Faculdade Anhanguera de Jundiaí
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS
JUNDIAI/SP 2013
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Ana Paula Ribeiro Jarussi RA 4926903763 e-mail:
[email protected]
Atividades
Práticas
Supervisionadas
apresentada à Faculdade Anhanguera de Jundiaí, como exigência parcial para a disciplina de Administração Financeira e
Orçamentária
Administração,
sob
do
curso
de
orientação
dos
Professores Wilsiene Ramos Gomes da Costa e Natanael Souza .
JUNDIAI/SP 2013
Introdução O presente trabalho tem o objetivo de fornecer informações aos acadêmicos do curso de Administração sobre a importância da Administração Financeira, bem como analisar os riscos e os impactos da desvalorização da moeda em relação a taxas da inflação, risco e retorno sobre investimentos e ser capaz de elaborar o controle administrativo-financeiro de uma organização.
1. Planejamento Financeiro e o valor do dinheiro no tempo
Com a grande concorrência do mercado, um bom planejamento financeiro pode fazer a diferença para sobrevivência de uma empresa. Gitman (1997, p.588) afirma que “as empresas utilizam -se de planos financeiros para
direcionar suas ações com vistas a atingir seus objetivos imediatos e a longo prazo onde um grande montante de recursos está envolvido [...] é importante para o funcionamento e sustentação de uma empresa, pois fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar suas ações na consecução dos objetivos.”
O administrador financeiro sabe que o valor do dinheiro muda com o tempo, portanto, preferem dinheiro agora a depois, portanto, deve-se estar atento às mudanças do mercado, principalmente aos fatores que diminuem o valor do dinheiro. São citados três índices que diminuem progressivamente o valor do dinheiro: 1.1 Inflação Quando há um aumento geral dos preços na economia. O poder de compra do dinheiro hoje é maior do que amanhã, o aumento do preço diminui o valor do dinheiro, ou seja, com R$1,00 hoje se compra mais do que daqui há 1 ano.
1.2 Risco A incerteza acerca do futuro faz com que o dinheiro diminua com o passar do tempo, as pessoas valorizam o dinheiro agora, tentam evitar o risco de perderem seu dinheiro, um investidor não pode ter certeza que seu investimento dará resultados positivos, nem que suas ações serão valorizadas, portanto, com o aumento do risco, ocorre diminuição do valor do dinheiro. 1.3 Preferência pela Liquidez A liquidez refere-se à facilidade de um ativo se tornar caixa (dinheiro). Os investidores preferem manter dinheiro em caixa para emergências, tentam não comprometer o caixa em ativos de rendimento futuro, pois, como mencionado anteriormente, o dinheiro perde valor com o tempo . 1.4 Questão Um investidor decide que a taxa de desconto a ser aplicada a uma ação é de 6%; outra ação, com o dobro dos riscos, terá uma taxa de desconto de 12%. Determinado o nível de risco, realizar o ajuste dos retornos futuros.
O retorno sobre o dinheiro investido deve ser maior que o risco envolvido, porém, quanto maior o risco, maior o retorno. Na questão acima, o risco de aplicar o montante na segunda ação é maior, porém trará maior retorno caso tudo corra como esperado. A escolha por um ou outro investimento vai depender do negócio e do retorno que se deseja alcançar.
2. Risco x Retorno Risco é o grau de incerteza de um investimento, quando dois investimentos tem o mesmo retorno, calcula-se aquele que tem menor risco. Em finanças, o risco é mensurado pelo grau de volatilidade ao retorno esperado e pelo prazo do investimento, pois o dinheiro perde seu valor ao longo do tempo. 2.1
Análise Comparativa de Investimentos Sendo dois investimentos, Poupança e CDB, os investidores
esperam retorno de R$ 1.800,00 e R$ 2.125,00 ao final de 3 anos. A taxa de desconto da poupança é de 5% e do CDB 8%, portanto, os valores presentes descontados são: VPp
=
VPcdb
=
2.2
1800_ (1,05)¹
1800_ (1,08)¹
+
+
2125 (1,05)³
2125 (1,08)³
=
=
Cálculo de Juros Reais e Inflação
(1 + taxa nominal) = (1 + taxa real) * (1 + taxa de inflação) (1 + 0,089) = (1 + r) * (1 + 0,065) 1,089 = (1 + r) * (1,065) 1,089 = 1,065 * 1,065r 1,089 – 1,065 = 1,065r 0,024 = 1,065r r = 0,024/1,065 r = 0,0225 r = 2,25%
R$
R$
3.059,22
3.353,17
2.3 Avaliação do investimento em ações da empresa fictícia Companhia Água Perido
Aplicação
Taxa de Juros Real
variação de retorno(%)
Valor futuro
1
50.000,00
1,000 R$
49.504,95
1%
2
50.000,00
2,030 R$
49.014,80
2%
3
50.000,00
3,091 R$
48.529,51
3%
4
50.000,00
4,184 R$
48.049,02
4%
5
50.000,00
5,309 R$
47.573,28
5%
6
50.000,00
6,468 R$
47.102,26
6%
7
50.000,00
7,662 R$
46.635,90
7%
8
50.000,00
8,892 R$
46.174,16
8%
9
50.000,00
0,159 R$
45.716,99
9%
10
50.000,00
1,464 R$
45.264,35
9%
40,259 R$ 473.565,23
53%
500.000,00
Total
2.4 Retornos Esperados Informativos das ações Dividendos
R$ 10,00 / ação
Preço das Ações ano corrente
R$ 50/ação
Quantidade Invest.
R$ 500.000,00
Preço da ação no ano anterior
R$ 22,00/Ação
Taxa de Retorno mercado (Rm) Taxa de retorno ibovespa( Rf) Calcular o Risco deste investimento (beta)
9,5% a.a 6,5% a.a 4,83
Retorno esperado usando probabilidades Condições Economicas
Retorno Efetivos(K)
Probabilidade (P)
R
Recessão
15%
0,4
0,06
Normal
25%
0,5
0,125
Expansão
35%
0,6
0,21
Probabilidades
0,395 Riscos e Retornos de titulos selecionados
Retorno anual média(%)
Desvio-padrão
CV
Ações Preferenciais
16,5
36,5
2,21
Ações Ordinarias
12,7
21
1,65
Titulos Empresarias de Longo Prazo Titulos governamentais de Longo Prazo
5,9
8,7
1,47
8,4
2,00
Obrigações do tesouro brasileiro
3,9
4,7
1,21
4,2
Coeficiente de Variância
8,55
Riscos e Retornos Retorno Anual
Desvio Padrão
CV
Projeto A
280
170
0,61
Projeto B
280
130
0,46
Coeficiente de Variancia
2.5
1,07
Avaliação de risco dos projetos Interpretar o balanceamento entre risco e retorno, usando os números,
no qual os desvios padrão são: 170 para o Projeto A e 130 para o Projeto B, considerando que o retorno esperado para ambos é de 280. Calcular e avaliar qual dos projetos apresenta menor risco. Para se chegar ao resultado do problema proposto recorre-se ao cálculo do Coeficiente de variação - (CV), que é calculado simplesmente dividindo-se o desvio-padrão () de um ativo pelo seu valor esperado (k) através da fórmula:
CV =
/k
Projeto A:
Projeto B:
CV= 170/280
CV= 130/280
CV= 0,6071
CV= 0,4642
3. Métodos de Avaliação
O valor de um ativo, uma ação ordinária ou um título, é influenciado por três fatores: fluxo de caixa, taxa de crescimento do fluxo de caixa e risco ou incerteza. Um aumento no montante do fluxo de caixa tende a aumentar o valor do ativo, portanto, a responsabilidade da gestão financeira é aumentar o fluxo de caixa amenizando os riscos. Os lucros aumentam o preço do ativo e o risco reduz, dessa forma o ativo deve produzir fluxo de caixa contínuo, a taxa de crescimento deve ser positiva, ou seja, aumentar com o tempo e o risco deve ser controlado. O valor de um ativo é igual ao valor presente de seus fluxos de caixa futuros (retornos) ajustados ao risco. Para se obter o valor presente dos fluxos de caixa futuros, devemos somar uma séria de rendas e depreciações liquidas, calculada para diversos anos futuros. - Avaliação de Títulos Regularmente as corporações emitem títulos afim de captar recursos para expandir suas operações, dessa maneira tomam empréstimos comprometendo-se a pagar juros (Taxa de Cupom) , anuais, semestrais ou mensais, aos portadores do título. Consta também no título a data de vencimento e o valor de face (valor do título na data de seu vencimento). Para determinar o valor de um título, soma-se o valor presente dos pagamentos de juros com o valor presente do valor de face. Quando a taxa de juros de mercado cai, o juro recebido sobre títulos antigos é maior que o aplicado aos novos títulos devido as menores taxas de cupom. O preço do titulo move-se inversamente à taxa de mercado, se a taxa de juros aumentar, o preço de um título com uma taxa de cupom mais baixa declina. (Groppelli, 2005). - Avaliação de Ações Preferenciais As ações preferenciais são conhecidas como ações de dividendos, essas ações experimentam pouca flutuação de preço de mercado, qualquer valor derivado a valorização de ações preferenciais frequentemente define a base para o seu preço de negociação no mercado. O valor da ação preferencial também pode ser determinado descontando o valor presente de seus dividendos
em
um
período
infinito
de
tempo.
Se a taxa de desconto do mercado cair, o preço da ação preferencial
aumentará. E ao contrário, ação preferencial diminuirá se a taxa de desconto aumentar. - Avaliação da Ação Ordinária Os compradores da ação ordinária, tornam-se proprietários da companhia, porém seus dividendo não são garantidos, seu recebimento vai depender da lucratividade da empresa e disponibilidade de fundos. O preço da ação ordinária depende dos dividendos anuais, seu crescimento e da taxa de desconto, o risco também influencia, pois quanto maior o risco maior o retorno. Para determinar o valor de uma ação ordinária deve-se avaliar ações sem crescimento de dividendo, ou seja, descontando os futuros dividendos; ações com crescimento de dividendo constante, pode aumentar a uma taxa fixa anual; ações com crescimento de dividendo incomum, uma taxa de crescimento de dividendo incomum nos primeiros anos e depois manter uma taxa de crescimento normal e constante. As avaliações de ações com crescimento de dividendo incomum, devem ser calculadas durante dois periodos de tempo. Quando uma ação ordinária tem duas ou mais diferentes taxas de crescimento dos dividendos, os futuros dividendos devem ser projetados separadamente, esses dividendos projetados devem ser descontados ao presente totalizando os num só valor. - CAPM O CAPM pode ser usado para estimar a taxa requerida de retorno para avaliação de uma ação ordinária. O uso da CAPM é recomendado na avaliação de ações ordinárias para as quais haja betas confiáveis. 3.1 Cálculo de retorno pelo modelo de Gordon Companhia A: o Beta é 1,5, o retorno da carteira de mercado é de 14%, título do governo rende atualmente 9,75% a companhia tem mantido historicamente uma taxa de crescimento de dividendos de 6%, e os investidores esperam receber R$ 6,00 de dividendos por ação no próximo ano. Ks = Rf + β (Rm – Rf)
Po = D1 / (Ks – g)
Ks = 9,75 + 1,5 . ( 14 - 9,75 )
Po = 6 / (16,12 – 6)
Ks = 9,75 + 1,5 . ( 4,25 )
Po = 0,59
Ks = 9,75 + 1,5 . 4,25
Ks = 9,75 + 6,37 Ks = 16,12 Companhia Z: tem uma Beta de 0,9, o retorno da carteira de mercado é de 14%, título do governo rende atualmente 9,75% a companhia tem mantido historicamente uma taxa de crescimento de dividendos de 5%, e os investidores esperam receber R$ 8,00 de dividendos por ação no próximo ano. Ks = Rf + β (Rm – Rf)
Po = D1 / (Ks – g)
Ks = 9,75 + 0,9 . ( 14 - 9,75 )
Po = 8 / (13,57 – 5)
Ks = 9,75 + 0.9 . ( 4,25 )
Po = 0,93
Ks = 9,75 + 0.9 . 4,25 Ks = 9,75 + 3,82 Ks = 13,57 A Companhia Y anunciou que os dividendos da empresa crescerão à taxa de 18% durante os próximos três anos, e, após esse prazo, a taxa anual de crescimento deve ser de apenas 7%. O dividendo anual por ação deverá ser de R$ 4,00. “Supondo taxa de retorno de 15%, qual é o preço mais alto oferecido aos acionistas ordinários?”
Po = Do (1 + g) / Ks – g Po = 6,57 (1 + 0,07) / 0,15 – 0,07 Po = R$ 87,87 Avaliar dois projetos industriais independentes, sendo que o investimento inicial para o Projeto A é de R$ 1.200.000,00 e, para o Projeto B, é de R$ 1.560.000,00. A projeção é para 10 anos, com taxa mínima de atratividade de 10,75% a.a. Calcular a viabilidade por meio do Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno e Índice de Lucratividade dos projetos. Metodos de Orçamento de Capital sem risco. PROJETO A Ano Fluxo de caixa( R$) TMA TIR Payback simples Indice de Lucratividade 0 -1200000,00 10,75% 16,19%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 VPL
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 VPL
250000,00 250000,00 250000,00 250000,00 250000,00 250000,00 250000,00 250000,00 250000,00 250000,00
R$
-950000,00 -700000,00 -450000,00 -200000,00 50000,00 300000,00 550000,00 800000,00 1050000,00 1300000,00
0,19 0,17 0,15 0,14 0,13 0,11 0,10 0,09 0,08 0,08
287.870,44
Metodos de Orçamento de Capital sem risco. PROJETO B Fluxo de caixa( R$) TMA TIR Payback simples Indice de Lucratividade -1560000,00 10,75% 7,56% 210000,00 -1350000,00 0,12 210000,00 -1140000,00 0,11 210000,00 -930000,00 0,10 230000,00 -700000,00 0,10 230000,00 -470000,00 0,09 230000,00 -240000,00 0,08 240000,00 0,00 0,08 250000,00 250000,00 0,07 250000,00 500000,00 0,06 250000,00 750000,00 0,06
-R$
211.333,99
4. Orçamento de Capital O custo do capital equivale ao retorno do investimento necessário para que a empresa satisfaça as exigências de retorno de seus investidores e o orçamento de capital é um conjunto de técnicas que os gestores utilizam para avaliar projetos de aquisição de ativos em longo prazo. O risco faz parte do investimento e não há no orçamento de capital, projetos livre de risco, portanto os analistas de investimento devem selecionar projetos sob essas condições de incerteza.
As ferramentas e métodos usados no orçamento de capital concentramse na comparação entre investimento e retorno, ou entre rendimentos e custos associados com um ativo de longo prazo em que as principais ferramentas de análise são o VPL - diferença entre seu valor de mercado e seu custo; TIR taxa de desconto que iguala o VPL estimado de um projeto a zero e o Payback - prazo necessário para que os fluxos de caixa de um investimento igualem seu custo. Através da Análise de Sensibilidade, consegue-se perceber a variação do VPL e da TIR, é um estudo de hipóteses ou suposições em que o mais sensível às mudanças é considerado de maior risco. O CAPM (Modelo de Precificação de Ativos Financeiros) calcula a taxa de retorno de um projeto. O seu calculo é muito simples se o retorno sobre um ativo livre de risco, o beta, ( ß ) e o retorno sobre a carteira do mercado forem conhecidos, o maior beta é o de maior risco. Quando não se conhece o fluxo de caixa e a taxa de desconto que existirão no futuro, usa-se
as técnicas de simulação, que irão produzir
situações hipotéticas semelhantes às reais, essa simulação serve para estudar os VPLs e as TIRs de diversos fluxos de caixa com diferentes taxas de reinvestimento. Um item importante a avaliar no orçamento de capital é a inflação, quando esta aumenta, o valor real dos fluxos de caixa esperados diminui, por isso é necessário ajustar os fluxos de caixa e a taxa de desconto à taxa anual de inflação. 4.1
Avaliação dos riscos
4.1.1 Fazer uma análise de sensibilidade sobre o investimento, considerando que os fluxos de caixa do Projeto X sejam de R$ 70.000,00 para os três primeiros anos, e R$ 130.000,00 para os dois últimos anos. O projeto Z tem fluxos esperados de R$ 180.000,00 para os três primeiros anos, e de R$ 130.000,00 para os dois últimos anos. Qual projeto é o mais arriscado, se a taxa de desconto mudar de 10% para 14%?
Projeto X
Projeto Z
Taxa 10%
Taxa 10%
VPL = R$ 343.591,88
VPL = 307.002,60
Taxa 14%
Taxa 14%
VPL = 617.144,88
VPL = 562.382,13
Variação % = 79,62%
Variação % = 83,18%
Vemos que o projeto Z é mais sensível a uma alteração na taxa de desconto, portanto é mais arriscado que o projeto X. 4.1.2 Supor que vocês desejem encontrar o VPL (Valor Presente Líquido) de um projeto, mas não têm ideia de qual taxa de desconto utilizar. Vocês sabem, entretanto, que o beta da companhia é 1,5, a taxa livre de risco é de 8%, e o retorno da carteira de mercado, tal como o Dow Jones, é de 16%. Vocês acreditam também que o risco do projeto não é muito diferente do risco de outras companhias. Avaliar o nível de risco para esse investimento.
Ks = Rf + β (Km – Rf) Ks = 0,08 + 1,5 (0,16 – 0,08)
Ks = 0,20 Ks = 20% 4.2 Calcular a viabilidade que a Companhia Doce Sabor traçou para cinco simulações sobre os projetos X, Y e Z. Os resultados estão disponíveis em: Projetos da Companhia Doce Sabor
Projeto X Ano
Projeto Y
VPL(R$) Desvio-padrão
CV
Projeto Z
VPL(R$) Desvio-padrão
CV
VPL(R$) Desvio-padrão
CV
1
200
12 0,060
150
34 0,227
250
10 0,040
2
300
17 0,057
300
41 0,137
380
35 0,092
3
400
21 0,053
450
27 0,060
430
54 0,126
4
500
20 0,040
550
30 0,055
640
68 0,106
5
600
33 0,055
670
20 0,030
720
62 0,086
0,264
0,508
0,450