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Breogán: o herói celta de Leabhar Gabhala Eireann ao poema de Eduardo Pondal Fernanda Bom-Fim de CASTRO¹ 1.Graduanda em História, Universidade Federal de
RESUMO
Uberlândia - UFU,
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MATERIAL E MÉTODOS Queixumes dos As fontes utilizadas no trabalho são a obra Queixumes Pinhos Pinhos e outros outros Poemas Poemas de Eduardo Pondal (1835-1917), com enfoque enfoque na analise analise do poema Os Pinhos Pinhos, sendo sendo utiliz utilizada ada a segunda versão do poema do ano de 1935 – ; a biografia do autor presente presente na edição edição utilizada utilizada de Queixumes, além dos capítulos XI, XII e XIII do Leabhar Gabhala Eireann . •
Este trabalho percorrerá o caminho do herói celta Breogán que aparece aparece nos escritos escritos medievais medievais irlandeses irlandeses,, o Leabhar Gabhala Eireann ou O livro das Invasões Irlandesas, até chegar ao poema Os Pinhos Pinhos, do galego galego Eduardo Pondal. Nos escritos escritos medievais medievais irlandeses, Breogán era filho do conquistador Brath, que conduziu seu povo de outra outrass partes partes da Europa Europa até Espain (as terras terras hispânica hispânicas), s), lugar em que mais tarde tarde Breogán Breogán teria fundado fundado Briga Briganti ntia, a, onde onde se estabe estabelec leceu eu e depois depois alguns alguns de seus seus descendentes teriam navegado da península ibérica até a Irlanda. A identificação de Brigantia com o porto de La Coruña, permitiu que no século XIX os eruditos galegos convertessem Breogán em rei rei de Espain, evoca evocando ndo assim seu passad passado o celta celta e a seu parentesco étnico com a Irlanda. O poeta galego Eduardo Pondal, resgata em seu poema “Os Pinhos”, de 1890, a figura do herói dos escritos escritos irlandese irlandeses, s, onde Galícia passa ser identific identificada ada como “fogar de Breogán” e “nação de Breogán”. A interpretação dos mitos atlânticos acabou criando uma visão romântica do passado, o que levou ao aparecimento do nacionalismo céltico galego no século XIX. O poema “Os Pinhos” acabou por ser adotado como hino galego. Através da História, Literatura e Mitologia é possível compreender a ligação entre os povos da Irlanda e Galícia, e sobretudo compreender como a figura de Breogán foi importante para para o naci nacion onal alis ismo mo célt céltic ico o gale galego go e a infl influê uênc ncia ia dest destee personagem na obra de Eduardo Pondal.
Palavras-chave:
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Análise de fontes e pesquisa bibliográfica. bibliográfica.
fogar de Breogão.”
(...) Os tempos são chegados dos bardos e das idades, que as nossas vaguidades cumprido fim terão; pois onde quer que, gigante, a nossa voz pregoa a redenção da boa nação de Breogão. (...)
Estima não se alcança c’um vil gemido brando,
qualquer requer rogado com Vox que esquecerão; mas c’um rumor gigante,
sublime e parecido ao intrépido sonido das armas de Breogão! Galegos, sede fortes, prontos a grandes feitos, aparelhai os peitos a glorioso afã; filhos dos nobres celtas, Fortes e peregrinos Lutai pelos destinos dos eidos de Breogão>>”.
CONCLUSÃO
Figu Figura ra 1 – Capa Capa do livr livro o Quei Queixu xume me dos dos Pinh Pinhos os e Outr Outros os Poem Poemas as de Edua Eduard rdo o Pondal. Pondal. (Fonte: imperdivel.net imperdivel.net )
Breogá Breogán, n, Eduardo Eduardo Pondal, Pondal, Galicia, Galicia, Irlanda, Irlanda,
Mitologia Céltica
INTRODUÇÃO
Figura 2 – 2 – Estatua de Breogán e a Torre de Hércules, município de La Coruña, Galícia, Espanha (Fonte: es.wikipedia.org/wiki/Breo es.wikipedia.org/wiki/Breogán) gán)
As narrações da mitologia Irlandesa de tradição céltica, foram foram recompila recompiladas das no Leabhar Leabhar Gabhala ou O livr livro o das das Invasões , durante a Idade Média. Esta obra faz referência a figura figura de Breogán, Breogán, fundador de Brigântia Brigântia (atual cidade da Coruña), onde chegou a fundar uma torre em frente a cidade Tor Breoghain onde hoje se situa a Torre de Hércules. Os capitulos XI, XII e XIII de Leabhar Gabhala , narram as aventuras de Breogá Breogán n e de seus descend descenden entes tes até vence vencerem rem os habitantes da Irlanda, os Tuatha de Danann. A utilização da figura figura de Breogán por Eduardo Pondal se trata de uma boa escolha, por ser um rei poderoso que serviu a tant tantas as outr outras as trad tradiç içõe õess célt céltic icas as,, além além de ser ser uma uma personage personagem m que se faz coerente coerente dentro do pensament pensamento o pondalino. Breogán “serviu-lhe assim para o seu labor de dignificação nacional, dotando o povo da Galiza de um glorioso passado mitológico” (BREA, 2011, p.35). Pondal toma a figura desse ser mitológico como um mito ideal de um passado céltico da Galícia que serve para articular a sua concepção de mundo poético pessoal e que lhe serviria para alcançar dois outros objetivos: a utilização do galego como língua nacional e a dignificação linguística que levaria a uma maior coesão social para que fosse possível a apropriação de um passado do povo galego, que deveria ser mais glorioso do que o do invasor.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO Apesar de Breogán ser o grande herói pondaliano e estar sempre sempre presente presente nos seus versos versos patrióticos patrióticos,, não foi de conhecimento de Pondal a obra medieval Leabhar Gabhala; O conteúdo dos Livros das Invasões Irlandesas também é pouco conhecid conhecido o pelos galegos galegos dos finais do século XIX e começo do XX, mas isso não foi impecilho para a propagação da figura de Breogán no imaginário popular •
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Os fragmentos fragmentos escolhidos do poema Os Pinhos (versão do ano de 1935 - Hino Galego) de Eduardo Pondal, dão destaque a figura de Breogán, a origem céltica do povo galego além do concei conceito to de “nação”. Nos Nos dois dois prim primei eiro ro frag fragme ment ntos os as expressões “fogar de breogão” e “nação de Breogão” identificam a Galícia. No terceiro e quarto fragmento fala-se das “armas de Breogão” e dos “eidos de Breogão” , além da identificação do ser galego como “peregrino” e “filho dos nobres nobres celtas” , lembrando o povo galego de seu passado mitológico e glorioso, incitando-os à luta contra um Estado opressor.
Desta Destacan cando do a import importânc ância ia do fenôm fenômeno eno liter literár ário io na construção de identidades coletivas, na expressão de projetos políticos, na projeção de desejos e utopias, na fabulação de narrativ narrativas as que encarnam encarnam visões de mundo e represen representam tam dete determ rmin inad adas as conc concep epçõ ções es do real real,, refe refere rend ndan ando do e contribuindo para a manutenção de um dado status quo , mas também apresentando projetos alternativos. Para Ricoeur , a ficção e a história originam-se do mito, sendo a narrativa um mecanismo de formulação da experiência do tempo. História e literatura são, assim, definidas por Ricoeur (1997) como formas de linguagem capazes de sintetizar e reconstituir a experiência do homem. os objetos de análise arrolados nesse trabalho foram foram analisados analisados partindo-se partindo-se do pressupos pressuposto to de que todo documento carrega em suas entrelinhas as intencionalidades de seu autor autor,, concer concerne nente ntess às suas suas opções opções políti política cass e ideológica ideológicas. s. Eduardo Eduardo Pondal foi um dos responsá responsáveis veis pelo movimento do Rexurdimento galego, galego, que é a volta da língua língua galega galega como língua nacional, nacional, deixando deixando claro a sua posição política e ideológica. Através de Os Pinhos podemos perceber a aproximação dos povos da Irlanda e da Galícia, mesmo que ela ainda não ocorra através através da obra Leabhar Gabhala .
AGRADECIMENTOS Agradeço o apoio do INHIS/UFU pela produção do painel, a orientação do Professor Gilberto Noronha (INHIS/UFU) e da constante orientação orientação da Professora Professora Ana Donnard (ILEEL/UFU).
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REFERÊNCIAS Alberro, J.L (ed.), Lebor gabála. Libro de las invasiones de Irlanda. Ediciones Trea, 2007 BREA, Ângelo. A poesia poesia de Eduardo Pondal. In: PONDAL, Eduar Eduardo do e). Queixu Queixumes mes dos Pinhos Pinhos e Outros Outros Poema Poemas. s. Barcelona: Edições da Galiza, 2011. p..35. MOREU, Carlos. Los Hijos de Breogan: Breogan: Historia y leyenda de los pueblos célticos, Madrid: E-livro editado pelo autor,2012 RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa. Campinas: Papirus, 1997