórios para os outros tipos de escrituração. A regra das Partidas Dobradas assusta pela simplicidade: para cada lançamento a débito, deve corresponder um a crédito e vice-versa. Essa descoberta da “simetria” a partir dos chamados “fatos contábeis” contribui para que muitos autores classifquem o método das partidas dobradas como a “arte da escrituração”.
Apesar de originariamente previsto para ser utilizado nos lançamentos das contas contábeis, em operações mais complexas como as das “instituições públicas” é comum de ser exigida Partidas Dobradas apenas para os balanços, ou melhor dizendo, as contas de balanço. Vide por exemplo, a escrituração prevista pela Lei brasileira 4.320/64 que trata da Contabilidade pública. Para muitos gestores, a função da Escrituração é o controle contábil. Na verdade, o controle contábil, que historicamente originou até uma corrente científca
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chamada de Controlismo, é aquele que se baseia nas contas, ou seja em um plano de contas direcionado para a análise contábil e no chamado “contas contra contas”. Por exemplo, no período em que há movimentação na conta de “custos sobre produtos vendidos”, deverá haver igual movimentação na conta de “receita de produtos vendidos”. A Escrituração é a função do registro contábil quando usada o método das partidas. Sem ele pode ser usada como controle administrativo e não contábil. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Escritura%C3%A7%C3%A3o
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Contabilidade Básica
No próximo capítulo No próximao capítulo aprenderemos como a Contabilidade apura o resultado em exercícios ou períodos contábeis, a conceituar e a classicar contas de Receita e Despesa e elaborar o fechamento de um exercício social.
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As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE)
No capítulo quatro, vamos aprender os seguintes tó picos: a classicação das contas; contas patrimoniais; contas de resultado: encerramentos de receita e despesa, mecanismos de débito e crédito e os registros de operações normais do exercício no razonete. Além disso, vamos estudar a demonstração do resultado do exercício isto é, como se dá a apuração do lucro.
Objetivos da sua aprendizagem • Entender como a contabilidade apura o resultado em exercícios ou períodos contábeis; • Conceituar e classicar contas de receita e despesa; • Elaborar o fechamento de um exercício social; • Apresentar demonstração do resultado do exercício (DRE) como instrumento decisorial; • Mostrar como elaborar a demonstração resultado do exercício (DRE).
Você se lembra? Provavelmente você já ouviu alguém questionando: Qual foi o lucro da empresa? Pois bem, isso é possível após o encerramento de um exercício social por meio dos mecanismos que estudaremos a seguir.
Contabilidade Básica
Introdução
Por anos da sua vida você ligava a palavra crédito a algo bom e a palavra débito a algo ruim, obviamente isso é devido à sensação boa ou ruim que ocorre ao olharmos o saldo bancário em nossas contas. No tema anterior, no entanto, vimos que um lançamento a débito aumenta o ativo de uma empresa, algo bom, já um lançamento a crédito aumenta o passivo da empresa, algo que pode parecer ruim (mas nem sempre é). Então, o débito seria algo bom e o crédito seria algo ruim? Veremos neste tema que o débito e o crédito não são bons nem ruins, mas unidades contábeis que se complementam e que compreendem um sistema contábil que visa mensurar o patrimônio de uma entidade.
4.1 Classificação das contas De forma sucinta e visando não à facilidade do cadastro do plano de contas, mas, sim, à separação das contas em naturezas diferentes, temos basicamente dois grandes grupos de contas: 1. Contas patrimoniais; 2. Contas de resultado. Vamos entendê-las em detalhes.
4.2 Contas patrimoniais As contas patrimoniais são aquelas que já estudamos em detalhes e que se referem aos bens e direitos (ativo) e às obrigações com terceiros e com sócios (Passivo), as quais formam o balanço patrimonial, conforme exemplo abaixo:
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As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4
Balanço patrimonial em 31/12/X1 Ativo circulante Passivo circulante Contas a pagar 12.000,00 Circulante 3.000,00 Caixa/Bancos 15.000,00 Tributos a pagar Contas a receber 10.000,00 Estoque peças 5.000,00 Ativo realizável a LP
Passivo exigivel a LP
Adiantamento a sócios
Financiamento (LP)
10.000,00
Patrimônio líquido Ativo permanente
Veículos Instalações
5.000,00 15.000,00
Total
50.000,00
Capital social L./P. Acumulado Total
20.000,00 5.000,00 50.000,00
Fonte:
4.3 Contas de resultado As contas de resultado dividem-se em contas de despesa e contas de receita, ou seja, são aquelas que permitem vericar o resultado do exer cício contábil (período de igual duração em que a empresa opera, sendo normalmente um ano). Vamos entender agora as contas de receita e despesa, as quais com põem o resultado.
4.3.1 Contas de receita O conceito de receita pode ser dado como a origem de recursos ou entrada de bens ou direitos para o ativo sob a forma de dinheiro ou contas a receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias e de produtos e à prestação de serviços. A receita gera, obrigatoriamente, aumento no patrimônio líquido. São exemplos mais comuns de receitas: • Aluguéis ativos; • Receitas de serviços; • Descontos obtidos; • Juros ativos; • Vendas de mercadorias.
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Contabilidade Básica
Baseado no tema anterior, pelo sistema de partidas dobradas, vimos que os débitos ocorrem do lado esquerdo e os créditos ocorrem do lado direito do razonete (ou razão ou o “T”). Quando a receita provoca um aumento no patrimônio líquido, e, conforme demonstrado no tema 4, tópico 4.4.2, Um aumento no patrimônio líquido gera-se um crédito neste grupo. Então sempre que houver uma receita, a conta de resultado de receita deve ser creditada. Se esta explicação ainda não o convenceu de que uma receita gera um lançamento a crédito, é só lembrarmos que uma receita provoca como contrapartida uma entrada de dinheiro no caixa ou no banco (conta de ativo), isto se for uma receita à vista, ou uma entrada de contas a receber (também conta de ativo) se for uma receita a prazo. Conforme visto no tópico 4.4.1 Do tema 4, um aumento do ativo é um débito. Ora, se uma receita gera como contrapartida um débito, obrigatoriamente uma conta de receita somente crescerá se houver um crédito. Abaixo é demonstrado como são registrados os movimentos no razonete de receitas: (Contas de receita) Débito Diminuição
Credito Aumento
O aumento na conta de receita ocorre de forma independente de a receita ser à vista ou a prazo, conforme mostrado no quadro abaixo: Movimentos de receita
À vista
A prazo
Efeito
Débito
Caixa/Bancos
Contas a receber
Aumento no ativo
Crédito
Receita de venda
Receita de venda
Aumento na receita
4.3.2 Contas de despesa B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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As despesas podem ser conceituadas como o consumo de bens e da utilização de serviços que, direta ou indiretamente, ajudam a produzir uma receita. Seja diminuindo o ativo ou aumentando o passivo, uma despesa é sempre realizada com a nalidade de se obter uma receita, cujo valor, espera-se, seja maior do que a diminuição que ela provoca no patrimônio líquido.
As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4
Podemos conceituar as despesas como a natureza de cada gasto realizado nas empresas. Abaixo relacionamos alguns exemplos: • Água e esgoto; • Fretes de carretos; • Aluguéis passivos; • Material de expediente; • Energia elétrica; • Salários; Analogamente à receita, se uma despesa provoca uma diminuição no patrimônio líquido, e, conforme demonstrado no tema 4, tópico 4.4.2, Uma diminuição no patrimônio líquido gera um débito neste grupo. Desta forma, sempre que houver uma despesa, a conta de resultado de despesa deverá ser debitada. Caso essa visão ainda não o convenceu de que uma despesa gera um lançamento a débito, é só lembrarmos que uma despesa provoca uma saída de dinheiro no caixa, no banco (conta de ativo), no estoque ou em quaisquer outras contas do ativo, se for uma despesa à vista. Caso ocorra uma despesa a prazo, será gerada uma entrada de contas a pagar (também conta de passivo). Conforme visto no tópico 4.4.1 Do tema 04, um aumento do ativo é um débito. Ora, se uma despesa gera como contrapartida um crédito, obrigatoriamente que uma conta de despesa somente crescerá se houver um débito. Abaixo demonstra-se como são registrados os movimentos no razonete de despesas: (Contas de despesa) Débito Aumento B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
Crédito Diminuição
O aumento na conta de despesa ocorre de forma independente de a despesa ocorrer à vista ou a prazo, conforme mostrado quadro abaixo: Movimentos de receita
À vista
A prazo
Efeito
Débito
Despesa de XXXX
Despesa de XXX
Aumento nas despesa
Crédito
Caixa/Bancos
XXXX a pagar
Aumento no passivo ou Diminuição do ativo
75
Contabilidade Básica
4.3.3 Contas de receita e despesa Algumas contas de resultado podem aparecer tanto no grupo de des pesas quanto no grupo de receitas, como acontece com aluguéis, juros e descontos. Nestes casos, deve-se utilizar no nome das contas os adjetivos passivo para as despesas e ativo para as receitas. Esses adjetivos, porém, nada têm a ver com as contas do balanço patrimonial chamadas também de ativo e passivo, que já conhecemos e estudamos nesta disciplina. Veja o exemplo: • A conta juros ativos é conta de receita; • A conta juros passivos é conta de despesa. Na realidade, neste contexto o adjetivo ativo signica positivo, ou seja, receita, e o adjetivo passivo signica negativo, ou seja, despesa.
4.3.4 Contas de resultado: encerramento de contas de receita e despesa As contas de resultado podem ser conhecidas como a ou as contas que mensuram a diferença entre as contas de receitas e contas de despesas. Caso as contas de receitas sejam maiores que as contas de despesas, haverá um lucro no período contábil, o qual causará um aumento no patrimônio líquido. Caso contrário, ou seja, se as contas de despesas forem su periores às de receita, haverá um prejuízo contábil, sendo que este diminui o patrimônio líquido. As empresas não podem esperar a sua descontinuidade para apurar seus resultados, dessa forma, toda empresa necessita fazer a apuração de resultados pelo menos uma vez por ano. Este resultado somente pode ser calculado confrontando-se as contas de receita com as contas de despesa e apurando um resultado pela diferença entre ambas. Como as apurações dos resultados são fechadas de acordo com o período contábil, para efeito de apurar o resultado da empresa, as contas de receita e despesa são periódicas, isto é, somente deverão conter registros para um ano ou período menor, assim as contas de receita e despesa, também conhecidas como contas de resultado, deverão sempre iniciar o período com um saldo nulo e fechar o período com este mesmo saldo nulo.
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
76
As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4
4.4 Mecanismos de débito e crédito No quarto tema deste material, vimos que aumentos e diminuições das contas de patrimônio líquido obedecem, respectivamente, a créditos e débitos. Resumindo, como as receitas obtidas aumentam o patrimônio líquido, toda vez que ocorrerem devem ser creditadas. As despesas, como diminuem o patrimônio líquido, devem ser debitadas. As contas de receitas e despesas são encerradas no nal do exercício, quando se apura o resultado e transporta-se o lucro ou o prejuízo para o balanço patrimonial. No início do próximo exercício contábil, as contas de resultado estarão com saldo zero. Isto é feito debitando-se as contas de receita e creditando-se a conta resultado e creditando-se as contas de des pesa e debitando-se a conta de resultado. Com base na necessidade de análises e informações detalhadas dentro de uma empresa, receitas e despesas devem ser agrupadas em contas contábeis diversas, dentro das chamadas contas de resultados, segundo a natureza e o tipo de cada uma delas. Dessa forma, temos:
Receitas: receitas de vendas, receitas de serviços, receitas de juros, receita de venda de imobilizado, etc... Despesas: custo da mercadoria vendida, custo do serviço prestado, custo do produto vendido, despesas de aluguel, despesas de salário, des pesas de juros, despesas de depreciação. Box explicativo:
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
Aumento de ativo
= débito
Diminuição do ativo
= crédito
Aumento do passivo/PL
= crédito
Diminuição do passivo/PL
= débito
Aumento de receitas
= crédito
Diminuição de receitas
= débito
77
Contabilidade Básica
4.5 Registro de operações normais do exercício nos razonetes
A Companhia Ordenada S.A., prestadora de serviços, apura seu resultado a cada nal de mês e com um caixa inicial de r$10.000,00 Pela integração de capital social, conforme demonstrado abaixo: Caixa
Desp. materiais de escritório
(SI) 10.000
10.000 (SI)
A empresa efetuou as seguintes operações de receita e despesa no mês de março de 2001: 1. Compra à vista e consumo imediato de materiais de escritório para participação de uma feira no valor de R$ 2.500,00; Caixa
(SI) 10.000
2.500 (1)
Desp. materiais de escritório
(1) 2.500
10.000 (SI)
2. Compra a prazo de peças para reparos empregados nos serviços prestados no valor de R$ 1.100,00; Contas a PG
1.100 (2)
Despesas com peças
(2) 1.100
3. Prestação de serviços que foram recebidos à vista no valor de R$ 4.450,00; B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
78
As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4 Caixa
(SI) 10.000 (3) 4.450
Receita de serviços
2.500 (1)
4.450 (3)
4. Prestação de serviços e emissão de fatura a receber no valor de R$ 5.800,00; Contas a receber
Receita de serviços
(4) 5.800
4.450 (3) 5.800 (4)
5. No dia 30/03, apuração da folha de pagamento (salários) do mês de março e respectiva quitação no valor de R$ 4.500,00; Caixa
(SI) 10.000 (3) 4.450
2.500 (1) 4.500 (5)
Desp. com salários
(5) 4.500
6. No mesmo dia 30/03, recebimento do boleto informando valor do aluguel do mês de março e respectiva quitação por R$ 400,00. Caixa B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
(SI) 10.000 (3) 4.450
2.500 (1) 4.500 (5) 400 (6)
Desp. com aluguel (6) 400
79
Contabilidade Básica
Dessa forma, transportando abaixo apenas os razonetes das contas de resultados, temos: Desp. Materiais de escritório
Desp. com peças
(1) 2.500
(2) 1.100
Desp. com aluguel
Desp. com salários
(6) 400
(5) 4.500
Receita de serviços
4.450 (3) 5.800 (4)
Como foi denido que o exercício é encerrado mensalmente, dessa forma apurar os resultados criando a conta resultado e transferindo os saldos das contas de receita e despesa para esta conta: Desp. Materiais de escritório
(1) 2.500
2.500 (8)
Desp. com aluguel (6) 400
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
80
400 (8)
Receita de serviços
4.450 (3) 5.800 (4)
Desp. com peças
(2) 1.100
1.100 (8)
Desp. com salários (5) 4.500
4.500 (8)
Resultado
(8) 8.500
10.500 (7) 1.750
(7) 10.250
10.250
As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4
A conta Resultado recebe, por transferência, o débito dos saldos das contas da despesa e o crédito dos saldos das contas de receita. Se o total dos créditos da conta resultado for superior ao total dos débitos, teremos lucro líquido; se, ao contrário, o total de débitos superar o total de créditos, ocorrerá prejuízo. Dessa forma, a empresa apresentou, no mês de março de 2001, o lucro de R$1.750,00, sendo que, como já foi explanado, nenhuma das contas de resultado deve ter um saldo no nal do período analisado e a conta resultado deve ter seu saldo nal transferido para a conta de lucros e prejuízos acumulados. Dessa forma: Resultado (8) 8.500 (9) 1.750
10.250 (7)
Lucros/Prej. acumulados 1.750 (9)
1.750
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
Resumidamente, podemos enumerar 03 lançamentos básicos e padrões para o encerramento do exercício contábil: Encerramento de receitas: deve ser realizado um débito ou um lançamento à esquerda em todas as contas de receita e um crédito ou um lançamento à direita na conta de resultado; Encerramento de despesas: deve ser realizado um crédito ou um lançamento à direita em todas as contas de despesa e um débito ou um lançamento à direita na O lado do passiconta de resultado; vo e patrimônio líquido (as Transferência do resultado do origens de recursos) é o lado que exercício para lucros ou prejuízos representa as contas do saldo credor do balanço. No lado do ativo (bens e acumulados: pode ter duas situações: direitos), as contas representam o saldo Caso haja lucro no exercício, devedor (aplicações de recursos). deve-se realizar um débito ou um lançamento à esquerda para zerar a conta de resultado e um crédito ou lançamento a direita para a conta de lucro ou prejuízos acumulados no passivo; Caso haja um prejuízo no exercício, deve-se realizar um crédito ou um lançamento a direita para zerar a conta de resultado e um débito ou lançamento à esquerda para a conta de lucro ou prejuízos acumulados no passivo.
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Contabilidade Básica
Cia. Ordenada Balanço patrimonial em 31/03/2001 AC PC Contas a pagar Caixa 7.050,00 PL Contas a receber 5.800,00 Capital social Lucros/prejuízos 1.750,00 Total
12.850,00
Total
12.000,00 10.000,00 acumulados 12.850,00
Como pôde ser vericado, todas as contas de resultados já não têm mais saldo e o excedente entre receitas e despesas foi transferido para a conta lucros e prejuízos acumulados, gerando, ao m de março de 2001, o seguinte balanço patrimonial:
4.6 Demonstração do resultado do exercício (DRE) Voltando ao exemplo dos balanços sucessivos da sua empresa Ventura S.A., você pode me perguntar: — Se a empresa tiver muitas outras despesas cujos benefícios já foram usufruídos (como é o caso do aluguel) e não puderem ser demonstradas no balanço patrimonial, onde serão demonstradas? Na demonstração do resultado do exercício (DRE) que estudaremos agora! Nessa demonstração é apurado o resultado, lucro ou prejuízo, que será, então, transferido para a conta lucros ou prejuízos acumulados no patrimônio líquido do balanço patrimonial após um exercício social (um ano). É comum substituir o termo lucro pelo o termo resultado (pode ser lucro ou prejuízo), porque grande parte das empresas obtém lucro e uma minoria obtém prejuízo. Além disso, nenhuma empresa sobrevive muito tempo com prejuízo, enquanto o lucro é uma característica que permanece. Por isso, também assumiremos aqui essa substituição de termos, mas entendendo que é possível haver prejuízo e, quando isso ocorrer, o termo passa a ser prejuízo. Todos os fatos administrativos que ocorrem são registrados pela contabilidade. As contas serão classicadas ou no balanço patrimonial (estoques, duplicatas a receber, fornecedores) ou na demonstração do resultado do exercício (DRE). Se uma conta não estiver no balanço, ela estará na DRE e vice-versa.
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4
Para as micro e pequenas empresas, existe uma DRE resumida que mostra somente o total das despesas deduzidas do total da receita sem muitos dados pormenorizados, mas essa demonstração não é útil na tomada de decisão justamente por não oferecer os detalhes ou classicações das contas. Estudaremos, assim, a DRE completa, exigida pela lei, que demonstra grupos de despesas, vários tipos de lucro, a questão dos impostos etc. Como nosso interesse é o lucro, veremos como apurar cada um dos lucros apresentados na DRE: lucro bruto, lucro operacional, lucro antes e lucro depois do imposto de renda e lucro líquido.
4.6.1 Apuração do lucro bruto O lucro bruto é resultado da receita menos os custos necessários na produção (fábrica) ou compra das mercadorias vendidas (comércio). Ao nos referirmos aos produtos, uma adaptação pode ser feita aos serviços, uma vez que as empresas que somente prestam serviços também devem elaborar a DRE no mesmo modelo das empresas que fabricam e/ou vendem produtos. Vamos elaborar o resultado de possíveis vendas que você tenha feito no primeiro ano de funcionamento da sua empresa Ventura S.A. Para efeito de cálculo dos impostos (municipais e estaduais), consideraremos que sua empresa está instalada na cidade de São Paulo. Você vendeu um total de R$ 100.000 (trabalharemos com números menores somente para facilitar a apresentação) e essa é sua receita bruta, mas precisamos deduzir desse valor os impostos que pertencem ao governo e serão recolhidos. Impostos sobre vendas
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Defnição
Esfera do governo a que pertence
Alíquota
Ventura S.A.
IPI
Imposto sobre Produtos industrializados
federal
0 a quase 400% (cigarros)
Não se aplica porque a empresa não produz; só compra e vende
ICMS
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
estadual
18 a 25%
18%
ISS
Impostos sobre Serviços
municipal
0 a 10%
Não se aplica
PIS
Programa de Integração Social
federal
0,65%
0,65%
Cofns
Contribuição para Seguridade Social
federal
7,6% (não cumulativo a partir de 2003)
7,6%
83
Contabilidade Básica
Além dos impostos sobre as vendas, devem ser descontados nesse momento todas as devoluções de vendas que ocorreram no período e todos os abatimentos (descontos) concedidos. Considerando, pois, que houve devoluções nas vendas da Ventura S.A. no valor de R$ 1.000 e que os abatimentos foram num total de R$ 150, conseguimos apurar o seguinte valor da receita líquida: Receita bruta de vendas ( ‒ ) Impostos sobre vendas ICMS PIS Cofins ( ‒ ) Deduções Cofins Devoluções (=) Receita operacional líquida
100.000 (18.000) (650) (7.600)
(500) 0 73.250
Para chegar ao valor do lucro bruto, basta então deduzir o custo das mercadorias vendidas, que em empresas produtivas é chamado custo do produto vendido e em empresas de serviços, custo dos serviços prestados. Nas empresas comerciais, esse custo abrange todos os gastos feitos na compra das mercadorias. Já em empresas que possuem um processo produtivo, o custo abrange todos os gastos consumidos na fabricação (mão de obra, matéria-prima, energia elétrica etc). Nesse caso, o cálculo é mais complexo, tanto que exige um ramo especíco de estudo: a contabilidade de custos, que não será abordada nessa disciplina. Vamos considerar que o custo das mercadorias vendidas foi de R$ 30.000 Na empresa Ventura S.A. Este lucro bruto será destinado a pagar as despesas, imposto de renda e a remunerar os proprietários da empresa, conforme veremos nos próximos itens.
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Receita bruta de vendas ( ‒ ) Impostos sobre vendas ICMS PIS Cofins ( ‒ ) Deduções Abatimentos Devoluções (=) Receita operacional líquida ( ‒ ) Custo das mercadorias vendidas (=) LUCRO BRUTO
100.000 (18.000) (650) (7.600) (500) 0 73.250 (30.000) 43.250
As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4
4.6.2 Apuração do lucro operacional Este resultado mostra o desempenho da atividade da empresa obtido pela diferença entre o lucro bruto e as despesas operacionais. No caso da sua empresa (Ventura S.A), possivelmente consta do contrato social que o objeto social, ou seja, a atividade da sua empresa é comercializar artigos esportivos ou artigos diversos. O resultado desta atividade estará demonstrado no lucro operacional, mas, para chegar a esse lucro, é preciso deduzir as seguintes despesas, independentemente de terem sido feitas à vista ou a prazo: • Despesas administrativas: gastos necessários para administrar a em presa. Gastos no escritório (salários, aluguéis, materiais de escritório, depreciação de móveis e equipamentos de informática, assinaturas de jornais etc) e relacionados à direção da empresa (os salários dos diretores, denominados honorários, fazem parte dessas despesas). • Despesas com vendas: referem-se aos gastos de promoção do produto até a entrega ao consumidor. Incluem as despesas com pessoal de vendas, comissões, publicidade e até a estimativa de perdas com falta de pagamento de duplicatas (devedores duvidosos). • Despesas fnanceiras: são os pagamentos de juros, taxas bancárias etc. Deve ser considerado aqui, conforme a Lei das S.A., também o valor das receitas nanceiras referentes aos juros obtidos nas aplicações nanceiras. Então, na prática, não são apenas despesas nanceiras, mas sim o resultado nanceiro líquido (despesas menos receitas). Pode ocorrer desse resultado ser positivo, como As despesas operacionais ocorrem em mostra o quadro a seguir, e, nesse função da vida normal da emprecaso, devemos somar esse valor e sa e são consideradas necessárias à não subtraí-lo do lucro bruto para gestão do patrimônio. Contabilidade Básica. Ed. Saraiva. chegarmos ao lucro operacional. Segundo Marion (2005), o ideal mesmo seria indicar com detalhes esse confronto entre despesas nanceiras e receitas nanceiras, demonstrando os seus respectivos valores. Suponha uma primeira situação em que sua empresa tenha obtido R$ 3.000 de receitas nanceiras e teve que pagar R$ 5.000 De despesas nanceiras e uma segunda hipótese em que as Des-
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Contabilidade Básica
pesas nanceiras nanceiras tenham tenha m sido de R$ 2.000 e a receita recei ta nanceira nance ira apresenapresentou o mesmo valor. Se nas duas situações possíveis não houver mudanças nos valores das despesas administrativas nem nas despesas com vendas que foram de R$ 20.000 e R$ 10.000, teremos: Despesas financeiras > Receitas financeiras Despesas financeiras (5.000) Receitas financeiras 3.000 (2.000) Na DRE: ... (=) LUCRO BRUTO ( ‒ ) Despesas operacionais Despesas adminstrativ as Despesas com vendas Despesas financeiras (=) LUCRO OPERACIONAL
Despesas financeiras > Receitas financeiras Despesas financeiras (2.000) Receitas financeiras 3.000 Desp./Rec. Financeiras 1.000
Na DRE: ... 41.250 (=) LUCRO BRUTO ( ‒ ‒ ) Despesas operacionais (20.000) Despesas adminstrativ as (10.000) Despesas com vendas (2.000) Despesas financeiras 9.250 (=) LUCRO OPERACIONAL
41.250 (20.000) (10.000) 1.000 12.250
Fonte:
4.6.3 Apuração do lucro antes do Imposto de Renda e do lucro depois do Imposto de Renda Mesmo que a atividade operacional da sua empresa seja a comercialização de artigos esportivos, isso não indica que não possam ocorrer fatos não operacionais, como, por exemplo, a venda do carro da empresa. Ocorre, então, um resultado (que pode ser lucro ou prejuízo) com a venda do carro, mas não faz parte da atividade da sua empresa vender carros, por isso o resultado dessa venda é classicado como uma receita (lucro na venda) ou despesa (prejuízo na venConexão: da) não operacional. Estas receitas e despesas que As despesas não caracteristicamente são aleatórias, imprevisíveis operacionais ocorrem fora e não possuem relação direta com a atividade da das atividades operacionais empresa classicam-se como não operacionais e normais da empresa. Contabilidade Báaparecem depois do lucro operacional na DRE. sica. Ed. Saraiva. Exemplos de receitas e despesas não operaAno, pg cionais: • Ganhos ou perdas de capital: lucro ou prejuízo na venda de itens do ativo permanente (imobilizado ou investimentos), tais como: venda de veículos ou equipamentos (imobilizado) ou ainda venda de ações de outras empresas (investimento), sendo que todos podem ser vendidos com lucro (receitas não operacionais) ou prejuízo (despesas não operacionais).
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
86
As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4
•
Outros ganhos ou perdas: alguns fatos anormais e extraordinários como enchentes, furtos e incêndios também causam perdas que são consideradas não operacionais.
Considerando que você tenham vendido aquele carro da Ventura S.A. e tenha obtido nesta venda um lucro de R$ 750 partindo do lucro operacional em que as despesas nanceiras foram maiores que as receitas, temos o seguinte lucro antes do Imposto de Renda: ... (=) LUCRO OPERACIONAL Despesas não Operacionais ( ‒) De (+) (+) Re Receitas não Operacionais (=) LU LUCRO an antes do do Imposto de Ren Rend da (LA (LAIIR)
11.250 0 750 12.00 .000
Não trataremos da apuração do Imposto de Renda, mas é interessante saber que a base de cálculo do Imposto de Renda não é o lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) apurado pela contabilidade. Esse valor apurado é apenas uma base na qual são feitas adições e subtrações conforme a legislação. Informações sobre esse assunto podem ser vistas no capítulo 6 do livro do Marion (2005) e maiores detalhes sobre a legislação são encontrados no site no site da da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br). (www.receita.fazenda.gov.br). Para apurar o lucro depois do Imposto de Renda, basta deduzir o valor do Imposto de Renda a pagar do LAIR. No caso da Ventura S.A., vamos supor um valor de IR de R$ 2.000. ... (=) LU LUCRO an antes do do Imposto de Ren Rend da (L (LAIR) Provisão para Imposto de Renda ( ‒) Pr (=) LUCRO depois do Imposto de Renda
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12.00 .000 (2.000) 10.000
4.6.4 Apuração do lucro líquido
Finalmente chegamos ao lucro que realmente cará à disposição da empresa: o lucro líquido, mas nem todo o valor deste lucro se tornará parte do patrimônio líquido da empresa, aumentando a conta lucros acumulados do balanço patrimonial. Os proprietários da empresa decidem que parte deste lucro cará retida na empresa (patrimônio líquido) e parte será distribuída aos acionistas/sócios. Para apurar o lucro líquido, basta deduzir do lucro antes do IR as participações, de acordo com o estatuto da empresa, de debêntures (títulos 87
Contabilidade Básica
de dívida), de empregados, administradores e contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência dos empregados. Se na sua empresa estava prevista a distribuição de 1% do lucro aos seus empregados, o lucro líquido foi de: ... (=) LUCRO depois do Imposto de Renda ( ‒) Participações Empregados
10.000
(=) LUCRO LÍQUIDO
(100)
9.900
Podemos, então, passar a ter uma visão geral da demonstração do resultado do exercício com uma breve descrição das contas, conforme mostra a gura 4 CONTA
DESCRIÇÃO
Receita bruta de vendas
Valor das vendas de produtos, mercadorias ou serviços
(–) Deduções
Podem ser de três tipos: devoluções de produtos, abatimentos e impostos sobre vendas
(=) Receita operacional líquida (–) Custo das mercadorias vendidas
Incluem todos os gastos consumidos na produção ou compra dos bens ou serviços comercializados
(=) LUCRO BRUTO (–) Despesas operacionais
Gastos com atividades da empresa, mas não relativas à produção
Despesas administrativas
Gastos com supervisão, gestão e controle da em empresa
Despesas com vendas
Gastos com comercialização, comissões
Despesas fnanceiras
Gastos com juros (confrontados com as receitas de juros)
(=) LUCRO OPERACIONAL (–) Despesas não operacionais
Outras despesas sem relação à atividade da empresa (ex.: prejuízos em vendas de imobilizado)
(+) Receitas não operacionais
Outras receitas sem relação à atividade da empresa (ex.: lucro em vendas de imobilizado)
(=) Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) (–) (–) Prov Provis isão ão para para Impo Impost stoo de Rend Rendaa
Valor alor reco reconh nhec ecid idoo a paga pagarr rela relacciona ionado do ao Impos mposto to de Rend Rendaa
(=) LUCRO depois do Imposto de Renda (–) Participações B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
88
Parte do lucro destinado a empregados, administradores, contribuições previdenciárias
(=) LUCRO LÍQUIDO
Figura 4 – Descrição resumida das contas da demonstração do resultado do exercício Bruni e Famá (2006, p. 79). 7 9). Adaptado.
As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4
O resultado nal da Ventura S.A. pode ser conferido logo a seguir. Entretanto, para facilitar o entendimento e o estudo, trabalharemos com a demonstração de resultado mais resumida, excluindo da demonstração as contas que não tiverem valor. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Receita bruta de vendas I mpostos sobre vendas ( ‒) Im ( ‒) Deduções (=) Re Receita operacional líquida Custo das mercadorias vendidas ( ‒) Cu (=) LUCRO BRUTO ( ‒) Despesas operacionais Despesas administrativas Despesas com vendas Despesas financeiras (=) LUCRO OPERACIONAL (+) Re Receitas não operacionais (=) Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) Provisão para Imposto de Renda ( ‒) Pr (=) LUCRO depois do Imposto de Renda ( ‒) Participações (=) LUCRO LÍQ UIDO
100.000 (26.250) (500)
73.250 (30.000) 43.250 (20.000) (10.000) (2.000) 11.250 750 12.00 .000 (2.000) 10.000 (100)
9.900
Passemos, agora, a entender a ligação entre o balanço patrimonial e a demonstração de resultado do exercício. Você poderia pensar: — Ótimo! A empresa obteve obteve um lucro de R$ 9.900 e esse valor estará no caixa no fnal do ano!
Não é bem assim... O valor obtido como lucro passa a fazer parte do resultado da empresa por meio da conta lucros acumulados no patrimônio líquido e é uma nova origem de recursos (capital próprio). No entanto, todo esse valor do lucro não se transformou em dinheiro e cou dispodisponível no caixa nesse mesmo período (exercício social = um ano). Isso só ocorreria, se a empresa pagasse todas as despesas à vista e recebesse todas as vendas à vista. Ainda assim, alguns gastos não representariam desem bolso, devendo ser analisados.
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Contabilidade Básica
Vamos considerar que, passado algum tempo, a empresa Ventura S.A. apresentasse o seguinte balanço patrimonial: Balanço patrimonial em 31 de Dezembro de 201 1 Ventura S.A. Ativo Passivo Circulante
Circulante
Bancos Estoque
1.000,00 35.000,00
6.000,00
Passivo Líquido
Não circulante imobilizado
Móveis e utensílios (–) Depreciação Acumulada diferido Gastos pré-operacionais Total
Empréstimos
12.000,00
Capital social Lucros acumulados
40.000,00 4.000,00
(1.200,00) 3.200,00) 50.000,00
Total
50.000,00
Após esse relatório é que ocorreram os fatos apresentados na demonstração do resultado do exercício. Assim, um ano após, se todas as despesas fossem pagas à vista e todas as receitas fossem recebidas à vista e não fossem considerados os gastos que não afetam o caixa, todo o lucro que a operação de compra e venda da empresa gerasse seria aplicado no caixa, conforme mostrado no balanço patrimonial. BALANÇO PATRIMONIAL em 31 de Dezembro de 20X2 VENTURA S.A Ativo Passivo Circulante Caixa Bancos Estoques Não circulante Imobilizado Móveis e utensílios ( ‒) Depreciação acumulada Diferido Gastos pré - operacionais 13.900 TOTAL
9.900 1.000 35.000
Circulante Empréstimos
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
6.000
Receita bruta de vendas ( ‒) Impostos sobre vendas ( ‒) Deduções (=) Receita operacional líquida ( ‒) Custo das mercadorias vendidas
100.000 (26.250) (500) 73.250 (30.000)
( ‒) Despesas operacionais Despesas administrativas Despesas com vendas Despesas financeiras
(20.000) (10.000) (2.000)
(=) LUCRO BRUTO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social 12.000 Lucros Acumulados (1.200) 3.200 =59.900 R$ 4.000 (lucros anteriores) + TOTAL
R$ 9.900 (lucro do período)
40.000 13.900
(=) LUCRO OPERACIONAL (+) Receitas não operacionais 59.900
(=) Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) ( ‒)Provisão para Imposto de Renda
(=) LUCRO depois do Imposto de Renda ( ‒)Participações
(=) LUCRO LÍQUIDO
43.250
11.250
750
12.000 (2.000)
10.000
(100)
9.900
No entanto, nem todos os gastos ocorridos representam valores a pagar e por isso não vão afetar o caixa da empresa, ou seja, não haverá pagamento com dinheiro do caixa. Podemos resumir tais gastos, analisando a depreciação e a provisão para devedores duvidosos.
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
90
As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4
No caso da Ventura S.A., dentro das despesas administrativas (R$ 20.000), podemos considerar que R$ 1.000 foi relacionado à de preciação (desgaste) dos móveis e utensílios e que não houve provisão para devedores duvidosos, porque não havia valor a receber de clientes (mas pode ser analisada da mesma forma que a depreciação). Esse valor não será pago, porém deve ser considerado no resultado (DRE) e deve aumentar a conta depreciação acumulada sem afetar o caixa, ou seja, no exemplo, o caixa cará com R$ 1.000 a mais do que o lucro apurado, porque esse valor se refere à depreciação sem representar pagamento, e a depreciação acumulada (conta que reduz o Ativo) será aumentada em R$ 1.000. Assim, voltando ao exemplo em que todas as receitas são rece bidas e todas as despesas pagas, a forma de aplicação do lucro no Ativo da empresa Ventura foi: BALANÇO PATRIMONIAL em 31 de Dezembro de 2012 VENTURA S.A. Ativo Passivo Circulante Caixa Bancos Estoques Não circulante Imobilizado Móveis e utensílios ( ‒) Depreciação acumulada Diferido Gastos pré - operacionais TOTAL
10.900 1.000 35.000
Circulante Empréstimos
6.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social 12.000 Lucros acumulados (2.200)
40.000 13.900
3.200 59.900 TOTAL
59.900
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Receita bruta de vendas ( ‒ ) Impostos sobre vendas ( ‒)Deduções (=) Receita operacional líquida ( ‒ ) Custo das mercadorias vendidas
100.000 (26.250) (500) 73.250 (30.000)
( ‒ ) Despesas operacionais Despesas administrativas Despesas com vendas Despesas financeiras
(20.000) (10.000) (2.000)
(=) LUCRO BRUTO B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
(=) LUCRO OPERACIONAL (+) Receitas não operacionais
(=) Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) ( ‒)Provisão para Imposto de Renda
(=) LUCRO depois do Imposto de Renda ( ‒)Participações
(=) LUCRO LÍQUIDO
43.250
11.250 750
12.000 (2.000)
10.000 (100)
9.900
Fonte:
91
Contabilidade Básica
Nas demonstrações de resultado publicadas pelas empresas, certamente você encontrará uma pequena diferença dessa demonstração que estudamos até agora: é o Ebtida. Essa é uma sigla em inglês para o termo earning before interest, taxes, depreciation and amortization. Em português signica lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização e é um lucro operacional ajustado. O Ebitda considera os componentes operacionais descontando o que se refere à forma como a empresa está nanciada (representada pelas receitas e despesas nanceiras) e aos gastos que não afetam o caixa (amortização, depreciação, provisão para devedores duvidosos etc). O objetivo é mostrar a real capacidade que a empresa tem de gerar lucro considerando apenas a sua atividade operacional, seu negócio. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO TRADICIONAL Receita bruta de vendas ( ‒ ) Impostos sobre vendas ( ‒ ) Deduções (=) Receita operacional líquida ( ‒ ) Custo das mercadorias vendidas
100.000 (26.250) (500) 73.250 (30.000)
( ‒ ) Despesas 3 Despesas administrativas Despesas com vendas Despesas financeiras
(20.000) (10.000) (2.000)
(=) LUCRO BRUTO
(=) LUCRO OPERACIONAL (+) Receitas não operacionais
(=) Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) ( ‒ ) Provisão para Imposto de Renda
(=) LUCRO depois do Imposto de Renda ( ‒ ) Participações
(=) LUCRO LÍQUIDO
43.250
11.250 750
12.000 (2.000)
10.000 (100)
9.900
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO INOVADA Receita bruta de vendas ( ‒ ) Impostos sobre vendas ( ‒ ) Deduções (=) Receita operacional líquida ( ‒ ) Custo das mercadorias vendidas
100.000 (26.250) (500) 73.250 (30.000)
( ‒ ) Despesas operacionais Despesas administrativas Despesas com vendas
(19.000) (10.000)
(=) LUCRO BRUTO
(=) Ebitda (-) Despesas financeiras (-) Depreciação
(=) LUCRO OPERACIONAL B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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(+) Receitas não operacionais
(=) Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) ( ‒ ) Provisão para Imposto de Renda
(=) LUCRO depois do Imposto de Renda ( ‒ ) Participações
(=) LUCRO LÍQUIDO
43.250
14.250 (2.000) (1.000)
11.250 750
12.000 (2.000)
10.000 (100)
9.900
As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4
No entanto, mesmo com essa inovação, a demonstração do resultado continua evidenciando o lucro econômico da empresa, ou seja, aquele lucro que alterou o patrimônio da empresa sem necessariamente alterar o caixa no mesmo momento. Isso ocorre porque a contabilização do lucro é feito pelo regime de competência e não pelo regime de caixa. Entenderemos melhor esses conceitos no próximo tópico.
4.7 Regime de competência e regime de caixa
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
O regime de competência, também conhecido por regime econômico é uma forma de se contabilizar o resultado da empresa, registrando as receitas no momento em que elas são geradas e os gastos (despesas e custos) no momento em que são consumidos, independentemente de seu recebimento ou pagamento. É exatamente esse regime que foi adotado na apuração do resultado nos exemplos vistos anteriormente. Não foi contabilizada somente a receita recebida, e sim a receita gerada. Também os gastos foram contabilizados conforme o consumo ocorrido no período (competentes àquele período) e não conforme o pagamento desses gastos. Este regime de competência é indicado pela teoria da contabilidade e pelo imposto de renda (legislação scal) e deve ser adotado na apuração do resultado (DRE). Já o regime de caixa, conhecido como regime nanceiro, apura um resultado considerando como receita aquela efetivamente recebida e gastos (custos/despesas), aqueles realmente pagos no período. Esse regime é adotado para que os gestores possam ter o controle gerencial do caixa, vital para a continuidade e manutenção da situação nanceira da empresa. Ele é apresentado na demonstração do uxo de caixa (DFC). Esse relatório será analisado detalhadamente em outra disciplina de análise nanceira durante o seu curso de graduação. De acordo com os dados de receitas e despesas apresentados no exemplo da DRE, poderíamos ter diferentes resultados de caixa pelo regime de competência, dependendo da forma de pagamento dos gastos (custos e despesas) e desconsiderando aqueles que não impactam o caixa (depreciação) e o recebimento das receitas negociadas. Veremos alguns exemplos (extremos) desses casos e seus respectivos impactos no caixa (lembrando que o lucro apurado na DRE pelo regi-
93
Contabilidade Básica
me de competência continua sendo de R$ 9.900 para todas as situações de recebimentos e pagamentos): 1ª. Situação
2ª. Situação
100% dos gastos pagos à vista 100% das receitas recebidas à vista Receitas 100.000 ( ‒ ) Gastos (89.100)
50% dos gastos pagos à vista 50% das receitas recebidas à vista Receitas 50.000 ( ‒ ) Gastos (44.550)
(=) Superávit de caixa
(=) Superávit de caixa
10.900
5.450
3ª. Situação
4ª. Situação
0% dos gastos pagos à vista 100% das receitas recebidas à vista Receitas 100.000 ( ‒ ) Gastos 0
100% dos gastos pagos à vista 0% das receitas recebidas à vista Receitas 0 ( ‒ ) Gastos (89.100)
(=) Superávit de caixa
(=) Deficit de caixa
100.000
(89.100)
Entenderemos melhor as diferentes análises obtidas pelo regime de caixa e regime de competência por meio de dois exemplos apresentados por Marion (2005, p.106-9).
Exemplo 1 – Empresas que têm prejuízo, mas têm caixa para pagar suas contas O Sr. Felisberto acabou de se aposentar como motorista e usou o dinheiro do FGTS para comprar uma Van à vista por R$ 60.000 e abrir o seu próprio negócio, a Cia. Viajefeliz. É previsto que, após três anos de uso, o veículo não terá mais valor de mercado (praticamente zero). A previsão de receita mensal é de R$ 4.000 e de despesas, R$ 3.000 (incluindo os honorários do sr Felisberto). Com R$ 1.000 por mês de su perávit, ca fácil prever um valor de R$ 12.000 após um ano. E qual não foi a surpresa do sr. Felisberto, quando o escritório de contabilidade o informou de que o prejuízo no primeiro ano fora de R$ 8.000! — Como isso pode acontecer, se houve uma sobra de R$ 12.000 no caixa? E ainda por cima nem dívida eu tenho? — Questionou o sr Felis berto. B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4
Os relatórios da contabilidade (com destaque para a depreciação) foram apresentados. BALANÇO PATRIMONIAL Cia. Viajefeliz ATIVO Circulante Caixa Permanente Imobilizado Veículos ( ‒ ) Depreciação acumulada
PASSIVO 12.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social 60.000 Prejuízo (20.000)
TOTAL
52.000 TOTAL
60.000 (8.000)
52.000
Demonstração do resultado do exercício
Receita ( ‒ ) Despesas operacionais ( ‒ ) Depreciação (=) Prejuízo
48.000 (36.000) (20.000) (8.000)
Comparação do uxo econômico (DRE) com o uxo nanceiro (DFC)
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
Operações
DRE - Fluxo econômico
DFC - Fluxo Financeiro
Diferenças
Receita
48.000
48.000
(–) Despesas Pagas
(36.000)
(36.000)
(–) Depreciação
(20.000)
0
(20.000) O caixa não é afetado pela depreciação
Lucro/Prejuízo
(8.000)
12.000
(20.000)
Não houve Não houve
Pode-se concluir que o sr Felisberto deveria gerar pelo menos R$ 20.000 de caixa por ano para repor, no nal de três anos, o bem que está sendo depreciado, porque tem ocorrido o custo da Van utilizada nas viagens, só que este custo não gera saída de caixa. Imagine que, se em vez de comprar, ele tivesse alugado (leasing ) o veículo. Haveria, então, o custo mensal do aluguel. Assim, houve, na verdade, diminuição do patrimônio de R$ 8.000 (ativo era de R$ 60.000 e hoje é de R$ 52.000), indicando redução na capacidade de gerar benefícios futuros. A situação nanceira aparentemente é boa, mas economicamente o patrimônio está perdendo valor.
95
Contabilidade Básica
Exemplo 2 – Empresas que têm lucro, mas não têm caixa para pagar suas contas Imagine uma empresa de prestação de serviços de beleza, um salão de cabeleireiros que, com um capital de R$ 50.000 em dezembro, resolveu comprar um imóvel no valor de R$ 720.000, logo no início de janeiro, com uma prestação mensal xa de R$ 20.000 a ser paga em três anos. O faturamento mensal é de R$ 30.000. Também no nal do ano, a empresa comprou móveis à vista pelo valor de R$ 30.000. Os relatórios contábeis apresentados no nal do ano foram: BALANÇO PATRIMONIAL Cia Belebene ATIVO Início do ano
Circulante Caixa Material de consumo
50.000 50.000
Não Circulante Imobilizado Imóveis
Final do ano Circulante 10.000 30.000 40.000
60.000 40.000
Imóveis a pagar
240.000 340.000
720.000
50.000
Final do ano
Salários a pagar Material a pagar
Exigível a longo prazo Imóveis a pagar
( ‒ ) Depreciação acumulada Móveis
TOTAL
PASSIVO Início do ano
240.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
(60.000) Capital social 30.000 Lucros
50.000
690.000
50.000
730.000 TOTAL
50.000
50.000 100.000 150.000
150.000
Demonstração do resultado do exercício
Receitas ( ‒ ) Despesas Salários dos cabeleireiros Material e outros Depreciação do imóvel (=) Lucro no período
360.000 (120.000) (80.000) (60.000) 100.000
A empresa está com uma situação nanceira ruim: do total da des pesa de salários, foi pago somente a metade, o restante (R$ 60.000) a empresa ainda está devendo (passivo circulante); deve ainda R$ 40.000 de todo material comprado dos quais R$ 80.000 foram consumidos (DRE) e R$ 30.000 ainda estão no estoque de material (ativo circulante), ou seja, o total da compra de materiais foi de R$ 110.000. E tem ainda a dívida com o imóvel que é alta. Apesar disso, a empresa teve um bom lucro no ano. Com um investimento inicial de R$ 50.000 (capital), os sócios obtiveram
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4
um lucro de R$ 100.000, uma excelente rentabilidade. Vamos analisar melhor a situação, comparando o uxo econômico (DRE) com o uxo nanceiro (DFC). Passaremos, então, a entender por que o caixa caiu de R$ 50.000 para R$ 10.000 (observe a conta caixa no balanço patrimonial), havendo assim um décit de R$ 40.000. Demonstração do fluxo de caixa
Entrada de dinheiro Receitas recebidas (-) Saídas de dinheiro Salários pagos Materiais pagos (do total comprado de R$ 110.000 falta pagar R$ 40.000 e foi pago = R$ 70.000) Prestações do imóvel pagas (12 x R$ 20.000) Compra móveis (=) Déficit do período
360.000 (60.000) (70.000) (240.000) (30.000) (40.000)
Comparação do uxo econômico (DRE) com o uxo nanceiro (DFC) Operações
Receita ( ‒ ) Salários ( ‒ ) Materiais ( ‒ ) Depreciação Lucro nas operacões Saídas do caixa ( ‒ ) Pagamentos de ativo imóvel
Móveis
Resultado final
DRE - Fluxo econômico
DFC - Fluxo financeiro
360.000 (120.000) (80.000) (60.000)
360.000 (60.000) (70.000)
100.000
Diferenças
Não houve 60.000 ‒ saiu menos da DFC 10.000 ‒ saiu menos da DFC 60.000 ‒ não sai do Caixa
230.000 130.000 vantagem no caixa
(240.000) (30.000)
(240.000) saiu do Caixa (30.000) saiu do Caixa (140.000) de saída do Caixa, ou seja, R$ 40.000 acima do lucro de R$ 100.000
Podemos observar que as aquisições do Ativo (materiais, imóveis e móveis) foram saídas de caixa (pagamentos), mas não representaram despesas (despesas de materiais e depreciação), porque, pelo regime de competência, essas só serão consideradas na ocasião do consumo. No caso do imobilizado (móveis e imóveis) isso, ocorrerá somente no longo prazo, por isso houve grande diferença entre o uxo nanceiro e o econômico.
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Contabilidade Básica
Você poderia pensar: — Apesar da situação fnanceira da empresa ser péssima, os bens
que ela adquire são relevantes e o lucro econômico é excelente, ou seja, economicamente a situação é positiva. A empresa, porém, está próxima da insolvência (inadimplente com seus fornecedores e funcionários), não tendo capital de giro (ativo circulante) suciente para pagar suas dívidas. Nesse caso, a empresa fez mais investimentos do que a geração de caixa é capaz de pagar.
Atividades
01. A Cia. Maranhense foi organizada no mês de setembro de 2011 com o objetivo de prestar serviços de reparo e manutenção de televisores, assim como de agenciar a venda de novos televisores e ser comissionada por essa venda. Neste respectivo mês, a empresa apresentou as seguintes operações: 1. Integralização do capital social em dinheiro no valor de R$ 8.000,00; 2. Compra à vista de peças no valor de R$ 500,00; 3. Pagamento de R$ 600,00 em tributos e taxas diversas do mês; 4. Prestação de serviços com recebimento no valor no valor de R$ 1.400,00; 5. Consumo de R$ 300,00 do estoque de peças; 6. Pagamento do aluguel mensal no valor de R$ 700,00; 7. Compra a prazo de diversos equipamentos no valor de R$ 2.000,00; 8. Recebimento de comissões por vendas geradas no mês no valor de R$ 400,00; 9. Apuração da folha de pagamento e respectiva quitação por R$ 1.000,00; 10. Encerramento das receitas; 11. Encerramento das despesas; 12. Transferência para lucros e prejuízos acumulados.
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Pede-se: a) Transportar as partidas para o razonete (razão); b) Fazer as partidas de encerramento nos razonetes; c) Elaborar o balanço patrimonial em 30/09.
As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4
02. Ordene a DRE da empresa Rainha S.A., completando o valor das vendas (em R$ mil): Lucro antes do IR Despesas administrativas Custo do produto vendido Lucro bruto Lucro operacional Despesas não operacionais Receitas não operacionais Despesas de vendas Lucro líquido Receita de vendas Participações de funcionários Provisão para IR Lucro depois do IR
5.590 9.120 22.800 27.770 5.900 1.360 1.050 12.750 2.840 ????? 1.000 1.750 3.840
Demonstração do resultado do exercício
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Contabilidade Básica
03. A partir dos dados apresentados a seguir, classique as contas e ela bore o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício da Cia Jasão S.A. Valor (R$)
Custo da mercadoria vendida Lucro do exercício Fornecedores Lucros acumulados anteriores Empréstimos a longo prazo Receita bruta Contas a receber (curto prazo) Aplicações a longo prazo Provisão para ir Deduções da receita Caixa Imóvel da fábica Estoque Impostos a pagar Despesas operacionais B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
100
Investimentos em controladas Capital Empréstimo a curto prazo
Ativo
Passivo
Patrimônio líquido
DRE
As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4 BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO
PASSIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
TOTAL
TOTAL
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
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Contabilidade Básica
04. Com os dados relacionados a seguir, faça a DRE inovada, encontrando o EBITDA e o lucro líquido: Receita líquida
R$ 100.000
Despesas com vendas
R$ 12.000
Despesas nanceiras (juros)
R$
8.000
Imposto de renda
R$
5.500
Custo da mercadoria vendida (CMV)
40% da receita líquida
Despesas administrativas (sem depreciação)
R$ 15.000
Depreciação
R$ 3.000
DRE inovada
Receita líquida (–) CMV (=) Lucro bruto (-) Despesas
(=) EBITDA (–) B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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(=) Lucro líquido
As Contas de Resultado, as Variações do Patrimônio Líquido e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) – Capítulo 4
Reflexão
Nessa unidade foi apresentada a demonstração do resultado do exercício e como se dá a apuração do lucro bruto, a apuração do lucro operacional, a apuração do lucro antes do ir e do lucro depois do ir e a apuração do lucro líquido. Além disso, foram apresentadas as contas de resultado: encerramentos de receita e despesa, os mecanismos de débito e crédito e os registros de operações normais do exercício no razonete.
Leituras recomendadas DESPESA Disponível em: . EBITDA Disponível em: .
Referências BRUNI, Adriano Leal. FAMÁ, Rubens. A contabilidade empresarial . São Paulo: Atlas, 2006. (Série: Desvendando nanças). IUDÍCIBUS, Sergio de. MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores: para as áreas de administração, economia, direito e engenharia. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2000. IUDÍCIBUS, S. MARTINS, E.KANITZ, S. C.RAMOS, A. T. CASTILHO, E. BENATTI, L. WEBER, E. F. DOMINGUES, R.; contabilidade introdutória. 10ª Ed. São Paulo, Atlas , 2006. B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
IUDÍCIBUS, S. MARTINS, E. KANITZ, S. C.; RAMOS, A. T. ; CASTILHO, E. BENATTI, L. WEBER, E. F. DOMINGUES, R. contabilidade introdutória: Livro de exercícios 10ª Ed. São Paulo, Atlas, 2006. LUDÍCIBUS, SERGIO DE. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 1998.
103
Contabilidade Básica
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2006. MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial . 11 ed. São Paulo: Atlas, 2005. MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial: livro de exercícios. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
No próximo capítulo
No próximo capítulo, você irá entender como o comércio apura o lucro com mercadorias; entender a sistemática para preenchimento de uma cha de estoque; diferenciar o sistema de inventário periódico e per manente; operacionalizar os métodos de atribuição de valores de inventário como PEPS, UEPS, MPM e preço especíco.
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5
Operações com Mercadorias
Nesta unidade, estudaremos o custo da mercadoria vendida; resultado da conta com mercadorias (RCM); contabilização de compra e venda pelo inventário permanente; cha de concontrole de estoque, atribuições de preços as mercadorias, me rcadorias, preço especíco; especí co; PEPS (primeiro que entra, primeiro primeir o que sai) ou FIFO (rst in, rst out), UEPS ou LIFO (último que entra, primeiro que sai) ou LIFO (last in, rst out), MPM (média ponderada móvel) e diferenças entre os métodos.
o l
u t
í
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C
Objetivos da sua aprendizagem Após o estudo desta unidade, você será capaz de: • Entender como o comércio apura o lucro com mercadorias; • Entender a sistemática para preenchimento de uma cha de estoestoque; • Diferenciar o sistema de inventário periódico e permanente; • Operacionalizar os métodos de atribuição de valores de inventário como PEPS, UEPS, MPM e preço especíco.
Você se lembra? Provavelmente, você se lembra de ter ouvido consumidores c onsumidores dentro de um supermercado falando em fatores que inuenciam o preço de um deter minado produto. Por exemplo, quando um produto novo é lançado no mercado e tem uma aceitação muito boa, consequentemente, tem seu preço aumentado. Assim, perguntamos: Quais foram os fatores que inuenciaram o aumento do preço desse produto? Imagine que você dena abrir um comércio de materiais escoescolares (canetas, papel, CD etc.). Caso você compre uma caneta pelo valor de R$ 5,00 à vista para vendê-la também à vista pelo valor de R$ 8.00, seria apurado um lucro de R$ 3,00. Esse lucro foi conseguido ao se deduzir do preço de venda o custo da mercadoria vendida, anal, não há
Contabilidade Básica
como vender um bem sem se desfazer dele, sendo o ganho a diferença entre o preço de compra e o preço de venda. Acontece porém, que esse lucro não é o lucro nal da empresa, aanal a papelaria demanda salários, energia, aluguel etc. Esses R$ 3,00 podem ser considerados como lucro na operação com mercadorias, ou, como será visto mais adiante, lucro bruto. Imagine agora que você tinha em sua papelaria 5 canetas que foram compradas a R$ 5,00 e compre mais 10 canetas cane tas a R$ 6,00. Ao vender 1 caneta por R$ 8,00, qual deve ser o custo a ser confrontado com os R$ 8,00 para apuração do lucro bruto? Os R$ 5,00 do lote mais antigo? Os R$ 6,00 do lote mais novo? Uma média entre eles? e les? Veremos Veremos neste tema como com o proceder nesse caso.
5.1 Custo da mercadoria vendida As mercadorias englobam todo universo de bens que as entidades que praticam comércio compram com o objetivo de venda. As atividades de compra e venda constituem a atividade principal das empresas comerciais, e, para contabilizar operações com mercadorias, existem dois métodos: a) Método da conta mista: é uma forma de controle de entradas e saídas de mercadorias por meio de uma única conta contábil chamada de estoque de mercadorias. Nesta conta estão registrados os estoques iniciais e nais, compras, custo das vendas e devoluções. b) Método da conta desdobrada: é uma forma de controle de entradas e saídas de mercadorias por meio de três contas contábeis: estoque de mercadorias para estoques iniciais e nais; compras de mercadorias e vendas de mercadorias.
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
106
O método adotado neste material será o da conta mista, por ser mais simples em entendimento que o método da conta desdobrada. O principal foco para controlar a conta de mercadorias é identicar o valor de custo das mercadorias vendidas nos períodos. Já que ninguém consegue vender vento, para vender algum bem é preciso se desfazer desse bem, que, obviamente, tem um custo. Esse custo em contabilidade é determinado e controlado por meio da conta contábil chamada CMV (custo da mercadoria vendida).
Operações com Mercadorias – Capítulo 5
Agora, de forma independente ao método de apuração das operações com mercadorias, a empresa pode adotar dois sistemas para controle do CMV: a) Inventário periódico: trata-se de conhecer o valor do estoque somente ao nal de um exercício ou período contábil, após a rerealização da contagem física do estoque e sua mensuração. Dessa forma, o CMV é conhecido somente pela seguinte fórmula: CMV = EI + C – EF CMV = Custo da Mercadoria Vendida EI = Estoque Inicial C = Compras do Período EF = Estoque Final
Exemplo 6.1: em determinado período, uma empresa inicia com o estoque de mercadorias a débito de R$ 5.000,00; compra mercadorias no valor de R$ 20.000,00 e as vende por R$ 23.000,00. Ao nal do ano, foi feito um inventário que apurou o valor de R$ 12.000,00 no estoque de mercadorias. Aplicando a fórmula temos: CMV = EI + C – EF CMV = 5.000 + 20.000 – 12.000 CMV = 13.000. b) Inventário permanente: trata-se de controlar de forma contínua o valor dos estoques de mercadorias. Assim, a cada compra é aumentado o valor do estoque (a débito) e, a cada venda, é apurado o valor do CMV. B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
O inventário de mercadorias consiste na contagem física das mercadorias existentes em estoque no nal do exercício social, para conhecer o valor do estoque nal de mercadorias.
O sistema adotado neste material será o do inventário permanente, que apesar de mais complexo, é muito mais informativo e factível com o advento da informatização do controle de estoque. 107
Contabilidade Básica
5.2 Resultado da Conta com Mercadorias (RCM) Para a apuração do Resultado com Mercadorias (RCM) ao nal de um período, precisamos apurar a diferença entre as receitas obtidas pelas vendas e o custo dessas mercadorias que foram vendidas, conforme fórmula abaixo: RCM = V – CMV Em que, RCM = Resultado com Mercadorias V = Receita de Vendas CMV = Custo da Mercadoria Vendida No exemplo do tópico 7.1, o RCM seria RCM = V – CMV RCM = 23.000 – 13.000 RCM = 10.000 de lucro O RCM é importante para empresas comerciais que trabalham com compra e venda de mercadorias. Depois adicionamos as demais receitas, e dessa soma subtraímos as despesas para se obter o resultado líquido, conforme modelo simplicado de apuração do resultado descrito abaixo: Receita de venda (–) Custo das mercadorias vendidas (CMV) (=) Resultado bruto com mercadorias (+) Receita de juros (–) Despesas operacionais Despesas com salário Despesas diversas (=) Resultado líquido
150.000,00 (105.000,00) 45.000,00 1.000,00
Lucro
(15.000,00) (6.000,00) 25.000,00 Lucro
Caso o RCM seja maior que zero, ou seja, vendas sejam maiores que o CMV, foi alcançado o lucro bruto com mercadorias. Caso contrário, se o RCM for menor que zero, tem-se prejuízo bruto com mercadorias. B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
108
Operações com Mercadorias – Capítulo 5
5.3 Contabilização de compra e venda pelo inventário permanente
Quanto da aquisição das mercadorias, todas as compras são registradas diretamente na conta estoque de mercadorias. Dessa forma, o lançamento contábil a se efetuar seria: D - Estoque de mercadorias C - Fornecedor (se for compra a prazo) ou caixa (se for compra à vista). Já na ocasião da venda da mercadoria, na realidade, ocorrem dois eventos contábeis a partir de uma mesma ação, primeiro, ocorre a realização de uma receita de vendas que será a prazo ou à vista a partir do valor faturado, e, segundo, ocorre o consumo (baixa despesa) do bem que foi comercializado e o mesmo deixa de ser um ativo (estoque). Dessa forma, na Venda há necessidade de dois lançamentos: →
1.
D - Contas a receber (venda a prazo) ou caixa (venda à vista) C - Receita de vendas (lançado pelo valor de faturamento/venda na conta de resultado venda) 2. D - Custo das mercadorias vendidas (conta de resultado despesa) C - Estoque de mercadorias lançado pelo valor do CMV →
→
→
Dessa forma, após cada operação de venda e sua contabilização, teremos a conta de vendas atualizada, e a conta de CMV com o total do custo acumulado até a mesma data e ainda o estoque de mercadorias reetindo o valor exato do estoque.
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
Exemplo 7.3: caso uma empresa com estoque de mercadorias no valor de R$ 15.000 venda a metade dele por R$ 10.000, a prazo, temos: 1. Contas a receber Receita de vendas _______________________ R$ 10.000 a) Custo de mercadorias vendidas Estoque de mercadorias ___________________ R$ 7.500
109
Contabilidade Básica
Pelo Razonete teríamos:
Se, após essas transações se efetuasse uma compra de mercadorias no valor de 6.000 a prazo: 2. D - Estoque de mercadorias C - Fornecedores a pagar _____________________ 6.000 Ao nal do período, para a apuração do resultado teríamos: a) D - Receita de vendas C - Resultado _____________________________ 10.000 b) D - Resultado C – CMV ________________________________ 7.500 No Razonete, teríamos as seguintes operações:
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
5.4 Ficha de controle de estoque
Com o advento da informatização, o sistema do inventário permanente passou a ser realizado com o uso de uma cha de controle que tam bém é conhecida como kardex. Seu modelo varia de acordo com as necessidades das empresas, porém, basicamente deve demonstrar, para cada
110
Operações com Mercadorias – Capítulo 5
mercadoria controlada, a quantidade, o valor unitário e o valor total de compras, vendas e saldos, assim como a data em que houve o movimento. Abaixo consta modelo de kardex para controle de estoque: Ficha de controle de estoque
Mercadoria: Data
Entrada Vr. Qtde. Vr. Unit Total
Compras
Qtde.
Saída Vr. Vr. Unit Total
Saldo Vr. Qtde. Vr. Unit Total
CMV
Vejamos o exemplo 7.4: Uma empresa que comercializa bicicletas tinha um estoque inicial de mercadorias (bicicletas) de R$ 10.000 sendo dez unidades compradas a R$ 1.000 cada. No mês 2 de X9, a empresa teve 3 transações: 1. Venda de 6 unidades por R$ 8.000 no total. 2. Compra de 4 unidades a R$ 1.000 cada uma à vista. 3. Venda de 6 unidades por R$ 8.500 no total. Supondo um caixa inicial de R$ 10.000, no Razonete teríamos:
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Os Razonetes nos demonstram Receitas no valor de R$ 16.500,00 e CMV no valor de R$ 12.000,00, onde poderíamos apurar um RCM de R$ 4.500,00 no período. 111
Contabilidade Básica
Caso a empresa deseje o acompanhamento não somente dos valores, mas também das quantidades movimentadas e, principalmente dos custos unitários das mercadorias, seria necessário preencher a cha de controle de estoque deste exemplo conforme demonstrado abaixo: Ficha de controle de estoque
Mercadoria: Bicicleta Data
Entrada Qtde
Vr. Unit
Saída Vr. Total
Qtde
Vr. Unit
Saldo Vr. Total
SI 1 2
6 4
1.000,00
6.000,00
4.000,00
3
6 Compras
1.000,00
4.000,00
1.000,00 CMV
6.000,00
Qtde
Vr. Unit
Vr. Total
10
1.000,00
10.000,00
4
1.000,00
4.000,00
8
1.000,00
8.000,00
2
1.000,00
2.000,00
6.000,00
A partir desse exemplo, poderíamos ter a falsa ideia da inutilidade da cha de controle de estoque, pelo fato de ela somente raticar o quê já havia sido realizado pelos Razonetes. Porém, repare que o estoque inicial as compras foram realizadas pelo mesmo valor de compra unitário. E se houverem compras com valores unitários diferentes, como eu deniria qual valor de mercadoria baixar quando de sua venda? O valor que entrou inicialmente? O valor que entrou por último? A média dos valores que constam no estoque? Vejamos isso com mais detalhes no próximo tópico.
5.5 Atribuições de preços às mercadorias
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
112
Vários fatores inuenciam o preço de todo tipo de mercadoria: concorrência, aumentos, escala de compra, tabelamento etc.. Com isso, dicilmente teremos, durante o período, compras feitas pelo mesmo valor, e com isso surge o problema da avaliação do inventário e, consequentemente, do CMV. Na realidade, existem quatro formas de atribuição de preços as mercadorias: a) Preço especíco b) PEPS c) UEPS d) MPM Veremos em detalhe cada uma das formas de atribuições citadas.
Operações com Mercadorias – Capítulo 5
5.5.1 Preço específico O primeiro método, denominado preço especíco, consiste na utilização do valor unitário real de aquisição de cada unidade especíca da mercadoria consumida na venda. Naturalmente, essa forma de atribuição demanda de uma cha de identicação especíca para cada unidade de mercadoria que consta no estoque. É evidente que esse método somente deve ser usado por empresas que movimentam materiais de alto valor unitário, cuja quantidade armazenada não é muito grande e que são comprados em condições bem especícas. Deve ser utilizada quando conseguimos fazer a apropriação do preço especíco de cada unidade em estoque, ou seja, há possibilidade de rastrear especicamente qual mercadoria foi vendida e qual foi seu singular custo de aquisição. Havendo condições de se conhecer a unidade do produto vendido, pode-se dar baixa, em cada venda, por este valor, e, dessa forma, no estoque nal, o valor do CMV será a soma de todos os custos especícos baixados no período. Exemplo 7.5.1: uma revenda de automóveis usados tem, inicialmente, cinco automóveis usados adquiridos de uma frota por R$ 13.000. 1. No próximo mês, são comprados mais 3 carros de outra frota por R$ 15.000 cada um. 2. Venda de 2 carros por R$ 16.000 cada um, porém 1 do lote inicial e o outro do lote comprado depois (item 1). Nesse exemplo, o proprietário da revenda conhece previamente de qual frota foi originada a venda dos veículos, e, dessa forma, dá-se baixa através do custo especíco, ou seja, R$ 13.000 + R$ 15.000 = R$ 28.000. A cha de estoque, nesse caso, caria da seguinte maneira: Ficha de controle de estoque – Preço específco
Mercadoria: Carros usados B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
Data
Entrada Qtde
Vr. Unit
Saída Vr. Total
Qtde
Vr. Unit
Saldo Vr. Total
SI 1
3
15.000,00
45.000,00
Qtde
Vr. Unit
5
13.000,00
65.000,00
5
13.000,00
65.000,00
3
15.000,00
45.000,00
8 2
45.000,00
110.000,00
1
13.000,00
13.000,00
4
13.000,00
52.000,00
1
15.000,00
15.000,00
2
15.000,00
30.000,00
6 Compras
Vr. Total
CMV
82.000,00
28.000,00 113
Contabilidade Básica
Tal tipo de apropriação de custo, entretanto, somente é possível em alguns casos em que a quantidade, o valor, ou a característica da mercadoria permitir. Na maioria dos casos, não é possível ou economicamente conveniente a identicação do custo.
5.5.2 PEPS – Primeiro que entra, primeiro que sai ou fifo – first in, first out O segundo método apresentado é representado pela sigla PEPS que signica que o primeiro valor a entrar é o primeiro valor a sair. Er roneamente, se confunde e considera--se como obrigatória a utilização do primeiro material entrado sicamente no estoque. Na realidade, o que este método determina é que se considere que o valor unitário da primeira aquisição (independente de qual mercadoria sicamente foi movimentada), passando-se para o valor unitário da segunda, e assim sucessivamente. Por esse método, o primeiro item que entra no estoque é o primeiro que deve sair do mesmo, e dessa forma, à medida que ocorrem as vendas, deve-se baixar no CMV obrigatoriamente o valor das primeiras compras realizadas para a mercadoria. Caso existam saldos de estoque remanescentes de outros períodos, deve-se baixar inicialmente no CMV o saldo de estoque do lote mais antigo que ainda está na empresa. O uso do PEPS equivale a dizer que vendemos primeiro as primeiras unidades compradas. Exemplo 6.5.2: A empresa Comercial Potiguá dedica-se à comercialização de luminária de luxo. Em 01/11/X5, seu estoque estava constituído de 200 unidades ao custo unitário de R$ 1.000. Durante o mês de novembro, foram realizadas as seguintes operações com produtos: 1. Compra de 300 unidades por R$ 1.200 cada uma a prazo 2. Venda de 100 unidades a R$1.500 cada uma sendo 50% a prazo 3. Venda de 300 unidades a R$1.400 cada uma a prazo 4. Compra de 200 unidades a R$1.300 cada uma a prazo 5. Venda de 100 unidades a R$1.400 cada uma à vista. Faremos com que a baixa de cada venda seja feita pelo preço de custo mais antigo em estoque (o primeiro que entra é o primeiro que sai), então, pela cha de estoque:
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
114
Operações com Mercadorias – Capítulo 5
Ficha de controle de estoque – PEPS
Mercadoria: Luminárias Data
Entrada Qtde
Vr. Unit
Saída Vr. Total
Qtde
Vr. Unit
Saldo Vr. Total
SI 1
300
1.200,00
360.000,00
2 3 4
200
1.300,00
100
1.000,00
100.000,00
100
1.000,00
100.000,00
200
1.200,00
240.000,00
260.000,00
5
100 Compras
620.000,00
1.200,00 CMV
120.000,00 560.000,00
Qtde
Vr. Unit
Vr. Total
200
1.000,00
200.000,00
200
1.000,00
200.000,00
300
1.200,00
360.000,00
100
1.000,00
100.000,00
300
1.200,00
360.000,00
100
1.200,00
120.000,00
100
1.200,00
120.000,00
200
1.300,00
260.000,00
200
1.300,00
260.000,00
Estoque Final
260.000,00
Baseado no sistema PEPS, temos que: O CMV total do período será R$ 560.000 e o estoque R$ 260.000. O estoque estará sempre baseado nas últimas compras e o CMV nas mais antigas. Pelo Razonete, podemos apurar um lucro bruto de R$ 150.000.
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115
Contabilidade Básica
5.5.3 UEPS ou LIFO (Último que entra, primeiro que sai) ou lifo (last in, first out) O terceiro método é representado pelas iniciais UEPS que signicam que o último valor a entrar é o primeiro valor a sair. Da mesma forma que o anterior, esse método é apenas escritural e não signica que a movimentação física seja coincidente com a que preconiza o método. Por esse método, analogamente ao PEPS, no UEPS, o último item que entra no estoque é o primeiro que deve sair do mesmo, dessa forma, deve-se baixar no CMV obrigatoriamente o valor das últimas compras realizadas para a mercadoria. Caso existam saldos de estoque remanescentes de outros períodos, deve-se baixar inicialmente no CMV os valores das últimas compras e manter o saldo de estoque do lote mais antigo que ainda está na empresa (não sicamente, mas monetariamente). O uso do PEPS equivale a dizer que vendemos primeiro as últimas unidades compradas. No exemplo, utilizaremos os mesmos dados utilizados com o PEPS para analisar o sistema UEPS: Ficha de controle de estoque – UEPS
Mercadoria: Luminárias Data
Entrada Qtde
Vr. Unit
Saída Vr. Total
Qtde
Vr. Unit
Saldo Vr. Total
SI 1
300
1.200,00
360.000,00
2 3 4
200
1.300,00
120.000,00
200
1.200,00
240.000,00
100
1.000,00
100.000,00
100 Compras
116
1.200,00
260.000,00
5
B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
100
620.000,00
1.300,00 CMV
130.000,00 590.000,00
Qtde
Vr. Unit
Vr. Total
200
1.000,00
200.000,00
200
1.000,00
200.000,00
300
1.200,00
360.000,00
200
1.000,00
200.000,00
200
1.200,00
240.000,00
100
1.000,00
100.000,00
100
1.000,00
100.000,00
200
1.300,00
260.000,00
100
1.300,00
130.000,00
100
1.000,00
100.000,00
Estoque Final
230.000,00
Baseado no sistema UEPS, temos que: CMV = 590.000,00 E.F. = 230.000,00 O estoque estará sempre baseado nas primeiras compras e o CMV nas mais recentes.
Operações com Mercadorias – Capítulo 5
Pelo Razonete, podemos apurar um lucro bruto de R$ 120.000:
5.5.4 MPM (Média Ponderada Móvel) O quarto método, denominado médio, como o próprio nome indica, signica que o material saído do estoque será valorado por um valor médio do saldo existente no almoxarifado. Esse valor é conhecido pela simples divisão do valor do saldo em estoque por sua quantidade logo após cada entrada (normalmente compra) de material, já que as saídas não alteram o valor médio do estoque. Tal sistemática é denominada média móvel porque, a cada entrada no estoque, novos saldos em valor e quantidade proporcionarão novos valores médios. No exemplo, utilizamos os mesmos dados usados no PEPS e UEPS para elaboração da cha pelo método MPM:
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117
Contabilidade Básica
Ficha de controle de estoque – UEPS
Mercadoria: Luminárias Data
Entrada Qtde
Vr. Unit
Saída Vr. Total
Qtde
Vr. Unit
Saldo Vr. Total
SI 1
300
1.200,00
360.000,00
Qtde
Vr. Unit
Vr. Total
200
1.000,00
200.000,00
500
1.120,00
560.000,00*
2
100
1.120,00
112.000,00
400
1.120,00
448.000,00
3
300
1.120,00
336.000,00
100
1.120,00
112.000,00
300
1.240,00
372.000,00**
200
1.240,00
248.000,00
4
200
1.300,00
260.000,00
5
100 Compras
620.000,00
1.240,00 CMV
124.000,00 572.000,00
Estoque Final
248.000,00
Em que, * 560.000 (Compras + Saldo) ÷ 500 (Qtde) = 1.120,00 ** 372.000 ÷ 300 = 1.240,00 É lógico que, com o uso da Média Ponderada Móvel em todas as variantes, teremos, normalmente, valores que se encontrarão entre os apurados pelo PEPS e pelo UEPS: CMV = 572.000,00 E.F. = 248.000,00 O estoque e o CMV estão sobre a mesma base que é o custo médio ponderado das entradas. Pelo Razonete podemos apurar um lucro bruto de R$ 138.000,00.
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118
Operações com Mercadorias – Capítulo 5
5.5.5 Diferenças entre os métodos Como podemos concluir, os métodos (critérios) diferentes levam a resultados também diferentes. Se a mesma empresa buscasse analisar seu resultado pelos três diferentes métodos de controle do estoque para um mesmo período e movimentação (compra e venda), suas situações reais (quantidade em estoque) seriam as mesmas, mas o resultado não, conforme tabela abaixo: PEPS
Vendas (–) CMV (=) Resultado Estoque fnal
710.000 560.000 150.000 260.000
UEPS
Vendas (–) CMV (=) Resultado Estoque fnal B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
710.000 590.000 120.000 230.000
MPM
Vendas (–) CMV (=) Resultado Estoque fnal
710.000 572.000 138.000 248.000
119
Contabilidade Básica
Com isso, pode-se perceber que uma mesma empresa, em um mesmo período e analisando as mesmas vendas e compras pelos mesmos preços, pode apresentar resultados diferentes apenas pelo sistema de atri buição de preços utilizado para a mensuração do inventário. No nal deste tema, podemos retomar os seguintes conceitos: CMV: Custo da Mercadoria Vendida: trata-se do valor a baixar do estoque de mercadorias referente ao sacrifício necessário a empresa em se desfazer do material fruto de comércio para realizar a venda. RCM: Resultado com Mercadorias: trata-se do confronto da receita de venda da mercadoria com o seu CMV. Seria o lucro ou o prejuízo que ocorreu especicamente nas operações básica de um comércio. Ficha de estoque: formulário utilizado para controle de entradas, saídas e saldos em quantidade, valor unitário e valor total de estoque das mercadorias. PEPS: forma de atribuição de estoques que dene que o primeiro valor de entrada de mercadoria deve ser o primeiro valor a ser dado baixa para apuração do CMV. UEPS: forma de atribuição de estoques que dene que o último valor de entrada de mercadorias deve ser o primeiro valor a ser dado baixa para apuração do CMV. MPM: forma de atribuição de estoques que dene que deve ser calculada a média ponderada móvel do estoque para ser dada a baixa das mercadorias e, assim, permitir a apuração do CMV.
Atividades 01. Apure o resultado da Cia. Indaiá, utilizando o método PEPS e MPM, observando as seguintes informações: a) Movimentos do período: 1. Compras de 10 unidades ao custo unitário de R$ 100. 2. Compra de 20 unidades ao custo unitário de R$ 150. 3. Venda de 32 unidades por R$ 200 cada uma. 4. Compra de 40 unidades a R$ 160 cada uma. 5. Venda de 45 unidades a R$ 200 cada uma. b) As operações de compra e venda de mercadorias foram realizadas a prazo, assim como as receitas diversas e despesas operacionais.
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c) O estoque inicial de mercadorias estava constituído de 12 unidades, ao custo de R$90, que foram originadas de um investimento inicial dos sócios. Além disso, os sócios investiram R$ 10.000 em aplicações nanceiras da empresa. 02. A Cia. Atlas é um comércio de acessórios para motores de automóveis. No mês de julho de 20X7, a empresa iniciou o período com 300 unidades ao custo de R$ 80 cada uma, sendo esse estoque nanciado pelo capital social, e realizou as seguintes operações: 1. Compra de 200 unidades por 100 cada uma a prazo. 2. Venda de 350 unidades a R$ 130 cada uma à vista. 3. Compra de 300 unidades a R$ 106 cada uma à vista. 4. Venda de 400 unidades a R$ 140 cada uma a prazo. 5. Compra de 100 unidades a R$ 115 cada uma a prazo. 6. Venda de 50 unidades a R$ 150 cada uma à vista. Pede-se: a) Efetuar a cha de controle dos estoques pelo método MPM (Média Ponderada Móvel). b) Abra os Razonetes, efetue a contabilização das operações de 1 a 7 e o fechamento do exercício (apurando lucro ou prejuízo). c) Elabore o Balanço Patrimonial em 31/07/X7.
Reflexão Nessa unidade você aprendeu como o comércio apura o lucro com mercadorias, a entender a sistemática para preenchimento de uma cha de estoque, a diferenciar o sistema de inventário periódico e permanente, a operacionalizar os métodos de atribuição de valores de inventário como PEPS, UEPS, MPM e preço especíco. B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P – a c i s á B e d a d i l i b a t n o C 4 1 D A E
Leitura recomendada Informações contábeis: o cliente não sabe pedir e o escritório contá bil na sua grande maioria não está preparado para fornecer. Planejar é uma das tarefas mais importantes das empresas e é por meio do planejamento que se realiza uma gestão competente e ecaz, principalmente nas atividades nanceiras. 121
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A falta de informação é o grande vilão nas pequenas empresas, mas não basta ter informação sem uma estrutura adequada e um método de avaliação para tomada de decisões. Já falamos em artigos anteriores sobre a importância dos escritórios de contabilidade no suporte destas informações, pois 90% ou mais das pequenas empresas quem administra é o sócio principal e o escritório contábil e na maioria dos casos, o dono não tem formação contábil nem de gestão de negócios, dicultando ainda mais a administração e o controle de seu negócio. As pequenas empresas que dependem dos escritórios contábeis, não têm mensalmente importantes informações em tempo hábil, pois cada escritório cuida em média de 50 a 150 empresas, não tendo tempo e estrutura necessária para atender seus clientes. Esse é um mercado como outro qualquer, a empresa é o cliente e os escritórios são os fornecedores de serviços e pela atual visão de mercado e de marketing, os clientes comandam, ou os escritórios se ajustam às necessidades do cliente ou o concorrente com melhores condições assumirá como mais competente. Essa é uma questão a ser entendida pelos contabilistas: ganhar menos e melhorar os serviços ou perder o cliente para o concorrente, ou porque faliu ou por falta gestão? Vamos citar algumas coisas em que ambos, escritório e empresa, poderiam fazer para ter um planejamento e uma gestão nanceira. Antes de abrir sua empresa o ideal, mas nunca feito, é um pré-pro jeto ou um plano de negócio sobre o mercado que vai entrar. Nesse plano serão levantadas informações sobre quais produtos ou serviços serão vendidos, qual o público que pretende atingir, quais seus concorrentes e fornecedores, a que preço irá vender e com que lucratividade, com essas informações básicas você estará conhecendo um pouco mais sobre o negócio e o SEBRAE está preparado para ajudá-lo gratuitamente. O SEBRAE é uma entidade privada sem fns lucrativos criada em 1972 com a B E S i n U © – o ã ç u d o r p e r a a d i b i o r P
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missão de promover a competitividade e o desenvolvimento das micro e pequenas empresas e fomentar o empreendedorismo. Atua também com foco no processo de formalização da economia por meio de parcerias com os setores público e privado, programas de capacitação, feiras e rodadas de negócios.
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Caso você já esteja no mercado e sob os cuidados de um escritório contábil, deverá solicitar do mesmo, ou do próprio SEBRAE de seu bairro, a orientação de como montar um uxo de caixa e um pequeno orçamento empresarial que nada mais é do que uma projeção do seu DRE, a Demonstração do Resultado do Exercício, ou os lucros e as perdas da em presa, isto, junto com as informações abaixo, irá ajudá-lo a acompanhar o crescimento de seu negócio. • Confrontar as compras mensais, por meio dos livros de entradas com as vendas pelos livros de saídas e vericar se não está com excesso de estoque, visto que poderá criar problemas no seu caixa. • Solicitar, ao seu escritório contábil, a formação do preço de venda, pois é fundamental embutir no preço todos os impostos, as despesas e o lucro desejado. • Montar uma planilha simples de uxo de caixa (entradas e saídas de dinheiro), onde será registrado o saldo atual de caixa (bancos), a previsão das entradas pelas duplicatas ou vendas a receber e/ou previsão de vendas futuras; e as saídas, que são os pagamentos já compromissados e a previsão de gastos, tais como: matérias-primas ou mercadorias, folha de pagamento, encargos, impostos, empréstimos e outras despesas etc. • Certique-se mensalmente se os livros scais foram escriturados e os impostos calculados e recolhidos dentro dos prazos especicados pelos órgãos governamentais federal, estadual e municipal, se for o caso. Guarde as originais destes impostos em arquivo em separado e de fácil acesso na empresa, pois quando da scalização tenha-os em mãos. • Solicite mensalmente o volume de compras e o estoque atualizado em quantidades e valor, este será o seu termômetro para novas compras ou atender aos pedidos extras. • Solicite da mesma forma o volume de vendas e o estoque em quantidades e valor, que lhe servira de parâmetro para planejar sua produção, vendas ou serviços. • Solicite mensalmente um balancete contábil, ou uma previsão mais perto da realidade, (Vendas, menos impostos, menos custo das mercadorias vendidas, menos despesas,) para saber o lucro do mês, isto vai lhe dar um parâmetro, para vericar se o seu preço de venda foi calculado corretamente ou se suas despesas não estão além do planejado. Com essas informações em mãos, sente-se com seu contador ou reúna-se uma vez por mês com o escritório de contabilidade para avalia-
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ção do desempenho do mês, comparando sempre com meses anteriores. O que você vai analisar? • Comece pelas vendas, se foram sucientes para cobrir os gastos do mês ou se há necessidade de incrementá-las; verique também se você não está vendendo somente produtos de baixa lucratividade, talvez necessite forçar a venda de produtos mais rentáveis, o contador poderá lhe ajudar a identicar esses produtos. • Depois passe a analisar o custo dos produtos vendidos, se as matérias-primas, as mercadorias ou os serviços não subiram, se a folha de pagamento da fábrica continua a mesma, ou se os gastos gerais de fabricação não se alteraram, também aqui a ajuda do contador é fundamental. • Em seguida, passe a analisar as despesas administrativas e comer ciais, iniciando pela folha de pagamento que normalmente é a maior incidência, tanto para a indústria como para o comércio, as outras despesas administrativas menores também devem ser controladas. • Outro item importante a analisar é o lucro nal já abatido do Im posto de Renda e da contribuição social, nesse caso, o contador deverá vericar se a opção feita pelo regime tributário do lucro presumido ou pelo lucro real é a mais apropriada para que se pague menos impostos, se isto não for vericado e corrigido dentro dos prazos permitidos pela legislação, você poderá estar perdendo dinheiro. Note como você pode exigir mais de seu contador ou escritório de contabilidade, além de outros controles e informações necessárias, como uma previsão orçamentária anual (lucros e perdas), implantação de controles administrativos para melhores decisões, um PCP (Planejamento e Controle de Produção), um controle de estoques etc. Torne a sua contabilidade uma fonte de informações para que possa tomar decisões seguras e coerentes com seu negócio. Fonte: http://www.netlegis.com.br/indexRC.jsp? arquivo=detalhesArtigosPublicados.jsp&cod2=1099
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