As Horas Nuas Lygia Lygia Fagundes Telles Telles Edição integral Círculo do Livro Digitalizado, revisado e formatado por SusanaCap WWW.PORTALDETONANDO.COM.BR/FORUMNOVO /
Par aome meufil hoGoffr edo
*** " Abr i r eiem par ábol asmi mi nhaboca edel af ar eisai rcom í mpet o coi sasocul t asdesdeacr i açãodomu mundo. " S.Mat heus13,35
*** " Det udoficaum pouco.Nãomu mui t o. " Car l osDr umm mmonddeAndr ade
***
1 Ent r o no quart o escur o,não acendo a l uz,quer o o escur o. Tr opeço no maci o,desabo em ci ma dessa coi sa,ah!meu Pai .A mani a da Di oní si al ar garas t r ouxas de r oupa suj a no mei o do cami mi nho.Est á bem,quer i da,r oupa que eu suj eie que você vai l avar ,r econheço,você t r abal ha mui t o,não exi st e devoção i gual mas agor a dá l i cença? eu queri a ficar assi m qui et i nha com a mi nha garr af a,ô!del í ci a bebersem t est emu munhas,al godoada no chão f ei t o o ast r onaut a no espaço, a nave desl i gada, t udo desl i gado.I nvi sí vel .O quej áéumapr oezanum pl anet ahabi t ado porgent e vi sí veldema mai s,gent et ão sol i ci t ant e,ol ha meu cabel o! ol haome meusapat o!ol haaquiome meur abo!E podeacont ecerqueàs vezesagent enãot em vont adedeverr abonenhum. Li cença,Di ú,nãol eveama malmasvouficarum poucoporaqui
mesmo,best andonoespaço.Segui ndol evenessaórbi t aespi r al ada at é pousarde novo no pl anet a azul .Acho mansa essa pal avr a, pousar .Mas t em que ser espaçonave,i magi ne se aquel e avi ão pousou,est ácl ar oquecomeceiagri t ar ,Est amoscai ndo!Porf avor , mi nha senhor a,fique cal ma,pedi u a comi mi ssári a de bor do me agarr ando com seus dedi nhos de f err oef azendo aquel a car a suave.Tenhoódi odecomi mi ssári adebordo,t odasfingi das,Mel ar ga! Já est ava em pr ant os quando el a me ent r egou suaví ssi ma nas mãosdaami gui nhaf ot ógraf a,cl i que!cl i que!Pousopéssi mo,pose pi orai nda,cl i que! A at r i z Rosa Ambr ósi o é car r egada par af or a do avi ão com pl et ament eembr i agada.Pri mei r a pági na.Ou segunda,enfim, m,não i nt er essa.Um j ornalquesóser ef er i aaomeu nome mecom pal avr as mar avi l hosas, el e me ama mava. O Dougl as. Pai desse chef et e r ancor oso que her dou a empresa.O queri do Dougl as.Ér amo mos j ovensesóosj ovensseencar am com ori sosecr et oqueni nguém ent ende,t est emunhas um do out r o,é apenas i sso,me vi a nel e como num espel ho.Posso começarassi m as mi mi nhas me memó móri as: Quando nos ol hávamo mos eu vi a mi nha bel eza r eflet i da nos seus ol hos. Bebodevagar .O panobai xadevagar .Desconfioqueessai déi a nar ci si st aj áandou numa peça,eu sabi aonome meda peça,enfim, m, mi l haresdepessoasbanai sj áf al aram nessabanal i dade.Um di a eu fico na prai a. Mas f ui ver dadei r a. Assumi mi nhas curt as ver dades,assumiasment i r as compri dí ssi mas,assumif ant asi as, sonhos — como mo sonhei e como mo sonho ai nda! Pri nci pal ment e assumio meu medo.Tudo somado,um l ongo pl ano de evasão f r agment ado em f ugas mi údas. Di ári as. Que f or am se mul t i pl i cando,não l ei o mai sj ornai s,desl i gueia TV com suas desgr açasem pri mei rí ssi ma mão,cri meshumanosedesumanos, cat ást r of esecal ami mi dadesnat ur ai sepr ovocadas,ah!um cansaço. Porqueficarsabendo t udo senão posso f azernada? Posso dar água aos flagel ados r essequi dos? dar uma t oal ha de r ost o aos i nundados?He Hem? m?! . . .Ast r agédi as seenr edando sem t r égua.Não t enho cul pa se t ome meihorr orpel o horr orconf ormado.A mi séri a
paci ent e.Mi nha mul her ,dout or ,mai so meu fil hocom barr acoe t udo.Nem ocachorr osal vou,sumi unome mei odaágua,dobarr o. . .A Di nama mar ca envi a cai xot es de vaci nas,o Papa pede a Deus em port uguês. Lá do al t o do pal anque os pol í t i cos fil hosdaput a exi gem provi dênci as, Me Meus i rmãos, me meus i rmãoz i nhos! E os i rmãozi nhos cont i nuam mor r endo como mo moscas, ah! quer i do Gr egór i o,per dão,masnãosuport omai st ant ami séri a,merda!Fui bat i zada,cat equi zada,consci ent i zadaet udoi ssopar at eracert eza dequenãosou Deuseme mesmoquef osse.Est ou ci ent e,edaí ?Não, não adi ant a se r ev ol t ar , Gr Gr egór i o se r evol t ou, part i u para o conf r ont o e acabou cassado,dependur ado,t ort ur ado.Sua l i nda cabeça pensant el evando choque,porr ada.At i ngi do no quet i nha dema mai spr eci oso.Fer i dopar asemp mpr e. Ti ve homens,at é que não f or am mui t os mas t i ve.Tudo somado,ficar am esses doi s,Gr egóri o.E Di ogo.Sem f al arnaquel a l emb mbr ançat ãoesgarçada,ver dadeoui nvenção?Mi Mi guel . Naquel a al t ur a não seio quepodi af azersenão beber ,Gr egóri oj át i nhai doemb mbora,achomórbi dodi zerqueel emo morr eu,el e f oiembor a e pr ont o.Di ogo,essef oiembor a andando.E de mal comi mi go,ét ãoant i quadodi zer ,ficou dema mal .Fi cou debem. m.O cravo ava na escol a.Pr eci so apr ovei t aressa br i gou com a Rosa,eu cant i déi anasmi mi nhasme memór i as,achodesl umbrant everoBem eoMal — com l et r amai úscul a— conf undi dosnumacoi sasó,cozi nhando nome mesmocal dei r ão.Quandodevi am est arcomooi nocent eparde bi bel ôs gêmeos na vi t ri ne da mamãe, l embr a? Doi s gor dos meni ni nhos de cabel o encar acol ado,cada qualna sua pedr a,o cest i nho de mor angosno col o e o sorri so.Enf ei t ando a mesma pr at el ei r a, Deus do l ado di r ei t o e o Di abo por per t o com sua seduçãosem i nt enção.Sem mal í ci a.Quandof al eicom Di ogosobr e o que r epr esent avam par a mi m os bi bel ôs gêmeos, el e me j azz,o som al r espondeu aos berr os — ouvi a t í ssi mo — que o meni ni nhoer aum só,doi ser am oschi f r esapont andoporent r eos caracóis.
Di ogo,meu amor ,ficomeper gunt andoporondevocêandará, onde? Jovem e l úci do,uma l uci dez assi m caust i cant e,eu me embrul havaem t ant acoi saenãosabi acomosai rdosembrul hos, O queeudevof azer ?per gunt eit ant asvez es.El eficavameol hando com aquel asuai r oni amei odi ver t i dae,aomesmot empo,af et uosa. al eino t empo evej o agor a quecom el eeu t i nha o t empo Okey,f di ant e de mi m.O t empo di ant e de mi m.Di zi a que eu er a uma bur guesa al i enada. Poderi at er di t o, uma bur guesa assumi da por que nunca negueimi nha condi ção.Tant os espel hos.Mas só agor amevej o,umaf r ági lmul herchei adecarênci aseaparênci as, dobrando o cabo da BoaEsper ança,j á nem seiquecaboéesse, er aamamãequef al avani ssomasdevet eral gumar el açãocom a vel hi ce,ô!meuPai ,quepal avr ai gnóbi l . Prefiro f al arem madur eza.I dadeda madur eza.Enfim,não t em i mpor t ânci a, cumpri mi nha vocação, fiz o que pude. Ao cont r ári o de Cor dél i a,pobr ezi nha.Mi nha fil ha,mi nha fil ha! ,eu gri t eidoal t odopenhasco,er aumat r agédi agr egaemeusvest i dos despedaçadosnavent ani a.Quer i am queeu descessedopedest al , pr ont o,desci ,est ou aquinochão.Fechoosol hosevej omi nhafil ha passarboi andonori odosupér fluo,daespuma,chegueiapensar que f osse ficar uma t eni st a, ganhou aí umas t aças. E não acont eceu nada,zer o.Depoi ssel i gou em ast r onomi a,Gr egóri oe el af al avam hor as segui das sobre os ast r os,fiqueir adi ant e,a mesmavocaçãodopai ,mecâni cacel est e!Zer o.Masnãoéhi pócri t a comoo Di ogoqueusa bel ost ernosdet horuí sque,o weed,omel mel horcarr o et udo com aquel eardesl ei xado dequem nãodá a ues e dos menor at enção a essas f ri vol i dades. O Di ogo dos bl sapat osi t al i anos.Depoi sdosexo,meempr enhavapel oouvi docom a busca de nuest r ai dent i dad suas f umaças i nt el ect uai s,oh!l cul t ur al Bebo em homenagem a l ogo,Di ogo.Di ant e da a busca.Di mor t e,ficou mai sconvenci onaldoqueeu echamou cor r endo um padr epr ogr essi st a,porqueaquel epadr e?Gr egóri onãoacr edi t ava em padr esevem um padr ed j e eans.Encomendou ocorpodomeu
amado,amado,si m!com t ant apr essa.Dei xouamot ol áf ora,devi a es t arcom medo quea l evassem,umat ri st ez a.Quem t evea i déi a de chamar esse padre?,eu per gunt eie o Di ogo desconver sou, t ambém nãoacr edi t aem nadaeder epent e. Lembr oda noi t eem queficamosj unt osel i vr espor queGr egór i o vi aj ou com Cor dél i a,os f er i ados numa chácar a.Bebemos, fizemosum amorl i ndo,dormiem est adodef el i ci dadepar aacordar num sust o,com Di ogo em pr ant os e me pedi ndo que l esse os Mandament os da I gr ej a. Er a madrugada, eu est ava no apart ament o del e,mas onde i a achar agor a um Cat eci smo com os Mandament os da I gr ej a? Tent eidi zer i sso e el e chor ando sem parar ,er a porr e,t udo bem.Mas j á vique a ant i ga f ér essur ge i nt ei r aquandoel eficacr i ançadenovo.Fáci ldeent ender ,amãezi nha l evava o meni no par a os prepar at ór i os da Pri mei r a Comunhão,mas com que f or ça essa coi sa da i nf ânci a às vezes r eapar ece.Di ogoTorquat oNave,meu secr et ári o,eu apr esent ava.E oshomenseasmul her esol havam par ael ecom r espei t opor quea bel ezaexi ger espei t o. Bombons,gr acej os,flor es.Foimeconqui st andosem pr essa, encomendaçãodo cor po econqui st a demul hermadur at em que serdevagar ,ouvi u,padr e?Sepossí vel ,com cer t or omant i smo,el e sent i u meu const r angi ment o,est a brut aldi f er ença de i dade,eu dissebr ut al ? Abr oosbr aços,cruci ficada nar oupa suj a queespal heipel o chão.O braço di r ei t o é o do Bem mas o out r o,o pobr e braço gaúche.Osbi bel ôsgêmeoscom seusmor angos.Ou cer ej as? Ah! quel úci daeuficoquandobebo,enchoaboca,enchoopei t oedi go quea conf usãovem del onge,Sodoma eGomor r a,hem?!Com o Anj o f ugi ndo espavori do da popul ação desenf r eada, at i r ando pedrasnel e.E oPapaAnj ol áem San Fr anci scot ent andoexpl i car aosgays A ds?E daí ?A del í ci adavi dasem del í ci as,t ambém est a . i vocêquermet i r ar ?Eu ficari acom osqueat i r ar am pedr asou com os out r os que se aj oel har am? Não sei .Sempre que t enho que escol hermevem est aafli ção,det est oescol her .
Ah!se a gent e pudesse se or gani zar com o equi l í bri o das est r el ast ãoexat asnassuasconst el ações.Maspar ecequeagr aça est ánamei al uz.Naambi güi dade.E at éasest r el as,pobr ezi nhas, equi l i bradas mas t r emendo t ant o na sol i dão. Enfim, não t em i mport ânci a,est ou exaust a.Exaust a.Nuest a r ai dent i dad naquel al t ur a? As nuvens negr as e o avi ão pi not eando f ei t ol ouco.Tur bul ênci as.Não seio queme r est ava f azersenão beber ,gost o de nuvensmasdaquel asbem branqui nhas,nãosou passari nhonem nada,mel arga! Pr ocur ocom abocaabocadagarr af a.Com apont adal í ngua vou cont ornando o cí r cul o devi dr o amol eci do — ou f oia mi nha l í ngua que amol eceu? Assi m vi ci osa eu o per corri ai nt ei r o,f al a, Di ogo,ondeéquevocêest á?Eu t eamo.Agor aquet eper diéque seioquant oeu t eamei— masporquet i nhaqueacont ecerout r a vez? Cl i chê,eu sei ,mas sódamosval oràscoi sasdepoi squeas per demos,f oiassi m com Gr egóri o.Foiassi m com Di ogo,é um l ugar comum mas sou uma mul her comum.Com as mesmas i nqui et açõeseosmesmospr obl emas— per dão,Gr egór i o!com os mesmos t eor emas daquel a out r a per gunt ando pel o amado das per nasdecol una,est ánaBí bl i a.Mármor eem basedeour o,our o? Nãosei ,f azt empo. El edi zi at nvésd p e r eoremaémai sl eve.E eor emaaoi obl ema,t t em Deusnar ai z,Teo.Tãoest r anhoi sso,oGr egóri onãoacr edi t ava em Deus mas par eci a compl et ament ei mpr egnado Del e, eu o encar avaàsvez eseder epent esent i aqueDeusest avaal ipr esent e. Di ogot ambém r esi st i amaser acom Deusqueel eseencont r avano augedar esi st ênci a.Umar esi st ênci a bemhumorada,di f er ent eda r esi st ênci asi l enci osadeGr egóri o.Di ogoesbr avej ava,f azi api adas, er ai rr ever ent e at é consi go mesmo, Vej a que boni t a a mi nha f ant asi a! ,di sse e me most r ou um di aor et r at o de um meni no compri do e magr i nho, de col ant e com envi esados col or i dos e chapéu de doi s bi cos. Um Ar l equi m de mei amáscar a pr et a,
el egant e,nãof ossem osvel hossapat õesdel ona.Masporqueesses sapat ões?,l ament eieel ecomeçou a ri r .A mi nha mãe compr ou sapat i l has aper t adí ssi mas, eu saí a com el as mas l evava as chut ei r asescondi dasnosacodeconf et e,chegandonaf est aj áf azi a at r oca.At équeesser et r at omeflagrou,ol haaí . Ar l equi m pol i do pel o amor ,eu di sse e el e ficou me i nt err ogandocom aquel eol hardour ado,dependendodal uz,apareci am pal het as de our o em suas pupi l as.E o nome de uma peça de Mari vaux,daescol af r ancesadosécul odezoi t o,ensi neieel eficou bal ançando a cabeça perpl exa, Ahhh. . . Do sécul o dezoi t o? Fi ní ssi mo.Quecul t ur a,RosaAmbr ósi o,f al amai s,poracasovocê t r abal hou nessapeça?,per gunt ou eseaj oel hou r api dament enum sój oel ho,com mesur asdeum paj em medi evalpara mebei j aros pés. Bat iaci nzadoci garr oem seuscabel oser ol amosem segui da pel o chão bri ncando de nos mol har com uí sque e nos l amber depressa,nãoper dernenhumagot a.Aqui ,mi nhavel ha! Mi nhavel ha.Er abri ncadei r aenãoébri ncadei r a.Quer osegur aragarr af aquemeescapaporent r easroupasf ei t oum pei xeengui a,ah!peguei ,di goedi st endoocor ponum espr egui çament o quenãoacabamai s.Res t oumees t epr azer .E apequenaAnant a, essaanal i st ai di ot a.Técni cadosi l ênci omasquandoel af al aépar a descobri rqueomelédoce.Ent endi ,mi nhaquer i da,masnãoent endoporquevocêquert i r arami nhaúni caal egri a. Ei saíuma boa per gunt a,di zem ospol í t i cosnoj ent osenão sabem r esponderaessaboaper gunt a.Paraganhart empo,f azem aquel as car as,di sf ar çam e f al am em out r a coi sa.Nem a mi nha pequena anal i st a sabe a r espost a. Não t em i mport ânci a, paro quando qui ser ,desi nt oxi cação.Gi nást i ca.Nem pr eci so de out r a pl ást i ca,denovoopal co,apl ausos.A gl óri a.Amoagl óri a,sou um poço de vai dade mas di go que est ou me l i xando com essas f ut i l i dades,posodeart i st a sol i t ári a,medei xa em paz!At équea vont ade da l ut a me sacode e ent ão sai o desencadeada,de el mo acesof ei t oJoanad' Ar c,t ant acert ezadevi t óri a,t ant acor agem.
Achodesl umbr ant eessacor agem deabri ropei t oeasvei as, Caval gart r i unf ant e sobr et odos os azar es!Okey,mi st er Shakespeare,masagor aeu quer i aficardei t adaaquinochão.O escur o. A t r égua.Nãoverenãoservi st a.Nasguerr asant i gast i nhaessa hor a de t r égua e não er am boni t as? Hem?! . . .Aquel as guerr as. Lent as esent i ment ai s com os vi ol i nos no f undo.Fácei s,a gent e ent endi at udo quando vi a no ci nema,o sangue não esgui chava com vi ol ênci adasf er i dasmasempapavaasf ardasdevagar ,quase del i cadament e. Mui t a bandei r a. Mui t a ambul ânci a com a enf er mei r al our adeuni f ormesem nódoas,eu nãoent endi at ant a l i mpezaem mei odet ant osangueel ama.Tempodemui t aroupa,o Gr egór i o at é ri u por que não acabava nunca de desabot oar os bot õezi nhoscobert osdecet i m domeu vest i dodenoi va.Vest i dode oium sucesso.Bri l hei .Féri as,vi nho br anco e Noi va,a peça f ost r as,Caf éVol t ai r e.Pari snaPri mavera. — A senhor achamou?Escut eium chamado.Cubr oagarr af a queel aj ávi u,enxer ganoescur ocomoosgat os. — O Rahulest avami andot ãot ri st e. . . — Ját omoul ei t e.Asenhor achamou? — Não,Di oní si a,f azum anoquenãochamoni nguém.Mas não acenda a l uz,peço e cubr o a car a com um pano.Tr apos, quer i da. — Nãoét r aponão,éar oupa quej unt eieesquecidel evar . Dessej ei t o a senhora não vaiseagüent ardepé.É j á avi seique nãopossomai sl evant arpeso. — Levant arpeso,Di ú?,r epi t omesacudi ndoderi r .Di ú,eu t e quer ot ant omasagor amedei xaaquiqui et i nha,hem?Obri gada. Si nt oqueel amepul ouquandopassouparaoout r ol ado,não me r espei t a mai s,ni nguém me r espei t a,não t em i mport ânci a. Quandosai umepul ouai ndaumavez,Eul avoasmãos. — Adeus,meu amor ! ,fico sussurr ando.Sou a j ovem enf er-
mei r aapai xonadapel osol dadoquesal t ou dent r odat ri nchei r ado i ni mi gonum cor poacor poquesóarr ef eceu quandooout r ousou abai onet a,haaá! . . .Ent ãoomeu meni nosol dadof oit ombandode cost as,o ol hart ão espant ado,nessasguer r as t odosmorri am de ol hos aber t os,no augedo espant o.Est ou no hospi t alr ecebendo um f eri do na padi ol a quando mevei o o pr essent i ment o,t emore t r emor .Desf al eço. Tant os pr essent i ment os no ar .Vozes.A vozda mamãe vem numaar agem deci nzas,Afit aédeguerr a,Rosa?O ci nemal ot ado. Nat el a,l ama,pi ol hosebombas.Aquiembai xot i nhachei r odepé. Al guém nãol avouopé,avi soumamãe.Er aumavi dent ecom ol f at o de vi dent e,eu empal i deci a quando el a sondava o arpesado de mensagenssempr edr amát i cas:océupodi aest arazul ,sem nuvens masseel a sent i a ochei r o dechuva,cedo ou t ar dea chuva caí a f at al .O chei r o quent e de vel a anunci ava no ar al guma mort e, quem?Podi anãodi zermasi nt uí aqualseri aof ut ur omort oenão se enganava. O adoci cado chei r o de casament oaf azi a sor ri r , gost ava def est as.Uma t ar denosper demosnum bai rr o af ast ado enquant o el a pr ocur ava o ender eço da cost ur ei r a que i af azero meu uni f ormedeescol a.Ent r amosnumaruadecasari omodest o, subi mosporacasouma l adei r a eant esdel ermosa pl aca com o nomedarua,el aparou.Di l at ou asnari nas.Est amosper t odeum cemi t ér i o,avi sou.Quasedesmai eidesust oassi m quedobr amosa esqui naet opamoscom omur oci nzent odebruadodeci pr est es. — Fomos f el i zes,hem,mamãe?,per gunt o e est endo a mão paraaper t arasua. Prendasdomést i cas,a pequena Anant a anot ari a na sua ficha,aanal i st a gost a dosr ót ul os.Mul her Goi abada.E daí ?Mexi a t ãocont ent eoseudocenof undodot acho.Mort a,nãomepar eceu t ri st e mas apr eensi va,na i mi nênci a de al guma descober t a.Os chei r os.Fuibuscarcor r endo o vi dr o deáguadel avanda queel a usava,espr emioal godãoencharcadoem r edordasuaf ace,acendi oi ncensoperf umado,ah,mamãe! . . .A mi nhaúni caami ga.Mul her det est amul her .Det es t a.A pequenaAnant amef ul mi nou com seu
ol hart er apêut i co:Rosa,a que mul her es vocêest á ser ef eri ndo?, per gunt ou.Fi cou um i nst ant el i mpandoosócul oscom ol enci nho quet i r ou dobol sodoavent al .Quandomeencar ou novament ef oi com expr essãopenal i zada.Si m,Anant a,écl ar oquesoueuqueme det est o.Comopossoj ul garasmoder nascomuni dadesdemul her es emanci padas, as desl umbrant es mul her es t ão consci ent es na vi r ada dest e sécul o de mer da,hem?! . . .El a não me r espondeu. Devi a est ar pensando que a bur guesi a não t em mesmo j ei t o. Concor do mas mul her det est a mul her , ai nda aquel e cl i ma de compet i çãocom or eir ei nandoent r easodal i scas.Sóessahi st óri a demãecom fil haéquef unci ona.Àsv ez es. Enfim,não i nt er essa,bobagem.Seiqueeu t i nha ver dadei r a pai xão pel ar et r ospect i va no ci nema t ão modest o com a fit a do sol dadomeni no f umando na t ri nchei r a.O sol .O si l ênci o,t udo pareci at ão cal mo.Ent ão vei o a borbol et at oda al egri nha,Ol ha a bor bol et a na cer ca dear amef arpado!A guerr a er a ant i ga,usava essear ame.Agarr eiamãodamamãequandoosol dadoest endeua del e,qui spegaraborbol et apel asasas,umabri ncadei ri nha.Abr o agarr af aeenchoabocapor queoi ni mi goencheof uzi l ,ool hoazul vi u o moci nho l evant aro corpo at é al cançara bor bol et a,quase gri t ei ,abai xa!masool hof ezapont ari aepum!acer t ou em chei o. Apal poat r ouxader oupa,quer oumapeçadeal godãoporque det est oenxugaracaracom sedaeest ou chor andof ei t oumavaca. Vel hari as.A Li l idi ssequenão ébom si nalchor arporvel hari as, depoi s de uma cert ai dade a gent e só deve chor ar por coi sas r ecent es.A part i dadeGr egóri of oir ecent e?Nãosei ,masel eai nda est ava por aquiquando Cor dél i a começou a andar com esses vel hos,agent econver savat ant osobr ei sso.E el eachandonat ur al queafil haúni ca,umamoci nha!Aescol haédel a,di zi acom aquel a car ai mpassí vel , o cachi mbo no cant o da boca.As baf or adas curt as.As r espost as curt as,ah!vont ade de esmurr ar car ae cachi mbo, mas ent ão?. . . Permi t i r que uma neur ót i ca — or a, neur ót i casou eu,per mi t i rqueumapsi copat ai ncapazdeescol her suapast adedent es,escol haoseu pr ópri odest i no.Eu qui sdi zer
seu pr ópri o amant emast enho uma queda pel o es t i l o dr amát i co, her ançadamamãe.El eesboçou osorri sopar adent r o,odei oesse sorri so i nt eri orde sábi o da mont anha t endo que t r at arcom a f ormi gui nha — ah,não,esper a,oqueest ou di zendo?. . .Gr egóri o, meu amor ,meper doa,sou umabêbadapodr enum mundopodr e, vocêsabe,omundoapodr eceu compl et ament e.At éomar ,l embr a? t ambém t al hou. As pessoas chaf ur dam no l i xo e par ecem cont ent es,nãosent em ol i xoaquif or a,ol i xonopart i cul ar ,pi sam nel e e não se i mpor t am.Os homens da l i mpeza não dão mai s cont aouent r ar am em gr eve,agr eveéger al . A rua suj a,o t eat r o suj o.A t el evi são.Começar am agor aa usarcri anças nosanúnci osdemáqui nas,sorvet es,r ef ri ger ant es. As meni ni nhas f azendo gest os e esgar es sensuai s de put as.Não t enhonadacont r aasput asmasnãoéum exager ot ant al i çãode put ari a?O r ei nodavul gari dade.Nem qui nzeanost i nhaCordél i a, nem qui nzeanos!ej ácomeçou asai rcom ahomenzarr ada.Tudo vel ho.O sexo l i vr e,abai xo ascal ci nhas!O l ouco l i vr e,abai xo as gr ades!Acei t o,nenhumacensur a,l ongedemi m,hem?!Sou uma art i st a.Meu nomeéLi ber dade!br adeinumapeçacom aroupada pr ópri a. Mas t enho uma modest a per gunt a a f az er , ser á conveni ent equeal oucur aeosexofiquem assi m sol t osnapr aça? O adol escent esem est rut ur a,ovel hosem est rut ur a,opovoi nt ei r o, meuPai .O paí sdai mat uri dade.Gr egóri omeol havacomoseol ha uma cri ança doent e, l ament ando mas mant endo uma cert a di st ânci a,nãoi nt erf eri a.Di ogoi nt erf eri u at édemai s,dava opi ni ão em t udo,meagr edi a sem a menorceri môni a,Sua puri t ana,sua r eaci onári a! Par ece que est á na moda esse t r at ament o de choque e f oi assi m queDi ogomet r at ou,t r ouxeat él i vr osdeNi et zsche.O poder davont ade,gar ot a!Tent eiconvencêl odequej áconheci aNi et zsche mas me desmascar ou na hor a,Conhece nada,f az como t odo mundo que ci t a Pr oust , Gui mar ães Rosa e na r eal i dade. Na r eal i dade eu t i nha que neut r al i zaro medo r ecusando a dorque desfibr a e vampi ri za. Vai , mul her ,r eaj a! el e or denava. Reagi at i r andome ao t r abal ho, aos esport es, fiz nat ação, pedal ação,
comeceia es t udar papéi s dent r o da mi nha f ai xa et ári a, out r a expressão i gnóbi l .At é que um di a nós doi s caí mos na ri sada quandodescobri mosqueNi et zsche,t ambém el e,t i nhamedo. A vai dade.A sober ba.Só vai dade,mont eino meu carr o de nuvensedesf echeimeusr ai os.Rua,eu di sse.El ef oi .Fi queisozi nha com mi nha agr egada negr a.Com meu gat o.Tenho mi nha fil hamasécomosenãot i vesse,par eceaquel apoesi aqueopapai gost ava de l er ,Nunca est á ondenósa pomosenunca a pomos ondenósest amos.Nocaso,er a af el i ci dade.E essepai ,poronde anda?Seéqueel eai ndaanda.Paradei r odesconheci do.Sósef al a nadecadênci adosusos,decadênci adoscost umes,es t ánamodaa decadênci a.Sou umaat ri zdecadent e,l ogo,est ou noauge.Nãome mat opor quesoucovar demassecal harai ndamemat am. Ci nqüent a anos pr esumí vei s,anot ari a o sol er t er epórt erpol i ci al .A ví t i maest avadescal ça,port avaumacami sol adesedal i l ás e apresent ava no cor po escori ações e manchas vi ol áceas decorr ent esdasquedas,el abebi aenãoacendi aasl uzes,pr ef eri aa penumbr a.Enf or cada na pr ópri a echarpe.Asper f ur ações à f aca f or am encont r adas no el ement o de cor par da, vi nt e anos pr esumí vei s.Tri nt aeci ncoanospr esumí vei st i nhaoel ement oda Bai xada Sant i st a com ci ncoper f ur açõesnopei t of ei t as porarma def ogo.Er apr et o.Ti nhadezesset eanospr esumí vei soel ement ode corbr ancaport andocal çãodebanhoazul ,ocorpoem adi ant ado est ado de decomposi ção apr esent ando quar ent a e duas per f ur ações f ei t as com um obj et o cont undent e.Ter cei r o Mundo. Pr esumi vel ment e. Todo pr ocesso é l ent o,di z a pequena Anant a.Mas com o t empoascoi sasvãoseaj ust ando.A f asei ni ci aldeagressi vi dadej á passou,asmul her esagor aes t ãoevol ui ndoparaum ent endi ment o mai spr of undonot r abal ho.Noamor ,pr ossegueel at omando seu chádej asmi m. Anant a,a Esper ançosa.Apost a no f ut ur o em ger alena t el evi sãoem part i cul arquandoapr ovaospr ogramaseducat i voscom
osexól ogo de avent alebast ão na mão apont ando par a oquadr o com osgrandesepequenosl ábi os.Em cor es.Para a al egri a das cri anças i ni ci adas que desmai am no banhei r o de t ant o se mast ur bar .Querdi zerque é pr eci so começarcom cri anci nhas? Anant a aj ust a no pequeno nari z os pequenos ócul os que escor r egam,Sem dúvi da,a i ni ci ação sexualdeve começar l ogo. Ur saMai oreUr saMenornaconst el açãogr egor i ana. A educação pel or abo.Est i mul aros pei t i nhos l i ber ados,os j eanst ãocol adosqueof undi l hoseent r anhanaf endaer epart eo mont í cul ol anhadoaomei o,ai ,ai ,ai ! . . .E quandoomachovem e esganaeest upr af azem ent ãoaquel ebei ci nho,Eu nãoquer i aeel e enfiou opepi nãoem mi m!Nopl ant ãodadel egaci adomul her i o,a pequena Anant a est á vi gi l ant e.A cari nha sev era,a canet a sever a enchendo r api dament e as fichas,el at em pai xão por fichas.Já começou a úl t i ma,Sua i dade? A meni ni nha di sse o nome mas agor avaci l anai dadeenquant oexami naasunhassobacr ost ade esmal t er osachoque. Al gum si nal do hábi t o da escri t a nos dedi nhos?Nenhum si nal ,zer o.Fi caanot adonaficha,Tr ez eanos pr esumí vei s.Di zt erf ei t oocur sopri mári omaspr ovavel ment enão passou do pri mei r o ano,acr escent aal et ri nha mi úda.Of er ece o l ençodepapelparaapr esumí velví t i maenxugarool hi nhovi dr ado demaconha,ah!meuPai !Chega,est ouexaust a,nãoi nt er essa. Bebo sem vont ade,porqueest ou assi m amar ga? Vaiveré i nvej a,est ou ficandovel haemeral odei nvej adosj ovensquevêm cobri ndo t udo f ei t o um caudalespumej ant e,o r al adorda i nvej a r al a mai sf undo do que o r al ador de quei j o.I nvej a de Anant a, i nvej adeCor dél i a— t ambém deCor dél i a?É cl aro,i nvej ademi nha fil ha.Sou um monst r o,di goemecubrocom umabl usa.Esper a, não ét ão si mpl esassi m,a ver dadeéqueeu queri a apenasuma fil hanormal— ser ápedi rmui t o?Podi aserl i vr e,podi amorarl onge com sua t r opa de amant es,acei t o.Mas não preci sava seruma t r opa de vel hos.Di ogo t em t ri nt a e quat r o anos pr esumí vei s, Cor dél i a émai smoça.Fazdi f er ença porquesou mul her ,hem?! . . . Nenhumadi f er ença,el ar esponde.Essaanal i st ai di ot aaíem ci ma. Fi queiumaesponj api ngandof elenãoquer i ai sso,ah!maso
quef azem essesmo mort osquenãoaj udam? m?Ma Mamã mãe,Mi guel ,t i aAna ema mai saquel emo mont edeparent es.MeuavôJúl i osabi at ant acoi sae sua sabedori a seper deu,morr eu eni nguém apr ovei t ou nada,há deverquenem osmo mor t osficam sabendodoqueacont eceaqui ,j á puxeimeu paif uj ãopel amanga,sevocêmo morr eu,medêum si nal ! Gost ava deassobi ar ,opobr ez i nho.Ti nha um ami mi godent i st a que sema mat ou com um t i r o na boca,sabi af azermá mági cas.Er at er rí vel quando bri ncava de cumpri ment ar est endendo a f al sa mão de borr achaquel ar gavanamãodagent e,eu gri t ava ej ogavaamão l onge.Mel hornãomexercom el e,poder epet i rabri ncadei r a.Mase osout r os?Gr Gr egóri opodi ameaj udari ri ot empoque nmemor i am pel me amo mou,sabi al at i m.At é gr ego.Mecâni ca cel est e.Acho que andava t ri st e comi mi go mas quem aprendeu t ant o devi a per doar quem sabet ãopouco. Sonhei ,eu est ava num cast el o vazi o dando par a o mar .A noi t enegr a.O vent o.Medebruceiar quej ant enaj anel acom oma mar embai xo t odo encr espado, as ondas se at i r ando f uri osament e cont r aospenhascos.Nacri st adaondaqueest our ou apar eceuum pei xever mel ho f umandocachi mbo,gri t ei ,Gr egóri o!edespenquei noabi smo mo,aondamecobri ndoi nt ei r a,Gr egóri o!Meagarr einuma pedr aedal if uisubi ndopel aencost a,persegui dapel ocaçadorque eu nãopodi avermasqueest avamevendo.O sanguegot ej avados meusj oel hos,dasmi mi nhasmã mãosei acai ndonaspedras,mar cando aspedr as.Não,nãoadi ant avaf ugi rpor queseocaçadorquevi nha l ogo at r ás uni ssecom a pont a do dedo essasgot as,t er i a o meu r ast r o.Ent ãooDi Di ogocol ou abocanome meu ouvi doedi sse,Segur a achave.Fecheiamãochei ad' águaeacor dei .
2 Amanhece.Chei r o de mele l ei t e de cabr a.A i magem do meni nopassapormi m mai sl i gei r a doqueumasomb mbra.Cabel os escur os.Túni ca br anca.Si go at r ás pel o cami mi nho quej á conheço at r avésdeum f ur o no t emp mpo,ol ho poresse f ur o evej o gr andes árvor es.Um ri o pardacent o.O meni no mer gul ha nessas águas.
Ouçocom al egr i aoruí dovi gor osodasmi mi nhasbr açadas,est ou nu na cor r ent ez a.O bosque.Ent r eino ri o meni no e del e sai o um j ovem, mas esse pr odí gi o não me abal a, só me ocupa um pensame ment o,o que vem pel af r ent e? Enver edo por uma praça r odeada de col unat as.Vej o de r el ance a cara desgr enhada do vent o,asbochechasenf unadassopr andocom f or çaosest andart es, há est andar t ese flâmu mul asvermel hasna bruma seca da manhã. Chegam mai spessoas.Agor a est ou at ent o ao home mem de t oga de púrpur af al ando a doi sj ovens,si nt o que a l í ngua me é f ami mi l i ar masnãoent endooquedi zem.Apar eceu osolecom el ea poei r a dour ada suspensanoar .Asvozeshá poucof echadasvãosai ndo dassuascasaseficam mai squent es.Li vr es.Vej oum fil et eol eoso sendo col hi do numa j arr a,quer o meapr oxi maresou conduzi do pel o vent o at é a escada de mármor e com finos vei os ama mar el os. Suboessaescada.Tudoparado.Qui et o. Ent r oemoci onadonacasaquer econheço,nãoémi nhacasa? A mi nhacasa.O át ri o.O peri st i l oeoj ar di mt odoflori do,aspi r oo per f ume que me t oma ma i nt ei r o e pr ossi go no f asci nant ej ogo de adi vi nharoquej áseiquevou encont r aradi ant e.A mesacom pés debronzei mi t andopat asdel eão.Not amp mpodemá mármor eháuma pi r âmi mi de de f rut as despencando em cachos de uvas.O j arr o de vi nhoeoscopos.O som suaví ssi modeuma ci t ar a mef azpar ar , pr ocur o vero músi co.E não consi gomeaf ast arda j anel a queo vent o escancar ou par a um pôr dosol vermel ho. O vi nho e a músi came mef azem gi r arpordent r onum gi r ot ão l evequedesat oa ri rdami nhadançai móvel .Asbat i dasdomeu cor açãoficam mai s f ort es.Par a apl acál as,pr ocur odi sci pl i nara r espi r açãor eci t ando em vozal t a,sou poet a.Masnãoent endooquedi gopor queusoa mesma l í ngua eni gmá mát i ca queouvina praça.Quando asbat i das no meu pei t o se acel er am quase i nsuport ávei s,pr essi nt o seus passosvi ndopordet r ás. Cr avo o ol harno bai xor el evo da par ede ondehá um j ovem semi nu mont ado num t our o, agarr andoo pel os chi f r es. Ma Mai s próxi mo o ruí do dassuassandál i asno mármor epol i do.Não me vol t onem mesmoquandosuamãoaf ast a opanoquemecobr eo
omb mbr o.Bei j a esseomb mbr o,met oma ma pel a ci nt ur a ecol adoao meu corpoel evaimel evandoadi ant ef ei t oum escudo.Tomb mbodej oel hos nol ei t o,oscot ovel osfincadosnocoxi m.Agorael eme meagarr apel os cabel osepuxa mi nhacabeça.Vou cedendo,opescoçodi st endi do em ar co.Ai nda não posso vêl o col ado assi m às mi nhas cost as nem me esqui varquando sua boca vor az mo mor deu mi nha nuca, devot ergemi dopor queem segui daabocapr ocur ou suaveme ment ea mi nha or el ha,cont ornou a or el ha com a l í ngua.Levant ei me de um sal t oma masel eme met omo mou com ame mesmaf er oci dadedoj ovem do bai xor el evo domi nando pel os chi f r es o t our o esgazeado.Mi nhas per nasvãover gandosubmi ssas,escorr egadi as.Dei xeicai rat úni ca eagor aest amo mosnusecal mos,osuorcor r endoesem mi i st ur ando,É a pri mei r a vez ,eu qui sdi zerpar aj ust i ficarmi mi nha i nexperi ênci a. Não conseguif al ar ,i nundado de um gozo t ão prof undo que em mei o do t umul t of uit oma mado porum sent i ment o de paz.Nossas mãosse buscar am e se ent r el açar am ao l ongo dos cor pos num aper t of ort e.E denovo sua vozt ur bi l honada eosmeus sol uços expl odi ndosem mot i vo,desencont r adasasf al asmasoscorposse encont r andoeseaj ust ando.Eut eamo mo. O gr i t o.Pel of uni ldesse gr i t o escapeido meu cor po que pr ossegui al i vr enoseu ri t modegozoma masagorasem mi m.Fi quei at ur di do,sem ent ender ,maso queest ava acont ecendo? Quando deci dimer ecuper arf oicomo mo seent r eo meu corpo eent r emi m mesmosel evant asseumaparedei nvi sí vel ,bat inessevi dr ocom os punhosdesesper ados,o que si gni ficava i sso t udo? Ai nda me vi a masnãome met i nha,f uiexcl uí doparavi r arum pasma madoespect ador do corpo per di do. Qu Que sem t omar conheci ment o da mi nha pr esença,despossuí domasat i vo,segui aat r acadoaoparcei r o.Não me abandone!supl i queiao meu cor po ao t ent ar t ocál o,t i nha consegui dovararabarr ei r adoar .E meusdedosat r avessar am os corpospor ososdos ama mant es t ão i nconsi st ent escomo mo as nuvens. Fui r ecuando, assomb mbr ado. Lent ame ment eai magem dos j ovens come meçou a se di ssol vere evapor arcomo t odas as coi sas que vi ant es,obosque.O ri ocom onadadormeni noi ndonacorr ent ez a. A pr aça.O homem da t oga de púrpur a e o vent o de bochechas l ust r osas,sopr ando com f úri a osest andart es.Ascor esescorr em
conf undi das como numa f ol ha de papelmer gul hada na água, escorr er am osmá mármor es.Escorr er am osj ovensnum cal docorde t i j ol o.At açaondebebiéapenasum fiozi nhodepr at aasei nfil t r ar nonada. Di goadeusàcasaroma manacom ovi si t ant equenem chegueia encarar ,guardeiseu chei r o.E a f ugi di avi são doseu corpoant es deseper dernome meu,bem vi vaai magem doj ovem dobai xor el evo subj ugandoot our o.Com oreflexomóveldami nhabocanovi nho r oxodocopoqueesvazi ei . Apert eimeu pei t oi nqui et ocom apal madamãoassi m como f açoagora.A di f er ençaéquej ánãot enhomão àal t ur adogest o, masumapat a.Vel udosa.Asunhasbem apar adaspar anãopuxar ofiodost apet esdeRosaAmbr ósi o. — O Rahuldevi aarrumarum pardebot as,di sseoDi ogome agarr andopel orabo. EsseGa Gat odeBot aseu vinacapadol i vr odef echodepr at a nacasadasvenezi anasver des,ol i vr oest avaem ci madopi ano.A r oupaer adevel udocot el êver decom um ci nt odecour oeer abel o ochapéu def el t r ocom umapl umavermel haabat i dasobreaaba. Hi st óri asdot emp mpoem queosani mai sf al avam, m,euf al eipouco.
A l uzdo solt r espassa vi ol ent a o vi dr o da j anel a.Apert o os ol hos.O solcont i nuai gualaosoldaquel apr açaeal uaéame mesma quevinãocom osant i gosol hoshumanos,mascom es t esol hosde agora,asma manchasnãosãopardasma massangui nol ent as,al uavert e sangue. Foinuma manhãi gualqueoDi Di ogoanunci ou queosbi chos sóenxer gam em pr et oebranco. — É oquedi zem aspesqui sas. Fal sas,pensei .Rosona vei o com seu r obe d' i nt er i eure seu espel ho de aument o queodi ava masnão podi a ficarsem el e.O espel ho dos horr or es,di zi a.Agor a o esqueceu porcomp mpl et o mas
nessa época carr egava o espel ho para onde i a.At él argál o nas mesas,naspol t r onas,gr andepart edot empopassavapr ocur ando oespel hoeal gumasout r ascoi sasquei aachandoeperdendo.— Or a,Di ogo,vocêai ndaacr edi t aem pesqui sa?Desdequeopri mei r o homem começou a envel hecer esses pesqui sador es pesqui sam a cur a davel hi ce,a pi ordasdoenças.At éoDi abof oii nvocadomi l vezes.Descobri r am?Hem?! . . . Cont ou quequandoj ovem f or a convi dada par af azeropapel deMargari da nodr ama doGoet he,part i ci pou deal gunsensai os. Desi st i u,osat oresquef azi am Mefist óf el eseoDout orFaust oer am doi sperf ei t osi mbeci s,odi r et or ,um j udeuzi nhomui t ogrossei r oea cenógr af a, uma t emper ament alque i nt er f eri a em t udo.Det est o l i darcom mul her ! Di ogoexami navaocader nodedespesasdacasa.Mor di scoua pont a do l ápi s,pr ef er i a usar l ápi s.E cont ar nos dedos, sem r ecorr eràsmaqui ni nhasdecal cul arqueRosonacompr avan f or ee oport osquandovol t avadassuasvi agens. shopdosaer — Rosa Ambr ósi o da Fonseca.Pel o que ent endi ,ni nguém pr est avanessapeça,sóvocêer amagní fica. El a desvi ou o ol haral er t ado.Chamál a assi m sol enement e pel onomecompl et oer aasenhaparaocl i madeprovocação. — Eusoumagní fica. — Ahnn. . .Seunomef oiporcausadonavi oRosadaFonseca? Vocêsabe,er aum f amosonavi odanossaf r ot a,j ánãoexi st emai s. — Ant i gocomoeu,vocêquerdi zer . — Rosa,Rosae.Essa sua vai dade é i nacr edi t ável .Se você consegui ssepensarmenosem simesma,ent ende?não podeser bom vi ver assi m em est ado de apot eose ment al ,f al at ant o em Deus,j ál eu o Ecl esi ast es?Meu paisabi a oEcl esi ast esquasede cor ,Dequeval eabel eza,asabedori a,ari quezaset udoévai dade e desej o vão!Desconfio que você seri a um sucesso no t eat r o nazi st a,i sso se f osse apr ovada nos t est es ari anos,não f al eicapri chado?Àsvezescapri cho.
— Soubr ancapur a,meupequenonegr ói de. — Você di sse pequeno?,el e espant ouse.Tenho quase doi s met r os,gar ot a.E sepr est assemai sat ençãoao queeu di goi a se l embr arquemi nhaf amí l i aédefidal got esdeVi annadoCast el l o,o pai zi nhoer aport uguês.Somou r api dament enosdedos,anot ou o t ot alevol t ouaencar ál a.Par eci asat i sf ei t ocom oscál cul osoucom ar espost a.E a mãezi nha,aquel a char mosa senhor a que nos t r ocou,mari do efil ho,porum saxof oni st a,essa er a descendent e di r et adeaust rí acos.Lour t avaat i a acomoost r i gai smadur os! ,reci sol t ei r ona quea gent echamava de t i a Al emoa.Começavam mai s ou menosassi m asdi scussõesent r eosdoi s.E quepodi am ev ol ui r r api dament eparaospal avr õesent r emeadosdeempurr ões.Tapas. Ou t er o desf echo na cama.Os t apas vi nham de Rosona,el e apenassedef endi aagarr andoapel ospul sosat évêl asucumbi da, desf ei t aem l ágri mas.Porquenãobat euem mi m?Vocêdevi abat er em mi m! ,el a chor ami ngou numa das bri gas mai s vi ol ent as.El e pr eparoul heum uí squecom umacal maf at i gada.Nãoquer i af azer demi m ochi cot eparaassuascul pas.Tem mai s,Amarpaiemãe sobret odasas coi sas!Não éo pri mei r o dosDezMandament os?, per gunt ou eficou sor ri ndoenquant odei xavacai rapedradegel o no copo.Com vozdoce,sem r ancorel a o cor ri gi u:Respei t aros pai s,quer i do.Sobr et odasascoi sasépr eci soamaraDeus. obe d' i nt er i eurr Nessa manhã de céu azuler osado,o t om conci l i adorpart i u del a.Vol t ou a seexami narnoespel ho.Vol t oul heohumor . — Há de ver que quem t i nha r azão er a aquel e di r et or i mpl i cant e,eu er a mui t oj ovem e i nexperi ent e,f oimeu segundo papel .Mel embr oquef azi at ant ascar asencar nandoapobr eMargari daquepormi m oDout orFaust onãovender i aaodi abonem o bot ãodocol et e,quant omai saal ma.Hem?! . . .
Er adomi ngo.Anoi t eser i adel uachei a,segundoDi oní si aque servi apãof ei t oem casanocaf édamanhã.Part i u aomei oopão quet i r oudof ornoedei xouamet adenami nhavasi l ha.O chei r ode
pão quent e me l evou a um t empo que eu sabi a serant eri orao per í odo da mi nhacasar omana,fiqueiel ét ri co.Com ganasdeme at i r ar ao pão, ant i qüí ssi mo o apet i t e. E comecei a mast i gar l ent ament e,sem amenorpressa,asal i vaabundant et r abal hando cadami gal hacomosenel ar est asseal gum r esí duodesset empo. " Eu via vi da nascerda mort e" ,sopr ou uma voz.Fi queiem suspenso di ant e de duas gr andes mãos da cor do ocr e,t r abal hando paci ent es na ar gi l a como eu pr ópri ot r abal hara no pão. Assi m quemeapr oxi meiel asseesvanecer am.Fi cou a vasi l ha do gat ocom um poucodef ar el onof undo. — SãoLucaséosant ododi a,anunci ou Di oní si acort andoas l aranj asparaosumodef rut as. Di ogo cont i nuava enr edado nos seus cál cul os domést i cos enquant o Rosona,exci t ada,pr ocur ava o anelde esmer al da que t i nha esqueci do não sabi a onde.Só eu ouvique São Lucas er a sant o do domi ngo. — Per di meu anel , Di ú! Aquel a mi nha esmer al da. . . — Nãoper deunão,deveest arporaímesmo. El a enl açou Di oní si a.I mobi l i zouse de r epent e num sust o: l embr avaseagor a do sonho da vésper a.Bai xou a vozpesada de i nt enções.Er a com a cr i ada quegost ava deper ambul arporessa zonai ncert a. — Fechaat ornei r a,queri da,escut a. Acomodei menacadei r aeescut ei .Noi t eescurí ssi ma.Vi use nua em mei o das t r evas,mer gul hada at éo pescoço na água t ão gel ada que er a como se est i vesse num cubo de gel o.Começou ent ão a chor ar ,chor ar— e f ezo gest o,r oçando as pont as dos dedos nas f aces,i mi t ando as l ágri mas que desci am sem parar . Lágri mas t ão ar dent es que aos poucos f or am derr et endo o gel o, var andoasuperf í ci edur aat équeacr ost asef ezem pedaçoseel a pôde se l i bert ar aqueci da, mas não f or a mesmo uma coi sa desl umbr ant e?Hem?! . . .Sesal varnopr ópri opr ant o. Di oní si adespej ou osumoem doi scopos.Abri u at ornei r ae
l avou pensat i vament easmãos.Concent r ou ool harna pi a.Pedi u det al hes,eaágua?Er asuj aoul i mpa?Águacorr ent eouparada? Fugida i nt er pr et ação ef uiespai r ecerna sal et a ondeDi ogo esqueceu o t el evi sorl i gado.Um cômi co macaqueava um macaco sem a gr aça do macaco.Quando Rosona r et ornou a sal a,eu dormi aacor dado na mi nha al mof ada.Al i sou o pêl o do meu pescoçoedi ssequeporf al arem água,i amedarum banho,euest ava com chei r o de j aul a.Ol hei a nos ol hos.Desl avada ment i r a mas dei xei mel evar .E seapanhasseumapneumoni a?Semorr esse?Na r ot aconvenci onaldasfit asf ant ást i cas,t odaf er amal di t avi r agent e namort e.Assi m queopol i ci alseapr oxi ma,apant er aou l oboj áé um homem est endi do na cal çada em mei o da poça de sangue. Podi a serque na mor t e eu vol t asse à casa r omana,cert ament e cor ri am out r aságuasno ri o ondenadeimaseu seri a o mesmo. Acei t andocom nat ur al i dadeospr odí gi osat échegaràmi nhacasa no ocaso de vermel hi dão e vi nho.Reconhecendo dessa vez o amant equevei opordet r áset ocounomeuombr o,Gr egóri o. Sai rdest avi danoní veldochão.Sem hori zont e,f echadopor mur os,móvei s,port as.A l ongaconvi vênci acom or odapé.Com os sapat os,i dent i ficoosdonosdossapat osant esmesmodeencar ál os ou de ouvi r suas vozes.Rosona e sua mani a com sapat os, compr a dúzi as del es, a mai ori a endur ece i nt ocada. No Ver ão, cost umaci r cul ardescal ça,t em pésboni t osassi m comoafil haque desce e sobe descal ça pel os l ances da escada que mandou at apet ar .Gr egóri oeseussapat osgast os,assol asguar dandooseu j ei t odepi sarum poucopar af or a,dequem nãoquersernot ado. Vocêpr eci sa compr arsapat os com ur gênci a,Rosona r epet i a.El e concor dava,di st r aí do.Di ogo e seus bel os sapat os i t al i anos.Os sapat ossem sal t odapequenaAnant a.Ossal t osal t í ssi mosdaLi l i , que não se conf or ma em t er pés gr andes e compra sempre um númer omenorpar aficardepoi ssequei xandodedornocal canhar . Asal par gat asl i mpasdeDi oní si a.Quandoel af oiapanharar oupa par avest i rGr egóri o,ficou desol ada.Ol hasóest essapat os,el enão podei rassi m!Bot ou ossapat osnor egaçoeenquant opassava a gr axai achor andoem ci madel es.
Pul odocol odeRosona.Vou pi sandopel ost apet es,al mof adas quandof uif ei t opar aárvor es,t el hados.Masj áest ou achandoque émel horpi sarno conf ort o,engor dei .Di ogo t ambém engor dou,o quemedei xamai sconsol ado.Rosonameagarr adenovo.Sossega, Rahul ,quenão vou l avarogat i nho mai sl i mpo do mundo,di sse ent r andonasal adebanho.Fechou aport aepuxou acari ci ant ea mi nhaorel ha,at éofim dost empost er eial guém mepuxandopel a or el ha ou pel or abo.Subino banco.El a despi use e ficou nua di ant e do espel ho.Já viesse fil me ant es,Di ogo cost uma di zer . Corri gi u aposi çãodosombr os.Levant ou acabeçaecom asmãos curvas,cont ornou ossei os,t em sei osdej ovem,r edondos.Fi rmes. Mas não es t á sat i sf ei t a, devi am ser mai s al t os. Assi m?. . ., experi ment ou aol evant arnaspont asdosdedososbi cosr osados. I rri t ousecom oespel hoqueousouf azeraexi gênci a.Masassi m só com vi nt eanos!Fezcar et asenquant oabri a oarmári oespel hado. Da pr at el ei r a mai s al t at i r ou a sacol a de es t ampado ver mel ho br anco r epr esent ando uma poét i ca caçada. Desenf urnou os pet r echosquej áconheçoef oial i nhandoum porum nomármor e dapi a,abi snagadat i nt ur adecabel o.O f r ascodeáguaoxi genada cr emosa.Aescovadecabol ongoefibr asenegr eci das.Umabi snaga quenãousanuncamasquesempr edei xaaíenfil ei r ada.E asl uvas de pl ást i co amar el o, manchadas de negr o. Pegou o copo de gar gar ej ocom osanj i nhosesvoaçandonovi dr o.Pi scou parami m at r avés do espel ho. Est á me namor ando, Rahul ? Não posso, quer i da,vocêmandou mecast r ar ,r espondi .Descanseio f oci nho nobancoacet i nado,el apoderi amepoupar .Masquem nãopoupa nem a simesma nãoi ri a agor a pouparum gat o. Nãoseiporque esses bandi dos t i nham que nascerbr ancos,r esmungou el a.Já est ava de l uvas quando mer gul hou mai s uma vez a escova na t i nt ur adocopo.I ncl i nousepar aaf r ent e.Abri u aspernasebem devagarf oipassandoat i nt anospêl osdopúbi s.Com amãol i vr e, abri u acai xar osadanot ampodemármor eedel at i r ou um l enço depapelpar al i mparofiodet i nt anegr aquel heescorri apel acoxa, Ô!meuPai ! . . .
A espaçosa sal a de banho t em o col ori do de um j ar di m,é manhã mas as l uzes est ão acesas.Aquié Pri maver a,di zem os azul ej os com seus r ami nhos de flor esdocampo, os caul es enf ei xadosnum l açar ot e.O pi soi rr egul ardear dósi aver del embr a um gr amado.Bri l ham osf r ascosdecr i st al ,osboi õesdesai s,os dour ados dos espel hos e dent r et odos o gr ande espel ho oval ado com sua cor oa de l âmpadas embut i das na mol dur a.Apert o os ol hos f er i dos.Quando vol t o a abri l os,Rosona est á posando de est át ua di ant e do espel ho cor oado, os br aços l angui dament e er gui dospar apr enderoscabel osnoal t odacabeça.Est ásorri ndo paraapr ópri ai magem queparecefil t r arumacert al uzcál i da,Sou o Out ono,di ri aai magem nua quese i mobi l i zou no i nst ant e de per f ei ção.Não f ora o t ri ângul o do púbi st odo borr ado de t i nt a negr a, t r avessur a de al gum mol eque obsceno que passou l ambr ecandoasest át uasdopar que. arol ou com Ouvr emoit a por t e,pourl amourde Di eu! ,cant af et ação,abot oando a boca at ét ocarno espel ho.Pel o amorde Deus,r epet i u edesvi ou ool harparaasl uvasenxoval hadas,abert asno mármor e.Cal çou de novo asl uvas eaf undou devagara escova na t i nt a do copo.Começou a r et ocaroscabel osgri sal hos das t êmpor as.Suj ou a or el ha,l i mpoua.Est ava t ri st e.A quem supl i car aquel heabri sseaport a?Aosdoi s,conf undi dosàsvez es, mas com f unções pr ópri as.Recorri a a Gr egóri o nas suas cr i ses mí st i cas,quando se sent i a abandonada porDeus e t r aí da pel o pr ópri o of í ci o ao qualder a o mel hor de simesma,gost ava de r epet i r ,Deiaot eat r oomel hordemi m mesma!Er aai ndaGr egór i o queouvi aasquei xasmai orespel at r ai çãodeCordél i a,oavessodo model o da fil ha quevem par a acr escent arenão par a di mi nui r . Nessas cr i ses, el e er aar ocha onde el ai a se est i r ar exaust a. Exaust a e esvaí da, r epet i a mui t oi sso. Na i nt i mi dade, di zi ase esbagaçada.Lament andoosi l ênci odessesábi oquear econf ort ava com monossí l abos.E ai ndaassi mf ornecendoal gumamat ér i apara as suas ent r evi st as,quando el a acendi a o ci garr o e com voz i mpost ada começava por di zer no mesmo t om del e,Na mi nha nat ur ez a mai spr of unda. . . Caber i am a Di ogo ost emas eencar gos de or dem t err ena como a admi ni st r ação dos bens. E a
pr ogr amaçãodesuacarr ei r adeat ri zi ndi sci pl i nada,nal i nhados boni t os,ri cosel oucos.Negavaou mi ni mi zavaospr azer esdacama com uma f r ase que ouvimai s de uma vez,Deus me deu a paz sexual .A al egr i adevi ver ,essat ambém er apart i l hadacom Di ogo que a f azi a ri r e chor ar e ri r enquant ot eci am suas r edes mundanas com al gumas i nt ri gas f echando o t eci do.I nfluenci ada porGr egóri o,i mpl i cava com a pal avr af of ocaqueachava deuma vul gari dadeat r oz.At r oz,r epet i u el aaor epórt erquel heper gunt ou se por acaso dava at enção às f of ocas que se ar mavam nos bast i dor es.Você qui s di zer ,i nt ri gas? Hem?! . . .A menorat enção. Nessaal t ur a,sequi serpossoat écort arbat at acozi dacom f aca.O r epórt eri gnor ava que cor t ar bat at a cozi da com f aca não er a de bomt om,masent endeu queaat ri zqui sdi zerqueest avadi st ant e dest emundocom t odasassuaspompasegl óri as.
Ant es da oper açãot i nt ur a chegarao fim,Rosona j á est ava exasper ada.O copo de t i nt at ombou no már mor e e el a gemeu. Não! . . .Quando a escova cai u,arr ancou bruscament e as l uvas e at i r ouas dent r o da pi a.Bost a!Lavou as l uvas.Lavou o copo,a escova.Devol veu os obj et os aos seus l ugar es,apagando com a obst i nadapr ecauçãodeum cr i mi nosoosúl t i mosvest í gi osdet i nt a. Quando vi ut udo l i mpo, abri u o pot e de cr eme que t i nha o cont or no de uma t art aruga na et i quet a dour ada.Lambuzou as mãos,a car a.Sent ouse nua na bor da do bi dê.Acendeu um ci garr o.Com a car a br anca de cr eme e a aur éol a da cabel ei r a esgr ouvi nhada,escorr endo t i nt a,ficou um pal haço à esper a da r oupaparaent r arnopi cadei r o.Assi m queDi ogochamou avi sando que Cor dél i a est ava no t el ef one, el al evant ouse num sust o. Enxugou com o l enço de papeluma got a negr a que escorri a si nuosapel omei odat est aeabri uaducha. — Est ounobanho,amor !Li godepoi s. Vol t ou amuada par a o bi dê,sent ouse e bat eu a ci nza do ci garr o na grut a da mão.Fi cou ol hando com i ndi f er ença o j orr o d' água quent e que apareci a pel a port a ent r eaber t a do boxe.Tão
boni t a,começou em vozbr anda.Gost ava deconver sarcom opai aquel as conver sas,mecâni ca cel est e.Como se não bast asse a t er r est r e.Em quef al hei ,meu Deus,medi gaagoraem quef al hei ! Ador avel hos,t odosvel hos.I mpot ent es,vel hos.E vel hoi mpot ent e sópensaem por cari a,hem?! . . .Nem t ri nt aanos,noânusnão!não dei xa,mi nha fil hi nha! ,supl i cou bai xando a voz e esf r egando as sol asdospésnaardósi aondul ada.Sósent epr azercom vel hosa mi nha l i nda fil hi nha.Não é uma anor mal i dade? per gunt o ea pequenaAnant anãomer esponde,f azaquel acar avagaenãof al a, sóouve.Essaanal i st amar cabarbant e.O out r ot ambém sóouvi a, Gr egóri o eel a são da mesma escol a.Di ogo éo úni co quemedá at enção,quemeconsol a.Pel omenoscom osvel hosnãoháori sco de drogas,el e di sse.Nem de Ai ds,ô Deus!f al ando na mi nha fil hi nhacomoseel af osseumadassuasvagabundas,ocí ni co.Mas a vel hari a pol uí da não vaiseespai r ecernassaunas?Hem?!Meu pr azerest áem l hesdarpr azer ,el adi sse.E opaipedi ndoqueeu nãoi nt er fir a,El aél i vr e,dei xaquef açasuaescol ha.Dei xei .Ent ão, nasur di na,el ef oisai ndodecena,ah,si m,em cer t asocasi õesfica mai scômodomor r er . — Os egoí st as morr em pri mei r o,r esmungou Rosona avançando at éo espel ho.Com asmãosem garr a,abri u oscabel ose exami nouasr aí zes. Podi af azeressa t i nt ur a no cabel ei r ei r o,ser i a mai ssi mpl es. Massepr eocupaem nãoseent r egar ,el egeuaspoucaspessoasnas quai sconfia eno cí r cul o her mét i coent r a est egat o.Tem ai nda a t i nt ur a dospêl os í nt i mos,vaipr eci sarpr ossegui rnessaoper ação que det est a at é o seu í nt i mo fim.Você não envel hece,hem?! , per gunt ou ef ezumacarí ci anami nhacabeça,mases t ápensando em out r acoi sa.At i r ouoci garr oapagadonovaso,bai xouat ampae sent ouseem ci ma.A hor ador emor so.Nãoquer i at erdi t ooque di ssemasnãof oimesmoumacoi nci dênci a?Gr egóri ot ersaí dona hor a exat a, como se t i vesse adi vi nhado que os pr o. . . que os t eor emasi am começaradesabar .Amort ef áci l . Fi cou at ent aàvozdeMari aBet hâni anot ocadi scos,E comoum l i cor quent e.A fisi onomi a se suavi zou enquant o com o pé i a
esf r egandoopi ngodet i nt aquedescobri u naardósi a.Enl açou os j oel hos. O monól ogo pr ossegui u acobert ado pel a músi ca, O pobr ez i nho.Nunca mai sf oio mesmo.Sai u da pri são di f er ent e, mai sf echado,mai scal ado,ô!meu Pai ,mas o quefizer am com el e! ? At i ngi do no que t i nha de mai s pr eci oso,a cabeça,sent i a dor es. A mão t r emendo t ant o, di sf ar çava quando acendi ao cachi mbo,oquefizer am?!per gunt ou eacendeu out r oci gar r omas ficouol handoabr asa.Escr evi a,marf anhavaej ogavanoces t o,Por quevocêescr eveedest r óiem segui da? El esacudi u a cabeça,só r abi scos,não er a nada.Nada.Di ogo es t r anhou,Vocêque é t ão curi osa nunca t eve a curi osi dade de f uxi car no cest o? Não, quer i do,eu sou educada,éumaques t ãoderespei t o.El edeu sua ri sadi nha,Umaquest ãoder espei t oou dei ndi f er ença? Rosonal evant ousemasevi t ou oespel ho.O t ocadi scost i nha si dodesl i gado,r est avaapenasoruí dodoj orr od' água.Achouma l oucur a,di sseemeencar ou.I ssodot r ai dorficaràsvezessol i dári o com ot r aí do,mai sdeumavezoDi ogoficou dol adodel e.Malde Par ki nson.Umadoençat r ement e,r ecomeçou com br andur a.Vino di ci onári o as duas causas,seni l i dade ou t r aumat i smo cr ani ano, acont ecemui t ocom ospugi l i st asquel evam pancadasf r eqüent es. Com ospugi l i st as,f ri sou eficou decabeçabai xa,pensando.Que cada qualcui de da r osa do seu j ar di m,el er ecomendou a um est udant e. Por acaso a gent e pode i mpedi r que uma bomba at ômi caou queasguer r as,ost err emot os,aspest es.Hem?! . . .Que cadaqualcui dedasuar osa.E el emesmof ezsuaval i seedei xou a si empr e!Di suas duas r osas,hast zi a que ér amos l i vr es para deci di r .Foicomoset i vesset omadosuadeci são.
Encol hiaspat asemeenr odi l heinobancoquet em oper f ume del a.Os cami nhos er am t or t os mas segui ndo por el es Rosona acabou poracert ar ,Gr egór i o escol heu sua mort e ant es de ser escol hi do.Ant evi u oquepodi a vi r ,f ut ur ou eessaf ut ur açãodeve t er i do al ém do seu poder de suport ar . E de ser suport ado, adi ant ouse.Di ssi pouof ant asmai ndoaoencont r odel e.
— Tant al ut a.Est ou esbagaçada,di sse e exami nou o meu pescoçonum movi ment oi nesper ado,quer i averseeut i nhapul gas. Não t i nha.Enf r ent ou oespel hocom arr ogânci a,O queeu quer i a di zeréquenãot enhosaudadedoqueacont eceu masdoquenão acont eceu,hem?!O que não acont eceu é que me dá saudade, r epet i u.Est endeu asl ongasper nas.Nem si naldevari zes,oqueé uma sor t e,acr escent ou exami nando o púbi sborr ado da t i nt aj á seca.E Cor del i a,essat ont a.Achandoquedi nhei r o não éboni t o, ah,não?. . .Vel hosepobr es.I gnóbi l . Abri u umaf r est adaport a,ser áqueeu nãoqueri asai r ?Não mesmo?,i nsi st i u com gent i l eza art i fici al .Fi quei .A manhã est ava f ri aeaquiosvapor esd' águaj ámeenovel avam numaquent ur ade ni nho.Pr ef er i u ficarcomi go,meu gat o?Vocêmeama?,per gunt ou ef echou a port a.Af agoume.Vamos t r abal har j unt os naquel a peça,hem,Rahul ?,per gunt ou namai orexci t ação.A peçadogat o doj ar di mt ãoapai xonadopel amoçaapai xonadapel oamant eque não vol t ou.Vi mos a peça j unt os numa noi t e em Pari s,del i r ei ! Gr egóri o,t r aduzaessapeça,quer oessepapel !E el emeol hando, maseu não est ava vel ha demai spar a a per sonagem? Não di sse i sso,é cl aro,vinos seus ol hos.O caf ét ão al egr e,a f umaça,o vi nho.E ool harmedi zendoqueopapeldamoçar omânt i caedo gat o consol ando a moça.Okey,papeli ngênuo,coi sademoci nha, ri dí cul oumaat ri zdami nhai dade,ent endi .Masumanoi t edessas, hem,Rahul ? per gunt ou e começou com seus amassos,sopr ou meusbi godes,ri u.A gent eai nda mont a essapeça escondi do,só nósdoi s,eudevest i dor odadoevocêdej aquet ãodequat r obot ões com aquel essapat osdebi cosr edondosel uvas,l uvasdecamur ça ci nzent a!eol uar .Ent ãoagent eseabr açaesaidançandoaquel a val sanomei odoj ar di m,t ant osr odopi os,l embr a?f uiabandonada pel omeu amant eequer omemat armasvem vocêt ãol i ndoedi z, Oh!mi nhaamada,nãosemat e,oh,nãosemat enão! . . . Mai sdeumavezf al ou nessapeçaqueassi st i r am num t eat r o deamador esem Pari senaconver saem segui da,naquel ecaf é.El e não pr eci sava serassi m cr uel ,Di ogo!O vi nho,oent usi asmo,el e não pr eci sava daraquel a cort ada.Di ogof azi a massagensem sua
nucapar aal i vi arat ensão,Or a,Rosona,r el axa.Nat ur al ment eel e nãoqui sagr edi r ,achou quevocêassi ml ouconai at ocaradi ant eo pr oj et o,l evouahi st óri aaséri o.
El a at i r ou o ci garr o dent r o do vaso eficou ouvi ndo compenet r adaochi i i !. . .dabr asa.Enfim,nãoi nt er essa,r esmungou eno seu andararr ast adof oinadi r eçãodoboxe.Est endeu amãopara pr ovaraágua.Ani mousedebai xodaduchaof er ecendoacar aao r yagai n! ,começouacant j orr o,Letmet ar .Em vozbai xa,queDi ogo nãoouvi sse,el edet est avaFr ankSi nat r a.MasDi ogot i nhasaí doe eumesmoandaval onge.Nai nsegur ança— est ái nsegur a— di ri gese a mi m que val ho menos ai nda do que o sabonet e que est á usando. Não se pode di ri gi r a um sabonet e, serve um gat o? Condenadoavêl a.E amev ercomoum serquesoueu.E nãosou eu. O vapord' águavem mai sdensocom oper f umedeeucal i pt o. A vozdeRosa Ambr ósi o sobeenér gi ca ao pedi rf ort al eci da quea r yagai n! ,r dei xem t ent ardenovo,Letmet epet equaseaosgri t os.E oquet odospedem,r espondonum bocej o.
3 Convent o das Carmel i t as Descal ças,ser á que ai nda exi st e? Acho que nem t em mai s convent os, as f r ei r as enl ouquecer am compl et ament e. O Sécul o Pornogr áfico. E Gr egóri of al ava no pr óxi moSécul oMet af í si co,opobr ezi nho.Nest avi r adadoSécul o! , começou t odoempol gadoaquel epol í t i cocor rupt oabri ndoobocão depal anquepar a dei xarj orr aro fluxodasment i r as.Enfim,não i nt er essa,euer acr i ançamasmel embr odeum t angol i ndoquea mamãeadoravaouvi r ,Ver ásquet odoesment i r a,ver ásquenadaes ou quenaépoca,mi l har esdear gent i nossemat aram amor ! . . .Cont porcausa do t ango das i l usões per di das.A gent e vaiper dendo. Per dendo uma coi sa at r ás da out r a,pri mei r o,a i nocênci a,t ant o f ervor .A confiançaeaesper ança.Osdent eseapaci ênci a,cabel os
e casas,dedos e anéi s,gent es e pent es — t odo um mundo de coi sas sumi ndo no sorvedour o,ô!meu Pai ,t ant as per das.Ti ve al egr i aset i veganhos,quer oserj ust apor quet ambém ganheimas hoj eficou sendoodi adaper di ção.Asi l usõesmai or esemenor es. Gr andes e pequenos l ábi os.Seri a bom se exi st i ssem ai nda os most ei r os dos ant i gos monges vel hi nhos com suas bi bl i ot ecas i nsondávei s. As al qui mi as. Os mi st ér i os. As f r ei r as mai s di ssi mul adasdo queos mongesencobri ndo ossegr edosna t err a da hort a. Debai xo das mar gar i di nhas do j ar di m. As hi st ér i cas l evi t am ampar adas por anj os, a gar gant a l anhada de t ant a l adai nha,osj oel hosul ceradosnaspeni t ênci as , gnusDei A ,quit ol l i s i l i zam asi nt el ect uai sque peccat a mundi :dona nobi spacem.Host ousar am arupt ur acom aemoção,osol hoscozi dosdet ant ol erà l uzdasvel asquei mandopel anoi t eadent r o,osdedoscal ej adosde t ant oempunharapenadepat o.Ouganso. Sant a Ter esi nha do Meni no Jesus pi nt ava r osas.Pi nt ava o set eaquel aout r aqueusavadocument osf al sosquandoi aaomot el del uxonaRodovi aRaposoTavares,Di oní si aouvi uocasonum dos seus vasoscomuni cant es.Amo esse nome,Raposo Tavar es,um sert ani st abarbudoemandãoabri ndopi cadasnasmat asvi r gens, abri ndoasvi r gens.Asl ut as,negr oseí ndi osr ol ando como gal ho podrenascor r ent ezasdoAmazonas,O!meu Pai ,es t ãoacabando com el es.Bebodepr essa,queDeussal veosí ndi os.QueDeussal ve as árvor es, qui l ômet r os de ver de quei mando com os bi chos. Madei r as nobres,pel es nobres.Que Deus sal ve a al ma pur a da f r ei ri nhadosdocument osf al sos,f oiencont r adademanhãboi ando nuanapi sci nadomot el ,bebeu,amoueseaf ogou.Tem oconvent o das cal çadas mas quer o o das descal ças,o pé no ci ment o.Na poei r a.Si l ênci o e pobr eza,el e er a si l enci oso.O Gr egóri o.Não é nada,di sseamarf anhandoopapelondet i nhaacabadodeescr ever . Jogou nocest o.O Di ogoest r anhou,vocêqueét ãocuri osanunca pensouem vernocest ooqueel eescr evi a,hem?! . . . Ét ardenopl anet a.Escondoa car anascober t as,agoranão queri a of ant asma ver deúmi do,per dão meu amor ,masqueri ao Di ogo.Vi nhat ãoboni t oet ãoal egr e.Mesmoquandomechamava
devel hamef azi asent i rj ovem out r avez,nãoéumal oucur a?I sso t udo,acont r adi ção,at énasagr essõesagent eseent endi a,ér amos par eci dos. Sem vul gari dade, aqui l o não er a vul gari dade, ah! Gr egóri o,di gaquenãosou vul garai ndaquemevej anest eest ado mi ser ável ,f azendo papelmi ser ável .Mas se você me or denasse, Rosa, recomeça! Por cami nhos secr et os que só os mort os conhecem você me i nduzi ri a,essa a pal avr a,me i nduzi ri a.Fui convi dada,acei t o,a peça é de Sart r e,Reapar eci ment o de Rosa Ambr ósi o!Sucessoabsol ut o,coi sa desl umbr ant e,a sal vação pel o t r abal ho.Em segui da,asmi nhasmemóri as,t udoquant oépernadepau j á escr eveu as suas,porque não eu? Hem?! . . .AsHor as Nuas,você aprov ou o t í t ul o,t ambém eu nua sem t r emoresem t emor . Abr aço apert adament eo t r avessei r o.Ment i r a,queri do,t udo ment i r aevocêsabe,osmort ossabem t udo,seant esdadespedi da você j á sabi a quando eu est ava ment i ndo,i magi na ent ão agor a. Fi quei t r ansparent e, posso me esconder at r ás do mur o, da mont anha evocêsabe.Seenl ouquecessepodi a seruma sol ução, não preci so mor r er , apenas enl ouqueço, não conheço mai s ni nguém,nãomeconheço,esqueci .Umal oucal i mpa,sem or anho escorr endo,sem a baba.Como sou ri ca possoescol hera ci dade que qui ser ,exi j o uma cober t ur a onde possa ficarhor as e hor as ol hando o hori zont e.Ol hando o mar ,acho queo Ri o éa ci dade i dealparaosl oucoscont empl at i vos,sou umal oucacont empl at i va. Mi nhaacompanhant emevest e,mepent ei a,emesent anacadei r a der odas.Hor adocal çadão,nãooqueficaj unt odapr ai aondeos l úci dos f azem Cooperepi ruet as,mas nesseout r o cal çadão dos escl er osados,dosapát i cos.Al inão chamo a at enção deni nguém por que j át em vel ho à beça de chapeuzi nho branco desabado, mont esdevel hi nhasapoi adasnaacompanhant equeconver sacom o acompanhant e do vel hi nho de ol har per di do no mar . Sem l embrar que um di a ent r ou nesse mar ,gr aças a Deus el e não l embr amai snada.Denoi t eel avest eem mi m um casaqui nhoel i ga depr essaat el evi são,não ent endo,não t em i mport ânci a.Desvi oo ol har par a a noi t e e fico ol hando o céu como você ol hava, Depressa,Rosa,venha verquebel eza!você mechamou naquel a
noi t e,t ant aest r el af ervendo.A l ua.Nãof ui ,eu est avasai ndopar a umaf est a,Agoranão posso,est ou at r asada!Foiessaaúni cavez que você me chamou par a part i l harum pouco do seu mundo, devi a me achar t ão l ouca. Poi s quer o agor aal oucur at ot al arr ast andoaquel esvest i doscompri dos,at i aavómi nei r asevest i a assi ml í ri ca,est ampa deum cart ãopost al .Coroadaedescal ça,a f í mbri a esvoaçant eda cami sol a sepr endendo nas f ol hi nhas,nos gravet os.Fí mbri a,pal avraondul ada,l eve,queri at erumafil hacom essenome,Fí mbri a.Assi mi sol adanãoseimai soquequerdi zer , masf í mbri adecami sol al oucaeu seiqueédal oucur adesl i zando nosgr amados.Espaçodest i nadoaoscami nhant essem pr essaeo t empoédosapr essados,t udof ei t onascoxas,oBr asi lnascoxas, ficou mal f ei t o?f odase!Ah,esper a,escapou,eu i adi zerDanese!e vei o o Di abo.Tempo do Di abo em pl ena moda,o Papa di sseeo Papasabe.
T aAna,t i oZuzaet i aLuci nda,enfim,ol adori co EuSeiTudo .i da f amí l i a assi nava r evi st as f r ancesas que depoi s de l i das er am of er eci dasao l adopobr e.Mi nha exci t ação quandoomot ori st a de t i a Ana t r azi a as pequenas pi l has dos númer os amarr ados com cadar ços!Napr essa deverasfigur aseu arr ebent ava nasmãoso l l ust r at i on.For mesetCoul eur s.Osanúnci pacote,I oscom mul her es l i ndas.Vest i dos.Jói as,mascomoer apossí vel ?Exi st i rem al guma part edo mundo gent eassi mt ão desl umbrant e.Recorri a ao meu pait ambém f asci nadoporessaspedr ari as,Lêaqui ,pai !El epunha os ócul os t odo emper t i gado e com car a de quem i a ver o r ei , abot oava a boca enquant oi al endo,me avi sou que t i nha uma pr onúnci aper f ei t a.Em segui davi nhaat r adução.Um di a,mabel l e ndat el evopar averPari s.I ssof oial gumassemanasant es Rose,ai desai rparacompr arosci garr os.Fi queisem meut r adut or ,mamãe l i a mal o f r ancês, ficava ent usi asmada quando chegavam as .i r evi st asmasgost avamesmoer adel erEuSeiTudo T aAnapagava manaqued' O Ti coTi co a assi nat ur a,t i a Ana pagava t udo at é oAl queeuadoravamassi mul avai gnorar ,Revi st adecr i ança. Ast ar desnasal a decost ur a.Eu f azi a asl i çõesdecasa en-
quant omamãei aexami nandoasmei asdent r odacest i nha,papai j á est ava l onge e ai nda assi m t i nha mei a a beça com aquel es bur acos.Hor adol anche.Eu t omavaum copodechocol at equent e e el at omava caf é com os pãezi nhos da padari a, a mant ei ga escor r endonomi ol ocom af umaçasai ndo.Asest ampas.Mandava enquadr arasmai sboni t ascomoenquadr ou or et r at ocol ori doda marquesi nhadeper ucabr ancasal pi cadademi osót i s,ovest i dode seda azul cel est e com a sai a se abri ndo numa cor ol a de babadi nhoscai ndoem cascat a.Li aumacart a.E agor amevêm os det al hes,quant omai sbebomai sl úci davou ficando,um espl endor de l uci dez,os det al hes,mei as br ancas.Sapat i nhos de cet i m,os bi cos agudos como agul has.A vi da amena.Faguei r a.Ti nha a gui l hot i na,mas não t i nha a bomba at ômi ca.Nem Ai ds.Enfim, est ousópensandonanobr eza,maseopovo?encar di do,pi ol hent o, vi vendo em est ado de pur a pobr eza que na i mpur aj á ent r ava al gum conf ort o. Acabou no quart o da Di oní si a.O quadr o da mar quesi nha l endo a car t a deamor .At é queDi oní si a secansou del a eapr ou vei t ou amol dur apar aacart ol i nadour adacom aadvert ênci a,Vi Jehovah queer agr andea mal dadedohomem na t er r a equet oda i magi naçãodoseucor açã o enfim,par — ecequeat éDeusdesi st i ue searr ependeu det erf ei t oohomem,aobr al hepesou demai s!Um cansaço. Reza, Di oní si a. Às vezes el a di z Ai ds. Ou Ei ds, dependendodoúl t i mol ocut or .Duasescol aseumasómort e. O Tempocorr endocont r a,ospont ei r osgi r andoaocont r ári o, depr essa Rosa Ambrósi o!O gr ande r el ógi o na t or r e da praça, Veneza? Sust ent ado por anj i nhos de br onze t ão gor dos, t ão ri sonhos mas em vol t a do most r ador a adver t ênci at er rí velque acabei esquecendo, t ant as advert ênci as, meu Pai ! Não posso guar dart udo,a Li l isóquero pr esent emas senão meacont ece nada present ement e,hem?!Não seique l i vr o vaisai r com as memór i asdomêspassado.
ecequeest á namodamassóem Décadence,décadence.Par
out r a l í ngua, t udo fica mel hor em out r a l í ngua. Sem as t est emunhasapont ando para meu pei t o,poi squeapont em!Vou t r abal har ,opal co,adoroopal cocom osi nvej ososmordendoor abo f ei t o escorpi ão,bem f ei t o!Escr evo essa bost a del i vr o,memóri as desl umbr ant es,não o avesso mas só o di r ei t o das coi sas,uma ecomendou a Li l ique apr endeu aícom um amer i cano wi nner !r best aopensament oposi t i vo.Fi l osofiadaI dadedaPedr aLascada, HeideVencer !mandou gr avarna medal ha deour oqueo cri oul o l he arr ancou do pescoço com t ant af or ça que el af oipar ar no Pr ont oSocorr o,acorr ent eeragr ossa. AsHor asNuas.Pal avr ascl ar as,hor ascl ar as.Cor dél i aavi sou quenãopossousaressenomepor queédeumafit ai t al i anal ádos anos50,descobri ui ssonuma dasrevi st asdeci nema quel êaos mont es,quandonãoest át omandobanhoou per ambul andopel as l oj asou t r epandocom al gum vel ho,est ál endosuasr evi st as,ah! quedor .Quedor ,Gr egóri o amado,f al ardenossa fil hi nha nesse t om,Sêaf epedi u.Haml etou ot i o?Enfim, ávelmasnãovul gar !el não i nt er essa, a cant ori a gl i nguegl ongue da Of él i a er a t ão compri da que eu qui s cor t ar a part e finale não dei xar am,a l oucur at em quesercompri dí ssi ma,l oucur a,vel hi ce,t udol ongode a saecul a saecul or um. per derdevi st a,gl i nguegl ongue. . .Peromni Amen. A vozda j ovem at ri zRosa Ambr ósi ona cena da demênci aé um docesussurr ardeáguaspur as,ni nguém r esi st eaoseu cant o, escr eveu aquel e cr í t i co de barbi cha l our a, depoi s qui s dormi r comi go,haj a saco!Eu desci a a escadari a cor oada deflori nhas e cant andoenl ouqueci da , imí A ser ademi mt ervi st ooquej ávi ,vero oucodever dadecomemer damasnot eat r oel e quevej oagor a. . .O l podeficarsubl i me. Enfim,achoquenuncamai svaimeacont ecernada,eu di sse e a Li l iri u a ri sadi nha de anãozi nho da florest a,hi ,hi ,hi ! . . . Ent r ou denovonodel í ri odasvi agens,t r ouxepr ospect os,dól ar es, um cr uzei r omarí t i mo.Ent ãoeuqui sexpl i carcal mament equenão é bom ficarmos exi bi ndo a vel hi ce nessas vi agens,a vel hi ce é obscena,quer i da.Fi queiqui et aeol handoseussapat osdecot ados
e pr ovavel ment e apert ados, pensa que t em pés pequenos. Cal i f órni a,Li l i ? Mas l á é só agr essão,vi ol ênci a,mont anhas de mort os nas est r adas,nos caf és,hem?!El af r anze a boqui nha mi mosa,Quebobagem,nuncavium l ugarcom t ant a vont adede vi da.Lar anj as dour adas,uvas dour adas!E os homens,ent ão? Ver dadei r os deuses.Okey,chupar emos as uvas mas agor a eu queri a ficar nest e pr ogr ama modest o, posso? Pr ogr ama modest í ssi modeumaabel hat ont ar esval andopar aochãomaci o, ô del í ci a! . . . Lembr ar .Esquecerede r epent e vol t am os esqueci dos com t amanhaf or ça,ul ul andonossonhosef or a,umaconspi r ação. Achoquer epr esent eibem adordeOf él i amasquandosaídopal co a dor cont i nuou ent err ada no meu pei t o at é o cabo. As per sonagens i nsi st i ndo, uma noi t e chegueia me assust ar , er a Haml etenãoDi ogoquemeapareceu com aquel equei xodur o,eu quer endo o Ar l equi m de cor ação cont ent e e me vem um Pi err ô si ni st r o,as nari nas aber t as i nt ui ndo podri dões.Mas seu r ancor er ar ar o e br eve.A sal a do som e do comput ador ficava aqui embai xo e como el e se di vert i a com as descober t as no quebracabeça mecâni co.O A a a vi da.Vail á,Di ú!eu j azz . vocação par peçoeel avaiel i mpat udocomoseel ef ossevol t ardaquiapouco. Levoflor es.Ser áquenãot enhomai sl i ber dadedeconvi darmi nhas ami gas?,el eper gunt ou.Eu f azi a aquel a cara superi or ,Cl ar o que pode,quer i do,oapart ament oét odoseu,r espondiepordent r ome cont or ci af ei t o uma mi nhoca,não seipor que que o amor dos f r acost em quesergosment o.I gnóbi l ,oopost odaquel epr êmi o.Ou t odoamoréassi mf r aco? A músi caf ort e,ruí dosf ort es,Sou j ovem! ,meavi sava.Jásei di sso, eu r espondi a, você é l i vr e, da mi nha part e, nenhuma i nt er f er ênci a.E dami nhapart esói nt er f eri ,mesegur eium pouco enquant o o Gr egór i o — enfim, enquant o el e est ava por pert o conseguime cont er ,fiqueinoj ent a depoi s.Di ogo ent ão começou com adi ssi mul ação,nãoquer i amef er i r ,opobr ezi nho,t ent ou me poupar ,esmer ousenasencenações,àsvezesbat i aaport a,Acabei de sai r ! E ficava f echado com a put i nha, podi a ser at é que est i vessem só conver sando, bebendo mas t udo escondi do, um pouco de r espei t o pel a vel ha aíem ci ma.Rua,eu di sse.Todo o
our o do mundo não val e o pr az er que me dava a sua si mpl es presença.Sepagoaomuseu quandoquer overumaobr adeart e, porquenãopagaraum servi vo?Hem?! . . .E àmi nhadi sposi ção, meservi ndo,podi a ficarperver soquandomearr el i ava,podi a at é me acert ar e me acert ava mas sem pr of undi dade, coi sa de super f í ci e.Sem humi l hação.Seuol hardour adoequeul t i mament e euachavat ri st e,suamúsi cadesesper adaqueeudet est avaeagor a amo — sumi ut udo.Fi queisoz i nha par a meexecut ar ,sou meu car r asco.Pi or do que um est r anho porque j á me amei ,pum! di spar onocor açãodocor ação.Cai or edondament emort a.
Ospassosficar am mai spr óxi mos.Di oní si aacendeu al uz.— Quer i asaberseasenhor avaicont i nuaraínochão. Cubr oacar a com abl usaesi nt onel aoper f umedavéspera.At i r oabl usal onge, mas ser á que não posso ficarem paz? Abr o as mãos e al i so o t apet e,Vocênãoquerficarem paz,querbeberem paz,el edi sse. — Apagaal uz,Di ú!Meusol hos,aenxaqueca. . . — Cor dél i ai a descereeu di ssequenão car eci a,quea senhoraest avadormi ndo,queest avat udobem.Pr eci seiment i r . Ouçomi nhavozdel i cadí ssi ma. — Nãoest ánahor adasuanovel a? — Não.Est ánahor adoseubanho. Mani a de banho,por que t ant o banho se não t enho nenhum homem,não t enho ni nguém.Di ogo f oiembora,Gr egóri of oina f r ent e,cobri r am suacar acom umaor ganzaou fil ó,nãoi mport a. Fi zer am o que bem ent ender am do corpo esvaz i ado e nel e i mpri mi r am a própri a vont ade.E aquel e padre apr essado com bl usão de mot oquei r o,mas esses padr es per der am o r espei t o? Acor deidosonodepí l ul aseencont r eiacenaarmada,est r anheia f ar sa, Gr egór i o não acr edi t ava em nada, quer o di zer , na sua nat ur ez a mai spr of unda er a um espi ri t ual i st a.Mas despr ez ava o ri t ualr el i gi oso da mort e,não t i nha sent i do o padr e.Di ogo deu uma r espost a mei o vaga,a sugest ão t er i a si do de Cor dél i a ou
Di oní si a,nãol embr ava.Vocêest avacom at aque,nãopudeesper ar . At aque.Comeceiachor arbai xi nho.NuncaGr egóri of al ari a assi m comi go e eu o t r aícom esse mol eque e agor a el e est ava mor t o. Comeceia chor ardesesper adament e,chor ando evendoporent r e as l ágri mas as mul her es e os homens pasmados em r edor do cai xão,gent e que eu não conheci a,não ent endique gent e er a aquel a.Lá domeu cant ofiqueiol handosem ent ender ,napart i da par a o desconheci do, os vi si t ant es desconheci dos. Me comovi demai s quando vipassar a mi nha Cor dél i a com a cari nha t ão assust ada,ficou denov oumameni naqueseper deu naconf usão. Vest i a o pal et ó do pai ,éo paiqueel a ama,demi m sent epena, uma t ernuri nha f ei t a de compl acênci a, mai s nada. Di oní si a servi ndocaf é,acar api nhaassent ada,oavent alpr et o,odasf est as. Desol ada e conf or mada,o pat r ão agor a est ava num pl ano mai s al t o,sem afli ção.Sem dor .Fi cou et er no.E sol i dári a,quer me aj udar ,me sal var ,mas nessa sal vação eu si nt o um t oque de despr ez o,el amedespr ez a.Vi sl umbr eiAnant a,apequenaAnant a com seu avent al zi nhobr ancoecar abr anca,j áser ef ezdochoque. No i nt erval o ent r e uma consul t a e out r a,desceu depressa,mai s f áci lmarcaraquia pr esença ant esqueo cor po sedesgarr epara al gum vel óri ol á no cudoj udas.O cor po.Tão r api dament e el e ficou sendo o cor po, j á não er a o Gr egór i o,er a o cor po.La i dent i dadcul t ur al ,eudi ssef ei t oumai di ot aquandoAnant avei ome abr açar .Não ouvi u,devi aest arsegui ndopara al gum pl ant ão das mul her esqueapanham esequei xam. O desfil emurmur ej ant e,meu Deus!comoel eer a admi r ado, amado,eu não i magi nava que t ant a gent e assi m,t ant a gent e. Chegaram oscol egasdauni ver si dade,al gunseu conheci a,masos out r oser am r econhecí vei spor quesevest i am no mesmo es t i l o de Gr egóri o.Derepent e,nomei odel es,uma j ovem descabel ada que eu j át i nha vi st o mei o vagament e,onde? nem boni t a nem f ei a, j ovem.Vi asequet i nha chor ado mui t o ei a chor arai nda,est ava l í vi da.Apr oxi mousedevagar ,r euni ndoasf orças.O espant o.Ti vea i nt ui ção,éessa a amant e.Descabel ada demai spara ogost odel e masvent avat ant o,ovent odevi at eremaranhadoacabel ei r arui va e cr espa,l i ndí ssi ma.Quando passeiao seu l ado,esqui vouse e
ent r ou na r oda dospr of essor esqueconver savam per t o da port a. Fi queiexci t ada, part ipara vêl a mel hor de out r o ângul o mas per cebeu a manobr a evar ando porent r eum gr upo dej ov ensno vest í bul o,al cançou a escada.Foiembor a,eu sussurr eiao Di ogo que concor dou sem ouvi r ,o ol harfixo no cai xão.Um ol hart ão sent i do,eunãodi sse?quedeum cert omodoel eer af asci nadopor Gr egóri o,sef ossehomossexualai nt erpr et açãoser i apri mári a,eu er a a mai s próxi ma,hem?! . . .O!meu Pai ,meu Pai ,est a ment e podr e.Cobriacar acom asmãosepediael e,oausent epr esent e, quemeaj udassearecuper arami nhaf épor quesem el aeu ficava uma coi sa escur a, t ão escur a. Um homenzi nho com ar de pr ofissi onal def uner al consul t ou Di ogo, obedi ent e ao j ovem secr et ári oquet ent avabot arum poucodeor dem nadesor dem da mort e. Quem sabeel evol t ou evail i garot ocadi scos,quem sabeel e j á est á aquiembai xo!Apur ooouvi do.Uma port a bat eem al gum l ugar .Al guém chamaal guém mai sl ongeai nda.Vou meenr ol ando nol ençol ,el eacabou comooout r o,i nat i ngí vel .Rua,eu di sseou pensei ,não l embro mai s.El e não me obedeci a mas dessa vez obedeceu. — Queri ami nhafil ha. — El a sai u,a senhor a esqueceu? Mudeihoj ea r oupa da camaeasenhor aarr ast andool ençolaínochão.Vem t omarseu banho. — Queri a darum passei o,Di ú.Sai rr odando pel a est r ada, não seiporque despedi r am o André,er a o mai s gent i ldos mot ori st as. — Masasenhoranãosainunca,el eficavaaíparado. For am t odos embor a,os deser t or es.Se Gr egór i ot i vesse ficado,quem sabea Cor dél i a.Não ficou.Nuvens.Eu di ssequeas mul her es vi vem conspi r ando como as nuvens, se j unt am e conspi r am.Masvem ovent oedesf azt udo,carr egaasnuvenspar a l onge,hem?!Conspi r açãodenuvens.Masnem sempreasnuvens se di sper sam, di sse Anant a. Caem as chuvas, esper o uma
t empest ade. — Hoj et enhoAnant a? — Amanhã.Hoj evem amani cur e. — Cancel a,pel oamordeDeus,cancel a.Fut ucaraunhada gent e,porr a.Uma f ut uca a unha,a out r af ut uca a al ma,es t ou exausta. Anant a,aanal i st a.Vest ear oupet adepl ant ão,sobenocarr o el ávaiouvi rasquei xas.Del egaci adeDef esadaMul her .Nuncaa mul her apanhou t ant o,as psi cól ogas mai s do que as out r as. Vencem nadi scussãopor quesãomesmodesl umbr ant esedaíel es ficam f uri osos e se vi ngam no braço.Quer di zer ,quant o mai s pol êmi casut i lmai sol hor oxo.Porf avor ,Rosa,nãoquer opol êmi ca, el epedi a.O Gr egór i o,écl aro.Achoquenuncamel ev ou a séri o, par eci aum sábi odoSi ãoouvi ndo aJoani nha,abesouri nhacom bol i nhasvermel hasnabl usa.Enfim,nãoi nt er essa,r est amosnós nes t a col una do edi f í ci o,uma pr et a vel ha.Um gat o vel ho e eu. Rosa,Rosae. — Sonheiqueel et i nha vol t ado mast ão t ri st e,o queacont eceu? per gunt eie el e apont ava o r et r at o de Cor dél i a meni na, aquel edabi ci cl et a.Umameni ni nhaangel i cal ,l embr a?Col eci onava pedri nhas,f ol hassecasdent r odosl i vr os,est avasempr esal vando al gum bi chi nho queseaf ogava. . .Ondeé queeu f al hei ,meu Pai ! Passandodemãoem mãoeai ndaporci mamãodevel ho.Pensei que acabasse uma t eni st ai mport ant e. Pensei depoi s, vai ser ast r ól ogacom amesmamani adosast r os,pr of essor acomoopaie ganhando uma mi séri a, um horr or mas ai nda assi m é uma pr ofissão,hem?!Nãoi nt er fir a,el edi sse.E morr eu.Fi queisozi nha, quer i da.At éot et odet eor emas,est ou cansada,cansada.Achoque est ou r epet i ndoascoi sas,nãoest ou? — Est á.O sonhot ambém j áescut eiant es. — Sabeoqueel adi ssenot el ef one,Di ú?Fal avacom um dos vel hos,sabeoqueel adi sse?Quasemorridepr azer ! — Ti r ant e uma ou out r a pessoa o mundo pi or ou demai s.
Escut einorádi o queuma meni na denoveanosficou amant edo padr ast o.E el enãoquer i a,f oiel aqueapr ont ou.Amãedeuum t i r o nel eesemat ou com gás.Viameni nanaTV t odaf el i zdavi dacom aquel e cabel o pr eso na ar gol af ei t o um coquei ri nho, pedi ndo ci garr opr odel egado. — El edeu? pa.Meacul pa.Seel Si l ênci odeJuí zoFi nal .Meacul agost ade homensmai svel hos,t emosquerespei t arsuaescol ha,el edi ssee acendeu ocachi mbo,j át i nha f al adomui t o.Agarr ei opel obr aço. Mast em um det al he,ét udopobr e,umadesgr acei r a! — Queri at ant o enl ouquecer ,Di ú,não morr er ,mas enl ouquecer ,vou medesi nt egr andosem pr essa,um pénomar ,out r ono t el hado.Acar ananuvem eor abosóDeussabeondevaiparar . — Asenhor apr eci sat r abal hardenovo,ébom t erum servi ço. — El esnãomequer em. — Por que não? Tem mui t a gent e de i dade que t r abal ha. Gent edei dade,ah,quer i da Di oní si a.Meu espel ho ver dadei r o.E ondef oipar aroout r o? — Lembr a,Di ú?Aquel emeuespel hodeaument o.Sumi u. — Asenhor aescondeu. Escondi .Não vou meescondernuncamai s,quer o vol t ar .O r et orno numa peça i mport ant í ssi ma,a cor j at oda der ast r oscom Di ogo na f r ent e,Rosa Rosae!Acha o meu espel ho,Di ú!peço e est endo a mão. Toco com os dedos sua al par gat a, Escut ou, queri da? Escut ou nada, só se i nt er essa pel a cor cundi nha da novel aquef ezpl ást i ca,per deuacorcundaevaicasarcom opat r ão mi l i onári o.Peçoum ci garr o.El aacendeoci garr onapr ópri aboca massem t r agar ,f umavacom t ant ogost oseusci garri nhosdepal ha masessasuar el i gi ãonãoper mi t enenhum ví ci o.Ent ãoficoumai s t ri st e,a vi rt udeét ri st e.Todasasmul her esquandoper dem seus homens arr ancam oscabel os,quer em se ent err arj unt o ej ur am quenuncamai s.E nodi asegui nt ej áest ãoseconsol andocom o
ami goí nt i modomort o quenem começou a apodrecerdi r ei t o.Só Di oní si a cumpri u.Faz duzent os anos que se casou com aquel e Bal t asar .Quemor r eu um mêsdepoi sdederr ameenunca mai s mesmo.O sonho,ser áquej ácont eiesse? — Achoquej ácont ei ,Gr egóri oest avanaesqui nacom aquel a r oupaesver deadadavi agem.Ti nhaumascoi sasescur asnal apel a, pét al assecas,nãosei . . .Ent r ou numacasa,t i nhat ant acasai gual , f uibat endodeport aem port a. . . — El eest ánum ambi ent emel hor . Ti ve vont ade de ri r ,i magi ne,chamar de ambi ent e mel hor aquel ehorr or .Seaomenoseu t i vesseaf éant i ga,af éhi st éri cados sant oseseri aent ãocapazdeverGr egóri oi nt ei r o.Li mpo..Sempr e acheiqueossant osnãot êm medo,ossant oseossui ci das,masj á nãoest ou cert adenada.Mesmoessecéu assi m sem nuvens,t ão arrumado,hem?!Chega mai sper t o,chega eos l at ej ament os,as i mpl osões,os bur acos. Col apsos,el ef al ou ni sso, col apso das est r el as.I mpr essi onant e. — Devoest arcom f ebr e.Amenopausa,vocêsabe. — Mas j áf azt empo que acabou,a senhor a esqueceu? Foi j unt ocomi go. Suas al pargat as f osf or escent esde t ão br ancas.Ol ho mi nha mão opaca.A gent edevi a vol t ara usarl uvas,t ão mi st er i osas as l uvas.Luvasemáscaras.A máscar adaser eni dade,amáscar ada al egri a,a do despr ezoeda i ndi f er ença,er a só escol her ,hoj evou usar es t a. As l uvas, a de r enda pr et ai a at é o cot ovel o, t ão t r anspar ent e.A decet i m br ancopér ol aer al ongaej ust a,domesmo t eci do do vest i do. A de j ér sei t ur quesa eu usava com os bri ncos. — Vocêachaqueel aévi r gem,hem?!Anant a. — Nãosei ,sóper gunt ando. Si ngul ar i dadesdeum mar i doedeum amant e.Ambosadef endi am mascadaqualaseu modo:Di ogo,noseuest i l ogal hof ei r o.
Gr egór i o, com seri edade. Eu ent ão di sf arçava, não cr i t i cava Anant a,uma moça t ão boazi nha mas não t i nha cabi ment o me apoi arnuma anal i st a assi m j ovem.I nexperi ent e,mai s muda do que um pei xe,hem?!Apaga,apaga.Se Gr egór i of osse do r amo f al ari aai ndamenosdoqueel a. — SeGr egóri o seabri ssecomi go!Masmeescondi at udo,a dor ,ai nsôni a,escondi aat éasmãosnosbol sos,nãoquer i aqueeu vi ssecomoel ast r emi am.Escondi at ambém asmãosnascost as,o pobr ez i nho.E ent ão?eu per gunt avaeel emeol havacom um j ei t o dequem j áest aval onge. — Nuncasequei xou,ohomem er aum sant o.Um di aapert ou acabeçacomoset i vessef ogodent r o,l eveium sust o.Quandome vi udi ssequef oisóumapont ada,j át i nhapassadoeper gunt ou do meucul t o.Pedi uqueeur ezasseporel e.Masosenhornãoacr edi t a em nada,eudi sseeel eachougr aça,Ai ndaassi m poder ezar . — Nãot i venenhum pr essent i ment o,Di ú.Achoqueeu est ava di st raí da. Fal o das mul her esnuvens e sou i gual ,qual quervent o me desmancha,meaf ast a.Per diDi ogopor quenão per cebio quant o el eest avai nf el i z.Quer oper gunt ar ,E oDi ogo?Masel aacabou de ver a garr af a que o l ençoldescobri u.Pegou a garr af a. — Vai , l evant a. — Daquiaci ncomi nut os,queri da,sóci nco.Pr omet o. Af ast asenum andarpesado,el a pi sa comooDest i no.Sai u dacena.Fi cocom Di ogoquemef azri rquandodi zquevou vest i r mi nhas hor as pel adas uma poruma,cal ci nhas,cí l i os post i ços, echarpes.Você é uma narci si st a,Rosona.E os narci si st as são barr ocos.Vou r espondereel enãoest á mai scomi go,sai u noseu Por sche vermel ho,expul sei o e er a a mi m mesma que est ava expul sando.E o que el a não ent ende,essa anal i st a.Nem vai ent ender , enfim, não i nt er essa, acabou. Dei xou os móvei s, os quadr osmasl evou ocarr oeoapar el hodesom,Adeus,Rosa.Não
di sseRosona,di sse Rosa eent ão ficou mesmo adeus.E a out r a querquemevi st a,meenf ei t e,masporqueenf ei t arest ecorpoque agor adet est o?Nem édet est açãomasdespr ezo,ot r ai dor .Quer oser cr emada,hem?!Quenãomevej am despreveni da,expost a,Mer ci , fil hi nha amada,mas r ecol ha suas or ganzas,quer o a ci nza.Que apr ovei t em ocai xãodepri mei r apar aopr óxi moet ambém oour o dosmeusdent es.Tenhoour oàbeça,com umadel i cadapi nçaser á r et i r adodasmi nhasar cadas,nadaseper de. — Nadaseper de!Di oní si a,hoj et enhoAnant a?Hem?! . . . Ni nguém r esponde.Lávou meapoi arnamul et adevi dr o,fico f al ando e quando seca o cuspe el a di z,Cont i nue.Mi l har es de expl i caçõesquenãoexpl i cam.Nãoseioqueessapobr ej ovem pode f azerpormi m.Nem el a nem um anal i st a vel ho queosvel hosj á est ão sur dos, exauri dos, t ant os t eor emas. Sem f al ar nas hemorr ói das,nosenfisemas,nosgases.Af undadosat éasor el has no pr ópri o pânt ano,quem quersaber ? Eu poderi a gast art odo o cuspedomundoexpl i candoenãoexpl i cava,oquei nt er essaest á escondi do.EuSeiTudo,di zi aarevi st adamamãe.Respondoagor a, eunãoseinada.Seiqueocor poédoDi abopor quef oidepoi sque r ompicom meucor poquemeapr oxi meideDeus.
4 A pol t r ona f ri a.A sal a enorme,t oda br anca com suassom br asazul adasmai sf ri asai nda,émadrugada.Vou t odoarr epi ado para a cozi nha que é o l ugar mai s quent e dest e apart ament o gel ado.No cal endári o da Di oní si a há sempr er ecei t as t r opi cai s escr i t asnascost asdodi a.Paí st r opi cal .Ai ndabem quet enhoest e meu casaco de pel e que Rosa Ambr ósi o consi der a uma pel e vagabundamassou um gat ovagabundo.E compl et ament ei nút i l , na opi ni ão da Li l ique pref er et er um cachor r o a um gat o,O cachorr o ét ão mai s amor oso! ,vi ve r epet i ndo.Rosona f azaquel a car a de f al sa di st r aí da e fica me ol hando. Sorri o por dent r o, concor do,l í ngua de gat o é ásper a,i mpr ópri a para consol ar as vel hot assol i t ári as.
Vej onapenumbr aol ei t et al hadonami nhavasi l ha.Mol hoo f oci nho na vasi l ha d' água. Subo no f ogão. Saudade do l ei t e ver dadei r o e não dessa mi st ur a saf ada que Di oní si a compr a em sacospl ást i cos.O som al egr edoschocal hosdascabr as,ochei r o quent edol ei t eeocoração,ondef oii sso?Quem sabenacasadas venezi anasver des,ant esda mort edo pai ,ant esdo l ut of echado das mul her es,ant es.Ant es.Di oní si a est át ossi ndo encat arr ada, depoi s da t osse vaif azersua abl ução,el a di zabl ução.Vem em segui da a hor a da or ação,l i mpa di ant e de Deus.O uni f or me engomadodi ant edospat r ões. Ao l ado da gel adei r a,dependur ou o cal endári or el i gi oso que t em a est ampa col or i da do Cri st o de cor ação sangr ando.Com cui dado arr anca o di a ant er i or j ál i do e vi vi do e vaibuscar os ócul osparaverdeper t oonovodi a.Lêonomedosant o.Pensaum pouconaf r asepar amedi t açãoeexami naasf asesdal ua,quando Gr egór i o vi vi a,cost umava avi sál ot odas as manhãs,Hoj e é Lua Chei a. Hoj e é Quart o Cr escent e. El e agr adeci aai nf ormação embora j á soubesse t udo sobre esse céu.Sobr e essa l ua,sua pai xão.Mi nhapai xão.Daquidaj anel anãopossovêl amasseique ai nda est ár ol ando nest a madrugada que começa a cl arear . Gr egór i oesuafixaçãonal uzquesangr acomoocor açãodoCri st o docal endári o.O Et ernoFemi ni no,di sseCordél i aeel esorr i u.At é t ardedanoi t epaiefil haficavam conver sandosobr eosast r osede mi st ur a vi nha t ant a coi sa.Àsvezesel e di ssol vi a no copo d' água duas aspi ri nas.A dor ,pai ?,el a per gunt ava e el e negava,est ava bem.Est avabem.Er ael aquem pr epar avaochocol at equent eque t omavam com bi scoi t o.Ant es,el er ecomendava,Nãoesqueçaol ei t e par aoRahul .Eu medei t avanami nhaal mof adaeouvi a.Masi sso f az t empo, não i nt er essa,di z a Rosona.Que nessa época não parava em casa, ou est ava r epresent ando ou se exi bi ndo em al guma f est a.Chegava quei xandose das pessoas,das comi das, est ava sempre encal or ada quando se est endi a no canapé e se abanavacom umavent ar ol achi nesa,Ô!MeuPai .SóparaDi oní si a confidenci ava,Oscal or esdamenopausa,sof r ot ant o!Devi aandar pel osci nqüent aanos,l ásei ,ment eai dadeagor aeant es,ni nguém mai ssabe.
Quer i adormi remeusol hosest ãoesbr aseados,meusol hose o pei t o.Tão pequena a mi nha cabeça,não ent endo como pode cabernel at ant acoi sa.Poei r adel embr ançasquecaber i am at éna casca deuma noz.Seeu consegui ssearrumaressa poei r a quem sabeencont r ari a oscubosquef al t am para f ormarosquadr osdo j ogo,o meni ni nho de cachos espal hava as peças no chão mas f al t avasempr eal gum paracompl et ararodadosanõesdaflor est a. Ouovest i dodapri ncesapr esanat orr e,euchamavami nhai rmãe el a aj udava. Mas l ogo per di a a paci ênci a, er a i mpaci ent e, i rr i t adi ça.A vozficavaest ri dent e,Est ej ogosechamavapâzel ,vai , r epi t acomi goat éapr ender ,di gapâzel ,pâzel !Al guém sedei t ouno chão— mi nha mãe?— r epart i ndo comi goa vi sãoradi osa deum cal ei doscópi o desabr ochado em pedr ari as de flores, Pega e vá gi r andobem devagar ,assi m. . .Nat ardeem queencont r eioDi ogo dei t adonasal mof adasdocanapéeol handoocal ei doscópi o,parei est arr eci do.Que bel eza,el e di zi a bai xi nho.Fechava um ol ho e col ava o out r o ao vi dr o do canudo,Que bel ez a!Venha ver ,gat o, convi dou quandomeapr oxi mei .O cal ei doscópi oqueomeni ni nho vi u não seri a esse mesmo que Di ogo achou nos guar dados de Rosona? Não havi a doi scal ei doscópi osmas apenas um,i nvent ei out r o. Como i nvent eiest a al ma t r ansmi ssí vele t r ansmi gr ant e, ví rusquehabi t ou t r êscorposat échegara est eat ual .Nãohouve nenhum col ardepr at acom ai nscri ção,nãohouvenadadi sso,o quees t avanopescoçodoj ovem r omanoser i aapenasacol ei r aque Rosona r esol veu afivel ar no meu pescoço e que acabei est r açal hando nos dent es, não er ai sso? Foipara f ugi r de mi m mesmo que i nvent eios out r os corpos,que me al i ment eidesses out r os,t ão si mpl es t udo.Tão si mpl es,concl uíe me dei t eisem f or ças.Di ogodei xouocal ei doscópi oel i gouot ocadi scos,Quegat o az z ait mai st ri st e!Um poucodej v eani mar ,gar ot o.Li gou ot ocadi scosel ogoseesqueceudemi m,ouvi ndoem êxt aseosaxof one. Eu t edareium novocorpo,f oiapr omessadeDeus.Um novo cor poat odoaquel equemer eceressecorpo.Quer oacr edi t arque f oipormer eci ment oquer ecebiumasegundavi da.Com di r ei t ode
sai rdel a,eu memat ei .Fi cou t ão poucodessa vi da br eve,não é f ant asi a,eu seiqueessepoucosedi vi deemul t i pl i ca em out r as l embr anças com a r api dez dement ada das i magens do cal ei doscópi o.Fuium at l et a.A manhãédef est anagr andepr aça deesport es.Est ou cor r endonumacompet i çãoder ev ez ament o,há t ant asbandei r as.O céu deum azular dent ees t át ão bel o,o sol acaboudenascer— sempr eosolnascendoou sedespedi ndo.Com of ervor de um her óicorr o de quei xo er gui do,l evando na mão est endi daat ochaacesa.Asucessãodei magensagor asedesenr ol a di f í ci lcomonum vel hor ol odefil medet eri orado,t ent omel ocal i zar noespaço.E nãoconsi governadaal ém doat l et acor r endocom a segur ança de quem est á dent r oef or a da compet i ção,at or e espect adorcomoacont eceu na casa r omana.Sem aquel a ri queza decor es,ai magem éem pr et oebr anco.Dev oent r egarat ochaao parcei r o que não vej o,el e vem at r ás para me ul t r apassar ,ouço suaspassadas.E mai srápi dodoqueeu,adi ant ouseet ant oque si nt o seu baf o ar dent e assi m que ficamos emparel hados. Vou passar l he a t ocha,j á est endeu a mão.Si go firme ol hando em f r ent e. Se vol t ar a cabeça poder ei vêl o mas devo esper ar o moment opr opí ci o,Agora!Cerr oosmaxi l ar es,vouest enderobr aço mas sopr a o vent of uri oso f azendo a t ocha vaci l ar .Apagouse a manhãcom oseu at l et a.Nasseqüênci assegui nt esequesur gem mei o empast el adas, há copas de árvor es f arf al hant es que se conf undem com cabel ei r as porent r e as quai s espi am ol hos.Ou f rut os,éum pomar . A t osca máqui na de pr oj eção est á hesi t ando e par ece emper r ada a mani vel a quevaipuxando com di ficul dade osúl t i mos f r agment os de bor das corr oí das. E de novo as i magens surpr eendent ement e ní t i das:est ou no hospi t al ,dei t ado na cama deesmal t ebr anco.Apr oxi mamsedoi smédi cosdel ongosavent ai s, gor r os emáscaras.O pri mei r o médi co es t á mai si nt er essado em mi m,i ncl i nase.Seusal ongadosol hoscast anhossãoduasbarat as l ust r osasempar el hadasnaest r ei t af ai xaent r eogorr oeamáscara. Det i ver amseem mi m com cert a gul a,per corr er am r api dament e meu corpo.Est aci onar am novament e na mi nha car a com uma curi osi dademal i gna.Nãosi nt oseusdedosapal pandomeu pul so.
Desi nt er essasecom um gest odeenf ado. — Est ámort o. O out r of al ou e a voz f ezondul aro t eci do t r ansparent e da máscar a. — Sui cí di o? — I nj et ou umacar gacaval ardeher oí na.Dei xou um bi l het e. Tent odesesper adament emel evant areavi sar ,est ouvi vo! E omeu cor posut i ldescobrequenãot em mai somenorcont r ol esobr eocorpoquedei xeinacama.Dei xeiai ndaum bi l het e.O queescr evinessebi l het e?Amáqui naemperr adapr oj et aosúl t i mos f ot ogr amas devor ados pel a mancha i rr egul ar de um branco empel ot adodevômi t o. Ai ndaai nvenção?Si mpl esnecessi dadedecompensaraf orma at ualat r avés da f ant asi a — ser ái sso? Nessa l i nha,i nvent eia cor ri da com a t ocha e o par cei r o que vem me subst i t ui r ,cl ar o sí mbol o da vi da em out r as t er r as.Com out r as gent es.I nvent eio j ovem na casa r omana como i nvent eio meni ni nho decachosna casa das venez i anas ver des,a mai sl onga das i nvenções,t ant as mi núci as.A ci dade é pequena,vej oa se est endendo pel a rua pri nci paldet er r aver mel ha.O l agocom suasmarr ecassel vagens. A casa dosmor cegos.Não t enho i déi a do quef azi a meu el egant e painessaci dadeondeoDi aboper deu asbot as,di zi ami nhai rmã. As bot as e as mei as,acr escent ava a agr egada e mi nha i rmã ri a mei o enver gonhada da al egri a.Eu sabi a que o gat o da hi st óri a t i nhabot as,mast ambém oDi abo? Na noi t e ant i ga ouço essa i rmã di zerbai xi nho que mamãe t i nha pi or ado,pr eci sava com ur gênci a de um t r at ament o séri o. Hoj enem mer econheceu!A agr egada mexi anar oscado l ampi ão dequer oseneeseusol hosf or am ficandodomesmover dei nt enso da l uz.Fal ou mas não ent endo o quequi sdi zer .Só mai st ar de, enquant omedavabanhoéquer et omeiaf r aseeacheiosent i do, Ont em el ameper gunt ouquem er aomeni noqueandavapel acasa. Pr ocur ouni raspont asmei or ot asat r avésdoTempor ealou
i nvent adoenquant oficomeper gunt andooquei ssot udot em aver com um gat o.Sem r açaesem caça.QueRosaAmbrósi oencont r ou na rua quando saí a do t eat r o,er at ar deda noi t eeeu mi ava t ão t ri st i nho,cont ou aLi l i .Enfiou opobr edogat i nhodent r odobol so docasacoef oicomprarumamamadei r a,est avacom ocasacode vi son,Aquel equemandeir ef ormarcom t i r asdecour o,ficouót i mo, vocêsabe! Li l isabi a.Nodi asegui nt eviDi ogopel apri mei r avezquando el eent r ou na sal a.Saídet r ásda cor t i na eficamosum i nst ant e nosol handonosol hos.El eri u,mesegur ou com doi sdedoseme l evant ou com a habi l i dade do vet er i nári o que conhecidepoi s. Fi queiesperneandonoar . — Masondeamadamedescobri uest egat i nhopest eado? Er aai ndaapenasosecr et ári opr ogr amadorda at ri zmi mada ecansada,el aj á sequei xava decansaço.Quando medei xou no t apet e,pr ot est eicom mi adost ãoescandal ososqueel evol t ouari r . — Hauuuuul ! . . .Hauuuuul ! . . .,el er epet i ubal ançandoocorpo como um pêndul o,o ol harsent i ment alenvesgado no t et o.Seu nomeagor aéRahuuul ! ,avi sou er esol veu meat i r arbol i nhasque i af azendo com oj ornal .Eu aparavaasbol i nhasnoar ,gost eido bri nquedo,gost eidel e.I a sal t andocada vezmai sal t oat équeao i nvésdabol i nha,meat r apal heieagarr eisuamão. — Vocêarr anha f undo,el egemeu chupando a got a desangue.Foicuspi rna pi a.Quando vol t ou,f uit odo al egri nho ao seu encont r o,quer i abri ncarmai s.El emepegoupel orabo,mesacudi u emeat i r oul onge,Seufil hodamãe! Nem sabi aai ndadasmi nhasunhasmasseer aum gat ofil hodamãenão podi a mesmo serboa coi sa.Foia pri mei r al i çãoque apr endi ,não podeseri nocent equem não t em o pr est í gi o deum pai ,mãenãoéobast ant e.Ti veaquel aqueengat ou com um gat odot el hado,mepari u,meamament ou enquant o pôde eficou em al gum desvi o.Com quesof r egui dãoeu meagarr avaàssuast et as comoseadi vi nhassequel ogoi ri aper dêl as,ficou nodesvi o.Sai u paracaçaref oicaçada,descobridepoi squeohomem sent emai s
pr azerem mat argat os,coi sadei nst i nt ocompet i t i vo,ogat oémai s ast ut odoqueocachorr oeaast úci aespi caça.Fi queiàesper adel a nonossoni nhodebai xodast el has.Nãovol t ou.Fome.Fri o.Descie par eina esqui na chamando em vão.Foiquando a Rosona vei o vi ndocom seusami gosecom suapi edade,Ol haopobr egat i nho! , di sse e me abri gou no bol so do seu casaco e no seu cor ação sensí vel ,aesper adequeeucr escessepar amecast r ar . Mas t i ve um paiant es.Morr eu j ovem,as t r ês mul her es da casa est ão de l ut of echado. Como seri aor el aci onament o do meni nodecachoscom essepai ?El enãosabemassesent evagament e ameaçado no i menso casar ão e ent ão se esconde nos cant os,ent r anosarmári os,nasar cas.Fogeàsvezespar aopomar ondeai rmãou aagregadavaibuscál o.At er cei r amul herdacasa, essanãosei mpor t anem com el enem com nada.A mi nhamãe.E amai sal t aeamai sboni t amashá nasuabel ezaumamor ni dão estagnada. — Est ápi or ,di ssemi nhai rmãefiqueisem saberaquem se r ef eri aessai rmãest r ábi caquel embr avaomoçodor et r at o.Porser bai xaet ercabeçagr ande,decost aspar eci aumaanã. Surpr eendi a cer t a vez no qui nt almet i da numa cami sol a, secandooscabel osaosol .Par einum espant o,mi nhai rmã?Ti nha a expr essão docee seus cabel os sol t os bri l havam t ant o que saí cor r endo e f uichor arat r ás da port a.Quando el ar eapareceu j á vest i da, vi nha com a car a de sempr e, desconfiada. Dur a. As t r ançasuni dasnanucaporum l açomesqui nho. Chego à agr egada mest i ça.Não seio nomeda mi nha i rmã masseionomedaagr egada,Mart a.Tem ol hosasi át i coseoper fil deumar ai nhaexi l ada.Lavou mi nhacabeçaeagor aenr ol ameus cachosnuma vel a,équem cui da demi m edacasa.Mi nha mãe querpareceraf et uosamasexi gemui t odesimesmanesseesf orçoe l ogoseret r ai ,Agor a,não,fil ho!Arr ependese,quermeagradare acabameempurr ando,Porf avor ,Mart a,l evaessemeni no! Asal adevi si t assem vi si t as,ocupadapel osmort osdagal eri a
deret r at os.O pi anodecast i çai sdet r êsbr açossegur andoasvel as vermel has.Em ci ma do pi ano,o l i vr o de f echo de pr at a com a est ampa doGat odeBot as.O sor ri soeapl uma.Er aumagr ande pi ani st a,di ssemi nha i rmã apont ando para o r et r at o da Avó que ganhou amol dur amai spreci osadagal er i a.Eu sabi adoseu amor pel aAvóeaf et avacuri osi dadepel amat r onadevest i dorepol hudoe t oucadopr et oamarr adosobapapadamasquem mef asci navaer a a moci nha j unt o do moço de bi godes engomados:mi nha mãe e meu painodi adonoi vado.El eencaraof ut ur ocom aarr ogânci a dosest r ábi cos,abocaadver t i ndoobst i nada,At équeamort enos separ e!El a aper t ou a boca com pudorda própri a bel eza mas o ol harr adi oso assume com cor agem a gr aça do amor ,Est ou t ão apai xonada! Dei xo osnoi vose mevol t o para a mul herdel ut o queme obser vacom i ndi f er ença.Mi nhamãe.Façocaret aspar adi vert i l a, mont o no cabo da vassour a e sai o gal opando,upa,upa!E sua expr essão é a mesma com que ol ha par a o saco de bat at as. Nenhuma r el ação ent r e el a e a moci nha sonhador a do r et r at o.Foidepoi s da mor t e do meu paique ficou assi m oca? Depoi s,l ouca. Est ãomepr eparandopar aal gumaceri môni a,Mart amesent ou namesaemol hameu cabel opar aenr ol aroscachos.Obedeço mas meu pensament o escapou l i vr e por ent r e samambai as e avencas em busca do t uf o de f ol has vel udosas,aquel as f ol has maci asqueeu esmi gal hava ent r eosdedos,o perf umever denos dedos,nasnari nas.Mal va.Ent r onocant ei r odasrosasver mel has quet i nhavont adedemor derdet ãocarnudas,mor di aosbot ões.O pomarcom as ar anhas r ef azendo i nfini t ament e as t ei as que eu despedaçava.Vol t oasal aepassoosdedossi l enci osospel ast ecl as do pi ano que est á sempre f echado,mi nha i rmã sabe t ocarmas ouviMart adi zerqueopi ani st abri l hant eer aopai ,porquenãome l embr o del e? Os meus esconderi j os noscant osmai s escur os do casar ão,abr o o gr ande armári o e af undo a car a nos vest i dos dependur ados.O chei r odosvest i dos.Naarcamai orossaqui nhos de fil o guar dam r aí zesaromát i casmas quer o o chei r of ort e dos
cr i st ai s de cânf ora,chego a t ervert i gens quando esmi gal ho as pedri nhasbr ancasenel asesf r egoacara.Servepar amat art r aças, r espondeuMart aquandoper gunt ei . Agor a est ou sent adonumacadei r a devi me,vãot i r aromeu r et r at o.A mesacom at oal hadecr ochê.A j arr adepor cel anacom asfloresdepapel .Vimui t odessasfloresnosal t ar esdai gr ej aenos andor es da proci ssão, eu det est ava essas proci ssões como det est ava a mi nha r oupa de anj o com as asas equi l i bradas nas cost as f ei t as do mesmo papelencr espado das flor es.A r oupa de apóst ol ot i nha um mant o vermel hover de, est ava sempr et r opeçando nesse mant o enquant o pr ocur ava mamãe na fil a das beat as, Onde você est á, mamãe?. . . Ou me pr ocur o ou est ou procur ando al guém,procur oanasal ado homem dospanospret os,A senhor a est á aí ,mãe?!Há nessa sal a um bi ombo j aponês com gr andesl equesdesenhados,ci smoqueel apodeest arescondi daat r ásdosl eques,Mãe?! . . .Mi nhai rmãmeagarr apel obr açoe mef azvol t araocenári odevi me.Arrumacom gest orudeagol ada mi nha bl usa,aj ei t a meuscachosj á despencados.Começo a me encol her .El al evant a meu quei xo,querquef aça car aal egr e.Que most r e os dent es.Est ou quase chor ando quando o f ot ógr af o se met edebai xodopano,ficou i nvi sí vel .Par adescobri rquenãoest ou t ri st e,mascom medo. Acasaamanheceudi f er ent e,mai sagi t ada.E ao mesmo t empo,si l enci osa,com mi nha i rmã empi l hando as r oupasdosarmári oseMart aandandonapont adospés,um l enço amarr ado na t est a,a enxaqueca.Quando asduassecruzavam, t r ocavam ol hares.Gest os.E segui am com suast aref assecr et as.Vi mamãequandomi nhai rmãf oibuscál anoquart o.Est ava com o casaco dei rà i gr ej a ea mant i l ha del ã cobri ndol hea cabeça e descendo num amont oado de pr egas at é os ombr os.Luvas de pel i capr et a,f azi af ri o.Passoupormi m sem mever ,apoi andoseno br aço da mi nha i rmã que t ambém est ava de l uvas,carr egando umaval i sel ust r osa.Mart amet omoupel amão. — Vem,vout econt arumahi st óri a. Mi nha i rmã vol t ou sozi nha da vi agem. Bei j ou Mart a,me
bei j ou e não di sse nada.Anoi t eci a.Fuiat é o pomarmas vol t ei corr endoeent r eipel aj anel anoi nst ant eem queouvimi nhai rmã di zerque pr eci sou i nt er nál a.Di sse i sso enxugando as l ágri mas com ol ençot arj adodepr et oquet i r ou dobol sodasai a.Cal ouse assi m que me vi u.Mart a abri u al at a e me of er eceu sequi l hos. Est avam dur os.Sent ei menochãoroendoossequi l hosechor ando por quequeri ami nhamãe,nãoaquesai u demant i l hamasaque ficounor et r at o.O l ampi ãoacesoem ci madamesa.E asduascom seus t r abal hos de t ri cô,o som vel ado das agul has de osso se pr ocur ando e se r epel i ndo por ent r e a mal ha.E se eu f osse a mari posaqueent r ou pel aj anel aecomeçou avoaresbaf ori da em r edordol ampi ão,amari posanãot i nhamedo.Nem af ormi gar ui va quevisai rda f r est a do soal ho esegui rnum andararr ogant ena di r eção da cozi nha. Habi t ada pel os vel udosos mor cegos dependur ados no t et o,l ongos como os bri ncospi ngent es pr et os que mi nha i rmã usava aos domi ngos.Er a bom ser mor cego? Penseiai nda em serpassar i nho mas nesse devanei o nunca me ocor r euserum gat o. Nanoi t edol ampi ãover deviMart at r azeroál bum decapade vel udoeumagr andecai xacom r et r at osdaf amí l i a,nessamanhã t i nhaespet adoum espi nhonodedo,quei xavasedodedoi nchado. Sonheiou ouvial guém di zerqueMart a,aagr egada,t i nhamorri do porcausa de um espi nho? Espal hou osret r at os na mesa e f oi t r azendoasel eção.Quandochegoumi nhavez,el af r anzi uat est a. — Não ficou bem,el e sai u com uma car at ão assust ada. Mi nhai rmãpuxoubri ncal honaapont adami nhaor el hamaspel os seusdedospudeaval i arsuai rri t ação. — Mas é essa a car a del e,Mart a.Não est á vendo?Vol t oà ci dade r omana onde não me l embr o do medo,só do amor .Um amorsem di ál ogo,f oiobast ant e?Foibr eve. Vem mai sf ort ea t osse de Di oní si al á no quart o,acor dou compl et ament eedevees t arsent adanacama,coçandoacabeçae pensando.Ont em Rosona pedi u que el a se l embrasse de Di ogo
nassuasorações,Reza,Di ú,el epr eci sa vol t ar !ficou r epet i ndo e cobri ndo a car a,es t ava na sal a dos espel hos.Fuipara a mi nha pol t r ona.Sepudesse,passavaum t el egr amaparaDi ogoTor quat o Nave Onde El e Est i ver :Rosa Ambr ósi o depende de você e eu dependodel a para vi ver .Pont o.Quert era bondadedeaparecer ? Assi nadoRahul . Na condi ção de um gat o com seusdepósi t osdegor dur ase l embr anças,nor ançodasdobr asmel embr odeRosonadei t adano canapé e pedi ndo ao Di ogo que l he fizesse uma massagem r el axant e nas cost as,est ava t ensa.E quei xouse,Est amos nos af as t ando cada vez mai s de um pl anet a de harmoni a e nos apr oxi mandor api di nhodeout r opl anet af ervi l hant edevi ol ênci ae desesper o.Di ogo at al houa,Não est amos nos apr oxi mando,nós somosessepl anet a.
5 O consul t ór i o de Anant a Medrado er a de uma pr ofissi onal sem vai dade.Di sci pl i nada.Reflet i ndo ( como num espel ho)o seu despoj ament o, j á vest i u o avent al . Cal çou as mei as br ancas. Sapat osf echados,sem sal t o.Acabel ei r acr espaest ári gor osament e puxadaparat r ásepr esananucaporumal ar gafivel adomesmo t om cast anhoescur odoscabel os. — Se você cort asse uma l i gei r af r anj a e pi nt asse os ol hos, hem?!Bast ari aum t r açodel ápi sazul t ur quesadel i neandoaspál pebr as e pr ont o,seus ol hos ficari am i mpr essi onant es! ,sugeri u Rosa Ambr ósi o numa das suas pri mei r as sessões.Anant a deu eopat r a Exot i c umarespost avaga,um di aquem sabe?usari aoCl EyeAcc ent s.E cort ari aaf ranj a( l i gei ra)epassari aoverni z( i ncol or) nas unhas,Um pouco de bri l ho nessas unhas,meni na!Mas o l ápi sl azúl i( pr esent e de Rosa)há mai s de um ano cont i nuava i nt ocadonagavet a. Exot i cEyeAccent s.Osol hosamendoadosdeAnant aMedrado se apert ar am l i gei r ament e.Er a uma vez um r at o que morava
dent r odeum quei j o.Um di aorat oficoucuri oso,qui ssaberoque sepassaval áf oraef oiespi arporumadasj anel i nhasdoquei j o.O gat o vi u or at o ol hando pel o bur aco e nhoc!f ez el at ent ando agarr aror eflexodapr ópri amãonamesapol i da.Foicont ornando amesa,aexpr essão( mal i ci osa)decaçadorl evandoapr esa.Abri u agavet a.Abri uamão. A flanel aest ava dobr adanocant odagavet a.Passouadevagarnamesa.Passouanospoucosobj et osenenhum supér fluo:o t el ef one cast anho ( no som mí ni mo a campai nha i mi t ava um besour oent err adovi vo)eoci nzei r osem ci nza.O r el ógi opr at eadoe obl ocodenot ascom acanet adeprat a.Apeçamai si magi nosaer a oabaj urdeaçof ri o quel embr ava um ol ho quandoaceso,es t ava aceso.Anant a est endeu a mão para apagál o et i r ou da gavet aa agendamai or .Noret ângul obr ancodacapaequeer areservadoao seu nomeel a escr eveu com l et r a de f ôrma quefizer aum esf or ço i ncessant epar anãor i di cul ar i zar ,nãol ament arenãodespr ezaras açõeshumanasmascompr eendêl as. Com out r as pal avr as e ant es de Spi noza aquel e Jesus não di sser aamesmacoi sa?Nãoj ul guei senãoser ei sj ul gados;nãocondenei senãoser ei scondenados;per doaieser ei sper doados. Abri uaagendanapági nai ndi cadapel omar cadordecour o.A observação no al t o( t i nt a ver de)f or a escri t a com l et r a ní t i da:Da i nconveni ênci a( nst al aroconsul t ór i o gri f adoi nconveni ênci a)desei na pr ópr i ar esi dênci a.Pi orai nda,acei t ar um caso r esi dent e no pr ópr i oedi f í ci o. mprudênci a er at er acei t o Rosa Ambrosi o mor ando al i A i embai xo,devi af al ar sobr ei sso com o dout or Nazari an. Com ur gênci a.E seaconsel har( t ambém com ur gênci a)na i mobi l i ári a, poder i avenderot er r enodoMorumbiparacompr aroconj unt odas sal as.Nocasodef azeronegóci o,Fl ávi aacei t ari aficarcom asal a mai or?Um l embr et e( ur gent í ssi mo) :mandarconser t arasecr et ári a el et r ôni ca.Vi nham em segui da as sessões do di a,Hel oí sa,duas hor as. Lul u San Mar t i n, quat r o hor as. Rosa Ambr osi o ( a confirmar ) ,ci nco hor as.Cancel aro encont r o na DDM Li vr ari a.
Noi t el i vre? A i nt err ogação,cont r ast ando com a l et r a or dei r a,t ombava ( desgarr ada)no branco finalda pági na.Guar dou a agenda mas ficou com o mar cadorf r anj ado.Passou a f r anj a acar i ci ant e no quei xo.Ol hou o r el ógi o da mesa.O r el ógi opul sei r a.Ti nha ai nda vi nt emi nut os,concl ui u eapr oxi mousedo di vã cobert o poruma l evemant axadr ez.Cont ornouoechegouaest ant ecom pr at el ei r as que subi am at éo t et o.Per corr eu di st r ai dament e os l i vr os ( quem querl eragor a?)evol t ou aguar darosócul os.Sent ousenacadei r a ( asuacadei r a)col ocadaaol adoeum poucoat r ásdacabecei r ado di vãcat r e.Junt ou os pés.Dobr ou o t r onco para f r ent e e ficou ol handoossapat os. Desdecr i ançael asempr egost ou doj ogosemnomequeconsi st i a apenas em r ondaro al vo desej ado ( e quant o! )mas sem a menorpressaem at i ngi l o.At équei nesper adament e,flexi onando aspernasei ncl i nandoocorpopar at r ásat i r avaaset acer t ei r ano cent r o dos cí r cul os negr os,l á onde est ava desenhado o cor ação vermel ho.Ant es,opaci ent eensai oda di sper sãonoscí rcul osque cer cavam ( ef echavam) o al vo da prancha. Dei xar cr escer a expect at i va r et ardando o i nst ant e de cr avar os dent es na maçã escondi danobol sodacal ça,amaçãficavanof undodessebol so.O encant o est ava em ci r cul ar com nat ur al i dade sem l evant ar suspei t a,opr azer( mai or)est avani sso,em seexporseescondendo. O ri sco do quei j o.A paci ênci a em esper ar pel a hor a pr opí ci a amadur eci da no escur o.Ousar( com cor agem)a al egr i a pr oi bi da. Pr oi bi da?Vol t ousebruscament eparaaj anel acom suascort i nas cai ndoret as,domesmot om cast anhocl arodot apet e.Havi asoll á f or a maso t eci do compact o per mi t i a apenasa passagem deuma l uzdi scr et a. Opaci dade.Qui et ude.Porquepr oi bi da? Essa al egr i a.Onde es t ava a t r ansgr essão se a j anel a( ou a f rut a ou o doce)l he pert enci a,poi snão pert enci a?Pert enci a enão pert enci a.Est i cou asper naser ecost ou anucanoespal dardacadei r a.Vol t ou parao t et oool harat ent o.Ar espi r açãoficou acel er ada.Curt a.
— Tenho um Vi zi nho,anunci ou e enfiou a mão no bol so, comosef osset i r ál odal i .Chegou asel evant ar ,daral gunspassos nadi r eçãodot ocadi scosencai xadonaest ant ej unt odospot esde or quí deas.Vol t ou à cadei r a. Sempr e pr eci sou de músi ca para pensare r epensarnos pr obl emas ( t eor emas! )pr ópri os e al hei os. Const el açõesdet eor emast err est r esecel est es,oscel est esficavam com opr of essorGr egóri oeseust el escópi os.O est r anhopr of essor Gr egóri of or mando com a at ri z e a fil ha uma const el ação r ar a. Mi st eri oso at éna mort e,nãof oium enf art of ul mi nant e,f oiout r a coi saf ul mi nant e,out r acoi saoquê?Anant af ezogest odel i cadode quem af ast a um i nset o del i cado,agor a não queri a pensar no pr of essorcom seust eor emas,avezdoVi zi nho. Si l ênci o ecal ma para seconcent r arnesseVi zi nhoi nst al ado no andarde ci ma,o sét i mo.I nst al ado? Nenhum móvel .Nenhum obj et o.Não sabi a deondeel evi er a,não sabi a para ondei a,não sabi anem seer ar eal .Sabi aapenas( pr ocur ou osócul os)deuma presença t ão f or t e e t ão poder osa que cert a noi t e t eve o pr essent i ment o de que a f ace ( ou f oci nho)i a aparecerno t et o, chegou a ol har o t et o. Ai nda não,pensou abri ndo as mãos. Exami nou asunhas.Pareci am mai sescur asessasunhaseasescovara comof azi at odasasmanhãs.Out r a coi sasi ngul ar( t ant as si ngul ari dades! )é que as unhas escur eci am quando el a ficava assombrada( ou f asci nada)enem t odaáguaenem t odosabãodo mundo,como di zi a Rosa Ambrósi o ol hando para aspr ópri as na hor a do r emor so. Os mai s r ar os perf umes do Ori ent e — Shakespear e?Di f í ci ldi zer ,or epert óri odaat ri zsemi st ur avaaodas peças num caos que se assemel hava ao f undo da sua sacol a Lanvi n ondei a enfiando t udo — di nhei r o,pent e,bat om,ci garr o, cader no de ender eços, aspi ri nas, chavei r os, col í ri os. Tant a di ficul dadeem pescarum si mpl esi squei r onaquel ef undo,l embr ou Anant at i r ando os ócul os.Fechouos na mão.E nem pr eci sar a del espar a ver( capt ar)o Vi zi nho quechegava t odas as noi t esno sét i mo andar , o das got ei r as. Sem i dent i dade. Sem bagagem. Ref ugi andoseno escur o at évi r arum caval o,aqui l o não er a um caval o?Um caval o.
Ent r avanoseu andardehomem ai ndaj ovem masprudent e. Vi gor osomascaut el oso,nãoqueri asernot adoepori ssoexager ava na di scri ção.No cui dado ( não acendi a as l uzes)de pi sar sem obst ácul osesem pr eci pi t ação.O ri t ualdosgest os:t i r avaochapéu, os sapat os.A capa i mper meáveler a a peça mai s di f í ci lpor que i ndóci l , podi a di st i ngui r o ruí do f ri o do t eci do ( pr et o) sendo dobrado.Amont oava t udonum cant o.Dei t avasenessechãosem t apet e,exat ament e no cômodo que corr espondi a à sal a ondeel a r ecebi a seus paci ent es.E ent r egavase ( t ambém el e paci ent e)à met amor f ose.As vezes chegava mai st ar de e seus movi ment os par eci am mai s vagar osos. Ou essa vagar eza corr espondi a( por cont r adi ção)aum ri t momai svel oz?I mi t andoor ecur socl i chêdo ci nema que r ecorr e à câmar a da l ent i dão quando querexpri mi r vel oci dade. O Vi zi nho ent r ava homem e vi r ava um caval o.E depoi s? Esper a.Vamosquest i onarsem af obação,com l uci dez— maser a possí vel ?r aci oci nar com a f ri eza de um equi l i bri st a na corda, ol handoem f r ent e,um pédepoi sdoout r o.Um pédepoi sdoout r o. Obedecendo ao ri t mo i nt er i or ( i sso er a deci si vo) at é chegar l uci dament eaofim dat r avessi a. O ri t moi nt er i or .Nodi ári o( nagavet a damesahol andesa do quart o)escr eveu Anant a com al guma ênf ase que o mês de abri l t r ouxer a uma novi dade:chegar a o novo Vi zi nho da cobert ur a. Como ser i a el e?Al t o( i nt ui u queer a al t o)ef ort eembora pi sasse com l eveza,com medo depert ur bar .Per t ur bara quem? a el a,a vi zi nhamai spr óxi madesdequeaci maest avaocéu.Est avaanoi t e com aqualel echegavanasuacapadenévoa.Apar ent ement eum homem sócom seusegr edoeseuri t mo. t ou com l et r ami úda.Desenhou Apr i li st hecr uel l estmont h,ci um pequenocor açãoi nocent eedent r odel eescr eveuonome,T.S. El i ot .Na pági na segui nt e( out r odi a)cont est ou com humorqueo mêsdeabri lnãoéomêsmai scruel ,éomêsmai sl ouco.Umanot a adi ant e sobr e o debat e na USP que t i nha cor ri do bem,havi a
i nt er esse sobr eo t ema A Condi ção Femi ni na, Abor t o. Mas l ament ou a f al t a de Jô ( vi aj ando)e a f al t a de Fl ávi a( gri pe)que seri aamoder adora.Conf essou t erf ei t ooquepôdemasnãoest ava em f ormapor quesaí a( ou ent r ava)naenxaqueca.Dout orNazari an f orahospi t al i zado,suspei t adepedr anori m. Pr ossegui a o di ári o na quart af ei r a 3,quando el a começou di zendoquet i nhaandadoduashor asequeseenl ouquecesseum di a seri a uma l ouca ambul ant e enão est át i ca.Corri gi u adi ant e, podeserquesej aext át i ca,nãosabi a.Nãosabi a.Dout orNazari an f ora oper ado ( vesí cul a)e passava bem.Mart a Mart el l iocupara a horadeLul u Mart i n ef al ou quarent ami nut ossem parar( del í ri os) e depoi s dormi u. Vodka?, sugeri u e prossegui u( mudança de canet a)i nf ormando que na despedi da ( pr omessas,l ágri mas)el a dei xar anamesaor evól vercom oqualdi ssequei asemat ar ,um Smi t h 38 de pl ást i co.A br eve vi si t a à cr eche ondever i ficou que f al t at udo( cr i seger al )eondedei xou um chequeparaacompr ade doi s ber ços.A enxaqueca ( f ort í ssi ma)t i nha vol t ado.Não f oiao Consel ho mas empr est ou o car r o à Fl ávi a par a apanhar as meni nas. Quer o andar , escr eveu com sua modest al et r a que ocupava um modest í ssi moespaço.Li vr ari a ef armáci a,l embr ou e f ezar el açãodascompr as,aspi ri nas,col í ri o,cot onet esel ençosde papel .Absorvent es. Ot el ef one( easecr et ári ael et r ôni ca?)t ocar aal gumasvezes:o paideMart a Mart el l iquei xandoseda i nflação eda fil ha quese apai xonar aporum del i nqüent e,nãoser i af áci lpar ael a( anal i st a) af ast ál a do dél i at eve doi st empos,no punk?O chamado de Cor pri mei r odi ssequeest avaapai xonada( Quasemorr idepr azer ! )por um namor ado( sessent aequat r oanos)quei aabandonaramul her , fil hos,negóci os( banquei r o)par af ugi rcom el apar aaAust r ál i a.No segundot empoocupousedeRosaAmbr ósi oqueandavabebendo demai s,quer i asabersenãoser i aconveni ent ei nt er naramãezi nha que pi orou ( t er i a di t o pi orou?)desde que Di ogo ( um i ngr at o)f oi embor a.Pedi u umaconsul t a,pr eci savadeori ent ação.Respondeu quenãopodi a( em nenhumahi pót ese)r ecebêl a. Anant af ezuma pausa no di ári o.Depoi sdeal gumasl i nhas
em br anco,r ecomeçou ( out r a canet a)com l et r a mai s enér gi ca f ri sandoquel hefizer aum bem enor meacami nhada ( quaseduas hor as)pel o par que.Com o moment o mági co em que abr açou aper t adament eot r oncodeumaárvor e,sent i ndonapel eoásper o dasgr et as.Recorr oassi m àsmi nhasr eservasflorest ai s,escr eveue gr i f ou. Vi nha em segui da uma observação, i at r ansf eri r Rosa Ambr ósi o par a out r o col ega.Dout or Moi sés? R.A.( não acei t a mul her )di ssequepr eci sadeumat r égua,dout orI van? A l et r a agor a fluí al eve : spi A r i na amer i cana deFl ávi a.Ef ei t o r ápi do.Li gou M.L.( r et or no)eFl ávi a.Pesqui sa sobr eoadul t ér i ona l i t er at ur a,Capi t u éi nocent eou cul pada?Nãosei ,r espondi .Fl ávi a r i u,par aamai or i a( homens)Capi t uéi nocent eeDom Casmur r o,um neur ót i co.Par a as mul her es,c ul pada.Poucos ( dos consul t ados) l er am o r omance.Concor dei ,ni nguém l ê.Desl i gou,t em namor ado novo.Duaschamadas,engano.Ti r eiosom dot el ef one,l i gueiot ocadi sc os.Quando me sent eipassava das nove hor as.Noi t ef r i a. Pr ocur ei( i nut i l ment e)aant ol ogi adeC.D.A. ,af axi nei r avei oont em. Or uí docomeçouem ci ma.Tr oqueiodi sco( Chopi n)eapagueial uz. Anant a sent i u a cabeça como uma l âmpada ar dent e que é desat arr axadadocor poecol ocada( com cui dado)aol adodal âmpada supl ent eeapagada.Sem dor .At arr axou a supl ent eeficou esper ando.Os ruí dos r ecomeçaram,vagos no i ní ci o.Espaçados. At é que f or am ficando mai s vi ol ent os, como se o Vi zi nho se at r acassecom al guém numal ut af er oz,i nt ensamascont i da.Tant a vont ade dos l ut ador es em não dei xart r anspar ecera host i l i dade doscorposat r acadoset ombandoborr achosos,em convul são.E de r epent eficouum sócorpoaseespoj arsem cont r ol eat éseagarr ar aal gumacoi sa( aport a?)ant esdeexpl odi rnoacessodechoro.Um chor o esgui chando porent r e os dent est r avados na obsessão do si l ênci o.Ossol uços( si l vos)di mi nuí r am. Anant a apert ou a cabeça ent r e as mãos,a dorer ar ealou apenasmemóri adador ?Sent i umedo.Compai xão,agor aamúsi ca er ai nsufici ent e.E se os vi zi nhos ( quai s?)descobri ssem.Sabi a apenas que ant es da met amor f ose o Vi zi nho se r epart i a em essênci a,exat ament ecomoacont eci acom suacabeçanahor ada
dor ,t i nha a cabeça fixa queel a desat arr axava.E t i nha a out r a, mas o cor po permaneci a úni co, aquel e desesper ado cor po espoj ant ecom seusacessosdechor o.Det osse,l embr ou eAnant a sor ri u por que desconfiou que a t osse que ouvi u er a a própri a. Quandoacabou t udo,r est ouamúsi caqueambosficar am ouvi ndo cal mos,o Caval o eel a.Desl i gou o t ocadi scosedei t ousef ebri l . Masflut uant e. a escr eveu na pági na segui nt e.Sem dat a.No Pavor .Pavor ,el espaçoem brancodesenhou umapequeni naes t r el amasnãocont ou que Mar l ene a achar a pál i da e f ez um suco de cenour a,a senhor a est á doent e? Respondeu que não,t al vez a enxaqueca. Per gunt ou àempr egadaseporacasoconheci aonovoi nqui l i no,o dosé t i moandar .A moçasacudi u acabeça,não,nem chegouavêl omaspar eci a( i nf ormaçãodoport ei r o)um senhormui t odi st i nt o. Nãosemudaraai ndaporcausadasgot ei r as. — As got ei r as,di sse Anant at omando o suco em pequenos gol es.E pedi u à Mar l ene que saí sse mai s cedo,o céu es t ava se f echando,podi a cai ruma t empest ade.E não pr eci sari a sepr eocupar ,Euf açoomeuchá. Quando Mart a Mart el l ichegou at r asada e euf óri ca,Anant a t omou di sf arçadament eumaaspi ri nadi ssol vi danaáguaecol ocou osócul os. — Ent ão,Mart a. — Meu paimedeu dezmi ldól ar es,j ápensou?Vou com meu namor adopar aLondres! Di sseem segui daquei am paraLi sboa.Anant aent r egoul heo copod' água( pedi u água)equandoi avol t aràsuacadei r a,amoça l evant ousedeum sal t o,Nãopossocont i nuar ,est ou afli t ademai s, quer oi rembora,nãoficat ri st ecomi go? Anant aacompanhoua.Abri ul heaport a. — Vocêéquesabe.Nãoqueroel evador ? — Ador opi sarnest et apet e,t chau!
O gat o de Rosa Ambrósi o est ava sent ado no mei o do l ance super i orda escada.Anant a ol houa at ent ament e,el e dormi a ou fingi a dormi r ? Ti nha os ol hos aper t ados,r eduzi dos a um fio l umi noso e vaci l ava l i gei r ament e na dur a posi ção de esfinge. Est endeul heamão,Querent r ar ,Rahul ? El enãosemoveu.Suavement eel af oif echandoaport acomo sepedi ssel i cença,Posso?Foiàcozi nhaeavi sou Mar l ene,O gat o est ásozi nhoaíf or a. — El eci sma àsvezes deci r cul arpel asescadas,j á avi seia Di oní si a,acr escent ou ecr uzou os br aços na al t ur a do vent r e.A boca apert ada num ri ct odol ori do.A cól i ca.Nãovou podersai re t i nhaquef azercompr as. — Pode dei xar , eu vou.Por f avor ,a l i st a. Tomou al gum r emédi o? — Osdesempr e.Asenhor avaidecarr o? — Pr efir oandarum pouco.Podei rembor asequi sermasnão venhaamanhãsenãoest i verbem. QuandoAnant asai uogat oest avanomesmol ugaredeol hos abert os. Cumpri ment ouo, At é l ogo, Rahul ! El e r ecuou, desconfiado.El ai nt er r ompeu ogest odecarí ci a.Jáent endi ,fique em paz.Encont r ou Cordél i anoj ardi m doedi f í ci o,vi nhaent r ando. Cort ar a ocabel ocomoum r apazi nhoepar eci ar adi ant ecom sua mi ni ssai apr et at ãoj ust aquet i nhaquedarpassi nhosmi údos. — Queri da Anant a,aondevaivocê? Ant esquea out r ar espondesse,apr oxi mouse,l evant ou abl usa( l ar guí ssi ma)emost r oul heossei os,não usava sut i ã,Ol haami nhal i nda t at uagem,Ano doDr agão! Anant acol ocou osócul ospar averopequenodr agãodeasas queel amandar at at uarent r eossei os.Ti nhasei osdeni nf et a. — Boni t o. Cordél i abai xouabl usaeavoz.Tocoul henobr aço. — O Fr anzfica hor asol hando meussei os,di ssequenão é
é baba de del í ci a,si nt ot ant o pr azerem sent i ro voyeurmas at pr azerdel e,vocêent endei sso,Anant a?Vocêent ende? — Tenhoquei r ,amer ceari avaif echar . — Vocêj ásabe,não?cont r at eium novosecr et ári o,vaicui dar det udoet em coi saabeça.I ssoenquant ooDi ogonãovol t amas el evaivol t ar ,t em quevol t ar ,vaidart udo cert o!Est ou t ão f el i z, di sseet omouamãodeAnant a,bei j oua.Nãosei mport aseeume despedi raqui ? Tenho um compr omi sso epr eci so l avara cabeça. Sabequeeut equer omui t o? Anoi t eci a.Anant a ficou par ada,ol handoocéu deum suave azularr oxeado.Sem vent o.Noar ,oper f umedeCordél i aquef azi a pensarnum t uf o de f ol hagem,el a gost ava de per f umes como a mãe.E t i nhaomesmoj ei t oder r amadodeagr adecereagr adecere agradecer— o quê? Poder i a di zer l he em t r oca que el a,si m el a agr adeci aoi nst ant e em que descobri r a de r epent e no cabel o andr ógi noenobel opei t ot at uadoumaout r aespéci edevi daque eraal egr eet r ansi t óri aevã. O vest í bul o est ava escur o.Acendeu a l uzepensou quepoder i a col ocaral iuma l âmpada de mi lvel as e a l uz ( ver dadei r a) ficar a com a moça do dr agão al ado que est ava nest e mundo a passei o,apenasi sso.E cont ent epor quecumpri aasuavocação. Encont r ou o chavei r o na bol sa mas não encont r ou mai so gat onaescada.Nem encont r ou Mar l enenoquart o.Abri u acest a namesa,encheu aj arr ad' águaenel amer gul hou asmar gari das. Al gumast i nham ascor ol asmei opendi das.Naspont asdosdedos f oil evant andoascabeçasdesmai adas,apr oxi mandoasdaser ect as paraqueseamparassem nel as.Levou aj arr aàsal a,mai sagudoo desej o decomerchocol at e,pr eci sament eo t abl et e queest ava no f undo da cest a.Comeu o t abl et e com vor aci dade ( o pensament o nel e)evi gi ou or el ógi o( quaseoi t ohoras)enquant odesembrul hava out r ot abl et e( o pensament o NELE) , mast i gando e cal cul ando r api dament eo t empoquel hesobr ava para r ecomeçarori t ualda vésper a.Acor agem.Apaci ênci a.
Apanhou odi scoqueest ava em pri mei r ol ugarnapr at el ei r a ( Bach)equeser i a ofiogui a nanoi t edoVi zi nhoquechegava t ão despr ot egi do.E poder osocom seui mper meávelpr et oesuasol i dão. Nopassodequem car r ega um segr edo agor ar epart i do,el esabi a quenoandarembai xoest avaacúmpl i ce,mai sdoquecúmpl i ce,a ami ga.Fi cou ol hando o quadro de Edwar d Hopper al ina sua f rent e,Ni u pasmadaquenuncaessequadrot eve ghtl i f eedescobri t ant a si gni ficação como nessa noi t e.O l i mpo e banalcaf é de esqui nadeumaruavazi adeNovaYor k,ocaf équasevazi o( sót r ês pessoasnobal cão)com oempr egadodeuni f ormebr ancoazul ado l avando coi sas debai xo da t ornei r a, xí caras? A l onga fil a dos banqui nhos vazi os cont ornando o bal cão,t udo vi st o do l ado de f ora,at r avésdacompri davi t ri nedevi dr o.O si l ênci osem moscas. O vi dr osem poei r a. Anant af echou a j anel a.E com a nat ur al i dadecom quer ecebi a seuspaci ent es,sent ousena cadei r a eent r el açou as mãos nor egaço,esper andopel ospri mei r osruí dosquef or am emergi ndo em mei odossonsdocr avo,el eest avaent r ando.Ouvi u ospassos ci r cul ar es na r onda da f at al i dade, ai nda o espant o. Ai nda a cont enção t oda f ei t a de cál cul o, el e se pr eparava. Quando a r espi r ação se acel er ou,vi er am os espasmos,o cor po cr escendo i nt enso com a músi ca ( aument ou o vol ume) at é est our ar em f oci nho,cascos,cri nas.El at i r ou os sapat os,dei t ouseno di vã e cobri usecom a mant a.O úmi dor esf ol egarsopr andof uri osopor ent r e os dent es, as vei as sal t adas, os ol hos. O l at ej ament o cr escendonaacomodaçãodascarnes,pel es— ah,demor avapar a queascoi sasficassem em seusl ugar es.Nosl ugar escer t os,el ase cert i ficou quando a r espi r ação ent r ou num ri t mo mai s cal mo. Abri u asmãosquedoí am,f echouasdenovomai sdevagar ,ool har not et o.Cobri u acar acom amant aquandor est ou apenasosom damúsi ca,Pr el údi oeFuga. No di ári o vi nham agor a al gumaspági nasem branco,asúl t i mas desse mês de abri l .No di a 30 el ar ecomeçou com sua l et ri nha ver de:El e sabe que eu sei .Ont em,a t empest ade com t r ovões,r ai os.Mar l enesai umai scedo.ChegouFl ávi a( set ehor asou
st óri ada quase)quer endosaberseoseuFoucaul test avacomi go,Hi l oucur a.Respondiquenão,masda l oucur at i nha out r ashi st ór i as, ser vi am essas out r as? Segundo a pesqui sa que f ez ( adul t ér i o)a Capi t uf oicondenada. Condenada pel as mul her es ( cul pada) e absol vi da pel oshomens.Concl usão( i r ôni ca)deFl ávi a,oshomens ( i ngênuos) não conhecem as mul her es mas as mul her es se conhecem per f ei t ament e.Vol t arao t ema com Fl ávi a.Que l evou o ensai odeFr eud( sonhos)ef oiár euni ãodasvol unt ár i as,def esadas mul her esespancadas.Levouocarr o.Nadespedi da( j ánoel evador ) cont ouquer ompeucom Al ex,el evol t oucom amul her . — Mai oéomêsdasflor es,di sseMar l ene.Regavaopequeno pot e de cri sânt emos brancos em ci ma da mesa.E est es est ão dur ando,si naldequeadonaRosadeudecor ação. Anant a concor dou com um l eve movi ment o decabeça,si m, est avam dur ando.Vol t ouse para o t el ef one si l enci oso naquel a manhã.Uma r ari dade,murmur ou agr adavel ment e surpreendi da. Lembr ou que na noi t e ant er i or t i ver a que r eduzi l o ao vol ume mí ni mo de som e mesmo assi m o besouro ent err ado vi vo per t ur baranat ent at i vadesesper adadevararacamadasuf ocant e evi rat ona. — Ont em,depoi squevocêsai u el et ocou sem par ar .Mar l ene enxugoucom aflanel aasgot asd' águaquecaí r am namesa.Mi nhaavói t al i anadi zi aquegent eagi t adapi orademai s com a mudança da l ua e Di oní si a di sse que a l ua mudou ont em.Anant a bai xou a cabeça,a agenda abert a na f r ent e,a canet a em suspenso,pront a par ar ecomeçarassi m quea empregada saí sse.Recost ouseent ão na cadei r a ef echou a agenda.Os chamadosal uados.Começou porRosa Ambrósi o quer endo saber com vozpast osaem quemêsest avam.E sem esper arpel arespost a cont ou quenosonho( mai sum)vi u Di ogoent r andocom um r amo der osasvermel has,RosaRosae!chegueicom aPri maver a!Assi m queRosaAmbr ósi of ezumapausa,pedi ul i cença,Pr eci sodesl i gar . FoiavezdeFl ávi af azendoum convi t e,t i nhaduasent r adasparao
a gost ari a dei rcom al guém?Poracaso hal l etrusso,poracasoel t i nhaum t r abal hour gent enessanoi t e,descul pouseepensouque snescom t seri abom r everoLagodosci odasaquel asbr ancur asde t ul es e asas.A campai nha a sacudi u do devanei o,er a Mart a Mart el l ipedi ndomi ldescul pasat éper gunt arcom vozcer i moni osa se podi a mar car com ur gênci a uma nova consul t a,Houve um i mprevi st o, adi ant ou e desat ou a chor ar . Quando se acal mou ( aparent ement e)conf essou que ment i u sobre os dól ares,sobr ea vi agem ( Espanha)e sobr e o namor ado que est ava pr eso como t r aficant e.Quei xousedasaúde( di sent er i a)edopai( um monst r o) que cont r at ou um det et i ve para segui l a.Acabou por di zerque est ava( devi aest ar )com Ai ds,quer i asemat ar .Anant amarcoul he uma hor a( a pri mei r a)para o di a segui nt e e quando consegui u desl i gar ,r ecomeçou acampai nha.Comosepegassenum f er r oem br asael al evant ouot el ef onecom aspont asdosdedosedeposi t ouonamesa.Chegou aouvi ravozt r ovej ant edeum homem ( opai ?) i nsi s t i ndo,Al ô!Al ô! . . . Ast empest ades.E apr ópri asearmandol áf or a.
6 Com seu passosi l enci osoAnant af oiat éaj anel a.Abri u uma f r est a par a queent r asseum poucodearna sal a esf umaçada.O vent ol evant oubruscament eascort i nas.Recuou.Sent ouseeficou ouvi ndo o pi ano ( Chopi n)na Pol onai se que t i nha o mesmo t om r oxoi ndi gnado do céu. Um cr epúscul o vi ol ent o, el a pensou l ançandoum ol hardedesconfiançaparaot el ef one( anest esi ado)e paraodi va( vazi o)quej át i nhamer gul hadonapenumbr a.Amant a del ãguar davavagament eaf or madocor podeRosaAmbrósi oque t r ouxeo gat o embrul hado numa echar pe,El eest á com medo da chuva,quer i da. O gat osal t ou paraochãoesent ousedecost asparaasduas mul her es,ol handoospot esdepl ant as.Rosaest endeusenodi vae começou por di zer que as coi sas na l embrança ficam t ão mai s bel as. Vi ver i nf el i z na r eal i dade e depoi s vi ver f el i cí ssi ma na
memór i a não seri a a sol ução? per gunt ou. Par ar esponder em segui da que i sso podi a acont ecer com os out r os mas na sua memóri at udoer at er rí vel .Um horr or ,acr escent ou evi r ou acar a paraapar ede.Nãoquer omai sf al ar ,quer i da,quer oi rembora. Foi .Anant aapanhou oci nzei r ochei oat éasbordasaol adodo di vã.Hesi t ou sem saberoquef azerdoci nzei r o( qualdospaci ent es não f umava?)e acabou despej ando t ocos e ci nza dent r o de um envel ope que t i r ou da gavet a.Deposi t ou o envel ope f echado no f undo do cest o como sedeposi t a um ovo.Ent ãoouvi u ospassos em ci ma,el e chegava mai s cedo e j unt o com a t empest ade.Os passos( encharcados)f oram seapr oxi mando.El avol t ou àcadei r a. Na pausa do si l ênci o vei o o vent or epent i no desgr enhando as árvor es, sacudi ndo os vi dr os das j anel as.Mas apesar do céu desencadeadoel apodi aouvi ragot ei r api ngandodel i cadament eno sét i mo andar ,a got ei r a ea f úri a. Dobr ou o cor po para a f r ent e, endur eci da.Tensa.E de novo l á em ci ma ospassos agoni ados. Nessa noi t e el e par eci a al guns pont os mai s depri mi do embor a t i vesse a cobert ur a da t empest ade par a di sf ar çar o rumor da met amorf ose.Mas arr ast avase enchar cado t ambém pordent r o. Meaj ude! A músi ca subi uf ort al eci da eai nda assi m,i mpot ent e,opr ópri opi anomart el adonast ecl as,i ndi gnadoesupl i cando,Meaj ude! El acorr eu paradei xaracesoapenasoabaj urdapr at el ei r a,com a l uzf ocal i zadanaspl ant as,r evel andoepr oj et andocaul esef ol has na obscuri dade ver de.Uma pequena or quí dea seabri a em core sombr a. Out r a pausa no ruí do dos passos. Anant a vol t ou à cadei r a,ool harmort i çonadi r eçãodot el ef onef oradogancho,no di va ( vazi o)mei odi ssol vi dosob a mant a amarf anhada.Cont i nue, qui sdi zeraovagosul codocorponal ã.Apoi ousenacadei r aef oi desl i zando par a ot apet e,o punho f echado bat endo mansament e nochão. A met amorf osechegavaaofim.Apoi ou af acenobr açodi r ei t o di st endi do,ah,sepudesseal ongál oecom el echegaraot et o.Bat er nesset et ocomobat i anochão,bat i dasf r acas( t umt um)nocódi go quef oii nvent adoenquant orepet i aasbat i dascom mai sf orça( t um-
t um! )na mensagem enér gi ca,Não t enha medo ( t umt um! ) .Eu est ou com você ( t umt um! ) . Sou sua ami ga ( t umt umt um! ) . Respondaseest ámeouvi ndo( t umt umt um! ) .Porf avor— t um!— responda! Apenasamúsi canosi l ênci omorno,empapadodechuva.El a esper ou.A t empest ade t i nha amai nado.Cr esceu o r esf ol egar do Vi zi nhosorvendocom di ficul dadeoar ,Mai sar !par eci asupl i caro gr andecor poapl ast r ado.At équeoshaust osf or am seespaçando. El ar epet i u as bat i das,abri ndo ef echando a mão nos i nt erval os paraat enuaradornosdedos,Est ámeouvi ndo? A r espost avei oi nesper adament e.Cont r ai usei nt ei r anosust oenaal egri aporqueagoraar espost avi nhat ãoní t i daat r avésdo soal honu.Com duasbat i dasfirmes( t umt um)el eavi sou quej á sabi a,Eu sei .E oruí dodapont adocasacoseesf r egandonochão num movi ment oacar i ci ant edet ãobr ando,Eusei . Anant aficou um i nst ant ei móvel ,opasmosomadoaopasmo de ser ai nda capaz de se pasmar .E a exci t ação ( quase i nsuport ável )pel ar evel ação do amor ,abri u os br aços.Fechouos em segui dacont r aopei t oef oir ol andosuavement eat éot ocadi scos, r ol ando e r epet i ndo Eu t e amo eu t e amo eu t e amo.O chor o cont i dosol t ouseveement e,queel eouvi sse,si m,opr ant oqueera umacel ebração,Eu t eamo!Tat eou napenumbraat éencont r aro di sco que escol heu na pi l ha da pr at el ei r a, os pri mei r os sons coi nci di ndocom at empest adequer ecomeçou,OsNot urnos. — A deci sãoésua,di sseAnant aaf ast andoum poucoof one do ouvi do.Est ou ocupada,Mart a,pr eci so desl i gar .Sua hor aé daquiapouco,esqueceu? — Esper a,quer ocont arumacoi sa! — Agor anão. Desl i gou e ficou ol hando a echar pe Chanelque Rosa Am br ósi ot r ouxer a.Pr esent e de ani ver sári o,queri da,não é desl um br ant e?Respondeul hequeo seu ani ver sári o ai nda est ava l onge,
seri a em Dezembro.Rosa pareceu não t erouvi do,Tenho mani a com echarpe,t em quesercompri daedarvol t asvol t asvol t as. . . Anant a dobr ou a seda t ão bem dobr ada que a r eduzi u ao vol umedeum pequenol enço.Guar douanagavet a.O per f umede RosaAmbr ósi o.E ochei r odouí squer ecent enohál i t o,um chei r o curi osament eadoci cado.Ol hou o r el ógi opul sei r a.Ti r ou do bol so do avent alum car amel o quecomeçou a mascarcom um pr az er mal i ci oso.Rosa vi nha àsvez escom uma past i l ha dehort el ã que t ri ncavaent r eosdent es,osócul osescur osescondendoosol hos.E ai ndaogat oparaconf undi roconf undi do,suapai xão.Suacul pa. Quesemi st ur avaaoódi oquesent i apel opr ópri ocorpo,ot r ai dor! El enãoéomesmo,Anant a,mudadepressademai s! As met amorf oses apar ent es e i napar ent es,as úl t i mas mai s per i gosas por que sor r at ei r as.El a ai nda não vi u nada,pensou Anant at i r andoosócul os.Guar douosnobol sodoavent al ,sent ouse e ficou ol hando o t et o.Dur ant e o di a er a o convenci onal r et ângul o branco da sal a de um apart ament o de l uxo ( assi m apar eceu no anúnci o) com quat r o ampl os dormi t ór i os ( suí t es compl et as) e demai s dependênci as em est i l o col oni al . Tet or e bai xado.Fi no acabament o.Mas assi m que o Vi zi nho chegava,a l aj edeconcr et o armado ( do queer af ei t o um t et o?)ent r ava num r ápi do pr ocesso dedel i r ant eal qui mi a quet r ansf ormava a massa sól i daem massapast osa,bei r andoquaseoest adogasoso.Senão, como i nt ui r at r avés das t r anspar ênci as do t et o esgarçado a chegada del e mai sf ugi di o do que uma sombr a. O chapéu desabado.Acapai mper meáveldegol al evant ada.E ossapat osque nãorangi am,er am sol i dári os. No i ní ci o er am t ant asasper gunt as quef azi a a simesma e com t amanha ansi edade. Mas as per gunt as essenci ai s ( e supér fluas) t i nham ficado l á no começo. Não queri a mai s r espost as.Nãoqueri aexpl i cações.Consegui r asai rdol abi ri nt oque t i nha na port a de ent r ada o Moi nhodasDúvi das t r abal hando i nesgot ávelcomo o Moi nhodoDi abo da hi st ori nha do Ar coda Vel ha.Er aumavezum mer cadorquer oubou omoi nhomági codo seu companhei r odevi agem,um moi nhot ãomar avi l hosoquemoi a
t udo o que o dono or denasse.O mer cador ficou com i nvej ae dur ant e a noi t er oubou o moi nho enquant o o dono dormi a.A pri mei r a coi sa queo mer cador l adr ão pedi u par a o moi nho moer f oiumasopadepei xes,sabi aapal avr amági caparaor denaruma sopa mas descobri u que não sabi a a pal avr achave para f azer pararoj orr o.Queencheuopr at oeat er ri naet r ansbor dou parao chão,ohomem sacudi aomoi nhoegri t avadandoor dens,queel e par asse i medi at ament e,i medi at ament e!E o moi nho moendo a sopa quecomeçou a i nundaracasa,seesparr amou no t err ei r o, cobri u as pl ant ações,os mont es at é ficarsendo o pr ópri o mar . Onde ( l á no f undo)el econt i nua t r anqüi l o moendo água,pei xee sal. Quepal avra secr et a el at eri a di t o par af azersi l enci aro seu moi nhoi nt er i or?Nãosabi a.Sabi aapenasqueem cer t asnoi t esse sent i at ão i nsegur a quant o el e.E ai nda assi m,t i nha f orças para ani mál o sol i dári a,t r ansmi t i ndo at r avés da i nvenção do códi go ( cor açãoment e)al i nguagem doamor . Capt ava ( em f r agment os,embor a! )a sua i magem quando se concent r ava,os ol hos post os no t et o:maxi l ar es pr oemi nent es,a boca bem desenhada, o quei xo quadr ado. Nari zf ort e e ol har i nt enso,bri l hando sob a aba do chapéu.Quet i r ava ( er a pr eci so i nsi st i r )assi m queent r avanasal a.Um homem gr andeecaut el oso noandar .Ti r andosem pr essaacapa,omedoamar el ecendoacar a, não medo da met amorf ose que essa el e conheci a mas medo do pr óxi mo.Medodeserdescobert oedenunci ado.Daíabocacal ada mesmo no auge da convul são, quando se ent r egava. Sem se conf ormarmassem r esi st i r . Napri mei r anoi t edadescobert a,apri mei r adúvi da,edepoi s? El ei avi r arum homem out r avez ?Chegouat aparosouvi doscom asmãos,f echou osol hos.O pâni co.E set udonãopassassedeum del í ri o? As al uci nações audi t i vas ( mai sf ort es do que as vi suai s) não seri am si mpl esconseqüênci asdessa mi st eri osa f ebr ei nt er na que nem o t ermômet r o( quebrado)podi a medi r ?Surpreendeuse f al andoem f ebr ei nt er na com a mesma si ngel ez a deMar l ene,el a
f al ava nesses cal af ri os.E se os cal af ri os na noi t e quent e não passassem deagr avant esdaenxaqueca?A l i gei r at ont ur aquando se l evant ava de modo brusco, f oi ao neur ol ogi st a. Exames. Exames. Saúdeper f ei t a,um t ant of at i gada,t al vez,quem sabeal guns di asdef ér i asnum l ugarcal mo.Radi ografiasdacabeça,nãot eri a al gumal esãocer ebr alquesóagora( t ri nt aeum anos)ser evel ava? Meni na ai nda,quando passava ofim desemana na f azenda dos t i os, cai u do caval oef er i u gr avement e o br aço di r ei t o, f oi hospi t al i zada.Oper ada.Ti nhaai ndaamarcadaci cat ri zf echandol heopul socomoum br acel et el í vi do.Masnãosel embr avadet er si do exami nada na cabeça,ni nguém sepreocupou com a cabeça dapequenacaval ei r a? Dout orNazari anf oioport adordasboasnovas,queel anãose i nqui et asse mai s,não havi a nenhum pr obl ema ( t eor ema)nessa bel acabeçaqueel aapert avaent r easmãos. — El e di sse bel a,murmur ou Anant a al i sando os cabel os. Exami nou a fivel a.Est ava f echada.Desl i zou aspont asdosdedos pel osbot õesdoavent alef oiat éacozi nha,ondeest ari aomel ? Quandovol t ou àsal ai ncl i nouseparaospot esdeorquí deas. Mai sum bot ão abri a suaspét al asacet i nadasquedest i l avam um per f umeroxoúmi do.Recol heu uma f ol ha mur cha quependi a do caul ecomoumal í nguaquei mada.Fechou af ol hanamão.I nút i l( e t ol a) a t ent at i va de t r ansf ormar a r eal i dade em f ant asi a, era cômodo.Masdoent i o.O Vi zi nhoexi st i a.Essequechegava com a noi t e,sem f ei ções.Sem pal avr as.A met amorf ose que t i nha a vi ol ênci al anci nant edeum part o.Segui dodamesmacal ma,t udo depoi s ficava cal mo assi m que o cor po se assent ava nas quat r o pat as,ocascosef azendomai sl evedoqueumaf ol har aspandoo chão.Nanoi t eant er i ordormi u nacadei r aenquant oesper ava,el e chegou mai st ar de.Assi m quecomeçou amet amorf oseel asent i usenum est adopr óxi moaodeêxt ase:er acomoseoVi zi nhot i vesse mar cadohora( t odasasnoi t esasessão)par aseest endernosoal ho com a pont ual i dade ( e a ansi edade) com que os out r os se est endi am nodi vã.Cont i nue,el apedi u.
Anant af oiat éa j anel a e af ast ou a cort i na par a vero céu. Azul ani lsem nuvens.Ol hou or el ógi o.Depoi sdasessãopoderi ai r ( andando)at é a Del egaci a da Mul her .Dessa mul her( encost ou a f ace no vi dro) pel a qual podi af azer t ão pouco. Tão pouco especi al ment e pel a moci nha com ossei osf ur adosporpont as de charut o,oamant ef umavacharut os.A cr uel dadeacesa.Er adessa cr uel dadequeoVi zi nhot i nhamedo,oVi zi nhoeel a.Seaomenos pudesseescondêl onum l ugardef endi do.Segur o.A ant i gaf azenda dost i osser i aomel horesconderi j o,t udodent r odanat ur ezaficava nat ur al ,at éel e.Ant esedepoi s,pri nci pal ment edepoi s. Ti r ou a canet a dobol so,abri u obl ocover dedeanot açõese escr eveu A : svezeseu meapr oxi modaspessoascomoum l adr ão queseapr oxi madeum cof r e,osdedosl i mados,aguçadospar adescobr i rt at eant esosegr edo.Deol hosf echadost ent oabr i rmai sessa por t a. Anant al evant ou amãoquesegur avaa.canet aeficou ol handoem f r ent e.Chegouasor ri rquandoacr escent ou nopapel :Quer o passaragor a bem l ongedessecof r e,vêl oder el anceemeaf ast ar r api dament e. A campai nhat ocou.El aarr ancou af ol hadobl ocoeficou um i nst ant ei ndeci sa.Ol hou em r edor .A campai nhadenovo.Guardou af ol hadent r odol i vr omai spr óxi mo( em ci madamesa)eguardou acanet anobol so.Respi r ou pr of undament e.Dest r avouaport a. — Boat ar de.
7 Agor a el a dorme esparr amada no chão,a boca ent r eabert a puxando um r oncodebebedei r a.A cami sol acom aal çar asgada. Embol ado aos pés da cama est áor obe de chambre azul cl ar o adamascado,o espel ho euma escova decabel o.Deve t err ol ado par a o chão at apet ado eassi m como cai u assi m ficou.I mpl i cava
t ant ocom omeur onr on,MasoRahulét ãoasmát i co,pobr ezi nho! O pei t o del epareceum vul cão quevaiexpl odi r .E não sabi a que esse r onr on er a o mot or zi nho da al egri a no t empo da al egri a. Levezas de um gat i nho sem l embranças que gost ava de bri ncar com or ai odesolnot apet e.Ou com opi ngent edacor t i naat ése cansaredormi r . Subo na pol t r ona.O quart o est á escur omasvej o Rosa Am br ósi o como seasvenezi anasest i vessem abert as,são per si anas. Essast i r asmet ál i casqueseenr ol am edesenr ol am di f er ent esdas venezi anasver desdami nhavi dademeni nol ánocasar ãodast r ês mul her es. Mi nhai rmãest r ábi cacost umavaabri l ascom um movi ment o t ãovi gor osoqueeut i nhaai mpr essãodequeel asepr eparavapara l evant ar vôo subi t ament e r ej uvenesci da: segur ava nas duas argol as,ficavanapont adospésedandoum i mpul soparaaf r ent e, abri a os braços e as f ol has de par em par .Debruçavase em segui da no parapei t o da j anel a e pr endi a as venez i anas com os bonequi nhos ver des de f err o esmal t ado que ficavam do l ado de f ora,um decadal adof ei t osent i nel as.Quandoanoi t eci a,bai xava os bonequi nhos e puxava par a dent r o as venezi anas que se f echavam comoasas. Tenho um nome de gent e na mi nha condi ção de gat o.Mas ant es,quando eu er a gent e? Aquel eé o meni no da casa das venezi anasver des,al guém meapont ou.Vou andando e ol hando o carpet ebr ancoazul ado,ser áqueel avomi t ou?Háci nzadeci garr o, peças de r oupa, um copo t ombado, manchado de vi nho mas nenhum si naldevômi t o.E ochei r opai r andonoar .Espant osoo l abor at óri oquenãodescansa,ovi nhoper f umadoacabadedescer ej á começa a f erment ação,t udo se t r ansf orma r api dament e na quí mi cahumana.Parapi or . Ando na cama r evol vi da.Do al t o dost r avessei r osposso ver mel horoseu per fil .Quer esi st ecomonasmedal has.Massem os banhosdesol ,sem as massagens educhasa pel eser essent i u, parecemai sfláci da.Baça.Cr esceseu horr orpel a cl ari dade,pel a rua,Tant avi ol ênci al áf or a! ,r espondeu àfil ha.E depoi s,sai rcom
quem? Osami gosf or am seaf ast ando à medi da quesua est r el a começou aficarci nzent a.Rest ou aLi l iquechegader epent et oda enf ei t ada e querarr ast ál a a um r est aur ant e.A um ci nema.Ao t eat r o,nem pensar ,j áavi sou aosqueai ndaf azem convi t es,Nunca mai spi sonum t eat r o. — Mãezi nhaqueri da,vocêdi ssequei aal moçarcomi goenão f oi ,quei xouseCor dél i a. — Hoj enãoacor deibri l hant e.A Di úl eu ohor óscopo,t em aí umaconj unt ur adeast r osqueéum horr or . Cor dél i af oiapanharo ci nzei r o.Transi t a descal ça pel osdoi s apart ament oscom sua l evebat a ori ent alecom agr açadequem acabou desai rdobanho,émai sboni t a decar al avada.Usa uns vest i di nhossol t os,noest i l odeumat úni car omana.Quandoapar eceassi m — ascoi nci dênci as!— l ádasl onj ur asmevem ai magem de uma j ovem de t úni ca me ol hando na al cova,mi nha mul her ?Esqueça.Mãeefil ha j unt as.O di ál ogo br eve.Asvi si t as br eves. — Vi nt eeoi t oanos,Cor dél i a? — Tri nt a,mãezi nha,t ri nt a. — Apar ent adezoi t o,queri da.Di mi nuosempr eami nhai dade e a dos out r os,essa mani a de i dade,hem?!Ti r ant e o médi co, al guém ousou al gum di a per gunt aramamãe,Quant osanos,mi nha senhor a?A gent eagor a dá um espi rr o ej á vem a canet a,o mi cr of one,ogr avador ,Sua i dade?Enfim,osj ogosj á est ãof ei t os, nãoi mport amai s.E osnamor ados? — Agor asót enhoum.E esseéri co,comovocêquer . — Nãoquer onada,queri da,aescol haésua.Euconheço? — Esseamãezi nhanãoconhece,ébanquei r o.Quercasar . — Casar ?Masel enãoécasado? — É mas est á se separ ando,i nf el i cí ssi mo com a mul her ,
aquel ascoi sas.Quermel evarpr aAust r ál i a,j ápensou?Aust r ál i a! Mas pr efiro vi aj ar soz i nha.E t r abal hando,mãezi nha,t i ve uma pr opost a desl umbr ant e,vou sera pr ogr amador a cul t ur alde um gr ande t r ansat l ânt i co numa vol t a ao mundo.Um ami go i t al i ano di ri ge uma companhi a de navegação,comeceia apr enderr usso! Cont eià Anant a que apr ovou a i déi a,você sabe,el a ador a ver mul hersesust ent ando.E achoqueest á nahor adebat al harum pouco,adeusameni dades! — Como seu paificari af el i zse ouvi sse i sso.Mas cui dado, nessesnavi osdel uxot em vel hoabeça. . . Junt ar am ascabeçaseri r am bai xi nho.Masessa Rosa Am br ósi ot ãocompr eensi vaéamesmaquearr ancaoscabel osporver afil hasedegr adandocom avel hari a?Éamesma. — Vocênãoquervi aj art ambém?Vem comi go,mãezi nha,de navi ovocêgost a. — Ai nda pr efir o as di l i gênci as.E chega de vagabundagem, hem?!Est ou me preparando para uma f ase de t r abal ho,quer o escr everessas memóri as,quer o vol t arao pal co.Pr eci so est arem f orma. — E apeça,mãezi nha?Vocêj át em apeça? — Cl ar oquet enhomasésegr edo,di godepoi s. — Mar avi l ha,mar avi l ha! ,excl amou Cor dél i a bei j andol he a mão.I ncl i nouset ant oquepudeverseu bi quí nibr anco,umafina t i r a de j ér sei de seda ci ngi ndo f r ouxament e seus quadri s de adol escent e.Masquenot í ci adesl umbr ant e! Um obscur osent i ment o,mi st ur adenáuseaecól er achegoua meat ur di r .Rosonadevi at eresset i podecorpoquandoGr egóri oa conheceu,mai s al t a do que a fil ha.E vi r gem,t ant as vezes j á r epet i u que se casou vi r gem e que f or am ver dadei r ament e desl umbrant es— oquepar amãeefil hanãoédesl umbrant e?— ospri mei r ost emposdecama,Ah,Li l i ,quant oamor! Nadespedi da,Cordél i amevi u,t ent ou meacari ci ar .Fugipar a
debai xo do canapé.Fi cou cor r endo com os dedos pel ot apet e, i mi t andoum camundongo,Ô,gat ão!vocênãomeamamai s? — Achoqueel esóamavaoseupai . O camundongopar ou demeat azanar .Osdedi nhosfinos,de unhascom ver ni zi ncol or ,f oram sef echando.Af ast ousemasl ogo vol t oueuf óri ca. — Mãezi nha,quemar avi l hosoéonossosecr et ári o,um economi st acompet ent í ssi mo,achoquevamosficarmai sr i cas! — Est eveaquifil ha,euest avanobanho.Quei dadeel et em? — Quar ent a,poraí .Andava enj oada demexerna papel ada, odei oassi narcheques,bah!t ar ef adei guanodont e. — E seo Di ogo vol t ar ?Saído meu esconderi j o eviCor dél i a par ada,pensando.Par a ganhart empo desembrul hou a goma de mascarmasent usi asmouseassi m quecomeçouamascação. — Seel evol t ar ,ót i mo,vaiservi rsóvocê,est r el aéest r el a! Rosona esf r egou a pal ma da mão no t apet eef ezum movi ment obrusco.Rompeusea out r a al ça da cami sol a eapar eceu o bi cor osadodoseu sei o.A pel et enr anãoescur eceu,nãoenri j eceu mascont i nuaumapét al ai nt act a.Oshomens— quant os?— j áse f art ar am nel a.E aíest á como o sei o nascent e de uma meni na. Procur a agor a meaf ast arcom um gest o desor i ent ado masbemhumor ado,É você,amor ?Enfim,euquer i a. . . Emagr eceu,osossosapont am nagai ol adopei t oquesedescobresob a cami sol a,masoquesi gni ficai sso?Devi am vest i rna mul her cami sol as mai s quent es, pi j amas, ai nda apanha uma pneumoni a.Fi l hadesl i gada,empr egadosi gnorant es.Achoquees t á nahoradaquel et i povol t ar .Paraum gângst er ,at équevocêganha pouco,di sse a Rosona na t ar de em que el el evou o f aquei r o de pr at a.I a a um casament o,o t er no pr et o com ri scas de gi z,os sapat os pr et os,eu gost ava de sent i ro chei r o do cour o dos seus sapat os.Apanhou um cr av oj áum t ant oamassadoqueest avano
vaso e acabou de amassál o quando o enfiou na l apel a,er a um cr avo vermel hoescur o. Fal ou com i ndi f er ença enquant o se af ast ava,Or a,Rosona,você t em dúzi as de f aquei r os,não sej a avarent a,épr a amansaraíum del egado,meu ami gof oipr eso.E não me per gunt e se é cul pado.Tr ar eida f es t a aquel e doci nho embrul hadoeamar r adocom umafit a,comosechamaessedoce? Est áem t odososcasament os.El apassavaal i xanasunhas,BemCasado,r espondeumasel ej át i nhasaí do. -É você,Rahul ?! . . . Respondocami nhandoaol ongodassuascoxas.Chegoat éa mei al ua do vent r e maci o.Ti r o as unhas e arr anho de l eve esse vent r e,pr eci sa par ar ,Rosa Ambr ósi o!Par ar ,ouvi ui sso? Assi m vocêmorr e,pr eci sapar ar !ficor epet i ndo.El aseencol he.Umagot a desanguebr ot adoarr anhãoeéabsorvi dapel asedadacami sol a. Ai nda uma vez t ent ou me t ocar . Desi st i u e vol t ou a dormi r f echandoaboca. E pensarque um di a Gr egór i o a amou.Quefizer am j unt os umafil ha.Dur ant et ant osanosest i ver am l adoal adonessacama, sónofinalel ef oidormi rnoescr i t óri o,na si ngel a camadi vãque usava quando sesent i a gri pado enão quer i a passar l hea gri pe. Mui t as vezes me chamou,queri a que eu ficasse aos seus pés, chegava a armarum ni nho nascobert as,Aqui ,Rahul ?!Recusei sempr e, eu o amava demai s par a par t i l har assi m da sua i nt i mi dade. Mat ouse.Suapr eocupaçãomai orer anãoocuparaspessoas, não ocupar pri nci pal ment e mãe e fil ha j á ocupadas com suas f ri vol i dades.Nãopesarparani nguém,nem mesmoparasipr ópri o: não t emi a o cor po e sua mor t e,t emi a o cor po e sua doença. Conheci a essecorpoat éondef oipossí velconhecêl o,est udouse. Esmi uçouse.As pr obabi l i dades.Os ri scos.Conver sava às vezes com seu médi co, aquel e pri mo que r api dament e assi nou — r api dament edemai s— o at est ado.I nf or mava o médi co pri mo do seu est ado de saúde,i sso em mei o de conver sasdi st r aí das,que conduzi a habi l ment eenquant o bebi am ea músi ca r odava.Só eu sabi aquepr epar avaopri mo— easimesmo— par aamor t eque
devi apar eceri nevi t ável . Par eceu.Ni nguém podi a suporquea i déi a desevercondenado a uma paral i si a ou coi sa par eci da o fizesse se pr eci pi t ar assi m.Só mesmo Di ogo com sua ast úci a ef ar o— f oir aposa — podi a desconfiar .Al guma coi sanão es t ava seencai xando,oquê? Já i a sai r par at omar pr ovi dênci as quando por um br eví ssi mo i nst ant e ficou em suspenso,var ado pel ar evel ação.O corpo de Gr egór i o est endi do ai nda na camadi vã para ondef or a carr egado por el e e pel o pri mo médi co. A cami sa abert a. Esse pri mo bal ançandoacabeçat ri st í ssi maer epet i ndoquet udoi ndi cavaque f oimesmo um enf art of ul mi nant e.Quando? Porvol t a das onze, t al vezmei anoi t e. . .E Di ogo parado em mei o do ges t o quef ezao vest i ro pul ôver ,a car a acesa na suspei t a.Ol hou par a a cadei r a ondeGr egóri of oiencont r ado.Par a o abaj urai nda aceso.O l i vr o caí donochão.Teveumaexpressãodequasevol úpi a,aquel acom que mer gul hava no seu j ogo das pal avr as cruzadas.Par eceu i r r econst i t ui ndo com l ent i dão cal cul ada osúl t i mos movi ment os do sui ci da,aquel esqueacompanheiat éofim.Anant aj áent r avacom seu avent ale sua aparent ei nocênci a.Di ogo vol t ouse para el a. Tocoul he o br aço. Fal ou ent r e os dent es: enf art o?. . . El a apr oxi mouse do corpo de Gr egóri o al iexpost o.Tr ocou com o pr i mo al gumas pal avr as e só ent ão se descobr i u o que i nexpl i cavel ment eel aqui ssempr econser varem segr edo,émédi ca. Médi caapequenaAnant aqueni nguém chamavadedout ora, amãol i mpadeanéi s,asparedesl i mpasdecert i ficados,di pl omas. Compart i l hou do exame com o col ega quando el er ecomeçou o exame.Assi m quet er mi nou,guar dou osócul osnobol so.Apanhou a cami sa xadr ezde Gr egóri o e cobri ul he o pei t o.Si m,não há dúvi da,el adi sse.Esper oquet enhasi dor ápi do. Di ogo apr oxi mouse. Tr ocar am um ol har demor ado e no ol har ,ar espost a,Jáest áf ei t o.El equi sassi m.Fi car am mai sf ort es osgri t osdeRosona do l ado de f or a,bat endo com ospunhosna port a e as súpl i cas de Cor dél i a desf ei t a em l ágri mas e a voz exasper ada de Di oní si a,Esper a!gr i t ou Di ogo e as mul her es se assust aram.Arr ef eceu obarul honocorr edor .Di ogoent ão vol t ou-
separaAnant aqueest aval í vi da.Vou t omaral gumaspr ovi dênci as, f al ou com cal ma,desvi ando o ol har par a o chão.Quem sabe é mel hor dar uma pí l ul a par a Rosa,coi sa f ort e,t em que dormi r al gum t empo, acr escent ou bai xando mai s a voz . Guar dou o at es t ado de óbi t o na sua bol sa de cour o.Não seisepode haver vel óri o em apart ament o mas se o pr édi o é quase i nt ei r o del a. . . Tudo bem,despedi use e abri u a port a.Af ast ou as mul her es, Ni nguém ent r aagor a,vamos,agor anão! Os pr epar at i vos.A mul t i pl i cação dos passos e das f al as. QuandoDi ogo sai u,eu qui ssegui l o,ser i af áci lpassardesper ce bi doeescaparpel asescadasat éarua.E narua,ent r eossapat os, ent r easr odas.Vi daemort enochão. Subina cadei r a deGr egóri o,r ecol hiaspat asefiquei .Teri a quedescobri ramort eenquant ovi vo,ant esdeent r arnol abi ri nt o deondesópoder eisai rmorr endodenovo.Parar et ornar— quem sabe? — na poei r a de out r as vi das.Mai s sof ri ment o.Sem ser cr i st ãosof r onacarneal ançaquemevarou comovar ou opr ópri o Cri st o.E semprecom asmul her esem r edor— não éest r anho? Est ou sempr er odeadodemul her esquemepegam,medef endem, meameaçam.Acar i ci am ecast r am.Oshomensnãosedemor am mui t omasasmul her es,essasr esi st em. Recomeçar do nada,adi ant ari a? Não.Logo eu chegari a ao pont oem quees t ou,or essent i ment o.Apr egui ça.E omundoi gual , i gualacr uel dadeoumai sapri moradaai nda,at écni caapri moraos i nst rument os. At i ça a i magi nação. A vi ol ênci a da mi séri a se aper f ei çoando cont r a ascr i anças,cont r a os bi chos.Empol gant es as i nfil t r açõessent i ment al ói desnosdi scur sos.Mashoj eeu seio que querdi zeresper ança,podem per gunt arque eu sei .Só não possor esponder . — Rahul ,é você,Rahul ! . . .O br aço t ombou novament e.O! MeuPai ! . . . Apesar de t udo,t ambém el ar esi st e,essa Rosa Ambr ósi o. Com que ansi edade andou mexendo nas cai xas de r et r at os,
dezenasdecai xas.Pr ocur avaporum r et r at omai sr ecent eparaum j ornal i st a.Gr egóri oj át i nha morri do e Di ogo est ava nos seus úl t i mosdi as.Nabusca,api l haenormedosret r at osdaj uvent ude. Fi cou em êxt ase,ol hando.Compar ando.E l ogo o êxt ase vi r ou t er r or .Meu Deus,meu Deus! . . .,ficou r epet i ndo.Rapi dament e guar dou t udodenovonascai xas.Naspast as.A vi dacompri mi da noar qui voqueDi ogocomeçouaor gani zar .O pâni co,masent ão?. . . Sent ouse mei o encol hi da ao meu l ado. Acendeu o ci garr oe acari ci ou mi nhacabeça,MeuDeus. . .Suadepressãosemani f est ou em cari nho,apert oumi nhapat a.Af undouaspont asdosdedospor ent r e meu pêl o,as unhas mai s curt as,o que me t r anqüi l i zou, Di ogo não per mi t i a que el a dei xasse as unhas l ongas.Mãos de Mandar i m só na Chi na dos Mandari ns! Pr oi bi u t ambém que usasseesmal t edecorf ort e,ent ão não per cebi a?er am sempr eas mãos as del at or as,por que chamar a at enção dos out r os para essasmãos?Tom dever ni zr osaant i goparaumar osaant i ga. Ausênci a de sar das na mão que agor a descansa ent r e os sei os.Passaqui l osdecr emesnessasmãos.Em al gumasnoi t esde porr e,vaiaobanhei r oecomeçaaabri rospot es.Asbi snagas.Ao acaso e no escur o — não acende a l uz — vaienl ambuzando o pescoço. A car a, cr eme e l oções nos braços, nas coxas. Os vi dri nhosdecol í ri os,t em mani acom col í ri osqueamãot r ement e t ent aacert ardent r odosol hos. Depoi sdamort edeGr egóri o,sósaí adeócul osescur oseat é dent r o de casa não t i r ava os ócul os.Tr opeçava nos móvei s,me chut ou duas vezes. Vi Di ogo arr ancál os num acesso de i mpaci ênci a,Chega,Rosona!Nãot em solaquident r o,t em?Quando el ef oiembora,desi nt er essouseem esconderosol hos.Dei xou de sai r .De t el ef onar ,el a que vi vi a dependur ada no t el ef one.Rar ament el i gavapar aafil ha.Par aaami ga,essaLi l iqueaf azi ari r . Os banhos mai sr ar os. Menos cr eme no corpo que cai u em desgr aça.Pedi uàDi oní si aquel hecompr assecami sol asdeflanel a, aquel as de gol a f echada, Si nt o t ant o f ri o, queri da! Só espaçadament eret ocava oscabel oseai ndaassi m,quandoest ava nahoradeCor dél i aaparecer ,Mãezi nhaquer i da,masquedesl ei xo
éesse?Li l ichegou af azeraoper açãot i nt ur adur ant eumavi si t ae Rosaent r egouse,submi ssa.Cal i f órni a,Li l i ?Quem sabeémel hor ficarporaquimesmo,hem?!Um cansaço.Essacoi sadevi agem. . . Rel axadaebeber r ona,cont i nuavamet i danaant i gacami sol a sensualdas noi t es sensuai s,vest e a pri mei r a peça que t i r a da gavet a. Uma bruxa seduzi ndo o t empo. Gent e com car át er envel hecemai sdepr essa,ar esponsabi l i dadeéum aradocavando sul cosno cour o cabel udo.Na f ace.Mas Rosona é i rr esponsável , ser ápoupada. Na mi nha nat ur eza mai s pr of unda,começou numa ent r e vi st a.Gost ari adesaberondesel ocal i zaanat ur ezamai spr of unda de Rosa Ambrósi o nosseusci nqüent a eoi t o ou noveanos.Que compl et ou sem f est a,Gr egór i oj át i nha part i do.Di ogo t ambém.A fil haficou deapar ecermasdevet erseesqueci do.Anant amandou um cart ãoconvenci onal ,t i nhaum compr omi sso. Quando Li l ichegou com sua al egr i a eseu champanhe,encont r ou Rosona met i da numa bat ai ndi ana,maqui ada e sent i ment al ,bebendovi nhobr anconocanapédasmedi t ações.Bast ase enf ei t arum poucoer essur geaant i gabel ez aqueacol ocasempr e num pl anodei rr eal i dade.Com umacert al uzquevem dedent r oe seder r amavagar osasobr eseu sembl ant e,Di ogoest avacert o,el a ganhamui t oquandoest ánost ál gi ca.Em si l ênci o. Esper ou queel et el ef onasse.Nãot el ef onou.Ent ãoseest endeu nocanapéeal ificou.Di oní si avest i u ouni f ormepr et ocom gol ae avent alde or gandibranco e t r ouxe um enor me r amo de r osas vermel hasquechegou sem cart ão.Ent ãoRosonaani mouse,Que mi st ér i o!E com i nesper ado apet i t eat i r ouseà mesa dequei j ose f ri os enquant o Li l i sacudi a as mãos de pul sei r as e espuma, Depr essa,umat aça!Rosonabei j oua,cant ou com el aeDi oní si ao i t os e cor r eu para me pegar ,Rahulador a Happy bi r t hday aos gr champanhe!Fuimeesconderna sal a dosguar dados.A sal a das ar mas. Tant ost r of éusempi l hados.Cai xas.Ret r at osquer ecebeu dos pi nt or es com o mai oral vor oço,Desl umbr ant e!par a em segui da
encost ál osnocant odeondenãosaí r am mai s.Ossapat osf or ade usoaol ongodaspr at el ei r asdaest ant e.Bot asdet odasascor ese f ei t i os.Naspr at el ei r asi nf eri or es,ospoucossapat osqueGr egóri o dei xou equeel aesqueceudepassaradi ant e.Fi caram nossapat os o andardo sonhador .Dei t ei me em ci ma dos vel hos sapat os de l ona,aquel esqueusavaparaasl ongascami nhadas.Láf ora,avoz de Rosona af et ando i rri t ação quando desi st i u de me encont r ar paraobri nde,É um gat oegoí st a! El e não é egoí st a,é di scr et o,Gr egóri o me def endeu t ant as vezes.Di scr et oévocê,eu qui sdi zernanoi t eem quesepr epar ou paramorr er .Navésper a,j át i nhaconver sadocom opri momédi co, esse vel hot et ont o que mei o vagament ej á avi sar a,em mei o de ci t ações poét i cas, dos ri scos que el e corr i a. A noi t e per f ei t a, Rosona f ora com Di ogo ao t eat r o,sóvol t ari a mui t ot ardepor que depoi st i nhaumacei a.Cor dél i aj ant avacom um novonamor adoe Di oní si at i nha uma r euni ão na sua i gr ej a. Anant a não seri a nenhum empeci l homaser amel horquet i vessei doàDel egaci ade Def esadaMul her ,umamoci nhaf oiest upr adapel ovi zi nho. Rest avaot est emunhodeum gat oef oiesset est emunhoqueo f ezhesi t ar .Fi cou meol hando,pensat i vo:eseobi cho,consci ent e de que o dono est á mor r endo,sof r eressa mor t e? Tomoumeem seus braços, apert oume demor adament e cont r a o seu pei t o. Ent ão,meugat o?. . . Levoume à pol t r ona da sal a enel a me acomodou t endo o cui dadodemerodeardeal mof adas,anoi t eest avaf ri a.Passou a mãonami nhacabeça.Passou amãonosmeusol hosparal i mpál osda excessi va umi dade.A mão branda e sábi at at eou o meu f oci nhocom aper cepçãodeum cego.Qui sl ambersuamãoeme cont i ve,seidaasper ezadami nhal í ngua. Pi sando l eve,vol t ou ao escr i t óri o.Mas pr eci sou sai r par a j ogarnal i xei r aopequenoembrul ho.Di sf ar çadonabol adepapel queamarf anhou,comof azi acom seusescr i t os.Dessavez,f oiat éa ár eadeservi ço,er aarri scadodei xarapr ovanocest odoescri t óri o.
Quandoouvioruí dodoseu péaci onandoopedalda t ampa met ál i ca,pul eida pol t r ona,ent r eide novo no escr i t óri o e fiquei encol hi donocant oquemepar eceuomai sescur o.El echegou um poucoarf ant e.Descar t ado o vi dr o — ou cai xa — apr essouse,j á devi at ert omadool í qui do.Oupí l ul a,queseieu.Fechouaport a.O r el ógi o.Ti nha o t empo exat o para arrumaro cenári o da mort e pl anej ada.Chegou al i garavi t r ol a masarr ependeuse,sabi aque sói ri am encont r ál onodi a segui nt e,devi a seconst r angercom a i déi adedei xaraagul hagi r andopel anoi t eadent r o.O f ocodel uz que cost umava acender at r ás da pol t r ona devi a ficar aceso. Apanhou o l i vr o que dei xar a na mesa.Sent ouse na pol t r ona,o cachi mbo apagado na mão. Quando af r ouxou o col ar i nho da cami saxadr ezf oipara r espi r armel hor?A pal i dezest endeuseda t est a para a f ace com a t r anspar ênci a de uma máscar a de cer a amol eci da.A boca t eve uma cont r ação ao se abri rcom esf or ço. Passou a pont a da l í ngua nosl ábi os br ancos.Est endeu o br aço para dei xar o cachi mbo na mesa j unt o da pol t r ona. O l i vr o t omboul he do r egaço par a o chão.Levou de r epent e as mãos cr i spadasao pei t o,agarr andoacami sa.Tremeu i nt ei r o.Lágri mas escorr i am pel oseunari z,pel abocaquandoi ncl i nou acabeçapar a opei t o.Subinosseusj oel hosquesecol aram num t r emorquef ez sacudi racadei r a. Gr egóri o!euchamei .E omeumi adodedorf oiogri t oqueel e nãodeu.At équeaospoucosot r emorf oidi mi nui ndo.Cont i nuou a massagear o pei t o banhado de suore com a out r a mão af agou mi nhacabeça.Seu ol harl í qui doencont r ou omeu,ent endioque qui smedi zer ,adorest avapassando.Cessouot r emordasper nas. Est endeuasnum r el axament o.O ol harficoubaço— porquet i veo sent i ment o de que el e não est ava mai s al i ? A máscar a úmi da apagouset r anqüi l a.Recost ou acabeçanaal mof adadacadei r ae f echouosol hos.Fecheiosmeus. — É você,Rahul ?,per gunt ou Rosonaal i sandocom apal ma damãoaal çar ompi dadacami sol a. Mas onde est avam t odos? Como podi am abandonál a as-
si m?. . .E Di ogo?Ondeandavaessel ouco?Sóel epoder i ar ecuper ál a,só el e.Não er a vi ci ado massabi at udo sobr eos ví ci os,sabi a pri nci pal ment et udo sobre el a,fiscal i zant e e ri gor oso como se nunca t i vesse f ei t o out r a coi sa do que cui dar de mul her es desbi t ol adas.A cl í ni ca par a desi nt oxi cação.O r egi me quesegui a com asubmi ssãodeumameni naapai xonada. — At ri zmedí ocr e,mãeegoí st a,amant ei nfieledonadecasa descui dada,el a di sse hoj e para o espel ho com expr essão de desafio.Bebeuorest odouí sque,t ri t ur ou ent r eosdent esum pedaço degel oeenfiou nabocaumapast i l hadehort el ã,ool hardur o.Os l ábi oscr i spados.I mpr egnouset ant o dospapéi squerepr esent ou quef aci l ment epassadeum papelparaout r o— f r agment osquevai j unt ando e emendando nas r aí zes,dependendo da conveni ênci a. Um j ornal i st aaesper avanasal a.Opt ou pel ot i podespoj ado,avoz l i gei r ament e chor ami ngant e, Não sou nada, não quer o nada. . . Di ant edet amanhahumi l dadeoj ornal i st a,um j ovem i nexper i ent e, r esol veuserf r ancoeconf essouquenãoconheci aoseut r abal hono pal co,esper ava que el a o aj udasse.Rosa Ambr ósi or ecol heu o bur elf r anci scanoeficouem est adodechoque.Querdi zerquevocê vem àmi nhacasameent r evi st arenuncamevi ur epr esent ar ,el a começou.A pergunt aj á er a uma r espost a.Levant ouse.Fezum agr adonoquei xodomoçocom um ges t oesvoaçant e,comoàsvezes agr ada o meu f oci nho,Se você não me conhece,queri do,não podemos t er di ál ogo, di sse e dei xouo per pl exo, com j ei t o de cr i ançaa quem set i r a odoce.Di oni si a,t r aga um caf épara esse senhor ,encomendou e vol t ou para o quart o.É uma af r ont a! , excl amou para a própri ai magem dur a de i ndi gnação.Chor ou quando pensou em Gr egór i o,Nuncamai s,hem?!Masani mouse quandopr essent i u queDi ogoest ávol t ando,bebeu paracel ebr are agor aaíest ádesf ei t a.Est ouexaust a,vi ver epet i ndo.Est áexaust a. — Rahul !el achamabr andament e. Mi au,r espondoesi goat éseupei t o.Encost oof oci nhonasua pel earr epi ada,ouçooseu coração.Ascavernas,aspl aní ci eseos bi cos dos sei os de pét al a pál i da.Tenho às vezes cat or ze anos i ncompl et os,soui mat ur acomomeupaí s.Háesper ançapar anós?,
el aper gunt ou aGr egóri o.Fezaper gunt ari ndomasel er espondeu com seri edade,Há esper ança,si m.Si nt o o pêl o seeri çarpor que l embr oqueel epassavaal í nguaporessecorponar ot adodesej o. Not empododesej o.Vou pat eandopel omesmocami nhot or t uoso. Peri goso,el a est ái nqui et a. Desço de novo at é seu vent r e.O t ri ângul osombri osobaseda.Af undomai snessevent r e,quer oseu chei r oemevem oper f umedot al coj asmi m queDi oní si apol vi l hou com f art ur anascoxas,vi ri l has.Nãoseiporquef ezi ssonami nha f r ent e,i sso quef ez,t i ngi rospêl os.Fuiobri gado a vert udo,eu. Val homenosdoqueat ornei r a.Oudoqueoespel hosem memóri a. O despudordaspessoasdi ant edosbi chos,massou um bi cho?Um bi cho.Di ogot er i adi t obi cha,i ssoset i vessemeconheci do l ál onge,naci dadedosmármor es.A praçacom ohomem det oga depúrpur aeagor aeu seiqueessehomem er ameu i ni mi go,havi a no seu ol hara mesma cr uel dade quesof ridepoi s.E f oil á onde conhecioamor . — Eu nãoqueri aassi m! ,el ar ecl amaesuaf aceseconf r ange. Enfim,nãot em i mport ânci a. . . Fi co ol hando sua cabeça f or mi gando de sonhos.Quando r ef açoocami nho,el acomeçaum movi ment obruscoquequaseme at i r al onge.Fi rmo as pat as na pont e movedi ça,podi a cr avaras unhasnest a pont ecomofizcom ol i nhodapol t r ona.Procur ome acomodar ent r e seus sei os.Fui andando pel a pont e, a pont e est r emeceu,Águat em veneno,mani nha,quem bebeumor r eu. Quem bebeu mor r eu,cant ar ol avaaagr egada paraomeni no dacasadasvenezi anas.Nãoseioquef oif ei t odaquel asmul her es, a mi nha mãeenl ouqueci da.Mi nha i rmã demãosdur as,t ocando pi anocom t ant adur ez aeaagr egadadeol hosasi át i cosdacordo l ampi ão.E omeni no,oquef oif ei t odel e?Fi queicom amost r asdos t eci dosenão seiondef oiparara peça i nt ei r a. Não seit ambém o queser áf ei t odasmul her esdes t a casa.O queser á des t a mul her quevou pi sandoequel evant ou amãoaber t a,acenouparaal guém quecruzouseusonho. Pul oparaochãoesai odoquart o.Quer oacr edi t arqueagor a
Gr egóri oj ásabe.Naúl t i maapari ção— umasombradasombra— mepar eceu i nqui et o,um cert odesassossego,comosepr ocur asse em simesmoal goquenãoconsegui aachar ,oquê?Chegou af azer aquel eseugest ot ãocost umei r odeapal parosbol sosondedevi am est arosbol sosmasdessa veznão quer i a secert i ficarset r azi ao cachi mbo.Ouochavei r o.Concent r ouseol handoparadent r odesi mesmooupar aoquer est avanessedent r o. — MeuPai zi nho! . . .,ouçoaRosonachamar . Queropai ,qualdel es?oqueexi st i aef ugi uou esseout r oque nãoexi st eequeel achamacom omesmoamor .Vouat éacozi nha, bebo l ei t e,esvazi o a vasi l ha de carne,sou um bi cho,quer oo apet i t e do bi cho.Vol t o à sal a e afio as unhas no t apet e com o mesmopr azercom quedevor eia carne.A campai nha dot el ef one r ecomeça,esef oroDi ogo?Nãot enhonadacom i sso,di goami m mesmo.E seique t enho.Vou de cabeça bai xa at é o quart o em t empodevêl aseenfiardebai xodacama,querseesconder .Sent o em ci ma do seu pul ôver embol ado no chão e doul he as cost as enquant of açomi nhat oal et e,l amboocucom r ai va,sempr ear ai va eoamor .Achoqueum di ael af oiami nhamãe.
8 Ét ar de no pl anet a!el e di sse.Fi co r epet i ndo,É t arde!mas dou à f r ase uma i nt enção dramát i ca,onde est á ot empo est áo dr ama.Aspi r oaf umaçaci nzaazuldoseu cachi mboeai nda não seicomo acont eceu, el e pareci a et er no e f oi morr er . Gr egóri o, Gr egóri o,fico chamando.Est endo a mão par a acar i ci arosseus cabel oset oconumat el ar essequi da,aorganza.Eudi sseor ganzae não or gasmo, ouvi u, Cor dél i a? a suav e or ganza que vi você desdobrar com gest os r edondos sobr e a sua l i vi dez. Tent ando di sf arçarnos r eflexos r omânt i cos do l i l ás o amar el odecogumel o damor t e. — Vocêdi ssequeficou sozi nhaquandooGr egóri omorr eu.E oDi ogo?,el aper gunt ou.Aanal i st a.
Out r a boa per gunt a,di zem os pol í t i cos hi pócr i t as que não f azem out r acoi sadoquement i rnasr espost as,odei oment i r osos. E mi nt omesmosem provei t o,sónãomi nt omai spor queament i r a exi ge pi ruet as e es t ou exaust a.Esvaí da.Acho que me cansava menosquando r epr esent ava,Ô meu Pai !seel evol t asse.Não vai mai s vol t ar ? Se el e vol t asse eu vol t ari a.A vi ver ,queri da.Com Di ogoeu t i nhacer t ezadequenãoest avaf azendopapelmi ser ável . j azzque el Ot ocadi scos l i gado,aquel e e ador ava,um negr o no saxof one,me l embr o at é do nome que el er epet i at ant o,Char l i e r dl i ves,di Par ker ,éi sso.Char l i eBi r d,Bi sseeu,est anoj ent a.Est a noj ent arepel ent equel heapont ouarua. Est our epet i ndot udo,j áseimasdei xaeur epet i rer epet i rque el e serecusava ao j ogo do f azdecont a mas quando não r est ou mai snada,me aj udou a cont i nuarj ogando.Sonhando.Er a um meni no ederepent e ficava t ão madur o.Tão séri o.Meaj udou a armaroscenári os,Nest e cant ot em uma árvor e,ol ha o papel ão ver dedaf ol hagem!A cadei r al ánaescada,est ávendo?éum t r ono ev ocêéaj ov em pri ncesacom um r amodeur zesnasmãos.Seeu caí a el e me l evant ava mas com humor .O humor ,Rosona,não per derohumor !Di sseai nda,Pr eci sodevocêpar amevermel hor nasmi nhasf r aquezas.Acei t eiserseuespel hodef ormant emasnel e mevi a per f ei t a.Embora meagredi sseàs vezes,er a esseespel ho queal i ment ava a mi nha f é.QuandoGr egóri of oiembor a,quando el eacabou i ndot ambém fiqueimevendoem es t i l haços.Cacos!eu gr i t o e ni nguém me r esponde,per di t odos, mi nha fil ha. Meu públ i co. Mas est ou cal ma por que seique um di a,hem?! . . .Um di a ai nda vamosnosencont r areficar emospar a sempr ej unt os,nós doi s de novo naquel e começo desl umbrant e,j ov ens e de mãos dadas,Gr egóri o e eu numa f el i ci dade i nsuport ável .Em al guma part eel eest á meesper ando,si m,quenãomevenhaaquel asuspei t a.Aquel a.De que el e ficou l á mesmo onde o dei xar am,t ão qui et o,sem abendi t af úri adar ebel i ão,darupt ur a,Gr egóri o,não admi t ai sso!gri t o e a massa i gnóbi l ,a massa t ri st í ssi ma, es vazi ada.E habi t ada,Gr egóri o,r eaj a!
Est ou chor andoer ez ando,passouai ndi gnação,passoucompl et ament e por que est ou me benzendo com o f ervor de uma cr i ança,nãoquer oseri nt el i gent enem nada,quer oserumaquase i di ot a chei a de candur a,de cr ença,só quer o acr edi t ar .Acr edi t o, Di oní si a,vamoscant arj unt as,suavozét ãoboni t a,oDi ogodi sse quevocêcant af ei t oaquel esnegr osamer i canosl ádavel haguar da, hem?! . . .Um cor ação si mpl es,di goemeof er eço,meensi na.Você sabe cant ar ,você sabe t udo, t odos os mei os de comuni cação ficar am com vocêqueamanhececol hendonot í ci as,or ádi ol i gado. E amanhececom ot el evi sorf ervendo,sempr eat ent aaosaparel hos comuni cant es,Cant a,quer i da!Mel horai nda seest á em si l ênci o, r abugent a por que é na r abugi ce que i nt erpel a Deus,Fer r o na boneca!I sso t ambém passou da moda,pal avr as,pessoas,at éas vi ol et as.Ti nha um per f ume que a mamãe ador ava,Vi ol et a di Parma. Fal a Sher azade! Cat acl i smos, desast r es, escândal os, cr i mes,ah!o i nesgot ávelfio ver mel honegr oj orr ando da boca da f ont ecom caradel eão. — Vocêdespr ezaosj ornai spor quenãoest ámai snel es,di sse oDi ogo. — Achai ssomesmo? El et i r ou da sacol a de pr ai a um l i vr o sobr e Trót ski ,l evava essel i vr oport odapart eondei aeat éhoj enãoseisechegou al er at éofim.Ti r ou ai ndaal at adecast anhasdecaj u eosj ornai sda manhã. — Acho.Est ãover des,Rosona.Asuvas.Masseumaf ol ha t r emenassuascost asnãovaivol t arcorr endo? Hámai sdequat r oanoseu nãopi savanopal coemesent i a exaust a,aoci osi dadeécansat i va.RecuseiumapeçadeI bsen,me acovardei ,Quer of ér i as na pr ai a!Gr egór i o est r anhou,Ai nda o st r ess? Respondique meu st r ess vaivar ar a et erni dade.Est ou cansada.Cansada.El et ocounomeuquei xo,l evant oumeusócul os escur os.E pedi uquel het r ouxesseumaconcha. A pr ai asel vagem nol i t or al .Di ogol evant andodemadrugada para aj udaros pescador esa puxarasr edes,andando f el i zpel as
pedr as,i ndodebi ci cl et aat éa vi l a,gost avadecompr arbobagens. Of er ecendoseao solcom sua sunga vermel ha,eml ambuzado de ól eocomoum j ovem model odosanúnci osdecuecaseesper ma.De ma.Degel éi a del aranj aeesper ma — hánes t epaí s j eanseesper al gum anúnci odegel adei r aquenãorecorr aaosexo? — El enãoest avaassi m namodaquandoeuer aj ovem. — Quem? Quem não est ava na moda? Comeceia cavara arei aci nt i l ant e. — A gent et em quef azercomoot our ei r o,sai rnahor acert a senãovem chi f r ada,hast asi empr e! — Masnãot em cál cul o,queri da,t em écor agem.Nat our adae f oradel a. Arr anqueia mão do bur aco que se f echava past oso l á no f undocom agul adeumaboca. — As conchas desapar ecer am,queri al evarao menos uma. Gost adomeumai o,Di ogo?E ant i go. — É l i ndo,vocêest ásempr ebem quandousaoest i l ocl ássi co. — I dadeMédi a. — I dadeMédi a.Quem t em dent espodeusarat éofiodent al masachoj eca.Essavont adesacanadeseexi bi r ,éumacoi saque nãoent endo,aservi dãodamul her .Vem ot aldi t adordamoda,um best aqual queredi zqueochapéu t em queserem f ôrmadegar f o. Pr ont o,mesmoasmul her esmai si nt el i gent esespet am ogarf o na cabeçaeel enãoficabem em t odas.Sónessepont oéquevej oa mul heri nf eri oraohomem. — Eusoui nf eri or . — Vocênãoéi nf eri ornem superi or ,Rosona,vocêél ouca.As pequeni nas ondas vi nham est ourar al i aos nossos pés e se desmanchavam em gui r l andasquer i am f ei t oascri anci nhas.Lavei nel asasmãos. — Porquecont i nuacomi go,Di ogo?— Jádi sse,por queeu t e
amo. Acendium ci garr o.Quando não há nada a f azer ,t omarum copod' água,al guém meensi nou.Masaáguaaol adoer aáguado mar .El ecorr euaspont asdosdedospel omeubr aço. — O Gr egóri osabe? — O quê? — Anossor espei t o,or a. — Deve t ersuassuspei t asmasnão di znada,el enão f al a. Maseuquer i adi zerout r acoi sa,quer i do.Est oumedespedi ndo. — Demi m? — De t udo.Fi m de l ut a,est ou depondo as armas,cansei . Agor a queri a dormi r ,me i sol ar .O t eor ema é que não t enho paz enquant odurmo,ossonhos. — Teor ema.É i nvençãodeGr egóri o,euseimasesqueci . . . — A pal avr a pr obl ema af unda,t eor ema flut ua,hem?!E t em Deusnarai z. Di ogovi r ousedebruçoseenxugounat oal haacaramol hada desuor .Recol hiasper nasparaaáreadesombr a.Meu i ni mi go,o sol. — O úni cot eor emaéquevocêpr eci sat r abal har ,queconver sa éessa,deporasarmas!Dequepeçat i r ou i sso?,per gunt ou ecom a pont a do dedo escr eveu na ar ei a,Teo — Rema.Ol ha aí ,Rosa Rosae,Deus r ema pornós!E cont r a a cor r ent ez a,di ga i sso ao mari do. Bei j ei l heamãosal gada. — Ser áquevoupoderr ecomeçar ?Hem?! . . . — Vê se pr est a at enção,gar ot a,quando você acert a num papeléumaat ri zext r aor di nári a,j ádi ssei ssomi lvezes,esqueceu? Eu t i nha acabado devol t arda Espanha quando f uiao t eat r o.E
quem encont r eino pal co vi vendo uma Mar t a,não er a Mar t a? est upenda,quem f oiqueapl audidepé,ot eat r oi nt ei r odel i r ant e, l embra? Est al oucona aquido l ado,essa Rosa Rosae que quer deporbr asões,vi sei r as. . .Você est ava t ão convi ncent equepensei at équei acont i nuarassi m nasuacasa,essat ol i cedeseacharque o art i st a segue na vi da r eal o i nf erni nho domést i co, um arr ancandoaunhadoout r ocom finosal i cat es. Uma gai vot a bai xou em vôo vert i cale mer gul hou no mar . Reapar eceu t r azendo no bi co um pei xe que f ul gur ou como um fiapo de l uz. Gai vot a e pei xe f undi r amse bruscament e nas ar dênci as. — Acho quenunca di scut icom Gr egóri o.Posso urr ar , medescabel ar ,r asgarasvest escomonast r agédi aseel evem,me l evant a,passa mer cur ocr omo nosarr anhões,enxuga mi nhas l ágr i mas.Masnãoseexal t a.Conver sacomi got ão bai xoqueacabo f al ando comoel e,nósdoi smurmur ant es.Quandoeu f azi aQuem j o nessa época o nosso r el aci onament of oiquase t em medo? , ust per f ei t o,eu t i nha horr or de i magi nar que por mi nha cul pa se r epet i ssel áf oraocl i mapodr edapeça. Out r a gai vot a — ou a mesma?— vol t ou a mer gul har .Sai u sem o pei xe.Pr ocur o a mão de Di ogo porent r e a ar ei a quent e. Ent r el açamososdedos com f or ça.Meusol hosse i nundaram de pr azeredor . — Masexi st eum out r oamorqueabr asaassi m,hem?!Nego t ant oest eamorenegandoest ou menegandot ambém eent ãofico det est ável ,nãoseicomovocêmesuport a. — É si mpl es,Rosa,escut a,vocêest áem pâni copor quesent e queest á envel hecendo.Fogedot r abal ho,daspessoas,vaiacabar f ugi ndo de mi m.Rosa Ambrósi o,como vou f azer ent r ar nessa cabeçaquenãoexi st eout r asaí da,exi st e?Par aescapardavel hi ce, queri da,sómorr endo j ovem masagor a nãodá mai s.A sol uçãoé enf r ent arsem f azerbi co,debom humor ,sepossí vel .Enf r ent aro t our o,vamos f azer uma vi agem? Coi sa r ápi da que a hor a é de t r abal ho,Madri ,Barcel ona,vocêcompr aseusper f umes,euvou às touradas.
— Tenhopenadot our o. — Amo a Espanha.Quer ot e most r ara águaf urt ada onde moreinoBai rr oGót i co,eh!vi dão!Aquiest át ri st edemai s,mi nha ger açãoper deu aesper ança,opovodesesper ado.E vocêcom essa mani adevel hi ce,querseri nt ernada?E i sso? — Nãoéai dadequemedepri me,éopr econcei t o.Al i mi t ação det r abal ho. — Masvocêéapri mei r aasel i mi t ar !E senãol i mi t ou nosso amorépor quenãodei xo,maspel oseugost oeu est avanaest r ada. E Rosa Rosae aj oel hada no mi l ho como apr endeu com as f r ei ri nhas,não est udou com asf r ei r as? Ah,o queéi sso?. . .Tem quesai rdocl i mãodasant i gasest r el asdeHol l ywood,nãoest amos em Hol l ywood.Ent ãoacoi saficapaupér ri ma. — Deussabequeeuquer ovol t arat r abal har . — Deussabequevocêsóquervagabundarebeber .Bebepor causadadeprê,aument aadeprêpor queaument aadependênci a, t em quebebermai sevi r aent ãoaquel evi aj ant eper di donomat oe andandoem cí r cul os.Passaget v u afit ael eu ol i vr o. oí ndi a , ocêvi Seai mprudent emoci nhaadi vi nhasset odaaquel aconf usãoquei a desencadearpel o si mpl esf at o depedi ressemal di t ot i c ketpara a í ndi a. . .Tudo começou nesse pedi do t ão i nocent e,f oicomo se pedi sseumapassagem paraoI nf erno.Noseu casoest á sabendo mui t obem qualéopont ofinaldobi l het e,nãosabe?Responda. Vi st oapequenabat aqueCor dél i adei xouem casa.Tem oseu per f ume.Cor dél i aesuaj uvent ude.Fechonamãoum punhadode areia. — Souocont r ári odaquel er eiMi das,envenenot udoquet oco. Você est ava t ão cont ent e,Di ogo,E ol ha aí ,enveneneit ambém a suaal egri a,meper doa. — E nãof al emai sem per dão,porf avor !Uma mul hercomo você,mas t em sent i do?. . .E ai nda por ci ma ri ca num paí s de mi ser ávei s,sabequaléa per cent agem demi ser ávei snest epaí s? Uma pri vi l egi ada e se quei xando,es t ou ficando vel ha!E ouvi r
conver sadeput aquenãoseconf orma,i h!est ou f ei a,i h!ni nguém mequer . . . — Di ogo,est ou com medo,ficosal i vandodemedocomoum bi cho que vaii ndo e sent e a cobr a adi ant e,esper ando.Fi quei mi nhai ni mi ga. — Vaivol t araseamarqueeu sei .Agor avem cá,medáaqui um abraço assi m!E dur o,mi nha queri da,at é eu j á ando mei o assust ado, umas pont adas, parece que depoi s dos t ri nt a. . . Pr ocur ou mai s cast anhas no f undo da l at a.Lambeu os dedos esbr anqui çadosdesal .O j ei t oél ut ar ,val eat éot r abal hobr açal , ouvi ui st o?Ont em um vel hi nhodeoi t ent aedoi sanosat r avessou o canaldaMancha,vupt !vupt !nadando.A múmi achegou i nt ei r ae ai ndapedi uum conhaque. — Sevocêmeaj udar . . .Di ogo.El el evant ouse.Corr eu par ao mar . — Deusnaf r ent e,aspri ori dades!TeoRema,esqueceu? O solnomeur ast r o.Ent r odepr essanarodadesombr a.Não, não esqueci Deus. Mas f aço ceri môni a com El e como f aço ceri môni a com Gr egór i o,só não f aço ceri môni a com você,t ão f r ágei s nós doi s, hem?! . . . Fei t os da mesma mat ér i ai ncert a, t r ancadosl ádent r oedandoaosout r osai magem deci dadeaber t a, ent r em!se i nst al em!Nenhuma chave,di zemos.E o cadeado de f err onaport adaent r ada. Assi m queel evol t ou começou a sesacudi rest abanadof ei t o um cachor r ão cont ent e, espi rr ando água. A ar agem ar enosa chegou àmi nhaboca.Com asmãosem garr apuxou par at r ásos cabel osempast ados na t est a.Penseiem Mi guel— masporque Mi guel ?O gest odeMi guel . — Mef echei ,Di ogo.Mef echeieper diachave. — Met o o pé nessa port af ei t o aquel e canast r ão do ci nema quenãof azi ausodamaçanet a,nãoéassi m quemachãoent r ano
quart odanamor adaqueset r ancou? Ri mos ao mesmo t empo,meu Deus!aquel e céu.O mar ,o es t r anhomar .Convul si onadoaosnossospés,espumej ant edet ão br avi o.E no hori zont ea l i nha deest abi l i dadeabsol ut a.Maser a r ealesseequi l í bri o?E derepent edescobriporquemel embr eide Mi guelquandoviDi ogocom omesmoj ei t odemeni noencabul ado, ocabel oescorr endoágua.Viocéudançari narnasl ágri mas.Ent ão sent i sua mão penet r ar devagar nos meus cabel os t ent ando desenr edál os.Qui ssaberdasmi nhasmemór i as,mascomo?Quer di zerqueeunãot i nhanem começado? — Est amosesporr andoquasenosécul ovi nt eeum eoLi vr o do Sécul o! ,l ament ou e chamou o vendedorde cocos verdes,Ei ! aqui ,gar ot o!Ti r ou odi nhei r odedent r odol i vr o.Asf emi ni st asna een,depr mai orr evol ução evocêcom spl essão não vaibem com f emi ni st a. — Vocêficaum escot ei r oquandof al aem depr essão,queri do. — Escot ei r o?,el er epet i u.Fi cou séri o enquant o escol hi a os cocos.Jáf uiumaf ábri cadeangúst i a,quasevi r eisucat a,sabeo queésucat a?At édescobri rqueépossí velt r ansf ormardepr essão em ação,mesmoquer endo semat arvocêsobenopal coef azseu númer odesapat eado. — Asenhor aest ádormi ndo? Abr o os ol hos.Di oní si a com seu casaco de t ri cô,gorr oe mei asdel ã,est ásai ndo.Ouchegando,nuncasesabe. — Est avapensando.Rezoupormi m? — Rezo sempr e mas a senhor a pr eci sa t ambém se aj udar , di sse enér gi ca. Ti r ou o l enço do bol so e l i mpou o nari z, est á r esf ri ada.Pr eci seidedi nhei r oepasseinaCor dél i a,t udoi ssoagor a écom osecr et ári odel aquecui dadessascoi sas.Par eceum moço bom. Moço.Ai ndabem.
— Mi nhafil hi nhat ãoboni t a.Tãoi nt el i gent e.Par ecequeest á aprendendo russo,deve t eral gum russo vel ho aíno mei o.Mas russoépobr e,Di ú!Aquel adesgracei r a. . . — E daí ?A senhor aseesquecequeédospobr esoRei node Deus.Suafil hat em um l adomui t obom,el apr at i caacari dade.Me cont ou queont em passouanoi t ei nt ei r anohospi t al ,um del est eve der r ame. Ô meu Pai !Os vel hos t ombando f ei t of ol has,derr ame,enfisema emai sa put aquepari u.A escol haédel a,di sseGr egóri o. i do,l ongedemi mf azerqual querobj eção. Okey,meuquer — Longedemi m,di goemedesvi odami nhai magem r eflet i da na port a espel hada.Per co o equi l í bri o e me apoi o no br aço de Di oní si a,nãoseiporqueesquel et odeat ri zépi ordoqueosout r os, t er rí vel ,t er rí velcom seu chapel ão com pl umas,o pescoço — pescoço? — com fiose fiosde pér ol as,ent r ando ri ndo na f est a, ondevii sso? — Tomaest esucodemamão,asenhor aemagr eceu. — I h, Di oní si a, i mpr essi onant e, eu est ava pensando em magr eza. . . Mamãoaonat ur al .Comoémamãoaonat ur al ?Per gunt eiao gar çom e el e me ol hou como se ol ha uma di mi nuí da.E mamão com casca,Madame.Sement esecasca.I nvól ucr os.Pl anej ament os. — I dade barr oca.Di ogo di sse que eu podi a me vest i rf ei t o Sar ah Bernhar dt .Umaat ri zquenem eu,mor r eu f azt empo.Tudo f azt empo,enfim,nãoi nt er essa. Quandoel acomeçouat i r armi nhar oupaent r eguei mecom a humi l dade de um manequi m de vi t ri ne.Suas mãos são ásper as masquent es. — Cor dél i amandout r ancarobareasenhor aachouachave. Hoj e el a qui s saberda senhor a,não r espondipor que não posso ment i r . Vest i dosl ar gos,mol es.Bat asdebr ocadoemussel i nearr as-
t andoabarr af r ouxa,t ant aspr egas,hem?! . . .Echarpes.A espi r al de gaze enr ol ada no pescoço e descendo bem compri da, bem compri da.Lembrando— sól embrandoenf or cament os.Oscabel os t empest uososar r epanhadosem madei xas. — Jur o que vou vol t ar em gr ande est i l o, Di ú. Sem el e, sozi nha. — Sozi nha,não,com Deus.Est a cami sol a énova,Cor dél i a compr oumai sduasdeout r ascor es,nãoéboni t a?É bem quent e. — É devel ha,di goemeabr aço,Nãot em i mport ânci a,el ame esquent a,pr eci sodecal or ,eu t i nhaumapi t ei r adeâmbarl ei t oso, combi nava t ant o com meu bat om vermel hodr ama.Per di , me l embro queo âmbarnomeu l ábi o. . .Também per diaquel epapel , hem?! Revol ução Fr ancesa, f ui convi dada. A r oda do Tempo r odando ao cont r ári o,mas que barul ho é esse? Ah,per dão pel o barul ho,pel o sanguemasacabou der ol ara cabeça deMadame Rol and.Quec' domasquer i asaberapenas estt r i st eVeni sel ,concor paraondevãoospi ol hosdosdecapi t ados.Um eni gma. — Esf ri ou denovo,achoqueosolest áseapagando,cr edo.A senhor a sabe que o mundo vaivi r ar uma gel ei r a? Mas ai nda demor aum pouco. Bei j ol heamão. — Vocêéumasant a,Di oní si a. — Quem meder a!Vouf azerumagemada,açúcardáf or ça. — Com vi nho,Di ú? El ari u ori sorar o.Meu paibat endoagemadacom Vi nhodo Port o,El esót omavaovi nho,l embr ei .QuandoDi oní si aent r ou na cozi nha,f uidescal çapr ocur ardepr essaef urt i vament eocopoque dei xeiem al gum l ugar ,onde?. . .Pi seiem Rahulquesai u gri t ando, achei !Achei .Vol t eiefiqueiparadanomesmol ugar .Assi m queouvi seus passos fiz r ol ar o copo para debai xo da cama.Guar deio úl t i mo gol ena boca.El a bat i a a gemada numa caneca.Acar i ci ei seubr aço.
— Mi nhapel eamol eceu masasuaét ãori j a.Mur chei ,hem?! RosaDespet al ada,sua cr i ada,di r eia Deusquando f ormeapr esent ar .Vocêachaquevou pr océu,Di ú? — Agent epensat ãodi f er ent e,anossaI gr ej aédi f er ent e. Fi cosent adanacama,esper ando.A I gr ej adami nhai nf ânci a t ambém er a di f er ent e,l embro e fico ol hando mi nhas mãos.As novenascom amamãe.Umanoi t ecor oeiaVi r gem,or espl endorde our o na al mof ada de vel udo.O i ncenso denso,o mi st ér i o.Uma I gr ej a conheci da edesconheci da.Qui sficarbanal ,a pobr ezi nha, at r ai rdepr essa os j ovens,conqui st aroper ári os.Di ogo f al ava em camponesescom seu charmedeesquer da f aguei r a.Conqui st ou? Conqui st ou nadaeai ndaper deuosvel hos.At éum cant order ockpaul ei r a Fr eiFel i pe bot ou l á na f r ent e do al t ar ,el et ambém de bot acot urno,f unci onou? Os camponeses com seus ouvi dos de pedr a,o pei t o de pedr a.At é Guevara,hem?!f al ava,f al ava e os homensf ri os.Dur os.Mai sdur osai ndadoqueosout r osnal i ção da vi ol ênci a.E Di ogo com seus di scur sos sobr e o padr eher ói , sobre a vi ol ênci a necessári a, exal t ar a f ace de Cri st o r evol uci onári o,doCri st odai ndi gnação.Masvocêéum boavi da, quer i do,eudi sse.Ent r enami nhabanhei r aeesqueça,useossai s doar coí ri s,azul ver dever mel ho,abanhei r aeaespuma. — Não guar dar eisenão as hor as f el i zes,est ava escri t o no r el ógi odosol .As coi sas boas,as coi sas l i ndas.Est ou r epet i ndo mui t o,Di ú? — Um pouco. O chei r odoovoedoaçúcar .Tempo dasgemadas.Tempo do Mi guel ,engul o a col her ada de gemada e fico moci nha,quase meni na.El emor avanami nharua,er aomeu pri mori coel i ndo, eu est ava t ão apai xonada.Tão apai xonada masf azt empo,hem?! Passou.Vinum quadr oot r oncodeumaárvor eseabri rpel omei o e da f enda sai ra Deusa do Per dão est endendo os braços para abri garCai m quef ugi acomoseochãof ossesóser pent eebr asa. Não esqueço,oper dão vi nhadanat ur eza,sóel aacei t avaoCai m negr oedesgr enhado,mor dendoasmãosemor di do,quer i aparare
nãopodi a.Quer opararenãoposso,f uj oarr ast andoossapat osde f er r o, o cor ação de f er r o. . . Horr or , horr or . Degener escênci a cer ebral ,quer i da.I sso deseagarr arao passadoecomeçarcomo um r at o,r oquer oque,r oendo as l embr ançase ser oendo.Ti nha um vel hoquemor r eu agarr andoopi nt o,achoqueficou com medo damort e,opobrezi nho,t ant omedoenahor adomedoagarr ou o pi nt o.Foient er r adoassi m.Masf azt empo,er aum vel hoant i go. — Ondeel eest áagor a,Di ú? — Quem? — O Gr egóri o. — Er aum homem j ust o.Sópodeest arbem. Lambo o açúcar da col her .Meu l ado rui m,aquel e escur o, sopr aqueel emorr eu t ri st e,t ort ur adoporf oraepordent r o.E que ficou onde o dei xar am. At é quando?, per gunt ou o Di ogo.At é quandoessemeu l adot i nhaquecarr egarest acr uzdepuni ção,a DeusadoPer dãomeper doandoeeu.É queesseescur or epr esent a o que há de pi or na ci vi l i zação j udai cocri st ã,el e di sse.Coi sas dur as,eu er a um t i po at é per i goso por que se não me cui dasse ai nda acabava pedi ndo a censur a, a t ort ur a — enfim, uma bur guesa r epel ent e.E não meent endeu,ah!não ent endeu.Est a nost al gi adocar át er .Dabel eza.Er am bel ososgest ossecr et os.As pal avrassecr et as,t odaasi mbol ogi aqueDeusexi ge,El eexi ge!Mas os padr esficar am í nt i mos,os mi t os í nt i mos.Massi ficarher ói se desmi t i ficar os mi t os. É o fim del es? per gunt o e Di oní si aj á r espondeu quando pul veri zou mi nhaspart es— el a di zpart es— com odesodor ant edamoda. — Hor adedormi r ,chegadeagi t ação.Vai ,dei t a. Fi codepéem ci ma da cama t omada bruscament e por uma al egr i a del i r ant e, r odopi ouot et oeeu r odopi eicom el e,Agor a!gri t oecai odej oel hos nos t r avessei r os,Pr est a at enção,Di oní si a,est ou r epr esent ando, Ah!mi nha ama,per gunt eseu nome.Sef orcasado,a t umha ser á meul ei t onupci al !
9 Pul o do f ogão par a a pi a.Que est á mol hada,escol ho um cami nho mai s seco porent r e as poçasd' água.Sacudo as pat as t r asei r as quef or am as mai sat i ngi das epul o para o chão.Meus ol hosl acr i mej am com osdet er gent es,não ser á a bomba at ômi ca mas os det er gent es que vão acabar com os homens. Bi chos. Pl ant as.Mort e suave e per f umada com as essênci as a escol her , j asmi m,vi ol et a ou flordel ar anj ei r a queDi oní si a vait acando em t udo,pi as,panel as,paredes.Mi nhaspat ast êm oper f umedeum r osei r al .Lamboovenenoper f umado. Ent r onasal a.A meni naant i gaest á sent adanosof á.Chega i mpr evi st ament e com seu vest i do de t af et á,bot i nhas de pel i ca br ancaeobor dadodent r odobast i dor .Tem gest osdeumameni na quegost ademost r arqueébemeducada.Arrumaaj ui zadament ea sai a par a que não amasse.Aj ei t a no r egaço o bor dado com a agul haespet adanopanoecont ornacom mãosl i mpasobast i dor . Sóeu vej o a meni na depescoçocompri do ebot i nhasdeabot oar . Nat ardeem queaRosonachegou eseat i r ou nosof á,el adesl i zou par aapol t r onaaol adocom aexpr essãocompl acent equet êm as cr i anças di ant e das ext r avagânci as dos adul t os.Seus gr andes ol hos az ui s per corr em pessoas e coi sas mas sem mui t a curi osi dade.Observaaport a comoseesper asseal guém masnão est áansi osa.Àsvezesmeobservacom arceri moni oso,nãogost a de gat os.Desaparece.Que r el ação t er á a meni na ant i ga com as pessoasdes t acasa?Oucom acant or adopent eespanhol ? Osvi si t ant es.A cant ora er a out r a apari ção sem expl i cação. Vest i asedepr et o,oscabel osl ust r osospr esosnanuca,um pent e espanholespet adomei odel ado.Vi nhacom seu xal edef r anj asde sedaescor r egandodosombrosnus,apesadamaqui agem depal co j á um t ant o desf ei t a.I mpr essi onant es as ol hei r as esver deadas af undando os ol hos f ebri s mas ai nda assi m er a boni t a.Fi cava andandodeum l adoparaout r o,pi sandocom ener gi aesem f azero menor ruí do. Quando par ava, l evava a mão ao pescoço massageandoopr eocupada.Tocavacom asunhasenverni zadasde
vermel ho a ar gol a dour ada da or el ha,queri a secert i ficardeque el a est ava al i .Varava com arr ogânci a a port a poronde ent r ara. Desapar eci a.Fi cavanasal aseuper f umeadoci cado,enj oat i vo.Que Di oní si a sent i u cert a manhã quando f ar ej ou o ar ,chegou a me i nt er pel ar ,Masquem est eveaqui ?Deideombr os,gat ot em ombr o? Sust ent eiseu ol har ,mi nha úni ca arma é o si l ênci o.Abri u as j anel ascom i mpaci ênci a,t ambém nãogost ou doperf ume.At éque asvi si t asdacant oradoxal e— porqueci smeiqueer acant ora?— f or am ficandomai sr aras.Mai sdesbot adaai magem quepareci ase gast ar em cada nova apari ção. Vei o t ão et ér ea na úl t i ma madrugada que pensei , não vai mai s vol t ar . Quando sai u arr ast andoaf r anj aevapor ant edoxal e,nem oper f umeficou. ncenezpr Resi st i u mai sovel hodechapéucoco, p o i esoaum cor dão pr et o,os ar os r edondos com l ent es escur as de um cego. Debruçavasena j anel a,i nspeci onava o céu,não er a cego.Devi a est ar se per gunt ando se l evava ou não o guar dachuva. Abot oadur as de our o nos punhos br ancos.No col ari nho al t oe dur o, nem si nal de gr avat a, esquecer a a gr avat a? Bot i nas engr axadas.Quandomeacost umavacom asi mpát i capresençado vel hi nhodechapéucoco,exat ament ecomoacont eceu com amoça doxal e,t ambém el eacabou porsegast ar .Cer t at ardeencont r ei o t ão r eduzi do quedel er es t ara apenasuma sombr a flut uant ecom um vago cont or no humano.As ext r emi dades esvaí das r epet i ndo ai nda os mesmos movi ment os enquant o a boca sem som me cumpri ment ava cor di al ,Bom di a,gat o!Espi ou pel aj anel a,ser á quei achover ?É suaúl t i maapari ção,pensei .Nãof oi ,vol t ou ai nda uma vez.Eu dor mi a na mi nha al mof ada quando acor deicert a manhã num sobr essal t o,um r ai o est our ou porper t o.Vient ão o finocont ornoapr oxi mar sedaj anel aparaexami narocéu deaço, si m,i a cai r uma t empest ade,deve t er concl uí do o r esí duo da i magem.Quesedi ssol veuem mei odogest oquef ezparasegur aro chapéu,vent ava. Dur ant e cert ot empo nem a mor t e os l i bert a das mi údas pr eocupaçõesda r ot i na.E depoi s?SeGr egór i or eapareceu assi m l umi noso,é porque er a um serl umi noso.Segui ndo,cont udo,o
mesmodest i nodosout r os.Aexceçãoéameni naant i ga. Encont r ei o no escr i t óri o uma semana depoi s do sui cí di o. Est ava sent ado na sua cadei r a,l endo sob a l uz do abaj ur ,er a noi t e.Vest i a o mesmo t erno do ent err o e que me pareceu mai s escur o.A gr avat a esver deada e a cami sa soci al ,me l embr o de Di oní si apr ocur andoest ont eadaumacami sasoci al ,t i nhaqueser soci al . El e vol t ara e al i est ava como sempr e es t eve, l endo t r anqüi l ament e.A novi dadeer a a gr avat a.E osembl ant eesmaeci do.Transparent e.Fi queiparal i sado,ol hando.Quando consegui me mover , desat ei a corr er dando vol t as, vol t as, t omado de t amanhaal egr i aquesópar avapar achamál ocom mi adosquese est enderam pel a casa,pel anoi t eest r el ada,Gr egóri o! . . .El esorr i u não sei se par a mi m ou par aol i vr o. Subi na mesa, pul ei peri gosament e em ci ma do t el escópi o que chegou a vaci l ar ,me equi l i br einum equi l í bri ori dí cul oat édesceresf uzi ant epar aochão na t ent at i va def azêl o ri r ,di vert i l o.Sabi a da f ugaci dadedessas vi si t as,ah,sepudesser et êl opormai st empo.El eest endeu amão naquel e seu gest ot ão nat ur alde me af agarsem i nt er r ompera l ei t ur a. Col oquei me ao seu al cance t omado de r epent i no desesper o: vi a agor a sua f ace t ênue e que me par eceu t ão desgast ada quant o a dos out r os vi si t ant es nas úl t i mas vi si t as. Esf r egueiacabeçanasuamãof ei t adear ,ondeel eest i ver aant es de me chegarassi m t ão enf r aqueci do? Pul eipara o seu col o.A cadei r aest avavazi a. A esper ança der evêl o nosdi asquesesegui r am quaseme enl ouqueceu.Não consegui a dormi r ,e se el er eapar ecesse enquant o eu dormi a? Semet i r avam do escri t óri o,ficava na mai or afli ção,r ondando a port a.Não comi a.Não demor ava mui t o no mesmocômodo.Namesmaal mof ada. — Rahulnãodesgrudadoescri t óri omasgat oéassi m,quandoci smacom um l ugar ,t em queficarondeescol heu. Poder i ar esponderàDi oní si aquenãosóosgat osvol t am aos mesmosl ugar esmast ambém osf ant asmas.Par aescaparda sua
vi gi l ânci a, me escondi a det r ás dos móvei s, debai xo da cama, enver edava porent r e os vasos de pl ant as.El a me descobri a.E aval i avaa mi nha magr ez a,est r anhando meu j ei t o arr edi o,maso queest avaacont ecendocomi go?Quei xouseaoDi ogoqueandava r adi ant e,t i nhacompradoum carr onovo.E um novoapar el hode som.Par asel i vr ardeDi oní si a,f ezum di agnóst i cor ápi do,queri a sei sol arcom suamúsi ca. — Rahuléi gualadona.Sof r edePMD. — O queéi sso? El a abri u os br aços de márt i r ,Rosona t i nha às vez esesse gest o.Puxou com f or çameu r aboeescl ar eceu comopôdequeeu er a um gat o maní acodepr essi vo,um t i po compl i cado.Chat o.Ou est avaal egr í ssi moou t ri st í ssi mo,sempr enosext r emoscomoRosa Ambr ósi o,ent ãoaDi oní si anãosabi a?Gat oesapat oacabam por t omaras f ei ções do dono.O que acont eci a pri nci pal ment e com cachorr o quepegava mai ori nt i mi dade,a cachorri nha da Li l inão er a a car a del a? E avi sou,seeu pi or assemedari a umas pí l ul as ót i masparagat oem cr i se,seri acapazat édepagarumaconsul t a num especi al i st adegat osdepri mi dosedepri ment es. Mudeimeu comport ament oassi m queouvii sso,most r ei me sat i sf ei t o.Comendo com apet i t e as papas l ei t osas que Di oní si a despej avanami nhavasi l ha,chegueiat éabri ncarcom onovel odo seut ri cô,comof azi aquandoj ovem.El aani mouse. — El esar ou,gr açasaDeus. Benzeuseevol t ou aseocuparcom acor cundi nhadanovel a dassei s. Cont i nueiapr ocur á-l omasagoradi sf ar çavaaansi edade.Mi nha i rmã est r ábi ca di zi a que eu er a uma cri ança sonsa.Para Rosonanãopassodeum gat odi ssi mul ado.Com t ant aexperi ênci a, f oisi mpl espara mi m af et arcal ma quandopordent r o meer i çava i nt ei r o,t r emendonaexpect at i va.
Manhãpál i da.Gar oaevent o.Rosonapr ocur avaseu espel ho eum anelcom uma pedr a deáguamar i nha equenat ur al ment e al guém j á t i nha l evado. Di ogo desceu amuado par a o seu apart ament oeDi oní si aest avanacopa,l i mpandoaspr at as.Ouvia vozdeRosona,t i nhat el ef onadoaLi l il ament andoaper dadoanel . Em mei oda l ament açãoa quei xa,Di ogoer a mesmoum sádi coe Cor dél i a, uma ni nf ômana, Queri a que el a se t r at asse mas o psi copat ar esi st e! Ent r einoescr i t óri oem buscadecal or .E deicom el edi ant e da es t ant e queai nda não t i nha si do desmanchada.Desl i zava as pont asdosdedospel osl i vr os,cer r andoum poucoosol hosmí opes, est ava sem ócul os.I nfil t r ei meporent r esuasper nas,esf r egando amor osament ea cabeça nosseus sapat os— sombr a de sapat os manchandoot apet e.El ei ncl i nousepar aacarí ci aquenãosent i . Vient ãosuavagar oupasem coreaf acer eduzi daaum ri scode l uz. Est endi me no chão,mi eidesesper adament e. Quando me l evant eiel ej át i nhadesapar eci do. — Coi t adodomeugat o!É dordeouvi do?,per gunt ouDi oní si a que vei o ver por que eu mi ava assi m.Começou a f azer uma massagem enér gi ca nas mi nhas or el has.Ent r eguei me às suas mãoscom chei r odepol i dordemet ai s.Levoumepar a a cozi nha. Quando passamospel a port a do quart o deRosona,ouvi mossua vozpesadai nt erpel andoafil hapel ot el ef one,Mascomoel evaise casarcom vocêseéum vel hocasado?Hem?! . . . Vi ri a em segui da a l i gação par a Di ogo que devi a acusál a, est ava bebendo demai s e na bebedei r a per di at udo e cul pava os out r os.Est á cert o,queri do,beboeper co ascoi sas,per dão.Vol t e aoseuhar ém,adeus! Fi queipensandoqueent endi ment opodi ahaverent r epessoas ebi chosseent r epessoasda mesma f al a er a sódesencont r o.As barr ei r asnoét er .A Di oní si a quemeof er eci al ei t et eveout r a vi da ant es?E quevi daf oiessaparar et ornarcom apel enegr a.E ai nda porci ma,mul her .Tão dev ot ada a Deusa escr ava quepel o vi st o não é corr espondi da no seu amor ,não seio que si gni fica nest e mundo uma pr et a pobr e.Fei a.E um gat o sem r aça.Cast r ado e
com memóri a. Mol heiof oci nhonol ei t eequandoa vidi st r aí da,f ugiant es quei nvent asse out r a massagem r ásdemi m eme f orcat s.Foiat al cançou ri ndo,Seu l evado! ,di sseemepuxou pel aor el haquando me enfiei no l abi ri nt o das pl ant as. Repet i ase a bri ncadei r a daquel ami nhai rmã. Gr egór i o — ou o que r est ou del e — ai nda vol t ou al gumas poucasvezes.Fazi a asmesmascoi sasde sempr e,mexi a nospapéi s.Nosl i vr os ou no quer est ou del es,a mai orpart eRosona j á t i nha despachado. Chegou a escr ever nas f ol has que depoi s t r ansf ormavaem pequenasbol asdur asqueat i r avaem segui dano cest o,t udooqueescr eveu dest rui u assi m,nonascedour o.Ai nda cor ripara exami naro cest o de papelsabendo que es t ava vazi o. Sabendo que o corpo sut i lest ava cada vezmai s sut i l .A amada i magem sem r ost ochegavaaofim. E eu meenr edando nofioda esper ança quesedesenr ol ava maci ocomononovel odel ã da Di oní si a,eseel esef ort al ecerde r epent eevol t ari nt ei r ocomoameni nadobast i dor?Nasnoi t esde l ua,aument ava mi nha ansi edade,el e amava t ant o aquel e céu, quem sabe agor a?. . .Os apar el hos ai nda al i ,cobert os com os pl ást i cos pr et os,esper ando porel e.Não pormui t ot empo,f oram vendi dosporDi ogo. Acabouapi l ha,ouviDi oní si adi zermai sdeumavezenquant o f azi a gi r arem vão os bot ões do r ádi o.Vi nha um ou out r o som enf r aqueci do,af al ar at eando,empast ada.Depoi sosi l ênci o. — Fazhoj et r êsanosqueel emorr eu,anunci ou Di oní si a na manhãdesol ,t i r andoosócul osdacai xaparal eramensagem do di a na f ol hi nha do Sagr ado Cor ação de Jesus.Concordou com a mensagem e comuni cou quai s er am ossant os,São Verí ssi mo e Sant a Ter ezi nha do Meni no Jesus.Com vozpausada,medi t ando sobrecadapal avr a,l eu opensament odasant a:Quem amaJesus encont r a nesse cor ação úni co,que não se assemel ha a nenhum out r o,t udooquedesej a.Aíencont r aocéu.
Ti r ou osócul os,guar douoser epet i u queel et i nha morri do há t r ês anos. Só eu ouvi , Rosona est ava pr eocupada com a banhei r a quase t r ansbor dant e, nesse t empo t omava banho. E Di ogo vi gi ava,esper andoqueel a ent r assel ogo na banhei r a,par a ent ãot el ef onaràamant e,ot el ef onedel eest avacom def ei t o. Tr ês anos,j á?. . .Não vol t ari a mai s,di sso eu est ava cert o. Ai ndaassi m,aesper ança.Mi st ur adaaum cert oconst r angi ment o, se vol t asse i a est r anhar o escr i t óri o que não er a mai s seu escr i t óri o,el amudou t udo.Com seusar esdol ori dosf ezdescert udo dasest ant eseavi sou àbi bl i ot ecadobai rr odai mport ant edoação que es t ava f azendo,t i nham apenas que vi rbuscál os.Como el e amava essesl i vr os! ,gemeu enquant o amont oava osvol umesnos gr andes sacos de l i xo. Mandou desmont ar as est ant es, t ão escur as,não?A mesaeacadei r af oram par aodepósi t odoedi f í ci o ondet i nhaodi r ei t odeocuparum bom espaçocomopr opri et ári a dequat r o apart ament os da col una.Pr ovi sori ament e,acr escent ou enquant ooport ei r of azi a descerosmóvei s.Cart as,past ascom o t i mbr eda uni ver si dade,r ecort esdej ornai s— enfim,a papel ada, como r esumi u com desgost o,el a acabou mandando quei mar .As r oupas que a fizer am se comover at é às l ágri mas, enfiou r api dament e nas pr ópri as mal as de Gr egór i o e of er eceuas ao mot ori st aquet i nhaamesmaal t ur adel e. Sobr aram osobj et ospessoai scomoabot oadur as,ócul os,r el ógi os. Di ant e das mi udez as, Rosona vaci l ou, Quant a coi sa, hem?! . . . Sem f al ar nos bi nócul os,pl acas de pr at a e canet as, l embranças dos al unos,O!meu Pai ,quei xouse.E começou a di st ri bui ção dasespát ul as,t esouri nhas.Asabot oadur asdeour o, Di ogo r ecusou,Não uso coi sa de mort o,Rosona.Fi cou sent i da, chegou a vert er al gumas poucas l ágri mas enquant o chamava Di oní si a,queel al evassepar asuai grej aosobj et osquequi sessee osmai sí nt i mosguardari anasgavet asj áabarr ot adasdaSal ados Badul aquesequeDi ogochamava deSal a deArmas.Poi sal inão est avam acumul adasaspr ovasdessal ongal ut a?Pr êmi os,t r of éus, arqui vos de cr í t i cas. Ret r at os e cart azes, Meus i nst rument os, mi nhasar mas.
Empapel ado de ver def ol ha o ant i go escr i t óri o vi r ou uma sal a udi o.Rest f rí vol acom j ei t odecenári odeumapeçael egant e:ost ou oaparel hodesom.Gr andedemai s,hem?! . . .Masl ogoel ar esol veu ot eor ema,Di ogo compr ari a doi s apar el hos moder nos,ent endi a t ant odesom.Um i ri aparael eeoout r oficari anost ado udi o,aol do móveldel aca vermel ha quet r ansf ormou em bar .Tel ef onou à Anant a,ser á queasmeni nasda Del egaci a deDef esa da Mul her nãogost ari am deganharum desl umbr ant et ocadi scos? Sent ei meem ci ma da cai xa eal ifiqueiat équeoshomens vi er am buscál o.El a adoçou a vozmel í flua,Rahulqueri do,quer sai rdaí ?Cont i nueii móvel ,dur o deódi o.Di ogo vei o pordet r áse me agarr ou,não i nsi st a, gat o!Fugido seu col oef uipara a coz i nha.Ouviai nda Rosona se j ust i ficar ,É um móvelgr ande demai set ãoescur o,nãogost odenadaescur o. Não gost o denada quel embr e a pr esença del e,poder i at er udi ovol di t o.A essest t eiumanoi t ecom of ort epr essent i ment ode azz. quei ri aencont r ál o.Encont r eiDi ogobebendoeouvi ndose uj Na mesa onde Rosona devi a escr ever suas memór i as,o vi st oso l e époque r copo bel epl et o de canet as,el a gost ava de col eci onar canet as.Na par ede,um pôst erdeSar ah Bernhar dtcom ol hei r as r oxaser oupagensdedr ama. — Com cri seout r a vez,gat o?,el eper gunt ou assi m queme vi u.Foibuscargel o.Navol t aespar gi u nomeu f oci nhoum pouco da água gel ada do bal de.Est ava dechambr eemei as,esper ando pel osbel ossapat osflor ent i nosquemandouDi oní si aengr axar . Sent ei menapol t r onadet eci doflori do.Nadamai srest ar aal i da pr esença de Gr egór i o,mui t a sabedori a da sua part et r ansf ormaros escr i t os nas bol as de papel ,conheci a bem seus her dei r os.Menosmat ér i aparaof ogo.Ocupavanest eapart ament oum espaçomodest o.Fal avapouco.Comi apouco.Ai ndaassi m,dei xou t ant acoi sa,asmal asepacot esquevisai ndoporaquel aport a.A úni ca vant agem do bi cho sobr e o homem é a i nconsci ênci a da mor t e e da mor t e eu est ou consci ent e.Rest ame o consol o da mort esem bagagem,dei xoumacol ei r aant i pul ga.Duasvasi l hase
umaal mof ada. Vol t oàsal a.Di ogovaiacendendot odasasl uzesporondevai passando,aocont r ári odeRosonaquevaiapagandot udo.Subiao par apei t odaj anel aefiqueiol handooj ar di m.A mort eser i af áci l , bast avacruzarovãodavi dr açaedespencarl áembai xonadi r eção daal amedadepedr egul hos.Teci daedes t eci danoseu movi ment o i ncessant e,a vi da j á meapr oxi mara deGr egóri o.E seeu t i vesse quemor r erpara nessa segunda oport uni dademeapr oxi mardel e novament e?Seéqueagent epudesseser eencont r ar— eu di ssea sseagent e.Por queai déi adeserdenovoum bi choé gente?Eu di t ão di l acer ant e que cont i nuo a me per gunt ar ,no mesmo t om cul posodaRosona,oqueeu fiz,oquê?!paramer eceres t af orma. E não t enho f é,não acr edi t o em nada.Um gat o memori al i st ae agnóst i co— exi st e?Memór i aquequasesempr eépeçonhanaqual meal i ment o.E meenveneno.Recuei .Sal t eipara ot apet e.Agor a t enhomedodal i ber dade. Agor a eu t enho medo,descobrieessa descobert a est r anhament emedei xou f or t al eci do.Bemhumor ado.Lá dost ogo udi oDi r ecl amava os sapat os,mas ai nda não est avam engr axados? Os sapat os,mi nhaflor! ,pedi ul evant andoavoz.Di oní si aficou parada nomei odacopa,pareci ahesi t ant e.Ti nhaengr axadoessessapat os mas onde,ondeos dei xara? Eu sabi a.Chegueiant esemi j eiem ci madel es. A meni na ant i ga est á mevendo masnãof azomenormovi ment o,es t á apenas ol hando.O r ai o de solavança no t apet ee chegaàssuasbot i nhasbr ancas.Nosof áaal mof adacont i nual i sa como set i vesser ecebi do uma pét al a.Bai xa o ol hari nexpr essi vo par aopequenobast i dorcom obor dado,porquem el aesper a?Um f ant asmi nhanem f el i znem i nf el i z.Cal mo.O vel hodochapéucoco, a mul herdo xal e,Gr egór i o com seu cachi mbo — demonst r ar am t odosnassuasapari çõesquea al maou corposut i l ,t enhai st oo nome que t i ver ,vaise desf azendo ant es ai nda de se desf azero cor po mat eri al .Dest i nados ambos à dest rui ção mas em t empos
di f er ent es. Amort edessameni nadevet erocorri donocomeçodosécul o. E el ar eapar ececomoset i vessemorri doont em.O amadoGr egóri o r esi st i ut ãopoucomasameni nat ol acom oseu bordado. . .Seeu soubesseoquei mpedesuamort et ot al ,amort equevit ant onos out r oseem mi m mesmo,seeu soubesse.Masnãoser ádest avez quevou t erarespost a. Ouço Di oní si at ossi rl á no seu quart o,j á acor dou.Amanheceu.Li gou o r ádi o com o not i ci ári o ber r ant e que dev e est ar ouvi ndo com sua car a de anj o vi ngador .O solavançou mai s.A meni naj ádesapar eceu. Quando ent r onosolpara meaquecert enhoavi sãoesmaeci dadeum soldeout r ot empoavançandosobreumasi ngel amesa post a,é manhã.Há pão mol hado no vi nho.Azei t onas. Al guém mor r eu,al guém queeu amo por quea vozquemeconf or t a est á emoci onada,vozdehomem pedi ndoquenãomedei xeacabrunhar assi m na adver si dade,que dev o ol har em f r ent e com firmeza. Confiança.Desej ando — mai sdo quedesej ando,exi gi ndo — que mesej adevol vi doobri l hodami nhaest r el a. Bai xo a cabeça.Bai xo o r abo e vou at é o quart o de Rosa Ambr ósi o.El a dormeseu sonoi nsensat o.Subona pol t r ona onde est áabat at uni si anaqueusou nanoi t eant er i or .É del ãvermel ha emepar eceuquent ecomoseel aacabassededespi l a.Chegomai s per t odemi nhadona,cont i nuabel aapesardosest r agos,seduzi uo t empo.Comoseduzi uaspessoas. RosaRosae,di zi aoDi ogo.Gr egóri odi zi aRosa.Em vozbai xa ecom aquel apaci ênci aquemecomovi a,sabi al evá-l anascr i sesde cól er a.Nascri sesmí st i casquenãodur avam mui t omasqueer am i nt ensas,vest i ase de br anco.A cara l avada,nenhuma j ói a,os bandosdoscabel osci ngi ndol hea f acedet r anqüi l a aust eri dade. Jej uava,r ezava.Fal ava pouco,a voz i mpost ada.Com o mesmo f ervorhi st éri cocom querecorr i aaospadr esel ai aàscart omant es e bruxos para as previ sões com l ançament o de búzi os.Vel as acesas.El eaapoi avamant endoumacert adi st ânci amasDi ogose
i nt r ome met i a,exci t ado,ambossem esconderum sent i ment odeal í vi o: enquant oel asepr ost r avael espodi am t i r arf éri as. ododeaçãodi r et aer ápi da,sóDi Di ogo Meacul pa.Com seu mét consegui aneut r al i zaressamáconsci ênci a.E mesmoser ebel ando er esi st i ndo el a acabava porobedecerf ei t o uma meni ni nha,Não est ou desl umbr ant e?per gunt ou aoseapr ont arparaaúl t i manoi t e doano,i am aumaf est a.Di ogoexami nouacom ool hargel ado:O quesi gni ficai sso,Rosona?Est ápar ecendoumapi r anhacom essa purpuri na azulnosol hos,t i r a a purpuri na!E menosj ói as,pode t i r arobr ocheeest apul sei r a. Ti r ou apurpuri na,obr oche,apul sei r aet i r ou mai s,t i r ou a r oupa.Quandosej unt aram nusal inot apet e,t i r eiasunhasef ui pi sot eando seu vest i do br anco,um bel o vest i do quemef art eide pi sot earcom ome mesmovi gorcom queel eapi sot eava.Saídoquart o arr ast andoai ndanaspat asal gunsfiosdot eci do. — A menori mport ânci a,queri do,el asussurr ou.Ri ut apando aboca. Desço da pol t r ona.Meu Deus,como o home mem vi ve mal , chei r a mal— eu di sse meu Deus? A i sso Di ogo chamari a de i mpr egnação,em i ngl ês fica mai sf ort e,i ,i esso o mpr egnat i on A . pr passo sent i ndo o bol o de pêl os na mi nha gargant a,fiqueisent i ment alder epent e,com penadasmu mul her es,doshome mens,des t avez vouvomi t arnol ugarpermi t i do— onde?
10 Foimepegardebai xodacama maeme meaper t ou,mebei j ou,Vem meu queri di nho,di ssecom vozdeflor .Fezassi m mesmoquando meenfiou dent r odeumasdassacol asqueganhou debri ndenas per f umari as pari si enses,t em vár i as del as com o nome me da casa gr avado com l et r as dour adasno pl ást i codeseda bri l hant e,Vem, m, meu queri di nho, el a r epet i u. Met eume dent r o da sacol a
per f umada,f echou ozí pereme mel evou àcl í ni caondef uicast r ado. A di f er ença é que dessa veznão pr eci sou da sacol a,í amos aquiem ci ma,f uinoseucol o.Vocêt amb mbém est ápr eci sandodeum di va,meavi sou enquant o subi a ol anceda escada com oci garr o dependur ado na boca.Desvi eio f oci nho, suf ocado. Penseiem Gr egóri ot oma mando t odo o cui dado par a que eu não r espi r asse a f umaça do seu cachi mbo.E aquel af umaça eu ama mava.Quando morr eu,mui t as vezes ent r eino seu escr i t óri o para r eencont r ar ent r eosl i vr oseobj et osum r esquí ci oaome menosdochei r odef umo. — Ah,vei o com o gat o,di sse Anant a sem o menor ent usi asmo mo. Mas essa anal i st aj á se ent usi asmou com al guma coi sa? O avent albr ancopareci at ersi dopassadonaquel ei nst ant e,nenhuma dobr a.O di scr et o per f umedeLavanda.Est ava deócul os.Fez um l i gei r o agr adona mi nha cabeçaevol t ousepar a Rosona com uma cor di al i dade um t ant of ri a.Pel a pri mei r a vezpude verde f r ent eosol hosdessapequenaAnant aat r avésdasl ent esdevi dr o br anco. Tem bel os ol hos, descobri com cert a surpr esa. Dest acavammset ão l umi nososna f acedeuma moça quea gent e ol ha e esquece, eu di sse a gent har azul ci nzent o, a e. No ol paci ênci a.E um cer t odi st anci ame ment o,queme meper t ur bou,Gr egóri o t i nhaessej ei t odeol har . — E nadadefincaraunhaaínot apet e, hem?! . . .r ecome mendou Rosonaao mesol t arnochão.Hum,sapat os novos,quer i da?Ador oessacordecarame mel o. Ossapat osnov osdeAnant at i nham omesmo f ei t i odosout r osma maser am decour ocr u.Sent icom pr azerochei r ocál i dode cour o.Depoi sRosonadi ri aaGr Gr egóri ooquant oer am medonhosos sapat osda suf r aget e,i ssoseel eai ndavi vessepar aouvi l a.Ou a Di ogo seDi Di ogo ai nda est i vesse ao al cance para os come ment ári os. Mas no apart ame ment o da at ri z Rosa Ambr ósi or est ar am apenas Di oní si aeum gat o,ossapat osest avam sal vos. — Sãoconf ort ávei spar aquem andacomoeu. — E oseucarr o?
— Empr est eiaumaami ga.Gost omui t odeandar . — Quandoeu er acri ançapapaimecont ou ahi st óri adeuma r ai nha que mandou f azersapat os de f er r o para at r avessarset e val es eset e mont anhas,i a em busca deal guma coi sa ou deal guém, m,não l emb mbr o seer a or eique el a pr ocur ava.Nas hi st óri as ant i gasusavam bot arumarai nhapr ocur andoobemmama mado? — Podeser .Encont r ou? — Nãol embr o,sól embr odessar ai nhacom seussapat osde f er r o.Eu podi af azerunssapat osi guai sma massenão t enhof or ças dechegarat éaesqui na,hem? m?!Anant a,umanot í ci adesl umbr ant e, el et el ef onou.O Di ogo! — Fal oucom você? — Não,só com Di oní si a,pedi u not í ci asedesl i gou.Est á se apr oxi mando,nãoest á?Nãoest á?Si nt oqueel eest áma mai sper t o! Anant acerr ou ascort i nas.Ti r ou osócul osevei ovi ndocom seuandarmanso. — Pr ef er eficarsent ada? — Sonheicom el e,eu est ava numa vi t ri ne.Aspessoas par avam par ame meol harmast ãoespant adas,ficouum amo mont oadode gent e,qui sent ão mel evant areviqueest ava pr egada no chão e nua.Comp mpl et ame ment enua.Daíel eent r ou,at i r ouem ci mademi mi ma capadet our ei r oecome meçou af al arf uri osocom oscuri ososquenão ent endi am nadaporcausado vi dro,eu t amb mbém nãoent endi a,só ouvii st o— asi mpur ezasdai dade.Asi mpur ezasdai dade,r epet i u Rosona com voz encol hi da,como mo se ai nda est i vesse na vi t ri ne. Cal ouse.Fi cou pensat i va.Parecequet em um novo i nqui l i no na cober t ur a.Vocêconhece? — Não.Nem sabi adessei nqui l i no. — Di oní si adi ssequeamudançadel eai ndanãochegou.Mas nosét i moandarnãot i nhagot ei r as? — Ouvidi zer ,nãosei .— Cor dél i aj áavi sou quevocêquerme t r ansf er i rpar a out r oanal i st a.Sef ormu mul her ,nem pensar !Vocêé
di f er ent e,Anant a,masmu mul hernão gost a mesmodemu mul her ,essa hi st óri a de sol i dari edade,hem? m?!Tudo ment i r a.E acho que nem vou quer ermai snenhum apoi o,oDi ogovaivol t ar .Cr esci ,mi nha quer i da.Ai ndaarmoum cál cul odef ut ur ocom el e. — Vocêcort ouamão. — Gr egóri o gost ava de você e por uma dessas aberr ações t amb mbém gost avadoDi Di ogo,i magi na,doDi Di ogo. Est endeuse no di va e l evant ou as mãos.Fi cou ol hando as mãosquenessa posi ção ficavam l i mpasdevei as.Fuipar a pert o dospot esdeorquí deas,com vont adedochei r odat er r a.Af undeio f oci nhonasr aí zesme mei oexpost asdopri mei r opot e,ah,sepudesse avi varme meu i nst i nt o amort eci do,eu i nt ei r o amo mort eci do.SeMi ckey Mouseescapassedot el evi soreme mepuxassepel orabo,Hei ! , l ,Rahul achoquenem mei mport ari a.Enr odi l hei menocarpet e.Recol hias pat as.Pel af r est adacort i naapar eci aaf r ouxal uzdosoldefim de t ar de,ci ncohor as?Um Um di aGr egóri omeol hou dent r odosol hose di ssequeospoet aspodi am verashor asnosol hosdosgat os.Eu t eri a agor a queme meval erdeum espel ho masno apart ame ment o da anal i st anãoháespel hos. Rosonaacendeuoci garr o. — Vocêpar eceumapessoi nhadepor cel ana,Anant a.Nãosei como moagüent aessabri gadomul heri o,del egaci as,j ornal ,cr echese Deussabe mai so quê.Sem f al arnosdoi dospassando aquipel o di vã,eunomei odel es. — Nãosãodoi dos,sãopessoascom pr obl emas. — Teor emas,queri da,t eor emas!E adi ant a?Tant adedi cação, hem?!Não adi ant a nada,o home mem não t em j ei t o ej áf azt empo, t oda nossa hi st óri a éum horr or .Pensandobem, m,apesarda f enda ent r easper nasa mul herai nda émel hor .Pel o menoser a.Pi r ou nessa put al ut a pel o poder , el a quer o poder . Ent ão ficou i nsuport ável como mo os mai si nsuport ávei s machões, j á pr est ou at ençãonuma mul herdi ri gi ndo?Nuncaapr endiadi ri gi rmassei quesecomp mport am mal ,ficam arr ogant es,éverchof erdecami mi nhão
no fim davi agem.Gos t am degui arbem nomei oda rua,nem na esquer danem nadi r ei t amasnomei odosout r oscarr os,vi r emse! E buzi nam mai s,xi ngam mai s. . .Despedimeu mot ori st a,nãosai o nunca. — Vocêavi souquei acomeçaraf azercami nhadas. — Meucarr oest áaípar adof azduzent osanos,podeficarcom el e se qui ser , det est o máqui na. Mas t enho pr egui ça de andar . Queri a bordar ,aquel as ant i gas mul her es par eci am t ão cal mas f azendoal mof adas,t apet es.Ouer at udoquebor davam fingi ment o? Asmul her esnãoseri am mai sf el i zessebor dassem? — Asquegost am debor darseri am f el i zesbor dando. — Eugost avademi m,Anant a.Agor amedet est o,Ô!meuPai , éhorr í vel .Convi vercomi gomesma,horr í vel . . .Est ámeouvi ndo? — Cont i nue. — As mul her es e eu no mei o del as.Fi co com r ai va e ao mesmot empo,porr a,Ent r am adoi dadasnessebecoedepoi sdescobr em,éum beco sem saí da.Nãot em saí da.Acho queeu pr ocur ava ocami nhodeDeusefiqueinobecodeDeus,exi st ei sso? Osvel host ri st es,osj ovenst ri st es,t ant ameni navi ci adaem dr ogas edando o r abo a quem pedi rmas sempr et ri st es,uma t ri st eza. Enf art oaosmont es,são f r ágei saspobr ezi nhas.Tant ossui cí di os, est ãoenl ouquecendo,ousemat ando. . . — E ser eal i zando.A r evol uçãoér ecent e.Pensenum t ubode ensai oquef oisacudi do,aáguaficat urvamasquandoodepósi t o seassent aressaáguavaificarl í mpi da.Ai ndaqueof undosej ade sangue. — Um di aposeinua,euer amoci nha.O Mi guelt i nhamorri do hápoucot empo,aquel emeunamor ado. — Nãot evemedo? — Penseiquenãomasquandot i r eiosut i ã eacal ci nhacomeceiat r emert ant oqueo t alpi nt orv ei oesegur ou mi nhamão, Sossega,Rosi nha,nãovaiacont ecernada,eusógost odemeni nos.
Met r ouxeum Ur si nho de pel úci at ão engr açadi nho,ficamost ão ami gos.O Mi guelt i nhamorri doeeuacheiquei amorr ert ambém e pori ssopodi af azert udoenãot i nhai mport ânci a.Er aum pol onês charmoso,mui t o mai svel ho masnaquel et empo eu achava t odo mundo vel ho,el edevi at erquarent a anos,nem i sso. . .Mevi u na rua edi ssequeeu er a a meni na mai sboni t a do mundo.Nunca mai ssoubedessepi nt or .Podemedarágua,quer i da?. . .Tant asede! — Cont i nue. Rosona bebeu um pequeno gol ee dei xou o copo d' água no chão,aol adodoci nzei r o. — Escondiesse r et r at o do Gr egóri o mas o Di ogo achou e zombou demi m,Ol haaRosaAmbrósi omoci nhaepel ada!Fi quei cont ent epor quemer econheceu,querdi zerquenão mudeit ant o assi m, hem?! Nunca pude esconder nada que el e vi nha e descobri a.Ah,nãoi nt er essa,nãoseiporqueest ou f al andoni sso. — Fal esequi ser ,Rosa. — Cor dél i aépar eci dacomi go,ai ndat emost r oesser et r at o,é veraCor dél i anua.Engr avi deit ãof el i z,sonhandocom um meni no que i a se chamar Mi guel .Comeceia chor ar t ant o quando me di sser am queer ameni na,vocêsabe,homem sof r emenos.Apanha menos.Narua,nacama,em qual querl ugaréel eoagr essor .Sem f al arno part o,sabe l á o queé um part o?O mundo sai ndo por ent r esuasper nas,af endaépequena,quant oscent í met r os? — Depende. — Mesent ir asgada pel omei o.Vocêévi r gem,queri da,você nãoévi r gem?O quepodeuma vi r gem saberdo sexo,da vel hi ce. Damort e.O quesabev ocêdet odaessasuj ei r a?Hem?!Ô meuPai , quesede. . . — O copoest áaídoseul ado. ci ! . . — Ah!cl ar o,mer .Tant acoi samepassapel acabeça,essa hi st óri a do abort o,porexempl o,vocêsnão podem sera f avordo
aborto! — Seri a o fim do mul heri o na f aceda t err a.I nvent ar am aí umat écni camaravi l hosaparadescobri rosexodosanj osl ogono i ní ci o da gr avi dez,t udo bem,mas fizer am uma pesqui sa ent r ea moçada,éi mpr essi onant eapor cent agem dasf ut ur asmamasque só quer fil ho homem,r ar í ssi mas sonham com a f êmea,a vel ha hi st óri a,vocêest ácansadadesaberdi sso.Depossedomi st éri o,a mul hervaipoderdeci di rseagr avi dezcont i nuaou não,édosexo f emi ni no?poi ssi m,Ant ôni a!E opaimachi st asel avandoem r osas, querdi zer ,daquipor di ant e só vão nascer gar ot ões.Legal i za o abort o,l egal i zaevocêsvãoverondeéqueagent evaipar ar .Enfim, nãoi nt eressa,eui adi zerout r acoi sa. . . Anant af oiat éamesaeservi uset ãosi l enci osament equea água não f eznem gl ugl u ao cai rno copo.Rosona sent ouseno di vã,flexi onou asper naseenl açouas.Apoi ou at est anosj oel hos. Fuimeacomodandoparadormi r . — Cont i nue,Rosa. — Nãoseimai s,esqueci . — Vocêdi zi aqueasmul her espodem desapar ecerdat err ase oabort of orl egal i zado. — Eudi sse? Dei xouset ombarde cost as no di vã.Exami nou o pul so esquer docom of undot al hoquaseci cat ri zado,cort ousequebr ando um copo.E der epent emeacusou,Ol haaíoqueoRahulmef ez! Meamavamaseuer adi ssi mul ado.Vi ngat i vo.I mpr egnadodet odos os ví ci os humanos como acont ece sempr e com os bi chos domest i cados,Quem équedi sse,Anant a?Queum cachor r ocom um donomaucar át eracabai gualaodono,hem?! . . .Poracasonão er apr oposi t adament equeeu i avomi t arnot apet ea maçar ocade pêl os que engol i a nas mi nhas t oal et es? I sso sem f al ar nas mi j adi nhasem l ugarerr ado quando a Di oní si al i mpava meu WC duas vezes por di a. Sopr ou a f umaça na mi nha di r eção.
At orment ando a pobr ezi nha da negr a que j á não andava mui t o bri l hant e.Excel ent epessoa,sem dúvi da,masul t i mament e. . . Anant aeeu ficamosesper ando.Rosonaacendeu um ci garr o enquant ooout r oquei mavanabor dadoci nzei r o.Masapobr eda Di ú er asádi cacomot odof anát i copri mári o,essamani adecul t o! Ensai avamai scoi sasdoqueel a,RosaAmbr ósi o,quandoem pl ena at i vi dade.Masoquet ant oel esficam ensai andonaquel et empl o? Na hi er ar qui a dos val or es Ambr osi anos ent r eiem pri mei r o l ugar na condi ção de um bi cho no meu degr au í nfimo.Agor a chegar aavezdaescr ava.Nar eal i dade,aescr avaf azi asedet ont a enat ont i cerabugent aent r avaumapi t adadeescl er ose,el avoava àsvezes.Masseat éaLi l ipar eci al evant arvôo,hem?!Apobr ezi nha da Li l icom sua car a de boneca que envel heceu e não sabe, t amanha r esi st ênci a,meu Pai !Est ava vi r ando uma macaqui nha enf ei t ada,um ver dadei r osof ri ment oessal ut a.Lut aecast i go.I sso das mul her es boni t as e dos homossexuai s sof r er em dobr ado quandocomeçaadecadênci a.Ser esdest i nadosàdes t rui çãocomo t odosnósmascom aobsessãodabel ez a.O cul t odocorpo.Sent i aseum monst r odi zendoi ssomasnareal i dadet i nhaum poucode noj odaquel ecachorri nhodef oci nhoachat adoepul ôverver mel ho, podi abem adi vi nharoqueaLi l iandavaf azendocom el e,Ah!posso adi vi nhar ! — Décadence! A a cert a,ant es da chi . . . cho que saína hor f r ada.Também qui ssegur arabel eza,écl ar o,quem não?. . .Masel a escapou porent r emeusdedos,água. . .Ai nda bem queDeusme deuapazsexual .
11 Ol heipara Rosona que por sua vez ol hava a própri a mão di r ei t acom cer t acuri osi dade.Fechouacom f orça.Vol t ousepar a Anant aqueesper avat r anqüi l aem suacadei r a. — Nunca memast ur bei ,queri da,nunca.Nãoépuri t ani smo não,seique sou puri t ana,porr a,mas acho o gest o de uma
car ênci at ão negr a,hem?! . . .O gest ohumi l hant eéf ei o.Comonão t em o par cei r o do l ado vi r a uma necessi dade fisi ol ógi ca t ão sol i t ári acomof azerpi pi ,ah,eumemat ari aant es. Li mpou de l eve a ci nza do ci garr o que l he caí r a no pei t o. Tomou mai ságua.E per gunt ou seporacaso Anant aj át i nha se mast ur bado.Nãovei oar espost a.Qui sent ãosaberseel aj át i nha vi st o uma t our ada, não? Um horr or o sof ri ment o do t our o per segui doporaquel escovardesdeper nafina.NaEspanha,Di ogo i nsi st i u, f ui duas vezes com el e e det est ei , chegueia vomi t ar quandovol t eiaohot el . — Est r anha aquel a vi agem,l embr a,Anant a?Não,cl ar o que não l embr a,i nvent eivi aj ar de r epent e,t amanha cor r er i a,uma afli ção. . .Gr egóri oj át i nhapart i do,aquel aout r avi agem,um horr or e me deu uma vont ade de sai rv ent ando,Ô!meu Pai .Tenho a pr essãobai xa,est ou com t ant of ri o,quer i abeberum pouco,di sse epuxou amant adel ãat éoquei xo.Avi seseeucomeçararepet i r . — . . . — Tant osono.Masnãoquer odormi r ,quer of al ar ,f ugi mosde um moment ot errí vel ,f oif uga,oGr egóri o,pobr ezi nho.E Cordél i aa t odo vaporcom seus vel hos,uma Lol i t a sul amer i cana.Boni t a, educada,j ogavat êni s,acheiquei aserumacampeã,t aças. . .Est ou r epet i ndo? — Nãosei mpr essi onecom i sso. — Vocêdeveest arf art ademi m eficaaímeouvi ndo,ouvi ndo osout r os,pagamosevocêent ão t em queouvi r ,compensa?Acho essa sua pr ofissão uma bost a,você vaiacabarsem vi da pr ópri a nessa concha,eu t ambém na mi nha,t aquet aque t aquet aque, hem?!Se sat ur a com os chat os,mi nha t i a Meg di zi a chat o de gal ocha,ot empoer adegal ochas,ni nguém mai ssabehoj enem o queéi sso,passou.Achoquemeupait i nhagal ochaspr et as,essas el enão l evou.SeCordél i a pr ef er econt i nuarat i r ando pér ol asaos por cospor quequi sum di a sedei t arcom opai ,o quevocêpode f azer ,mer esponda!Fal t a dei magi nação,met adedasmeni nasdo pl anet a quer endo a mesma coi sa,t esãochavão.Haj a saco!Um
compl exot ãoant i goeficoudenovonamoda.Out r avez? Apert o aspat ascont r a opei t o,oapart ament o da anal i st aé mai sf ri odoqueonosso.E devi aserquent ecom t ant asconfissões flui ndododi vaondeRosonaagor abocej a.Repet i ndoquenãoquer dormi rmas f al ar— o quê?. . .Esqueceu.Não i a negarque qui s t ant o uma f amí l i a ef r acassou assi m quearrumou uma.Mul her i ncompet ent eepr ofissi onalnegl i gent e,dequeval eavocaçãosem di sci pl i na? Negl i gent e! ficou r epet i ndo como se al guém a cont est asse. Vol t ou acar apar aapar ede,asmãost at eant espr ocur andoo i squei r o.Anant avei oaj udar ,est avanumadasdobr asdacober t a. A espi r aldasi déi assedesdobr avacomoaf umaçadoseu ci garr o, Gr egóri o. — Tãoi nt el i gent e,t ãosensí vel . E di f í ci l ,um homemnó.E só.PoracasoAnant asabi aoque er a convi ver com um homem at ado por dent r o num nócego? Cassadoet ort ur adopel adi t adur a,Ah,vol t ou masi rr econhecí vel . Gaguej ava de r epent e,el e que f al ava t ão bem nas suas aul as, conf er ênci as. Tr ôpego, eu ouvi a às vez es seus passos e t i nha vont adedechor ar ,masoqueacont eceu,meuPai !Cont apel oamor de Deus,o que fizer am com você?. . .Ent ão el e di sf ar çava, eu di sf ar çava,nós di sf ar çávamos,esse ver bo,passadonãosei mai s. O comport ament odeCor dél i acont ri bui ndopar api or aradoença,é cl ar o.E omeucomport ament ocom Di ogo,mer da! . . . — A pri são f oina década de set ent a,você di sse.Lembr ao ano? — Não,t enho ódi o dedat as.Chegueit ar de da noi t e,el ej á est ava no escri t óri ol endo e ouvi ndo sua músi ca como se nada t i vesseacont eci do.Leveium sust o,ai ndanavésper at i nhaf al ado com um ami gomi l i t arquenãomedeuamenoresper ançaeagor a el eal i ,t ão magr o,pál i do,Gr egóri o,porquenão meavi sou? El e sor ri u,Eu t ambém não sabi a que i a sai r .O t r emor numa das pál pebr as,er acomoseum fionervosopuxasseapel eat équaseo cant odaboca.Comeceiachor ar ,porquenãomeavi sou?Chegar
assi m sozi nho,ni nguém para r ecebêl o!El emef ezsent ar ,pegou mi nha mão edi ssequef oir ecepci onadoporum gat o.E apont ou par a Rahulem ci ma da mesa.Cor ripar a chamarCor dél i a mas i magi naseel aest avaem casa. . .Masesper a,achoquenesset empo ai nda mor ava com a gent e,hem?!Memór i a podr e,ai nda mor ava si m.Essef ur orger i át ri conão nasceu da r ej ei ção? Um paiassi m ast r al ,pobr ezi nha.El ef al ava t ant o na sol i dão cósmi ca.Poi sf oi ondesei nst al ou apesardasamant es,ah,sem dúvi da,t evesuas amant es,adi f er ençaéquesabi af azerbem ascoi sas. — Você di sse que el e se exi l ou em segui da.Um exí l i o vol unt ári o. — Vol unt ári oem t ermos,queri da.Achoquef oiavi sado,i am pegál odenovoeent ãoacei t ou vent andodarum cur sonaFr ança, l eci onarnosarr edor esdePari s,eusabi aonomedaci dade.Enfim, não i nt er essa,ficou por l á ci nco ou sei s meses,não seimai s. Escr eveu al gumas cart as naquel e est i l o gr egori ano. . . Li guei me t ant o ao Di ogo,uma bor bol et a masfielnassuasi nfidel i dades,à sua moda el e me amou.Me apoi ou,aquel e apoi o que Gr egór i o negou,ah!quehomem desapegado.Procur oeacabosempr enessa pal avr a,desapegado.Mi gueler a assi m mas porout r os mot i vos, est avacomi goenãoest ava,par eci aum barconanévoa,vocêj ávi u um bar co i rseaf ast ando na névoa?Hem?! . . .Só névoa em r edor del e,eu quer i a gri t ar ,Mi guel ,vol t a!mas er a uma t ont a,como podi a desconfiar? E depoi s,a cocaí na não est ava na moda,pel o menosnão como agor a.Ou est ava?. . .Seil á.O amorda mi nha adol escênci a.Nãof omosamant espor queot empoer adasvi r gens, t udo vi r gem.Conhecit ant o homem depoi s e só r est ar am esses t r ês,Mi guel ,Gr egóri o e Di ogo.Pel a or dem de ent r ada em cena, ol haaí ,est ou chorandodenovoeodei ochorar . Passou odor sodamãononari z,nosol hos.Anant al evant ousee vei o com a cai xa de l ençosde papel .Rosona t i r ou o l enço. Li mpou o bat om.Dei xou o l enço no ci nzei r o onde quei mava o ci garr ot r ansf ormadoquasenum r ol i nhodeci nza. Ret i r eiaspat asdi ant ei r as,ecr aveiem si l ênci oasunhasno carpet e.Ô!meu Pai ,di go eu agor a.Rosona sent ada no di vã,
Anant asent adanasuacadei r a,acai xadel ençosnocol o,acabeça i ncl i nadapar aopei t o,assi m queaout r asecal ou passou aouvi ra voz do pr ópri o umbi go.Recol heu o copo do chão,r ecol heu o ci nzei r o.A sessão chegava ao fim. Quando ent r amos em casa, Rosona medei xou nochãoeper gunt ou del i cadament eseeu não quer i aum poucodel ei t emorno,per gunt ou eesqueceu.Arr ancou ossapat osedeu vol t as pel a sal a esf r egandoassol asdospésno t apet e. Chamou por Di oní si a que não r espondeu. Enver edou cant ar ol andopel ocor r edorevol t ou com ocopodeuí sque.E um l i vr o.Dei t ousenosof áeaj ei t ou nascost asa pi l hadeal mof adas, Vem,Rahul !el a chamou.Dei l he as cost as e ent r eidebai xo da mesa.Fi queiesf r egando o f oci nho no t eci do esponj oso da mi nha al mof ada que i mi t a o pêl ot ost ado de um t i gr e,vium na j aul a, onde? Em r edor , as pessoas macaqueavam par a chamar sua at ençãoeel eol handoi mpassí vel ,ol handooquê?Apr oxi mei mee porum br eví ssi moi nst ant enossosol haresseencont r aram.Recuei es t arr eci do.Nuncamai sencont r ari a em gent eou bi choum ol har i gual . A campai nha dot el ef one.Esset el ef onequeRosona l eva por t odapart et em um fiot ãol ongoquedari aparachegarat éarua. — Di ú! . . .Sef ormul hereunãoest ou,hem? Nãogost a demul her es.Nem eu.E asmul her essempreem r edor .As mul her es da casa das venezi anas ver des.As i nvi sí vei s mul her esdami nhacasar omana,mesmosem vêl assent i aapresença del asnosal oj ament os,di scr et as.Respei t adas.A r ápi da vi sãodaj ovem queest avanami nhaal cova,osol hosver des,ocol ar . Asmul her esat uai s,Rosona,Cor dél i a,Di oní si a.Àsvezes,Anant a. Li l i .Oshomenseosf ant asmassempr esedespedi ndo,sóameni na ant i garesi st e. — Rahul !Ondeest ávocê,Rahul ! . . . Fi co na mi nha al mof ada.Depoi squemeescul hambou,desceu osl ancesdaescadameaper t andonosbraços,Meugat omai s l i ndo,eut eamo! Éf al sa e é ver dadei r a.Caf é com l ei t e,i mpossí velsepar aro
l ei t e. As mul her es que me conf undem e me escapam, mai s per i gosasdo queoshomensnaconspi r ação.Conspi r am comoas nuvens,segundo Rosa Ambr ósi o.Mai s vul ner ávei s no ví ci o.No amor .Acr edi t aAnant aMedradoqueel asser ãoasúni cascapazes desal varest avi dasem qual i dade.Est emundo. Di oní si aent r oucom abandej a. — O chásai ut ar depor queopãozi nhodemor ou.Pr ova,est á quente. — Acho que não vou mai s vol t ar l á.Na anal i st a,Anant a, pr efiroficarf al andocom você,el anãogost ademi m evocêémi nha ami ga.Vocênãoémi nhaami ga?— Sou. — O amoréi mport ant e,Di ú.Vamosficarj unt assempr e,você vaimepr ot eger . Porent r easper nast orneadasdamesavej oost ornozel osmal t or neados de Di oní si a do mesmo t om da madei r a.Pesados de vari zes.Passou agor at ão pert o que pude ver as vei asmat ri zes descendocomori ossi nuososseal i vi andonosafluent es. — O t el ef onet ocout ant o,Di ú.Vocêat endeu? — Er aengano. — Engano.Podi aserel e,hem?!Cadadi aquepassaeu si nt o queDi ogoest ámai sper t o.Mai sper t o.Àsvezesquer omorr erpara depoi sressusci t arj ovem i gualaor et r at oqueopol onêsf ez.Masa gent enãopodeescol heraressurr ei ção,pode? — Não.Ni nguém escol henada,quem escol heéDeus. — Tenhor ezado,Di ú,est ou com t ant aesper ança.Queri aque vocêenchesseabanhei r adeáguaquent ecom sai s,operf umeea f umaçavaimedandosono. . . — A senhor aj át omou banho hoj e,esqueceu? Querqueeu t r agaat el evi são? — Os l oucos de ant i gament e er am t r at ados com banhos
quent í ssi mos,ent r avam nas baci as e l á ficavam hor as,as mãos boi ando,oscabel os. . . — Masasenhor anãopr eci sadi sso,ai ndaest ábem.Rosona seengasgou no ri so eno gol edechá.Bei j ou a mão deDi oní si a quandoel al heof er eceumai spão. — O Mi gueldi zi a que mi nha boca er al i nda com essas cant onei r asparaci ma,umabocaal ada,qui nasdosant i gost el hadoschi neses. . .Mi guelqueri do,ondevocêest i ver ,ouvi ui sso?eu t e amo.Al gumas coi sas dev em ficarna obscuri dade,émel hornão l evant aropano,dei xa. . .Acho quedescobri ,Gr egóri o não mef ez f el i zpor queel eer ai nf el i z,oquemai spoder i a medarsenão sua t ri st eza.MasDi ogot i nhaocoraçãocont ent e,t ãoapai xonadopel as coi sas,Comoébom vi ver !el evi vi ar epet i ndo.Mesmocomi go,que sou um horr or ,el eachavagr açanavi da.Meamavaemer asgava como um gat or asga o r at o,Quer o de vol t a as mi nhas pernas! aquel el ágri t ou,t i nham cort adoaspernasdel e.E euaquigri t ando egri t ando,Quer odevol t aami nhaj uvent ude! . . .Quer i da,podeme t r azerum pouqui nhodeuí sque? — Achoquej áchegaporhoj e.Voubuscarat el evi são. — Tenho ódi o de t el evi são.Queri a vero Pat o Donal d,t em desenho do Pat o Donal d? Fi queit ant osanosdormi ndo abr açada aoUr si nhodepel úci aqueopi nt orpol onêsmedeu,nãoseionde f oipar ar . . . Di oní si aol hou or el ógi opul sei r aqueest evenopul sodeGr egóri oat éofim.Cobri uocom opunhodovest i do. — Daquia mei a hor at em um canalque só l eva pr ogr ama i nf ant i l ,voul i gardesdej á.Tenhoquesai rmasnãodemoro. — Out r avez?!Vocêsensai am t ant o,épi ordoquenot eat r o, hem?! — Façopart edocor o,j ácont eii sso,asenhor anãoescut ou. — Vai ,queri da,vaiecant epormi m.Meu ci garr o,ondeest á? Tomar chá e aguar dar ,a mamãe di sse.As mães não devi am
morr er ,devi am esper arosfil hosficar em vel hoseent ão,demãos dadas... — Est áaquioci garr o.Sequi serf rut as,af rut ei r aest áchei a. Tem past éi s na gel adei r a el ar anj as f r esqui nhas que a Cor dél i a t r ouxel ádachácar a.El aest áquer endocasar ,vi u? — Cor dél i a?Casar ?. . .Masosvel host odossãocasados,Di ú! Esseaomenoséri co?O vi úvopar ecequet eveum der r ame. Di oní si ar ecol heu a xí car a na bandej a.Des t apou o bul ee espi oudent r o.Aspi r ouaf umaça,aexpr essãoembaçada. — Desconfio que esse é,par ece que t em f azenda,f ábri ca. Cor dél i avei onumabel ez adeaut omóvelcom chof eret udo. Fi queiol handoumaf or mi gui nharui vaqueparou aum cent í met r o do meu f oci nho.Assi m que me vi u,bot ou as mãos na cabeçacomof azi aRosaAmbrósi onot empoem queensai avasuas t r agédi as.Subi u mai snat ent at i vadef ugi r ,ficou napont adafibr a de nái l on do t apet e mas, no pâni co, per deu o equi l í bri oe despencounoabi smo. — Tant ospl anos,t ant ossonhos,r epet i u Rosonacom suavoz pesada.Mandou t at uar um dr agãozi nho na bunda.Ou f oino pei t o?Enfim,um horr or .Fei t oessesmari nhei r osdecai s. Saíde bai xo da mesa.Rosona abri u ao acaso o l i vr o que dei xar anochão ao l adodosof á el eu,a vozavel udada,Todosos per f umesdaAr ábi anãobast ar i am par aper f umar .Fezumapausa. apequenamão. Fechouol i vr o.Est Asenhor aquermai sal gumacoi sa? — — Queri a,si m,queri at ant of azeressepapel ,umar ai nhade sapat osdef er r o,set emont anhas,set emares. . .QuandoDi ogovei o t r abal haraqui ,pensei ,os doi s vão seapai xonarum pel o out r o. I magi ne,quem seapai xonou f uieu.O despudordessa meni na, conf essarà Li l ique quase mor r eu de prazeraícom um vel ho ent ort ado.Tudoi mpot ent e,hem?!Tragamai schá,queri da,dei xa quev oubebendoaospoucos.Meuhál i t oest árui m?
Com umacer t acaut el aDi oní si af oiseapr oxi mandodosof á. Rosonabaf ej oul henacar a. — Est ácom chei r odeci garr oepão. — Meu Pai ! ,chamou Rosa Ambr ósi o com voz r ast ej ant e. Fechou osol hos.MeuPai zi nho. . . Devet erseenchi dodepí l ul asquando mecomuni cou quei a aobanhei r oparaesvazi arot anque.PoressemesmoPaiel aficou chamandoquandoagat i nhaLor el aidespencou daj anel a,Di oní si a acr escent andoCel es t i alaochamado.Er aumami mosagat i nhaque aLi l iachou narua.Nãopodi aficarcom el aporqueseu pequi nês er amui t obr avomasseaRosaqui sesseumagat i nhaparamef azer companhi a,aíes t avaaLor el ai ,nãoer amesmoum amor ? Rosona ficou f el i z,Mas édesl umbr ant e!Nunca viuma gat a assi m,t em um ol hoazuleout r over de,umarari dade! As obj eções começar am em segui da,como é do seu est i l o. Mai s um bi cho para a pobre da Di oní si a cui dar ,hem?!E se o Rahul ,queéum ver dadei r oOt el o,morr erdeci úmesdel a?Dei l he ascost as,ai di ot a.Gr egóri oj áest avamort o.Queout r osernaquel a casadel oucospoder i amei nt er essar ?Ai ndaassi m fiqueiouvi ndo como uma flagel ação os ar gument os de Li l ipar a que Rosona acei t assea gat a,eu podi a bri ncardef azeramorcom el a,ser i aa mi nhapar cei r a.I nsi st i u,bri ncardef azeramorporquesabi aquea mi nha r ai nha j át i nha mandadomecast r arquando eu er a ai nda menordo queLor el ai .Quedur ou exat ament et r êsmeseseuma noi t e,segundooscál cul osdi oni si anos. — Mi nha gat i nha seat i r ou da j anel a!Lor el aisemat ou! ,gemeu Rosa Ambrósi o quando seent r egou chor ando aosbr açosde Di ogo. Tr ansf eri use em segui da para os braços da fil ha que desceu doseu apart ament odescal çaevest i ndoapenasopenhoar curt i nho,os cabel os l avados pi ngando água, est ava sai ndo do banhoquandocomeçouoberr ei r o.
— Osgat ost ambém semat am,decl ar ou Anant a do al t o da sua sabedor i a enquant o preparava um cal mant epar a a Rosona, cont r ari ando Di ogoquevi nha com uma dosedeuí squepur o,Só pra dar uma f or ça.Com a l i cença da anal i st a,cur o os meus choques com uí sque.Lor el ainão se mat ou,quem se mat ou f oi Gr egóri o,eu poderi at erdi t osepudessedi zer .Subinapol t r onae fiqueiol handoagat i nhai ner t enasmãosdeDi oni si a.Est avamei o embrul hada num pedaço de j ornal . Sem sangue. Di oni si a gaguej ava,acar aci nzent a. — Encont r eia coi t adi nha. . .Est ava no gr amado aquiem f r ent e,f uicompr ar l ei t e e me assust eiquando viaquel a coi sa br anca,anoi t enãoest ámui t oescur a. . .Daípensei ,éum bi chi nho debri nquedo,al gumacri ançadei xou cai rdaj anel a,f uiver . . .Acho quemor r eunahor a. Anant at i nha umar euni ão,pr eci sou sai r .Sai u echegou Li l i numa onda de perf umes e bri l hos,Vi m convi dar a Rosa,um coquet el . . .Daíoport ei r omecont ou,quet ri st eza! Em mei odoespant oparal i sant edasmul her es,Di ogopareci a sat i sf ei t oem assumi rocomando.Di ri gi useàDi oni si a. — Depr essa,mearr anj eumacai xadesapat os. Mas não esper ou,f oienver edando pel os aposent os e acendendoasl uzes,Est acasapr eci sadel âmpadasmai sf ort es!Abri u armári os,gavet as.Aoent r arnasal adegi nást i ca,mevi u naport a. Apont oumecom odedoacusador ,Vi u só?Vocênãoqui scomera gat i nhaeagorael amorr eu. Ol hei obem nosol hos.El enãosust ent ou meuol har ,pareceu sepert ur bar .Ou apert ur baçãoer aapenasmi nha?Ani mousede r epent e,Achei ! ,et i r ou debai xodabi ci cl et aumacai xadepapel ão com assapat i l hasdegi nást i caqueRosonacompr ouenãousou. Di oni si ar ecebeuacai xa.Avozsai upál i da. — Nãovaicaber . — Vaicabersi m,medáaquiabi chi nha.
Ti r ou a gat a das mãos del a.Acomodouar api dament e na cai xa vazi a,o l ongo r abo pel udo ai nda de f or a.Com um gest o preci so el e conduzi u or abo que suav ement e cobri u o cor po enr odi l hado de Lorel ai . Tampou a cai xa. Tomou Di oni si a pel o br aço. — Váàcl í ni cadegat osaquiadi ant e,vocêsabe,epeça. . .Fez uma pausa.Sent i u que est ava sendo observado pel as mul her es. Fi cou decost aseaper t ou obr açodeDi oni si a,obri gandoa adar mei avol t a na di r eção da cozi nha.Acompanhoua at é a port a. Depr essi nha,l eveest edi nhei r o,cr emarsepossí vel .Pagueevol t e em t empodeser vi rsuasopa.Vai ! El ar esi st i u aper t ando a cai xa cont r a o pei t o. Bai xou a cabeça. — Comof oiacont eceri sso,cr edo!Um bi chosemat ar . . . — Er a umagat abobi nha,el anãosemat ou,acont eceu out r acoi sa,di sse evol t ou parami m ool harmal i ci oso.El esabe. Ai ndaumavezDi ogoacert ou,Lor el ainãot i nhanem i déi ada mort e.Gost ava de me pr ovocarsabendo pori nst i nt o que eu er a i nof ensi vo e ai nda assi m, pr ovocava. Quando enj oou da pr ovocação,r esol veubri ncarsozi nha.Subi unopar apei t odaj anel a e começou a mexerna cor t i na.De r epent e enr oscou a pat a no f orr o.Enr ol ousenel e.Perdeu oequi l í bri oel ásef oipel anoi t esem t ert i dot empodedi zerMi au. — Mi au,di goporel aeport odososgat osquesal t ar am das j anel asdaspri sões. Rosona mexeuseno sof á.Resmungou quando esbarr ou na bandej a,axí car at ombou.Ai ndadeol hosf echadosel af oit at eando por ent r e as al mof adas, pr ocur ando os ci garr os. Ou o copo. Apanhouumaal mof ada.Cobri uacar a. — Enfim,não i nt er essa mai s.E eu poderi a,hem?! . . .Mac bet h.O port e,avoz.Af or ça. . .Ai dade,porquenão? Vou par a a cozi nha compl et ament e escur a,Di oní si a ai nda nãovol t ou.Rosonaagor achamaporDeus.Subo em ci madapi a
quepar eceazul adanapenumbra.Nãoacr edi t oem Deus,chegoa pedi raesseDeusqueasmi nhasl embrançassej am l avadascom a si mpl i ci dade com que Di oní si al ava aínesse mármor e a borr a negr a de caf é que desapar ece no r al o.Devi do à exal ação dos mot or es e gases de aqueci ment o at é o már mor e de Roma est á vi r andogesso.E or esí duodami nhamemóri acont i nuai nal t er ado f ei t opedr a.Pr et ensãodami nhapart e,di ri aDi ogo.Ant esf osse. I nvent eit udoi sso?per gunt odenovo.Um gat oquesonhacom ohomem assi m comoohomem sonhacom Deus.
12 — A gent e pr eci sa par ar t udo às vezes,at é pensament os, pal avr as ou obr as,di sse a mamãe.Meu av ô al emão t i nha um di t ado que de t ant o ouvi r decor ei ,Tee Tr i nken Und Abwart en. Tomarcháeaguar dar .Foioquefizquandoseu paiavi sou quei a compr arci garr oseat éhoj e.Ent ão mesent eiefiqueiesper ando. Quandodesconfieiqueel enãovol t avamai sf uif azerout r acoi sa. as no ovo de madei r a,est ava sempre cer zi ndo Cer zi a mei mei as,mast i nhat ant amei aassi m paracer zi r ?Osset eanosdas vacasmagr as.Vi er am em segui daosanosdasvacasgor das,oovo ficou f echado na cai xa. O ov o e el a. Mamãe queri da, est ou segui ndo o consel ho del e,desseavô.Tomarchá e aguar dar ,ah, mamãe,mamãe!ficochamando esi nt oqueumasombr a vei oat é mi nha pol t r ona. O ol har mi nuci oso pr ocur ou mi nhas mãos. I ncl i nouse como se f osse me bei j ar ,di l at ou as nari nas.Fuir ecuandocom ocopo. — MasRosa,nãoéchái ssoquevocêest át omando!Encol hi mecomof azi aquandoi adormi rem seur egaço. Est ou com medo, queri da. Ent ão di sf ar ço por que se descobr em passam por ci ma de mi m f ei t o um r ol o compressor . Vocêécor aj osamaseu sou par eci dacom opai ,el enãoer af r ági l ? Quandodi zi aumacoi sa,l embr a?vi si vel ment ees t avapensandoem out r a.Um espant ot ercumpri do sua úl t i ma deci são,sai u e não
vol t ou.Par eci a despr eocupado,chegou a assobi arquando di sse quei a compr arci garr os,poracaso eu não quer i a nada da rua? Não i a demor arpor que past elf ri o não t em a menorgr aça,você f ri t avapast éi s.Ospast éi sesf ri ar am.Nósduasesf ri amosenquant o vocêr epet i a queépr eci so àsvezesficarsem ação,esper ando.O quê! . . . El a não r esponde.Est ou só,f echada na noi t e.Fecho ocopo nas mãos mas el e é dur o,r esi st e.At i r o o copo l onge e o ruí do est i l haçadomeacal ma.El anãoest ánem nuncaest evenest asal a. Possobeberes t eeosbar esdobai rr o,domundo.Nãosaber áseé cháou uí squeesabi a— mesmoquel hear r ancassem osol hos,os ouvi dos— quandocomeçavaaPri maver a.Sem seaproxi marmui t o j ásent i aochei r odebor delnar oupadel e.Vei oamort eeest ancou t odososchei r os,at éopr ópri o,oqueéumasort e. O chei r o do medo é de amêndoas amar gas.No medo,as evasões,t ant as.Aobsessãodeacumul arbens,osbensmat er i ai se osout r os.Acumul aramor es.Ami goseat éi ni mi gos.Qui l osdeour o em pó ant es de vi r armos pó mas sem aquel e bri l ho.Obj et os e or gasmosmúl t i pl os.E amort eúni ca.Aj oel hei meaol adodacama e comeceia passar o pent e em seus cabel os,chegueia pedi r descul pas quando t i ve que desenr edar um emaranhado de fios, f azi aassi m com asmi nhasbonecas. Um moment o,mamãe queri da.Est e pedaço mer ece out r o copo que procur ot at eando descal ça na escuri dão,um caco vai ent r arnomeu cal canharevou ficaraquiest endi da,meesvai ndo f ei t o aquel eart i st a,não seioquê,Hol den.Ri char d?Wi l l i am?Eu gost avadel e.Bebeu,bat eu at est anaqui nadacamaeal ificou,o sanguesi l enci osoescapandopel abr echa.Foiencont r adoexangue, exsangue!gr i t o e vol t o sem o caco e sem o copo.Dest apo a garr af a.Ai nda não t i nha not adocomoseuscabel oser am negr os, poucos fios br ancos,só as t êmpor as gr i sal has.Os ol hos azui s ent r eabert os.Dál i cença,mãe,t enhoquef echál osporqueosvi vos não gost am que os mort os fiquem assi m espi ando. Mas as pál pebras t ei mosas vol t ar am a se encol her . Fi car am as duas f r est asobl í quas.Nadespedi daencost eiaf acenoseu pei t ogel ado,
est á mevendo,mamãe?Seu hál i t or ast ej ou pegaj oso como seos caul esdasflor esquea cobri am est i vessem mer gul hadosdesdea vésper a em água par ada.E se o seu paisoubere vol t arant es que?. . .,el asussurr ou.Ol heior el ógi o.Ol heiaport a.Apert ei l hea mão,écl aro!el edeveest archegando,hem?!At r asousepor queé conf uso,di sse e f uiao encont r o dos doi s vagos pri mos que j á vi nham com at ampa enverni zada,ai ndanão!At r aquei mecom o mai sr esi st ent e,espera! Quando cont eiessacena a Gr egóri o,el et i nha oarcompl acent edequem j áconheci adesobr aosdesast r esdaj ovem hi st éri ca t umul t uando o ent err o da mãe.Não f ezcoment ári os.Mas Di ogo ficou aceso,pedi u det al hes,i mpr essi onavasecom oacessóri o,por acasoamamãequi scomungarant esdemor r er ?Repar eisenodi a daf ugaomeu paif ezabar ba?Sai u degr avat a?O pormenor .Nas part i das def ut ebol ,não er a pr opri ament eo golqueo empol gava mas t odo o t eci do de i mponder ávei s que envol vi am esse gol .A pr epar ação.O pr eâmbul o.A per gunt a finalvei oi nesper ada,ser á queeu ai nda mel embrava da músi ca queel eassobi ou ant esde sai rparacompr arci garr osl ánaMauri t âni a? O Ti espondieDi ogori u.Segur avaum di sco cot i conof ubá,r nas pont as dos dedos,t i nha um j ei t o especi alde t r ansport ál os sem dei xarnel esa menori mpressão.Não sesurpr eendeu com a ausênci a do meu paino ent err o da mamãe,er a nat ur alque a out r a opr oi bi ssedeveraexmul herVi va ou Mort a.Masnãot er apar eci do no ent err o de t i a Ana?. . . Não er a el a uma dama beneficent edepr est í gi o?A mort edamat ri ar ca,di sseel ecerr ando apal avraent r eosdent es.Foinot i ci ada,nãof oi ?Querdi zerqueel e nãovol t ounem parapart i l hardaher ançadeAnaGr ana? Vest ior oupão,enxugueinagol aoscabel osquesemol har am na ducha e comeceia dobr ar as mangas compri das demai s,o r oupão er a del e.Lembr eia hi pót ese do meu paij át ermorri do nessaal t ur aemboraamamãe,umavi dent e,i nt uí ssequeel evi vi a. E qui sdepressapassarparaout r oassunt oqueesseer aopr ópri o
t er r enomi nadocom adet est ávelcoi nci dênci anasf ugaspar al el as: amãedeDi ogot ambém semandou,adi f er ençaéqueescol heu a l i nguagem di r et a econcr et a,f ezamal a.Anunci ou ao mari doque t i nha al guém à sua esper a ef oisai ndo como quem saide um coquet el . Fuibuscaruí squeeum pacot edebi scoi t os.Di ogoparadono mei odoquart o,i móvelcom sua per pl exi dadeeseu di sco.Pensei como el e ficava boni t o quando est ava t ri st e.E penseique seri a mar avi l hoso t êl o sempreassi m aomeu l ado mesmo sem osexo. Pri nci pal ment e sem o sexo.Mas er a possí velum amor cast o? Ol hei ocom i nfini t ocansaço,t ri nt aet r êsanos,poraí .Quasedoi s met r osdeal t ur aeaquel esombr osepernas,sómúscul os.Amassa vol umosa do sexo apl acadosob oel ást i coda sunga vermel ha,Ô! meuPai . Tar deda noi t e.Deusmedeu a pazsexual ,eu t i nha di t oao r epórt ernessedi a,aquel asper gunt asi di ot assobr eoamor .Sent ei me e fiqueir oendo um bi scoi t o.El e ai nda mor ava no ant i go apart ament odepar edesemóvei sbr ancos,f art ament ei l umi nado, sempre preci sou de cl ari dade. Os cômodos espaçosos, mui t os mármor esnosbanhei r os,aconst ruçãot i nhamai sdet ri nt aanos. I nsi st iparaquevi esseocuparomeu apart ament oaquiembai xoe queest avavago.Novo,enorme.Est arí amosmai spert o,ascoi sas ficar i am mai sf ácei s. Resi st i u o quant o pôde, Sou um t i po esqui si t o, Rosona, i ri a me sent i r menos l i vr e e fico al uci nado quandoper coa l i ber dade.Cedeu quandol hedeioPorsche.Você est ámecompr ando,di sseef ezamudança.Vei ocom suabel eza, suamúsi ca.Rua,eudi sseeenquant odi zi asent ihorr ordami nha car a,um monst r odemesqui nhari a.Dei nvej a.Masnessanoi t e— t ardedanoi t e— el eai ndaest avaal idescal çocom suasungaeseu di sco.Quef oil evandocom agr avi dadedequem l evaumahóst i a. Deposi t ou no pr at o do t ocadi scos o bl amuri ent o da vel ha ue l guar da do al ar no mesmo t om azul r oxo da j azze começou a f músi ca. — A Deni seest ava mevest i ndopar a ocol égi o.Eu sabi a me vest i rsozi nho mas me at r apal hava com os sapat os de amarr ar ,
nunca sabi a o pécert o.Est r anheiquando mi nha mãeent r ou no quart o,pr ont a par a sai r .Me deu uma barr a de chocol at e e um bei j o perf umado, gost ava de perf umes. Pedi u que eu f osse bonzi nhocom aDeni se,com opapaiecom apr of essor a,i avi aj ar . Quer oi rj unt o,i mpl oreiaosgri t os.El af ezum si nalcom odedo, que eu me cal asse.Usava um anelde pedra ver de nesse dedo, t i nhaanéi sem quaset odososdedos,f ei t oci gana.Enfiou opapel donovoender eçonobol sodaDeni seesai u sem ol harparat r ás. Fuicor r endo espi ar da j anel a.At r avessou o j ardi m carr egando uma pequena mal a eent r ou nocar r o,malpudevera cabeça do homem eocarr oj ásai unum arr anco. Ol heipara o l ust r e com suas l âmpadas f ort í ssi mas,t odas acesas.Pediumadosedeuí squequevi r eideumasóvez .Quando desat eia f al ar ,r et omeio caso do meu paicom seusembrul hos, exager andool adocômi codasembrul hadasnaesper ançadef azêl ori r .Recusou ai sca,desi nt er essadodomeupaiedorest o.Mi nha bocaf oiseenchendod' água,aânsi at r avandoomeu pei t o,ool ho i nundado — Ô meu Pai !Penseina mamãeexpl i cando quecert as f er i dasquepar ecem f echadasexpl odem danoi t epar aodi acomoa r osagangr enadoj oel hodet i aAna,er adi abét i ca.Um gest o,uma pal avr a e o sangue j á engr ossava f ei t ol ava de vul cão na f úri a al ast r ant e. Ti nha a poesi a da r osa que apr endicom asf r ei ri nhas,Er a r a uma r osa ver mel ha,met ade de vel udo,met ade de cet i m.A out poesi acont avaahi st óri a deout r a florquenão desf ol hou masf oi arr ast adapel acorr ent eza,Font e,f ont e,nãomel eves,nãomel eves udot ri st e. par aomar !Enfim,t Di ogodei t ouseaomeul ado.Sacudi u ocopo.Apedr adegel o f ezbl i mbl i m comoum pequenosi nosubmer so.Bei j ei l heamão, t i r ei l heocopoet ri t ur eiogel onosdent es,qualdosdoi sf oiomai s cruel ,meu pai ,oSenhordosEmbrul hosou suamãe,aSenhor a dosAnéi s?Obl ecomeçavai mpl acável ,at r el adoaconfissão. uer — Meu paier aengenhei r o,um homem t r anqüi l o.Bom.Mas ent r avadevezem quandonumascri sesqueeu nãoent endi a,que
ni nguém ent endi a,ou set r ancava num si l ênci o at r oz ou ficava col ér i co sem mot i vo, i nj ust o pri nci pal ment e comi go.Me ol hava envi esado,chegavaameevi t arcomoseevi t aum i ni mi go.Passado oacessoqueer acurt o,ficavaarr asado,chei odever gonhaeent ão começava a meagr adar ,t ent ando mef azeresquecera i nj ust i ça, mas t ão afli t o que eu acabava mai s acabrunhado ai nda,est ou bem,papai ,não se pr eocupe!Ti nha uma amant e.A mamãe j á t i nhai doembora.Nuncaviessaamant e,er adi scr et í ssi mo,f al ava com el apel ot el ef onenomesmoest i l opr ofissi onalcom quef al ava com osempr egadosdo escri t óri o.Morr eu num aci dent edeavi ão quandoeu mepr eparavaparaosvest i bul ares.Largueiosest udos, l ar gueia namor ada quej á vi vi a com meu ami goe f uimor arem Bar cel ona. Quando acabou o di nhei r o,vol t eie me met inum negóci o de publ i ci dade.Depoi s que el e morr eu é que ent endi , desconfiousempr edequeeunãoer aseufil ho. Seif azeramesmacar aneut r adapequenaAnant aouvi ndoas bar bari dades que a gent e vaicont ando naquel e di va mas não apr endioseusi l ênci oeper gunt eiumabobagem qual quer .E agora chega! ,r espondeuexasper ado,empurr andoomeu pei t o,t i nhame pedi doopei t o.Ti r eidel et r a,aLi l ivi vet i r andot udodel et r a,deve sernoest al o.Ent ãot i r eidel et r a,ai nda a t r agédi a deÉdi poRei , haj a saco!A r econci l i ação f oidemorada.Di f í ci l .Quando saído apart ament o,er a madrugada.Encont r eio quer i do Gr egóri o — quer i do,si m,nãoest ou sendocí ni ca!— ai ndaacor dado,l endo.Ou escr ev endo aquel as coi sas curt as que depoi s amassava e j ogava f or a.Para mej ust i ficar ,comeceia ment i r ,o quesempr efizmal , sou convi ncent esó no pal co.Quei xei meda peça deO' Nei l l ,um past el ãoondenãoacont ecenadaal ém dosi nfindávei sdi ál ogosde uma f amí l i a na f ossa.O ensai of or ai nf er nal ,a di scussão com o di r et ordegener andoem bri ga,cont eipormenor esdadi scussão.Me per gunt o hoj e se Gr egóri o acr edi t ava nessas ment i r as que se enganchavam umasnasout r asmei oaoacasocomoosel osdeuma cor r ent e.Achoquenem ouvi a,nuncamel ev ou a séri o.Pal avr as, ri sos e l ágri mas desl i zavam por el ef ei t o espuma, gost ava de ensaboaras mãos bem demor adament e como f az em os médi cos ant esdaci rur gi a.Aáguaj orr andoent r eosdedoseai ndi f er ença.
Est ou exager ando,el e não er ai ndi f er ent e.Def endi a o seu mundo t r ancando a port a,chega de i nvasor es!O queeu nunca conseguif azer ,a ver dade é essa.Mas uma vezou out r a me est endi a a mão embor a soubessedeDi ogo,das mi nhasf ar sasant i gaser ecent es,ah,si m,sabi adet udo.Apenaspr ef eri a secal ar . Ou se cal ava si mpl esment e por que est ava se l i xando? Um Rhet t But l erj á chei o de t udo e r espondendo à Scar l et tO' Hara,Est ou cagando para o quevocêvaif azer .Hem?! . . .Mas esper a,naquel a madrugadachegueii nvent andooensai o,adi scussãoeel equi et o. Fumando.Quandof al ou f oiparasuger i racei a,t r ouxer aumal at a desal mão,azei t onaseomel horvi nhoport uguês,devi at ersobr ado pãonacest a. Comemoscom o apet i t e da i nocênci a,O meu Pai !que f áci l ficava a vi da sem di sf ar ces.Sem ment i r a,masent ão havi a esper ança? Respondeu quando me ol hou bem no f undo dos ol hos. Bai xeia cabeça,conf undi da,mas at équando t i nha queserest a t ont aquer endosempr eoquenãot i nha.Porquenãopi savacom os doi spésnopr esent e?Um mal di t opénost ál gi coficavanopassado enquant ooout r opé,odaambi ção,seper di anof ut ur o,odemôni o dacobi çameempurr ando,vai !Vai !I mi t andoament ecapt adaLi l i queassi m quechega num l ugarj á querest arnum out r o,ai !as I l hasGr egas! . . .Vaipr asI l hasGr egasedenovoobi co,ai ,asI l has Tur cas!Só no pal co,não é est r anho? sempr ef uii nt ei r a.Sem evasão davont ade,comodi ri a aanal i st a.EssaAnant a.É por que você sabe que só o gr ande art i st a acei t al evarapenas um copo d' água,di sseoDi ogo.A sober bat em dessasci l adas,garot a.Pode ser .Masquer odei xarbem cl ar oquenuncaf ugiem cena,asf ugas f oram aquif ora.Repr esent eient ãomel hordoquevi vi ?Nem i sso. — Porquenão começa agor a a vi da quet er est a? per gunt o em voz al t a.Est ou di vi di da:sou o sar gent o enf ur eci do que i nt er pel a or ecrut a quequerdarbai xa.Sem honr a.Em posi çãode seeent i do!ef azendonascal ças.O out r of azendo t ambém por que não t em mor alpara se i mpor ao subor di nado.Mas preci sa ser arr ogant e.Exi gent e.O r ecrut a se apruma,her ói co,j á pr omet eu out r asvezes,querr eagi r ,l ut ar!Amanhãmesmomeent r egoamai s
f er ozl i mpezaporf oraepordent r o,poracasonãosou l i vr e?Hem?! Asr édeasdomeu dest i nonãoest ãonasmi nhasmãos?,per gunt o r et umbant eeosar gent osecal aporquenasmi nhasmãosel eest á vendo out r a coi sa. — Dona Li l ino t el ef one.A senhor a at ende? Di oní si aest á parada nami nhaf r ent ecom opanodepónamão, masdeondevem t ant opó?El anãomeper segue,mesegue.Com at enção,nãodevoção. — Di gaquenãopossoat ender ,queest ou nobanhomaspeça quemet el ef oneamanhã sem f al t a,quepenso mui t o nel a,t ant a saudade,vocêdi z? — Di go. A úl t i ma ami ga quemer est ou,a Li l i .Tão l eal ,na l i nha do devot adoami go.QuandoaDamadasCamél i asficoupobr ef ugi r am t odos, r es t ou só esse ami go pl at ôni co com a car a pl at ôni ca r esi st i ndo at é o fim.Di oní si at ambém é fielcom seu avent alde vi gi l ant e.E mi nhafil ha,pobr ezi nha,despar af usadamasgent i l ,me pr ocur ando nas r aí zes.Uma f at al i dade.Decepci onaraquel esque me amam.Quer o que me dei xe em paz! ,gri t eiao Di ogo e el e r espondeu,Vocênão querficarem paz,vocêquerbeberem paz. Masest our epet i ndo,j áf al eini sso.Ounão?. . . — Meuhál i t o,Di ú.Est ámui t orui m? El acont i nuouparada.Aexpr essãodesgost osa. — A senhor a per gunt ou ai nda agor a eeu di ssequeel eest á bom. Oshál i t oshorr endos,meuDeus,ohál i t odoOt el omedei xava t ont a,eu chegavaapr enderar espi r ação.Mascaest apast i l hi nha, meu queri do,abr et ant o a gar gant a,eu sugeri a ant es que el e abri ssea cl oacai gnóbi lnaquel epal cosem def esa,nopal coest ou def endi da.E sem def esa. — Lembr a,Di oní si a?O hál i t odeGr egóri o er a azul ,t ãol eve como a f umaça.Amado Gr egóri o,não me amava e me amava. Cordél i aéboazi nhamasgost avaer adopai .Mecâni cacel est e.Tão pobr e,encar cer adoet ort ur ado.Tr aí do.E er adel equeel agost ava,
comoseent endi am aquel esdoi s,hem?! . . . — Nasemanaquevem éoseu ani ver sári o,asenhor aj áent r ou noseuI nf ernoZodi acal . — Nuncasaídel e. Vej oRahulsel ambendodebai xodamesa,t ambém el eachava o Gr egór i o desl umbrant e. E at é a anal i st a aí em ci ma. Encont r ar amsepoucasvez esmasel et i nhaavi rt udedosdeuses,er a si l enci oso.Doi ssi l enci ososseencont r andoesedespedi ndo— mas por que o si l ênci o dá esse pr est í gi o? A aut ori dade da i gr ej a si l enci osa.Mi st eri osa.Você devi a escr everao ar cebi spo Lef èbvr e que é t r adi ci onal i st a, di sse o Di ogo.Mas não se quei xe se f or excomungada. — Enfim, eu est ava di zendo out r a coi sa, não i nt er essa.Amenori mport ânci a. . . Agor al embr o,eudi zi aquedepoi sdamort eel ecr esceu t ant o. A mort e na hor a cert a, ant es das doenças humi l hant es, da decadênci a.Nãot i nhamedodamort emasdacadei r ader odas,me di sse i sso.O horr orda sopi nha na boca,do peni co.O cor ação sol i dári oouvi uepar ounahoraexat a,épr eci sosabersedespedi r . — Dona Li l i compr ou um apar el ho de ci nema i gual da Cor dél i a,t em um mont edefit asnovas. — Queri a ver embr a? Paguei l he o A dama das camél i as,l amor ,nadal hedev o!el edi sseemeat i r ou asmoedasnacar a.Ou fichas?Fuiumagr andeat ri z,quer i da.Nãovi uessapeça? — Não. — Arr anqueil ágri masdegent equenão chor a nem quando morr ea mãe,t odosurr andodet ant ochor arenquant oeu morri a podr edebel eza,t ossi ndonum l enci nho. Déc adence.De t ant o fingi rque cuspi a sangue,acabeicuspi ndo,Gr egóri o!saígri t ando,cuspisanguena pi a!El eest ava no escr i t óri o escr evendo ou l endo,não sei ,em t orno del et em que haversempr eumadúvi dapor queassi m sãoosser esext r at er r enos, chegam epart em nasnebul osas.
— A senhor aj ásabe?A Cor dél i aest áapr endendorusso.Fui l áhoj ecedo,el aest avacom opr of essor . Sef orv el ho,j áest át r epandoem russo. — El eével ho? — Quem? — Esqueça,queri da. Ol hopar aoespel hoquemeol hagel adament e,mej ul gando. Uma di va nodi vã.Foinogi nási o?aquel a ami ga quesechamava Di va.Ti nhaopéent ort ado,apobr ez i nha,nãopodi adançarcom a gent enaFest adasAves.Nem naFest adasArvor es. — Possoservi rochá? Tomarchá e aguar dar .Ent ão el e chega com seu buquê de camél i as,met omanosbr açosemel evadesf al eci daat éaj anel a,as mul her eser am f r ágei s,desf al eci am com qual quervent o,Vai ,amor , r espi r a!Querqueeu r espi r ef undo,querqueeu vi vaat éof undo! vai ,mai sumavez! — Se eu t i vesse cert eza,Di ú,que el e vaivol t ar ,se t i vesse cert ezamei nt er navaamanhãmesmol ánaquel acl í ni ca,t or ciopé, pr ont o.Recomeçava t udodenovo,vi nha odout orNãoSei OQuê com a enf ermei r a pareci da com a anal i st a aíem ci ma.Tant o cui dado,t ant ozel o,odi r et ormemandandoflores.Di oní si at r aza bandej a. — Jápasseimant ei ganat orr ada.Vai ,come. Vai ,l evant a.Vai ,dorme.Bei j osuamão,AdeusmeuPombo! — Vocêacha,Di ú?Queel aévi r gem? — Quem? — Anant a. — Euéquesei ? — Quandoeu di ssequeumaj ovem eai ndaporci mavi rgem nãopodi ameaj udar ,el eficou i rri t ado,queeu er apr econcei t uosa.
Andava i mpaci ent e.O Gr egóri o,cl ar o.Eu nãoest ava cri t i candoa Anant a,sóqui sdi zerqueel aémui t oi nexperi ent e.El enãoandou sequei xando,Di ú?Dadordecabeça. — El enãocost umavasequei xar ,asenhor asabe. — Vocênunca t eveopr essent i ment o?Queel ef osseembor a assi m depressa? — Assi m,não.Come,asenhor aemagr eceu. — Vaisert ãobom,Di oní si a.Quandoel evol t ar .I ssot udoque acont eceumef ezpensart ant o,eumudeimui t o,vocênãoachaque eumudei ?Hem?! . . . — Hum.Hoj e é Lua Nova.O sant o do di a é São Longi no, Sant a Luí sa e Sant a Leocr áci a.O pensament o é que uma al ma f ort e podever garmas não quebr a.Nas cost as do di a est á o encont r odeJesuscom osl epr osos,t odosf ogem dosl epr ososmenos El e. — Porcaduqui cenão vou vendera al ma ao Di abo.Não sei , masosmi t os. . .Devi am morr ercedo,osmi t os.Ant esdaquedados cabel os,dos dent es,dascarnes.Ant es da mudança para a Rua dasRuí nas,exi st eessarua? — Meu PaiCel est i al !gemeu Di oní si amepuxandopel obr aço. At éesquecidecont ar ,éumanot í ci aboa,oDi ogot el ef onou.Fi cou deapar ecer .
13 Ent r eiefiqueiper pl exa,ol hando.El epar ou t ambém em mei o do gest o que f ez para me cumpri ment ar ,o ol har i nt er r ogat i vo. Apert ei l heamão. — Descul pe,nãoénadanão,dout or .É queosenhorsepar ecet ant ocom uma pessoa. . .Er a omeu secr et ári o,Di ogo.Di ogo Tor quat oNave,conhece? — Não,nãoconheço.
— Mudousepar a a Espanha,Bar cel ona.Ti ve quearr anj ar um out r osecr et ári o,aEspanhaficaum poucol onge,hem?! . . . El e concor dou.Longe.A cadei r a é desconf ort ável ,cr uzo e descr uzoasper nas.Di ogopodi aseroi rmãocaçul adessemédi co que a Li l idescobri u e me i mpi ngi u,mi nha i di ot i ce mai orresi de ni sso,em segui ros i di ot as.Ti r o os ócul os escur os,abr o a bol sa par a guar dál os e me at r apal ho quando vou t i r ar os ci garr os por que o pent e vei oj unt o e com o pent e,o chavei r o.Acendo o ci garr o,nãoqueri aquea mi nhamãot r emesse.El emeest endeo ci nzei r o,hásempr eal guém porper t omees t endendoum ci nzei r o, opavorqueaspessoast êm daci nzaquepodecai rnapol t r ona,no t apet e.PediaoDi ogoqueat i r assemi nhasci nzasaomareel eme pedi u umal ancha.Vaificarr omânt i cocomovinafit a,adi f er ença équea semeadur af oino campo.Você preci sava vera moci nha caval gando descabel ada,l evando na ânf or a as ci nzas do amado paraespal harnoval e,osvi ol i nosnoauge,opúbl i cochorandomas er at ant a ci nza na vent ani a queo céu at éescur eceu eo ci nema cai unari sada,masocar aer aum di nossaur o? — Quert i r arocasaco?el esugeri u. — Não,euqueri averondedei xei . . .ah!est áaqui ,mer ci !Fecho abol sa.Masoqueeuvi mf azernest econsul t óri o? Encar o o neur ol ogi st a.Dout orMarcus.Mei ai dade,boni t ão, pareci do com o Di ogo at é na expressão mei oi r ôni ca com que o out r omeouvi ament i r ,Sou t odoouvi dos.O assi st ent e,um vel hot e de sobr ancel has eri çadas de duende j á se ocupou dos exames menor es.Vamosent r aragora nor ei no da neur ol ogi a pur a,avi sei aosmeusneur ôni os. — Asenhor asesent ecansada. . . A senhor a sesent evel ha.Vaiquer eragor a sabersobr ebe bi das,pí l ul as e et ecét er a.Okey j oium avanço o assi st ent e,áf duende anot aras i nf ormações sobre ci garr o e mi udezas.Se me di st r ai oum pouco,ai ndavaiper gunt arsef r eqüent oaquel af est a bai l e da t el evi são,Di oní si a fica sent i ment alquando assi st e,os vel hot es at r acados nos bol er os.Porr a,que é que est ou f azendo
aqui ! — Nãosei mport aseeuf umar ? — Fazf avor . . . Logo vaicome meçar com a i nvest i gação sobre a zona nobre. Apart ament os na zona nobr e, o Di ogo mandou anunci ar nos cl assi ficados do j ornal ,há t ant ot emp mpo meus apart ame ment os est avam vagos.Ent ãor edi gi u osanúnci osescandal ososquef al avam em Suí t eMa Mast ereSal aÍ nt i ma.Osj ecasvãoadorar ,suí t eexcl usi va do dono não dá t esão? Todo pol í t i co quercurt i ra pal avr a que apr endeu depoi sdeel ei t o:pri vaci dade.Ent ãovait eraSal aÍ nt i ma queéapenasme menordo queosout r oscômo modosma masvaisesent i r e r endoanovel í nt i monel a,omast v anot el evi sor .Ou pal i t andoos dent es.Ou t i r ando our o do nari z.For am al ugados,Rosona! ,el e vei o anunci ar t ri unf ant e. Doi s pol í t i cos e um execut i vo, acr escent ou passeando sua nudezi nat i ngí vel .Ri u ao ent r ar na duchaf ri a,Eunãodi sse? — Est ou sempr e cansada,dout orMar cus.Sempr e exaust a. Est ámeol handocom ol harbondoso,nãoest ámai si r ôni co,agora ésóbondade. — Asenhor acost umabebert odososdi asou?. . . — Bebo t odos os di as.E pr eci so est arem f orma,j á começar am osensai osdanovapeça,souat ri z. — Seique a senhor a é at ri z.Porsi nal ,uma gr ande at ri z. Possosaberqualéapeçaqueasenhor aest áensai ando? — esonheif azer ,ode À mar gem davi da.Façoum papelquesempr AmandaWi ngfiel d,osenhorconheceessapeça?,pergunt oeol ho ost ensi vame ment e par aor el ógi opul sei r a. Qu Que não est á no meu pul so,cubr odepr essaopul so.Est ou bebendome menosdesdequea mi nha anal i st a sumi u, dout or a Anant a Medr ado, o senhor conhece?Não deveconhecer ,ému mui t oj ovem. . .Poi ssai u decasa e nãovol t ou at éagora,com al gumaspessoasdasmi mi nhasrel açõesj á acont eceu a mesma coi sa a come meçar pel o meu pai .Si m,mui t o est r anho,di goeme mel evant o.Mi ldescul pas,dout or ,t enhoquesai r
i medi at ame ment e,o ensai o vaicome meçar ,mar queit udo ao mesmo t emp mpo,l ame ment ot ant o! — Mas. . .Houveal goque. . . — Nãohouvenada,i magi na,acul paémi nha,fizconf usão,é apenasi sso.Masporf avor ,nãosei ncomo mode! — Vouacompanhál a. ci ! — Não,não,mer — Gost ari amui t odeaj udál asepuder . Façoa car a mel í flua quea Li l if azquando querpar ecerdesol ada,Não pode,r espondo com a vozl á de dent r o.Esbarr o na enf er mei r aej ávou abri ndoabol sapar at i r arot al ãodecheques, el asegur ami mi nhamã mão,ent ãonãome mel embr ava?pr eenchiocheque quando cheguei .Sai o vent ando ant esquecome met a out r af al ha de memóri a evenha al gum si l enci oso enf ermei r o com a i nj eção que si l enci a,per i goso dema mai s.Mexercom essa gent e.Sorri o para o assi st ent eduendequeme meol hacom oma mai orespant o,abr eaboca para di zer .Não di z,j á es t ou chama mando o el evador .Que chega r ápi doma masrepl et o,avanceiapenasumaper naeaport agui l hot i na j ái af echando com a mi nha perna at ol ada l á dent r o quando um j ovem mepuxacont r ael eemesal vaant esqueaport a.Ha,ha,ha, al guém ri u e est upi dament e eu fiqueiri ndo j unt o, engr açado, hem?!Vou me encol hendo e r espi r ando pouco para não t i r aro pouco ar que nos r est a,O meu Pai ,vaidemor ar mu mui t o est a desci da?Ouçoat r ásoj ovem queme mesal vou di zeraoout r oquej á est áf art o det ant osmé médi cose nenhum descobr e o que el et em, m, emagr eceu vi nt e qui l os.A voz do out r o bem t i mbrada passou cor t ant ecomouma naval ha assi mr ent eda mi nha nuca,Vocêj á mandou f azeraquel eexame medesangue?Nenhumar espost a.Rev ej o Di ogome mecont andot ri st í ssi moqueseu mel horami mi godot empodo gi nási o,oMi coqueer a dadoa pi cadasest ava morr endoda nova mort el ent ar ápi da.Quer i at ant o veraquiat r ása cara do j ovem sol i dári oqueme meest endeuamã mão— quer ovêl opor queel eme meaj udou ou por que el e vaimorr er ? Apert o os maxi l ar es e não ol ho, r esi st o.El et ambém devi ar esi st i renãosaber ,ah,nãoquei r asaber
nunca. Ét ardenopl anet a! ,di gonum sussurr oepr ocur oosócul os escur os.Nãoseiporqueme mev em der epent eonome meDeoct ubr er oj o i vr o que Di ogo l evava para onde i a e que a midest i er r o,u ,um l desconfio que não l eu como mo não l eu o out r o sobr e Tr ót skimas pr eci sava ficar per t o del e.D .De oct ubr er oj o a midest i er r o,a mi dest i er r o,r epi t o e af undo a mão na bol sa,mas onde el es f or am A i er r o , ou r parar?Osócul os . midest v epet i ndo ea vel ha aol ado est i camai sopescoçodegal i nhadepenadaeespi acomi mi goabol sa r evol vi da.Achoqueesquecinamesa,escl ar eçoàvel haqueparece mai s afli t a do que eu enquant o a massa ascensor i alvaisendo despej ada em cada pi soemassai gualér ecol hi da,adeusócul os! adeusdout ordos neur ôni ose dama ma do pescoço,pri nci pal ment e adeusme meu j ovem aída r et aguar da quenão chegueia verenem ver eij amai s. Pessoasdevi dr o não devi am ent r arem el evador es,saít oda t ri ncadaeai ndaassi m vou corr endo,arua,mai sgent e,Tenhoum ensai o,abram passagem!queri a pedi r . Rosa Rosae,sej a uma est r el a masnão f açaaest r el a,oshorári os!Si m,Di ogo,não fique assi mf uri oso.Ent ãovádepr essa,váf undo!Meaf undoarquej ant e noassent oj áaf undadodot áxivel hí ssi mo,Paraaonde?,per gunt a o chof er .Nem r espondeu ao meu cumpri ment o gent i l i ssi mo,es t á r evol t ado,t odosest ãor evol t ados.Respi r o,asper gunt asr ápi das,a vi da r api dí ssi ma.Os l ent os e os sem rumo como eu t êm que i nvent arum rumo,acel er aror i t mo. — Di f í ci l . — Nãoent endi ,dona. Façoum gest oampl o,podei rr odandol adei r aabai xoedent r o debr eví ssi mossegundos,el epodeesper ar?Não podenão,j á me ol hou ensandeci do duas vezes, er at ão bom t er o Al do me conduzi ndo,me adi vi nhava sem bússol a,à deri va. Nuvem no vent o.Er a um cont empl at i vocomoeu.Vocêvaipr eci sardeout r o mot ori st a por que o Al do vaiemb mbor a,quercri ar gal i nhas,área
rur al .E eu nãovou poderserseu mot ori st a,avi sou oDi ogo.Não est ou pedi ndo para ser meu mot or i st a, r espondi e sua car a endur eceu.Mas vaipedi r .E est ou me preparando par a out r os l ances,quer odarumagui nada.Gui nadaem quesent i do?Qu Quando chegarahoraeudi go.Nãodi ssepor quedepoi sarmeiabri ga,rua. Rua.Gui nada.Mudançadevi da,desvi odapr oa,engaj ame ment ona pol í t i ca? Deesquer da,écl aro.Vocêpar ece o DuquedeOr l éans, quer i do,eu l he di sse um di a.Aquel e que er al i gado ao r eimas aderi u de cabeça à Revol ução Fr ancesa e acabou per dendo a pr ópri a na gui l hot i na.Er a essa a gui nada queel eanunci ou?Na gui nada podi at amb mbém est ari ncl uí da uma vi agem,t ant osj ovens dei xando o paí s, esbr aseados de amo mor mas arrumando as mochi l as.O êxodo.Par ece que o di scur so amo mor oso só f unci ona quando seest ál onge,é na di st ânci a que come meça a t r abal haro l i ot i magi nári o,aCançãodoexí em quesernoexí l i o,meuamo mornão cr esceu agor aqueoper di ?E seel eest i vernaEspanha?Nãof al ei em Espanhal ácom odout orNeur ôni o?He Hem?! . . .Revej oobr asão deSãoPaul onocasar ãol ádost i os,NãoSouConduzi do,Conduzo! Levant oacabeça,souNapol eãoapont andoocor açãodabat al ha. — Ent r enaPr açadaRepúbl i ca! — É cont r amão. E por aqui não dá, ol ha o congest i oname ment o. . . El eagor af azgest osobscenosparaohome mem docarr oamar el o empar el hadocom onosso,nosempurr andoperi gosame ment eparaa cal çada,At uamã mãe,seucor no,at uamã mãe! — Cui dado!eu gri t o por que na cól er a el e vi r ou a cabeça e quase bat emos em chei o na mot o que nos cort ou desvai r ada e enver edou porent r e a fil a de carr os,meu Deus.Ent r e al i ,por f avor . . . — Não posso,dona.Sea senhor a di ssesseaondevaii af aci l i t ar . Est ou denovodi mi nuí danoassent osacol ej ant e,quer oapenasficarqui et aenãoháum l ugardeficarqui et a.Out r aparadade carr osseamont oando,buzi nando,ai mpaci ênci a.A r ai va.E esse
aína di r eção quemeol ha pel o espel ho t ão host i l ,host i lvem de hóst i a? — Vi m dohospi t al ,meu senhor .Umapessoaqueamomui t o est á morr endo.Est ál á morr endo,me descul pe se est ou assi m atordoada. — Tudobem,asenhor aquerpassear ,vaipagaropassei omas nes t et r echonãodánem pagando.Querficarnaquel aesqui na? Não secomoveu,t amb mbém vi r ou pedra.Vej o suasmã mãosásper as,deunhassuj as.A cami mi sasuada,suj a.Est áf art odot áxie dospassagei r os.Fart o da ci dade,f art o da mi sér i a.E a bur guesa vadi aaquicom suasperpl exi dades.Nãoseiporqueel enãosevi r a eme mema mat a,sef osseel eeumema mat ava. — Naquel aesqui na,desçonaesqui na.Peçodescul pas,hem?! — Nãot em nada não.Desej oasmel hor asl ádoseu doent e. Como mov euse.Meusol hosdançam nasl ágr i masdodoent equenão exi st e,f uial ém dar epr esent ação. — Mui t oobri gada,quant oé?Fi cacom ot r oco. Dei xoodi nhei r onobancodaf r ent eesai oquasedej oel hos,a saí da é est r ei t a,t odas as saí das se est r ei t ar am ul t i mament e,é mel hor não ent r ar ,ficar no casul o — at é quando? A carr oçagui l hot i na vi r á mebuscarum di a eDi Di ogomer espondequepode acont ecerumacoi sapi orai nda,nenhumacarr oçavaisel emb mbr ar demi mi m.Grudado nasol adomeu sapat ovem opedaçodej or nal queel eest i cou à manei r a det apet epara ospésmo mol hados,t i nha chovi do.Fechoaport asuaveme ment e,l iaordem escri t anum cart ão engor dur ado,pr esoj unt oaot ri nco,NãoMeBat aPorFavor . A pr aça.Tant asvezesvi m aquicom aquel epaif uj ão,er aum l ugar t r anqüi l o, al guns casai s de namo mor ados. Al gumas paj ens f azendo t ri cô e vendo as cri anças cor r endo nas al ame medas de pedr egul hos e ar ei a br anca.Ent ão papaichamo mou o f ot ógr af o da máqui na no t ri pé,nósdoi sposando de mãosdadasna pequena pont e em ar co.Gr andes chor ões chor avam o pr ant o ver decl ar o sobr eol agover de,um ouout r or amo moma mai sl ongoboi andonaágua,
O nomenão échor ão,ésal guei r o,ensi nou meu paiarr ancando uma f ol hi nha que me ent r egou como se f osse uma esmer al da, guar deiaf ol ha,guar deior et r at o.Sumi ut udo,el enaf r ent e. Maséest aaquel aant i gapr aça?Hádez enasdebarr aqui nhas et abul ei r oscom vendedor esmi ser ávei svendendosuasmi ser ávei s qui nqui l hari as,mendi gosem cachoseospassant es.Sehouvesse ao menos um banco vazi o mas a espessa vaga da mi séri a t r ansbor dou e ocupou os espaços,a praça ocupada.A ci dade ocupada.Masdeondevei ot odaessagent e?ondeessami séri ase escondi a ant es? Er am gr amados t ão bem cui dados como os gr amadosdospar ques l ondri nose desceu um dos Caval ei r osdo Apocal i pse,o mai s descarnado e encar di do.Si go mei o encol hi da pel aal amedasuj a,osúl t i moscabel udosf azedoresdepul sei ri nhas e bri ncos f azendo os bri ncos e pul sei ri nhas.Desdobr ados nos panospr et os,omost ruári odaspeçaspr ont asbor dej andoar el va empoei r ada.Os t abul ei r os de amendoi ns e doces col ori dos,fico ol hando ost i j ol i nhosdedocedecoco.Goi abada.Mashá al guém quesei nt er esseal ém da mosca obumbrada voej ando asmaçãs? Maçãs cr i st al i zadas,t ão ver mel ha a ani l i na em cal da de açúcar queescor r eu eficou.Devehav eral guém quecompreecomacom t amanho pr azerpor quesenão essecomér ci o ao sabordo vent o. . . masnãovaichover ,hem?!Pel oamordeDeus,hoj enão. Ent r ona al ameda si nuosaondeest ão enfil ei r adososbust os dehomensqueni nguém mai sconhece,masquem quersaber ?Os debr onzecom aspl acasj áf or am devi dament er oubados,ficar am osher ói sdepedr a,benf ei t oresdapát ri a.Educadores.Poet as.Os passari nhoscost umam pousaredef ecarnascabeçor r as,eu di sse def ecar ,mai sr espei t o aípel os senhor es com as est ri as negr oesver di nhadasdescendoem pr of usãoporent r eossul cosdacar a. oquemeocor r eem l at i m,o Si ct r ansi tgl or i amundi !éopensament l at i m combi nacom est apr aça,com est at arde,r epi t o,Si ct r ansi t !e aspessoaspassam enãol i gam.Sempr eháosl oucos. Acendo um ci garr o e at é agor a nenhum assal t ant e,me esquecer am em t odosossent i dos.E daí ?. . .Est ou l i vr edoflagel ode sai r da moda,de ficar um di a como esses pobr ezi nhos que j á
saí r am f az t empo e cont i nuam em exposi ção, não vi r á aqui nenhum moço empunhando o mi cr of one,Seu nome? I dade? O senhorpodemedi zerporqueomeldei xoudeserdoce? Háum bancomut i l adomasvazi o.Peçol i cençaaopassari nho sent ado no espal daredescubr o queseper dia ambi ção,per dio medo.Modést i a,Rosa Rosae,di ri a o Di ogo.O narci si st a nascee morr e narci si st a e você é uma narci si st a del i r ant e,assi m que encont r araf ont epar anel aespel harsuabel eza. . .Nãoéest r anho? El emeconheceenãomeconhece,asconcl usõessãoapr essadas demai s. Or et r at oquet i r eicom meupaiondef oiparar?Rasgueit ant a papel ada,cart asedocument osrot osdent r odospl ást i cosrot os.As t est emunhas pi cadas em pedaços t ão mi údos — adi ant ou? Aos poucos el as vão se r ef azendo e me segui ndo passo a passo na proci ssão l amuri ent a, eu sangr ando na f r ent e com a cruz da memóri a.Resi st o,empaco,quer of ugi reEl eonor amesegur apel o br aço,est áat ent a.Rosi nhaqueri da,por quevocêchor avat ant ona manhã do seu casament o,l embra? Passeipel a sua casa e sua mamãebot andocompressasnosseusol hos,Masoqueacont eceu, Rosi nha?Vocênãoama o Gr egór i o?evocêpensando em Mi guel , f al andoem Mi guel ,l embr a?Fal andoem Mi guel ,si m,pri mi nha!E sua mamãequer endo di sf ar çarcom o espl endorda f est a — que f est a!— al embr ançadoanj oapl acadosobflores,f ol has,fingi rcom out r as flor es e fit as a l embr ança escal avr ant e.Mas não es t ou quer endo t r azer só o l ado t ri st e,quer o di zer que pareci a um casament odepri ncesa,t i aAnaj át i nhamorri domasoi nvent ári o demorou,vocêst i ver am quef azerdí vi das,seaf ogar am em dí vi das, sel l ed' honneur ,seguiat l embr a?Fuisuademoi r ásdafil adupl ade cri anças que i am andando e espar gi ndo pét al as no t apet e vermel ho.E vocêcom aquel evest i dodeapot eosequeasuamamãe não pôdepagar ,um vexame,met r osemet r osdecauda de cet i m br anco,Eu t enho um gat i nho chamado Cet i m,al egr e e mansi nho quegost ademi m. . . Fecho os ol hos e vej o a quer i da t i a Luci nda na i gr ej a,est á aj ei t ando mi nha gri nal da.Tão el egant e com seu vest i do pr et oe
suas pér ol as mas t ão magr i nha.Mi guelt i nha mor ri do há doi s anos.Ou t r ês?. . .Despedi use depr essa,t i nha que vol t ar ,o t i o ficar asóem casamasant esdesai rl evant ou amãozi nhaenl uvada — a l uva dej ér sei deseda t ão f r ouxa — ef ezo mesmo si nalda noi t edaquel ebl ecaut e,um t í mi doV davi t óri a.Ai ndaol hou mei o assust ada par aol ado,como se r eceasse o ri so zombet ei r o de Mi guel .Bai xoacabeça.Al guém vem pordet r ásemeabr aça.Posso aj udar ,Rosi nha?Quer of ugi r ,aZel i nda,não!eel amesegur a,Não f uj a,pri ma,pr eci samos escl arecer al guns pont os,não t ape os ouvi dos,l embra? Meu present e de casament of oio si ni nho de pr at a,umamoci nhadesai ar odadaechapéu ant i go,es t avam na modaessessi ni nhos,bl i mbl i mbl i m!VocêeGr egór i onobangal ô det i j ol i nhosver mel hos,essesbangal ôst ambém est avam namoda, bl i mbl i m!O bi omboar a de j ant are t nouveau ficava na sua sal t i nha um espel ho no cent r oi mi t ando um sol .Foinesse espel ho queaparecemosenr oscados,Gr egór i oeeu.A copei r anãoouvi uo bl i mbl i mbl i m e você f oi buscar a cest i nha de pão. Fui at é Gr egór i o e o desej ol at ej ant e,nos agarr amos al imesmo.Ent ão você vol t ou e vi ur eflet i do no cri st alal umbr ado do bi ombo os amant es sebei j ando num al umbr ament o.Masnão fique assi m, Rosi nha,vocêdi sf arçou t ãobem eeu morrif azt ant ot empo,você sabe.Morr eu comi goat r ai çãoi mpr ensadaent r eocarr oeopost e. Que pena!di sser am,a Zel i nda t ão boni t a ej ovem!Só você não di ssemaspensou,j ust ament ea pri ma mai samada f oif azeri sso comi go.Masnest aal t ur avocêj áest ásabendoqueast r ai ções,as pi or es,sãof ei t asmesmoent r easpessoasmai spr óxi mas,damai or i nt i mi dade.Foisua a i déi a desse j ant ar ,eu t i nha si do nomeada par aocar godeConsul t orJurí di co,mer eci aahomenagem deum j ant arí nt i mo,t ãoí nt i moquedeu naqui l o,sem quer erf azeri r oni a. Apl ausospar aaf ut ur agr andeat ri zquer epr esent ouper f ei t ament e opapeldaesposat r aí daedi st r aí da.Mai sum poucoej áacabo,é dol ori do,eu sei ,mas é pr eci so i rat éo f undo,vocêdescobri ue cont i nuou i gual ,t ão al egr i nha com a cest i nha de pão. Tudo segui ndo dent r o do pr evi st o,menos a mi nha mort e es t i l haçada ent r e o post e e as f er r agens.Vamos,pri ma,pode seapoi arem mi m,eu seique é dur o mas t em que serdi t o,me f ort al eci ,eu
aj udo.O si ni nho,bl i mbl i mbl i m!f oipar arnol i xonamesmanoi t e em quevocêf oipararnacamadaquel edi r et ordebar bi cha,nãoer a o Ver onesi ? Ver onesi ,quer i da Rosi nha. Pr omet eu e l he deu o pri mei r opapeli mport ant edasuabel acarr ei r a.Vocêdet est adat as masvou avi varsua memór i a,i sso f oium mêsdepoi sdo f amoso j ant ar ,meni na esper t a.Mas não fique assi m cri spada,r el axa. Est ou mor t a e na mor t e vaise apagando t udo,a ver dade,a ment i r a,a r azão ea emoção,não r es t a mai s nada,fica só essa vagui dão que é a et erni dade.Não peço per dão por que não há absol vi çãoou condenação,nãohár éunem ví t i ma,t udoser eduza f at oscom asi mpl i ci dadedest et est emunho.Qui sapenascol aborar , Rosa Ambr ósi o, aj udál a a se conhecer , não sou j ui z mas t est emunha,vocêéquem vaidaropar ecersobr esimesmaeai nda assi m,não ser á um par ecer defini t i vo.Sal vo Mel hor Juí zo,eu escr evi anofinaldosparecer esqueest udava,S. M. J.Sal voMel hor Juí zo. Adeus,Zel i nda,eu di go.El a seaf ast a da mi nha l embr ança num vôo de pássar o que quer apenas se j unt ar aos out r os na gr andecopadaárvor edapr aça.Adeusmi nhapr açaqueai ndanão morr eumasécomoset i vessemorri do.Namai svel hadasárvor es — aquel aal i ?deponhoami nhacruz,posso?Essacruzai ndavai vol t arum di a,essacruzdapr oci ssãodamemóri a,eu sei ,maspor oraest ou l i vr edel a.Ast est emunhasvol t aram aosseusni nhos,a copa aqui da árvor e est á f ervi l hant e. Si go pel a al ameda cambal eandoum poucomasl eve.Chegoat éacal çada.Aspessoas — t ant as— meol ham ou nãool ham epassam,pr eocupadascom a pr ópr i a cruz,mas quem quersaber ? Sou uma desconheci da pi sando na ci dade que conheço e desconheço,ni nguém vaime puxarpel obr aço,bat ernomeu ombro.Dou um docesel embrar domeu nome!Nenhum ami goou i ni mi goou pri moou pri ma,ah, est ou cont ent e,vont ade de r ecr ei o,corr erno r ecr ei o sem medo, quer oaLi l icom seusvi dri nhos,Cal i f órni a,Li l i ?Cal i f órni a.E vej o derepent eMi guelf al andocom avozdeDi ogoerepet i ndoover so oraSanFr anci sco,nãodei xedepôrflor es deum r oquei r o,Sevocêf
as?per gunt eieel eri u,Depr ef er ênci a. nocabel o.Papoul — Táxi !gri t o eo t áxipár a,esseéconf ort ável .E o chof eré gent i l ,pr eci sodegent i l ezaeel eadi vi nhou,conhecearua. — Tr abal heinum pont odessebai rr o,t odasasruast êm nome depassari nho.Dei xeiporl ámui t of r eguês. Nopai neldocarr o,nenhumapr oi bi ção. — Possof umar ? — Pode si m,eu t ambém f umo,dona.Pr et endo dei xarmas ai ndanãochegouodi a. Ai nda não chegou o di a,hem?!Quer o ri rmas est ou séri a quando per gunt o à Li l ise el a não acha que est amos madur as demai sparaessavi agem.El asacodeacabeça,Ah,quei déi a,queri da!Vamosconhecerdeper t oum cal i f orni anogr andal hão,bemhumor ado. De pert o? Você est á doi da, Li l i ? De manhã el es acor dam ant es de nós e ficam nos exami nando ai nda na cama, aval i ando e f azendo seuscál cul os,Mas afinalquant os anos t er á essa vacona?Okey,ci nqüent a,ci nqüent a e ci nco? Vagas apr oxi mações, di r á a Li l if azendo a boqui nha de t ri nt a e oi t o. Fi co f umandoesonhandonasnuvenses t aci onadas,br ancas,hoj enão há conspi r ação.E Anant a,hem?!Li l iacha queel a est áf el i z,em al gum l ugare f el i z,Li l if el i zt ambém com suas boni t as per nas ai nda firmes.Tomo sua mão,não quer o magoál a epori sso f al o com cui dado,Masl ádet est am osvel hos,quer i da.Met em t odosem asi l os,aquel assi mpát i casmoradasderepouso,com pát i o,j ardi m, al gumas t êm at é capel as onde os vel hi nhos gost am de r ezar , cant ar .E est amosmei ovel has,queri di nha,al t avel hi ce.Ah,nãoé vel hi ce,émat uri dade?Al t amat uri dade! — Est ebai rr oéboni t o.Eu t i nhaum f r eguêsquemor avaum poucoadi ant e,um senhoraposent adomui t odi st i nt o.Vi aj ou,di sse quequeri amorr ersozi nhol ánat err adel e,éport uguês. — Seescondepar amorr erf ei t oosel ef ant es.Umaami gaque éanal i st at ambém seescondeu masachoquef oiparavi ver ,el aé j ovem.Abr oovi dr odaj anel a.É oj ei t o.
— Vou dei xarcom asenhor aum cart ão,quandopr eci sar . . .A passari nhadaest áani mada,gost odeouvi rpassari nho,f uicr i ado num sí t i o. — El escant am t ant o.E sór econheçooBemTeVipor queel e gri t a,BemTeVi !A gent epodecobri racabeçaeel edescobr eefica gri t ando,BemTeVi !BemTeVi !
14 O del egado da Del egaci a de Pessoas Desapareci das est ava t omando caf é.Renat o Medrado parou a uma cert a di st ânci a da mesa eficou ol hando o homem de mei ai dade,pescoço curt o,a cabel ei r aci ngi ndocomoum capacet epr at eadoacar ar edonda.O mari nho er al ar go demai s para o corpo f r anzi no que bl azerazul sust ent avaacabeçapoder osa.Com um gest obr andoel eaf r ouxou ocol ari nho.Agr avat aver mel hadesl ocouse.Est endeuamãoat éo bol si nhodobl i ficardequeol ençodesedaai nda azerparasecert es t ava al i . At endeu o t el ef one que t ocava ent r e doi s out r os apar el hosna mesa der odi nhas.Recuou par a a par edea cadei r a gi r at óri a,pr eci savademai sespaço. Sal al i mpa deum del egado quecui dava da aparênci a,o t apet eer anovo.E oconj unt odosof ácom aspol t r onascober t asde um pl ást i co i mi t ando cour o,f or ar est aur ado r ecent ement e.Na mesi nha do conj unt o,o ci nzei r o de cer âmi ca em ci ma de um exempl ardoDi ári oOfici al .Noal t odapar edebr anca,or el ógi oem f or ma de oi t o ent r eo r et r at o de Ruy Bar bosa e de um vel ho de f r aquesegur andoum l i vr onaal t ur a docor ação.Essa met adeda sal a com o ar qui vo ao l ongo da par ede est ava em or dem, a desor dem concent r ar aseno cant o opost o onde ficava a mesa do del egado que t i nha a mi ssão de or denare pr ot egeras pessoas desprot egi das e desor denadas, ovel has que se desgarr am do r ebanho e obri gam o past or a corr er por val es,mont es e ri os t ocando aquel a cornet a — não,não é uma cornet a,cor ri gi uo vi si t ant e.Ti nham out r o nome os cornos por onde os past or es sopram, o som é r emot o. Desol ado. A veri ficar , deci di u el e
desf r anzi ndoat est a. — Si m,si m?. . .i ar epet i ndo o del egado ao t el ef one,a out r a mãot ambori l andomansament enamesadet ampodevi dr ocom as pi l has de processos de capa cor de l ar anj a desabando sobr e f ormul ári os e car t as que seent r anhavam no l abi ri nt o dos vãos. Pequenosl embr et esescapavam doscl i pesni quel ados.Um Códi go Penalaber t o.Domi nandoocaos,ogr andet i nt ei r odepr at acom o cl ássi co sí mbol o da mul her de port e her ói co,r epr esent ando a Just i ça.Ol hosvendados.Namãodi r ei t aaBal ançaenaesquer da a Espada.Ou a Bal ança est ava na mão esquer da? Osdet al hes. Er am nesses pormenor es que Renat o Medr ado se dei xava emar anhar com cert a vol úpi a.Achou especi al ment e el egant ea canet a de prat al avr ada r epousando na met ade de uma concha ent r e t i nt ei r os sem t ampa, a mar ca de t i nt a r essequi da escur ecendoof undo. Avozdodel egadoer acal ma,Si m?. . .Ant esder epet i rmai sum Si m?,suspi r ou.Empurr ou a xí car a vazi a em ci ma da agenda e f ol heou com gest odi st r aí doomaçarot edepapéi snasmandí bul as desgast adas de um pr endedor de madei r a do f ei t i o de um prendedorder oupas.Unhasbem t r at adas,com umal evecamada dever ni zt r ansparent e.Nodedoanul ar ,aal i ançaeopomposoanel degr aucom um rubient r eosdi amant es. Pel af r est a da port a vi aseo cor r edorporondepassavam e r epassavam os i nt er essados t r at ando com os f unci onári os,t udo t enso. I nqui et ant e. A f unci onári al our a desf ezse do ci garr oe ent r ou t r azendoum envel opeof í ci o.Cumpri ment ou odel egadoque a encar ou em si l ênci o.Sai ur ebol ant e da sal a.O perf ume da mel hor qual i dade, ao cont r ári o do vest i do est ampado e das sandál i as br ancas.Uma l our a art i fici al ,boni t i nha mas de bai xa ext r ação,assi m aqual i ficari aSher l ockHol messeel eest i vesseaqui em meul ugar ,concl ui uRenat oMedrado.Um Sherl ockprocur ando pel apri maquedesapar eceu. — Fi quet r anqüi l o,vou pr ovi denci ar ,despedi useodel egado ao dei xaro f oneno gancho.Suspi r ou pr ol ongadament e.O ol har mort i çofixouseno envel opequea secr et ári a dei xar a ao l ado do
pr endedori ngur gi t ado. Secr et ári a eamant e,ool harquet r ocaram l á podi a serprofissi onal ?E Renat oMedr adovol t ou paraodel egadoacaral i sa. — Sem quer ert omarmui t ooseut empo,dout or . . . — Fazf avor ,apr oxi mese,convi dou odel egadoapanhandoo cart ão de vi si t a que descobri u em mei o da papel ada.Ol hou o cart ãoeoj ovem al t o,um poucoar cado,decol et e.Ócul os.Sent ese, dout or , di sse i ndi cando a cadei r a de pal hi nha. Um dos aparel hosdesat ou at ocar .El er ecuou paraol adoeaper t ou duas vezes a campai nha embut i da na par ede. O t el ef one si l enci ou. Vol t ousepar aovi si t ant ecom expr essãor esi gnada.Si m senhor .E advogado. — Formadohápoucot empo,dout or . — Est ouvendo,émui t omoço.Lar godeSãoFr anci sco? — Exat o. — Também me f ormeil á.E o meu avô e o meu pai ,t r ês ger ações.Domeu paiganheiest et i nt ei r o,di sseest endendoamão at ét ocarna f aceda Just i ça.A vozficou mai ssuave.Quef oido meu avô,pr of essorMal t a Rez ende.Juri st a.Escr eveu um t r at ado not ável ,I nvest i gaçãodaPat erni dade,j áouvi uf al ar ? — Já.Mas conf esso que não l i .Poracaso é aquel e al ido retrato? — Acert ou.Del er ecebo a mi nha i nspi r ação,del eedo Ruy . Chegueiadecor araOr açãoaosMoços. — Também j ál i .Umaobr apri ma. — Lar go de São Fr anci sco,suspi r ou o del egado com nost al gi a.Apesar de t udo ai nda é a mel hor Facul dade do Br asi l . Quandomeuavôest udoul á,aescol af unci onavanoant i gocasarão do convent of r anci scano,meu paiai nda al cançou as ver dadei r as ar cadasmasquandoent r ei ,j át i nham r ef ormadot udo.Compl et ei sessent aanos,meuj ovem,sessent ão!
— Em ót i ma f orma,at al houo Renat o Medr ado t i r ando do bol soomaçodeci garr os.Of er eceu aodel egadoquer ecusou com um movi ment oum t ant obrusco.Renat oMedrado bai xou ool har par a o maço.Sem quer erseri ndi scr et o,desdequando o senhor dei xoudef umar? O del egadoapr oxi moudof umant eoci nzei r oquedesenf urnou debai xodeum pr ocesso.Tev eumaexpr essãodi ver t i daaoesf r egar asmãosdededosamarel eci dospel ani cot i na. — O senhor é bom observador .Meu cor ação me deu um sust o,começou a pi f ar .Não f umo,não bebo,pareidej ogart êni s masf açoasout r ascoi sas. — Acr edi t o.Acompanhou o sorri so mal i ci oso do del egado e guardouosci garr os.Fumodepoi s. — Mas não,f ume a vont ade,gost o de sent i r ao menos o chei r o.Ami nhamul herf uma. A mul here a secr et ári a que at i r ou a pont a de ci garr o na cai xet a met ál i ca j unt o ao r odapé da port a.E Renat o Medr ado soprouaf umaçaparaochão,ficouséri o. — Masdout or ,t omeia l i ber dadedevi raquimeaconsel har com osenhor . — Si m? — É sobr eodesapar eci ment odami nhapri ma.Pri mal onge, nossasmãeser am pri masem segundogr au masacho quesou o úni co par ent e vi vo que r est ou, nossa f amí l i a er a pequena. Bri ncamosquandocr i anças,t emosamesmai dade,t ri nt a eum anos.ChamaseAnant aMedr ado. — Háquant ot empoel adesapar eceu? — Hácer cadeum mês. — Um mês? — Exat o.Masj át omeit odasaspr ovi dênci as,a part ebur ocrát i caf oicumpri dai nt ei ri nha,f uiaoDi st ri t oPol i ci al ,fizoBol et i m
deOcor r ênci as,conver seimai sdeumavezcom ochef edaequi pe dei nvest i gadores,t odomundoquer endoaj udar .A part epi orf oia ac r uc i s. . .Exami doshospi t ai senecr ot éri os,aquel avi neidezenas de f ot ogr afias de aci dent adas,de assassi nadas,conf esso que no fim j á er a i mpossí vel di zer se um daquel es corpos em decomposi çãoees t our andodei nchaçopodi at ersi doodami nha pri ma,umamoçat ãodel i cada.Tudoem vão.Nenhumapi st a,nada at éest e moment o.Fal eicom seus ami gos,com al gunsdosseus cl i ent es. . . — Casada? — Sol t ei r a.Médi ca.Fomosamui t asf est i nhasdeani ver sári o masexager eiquandodi ssequebri ncamosj unt os,el aer adeuma t i mi dez i ncrí vel .Quando meus pai s se mudaram do bai rr o das Per di zespar aosCamposEl í si osnosper demoscompl et ament ede vi st a.Me l embr o que r ecebiseu convi t e de f ormat ur a doi s anos ant es da mi nha, er a uma meni na pr ecoce. Mas r ompi meu noi vado,nessaépocaandavai nf el i z.Nãof ui . — Ti nha al gum anf et ami nas?
ví ci o? Ál cool , dr ogas? Vi ci ada em
— Nenhum ví ci o.Tudo i ndi ca que er a uma moça comport adí ssi ma,daquel et i po de i nt el ect ualque t em di nhei r o mas se vest ecom si mpl i ci dade.Bom apart ament o,bom carr o masusava pouco o carr o, pr ef er i a andar , gost ava mui t o de andar . Er a anal i st a.At endi a os paci ent esem casa e dormi a cedo,acor dava cedo.Exami neisuaagenda,ospaci ent esnãoer am mui t osmasel a t ambém aj udava aínuma Del egaci a de Def esa da Mul her ,er a f emi ni st a.Nãot em i ni mi gosaparent ement e,t odosf al am bem del a. — Comosoube?Dodesapar eci ment o. — A Fl ávi a me avi sou,uma psi cól oga que é a sua mel hor ami ga.Asduast r abal ham nessesmovi ment osde mul her esmas nãomepar ecem dot i poagressi vo,dãoassi st ênci aj urí di cof ami l i ar aomul her i ocarent e.E comot em car ent es,osenhorj áreparou?As mul her esest ãopar ecendoessespassari nhosquesempr evi ver am, em gai ol as quando a gent e abr e a port a,começam a sai rt ão
est ont eados. . . — Comof oiqueessaami gasoube? Renat o Medrado demor ou para r esponder , det est ava per gunt as e há mai s de um mês não saí a do car acoli nqui ri dor . Concent r ouse. — Bem,vamospel opri ncí pi o.Naqui nt af ei r a essegrupode moçasmar cou uma r euni ãodet r abal hona sede,um casar ãoda Aveni da Paul i st a quevaiserdemol i do.A r euni ãoest ava marcada par aasset edanoi t e,Anant a chegou com seu carr opoucoant es dasset ehor as.Dei xou ocar r onopát i ocom omanobri st aeficou de pé no f undo da sal a que est ava chei a.Fl ávi a e el at r ocar am si nai s de l onge,ficar am de se encont r ar na hor a do caf é,seri a servi do um caf é com bol o depoi s da r euni ão.Às nove e mei a t er mi nou ar euni ão,Fl ávi apr ocur ou porel a.Nãof oimai svi st a.No di asegui nt e,umasext af ei r aaempr egadat el ef onou par aFl ávi a,a moça est ava pr eocupada,nunca a pat r oa t i nha dormi do f or a.O carr o,um Golai ndanovoest avanagar agem doedi f í ci o. — Si m.E essaempr egadanãovi u quandoel adei xou ocarr o nagar agem eent r ou? — A empr egada não dorme no empr ego.Assi m queAnant a sai u,el asai ut ambém,sóvol t ounodi asegui nt edemanhã. — Compr eendo. Mas o edi f í ci ot em um port ei r o, cert o? Quando el a dei xou o car r o na noi t e ou na madr ugada dessa qui nt af ei ra,el edevet ervi st o. — O port ei r o não vi u nada,er a uma noi t ef ri a e o homem r ecol heuse mai s cedo,es t ava gr i pado.Mor a com a f amí l i a no pri mei r oandar ,amul hereum fil hi nhodoent e,gr i pepneumôni ca. E porumadessascoi nci dênci asoport ei r odanoi t et ambém f al t ou, agri pe. — Uma epi demi a,suspi r ou o del egado.Querdi zerque el a sai uparaat alr euni ão.Quandovol t ou,dei xouocarr onagar agem, sai udenovo.E ni nguém vi u. — Dessavez,ni nguém.
— Compr eendo.Namor ados?amant es?. . . — Aíé que est á o mi st éri o.Segundo a Fl ávi a e al guns depoi ment os que andeicol hendo,Anant a er a uma pessoa mui t o sol i t ári a,nãot i nhanenhum homem.E secal har ,hádeverqueer a vi r gem. Ti nha al guns ami gos e par eci a dedi cadí ssi ma ao seu t r abal hodeanal i st a masquant oao sexo,nenhum si nal .Tri nt ae um anosevi r gem.Coi sarara,nãoacha,dout or?dout or?. . . — Leon.Leon MarxdeRezende.Meu paier a um comuni st a r omânt i co,deu aost r êsfil hosnomest i r adosdaRevol uçãoRussa, meu i rmão mai svel hochamavaseKar l ,ficou sendoKar l os,esse morr eu.O caçul aéoLeni nemasvi gorou oapel i do,Ni no.Corr et or . Sabequeficou ri coodanado?O úni coquenãoqui sest udar ,acho quenuncal eu um l i vr oat éofim.Enri queceu.Advocaci at ambém podedardi nhei r o,qualéasuaespeci al i dade? — Advocaci a cri mi nal .Mas gost ari a de serum escri t orpol i ci al .É omeusonho.Senãot i vessequeganhardi nhei r o,conf esso quel ar gavat udoei asóescrever . — E osenhorébom observador .Quandomoço,eu t ambém t i veumasi l usões,gost avamui t odel eraut orespol i ci ai s.Osmai s ant i gos. — Poi st ambém pr efir oessesmai st r adi ci onai s,Conan Doyl e, El l ery Queen, a vel ha Agat ha Chri st i e que é geni al . Meu companhei r odeescr i t óri o,oGui doMari anit em mani aporEdgar PoeeLovecr af t . . . — Lovecr af t ? — Si m,par ecequeesseeoPoef or am af ont edet udooque vei oem segui da.Andocurt i ndoPoemasnãoagüent ooout r oqueé demai s si ni st r o,me depri me.Vaie Descobr e!Pena que não dá di nhei r o. — Mai sval eum gost o do quesei svi nt éns,l embr ou o del egado vagando o ol har pel a mesa t orment osa.Depoi s de quant o t empoessaami gaavi sou?Dodesapar eci ment o.
— Vamosver ,nasext af ei r aaempr egadadeuoal arme.Fl ávi a esper ou chegarodomi ngo.Anant aai ndasumi da,nem cart a,nem bi l het e ou qual quer pal avr a que pudesse expl i car esse sumi ço. Ent ão el af oit el ef onando a t odos os Medr ados da l i st at el ef ôni ca at é chegar a mi nha vez.Eu me pr epar ava par a meu Cooper , passavadomei odi a. — Si m,si m. . .Suapri maer aaj ui zadamasi ndependent e.E se r esol veu vi aj ar sem part i ci par a ni nguém,assi m na moi t a? Às vezes as pessoas mui t o qui et as t êm esses i mpul sos, não dão sat i sf ações,f azem pl anossecret os. — Massem l evaraomenosumaval i se?Asmal asest ãot odas l á,segundoaempregada.Nãol evou nenhumapeçaderoupa.Fui ao bancoever i fiquei ,nenhuma quant i af oisacada nesseper í odo det empo. — Nãot i nhaj ói as?Dól ar es? — Não usava j ói as,set em al guma deveest arno cof r epart i cul ardo banco,al uga um cof r e.Dól ar ,não seidi zer .O carr o cont i nuasendousadoporFl ávi a,asduasdi vi di am mui t acoi sa,é el a quem est á pagando a empregada para mant eroapart ament o l i mpo.— Compr eendo.E essaami gaFl ávi a? — Umaboamoça. . .Bri ncocom el a,épsi cól ogaepori ssovai me escl ar ecer a psi col ogi a do desapareci ment o. Uma maçada, dout orLeon.E daquiadoi sdi ast enhoquecomeçarat r abal harno meu nov o escri t ór i o,Gui do e eu al ugamos uma sal a per t o do Fórum queest avasendor ef ormadamasj áficoupr ont a. — É mui t obom t eroescri t óri opert odoFórum. A servent eent r ou com a bandej adecaf é.O del egado est endeu a mão que t r açou no arum movi ment o de onda.Tocou na garr af at ér mi ca mas dei xou que a mul herdespej asse o caf é nas xí car as. — Com açúcar ,dout or ?Vamosl á,met ódi ca.Comport ament o exempl ar .Sabi aqueosdesapar eci dosexempl ar essãomai sdi f í cei s doqueosdesr egr ados?Nosdesapareci dosexempl aresagent enão
t em por onde pegar ,t udo cert i nho, nenhum tropezón. . . Um epet i u e ri u.É um vel ho t ango,gost o de t angos.Tem tropezón,r al gum r et r at odel a? Renat oMedr adoapal pouosbol sos. — Quemaçada!dei xeit udonoout r opal et ómasl embr oque el af ugi a dosr et r at os nas f est i nhas.Poi ssabequenão encont r ei t ambém nenhum r et r at ol ánoseu apart ament o?FoiaFl ávi aque mecedeu al gunsi nst ant âneos,nãoer aumacr i ançaboni t aenão ficou boni t a depoi s de moça.Nos ani ver sár i os a gent e avançava nasmesasdedoces,di sput ávamososbri nquedosa t apaeel ade l ado,ol handoassust ada.Magri nha,t í mi da.Roi aasunhas.Fl ávi a di ssequeagor anãor óimai sequet em mui t osensodehumor ,que é engr açada às vezes. Mas sem a menor vai dade, nenhuma pi nt ur a.Vi vi a despoj ada como uma monj a.Gost ava mui t o de músi ca. — Gost ava.O senhorf al acomoseel aj át i vessemorri do. — Masnão écomo seest i vessemort a?,r eagi u Renat o com ener gi a.Engasgou nocaf é.Li mpou abocanol enço.Desapar eceu sem dei xaromenorr ast r o. . . — Todos cost umam f al ardos seus ausent es no passado,é nat ur al ,at al hou odel egadocom br andur a.Seaausênci asepr ol onga vem a suspei t a da mor t e,acr escent ou e a pal avr amor t e coi nci di u com a úl t i ma got a de adoçant e que pi ngou na pr ópri a xí car a.Mexeu ocaf é.Sabeosenhorquant aspessoasdesapar ecem pormêsnaGr andeSãoPaul o?Quasemi l .E porqueumapessoa desaparece?Sãot ant asascausas,sópormort evi ol ent aar el ação é enorme,j á cal cul ou o númer o de desast r es? De homi cí di os. Sui cí di os.A f amí l i a dá a quei xa e de r epent e, bumba!o cor po é encont r ado.Ou a ossada,uma t r abal hei r a.Est eve no I nst i t ut o Médi coLegal ? — Foio pri mei r o da mi nha l i st a.Uma vi si t ai nesquecí vel , murmur ou Renat o Medrado f r anzi ndo a boca.Pedi ul i cença par a f umarmai s um ci garr o.Saíde l á com chei r o de f ormolat é nos cabel os,dur ant esemanasnãopodi anem vercar ne.
— Sou veget ari ano,apr essouseem di zerodel egado.Com as pont asdosdedos,ficou f azendoum movi ment ocar i ci osonol ábi o i nf er i or .Sãot ant ososmot i vosquel evam umapessoaaabandonar odomi cí l i osem darsat i sf açõesdodest i noquet omou.Namai ori a dasvez esépar af ugi rdeumasi t uaçãodi f í ci l ,umadí vi da.O t i po sesent epr ensado,encal acradoedáaquel aangúst i a,asol uçãoé f ugi r .Um casodeamori mpossí velt ambém aci ona qual querum, pri nci pal ment eosmui t oj ovens.Ouosvel hos.Fi cam doi dos,f ogem com oamoreseescondem t ãobem àsvezesquenãoapar ecem nem na mor t e.Têm ai nda os f uj ões que quer em ficarsozi nhos, l i vr espar aoví ci o,aquel esvi ci adoscr ôni cos.E omundodosdébei s ment ai s? dos ment ecapt os que saem de casa e ficam banzando pel asci dades,pel asest r adas.Acont eceai ndaaper dadamemóri a, ot i po vaif azer uma compra e assi m que dobra a esqui na,a amnési a,esqueceu at éo nome.A mor t enat ur alna rua t ambém compl i ca se o mor t o est á sem document os,sabe se sua pri ma l evouosdocument os? — Devet erl evado,nãosaí asem el es. — Si m,si m. . .Er al ésbi ca? Renat oMedradoencar ouodel egado.Pensouum pouco. — Não,nãoer al ésbi ca.Nãot i nhahomensmast ambém não t i nhamul her es,andeisondandoosami gos,aempr egada,eu t er i a sent i do qual quercoi sa no ar ,acho que não é poraí .Não exi st e gent eneut r a? — É r ar o.Masexi st e,suspi r ou odel egadool handoot et ocom expr essão mart i ri zada.Exi st edet udo,dout or ,det udo,r epet i ue vol t ou a acari ci ar o l ábi o.Ant i gament e as moças cost umavam escr evernosseusdi ári os.Quandoessesdi ári oser am achadosera umabel eza,ascoi sasficavam mai sf ácei s. — Foiencont r adaapenasaagendanagavet a.Consul t asmarcadas,observações sobr e paci ent es.Rot i na.Agi u normal ment e ant esdesai rpar aar euni ãodequi nt af ei r a.Recebeu t r êspaci ent esnessat arde,a úl t i ma f oiuma vi zi nha do quart o andarqueé at ri z,RosaAmbr ósi o,osenhorconhece?Assi m queel asai u com
seugat o,Anant af ezumar ef ei çãol i gei r amasvest i dacomosempr e, nenhuma novi dade.Foia úl t i ma vez que f oivi st a no edi f í ci o. Quandovol t ouesai udenovoou nãosai u. . . — Um moment o,osenhordi sse,quandosai u denovoou não sai u.Comonãosai u? Renat o Medr ado ficou al i sando o bi gode.Det eve o ol harno t i nt ei r o. Mei o di st r ai dament e per corr eu a cart aof í ci o que a f unci onári a dei xou na mesa, t i nha o t i mbr e da Secr et ari a da Segur ançaPúbl i ca. — Modosdedi zer ,dout or ,gost odei revi rnomeut r apézi ode i déi as,é l ógi co queel a sai u.Senão sai u,ficou empal ada numa daquel as par edes do apar t ament o mas esse j á é um cont o de t er r or ,acr escent ou e r ecol heu o sorri so.Se não sai u al guém a l evou. — Seqüest r o? — Ah,dout orLeon,sef osseseqüest r oj át eri api nt adoal gum si nal . E depoi s, por que seqüest r ar Anant a Medrado? Moça di scr et a,vi da di scr et a.O apart ament o éexcel ent emasmobi l i ado sem a menorost ent ação,oquevil á demai si mport ant ef oiuma vel ha t apeçari a dá f amí l i a que sempr e est eve na casa dos meus avósnosCamposEl í si os,mel embr o queessat apeçari a medava um medodanadocom suaflor est aquepar eci aescondermonst r os. E depoi sdet ant ot empovouencont r araant i güi dadedependur ada noescri t óri odeAnant aebem menordoqueeu i magi nava.Como f oipar arl á,émai sum mi st éri o.Não,seqüest r o,não. . . — Masel al i davacom umagent emui t oesqui si t a,dout or .Não seri a pordi nhei r o mas doi di ce,al gum maní aco quedesapar eceu com amoça.E naver dade,ni nguém desapar ece. — Não? O del egadoent r el açou asmãossobreamesa.Fi cou ol hando aspr ópri asmãos. — Não.Ni nguém desapar ece.Ni nguém.Se o desapar eci do
morr eu,ocorpo t em queest arnecessari ament eem al gum l ugar , cert o? Ent ão não desapar eceu,apenas o cor po é que não f oi encont r ado.Seodesapareci doest ávi vomasem l ugarnãosabi do, nar eal i dadeel et ambém nãodesapareceu,est áem l ocali gnor ado pornós,i ncert opar at odosmaspar ael e,cert í ssi mo.Vej a,dout or , deit ant osmot i vosquel evam umapessoaadesapar ecer ,comose di z.E não f al einum mot i vo t ão si mpl es que é não t er mot i vo al gum,o t i po querapenas serf el i z.Em out r a ci dade.Em out r o paí s.Sai u masnão di zquesai u,seu pr azersecr et oéat orment ar os que ficam na dúvi da. É o j ei t o que achou de se vi ngar , acr escent ou ef oiest endendoosor ri so.Bat eu derepent eopunho namesa.E apol í t i ca?Essesmovi ment osf emi ni st asest ãosempr e ser ebel andocont r aosi st ema,el aédaesquer da? — Sem dúvi da.O senhorest á pensando nosdesapar eci dos ent r easpas?Não seinão,dout or ,mas a pri ma não t i nha mai or i mport ânci apol í t i ca,nãoest ari anuncanar el açãodost ort ur ados e apagados.Numa col méi a,ser i a a abel haoper ári a,efici ent ee obscur a.Masgost eimui t odoqueosenhordi sse,quandoeuvol t ar a escr ev er ,se vol t ar . . .Eu t i nha começado uma novel a onde o homem é assassi nado num quar t o absol ut ament ef echado,sem j anel as,t r ancadí ssi mo,oúni cobur acoéodaf echadur a. . . — E nel ef oii nt r oduzi da uma abel ha af ri cana,começou o del egadodesent r el açandoasmãos.Ri ubai xi nhoepr ossegui unum t om devozt ãoapagadoqueoout r ot evequesei ncl i narparaouvi r . Vej a a mi nha sobri nha,a Danar es.Meni na boni t a,nem qui nze anos.Foinadar com as col egui nhas no Ri o Pi r aci caba,nadava mui t o bem.Um domi ngo boni t o,o ri or ol ando cal mo.Af ast ouse um poucodosout r osqueficar am vendosuacabeci nhaavançarna águaespumosa.Nenhum gest odecansaço,nadavafirme.Desvi ouseparaomei odori oaocont ornarumapedramai or ,t i nhapedras naquel et r echo,ficar am esper ando queel ar eapar ecesseal ém da pedra quenão est ava mui t ol ongedo gr upo.Não apar eceu mai s, sumi u al imesmo di ant e det odos.Revi r amos o ri o,a ci dade,as r edondezas.Nada.Se morr eu,o cadáver não f oiencont r ado,é como se t i vesse vi r ado espuma.Meu i rmão Kar l os quase ficou
l ouco,achoquecomeçaram aíospr obl emascar dí acos.At éhoj ea pobr e da mi nha cunhada não se r ecuper ou,vi ve às vol t as com cart omant es,vi dent es.Já f oia macumbas,cent r os espí ri t as,o di abo!Danar esseencarnavaàsvezesnomédi um par aavi sarque t i nhamorr i doaf ogada.Out r asvezesvi nhaum espí ri t oot i mi st ae davaesper ança,queel aest avavi vaebemdi spost aequei avol t ar l ogo.Um anodepoi sf oivi st anaRodovi ári adeRi bei r ãoPr et o,acol ega deescol acomprava um bi l het equando deu com Danar esno bal cão do caf ét omando um guar aná.Danar es!el a chamou mas assi m quer ecebeu ot r ocodobi l het ei r oeol hou denovoDanar esj á est ava embar cando num daquel es ôni bus,vi u quando a ami ga subi u a escadi nha.Chegou a cor r erf ei t ol ouca at r ás do ôni bus, gri t ando pel o seu nome,o homem do caf é at é se l embr a da moci nha.Mandeii nvest i gar ,nada.Nada.E ost el ef onemasent ão? Tel ef onemas de anôni mos,de gent e que se i dent i ficava,at é um pri mo f azendei r o em Goi ás t el ef onou al t as hor as da noi t e para di zerà mi nha cunhada quet i nha acabado de vera Danar esno aeroport odeCuri t i ba,er ael a,sem dúvi daqueer ael a,t omavaum avi ãopar aSãoPaul oem companhi adeum homem demei ai dade, com uma past a pret a.Al armef al so,seu nomenão const ava em nenhuma l i st a de passagei r os,ni nguém se l embrava do casal . Al guns meses depoi s, num bai l e de Carnaval em Pr esi dent e Prudent e, f oi vi st a dançando mui t o sat i sf ei t a, f ant asi ada de havai ana.Mandeimeus homens.At é hoj el á est á o seu quart o i gual zi nhoaodi aem quesai upar anadar ,com arevi st aqueest ava l endo aber t a na mesadecabecei r a,t udo no mesmo l ugar .Mas nem seipor que est ou cont ando i sso,um caso puxa o out r o, Danar es,Anant a.Doi snomesr ar os.Renat oMedradol evant ouse abri ndoosbr aços. — Mast omeidemai sseu t empo,dout orLeon,est ou at éencabul ado,umamaçada! — Or a,nãodi ga i sso,f oium pr azer .Suspi r o.Vei omepedi r um consel hoevaisai ndodemãosvazi as.Senãomeengano,di sse queai ndat em mai sal gunsdi asparasededi caraocaso. — Exat o.Daí ,encerr o.Eunãogost avadel ananossai nf ânci a
ehoj epensoqueser í amosami gos,final ment eami gos. — Si m,compr eendo.Masvol t eaoedi f í ci oef al edenovocom osempr egados,com osvi zi nhos,der epent epi nt aal gumacoi sa.É comouma al cachof r a quea gent evaiabri ndo,t i r andouma f ol ha depoi sda out r a at échegarao mi ol o.E omi ol o sópodeest arno apart ament o. — Par ecequeel asedavabem com duasvi zi nhas,oedi f í ci oé pequeno,set e andar es,um apar t ament o por andar na mesma col una,Anant aocupavaosext o.A mor ador adoquart oandaréa t alat ri z aposent ada,Rosa Ambr ósi o.Er a paci ent e de Anant a, desconfio quet em pr obl emas,al cool i smo.Fazi at er api a deapoi o. A. fil haquemor anoqui nt oandarest áf azendoum cruzei r odel uxo pel os mar es do sul ,parece. São mui t o ri cas.Numa só t ar de per cor ri t odos os apart ament os ocupados e desocupados, no t er cei r o andar mor ava o secr et ári o part i cul ar da at ri z. Foi despedi do.El a não qui s me r eceber ,mandou di zer que es t ava i ndi spost a,f al eicom osempr egados.A cober t ur adosét i moandar est ádesocupada,parecequeháum pr obl emadegot ei r as. — Si m,si m,murmur ou o del egado l evando as pont as dos dedosaol ábi o.Foimui t obom osenhort ervi ndo,eu est avaaqui mei ot ont o,sem saberporondecomeçara t r abal har ,j á vi u al go mai st umul t uadodoquei st o?escandal i zouseapont andoamesa. Mi nha secr et ári a andou vi aj ando, só vol t ou ont em. Ni nguém conseguearrumares t adesor dem,sóel a,suspi r oubai xandoamão acari ci ant eat éagravat a. — Quebel agr avat a,dout orLeon. — O senhorgost a?Pr esent edeum ami go. — Combi nabem com opochet e. — Pochet e?Queéi sso? — O l ençoaínobol so. — Chamapochet e? Renat o Medrado esf r egou as mãos,sat i sf ei t o.Quando vi ua
gr avat a ver mel ha,pensou,um pr esent e da secr et ári ar ebol ant e. Que vi aj ou para o ext er i or ,l ógi co,o per f ume er af r ancês.Uma bel ezaquandoaspeçasvãoseaj ust andonaengr enagem. — Agr avat aéf r ancesa? — Si m,cr ei o que si m,murmur ou o homem t or cendoa de vagarpar averaet i quet a.Fr ancesa. — Quando o meu casament o dançou,em vez da gel adei r a acabeicompr ando uma passagem para Pari s.Di asi nesquecí vei s! Est avam na moda esses pochet es,bol so em f r ancês é poche,o senhorsabe.E ol ençodebol soqueacompanhaagr avat a. . . — Pochet e.I magi na,surpr eendeuse o del egado.Poi s di sponha,dout or .Poraqui ,ascoi sasvãosegui ndoseu cur sodent r o das bi t ol as,qual quernovi dadeeser ái medi at ament e avi sado.Se poracaso soubert ambém de al guma coi sa,nos comuni que,j á not eiquet em um bom f ar o.Apar eça quando qui ser ,dout or ,sej a f e l i z .
15 Enfim,acont eceu.Est ou t ão emoci onada que nem consi go bot ara cabeça eor est o em or dem enão bebiuma got a,i nqui et ação pur a.Desassossego.Ent ão l i gueiest e gr avadore r esol vii r f al andooquemedervont adedef al areest eser áum capí t ul odas memóri asqueest ou começandoagor a,at enção,Car peDi em! ,disse oGr egór i oeeu per gunt ei ,O quequerdi zer ?Rahult i nha pul ado na mesa e se esf r egava nel e,t i nha pai xão pel o Gr egór i o,t odos t i nham pai xãopel oGr egóri o.Com apont adaespát ul aacari ci ou a cabeça do gat o para acal mál o,só el e sabi a acal mar esse gat o quandoent r avaem cr i se.Ent ãor espondeu,Col haodi a! Col ha o di a! ,r epet ie desvi eidepr essa o ol har ,suas mãos t r emi am demai s nessa manhã e fiqueiafli t a,com medo que el e descobri sse o quedescobri .E me l embro agor a de um caso t ão est r anhoquemecont ou,ocasodori oassassi noquer ej ei t avauma
cert aespéci edepei xe,não quer i aessepei xeem suaságuas.E o pobr e pei xe se abr açando desesper adament e à água que o expul sava,queocuspi aparaat er r a.Ospei xesexpat ri ados.Que pr eci savam l ut ar com mai s empenho do que os out r os par aa sobrevi vênci a humi l hant enasmargenst urvas,l á no f undo t urvo dori oi ni mi go.Ospei xesexi l ados.Namanhãem queel ef oiembora debai xo daquel a organza t ol ament edi sf ar çant epenseiderepent e nessa hi st óri at er rí velque um ami go l he cont ou quando est ev e exi l adonaFr ançaedaícomeceiachoraraosgri t ospor quevinel e o pei xeci nzadescamado dent r o da r edel i l ás.Na mi nha t ont ei r a nem per cebiqueel el i gar aessahi st óri aàsuapr ópri ahi st óri a,er a o pei xe que o si st emari o per segui u et ort ur ou com desvai r ado r ancorat éempurr arparaamargem.Margi nal i zadoat éamort e. Uma hi st ór i at ão pungent e esó mel embreidel a quando vi sua car a ci nzent a,esvazi ada,al iest ava el e de boca ent r eabert a, enquant oori opr ossegui acom t odasuaf or ça,Ah!seusfil hosdaput a!Ondees t ãovocêsagoraquenãoapar ecem paravi rveroque fizer am?! . . . Jáest ou ent r andonasver edasequem deveest arnumaéa pequena Anant a que sai u e não vol t ou,desapar eceu.Um pri mo est ái nves t i gando,vei of al arcomi gomasnãorecebiomoço,quesei eu da mi nha anal i st a queseespeci al i zou na t écni ca do si l ênci o, hem?! . . .Vaiverarr anj ou um amor ,vi aj ou e escapou dessa sua r ot i nabest a,deveest armel hordoquenós,Col haodi a! Car pe Di em!el e di sse mei o di st r ai dament e,O meu quer i do com suasmãosquet r emi am t ant o,comeceiaf al arparadi st r aí l o, f al ardepur aafli çãot udooquemevei oàcabeçapar adi st r aí l o— ou me di st r ai r ? Aquel es meus pequenos di scursos, que os pensament osem l at i m cr i am r aí zes,cavadosna pedra.Gr avados no t empo,A mi nha I gr ej a er a em l at i m e agor a ficou popul ar , t r aduzi r am t udo,mudaram t udo,l ament eieGr egóri o ouvi a com cert oi nt er esseasmi nhasbobagens,sóbobagens.E el ecom sua paci ênci aesuasbel asmãosj áescondi dasnosbol sos. Masai nda não ébem i ssoqueeu quer i a di zer ,cal ma,Rosa
Ambr ósi o, não mi st ur e as coi sas, fique cal ma, você começou anunci ando o que acont eceu afinalo que t ant o esper ou,o que t ant opedi u,oDi ogot el ef onou. Vou agor ai mpost ara vozqueest á ficandomei oesgani çada, naemoçãomai orel aficaassi m,t enhoqueusál aenãoserusada porel a,domí ni oabsol ut o!Gr egóri odi sset ant asvezesquemi nha vozéboni t aquandoficanat ur al ,est ou nat ur al .E com avozque el e amava quer or epet i raquinest e gr avador ,o Di ogo vaivol t ar . Fal ou com Di oní si a,per gunt ou pormi m masnãoqui squeel ame chamasse,Agor anão,pedi uedesl i gou. El e es t á vol t ando.Sem a menor pr essa,no es t i l o que f az l embraro Rahulquando fingequenão quercomereent ão di sf ar ça.Masassi m quesepi l hasozi nho,comevor azment e.E mesmo quando est á sozi nho é di ssi mul ado, como se na vasi l ha não es t i vesse a car ne moí da mas a pr esa ai nda vi va.É o j ei t o dos f el i nos,masseel et el ef onou épor quevaivol t areavol t acomeçou noi nst ant eem quel i gou epedi u not í ci as.QuandoaDi ú mef al ou sobr eot el ef onema não deu mui t ai mport ânci a, f oi como se i nf ormasse,Hoj e é Lua Nova.Ent r eina f arsa e fiz aquel a car a ausent e,Ah,el et el ef onou?A Óper adosFarsant es.Masassi m que el aseaf ast ou vi r eioúl t i mogol edevodcaecorr iparaumaducha vi ol ent a,Car hos,a col hei t ai medi at a, pe Di em!ordeneiaos espel AçãoDi r et a!or denam ost err ori st as.Vol t eiaoscr emeseàssaunas, t i r eidosarmári osmeusvest i dosbr ancos,t enhoqueest arpr ont a por quehoj eou amanha ou daquiaum mês.Ou um ano.El evai vol t ar . Esper arét eresper ança?ChameiaTi va,r et oquenoscabel os, unhascl ar asesem manchas,nenhuma mancha nem pordent r o nem por f or a,os dent es br ancos,chameiDi ú er esol vit i r ar a máscar a da sober ba,Mas quem acr edi t a?,per gunt ei .Nessa i ndi f er ença,hem?! . . . Fuiat é o seu quart o, o r ádi ol i gado numa músi caser t anej a,abr acei acom f or çaerodopi amosnum r odopi o ser t anej o,el ari ndocont ent e,eu ri ndo,Vi da Nova!ordeneiepedi
um caf énovo.Si nt ameuhál i t o.Di ú,es t ápesado?Respondeuque er a hál i t o de past a de dent e com per f ume de hort el ã.At i r ei me ri ndonuma cadei r a esóent ão el at evet empo deest r anhar ,mas porqueesseescândal ot odo seel esót el ef onou,seel enão di sse quevi nha. Mas vem.Fuiao escr i t óri o e acendium i ncenso e l i gueio t ocadi scosai ndacom odi scoqueel el ádei xou,osaxof oni st aBi r d queeu det est ava equepasseia amar .Exper i ment eias canet as, umadecadacor ,escr ever ?Ai ndanão,escr everai ndanãoconsi go, est ou exci t ada,t i ni ndo,porenquant osópossof al ar ,éoqueest ou f azendoenquant ocol hoodi aquent ecomoest ecaf é.Começopel o r egi st r o anunci ando que el e vaivol t ar e vair ecomeçar t udo de novo,vou mearr ependeredesarr ependeremi lvezesheidedescer aosi nf ernos mas est ej a enl eada com demôni osou pai r ando nos ombr os de anj os quer o ficar r epet i ndo que acho a sol i dão r epel ent e,f oihorr í velquandoGr egóri opart i u.Depoi s,f oiavezde Di ogo,Adeus,Rosa.Sem f al arem Mi guelquesai u ant esdet odos, penso àsvezes numa coi sa quesó t enho cor agem de di zeraqui nest egr avador ,l i vr e,sozi nha:meagarr eiem Di ogopor quevinel eo Mi guel ?Não,nãopodeseri sso,necr ofil i a,não! Rosa Rosae.Um moment o,vou abri ra j anel a,ah!ol ha o f ogar éu no mei o dasnuvens,Eu t eamo,Sol ,di zi a o amado São Fr anci scocr avandonosolr edondoosol hosr edondos,cozi dosde t ant oamor .Acei t oocozi ment oeor est o,vou ouvi rcoi sast err í vei s e coi sas l i ndas e vou serexal t ada e humi l hada quando el e me obri gara acei t arpapéi s que abomi no,mas que cumpri r eiat éa úl t i ma l ágri ma.Seique é um put a cl i chê est e,mas a sol i dão i nsuport ávelnest aencr encadosdi abosqueéavi da,omundo.O homem pr eci sa si m do out r o por que mesmo at orment ando e at orment adoexi geseol harnoespel homai spróxi moqueéasua medi da.Or a,afidel i dade!Fi del i dadeéqual i dadedecachorr o,el e di sseri ndoel at i ndo,au!au!E mi ou em segui daquandooRahul seassust ou evei overoquees t avaacont ecendo,Mi au! Di ssequet evequel avarl at ri naseabomi nou esset empoem quel avou asl at ri nasdeum bat al hãoi nt ei r o,t i nhadezenasdel as.
Nãocont est einahor apor quemi nhasr eaçõessãol ent asmasfiquei pensandoondeel et er i al avadoessasl at ri nassenasceu depoi sda guerr a.E só na guerr a ci r cul ava o sar gent o compl exado que se vi ngava dos r ecrut as boni t ões mandando que el es fizessem os servi çosmai ssuj os.Fant asi osoomeumeni no,meumeni noDi ogo, nãot em i mport ânci a,eu t ambém sou f ant asi osa,doi sf ant asi osos chei osdef ant asi a. Abr oabol saeavi da.Levaoquequi ser ,queri do.Cai xãonão t em gavet a,l embr a? Ana Gr ana dei xou f azendas,casas,carr os. Dei xou at éumahar padour adaaomor r ersegur andoum pequeno t er çodevi dro.Sozi nha.Tomameu copo,masnãot omameu cor po que esse não t e mer ece,Não é modést i a não que esse t empo t ambém passou.Fi zaspazescom meu cor po porquefiqueicom pena del e,f azo que pode para me agr adar ,para cor r esponder , consegue?Fi co comovi da,t ant os anos del ut a,quasesessent ae essecor poai ndadepé,per dendoum poucooequi l í bri omasdepé o pobrezi nho.Est ou quase chorando de emoção mas reconheço que é um cor po l i gei r ament ef at i gado,hem?!Dei xa el e qui et o, dei t esecom suasmeni nas de pei t i nhosdur ose bundi nha dur a quepr omet onão i nt er f er i rmai s,quer oapenasa sua companhi a, ent endeu,Di ogo?Asuaf al a,oseuri so,asuagr aça.Asuamusi ca ea sua angúst i a,quer ot ambém essa angúst i a e quem sabe t e di st r ai ocom aquel aspi ruet as,hem?! . . . Amant ei rmão.Bebo um gol edo sumo def rut asquea Di ú vei ot r azer ,par ecemai si nt ri gadadoquepr eocupada.E essamoça que ai nda não vol t ou, coi sa mai s esqui si t a! r esmungou e se benzeu.Quersabersena nossa úl t i ma sessãoAnant a não di sse al guma coi sa quepudesseexpl i carosumi ço.Fi camospensando j unt as.Não,queri da.Não di sse nada,f al ava pouco mas est ava bem,os ol hos — t i nha os ol hos boni t os,at é que est avam mai s bri l hant es.Ant esdavi agem Cor dél i at ambém ficou per gunt andoe sómel embr o dequeel a di ssei sso,queest avapr ovi denci ando a mi nhat r ansf er ênci aparaum anal i st aseu ami go.Concor dei ,mas que t alumas f éri as? El ai a me empurr ando para f or a,mui t o educada masmeempurr ando par a a rua,t erí amos depoi suma
conver saespeci al ,eu chegar amui t oat r asadaeel at i nhaquesai r i medi at ament e.Descief oia úl t i ma vez,hem?!Masest ava f el i za pequenaAnant a,vii ssonosseusol hos. Enfim,chega de Anant a,quer o di zermi nhas coi sas e com t amanhasededef al art udoaquinest afit a,descubr oagoraoqueé omai si mport ant e:j ust ament epor queAnant amef al t ou équeme l evant eicapengando evi mf azerest edepoi ment ocapí t ul o.Seel a nãot i vessesumi doeu est ari aest endi danaquel edi vaou em al gum out r o ef al ando em vão em vão em vão — não éext r aor di nári o? Possoandarsem amul et a,O meuPai !euVosagr adeçodecor ação l eveepensoumacoi saquet al vezsej ai mport ant e,pensoqueDeus pr eci sa de nós assi m como somos,cont r adi t óri os,conf usos na nossa pur ezai mpur a por queé na desor dem queEl eseor dena e nosordena,énest ecaosdeafinaçãodesafinadaqueEl eser eal i za naperf ei ção. Ast r ai ções.E f or am t ant as,hem?!Nãoi nt er essa,apr endique o essenci alé est armos vi vos,não t enho mai st empo para ser i nf el i z.Gr egóri o,aquel esábi o,j ásabi aquea t r ai çãof azpart edo amor .Fazapodr eceroamor ,écl ar o,massem mort eepodri dãoo amornão poder i ar essusci t arcomo Jesusr essusci t ou,ah,como est ou l úci da,um desl umbrament o de l uci dez,sem mort enão há r essurr ei ção. Fi co mai s per t o do gr avadoreda fit a vi r gem gr avando es t e depoi ment ovi r gem,vou f al ardo meu pri mei r o amor ,par ece t ão ri dí cul o,uma i di ot i ce mas não i nt er essa o que possa parecer , i nt er essa é a pal avr at est emunhando est ei nst ant e,capt ando o flui doquevem aquidedent r onami nhavozbem t i mbrada,est ou ser ena. A pr onúnci a capr i chada, nenhum né? e nenhum t á! por queSou umaat ri zeumaat ri zdecl assedevef al arbem.Com a al t i vezdequem i nt er pr et ou Shakespear eesepr epara para vol t ar aopal co.Euvouvol t ar . Ant es quer oi rassi m l i vr e no começo do começo,l ál onge, quandoaRosaem bot ãoi acol hendoest abanadament easr osasda
manhã,AsRosasdaManhã! ,r epet i ameu paiem vozal t a,ol i vr o dos poet as da Fr ança debai xo do braço.O r omânt i co pai zi nho pi r adoquef oicompr arci garr osl ánocudoj udaseat éhoj e,hem?! Depoi squeel esef oimel embr eient ãodepr ocur aressel i vr oenão encont r ei ,esseeos out r os l i vr os amados.E não encont r eimai s nenhum,os pr edi l et os el e deve t erl evado aos poucospara não desper t arsuspei t as.Fi zmi nha descober t a masnão di ssenada à mamãepar a não magoál a ai nda mai s,que f osse capazde t udo menosdocál cul oessemeu paiquet i nhaoardi st r aí do,dequem es t avapensandoem out r ascoi sasmasachoquenaver dadeest ava pensandonumacoi sasó. Li a a poesi a em f r ancêse depoi sl i aat r adução,gost ava de exi bi rsuapr onúnci aqueafirmavaseri mpecável ,ant esdesecasar vi veu aícom uma f r ancesa que vei of azera Améri ca e t eve que suspendersuasambi çõesquando seapai xonou porel e,Vi vesem esper arpel odi a quevem,col hehoj e,desdej á,col heasr osasda vi da! Col haodi a.E aquiest ou sem medoesem afli ção,sou capaz at édel embraronomedo poet a da col hei t a mas esper a,vamos pel a or dem!di zem aquel es put os.Eu conf essava que col hi a as flor esmat i nai s e depr essa ant esque vi essem as vent ani as e as t empes t ades.Fuiar mandoomeu enor mebuquê,f uicompondoo arr anj o flor al a meu modo quando ent ão começar am os i mpr evi st os,ossust os,ah!comof ugi am domeu cont r ol easflor es quef or am mur chando,aspét al asquef or am cai ndo.Começar am a apar ecerbur acos.Mai sbur acoseoarr anj osedesarr anj ou,per deu obri l hoeeumesma,hem?!Ondeagr açadacol hedoradamanhã? Masagor aest ou bri ncando,bri ncadei r ami nha,l ongedemi m qual quert r açodeamargor ,aúl t i macoi saquedesej oévi r aruma esponj adef el .Pi ngandoaquel ef elder essent i ment o,horr or !quer o vert erbom humor .Luci dez.Com l uci dezquer ocomeçarporaquel a noi t e em casa da t i a Luci nda,a quer i da t i a Luci nda,i rmã da mamãeecasadacom ot i oAndr é.O l adori codaf amí l i a.Ti oAndr é er a médi co do Hospi t al do Juqueri . Na mi nha i gnor ant e adol escênci aeusabi aapenasqueesseer aum l ugardel oucosmas
achava gr aça quando papaidi zi a que t i o Andr é er a mai sl ouco ai ndadoquet odosaquel esl oucossomados.Det est avavergent ee ouvi rvozes,det est avaci nema,t eat r oou qual queragl omer ado.Caí a num si l ênci omort alsef al avam per t odel eem pol í t i ca.Nãof umava, não bebi a e mesmo nas f est as comi a escondi do seu bi f e bempassado com bat at as. Nas cri ses mai sf ort es de neur ast eni a, f echavase em casa,os l oucos chamando e el et ocando vi ol i no, gost ava de t ocar vi ol i no.Par eci a se ent ender maravi l hosament e com t i a Luci ndaqueer aj ovi al ,f al ant eegost ava def est as,assi m comoamamãe.Ti nham um fil hoúni co,oMi guel . Meu pri moMi guel .Mi guel ,ficochamandoemi nhavozficou mel , ficou sol . Mel cál i do com uma l angui dez mei o dol or i da, escorr endoum t ant odi f í ci lpel ot r oncoásper o,si m,ai ndaaquel a hi st óri a das f er i das quepar ecem ci cat ri zadasebast a a gent e se apr oxi mar e l evant ar um pouco o pano e a pel e.Mor ávamos al gumas casas adi ant e da t i a Luci nda, a di f er ença é que não t í nhamosj ar di m nem carr onem quat r oempregadosenem aquel a l arei r a ver mel ha,acesat odo oi nver no.A di f er ença équeér amos pobres. O meu vagopaiarr ast avasenum modest o car gona Pref ei t ur aondeconsegui ucom um ami goum vagocomi ssi onament o.Na manhãem quesai u suanomeação,t el ef onou sol i dári oaopi quet e dagrevequeest avaest our ando,osservi dor esmuni ci pai sexi gi am aument odesal ári o.Vocêai ndanem começouat r abal harej áquer aument o,est r anhou amamãe.Papaif ezaquel acar ademí opeque só enxer ga quando apert a os ol hos e começou a assobi ar , assobi avabem. A l ut a da mamãe par a mant er uma apar ênci a decent e.O di nhei r o curt o, vej oat ant as vezes com aquel el ápi s, f azendo cont as.Cont as.Ou mexendo odocenot achodecobre,passou a vender a goi abada aos conheci dos do bai rr o,os pedaços dur os comot i j ol osembrul hadosem papel mant ei ga.Passeiat eródi odo chei r odagoi aba,sóbem mai st ar de,depoi sdaher ançaéqueme r econci l i eicom af rut aef azi aool harqueni nguém not avaquando me of er eci am goi abada com quei j o,um ol har de saudade t ão
mansa.Tí nhamosumaórf ãqueel at i r ou doasi l oeadot ou,assi m f azi am asf amí l i asdacl assemédi asem di nhei r oequepr eci savam deumaempr egada.Mi l achamavaamamãedeMadr i nha. O sobr adi nhoamarel odet rêsj anel as.Mel embr oqueboni t os er am os vi dr os das j anel as de quadr adi nhos ver mel hos e azui s f or mando uma cer ca em r edor do vi dr o oval t r anspar ent e, cont r ast ando com o desenho f osco da cegonha de per fil ,uma per na encol hi da,a out r a mer gul hada num t anque de f ol hagens. Sou essa cegonha,di sse meu paicom arsonhadoral guns di as ant esdesai rpar acompr arseusci garr os.Er adi ver t i dobri ncarde veraruanosquadr adi nhos,oquadr adoazuler aocéu masassi m queeupassavapar aodevi dr over mel ho,caí anoi nf erno.O port ão def er r o com a cor r ent eeo cadeado,mepareci at ão al t o aquel e port ãocom ocapri chosoemaranhadoder osáceasqueendur eci am der epent eet ermi navam noal t oem pont asdel ança.Seamamãe al ugarum di aessepor ãoea casavi r arum cort i ço,eu memat o! avi sei num bi l het e que dei xei na i gr ej a, debai xo da sandál i a dour adadeSant oExpedi t o. Láseisei st ocont i nuagr avando,det est omáqui na,Um,doi s, t r ês! . . .Al ô,al ô!t em aquiest e bot ão que vou aper t ar ,pr ont o, aper t ei ,eu est avadi zendoqueel aal ugou oporão,pobr ezi nha. Não memat eimasdi sseaoMi guelquemamãeficoucom penadoCi do Pr et o eda fil harada epori ssodei xou quef ossem mor arl á.Fal ei num t om esf uzi ant e que el e si mul ou não ouvi r , er a gener oso demai s par a ser t est emunha da pr i mi nha humi l hada escamot eandoahumi l hação. Quer odei xarbem cl aroquet i oAndréet i aLuci ndaf or am os úni cosquenosaj udar am nessaépoca.Ti aAnaer amui t oamor osa masl i davacom mi l har esdecoi sasaomesmot empoej ánãot i nha a saúdeboa,nosr eservava para o t est ament o.Vej o hoj equeer a umaf emi ni st aexempl ar ,f ari aaf el i ci dadedapequenaAnant a.Mas ni nguém sabi a o queer af emi ni smo,nem el a mesma e pori sso suas at i vi dades acabar am na r el ação da cari dade.Uma gr ande dama decari dade,di zi a a cr ôni casoci al .Fundou a CasadaMãe
Sol t ei r a, o Lar das Menor es Abandonadas e cont r at ou um i mport ant e escri t óri o de advocaci a par a def ender as causas per di das das moci nhas per di das. Fi l as de j ovens e mães i nj ust i çadasr ondandoopal acet edet i aAnapar apedi rj ust i ça.E não saí am de mãosvazi as,asmai spobr ezi nhasganhavam uma sacol a de mant i ment os, as doent es saí am com um car t ão de r ecomendação par a a Sant a Casa de Mi seri cór di a. Ti a Ana conheci at odososmédi cos.Asgr ávi das,em ger almeni nasquese di zi am enganadaspel onoi vo,l evavam um enxovalcompl et oparao nenêrej ei t adopel opai . acet emaser Seiquenãoseusamai sapal avr apal aum pal acet e a bel a mor ada de t i a Ana como er a um pal acet e o de t i a Luci ndacom seu Chevr ol etnagar agem eobandodeempregados, sem f al arnomot ori st af ar dado.O vast oj ar di m.Asal vadepr at ano vest í bul oeondeer am post ososconvi t esquechegavam em gr andes envel opes de l i nho, eu l ançava ol har es compri dos par a esses convi t es. Ol hares compri dos para os móvei s,quadr os,t apet es. Para opri moamado,t ãoamado!i a omai st ernoecompri do dos ol har es. Vi brava com a sua i nt el i gênci a, t r emi a com sua desobedi ênci a,com suar ebel di achei adehumor ,maséum l ouco varri do!eu meassust ava quandoel eapar eci a em cert asocasi ões com ocabel oi ndomadoeaquel esol hosverdesqueficavam negr os comoasmaçanet asr edondasdasnossasport as,masporqueos ol hosder el vaúmi damudavam assi m decor ?Ent ãoeut i nhamedo mas o amorer a mai sf or t e do que o medo e comeceia ment i r i nvent ando pr et ext os para vêl o ai nda que por um i nst ant e,de r el ance.Na ment i r a a mi nha car a vi r ava uma r omã vermel ha, l ust r osa.Amarel eci a no medo,i sso na adol escênci a.Agor a fiquei amarel a defini t i vament e,não i nt er essa,ai nda est ou l ál ongecom aquel eMi guelcharmosoedesambi ci oso.Mi guel ,oLour o.Mi guel ,o Br eve. A Segunda Gr ande Guerr a Mundi alchegava ao fim mas di ant e dos not i ci ári os del i r ant es a gent e pensava que a coi sa i a dur armui t o mai s.Eu f r eqüent ava uma modest a escol a públ i ca massonhavacom aEscol adeArt eDr amát i cadaat ri zport uguesa
Mari aJor ge.E sonhavacom opri moamadot ãosecr et ament eque t odo mundo em r edorj á sabi a desseamor .Noi t edequi nt af ei r a, noi t edecanj aem casadet i aLuci nda.Umacanj amui t oespeci al of er eci daàsset ehorasem pont o,t udopar aaquer i dat i aer amui t o especial. Um moment o,um poucodeuí sque,ô!del í ci a.Dei xaacender aquio ci garr o,pr ont o,vamos l á!Um,doi s,t r ês. . .gr avando!Eu di zi aquenaquel aqui nt af ei r adei xeiamamãecer zi ndomei ascom or ádi ol i gado,est avamui t or esf ri adael áf uir adi ant epar aacasa dat i aesuacanj a,océu f ervendodeest r el as.Queper f umebom! di ssea Mi l aquandopasseiporel a,est avanoport ãoconver sando com ameni nadoCi do.E Fl ordeMaçã,r espondi ,nãoamaçãmas aflor . Noj ar di mj áouviovi ol i not r ement edet i oAndr é.Ol heipar ao sót ãoi l umi nado,er al áqueel eset r ancavaparat ocaraSerenata deSchuber t .Efigêni ameabri u aport acom seu uni f ormepr et ode gol a e punhos br ancos. Lament ou a ausênci a da mamãe e i nf ormou quemi nhat i aest avaacabandodevest i raf ar da.Farda?! , meespant eieel ari u escondendoaboca,poi sent ãoeunãosabi a? Al i st ar ase como Vol unt ári a no Bat al hão Femi ni no de Def esa Passi va Ant i aér ea.Cur sodebombei r os,acr escent ou aprumandose com a mai or seri edade.Bombei r os,r epet icomo um eco.É, bombei r os. Apr endi a a apagar i ncêndi os, pr est ar os pri mei r os socorr os,t ar ef asassi m deut i l i dadepúbl i ca.Ah,queót i mo,mui t o l ouvávelda part e del a,eu di sse e ficamos nos ol hando.Per dia expr essão i di ot i zada quando a port a seabri u,l eveium sust o,o Mi guel ?Er aonovomot ori st aj aponêsquer endosabersedevi aou nãoacenderal ar ei r a.Efigêni aficou i ndeci sa,ser áquenãoest ava mei oquent epar aal arei r a?Mel horesper ardonaLuci ndadescer .E ser á que eu não queri a l i gar o r ádi o? Ou ver as r evi st as es t r angei r as,of er eceu aj ei t ando na mesa de t ampo de br onze a pequenapi l ha.Bai xou avozecomosecoment asseot ri côdomeu suét erque t ocou com as pont as dos dedos,i nf or mou que meu pri mo est ava l á no quart of er r ado no sono,devi at erchegado de madr ugada, o mar ot o. Andava mui t o mal comport ado esse
meni no. Eu ai ndanãof r eqüent avaaescol adeMari aJorgemasj á r epr esent avaquandoel ogi eicom vozmel í fluaomodel onacapada r evi st a,uma j ov em corde mar fim com seu coquel our o ecasaco azul ão de ombros l ar gos com bot ões dour ados, i nspi r ado no j aquet ãodosofici ai sdemari nha. Ossonsdo vi ol i no f or am enf r aquecendo.E não seiporque mel embr oagor a deumaexpr essão queouvimui t oast i asepri mas ri cas r epet i r em,l gunt eiao meu paio que e der ni ercr i .Per quer i a di zere el er espondeu enf át i co depoi s de corri gi r mi nha pr onúnci a,O úl t i mo gri t o,Rosi nha!Ent ão f echeia r evi st a com seusúl t i mos gri t os da moda,os úl t i mos sorri sossem al egr i a de umaguerr aquechegavaaofim. Quando vit i a Luci nda ent r arf ar dada,l evant ei memas não t i vef or çasdecorr erpar a bei j ál a como f azi a sempr e,a t i at i nha vi r ado um sol dado e a gent e não bei j a sol dado.Pode o t empo passarepassarepassareachoquenunca mai svou esquecera f ar da de bri m ci nzachumbo da mi nha t i a.Er a de est at ur a medi ana,mai smagr adoquegor daepori ssocaí al hebem odól mã de bot ões pr et os sem bri l ho,ci nt o de cour o pr et o com o quepe dobr adoeenfiadonoci nt o.A sai acal çaengomadaer et aer aum poucomai scl aradoqueodól mãecobri al heosj oel hoschegando at éa f r ont ei r a dasmei asdeal godão ci nza,t i po col egi al .Sapat os pr et osdeamarr ar ,sem sal t o.E ocabel o,masoquef ezat i adoseu bel o pent eado de paj emmedi evalque desci a mei o ondul ado at é quaseosombr os?. . .O cabel oagoraest avacort adobem curt i nhoe apl ast r adocom gomal i na.Fi queipar ada,f ei t oest át ua,quandol evo sust o fico i nsegur a e na i nsegur ança r esval o para a super f í ci e gel at i nosa da baj ul ação.Queboni t af ar da,t i t i a!E essepent eado novot ãona moda,sabequeficou uma gr aça?Uma gr aça,fiquei r epet i ndof ei t ot ont aeel aacr edi t ando,Quebom quevocêgost ou, di sse eenfiou doi s dedosno col ari nho da cami sa branca eque devi aest arapert ando.Trazi anamãoagr avat apr et a,Nãoseiédar ol aço,Andr émeensi noumasmeat r apal ho,nãoéf áci l !
Li mpara dasunhasaparadaso ver ni zvermel hocer ej a.Nem si naldebat om,apenasumal evecamadadepódearr oznorost o cordemar fim comoorost odamoçadacapadar evi st a.El ogi eio cort edo dól mã,ocort edo cabel o quedevi a ficart ão bem com o quepe,essequeel aenfiaranoci nt o,ah,et i nhat ambém asl uvas br ancas! Ani mouseemet omandopel obr aço,conduzi umeàsal ade j ant ar .A gr ande mesa com a al ví ssi ma t oal ha ent r emeada de r endas.O gr ande l ust r e de pi ngent es de cr i st al .Not eique não usava per f ume,a noi t eser i a despoj ada,sem per f umee sem l uz, Vaihaverhoj eum bl ecaut enobai rr o,comuni cou com gr avi dade. Di ri gi use a Efigêni a com vozde comando,que f osse chamaro dout orno sót ão,a canj ai a serser vi da.E o Mi guel ? Dormi ndo ai nda? Avi seo Mi guel ,pr ossegui u bai xando o ol harpr eocupado para a gr ande sopei r a quedest apou.Recuou um pouco para se desvi ardaf umaça.A fisi onomi aficou br andaquandovol t ou af ace par aot et o.Teveum sorr i sodebeat i t ude. — O Andr ét ocadi vi nament eessaSerenata. Fi camos depé,ouvi ndo osúl t i mos acor desdo vi ol i no emoci onado. Ol hasóamamãedef ar da!Quaseder rubeiacadei r aquando me vi r eie deicom Mi guelencost ado na port a que dava par aa copa.Ti nhaum l ar gopul overazulem ci madopi j amaamarr ot ado e es t ava sem mei as, as sandál i as pr et as desat adas, as t i r as f r ouxas.O sor ri sof r ouxo.Um l i gei r opent emol hado— mai ságua do que pent e — apl acar a os cabel os got ej ant es.Uma sombra al our ada da bar ba no quei xo.Ti a Luci nda f al ava mai s gr osso quandoficavanervosa,Masfil ho,vocênãovaisevest i r ? El evei ovi ndonoseu andardebar co.Bei j ou amãequenem r et ri bui u,um ol harem pâni copost onaport aporondet i oAndr é devi a ent r ar .Ent ão el e pi scou para mi m e encost ou a t est a na mi nha,gost avadecumpri ment ardessej ei t o,Ent ão?! . . .Chei r avaa um dent i f rí ci ol í qui do queeu ador ava,Odol .Havi a um pouco de t al conagol adoseu pi j ama.E amamãeseal i st ou,vi vaamamãe!
Tant oor gul hodessa mãe. . .at al hou a vozsot urna det i a Luci nda f al andoagoraent r eosdent es,Páracom i sso,Mi guel ,nãocomeça! Ti o Andr é ent r ou,cont ornou a mesa e quando passou por mi m acari ci ou de l eve mi nha cabeça.Aper t ou o braço de t i a Luci nda que f ez uma car a de enl evo e no seu andar vagar oso di ri gi useà cabecei r a.Não deu o menorsi naldet ervi st o ofil ho que f oiescorr egando e sent ouse pesadament e mas t i a Luci nda deul he um cut ucão, Or a, Mi guel ! El el evant ouse e acenou desaj ei t ado,Boa noi t e,papai ,osenhorest á bem?O t i obai xou a cabeçacomoseest i vesser ezando,Queri da,querpedi rpar aservi r ? Empal i deciecor eidenovo,enver gonhadadessesr ubor esque só acont eci am com asher oí nasdosromancesdeMadameDel l y queeu l i a desl umbr ada masescondi da deMi guel ,Não, Rosi nha! , não l ei a essa águacomaçúcar .Vou t e dar os l i vr os de D.H. Lawr ence,j áouvi uf al arnel e?Nuncaouvi u,ficaperdendot empoaí com bobagens. Não medeu osl i vr osde D.H.Lawr ence.Queacabeicompr andoum di a,masi ssof oimui t omai st arde.
16 Vol t eiao gr avador ,a gent e sempr e vol t a.Est ou menos bri l hant e do que ont em,a sal i va engr ossando na boca,acont ece a mesma coi sa com osbi chos,Rahulcomeça a sal i varel ambero f oci nho quando est á com medo.Na manhã em que Gr egór i o — enfim,naquel amanhãdehor r orem queel ef oiembora,enquant o eucor ri adeum l adoparaout r onaat azanaçãododesesper o,ol hei par a o Rahulque est ava na sua posi ção de esfinge.Lambi ao f oci nho. E nãoseiporquemevem denovoahi st óri adori obot ando par af or aaquel espei xes,t al vezosmel hor es,osmai sbel os,osmai s l i mpos.Mas el e vi aj ou por que f oipr eci so ou?. . . — per gunt ou Anant aquandof al einoassunt o.Fi queiol handocom car adei di ot a asuacar ai di ot a.Não,queri di nha,el esai udaquivent andosópar a
daruma ol hadel al á na Mona Li sa do Louvr e,Ô meu Pai !haj a saco.Nãosei ,r espondi ,el enãocost umavadarsat i sf açõesdoque f azi a.Seiquevol t ou dapri sãoum out r ohomem,nãoéassi m que sedi z?O passot r opeçant eeder epent e,ot err ornool har ,ot err or quedi sf arçava,masporquet i nhaquedi sf arçart ant oassi m?Por que não se abri a comi go,com a fil ha,com osami gos,porque evi t avat odomundo,ai ndaomedo?O quefizer am com el enaquel a pri sãor epel ent e?eu ficavameper gunt andoeat éhoj e.At i ngi dono quet i nhademai spr eci oso,acabeça,ah!chega,j ádi sset udoi sso eest our epet i ndo,chega. O uí squedescemai svi ol ent opel a mi nha gar gant a,i ndi gnadososdoi s,ouí squeeeu eai ndaassi m quer ocont i nuarf al ando, l áseiseessebost adegravadorai ndaf unci ona,apert eiosbot õese pr ont o,não i nt er essa,vou at éofim.Qui nt af ei r a.Noi t eda canj a mui t o especi ale a t i a com sua f ar da especi al í ssi ma. A mesa engomada.O l ust r eaceso,enorme,t odoaceso.O t i onacabecei r a, amassando ent r eosdedosmagr oso mi ol o depão, quando est ava sat i sf ei t o,chegavaaf azerseusbonequi nhos,f ezpoucos.A t i acom o cabel o curt i nho e a f arda de vol unt ári a,a r espi r ação curt a, r espi r ava assi m quando est ava afli t a.Mi guel ,o meu amado com seus car acói s que se l evant avam à medi da que i am secando, al gumasgot asd' água mar cando ai nda agol a do pi j ama.E eu de l í ngua ar dendo, a canj af ervent e me quei mava e ai nda assi m pr ossegui aenchendoeesvazi andoacol herdepr at a.Eu t eodei o! , qui sdi zera Mi guelquando sent iseu ol harr i ndo demi m.Nesse i nst ant eel ememandou um bei j o envergonhado naspont asdos dedos,chegou a soprarobei j o,como uma cr i ança.Cobria boca com oguar danapodi sf ar çandoori sonum acessodet osse. — A mamãevaimedescul parmasnãogost odessepent eado, achoqueseasenhor apr endesset udonum coqueat r ás. . . Ti a Luci nda demor ou par ar esponder .Passava mant ei ga numat orr ada.Apanheium pãozi nhoecomisóomi ol oparanãof azer aquel ebarul hot ri t ur ant e. — Tem que serassi m,Mi guel .O Capi t ão não quervernenhum fioesvoaçandoemeucabel oéfino,qual quervent o. . .Far daé
farda. Guer r aéguer r a.Paraal i vi arat ensãofizumaper gunt a,mi nhai gnorânci ar ealou fingi dasempr eservi u paradesvi arasdi scussões que se armavam ent r e papaie mamãe na hor a das r ef ei ções,achoamesaol ocalpr ef eri dopar aum casaldei xarbem cl ar oqueo amoracabou eem l ugardel eficou out r a coi sa.Mai s t ardedescobriqueacamaéum l ugarmel horai ndaparaesset i po dedefini ções. — Um bl ecaut e,t i t i a?Porquê? Or el ógi ocuco da sal a abri u a port i nhol a e o bi co.Cant ou set evez es.Ti aLuci ndaencheumeucopodeguar anáeseaprumou nacadei r a. — Vej a,fil ha,o obj et i vo pri nci palé apenas i nst rui r a popul açãoquepreci sasedef enderem casodebombar dei o.Est amos com osAl i adosna mai st er rí veldas guer r as.E seacont ecerum at aque aér eo aquina nossa ci dade,no nosso bai rr o!j á pensou nessa hi pót ese? Temos que apagari medi at ament e as l uzes das ruas,das casas,f echar port as e j anel as,cer r ar cort i nas,t udo apagado,escuri dão t ot al ,mi nha quer i da.Oscarr osparadossem osf arói s,nenhum ci garr o aceso,nem o ci gar r o sepodeacender com osavi õesi ni mi gossobrevoandonossost el hados.Um si mpl es f ósf or o aceso pode servi r de al vo para as bombas.Um si mpl es fósforo! Efigêni at i r avaospr at os.Par oucom abandej a. — MeuDeus! — Mamãe,mamãe,masquel oucur aéessa?r esmungou Mi guelser emexendonacadei r a.A guer r aest áacabando,el esest ão l áf ei t ol oucos no val et udo final ,o Ei xo est á se l i xando com a Améri ca Lat i na,di sse e i ncl i nouse par a mi m.Col ou a boca ao meu ouvi do:El es est ão f azendo mont es pra gent e, vi u mi nha florzi nha. Bai xeiacabeçaapavor ada,eseost i osouvi r am!Com or abo dool hoviquet i oAndr éenr ol avaoguardanapocom suaexpr essão magoada mas di gna. A t i at ent ou um sorri so enquant ol he
aper t avaamão,um gest omui t of r eqüent eent r eambos,ou er ael a ou el e que t omava a i ni ci at i va. Respi r ei . Esvazi ei o copo de guaraná. — Obri gada,t i a,agor aent endi . — Sua mãet em t oda r azão,Mi guel ,começou t i oAndr é.El a sabequeoi ni mi goest áem t odapart e,nãopodemosficaral hei os aoper i go.E osespi ões?Esper oquet enhaouvi dof al arnai mensa r ededeespi onagem queandaporaqui . Pr essent iquenova cr i sesearmava efiza segunda i nt er f er ênci adanoi t e.Sabi aqueest avapassandoport ol amasmeof ereci aosacri f í ci o,ser áqueeu nãopodi ameal i st arcomovol unt ári ano Bat al hãodeDef esaPassi va?Queri aservol unt ári aenf ermei r a. — Você,enf ermei r a?,excl amou Mi guelse sacudi ndo de ri r . Fi cou séri o.Enr ol ou com cui dadosexager adosoguar danapoque enfiounaar gol a.Cer r eiosmaxi l ar espar asegur arochoro. Ti a Luci nda ar queou assobr ancel hasfinas,servi u o caf ée depoi spousou a mãopaci ent ena mi nha,masqualer a mesmoa mi nhai dade?Qui nze?Dez essei s?Não,nãopodi ameal i st aranão serquea guerr a ai nda dur assemai st empo,o queer a bast ant e i mprovável , os Al i ados est avam vencendo em t oda l i nha,uma gl óri a!anunci ou aosel evant aref azendocom doi sdedosenér gi cos o V da vi t ór i a.Num passo mar ci aldur a na sua f ar da, pedi u docement eao t i oAndr é,ent r egandol hea gr avat a:Queri do,pode meaj udar ? Quandopassamosparaosal ão,t i aLuci ndat i r ou oquepedo ci nt oeexat ament ecomoagent evi aosgal ãssol dadosf azer em nos fil mes,sem espel ho el a enfiou o quepe na cabeça,como se não t i vessef ei t oout r acoi sanavi da.Cal çou asl uvasbr ancas.Efigêni a corr eu paraent r egar l heoapi t oqueesquecer anoquart o,api t oe f arol et e er am i ndi spensávei s nessas r ondas.Exami nou o r el ógi opul sei r a.Conf r ont ouocom or el ógi onapr at el ei r ademármor eda l ar ei r a acesa. — Tenho que i r ,avi sou e vol t ouse par at i o Andr é: Fecha t udo, si m, queri do? Rosi nha, é mel hor se r ecol her ,o bl ecaut enãodemor a.
— Eul evoaRosi nha,comi goel anãocorr eperi go,of er eceuse Mi guelardi l osament eescudadoat r ásdeumapol t r ona. Mast i oAndr énãoest ava mai si nt er essadonofil hocom seu pi j ama,pr eocupavaseagoraem f echarasj anel asqueabri am para oj ar di m.Cerr ou apr essadament eascort i nas.Efigêni aj át r azi aos cast i çai scom asvel asacesas. Cruzeios br aços,ol heio l ust r e de cri st alai nda bri l hant e. Comeceia t r emer .Er a como se os caças nazi st as j á est i vessem voando nos nossos céus em f ormação magní fica,o capi t ão da esquadri l ha com sua j aquet a de cour o e per filagudo de águi a apont andocom odedoenl uvadooobj et i vol áembai xo,oal vonão eral á?Dor o,bai rr odeHi gi enópol i s. t .Lá,SãoPaul — Comport ese,Mi guel ,vocênãovaisai rdessej ei t o,sopr ou t i aLuci ndaassi m queomari doseaf ast ou paraf echarasj anel as doescri t óri o. Mi guelqui saj ei t ar l heoquepepuxandool i gei r ament epar ao l ado,eseel eficassemei odebanda?Desi st i uabri ndoosbr açosno mai or desâni mo,at é uma pl uma per der i a seu ar f rí vol o num pent eadoassi m rí gi do. — Cal ma,mãe,daquiapoucovãoapagarasl uzes.Quem vai verquei st oéum pi j ama?,per gunt ou nomesmot om sussurr ant e. Apert ou mi nha mão. Encost ou a t est a na mi nha:Top secr et , Rosi nha,masnãovait erbombardei o.Hoj enão. A noi t ecom l ua.O si l ênci o.Enl açoumepel aci nt ur a,A mãe vait erquedi zeràl uaqueel anãopodecont i nuaracesa!Debai xo daárvor ebei j ou meuscabel os,meu pescoço.Tent ou mi nhaboca. Desvi eiacar a,masel et i nhaendoi dado?Dandoescândal onuma noi t eassi mt ãoper i gosa,esenospr endessem? — Anda,Mi guel ,quer o est ar em casa quando começar o al arme! El epr endeu mi nha cabeça ent r eas suasmãos.Vide per t o seusol hosqueagor aest avam negr os.
Comeceif al andonomeupri mei r oamoreai ndaest ou f al ando nos ol hos ver desque escur eci am de r epent e.Curi oso é que el es não demor avam mui t o nas pessoas,nas coi sas,t ão f ugi di os.A vont adedeent r egarmi nha boca à sua boca del ábi oschei os,os cant osvi r adosparaci ma,masnãoéum espant o?A Cor dél i at em esse mesmo t i po de boca i r oni cament e mei ga.Doce Pássar o da Juvent ude,doce.Doce. Masnesset empo eu nãosabi a da peça,nãosabi a denada, sabi a apenasqueest ava apai xonada equesonhava desesper adament ecom essecasament o.Quemedari a segur ançapara segui r at é a pr óxi ma et apa, os es t udos. A car r ei r a de at ri z, adeus agr egados!Adeus por ões sombri os, ôni bus sacol ej ant es com o di nhei r oexat oda passagem dent r odacapanga,est avam namoda essasbol sasat i r acol odecour ocr u erudescomoaspei xei r asdos f ei rant es. Asgr andesesper anças .i T r eiol i vr onabi bl i ot ecamasacheio r omancemonót ono,escol hisóporcausadot í t ul o.Queesper ança podi at er nesse pri mo t ent ando me bei j ar em pl ena noi t e de bl ecaut e?O pri mori coamarr ot adoecom abar baporf azer ,sent ia asper ez adoseu quei xonomeu quei xo.O pri mopr esent eausent e comoasest r el as.Oucomooscaçasi ni mi goscruzandoonossocéu — quef ut ur o?quepr esent epoderi at ercom ocapri chosoMi guela t i r acol of ei t o a mi nha sacol a? Est ava ao meu l ado e não est ava. Est udi osoepr egui çoso,ri coesem di nhei r o,sempr esem di nhei r o por queer apr ódi go,gast ava amesada em menosdeumasemana com mi l haresdecoi sasquei acompr ando,vi aum obj et o,gost avae compr ava,l evava para casa pi l has de pacot esque às vez esnem desembrul hava por que j á se desi nt er essar a del es, chegou a compr arum saxof oneenãosabi at ocarsaxof one,compr ou por que achou boni t o.Di scos,r evi st as — meu Pai !t i nha essa mesma mani a de Cor dél i a com as r evi st as que per corr er api dament ee depoi sj ogaf ora.Pri mosl onge,hem?!E pareci dosnasuanat ur eza mai spr of unda.
Mi gueleseuspr esent es,r ecebit ant os.Coi sassupér fluasque eu não podi a compr are que el e me of er eci a com seu j ei t o di spl i cent e,nãoqueri a mef eri r .Conheci anossasvi ci ssi t udes,papai gos t ava de usaressa pal avr a espi nhent at odas as vezes em que quer i adi zerqueavi daer aumaencr encadosdi abos,Meconf esso der r ot ado! ,quei xavase.E a mamãe qui et a,mexendo no t acho a goi abada que depoi s vendi a nos f amosos t i j ol i nhos.Vi ci ssi t ude. Mi guelouvi a as conver sas e depoi s vi nha com l enços de seda, mei as,bri ncos.Eu pr ot est ava,Masnão éo meu ani ver sári o!El e ri a da mi nha j equi ce,Desde quando é pr eci so f azeranos par a ganharpresent e?Chor eideemoçãoaor eceberocor açãozi nhode our o que seabri a de parem par ,nossas l et r as gr avadas l ado a l ado — M. R.O es t oj o depódearr ozdeesmal t e azul t ur quesa e que me f azi a sent i r uma pri ncesa egí pci a quando me ol hava naquel eespel ho.O col ardepedr asdel ápi sl azúl i .O per f umeque medei xavaeuf óri ca,euosent i aet i nhavont adedesai rdançando, l er evi ens. edi ssequando meent r egou o f r asco com anEu vol t ar ei ,el j i nhosem r el evonacai xaazul cl ar a.Li amui t osl i vr osf r ancesese como me f al ou de r epent e em Mari eAnge,per gunt eise er a sua prof essor a.El e ficou me ol hando,Prof essor a? Enfiou a mão no bol sodacal çaeri u enquant odi ssi mul adament ecomeçou acoçar as par t es.Ti a Luci nda j át i nha coment ado com a mamãe esse péssi mocost umedel eedeout r osrapazesdef amí l i a mexer em às vezesnaspart es.Deum j ei t odi sf ar çado,écl ar o,masent ãonão davapar anot aramãoem açãonof undodobol so?Hem?! . . .Nessa t ar deasduasi rmãst omavam ol anchenacopaquechei r avaabol o de chocol at eef al avam em voz bai xa,que os empregados não ouvi ssem.Debrucei me do l ado de f or a da j anel a para avi sara mamãequea cost ur ei r a est ava em casa.Ent ão ouvio nomede Mi guele me cal eienquant ot i a Luci nda i nsi st i a que na Eur opa, i magi ne,nesse t empo t odo que ficou l á nunca vi u os j ovens da soci edade f r ancesa enfiar em a mão no bol so assi m com essa f r eqüênci acom quevi anoBr asi l .Fi queiri ndoem sur di na.E agora al iest ava el er epet i ndo o gest o que finginão per ceberenquant o per gunt ava poressa Mari eAnge.É uma boaami ga,di sseeficou
com amesmaexpressãoi nocent edoanj i nhodacai xadeper f ume. Bl ecaut e,t i a Luci nda? Bl ecaut e.No port ão de casa el e me deuopri mei r obei j odel í ngua,consent ieem mei odobei j ocomecei a chor ar ,er a demai s para uma só noi t e.Recueicr i spada,Não, Mi guel ,mel arga!O segundobei j of oimai scal mo.Mai spr of undo. Af undeiacabeçaat ur di danoseu pei t o,aspi r andonoseu pul ôver ochei r odosarmári osdet i aLuci nda,um chei r oqueeu conheci a t ant oequenuncat i vemosem nossosar mári osmesmonot empo dari queza.Mi st ur adoàquel echei r or ar oum r esquí ci odecl orode pi sci na,el egost avadenadarenadavacomoum campeãoonado depei t oquef azi apensarnumaborbol et al oucaavançandoent r eo t er fly. f undoeasuper f í ci edaágua,But — Não pr et endo me casarnunca,Rosi nha,mas se um di a mudardei déi a,vaisercom você. Soube queMari eAngeer a sua amant eporuma i ndi scri ção do mot or i st a quando at endeu um t el ef onema,não sabi a que eu est ava nacopa,aj udandoEfigêni aaembrul harasbal asdeovos. Foinacól er aquemef ort al eci . — É chocant e,Mi guel .Essasuavi da devassa,apal avr aéessamesma,devassa! El e pr ocur ou o ci garr o no bol si nho debai xo do pul ôver .Segur eisuamão,Nãopodef umar ,Ô Deus!O bl ecaut e!Ah,Mi guel , Mi guel ,devassoecí ni co!El ecomeçou ari r .Encost ouseaoport ão emepuxouparaj unt odel e. — Mas o que você querque eu f aça,mi nha flor zi nha? Não possoficarmemast ur bandoenãovenhamedi zerquenãosabeo que é se mast ur bar .Não sou cí ni co quando di go que preci so ej acul ar no vaso dest i nado a esse uso,ent endeu? Foi o que r espei t osament emeaconsel hou um padreami gãoqueconhecino gi nási o,t udo normal ,mi nha flor .Onde o escândal o? Poracaso vocêquersermi nhaamant e?Nãoquerenem voui nsi st i r ,évi r gem evaisecasar ,t udodi r ei t i nho.Ent ãoagent et em quesearr umar porf oraeori scoégrande,Rosi nha.Tem así fil i semai sum bando de doenças de nomes mui t of ei os,i h,horrí vei s.A Mari eAnge é
mui t oboazi nha,nãoéamor ,é. . .Rosi nha,nãofiqueassi m,vocêé mui t o cri ança mas t udo é t ão nat ur al .Ai nda por ci ma el a me ensi naf r ancês,l í nguaagent eapr endebem nacama. Sacudia cabeça,ent endi a,é cl aro.Mas det est ava esseseu j ei t odef al arsem omenorf ervor .Sem omenori deal i smo. — I deal i smo,el er epet i u e sua l i nda vozsemi st ur ou a um chor o de cri ança,al guma cr i ança chor ava nos f undos do nosso por ão.A t osse nervosa da mamãe começou na sal a,queri a me avi sarqueest avaal iequenat ur al ment eeu devi aent r ar .Comecei at r emernodesamparodanoi t eescur a,papaij át i nhai doembora. Nosso por ão al ugado. E aquel e pr i mo amado zombando do casament o,daguerr a,det udo.Desapegado,sem nenhumacr ença. Tomei l he as mãos, bei j ei as. A t osse da mamãe ficou mai s pr óxi ma. — É você,Rosa? — Soueu,est ouaquicom oMi guel ,mãe. — El enãoquerent r ar ? — Agor anãopode,j áest ásedespedi ndo. Assi r enesest ri dent essubi ndo exasper adaseobei j o deMi guelmor dendosuavement emeu l ábi o,empurr ei ocom f or ça.Fugi cor r endo.Mamãe j át i nha apagado as l uzes.Ent r eit at eant e na sal adevi si t asemeapoi einacadei r a,of egava,ah,quebom.Que bom est arassi m naescuri dãoondenem el anem oi ni mi gopodi am me ver .Mi l at r ouxe a vel a acesa no pi r es e a chama e a vel a vaci l ando,Mi l aest avaem pâni co.Abri ual at adebol achas.Mamãe cor r eu e f echou a j anel a. O casament o da pri ma Fl or a com o Evandr oest avamarcadoparaodi avi nt eeci ncodedez embr o.Ti a Ana,sempr et i aAna,achou umasol uçãoj unt arocasament ocom af est adeNat al . Seu l ongodecet i m pret o,a mamãemandou f azerna nossa cost ur ei r adobai rr omasomeu vest i dodet af et áamarel oour oel a qui squef ossef ei t onaMadameToscano,amodi st adet i aLuci nda. Quando r ecebi a gr ande cai xa, quase gr i t ei de al egr i a. Mas
enquant o eu abri a o vest i do na cama,uma nuvem desceu e me escur eceu derepent e,porqueel eandavameevi t ando?O Mi guel . Amável como sempr e, gener oso mas mei o esqui vo, como se r eceasse que eu i nsi st i sse no pr oj et o do casament o.Como se r eceassememagoar— er ai sso? Poi sent ãoagent enãosecasa! ,eu deci diecomeceiacant ar cont ent edenovo,pr ont amui t oant esdahor amar cada,t amanha afli ção.Pr et ext ando pedi rà t i a Luci nda um br oche empr est ado, dei xeimamãequecomeçavaapi nt arosol hosecorriparaacasa dat i a.E j áest ou chorandof ei t oumai di ot a,chorandoal t oeessa por cari a de gr avador gr avando o meu chor o,ah!que dor .Faz t empo e écomo set i vesse acont eci do há pouco,eu com o meu l i ndovest i doamar el oesapat osazui sequer endoqueel e,sóel eme vi sseant esdet odomundo.Ant esquecomeçasseaf est a. O vel ho j ardi nei r o podava a gr ama do j ardi m bat i do desol . Cumpri ment ei odel ongeeel eapr ovei t ou paradescansarobr aço no cabo da f oi ceenquant ot i r ava o chapéu,es t ava no f undo do gr amado,Boat ar de,meni na! Ent r eichamando porEfigêni a,Você est á aí ,Efigêni a?. . .A casapar eci adesert a,nenhum empr egado,nenhum ruí do.Avancei devagarchamando port i a Luci nda,A senhor a est á meouvi ndo? Ti a Luci nda!Onde a senhor a est á,t i a?! . . .Est r anhei ,mas onde es t avam t odos?Só o j ar di nei r o vel ho podando a gr ama,vel ho e sur do.E a casa vazi a.Penseiem subi r a escada mas r esol vi cont i nuar ,Ti a Luci nda! . . .At r avesseia sal a de j ant ar com seu l ust r eeseu si l ênci o.Suas pr at as.Ent r eina copa.A bandej a de cháest avanamesa.Toqueicom apont adodedonobul e.Mor no ai nda.A xí car acom um r est odechánof undo,t i aLuci ndadevi a t ert omado seu chá na hor a decost ume.Seguipel o corr edorna di r eçãodoquart odeMi guel .Pi saval evenost apet es,meussapat os r angendoum pouco,t ãonovos,Ti aLuci nda?A senhor aest áaí ?. . . Mi guel ?. . . Posso ent r ar?, per gunt einum sussurr o e não vei o r espost a. A port a do quart o ent r eaber t a. Mi guel ?! . . . chameie empurr eia port a.Al ies t ava t i a Luci nda sent ada na cama com o Mi guelnosbr aços.Al iest avael anoseul ongoroupãodel ãbr anca,
oscabel osdesf ei t os,esvoaçant es,acar abr anca,ool harausent e. Fazi a um l i gei r o movi ment o de cadei r a de bal anço como se embal asse o fil ho que dor mi a. Comecei a t r emer , o Mi guel desmai ou,penseiassust ada. El e desmai ou e t i a Luci nda vei o socorr erofil hodesmai ado.Nem el e,nem el asemovi am.E el et ão gr ande t r ansbordando do col o da mãe.Quedesmai o er a aquel e? Ti a Luci nda er a uma mul herpequena e el et ão gr ande,i menso. Vest i do só com a cal ça do pi j ama azul ,o t r onco nu,os br aços muscul osospendendof r ouxosat éochão,chegandoaochãocomo as t i r as f r ouxas das suas sandál i as desat adas na noi t e do bl ecaut e,assandál i asqueest avam al ipert odacama.Agor aest ava descal ço.A cabeça encar acol ada t ombava par a o pei t o da mãe, uma cabeça t ão desval i da que chegueia pensar em amparál a como secorr esseo ri sco der ol arporal i .Mãe efil ho qui et osna casaqui et a.O si l ênci oescur o,com umal ev ear agem queent r ava pel af r est a das cort i nas e que f azi a esvoaçar os cabel os de t i a Luci nda,el a est ava sem a f arda,el es podi am esv oaçar .Ti a,eu possoaj udar?per gunt eibai xi nho.El avol t ou parami m ool harque par eci a não mever ,i a al ém.Al ém.Não r espondeu,cont i nuou no seubr andomovi ment odecadei r adebal anço,aspont asdosdedos deMi guelr oçandoot apet e.Recueicom osent i ment odequeest ava apenasdi ant edeum quadr o,a cenanão er ar eal ,aqui l oer a um quadr omui t oant i go,ant i qüí ssi mocom aVi r gem eoCri st omort o. El ef or a despregado e a Vi r gem o r eceber a sem gest os e sem l ágri mas,oreceber anosbr açossi mpl esment e.Masel eer agr ande demai sepori ssopendi ador egaçodamãeassi m num desamparo cordecer a,aspont asdasmãosedospésl i gei r ament earr oxeadas. Par einamãodededosassi m curvos,f oicomoseel ecomeçassea f echál aederepent ei nt er r ompesseomovi ment o,sem f or çaspara compl et arogest oquesecri st al i zounar oxi dão. Recueimai s,sempr edecost as,r ef azendosem ruí doomesmo cami nho par a não despert ar o quadr o.Nem o quadr o nem os out r osda casa.Soube mai st ar de queEfigêni a eosempregados t i nham saí do para pr ocur art i o Andr équef oicor t aro cabel o no bar bei r odoquart ei r ão,j ái acomeçarasevest i rpar aaf est a.Fi cou apenaso j ar di nei r o sur do quepr ossegui u podando a gr ama com
suaf oi ce.Quandodesat eiacorr er ,quandoconseguigri t ar ,gri t are corr erj áest avanamet adedoj ardi m com aEfigêni aeacozi nhei r a vi ndo ao meu encont r o,medesvi eidasduasedo mot ori st a que qui s me segur ar ,f ugidel e e na f uga esbarr eiem t i o Andr é que par eceu nem meverna sua pr essadesvai r ada,devet erent r ado, nãosei .Nãosei . Seiquecont i nueicor r endopel aruaaf or a,Mamãe,mamãe,o Mi guel ! . . .El aest avadepénomei odoquart o,sódecombi naçãoe demei as,Efigêni at i nhapassadoparaavi sar .Ol houmeat r avésdo gr andeespel hoovaldoguardar oupa,osol hosazui spi nt adosmas sem l ágr i mas,ai nda sem l ágri mas.Assi m quemevi u começou a andar em cí r cul os como se pr ocur asse al guma coi sa no chão, arr ancando f uri osament e osgr ampos dos anéi s doscabel osque Mi l adevi apent ear .Est endi donacamadecasal ,oves t i do.Viai nda or osári o de cont as t r ansparent es dependur ado na qui na da cabecei r a da cama.Ent ão caíde j oel hos e me agar r eiàs suas per nas,subimai s por que t i vemedo de desfiarsuasmei ase me agarr eiao seu vent r e,af undeia cara nessevent r epor queer a al i queeuquer i aest ardenovo,Nãoéver dade,mamãe,di gaquenãoé ver dade! El a se aj oel hou, me abr açou, me bei j ou e assi m aj oel hadaseabr açadasficamoschor andoj unt as. A barr a pesou demai s.Esper a,vou beberum pouco,quer o beberporMi guel ,port i aLuci nda,quer obeberpri nci pal ment epor mamãequeaocont arcom asuavi dênci a,em mei odasl ágr i mas que escor ri am pr et as de ri mei ,di sse que na vésper a sent i u um f ort echei r odevel aquevi nhanabri sa.E ochei r oer adel á.Cont ou ai nda quea coi sa j á vi nha del onge,f azi at empo quet i a Luci nda andavacom umaespadaat r avessadanocor ação,el asabi a.El aeo t i o Andr é et i a Ana eosami gos,t odos sabi am,t odos!Sabi am o quê?!per gunt eiemamãemef ezt omarocopodeÁguadeMel i ssa quea Mi l at r ouxe,vei o com o cal mant ee o t ri côquecomeçou a f azerf uri osament e,nodesesper oot ri côsaí aperf ei t o. Fi queisent adanopequenot apet eaol adodacama,chor ando bai xi nho enquant o mamãe enxugava com r ai va a car a com a pi nt ur a borr ada pel as l ágr i mas.Com a pont a da t oal ha,com
del i cadezal i mpou meusol hos,meu nari zecomeçou af al aresua voz f oificando cada vez mai s di st ant e,enr ouqueci da,t ent ando expl i car que as más companhi as e a sedução das dr ogas. . . Di nhei r odemai s,f aci l i dades,r epet i aquer endomeconsol arcom a expl i caçãoquenãoexpl i cava.Fal ou,f al ou eeusópensavananoi t e dobl ecaut e,nósdoi snoport ão.Al ua.Asi r enesubi ndoem espi r al agudo e o meu pâni co subi ndo j unt o,e se t i a Luci nda com seu f ar ol et eeseocaçaal emãocom seubi nócul o?. . .Desapareceut udo, ficouabocadeMi guelprocur andoami nha, mor dendodevagari nho omeu l ábi oeeu f ugi ndo esua vozmemor dendo ai nda,Nãome dei xe,Rosi nha! Ol ha aí ,fiqueir oucacomo naquel at ar dedo casament o,f az duzent osanoseamesmar ouqui dãoeamesmador ,eu chamando porel eeamamãequer endosaberporqueum meni not ãodi st i nt o, com t ant of ut ur oecom aquel epaiespeci al i st aem l oucoseaquel a mãe vol unt ári abombei r a, t ão her ói ca apesar do cor ação atravessado. Foidur o,RosaAmbr ósi o.Foidurí ssi moeadur ez anãoficou aí ,est r anheiquandomamãecomeçou amepent ear ,aarrumaro meu vest i do e a empoara mi nha car a,pr endeu depr essa meu bri ncoquecai u. — Escut a,fil ha,o casament oj á est á começando,ni nguém sabe dessa t r agédi a enem vaisaberpel o menos hoj e,sóhoj eé possí velesconderessehorr or . . .I nt er r ompeu para seenfiarnum vest i do casei r o.Met eu os dedos por ent r e os anéi s de cabel o t ent ando al i sál osnum movi ment oi mpaci ent e.A gent enão pode dei xarque sua pri mi nha j ust o no di a do seu casament o,ah,é t ri st edemai s,a f est a suspensa,j á pensou?El a não mer ecei sso, não mer ecenão.El eest á mort o,queri da.Nada podemudarest a t r agédi a. Quer i a ent ão que você engol i sse o chor oef osse ao casament ocomosenadat i vesseacont eci do,es t ámeent endendo? Sóvocêpodeaj udar ,quer i a quevocêf osseagora edi ssesseà t i a Anaquej ávamosi ndo,houveporaquium pequenopr obl ema. . .
Teor ema.Enquant o el ai af al andoi a meenf ei t ando,meani mando,Quer i da,vocêest ál i nda,apesardet udo,est ál i nda. — Nãovouconsegui r . — Vaisi m,di sseemepuxou pel osbr aços,mef ezl evant ar . No espel ho me vide cor po i nt ei r o, o vest i do amar el oour o, o ar r anj o de flor es de seda que mamãe pr endeu novament e nos meuscabel ossol t osat éosombr os.E mi nha cara pasmada,car a devi r gem dami t ol ogi a,aquel aquef oiescol hi daepr epar adapar ao al t ardosacri f í ci o.Devi amecomport arcom nat ur al i dade,ser áque eu est ava ent endendo? Que ni nguém desconfiasse.Fi z que si m com acabeça.El ai ri aficarcom ost i os,aj udarnoquepudessee podi at ãopouco,hem?!O mot ori st amel evari ai medi at ament e.Eu f al ava t ant o em carr ei r a t eat r al . Seri a meu pri mei r o papel i mport ant e,r epr esent ar uma meni na f el i z,Vai ,fil ha,depr essa. A cer i môni ar el i gi osa est ava no fim,a f est ai a começarno pal acet e desabr ochado em flor es,r epl et o,a músi ca começando,as t aças bor bul hando eosnoi vos.Mamãe eost i osvêm vi ndo poraí ,eu i nf ormavaebebi a,el esj ávêm vi ndo!i ar espondendoeri ndot ant o que t i a Ana se preocupou,devi at er abusado do champanhe, Cui dado, queri di nha. Quando vi os noi vos dançando t ão bri l hant es,sozi nhosnomei odosal ão,quandovipassaracari nha r adi ant edami nhapri maenr ol adanosmet r osemet r osder endas penseiqueamamãet i nhar azão,ser i acr ueldemai st i r ar l heessa alegria. — Quef est a! ,excl ameieabriosbr açosaomoçoquesei ncl i noupar ami m.Esvazi eiat aça. — Nãodançobem,meni na.Massequi sercorr erori sco. . . Avanceipar ael e,vaci l ant e.Est ou t ont a,t ont a,f uir epet i ndo, acabeçaapoi adanoseuombr o.Masquer odançar ,mel eva?. . .El e arr ef eceuori t monaspri mei r asvol t asemeenl açandoai ndaf oime conduzi ndo at éa pol t r ona.Fecheiosol hos.Adeus,Mi guel .Onde vocêest i vernãoseesqueçaqueeut eamo. — Ent ão,est ámel hor ?
Encar ei o.El eapanhou obri ncoquecai u napol t r ona,pedi u l i cença para pr endêl o na mi nha or el ha e sugeri u que eu devi a comeral guma coi sa,i a buscaromeu pr at o.Ant es,sei ncl i nou e di ssequesechamavaGr egór i o.
17 — Porf avorme acompanhe,di sse a enf ermei r a deavent al cor der osa. O senhor vai t er que esper ar , el a est á sai ndo da sauna. Renat oMedr adof oisegui ndoamul herpel oest r ei t ocorr edor dacl í ni cadeparedespi nt adasdever deágua.Fr escorver dol engo. Cal mo.A passadei r adepl ást i coer adeum t om ver demai sf ort ee nel a secol avam pegaj osas as sol as de borr acha dos sapat os da enf er mei r a,pl aque.Pl aque.El esent i useent r ando pel o caul ede umaf ol hadeal f ace. — Tr ouxeum l i vr o,ficol endo. A enf ermei r apar ou di ant edaport aenvi dr açadaqueseabri a paraopát i o.Al gunsdosi nt er nadosest avam sent adosnosbancos, t omando o solda t ar de.Out r os passeavam pel as al amedas de pedr egul hos,apoi ados nos vi si t ant es.Ou em enf er mei r os.Havi a ai nda ossol i t ári oscomo o homem parado al iadi ant edebai xode umaárvor e. — Ol ha,vagou aquel ebanco.Fi queà vont ade,di ssea enf er mei r acom seusorri soal varant esdeent r ardenovonocasarão. Sorr i soal varsi gni ficaapenassorri soi ngênuoou i mbeci l ?A veri ficar , deci di u Renat o Medr ado vol t andose par a um vel ho r esmungant e que passou dependur ado no br aço de uma enf er mei r acom omesmosor ri sodaout r a. Cl í ni capart i cul ardevi ci adosedesaj ust ados.I nt ernavamse, ficavam aj ust adosedesi nt oxi cados.Saí am.E r ecomeçavat udode novo.Ou não r ecomeçava,por que o pessi mi smo? Havi a sole chegara a Pri maver a.Amanhã di ri a Tchau!à desapar eci da pri ma
quenãoer aVer a.E seencont r ari acom aVer aver dadei r aquenão er a pri ma mas amant e.I sso seo chat o do mari do vi aj asse para cumpri rsuast ar ef asconst i t uci onai s.E t i nhaquecumpri l as,est á pensandooquê?!Al guém t em queseocupardaNovaConst i t ui ção, deci di u el er evol t ado di ant e da hi pót esedo t r abal ho est arsendo negl i genci ado. Sent ouseno banco,dei xou a past a ao l ado e est endeu as per nas.Sent i user epent i nament econfiant e,omari do i a vi aj ar ,é evi dent e.QuandoaPát ri a est á em per i go,t em queseat enderao chamado," A Pát ri aem peri go! " ,er aot í t ul odoart i goquepubl i cou na Tr i buna Acadêmi ca.Concent r ouse.A expressão endur eceu. Desdeosseusver desanosaPát ri aest avaem peri goepel ovi st oi a cont i nuarperi gando pormui t ot empo ai nda.Uma maçada.Esse amort ri angul ar .Ai ndabem quesegundoaVer a,omari donãoer a dedart i r os.E porquedart i r osseocasament oest aval i qui dado. Foioqueel adi sse,Meu casament oest ál i qui dado.Masofil hode ano e mei o não si gni ficava que o casament o não est ava t ão l i qui dadoassi m?Aj ust ou osócul osnonari zfino.Al i sou obi gode. A sort eéquenãoest ava apai xonado,ui !pai xãoet ort ur a,nunca mai s.E i rl evando,ef ezum gest o bemhumor ado na di r eção de um casalque passou pr ocur ando por al gum i nt ernado. Fáci l r ompercom umamul hercasada,pri nci pal ment eseel aest ánuma si t uação que não quer per der . Quant o est á ganhando um deput ado?Sem ci ni smo,er aum consol osaberqueomau humor da abandonada secanal i za i nt ei r o para o mari do.Er aal i gação i deal ,não f or a o ri sco.Renat o Medr ado arr egaçou asmangas do pul o ver amarel o. Ol hou o r el ógi opul sei r a. Essa at ri z na sua sauna.Tudooqueel ai adi zer ,j ásabi aeai ndaassi m queri aouvi r mai s uma vez que Anant a Medr ado er a uma flor de meni na. Femi ni st a mas moder ada.Cont r a a pena de mor t e.Não t i nha namor ados,nãot i nhaamant es,osvi zi nhossabem t udosem f azer uso de um bi nócul o.Gost ava mui t o de andaredeouvi rmúsi ca. Fal ava pouco.Bemhumor ada.E o que mai s? Renat o Medr ado al i sou o bi gode. E a at ri z, Rosa Ambrósi o? Nunca vi u Rosa Ambr ósi o r epr esent ar ,l ogo, t eri a que começar com el ogi os r asgados, a i gnor ânci a compensada pel a exuber ânci a, Ah,
Madame,quehonr a!Havi adegos t ardeserchamadadeMadame essa dona queficou sem o namor adosecr et ári o esem omari do, pel o vi st o, um pr of essor de ext r emaesquer da que f oi preso, t ort ur ado equeno finalj á não r egul ava bem,na l i nha assi m do apát i co.Não sabi aseoj ovem pr ogramadorcul t ur alj áf unci onava ant es da mort e desse mari do.At aque car dí aco.Mas há cor ação queagüent e? pensou Renat o Medr ado el ogosedi st r ai u ol hando uma j ov em que vi nha pel a al ameda.Cumpri ment oua,Oi !e el a r et ri bui u com uma car et a gr aci osa, Oi ! acenou e ent r ou no casar ão.A mul t i pl i cação dos l oucos e dos pães.E er a boni t aa meni narui vadecami sar oxaecabel ei r aaber t af ei t oj ubadel eão. Se est ava al i ,t i nha al gum pr obl ema,Uma pena,el el ament ou e encarou anuvem quet ent avacobri rosol .Esboçou ogest odet i r ar o ci garr o do bol so mas i nt err ompeu o movi ment o,est ava t ão sat i sf ei t oquenão sent i a a menornecessi dadedef umar .Sómai s est e porque est ou sat i sf ei t o,deci di u e acendeu o ci garr o.Tragou com r enovado prazer .A meni na podi a ai nda ser uma si mpl es vi si t ant emasnãot r azi abol sa,vi nhacom asmãosenf urnadasnos adequem per cor r eu mui t asvezesessemesmo j eanseoandarer cami nho.Sej a qualf orseu mal ,vaiserdel e,desej ou.Pensou no del egado degr avat a ver mel ha.Est ou suspi r ando comoel e,há de verquesuspi r oécont agi oso. Ni nguém desaparece.Masdei xardeservi st oou nãoservi st o nunca mai snãoé omesmo quedesapar ecer ?Si mpát i co ovel ho aspi r ant e mas bem pouco de obj et i vo el e adi ant ou,quasenada. Di vagações,consel hos.Vol t asseaoapart ament oondedevi aest aro Al cac hof r a Al l ' I nf er no, mi ol o da al cachof r a.Poi s amanhã i ri aà mui t o al ho.Vi nagr e,sale azei t e a vont ade.Forno quent e.Ti r ar f ol haporf ol haat échegaraomi ol opr ot egi doporumafinacamada espi nhosa.Ret i r aracamadaásper aedescobri romi ol ot enr o. Não exi st e mi st ér i o pormai s compl i cado que sej a que não possaserr esol vi do,di sseoj aponêsqueoat endeu naDel egaci ado Di st ri t o.E f oicont r adi t óri o quando i nf ormou em segui da que a del egaci a est ava abarr ot ada de casos pendent es. Cent enas e
cent enas de casos não r esol vi dos. I ndefini dament e pendent es. Jovens e vel hos,desequi l i br ados e l úci dos,cul t os e anal f abet os, boni t os e f ei os,ri cos e mi ser ávei s — cent enas de desapar eci dos arqui vados.Ri cos.Os desapareci dos arqui vados.Não exi st e mi st ér i o,pont i ficou oj aponêsdoDi st ri t oeagor amesmoest avadi ant e deum.El ement ar ,meucar oWat son!Nãoer aori gi nalal i nguagem desses det et i veschavões mas como f unci onava bem quando el es compunham opei t oant esdecomeçarahor adaver dade.O nóse desat ava com a nat ur al i dade de um r ai o de sol var ando a escuri dão. O que é escur o fica cl ar o at é que o cl aro vol t aa escur ecerdenovo,acl ari dadeépr ovi sóri a. Descobri u dout or Leon que os desapar eci dos mai s compl i cadossãoosdecomport ament oexempl ar .Anant aMedradot i nha um comport ament o exempl ar , or gani zada como a pr ópri a al cachof r acom ocoraçãoesqui voescondi donocí r cul of echadodas sent i nel as das f ol has. A oper açãobusca exi gi a r edobr ada paci ênci a.E t empo.Paci ênci a eu t enho,r econheceu Renat o Medr ado,mast empo?Tant acoi sal heacont ecer aul t i mament e,t ant a. Adel i cadaoper açãodovel ho.Pr óst at a,depoi sdeumacert ai dade, ni nguém escapava, uma maçada. Em segui da, a r ef orma do escri t óri o,apoupançaest avaquasel i mpa.E ai ndaporci ma,Ver a queer af áci ledi f í ci lcom essebi chopr egui çadomari doquenão paravaem Br así l i a.Ser i at ãobom seapri maAnant aapar ecesse, podi a at é comemor ar a apari ção com uma nho na pi zza e vi Cant i na do Nel o, convi dari a a Fl ávi a. O dout or Leon com a secr et ári ar ebol ant e epodi a convi darat éo si mpát i co Ferr ei ri nha que aj udou t ant o nas pri mei r as semanas, gr avat abor bol et a, sapat o bi cofino.As conver sas na l anchonet e da Rua Bri gadei r o Tobi as,t r êsquart ei r õesadi ant edadel egaci a.Ferr ei ri nhasegur ava ocopodecervej al evant andoodedomí ni moem ar cocom aunha l i gei r ament emai scompri dadoqueasout r as.E pal i t avaosdent es f or mando uma gr ut a sut i lcom a mão esquer da para prot egera di r ei t a que empunhava o pal i t o como sef osse um f ósf or o aceso. Tant as andanças.Tant as conver sas.Quando Ferr ei ri nha queri a f azeral guma confidênci a,punha a mão em concha no cant o da boca par a não l evant arsuspei t a,que ni nguém soubesse que i a
di zerum segr edo.Pensouem cont r at ál omasoquepoder i aobi cofino descobri r ,al ém do que el e pr ópri oj á descobri r a? Um t i r aé bom quandoat ar ef aéadesegui ral guém.Masnãohavi ani nguém asersegui do,ausênci adesuspei t osedeví t i ma.I ssosem f al arna not apr et aquel hecust ari aumai nvest i gaçãoassi m abst r at a. Pri mAnant a.Seaomenosel aest i vesseapai xonada,di ri a,el a seapai xonou.Est áf el i zou i nf el i zmasapai xonadaeopar adei r ode um apai xonado é o do i mpr evi st o, quem no mundo poder á encont r ál o seci sma deseesconder ? Ou seel a est i vessemort a, di ri a,el amorr eu.E abuscat er i at ermi nadonaport adaDel egaci a das Pessoas Desapar eci das.Ou de Prot eção às Pessoas,como pr ef er eo del egado.Poi sseni nguém desaparecedef at o,conf orme el e afirmou,mel hor f al ar mesmo em pr ot eção.Mas não havi a nenhuma pr ova de que est ava mort a.Nenhuma pr ova de que est ava vi va embora pr ef eri sse essa hi pót ese f ort al eci da pel o seu ot i mi smo, er a um ot i mi smo. Logo, Anant a Medr ado, br anca, br asi l ei r a,t ri nt a e um anos,sol t ei r a,de i nst rução superi or e si t uaçãoeconômi caconf ort ávelest aci onou,em al gum l ugardest a ou deal guma out r a ci dade.Ou não es t aci onou, segui u em f r ent e embor at i vessedei xadoocar r onagaragem com or ádi oeot ocafit as.Embor a não t i vessesacado nesseper í odo qual querquant i a no banco.Embor a não l evasse bagagem. Embor a não t i vesse dei xadonenhumaexpl i caçãof al adaou escr i t a.Emboranãot i vesse namor ados ou amant es, apar ent ement e er a vi r gem. Embor a, embor a. Numa cal ma noi t edequi nt af ei r a el af oia uma r euni ão de t r abal ho com as companhei r as do gr upo,a vi ol ênci a cont r aa mul herer aot ema pri nci paldo encont r o.Ant esque a r euni ão acabasse,porvol t adasoi t ohoras,sai u.Tomou ocarr o,vol t ou ao edi f í ci o,dei xou ocarr onagar agem esai unovament e.Ounãosai u. Mas como não sai u? — ficou se per gunt ando Renat o Medr ado. Começavam aías suposi ções por que nessa segunda vez em que vol t ou não t eve t est emunhas.Si mpl esment e não f oimai s vi st a, comoacont eceu com avaca.Ri u,er ameni noai ndaquandohouve
umaf amosat empest adeem Remanso,l euanot í ci anoj ornall ocal , t empest ade t ão vi ol ent a que dest el hou casas,f ezt ombarcarr os, der rubou árvoresearr ebat ou umavacanopast o,avacaf oivi st a pel aúl t i mavezsubi ndonavent ani aet omoudest i noi gnorado. — O senhorest á esper andoal guém?per gunt oul heum enf er mei r oquedesceu aescadaeent r ou nopát i o.Rodavanosdedos umacai xadei nj eção. — A at ri z Rosa Ambr ósi o.Mar cou comi go uma ent r evi st a par aast r ês,di sseeol houorel ógi o.At r asouse. O enf er mei r opareceu r epent i nament edesi nt er essadoporque oout r oai ndaf al avaquandoel ef ezum l evemovi ment odecabeça. Jásei .Enver edou pel aal ameda.Nosseuspri mei r ospassosdeu a i mpr essão de i r ao encont r o do homem par ado a uma cert a di st ânci a,i móveldebai xodaárvor e.Mudou derumonoseupasso r ápi do.Esset ambém nãor egul aemui t omenosohomemest át ua, Renat o Medr ado concl ui u. Quando chegou ao pát i o, vi u um homem nessa mesma posi ção,a cabeça gr i sal ha pendi da para o pei t o,os br aços ao l ongo do cor po magr o,as per nas aber t as e fixas,dur ascomosedosseussapat ost i vessem br ot ador aí zesque seent r anharam t er r aadent r o.Cont i nuavapl ant ado,sem poderse moverat é que chegasse al guém,o t omasse com brandur a pel o br açoedi ssesseapenas,Vem. euem al gum Enquant oosmédi cosbebem,osl oucosbr i ndam,l l ugar e só guar dou a f r ase por que não ent endeu o sent i do. Enquant oosmédi cosseat or doam com suasel ucubraçõesosl oucossedi ver t em.À cust a dessesmédi cos— seri ai sso?A l oucur a i r oni cament e al egr e.E se a pri mi nha pi r ou como esse homemárvor eevi r ou veget al .Em al gumapr açadomundoes t avaAnant a Medr ado espar r amando as r aí zes, podi a ser em Amst er dam. Dei xou cai ro ci garr o eficou vendo a br asa amort eci da ent r e os pedr egul hos.Ouem Mat oGr ossodoSul . O quet enhoeuavercom essaconf usãodef emi ni st asedoi doséoquegost ari adesaber .Al i sou obi gode.A ent r evi st aaícom aat ri z— masoqueel apoder i adi zerqueel ej ánãosoubesse.E
nãopodi aes t arbem,desi nt oxi cação.Em mei odepl anosparaum r et ornot ri unf al ,est udavaumanovapeça,segundoi nf ormaçõesda agr egada pret a e do novo secr et ári o com car a de f or mi ga. O secr et ári oant i goel adespedi uecai uem t alest adoquedesandou a beber .Com i ssoopequenoedi f í ci obr ancoandavamei oesvazi ado, pri mei r of oiosecr et ári ocul t ur alaf azeramal a.Cor dél i apart i uem segui da noseu cr uzei r omi l i onári o.Ou vi aj ou depoi squeAnant a desapar eceu? Sabi a apenasquequando el el á chegou a moça j á não est ava mai s.E agora,a vezda at ri z.Vaidi zerque Anant a Medrado er a uma pessoa encant ador a e que gos t ava mui t o de andar , de ouvi r músi ca, de aj udar o próxi mo e de col eci onar cai xi nhas.Di r áai ndaqueest ánacl í ni capor quet orceu opéese sent ees t r essadamasnãodi r ánuncaquebebeu t udooquet i nha di r ei t o.Vaiquer ersaberse gost o de t eat r o.Não,Madame,vou t r at ál aassi m,Madame.El avaigost ar .Não,Madame,pr efiromi l vezesverci nema,not eat r oficoconst r angi do.Seoart i st aest ácom o cabel o suj o ou seo sapat ot em um f ur o na sol a,acabo vendo, sou l i gado em mi núci as,t udo fica per t o demai s.No ci nema a r eal i dadesedi st anci a,ficamenosr eal . Vol t e ao apart ament o,aconsel hou o del egado.Fal e com as pessoas,com os empregadosque el es sabem mai s do que pode par ecer .Concor do mas o dur o édescobri rnos di sf ar ces dos de vot adoscúmpl i cesaver dadei r af acedosdonos.Aspal avr assobr e Anant a er am mai sou menosasmesmas,uma moça i nt el i gent e. Del i cadamasdecarát erfirme.Coraj osa.Desaparecerer acovardi a ou cor agem? A r ot i na se est abel eci a aos poucos, Fl ávi a e as companhei r asprossegui am sem Anant a.Anant aMedr adonãoer a i nsubst i t uí vel .Mar l eneaj udandonoapart ament odeFl ávi aeat éo car r or odando mai sdo quer odava ant es.Ospaci ent esachari am out r o anal i st a.E Renat o Medrado t i nha que r et omarai nda essa qui nt af ei r a,i nsi st i rnessa noi t e,i nvest i gar ,r econst i t ui rdesde a manhã,quandoel aficouem casaescr evendo.Lendo.Andou cer ca deumahorapel asredondezasdepoi sdoal moço,vol t ou ef ezdoi s t el ef onemasparaacr eche,f undou com Fl ávi aumacr echeparaos fil hosdet r abal hador esdeSão Caet ano.Descansou na pol t r ona, comof azi at odososdi as.Leuum pouco,l embr ou Mar l ene,er aum
l i vr o de capa dur a, ver mel ha. Sabe onde est á esse l i vr o?, el e per gunt ou e Marl ene f oibuscál o mas vol t ou de mãos vazi as, es t avanacabecei r adacamamaspel ovi st oadout or aenfiouode novo na est ant e e agor a er a di f í ci lencont r ál o.Acal moua,f ora si mpl es curi osi dade, o que queri a saber mesmo er a se t eri a r ecebi doal gum chamado,ni nguém t el ef onou?Doi schamados,si m. Ou t r ês?. . .Nopri mei r ochamadoa vozer a demul her ,nãodeu o nome,uma paci ent e.No segundo chamado a vozer a de homem quet ambém nãodeu onome.Di gaael aqueéum ami go.Nãosa bi ai nf ormarset i nhasedemor adonessechamadopor quet eveque at endero i nt er f one na copa,er a o port ei r o avi sando que est ava subi ndoum moço,Dani elou Raf ael ,nãosel embravadonomedo novopaci ent e.Demor ousenoi nt er f onepr oseandocom oport ei r o. Quando desl i gou,o moço de pul ôverver mel ho j át i nha ent r ado. Assi m quet ermi nou asessãocom omoço,chegou Mart aMart el l i . Uma meni na espar ol ada demai s,não seicomo dout or a Anant a agüent a.Mar l enenãovi uquandoamoçasai u,est aval ánoquart o f azendo umas cost ur as. Abri u a port a par a a vi zi nha Rosa Ambr ósi oquechegoucom ogat onocol o,i ssoporvol t adasci ncoe mei a.Repar ou queasessãocom aat ri znãodemor ou mui t o,t al vez mei a hor a.Est ava na cozi nha pr eparandoocal do quent equando ent r ou Anant a para di ssol veruma aspi ri na na água,pensou em per gunt ar l heseest avai ndi spost amasachou mel horficarqui et a, adout oranãogost avadeper gunt as.Anant aj áest avavest i dapar a sai r , usava uma mal ha pret a, sai a de l ã ci nzaescur a, bem compri da,mei asgr ossasesapat osf echados,f azi af ri oei aesf ri ar mai sai nda.Par eci abem quandot omou nacopaocal docom uma gema.Di ssequei aàr euni ão l á na Aveni da Paul i st a masnão f oi al ém di sso,nãoer apessoadedarexpl i cações.QuandoMar l enese despedi u parasai r ,Anant aj át i nhat omadoocal doecomi auma maçã.Respondeu com um At é Amanhã,Mar l ene.De t odas as pat r oasquej át i veessaeradel ongeamai scal ada. Er a.Mar l enet ambém f al avacomoseAnant at i vessemorri do, espant ouse Renat o Medrado mexendose no banco.Cruzou as per nas.E essepensament opessi mi st aagor a!Anant aest avavi vae ai nda i am se encont r ar e ri r ,Andeit e pr ocur ando sem par ar ,
pri mi nha.Não f uinada si mpát i co na nossa i nf ânci a,t e esnobei , est ouper doado?El aest avavi va,l ógi co,poi ssenãoest i vessevi vao quees t ou eu f azendo aqui ? Uma i nvest i gação t em que sersol ar , monót ona massol arcomoest evea própri a Anant a nessa f amosa qui nt af ei r a.Mar l ene achoua mai s al egr e,um pont o aci ma dos out r osdi as,oqueer apouco.E mui t o. Renat o Medr ado abri u as mãos no assent o do banco par a sent i ra pedra.A al egr i a secr et a da pri ma podi a vi rdeum amor secr et o,él ógi co,eseoseucasoer acom um homem casado?Bem escondi do,amul herci ument í ssi manal i nhadeumaMedusaque bast aol hardef r ent epar aari valeari valj ávi r apedr a.Est apedr a, deci di u el epassando devagarapal ma da mãonobancocomose passasseamãonumaf ace.Naf acef ri adapri mi nhasonsa.Sonsa e est r anha,t eri a mesmo um amant e ocul t o? Um homem f ei t o apenasderef er ênci a,bem comoel aer af ei t a,r ef er ênci as.Al gumas cont r adi t óri as a começar pel ar oupa que vest i a na noi t e do desapareci ment o.Paraocri oul omanobri st adoest aci onament odo casar ão,j áer anoi t ef echada,set eemei a,poraí ,quandochegou a moçamagri nhagui andooGolcaf écoml ei t e,ai ndanovo.Desceu, ent r egou a chave e ent r ou na casa t oda i l umi nada.Usava um j bl usão decour o pr et o , eanseum gorr o de l ã branca.Conheci a essamoçadeout r asreuni õesmasquer i aserf r anco,pr est avamai s at ençãonocarr odoquenel a,er ademai sl i gadonumamáqui na.Se sabi a queel a er a médi ca? Não t i nha a menori déi a que a moça magri nha,quepar eci a demenor ,f osseuma dout or a.Nessanoi t e el a não demor ou mui t o,sai ul ogo.Deul heuma gr at i ficação,er a mãoaber t a.Pareci aest arcom pr essaquandosai ut omandool ado esquer dodaaveni da,acompanhandoaf r ot a.Gui avanaquel eest i l o mei oamar r ado dasmul her es,mul herej aponêsnãot êm firmeza nadi r eção.Devi agost ardemúsi ca,chegavacom ot ocafit asl i gado eassi m quesaí a,bot avaamúsi caout r avez. No depoi ment o de Fl ávi a, a sal aj á est ava chei a quando Anant a chegou,cumpri ment ar amse de l onge e porgest os com bi nar am um encont r onocaf édepoi sdar euni ão.Vest i aum pul ôver
pr et oet i nhaum cachecoldel ãenr ol adonopescoço,nãopôdever seest avadecal çasou sai a.Quandoar euni ãoacabou ef oiparaa mesadocaf é,al guém i nf ormou queAnant aj át i nhasaí do.Nodi a segui nt eaMar l enet el ef onou quer endosaberseporacasoAnant a nãoest aval á,at éaquel ahoraai ndanãot i nhadadosi naldevi da. Nem si nalde vi da nem si nalde mor t e.O t est emunho da mul hermei o vel hot a que servi a o caf é na r euni ão t eve aspect os curi osos,conheci a a dout ora do Golbege,devi a serri ca ou pel o menosmai sr i cadoqueasout r asmoçasdogr upo.Educadamas f echada.Não sabi adi zercomoest avavest i danessanoi t emasvi u queel aent r ou esai ul ogocom um j ei t oassi m ur gent edequem vai t el ef onarou vaiao t oal et eevol t a em segui da.Não vol t ou.Devi a empr est arocarr oaosami gospor quej ávi r aessemesmocarr ocom out r aspessoas,quepessoas?Asmoças,osnamor ados,essagent e t oda quemudava de car a epar eci a semprea mesma,osj ov ens mudam econt i nuam i guai s. I guai s,murmur ou Renat oMedradoaoacenderout r oci garr o, ool haransi osonaport adacl í ni ca.E essadonaRosaAmbr ósi oa se der r et er na sauna. Descruzou e est endeu as per nas para t r ançál as de novo,se essa i nvest i gação dur asse mai s um mês acabari acom ospul mõesnegr os.E cor açãoflechado,apai xonado pel a pri ma sem mi st ér i o e mi st er i osa, r ej ei t ada e r ecuper ada. Per di daeachada. Napági nadecl assi ficadosdoj ornalhavi aaseçãodosachadoseper di doscom um pequenoanúnci oquevi nha serepet i ndo porsemanasi nt ei r as,di zi aapenas,Seupaidesesper adoesuaMãe doent epedem not í ci asdoquer i doVi ct or .O Vi ct orem t i pogr aúdo. Sef osseanunci ar ,começari aassi m,Vocêconhecees t amoça?E o r et r at o deAnant a com seu sor ri sobr ancoeoavent al .A cari nha sem t ruquesdequem sabequenãoéboni t aepori ssoficaboni t a. Ou quase.Eu t ambém não sou boni t o,nossa f amí l i a não é de gent eboni t a,suspi r ou eri u,Ol haaíosuspi r o!evol t ousepar ao l adodohomemárvor equecont i nuavanamesmaposi ção,abri sa mexendoem seuscabel osci nzent oscomomexi anaf ol hagem.Em que Anant a se t r ansf or mari a? Numa cer ej ei r a? Na Pri maver a
desabr ochari anaquel asflori nhasmi údas.E r eceber i aum car t ão, Est ouflori ndoem Tóqui o! aai ndaanunci arnaquel asr evi sDoyou know t hi sgi r l ?,podi t aspol i ci ai squeosl ei t oresl i am com acuri osi dadevor azquesóos pr ovávei smort os pr ovocam.A aval anchedet el ef onemas ecart as depessoasdeboavont adeof er ecendopi st as.Todasf al sas. Em mei odasest r anhez as,mai ses t a,t erencont r adoapri ma só depoi s que el a desapar eceu.Não f osse o sumi ço e cor r eri am t ri nt a, ci nqüent a anos at é mor r er encar qui l hado sem pensar sequerum mi nut onel a.Quem sabenavel hi ce,quandocomeçasse aquel epr ocessodovel hoficarf al andonai nf ânci a,umachat i cea i nf ânci amasparecequenãor est avacoi samel horaserl embr ada nahor aem quepr esent eef ut ur oent r avam pel ocano.Ser i aavez dasf est i nhasdeani ver sári ocom acri ançadadaf amí l i a,dobai rr o. A f est adoDunga— oquef oif ei t odel e?— com oenormebol oque er aacasadabruxa,apr ópri aespi andonaj anel i nhadechocol at e. Doi s bonequi nhos de mar zi pã r epr esent ando Joãozi nho e Mari a segui ndodemãosdadaspel at ri l haf at alf ei t adeaçúcar cândiat é darnaport adabruxa.Ascr i ançasest arr eci dasdi ant edaf art ur a damesa,umadel asousou est enderamão.Foiosi nalpar aqueo bandoseat i r assecom f úri aaosdoces,aosbri nquedos,aosbal ões col ori dossubi ndoem cachospara ot et o.Quandopr ocur ava pel a mãe par a que el a guar dasse um pouco das coi sas que t r ansbor davam dos seus bol sos, vi u Anant a. Est ava l á at r ás, soz i nha,o chapéu de papel cr epom ent er r ado at é as or el has,os ol hosazui st ãoassust ados.Roi aasunhas.Sent i u queel aqui sse aproxi mar mas af ast ouse depr essa.Sua pri ma est á chor ando, al guém vei ol hedi zereel efingi u quenão escut ou,corr eu parao j ar di m.A pri mat ont acomoapr ópri aMari adahi st óri a,segui ndo par aaci l adaquea bruxa armou.Quersecasarcomi go?seri aa pri mei r a per gunt a que l he f ari a quando a encont r asse.Ambos l i vr es.Tri nt a e um anos e di sponí vei s,mai s um mot i vo par a r omper com essa Ver a at r el ada a esse mar i do pr egui çoso, enf urnado em casa quando o cert o seri a ficar l á em Br así l i a t r at ando da Car t a Magna.Que não vaibai xar a i nflação,uma
maçada.Tudoi sso.O cert omesmoseri a est aragor at r abal hando dur oenãonest af ol gadeficaresper andoumaat ri zf ol gada.Seao menosel a apar ecesse.Anant a.Sozi nha,não t i nha painem mãe nem i rmãos,nenhum doschamadosher dei r osobri gat óri os,sou o parent e mai s pr óxi mo e vi vo,l ogo.Logo,se el a não aparecere t r anscor ri dosdoi sanosdepoi sdodesapareci ment o,ani mouseao apert aros ol hos f er i dos pel al uzou pel o cál cul o.O pr azo l egal . Levant ouse t ão bruscament e que f ez cai r a past a,apanhoua. At i r oul ongeot ocodoci garr o,l oucur a,Anant aMedr adoer aamai s or gani zada dasmul her es,devi at erprovi denci ado um t est ament o ou ao menos uma decl ar ação de vont ade dei xando t udo par ao mul her i o com seuspr oj et os eobr as.E porqueessa i déi a agor a nes t at ardemai sl oucadoquehomemárvor e,mai sl oucaai ndado que os cami nhant es i ncl ui ndose os enf ermei r os. Médi cos. Amanhã, vi da nova, chega! Ai nda i ri a uma úl t i ma vez l á no apart ament o, promet eu i sso ao del egado suspi r oso, chegar ao mi ol odaal cachof r a.Vol t ol á,deci di u.O di nhei r o,quem sabe?vi ri a dot r abal hopur oesi mpl es,seri aum cr i mi nal i st af amoso.Ou um f amoso escri t or pol i ci al ,exi st em no Br asi lescri t or es pol i ci ai s? Tebas t em mi l port as! escr eveu no final da pr ova de Di r ei t o Comer ci al ,em f al t ademel horcoi sa,t acou naúl t i mal i nha,Tebas t em mi l por t as! Mas t odas est ão f echadas par a o senhor , r espondeul he o pr of essor Rômul o quando f oi r ecl amar da r epr ovação.Ret ri bui uosorr i soeem casachor ou der ai va,Tem mi l port assi m senhoret odasvãoseabri rparami m! Vol t ouse par a a port a do casar ão ver de.Rosa Ambr ósi o est aval á.Vest i aumal ongabat abr ancaet i nhaacabeçacober t a porum pano l i st r ado que caí ar et o at é osombros num arr anj o egí pci o.Egí pci o,el ef ri sou eachou graça,l áest ava aat ri zcom a i mponênci a de uma figur a de pr oa,o vent o bat endo em suas vest es.Assi m queel aseadi ant ou mancandoat éot opodaescada el ef oiao seu encont r o para of er ecer l he o br aço.Ser i a a exat a i magem deumarai nhaseumarai nhal heapar ecesseum di a,f oio sent i ment oquel heocorr euaoseapr oxi marevêl amel hordebai xo dosol .Bei j ol heasmãosedi go,Madame,quepr azerequehonr a! Mas quando el at i r ou os ócul os escur os,ol houa nos ol hos.Vi u
nel es a art i st a que sabe quando o out r o est ár epresent ando. I ncl i nousedi scr et o. — Mui t opr azer .
18 Renat oMedradodei xouaempr egadasegui radi ant eenquant o subi am aescadacom apassadei r adevel udocordemelcobri ndo ossucessi vosl ances.Est r anhou,er am apart ament osdeal t í ssi mo padr ão,ai ndaassi m.Qui ssaberseot apet echegavaat éosét i mo andar ,o edi f í ci o não t i nha set e andares? Di oní si a parou para t omarf ôl ego no vest í bul o do qui nt o andar .Apont ou para a port a com suamaçanet adour ada,Poi séest eoapart ament odafil hada donaRosa,osenhorsabe,aCor dél i a.Est ánoest r angei r o,mandou ont em um cart ão.Quandochegaocal orel at em essecost umede andar descal ça f ei t oí ndi o pel as escadas,a mãe é i guale daí mandaram at apet art udo,a passadei r a vaiat éo sét i moandar .O senhorai ndanãot i nhavi st oest et apet e? El et i r ou osócul osdobl navaagr avur aver mel ha azer ,exami na parede br anca do vest í bul o.Não,não t i nha vi st o,nas out r as vezesvi er apel oel evadorqueest avaf unci onando.Di oní si at i r ou o l enço do bol so do avent al .Li mpou o nari z e ol hou o r el ógi opul sei r a.Hesi t ouum pouco. — Est i mo mui t o est er el ógi o,f oido dout orGr egóri o.Renat o Medradoi ncl i nouseparaopul sodamul her . — Um bel or el ógi o.Quandoel emorr eu oant i gosecr et ári oj á t r abal havanacasa? — Porquê? — Per gunt eiporper gunt ar ,ent endiqueessesecr et ári o aj udou mui t onacarr ei r adel a.Ent endiai ndaqueel evaivol t ar . Di oní si a guar dou o l enço.Fezum gest o,podi am cont i nuar subi ndo.Bai xouacabeçaenquant of al ava.
— Quem di ssei sso? — Apr ópri aRosaAmbr ósi o. El a apanhou um pal i t o de f ósf or o que par eci a flut uar no t apet e.Guar douo no bol so. — Hum.Fi cou de apar ecermasnão pr omet eu nada, t ambém não sei . A Cor dél i a ar rumou out r o secr et ári o,um moçomui t obom l ádonort e,osenhorj áf al ou com el e.Mas acho que quem podi a adi ant ar mui t a coi sa é a dona Fl ávi a. — Fal eicom a Fl ávi a,ficamos ami gos.Acabeiat é sabendo mai s da vi da del a do que da Anant a. . .Mi nha pri ma er a mui t o f echadat ambém com asami gas,sabi aouvi rasconfidenci as.Mas pel ovi st onãof azi anenhuma.Engr açadoéqueeu nãot i nhai déi a do quant o essas meni nas t r abal ham,é um esf or ço admi r ável . Fl ávi amecont ou queasduasi am mont arum escr i t óri odedef esa damul hernassal asqueAnant at em nocent r odaci dade,par ece que el a est ava t r ansf er i ndo t odos os paci ent es part i cul ar es.Já t i nhat r ansf eri dosuapat r oa. — É di f í ci lf al t arl uznest epr édi o masj ust o hoj e.A sort eé queai ndaédi a. El eacompanhavaamul heraumacer t adi st ânci a,nãoqueri a apr essál a com aquel est ornozel osi nchados.Pedi u descul paspor est ardandot ant ot r abal ho,Umamaçada.Tudoi sso.Nãopr et endi a vi r ,Nem posso demor ar ,est ou com a agenda l ot ada.Masqueri a t i r arumadúvi da.Ent ãoencerr o. — Masosenhornãoest ádandot r abal honenhum,i magi na. O médi co quer mesmo que eu ande,mi nha ci r cul ação é mui t o rui m.Nasemanaquevem ent r aonovomot ori st a,el asquer em que eu sai a só de carr o mas j á di sse que pr efir o andar .Vaient r ar t ambém um copei r o,ébom t erum homem porpert oquehomem t em mai sf or ça.Vouficarcom t empopar aomeucor al . — Asenhor acant a? — No cor alda mi nha i gr ej a.Quando a gent e cant a Deus escut a.
— Sóquandoagent ecant aéqueel eescut a? El a começou a t i r araschavesdo bol so.Exami nava eexperi ment avaumaporuma. — Ent ãoosenhorest evecom donaRosa. Renat oMedradopi savacom cert avol úpi aot apet ecordemel , t ão novocomo set i vessesi do col ocado naquel edi a.No vest í bul o dessesext oandarnãohavi anenhum quadr o. — É umamul hermui t oat r aent e.E i nt el i gent e,est áani mada com essanovapeça,vaivol t araot eat r o,não? Ar espost ademor ou. — Vai .El at or ceuopéquandocai unobanhei r o. — Eu soubemasachei amui t obem.Esper a pel oant i gosecr et ári oquei r ábuscál a. — El adi ssei sso? — Di sse. Di oní si al ançou um ol harat ent o na di r eção de Renat o Medr adoqueporsuavezi ncl i navasepar aaf echadur aquer esi st i aà novachave.El at i r ou out r achavedobol soeel et i r ou um ci garr o. Apert ou os ol hos e a boca par a não ri r ,Rosa Ambr ósi o vi er a mancando com suas bel as sandál i as e na despedi da af ast ouse pi sandonat ur al ment e,esqueceu ot ornozel oaf et ado?Esqueceu.O queer agraveparaumaat ri zquefingi aumat or cedur a.Masseel a não est ava no pal co não t i nha t ant a i mpor t ânci a assi m, descul poua compl acent e.Bebi da éodi abo. . .E não pareci a nem um poucoabat i da,aocont r ári o,i afirmecomosef osseent r arem cena naquel a hor a mesmo,assi m que ouvi sse as t r ês bat i das cl ássi cas,t oct oct oc!Concent r ouse sopr ando a f umaça para o t et o.Not eat r oat ualai ndausavam essasbat i das?Ti nham abol i do t udo,i a chegarot empoem quedi spensari am osat or es,ficari ao som.E ai magem,comonoci nema.Qui ssaberseoapar t ament o do sét i mo andarcont i nuava vago.Parecequet em um probl ema, nãot em?MasDi oní si aai ndal ut ava com aschaveseouvi asóos pr ópri osr esmungos.Umachaveéi gualàout r a,ol haaí ,nenhuma
di f er ença.Fuit r ocaroschavei r osedeunessaconf usão,Ô meuPai Cel est i al !Achoqueéest a. . .El adi ssequandoi asai rdacl í ni ca? — Não me f al ou na dat a.Conver samos pouco,t i nha um médi coàesper a.Fal amosmai ssobreAnant a,el anãoacr edi t aque t enhaacont eci donadadegr aveàmi nhapri ma,t em cert ezadeque est át udobem.Suapat r oaéum sersol ar ,t em osoldent r odel a. — Tem. Renat o Medrado qui s vernessei nst ant e a car a de Di oní si a masel aj á mer gul har a na penumbr a dohal i nha encont r ado a l ,t chave.Segui uaeesper ou queabri sseascort i nas.Havi aum l eve per f umenoar .El ef oient r andoeper segui ndooper f ume. — Ah! . . .E vem daqui ,quedel í ci a! Di oní si aj ádescerr ava ascort i nasdasal a.Vol t ousepar aas pl ant as. — É di f í ci lencont r aror quí dea com per f ume mas nascer am est as amar el i nhas que são demai s per f umadas.Tr ês vezes por semanaeuvenhor egarest esvasos,ol hacomoest ãoboni t os!Er aa Mar l enequevi nhaabri roapart ament o,nãopr est aum l ugarficar f echadomui t ot empo.Masagor ael aest át r abal handonacr echede donaFl ávi a,osenhorsabi a? — Sabi a.Um apart ament ohabi t ado.E desabi t ado.Tudoem or dem enosl ugar esexat oscomoel adei xar a,osobj et osdaest ant e vazada.Osl i vr osf echadoscomo senunca t i vessem si do abert os. Osdi scos.Ol hou mai sat ent ament eodi vãcom suamant axadrez t ãoest i cadaquedavaai mpr essãodenuncat err ecebi doum cor po na sua super f í ci ef el puda.A rí gi da cadei r a onde ficava e ouvi a. Di oní si adi ssequeer apr eci socant arparaDeusescut armasent r e aspessoaser asufici ent eaf al a.Renat oMedr adoabri u agavet ada mesa. As mi udez as, Anant a gost ava de coi sas mi údas. Mai s cai xi nhas enfil ei r adas.O est oj o chi nêscom ascanet as.Uma l at a de past i l has de ment a.O saqui nho pl ást i co ai nda f echado com car amel osdechocol at e.Apanhouaagenda. — Devi at erumaout r aassi m comoest a,el edi ssemasDi o-
ní si a est ava noext r emoda sal a,i ncl i nada sobr easpl ant asecoment ando mei o di st r ai dament e que não devi ar egál as mui t o por queasr aí zespodi am apodr ecer . El eguar dou aagendaef echou agavet a.O t el ef onemudo.O abaj urapagado.O ci nzei r ol i mpo,const r angeuseaoapagarnel eo ci garr o. Cont udo, novas flor es desabrochavam e Mar l ene j á t r abal hava em out r oender eçoeFl ávi amar car a com asmoçasdo gr upoum encont r oparaessanoi t eeRosaAmbr ósi oser ecuper ava para a nova peça e Cor dél i a se quei mava na pi sci na de al gum navi o.Em al gum mar .A r ot i na.Tudo o que er a vi vo pr ossegui a vi vendo enquant o Anant a Medr ado i a vi r ando l embr ança.Com umafinacamadadepoei r a. — Seosenhorqui ser ,euf açoum chá,t em t ant ochánacopa. — Não,donaDi oní si a,ai ndat enhoquepassarnomeu novo escri t óri o.El anãoest áaqui . — Quem? — Anant a.Foioquesuapat r oadi sse,éi nút i l ,el anãoest ál á. — Poi snãoest ámesmo,uai . A est ant ecom ascai xi nhasf ormando um car acolna pr at el ei r a.El e escol heu a mai orda col eção,a cai xa de cour o corde vi nho.Nem aqui ,nem aqui ,nem aquiel ef oidi zendo e abri ndo sucessi vament eascai xi nhaseespi andodent r o.Vazi as.Det evese di ant edaúl t i macai xacom umapedr aver dei ncrust adanat ampa. Havi aumapenadepavãodobr adanof undodepr at a.O ver deazul i nt enso do ol ho não l embrava Rosa Ambr ósi o? Bai xou a t ampa devagar. — Mi nha pri ma deveest arf azendo part edeuma out r a pai sagem,f oio que el a qui s di zer .A sua pat r oa.A senhor a me dá l i cença? quer i a veruma coi sa no escri t óri o,não vou demorar . — Masest áescur o,dei xaeuaj udar ,dout or .Just ohoj ef oif al t aral uz, credo. — Aquit ambém el a não est á,el e di sse bai xi nho quando a
l umi nosi dade do solde fim de t ar de ent r ou brandament e pel a j anel aqueamul herabri u.Aj ust ou osócul osqueescorr egavam do nari zparaexami nardeper t oat apeçari aqueocupavaocent r oda parede.Ent ãoer aesseot er rí velbosquever denegr ocom asombr a de um cast el ot ão r emot ol á no f undo que er a mai s para ser adi vi nhado do que vi sl umbrado.I st o est ava na casa dos meus avós.Eu er a meni no quando viessa t apeçari a.Não t enho i déi a comovei opararcom Anant a.Out r omi st ér i o. — DonaFl ávi avaidei xart udoassi m comoest ámasnãosei seo senhorj áf oii nf ormado,as col egas del a vão começara se r euni rnest eapart ament o.E bom,ficamai sal egr e,agent epensa at équeel aj ávol t ou. — AFl ávi amef al ouni sso.Ót i mai déi a. Di oní si aapanhou um fiapodel i nhanot apet e.Guar douono bol so. — El adi ssequandoi acomeçaraensai ar ?AdonaRosa. oda j uvent ude. — Não,só seio nomeda peça,Docepássar Nunca vou a t eat r o,sou gamado éem ci nema masdest a vezeu quer oi r .Fi cou demandaros i ngr essos,eu i ri a com Anant a,el a est ácer t adequemi nhapri mavaiest arcomi gonaest r éi a.Mul her f asci nant eessaRosaAmbr ósi o.Qualser ásuai dade? — Esf ri ou,di sse Di oní si a puxando o gorr o par a cobri r as or el has.O senhornãoquerveroscômodosl ádent r o?Tem ai ndaa sal acom osl i vr osmai sat el evi sãoeoquart odel a.Ah,easal et a devest i rsem f al arnosbanhei r os,est eapart ament oéenorme. Renat o Medr ado t i nha a mesma expr essão bemhumor ada com quesai udacl í ni ca.Al ongopr azoest epaí svaimel hor ar ,di sse Rosa Ambrósi o na despedi da.Mas a médi o prazo j á est aremos t odosmort os. — Achoqueoqueeuqueri aver ,j ávi .O quenãoencont r oem part e al guma são os r et r at os,por acaso a senhor a vi u al gum r et r at onest eapart ament o?Nem espel hosnem r et r at os.
— Queeumel embr e,nãot em mesmo.Masseosenhorf orno nosso. . .Sequi servol t ar ,dout or ,nãocar ecepedi rl i cença. Renat oMedr adopar ou der epent e.E essequadr oes t r anhí ssi mo deum caf énot urnoem al guma esqui na deal gum beco em NovaYor k.Havi aver mel homasnessecaf éat éa corv er mel haer a f ri a.Asol i dãomedí ocr e. — Jáencerr ei ,donaDi oní si a.Achoquej áf al eicom t odos. — Fal t aoRahul . — Rahul ? — É ogat o. — Masogat onãot em pal avr a! — Esseat équef al ademai sàsvezes. El epôsamãonoombr odamul hersent i ndol heori sof r ou xo.Ah,donaDi oní si a,pensenagent equandocant ar .El aencar ouocom firmeza.Sópensonosout r osquandocant o. — É sopr ano? — O maest r odocor aldi ssequesou cont r al t o.Cant eipar ao Di ogoquemepedi u eel edi ssequeseeu f ossecant arnaboat ei a ficarri ca,achou mi nha vozi gualàdeumacant or af amosa,uma negr aamer i canaqueel eouvemui t o. — Asenhor aai ndafica?Voumedespedi ndo. — Quer o abri ras j anel as dos cômodos l á do f undo,desço daquia pouco.Ol ha o el evadorf unci onando!chegou a l uz,que bom.At éum di adesses,dout or ! QuandoRenat oMedr adoat r avessou oj ardi m doedi f í ci o,vi u o port ei r o que r egava as pl ant as.O homem desl i gou o esgui cho d' águaef ezl heum si nal . — Al gumanovi dade,dout or ?Nenhumanot í ci a? — Ai ndanão.Masnãoper diaesper ança.
— I ssoéoquecont a.Seeu puderaj udar ,est ou àsor dens. Renat o Medrado aproxi mouse mai s, i ncl i nandose par a ver o cant ei r or edondoer aso,i ri sadosobor est odosol ,masnãoeraum cant ei r odeAmor Perf ei t o?Col ocou osócul os,Amor Perf ei t o.A flor da mi nha i nf ânci a,a mamãe ador ava essa flor ,t i nha t ant o no nossoj ar di m!O cant ei r oér ecent e?Esseeuai ndanãot i nhavi st oe r eparomui t oem pl ant as. O homem enxugou as mãos nas mangas arr egaçadas da cami sa. — Est ecant ei r oexi st edesdequevi mt r abal harnest eedi f í ci o ej ál ávãot r êsanos. Renat o Medrado agachouse.Surpreendent e,murmur ou e sorri uparaasmáscarasamarel or oxasdasflori nhasquepar eci am encar ál ocom amesmacuri osi dade,pi ngandoágua.Masnãoer a mesmoi ncr í vel ?Nãot ervi st oocant ei r odaspequenasmascaradas que sempr e es t i ver am al i .O que mai st er i a dei xado escapar ?O homem vol t ou a pegaro esgui cho.A dona Anant at ambém gost a mui t o dessa flor ,o senhorquerl evaruma? El eagr adeceu,i a ao escri t óri onocent r odaci dade,el ai amur char . — Vaivagarum apart ament o,quem sabeo senhorsei nt er essa.Est eéum l ugarmui t osossegado,dout or . — Est ou vendo,di sseRenat o Medr ado eencar ou o homem. Vol t ousebruscament epar aaj anel a do quart o andarcom ní t i da i mpr essãodequeal guém oobservavaat r avésdacor t i na,quem?O solbat i a af ogueado na vi dr aça mas agor a que o i ncêndi oi ase apagandoel epodi avermel horasombr a.Di oní si a?Desf r anzi u os ol hosof uscados,ovul t oer apequenodemai sparasergent e.— É o gato.
***
EU,L YGI A Nasciem SãoPaul o,maspasseiai nf ânci aem pequenasci da-
desdoi nt er i ordoest ado,ondemeu paif oipr omot orpúbl i co,del egado ou j ui z:Ser t ãozi nho,Assi s,Api aí . . .Foiuma i nf ânci a mei o sel vagem,l i vr e.Mui t over de.Mui t osbi chos.Fi gur ai mpor t ant edessa i dadedeour of oiuma paj em quemef azi a confidenci as emecont avahi st ór i assi ni st r as,apavor ant es,com l obi somenseant i gosmort osquesel evant avam el ávi nham com seucant of anhosoat énossa por t a. Euouvi aeficavat r emendodemedodebai xodascober t as.At é que,cer t a noi t eem quemi nha paj em nãopôdesera cont ador a de hi st ór i as,r esol visubst i t uí l a eent ãofiza descober t a:sent imenos medoquandopasseideouvi nt epar anar r ador a.Enquant ocont ava, dei xeidet r emer ,mesent ipoder osapor quet r ansf er i apar aosout r os omedoquemeani qui l ava,si m,mesent i ai ndependent e,f or t e. Meu pai( Dur valde Azevedo Fagundes)er a um homem mei o desl i gado,sonhador .Mi nha mãe( Mar i a doRosár i odeAzevedoFagundes)t ocava pi ano,cant ava e me par eci a mui t o comuni cat i va, al egr e.Masvendohoj eseusr et r at os,descubr oquesua expr essão er at r i st e.Quer i aqueeuf ossedecl amador a,masquandol hedi sse que não gost ava de r ec i t armas si m de escr ever ,ficou ani mada. Embor a um t ant oapr eensi va:" É uma pr ofissãodehomens" ,di sse. " Massevocêquer ,porquenão?"E mecont ava a hi st ór i a deuma ant i gat i azi nhaqueer apoet a.E donossopar ent eSi l vaJar di m,um homem mui t oi l ust r equecai unoVesúvi o,fiqueii mpr essi onada,cai u dent r o do vul cão? " Lá dent r o" ,el ar epet i u." Nunca ni nguém ant es cai u num vul cão,não é ext r aor di nár i o?"E achou que,com esses nomes t ão i mpor t ant es na nossa ár vor e,eu bem que podi at era vocação. Não sabí amos,nem eu nem el a,oqueer a of emi ni smo,mas nesseest í mul oser evel ouumaf emi ni st a,i nconsci ent e,embor a.Mai s t ar det ambém ficouent usi asmada quandol hecomuni queiquequer i aest udardi r ei t o,medi pl omarnamesmaacademi adoLar goSão Fr anci sco onde meu paiest udou:poi s se vár i os pr i mos t i nham est udadol ã,porquenãoeu,amai si nt el i gent edet odos( meel ogi avademai s) ,nãopodi at ambém serdout or a?