Um amante que seja um amigo. Sou uma judia vibrante e atraente de 34 anos, tenho um trabalho satisfatório e bemsucedido, bom humor e desejo um relacionamento com um homem capaz de ser tanto amigo como amante. Em momentos diferentes, sou parcial ou totalmente divertida, séria, ultrajante, terna e perceptiva. Gosto de sair, de ter atividades saudáveis, de dançar, de chocolate e de perceber o extraordinário naquilo que é comum. Os filmes de Woody Allen me deprimem. Estou procurando um homem solteiro e trabalhador, de trinta a quarenta e cinco anos de idade, que seja gentil, alegre e honesto consigo mesmo (um mensch * ), que saiba rir, tomar conta de si mesmo, ouvir, não desaparecer em situações difíceis, e que acredite que sua vida se enriquecerá como relacionamento com uma mulher. Eu não não desp desp r ezaria zari a um bom cozinhe ozi nheii r o. Recebi setenta cartas, dez fotografias, dois buquês de rosas, três poemas e um pão de cebola. Minha amiga Ellen e eu dividimos as cartas em três pilhas; sim, não e talvez. Sara e eu relemos os sins e estabelecemos um esquema a partir do qual eu deveria ligar para dois doi s ou tr t r ês home hom ens por noit noi t e. Nã N ão quer quer i a f azê-l zê-l o. Nã N ão quer quer i a sofr of r er o desconforto dos primeiros minutos de conversa com homens a quem não conhecia e dos quais provavelmente não gostaria. Queria esquecer aquela ideia, jogar tudo fora, tornar-me me uma sacerdotisa judia. Em vez disso, porém, fizemos um trato: eu ligaria do telefone do meu escritório e, assim que começasse a chamar, ela pegaria a extensão na sala ao lado, de tal forma que pudéssemos nos ver e fazer sinais importantes uma para a outra. "Alo?"
* Nota do Editor: Gíria ídiche que designa pessoa merecedora de respeito. 18