Antônio Botto Botto
Canções Atualização ortográfica
Iba Mendes
Publicado originalmente em 1921.
Antônio Tomás Botto (1897 — 1959)
“Projeto Livro Livre”
Livro 395
Poeteiro Editor Digital São Paulo - 2014 www.poeteiro.com
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“Canções” &
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BIOGRAFIA
Antônio Botto nasceu em Concavada, freguesia do concelho de Abrantes, Portugal, no dia 17 de agosto de 1897. Faleceu no io de !aneiro, Brasil, em 1" de mar#o de 19$9. Filho de %aria Pires Agudo e de Francisco &homa' Botto. ( seu )ai trabalhava como *mar+timo* no rio &eo. -m 198 a sua fam+lia mudou/se )ara o bairro de Alfama em 0isboa, onde cresceu no ambiente )o)ular e t+)ico desse bairro, ue muito influenciou a sua obra. ecebeu )ouca educa#2o formal e trabalhou em livrarias, onde travou conhecimento com muitas das )ersonalidades liter3rias da 4)oca, e foi funcion3rio )5blico. -m 196 196$ trabalhou em :anto Antônio do ;aire e 0uanda, na ent2o colônia de Angola. A sua obra mais conhecida, e tamb4m a mais )ol as suas Can#?es )ara o ingl
-ra visitante regular dos bairros bo
Wikipédia Julho, 2014
“O homem será sempre o mortal enigma; a sombra das sombras .” Antônio
PALAVRAS SOBRE O ARTISTA E SOBRE O LIVRO “CANÇÕES”, POR JAIME DE BALSEMÃO
CANÇÕES! Canções à vida, não lamentos aos destinos. Canções à Forma e " linda, #ortanto, $anções a %es. & assim e Antônio 'otto $anta o (omem, o al ven$ido #ende #ara a terra so) o #eso dos sentidos* o (omem es$ravo, o rei do +niverso. Canta a (manidade e as $oisas terrenas #ara l(es lovar a eist-n$ia involntria* $anta a (manidade $omo ele sa)e e ela " e não $omo ele dese/aria e ela 0osse. & esta a mais save das 0iloso0ais, " esta toda a sa 0iloso0ia, $riando na mat"ria ma arte deslm)rante de litr1ias, dando a essa mat"ria toda ma ori1em divina. Se " nela e 1ermina a 0orma, a $or, o som, ol(ar atento " re2ar em sil-n$io. Antônio 'otto lova e não maldi2, #ore atravessa a eist-n$ia #ara $om#reender. E, lovando, se1e a emin-n$ia do #ensar (eleno, a 1rande (armonia dos dois mais no)res 3rin$4#ios* 5 a arte e o $rit"rio* #ore medit6los " aliar nm ietismo ma1n7nimo as dolorosas ima1ens das nossas vidas. Canções de anti1o reinte, $anções de ente Sl. Canções à morna vol8#ia e adorme$e a lo$a an18stia da ra2ão. Canções de renas$ença, #elo sa)or da verdade e #ela t"$ni$a da maneira* $anções onde a mde2 não " ma $re2a (ostil, mas m des41nio de sa)edorias, $omo nos dias 1loriosos de Cirena, das 0ratas en$antadas, deless9 Canções, ao amor, 5 o triste desatino* ao mar 1emendo las$ivas, às som)ras a$ol(edoras, ao $(eiro a$re das terras. Canções ao )elo vin(o ami1o, e a0asta os $or#os 0amintos, e, a s:s, sem $oniv-n$ias, não #edindo e não $ar#indo, 5 sem $ômi$o e sem tra1"dia 5 $anta a vida e sorri e ol(a os tem#os sem medo. Canções $(eias de som)ra e $(eias de intenção* $anções de )ele2a #ore são (manas e #ore são raras. ;manas, di2endo a 0e)re de todo o 1o2o, a lria e $onista, toda a #osse e tortra* raras #ela 0orma, #elo $on$eito, #elo sentir. Cantando a im#er0eição o #oeta $anta a vida. %oando assim #or essa 1entil alimia, a mais e$elente das $i-n$ias $om a mais ilstre das artes, o #oeta das “Canções”, #re0ere, ao re#oso 0eli2 do mito des#re2ar, o so0rimento $onstante do mito amar. A vida seria mel(or se nela não eistissem $oisas tão )elas! & a Forma e o enleva, essa 0orma e o
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tem#o a)sorve e devora $om a vida dos artistas, #ore a arte a ilmina. Essa 0orma onde, #or ve2es, #al#ita m dese/o de$adente de #er0eições aladas e e são a de$ad-n$ia destas $anções sentidas. 3ore de$ad-n$ia " $omo m t"dio $(eio de revolta motivado #ela tortra da )ele2a #ara renas$er no reinte da est"ti$a* maneira de #rotesto 1enial #residindo a todos os ressr1imentos nas Artes. & a (omem $ede ao dese/o $omo a nvem $ede ao vento. E Antônio 'otto lova esse dese/o re1endo as a s ações do (omem, #ore o (omem dele nas$e. > amor $antado assim, não " o o#r:)rio e avilta, mas o $lto e eno)re$e. Cantar a (manidade #ara a tornar mais )ela!9 Como os e14#$ios $aden$iando6l(e o 1esto nas danças, $omo os 1re1os $ltivando6l(e a 1raça dos 1insios, $omo os romanos nos li)ames a ?8#iter. Nestas $anções, o amor, o vin(o, os 0estins das $arnes amorosas, as #enm)ras lan1idas são nar$:ti$os #re$iosos onde o #oeta a0o1a as dores do #ensamento. & @-ns, Eros o A0rodite* " o Amor +niversal e, des#re2a a 0ome, a sede, a 0adi1a, #ara lançar no mesmo tro#el os seos, as $astas e as inteli1-n$ias, o amor e tenta adorme$er, $om o se ma$a)ro e $om o se 1rotes$o nos )raços tol(idos da Noção* o amor,
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Universal ! do seio "ue sente e concebe, da semente "ue germina e ensombra, nada será espantoso, nada será estranho. #s combina$%es abstratas o poeta cede as combina$%es sens&veis; a emo$ão pura, a sensibilidade consciente, a toada musical e branda. # sua tran"uila aceita$ão dos dilemas imutáveis pairando na vida, a sua compreensão l'gica, a sua natural intui$ão, animam(nos de um prazer )uvenil ao falar do #rtista e das suas “Canções”. Cantam elas a
treva do sa)er mesin(o dos (omens, a ilsão de onde nas$em as an18stias #ara a #osse das ventras, a ami2ade nos #eitos $omo desen(os #eris na s#er04$ie das 1as. Cantam do$es $re#8s$los, onde o =deal, na solidão e na morte, " sem#re #er0eito #ore 0o1e $omo os S:is. São $anções onde a an18stia " ma ele1ia de $ondes$end-n$ias. > (omem nas$endo #ara a$reditar e #ara servir, o se 0anatismo vi)ra não das verdades mais demonstradas, mas, das ilsões mais )elas. Essa ilsão " a Arte, essa Arte ma do$e ironia de $on0orto )elo. E o (omem vai sem#re ima1inando e so0rendo. Entre 3latão e F4dias, $r"$io e @ir1ilio, os Dedi$is e Di1elan1elo, i2 =@ e a$ine,
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I
Savemente des$ia* E e nos tes )raços deitado At" son(ei e morria. E via te rosto morenin(o, E a$(ei6o mais 0ormoso, Das, sem l1rimas, ento* E o te $or#o del1ado, > te $or#o 1ra$ioso, Estava todo $o)erto de lto. %e#ois, ansiosamente, 3ro$rei a ta )o$a, A ta )o$a sadia* 'ei/amo6nos doidamente9 5 Era dia! E os nossos $or#os nidos, Como $or#os sem sentidos, No $(ão rolaram9 e assim 0i$aram!9
II
3or ma noite de otono nessa nave som)ria, 4
;ei de $onti1o deitar6me, Dl(er )ran$a e mda e 0ria! ;ei de #ossir na morte > te $or#o de mar0im, Dl(er e nn$a me ol(aste, He nn$a #ensaste em mim9 E ando, no 0im do mndo, A trom)eta, al"m, se ovir, A#ertar6te6ei mais ainda, 5 Não te deiarei #artir! A ta )o$a 0ormosa Ser sem#re dos mes )ei/os* E o te $or#o a min(a #tria, A #tria dos mes dese/os.
III
Andava a la nos $"s Com o se )ando de estrelas. Na min(a al$ova, Ardiam velas, Em $andela)ros de )ron2e. 3elo $(ão, em desalin(o, >s veldos #are$iam >ndas de san1e e ondas de vin(o. Ele ol(ava6me $ismado* E e, 3la$idamente, 0mava, @endo a la )ran$a e na He #elos $"s $amin(ava. A#roimo6se* e em del4rio 3ro$ro avidamente, E avidamente )ei/o A min(a )o$a de $ravo He a )ei/ar se re$so.
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Arrasto6me #ara Ele, E, en$ostado ao me om)ro, Falo6me dIm #a1em loro He morrera de Sadade, J )eira6mar, a $antar9 >l(ei o $"! A1ora, a la, 01ia, Entre nvens e tornavam A linda noite som)ria. %eram6se as )o$as nm )ei/o, 5 +m )ei/o nervoso e lento9 > (omem $ede ao dese/o Como a nvem $ede ao vento. @in(a lon1e a madr1ada. 3or 0im, ar1ando esse $or#o He adorme$era $ansado E e e )ei/ara lo$amente Sem sentir, 'e)ia vin(o, #erdidamente, 'e)ia vin(o9 at" $air. IV
'endito se/as, De verdadeiro $on0orto E me verdadeiro ami1o! Hando a som)ra, ando a noite %os altos $"s vem des$endo, A min(a dor, Estreme$endo, a$orda9 A min(a dor " m leão He lentamente mordendo De devora o $oração. Canto e $(oro amar1amente* Das a dor, indi0erente, Contina9 6
Então, Fe)ril, ase lo$o, Corro a ti, vin(o lovado! 5 E a min(a dor adorme$e, E o leão " sosse1ado. Hanto mais )e)o mais dormeB @in(o adorado, > te #oder " enorme! E e vos di1o, almas em $(a1a, K almas tristes san1randoB Andarei sem#re Em $onstante )e)edeira!
V
Foi nma tarde de ?l(o. Conversvamos a medo, 5 e$eios de trair +m trist4ssimo se1redo. Sim, dvidvamos am)osB Ele não sa)ia )em He o amava lo$amente Como nn$a amei nin1"m. E e não a$reditava He era #or mim e o se ol(ar %e l1rimas se toldava9 Das, a d8vida #erde6se* Falo alto o $oração! 5 E as nossas taças Foram er1idas Com in0inita #ertr)ação! >s nossos )raços Formaram laços.
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E, aos )ei/os, ")rios, tom)amos* 5 C(eios dIamor e de vin(o! M+ma s8#li$a soavaB “A1ora9 morre $omi1o, De amor, me amor9 deva1arin(o!9”
VI
Hanto, anto me eresO 5 #er1ntaste >l(ando #ara mim mas distra4da* E ando nos mes ol(os te en$ontraste, E vi nos tes a l2 da min(a vida. Nas tas mãos, as min(as, a#ertaste. >l(ando #ara mim $omo ven$ida, “9anto, anto9” 5 de novo mrmraste E a ta )o$a de6se6me rendida! >s nossos )ei/os lon1os e ansiosos, Lro$avam6se 0rementes! 5 A(! nin1"m Sa)e )ei/ar mel(or e os amorosos! Hanto te eroO! 5 E #osso l di2er!9 5 +m 1rande amor s: se avalia )em %e#ois de se #erder.
VII
Anda, vem9 P#or e te ne1as, Carne morena, toda #er0meO P3or e te $alas, 3or e esmore$es 'o$a vermel(a,6rosa de lme! Se a l2 do dia Le $o)re de #e/o, Es#eremos a noite #resos nm )ei/o. %6me o in0inito 1o2o %e $onti1o adorme$er, %eva1arin(o, sentindo 8
> aroma e o $alor %a ta $arne,6me amor! E ove, man$e)o alado, Não entristeças, não #enses, 5 S- $ontente, 3ore nem todo o #ra2er Lem #e$ado9 Anda, vem9 d6me o te $or#o Em tro$a dos mes dese/os* Len(o Sadades da vida! Len(o sede dos tes )ei/os!
VIII
Se me deiares, e di1o > $ontrrio a toda a 1ente* E, neste mndo de en1anos, Fala verdade em mente. L di2es e a min(a )o$a ? não a$orda dese/os, ? não ae$e otra )o$a, ? não mere$e os tes )ei/os* Das, tem $idado $omi1o, Não #ro$res ser asenteB 5 Se me deiares, e di1o > $ontrrio a toda a 1ente.
IX
>ve, me an/oB PSe e )ei/asse a ta #"lO PSe e )ei/asse a ta )o$a >nde a saliva " m m"lO9 His a0astar6se mostrando +m sorriso desden(oso* Das ai!
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5 A $arne do assassino & $omo a do virtoso. Nma atitde ele1ante, Disteriosa, 1entil, %e6me o se $or#o doirado He e )ei/ei ase 0e)ril. Na vidraça da /anela, A $(va, leve, tinia9 Ele a#erto6me, $errando >s ol(os #ara son(ar9 E e, lentamente, morria Como m #er0me no ar! X
Hem " e a)raça o me $or#o Na #enm)ra do me leitoO Hem " e )ei/a o me rosto, Hem " e morde o me #eitoO Hem " e 0ala da morte, %o$emente, ao me ovidoO &s t, Sen(or dos mes ol(os, E sem#re no me sentido.
XI
Len(o a $erte2a %e e entre n:s tdo a$a)o. %ei6lo! 'endita se/a a triste2a! 5 Não ( )em e sem#re dre E o me )em #o$o dro. Não levantes os tes )raços, 3ara de novo $in1ir A min(a $arne de seda* 5 @o deiar6te9 vo #artir.
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E se m dia te lem)rares, %os mes ol(os $or de )ron2e E do me $or#o 0ran2ino, A$alma A ta sensalidade, 'e)endo vin(o e $antando >s versos e te mandei NIaela tarde $in2enta9 Ades! Hem 0i$a so0re )em sei* Das so0re mais em se asenta!9
XII
L mandaste6me di2er He tornavas novamente Hando viesse a tardin(a* E e, #ara mais te #render, 5 Nesse dia9 3intei de ne1ro os mes ol(os E de roo a min(a )o$a. As rosas eram aos mol(os 3ara a noite r)ra e lo$a! Entornei so)re o me $or#o, 5 He 0ora del1ado e )elo! > #er0me mais estran(o e mais s)til* E m )ro$ado roo e verde Envolve a min(a $arne Da$erada e varonil. >s mes om)ros 0lorentinos, Co)ertos de #edraria, Eram $(a1as lminosas Almiando o me $or#o Lodo em 0e)re e nostal1ia. Nas min(as mãos de $am)raia, As esmeraldas $intilavam* E as #"rolas nos mes )raços, Drmravam9 %esman$(ado, o me $a)elo,
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Em ondas lar1as, $a4a, Na min(a 0ronte i1eiramente som)ria. Estava #lido e dir6se6ia He a #alide2 amentava A min(a 1rande )ele2a! Na min(a )o$a ondlava +m sorriso de triste2a. A noite vin(a tom)ando. E, $omo tardasses, Fiei6me, sentado, ol(ando > me vlto re0letido No es#el(o de $ristal* E a0inal, Nem 0res$ra, nem )ele2a, No me rosto des$o)ri! 5 K morte, não me #ro$res! E t, me amor, não ven(as!9 5 E / morri.
XIII
? na min(a alma se a#a1am As ale1rias e e tive* S: em ama tem triste2as, Das em não ama não vive. Andam #"talas e 0ol(as 'ailando no ar som)rio* E as l1rimas, dos mes ol(os, @ão $orrendo ao desa0io. Em tdo ve/o Sadades! A terra #are$e morta. 5 K vento e tdo levas, Não ven(as à min(a #orta!
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E as min(as rosas vermel(as, As rosas, no me /ardim, 3are$em, assim $a4das, estos de m 1rande 0estim! De $oração des1raçado, 'e)e ainda mais li$or! 5 He im#orta morrer amando, He im#orta morrer dIamor! E vem ovir )em6amado Sen(or e e nn$a mais viB 5 Dorro mas levo $omi1o Al1ma $osa de ti.
XIV
A vossa $arta $omove, Das, não vos #osso a$om#an(ar. %eiai6me viver em #enas* 5 @o so0rendo e vo sorrindo, sorr indo, > me destino " $(orar! Sim, " $erto* 5 em e amo Qom)a e ri do me amor9 5 He (ei de e 0a2erO 5 esi1nar6me,
%e Sadades vo morrendo E na morte vo #ensandoB De amor, #or e #artiste, Sem me di2er at" andoO Na min(a )o$a tão linda, K ale1rias $antai!
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Das, em se lem)ra dIm lo$oO 5 En$(ei6vos dI1a, mes ol(os, En$(ei6vos dI1a, $(orai!
XVI
E ontem #assei o dia >vindo o e o mar di2ia. C(oramos, rimos, $antamos. Falo6me do se destino, %o se 0ado9 %e#ois, #ara se ale1rar, Er1e6se, e )ailando, e rindo, 3ôs6se a $antar +m $anto mol(ado e lindo. > se (lito #er0ma, E o se #er0me 0a2 mal! %eserto de 1as sem 0im. K se#ltra da min(a raça Hando me 1ardas a mimO9 Ele a0asto6se $alado* E a0astei6me mais triste, Dais doente, mais $ansado9 Ao lon1e o Sol na a1onia %e roo as 1as tin1ia. “@o2 do mar, misteriosa* @o2 do amor e da verdade! 5 K vo2 mori)nda e do$e %a min(a 1rande Sadade! @o2 amar1a de em 0i$a, Lr-mla vo2 de em #arte9” E os #oetas a $antar São e$os da vo2 do mar!
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