CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS ROMÂNTICAS EM IRACEMA Como o Romantismo surgiu na Europa, na França, precisamente, algumas algumas características no pr!prias "o #el$o continente como o retorno % I"a"e M&"ia, a religiosi"a"e'''( outras, so comuns, uni#ersais, como o su)*eti#ismo, sentimentalismo, sentimentalismo, i"eali+aço'''( e algumas so mais pr!prias "o nosso continente, ou )rasileiras, como o in"ianismo e ou nacionalismo, #alori+aço "a nature+a, nossas terras, matas, a#es, animais''' Inician"o pelas características mais comuns, tentaremos eempli-ic./las com passagens "a o)ra' Su)*eti#i"a"e' O su)*eti#ismo "o teto rom0ntico no se caracteri+a somente pelo culto "o eu, mas tam)&m pela criaço "e uma $ist!ria 1ue, mesmo em 23 pessoa, no "eia "e ser su)*eti#a por1ue os -atos, personagens, comportamentos, comportamentos, lugares''' so criaç4es no eistentes no mun"o real, mas imaginaç4es, imaginaç4es, -antasias, "i#agaç4es, anseios anseios '''' "o autor ' No li#ro Iracema, o ín"io cria"o por Alencar est. longe "e ser a1uele 1ue #i#ia nas matas )rasileiras e 1ue ain"a no tin$a #isto o $omem )ranco 5 67iante "ela e to"o a contempl./la, est. um guerreiro estran$o,'''6 5cap' II8 e 6'''"e estran$a raça e longes terras'6 5 cap'III 8' A $ospitali"a"e o-ereci"a o-ereci"a a Martim 56O estrangeiro & sen$or na ca)ana "e Ara1u&m' Os ta)a*aras t9m mil guerreiros para "e-en"9/lo, e mul$eres sem conta para ser#i/lo' 7i+e, e to"os te o)e"ecero6 5cap' III8 e 6mas o $!spe"e "e Tup & sagra"o( ningu&m o o-en"er.6( 5cap' :I8 pelo pa*&, Ara1u&m, Ara1u&m, no -oi pratica"a por nen$um po#o no longo "a ;ist!ria' Sentimentalismo Em primeiro lugar, esta característica no est. )asea"a na impresso 1ue o leitor sente no curso "a leitura, mas os esta"os "e espírito 1ue os personagens apresentam no transcorrer "as aç4es' O sentimentalismo est. presente em to"a a o)ra, "es"e os primeiros capítulos, principalmente no 1ue "i+ respeito % personagem Iracema 1ue sa)e Martim ter outra, no acre"itan"o 1ue o 1ue o protagonista sente & a sau"a"e "a p.tria e no amor por outra moça' ;. -rases em 1ue o autor -oi categ!rico< "Sofreu mais d’alma que da ferida." ( II cap .) . "O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu. ( idem )
No capítulo :, início, o autor apresenta o ci=me "a ar. 1ue se #9 su)stituí"a pelo guerreiro )ranco' )ranco' No :I:, Martim a)raça uma .r#ore< "- Jato!, que iste nascer meu irmão #oli, o estran$eiro te ara%a"& para demonstrar, al'm do sentimento, a inte$ra%ão do homem com a naturea.
E#aso ou Escapismo ' O ingl9s >?ron, com seu negati#ismo, transmitiu esse sentimento a #.rios escritores )rasileiros inclusi#e ao Alencar 1ue, no li#ro a1ui em 1uesto, apresentou nas suas -ormas mais #aria"as< / E#aso no tempo t empo $ist!rico' Neste caso, o ca#aleiro me"ie#al -oi su)stituí"o pelo ín"io 1ue & um #er"a"eiro guerreiro, ca#al$eiro, respeita"or, respeita"or, cora*oso''' @o"emos citar @oti, Cau)i, Ara1u&m''' Ara1u&m''' / E#aso na religio<
"O mo%o $uerreiro aprendeu na reli$ião de sua mãe..." ( II cap.). "O cristão repeliu do seio a ir$em indiana. le não dei*ar! o rasto da des$ra%a na caana hospedeira. +erra os olhos para não er& e enche sua alma com o nome e a enera%ão de seu eus - +risto ... +risto ..." ( cap. /0 ).
O)ser#a/se, na primeira parte "esta passagem, a "e-esa "a $onra "a "ama , pr!pria "o ca#aleiro me"ie#al, al&m "a religiosi"a"e' "eiam ter amos um s1 deus, como tinham um s1 cora%ão". "le receeu com o atismo o nome do santo, cu2o era o dia." ( cap. ///III).
/ E#aso para a nature+a' Em)ora o in"ígena *. #i#esse em per-eito contato com a nature+a, )usca#a/a para repouso, re-=gio' "3m dia, ao pino sol, ela repousaa em um claro da floresta. 4anhaa-lhe o corpo a somra da oiticica, mais fresca do que o oralho da noite." (cap. II)
To"o o capítulo I trata "e uma e#aso "o casal protagonista' / E#aso para os son$os' E#a"ir/se para um mun"o "e son$os, #alori+ar os son$os & uma característica, principalmente "os poetas "o mal "o s&culo' Alencar apresenta o costume "os ín"ios "o uso "e alucin!genos para se e#a"irem "a reali"a"e, em suas -estas' Iracema "eu esse licor a Martim "uas #e+es< primeiro no capítulo I< "5presentou ao $uerreiro a ta%a a$reste - 4ee"
No capítulo :< "- 5 ir$em de 6upã $uarda os sonhos da 2urema que são doces e saorosos " "... e ele 2! quer que o sonho 2! feche suas p!lperas, e que o sonho o lee 7 terra de seus irmãos "
E "epois na ca)ana, neste mesmo capítulo, 1uan"o, numa lin"a comparaço com a nature+a, muito -re1Bentes na o)ra, ela entrega sua #irgin"a"e ao guerreiro, 1ue "i#aga#a em seu son$o' / E#aso para a morte' Iracema #i#ia angustia"a por1ue ac$a#a 1ue seu esposo tin$a outra, l. longe, mais importante 1ue ela, pois ele passa#a muito tempo triste, ol$an"o o mar no $ori+onte, com sau"a"e "e sua terra( por1ue ele #i#ia muito s!, pois Martim, *untamente com @oti, saía para guerrear e "emora#a muito tempo para #oltar( por1ue ele *. no sentia to"o a1uele amor, a1uela atraço por Iracema< "6ornando, a recente mãe pousou a crian%a adormecida na rede de seu pai, i8a e solit!ria em meio da caana& e deitou-se ao chão, na esteira onde repousaa, desde que os ra%os do esposo se não tinham mais aerto para rece9-la." (cap.///).
7e#i"o a essa ang=stia, triste+a, a)an"ono, parou "e se alimentar' "5 filha de 5raqu'm sentiu afinal que suas eias se estancaam& e contudo o l!io amar$o de tristea recusaa o alimento que deia restaurar-lhe as for%as." (+ap.///I).
Iracema -oi em )usca "a morte para se #er li#re "os so-rimentos e "eiar o esposo li#re' E#a"iu/se para a morte' "- :uando teu filho dei*ar o seio de Iracema, ela morrer!, ... ntão o $uerreiro ranco não ter! mais quem o prenda na terra estran$eira."... "Iracema ' a folha escura que fa somra em tua alma& dee cair, para que a ale$ria alumie seu seio." (cap. //0III).
I"eali+aço O mun"o cria"o pelos rom0nticos era um mun"o irreal, um mun"o "e son$os, en#olto em uma $ist!ria -ant.stica' Era comum os escritores i"eali+arem o $omem, crian"o/o per-eito -ísica e psicologicamente, sem um "e-eito, possui"or "e to"as as 1uali"a"es positi#as, 1uan"o protagonista' ";as na%ão al$uma 2amais irou o arco certeiro, como a $rande na%ão poti$uara& e #oti ' o maior chefe, de quantos chefes empunharam a in8ia $uerreira." (cap. //I/)
Iracema & "escrita como "a ir$em dos l!ios de mel, que tinha os caelos ... mais lon$os que seu talhe de palmeira. O poo de 2ati não era doce como seu sorriso& nem a aunilha recendia no osque como seu h!lito perfumado. ;ais r!pida que a ema sela$em ..." ( cap. II ). " - 5 filha de 5raqu'm ' mais forte que o chefe dos $uerreiros ... e irou o arco. O chefe cerrou ainda o punho do formid!el tacape& mas pela e primeira sentiu que pesaa ao ra%o rousto." (cap. 0II ).
No #emos necessi"a"e "e apresentar o mun"o i"eali+a"o "a nature+a, to #alori+a"o por Alencar, 1ue se "emonstrou um gran"e con$ece"or "a -lora e "a -auna )rasileiras' Apenas 1ueremos "estacar a passagem "o capítulo :I:< 6@oti le#ou o cristo aon"e crescia um -ron"oso *ato)., 1ue a-ronta#a as .r#ores "o mais alto píncaro "a serrania, e 1uan"o )ati"o pela ra*a"a, parecia #arrer o c&u com a imensa copa'6 Ilogismo A apresentaço "e -atos e coisas impossí#eis, sem l!gica, caracteri+am as o)ras "e os& "e Alencar, no intuito "e engran"ecer, i"eali+ar' Em Iracema $. muitas "escriç4es e -atos 1ue no retrata#am a reali"a"e, 1ue no se encaia#am' A "escriço "o *ato)., na característica anterior, & um eemplo' No capítulo :III $. a seguinte passagem< 6Os ol$os "e Iracema, esten"i"os pela -loresta, #iram o c$o *unca"o "e ca".#eres "e seus irmos( e longe o )an"o "os guerreiros ta)a*aras 1ue -ugia em nu#em negra "e p!' A1uele sangue 1ue ume"ecia a terra, era o mesmo sangue )rioso 1ue l$e ar"ia a -ace "e #ergon$a'6 No & possí#el imaginar a 6nu#em negra "e p!6 no meio "e uma -loresta, por eemplo' Nacionalismo Essa característica -oi a)un"antemente epressa, principalmente pelos prosa"ores )rasileiros 1ue ealta#am a no#a, rica, pu*ante, encanta"ora ''' t erra' Al&m "os ín"ios 1ue & uma "as -acetas "o nosso nacionalismo, o mun"o "a -lora e "a -auna )rasileiras encanta#am, ra+o pela 1ual esse li#ro a)or"a essa nature+a tantas #e+es' A ar. ou *an"aia, as plantas, as areias, os montes so os encantos e to "i-erentes "as paisagens seculares, ou milenares, "o continente europeu' Os rios "e .gua cristalina, os lagos 1ue )an$a#am a )ele+a corporal "e Iracema, o mel sil#estre 1ue resta)elecia a -orça "os guerreiros nati#os, os pr!prios -il$otes "a irara 1ue contri)uíram para a alimentaço "e Moacir 5cap':::I8, so eemplos "a gran"e+a "a naço, so moti#os "e orgul$o "e Alencar, um "os maiores )atal$a"ores e "i#ulga"ores "o nosso >rasil' Di)er"a"e criati#a e -ormal' @elo -ato "e o autor criar uma len"a 5Den"a "o Cear.8, *. & um moti#o mais "o 1ue su-iciente para en-ati+ar 1ue a $ist!ria, aparentemente #er"a"eira, & -ruto "e uma i"eali+aço eistente apenas na mente criati#a "esse autor'
A linguagem usa"a no romance, no po"eria ser to li)eral como prega#am os preceitos rom0nticos, pois Alencar no 1uis escre#er mais uma o)ra rom0ntica, mas sim, como -oi "ito, a Den"a "o Cear., a origem "e uma raça 5Moacir8' @ortanto, uma o)ra po&tica 1ue ser#isse "e alicerce para a no#a naço' Dogicamente, no po"eria empregar uma linguagem 1ue -ugisse muito "os pa"r4es normati#os' Os poucos "esli+es so compensa"os pelas estupen"as comparaç4es, pela a)un"0ncia "e met.-oras, pelas inumer.#eis prosopop&ias 1ue encantam ain"a $o*e os aprecia"ores "e uma linguagem liter.ria, conotati#a' @ara 1ue o leitor "este tra)al$o no -i1ue totalmente al$eio, apresentaremos, a seguir, algumas comparaç4es, met.-oras e prosopop&ias< Comparaç4es< "5 oca do $uerreiro pousou na oca mimosa da ir$em.
Met.-oras< "- 5 tarde ' a tristea do sol."(+ap. I/) "Iracema ' a folha escura que fa somra em tua alma." (+ap. //0III) " Iracema ' a rola que o ca%ador tirou do ninho." (+ap. ///I) "5 lu rilhante do sol empalideceu a ir$em do c'u . .." ( +ap. /0I)
@rosopop&ias< "+ontinuaram a caminhar, e com eles caminhaa a noite& as estrelas desmaiaram, e a frescura da alorada ale$rou a floresta." (+ap. /0I) "5 er$onha mordeu o cora%ão de ;artim."(+ap. /0II) ":uanto mais seu passo o apro*ima da caana, mais lento se torna e pesado. 6em medo e sente que sua alma ai sofrer, quando os olhos tristes e ma$oados da esposa entrarem nela." (+ap. ///II)
Concluso Temos certe+a 1ue se algu&m procurar 1ual1uer outra característica menos importante "o Romantismo, encontr./la/. neste li#ro "e os& "e Alencar' Nosso o)*eti#o, em)ora limita"o a poucas passagens eempli-icati#as, esperamos ter si"o atingi"o e, tal#e+, "esperte a curiosi"a"e ou a reeleitura "a o)ra para, realmente, recon$ecermos nela o #alor e a preocupaço "o romancista em caracteri+ar a literatura "a &poca e recon$ecermos nela o espírito patri!tico'