CONTARDO CALLIGARIS
HIPOTESE SBR FANTASMA NA CURA PSICANALÍTICA
ibliotrca Digial
Tíbhotea j reulíana
Cl58h
Caaris, Contardo Hipótese sobre o fantasma na cura psicanaítica I Contardo Caaris ; ad. de ide Valarini -Porto Aege : Artes Médi s 1986 172p.; . : 23.
Pscanáise Casos Pscanáise Casos histó histórias rias cnicas estatís estatísticas. ticas. 2. Sexo (Psicanáise) I Valarin Valarin lide. lide . 11 Ttulo
C.D.D. CD.U.
6168917 5778:615851.1
Alabticoss a o Catáog Catáogo o mt nd Alabtico
Seo Pscanálise
577.86158511
(Bbliotecára responsável� Sonia H. Viera CRB/10-526)
ibliotrca Digial
Tíbhotea j reulíana
Cl58h
Caaris, Contardo Hipótese sobre o fantasma na cura psicanaítica I Contardo Caaris ; ad. de ide Valarini -Porto Aege : Artes Médi s 1986 172p.; . : 23.
Pscanáise Casos Pscanáise Casos histó histórias rias cnicas estatís estatísticas. ticas. 2. Sexo (Psicanáise) I Valarin Valarin lide. lide . 11 Ttulo
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CONTARDO CALLIGARIS Psicaalsta. Membro da Escoa Fedaa de Pais
HIPOTESE SBRE FANTASM NA CURA PSICANALfTICA
Traduço É LIDE VALARINI Pós-gadada em gas e iteatas potge, Pós-gadada ge e face pea Unvesdade de São Pauo
Supervisão da tradução e prefácio à ediço brasileira: ÍSIO ALDU Í S IO MOREIRA DE SOUZA Pscaaista
iblntrca igita
PORTO ALEGRE/
1986
Oba oiginalmente publcada em francês sob o tíulo
Hypothse mr le Fantasme @ de dtons du Seuil, Pas 1983
Máo Rhnelt (utildo ognal d Verlnde)
Composição e arte: AGE - Assessora Gáca e Edtoal Ltda.
Siso editor Paulo Flávio Ledur
Reseados todos os deitos de publcação em lngua portugue à EDTOA ARTES MDCAS SUL LTDA. ua General Vtono, 277 Fones 252728 e 258143 0020 oto Aee RS Basl -
IMEO NO BASL NTED IN BAZL
Para Kigsteín, é claro.
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Drante ois anos em lugares diferentes seuindo os avatares do movimento psicanalítico coloquei à prova de uma escuta atenta a hipótese que exponho aqui Qe aqueles que seuiram meu ensino sejam aadecidos. Nicole Ss que pelo amor pe lína leu a primeira redação deste escrito ajudoume em minha paão pe reza François Wahl, pela amizade que manifestou também na leiura do manuscrito, e cujas obserações precios para o texto foram sobreudo motivo (tão ra ro) para um debate sobre o essencl
Prefácio à edição brasleira
Se optamos por manter o tílo o mais próximo do ancês Hipótese sobre o fantasma - n foi por pridos de delde à lea, já que o autor medeu inteira berdade de truzir. A delidade às vezes requer um ato de criaço radicalmente difeente do orinal Não é o caso mas se a opço de Contardo é pela clareza ele coloca isto sobretudo através das possibilidades de operaço do conceito Assim, n o há interesse a n ser que tivéssemos condições de concluir de polemar se fantasme é fanasma ou fantasa. E creio mesmo que se nos reportamos à escri ra nmental do fantasma, podemos penr que fantasia se torna inadequado e nos lína para descrever tanto do ponto de vista estural (escritura) quan to do ponto de vista operacional o que o conceito ape e tenta ceir. Gostaríamos também de frisar a neza clínica deste trabalho a atenço redobrada às nuances próprs linagem e a leiura qu o autor realiza do discurso de seus analantes (apresentados aqu) sem no entanto recoer a innidade de citaçes de encostos confortáveis; no o que temos aí é um exemplo concreto da ética que oenta o abalho e da responsabilidade do autor no seu abalho E como ele disse na carta em fac-smile, que est agora preparando um "Pcis de clinue o que anseio evidentemente, pois se uma leiura complemen tar a esta e uma referência sera para que possamos penr as questes que nos co loca a clínica Acreditamos que Hipóese sobre o Fanasma na Cura Psicanalíica suscita r muitas questões e desde já, como responvel por sua publicaço em lnua por t uea, colocarei algumas: • A questo do Rl e do far-ser por mais detalhada que sja se equivoc com real ou realidade e com o falante simplesmente. Seria necessário talvez que re etssemos sobre a reção do que de Rl está implcado no ser e que o desvel
da letra parlêtre coloca uma indicaço interessante entre ser e Sujeito, onde temos a evidênc da operção fantasmática • Se a clínica do fantasma ouv a posteio� ou, diríamos mesmo, desvela u escritura ndamental, que não é suscetível de se trr consciente, mas pura deduão, esta escriura é da ordem do Real Então, qual é a relação da letra e do Signicante que vão operar no balho analítico, que peite ceir, e mesmo constir esta escriura na sua ponualdade? Sia uma clínica do fantasma, ou clí nica do Real cujo operador é o fantasma? E nalmente a questo do fim análise, que creio nos é trazi por Contar do de foa fina e precisa, e até mesmo desconcertante com a inodução de A Mãe. Figura do Oo. Se pentamos se não temos um anolamento a três enre RS. (Real, Simbóico, Imaário} avés d : Mã, Nome-Pai e PaideNome? E como todos também operam como fiuras Otro, como suporte do Real, o ser o caso de se peuntar: qual a intincação ou desintncação que opera no nal análise? u, topologicamente, que relação existe entre os três regisos? E como não podea dear de ser, quero aecer a Contardo Calligaris, por nos brindar om este trabalho, que pensamos ser ndamental para nossas leituras e nossas questões clínias -
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ALDUÍSIO MOREIRA DE SOUZA Julo de 1986
Suáro
In ímine . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 - O que chamo de fantasma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 - Destinos do fantasma na cura (I) Xavier . . . . . . . . . . . . . . 3 - Por uma cínica do fantasma (I) Primeiro esbo . . . . . . . . . . 4 Destinos do fantasma na cura ( l) - Laurent . . . . . . . . . . . 5 - Por uma cínica do fantasma (11) - Os fantasmas originários" . . . . 6 A gura d'A Mãe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 - Fantasma e sexuação - Paue, Miche . . . . . . . . . . . . . . . . . Escóio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Noa bene . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Despedida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
15 7 42 54 7 3
84 92 1 14 137 139 165
I le
O que segue será lido como um saber inevitável Isto produzirá então a denegação armativa isto é uma espécie de aprovação e de aceitação que é Freud o observava uma forma de negar, ainda e mehor. Ora o ato analítico não se parece em nada com a transmissão de um saber; nem o seu efeito poderá tampouco ser resumido como a aquisição de um saber Sera por tudo isso dizer que a constituição e a difusão da psicanálise como disciplina contradissesse e mesmo comprometesse a sua prática? I verdade que uma disciplina como esta oferece àquele que se submete à análise a chance fáci de um f de cura pererso: a uma fata que é experienciada o sujeito proporá seu saber adquirido como suplemento adequado. Mas a alternativa entre faar (ou escrever) e se calar não é dd ao anaista. Pois de toda forma nós o veremos a transferência implca que o paciente suponha de sua verdade uma forma de saber. Sendo assim é mehor tomar a palavra ou a caneta e tentar fer com que esta forma de saber seja o mí�imo possível incompatível com a experiência e até mesmo a menos propícia a faciitar seu impasse perverso . necessário para tanto que o saber não pretenda ser saber sobre ou d verdade Isto poderá parecer irreaizáve se abandonarmos os caminhos da razão. Por exemplo dar a um ta saber o encanto de uma obra de arte seria desde já desnálo a serir de ornamento fáico com o qua cada um poderia ornar seu ser para aém da prpria experiência da análse .
Por esta rão neste ivro tomei o artido como se diz da careza. Mitada às vees por impotências tale or ums impossibilidade e mesmo por uma ne cessiade intrínseca à prática da anise pois relato curas iniciadas sob minha direço 15
Com relação a isso, fca a suspeita de que escrever sobre um caso seja sempre uma forma de trazer suprimento, por um dejeto de tinta, à relação tecida na trans ferência; até mesmo, em última instância, uma forma de constituir o fantasma do qual o escrito seria o objeto. Eis aí, justamente, o que, na leitura de um escrito clco, dexa muitas vezes uma impressão de obscenidade Fazer face a esta suspeita impõe, às vezes, silêncios Isto será ido como um saber, e em que não o seria? Simplesmente: é saber, pois que outra coisa poderia ser? Mas ee aborda outra coisa que a verdade. Aborda hipóteses éticas que engajam uma prática, no caso a minha Esta armação, claro, se esclarecerá adiante, mas desde já explica uma posição que tomei Praticamente não me preocupei em situar o que adianto aqui no corus psicanalítico Quando me foi necessário ialogar com este, optei por fazêlo falar por meio de um se diz que Pois expor, e mesmo sustentar, princípios ou hipóte ses éticas só é possível argumentandose a partir de uma experiência Mesmo assim, indico, da palavra de Lcan e de seus escritos, as passagens com as quais, mais do que com outras, debati, ·ou até mesmo que contaram para a cons tuição hipóteses que ilustro Para que o leitor possa, se quiser, reportarse: �crits, Paris, ed. du Seuil, 1 966, p 793827 e Seminário XI (1964), Paris, ed du Seuil, 1 973, em sua totalidade. Uma expressão, que uso no que segue, a de "escolha da neurose, ou mesmo "escolha psicótica requer uma observação Ela é de origem freudiana, claro, o que não impede que seja questionável: pois como falar de escolha se o que a psicanálise verica é uma determinação? Este termo nos serve, pelo menos, para o tempo de uma cura; esta s tem sentido se considerarmos que o anaisante pode escolher, é responsável: não de um estado dado de sua estrutura, mas das chances de um ato que a psicanálise pode lhe oferecer.
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1 O
que chamo de fantma
Nos primeiros momentos de sua cura Laurent s queixa de algo que não passaria de uma questo de detahe. Com as mulheres não é que a penetração lhe seja impossível ao contrário se tem uma aventura apressase antes em realzála mas justamente porque sabe que se tardar perderá a vontade Isto porque está certo de ntemão e se espera terá de alguma forma tempo de se lembrar disso que da penetração ele não obterá gozo. Não é pelo fa to de no poder gozar dentro de uma mulher; ele pode mas sem sentir lá grande coisa com isso. E por causa de um fantasma. Ee sabe que é um fantasma o seu já que se trata do que o acompanha nas práticas masturbatórias que jamais interrompeu e que diz ele não parecem estar ligadas a qualquer necessidade de descarga: pois desde a adolescência até os trinta anos momento em que procura um analista sua vida foi uma série quase ininterrupta de episódios monogâmicos ou mesmo bígamos "satisfatórios.
O fantasma de Laurent é diz ele gozar alhures fora da muher que é sua par · ceira de preferência às vezes mas sem obstinação sobre a superfície de seu corpo para que o sêmen possa ser visto. Quando penetra uma mulher ele sabe que sua ecitaço se deve a devaneios de uma ejaculação al alhures e se goza dentro de ua mulher não é isso efetivamente que goza mas do seu devaneio de que isso ocorr em outro lugar. Assim o gozo que ele obtém quando põe em ação seus devaneios o que aás ocorre muitas vezes não é tributo de uma acuidade particular mas antes h parece , e ua cocordcia ao co auilo eso que sustenou a eca 17
ço Laurent insiste: não se deve crer que seu fantasma sea um pacto contraído om o medo de se ver pai. Ao contrário pai ele até gostaria de slo e em última análise se a "questo de detalhe o chateia é ustamente diz ele pelo fato de que, nestas condções só poderia ser pa "se fracassasse pois se o fantasma é gozar fora gozar dentro seria um fracasso. Há nda uma outra chateação os devaneios que acompanham suas masturbaçes se por um lado esto sempre ligados à ntecipaço de uma eaculação "fora dão mostras de uma grande exibidade quanto à disposição dos personagens colocados em cena. Laurent se espanta às vezes ao constatar que lhe é indferente imanarse em sua montagem no lugar de um homem ou de uma mher; mais exatamente daquele que verte ou daquele que recebe sobre seu corpo o sêmen mas esta exibilidade no leva urent a conceber um outro sexo que não o seu; na inversão da montagem ele se pretende homem recebendo o gozo de um outro homem. Isto lhe é indiferente desde que a modalidade do gozo não mude Isso o choca não pela vergonha mas pela esquisitice pois não sente nenhuma atraço p homens. Entretanto ele no sentira nenhuma repuância em ir aante com esta indferença na montagem fantasmática até realizar a versão "passiva desta se a ocasio se apresentasse. Esta no é sua únca surpresa pois este fantasma que ele acredita poder resumir em eu gozo fora lhe parece ser um devaneio ad hoc para a masturbação. Nes ta não ejaculamos sempre fora? E gozar fora no é na B1lia o que dene a conduta de Onan? Ora Laurent no está de forma nenhuma seguro de preferir a masturbaço à relação com as parceiras pelo menos quando dos primeiros encontros ele sabe antecipadamente que por ocasião destes o embaraço o impedirá de resolver de imedato a relação segundo o seu voto; mas que possa dizerse a posteriori que em tal primeiro encontro teria preferido um prazer mas solitário só pode ser considerado segundo ele uma piada. Ao que se acrescenta e é para Laurent uma fonte de espanto o fato de que em suas masturbações não goste de ejacular as de prolongar indenidamente uma excitação sem saída Isto o espanta pois esperava encontrar no onanismo uma prática adequada para seus devaneios Esta última observação orienta decididamente a hermenutica de Laurent ele considera este adamento da eaculação na masturbaço a prova do papel essen cial para u gozo da presença efetiva de um ou de uma paceira Tal consideração parece ser engraçada pois leva a postular o que não é to seguro que o fantasma poderia incluir a necessidade de sua própria realização efetiva Isto pode ser verdadeiro para o fantasma do discurso comum a cada um de esforçarse para "realizar as montagens que imana. Mas sem nenhum sucesso verdadeiramente satisfatório pois o fantasma fundamental que comanda a vida sexual de cada um (o que inclui os devaneios que chamamos comumente de fantasias) veremos só desdobra sua ecáca com a inquietaço constante de garantir o fracasso de sua atualizaço Ao ponto de que as tentativas de reaização das montagens que ele comanda apareçam 18
antes, porquanto sempre fracassam, como provas buscadas de uma impossiiidade. urent usa desta sua consideração de esquisitice para se orientar em uma temática que lhe é, por suas leituras, famiiar a da sueira da desnra (1 ). Suar a mulher buscar a muher para sujála (desonrála) o tema não é estranho para o analista que não pode deixar de pensar no texto de Freud sobre o rebaixamento do ob jeto na vida amorosa. Neste ponto não poderamos dizer que a partida não está bem enganchada. Devese reconhecer que ela está inevitavelmente engaada pois, no caminho da busca de um sentido o fantasma poderá desdobrar toda a rqueza de sua gramática antes que o momento chegue de um ato analítico possível, um ato que confronte urent com a mais simpes escrtura de sua montagem.
É desta escritura mais simples que gostaria de tratar de imediato para dizer neste começo o que chamo de fantasma Vamos então, para aém do tempo da cura de seu incio à conclusão E limi temonos, por ora a descrever o encadeamento dos desfechos desta. urent recordará um dia, uma palavra ita a esmo por seu pai ou seja em sua lembrança não a recordava como parada, exibição ou mesmo uma ordem ou um aconselhamento que qundo casou era virgem Na sua recordação que é do começo de sua adolescência Laurent é incapaz de detectar propriamente algo de uma intenção educativa. Quanto mais ele pensa menos acha concebível que a frase em questão tenha tido no esprito de seu pai, valor de princípio moral; a melhor prova será a iberdade de sua educação Isto foi, na recordação dele, um desvio de uma conversa à mesa evocando um fato Laurent se recorda desta palavra numa época de sua nálise em que busca o que poderia não estar bem, ou mehor, o que o fzia acreditar que não estava bem numa relação parental opaca na exata medda em que se intitu lava como idica e arriscava Laurent reconhece sla efetivamente. Cmo diabos poderia ter construído lá pelos seus l 3 anos um romance fa miliar uma novela, onde se concebia como ho adltero de um amigo da famia? Como, diabos, se seus pais pareciam viver um amor perfeito Colocndose esta questão Laurent acha uma recordação de um enunciado paterno, que o leva a retomar o que chama de seu fantasma e imprimir neste uma tranformaço Se seu pai esperou até o casamento para conhecer uma mulher, ou melhor sua única mulher uma lógca estranha impõese a aurent. A conclusão de que das práticas sexuais, seu pai só podia admitir aquelas que visavam à reprodução � num papel de revezador que ele se concebe então: é a ele que reverteria a tarefa de ofrecer à sua mãe o gozo que lhe foi subtraído "Gozar fora seria perfeito para perfazer completar a relação sexual de seus pais através daquilo que segundo ele seu pai não pôde mesmo que tenha sido or não o querer
I
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Sullc: " suj ar . No sentido f�rv, "rbaxar (N. T) 19
Curiosamente, a atribuiço deste sentido a seu fantasma parece fazer sarar aurent. E no momento em que intervém um sonho, no qua sem comoço ele come· um dedo de sua me, que lhe é servido num prato, ele considera sua análise terminada. urent entende este dedo como o devo (2) de um dever e uma dívida e encontra no sonho a conrmaço o fato ue teria iz ele simbolizado ver dadeiramente a dívid e o dever para com o corpo de sua mãe, que fariam sua vida se xua. Ele constata, aliás, que esta apreenso de sendo produz efeitos, pois de imediao encontra prazer dentro de uma muher isto sem deriva fantasmática; e inaugura uma nova monogamia da qual quer um lho que pensa poder engendrar no gozo. S a anáise no se interrompe, é porque o analista se opõe abertamente, e o peso de sua intervenço mantém a relaço. No havia outra forma de relançála, mesmo que fosse tácita A ponto que durante mito tempo a transferncia parece sedimentada numa relaço onde a obstinaço do nalista em prosseguir só se resolve pelo prazer que Laurent encontra em satisfazer o que lhe aparece doravante como uma demanda a ele irida e mesmo como uma atitude parasitária que conside ra com indulgência E entretanto esta relaço aparentemente falseada, que age pois após esta longa parada de saramento, uma verdade eclode, que eu poderia ou deveria ter lite ramente previsto Uma verdade já sabda e no reconhecida a muer que Laurenr ama e com a qual se apressa em dar as provas de estar curado é estéril, e urent sempre soube disso Mas com um saber que no se enlaçava com o fantasma que ele acreditava, através deste novo amor, desenlaçar ou mesmo desmanchar Ao contrá rio, ee tinha rapidamente denegado a coisa, azendo, no sem se pavonear, da transposiço deste real o que teria conrmado seu saramento Uma vez mais ent, é "fora que Laurent se descobre gozando A repetiço inesperada de uma montagem que no poderia servir à fecundaço recoloca Laurent diante da tarea de que se acreditava curado. No necessitava mais tomarse pelo su jeito cordato do enuncado do pai, o que faria sua aegria consumada de práticas beneditas. Ao contrário, o enunciado o força de novo a um lugar de suplemento. Eilo ento reduzido a uma espécie de destroço, sacuido pelo enunciado do pai o parasita no é mais seu analista mas ele próprio. No que ele chamava de seu fantasma e qe agora deve reconhecer a eicácia para além de seus devaneios seu lugar lhe aprece nem mesmo o de um homem às voltas com um restoparagozar do corpo mateo, mas o do sêmen vertido fora, desperdiçado, como um suplemen to oerecido. a quem? Certamente no ao pai que no pedia tanto todavia a um corpo cuja gura surge e se impõe a partir do enunciado do pai. Pois, a partir deste enunciado, há diante de Laurent um corpo a que falta aqui o mesmo que ele se prope a ser: é o entrelaçar dos corpos parentais, cujo gozo fra cassaria porque alta alguma coisa o esperma desperiçado que cabe a Laurent ser. Há uma homofona que só é possível em fracês, criada pelo som (doá) que é produzdo tanto po "do (dedo como por dot (deve) (N. da T)
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Dgos, por ora, que o enuncado do pa deu ao Outro um corpo e a este corpo uma falta. Mas além deste enuncado e do corpo desfalecente que ele produz, o que encontra Laurent? A análse de seu fantasma, de que proponho apenas, neste momen to, o nco e o m, não conduz urent a uma denticação que sedmentara seu ser em sêmen desperdçado e fara de seu fantasma um destno a assumr Redun dose momentaneamente ao dejeto que faltara ao corpo do Outro que é este en trelaçar de seus pas fracassando no gozo Laurent descobre que este corpo ao qual se ofereca como suplemento, para perfazer um gozo fracassado é um efeto do enuncado do pa Neste lance, a quem, portanto, atrbur este enuncado? Se ele é distnto de qualquer ntenção stuável ou suposta do pa, conseqüentemente sera então o que dz o desejo do monstro duplo do qual Laurent se faz dejeto? Seguramente não, pos o monstro, em s, muto mas produto do que produtor do enuncado Temos aí de resolver um enunciado sem sujeto produu um Sujeto que não é nnguém e que se veste com um corpo que não é de nnguém Em todo o caso, de nenhum semehante. S o Outro de que urent se faz suplemento não tem corpo senão pelo efe to manáro de um enuncado aleatóro, então a determinação mesma de suplemento que é o ser de urent seu sersêmenvertdofora, perde todo o sentdo. O que sobra a Laurent, de sua dentdade, é uma função de suplemento para um corpo que não exste, monstro ou mragem
CONSTRUÇÃO Esta constatação, no m de uma análse, pode ser sucente para ntroduzr uma consução Se já a proponho de sada, ao passo que o que a autora é o que segurá, muto mas do que o que parece, é por artfco retórco e preocupação com clarea. Isto não sem outra preocupação, a de desfazer, por pouco que seja, a arma dha de uma construção deste gênero; o que construo só prova sua necessdade a posteori: teve que ser assim. A questo mesmo da relação entre este a posteriori e o desenrolar efetvo (?) de uma causaldade lnear é sem interesse para a pscaná lse É por sso que esta construção na medda em que se expÇe como uma gê nese é mca É sucente, para evitar que ela o seja, lêla na fata de poder ou querer, de mnha parte, escrevêla asssm num futuro anteror: como o que se m põe a um desenrolar ito "passado na prátca da cura "DO (3 DESEJO INDETERMINADO NA LINGUAGEM A sorte e mesmo o acdente humano poderam resumirse assm na nebulo sa da falação que debulha desde smpre pelo mundo produse do desejo n Noço de partitivo em fran (comer do po), que é aqui enfatada. Forçamos a tradução para não perder a nuance N. da T.) 3
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epenentemente das intenções particulares, sejam elas inconfessadas, e qualquer inivuo que seja E num tempo logicamente seguno que um ser que será falante suporá um su jeito de um tal esejo e mesmo assim, um Sujeito Outro, que não coincide com ne nhum dos outros, seus semelhantes Seria ainda necessário precisar? Isto virá num tempo seguno, no sentido de uma construção a posteriori, e não em um desenro lar O ponto inaugural desta construço tal como um m e análise o produz é que existe primeiro desejo na linguagem e em seguia um desejo que se determi na quano um Sujeito lhe é suposto Diemos que a linguagem é o campo do outro, a ponto de por vezes denome nar este campo Outro, simplesmente; e dizemos: há esejo no Outro. Tudo isto se presta (apenas) a um mal-entendido que podemos desfaer: a linguagem é o campo o Outro no sentio em que o Outro, isto é, um Sujeito que se supõe no desejo que se produ neste campo aí aparece. Distinguir assim "esejo no Outro e o desejo do Outro, este sendo a eter minaço do primeiro quando um Sujeito lhe é suposto, mua inteiramente a questo o: como o acidente humano se justica? Como acontece que pelo simples fato de que isso fala, haja esejo? E suciente, para compreender consierar um princípio mnimo o funcio namento a linguagem a saber que o que se enuncia espera sempre sua signicação e algum outro lugar, de um enunciado a mais e até mesmo, em ltima instância a linguagem em seu todo O que é desagradáve é que não há inguagem em seu too de tal forma que a signicação de um enunciado está sempre suspensa a um alhures que no podeno ser a totalidade acabada a caeia dos enunciaos é sempre uma caeia imcompleta que suspene por sua ve sua própria signicação a um terceiro enunciado aina e assim indenidamente. Em suma lá one isso faa isso não sabe o que isso diz E um silosmo pode rá ser feito: ora, se isso fala, isso quer logo: lá one isso quer, isso no sabe o que is so quer A proposição mediana necessita e uma expicaço: a linguagem é tuo o que ispe o homeninho para imputar alguma vontade (em relação a ele) aos outros que o precedem e ele dispõe ela bem antes de poder contar ou mesmo reconhecer estes outros Para ele, isso fala ento isso quer A conclusão se impõe ento que .. isso não sabe o que isso quer. Seria isto o desejo: naa mais do que um querer nés cio efeito da divisão própria do funcionamento da linguagem? Certamente, mas com esta exceção de que a divisão em questão excede a que airmaa no princpio mnimo entre um enunciao e sua signicação. Consieremos a eniço mesma do signicante proposta por Lacan: um sig ncnte reprenta um Sujeito para outro signicante (S1 $ S ). Esta fórmula raiclia nosso pncípio mnimo, acrescentano que, para além a iviso entre m ennciao e sua signicaço a existênc mesma e um enunciao sua unida e mofolica e nicante (S, inepenentemente de seu sentido s se á par m otro nicante (S2), quer er po retroação este útimo. 22
O acréscimo em questão é capital para nós, pois o surmento do desejo na linguagem não está ligado a uma divsão de um querer com sua gnicação, mas à subordinação da exstência mesma de um signicante à cadeia que o faz existr. Pa ra urent, por exemplo, o que determina (terá determinado) o desejo que ele en contra na linguagem é o enunciado "do pai Ora, se este enunciado tem uma tal funç!o não é porque um querer estaria aí separad de sua sgnicação - o que não deixa dúvida aliás , mas, bem aquém, porque este enunciado só exste, só se des taca como um (S) em relação a uma cadeia, da qu seguemos o percurso e cuja razão decisiv está no equívco sigicante entre fecundação (sexul) e fecundida de (literária) Em suma, se na inguagem encontramos desejo, não é uncamente porque to do enunciado (e, portanto, todo o querer) está separado de sua gicação, mas, de forma mais radica, porque um enunciado só é um materialmente com sua separao da cadeia indenida que o fz existir Mais de uma vez, para urent, o que faz com que o enunciado do pai produza um desejo ao qual ele responderá fazendose s men não é a divisão entre este enunciado que espressaria um querer paterno na ocasião e sua signicaço que escaparia ao pai Se este enunciado produz um desejo, muito mais que exprimir um querer, é na medda em que o que o faz valer e mesmo exstir, pa urent, no é, de forma alguma, a intenção de seu enuncia dor - ainda que ela fosse desconhecida por ele mas a divisão em si, isto é, sua re lação com uma cadeia signicante onde fecundidade equivocase com fecundação O desejo (em suma) é o efeito da diviso operando na linguagem antes que um enunciador situável dote as palavras de uma presuida intenção: se, pelo enunciado do fantasma de urent, isso deseja, é porque a exstência deste enunciado é coman dada pela sua sepração da cadeia que o faz exsr, que lhe dá existência � por um tal efeito de divsão na linguagem que um Sujeito é em seguida ao menos suposto, mas um Sujeito que não tem nada em comum com nossos semelhan tes Ele se distingue destes justamente por ser o abuto de um desejo que é o efeito do funcionamento da nguagem: neste sentdo, este Sujeito é o produto e jamais o produtor do enunciado de seu desejo Neste sentido, a fórmula de cn um siicante representa um Sujeito para outro signicnte merece ser eucidada em um ponto Como poderia se tra tar aqui de "representaçlo propriamente como se um Sujeito estivesse i, ntes do dizer que o representa? O malentendido pode conduzir longe: sobretudo a se entender o que é designado aqui Sujeito como uma substâcia ndividul; o sii cante representando então, no campo da lnguagem, o sjeito psicolóco que está a Ora, na fórmula, o Sujeito não é outra coisa senão o efeito da divio própria ao funcionamento da linguagem, ele no preeste a esta � por isso que prero der que um signicate produ um Sujeito para um outro siicte A impropre dde d termo representação reside em ou ele opera par evtar a constatção de que primeiramente o deejo efeito da linguem é acomphdo de um pr tivo que mrca sua indeterminaço e qe ele etá no Outro e mesmo que um S jeito Outro lhe é em segida upoto e não tribudo Veremos qe et po ço de um Sujeito do deejo no é menos tpouco, m efeito d linguem 23
Por ora, é importante ressaltar que, diferentemente diferentemente da vontade, no que cha mamos "do desejo não entra em questão um outro nem um eu, ou msmo um su jeito no sentido psicológi psicológico; co; mas sempre se mpre o Outro, o Sujeito Outro que é suposto ao desejo. Uma observação terminolóca: a confusão é constante, nos escritos psicana ticos, entre Sujeito ( como efeito da dião em obra na linguagem e sujeito no sentido jurídico ou psicolóco de indivíduo ou pessoa para designar o indiv duo ou a pessoa, preferiria o termo de ser falante, mas a perífrase sendo às vezes in cômoda, distinguirei Sujeito($) de sujeito no sentido do indivduo ou pessoa Desejo e Sujeito caminham juntos, pois para do desejo, terminamos sempre por supor um Sujeito Mas já que só é questão de desejo como efeito da disão na linguagem, seria insensato far do desejo de um sujeito, a não ser que designe mos assim o desejo do Sujeito que cada um supõe eventualmente e imagina como seu Outro, quer dizer, como o Sujeito do desejo surdo no cmpo da linguagem e pelo qual cada um se pretende concernido Para um sujeito, ou seja, para um ser falante, seria melhor falar de voto, ou de querer (e mesmo vontade) Sem isto, espreita-nos a confusão entre o Sujeito que su pomos pelo efeito de estrutura de linguagem e o semelhante que encontramos tu do se presta a esta confuo, pois o semelhante (inclusive nós mesmos) se imagina, claro, ser um até o ponto de conceber, por exemplo, a disseminação de fatos de ln guagem (ou seja, de efeitosSujeito), que é a sua falação, como a história Resta uma pergunta por que se deve conceber o surgimento do desejo inde termnado, antes mesmo que um enunciado o produza? Ou ainda, por que dotar nossa construção de um tempo primeiro onde o desejo estaria na linguagem? Por que não tomar como ponto de partida um tempo onde já apareceria ta desejo, efei to de tal enuncado? Nossa constrção, como se deduz, só se funda sobre o a pos poster teror or da cura, e acntece que no fu de anise é feita a experiência de que o Sujeito do desejo que se acreditava servr o é senão um atributo deste desejo, e quto a este, descobri lo assim como um efeito de um enunciado que fez exstir uma lóca signicante, e é suciente para colocar radicalmente em questo não apenas o sentdo, mas a ne cessidade mesma de sua determnação Portanto, isso deseja na n a linguagem, e se isso deseja não é porque falta alguma coi sa Em verdade v erdade se alguma alg uma coisa falta na na nguagem é uma última palavra que trouxesse em si mesma sua própria signifcação e para a qual nenhum dizer a mais seria neces sário para veiculála O que falta é um ltmo signicante que existiria por si só, que contera em mesmo a necessdade lóca de sua exstência Coloquemos entretanto, no cio de nossa consruço, o campo do outro co mo a zona de lençol de lnguagem onde um ser falante a ir poderá encontrar desejo ais exatamente repetindo onde um ser falante te poddo ter encontrado desejo, isto no a poste de uma cura (ou seja deduzido a posteriori) Não exste solução de connuidade entre esta zona e a lnguagem O cpo do Outro não é mais delmi tado que esta ona as para o ser faante, seus delneamentos se desenam imana riament or proximidade do luar onde, na linuem, ele encontra desejo Dito 24
de oura maneira, o campo do ouro seria a zona de linguagem onde se desenvolve a razo lógica que faz com que um signiicane produza para deerminado ser faane desejo Com a ressalva de que esa zona no no é um um fechameno es uma maneira de dizer, lembrar que o campo do Ouro é homogneo, coexensivo à linguagem se ele se concebe mais acilmene como série ordenada de geraçes, hsória (seja ela ancesral) de uma família, é por um modo específico de recalcameno que prefere o senido, ou mais precisamene a idéa de ser o rebeno de uma eleoloa orienada em direço a si, ã idéia de ser o efeio de uma ordem lóca Pois descobrmos na cura que o campo do Ouro obedece a uma necessidade esranha ao senido e quase nada hsórica: se desejo aí aparece, longe de ser o fao de um semelhane seja ele mas ouro que os ouros, aparece como efeio de pura lógica. Esa é sempre sngular e, se podemos indicar suas operaçes mais correnes (nem que seja por exemplo a condensaço e o deslocmeno freudinos) no pode remos jamais enunciar axomas ela merece, conudo, o nome de lógica; pois, para cada um, ela esabelece uma necessidade absraa como aquela que para uren advém de um equívoco. b por so que cada um se engana quando enconra desejo e confundeo por exemplo, com as expecaivas de seus próximos: sempre Ouro, o desejo só é efeio de suas falaçes, e eles no sabem o que dizem. A ESCOLHA FORÇADA Um ser que será faane enconra eno a linguagem e nesa, desejo Se fzemos eno a hipóese hipóese e iso só é cço em pare de uma uma escol escolha ha nau naugura gura enr enree si mesmo e desejo no Ouro, Ouro, raarseá de uma escoha forçada. Pois só haverá aí si mesmo" com a condço de fazer com ese desejo Lacn propõe o exemplo de a bolsa ou a vida" se esco escoho ho a bols bolsaa perco perco as duas o que que lusr lusraa perfei perfeiame amene ne o caráer ienane implíco na n a escoha. Resa a desacar que escoher o Ouro Ouro é es coher desejo: ou seja, o lugar onde se produz um efeio de ivso ao qual supomos um Sujeio A questo que pode se colocr é a de saber se o empo desa escolha forçada, na nossa consruço, se apóia em dados da clnica. Desacamos seguidamene, e com juseza, que as mes de crianças psicóicas se disnguem pelo sêncio smbólico com o qua envolvem seu lho durane a grav dez E consaamos, com efeio, a posteror, que em e m orno de uma criança daoscada como pscóca, pracamene pracamen e só fa recorrendo recorrendo a uma verborraa sológica. Ora, seríamos entados a considerar que, á onde o Ouro no pode ser concebido como endo esado ã espera de oura coisa que no_ algumas algumas lbras de carne, a, as condçes estão dadas para que a escoha forçada no se imponha, mesmo para ue no exs exsa a des desejo ejo no Ouro para colocar a aeava eocada. Enreano, o desno pscóco no concde com a mpossibilidade da escolha forada 25
Vejamos: o que se torna o homenznho quando, não podendo escolher o Ou tro, pos naõ tem esta alternatva, só poderá escoher-se a s própro? Ele morre de uma morte re B, talvez, o avesso daqulo que Françose Dolto apresenta às vezes, como um querer vver: no é mprovável que um ser prvado da possbdade de escolha forçada do Outro se encontre num deserto smbólco que o prve de toda rzão de vver, a ponto de provocar sua morte rea Nenhum destno de vventes fara exceção à escoha forçada da alenação: num destno pscóco, a mséra smbólca do dscurso famlar anunca, antes, que é pela redução ou pela smplcação de seu dscuros (até a verborréa solóca) que o Outro pode aparecer como sabendo de medto em que o homenznho pode sats fazê-lo: como se o Outro esperasse menos, para melhor saber o que espera Este sa ber atrbuí atrbuído do ao Outro sobre o que pode preencher preencher sua própra própra falha retornare a este ponto sendo uma (se não a) constante do destno pscótco
ESTE DESEJO, O QUE ELE QUER DE MI? Sea então, para vver, a escoha forçada da alenação: escolher deseo no Ou tro se resume para o homenznho em fazer a aposta que este deseo que se produz como efeto da lnguagem, este deseo ndetermnado, no entanto he dz respeto Este desejo o que quer ele? Lacan desenvolve uma prmera resposta: ele quer mnha perda e nvoca ento um fator leta que estara operando a. Assm sendo, se no outro sso na sabe o que sso quer, dto de outra forma, se sso desea, posso me perguntar: o que sso quer de mm? Onde o mim é a marca de uma escoha de vvente: prmeramente e de medato sso me iz respeto O que eu se, é que tve de o escolher, sso, mas do que a mm, que não sera nnguém sem sso: não se segue, pos, de que por "sso, no ato, eu não sou nada, ou mehor, e não é nada? Da obrgação de escolher sso, se quero vver, não devera conclur que sso quer mnha perda? Este encadeamento não é mítco: é fantasmátco; entndoo, assm, como prelúdo para a consttução do fantasma: a escolha da alenação (sso me dz respe to) já mpe uma concluo (do eu não sou nada sem sso ao eu no sou nada por causa dsso) que naugura a atitude crcal própra do fantasma Este enca deamento tra seu caráter paradoxal do fato de ser artculado na prmera pessoa, como se eu pudesse aqu, efetvamente, produzr algumas bolhas de pensamento. E que ele só se enunca a posteror, quando consegumos a desmontagem do fantas ma á consttuído, quer zer, quando o lugar de onde sso desa á tomou o corpo de um Outro, de um monstro que escolhemos para servr: o que ele quera, era a minha perda Podemos entender melhor a força deste encadeamento se pensarmos nos tor mentos da alma reiosa que consdera a cratura como uma mancha para a perfe ção do criador o que não é senão um leve deslzam deslzamento, ento, se conder conderamos amos que Deus pode r um nome de um corpo que atrbuímos ao lugar onde sso deseja A cratura só exste por Deus, o que a dexa na total gnorânca do mstéro do que 26
rer de eu criador. Que quer ee, e he foi neceário, apear de ua perfeiço, criar? E como, dede enão pode a criatura aenuar o horror dea 'queão (abe ee ao meno o que quer? de outra forma a no er propondoe a apagar a mcha que ea mema conui na perfeição do criador? Apagar ea mancha concebe-e de dua maneira: apagandoe a i memo ou tranofrmando a manhca em uma arefa (4) pa ra a criaura e aim preencher o deejo divino por ua obra em repouo, poi quem be o que quer ete deejo? A aternativa que decorre do encadeameno que eva até ao "io quer minha perda é a do tudo ou nada Ea não é mai exorbitane do que aquio que a impe: ou eja, a conataço de que o deejo que, me dizendo repeito me faz viver, no abe o que io quer A ecoha é então enre o voo de jamai er nacido (que e aimenta do projeo de apagar oda a falha e odo deejo no Outro) e a emprea de preencher o deejo do Outro (o que neceita como preliminar aribuirhe uma de terminaço qualquer. Eta ltima emprea como veremo, é, aiá, por aim dizer, neceária e de iberadamene v, poi eu êxito no eria meno morífero que a ecoha do primei ro termo. e peo fato de que a emprea de fazer da mancha uma taefa é necearia mene vã que a aernativa no é aqui a mema entre doi morto, ma im enre uma renúncia que é um tipo de morte e um fracao aegurado que permie a vida. Do apagare como ecolha poíve, a cnica tetemunha ob a forma pari cular que é o pf .üv auia. Não uma decião uicida que eria obra de um u jeito, ou memo de um Sujeito, ma uma reraço que repreenta deixare deapa recer, omandoe todo o cuidado para no er um ato. É aqui que capamo, no mai vivo, a obra do faor eal: no voo de no ter nacido, como repota primeira à indeerminaço do deejo no Outro. Ete voo e ditingue da more rea, aída ógica reervada à impoibiidade da aienaço, ma também de dua outra via do detino picótico, pela quai como veremo e rá dado o pao de dar corpo ao Outro e de empretar a figura de uma faa deer minada ao que ó era deejo Numa, erá reervando ao Outro todo aber obre o ob jeto que convém à ua faa e fazendoe ete objeo, até memo ao abor de eu humore, reervatório, ou, mehor ainda, Mecânico do objeo que ele pedir. Na ou tra erá fazendoe fala para um Ouro feio objeto, ma que be, enreanto, e que convém a uma tal faa. Ma o autita, e ele etá aém da ecoha aienante o que indica, e cede mo ao geneimo deta apreentaço, o tempo tardio de ua reração do mundo apó ter ido aceo à inguagem eá aquém daquio que erá colocado em aço por cada um para pereguir o gozo do outro fnamente encarnado Ee via mai a apagar o deejo que etá no Ouro em deerminálo, dandolhe corpo E é io que ele não pode reaizar a no er upondo por induço que ete deejo que lhe diz re eito é um efeito de eu próprio er, ou eja, no endo, ee preervaria o mundo do sofrimento do deejo enquanto tal. 4- Em fancês, há homofonia pefeita ene a palavras "tache mancha) e "tâche tare (N. da T).
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Ele ca num impasse, justamente porque sua tarefa já supõe a escolha da alie naço e a indução que se segue a ela: ele não pode senão levar a cabo esta indução mesmo se isso não sabe o que isso quer, se isso me diz respeito, isso já quer minha perda Ento, oferecer sua própria perda não poderia apagar o desejo que está no Outro, isso reconhecendo e conrmando, antes, o que no Outro isso quer. O drama autista se resumiria assim deixarse morrer ou se fazer de morto não equivale em nada a não ter nascido. Para não ser, é sempre tarde demais. Do Jil !VCH o autista não é o único a dar testemunho pois, distinto de um projeto suiida, ele é recorrente na cura cada vez que o Outro de um sujeito estivr exposto ao risco de se revelar inexistente monstro imaginário criado para dar corpo ao Sujeito suposto de um desejo que só é efeito da linguagem. É nisto, notadamente que culmina a análise do fantasma pelo menos por um certo tempo, já que além do fantasma, e mesmo para além de toda determinação de seu Outro. o sujeito, confrontado ao indeterminado do desejo na linguagem conhece ainda a alternativa apagarse na esperança de abolir o desejo, ou, de novo, determinálo imaginariamente para tentar preenchêlo como a falta de um corpo Experiência que força ainda mais a lástima de ser simplesmente. O il 'va é também o que aparece, às vezes, em certas curas de psicóticos quando se aproxima daquilo que pode ser encarado como um sucesso, ou seja, quan do o saber atribuído ao Outro está bastante arruinado neste caso pelo que faz fun ção de interdiço sobre o seu gozo para que possamos ver surgir um destino neurótico O que se manifesta então como recusa em sair ganhando no câmbio da infe lcidade corrente, mal esconde a lástima de estar vvo que inspira o horror de um querer que a partir de ento não saberia o que quer horror de um verdadeiro desejo. Este horror é o intoerável que tent conter aquele que no pára o f ' v a i atribuindo ao desejo um Sujeito Outro, a este Sujeito um corpo e escolhendo para este corpo uma falta, gura imaginária do desejo ao qua ee pode enm fazer a ofe renda de seu próprio corpo, na esperança de talvez preenchêlo ao apagálo. É isto que se trata de entender, de escutar para desmontar o fantasma; que a relaço primeira de um corpo com a linguagem que o faz viver se efetua sob o modo do sacfcio apagarse para apagar o desejo, ou oferecerse à imagem do Sujeito atri udo a este para apagáo preenchendoo .
O ATAMENO DO FANTASMA
Como ento uma imagem surge para fazer com que um corpo seja uma oferenda, mesmo que pouco homogênea, ao que lhe é totamente heterogêneo um efeito de linguagem? Eis ertamente o que se coloca como questo. O ponto em nossa construção onde esta questão se coloca é o que escreve a fórmula lacaniana do fantasma: $ < a, que eio assim ao Outro como desejante (ou mehor, como Sujeito atbudo ao desejo) $, cada um se oferece ou oferece seu corpo como objeto (a), o osgo (<) marc a impossve coaem dos heterogêeos 28
Com efeito esta escritura marca xa o momento em que um signicante (S I ) faria do desejo no Outro o fat de um sujeito ($) Outro antes mesmo que este sujeito tome corpo e que com isso o objeto que lhe ofertado não se determine Nesta escritura o objeto aguma coisa Alguma coisa um nada Lacan inclu no seu catálogo de objetos parciais o nada que equivoca pela etimologia com alguma coisa Não um objeto parcial como os outros designa ele mas antes a posição do objeto ofertado ao desejo do Outro antes de qualquer determinação deste objeto e deste desejo tal como uma falta imaginária sobre um corpo poderia representálo Esta escritura se verica no m da análise do fantasma. A xidez de equia lência de um sujeito a tal objeto parcial o sêmen desperdiçado para Laurent que se propõe como suplemento para um corpo no qual faltaria o entrelaçar dos cor pos parentais onde isto faria falta para um gozo perrfeito vacila então a ponto do sujeito reduzir sua identidade a um alguma coisa" cuja indeterminação faz eco à de um desejo que não mais toma corpo e aparece at mesmo enm como um aciden te necessário da linguagem Ainda uma vez compreendemos que aqui a lástima possa surgir por ser algu ma coisa ao nvs de nada: uma espcie de uto pelo avesso de estar vivo em vez de jamais ter nascido O fantasma se ata no encontro desta experiência para criar homogeneidade entre o desejo no Outro (fato de linguagem) e o corpo daquele que se pretende con cernido por ele ; isto com o projeto de trazer para o Outro sua completude e mesmo produzir o seu gozo o que requer de imediato que o Outro seja e que seja um corpo. O ser faante persegue sempre um gozo o do Outro; e mesmo que no caminho deste gozo encontre outros um outro sobretudo o gozo fáico ele saberá que não o bom: o bom o do Outro impossível para ele pois teria de fazer com que seu coro copulasse perfeitamente com as palavras. Seguindo passo a passo nesta construção a constituição e as transformações do fantasma tal como a análise permite a posteriori concebêlos tratase de mostrar como a sexualidade do ser falante se sustenta do único projeto de produzir este go zo impossível Este projeto o vota primeiramente a darse um Sujeito Outro e a dotar este Outro de um corpo para fazer gozar que seja sucientemente homogêneo ao seu para poder oferecer sua própria carne para o gozo esperado Ora resolver a heterogeneidade entre um desejo indeterminado puro efeito da divisão na inguagem, e um corpo não outra coisa senão a função imaginária da castração. (Lacan a escreve ' ) que transforma o efeito da divisão própria a in uagem em falta ou em amputação de um corpo A função imaginária da castração o fato de um enunciado que preenche o dupo pape de produzir o Outro como Sujeito desejante (que então o S do outr omo �) e de provêlo de um corpo. O que produz o enunciado do pai de auren no é o pai como sujeito ($) mas o Outro um Outro que queria o que ata a s corpo Este corpo não sendo neste caso nem o do pai nem o da mãe mas m mons qu toma ai a forma e ss is crps ntreaados. Dizer e o sêe e 29
perdiçdo é requerido pr o gozo destes dois corpos é inexto pois ee é requerido pr o gozo do Outro, do qul estes dois corpos entrelçdos são o corpo. Este ponto é cpitl, pois é por ele que psicnáise rompe com tod psicolo pósfenomenológic d intersubjetividde. O Outro não é o nome comum dos pis, ou de guns outros de importânci; seu desejo não é nem som nem combintóri dos votos do pi, d mãe, etc Ele é o Sujeito de um desejo que encontr su determinção pel cstrção imginári que lhe tribui um corpo e um ft Dizer que cstrção é sempre, primeio, do outro no signific que sej ne cessário descobríl (?), por exemplo pimeiro n mãe, ms que e é operção necessári pr se dr um Outro e dotr este Outro de um corpo. Tod terpi fmiir estrá qui, sempre, em engno, ou sej quém do que constitui tlvez contribuição fundment de Lcn pr psicnáise e dus vezes quém De um ldo, interrogndo por exempo os votos, sejm eles pretens mente inconscientes, dos pis n su fonte viv, ele pssrá sempre do que fz de terminção primeir de um ser fnte o Sujeito Outro, ou sej, o enuncido do fntsm, frse lnçd esmo que produz um $ tribuível o desejo no cmpo d lingugem. Por outro ldo, tendose os outros de um sueito, sob pen de tomálos por erzatzen de seu Outro, el não terá somente por efeito impedilo de conhecer o corpo cujo gozo persegue distinto que é dos corpos com os quis se recion ms brrrá, aém do ms, o cesso à consttção d impossibilidde desse gozo, e mes mo o cesso à experiênci de um nálise A mesm observção poderi r feit à psicnálise Pr entender que el po ?e não escpr um tl inclinção, bst considerr psicnálise dit de crin çs onde necessidde, induzd pel modidde especíc d demd, de escutr os pis, pode evr buscr nos discursos destes, não o cidente lingugeiro, ms simplesmente o dizer "do Outro d cinç Estrnhmente, se todos precem estr de cordo em reconhecer que o que cn trouxe de decisivo pr psicnálise é escritur do obeto a, e mesmo um novo conceito do objeto, e de objeto prcil, negigencise muits vezes o fto de que est escritur só surge como nov se o Outro é desde á colocdo como distinto, em seu corpo mesmo, do csl de pis Entrevemos, desde então, um síd possível o impsse que Freud constt ns últims linhs de Análise Finit e Innit: d roch, intrnsponíve pel nálise, d cstrção Com efeito, o intrnsponível tem tlvez qui ver com o equívo co Qundo nossos pcientes fm sobretudo e primeirmente de seus pis conteci com Lcn de se espntr com este fto se nós nos pressmos em concluir que é em reção à relidde de seus próximos que eles se situm, inferindo ssim que o Outro não mis senão o juntmento de lguns outros, mis outros que os outros, nós os privmos de tod chnce de encontrr o corpo de cujo gozo são servidoes Pois, pr cd um, devese procurálo lhures que no corpo de seus semelhntes Encontrálo é fzer desde já ressor frse do fntsm d qul ele é o efeito e que lhe á figur com est consequênci de que experiênci, mesmo que sej pontl prece então possível, de um pr lém desse corpo, pr lém d cstrço mgiri 30
É em relaço a esse corpo que se estabelece o catálogo dos objetos parciais co
mo catálogo dos objetos de que ele pode ser imaginado amputado. E isto até ques tionar o catálogo estabelecido por Lacan, em todo caso sua exaustividade já que, além do nada, Lacan reconhece como objetos possíveis, voz, olhar seio, fezes e algmas vezes a urina ou seja objetos destacáveis do corpo, tal como o estádio do espelho traça os limites. Já se quis acrescentar o suor e a respiraço, e no se fará opo siço ao sêmen, pois trtase neste caso ainda de objetos que obedecem ao mesmo critério. Entretanto, o corpo do Outro no é um corpo especular. Seria ele por isso qualquer? Veremos adiante como de acordo com que necessidade o Outro toma gura, mas desde já podemos observar que seu corpo é escohido como magem de uma falta que um objeto pode preencher, mais precisamente de uma falta que é fal ta para gozar Mas é preciso ainda que ele se preste para ilustrar um gozo malogrado Se para Laurent, ele é o entrelaçamento dos corpos parentais, no é de fato nem um acaso nem uma exceção. Em matéria de gozo malogrado, o corpo do outro encontra sempre um bom mode no mlogro da reaço sexual parenta! o que estabelece a pertinência imaginária desta última sob a forma da interdiço do incesto enquanto atinge primeiro os pais o coito é permitido porque noé incestuoso A in terdiço do incesto faz assim da relaço parenta! um ready-made do gozo malogrado certamente notável, mas tavez sem exclusividade, pois por que um outro modo de maogro garantia de gozo, no poderia por sua vez funcionar a como mode lo? Isto no implica que em princípio o corpo do outro seja para cada um o entrelaçamento dos corpos parentais Resta que este corpo no é necessariamente es pecular, o que dá margem a pensar que os objetos que se oferecem à sua falta po dam corresponder todos à qualicaço dos objetos destacáveis de um corpo, como se diz, humano. Geralmente, é objeto no fantasma todo objeto pelo qual o nada de ser do ujeito face ao desejo no Outro se determina, para vir colarse na fgura imaginária dsse desejo como flta ou amputaço de um corpo que no é obrigatoriamente especular A funço imaginária da castraço é constitutiva do fantasma Na escritura que Lacan propõe, $ O a, o losango poderia ser lido como equivalente a . , ou ja, à operaço que, dando determinaço e corpo ao desejo do Outro permite o projeto de sua soldagem com um objeto a determinado Ora se a análise pode levar um sujeito a encontrar os elementos desta escritu ra fundamenta enunciado que produz eu Outro como Sujeito e objeto ao qual a dentidade do sujeito se reduz para preencher o corpo que ele imagina para u tl Outro esta escritura traduz entretanto algo de perfeitamente fudio É raro, que o que chamamos no discurso comum o fantasma, quer dizer dvneaço, de preferência sexual, se formua segundo esta escritura quer dizer s ndo a vontade de unir o objeto que somos ao corpo do Outro a quem ee fata d Otro que um enunciado fez sujeito e ademais um enunciado onde aquee u fntasma" no se diz n rira pesoa (Lacan diz: um enunciado semu) -
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O roteiro que cada um reconhee comumente como seu antasma desla mui to mais na primeira pesso: para aquee que faz dele o sustentáculo de sua vida se xua, é u scpt ode ele esá engajado toamente como auor e aor Trata�se de explicar, pela nossa construço, essa defasagem. O enunciado do fanasma (como S ) produz então um Sujeito ($), que pode ser arbuído ao que era desejo na inguagem. E ese Sujeito Ouro em, ao mesmo empo, um corpo por meio do qua este desejo oma a gura de fala imaginára. A determinaço dos raços dese corpo e, porano, de sua fala já aparece igada ao que se oferece como no mercado gura prêtàporer do gozo maogrado: o gozo do cas parenal. Mas isso no passa de uma generadade ese corpo, paa cada ser fa Jante, é singular, já que na sua constituição a singuardade do enunciado do fanas ma é decisiva. Com efeito, ese enunciado no escapa à regra gera do funcionamento da inguagem; se ee produz o Ouro como Sujeio, o faz para uma cadeia signicante (S2). Temos de seguir o que a escolha do enunciado do fanasma introduz de novo no começo de nossa construção, há desejo porque a linguage como a inroduz o inervalo entre um S e um S2, mas um S não é retido. O campo do Ouro de um ser faante no esá ainda imaginariamene delimitado como uma zona do lençol de linguagem. Que um enunciado produa um Sujeio que pode ser aribuído a ese desejo, eis aí o que requer que ese enunciado se xe em deteminação dese desejo e , ao mesmo empo, xe também a cadeia (S2) para a qual ese enuncado exise por mais indenida que permaneça, sem solução de continuidade com a inguagem, ain da assim ela se circunscreve Há enão uma zona de lençol de inguagem imagina riamente imiada onde se situa, ou mehor, onde se supõe siuar a signiação do enunciado que produz o Ouro como Sujeio Seria o mesmo que dizer que, desde que o Ouro é Sujeio, um lugar é suposo onde isso saberia o que ele quer ese lu gar é a cadeia (S2) da qua depende o enunciado do fantasma Este enunciado comporta, sim, como todo enunciado, o postulado da possi biidade de um saber sobre o desejo do Sujeio que ee produz. É niso que o enun ciado do fantasma será o verdadeiro operador da castraço imaginária no somente ee produz o Ouro como Sujeito, mas coloca a possiblidade de um saber sobre seu desejo. Ora, é segundo este saber suposto possíve, ou mesmo segundo o que pode aí aparecer como sabido que va se modear o corpo do Outro como imagem da fal· ta Entendamonos, se possível ele vai assim moldarse, no segundo o que um er faante pode acreditar saber (sob a foma, por exempo, de sua história famliar) da cadeia que f exisir o enunciado do fanasma mas invaravemente segundo as eis próprias desta cadeia No caso de Laurent, justamene, o enunciado do fantasma determina o desejo do Outro para uma cadeia nesa que é suposta por Laurent sob a forma esperada de uma hisória de fam1ia, fecundaço e fecundidade, como veremos, provoca o equívoco. Isto no quer dizer que Laurent se consrói um corpo do Ouro na medida daquio que sabe desa cadeia, no caso como história de sua famia. O que se passa, anes, é que, apesar dee e segundo as eis próprias da ordem signicante, esa cadeia ordena a signicaço do enunciado do fanasma e decide a fala com a qual Laurent 32
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prov o corpo do Outro, uma falta de sêmen desperdiçado. Mas, um dsejo do qual sabemos o que quer, ou mesmo, do qual supomos saber, já é uma demanda e o Outro toma corpo no movimento mesmo que substitui seu desejo por sua demanda Mais exatamente, ele toma corpo na exata medida de um saber que escapa ao ser fa lante, mas que, por ser um saber, dá a seu desejo gura de demanda. De tal forma que o enunciado do fantasma, pois ele implica um saber que pode ser suposto so bre o desejo do Outro, contém as condições de trnsformação imediata do que es creve a fórmula $ O a no que escreveria uma fórmula como D O a, ou seja: eu me ofereço ao Outro como objeto de demanda, o que equivale aqui a: como objeto que falta a seu corpo Esta transformação do fantasma, que vale como generalter, n ão explica ainda assim a fenomenologia cotidiana do roteiro na primeira pessoa. Esta última implica que possamos responder à falta imaginária do corpo do Outro, não tanto como oferecimento de si mesmo como dejeto caído deste corpo, mas pelo signicnte. Responder a uma demanda pela linguagem, o que haveria de mais comum? Mas aqui a demanda se alimenta da imagem de um corpo e de uma falta neste cor po a renúncia ao que se imporia como oferta de algumas libras de sua cae para supir esta falta, esta renúncia em favor de uma réplica signicante requer a colocação em jogo de uma função própria, esta retomaremos é a do NomedoPai. É su ciente que entendamos que, se é dado responder a uma tal demanda pelo signicante, através dele, isto não ocorre sem a ajuda do que tomará um aspecto de interdi ço, interdição de reunirse ao copo no qual esta demanda se origina. Assim, se podemos escolher escrever com Lacan o fantasma "fenomenal do neurótico $ O D, é para indicar que a função do NomedoPai permite ao neurótico consistir em um signicante, como Sujeito ($), face à demnda do Outro (D); e uma demanda do Outro que se esqueceu, no ato, ser ela falta em um corpo Que o signi cnte se ca ainda que seja pelo tempo de um batimento e esta demanda se toa demanda de um bjeto, do objeto que falta a este corpo: nisto é comparável de todo à pulso. Não é suciente dizer que o fantasma neurótico se enuncia na primeira pes sa ele evacua o objeto ao qual o ser do sujeito se reduzu, bem como o corpo ao ul ele se ofereceu Desta forma, o roteiro imagináio que o neurótico conta e se cntafantasma do discurso comumo fastama neurótico é mais que um sim les epifenômeno do fantasma no sentido psicanalítico. Sua narrativa ssegura o neurtico quanto à sua consistncia signicnte face à demanda do Outro; ele é, ao esmo tempo, o roteiro que o fantasma se toou e uma peça essencial no fntas a pois o neurótico faz de sua narrativa a matéria de sua oferenda, a partir nto signicante, a um Outro do qual esqueceu o corpo. Em psicanálise, considerar tasma no sentido do discurso comum é aterse aos limites da gramática de um er ue não apens é, mas mantém o fntasma neurtco ste roteirode restoé, talve a ia e para o ftasma no sentido promente pscnalítico que s este esmo s tem dignidade conceitul atra 33
és a prtica analítica; um ser falante poendo conguir, na análise, o desenlace que sustenta a sua via sexua, até encontrar a montagem do fantasma funaental. Num caminho inverso em relação a esta construço, a análise tem que prouzr a expeiência da monagem elementar fundamental, que é a matriz e todo o fantasma neurótico, e mesmo e todo fantasma no sentido do discurso comum Caa roteiro aparece então como o derivado gramatical (de uma gramática a ser esta belecida) o atamento primeiro do objeto e do Outro É este atamento, escritura funamental e too o roteiro, que merece ser chamado de fantasma em psicanálise ele manifesta o esforço sistemático para no se dar seguimento ao fato e que o gozo do Outro é impossvel, esforço que toma então a forma e uma oferenda de si mesmo como objeto ao corpo imaginário do Outro, ou mas exatamente, à falta des te copo Assim entendido, o fantasma é a reação fundamental de um ser faante com seu Outro, com a linguagem D que se deuz que não há, para um ser falante um ou fantasmas conscientes e um ou fantasmas inconscientes O fantasma dito inconsciente é o que na vivência fantasmtica (no sentio corrente, permanece inconsciente a montagem fundamental que pode se escrve O a e da qual se trata de estabelecer a lógica transformacional.
EM RESMO Nossa construção nos permite reconhecer quatro tempos: o pimeiro onde, a desejo ineterminado no Outro só pode ser feita uma ofereda de naa. u segundo tempo, que escreve a fórmula de Lacan O a, onde ao Outro prouzo como Sujeito pelo enunciao o fantasma, é feita a oferena de u objeto que esra sua deteminação de um . terceiro tem imediatamente necessrio, pois o seguno só pode se engre ar o Outro não toma corpo ou se seu desejo não se zer emanda. Vamos escreer este terceiro tempo como D O a um quto tem, para o neurótico, onde a função o NomeoPai permi resoner no simbólico à mesma fata imgina. Escrevamolo D O $. -
OUTRO $ D D
SUJITO o
a
o
a
o
$
segundo tempo terceiro tempo quato tempo
Obseamos que a esctura lacaniana fantasma neurótico ( O ) está aqui nertia e fato, é suciente que o fantasma neurótico se enuncie como u roteir na peira ssoa para justicar que escrevamo $ O . A inverso só serve aqui ebrar sua isibço, na montagem dos lugares, o ser falante e e seu Ou r
O trciro quarto tmpos prtncm à xprência introspctiva d cada um, as ltras qu os ilustram são simpls diagamas. Só tm nst quado, valor d s citura a fórmua do sgundo tmpo: sta com fito, só xist por sta scrtura qu a xpriência analítica autoriza É impossvl qu um objto dtrminado sja ofrtado ao dsjo do Outro sm qu st último tom o corpo qu prmit sta d tminação, fazndo com isso, d su dsjo uma dmanda. É mpossívl também rcorrr o traçado da castração imaginária os contornos do corpo do Outro, até ntndr o nunciado qu o faz Sujito, sm pôr m qustão xistência msma dst Outro toda a dtrminação d objto qu h é ofrcido O sgundo tmpo só s isoa como fundamnta po se batimnto sem rf ência fnomnoógica d uma travssia qu vai do trciro ou quarto tmpo ao va o do primiro. O primiro, como scrvêlo s l quival a: sr nada para aquilo qu não tm outra dtrminação snão a d r um fito do funcionamnto da lin uagm? O sgundo, aliás, tm isto m comum com o primiro, d qu não pod imanas nm portanto dizr-s (nunciar a fras do fantasma não é dizr sua constituição, mas já é congura a dmanda do Outro) pois stá além da imagm imira, a do Outro l só pod sr scrito. O qu é vrdadiro, clao, não é d forma alguma a construção até aqui apr entada pois nada na rática psicanalítica prmit afirmar qu, nst caso, a su cssão cronológica dos quatro tmpos tnha a mnor ralidad ftiva. Mais xata mnt, aí stá uma qustão qu xcd a psicanális inaugura, m linguagm kantiana, m rlação ao su a pror, uma mtafísica O qu a psicanális prmit rmar é qu há uma xpriência tal qu o sr faant rpt aí, simboliza aí ptição é o qu faz xistir, troativamnt, uma pmir vz) sts quatro tmpos m uma ordm invsa dsta nossa construção, isto é, como se sts quatro tmpos tivssm vrdadiramnt s sucdido
É ncssáro qu a idéia da anáis como trabalho d mmozação, nst caso rssiva, stja bm ancoada m nós para qu ncontrmos valor d claza m construção tão linar ainda qu lógica muito mais do qu cronológica. Rtornmos ntão ao prcurso d Laurnt, do qual di o nício o m: sts is fragmntos qu guiaram nossa construção podm s sucints ara stabiliá l A opração qu tstmunham não é, d fato, a da constitução do fantasma da lm do Outro do objto, mas ants a qu culmna m sua spaação. A vocação da fs do pa lançada a smo, qu s ntnd como o nuncia do fantasma lva Laurnt através das tapas qu lh convém rprcorrr. Assi lmos d imdato, qu st nunciado é conhcido como o do fantasma por u cácia na cura o qu aticamnt não implica qu sua produção ftiv, aliás rlmática, tnha sido no psado ar urnt "constitutiva d su fanasm. A lmbranç dsta fras n cu pmit Lurnt nconta o coro m o qua l dotou o Oto. D homm qu "or sus mulhs, l s ton r o omm chmd rodui o qu flt o cro do Outro. O sso, 35
que va do oteo na pmea pessoa a esta montaem one Laent se concebe co mo supemento e m copo é antesco. Entetanto, este copo Oto se apesenta aq ana sob a foma e copo da mãe mas do que aquo que á evela se enteaçamento a elação paenta; e sto não é sem mportânca, como veemos. É mesmo, assm como o assnala a mini o sonho o edo o qe va pemt a uent fazese o al de m falo o Ou to paa deceta com sso o ajuste de contas: pelo dedo (doigt) que ncopoa e qe, neste sento, se tona, ele paa o que deve (doit). O sabe que a anáse mesma paece poz soe a castação matena pemte a Lauent esta espéce e cogito: se oo so o qe fata a este Outo. O qe se pepaa assm, é ma nterpção a análse no mesmo mpasse qe Fed assnalava com os temos e ma ntansponbldade a ocha a castação Se a constatação da castação o Oto tonase ponto nal, a ca se fecha e m moo perveso que toma o aspecto de m saa. Lauent aceta sabe a pat e então e que Oto o copo mateno é, na ocasão eveo, e po este sabe, ele se cooca à ata de sada a díva dedo por deo (doigt pour dois) Sa vida sexual achase tansfomada pelo fato de que um ecacamento sem peceente acomete o objeto que ee é em se fantasma. Cetamente em se pmeo oteo, eu ozo foa" , o objeto em joo não está mas pesente qe no evotome ao qe maora no ozo a mãe". Mas é pecso assnala que o anho a nova fomação aho qe consste em escob qe na montaem o fantasma e potanto na via sexua é com m Oto que estamos lando, mto mais o que com nossos semelhantes este anho va de pa, aqu com m semblante e sucesso a montaem, cujo efeto é o e evaca a questão mesma o objeto. Paa compeendêlo é pecso consea que Laent, que se z te saao enconta a part aí paze ento o sexo e ma mlhe a ponto e qe a patendade lhe paece possve no ozo. É que na montaem de se fantasma ee se tanspoto ao la do Oto a ponto de encana o Sujeto que é o efeto a fase o pai O qe faze, então da fata manára do Outo que se epesenta paa ee sob a forma e uma falta paa gozar o copo mateno? O que há de novo é que Lauent cê a part e então ete um sabe sobe a fata deste Outo sto lhe basta, pos poe com este sabe obtdo na análse, faze um suplemento fálco manáro adequao a uma tal falta. A anáse mesma pemt então, até aqui, a evacação do objeto o fantasma: ea cumina num sembante e saamento, não somente sob a foma e ma ent cação smbóca que faz e Lauent o efeto a fase o pai, mas também podzndo um sabe sobe a fata paa oza o Oto, que serve enquanto tal a funcona como fao manário poposto como supemento a esta falta. O mpasse destacao po Feu é assm plenamente ustado Reconhece a castação, a do Outo, se acompanha de um sabe que a anula. O que não é ma fa taldade ao contário este sabe se sustenta, foçosamente, da déa e qe o Outo em questão é efetvo, que ee se encana em um semelhante, mesmo que seja a mãe com_ no caso de uent O fato de que o copo o Outo não apareça como mons to, artefato enendao pea caea smbóca é ao mesmo tempo o que asseua 36
um saber possíel sobre sua falta e faz face ao insuportável o gozo a que servimos é o de um utro que não existe, pelo menos com o tipo de existência que é o de nos ss semelhantes. Se a análise, pois, neste caso a de Laurent, parasse aqui, sera um fracasso num duplo aspecto fracasso ético, pois ela vira a seu termo em um tempo de recusa per versa, e terapêutico, pois tudo, e principalmente a prpria seqüência, permite prever que o arranjo não é duráel. analista então se agarra, tal como o seu propsito o comanda na montagem do fantasma no palco da transferência, ele chama de olta o objeto agora evacuado fato de ele centrar suas intevenções unicamente na manutenção dos encontros é a sua forma de guardarse para o instante onde ineitaelmente a questão de seu ser voltará a Laurent. E ela voltará de fora. Pois é no real que Laurent vai encontrar o malogro de seu arranjo. fato de que seu saber, obtido na análise, constitua um fa lo imaginário para a mãe, e que ele mesmo se faça efeito da frase do pai, não conduz ao gozo que ele persegue em seu fantasma. que ele é, para uma tal busca se im põe a ele a partir daquilo que cumpre chamar de passagem ao ato de seu fantasma; pois, na montagem mesma que acenaria o seu sarar" e o acerto de contas com o Outro, Laurent realiza efetiamente, sem o saber, seu ser de sêmen desperdiçado O acaso" faz com que se enamore de uma mulher que não pode fazêlo pai o meso acaso" teria podido distribuirse numa curva que vai até o acidente ou a doença estezante Pois este malogro rel de sua nova relação é a forma sob a qual o objeto lhe aparece, ou antes, retoa a ele para lembrar que, aqui anda, é do estra go do sêmen que ele goza, e mesmo que, em sua relação com o gozo o do utro ste estrago não é nada mais que ele mesmo Neste malogro que descobre. Laurent encontra então o sêmen desperdiçado que ele é: neste sentido seu ser já é, de incio demasiado Pois, na erdade este sê men desperdiçado, a que corpo seria ele oferecido como suplemento ou antes de que corpo pode ele pretender perfazer o gozo? A montagem que Laurent acreditava ser a sua é a partir deste momento impaticável. Ele poderia crer deotar sua pessoa ao gozo do corpo materno e considerar que seu saber adquirido na análise estava à altura de produzilo A então en contrandose como objeto, ele encontra a questão do corp ao qual como objeto le se oferece, e que não é o mesmo, mas antes o corpo monstruoso que ele inventa para o seu utro, para o Sujeito da frase do fantasma, que agora, paradoxalmente le prprio encarna na transferência. Laurent, portanto, sob o domnio desta frase, ao passo que se pretende sara do, feliz por consagrarse à fecundação, encontra o que o utro, que ele encana na tansferência, de fato demanda no fantasma o desperdício do sêmen Assim, se o encontro com o objeto sancionou a inutilidade de seu saber Lau nt faz também a experiência de que o objeto que ele é, não é o que pode perfazer o orpo de seu utro. Pos do lugar do utro onde ele está na transferência Lau t constata que no é tampouco o sêmen desperdiçado que o utro quer para o u gozo De fato Laurent sab agora por experiência o utro que queria o me speiçado aa seu go só at o seu corpo pelos efeitos iaginá 37
ros de uma necessidade de linguagem; e mais da necessidade para Laurent de se dar ser, o do objeto oferecido a uma falta Em si mesmo (ou seja: fora do corpo que urent quer para ele) o Outro, o que é? Ou ainda: o que quer ele, se sua demanda só se concebe sobre um fundo de amputação deste corpo? Em suma, o Outro que não existe, não é isso que pode perfazêlo Isso portanto, este objeto radicalmente em demasia oferenda no lance sem destinatário, é o analista que, em demasia, já há alguns meses, vai presenticálo pa ra urent. Pois, depois do pretenso saramento a transferência atou o fantasma por assim dizer, pelo avesso o analista se oferecendo como objeto para dar a prova que jamais nos oferecemos a não ser para o gozo de uma miragem e Laurent experienciando que uma miragem não sabe gozar do que lhe é oferecido. Ele se sente então reduzdo a um destroço, jogado de um lado para outro en tre a frase do fantasma que não encontra mais corpo e um objeto que não sabe mais a que corpo se devotar ee perde nesta experência o fundo de se ser. Para além da gura que deu a seu Outro entrelaçamento dos corpos parentais que é um efei to imagnário do signifcante, o que lhe resta a fazer gozar? O que lhe resta para ser? E se o corpo do Outro é uma miragem da estrutura, o objeto que ele é de que determnação seria scetvel? Não .á men desperdiçado, portanto, mas um nada que Laurent encontra como o seu qu, única causa de seu desejo e raiz derradeira de sua relação com a linguagem, e mesmo com a vida Mesmo assim se posso, a propsito da identidade objeta de um sujeito falar do fundo do seu ser é quase desnecessáro precisar, tendo lido até aqui que a de terminaço do objeto tal como ela surge numa cura não pode ser considerada como a resposta para a questão metafísica urent, como vimos, se descobre como sêmen desperdiçado, em sua cura, no momento mesmo em que uma ocasião he é oferecida de se deparar com um mais além deste seu fantasma: ele é este sêmen num tempo d experiência pontual que é a sua, e é claro não em um destino efetivo. Tanto é assim que a experiência em questão vai até a derrsão da determinação do objeto. Se uma resposta é dada no m da anáise para a questão metafísica do ser esta resposta seria, antes, o nada Mas ela também não serve senão para esta experiência do fm da cura onde o Outro se reduz a uma necessidade de estrutura Mas dizer no singular, para um ser falante, a divisão na linguagem, já é engen drar a miragem que ela produz, e mesmo enunciar a frase do fantasma, imaginar um corpo para o Outro e determinar um objeto É or isso que o tempo primeiro de nossa construção, onde haveria desejo na linguagem antes de ser o desejo do Outro, nem mesmo é suscetível de uma escritura. Em relação aos outros tempos este não tem nenhuma chance de encontrar uma efetividade quaquer pois, quanto a isto, a cadeia à qual um ser falante se aliena para vver, determina de imediato o lugar onde o desejo, eeito de estrutura, será um, e mesmo tal desejo. De um ponto de vista ge nético, a escolha de alienação já implica o desejo do Outro Este tempo primeiro", portanto, só existe a posteriori na experiência de uma análise 38
Já que ele diz respeito a um aquém de toda imagem e toda determinação signicate singular ele no se diz É testemuna disso, como indicava Lacan uma pço depressiva à qu o luto de estar vivo do cüvat, no estranho Seria isto tudo o que temos dieito de eserar de uma psicanlise? Laurent não encontrará ao termo de seu percuso, nem um novo estado de esírito na junção entre atitude depressiva e o abandono como bada de toda vda se xua nem um novo fantasma. Pois suondo que a exeriência de um fim de anise seja para aquele que a atravessou uma vez repetvel, ela só ode ser ontual um tio de batimento que segue a refundição do fantasma. Se fosse de outra maneira a anáise desembocaria na enfermidade sexual. Pois a vida sexual supõe o fantasma a saber, a crença num gozo possvel do Outro. Renunciar a isto, aliás seria renunciar simplesmente à vda. Como eterse num voto de fT c t v a t sem ôr novamente em questão a escolha mesma da aienação? A travessia do fantma é um batimento mas quais os traços que deixa na vida de um ser falante? O rório Laurent ode dar aguns detalhes do percurso realizado aguns ga nhos de saber. Por exemlo se ara ele é indiferente imaginarse esalando o sêmen sobre uma mulher ou deixando espaar sobre seu coro o sêmen de um homem ele sabe agora que não é necessário de forma aguma convida para o festim de sua razão aguma homossexualidade inconsciente (embora a coisa seja mas complexa) as per sonagens de seus roteiros são acessóias em relação ao objeto cuo lugar é único e ver dadeiamente seu pivô único do fantasma. Se em útima instância é enquanto desper dcio de sêmen que ele busca o gozo do Outro o lugar que ele escolhe para si nas montagens onde vêm se colocar os outros seus semelhates, lhe é indiferente. Assim, ele oderia também mostrar o ganho de saber no que se refere à sua conduta masturbatória, onde parece que o que suspende a ejacuação não é tanto a insuportável constatação nal de sua detumescência (como que ara evtar a castra ção imaginária), mas o isco ligado à vsão de seu rópro sêmen desperdiçado so bretudo fora de uma montagem onde (lembremos aqui o estrano comentário de Laurent a este respeito), com efeito, a efetivdade da relação com um semelhante o protege do erigo de desfazer sua consistência egóica. Pois o objeto que somos no fantasma não é outra coisa senão o obeto da angústia. É sucente para entendêlo considerar com Freud a angústia como sina de alarme face ao risco de desmoronamento do eu: ora, o ser objeta do sujeito com a promessa que ele traz de uma confrontação eventua à inexistência do Outro é a ameaça radical ele reduz o ser faante à sua carne até mesmo como cae de açougue, ois como carne, ele não passa de um pedaço amutado A angústia que surge diante do objeto é talvez mais ue m sina de aarme já é o remédio, ou mesmo o último recurso pelo qual o su jeito recusa a resumir em objeto seu ser. É só no m da análise, tal como Laurent sob a marca da frase do fantasma ue ee poderá ver surgir diante dee, no anaista seu ser obeta sem soçobrar na ústia, pois estará no nal da renúncia às mscaras imagiáras de sua pessoa ponto ara trocar o nada de seu eu pelo nada do obeto do fantasma Maneira de lembar, ais uma vez ue um de anlie requer um percurso ·
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ste objeto, entretanto, Laurent poderá continuar a encontrálo e sua vida sexua o que prova que, para alé de sua travessia, o fantasa se refunde até per itir desconhecer novaente o objeto que está aí em jogo stes ganos de saber, o que mudam, então, na vida de Laurent? Deveos concluir: nada. Para que seu fantasa se funda de novo e, neste caso, segundo u mesmo traçado, Laurent terá de ser novaente logrado por este fantasa pois só existe vida sexual acreditandose nu gozo ipossível coo atribuir, então, u efeito qualquer ao da análise? E todo o caso, não deve ser buscado nu grau de consciência que rimaria co, por exeplo, saberse logrado. A experiência atravessada por Laurent deixa, contudo, um traço, na sua vida, pois ele poderá ser pai no gozo, sem que co isso u novo fantasa vena daí e diante sustentar sua vida sexual. Poderíaos falar aqui de desxação do fantasa e observar que equivae a is to no é ais a quaquer preço (pago ou inigido) que Laurent desdobrará a on tage de seu fantasa. O efeito e questão não depende do que se apresenta intui tivaente coo gano na cura, u gano de saber cuja função é sepre de refundi ço narcísica. Se Laurent pode, sem abandonar seu fantasa, ou eso a sua vida sexual, cegar à paternidade no é por ter reunciado a perseguir o gozo do Outro, as an tes por ter feito curvar este Outro que ele serve Pois, o que se torna, no de ua análise, o desejo do Outro tal coo a frase do fantasa o produz? Ou antes, o que se torna então o assujeitamento a esta frase e a seu Sujeito? O que se tornar, se foi feita ua vez a experiência de que o corpo do Outro não passava de ua ira ge? Podemos continuar a copular co ua mirage aiás, não á outra copulaço possível as o fato de linguage de que isto é efeito, pode, através de ua experiência de análise, perder seu poder constrangedor. Tudo leva a crer que é da deterinaço signicante tal coo está escrita na cadeia onde aparece o Outro de um sujeito que a travessia do fantasa libera, para que enm, atos seja possíveis. Se não pagaos qualquer tributo ao gozo do Ou tro, é que talvez não sejaos ais condenados a servir este gozo coo só e único, ou eso a serr ao Outro coo u só e único corpo e Sujeito. Isto, coo vere os, não deixa de ter conseqüências sobre aquilo que caaos de sintoa, do qual podese dizer que não é exorbitante que o analisante peça para ser aliviado Ua outra conseqüência de toda análise levada a seu tero é que ela produz "do analista. O que não significa que a escola da prossão de psicanalista se i pona a todo analisante que tena terinado sua cura; é até eso provável que ua ta escola se revele insustentável para a aioria deles. O que resta é que a cu ra, para cada u, produz u desejo original cuja propriedade é estar ao revés do projeto do fantasa, u desejo separado do propósito de gozo do Outro ou, ais exataente, u desejo que contraria este propósito. Para u analisante que tena terinado sua cura, ipõese a necessidade éti ca quer seja sob a fora de ua escola profissiona deliberada ou acidental, ou eso contra o que considera coo a sua própria vontade de preservar ua rela ço co os seus seelantes que não seja coandada pelo seu projeto de fantasma. 40
Isto no ocorre espontaneamente já que se opõe ao que nos esta depos da cura, e cença necessára à vda sexua e mesmo a toda vida Lacan va aí uma forma de santdade muto dferente da santdade relgosa pos nosso própro ser de dejeto não é a oferenda a nenhum Deus ou enão sempre a deuses de opereta Esta necessdade étca é certamente o meo de dar a seu seme hante a chance de realzar uma eperênca comparável o que é uma obra polca Ma o que a mpe não é o amor peo próxmo; tratase antes para aquele que termnou a análse do desejo de preservar para s a chance de estar anda por vezes e mas que numa únca vez que sera a deste m ele mesmo fora do fantasma O que se pode chamar de deser.
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2 Dos do fantma na cu I Xaver -
Eu havia dito que a experiência analítica só autoriza o recurso a um relato genético se reconhecermos o seu vaor de construção ou seja, na medida em que le parece ajudar a empresa racional do analista e secundar uma preocupação de transmisso Seria faso, a partir de uma tal construção, conceber linearmente o percurso da cura Conceber, em suma que numa cura o fantasma se desenlaça progressiva mente, até resolverse em sua escritura fundamental, seria simplesmente uma ideali zaço pura e simples. No tempo da cura, o fantasma não pára de se transformar, e mesmo de se en laçar é se desenlaçar segundo as vicissitudes da transferência É importante entender que a anáise não é um trabaho progressivo É o que mostra um fragmento, o espaço de uma sessão, da cura de Xaver, on de a progresso" se faz, aparentemente, ao revés do propósito da cura, até mesmo de sua ética Xavier não gosta do erotismo Ele só gosta de pornograa Por que não adotar a sua distinção só seriam pornográcos os lmes e as fotograas? Os textos, os de senhos, quaisquer que sejam os detahes com os quais descrevem ou representam os embates sexuas não o deixam frio, mas segundo seus próprios termos se com eles obtém um certo prazer, não goza Um caráter próprio da imagem fímica e fotográca lhe parece ter um pape essencia no seu gozo: o valor de testemuos irrefutáveis Xaver é forçado a constatar isto, já que um refrão acompanha sua atividade masturbatória, enquanto con tempa as imagens pornográcas: isso reamente aconteceu", escandido como uma litania de carpideira 42
Afora essa repetição verbal, nenhum devaneio erótico, nenhum jogo consciente de identicação acompanha sua contemplação desvairada das imagens pornográcas E, já que a insistência de sua conduta onanista, que, no entanto, está longe de constituir a totalidade de sua vida sexua, o questiona, Xaver perguntase mas eu gozo de que, ao certo? De três coisas, lhe parece Primeiro, do que as imagens testemunham, porquanto não é a apresentação de qualquer montagem sexual que o atrai: só o fascinam os folguedos heterossexuais e quanto mais regulados segundo uma disposição determinada, a mesma, aiás, que prefere, tanto no ato como no devaneio. Nada aí, entretanto, esclarece sobre a especicidade do gozo que o acorrenta a imagens Por outro lado, de todos os sinais, ou antes, dos índices que nestas imagens re velam uma montagem forçada, e mesmo o pouco de convicço e de animação dos atores Não que ele busque verdadeiros fracassados; mas no ato efetivamente realiza do, acabado, importalhe que alguma coisa exiba o maestar dos atores� obrigados a representar o que não poderia ser representável O mistério o fascina, da ereção do homem produzida por encomenda e, no fundo, incomodalhe ter que considerar como uma evidência que, se há ereção, é que o ator goza um pouco" por vontade própria. É por isso que Xavier prefere considerar a mulher que pode fingir melhor e em quem ele crê reconhecer, nos momentos crucias a aversão mal dissimulada pela comédia que ela representa Isto tem estreita relação com o terceiro elemento chave de seu gozo onanista, o refrão. Pois isso realmente aconteceu", ou mesmo eles zeram realmente isso não lhe parece valer senão para tornar ainda mais chocante a aversão dos atores e mais precisamente da atriz que se presta a isto. Um detahe , entretanto o surpreen de : seu próprio tom, como ele diz, de carpideira, que dá à sua fórmula sem cessar repetida durante a contemplação, uma ressonância quase encantatória, como uma pre ce. Aliás, ao querer explicar melhor o tom, a associação que lhe ocorre é o E/ / ma sabbactani. Eis por que ele corrige com satisfação sua fórmula eles realmente me zeram isso" A relação do refro com o sinal buscado e surpreendido da aversão da atriz buscado e supreendido" signica aqui: contrário à intenção de um suposto diretor esta relação me impõe uma consideração, ou antes, uma associação levemente à mrgem Pois, sem o saber, Xavier intervém singularmente pela sua palavra num de bate sobre a representação gurativa e, em particular sobre a fotograa Ele se co loca, neste debate, numa linha que va de W. Benamin (o escrito sobre A Obra de rte ·na época de sua reprodução técnica), ao último escrito de R. Barthes A Câra Clara" linha que se propõe a encontrar a essência da fotograa e do lme us tente em seu valor de testemunho irrefutável De súbito, lembrome de ter deparado um dia, na tália na época em que a pornoraa começava a aparecer nas bancas de revistas, com um semanário qe se mava Pibito e que, na capa, explicitav asim o seu títuo Proibido coocar m úvid a autentcidad dsta cn (ia pel imgagem da apa) porque Poibio 43
imprime (raduzo literalmente), ao vivo e a cores, até mesmo os batimentos do coração que precedem o orgasmo. Foi assim", é como Barthes propõe entender o noema da fotografia, seu traço essencial diferentemente de qualquer outra representaço, a foto adere ao referente, ou antes, seu referente, verdadeiro espectro, adere a ela Para o espectador, sua força de constataço prima sobre sua virtude representativa Lembrome de ter observado, à leitura de A Câmara Clara, a ausência de soluço de continuidade entre a primeira e a segunda parte do escrito, ou sea, por um lado o ue Barthes aponta como ponctum das fotos sobre as quais se debuça isto é, como o detalhe que no campo do que é olhado subitamente atrai o olhar e por outro lado, o enunciado do noema: foi assim" Pois o detalhe pungente ue fere o olhar, ou talvez que fere com um olhar mas na verdade é mais complicado que isto: fere ustamente pelo olhar que isto atraiu este detalhe pungente está sempre sob o signo do incongruente e do discordante, em suma, do que é registrado por acaso, à revelia do operador. O ponctum de uma foto está na imagem porque simplesmente estava al. Se porventura suspeitarmos que uma intenço de composiço quis sua presença, seu efeito se perderá: é um detalhe que só tem valor enquanto acidente, e que, de imediato, conota o noema foi assim para além da intenço representativa O ponctum aparece como uma fenda na imagem do lado do real Se Barthes pode dizer que esta fenda é caracterstica da fotograa, resta, no entanto, que em toda imagem é dado a ler aquilo que a fura, ainda que o sea sob a forma de seu limite espacial Esta observaço me ocorre a partir de uma lembrança: nunca deixei de lançar um olhar às imagens, a todas as imagens, um pouco desviado Tanto quanto me recordo, sempre olhei obstinadamente os quadros, que, também obstinadamente, me eram submetidos para me educar o gosto, em outro lugar, diferente daquele onde queriam que eu fxasse a atenço Para desespero de meus pais, animados pelas melhores intenções ou mais precisamente para desespero de um pai que fazia da arte gurativa uma religio , quando me mostravam a beleza inefável de um rosto a singularidade de uma composiço ou me explicavam, a partir destas, uma inuência de escola, irresistivelmente meu olhar desviava: às vezes para o limite materil do quadro, o enigma que o fazia parar quando chegava na beirada da tela, quero dizer sua moldura, às vezes para um estreito espço onde o tempo, tendo destruído a camada de pintura, revelava a tela, ou ainda para o o de uma rachadura Recusavame a contemplar o lugar onde, sobre a tela, no dizer de meu cicerone do momento, as palavras da históia e os golpes do pincel copulavam to bem: erame necessário, a qualquer preço descobrir um deslize nesta copulaço, para a poder aloar meu olhar. Tinha pela beleza a maior repugnância, ela me parecia obs cena ao bastarse; aliás, no era por acaso que era inefável Diante de rostos ou corpos pintados que, sendo belos, testemunhavam um gozo bemsucedi (do autor?), até erigiremse em múmias fálicas, era preciso que eu cavasse a separaço de um desejo onde pudesse, como espectador, me situar Encontro nesta recordação argumentos para dizer que a montagem que faz Xavier, se diz respeito só à imagem fotográfca e flmica indica entretanto a direço 44
do que poderia ser uma ética da imagem em gera Uma ética do perfurar a ima gem" que se substituiia à comtempação do beo pea busc de seu acidente Tratase de uma ética do espectador, que siica recusar o que nos oferece a miragem do gozo bemsucedido, para buscar o ugar na imagem onde, na faha detectada, um ohar pode ser oferecido Se me aventuro a fazer da montagem de Xavier um argumento para uma ética da reaão com a imagem, isto não prescinde da observaço de que esta montagem cede à miragem e infnge esta ética pois o gozo de Xavier está suspenso no projeto de perfazer, através do ohar, a faha da imagem E no entanto, sua montagem tem a vantagem de ir ao encontro o que justica aqui este excursus - do que constituiu durante sécuos o idea estético nestas paragens integrar o ohar na imagem, ou mais exatamente, produzir imagens onde o ugar do ohar que eas convocam já está de signado, ou mesmo imagens que se organizam em torno deste ugar, de forma que um oha não possa evitar de aojarse a (cf a invenção mesma da perspectiva) A edução da estética à questão do beo (poderamos nos ater à sua denição kantiana, pea naidade interna) testemunha o mesmo projeto: de constituição de uma imagem do Outro que contenha o ohar que he fata, espécie de ato de fé nas chan ces do projeto do fantasma Ora, se é verdade que Xavier goza de se propor como ohar para a faha da imagem que ee contempa, assim mesmo sua montagem deixa bem cara a separação dos eementos do fantasma Devemos entender o isso rea mente aconteceu como a frase que não desvea, mas produz o detahe incongruen te que manifesta a aversão da atriz, ou seja, namente a imagem de uma falta a fata necessária a Xavier paa oferecerse como ohar Devemos observar o esforço, de que é testemunha a repetição da frase como itania, para consevar a faha aberta A ase então, que é terseá observado semeu vae como enunciado do fantas ma que dá ao Outo copo e fata, paa a ee azerse oferenda Ea não cessa, na verade , de dotar o Outro de uma falta, como se o que estivesse em jogo fosse preser vo, bem mais do que, uma vez denido, peenchêo No é, pois, peo fato de que imagem é uma emanação do referente que ea tai o ohar de Xavier, ao contrário é porque, para ser imagem, ea introduziu via erão uma faha na perfeição do rea que a assombra Xaver sustenta sua mas tubação tanto desta faha, como do ohar que ee a merguha ou mehor de poder meruhar como ohar É o que assinaa o ato de que seu gozo não supõe aqui nenhuma idencação coniente com um ator. Ee observa, incusive, que, naquio que reconhece como erótico, é o referente ue o interessa em primeio uga e ao mesmo tempo o faz sonhar, ao passo que, na onorafa, é a imagem que o interessa e não o faz sonhar. Sua itania não invoca a etivdade do mado, mas a aha que o me introduziu no mado. Notese, de aem, que Barthes, em sua oba, descarta a pornograa por esta não te tm, e invoca como razão para isto o seu modo de presença abarotante, sem eto n a este modo de pesença é o taço especco que e paece, po outro ado, o nema da fotoraa a caacterística desta é a de não derivar paa devaneios v em devaneios é o que Xaver epovaria no eotismo, onde a imaem en unto no conta Essa contadio no texto de Bathes no é, como si, senão
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aparente pois tudo o que faz é sublinhar pela negativa o que o t ítulo anuncia que se se trata de imagem também se trata de uma câmara (m quarto) Retornemos ao espaço da sessão onde Xavier interroga o refrão que escande sua masturbaço Ele transforma primeiramente "isso relmente aconteceu �! "eles realmente zeram isso e a seguir completa "eles me zeram �ealmente iss ", que lhe parece assentar o sentido do tom de lamúria de seu refrão Súbito o es panto se mistura ao desprezo e o enunciado prossegue sob pena de evacuar o dativo da versão precedente "eles realmente zeram isso diante de uma câmara ou mesmo: "eles se rebaixaram fazendo isso por dinheiro Por ms próximo que estivesse então de constatar que a câmara era indispensável à aversão da atriz e mesmo que ela produzia e em função disso assegurava para ele o desfalecimento do corpo do Outro assim contemplado Xavier prefere toda via enveredar por um desvio que o afasta da montagem que se esboçava aí (para a falha da imagem façome olhar) e cuja proximidade com a escritura fundamental do fantasma era sensvel O fato como o manifesta a antepenúltima transformação de seu refrão do rebaixamento dos atores em cena pornográca ir de par com a idéia de que seus corpos são objetos de troca torna o que segue nada surpreendente ; uma seqüência para a qul fui preparado por sua observação sobre a sioloa feminina que predispõe a mulher à menra e a expe ao risco de mostrar sua aversão Pois este objeto de troca é sobretudo o corpo feminino e a partir de então com efeito é unicamente este corpo que estará em questão o homem não se desvalorizando neste jogo "Esta mulher fez isso realmente por dinheiro constata Xavier e num tom enojado "Olha o que esta puta é capaz de fazer por dinheiro Impossível assim, deixar de prever a denegação que se anuncia ("com certeza eu não faria isso); a tl ponto que ao passo que me calo Xavier (colhendo rapidamente os pensamentos que su põe em mim) torna a dianteira e anuncia Talvez anal de contas seja isso o que eu gostaria de fazer Bastaria um bom otimismo analtico para se dizer que no tempo da sessão o refrão e sua montagem teriam revelado um fantasma de prostituição do qua po deríamos armar que de incio era inconsciente. O valor psicolco do exerccio hermenêutico a que a sessão deu lgar não nos saltaria aos oos se comparássemos o serolhar que supe a montagem inicia de Xavier ao e que enuncia no m "Eu gostaria que me olhassem como um corpo à venda? Tudo teria corrido da mehor maneira possvel na meor das análises pois o eu teria desalojado o isso e bscando sua paz o analista poderia dizerse que o que formula no m se assemelha ao qe temos por hábito nomear fantasma um ro teiro na primeira pessoa ria um fantasma de castração evidentemente pois um nertico não goza de sua prpria castração imanária? ria mais justo dizer que a ssão produziu de modo exemplar a transformao qe noa onstrção descreva da escritra funamental do fantama ($ O a) a ecitura neurtica ( O D). O que ainda é inexato pois a escritura fundamenal o antasma não corresponde a um estado fenomenal ela escreve o momento onde 46
o Outro ão tem mais coro e ode o objeto a oferecido a um efeito de iguagem ($) Este temo fugidio mas lógco do que efetivo itroduz a travessia do fa· tasma, quer dizer, a exericia de ser ada, objeto que erdeu sua determiação pois ão á mais coro ara fzer gozar Ora, a motagem iicial de Xavier, a qu usteta sua rática oaista coloca em cea o objeto que é Xavier o ohar e o desfaecimeto de um coro, o da imagem Em reaço a isto, ão se oderia escre er $ O a, ois esta motagem o Outro, se é Sujeito, já está rovido de um coro. Cotudo, se é ermitida uma aroximaço, a motagem iicia arece muito erto da escrtura fudametal do fatasma, aarece um setido "atravessável , já que o r objeta do sujeito, assim como sua relação ao coro do Outro, são aí mostrados caramete. Ao asso que a motagem costruda ela sessão ão se trata seão de emelates Para aaziguar o eu, se Xavier só ecotrava um lugar a sua motagem iicia roodose como objetooar ara a fala da imagem, ele tem agora do que se suste· tr uma idetifcação Da imagem oográca ele ode gozar a artir de etão como de uma imagem ou de um texto eróticos, ideticadose com uma ersoagem uta Sigamos ada as trasformações da frase iicial "Isso realmete acoteceu ou "ees realmete zeram isso diz, e mesmo roduz, a fala que a i agem itro· uz aquo que rereseta, fala ara a qua Xaver se faz oar Mas, subitamete a frase se coore de desrezo, ara ser cometada com " or dieiro À imagem cuja faha a frase roduz e ao objeto oar, acrescetase aqui um terceiro, ou mesmo, se cotarmos os dois atores searados, em vez do etrelaçameto de us coros como coro do Outro, um quarto o agate, digamos o rodutor do me oográco Existe u que aga, um que ede e obtm que os atores ajam diate da câma a que fará a faa de seus atos Ora, é logo aós ter evocado a fução do agameto que Xavier traz ara si a tração imagária, ao xar sua ateção sobre a muler (" o que esta uta é caaz fzer or dieiro): cotroado a deegação, ele evacua etão seu ser objeta e ptede ser, ee mesmo, uta, ara um Outro que, agadoe, o demadará. A motagem ode o Outro ecotraa um coro evaescete dá lugar a uma motagem ode um Outro a mas se roduz como demandate, ara que Xavier poa se sustetar em sua i eticação fáica (ou sja, aqui, de sua rória castração mia): "é taez isto o que eu gostaria de ser Esta motagem escrevese $ D, nde o ser objeta d o sujeito é trocado eo gao da rmeira essoa (eu) No esaço de uma sessão, ortato, roduziuse uma trasformação do fa m ue trará uma coseqücia quato à relação de Xavier com as images orácas: se verdade que cotiuará assim mesmo a ecotrar razer a, a cos i de sua rática maswrbatória diate d tais images se estacará durate um mpo admas, estar sujeita a codições diferetes Ou seja sem refrão e substi o buca do gesto ou da mmica d aversão que atraia seu olar, ela referê cia xuia dada s ceas, quuer u fom, onde a ereção muia estivesse m êcia ou to, od o ohr d tri com o seu 47
Certamete, ao pergutarse o que o refrão queria dizer e, assim, trasformadoo, Xavier submetese a uma certa idéia de aálise que supõe em mim; seu esforço hermnêutico segue a lei do agradar Mas uma iterveço cotrária à sua busca de setido teria egligeciado o que era essecial para Xavier a sessão Como deixar de eteder, aí, que se sua primeira motagem o assegura de um desejo do Outro e de uma falha o corpo deste à qual se oferece como olhar, a repetição em litaia do refrão testemuha que lhe é tão importate coservar esta falha hiate quato dela fazerse o suplemeto? Desta preocupação, aliás, a própria motagem é testemuha, pois se o olho da câmara é o que itrodu a faha o goo que Xavier cotempla, o fato de que ele se propoha a esta falha justamete como olhar, maifesta claramete a votade de o egolfarse a até preechêla A motagem do fatasma se complica, portato, com a ecessidade de Xavier de aegurarse de já o estar o Outro, objeto adequado à sua fta. Mas, ao mesmo tempo, ão etra em questo para ele, o poto em que está, ecotrar o obje to que ele é, o olhar, como sedo distito do corpo do Outro, sob pea de dissolverse e soçobrar a agústa. No tempo da sessão, o mometo em que este ecotro cosigo mesmo como olhar poderia se produir, ao passo que Xavier relacioa seu refro com a descoberta da averso da atriz pela situação em que se ecotra e esta última com o olho da câmara, este exato ometo, Xavier apela ao surmeto, o lugar do Outro, do aomeosum que o estaria submetido à castração um Outro ausete, sem corpo, o pagate. Ele pode tão, para este demadate opaco, tomar a castraço a seu próprio ecargo e fazerse puta O fatasma ecotra eto sua forma eurótca: Xavier paga com palavras ($), a primeira pessoa (eu sou uma puta), a um Outro que o demada (D) O objetoolhar o está, todavia, completamete ausete da motagem poderíamos quase dier que Xavier está agora, ele própro, a posiço da atriz, ou seja, que uma simples iverso teve lugar. Mas seria egligeciar a fução do pagate Para evacuar seu ser objeta, Xavier teve de suscitar um Outro sem corpo, que ele o imagia, ou seja, um Outro sem falta Na verdade, para este Outro também, ele se fa objeto, mas de troca, puta pode cosistir, graças a ee, em sua castraço imaára A seguraça que ele obtém dsso é patete, pois se este terceiro sem corpo, espécie de rufo às avessas, está ausete imaariamete da relaço etre Xavier, que se vede, e o olhar que ele quer sobre si, é garatia de que sta relaço ão se efetivará: cado a metáfora, o sem pagar ou o sem um terceiro A ausêcia imaária do terceiro (que, podemos compreeder, vale como uma preseça simbólca) sobre a cea da motagem assim obda o fl da sessão assegura, em suma como uma cua, que o objeto o se perderá o corpo ao qual se prope. O que Xavier busca agora as images porográcas é pois:ou o olhar da atri para ler aí a aversão, mas do que para surpreederse em espelho , ou eto a ereço masculia. Em relação a quem, quer etão vericar que ele seria icapa de broxar ou mesmo que ele seria icastrado, sem faha, se o ao ovo Outro que covidou co mo terceiro? 48
Mas a seguança é incerta pois se Xavie se faz puta ã demanda dese Outro a dúvida no deixa de he ocore que se o Outro tem ereção é graças a ee Em suma se ee se faz puta para a demanda de um Ouro petensamente sem falha vse ento forçado a suspeita que este Outo só apaecerá sem fha ou mesmo sem confuso se houver uma puta Como ento crêo incasado se o próprio Xavier enquanto puta é a condiço de sua eeção? Assim Xavie vai osciar por um tempo após esa sessão entre um não têo que supõe o recacameno da castaço do Outo demandane e a tenç de sêo o que supe que o Ouro no o tem e que é em Xavie que o encona No causa espano que a segunda via acabe por prevaecer visto que uma escoha stérica pode ser a sada de uma postua fóbica Teseá com efeito eco nhecido os raços da isteria na induço que eva este que se faz azo do deseo de seu Outro até a constataço inatacáve da castraço dese A posura fóbica cena em contrapatida na sesso reatada é sensíve se reconhecermos que ea se atém a um apeo diido a um teceiro incastrado para que ese assegue a impossiiidade de acançar o gozo que o fantasma pesegue na postura fóica o que prima é mpe o medo de consumar o gozo do Ouro perdendose a como objeto: donde convocaço do aomenosum sem faha que bare uma a consumação O fato de que um ta terceio incastrado provoque medo animando assim siicantes fóicos não deve enganar quanto ao que é aqui temido o fóbico tem medo para se proege do que teme E paa Xavier o terceio é chamado a gaanir de seu boso mas ambém com a ameaça eaizada de faze de Xavie uma pua o facasso do que acontece na imagem Que a imagem no tenha falha eis o que Xavie mais teme. O pagane convidado na sesso por uma tansfomaço do efro ( por dinheiro" reforça a funço deste útimo já que gaças ao pagane para aém da inia epetiva que sem cessar mantinha abeta a faha da imagem suge a mais" po assim dize na ausência um ava da aveso da ariz que teve de se paga Chamar assim um teceiro já é servo ainda que sua demanda não seja a de m copo uma vez que ee está ausente Xavie espera de um a Outro que ee man ha ou mesmo eaize a ameaça de castração: à sua demnda ee se fz pu Ee za de sua própria castação como se esta o assegurasse de uma vez por odas de u impotência em peenche enquanto objeto a faa de seu Ouo A postura fóbica aiás pode ser ouvida nos acenos da tansfeência assim mo o aesa a precipitação (espécie de pessa em se sumee) com a qua Xavie vi se econhecer como puta ao sabor da interpetaço suposta' de uma denegação u no foi nem mesmo enunciada Mas como Xavie esqueceria que ee pópio nvidou ese outo incasrado? Como deixaria de emba imediatamente , a um al o· qe é ee Xavier quem suscita seu desejo? Isto are um empo de análise onde Xavie exibirá as armas da seduço a pon d oça a mascaada feminina E a posteror, permie precisa o que de início va em ação na ransfeência no empo desta sesso Nada menos que o recuso cero graças ao qua iso não deveria e realmene acontecido e muito me m flha sto se entende é cao como a eaço da ciança com a mãe e a vgncia aparece ene o um de ue s aa nas imagens que Xavie contempa "
e o um contra o qual na transferência ele recorre a um Outro para intervr O pri eiro sendo o da relaço sexu, parenta!, por exemplo, e o seguno, que podera aniqular o sujeito se ele se expusesse a isso, sendo o do incesto com a mãe . Retoma rei mais adiante a forma como o fracasso da relaço parental ou, mais geramente, a fta no corpo do Outro se lê sempre sobre um fundo de miragem de uma relaço perfeita, a incestuosa, contra a qu o neurótico no cessa de precaverse. Retomarei também a funço especíca do terceiro pagante na sesso de Xa vier desde já podemos indicar que ela é paterna e simbólica E mesmo, que o recur so fóbico a um terceiro que projeta o sujeito da consumaço do fantasma é caracte rístico da neurose; a funço do NomedoPai pode aqui ser mencionada sem anteci pação, pois de imeiato Xavier, no começo de sua sessão, anunciava seu surmen to o que devia entrar em jogo na transferência estava dito na associação que o con duziria de seu refrão à invocaço cristiânica Eli E . . Todava, uma questão aponta aqui S a montagem inicial de Xavier se presta a uma escritura atravessável do fanasma, por que eu no teria sacado este lance, por que a sessão iria evoluir no sentido da escritura neurótica do fantasma, e no no de sua travessia? Ou ainda no teria deixado de cumprir minha tarefa, quero dizer, uma intervenço possvel que poderia ter permitido a Xaver atravessar" seu ntasma, ou até mesmo que o tivesse confrontado com o seu ser de olhar oferecido ao Outro de outra maneir que não em meio à angústia? A ocasio não estava dada, no instante em que Xavier tinha proposto uma pri meira traduço de sua litania eles me zeram realmente isso"? O me, depressa es quecido, teria podido se a questo tivesse sido levantada, desvar o curso da sesso? e certo que, se o me se oferece no sentido como dativo, ele mal esconde o seu va lor de complemento de objeto, ou mesmo de objeto simplesmente Eles me fizeram realmente io poderia ter sido traduzido por eles reamente zeramme olhar Direi uma das razões do meu silêncio, para que compreendamos que uma visa da não deveria transformar a cura em ortopedia da alma Em primeiro lugar, consideremos que a travessia do fantasma é um episódo conclusivo da transferência, o último ato da cura E também, que um ato analíti co no é nunca homólogo à transmisso de um saber ou, mais exatamente, de um conhecimento Enunciar, para Xavier, a determinaço de seu ser sob a forma de tu és olhar", idêntico em tudo ao tu és isto especular, só teria tido um efeito mort fero ou de refundição. Na melhor das hipóteses, a transferência terseia inserido em uma montagem neurótca do fantasma onde, para o analista suposto demandan te, Xavier tera, enquanto olhar presenticado o falo: é o que chamamos lei do agradar, seu êxito Saber o que temos direito de esperar de uma análise o que é indispensável não signica, para um analista, fazer da direção da cura uma tentativa de transmis são desse saber O analista deve, antes, deixar o analisante ir ao limite de seu desejo, até encontrar o seu impasse próprio: a saber, que seu desejo é o do Outro É notável que este percurso é o mesmo que impulsiona o eu para suas derradeiras paradas, e 50
angstia, sem perigo para um eu que já renunciou a si mesmo Isto tem valor de embrete e não desmente o interesse especíco que pode ter numa cura a intervenção, por exempo, paradoxa, sob o modo do tu és isto, ou mais simpesmente sob a forma de uma transmissão senata do conhecimento. O efeito de tais intervenções, mesmo que seja de denegação armativa, não está necessariamente destituído de conseqüências: é o mesmo que pode encorajar um anaista a pegar da caneta, escrever ou falar em púbico, para dizer o que pesa. Podemos também nos perguntar se a montagem apresentada por Xavier era seu "fantasma fundamenta. Questão cujo nico interesse é o de ser uma armadiha epistemoóca, pois uma montagem só é fundamenta a posteriori, se foi aquea a partir da qua, na cura, a travessia do fantasma se tornou possíve. O que é uma outra maneira de repetir que chamo de fantasma fundamenta a escritura fundamenta do fantasma e quanto a isto que, mais uma vez, excede o campo da anáise, ou seja a história efetiva de aguém nada permite considerar uma montagem, quer ea tenha permitido a travessia do fantasma, como sendo primeira. Fica claro, porém, que, ao encerrar a cura, aquele que aí se engajou considera que uma tal montagem foi inaugural, na medida em que ela dá a seu ganho de saber forma de história. Escohi não descrever as singuaridades dos folguedos cujas imagens interessam Xavier ea não é, com efeito, essencia para a montagem que está em questão nesta sessão que trouxemos e para a qual as imagens fazem corpo Outro pelo seu estatuto de imagem, mais do que por aquilo que apresentam. A diferença deve, pois, ser mantida entre os foguedos apresentados e as imagens que os apresentam e que, aliás, têm, enquanto tais, a função de ntroduzir nestes folguedos uma faha, por as sim dizer, a mais. É o que nos dá meio de aprender um procedimento de transfor mação do fantasma que chamarei de encaixamento de objetos. Os foguedos apresentados pelas imagens, com efeito, são os que Xavier prefere quando ele próprio se entretém com uma parceira isto equivae a dizer que são encenações do roteiro que ele considera como o seu fantasma. Este roteiro, ainda que se enuncie na primeira pessoa, supomolo suscetíve de ser analisado, ou seja, transformado, até a experiência por Xavier de um corpo Outro a cujo gozo ele serve, propondose a ee como objeto Cumpre, pois, distinguir duas montagens a que foi abordada na sessão citada, onde o corpo do Outro é a imagem, enqua to ta, com a alha (aversão da atriz), e à qua Xavier se propõe como olhar ; e aquela na qual guram as imagens pornográcas preferidas por Xavier. É a partir desta segunda montagem que será possíve a Xavier anaisar seu fantasma e o objeto que ee descobrirá ser, então, para um Outro que não demanda tanto, não será o ohar Tudo se passa (e incusive cronoocamente, pois a paixão de Xavier pela pornograa é segunda no tempo em reação ao roteiro em questão) como se o fantasma que subentende seus foguedos sexuais com uma parceira se zesse ameaçador, quer dizer, suscetível de consumar seu projeto: culminar num gozo perfeito, no qua o objeto Xavier seria abocanhado peo Outro, como adequado à sua falha. sto é uma banaidade ou antes, uma particularidade neurótica que não tem nada de singuar Com eet o ozo do Outro é impossve (pois, qua Outro?) Isto 51
não mpede que o fato de o persegurmos no fantasma como a únca cosa que vae a· pena é sucente para que o neurótco, em partcuar, o tenha em vsta e sempre tema as suas conseqüêncas Sera, no caso, para Xaver, mas anda desta vez, a constatação tem vaor ge ral um desmoronamento que é o avesso da angústa: pos se tratara, não como na angústa do surgmento do objeto dante do sujeto, mas da perda do sujeto como objeto no Outro. Compreendemos que, de modo recorrente, uma repetção da função magnára da castração venha proteger o neurótco daquo que pode ser d to rsco da pcose, ou seja, venha dar a seu Outro um novo corpo e uma nova fata; mas precsamente fazendo do atamento do fantasma (do Outro e do oeto) a magem de um novo corpo para o qua um novo objeto pode ser oferecdo A castração magnára pode se repetr, assm, sbre o fundo de um foguedo sexua que correra o rsco de reazar o fantasma que o sustenta: uma nova fase faz deste foguedo um corpo e marca este corpo com uma nova fata Assm, Xaver, por temer a reazaçã do fantasma que constu a sua vda se xua, consdera sua reazação eventua, sob a forma da magem pornográca, como uma nova face do Outro, à qua a faha reconhecda peo refrão poderá propor ' se como um novo objeto, o olhar Os folguedos sexuas apresentados, onde, à sua revea, Xaver é objeto, valem por suas magens E estas magens onde o mesmo tempo Xaver não está ms nem como objeto, nem como ator, esta5 magens sã9 um corpo Outro onde o refrão ("sso realmente aconteceu) marca o detahe da aversão, falha do corpo que recama um ohar Quanto ao antasma segundo assm produzdo, será prmeramente o recur so a um tercero pagante, que proteger Xaver do rsco de sua consumação, na espera de um novo encaxe O termo encaxamento me fo sugerdo peo que podera ser a escrtura em grafo de uma ta transformação do fantasma, se supusermos como parece possve que ea pode se repetr tanto quanto o sujeto quser Smpcando, ou seja, sem evr em conta a transformação de cada montagem em fantasma neurótco, e com alguma nexatdão, pos a escrtura $ O a smboza de fato um tempo não fenomenológco onde o Outro seria Sujeto sem ter corpo, poderíamos escrever
a
e assm por dante Onde ramos que ao rsco de reazação de cada montagem, responde sua transformação numa nova gura do Outro, para a fata do qua se amarra uma nova 52
fgura do Outro, para a falta do qua se amarra uma nova montagem. Isto, dgase de passagem, dexa supor uma compexcaço progressva, em todo caso para o neurótco, do corpo a cujo gozo ele serve. O que desgna ento o me do eles me zeram reamente sso?" Sera o objeto que Xaver é nos folguedos ou o olhar que ele se torna para as magens? A questão ca em aberto, na falta de uma ntervenço que, no se, para dzer a verdade, se tera, por exemplo, facltado o encaxamento (eles me zeram olhar) ou se o tera mpeddo, remetendo Xaver ao objeto que ele era nos folguedos apresentados pelas magens. Seja como for, ela tera forçao o camnho da conrontaço de Xaver com seu ser objeta, no momento mesmo em que, era evdente, ee recorra na transfeêna a um terero que, ao dar esctura neurótica à sua montagem pudesse asseguro de estar separado dQ orpo do Outro E nsto, ontraiando sua tentava e me ecusando a este papel, para chamálo de vota a seu ser de objeto será que eu o tera confrontado com outra cosa que no a smples angústia, ou ao que chame acma de seu avesso?
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3 Por uma clíca do fantasma I eiro esboço -
Qur o aalista vis a cofrotar o aalisat com o ada do su sr, qur busqu sgotar didamt a cadia sigicat qu o dtrmia, sj qual for a idéia qu l faça da codução da cura s a aális é frudiaa su spaço o da iguagm l irá oprar smpr sobr o fatasma. Com fito a strutura liguajira sor a qual a psicaális opra s orgaiza a partir da coagm d cadia sigifcat do objto colagm qu o fatasma propõ O qu mrc um scarcimto. Os lmtos do fatasma são m úmro d dois: a fras qu produz o Outro como dsjat, o objto qu é proposto ao corpo dst Outro para prfazr o su goo A frase do fatasma produ" o Outro, o stido m qu um sigificat (S produ um Sujito (S), a sabr smpr para um outro sigicat (S2) A roridd gral da iguagm para a qua um siicat só xist para um outro ncat para a cadia siicat, podria sr chamada d rtroação uma v ue o sudo faz xistir o primiro S �S) Esta propridad xplica o duo fito da fras do fatasma um fito simbóico d produço do Outro como Sueito S � $ um fito imaginário d atribuiço d um corpo a st Outro. Pos st útimo s moda sgudo o outro siicat suposto (S2), para o qual o meiro (S ) produiu o dito Sujito. A fras do fatasma portato (a posição d S quto dpdt da cadia (S) qu lh dá xistêcia (or rtroação) decd de qu corpo o Outro srá dotado : isto aiás, qu la é o vrdadiro operdor d fução imagiária da castração; pois, dcidido sobr o coro do Outro l decde também a fta qu é atribuída a st corpo Pr compltar a escritura fudametal do fatasma propoho sta fórmul: 54
Onde podese ler a como coandose ao Ouro que SI produziu como Sujeito para S2, e que é dotado de um corpo segundo S2. Se a frase do fantasma aparece como acidenta em reação à vida efetiva de um ser faante, ea não é, todavia, puro acidente, mas depende da retroação da cadeia que, nesse momento, toase para este ser faante o campo de seu Outro. Em suma, o Outro s aparece como Sujeito desejante, produto de um SI, para um S2, ou seja, para uma cadeia. Ou ainda a frase do fantasma cohe sua ecácia na cadeia que lhe confere por retroação status e poder de signicante (poder de produzir Sujeito) Ora, esta cadeia é a determinação siicante singuar de aguém. E a frase do fantasma é o signicante que s existe para esta cadeia por meio do qua este alguém escoheu ser conceido escolha da aienação, que o faz viver atando seu corpo à linguagem Seria banal, porém não inúti, embrar que o que decide o enunciado que valerá como frase do fantasma (isto é, o que o faz exisr) é a cadeia mesma, segundo suas prprias leis ou seja, segundo uma necessidade signicante que se verica estar livre de qualquer preocupação de adequação à reaidade, ou de verossimihança, e até mesmo de sentido Assim, a frase do fantasma, ta como ea ca para Laurent no fm de sua análise, não se impõe em razão de um querer, de uma vontade do pai quanto à vida sexua de seu lho: Laurent a avaiza em relação a uma cadeia cujo o condutor, como veremos, é o equívoco iicante quano à "ecundidade É caro, o que faz a cadeia é o que se diz na reaidade, mas o que se iz faz cadeia e campo do Outro para um ser falante, segundo as leis associativas nas quais a imensão do siicante prima. sto permite concuir que, se a frase do fantasma vale como siifcante pa uma cadeia, é, então, segundo a determinação desta cadeia que o fantasma se constui e se transforma, assim como se constituem e se transformam as guras do orpo do Outro, ao qual o sujeito se coa como objeto. O que salta ao ohos, o fato de que existam diferentes destinos do fantasma, gundo as estruturas que a cínica psicanalítica isola, aparecer, tavez abordável aça a estas premissas. MONTAGEM NEURÓTCA Na cnica do atama, o próprio de uma determinação iicante neuró c, ou da ecoa neurótica para retomar a epreão de Freud , paree resiir na eidade de reforçar, ou memo reorar o que do imbóco etá em joo na funçlo imanria da atraço. 55
Eu dza, mas acma, que o fracasso do gozo parenta pode ser consderado como a gura exemplar que a castração magnára confere à falta do Outro. Ora, no a posteror, este fracasso é sempre calculado magnaramente, estabelecendo uma relação entre a perfeção do gozo representado pelo par mãelho e a mperfeção da relação sexual parenta! A magem desta mperfeção e, em geral, do corpo do Outro como evanescente, não aparece sem o postulado de uma perfeção possível E o que mplca a nterdção do ncesto, pos esta sempre atnge, prmero, o casal parenta!, de forma que o gozo é percebdo aí como necessariamente mperfeto, nenhum dos parentes dormndo com a mãe (só há ncesto com a mãe). A função smbólca da castração é assm de medato, atada à sua função magnára: a magem do Outro só é magem de falta em reação à nterdção ; porém, em razão desta nterdção, aparece uma magem a ms em perspectva: a perfeção da relação mãelho Lacan, no Semnáro sobre a "Lógca do Fan tasma dstngue um um mperfeto, que ele escreve 1 , de um um perfeto, que escreve I E de sua dferença entre uma relação fracassada e uma relação que, por ser mtcamente consumada, aparece como a razão matemátca deste fracasso ele deduz a escritura I> 1 , cuja conseqüênca lógca sera que a este 1 mperfeto falta alguma cosa (1-, escreve), o objeto do fantasma Ora, esta dedução mplca um rsco que eu dsse ser o avesso da angúsa: o da captação no Outro, que precptara as duas escrtras precedentes em I=1 +a O que falta a 1 , ao corpo do Outro, tal como me proonho a perfazêlo fazendoo gozar, é justamente o que lhe falta para fazer "1. Esta fórmla é a da nterrogação do neurótco que, oferecendose no fantasma para suprr ao corpo de seu Outro, por exemplo ao gozo fracassado dos pas, cons tata que o gozo a que aspra para este corpo sera, se adviesse, o do ncesto materno que permtu o cáculo do fracasso Isto podera ser dto assm: ser o que falta a 1" (o a d o 1-") não sera po rentegar a perfeção de I? É aqu, no surgmento de uma magem de gozo perfeto, a de A Mãe (que escrevo assm para dstngla da mãe da realdade), undade de medda do fracasso da relação parenta! que, para conjurar a captação de s pela gura do Outro gozante que é A Mãe o neurótco requer um apoo, e mesmo uma repetção da função smbólca da castração onde reconheço o que can chama de NomedoPa O fato de que este apoo se opere pelo surmento de uma função que pode ser dta, com justeza, paterna se explca ao consderarmos que não é por acaso que a mragem do gozo consumado leva o nome de ·� Mãe : a perfeção é necessaramente ncestuosa, se é a nterdção do ncesto que faz a faha de relação parental e, desta, o corpo eletvo onde stuar uma falta no Outro Uma lóca, levemente caenga, pretende então que, se A Mãe goza, é sempre o pa (efetivo) que magnaramente falha na relação parental Quando a falha do tro é detahada em outros (com mnúsclo) que falharam, é prmeramente o pa efetvô que está em questão É claro, a lóca é capenga porque o gozo perfeto não z respeto à mãe efetva mas a uma mragem que, todava, temos o dreto de chmr e A Mãe e que é materna em razão da nterdção do ncesto Insstmos, a 56
relação parental facassa porque não é incestuosa, e seu fracasso é avaliado em relação a um gozo consumado, o do incesto dito Mãe; de onde conclumos que, se n' Mãe isso goza, o erro" no fracasso da relação parental incumbe ao pai. É suciente considerar um instante o que a miragem de Mãe tem de amea
çadora pois para um gozo consumado, no sentido de possível, nos oferecemos a perdendonos , para entender que a indução imanária que acabo de expor tem uma conseqüência simbólica: a tentativa de sustentar o pai num restro diferente daquele onde ele tera dado provas de sua impotência e mesmo a busca de um Pa de Nome que tenha vaor. Um Pai que , consistindo em seu Nome, não se exponha ao risco do desapontamento imaginário da relação e que dá a resposta ao que mal pode se chama um desejo, mas antes um apetite de gozo, o d Mãe. Isto pode ser dto de outra maneira: o projeto do fantasma que sustenta a vida sexua de cada um fazer o gozo do Outro só pode ser estabelecido por um ccuo que postule a miragem de um tal gozo. Este é, ao mesmo tempo, o que o ser fa ante persegue e o que pode temer acima de tudo Esta miragem traz estes dois aspectos o que persegue e o que teme. Todavia, isto é uma constatação estranha: o que o fantasma visa, o gozo do Outro, seria se adviesse para o ser falante a sua perda. Mas, de fato, para um tal gozo, não há nenhuma chance. O paradoxo está aqui, em que um impossível possa ser temido. O recurso ao NomedoPai para que ele proteja deste impossível situa a neurose entre o pesadelo e o embuste O que funda a neurose, está no mesmo sendo que o argumento ontolóco : se há uma idéia de perfeição, então a perfeição existe. Decorre dsto que a ameaça contida numa mragem é considerada como efetiva E o ais extraordinário é que, quanto a isto, o neurótico não está errado como o pro vado psicócico, que, tendo renunciado a invocar um Pa de Nome que o proteja desta iragem, nela se perde de corpo e ama. Vse como: se Mãe goza, então, no corpo dela, o pedaço que produz o seu gozo não conta mais como distinto. O que é surpreendente é que o argumento ontolóco assuma uma tal força: a onto que a ternativa se coloque entre sacicarse à mragem ou recorrer a um erceiro que preserve contra ela. Ora, do onto de vista da razão, o gozo dA Mãe é tão impossível quanto o do outro que ela gura eles só existem como sombras pojetadas pela linguagem. Daí o absurdo do desvio psicóco E o pathos da neurose: crer no impossíve o ponto de se proteger contra ele por uma impotência, ou mesmo por uma interdio Enretanto, não creio que haja sujeitos que a não ser indo ao encontro da ico não tenham que se proteger do impossíve gozo consumado do Outro do A Mãe é gura. A álise se reveza aqui à razão, ou seja a de Kat em sua res oa a Aselmo e Descartes sua tarefa não é , com certeza lembravao Lacan icar o NoedoPai ara sbtrair o nerótico àqio que o eaça; a antes a de car este preconceito etafíico de cda um o de que ua iragem pode gozar 51
Nas curas de psicticos se um tempo de neurotização é possível e mesmo necessário o fato do analista se deter a me parece uma falta rave para com a é ca Pois aqui também, ele deve continuar se puder, até liberar aquele que o pede à análise, dos moinhos de vento que o mm
A histérca o obsessivo e o fóbico dispõem cada um à sua maneira da mura lha contra a captação pel' A Mãe que é o Nome-do-Pai Todos, por apoio da função simblica da castração, conseem dar uma res posta à falta imagnária do corpo do Outro resposta que não será nem real, nem imainária, mas simbólica Na constituição do fantasma frente a uma falta imainára do corpo do ou tro o ser faante faz oferenda do real de seu corpo como pedaço imagnáio fatan do ao Outro Ora o Nome-do-Pa aparece então como um Outro a mais um tercei ro a quem se recorre justamente para que ele aranta que a colaem do fantasma não se realizará sobretudo sob a forma d'A Mãe ; este tercei ro vai assim permitir ao neurótico perseuir o ozo do Outro, projeto de seu fantasma de outra forma que não pela oferenda do real o seu corpo pelo sinicante Por exemplo : pelo enuncia do mesmo de seu fantasma como roteiro ou ainda por toda a panóplia de suas iden ticações ou mesmo pelo perseuimento de seus ideais Como pois, um Pai de Nome convidado opera para o neurótco uma mudança tal de reistro que no ensejo o aseura de não se perder n'A Mãe? Porqu ele é de Nome quero dizer com isto que ele deve sua insubmissão ã castração ao fato de não tomar corpo ele permanece um sinicante desencana do S tomasse corpo e ura tomaria fata receberia atributo de falta Ora este terceiro chamado à cena do fantasma para impedir a sua realização não pderia ser desfaecente não somente porque, no caso poderia faa em sua tarefa mas ainda porque seria então apenas um corpo a mais a quem fazer oferenda imagnária de si I decorrência dsto que, de dual, a cena do fantasma posse a ser teária para o neu rótico o terceiro luar se distribuindo diferentemente sundo a neurose escolhida Destaquemos or enquanto aquilo que já nos mostra a sessão de Xavier que o ter ceiro introduz um divórcio de reistos que aseura a impossibilidade da colaem divórcio que Lcan indicava por suas letras, opondo ' à maiúscula � para marca que se a falta fálica é imainária a resposta que lhe é dada é simblica. Assim, quando disserms da histérica que ela é o Fao para o Outro que não o tem, se o Outro não o tem imagnariamente ela por sua vez o é simbolicamente Ou quando dissermos do obsessivo que ele não o tem para o Outro que o tem ou é se é imainariamente que ele não o tem é simbolicamente que o Outro o tem ou é Esta mudança de reistro é notadamente o que o fbico demanda quando convida, sob a forma do sinicante fóbico um Pai castrador incastrado -
Uma obevação impõe eu atibu de sada à função imagnária da castra ço constituição do corpo do Outro e de su fata Ora, o objeto do fantasma p58
dço fatndo este corpo, onde o ser fnte pode encontrr pe experinci de um nlise rzão útim de seu ser, este objeto é totamente disnto do órgo penno Entretnto, o dotr como gur exempr do corpo do Outro o entreçmento dos corpos prents, este objeto er então studo em um geno fic: no sentido em que ee só ftr no a posteriori de um fat que sempre se determnr primeiro n cópu. A primzi do fico em mtér de flt é o que Freud estbeeceu mehor em su clínc. E devemos concuir dso que um objeto prc só flt o corpo do Outro no a posteriori d ft fic. É mesmo por isso que respost simbóic que o NomedoPi permite dr est fat pode ser dit Fc Aém disso, um quesonmento d déi de que tod ft é um a posteriori d cstrção não pode ser evdo cbo sem evocrmos rmez com que Freud sempre se opunh isso vejse, por exempo, o debte com Otto Rnk, propó sito do trumtismo do nscimento. Se levnto, pois, est ebre, é com precução e sem muit certez A experênci d trvess do fntsm no permite, com efeto, jogr objeto versus fo, como se houvesse í um ém, ou ntes, um quém de cstrção: o fto de que experênc nítc poss evr um sujeito té ser um pedço do corpo de seu Outro não prov de mneir gum que flt deste corpo tome imgem de outr mneir que não pel cstrção. Estrímos errdos o invocr qu o que pode cusr impcto em todos queles que se ocupm de um ctente : ou sej, o sentimento de que premturço do ser flnte o consgr de imedito o lugr de objeto do gozo de seu Outro. Seri esquecer que, neste Outro, ft já se dz sob um modo flico. Se um rgumento pode, contudo, ntroduzir dúvid sobre idé freudin de prmz fic em mtéri de ft seri o que clínic d esquizofren" most de um relção o corpo do Outro, onde o mesmo tempo oferend de si mes mo, ou de frmentos do s mesmo, prece estritmente objet e flt proteforme pr qul oferend é fet não prece inscrever sus vrçõs em um gene lo fc. Diremos que o a posteriori d csção é tmbém um a posteriori d smbol ção do NomedoP, e que, em prncípo, ele só ve pr o neurótico De que é o. Ms ento, o que sugere, qunto à dendde objet que pode ser experenc por cd um no m de um nse, o fto de que onde não há recurso o ome do P, n pscose, est identidde se mostr, enqunto , oferend um lt que não seri um a posteriori d flt fic? Como não cosderr por um mo ento possbidde de que flt no corpo do Outro não sej, em útm nstân, fic?
Voltemos à função do NomedoPi. Veremos, no cso de Lurent, como m desno singulr, el instur o dvórco de regstros que permite o neuróco r om plvrs seu Outro; prr d j podemos tentr um prmeiro esboço de ln 59
O que separa a escrtura fundamental do fantasma de sua escrtura neurótca não é somente a evacuação do objeto na passagem de uma a outra Ou antes, esta evacuação tem mplcações medatas, que devemos consderar A escrtura $ O a que ata o objeto a ao Outro como Sujeto remete em útma anse · à oferta feta ao corpo deste últmo o que ela escreve está fenomenologcamente nos antípdas da vda sexual dos seres faantes, pos ndca que quando estes se unem num abraço com seus semelhantes tudo o que está em questão aí é um objeto e um corpo Outro Em revnche, a escrtura neurótca do fantasma (D $) à demanda do Outro um Sujeto responde) colase à fenomenologa da vda sexual é por ss mesmo que ela é um dagrama, mas do que uma escrtura Ela cola ao cotdano pela ausênca do objeto, pos um ser falante que pode consstr em um sgncante como Sueto, e em razão dsso, fazer um, faz, no ensejo um com o seu corpo ntero". Com esta conseqüênca notável de que pelo fantasma neurótco, o Outro de certa forma se especularza" ; toma um aspecto de semelhante. D modo que, na fenomenooga neurótca do fantasma, e mesmo nos roteros do cotdano sexual, se o sujeto tem de haverse com seu Outro é sob a forma de um semelhante que ele o encontra. Ele não sabe, nas suas relações, expermentar seu lugar e sua função de objeto e muto menos o monstro a que ele serve. Por esta razão, o que surpreende, se tentamos artcular uma cínca do fantasma, é a estranha mstura requerda entre a deldade ao cotdano do sexo e a evocação da relação com o Outro que a comanda. Uma precso, antes de uma prmera abordagem na neurose {e veremos, na perversão também) o lugar do Outro se complca ou, mas precsamente se perturba Pos o Outro do fantasma, este cuja falta é cacuada, mpõe ao mesmo tempo a mragem do Outro gozante, que chamo de A Mãe, e o recurso a um Outro ncastráve, Pa de Nome, que protege desta mragem . Daí temos que a fórmua do fantasma neurótco, se qusermos completála nscrevendo aí a dstrbução fca, está sempre aberta a uma pluraldade de leturas. Pos as relações entre semelhantes que ela traduz são tão varadas quanto as fguras do Outro que a escolha da neurose anma. Inscrevamos, pos, no âmbto da escrtura neu�ca do fantasma, a dstrbu ção Fao smbóco e castração magnára ( '), já que o omedoPa per mte ue o prmero responda à segunda Esta dstrbução não é a mesma segundo as estruturas da clínca. Ou meor, é ela que permte dstngulas, ou seja, pela dstrbução fca. Para a hstérca temos então:
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j que o NomedoPa asseura a hstérca da cstração manária do Outro, azeno dela falo mbco <) de um Outro sempre manaramente castrao
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Porque nenhum homem teria sabido fazer da mãe uma mulher, para a histéria a mãe efetiva e a miragem d' A Mãe se confundem. Com efeito, se a primeira sanciona a impotência de todos os homens, não seria por ela deter o segredo do gozo, e de um gozo que dispensa os esforços deles? A histérica convida, então, para PadeNome aquele que poderia fazer dA Mãe uma muher, e mesmo acalmar o apetite desta, até ter segurança de que ela não gozaria, em sua completude, do sujeito como de um pedaço recobrado dela mesma. Mas isto não deixa de ter seus impasses, pois a cópula para a qual a histérica convo ca este pai é tanto com a miragem dA Mãe, como com o corpo materno efetivo, já que para el a os dois se confundem Assim convocar um Pai de Nome é mais do que uma operação simbóica (invocar um Nome contra uma miragem), é também con vocar um homem a dar provas com uma mulher, a mãe efetiva O que requer ainda que se suscite a vontade deste homem: a histérica só pode fazêlo buscando ser ela mesma o Falo (<) para ele . Ora, se ela é o Falo para o Pai que ela chama, a histérica é levada a considerar como decarada a castração magnária deste aí mesmo que incastrado seria eva do a fazer com a mãe a prova de que há homens, e assim a acalmar A Mãe Com efeito, e aomenosum convocado no simbólico para acalmar A Mãe é submetdo a uma prova imanária com a mãe efetiva, que não pode deixar de estabeleclo co mo falhado, mesmo porque, alás, a histérica o conduz aí peo cabresto. Para aquela que o é ninguém o tem Mas, mais uma vez, não seria necessário um que escape castração para impô a aos outros? Ora, se ninguém o tem, quem imporá À Mãe? A busca de um mestre aparece, então, tão necessária quanto vã; pois, o tendo encontrado, a histérica não se manterá ao lado dele senão o tempo necessário para ter a prova de que, para este também, ea o é o que a ele falta. Quanto ao Outro, ninguém lhe escapa, nem mesmo o Paide Nome Ou melhor sim escapa com isto à marca de uma falta d'A Mãe que, a partir de então pode abocanhar a histérica como um pedaço dela mesma. A escritura proposta do fantas ma histérico é neste caso, inadequada. Nós o veremos: em sua relação com A Mãe, a uma montagem comparáve à da psicose que a histérica está por vezes exposta Para o obsessivo: $0 -
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O Pai de Nome é, no obsessivo, uma verdadeira dublagem do Pa Pois de um o o fracasso do gozo do casal parenta! é aqui também, imanado pelo neurótico mo um desfalecimento do pai efetivo, o que o confronta com a incumbência de duzir, ee mesmo, o gozo do corpo materno cujo horizonte temido é a perfeião A Mãe. Só que desta vez é sob a forma de um segundo pai, idea, que ele busca m v da impossibilidade de participar deste gozo, e mesmo de aí se perder Um undo pai que simbolicamete se manteria ali onde o pai da realidade imagiaria nt falha. 61
Com relção isto, se hstéric não pár de procurr pois todo Outro pterno é pr el, denegrido pel prov imginári que el o submete o obsessi vo, o contrário encontr Su neurose é um neurose bemsucedid Pr se defender de gozr n' A Mãe, ele cheg mesmo esquecer o que de simbólico está, de síd, em jogo n cstrção imnári, e té mesmo creditr às vezes que um relção sexul poderi não ter frcssdo. Ele cheg conceder o PideNome, dublgem de seu pi que ele tenh sbido fzer gozr su mãe, decorrendo disto que o 1 d relção prent! não teri mis nem mesmo que medir su imperfeição o I mterno Em todo cso, há um pr ee, que sbe pzigur o petite d . Pr este PideNome que ele convoc, detentor de (I , que ele celebr nos seus ritos o obsessivo regozijse de ser cstrdo. É mesmo grçs est condição religios que ele prece mnter seu Outro ücstrável Ms mudnç de registro, do pi imgindo flho pr su dublgem simbólic, o embrç. Flt qui, o duplo incstrdo do pi, o que é impossível de lhe outorgr sem fzêlo decir, e cuj usênci histéric não se resign ceitr sber, um corpo. O impsse do obsessivo não está, como no cso d histéric, n im potênci reveld do Pi de Nome ms, ntes, no mistério ceito de um signicnte que poderi clmr A Mãe sem tomr corpo Este mistério isolúvel fz com que o corpo mterno não pre de precer, pr o obsessivo, como lbrico, se bem que intocável O enigm, com efeito, de um gozo pzigudor que se teri produzido entre o Pi idel sem corpo e A Me ou mesmo às vezes mãe efetiv, encurrl o obsessivo entre um restprgozr do corpo mterno (pois, como o Pi, sem corpo, não o deixri por cont?) e um idelidde simbólic que interdit o cesso À Mãe, bem mis do que ressegur qunto o repouso que stisfção impori seu petite Rest então o obsessivo exibir su própri cstrço imginári ( < ) como impotênci, pr se ressegurr do incstrável do pi (<); e cultvr convicção de que , pel forç do simbólico, podese fzer gozr um corpo. Se ito fosse verdde, com efeito, o Pi, que não é senão um Nome teri tlvez sbido lmr A Mãe : o obsessivo tent, liás dr provs disto pois é trvés do signicte que ele persegue o gozo do Pi, que prtir de então é seu Outro . O que escreve fórmul de seu fntsm é o que prim n fenomenolo de seus roteiros: su relção com terceiro pterno que ele convo. -
No cso do fóbico escritur do fntsm é mis árdua el deve ssinlr que o Pi cstrdor incstrável e invocdo pr que nem A Mãe nem o sujeito "o te nhm Mis extmente pr ssegurr seprção destes , o que se obtém pelo viés de um flt fálic inigid o corpo do Outro tnto qunt o sujeito. Como se impotêci de todos, grntid pel onipotênci de omensum, servisse de brrgem contr tod colgem , uio
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Stuação onde o tercero smbólco, detentor de < o que o dagrama não pode nscrever pode se fazer objeto de adoração, até uma sada obsessva ou, mas freqüentemente , como no fraento da cura de Xaver, eclpsar-se, para dexar, em uma sada hstérca, o sujeto se fazer Falo de um Outro manaramente castra do. Na verdade, consdero a foba, não uma estrutura, mas ma dsposção ncal comum a toda neurose Pos ela se reconhece, da manera mas clara, no smples ape lo ao Nome-do Pai para que ele faça calar A Mãe a neurose não é dada, à falta no corpo do Outro, uma resposta nem magná ra, nem real sto se deve à função do Nome-doPai, que ntroduz a possblidade mesma de responder no simbólco à falta de um corpo ou ao apette da gura de seu gozo. Isto sera o mesmo que dzer que um saber sobre a relação sexual ou seja, sobre o gozo do Outro, pos a relação sexual não é outra senão a do fantasma entre o Outro e o objeto que um tal saber, pos, na neurose é mpossvel de atrbur: nem o Outro, nem o sujeto, podm revndcá-lo Se o outro soubesse o que é necessáro para sua falta, ele se servra no real; se o sujeto soubesse o que é necessáro ao Outro, ele lho oferecera no manáro, neste manáro mesmo onde lhe talhou um corpo. Mesmo o obsessvo se chega a se prover de um tercero que tera tdo êx to na cópula não pode fazê-lo a não ser colocandoo em um registro tal que a ques tão do gozo por meo do qual ele podera acalmar A Mãe constitu ena Este saber, portanto, não pode ser atrbudo aos atores da escrtura neurótica do fantasma ($ D), o que predspõe o neurótco à transferênca O fato de que ele não possa atrbur este saber não exclu, com efeto, que ele o conceba como possvel, e mesmo que o suponha. É mesmo necessáro que o faça, para sua vda se u, pos esta só se sustenta crendo, face a tudo e contra tudo, no gozo do Outro. Mas para este saber ele não dspõe de sujeto; ele deve, antes, supor-lhe um Sujeto, em encarnálo. No fato de um tal saber se encontrar, para o neurótco, num tercero em rela ão aos atores de seu fantasma ($ D), em tercero, como o objeto que ele é na es rtura fundamental deste, veremos uma das razões para a escrtura lacanana do lu ar da transferênca no dscurso pscanaltco: ·
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S2 Daí a querer sustentar que o neurótico é o únco psicanalisável, só há um pas so, se lgarmos a pscanálse à função da transferênca, e esta à referênca tercera a um Sujeto suposto saber Sera, talvez, mas prudente perguntar-se o que se torna nsferênca quando alguém que não fez a escolha da neurose se drge a um psca ta? E mesmo, o que acontece com o fanasma, quando a detemnação sgnficante de m ser falante não lhe mponha um destno neurótco? O que se verca é que te aso o saber sobre o gozo do Outro é atrbudo aos atores do fantasma 63
MONTAGEM PERVESA
Para o peerso, um pretenso desmentido da castraço aparece antes como desmentido de seu apoio simbólico do Nome-do-Pai e , mais exatamente como des mentido do divórcio de registros que este último introduz no atamento do fantas ma O Outro do perverso encontrou com certeza figura e falta através da funço imaginária da castraço mas a gura d'A Me unidade de medida desta falta, no persiste aqui como ameaça que o gozo do Outro no tem nada de terrível, desde que nos tenhamos como o perverso como o único a saber o que é preciso para ele gozar. Isto é suficiente aliás par� que A Me mesma se encontre castrada sua perfeiço depende do saber daquele que se devota a ela E como com efeito, pode ramos nos perder num gozo do qual detemos o saber O perverso é especialista em castraço (imanária) do Outro a ponto de saber fazer-se seu suplemento imaginário adequado A ponto, ainda, de desmentir que exista uma razo e, por conseguinte, um meio de no estar à altura (ou registro) pa ra toda falta A escritura possível de seu fantasma seria: $0D < -<
Para a castraço imaginária do Outro é dada uma resposta imanária e por isto mesmo adequada se positiva em ., que o anula Mesmo assim o perverso no cumpre com o contrato do fantasma pois o go zo que ele produz no é o do Outro impossível portanto, mesmo porque no há Outro a fazer gozar mas antes um gozo de órgo A ser entendido aqui no co mo o gozo do órgo da masturbaço do débil suposto sem fantasma mas como go zo de um corpo inteiro enquanto órgo imaginário do Outro. Sobre o caminho barrado do gozo do Outro aí onde o neurótico goza de ser um significante gozo Fálico, que no é o que ele procura o perverso encontra o gozo de órgo imaginário de se saber órgo imaginário adequado notável que a calibragem que permite este saber, o da falta que afeta o cor po do Outro seja sempre fálica e mesmo às vezes, peniana: isto provaria uma vez mais que a imagem do Outro é produzida pela castraço O fato de que o Nomedo Pai no se oponha no perverso a que um oferecimento seja feito a esta falta no seu registro imaginário mesmo, é suficiente para que este se distinga até mesmo em sua forma fálica do oferecimento signicante do neurótico e do oferecimento real do psicótico. Que o perverso, ento, encontre um gozo enquanto órgo, no quer dizer que ele o julgue sempre o bom pois no é o do Outro mesmo por isso que ele pode eventualmente, encontrar um analista e fazer com ele um pouquinho de análise É duvidoso, pensamos, que ele abandone, por isso, seu ser imaginário de órgo: ele dicilmente renunciará ao saber do qual goza, da castração do Outro Este saber que ee se atribui dá aiás à sua maneira de se endereçar ao analista, ares reconhecida mente de desafio 64
A escritura do fantasma perverso que propus ganha em ser ida no mínimo de duas maneiras. Vericaremos, por exemplo, que no masoquismo o "sem lmite dos tratamentos que podem ser inidos a um corpo no territoriaizado em zonas erógenas onde a superfcie de pee se oferece inteira e homogênea para a dor, equiva lente generalizado da excitaço sugere uma espécie de amassamento masturbatório do órgo peniano, do qual a intumescência terseia expandido s dimenoes do corpo inteiro. No feticismo, diferentemente, me parece que o perverso responde com seu corpo inteiro demanda do Outro No esqueçamos que, para aém de seu ser imaginário de órgo, efeito do saber que ele se atribui, o perverso está atado ao fantasma exatamente da mesma maneira que o neurótico, a saber, no lugar de objeto É o que mostra, aliás, a reversibilidade dos roteiros sexuais, comum neurose e à perverso: o que a torna possíve nos dois casos é a permanência do objeto, pivô do fanasma. Com efeito, o lugar imanário do sujeito em suas montagens é, por assim dizer, acidental em relaço ao enace do Outro e do objeto que constitui o fantasma Ora, para o fechista, é o objeto a que toma a gura de falo imanário, como se este úimo viesse, no no ugar da pessoa toda (cf. o masoquista), mas, verdadeiramente, do fundo do ser do sujeito, do nada objeta que ee é. Aliás, a distinço mal se sustém, pois o masoquista só entra com toda a sua pessoa na medida em que é seu corpo que veste o objeto com o qua ele faz um fao imanário Um terceiro caso possvel da perversão vale ser mencionado, porquanto iustra o que distingue fenomenolocamente o fntasma neuróco do fantasma perverso Na necroa, o perverso encontra no morto o instrumento adequado ao gozo de seu Outro, instrumento ue ele conhece e que, em útima instância, sabe sr Até aí nada de novo: só que o caáver está no horizonte para o qua o perverso empurra seu parceiro Podemos objetar dizendo que, para o neurótico também, o objeto, o pedaço do corpo do Outro o inanimado mesmo é o fundo do ser e que lhe acontece de buscálo em seu parceiro, indo até mesmo a rebaixálo a esta condiço. Vemos ento que no é do mesmo inanimado que se trata para o perverso o objeto se distingue, para o neurótico, do instrumento, de seu uso instrumental; e isto porque diferentemente do perverso o neuróico no sabe como fzer bom uso dele O rebaixmento do parceiro condiço de instrumento, ou seja, de funço num desgnio já conhecido, é um traço da montagem perversa que s deente raras vezes. De modo que, mesmo na necrolia, e contrariamente ao que sugere o termo, no é o cadáver ou mesmo o frangaho que constui o horizonte do parceiro do perverso, seria antes o corpo vvo e cinicmente morto. Seria preciso, tlvez, inventar a palavra siolia. Podemos seguir bem tudo isto no ivro de memórias de Rudolf Hoess, comandante de Auschwitz
Para situar mehor, em relaço ao reccamento, o desmendo que fund o sar do perverso devese observr que os dois processos se disinguem mais por aqui que atingem d que pr ua natureza. 65
O recacamento neuróco atinge a castração imaginária (o obsessivo podendo recacar a castração do Outro e a histérica a sua própria) e só se tornou possíve por qe a função do NomedoPai assegura a mudança de restros: onde . é recacao é « qe toma o ugar. Podemos dizer qe o esmentido perverso, t como se enncia pea fórmua conhecida "e sei bem, mas esmo ai . . . pareceria tamém atingir a castração imanária, a dosujeito mesmo . . mas msmo assim esto à atura A conseqüência a que conduz não é, entretanto, a de um recacamento nerótico, pois o mesmo assim perverso faz economia da mudança de restrs Aí onde o perverso competa mesmo assim, esto à tura", o neurótico diria antes, na mesma inha Eu sei em que o Outro é castrado, mas mesmo assi so eu, o siicante que me representa, que o faz desejar. Em suma, o que está especicamente coocado em questão na perversão não é a função imaginára da castração, mas a fnção do NomedoPai. E poderíamos chegar a nos perguntar se não caeria fazer economia de uma distinção ente desmentido e recaque, considerando que, na perversão, é também do recacamento que se trata, mas qe atinge o NomedoPai O desmentido da castração imaginária do sujeito não passaria, com efeito, de um resutado mnifesto do recacamento do NomedoPai. Pois se reccamos o signicante peo qa podemos, no simbóico, responder a ma fata imaginária, esta fata é desmentida, porquanto pode ser supra em seu próprio restro. A objeção de que o neurótico também recaca o siicante do NomedoPai é fasa; a enos que se entenda que este recacamento atingiria um signicante morfoocamente denido, que seria o único signicante primordia do NomedoPai (o que impica considerar o inconsciente como um depósito de morfems, e como veremos mais adiante, em Nota bene; não o consideramos de forma aguma assim), esta idéia é indefensáve o que a neurose, na ínte_gra, desdobra até a consciência é obra da fnção o NomedoPai Por outro ado, na perversão, não se trata de forma nenhma de ma forcsão esta função do NomedoPai É manifesto, se considerarmos que a imagem fálica que o perverso assume para se propor ao Outro não p em questão sua integridade Tdo se passa como se o perverso se zesse fo imaginário sore o fndo de uma consistência signicante que he garante tanto a sua unidade corpora, qanto a sa niciade simbóica S fosse diferent, não veríamos por qe a oferenda perversa de um fao imaginário se faria mais sob um modo idencatóro o qe a partir o recorte rea. Esta observação, entendase, supõe que eu situe, soretdo, certos qaros cínicos de masoqismo, indo até a atomutiação, ou mesmo ao transsexuaismo, no quadro da pcose, onde a oferta para a fata o Otro é rea Poderíamos, no entanto, considerar qe a escoha perversa faça pura e ipesmente economia de todo tratamento do NomedoPai, recacamento ou desmetio e mesmo qe retique, ta mo a escoha psicóca, uma ausência e sim oiaão o NomedoPai No gar deste, o qe protegeria o perverso da ameaça ' A Me eria ent!o o saber qe ee se atriui sore o ozo de seu Outro Diendo e otra forma o perverso cacaria, ta como o neurótico, a castração mas om o 66
surmnto da mragm da prfição s abstria d rcorr r ao rforço patrnal sm no ntanto sacricars ralmnt como o psicóco ã miragm o prot ria ntão o su sabr d ta forma qu l stara smpr m condições d controlar su ofrcimnto ao Outro. S sta ofrta não é ral sria m suma porqu su sa br sobr a castração imanária do Outro prima sobr o complmnto qu l pod agrgar aí: é nisto aliás qu st último sria instrumtal. A crtza imaginária s ria sucint ntão para assgurar a intgridad do prvrso msmo na ausência do Nom susctívl d assgurar sua unicidad simbólica. Mas d fato a hipóts qu acabo d dsnvolvr é insustntávl pois mais qu na nuros rssoa para o prvrso o imprativo suprgóico do gozo qu su põ absoutamnt a função do Nom-doPai O qu no fantasma mov o sr faant notadamnt o nurótco o prvr so? A scoa da alinação s imp a todos até o ofrcimnto d si msmo ao Ou tro is o qu é concbívl; mas por qu sria sta montagm, sta vontad d gozo (do Outro) qu comanda toda a vida? Obsrvmos primiro qu dsta rgra o psicóco só é xcção parcialmnt mbora d forma signicativa: pois s l rcb do Outro uma injunção para s ofr cr a su gozo tratarsia raramnt ou msmo nunca d um imprativo abstrato; ants d uma ostntaço dtalhada do qu o Outro rqurdo qu l sab convir a su próprio gozo. O qu no psicótico toma áras d suprgo é da ordm da for mulação plo Outro d uma xigência dtrminada; a ponto qu s o Outro s cala o sujito pod tr paz. Por outro lado para o nurótico para o prvrso a xgência é catgórica no sntido kantiano "goz! msmo Prsiga o gozo do su Ouro. Há nst imprativo qu não conhc dscanso spcialmnt no nuróco uma pitada d ironia msmo d scáio como se stvss dado por antcipação qu o gozo produzido jamais sja o bom. : o qu basta para ligar a função suprgóica ao No mdo-Pai o aomnos-um qu pod acamar A Mãe, ou qu a acamou impl ao gozo ao msmo tmpo qu dl prsrva O imprativo suprgóico s l rssoa do lugar do Pai não s confund todavia com a aspiração ao idal (vnha a mmpois s m prmtm não é varjista sua abstração gnraizada atsta an ts um laço com a li. Qu o PadNom convocado para acalmar A Mã ja chamado para ass urar mhor sua intrdição isto é para rdobrar a função smbólca da castração is o qu justifca qu l sja o lugar d ond mana o impravo do goo A pita da d ironia qu o acompanha dv tanto ao impossívl da mpritada quato à intrdição qu o rdobra. Est laço ntr a abstração da li a do "goz ! é a vrso qu nos rsta da considração frudiana sgundo a qual o incsto é procurado na mdida msmo m qu é proibido. E podmos obsrvar d passagm qu o imprativo suprgóico aparc da forma mais clara na nuros obsssiva As razs d l star m surdina na histria o as msmas qu faziam Frud dizr qu a muhrs se mdm mnos do os omn pla procura d um idal: vmo rconcr qu na hstria o Pado é colocado diant d uma dura proa 67
Uma consideração à margem: não deveríamos confundir a função superegóica com uma censura ; os caminhos pelos quais a cadeia que determina um ser falante se modula me parecem depender bem mais de uma conuntura ou de uma gramática signicante do que de uma instânca. D fato no peverso, o imperativo superegóico chega a seu máximo, a tal pon to que poucas coisas lhe resistem; "goze ! se estende em um: "a qualquer preço Ademais, seria completamente ncongruente pretender que o perverso não estea às voltas com um ideal Ao contráio a facilidade com a qual ele o persegue atesta antes que ele pode diferentemente do neuróco, cultivar o ideal de outra maneira que não pelos rtos de sua própria impotência O perverso pode chegar meso a atnglo O que seria o cúmulo se for ver dade, assim como crê o neurótico, que atinr um ideal é correr o risco de destruíl Isto se explica se lembrarmos que o Paide-Nome é, para o perverso, um mero acrés cimo: à ameaça d'A Mãe, com efeito, ele tem no seu saber e no seu ser com o que responder sem rsco Poderíamos quase dizer que para o perverso, a questão de pre servar o ideal pela inibição não se coloca ou tanto menos que ele mesmo é seu pró pro ideal. Eis aqui o que pode nos indicar o caminho no que se refere à função do impe rativo superegóico na perversão Ele não sofre outro tratamento que não o de ideal ou mesmo de saber sobre o gozo do Outro: é o que o perverso se atribui a si pró prio É de seu própio lugar que ele enuncia o imperativo do gozo Com efeito, se ele pode ser seu própro ideal o perverso pode tabém ser seu próprio leslador. Aliás quem melhor do que ele mesmo para ser o ao-menosum que escapou à castração? Lgo, o termo de desmentido do NomedoPai não é tão mal escolhido assim; pois para desmentir alguém ninguém está em melhor posição do que aquele cuo lugar o alguém em questão tera abusivamente tomado O círculo está assim fechado: não é o saber que o perverso se atribui que lhe pemite desmentir o PaideNome, mas este desmentido é o movmento mesmo pelo qual ele se atribui est saber. O perverso encaa o Pai-doNome como aquele que sabea sempre acalmar A Mãe para ele, pois nenhuma necessidade de um terceiro que o proeja de um gozo que ele controla. Mas para desmentir, é preciso, contudo ter simbolizado Aliás o peverso não tea razão em esmentir o Pai-deNome, se a traco média neurótica é oriunda inteiramente do esforço de se proteger do que de qual quer forma é impossível? O peverso demonstra que podemos desmentir o Pai sem ser a vítima psicótica do que não é senão uma miragem. Deveríamos concluir que ele é entre neurose e pcose a normidade mesma? Aliás o peverso não teria razão em desmentir o PadeNome, se a tracomé a neurótica é oiunda inteiramente do esforço de se proteger do que de qualquer forma é impossível? O peerso demonstra que podemos desmentir o Pai sem ser a vítima psicótica do que no é senão uma mragem Deveríaos concluir que ele é entre neurose e pcoe normidde mesma? 68
Um recurso a uma mora do homem de bem, que prefere a paixão neuróca do erro, ou mesmo a tragédia psicótca, ao horror prometido por uma relação socia regulada pea perversão, um ta recurso não é suciente. Entendemos que aí está a aposta da psicanáise Sua ética é, com efeito, a busca de um quarto caminho: have ria meios para um ser falante de não trocar o sacrifício rea peo monstro materno peo recurso neurótico a um Pai simbóico sem fahas, escapando ao mesmo tempo ao compromsso perverso de encarnar um ta Pai?
MONTAGEM PSC ÚTICA Se a perversão aparece como o avesso da neurose, é porque o fantasma perver so é idealizado peo neurótico: o projeto do fantasma, produzir o gozo do Outro, he parece, com efeito, reaizáve, e mesmo reaizado como tal peo perverso, seguin do os panos de um saber denido Eis por que acontece ao neurótico de acreditar no desmentido do perverso e tomá-o pelo verdadeiro Pai, aquee que sabe fazer go zar A Mãe. Se ee se faz então instrumento do perverso convencido que está de honrar seu Pai-de-Nome e de merecer assim seu amor não o faz sem o sonho de iguaá-o O neurótico sonha em ser bem-sucedido aquio de que o protege o Nome-do Pai8 quer dizer, ee não sonha apenas em iguaarse ao perverso, mas também ao lou co A histérica pode sonhar em parar sua busca de um mestre para se abandonar A Mãe, mesmo sob pena de despertar bruscamente, num pesadeo psicótico, quando isto ocorre Quanto ao obsessivo, se ee sonha em ser ouco, é quando quer o impossíve: que seu Outro incastrado, Pai-do-Nome , tome corpo sem tomar fata Ee sonha, em suma, às vezes, com uma espécie de oucura, como uma peversão ao avesso onde o Outro seria dotado de um fao imaginário na exata medida da sua castração imaginá ria O fato de que isto possa evocar a fenização de Schreber não deve nos impe ir de ressatar que, todavia, é de outra coisa que se trata na psicose. Por ora, vou me abster do que me impõe a via óco-dedutva, se mantiver, nem que para isto conte com o benefício de inventário, a hipótese ger e preiinar de Lacan no que diz respeito às psicoses. A forclusão do Nome-do-Pai verdadeira ausência de simbolização , distn ta do desmentido que interessa à peversão, pemite desde já conceber e escrever es pecicamente um fantasma psicótco. Afastemos, prmeiramente, a posição autsta, pois ela nos parece se resover mediatamente indo ao encontro da função imaginária da castração: o p T 'UV at surge a í para que a imagem de uma falta não venha mascular a perfeição do Outro. Se considerarmos que a psicose deve-se à forcusão do NomedoPai temos que admitir que o destino psicótico começa depois que a função imagináia da cas tração tiver dado ao Outro u cpo e mesmo tiver feito dee um demandante. Su 69
ohamos que o NomedoPa mesmo que desmentdo não venha aqu roteger o ser faante da mragem d' A Mãe O sujeto no odera então fazer face à deman da do Outro, ou antes, oferecerse ao Outro, nem se sustentando através de um sg ncate (destno neurótco), nem se sustentando de uma magem fáca (destno everso). Só he resta ropor-se no rea Lacan subnha que, em sua álgebra, a escrtura do fantasma neurótco, $ O D, é a mesma que a escrtura da uso quando o Sujeto se desvanece na demanda do Outro (o que mca, notese de passagem, que a puso no tem nada de u m nstn to a rovém sempre do corpo do Outro) E ee constata que o catáogo dos obje ts pôde ser feto para o neurótco recsamente or causa desta concdênca: pos o fantasma neurótco está submetdo pusaço. O neurótco é aí confrontado co mo Sujeto (f) com a demanda do Outro, mas só é Sujeto ($) eo efeto de sg ncante O caráter descontínuo deste faz da consstênca sgnficante do neurótco uma eséce de estanejar: o sgncante não assegura jamas a duração e, a cada sênco do gozo fáco gozo do ser um eo sgncate o neurótco encontra o que faz (ao contráro) a únca constânca de seu ser: o objeto que ee é no fantas ma Ee se desvanece então, eo temo de uma ulsaço, até seu ser objeta E mas este ser mesmo corre o rsco d erderse na Demanda do Outro, ta como um objeto exposto resa da uso. Mas a cada goe o neurótco evta este desvanec mento no Outro or uma evocaço do Nome-doPa: ee reencontra assm sua con sstênca sgncante que o reserva da coagem (a sessão de Xaver é, neste sentdo, exemar). Suonhamos, agora que um recurso seja ratcamente mpossve que nada no smbóco meça o Sujeto de se desvanecer na demanda do Outro; obteremos, então, uma montagem que odera escrever-se assm a O D -.
onde o ser faante resonde demanda do Outro no real, como objeto arca: sera o mesmo que dzer uee ee é resa do Outro enquanto ugar de onde a ulsão se ona. Este ugar, o neurótco pode conhecêo, e sto não somente na usação m ercetíve de seu desvanecmento como Sujeto No m de anáse, sucede, por ve zes um temo onde o anasante erde o seu resonsáve smbóco, sem que o Ou tro tenha, anda, entregado seu corpo ( comose dz entregar sua alma") Ee é, en to, presa deste útmo Mas este temo não tem duração pos o anasante esgo tou o saber suposto que dava coro a seu Outro E o monstro a quem ee se desco bre sevndo o zo se decomõe Aós o m da anáse, quando o fantasma estver reatado, a uo será ara ee nada mas que o domíno costumero do Outro sobre seu coro o que decde o traçado da erogenzação O scótco orém, está onge de ter esgotado o saber que dá coro a seu Ou tro. As, este saber, ee no o suõe, ee o atrbu O sujeto se faz aqu depósto dos ojetos erddos onde se espea que o Outro se arente ara recamar ago, e no mnmo sabendo o ue ee perdeu 70
Dizímos mis cim ue r o neurótico o sber sobre o gozo do Outro é suosto orém jmis tribuído Podemos crescentr ue r o neurótico se há um ue sbe é o Pi-deNome A histéric diri ue, se houvesse t P ee sberi O obsessivo ue o Pai sbi mas ue está morto or ser ens um signicante e seu sber ermnece intrnsmissíve Qunto o erverso ee sbe um vez ue to mou o ugr de um t Pi Qid, ortanto se este ugr não se distribui? ste sber reto então àuee ue r seu gozo demnd. Se este sber é denido o sicótico frse-á frngho Se ee divg segundo o be rzer" do Ou tro (o ue uer dizer segundo o desenror ivre de su ei róri) o sicótico se frá reservtório de objetos rciis Sej como for ee estrá ronto r retlh dur rea de seu coro ou r ir cd vez inteiro r o scrfício A cínic siuiátric encontrrá í seus hotes o ongo de um curv de es uizofrenis ue vi d cttoni à sicoti Inscrevemos sob demand do Outro o ' d cstrção imginár; ois n verdde o Outro ft ms é um objeto ue ee sbe he fatr ue ee exige e en contr todo moento. Or est ft não se mede nem se reenche n ersectiv fáic Tudo se ss ntes como se uauer edço de coro udesse ser rrnc do do sujeito e oferecido o Outro como suemento rea forcusão do Nome-do Pi dá à ft vriedde imginári de um ctálogo ue xcede mesmo o dos obje tos rciis Se o - < ui inscrito é osto em uestão é orue só há erddeirmene cstrção no a posteriori de seu oio e simboizção do Nomedo-Pa É o divór cio de registros entre ft imginári e réic simbóic mesmo sendo e des mentid em ro de um imgem ue instur ersectiv fáic Seri mais oortuno fr no cso d sicose de um ft imginár que n uênci do No me-doPi não cari sob o rimdo fáico O que por si s é evdente se considerr mos ue r est ft é dd um resost no rea Um outro cso ossíve se resent tmbém r o fantsm sicótico cso no ul o Outro se desvnece como objeto roosto um sujeito ue dor su ró ri ft como fah ou frncmente como fend do universo este incluíd í ingugem é o objeto que no re engofse n fah que he é oferecid r t á- Este modo de fantsm sicótico diz reseito o cmo de rnói Em cer to sentido ee está r o recedente ssim como o fantsm obsessivo está r o fantsm histérico o que stisfz um roorção segundo qu esquizofreni es tá r ranói ssim como histeri está r obsessão Su escrtur é mesm ue do cmo ds esuizofrenis não ser or este dethe de ue os ugres resectivos do sujeito e do Outro se invertem (D do do do sujeito e a do do do Outro) D a -
'
iustrção deste modo que vem imeditmente o esrito é certmente feminizção schreberin: é notáve que e reente falt em um ersectiv flic fah se fzendo end A
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Ms penetrção divin esperd não é, tavez, diferente do surgimento de um objeto que sbe encontrr seu ugr. O exempo schreberino no é suciente, sobretudo se o considerrmos tentmente, testndo qui um primdo fálido em mtéri de ft, que o sujeito fz su. A vriedde í é muito grnde n fenomeno ogi prnóic dos objetos voz e olhr, em primeiro ugr que se oferecem relmente o burco negro do universo que o sujeito se tornou Assim, os ugres se invertem, ms tribuição de sber sobre o gozo con tinu mesm N seção de objetos perdidos, s coiss sbem encontrr seus ntigos donos Em sum o fto de que o Outro sej qui o dejeto não o priv do sber que he é tribudo: um dejeto pode sber que ee é quio que é necessáro pr um ft, e pode mesmo gozr de supr. Eu ão poder dintr nenhum hipótese sobre inversão dos ugres nest escritur. Retorei isto; porém, coocr questão nestes termos conduz consi derr esquizofreni como primeir no cmpo ds psicoses. A questão chve: qua seri o gozo que encontr o psicótico? não encon trrá respost qui Todo fntsm vis o gozo do Outro, eis í um fto; impossi biidde deste gozo já trz evidênci de que não há Outro fzer gozr e só se deve o Nome-do-Pi por um rtifíco neurótico. Seri dizer que forcusão psicóti c não poderi de mneir gum brir o cesso um t gozo. Um objeto re no se ig melhor que um signicnte um corpo imginário (o cúmuo estndo em que um órgão imnário não fz tmpouco n perversão o gozo de um corpo que não é rel). Rest que, se o neurótico é o único encontrr o gozo fáico, um signicnte, e, em rzão disto, tribuir em su vid sexu um ugr os roteiros que nimm, e se o perverso encontr o seu, de órgão, vercndo no to bo c ibrgem do fo imginário ee que ee próprio é, o gozo do psicótico deve ser pro curdo nos tos peos quas ee fz oferend de seu corpo o Outro, bem como no derio que hes dão rgumento. Cumpre pens crescentr o que decorre dests observções qunto à trns ferênci" n psicose; o nist pode esperr encrnr, sem medições, um sbe em em nd suposto, ms proprimente tribuído, sobre o gozo do Outro. Est primeir decifrgem ds trnsformções que quio que denominmos determinção siicnte de um ser fnte impõe o fntsm seu destino, deix intct questão do como" Est é um questão singulr, é cro, e se e se cooc pr nós, é por ter vntgem de restituir à psicnáise o que he é devido: quero dizer que o olhr cínico, o meu nocso, neste giro peo horizonte, ngese sempre excuído do qudro Or, singuridde do como não é jmis d eftividde históric que teri produzido um ser fnte, ms de su cur.
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4 Dsnos do fantasma na cu n - Lant
Como nto numa cura o dstino do fantasma s naça à cadia signicant qu é a dtrminaço singuar d um sr falant? Rtommos a anális d Laurnt para rtraçar a cadia qu aí s dsnvov até fazr com qu o nunciado d su pai, ançado a smo vaha como fras do fantasma Formulação qu dvmos prfrir à qu prtndria qu Laurnt tivss "mbrado a fras do fantasma. A rcordaço do nunciado d su pai ocorr a Laurnt no momnto m qu l s intrroga sobr o qu podria tr fahado na raço parntal Esta intrroga ço toma nss momnto a forma xpícita da busca d uma cna primitiva O qu Laurnt sab ou tria sabido, visto tavz dsta raço? Laurnt stá justamnt s coocando sta qusto quando, por acaso, como s diz, ntra um dia no mmoria do Mártir judu dsconhcido Uma paca indi cativa com a qual no ntanto smpr cruzava no caminho habitua qu o conduzia à sssão, foi suficint dsta vz somado ao fato d star adiantado para forçáo ao dsvio E dsc à cripta á d súbito diant do atar do mmorial su corpo intiro s rsum a único ponto d dor intnsa, quas gozo Dpois, quando as ágri mas s tornam possívis tudo já passou. Laurnt m sua sssão imdiatamnt após no toca nisto visto qu nada m sua história nm na d sua famíia, podria induzo a supor um sntimnto d cupabilidad m ração ao gnocídio. No judu conta os mortos d sua famí ia do ado da Rsistência até o prsnt momnto no fugiu do horror dos tst munhos scritos mados nm spcialmnt dos mmoriais Mas do qu nto s rcorda nss mmoria qu h produz st fito'� Qu sadismo inconfsso prgunta-s no div sconds tavz por dtrás do qu lhe pac uma to bruta idnticação com a vítima? 73
Esta questão coocada por Laurent foihe suciente para votar ao que fzia, pouco antes deste episodio o tecido de sua paavra. Se ee procurava uma cena pr mtiva, era com efeito, para dar agum sentido a sua vida sexu, que sofra como ee dizia da indiferença do ugar que ee se atribua nas suas montagens fantasmá ticas próprias gozar com uma muher, esparramdo seu sêmen sobre a superfície e corpo dea, ou estar ee própo pronto para receber asim o gozo de um outro ho mem. O fato é que procurando entendase tentando, na falta de uma recorda ção, construir uma imagem da reação sexul parenta que pudesse le sevir de modeo expicativo para seus roteiros, Laurent estava prestes a entender que sua in diferença em estar em um ou outro ugar em suas montagens devase a um ugar terceiro e escondido que cava xo como um pivô, fosse qul fosse a disposição dos outros Um ugar terceiro que deveria ser o seu, que já o era Pois, sem ter idéia do que iria responder, mas tarde, à questão de u ser a função do objeto no fantas ma Laurent peo simpes fato de aspirar a uma cena primitiva, já não era, ee pró prio, nada mais que ohar. Ora no momento em que Laurent arrisca encontrar-se neste ugar no esforço que reaiza para construir um modeo para seu roteiro é antes uma "palavra dee que se diz E isto num verdadeiro acting out, para se assegurar, de antemão, de que esta paavra seja entendida, mesmo que, por convicção, jams o venha a ser su cientemente Se a paavra "judeu fz irrupção desta forma, fora do dispositivo da cura, an tes mesmo de ter sido dita a, é que ea responde no tempo certo à cena pimitiva que procura se construir e para a qua Laurent se f olhar. Ou mehor ea serve ao temor neurótico de que uma ta cena possa realizar o projeto do fantasma. Pois, a partir de "judeu, Laurent associa, mas sem distanciarse de seu questionmento so bre o que poderia na reação parenta estar faltando a seus ohos. Ao contráro, suas associações he respondem Ee recorda, que na época de sua puberdade acred tou ser flho egtimo de sua mãe fruto de uma reação com um amigo de famia que era judeu A tentação surge aqui, de se ater ao que se escuta de todo romnce famiiar de neurótico e ao que Freud nos embra rebaixar a mãe não é um meio de coocá a ao seu próprio alcance? Se a ee sim, porque não comigo? o entanto, o acting out redobrou o ance antes mesmo de ee ser apostado Aliás, a questão do que a evoca ção de um ta romace familiar vem operar na transferncia permece em aberto ·
Sobre a cena do gozo parenta, cujo fracasso procurado acua Lauret ao seu ser de supemento o retenso amate da mãe vem dupica o pa ee teria este du b, condições de garantir que A Mãe seja acamada, já que teria avido um para se ocupar do deixado-por-conta da reação parenta Mas se o mante tivesse conseguido uma reação sexua perfeita com a mãe, como Laurent, que sera o fruto, podea então ter uma vida sexul? Não há por que e fazer supemento de uma reação bmsucedida. Concebemos assim o impasse que produz um dupo incastrado do pai: se no Outro isso goza sem fahas, que gozo per eguir então? 74
Ora, a motagem obtida peo romace famliar cosiste em go mas do que ma simpes substitição do p peo amate Lembremos o ecadeameto o fra casso do gozo pareta é imaado como uma fala do pa já que A Mãe goza. Ora, se o pa fala, qem acalmará o apetite d'A Mãe? Um dupo do pai que seja perfeita mete o seu seor. No obsessivo a soção da dubagem do p ão deixa dúvidas quato a isto tem razão de temer a ocura à qua o destiaria o cmprimeto de seu voto de que aja m Outro perfeitamete seor dA Mãe. Este Outro saberia qe objeto e covria para gozar. Ora, ão é isto o que reservaria a Lauret m dupo do pai que ão tera se submetido à fução fáica, qe seria icastrado? Não, justamete, pois este dpo ão sbstitui o pa da reaidade ee se faz Pai idea Otro icastra do de um Otro qe faa (A de 4) Há, da dubagem ao dbado, ievtavemete mudaça de restro, que assi aa a itereção do NomedoPa. Pois se o Otro tomou corpo e fata e, este caso especíco, a gra de m pai tedo falado em sua tarefa aqee que esta ca o apetite d'A Mãe, dbado o pa, ão poderia tomar corpo. Para qe ee seja senhor deste apetite, e mesmo para qe ão fae, deve se preservar de toda e qu qer imagem Deve-se segurar o oveo peos dois ados a castração imaária para se atri buir, com fatasma, ma vda xua; e um icastráve sem imagem, para acamar A Mãe. Do otro imagiado, torado outro desvaescete, é preciso que m Outro aida veha a ser caução omi Isto ão poderia ser feito a ão ser o simbico pois dar o míimo corpo a este Otro do Outro é, desde já o que verica a stérica comprometer a todo mometo sua itegridade Laret se recorda de ter fdado seu romance famar por um ato de ivestidu ra pois, a arora mesma da dúvida sobre se pa, ee fez por escrito uma demda de pateidade, as formas previstas, ao presumíve amate de sa mãe Carta de amor ode o desprezo peo pa cava caro, bem como a ideaização do destiatário É otáve qe esta carta tea cado sem resposta, sua remessa tedo sido feita pouco ates da morte do presumido amate. A cadeia sigifcate faz, s vezes, en cotros efastos com o rea o romace famar se toa estrutura eurótica por qe do dupo do pa que Lauret ivoca por escrto ada, a partir de etão, poderia provir qe o rebaxasse a ma posição de vassao Mas o romace famar ão é seão ma repetição, por ocasião da puberdade do qe tia iicialmete eaçado, em Laret, a cadeia sigicate a se corpo nã de uma maieira qualquer. A pretesa ideidade da mãe ão é a primeira imagem d pa desvaescete. Tampoco o amate jude é o primeiro dupo idea ou mesmo o prmeiro Nome-do-Pai (tia escrito iiciamete a primeira ecaração (!) do No medoPa). Muito mais, a evocação do romace famiar iduzia peo sigifcante judeu va permitir a Lauret simboizar ma faêcia "prmeira (prmeira no a posteriori da cura) do pai: um racasso o trabalo de escrever, no qual o avô pater o tia se sobrssad. t mis escarecerá o qe está em jogo na transf 75
rênca, pos permtrá entender o que fz sentdo na demnda de análse feta por Laurent, demanda lteralmente de "ancorar-se : o voto, antes, era o de "jare de tinta ( 1 ) , fazer de seu dscurso no dvã o equvalente a uma escrtura que fo con segudo com êxito pelo Outro do pa. Em suma, se a relação parenta! - corpo do Outro exbe uma falta, e se esta ca por conta do pa, resta que o desflecmento do pa se dene, prmero, aos olhos do PdeNome. O fato de que, pela frase do fantasma, o desflecmento pa terno sea stuado na fecundação, mposta como lmte da relação sexual, não passa de um efeto sgnfcante de um desfalecmento paterno prmero, que se decde em relação à supremaca do Pa deal. Pos ele, o avô da hstóra, era justamente, embora num outro sentdo, fecundo. Laurent, questonandose sobre a função do amgo udeu da fam1a, evoca ou tra vez uma recordação que á tnha sdo abordada em sua anlse Ele se vê, por vol ta de seus oto anos na época do catecsmo, em pé, no quarto de seus pas, questo nando seu pa que está detado no leto conugal. Ele lhe pergunta o que pensa de Deus Seu pa o toma pelas mãos e o leva até a peça da casa dta bbloteca e lhe diz: Deus é aquilo que se nventou no lugar de um mstéro, e, ndcndolhe com o dedo um lugar vazo na pratelera, dz "Pouco mporta o número de lvros que pos samos escrever, haverá sempre um lugar vzo, lvre, o do mstéro. Esta recordação tha surdo, prmeramente, quando Laurent nterrogavase sobre o destno de seu pa e, mas exatamente, o que ele consderava ter sdo, aos olhos do própro p, o fracasso de sua vda: de não ter consegudo escrever Laurent va aí a conssão ou, antes uma espéce de raconalização por prte de seu pa, de seu própro fracasso em guarse ao avô. Uma sére de encontros nefastos, sempre o mesmo, para dzer a verdade: o p de Laurent tnha perddo seu gentor tão precocemente que poda dzer que não o conhecera de verdade E Laurent observava que, embora não teha conhecdo este avô, parecalhe que seu nome era devdo a ele; pos, lembrava, desde a mas tenra dade não poda freqüentar uma bbloteca e al consultar um lvro sem antes procu rar compulsvmente no cháro o nome do avô, seu própro nome de fama Ora, na tarde do mesmo da em que hava evocado pela prmera vez esta re cordação, tendo sado de casa sem objetvo precso, Laurent entrou num bar e, sem hestar, pedu um mstéro O que ra aparecer para ele, no a posteriori medato, uma smbolzação engraçada, a tal ponto que não dexou de rr quando me contou seu ato na sessão segunte. Um ato, ms um acting ou, com este detalhe de que contnuava problemát co ndcar em que, na sessão, o mstéro permnecera nvolado, ou mesmo em que a dentcação de Laurent com aquilo que o gesto do pa chamava para o lugar va zo da bblotecafora calada, a ponto de, para se dzer, ter precsado de um ato de ncorporação: Pos, para Laurent, o pa tnha designado na bbloteca sua própra castração magna e de uma forma tal que não dexou qulquer dúvda sobre quem 1
- Homofonia ene s'ancre" (ancorarse") e sencer" (sujar-se de tinta", intraduzível e
em pouguês. 76
poderia remediar e acalmar o monstro materno que ela suscitava ou seja, o avô que tinha escrito Laurent encontrava, assim, algo para fundar uma certeza: que á força de palavras, e mesmo de escrtos, podemos fazer gozar um corpo e apaziguar A Mãe. No campo do Outro, para Laurent, o pai já estava duplicado, por um avô morto que estava inscito no catálogo das bibliotecas No Outro, a função do Nome doPa (aomenosum que por ser incastrado, acama a Mãe) já destinava Laurent à neurose. E à neurose obsessiva, pois o falo estava de imediato, para o pai, irrevogavelmente do lado de seu própo pa, o avô, de um duplo Assim, quando o fracasso parenta! se cacula em relação À Mãe, o pai efetivo é computado, mas seu desfaleci mento (fecundação em excesso) é desde já efeito sgnicante de uma fata que se dene em relação ao PaideNome (fecunddade insuciente). Evocando a recordação da biblioteca e do ato que se seguiu, Laurent encon tra então com o que jogar com seu mistéro". A recordação de que foi da Ingaterra que escreveu ao amigo judeu da famlia he sugere duas leituras: "miss-tae, diz ele, para caar a miss; misstaire tam bém, como se diz em ingês mis-take: ela jamas se cala totamente (2). Ele pensa, assim, que o buraco, o vazio na biblioteca está entre as pernas e mesmo que o mistério comido não passa da escritura do avô, que poderia ter subtrído o pai se este tivesse tido sucesso em prosseguir escrevendo ao desfalecmento, inclusive o sexual o que se revelará para Laurent, como o imite da fecundação Se seu pai tivesse este mistério, ele teria feito caarem o bico, mas de quem, então? Da mãe? Tavez Mas então, que imagem de uma fata Laurent teia podido dar a si mesmo, paa atbur um sembante de ser? Da mãe? Tavez E isto tea feito Laurent economzar um Outro a mas, PaideNome; mas como o pa terseia feito sem faha, puro escto, ao passo que seu corpo aparecia comprometido na relação parenta? A identicação com o pa, que Freud chama de incorporação e que visa a igualálo, se dá, no caso do neurótico, com o PaideNome que pode caar A Mãe neste caso, a dublagem do pa efetivo Ea é , portanto , incorporação de um signic cante: este pelo qual, à castração imagnáa, é dado foecer uma resposta simbólica, distanciada pois, para que a miragem de uma adequação se cae sem se consumar. Sea o mesmo que dzer que o neurótico faa sempre em nome de tais signicantes O ato de Laurent, ou se podemos dizer, seu acting é lteramente incorporativo, pois o mstéo é o lvro do Pa Laurent pode então retoar a uma forma de inibição intelectua de que ele também se queixa Se fez o que não necessita de explicação da escta seu trabalho, ele é, no ato de escrever , inibido O PaideNome sendo o que é por ter escrito escever aparecerá sempre para Laurent como obra emnentemente incesuosa 2 - Peo som: "myste (mstéio) em francês mas ad, em ngês e francês, respectivamete "Mis (nhorta) e tae l). 77
espécie de tatuagem sexua sobre o corpo materno pática secreta pea qu o res taparagozar deste corpo poderia ter encontrado o ozo O prmeiro camnho de sua inibição por ser absoutamente comum nem por isso é desprovdo de siica ção tratase da suspensão do ato de escrever que impõe um peso indenido dos ns trumentos caneta foha e de sua adequação ao mesmo tempo que é como se nenhuma caneta fosse suciente boa para ta foha e vce-versa Entendemos a que mas que a preocupação de uma boa conunção ente eas o que conta é a segurança de sua copuação impossvel Conrmando cuosamente o dzer de Freud e Totem e Tabu a inibição de Laurent em escrever que mas uma vez só tem igul em sua vocação paa fazo toma uma segunda foma no momento de passar à redação do que concebeu a necessidade impeosa se faz ntir de passar suas idéias pea prova de uma eabora ção coletiva ou mesmo de propor uma redação coletva O corpo materno interdi tamoo entre irmãos. Da mesma forma Laurent pode agora nterroga a estranha conqüncia que tem para ee a domação por seu fantasma: se ee se recusa com efeito a ser p é que não poderia sê-o como diz no seu gozo Esta conseqüência he parece protegê-o doravate do rsco de ser pai de ver dade Não é um risco ququer se é verdade que d do do Pai ideal ser pai é ser um simpes signicante e mesmo estar morto Com reação a isto, a urgência tão freqüentemete expressa peo obssivo de fazer um ho antes que o pa morra conjura a expectativa inconfessável de que o pai morra para fazer um o Mas de que pa se trata? Não do pa da reada de; mas deste que á estando morto não poderia morer uma segunda vez (mas co mo matar um sgnicante?) então certamente restar ago do corpo mateo a fa zer goza e até mesmo uma vida sexua que vesse e avez ser pa não fosse mor rer Entretanto s não houvesse este morto que não ode moer nem desfaecer quem então impedia que se fzesse de seu próprio gozo oferenda para A Mãe? Se a recordação do mstéio e de sua incoporação retoa a Laurent quando ele interroga o surgimento brusco do sicante "judeu é porque este útimo não e indiferente ao mistéro. Ao contráo surndo na cra para proteger Laurent do risco de se perder como oha na cena prmitiva que ele procura repete a função que o presumido amante da mãe teve no romce famiar o aomenos-um que acal ma o dexadopor-conta da relação parent e defene assim Laurent do apetite d'A Mãe Mas o romance far por sua vez não tec senão repetindo a cena da bibliotea onde o avô á garante que se pode fazer face elo siicante (o que equ vae a sem a se perder) ao restapara-gozar do copo da e ou mesmo paa A Me que e dá a medida Daí ncusive a vocação de Laurnt pois esta resta-paagoza aparece praticável como um resta a escrever Judeu é então w outro Nomedo-Pa Ora sobre o amante judeu da mãe eu ia escrever mas acima que ele encaa paa Lauren o dupo do pa certamente não é de encação que se trata assm como o lembra Laurent insttundo-se na con dção de Pa através de uma carta m resposta Se ele se ecaasse sea desfalecente 78
De encaaço se trata, antes, para o pa efetvo que, assm que o Outro toma corpo, se mostra desfalecente Mas uma vez, é a cadea scante que decde, pos Laurent é católco. E o judeu coloca para o catóco uma questo de descen dênca textual, onde um texto serve de cauço para outro: ms precsamente, onde o texto de um Deus sem magem é canço para o texto de um Deus que se fez carne e que oferece no ato o mstério de seu sofrmento e de sua morte efetvos, que dzer, manáros. D modo que o que de Deus permaneceu verbo, o Deus dos ju deus, serve de garanta ao Deus lho encarnado e , por sso mesmo, mortal Laurent, colocandose a questo de sua descendênca do judeu, cujo Deus o é o seu, mas é cauço sgncante do seu, sugere aí uma relaço especíca, mutas vezes assnalada, da relo catóca com a obsesso. O retorno da recordaço da bboteca stua, precsamente, o sgncante ju deu como um NomedoPa, pos ele faz surgr como desfalecmento eletvo do pa de Laurent um fracasso de escrever e, ms exatamente, de escrever sobre o mstéro dvno O judeu, como o avô, é aqu autor de uma escrtura que o p mogrou, e poderíamos dzer ao ter tomado corpo como o Deus dos cristos. A cadea que se desa assm da bboteca ao amante judeu aparece como de termnante paa a frase que será, na análse de Laurent, a frase de seu fantasma, e para o sosmo que ela comanda: eu chegue vrgem ao casamento conduz a atrbur ao Outro um corpo a que ftaria sêmen desperdçado, o p jams tendo vsa do outra cosa que no a fecundaço. O que decde esta frse, apanhada no ar para demtar o desfaecmento pateo na reaço parentl, é o equívoco que lga fecun daço e fecunddade : como se a vea cratva do avô decdsse o desfecmento se xua do pa O PaideNome é assm no um supemento deste desfalecmento (sera, an tes, a funço do objeto na qu Laurent encontra seu ser), ms dublagem smbólca do p efetvo alás, é peo fato da fecunddade lterária ser de outro restro, dferente do da fecundaço na relaço sexu, que ela pode acalmar A Me Um PaideNome, sto é , morto, aí resde seu nteresse, no se confronta com o restaparagozr do corpo mateo; se ee acama A Me, é porque no se confunde com e. to em seu restro próprio, o smbólico, ndspensável, mas não deixa de crar impasses. Sobretudo o já assnado, o de uma paterndade cujo modelo, no a das contas, é a morte A questo que Serge ecaire destacava como característca do obsessvo Es tou morto ou vvo? pode ser reformuad assim O que é um pa?" O que, com efeto, é : um morto ou uma magem de desfaecmento? Sair desta ateatva parece sempre, para o neurótco, se dar peo esforo de render ao PadeNome gum semblante ca, sem comprometer sua ntegr dde. Esforço cujo êxto seria por outro lado catastróco, pos dexaria o neuró co sem faha onde propor seu ser. Neste esforço, é caro, a hstérca eva vntagem, por assm dzer (pos a vntagem tem seu avesso, como veremos), n facdad com que, para ea este Nom o tomr corpo, pode tomr fata, ou mesmo p . 79
Or qustionndos sobr su ntismitismo vntal, Laurnt confssa m rcismo comum qu tstmnhi um das das posiçõs da invrsão d s fntsm S indifrnç d qu s qix, ntr sr dstinado o gozo d m homm, ou sr homm pr o gozo d qm ma muhr é dstinada, dvs à fnção d pivô do s sr d suplmnto, rsta anda o fto d qu l s concb, no primiro caso dstinado ants ao gozo d m homm d outra raça Por q, ntão, nsta invrsão d su fantsma, m t dtalh s crscntaia? A xdz do objto, s fz com q as duas vrsõs dpndam d um msmo fntasma xplica ssim a indifrnça qanto à xcitação produzid, não spm, todavia m qstão qunto à razão da nvrsão d montgm. Laurnt fal do d th q o acompanha como s foss ma xplicção, invocndo idologmas sobr o sxo das outras raças, mas long d jsticar a invrsão d sa montgm, a ob srvação coloca ma qstão mais Tdo s passa como s o PaidNom colocss tmbém a xigênc d su própro gozo. A scritra d montagm nrótica ($ D) não scapa ao projto do fntasma (prodzir o gozo do Outro) a simbolização do NomdoP, s qur fazr fc à consumção dst projto, por otro do o m ntém Com rssava d qu tntr produzir o gozo d m Otro q é o PdNom não mpca ms supr imgnaimnt m dsfalcimnto, mas rspondr simbolcmnt uma dman d. O ssnto não stá rsolvido, já q a dblagm do p qu acalma A Mã é tmbém uma gur do Outro, ou ants, um Outro sm gur qu, ntrtnto, s dv pziguar. S l s to par o sjito a raz d su idal d , é por sr tm bém o lugar d ond s orn a dmnd, com a qul o nurótco f su fantasma. nisto qu o nurótico tm o ncargo d faêlo gozar Ora, como se dvotar ao gozo d m Otro qu, por artifício d strutur nurótic, não podra tr corpo , por consguint, falta imnávl? Não podndo frs seu objto rstam ntão três camnhos não x usivos O mção ond busc d m idl s rvla nãoo podr scpar o atmnto stto do fan tsm o a clbração rtual (a go simbólico, propor simbólico) ou and, tarfa d da st Outro, qu s dn sem gura, m smblant d corpo Os dois útimos caminhos são ligados pois clbrção contbui pa mantr a possibiidad d muação: l assgur com fito q o idal ca fora do alcnc Comprndmos q o gozo q urnt visa por mio d su scitur (a inibição insiv), bm como através ds pvrs msms d su anise, não é st cujo hoizont é A Mã, ms nts o do PaidNom. Isto não o dsencorja, aás, tom o trciro cminho tntr atamm dr copo m tl Pi Su racismo comm" prc ntão s nrizar m s qustão judi", pois homns d outrs rçs qu a su dsm m seu fntasm invrtido como qu par dr copo um Outro cuja função s justica por l sr judu, ou msmo por qu pr Laurnt l s dsncanado. O dsl é m pródia d bsca um corpo pr o PdNom, tnttiva irrsói d ncontrar o Otro do Outro (A d �) pr prodir o su gozo É dst msm tntativ q parc mutas vzs procdr tntação ms mo condut homosx d qu o obsssvo s quix por vs Ms qu ma RO
prática perversa consumada, onde a identicação com o falo imanário do Outro se reconforta pelo encontro el do órgão no parceiro sexual, tudo aqui deixa entrever o esforço de imaginarizar o Fo simbólico, ta como o Outro do Outro o detém. Isto aparece não somente no fracasso necessáro da experiência homossexu para o ob sessivo fracasso sob a forma de uma confrontação com sua própria impotência mas, mais ainda, no roteiro ritual, relioso do deus Falo, que o quia nesta experiên cia de adoração Não há exagero no que digo, uma vez que podia ocorrer a um de meus pacientes obsessivos, de se conceber como a vestal de um culto cujo rito ex clusivo era em detrimento de seu próprio przer a sucção do pênis de qulqur homem. sto podia se entender, no seu caso, como a tentativa repetida de uma iden ticação com o Pai onde haveria sem brincadeira alguma coisa para se comer. Mais exatamente : era o que se toava uma ta identicação incorporativa no inte rior da busca desesperada de um corpo para o Pai morto Este verdadeiro culto não deixa de lembrar o deslocamento do ohar de Xa vier após a sessão; assim como Xavier procurava a visão da ereção msculina para se assegurar de que o pagante que o queria puta não broxasse, o outro paciente era ves tal: era-he necessário manter, sob pena de passar de um homem a outro, o fogo ace so. Conduta que se deve distinguir , pelo seu caráter ritua, da busca da histérica de uma prova enésima de que isso não deseja a não ser por intermédio dela. O PaideNome trzido para assegurar que o projeto do fantasma não se consuma vem então a fazerse ele mesmo Outro de uma montagem fantasmática cu jo roteiro elementar é a busca de um ideal. Mas a busca de seu gozo pode não se sa tisfazer com este roteiro elemtnar e querer, para este Outro, um corpo, a ponto de imaginarizar o Fo simbólico intocável que lhe é suposto. Podemos pensar que pa ra aquele que logra assim dar corpo a um ta Pai, sem aig-lo com um tal desfeci mento, a neurose sara, transformando-se numa espécie de perversão onde se trata, não de se fazer falo imanário, mas de assegurar que ele, o Pai, dispõe de um ta ór gão O caracterstico da neurose são as promessas redobradas inúteis O Nomedo Pai é convocado para proteger de um gozo, em si, impossvel. É então norm que esperemos o exerccio de uma interdição, ainda que supérua. O que é uma razão a mais para lhe querer m: origem de uma interdição so bre um gozo temido, desejado e impossvel, lugar de um idel cujo gozo se persegue celebrandoo em ritos que o preservam de todo dano e, eventumente, lugar de um fao imaginário que abriria as portas a perversão, o Pai-de-Nome é para o obsessivo o objeto de um voto de morte que toma a forma de uma expectativa Expectativa de que ele morra: mas se o pai efetivo pode morrer, como viria a morrer um Outro que justamente não se encaa, que já está morto? O que é destruir um siicante? Não é de espantar observa Laurent que o antisemitismo conduza ao geno cídio, se não há corpo a ser abatido, ou antes, se corpos a serem abatidos só esta riam aqui para apagar um signifcante,o de uma pateidade. Não é que pelo genoc dio se pudesse levar a cabo semelhante tarefa: mas e um lado, uma tarefa assim dá à sua impossibilidade a forma de um encaiçamento e, de outro, ela cria pra si a ilu são de cosumar a destruição de uma linhagem, de uma iação simbólica ao des 81
truir s q aí se recnhecem Ora, é sempre aquele que a empreende, o que aí se ecnhece para além d suprtável Em u acting, ele é cnfrontad cm este indestrutível, cm um Nomed O icante judeu vem a reduzi-l a um pnto, que ele nã sabe muit bem se é e dr u de gzo: ele lembra a Laurent o que ele para este Outro d Outr Quan este surge, urent nã é mais nada, perde tda a delmitaçã pssí vel d u ser is tal bjet só vale para tal falta, e a evocação de um Nome-dPai sspende, antes, atament d fantasma nde o objet se determina Para este Ou r ate sem rst e m falha, demdante que nã necessita de nada, Laurent se pr um lad quer perseguir seu gzo não sabe a que objet afazer-se. O pnto geométric a qual seu crp se reduz tem valr de oferenda cega, semehante em sua ineterminaçã a esta mesma onde Pa-deNme é chamad para prtegêl ferenda À Mãe. Aliás, memral nde se encntra lhe relembra bem o preço que sua espécie pe pagar pela paixão pelo fantasma: a que Deus obscuro fram s ju deus ferecids em sacrfíci? Na verdade, para este Outro do Outro, PadeNome, Laurent deve bem mais se fazer icante d que bjet. E que o acting diz tamm, pela dimensã de gzo que cmprta, é que, diate do altar da cripta, Laurent comunga com seu Ou tr incastrad, a pont de experimentar o fundo do gzo fálico: u seja, o que é go zar pr cnsistir em um siicante, quer dizer, por estar morto. A estranha vivência de Laurent n memrial desenha assim os dois horizon tes da morte entre os quais se mantém a vida de um neurótico: o frangaho e o sig nicante O fragment que ele se faz para a falta n crp d Outro e que é o traço de seu ser sb md de ferena; o signicante que pode prtegê-lo de ter o destin de seu ser: Nome-dPai o assegurand de não se perder com objeto de gz, permitindolhe dar à imagem da falta uma réplica simbólica O neurótic jamais é diferente do fragalh, a nã ser em nme desta réplica, is pode cnstir em signicante. A alteativa é, então, a seguinte : ou o frangaho, nada para o crp que veste desejo do Outro ou um signicante para o Nome, que acalma este desej atando a uma lei Laurent, n memorial, está n cruzamento das duas mrtes: ele é, num ótimo, nada ferecid para gz o Outro e a mesmo temp reconhece no seu pró ri gz ganh da pu/so de morte se entendemos esta como o móvel da ca deia signicante. Gzar de ser um sigicante é gzar de estar morto S cnsierarms este duplo horizonte da morte, própr do neurótico, o con ceit freuiano de pulsã de morte se esclarecerá talvez. Pois, quado o reduzimos a que está em açã n gzo de ser um siicante, ou seja, a repetição de uma mr t qe é a d aideNme nã é muito cômod justicar o termo pulso, já que esta necessita de um crpo. Ou mesmo de dois o do Outro de nde a pulsão e r na e d sujeit, nde a pulsão se serve e até mesm o erotiza em zas Para além do princípio do per me parece continuar a ser um texto enigmá tic se nã distinguirms a mrte em jg para um ser falate n seu assujeitamen t à caeia sinicante, da mrte à qual ele asira, com retoo ao inrgâic" . Pis um sinicante ã é um frangalh -
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O termo de psão se justica se a aspiração de cada um (desta vez não apenas para o neurótico) à morte é também aspiração de se fazer fragaho É o que o fan tasma testemunha: o que ee visa produzir o gozo do Outro se projeta numa mi ragem de captação pe A Mãe , onde a pusão vria absoer o sujeito no real fazen do dee um objeto. Mas exatamente, um nada, nada, pois o pedaço de carne, uma vez abocaado por um gozo do Outro que fosse consumado, não poderia mais ser contado como um A compexdade do texto freudiano deve ser atribuída ao fato de que o desti no do ser faante é morta no dupo ntdo de seu assujeitamento ao siicante e do projeto do seu fantasma. Mais precisamente, ee só faz um no simbóico através da materialidade da inguem, e só faz um no imanário por procuração da gura d'A Mãe modeo de competude onde sua cae humna vira simpes cae Pois, como veremos, a unidade especuar supõe uma tal competude Nos dois restros, não poderíamos falar de uma tendência quaquer sujetva para a morte : siifcante ou frangaho, a morte vem ao ser faante do Outro Resta observar que, no soo que sanciona para Laurent seu pretenso sarar, o dedo que ee engoe não deixa tavez de ter reação com o dedo de seu pai que he mostra o espaço vio na prateeira da bibioteca. A quem pertence este dedo, com efeito: ao pai que não poderia preencher um ta vazio ou ao avô a quem se queria dar um corpo sem que com isso desfalacesse? Estaria aí, pois a magem buscada do falo simbóico? E se ee é da mãe, como d o sonho, não sera porque o avô pode justamente fazê-a calar? O que presume que se Laurent pode agora dzer que sarou" é porque so nhou com a consumação" de uma incorporaço: igua ao PadeNome, a fecundi dade votahe a partir de então, de dreito, e a fecundação não deixa um restapara gozar. Mesmo correndo o risco de descobrir, como se dz, que era um sonho.
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5 Por uma clíca do fanma n O ftm ogáos'' -
Imedatamente após o epsódo do memoral, Larent evoca a história de sa fama, qe conta ses mortos bem mas jnto aos da Resstênca A reação é exemplar; pos, toma lá dá cá, ela responde pelo sentido hstórico a u nstante no qal Larent va encontrar-se consttído ncamente de m significante; na ocasão, m Nomedo-Pa O fato de qe o sentdo venha se opor a ma tal eperiênca, fz parte da norma a hstra, qer dzer, a constrção de ma teleolo a orientada da qal possamos nos conceber como objetvo, é a forma especca de reclcamento do signcante mesmo, bem como da ordem qe o rege. Uma forma especca da nerose Pos só mesmo o nerótco para fazer ma barrera ao nada do se ser no fantasma por meo de m sgncante, o do Nome dÓPai e se encontra desde então confrontando com o sgnicante como o únco qe o representa, e mesmo o produz como Sjeto Não qe o peverso não smbolize este Nome Ma, para ele, a alternatva não se coloca de medato entre as das mortes: o frangalho o o signcante ; o perverso pode vestr o frangalho com m falo imag nrio, o qe lhe garante, de otro modo, algm ser, o antes algma ndade qe não lhe parece deverse a smples nardade do sgncante O fato de qe a hstóra através da qal m nerótco se fala seja ma forma de recalcamento não sica qe ja soma desprezível ao contráro, ela é m mo do de presença precosa da determinação smbólca qe comnda m ser falante O qe ela recalca qer dzer, modca segndo sa le própra a da verossmlhança de ma casaldade pscológica e temporalmente lnear são os camnhos e os laços de u lençol lngajero qe, entretanto ela estende No caso de Larent, qando o enncado do pa ressoar na cra como frase do ftasma não dear de evocar ma tradção pritana" da fam1a paterna, co o s esta permitisse captar no ennciado do pai ma ntenção Se aret meno 84
na então o catolicsmo do avô escrtor, é para dexar que um laço de sentdo tome o lugar do equívoco que va da fecundidade à fecundação. Mesmo assim, a veross· mihça hstórca não será suciente para Laurent, que não poderá se resover a deduzr do deal purtano do avô um programa pedagógco que estaia escondido no enuncado do fantasmà pos ele sabe bem que um tal programa está tão dstaciado quanto possível do temperamento do pa. Esta faa na verossmhnça o forçará, antes, a procurar de outra forma do lado do equívoco que o detemia Ademas, a lembrança da fé do avô não dexa de evocar desde já a recordação da bboteca e de seu mistério, embora ainda não coloque a questão da descendên ca juda Da mesma foma, a evocação da conta dos mortos do lado da Resstência, após o epsódo da cripta, se busca um sentido hstórco para o acontecmento, ntroduz também a questão de um morto na famia de Laurent O que é evocado como uma explcação snsaa veicula, em ger, os icantes esmos cuja ecácia se trata de recacar. A hstória, em suma, recalca, se recacmento e retorno do recacado são uma mesma cosa. É por sso que não nútl nterrogar o que o neurótco desa mutas vezes
como lgar de origem de sua hstóra, sob o título de trauma: lugar onde nasce o sentdo de sua vda. Se sto não se prestasse a mas um maentenddo, preferiria reservar o termo Trauma escrevendo o então com T maúsculo ao tempo que o m da análse faz existr a posteriori one, no Outro, aparece desejo sem deteminação imagnária e onde o sujeto para um tal desejo não é nada O Trauma sera, em suma, antes da colagem do fatasma e antes da escola mesma da aienação, a descoberta de que há desejo decdr que ele me diz respeto já é fazer face ao Trauma Neste tempo zero (a posteriori) do sentido e da estrutura, o encontro do sujeto desta vez desprovdo de toda determiação de seu ser objeta com o desejo que aparece como simples efeto de dvsão em obra na lnguagem, es, em suma, o que me parece merecer o temo de Trauma. Ora, não é deste tempo que se trata naquilo que o neurótco conta como o seu" trauma, mas antes, do tempo logcamente segundo onde o Outro toma falta e fgura, sobretudo a gura de um maogro no gozo parenta! Este tempo segundo bem como o que camo de Trauma, aiás só exste a postero, pois 'é para fer face a seu assujeitamento ao sgnifcate sancionado peo recuso ao NomedoP que o neurótco toma a catva de atribur uma história snsata É nesta ten tatva que para uma tal hstóra ee concebe uma oigem, parenta! então, como sói acontecer O fato de que o própro Freud, não sem dicudade, já tvesse armado o ca ráter ftasmático de tas traumas origináios, não devera tto nos duir a liqui dálos como fatasas, mas ates consideráos imente como fundaments. O neurótico deve ter uma rão para concebêlos e apresentáos coo gares onde sua istóra pcipia Não refuto a denominao qe hoje e da les é resada na teratura catca de ftasas originários: com efeito, ees atetm o modo como no neu 85
rótico, a função imanária da castração deu corpo ao Outo, detemnando o ser do sujeito; às vezes, mais: eles não contam unicamente as modalidades do fracasso do gozo parenta!, mas também como a simbolzação do Nome-do-Pai modica a cena deste maogro Sua tipologia foi estabelecida de maneira segura; ela os divide em três tipos cena de sedução cena prmitiva, ameaça de castração Três tipos a que correspon dem, na clínica, os três destinos neuróticos à cena de sedução a histeria, à cena pri mitiva a obssão, à ameaça de castração a fobia Primeiramente a cena de sedução O fato de que a histérica se imagna aí vio lada, presa de um outro em quem suscitou uma vontade iresistível, poderia muito bem ser concebido e, sobretudo, estara de acordo com a escritura neurótica de seu fantasma, desde que se acrescentasse que lhe é essencia, na jogada, assegurarse de que por m, o outro em questão murcha, se vê confrontado com sua própra mpo tência Este acréscimo não é por si evidente, pois nada o autorza nos fantasmas de sedução; quero dzer que uma tal constatação nal não faz pate de sua narrativa O que inuz a reexamnar a questão Como se apresenta para a histérica o malogro do gozo parenta!? Como sempre na neurose, ele se apresenta do lado do pa (daí a generaidade neurótica do recurso ao NomedoPa) E o desfalecimento paterno toma aqui uma gura especíca O que dz o discurso da mãe da histérca é que nenhum hmem sabe fazer dela uma muer, porque, em última instância, os homens que teve "não sabiam que estavam mortos É isto, pelo menos, o que a histérca ouve ; pois, supondo que seja verda deramente isto o que diz sua mãe, teríos de concluir que há uma transmissão he reditra da hsteria pela via matrinear, que às vezes é verdadeira mas não consti tu rea O discurso da mãe da histéica pode ser a transmssão ainda que silenciosa de uma maição famliar que de geração em geração, atnge os pais; ou a consta tação resignada de uma doença paterna invaldante ou ainda o luto evitado de uma morte real do pai. Seja como for se neum homem soube fazer dela uma muher, a mãe, no entanto, não mantém aos ouvidos da hstérica um discurso denegidor e reivndicativo tão freqüente por exemplo nas mães de alcoólatras culmnando num "eu sei do que preciso, e que não deixa então outro recurso possível, a não r a oferenda rea que em pouco se distngue da oferenda psicótica. A mãe da histé rca não s coloca como detendo o saber sobre as condições de seu própro gozo smplesmente ela constata que os homens falam Mas esta constatação va longe; pois, desde então, é com os mortos reamen te mortos ou não mas mortos que se ignoram que a hstérca va dever fazer a prova de que anda assm há homens, pois terá de encontrar ao menos um que a proteja d'A Mãe , das tês saídas neuróticas, a histera é certamente aquela onde a sibolza ço do NomedoPa é a mas problemática, é que a tarefa aqui é duplamente difí pois o disurso da mãe da histérca impõe a todo PaideNome ua prova peli 86
m comptível com seu egisto própo: tom corpo e ter pe com um mulhe Com efeto, como hver um que pudesse clm A Mãe sem se rmr tes de ms d como homem que pode fer d mãe efetv um muler? O, os homes d mãe são todos, o dizer del cdávees que se orm. E o "ele ão sbe que está morto se to o rgumeto derdero d hstéc fce o mes te buscdo o gumeto dedero pr cofotálo com seu desflecmeto : este tmpouco podei ser o meste o omeosum que el procur seão ele sbe de su pópi mote. Poder se dze que o PideNome ão pede outr cos seão est morto sgcte sem copo: es í o peço do seu se icstável Ato utêtco. Mas de um ldo quem é ele se ão sbe que está morto? Não é ele etão tdo em su mote mesm? E por outo ldo pr dr sus provs com mãe efetv lhe é e cessáo um copo Que espéce de zumb ccul etão o seu lug e sp à su fução? Extíd do cotdo d cur expressão "cdáver o rmáo d mãe mere ce dgdde de coceto pos é um cdáver como este que stérc tem que remr p fze um PdeNome lhe é ecessáro um homem que fç d mãe um mulhe. El o em com seu póprio corpo submetedo este últmo tal um cdáver um solog ov eguld pelo sber dos homes que ecotr Este sbe el o fz vve tvés de su cre o tempo ecessário pr submetêlo o cogesso de um tbul permete d impotêc. Chmse est solo de coversão E sto faz d hstéc o e de um copo moto espéce de mequm que vve o cso dos sberes dos mestres que el ecotr. É por sso lás que o dscuso d mãe prevece sempre e busc de um meste é p stérc sem m: pos estes sberes covocdos pr mr o copo d stérc fltá sempe o sber últmo sobe morte que próp hstéc, tedo�se feto cdáve evoc como ftte A volção d ce de sedução x, tlvez o mometo em que, sído do r máro um vez o cdáver fi d mãe um mule ou sej o voto de que, um vez o PdeNome passe prov e poss ssm cmr A Mãe. Em sum ão é seguro que ce de dução como pretede gerlmete rrtv hstérc sej quel que sofre os sdos do outro, evetumete dest dos su mãe el é, talvez e tes o voldor se é vedde que d do cdáver é de su cot Ecotrmos í ms credto do que o maleteddo que egedr posção fálc um form de eteder questão qu Srge Lclre ssl como sedo d hstérc; sou homem ou mulher? Meu corpo de mulher ou o cdáver msculno que ele rem? Etedemos tbém por que hster smbolção do NomedoP é problemátc: é ecessáro qu p que tl p s mate covdálo eco trr mrmete m meso qu j trbudo um coro u cdáver. o mo ele poderá err e presr hstérc d'A M s ão pode dr um 87
resposta simbóica à fata sem se submeter ee próprio congresso" onde sua causa de antemão já está perdida?
à
prova imanária de um
A propósito de cadá cadáver, ver, poderíamos dizer da dubagem do Pa Paii , Outro do Outro (A de ) do obsessivo, que ee sabe que está morto O que em si já seria um exager exa gero, o, po pois is o obsessi obsessivo vo o recohece mestre do desejo desejo,, a ponto de jamais questio nar seu saber Nenhuma dúvida é coocada quanto ao fato de que ee saiba sobre" a morte. Em, contrapartida, se ee está morto, e se o sabe, decorre que por não poder ms morrer, ee é imorta Morto sig signif nifca ca aqui aqui sim simpes pes sig signicante nicante e no obsessivo o Nomedo NomedoPai Pai se despoja efetivamente de quaquer imag imagem em,, par paraa ser o aomenosum aomenosu m que que,, seguramente, é incastráve Ee dempen de mpenha, ha, entã e ntão, o, da d a mehor maeira possíve sua funão de responder no simbólico a uma falta imaginária a ta ponto que, para o obssivo, o oferecimento objeta a esta fata pode transformse em dívida simbóica, e mesmo na usca de um idea. Este útimo, aiás, tem sempre por fundamento a resposta simbóica ideal que faria calar A Mãe. Retoemos u instante à histeria: a histérica nã veste tampouco o PaideNome com uma imagem que, atribuindohe de imediato uma fata, inauguraria de nitivamente a sua funão Quando ea testa o saber de um mestre, é sob esta forma: pode, este saber, fer da mãe uma muher? É preciso desde então, qe a histérica empreste seu corpo cadaverizado a este saber para que ee dê provas disto. E isto é suciente para destináo ao fracasso Resta, todavia, que o que é coocado à prova não é nunca o corpo do mestre, mas sempre o seu saber. Este não se confunde com a cae da histérica, que ee é convocado a habitar e a reanimar Se ee está destinado ao fracasso por esta obrigaão, jamais o é irrevogavemente, uma vez que conr va seu estatuto simbóico É por isso que a histérica pode mesmo assim recorrer ao Nomed Nom edoPai oPai;; porém, por ém, a simboizaão simboizaão deste se toa uma tar taref efaa init ita, a, nada mais nada menos que o eterno recomear da busca de um mestre Não é surpreendente que seu projeto de fantasma se transforme dicimente, para ea, em bua de um idea No osessivo, o NomedoPai é, peo contrário, um simpes aihamento de traços O Pai não aparece em cena. De modo que o fantasma orinário que, em útima aálise, ta como Laurent, o obsessivo busca para si, só pode coocar em cena a fgura do Out Outro ro produzida pe pea a funão imanária imanária da castraão, castraão , ou se sejj a : um fracasso fracasso no ozo parent, onde mãe e pai efetivos se unem em foguedos, mas onde o PaideNome, o terceiro, não se mostra. Ee não está, porém, ausente da cena que o ob sessivo situa na oriem do ntido - notáve, de fato, que esta cena conduza reguarmente o obssivo a se fazer
lhar, quado nada indica que esteja aí sua identidade objeta eetiva, quer dizer, a que ee encontrará na travessia de seu fantasma Como pode ser então que, seja qua for o ojeto no fatasma atravessado, o sentido comece, para o ossivo, por uma nem nde s f oar ua cena prmiva? 88
Lembremos que para Laurent a tentativa de dar sentido à sua vida sexual cul minou em uma busca de uma cena pimitiva. Mas, também, que esta busca o levou a encontrar um Nome-doPai: judeu"; na cena prmitiva que, portanto, inaugura o sentido, se o PaideNome não se confunde com o pa efetivo que une em folgue dos com sua muher, se ele não aparece, não deve, por outro lado, estar totalmente ausente ausen te O qu quee não nos surpreend surpreende, e, já que que para o neurótic neurótico o a necessidade de um sentido surge justamente quando o apelo ao Nome-doPai o destina a fazer do sign cante sua consistência subjetiva. Tudo se passa como se, para o obsessivo, o olhar fosse eetivamente o primei ro objeto que ele encaxa no seu fantasma, a partir do momento em que um Outro do Outro(A de !) responda ao apelo Em suma, para além da determinação singu lar do objeto que ele é para seu Outro, o obsessivo sempre se fará oar assim que o Pai-deNome for convocado para a cena de seu fantasma Podemos nos reportar pa ra mehor apreender o modo de presença simbólica, sem imagem, do Pa, ao frag mento de análise de Xa Xavie vier r e ao ao papel que que aí desempenha, desempen ha, na constituição da mon tagem, o Outro que paga: é o pagamento, no entanto invsível, que cria a folha ine rente à ima imagem, gem, suscitando o olhar de Xaver Xaver,, ou antes antes Xavie Xavierr como olhar O Outro ausente é aquele que permite, e mesmo induz, o encaxamento do olhar, este novo objeto, no fantasma: ao pagar os atores da cena, ele modica a de terminação objeta de Xavier modicando a determinação da faha de seu Outro por sua intevençã intevenção, o, a fa falha dos folg folguedo uedoss para a qual qual Xavier Xavier se se fazia fazia objet objeto o toa-se falha de sua magem, que exige especicamente u olhar. Mas se a sessão de Xavier tem valor de ilustração, enganaríamo-nos ao atrbur a seu gosto singular pelaa pornograa pel pornogra a algo que parece valer em e m geral para o obsess obsessivo ivo inv invaria ariavelmente velmente a intevenção do Nomedo-Pai faz do corpo do Outro uma imagem que exige um olhar. Resta ainda ainda explicáexplicá-lo lo Se o Nome-doPai modica para o obsessivo a determiação da falha de seu Outro, é porque esta é calculada, para ele, em relação à idealidade que o Nomedo Pai propõe. Mais exatamente, o desfalecimento do pai efetivo na relação parenta! que é, para o obsessiv obsessivo o o corpo corpo do do Out Outro ro se med medee à bitol bitolaa do ideal que é o re rev v de simbólico do Pai-de-Nome À Mãe. Poderamos dizer então que o obsessivo olha a cena pimi pimitiva tiva ou antes, nela o desf desfalec alecimen imento to paterno de cima cima:: se se ele se se fa faz aí aí olhar, é do alto do ideal que o Nome-doPai instaura Assim, dizer que o encontro do signicante judeu" detém Laurent em sua busca de uma cena pimitiva não é de todo exato ele e assinala, antes, que seu ser de sêmen desperdiçado inc inclu lusiv sivee nesta cena se decide decide aos olhos ( 1 ) de uma fa lha patea (nada a não não ser fecundaçã ecundação) o) que j á está estabelecida (insuciente fecun fecun didade) em relação à supremacia do Pai-de-Nome. Ou ainda, Laurent se faz olhar, nesta cena, cena, literalmente do ponto de vista do Paide-Nome Este ponto de vista iás não está ausente de sua montag montagem em basta lembrarmos lembrarmos sua observação observação inicia iniciall : - A ex exr res essã são o "au red red de de ( ao aoss olho olho de p e x : Ao olhos olhos da Lei, da da mor mora a ) o deria neste contexto r lida ainda como No olhar de - o que o o do autor aliás ece sugerir. 1
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que lhe acontece de preferir ejacular de ta orma que o êmen poa er vito. Ne te cao Laurent é ao memo tempo, deperdcio de eperma e ohar. Ma o pri meiro é o objeto ofertado a um corpo onde ftaria tudo aquio que extrapola a fe cundação o egundo é mai que um objeto oerecido ao racao de agun fogue nete te cao por exce exceo o do exuai ee é a evocação de que a ecundação z ne a alha alha do do foguedo foguedo do ponto de vista de umaecundidade A cena pritiva para o obeivo a origem de e entido na medida em que fazere ohar aí equivle para ee, em útima intância a introduzir na monta gem de seu antama o ohar do terceiro aunte. Poder--ia dizer, em contrapartida, qu para o fóbico o Nomedo-Pai toma corpo, uma vez que u fantama origináro é o de uma catra catração ção que ameaça ameaç a o u jeito, e é que não o atinge É improváve, e admitirmo que o que dene o óbico é o ato de ele ater-e ao apelo ao Nome-do-Pai, o que por outro ado é comum a toda ecoha neurótica a tal ponto, aiá, que parece duvidoo que a obia eja uma etrutura. A épura da NomedoPa Pai,i, sep separa ararr o u função do Nomedo ujeito jeito d'A d 'A Mãe Mãe que a poição poição óbica apre enta, não permite que eja dado corpo a ete Nome. Como com eeito o óbico e expora ao rico de imaginar o catrador incatrado que ee convoca e de decobrir he aim uma falta? O ignicante óbico um Nomedo-Pi, e ee e encarna é eletivamente em um corpo de animal o que manifeta bem que e trata de e dar um Pai anterior ao aaín aa ínio io da horda: ho rda: um Pai totamente enhor do dejo e do apetite d A Mãe, gra ça a uma força em alha. Se um corpo aparece no antama orináro de ameaça de catração, é ante o corpo do próprio óbico que imagina o reultado da intervenção do Pai convocado para fundar em ua própra carne (a do óbico) a gurança de ua impotncia (a do óbico ainda) em e of oferecer erecer como upleme uplemento nto do d o Outro. Em uma no n o antama antama orginário orginário de cat catraçã ração o do óbic óbico, o, e é a unção unção do No me-doPai que é encenada, por outro lado é o corpo do ujeito que e preta à gu ração. Podemo objetar que exitem tempo na análi de uma hitérica e de um ob ivo onde o roteiro ocupam a cena, o quai parecem claramente participar de um fantama origáro fóbico, no qual tudo evara a crer que o Pai catrador pode tomar corpo e gura. São ete roteiro batante conhecido onde o ujeito imana que eu corpo é prea de pai torturadore Ma etaríamo enganado ao coniderar que a tortura toma aqui o lugar da ameaça de catração e ao concluir que o pai ão aqui nada mai nada meno do que uma gura do Pa invocado Parece, ante que um tal roteiro e etá relaciona do a uma um a poição poição fóbica o qu quee motra seguram seguramente ente o recurso recurso a um tercero im quee segue reu reularmen larmente te ua evocaçã evocação o na tranferncia tranferncia encena o horror horror ao bóico qu origem de d e seu apel apelo o a um qul o neurótico ene expoo, o memo que etá n a origem b em ma um umaa g gur uraa terceiro. Em outro termo, o pa ouradore no caso, ão bem d'A d' A Mãe, Mã e, e a to tor rur uraa onde podemo podemo entender a derrade derradeira ira ob objetiva jetivação ção de de um cor90
po - traduz antes a oferta da própria carne para um monstro cujo gozo requer a perda efetiva daquele que a isto se consagra Podemos pensar também nestes pesadelos da primeira infância, tão ustamen te identicados como fóbicos, que encenam a ameaça de ser absorvido por um cor o Xavier evocou um no começo de sua análise, entre suas recordações" marcan tes Numa idade imprecisa, mas certamente na primeira infância, ee se lembra de ter estado doente não sabe mais do que, mas estava febril a ponto de deirar Peo menos durante uma noite, horrível, pois não podia adormecer sem se deparar com a repetição do mesmo pesadelo Assim de um lado, uma massa disforme, como um começo de montanha, que pulsava, de outro, um bonequinho. E, a cada pulsação, a montanha crescia e se alongava e o bonequinho se tornava cada vez menor Embora jamais isto tenha se produzido no soo Xavier sabia todavia, que cedo ou tarde a massa cairia sobre o bonequinho e dele se alimentaria até absorvêo. Um pesadelo fóbico pois não porque o Pai castrador iria cumpir a tarefa es perada mas antes, por aparecer aí aquio mesmo cuo temor dá sua rzão de ser ao voto fóbico : voto de que um Pai venha enm - e sobretudo sem tomar corpo se parar o sueito da Mãe
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6 A figu d'A Mãe
Pa castrador, pa desfalacente cujo dupo é um Pa ncastráve cadáver no armáro: o fantasma supõe que o Outro exsta e, quase sempre, que ee tome corpo. Ele engendra assm uma sére de monstros, a tal ponto que se pode ler sua gramátca gundoes as pegadas, traço por traço. Os primeros destes monstros não são outros senão o pa e a mãe da readade. Ou, melor dzendo, seu entreaçamento que faz um só corpo, um prmero mons tro. O desejo do Outro toma gura de fata através deste corpo, pos a função manára da castração não dexa de ter um alcance smbólco no qual a nterdção do n cesto pesa ncalmente e medatamente sobre o casal parental. É porque nem o p nem a mãe detam com suas respectvas mães que a relação parental pode dotar o Outro de uma gura do gozo guramente fracassado Isto segundo o cáculo proposto por Lacan e embrado mas acma o I da rela ção ncestuosa mãeo sendo maor que o 1 da reação paren Daí a falta ) do segundo. A magem eletva da fata no Outro, a da relação parental, surge assm, sempre, com sua undade de medda: a gura d' A Mãe, primero como gura do n cesto Neste sentdo, o neurótco tem rzão ao deduzr do mogro da relação paren ta! um desfecimento especcamente pateo (do pa da realidade) a mãe le apa rece de medato, muto mas como aquela cujo gozo é postulado como possível, já que ao estpularhe o preço, e mesmo o objeto adequados é ea, toada A Mãe, que gura um gozo consumado. O pa portanto, não sabe como fazêo. E a mãe, como u trem, pode esconder A Mãe; pos a gura do gozo consumado apare ce como uma vrtudade do corpo mateo deixado por conta pelo pa. 92
Isto, aliás traz algumas conseqüências para o Édipo pois se o corpo do Ou tro engendra a imagem de um pai efetivo desfalecente, não engendra uma imagem comparável da mãe efetiva. É por isso como Freud deveria observálo que não há simetria do É dipo para os dois sexos o nostos, tanto quanto o horror ligados ao gozo do Outro, e naente ao proeto mesmo do fantasma, têm para os dois sexos o mesmo horizon te materno, o dA Mãe. A Mãe portanto Se considerarmos sua gura, entenderemos melhor a necessi dade que o neurótico sente de recorrer ao Nome-doPai A petição neurótica de um escoramento da castração, de uma interdição que atia o sueito em sua relação incestuosa, detém o destino psicótico daquele que, ao término do cálculo da castração imaginária, se encontraria então , não como o ob jeto proposto para uma relação mograda, mas como o obeto tomado e perdido na miragem de uma relação que lhe é necessário postular como consumada O neuróti co não se engana ao temer acima de tudo (o que atesta a foba, e o apelo ao No me-doPai pode ser dito, em todo neurótico, fóbico) perderse nA Mãe. Todavia, não se trata aqui de uma alternativa entre perderse nA Mãe e re correr ao NomedoPai pois o perverso acrescenta uma terceira via, onde, pelo des mentido deste escoramento e desta interdição, ele acredita poder realizar o gozo d'A Mãe sem perderse a reservando para si o saber de sua própr adequação ima ginária a um tal gozo Este saber permite ao pererso adequar-se e distinguirse É porque o neuróti co não se atribui um tal saber que, para ele, ser o obeto do gozo consumado, o ob eto d'A Mãe é perderse; como dizia um dos meus pacientes de lnga nglesa a propósito de alguns traços fóbicos na sua relação com outrem f o[ melting (*). Aliás, ele deveria crescentar imediatamente após a evocação de seu medo, um elo gio ao dispositivo analítico, principalmente à minha invisibilidade e ao meu silêncio O que era uma forma de se felicitar e de se assegurar de minha morte : esta última me atribua o lugar do Pai que ele me devotava, para se sentir um pouco melhor Inútil acrescentar que toda manifestação de miha parte contrariando a função que me era pedida, toda plavra dita, por exemplo, à soleira da porta era para ele fonte de angústia e embaraço ele não sabia mais então dizia qual era a distância ade quada a manter comigo. Isto bastava, com efeito, para que meu lugar mudasse com pletamente, e para que ele temesse, ao maifestarme por exemplo algum calor queimarse como uma mariposa" A MÃE ORIUNDA DO C ÁLCULO DA CASTRAÇÃO Dizemos do Outro que é primeiramente A Mãe, e mesmo a mãe arcaica O que não é de todo falso é com efeito, como primeira, arcaca que A Mãe incestuo sa aparece mas só no a poteriori da castração imanária Quero dizer, da age *
medo de derete-e .
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da relação parenta! malograda Em suma, o enunciado se justica, porém ao encon• tro do que de hábito o sustenta, ou seja, indo ao encontro da evidência de um vivido onde se trataria antes da mãe efetiva que mnipua de início o corpo do recémnas cido. Ora, A Mãe é o efeito imaginário de uma ógica, de forma alguma o de uma efetividade Do cálculo que preside o aparecimento dA Mãe, Laurent nos dá uma iustração através de uma recordação que he vem numa época de sua anlise onde ele busca justamente o que, na realidade, poderia ter tido para ele valor de cena primitiva. Ele lembra que, por vota dos seus cinco anos, uma noite não conguia dormir por cau sa do esquecimento de um termo que tinham lhe ensinado há pouco. Ee se embrava bem : peso íquido, peso bruto mas e o terceiro termo. nada Terminou por se evantar e ir até o quarto dos pais, onde perguntou a seu p: "Tem peso íquido, peso bruto e depois? "Tara, é caro Ao evocar esta recordação, ocorrelhe a idéia de que tera tavez obrvado, antes de sair da cama, que uma uz se ltrava através da porta de vdro, prova de que seus pais não dormiam. Aá, se ee se esforçasse para embrar a imgem de seu pai no momento em que o interrogava, poderia dizer com certeza que não o acordara e que o pai tinha, antes, um ar incomodado. Teria ele visto guma coisa do que interrompera? Seja como for, Laurent entende sua irrupção como um: "E eu, como fico nesta história? acrescido de uma metáfora da diferença de sexos, o peso bruto sendo o pai e o líquido a mãe A questão da tara sendo então o a mis ou o a menos do órgãopeniano. Porém o clculo é tavez mais sutil, pois contamos: peso bruto = peso líquido + tara, como I 1 +. O peso bruto inclui a tara, está aí mesmo o seu vício, como o sabe qualquer comerciante desonesto, pois é a partir de uma história de um comer ciante e do peso da embaagem que vem a necessidade precisa da explicação dada a Laurent na véspera E Laurent entende também o que esta tara tem de hereditária, até completar assim o E eu ?, onde ele capta o sentido de suas diligncias: "Não sou o lho de vocs? De que tara se trata aí? Não há verdadeiramente uma na famia, de modo que a questão de Laurent vale como uma evocação da liação, daquo que se transmite até ele na inhagem do pai, a quem se dirige nomeadamente No a posteriori, quando fala a respeito em sua análise, a única coisa que lhe parece constituir uma tara é exatamente aquilo de que se queixa: sua dicudade de ser pai E, em última instância, é verdade que peo viés da frase do fantasma a fecundidade do avô chegou até ee como faha na fecundação De pronto, a evocação da tara se entende como um recurso à linhagem que remonta ao avô, e a tríade pode ser lida de outra forma. A tara, eis aí o seu inconveniente, pode estar incuída no peso bruto d' A Mãe, pois tudo está aí (I) e o peso líquido é a relação ( 1 ) onde Laurent, subitamente, ao fazer irrupção no quarto, intervém e à qual, por desfalecimento do pai, faltaria agu ma coisa ( 1 ) Aguma coisa: a tara de que Laurent pergunta o nome, como se pedisse para saber o que deve ser O embaraço estando em que, se é a tara que fata, falta para constituir o peso bruto O equívoco de "tara aparece então como um verdadeiro shter que permite passar da constatação de um destino incestuoso possível (a tara é o que é necessário 94
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ao peso bruto "esisme aqui!) a um apelo fóbico ao NomedoPai (a tara é a marca de pertencimento à inhagem do avô) Uma vez reaizado este apeo, a ameaça evitada permanece como uma fgura do passado: no ensejo a primeira, Mãe arcaica. Como se, tendo evtado a perder se osse preciso concebêla como a indistinção inicial da qual o sujeito teria sido disjunto IMAGNS D' A MÃ MAGTICA NCSTUOSA Das guras d'A Mãe no neurótico e no psicótico pode se fazer um catálogo desde que tenhamos em mente que o que está em jogo não é o mesmo nos dois casos. Para o neurótico, tratase de uma imagem de completude, verdadeira fgura do gozo perseguido no fantasma e por isso mesmo temido, podendo toarse matrz autônoma dos fantasmas "fusionais de coagem ao Outro, onde o neuróti co, protegido peo NomedoPai, toca em todos os tons, do horror até o nostos. Para o psicótico, a Mãe é o Outro de que ele é eetivmente a presa Dito de outra forma: para o primeiro, A Mãe é aquio em cuja direção impuiona o imperativo superegóico do gozo; para o segundo, não há imperativo, m uma domnação que é um estado de fato. Um catálogo assim poderia ser feito se não fosse tão vasto, já que ncluiria por exemplo, muitas fguras de que às vezes extraímos argumento para manter o mito de um narcisismo dito "primáro Os fenômenos (germente reeridos ao autoerotismo reudiano) que atestariam um amor de si "primário quer dizer, um amor que pouparia o desvio especular parecem, com efeito estar na dependência de um enace com o Outro gozante Esta pode mesmo tomar o aspecto de um abraço do sujeito com o próprio corpo, pois ao abraçar uma miragem é a si mesmo que se enaço. Resta, porém, que mesmo recaindo em nós mesmos, não deixa de haver desvio; pois o que amamos em nós, então, não é senão nossa própra perda n'A Mãe. O que chamo de A Mãe aiás, não está onge do que Lacan chama de A Mulher Pois, se A Mãe é uma miragem para os dois sexos, é justamente por não ser simétrica ao desfalecimento sempre áico do pai: a forma como sua fgura chama o ser aante a se perder nela, não é o do vazio que produz horror ou mesmo de uma ata em útima instância também álica. A Mãe escapa o que se verica quando ea é o Outro eetivo do psicótico ao signicante da sexuação e prentca, em relação a isto, para todos, o Outro sexo, aquele que conjugaria um outro signicante que não o Fao. É por isso também que sua competude é aterrorizante, pois nada assegura o ser alante de que sua própria impotência fálica seja suiciente para subtraío a isso. A Mãe, caro não existe, mas é para o sujeito o oronte do gozo, quer ele se proteja lastimandoo ou aí se abandone scohi chamar de A Mãe a miragem do gozo do Outro, porquanto para neurótico esta miragem é com efeito, "materna Se é a interdição do incesto com a mãe q sancin rco da reação parental, nada á de espantoso po 95
no ato de que a unidade de medida de um ta mogro seja A Mãe fgura do incesto. A interdição do incesto tem, em suma, uma dupa conseqüência dexando supor que um gozo é possíve com a mãe, por um ado ea conduz a substituir a ata no copo do Outropor um desaecimento especifcamente pateo e, por outro a do, veste o horror da miragem do gozo do outro com uma imagética cichê do inces to, ou mesmo da eicidade consumada entre mãe e fho O pai desaecente e a ima gética do incesto são as duas fguras correativas que escondem respectivamente o monstro que é o corpo do Outro e a magem de seu gozo consumado. Assim, devemos disntinguir uma "racionização se conntirmos no uso deste termo em matéria de imagináio especifcamente neurótica, isto é, entre a crença consciente do incesto como gozo, que é uma conseqüência da interdição, e a miragem do gozo do Outro, que eetivamente sustenta como promessa de gozo e de horror a busca de antasma. Esta miragem é também uma imagem, porém (peo menos descitivamente) inconsciente Para preservar a distinção entre a miragem do gozo do Outro e as imagens que escondem o horror e entre as qus encontramos a da reação incestuosa, que parece prevaecer, em todo caso para o neurótico oporemos imagens e imagética. É, pois, a imagética neurótica que justifca que chamemos de A Mãe o hori zonte do gozo do Outro Um exempo desta imgética pode ser buscado na idéia, que Lacan evoca várias vezes reerindose a Santo Agostinho, de que a imagem do semehante encontraria seu protótipo na do irmãozinho agarrado ao seio da mãe. É uma orma de indicar que só há unidade imgináve quanto mais não seja a do dupo especuar e, portanto do corpo próprio a patir da competude d' A Mãe que decorre do cálcuo a castração Neste sentido, a boa orma especuar é ocamente segunda em reação a um protótipo do um imaginário. Aiás, isto acrreta agumas conseqüências sobre as quais não saberíamos dar a útima paavra: é prováve que, para o neurótico, a unidade dA Mãe não ocorre sem a unaridade do signifcante que o NomedoPai introduz; resta, contudo, dar conta do ato de que a unidade d A Mãe é o Outro eetivo do psicótico. Sem dúvida, há a interdição do incesto sobre a reação parenta que sanciona o seu racasso e engendra a unidade de medida deste útimo: podese dizer que uma ta interdi ção é sufciente para estabeecer uma subordinação generaizada da unidade imagi nária à unadade signifcate? Ou manteríamos que justamente na pcose verf case, na ausência do NomedoPai, que há um imginário sem unário simbóico? O único ponto que parece seguro é que toda "boa orma, incusive a imagem do corpo próprio, tira sua unidade dA Mãe. Mas no momento a questão está ahures: a mgética cichê do irmão agarrado ao seio da mãe não é a miragem do gozo do Outro, assim como o desaecimento paterno tampouco é a ta à qu é oerecido o objeto do antasma Portanto, a miragem avo do antasma que é o I do cácuo da castração se reconhece enomenoogicamente, não à imgética, mas à coocação em jogo do seio como objeto Esta não supõe uma presença imagináa do seio ms antes o desecadeamento maginário da mecânica ora através da qu o sujeito se faz seio 96
Fazerse no seo, ncusve, é tavez a únca dentcação objet que dspõe de uma magétca própra. Pos fazerse voz, oar merda ou sêmen não é mnado enquanto tal; o que se magna é o corpo ao qua o objeto é oferecdo e eventumente, o movmento da oferenda Ao passo que fazerse seo é mgnado como conduta orl É por sso que escoemos a propósto dA Mãe, o termo apette Claro, apette de quem O objeto faz a pusão sabe, como o hábto fz o monge Devemos nsstr nsto q o corpo ao qu nos oferecemos como seo não se mana não pode se manar pos oferecerse como seo é já estar perddo neste corpo para além de toda dstnção possível Mas aqu também, a magétca veste a mragem do Outro gozate, pos o sujeto pode consderar, por exemplo, que o seo é um pedaço destacado do corpo da mãe e manar assim ou antes mgear o gozo do Outro como junção de um corpo e de um objeto dstntos. Tve mesmo a ocasão de ouvr uma defesa desta déa pelo argumento de que, dos dferentes objetos parcas, o seo seria o únco que pertence a um só gênero de corpo sexuado. Ora, o seo é um pedaço destacável do coo do pópro sjeito, o pedaço podese dizer que competa sua boca. Objetarseá que cada objeto parcl só pertence ao corpo do Outro em cção, já que este últmo de toda forma é fctíco". Ato autêntco. Mas, ms uma vez, o que permte à magem do corpo do Outro persstr para que se possa fazer de sua falta oferenda de um objeto é o fato de que ela se mantém sparada do objeto. N'A Mãe esta separação está ausente é por sso, para além da magétca ncestuosa asar de tudo apzguadora, porquato dal A Mãe é uma undade onde o ser falante acredtando completar o Outro, se dsspa ao completarse a s mesmo A função eletva do objeto seo nA M aparece se consderarmos, por assm dizer, o seu avesso sto é as conduts de recusa de aí perderse por meo dos qus um ser flnte, para além de seu apelo ao NomedoPa, defende do por. Da anorexia e do mercsmo nfantis dzse, com razão que são defes ct pc o sujeto recusa ngrgtar o mento proposto na medda em prpost não dexa de mostrar um saber do Outro sobre a convenênca deste i mentos E é verdade que, na psco é sm dúvda ao Outro que o sber sobre o gozo s encontra atibuído : daí a déa de recsar o qe ele propõe como objeto adequado. Mas adequado a quê? Justmente não é tanto de alimento que s trata aqi enquanto adequado àqule a quem é proposto; o que sob est forma, é apr to , tes o seo enquanto adequado À Mãe o seo no qul ele t d s tOT acetar o oferecmento que le é feto. Comer então eqive aqi a r mr um com o seo, n'A Mãe Encontrmos esta mesma equivênca no alcoólatra Qundo ms acma d tiguímos o dscurso da m da histérica do denegridor e reindicatvo em rla ão ao pi de ceras mães de coóltras observávaos que o alcoólatr é cnron tdo aim a um eu do que u precisria do de su Outro q dei a r ofrenda real S n entnto, ele não cede à psco até perder nA e, porque s x cmo n brd d um precpíco no t eo d r ou ej de fzer o. E rtm oend e s, eteid o tmp d nic 97
ção co o objeto oral que ocamente precede a oferenda Isto aiás, é provave mente verdadeiro para toda toxicomania or A IMAGEM D'A MÃE U EXEMPLO A Mãe poderia escrever como um fantasma no ntido de que um objeto, o io seria completamente adequado ao Outro; mas, em relação ao fantasma ea tem a particuaridade de que um osango não poderia propriamente screver aqui a rea ção do Outro e do objeto: o osango () marca ao mesmo tempo a fata e a coagem impossíve, ao passo que aqui tratar-seia de adequação e mesmo de pertencimento imediato Não há imagem d A Mãe atribuída de uma fta, neste caso de uma fata do seio que aí ofereceria ea já é sempre gozo reizado. Para o neurótico, A Mãe é antes uma espécie de "fantasma consumado de onde ele extrai a contnto, a segurança de que o gozo que persegue é possível, ain da ms que o NomedoPai lhe garante esta impossibilidade Ela sustenta enquanto horizonte do fantasma sua vida sexua. E ela faz parte desta vida, pois funciona co mo matriz fantasmática autônoma Nesta medida, aliás o que a distingue do fantasma é sua pobreza transforma cion ea mantém uma miagem petricada, por assim dizer em contraponto às transformaçs do fantasma Penso, por exemplo, certamente em função da ilus tração qu segue, nos roteiros de auto-felação do obsessivo cuja persistência, para aém dos destinos de seu fantasma e as micações que a cura impõe a este últi mo, atsta uma montagem submetida a uma gramática distinta e ms pobre do qu a do fantasma no ntido próprio. Esta pobreza trasfomaciona vae para todo ser falante não deve nos fazer esquecer a variedade de montagens que coocam em cena A Mãe estas não estão em nada ligadas a uma imagem efetiva da mãe e do seio; sua descrição mais geral ou mesmo os seus traços comuns sendo afora a sua xidez a imagem de uma comple tude fchada em si mesma, bem como a reguaridade de uma mecica or da mon em NA Mãe, o objeto nunca é imediatamente situáve pois ee não está coa do, mas dsde já fundido. Entretanto A Mã não tem nada de universal excetuan do- sua função de unidade de medida imnria: ela é , para cada um, singular. Es t sinularidade deve ao cculo da castração ou ja, ao que faz a singularidade para cada um do copo do Outro ao qu ele oferece e da cadeia significante que o dtmina; a unidad de meda em suma, depende para cada um do desfaeci mnto medido e este é mpre decidido pla singularidade do campo do Ouo Um exempo nos prmitiá apender melhor o que chamo de A Mãe, bem co mo a distância qu a separa da imagética propiamente matea u incestuosa que muitas vezes a veste e qu, alis, justica sua denomação É prcisamente um xmplo pois trata de uma imem produzida por um quidm, que apnto sado d um ncadnto sinular qu ioro 98
Xavier, na época em que sua paixão pela poograa fazia dele um leitor assí duo das revistas do gênero, trouxeme, um dia, uma imagem impressa que o tinha impressionado a tal ponto que só concebeu flarme a respeito depois que eu mes mo a tivesse visto Esta imagem não podia se situar entre as que simplesmente não lhe interessavam; pois se ela não se prestava praticamente em nada à sua montagem masturbatória, se não o excitava, impunase, contudo, a ele às raias do fascínio Não me deterei nos efeitos que teve, para Xavier, o encontro com esta imagem: bas tará dizer que o comentário que proponho decorre de seus propósitos e indicar, mes mo assim, que ela iria desempenhar papel de propulsor da sessão que transcrevi . Não poderíamos encontrar melhores palavras para dzêlo do que as dele próprio: esta imagem lhe dava "uma certa desconança em gozar e, com efeito, deveria engen drar uma inibição temporária de suas práticas (onde devemos ressaltar que a descon ança é dirida a um gozo sem medida comum com o que ele procurava na sua montagem; entenderemos então como o encontro com esta imagem poderia impor a Xavier o recurso fóbico a um terceiro, que constituiria lembremonos o móvel da transferência na sessão descrita mais acima) Em contrapartida, articular as razões singuares pelas quais uma ta imagem deveria produzir em Xavier o efeito fóbico em questão e , em última instância, pre senticar para ele a miragem d'A Mãe em todo o seu horror, exira uma explanação de sua determinação simbólica: justamente a que, no caso, decidia sobre o roteiro preferido de Xavier, onde as imagens fmicas e fotográcas permitam o encaixmento do olhar Ora, quanto ao roteiro, ou mesmo qunto ao fantasma de Xavier e à de termnação simbólica que o comanda, optamos por mnter uma reserva Mas a imagem trzida por Xavier faa por si mesma. Tratase de uma pána de uma revista pornográca consagrada a uma espécie de correio amoroso e onde aparecem fotograa enviadas los leitores para ustrar seus anncios Nesta pána, uma imagem sem igul, acompanhada apenas pela sia BC, do seu autorator Ela é sem igua no sentido de que não recorre a nenhum me lhnte E isto até mesmo porque BC não acrescenta à sua sigla as coordenadas mí nimas que permitirim encontrálo: não tem endereço, caxa posta ou equivalente para receber catas Se a foto foi enviada, é porque ela procura um olhr, com certe za não uma paavra ou um encontro. A imagem apresenta um rap numa posição, descrita em nástica como a de carroça, que é obtida a partir da poição de elevação de peas, projetando por de trás da cabeça Nesta posição, BC. pratica sobre si mesmo uma felação que a ima gem convida a contemplar de frente : pois ela situa o olhar do espectador no cmpo li mitado pelas pernas do rapz, abertas acima de sua cabeça Mas o lugar onde a imaem situa o espectador não é o mesmo de onde a foto foi batida Com efeito, na magem, os braços do rap se elevm ao longo de suas an cas, segurando uma máquina polaróide apoiada em sus nádegas, que e encontram, deido à posição, no topo de u corpo E esta máquna está voltada pra o espectador Assim, a foto foi tirada com o auxio de um eslho sem a ajuda de nin m A montagem na m noável, como sublina Xaier, po não er descon oável : meso dinano a aja de m B. C. tera poido não u o recr 99
so do jogo de espelho: por exemplo teria podido colocar a máquina entre os pé no lugar do espelho, e alcançálo esticando o braços, ara trás T como está a montagem incita a perguntar dede que lugar a hamos De de o que seria o de um outro diante de B.C, certamente, mas de um outro especular A máqina fotográca voltada em nosa direção, no assinala que temo sob os oo nosa própria fotograa isto é a fotograa do que está em ace de B C : um epeho Este efeito, próprio de toda fotograa epecular devese à contração do temp que produz a visão da câmara: aquele que olha o instatâneo é o objeto do intatâeo Este efeito é surpreendente porque aqui a imagem não tem outro possí vel qe nã seja ela mesma Ela é m igual portanto, tamm or não conter enã o mesmo. Ora, ao efeito característico da otograa em espelho acrescentase aqui a e traheza do que é especularizado Na consituição especular do coro rório a imagem do outro só aparece en· quato uma ao supor a completude dA Mãe segWdo o modelo agostiniano, se quisemos. Ma é enquato espólio ( *) amputado de ua ubstâcia e descomple tado que uma tal imagem é assumida, esécie de prêtàporter, segundo a expre· o de Laca, do bjeto do fantsma it é, do objeto que o sujeito é para o Outro Aqi a tentativa é feita e num certo sentido lograda pela montagem para assu m a imagem uma, não como espólio que constituirá limite do coro, mas em toda a sua completude A expressão destacada na teoria psicanalítica, de que o objet a não é espe ularizável expressão misteriosa do ponto de vista ótico se explica se conceber· mos ates de mais nada que a imagem do outro só aparee completa uma uma bo foma diriam os gestaltistas com a condição de encontrar o outro em face com "imãoziho agarrado ao io da mãe ou na ermioloa que proponho en contra nele A Mã Dizer então que o objeto que está nesta imem não se epecula riza é dizer que, se a unidade da imagem é assumida especlarmente pelo ser falant paa da um corpo, o mesmo não ocorre com o objeto seio; pois o corpo assi assido, muito mais do qe completar pelo objeto veste ete objeto imanaria· men to de outra maeira, e a bem da clareza na troca especular que dá ao corp próo a uidade da imagem em espelho, o e constitui esta unidade (o model de comp�etde d'A Mã) justamente se erde o corpo assumido enquto um, ma omo u espólio (a questão ca iteiramente em aberto, de se saber o que a unidad d' M deve à unaridade do sicate) a a monagem de BC tem por efeito aua a disparidade na relação espe· ene a completude da imagem uma e a uidade do espóo (sem comletude o como corpo própo. Isto se deve tato ao ahado fotoco onde aquele qu oh é o mesmo q é vsto qato na postra de BC : com efeito esta con .
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(*) "Ifoque n o, cujo primeo ntido é o dixdo por m elio a mm, qu sc d roup d "drjos. 10
uz à representação oral o fazerseseo a seu lmte extremo; enrolado em mesmo ao chuparse B.C. tornase o seo de seu própro corpo
SI
A undae magnaa proposta pela gura e B.C. não é suscetível e uma ubtração que ara a stânca entre a Mãe e o espólo. É neste sentdo que ela é exemplar e ntolerável. Dferente a magem clchê o moelo agostnano que po emos amputar (por exemplo a crança) sem que sua undde seja comprometda a ponto e não poer ms ser assumda a montagem e B.C. é ntrnchável porquanto sua unade é o processo mesmo e autoestrução or. Como no cso da erpente que se põe a evorarse pelo rabo o um alcançao não é outra cosa senão o anqulamento. É Xaver que assnala que o ttuo a revista não é qualquer um A Hora a Verae como o momento a verdade em uma tourada BC. lustra para nós o horror que é a agem do gozo o Outro e ele explca: é porque não há Outro a fzer gozar que o gozo o Outro é autoestrção o sueto que se devota a sso. Ora se o neurótco esconde por trás e uma mgétca c hê o horror que ele persegue a suspeta contuo não exa e existr. Pos a ma étca (na maora as vezes ncestuosa) com a qual o neurótco orna a magem de ma eventual consumação o projeto e seu fantasma se por um lado justca esta usca não basta para explcar a preocupação constante do neurótco em se proteger e uma tal mragem. Ora esta preocupação é por s só o motor a escoha neurót a, e é através ea que o sueto se faz nterdtar o objetvo desde sempre mpossível e sua vda sexual. O neurótco deve saber pos que a unade que ele vsa não é nem mesmo fusão com o corpo Outro e muto menos na com o corpo materno e acordo om a magétca ncestuosa mas uma espéce e abraço e Usses no reno as ombras one os braços se fecharam sobre s mesmos até desaparer. Este horror o qua o neurótco foge acredtano fur (ou persegur) o nces o e que ele bolna às vezes como uma matrz fantasmátca é o avesso mnrio e um m e anlse. A experênca e naa ser é então encaraa não no cruzmen o o rel e um corpo e das les a lnguagem mas como um últmo sacrfíco manáro do objeto a seu própro apette e gozo. Compreenemos então como o f da análse pode mnur o horror mesmo ue é a mola as promessas reobraas o neurótco o mpossvel ao nterdtado : esttundo a experênca o nada aos seus regstros própros rea e smbólco. Uma outra observação toava a propósto e B.C . se é que se pode nduzr ncmente esta magem alguma cosa quanto a seu autor e ator se sua prátca ão mplca nenhum agnóstco e estrutura que podera estar sustentado pelo hozonte 'A Mãe ou seja o "fantasma consumao que almenta a vida sxu de odo neurótco resta contudo que B.C. apresenta esta magem ao mudo m es erar uma pavra em retorno odemos supor em seu gesto o gozo de uncar um desao perverso que ee etém o saber de uma colagem últma que só a e ossve. IOI
A PRDOMAÇÃO DA MÃE NO OBJETO DA PAIXÃO A miragem que constitui a gura d'A Mãe, alvo impossvel e aém disso, pa ra o neurótico, interditado do projeto do fantasma, é, portanto, uma matriz autônoma dos "fantasmas consumados: B.C. nos fz um traço desta verdade Esta miragem é também o protótipo da competude ("prto, posteriri) que funda toda unidade imaginária; é por isso que ea exerce ainda um outro predo mínio sobre a vida do ser faante. Devmos, de fato acrescentar então ao cáculo da castração um outro cá cuo dissemos que a imagem especular deve sua unidade, sua boa forma, à completude dA Me e que, na experiência do espelho, o sujeito fz sua esta boa forma, mas como espóio. Em outras paavras, se o sujeito deve sua unidade a uma comple tude, a unidade que ee assume não é, porém uma competude, mas apenas um farrapo desta. E o ser faante pode calcular a desproporção entre a unidade e a miragem da competude (A M), modeo desta unidade. É o que faz pom não comparan do a unidade de seu corpo própro à imagética singar que constitui pra ele a competude dA Me. É antes, entre esta imgética e as imgens de us semelhntes (suas boas foras) que o sujeito tenta estabeecer uma relação, poderseia dizer, por ajustamento no sentido ótico. É este ajustmento que decid sobre os verliebheiten de um ser flante, ou seja, suas paixões, em uma cuva de sentimentos que vai do ódio ao amor. a
Veremos adiante como, para Laurent, um ta ajustamento opera entre a gura dA Me e as muheres que ele escohe para mar. Por ora, permitmme a consideraço de que cada um se apixona por uee ou auea, dentre us melhantes, cuja imagem ajusta o mehor pove sobre a gura para cada um singuar do "fantasma consumado (que me permitm este ajustar sobre, que ao mesmo tempo proonga a metáfora ótica ajustamos nossa vista ou uma focal sobre um ponto e sugere uma tentativa de superposição de duas imagens). Se isto for verdade, podemos concuir que a captação imanária que exer m sobre nós "os objetos de nossas paixões depende sempre em útima instân cia da atração mortífera exercida pela miragem do gozo do Outro que é A Mãe Compreendese então que, sobretudo para o neurótico, o objeto de paixão no poderia resumirse na imagem de um semehante ajustada (ainda no sentido óti co) sobre A Mãe Se fosse assim, o encontro com o objeto da paixão conduziria sem pre o neurótico a uma verdadeira reação fóbica ee não poderia negligenciar o que a atração deste objeto deve à atração exercida por auilo justamente que ele teme acima de tudo a captação pelA Mãe. � por isso, segundo o que seria de se esperar, que o neurótico, na paixão, pro cura fazer face à ameaça de uma atração que tem origem nA Mãe supondo invaria vemente em u objeto de paixo guns traços siicantes próprios do PaideNome ue convocou. Em outras pavras, o objeto da pixão é um amágama da imagem de um se mehante ue se pôde ajustar sobre A Mãe com aguns traços ideais do Pai. Ideais, 102
pos estão especcamente lgados aos traços sgncantes pelos qus o aomenos um PadeNome podera exercer sua função, ou seja, fazer clcar, com smbólco, a mragem d'A Mãe. O deal do eu, ás, no neurótco, não tem outro fundamento que não os sgncantes pelos quas u Pa pode pagar com palavras A Mãe Para além da conseqüênca que se mpõe que o objeto da paxão é sempre dealzado , o que mporta aqu é que o neurótco precsa supor em seu objeto de paxão traços deas suscetíves por sua origem patea de protege da atração exercda pela magem naquele que se apaxonou por ela. Mas antes de dstrbur mas claramente os papés da magem e do sgncante no objeto da paxão, observemos o segunte o que a prátca da an permte stuar como a razão que dstrbu os dversos sentmentos no arco das paxões parece sempre remeterse à esolha dos traços sgncantes deais supostos no objeto da paxão. Com relação a sso, somos tentados a conclur que o semelhante pelo qual nos apaxonamos é determnado de uma mesma forma, segundo um mesmo ajuste, seja qual for a paixão: a especcdade desta dependendo "a segur da cadea sgn cante e da relação do sujeto com os traços deas escolhdos Podemos, nclusve , sem dculdade argumentar a faclidade com que passamos, como se dz do ódo ao amor, para consderar o objeto da paxão como o tron co magnáro únco daqulo que rá dstngurse posterormente segundo a relação que mantvermos com os traços deas supostos no objeto da paxão Amor e ódo mostram, contudo duas escolhas dferentes com relação à magem mesma que comanda a vida passonal. No ódo, o sujeto quer antes arrancar da gura dA Mãe o objeto ndstnto ao qual corre o rsco de reduzrse, ou mesmo arrancarse dele ; ao passo que, no amor, quer juntarse a ele É por sso, nclusve, que o ódo, na transferênca, é na maora das vezes mas "fecundo que no amor, e mesmo etcmente mas "smpátco O homem de bem pode consolarse dzendo que , com efeto, é sempre por amor que co metemos o por pos é por amor que nos perdemos como sujeto. Isto tudo dexa uma questão em aberto : sera a relação com os traços deais supostos no objeto da pxão que decdria sempre a especcação desta? Será que não deveríamos procurar (na falta de encontrar) o que, talvez, no ajustamento so bre A Mãe que f da agem de um semelhante um objeto de paxão nem sempre é o mesmo? Para lustrar o predomíno dA Mãe na paxão, bem como a função dos traços deas supostos no objeto de paixão, tomaremos o exemplo do amor, porquan o, justamente, é no amor que este predomíno pode ser dto mas forte No neurótco, o objeto de amor, se por um lado catva por seu ajuste sobre A Mãe (ajustamento cujas modaldades restaria a precsar), é tamm portado de sgncantes, para os quas o apaixonado pode se conceber a s mesmo como amável. A suposção do outro do amor como Sujeto de alguns scantes deas dá ao engmátco enuncado de Lacan "os sentmentos são sempre recíprocos o valor de uma constatação de desgraça os sentmentos jamais poderam dexar de ser recíprocos 1 03
pois amr é fazer do otro m idea para qem poderíamos ser amoráveis. Entendemos o qe há de extravagante na conjnção, no objeto da pxão, de ma imagem qe deve sa atração à gra dA Mãe e de siicantes qe fazendo parte do ide dependem do NomedoPai, qer dizer, da fnção mesma qe preserva o ser fante contra esta gra matea Porém flar de conjnção não é exagerado, se considerarmos e o PaideNome acalma A Mãe colocando como aqele qe con trariamente ao pai efetivo teria podido, não sendo castrado, satisfazer o apetite dela sob pena de ter qe trapacear por meio de ma mdança de restros. O objeto da pxão é, a partir disso, a miagem dpla do gozo d' A Mãe e do Pai qe saberia acamála é o lgar de sa copuação. Assim vida x e vida passional se distingem e se ligam pois a primeira é sstentada peo projeto de reizar, pela oferenda de si mesmo ao corpo do Otro, m gozo impossível, qe, no entanto, prodz ma miragem e cja fascinação se exerce na segnda. Mas é ma fascinação protegida a pxão não o entrega, o nerótico pelo menos, À Mãe; seria antes o modo especíco de encontrar sa gra sem perderse nela, pois A Mãe não constiti jamis o atrativo do objeto da pai xão sem e este mesmo objeto se toe sporte de algns traços do Pai, sem esta evocação de qe haveria m qe acama A Mão pagandoa com siicantes É a me nor das precações O risco de mar·se corrige pela esperança de ser amorável, dizía mos, mas o Otro não é, nm e notro, o mesmo: o risco é o de amar A Mãe, a esperança a de ser amorável para o Pai qe a interdita. S devêssemos atribir ma fnção à vida passion, diríamos qe ea é feita para cltivar a se belprazer, à distância, a miragem qe é o horizonte da vida se xa Da separação das das vidas sex e passional bem como da charneira qe as articla, a nerose dá testemnho em primeiro lga, o obssivo, qe se qeixa do divórcio entre mor e vontade sexal. Ele não pode desejar aqela qe ama e não pode amar aqela qe deseja. O dplo impasse reside no fato de qe o objeto da paixão deve se atrativo à completde dA Mãe e seria mesmo escohido por ajstamento" sobre esta completde , ao passo qe o objeto da vontade sexl deve se prestar ao atamento do fantasma, o seja, prometer antes de mis nada ma fha à q oferecerse Como, então apaixonarse, isto é, como se deixar atrair pela completde da qea em qem se adora a faha, antes pra constitir o fantasma e sstentar assim a vontade sexl? O, inversamente como desejar esta qe se ama, o seja, como ofe recerse à falha de m corpo cjo atrativo se deve antes à completde? Não há meios, em sma, de atar o fantasma com m semehante cja imagem é da ordem do fantasma consmado qe é A Mãe. A isto se acrescenta no qe diz respeito a não poder desejar aqea qe se ma qe, para o nerótico, não somente o objeto de amor deve se atrativo à gra do gozo consumado cja miragem é a imem da interdição, mas este objeto também se toa portador de traços signicantes ideais qe dependem da fnção mesma qe exerce esta interdição. Amar, para o nerótico, é encontrar o atrativo de 10
uma gua de completude e toase amoável aos ohos da intedição mesma que, para ele, deve atingila. Equivale a dize que o objeto de amo é intangível Retonemos agoa ao que popúnhmos desenvolve sobe a mneia como A Mãe comanda a escolha dos objetos de amo do neuótico e, paa tanto, explicite mos o que até aqui vimos chamando de ajustamento" (no sentdo ótico) do objeto da pxão sobe A Mãe. Seá uma ocasião de mosta ms uma vez que a imagética, que paa cada um esconde um hoo ilustada aqui pela montagem de B.C. , é sempe singula. A Mãe não é uma completude abstata, muito menos ainda um aquétipo sua imagética suge difeentemente paa cada um, a pati do cálculo singua da falta atibuda ao copo do Outo. Este padão (I) é, lembemonos, um efeito do facasso da elação paental ( 1 ) : a competude que faz miagem é imana da a pati da especicidade daquilo que falta Tentemos então estabelece a tipologia dos objetos de amo e de vontade se xual de Lauent. Lauent ama e não pode deseja mulhees que econhece peo a astuto ou mesmo lúbico ; e ele deseja e não pode amar mulhees que ecohece pelo a pudico e puo Aqui, os ideologems da mãe vgem e da puta vão longe, pois seus lugaes espeados se encontam invertidos. Lauent econhece no a lúblrco" o sinal de uma elação que não se limta ao objetivo da pociação, a maca, em suma, de um gozo que podeia se consuma do, se o medimos pea fha de seu Outo e pelo desfecimento do pa, ta como Lauent o imagina. Em suma, o a lúbco" desia aqui uma completude que in clui o despedício de sêmen que ea suposto falta na elação paental Invesamen te, Lauent econhece no a pudico" o estapaagoza que deixaia po conta o desfalecimento pateno. Com as mulhees puas" ele pode compo um fantasma pois, com eas, o sêmen despediçado falta na eação. Em outos temos, o que fenomenologicamente constitui a séie de suas escolhas amoosas são os taços apaentes" de um gozo que exclui a montagem de seu fantasma, apesentandoo como já consumado" ; e o que constitui a séie de suas escolhas sexuis são as macas, que ele acedita le no copo de uma mulhe, da p vação inida pelo desfalecimento de seu pa simples epoduto segundo seu fantasma E é clao aqui, taços (sionômicos e mesmo indumentás) de sua mãe as sumem po vezes função de signicantes da pueza e do copo cujo gozo é neglige ciado signicantes, pois, já que adquiem esta função independentemente de seu vo semântico comum. E mas, contariamente a seu valo econhecido, eles vão designa para Lauent um copo po m obsceno, que ele deseja sem mo : um copo que espea o sêmen foa". Ajusta a imagem de um semelhante sobe A Mãe ão é outa coisa, potanto, senão detecta num copo os taços de um gozo consumado; este útimo devendo se entendido aqui como estitamente eativo à singuadade do facasso que, paa cada um, decide a falta de seu Outo. Oa, a popósito de taços, um detalhe é imotante : o a que Lauent eco nhece como úbico não é paa ee o único taço que constitui a séie de seus objetos de amo É necessário, às muhees que ee ama, go a mas que eas tenham um lOS
cta cultua" e sejam mulheres de letras", se possíve. Difícil de nos atermos aqui a aguma necessidade abstrata em Lauent de ideaiza o objeto de amo, ou a gum arivsmo que o faria escolher suas paixs no mundo de suas ambições. que tem, com efeito, vao de idea neste mulhees de leas" está reacionado antes ao avô, homem de letas, que já é o ideal para Laurent, aquee que, justamente, por te escrito se faz dubagem do desfaecimento pateo. Paa Laurent, o amor não pode deixa de supo na mulhe que ee ama este taço (de leas) especíco do idea do ide Pateno, ou tampouco a evocação do aomenosum que acama e intedita, atavés de seus escrtos, a gua lúbica d'A Mãe que Lauent ama em agumas de seus semelhantes. De modo que amar a mulher de letras, lúbica" taduz ao mes mo tempo a captação pela Mãe, imagem de gozo consumado (a mulher lúbica é aquea que teia gozado paa aém da fecundação),e a aspiação de Lauent de se amo ve aos ohos do PdeNome, e mesmo, se assim podemos dzer, aos olhos da Re púbica das letras O fato de para ele o objeto de amo estar, então, fora de acance, em nada confundido com as mulhees que ele deseja e estão a seu alcance, não é su peendente pois A Mãe é de ta maneira inteditada que é indispensável não confundia com o ideal chamado a inteditáa
a, Laurent, no momento em que se petende sarado e expime sua certeza de poder nalmente engendrar no gozo está convencido de te encontrado em sua nova companheia o objeto de uma paixão que não exclui seu desejo seual. u o inveso pois na verdade os taços que Laurent reconhece na sua nova companheia são, tes, os da pureza fato de poder ama esta mulher que deja não deveia r coocado em dúvida no momento de seu petenso saa", Laurent é o efeito da frase de su pai; a questão mesma de um estapaa goza do corpo materno, neste caso do copo de sua companheia, é deiada em suspenso po ee Se ele ama sua companheia e pode dejáa, é porque se situa no lugar de seu póprio pai efetivo, d forma que não a deseja segundo a montagem de seu fantasma, mas, po assim di r, como seu pai evia te desejado sua mãe A possibiidade de se manter um cer to tempo no luga de seu pai, sem que o desfalecimento deste se taduza numa insa tisfação da muhe e impeça assim Lauent de ajustar a imagem de sua companhei a sobe a de uma completude é ofeecida a Laurent pela anise Pois ele faz do sabr que deve à anáise o supemento fico imaginário que poderia ter eparado e dsfaecimento pateno se seu pai tivesse sabido isso", (quer dizer: o que ee sabe agoa) então apesa de sua pretensa peocupação de atese à simples epodu çao ee podeia te satisfeito sua muhe. Lauent, no lugar do pa e munido de u t supemento fico, pode po um tempo amar como uma completude aquea qu su pai teria deiado insatisfeita Estanhamente, peo menos em relação à fómua que petende que o peers s torne fao imaginário para a mãe (ao passo que é do utro que se trata), Launt prope aqui um tal fao sob a forma de um sabe mas paa seu pai, que encarna
I Of
Oa, a anáise de Lauent não se inteompeá nesta espécie de impasse peeso Isto equive a dize que ela não manteá esta miagosa cohabitação de amo e desejo que dua o tempo de seu petenso saa". Que dize, então, que em elação a sto a queixa de Lauent caá sem esposta? Devemos acedita que toda conve gência do amo e da vontade sexua não é senão a camuagem de sua inelutável sepaação? E deveíamos conclui que a queixa, neste aspecto, é sem emissão ou mesmo que o embaaço que esta sepaação pode causa é inevtável, conta estutua"? Além de tudo, fala em favo desta idéia a constatação de que, quando o obses sivo enconta uma mulhe que que deseja e ama, suas diculdades se duplicam. Assim um paciente que amava uma muhe, que desejava ao submetêa a uma montagem na qual ela ea humilhada, exposta a um olha oa, ao mesmo tempo ele a amava, com a condição de que ela se amasse, de que ea se elevasse, de tal fo ma que valesse a pena se amado po ea. Ele se encontava, assim, tomado numa pa ódia do impasse que a psicanáise existencia destaca no petenso pa sadomasoquista pois esta mulhe, que ele desejava assujeitada, só ea amada, em suma com a condição de que se libetasse, ou mesmo de que o abandonasse Ao que podemos acescenta que, se po um ado a sepaação do amo e da vontade sexual é sempe sensível na neuose obsessiva, nada gante que não afete a histéica Se a questão não se coloca paa ela nos mesmos temos que paa o obsessivo, isto se deve à especicidade de seu fantasma. Pois se ela mesma é o Fao, paa ela não há outo, ou mesmo Outo, que possa taze a marca da castação O fato de que mesmo o PaideNome não escape a isso implica ao mesmo tempo que o gozo consumado d'A Mãe possa também se mosta desfaecente nem tão consumado assim Pode se então que o objeto de amo supote uma maca da falta que pemi te a montagem do fantasma e a coincidência do amo e do desejo sexual A histéica se queixa da sepaação ente o amo e a vontade mas como de uma faha em seu paceio pois quanto a ela, ela eivindica a convegência já que sabe sempe leva a castação ao objeto de amo Com efeito, o que ela conhece é bem mais uma altenância do que uma convegência pois como o amo se manteia, quando o objeto da paixão não deve mais seu atativo a uma completude? Se po vezes um mesmo semelhante apaece paa a histéica amoável e desejável, nunca é ao mesmo tempo Há, entetanto, paecenos uma espeança, não de esove o divócio do amo e da vontade sexual no neuótico, mas de tona a pópia questão um pouco caduca. Se uma psicanise leva à expeiência do não há Outo a faze goza , con venhamos que se pode espea dela que sae" da paixão. Não que ea a tone impossvel, pois a expeiência do fm de uma cua só se petende pontua, e não abole o in dispensável engano: mas o que seria da paixão se a miagem que a guia apaga não fosse senão um beve tempo? Em que ela se tonaia, se também o ideal que se mistua ao objeto de amo nesta miagem apaecesse, mesmo que po um beve tempo, supéuo como uma palava chamada a intedita qe em si já é ipossível? Podemos espea de uma análise evada a seu te qe eoio a axão sobe o sujeto peicite 107
A MÃE, OUTRO EFETIVO DA PSICOSE Há uma amação de Lacan segdo a qu o amo, no neutico, é uma espé cie de psicose expeimental Com efeito, o outo do amo é escoido pelo neuti co tomando po modelo uma miagem que é, paa o psictico, a gua efetiva do seu Outo E no amo, justamente, o neuótico aspia a pedese em sua miagem É nes te sentido especíco que o amo, ente todas as paixões, emete à psicose, pois dese nA Mãe é o destino que espea aquele paa quem ela se toa seu Outo efetivo E ela se o toa sob a hiptese da foclusão do Nome-doPai não há signi cante paa acalma o apetite d' A Mãe, não há signicante pa intedita um gozo impossvel. Pois ele pemanece impossvel, tanto qunto o é paa o neutico um suple mento eal ofeecido a uma falta imagináia não é mis adequado do que um signifi cante, ainda que possa, difeentemente deste último, pede-se aí. O neutico nun ca enconta A Mãe se a imagem de seu semeante é paa ela uma, segundo o pot tipo agostiniano, o NomedoPai o potege, contudo, de enconta no seu outo es pecula a miagem que ele pesegue e conta a qual se defende Ao contáio, se ele escolhe ama seu semelhante é, num ceto sentido, paa contempla tanto quanto paa conjua o atativo dA Mãe. Mas, se se tona mpossvel paa um se falante su po ao outo que ele ama, imem ajustada sobe sua miragem, taços ideais que o potejam desta última, então o outo da pixão pode vedadeiamente enca paa ele esta miagem e, neste momento, chmá-lo paa seu copo, como um objeto Mais ainda paa aquele que não dispõe de um NomedoPai, mia-se em seu semelhante, na paixão, o já é se ealmente um pedaço de seu copo, e mesmo esta em seu corpo. De fato, toda elação especula é, talvez, passional na psicose Se o neutico, po sua vez, opea uma escoha e se apaixona po alguns de seus semelhantes mais do que po outos (a ponto de se pode estabelece uma tipo ogia de seus amoes) é, pimeiamente, poque paa ele um copo humano em sua Widade nunca é senão o espólio da completude dA Mãe Da como vimos o tabalho de ajustamento, que pode se seletivo, na eleição do objeto de paixão Oa, o que pemite ao neuótico distingui o esplio que é seu pprio corpo ou o de seu semelhante, da completude dA Mãe, sem, no entanto, compomete a unidade des te, ou mesmo a de seu corpo, é a unaidade do signicante que, no neutico, coman da a unidade imaginia Dito de outa foma, o neutico pode faze um imana iamente, e distinto da completude d' A Mãe, pois sua esposta ao Outo já é em si gaças ao NomedoPai, uma simbolicamente Mas o psictico, se faz um imaginaiamente, é , no caso, o um completo d'A Mãe conta o qul nada o potege e ao qual se sacica, mis do que o assume Paa ele, não há meios de considea a unidade possível de um copo de outa maneia que não pela consumação de uma completude É po isso que paa o psictico o espelho é peigoso, cheio de amadilas: sem pode assumi sua unidade como esplo, ele tem, de fat, de se assega antes de mais nada da completude de seu semeante, mesmo que seja às custas de sua ppria dissipação Cada enconto pode exigi-lhe, 1 08
para sustentar aquele que ee contempla, o comprometimento de sua própa nte gridade, fazendo de seu corpo ntero, ou de qualquer pate deste, o real ndspensá vel para manter a completude do outro. O pscótco, por encontrar um semelante encontra nele A Mãe Sua relação com o outro é passonal, então, mas de uma p xão que dspensa o ajustamento Ou melhor, no lugar do ajustamento ótco através do qual o neurótco escolhe seus objetos de amor, se mpõe ao pscótco um ajusta mento mecânco ele se ajusta ao corpo de seus semelhantes, que presentcm para ele A Mãe. Se a gra d'A Mãe toa-se para o pscótco a gra efetva de seu Outro, à qul, desta feta, pertence mas que se oferece sto mplca com todo o rgor uma consequênca a respeto da qual não podera der se mna prátca a veia o ob jeto do fantasma pscótco sera eletvmente o seo Isto parecera nvldado por uma fenomenoloa onde, segundo toda evdênca, a determinação do objeto ao qul se reduz o ser do pscótco não é unívoca Longe dsto : os objetos que deslam nos fantasmas pscótcos extrapolam o catáogo estanque dos objetos prcas, pratca mente quaquer gmento do copo, podendo se oferecer a uma extração, real a pon to de às vezes ser passada ao ato A Mãe na qul o pscótco se perde, se ela é o horror de autouação do su jeto, consste em uma magétca que, tl como a do neurótco, se consttu a partr do cálcuo da castração manária Pos o pscótco, assm como o neurótco, dotou o Outro de um corpo e este corpo de uma falta; porém, dferentemente do neurótco, nada o protege da mra gem da perfeção que permte o cálculo desta falta. Anda que seu ser objeta no fantasma encontrase deste então abocanado pela mragem (sera ainda uma ra gem?), ao passo que o do neurótco se mntém separado da falta à qul é oferecdo, resta que a miragem em questão se consttui de forma singar e mesmo que, na psicose também para cada sujeto o horror dA Mãe é vestdo com uma magétca siguar. Há, porém, uma generaldade da mgétca dA Mãe enquanto Outro efetvo do pscótco que a distingue da magéca neurótca dA Mãe enquanto mragem pro curada e temda Pos a ausênca de smbolzação do NomedoPai mplca que na pscose a magétca dA Mãe seja segramente menos ncestuosa do que para o neu rótco. Mesmo que a flta no corpo do Outro tomase no pscótco também a gura eletva de um fracaso do gzo parental não á nada menos seguro do que sto a imgétca do gozo consumado não poderia, para ele conformar-se à neurótca, à do incesto pos o que decde esta última é a nterdção que redobra a sua mpossbilda de Dto de outra forma no neurótco o NomedoPai dá crédto à imgétca mater na, incestuosa com a qu o sujeto oa a mragem do gozo do Outro Por outro lado no psicótco esta imgétca não é xada pela nterdção que a atnge Se o fan tasma pscótco, que sera o horror mesmo dA Mãe, é regulado pela determinção sicte do sujeto (pos é nesta que decde o corpo do Outro e, portanto, a gu r de u gozo consumado), por outro ldo a matca que o veste vria pratc mente ao sabor dos encontros, onde cad melante pode presenticar a mragem d completude 10
A oferenda do psictico ao Outro se estende assim à gama indenida dos ob jetos que podem r contados entre os necessários para produzir uma completude imaginária qualquer ; quero dizer a que se apresenta. Eis aí, talvez, a chave da estranha segmentação do corpo psicótico : uma parte recortada mesmo que em pontilhado vale, às vezes, qulquer outra, por ser de cidida no imediato da relação imaginária O que, anal, não exclui que cada pedaço vha pelo objeto oral. Ficame a re cordação de um jovem esquizofrênico, não desprovido de gênio no manuio para lóco da língua, que me dzia muitas vezes, a propósito de sua preferência pelo mar em relação à água da piscina: a água da piscina não me digere. Vemos qual é a questão aqui colocada: a especicação oral d objeto n'A Mãe seria própria da neuro, ou ainda, seria devida à xação incestuosa da imagética da miragem dA Mãe xação operada pelo NomedoPai - ou então, independente mente de toda imagética, seria uma especicação geral do objeto quando este se perde no Outro gozante? Seja qual for a resposta, a questão terá ao menos permitido entender que o Outro do psicótico não poderia ser chamado proprimente de A Mãe senão aos ohos do neurótico, para quem o fantasma psicótico é a realização de uma miragem per seguida e temida Estrnhaente u pelo menos indo ao encontro dos procedimentos de Freud e de Lacan parece que ao tomar a psicanálise pelo viés do fantasma, a montagem psicótica que surge primeiro - ser objeto n'A Mãe vle antes para o arco fenome nolóco das "esquizofrenias ; embora a delimitação deste arco não deixe de colo car problemas para a clínica psiquiátrica ou melhor, as clínicas psiquiátricas. Não podemos adiantar a hipótese a respeito de como, a partir de uma tal mon tagem, que encaramos como primeira, se elaboraria uma escolha paranóica onde o sujeito se faria faha do mundo, fazendo deste último seu objeto adequado, sem no entanto priválo do saber sobre esta adequação e sobre o gozo que dela é esperado (mais ua vez : um objeto pode deter o saber de sua própria adequação). Pareceme totalmente insuciente apoiarme em uma lóca neurótica e suge rir que seria para evitar ao Outro toda fta que o paranóico vem a fazêlo objeto adequado à sua, objeto de falta. O fantasma psicótico sendo A Mãe , onde o ser objeta do sujeito e o Outro se confundem, a questão estaria em vislumbrar como este fantasma dá lugar a duas montagens diferentes, onde os lugares respectivos do sujeito e do Outro - que se tra ta justamente de distinguir na cura podem inverterse. É para estas montagens que propusemos mais acima um diaama (DO a), pois a escritura do fantasma psicótico enquanto tal não é outra coisa senão o I do clculo da castração Na verdade, se a montagem esquizofrênica aparecenos como conqüência imediata da nãosimboização do NomedoPai, a ponto de nos interrogarmos como a montagem paranóica poderia derivar daí, é, talvez, porque a esquizofrenia nos é s failiar 10
Em nossa prática, tivemos raramente a ocasião de idar com a demanda de al uém que a cínica psiquiátrica reconheceria como paranóico Vericaremos, no en tanto, que o esquzofrênico tem condições de sustentar uma reação com um anis ta quer se reconheça ou não esta reação como transferência". Seria prejudicia a curas que estão em andamento comunicar aqui, de forma detahada, o que me ajuda a sustentar que o esquizofrênico se fz reamente obje to ou objetos para (ou deveríamos dizer : no, fazendo parte de . . .) o Outro es pecuar onde ee encontra seu Outro. É alo a ser vericado, por exempo, na osciação que se opera qundo uma histérca atravessa episódios que a cínica psiquiátrica reconhece de bom rado co mo psicóticos. A freqüência com que isto ocorre é suciente para ter dado marem a que se inventasse a estranha cateoria de oucura hstérica". Há na histeria uma faha estrtural da simboização do Nome-do-ai, cujo traço podemos er tanto na busca de um mestre , como na tentativa de dar corpo a este Nome, mesmo que seja o corpo de um cadáver: como se um Nome não fos se capz de acamar A Mãe Ora, ao querer sustentar o Nome-doai dando-e uma imaem, estabeecemos sua faha: se tiver um corpo, este receberá do fracasso do gozo parenta! sua parcea de castração imanária. Esta faha na simboização do No medo-Pai, que é própra da hstérca, pode, num momento partcuar de sua vida, cuminar numa catástrofe que tem toda a aparênca de um desmoronamento psi cótico (descompensação). O que chamo de momento particuar pode ser, por exempo, o aniversáro em que vence o przo de uma mdição ancestral que pesa na vida dos proenito res mascuinos na fama. De fato, nem a reação especíca cm a castração na posição femina (nin uém escapa disso) nem os traços recorrentes no discurso da mãe da histérica (ees não sabiam que estavam mortos") estabeecem o bem-fundado de uma expres são tão vaa como uma faa de sbozação" . Na mehor das hipóteses, podemos dzer que para a hstérca esta simbozação está sempre por ser refeita. Da mesma forma, dizer que sua fa pode cumar, em razão de um encontro nefasto, se não em uma verdadeira forcusão do Nomedo-ai, peo menos em algma coisa que ma nifesta os seus efeitos mas salientes é tamm uma aproxmação muito vaa. Man temo-a, porém, pois tudo a fenomenooa de tais episódios fala em favor de um destino psicótico e , ao mesmo tempo, para nós sera difíc conceber que uma dispo sição estrtura neurótica possa desoronarse até apagar seus própros traços. À questão que se ata como se passa de uma neurose à psicose? (e cujo avesso é mas conhecido : o que é sarar" uma psicose?) temos por hábito etar de nos dar até mesmo a ocasião para uma resposta: preferimos, com efeito, conside rar, neste caso, que, se há psicose, psicose já deva haver aí, e, inversamente. O erro confessado de diaóstco embaraça menos que o enia de uma modicação es trutura. No entanto, é mtendo um diagnóstico inicia em reação ao qual não ve mos razões de votar atrás qe podemos nos dar a chance de interrogar novamente a psicose. l
Ts desmoronamentos de uma estrtura diagnostiada como istérca são as sinados peo aparecimento de um aço transferenci ue, enm, merecria o no me de fusionl é o que mnifesta que o sujeito está desde então confrontado com um Outro gozante, e que o Nome-do-Pai não tem como protegê-o Se a istérica perde então toda consistência simbóica o que mostra um ar co de fenômenos indo desde o esquecimento do nome próprio até o abandono d referências jurídicas de identidade, ou mesmo a impossibiidade da pimeira pessoa do verbo ea também perde a posição fica que era a sua, até cair numa degrada ção que é o reverso da mascarada. A fata no Outro não é mais suscitada por ea co mo Falo ; é a patir de agora a designação imaginária imrativa do ser objeta do su jeito, podese mesmo dzer do saco de objetos que ee se toa, na impossibidad de poder ser um dees. Não é difíci constatar na transferência a viragem que vai de uma ofeta qu serve à sedução a uma promessa redobrada de oferendas que sevem ao que já é em si uma competude A intervenção do nista encontra, por sua materialidade signifcante, um meio de ser entendida como exigindo o sacrfício de uma parte do copo, e pode evar o su jeito a passar ao ato de corte real de um pontiado que, por outro ado, pemanece no tavemente o mesmo que escrevia de início em u copo os ugares da conversão. As inhas segndo as quis a istérica tentava dar vida ao cadáver no amário da mãe eram decididas para ea segudo uma dupa estratéa: aurir nos saberes do mestres consutados g com que fzer reviver um omem para a mãe, mas também ndicar nestes saberes a fala do mestre. Estas inas toam-se, pois, o traçado d uma segmentação do corpo que pode cumia na automutiação, como se eas cir cunscrevessem agora os supementos reais requeidos pe' A Mãe. Não á mais ter ceiro a ser reanmado os saberes convocados paa acalmar A Mãe toaramse a de siação do que é necssário para a sua competude Propusemos anteriormente escrever o fantasma pcótico D O a, e observáva mos que a é aqui oferecido no real a uma falta imnáia quer dzer que pe defasagem de restros esta montagem não pode produzi não menos que a do neurótico o gozo do Outro. Mas assinalávamos também que o osango não pode ria aqui ser entendido exatamente da mesma foma como no fantasma do neuróti co. Se a coagem é mpossíve, a defasagem, contudo, não é a mesma que introdu a função do Nome-do-Pai entre uma fata imaáia e uma resposta simbóica. Poi esta faz a unidade do sujeito, ao passo que a resposta real despedaça o copo. Mai anda: o Outro sabe aqui o que e é necessáio: e o equívoco entre sabe" e é" (1) não é excessivo, pois este saber faz com que sua imgem contenha o objeto qu e é oferecido. De onde o caáter, qu nem mesmo é ioso, mas por assim di r constatatóio e natua, daquio que quas não podemos mais camar de demada Como se não lhe fosse dado senão aqu que he cabe, ou mesmo que era dee Dste já-robjeto do Outro é testemua a auncia freqüente de dramatização e mesmo de sensações doorosas nos atos de automutiação. 1
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Em francês, há homofonia entre "sait (be) e c'est (é).
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Deveos acrescentar ainda a este quadro de desoronaento a liberação qu não deixa de se roduzir se horror da imagem esecular O seelhante no ese ho não fazendo m a não ser coo coletude d'A Mãe, ou seja, já incluino nes sa coletude o coro do sujeito que aí se mira, odeos entender que este últio busca e vão ua iage esecular que o assegraria de sua rória unidade O anelo suicida que ode se anifestar então é tão iossível de ser concreti zado quanto ara o autista, e or razões análogas: querer orrer seria colocar em eigo a coetude da qual se é ua arte, ois isto suoria que ainda não se está orto. Pode-se eserar de u tal anelo que se reaize, be ms do que or u ato, or ua doença que romete a extinção Mas o que então ermite anter face a ta quadro, o dióstico inicia de histeria, ou eso algua distinção entre o que descreveos e o drama sicótico? Ora nu tal quadro, entretanto aguns eleentos resiste. Disintas do rojeto sui cida, as tentativas de suicídio fracassadas recorrem a um terceiro: o abandono da identidade jurídica ou eso da iage do coro róio não ocoe se que se deixe, coo que "e deósito no analsta, seus restos, sob a foa de um ael ocial rasgado ou de agas fotos Ou ainda, ua demanda ersiste, diida ao analista, deanda, or exemlo, de atacar como que nu copo-acoo a ãe do sujeito O analista, aiás, estaria enganado ao negigenciar uma ta deanda ois aceitar o antagoniso demandado siica toa a seu encago, na transferência, aquio a que o sujeito renuncia Isto seria o meso que tentar dar novamente vida ao cadáver, ne que seja através de u enfrentaento, o qual aliás, odese ensar iita o fantasa histérico de violação: que u hoe faça da mãe uma muher Não se trata aqui de adiantar hióteses, que seia or dems incetas, sobre o iiar entre o ontilhado que ania o coro histérico e a ofeta real do esquizo frênico As indicações que recede só faze traçar um caho ou arcar u en contro Resta, com efeito, ostrar sua ecácia nas curas de acientes sicóticos Devemos acrescentar ainda que, nestas, o engajaento ético do analista e o que visa a cura não nos arecem oder ser diferentes de coo são encaados nas curas de neuróticos
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7 Fantma e sxuação Paule, Mchel
Tome no que precede o partdo tradcon de decnar hstérca" no femnno e obssvo" no mascuno. Podemos convr que, se tvéssemos optado peo mascuno para os dos casos no ugar do neutro que fata em francês tera pare cdo estranho. E sto, sem hestar em reconhecer, por outro ado, que um homem, no sentdo anatômco, pode se estruturar na hstera, e uma mher, no mesmo sentdo, na obsessão Pos observamos que não há concdênca entre sexo anatômco e posção se xuada. Esta se decde uncamente em reação ao sgncante únco da sexuação, o Fo, e se dstrbu, como escrevem as fórmas de Lacan, em um ado homem, que é a premssa de escoha obssva e para o qu há aomenosum que escapa à castração, e um ado muher, que é premssa da escolha hstérca, para a qu não exste nenhum que escape à castração É peo fato destas duas partes, homem e mulher, não recobrrem a partlha anatômca dos xos que surge o embaraço do gêne ro quando faa de hstérca e obssvo. Todavia, não é por acaso que exste uma posção tradcona", pos é gua mente contestáve que a anatoma não represente nada na escolha da posção sexua da Devemos, apesar de tudo, nos render à evidênca estatístca, embora não normatva, e perguntarmonos como as conseqüêncas mnáras que um ser faante tra de seu sexo anatômco ntervêm na escoha de sua reação com o Fao. Prncpmente, e de manera ntutva, a muher pode encontrar no seu sexo arumentos para sustentar a submssão de todos à castração e o homem, no seu, argumentos para sustentar a exceção. Isto não ocorre sem medação, pos o sexo rea" s pesa na posção sexuada com reação (mnára} ao PadeNome que um sujeto atrbu. É prova dsto o fato de que a repartção das posções sexuadas pode reco 114
brr parciamente a dos destinos neurótcos, ao passo que seria mpensável superpôa à repartção dos destinos pscóticos: o "aomenosum e o nenhum da sexuação dizem respeto ao Padeome Mais exatamente é em relação à ameaça de que este Pa é portador, bem como às modaidades de sua smbolização, que o sexo · real pode valer, por exemplo, como estemunha do risco corido ou da realização da ameaça, e desempenhar assim um pape na eaboraço da neurose Seria suciente votar u nstante nossa atenção para a espécie de impasse lgico que, já para Freud, constituía a perversão feminina, para se render à idéa de que o sexo anatômico não somente tem u papel na escolha da estrutura, mas tamm quando esta escolha o contradiz, imprime sua marca na estrutura escohda Freud destacava que uma muher, ao ser perversa, seria antes ouca, o que só se justca se considerarmos que há uma certa mcompatbildade entre a posição per versa ser o órgão magnário do Outro e o fato de não esar provido de um pê nis. Esta consderação pode parecer estranha pois, an de contas, é do corpo n tero como fao magnáro que parece se tratar na perversão, e não do órgão peniano enquanto tal, mas, justamente, é tavez o intero que cooca aqu, imanaramente, um probema para uma mulher As únicas vezes em que durante o tempo de agumas entrevistas com duas muheres, acredte econhecer, no acento de desao o saber sobre o gozo do Outro (saber, portanto, sobre sua própria adequação em produzlo} que o sujeito se atrbu e que consttui o traço de destaque da posição perersa, não deixou de surgir o espectro do deírio Um delírio onde se diza claramente, em ambos os casos, que, ao atrbuirse este saber, o sujeito anatomcamente mulher negatviza o ser de falo imagnário próprio ao perverso: não para gozar de sua própra casração imanária, como faz o obsessvo, mas para se fazer decaque, negatvo perfeio do órgão cuja fata rea parece mpedo de ser a imagem positva Elas eram interamente falta, o reverso d'A Muher tal como os homens a buscam(aquea que o é toda}; em suma, eas eram aquea que, toda, não o tem, e que é o mode oco perfeitamente adequado à primera Isto não dexa de evocar o que adantávamos a propósito da posição paranóca: que o sujeito se faz aí numa espécie de perversão ao avesso falha ou fenda para um Outro que se sabe objeto ou reservatório de objetos adequados a esta faha. Com esta dferença de que, aqui, é o sujeto que se sabe fenda adequada ao rgão que se toa seu Outro. Dríamos, com efeto, que uma muher, se ea recusa o NomedoPai para se fazer segundo uma escoha perversa falo mas do que simbóico o que neste caso, rma com imagnáro encontra em seu sexo um argumento rea para se fazer antes, a si própa fata imanára. Mas falta, justamente, não como na posição paranóca para o Outro toado objeto que saberia lhe convr, mas antes para o Outro toado o fao maginário que ela sabe lhe convir Só ee, o único divno, phalus mundi que numa experênca última tera en contrado nelas seu tabernácuo estava no discurso destas mulheres, nomeadamente 1 15
pesnte: entetanto or divino que fosse, não sabia nada de sua adequação ao ór ão deas ou antes a eas enqunto ógãos ocos, continentes O embaraço em dize go mais sobre eas é o mesmo que eu exerimentav m ambas as entrevistas: toda avra sevia ao saber de suas adequações em fenda Por meno que seja a chnce de que eiam estas ánas escreve mais povocariam a mesma epuância que me fazia car. Se quisermos compor o catogo das incidências do sexo anatômico sobre posição sexuada e sobe o destino neuótico do fantasma seá difícil passar em si êncio o cotidiano da troca xu. Pois, se anal de contas a anise do fantasm mostra que nas trocas entre semelhntes o que está em jogo é sempre a copuaçã de um objeto e do Outro, poderia car em fata rncipmente qunto ao que re ga estas trocas Isto equive a obar que o que decide estas trocas é a probe mática flica onde seria insensato crer que a sxuação re não conta Pois na maioria das vezes ser no fantasma histérico, o Falo ra o Outro qu pode não têo se eiza para uma mulher sobre o fundo de uma ereçã e detumes cência es do parceiro mascuino e, no fantasma obsessivo, não têo para o Outr que o é ou o tem se reza aa um homem tendo por fundo a rória ereção e de tumescência do sujeito. Mas a questão não é, aqui, de exporar a evidência ara a qul o sexo anatômi co contibui ao se decidir a posição sexuada e o destino do neurótico. O que conta é a exceção mesmo que seja estatística onde um ser fnte chega a uma posição se ada de que o seu sexo anatômico não o dispõe Anatomy is not destiny, com efeito, mas ea faz arte deste. Certamente se sexo natômico faclita imnaiamente uma distrbuição qunto ao PaideNome ' entre o ao menos um· que escapa e "nenhum escaa o que decide de fato esta dstribuição para um tl sujeito e po vezes de enconto com o seu sexo re é su determnação mbólica onde se insceve o destino do Pai ao qu ee recorre Ora, o fato da escoha da neuro se fazer à vezes de encontro com o sex ea isto é de seus efeitos imanários que dispõe o sujeito a uma sexuação mis que a outra não deixa de te conqüências singuares D Paule podemos destaca desde já que em sua vida sexu ea monta rotei
ros O que não é tão freqüente paa uma mulher ois se o obssivo não ára nunca de montar e de conta estes roteiros, o fantasma histérico assim como o fantasma peerso mas não peas mesmas razões -, se nuncia mis diclmente sob a forma de uma narativa ou de uma forma de descição organizada do espaço É um fato de exeriência e cuja atribuição ao pudor femnno nos parece tan to ms insuciente quanto não se trata aqui de uma reticência a confessar, ou de um sgedo ou menos ainda de um impossíve a dizer que a histérica coocaria em jogo aa mnter em facasso sua plavra bem como a escuta à qul ea se dirige A dculdade arece se deve mas à distibuição fica. 116
O obsessivo que goza de sua castração imanra se empenha em sua narrati va em organizar a montagem para um outro demandante e incastrado: sua posição de executante o força a um gosto pela ordem , e mesmo pela organzação que seus ro teiros recapitlam. Mais, oferecer a seu Outro incastrado seus roteiros é para ele, um modo de sublinhar a todo momento sua defasagem em relação à reização even tul do fantasma Ele se reassegura assim de sua impotência quando a nratia de seus roteiros não se toa a modaidade própria do exercício de seu fantasma pois, o Pai-deNome o tendo convencido de que os próprios signictes podem fazer go zar um corpo ele pode então pelo oferecimento de suas narrativas, persegir o go zo de seu Outro, e mesmo limentar a esperaça de igular o Pai q pagou A M com paavras A stérica, em contrapartida é ela mesma o pivô do desejo de seu Otro ; é antes dele que ela espera o roteiro sob pena de destacarhe o derrisório seja recu sando o reconhecimento para qe o Outro saiba que é "nela, por assm dzer que ele deseja É por isso em geral que ela não constrói montagens se ela fala de suas vontades sxuais quando não as confunde com os roteiros de su preiro, é antes descrevendo, como estados de espírito, o gozo que ela dee à atação daqueles que a desem Trtadose do perers, u ser imanário de falo pode chegar ao ponto de toar spérlua uma narrativa de suas vontades Ele se oferece ao Otro no ima nio, como órgão s sustentar aqui do siicante seria consentir no divórcio de restros qe introduz o NomedoPai e mesmo renunciar assim à conmção do fantasma que ele crê conseguir É por isto que não estmos errados ao sublihar que o perverso diferentemente do neurótico, prefere ar em sus roiros, muito ms que contálos a si mesmo Retoando a Paule seus roteiros são inesperados para uma muher se espra mos qe uma mlher s estrture na hsteria São roteiros de hulhação de rela ções sxuas como o último dos trajes que assombram suas mturbações e tm bém sas relações sexuais, pois nestes Paule s surpreende imdo deitda ao lado dela mesma como uma outra, a mher humilhada de sus deeios Que es tes roteiros se inertam à vezes até proporem a ela a imagem de um homem hmi lhado ou mesmo sodomzado diante dela, eis o qe pode nos pecer a a termos o cuidado de destacr qu su montagens rm e portanto s inertem em too de um olhar A sua colocação em cena não ocore anas por ua identc ção com a mulher humihada o com o sodomzador de s homem Ple soha no ato sxu com uma mulher humilhada deitada a lado qu ea oha como otra s uma ez Ora esta curiosa colocação à distâcia da mher de su roteo, a l tem lsie como veremos u nome Tere não de touco de cooc u ip à da seu de le Pois contra lhão ea olt e d: no é omo Teresa e ela r a deeo é os d os o he fat e de ela d pro to e tro one deh to e s on tde de ereer E ito o ponto e e e é el e o o et Tee 17
seu lado esquecimento que às vezes pode ir onge até ofuscar o que faz por outro lado u traço simpático de sua pessoa, uma espécie de encaiçamento pela verdade que provavelmente teria sido chamado, em outra época de honestidade inteectual É então em dequibrio que ea cede, às vezes a uma proestaço ideoógica e toma seu roteiro como obra de um outro. Sob pena de admtir, para terminar, que efetivamente ela se queixa do contrário: que os outros justamente que ea quer bem ou ama, no é como Teresa que eles a desejam Para dzer a verdade, ees a amam muitas vezes mais que a dejam e sobretudo por seus dotes Nada, com efeito há em sua vda que permita entender sua reivindicação como esquiva vrtuosa" nal da histérica em relação a uma montagem abjeta" que tivesse suscitado em seu parceiro ao contrrio, seus outros demonstram em reação a ela por assim dzer excessos de considerações Não poderíamos então armar que Paue sofre de terse como Falo em seus trabalos de desenho ao passo que os homens a procurariam em outro ugar; pois mais uma vez é o inverso que é verdadeiro, ao qua ea deve por exempo o maoo de se casamento Os homens a desejam e a amam mas por suas obras; ao passo que é como Teresa que ela quer oferecer ao desejo deles O imbroglio se desata quando Paule pode ea mesma considerar as contingên cias do amor e do dejo o divórcio entre ees é ago guro para ea pois os homens que a amam não sabem lidar com Teresa; quanto aos que a desejam não sabem que é como Teresa que deveriam desejála Este divórcio entre amor e desejo Paue só o atribui além disso, a seus mehantes, o tempo suciente para uma reivindicação D fato é ela que não pode mantêlos Diríamos então: seria o dilema obssivo? Não totalmente pois neste são os parceiros que são parados em obetos de amor e objetos de dejo. Ora Paule se queixa mais de que um homem que ela porventura amasse e desejasse não saberia fazer nel a divisãÓ entre Paua, a ser amada (eventualmente) e Teresa, a ser desejada Não é tudo, quer gostem ou não os aderianos que poderiam tavez até aqui fer da protestaço masculina a chave da coisa. Pois, na sua atividade com o lápis, Paule está também num impasse, por uma inibição que é do gênero próprio à obssão sua paio por denhar e escrever obedece a uma verdadera injunço e persegue um ideal que no trataria de manchar por u scesso, mas que he é preciso antes manter peos ritos de sua impotência É pela forma com a qual ela se atrela a esta tarefa de denhar e escrever que lhe é impossvel desta vez, sodar sua questão como o embaraço entre duas posições fálicas (Teresa e a artista) onde como histérica ea suscitaria o dejo Pois, se o ide fálico institui por o um que teria tido" (na falta de · uma originalidade qualquer que teria tido o sucesso socia ou seual), vemos bem como Teresa poderia arse como Falo (embora sofres como se diz o último dos ultrajes" é ea que faria o dejo dos homens que a inultam); porém não vemos to bem assim como aule, no esforço maloado do ápis poderia dar ntido à sua vida neste esforço o Fo é perguido por ela, exibindose porém, ms como castrado
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Mas, basta de r e vr entre a escolha hstérca e a obsessva na vda de Paule. Retornemos à sua cura, ao momento desta onde a sngularidade de seu destno poda aparecer, por assm dzer, no cruzamento de dos destnos A se ouvr o que, por sua hstóra, Paue encena a segur de sua estrutura, tudo aí parece sugerr a hstera. Fha únca, ea é o útmo vestgo da saúde de seu p, que uma doença nexplcáve ria azer cambaear sobre as pernas Esta espéce de paralsa é objeto de controvérsa, o pa pretendendo ter sdo atndo por ea pro gressvamente e após o encontro com sua muher quanto à mãe, sustenta que a paralsa data de bem antes, deixando entender à ha que não dexava de ter conse qüêncas sobre a potênca sexual do mardo. Paule encontra, assm, no dscurso da mãe matéra para conrmar a concusão na qua seu sexo não dexara de estar m pcado: que nenhum escapa à castraão. Ela ·pagará, alás, nem que seja por um tempo o peço: coherá o risco de perderse n'A Mãe, já que um homem, ou mesmo nnhum homem soube zer da mãe uma mulher Na controvérsa entre os pas, a mãe não chega a armar, segundo a fórmula estabeecda, que o pa de Paue não saba que já tnha sdo" atngdo? Mas é contra a evdênca nca que uma cadea de recordações é smbo zada na anáse. Estas recordações não têm, enquanto ta, nada de nconscente, queremos dzer que Paule não as descobre na análse E mas, nesta atura em que no espaço de agumas sessões, se encadeam, ela já tnha aado sobre elas no d vã. A cadea naugurase num tempo onde o drama de sua nbção mostra par tcuarmente agudo como então conseguir uma obra que a toaa mgníca? Esta, que o ntervenção mnha alsa quanto à hpótese que a guava, e acrescentare u pouco boba, cansada de guerra, porém bemvnda a posteror, mporá um primero desntrncmento do duplo mpasse da vida de Paule À sua nterrogação, respondo assnalando o que está mpcado de ntocável neste maíca, pos presu mo então que ela se az Fao para o mesmo Outro, para o mesmo pa desfalecente Tanto ao pretender ser como Teresa, como quando tenta usa a pána em branco. Como eu podera duvdar dsso, se justamente fo em sua mesa de desenho é o que dz a mãe que o prmero ataque da enermdade tera surpreenddo o pa? Não deha ela, então, para lembrar ao pa seu desaecmeno? Erro, cntudo, ao ntervr assm, pos não evo em conta sua nibção sua questão em relação à obra é a u outro menos desalecente que o pa que ela a drige, a aguém que, justamente por ter consegudo, a mpede de azer outra cosa senão ceebrálo mtendo o próprio racasso Isto, no entanto, s pode r dto como resposta a esta nteenção ca nhestra onde, na transferênca, pareço querer destacar sua oba escta como di da ao pa: eu mesmo, chamado por seu dscrso no uga do pa desfacente, e mesmo fazendome pacero da hstérca a ponto de mtahe dsme a poste ror a quexa: você é intocável À mnha nteenção, Pae responde então primero com um soho, que p rece feto exatamente p e dar pre Uma rse : Voc no é nem esmo cp de trar uma foto como o S. Ftvm (trção fonétca) fotórafo jpns." . 1 19
Há aí uma istóia de estmpas japonesas, A homofonia do foot nglês c duz no momento Paule a evocar uma vez ms uma recordação que paa ela é o an teparo último da castração imanária de seu Outro ou até do desfalecimento do seu pai: este em razão de sua enfermidade toma cuidados particulares com seus sapatos qu guardava sempre recheados de folhas de jol. E Paule se lembra de o ter ajudado nesta tarefa ou mais exatamente na tarefa inversa de esvar os sapa tos de seu conteúdo improvisado Foi então - era muito pequena não é capaz de preciar quando que topou com uma pána amssaa arancada de um jornal que na casa somente o p poderia ler Via a a image de uma mulher gordinha e provocante em roupa de baixo Teresa portanto o nome é precisado então n confortavelmente presa num arbusto de espihos contemplada de cma por o mens que riem os mesmos aparentemente que a jogar na vla (sera a punição por um adultério?) Num mesmo movimento Paule se az aqui papel amssado para completar preencher o que falta para que seu pai se mteha sobre os próprios pés e encon tra no papel que ela é a gura qe poderia fazer dela a encação do dejo des te pai castrado. S é como papel amassado que ela funda seu ser o papel já lhe suge a iem e mesmo a mascarada do Fao que deve ser para mter abeta a falha do desejo do pai O desflecento patel é aqui a especicação do fracasso na relação paren tal : pois se a conssão de mãe não fosse suciente Paule se recorda de uma ce na de bra do casa à qul asistiu e que teria tido como rão o ciúme do pai Ou tra conssão da mãe: este ciúme certamente injusticado era proporcional à dimi nuião da potênca xul do pai O detalhe ms espantoso que se simboza quan do desta nova evocação é o pano de fundo da cena: o armário de sapatos E estra nhamente é diante de uma loja de calçados que os ps contam terem se encontrado la pmeira vez Mas uma outra recordação já evocada antes se mpõe neste momento a Pau le talvez por ela ter falado em papel amassado Ela se lembra de ter praticado na mesma época embora o qu conte aqui ja o fato da recordação vir neste mes mo momento um brinquedo um pouco esuisito onde estendida no solo es condia atás de um banco na loja de tecidos de sua m ela colavase abraçada duante lonos momentos a m manequim que sua mãe uava pa costurar: se para o pa desfaecente ela f Fao permanece contudo à mercê d'A Mãe como um tedo aado aarrado ao copo m falha do mequim Pois quem podeia prervla sto? A resposta está mpre no destino hstérco da bua de um mes tre tão vã quanto é certo o desfecmento deste m elaão a isto a estranha relação de Pa com Teresa estranha porque não conne totalment com uma identcaão poera r entendda como um "pe A Mule: a que em sa como d (não po aca) levantara um de futo ou ja o pa at poer fzer ele novaente um homem Sabemos o quan to p a hstéca uma muer pode constitu num melo e meo apaente mente ojeto de amor (ma Sa K paa Dra ou ua empeaa domstica para a 12
jovem homosseua de Freud), a n de responder à questão: quem então desperará o pai que não sabe que está morto? A homossexuadade sérca é o complemeno do fantasma da voação pos fazer do p um homem é esperar fazer da mãe uma mulher Aé aqu, portano, o que chamamos de nossa inervenção canhesra tera sdo justa" e a questão de Paule se desenvolvera no únco regisro de hsteria: o projeto de desenhar e de ser excelente no desenho seria uma face da mesma encarnação fá ca que é Teresa, que alás é ea mesma num desenho. Por que enão o pai doene, caído na mesa de desenho, não permtra duas versões do Falo a não ser para abr� sua faha? O sonho seria então para me agradar, pos sera traduzdo assm Mnhas fo os, mnhas magens, as que faço, assim como a de Teresa, mina estampa japonesa são para o mesmo Senhor Fuvaím, o do pé e (vam audado) da vnha, ou mesmo da vaa, ou por que não do ufo de pêos feminnos com os quas ele não sabe o que fzer". Mas o sonho resste a esta letura conclatóra por um deahe sntáco que sera fác demas atrbuir ao rabao secundáro. É que as magens não são para" o Sr Futvaím, elas se comparam às do Sr. Futvaím. Aliás, quanto a escrever e dese nhar, é anes em pé de guadade com seu pa que Paule se concebe desfaecene Mas desfaecente em reação a quem Quem é o Sr Futvaím? O nglês, o alemão rzem a recordação de uma regão colona onde o p de Paue, jovem, justamente na época no dizer da m de sua prmera crse , tera sdo racsa Daí o sonho recorrene que a mãe embora só enha encontrado o ma rdo mas tarde confessou a Paule ea sona que está embaraçada por ter de comncar a seu marido que a ha, Paule , va se casar com um negro O tema da potnca sexual da raça negra, fazendo conrapeso à mpotênca presumda do pai proeta sobre este a sombra de um Ouro nem ão desfaecente assm, com o qu Paue podera se reaconar, pos a mãe o tera tavez deseado para s mesma. E o ngês mas precsamente, evoca para Paue um personagem de sua primera adoescênca, verdadera dubagem do pa, que aém de ser padro de Paue fo também o segundo mardo de sua avó patea O p de Paue deve muto a este padrsto que eve, como se dz sucesso na carrera e se encontrou em posção de audar o ho de sua muer, e mas precsamente de apadrnháo em seus empreen dentos Nós o caremos, sem nada modcr do valor scante de seu nome, Sr Penc A nrratva pea qu Paue va smbolzar nada menos do que uma vragem estrutur ou ea a colocação de um destno obsessvo no que á faz seu destno hs térco, va s encadear assm que a nteenção ver subnhado para ea o vor deste nome O padrno portato de orgem nesa Sr Penc, eve sucesso em sua vda s proso ncusve não dexa de ncr o deseno m sto não tem nd em com com a renâca deste nome, o mesmo de qcção pron, en nero de minas. 12J
Paue conta uma estada com seus pas, num ugar onde seu pai se submetia a uma enésima cura e onde, por força maior, a fam1ia dormia numa só peça Ao evo car esta estada e a única peça onde Paue é testemunha do que, no dzer de sua me, não acontece ou não acontecia acontecia mais, três aconteci aconteciment mentos os desta vez tamm, já mencionadoss em sua anáis mencionado anáisee surgem de novo em em sua recordação, sem que ea sou besse, peo menos em reaço ao primeiro, se precedia ou seguia os dois outros Ea descobre durante esta esta estada uma paixão peo desenho, acompanhada então do hábito de mordiscar seu ápis, até que um dia engoiu um pedaço. Se guiuse uma tosse que durou a noite inteira e persistiu durante meses seguidos, atrapalhando certamente, mas que as reações sexuais de seus pas, seu sono ou, mais exatamente, o do pai. E um pai, com efeito, acorda. Pois esta paixão peo denho é a primeira manifestaço que se imporá a Paue como sua tarefa nas obras a ápis, em conseqüência do apeo de um PaideNome que tem todos os traços requeridos pea obsessão. Com efeito, nesta mesma época Paue escreveu uma carta a seu padrinho, da qual só guarda o epteto com o qual o brndava: "padrnho com pêos nas ore has Foi antes, justo antes, ou decididamente depois de ter sabido de sua morte Paule não sabe dizêo O fato é que foi no mesmo pape e com a mesma tinta que rvu para a carta que Paue embra de ter rapidamente esboçado um retrato qualquer, vendo surr sob a pena um casal enaçado de ta forma que o sexo do homem aparecia á onde era de se esperar o de uma muher E Paue comenta que este, o da muher, não sabia desenháo No saberamos dizêo meor. O pai dupica num Outro cujo nome, desta feita signicante, trade mk de ápis, toa o ideal de sucesso na tarefa de escrever e desenhar, na qua (como se diz do campo de honra) o p tombou Impossve não pensar no isomorsmo dos gestos de Paue e de Laurent; e mas, estes gestos sorem o mesmo encontro nefasto com a morte real daquee a quem a carta é endereçada E é importante observar que a carta se toa investidura no a posteo da morte do destinat destinatário, ário, pois não há dupo do pa seno morto, morto, seno signicante. Isto se embrarmos o que é esperado de um ta dupo que, para uma fata imanára, ee autorize a resposta simbóica e trace o caminho de um ideal Ora, se para ideal pa ra La Laurent urent a fecund fecundidade idade do avô cria um equívoco em reação à sua preocupaço com a fecundao, que é a faha de pai, para Paue é o nome do padrinho que faz trade-mark e se transforma em ideal de sucesso (encarnado por aquee que coocou o pai novamente sobre os próprios pés) na vocação de escrever e dese nhar Acrescentemos que a carta de Paue ao morto é escrita numa época em que ea constata uma fa fata ta de reações parentais parentai s mesmo que que fos fos dev devido ido à sua pren ça no quar quarto to qu quee conrma conr ma a impotência patea patea ou se se a, sobre um fundo fundo fóbico, fóbico, no medo de r, por esta impotência, deixada à mercê d'A Mãe Mas oferecer um Outro do Outro (A de .) se obtém via de regra com um sexo de homem como · a reprentação mesmo de um sexo de muer, o seu, he dei xaria uma chance para que existisse um que no fosse castrado? Este sexo femini 122
no, Pa Pau uee não sabe naquele momento representálo uma forma forma de preservar preservar seu padrnho. Em rea reação ção a este e ste Outro , encontrado no reino dos mo mort rtos os,, Pa Pau uee se atribu atribu uma castração manára e encontra seu gozo na nibção, para se assegurar de seu própro fracaso em cumprr o ide proposto e mesmo para ceebrar este dea ou simpesmente para savaguardálo. Este fr fracasso, acasso, nclusve nclusve tem te m de mediato um caráter de rito. Paule Paule se lembra de ter jogado fora o pape assm que vu seu lápis desenhar este sexo inesperado e mesmo incongruente, mas de ter logo a seguir duvdado da ecáca de seu gesto A busca do pape que se segiu a sso, para vericar se fora reamente destruído" ra conduziaa mesmo à fabrcação conduzi fabrcação de exemplares experimentais com os quais era possíve fazer a prova da dssoução efetva do pape e da tinta na água do esgoto, ou mesmo por m no mar. Isto dever deveria ia culm culmnar nar na idéia obsess obsessva va de que, que, andanandando na rua Pae poderia sem querer dexar car um pape comprometedor Ou por, de que também por nadvertência, ncuís em um envelope um pape inoportu no. Isto, é claro, com as condutas de controle exidas. Dexemos, no momento, a questão de saber o que Paue conjura assim para ressaltar desde já que lhe é dfíci apagar o sexo do homem, que he é atribuído peo encontro de um Outro do Outro (A de M. Curoso paradoxo, pois se, não sabendo mais representar seu sexo, ela garante o ncast ncastrável rável do PadeNome PadeNome anda assm em reação a es este te ea goza de sua própria castração castr ação imanária E seria até estranho observar observar que gozar de ser se r castrado castrado é cosa de homem para uma muher, é excessivamente verdadero, verdadero a ponto de que, via de rgra não sobrara desde então mis nenhum para quem gozar, nenhum que não seja castrado. Por assm dizer este deseho ncomoda Paue como um sexo de homem O que se prolonga em como um sexo de homem deve ncomodar seu p atri ribu buind indos osee um tepo, ima imana naria riamen mente te um sexo sexo de homem, homem, é a par par É at tr do exemplo de seu pa que Paule poderá manariamente castrada stuarse numa monta montagem gem pro propriamen priamente te obsess obses sva va : o Nome do padriho na n a sua materia materialdade ldade sgnicante decdndo a obra onde em sua inbção ea ceebra um PadeNome. Então omo seu pi, como o Sr. Futvaím, Paule é ncapaz de produzir beas magens ou belas estampas japonesas; no sentdo que o Sr Futvaím sera tão ncap quanto ela. O modeo de sua castração mginára é encontrado por ea no des faecmento fa ecmento sexu sexua a de seu pa porém p orém ea e a o especica pela upremacia upremacia (sgncante) (sgncante) do padrnho E o texto do sonho se presta nda a um equívoco, por condensação pois qua é no onho o vor do omo? Entendemos que ee poderia sgncar diferen temente de. Com efeito se esquecermos o [oot e considerarmos um simpes si mpes traço de pertencmento ingüístico ingüístico,, o ing ingêê s, é Futvaím Futvaím o padrnho de nome nês e quee por outro lado era homem bonito qu qu quee conegue fzer fzer beas beas estam estampa pa japonesas Paue, então, omo seu pai, seria incapz de produzr beas mgens e estam p como o padrnho nês. nês. 1 23
Um equívoco de como no sonho nos pete retornar à déa e à conduta ob ssvas que preocup pre ocupaavm Paue Paue qundo qu ndo era er a adolescente adolescen te Pa Paue ue,, em suas obras a áps, deve fracassar para salvaguardar seu dea (o que é um exagero do sgnifcante, pos o padrio, de fa fato, to, não fo um grande desenhsta desenhsta)) produzr produzr o contrário do quee ambcona, ou se qu seja ja,, uma obra o bra ef efêmer êmeraa e não ma mac ca. a. Mas o dejeto dejeto mesmo mesm o de seu mogro, o pape amsado, não pode dexar de remetêa ao objeto que ea é pa ra o desfalecmento de seu pai. O que ela conjura, então, encaçandose num peda ço de papel? O testemunho de sua obra nbda", devotada ao Outro ncastrável, ou seu ser de objeto roposto à castração do Outro? Quanto ao objeto que ela é no fntasma, tratase, é caro, de não encontráo, de conjurar o seu surgimento, pos não é outro senão o objetda angsta como um sujeto não dexria de perder to da sua consistênca sgnfcnte até mesmo o e que fz dele nnguém, ao encontrar u ser objeta? Entretanto, pra Paule, Paule, o objet objeto o que ea é papel mssado se é promessa promes sa de desmoronamento egóco e desencadea a angústa angústa ao mesmo tempo sn s nll de aae e últmo últm o balua baluate te da d a subjetvidade subjetvidade traz em sua superfíc superfíce e Teresa, ou seja, a gura segundo a qu ela s f Falo, sgncante do desejo de seu Outro, em rzão de sua posção hstérca Cada papel que ea joga no lxo na execução de sua tarefa cotdana, a ao mes mo tempo à sua mpotênca, ao objeto que ela é e ao seu ser de Falo, Teresa. Alás, desenhando ou escrevendo, saberia ea o que persegue: o del lgado ao Nomedo P ou, por assm dzer, o decaque do desenho de Teresa? Não trata de decdr antes, de subinhar que o sexo rea de Paue parece fazer obstácuo ao que poderia ter sdo uma vragem de seu destno neurótco. O en contro da dublagem do pa não pode apagar o que de níco preparava um destno stérco O que nos parece responder, dga de passagem, a questão: o que se passara e uma hstérca encontras u mestre verdadero, um que ela nã teria sob seu domno? Um verdadero, claro, deve estar morto e sabêo; é por sso que a hstérca não podea, de um saber sobre sua morte, destacar seu desfalecimento últmo O ue nos fz dizer que se lhe acontece, acontece , como a Pa Paue ue,, de encontrar encontr ar um verdade verdadero ro mestre, ela ter de se submeter a dos destnos Paule encontra u gozo fco em dos lugares dferentes, pos ea serve dos Outros dferentes Ela é tanto Tesa, o Falo pra o pa desfaecente, qunto a ertora nbda que oferece sua mpotênca a um Outro castrável Entre os dos luga res, ao sabor do mntenddo, tecem os camios de uma conclação ossível, e mesmo de uma impossível relação sexu e amorosa Pos entendemos que a smples pção do amor e dejo não é ucente, aqu, pra derever o drama de Pae su du posções em relação ao Fao não fem eão clvála: se podems dzer dz er ela elass tmbém tmbém a embu embu e a confundem confundem Ela não sab sabee ms se qudo tenta eever ou deenhar não está tmm se fzendo de Fo paa o pa fcssa u qudo e pretende pret ende Teresa, Ter esa, não está exb exbndo ndo tamm, nos e ehos, hos, sua tnca a Outro que não fa
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Consideremos, por exemplo, o ohar que parece encaixado no seu fantasma, desde o início, pela montagem que representa a imagem encontrada no jo amas sado este olhar de troça seria ela mesma como obeto, ou antes, o olhar do Outro incastrado que, no momento de sua equivência ao Fo, lhe chmaria ao dever de sua relião do lápis e à sua castração imanária? Aí, não é mis como Fo do Outro castrado que ea oferece à humihação na reação, mas é como castrada que ela se exibe para um Outro que não poderia sêlo. Aiás, por pouco que Paule embase seus roteiros até imaginar sua humhação acreditando ceder, não sem repugnância, a um certo racismo, diante de negros, ou diante de sabese lá qul emr de harém, é a embrança do sonho recorrente de sua mãe que f surgir para além do pi desfaecente, do qul Paue suscita o deseo imanandose Teresa, um Outro deste Outro impotente : num negro imagem clichê cua potência sexual nunca esmorece Não saberamos transmitir melhor este impasse de Paule entre duas estrturas do que pea espécie de acting out que a aterrorzou uma noite , no início de sua anáise. Ea desperta, porém o sono em seu corpo continua, ela sente sua cama moverse, um verdadeiro pico se apodera dea pois sente seu esprito separarse do corpo. Ora, é bem de uma tal separação que se trata no seu desgarramento entre dois Ou tros: como se ela fosse corpo para seu pai e espírito para seu duplo ; pois, por desfaecer o pai tem um corpo, e o dublê só é um Nome. O pânico se completa a estas pavras o sentimento de ser ao mesmo tempo devorada pelas Erínias, mulheres, e de turbhonar em um abismo frio, um redemoinho como uma garrafa no mar" A garrafa no mar gura aqui a mensagem que me era dirida e que na época antes do sonho do Sr Futvam eu não podia ouvir a ponto de que minha surdez se toava talvez, necessária a Paule, uma experiência tão gritante. A imagem é bem clara, de um escrito que Paule não saberia mais a que Outro endereçar. De fato, esta tentativa de escritura tiha uma destinação própria, a do Outro da obsessão, o aomenosum incastrado, e se Paule podia temer as Erínias por u corpo, isto devia aterse ao fato de que em nenhum lugar essa destinação parecia reconhecida Pois quem, se eu não ouvia (para se prolongar em . . que devera haver um terceiro) que acmasse A Mãe? O terror do devoramento indica com efeito a escolha que se oferece a Paule, em seus momentos de aição, e à qual lhe acontece ceder, quando ao mesmo tempo o Outro da obsessão se cla e a busca histérica de um mestre se interrompe a es colha de se agarrar ao mnequim e de aí perderse como objeto, or portanto, como não poderia dexar de ser. Sua tentação, pea garrafa neste caso, diz bem que esta última é d'A Mãe Nossa intervenção sobre a intocável" da maífca", recordemoo, embora acentue a queixa do parceiro da histérica (você sempre escapa), é de um engano providencia Pois, inopinadamente asswe a posteror um valor de interpretação paradoxa mesmo se responde onde na transferência, Teresa me interpela ao 125
passo que é Paule que me fla ou se exie a castração do Outro para quem ela se faz Flo ao passo que na sua obra com o lpis, nunca sucientemente mgníca" ela se endereça ao aomenosum para quem, longe de ser o Falo ela não o teria isto bastou para que o trabao do sono retomasse a convocação de um terceiro a quem ela dirige sua obra ou melor a inibição de sua obra. Poderamos dizer que mina intervenção forçava aqui o sono a falar, ms e mis alto a ponto de Paule não poder se contentar lembremonos com uma primeira interpretação que era justamente para agradar a mina surdez. Um da, mas tarde no f de uma enésima volta em seus caminos cruzados, Pae me perguntar belamente: Você, como é que você me ama" Digo belamente" pois o contexto e o acento grave da questão me impedia de entendêla como interrogação de quem propõe uma iguaria e menos ainda como um lance de sedução. A questão soava antes como Qal é a verdadeira, se é que uma que seja" e ela introduzia justamente, uma outra pois interrogandome a que vo c" ela se dirigia Sua cura ra como a experiência de Arlequim sevidor de dois mestres Um outro sono, posterior ao primeiro de mis de um no ve a pena ser trazido mesmo que pa comentlo apenas É preciso dizer que Paule fzia como sua segunda anlise. Num sentido, esta segunda análise começa com o sonho do Sr. Futvaím, sendo que a pimeira se caracteriza por só ter sido aí escutado um modo de se endereçar istérico Evtando citar apenas o nome do primeiro analista e as associações que se ligm a ele, a narrativa diz: "É um sono com meu primeiro anista. Estava numa cama, com muitos lençóis brancos, com mina mãe. Eu a procuro para acaricila e fzêla gozar Uma foa de papel crispava como uma batata frita numa mesa de operação (pausa). O segundo (sic) analista cegava e com uma caneta perfurava a boa e a fola se acatava". Este segundo sonho nos restitui o trabalo que o pimei ro tina inaugurado. Primeiramente, o excesso de lençóis remete Paule aos retalos com os quis sua mãe enfeitava o mnequim e a suas próprias sessões de jogo atra padas atrs do blcão fazer gozr A Mãe não seria a isto que a vota um pi para quem o pedaço de papel que é ela crispase como uma ereção fálica tão vã quanto as fom dos sapatos são mpróprias para recolocar um tal pai sobre seus próprios pés? Na cena que segue o anlista que se toou segundo (e eu estava como segundo agora em relação à mina escuta) com uma caneta por que não com u lpis perfurava" (isto é um pa logo o segundo) a boa e mesmo respondia do lugar de um Outro a mais para o qul, longe de crisparse, Paule esvaziava se. Assim informado sobre o estado da transferência, escutavaa retoar, em seguida a esta sessão, à sua obssão de adolescente e tamm ao episódio da fola de jorn, mas sobretudo ir se embrar de um resto do dia anterior, não tão incongruente quanto o pensava: um jovem negro a tina por longo tempo molestado" na rua, até ela voltar para ele e não sem umor, o intepelar: jamos claros!" 1 26
Não me estedere a vragem que este útmo soho mpuha à dreção da cura ea era, a partr de etão, aquea que a trasferêca requer, quado o pacet se drge a um Outro que ee ceebra. A questão de Pae sobre seu ser ão se resume a uma questão em sobre a vda e a morte, em sobre o sexo seu ser passa do objeto ao Fo e à magem de sua prpra castraço. A roda das etras , < podera bem os embrar que os distingo da teora aaítca se escrevem a partr do que prmero se cofude Ada uma vez, ão poderíamos trasmtr mehor esta roda do que através de um epsódo que Paue reatava aos mes ouvdos etupdos (para ão dzer pe udos"), quado ea veo me ver pea prmera vez, para que eu fosse, de medato, o segudo. Era um epsódo que a tnha aterrorzado e que ta sdo mportate em sua decsão de vr me cosutar. Um da ea ta tetado e mesmo começado a tatuar com uma âma de barbear, em sua testa uma palavra ta que para o outro fosse da: CHU" (Psu"). Uma paavra da qu a aáse poderá fazer, o a posteriori, uma espéce de cfra de seu desto Pos do que se trata? Das quedas de seu pa, peas quas ea se fez forma de sapato e folha de joa, e mesmo Teresa, ecaação do Fo? Ou dos cametos de tecdo que sua mãe recortava sobre o maequm em que, craça, Paue se abraçava e para o qua ada gostaria, à vezes, de se fazer seo? Ou do cese (psu!) que ea espera do NomedoPa, para que cae e ee acme A Mãe , e que a cossão ocaso da mpotêca patera dexou desefreada? Ou do cae a bção que ea drge a s mesma, como um madameto, caate, mogra teu escrto para ão ofuscar o espedor do padrho? Ou ada, do cae" que talvez ea já e dereçasse a ós dos, como um pacto, covecda que devia estar de que o Outro do Outro, surdo, com pêos as orehas, ão ra escutar? -
Se expoho agora agus eemetos da cura de Mche, ão é como podera se esperar porque sua posção sexuada e por m a escoha de sua eurose, ra cotra seu sexo aatômco Não é uma hstera mascua para fazer equíbro com uma obssão fema, da qua, aás, Paue os mostra que ea ão é uma estrutu ra, em um subtpo de uma estrutura, mas ates um mbroo sgar A cura de Mche vem aqu, in fine, coocar questões. E mesmo os embrar que, algus potos com os quas tetamos cosderar uma cca do fatasma, se ees só se escrevem às custas de uma certa deazação, só vem ao permtrem a etura do sngular. É a magem mesma da reação paret que fata a Mche, uma magem a qual poder ecotrar uma fata. Nada de reação, apeas um casa, e se este há desfaecmeto, ee aparece do ado da mãe que tera sdo desejáve como muher a recor dação certa de Mche, a aversão de sua mãe peos sas da mcarada, que pode ra ter vorzado sua beeza, se dupca peos efetos de uma oga doeça vada te. Isto ão tem ução de expcação, pos é mas comum que uma doeça matera mesmo que veha a e exr uma abstêca sexu seja da assm mesmo co 1 27
mo desfaecmeno do pa nas relações enre os dos Mas esas reações para Miche não se raa sequer de imanas. Sua mãe fala ao casal mais do que desfaecer na relação: apagada ao pono de depois de sua more oda recordação dela se apagar para Michel embora nesa época j fosse adoescene ; o que far da vonade se lembrar de sua mãe uma das razões para empreender uma psicanse Não h pos imagens de sua mãe. Somene algumas recordações que se desarão ao longo da anáse sem produzr oalmene a rememoração buada. E devemos conar no dzer incia de Mchel sobre ese vazio sobre esa acuna de memória aé chegar a enender que aí se joga a quesão de seu ser neses ermos sem magem da mãe não h casal ogo não h magem de uma relação paren possíve não h corpo e não h fala do Ouro e em conqüência não h ser para ele. A parr daí o que para Mchel em vaor de fanasma é a enava de se dar as condções mínimas de enconrar para o Ouro um corpo o de uma reação parena! que se conceba e como não poderia deixar de ser mogre É necessro para ano primeiramene que haja relação a mãe esando ausene peo menos enre ma mulher e o pa para surpreender ese em desize. E, para ano Mchel em desespero de mãe enar duplcla por uma oura mulher qualquer uma que ee possa ideaizar como Falo de odos os homens e ser reconhecida por ele nos raços exbidos de mascarada e mesmo naquilo que pode r o reverso do apagameno maeo A observação é perfeiamene especuava mas vae alvez ser fea aqu de que uma muher poderia ea mesma se fazer Fao e se consagrar a suscar o desejo do pa. Um fanasma de sedução eria enão raduzdo a vonade de despertar o pai não oferecendo um corpo a seu cadver para que ele vva e faça da mãe uma mulher mas anes oferecendo seu própro corpo de mulher para desperar os moros A observação é especulava porque nada prova na verdade que o que oa essa escoha mpossível a Mchel seja seu sexo real. É prova dso que ele ene assim mesmo esa escoha pos he aconece de senir enado pela camuagem e vesr agumas roupas ínmas de sua mãe. D fao a mpossbildade de escoher a hiseria es inscra naquo mesmo que mpõe a Miche buscar para o pai uma oura mher que não seja a mãe; queremos dizer que apaga da mãe aé mesmo a recordação e que deixar Mchel sem imagem de uma reação com a qua consiuir fantasma. Michel em suma deve buscar uma mulher para o pai o que é da ordem de uma escoha hisérica mas curiosamene a necessidade de uma al busca não he vem de um discurso maeo que eria dio a respeio do sono ou mesmo da more do pai que deve ser desperado ela he vem anes do silêncio dese mesmo discurso De modo que podemos per gunar que aerrorzane dupo do pa coocado aí de anemão proege Mche d'A Mãe de cera foa por p revenção anes mesmo que a miragem possa surgir no ccuo da casração. Tudo se passa com efeo para Mchel como se um PadeNome garansse o apee dA Mãe anes mesmo que a relação paren e um desfa 1 28
ecmento de seu pa efetvo possam ser manados É um paradoxo pos a mragem dA Mãe surge em prncpo, com a constatação deste desfalecmento Ora aqu, drsea que agum já se ocupou da entrada em jogo da mãe e, assm d 'A Mãe E se ocupou tão bem que não somente a mragem da perfeção fo apagada mas tambm o cálculo de um restaparagozar do corpo mateo. Mas como conar nesta da qundo nada aparentemente no que Mcel conta como sendo sua stóra, desgna o lugar de um Outro ncastráve? Podemos destacar o estrao jogo de nomes de seu casal parenta onde o pa nvestdo ridcuamente de status dvno e a vrgndade da mãe dta e cegarmos mesmo a constatar uma certa aderênca de Mcel ao vaor semântco destes nomes que o compee às vezes a uma dentcação crístca Da mesma forma prmeramente mprecsa, como saída de uma nebna a recordação e vrá da amputação de um seo sofrda pela mãe O que consttu um encontro nefasto como se tambm no rea estvesse dada de antemão a prova de que ee não podera se expor a se fzer objeto ora. Mas estes dos traços só parecem ter vaor se supomos que, no campo do Outro, já á um PadeNome aqum de toda mragem da castração Alás, se um tal Pa não aparece como dupo do pa efetvo tavez não seja por acaso Mcel não se consagra a produzr pelo fantasma o gozo do Outro do qul parece buscar anda a magem e a fata Ele se consagra ao fantasma como o que devera se produzr. Ora se ee pode buscar um corpo para seu Outro porque paradoxalmente a castraço magnára já deve ter operado Pos sua escola é o reverso do J . v IL autsta recusa ser para não encontrar no Outro a magem de u desfalecment Frente à ausênca de uma tal magem Mce empena seu voto de ser (um objeto portano) para a fata de uma reação parenta! que ele deve manar. Mas u ta voto de ser mpca, por sua vez que o Outro já tea gura e fta. Para resolver este mpasse lóco, adantávamos acma a da de que, pra M ce no Outro rena um PadeNome anteror à mragem d'A Mãe, o que anda um exagero Uma ta antecpação lóca não porm verdaderamente necessára pos po demos perguntar: que apelo rresstvel d'A Mãe, que rsco de a perderse mpôs a Mcel u Outro do Outro que acame seu apette a ponto mesmo de apagar os traços da sua mãe efetva e da reação parenta! e mesmo a ponto de e toar mpossvel o cculo onde a mragem d'A Mãe mpre surge? É verdade que, para Mcel não á desfaecmento efetvo do pa nem um desfaecmento meddo pea prova do sexo e eventumente sublnhado por um dscurso mateo naudíve nem um desfalecmento tendo por medda um Pa dea de Nome do qual nada qur dzer nenum traço scante determnado aparece No entnto Mce não tem estma por su p Poderamos consderar su enca çamento em desconsderlo por todos os lados como mas uma mera de s dar fha para produzr fantasma Mas como uma t desconsderação sera pra seu 1 29
propósito, se ela não pode aparecer sob a forma de uma faaragozar no corpo ateo? Sue enão a hióe de que a devalorzação do ai ara Miche é o ue ca de uma distribuição onde um excesso de desfeceno aerno expõe Michel ao risco de uma histeria severa onde miragem d' A Mãe e resaaragozar hiane e inei ro do corpo aterno na auncia de uma reação do pai com esa se eriam conndido para pedir a Miche o sacrifício de sua essoa. Uma disrbuição ue er mitiria talvez um destino de loucura. D uma tal escolha hisérica alguma coisa resa ara Miche, nem ue seja seu voto de deserar o pai Todavia, sua répica orina arece ser uma escoha obssiva que, espantosamene, disens o encontro com um PaideNome. Pois é um NoedoPai ma função desprovida de raçs siicanes que de hábito a envolvem e deide o idea que arece se imor a ee como necessidade óica ão absraa quo imriosa ara nterdiar e mesmo apagar Mãe e mãe. Retoemos, or ora, ao que ara Miche arece ter vlor d e fanasma Esta emresa é para ele via: ois no momeno see apenas um Ouro incas trável sem deermnação Ele não sabe, em suma o que fazer consigo mesmo e re toma sua quesão or ass dizer desde o rincípio: ratase de reconsiuir o corpo e a flha que um al Ouro apaou ara enconrar, ao menos enquno objeo, alma determinação ara seu r Miche lembra das crises ua epiéicas de sa rimeira infância À noie, u corpo enrecia sua respiração se fzia difíci e, co um momeno mecâni co baia a cabeça na arede ou nas grades do u berço. Ele se arrasava às vezes, t u corpo sem membros, aé o quarto de seus s que o coocavam na cma deles. Por que não dar crédio à fenomenoloa destas crises els quais ele se fazia órgão penino? Não era coo objeto ue ee vinha se oferecer como suplemeno da reação parenal e ampouco fazia irrpção nese quo como um chao ciumeno mas anes ele trazia í o órgão que flava ara que houvesse relação Esas crises aliás exceo em seus desfechos deverim se repeir ra Miche ogo a guir à morte de sa O que dizer desa equivlência eniana, senão que ela não é o equivente er verso do falo inário? Pois longe de se alimentar de um saber sobre a casração e o goo o que ea parece anes produzir respecivamene a iagem e fracasso desa. A crs de Michel ropõe o uso de um órgão re eas não estão na dependência da identicação imanária do perverso com o órgão E esa equivência eniana não é tampouco uma foa enésima da euivalência ao objeo do fanasma mas o seu re verso U onde esta ropõe um suplemeno para o fracasso do gozo arental ·a outra se ea pa prieiro toar um al ozo e seu fracasso imaináveis. Isto sea s concebvel considerásm que o pênis não está na categoria das ptes do copo que oferecemos ao Otro é suciene ra se dar conta disto oa que na relação penal não pode r dito fltante m ans o que intro du a fta pos o sicte do qual é o referene funciona como o único pa os 130
dois sexos. Algumas recisões quanto a isso. Se a função imanária da castração o de introduzir o fracasso na relação arental, é graças à dimensão simbóica da inter dição do incesto sobre os ais; e em reação à qua ela odeia bem se cham nção de interdição. Mas ela introduz também, em meiro lugar, o imnário da fta (o que justica sua denominação); antes mesmo do fracasso, a fata já está na reação, orquanto uma única imagem e or conseguinte um único siicante vale a ra os dois sexos, que, no ance, se distinguem assim: têo ou não têo. Assim, se a falta é catada então, de forma arivileada, numa relação sexual, a artir da dife rença dos sexos, isto não signica que o órgão eniano seja, nesta relação, o que f ta. O que fta será antes um objeto. Mas ara Miche o que fta, mais uma vez, é a reação. O fato de ee se sentir à vezes frangalho, chegando até a se queixa de insensi bilidade, uma esécie de auncia de erogenzação de seu corpo, não deve ser enten dido somente com� efeito de sua equivalência enana: um efeito, aliás, que embra com o distingo já feito a erogenização global da dor no masoquistNão so mente, diríamos, orque Michel é também um objeto, mas um objeto atindo, sem Outro, logo sem deteminação. Seriahe necessário, ara se esecicar, que o Outro tomasse enm coro. E no que refere às zonas ditas erógenas, como a ulsão odeia circunscrever os esaços de seu corpo, ois o ugar de onde ea se orina, AMãe, está ara ee aagado? E não somente ainda, orque Michel também queria reanima a mãe ara fazer do ai u homem, ara que comarecesse ao conges so e desfalecesse; é assim, talvez, que ele devota seu copo a um cadáver esqcido. Não somente, enm, orque, se o NomedoPai que aaga ara ee a imagem da relação é convocado elo risco, que odemos suor extremo, de se erder n'A Mãe, então Mi Miche talvez seja também o seio amutado. A estratéa de Miche, em seu esforço ara que o Outro tome corpo, é, em todo o caso, dua, mas única em seu roósito foecer ao casa arenta o órgão de uma cóua ara que esta ossa fracassar é o que traduzem or exemo suas cises e duicar a mãe or uma mulher com a qua o ai ossa fracassar ao tentála. Michel não ode ser esta mulher construda a artir de mascarada de uma vizi nha e de fotoaas de revista, ao mesmo temo or ser homem e or rvir a um Outro incastráve ara o qual ele goza de sua róra castração. Como então, or aroximação à escolha histérica, se faria ele Falo ara o ai? Como, com efeito, o desfecimento deste, or sr difuso, não é catado, é incalculável? Pois o desfeci mento do ai, se ele é destacável nas relaçs sexuais arentas, é em si calculado, via de regra, ela relação com um ideal, cujos traços faltam a Mchel. Ele tem, assim, de encontrar hures esta muher, e mesmo inventála e roô la ao : em seguida construir, se não rovocar a vontade do ai or ela at recusá la a ele Temse então, em suma, de realizar uma histeria delegada a um outro coro. A tarefa não difere aarentemente do rocur a mulher", qu or vezes coml a muher histrica até o homossexualismo ois, assim omo esta Michel busca aqula qu fará do um homem Para a histrca trata d ramr o a Mihl d raim ara o ai uma mulhr r q ha rlo 131
Sua réplica a uma distribução obssiva, ode o pa já estara provdo de um du plo abstrato, toase pois "duplicar a mãe busca para o pa uma outra mler que, ao contrário da m, seja todaparada lá ode a m é todaapagmeto Uma outra ulher com que possa se dar uma relaço ao pa, relaço que para icel se peste de fantasma. É o que ele tenta, por exemplo, azendo de uma recordação um acotecime to onde o p encotra por acaso diate de si esta outra mulher, uma cidade que poeia ser chamada de Notthmgan him, ão ele, ele ão poderia. A tentativa - quer dzer sua evocaço a cura de dar m corpo ao Outro e de fazer um antasma (como se dz se fabricar uma saúde) fracassará enquato o Michel ão achar o meio de ecotra e, por que ão, de acalma a dublagem do Outro que comanda este fracasso. O que ão é simples, se aa em seu dzer pemi te captar o lugar ou mesmo o traço distnto de um t Outro icastrável Na aucia e a expectativa 4e um tal ecotro, a estratéa de chel se de volve para dar, apesar de tudo, copo a u Outro. No luga do ftasma, o que susteta sua vida sexul é uma motagem que encea seus esforços. Sua masturbação traz a mca do ritul que a regulava a ado lescêcia, e que consiste em escolher, as páas de revista, uma magem de muher que vive uma farsa ( ou seja: que se toasse Falo de todos os omens), de bom por te para, uma vez recortada e reorçada com uma dublê, possa ser aplicada com uma ciha em seu pêis em ereção, a m de, após a detumescêcia, fazerhe costatar a desproporção, e lmete destrur e jogar ora a imagem. O protótpo desde calço peiao oi costrído com ma mem de revista, ecotrada em um lugar ode ates cava, tradiciolmete uma foto da mãe. Do que goza ichel aqui? A desproporção que ele costata está entre o pi e a dublagem da mãe que ele lhe propõe para suscitar seu dejo Por itermédio de seu própio corpo, seu pró prio pis, dirseia que ichel busca provarse que o p desfalece, ou ates que o o do pai, literlmete, nã está à tura desta mulher que seria, enm dejável. Etretnto, o m desta motagem, que tamm fz prte dela, nos adverte que as coisas são mais complicadas Este m é tato ms surpreedete quto rao que a montagem masturbatóra estenda seu roteiro para lém da detumescêcia Ora, após esta última, a imagem da dublagem é chamada a desaparecer, evacuada, tal como a a m, paa de ovo sancioar que o esforço foi iúti, que o pi, em suma, ão s tea prstado à amadilha, que ainda ão haveia relação onde o p coreria o risco de r colocado à prova com uma mulher Ou da, que toda mulher seja apagada A mesmo tempo, a detumescncia e ichel no vale mais para do pai ela o é não a sua própa detumescência; é após a ejaculação, o l efetivo d� mota gem, que devemos tua o gozo de Michel, ligado à castração imnária, paa um Outro que ele ms uma vez celebra como castrável ichel goza, em suma, de sua impotêcia em econtrar a mulher que copuaia com o pai A meos que enteda - liás, com a mesma conclusão que dese o começo da motagem Michel reduz a seu próprio ógão peiao e tenta seri de cópla entre o pai e o duplo dejável da m Duas constatações de racasso: a ima gem apa e o órgão cujos iços ele propõe, tamm ·
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Pergntaríamos por ue desta tentativa de dar um corpo ao Outro, Michel te ria de se ueixar dauilo ue chamamos os seus fracassos. Pois apesar de tudo, eles conduzem a um gozo em tudo semehante àuele com o ual um obsessivo podeia se satisfzer. Devemos considerar a parte de sofimento ue a situação de Michel compota Principamente no sentido de ue, se o horzonte de seu ser não é um objeto, mas o ór órgão gão peniano este é também també m paa ele, literalmente, o objeto da angústia angústia pode surr diante dele no real como seu ser destacado dele prpio, bem como de toda signicância sign icância fálica Isto até a derrisão e o horror onde ond e o mergham verdadeir verdadeiras as au au cinações de encolhmento de seu órgão Seu ser peniano distinto de uma identca ção peversa com o falo imaginário, imaginário, bem como de uma identicação histérica histérica com o falo smbólico lhe retoa no real. Além disso em sua vida sexua e amorosa, Michel paga o preço de sua situa ção çã o . Entendemos desde já ue ele ele possa poss a dizer- sem paixão, enfemo do amor, pois sobre ue ue mag magem em dA Mã Mãee pod poderá erá ele ajustar uma u ma parceira amada? Pel Pelo o contr contrio, io, derisoiamente ue he peçm ou manifestem manifestem amor, amor, isto o sufoca sem metáf metáfora ora desencade desencadeando ando os mesmos enr e nreciment eci mentos os das coisas c oisas pelas p elas uis uis se se fa faz órgão, órgão, có pula proposta em vão, reativando assim sua busca de imagem e do clculo, ue po dem lhe permitir encontrar a miragem ue toa o amo possvel Se as mulheres p aa ele se divid dividem em gundo o apagamen apagamento to e o excesso na maa maa rada esta divsão não recobre a do amor e do d o desejo desejo , mas antes a de duas impotências Ao nverso de Laurent para uem um resta-paragoza do corpo materno é calculável e cuja impotência concerne às mheres sagzes, satisfeitas plenmente, ao conrário conrá rio de sua mãe (ou seja, as muheres ue Laurent p ode amar, mas ue não pode desejar), Mchel encontra uma pmeira pmeira mpotência com as mulheres ue reco nhece pelo traço materno do apaga apagamento Se ele as deseja como diz à distânc distância ia é po poru ruee à distância ele as imagna estas ms ntactas ntactas cujo copo inteiro e speraia para goza Mas assim ue se aproxima delas, elas se apagam. Como concederse es tas mulheres de saída um Outro domna a mãe, a ponto de anulá-la para Michel? Michel se lembra de ter beijado sua m morta cu cuj o cadáver cadáver tinha sido expos to (u outro encontro nefasto) em seu uato e se lembra não do rosto da mãe, mas do nojo ue deveria por ocasião deste gesto, desválo. A interdição ue para sobre as mulheres ue ele escohe pelo traço mateo e no mesmo instante apaga, não é tudo na mpotência de Michel. Mas, ainda assim, podemos interrogar: o ue fzer de um copo mateo ma teo cujo cujo resta-paagozar resta-paagozar na fata fata de uma imagem imagem da da relação paenta! paenta! nã não o podera poder a r cculado, o u uee fazer fazer senão deoro deoronar nar an ante te a tarefa de fazê zêla la gozar inteiro? O no nojo jo ml protege como um último apelo apelo fbico fbico de um tl desmoronamento desmoronamento E isto tudo é tanto ms vão ue ue não se trata trata aui de convocar um terceiro ue proteja dA Mãe: um ta terceiro já se encontra a, é o mesmo ue apagou a mãe e com ela, toda imem da relação parenta! Curiosa mente, é por um excesso de Nome-doPa ue paa Michel, o copo das muhes com o traç traço o mateo se confunde confunde com a miragem d'A Mãe Mãe . Vemos coo, pois se no corpo materno apagado não á um esta-paragozar, seria por ele não ter conhecido nenhum gozo ou porque su goz a tota tota 1 33
Michel, presa destas muheres "apgadas por quem sente dejo oia assim entre o horror que he inspira um corpo mateo por demis lúbrco, pois nenhuma relação relaç ão parenta parenta delimtou aí o luga de um gozo suplementar suplementar esperado, esperado , e a solidão a que o vota o apaga apagamento e fetivo de um ta tall corpo, que um terceiro aclma demais. demais . As muheres muheres que que vivem de apa aparências rências enganadoras, enganadoras , ao contrário, contrário , não são interinter ditadas Michel busca encontrar antes, junto a elas, um modo de vericar que sua mpotência mpo tência é eletiv eletiva, a, pois ele ele pode, com elas, fazer amor. Estas escapadas extramatriextramatrimonias já que que Michel é casado com uma mher reconhecida antes antes pelos traços maternos só vem como repetição de sua montag montagm m matu maturbatória rbatória No lugar de se reassegurar de sua potência, tratase para ele de vericar a aptidão destas muheres em suscitar o dejo xu de um homem e, em última instância, de seu pi. E a anulação, an ulação, a rejeição rejeição destas muheres após o ato, ou aguns aguns atos, são o equiva equivaente ente do que dá um desfecho à sua maturba maturbação: ção: rasgar e jogar fora fora a imgem. Seri Seriaa o mesmo que dzer que aqui tmbém a constatação é de impotência (uma segunda impotência) em produzir uma relação relação imanável do pi com uma um a mer. Quanto à rejeição destas muheres, é notável que seja sempre colorida de desprezo Michel as aborda é para prezo p ara dar darlhes lhes uma lição de mora, ou mesmo censurálas censurálas por não serem senão a dublagem do apagamento. Mas, lição de moral de que lugar? A questã faz faz apar aparec ecer er uma curosa concidênc conci dência ia entre o NomedoPai e o p i efetivo, pois uma mora é antes eperada do lugar do idea, ou seja, em última instância, do Pai PaideN deNome ome ora, ela ressoa aqui do lugar do pai efet efetivo, ivo, já que é a escoha amorosa e xu (não sexual, deveria se dizer) deste, que se ideaza e que Michel inclusive imita Isto não é surpreendente, se o NomedoPai não tem traços que am am de indicações. Ma Mass para p ara Mic Michel hel é penos penoso, o, pois poi s ele ele p arece guiar sua vida segun segun do os ideais que deprecia A busca de Michel é, tanto quanto a de uma mragem para a mãe e meo de m corpo para u Outro, busca de um traço que especique o NomedoPai que o comanda, por assm dzer, abstratamente. E entendemos que especicálo seria também uma forma de determnar, em relação ao dito Nome, um desfalecimento pater no A necessidade desta dupla busca está condensada na maneira como Michel apresenta primeiramente sua demanda de anise anise esta estaria ligada a su su a formação formação de curador de amas, porém sem dexar de precisar, precisar , em respota a uma pe perrgun gunta, ta, quee sua decisão qu dec isão por esta e sta útima estava relacionada relacionada com a doença doe nça de sua mãe, um tu tu-mor no cérebro. A obseação, tanto mis estranha porquto se revelaria mais tarde ligada a uma fsa recordação (a dnça de sua mãe era completamente diferente), transmitia bem seu embaraço. Quanto ao que se referia a regular sua vida gundo o ide de um Pai que teria acmdo A Mãe, já de início se complicava ele fazia curador de uma doença materna, da qu inventava a especicação, não m saber que, por ter cuidado da mãe, seu pai efetivo não parava de se vangoriar A trnsf tr nsferênci erênciaa enga engajj av avaa assm no esforço de encontrar no n o anaista os traços de um PadeNome e na anise o ideal que fazia fata. A ideaizão sem rea de mnha pessoa deveria leválo até a supor, durnte um tempo, uma homoexuaida 134
de em mm o que para ele sensvelmente não tna valor deprecatvo mas o assgurava de que eu não poderia me expor ao isco do desfalecmento que mplca o encontro com o outro sexo Decddamente assm eu sera ncastrável Presear esta dealzação era oferecer a Mchel ua ocasão de encontrar na análse separado de seu pa efetvo este Outro qe para protegêlo d'A M prva o de toda magem de ua relação parental. Eu tna lteralmente de me fazer de morto,, cultvar morto cultvar o silênco silênco suportando suportando qu quee Mchel se é que podemos podem os dzer assm pacentasse Desta forma a análs análsee produza PadeNom PadeNomee sua experênca tendo valor valor de encontro tal coo o de La Laurent urent com o amgo amgo judeu da fa faa a ou o de Paul Paulee com o seu padinho que faltara na na escolha obsessva Desta fet eta a o desfecmento desfecmento do pai efetvo efetvo po podeia deia se medr a um deal que que não estava estava ms junto junto a ele ele . Isto não era sucente ou antes era quase nsucente para abir a possbldade da cura cur a do ato que lhe lhe é própio O que era desenrolado então era a estrutura de obsessão o pa estando desde então sepaado de seu duplo Mas coo devolver a Mchel a magem que contnua a he faltar? Ele não se constró se o desfalecimento do pai efetvo se mede por um de e jamais pelo fracasso da relação parental Coo em suma lberálo de sua tarefa penana e devolvêlo ao fantasma? Contentarse do que Mchel podera assumr co seu destno ser órgão em vão proposto a a relação que não se gura só poda dexa ntacta a sua quexa e além dsso d sso não convnha convnha à étca assm coo não convém levar levar um sujeto sujeto a fazer do seu fantasma seu destno. A transferênca devera evolur graças a um acaso: Mchel descobre que paralelamente conhece a mulher com quem na es época de sua cura eu havia decddo v vver ver ; o que lh lhee permte desta feta feta desenvolver desenvolver todas as tondades tondades da trans trans ferênca dta magnária": desde o comentáo de que esta era nda de estar a meu lado até a conssão de sua vontade de ser amante amante dela. As aspas em manára" já assnam por s s que eu faza de sua ncursão em mnha vda prvada algo mas do que um avatar passon; estava em quesão para ele antes de mais nada evtarme um encontro onde tema que seu deal se per desse porém de medato também num deslocam deslocamento ento do d o lugar lugar da transf transferênca erênca a ocasão oferecase a ele de se dar ua gura de relação parental cuja dscor dânca podera manar A vragem decsva de sua cura não dexava de lembrar a posção de aunt após seu pretenso sara" Se Mchel não se consderava sarado e não se ouha ao pros prosse segui guimento mento da cura em contra contrapartda partda organi organizava zava sua vda de forma a toar sua presença nas sessões sucentemente laborosa para poder mostrar seu sacrifíco em relação a m. Ele era ao mesmo tempo mas por dos laços transferencas dstntos o objeto de um fa fantasma ntasma co com m o qua quall o corp co rpo o do Outro tha se construído na trsferênca trsferênca e adepto de um deal que tabém tnha encontrado na análse algun algunss traços traç os A seqüênca seqüênc a certamente ce rtamente não dexara dexara de de trazer robleas robleas os o s a a resstên resstênca ca exteror exter or tão nesper nesperada ada quato prevsível prevsível devera mf mfes estar tar:: al alu uém ém sua sua muler muler devaa saber que de um a aál levaa a tero Mchel poa esrar dev es rar ua ua revo revoluç luç e 135
su vd xu e amoros, que poderia pôr em xeque suas escohas ou pelo menos sa impotêcia Ms ressêcia em questão ão er talvez tão exterior assim pos escoh de sua mulher, Mche a dev a seu p E de fato ee poda doravte estar o lugar, em tão desconfortável, deste tmo mentar su reação conjuga com o desejo sexual por uma muher para ee desejáve (escohda peos traços do apagamento), para gozar de sua impotência Certmete anda pela ausência da mgem de uma relação pareta e de um desaecmento pateo que pudes se medr em reação a um PadeNome ele não poda fazer vaer su mpotênca seão aos ohos d própria anáse que he oferecia gns traços do dea De ta forma que o eventul "racasso de su cura o n nsatisatório que ee he preparava tornavase a modaldade de seu gozo, oerecido o aist uma montagem obssva Ao mesmo tempo, su mpotênc ou mas extamete su pouca vontade na tarefa cojug repeti a "fha de seu Outro uma faha que é auca de ma gem: não há relação pental, portnto ão há ata especcável ão há com o que zer seu ntasma. Fo aí etão que eu ence, uma motagem fatasmátca bstrt porquanto ão suscetíve de especicação de seus termos o suplemento idecidve e completete úti oerecdo à alt de seu Outro, que ee azia sua.
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Eólo
Quando se escreve a idealização apesar de tudo sai sempre vencedora. No que antecede quis ela que eu expusesse curas onde os roteiros de que se sustenta a vida sexua do sujeito indicassem já o ugar terceiro do objeto do fantas ma entre os parceiros dos jogos sexuais Eis por que devemos lembrar que o outro só constitui uma boa forma na re ação especuar segundo o protótipo dA Mãe e se o sujeito assume esta boa foa como espólo no caso da neurose é também seu semehante que o sujeito encara como espóios (daí o ajustamento" passional) Diferentemente do psicótico o neu rótico não encontra no seu outro especular A Mãe mas o espóio Espóio do quê? "Pêt-à-porter do objeto do fantasma" é assim que gumas vezes Lacan designava o corpo especular: o fato de o espólio dever sua uidade à completude d'A Mãe amputada do objeto (e tipicamente do objeto oral) o dispõe a se fazer de receptáculo de um outro objeto Cada um pode com efeito fazer do corpo de seus semehantes que deseja e com os quais se envolve o envelope do objeto de seu fantasma: se esse objeto permanece sendo o que está em jogo na relação todavia a partir de então permanece escondido Em outras plavras os roteiros sexuais e um neurótico nem sempre e mes mo pouco freqüentemente revelam um saber sobre o lugar e o papel do objeto do fantasma. Ocorre mesmo em sua montagem que ee pareça curiosamente ause te O que está no lugar dee é, então uma relação ao parceiro que poderia ser descrita da seguinte maneira: fzêo cuspir de volta o pedaço Isso às vezes se manifesta pea declarada intenção de obter a quaquer preço seu gozo e mesmo um gozo extremo Esse voto de fzer gozar ue deve ser distinguido daquio que toda laão sexual deve ao projeto do aam e ambém da certeza peversa de poder zer o 137
Outro gozar esse voto, pois, poderia ser o de levar o outro a seu limite Pois, de ' fato, é um pedaço ( I ) que busca em u corpo. A busca no prceiro do objeto em jogo na relação, ou mesmo do objeto que eles são para o Outro, pode levar homens até uma escolha homossxu que nada, por outro lado, justicaria: simplesmente porque um homem cospe alguma coisa. Mais freqüentemente, esta busca de um ms aém objeta do envelope do seu melhante reveste aspectos franamente sádicos, para aquele que a faz, os jogos sexuais parecem às vezes caicina, o que não está ml expresso, pois tratase mais uma vez de ir ao limite (ao pedaço) O sadismo me parece, a propósito, dentre as perversões, a mais diícil de ser delmitada, pois um neurótico pode, assim como um sádico, encaiçarse sobre um corpo, se bem que não o moldando enquanto órgão, ms antes para apreender dele um conteúdo Na busca do pedaço adorado, aconte nclusive do neurótico azer de seu parceiro um objeto o qu nem sempre é fácl de distingir do instrumento ao qua o perverso reduz seu melhante O ódio, ou seja, a vontade de arrancar paixão do outro, escohido por ajustamento sobre A Mãe, o objeto orl que a completa, tampouco se confunde com os jogos sexuais que regrm a busca do objeto do fantasma, em ou mais além do cor po do parceiro O próprio destes é que a inspeção do corpo do prceiro ve aqui como pre nça do objeto, que seria provavelmente insuportável para o sujeito Pois eu só ve jo uma razão para este tipo de roteiro para o sujeito que dele se sustenta, quaquer confrontação com o objeto do fantasma exterminaria a excitação em proveito da angústia; ela acarretaria uma redução do sujeito ao seu ser objeta, desastrosa e in controlável. Por isso o objeto é, então, somente procurado e smpre como essência última, identidade do outro especular.
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Em francs a homofonia é possível entre A bout = limite e bout" pedaço (N da T.).
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Nota bene
SOB A PRÁTICA ANALÍICA E O SABER QUE DELA PAECE OGNARSE A idéia que me faço do desenrolar e da ecáca de uma cura pscanalítica mu dou com o passar do tempo Ela não evoluiu linearmente mas por rupturas. A posterori essa evolução descontínua pareceme todavia suscetível de ser exposta segundo o o de um racocíno que ga tempos tanto ógicos como co nológcos. Esses tempos são espontâneos" no sentido da expressão losoa espontâ nea dos sábos : são representações do processo analítco que nascerm a prtir da experiência sem que um verdadero esforço de pensamento" as tivesse constuído Se decd aqu apresentar um tal encadeamento é porque me paece mportante não me lmtar na monstração" da escolha ética que sustenta minha prática, à exposi ção de seus efetos nas curas que dir o. Se isso é possível com as reservas que merece a abstração do que segue gostaria de mostrar como esta escoha pode imporse
A VERDADE SEMPRE SPOSTA COMO U SABER Por um longo tempo fzme uma déia do processo analítico mediante a epresentação habitual da lnha do tempo Imaginemos que o níco de uma cura seja um tempo X, e que a stóa do pacente se tenha desenrolado sob a forma de uma teleologia, na qu o pacente no tempo X concebese como sndo o objetvo a partr de um tempo I que ele estabe lece como causa pmer 1 39
Esse tempo não é necessaramente seu nascmento, nem sua concepção mas antes o tempo da cadea causa que se supõe deveria desemboca em X; 1 podea r, nesse sentdo, um tauma entre aquees que foam epetorados como fantas mas orináios. Do tempo sucessvo ao tempo X, o da anse, o anasta não sabe nada de an temão, se bem que ele deva sabe para que serve uma anse e o que se pode espea dela Nesse ntdo, podese dzer que o anasta tem uma déa do temo em dreção ao qua uma anse deve oentarse um tempo
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Dto de outa forma, o ansta cohece, no níco de uma cua, apenas o seu dever Aém dsso , se sabe o que deve vsa uma cura o que é equvaente a: se tem wa étca a déa que ee se faz do tempo n não te necessaramente um peso decsvo no que seá a cua uma anse pode muito bem se desenrola dfeentemente do que esperam anasta e anÜsante. E um ansta dge uma cua mas aém de suas ntenções e de seu saber sobre ela, e mesmo às vezes para aém (mas feqüente mente aquém) de sua étca. Inclusve, é quando acontece a um anasta de dg uma cura paa aém de sua étca, que ele nventa ou modca a pscanse. Mas etornemos a este pmeo esboço de dagrama A anse sea aí uma atvdade memorzante e especuatva, que se apóa sobe uma foma especíca de repetção, oganizada pea tansfeênca Se a denimos esta últma como equívoco, o tempo da cua permtra, em suma, evver num equívoco o passado; e o engano propoconaa uma chance de cog" o passado assm evvdo: de preenche suas lacunas (memorzação) e, evando em conta essas novas embanças, de corg a teleologa inca ou seja, e stabeecer especulatvamente uma nova cadea de causa dad na. Isso até modcar, em n , o esultado fna (nsatsfatóo) da teleooga and imperfeta que X testemunhava. Uma ta pátca pode r concebda segundo duas lnhas detvas. Para uma delas, que confunde verdade e efetividade, tratarsea de estaurar a teeologa efetva, que dze de peencher as lacunas do desenrolar dto rea dos fa tos Essa tentação permanece, em pncípo, estrangera à pscanlse; mas, tavez mas po mpedmento técnco do que po escoha deberada Pecebese, com efe to, apdamente, que coher testemunhos de outos que não o pacente, não dexa de te efetos estranhos no aço tansferenca e, aém dsso, sem cooca a questão de sabe o que vem a um testemunho, ou mesmo sem emeter à necessdade no caso, da anse dos testemunhos, no sentdo de um levantamento suas própras teeoogas 140
Digo "em princípio porque podemos, apesar de tudo, encontrar os reexos de uma tal tendência na busca de documentos e informações "precisas que alguns pacientes no início da cura levam a cabo junto das pessoas que lhes são próximas De outra parte, não é seguro que Freud não teha feito, até o m de sua vida, da estituição do desenrolar efetivo de uma históra vivida o horzonte rea de sua prática Seja como for, nesta linha, a contradição entre a pretendida efetividade do desenrolar e a preocupação em orientálo até um m presente é incontoável o rea não tem sentido. A outra inha, poderíamos buscáa no 1 984 de Orwe, o que não tem necessariamente caráter pejorativo, pois tudo dependerá, no caso, da ética do hstoriógrafo Considerarseia como adquirido algo de verdadeiro uma vez que não exste teleolo gia efetiva ou, se preferirmos, se não exste real do sentido, tirarseia como conseqüên cia que, já que é assim, melhor sera reconstituir a história naizada de um sujeito sem se preocupar com a adequação, segundo uma ortopedia de sua ma Vericase que estas duas lihas sempre coexistem: e que a prmeira, de fato, acaba por levar à segunda, isso quando não constitui para esta última uma espécie de real Kantiano ou de ideaidade intencionada O que mais impressiona é que a atividade memorizante e especulativa assim perseguida, longe de ser sem efeitos, produz ao contrário uma verdadeira restauração egóica, no sentido de restaurar uma fachada, que pode dar aparência de saramento descobre para si um sentido Que se pense nos efeitos "benécos, e à vezes imediatos, do começo de uma anise quando a paavra do paciente envereda peos caminhos da memorização teeoóca Ou ainda, para entender o que pode aqui estar em ação, que se pense na maneira pela qual um obsessivo pode defenderse da angústia através de incessantes recapituações de sua agenda de atividades ou da ordem histórica do universo que envove sua pessoa. Tudo isso, caro, é uma consideração, ou mesmo uma crítica feita a posteriori, que supõe que já se tenha uma outra idéia daquo que opera numa anáise Uma crítica propriamente "intea deste tipo de concepção não é tão fáci quanto se podera pensar. O argumento que pretende que o acréscimo de sentido que vem tornar suportáve um sintoma o deixaria ta e qua em sua necessidade re petitiva e que, portanto, a cura não teria reamente ocorrido, curiosamente não é um argumento O sintoma não é outJa coisa senão um estado da estrutura, ms ou menos in suportável para aquele que dele se queixa: no essencia, aliás, o que distingue o sin toma psicanaítico do sintoma psiquátrco é que seu conceito incui a queixa, e eventuamente a procura de um anaista, enquanto que o sntoma psiquiátrco se de ne em reação a ua norma Ora se, graças ao sentido, o sintoma vota a ser supor táve, sendo assm abolida a quexa, é preciso admitir que o sentido em questão ope rou o remanejamento pedido pea estrutura e suprimu o sintoma Acrescentar que o remnejamento é "supercia entrando em distinções hegelianas entre quanttativo e quaitativo sera arbitrário ; da mesma maneira que imputar a este remejamento um caráter temporáro que tornaria vão o pretenso "saramento : caráter provável mas que não ria ácil demonstrar . 41
Tais argumentos escondem um outro mis radical saber que, o que tem conse qüências estruturais numa cura, assim como em gerl na linguagem, é o signicante e não o sentido; de modo que havera aqui fsa atrbuição. Acreditase que memorzaçãe e especulação operam, ao passo que aqui não seriam senão os pretetos ou mesmo veículos daquio que é efcaz; ou, eventumente, não seram senão o mo do a posteriori de compreensão, e mesmo de recalcmento. Seria ainda preciso se perguntar como se dá que a anise possa aparecer, de maneira quase mediata, como atividade memorzante e especulativa certamente, é porque o ganho de saber que nela se obtém é então da ordem da lembrança e da especulação (entendo por ganho de saber", aqui e naqulo que segue, o ganho de saber consciente, mais eatamente o ganho de conhecimento) Essa resposta introduz uma pergunta a ms. Pois por que, a priori, se ganharia, na anise, saber histórco? É verdade que, ao menos em nossa cultura, um sujeito neurótico prece conceber sua identidade sob a foma de uma históra, o que tavez ja, como já sugeri um modo especíco de recalcamento de sua existência de Sujeito. Mas também é verdade que a anise, desde u início, não está isenta de responsablidades em relação a isso. É preciso, para compreendêlo, considerar ainda o seguinte que a hipótese freudiana do inconsciente implica a transferênc. Isto é, um pouco mais que a simples divisão, no funcionamento da linguagem, entre S e S, para a qul a verdade de um enunciado está não nee, mas em outro lugar, ou seja, na cadeia. Pois a transferência designa o seguint : essa verdade é concebida como um saber, e que por conguinte um Sujeito pode he ser suposto (o que, é caro, não é um fenômeno pró pro da psicanise). O fato da verdade ser assim concebida, como um saber (o que é um fato de estrutura), comporta uma conseqüência psicoóca na transferência não somente um Sujeito é suposto à verdade concebida como saber, mas ainda, esse saber, fazemos dele, por assim dizer, uma idéia, em suma nolo representamos. Não que julguemos cohecêlo em todo caso não na neurose; mas podemos imaginar de que materia é feito. Só que não temos nenhuma rzão de pensar que este mate ri imaginado seja isomorfo à verdade. Em outros teos, tratase de distinguir a operação pela qu a verdade é concebida como um saber, de sua conqüência psi cológica o fato de atrbuir a um ta saber, imaginado, no mínimo um materia, ou mesmo um estio. Resulta desta distinção que o ganho de saber consciente obtido no decorrer de uma anlise é ganho no saber que foi iminado no lugar da verdade e não ganho na verdade. A reconstituição histórica (preencher as lacunas e restabelecer uma cadeia causa), que um paciente pode considerar como sendo sua aquisição numa anáise, não tem necessariamente relação com a verdade que nessa ani efetivmente operou. Pois o gao de saber do anisante na cura não é isomorfo à verdade (a qua, é provável, tem uma mora pouco imanável), mas a um saber que ele imanou ser sua verdade Sue então a questão como se decide de que matera é feito ee saber a nado? No espntará que o estio da história seja privieado, já que o sujeito is s foi resstado magina sua verdade de modo a dar um sentido à sua vida Resta, 142
contudo, o fato é preciso repetilo de que o analista ão está, nesta questão isento de resposabilidades. Suas palavras e seus escritos públicos, a mesma medida que suas intervenções na cura, e aquilo que desta forma se transmite da concepção que ele tem da aáise, e potato da verdade, contam muito a determiação do material do saber que o aalisate supõe ser sua verdade. Pois o aisate modela sua suposição de acordo com o que ele estima ser o saber do alista, ou mesmo da anáise E, quanto a isso, o modo de presença da psicanáise na comunidade mostrase em ação em toda cura, o que inclusive fz com que cada aalista deva preocuparse com este modo. Mas de qualquer forma, a cosideração da transferêcia indica um divórcio iremediável etre a verdade e o saber que esta é suposta ser: a determiação imaáia de um tal saber, seja qu for, está sempre equivocada, embora ão deixe de ter coseqüêcias, sobretudo com relação ao resultado das curas. Por conseguinte, todo progresso" da idéia que um anaista se faz de sua prática é vão, se o encaramos do ponto de vista de uma maior adequação em relação àquilo que realmete" orou O saber que cada um (inclusive o analista) supõe ser sua verdade não coicidirá unca com ela: já que um fato de estrutura quer que cada um supoha um saber no lugar da verdade Melhor dizer, então, imediatamete, que, se há progresso, deve ser esperado de um afastamento em relação à preocupação epistemolóca E com efeito, aquilo que os separa da idéia da análise como memorização e especulação, ou mesmo como correção da teleoloa do sujeito, ão é a suposição de um saber mais adequado à verdade", ms, antes, o abandono do rstro mesmo da adequação. Abandono que se impõe primeiro como veremos por razões éticas. DE SABERES QUE NÃO SE EQUIVALEM Vamos remeter a itervenção de um pricípio ético ao momento onde ela se rá inevitável e permnecer por um tempo o restro dos saberes, necessariamete equivocados, mas que no entato se comparam. Seria impossível para mim, e mesmo iútil, ilustrar mis ou de outra mneira que ão por aquilo que escrevi até agora a armação segundo a qul o que opera na prática ão é o sentido, mas 3 materialidade do signicate Impossível, porque só a experiência de uma cura parece, em última instância, poder trazer a covicção Inútil porque, para aquele que atravessou esta experiência, não admitilo é, via de re gra, uma forma de proteger o vor fáico do saber que ele adquiriu e de mter o impasse quase peerso com o qual selou o m de sua cura Nossa Armação, como já vimos, opõese a uma concepção da anáise como atividade memorizante e especulativa segundo a qu existiria na cura um proes so do saer que tocaria a verdade. Ela implica que uma tal concepção da anise ou de ququer outra terapia de palavra) produz efeitos, mas enganase ao atriuir a picaão dess efeitos a um gano de saer da parte do anaisante, uer dizr a um pifômno da trnfrca 143
O fato da convicção não se obter aqui senão pela experiência não no dispens d esclarecer um pouco mas o que chammos de significante, que seria responsável peos efeitos em uma cura. Espero que aceite o estilo segundo Wittgenstein" e um pouco farsante de
um exemplo Suponamos X e Y", que não se conecem, numa estação de ônibus, "X que já espera há bastante tempo o ônibus nÇ 7, inlmente o avista e ança em itenção de Y: Oha aí o sete"; em intenção de Y" e na intenção de encontrar no tempo desta troca, no tempo de um regozijo maginário, seu semehante na pessoa do usuáro eternamente insatisfeito com os trasportes coetivos Mas, por obra do acaso, Y" no momento mesmo consuta febrimente seu oal paa confer os números do sortei� da oto (estamos, portanto numa feira): preparado p ara um regozijo imagináro completamente diferente e sendo ainda adepto da estatística para jogadores, Y" responderá vericdo que de fato o sete foi sorteado naquea mana: Fzia tempo que ee não era m ais sorteado". "X, desconcertado, supondoe é claro que a chegada do seu ônibus não o absora demais, ca com um signi ante nas mãos, a materiaidade de um sete doravnte desliado do rojeto ima náio que e dava ntido e justicava seu enunciado. É possíve mas com uma condição que esse sete o remeta, por sua vez a outra coisa competamente diferente que ao seu ser de usuário descontente com os transportes coetivos Digamos, exempi causa", à gravidez avançada de sua mulher e ao receio de um parto prematuro receio ue ele próprio tem diculdade de reconhecer, tendo como agravate o fato de que esse receio é devido a um aborto anterior que ele mesmo dejou, e assim por diante Digo com uma condição" pois é precso paa isso que ha trnsferência, o que, mais uma vez, não é uma propredade excusiva da situação anaítica Um neurótico supõe sempre que esta um sujeito do saber que ee imaina ser sua verdade m com isso atrbuir esse saber a um dos semehates (convém embrar que na neu roe diferentemente do que se passa na perversão e na psicoe o saber sobre o gozo nunca é atribuído a um dos tores do fatasma). "X imagina, pos, sua verda de sob a fona de um saber Essa suposição que, como vimos, é uma conquên a do funcionamento da linguagem é suciente p ara que uma paavra dita a esmo possa r ouvida por "X como proveniente do lugar da cadeia signicante para o qul um signicante (S) (oha aí ete") pode produzir X�' como sujeito isto é do ugar de onde isso saberia o que "X diz na verdade" O saber em uestão não é exceto na pco atrbuído" a um semeante, e no entanto é faso que quaquer emelhante possa enunciar uma pavra ouvida como sendo do Sujeito suposto de u t saber exste ainda mas uma condição para que "X ouça a réplica de Y como sendo proveniente de ua cadeia ue faça do sete" de eu oa aí o sete" u sinicante preciso que X tenha endereçado a Y" como a um semete não exataente como ququer um, mas, digaos, como um amáve", o que gica por quem ele gostaria de ser aado", ou, smplesmente, recohecido Isso veica no exempo, onde o dto de "X não tina outro ft enão obter um re conecimento, no caso, como usuáro dos traspotes coetivos Essa demanda, mui 1 44
to pouco impícita, era endereçada mais aém de Y, pois toda demnda de reconhe cmento, sea qua for o regozijo imanário que vise, é antes de ms nada demnda de ser reconhecido como um Sujeito e, como tal, endereçase ao Sujeito suposto do saber que manamos ser a verdade É o que faz com que a réica incongente de Y ssa ser ouvida or X como se viesse de um uar terceir uer dier u X" será surpreendido" por ea como se uma pavra que vem do ugar de sua verdade, sem com isso atrbuir a Y o saber sobre esta verdade Este exempo, or mas insatisfatório que sea, pemitenos reintroduzir nos sa questão: onde recohecemos o efeito que Y produz, aesar dele neste caso, so bre X"? No ganho de saber graças ao qual X" agora confessa a si mesmo seu re ceio? Mas esse ganho mesmo não seia antes a resultante, o orolário aparente de um efeito primeiro e mais radic, ou mesmo o que o reduz? A ateativa é a seguinte : será que o signicante sete" produz X como su jeito para lgumas zonas inconfessadas de seu saber da históa ou pa uma cadeia signicnte que seia sua verdade e que só tomaia aspecto de istóa, de saber s tórico no equívoco da transferência? É por esse equívoco que X" acredita ganhar saber, no caso tocante à sua ·'verdade" hstóica, ao passo que, na verdade, ee só ganha no tocante a m saber históco que ele acredita ser sua verdade. No primeiro caso, o Sueito de que famos é o mesmo sujeito da psicooa; se he concedermos uma segunda tóica, dir-se-á na meor das hipóteses que ee desaoou o Id", considerando seu ganho de saber como somorfo à verade O incômodo, se escolhemos esta pmeira eitura, é que uma avra dita a esmo, tl como a de Y" produz efeitos que excedem em muito aqueles que produziram a revelação direta feita a X" daquilo que o incomoda e que ele estima, a posterio ri, ter aprendido na sua pequena aventura Diia mesmo que esa é a dicudade de toda concepção que considera que o saber suposto é isomorfo à verdade se fosse assim, não existiriam rzões para que a comunicação de um saber não tivesse os mes mos efeitos que uma pavra. Pode-se pensar assim e fzer da análise uma prática pedagógica onde se diia às pessoas seu unhado de verdade Mas, se podemos, no a posteriori de um efeito produzido, confundir assm o ganho de saber que o acomanha com aquilo que o determinou esta confuso no resistira a uma rática atenta Qua o naista que n lmentou peo menos no incio de sua prática a nuidade dos efeitos pro duzidos pela comuncação a seu paciente de um saber ququer que ms tarde de vea retornar tal e qu, como se não tivesse jamais sido escutado peo dito pacien te, por ocasião de uma transformação radic que seia por sua vez, cetamente, efei to de uma intervenção signicante do anista? Se, em contrapaida, se escolhe o segundo temo da aternativa, surge a ques tão de saber o que é a cadeia distinta daquilo que X imana como sua verda de para a qu, (o que quer dzer por retroação da qu, segundo S S2) se te" tea produzido Sujeito a partir de que campo se desenroam os efeitos de uma avra dita a esmo? Sem esquecer a questão anexa quais são os efeitos dstintos do ganho do saber de uma ta palavra? 145
O efeito de uma palavra dita a esmo uma vez que o distinguimos do saber ad quiido em acréscimo se resumria no seguinte : pela intervenção de Y, m signicante produziu em "X um Sujeito inesperado. O que quer se dizer com isso? Concebamos a cadeia para a qual um significante encontra sua ecácia como aquio que faz a ligação entre signcantes e, poranto, entre sujeitos (mais uma vez: não entre pessoas) S quisermos manter a reprentação linear do tempo e, paralelamente abandonar a concepção da anáise como ta balho memorizante e especulativo poderemos ser tentados a entender cada lugar de onde a retroação se efetua nessa cadeia como um tem, e cada tempo como uma distribuição de lugares simbólicos poderemos então substitui a continuidade qe intaura a história de um sujeito por uma seqüncia de distribições simbólicas descontínuas, cuja sucesso ria integrada estrtualmente. A ilustração mnima de uma distribuição poderia r a quaipartit do euema L de Lacan o Sujeito o outro o eu o Outro Poderiamos então dizer, po exem plo que na teleologia da qual ele é o objetivo o indivduo não conta senão os dois lugares ligados pela relação imaginária. Em nosso exemplo, é esta relação, qual seja uma distribuição dual (euoutro), que quer fazer valer o enunciado de X": econeçamonos enfim (nós dois) como usuários descontentes. A paava de Y" por r dita a esmo, teria valor de interpretação não no sentido que revelaria a "X o que ele queria reamente dizer" mas no sentido de que, na distribuição, ela simbolizaria ao menos dois lugares a mais, t então mudos o do Sujeito ($) - qe X" vê surgir produzido pelo sete", siicante a parir de então liberado do projeto que lhe dava ntido e o do Outro da cadeia que faz existir sete" como signicante Baado e m que "X se representa, ou mesmo recalca esta cadeia, concebendoa sob a forma de um fragmento inconfessado" da história do seu casamento Uma precisão ainda, quase supérua: uma interpretação assim concebida sim bolza ao menos dois lugares, mas pode simbolizar mais; pois por exemplo, um S I produzindo $ para um S2, pode por sua vez ter valor d e S2 para um novo S I , numa rie de retroações. Retornemos ao nosso diaama para pôr à prova esta concepção da análise gundo a qual a história" do sujeito seia uma sequência não nlizada e descontnua de distribuições onde lugares até então mudos simbolizam no a posterri da interpretação
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sucessão b', d', c, a', dos tempos da nterpretação na análise, não coincde com a sucessão abcd que é a das dstrbuições no pasdo não teleológico do paciente isto é, em sua hstoria efetiva". Não mais do que no prmeiro dagrama, aliás, a repetção no tempo da anse não respeta aqui a cronologa do passado Em relação ao primero dagrama o segundo abandona a continudade do tempo bem como sua orentação nal embora conserve sua lineardade Resta considerar qual seria a ligação distinta de uma fnldade que da sucessão das dstribução e eventualmente de sua correção" na transferência, cons tituria estrutura. Quer dizer, como da sequência a,b,c,d . . resultaria X e como a re tção (na desordem) desta sequência, em b, d', c', a' . . . transformara X em n Consideremos, ps, cada tempo a,b,c,d como uma dsibuição simbólica que pode ser representada por um gráco plano com n" picos; os tempos a',b ,c' ,d' . . modcam cada um desses grácos, transformandoos, por exemplo, em grácos com n+y picos ou então por acréscimo ou subtração de arestas Nosso dagrama cará então completo se representarmos a ntegração estrutural desses tempos auxlados, por exemplo, por um modelo ótco Para tanto, suponhamos uma luz L, tal que, no plano X os grácos ab c,d . se projetem em um único gráco, que fz deles uma só estrutura Isto aceitarmo a aproximação bastante grosseira que é esta projeção em relação à complexidade presumível da integração estruturl: podese conceber, por exemplo, que no plano de projeção X, arestas se cruzem e que os cruzamentos tornem ou não novamente pcos sem contar que uma tal projeção multplica os trajetos possveis de um pico a outro, aproxima picos que de outra forma esta ram dstantes ou nversamente ou mesmo superpõe picos e arestas Nosso dagrama então será: A
. , _
a
h
Os !ros a e ', suados enre X e n , modcaram, então, através de uma espcie e repetção corrigda os grácos a e b, e por conguinte a estrutura que parece no plano X, o produzrem uma nova estrutura sobre o plano n . 147
Ma, o diagrama aim traçado peite ainda uma éria objeção, que o torna imediatamente caduco. Com efeito, é inenato, ou mehor, competamente upéruo coniderar o pano X como uma projeção de a,b,c,d . . poi a integração etrutural de ditribuiçõe imbóica uceiva ó pode er feita a cada vez, b intrincdoe com a, c com b e aim or diante ou ainda endo b uma modicação de a c de b, etc. Ora, e é verdade que, a rigor, uma ta eqüência de modicaçõe pode er penada como decontnua, nem por io ea aparece meno como eqüência da modicaçõe de uma mema etrutura Não e fala ma em ditribuiçõe uceiva, como num jogo de carta onde, a cada rodada, e mitura e e reditribui ; ma ante, para conervar a metáfora, tratareia da ditribuição de uma nova carta a cada rodada, como no pôquer americano uma nova carta que modica a mema ditribuição Sendo aim, como ditinguir a,b, ou c enquanto intante da etrutu tura daquio que, por exempo, em X apreentae como a reutante dete? Ma faar da reutante dee j eria admitir que pudéemo coniderar eparadamente tai intante, enquanto que a quetão á a invera: como e expica que e poa coniderar como extrato tempora autônomo o diferente percuro parciai de uma etrutura (X) que e obtém pontuamente na tranferência? Herdamo aqui ago de uma repreentação geoógica da integração etrutura de uma decontinuidade : o etrato e uperpõem, ma não e confundem. Se não, como poderíamo conceber a'b',c . . . retroagndo obre a,b,c e modicandoo, bem ma do que trendo em i, diretamente, modicaçõe à etrutura ou seja, a X? Em uma, noo egundo diagrama, uma vez deenvovido até eu impae, upõe que conideremo o efeito produzido numa cura e que entendo aqui como imboizaçõe de ugare por um dizer como eucidaçõe, ou memo correçõe de má ditribuiçõe do paado. Corrigir uma má ditribuição, ou por um jogo atento uma ditribuição m, não é uma metáfora decabida do trabaho anaítico. Ma é curioo que, aim como jogadore em treinamento concebamo ete trabaho como uma repre de partida céebre ioada, para a quai tratareia de encontrar oticação útima uma nova aída. Ito d margem a penar que exite aguma coia intoerve na contatação de que cura para permanecermo na metáfora é em i mema uma partida efetiva onde um etado de etrutura daquee que e ubmete vae como ditribuiçã inicia, eventualmente m, ma com a qua tratae de jogar. O intoeráve em quetão é ta vez devido à reponabiidade que o anaita tem na direção e uma cura: ea não será a mema incuive a eu próprio oho e ee coniderar que seu ato recontroem a ditribuiçõe de um paado ou e ee ouber que ee intervêm num detino , para dzêo mai banamente numa vida. Se deixarmo de ado ete diagrama, cedendo à objeção egundo a qua não cabe coar obre uma integração etrutura contnua o modeo de uma etratcação edimentária, a idéia mema do tempo de anáise como repeição cauteoa" do tempo que a precede tornae probemática. Aliá aqui a repetição na análise não é dferente da que faz o cotidiano de cada um. Dentro ou fora da anaise, a repetição não é nunca a de um paado . o que aim chamamo é a coerção repetitiva por que se mantém que impõe um ou vário percuro obrigatóio obre o gráco da 148
estrtura. Neste sentido, não existe ma primeira vez a seguir· repetida aqilo qu se repete é sempre um percrso já imposto Em certa época de minha vida, nos meus deslocametos no iterior de Paris e apesar de conhecer bem a cidade, acotecia-me de passar sempre pela Bastiha de maneira quase automática, fosse qual fosse me ponto de partida e minha desti nação, passava primeiro pela Bastilha, como se ela osse meu único ponto de orien tação . Alguns amigos achavam isso muito engraçado, e de fato era Lberteime mais tarde desta imposição repetitiva e num terceiro tempo, acabei por me fazer uma idéia do porqê desta imposição Pouco importa aqi a conjntura que fazia deste lgar uma ancoragem signicante na cidade onde escolhi viver: esse acréscimo pes soal ao mapa parisiense das ruas contra-mãe me parece um bom exemplo do qe se torna a repetição quando se abadona a referência ao tempo linear Pois, certamen te, o houvera ma pimeira vez, no sentido de m evento passado onde a ecessi dade de ma tal passagem obrigatória teria se imposto. O primeiro desvio pela Basti ha já era a primeira passagem obrigatória, o mesmo repetitiva. Abandonemos pois na represetação do processo aalítico não somente a referência a m tempo descontno, mas também a de um tempo liear qe man tém o aalista na ilusão de m trabaho de arqueólogo O "passado conta, numa vi da, pelo sentido que á à imposições do presete, e, numa aáise, porqe falar dele, ou mesmo crer na sa efetividade, é a ocasião de atar o laço da transferêcia até per mitir qe ma palavra se diga, que modifque as imposições do prete Uma pa vra cumpre precisálo cuja eficácia á sempre devida ao lgar de ode ela pode ser eciada Para permanecer no gênero, mais que arqueólogo, o analista é o res posável pelo aterro ou o arquiteto de planejamento urbano: ele não trabalha com o tempo de ma vida, mas com o espaço de uma estrtra Em suma, a represetação do processo aalítico segundo a linha do tempo le va a m holzweg Essa errêcia é devida à iluso segdo a qa uma anise esta ramos à voltas com o novelo de um passado que podemos desenrolar, e esta idéia por sa vez devese à pferêcia que o neurótico tem pela forma hstórica do saber qe ele supõe ser sua verdade. Mas o aalista para além de sa própia euro tem uma razão a mais para dar crédito a essa idéia; ele dicimete eapa ao dejo de assentar o real em jogo na cura psicanaltica em outro lugar que não a. efetivide quiho que se pas aí8 de ecotrar, em suma, numa realidade exterior à cura, ou que a preceda, se referete; e, assim, estabelecer um campo de etendmento, ou mesmo de troca fáci, com m outro discurso que ão o seu. Ele obtém como re compensa ma notável redução de sua responsabiidade a direção da cura. INTERVENÇÃO DE U PRINC IO ÉTICO o "vvido é inteado estruturalmete, é com um estado da estrutura por mais inâica que seja qe liamos a todo mometo mesmo qe tehamos de reconecer que, deste estao, o sujeito molda uma imem, de história por exem plo, pra provêlo de m stido S
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O fato de uma intervenção na cur simbolizar posições que parecem reerir-se uma rede limitada na estrutura quer dzer, um fraento do gráco não u toria de modo algum a considerar uma ta rede como estndo ou tendo sido sep rada d estrutura, é bsoutamente abusivo induzir, dos limites prentes do cmpo onde se desenrol ecácia de uma inteenção que este campo limitado teri existência eetiv de um instante do passdo, que seri no cso repetido e ssim corrigido. A prtir do momento em que evitarmos est armadil representção do processo anaítico não poderá mais ser de um tempo linear nem mesmo de um desenror; el deve coincidr com aguma representação d estrutur, tnto em sus limitações como em sua dinâmic possível No ponto em que estmos tumente, representamos estrutur por meio de um gráco compexo, em 3 dimensões se preerirem Nesse gáco, os picos e riam signifcantes ou sej ugres onde signicantes (S l ) podem, pr um cdei do gráco (S2) representar um Sujeito e s restas serm os percursos trvés dos quais um S2 (ou sea, um cadei) pode, por retroção, zer com que um S l represente um $ em tal lugar Podese imaginar o uncionmento de um ta gráco comprandoo o de um ctador rececionista como auees ue se encontram em umas estções do metrô por exempo ou em grandes eirs e exposições Quando consutmos um tal computdor, com efeito podemos desconecer competmente o ugr onde nos encontramos: basta apertr o botão correspondente a um ugr qualquer do plano dos lugares (um gráco justamente) que um percurso no cso o mis curto se aende retrotivente até o lugr onde se encontra o pssageiro Consideremos esse outro ugr quauer como um signicante ançdo esmo que eco do ugar da transerênci prtir desse signicante, um cadei se acende at o ugar onde o consultante tlvez não soubesse que estav Podese ter o cuidado de aperfeiçoar o parelho: substituir o critério do cminho mis curto por um ne cessidade lógica própr ao sistema que incluísse prcuusos obrigatórios, bem como percursos e picos destivdos, e mesmo imginar a possibiidde de que tais retro ções venham a crir novos percursos ·
Um tal concepção da estrutura comporta uma consequênci que é preciso pondera m necessarimente fazer disto uma objeção a priori. S, com eeito e nos permte abandonar uma considerção inear do tempo da cur e do tempo que anteedeu questão do terminus ad quem do objetivo anaítico pemnece intact Auilo ue podia ser considerado como o m própro de um psicani gundo nosso prieiro diagrama era da ordem sej de um esgotamento sej de um orto pedi: nes uadro uma cur diria terminada quando um história fosse recons tituída sem launas (ela teria então seu limite na reaização d tividde de memori ao) o ento ando o reaanjo d teleoloa egóica produzie um resultado satisfatóio (ela teria então seu limite na realzação de uma "boa especuação) Ora uma coneço da ani que se sustentase na idéia da estrutura como co no iria dessa alternativa: a possibiidade de pincípio de um esgotamento I SO
do gráco não está excluída, ainda que apareça como completamente derrisória ao considerarse que o gráco não tem solução de continuidade com o indeido da linguagem Quanto a ligar o m da cura com um objetivo ortodico, dirseá que a cura está terminada quando o remanejamento do gráco der resultados satisfató rios no que diz respeito ao bemestar". O que não é diferente da buca de uma normaidade bem denida. Não se obteria um resultado muito mehor se se decidisse, or exemplo, ligála a uma retensa desaparção da demnda o que distinguiria uma normlidade psicanalítica (não há mis quexa) de uma normalidade siquiátrica (conformidade a uma norma) isto equivae a identicar direção da cura e resposta à demanda do paciente. ste não é o único ponto em comum entre nosso primero diagrama e o úl timo. O inconsciente que, na primeira concepção, era o depósito das lacunas de me mória, tornase na segunda o gráco das arestas e dos picos detivados. Isto quer dzer que as duas concepções mntêm para o inconsciente uma determinação substanci", como lugar de um depósito ou de uma escritura, mesmo que seja a de lembranças ou de signicantes determinados ligados entre si Ora, uma determnação substancial" do inconsciente, isto é, a hipóte de um referente naturl" da verdade em jogo numa anái, nunca deixará de ser uma contribuição à mnutenção do equívoco da trnsferência xpliquemonos: conce ber a verdade como uma substância", lugar de depósito organizado ou não de elementos discretos e morfologicamente determados, eis aí o que sustenta a suposição desta verdade como um saber pois em verdade há então algo para ser conhecido. O anaista que acredita no inconsciente em sua existência substancil propõe, de um jeito ou de outro, alguma forma a um saber suposto ser a verdade Mais: ele dá crédito à possibilidade de uma adequação entre saber e verdade O fato de que isto seja um entrave à direção da cura ca patente toda vez que um paciente quer engajar em sua análi, em primeiro lugar, um dejo de saber sobre si". Um analisante me disse um dia, no nal de uma sessão, uma coisa en açada, que me provocou, no momento de nossa despedida, um esboço de sorriso. Na sessão seguinte, furioso, ele me intimou sob pena de romr unilateralmente o contrato a lhe dizer claramente o que eu teria querido signicarle cm meu sor riso, se não ele s poderia concluir que eu tinha tirado sarro da cara dele". S, com efeito, eu tina pensado sorrir por causa de uma pavra enaçada cedendo a uma cumplicidade ele, por sua vez, me dizia por que eu tinha sorrido, e agora nesse ntido eu o sabia: eu tinha sorrido para que ele pudes e no seu caso, cumpre acreentar uma vez mais escutar uma chacota. A chan que lhe fora dada de enfrentar lo menos uma vez, o chacoteador" de sua vida e cher por que não a vomi tálo em mim estava, porém, comprometida pois su ntimação era sincera ele não tina intenção nenuma de entrar em contato com a verdade a não r como um s ber por conquistar, e a expectativa que ele tia em relação aos meus atos er que de que pudessem le ennar algo deste saber Era sua meir de tentar atravesar análi como puro go. 151
vaor desse ncdente e deve ao fao do pacente s poder utentar ua revndcao com uma déa da anáe que ee deva supor ser a mnha Supoção o
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Se dssermos que Porjel", pr Phlppe, é um nho de sber sobre o seu n· conscente, teremos de crescentr sob condção de que o nconsciente sej soldário do equívoco d trnsferênc Objetrseá, certmente, que os sincntes d cde em questão não são justmente presentdos por cso, no momento em que um nterpretção pod suspendêos É um to Porém, que sgnc que não são se presentrm por cso, ms que nterpretção hes estbeleceu necessdde? Não podem se dtos necessários, em su posção e n morologi, senão a psoteriori do to que lhes fz exstr Se são necessáros o são pens no gno de sber do nlsnte dems, podese obsevr que esse gnho de sber dz respeto os morfems que exstrm como sinicntes em momentos chves d experênc pscanltic, sto em momentos chves smplesmente, o menos pr o nlsnte Não há nd ms do que qulo que o pciente destc de su cur No to nltico, o que é eficz, o que oper, não é evocção, ou mesmo revelção ou o encontro com um morfem sgncnte á nscrto é ntes um forçment de um novo percurso smbólco Que este forçmento se fç peo vés do sgncnte, é certmente o que ndz pensr que o sgncnte como tl por su determnção mteri o produz Pos, se observrá, por que é que um percurso crescentemos: té então desfetdo não se briri prtir de um chve snicnte morfologicmente determind, que com justiç ter sdo inconscente? Há, pr ess questão, um respost que é por demis euecid nenhum quisição de sber, nenhum revelção produzem enqunto tis, um efeto que vlh Se pr Lurent frse do pi esmo torn frse do fntsm fundment, não é em virtude d lembrnç ou d recordção Acntece, muito ms, que ess frse tose relevnte e não reveld) n náise, no momento em que Lurent está bem próxmo de imprr à montgem de seu fntsm um trnsformção rdca que o conduzrá té se stur como objeto É por ess expeiênci efetiv que frse se torn, a posteriori, " frse de seu fntsm O fto de urent considerr ssim gor quse não mplic que el já o te nh sdo, ntes de seu surgmento n náise o mentenddo surge qu porque, como ocrre freqüentemente, trtse de um lembrnç Ms nd utorz, por sso, crer que est frse, quando de su enuncição pelo pi, tenh tido, pr Lurent, mínim importânci; ou mesmo, que el se ten então nsrto pr dí permnecer extrvd Não é um prdoxo dzer que el poderi ser nventd em tods s sus peçs, n ntegr, sto não retrri em nd o vlor d experiênci de Lurent A pciente que se poiv freqüentemente no mo de deso déi de que ele teri podido, ms que mentr, fblr tudo o que me contv de su hstór, té o seu nome própro, eu poderi ter respondido (se não tivesse esodo o slêncio, pr encorjálo mis) que nem por isso ele poder substituir su náie pel de u outro Porque experiênci ter sido su, e não porue, em fcção seus signicntes escprm à forç. A menos que se entend por seus signif cntes", não os morfems, ms o grfo qe os relig; quero dzer, s pssgens obrgtóris de su vid 1 53
Nas curas de que expono aqui fragmentos, smpr considerei que os signi cants em jogo eram morfologicament quaisquer e qu eles não cessavam snão pela e na anáise. Certamnte, na exposição das curas o sntimnto da ncessidade destes signicantes apurados se impõ ventualmnte ; ma não é necessário confun dir à leitura, o fito de osterioridad (a ostriori) - onde mu ganho d saber no muito diferente daqule do anaisant - com o que seria uma concepção da antrioridade desses signicantes como já tendo estado ai. qu já stá ai é a estrutura insisto : com uma dtrminação crtamnt mor fológica que rmite supor sua singularidade para cada um, mas uma dtrmação que dve s abstr do recurso por xmplo, a elemntos discrtos qu tornariam a strutura singuar susctível de um saber. Por que então "insisto? Dpois d tudo, ao oha d erto a idéia d qu os signifcants em jogo numa cura sejam a priori quasqur ou que só a expriência da cura os dtém e dtermina, com a conseqüência d qu no início d uma aális o que está dado é uma disposição estrutural qu não é jamais susctível d um sabr mas antes, de um saberfazer sta idéia od encontra duas objções. A primira é que os argumntos em seu favor não são dcisivos. Por exmplo, podemos convr, ntre nós que o fito d uma intrptação não é identicável a um ganho de sabr, fosse d sigicantes, já que a recíproca não é jamais verdadi ra um gaho d saber jamais tm efeitos senão na consistência góica E pods concluir qu a ecácia da interpretação não se atém a uma prtnsa tomada de cons ciência de signiicantes dtrminados até ntão inconscintes. Mas o argumnto não srá dcsivo já que não implica qu os significants dstacados por uma intrprta ção (dirseá chamados à consciência) não sejam, m sua detrmnação morfolóca, signcats inconscintes implica apenas qu sua aparição na consciência não resu me a ecácia da intrprtação Por outro lado se odrá nos concedr também qu cada anaista sabe qu não há uma medida comum ntr o qu um acient conta num dterminado mo mento de sua cura e a conguração da transfrência no msmo momnto o fato d que u pacient dscrva uma conjuntura d sua vida passada ou rsnt não impli ca d forma aguma qu ao intrvir na trasfrênca se intervna ntão numa con guração qu tha a mínima relação com essa conjuntra. Mas ainda uma vz po ds acrscntar que o argumnto não vai long pois nada impde d presumir que siicats, retnsamnte inconscientes, s impoam, m sua dtrmiação morfológica própria entr as lihas de um discurso cuja conguração não rcobr os lugares qu e ss signicantes simblizam. A sgunda objção à idéia d que os sigicants m jogo m uma cura são a priori quaqur consist m fazr var qu adotála ou não, é uma aternativa sm conqüência, msmo rnadamnt osófica. Qu os sicats cujo sabr é adquirdo sjam eftivamnt ou não morfmas inconcints já dados, qua é a imporância? Para car no exmplo citado, meo s Pipp crê, rrado, qu a fórma Poeli é uma, ou msmo sua fómua inconscint, msmo s le crê qu ouv O
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anho de sabe paa ee sobe o inconsciente e que esse ganho foi ecaz e sua cua, isso não uda nada ao que, paa aém desse ganho duidoso, pôde opea, ne que eja na neciência de Phlippe. U1
Que seja Mas estas dua s objeções negligenciam o essencia. E o essencial vai nos obiga a apoiaonos no que ipõe à pática analtica, o desejo que a ani a. Co efeito, a questão de sabe se o inconsciente é uma substância ou um atifício da cua, poblea indecidível do ponto de vista episteológico, ustica a intodução de u aguento ético. Pois a escoha da esposta engaja um deo e taz conseqüências decisivas paa a dieção da cua. Do ado das conqüências segundo a escolha, o que opea na anáise é, ou a expeiência efetiva que a tansfeência perite, ou a evelação de u "á dado (ne que tenha sido peitido unicaente pela expeiência que teia dese então valo instuental). Não é ua esa coisa não paa a pática. Se consideamos que a intepetação evela signicantes que já estavam pesentes no inconsciente do sujeito, a função do anaista não difee da que e faz numa cua entendda como memoização e especulação. Tatase de faze apa ece o que já está lá, dado, até mesmo em sua deteminação mateil e que de qualque forma se ipõe segundo sua lei e seus tempos pópos a conduta a segui seia a de situa e espea Ua espea paciente, á que haveia um tempo necesáio paa da a vota à emóia inconsciente. Não vejo po exempo, have u outo pincípio possível na base desta egulaentação da didática que impõe, na Associação intenacional de psicanái ua quota de hoas xas (aliás, antes de ms nada idícula) ao candidato É que de fato, segundo essa escolha, o pocesso anítico é quanticável: meso sendo econhecido indenido, ou eso innito Gamais se dá a volta a seu inconsciente), po quanticável, é contínuo. Isto é, uma aná lise podendo inteopese se te naizado, logo uma ceta duação coespon dente a um ceto apofundamento e uma segunda fatia pode sempe se etoada coo eqüência homogênea da pimeia. A emuneação do analista pode então se compeendida como euneação de tempo ocial, cujo eebolso é, assi, admsível po que aiás, o dieito ao coeiento po algué de "eu inconsciente não seia socal, como o dieito à escoladade obigatóia? Po outo lado, nada se opõe à eguladae do espaçento e da duação das sessões. Ao contáio, o posso endo contínuo e quanticável, o ideal da pática é o tempo contínuo alguns s seão adeptos po necessidade e conveniência às cnco ou is ssões semanais, na idéia de que a duação da análise é a soma aitética do tepo que u paciente consaga a suas sessões. Mas nu sentido, o analista aqui não pode se engana, a não se po oissão; e e fo o caso, o anaisante não pagaá nunca tais eos senão co ataso o qu é eaente confotado de fato, e o que oa é a indicação de signicantes j ofologcente deteinados e de quaque meia votados a etoa na e tiçã, aponta outos de pasagem seia apenas u ato coneqüência exceto a suestão istua aí. 1 55
Em contapatda, se consdeamos que a ntepetação z exst sgncantes em pncípo quasque, a função analsta se acha tansomada. Pos o ansta não podea concebe suas ntevenções como tentatvas paa ndca o que já estaa lá depostado elas vsam, antes, a uma modcação da estrutua, pela qual ele é esponsável. A anáse aqu, é dclmente quantcável, pos o pocesso é qutatvo O que a submete a um tempo não cumulatvo a duação de uma cua é o tempo que teá sdo necessáo a um sujeto paa até o m da expeênca que tenta. Nada pode se decddo a priori, nem a duação da cua, nem a duação das sessões, nem o espaçmento destas, á que tudo obedece à contngnca de uma expeênca eetva. As denominadas segunda e enésma etomadas não se adconam, mas vaem em sua snguardade Tampouco se podea dze que a emuneação do analsta seja uma smples emuneação de tempo soc a dculdade de contablza o tempo do analsta co loca, ao menos, a questão da função do pagamento. Também não há deto à análse pos podese exg o acesso de todos a um conhecmento, ms uma expeênca, é pecso quee. Enm, se a nteenção na tanseênca poduz um eeto cujo popósto mede, não pelo esgate de um sgncante pesumdamente nconscente, ms na d eção da cua, o analsta é esponsável po seus eos, e estes não podem dexa de te consequêncas. Se a decsão nesta altenatva (que pode se ormula assm: o nconscente sea uma substânca ou estaa na dependênca da tanseênca?) cabe nmente à étca, sea apenas po mpotênca nossa em esponde a questão no plano cognt vo? D fato, as hpóteses da teoria pscanítca têm sempe valo étco. O que nos permte decd não é a adequação a um eal", mas uma espéce de vtualdade: a consdeação das expeêncas deentes que engajam, e mesmo pemtem as hpóteses levantadas. E exste um pncípo étco que permte avala essas expeêncas: pos se a anáse está undada no equívoco da tansfeênca, seu m popamente deve comporta a liquidação possvel desse engano. Este pncípo é o que está em jogo em nossa alteatva. Pos se o nconscente deve se conhecdo , seja qual o a solução de uma cua (o nconscente conhecdo, anda não cohecdo ou nunca vedademente conhecdo, sto é, seja qu fo a solução pervesa, obsessva ou hstérca) ela não dexaá de da cédto à supos ção de um sabe no luga da vedade. Oa, tatase de conduz a experênca anaítca num sentdo oposto ao da consttução de um sabe que, ao mesmo tempo contbua para a manutenção do copo do Outo e podea se faze de alo paa faze face à sua fata últma artma nha do pojeto do antasma que a etenza. No sentdo oposto sto que dze que a ex perênca anaítca deve se conduzda rumo à constatação (e se pode chmar de cons tatação uma vvênca que não é acompanhada de um ato de conscênca) que não hava no anasta, sabe paa dar corpo ao Outo, e mesmo que como suplemento à fata des ·
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se coro ão é ada, muito meos um saber A liquidação da trasferêcia está lgada à exeriêcia de que já há ielutavelmete equívoco a rória estrutura já que a divisão a liguagem roduz o lugar da verdade, de tal forma que ela é suosta ser um saber e é assim imagiada E esta imagação ievitável é o mesmo que costitui o coro do qual se sere ao gozo, modeladoo segudo o saber suosto da cadeia ara a qual um sigicate roduziu o Outro como Sujeito SE A ESTRUTURA "É TOPOLÓGICA UM SABERFAZER Se um rcíio ético decide a favor da hiótese segudo a qu o icoscie te está a deedêcia da trasferêcia restaos ada tetar coceber o camo do Outro de tal forma que ele resoda ao trilo crtério de ser ao mesmo temo estruturado assim como o requer segudo toda eidêcia, a restrição simbólica suscetível de determiações sigulares ois a restrção de cada um é sigular e ão sscetível de um saber. É esta terceira codição, imosta elo ricíio ético, que os faz excluir a ossibildade de que a estrutura subetiva sea uma orgaização de elemetos discretos materialmete determiados. Ou seja ão há cifra sigicate de um sujeito. Mas como obetarseá resolver a aoria segudo a qual a estru tura simbólica ão cosistiria o que em si é a rória matéria do simbólico sigificates discretos? mbremos rmeiro o que argumetamos a roósito do exemlo Poeli" que os sigicates discretos que comõem a fórmula seriam cotigetes, surgidos a cura Não oderiam ser elemetos da estrutura mas existiriam or ocasião de ma modicação desta última. A estrutura deveria, ois, ser coderada como a forma sgular de um leçol" de liguagem cujos elemetos discretos ão fazem arte de sa determnação sigular Um exemplo ermitirá eteder melhor o que digo escolhamos como forma" uma tira de Moebius É - como se sabe uma suerfície estruturada de uma só face e um só lado. Podese costituíla imrimido se uma meia torsão um ael de ael :
Uma vez costituída a tira, verica , or exemlo, que ode ser deida como ael meio torcido, mas que é imossível, tamm, idicar a tira o lugar desta meia torsão esta é a determinação essecial da tira, sem que ossa ser atribuda a enhum lugar discreto. Se cortamos trasersalmete a tira, trasformadoa assim uma suerfície laa, odemos dizer que o corte teve lugar o oto em que s ecotra a meia torão mas iso só vale a posterori: Ates do corte, ão se oderia ter desigado o lugar ode ete se roduziu como sedo o lugar da meiatorsão da 157
tra O exemplo permte entender que um ugar dscreto, determnado, de uma estrutura que sera uma forma" pode exstr como dscreto apenas a posteriori, ouse preferrmos por ocasão de uma operação que modcou a estrutura. Não pode dexar de acrescentar que, mesmo depos de uma tal operação, o lugar dscreto as sm crado não faz parte dos traços especfcos da nova estrutura produzda Em nosso exemplo, depos do corte , o que dene a estrutura não é uma snguardade qualquer da borda onde a tesoura cortou, mas a nova deermnação da superfíce que se obteve a partr da tra de Moebus: superfíce de duas faces e uma borda Terseá observado que o termo forma até aqu empregado, esconde um outro mais precso o de objeto topológco Só um tal objeto, de fato, pode apresentar para nós uma estrutura que não organza elementos dscretos e que se presta, assm, à manpulação por um saberfzer, muto mas do que à objetvação por um saber Para além do que, começa o balbuco De fato os objetos topológcos parecem poder apresentar a estutura ta como ela_se mpõe a nós, a partr de um prncípo étco que funda nossa prátca (só há saber da verdade no equívoco da transferênca); mas nossa exploração destes objetos por outro lado, completamente nsucente é acma de tudo ma encamnhada. Para que se possa entender sso, vou segur brevemente algumas ndcações de Lacan, e consderar, por exemplo, o crosscap ' , como matrz da estrutura Para se representar o crosscap convém constílo acopandose um disco na borda de uma ia de o
t +
I +
Percebese que um ta objeto só pode ser realzado se consderarmos que as su perfíces se nterpenetram por exemplo, que o dsco pode se autoatravessar assm
• Em nglês, no orinal.
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Isto só é possvel e osso espao através do artifício de dois cores operados no disco 1 Q corte
2Q cote,
depois de ter estirado o lobo da direita, por exeplo. Em outras palavras, a construção de um crosscap em nosso espaço de três dimensões comporta o meso tipo de perda" que a aprentação e u plano de duas dimensões de objeto tridimensiona a interpenetração das superfícies sendo o equivalente, em nosso caso, do cruzamento de segmentos no plano em questão Essa propriedade do crosscap de só ser propriamente realizável em quatro diensões, e não em nosso espaço valeria para lembrar que, se a estrutura é uma forma, nem por isso é uma boa forma da intuição, ou seja, não depende do iaginá rio especular O crosscap, se consideramos sua constituição sob a forma proposta (acoplagem de u disco e de uma tira de Moebius), aprenta esta particulardade evidente de que um corte especíco de sua superfície, em oito interior, ao longo da linha de acoplagem do disco e da tira de Moebius, produz a separação destes dois elementos. Podese então por exeplo, decidir que a tira de Moebius represente o campo do Outro e o disco, o ser objeta do sujeito; e considerar o cross-cap como a matrz da estrutura, já que ele apresentara a acoplagem do fantasma entre o objeto e o Outro como algo impossível em nosso espaço. Essa acoplagem será gurada por uma nha, o oito interior, que é a borda da tira de Mbius e que tera a mesma função que o losango da escrtura $ a a função iinária da castração. Observarseá que esta lia não deve ser marcada de forma discreta por um traço na superfície do cross-cap, como a acoplagem entre o disco e a tira tivesse deixado o traço de uma sutura imperfeita: o que chamamos aqui uma linha, não passa da virtuidade da 1 59
estrutura que pode se realzar, por um corte, segundo uma nndade de traços na superfcie . O cross-cap mplca estrturlmente a possibildade de m corte qe o separe em dsco e tira moebiana, sem que seja necessário qe ela traga em sua superfície a nscrção dscreta de m tal corte
A título de regozijo, poderseia também observar qe u ma tal matrz da estr tura é mas do qe ma "apresentação do cmpo do Outro esta era a ambção do grafo ; ela stua neste campo o ser falante concerndo O disco que solda o cross
representando aqui o objeto proposto ao Outro para o gozo, assinla que a disseminação dos efeitosSujeto na lngagem se refere à identidade de um ser falante de outra manera qu não pela certeza egóc a: pelo seu serobjeto na estrutura.
cap,
A ntldade aparece assm, de ma oposção entre a determinação smbóseu fanlica de m sujeito e sa identidade objeta, até mesmo entre seu sintoma e só tea valor pe� $ tasma. Anda que a escrtura da cadea signifcante
lo obeto que é oferecido ao Sueito Outro assm prodzido, ou mesmo anda que a oferta e a cadea seam assm dependentes, resta, com efeto, qe toda apresentação da estrutura limtada ao campo do Outro (a estrtra como grafo, por exemplo) es tmula a considerar que a determnação smbólca que mantém m sjeito em ses sntomas seria de certa forma autônoma em relação a se fantasma, este último gurando então como m tpo de apêndice, de excrescênca marginal à "verdadera estrutra. Ora o cross-cap apresenta o campo do Outro como tomando forma pela acoplagem do fanasma O lugar entre a determnação smbólica e a oferta do fan tasma é, alás, o que mostrou o caso de Larent Observarseá, em seguida, também por exemplo, que se o mesmo corte, em oito interior, qe separa dsco e tira de Moebius, for repetdo ao longo da tra de Moebus (o que é um pleonasmo, pois todo o corte de ma tra de Mo ebus, segundo o anel, é em oto nterior), este mesmo corte, então, se for mediano, produzrá uma tra não moebana, a
b
c
d
a partr da qal, nvertendoe suas bordas antes de colocálas, ou sea, colocando a borda a com a borda c e a borda b com a d, obtémse m toro. Recprocamente, 1 60
é íve r um cre em i inerir em um r, bere ea ia nã meebiana, e r cagem de ua brda b e c, uma ira mbiana Qualquer um de vericar i cm eura e ecid; e achar uma ura decriçã n "Étourdit, de Lacan É baane fácil rear na maniuaçõe que acab de decrever que aé
aqui enunciei cm inguagem cmum e cm a auda de era minúcula Pru cniderar css-cap cm mariz da erura, recnhecer a ira de Mebiu cm cam d Our e dic cm be a. O cre que une e eara (funçã de 1), a e reeir a lng da ira de Mebiu, ranfrma ea em r. Pr que nã na reeiçã d cre a ng da ira de Mebiu redbramen u eaqueam�n da caraçã ela funçã d NmedPai? Ainda m que e de fa cmene rear n r bid graça a egund cre raç eperad da euura neuróica De fa um r upõe emre u cmemen, que cm ee fz cadeia baa cniderarm eaç nde le eá mergulhad. Aim end, r bid ea repeiçã d cre em i inerir deia er a frma acabada d fanama neuróic, nde enaçam r d Sujei e r d Our ($ 0 D), b e end aparenemene evacuad (can inha a aúcia uciente, aiá, ara fa zer circuar bje n inerir d r)
N r, Lacan diinguia em u eminár bre a Identificação di círcul gund a alma e gund ex, para camar da alma, círcu d dej e d ex, círcul de demanda Na enã que, n enrelaçamen r d u eir d Our, que é círcl d de ara um, é círcul da demda ara ur
Sem fer mare deenvlvimen digam que i cla Ma a preç, há de e cuvr, de uma emíve ramóia epimlóca Pi e raa de diinuir u u d bje plógc cm diaam, u me cm mdel daqul juamne que ara nó, inrdz a necidade dee uso : a idéia de qu a r ura tplóga A pla fi, a pncípi n enn de can um raóri d diara ma u ja a bm da clareza maneira de clcar n quadr d frma caivan 161
te e ordenada, elementos da teoria analítica. E um diagrama ransforma-se freqüen temente em modelo; oa-se modelo quando nos aventuramos a conar em suas propriedades para colocar hipóeses sobre o campo que ele usra. Ora, mesmo neste caso se ira modelo, por que não? poderão dizer iso não se jusicaria ao considerarmos a própria estruura como opolóca? O passe de mágica está aí, quase insensível porém surpreendene: decorre do fao do progresso da idéia de que a estruura seria topológica ter ido de par, nclus ve no própro ensino de can, com uma exploração da opologia enquano diagra ma ou modelo possíveis para a teoria á consiuída. Ora não há nenhuma mplica· ção do princípio entre a oportunidade de uma dagramatzção e modelização opo lógicas para a eoria já consiuída, e uma concepção da esrutura psíquica como opológica Pois oso de uma al concepção de esruura psquica eigia uma reformuação radic da experiência. Ao querer fzer dos objeos opológicos superfícies de inscrição paa os signi cantes e os mateas d que dispomos na teoria analítica, sempre cometeremos um erro se concebermos a esruura como opolóca A quesão não é de saber se o cor e em oito inerior no crosscap gura ou não um I ; seria anes o que aconece com aquio que situamos na prática com a ajuda da escritura - , se a esrutura é topológica? Ou meor o que situamos de novo, de radicalmente dferene, numa prática sustentada pela hpótese da estrutura como opológica? forma, a quesão não esá, por exemplo, em nscrever na superfície Da $ como balzas do percurso de uma inerpreação mas con do toro cebr eentumente a inerpreação como modicação do objeto topolóco, em termos de corte, dobradura ou catásrofe. -
Está aí, tvez, o camo q omou Lacan nos últimos anos de seu ensino, ado a diminuição progressiva das referências feitas aos mateas e aos siican s da 'eora analíica, em prol de desenvolvimenos topológcos que aparecem então omo "m relação com esta, para não dizer com a análise em seu todo, parecia bem mis vaer como esforço do empreender uma fundação ex novo da anise, a partir da hpótese de que a estrutura é topolóca. A arefa parece exorbitane; pos, para er vidade, tera que se arriscar e abandonar o que a eora anaítica á enun ciou e escreveu. É ero que m deixar de lado esta via, não exponho aqu esforços no seni do de uma reformulação ão radic da experiência psicanica. Com relação a isso, este ro seria antes o relato do que me conduziu até a necessidade de ais esforços. Ele introduz a hipótese que os justica que a estrutura, uma vez que é preciso con ceb-la sem elemenos dirtos suscetíveis de um saber, deveria ser suposta como topolóa Digo, é caro, "ser suposta, já q os esforços que faço no sentido de ua reformuação de minha experiência principmene com psicóicos não perseguem o proeto louco de saber direto sobre o rea da estrutura Uma refou laço topoóca da experiência não é um reamento úimo do saber de que a verda de é uposta estar no equvoco da transferência Seu interesse é étio e tem a ver com o fao de que ua estuura desproda de elementos discretos se presta m ao saber. 162
Objetar-se-á que ela o engendra assm mesmo; como prova, o que escrevo. Entretanto, se faço miha a idéia de Lcan do ft da análise como ravessia do fntasma, é, cetamente, na medida em que ela me fez seu; quero dzer, na me dida em que me permitiu simbolizar o que se passa no ft de uma cura. Em que essa simboização a posterir distingue de um gaho de saber nu ma análise entendida como revelação? Primeiro, essa smlização nã é o ft da cura: "saber-se (?), se é que isto tem um sentido, não é equivler ou se eduzir a a na efetividade de uma experiência. A rigor o m da cura se contenta com um gano de saer completamente 4i verso, o de sua história ou o de seus signicantes, por eemplo Mais: ela não se recohece jamais por um ganho de saber eventul que a acompa mas, antes, por seus efeitos. • Resta inda dirseá que aquele que atravessou o ft da cura pode saber lguma coisa a respeito, a ponto de, se se tornar anlista, deste alguma coisa poder fazer sua ética Será que o fato deste saber r ganho num segundo tempo, que aliás nada força a se conceder, como não é forçoso toar anlista ao da cura ain da que toda cura ndada dê condições sucientes para isto , será então que, em si, isto distingue a função deste saber da do ganho de saber sobre a sua stória ou os us signicantes? Certamente, se destacarmos que o saer que importa aqui não se apóia numa verdade naturalizada (o inconsciente como substância, seja qul for a · determnação), ms na eperiência mesma da anáise, naquilo que aí se prodziu. Poderíamos precisar que a deoberta freudiana não é a deoberta do incons ciente, como descob um continente Ela é, ants, a deoberta de que a trns ferência naturiza a verdade, lhe confere r pra dela supor um saber possível Mais de que é por um tal equívoco que as palavrs levam até a estrutura, ou mes mo de que ela é neste sentido a verdade da pretensa intersubjetividade Ora, o fato de que a psicanálise possa ter feito desta descoberta a mola mestra de sua práti ca não nos autoriza a manter o equívoco Se quisermos, a qulquer pço, substancializar alguma coisa a ttulo de in consciente, diremos qe ele é a gramática singlar gundo a qul, para cada um, o campo do Outro organza. Ou então, que ele é a estrutura enquanto tal, ou seja, a ligação e nó de um corpo como dejeto, com a lingagem que le dz re�peito Mas em neum cao podemos dizer que ele é, para cada um, o patrimônio de sua verda de à espera de tornar-se saber. Seria tão peicioso qunto flso pois mo a gra mática singular e o atamento do fntasma, o que são fora da eperiência qu a aná propicia? Ora, a simbolizção poster da eriência efetiva na ql por um tempo seja ele pontul, um r fante encontrou o Outro ao qul, desde então, neum sa er suposto dá coo, esta simbolizção pode dicilmente r entendia como con tinuação do equívoco da transferência. Ela f parte do dej que sure ne e riência se see à constituição da psici como diiplina, é porque et últi ma não é um saer, mas o desenvolviento do princípio ético de uma prca A pi cni como disciplia não enina nada pm, enqut ipe aa uma e riência 163
O f da cura permanece distinto de um ganho de saber e mesmo de sua pró pria simbolização é uma operação efetiva na estrutura: separação do objeto e do Outro E a estrutura em questão, isistimos, não é uma natureza", mas antes a hi póte que permite essa experiência O encontro do deserto no ugar do Outro torna-se para o ser faante, para aém de suas identicações imaginárias e da primazia fáica, a experiência de sua identida de como nada O fato de se considerar uma ta experiência como iberatória" , já que ea conduz à constatação da inexistência do Outro ao gozo do qual se está assujeitado, e de que se espere com justeza do caminho percorrido um tipo de cura" , já que esse caminho impica a oportuidade de pôr em questão a idez de seu assu jeitamento à determinação signicate, é acessório em vista do que fz seu caráter e seu interesse próprios: responder ao quem sou eu?, não por um saber, mas pea experiência efetiva de não ser nada.
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Dpd
Há uma déa, dentre todos a mas estranha, que pretendera que a pscanálse fosse u assunto privado. Estranha porquanto o campo do Outro, para um ser fa lante, é sem soução de contnudade com a lnguagem. Por que, drseá então, falar do campo do Outro de um ser falante? Eu até mesmo escrev, para um ser falante : "seu Outro. Não sera dzer que a zona" do lençol da lnguagem pea qua todos são afetados (escolha da aenação) consttu u campo lmtado, o seu? É mpensável, já que, no campo da lnguagem, a retroação é indeda nada podera fechar uma zona deste campo. Se a toda faa, a própra sgncação fata, por estar alhures, logo à enuncação dessa sgncação, por sua vez, falta sua própra sgncação, que está em outro ugar, o, se preferrmos sempre há sgnfcante pea retroação de um outro sgncante. Postuar um limte a essa retroação é crer em u sgncante último que, na ponta de uma cadea, susstra como ta, ou mesmo que contera sua própra sgncação e de onde toda retroação se orgnara. O que não é nada mais do que a hpóte teoóca Deus, alás, é por esta razão um fato de estrutura e toda prátca linguajera seria vertnosa bem ms do que é supor táve sem sua hpótese mpcta: como conar em algum valor do dzer, conar que é necessaramente para falar u escrever nem que ja estas lnhas - sem acre dtar que o retorno de sua verdade é nto? Fo sso que deve ter sugerdo a acan que Deus é nconente. Isto é radcal mente dstnto da déa de que ele sera o nconscente, o que não podera ser dto a não ser que se crese no nconscente como se crê em Deus Está aí o que acontece, ás toda vez que se faz do nconscente uma sustânca, ou mesmo uma fórula dada e deamente percorrvel até se esgotar. Acontece então de se fazer dsso uma útma palavra, verdade que vale por s mesma, dvna 165
O fato d strutura é, portanto, st a prática da inguagm corrnt exge uma crnça a priori num imite do campo do Outro Essa crença grau mnimo da crnça m Dus ncessária ao alar, é a implicação no simbóico de unção imanáia da castração. Expiquemonos: a função imaginária da castração que "do dsjo no Outro se spcica, tomando corpo fata. O limit corporal do Outro do qua s persgu o gozo nos dá lastro: nos atrbui para ém da pavra, qu faz d cada um uma dissminação d Sujitos, um dtinado sr o ser objta de um supmnto orcido à ta d um corpo. Ora esta crnça no Outro que a circuns crição de su corpo d sua fata impica não pod dxar de circunscrvr também imaginaramnt, a cadeia simbólica que o faz existir como Sujeito. Como, de fato, sm isso, su dsjo podria s spcicar a ponto de qu uma rase a do fn tasma possa rprsntálo? À crnça nst mit dupo smbólco imagináro, ou melhor, magináro do sbólico , qu é um fato de estrutura, já qu, por faar, não se escapa a ee, a anái pit drrogar um tmpo, o tmpo d su m: nem or isso, ao zêo se s d um sabr adquirdo o qu não vaeria nada, osto que uma ta crnça es tá ms próxima d um a poi kantiano do qu de um ato psicológico. A drrogação é a expriência fetiva da dissolução do coro d Outro O qu tampouco não dxa d coocar em questão (tiva e não cogitivamente) o imite do cmo da detinação simbóica d um sujito ou mesmo d dsxar a rase que az d seu Outro um Sujeito É por essa xperiência que a possibidade de um ato, u mesmo d ·um smpls ntorse na repetição, é oferecida Mas a expriência da nális é pontual: a bem da verdade, o horror é apnas imagnávl, a qu se entregaria aqu para quem não somnte o Outro não teria corpo mas para qum, ao mesmo tempo, a "zona da inguagm onde ee se roduz Sujito não tivess imit. Não creio, iás que uma estrutura da cínica porém, aquinão havra tavz estrutura corrsponda a esse horror. Se oss ncessário um exmpo da necssidad de, para aar, crer no imite do campo ond avançam os propósitos qu s sustenta, eu poderia reatar as agruras de um pacint hstoriador, biógrao na época qu estava iteramente perdido em sua obra Pois se apercebia cada vez mas, qu nada deixava de ter relação com o homm de quem retraçava a vida, e sua busca d uma avra prmeira qu não o rmtss a outro ugar, o evava direto a escrvr uma impossíve hstória univrsa d todos os tmpos Mais simpesmente odemos rporarnos ao rimeiro capítuo dst ivro; então s podrá ntender qu a construção ea qu escohi começar tinha, tvez, mas do qu uma função de careza, a de xar, ara mim, um cmpo fchado S a xpriência da anáis evada a seu teo, por pontua que seja, deixa uma marca qu jugo peannt , esta marca está no atamnto onde um ser ante não cssará, contudo, de s amarrar a "seu Outro Mantenho, pois, o possssivo. É, por um ado, porque cada um suspende sua vida sexual na busca do gozo de um corpo que he cumpre manter ou mesmo encontrar, ncusive depois do m d sua anáis, a consistência. E, por outro ado, para cada um, tais rencontros vão d de par com a crença renovada no imit do campo da inguagem que o detnina. ·
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O anlisante se assegurará mesmo dess limites pelo seu ganho de saber na anlise, podendo chegar a conndr o desta com o acabamento de sua exploração de uma "zona m cohecida (porém limitada). Nada aí a ser lamentado: a vida se xul e a palavra pagam este peço. Insistimos, não se deve procurar a marca de uma anlise num pretenso sa ber a posteror de que o Outro não tem corpo ou que a determinação simbólica se exerce a partir do cmpo ndenido da linguagem Ou então num saber do ser falnte sobre sua própria ignorâcia, não somente das leis da lngugem que o determina, mas da própria linguagem, estendida para além da flação famliar, pa ra toda a torre de Babel (e pode-se dzer toda, porque justamente ela cou inaca bada) O pior seria que o saber adquirido numa anlise constituísse para um ser fa lante um destno, ou que substituísse uma cadeia que o assujeita por uma outra que o assujeita, ms que ele coeceria (o que ganha com isso?) Ao passo que pode ria ter obtido um benefício a partir da experiência de que ele serve ao denido da lngugem bem mais do que a uma cadeia nita, eis que a cura le permitira uma "intuição , por assim dizer inesperada. De fato, para um ser alante, a segurança de uma plavra última ou de um fechamento que fara de sua determnação simólica um campo nito, não acarreta, em prncípio, nehuma intuição deste cmpo e de seus limites; por outro lado, ele podera aqui, num m perverso da cura, acreditar apreender o mite do cmpo de seu Outro A experiência da anli faz mais do que micar a determinação signican te de um sujeito (o que não implica que, pra tanto, ele teha que conecêla) ; ela e oferece a possilidade de alguns atos, suspendendo seu assujeiamento repetiti vo aos signicantes que o comandam. Porém, saramos desses sintomas, mas jamais da linguagem É por isso que não seria inconveniente flar, em relação a um ser fa lante, de "u Outro; o pertencimento mrca aqui o a pr necessário, digamos, para viver Em contrapartida referirse como zemos mis acima ao campo do Outro de um sujeito como zona denida do lençol de lingugem, é questionvel Mais do que mprecso, é fso. Ademas, isto dá crédito, mis uma vez, à esperança com que se sustenta todo f perverso de análise, de que se possa saer o que nos determa, ou mesmo que possa saer sua verdade. Ora, não exste saer da verdade o que chammos verda de é o lugar fugdio da cadeia indenida à qu é remetida a signicação do que se diz Resta, contudo, que o equívoco do fecamento e, neste sentido, o termo zo na correspondem ainda assim a alguma coisa é preciso ainda que a determinação lo cmpo ndenido da linguagem possa ser conceida tal como é pra cada um, singular A impotência em que me encontro, sem saber ao certo se aí est uma verda deira impotência ou uma mpossilidade de tomr uma língua alures, na topolo ga, para dzer, ou antes para mostrar a estrutura, não inrma em nada o que se im õe a mim que a singuaridade desta última é uma singulardade de foa e não um fechmento 1 67
Concebo, em suma, a singulidade da determinação simbólca de um sujeito por um campo indendo, não como fragmentação, mas como foa singar des te Assim, por exemplo, dobraduras dierentes de um espaço indenido podem dar uma puralidade de singuardades, sem subdividir esse espaço Uma gura topológ ca do campo do Outro não é um objeto fnito merguado num espaço indenido é simpesmente uma dobradura deste espaço O Outro de um sujeito é uma disposi ção da linguagem E nesta disposição pode haver, por exemplo, proximidades sngu lares, mas não fecamento. Neste caso também, se se quisesse azer de uma ta sngularidade o sentido da quilo que chamamo verdade, nem assim havera um saber possível Mas um saber -azer
Se a rede das determinações signicantes de um sujeito é indefnida, e mesmo extensiva a uma rede indenida da linguagem e das reações sociais que ea tece, de que se aimenta então a estranha idéia de que a psicanáise é um assunto prvado? Tanto mais estraa essa idéia, porquanto a análise se presta imediatamente a uma conseqüência política; não á outro para fazer gozar, não há a pavra útma de seu desejo ; eis a enunciados cuja experiência não deixa intacta a condição jur dica" do sujeito. Entretanto, se a idéia dura, não deixa de existir a um pretexto Algo faz com que, na unção imagnia da castração, seja uma história de fa mHia, a reação parental, o que parece dar, pelo seu desfalecimento, corpo e falta ao Outro Ora, esta especicação imaginária constante devese por sua vez, à inter dição do incesto, reacionada primeiramente aos pais. Eu dizia, mais acima, que a interdição do incesto oferece a cada um uma ma gem ready-made do gozo racassado, o do casal parenta. Em razão disto, seria pre ciso ainda considerar que uma t imagem é necessária e universa? Quero dzer, se ria preciso apegarse o que me parece , aliás, por si só evidente - à universalidade da interdição do incesto (que supõe, por sua vez, um arco de ormas diferentes) e cegar assm à concusão de que a unção imaginária da castração encontra invara velmente sua gura num desfecimento do casa parenta? Ou ainda numa nova ciência das condições de gurabiidade do Outro, a reação parent seria o núceo eementar universa de toda grática? O esorço lacaniano de ormaização visa distinguir invarantes estruturais e o que especica imaginariamente, ou simboicamente como no caso da interdição do incesto os termos dessas invariantes Para aterme ao que já coloquei : se o pro jeto do fantasma (produzir o gozo do Outro) é uma invariante, ee coporta como necessáros o corpo e a fa de um Outro, bem como uma função de interdição, pa ra que o gozo desse corpo se cacue em relação à miragem de um gozo consumado Onde a especicação da função mesma do interdição desde já é incerta, já que não é seguro que só uma interdição permita cacuar o fracasso de um gozo Com ra zão, portanto, toda especiicação imaginára dos termos dessa invariante pode ser considerada como marnal em reação à estrtura. 1 68
Neste sentido é surpreendente que o esforço de formlzação de Lacan - e, para dizer a verdade, todo recurso a letras minúsculas encontre ainda uma objeção cujo sentido último é o temor de uma doutrina que petricaria a escua. Surpreenden te e paradoxl ; pois é o inverso que é verdadeiro : o evitamento da formalização erige especicações imaginárias como regras, até estereotipar o processo da cura O risco de um tal efeito não está afastado, principlmente toda vez que, como eu mesmo o f, se preferir à formalização a casuística, ou não se souber dissociálas. Não há precauções eczes, nem tampouco que possm evitar que a exposição de um fazer não se leia como um saber. Apenas uma justicativa: é preciso às vezes lembrar o que as letras minúsculas escrevem. É por um espírito baconiano que este livro é dedicado a KBnigstein, e este esprito se impõe num momento em que a psicanlise, depois de Lacn, na França, parece hesitar entre o ensino universitário e a inspira ção divina, ou - o que dá no mesmo artstica zendo cção cientfica a posteriori, poderíamos pensar, por exemplo, que se a hipótese do inconsciente pudess ter sido sustentada por uma prática tal como a da análise, antes do sécul XIX - isto é, antes que o núcleo familiar tivesse se des tacado e mesmo isolado da comunidade -, um ser falante que se tivesse submetido a essa prática teria dado a seu Outro uma imagem diferente da imagem da relação parentl Isto é perfeitamente especulativo, mas o porvir, se não o passado, poderia reservarnos surpesas menos especulativas. O porvir, se não for o presente Pois bastaria talvez querer dar ouvidos, para escutar que se constituem guras do Outro não necessariamente includas na galeria de monstros que engendra a imagem primeira da relação parental. E é o momento de lembrar o quanto a própria psicanálise enquanto disciplina tece o pano de fundo do saber que cada paciente supõe ser sua verdade: é certo que sua difusão está, para muitos, na uniformidade dos corpos Outros que sua prática encontra. A ponto de que lá onde a psicanlise crê poder trzer a prova do vlor universal de algumas es pecicações familiares do Outro, ela está na verdade correndo o risco de testemu nhar uma surdez pela qual é responsável. Um sonho diuo, que um paciente me contaria e aperfeiçoara até o enfada ment (o dele) pele servir aqui de testemunha Tratavase de um cenário de catástro fe nuclear onde R . viase por vezes como o único sobrevivente, e em outras co mo um novo Adão com sua Eva Ele se oferecia assm uma nova origem, assexua da a partir da destrição total, todo o arranjo do mundo só cabia a ele e à sua pa lavra Ele tinha, assim, o domínio do campo do Outro, já que o limite deste era sua própria produção efetiva É por isso que lhe parecia necessário, no mundo de então, falar parcimoniosamente e relatar tudo (para quem, então?) num diário minucioso. Eara o sonho consumado do controle sobre o Outro, o aperfeiçoamento sonhado do que fz, para o obssessivo, o charme da narrativa de seu própro roteiro e, ms ainda, o gosto pelas recapitulações Articular o mundo em todos os seus detlhes, e até mesmo der toda a linguagem, se fosse possvel, sera uma forma de esgotar a cadeia que produziu o Outro como desejante : em última anlise, assegurarse de que o Outro é Deus e que sua cadeia circunscreve tudo 169
Quando R . coocouse a questão de uma descendência e decidiu atrbuirse uma companheira a identifcação he apareceu a um Outro absouto cuja pavra prmeira e criadora seria a única a trzer a sua própria signicação: pois eralhe ne cessário fzer calar essa companheira Não me estenderei aqui na forma como, para R . este cenário resolvia a ques tão de sua origem, ou mesmo em que tipo de cena primitiva ele se oferecia ou tam pouco na organização da vida nessa nova aurora do mundo e da reação desta últma com o que devia aparecer como o seu fntasma Pois, o que nos importa é obsear que o seu roteiro obedece, como quaquer outro, à lógica do fantasma e suscita um Outro cujo gozo é perseguido. O fato de que a análise do fantasma de R. . tenha teinado por relevar - ou deveramos dizer eevando - um corpo Outro bem fa mliar não deveria nos tornar surdos ao corpo menos famiar e num certo sentido mais Outro que entra em jogo agui. É um Outro absconso, escondido ou mesmo sorateiro que nos permite ima ginar a especicação nucear da catástrofe O Outro da ciência, chamemolo assim. A universização mesma de seu discurso como portador de uma verdade irremissí ve - ou seja que não se remete senão a ela deve ser suciente para nos advertir sobre sua ecácia: não há fechamento na inguagem sem que um corpo mesmo que escondido sua para pedir o que he é devido Aquees que viram um dos numerosos mes recentes que possuem um rotei ro próximo ao de R . . , MLE VIL por exempo, de C. de Chalong devem em brarse da aparção fna no céu dos sobreviventes de equipes de savamento cuja voz é mediatizada por um atofante e cuja aparência é a de um macacão isonte O tipo de consternação que se abate sobre os sobrevventes faz do n desse me um momento de verdade como se enm se desvelasse o Deus que a morte dos ou tros tinha servido Podemos recohecer este Deus no discurso de Albert Speer no processo de Nüremberg. Ou ainda, descobrio por um witz: um marciano desceria para propor aos terráqueos uma invenção miríca que resolveria os seus problems de transporte e pediria em troca que a cada ano digamos, 50.000 vítimas lhe fossem imoladas em sacrifício. Indignação gera. Ainda assim, a troca foi aceia tratase do automóvel. Podemos rir e se rmos é justamente do desvelamento do corpo de um Outro que servíamos sem imagináo .
Esta digressão não terá sido inútil se permitir precisar o intento e o alcnce da cura a experiência de ser um nada votado ao gozo de um Outro que deve seu corpo a um acidente de inguagem exige o encontro com este Outro que nada exclui a possibiidade de ser plur. Fundir no molde da reação parenta! todo corpo cujo gozo é perseguido no fantasma não deixa de acarretar o risco de uma surdez que pode impedir a expe iência i onde ea deve produzirse. Pior isso pode evar a oferecer ao piente um Outro a mais a cuja carne não estava afeiçoado Entenderseá que a crítica atinge aqu minha própria escuta; mas se escohi faar antes das fguras parentais fo porque me parecia necessário partir daí, ressa 1 70
tar antes de mis nada o que estas guras escondem de monstros Resta interroga os monstros que estas guras não escondem Acontecia a Lacan de se surpreender que, numa anáise, estivesse sempre em questão pai ou mãe era, creio, uma foma de ertar contra um ta [orçamento. Se a isenção, que Freud recomenda ao anaista no começo de cada cura, é possível, ela deve dizer respeito iniciamente a toda especicação margin à estutura. Este forçamento, aliás, que remeteria toda imem do Outro a uma dentre as que a imagem da relação parenta engendra, é justamente o que se recohece, via de regra, como vor púbico da psicanálise concebida como um assunto privado Esperase então da anise que relativize, por exempo, os falsos bilhos da autoridade, correndo então na cidade um isto não passa de procuração patea". Em suma, aprendendo que ele deve à inancia seu assujeitamento, o ser faante não faria disto u grande caso Conclusão, na verdade, duvidosa O acance político da experiência analítica é bem mis radical De fato, a éti ca desta experiência é uma política Se Lacan quis colocar os seus Escrtos sob a égide do combate das luzes, é porque o processo da anise apresenta uma anogia com o processo aclarado esta seria por trás do poder, apontar os homens que assujeitam Ora, há mais um passo a ser feito por trás dos homens que assujeitam, encontrar os monstros que escolhemos servir, e preferir u própio nada ser ao gozo destes O fantasma ata o sujeito até no rea de seu corpo à linguagem, onde seu Outro aparece ; é ao mesmo tempo o que ata o sujeito à rede de relações ditas sociais a que está preso regula estas relações. É difícil, desde então não atribuir aos analistas e à psicanise uma responsabiidade que extrapola o quadro da cura. Uma ciência do político poderia, aiás, tentar escreverse a partir da ética analítica Ela situaria seus objetos numa cua de Gauss que iria da psicanálise à cnahice, se entendemos por esta uma atitude que sempre está do lado do sacerdócio e quer reforçar o ser faante em sua crença de que o Outro não somente existe, mas vela por ele, ou mesmo e quer bem O que estabeleceria uma classicação de ordem nessa cua seria o grau induzido de opacidade e de espessura do Outro Poderseia preferir uma escala do horror, mas, à parte as incertezas da apre ciação do mais horrível, ela terminaria, cremos, por conar demais nas evidências o mais imediatamnte horrível esconde por vezes horrores mis famiares e menos espetaculares. Essa ciência do político não estaria afastada do cotidiano da clínica poderia mesmo ensinarlhe, ou até desvelar como se fabrica e como goza o corpo a que sevem os sujeitos de direito, principlmente em sociedades como as nossas, que Clau de Lefort denia tão bem sem corpo (acrescentaríamos: aparente). Destacaremos, se assim o quisermos, como próximo de nossa experiência o exemplo do corpo assistencial, que se pode ver em ação nas instituições de saúde menta E é verdade que o corpo público mantém aí a própria saúde, assim como os assistidos qulicados erroneamente de inadaptados se consagram perfeita -
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mente a seu gozo. A t ponto que a experiênca de cada anlsta que se aventurou em nsttuções prova que é pratcamente mpensável executar a tarefa da anse em locas como estes tal a antnoma com aqulo mesmo que devota o assstdo - até mesmo em sua presença l ao Estado que e quer bem. Mas estaríamos errados a< pregar u exemplo como este. A pscanálse ataca, sem dscrmnação, a multplcdade de corpos cujo gozo um sujeto poe ser vr na vda dta socal. É nsstmos uma estranha surdez a que faz com que tão pouco do que os dscrusos de nosso tempo produzem como Outro na cdade seja ouvdo e perturbado É por sso que uma nova cênca do polítco podera vr em nossa ajuda ela partra do axoma que pretende que quanto mas houver Outro e mesmo, no plu r, Outros , ms chances haverá de produzr o gozo. E ela tera como tarefa, alás, ser bem ms que uma "cênca de ququer forma sabemos que a transmssão de um saber sobre o atamento do fantasma é, enquanto tal, sem efeto O que precsa mos é uma prátca que permta a experiênca efetva da nexstênca dos Outros a que servmos na cdade : uma prátca que poderia ser a pscanáse na cdade. -
Em matéra de horror, portanto st but not least, havera a de uma pscaná se que, dretamente saída da Sorbonne, vraria segundo a palavra de Cangulhem cm relação à pscologa, resolutamente à dreta, em dreção à delegada de políca É cla ro, para aí nstalar seus móves. Sejamos claros o analsta, na cdade em que habta, não tem uma responsab ldade de sua função dferente da que tem nas curas que drge Na sua da públ ca quero dizer se ele fala, ensna ou escreve em nome de sua fnção - ele é res ponsável pelos efetos que produz Duas vas he são oferecdos. Uma que fendo de sua dscplna um saber monetarável sobre a verdade faclta o comérco cultural e lhe resera um lugar de deal socal, de onde ela partcpara da opacdade do Outro que rege a cdade O renome e o amor do prncpe que o analsta pode esperar não deveram, contudo, fazer esquecer que é a outra va que lhe cabe. Ou seja assombrar a cdade com uma forma tl de saber que o saber sobre a verdade que para cada um a ser suposto ou mesmo que, ao ouvlo, a chance seja oferecda de uma experiênca onde este saber se revele um equívoco a experênca que bem podemos chamar de o re está nu. Para (não) termnar, as pavras de Angelus Slesus, com as quais Borges fecha uma de suas nqusções Freund, es st auch genug. Im f du mehr wllst lesen, So geh und werde selbst de Schri, und selbst das Wesen. I
Veneza Laragno 98/1982
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Impressão e acabanto: Editora Gáfica Meróle S. A
REÇÃO: ALDUi$0 MOREIA DE SOUZA
TTULOS EDITADOS
Austin Quando Dizer é Fazer - Pala
vra e Ação Callgars, C : Hiptee obre o Fantas ma na Cura Picanalítica Calligars C.: Introduço a uma Cínica Diferencial da Picoe Dorgeulle Claud� A Segunda Morte ·de Jacque L�can Dor o Introço à Leitua e La can O Inconciente Etruturado como Linguagem Marn Marcelle Lacan A Trajetóra do eu Enino Melman Charles Novo Etudo Sobre a Hitera Mlner Jean Caude: O Amor da Línua Safouan Mousapha: Jacque Lacan e a Queto da Formao do Analita Souza Alduíso M Uma Leitura Intro dutria a Lacan - Exegee de um Etilo Souza Alduso M Tranerência e n teretaço Enaio Clínico Laca niano uza Alduíso M. : Org. : Picanáie de Cança Vol. 1 Interaçõe TeriClínica Ths Beard O Pai -
TTULOS EM PRODUÇÃO Corea Ivan Nós com Lacan Czermak. Marei Paixõs do Objeto Estudo Psinaítico das Psicos Dor Jl A Acientifcidade da Psica nálise Dor ol Estruura e erveo Julen Phlp O Retoo de Lacan a Freud Melman. Charles Estrutura Lacaniana das Psicoses Naso, Juan-Davd O Ohos de Laura Naso & Dolto A Criança do Espho Perrer. Franços Escritos Cínicos e Formao do Psinaista uza Alduíso M Reato de uma Aná ise Terminada uza Alduíso M: Org. : icanái de Crianças - Vo. 2 - Leitura e Es crita ·