COMO ESCOLHER MÚSICAS PARA MISSA COM BASE NO ENSINO 79 DA CNBB E NO MISSAL ROMANO Texto extraído fielmente do site do Ministério São Bento, da Igreja Nossa Senhora do Rosário, da Arquidiocese do Rio de Janeiro-RJ, no seguinte endereço: http://msbvalenca.blogspot.com/.
Canto de Entrada O Canto de abertura ± Canto Processional Função O Canto de abertura, inserido nos ritos iniciais, cumpre antes de tudo o papel de criar comunhão. Seu mérito é de convocar a assembleia e, pela fusão das vozes, juntar os corações no encontro com o Ressuscitado, na certeza de que onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles (Mt 18,20). Este canto tem de deixar a assembleia num estado apropriado para a escuta da Palavra de Deus. Forma A vantagem do povo responder com um refrão (cantando de cor!) a alguns versos, entoados por um cantor ou coral, é de os fiéis mais livremente poderem olhar para a procissão de entrada dos ministros. Um canto estrófico não seria tão indicado a procissão de entrada, mas poderia, eventualmente, ser funcional após a procissão, a fim de a comunidade, agora formada, poder firmar-se mais através de um hino cantado cantad o por todos. O cântico de entrada é executado alternadamente pelo coral e pelo povo, ou por um cantor alternando com o povo, p ovo, ou por toda t oda a assembleia assembleia em conjunto, ou somente soment e pelo coral. Dica O canto de entrada tem de estar de acordo com o Tempo Litúrgico e nas ocasiões festivas e/ou solenidades, estar de acordo com a ocasião. Melhores exemplos: Quem é filho de Deus (Vida Reluz ± cd Deus Imenso) Dia de Festa (Eliana Ribeiro ± cd Espera no Senhor) Deixa a luz do céu entrar (Ada Blenkhom ± Paulinas COMEP)
Ato Penitencial Kírie (Senhor, tende piedade) ± Cantos do Comum Função A breve ladainha do ³Senhor, tende piedade´ tradicionalmente era uma oração de louvor a Cristo ressuscitado feito ³Senhor´, pela qual a Igreja pedia que se mostrasse a sua amorosa bondade. Posteriormente, este canto foi incorporado ao rito penitencial e começou a fazer parte de um momento de reconciliação. Este rito vem ao encontro daqueles e daquelas que, ao defrontar-se com divina presença, se sentem, talvez, acuados, com Simão Pedro após o milagre da Pesca: Senhor, afasta-te de mim, sou um pecador! (Lc 5,8). A música, o canto, a expressão corporal, nesse momento, devem propiciar o encontro com o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação (2Cor 1,3), que nos liberta de toda culpa e nos reconstitui a paz pelo Sangue de Cristo derramado na cruz (Cl 1,20). Forma Os Hinários Litúrgicos da CNBB oferecem vários modelos para o canto: por exemplo, no 3º fascículo: ³Se sofrimento te causei, Senhor´, p. 79; ³Senhor, Bom Pastor´, p. 80. Neste momento também cabe o rito da aspersão, uma vez que, este tem sinal de limpeza dos pecados. Depois do ato penitencial, diz-se sempre o Senhor, tende piedade de nós (Kyrie, eléison), a não ser que já tenha sido incluído no ato penitencial. Dado tratar-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é normalmente executado por todos, em forma alternada entre o povo po vo e o coral ou um cantor.
Cada uma das aclamações diz-se normalmente duas vezes, o que não exclui, porém, um maior número, de acordo com a índole de cada língua, da arte musical ou das circunstâncias. Quando o Kyrie é cantado como parte do ato penitencial, cada aclamação é precedida de um <>. Dicas Não precisa conter a forma: ³Senhor-Cristo-Senhor´, tem que traduzir a misericórdia de Deus. A forma, ³Senhor, tende piedade´ é a mais exigida, porém existem formas mais ricas as quais podemos encontrar no Missal Romano ou nos Salmos penitenciais (Sl 15; 25; 32; 5051; 81; 85; 95; 130). Antes de executar o canto é de bom grado fazer um breve momento de silêncio por toda a comunidade com uma fórmula de confissão geral. Aos domingos, principalmente no tempo pascal, em vez do costumado ato penitencial pode fazer-se, por vezes, a bênção e a aspersão da água em memória do batismo. Melhores exemplos Eu canto alegria Senhor (Áurea Sigrist) Coração inquieto (Ricardo Sá ± CD Cantarei Vitória) Misericórdia, Senhor, misericórdia! (Micaela Berger ± cd Campanha da Fraternidade 2005) Glória
O ³Glória´ in excelsis Função O Glória, que é um hino antiguíssimo, iniciando-se com o louvor dos anjos na noite de Natal do Senhor, desenvolveu-se antigamente no Oriente, como homenagem a Jesus Cristo. Não constitui uma aclamação trinitária. Forma A forma atual do ³Glória´ deixa perceber que houve uma superposição de fórmulas diferentes. As inovações: ³Tende piedade de nós´ eram certamente respostas do povo em forma litânica. A entoação inicial deste hino não é mais reservada a quem preside e pode ser feita por um solista ou pelo coral. É recomendável as frases do ³Glória´, alternadamente, em dois grupos: por exemplo, coral e povo. Eventualmente, coral poderá cantar este hino sozinho, em ocasiões festivas. A Liturgia não usa este hino nos tempos litúrgicos do Advento e da Quaresma, certamente pelo fato de um hino festivo não sintonizar com um tempo penitencial. Talvez, este fato poderia ser bom motivo para executá-lo sempre cantado. Hinos se cantam, não se falam. Teria sentido, por exemplo, recitar o hino nacional em vez de cantá-lo?... Ou se canta, ou então não é hino! O hino do Glória não seja substituído por qualquer hino de louvor ou por paráfrases que se distanciam demasiadamente de seu sentido original. Dicas O Glória não é uma aclamação trinitária, sendo assim músicas que glorifiquem: Pai; Filho; Espírito Santo não devem ser usados como o ³Glória´. Músicas tradicionais como: ³...Glória, glória ao Pai o Criador, ao Filho Redentor, e ao Espírito glória!...´ (Pe. Jorge Trevisol) não é indicado para ser usado para a glorificação durante a Celebração, pois além de ser trinitário, é o que alguns chamam de: ³Glorinha´, pois sua letra é reduzida e afastada do texto original. Melhores exemplos Glória a Deus nas alturas (Comunidade Shalom ± cd Na dança da Vida) Glória a Deus nas alturas (Eliana Ribeiro ± cd Espera no Senhor) Glória a Deus nas alturas (Padre Ney Brasil) ± Tom: D
Acolhida da Bíblia O canto de acolhida do Livro das Sagradas Escrituras Função
Este canto, bastante usado nas comunidades, provoca atitude de alerta e exultação no momento em que o Livro Sagrado é introduzido solenemente na assembleia. Forma Em certas oportunidades, refrãos (mantras) curtos e caráter meditativo, que favoreçam a interiorização e o silêncio necessários para a escuta da Palavra. Em outras oportunidades mais solenes e festivas, refrãos animados, que provoquem a alegria da assembleia ao receber seu tesouro mais precioso, como aconteceu com o Povo de Deus nos tempos de Esdras (Ne 8,5-6.18). Em todo caso, o canto do ³Aleluia´, com seu versículo extraído do Evangelho, seja reservado para o momento de aclamação solene e festiva do Evangelho.
Salmo O Salmo Responsorial. Função Para a Liturgia da Palavra ser mais rica e proveitosa, há séculos um salmo tem sido cantado como prolongamento meditativo e orante da palavra proclamada. Ele reaviva o diálogo da Aliança entre Deus e seu povo, estreita os laços de amor e de fidelidade. A tradicional execução do Salmo Responsorial é dialogal: o povo responde com um curto refrão aos versos sálmicos, cantados por um salmista. Deve ser cantado ou proclamado do ambão. Forma Há duas maneiras de se proclamar os versos dos Salmos: por versículos ou por estrofes. No Hinário Litúrgico Volume III encontram-se salmos e refrãos próprios para cada domingo do Tempo Comum (anos A, B e C), cantados com uma mesma melodia durante alguns domingos ³congêneres´, para facilitar a participação do povo. Outros Salmos e refrãos, com ou sem arranjos, podem ser usados, mais sempre em forma dialogal e em sintonia com o tempo litúrgico, a festa ou ocasião. Como ³parte integrante da Liturgia da Palavra´, este Salmo é sempre um texto bíblico, comumente extraído do Saltério. O canto do Salmo, ajustado à Leitura que o precede, não pode ser substituído, então, por um canto qualquer sobre a palavra de Deus, como durante um certo tempo se andou fazendo com os chamados ³cantos de meditação´, por falta, é claro, de cantos apropriados, o que não é mais o caso após a introdução do hinário litúrgico. Para facilitar a acolhida da Palavra de Deus, é recomendável breve período de silêncio entre a leitura e o canto do Salmo Responsorial. Dica É recomendável ao Salmista que ao ³chegar´ no ambão faça um breve momento de silêncio e logo em seguida diga o número do Salmo que será cantado. Em caso de ministérios de música que tenham mais de dois cantores é recomendável que um deles se ponha na celebração apenas como salmista, ou seja, seu canto fique em exclusividade do ministério do Salmo que deve ser a parte dos demais. O salmista assim não cante as outras partes da missa, ficando o mesmo no altar e adentrando na procissão de entrada e frente e segurando a Cruz. Melhores exemplos Hinário Litúrgico da CNBB Comunidade Canção Nova ± cd Entoai Salmos Site: Portal da Música Católica (Salmos online) Aleluia O ³Aleluia´.
Função A aclamação ³Hallelu-Jah´ (³Louvai ao Senhor!´), que tem sua origem na liturgia judaica, ocupa lugar de destaque na liturgia cristã. Mais do que apenas ornamentar a procissão do Livro, sempre foi a expressão de acolhimento solene de Cristo, que vem a nós por sua palavra viva, sendo assim manifestação da fé nesta presença atuante do Senhor. No caso de uma procissão da Bíblia (ou Lecionário) já ter sido feita antes da primeira leitura, poderia ser executada uma dança (litúrgica) antes da proclamação do evangelho, ao ser cantado o Aleluia. Forma Por ser diferente do Salmo Responsorial, o verso entre o canto duplo do ³Aleluia´, em geral, é uma citação do evangelho que se segue. No tempo em que o ³Aleluia!´ é omitido, cante-se um verso aclamativo da Sagrada Escritura (por exemplo, 1Tm 6,16 ou 1Pd 4,11 ou Ap 1,6). O ³Aleluia´ ou o versículo antes do Evangelho podem ser omitidos, quando não são cantados, e substituídos por um momento de reflexão em silêncio. É de bom costume se repetir o ³Aleluia!´ após o Evangelho, como já ocorre em algumas comunidades. Depois da leitura, que precede imediatamente o Evangelho, canta-se o Aleluia ou outro cântico, indicado pelas rubricas, conforme o tempo litúrgico. Deste modo a aclamação constitui um rito ou um ato com valor por si próprio, pelo qual a assembleia dos fiéis acolhe e saúda o Senhor, que lhe vai falar no Evangelho, e professa a sua fé por meio do canto. É cantada por todos de pé, iniciada pelo coral ou por um cantor, e pode-se repetir, se for conveniente; mas o versículo é cantado pelo coral ou pelo cantor. Dicas O Aleluia canta-se em todos os tempos fora da Quaresma. Os versículos tomam-se do Lecionário ou do Gradual. Na Quaresma, em vez do Aleluia canta-se o versículo antes do Evangelho que vem no Lecionário. Também se pode cantar outro salmo ou tracto, como se indica no Gradual. No caso de haver uma só leitura antes do Evangelho: a) nos tempos em que se diz Aleluia, pode escolher-se ou o salmo aleluiático, ou o salmo e o Aleluia com seu versículo; b) no tempo em que não se diz Aleluia, pode escolher-se ou o salmo e o versículo antes do Evangelho ou apenas o salmo; c) o Aleluia ou o versículo antes do Evangelho, se não são cantados, podem omitir-se. No caso de Aleluia já pronto, como por exemplo ³Aleluia quando estamos unidos´ (Padre Zeza ± cd Deus é Dez), troca-se o versículo entre o Aleluia (no caso: ³quando estamos unidos´ pelo do dia. Pode-se manter a melodia mais não este versículo que é único a cada dia. Melhores exemplos Aleluia quando estamos unidos (Pe. Zeca ± cd Deus é Dez) Escuta Israel (Ir. Agostinha Vieira Melo) (quando não se canta o ³Aleluia´) Louvor a Vós, ó Cristo (Ir. Míria T. Kolling) (quando não se canta o ³Aleluia´)
Creio
O ³Creio´.
Função Por esta ³Profissão de fé´ a assembleia responde á Palavra de Deus, proclamada na Liturgia da Palavra, confirmando para si mesma a regra de fé, no momento em que passa a celebrar a Liturgia Eucarística. Forma O ³Símbolo´ da fé é o texto que tem sido menos musicado por nossos compositores, desde a introdução do vernáculo no Brasil. Se for cantado, que seja numa simples cantinela evitando uma extensa e complicada estrutura musical.
Também para o canto do ³Creio´, a forma alternada em dois grupos é a mais indicada. Melhores exemplos Creio (Enredados ± cd Enredados 2007 vol. 1)
Oração Universal
A ³Oração Universal´.
Função Na ³Oração Universal´, ou Oração dos Fiéis, exercendo sua função sacerdotal, o povo suplica por toda a humanidade. Forma Conhecemos várias. A primeira e mais solene é a da Sexta-feira da Paixão, em que as intenções também são cantadas. A segunda: a assembleia responde às intenções proferidas pelo diácono, o cantor ou algum outro, com uma súplica, preferivelmente cantada, a fim de favorecer a unidade. A terceira: todas as intenções são incluídas numa só oração, à qual se responde uma só vez. Uma forma alternativa poderia ser a ladainha. Finalmente, existe ainda a forma de anúncio das intenções seguido do silêncio orante, que poderia ser acompanhado de conveniente fundo musical.
Ofertório O canto de apresentação das oferendas. Função Este canto, que acompanha o gesto de colocar os bens em comuns, para as necessidades da comunidade (Rm 12,1-2; Ef 4,28), juntamente com o pão e o vinho que serão consagrados e partilhados na Ceia do Senhor, serve de introdução (³Ouverture´) à Liturgia Eucarística, à refeição-memorial do Senhor. Não é sempre necessário nem desejável, principalmente quando não há uma procissão mais solene dos dons, embora seja muito apreciado pela nossa prática litúrgica pós-conciliar. Forma Conforme mostram as Antífonas, previstas no ³GradualeRomanum´, porém não incluídas no ³Missal Romano´, a letra deste canto não precisa falar, necessariamente de pão e vinho ou de ofertório, mas pode ser um texto apropriado de louvor, de acordo com o tempo litúrgico. Na tradição do Canto Litúrgico no Brasil, desde a introdução do vernáculo, o ³Canto de Apresentação das Oferendas´ chegou a tornar-se um momento em que o povo deseja expressar sua disposição de querer oferecer sua vida, sua luta e trabalho ao Senhor, o que parece ter um alto valor existencial e espiritual. O término deste canto não precisa coincidir com o fim da ³apresentação das oferendas´, mas ele pode ser cantado inteiramente, para permitir oportuno momento de intervalo entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística. Na introdução do Missal se diz: E ste canto é executado alternadamente pela Coral e pelo povo, ou pelo cantor e o povo, ou só pelo povo ou só pelo Coral
Neste momento, uma música instrumental ou então um canto polifônico do coral seriam, também, adequados, funcionando assim como uma espécie de interlúdio entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística. A forma mais adequada e completa deste rito seria praticada se os três momentos fossem observados: a) procissão das oferendas (pão, vinho e água); b) apresentação dos dons
(ambas acompanhadas por um canto); c) oração, seguida da aclamação ³Bendito seja Deus para sempre!´. Dicas Este canto não precisa falar necessariamente, do evangelho, tampouco, traduzir o seu sentido. Mas tem que estar de acordo com o tempo litúrgico e com o sentido das Solenidades da Igreja. Melhores exemplos Só em Ti viver (Agnus Dei ± cd 1993-1994) Sobe a Jerusalém (Liturgia ± cd Celebrações especiais vol. 3) Oferta de amor (Ministério Koinonya de Louvor ± cdAdoremos Eternamente)
Santo O ³Santo´. Função Para concluir o Prefácio da Oração Eucarística ou então para cantar o louvor de Deus na Celebração da Palavra, o povo todo aclama o Senhor com as palavras que Isaías ouviu os Serafins cantarem no templo, na sua visão (Is 6,3 e Mt 21,9) Forma O ideal seria se o ³Santo´ estivesse no mesmo tom em que o Prefácio foi cantado. Por este canto pertencer à comunidade toda, que eventuais arranjos de vozes para o coro nunca impeçam a participação do povo, mas antes a favoreçam e a reforcem. Recomenda-se que o canto se atenha à própria aclamação, sem se introduzir alterações no texto, mediante paráfrases. Dicas Devemos evitar usar como o ³Santo´ músicas como: ³Eu celebrarei´, ³Hosana´, ³Santo dos Anjos´, ³Santo é Senhor Javé´. Estas músicas podem ser usadas em outros momentos da Santa Missa mas não como o ³Santo´. Este canto deve ser a oração do Santo: ³Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do Universo, o Céus e Terra proclamam vossa glória Hosana nas Alturas, bendito o que vem em nome do Senhor Hosana nas Alturas´. Pode-se repetir o ³Santo, Santo, Santo´ no final da música tal como o ³Hosana nas Alturas´. Melhores exemplos Santo é o Senhor (Comunidade Shalom ± cd Na Dança da Vida) Santo (Pe. Cleidimar Moreira ± cd Neste Nome há Poder) Santo é Senhor Deus (versão: Comunidade Canção Nova)
Obs.: No Santo do Pe. Cleidimar Moreira, o final da música que diz: ³Tu és Santo, Tu és Santo, Tu és Santo Senhor´, não deve ser cantado na Missa, pois, afastaria a música do sentido do ³Santo-Sanctus´.
Aclamação Memorial A Aclamação Memorial. Função O missal oferece algumas fórmulas que expressa o anúncio do Mistério Pascal, comemorando o abaixamento e a glorificação do Senhor e pedindo sua vinda. Das três aclamações propostas no Missal, as traduções mais ³aclamativas´ são a primeira e a terceira (³Vinde, Senhor Jesus!´; ³Salvador do mundo, salvai-nos!´). Textos alternativos que expressam a fé na presença real, naquele momento, devem ser excluídos, pois alteram o sentido litúrgico do
Mistério que se celebra. Esse é o momento do Memorial, do anúncio do Mistério Pascal, e não de devoção à Presença Real. Portanto, não se deve substituir essa aclamação por um canto eucarístico. Forma Sendo uma das aclamações mais importantes da Missa, convém muito que seja cantada por todos, em resposta à introdução ³Eis o mistério da Fé!´, entoada por quem preside. Seria muito funcional se a melodia desta introdução já indicasse com qual das três aclamações o povo deverá responder (cf. Hinário Litúrgico, 3º fascículo, pg. 45). Dicas Fundamentalmente não se deve deixar de cantar esta aclamação, conforme dito anteriormente, uma vez que, trata-se de um dos principais cantos da Missa. O uso da criatividade é livre, pois, estas respostas são até hoje pouco musicadas. Façase uma melodia rica de forma a valorizar a importância do momento. Lembre-se, não pode haver alteração no texto das três opções; ³Anunciamos Senhor...´; ³Salvador do mundo salvai-nos...´; ³Todas as vezes que...´, mas pode haver repetição das frases para que haja sentido melódico, sem que isto traga prejuízo ao texto original. Canto Eucarístico não!!! Não é momento de fazer adoração!!! O momento é mais amplo que a presença Real. Canto de exaltação da presença Real só se for solicitado pelo presidente da celebração e se este não substituir a resposta eucarística correta. Não é livre a escolha de qual das três resposta será cantada, ela tem que estar de acordo com a Oração Eucarística que será seguida, então antes da Missa começar pergunte ao presidente da Celebração qual oração Eucarística ele seguirá e escolha então a resposta daquela oração. Melhores exemplos Na Comunidade Canção Nova é cantado um lindo ³Anunciamos Senhor´
Amém
O grande ³Amém´ (Doxologia) (Rm 1,25; Ap 22,20s).
Função Mediante esta aclamação, os fiéis, concordando com toda a Oração Eucarística, proclamada por quem preside, assumem-na solene e enfaticamente como sua. Forma Para ser mais efetivo, o ³Amém´ pode ser repetido ou, de preferência, acrescentado com outro texto aclamativo, assim como o Missal prevê. Também nesta aclamação, seria recomendável se o ³Amém!´ do povo estivesse no mesmo tom da doxologia, cantada por quem preside. Arranjos musicais para vozes iriam reforçar bem esta aclamação comunitária. Dicas Obrigatoriamente deverá ser cantado, uma vez que, trata-se de um dos principais momentos da Missa. Merece receber dos músicos uma roupagem melhor trabalhada, de forma a enriquecer a sua melodia. Melhores exemplos Livre
Pai-Nosso O ³Pai-Nosso´.
Função A ³Oração do Senhor´ introduz nossa participação imediata para a participação no Banquete Pascal. Forma Para superar o costume problemático do povo em nossas igrejas, em geral, que reza apressadamente e canta de maneira arrastada, a melhor maneira é a de se cantar o ³Pai-Nosso´ numa melodia simples, no estilo de cantinela. No 3º fascículo do Hinário Litúrgico encontram-se nove fórmulas para cantar esta oração, entre as quais uma com a antiga melodia gregoriana (p. 28) e duas baseadas na folcmúsica religiosa (pp. 60 e 63). Como é um texto bíblico, na versão do Missal, omitam-se as paráfrases ou versões alternativas. Vosso
é o Reino A Aclamação ³Vosso é o Reino´. Função Esta aclamação desenvolve e conclui o embolismo que segue a Oração do Senhor.
Forma Esta doxologia é, primeiramente, cantada por todos, sobretudo quando se canta o ³PaiNosso´ (cf. Hinário Litúrgico, 3º fascículo, págs. 29, 37, 48, 59, 60 e 63). Por fazer parte da Oração do Senhor, seria convenientes ambas as partes seguirem uma mesma melodia. Também aqui o coral poderá destacar a aclamação do povo com arranque de vozes.
Canto de Paz O Canto de Paz. Função Acompanhar o gesto de saudação da paz. É um canto facultativo, podendo ser reservado para ocasiões especiais. Não pode substituir ou abafar o canto do ³Cordeiro de Deus´, que tem preferência, durante o rito da fração do pão. Forma Em oportunidades mais simples, sobretudo quando se trata de celebração com grupo reduzido de pessoas, que seja canto discreto, curto, para não provocar uma ³quebra´ no estilo peculiar da celebração. Em outras oportunidades maiores e festivas, sobretudo em se tratando de grandes assembleias, pode ser canto mais desenvolvido e vibrante, que expresse a alegria pascal do Povo de Deus, seu vivo sentimento de fraternidade em Cristo. Dicas Não precisa conter em sua letra a palavra ³Paz´. Tem somente que traduzir o sentido da cumplicidade e da saudação entre os irmãos. Caso tenha-se que optar por um entre ³Paz´ e ³Cordeiro´, opte sempre pelo canto do Cordeiro de Deus. Lembre-se: o Canto de Paz só existe no Brasil, então é um canto que possui valor somente na Cultura e não na Liturgia. Melhores exemplos A Paz ± ³Aperte a minha mão irmão´ (Mons. Jonas Abib ± cd Eu e minha casa serviremos ao Senhor) Bom e agradável (Walmir Alencar ± cd Onde está o teu irmão?)
Quero
te dar a Paz (Pe. Zeca ± cd Quero Paz)
Cordeiro de Deus O ³Cordeiro de Deus´. Função Este canto litânico acompanha o parti do pão, antes de se proceder a sua distribuição. Não deve ser usado como se fosse uma maneira de encerrar o movimento criado na assembleia durante o abraço da paz. Forma A invocação e a súplica, eventualmente executadas de modo dialogado por um solista ou coral e a assembleia, podem ser repetidas quantas vezes o exigir a ação que acompanham, terminando sempre com a resposta: ³Dai-nos a paz!´. Ao contrário do ³Santo´ e do ³Pai-Nosso´, o ³Cordeiro de Deus´ não é necessariamente um canto do povo e pode ser cantado apenas pelo coral. Quem inicia esse canto não é quem preside, mas a assembleia (cantor, dirigente). O ritmo e o modo de execução sejam condizentes com o sentido de invocação e súplica, próprio do canto do ³Cordeiro de Deus´, que só deve ser executado no momento de partir o pão eucarístico. Dicas Como já foi dito anteriormente o canto do ³Cordeiro de Deus´ não deve ser o término do ³Canto de Paz´. Há ai a necessidade de um intervalo de tempo entre a execução desses dois cantos. O ³Cordeiro de Deus´ é muito mais importante do que o ³Canto de Paz´, que é algo sobreçalente e dispensável. Portanto se houver necessidade de escolha de execução entre esses dois cantos optem SEMPRE pelo ³Cordeiro de Deus´. A execução desse canto deve se dar SOMENTE no momento do partir do pão eucarístico, feita pelo presidente da celebração (só quando o presidente pegar o pão e o partir é que se deve entoar o canto). A forma tradicional: ³Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo tende piedade de nós (2x), Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo dai-nos a Paz´, não é obrigatória. Impreterível é somente o término com: ³Dai-nos a Paz´. Lembre-se: cabe ao Ministério de Música iniciar o canto! Melhores exemplos Cordeiro de Deus (Comunidade Shalom ± cd Na Dança da Vida) Ó Cordeiro de Deus (Pe. Zezinho, scj)
Comunhão O canto de Comunhão. Função O canto de Comunhão visa, muito especialmente, a fomentar o sentido de unidade. É canto que expressa o gozo pela unidade do Corpo de Cristo e pela realização do Mistério que está sendo celebrado. Por isso, a maior parte dos hinos eucarísticos utilizados tradicionalmente na adoração do Santíssimo Sacramento não é adequada para este momento, pois ressalta, apenas a fé na Presença Real, carecendo das demais dimensões essenciais do Mistério da Fé. A letra não se reduza a expressão excessivamente subjetiva, individualista, intimista e sentimentalista da comunhão. Que ela projete a assembleia como um todo, e cada uma das pessoas que participam, para a constituição do Corpo Místico de Cristo. Em certas oportunidades, favoreça mais ao recolhimento, a fim de evitar um comungar puramente rotineiro e inconsciente. Em outras, sobretudo por ocasião de Festas maiores, faça desabrochar a
alegria e a exultação, como se diz da experiência eucarística das primeiras Comunidades Cristãs. O fato de a Antífona da Comunhão, em geral, retomar um texto do Evangelho do dia revela a profunda unidade entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística e evidencia que a participação na Ceia do Senhor, mediante a Comunhão, implica um compromisso de realizar, no dia-a-dia da vida, aquela mesma entrega do Corpo e do Sangue de Cristo, ³oferecidos uma vez por todas´ (Hb 7,27). Forma A forma que a tradição litúrgica oferece para o Canto de Comunhão, a de um refrão retirado do texto do Evangelho do dia alternado por versos de um salmo apropriado, foi mantida no 3º fascículo do Hinário Litúrgico da CNBB, nos cantos de Comunhão dos Anos A, B e C. Esta forma dialogal ajuda os fiéis a receber o Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo livres da necessidade de carregar livros ou folhas. Também durante a Comunhão, a forma de um tropo, não prolongado demais, com um refrão poderia ser funcional. O texto do tropo seria, de preferência, uma citação do Evangelho do dia, utilizando-o no Mistério Eucarístico. Não é necessário que esse canto se prolongue, ininterruptamente, durante todo o ato de repartir o Pão do Céu. Em certas oportunidades seria até vantagem interromper os versos por interlúdios instrumentais, tornando o canto menos maçante e favorecendo a interiorização. Em algumas oportunidades, é importante que ela faça transbordar a alegria da Festa, sendo um canto exultante, desfecho vibrante de toda a celebração, cantando com a espontaneidade do sorriso e do aplauso, sem que isso em nada desmereça, pelo contrário, exalte, a presença maior do Senhor, com quem a Assembléia entra, gostosamente, em comunhão. Outra possibilidade é selecionar refrãos bem conhecidos da assembleia, sobretudo em celebrações de massa, cantá-los um após outro, com interlúdios instrumentais. Dicas Talvez seja esse, o canto que mais gera interrogações na cabeça das pessoas, essas, responsáveis por sua escolha e execução durante a celebração eucarística. Como dica de como se processar essa ação explicarei como nós do Ministério São Bento fazemos. Como já dito anteriormente não vale cantos que exaltem ³UNICAMENTE´ a Presença Real de Jesus ± PS. Pode se ter um canto de comunhão que exalte a Presença Real, desde que não se reduza somente a isso! ³Sacramento da Comunhão´ (Nelsinho Corrêa ± cd Quem me segurou foi Deus) é um exemplo de canto que exalta a Presença Real de Cristo mais não se reduz a isso, cabendo perfeitamente como canto de Comunhão. - o Canto de Comunhão deve ser escolhido de acordo com as Leituras da Missa. - após as leituras dos textos deve-se extrair o sentido daquela Celebração. - Sabendo então o sentido da celebração deve-se escolher o canto de acordo com o mesmo; ³Se o sentido da Missa é do Filho Pródigo (perdão, reconciliação etc), não se deve falar por exemplo de Vocação, entendeu?!´. Cabe nesse contexto qualquer canto que esteja inserido no sentido do Filho Pródigo, onde o conteúdo da música enfoque as características dessas passagens. OBS: Nesse caso, do Filho Pródigo, não é necessário que na letra do canto tenha a palavra ³Filho Pródigo´, o que se pede é que a letra contenha os sentidos ³desse filho´, como: perdão, reconciliação, amor de Pai e etc. - No caso de Solenidades da Igreja: Festas de São Pedro e São Paulo, Santíssima Trindade, Ressurreição do Senhor, ou seja, quando for uma ocasião com ³Ofício Solene Próprio´ esse canto deve acompanhar o sentido da Solenidade. Tal quando se tratar de ³Festa da(o) Padroeira(o)´, o sentido do canto pode lembrar a vida daquele Santo(a). - Quando não se achar um canto que traduza as leituras (o sentido da Celebração), basta um canto Eucarístico simples. Esse canto não deve falar de algo diverso do que trata a celebração, como por exemplo a música: Pão da Vida (Paulão ± cd Eu e minha casa serviremos ao Senhor).
- Lembrem-se então que esse momento não é de Adoração, Contemplação, sentimentalismo. Então o canto de comunhão só deve ter essa forma se o sentido da Celebração tiver essas características! Melhores exemplos Pão da Vida (Mons. Jonas Abib ± cd Como é linda a nossa família) Quando teu pai revelou o segredo a Maria (Dom Navarro ± cd Vem Louvar IV) Toma e Come (Diego Fernandes ± cd Folha em branco) Milagre de Amor (Juliana de Paula ± cd Obra de Arte) Pessoal, nós já vimos que o canto de Comunhão não é um dos cantos mais importantes da celebração, mas devemos dar a ele grande atenção, pois, este serve de veículo d encontro entre a assembleia e Jesus E ucarístico. Obs.:
Ação de graças após a comunhão O canto ³Pós Comunhão´. Função A Didaqué, um documento da segunda metade do primeiro século do cristianismo, que recolhe instruções e práticas das Igrejas de então, já testemunha o uso de uma ação de graças após a comunhão. Sobretudo se durante o repartir do Pão Eucarístico houve música instrumental ou canto polifônico do coro, um canto da assembleia em seguida poderia ser expressão apropriada de unidade no Senhor Jesus. Este canto não é necessário, e às vezes nem desejável, quando já houve um Canto de Comunhão, com participação do povo, que se prolongou por algum tempo após a distribuição do alimento eucarístico. Recomenda-se, então, o silêncio sagrado, um momento de interiorização após a movimentação ou exultação que poderá ter caracterizado a procissão de comunhão. Forma Dado que não é especificado nenhum texto particular, há campo aberto para a criatividade criteriosa. O mais desejável e proveitoso seria se esse canto fosse uma ressonância da Leitura da Palavra. Não seria muito lógico cantá-lo após a bênção e despedida, depois que o povo já recebeu o convite para retirar-se, ou seja, para sair em missão. Dica Ao contrário do que muitos pensam esse canto não possui grande importância na Liturgia, uma vez que, o silêncio após a comunhão, é de grande observância. Em alguns momentos é mais importante se fazer silêncio (como interiorização), do que cantar um canto pós comunhão. Caso opte-se por sua execução, pergunte antes, ao Presidente da Celebração, qual a opinião dele a respeito desse momento. Lembre-se: como não há uma forma pré-definida da estrutura desse canto procure aproximar sua letra ao máximo do sentido da Celebração. Sendo assim só execute esse canto caso: 1) haja necessidade de aprofundamento do sentido da Celebração; 2) o Presidente da Celebração tenha autorizado ou pedido sua execução; 3) letra próxima ao sentido da Celebração. Obs.: caso não se consiga um canto próximo ao da Celebração, opte por um que seja de agradecimento ± pela vida, trabalho, família etc. Melhores exemplos Obrigado Senhor (Jean Carlo ± cd Obrigado Senhor) Amar-Te mais (Nicodemos Costa ± cd Amar-Te mais) É impossível (Jean Carlo ± cd Obrigado Senhor)
Canto Final Canto Final ou de despedida. Deve haver canto final?... Normalmente, não tem sentido. A reforma conciliar pôs o ³Ide em paz´ como última fórmula da celebração, e seria ilógico um canto neste momento, pois a assembleia está dispensada. O ideal seria o próprio ³Ide em paz!´, ou fórmula que lhe corresponda, ser cantado pelo diácono ou cantor e respondido pelo canto da assembleia que se vai. Durante a saída do povo, o mais conveniente seria um acompanhamento de música instrumental. Se em alguma ocasião parecer oportuno um ³canto final´, por exemplo o hino do Padroeiro ou Padroeira na sua festa, ou o hino em honra da Mãe do Senhor em alguma de suas comemorações, que ele seja cantado com a presença de todo o mundo, logo após a bênção, antes do ³Ide em paz´.