AULA 03 – Parte 1 Altar, Tronqueiras e Assentamentos Olá meus irmãos, estamos aqui novamente essa é nossa terceira aula do curso de Altares, Tronqueiras e Assentamentos e o bacana desse curso é que ele está acontecendo de uma forma que a primeira parte já foi realizada, os alunos já estão no fórum com questionamento, com dúvidas e nós estamos indo para a gravação da parte final do curso e isso nos dá uma possibilidade maior também de entender o padrão de dúvida, o que está acontecendo em relação a esse conteúdo e a esse universo que nós estamos passando. Nós começamos com a questão do altar em relação a sua polaridade, em relação a como ele funciona, como ele atua dentro de uma casa. Entramos na questão do altar caseiro também que tem toda a sua delicadeza conforme foi colocado em aula e em apostila e agora nós estamos caminhando pra questão da tronqueira, a formatação, a estruturação de uma tronqueira e boa parte das pessoas já perguntou, há uma curiosidade muito grande, o pessoal quer saber quem pode ter tronqueira, quem não pode ter, quais são os cuidados. Então a primeira coisa é a gente criar um entendimento que o foco do curso é principalmente pra terreiro. A gente está dando uma volta em quem tem tronqueira caseira, altar ou firmeza de esquerda, mais há necessidade de um entendimento de que o altar e a tronqueira irão realizar um trabalho juntos, mesmo afastados, um em ambiente intento e outro externo ou os dois internalizados eles realizarão um trabalho em conjunto pra isso acontecer ele vai abraçar a questão do coletivo. O altar em casa é individual, o altar no terreiro abrange uma coletividade, a mesma coisa a tronqueira então pra estruturação do que a gente tem que a gente vem a enxergar para que possamos caminhar da questão do assentamento, o que é um assentamento a gente já tem essa ideia concebida né, a aula 1 e aula 2 e agora a gente caminha para o formato finalizando a questão da tronqueira dando um entendimento maior procurando abraçar a ideia de ter uma tronqueira ou porque ter uma tronqueira. A gente pode um pouco falar da preparação, a gente precisa de um histórico de tron
queira, ela
tem uma derivação de tronco, esse tronco pode ser interpretado como tronco do membro superior, como mastro de navio ou o tronco familiar. A palavra tronco em si tem origem tupi e essa estrutura de fixação de base e de eixo nos acompanha em relação ao que acontece dentro da Umbanda. Só que a tronqueira vai receber vários nomes, casa de Exu, firmeza de Exu, o canto do compadre ou trunqueira também colocada por uns. Altar, Tronqueiras e Assentamentos
Tutor Ministrante: Jorge Scritori
A gente precisa de um entendimento agora que a tronqueira se torna o receptáculo do assentamento do Exu. Se por um momento a gente vai falar da preparação, escolher um local do terreiro, faz a tronqueira conforme vai estar especificada na apostila. Faz a firmeza de quatro pontos, risca o ponto de centro do Exu ou um ponto que nós vamos colocando lá, disponibilizando na rede, faz a firmeza, faz oferenda, cria condição para que a tronqueira possa acontecer para ir posteriormente entrarmos com o assentamento de Exu. E aí a gente vai criar um entendimento que a tronqueira é um receptáculo do assentamento, ela funciona como padrão polar negativo, absorvedor, esgotador, quebrador de algumas estruturas que rondam o terreiro ou a estrutura de trabalho do terreiro, mais ela tem essa particularidade em si, ela vai servir como receptáculo do assentamento e o assentamento ele vai servir como um ponto de apoio em relação a um individuo ou em relação ao coletivo. Então o que é preciso deixar bem claro é que essa estrutura montada ela vai caminhar para o assentamento. Eu conheço alguns irmãos que tem um entendimento que se faz o assentamento primeiro e depois a formulação da tronqueira, em time que está mexendo a gente não mexe, mais a gente precisa ter essa idealização. Como a gente vai caminhar agora para a estrutura de assentamento eu preciso de uma linha de pensamento em relação ao assentar. Conforme conversado anteriormente, comentado também em apostila existem duas linhas de interpretação a Nagô Yorubá e a Bantu. Na tradição Nagô Yorubá quando você faz um assentamento de força, você fixa ali um espirito, uma força que vai responder por um nome, vai responder por uma estratégia e um planejamento. Na tradição Banto você vai assentar e fixar um poder, e ele por si só é um pulsar, é uma cadeia de realização, aqui no Instituto a concepção, a cadência, o segmento que a gente vai de encontro é a estrutura Bantu. Não temos aquela de que o Exu está preso ao assentamento, de que o Orixá está preso ao assentamento, mais nós entendemos ali existe um pulsar da força que vai responder a todas as necessidades seja do individuo ou do terreiro. Já acompanhando algumas dúvidas no fórum mesmo antes de chegarmos ao assunto do assentamento, a gente tem uma intranquilidade em relação à classificação das coisas. Aí a gente entra naquele segmento ah isso é de Umbanda isso é do Candomblé e a gente precisa tomar cuidado para rotular porque quando você detêm conhecimento, o conhecimento se auto protege e ele por si só cria um caminho. Eu posso falar que tal coisa é da Umbanda e criar uma despersonalização em relação do que é usado no Candomblé e vice-versa.
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Há uma necessidade de tomar cuidado com esse linguajar, se você quer separar as coisas, muitas vezes deixar muito especifico também se torna muito limitado. Então se a nós estamos falando de assentamento é assentamento para terreiro. Se você busca uma visão nação você vai formatar isso dentro da nação, se você busca uma visão de Umbanda você vai formatar isso dentro da Umbanda, lembrando, tem que trazer benefício, tem que trazer apoio e tem que trazer sustentação ao que você é, ao que você faz e ao que realiza. Então eu preciso de um entendimento de que assentar é fixar, eu pego algo da natureza eu pego algo no ponto de força eu pego algo perante a divindade e vou fixar dentro do terreiro, porque o terreiro nada mais é do que uma réplica formal do que nós temos no campo da natureza. Então para um Umbandista ele cria um entendimento que ele pega um pouquinho do campo de Oxum e trás para dentro do terreiro, do campo de nanã e trás para dentro do terreiro, do campo de Ogum e trás para dentro do terreiro, do campo de Xangô e trás para dentro do terreiro. A divergência na informação é que quando o individuo tem uma informação mitológica e ele se apoia no arquétipo do mito pra vivenciar sua religiosidade ele vai ter que se prender a estrutura que está no mito onde existem coisas que são compatíveis, onde existem coisas que não conversam que não alinham que não se entendem e ele vai seguir essa escola de acordo com a sua disciplina. A nossa proposta em relação ao Curso de Altar, Tronqueiras e Assentamentos são criar uma visão geral e um entendimento do que você precisa. Eu tive oportunidade esse ano de conhecer as grandes casas da Bahia, a casa IIÊ Axé Oxumaré, a Casa Branca, o Gantois, e aí você percebe que dentro dessa diversidade, de uma raiz de mais de 300, 400 anos você percebe que a concepção do Orixá tem um formato de acordo com aquela estrutura tem a necessidade. Um dos locais mais bonitos que eu pude presenciar foi à Casa Branca, os assentamentos do lado externo, praticamente todos os Orixás, então o cuidado, o zelo, o carinho, a totalidade ali do poder da força, um local que quando você entra, você tem um sentir, você tem um vibrar, eu falo isso como umbandista, não é porque eu entrei numa casa, num chão que é de nação, que aquilo não toca o meu coração. Então a gente vai caminhar para o conteúdo de assentamento, buscando uma visão mais aberta, buscando uma visão maior e procurando evitar essa questão de rotular o que é, o que não é, de quem é, a quem pertence. Perante Deus nascemos todos livres e podemos nos tornar escravos da própria religiosidade de que cultuamos. A partir do momento que você se torna fechado, limitado, ou a cada sistema que caminha até um determinado ponto e para.
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A gente precisa de uma ideia, de uma forma de pensamento maior, então assentar é fixar e durante muito tempo, muitas culturas, muitas estruturas assim como o altar tem essa ideia de ter um objeto mítico, um objeto de poder e aquele objeto ele representa a emanação do todo, ele representa o poder manifestado da estrutura maior e esse poder vai responder de acordo com valores e crenças que eu tenho. E um assentamento não é nada mais nada menos do que essa representação. A gente vai entrar na questão assentamento para Orixá, assentamento para Exu, existem assentamentos para linhas de força, existem assentamento e firmezas, é muito importante estar dando esse diferencial do que um assentamento abraça, o que uma firmeza abraça. A questão da tronqueira eu achei bacana o pessoal tá colocando no fórum, poxa mais eu tenho as coisas no terreiro, eu preciso ter o assentamento no terreiro? Ou eu posso ter o assentamento em casa e deixar lá só uma estrutura de firmeza? São perguntas bem pertinentes a nossa realidade porque tudo que está dentro do terreiro sofre todos os choques que o terreiro está se colocando a partir do momento que ele abre as suas portas para atender pessoas de fora e as pessoas de dentro. Então tudo que está dentro do terreiro, essa aqui é a tronqueira dos sete porteiras, tudo que está aqui dentro passa pela mesma onda de choque energético que todo o restante do material passa. Tudo que está aqui está endossado, está imantado, está preparado para receber esse choque, para absorver, lidar com esse padrão de força e principalmente criar uma reatividade. Mais eu preciso um entendimento maior, um dos primeiros assentamentos que a gente vai começar abordar no próximo bloco é o assentamento de Exu que responde no primeiro passo as minhas necessidades pessoais e corporais e no segundo passo ele responde as necessidades da casa. A gente vai criar ideia que um assentamento ele é como um conta bancária e tudo que você depositar dentro dele em longo prazo aquilo vai voltar pra você vai voltar para sua vida, vai voltar para o seu corpo. Mesmo que você tenha a ideia que seja um módulo de defesa, muitas vezes uma das melhores maneiras de se defender não é atacar, não é colocar coisas agressivas, mais é saber o que colocar e a dosagem dessas coisas. Outra estrutura que será apresentada também fazendo um paralelo ao assentamento de esquerda, eu vou passar para vocês uma firmeza de Exu de porta, vou conceituar essa questão Exu de porta, Exu de rua e a necessidade dessa estrutura que aí é onde entrarão elementos mais pesados, elementos voltados à estrutura de guarda.
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E tudo dando certo, caminhando do jeito que as coisas estão na mente do Jorge, a gente vai falar um pouquinho do Exu do Ouro, conceber lá a firmeza de Exu do Ouro, que é uma coisa muito boa, é uma estrutura muito benéfica a todas as casas. Então a gente vai encerrar esse bloco agora, a gente já volta e vamos caminhar direto para o Assentamento de Exu. E eu queria falar, mandar um beijo e um abraço ao pessoal do fórum, a produtividade no fórum está bem bacana, o curso conta aí já com mais de 150 pessoas e o pessoal tá bem apreensivos em relação aos questionamentos, a questão da explanação, algumas perguntas estão saindo assim com bastante relevância em relação de ter, de fazer e isso é muito bacana para a proposta do Curso de Altar, Tronqueiras e Assentamentos. Então a gente volta já já.
Digitação: Equipe ICA – Umbanda EAD
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