Lendo esta carta do Sr. Caboclo Tupinambá, me veio ressonante as palavras do Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas na ocasião da fundação da Umbanda: “Fui
padre, meu nome era Gabriel Malagrida, acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da inquisição por haver previsto o terremoto que destruiu Lisboa em 1755. Mas em minha última existência física Deus concedeu-me concedeu-me o privilégio de nascer como um caboclo brasileiro.”
Nesta fala ele ressalta que ser índio í ndio foi um privilégio. Historicamente podemos perceber como a sociedade indígena sempre esteve a frente de nosso tempo no quesito moral e cidadania, a idéia de respeito e amor ao próximo era nato. Quando uma índia ficava viúva, outro índio mesmo casado a recolhia e assumia o papel de marido, para que esta não ficasse sem o amparo de um homem. E tudo era normal. Não existia pecado. O corpo não representava sensualidade, sensualidade, por isso a nudez era normal. O sexo era uma ferramenta de reprodução e prazer ao casal. Pensando nisso tudo vejo que os índios jamais precisaram ser catequizados, catequizados, pois eram naturalmente cristãos, pois tudo o que Cristo tentou pregar, os í ndios praticavam, só aqueles que pregavam que não haviam entendido a lição do Cristo. Bem, o Sr. Tupinambá ainda deixou um orientação de como fazer uma assentamento simples da linha de caboclos que pode ser feito por qualquer um, não precisa ser médium e a fundamentaçã f undamentação o disto é para que se tenha uma porta aberta para a presença e a proteção da força Caboclos. Pode ser feito em casa, no terreiro ou onde achar melhor. Assentamento para para Caboclos Materiais: 07 pedras quartzo verde; 07 charutos, 01 alguidar médio; 07 folhas de samambaia; 01 quartinha branca macho pequena; Suco de caju (concentrado); (concentrado); 01 vela 7 dias bicolor branco/verde. Despeje dentro da quartinha o suco de caju (concentrado). Coloque a quartinha no meio do alquidar. Envolta dela faça um ninho com as folhas de samambaia, acenda a vela na frente do alguidar. Intercale um charuto com uma pedra dentro do alguidar, por cima das folhas em círculo. Acenda todos charutos dando três baforadas na quartinha. Toda semana acenda ao menos uma vela palito verde. Na ocasião troque o líquido, pode permanecer no máximo 15 dias. Sempre que fizer esta firmeza semanal, pegue um dos charutos e dê três baforadas, concentrado nos pedidos e orações. Vá rotacionando os charutos. Estes charutos devem ser trocados de três em três meses m eses bem como a samambaia.
Oração de assentamento: “Divino Criador, Divinas Forças Naturais, Divinos Ori xás, neste momento vos
evoco e peço que imante este assentamento, consagre e o torne um portal por onde os caboclos do astral possam se manifestar, servindo de minha proteção e chave de acesso aos caboclos de acordo com o meu merecimento. Peço que a força dos caboclos esteja presente e receba minhas v ibrações.” Ps.: Este é um assentamento universal para a linha de caboclos, que pode ser consagrado a um caboclo específico ou deixar aberta de forma universal. Faça isto com fé e amor, terá ótimos resultados. Okê Caboclos!
Dentre os pontos cantados pelos umbandistas, um dos mais populares diz: “A Umbanda tem fundamento, é preciso preparar”. O mais importante fundamento da Umbanda é a “Caridade”, que designa o trabalho dos espíritos em favor dos encarnados. Sem este fundamento, a “Caridade”, a Umbanda não teria razão
de ser, mas como prepará-lo? É o que pretendemos responder. A Umbanda não deve ser um fim em nossas vidas, mas secundar nossos esforços no bem, pois a fé deve estar a serviço do nosso equilíbrio, tanto quanto a autoconfiança em favor do aperfeiçoamento moral. Ao desencarnarmos não nos perguntarão os amigos do além da nossa dedicação à Umbanda, mas do nosso empenho em nos fazermos melhores, pois o bem que fazemos a nós mesmos reflete-se em benefício do próximo no trabalho da Caridade e é assim que preparamos este fundamento. Isto posto, conheceremos outros importantes fundamentos do culto umbandista, apontados por Edson Orphanake, em seu livro “A Umbanda às suas ordens”, Tríade editorial: “1. Ao iniciar o culto, se não existir o definitivo já firmado, faz-se o ponto de segurança na entrada do
terreiro. 2. O babalaô saúda ligeiramente os Orixás da Umbanda. 3. Canta-se um ponto de abertura saudando a linha de Oxalá. Um dos pontos mais cantados é o seguinte: “Vou abrir minha Jurema
Vou abrir meu Jurema Com licença de mamãe Oxum E de nosso pai Oxalá”
4. Em alguns terreiros, canta-se um ponto de batida de cabeça e todos os médiuns batem cabeça no congá. É um rito em sinal de respeito e humildade. 5. Canta-se o Hino da Umbanda. 6. Reza-se a prece de abertura dos trabalhos. O dirigente recita-a em voz alta, sendo seguido
mentalmente pelos demais componentes da tenda. 7. Procede-se à defumação do ambiente e de todos os presentes, simultaneamente à entoação de um ponto próprio. O ponto mais cantado é: “Defuma com as ervas de Jurema
Defuma com arruda e guiné Benjoim, alecrim e alfazema Vamos defumar filhos de fé”
8. Canta-se um ponto a Exú, ofertando-se-lhe a marafa, caso esta oferenda não tiver sido feita antes do início dos trabalhos, na preparação. Após a saudação a Exú é feita uma saudação às linhas restantes: de Iemanjá, Oxossi, Xangô, Ogum, Pretos-Velhos, Crianças, Almas, etc. 9. Entoa-se o ponto de chamada do guia espiritual. Ele baixa, faz vir sua corrente ou povo para auxiliá -lo e assume o comando do trabalho. Se forem Caboclos, são executadas tarefas próprias dessa classe de espíritos, ou seja, desenvolvimento mediúnico, desobsessões, consultas... 10. O ogã puxa pontos de louvação, di ferentes dos pontos entoados até agora, pois correspondentes à linha a que pertencem as entidades manifestadas e os mantém de forma contínua ou com pausas para não prejudicar o diálogo nas consultas. 11. Findos os trabalhos, se nada mais houver a ser realizado, os Caboclos sobem, sendo cantados pontos de subida ou despedida. O chefe espiritual é o último a subir. Se for cacique, quando necessário, permanece incorporado presidindo a manifestação seguinte. 12. Faz-se a chamada de entidades de outras linhas (Pretos-Velhos, Baianos, Boiadeiros, Marinheiros, Crianças, etc.) de acordo com a finalidade que se deseja. Procede-se de conformidade com os itens número 9, 10 e 11, já descritos. No caso de trabalho com sereias ou povo d’água, geralmente deixa-se para ser o último da noite, por ser tarefa de limpeza psíquica e astral do ambiente e da carga de fluídos nocivos porventura ainda espalhados e trazidos pelos freqüentadores. 13. Quando há engiras de Exús, seguindo preceitos de segurança, o bom senso recomenda sejam realizadas após a meia-noite, em sessões reservadas, somente com a presença de pessoas interessadas ou então em dias apropriados, quando delas se tiver necessidade. 14. Findos os trabalhos com a subida das entidades, onde há entoação de pontos de subida, recita -se a prece de encerramento, na qual se agradece a assistência dos bons espíritos. Canta-se um ponto de despedida e encerram-se os trabalhos. Quanto ao ponto de despedida, citamos um dentre vários: “Adeus terreiro de Umbanda
Nós vamos nos retirar Adeus, adeus, adeus Até quando eu voltar”
Agora que você conhece os principais fundamentos do culto umbandista, reflita se algum supera em importância a “Caridade” bem compreendida.