Fichamento “Aprendendo a pensar com a Sociologia” – Zigmunt Bauman - Primeira “versão” do livro foi publicada em polonês em 1964, com o título “Sociologia para o dia a dia”. sta sta versão versão foi public publicada ada em in!lês em 199", com o título “ Pensando sociologicamente”. #isão inicial da Sociologia$ uma disciplina cientí%ca &ue combina um con' con'un unto to de pr(t pr(tic icas as de pes& pes&ui uisa sa e um corp corpo o de con) con)ec ecim imen ento to acumulado. *as o &ue fa+ fa+ essas ssas pr(ti r(tica cas s e esse esses s cont conte edo dos s serem erem eata eatamen mente te “socio “sociol! l!ico icos”/ s”/ 0 &ue os torna torna difere diferente ntes s de outro outros s corpos de con)ecimento e de outras disciplinas &ue têm seus prprios procedimentos/ e pensarmos bem, disciplinas como a )istria, a antropolo!ia, a !eo!ra%a )umana, a ciência política, a economia, a %loso%a, etc., toda todas s elas elas tamb tamb2m 2m se prop prop3e 3em m a estu estuda darr “o )ome )omem” m”,, as a3e a3es s )umanas e seus desdobramentos5 e estudam o mesmo ob'eto, o &ue as distin!ue/ - Resposta inicial$ diferentes disciplinas, na verdade, se referem a diferentes divis3es no universo de investi!aão. 0u se'a, tratam-se de divis3es eistentes nas prprias a3es )umanas. ontudo, não 2 preciso muito esforo para perceber o car(ter pro problem( lem(ti tico co dessa ssa respo espost sta. a. omo omo separ eparar ar uma uma eminentemente econ7mica, política ou social/
aão aão como como
“Desse modo, não há divisão natural do mundo humano que se refita
em dierentes disciplinas acadêmicas. O que há, pelo contrário, uma divisão de tra!alho entre os estudiosos que se de!ru"am so!re as a" a"#e #ess huma humana nas, s, e isso isso reo reor" r"ad ado o pela pela m$tu m$tua a dist distin in"ã "ão o dos dos respectivos especialistas, com os direitos e%clusivos de cada grupo quanto & decisão do que pertence e do que não pertence a suas áreas espec'(cas” 8p.1: - Segunda tentativa de resposta$ o &ue as distin!uiria, então, seria a espe especi cial ali+ i+a aão ão.. ada ada disc discip ipli lina na det2 det2m m seus seus prp prprio rios s m2to m2todo dos s e procedimentos de investi!aão, diferenciando-se das demais. *ais *ais uma uma ve+, ve+, nota notamo mos s rapi rapida dame ment nte e como como essa essa resp respos osta ta 2 insu%ciente. ;odas essas disciplinas partem de uma visão comum de m2todo cientí%co$ “ !uscam coletar atos relevantes e garantir sua
validade, e, então, testam e voltam a testar esses atos no sentido de con(rmar a con(a!ilidade das inorma"#es a respeito deles” 8p.1:. e'a a )istria, se'a a economia, todas observam aspectos das
a3es )umanas e empre!am evidências )istricas para interpret(-las atrav2s de modelos de an(lise de car(ter car( ter terico-metodol!ico.
- )erceira tentativa de resposta$ o &ue distin!ue as diferentes iências
elementos de #gura$es mais amplas& 'u se(a, procura analisar como os atores humanos estão inseridos em redes de depend)ncia m*tua +com dierentes escalas de e-tensão. e como essas redes estão condicionando e sendo condicionadas por suas ormas de pensar e agir!!! “Os soci*logos perguntam que consequências isso tem para os atores
humanos, as rela"#es nas quais ingressamos e as sociedades das quais somos parte. +m resposta, ormatam o o!eto da investiga"ão sociol*gica. -ssim, (gura"#es, redes de dependência m$tua, condicionamentos rec'procos da a"ão e e%pansão ou con(namento da li!erdade dos atores estão entre as mais preeminentes preocupa"#es da sociologia” 8p.1>: ?essa forma, @auman a%rma &ue a &uestão central da sociolo!ia 2$ “como os tipos de rela"#es sociais e de sociedades em que
vivemos têm a ver com as imagens que ormamos uns dos outros, de n*s mesmos e de nosso conhecimento, nossas a"#es e suas consequências” ------------------------------------------------AmportBncia da relaão entre sociolo!ia e senso comum$
- ;odo ator social possui um con)ecimento t(cito sobre sua sociedade e sobre como a!ir socialmente. Cesse sentido, poderia ser considerado como um “socilo!o em potencial”. ontudo, &uando estamos imersos em nossas rotinas, não 2 fre&uente pararmos para pensar sobre o si!ni%cado de nossas a3es e comparar nossas eperiências pessoais com o destino dos outros. •
ociolo!ia permite pensar “como nossas bio!ra%as individuais se entrelaam com a )istria &ue partil)amos com outros seres )umanos”D
•
?i%culdade de lidar com um mundo de ob'etos &ue '( foram nomeados e &ue são amplamente con)ecidos pelos atoresD
- stabelecimento de uma fronteira entre o con)ecimento sociol!ico formal e o senso comum 2 uma &uestão vital para a ociolo!ia5
?iferenas entre sociolo!ia e o “con)ecimento social ordin(rio”$ i: on)ecimento sociol!ico se subordina a re!ras ri!orosas do discurso cientí%co. iste um !rande cuidado para distin!uir a%rma3es corroboradas por evidências veri%c(veis e meras ideias provisrias e não testadas. n&uanto o senso comum 2 muito pouco vi!ilante, o con'unto de procedimentos da ociolo!ia estão sempre abertos para %scali+aão e crítica5 ii: 0 con)ecimento social ordin(rio se limita ao prprio mundo e eperiências de vida da&uele tempo-espao. =s &uest3es &ue a ociolo!ia se prop3e ei!em &ue o pes&uisador estude e compare eperiências prospectadas a partir de uma multiplicidade de mundos$ diferentes 2pocas, diferentes eperiências etno!r(%cas, inmeros recortes dentro de uma mesma sociedade ou 2poca, etc. “/ por essa ra0ão que a !usca dessa perspectiva mais ampla
eetivada pelos soci*logos a0 uma enorme dieren"a 1 não s* quantitativamente, mas tam!m na qualidade e nos usos do conhecimento. Para gente como n*s, o sa!er sociol*gico tem algo a oerecer que o senso comum, por mais rico que sea, so0inho não nos pode dar ” 8p.EE: iii: enso comum eplica a aão )umana a partir de ferramentas interpretativas retiradas do seu prprio “mundo da vida”. Co caso das sociedades ocidentais, tendemos a perceber tudo o &ue acontece no mundo como resultado de uma aão intencional ou, então, como produto de um sentido imanente, dado.
!!! “ A sociologia se opõe tanto ao modelo que se funda na particularidade das visões de mundo, como se elas pudessem, sem problema algum, dar conta de um estado geral de coisas, quanto ao que usa formas inquestionáveis de compreensão, como se elas constituíssem um modo natural de explicação de eventos (...). uando, em ve! de atores individuais em ações isoladas, toma "gurações (redes de depend#ncia) como ponto de partida de suas pesquisas, a sociologia demonstra que a metáfora comum do indivíduo dotado de motivação como c$ave da compreensão do mundo $umano ... não % camin$o apropriado para nos entender e aos outros. &ensar
sociologicamente % dar sentido ' condição $umana por meio de uma análise das numerosas teias de interdepend#ncia $umana... !!! +p&/0. iv: = e%c(cia do senso comum est( 'ustamente li!ada ao seu poder de autoevidência e autocon%rmaão na pr(tica. Fm tipo de con)ecimento pr(tico &ue anda de mãos dadas com a rotina. =trav2s do estudo sistem(tico de contetos ampliados e variados, a ociolo!ia coloca em &uestão coisas &ue são tidas como in&uestion(veis, como naturais. ?e certa forma, fa+ per!untas &ue nin!u2m &uer se lembrar de fa+er$ transforma o evidente em eni!ma, padr3es normais de vida passam de “nica possibilidade” para uma das muitas formas possíveis de dar andamento G vida.
=ssim, a ociolo!ia 2 antes de tudo uma forma de pensamento &ue procura ampliar as possibilidades de auto-compreensão individual e social dos )omens5 “Para todos a&ueles &ue ac)am &ue viver a vida de maneira mais consciente vale a pena, a sociolo!ia 2 um !uia bem-vindo. mbora repouse em constante e íntima conversaão com o senso comum, ela procura ultrapassar suas limita3es abrindo possibilidades &ue poderiam ser facilmente i!noradas. Huando aborda e desa%a nosso con)ecimento partil)ado, a sociolo!ia nos incita e encora'a a reacessar nossas eperiências, a descobrir novas possibilidades e a nos tornar, a%nal, mais abertos e menos acomodados G ideia de &ue aprender sobre ns mesmos e os outros leva a um ponto %nal, em lu!ar de constituir um processo dinBmico e estimulante cu'o ob'etivo 2 a maior compreensão” 8p.E: “0 pensamento sociol!ico, como um poder anti%aão, 2, dessa maneira, um poder em seu prprio direito. le torna Ieível a&uilo &ue pode ter sido a %ide+ opressiva das rela3es sociais e, ao fa+er isso, abre um mundo de possibilidades. = arte de pensar sociolo!icamente consiste em ampliar o alcance e a efetividade pr(tica da liberdade” 8p.E6: “... o insi!)t sociol!ico sobre a l!ica interna e o sentido das formas de viver diferentes da nossa podem nos levar a pensar de novo sobre os limites estabelecidos entre ns e os outros. Fma nova compreensão !erada dessa maneira pode tornar nossa comunicaão com Jos outrosK mais f(cil e mais inclinada a condu+ir ao mtuo entendimento. *edo e anta!onismo podem ser substituídos por tolerBncia. Cão )( maior !arantia de liberdade individual &ue a liberdade de todos.” 8p.E>:
“0 poder da compreensão não 2 p(reo para as press3es da coerão, aliadas ao senso comum resi!nado e submisso sob condi3es econ7micas e políticas dominantes. Cão fosse, por2m, por esse entendimento, as c)ances de administraão bem-sucedida da vida de al!u2m e da administraão coletiva das condi3es partil)adas de vida seriam ainda menores” 8p.EL: