Atualidades | Banco do Brasil
ATUALIDADES Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como política, e conomia, sociedade, educação, educação, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável, responsabilidade socioambiental, segurança e ecologia, e suas vinculações históricas.
Atualidades em concursos públicos: A “lógica” das questões aplicadas Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, atualidade é a qualidade ou estado do que é atual ; momento ou a época presente; circunstância ou qualidade do momento presente. Entretanto, o termo atualidades, empregado em provas para concursos públicos no Brasil, indica a decisão da instituição institui ção pública que deseja a contratação de seus agentes de exigir um determinado per fil socioeducativo dos candidatos. Esta exigência (embora ( embora pareça extremamente ampla e subjetiva) acaba por se traduzir em questões que abordam temas de grande repercussão social, muitas vezes assuntos que interessam o órgão público contratante da banca organizadora das provas. Os programas dos editais de Atualidades, em concursos concurso s organizadores pelo CESPE-UnB (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília) e pela FCC (Fundação Carlos Chagas), mencionam que serão cobrados na prova tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como política, direito, economia, sociedade, educação, tecnologia, tecnolo gia, energia, relações internacionais, desenvolvimento desenvolvimento sustentável, segurança, artes e literatura, e suas vinculações históricas. O termo aplicado - bem como o programa - foi “criado” pela Universidade de Brasília.
As primeiras dúvidas que surgem nos candidatos é: “O que estudar?” “O programa é tão amplo que não vou estudar nada!” “ Assisto as notícias todos os dias na TV TV.. Preciso estudar “atualidades”? responder. As respostas a essas indagações não são objetivas e fáceis de responder. O que é necessário primeiramente entender é que há uma grande diferença entre as questões de atualidades, aplicados pelo CESPE e aquelas aplicadas pela FCC. Esta última, recorre ao conhecimento de fatos (nomes, situações e, algumas vezes, cronologia da notícia ocorrida no mundo atual). A banca - convocada pouquíssimas vezes a trabalhar com o programa de atualidades - dialogia diretamente com o fato jornalístico de grande repercussão social. Assim, por exemplo na prova do Banco do Brasil, poderemos esperar que a banca cobre o nome do filme ganhador do Oscar de melhor filme de 2011 (“O discurso do Rei”) ou a melhor atriz (Natalie Portman por “O cisne Negro). A prova pode cobrar o nome da cidade/província mais fortemente atingida pelo Tsunami que seguiu o terremoto no Japão em 11.03.2011 (Sendai) ou o nome da cidade/ província em que se situa a usina nuclear que entrou em colapso (Fukushima) entre outras perguntas. Analisando detalhamente as poucas questões aplicadas pela FCC, percebemos que os tipos de questões podem ser subdivididas em dois grandes grupos: (1) Cenário Nacional: questões que abordam o atual contexto nacional com relevo nas questões de segurança pública, educação e eventos (desastres, preparação para a Copa, ocupação de favelas/instalação de UPPs); (2) Cenário internacional: fatos ocorridos até os 6 (seis) meses anteriores à aplicação da prova. Nomes de grupos (FARCs, Al-Qaeda, FATAH FATAH etc) e sua atuação (país, causas, c ausas, inimigos e aliados). Já a banca da Universidade de Brasília, em direção diametralmente oposta, aposta na generalidade e nas causas dos fatos que ocorrem. Sua preocupação é quanto a interpretação do fato, pouco importando, impor tando, via de regra, nomes, datas etc. Entretanto, as questões aplicadas pelo CESPE-UnB não são “ingênuas” e não dialogam com o chamado “senso comum”. Assim, as questões esperadas para concursos como o INSS e a Polícia Federal, por exemplo, provavelmente organizadas por esta banca, possuem uma lógica totalmente diferente. Os temas tratados quase sempre estão na ordem do dia do órgão que contratou a realização das provas. Assim, além das questões estruturais (globalização, blocos econômicos, geopolítica e economia - centro da prova de Atualidades do CESPE) são esperadas questões sobre o sistema financeiro nacional e internacional; combate à corrupção; situação da Previdência Social e o progresso econômico do Brasil nos últimos anos etc. Resumindo, só há uma maneira de estudar todo o programa de Atualidades: fazer um grande número de questões aplicadas recentemente por esta banca organizadora. ATUALIDADES
1
Atualidades | Banco do Brasil
Analisando detalhamente as questões aplicadas pelo CESPE-UnB, percebemos que os tipos de questões podem ser subdivididas em dois grandes grupos: (1) Globalização: questões que abordam o atual contexto histórico, econômico e político, suas repercussões e inter-relações e suas vinculações; atuais modelos econômicos; (2) Realidade brasileira e internacional: violência urbana, desigualdades, conflitos entre nações; tecnologia, desenvolvimento sustentável, operações da Polícia Federal etc. A “lógica“ dos organizadores é que o candidato esteja atento às transformações do cotidiano local e internacional, com poder de discernimento e consciência das causas e consequências em que estão os fatos e notícias. Dentro desta necessidade, organizamos nosso material em duas partes: a primeira visa contextualizar o candidato do mundo em que vivemos, através de uma visão panorâmica dos principais fatos atuais, divididos por áreas; a segunda mergulha na retrospectiva de notícias nacionais e internacionais dos últimos meses. Essa etapa ajuda o candidato a estar familiarizado com as últimas principais principai s notícias, aquelas que estiveram nas capas dos jornais dos últimos ano. Juntamente com esse resumo apresentamos uma rápida explicação dos temas primordiais que serão, posteriormente, abordadas em sala de aula Vejamos algumas caracaterísticas fundamentais da tipologia das questões apresentadas:
• Ponto de vista crítico
As questões de atualidades do CESPE são baseadas em uma análise crítica da sociedade. O ponto de partida é que no mundo contemporâneo, as relações conjunturais estão centradas em uma imbricada e complexa teia de envolvimentos cujo centro é o econômico. Resumidamente, podemos conceituar o ponto de vista dos professores da banca como economicista, historicistas e progressistas. É notório a utilização do manancial marxiano contemporâneo nas análises.
• Relação causa-consequência:
A CESPE-UnB está preocupada com as causas dos fatos sociais que ocorrem. Assim, o núcleo do texto das assertivas é a relação causa-efeito ou causas-consequências.
• Generalidades
A banca organizadora não está preocupada com especificidades; especificid ades; seu objeto é a generalidade . Assim, em uma assertiva, mesmo que seja mencionada determinados elementos específicos, a resposta sempre estará guardada nas generalidades. generalidad es. Dicas para estudo de atualidades para concursos públicos (CESPE-UnB - FCC): • Fazer as questões da apostila estudando as respostas e enunciados; • Estar atento ao que acontece em especial nos detalhes mais relevantes (nomes, locais, fatos causados etc); • Ler, diariamente, nos sites indicados abaixo, as principais notícias do dia.
Sites que devem ser lidos diariamente: Jornal “Folha de São Paulo” - http://www.folha.uol.com.br/ Jornal “O Estado de São Paulo - Estadão” - http://www.estadao.com.br/ Jornal “O Globo” - http://oglobo.globo.com/
2
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
Analisando detalhamente as questões aplicadas pelo CESPE-UnB, percebemos que os tipos de questões podem ser subdivididas em dois grandes grupos: (1) Globalização: questões que abordam o atual contexto histórico, econômico e político, suas repercussões e inter-relações e suas vinculações; atuais modelos econômicos; (2) Realidade brasileira e internacional: violência urbana, desigualdades, conflitos entre nações; tecnologia, desenvolvimento sustentável, operações da Polícia Federal etc. A “lógica“ dos organizadores é que o candidato esteja atento às transformações do cotidiano local e internacional, com poder de discernimento e consciência das causas e consequências em que estão os fatos e notícias. Dentro desta necessidade, organizamos nosso material em duas partes: a primeira visa contextualizar o candidato do mundo em que vivemos, através de uma visão panorâmica dos principais fatos atuais, divididos por áreas; a segunda mergulha na retrospectiva de notícias nacionais e internacionais dos últimos meses. Essa etapa ajuda o candidato a estar familiarizado com as últimas principais principai s notícias, aquelas que estiveram nas capas dos jornais dos últimos ano. Juntamente com esse resumo apresentamos uma rápida explicação dos temas primordiais que serão, posteriormente, abordadas em sala de aula Vejamos algumas caracaterísticas fundamentais da tipologia das questões apresentadas:
• Ponto de vista crítico
As questões de atualidades do CESPE são baseadas em uma análise crítica da sociedade. O ponto de partida é que no mundo contemporâneo, as relações conjunturais estão centradas em uma imbricada e complexa teia de envolvimentos cujo centro é o econômico. Resumidamente, podemos conceituar o ponto de vista dos professores da banca como economicista, historicistas e progressistas. É notório a utilização do manancial marxiano contemporâneo nas análises.
• Relação causa-consequência:
A CESPE-UnB está preocupada com as causas dos fatos sociais que ocorrem. Assim, o núcleo do texto das assertivas é a relação causa-efeito ou causas-consequências.
• Generalidades
A banca organizadora não está preocupada com especificidades; especificid ades; seu objeto é a generalidade . Assim, em uma assertiva, mesmo que seja mencionada determinados elementos específicos, a resposta sempre estará guardada nas generalidades. generalidad es. Dicas para estudo de atualidades para concursos públicos (CESPE-UnB - FCC): • Fazer as questões da apostila estudando as respostas e enunciados; • Estar atento ao que acontece em especial nos detalhes mais relevantes (nomes, locais, fatos causados etc); • Ler, diariamente, nos sites indicados abaixo, as principais notícias do dia.
Sites que devem ser lidos diariamente: Jornal “Folha de São Paulo” - http://www.folha.uol.com.br/ Jornal “O Estado de São Paulo - Estadão” - http://www.estadao.com.br/ Jornal “O Globo” - http://oglobo.globo.com/
2
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
GLOBALIZAÇÃO Mundo contemporâneo e globalização A partir de 1945, em especial no plano econômico, um novo modelo estava em gestação. O mundo contemporâneo viu crescer uma graduação alteração da ideologia capitalista - debruçada originalmente no controle dos tradicionais meios de produção (indústria e comércio) - até a completa financeirização dos sistemas de controle - domínio dos bancos e bolsas de valores ao sistema produtivo. Esse processo, desencadeado a partir das crises dos anos 1970 (crise do petróleo) e concretizado com a crise dos anos 1980, recebeu, posteriormente, a denominação de Globalização Globalização..
Mas o que é a globalização? Globalização ou mundialização é o conjunto de transformações na ordem política e econômica
mundial que vem acontecendo nas últimas décadas, especialmente a partir da década de 70 do século passado. O âmago dessa mudança seria a integração dos mercados em uma única “aldeiaglobal”, dirigida pelos fluxos de capitais, moeda das grandes corporações multinacionais. Por essa Na globalização, visão os Estados tradicionais, constituídos decisivamente no século XIX, superariam gradativamente alguns produtos foram as barreiras tarifárias construídas a fim de proteger sua produção da concorrência dos produtos elevados à condição de marcas do sistema. estrangeiros e se abririam a lógica do comércio e do capital internacional. A globalização econômica seria assim o desenvolvimento de uma nova ideologia do capitalismo contemporâneo conhecido também pela alcunha de neoliberalismo econômico. Nesse contexto a globalização seria apenas um desenvolvimento superior de um modelo econômico que revolucionou o antigo modelo – o liberalismo da Revolução Francesa (1789) – mediante as transformações da chamada Revolução Industrial que implementou o capitalismo. Por isso mesmo que o processo da globalização tem sido o indutor de uma intensa e contínua revolução nas tecnologias de informação - telefones, informática e comunicações. As fontes de informação também se uniformizam devido ao alcance mundial e à crescente popularização dos canais de televisão por assinatura e da Internet. Isso faz com que os desdobramentos da globalização ultrapassem os limites da economia e comecem a provocar uma certa homogeneização cultural entre os países. Mas uma nova ideologia - que se tornou dominante em quase todo o mundo (em especial no ocidental) não se “cria” do dia para a noite. Vejamos os antecedentes da implantação dessa ideologia capitalista no mundo contemporâneo.
Antecedentes contemporâneos BIPOLARIDADE: EUA x URSS (capitalismo x comunismo)
Fim da 2ª Guerra
1945
1944
1946
Bretton Woods
ONU
Novo pacto 1ª Assembleia: econônico: 10.1.1946 Triângulo de Bretton Woods (GATT, FMI e Bird)
Queda do Muro de Berlim
Criação do Estado de Israel
1948
1947
1989 1973
GATT
Crise do Petróleo
Instala-se o Acordo de Comércio.
em decorrência do apoio americano a Israel durante a Guerra do Yom Kippur
1975 G7
Fim da URSS
1991
1995
1989
Consenso de Washington
Primeira reunião dos países mais industrializados. (EUA, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Japão, Itália e Canadá)
OMC
Novo marco tecnológico: advento da
INTERNET
O triângulo de Bretton Woods: FMI, BIRD e GATT Há sessenta anos, semanas após o desembarque das forças aliadas a liadas na Normandia, em um hotel nas montanhas de Bretton Woods no estado americano de New Hampshire, foram criados o Banco Mundial (BIRD – Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento) e o FMI, com o objetivo de estabelecer um controle sólido das economias pós-guerra, especialmente pela Inglaterra e os EUA. O FMI foi criado em Bretton Woods para assegurar a estabilidade das taxas de câmbio, prover socorro temporário a seus membros em caso de desequilíbrios de balança de pagamentos e facilitar os pagamentos nas transações correntes internacionais (livre (livr e circulação dos fluxos de divisas para a remuneração de fatores, isto é, comércio de bens e serviços, não a liberalização dos movimentos de capitais). O Brasil participou da conferência de Bretton Woods, tornando-se membro fundador do FMI e do BIRD, muito embora tenha utilizado-se da permissão “temporária” (preservada durante mais de 50 anos) para manter determinadas restrições a pagamentos correntes, assim como utilizou-se do recurso, teoricamente ilegal, da dualidade cambial e das taxas múltiplas de câmbio durante vários momentos de sua história monetária recente. ATUALIDADES
3
Atualidades | Banco do Brasil
O triângulo: modelo original de implantação da globalização
GATT (OMC)
BIRD
(Banco Mundial)
FMI
Os EUA e a Grã-Bretanha foram os principais, se não exclusivos, arquitetos da conferência de Bretton Woods e, muito embora não tenham sido aprovadas as propostas do economista britânico John Maynard Keynes, tendentes a instituir uma moeda contábil de referência internacional (o bancor), houve acordo quanto ao retorno a um regime de paridades correlacionadas entre as moedas (fixas, mas ajustáveis, após aprovação dos membros), tomando como base o dólar, ou seu equivalente em ouro, à razão de 34 dólares por onça de ouro. O governo dos Estados Unidos se comprometeu solenemente a converter, por uma duração indefinida, todos os haveres em dólares detidos pelos demais membros a essa taxa fixa, uma promessa relativamente irrealista na medida em que não levava em conta as variações no volume e no custo de produção de ouro, o crescimento das reservas em dólar de terceiros países em relação aos haveres em ouro dos Estados Unidos (não se contou com o fenômeno inflacionário) ou os diferenciais de produtividade em relação a países mais dinâmicos, que reduziriam o poder de compra do dólar. Ao implementar o regime de Bretton Woods, em 1946, o Brasil declarou ao FMI a paridade de 18 cruzeiros por dólar, em vigor aliás desde 1939, e a manteve fixa, a despeito da erosão inflacionária, até 1953, quando introduziu o regime de flexibilidade cambial (taxas múltiplas), depois da experiência de leilões cambiais com ágio a partir de 1947. Na verdade, o chamado “sistema de Bretton Woods” nunca funcionou em sua forma pura, ou apenas funcionou durante um espaço de tempo estritamente limitado, em função dos enormes desequilíbrios econômicos acarretados pela Segunda Guerra. O mundo vivia uma “penúria de dólares” Estados Unidos eram então responsáveis por 25% da produção mundial e grande parte dos fluxos comerciais e muitos países, em especial os europeus, não aderiram a um regime de livre conversibilidade senão no final dos anos 50, depois que alguns deles a França e a Grã-Bretanha, por exemplo, realizaram, sem a autorização do FMI, desvalorizações cambiais importantes, muitas vezes maiores que os limites autorizados no convênio constitutivo do Fundo. A rigor, o modelo de paridades fixas e controladas pelo FMI só vigorou no decorrer dos anos 60, quando outros problemas se acumularam como os déficits contínuos nas transações correntes dos EUA,
4
ATUALIDADES
que imprimiram mais dólares do que suas reservas em ouro poderiam suportar a ponto de colocar esse modelo sob pressão contínua. No início dos anos 1960, a ausência de recursos suficientes para que o FMI lidasse com crises financeiras nos próprios países desenvolvidos como a crise da libra esterlina em 1960-61 fez com que “acordos gerais de empréstimos” fossem negociados entre os principais bancos centrais, dando origem ao chamado Grupo dos Dez. Desde meados dessa década, o governo americano solicitou a seus principais parceiros superavitários que contivessem dentro de estritos limites a conversão em ouro de suas enormes reservas em dólar, no que foram atendidos por países complacentes (e dependentes militarmente) como a Alemanha e o Japão, mas contestados por “dissidentes” como a França do General De Gaulle, que mantinha uma certa nostalgia por essa “relíquia bárbara” (no dizer de Keynes) representada pelo ouro. Outros problemas eram representados pela ausência de liquidez internacional em níveis adequados, para responder ao crescimento do comércio mundial, por exemplo, o que se tentou contornar pela criação de uma nova moeda de referência internacional, o “direito especial de saque”, em decisão adotada durante a conferência do FMI realizada no Rio de Janeiro em 1967 e que entrou em vigor no início dos anos 70. GATT (General Agreement on Tariff and Trade = Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio) Após a consolidação da criação do BIRD e FMI ainda era necessário definir a regulação do sistema comercial no novo modelo capitalista do pós-guerra. Assim, no âmbito comercial, foi discutida a criação da Organização Internacional do Comércio - OIC, que funcionaria como uma agência especializada das Nações Unidas. Em 1946, visando impulsionar a liberalização comercial, combater práticas protecionistas adotadas desde a década de 30, 23 países, posteriormente denominados fundadores, iniciaram negociações tarifárias. Essa primeira rodada de negociações resultou em 45.000 concessões e o conjunto de normas e concessões tarifárias estabelecido passou a ser denominado Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio - GATT. Os membros fundadores, juntamente com outros países, formaram um grupo que elaborou o projeto de criação da OIC, sendo os Estados Unidos um dos países mais atuantes no convencimento da idéia do liberalismo comercial regulamentado em bases multilaterais. O foro de discussões, que se estendeu de novembro de 1947 a março de 1948, ocorreu em Havana, Cuba, e culminou com a assinatura da Carta de Havana, na qual constava a criação da OIC. O projeto de criação da OIC era ambicioso pois, além de estabelecer disciplinas para o comércio de bens, continha normas sobre emprego, práticas comerciais restritivas, investimentos estrangeiros e serviços. Apesar do papel preponderante desempenhado pelos Estados Unidos nestas negociações, questões políticas internas levaram o país a anunciar, em 1950, o não encaminhamento do projeto ao Congresso para sua ratificação. Sem a participação dos Estados Unidos, a criação da Organização Internacional do Comércio fracassou. Assim, o GATT, um acordo criado para regular provisoriamente as relações comerciais internacionais, foi o instrumento que, de fato,
Atualidades | Banco do Brasil
regulamentou por mais de quatro décadas as relações comerciais entre os países sendo sucedido em janeiro de 1995 pela Organização Mundial do Comércio (OMC) como resultado das negociações da Rodada Uruguai (1986-1993). OMC (Organização Mundial do Comércio) Comércio) A OMC foi fundada em 1995, inclui 153 países (julho de 2010) e está sediada em Genebra, na Suíça. A OMC tem sido utilizada para promover uma extensa série de políticas relativas ao comércio, investimentos e desregulamentações que exacerbam a desigualdade entre o Norte e o Sul, e entre os ricos e pobres dentro dos países. A OMC executa cerca de vinte acordos comerciais diferentes, inclusive o AGCS (Acordo Geral de Comércio em Serviços; GATS ( General Agreement on Trade in Services), o Acordo sobre Agricultura (AoA) e Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio (ADPIC; TRIPS – Trade-Related Intellectual Property Rights). Os poderosos países industrializados participantes da OMC, assim como corporações multinacionais, estão promovendo uma ampla expansão do escopo da OMC e incorporando ainda mais áreas operativas de nossas vidas diárias e de nossos governos. Na Conferência da OMC, que aconteceu em setembro de 2003, em Cancún, no México, houve fortes pressões sobre os países em desenvolvimento para que aceitassem o lançamento de negociações quanto às assim chamadas “novas questões”: compras governamentais, investimentos, concorrência e facilitação do comércio. A liberalização das economias em larga escala nessas áreas forçará os países em desenvolvimento a renunciar a muitas das ferramentas de desenvolvimento econômico que os países industrializados utilizaram para construir suas economias e criar empregos. Além disso, as atuais provisões da OMC – assim como aquelas que estão sendo negociadas atualmente, efetivamente trancariam os assim chamados “programas de ajuste estrutural” do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) permanentemente. A OMC é inerentemente antidemocrática. Seus tribunais de comércio, trabalhando a portas fechadas, estabeleceram normas contra uma impressionante série de leis de saúde e segurança nacional, do trabalho, de direitos humanos e ambientais, as quais foram diretamente desafiadas como barreiras comerciais pelos governos que agem em nome de seus clientes corporativos. Políticas e leis nacionais que acreditou-se violavam as normas da OMC devem ser eliminadas ou alteradas, ou então o país enfrentará sanções comerciais perpétuas que podem ser de milhões de dólares. Desde o começo da OMC, em 1995, a ampla maioria de decisões judiciais em disputas comerciais entre nações membros têm favorecido os poderosos países industrializados. Consequentemente, muitos países, particularmente os países em desenvolvimento, sentem uma enorme pressão para enfraquecer suas políticas de interesse público, sempre que um desafio da OMC é ameaçado, a fim de evitar sanções dispendiosas. A OMC é uma organização independente das estruturas da ONU (Organização das Nações Unidas) que possui câmaras de discussão de comércio e representantes que atuam, conjuntamente, nas duas estruturas.
Criação da ONU (1945) A Organização das Nações Unidas (ONU) foi fundada oficialmente a 24 de outubro de 1945 em São Francisco, Califórnia, por 51 países, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. A primeira Assembleia Geral celebrou-se a 10 de Janeiro de 1946 (em Westminster Central Hall, localizada em Londres). A sua sede atual é na cidade de Nova Iorque. A precursora das Nações Unidas foi a Sociedade de Nações (também conhecida como “Liga das Nações”), organização concebida em circunstâncias similares durante a Primeira Guerra Mundial e estabelecida em 1919, em conformidade com o Tratado de Versalhes, “para promover a cooperação internacional e conseguir a paz e a segurança”. Em 2009 a ONU tem representação de 192 Estados-Membros - cada um dos países soberanos internacionalmente reconhecidos, exceto a Santa Sé, que tem qualidade de observadora, e países sem reconhecimento pleno (como Taiwan, que é território reclamado pela China, mas de reconhecimento soberano por outros países). Um dos feitos mais destacáveis da ONU é a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948.
As Nações Unidas são constituídas por seis órgãos principais: a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, o Tribunal Internacional de Justiça e o Secretariado. Todos eles estão situados na sede da ONU, em Nova York, com exceção do Tribunal, que fica em Haia, na Holanda. Ligados à ONU há organismos especializados que trabalham em áreas tão diversas como saúde, agricultura, aviação civil, meteorologia e trabalho – por exemplo: OMS (Organização Mundial da Saúde), OIT (Organização Internacional do Trabalho), Banco Mundial e FMI (Fundo Monetário Internacional). Estes organismos especializados, juntamente com as Nações Unidas e outros programas e fundos (tais como o Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF), compõem o Sistema das Nações Unidas. Conselho de Segurança - ONU O Conselho de Segurança é o responsável de manter a paz e a segurança entre os países do mundo. Enquanto outros órgãos das Nações Unidas só podem fazer "recomendações" para os governos membros, o Conselho de Segurança tem o poder de tomar decisões vinculativas que os governos-membros acordaram em realizar, nos termos do art. 25 da Carta. As decisões do Conselho são conhecidas como Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Conselho de Segurança é composto por 15 Estados-membros, sendo 5 membros permanentes - China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos - e por 10 membros temporários, atualmente a Áustria, Bósnia e Herzegovina, Brasil, Gabão, Japão, Líbano, México, Nigéria, Turquia e Uganda. Os cinco membros permanentes têm o poder de veto sobre as resoluções do Conselho, mas não processual, permitindo que um membro permanente para impeça a adopção, mas não bloqueie o debate de uma resolução inaceitável por ele. Os dez membros temporários são mantidos em mandatos de dois anos. ATUALIDADES
5
Atualidades | Banco do Brasil
Crise do petróleo (1973) A crise do petróleo aconteceu em cinco fases, todas depois da Segunda Guerra Mundial provocada pelo embargo dos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e Golfo Pérsico de distribuição de petróleo para os Estados Unidos e países da Europa. A região petrolífera do Golfo Pérsico foi descoberta em 1908 no Irã, a partir daí, toda a região começou a ser visada estrategicamente e explorada. Em 1960, na cidade de Bagdá, os cinco principais produtores de petróleo (Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kwait e Venezuela) fundaram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo. A criação da OPEP foi uma forma de reivindicar perante uma política de achatamento de preços praticada pelo cartel das grandes empresas petroleiras ocidentais – as chamadas “sete irmãs” (Standard Oil, Royal Dutch Shell, Mobil, Gulf, BP e Standard Oil da California). Os três objetivos da OPEP, definidos pela organização na conferência de Caracas em 1961, eram: aumentar a receita dos países-membros, a fim de promover o desenvolvimento; assegurar um aumento gradativo do controle sobre a produção de petróleo, ocupando o espaço das multinacionais; e unificar as políticas de produção. A OPEP aumentou os royalties pagos pelas transnacionais, alterando a base de cálculo, e as onerou com um imposto. A crise do petróleo foi desencadeada num contexto de déficit de oferta, com o início do processo de nacionalizações e de uma série de conflitos envolvendo os produtores árabes da OPEP, como a guerra dos Seis Dias (1967), a guerra do Yom Kipur (1973), a revolução islâmica no Irã (1979) e a guerra Irã-Iraque (a partir de 1980). Os preços do barril de petróleo atingiram valores altíssimos, chegando a aumentar até 400% em cinco meses (17/ 10/1973 – 18/3/1974), o que provocou grande recessão nos Estados Unidos e na Europa e desestabilizou a economia ao redor do mundo. Recentemente, com a crise ocasionada com a invasão ao Iraque e Afeganistão, agudizada pelas crises entre Israel e a Palestina, houve uma grande elevação do preço do barril de petróleo (chegando ao limite histórico de US$ 132,55 o barril / jul. 2008). Em 2009, essa importante commodity em tempos de globalização, estabilizou no valor de cerca de 50 dólares o barril (US$ 58,10 maio. 2009). Em 2011, com as revoltas árabes os preços voltaram a aumentar. COMMODITIES Commodities pode ser definido como mercadorias, principalmente minérios e gêneros agrícolas, que são produzidos em larga escala e comercializados em nível mundial. As commodities são negociadas em bolsas mercadorias, portanto seus preços são definidos em nível global, pelo mercado internacional. As commodities são produzidas por diferentes produtores e possuem características uniformes. Geralmente, são produtos que podem ser estocados por um determinado período de tempo sem que haja perda de qualidade. As commodities também se caracterizam por não ter passado por processo industrial, ou seja, são geralmente matérias-primas.
6
ATUALIDADES
Basicamente, existem quatro tipos de commodities: • Commodities agrícolas: soja, suco de laranja congelado, trigo, algodão, borracha, café etc. • Commodities minerais: minério de ferro, alumínio, petróleo, ouro, níquel, prata etc. • Commodities financeiras: moedas negociadas em vários mercados, títulos públicos de governos federais etc. • Commodities ambientais: créditos de carbono. O Brasil é um grande produtor e exportador de commodities. As principais commodities produzidas e exportadas por nosso país são: petróleo, café, suco de laranja, minério de ferro, soja e alumínio. Se por um lado o país se beneficia do comércio destas mercadorias, por outro o torna dependente dos preços estabelecidos internacionalmente. Quando há alta demanda internacional, os preços sobem e as empresas produtoras lucram muito. Porém, num quadro de recessão mundial, as commodities se desvalorizam, prejudicando os lucros das empresas e o valor de suas ações negociadas em bolsa de valores.
G7 - G8 - G5 - G12 - G20
O Grupo dos Sete e a Rússia, mais conhecido como G8, é um grupo internacional que reúne os sete países mais industrializados e desenvolvidos economicamente do mundo, mais a Rússia. Todos os países se dizem nações democráticas: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e o Canadá (antigo G7), mais a Rússia - esta última não participando de todas as reuniões do grupo. Durante as reuniões, os dirigentes máximos de cada Estado membro discutem questões de alcance internacional. O G8 é muito criticado por um grande número de movimentos sociais, normalmente integrados no movimento antiglobalização, que acusam o G8 de decidir uma grande parte das políticas globais, social e ecologicamente destrutivas, sem qualquer legitimidade nem transparência. A organização “G” não possui uma formalização legal; se constitui pela “vontade” dos países interessados. Com o passar dos anos e a necessidade de aglutinação de outros países, outros organismos se ramificaram a partir dessa “lógica”. Foram estabelecidos encontros dos países em desenvolvimento (G5, G12, G20). O Brasil participa desse processo e, com muita força, na formatação dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). Com os “G” não se estabelecem formalmente, os países podem participar em diversos grupamentos específicos ou não. Basicamente essa organização é supradiplomática; dando o caráter de divisão de poder entre os países na direção da globalização econômica.
BRICS
A ideia dos BRICS foi formulada pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O´Neil. Fixou-se como categoria da análise nos meios econômico-financeiros, empresariais, acadêmicos e de comunicação. Em 2006, o conceito deu origem a um agrupamento, propriamente dito, incorporado à política externa de Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, por ocasião da III Cúpula, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, que adotou a sigla BRICS.
Atualidades | Banco do Brasil
Espaço Mundial na moderna economia globalizada A geopolítica - o espaço mundial da atualidade - é marcada por um processo dialético de concentração de pólos de poder e pela desconcentração dos agentes atuantes na globalização. Financeirização, ascensão e decarrência de nações e de determinados grupos financeiros são elementos indispensáveis para pensar o mundo atual.
Os pólos de poder na economia globalizada
Segundo o historiador, Voltaire Schilling, a expressão “globalização” tem sido utilizada mais recentemente num sentido marcadamente ideológico, no qual assiste-se no mundo inteiro a um processo de integração econômica sob a égide do neoliberalismo, caraterizado pelo predomínio dos interesses financeiros, pela desregulamentação dos mercados, pelas privatizações das empresas estatais, e pelo abandono do estado de bem-estar social. Esta é uma das razões dos críticos acusarem-na, a globalização, de ser responsável pela intensificação da exclusão social (com o aumento do número de pobres e de desempregados) e de provocar crises econômicas sucessivas, arruinando milhares de poupadores e de pequenos empreendimentos.
Financeirização - interesses financeiros O processo de implantação da globalização - em especial nas últimas duas décadas - é marcada pelo deslocamento dos pólos de poder. A cena foi substituída gradual e gradativamente: do setor produtivo tradicional (representado pelo setor industrial) para os setores multifacetados financeiros (representados pelo bancos, segurados e mercados de ativos). Esses setores tornaram-se dominantes e hegemônicos: todos os outros (que também expandiram em poder e fortura) torna-se-iam dependentes de uma “vontade invisível”. O grande passo dado foi a transformação dos capitais das médias e grandes empresas, antes estruturas familiares e locais, em um sistema de ações pulverizadas através das bolsas de valores. O empreendedor continua, via de regra, trabalhando, buscando inovações e funcionalidades de seus produtos; mas “trabalha” observado de perto por seus acionistas “invisíveis”, representados pelos bancos e financeiras que dão suporte ao atual mercados de capitais. A financeirização é uma expressão contemporânea de definição, gestão e transformação da riqueza no Capitalismo onde a acumulação produtiva abriu espaço para um regime de acumulação com predominância especulativa ou financeira. Ligadas à financeirização da riqueza estão a facilidade das tecnologias de comunicação e informação e a flexibilidade das legislações nacionais, que permitiram o desenvolvimento de uma arquitetura financeira internacional com características concentradas no mercado financeiro estadunidense, porém fluidas pelas redes de interpedependência trazidas pelas diferenças de rentabilidade financeira de cada país.
A característica mais notável da globalização é a presença de marcas mundiais.
O atual processo produtivo mundial é formado por um conjunto de umas 400-450 grandes corporações (a maioria delas produtora de automóveis e ligada ao petróleo e às comunicações) que têm seus investimentos espalhados pelos 5 continentes. A nacionalidade delas é majoritariamente americana , japonesa, alemã, inglesa, francesa, suíça, italiana e holandesa.
ATUALIDADES
7
Atualidades | Banco do Brasil
Portanto, pode-se afirmar sem erro que os países que assumiram o controle da primeira fase da globalização ), apesar da descolonização e dos desgastes das duas guerras mundiais, ainda continuam obtendo os frutos do que conquistaram no passado. A razão disso é que detêm o monopólio da tecnologia e seus orçamentos, estatais e privados, dedicam imensas verbas para a ciência pura e aplicada. Assim, o poder norte-americano atual está muito mais apoiado na hegemonia do controle econômico exercido pelos grupos transacionais, controlados pelos mercados de ações, do que pelo poder tradicional das grandes potências, vislumbrado durante a guerra fria. Claro que é importante lembrar que esse poder tradicional (armamentos, capacidade tecnológica etc) é utilizada como suporte do poder “invisível” exercido por essas empresas.
Democracia é bom para os negócios? (que a China não nos ouça!) Politicamente a globalização recente caracteriza-se pela crescente adoção de regimes democráticos. Um levantamento indicou que 122 países integrantes da ONU, entre 192, podem ser apontados como seguidores (ainda que com várias restrições) de práticas democráticas, ou pelo menos, não são tiranias ou ditaduras. A título de exemplo lembramos que na América do Sul, na década dos 1970, somente a Venezuela e a Colômbia mantinham regimes civis eleitos. Todos os demais países eram dominados por militares (personalistas como no Chile, ou corporativos como no Brasil e Argentina). Enquanto que agora , nos finais dos noventa, não temos nenhuma ditadura na América do Sul. Neste processo de universalização da democracia as barreiras discriminatórias ruíram uma a uma (fim da exclusão motivada por sexo, raça, religião ou ideologia), acompanhado por uma sempre ascendente padronização cultural e de consumo.
RANKING - 10 maiores “marcas” de 2009-2010
Fonte: Millward Brown Optimor.
8
ATUALIDADES
A ONU que deveria ser o embrião de um governo mundial foi tolhida e paralisada pelos interesses e vetos das superpotências durante a guerra fria. Em consequência dessa debilidade, formouse uma espécie de estado-maior informal composto pelos dirigentes do G-7 (os EUA, a Grã-Bretanha, a Alemanha, a França, o Canadá, a Itália e o Japão), por vezes alargado para dez ou vinte e cinco, cujos encontros frequentes têm mais efeitos sobre a política e a economia do mundo em geral do que as assembleias da ONU. Enquanto que no passado os instrumentos da integração foram a caravela, o galeão, o barco à vela, o barco a vapor e o trem, seguidos do telégrafo e do telefone, a globalização recente se faz pelos satélites e pelos computadores ligados na Internet. Se antes ela martirizou africanos e indígenas e explorou a classe operária fabril, hoje utiliza-se do satélite, do robô e da informática, abandonando a antiga dependência do braço em favor do cérebro, elevando o padrão de vida para patamares de saúde, educação e cultura até então desconhecidos pela humanidade. O domínio da tecnologia por um seleto grupo de países ricos, porém, abriu um fosso com os demais, talvez o mais profundo em toda a história conhecida. Roma, quando império universal, era superior aos outros povos apenas na arte militar, na engenharia e no direito. Hoje os países-núcleos da globalização (os integrantes do G-7), distam, em qualquer campo do conhecimento, anos-luz dos países do Terceiro Mundo. Quanto à exportação de produtos da vanguarda tecnológica (microeletrônica, computadores, aeroespaciais, equipamento de telecomunicações, máquinas e robôs, equipamento científico de precisão, medicina e biologia e químicos orgânicos). Os EUA são responsáveis por 20,7%; a Alemanha por 13,3%; o Japão por 12,6%; o Reino Unido por 6,2%, e a França por 3,0% , etc. logo apenas estes 5 países detêm 55,8% da expor tação mundial delas.
RANKING - 20 maiores transnacionais (2008)
Fonte: Financial Times
1. Exxon Mobil 2. General Electric 3. China Mobile 4. Bank of China 5. Microsoft 6. Royal Dutch Shell 7. Gazprom 8. At&T 9. Citigroup 10. Bank of America 11. BP Procter & Gamble 12. HSBC 13. China Construction 14. Bank China 15. Life Insurance 16. BHP Billiton 17. Toyota Motor 18. Cisco Systems 19. Chevron 20. Bradesco
Atualidades | Banco do Brasil
Dominantes e dominados? Exploradores e explorados? Ninguém tem a resposta nem a solução para atenuar este abismo entre os ricos do Norte e os pobres do Sul que só se ampliou. No entanto, é bom que se reconheça que tais diferenças não resultam de um novo processo de espoliação como os praticados anteriormente pelo colonialismo e pelo imperialismo, pois não implicaram numa dominação política, havendo, bem ao contrário, uma aproximação e busca de intercâmbio e cooperação. Imagina-se que a Globalização, seguindo o seu curso natural, irá enfraquecer cada vez mais os estados-nacionais surgidos há cinco séculos atrás, ou dar-lhes novas formas e funções, fazendo com que novas instituições supranacionais gradativamente os substituam. Com a formação dos mercados regionais ou intercontinentais (ASEAN, NAFTA, União Europeia, Comunidade Econômica Independente [a ex-URSS], o Mercosul e o Japão com os tigres asiáticos), e com a consequente interdependência entre eles, assentam-se as bases para os futuros governos transnacionais que, provavelmente, servirão como unidades federativas de uma administração mundial a ser constituída. É bem provável que ao findar o século XXI, talvez até antes, a humanidade conhecerá por fim um governo universal, atingindose assim o sonho dos filósofos estóicos do homem cosmopolita, aquele que se sentirá em casa em qualquer parte da Terra.
Da Guerra Fria à nova ordem mundial: geopolítica e economia Geopolítica na Guerra Fria No decorrer do século XX três grandes projetos de liderança da globalização conflitaram-se entre si: o comunista, inaugurado com a Revolução bolchevique de 1917 e reforçado pela revolução maoista na China em 1949; o da contrarrevolução nazi-fascista que, em grande parte, foi uma poderosa reação direitista ao projeto comunista, surgido nos anos de 1919, na Itália e na Alemanha, extendendo-se ao Japão, que foi esmagado no final da 2ª Guerra Mundial, em 1945; e, finalmente, o projeto liberal-capitalista liderado pelos países anglo-saxãos, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. A historiografia marca esse período sob a denominação de bipolaridade dos sistemas pós-segunda guerra.
Num primeiro momento ocorreu a aliança entre o liberalismo e o comunismo (em 1941-45) para a autodefesa e, depois, a destruição do nazi-fascismo. Num segundo momento os vencedores, os EUA e a URSS, se desentenderam gerando a guerra fria (1947-1989), onde o liberalismo norte-americano rivalizou-se com o comunismo soviético numa guerra ideológica mundial e numa competição armamentista e tecnológica que quase levou a humanidade a uma catástrofe (a crise dos mísseis de 1962).
Geopolítica pós-Guerra Fria Com a política da glasnost, adotada por Mikhail Gorbachov na URSS desde 1986, a guerra fria encerrou-se e os Estados Unidos proclamaram-se vencedores. O momento símbolo disto foi a derrubada do Muro de Berlim ocorrida em novembro de 1989, acompanhada da retirada das tropas soviéticas da Alemanha reunificada e seguida da dissolução da URSS em 1991. A China comunista, por sua vez, que desde os anos 70 adotara as reformas visando sua modernização, abriu-se em várias zonas especiais para a implantação de indústrias multinacionais. A política de Deng Xiaoping de conciliar o investimento capitalista com o monopólio do poder do partido comunista, esvaziou o regime do seu conteúdo ideológico anterior. Desde então só restou hegemônica no moderno sistema mundial a economia do mundo capitalista, não havendo nenhuma outra barreira a antepor-se à globalização. Esse quadro perdurou absolutamente até o início do século onde chegamos a situação onde sobreviveu uma só superpotência mundial: os Estados Unidos da América. Éra única que tem condições operacionais de realizar intervenções militares em qualquer canto do planeta (Kuwait em 1991, Haiti em 1994, Somália em 1996, Bósnia em 1997, Iraque e Afeganistão em 2002 etc.). Enquanto na segunda fase da globalização vivia-se na esfera da libra esterlina, o momento foi do dólar, enquanto que o idioma inglês tornou-se a língua universal por excelência. A globalização, nesse período, nada mais foi que a “americanização do mundo”. Entretanto, parafraseando o velho Marx, “tudo que é sólido se desmancha no ar”. Os EUA, com o cambalear da sua economia interna na desatrosa administração Bush, com os problemas diplomáticos enfrentados com a invasão ao Iraque e com recente crise das hipotecas imobiliárias (que contaminaram quase todo o sistema de crédito), começaram a perder o domínio (pelo menos exclusivo!) hegemônico sob o mundo.
“Agora eu tô certo?!?”
ATUALIDADES
9
Atualidades | Banco do Brasil
b) a intelectualização como um fenômeno de massa, com a
“– Posso estacionar?”
Estamos entrando em uma fase multipolar na política e economia internacional: países como China, União Europeia (por um lado) e Índia, África do Sul e Brasil (por outro) disputam, como nunca, estabelecer relações de desconcentração e hegemonia na novíssima economia globalizada.
Um exemplo claro desse período? Dólar em baixa; iene e euro em alta.
As relações de trabalho e de produção
A palavra “trabalho” tem origem do latim na palavra tripalium, que era um instrumento formado por três estacas para manter presos bois ou cavalos difíceis de ferrar, [...]pena ou servidão do homem à natureza. Do sentido de esforço para a sobrevivên-
cia, o trabalho transformou-se em produtividade e ocupação. A palavra trabalho, no sentido corrente , é encontrada como sinônimo de atividade, ocupação, ofício, profissão, tarefa, distinguindo-se de lazer , e aparecendo ainda como resultado de uma determinada ação. O capitalismo contemporâneo tem passado por profundas transformações, que modificaram, de maneira global e com uma grande velocidade, as relações sociais entre os indivíduos. Dentre tais mudanças, Eric Hobsbawn destacou três importantes fenômenos: a) o processo de urbanização que ocorreu entre 1950 e 1975, com os camponeses formando hoje uma minoria na população mundial;
10
ATUALIDADES
multiplicação da educação superior, ou mesmo secundária; c) o reposicionamento, também entre os anos 50 e 70, da mulher, principalmente no que diz respeito ao mercado de trabalho. De acordo com o autor, esses fenômenos seriam importantes para demostrar “(...) que as sociedades humanas, e as relações de pessoas dentro delas, passaram por uma espécie de terremoto econômico, tecnológico e social na vida das pessoas que mal chegaram à meia-idade”. Contudo, diante de todas estas transformações estruturais, é difícil concluir que o sistema capitalista encontra-se em crise. Ou seja, que os efeitos cumulativos de suas contradições internas impedem que esse sistema possa resolver seus dilemas por meio do ajustamento de seus modelos institucionais em funcionamento. Nesse sentido, verifica-se uma grande mudança no sistema de relações de trabalho no padrão de produção capitalista atual. Se no padrão anterior era possível observar uma certa rigidez no relacionamento entre trabalhadores e empregados, no padrão atual, essa rigidez é substituída pelo que se pode denominar de uma flexibilidade externa. As empresas em rede não mais estão presas a um padrão de relações de trabalho. Uma vez que a produção pode ser orientada em todo o globo, aos marcos regulatórios macro, meso e micro são acrescidos um novo âmbito no relacionamento entre o capital e o trabalho: o supranacional. Sendo que as empresas em redes mundiais de produção passam a ser detentoras de um grande poder de influenciar as relações de produção nacionais, obviamente, no sentido de flexibilizar a rigidez do padrão de produção anterior e permitir uma valorização ampliada do capital.
Atualidades | Banco do Brasil
GLOBALIZAÇÃO: Características e repercussões A palavra “globalização” não é nova, tampouco o seu movimento histórico aparece como inovador nas descrições de implantação das grandes hegemonias imperialistas na história da humanidade. Na leitura dos acontecimentos históricos pregressos, verificamos inúmeras tentativas de mundializar (dentro dos limites do espaço conhecido e conquistado) uma determinada cultura que, assim, torna-se-ia hegemônica. O exemplo mais emblemático de um processo híbrido como tal talvez seja do Império Romano com sua Pax Romana. Outros exemplos também podem ser aventados como, por exemplo, a cultura helênica, o poder absoluto do pontificado durante a idade média e mais contemporaneamente as tentativas dos impérios francês e britânico no transcorrer do século XIX. Entretanto o termo globalização, como fator eminentemente econômico, presente em todos os continentes, começou a ser utilizado, especialmente, nos últimos 30 anos em meio as reformas realizadas pelo capital internacional na chamada “Crise Mundial do Petróleo”. Assim, só muito recentemente esse termo começo a designar algo para além de tentativas de implementação imperialistas, passando para a compreensão de um período no qual poderíamos descrever um conjunto relativamente inédito de novas transformações. Segundo o eminente historiador britânico Eric Hobsbawn, o termo globalização , no nosso contexto, aponta para inúmeras possibilidades: Não acho que seja possível identificar a globalização a penas com a criação de uma economia global, embora este seja seu ponto focal e sua característica mais óbvia. P recisamos olhar para além da economia. Antes de tudo, a globalização depende da eliminação de obstáculos técnicos, não da eliminação de obstáculos econômicos. Ela resulta da abolição da distância e do tempo. Por exemplo, teria sido impossível considerar o mundo como uma unidade antes de ele ter sido circunavegado no início do século XVI. Do mesmo modo, creio que os revolucionários avanços tecnológicos nos transportes e nas comunicações desde o final da Segunda Guerra Mundial foram responsáveis pelas condições para que a economia alcançasse os níveis atuais de globalização .
As mudanças operadas a partir da Segunda Grande Guerra cobrem um amplo espectro: das inovações científicas e tecnológicas à intensificação e padronizações das relações comerciais com o advento do modelo econômico de Bretton Woods que veremos posteriormente. Segundo diversos analistas desse “fenômeno”, dentre as inúmeras divergências que incidem sobre suas opiniões sobre cultura, economia e ideologia, há uma convergência quanto a interpretação de que viveríamos uma momento impar da história da humanidade, uma espécie de “Era Específica” que nos instiga e exige uma interpretação condizente. Queremos assim, a fim de facilitar a identificação de características desse “fenômeno” globalizante, lançar luz a cinco fatores importantes para o atual desenvolvimento do liberalismo contemporâneo que pretendem-se apresentar como “a lógica moderna”.
A lógica do Mercado Mundial
A ideologia do capitalismo contemporâneo possui uma única lógica subjacente? Essa lógica determina todas as relações que se constróem nas sociedades atuais? Há uma superação possível à lógica do lucro, da exploração e da devastação ecológica que parecem os resultados imediatos da globalização econômica? Respostas para essas perguntas vem inquietando, nas últimas décadas filósofos, sociólogos e demais analistas de plantão que buscam através de seus antigos modelos pensar essas questões à luz da dinamicidade do atual estágio do capitalismo. Como disse Karl Marx em 1846, ao analisar as novas representações da modernidade, o capitalismo aparece como “(...) o permanente
revolucionar da produção, o abalar ininterrupto de todas as condições sociais, a incerteza e o movimento eternos... Todas as relações fixas e congeladas, com seu cortejo de vetustas representações e concepções, são dissolvidas, todas as relações recém-formadas envelhecem antes de poderem ossificar-se. Tudo que é sólido se desmancha no ar ”.
As análises, bem como as alternativas ao novo liberalismo, envelheceram ou foram soterrados nos escombros dos sistemas autoritários do velho regime soviético. Atual, contudo, é a necessidade expressada pelo velho Marx de buscar desconstruir a lógica subjacente, desmascarando as promessas do capital face às conseqüências. Assim , queremos lançar um foco crítico a chamada “lógica do mercado mundial” que se apresenta como definitiva, inevitável e necessária.
Corporações Transnacionais
A globalização econômica é marcada pela forte expansão mundial das grandes corporações internacionais. As multinacionais transformaram-se em transacionais com a aquisição de centenas de milhares de grandes, médias e pequenas empresas – mediante aquisição, concessão ou privatização – e incorporação e otimização de seus mercados regionais dentro de uma lógica global. A uniformização de produtos está garantida mediante a customização e adaptação de seu potencial de mercado. O sistema de franquias opera em diversas áreas de serviços desencadeando uma sensação permanente de progresso e inovação mercadológica. O exemplo mais visível, entre tantos outros, é a cadeia de fast food McDonald’s, que já possui 19 mil restaurantes em 92 países. Esses sistemas de comercialização operam corporativamente. O mercado mundial de ações de empresas é atualmente controlado por um grupo cada vez mais minoritário que, entretanto, controla a maior das transações, de clipes de papel a jatos espaciais. Essas corporações exercem um papel decisivo na economia mundial.
ATUALIDADES
11
Atualidades | Banco do Brasil
Segundo pesquisa do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade de São Paulo, em 1994 as maiores empresas do mundo (Citigroup, General Eletric, Microsoft, AIG, Exxon Mobil, BP, Bank of América, Toyota, Fannie Mãe, Wal Mart, IBM) obtêm um faturamento de 5 trilhão de dólares. Esse valor equivaleria à soma dos PIBs do Brasil, México, Argentina, Chile, Equador, Colômbia, Peru, Uruguai, Venezuela e Nova Zelândia. Outro ponto importante desse processo são as mudanças significativas no modo de produção das mercadorias. Auxiliadas pelas facilidades na comunicação e nos transportes, as transnacionais instalam suas fábricas em qualquer lugar do mundo onde existam as melhores vantagens fiscais, mão-de-obra e matérias-primas baratas. Essa tendência mundial verificada leva a uma transferência de empregos dos países ricos - que possuem altos salários e inúmeros benefícios - para as nações industriais emergentes, com os Tigres Asiáticos. O resultado desse processo é que, atualmente, grande parte dos produtos não tem mais uma nacionalidade definida.
Revolução científica permanente: inovações tecnológicas
A internet tem sido apontada como o grande vetor tecnológico sem a qual não existia a globalização nas bases atuais. A estridente e rápida evolução das tecnologias da informação (computadores pessoais e corporativos, telefonia e televisão) têm sido fundamentais para agilizar o comércio e as transações financeiras entre os países. Antes de 1950, uma ligação telefônica intercontinental era uma tarefa quase impossível. Atualmente, com a invenção dos cabos de fibra óptica e o advento da telefonia celular por rádio ou satélite, falamos com diferentes continentes simultaneamente.
Do ponto de vista científico o mundo adentro nos últimos anos no desconhecido conhecimento da estrutura do genona humano.
A nova febre da internet: o TWITTER. Recentemente, notícias da eleição no Irã (com a morte da jovem Neda) e a morte de Michael Jackson foram instantaneamente divulgadas pelo novo blog.
Os avanços na área de medicina são impressionantes, uma parte considerável de doenças consideradas incurável são alvos de pesquisa – especialmente pela indústria farmacêutica – com o patenteamento de fórmulas para tratamento. Esses avanços contudo seguem a lógica econômica de controle e dominação econômica. Um soropositivo de HIV deve estar apto a desembolsar o custo de cerca de US$ 2 mil dólares por ano , em média, para obter a sobrevida com o tratamento do coquetel de AZT. O controle do território desconhecido dos gens gera situações no mínimo embaraçosas para a comunidade científica em geral. Algumas pesquisas – em sua maioria públicas – são impedidas de avançar devido à cobrança de centenas de milhares de dólares à administração de direitos autorais de bens naturais que antes eram considerados universais. Um exemplo característico desse dilema é o avanço das tecnologias de trangenia em alimentos como a soja, o trigo, o milho, a canola, algodão etc. Os novos agricultores que podiam administrar a seleção de sementes de sua propriedade passam a ter que estabelecer contratos de uso e proteção de direitos de propriedade.
Desemprego Estrutural ou a “otimização de recursos humanos”
Iphone da Apple: internet 3g, capacidade de armanezanento de 16 gb (o homem foi para a lua em 1969 com 4mb).
Os custos desses serviços também despencaram: uma ligação telefônica internacional custava, nos anos 1960, em termos monetários corrigidos, o valor de US$ 27,00 o minuto. O valor atual pode chegar, em alguns casos, a menos de US$ 0,50. A chamada comunidade virtual expande-se geometricamente: segundo dados dos maiores provedores mundiais, mais de 2 bilhões de pessoas com acessos eventuais a rede. Ainda na área de comunicações, presenciamos o fortalecimento das grandes redes de comunicações como a CNN, FOX, ABC, CBS, Globo e MTV com transmissões simultâneas, em sinal aberto ou por tecnologia a cabo via satélite gerando, muitas vezes, uma completa homogeneização das informações em “tempo real”.
12
ATUALIDADES
Eduardo Galeano já disse que o problema da globalização é a linguagem. As palavras seriam as verdadeiras culpadas das transformações operadas diariamente nas nossas vidas. O desemprego epidêmico que sobrevivemos nas últimas décadas têm sido apresentada como “estrutural” ou a “necessária otimização de recursos humanos” ou ainda, “sacrifício necessário para a estabilização das economias regionais”. Ironia a parte, a verdade é que a crescente concorrência internacional e a manutenção do crescimento das faixas de lucro tem obrigado as empresas a reduzir custos, a fim de obter a competitividade necessária para produtos e serviços. Essa reestruturação do capital internacional – que provoca a ruína pessoal de milhares de trabalhadores e economias – vem eliminando, permanentemente, milhares de postos de trabalho. Tal tendência seria uma das características principais da globalização econômica, o qual substitui, cada vez mais, o trabalho robotizado à mão de obra humana. O emprego manual que ainda permanece necessário, desloca-se rapidamente para economias subdesenvolvidas onde as condições salariais são precarizadas, não havendo qualquer proteção através de leis trabalhistas contra a exploração do trabalho de crianças e idosos.
Atualidades | Banco do Brasil
Um fenômeno que presenciamos nos últimos anos no Brasil é o deslocamento de fábricas para países e regiões com custos de produção mais baixos e incentivos fiscais promovidos com dinheiro público. O fim de milhares de empregos formais é acompanhado pela criação de outros pontos de trabalho informais sem qualquer proteção trabalhista e social. Atualmente, convivem em nossa economia diversos níveis de relações de trabalho: terceirização, contratação temporária permanente, cooperativização de empresas e serviços, camelôs e estagiários sem direitos a previdência social. O nível de exigência contudo aumentou. O ensino fundamental hoje é condição imprescindível para a obtenção de empregos com a “magnífica” remuneração mínima. Os ensinos médio e superior, antes exemplos de certeza de empregabilidade, torna-se padrões mínimos para a disputa de centenas de milhares de afoitos candidatos.
Reedição de políticas conservadoras
As ações militares no início do novo século, como são os casos emblemáticos da ocupação do Afeganistão e do Iraque, e as ameaças recentes ao Irã e Coreia do Norte, demonstram claramente um recrudescimento de políticas conservadoras e belicistas dos Estados Unidos em conjunto ao que se convenciou chamar de coalizão contra o terror . O presidente republicano reeleito em 2004, George W. Bush liderou, juntamente com os governos conservadores de Tony Blair (Reino Unido) e Silvio Belusconi (Itália) uma frente pronta para os enfrentamentos militares que convierem a implantação dos interesses econômicos e políticos “(...) destacando-se por sua atitude isolacionista e prepotente diante dos demais povos do mundo (...)”. Por trás desses interesses estão a indústria armamentista norteamericana, a indústria petrolífera e a necessidade de controle que é exercido por meio da relação dólar versus petróleo. Acompanhado dessa visão belicista, outros fenômenos conservadores são reeditados na política interna e externa dos EUA, tais como: leis contra o abor to, o casamento gay, pesquisas médico-científicas com células-tronco, bem como a redução de garantias sociais associados a redução de impostos dos mais ricos. Esse processo é de suma importância para o entendimento das transformações que vêm ocorrendo nos países periféricos e semiperiféricos, como é o caso do Brasil. Verifica-se, dessa forma, que o processo de globalização vem trazendo uma nova divisão internacional do trabalho, com as nações não-desenvolvidas apresentando uma participação crescente no excedente mundial de mão-de-obra. Foram justamente esses países que apresentaram piores relações de trabalho, com governos mais autoritários; falta de um Estado de BemEstar Social; maiores dificuldades de implementar políticas para fazer frente ao grande capital financeiro e transnacional, organizado em grandes redes de produção; e, em muitos casos, um aprofundamento mais rigoroso, e em num curto período de tempo, das políticas de liberalização econômica impostas pelos organismos internacionais, tais como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio.
Blocos econômicos regionais
Como já dissemos na primeira parte, os blocos econômicos são classificados de acordo com os diferentes tipos de acordo firmados. Atualmente, há quatro classificações: a zona de livre comércio, a união aduaneira , o mercado comum e a união econômica e monetária . Os blocos formados a partir de tratados de zona de livre comércio são os que apresentam menor grau de integração. Já os firmados sob um pacto de união econômica e monetária representam o estágio de maior interdependência. Vamos relembrar os mais importantes:
União Europeia
União Europeia é uma união supranacional econômica e política
de 27 estados-membros estabelecida após a assinatura do Tratado de Maastricht em 1992 pelos doze primeiros países da antiga CEE. Os países integrantes são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária. Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, Reino Unido, República, Romênia e Suécia. Macedônia, Cróacia e Turquia encontram-se em fase de negociação. A União Europeia é uma formação de um novo tipo de união entre estados pertencentes à Europa. Enquanto instituição, não dispõe de personalidade jurídica mas sim competências próprias, tais como a Política Agrícola Comum entre outros. Estas competências são partilhadas com todos os estados-membros da União Europeia. Trata-se de uma organização que combina o nível supranacional e o nível institucional num campo geográfico restrito com o papel político próprio sobre os seus Estados-membros. A Croácia, Turquia e Macedônia são candidatos à adesão à UE. As negociações com estes países iniciaram-se oficialmente em outubro de 2005 mas ainda não há uma data de adesão definida - o processo pode estender-se por vários anos, sobretudo no que concerne à Turquia, contra a qual há forte oposição da França e da Áustria.
A Moeda Única: o euro
Com o propósito de unificação monetária e facilitação do comércio entre os países membros, a União Europeia adotou uma única moeda. A partir de janeiro de 2002, os países membros (exceção da Grã-Bretanha) adotaram o euro para livre circulação na chamada zona do euro, que envolve 16 países. Para o funcionamento de suas funções, a União Européia conta com instituições básicas como o Parlamento, a Comissão, o Conselho e o Tribunal de Justiça. Todos estes órgãos possuem representantes de todos os países membros. Os países membros da União Européia e os 19 países de maiores economias do mundo fazem parte do G20. Os países da União Européia também são representados nas reuniões anuais do G-8 (Grupo dos Oito). ATUALIDADES
13
Atualidades | Banco do Brasil
NAFTA (EUA, Canadá e México)
O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio ( North American Free Trade Agreement ) ou NAFTA é um tratado envolvendo Canadá, Estados Unidos e México.
MERCOSUL (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela Venezuela))
(África do Sul, Angola, Botsuana, Congo, Lesoto, Madagascar, Malaui, Maurício, Moçambique, Namíbia, Suazilância, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabuê)
A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, conhecida por SADC, do seu nome em inglês, Southern Africa Development Community , é a organização sub-regional de integração regional dos países da África austral.
CAN
O Mercosul, como é conhecido o Mercado Comum do Sul é a união aduaneira (livre comércio intrazona e política comercial comum) de cinco países da América do Sul. Em sua formação original o bloco era composto por quatro países: Argentina (1991), Brasil (1991), Paraguai (1991) e Uruguai (1991). Desde 2006, a Venezuela é membro-permanente (com direito a voto) embora dependa de aprovação dos congressos nacionais para que sua entrada seja aprovada definitivamente e considerado membro pleno do bloco. O Mercosul tem como Estados Associados Bolívia (1996), Chile (1996), Peru (2003), Colômbia (2004) e Equador (2004). Bolívia, Equador, Colômbia e Peru integram a Comunidade Andina (CAN), bloco com que o Mercosul também firmará um acordo comercial. O status de Estado Associado é atribuído por Decisão do Conselho do Mercado Comum.
(Bolívia, Colômbia, Equador e Peru)
ASEAN
CARICOM
(Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Singapura, Tailândia e Vietnã)
A Associação de Nações do Sudeste Asiático - ASEAN é uma organização regional de estados do sudeste asiático que foi constituída em 8 de agosto de 1967. Os principais objetivos da ASEAN são acelerar o crescimento econômico e fomentar a paz e a estabilidade regionais. A ASEAN estabeleceu um fórum conjunto com o Japão, e um acordo de cooperação com a União Europeia. A sede e secretariado permanente encontram-se em Jacarta.
APEC
(Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Hong Kong, Indonésia, Japão, Coréia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia, PapuaNova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Cingapura, Taiwan, Tailândia, Estados Unidos da América, Vietnã) A APEC ( Asia-Pacific Economic Cooperation - Cooperação
Econômica da Ásia e do Pacífico) é um bloco que engloba economias asiáticas, americanas e da Oceania. Sua formação deveu-se à crescente interdependência das economias da região da Ásia-Pacífico. Foi criada em 1989, inicialmente apenas como um fórum de discussão entre países da ASEAN ( Association of the SouthEast Asian Nations) e alguns parceiros econômicos da região do Pacífico, se tornando um bloco econômico apenas em 1994, na Conferência de Seattle, quando os países se comprometeram a transformar o Pacífico numa área de livre comércio.
14
SADC
ATUALIDADES
A Comunidade Andina de Nações (em espanhol, Comunidad Andina de Naciones, abreviado CAN) é um bloco econômico sulamericano formado pela Bolívia, Colômbia, Equador e Peru (Venezuela deixou o bloco). O bloco foi chamado Pacto Andino até 1996 e surgiu em 1969 com o Acordo de Cartagena. A cidade-sede da secretaria é Lima, no Peru. A comunidade andina possui 120 milhões de habitantes, em uma área de 4,700,000 quilômetros quadrados, com um produto interno bruto nominal de 280 bilhões de dólares. Em 8 de Dezembro de 2004, os países membros da Comunidade Andina assinaram a Declaração de Cuzco, que lançou as bases da União de Nações Sul-Americanas, entidade que unirá a Comunidade Andina ao Mercosul, em uma zona de livre comércio continental.
(Antigua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Dominica, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Santa Luzia, São Cristovão e Néris, São Vicente e Ganadinas, Suriname, Trindad e Tobago)
A CARICOM, antigo Comunidade e Mercado Comum do Caribe e atual Comunidade do Caribe é um bloco de cooperação econômica e política, criado em 1973, formado por quatorze países e seis territórios da região caribenha. Os países da Caricom têm no turismo uma de suas principais fontes de renda, recebendo cerca de 15 milhões de turistas por ano. A CARICOM tem uma população de 14,6 milhões de habitantes, um PIB de US$ 28,1 bilhões, exportações girando em torno dos US$ 12,6 bilhões e importações alcançando os US$ 15,9 bilhões.
ALADI
Associação Latino Americana de Integração, ou ALADI, é um organismo intergovernamental com sede na cidade de Montevidéu, no Uruguai, que visa contribuir com a promoção da integração da região latino-americana, procurando garantir seu desenvolvimento econômico e social. A ALADI foi criada pelo Tratado de Montevidéu 1980, assinado em 12 de agosto de 1980, que substituiu e deu continuidade ao processo iniciado pela Associação Latino Americana de Livre Comércio (ALALC). São doze os seus países-membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, que representam juntos mais de 20 milhões de quilômetros quadrados, e mais de 500 milhões de habitantes. Além dos países-membros existem ainda os países e organismos observadores da Associação.
Atualidades | Banco do Brasil
LIGA ÁRABE
A Liga Árabe, nome corrente para a Liga de Estados Árabes é uma organização de estados árabes fundada em 1945 no Cairo por sete países, com o objectivo de reforçar e coordenar os laços econômicos, sociais, políticos e culturais entre os seus membros, assim como mediar disputas entre estes. Actualmente a Liga Árabe compreende vinte e dois estados, que possuem no total uma população superior a 200 milhões de habitantes. Os países-membros originais eram Líbano, Egito, Iraque, Síria, Emirado da Transjordânia (atual Jordânia), Arábia Saudita, Iêmen e representantes dos árabes palestinos. Posteriormente juntaramse Sudão, Líbia, Tunísia, Marrocos, Kuait, Argélia, Iêmem do Sul, Bahrein, Qatar, Omã, Emirados Árabes Unidos, Mauritânia, Somália, e Djibuti. Embora seja considerada pelas Nações Unidas uma organização regional, tal classificação não corresponde à realidade, visto que seus Membros estão espalhados pelos continentes africano e asiático. O principal fator de união, que era a vinculação com o mundo árabe, passou a ser a religião islâmica. Sob alguns aspectos, a Liga Árabe se assemelha à Comunidade Britânica.
UNASUL
A União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), anteriormente designada por Comunidade Sul-Americana de Nações (CSN), será uma zona de livre comércio continental que unirá as duas organizações de livre comércio sul-americanas, Mercosul e Comunidade Andina de Nações, além do Chile, Guiana e Suriname, nos moldes da União Europeia. Foi estabelecida com este nome pela Declaração de Cuzco em 2004. De acordo com entendimentos feitos até agora, a sede da União será localizada em Quito, capital do Equador, enquanto a localização de seu banco, o Banco do Sul será na capital da Venezuela, Caracas. O seu parlamento será localizado em Cochabamba, na Bolívia. A integração completa entre esses dois blocos foi formalizada durante a reunião dos presidentes de países da América do Sul, no dia 23 de maio de 2008 em Brasília.
TIGRES ASIÁTICOS
(Hong Kong, Cingapura, Taiwan, Tailândia, Coreia do Sul, Indonésia e Malásia). Expressão usada para designar países do Sudeste Asiático com desempenho econômico excepcional nas últimas décadas. Eles obtêm crescimento anual em torno de 8%, mantendo-se próximos dessa taxa mesmo em épocas menos favoráveis na economia mundial. Coréia do Sul, Formosa (Taiwan), Hong Kong e Cingapura apresentam altas taxas de crescimento desde os anos 60. Já Tailândia, Indonésia e Malásia, chamados novos Tigres, deslancham na década seguinte. Recentemente, Filipinas e Vietnã também se destacam. Esse desempenho se baseia no aumento das exportações de bens de consumo aos mercados da América do Norte, Ásia e Europa. Os setores mais dinâmicos são vestuário, eletroeletrônicos e computadores. Entre os fatores que favorecem esse crescimento acelerado estão as altas taxas de poupança e investimento, que em alguns países chegam a 40% do PIB; boa qualificação da mão-de-obra, resultante da ênfase no ensino básico; e salários baixos. Em alguns países há o incentivo do governo aos setores estratégicos, como é o caso da Coréia do Sul. Já outros, como Hong Kong , têm sua base mais apoiada no livre mercado. De qualquer modo, todos mantêm estabilidade política e econômica, muitas vezes por meio de governos autoritários. A partir de meados da década de 1990, o crescimento das exportações cai rapidamente e a maioria desses países apresenta elevados déficits em conta corrente. Os anos de rápido crescimento haviam provocado aumento nos salários e perda de competitividade. Por conta disso, a China entra no páreo, já que ali os salários são ainda menores, e consegue arrebatar boa parte do mercado de seus vizinhos. Outro problema para os Tigres é o rápido crescimento dos empréstimos externos e a especulação imobiliária, o que compromete a saúde do sistema bancário e repercute negativamente na economia. Recentemente, em 2008, com a crise das hipotecas nos EUA, o mercado asiático foi fortemente atingido, reduzindo o crescimento do PIB de alguns países.
ALBA
A ALBA (ou Alternativa Bolivariana para as Américas) é um modelo de integração para os povos da América Latina e Caribe, se contrapõe à Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), proposta de um mercado comum americano defendido pelos Estados Unidos, pois tem um modelo socialista contrário ao modelo de livre mercado da ALCA. Sua principal diferença em relação a outros blocos econômicos é que visa não somente a eliminação de taxas alfandegárias para incentivar o comércio, tem como objetivo principal diminuição do contraste social existente na América Latina, criando maior interação dentro do continente. Uma de suas propostas é a criação de fundos de apoio, para reduzir miséria e exclusão social, tão presentes nestes países. A ALBA atualmente é composta pela Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Dominica, Honduras e Equador com a possibilidade de entrada de São Vicente e Granadinas. ATUALIDADES
15
Atualidades | Banco do Brasil
As recentes mudanças no mundo atual Falar em capitalismo contemporâneo é aceitar que o mundo atual presencia um novo tipo de capitalismo, diferente do que foi verificado nos processos históricos precedentes. E o que diferencia o momento atual dos anteriores são as profundas transformações que ocorreram no processo, ou padrão, de valorização do capital nas últimas décadas. Estas mudanças são verificadas nos mais diversos âmbitos da sociedade, e são consequências de uma série de fenômenos altamente interrelacionados, tais como a reestruturação produtiva, a globalização e a mundialização das economias, o fim da experiência histórica dos países antes socialistas e os diversos elementos específicos de cada país, que têm suas próprias dinâmicas, que filtram tais variáveis a depender de seus ambientes políticos, econômicos e sociais diversos, e que, sem dúvida alguma, impactam sobre suas relações sociais de várias maneiras. Nesse contexto, o presente texto visa a analisar alguns elementos que possam ajudar a compreender e a explicar as diferentes mutações por que vêm passando as relações de trabalho, que sofrem influência de todos esses fenômenos.
Crise econômica global
Após a crise da bolsa de alta tecnologia (Nasdaq) e os atentados de 11 de setembro de 2001, a economia norte-americana se utilizou de uma política monetária e creditícia expansionista a fim de evitar um processo de recessão que repercutiu no postergamento de uma crise financeira maior ao estimular aplicações financeiras em setores de alta rentabilidade e risco que permitiram o aumento maior da financeirização da riqueza. A instabilidade financeira que assola hoje os Estados Unidos e que se transbordou para todo o mundo é, portanto, o reflexo do estouro de uma série de bolhas especulativas que propiciaram o aumento da financeirização da riqueza e a estabilidade do crescimento econômico a crédito baixo nos últimos anos.
Cuidados com as bolsas...
Se o inflamento da bolha especulativa no mercado acionário norteamericano ocasionou a crise da Nasdaq em 2001, o seu estouro e a consequente adoção de uma política monetária e creditícia calcada em uma baixa taxa de juros levou ao endividamento das famílias a um baixo custo e a um boom de valorização do mercado imobiliário por meio de créditos hipotecários de risco ("subprime"), o que veio a estourar em uma nova crise em 2007, embora tenha sido eficientemente bem administrada à época pelos Estados Unidos sem repercussões maiores. Porém, as instabilidades de 2008 representam um momento de desdobramento ou continuidade de um processo cumulativo anterior onde a financeirização da riqueza estimulada por crédito barato chegou por fim a afetar os grandes bancos de investimento que mal administraram suas carteiras. A “crise dos alimentos” é em relação a produção ou uma crise de especulação?
A crise afetou o setor produtivo que necessita, diretamente, de fluxos de créditos.
16
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
À medida que a crise financeira americana se transbordou internacionalmente na economia global, uma série de bancos centrais têm tomado uma série de medidas de administração emergencial que buscam resgatar a credibilidade das moedas e das finanças nacionais. Embora exista um esforço unilateral dos países contra a endogeneização da crise que se disseminou internacionalmente, existe uma incapacidade institucional na arquitetura das finanças internacionais de responder de maneira integrada aos períodos de intensificação das instabilidades haja vista que existe um gap de recursos entre o gigantismo dos mercados financeiros e o restrito fôlego dos bancos centrais para administrá-los. No mundo da globalização financeira, a interligação das redes financeiras abre janelas de especulação internacional na busca de maior rentabilidade por ativos, o que introduz um componente estrutural pró-ciclico na arquitetura das finanças internacionais. Quando existe liquidez, a economia internacional cresce por canais de financeirização da riqueza. Quando o pessimismo influencia os mercados globais, existe a difusão de crises e instabilidades no sistema internacional. Como a moeda circula em todos os mercados reais e nominais, os canais de transbordamento da crise financeira atual acabaram por dinamizar um processo especulativo de valorização internacional do dólar frente à queda dos preços das commodities, revertendo uma conjuntura de dinamismo dos cinco últimos anos para países emergentes. Em um mundo de incertezas diante do pacote emergencial americano e da adoção de uma nova política monetária anticíclica, as únicas prospecções factíveis não trazem um cenário otimista, pois caso a crise internacional não se aprofunde no curto prazo, é certo que no futuro o monetarismo expansionista a baixo crédito continuará injetando combustível para uma nova onda de financeirização da riqueza, que recolocará a vulnerabilidade internacional em função dos ciclos econômicos norteamericanos.
A despeito do alvoroço momentâneo entre analistas pessimistas ou otimistas quanto à administração desta crise que se tornou global em função dos canais de interdependência financeira, mais uma vez se observa que a imagem dos ciclos econômicos se reafirma no sistema internacional alertando que a conjuntura futura diminuirá ainda mais os raios de manobra do país.
Crise dos “subprimes” A crise no mercado hipotecário dos EUA é uma decorrência da crise imobiliária pela qual passa o país, e deu origem, por sua vez, a uma crise mais ampla, no mercado de crédito de modo geral. O principal segmento afetado, que deu origem ao atual estado de coisas, foi o de hipotecas chamadas de “subprime”, que embutem um risco maior de inadimplência. O mercado imobiliário americano passou por uma fase de expansão acelerada logo depois da crise das empresas “pontocom”, em 2001. Os juros do Federal Reserve (Fed, o BC americano) vieram caindo para que a economia se recuperasse, e o setor imobiliário se aproveitou desse momento de juros baixos. A demanda por imóveis cresceu, devido às taxas baixas de juros nos financiamentos imobiliários e nas hipotecas. Em 2003, por exemplo, os juros do Fed chegaram a cair para 1% ao ano. Em 2005, o “boom” no mercado imobiliário já estava avançado; comprar uma casa (ou mais de uma) tornou-se um bom negócio, na expectativa de que a valorização dos imóveis fizesse da nova compra um investimento. Também cresceu a procura por novas hipotecas, a fim de usar o dinheiro do financiamento para quitar dívidas e, também, gastar (mais). As empresas financeiras especializadas no mercado imobiliário, para aproveitar o bom momento do mercado, passaram a atender o segmento “subprime”. O cliente “subprime” é um cliente de renda muito baixa, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade de comprovar renda. Esse empréstimo tem, assim, uma qualidade mais baixa —ou seja, cujo risco de não ser pago é maior, mas oferece uma taxa de retorno mais alta, a fim de compensar esse risco. Em busca de rendimentos maiores, gestores de fundos e bancos compram esses títulos “subprime” das instituições que fizeram o primeiro empréstimo e permitem que uma nova quantia em dinheiro seja emprestada, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago. Também interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de venda de títulos. Porém, se a ponta (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não-recebimento por par te dos compradores dos títulos. O resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os “subprime”, o que termina por gerar uma crise de liquidez (retração de crédito). Após atingir um pico em 2006, os preços dos imóveis, no entanto, passaram a cair: os juros do Fed, que vinham subindo desde 2004, encareceram o crédito e afastaram compradores; com isso, a oferta começa a superar a demanda e desde então o que se viu foi uma espiral descendente no valor dos imóveis. Com os juros altos, o que se temia veio a acontecer: a inadimplência aumentou e o temor de novos calotes fez o crédito sofrer uma desaceleração expressiva no país como um todo, desaquecendo a maior economia do planeta —com menos liquidez (dinheiro disponível), menos se compra, menos as empresas lucram e menos pessoas são contratadas.
ATUALIDADES
17
Atualidades | Banco do Brasil
No mundo da globalização financeira, créditos gerados nos EUA podem ser convertidos em ativos que vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia os mercados globais.
Crise dos alimentos A recente alta nos preços dos produtos agrícolas foi motivada por uma série de fatores conjugados e se tornou uma crise mundial. O maior temor, além da falta de suprimentos, é que cresçam as revoltas populares pela falta de comida, o que já foi registrado em diversos países, como Haiti, Indonésia, Camarões e Egito. Nesse sentido, diversas instituições internacionais já se manifestaram, como ONU, Banco Mundial, FMI e Bird, por exemplo. Entenda os principais motivos que desencadearam a crise: Desenvolvimento global A longa fase de prosperidade mundial, com especial força nos países emergentes, fez crescer significativamente o consumo de alimentos no mundo. Antes de se iniciar a atual crise de crédito nos Estados Unidos, o mundo não passava por uma crise financeira com dimensões globais desde o final da década de 1990. Assim, os seguidos anos de calmaria deram condições para que o comércio exterior disparasse, o que gerou renda nos países mais pobres —estas nações são referência histórica tanto na produção de matérias-primas como para base de empresas multinacionais. Com mais dinheiro no bolso, a população desses países, entre eles Brasil e China, passou a consumir mais, sendo que os alimentos foram os primeiros produtos a terem seus consumos elevados, causando um descompasso entre oferta e demanda. População A população mundial está em franca expansão. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), passará de 6,5 bilhões de pessoas em 2005 para 8,3 bilhões em 2030 e 9 bilhões em 2050. O efeito do aumento do número de pessoas que se alimentam ganha ainda mais peso porque a maioria delas nasce na Ásia e na África, onde o consumo de alimentos cresce em ritmo mais rápido devido ao desenvolvimento econômico desses continentes. Secas Alguns dos principais produtores mundiais de alimentos, como o Brasil e a Austrália, passaram recentemente por for tes secas que atingiram a produção. Na Austrália a seca já perdura por seis anos, enquanto que o Brasil e o Leste Europeu tiveram problemas entre 2005 e 2006. Com a quebra de safra nesses países, os estoques foram reduzidos e agora estão perigosamente baixos devido ao aumento no consumo.
18
ATUALIDADES
Petróleo Assim como os alimentos, os preços de outras commodities (matérias-primas) também estão em alta. É o caso do petróleo. O produto está com seu preço em níveis recordes (alta em 2008, baixa em 2009 até julho e início de nova alta no mês de agosto de 2009), o que causa impacto em toda a cadeia de produção e distribuição de alimentos. Quase todas as fazendas usam óleo diesel para movimentar as máquinas, e os fertilizantes possuem também diversos componentes vindos do petróleo. Além disso, o combustível mais caro eleva o preço do transporte dos alimentos para os centros consumidores, elevando o preço final da comida. Especulação financeira Quase todos os principais alimentos possuem mecanismos financeiros de compra e venda em um prazo pré-determinado, o que é chamado de mercado futuro. Nos últimos meses, os preços dos alimentos no mercado futuro dispararam devido à entrada de muitos investidores neste tipo de investimento. Eles apostam exatamente que estes preços irão crescer. Se isso ocorre, eles lucram, já que poderão vender o que têm a valores maiores do que o investido inicialmente. Enfraquecimento do dólar O dólar norte-americados é a moeda usada para a cotação das commodities agrícolas em quase todos os principais mercados futuros. Como a moeda americana está em níveis históricos de queda ante outras moedas fortes, como o euro, os investidores forçam a alta do preço dos alimentos no mercado futuro para “compensar” essa desvalorização. Alta nos custos A produção de carnes em geral recebe duplo impacto. Seus custos disparam não só pela alta do petróleo, mas pela própria alta no preço dos alimentos, já que alguns deles — em especial o milho — são usados na ração dos animais. Biocombustíveis Diversas entidades, como a ONU (Organização das Nações Unidas) e o FMI (Fundo Monetário Mundial), reclamam do desvio de parte da produção agrícola para a produção de biocombustíveis. O resultado, segundo eles, é que a oferta cai ainda mais em um momento de alta na demanda, causando a elevação dos preços. O caso mais criticado é o do milho, usado nos Estados Unidos para a produção de álcool, que levou à disparada do preço do produto no mercado internacional já no ano passado. Também criticam a substituições de lavouras tradicionais pelas de cana-de-açúcar, em um ataque direto ao Brasil —principal exportador de álcool do mundo e que usa a cana-de-açúcar para extrair o produto. Travamento às exportações Diante do risco de desabastecimento, grandes países produtores de alimentos estão impedindo a exportação, agravando o cenário nos países importadores. Os casos mais recentes foram vistos com o trigo argentino e o arroz indiano e vietnamita. O atraso das negociações da Rodada Doha da OMC agrava o problema.
Atualidades | Banco do Brasil
O que está acontecendo no Brasil e no Mundo? Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, atualidade é a qualidade ou estado do que é atual ; momento ou a época presente; circunstância ou qualidade do momento presente. O termo atualidades, empregado em provas para concursos públicos no Brasil, indica a decisão da instituição pública que deseja a contratação de seus agentes de exigir um determinado perfil socioeducativo dos candidatos. Esta exigência (embora pareça extremamente ampla e subjetiva) acaba por se traduzir em questões que abordam temas de grande repercussão social. A “lógica“ dos organizadores é que o candidato esteja atento às transformações do cotidiano local e internacional, com poder de discernimento e consciência das causas e consequências em que estão os fatos e notícias. Vejamos as principais notícias internacionais dos últimos três anos:
2008 O ano de 2008 teeve pelo menos três bons argumentos para pleitear o adjetivo "histórico": o show da pujança chinesa na Olimpíada de Pequim, a crise econômica mundial mais séria desde pelo menos a Segunda Guerra Mundial e a eleição do primeiro negro presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. No crepúsculo dos anos Bush, não foi a ameaça do terrorismo que mais tirou o sono dos americanos, e sim a crise econômica global. Empresas-símbolo do capitalismo mundial tiveram que se curvar e pedir ajuda, e as bolsas despencaram. Muito além de Wall Street, o mundo inteiro estremeceu e continua sentindo o choque. A China não escapou da crise, mas ainda é menos afetada dos que as maiores economias ocidentais e continua diminuindo a distância que a separa de EUA, Japão e Alemanha.
JANEIRO • FARCs libertam reféns Depois de intensas negociações envolvendo a guerrilha, o governo colombiano e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) entregaram a militares venezuelanos a ex-candidata a vice-presidente da Colômbia, Clara Rojas, e a ex-parlamentar Consuelo Perdomo, que eram mantidas como reféns. Clara Rojas, que foi sequestrada em 2002, teve um filho com um guerrilheiro na selva. • Começam as prévias eleitorais nos Estados Unidos No dia 3 de janeiro foi dada a largada na campanha presidencial americana com o caucus de Iowa, que foi vencido, do lado democrata, por Barack Obama, e do lado republicano por Mike Huckabee, que abandonaria a disputa em março. Nas prévias, os pré-candidatos buscam apoio para encabeçarem a chapa de seus partidos para a Casa Branca. • Morre o ator Heath Ledger O ator autraliano Heath Ledger, de 28 anos, foi encontrado morto no dia 22 de janeiro em seu apartamento em Nova York. Investigações apontaram que ele morreu por uma overdose acidental de medicamento. Estrela do filme O Segredo de Brokeback Mountain, Ledger acabara de fazer o papel de Coringa no filme Batman - O Cavaleiro das Trevas, que lhe rendeu uma indicação póstuma ao Globo de Ouro. • Bolsas despencam As bolsas de valores despencaram na Ásia, na Europa e na América Latina. Nos EUA, o mercado não funcionou por causa do feriado de Martin Luther King Jr. O Índice Xetra Dax, da Bolsa de Frankfurt, deslizou 7,16%, maior baixa desde os atentados ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. Em Londres, o Índice FTSE-100 perdeu 5,48%. A Bolsa de Tóquio caiu 3,9% e a de Xangai, 5,1%. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) recuou 6,60%.
FEVEREIRO
• Fidel renuncia Depois de 49 anos na liderança do governo socialista de Cuba, Fidel Castro renunciou ao cargo de presidente do país e de comandante do Partido Comunista no dia 19 de fevereiro. Ele estava afastado do cargo desde agosto de 2006 por motivos de saúde, sendo substituído por seu irmão, Raúl Castro. Dias depois, em 24 de fevereiro, o Parlamento cubano aprovou oficialmente o nome de Raúl como o novo presidente do país. Sem mudar a estrutura política de Cuba, Raúl promoveu reformas no sistema. • Kosovo declara independência O parlamento de Kosovo, de maioria albanesa, aprovou a independência da província da Sérvia no dia 17 de fevereiro. A declaração unilateral foi criticada pelo governo sérvio. O novo país foi reconhecido pelos Estados Unidos e por parte dos países da União Européia, mas não recebeu aprovação da Rússia, um antigo aliado da Sérvia. ATUALIDADES
19
Atualidades | Banco do Brasil
MARÇO
MAIO
• Raúl Reyes, alto líder das FARCs, é morto No primeiro dos duros golpes que as Farc sofreriam em 2008, o governo colombiano anunciou no dia 1º de março a morte de Raúl Reyes, considerado um dos mais importantes líderes do grupo guerrilheiro colombiano. Reyes foi morto pelo Exército da Colômbia, que fez uma incursão em território equatoriano para a operação. A invasão da fronteira sem autorização do governo do Equador causou uma crise diplomática entre os dois países, que envolveu também o presidente venezuelano, Hugo Chávez. • Medvedev é eleito na Rússia Dmitri Medvedev foi eleito o novo presidente da Rússia no dia 3 de março. Concorrendo com o apoio do então presidente, Vladimir Putin, no mesmo dia de sua vitória ele afirmou que continuaria as políticas de seu antecessor e indicou Putin para o cargo de primeiro-ministro.
• Morre líder das FARCs As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia confirmaram, no dia 24 de maio, a morte de seu líder e fundador, Pedro Antonio Marín, o Tirofijo ("tiro certeiro", em tradução literal), também conhecido como Manuel Marulanda Vélez. Ele teria morrido em março, vítima de um ataque cardíaco. A morte de Marulanda foi mais um duro golpe para o grupo guerrilheiro colombiano, que desde o início do ano sofreu com a ofensiva do governo, com a morte do líder Raúl Reyes e com deserções. Para o lugar de Marulanda a guerrilha indicou o antropólogo Alfonso Cano. • Terremoto na China mata 70 mil pessoas No dia 12 de maio, um tremor de 7,9 na escala Richter atingiu a província de Sichuan, no oeste da China, matando cerca de 70 mil pessoas e deixando aproximadamente 5 milhões de desabrigados. Muitas das vítimas eram crianças, que morreram no desmoronamento de escolas. O terremoto foi um enorme desafio para o governo chinês, que se preparava para os Jogos Olímpicos de Pequim, marcados para agosto.
ABRIL • Medvedev é eleito na Rússia O ex-bispo católico Fernando Lugo foi eleito presidente do Paraguai no dia 21 de abril. A vitória de Lugo, com uma plataforma de esquerda, representou o fim de uma hegemonia de mais de 60 anos do Partido Colorado. Algumas das propostas de Lugo tinham relação direta com o Brasil e causaram polêmica. O novo governo propôs uma reforma agrária, o que aumentou a tensão entre o movimento sem-terra paraguaio e os chamados "brasiguaios", brasileiros proprietários de terras no país. Lugo também prometeu renegociar o tratado da Hidrelétrica de Itaipu com o Brasil. • Protestos A passagem da tocha olímpica, símbolo da Olimpíada de Pequim, foi marcada por protestos em diversas cidades do mundo, com ativistas se manifestando contra a política do governo chinês para o Tibete. Em Londres, manifestantes pró-Tibete obstruíram o caminho da chama e três foram presos. Em Paris, a tocha teve que ser apagada em três ocasiões por causa dos protestos. Também houve tumultos em São Francisco, nos EUA. • Monstro austríaco O austríaco Josef Fritzl chocou o mundo depois que se descobriu que ele manteve sua filha, Elisabeth, presa por 24 anos no porão de sua casa. Testes de DNA também comprovaram que ele teve sete filhos com ela. Em dezembro, ele foi formalmente indiciado por ter escravizado sua filha e os seis filhos que teve com ela e também pelo assassinato de uma sétima criança, que morreu logo após o nascimento, no porão.
20
ATUALIDADES
JUNHO • Obama se torna candidato Senador pelo estado de Illinois, Barack Obama conseguiu em junho atingir o número de delegados necessário para garantir sua candidatura pelo Partido Democrata à Presidência dos Es tados Unidos. A vitória veio após a divulgação dos resultados das prévias eleitorais dos Estados de Montana e Dakota do Sul, no dia 4. Três dias depois, a senadora Hillary Clinton, que também tentava a candidatura, admitiu a derrota e declarou apoio a Obama. O senador se envolveu em uma disputa muito acirrada com Hillary pela indicação. • Mugabe é eleito presidente no Zimbábue pela 6ª vez Em meio a denúncias de violência e de corrupção, Robert Mugabe foi eleito pela sexta vez presidente do Zimbábue. A reeleição de Mugabe, que governa o país há quase três décadas, foi vista com desconfiança pela comunidade internacional. Em setembro, negociações lideradas pela África do Sul fizeram com que governo e oposição concordassem formar um governo de coalizão com a oposição.
JULHO • Ingrid Betancourt é libertada na Colômbia Depois de seis anos em poder dos guerrilheiros das Farc, a excandidata à Presidência da Colômbia Ingrid Betancourt foi liber tada, juntamente com mais 14 reféns, em uma operação do Exército colombiano no dia 2 de julho. O governo da Colômbia diz ter armado uma encenação para enganar os guerrilheiros, fingindo que os reféns seriam entregues a uma missão humanitária internacional. Já as Farc classificaram a liber tação de sua refém como uma traição por parte dos guerrilheiros responsáveis pelo cativeiro.
Atualidades | Banco do Brasil
• Prisão de Karadzic O governo da Sérvia anunciou no dia 21 de julho a prisão do exlíder sérvio bósnio Radovan Karadzic, acusado de crimes durante a Guerra da Bósnia (1992-1995) e foragido havia 13 anos. Entregue ao Tribunal Criminal Internacional para a Ex-Iugoslávia em Haia, na Holanda, Karadzic enfrenta a acusação de responsabilidade no massacre de Srebrenica, no qual cerca de 8 mil muçulmanos foram mortos em 1995. • Obama visita Hamid Karzai O então candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, se encontrou no dia 20 de julho com o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai. A viagem de Obama ocorreu em um momento em que a violência contra as tropas americanas e da Otan no país aumentava. Isso fez com que o presidente dos EUA, George W. Bush, anunciasse, em setembro, a retirada de soldados do Iraque e o envio de reforços ao Afeganistão.
AGOSTO • Olímpiadas em Pequim A capital chinesa sediou o Jogos Olímpicos de 2008, que tiveram a própria China como grande vitoriosa no quadro de medalhas. O país conquistou 51 ouros, contra 36 dos Estados Unidos. Também foram registradas marcas históricas nos jogos, como a do jamaicano Usain Bolt, que bateu o recorde mundial nos 100m rasos, e da russa Yelena Isinbayeva, que bateu o recorde mundial de salto com vara. • Guerra entre Rússia e Geórgia A tensão entre a Geórgia e a província separatista da Ossétia do Sul fez com que, no dia 7 de agosto, forças georgianas lançassem um ataque contra o território, cuja população possui laços com a Rússia. Como resposta, Moscou deslocou milhares de soldados para a província e promoveu ataques em alvos espalhados pela Geórgia. Um cessar-fogo foi acertado sob a mediação do presidente francês Nicolas Sarkozy. • Pervez Musharraf renuncia à Presidência do Paquistão O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, renunciou no dia 18 de setembro, após ser ameaçado de impeachment . Em 6 de setembro, Asif Ali Zardari venceu as eleições e se tornou o novo presidente. Aliado do governo Bush, o Paquistão é acusado de dar refúgio a militantes afegãos e de não conseguir controlar extremistas em seu território. Ao longo do ano, forças americanas lançaram diversos ataques no Paquistão contra supostos extremistas.
SETEMBRO • Crise econômica: quedra Lehman Brothers O Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, pediu concordata no dia 15 de setembro. O fato é encarado como o marco inicial da crise financeira que se espalhou pelo globo. A quebra do Lehman foi causada por seus altos investimentos em títulos ligados ao mercado do chamado subprime, o crédito imobiliário para pessoas consideradas com alto risco de inadimplência. A desconfiança sobre a saúde do sistema financeiro americano e de outros países gerou fortes quedas nas bolsas de todo o mundo. • Equador manda Exército controlar bens da Odebrecht No dia 23 de setembro, o presidente do Equador, Rafael Correa, ordenou o embargo dos bens da empreiteira Odebrecht e proibiu seus funcionários de deixarem o país. O governo equatoriano exigia uma indenização da empresa brasileira devido a falhas no funcionamento e da posterior paralisação da hidrelétrica San Francisco, feita pela empreiteira. A medida gerou um conflito diplomático entre o Brasil e o Equador. • LHC é acionado O maior experimento da história da física começou no dia 10 de setembro na fronteira entre a França e a Suíça. Nessa data foi acionado o gigantesco acelerador de partículas batizado de LHC (sigla em inglês de "Grande Colisor de Hádrons"), que pode ajudar os cientistas a desvendar várias questões sobre a origem do Universo. Um problema técnico, no entanto, interrompeu o experimento, que deve ser retomado em 2009.
OUTUBRO • Pacote anticrise nos EUA O Congresso dos Estados Unidos aprovou no dia 3 um pacote de US$ 700 bilhões de auxílio ao sistema financeiro do país. O objetivo principal do plano era a compra, por parte do governo, de "papéis podres" (títulos com alta chance de não serem honrados) de instituições em dificuldades. Mesmo após mudanças em novembro, o pacote não foi suficiente para restaurar a confiança nos mercados, que continuaram a sentir for temen te os efeitos da crise.
NOVEMBRO • Obama é eleito presidente dos EUA Barack Obama foi eleito no dia 4 de novembro o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. Advogado, filho de pai queniano e de uma americana branca do Kansas, Obama se apresentou com um candidato cujas propostas iam além da questão racial e sob o slogan da mudança. Usando uma eficiente estratégia de comunicação baseada na internet e aproveitando-se de seu carisma como orador, Obama venceu seu rival, o senador republicano John McCain. A vitória do democrata foi impulsionada por um programa de governo que propõe um Estado mais presente na economia, além de um aumento de programas sociais e da retirada das tropas americanas no Iraque.
ATUALIDADES
21
Atualidades | Banco do Brasil
• Ataques em Mumbai No dia 26 de novembro, um grupo de atiradores abriu fogo em vários locais de grande movimento na cidade de Mumbai, o centro financeiro da Índia. Os militantes fizeram reféns em três lugares e eles só foram liberados pelas forças indianas dias após os ataques. Investigações apontaram que os extremistas poderiam ter ligações com um grupo paquistanês, mas Islamabad negou qualquer responsabilidade.
2009 O ano inicia com fatos relevantes para o cenário internacional. A posse do 44º Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Hussein Obama - primeiro negro a chegar a esse cargo, no dia 20.01.2009, marca os desdobramentos na política internacional.
• Parlamento iraquiano aprova prazo para retirada de tropas americanas O parlamento iraquiano aprovou no dia 27 de novembro um plano que prevê a retirada das tropas dos EUA no país até o fim de 2011. A medida era fundamental para a permanência das tropas no Iraque, já que o mandato concedido ao país pelas Nações Unidas expiraria no final de 2008. Vários grupos apresentaram objeções, pedindo a retirada imediata.
DEZEMBRO • Jornalista atira sapatos em Bush Pouco mais de um mês antes do final de seu mandato, o presidente dos EUA, George W. Bush, foi vítima de um ataque com sapatos, atirados nele por um jornalista iraquiano. Em visita surpresa ao Iraque, no dia 14, Bush participava de uma coletiva ao lado do primeiro-ministro iraquiano, Nouri Al-Maliki, quando foi surpreendido pelos sapatos lançados pelo jornalista Muntadar Al-Zaidi. Sem ser atingido pelos sapatos, Bush encarou o ato com bom humor. O jornalista, no entanto, foi preso. • Crise econômica chega aos países emergentes A crise econômica internacional atingiu o Brasil, com diversos setores da economia apresentando sinais de desaquecimento. Para tentar frear a crise, o governo lançou uma série de medidas, que no dia 12 de dezembro já ultrapassavam o montante de R$ 250 bilhões. Mas, enquanto muitas das economias do mundo anunciaram cortes de juros, o Banco Central brasileiro preferiu manter a taxa em 13,75%. • Bombardeio de Israel em Gaza deixa 225 mortos Pelo menos 225 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas em um pesado bombardeio lançado ontem pelo Exército israelense na Faixa de Gaza, controlada pelo movimento fundamentalista islâmico palestino Hamas. A ofensiva foi lançada após uma série de advertências do governo israelense, ao longo de toda a semana, de que não hesi taria em usar a força para retaliar seguidos ataques com fogue tes Katiusha disparados por ativistas do gr upo palestino contra o sul de Israel. "Desde a Guerra dos Seis Dias (de 1967), Israel não lançava um ataque que matasse tanta gente num único dia", disse o encarregado dos serviços de saúde de Gaza, Moawiya Hasanie.
22
ATUALIDADES
2009 será o “ano Obama” ou o “ano gripe H1N1”?
JANEIRO • Israel invade Faixa de Gaza Tropas e tanques de Israel invadiram a faixa de Gaza em 03.01, após oito dias de bombardeios aéreos que já deixaram pelo menos 440 mortos. Segundo o Exército israelense, o objetivo é controlar as áreas de onde o Hamas dispara foguetes e destruir a infraestrutura do grupo extremista islâmico. No começo da noite, Israel informava 20 baixas de militantes palestinos. Após 13 dias da ofensiva de Israel contra o Hamas na faixa de Gaza, o Conselho de Segurança da ONU aprovou, por 14 votos a 0, resolução pedindo cessar-fogo imediato, "que conduza à retirada das forças israelenses". Os EUA se abstiveram na votação. No dia 19.01 é anunciado cessar-fogo unilateral por parte de Israel.
• Desemprego recorde nos EUA Números fechados de 2008 mostram que, no ano passado, 2,6 milhões de pessoas nos EUA perderam seus empregos. Na comparação com a população economicamente ativa do país, é a pior taxa desde 1982. Apenas em novembro e dezembro, houve mais de 1,1 milhão de vagas cor tadas. A taxa de desemprego no mês passado foi de 7,2%, a mais alta em 16 anos. A evolução do índice.
Atualidades | Banco do Brasil
• Julgamento são “congelados” em Guantanamo Logo após a posse, o presidente Obama determinou o congelamento dos julgamentos militares na base de Gantanamo.
FEVEREIRO • Anunciado Plano de ajuda ao Sistema Financeiro Americano O novo pacote de ajuda a bancos divulgado pelo governo do presidente dos EUA, Barack Obama, decepcionou o mercado e fez o Dow Jones, principal índice da Bolsa de Nova York, cair 4,6%. Segundo o Tesouro, o socorro aos bancos pode movimentar US$ 2 trilhões, o que equivale a 14% dos bens e riquezas produzidos pelos EUA. • União Europeia em recessão O agravamento da crise global ampliou a recessão na Europa. A União Europeia entrou oficialmente em recessão, após uma queda de 1,5% no Produto Interno Bruto no último trimestre do ano passado. Foi o segundo trimestre consecutivo de queda. Considerando apenas a zona do euro, que abrange 16 dos 27 países, a economia também encolheu 1,5% no quarto trimestre de 2008 ante o terceiro. • Chavéz obtém direito de reeleição ilimitada O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, venceu o referendo sobre emenda constitucional que permite reeleições ilimitadas no país. Com isso, poderá se candidatar pela quarta vez consecutiva em 2012. No poder há dez anos, Chávez, 54, tem dito que quer governar pelo menos até 2019, mas já falou em ficar até 2039. • Montadoras americanas preveem demissões Ao fim do prazo dado pelo governo dos EUA para propostas de reestruturação das montadoras, a Chrysler pediu US$ 5 bilhões extras e anunciou corte de 3.000 vagas _6% de sua força de trabalho, estimada em mais de 50 mil pessoas. A GM prevê 47 mil demissões no mundo (26 mil fora dos EUA) e quer mais US$ 16,6 bilhões de ajuda. Hoje, a empresa tem 244 mil empregados. • EUA: bancos fecham; governo estuda estatizações Nos primeiros 40 dias deste ano, os EUA liquidaram 13 bancos (médios e pequenos) _em 2008 inteiro, foram 25 instituições. Sete bancos foram extintos em fevereiro, o maior número em um mês desde 1993. Os acionistas tiveram perdas totais, as agências e contas foram distribuídas entre os concorrentes. A expectativa é que até 1.000 dos 8.348 bancos sejam liquidados nos próximos três anos. • Obama prevee déficit histórico em 2009 O presidente dos EUA, Barack Obama, apresentou sua propos ta de Orçamento para o ano fiscal de 2010, pela qual os mais ricos pagarão mais impostos para ajudar a criar um fundo de saúde pública, a despesa com diplomacia crescerá e o gasto com a Defesa desacelerará. Para o ano fiscal de 2009, que acaba em setembro, Obama pediu autorização para um déficit público de US$ 1,75 trilhão.
MARÇO • Diminui pressão sobre preços dos alimentos A crise econômica mundial diminuiu a pressão interna sobre os alimentos, derrubando os preços e ajudando a reduzir a inflação, informa Mauro Zafalon. A queda se deu principalmente no atacado, mais influenciado pelo mercado externo. O recuo da soja na Bolsa de Chicago, por exemplo, leva à redução do preço do óleo nos supermercados. • AIG tem perdas recordes A seguradora norte-americana AIG, a maior do mundo, teve prejuízo de US$ 61,7 bilhões no quarto trimestre de 2008, o maior registrado por uma empresa do país _no ano, a perda alcançou US$ 99,289 bilhões. Já estatizada, a AIG recebeu aporte de US$ 150 bilhões do governo, o equivalente a 1% do PIB dos Estados Unidos. A Bolsa de Nova York fechou abaixo de 7.000 pontos pela primeira vez desde maio de 1997. • Anunciada saída de 12 mil soldados no Iraque Os EUA iniciaram a retirada gradativa das tropas no Iraque. Até julho os soldados sairão das cidades menores. • Tesouro americano tenta retirar ativos “tóxicos” do mercado O Departamento do Tesouro dos EUA detalhou seu plano para retirar até US$ 1 trilhão de ativos "tóxicos" do sistema bancário americano. O objetivo é limpar as carteiras de crédito dos bancos para tentar restaurar a confiança no mercado. O valor corresponde quase ao PIB anual do Brasil. Embora chamado Programa de Investimento Público-Privado, cerca de 95% do custo e do risco do plano serão assumidos pelo governo. • Morre Raul Alfonsin Morre ex-residente argentino, primeiro presidente após o fim da ditadura militar. • México pedirá 40 bi México recorre ao FMI pedindo empréstimo de US$ 40 bi para salvar economia cambaleada.
ABRIL • G20 liberá US$ 1 trilhão e pede fim dos paraísos fiscais A reunião do G20 em Londres deve fechar acordo para injetar US$ 1 trilhão em instituições multilaterais como o Fundo Monetário Internacional. Além disso, os governos do G20, as principais economias do planeta, anunciaram o combate aos paraísos fiscais como uma das medidas de regulação do sistema financeiro internacional para ajudar a conter a crise global. Em meio a um comunicado final essencialmente técnico, os líderes do grupo fizeram uma proclamação política forte: "a era do segredo bancário acabou". • Coreia do Norte: ameça nuclear? O lançamento de um foguete norte-coreano sobre o Pacífico provocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que terminou sem acordo. O Taepodong-2 foi disparado no dia 05.04.
ATUALIDADES
23
Atualidades | Banco do Brasil
• Terremoto assusta Itália O pior terremoto em três décadas na Itália deixou ao menos 150 mortos, 1.500 feridos e 50 mil desabrigados na região de Abruzzo, cerca de 100 km a leste de Roma. O tremor, de 5,8 na escala Richter, pela medição italiana, ou de 6,3, segundo o Serviço Geológico dos EUA, ocorreu e foi sentido em 26 cidades, principalmente na capital regional, Áquila. • Na Turquia, Obama nega guerra dos EUA contra o islã Em pronunciamento histórico, Obama nega guerra dos EUA con tra o mundo islâmico. • Peru condena ex-presidente Fujimori a 25 anos de prisão • Obama libera viagens e remessas para Cuba Depois de décadas de restrições, a partir de agora americanos poderão fazer remessas de dólares e viajar sem restrições por parte do governo norte-americano. Obama não pretende abolir o embargo comercial imposto a Cuba, o que necessitaria de uma ação do Congresso. • O presidente do Paraguai e seus filhos... O presidente do Paraguai, bispo licenciado da Igreja Católica, reconheceu um filho e abriu um período de críticas no pais. Passados algumas semana foram revelados mais 5 filhos não reconhecidos. • Gripe “suína” (H1N1 ou gripe A) assusta o mundo Surto da nova gripe assusta mundo: mortos no México. O governo dos EUA decretou situação de emergência em saúde pública em razão da disseminação da gripe suína pelo país. Até ontem, foram confirmados 20 casos em cinco Estados. Agen tes de saúde disseram esperar achar outros à medida que se investiga a rota do vírus H1N1, causador da doença. No México, houve mortes comprovadamente causadas pela doença. Depois de confirmar 73 casos da gripe suína em quatro países (México, EUA, Canadá e Espanha), a OMS (Organização Mundial da Saúde) decidiu aumentar o seu nível de alerta pandêmico de três para quatro, em uma escala que vai até seis. A fase quatro indica que o vírus mostrou capacidade de transmissão entre humanos e de causar surtos de contágio.
MAIO • Epidemia é inevitável A OMS elevou o risco da nova gripe H1N1 para o nível 5 (um menor que omáximo). Isso significa que a pandemia é inevitável. Apesar disso, especialista reconhecem que a virulência do vírus é baixa se comparado com a gripe sazonal. • Primeiro caso brasileiro O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, confirmou o primeiro caso de transmissão no Brasil da gripe A (H1N1), conhecida como gripe suína, o que faz com que o país seja o sétimo no mundo a registrar manifestação autóctone da doença. Com dois novos casos anunciados, no Rio e em Santa Catarina, já são seis os confirmados no Brasil.
24
ATUALIDADES
• Irã testa míssil capaz de atingir Israel O Irã testou um míssil sofisticado no dia 20.05 capaz de atingir Israel e partes da Europa Ocidental, aumentando a preocupação de que o ritmo do programa de desenvolvimento de armas do Irã está superando em muito o da diplomacia liderada pelos norte-americanos, que o presidente Barack Obama disse que deixará desenrolar até o final do ano. • Chávez mantem estatizações de empresas na Venezuela O presidente venezuelano continua a política de estatização de empresas de alimentos e de distribuição de produtos no país. • Coreia do Norte faz teste nuclear A Coreia do Norte anunciou no fim da noite de 25.05 ter realizado com sucesso um teste nuclear. O suposto teste sub terrâneo ocorre semanas depois de o regime comunista anunciar a reativação de seu programa nuclear em retaliação às sanções impostas pela ONU ao país em resposta pelo lançamento de um foguete em 5 de abril.A Presidência da vizinha Coreia do Sul alertou sobre o teste após registrar um tremor artificial de de 4,7 pontos na escala Richter pouco depois das 10h (hora local). O tremor foi confirmado por medidores americanos, mas o governo dos EUA afirmava, até o fechamento desta edição, não ter informações suficientes para confirmar a realização do teste.O governo do presidente sul-coreano Lee Myung-bak convocou uma reunião de gabinete urgente para analisar o tema. O Japão pediu uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU. “Definitivamente vamos responder a isso. Temos de fazê-lo no Conselho de Segurança da ONU”, afirmou Kazuo Kodama, porta-voz da Chancelaria japonesa. • GM pede concordata nos EUA Após 101 anos no mercado, a gigante General Motors pediu concordata na Justiça dos EUA. A maioria dos credores de uma dívida de US$ 27 bilhões da montadora, que já foi a maior do mundo, aceitou trocar os débitos por 25% da "nova GM", que deve emergir da concordata. Será a maior concordata da história da indústria dos EUA. A GM perdeu mais de US$ 88 bilhões desde 2004.
JUNHO • Airbus cai no Oceano Com 228 a bordo, um Airbus A330-200 da Air France que saiu do Rio no dia 01.06 à noite r umo a Paris desapareceu ao sobrevoar o Atlântico. O voo AF-447 deveria chegar à França às 6h15 do dia 02.06 (horário de Brasília), mas seu último contato, uma mensagem automática relatando pane elétrica, foi feito às 23h14 de domingo. A Air France informou que havia 58 brasileiros no Airbus. 50 corpos são resgatados, além de destroços. Caixa-preta não foi localizada. • Após 47 anos OEA revoga ato contra Cuba A Organização dos Estados Americanos anulou ato que, em 1962, suspendeu o governo socialista de Cuba.
Atualidades | Banco do Brasil
A decisão, aprovada por consenso, foi chamada de histórica por representantes de todos os 34 países da OEA. Ela não implica, porém, o retorno automático dos cubanos à organização. Segundo a resolução, a volta dependerá de um diálogo de acordo com os "princípios" da OEA. • Obama propõe recomeço Em discurso no Cairo, o presidente dos EUA, Barack Obama, propôs um "recomeço" na relação dos americanos com o mundo muçulmano e defendeu pôr fim à "desconfiança mútua" para pacificar o Oriente Médio. Citando o Corão, Obama defendeu a existência da "Palestina", criticou o expansionismo de Israel e reconheceu que todo país, "incluindo o Irã", tem direito a um programa nuclear civil. • Conservadores vencem pleito europeu; só 43% votam • Gripe A - H1N1 é oficialmente pandemia A Organização Mundial da Saúde elevou ao máximo seu nível de alerta para o vírus A (H1N1), causador da gripe suína, e decretou a primeira pandemia do século. A decisão foi motivada pelo crescente número de casos no mundo (perto de 30 mil em 74 países) e pela conclusão da OMS de que o avanço do vírus já é um fenômeno global - uma pandemia é declarada quando há transmissão ampla e intercomunitária. • ELEIÇÕES NO IRÃ O presidente do Irã, o ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, 52, foi reeleito em primeiro turno e ficará mais quatro anos no cargo, segundo dados oficiais. Com quase 80% das urnas apuradas, ele tinha cerca de 65% dos votos e não poderia mais ser alcançado pelo maior rival, o reformista Mir Hossein Mousavi, com 32%. A apuração deveria terminar hoje pela manhã em Teerã. Anúncio geram protestos e mortes
O anúncio da reeleição presidencial do ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, com 62,7% dos votos, deflagrou pro testos no Irã. Manifestantes ficaram feridos e vários foram presos. O reformista moderado Mir Houssein Mousavi, que teve 33,7% dos votos, pediu a anulação das eleições. Comitês de oposicionistas amanheceram cercados por paramilitares. Primeiras mortes reconhecidas
Pelo menos dez pessoas morreram nos protestos no Irã, admitiu ontem o governo em Teerã. Os confrontos entre forças do governo e manifestantes que reivindicam a anulação da eleição presidencial deixaram ainda cem feridos. Desde o pleito do dia 12, os mortos já somam 17. A violenta repressão consolidou a divisão entre líderes religiosos conservadores e reformistas.
Neda torna-se o rosto da resistência
A onda de manifestações dos jovens militantes da oposição iraniana ganhou um rosto, tragicamente retratado num vídeo que se espalhou com rapidez espantosa por sites como Twitter e Facebook no fim de semana. As imagens mostram uma jovem caindo de costas numa rua de Teerã. Na sequência, sua face começa a ser coberta por sangue. Ao redor, manifestantes se desesperam. A garota, cuja identidade foi confirmada como Neda Agha-Soltan, morreu com um tiro na cabeça. Seu chocante fim, flagrado por uma câmera amadora, pode mudar os rumos dos protestos no Irã.
• Morre Michael Jackson O cantor Michael Jackson, 50, morreu dia 25.05 após sofrer parada cardíaca na sua casa em Los Angeles (EUA). O anúncio da morte foi feito às 14h26 locais (18h26 de Brasília) pelo Centro Médico da Universidade da Califórnia, para onde ele foi levado, em coma profundo, depois de ser encontrado por paramédicos dos bombeiros sem sinais de pulso ou respiração. • Presidente hondurenho é deposto por golpe militar O presidente hondurenho, Manuel Zelaya, foi deposto por militares no dia em que promovia consulta popular para respaldar uma nova Assembleia Constituinte. Ele foi detido quando dormia, na residência oficial. Ainda de pijama, embarcou para a Costa Rica, onde afirmou ter sido vítima de um "sequestro brutal, sem nenhuma justificativa". A Assembleia Geral da ONU aprovou por unanimidade uma resolução que repudia o golpe de Estado em Honduras, exige a restauração imediata de Manuel Zelaya, deposto domingo, e diz que seus 192 países não reconhecerão outro governo. Zelaya classificou o voto como "histórico" e disse não ter sido informado sobre acusações dos militares, o Congresso e a Corte Suprema alegam que ele violou a Constituição. • Eleições parlamentares na Argentina O casal Kischner sofreu derrota nas eleições parlamentares realizadas na Argentina e perdem a maioria no Congresso Nacional.
ATUALIDADES
25
Atualidades | Banco do Brasil
JULHO • ONU condena golpe em Honduras A Assembleia Geral da ONU aprovou por unanimidade uma resolução que repudia o golpe de Estado em Honduras, exige a restauração imediata de Manuel Zelaya, deposto domingo, e diz que seus 192 países não reconhecerão outro governo. Zelaya classificou o voto como "histórico" e disse não ter sido informado sobre acusações os militares, o Congresso e a Corte Suprema alegam que ele violou a Constituição.
• G8 muda para incluir emergentes A cúpula do G8 com economias emergentes terminou com uma espécie de declaração de morte do grupo de países ricos por seu presidente de turno e anfitrião, a Itália, relata Clóvis Rossi. Em seu lugar nasce outro fórum, hoje chamado G14, que pode ser etapa transitória para uma entidade ainda mais ampla. Na fala do premiê italiano, Silvio Berlusconi, o G8 "não é mais idôneo".
• Sarney: ameaça mais não sai Após ter seu afastamento por 30 dias defendido pelo PT, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ameaçou renunciar ao cargo e fez o partido recuar da decisão de exigir a sua saída. Pela manhã, em conversa com os senadores Ideli Salvatti (PT-SC) e Aloizio Mercadante (PT-SP), o senador disse que, sem o apoio do DEM e do PT, não teria condições "aritméticas" de ficar no cargo. • EUA e UE sofrem com a crise global A economia dos EUA perdeu mais 467 mil empregos em junho, o que elevou para 14,7 milhões o total de desempregados. A expectativa era que o corte ficasse no patamar de maio (322 mil). O número, porém, superou as previsões mais pessimistas e frustrou expectativas de saída mais rápida da recessão. A taxa de desemprego nos EUA, a maior desde agosto de 1983, atingiu agora 9,5%. • PF: Operação Satiagraha A Procuradoria da República em São Paulo ofereceu denúncia contra o banqueiro Daniel Dantas e mais 13 pessoas por suposto envolvimento em sete crimes, entre os quais gestão fraudulenta e evasão de divisas. A denúncia é resultado das investigações da Operação Satiagraha, da Polícia Federal. • Alta na arrecadação dos tributos em 2008 O crescimento econômico em 2008 e a consequente alta na arrecadação levaram a carga tributária do país ao recorde de 35,8% do Produto Interno Bruto. Houve expansão dos tributos sobre a renda e sobre o consumo. No ano anterior, a carga tributária fora de 34,72%. A Receita, porém, prevê que em 2009 o peso dos tributos diminuirá, já que o desempenho da economia piorou. • Fim da crise? O FMI (Fundo Monetário Internacional) avalia que o mundo já ensaia sair da pior recessão pós-Segunda Guerra, mas uma recuperação mais firme poderá ser mais demorada que o previsto. O FMI aumentou para 2,5% a previsão de crescimento global, puxado pelos emergentes, em 2010 e elevou para 1,4% a retração esperada em 2009.
26
ATUALIDADES
“- Podia ter lavado antes?”
• PF indicia filho de Sarney A Polícia Federal indiciou o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sob a acusação de, entre outros crimes, falsificar documentos para favorecer empresas privadas em contratos com estatais. Segundo a PF, o órgão mais visado foi o Ministério de Minas e Energia, controlado politicamente por seu pai. • Gripe H1N1 A pandemia de gripe suína causou 1.154 mortos en todo o mundo desde seu aparecimento em março passado e infectou 162.380 pessoas, segundo balanço divulgado nesta quarta pela Organização Mundial da Súde (OMS). A pandemia do vírus A (H1N1) já alcança 168 países e territórios. São Paulo registrou mais seis mortes em decorrência da gripe suína, o que eleva a nove o total no Estado. Quatro das novas vítimas viviam na capital, uma em Osasco e outra na região de Campinas. No país, já são 22 mortes: o Paraná também regis trou seu primeiro óbito e mais de mil infectados. As seis mor tes em São Paulo ocorreram nos últimos dez dias. No começo de agosto de 2009, já haviam sido registrados mais de 100 mortes no Brasil.
AGOSTO • Eleições no Irã Com policiamento reforçado, o ultraconservador presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, presta juramento diante do Parlamento e sela a sua reeleição na votação do dia 12 de junho com cerca de 63% dos votos contra 34% do principal candidato da oposição, Mir Hossein Mousavi.
Atualidades | Banco do Brasil
A votação foi seguida por semanas de for tes protestos da oposição por fraude - que tiveram eco meses mais tarde, apesar dos duros alertas do governo de que não teria misericórdia com opositores. Os protestos, enfrentados com violência pela polícia e a milícia Basij, ligada à Guarda Revolucionária, deixaram ao menos 20 mortos, dezenas de feridos e cerca de 2.000 presos. A oposição chegou a denunciar abusos nos presídios con tra os opositores, mas a acusação foi rejeitada por Teerã. O Conselho dos Guardiães do Irã, órgão responsável por ratificar o resultado do pleito, aceitou fazer uma recontagem parcial dos votos para acalmar a oposição, mas confirmou a reeleição de Ahmadinejad depois de afirmar que a fraude em cerca de 3 milhões de votos não era suficiente para mudar o resultado das urnas. • Morre Ted Kennedy O senador democrata Edward Kennedy morre aos 77 anos, ví tima do câncer cerebral contra o qual lutava havia algum tempo. Conhecido como leão do Senado, Ted era o segundo senador mais antigo da Câmara Alta, onde esteve durante 47 anos, e membro do clã político mais reverenciado dos EUA.
SETEMBRO • Terremoto na ilha da Sumatra Um terremoto de 8 graus na escala de momento atinge a costa da ilha indonésia da Sumatra e causa um tsunami que arrasa a costa das ilhas de Samoa e Samoa Americana - alagando vilas, arrastando carros e pessoas. Ao menos 150 morreram. No dia seguinte, um terremoto de 7,6 graus atinge novamente a ilha e deixa mais de 600 mortos, segundo o governo. A ONU estima que ao menos 1.100 tenham morrido. Ao menos 180 mil prédios desabaram ou foram danificados pelo tremor, que também causou deslizamentos de terra e soterrou vilas in teiras.
OUTUBRO • Morre ex-ministro japonês O ex-ministro japonês das Finanças Shoichi Nakagawa é encontrado morto em sua casa, sete meses após sua renúncia por comparecer com supostos sintomas de embriaguez em entrevista coletiva posterior a uma reunião do G7 (os países mais desenvolvidos) em Roma, na Itália. Nakagawa era uma das principais figuras do Partido Liberal-Democrata (PLD), vis to como possível candidato a premiê. Ele argumentou na época que sofria de fadiga e resfriado, sintomas causados pelo jet lag. Em 4 de outubro, ele foi encontrado morto em sua casa.
NOVEMBRO • Alemanha comemora 20 anos da queda do Muro de Berlim O governo alemão faz uma grande celebração para marcar os 20 anos da queda do Muro de Berlim - considerado o marco reunificação do país após 40 anos dividido em um regime capi talista e um regime socialista. A queda do Muro, antecipada por um porta-voz mal informado, foi considerada ainda o ícone do fim da Guerra Fria, que dividiu o mundo entre a União Soviética e os Estados Unidos. • Karzai toma posse no Afeganistão O presidente afegão, Hamid Karzai, toma posse para um segundo mandato de cinco anos. Sob forte pressão da comunidade internacional por reformas, ele promete combater a corrupção e diz que assumirá luta contra o Taleban em cinco anos. Sua reeleição foi manchada pela fraude que levou à anulação de milhares de votos e a convocação de um segundo turno, cancelado diante da desistência do segundo colocado, Abdullah Abdullah. • Ahmadinejad chega ao Brasil O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, chega ao Brasil para uma visita duramente criticada pelos Estados Unidos e vista internacionalmente como apoio brasileiro ao ultraconservador e controverso presidente. Sua visita acontece apenas três dias depois da chegada do presidente da Autoridade Nacional Pales tina, Mahmoud Abbas, e pouco mais de um mês da visita do presidente israelense, Shimon Peres. Eles destacaram que o Brasil pode ter papel crucial como mediador no Oriente Médio. • Indenização para família de brasileiro morto em Londres Familiares de Jean Charles de Menezes, morto por engano pela polícia de Londres, em 2005, assinam acordo com a Scotland Yard por uma indenização. O valor não é revelado, mas o jornal "Daily Mail" diz que seria de 100 mil libras (R$ 286 mil), considerando a renda que Jean Charles geraria ao longo da vida. • Irã anuncia planos para 10 usinas nucleares O Irã anuncia planos para construir dez usinas nucleares, uma medida que contraria os esforços renovados das potências por um diálogo nuclear com Teerã, que chegou a assinar acordo para o enriquecimento de seu urânio em solo estrangeiro.
DEZEMBRO • Entra em vigor o Tratado de Lisboa Entra em vigor o Tratado de Lisboa, documento que estabelece uma série de reformas institucionais na União Europeia destinadas a tornar mais democrático o processo de tomada de decisões do bloco e a fortalecer seu papel no cenário global. A execução das reformas foi possível depois de um longo processo de convencimento - com a aprovação do tratado em referendo na Irlanda, em 2 de outubro, e da ratificação do eurocético presidente tcheco, Vaclav Klaus, em 3 de novembro. ATUALIDADES
27
Atualidades | Banco do Brasil
Os presidentes de Israel, Shimon Peres (dir.); da ANP, Mahmoud Abbas; e do Irã, Mahmoud Abbas visitaram o Brasil e o Lula em 2009.
• Obama anuncia nova estratégia para guerra no Afeganistão O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, faz aguardado anúncio televisionado sobre sua nova estratégia para a guerra no Afeganistão. Ele anuncia o envio de 30 mil soldados adicionais ainda no primeiro semestre de 2010 com o intuito de acelerar a entrega da responsabilidade sobre a segurança do país para os afegãos e iniciar a retirada das tropas já em julho de 2011. • Na Bolívia, Evo Morales é reeleito O presidente da Bolívia, Evo Morales, é reeleito com cerca de 60% dos votos. Seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS) ganha ainda a maioria no Congresso e abre caminho para aprovar as medidas mais polêmicas da nova Constituição --aprovada em janeiro, em referendo, das quais Morales abriu mão no primeiro mandato diante da resistência da oposição. • Papa é derrubado na véspera de Natal A ítalo-suíça Susanna Maiolo, 25, burla a segurança na basílica de São Pedro do Vaticano no momento em que o papa Bento 16 entrava no local para a tradicional Missa do Galo. Ao ser agarrada por seguranças, ela se segura nas roupas do papa e o derruba no chão. O papa, que tem 82 anos, se levanta e realiza a missa normalmente. No entanto, o cardeal francês Roger Etchegaray, 87, que também sofreu uma queda no incidente, é levado ao hospital com uma fratura no fêmur. O Vaticano revela que Maiolo tem problemas psiquiátricos e que já havia tentado atacar o papa há um ano, também na Missa do Galo. Maiolo diz que não queria ferir o papa. • Tentativa de atentado nos EUA O nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, 23, usa um poderoso explosivo químico para tentar explodir um avião que s obrevoava Detroit, nos EUA. A explosão falha e causa queimaduras em Abdulmutallab que é rapidamente controlado por passageiros e tripulantes. A equipe do FBI investiga laços do nigeriano com a rede terrorista Al Qaeda, mas diz que, ao que tudo indica, ele agiu sozinho. Nos dias seguintes, aeroportos de todo o mundo reforçam segurança para voos com destino aos EUA.
28
ATUALIDADES
• Terror na noite de Natal no Suriname Em plena noite de Natal, um grupo de surinameses ataca com facões e machados um grupo de brasileiros na cidade de Albina, a cerca de 150 km da capital Paramaribo. Relatos indicam ainda que os surinameses estupraram dezenas de mulheres no incidente, motivado pelo assassinato, por um suspeito brasileiro, de um dos "marrons" como são chamados os descendentes quilombolas no país. Segundo o embaixador brasileiro no Suriname, José Luiz Machado e Costa, as autoridades surinamesas haviam confirmado 14 feridos, sete deles em estado grave. Ele disse ainda que, entre estes, está uma brasileira grávida que perdeu o bebê. A Embaixada brasileira em Paramaribo nega que o ataque tenha matado brasileiros.
2010 O ano de 2010 começou com a terra tremendo. Em janeiro, um terremoto assolou o Haiti e matou mais de 250 mil pessoas. No mês seguinte, a vítima foi o Chile.
JANEIRO • Haiti: terromoto e abandono Em 12 de janeiro de 2010, um grande terromoto assolou a capital do Haiti, Porto Príncipe. O tremor deixou mais de 250 mil mortos e forçou mais de 1,3 milhões de haitianos a se deslocar para acampamentos improvisados e em péssimas condições sanitárias. • Novo Presidente em Honduras Sete meses após golpe de Estado que retirou Manuel Zelaya do poder em Honduras, Porfírio Lobo toma posse como presidente.
FEVEREIRO • Cuba: morre ativista Após greve de fome, o preso político Orlando Zapata morre um dia antes da visita de Lula ao país caribenho. • Terremoto abala o Chile Um terremoto de 8,8 graus na escala Richter devasta áreas no sul e centro do Chile. Morreram mais de 500 pessoas em decorrência do tremor.
MARÇO • Hillary Clinton visita o Brasil A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, visita o Brasil. Ela participou de diversas reuniões com representan tes de Poderes.
Atualidades | Banco do Brasil
• Aprovada “Reforma de Saúde” nos EUA Os EUA aprovam em votação simbólica e apertada a polêmica reforma da saúde proposta pelo presidente Barack Obama. A nova lei foi aprovada por 219 votos contra 212.
MARÇO • Atentados terroristas na Rússia Dois atentados com bomba no metrô de Moscou mataram 39 pessoas em 27.03. As autoridades russas temem que as explosões de segunda-feira, atribuídas a grupos separatistas do Cáucaso, deem início a uma nova onda de ataques no país. Na manhã de segunda-feira, duas mulheres-bomba detonaram explosivos embalados com pedaços de metal nas estações de Lubyanka e Park Kultury em horário de grande movimento.
ABRIL • Em acidente aéreo morre Presidente da Polônia Em 10.04, o presidente da Polônia, Lech Kaczynski e diversas autoridades do país morreram em um acidente aéreo, durante a aproximação para pouso. • Terremoto na China mata mais de 3.000 pessoas O terremoto do dia 14 de abril matou 2.698 pessoas e 270 ainda estão desaparecidas, disse em coletiva de imprensa o vice-governador da província de Qinghai, Zhang Guangrong, segundo a agência Xinhua. Um terremoto de magnitude 6,9 atingiu uma região remota e montanhosa, e a maioria dos mortos eram de etnia tibetana na devastada cidade de Gyegu. • Erupção de vulcão na Islândia para sistema aéreo na Europa O impronunciável vulcão Eyjafjallajoekull, na Islândia, causou caos aéreo na Europa interrompendo quase a totalidade dos voos por quase uma semana. • Vazamento da BP derramou 780 milhões de litros de petróleo O acidente na plataforma “Deepwater Horizon”, da companhia BP, derramou no Golfo do México cerca de 780 milhões de li tros de petróleo, confirmando que se trata do maior vazamento acidental da história. O volume derramado é o maior da história da indústria petrolífera entre os vazamentos acidentais. O segundo maior é um desastre de 1979, também no golfo do México, quando foram derramados 3,3 milhões de barris após a explosão de uma plataforma da companhia Pemex. O maior de todos foi um derramamento intencional, feito pelas forças iraquianas durante a Guerra do Golfo, em 1991, quando entre 5 milhões e 10 milhões de barris foram despejados no golfo Pérsico. • Lula é eleito um dos líderes mais influentes do mundo O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito pela revista americana “Time” um dos líderes mais influentes do mundo. Lula aparece na lista com 25 nomes ao lado de J.T Wang, presidente da empresa de computadores pessoais Acer, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o presidente americano Barack Obama e Ron Bloom, assessor sênior do secretário do Tesouro dos Estados Unidos.
MAIO • Tentativa de atentado em NY O paquistanês Faisal Shahzad, 30, suspeito de ser o responsável pelo atentado frustrado em Nova York no último sábado (1°.5), foi preso pelas autoridades norte-americanas acusado de “dirigir um carro-bomba em Times Square”, afirmou o FBI (polícia federal dos EUA). Segundo um dos investigadores do caso, Shahzad admitiu ter comprado o carro que usaria no ataque. O paquistanês contou ainda ter agido sozinho e negou qualquer vínculo com grupos radicais de seu país natal. "Ele alegou ter agido sozinho, mas estas afirmações precisam ser investigadas", afirmou o agente que falou sob anonimato. • Conservador David Cameron é o novo primeiro-ministro do Reino Unido e põe fim a 13 anos de gestão trabalhista O líder do Partido Conservador, David Cameron, é o novo primeiro-ministro do Reino Unido. Ele foi até o Palácio de Buckingham para atender ao pedido da rainha Elizabeth 2ª para formar o novo governo, minutos depois de o trabalhista Gordon Brown renunciar ao posto de premiê e encerrar 13 anos de governo trabalhista. • Menino que sobreviveu ao acidente aéreo na Líbia não corre risco de morte; 103 morreram O menino holandês que sobreviveu à queda do Airbus A330 da Afriqiyah Airways, em Trípoli, na Líbia, foi submetido a cirurgias nesta quarta-feira (12) por conta das diversas fraturas que sofreu no acidente e não corre risco de morte, segundo o ministro de Transportes líbio, Mohamed Zidane. No total, 103 pessoas morreram no acidente. • Brasil e Turquia formalizam acordo nuclear com Irã O Irã assinou na manhã desta segunda-feira, ao lado de Brasil e Turquia, o acordo de troca de urânio pouco enriquecido por combustível nuclear negociado neste fim de semana. O documento, um marco nas negociações sobre o controverso programa nuclear de Teerã, ainda é visto com ceticismo por Israel e pelas potências ocidentais. Muitos duvidam que um país como Irã, que desafia as sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e resiste a permitir examinadores internacionais em suas usinas nucleares, vai se ater aos termos do acordo. • ONU convoca Conselho de Segurança para discutir ataque israelense à frota humanitária A Marinha de Israel atacou em 31.05 uma frota de seis embarcações com ativistas pró-palestinos que tentavam furar o bloqueio à faixa de Gaza e entregar suprimentos à região. O governo da Turquia também anunciou que chamou seu embaixador em Israel para consultas em protesto ao ataque israelense. O vice-primeiro-ministro turco, Bülent Arinç, acrescentou que a Turquia suspendeu seus exercícios militares conjuntos com Israel, país com o qual havia criado uma for te relação econômica e militar. ATUALIDADES
29
Atualidades | Banco do Brasil
JUNHO • Copa do Mundo - 11.06.2010 Começa a primeira Copa do Mundo e Futebol em continente Africano. A África do Sul recebeu delegações esportivas de todo o mundo. • Papa pede perdão pela primeira vez pelos padres pedófilos O Papa Bento XVI pediu, pela primeira vez em público, perdão pelos abusos cometidos pelos padres católicos contra crianças, ao concluir, na praça de São Pedro, um difícil ano sacerdo tal, marcado pelos escândalos de pedofilia na Igreja. • Morre aos 87 anos o escritor português José Saramago, Nobel de Literatura em 1998 Morreu nesta sexta-feira (18.06) em Lanzarote (Ilhas Canárias, na Espanha), o escritor português José Saramago, aos 87 anos. Em 1998, Saramago ganhou o único Prêmio Nobel da Literatura em língua portuguesa.
JULHO • Chávez rompe relações com Colômbia e ordena alerta máximo na fronteira O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, rompeu as relações do país com a Colômbia e ordenou “alerta máximo” na fronteira comum. Chávez considerou como "ofensa" e "nova agressão" as denúncias sobre a presença de chefes guerrilheiros em território venezuelano apresentadas na Organização dos Estados Americanos (OEA) pelo Governo colombiano. O presidente venezuelano também chamou seu colega colombiano, Álvaro Uribe, de “belicista”, e disse que o governante do país vizinho atende às ordens da “direita ianque” e se transforma em uma "ameaça à paz" na região. • Avião com 152 a bordo cai no Paquistão Um avião caiu nesta quarta-feira nas colinas ao nor te da capi tal paquistanesa, Islamabad, matando todas as 152 pessoas a bordo. O avião da empresa Airblue ia de Karachi para Islamabad quando caiu nas colinas de Margalla. Imagens da televisão paquistanesa mostraram chamas e fumaça em um monte coberto de neblina, e helicópteros sobrevoando a área. Chovia forte no momento do acidente. Mas ainda não se sabe o que provocou o acidente. O avião, um Airbus A321, levava 146 passageiros e seis tripulantes a bordo. Todos morreram. • Lei de imigração entra em vigor no Arizona sob protestos de ativistas e do Estado A polêmica lei de imigração do Estado americano do Arizona entrou em vigor a meia-noite desta quinta-feira (29.07) sem algumas de suas mais polêmicas partes, bloqueadas na véspera pela Justiça. De um lado, manifestantes contrários ao projeto planejam grandes marchas e vigílias. Do outro, o Estado apela do bloqueio na Corte.
30
ATUALIDADES
• Lula oferece asilo à Sakineh, condenada à morte no Irã O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que não vê necessidade de enviar para o Brasil a mulher condenada à morte por apedrejamento no seu país. Segundo ele, as autoridades do Judiciário iraniano também são contrárias à proposta brasileira. Em entrevista exclusiva à rede de televisão estatal, Ahmadinejad afirmou que o assunto não deve “criar problema algum” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ofereceu asilo político à viúva acusada de adultério e posteriormen te de assassinato.
AGOSTO • Santos assume presidência da Colômbia e deverá reatar relações com Venezuela Depois de uma escalada na tensão entre Venezuela e Colômbia nos últimos dias da presidência de Álvaro Uribe, caberá a seu sucessor Juan Manuel Santos reatar as relações com o país vizinho, em uma iniciativa que interessa aos dois países. No dia 22 de julho, o diplomata colombiano, Luis Alfonso Hoyos, levou à Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, uma série de mapas e fotos que comprovariam a presença de guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) refugiados em território venezuelano. Em resposta, Chávez anunciou imediato rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia. • Inundações no Paquistão deixaram mais desabrigados que a tsunami de 2004 As inundações no Paquistão já deixaram quase 14 milhões de desabrigados, mais que o dobro do número de afetados pela tsunami que devastou o sudeste asiático em 2004, anunciou nesta segunda-feira a ONU. Tanto o governo paquistanês como a ONU pediram um reforço da ajuda de emergência, enquanto o presidente Asif Ali Zardari - questionado pela ausência durante o período de crise - deve retornar ao país ainda nesta segunda-feira, depois de uma viagem por vários países europeus. • Lula assina decreto em favor das sanções contra o Irã O ministro das Relações Exteriores Celso Amorim afirmou na tarde desta terça-feira (10.08) que o Brasil assinou, “contrariado”, um decreto que inclui o país no rol das Nações do Conselho de Segurança das Nações Unidas pelas sanções contra o governo iraniano. “Embora não concordemos. Embora não achemos oportuna. Mas nós concordamos em internalizar a decisão porque somos bons cumpridores da lei internacional”, justificou. Amorim destaca que a decisão não irá afetar as atuais relações comerciais entre Brasil e Irã. O chanceler cita que as únicas ações que devem atingir diretamente o Irã é a impossibilidade de produzir ou importar urânio e a inspeção de navios daquele país em outras nações. Na avaliação do ministro, o acordo firmado entre Brasil, Irã e Turquia em maio deste ano já era uma mostra de que o Irã estava disposto a dialogar.
Atualidades | Banco do Brasil
• Obama declara o fim da guerra no Iraque e afirma que “é hora de virar a página” O presidente norte-americano, Barack Obama, declarou formalmente o fim da operação militar no Iraque afirmando que, após sete anos de guerra e mais de 4.400 “vidas americanas” perdidas, é “hora de virar a página”. Obama discursou nesta terça-feira (31.08) em rede nacional no salão oval da Casa Branca. “Os Estados Unidos pagaram um alto preço para colocar o futuro do Iraque nas mãos de seu povo", afirmou. "Nós persis timos por causa de uma crença que compartilhamos com o povo iraquiano. A crença de que a partir das cinzas da guerra, um novo começo pode ter nascido". Obama lembrou aos americanos que, ao dar a responsabilidade pela segurança do país para os iraquianos, está cumprindo uma promessa feita durante a campanha presidencial.
SETEMBRO • Retomada negociação direta entre Israel e Palestina O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, que haverá concessões dolorosas de ambas as partes" no diálogo direto entre Israel e os palestinos iniciado nesta quintafeira (2.9). Ele também pediu que os palestinos reconheçam Israel como um Estado. Abbas, por sua vez, cobrou do colega israelense a interrupção da expansão dos assentamentos judaicos como um requisito para a paz na região. Também pediu o fim do embargo sobre a faixa de Gaza, controlada pelo Hamas. “Mais uma vez, queremos declarar nosso compromisso com a segurança e colocar fim à incitação (à violência), mas pedimos aos israelenses que interrompam as atividades nos assentamentos e levantem o embargo” em Gaza, disse Abbas. Netanyahu e Abbas se reúnem na sede do Departamento de Estado dos EUA após 20 meses sem negociações diretas. • Grupo separatista basco ETA anuncia cessar-fogo na Espanha O grupo separatista basco ETA afirmou que não vai mais realizar atentados em sua campanha por independência na Espanha. Em um vídeo obtido pela BBC e divulgado neste domingo, o grupo afirma que a decisão foi tomada há meses para "colocar em andamento um processo democrático". O governo espanhol se recusava a negociar com o ETA enquanto o grupo mantinha a luta armada. O ministro do Interior do País Basco afirmou, no entanto, que a declaração é "insuficiente" A campanha violenta do ETA por independência do País Basco levou a mais de 820 mor tes nos últimos 40 anos. Nas últimas décadas, o ETA já havia anunciado cessar-fogo em duas ocasiões, mas nas duas vezes acabou abandonando a iniciativa.
• Petrobras anuncia captção recorde Pouco mais de um ano depois do anúncio, a Petrobras levan tou hoje R$ 120,36 bilhões (US$ 69,97 bilhões) na maior venda de ações já feita no mercado de capitais. A captação supera as ofertas da japonesa NTT (US$ 36,8 bilhões) e do chinês AgBank (US$ 22,1 bilhões). A dez dias da eleição presidencial, a capitalização marca uma nova fase da Petrobras, agora com maior participação do governo. Com valor de mercado alçado para US$ 270 bilhões, a engenharia financeira transforma a estatal brasileira na segunda maior petroleira do mundo, atrás apenas da americana Exxon (US$ US$ 313 bilhões) e à frente da Petro China (US$ 266 bilhões). • Petrobras anuncia captção recorde O guerrilheiro chefe das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Víctor Julio Suárez Rojas, conhecido como Mono Jojoy ou Jorge Briceño Suarez, foi morto em La Macarena, na Colômbia. As informações foram divulgadas pela imprensa colombiana nesta quinta-feira (23.9) e confirmadas pelo ministro de Interior da Colômbia, Germán Vargas. A operação em que o guerrilheiro foi capturado e morto foi realizada pela Força Aérea Colombiana. Mono Jojoy entrou para a guerrilha como um combatente raso, em 1975, e depois se tornou um dos mais importantes. • Rafael Correa é resgatado de hospital por Exército e discursa na sede do governo Um comboio com pouco mais de 30 caminhões militares cheios de soldados armados resgatou, na noite desta quinta-feira (30.9), o presidente do Equador, Rafael Correa, que estava em um hospital cercado por policiais que se rebelaram hoje na capital Quito. Segundo as primeiras informações, militares e policiais trocaram tiros. Logo depois, Correa foi recebido pelos seus ministros de Estado e de seu gabinete, no palácio do governo na capital equatoriana. Sem se intimidar, o presidente foi ao balcão presidencial para falar à multidão que o aguardava na praça em frente ao palácio. Correa pediu um minuto de silêncio pelas vítimas do conflito - ele anunciou que um policial morreu na operação militar para resgatá-lo; com isso seriam dois mortos nos conflitos desta quinta-feira.
OUTUBRO • Autoridades da Hungria evacuam local do vazamento de lama tóxica As autoridades húngaras decidiram evacuar a vila de Kolontár, afetada na segunda-feira pelo grave vazamento de uma subs tância tóxica, diante do risco de rompimento da represa, da qual já vazou 1 milhão de metros cúbicos da "lama vermelha", deixando até o momento sete mortos. • Vargas Llosa ganha Nobel de literatura O peruano Mario Vargas Llosa entrou para a história mundial da Literatura nesta quinta-feira (7.10), ao ser anunciado como vencedor do prêmio Nobel de 2010 – uma condecoração que chega exatamente 20 anos depois de Llosa perder uma eleição presidencial e encerrar sua carreira na política tradicional. ATUALIDADES
31
Atualidades | Banco do Brasil
• Chinês Liu Xiaobo é o vencedor do Nobel da Paz O ativista chinês Liu Xiaobo é o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2010, conforme anunciado em Oslo, na Noruega, nesta sexta-feira (8.10). Liu, um ex-professor de literatura, é o primeiro cidadão chinês a receber o prêmio. Ele passou os últimos 20 anos entrando e saindo das prisões chinesas por defender reformas democráticas. Liu, de 54 anos, foi detido pela primeira vez após os célebres protestos do movimento estudantil na praça da Paz Celestial, em Pequim, em junho de 1989, violentamente reprimidos pelo governo. • Chega ao fim drama dos 33 mineiros chilenos “Simplesmente acabou!”, anunciou o animador no palco da Plaza de Armas, em Copiapó, capital da região do Atacama, no Chile, quando Luis Urzúa, o último dos 33 mineiros resgatados, saiu finalmente da cápsula Fênix após 69 dias soterrado. Logo eclodiu o grito que se tornou famoso em todo o mundo nos últimos dias: "Chi-chi-chi, le-le-le, los mineros de Chile!" A multidão -- cerca de 3 mil pessoas, segundo a TV estatal chilena - começou a agitar freneticamente as bandeiras na praça principal da cidade. Outros começaram um "vuvuzelaço", tocando a plenos pulmões vuvuzelas das cores de bandeira do país: azul, branco e vermelho. • Arquivos militares vazados mostram abusos dos EUA na guerra do Iraque Os Estados Unidos recorreram a práticas de tor tura, execução sumária e crimes de guerra durante suas ações no Iraque, de acordo com os 391.832 documentos militares divulgados nesta sexta-feira (22.10) pelo site WikiLeaks, no maior vazamento de dados secretos da história militar dos EUA. Os arquivos são compostos por fichas SIGACTS ( significant activity ), relatórios de incidentes escritos pelos militares no local, nos quais são descritos atentados, trocas de tiro, prisões e ações de violência contra os civis. • Número de mortos por cólera aumenta no Haiti; para OMS, epidemia não chegou ao auge O número de mortos pela epidemia de cólera que atinge o Haiti subiu para 292 nesta quarta-feira (27.10), segundo os dados mais recentes. De acordo com o governo, pelo menos 500 pessoas foram hospitalizadas nas últimas horas, o que leva a 4.147 o número de infectados no país. Mais cedo, funcionários da Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciaram que a epidemia de cólera ainda não chegou ao auge, advertindo que ainda está longe de ser “contida”. • Terremoto afeta o leste da Indonésia; vulcão Merapi volta a entrar em forte erupção Um terremoto de 6 graus de magnitude foi registrado na costa leste da Indonésia. O epicentro foi localizado no mar, 106 km ao sudeste de Kaimana, na província de Papua Ocidental, a uma profundidade de 50 km.
32
ATUALIDADES
• Morre o ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner O ex-presidente argentino Néstor Kirchner morreu na manhã desta quarta-feira (27.10) aos 60 anos em El Calafate, na província de Santa Cruz, na Argentina. A agência estatal argentina Télam confirmou que a morte foi decorrente de um infarto. • Obama diz que havia material explosivo em aviões e que ameaça de ataque terrorista “é real” O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta-feira (29.10) que os pacotes suspeitos encontrados em aviões na Inglaterra e em Dubai, que se dirigiam para os Estados Unidos, aparentemente continham explosivos. Os pacotes vieram do Iêmen. O presidente fez uma pequena declaração após o país decretar estado de alerta. O Reino Unido também declarou alerta. Obama disse ainda que a ameaça de um ataque terrorista con tra os EUA é "real" e que visava "instituições judaicas" no país. O ataque estaria sendo planejado pela Al Qaeda no Iêmen. Mais cedo, um porta-voz do FBI (Polícia Federal americana) tinha informado que não foram encontraram explosivos nos pacotes e que havia sido descartada a iminência de um ataque. • Dilma é eleita primeira mulher presidente do Brasil Após quatro meses de uma campanha em que temas morais e religiosos ofuscaram propostas concretas sobre temas impor tantes à nação, Dilma Rousseff é eleita a primeira presidente da história brasileira. A candidata petista derrotou o tucano José Serra em um segundo turno em que a abstenção superou os 20 milhões de eleitores.
NOVEMBRO • Vitória republicana pode bloquear política dos EUA em cenário pós-crise A vitória dos republicanos, que nesta terça-feira (3.11) conseguiram arrebatar dos democratas a maioria na Câmara de Representantes, pode provocar uma situação de bloqueio político em Washington. E as consequências podem ser desastrosas para a economia americana, que tenta sair da crise financeira. A oposição assumiu o controle da Câmara, com a ajuda dos independentes que ajudaram a colocar o presidente Barack Obama na Presidência, e arrebatou pelo menos 52 cadeiras dos democratas, mais do que as 39 que precisavam para conquistar o controle da Câmara de Representantes (435 congressistas). No entanto, não conseguiu as 10 que precisava para replicar a façanha no Senado (100 cadeiras). • Nobel da Paz Aung San Suu Kyi é libertada em Mianmar Depois de quase duas décadas vivendo em prisão domiciliar, a líder da oposição em Mianmar Aung Suu Kyi, símbolo da dissidência à junta militar, foi libertada neste sábado (13.11). A condenação de 18 meses de prisão domiciliar, que a vencedora do Nobel da Paz em 1991 encerra hoje, é a última de uma longa série de punições.
Atualidades | Banco do Brasil
• Príncipe William dá a Kate anel de noivado que pertenceu a Diana O príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, deu à namorada de longa data, Kate Middleton, um anel de noivado que pertenceu a sua mãe, a princesa Diana -anunciou nesta terça-feira a Clarence House, a residência oficial do príncipe Charles da Inglaterra. O casal, que se conheceu na universidade, namora há oito anos. • Tumulto em ponte deixa centenas de mortos no Camboja Pelo menos 378 pessoas morreram após um tumulto em uma ponte de Phnom Penh, capital do Camboja, na noite desta segunda-feira (22.11), durante as celebrações do fim do Festival da Água, segundo informações do governo do país. De acordo com o porta-voz do governo, Phay Siphan, o número de vítimas ainda pode subir e não há informações de que haja es trangeiros entre as vítimas. • Coreias trocam acusações após ataque em ilha que deixou dois mortos O Ministério da Defesa da Coreia do Sul disse nesta terça-feira (23.11) que o disparo de projéteis efetuado pela Coreia do Norte e que deixou no mínimo dois mortos foi uma violação clara do armistício entre os dois países, e que o governo norte-coreano havia planejado os ataques intencionalmente. "Esse é um ataque intencional e planejado... e é claramente uma violação do armistício", disse Lee Hong-ki, autoridade do Ministério da Defesa, a jornalistas. Já o presidente sul-coreano Lee Myungbak disse que o ataque da Coreia do Norte é imperdoável. "Ataques indiscriminados contra civis são imperdoáveis, também em um sentido humanitário", disse. • Wikileaks torna público documentos Cerca de 250 mil documentos diplomáticos confidenciais do Departamento de Estado dos Estados Unidos começaram a chegar a público desde 28 de novembro, divulgados pelo site WikiLeaks, revelando detalhes da política externa americana. As informações também são entregues a cinco grandes veículos de imprensa do mundo, entre eles o americano "The New York Times", o francês "Le Monde", e o britânico "The Guardian". O conteúdo dos documentos diplomáticos secretos revela uma visão pouco amistosa dos EUA com relação a alguns países e líderes mundiais.
DEZEMBRO • Fundador do WikiLeaks é preso no Reino Unido O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, foi preso nesta terça-feira (7.12) em Londres pelas autoridades britânicas, segundo a polícia local. A prisão aconteceu depois que o Reino Unido recebeu uma ordem europeia de detenção emitida pela Promotoria da Suécia. Assange se apresentou a uma delegacia de polícia em Londres e foi levado à corte de Westminster ainda hoje, segundo a polícia. Assange, 39 anos, é procurado na Suécia para ser ouvido por acusações de crimes sexuais.
2011 O ano inicia sob o impacto de grandes mudanças. A Revolta árabe, a recuperação econômica, a tragédia no Japão e a morte de Osama Bin Laden anunciam um intenso ano.
JANEIRO • Economia dos EUA emite sinais de recuperação Indicadores mostram que os EUA podem ter voltado a crescer em ritmo maior que o esperado. Em dezembro, a produção industrial americana registrou a 17ª alta consecutiva, e as vendas da maior montadora, a General Motors, cresceram 7,5%. Estima-se que o PIB cresça ate 4%, mas o desemprego de 9,8% ainda é um risco para a retomada. • Atirador mata seis e fere deputada nos EUA Uma deputada do Partido Democrata foi gravemente ferida com um tiro na cabeça ontem em Tucson, no Arizona, em um aten tado que matou pelo menos cinco pessoas e feriu dez. O atirador, Jared Lee Loughner, de 22 anos, abriu fogo com uma pis tola durante reunião da parlamentar com eleitores em um supermercado. Morreram na ação um juiz federal e uma menina de nove anos. A hipótese mais forte é a de crime político. • Hizbollah sai, e governo libanês é desfeito O grupo xiita Hizbollah e aliados anunciaram ontem a saída da coalizão de governo do Líbano, jogando por terra o gabinete de unidade formado havia 14 meses e gerando temor de novo período de instabilidade política e conflitos sectários no país. A decisão foi causada pela resistência do premiê Saad Hariri em desautorizar o tribunal da ONU que deve indiciar integran tes do Hizbollah por atentado que matou, em fevereiro de 2005, o seu pai, o ex-premiê Rafik Hariri. A deterioração da situação política do Líbano ocorre no momento em que o Brasil se prepara para assumir a força naval da missão da ONU baseada no sul do país -a Unifil, cujo obje tivo é evitar conflitos com o vizinho Israel. O projeto, o mais importante do Brasil depois do Haiti, prevê o envio de embarcações militares e cerca de 200 homens à região e visa elevar a projeção global brasileira. • Países ricos fazem oferta de mão de obra ao Brasil Com a falta de mão de obra no Brasil e a crise no mundo rico, governos e entidades de classe do exterior têm contatado empresários e associações brasileiros para oferecer trabalhadores. O Ministério do Desenvolvimento faz a intermediação de alguns desses encontros. A fila de espera para entrar no país, sobretudo no setor de construção, inclui americanos, espanhóis, italianos, portugueses e ingleses. • Separação do Sudão recebe aval de 99% em referendo Cerca de 99% dos sudaneses do sul votaram a favor de sua separação do secessão, aponta a apuração oficial do referendo que foi realizado na semana passada. ATUALIDADES
33
Atualidades | Banco do Brasil
• Protesto contra ditador deixa 3 mortos no Egito Inspiradas pelo levante na Tunísia, multidões tomaram as ruas das principais cidades do Egito para reivindicar a saída do ditador Hosni Mubarak. A onda de protestos deixou três mortos. Mubarak está no poder há três décadas. Manifestações foram convocadas em parte via Facebook e Twitter. Segundo a TV Al Jazeera, 30 mil pessoas participaram de pro testos em Cairo e Suez, apesar de o governo ter cor tado celulares e bloqueado sites na internet. Os maiores protestos em 30 anos ocorreram depois de onda de autoimolações similar à que derrubou a ditadura tunisiana. • Novos protestos no Egito O Egito viveu ontem (28.01) os maiores protestos políticos em 30 anos. O ditador Hosni Mubarak, no poder há três décadas, mandou o Exército para as ruas e decretou toque de recolher. No fim do dia, anunciou a dissolução de seu gabinete, mas afirmou que fica no poder. O governo cortou internet e telefone, mas não conseguiu evitar os protestos.
FEVEREIRO • Acuado, ditador egípcio quer prazo para sair Sob forte pressão interna e externa após oito dias de revolta popular, o ditador egípcio Hosni Mubarak, 82, anunciou, em rede nacional, que não tentará a reeleição, relata Samy Adghirni. Ele prometeu antecipar o pleito, marcado para setembro, mas não deve aplacar a rebelião. Parte da multidão, que viu por telão, reagiu exibindo a sola do sapato, ofensa no mundo árabe. • Número de obesos dobra no mundo em 28 anos A obesidade mundial duplicou em 28 anos, segundo estudo da “Lancet”. De 1980 a 2008, 0 numero de homens com índice de massa corporal acima de 30 (que indica sobrepeso) passou de 5% para 10%, e o de mulheres, de 8% para 14%. O ideal é ter IMC entre 20 e 24,9. No Brasil, o índice médio, que era de 23 para homens e de 24 para mulheres, foi a 26 para ambos. No mundo rico, os maiores IMCs estão nos EUA (28); os menores, no Japão (24 para homens e 22 para mulheres). • Em 18 dias de protestos, egípcios derrubam ditador Em 11.02, depois de 18 dias de intensos protestos, Hosni Mubarak, 82, renunciou ao poder que exerceu no Egito por quase 30 anos. A população comemorou tomando as ruas de todo o país, subindo em tanques e abraçando soldados. Coube ao vice Omar Suleiman anunciar que o governo seria assumido pelo Conselho Militar Supremo, liderado pelo marechal Mohamed Hussein Tantawi, ministro da Defesa. • Conflito no Bahrein e na Líbia Confrontos entre opositores e grupos pró-governo da Líbia deixaram ao menos 20 mortos em quatro cidades. Muammar Gaddafi, há mais de 40 anos no poder, mobilizou até atiradores de elite para conter protestos. Na capital, Trípoli, partidários de Gaddafi se reuniram em apoio ao ditador. No Bahrein, sete morreram desde segunda. Os militares ocuparam a praça da Pérola.
34
ATUALIDADES
• Cresce repressão na Líbia O governo da Líbia intensificou a repressão aos protestos, bloqueou a internet, proibiu o acesso da mídia internacional e aumentou o isolamento do país. A emissora estatal ignora as manifestações, e o sinal da TV Al Jazeera foi cortado. O número de mortes nos últimos quatro dias subiu para ao menos 84, segundo estimativas de entidades de direitos humanos feitas por meio de telefone. • Revolta cresce na Líbia; Guerra Civil é iminente Em mais um dia de violência na Líbia, Saif el Islam, filho do ditador Muammar Gaddafi, ordenou às forças de segurança que restaurem a ordem "a qualquer custo". Prometeu ampla reforma e propôs nova Constituição e mais autonomia a regiões do país. A alternativa, afirmou, é a "guerra civil", relata Marcelo Ninio. Pela primeira vez, há relatos de distúrbios na capital do país, Trípoli. Em discurso pela TV, o ditador líbio, Muammar Gaddafi, disse que não deixará o país e que morrerá como "mártir", se for necessário. No poder desde 1969, Gaddafi conclamou partidários a resistir aos “ratos e mercenários” que tentam derrubálo. “Muammar não é presidente para renunciar, Muammar é o líder da revolução para sempre”, disse. Relatos indicam que todo o leste da Líbia está sob controle de forças opositoras. • Cercado, Gaddafi ameaça fornecimento de petróleo No terceiro discurso desta semana, o ditador líbio, Muammar Gaddafi, recorreu ao seu maior trunfo para tentar reaver o con trole do país: ameaçou cortar o fornecimento de petróleo. A Líbia é o 11º maior exportador mundial da commodity, respondendo por 1,5% do comércio global. • EUA anunciam sanção à Líbia O governo norte-americano se adiantou à ONU e anunciou a suspensão das atividades de sua embaixada em Trípoli e a adoção de sanções unilaterais contra o país de Muammar Gaddafi. Entre as medidas está o congelamento dos ativos do ditador nos EUA, de quatro de seus nove filhos e de altos funcionários do governo. A União Europeia deve ter sanções semelhantes e embargo à venda de armas. • Pressionada, ONU anuncia sanção à Líbia O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade na noite de ontem sanções contra a Líbia que preveem embargo à venda de armas para o país, congelamento de bens e proibição de viagens para Muammar Gaddafi e seus parentes. O órgão solicita ainda que o ataque das forças pró-ditador a manifestantes seja investigado pelo Tribunal Penal Internacional, em Haia. • Oscar 2011 O filme "O Discurso do Rei" levou o Oscar de melhor filme des te ano. Apesar de ter ganhado o principal prêmio da noite, a produção saiu com apenas quatro estatuetas. Além do Oscar de filme, ganhou ainda roteiro original, diretor (Tom Hooper) e ator (Colin Fir th). "A Origem", que não estava entre os favoritos, também ficou com quatro prêmios: fotografia, mixagem de som, edição de som e efeitos visuais. Mas eles são considerados "menores" por serem técnicos.
Atualidades | Banco do Brasil
Já “A Rede Social”, considerado o principal concorrente de “O Discurso do Rei”, ficou com três prêmios: roteiro adaptado, trilha sonora e montagem. Natalie Portman venceu o único prêmio de “Cisne Negro”. Era considerada a favorita. As categorias de ator e atriz coadjuvante ficaram com o prêmio “O Vencedor”, para os atores Christian Bale e Melissa Leo. “Toy Story 3” ganhou como melhor animação e canção original. “Bravura Indômita” se destacou por ter sido indicado a dez prêmios e não levado nenhum. Anunciada pelo diretor Steven Spielberg, a categoria filme era disputada ainda por “Minhas Mães e Meu Pai”, “127 Horas” e “Inverno da Alma”.
MARÇO • 140 mil escapam da Líbia O caos na fronteira da Líbia levou a ONU a classificar a situação dos refugiados como a "ponto de crise". Cerca de 140 mil pessoas (2% da população) teriam deixado o país em direção ao Egito e à Tunísia, fugindo do confronto entre rebeldes e tropas de Gaddafi. O ditador tentou retomar algumas áreas, mas não conseguiu. No porto de Ras Jedir (Tunísia), milhares de pessoas se amontoavam. • Gaddafi intensifica ataque contra população O governo Gaddafi intensificou o contra-ataque para se manter no poder na Líbia. Caças bombardearam Brega, cidade tomada pelos rebeldes no leste do país, num quadro de virtual guerra civil. A oposição resiste. O ditador disse na TV que a Líbia terá uma guerra sangrenta. "Milhares e milhares irão morrer se EUA ou Otan interferirem." Ele afirmou que vai "enfiar os dedos nos olhos" de quem duvida da soberania do país. • Brasil já é o 7º maior PIB O Produto Interno Bruto (soma das riquezas nacionais) do Brasil cresceu 7,5% em 2010, a maior taxa desde 1985. O resul tado tornou o país a sétima economia do mundo, superando a Itália. Desde o segundo semestre, porém, o país pisou no freio; projeções apontam índice abaixo de 4% em 2011. Para evitar a alta da inflação, os juros vêm subindo e o governo anuncia intenção de gastar menos, medidas que reduzem o crescimento. • Gaddafi retoma polo petrolífero que estava com rebeldes líbios Os pesados ataques militares do ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, expulsaram oposicionistas do polo petrolífero de Ras Lanuf. Pânico era o sentimento entre os rebeldes, informa o enviado Marcelo Ninio. A cidade de Brega também foi alvo de ataques, indicando escalada governista rumo ao leste. Os rebeldes líbios criticaram “a inação internacional”.
• Terremoto seguido de Tsumani devasta nordeste do Japão O Japão sofreu o maior terremoto de sua história. Com magni tude de 8,9, foi o mais intenso tremor no mundo desde o tsunami que matou 200 mil na Indonésia, em 2004. O sismo principal, às 14h46 (hora local), foi seguido de 70 tremores. Ondas de até 12 m arrasaram o nordeste da ilha, mas o preparo do país para lidar com tremores ajudou a reduzir o número potencial de vítimas fatais. Mais de 10.000 pessoas estão desaparecidas; Estado confirma a morte de mais de 7.000 pessoas • Vazamento nuclear ameaça Japão O vazamento de radiação da usina de Fukushima, no norte do Japão, já é considerado um dos piores acidentes nucleares da história. Numa escala crescente que vai de 1 a 7, o acidente atingiu nível 4, ou seja, capaz de provocar “consequências de alcance local”, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica. Cerca de 170 mil pessoas foram retiradas ontem da região da usina. • Japão vive pior ameaça desde a 2ª Guerra Mundial Dois dias depois do mais forte terremoto da história do Japão, o primeiro-ministro, Naoto Kan, afirmou que o país enfrenta sua maior crise desde o fim da Segunda Guerra Mundial. As autoridades ainda não têm a dimensão real da tragédia: o número oficial de mortos chegou a 1.800, mas há 10 mil desaparecidos só em Minami-Sanriku, cidade costeira varrida pelo tsunami que se seguiu ao tremor. • Japão: Risco de catástrofe nuclear Sob ameaça de catástrofe nuclear, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, fez informe na TV sobre o agravamento da situação na usina Fukushima 1. Duas novas explosões atingiram os reatores 3 e 2. O número 4, que não tinha problemas, pegou fogo _depois controlado. Técnicos da usina começaram a ser retirados. O governo estendeu o perímetro de segurança de 20 km para 30 km e pediu que os moradores nesse raio fiquem em casa e busquem proteção. • Contra protestos, forças sauditas ocupam Bahrein A pedido da família real do Bahrein, que é sunita, mais de 150 blindados, mil soldados sauditas e 500 policiais dos Emirados Árabes Unidos entraram no país para conter os pro testos da maioria xiita, que pede democracia e a saída do rei. Opositores vêem ocupação militar e temem guerra não declarada. • Japão: 50 heróis tentam evitar uma tragédia maior Um grupo de cerca de 50 técnicos da usina de Fukushima 1 é a derradeira esperança do governo japonês para evitar o derretimento de urânio de reatores, danificados após o tsunami da semana passada. O receio é que haja grande vazamento de combustível. Ontem, a radiação perto da usina diminuiu, mas novos incêndios começaram em dois reatores. Em cidades próximas, houve fuga de moradores. Longas filas se formaram com pessoas preocupadas em testar seus níveis de contaminação. O medo chegou a Tóquio, após níveis de radiação terem sido detectados na capital japonesa. ATUALIDADES
35
Atualidades | Banco do Brasil
A União Europeia anunciou que testará a segurança de todas as suas usinas. Nos EUA, o presidente Barack Obama prometeu não abandonar a energia nuclear. Pelo segundo dia seguido, a Bolsa de Tóquio despencou -desta vez, 10,5%, a maior queda desde a crise financeira de 2008. Também caíram diversas Bolsas europeias. • Japão: país pode ter se movido 4 m para o leste A costa do Japão pode ter se movido cerca de 4 m para leste após o terremoto de magnitude 8,9 que atingiu o país na última sexta-feira, afirmaram especialistas. Dados da rede japanesa Geonet - recolhidos de cerca de 1,2 mil estações de monitoramento por satélite - sugerem que houve um deslocamento em grande escala após o terremoto. Roger Musson, da agência geológica britânica (BGS, na sigla em inglês), disse á BBC que o movimento ocorrido após o terremoto era "compatível com o que acontece quando há um terremoto deste porte". O terremoto provavelmente mudou o equilíbrio do planeta, movendo a terra em relação a seu eixo em cerca de 16.5 cm. O tremor também aumentou a velocidade da rotação da Terra, diminuindo a duração dos dias em cerca de 1.8 milionésimos de segundo. • Obama no Brasil: exportações é a principal pauta O aumento das exportações americanas para o Brasil é peça essencial para a recuperação da economia dos Estados Unidos e principal objetivo da viagem do presidente Obama ao país, afirmou ontem a Casa Branca. “Essa viagem é fundamentalmente a respeito da recuperação econômica americana e exportações americanas”, disse o viceconselheiro de segurança nacional Mike Froman, responsável por assuntos econômicos internacionais. “As exportações para o Brasil geram 250 mil empregos nos EUA; metade da população do Brasil é hoje considerada classe média e isso cria uma grande oportunidade para nós vendermos nossos produtos lá.” No entanto, a meta de aumentar ainda mais as vendas de produtos americanos para o Brasil pode gerar atritos com o governo brasileiro. A interlocutores, a presidente Dilma Rousseff já manifestou preocupação com o deficit comercial que o Brasil mantém com os EUA --de US$ 7,731 bilhões em 2010, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento. Trata-se do maior deficit comercial que o Brasil tem com um país. Em 2006, o Brasil tinha superavit de US$ 9,87 bilhões com os EUA. • Japão: contaminação é extrema, dizem EUA A principal autoridade norte-americana na área de energia nuclear, Gregory Jaczko, disse ontem que a radiação liberada pela usina Fukushima 1 é “extremamente alta”. A avaliação foi feita após incêndio no reator 4 da usina -que, embora inativo, contém varetas de urânio usadas como combustível.O número oficial de mortos pelo tsunami chegou a 4.314. Com o pânico chegando à capital, Tóquio, o imperador Akihito tomou a atitude inédita de ir à TV falar ao povo. Pediu “esperança”.A China anunciou a suspensão da construção de novas usinas até que estejam em prática novas normas de segurança. Já a Espanha anunciou a checagem de todos os seus reatores.
36
ATUALIDADES
• Obama no Brasil: histórica Cinelândia Nos anos 60 do século passado, a Cinelândia (região em torno da praça Marechal Floriano Peixoto) passou a abrigar importantes manifestações. Em 23 de agosto de 1963, em comício do qual participava o presidente João Goulart, José Serra (que presidia a UNE) criticou as ameaças de intervenção em São Paulo e na Guanabara, cujos governadores articulavam um golpe. Da Cinelândia também saiu a Passeata dos Cem Mil, ato contra o regime militar realizado em 1968. Na campanha das DiretasJá, em 1984, duas grandes caminhadas saíram da Candelária até a praça Floriano: uma em 16 de fevereiro, com 60 mil pessoas, e outra em 21 de março, que reuniu 200 mil. Com a vitória de Leonel Brizola na eleição para governador, em 1982, o local virou um reduto de seus adeptos. Na eleição presidencial de 1989, Brizola reuniu ali 150 mil pessoas. Em 1998, quando foi candidato a vice-presidente na chapa de Lula, os dois fizeram ali o último comício da campanha. • Commodities: EUA vão absorver maior parte do Pré-Sal Principal destino das exportações brasileiras de petróleo, os Estados Unidos não negociam um acordo formal de suprimento do produto a longo prazo com a Petrobras, mas o país absorverá provavelmente a maior parte do óleo a ser produzido no pré-sal. Segundo o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, os EUA já recebem de 55% a 60% do petróleo exportado pela Petrobras --cujo volume médio, em 2010, chegou a 500 mil barris/dia. Para Costa, o país é um “mercado natural” para o óleo brasileiro, pois a Petrobras consegue colocar o produto lá a um custo mais competitivo. Isso porque, diz, o frete é mais barato do que para outros grandes mercados de exportação da estatal, como o chinês e o indiano. Indagado se há tratativas entre a empresa e os EUA para firmar um acordo similar ao fechado com a China para fornecimento de óleo, Costa disse que não há negociações em curso nesse sentido. • ONU aprova uso de força contra Gaddafi, Brasil se abstém A resolução apresentada pela França, Reino Unido, EUA e Líbano defendendo a implementação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia foi aprovada hoje no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Também foram aprovadas “todas as medidas necessárias para defender os civis” no país, exceto uma invasão por terra. A criação dessa zona autoriza o abate de aviões do ditador líbio, Muammar Gaddafi, que decolarem para atacar tropas opositoras. Em outras palavras, a ONU liberou o uso da força militar para que a resolução seja respeitada. A medida endurece ainda o embargo e as sanções contra Gaddafi, seus familiares e círculo mais próximo de colaboradores implementadas no mês passado. Bens e fundos de investimento do ditador e sua família na Suíça e na União Europeia já haviam sido congelados semanas atrás. A resolução foi aprovada por dez votos a favor, nenhum contra e cinco abstenções, entre elas a Rússia e a China, que detêm poder de veto. O Brasil se absteve da votação.
Atualidades | Banco do Brasil
• Obama diz que EUA tem apreço ao Brasil no CS da ONU Em sua primeira visita ao Brasil, iniciada ontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, manifestou “apreço à aspiração” da diplomacia brasileira de ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Mas a declaração ficou aquém do que esperava o Itamaraty: apoio categórico.
• Brasil defende saída de Gaddafi O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou ontem que o governo brasileiro espera uma "transição benigna na Líbia" e que a duração da crise política no país é "imprevisível". Desde o início do conflito líbio, é a primeira vez que uma manifestação do Itamaraty aponta para a saída do ditador Muammar Gaddafi, no poder desde 1969.
“O presidente Obama manifestou apreço à aspiração do Brasil de tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança”, diz o comunicado conjunto dele e da presidente Dilma Rousseff. A diplomacia brasileira chegou a comparar cada palavra do comunicado com a frase proferida pelo mandatário em sua visita à Índia em novembro do ano passado, quando concedeu apoio mais explícito à mesma pretensão daquele país.
• OTAN reforçará ataques contra Líbia EUA, França e Reino Unido, líderes da coalizão que promove intervenção na Líbia, chegaram ontem a um acordo sobre a participação da Otan (aliança militar ocidental) nas operações, reforçando a ofensiva contra o ditador Muammar Gaddafi. Para evitar um racha, deixaram em aberto, no entanto, a questão de a aliança militar comandar ou não a operação -a Turquia, um país muçulmano como a Líbia e membro da Otan, é contra. Por ora, a logística da aliança (centros de comando e operações), além de equipamentos militares, deverá ser usada, mas os EUA continuam na chefia da ação. O presidente Barack Obama teme prejuízos à sua imagem com mais uma guerra -além de Iraque e Afeganistão. Ontem, no entanto, uma pesquisa da rede CBS mostrou que 50% dos americanos apoiam a ação militar e apenas 29% são contra.
“Nos próximos anos, os Estados Unidos esperam ver um Conselho de Segurança da ONU reformado que inclua a Índia como membro permanente”, disse, à época. De qualquer forma, a declaração de ontem foi a sinalização mais forte até aqui de Washington sobre o tema. • Coalização inicia ataque contra Gaddafi A coalizão formada por EUA, França e Reino Unido e aliados iniciou ontem a operação militar contra forças do ditador Muammar Gaddafi para impor zona de exclusão aérea na Líbia e deter ofensiva contra os rebeldes líbios. O primeiro ataque foi realizado por volta das 13h45 (horário de Brasília) por um caça da Força Aérea francesa e alvejou um veículo militar líbio nos arredores de Benghazi, o principal bastião rebelde. Logo depois, a operação foi reforçada pelos disparos de embarcações americanas e de um submarino do Reino Unido no mar Mediterrâneo. E, nas primeiras horas de hoje (horário local), aviões britânicos realizaram terceira onda de bombardeios, em Trípoli. As forças de Gaddafi reagiram disparando baterias de artilharia antiaérea. O Departamento de Estado americano disse que foram disparados mais de 110 mísseis de cruzeiro Tomahawk contra pelo menos 20 alvos. Os disparos danificaram "severamente" as defesas líbias, segundo Washington. A França colocou em operação 20 aviões militares para patrulhar área de 100 km por 150 km em Benghazi. Não havia relato de operação aérea americana até o fechamento desta edição. Participam ainda da coalizão Canadá, Itália e outros. Os árabes Qatar e Emirados Árabes Unidos também deverão participar de ações. O texto aprovado pela ONU não prevê invasão por terra do país. • Ditador do Iêmen ameaça guerra civil O ditador do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, 65, há 32 anos no poder, descartou sua renúncia imediata, pedida por milhares de manifestantes, e afirmou que o país entrará em guerra civil se ele for forçado a abandonar o cargo.
• Água da torneira de Tóquio apresenta radiação Autoridades do Japão detectaram ontem níveis de radioatividade acima do normal na água de torneira que abastece Tóquio e recomendaram que crianças de até um ano, na capital e em cidades adjacentes, não a bebam. O anúncio fez crescer a ansiedade no país quanto aos riscos do vazamento nuclear na usina Fukushima 1, consequência da combinação de tremor e tsunami que atingiu o país em 11 de março e já deixou pelo menos 9.500 mortos e 16 mil desaparecidos. Análise da água constatou a presença de 210 becquerels de iodo-131 por litro, abaixo do limite recomendado para adultos (300 por litro), mas bem acima do estipulado para crianças (100 por litro). O becquerel é uma medida da radiação nos materiais, diferente do sievert, que mede sua absorção pelos seres humanos. O nome homenageia o físico francês AntoineHenri Becquerel (1852-1908), considerado um dos descobridores da radioatividade. Alguns especialistas suspeitam que, após o vazamento em Fukushima 1, o iodo-131 tenha chegado à água de Tóquio, a 250 km de distância, devido às chuvas; para outros, é o vento que tem feito a radiação se espalhar. A exposição prolongada ao iodo-131 eleva o risco de câncer na tireoide, mas tanto autoridades do Japão quanto especialistas dizem que a advertência sobre a água é preventiva e que não há perigo, mesmo para crianças, em consumi-la ocasionalmente ou tomar banho com ela. • Brasil vota contra Irâ por Direitos Humanos na ONU Pela primeira vez em oito anos, o Brasil votou ontem contra o Irã em um organismo da ONU, o Conselho de Direitos Humanos. O conselho aprovou por 22 votos a favor, 7 contra e 14 abstenções a designação de um relator especial para investigar denúncias de violações de direitos humanos no país.
ATUALIDADES
37
Atualidades | Banco do Brasil
• Regime Sírio abre fogo contra opositores Pelo menos 25 pessoas foram mortas ontem pelas Forças Armadas após protestos, que se espalharam pelo país. Ditador Assad retirou jornalistas da região sul, a mais conturbada, e proibiu a entrada da imprensa estrangeira. No dia em que se espalharam os protestos na Síria, o governo do ditador Bashar Assad ordenou às Forças Armadas que abrissem fogo contra os manifestantes. Pelo menos 25 pessoas morreram. Desde o início dos protestos, há nove dias, ao menos 55 pessoas foram mortas pela repressão estatal somente em Deraa, no sul, onde os atos se concentram, segundo a ONG de direitos humanos Anistia Internacional. Há relatos não confirmados de que o número de mortos pode passar de cem. Ontem, no entanto, os protestos ocorreram em diversas partes do país. Houve marchas pedindo a renúncia de Assad em ao menos cinco grandes cidades, inclusive na capital, Damasco. Os relatos divulgados ontem sobre a situação no país eram pouco precisos e se baseavam em informações repassadas por ativistas opositores, já que o governo retirou todos os jornalistas da região e vem barrando a entrada da imprensa estrangeira. O novo ataque das Forças Armadas aos protestos veio um dia depois de o governo acenar com maiores liberdades políticas e aumentos salariais. As medidas tentavam minimizar a revolta popular após a execução de pelo menos 37 manifestantes na última quarta-feira, ocorrida numa operação militar em uma mesquita. Ontem, os disparos do Exército mataram ao menos 20 pessoas perto de Deraa, segundo a TV Al Jazeera. Em Damasco, a polícia também atirou contra manifestantes e matou ao menos duas pessoas. Centenas de manifestantes tentaram marchar pelo centro da capital durante o dia, mas foram dispersados pela polícia. Marchas pró-governo, no entanto, com buzinaços e cartazes com a foto do presidente, foram permitidas. No poder desde 2000, Assad sucedeu o pai, Hafez Assad, que assumiu o comando da Síria de 1971. Há relatos de que estátuas de Assad pai foram derrubadas. A onda de protestos, inspirada nos movimentos populares árabes iniciados em janeiro, é a maior ameaça ao regime da família Assad desde 1982, quando o governo matou 10 mil manifestantes numa revolta islâmica. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu "máxima contenção" ontem em uma conversa telefônica com Assad. Um porta-voz da Casa Branca afirmou que os EUA estão "profundamente preocupados" com a repressão e a intimidação sofridas pelos cidadãos da Síria. • OMC decide a favor do Brasil em disputa com EUA sobre suco de laranja A Organização Mundial do Comércio (OMC) decidiu nesta sextafeira (25.03) que algumas taxas antidumping impostas pelos Estados Unidos sobre as importações de suco de laranja produzido no Brasil violam as leis do comércio internacional. Em uma demanda apresentada à OMC em 2008, o Brasil denunciou o método utilizado pelos americanos para classificar as exportações de suco de laranja brasileiro como dumping. O dumping é a cobrança de valores abaixo dos de mercado para sabotar a concorrência. Os EUA consideravam que o Brasil estaria fazendo essa prática desleal de comércio.
38
ATUALIDADES
• AIEA vê crise nuclear “longe de acabar” O chefe da AIEA (agência nuclear da ONU), o japonês Yukiya Amano, afirmou ontem que a situação de emergência na usina de Fukushima está “longe de acabar”. Ele disse que as autoridades não sabem se os núcleos dos reatores e o combustível usado armazenado neles receberam água suficiente para serem resfriados. Porém Amano chamou de “indícios positivos” a recuperação de par te do abastecimento de energia elétrica da usina. O especialista afirmou que os esforços na usina poderão durar mais semanas -se não meses-, dada a extensão dos danos à instalação. O porta-voz do governo, Yukio Edano, disse que a situação “não está piorando”, mas que ainda “não é hora para previsões”. Ontem, a Agência Japonesa de Segurança Nuclear e Industrial informou que o nível de radioatividade na água do mar no entorno de Fukushima estava elevado. Exames feitos anteontem indicaram, de acordo com a agência, que a presença de iodo radioativo no mar da região se encontrava 1.250 vezes acima do normal. • MERCOSUL completa 20 anos Bloco eleva comércio entre sócios nas últimas décadas, porém não consegue resolver as anomalias aduaneiras. Projeto de moeda única está abandonado, mas um fundo mantido por Brasil e Argentina visa sanar alguns problemas. O Mercosul fez 20 anos anteontem como um bloco ainda incompleto, mas cujo comércio, nestas duas décadas, cresceu 1.000%. Marcado por uma clara inflexão à esquerda, que se reflete em uma integração política e social muito mais estável que a econômica, o bloco também não resolveu seu principal problema, as anomalias aduaneiras. No Mercosul previsto pelo Tratado de Assunção, de 1991, seria impensável a adoção de barreiras protecionistas como as de seus sócios. Não houve também a constituição de um regime jurídico único, e o grupo previsto para resolver controvérsias comerciais ainda não funciona plenamente. Isso sem falar na criação de uma moeda única, tratada muitas vezes como prioridade, que parece ainda mais distante por causa das diferenças entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. “O Mercosul tem um problema de crescimento”, diz Antônio Simões, subsecretário-geral de América do Sul do Itamaraty. “O crescimento é silencioso, mas os problemas são ruidosos.” Apesar de o comércio intrabloco ter se expandido de R$ 7,5 bilhões em 1991 para R$ 74,7 bilhões no ano passado (dos quais R$ 54,8 bilhões são entre Brasil e Argentina), com a economia dos sócios crescendo a uma média anual de chineses 8%, a integração política e social é enaltecida como o grande triunfo do Mercosul. • Lula, Dilma e multidão se despedem de Alencar Demonstrando muita emoção e cansaço com a viagem de volta de Portugal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff despediram-se juntos ontem de José Alencar, vice de Lula durante seus oito anos de mandato e principal fiador político de sua eleição em 2002. Em cerimônia com honras fúnebres de chefe de Estado no Palácio do Planalto, o corpo de José Alencar foi visto por mais de 8.100 pessoas, segundo o último balanço da Presidência da República.
Atualidades | Banco do Brasil
ABRIL • Gangues contra gays, negros e nordestinos em SP Eles são jovens, com idades entre 16 e 28 anos. Têm ensino fundamental e médio. Pertencem, em sua maioria, às classes C e D. Usam coturnos com biqueiras de aço ou tênis de cano alto, jeans e camisetas. São brancos e pardos -negros, não. Cultuam Hitler, suásticas e o número 88. A oitava letra do alfabeto é o H; HH dá “Heil, Hitler”, a saudação dos nazistas. Consomem baldes de álcool. As outras drogas têm apenas uso marginal. Ostentam tatuagens enormes em que se leem "Ódio", "Hate", ou "Ame odiar". A propósito, odeiam gays e negros. São de direita. Gostam de bater, bater e bater. E de brigar. O perfil dessa turma, auto-denominada skinheads por influência do movimento surgido na Inglaterra durante os anos 1960, quem traçou foi a Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), da Polícia Civil do Estado de São Paulo. No total, a Decradi já identificou 200 membros de 25 gangues com nomes como Combate RAC (Rock Against Communismrock contra o comunismo, em português) e Front 88 (sempre o 88). São integrantes desses grupos que aparecem com mais frequência como agressores de negros, gays e em pancadarias entre torcidas organizadas, quando encarnam a faceta "hooligan". Também a exemplo do que ocorre na Europa, skinheads são especialistas em quebra-quebra entre torcedores. “FAIXA DE GAZA” A delegada Margarette Correia Barreto, titular da Decradi, é quem lidera o esforço de identificação dessas gangues. Atualmente, na delegacia, há 130 inquéritos envolvendo os "crimes de ódio"motivados por preconceito contra um grupo social. “O alcance e a repercussão desses ataques, entretanto, é muito maior do que em um crime comum. Se um homossexual é atingido, todo o grupo sente-se atingido", exemplifica a delegada do Decradi. "É uma comoção.” Pelo levantamento da polícia, o foco dos "crimes de ódio" é a região da avenida Paulista e da rua Augusta, na região central da cidade. Segundo a delegada, ali é "a nossa faixa de Gaza". O motivo é que a área tem a maior concentração de bares frequentados por gays e por skinheads - cada turma no seu reduto, mas todos muito perto uns dos outros. "Eles acabam se encontrando pela rua", diz a delegada. • FMI vê escassez de petróleo, com risco ao crescimento global O FMI (Fundo Monetário Internacional) alertou ontem para um prolongado período de escassez na oferta de petróleo, o que coloca em risco o crescimento mundial. O Fundo afirmou que a tendência é de que o aumento quase inevitável da escassez do petróleo, se for gradual e moderado, terá efeito limitado no crescimento das economias no médio e longo prazo. O FMI estudou um cenário fictício de "desaceleração significativa e inesperada" no aumento da oferta de petróleo e concluiu que 1% de desaceleração da oferta diminuiria o crescimento mundial em apenas 0,25% no médio e longo prazo.
• ONU diz que Fukushima não pode ser comparada a Tchernobil A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou nesta terça-feira que a decisão do Japão de elevar ao nível máximo a gravidade do acidente nuclear na usina de Fukushima Daiichi não significa que a crise é comparável ao desastre de Tchernobil, em 1986. • Segundo o FMI, falta credibilidade aos EUA O FMI atacou ontem a"falta de credibilidade" dos EUA para controlar o deficit público e afirmou que o país não só está atrapalhando a consolidação fiscal das economias avançadas como é um risco para nova crise global. As críticas constam do último relatório "Fiscal Monitor". Pela projeção do Fundo, a dívida das economias avançadas vai ultrapassar o tamanho das suas economias em 2016, pela primeira vez desde a Segunda Guerra. O relatório do FMI foi divulgado em um momento em que países europeus enfrentam a crise da dívida e elevados deficits públicos. Ontem, no entanto, as críticas do FMI foram voltadas para os EUA. Para o Fundo, a previsão de aumento do deficit americano é um contraste em relação ao aperto que deverá ser feito pelos europeus, que vai levar à queda do rombo nesses países. O deficit público é o quanto as contas do governo ficam no vermelho depois de pagar despesas e os juros da dívida. Quanto maior essa dívida, mais cara ela se tornará, o que faz aumentar o deficit. • BRICS: África do Sul oficializa adesão O “S” do acrônimo Brics ganhará uma função com a entrada da África do Sul. A adesão será oficializada na cúpula que começa hoje, na China, do grupo formado também por Brasil, Índia e Rússia. A distância econômica da África do Sul para os demais Brics foi notada pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), ao citar o desafio que o país africano terá que enfrentar para reduzir sua elevada taxa de desemprego de quase 25%. As características econômicas- o país tem o menor PIB- contribuem para aumentar as diferenças em um grupo que já é heterogêneo do ponto de vista político, cultural e geográfico. Para o criador do acrônimo, o economista-chefe da Goldman Sacks, Jim O"Neill, a entrada da África do Sul no grupo não faz sentido. "É difícil ver como a África do Sul se equipara a esses países", disse, quando a adesão foi anunciada. “Claramente é uma boa notícia para a África do Sul, mas não está inteiramente claro para mim por que os outros membros do grupo deveriam concordar”. Embora cause estranheza ao criador da sigla, a adesão vai ajudar os demais Brics a aumentar seu acesso ao mercado africano. É o que defende Fernando Sarti, professor de economia internacional da Unicamp: “Vejo essa associação com bons olhos porque oferece ao Brasil uma porta de entrada na África. É uma aproximação estratégica para ampliar o comércio, os investimentos e a troca de tecnologias”. Ele acrescenta que uma vantagem de fazer parte do grupo é a qualidade de diálogo diplomático com os demais parceiros. O acadêmico acrescenta que uma vantagem de fazer parte do grupo é a qualidade de diálogo entre os parceiros do grupo. O coordenador de Relações Internacionais do Ibmec, José Luiz Niemeyer, lembra que apesar das diferenças entre os Brics, a adesão da África do Sul foi uma decisão política. O grupo fortalece seu prestígio internacional ao agregar um representante da África. ATUALIDADES
39
Atualidades | Banco do Brasil
• Dilma na China: gigante asiático libera produção de jatos e importação de carne suína do Brasil A “diplomacia de resultados” que a presidente Dilma Rousseff decidiu implementar como filosofia básica no Itamaraty já conseguiu resolver alguns impasses que se arrastavam há algum tempo nas relações comerciais e de investimentos entre Brasil e China. Entre eles, o futuro das operações da Embraer na nação asiática - onde a empresa participa, desde 2002, de uma joint-venture com a estatal Aviation Industries of China II (Avic II) para a produção do ERJ-145, um jato de 50 passageiros considerado pequeno demais para o tráfego no país - ou a compra, pelos chineses, de carne suína brasileira. Três frigoríficos brasileiros foram certificados para exportar carne ao país. Segundo o embaixador do Brasil na China, Clodoaldo Hugueney, a Embraer ganhará sinal verde do governo de Pequim para produzir no país os jatos executivos da família Legacy, um filão que acena com um potencial de venda de 450 aviões nos próximos dez anos. Hoje, pessoas físicas não podem ser donas de jatos executivos ou de helicópteros na China, restrição que vem sendo contornada com a colocação das aeronaves em nome de empresas, privadas ou estatais. Mas a pressão, tanto dos executivos e novos milionários chineses quanto dos maiores fabricantes de jatos do mundo, está fazendo o governo rever a proibição. Além da fabricação do Legacy, o embaixador brasileiro afirmou que a China dará finalmente à Embraer a licença que a empresa precisa para vender dez jatos ERJ-190, de cem passageiros, para a estatal de aviação Southern China, uma ordem de compra contratada em janeiro e que esperava no limbo o sinal verde de Pequim. • Dilma na China: IPAD será produzido no Brasil A Apple e a Foxconn vão produzir o computador tablet iPad no Brasil até o final de novembro deste ano. A fabricação do aparelho no país deve tornar o produto mais barato para o consumidor brasileiro, já que seriam eliminados os impostos de importação - grandes responsáveis para tornar o produto da Apple vendido no Brasil um dos mais caros do mundo.Mais cedo, a presidente afirmou que a Foxconn, que fabrica produtos da Apple em regime de terceirização na China, estuda investimento de 12 bilhões de dólares no Brasil para a produção de telas para produtos como computadores tablet e celulares. • Diferenças em Rodada Doha são “intransponíveis”, diz OMC As diferenças que impedem os países de chegarem a um acordo mundial de livre comércio continuam "intransponíveis atualmente", afirmou o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, nesta quinta-feira. Em comunicado, Lamy disse que a Rodada Doha de negociações de comércio mundial corre "sério risco de fracasso" e disse que os membros deveriam usar as próximas semanas para "construir pontes" e reduzir as diferenças. “Minha franca avaliação é de que nas condições normais de temperatura e pressão um acordo seria alcançável”, disse ele, mas acrescentou que as diferenças sobre tarifas industriais em particular estavam "colocando em sérias dúvidas a conclusão da rodada este ano".
40
ATUALIDADES
• Apple nega rastreamento de iPhone, mas admite erros em seu software O gigante tecnológico Apple rechaçou nesta quarta-feira as acusações de que os celulares iPhone tenham um sistema oculto para rastrear a localização do usuário, justo no dia em que a empresa foi convocada a prestar explicações a respeito no Congresso dos Estados Unidos. A polêmica sobre o rastreamento e o arquivo da localização do iPhone começou por causa de um estudo publicado na quartafeira passada por um jornal britânico. As acusações garantem que os celulares da Apple possuem um sistema de rastreamento que armazena a localização do usuário e guarda esta informação, levantando a dúvida sobre se esses dados têm fim comercial. Um relatório que questionou as políticas de privacidade da empresa levou um congressista do estado de Massachusetts e a promotoria de Illinois a exigir satisfações da Apple, que também foi processada na Flórida por dois usuários pela mesma razão. • Pior massacre na Síria deixa 88 mortos No dia mais violento desde o início dos protestos contra o regime do ditador Bashar Assad, forças de segurança da Síria abriram fogo ontem contra manifestantes. Segundo ativistas, pelo menos 88 pessoas foram mortas nas manifestações, que se espalharam de leste a oeste do país. • Grupos palestinos Hamas e Fatah anunciam acordo e governo interino Os grupos palestinos Hamas e Fatah concordaram em colocar fim à sua rivalidade. Eles acertaram a formação de um governo provisório no território palestino e a realização de eleições gerais em até um ano. O acordo foi fechado na noite desta quartafeira (27/04) no Cairo, no Egito. “Concordamos em formar um governo composto com figuras independentes que começará os preparativos para as próximas eleições presidencial e parlamentar”, comentou Azzam Al-Ahamad, que liderou as negociações pelo Fatah. O movimento islâmico Hamas venceu inesperadamente as eleições legislativas em 2006, acabando com o tradicional domínio do Fatah. O fato despertou um conflito violento entre as duas partes e culminou com a tomada violenta do controle da Faixa de Gaza pelo Hamas, em 2007. Desde então, o Hamas controla a Faixa de Gaza e o Fatah, a Cisjordânia. Uma nova votação está há vários meses atrasada. • Reino Unido: casamento real Kate Middleton e o príncipe William trocaram votos nesta sextafeira na abadia de Westminster, em Londres, convertendo-se em marido e mulher. Cerca de 1,9 mil convidados compareceram à cerimônia, enquanto as estimativas são de que as imagens da união seja vista por 2 bilhões de pessoas em todo o mundo. Multidões se aglomeraram no centro de Londres para assistir ao casamento. Estima-se que entre 3 mil e 5 mil pessoas tenham acampado durante a noite ao redor da abadia.
Atualidades | Banco do Brasil
MAIO • Osama bin Laden é morto no Paquistão No final da noite de 1º de maio (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do terrorista Osama bin Laden. “A justiça foi feita”, afirmou Obama num discurso histórico representando o ápice da chamada "guerra ao terror", iniciada em 2001 pelo seu predecessor, George W. Bush. Osama foi encontrado e mor to em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad, próxima à capital Islamabad, após meses de investigação secreta dos Estados Unidos . A morte de Bin Laden - o filho de uma milionária família que acabou por se tornar o principal ícone do terrorismo contemporâneo -, foi recebida com enorme entusiasmo nos Estados Unidos e massivamente saudada pela comunidade internacional. Três dias depois e ainda em meio resquícios de dúvidas sobre o fim de Bin Laden, a Casa Branca decidiu não divulgar as fotos do terrorista morto. Enquanto isso, Estados Unidos e Paquistão debatem entre si as responsabilidades e falhas na localização do líder da Al-Qaeda. • Osama bin Laden: morte e versões Segundo jornais americanos, fontes do governo afirmaram que, ao contrário do informado anteriormente, apenas uma pessoa – o mensageiro de Bin Laden – teria atirado contra as forças especiais americanas que invadiram o esconderijo do líder da Al-Qaeda no Paquistão e o mataram. O mensageiro estaria em um andar diferente da mansão onde Bin Laden vivia escondido – na cidade de Abbottabad – e teria sido morto pelas forças americanas no início da operação. Essas novas informações representam mais mudanças no relato sobre como transcorreram os cerca de 40 minutos da operação. Desde a noite de domingo, quando o presidente Barack Obama anunciou a morte do líder da Al-Qaeda em cadeia nacional, membros da Casa Branca já mudaram repetidas vezes sua versão sobre a operação. • Obama decide que não irá divulgar fotos de Bin Laden O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiu não divulgar imagens do corpo do líder da rede Al-Qaeda, Osama Bin Laden, segundo informou nesta quarta-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. • Segundo governo americano, 'Bin Laden controlava Al-Qaeda de esconderijo no Paquistão' O líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, era uma figura ativa no comando da rede extremista e o esconderijo em Abbottabad, no Paquistão, onde foi morto pelas forças especiais dos Estados Unidos, era um centro de comando e controle, segundo o serviço secreto americano. De acordo com os Estados Unidos, ao contrário do que se acreditava, Bin Laden não tinha uma vida nômade nos últimos anos e estava profundamente envolvido nas tomadas de decisão da Al-Qaeda.
• Por unanimidade, Supremo reconhece união estável entre homossexuais O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu nesta quintafeira, por unanimidade, o regime jurídico de união estável para casais homossexuais. Como a decisão tem efeito vinculante para tribunais de instância inferior, deve afetar futuros julgamentos relativos a direitos e deveres dos casais gays - como herança, pensão em caso de separação, inclusão como dependente na Previdência e a adoção de crianças. O ministro Celso Mello afirmou que “a decisão rompe paradigmas históricos e culturais e é um passo significativo contra a discriminação”. O tema começou a ser discutido no STF por conta de duas ações: uma, ajuizada pela Procuradoria Geral da República, pedia que uniões gays fossem reconhecidas como entidade familiar. Outra, feita pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, pedia o reconhecimento da união estável para servidores públicos homossexuais do Estado. Todos os ministros acompanharam o voto do relator, Carlos Ayres Britto, que na noite de quarta-feira declarara que o “conceito constitucional de família ou entidade familiar é aberto e comporta cidadãos do mesmo sexo”. Alcance No entanto, segundo a Agência Brasil, os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Cezar Peluso fizeram ressalvas quanto ao alcance da decisão. Eles entenderam que o Supremo está apenas suprindo uma lacuna deixada pelo Legislativo, e que a Corte extrapolaria suas funções ao se posicionar sobre os efeitos da decisão. Mendes declarou que o reconhecimento garantirá um mínimo de proteção “diante da inércia” do Congresso Nacional em legislar sobre o assunto. O ministro Antonio Dias Toffoli se declarou impedido de votar, por ter participado do processo quando trabalhava na Advocacia-Geral da União (AGU). Assim, a aprovação da união estável ocorreu por dez votos a zero. De acordo com os ministros, o reconhecimento da união estável contribuirá para a proteção do direito das minorias e para evitar episódios de preconceito e violência.
*** Atualizada até 10.05.2011 Fontes de consulta: • Jornal ‘Folha de São Paulo’; • Site da BBC; • Site da Wikipedia.
ATUALIDADES
41
Atualidades | Banco do Brasil
ANOTAÇÕES
42
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
BRASIL: O GIGANTE DESPERTA Espaço Brasileiro na moderna economia globalizada
s e d a d i l a u t A
O Brasil é um país de contrastes: rico e pobre; moderna agricultura e indústria e trabalho escravo; economia global emergente e baixa capacidade de investimentos em infraestrutura. Esses contrastes tornam o Brasil, cada vez mais, mostram que nossa desigual nação é sempre o país do futuro com grandes dificuldades com o seu presente. Entretanto, Entretanto, muitos problemas estão sendo enfrentados pela primeira vez na história.
Brasil: uma necessária visão dialética Quando os filósofos gregos criaram a ‘dialética’, há 2.500 anos atrás, o Brasil era habitado por uma grande diversi dade de povos ameríndios. Mas foi o pensamento moderno de Karl Marx (1818 - 1883) e Friedrich Engels (1820 - 1895) que cunhou o pensamento da dialética. Para eles a dialética é uma gra nde ideia fundamental segundo a qual o mundo não deve ser consid erado como um complexo de coisas acabadas, mas como um complexo de processos em que as coisas, na aparência estáveis, do mesmo modo que os seus reflexos intelectuais no nosso cérebro, as ideias, passam por uma mudança ininterrupta de devir e decadência, em que finalmente, apesar de todos os insucessos aparentes e retrocessos momentâneos, um desenvolvimento progressivo acaba por se fazer hoje. Isso significa que para a dialética, as coisas não são analisadas na qualidade de objetos fixos, mas em movimento: nenhuma coisa está “acabada”, encontrando-se sempre em vias de se transformar, desenvolver; o fim de um processo é sempre o começo de outro. Esse é o imaginário teórico dos autores das provas de concursos, em especial aqueles que escrevem as questões de atualidades. Assim, nesse capítulo especial, trataremos do Brasil, de seus avanços e retrocessos; de suas forças e algumas fraquezas, mas especialmente falaremos dos principais elementos trazidos nas provas da FCC.
Temas tratados • Desenvolvimento Sustentável (sustentabilidade) e a Responsabilidade Socioambiental (RSA); • Problemas ambientais; • Aquecimento Global: o agravamento do efeito estufa planetário; • Aspectos populacionais: a dinâmica demográfica (migrações e urbanização); • Aspectos e indicadores socioeconômicos (trabalho, renda, educação, analfabetismo, agricultura, indústria, saúde, segurança, etnias e minorias); • Aspectos econômicos; • Transportes; • Aspectos políticos.
As operações da PF desbaratam quadrilhas todos os dias.
ATUALIDADES
43
Atualidades | Banco do Brasil
Ecossistemas e Problemas Ambientais O Brasil é o país de maior biodiversidade do planeta: uma entre cada cinco espécies encontram-se nele. Foi o primeiro signatário da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), e é considerado megabiodiverso – o país é responsável por aproximadamente 14% da biota mundial – pela Conservation International International (CI). A biodiversidade pode ser qualificada pela diversidade em ecossistemas, em espécies biológicas, em endemismos e em patrimônio genético.
Devido a sua dimensão continental e à grande variação geomorfológica e climática, o Brasil abriga seis biomas, 49 ecorregiões, já classificadas, e incalculáveis ecossistemas. Os biomas são: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal, Pampa e Caatinga. A biota terrestre possui a flora mais diversa do mundo, com até 56.000 espécies de plantas superiores já descritas; mais de 3.000 espécies de peixes de água doce; 517 espécies de anfíbios; 1.677 espécies de aves; e 530 espécies de mamíferos; pode ter até 10 milhões de insetos. A Arara Arara é um animal típico do Brasil. O país tem uma das mais diversificadas populações de aves e anfíbios do mundo.
A Floresta Amazônica, a mais rica e biodiversa floresta tropical do mundo.
Vejamos algumas características: Ecossistema Amazônico
O ecossistema amazônico, considerado o mais rico do mundo, apresenta modelos terrestres e aquáticos diferenciados: Podem citar a Floresta ombrófila densa (a chamada Floresta Amazônica); a Floresta ombrófila aberta; Floresta estacional decidual e semidecidual; Campinarana; Formações pioneiras; Refúgios montanos; Savanas amazônicas; Matas de terra firme; Matas de várzea; Matas de igapós; Flora e Fauna. Estes ecossistemas estão distribuídos em 23 ecoregiões, abrangendo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e pequena par te do Maranhão, Tocantins Tocantins e Mato Grosso. Inclui também zonas de transição com os biomas vizinhos, cerrado, caatinga e pantanal. Ecossistema Cerrado
O ecossistema cerrado (ou cerrado strictu sensu) aparece no bioma Cerrado e em outras formações vegetais do Brasil, geralmente quando o solo é mais pobre que o circundadante, no caso dos domínios da mata Atlântica e da Amazônia. Caracteriza-se pela presença de árvores baixas, inclinadas e tortuosas, de tronco fino, com ramificações irregulares e retorcidas, geralmente com evidências de queimadas, e presença de grande quantidade de gramíneas no sub-bosque. Ecossistema da Mata Atlântica
A Mata Atlântica originalmente percorria o litoral brasileiro de ponta a ponta. Estendia-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, e ocupava uma área de 1,3 milhão de quilômetros quadrados. Tratava-se da segunda maior floresta tropical úmida do Brasil, só comparável à Floresta Amazônica. O grande destaque da mata original era o pau-brasil, que deu origem ao nome do nosso país. Alguns exemplares eram tão grossos que três homens não conseguiam abraçar seus troncos. O pau-brasil hoje é quase uma relíquia, existindo apenas alguns exemplares no Sul da Bahia. Atualmente da segunda maior floresta brasileira restam apenas cerca de 5 % de sua extensão original. Em alguns lugares como no Rio Grande do Norte, nem vestígios. Hoje a maioria da área litorânea que era coberta pela Mata Atlântica é ocupada por grandes cidades, pastos e agricultura. Porém, ainda restam manchas da floresta na Serra do Mar e na Serra da Mantiqueira, no sudeste do Brasil. Ecossistema do Pantan Pantanal al
Um dos ecossistemas mais ricos do Brasil, o Pantanal, estende-se pelos territórios do Mato-Grosso (região sul), MatoGrosso do Sul (noroeste), Paraguai (norte) e Bolívia (leste). Ao todo são aproximadamente 228 mil quilômetros quadrados. Em função de sua importância e diversidade ecológica, o Pantanal é considerado pela UNESCO como um Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera.
44
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
s e d a d i l a u t A
PROBLEMAS AMBIENTAIS
Os modelos de desenvolvimento dos países industrializados devem ser seguidos? O desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres, mas o caminho a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos países industrializados. Mesmo porque não seria possível. Caso as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das sociedades do Norte, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos minerais, 200 vezes. Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países industrializados. Os crescimentos econômico e populacional das últimas décadas têm sido marcados por disparidades. Embora os países do Hemisfério Nor te possuam apenas um quinto da população do planeta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial.
Uma Verdade Inconveniente
Conta-se que Mahatma Gandhi, ao ser perguntado se, depois da independência, a Índia perseguiria o estilo de vida britânico, teria respondido: “... a Grã-Bretanha precisou de metade dos recursos do planeta para al cançar sua prosperidade; quantos planetas não seriam necessários para que um país como a Índia alcançasse o mesmo patamar ?” A sabedoria de Gandhi indicava que os modelos de desenvolvimento precisam mudar. Os estilos de vida das nações ricas e a economia mundial devem ser reestruturados para levar em consideração o meio ambiente. Cerca de 13 milhões de pessoas morrem por ano em decorrência de algum mal relacionado a questões ambientais que poderiam ser evitadas. Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que 24% d os casos de doença no mundo se devem à exposição a riscos ambientais evitáveis, se forem adotadas “intervenções bem orientadas, o que evitaria até quatro milhões de mortes por ano”. Entre crianças menores de 5 anos, a exposição aos riscos ambientais é responsável por um de cada três casos de doença. Mais de 40% das mortes por malária e cerca de 95% das provocadas por enfermidades diarréicas — as duas maiores causas de mortalidade infantil do mundo — poderiam ser evitadas se a gestão ambiental fosse aprimorada, já que ambas são contraídas por água contaminada.
BRASIL Desde o descobrimento, as atividades econômicas adotadas no Brasil são prejudiciais ao ambiente. No início foi a exploração do pau-brasil, seguida pela derrubada sem critério de amplas extensões de mata para a instalação de pastagens ou monoculturas, como a cana-de-açúcar e o café. Dessa forma, instalou-se uma tradição de práticas danosas, como as queimadas e o corte de árvores sem o cuidado de garantir a reposição das espécies. Atualmente, agricultores e madeireiras continuam a devastar grandes áreas da floresta Amazônica, da Mata Atlântica, do cerrado e da caatinga. O país sofre com outros problemas ambientais graves, como o aumento da emissão de monóxido de carbono, que afeta a saúde da população das grandes cid ades, as queimadas – que contribuem para o aquecimento global e para as alterações climáticas. Uma das conseqüências da intervenção humana sobre o meio ambiente é a elevação da temperatura média global, provocada pela intensificação do efeito estufa. Esse fato está na raiz de problemas que vão do degelo nas regiões polares à desertificação em países da África e da Ásia. Um aumento de 1 °C na temperatura média pode parecer insignificante, mas é suficiente para alterar todo o clima de uma região e afetar profundamente sua biodiversidade. Principais problemas ambientais brasileiros
» escassez de água pelo mau uso, pela contaminação e por mau gerenciamento das bacias hidrográficas; » contaminação de corpos hídricos por esgotos sanitários e por outros resíduos; » degradação dos solos pelo mau uso; » perda de biodiversidade devido ao desmatamento e às queimadas; » degradação da faixa litorânea por ocupação desordenada; » poluição do ar nos grandes centros urbanos.
ATUALIDADES
45
Atualidades | Banco do Brasil
• Sistemas urbanos – Um estudo do Banco Mundial (Bird)
sobre o Brasil, de 1998, ressalta que os poluentes que causam mais danos à saúde da população são o monóxido de carbono (CO 2), emitido pelo setor industrial e de transporte, os coliformes (bactérias) existentes nos esgotos residenciais e os metais pesados lançados pelas indústrias. No caso dos ecossistemas aquáticos, as maiores ameaças são poluentes de origem orgânica produzidos tanto pelos dejetos domiciliares quanto pelas indústrias e, ainda, o fósforo, presente em produtos como os detergentes.
Amazônia: o drama das queimadas na chamada “nova fronteira agrícola”
Em contato com o nitrogênio, o fósforo estimula o crescimento de enormes quantidades de bactérias azul-esverdeadas. O processo, que deixa as águas de rios e represas verdes, provoca a perda de oxigênio e a conseqüente mortandade de peixes. Despejado sem tratamento em rios e córregos, ou muitas vezes deixado a céu aber to, o lixo contamina as águas da super fície e águas subterrâneas. A impermeabilização desordenada do solo é um dos motivos do aumento no número de enchentes e inundações. Transformadas em verdadeiras ilhas de concreto, com poucas áreas verdes preservadas, as cidades sofrem ainda com a elevação da temperatura e com a poluição sonora e visual.
Emissão de gases do efeito estufa: queimadas Desmatamento coloca o Brasil como quarto maior emissor de gases do efeito estufa. Em 2005, uma seca extrema atingiu diversos municípios da Amazônia, mudando a paisagem da região: barcos encalhados em enormes bancos de areia, milhares de peixes mortos nos rios e comunidades inteiras de ribeirinhos sem comida ou água boa para consumo. De acordo com cientistas, o desmatamento e as queimadas afetam a formação de nuvens de chuvas, o que diminui a precipitação sobre a Amazônia. O aquecimento global torna a floresta mais seca e vulnerável à destruição. BUSH: “Aquecimento global é Estima-se que, em algumas décadas, este efeito perverso do desmatamento e das apenas uma teoria” mudanças climáticas pode ser irreversível e a floresta amazônica pode desaparecer. “Se a Amazônia perder mais de 40% de sua cobertura florestal, nós atingiremos um ponto onde será impossível reverter o processo de savanização da maior floresta tropical do mundo”, disse Carlos Nobre, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e presidente do Programa Internacional de Geosfera Biosfera (IGBP). O círculo é vicioso: a destruição das florestas diminui a formação de nuvens de chuva, tornando a região mais seca. Por sua vez, florestas mais secas são mais suscetíveis às queimadas e aos efeitos do aquecimento global, como por exemplo a alteração do clima na região amazônica, favorecendo climas mais secos, novas queimadas e mais emissão de carbono. O desmatamento e as queimadas na Amazônia são responsáveis por mais de 75% das emissões brasileiras de gases do efeito estufa (GEE), colocando o Brasil entre os quatro maiores emissores do mundo.
“Os impactos das mudanças climáticas são percebidos em toda a América Latina, desde secas na Amazônia às inundações no Haiti; do derretimento das geleiras na Colômbia aos furacões, não somente na América Central, mas também no sul do Brasil ”, afirma Denise Hamú, Secretária-Geral do WWF-Brasil. As consequências das mudanças climáticas já podem ser sentidas princip almente por quem mora em regiões onde as temperaturas normalmente são muito altas ou muito baixas. Pesquisas recentes mostram que os padrões de temperatura e chuvas, antes previsíveis e regulares, estão mudando, tornando-se menos previsíveis e, frequentemente, mais extremos. Isso se reflete também no número de furacões e tempestades tropicais registrados ultimamente. Só no ano passado, ocorreram no planeta 26 tempestades tropicais e 14 furacões, a mais ativa e destrutiva estação de furacões já documentada na história.
46
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
s e d a d i l a u t A
Em março de 2004, o Furacão Catarina surpreendeu a costa sul do Brasil e deixou 33 mil pessoas desabrigadas. As perdas econômicas para o país foram de cerca de R$ 1 bilhão. “ Apesar da incerteza científica sobre o assunto, existe um consenso forte de que o aquecimento global, provavelmente, aumentará a intensidade dos furacões ”, afirma Carolina Herrmann, da ONG Amigos da Terra. As mudanças climáticas são causadas, principalmente pela emissão de gases causadores do efeito estufa, como o gás carbônico (CO 2). Segundo o relatório Mudanças do Clima, Mudanças de Vidas, do Greenpeace, o Brasil hoje já é o quarto país responsável pelas emissões mundiais de todo o gás carbônico do planeta. “ Isso acontece por causa das queimadas decorridas da conversão de florestas em pastos e lavouras, principalmente no caso da soja e da carne bovina, principais produtos de exportação do país ”, afirma Carlos Rittl, do Greenpeace. “ Por isso é importante estabelecer metas de contenção de desmatamento .” Outra fonte importante de emissão é a geração de energia por meio de centrais movidas por combustíveis fósseis, muito utilizadas nos países desenvolvidos. No Brasil, atualmente, 75% da energia gerada vêm de hidrelétricas. Entretanto, com os recentes leilões nacionais de energia as termelétricas movidas a gás têm ganhado espaço. Se o Brasil optar por seguir o modelo energético das nações industrializadas, isso pode se tornar um problema para o clima mundial.
ATIVIDADES HUMANAS PROMOVEM AUMENTO DO EFEITO ESTUFA Os gases precursores do efeito estufa, como o gás carbônico (CO2), o metano (CH 4), o óxido nitroso (N2O) e o vapor d’água (H2O) são responsáveis pelo chamado “efeito-estufa”. Misturando-se à atmosfera, eles a fazem se comportar como uma estufa, retendo o calor solar próximo à superfície terrestre. Isso evita que o planeta se torne (como a Lua, por exemplo) tórrido de dia e gélido durante a noite, inviabilizando a vida como a conhecemos. Em excesso, entretanto, o efeito estufa causa um superaquecimento (como ocorre em Vênus, com atmosfera muito densa), que pode levar a conseqüências funestas, como o derretimento de parte das calotas polares e a consequente elevação do nível dos oceanos, inundando o litoral dos continentes (e eventualmente pequenos países insulares inteiros). Outro processo resultante da ação humana que emite CO 2 para a atmosfera em quantidade excessiva são as queimadas e derrubadas de florestas (mudanças no uso da terra). É nesse setor que está o maior comprometimento do Brasil em relação à emissão global, devido ao desmatamento. Na queima de florestas, as emissões de CO 2 decorrem do processo de liberação do carbono contido na biomassa. No processo de limpeza para plantio de pastagens e outras culturas (soja, por exemplo), o Brasil emite gases de efeito estufa. Também, o Brasil é considerado “vilão” porque destrói as suas florestas, mas EUA e Europa já desmataram anteriormente para criar áreas de pastagens e de agricultura Outros tipos de emissão comercial. Os CFCs, gases que também aumentam o efeito estufa, são regulados, desde 1987, pelo Protocolo de Montreal, que prevê a redução de sua emissão. Eles foram usados no passado em larga escala nos sistemas de refrigeração e nos aerossóis. O objeti vo da redução dos CFCs é minimizar outro efeito na natureza, a destruição da camada de ozônio, que por sua vez, contribui também para que haja mudanças climáticas no planeta. ATUALIDADES
47
Atualidades | Banco do Brasil
EFEITO ESTUFA | AQUECIMENTO GLOBAL Entenda Efeito Estufa O Efeito Estufa é um fenômeno natural, sem ele, a Terra seria muito fria, cerca de -19ºC. Assim, o efeito estufa é a forma que a Terra tem para manter sua temperatura constante. A atmosfera é altamente transparente à luz solar, porém cerca de 35% da radiação que recebemos vai ser refletida de novo para o espaço, ficando os outros 65% retidos na Terra. Isto devese principalmente ao efeito sobre os raios infravermelhos de gases como o Dióxido de Carbono, Metano, Óxidos de Azoto e Ozônio presentes na atmosfera (totalizando menos de 1% desta), que vão reter esta radiação na Terra, permitindo-nos assistir ao efeito calorífico dos mesmos.
As atividades humanas agravam o efeito estufa
Aquecimento Global É o agravamento, sem controle, de efeitos nocisos do efeito estufa. O aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra que ocorre desde meados do século XX e que deverá continuar no século XXI. Segundo o IV Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (2007), a temperatura na superfície ter restre aumentou 0,74 ± 0,18 °C durante o século XX. Os países industrializados são os maiores responsáveis pela emissão de gás carbônico na atmosfera. A maior parte da degradação foi causada (historicamente) pelos países desenvolvidos. Os EUA com 4% da população mundial, são os responsáveis por mais de 20% de todas as emissões globais de gases do efeito estufa. Através do Protocolo de Kyoto, acordo internacional promovido pela ONU, em vigor desde fevereiro de 2005, vários países industrializados se comprometeram a reduzir em 5% as emissões de gases do efeito estufa até 2012 em relação aos níveis de 1990. O governo do presidente George Bush se recusou a assinar o tratado. Contrários a esta decisão, prefeitos de centenas de cidades ameri canas assumiram compromissos para reduzir suas emissões. Para atingir suas metas, os países ricos podem contar com o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que permite a compra de “créditos de carbono” dos países em desenvolvimento, como o Brasil, adotando projetos que comprovadamente reduzam as emissões de gases de efeito estufa nos setores energético, de transporte e florestal (contempla o plantio de árvores mas não a conservação de florestas já existentes). Os países desenvolvidos que mais emitiram gás carbônico em 2004 foram nesta ordem: EUA, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido, Austrália, Itália, França, Espanha e Polônia. Os dados são do documento oficial da Convenção de Clima das Nações Unidas, 2006 (UNFCCC). Considerando todos os países, os que mais contribuem para o efeito estufa são : EUA (20%), China (15%), União Européia (14%), Rússia (6%), Índia (5,6%), Japão (4%), Alemanha (3%), Brasil (2,5%), Canadá (2,1%) e Inglaterra (2%). A China superou os EUA em emissão de CO2 em 2006, por 7,5%, segundo a Agência de Avaliação Ambiental da Holanda. Os países desenvolvidos transferem muita indústria manufatureira para a China. O país com uma população de 1,3 bilhão, emite cerca de 4,7 toneladas de CO2 por habitante, contra 19,2 toneladas nos EUA.
48
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
DESMATAMENTO O Brasil é constantemente criticado por organismos internacionais pelo desmatamento na Amazônia e a proposta brasileira de criação de um fundo voluntário em que países ricos contribuiriam com recursos financeiros para incentivar nações na redução de áreas desmatadas. O país é contra a proposta de adotar metas de redução, já que isso seria uma espécie de interferência externa. Para o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Cláudio Langone, o fundo poderia ser vinculado a resultados, mas há resistências porque nenhum país no mundo teve o desempenho do Brasil nessa área. Segundo dados do governo brasileiro, o desmatamento caiu 52% desde 2003. De acordo com o INPE, entre agosto 2005 e agosto 2006 a área desmatada é de aproximadame nte 13.100 quilômetros quadrados, com margem de erro de 10%. Segundo o INPE, esses números indicam uma queda d e 30% no nível de desmatamento, comparada ao período anterior, entre 2004 e 2005.
s e d a d i l a u t A
Nova fronteira agrícola
Cruzando imagens de satélite com levantamentos em campo, cientistas dos EUA e do Brasil estimaram em 5.400 quilômetros quadrados o total de floresta convertida diretamente para grãos em Mato Grosso de 2001 a 2004. No ano de 2003, quando o preço da soja no mercado internacional atingiu seu pico, a conversão direta para lavoura representou quase um quarto de tudo o que se desmatou no Estado campeão da devastação da Amazônia. Para quem gosta de números, é quase um Distrito Federal onde a soja substituiu a floresta diretamente —sem contar o efeito conhecido do grão de “empurrar” a fronteira agrícola indiretamente, estimulando a pecuária a ocupar novas áreas. Nesse período, Mato Grosso desmatou 38 mil quilômetros quadrados, ou 3,5 Jamaicas, 40% de tudo o que se perdeu de floresta na Amazônia.
Aumento do desmatamento em 2008; diminuição em 2009
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) anunciou em 23 de janeiro de 2008 a retomada no crescimento do desmatamento na Amazônia Legal brasileira. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foram desmatados 3.235 quilômetros quadrados, ape nas entre os meses de agosto e dezembro de 2007. Mas, segundo MMA e Inpe, a situação é ainda mais preocupante. A extensão do desmatamento pode chegar a 7 mil quilômetros quadrados, pois o sistema utilizado para o levantamento (Deter) consegue detectar entre 40 e 60% do desmatamento considerandose a margem de erro estipulada. Seria o equivalente a ter uma área de aproximadamente 5.718 campos de futebol devastada diariamente na região Amazônica. Segundo ele, o governo federal já iniciou ação emergencial, com inspeções realizadas por equipes técnicas nos estados onde foi constatado aumento – Rondônia e Acre, além de Mato Grosso. Dados preliminares apontam uma redução em 2009-2010.
ATUALIDADES
49
Atualidades | Banco do Brasil
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA Poluição atmosférica é a contaminação da atmosfera por resíduos ou produtos secundários gasosos, sólidos ou líquidos, que
podem ser nocivos à saúde dos seres humanos, causar danos em plantas, atacar diferentes materiais, reduzir a visibilidade e produzir odores desagradáveis. A cada ano, os países industrializados geram milhões de toneladas de contaminantes. Os contaminantes mais comuns e amplamen te dispersos são o monóxido de carbono, o dióxido de enxofre, os óxidos de nitrogênio, o ozônio, o dióxido de carbono ou as partículas em suspensão. O nível de poluição é medido pela concentração de contaminantes (microgramas por metro quadrado de ar ou, no caso dos gases, o número de moléculas de contaminantes por milhão de moléculas de ar). Biocombustíveis Atual pauta das discussões no comércio internacional brasileiro, os biocombustíveis, especialmente o etanol produzido da canade-acúcar, é um importante elementos para a redução dos gases do efeito estufa no Brasil e no mundo. Segundo especialistas, se o Brasil usar apenas 10% de suas áreas de pastagens para plantar cana, produzirá etanol suficiente para substituir 5% da gasolina consumida no mundo e terá 5 milhões de novos empregos. Sem desmatamento, sem “invasão” de áreas destinadas a outros plantios. Esse cenário - que nem pode ser tachado de otimista, pois não leva em conta eventuais avanços tecnológ icos e aumentos de produtividade - é considerado viável pelos principais pesquisadores do setor de álcool combustível no Brasil. Deve-se ainda mencionar, como benefício ambiental do uso do etanol, a contribuição para a redução do efeito estufa, não apenas por causa da redução das emissões de CO 2, como devido à seguinte relação: o ciclo de crescimento da biomassa fixa o carbono existente no CO 2 da atmosfera através do processo de fotossíntese. Assim, a produção de matéria-prima para o fabrico do etanol (cana-de-açúcar, milho ou beterraba) contrabalança a emissão de CO 2 resultante do uso do etanol como combustível. No caso dos combustíveis fósseis, o carbono retirado do subsolo é emitido na atmosfera como CO 2, sem chances de ser reciclado. Portanto, a produção de etanol destinada aos veículos automotores minimizaria uma das grandes questões ambientais da atualidade que é o aumento da concentração dos gases responsáveis pelo efeito estufa, sobretudo o CO 2. No momento, uma taxa de US$ 0,54 por galão (3,78 litros) limita o acesso brasileiro a esse mercado, porém, especialistas estimam que a produção de etanol a partir do milho nos Estados Unidos dificilmente irá superar os 50 bilhões de litros por ano. Energia eólica Em 2006, na cidade gaúcha de Osório, foi inaugurada o maior parque de energia eólica no Brasil. Entraram em operação as primeiras 25 torres do projeto – que é subdividido em três parques: Osório, Sangradouro e Índios. Quando pronto, ele terá 75 aerogeradores planejados (cada um de 2 megawatts, 135 metros de altura e 810 toneladas de peso) e uma potência instalada de 150 MW. A quantidade de energia gerada será suficiente para abastecer anualmente o consumo residencial de aproximadamente 650 mil pessoas em Porto Alegre e será adquirida pela Eletrobrás por um prazo de 20 anos.
Em abril de 2007, a FEPAM/RS liberou as licenças ambientais para a implantação de novos parques em Tramandaí e Xangrilá, cidades litorâneas do nor te do Estado. A intenção é gerar 100 megawatts, capaz de atender o consumo de mais de 400 mil pessoas.
50
ATUALIDADES
Energia eólica: Osório/RS
Atualidades | Banco do Brasil
Efeitos na agricultura
Um outro tipo de emissão de relevância no Brasil é aquela proveniente da ação dos ruminantes. O país é detentor do maior rebanho bovino comercial do mundo. Essa questão chega a preocupar pesquisadores e essa emissão está sendo mensurada e computada no inventário e em outros documentos que apontam os principais causadores do aumento dos gases de efeito estufa.
O gás eliminado para a atmosfera na atividade de bovinos, búfalos, cabras e ovelhas é o metano, que resulta da digestão do alimento pelas bactérias presentes no interior do rúmen, que estão no estômago dos animais. Uma pesquisa que está sendo realizada pela Embrapa Pecuária Sudeste em parceria com a Embrapa Meio Ambiente, demonstrou que um bezerro, de cerca de 400 kg, emite cerca de 70 kg de metano por ano. O setor agropecuário contribui com o aumento do acúmulo de gás do efeito estufa também pela agricultura. O cultivo do arroz irrigado representa uma das principais fontes antrópicas de metano para a atmosfera. Não é o caso do Brasil mas da Ásia, onde o arroz é a principal atividade agrícola. Do total de metano gerado pela cultura do arroz, 90% é atribuído ao continente asiático, segundo o relatório do IPCC de 1996.
• dos hospitais, farmácias e casas de saúde: um tipo especial de lixo, contendo agulhas, seringas, curativos; o chamado “lixo patogênico”, o que produz inúmeras doenças.
s e d a d i l a u t A
Como se percebe, em todo o lugar sai lixo. E se a este for dado um destino final inadequado? O Brasil Recicla Aproximadamente 1,5 % do lixo sólido orgânico urbano; Dos 900 mil metros cúbicos de óleo lubrificante consumido anualmente, 18% é rerrefinado; 15% da resina PET; 10% das 300 mil toneladas de sucata disponíveis para obtenção de borracha regenerada; 15% dos plásticos rígidos e filmes, o que equivale a 200 mil toneladas por ano; 35% das embalagens de vidro, somando 280 mil toneladas por ano, incluído aqui o resíduo pós-industrial (Pré-consumo); 35% das latas de aço, o que equivale a cerca de 250 mil toneladas / ano; 64% da produção nacional de latas de alumínio; 71% do volume total de papel ondulado; 36% do papel e papelão, totalizando 1,6 milhão de toneladas de produto reciclado. Disposição final dos resíduos
76% - Céu Aberto 13% - Aterro Controlado 10% - Aterro Sanitário 1% - Usina de Compostagem
Lixo no Brasil
Atualmente, vivemos num ambiente onde a natureza é profundamente agredida. Toneladas de matérias-prima, provenientes dos mais diferentes lugares do planeta, são industrializadas e consumidas gerando rejeitos e resíduos, que são comumente chamados lixo. Seria isto lixo mesmo? Lixo é basicamente todo e qualquer material descartado, proveniente das atividades humanas. É importante lembrar que o lixo gerado pelo homem é apenas uma pequena parte da montanha gerada todos os dias, composta pelos resíduos de outros setores. Os diferentes tipos de lixo se classificam de acordo com sua origem: • dos espaços públicos: como ruas e praças, o chamado ‘lixo de varrição’, com folhas, terras, entulhos. • dos estabelecimentos comerciais: com restos de comida, embalagens, vidros, latas, papéis. • das casas: com papéis, embalagens plásticas, vidros, latas, restos de alimentos, rejeitos. • das fábricas: com rejeitos sólidos e líquidos. É de composição variada, que depende dos materiais e processos usados.
ATUALIDADES
51
Atualidades | Banco do Brasil
Janeiro - 2011 Chega a 902 número de mortes na região serrana do RJ Chegou a 902 o número de mortos em decorrência do temporal que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro no dia 12 de janeiro. Em Nova Friburgo, 426 corpos foram encontrados, segundo o balanço divulgado pela Polícia Civil. Também foram registradas 379 mortes em Teresópolis, 71 em Petrópolis, 21 em Sumidouro, quatro em São José do Vale do Rio Preto e uma em Bom Jardim. De acordo com o Ministério Público do Estado, 405 pessoas ainda estão desaparecidas, o que indica que o número de mortos pode ser maior. Há 221 pessoas desaparecidas em Teresópolis, 85 em Nova Friburgo, 57 em Teresópolis e duas em Sumidouro. Em 40 casos, o município de residência não foi identificado. (Estadão, 15.02.2011)
ENCHENTES E DESASTRES AMBIENTAIS
As enchentes são calamidades naturais que são agravadas com a ocupação descontrolada do solo e mau gerenciamento dos recursos hídricos. Ocorrem, via de regra, quando um leito natural recebe um volume de água superior ao que pode comportar resultando em transbordamentos. Pode ocorrer em lagos, rios, córregos, mares e oceanos devido a chuvas fortes e contínuas. Na última década, o que era sazonal e adstrito a determinados períodos, tornou-se corriqueiro nas grandes e média cidades, causando mortes e danos econômicos permanentes. As regiões sudeste, sul e nordeste do Brasil têm sido palco de desastres e tragédias que ceifam a vida de milhares de pessoas anualmente. As enchentes, antes de serem eventos apenas ‘naturais’ e isolados nos dias de hoje, são resultado de um longo processo de modificação e desestabilização da natureza por forças humanas, que acompanha o crescimento rápido e não planejado da maior parte das cidades. Antigamente, as várzeas (margens dos rios) faziam o controle natural da água. O solo ribeirinho era preparado para ser inundado nas épocas de cheia, absorvia boa parte da água que transbordava e utilizava seus nutrientes. Hoje, quase todas as várzeas nas áreas urbanas se encontram ocupadas. Também uma imensa área às margens dos rios foi impermeabilizada pelo concreto, o que aumenta o volume de água a ser escoado. Principais causas das enchentes:
• Alto índice pluviométrico da região; • Desmatamento; • Assoreamento do leito dos rios; • Retificação dos rios. Na natureza, os rios com considerável volume de água são curvilíneos, ou seja, caminham como uma serpente. Esse trajeto diminui de forma considerável a velocidade da água. Retificá-lo significa aumentar sua velocidade, o que agrava a situação nos pontos de estrangulamento (conversão de águas);
52
ATUALIDADES
• Alto grau de impermeabilização do solo pela malha asfáltica e de concreto; • Ocupação desordenada e crescimento populacional de migrantes; • Deficiência nos serviços de recolhimento dos resíduos sólidos (lixo); • Omissão do Poder Público na gestão urbana e falta de saneamento básico adequado. Inundações devido à urbanização
As enchentes aumentam a sua freqüência e magnitude devido à ocupação do solo com superfícies impermeáveis e rede de condutos de escoamentos. O desenvolvimento urbano pode também produzir obstruções ao escoamento como aterros e pontes, drenagens inadequadas e obstruções ao escoamento junto a condu tos e assoreamentos. Ocorrem, principalmente, pelo processo natural no qual o rio ocupa o seu leito maior, de acordo com os eventos chuvosos extremos, em média com tempo de retorno superior a dois anos (ultimamente este tempo tem diminuído). Normalmente ocorre em grandes bacias, sendo decorrência de processo natural do ciclo hidrológico. Os impactos sobre a população são causados, principalmente, pela ocupação inadequada do espaço urbano. Essas condições ocorrem, em geral, devido às seguintes ações: como, a existência de loteamentos em áreas de risco de inundação; invasão de áreas ribeirinhas principalmente pela população de baixa renda; ocupação de áreas de médio risco, que são atingidas com freqüência menor, mas que quando o são, sofrem prejuízos significativos. Para impedir ou diminuir os efeitos das enchentes e que inúmeras famílias percam seus patrimônios, pode-se construir barragens e reservatórios em áreas de maior risco, bueiros, diques e piscinões espalhados pela cidade com sua abertura protegida para impedir a entrada de resíduos sólidos, além de se promover a conscien tização da população para que não deposite lixo nas vias públicas e leitos de rios, lagos e represas. Outras ações também são importantes para se minimizar os efeitos das enchentes, entre elas a regulamentação e fiscalização por meio do poder público do uso do solo, limitando a ocupação de áreas inundáveis a usos que não impeçam o armazenamento natural da água pelo solo e que sofram pequenos danos em caso de inundação.
Atualidades | Banco do Brasil
Aspectos Humanos Dinâmica demográfica A demografia do Brasil é um domínio de estudos e conhecimentos sobre as características demográficas do território brasileiro. A população do Brasil, que passou a englobar 190,7 milhões de pessoas em 2010, cresce no menor ritmo já registrado (1,12% ao ano) e de maneira desigual pelo território do país, com as maiores taxas concentradas nas regiões Norte e Centro-Oeste. o que representa uma das maiores populações absolutas do mundo, destacando-se como a quinta nação mais populosa do planeta. Ao longo dos últimos anos, o crescimento demográfico do país tem diminuí do o ritmo, que era muito alto até a década de 1960. Em 1940, o recenseamento indicava 41.236.315 habitantes; em 1950, 51.944.397 habitantes; em 1960, 70.070.457 habitantes; em 1970, 93.139.037 habitantes; em 1980, 119.002.706 habitantes; e finalmente em 1991, 146.825.475 habitantes.
s e d a d i l a u t A
As razões para uma diminuição do crescimento demográfico relacionam-se com a urbanização e industrialização e com incentivos à redução da natalidade (como a disseminação de anticoncepcionais). Embora a taxa de mortalidade no país tenha caído bastante desde a década de 1940, a queda na taxa de natalidade foi ainda maior. A pirâmide etária brasileira ainda apresenta-se fortemente triangular, com larga base e estreito cume demonstrado que existem muitas mortes entre os jovens nos primeiros anos de vida. A população jovem (até 19 anos) constitui mais de um terço do total. Somada a uma pequena população de idosos (menos de um décimo), esse contingente constitui a população economicamente inativa , que precisa ser mantida pela população economicamente ativa. POPULAÇÃO
Distribuição populacional
A distribuição populacional no Brasil é bastante desigual, havendo concentração da população nas zonas litorâneas, especialmente do Sudeste e da Zona da Mata nordestina. Outro núcleo importante é a região Sul. As áreas menos povoadas situam-se no Centro-Oeste e no Nor te. O IBGE classifica a rede urbana brasileira em uma hierarquia de acordo com o tamanho e importânc ia das cidades. As categorias de cidades mais importantes são: • Metrópoles globais: São Paulo, Rio de Janeiro. • Centros metropolitanos regionais: A distribuição populacional no Brasil é bastante desigual, havendo concentração da população nas zonas litorâneas, especialmente do Sudeste e da Zona da Mata nordestina. Outro núcleo importante é a região Sul. As áreas menos povoadas situam-se no Centro-Oeste e no Norte. • Centros submetropolitanos ou centros regionais: Aracaju, Campo Grande, Cuiabá, Feira de Santana, João Pessoa, Joinville, Juiz de Fora, Londrina, Maceió, Natal, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Sorocaba, Teresina, Uberlândia, São Luís • Centros subrregionais: Uberaba, Franca, Bagé, Blumenau, Campina Grande, Corumbá, Chapecó, Criciuma, Crato, Dourados, Guarapuava, Itajaí, Juazeiro do Norte, Passo Fundo, Pelotas, Rio Grande, Santa Maria, Sobral, Parnaíba, Três Lagoas.
Em 2050, população brasileira deve chegar a 260 milhões de pessoas
A população brasileira deve crescer, em pouco mais de 40 anos, 39%, atingindo aproximadamente 260 milhões de pessoas em 2050. A estimativa faz parte de um levantamento apresentado hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geog rafia e Estatística (IBGE). A Síntese de Indicadores Sociais apresenta um conjunto de informações demográficas e sociais para traçar uma radiografia da realidade brasileira. O estudo foi realizado com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2006.
Densidade demográfica O Brasil apresenta uma baixa densidade demográfica — apenas 22 hab./km² —, inferior à média do planeta e bem menor que a de países intensamente povoados, como a Bélgica (342 hab./km²) e o Japão (337 hab./km²). O estudo da população apoia-se em alguns fatores demográficos fundamentais, que influenciam o crescimento populacional. Distribuição populacional A distribuição populacional no Brasil é bastante desigual, havendo concentração da população nas zonas litorâneas, especialmente do Sudeste e da Zona da Mata nordestina. Outro núcleo importante é a região Sul. As áreas menos povoadas situam-se no CentroOeste e no Norte. ATUALIDADES
53
Atualidades | Banco do Brasil
Política demográfica
Ao definir sua política demográfica o governo tem duas opções: estimular ou dificultar novos nascimentos. Medidas como complementação salarial para auxílio aos pais que têm mais filhos ou aumento de impostos para os jovens de uma certa idade que ainda não tenham filhos, podem ser chamadas natalistas, pois estimulam o aumento da taxa de natalidade. Por outro lado, quando o governo sobretaxa o imposto para pais que têm mais filhos ou desenvolve políticas diretas de controle da natalidade como liberação do aborto ou distribuição de anticoncepcionais, ele está optando por uma política antinatalista. No caso do governo brasileiro, as políticas demográficas sempre foram bastante ambíguas. Oficialmente nenhum governo adotou uma política antinatalista, o que pode ser explicado pela intensa influência dos valores católicos e pela idéia, que por muito tempo dominou o governo e a opinião pública, de que era necessário ocupar o vazio demográfico do interior do país. No entanto, a postura natalista, na prática, nunca foi eficie nte no Brasil. O que na realidade vem ocorrendo é que a própria realidade social brasileira vem funcionando como um excelente método antinatalista. Ao encontrarem grande dificuldade na criação dos filhos devido à falta de creches e escolas públicas de qualidade; ao se depararem com o alto índice de desemprego e os salários baixos; ao se sentirem encurralados pelos altos gastos com moradia, transporte e alimentação nas grandes cidades; os brasileiros se encarregam de diminuir drasticamente sua quantidade de filhos. Para se ter uma idéia, a velocidade com que ocorreu a diminuição das taxas de natalidade no Brasil só é comparável a de países que adotaram rígidos programas de controle demográfico, como a China, por exemplo. O problema fica por conta da falta de educação quanto ao método anticoncepcional a ser adotado e sobretudo pela falta de educação sexual.
Taxa de natalidade Até recentemente, as taxas de natalidade no Brasil foram elevadas, em patamar similar a de outros países subdesenvolvidos. Contudo, houve sensível diminuição nos últimos anos, que pode ser explicada pelo aumento da população urbana — já que a natalidade é bem menor nas cidades, em conseqüência da progressiva integração da mulher no mercado de trabalho — e da difusão do controle de natalidade. Além disso, o custo social da manutenção e educação dos filhos é bastante elevado, sobretudo no meio urbano. Taxa de mortalidade O Brasil apresenta uma elevada taxa de mortalidade, também comum em países subdesenvolvidos, enquadrando-se entre as nações mais vitimadas por moléstias infecciosas e parasitárias, praticamente inexistentes no mundo desenvolvido.
54
ATUALIDADES
Desde 1940, a taxa de mortalidade brasileira também vem caindo, como reflexo de uma progressiva popularização de medidas de higiene, principalmente após a Segunda Guerra Mundial; da ampliação das condições de atendimento médico e abertura de pos tos de saúde em áreas mais distantes; das campanhas de vacinação; e do aumento quantitativo da assistência médica e do atendimento hospitalar.
Taxa de mortalidade infantil O Brasil apresenta uma taxa de mortalidade infantil de 27.62 mor tes em cada 1.000 nascimentos (estimativa para 2007) elevada mesmo para os padrões latino-americanos. No entanto, há variações nessa taxa segundo as regiões e as camadas populacionais. O Norte e o Nordeste — regiões mais pobres — têm os maiores índices de mortalidade infantil, que diminuem na região Sul. Com relação às condições de vida, pode-se dizer que a mortalidade infantil é menor entre a população de maiores redimentos, sendo provocada sobretudo por fatores endógenos. Já a população brasileira de menor renda apresenta as caracterís ticas típicas da mortalidade infantil tardia. Expectativa de vida No Brasil, a expectativa de vida está em torno de 68,3 anos para os homens e 76,38 para as mulheres, conforme estatimativas para 2007. Dessa forma, esse país se distância das nações paupérrimas, em que essa expectativa não alcança 50 anos (Mauritânia, Guiné, Níger e outras), mas ainda não alcança o patamar das nações desenvolvidas, onde a expectativa de vida ultrapassa os 70 anos (Noruega, Suécia e outras). A expectativa de vida varia na razão inversa da taxa de mortalidade, ou seja, são índices inversamente proporcionais. Assim no Brasil, paralelamente ao decréscimo da mortalidade, ocorre uma elevação da expectativa de vida. Taxa de fecundidade Conforme estimativa de 2006, a taxa média de fecundidade é de 2,0 filhos por mulher. Esse índice sofre variações, caindo entre as mulheres de etnia branca e elevando-se entre as pardas. Tal variação está relacionada ao nível sócio-econômico desses segmen tos populacionais; em geral, a população parda concentra-se nas camadas menos favorecidas social e economicamente, levandose em conta a renda, a ocupação e o nível educacional, entre ou tros fatores. Há também variações regionais: as taxas são menores no Sudes te e no Sul — regiões de maior crescimento econômico e urbanização —, sendo maiores no Norte e no Nordeste. Crescimento vegetativo A população de uma localidade qualquer aumenta em função das migrações e do crescimento vegetativo. No caso brasileiro, é pequena a contribuição das migrações para o aumento populacional. Assim, como esse aumento é alto, conclui-se que o Brasil apresenta alto crescimento vegetativo, a despeito das altas taxas de mortalidade, sobretudo infantil.
Atualidades | Banco do Brasil
A estimativa da Fundação IBGE para 2010 é de uma taxa bruta de natalidade de 18,67‰ — ou seja, 18,67 nascidos para cada grupo de mil pessoas ao ano — e uma taxa bruta de mortalidade de 6,25‰ — ou seja 6,25 mortes por mil nascidos ao ano. Esses revelam um crescimento vegetativo anual de 1,268.
Expectativa de vida
No Brasil, a expectativa de vida está em torno de 68,3 anos para os homens e 76,38 para as mulheres, conforme estatimativas para 2007. Dessa forma, esse país se distância das nações paupérrimas, em que essa expectativa não alcança 50 anos (Mauritânia, Guiné, Níger e outras), mas ainda não alcança o pa tamar das nações desenvolvidas, onde a expectativa de vida ultrapassa os 70 anos (Noruega, Suécia e outras). A expectativa de vida varia na razão inversa da taxa de mortalidade, ou seja, são índices inversamente proporcionais. Assim no Brasil, paralelamente ao decréscimo da mortalidade, ocorre uma elevação da expectativa de vida.
Taxa de fecundidade
Conforme estimativa de 2006, a taxa média de fecundidade é de 2,0 filhos por mulher. Esse índice sofre variações, caindo entre as mulheres de etnia branca e elevando-se entre as pardas. Tal variação está relacionada ao nível sócio-econômico desses segmentos populacionais; em geral, a população parda concentra-se nas camadas menos favorecidas social e economicamente, levando-se em conta a renda, a ocupação e o nível educacional, entre outros fatores. Há também variações regionais: as taxas são menores no Sudeste e no Sul — regiões de maior crescimento econômico e urbanização —, sendo maiores no Norte e no Nordeste.
Composição por sexo
O Brasil não foge à regra mundial. A razão de sexo no país é de 98 homens para cada grupo de 100 mulheres, conforme estimativas de 2008. Até os 60 anos de idade, há um equilíbro quantitativo entre homens e mulheres, acentuando-se a partir desta faixa etária o predomínio feminino. Esse fato pode ser explicado por uma longevidade maior da mulher, devido por outras razões, ao fato de ela ser menos atingida por moléstias cardiovasculares, causa frequente de morte após os 40 anos. O número de mulheres, na população rural brasileira, pode-se dizer que no Nordeste, por ser uma região de repulsão populacional, há o predomínio da população feminina. Já nas regiões Norte e Centro-Oeste predomina a população masculina, atraída pelas atividades econômicas primárias, como o extrativismo vegetal, a pecuária e, sobretudo, a mineração. O número de mulheres, na população rural brasileira, também tende a ser menor, já que as cidades oferecem melhores condições sociais e de trabalho à população feminina.
Um relativo equilíbrio entre os sexos, entretanto, só se estabeleceu a partir dos anos 40 — pois até a década de 1930 o país apresentava nítido predomínio da população masculina, devido principalmente à influência da imigração — e, ainda que nascessem mais meninos que meninas, a maior mortalidade infantil masculinas (até a faixa de 5 anos de idade) fez com que se estabelecesse o equilíbrio.
s e d a d i l a u t A
Composição por faixa etária
Considerando os dados de 1995, observa-se que o número de jovens é proporcionalmente pequeno nos países desenvolvidos, mas alcança quase a metade da população total como o Brasil, o Peru e outros do Terceiro Mundo. Nos países desenvolvidos, o nível socioeconômico é muito elevado e, em consequência, a na talidade é baixa e a expectativa de vida bastante alta, o que explica o grande número de idosos na população total. No Brasil, apesar da progressiva redução das taxas de natalidade e mortalidade verificada nas últimas décadas, o país continua exibindo elevado número de jovens na população.
Cidades mais populosas do Brasil 1. São Paulo - 10.990.249 habitantes 2. Rio de Janeiro - 6.161.047 habitantes 3. Salvador - 2.948.733 habitantes 4. Brasília - 2.557.158 habitantes 5. Fortaleza - 2.473.614 habitantes 6. Belo Horizonte - 2.434.642 habitantes 7. Curitiba - 1.828.092 habitantes 8. Manaus - 1.709.010 habitantes 9. Recife - 1.549.980 habitantes 10. Porto Alegre - 1.430.220 habitantes 11. Belém - 1.424.124 habitantes 12. Guarulhos - 1.279.202 habitantes 13. Goiania - 1.265.394 habitantes 14. Campinas - 1.056.644 habitantes 15. São Luis - 986.826 habitantes 16. São Gonçalo - 982.832 habitantes 17. Maceió - 924.143 habitantes 18. Duque de Caxias - 864.392 habitantes 19. Nova Iguaçu - 855.500 habitantes 20. São Bernardo do Campo - 801.580 habitantes
ATUALIDADES
55
Atualidades | Banco do Brasil
Indicadores socioeconômicos A evolução da economia brasileira sempre seguiu uma via conservadora e autoritária de desenvolvimento econômico, concentradora de riqueza, renda e poder. Uma via perversa que excluiu a maioria da população dos frutos do seu trabalho, do processo econômico e da cidadania. Reside nesse fato a origem das desigualdades sociais e regionais existentes no Brasil. Com 26 estados e um Distrito Federal, o Brasil é repleto de contrastes: • A área do Estado do Amazonas é maior do que a área somada dos 9 Estados do Nordeste. • Os estados de Roraima e Amazonas têm de um a dois habitantes por Km2; os estados do Rio de Janeiro e Distrito Federal têm mais de 300. • A mortalidade infantil no Estado do Rio Grande do Sul é de 20 por 1000 nascidos vivos; no Estado de Alagoas, é de 74 (dados 2004). • O Sudeste é responsável por cerca de 60% do PIB do Brasil e a região Norte, por 5%.
Cabe observar que a excessiva concentração da propriedade da terra no Brasil é o resultado da herança colonial e escravista. Ainda prevalece no início do Século XXI traços visíveis e vergonhosos da presença do regime das capitanias hereditárias e das sesmarias - raiz da colonização portuguesa e da nossa cultura econômica e política, responsável pela pobreza e miséria do povo brasileiro, pelas desigualdades sociais e raciais, pela violência rural e urbana e pela construção de um Estado centralizador e favorecedor dos privilégios das classes dominantes. Radar Social
O processo de urbanização no Brasil, fruto de uma industrialização tardia, realizada em um país de capitalismo dependente, trouxe uma série de de problemas urbanos que todos vivenciamos atualmente. As informações sobre as evoluções sociais, há pouco tempo, eram escassas ou baseadas em pré-conceitos que pouco ou nada ajudam nas soluções dos problemas. Ora, conhecer nossos problemas é, de fato, o primeiro passo para sua evolução. Para tanto, além dos dados do IBGE, outros organismos estatais ou não, trazem anualmente dados atualizados. Uma das pesquisas mais interessantes é publicada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) do Ministério do Planejamento, Gestão e Orçamento do Governo Federal, chamada “Radar Social”. Vejamos alguns dados da desigualdade social e regional brasileira:
TRABALHO O mercado de trabalho brasileiro foi marcado, no período entre 1995 e 2003, por um significativo crescimento da taxa de desemprego, mesmo num ambiente onde a proporção de pessoas que participam do mercado de trabalho (empregadas ou à procura de emprego) variou pouco. Entretanto, esta tendência foi revertida entre 2003 e 2004, quando houve redução generalizada do desemprego no país, tanto em regiões metropolitanas como para o total das regiões não-metropolitanas. Esta queda também foi observada em praticamente todas as faixas etárias e grupos selecionados, como as mulheres e os negros. É preciso ressaltar ainda que esta queda ocorreu em simultâneo ao crescimento da proporção de pessoas que participam do mercado de trabalho. Isto significa que, ao contrário do que vinha acontecendo, a criação de postos de trabalho ocorreu em um ritmo superior ao do ingresso de novas pessoas no mercado, isto é, a taxa de crescimento da ocupação foi maior que a taxa de crescimento da população economicamente ativa. O desemprego atinge principalmente os mais jovens (15 a 19 anos) - 22,8%, as mulheres (12,1%) e os negros (10,5%). O desemprego total apurado foi de 9,3% .
56
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
Informalidade Informalidade Quanto ao grau de informalidade, visto simplesmente como a soma dos trabalhadores assalariados sem carteira assinada e dos trabalhadores por conta própria, os resultados não foram tão bons quanto os verificados para a taxa de desemprego. O grau de informalidade no mercado de trabalho brasileiro atravessou os anos 1990 em alta. Trata-se de empregados sem car teira assinada e de trabalhadores por conta própria, que de 1995 a 2002 passaram de 44,7% para 47,2%. Apesar de pequenas quedas em 2003 e 2004, o patamar da informalidade ainda é muito elevado na economia brasileira, e como o comportamento é bastante diferenciado entre as categorias que a compõem, ainda não se pode antever nenhuma trajetória sustentada de queda.
s e d a d i l a u t A
A proporção dos sem carteira, por exemplo, vinha aumentando desde 1993. Em 2003, no entanto, a proporção de trabalhadores sem carteira teve uma pequena queda em relação ao ano anterior. Esta proporção voltou a subir em 2004, chegando a 24,7% do total de ocupados no país. Em termos regionais, per cebeu-se que o pequeno aumento da proporção dos trabalhadores sem carteira em nível nacional se reproduziu na maioria dos estados, principalmente os das regiões sudeste e sul. Os estados da Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso e Distrito Federal, tiveram um aumento da proporção dos trabalhadores sem carteira superior a um ponto percentual. Em relação a 2003, porém, mantém-se o quadro onde os estados da região sul apresentam as proporções mais baixas (menos de 22% do total de ocupados), seguidos pelo Distrito Federal e pelos estados do Sudeste. Já nas regiões norte, centro-oeste e nordeste (com exceção de Alagoas e Piauí), as proporções estiveram sempre acima da média nacional. Trabalho infantil O trabalho infantil, que permanece elevado no país, mas vem se reduzindo graças aos esforços dos governos e da sociedade nos últimos anos. Em 2004, 1,7 milhão de crianças entre 10 e 14 anos estavam trabalhando no Brasil e outras 181 mil estavam procurando trabalho. Em relação a 2003, houve uma queda no trabalho infantil em termos absolutos. Em termos regionais, a queda da participação das crianças de 10 a 14 anos no mercado de trabalho ocorreu em quase todos os estados, sendo que as exceções a essa tendência estão, principalmente, na região centro-oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás), na região norte e em alguns poucos estados da região nordeste.
ATUALIDADES
57
Atualidades | Banco do Brasil
RENDA
A pobreza e a desigualdade estão entre os problemas mais sérios enfrentados pela população brasileira na atualidade. Ambas diminuíram entre 2001 e 2004, mas continuam a ser um traço especialmente marcante da população residente nas regiões nordeste e norte, da população negra e daquela rural. Considerando o Brasil como um conjunto, a redução da pobreza e da desigualdade nos anos recentes se deveu, principalmente, aos Proporção da população em situação de pobreza - 2001 a 2004 % ganhos de rendimento constatados em meio à população mais pobre. 33,9 33,3 Comparando-se os anos de 2001 e 2004, verifica-se que a 33,0 população submetida à condição de indigência diminuiu de maneira relevante. Apesar de ter registrado um pico de 14,3% em 2003, a taxa de indigência reduziu-se a 11,3% em 2004 – o nível mais 30,1 baixo dos anos recentes. Traduzindo essas taxas em números, nota-se que os indigentes eram 19,8 milhões em 2004, bem menos que os 24,6 milhões encontrados no ano anterior. A pobreza seguiu por caminho bastante semelhante. A sua incidência sobre a população brasileira diminuiu para 30,1% em 2004, não obstante o pico de 33,9% em 2003. Já o número de pobres baixou para 52,5 milhões em 2004, depois de ter atingido 58,4 milhões no ano antecedente. Entre 2001 e 2004, as desigualdades regionais permaneceram elevadas. A pobreza ainda se revelou uma característica marcante da população das regiões nordeste e norte, em que pese a melhora observada no período. Em 2004, nada menos que 53,7% da população do Nordeste era considerada pobre (26,6 milhões de pessoas), percentual que correspondia a 36,9% da população do Norte (4 milhões). A pobreza mostrou-se particularmente acentuada em Alagoas, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Bahia – estados com até 60% de sua população considerada pobre. Por outro lado, a pobreza continuou menos marcante entre as populações do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nessas regiões, as taxas já eram as menores do país e diminuíram ainda mais no período em estudo (ver mapa 1). De modo que, em 2004, a população pobre correspondia a 16,9% na região sul (4,5 milhões de pessoas), a 19,3% na sudeste (14,5 milhões) e a 23,3% na centro-oeste (3 milhões). Mencione-se que os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, apesar de suas taxas relativamente reduzidas, ainda contavam com um contingente pobre bastante significativo em 2004, devido ao tamanho de sua população.
58
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
Estudo indica que desigualdade atingiu menor nível já visto no Brasil Na última década, a desigualdade no Brasil chegou ao nível mínimo já registrado no país, e a renda da metade mais pobre da população aumentou em ritmo 5,5 vezes mais rápido que a da minoria mais rica do país, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com o pesquisador Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da FGV, a renda dos 50% mais pobres no Brasil cresceu 67,93% ao longo da última década (dezembro de 2000 a dezembro de 2010), enquanto a renda dos 10% mais ricos teve incremento de 10,03%. Segundo o pesquisador, os principais efeitos por trás da redução da desigualdade são, em primeiro lugar, o aumento da escolaridade, e em segundo, programas sociais de redistribuição de renda.
A pesquisa mostrou que a pobreza caiu 67,3% desde o início do Plano Real, em 1994, até 2010. A redução da pobreza foi de 50,64% durante a era Lula, entre dezembro de 2002 e dezembro de 2010. Já do início do Plano Real, incluindo o mandato de Fernando Henrique Cardoso, até 2002, a queda foi de 31,9%. De acordo com o estudo, a desigualdade chegou a seu mínimo histórico em 2010. O parâmetro é o índice Gini, que chegou ao valor mais baixo no Brasil desde a primeira pesquisa do Censo que investigou a renda dos brasileiros, em 1960. O Gini varia de 0 a 1, e quanto mais alto, maior a desigualdade. O Brasil chegou ao ápice em 1990, com 0,609. Desde então, viu queda progressiva no indicador, até chegar ao mínimo de 0,530 no ano passado.
“Ainda é um nível de desigualdade muito alto, mas está em queda. Para chegar a um nível médio de desigualdade, como o norteamericano (cerca de 0,42), ainda vai levar uns 30 anos. Vai ser algo para os nossos filhos”, diz Neri. Ele ressaltou, entretanto, que “algo diferente” está acontecendo no Brasil em relação a outros países emergentes, como Rússia, Índia e África do Sul, nos quais a desigualdade vem aumentando. Apesar de a escolaridade ter sido identificada como o principal fator por trás da redução da desigualdade, o estudo mostrou que a renda de analfabetos vem aumentando em ritmo maior que daqueles que chegaram à universidade, e que o "prêmio educação" - o valor do salário em relação ao número de anos estudados – teve queda.
Neri aponta que os maiores ganhos reais de renda no período foram de "grupos tradicionalmente excluídos", ou seja, os que costumavam ser listados nos extremos mais desvantajosos dos panoramas da desigualdade. O aumento da renda de pessoas e pardas, por exemplo, foi maior em relação às brancas, e o das mulheres foi maior em relação aos homens. “É uma redução dos diferenciais", diz Neri. "A desigualdade segue caindo, então aqueles identificados como grupos de menor renda estão subindo.”
s e d a d i l a u t A
Brasil tem 16,2 milhões de pessoas na pobreza extrema, aponta IBGE O Brasil tem 16.267.197 pessoas vivendo em situação de pobreza extrema, o que equivale a 8,5% da população, segundo dados do Censo realizado pelo IBGE e divulgados nesta terça-feira pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Para definir o número de brasileiros em extrema pobreza, o IBGE considerou as famílias com renda mensal igual ou inferior a R$ 70.
Além da renda, foram levadas em conta condições como a existência de banheiros nas casas, acesso à rede de esgoto e água e à energia elétrica. O IBGE também avaliou se os integrantes da família são analfabetos ou idosos. Dos 16,2 milhões em extrema pobreza, 4,8 milhões não tem nenhuma renda, segundo o IBGE. As regiões com os maiores índices da população em situação de miséria são Nordeste (com 18,1%) e Norte (com 16,8%). Estas regiões tem 75% dos brasileiros vivendo em pobreza extrema. De acordo com os dados, 46,7% dos extremamente pobres moram na zona rural. Dos brasileiros residentes no campo, um em cada quatro se encontra em extrema pobreza. Ainda segundo o IBGE, dos brasileiros com 15 anos ou mais que ganham até R$ 70 por mês e que vivem na zona rural, 30,3% são analfabetos. Na área urbana, este índice é de 22%. Entre os extremamente pobres, 50,5% são mulheres, das quais 70,8% se declararam pretas ou pardas. Entre a população indígenas, 39,9% está em situação de miséria. O governo federal anunciou no início de maio de 2011 a criação do Programa Brasil Sem Miséria, plano que envolve transferência de renda, acesso a serviços públicos e inclusão produtiva da população em pobreza extrema.
De acordo com dados da Pnad, entre 2001 e 2009, os analfabetos obtiveram incremento de 47% na renda, enquanto pessoas com nível de escolaridade a par tir do superior incompleto tiveram queda de 1% nos ganhos. “O trabalho pouco qualificado ficou mais valorizado no Brasil, como o de empregadas domésticas, operários da construção civil, trabalhadores agrícolas”, diz Neri. “Em parte, isso pode ocorrer porque programas sociais como o Bolsa Família tenham aumentado o salário reserva dessas pessoas, que só se dispõem a trabalhar com um salário razoável. Mas ainda é preciso estudar o fenômeno mais a fundo.”
ATUALIDADES
59
Atualidades | Banco do Brasil
EDUCAÇÃO E ANALFABETISMO Um adequado grau de instrução da população é requisito essencial para o desenvolvimento do país, para garantir o exercício da cidadania e promover a igualdade de oportunidades na sociedade. O desafio de ampliar a escolaridade e a qualidade da educação no Brasil ainda se coloca de forma marcante, sobretudo em virtude da persistência de problemas de ensino-aprendizagem. O acesso ao ensino fundamental está praticamente universalizado, mas mesmo assim a escolaridade média do brasileiro, que chegou a 6,8 anos de estudo em 2004, permanece abaixo da escolaridade obrigatória no país. Deve ser destacado ainda que vários indicadores revelam a permanência de fortes desigualdades educacionais entre regiões do país, entre o campo e a cidade bem como entre brancos e negros. A prioridade atribuída ao ensino fundamental, contudo, levou à substancial redução da desigualdade no acesso ao nível fundamental de ensino. A baixa da qualidade da educação básica permanece como um dos mais graves problemas do campo educacional no Brasil, mas a ela se somam o analfabetismo, que atinge 11,2% da população brasilei ra e o acesso restrito aos níveis de ensino não obrigatórios: infantil, médio e, sobretudo, superior, onde apenas 10,8% da população de 18 a 24 anos chega a este nível de ensino. É com o enfrentamento desse conjunto de problemas que será possível modificar a situação atual de baixa escolaridade média da população brasileira.
Analfabetismo Durante a década de 90, especificamente no período 1992-98, a taxa de analfabetismo apresentou uma média anual de redução de cerca de 1 ponto percentual. A partir de 1999, cai o ritmo anual de queda do analfabetismo, mantendo-se praticamente inalterada a taxa registrada em 2003 e 2004 (pouco acima dos 11%). Esta estabilização na taxa de analfabetismo ocorre em um nível ainda relativamente elevado, sobretudo quando comparada a de outros países da América Latina, como a Argentina (2,8%, em 2001) e o Chile (4,3%, em 2002). No Brasil, o analfabetismo é um problema que ainda atinge cerca de 14,6 milhões de pessoas, o que corresponde a uma taxa de 11,2%, em 2004. Mas esse elevado nível de analfabetismo do país é fruto de uma situação bastante desigual e diferenciada. Tomando como referência o ano de 2004, evidencia-se que a incidência do analfabetismo na área r ural atinge 26,2% da população entre de 15 anos ou mais, cuja proporção é cerca de 5 vezes a da área urbana metropolitana. Se observarmos a situação do analfabetismo na área rural de diferentes Unidades da Federação, são os estados da região nordeste os que apresentam as maiores proporções de analfabetos na área rural, comparativamente aos outros estados do país. Conseqüentemente, é também a região nordeste a que apresenta a taxa mais elevada de analfabetismo, cuja proporção é mais de três vezes a do Sul.
60
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
SAÚDE Os problemas de saúde de uma população podem ser identificados sob diferentes enfoques. As condições de morbidade, de que as pessoas adoecem, e de mortalidade, de que as pessoas morrem, são aproximações usuais para retratar o perfil epidemiológico da população. A redução da mortalidade infantil é uma tendência observada desde do começo dos anos 90. O ritmo dessa redução, no entanto, é menor no período analisado. A taxa caiu de 25,6 por mil nascidos vivos, em 2001, para 22,5 em 2004. A redução ocor reu com maior intensidade na região nordeste, mas, em alguns desses estados, as taxas ainda são de duas a três vezes mais elevadas que nos estados das regiões sul e sudeste. Entre 2001 e 2004, mantém-se a tendência observada nas últimas décadas de redução das doenças infecciosas e parasitarias e das afecções originarias no período perinatal. Em contrapartida, observa-se elevação das neoplasias e das doenças do aparelho circulatório, típicas da mudança do perfil epidemiológico da população pelo envelhecimento. Um problema com grande impacto sobre a mortalidade da população brasileira é a violência. As causas externas (particularmente, homicídios e acidentes de transporte) são a terceira causa de morte. A proporção de óbitos por causas externas manteve-se relativamente estável: 14,6%, em 2001 e 14,2% em 2004. No entanto, o diferencial das taxas entre as unidades da federação é significativo, alca nçando 44,6 óbitos por 100 mil no Acre e 97,8 por 100 mil no Rio de Janeiro. Aqui, ao contrário da mortalidade infantil, o problema está concentrado em estados com maior nível de desenvolvimento econômico, mas, nos quais esse desenvolvimento não tem sido suficiente para garantir maior equidade e justiça social.
s e d a d i l a u t A
Mortalidade infantil
No ano de 2001 a taxa de mortalidade infantil (número de óbitos de crianças de menos de 1 ano de idade por mil nascidas vivas) brasileira era de 25,6 por mil. Em 2004 a taxa se reduz para 22,5 por mil nascidos vivos, uma diminuição de 12,1% em relação à de 2001.
As desigualdades socioeconômicas entre as unidades da Federação podem também ser evidenciadas no índice de mortalidade infantil. Em 2001, a taxa de mortalidade infantil mais elevada foi registrada no estado de Alagoas, com 54,9 óbitos, por mil nascidos vivos. No Distrito Federal, a taxa foi de 15,2 óbitos, a mais baixa, enquanto a média brasileira era de 25,6 por mil. Em 2004, houve redução para 47,1 por mil em Alagoas e para 13,9 no Distrito Federal, enquanto a média brasileira baixou para 22,5 óbitos por mil. A taxa de mortalidade infantil apresentou redução em todas as regiões e entes federados. A mais expressiva foi observada na região nordeste (13,5%) sendo mais representativa nos estados do Ceará, 15,5%; da Bahia, 14,4%; do Piauí, 14,3% e em Alagoas com 14,2%. No conjunto dos estados, a maior reduç ão foi verificada no Espírito Santo, com 15,9%. Os estados onde a redução foi menor foram Rio Grande do Sul (3,8%), Tocantins (5,1%) e Rio de Janeiro (5,5%). De um modo geral, ob serva-se que a velocidade na redução de taxas de mor talidade é maior quanto mais alta é a taxa inicial. Por outro lado, a magnitude da diminuição anual da taxa de mortalidade infantil no Brasil como um todo caiu em relação à década passada. Enquanto entre 1996 e 2000, houve uma redução média anual de 4,4%, entre 2001 e 2004, essa média anual foi de 3,0%. Em regiões mais pobres as taxas elevadas estão fortemente ligadas a fatores sociais e ambientais, como carência alimentar e saneamento básico inadequados. A diminuição desses fatores com ações coletivas de tratamento de água, campanhas de vacinação, aleitamento materno e orientação para re-hidratação oral de crianças, vem reduzindo as elevadas taxas mortalidade infanti l. As desigualdades na mortalidade infantil nos estados também são provocadas por fatores como as diferenças de escolaridade da mãe e os distintos graus de urbanização. ATUALIDADES
61
Atualidades | Banco do Brasil
MORADIA O acesso a condições de moradia adequadas é um impor tante componente da qualidade de vida da população e pode ser averiguado a partir de atributos como: espaço adequado ao tamanho das famílias, disponibilidade de servi ços de água, esgotamento sanitário e coleta de resíduos sólidos, segurança da posse e preços compatíveis com os níveis de renda da população. O quadro habitacional brasileiro nas áreas urbanas apresentou uma sensível melhora entre 2001 e 2004. Considerando-se a performance do país como um todo, merecem destaque a redução de 11,6% no número absoluto de moradores em domicílios com irregularidade fundiária, de 11,3% no total de pessoas residentes em domicílios alugados com ônus excessivo com aluguel e de 6% no número absoluto de pessoas que sofrem de adensamento excessivo.
Irregularidade Fundiária A proporção da população residente em domicílios urbanos com irregularidade fundiária, com direitos de proprie dade mal definidos sobre a terra e a moradia, apresentou uma queda acumulada de um ponto percentual para o país como um todo, passando de 5,7% em 2001 para 4,8% do total de moradores em áreas urbanas em 2004. Essa queda foi mais acentuada entre 2001 e 2004. Em 2004, moravam em domicílios com irregularidade fundiária 7,2 milhões de pessoas, quase 1 milhão a menos do que no início do período. Ressalte-se que os números aqui obtidos representam uma subestimativa da irregularidade fundiária encontrada no Brasil. O levantamento da Pnad não capta a existência de documentos comprov antes da titulação e há uma tendência à não declaração de situações irregulares por parte dos moradores, devido ao medo de uma possível ação de despejo. A Secretaria Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades, por exemplo, trabalha com uma estimativa de 12,7 milhões de famílias, como público alvo dos seus programas de regularização fundiária.
62
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
s e d a d i l a u t A
SEGURANÇA
A proteção da vida, da integridade física e dos bens contra a violência e a criminalidade é um direito reconhecido pelo Estado brasileiro e uma das maiores preocupações de nossa sociedade, principalmente devido à alta vitimização existente no país. No entanto, a tarefa de acompanhar a evolução dos problemas de segurança é dificultada pela precariedade das informações disponíveis ao longo do tempo. Por exemplo, para dois fatores que estão diretamente ligados às más condições de segurança pública, o crime organizado e a crise do sistema de justiça penal, não existem infor mações que permitam dimensionar o problema em âmbito nacional. Assim, neste acompanhamento das condições de segurança da população a análise está concentrada nas taxas de homicídios. Entre 2001 e 2004, houve uma queda da taxa de homicídio no país. Ela ocorreu para ambos os sexos e em quase todas as faixas etárias e unidades da federação. Tal fato quebra uma tendência de alta que já vinha do iníci o dos anos 90. No entanto, como esta queda se deu basicamente em 2004, não se pode afirmar ainda que entramos numa tendência de baixa e nem mesmo de estabilização. As análises das variáveis de cor/raça e dos dados das regiões metropolitanas de 2004 ajudam a indicar os grupos especialmente vulneráveis aos homicídios. Jovens negros do sexo masculino e moradores de regiões metropolitanas mais uma vez comprovam ser candidatos naturais a políticas públicas que tenham em seu cerne a preocupação com a redução da violência. Isto não signifi ca que deixam de ser importantes reformas nas polícias, no Judiciário e no sistema penal para o combate à violência policial, à impunidade e situação desumana de muitos presídios. Taxa de vítimas de homicídio raça/cor e anos de escolaridade Homicídios por cem mil habitantes DF, 2004, Homens, 18 a 24 anos de idade
Taxa de vítimas de homicídio por faixas etárias Homicídios por cem mil habitantes Brasil, 2001 a 2004
Também não se deve deixar de mencionar a impor tância de ações voltadas para a proteção de outros grupos vítimas freqüe ntes da violência: homossexuais, mulheres, trabalhadores rurais, policiais, prostitutas e presidiários. Por fim, cabe ressaltar a importância de novas ações, práticas e instituições na área de segurança que podem trazer importantes frutos: mediação de conflitos, policiamento comunitário e ouvidorias de polícias. Entre os efeitos perversos do crime organizado – roubo e furto de carga e de carro, tráfico de drogas e de seres humanos, assalto a banco, desvio de recursos públicos, pirataria, seqüestro etc. – cabe destacar o uso instrumental da violência pelos envolvidos para a proteção pessoal e dos negócios contra concorrentes, policiais, delatores ou membros da própria quadrilha. E mais: o estoque de armas do crime organizado continua a ser utilizado em conflitos interpessoais ou criminalidade comum. Um outro aspecto a ressaltar é o incentivo à corrupção de atores do sistema de justiça criminal e do Estado em geral, trocando dinheiro por proteção de policiais, promotores, juízes, advogados, agentes penitenciários, políticos e fiscais. Há ainda casos de participação direta de policiais em quadrilhas, o que dificulta ainda mais a repressão pelo Estado. Entre uma gama diversa de crimes, o tráfico de drogas parece ter um maior impacto na sociedade: domínio de áreas urbanas; aliciamento de crianças e adolescentes; mortes de policiais, membros das quadrilhas e moradores comuns; corrupção de policiais e agentes penitenciários; forte demanda para o tráfico de armas; estímulo à dependência química. ATUALIDADES
63
Atualidades | Banco do Brasil
A crise do sistema de justiça penal se manifesta de várias formas: altas taxas de sub-notificação de crimes, alta proporção de boletins de ocorrência criminal que não geram investigações, inquéritos policias arquivados por deficiências no levantamento de indícios, denúncias que não vão a julgamento por falta de provas, alto número de mandatos de prisão a cumprir, superlotação de prisões e distritos policiais, corrupção, violência e péssimas condições de vida para os presidiários; excessos no uso da violência e da autoridade por policiais e outros agentes públicos da área de segurança e morosidade da justiça. Esta crise pode ser identificada, por exemplo, por dados sobre impunidade, morosidade da justiça e violência policial.
Vitimização e homicídios A alta vitimização se refere ao grande número de homicídios, sequestros, ameaças de morte, roubos, furtos, lesões corporais, torturas, estupros etc. Entre os anos de 2001 e 2004, houve queda das taxas de homicídio em quase metade das unidades da federação: Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia, Distrito Federal, Mato Grosso, Amapá, São Paulo, Sergipe, Roraima, Acre e Tocantins. Apesar das quedas, 8 unidades da federação permanecem com taxas superiores a 30 vítimas de homicídio por 100 mil habitantes: Pernambuco (49,3), Rio de Janeiro (49,3), Espírito Santo (48,6), Rondônia (37,3), Distrito Federal (35,7), Alagoas (34,8), Mato Grosso (31,5) e Amapá (30,2). Em que pese as variações de qualidade dos dados ano a ano, desperta especial preocupação o crescimento das taxas em alguns estados: Espírito Santo, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Pará, todos com mais de 20 vítimas de homicídio por 100 mil habitantes em 2004. Há uma maior concentração do fenômeno nas áreas mais urbanizadas. Em 2004, a taxa de homicídio do conjunto das capitais e RM com mais de 500 mil habitantes alcançou 41,1 por 100 mil habitantes, enquanto a de todo o país foi de 26,7. A contar, contudo, com as centenas de milhares de mortes ocorridas em 2005, 2006 e 2007 (só no Rio de Janeiro, no período de 01/01/2007 a 18/04/ 2007, 1300 pessoas foram assassinadas) este estudo deva sofrer uma atualização.
64
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
24 de fevereiro de 2011
“Mapa da Violência 2011 ” aponta causas de homicídios entre jovens no Brasil
A violência entre jovens na faixa etária de 15 anos aos 24 anos cresceu no período 1998/2008. Nesta década, enquanto 1,8% das mortes entre adultos foram causadas por homicídios, no grupo jovem a taxa chegou a 39,7%. Este é apenas uma das informações contidas na pesquisa “Mapa da Violência 2011 – Os jovens do Brasil”, elaborado pelo Instituto Sangari, em parceria com o Ministério da Justiça. O estudo traz um diagnóstico sobre como a violência tem levado à morte brasileiros, especialmente os jovens, nos grandes centros urbanos e também no interior do país. O estudo coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz servirá de subsídio a políticas públicas de enfrentamento à violência. Esta pesquisa, que tem como fonte os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, aponta o crescimento das mortes de jovens por homicídio, acidentes de trânsito e suicídio. Trata-se de uma minuciosa radiografia da evolução da mortalidade no Brasil com parâmetros estabelecidos pelas Organizações Pan-Americana de Saúde (OPS) e Mundial de Saúde (OMS). A pesquisa apurou informações no âmbito nacional e também aponta o cenário que inclui as grandes regiões, os 27 estados, 10 regiões metropolitanas, 27 capitais e 5.564 municípios. Este projeto, que incluiu diferentes levantamentos, foi realizado pelo FBSP no período de janeiro de 2009 a fevereiro de 2011 com recursos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). A iniciativa do governo federal oferece subsídios para a formulação de políticas públicas de prevenção da criminalidade entre adolescentes e jovens, além de construir referenciais metodológicos para auxiliar nas intervenções do poder público em territórios com elevados níveis de violência. O mapa da violência Segundo a pesquisa, a proporção de jovens no Brasil já foi maior há algumas décadas: “…para o ano de 2008 o país contava com um contingente de 34,6 milhões de jovens na faixa dos 15 aos 24 anos de idade. Esse quantitativo representa 18,3% do total dos 189,6 milhões de habitantes que a instituição projetava para o país. A proporção já foi maior. Em 1980, existia menor quantidade absoluta de jovens: 25,1 milhões mas, no total dos 118,7 milhões de habitantes, representavam 21,1%”
“Em 1980, as ‘causas externas’ já eram responsáveis por aproximadamente a metade (52,9%) do total de mortes dos jovens do país. Vinte e oito anos depois, em 2008, dos 46.154 óbitos juvenis registrados no SIM/SVS/MS, 33.770 tiveram sua origem em causas externas, pelo que esse percentual elevou-se de forma drástica: em 2004, quase ¾ de nossos jovens (72,1%) mor reram por causas externas.” O estudo informa ainda que 62,8% das mortes de jovens em todo o país ocorreram por homicídios, acidentes de transportes e suicídios. O mesmo documento aponta que, em 2004, foi detectada queda expressiva, por dois anos consecutivos, nos índices de homicídios e atribui essa baixa significativa ao “Estatuto e à Campanha do Desarmamento” lançados naquele ano. Alguns estados também tem reduzido a média de homicídios nas respectivas regiões, com tendência a diminuir seus índices, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, enquanto Pará, Alagoas e Goiás praticamente dobraram os seus números. A pesquisa sugere que essa inversão nos índices dos estados possa ter sido provocada pelo Plano Nacional de Segurança Pública e pelo Fundo Nacional de Segurança que canalizaram seus recursos para o aparelhamento das regiões de maior incidência, o que dificultou a ação e provocou a migração para locais de menor risco, provocando o aumento de homicídios na região. Alguns acontecimentos observados em pesquisas anteriores continuam intactos como a quase totalidade das vítimas de homicídios ser do sexo masculino e ainda os elevados níveis de vítimas de cor preta nesses casos, morrendo mais que o dobro de cor branca.
s e d a d i l a u t A
Baixe a versão completa do Mapa da Violência 2011 http://bit.ly/h8ttMm
Assista vídeo no YouTube sobre o Mapa da Violência 2011 http://youtu.be/io9mmw-t15A
O documento relata ainda que os jovens da década de 80 tinham as epidemias e doenças infecciosas como as principais ameaças às suas vidas. Atualmente, essas causas foram substituídas pelas chamadas “causas externas” representadas, principalmente, pelos acidentes de trânsito e homicídios. Esses fatores externos têm números alarmantes se ligados à população jovem:
ATUALIDADES
65
Atualidades | Banco do Brasil
ETNIAS: composição da população
A população atual do Brasil é muito diversa, tendo par ticipado de sua formação diversos povos e etnias. De forma geral, a população brasileira foi formada por cinco grandes ondas migratórias: · Os diversos povos indígenas , autóctones do Brasil, descendentes de grupos humanos que migraram da Sibéria, atravessando o Estreito de Bering, aproximadamente 9.000 a.C. · Os colonos portugueses, que chegaram para explorar a colônia desde a sua descoberta, em 1500, até a sua independência, em 1822. · Os africanos trazidos na forma de escravos para servirem de mão-de-obra, em um período de tempo que durou de 1530 à 1850. · Os diversos grupos de imigrantes vindos principalmente da Europa, os quais chegaram ao Brasil entre o final do século XIX e início do século XX. · Imigrações recentes de diversas partes do mundo, sobretudo Ásia e Oriente Médio.
Acredita-se que o Continente Americano foi povoado por três ondas migratórias vindas do Norte da Ásia. Os indígenas brasileiros são, provavelmente, descendentes da primeira leva de migrantes, que chegou à região por volta de 9.000 a.C. Os principais grupos indígenas, de acordo com sua origem lingüística, eram os tupi-guarani, jê ou tapuia, ar uaque ou maipuré e caraíba ou caribes. A imigração européia no Brasil iniciou-se no século XVI, sendo dominada pelos portugueses. Neerlandeses (ver Invasões holandesas do Brasil) e franceses (ver França Antártica) também tentaram colonizar o Brasil no século XVII, mas sua presença durou apenas algumas décadas. Nos primeiros dois séculos de colonização vieram para o Brasil cerca de 100 mil portugueses, uma média anual de 500 imigrantes. No século seguinte vieram 600 mil, em uma média anual de dez mil colonos. A primeira região a ser colonizada pelos portugueses foi o Nordeste. Pouco mais tarde, os colonos passaram a colonizar o litoral do Sudeste. O interior do Brasil só foi colonizado no século XVIII. Os portugueses foram o único grupo étnico a se espalhar por todo o Brasil, principalmente graças à ação dos bandeirantes ao desbravarem o interior do país no século XVIII. A população indígena original do Brasil (entre 3 - 5 milhões) foi em grande parte exterminada ou assimilada pela população portuguesa. Os mamelucos (ou caboclos, mestiços de branco com índio) se multiplicavam às centenas pela colônia. Um outro elemento formador do povo brasileiro chegou na forma de escravo. Os africanos começaram a ser trazidos para a colônia na década de 1530, para suprir a falta de mão-de-obra. Inicialmente, chegaram escravos de Guiné. A partir do século XVIII, a maior parte dos cativos era trazida de Angola e, em menor medida, de Moçambique. Na Bahia, os escravos eram majoritariamente oriundos do Golfo de Benin (atual Nigéria). Até o fim do tráfico negreiro, em 1850, entre 3-5 milhões de africanos foram trazidos ao Brasil-37% de todo o tráfico negreiro efetuado entre a África e as Américas.
66
ATUALIDADES
O grande fluxo imigratório em direção ao Brasil foi efetuado no século XIX e início do século XX. Para se ter uma idéia do impacto imigratório nesse período, entre 1870 e 1930, entraram no Brasil um número superior a cinco milhões de imigrantes. Esses imigrantes foram divididos em dois grupos: uma parte foi enviada para o Sul do Brasil, onde se tornaram colonos trabalhando na agricultura. Todavia, a maior parte foi enviada para as fazendas de café do Sudeste. Os colonos mandados para o Sul do país foram, majoritariamente, alemães (a partir de 1824, sobretudo da Renânia-Palatinado, Pomerânia, Hamburgo, Vestfália, etc) e italianos (a partir de 1875, sobretudo do Vêneto e da Lombardia). Ali foram estabelecidas diversas colônias de imigrantes que, ainda hoje, preservam os costumes do país de origem. Para o Sudeste do país chegaram, majoritariamente, italianos (sobretudo do Vêneto, Campânia, Calábria e Lombardia), portugueses (notadamente oriundos da Beira Alta, do Minho e Alto Trás-OsMontes), espanhóis (sobretudo da Galiza e Andaluzia), japoneses (sobretudo de Honshu e Okinawa) e árabes (do Líbano e da Síria). De acordo com o Memorial do Imigrante, entre 1870 e 1953, entraram no Brasil cerca de 5,5 milhões de imigrantes, sendo os italianos (1.550.000), portugueses (1.470.000), espanhóis (650.000), alemães (210.000), japoneses (190.000), poloneses (120.000) e 650.000 de diversas outras nacionalidades. Atualmente, o IBGE utiliza para fins censitários 5 (cinco) categorias no Brasil, baseado na raça e cor da pele: branco, índio, negro, pardo e amarelo (asiático).
Raça e cor pelo IBGE
O critério usado pelo IBGE para esta classificação é a autodeclaração, o que, segundo alguns, gera distorções na estatística pois existe preconceito contra o negro no país, sendo que muitos negros geralmente se declaram “pardos” e também há casos de “pardos” que se declaram “brancos”. Este termo “pardo”, utilizado pelo IBGE, na prática acaba englobando todos os que se consideram não-brancos mas que também não se identificam como negros, indígenas ou amarelos (asiáticos). Isto tem gerado controvérsia, uma vez que muitos dos contrários às políticas afirmativas (entre elas a política de cotas raciais) não consideram todos os “pardos” como afro-descendentes, algo que o governo tende a fazer.
Atualidades | Banco do Brasil
Brancos
Os brancos compõem a maior parte da população brasileira: cerca de 49,9% da mesma, somando cerca de 93 milhões de indivíduos. Estão espalhados por todo o território brasileiro, embora a maior concentração esteja no Sul e Sudeste do Brasil. Consideram-se brancos os descendentes diretos ou predominantes de europeus e de outros povos de cor branca. Uma pesquisa realizada com mais de 34 milhões de brasileiros, dos quais quase vinte milhões se declaram brancos, perguntou a origem étnica dos participantes de cor ou raça branca. A grande maioria apontou origem brasileira (45,53%). 15,72% apontou origem italiana, 14,50% portuguesa, 6,42% espanhola, 5,51% alemã e 12,32% outras origens, que incluem africana, indígena, judaica e árabe. Os números condizem fortemente com o passado imigratório no Brasil. Entre o final do século XIX e início do século XX, sobretudo após a Abolição da Escravatura, o Estado brasileiro passou a incentivar a vinda de imigrantes para substituir a mão-de-obra africana. Entre 1870 e 1951, de Portugal e da Itália chegaram números próximos de imigrantes, cerca de 1,5 milhão de italianos e 1,4 milhão de portugueses. Da Espanha chegaram cerca de 650 mil e da Alemanha em torno de 260 mil imigrados. Os números refletem as porcentagens das origens declaradas pelos brancos brasileiros. É notório, porém, que quase metade dos brancos pesquisados declararam ser de origem brasileira. É explicável pelo fato de a imigração portuguesa no Brasil ser bastante antiga, remontando mais de quinhentos anos, fato que muitos brasileiros brancos desconhecem tais origens por já terem suas famílias enraizadas no Brasil há séculos. Se se considerar os brancos que se afirmaram de origem brasileira como descendentes remotos de portugueses, 60,03% da população branca do Brasil é de origem portuguesa. Ensuma, vivem em Portugal 10 milhões de portugueses e no Brasil 26 milhões de pessoas que se consideram etnicamente portuguesas e outras 41 milhões que são, provavelmente, de remota origem lusitana. Observando os muitos milhões de mestiços e negros brasileiros que também possuem antepassados portugueses, é clara a extrema importância dos por tugueses na formação étnica do povo brasileiro.
Apenas 4,80% dos brancos brasileiros pesquisados afirmaram ter antepassados indígenas, enquanto somente 1,88% declararam ter antepassados negros africanos. Tais números, porém, não condizem com a realidade genética dos brancos brasileiros que possuem, na maioria dos casos, significante contribuição genética de índios e africanos, devido a séculos de miscigenação entre europeus, nativos e escravos negros.
Através de um importante mapeamento genético, chegou-se a conclusão que o brasileiro de cor branca é descendente quase que exclusivamente de europeus do lado paterno (90%). Já no lado materno, apresenta uma intensa miscigenação: 33% de linhagens ameríndias, 28% de africanas e 39% de européias. Isso é explicado historicamente: no início da colonização, os colonos portugueses não trouxeram suas mulheres, o que acarretou no relacionamente entre homens portugueses com mulheres indígenas e, mais tarde, com as africanas. Em outras palavras, a maior parte dos brancos do Brasil tem 90% de seus antepassados homens oriundos da Europa, enquanto 60% de suas antepassadas eram indígenas ou africanas.
s e d a d i l a u t A
Uma questão contemporânea: as minorias
O termo minoria diz respeito a determinado grupo humano e social que esteja em inferioridade numérica em relação a um grupo majoritário e/ou dominante. Uma minoria pode ser étnica, religiosa, cultural, linguística. No Brasil, segundo o censo, índios e negros representam um grupo minoritário, representando menos de 7% da população. Entretanto, o Brasil é um país completamente miscigenado e mais de 40% da população se declara parda, tornando o ter mo minoria sujeito a questionamentos. Com a criação de políticas compensatórias, em especial as que estabelecem cotas raciais, essa discussão tem estado no centro das polêmicas na sociedade.
Índios
Os índios compõem 0,4% da população brasileira, somando cerca de 700 mil indivíduos. Populações indígenas podem ser encontradas por todo o território brasileiro, embora mais da metade esteja concentrada na Região amazônica do Norte e Centro-Oeste. Consideram-se índios todos os descendentes puros dos povos autóctones do Brasil e/ou que vivem no ambiente cultural tradicional dos mesmos. Recentes estudos genéticos comprovaram que muitos brasileiros possuem alguma longínqua e geralmente desconhecida ascendência minoritária de povos indígenas extintos há séculos. Os brasileiros que carregam esta carga genética de forma majoritária são predominantes no norte do Brasil. Quando os primeiros portugueses chegaram ao Brasil, em 1500, a população indígena girava em torno de 3 a 5 milhões de indivíduos. Na metade do século XIX, os índios não passavam de 100 mil pessoas e no final do século XX eram cerca de 300 mil. O desaparecimento da população nativa brasileira se deve principalmente a quatro fatores: a dizimação promovida pelos colonizadores, as doenças que se espalharam como epidemias, a miscigenação racial e, principalmente, a perda dos valores e da identidade indígenas ao longo dos séculos.
Negros
Os negros compõem 6,3% da população brasileira, somando cerca de 11 milhões de indivíduos. Estão espalhados por todo o território brasileiro, embora a maior proporcionalidade esteja
ATUALIDADES
67
Atualidades | Banco do Brasil
no Nordeste. Consideram-se negros todos os descendentes dos povos africanos trazidos para o Brasil e que têm o fenótipo característico africano.
Pardos
Segundo a definição do IBGE, pardos são pessoas que se declaram mulatas, caboclas, cafuzas, mamelucas ou mestiças de negro com pessoa de outra raça. Para efeitos estatísticos, pardos são considerados negros pelo governo. No censo de 2005, 43,2% da população nacional se autodeclarou como sendo parda.
A escravidão no Brasil durou cerca de 350 anos e trouxe para o país cerca de 4 milhões de africanos, número bastante inferior ao de imigrantes europeus. Recentemente, começou-se a observar novas imigrações de africanos ao Brasil, vindos principalmente da Nigéria.
Pesquisas genéticas recentes indicam que a maioria dos brasileiros têm mais de 10% de marcadores genéticos africanos, assim como mostram que aqueles considerados negros no Brasil, muitas vezes carregam alto grau de carga genética européia e, em alguns casos, indígena. As tais pesquisas, no entanto, são frequentemente criticadas por utilizarem de bases de amostras extremamente pequenas para suas estatísticas, além de generalizações das médias encontradas em determinados indivíduos o que faz com que sejam muito imprecisas e favoreçam sempre um perfil geral miscigenado para a população. Há também quem critique estas pesquisas pelo fato das mesmas terem como suposta consequência a destruição da consciência negra em indivíduos com aparência negra mas sangue comprovadamente mestiço. Argumentam que esta destruição favorece a discriminação comum do dia-a-dia, na medida que, supõem, esta discriminação comum aos negros não ocorre devido ao que há em sua carga genética detalhada ou nas suas gerações familiares anteriores, mas sim ao que se vê no fenótipo externo físico do indivíduo.
68
ATUALIDADES
Ao contrário do que muitos pensam, o termo pardo não foi criado censitariamente como uma categoria de cunho “étnico-racial” distinto ou como sinônimo de miscigenado: o termo passou a ser utilizado no censo do ano de 1872, com o intuito único de contabilizar de forma separada os negros (não importando se pretos ou miscigenados) ainda cativos, e os negros (não importando se pretos ou miscigenados) nascidos livres ou forros.
Amarelos
Os amarelos compõem 0,5% da população brasileira, somando cerca de 1 milhão de indivíduos. Estão concentrados em dois estados brasileiros: São Paulo e Paraná, embora populações menores estejam espalhadas por todo o teritório brasileiro. Consideram-se amarelos todos os descendentes de povos asiáticos. A grande maioria dos amarelos brasileiros são descendentes de japoneses que imigraram para o Brasil entre 1908 e 1960, devido à problemas econômicos. O Brasil abriga hoje a maior comunidade japonesa fora do Japão. Outros grupos amarelos em fase de crescimento rápido, são os chineses e coreanos que atualmente integram o comércio nas capitais.
Atualidades | Banco do Brasil
Brasil: População economicamente ativa - PEA e população ocupada e desocupada, por nível de instrução 1992/2004 (em mil pessoas)
s e d a d i l a u t A
Fonte(s) : Pequisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD (microdados) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE).
População Economicamente Ativa (PEA): Composta por pessoas empregadas, pelos desempregados (sejam estes que já trabalharam, 1º emprego) e também por um segundo grupo de desempregados que não estão buscando o trabalho.
População Economicamente Ativa (PEA) 2004
ATUALIDADES
69
Atualidades | Banco do Brasil
MIGRAÇÕES e URBANIZAÇÃO No Brasil, migrações, urbanização e desigualdades sociais estão intrinsecamente interligados. Existem dados estimativos, sem comprovação oficial, que apontam uma população urbana no Brasil no final do Império (1890) com 6,8% para o início da República (1920) já com 16,55%, 4.552.000 hab itantes nas cidades e nas vilas mais próximas, de um universo de 27.500.000 brasileiros. A Região Centro-Oe ste tinha apenas uma cidade com mais de 20.000 habitantes, a capital de Mato Grosso, Cuiabá. Conforme o censo de 1920 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, as Regiões Sul com 2 e Norte com 3 cidades acima de 20.000 habitantes, também eram pouca urbanizadas, enquanto as regiões Leste com 18 e Nordeste com 20 já demonstravam áreas mais urbanizadas, com o Estado de São Paulo possuindo, sozinho, 20 cidades com mais de 20.000 pessoas. Somente em 1940 inicia-se o processo de contagem de população com separação entre urbanas – cidade s e vilas – e zona rural. A população existente nas cidades era de 10.891.000 pessoas (26,35%) de um total de 41.326.000 habitantes. Acredita-se que os dados anteriores a 1940 não possuíam uma metodologia confiável do número de pessoas que habitavam as cidades em relação ao total. Em seu livro “Urbanização Brasileira”, o Geógrafo Míltom Santos destaca: “ Entre 1940 e 1980, dá-se verdadeira inversão quanto ao lugar de residência da população brasileira. Há meio século atrás (1940), a taxa de urbanização era de 26,35%, em 1980 alcança 68,86%. Nesses quarenta anos, triplica a população do Brasil, ao passo que a população urbana se multiplica por sete vezes e meia”(SANTOS, 1996, p. 29).
População total e urbana no Brasil
A demografia do Brasil é um domínio de estudos e conhecimentos sobre as características demográficas do território brasileiro. O Brasil possui cerca de 192 milhões de habitantes (estimativa do IBGE, 2010) o que representa uma das maiores populações absolutas do mundo, destacando-se como a quinta nação mais populosa do planeta. Ao longo dos últimos anos, o crescimento demográfico do país tem diminuído o ritmo, que era muito alto até a década de 1960. Em 1940, o recenseamento indicava 41.236.315 habitantes; em 1950, 51.944.397 habitantes; em 1960, 70.070.457 habitantes; em 1970, 93.139.037 habitantes; em 1980, 119.002.706 habi tantes; e finalmente em 1991, 146.825.475 habitantes. l ; o s a 4 n o s n 0 l n o 0 i a e c 2 i C c a e o , N d s E a o a G c r ç B i t b n I í ; l a 1 o m d P e a v u l o o m e . n N b 6 a , e a 0 b a o t r i , 0 l ã í U s ç 9 2 6 / . a a s r z . i o e B i p a D , n , a 0 / 1 m s b e o r 8 9 a v d n U i 1 a a , t , s b a d i r n i m c U e l i t v o M o i p l ó s t s n O r e o e t / n m e e 0 r P 0 g e i , v r s l 0 d o e a o v e z 2 C n G o 0 : e V 4 s s n , l e e e i 9 t 1 D b s n a o e u r e F d R B d
Urbanização no Brasil: falta de planejamento planejamento ee desigualdade social Analisando o quadro acima se pode verificar que o crescimento da população urbana no Brasil ocorre de forma descontrolada e diante da atual realidade de investimentos econômicos, sociais e na infraestrutura urbana nas cidades e por outro lado, a inexistência de uma política competente que objetive a reforma agrária fica fácil deduzir que este crescimento urbano irá continuar até que se haja uma política nacional de investimentos no campo. Se o país possuía um caráter extremamente rural nos anos 40 e 50, com uma população rural em torno de 2/3 do total, verifica-se um equilíbrio nos anos 60, mas, já nos anos 70 e 80 houve uma verdadeira corrida para as cidades e o país virou esta proporção para 1/3 na zona rural. Esta realidade somente se acentuou dos anos 90 para os dias atuais onde hoje temos praticamente 90% da população brasileira vivendo nas cidades e apenas 10% no campo.
70
ATUALIDADES
Construção de Brasília (1959): um exemplo de grande migração não planejada. Mais de 25 mil “candangos”, operários construtores da cidade na qual não existia espaço para acomodação pós-construção.
Atualidades | Banco do Brasil
População das 12 maiores metrópoles brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes em 2000, 2005 e 2006
s e d a d i l a u t A
Fonte: CENSO 2000 e estimativa para 2005 do IBGE e Estimativas para 2006, com base nos índices de crescimento do IBGE.
Migrações internas no Brasil As migrações pelo território brasileiro estão associadas, como nota-se ao longo da história, a fatores econômicos, desde o tempo da colonização pelos europeus. Quando ter minou o ciclo da cana-de-açúcar na região Nordeste e teve o início do ciclo do ouro, em Minas Gerais, houve um enorme deslocamento de pessoas em direção ao novo centro econômico do país. Graças ao ciclo do café e, posteriormente, com o processo de industrialização, a região Sudeste pôde se tornar efetivamente o grande pólo de atração de migrantes, que saíam de sua região de origem em busca de empregos ou melhores salários. Acentuou-se, então, o processo de êxodo rural; migração do campo para a cidade, em larga escala. No meio rural, a miséria e a pobreza agravadas pela falta de infra-estrutura (educação, saúde, etc.), pela concentração de terras nas mãos dos latifundiários e pela mecanização das atividades agrárias, fazem com que a grande população rural se sinta atraída pelas perspectivas de um emprego urbano, que melhore o seu padrão de vida. O fascínio urbano torna-se, então, o principal fator de atração para as grandes cidades. No entanto, o que ocorre é que a cidade não apresenta uma oferta de empregos compatível à procura. Em conseqüência surgem o desemprego e o sub-emprego no setor de serviços, como os vendedores ambulantes e os trabalhadores que vivem de fazer “bicos”. E isso necessariamente vai resultar na formação de um cinturão marginal nas cidades, ou seja, o surgimento de favelas, palafitas e invasões urbanas. Atualmente, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, é significativa a saída de população das metrópoles em direção às cidades médias do interior. A causa desse movimento é que as metrópoles estão completamente inchadas, com precariedade no atendimento de praticamente todos os serviços públicos, altos índices de desemprego e criminalidade. Já as cidades do interior desses estados, além de estar passando por um período de crescimento econômico, oferecem melhor qualidade de vida à população.
ATUALIDADES
71
Atualidades | Banco do Brasil
Aspectos econômicos Já vimos que a globalização econômica, transformou, radicalmente, as relações produtivas no Brasil e no mundo. Ao passo que o país começou a acessar bens e serviços até então não disponíveis, essas transformaç ões provocaram uma reestruturação do espaço produtivo e, conseqüentemente, impacto na população. Ampliação da concentração de renda, precarização das relações de trabalho, formação de cultura de massa, além do rápido esgotamento das fontes de recursos naturais disponíveis, são fatores que definem o momento que vivemos. Numa retrospectiva da evolução da economia brasileira, três fatores se sobressaem: o avanço do processo de industrialização orientado e coordenado pelo Estado, os problemas advindos da insuficiente capacidade de financiamento do desenvolvimento econômico e a incapacidade de assegurar, paralelamente à performance econômica, a melhoria substantiva da situação social. O avanço do processo de industrialização do Brasil apresentou, do ponto de vista econômico, em curto período de tempo, um desempenho notável, pois assegurou não somente elevadas taxas de crescimento econômico até os anos de 1970, como promoveu alterações no parque industrial com a ascensão de indústrias tecnologicamente avançadas. A origem da expansão industrial brasileira data do final do século XIX, com a instalação e ampliação de indústrias produtoras de bens de consumo não-duráveis como, por exemplo, indústrias alimentícia e têxtil. A importância das atividades agroexportadoras na geração da renda nacional e na oferta de emprego, como resultado de determinantes históricos, transformava a atividade industrial em atividade subordinada, ou seja, complementar à nuclear. Estas inovações, contudo, criaram uma profunda alteração na cultura produtiva do país, modificando, violentamente, todo o ciclo econômico e social da população.
Mecanização da agricultura - Automação industrial e robotização nas cidades A década de 1950 no Brasil foi marcada, do ponto de vista econômico, pela macropolítica de conjugação da urbanização e industrialização, bem como pela integração e subordinação da economia ao mercado internacional. A consolidação deste projeto contava com a contribuição do setor agropecuário, que desempenhou papel relevante neste processo. Cabia a este setor gerar “divisas” com exportações agrícolas para financiar a industrialização, substituindo as importações; liberar parte da mão de obra do campo para atender a demanda de força de trabalho das indústrias; e, regular os salários urbanos, por meio da oferta a baixo preço de produtos que compunham a cesta básica do trabalhador. Para que tal projeto se desenvolvesse o Estado brasileiro assumiu o papel de condutor do desenvolvimento nacional, associando o setor agropecuário ao industrial, orientando medidas e políticas que visavam a planejar, executar e avaliar as mudanças implementadas. A expansão das lavouras de soja , a partir dos anos 1970, resultou, por um lado, numa elevada concentração fundiária e, por outro, na redução do número de postos de trabalho no campo. A produção de soja é realizada, principalmente, em médias e grandes explorações com utilização intensa de máquinas e insumos químicos o que reduz a necessidade da incorporação do trabalho vivo ao processo produtivo. Com isso, os pequenos produtores rurais, proprietários e não-proprietários, passaram a buscar alternativas de inserção no mercado de trabalho urbano, também bastante limitado, especialmente para os trabalhadores sem qualificação profissional como é o caso da grande maioria dos produtores rurais que foram obrigados a deixar o campo. A mecanização da agricultura brasileira, ocorrida a partir deste contexto, atendeu essa demanda, enviando milhares de trabalhadores para as periferias das grandes cidades. Nas cidades, a robotização e automação industrial iniciada a partir da década de 1980, começou alterar os processos produtivos tradicionais, especialmente nas indústrias de bens de produção, de bens de capital e de base. O resultado deste “ajuste” na cultura da atividade produtiv a do Brasil produziu, como bem sabemos, os grandes problemas sociais: concentração de terras, desemprego, urbanização descontrolada, informalidade na relação de emprego, entre outros. Produziu também, a força da atual economia nacional totalmente inserida no mercado global, e inúmeros outros segmentos produtivos que antes não existiam.
72
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
Indústria
Novos espaços produtivos O processo de globalização, no qual o País estará cada vez mais inserido, implica, necessariamente, a especialização da estrutura produtiva, especialmente no tocante à atividade industrial, o que requererá abrir espaços na estrutura produtiva para produtos importados produzidos em melhores condições de eficiência e, em compensação, intensificar a participação dos produtos de produção interna gerados em condições mais eficientes nos mercados externos. O MERCOSUL, e os acordos comerciais bilaterais específicos, tem significado muito especial nesse contexto, porquanto representa um passo inicial no sentido do aprofundamento desse processo de especialização internacional da economia brasileira. Essa especialização , para que seja eficaz não deve acarretar a desarticulação das cadeias produtivas da estrutura econômica com a substituição indiscriminada de produtos nacionais por produtos estrangeiros. É fundamental que a especialização ocorra mediante o fortalecimento dos complexos produtivos internos para os quais o país revele maior aptidão natural e/ou construída a partir da capacitação tecnológica. Somente assim será possível assegurar um crescimento dinâmico e sustentado, capaz de melhorar a situação ocupacional e de não gerar desequilíbrios nas relações comerciais e financeiras internacionais, impeditivos do prosseguimento do processo de desenvolvimento. Com o aperfeiçoamento da política de incentivos à expor tação, que já vem tomando forma mediante o aumento da disponibilidade e melhoria das condições de financiamento aos produtos exportáveis, da criação do mecanismo de seguro às exportações, da eliminação de custos tributários ainda existentes, ao lado da redução dos custos dos serviços infraestruturais e o desenvolvimento de intensa ação promocional no exterior, será perfeitamente viável acelerar as exportações, especialmente de produtos industriais. Nesse sentido, haverá que desenvolver ações para apoiar a capacitação tecnológica das empresas para que desenvolvam novos e mais sofisticados produtos, detentores de maior valor agregado e maior competitividade no mercado internacional. Vejamos agora esses novos espaços produtivos, nos setores da indústria, agricultura, serviços, biotecnologia e informática.
Nos últimos anos, o processo industrial sofreu uma intensa alteração, de matriz e de mercado. Ao passo que, com a competição global com produtos manufaturados na China e no sudoeste asiático, houve uma depressão em diversas áreas como, por exemplo, a indústria coureiro-calçadista, a indústria de eletro-eletrônicos etc, o setor reagiu diversificando sua matriz produtiva. A indústria extrativa mineral, tipicamente exportadora, acumula incremento de 7,8% na comparação com igual período de 2005, se beneficiando do aumento da demanda mundial de commodities. Já a indústria de transformação acumula variação de 2,6% na mesma base de comparação, estimulada pelo comportamento positivo de ramos mais atrelados à evolução da massa salarial (bebidas, farmacêutica, construção civil) e do crédito (automóveis).
s e d a d i l a u t A
Indicadores Conjunturais da Indústria em Agosto de 2006
Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal.
Setores como refino de etanol e petróleo, farmacêutico e de máquinas e equipamentos para a indústria e comércio, possui um crescimento constante, especialmente nos últimos dois anos. Outro setor extremamente importante, situado nos bens de consumo, é da produção de equipamentos de informática. Setor, há alguns anos, responsável por quase a totalidade de importações do comércio. Em 2007, informa o IBGE, em recente pesquisa (março/07), que entre as dez atividades que mostram crescimento, os maiores impactos positivos na formação da taxa global vieram de máquinas para escritório e equipamentos de informática (40,7%), seguida pela indústria extrativa (7,9%), bebidas (9,3%) e máquinas e equipamentos (5,5%). As maiores pressões negativas vieram de material eletrônico e equipamentos de comunicações (- 13,1%) e veículos automotores (- 4,8%). Além destes interessantes números, existe a espectativa que, com o aquecimento do mercado de biocombustíveis e ampliação de consumo de produtos de extração vegetal, estes números aumentem consideravelmente.
ATUALIDADES
73
Atualidades | Banco do Brasil
O ESPAÇO AGRÁRIO Agricultura
A agricultura brasileira, associado com a pecuária, é um dos setores econômicos mais estratégicos para a consolidação do programa de estabilização da economia iniciado com o Plano Real, em 1994. A grande participação e o for te efeito multiplicador do complexo agroindustrial no PIB, o alto peso dos produtos de origem agrícola (básicos, semi-elaborados e industrializados) na pauta de exportações e a contribuição para o controle da inflação são exemplos da importância da agricultura para o desempenho da economia brasileira nos próximos anos. A agropecuária representa cerca de 12% do PIB nacional, considerando-se apenas o valor da produção. Quando se usa o conceito global de agribusiness (que abrange a soma total das operações de produção e distribuição de insumos e novas tecnologias agrícolas, produção propriamente dita, armazenamento, transporte, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e seus derivados), a participação do complexo agroindustrial alcança mais de 35% do PIB, evidenciando o efeito multiplicador que esse setor exerce sobre a economia como um todo e sobre o interior do país em particular. Já na pauta de exportações brasileiras, a participação da agricultura, apesar de ter recuado significativamente com o processo de industrialização do país, ainda é fundamental. Mais de 1/4 das exportações brasileiras ainda são oriundas deste setor. O país destaca-se no cenário internacional como grande exportador, apresentando uma pauta de exportação agrícola diversificada, na qual os principais produtos são: café, suco de laranja, grão, farelo e óleo de soja, açúcar, fumo e cigarros, papel e celulose, carnes bovina, suína e de aves. A manutenção da inflação em patamares baixos, impedindo a deterioração do poder de compra da maioria da população, está diretamente relacionada com a oferta agrícola a preços razoáveis, uma vez que no Brasil os alimentos constituem um bem-salário.
Modelo agroexportador O modelo da agricultura brasileira, contudo, não conseguiu fugir da monocultura exportadora. Os especialistas apontam que um dos principais responsáveis por esta realidade é a falta de reforma agrária e a maior concentração de terras agriculturáveis no mundo. A ampliação da agricultura familiar, baseada na subsistência e no comércio local, é um dos principais desafios das políticas de geração de emprego e renda, principalmente em municípios de pequeno porte. Agricultura orgânica O crescimento de mercado nacional e internacional da agricultura orgânica, ecologicamente corretos, em todo o mundo, evidencia o surgimento de um novo conceito de consumo, que integra qualidade de vida à saúde e ecologia. Com o aumento de consumo, ainda privativo das classes A e B, ocorre a ampliação da industrialização e à redução do preço final destes produtos, o que amplia a faixa de consumo.
74
ATUALIDADES
Etanol O Brasil está no centro da revolução energética. Nos últimos anos, uma forte escalada no preço do petróleo, principal produto da matriz energética global, tem levado o mundo a buscar alternativas. O álcool desponta como a principal promessa, em decorrência de seu custo de produção e alta tecnologia já alcançada. O encontro dos presidentes Lula e Bush em março de 2007, selou a relação política em torno da produção do etanol a partir da canade-acúcar.
A força brasileira neste mercado global é, antes de possuir a maior área plantada de cana, na área tecnológica, exportando conhecimento científico, máquinas e equipamentos. A idéia do acordo Brasil-EUA, seria a implantação do plantio em larga escala na América Central, o que facilitaria o transporte para seu grande mercado consumidor. Contra este acordo se unem os agricultores de milho protegidos por altos subsídios norte-americanos e Hugo Chávez, presidente da Venezuela, maior exportador de petróleo para os Estados Unidos. O argumento político principal contra o projeto do etanol é que o cultivo extensivo da cana-de-açúcar, degradaria o solo por se tratar de uma monocultura, além de substituir parte da produção de alimentos, aumentando a fome no mundo.
Atualidades | Banco do Brasil
Com isso, os pequenos produtores rurais, proprietários e não-proprietários, passaram a buscar alternativas de inserção no mercado de trabalho urbano, também bastante limitado, especialmente para os trabalhadores sem qualificação profissional como é o caso da grande maioria dos produtores rurais que foram obrigados a deixar o campo. A mecanização da agricultura brasileira , ocorrida a partir deste contexto, atendeu essa demanda, enviando milhares de trabalhadores para as periferias das grandes cidades. Nas cidades, a robotização e automação industrial iniciada a partir da década de 1980, começou alterar os processos produtivos tradicionais, especialmente nas indústrias de bens de produção, de bens de capital e de base. O resultado deste “ajuste” na cultura da atividade produtiva do Brasil produziu, como bem sabemos, os grandes problemas sociais: concentração de terras, desemprego, urbanização descontrolada, informalidade na relação de emprego, entre outros. Produziu também, a força da atual economia nacional totalmente inserida no mercado global, e inúmeros outros segmentos produtivos que antes não existiam.
s e d a d i l a u t A
Colheita da soja em Mato Grosso
PRODUÇÃO AGRÍCOLA
No Brasil, a estimativa de setembro da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas, para o ano civil de 2007, indica uma produção de 133,3 milhões de toneladas, superior 14,0% que a obtida em 2006 (117 milhões de toneladas) e menor em apenas 0,3% que a estimativa do mês passado. A soja e o milho representam 82,5% da produção total sendo 58,3 milhões de toneladas para a soja e 51,7 milhões de toneladas para o milho considerando as duas safras do produto. Com relação à safra anterior, estes produtos apresentam ganhos de 11,3%, 15,7% e 36,7%, respectivamente. Quanto à área cultivada em 2007, observa-se um decréscimo de 0,1% situando-se em 45,5 milhões de hectares. A soja e o milho são as culturas que, nesta safra, apresentam as maiores áreas plantadas, sendo, respectivamente, 20,6 milhões de hectares e 13,8 milhões de hectares. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas está assim distribuída nas Grandes Regiões: • Região Sul, 59,9 milhões de toneladas; • Centro-Oeste , 44,0 milhões de toneladas; • Sudeste, 15,9 milhões de toneladas; • Nordeste, 10,1 milhões de toneladas e • Norte, 3,4 milhões de toneladas. Abaixo o quadro do levantamento da safra 2006-2007, realizado pelo IBGE, que demonstra claramente um grande incremento das culturas do trigo, cana-de-acúcar, milho e soja no Brasil.
ATUALIDADES
75
Atualidades | Banco do Brasil
Serviços e Comércio
Basicamente o setor terciário é o setor que recebe as matérias do setor secundário e os distribui para o consumidor. Atualmente o setor terciário encontra-se extremamente diversificado. Responsável por absorver um grande número de trabalhadores, o setor permanece extremamente aquecido, com crescimento importante no PIB brasileiro. No que diz respeito ao Brasil, o setor de serviços, no sentido mais amplo, teve participação de 60% a 62% do PIB no período 1994-2006, o que é compatível, em linhas gerais, com o observado em outros países. É importante, entretanto, ressaltar, mais uma vez, a extrema densidade do setor, que abrange, na classificação do IBGE, os seguintes subsetores: • comércio; • alojamento (por exemplo, hotelaria) e alimentação (por exemplo, restaurantes); • transportes; • telecomunicações; • intermediação financeira; • seguros e previdência privada; • atividades imobiliárias; • serviços de informática; • administração pública; • pesquisa e desenvolvimento; • educação; • saúde e serviços sociais; e • serviços pessoais e domésticos; Novos empreendimentos são diariamente instalados, gerando emprego e renda na economia local.
Turismo O Brasil atraiu, em 2005, cerca de 5 milhões de turistas estrangeiros. Da Argentina vieram 991 mil, dos Estados Unidos 792 mil e de Portugal 373 mil turistas. Os visitantes deixaram US$ 4 bilhões no país, tornando o turismo uma importante atividade econômica para o Brasil, gerando 678 mil novos empregos diretos.
Os estados mais visitados pelos turistas foram Rio de Janeiro (34,7%), Santa Catarina (25,1%), Paraná (20,3%), São Paulo (16%), e Bahia (15,5%). As cidades mais visitadas foram Rio de Janeiro (31,5%), Foz do Iguaçu (17%), São Paulo (13,6%), Florianópolis (12,1%) e Salvador (11,5%). O setor sofre com a falta de infraestrutura e, mais recentemente, com a crise aérea.
76
ATUALIDADES
Biotecnologia
A biotecnologia é um processo tecnológico que permite a utilização de material biológico de plantas e animais para fins industriais. Engenharia genética, clonagem, transgênia, bioética, enfim, são os temas relacionados com este nova tecnologia global. O Brasil é responsável por 20% da biodiversidade do planeta.
Biocombustíveis Os biocombustíveis são fontes de energias renováveis, derivados de produtos agrícolas como a cana-de-açúcar, plantas oleaginosas, biomassa florestal e outras fontes de matéria orgânica. Em alguns casos, os biocombustíveis podem ser usados tanto isoladamente, como adicionados aos combustíveis convencionais. Como exemplos, podemos citar o biodiesel, o etanol, o metanol, o metano e o carvão vegetal. Biodiesel No que tange ao biodiesel, apenas recentemente esse biocombustível entrou na agenda do governo brasileiro. Apesar da primeira patente do biodiesel no mundo ter sido registrada em 1980, por um professor da Universidade Federal do Ceará, somente em dezembro de 2004 é que foi lançado, oficialmente, pelo governo brasileiro o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. A introdução do biodiesel na matriz energética brasileira foi estabelecida pela Lei 11.097 de janeiro de 2005, que determina a adição voluntária de 2% de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor final até 2007; já a partir de 2008, essa adi ção de 2% será obrigatória. A mistura de 5% de biodiesel ao óleo diesel será voluntária no período de 2008 até 2012, passando a ser compulsória a partir de 2013. O uso do biodiesel traz uma série de benefícios associados à redução dos gases de efeito estufa, e de outros poluentes atmosféricos, tais como o enxofre, além da redução do consumo de combustíveis fósseis. Porém, no processo de fabricação, uma série de resíduos e subprodutos industriais é gerada, os quais podem, quando adequadamente geridos, contribuir para a viabilidade econômica da produção de biodiesel. Esses resíduos de natureza líquida e sólida possuem potencial para uso na indústria de alimentos e para a nutrição animal, bem como na indústria químico-farmacêutica, mas há uma grande carência de estudos de análises de viabilidade técnica e financeira, que possam apontar as melhores alternativas de custo-benefício para o processamento e tratamento desses resíduos, os quais podem agregar valor e reduzir os custos de produção de biodiesel, com o aproveitamento e venda destes produtos e seus derivados. Vacinas: autossuficência e exportação O Instituto Butantã (USP), inaugurou, recentemente, fábrica de vacinas, visando a auto-suficiência em 2008 e exportação neste mercado dominado pela França. Além de um economia governamental da ordem US$ 30 milhões/ano, o investimento representa a maioria deste setor científico no Brasil.
Atualidades | Banco do Brasil
Transgenia e clonagem: polêmica Os avanços científicos e tecnológicos obtidos desde então são significativos. Processos de multiplicação clonal de espécies vegetais resultam em mudas saudáveis e produtivas. Marcadores moleculares permitem a aceleração da caracterização de materiais a serem usados no melhoramento genético e o isolamento e expressão de genes são importantes na obtenção de plantas transgênicas com características relevantes para a agricultura. Na área animal, técnicas de ovulação e fertilização “in vitro” e de manipulação e transferência de embriões são responsáveis pela produção de animais de alta qualidade genética. Recentemente a Embrapa produziu a “Vitória”, seu primeiro bovino clonado. A questão dos OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) tem sido discutida de forma polêmica em todo o mundo. O conflito surge em decorrência, tanto dos potenciais efeitos positivos quanto negativos inerentes à transgenia, assim como de disputas de interesses econômicos entre países, decorrentes da concentração e do domínio da propriedade intelectual (patentes), além da produção por poucas empresas que podem se utilizar das técnicas e instrumentos disponíveis para aumentar o controle econômico sobre os produtos gerados. A biotecnologia pode também mudar as vantagens competitivas da agricultura, aumentando a velocidade da inovação e, com o aumento da produtividade, pode reduzir custos, gerar produtos mais seguros e com novos atributos de sabor, composição, cor, tamanho etc., além de melhorar a qualidade nutricional. A EMBRAPA tem investido na chamada “transgenia do bem”, pesquisa pública que beneficiaria ao conjunto da agricultura melhorando a qualidade dos alimentos sem a necessária vinculação de propriedade com um a empresaas como a Monsanto, Aventis ou Novartis.
Projeto Genoma Brasileiro O genoma virou um negócio com grande potencial de sucesso, desde que foi criado, há pouco mais de sete anos, o projeto conseguiu agregar 62 labora tórios e formar aproximadamente 500 profissionais na área de biotecnologia. Neste pouco tempo, já foi possível avançar em muitas áreas como, por exemplo: na sequenciamento do câncer, em vacinas, no genoma do café etc.
s e d a d i l a u t A
Estrutura fundiária Denomina-se estrutura fundiária a forma como as propriedades agrárias de uma área ou país estão organizadas, isto é, seu número, tamanho e distribuição social. Um dos grandes problema agrários do Brasil é a sua estrutura fundiária: de um lado, um pequeno número de grandes proprietários de terras - os latifundiários -, que monopolizam a maior parte das propriedades rurais; no outro extremo, milhões de pequenos proprietários que possuem uma área extremamente pequena - os minifúndios -, insuficiente para permitir-lhes uma vida decente e com boa alimentação. Muitas grandes propriedades possuem enormes áreas ociosas, que não são utilizadas pela agropecuária, apenas a espera de valorização. Uma tentativa de classificar as propriedades rurais, conforme sua dimensão, foi realizada em 1964 pela Estatuto da Terra. Essa classificação, ainda válida, tem por base a noção de módulo rural, que se refere a uma área de propriedades familiar adequada. Ou seja: “um imóvel rural, que direta e pessoalmente é explorado pelo agricultor e sua família, absorva-lhes toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência, o progresso social e econômico ”. O módulo rural não possui uma dimensão única, mas é fixado de cardo com a região e o tipo de exploração. Assim, por exemplo, numa área de São Paulo em que os solos sejam menos férteis e maiores as distâncias em relação ao mercado. Com base nesse conceito de módulo rural, o Estatuto da Terra dividiu os imóveis rurais do Brasil categorias. Classificação das Propriedades Rurais
A noção de grande, de média e de pequena propriedade não é, porém, numérica, estatística, não se podendo estabelecer pelo número de hectares se uma propriedade é grande ou pequena. Em áreas pouco povoadas ou de condições climáticas e edáficas desfavoráveis – Amazônia, Nordeste semi-árido do Brasil, por exemplo -, a propriedade pode ter centenas ou milhares de hectares e não possuir condições de sustentar, em níveis de vida razoáveis, uma família, enquanto que, em zonas onde há irrigação e onde a proximidade dos centros consumidores de produto de alto preço permite o desenvolvimento de uma rendosa agricultura de legumes e frutas, esta mesma propriedade seria considerada grande. O Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (Ibra), hoje transformado em Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), realizou em 1965 o nosso primeiro cadastro fundiário e classificou as propriedades existentes, de acordo com os artigos 41 e 46 do Estatuto da Terra, em: a) módulo rural , o imóvel rural “ que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente trabalho com ajuda de terceiros ”;
ATUALIDADES
77
Atualidades | Banco do Brasil
b) empresa rural , o imóvel que, tendo a extensão correspondente de um até seiscentos módulos, seja explorado “econômica e racionalmente”, tendo cerca de 50% de sua área aproveitada;. Essas empresas abrangem cerca de 5% do número total de imóveis e uma área equivalente a quase 10% da superfície total pelas propriedades agrárias no Brasil. A média dessas empresas é de 221 hectares. c) latifúndio por exploração é o imóvel que, tendo as dimensões equivalentes a de um até seiscentos módulos, “seja mantido inexplorado em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, ou seja, deficiente ou inadequadamente explorado”. Sua média é de 350 hectares, abrange cerca de 23% do número total de imóveis equivalendo a 73% dp total das áreas totais das propriedades agrárias no Brasil. d) latifúndio por dimensão é o imóvel que, explorado, racionalmente ou não, possui dimensão superior a 600 módulos da região em que se situa. Os latifúndios por dimensão correspondem, nas estatísticas oficiais, a menos de 0,1% do número total de imóveis rurais, abrangendo uma área equivalente a cerca de 5% da superfície total ocupada pelas propriedades fundiárias. Sua área média é de cerca de 110 mil hectares. e) minifúndio é o imóvel de extensão inferior a um módulo fixado para a região em que se localiza e para o tipo de exploração que nela ocorre. Os minifúndios possuem quase sempre menos de 50 hectares de extensão, embora sua média seja de 20. Elas correspondem atualmente a pouco mais de 70% do total de imóveis rurais no Brasil, embora ocupem apenas 11% da área total desses imóveis.
78
ATUALIDADES
PECUÁRIA
A criação de gado, com predominância dos bovinos, é praticada sobretudo nas propriedades rurais com mais de 1000 hectares. Além do gado bovino, a pecuária brasileira destaca-se ainda na criação de: • suínos: 40 milhões de unidades concentradas, sobretudo, nas regiões sul e sudeste; • ovinos: 20 milhões de cabeças criadas no Rio Grande do Sul (40%), Bahia (17%), Piauaí e Ceará; • búfalos: 2 milhões de cabeças criadas especialmente na região norte (Pará - Ilha de Marajó e Amapá); • caprinos: 9 milhões de unidades, com cerca de 36% desse total no estado da Bahia, 17% no Piauí e 16% em Pernambuco; • eqüinos: 7 milhões de cabeças, segundo maior do mundo, só perdendo para os Estados Unidos; • aves: 700 milhões de aves concentradas nas regiões sul e sudeste. A pecuária leiteira é realizada sobretudo em pequenas propriedades rurais.
Produção pecuária 2006-2007 No segundo trimestre de 2007 foram abatidas 7,6 milhões de cabeças de bovinos. Relativamente ao 2º trimestre de 2006 observou-se variação positiva de 1,1% e com relação ao 1º trimestre de 2007, variação negativa de 3,7%. Tomando como referência o 2º trimestre de 2007 e comparandoo com o 2º trimestre de 2006, todas as categorias de bovinos abatidas apresentaram variação positiva, à exceção de vacas que tiveram queda de abate de 4,0%. Os principais estados no abate de bovinos foram Mato Grosso, que participa com 14,5% do total abatido; São Paulo, 13,5% e Mato Grosso do Sul, 12,7%. Participaram da pesquisa, no 2º trimestre de 2007, 1.522 informantes localizados em todas as unidades da federação. Quanto ao cenário externo observou-se no 2º trimestre de 2007, segundo os dados da Secex, a exportação de 349,4 mil toneladas de carne bovina, indicativo de aumento de 20,5% com relação ao mesmo período do ano passado. Já com relação ao 1º trimestre de 2007, a variação foi marginal, tendendo a estabilidade. Quanto ao faturamento verificou-se aumentos de 18,6% com relação ao mesmo período do ano anterior e de 5,7% com relação ao 1° trimestre de 2007. O preço médio da carne bovina exportada foi de US$2.563 no 2º trimestre de 2007 contra US$2.426 do trimestre imediatamente anterior. Segundo dados da Secex, no 2º trimestre de 2007 foram importadas 4,5 mil toneladas de carne bovina. Houve aumento do volume importado tanto com relação ao mesmo período de 2006 quanto ao 1º trimestre de 2007, respectivamente 16,0% e 2,9%. Quanto ao faturamento houve variação de 93,3% relativamente ao 2º trimestre de 2006 e de 13,8% com relação ao 1º trimestre de 2007. Diante disto, o preço médio da tonelada de carne bovina importada no período foi de US$4.443 contra US$ 4.011 do 1º trimestre de 2007.
Atualidades | Banco do Brasil
EXTRATIVISMO
ENERGIA
No Brasil a extração de produtos nativos da biodiversidade é uma atividade constante na história. Vem atravessando os ciclos econômicos, encontrando épocas em que se constituía como principal atividade regional, como no período em que prevaleceu a extração das denominadas "drogas do sertão", borracha, madeira, castanha, metais preciosos, cacau, entre ou tros produtos. Esta atividade ainda continua a ser a base econômica de muitas famílias no país mesmo no seculo XXI. Apesar de enfrentar crises de preço, ocasionadas pela concorrência com outros produtos, o extrativismo se constitui numa importante atividade econômica, empregando contingentes populacionais expressivos. Mas a despeito da quantidade de pessoas que retiram sua subsistência da extração de produtos da floresta, o extrativismo é uma atividade que ainda recebe pouco apoio dos órgãos públicos e estímulos econômicos/fiscais insuficientes para seu pleno desenvolvimento. Cada região no Brasil possui ítens muito característicos do extrativismo. Na região Norte o buriti, murici, o cupuaçu, o babaçu, são fontes de renda de muitas comunidades.
O Brasil é o décimo maior consumidor da energia do planeta e o terceiro maior do hemisfério ocidental, atrás dos Estados Unidos e Canadá. A matriz energética brasileira é baseada em fontes renováveis, sobretudo a energia hidrelétrica e o etanol , além de fontes não-renováveis de energia, como o petróleo e o gás natural . Ao longo das últimas três décadas o Brasil tem trabalhado para criar uma alternativa viável à gasolina.
s e d a d i l a u t A
Itaipu A maior hidrelétrica em produção de energia do mundo
Cupuaçu
No Brasil as atividades extrativistas têm sido uma constante, desde o período colonial quando se praticava o extrativismo da madeira e de minérios principalmente do ouro nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do país. Já no século XIX o extrativismo continuou intenso na região Norte do Brasil, a qual possuía grande diversidade de madeiras e plantas medicinais, estendendo-se até a região Sudoeste do país a qual possui, até hoje, grandes áreas cultivadas com o cacaueiro e a seringueira. Já no século XX, antes da Segunda Guerra Mundial, na região Amazônica, começou a prática de extrativismo da borracha e da castanha, e no Pós-guerra intensificou-se a extração de madeira. O extrativismo mineral tem sido incrementado nesta região a partir dos anos 60, especialmente através de minerais como o ouro, ferro e bauxita e outros minérios.
Com o seu combustível à base de cana-de-açúcar, a nação pode se tornar energicamente independente neste momento. O Pró-álcool, que teve origem na década de 1970, em resposta às incertezas do mercado do petróleo, aproveitou sucesso intermi tente. Ainda assim, grande parte dos brasileiros utilizam os chamados "veículos flex", que funcionam com etanol ou gasolina e permite que o consumidor possa abastecer com a opção mais barata no momento, muitas vezes o etanol. Os países com grande consumo de combustível como a Índia e a China estão seguindo o progresso do Brasil nessa área. Além disso, países como o Japão e Suécia estão importando etanol brasileiro para ajudar a cumprir as suas obrigações ambientais e stipuladas no Protocolo de Kyoto. O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, o maior exportador mundial, e é considerado o líder internacional em ma téria de biocombustíveis e a primeira economia em ter atingido um uso sustentável dos biocombustíveis. Juntamente, o Brasil e os Estados Unidos lideram a produção do etanol, e foram responsáveis em 2006 por 70% da produção mundial e quase 90% do etanol combustível. Em 2006 a produção brasileira foi de 16,3 bilhões de litros, equivalente ao 33,3% da produção mundial de etanol e 42% do etanol usado como combustível no mundo. A projeção da produção total para 2008 é de 26,4 bilhões de li tros. A indústria brasileira de etanol tem 30 anos de história e o país usa como insumo agrícola a cana de açucar, alem disso, por regulamentação do Governo Federal, toda a gasolina comercializada no país é misturada com 25% de etanol, e desde Agosto de 2008 circulam no país 6 milhões de veículos, automóveis e veículos comerciais leves, que podem rodar com 100% de ATUALIDADES
79
Atualidades | Banco do Brasil
etanol ou qualquer outra combinação de etanol e gasolina, e são chamados popularmente de carros "flex". O Brasil possui a segunda maior reserva de petróleo bruto na América do Sul e é um dos produtores de petróleo que mais aumentaram sua produção nos últimos anos. O país é um dos mais importantes do mundo na produção de energia hidrelétrica. Da sua capacidade total de geração de eletricidade, que correponde a 90.000 megawatts, a energia hídrica é responsável por 66.000 megawatts (74%). A energia nuclear representa cerca de 4% da matriz energética do Brasil. O Brasil pode se tornar uma superpo tência mundial na produção de petróleo, com grandes descober tas desse recurso nos últimos tempos na Bacia de Santos.
Energia eólica No Brasil, a energia eólica é bastante utilizada para o bombeamento de água na irrigação, mas quase não existem usinas eólicas produtoras de energia elétrica. No final de 2007 o Brasil possuía uma capacidade de produção de 247 MW, dos quais 208 MW foram instalados no decorrer de 2006. O Brasil é o país da América Latina e Caribe com maior capacidade de produção de energia eólica. Quase todo o território nacional possui boas condições de vento para instalação de aerogeradores. A energia eólica brasileira teve um grande impulso com o programa do Governo Federal, o Proinfa, que possibilitará a instalação de novas usinas em diversas localidades brasileiras, principalmente no litoral nordestino e no litoral sul do Brasil. Desde 2000 foram instaladas as usinas de Mucuripe (Fortaleza-CE), Prainha (CE), e os maiores são o Parque eólico de Osório (RS), que produz 150 MW e o Parque eólico de Rio do Fogo (RN) que produz 49,3 MW.
OUTROS SETORES
Informática Segundo pesquisas recentes, o Brasil possui 32 milhões de PCs. A previsão é que, em 2009, o Brasil tenha uma base de computadores em uso de 50 milhões de máquinas. Até pouco tempo atrás, quase a totalidade destas tecnologias eram totalmente importadas e, algumas vezes, apenas montadas no Brasil.
O setor de informática compreende os segmentos de “software”, de “hardware” e prestação de serviços técnicos. Como exemplos destes segmentos pode-se citar: processamento de dados, teleinformática, redes, automação industrial, automação de serviços, microeletrônica e instrumentação digital. Contudo, um levantamento industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2006, mostrou que a indústria de informática cresceu 10,8% em setembro, na comparação com agosto, ignorando a redução de 1,4% no índice geral. Uma pesquisa sobre geração de empregos no Natal mostrou que as empresas de informática devem contratar 12 mil pessoas até o fim do ano. O aquecimento deste mercado com previsão de comercialização de 10 milhões de PCs em 2007 - está exigindo a produção de diversos componentes antes importados. Uma importante notícia, em fevereiro de 2007, foi a fabricação do 1º chip brasileiro para a implatação da TV Digital. Comércio eletrônico O valor transacionado por meio eletrônico entre empresas representou 19,6% do valor total do mercado de 2005, segundo a 8ª edição da pesquisa “Comércio Eletrônico no Mercado Brasileiro”, da FVG/EAESP.
As transações entre empresas e consumidores, segundo a mesma pesquisa, representou 7,45% do total transacionado.
80
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
Sistemas de transportes O sistema de transportes adotado no Brasil define-se basicamente por uma extensa matriz rodoviária , sendo também servido por um sistema limitado de transporte fluvial (apesar do numeroso sistema de bacias hidrográficas presentes no país), ferroviário e aéreo. O intuito de criar uma rede de transportes ligando todo o país nasceu com as democracias desenvolvimentistas, em especial as de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitscheck. Àquela época, o símbolo da modernidade e do avanço em termos de transporte era o automóvel. Isso provocou uma especial atenção dos citados governantes na construção de estradas. Desde então, o Brasil tem sua malha viária baseada no transporte rodoviário. RODOVIAS
Apesar de ter as rodovias como principal forma de trânsito a nível nacional, estas não compreendem uma rede eficaz, segura e moderna. Grande parte das ligações interurbanas no país, mesmo em regiões de grande demanda, ainda se dão por estradas de terra ou estradas com pavimentação quase inexistente. Durante a época de chuvas, a maioria das estradas enche-se de buracos, sendo comuns, ainda que em menor quantidade, deslizamentos de terra e quedas de pontes, provocando muitas vezes prejuízos para o transporte de cargas bem como acidentes e mortes. As rodovias do país que se encontram em boas condições geralmente estão sujeitas a pedágios, tais como a Rio-Juiz de Fora e a Régis Bittencourt. O transporte rodoviário de passageiros do país compreende uma rede extensa e intrincada, sendo possíveis viagens que, devido à sua duração, em outros países, só são possíveis por via aérea.
s e d a d i l a u t A
Matriz Modal do Brasil
Fonte: SCP - Rumos 2015 (2005) Notas: Não inclui modalidade aérea e fluxos dentro de uma mesma zona de transporte (**) Não inclui cabotagem marítima
Deficiências Apesar do alto custo e das deficiências das estradas, é o principal meio de transporte do país. Em 1998 havia haviam 1,7 milhões de quilômetros de estradas, sendo que apenas 161 mil deles eram asfaltados (aproximadamente 9,5%), segundo informações do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). De acordo com a 4ª Pesquisa Rodoviária Nacional, realizada pela CNT em 1999, o estado geral de conservação, pavimentação e sinalização das rodovias federais foi considerado deficiente em 72,8% da área analisada. Foram considerados 38.188 km de estradas federais pavimentadas (74,3% do total) e 4.627 km de rodovias estaduais. Além disso, as rodovias apresentam falhas estruturais, como o predomínio de pistas simples em regiões de topografia acidentada, dentre outras. Concessões Com a transferência das rodovias para o setor privado, cresce o número de pedágios e o valor das tarifas. Nos últimos quatro anos, no Estado de São Paulo, as viagens para o interior e outros estados que se utilizam de rodovias estaduais e federais teve um aumento do custo para os usuários em torno de 45%. Entretanto, por outr o lado, as condições de segurança, sinalização e estado do piso são realmente bem superiores à média nacional e de outras rodovias que não dispõem do sistema de pedágios, visto que os valores ali arrecadados são para manutenção da sua própria malha viária. Roubo de cargas Outro grande problema das rodovias brasileiras, tem sido o roubo de cargas (US$ 32 milhões anuais, em média, segundo a CNT). As cargas mais visadas, são pela ordem: produtos têxteis e confecções (15,7%), alimentícios (12%), eletroeletrônicos (10,6%) e de higiene e limpeza (7,1%). Cerca de 97,2% de toda carga roubada no país, concentra-se no Rio de Janeiro (63,6%) e São Paulo (33,6%), principalmente nas rodovias Presidente Dutra, Régis Bittencourt, Fernão Dias e Transbrasiliana. A frota nacional de veículos é superior a 33 milhões de veículos (2001). A maioria dos veículos tem mais de 14 anos de uso (52,5%), a média dos ônibus é de 12,5 anos e dos caminhões é de 13,8 anos. A cidade brasileira com o maior número bruto de veículos, é São Paulo (quase 9 milhões), entretanto a maior média per capita é da capital federal, Brasília. Frota brasileira O transporte urbano é inadequado em quase todas as cidades brasileiras, havendo uma verdadeira “guerra” com os perueiros e outros veículos que fazem o chamado transporte informal, concorrendo com o transporte público e o privado. As exceções são Curitiba e Porto Alegre. Nas cidades de médio porte (acima de 300 mil habitantes), cerca de 71% tem transporte clandestino. Os veículos mais utilizados são vans e peruas, mas obser va-se por todo o país uma expansão da utilização de automóveis par ticulares, que captam passageiros nos pontos de ônibus. Isto deve-se também à dificuldade financeira que tem exercido uma pressão cada vez maior sobre as classes média e baixa.
ATUALIDADES
81
Atualidades | Banco do Brasil
Organização econômica Complexos regionais
Como bem sabemos, o Brasil é dividido em cinco regiões: Norte, Nordeste , Centro-Oeste , Sul e Sudeste, além disso, o país também é regionalizado em três macrorregiões econômicas: Centro-Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás), Nordeste (Bahia, Pernambuco, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí e Maranhão) e Amazônia (Mato Grosso, Tocantins, Pará, Amapá, Rondônia, Amazonas, Acre e Roraima).
Cada macrorregião possui características distintas devido a vários fatores, como história, desenvolvimento, população, economia. A região Centro-Sul , de todas as macrorregiões, é a mais desenvolvida, não só economicamente, mas também em indicadores sociais (saúde, educação, renda, mortalidade infantil, analfabetismo entre outros). Apresenta uma economia dinâmica e diversificada em atividades, que varia desde a indústria de base até tecnologia de ponta, grande parte das indústrias está estabelecida nesse complexo, a malha urbana é complexa e interdependente, a agropecuária em geral apresenta elevado índice tecnológico, além de contar com um grande setor terciário (prestação de serviços, mercado varejista, etc.), infra-estrutura de transportes superior às demais áreas e um amplo sistema de telecomunicação (emissoras de TV, telefone fixo e móvel, internet, entre outros).
82
ATUALIDADES
A macrorregião da Amazônia abrange praticamente todos os Estados com cobertura vegetal amazônica. Nas últimas décadas o Norte, como um todo, vem sofrendo grandes alterações em sua paisagem natural. Essa região ainda é pouco povoada e a atividade industrial é restritamente desenvolvida, de uma forma geral todos os Estados que compõe a macrorregião são desprovidos de infra-estrutura e serviços sociais, como acesso à educação, saúde, segurança, emprego, transportes e muitos outros, até por que nessas áreas há uma enorme ausência do estado, e muitas vezes, como no Pará, o poder é centrado nas mãos de grandes fazendeiros e madeireiros que agem segundo os seus interesses, por conta própria e na base da força. A ocupação sem planejamento e presença do Estado contribui para o surgimento de impactos profundos no ambiente, no qual os principais agentes de devastação são a extração de madeira, extração de minérios como o garimpo e principalmente a crescente expansão de áreas agrícolas e pastoris. No Nordeste o clima, em grande parte, é composto pelo clima semiárido, principalmente no sertão e no agreste. Essa foi uma das áreas mais exploradas no período colonial, pois o nordeste do Brasil foi explorado durante muito tempo com destaque para a produção do açúcar utilizando de mão-de-obra escrava, os fatores coloniais geraram uma herança marcada por sérios problemas estruturais, econômicos. As concentrações de terras e a hegemonia da elite no poder foram alguns dos fatores da elevada desigualdade social. Apesar das adversidades a partir dos anos 1980 as principais cidades nordestinas (Salvador, Recife e Fortaleza) e outras microregiões conseguiram se elevar economicamente, destacando os setores do turismo, indústria e agricultura de precisão. Recentemente algumas áreas do Brasil tiveram acesso a investimentos por parte do Governo Federal e capital estrangeiro, os recursos arrecadados serviram para melhorar os serviços sociais e infra-estrutura de transportes e comunicação, permitindo que o desenvolvimento alcançasse áreas do Nordeste e Amazônia isoladas, dessa forma atingiram prosperidade. Em suma, à medida que novas áreas se inserem no contexto da economia nacional e mundial, as fronteiras das áreas econômicas regionais são reformuladas.
***
Atualidades | Banco do Brasil
Aspectos políticos O Brasil é uma República Federativa de regime presidencialista, dividida administrativamente em 26 estados e um Distrito Federal, com mais de 5.000 municípios distribuídos nos estados. O Gover no do Estado é exercido pela ação de três poderes constituídos: Executivo, Legislativo e Judiciário. O Ministério Público é uma função essencial da Justiça brasileira. Os membros dos poderes Executivo e Legislativo são eleitos diretamente pela população e os membros do Judiciário nomeados segundo procedimentos específicos, expressos na Constituição.
s e d a d i l a u t A
O poder político: poucas mãos e muitos interesses LULA Eleito e reeleito Presidente da República com mais de 60% dos votos válidos, o exsindicalista mantém invejáveis 80% de popularidade em pesquisas recentemente realizadas. Entretanto, sem maioria partidária no Congresso Nacional, realizou inúmeras composições visando a manutenção da governabilidade. Seu governo “uniu” antigos desafetos e, quase todos os partidos (com exceção do PSDB, DEM, PSOL) compõe, de uma forma ou outra, o gigante poder estatal. “Atropelando” seu par tido (PT) Lula escolheu, já no início do ano, seu sucessor. A “PrimeiraMinistra” Dilma Roussef que ganhou poder como vácuo de José Dirceu (afastado do governo no escândalo do Mensalão). A nova Presidente foi eleita em outubro de 2010.
Maluf (PP/SP), Stédile (MST), Sarney (PMDB/AP), Renan (PMDB/AL) e Fernando Collor (PTB/AL), todos fizeram parte do governo Lula (2003-2010).
Organização da Sociedade Paralelamente à organização político-partidária existem outras formas de organização da sociedade brasileira, entre as quais destacam-se as organizações comunitárias, as organizações sindicais e as organizações não-governamentais (ONGs). As primeiras são geralmente formadas por moradores de determinada região, que decidem unir-se em torno de um conjunto de reivindicações comuns, que vão do direito à habitação até à melhoria das condições de vida urbana, relacionadas ao transporte, água, saneamento e segurança pública. As entidades criadas por local de moradia constituem uma das formas mais comuns e difundidas de organização da população urbana e representam a luta pela ampliação da cidadania, a partir de direitos individuais e coletivos garantidos na Constituição. As organizações sindicais representam categorias profissionais na defesa de seus interesses corporativos,nas negociações salariais e frente ao governo. Movimentos sociais O Brasil possui inúmeros movimentos sociais. Os que exercem grande pode r político são os que atuam na área rural. Com objetivo público da conquista de terra para campesi nos, mas com claras intenções de luta pelo poder, o MST galgou grande poder nos últimos anos. Apesar de manter suas ações (ocupações, invasões de prédio públicos etc), o movimento “poupou” o governo Lula, saindo de cena em muitas ocasiões.
ATUALIDADES
83
Atualidades | Banco do Brasil
Na posse, Michel Temer (Vice-Presidente), Dilma Roussef (Presidenta) e Lula (ex-Presidente).
Dilma: a 1ª Presidenta do Brasil Posse
Em discurso de posse no plenário da Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Vana Rousseff, 63, afirmou que a principal prioridade de seu governo será acabar com a pobreza extrema, ao dizer que isso envergonha nosso país e impede “nossa afirmação plena como povo desenvolvido”. “A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos”, afirmou Dilma, sob aplauso daqueles que a ouviam. “Não vou descansar enquanto houver brasileiros sem alimentos na mesa, enquanto houver famílias no desalento das ruas, enquanto houver crianças pobres abandonadas à própria sor te. O congraçamento das famílias se dá no alimento, na paz e na alegria. E este é o sonho que vou perseguir”, disse. Ela avaliou, no entanto, que a pobreza não pode ser eliminada de forma isolada e, por isso, pediu o apoio das “instituições públicas e privadas, de todos os partidos, das entidades empresariais e dos trabalhadores, das universidades, da juventude, de toda a imprensa e de das pessoas de bem.” “A superação da miséria exige prioridade na sustentação de um longo ciclo de crescimento. É com crescimento que serão gerados os empregos necessários para as atuais e as novas gerações”, afirmou. No início de seu discurso, Dilma destacou o fato de ser a primeira mulher a ocupar o cargo. “Venho para abrir por tas para que muitas outras mulheres, também possam, no futuro, ser presidenta; e para que - no dia de hoje - todas as brasileiras sintam o orgulho e a alegria de ser mulher”, afirmou Dilma, no discurso no Congresso. Problema crônico do país, os gargalos em infraestrutura colocam em evidência um dos desafios do governo Dilma Rousseff: aumentar a competitividade e a capacidade de crescimento da indústria nacional. PAC 2: Os desafios da infraestrutura no governo Dilma
Problema crônico do país, os gargalos em infraestrutura colocam em evidência um dos desafios do governo Dilma Rousseff: aumentar a competitividade e a capacidade de crescimento da indústria nacional. Investimento e gestão são as chaves para desatar o ‘nó logístico’ do país, que inclui estradas sem condições de tráfego, aeroportos saturados, malha de ferrovias e hidrovias insuficiente e portos sem dragagem. Tarefa ainda mais urgente em um cenário de real valorizado, que aumenta o preço dos produtos brasileiros no exterior e reduz a competitividade da indústria. Já no início do governo, a Presidenta mostrou que conhece bem a realidade e os desafios nesta área. A execução da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2) marcou a primeira reunião de infraestrutura (19.01.2011). O encontro marca o início do novo estilo de organização do governo adotado pela presidente Dilma Rousseff, que dividiu o ministério em quatro grupos. Num discurso de meia hora, Dilma tentou incentivar os ministros a adotarem práticas de gestão rápidas, eficientes e com menos custo na execução das obras. Voltando ao seu tempo de ministra da Casa Civil, Dilma fez um balanço do PAC-1 e do modelo de monitoramento dos projetos.
84
ATUALIDADES
Atualidades | Banco do Brasil
QUESTÕES APLICADAS | FCC 1. [Escriturário - BB 2011 março (FCC)] Em outubro de 2010, o peruano Mario Vargas Llosa tornou-se mais um latino-americano a receber o Prêmio Nobel
(A) de Química. (B) da Paz. (C) de Medicina. (D) de Literatura. (E) de Economia. 2. [Escriturário - BB 2011 março (FCC)] O relatório sobre a epidemia divulgado [em dezembro de 2010] mostra que o número de infecções pelo vírus caiu quase 20% nos últimos dez anos. O estudo do programa das Nações Unidas que coordena a campanha de combate à doença ressalta um fato inédito: pela primeira vez, a queda do número de novas infecções está ligada à disseminação do conhecimento sobre o vírus [causador da doença]. (Adaptado de www.dw-world.de/dw)
A notícia refere-se à (A) aids. (B) malária. (C) poliomielite. (D) varíola. (E) febre amarela. 3. [Escriturário - BB 2011 março (FCC)] Os 33 mineiros foram salvos em uma operação que se estendeu por 22 horas e 37 minutos depois de terem passados 69 dias presos a cerca de 700 metros de profundidade, após o acidente que os isolou no subterrâneo da mina. (adaptado de www.estadao.com.br)
O resgate dos mineiros descrito na notícia ocorreu (A) na Colômbia. (B) na Venezuela. (C) no Chile. (D) na Bolívia. (E) no Peru.
s e d a d i l a u t A
4. [Escriturário - BB 2011 março (FCC)] Ativistas egípcios usam Facebook e outras ferramentas da Internet para organizar marchas pelas ruas de Cairo. Milhares de manifestantes entraram ontem [27/01] em confronto com a tropa de choque da polícia egípcia no centro do Cairo. Três pessoas – dois manifestantes e um policial – morreram. (O Estado de São Paulo , 28/01/2011, p. A8)
Os protestos no Egito tinham como uma das principais causas (A) a rivalidade histórica entre os egípcios e os países vizinhos, como a Líbia. (B) a luta pela retomada de terras, atualmente ocupadas por israelenses. (C) a tentativa de reduzir a interferência inglesa na política local. (D) a exigência de retirada das tropas norte-americanas do Iraque. (E) o regime repressivo do presidente, no poder há três décadas. 5. [Escriturário - BB 2011 março (FCC)] Esta sexta-feira [16/07/2010], segundo dia de contenção do vazamento de óleo - pela primeira vez bem-sucedido desde a explosão no dia 20 de abril da plataforma operada pelo petroleiro British Petroleum (BP) - , alimenta a esperança de que o maior desastre ambiental da história americana pode finalmente ter um fim. Neste momento, os engenheiros trabalham no monitoramento da força do óleo para ver se a solução vai funcionar a longo prazo. O teste deve durar cerca de 48 horas. Se, neste prazo, os resultados forem positivos, governo e BP tomarão uma decisão sobre o fechamento definitivo do poço. (Adaptado de oglobo.globo.com/ciencia )
Considerado um desastre ambiental nos Estados Unidos, o vazamento de óleo mencionado ocorreu (A) na Califórnia. (B) no Golfo do México. (C) no litoral de Nova Iorque. (D) na Península da Flórida. (E) na Costa Oeste.
ATUALIDADES
85
Atualidades | Banco do Brasil
6. [Escriturário - BB 2011 março (FCC)] O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) concedeu ontem [26/01/2011] a licença para a instalação do canteiro de obras da usina, no Pará. O licenciamento, esperado desde meados do segundo semestre do ano passado, era fundamental para que a usina pudesse sair do papel. Caso a licença não fosse dada agora, o consórcio construtor perderia a chamada janela hidrológica, época antes das chuvas na Região Norte, e o início das obras da usina teria que ser adiado para 2012, atrasando o trabalho em cerca de um ano. (Adaptado de http://clippingmp.planejamento.gov.br )
O nome da usina que será construída no Pará é (A) Santo Antonio. (B) Jupiá. (C) Furnas. (D) Belo Monte. (E) Itaipu. 7. [Escriturário - BB 2011 março (FCC)] O presidente do Brasil, em seu último dia de mandato [31/12/ 2010], decidiu negar a extradição do ex-ativista condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos em seu país, nos anos 70. Teve início uma crise diplomática entre o Brasil e este país europeu. (Adaptado de O Estado de São Paulo, 01/01/2010. p. A4)
O país de origem do ex-ativista é a (A) Grécia. (B) França. (C) Espanha. (D) Bélgica. (E) Itália. 8. [Escriturário - BB 2011 março (FCC)] Dados preliminares do Censo 2010, divulgados em novembro do mesmo ano pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), confirmam que
(A) predominam as crianças e jovens no conjunto da população. (B) o número de homens é maior do que o de mulheres. (C) a população brasileira atingiu 190 milhões de habitantes. (D) dobrou o número de habitantes da zona rural. (E) Fortaleza é a segunda cidade mais populosa do Brasil.
86
ATUALIDADES
9. [Escriturário - BB 2011 março (FCC)] Ações da OAB já têm relatores no STF
As três Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins) ajuizadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já têm relator definido no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a OAB, o procedimento viola a Constituição Federal. (http://oglobo.globo.com )
As ações da OAB são contra (A) a renúncia de governadores que se candidatem a outros cargos eletivos. (B) o aumento de salários autoconcedido pelos deputados federais em 2011. (C) a nomeação para cargos públicos de parentes de senadores e deputados. (D) a compra de aviões militares franceses pelo Exército brasileiro. (E) o pagamento de aposentadorias vitalícias a ex-governadores de Estado. 10. [Escriturário - BB 2011 março (FCC)] Oito dias após a tragédia causada pelas fortes chuvas na região, o número de mortos chega a 715, segundo informações das prefeituras dos municípios mais afetados. Ainda segundo a Defesa Civil, as fortes chuvas afetam um total de 94.926 pessoas no Estado. Destas, 21.500 estão desabrigadas (perderam suas casas) e desalojadas (em casas de parentes), e ainda há 207 pessoas desaparecidas. (http://noticias.uol.com.br )
Em janeiro de 2011, a tragédia relatada no texto ocorreu no Estado (A) de Minas Gerais. (B) do Rio de Janeiro. (C) da Bahia. (D) do Rio Grande do Sul. (E) de Santa Catarina.
Atualidades | Banco do Brasil
11. [Escriturário - BB 2011 (FCC)] O ministro das Relações Exteriores do Brasil declarou [em 09/01/ 11] que a maioria dos países do mundo, entre eles os da União Europeia, reconhecerão em 2011 a região como um Estado. [...] "Caso a União Europeia (UE) não o faça, a Espanha será o primeiro país a reconhecer o Estado", garantiu. O ministro disse ainda que, antes do fim de setembro, a maioria da comunidade internacional irá reconhecer o Estado independente. Em dezembro [de 2010], Brasil, Argentina, Bolívia e depois Equador reconheceram a região como um Estado livre e independente no interior das fron teiras de 1967, ou seja, o traçado da fronteira antes da guer ra dos Seis Dias. (Adaptado de www.historianet.com.br)
O texto refere-se ao reconhecimento (A) de Kosovo. (B) da Bósnia-Herzegovina. (C) da Palestina. (D) da Somália. (E) de Montenegro. 12. [Escriturário - BB 2011 (FCC)] Diante de uma cadeira vazia para simbolizar a ausência do ganhador, o Comitê Nobel realizou nesta sexta-feira [10/12/2010], em Oslo, a cerimônia de entrega do Prêmio Nobel e pediu publicamente ao país de origem do vencedor que liberte o dissidente condenado a 11 anos de prisão. Ao terminar seu discurso, o presidente do Comitê Nobel, Thorbjoern Jagland, pousou simbolicamente o diploma e a medalha do Nobel da Paz 2010 numa cadeira vazia. Junto à cadeira, havia um grande retrato do ganhador sorridente. (Adaptado de exame.abril.com.br/economia)
O ganhador do Nobel da Paz 2010 tem nacionalidade (A) chinesa. (B) sul-coreana. (C) angolana. (D) russa. (E) paquistanesa.
13. [Escriturário - BB 2011 (FCC)] O alerta sobre o aparecimento de um novo problema de saúde capaz de se espalhar pelos países do globo suscitou o medo do surgimento de uma nova pandemia – poucos dias após o anúncio da OMS sobre o fim da pandemia de gripe A (H1N1). Especialistas consultados acreditam que a situação merece atenção, principalmente em relação às UTIs, mas não há necessidade de alarmismo e mudanças no cotidiano das pessoas.
s e d a d i l a u t A
(Adaptado de veja.abril.com.br/noticia/saude)
O texto se refere a (A) uma nova gripe que afeta principalmente os jovens. (B) um vírus mutante mais devastador que o vírus da aids. (C) um tipo especial de hepatite apelidada de hepatite C+. (D) uma mutação do parasita da malária, resistente ao quinino. (E) uma superbactéria resistente a quase todos os antibióticos. 14. [Escriturário - BB 2011 (FCC)] Wikileaks.org foi fechado, mas o site ainda pode ser acessado de várias outras formas. (http://www.gizmodo.com.br/conteudo/wikileaksorg) O site Wikileaks tornou-se um dos assuntos mais comentados pela mídia desde o final do ano de 2010. Sobre o site são feitas as seguintes afirmações: I. Foi criado e encabeçado pelo australiano Julian Assange que teve ordem de prisão decretada por crimes sexuais. II. É financiado e estimulado por países comunistas, como a China e ex-comunistas como a Rússia e a Polônia. III. Mantém arquivo e divulga comunicações diplomáticas americanas com suas embaixadas em vários países do mundo. IV. Foram poupados muitos países emergentes e subdesenvolvidos, como exemplos o Brasil, a Colômbia e a Venezuela.
Está correto o que consta APENAS em (A) I e II. (B) I e III. (C) I e IV. (D) II e III. (E) III e IV. 15. [Escriturário - BB 2011 (FCC)] ...... é o filme de maior público na estreia da história do cinema nacional. Segundo dados do Filme B e da Rentrak – empresas que contabilizam dados de bilheteria no país – entre sexta-feira (08/ 10/2010), dia do lançamento em 696 salas do país, e o último domingo (10/10/2010), a produção foi assistida por 1,25 milhão de espectadores. (Adaptado de http://g1.globo.com)
O título do filme a que se refere o texto é (A) Lula – O filho do Brasil. (B) Chico Xavier. (C) Nosso Lar. (D) Tropa de Elite 2. (E) Se eu fosse você 2. ATUALIDADES
87
Atualidades | Banco do Brasil
16. [Escriturário - BB 2011 (FCC)] A conferência da ONU, a COP-16, realizada em Cancun [México] chegou ao último dia (10/12/2010) sem um acordo. (Adaptado de http://g1.globo.com)
A Conferência mencionada tinha como um de seus objetivos (A) debater as causas e consequências do processo de desertificação no mundo. (B) discutir o corte nas emissões de gases poluentes responsáveis pelo efeito-estufa. (C) analisar os efeitos do derretimento da calota calota polar no hemisfério norte. (D) promover o levantamento das perdas florestais provocadas por desmatamento. (E) buscar fórmulas de reduzir a fome fome e a subnutrição nos países pobres. 17. [Escriturário - BB 2011 (FCC)] O Censo 2010 contabilizou, até 31 de outubro deste ano [2010], 185.712.713 residentes no país, incluindo brasileiros e estrangeiros. A informação foi publicada nesta quinta-feira (4/11/2010), no Diário Oficial da União. Foram visitados, segundo a publicação, 67.275.459 domicílios. (Adaptado de http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010)
Um dos dados mais importantes do Censo/2010 refere-se (A) ao fato da população jovem (0 a 20 anos) estar aumentando sensivelmente. (B) à diminuição percentual da população urbana em todo todo o país. (C) à substituição do sudeste pelo Nordeste como região mais populosa. (D) ao crescimento da população população economicamente ativa no setor primário. (E) ao aumento percentual da população idosa (60 anos anos ou mais) no país. 18. [Escriturário - BB 2011 (FCC)] Foi bastante comentada pela mídia a oferta feita pelo presidente do Brasil, em agosto de 2010, de asilo humanitário para a mulher (A) palestina, condenada condenada à prisão perpétua pela explosão de bombas nas ruas centrais de Jerusalém. (B) iraniana, condenada à morte por apedrejamento por adultério e conspiração para matar seu marido. (C) indiana, sentenciada a 30 anos de prisão pelo envenenamen to e morte dos filhos e do marido. (D) colombiana, sentenciada à morte por ter sido acusada de per tencer à guerrilha das Farcs. (E) angolana, condenada a cumprir 25 anos de prisão por fazer parte de grupo terrorista que atua na Europa.
88
ATUALIDADES
19. [Escriturário - BB 2011 (FCC)] Depois de dois dias de julgamento, a maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou [em 30/04/2010] ação proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que questionava a Lei e propunha uma revisão. No debate, venceu, por 7 votos a 2, a tese defendida d efendida pelo relator da ação, ele próprio uma vítima da ditadura. O ministro observou que a Lei de 1979 resul tou de amplo debate, que envolveu políticos, intelectuais e entidades de classe, dentre as quais, a própria OAB. (Adaptado de http://www.estadao.com.br)
O objeto da discussão foi a Lei (A) da Anistia. (B) da Ficha Limpa. (C) de Licenciamento Ambiental. (D) do Código Civil. (E) de Defesa do Consumidor. 20. [Escriturário - BB 2011 (FCC)] Em 2010, nova quebra de patentes agita o mercado farmacêutico brasileiro. Sobre o assunto são feitas as afirmações: I. Os laboratórios farmacêuticos do país passaram a produzir versões genéricas do remédio contra a disfunção erétil. II. As patentes patentes de medicamentos para tratamento tratamento da aids foram retomadas pelos laboratórios estrangeiros. III. Os novos genéricos apresentam preços inferiores aos produ tos que tiveram as patentes quebradas.
Está correto o que consta APENAS em (A) I. (B) I e II. (C) I e III. (D) II. (E) II e III.
21. [Analista Legislativo - Câmara 2007 2007 (FCC)] No dia 7 de março deste ano, a imprensa francesa lamentava a morte de um dos mais influentes filósofos filósofos de nosso século, depois de uma longa enfermidade. Foi crítico da mídia e da sociedade de consumo. Além de produtivo escritor - são de sua autoria mais de 50 títulos - foi renomado fotógrafo. Traduziu Marx e Brecht. Seu último livro foi lançado em 2005: “Cool Memories 5”. O nome desse pensador, que viveu 77 anos, era
(A) François Truffaut. (B) Nicolas Negroponte. (C) Jean Baudrillard. (D) Jacques Derrida. (E) Armand Cuvillier.
Atualidades | Banco do Brasil
22. [Analista Legislativo - Câmara 2007 2007 (FCC)] Parlamentares do Reino Unido aprovaram medidas para reformar a Câmara dos Lordes, que tem 746 membros. Os O s integrantes da Câmara dos Lordes tinham, quando a reforma foi aprovada, 92 cadeiras ocupadas por direito hereditário de descendentes dos nobres. Os demais membros desse parlamento eram (A) escolhidos entre ex-políticos e indicações partidárias. (B) eleitos com mandato de 10 anos. (C) cidadãos ingleses com mais de 65 anos. (D) descendentes da família real. (E) nomeados pela rainha entre políticos do Reino Unido. 23. [Analista Legislativo - Câmara 2007 2007 (FCC)] A Folha de S. Paulo anunciou, no dia 8 de jane iro deste ano, que um grupo de cientistas norte-americanos havia publicado na revista Nature Biotechnology o resultado de pesquisas para a ob tenção de células-tronco com potencial terapêutico a partir do líquido amniótico (A) da bexiga. (B) dos intestinos. (C) do pulmão. (D) da placenta. (E) do baço. 24. [Analista Legislativo - Câmara 2007 2007 (FCC)] A recente disputa pela presidência do PMDB foi praticamente resolvida pela ação do governo federal. Um dos candidatos, ao renunciar à disputa, emitiu a seguinte nota: “Os acontecimentos das últimas horas enunciam opção objetiva do gover no quanto à disputa no PMDB. Diante disso resta-me r esta-me afastar-me em definitivo da contenda”. Disputavam a presidência da maior legenda política brasileira os políticos
(A) Orestes Quércia e Michel Temer. (B) Nelson Jobim J obim e Michel Miche l Temer. Temer. (C) Michel Temer e Ciro Gomes. (D) Ciro Gomes e Nelson Jobim. (E) Nelson Jobim e Orestes Quércia. 25. [Analista Legislativo - Câmara 2007 2007 (FCC)] A sigla Brics apareceu pela primeira vez em outubro de 2000, em um relatório do Goldman Sachs, para se referir aos países emergentes que, segundo a projeção do banco, em 2050 e starão entre as maiores economias do mundo. Recentemente, surgiu uma forte dose de ceticismo ce ticismo sobre a inclusão do Brasil nos Brics, já que a sua taxa de crescimento tem sido muito inferior à dos três outros integrantes do grupo. A queda da bolsa da China, em em março deste ano, repercutiu com grande baixa nas bolsas dos países do Brics, formada originalmente pelo Brasil e os países:
(A) México, Rússia e China. (B) Rússia, China e África do Sul. (C) Rússia, Índia e China. (D) Índia, México e África do Sul. (E) Índia, Rússia e México.
26. [Analista Legislativo - Câmara 2007 2007 (FCC)] Depois de adquirir as rádios AM, FM e TV Guaíba, de Porto Alegre, uma grande organização, que é proprietária de uma rede nacional de TV, adquiriu o jornal “Correio do Povo” com sede na capital gaúcha. Esse jornal, fundado em 1946, foi comprado (A) pela Rede Bandeirantes de Televisão. (B) pela Rede Record de Televisão. (C) pelo SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). (D) pelo grupo Abril, proprietários da TVA. (E) pela Rede Globo de Televisão.
s e d a d i l a u t A
27. [Técnico Legislativo - Câmara 2007 (FCC)] Carlos Nobre, pesquisador do Inpe, afirmou à Folha de S. Paulo (08.03.2007) “que o desmatamento da Amazônia“ - que responde por dois terços das emissões nacionais de gases de efeito estufa “deve voltar a crescer em 2007 e 2008, devido a retomada do agronegócio”. Por efeito estufa deve-se entender o resultado atmosférico (A) causado exclusivamente pela queima de combustíveis fósseis. (B) da emissão de gases provenientes das usinas de energia atômica. (C) criado pela queima indiscriminada de madeiras em alto-fornos alto-fornos siderúrgicos. (D) da retenção do calor irradiado pela Terra por uma capa de gases. (E) causado pelo degelo das calotas glaciais da Terra. 28. [Técnico Legislativo - Câmara 2007 (FCC)] No dia 27 de fevereiro, Dick Cheney, vice-presidente do EUA, escapou ileso de um ataque terrorista assumido pelo Taleban. Cheney não estava no local na hora da ação suicida contra a base aérea de Bagram, a 60 km de Cabul, segundo as agências de notícia. O mulá Hayat Khan, porta-voz do Taleban declarou, por telefone, que o alvo era o político norte-americano. O Taleban é (A) uma religião derivada do islamismo. (B) o braço armado do grupo Al-Qaeda. (C) um aliado do Al Fathat no governo do Irã. (D) o partido do ex-presidente Saddam Hussein. (E) uma milícia fundamentalista islâmica. 29. [Técnico Legislativo - Câmara 2007 (FCC)] Durante a campanha à Presidência da República, Lula admitiu a assessores próximos que, se eleito, substituiria substituir ia dois ministros da área econômica, mesmo reconhecendo a lealdade de Mantega e a contribuição que Meirelles deu para o controle da inflação que ampliou o poder de compra dos mais pobres, sobretudo dos beneficiários do Bolsa Família. Os dois participantes do governo pertenciam a grupos antagônicos, representando
(A) o PT e o PMDB. (B) desenvolvimentistas e monetaristas. (C) mensaleiros e éticos. (D) federalistas e municipalistas. (E) a articulação e a participação, facções do PT.
ATUALIDADES
89
Atualidades | Banco do Brasil
30. [Técnico Legislativo - Câmara 2007 (FCC)] Depois de vender 30 mil exemplares exempl ares durante o mês de lançamento, o livro de Paulo César Araújo foi proibido em todo o território nacional por determinação do juiz titular da 20 a Vara Cívil do Rio, Maurício Lima. Na sentença, o juiz alega que, apesar de a Constituição garantir a liberdade de expressão, é preciso ter autorização da pessoa sobre quem se divulgam fatos íntimos, especialmente se essa divulgação tem fins comerciais. O título do livro que causou essa polêmica é
(A) Roberto Carlos em Detalhes. (B) Eu Não Sou Cachorro Não. (C) A Vida Íntima de Chico Buarque. (D) Tom Jobim e a Garota de Ipanema. (E) Os Amores e As Mulheres de Vinícius. 31. [Técnico Legislativo - Câmara 2007 (FCC)] Martin Scorcese finalmente foi reconhecido pela academia de Cinema de Hollywood, depois de sete indicações (cinco como diretor e duas como roteirista). Foi escolhido como melhor diretor da 79a edição do Oscar (2007). O filme retrata o embate entre a polícia e uma gangue de traficantes de origem irlandesa, na cidade de Boston. O enredo trata do Bem e do Mal que são representados pelos informantes que atuam nas organizações rivais. O filme que deu o Oscar a Scorcese chama-se (A) Babel. (B) Pecados íntimos. (C) O diabo veste Prada. (D) Os infiltrados. (E) Volver. 32. [Técnico Legislativo - Câmara 2007 (FCC)] A Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória número 354, editada em 22 de janeiro deste ano, autorizando a remessa de R$ 20 milhões para a Bolívia. A finalidade da remessa é (A) combater a febre aftosa que infecta o gado boliviano na fronteira com o Brasil. (B) pagar impostos devidos pela Petrobrás ao fisco boliviano. (C) ajudar na implantação da política fundiária de reforma agrária do país vizinho. (D) construir uma ponte entre Puerto Suarez (Bolívia) e Corumbá (Brasil). (E) iniciar a construção de uma nova usina de bombeamento de gás natural para o Brasil.
90
ATUALIDADES
33. [Polícia Militar - PM/BA 2007 (FCC)] Foi, sobretudo, a partir da década décad a de 1990 que o Brasil ingressou no contexto da globalização promovendo inúmeras transformações econômicas. Dentre as transformações observadas na área industrial pode-se citar (A) o rápido processo de privatizações, principalmente nos nos setores siderúrgico e petroquímico. (B) a crescente concentração dos setores produtivos nas áreas metropolitanas do Sudeste e Centro-Oeste. (C) a geração de milhares de novos empregos que absorveram grande parte da população desempregada. desempregada. (D) o uso predominante de tecnologias produzidas nos centros de pesquisas das universidades brasileiras. (E) a redução do peso do capital internacional nos setores de produção de bens de consumo duráveis. 34. [Polícia Militar - PM/BA 2007 (FCC)] Considere o gráfico a seguir.
DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA A partir da leitura do gráfico e de seus conhecimentos sobre a Amazônia, é correto afirmar que, no período apresentado, o desmatamento deveu-se, entre outros fatores, (A) ao avanço dos países vizinhos que já extinguiram suas reservas de florestas durante os anos de 1980. (B) à instalação, na região, de siderúrgicas que utilizam o carvão vegetal para alimentar seus altos fornos. (C) à ação dos posseiros que se embrenham pelo interior da região à procura de terras férteis. fér teis. (D) à descoberta de inúmeras jazidas minerais minerais algumas das quais quais com grande potencial econômico. (E) aos avanços da pecuária e dos cultivos de produtos de exportação, principalmente, da soja.
Atualidades | Banco do Brasil
35. [Polícia Militar - PM/BA 2007 (FCC)] O Presidente da República do Brasil assinou a Lei n o 11.340 de 07/08/06, conhecida como Lei Maria da Penha, que pune a violência doméstica contra a mulher. Esta lei estabelece (A) o direito de a mulher, casada ou companheira, receber pensão e herdar bens, em caso de morte de seu cônjuge ou companheiro. (B) pena de 6 meses a 6 anos por lesão corporal praticada por qualquer pessoa, seja membro da família ou não. (C) que o agressor pode ser preso se cometer qualquer tipo de violência física, psicológica, moral ou sexual contra a mulher. (D) que o agressor pode solicitar a transformação da pena de prisão em multa, pensão ou cesta básica para a mulher. (E) acompanhamento psicológico para o agressor que for denunciado pela segunda vez pela vítima agredida. 36. [Polícia Militar - PM/BA 2007 (FCC)] Novamente o Oriente Médio ocupou as manchetes dos jornais e revistas neste segundo semestre de 2006 “O conflito que gerou centenas de mortos e grandes prejuízos e colocou frente a frente militantes do Hezbollah e soldados de Israel. Sobre esse conflito é correto afirmar: (A) O governo do Líbano tem apoiado sistematicamente as guerrilhas de iraquianos contra as forças norteamericanas. (B) Ocorreu devido ao apoio econômico e militar do Líbano aos palestinos da Faixa de Gaza. (C) O Hezbollah combateu a ação do grupo Hammas e declarouse inimigo do Ocidente, incluindo Israel. (D) O principal destaque foi a questão religiosa devido à hegemonia islâmica em toda a região. (E) Uma de suas causas foi o seqüestro de soldados israelenses pelo grupo radical islâmico Hezbollah. 37. [Polícia Militar - PM/BA 2007 (FCC)] Os deputados federais são eleitos para a Câmara Federal pelo povo que acaba indicando a composição das bancadas partidárias. Nas eleições de outubro de 2006, os eleitores definiram a nova composição. Os dois partidos com as maiores bancadas são
(A) PMDB e PT. (B) PT e PSDB. (C) PSDB e PFL. (D) PMDB e PFL. (E) PSDB e PMDB.
38. [Polícia Militar - PM/BA 2007 (FCC)]
s e d a d i l a u t A
Considere a ilustração a seguir. (Editora Abril. Atualidades Vestibular) A ilustração mostra integrantes de um grupo político europe u que, em março de 2006, anunciou, em transmissão de vídeo na TV, (A) a subordinação dos bascos ao domínio francês e espanhol, desistindo da luta pela independência do país basco. (B) a reafirmação política da luta, por meio de atentados terroris tas, pela independência do país basco. (C) o acordo com grupos fundamentalistas islâmicos para intensificar a luta pela independência do país basco. (D) o fim do “cessar fogo” e a disposição de continuar a luta pela independência do país basco pela via institucional. (E) o abandono da estratégia eleitoral e a volta à luta armada na conquista da independência do país basco. 39. [Polícia Militar - PM/BA 2007 (FCC)] Em maio de 2006, uma decisão do governo boliviano provocou grande repercussão na sociedade brasileira, em razão do impacto que poderia causar no setor econômico. Essa decisão estava relacionada (A) à privatização de todas as empresas petrolíferas multinacionais que produzissem petróleo na Bolívia. (B) à aprovação de uma lei nacionalizando e estatizando a exploração do gás e do petróleo boliviano. (C) à construção, em parceria com o Brasil, de um gasoduto para venda do gás petróleo boliviano. (D) à permissão para que as empresas multinacionais pudessem explorar o petróleo e o gás boliviano. (E) ao incentivo para que as empresas privadas bolivianas comprassem a empresa petrolífera brasileira.
ATUALIDADES
91
Atualidades | Banco do Brasil
40. [Advogado - PMS/SP 2006 (FCC)] No início do mês de setembro foi apresentado o relatório anual do PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, órgão responsável pela divulgação dos dados referentes ao IDH Índice de Desenvolvimento Humano, o qual procura retratar as condições de vida da população de 177 países do mundo. Nesse relatório, a atual posição do Brasil é (A) privilegiada, pois aparece como o país latino-americano de mais elevado IDH. (B) intermediária, pois está situado entre os países de médio desenvolvimento humano. (C) boa, pois poucos países latino-americanos têm posição melhor que a nossa. (D) considerada muito boa, pois, na América Latina, só é ultrapassado pela Argentina. (E) sofrível, pois somente a Bolívia e o Haiti têm índices menores que o nosso. 41. [Advogado - PMS/SP 2006 (FCC)] Atualmente, o Brasil é o país que move mais ações na OMC Organização Mundial do Comércio. A maior parte das ações impetradas pelo País naquela organização tem como causa (A) a tentativa de aumentar a lista de produtos exportáveis, para que nosso país possa estar entre os 10 maiores expor tadores mundiais. (B) o elevado grau de padronização imposto à área de informática, fato que dificulta a exportação de nossos produtos. (C) o déficit comercial com os países árabes, pouco interessados em consumir produtos agropecuários brasileiros. (D) as questões comerciais com a Argentina, que atualmente tem limitado a importação de eletrodomésticos e calçados brasileiros. (E) os subsídios agrícolas que os países ricos oferecem aos seus agricultores, fato que torna os produtos brasileiros pouco competitivos. 42. [Advogado - PMS/SP 2006 (FCC)] A crise política que assola o País desde o início do mês de agosto foi provocada por uma série de escândalos que envolvem, dentre outros motivos, o “mensalão”. Para apurar as responsabilidades, foram instaladas CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito). Sobre esse instrumento legal é correto afirmar que
(A) a instalação de uma CPI não pode ser mista, pois cada uma das casas (Câmara ou Senado) só tem competência para julgar seus pares. (B) o pedido de instalação de uma CPI no Congresso deve ser feito pelo Poder Executivo, na figura do Presidente ou de Ministros de Estado. (C) a CPI tem poderes de investigação semelhantes aos das autoridades judiciais e seu prazo de funcionamento é limitado. (D) as deliberações da CPI são soberanas e mesmo que se apurem crimes de responsabilidade, o Ministério Público não é acionado. (E) os trabalhos de uma CPI devem durar 30 dias, sendo o prazo prorrogável uma única vez, pelo mesmo prazo inicial.
92
ATUALIDADES
43. [Agente Fiscal de Rendas - SEFAZ/SP 2006 (FCC)] A literatura brasileira sofreu grande impacto quando Guimarães Rosa, natural de Cordisburgo e diplomata atuante, publicou, em 1956, Grande Sertão: Veredas , obra que
(A) oferece uma visão da expansão e conquista do oeste, retratando o seu devassamento. (B) apresenta uma nova compreensão da filosofia de vida do homem rústico, mas trabalhador, de Minas Gerais. (C) retrata a vivência do menino e depois jovem Eduardo na provinciana Belo Horizonte e a descober ta de novos mundos e sentires. (D) mostrou de maneira crua que, na vida política, para vencer uma eleição é preciso saber usar as armas dos adversários. (E) procura relatar uma história de amor de duas pessoas simples que se encontram, Raimundo e Teodora. 44. [Agente Fiscal de Rendas - SEFAZ/SP 2006 (FCC)] “Março de 2006 repete o protesto de maio de 1968”, segundo manchete em jornal de grande circulação nacional. Essas manifestações recentes (2006) referem-se (A) ao movimento dos estudantes dos liceus franceses pelas modificações governamentais que dificultaram mais ainda o acesso à Universidade. (B) às manifestações de grupos de terceira idade em Paris, como decorrência de violentos cortes nos benefícios sociais. (C) ao conflito estabelecido com os Sindicatos Operários em face da política salarial do Ministro Dominique de Villepin. (D) à reação da juventude universitária francesa à legislação reguladora do primeiro emprego “ CPE “, que sacrifica direitos trabalhistas. (E) à insatisfação generalizada do povo francês com a política do Presidente Chirac de apoio incondicional às políticas de George W. Bush. 45. [Agente Fiscal de Rendas - SEFAZ/SP 2006 (FCC)] A reunião de ministros do meio ambiente e delegações oficiais de 180 países, em Curitiba, Paraná, nos dias 20 a 27.03.06, objetivou, prioritariamente,
(A) examinar a questão da possível extinção imediata da fauna da ilha de Alcatrazes, no Brasil. (B) obter a colaboração de grupos privados para salvaguardar o Parque Nacional da Serra Nevada de Santa Marta, na Colômbia. (C) definir um protocolo que regule as pesquisas a partir da biodiversidade dos mares, florestas e savanas. (D) combater a caça de animais na ilha de Madagascar, por comprometer a “rain forest”. (E) estabelecer normas rígidas que evitem a contínua poluição das montanhas do Himalaia, por tibetanos.
Atualidades | Banco do Brasil
46. [Agente Fiscal de Rendas - SEFAZ/SP 2006 (FCC)] LIVIO ABRAMO (1903-92), artista brasileiro e homem de grande consciência social, passou os últimos 30 anos de sua vida em auto-exílio no Paraguai, mas sua presença no Brasil foi constante, como mostra a recente exposição de sua obra (15.0314.05.2006), que repercutiu nos meios de comunicação, graças aos seus magníficos trabalhos de
(A) gravura. (B) pintura. (C) escultura. (D) cerâmica. (E) arquitetura. 47. [Agente Fiscal de Rendas - SEFAZ/SP 2006 (FCC)] Ao contrário de certos países emergentes, como o Chile e a Coréia do Sul, o Brasil ainda não conseguiu resolver o problema da educação, que poderia ser superado se, seguindo aquelas experiências, (A) aumentasse o número de instituições estatais de ensino superior nas regiões norte e nordeste. (B) criasse novos campi e novas faculdades integradas no sistema de ensino estadual. (C) implantasse a democratização do ensino, com a abolição dos exames vestibulares e o ingresso livre na Educação Superior. (D) estabelecesse a privatização do ensino nos seus vários níveis, ficando o Ministério da Educação como órgão orientador e fiscalizador. (E)) concentrasse seus esforços e financiamentos nos níveis de ensino fundamental e, especialmente, no ensino médio. 48. [Agente Fiscal de Rendas - SEFAZ/SP 2006 (FCC)] A Ferrovia Transnordestina, que cruzará três estados, a ser construída pela Companhia Ferroviária do Nordeste - CFN -, vai ter um grande impacto na realidade regional, por
(A) possibilitar o escoamento da produção agro-industrial pelos portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco. (B) constituir um trabalho integralmente realizado pela iniciativa privada, sem custos para o Estado. (C) aumentar o trânsito de imigrantes entre os estados de Sergipe e Alagoas para a Bahia. (D) facilitar o desenvolvimento da indústria de turismo, por garantir o acesso à região das praias do Maranhão. (E) aumentar o escoamento da produção agrícola do vale do São Francisco, favorecendo a vinicultura.
49. [Agente Fiscal de Rendas - SEFAZ/SP 2006 (FCC)] Após o decurso de quatro anos, o julgamento de Slobodan Milosevic foi interrompido em março de 2006, no Tribunal Criminal Internacional, em Haia, que o julgava
s e d a d i l a u t A
(A) por sua participação no rapto de crianças gregas no fim da 2 a Guerra Mundial para a Bósnia. (B) por ser acusado da morte dos líderes sérvio-bósnios Rodovan Kardzic e Ratko Mladic. (C) pelo envolvimento em lavagem de dinheiro em colaboração com o narcotráfico. (D) por práticas lesivas ao estado que provocaram o desmembramento da Macedônia. (E) pelo genocídio de muçulmanos durante o seu governo na Sérvia. 50. [Agente Fiscal de Rendas - SEFAZ/SP 2006 (FCC)] A ETA, grupo revolucionário, depois de quarenta anos de atividades, resolveu renunciar à violência, na sua luta pela
(A) integração dos vários partidos de esquerda em uma frente única, formando um “front” popular. (B) independência do território ao norte da Espanha e ao sudoeste da França, o País Basco. (C) separação da província da Catalunha, que ganharia um novo status político. (D) reeleição do Primeiro Ministro José L uis Rodríguez Zapatero, em apoio da sua política no Oriente Médio. (E) recondução da falange franquista ao poder ditatorial na Espanha. 51. [Agente Fiscal de Rendas - SEFAZ/SP 2006 (FCC)] Protestos de mais de 200 mil pessoas, no mês de março de 2006, nos Estados Unidos, na Califórnia, resultaram de um movimento contra (A) o envio ao Congresso norte-americano de uma proposta de lei contrária à entrada de asiáticos. (B) a possibilidade de estabelecer um muro de separação entre as fronteiras dos Estados Unidos e do Canadá. (C) a continuidade da participação do exército norteamericano nas guerras do Oriente Médio. (D) a possibilidade de aprovação de leis de imigração, classificadas como racistas. (E) o envolvimento dos Estados Unidos na política da Comunidade Européia em relação à Rússia. 52. [Agente Fiscal de Rendas - SEFAZ/SP 2006 (FCC)] A economia do Maranhão e do Piauí vem apresentando um certo crescimento, nos dias correntes de 2006, graças, como ocorreu no Centro-Oeste brasileiro e mesmo no Sul, ao desenvolvimento de agronegócios, centrados na exportação de (A) açúcar. (B) trigo. (C) soja. (D) feijão. (E) arroz. ATUALIDADES
93
Atualidades | Banco do Brasil
53. [Bombeiro Músico - GEM/MA 2006 (FCC)] Considere o gráfico e as afirmações a seguir.
I. Nos últimos 50 anos houve uma sensível queda na taxa de natalidade da população. II. As migrações internas da população têm forte influência sobre a proporção de adultos. III. A expectativa de vida da população tem aumentado nessas últimas décadas. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) I e II. (C) I e III. (D) II. (E) II e III. 54. [Bombeiro Músico - GEM/MA 2006 (FCC)] Considere os seguintes versos: “Vou-me embora pra cidade Nem sou amigo do rei Quem sabe encontro um trabalho Pois terras, não mais verei”. (citado em Dora Mar tins & Sonia Vanalli. Migrantes . São Paulo: Contexto, 1994. p. 23)
Da leitura atenta dos versos pode-se destacar dois problemas socioeconômicos encontrados em todo o Brasil. São eles: (A) o êxodo rural e a concentração de terras. (B) as diferenças entre as classes sociais e o aumento do trabalho informal. (C) o crescimento urbano e a modernização da pecuária. (D) os problemas do Sertão e o desemprego nas cidades. (E) a violência no campo e o inchaço urbano.
94
ATUALIDADES
55. [Bombeiro Músico - GEM/MA 2006 (FCC)] Desde seu início efetivo, na década de 1950, o processo de industrialização brasileiro tem passado por várias transformações. Uma das mais recentes é
(A) a elevada robotização nas linhas de montagem, considerada como uma das maiores do mundo ocidental. (B) a forte participação do Estado na construção e manutenção dos principais parques industriais do País. (C) a desativação das indústrias de bens de produção, pois grande parte delas era considerada obsoleta. (D) o crescente aumento de sua participação no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, atualmente por volta de 70%. (E) a relativa desconcentração, pois várias indústrias têm saído do eixo São Paulo/Rio para se instalar em outras regiões brasileiras. 56. [Técnico Ministerial - MPE/PE 2006 (FCC)] O Brasil foi o 36 o país do mundo e o primeiro da América do Sul a enviar um representante para fora da Terra. A missão do primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes, foi divulgar programa espacial e recebeu o nome de (A) Centenário, em homenagem ao aviador Santos Dumont, que há cem anos voou com seu 14-Bis. (B) Experimental, pela primeira participação do Brasil na construção da Estação Espacial Internacional. (C) Jornada nas Estrelas, em homenagem a Iuri Gagárin, primeiro astronauta russo a chegar à Lua. (D) Científica, pela primeira participação do Brasil em experiências em ambientes espaciais na Nasa. (E) Cinqüentenário, em homenagem ao presidente Juscelino Kubitschek, que há 50 anos assumiu o poder. 57. [Técnico Ministerial - MPE/PE 2006 (FCC)] Em abril de 2006 a Petrobrás coloca em operação a maior unidade de produção, a P-50, contribuindo para a autosuficiência do país em petróleo. A Petrobrás foi criada em 1953 por Getúlio Vargas e fazia parte do projeto do então presidente de montar uma infra-estrutura para (A) estabelecer a política de preços do óleo. (B) privatizar as empresas estatais do país. (C) nacionalizar as refinarias estrangeiras. (D) impedir a entrada de capital estrangeiro. (E) viabilizar a industrialização do Brasil.
Atualidades | Banco do Brasil
58. [Técnico Ministerial - MPE/PE 2006 (FCC)] Uma pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) com 52 bancos apresentou o seguinte gráfico da visão dos bancos sobre a economia.
60. [Técnico Ministerial - MPE/PE 2006 (FCC)] Considere o texto abaixo. No Brasil a propriedade da terra não é um valor econômico, mas sim, uma questão política. Um latifúndio proporciona ao seu proprietário um expressivo poder político, superior ao poder econômico; nesse contexto, a posse da terra significa ter forte influência sobre as pessoas que nela vivem. Essa relação de mando remonta ao tempo das sesmarias...
s e d a d i l a u t A
(Nicolina L..de Petta e Eduardo A.B. Ojeda. História: uma abordagem integrada. São Paulo: Moderna, 2003, p.306)
A realidade a que o texto se refere explica razões da resistência, no Brasil, à (A) reforma de base. (B) política neoliberal. (C) política ambiental. (D) reforma agrária. (E) reforma fiscal.
(Folha de São Paulo , B2)
A análise dos dados do gráfico indica que haverá (A) um grande risco de desaceleração do processo de desenvolvimento da economia em 2006. (B) uma melhora sensível nas expectativas para a economia brasileira a partir de 2006. (C) uma forte tendência de redução na taxa de crescimento econômico nacional a partir de 2006. (D) um firme sinal de crescimento econômico do setor de exportação de tecnologia em 2006. (E) uma considerável alta na taxa de inflação devido à alta dos preços de produtos básicos em 2006. 59. [Técnico Ministerial - MPE/PE 2006 (FCC)] A observação da vida por meio de uma tela, a partir da segunda metade do século XX, mudou a percepção visual das pessoas e a forma de expressão da arte; ou melhor, criou uma nova possibilidade de expressão para a arte, denominada de pop art (termo em inglês que significa “arte popular”). A pop art pode ser entendida como uma crítica à (A) indústria de diversão. (B) semana de arte moderna. (C) sociedade de consumo. (D) cultura européia. (E) arte criativa.
GABARITO
QUESTÕES APLICADAS PELA FCC 1. D 2. A 3. C 4. E 5. B 6. D 7. E 8. C 9. E 10. B 11. C 12. A
13. E 14. B 15. D 16. B 17. E 18. B 19. A 20. C 21. C 22. A 23. D 24. B
25. C 26. B 27. D 28. E 29. B 30. A 31. D 32. C 33. A 34. E 35. C 36. E
37. A 38. D 39. B 40. B 41. E 42. C 43. B 44. D 45. C 46. A 47. E 48. A
49. E 50. B 51. D 52. C 53. C 54. A 55. E 56. A 57. E 58. B 59. C 60. D
ATUALIDADES
95