Design de Interiores: Materiais para revestimento e criação
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Curso à Distância
Profª. Arq. Maria Pilar Martins Diez Arantes Profª. Mest. Aletea Hoffmeister Mattes 1
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Acreditamos que através do design de interiores contruímos ambientes agradáveis, confortáveis e funcionais. Mas só com Jesus Cristo que podemos ser felizes em qualquer ambiente! “Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente.” Jesus Cristo (João 10:10)
Bom estudo! Profas. Aletea e Pilar.
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Sumário Unidade 1. Rochas ornamentais 1.1. Granito....................................................................................................... 1.2. Mármore..................................................................................................... 1.3. Variações: Mármore Composto, Marmoglass, Silestone e Quartz-Stone....... 1.4. Pedras decorativas..................................................................................... 1.5. Destaques: Limestone e Ônix......................................................................
006 009 012 014 017
Unidade 2. Revestimentos cerâmicos 2.1. Ladrilho cerâmico............................................................................................. 2.2. Tijolos requeimados para pisos ........................................................................ 2.3. Cerâmica para pisos e azulejos................................................................... 2.4. Porcelanato................................................................................................
018 020 021 029
Unidade 3. Pastilhas para revestimento 3.1. Pastilhas de cerâmica................................................................................. 3.2. Pastilhas de porcelana................................................................................. 3.3. Pastilhas de vidro....................................................................................... 3.4. Pastilhas de materiais diversos: pedra, madeira, aço e outros.........................
033 035 036 039
Unidade 4. Revestimentos cimentícios 4.1. Ladrilho hidráulico....................................................................................... 4.2. Cimento queimado........................................................................................ 4.3. Blocos de concreto para piso...................................................................... 4.4. Placas cimentícias.........................................................................................
042 045 047 049
Unidade 5. Metais 5.1. Aço comum ..................................................................................................... 5.2. Aço inoxidável ................................................................................................ 5.3. Aço corten................................................................................................... 5.4. Alumínio........................................................................................................ 5.5. Latão............................................................................................................. 5.6. Cobre.............................................................................................................
052 056 059 061 063 064
Unidade 6. Tintas, vernizes e produtos auxiliares 6.1. Tinta acrílica .................................................................................................... 6.2. Esmalte sintético........................................................................................... 6.3. Tinta a óleo...................................................................................................... 6.4. Tinta epóxi...................................................................................................... 6.5. Tinta em spray................................................................................................... 6.6. Verniz......................................................................................................... 6.7. Stain........................................................................................................... 6.8. Trabalhando com o catálogo de tintas.......................................................
067 069 070 072 073 073 074 075
4
Unidade 7. Gesso 7.1. Forro de gesso simples...................................................................................... 7.2. Forro de gesso acartonado........................................................................... 7.3. Parede de bloco de gesso pré-moldado.......................................................... 7.4. Parede de gesso acartonado...................................................................... 7.5. Complementos para acabamento: poliuretano, poliestireno, PVC................
Unidade 8. Madeiras e derivados 8.1. Madeira........................................................................................................... 8.2. Taco.................................................................................................................. 8.3. Parquet............................................................................................................. 8.4. Tábua corrida.................................................................................................. 8.5. Carpete de madeira....................................................................................... 8.6. Deck ......................................................................................................... 8.7. Forro de madeira e lambri.............................................................................. 8.8. Painéis de aglomerado – MDF, HDF e OSB..................................................... 8.9. Chapas de compensado............................................................................ 8.10. Laminado de madeira............................................................................... 8.11. Destaques: madeira de lei, teca, madeira de demolição, bambu e madeira plástica......................................................................................................................
079 081 083 085 087
089 089 091 092 094 095 097 098 100 101 103
Unidade 9. Laminados melamínicos 9.1. Laminado para móveis e painéis....................................................................... 9.2. Laminado para piso...........................................................................................
105 109
Unidade 10. Vidro e espelho 10.1. Vidro......................................................................................................... 10.2. Espelho......................................................................................................
111 115
Unidade 11. Superfície sólida, acrílico e policarbonato 11.1. Superfície sólida.............................................................................................. 11.2. Acrílico........................................................................................................... 11.3. Policarbonato..................................................................................................
119 122 123
Unidade 12. Revestimentos diversos 12.1. Granilite....................................................................................................... 12.2. Granilha.......................................................................................................... 12.3. Linóleo...................................................................................................... 12.4. Pisos vinílicos............................................................................................ 12.5. Pisos auto-nivelantes................................................................................... 12.6. Pisos elevados...........................................................................................
125 126 128 130 132 134
Unidade 13. Tecidos, papéis de parede e tapetes 13.1. Tecidos.................................................................................................... 13.2. Papéis de parede.................................................................................... 13.3. Tapetes....................................................................................................
136 140 142
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Unidade 1. ROCHAS ORNAMENTAIS
1.1. GRANITO O que é: Granito é uma rocha não-calcárea, constituída basicamente por três minerais: feldspato, mica e sílica na forma de quartzo. Pode ainda apresentar em sua composição minerais complementares. Chapa de granito Branco Nevado:
Características técnicas: É altamente resistente ao impacto e à abrasão. O granito, em todas as suas variações, tem maior dureza e menor porosidade que o mármore. Infiltrações de água podem manchá-lo. Permite corte e polimento. O granito aceita diversos tipos de acabamentos em sua superfície: - levigado = lixado com abrasivos, até ficar liso; - lustrado = além de ser lixado com abrasivos, recebe produtos impermeabilizantes; - flameado = a superfície é queimada com maçarico; - apicoado = a superfície recebe batidas de ferramentas que provocam ranhuras, tornando-o anti-derrapante. Superfície levigada, lustrada, flameada e apicoada:
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Características estéticas: Como é uma rocha extraída da natureza, apresenta variações de cores, veios e grânulos, por isso dificilmente uma peça será igual à outra. Contudo, essas diferenças de aparência não significam qualidade inferior. As variações de cor e desenhos pontilhados dos diversos granitos são resultantes das várias composições desses minerais e da gramatura dos mesmos, a qual pode ser fina, média ou grossa. O Brasil tem centenas de tipos de granito, de diversas cores: cinza, verde, lilás... sendo o Granito Azul-Bahia um dos mais belos e caros.
Para estudo aprofundado sobre características estéticas em design de interiores recomendamos o Curso de Decoração de Interiores à Distância. Veja em: www.artesedesign.com.br
Granito Azul-Bahia, Blue Star, Capão Bonito e Verde Rastajan:
As bordas (válido para granitos, mármores e suas variações): As bordas são lapidações feitas nas placas ou aplicadas a elas, para torná-las visualmente mais grossas e imponentes, imprimindo um diferencial estético. Além da borda reta, os acabamentos de bordas são basicamente dois, que conjugados podem derivar em muitos outros: Boleado – borda arredondada. Pode ter um nível arredondado ou mais, daí chamando-se 1, 2 ou 3 G. Bisotado – também conhecido como Chanfrado ou Bisotê – borda cortada em ângulo reto, podendo também aparecer como 1, 2 ou 3 bisotados contínuos na mesma borda.
Parâmetros Estéticos com os quais se relacionam: • Sofisticação e Formalidade: quando lustrado, com alto brilho. Quanto mais brilhoso, mais sofisticado. Os desenhos elaborados também acentuam o caráter de sofisticação do produto final. Também são mais sofisticados e formais, os granitos de coloração mais homogênea. • Simplicidade e Informalidade: quando apicoado ou fosco. Quanto mais rústico, mais visualmente agressivo (os paralelepípedos das ruas são blocos de granitos bem rústicos!). • Tradicional: em geral, os granitos nos remetem às composições mais tradicionais e previsíveis.
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Onde usar: Adequado para áreas externas e internas, seja como revestimento de pisos ou de paredes. Pode ser usado em bancadas para balcões de cozinha e lavatórios, em divisórias em banheiros... Se usado como peças de mobiliário, estantes, prateleiras, é necessário cuidar para que não fique muito pesado e a instalação deve ser resistente. A seguir, à esquerda, bancada de granito Preto Absoluto. À direita, parede e balcão revestidos de granito Às de Paus.
Na foto ao lado, uma cuba de granito, cuja parte externa tem acabamento apicoado, e a parte interna e superior, lustrado:
Cuidados: Devido às variações de veios, grânulos e tonalidades, antes das peças serem instaladas é importante fazer uma pré-montagem, a fim de encontrar o melhor posicionamento para a harmonia das peças. Em locais como degraus, borda de piscina e rampas, é fundamental que o granito receba ranhuras, para tornar-se anti-derrapante, como vemos na imagem a seguir:
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Se o granito claro for colocado no piso, recomenda-se impermeabilizar o contrapiso e utilizar cimento branco, para não alterar a cor da rocha. Como o granito pode manchar com infiltração de água, é necessário que as juntas sejam bem vedadas quando o material for instalado. Limpa-se apenas com pano úmido, evitando produtos ácidos e produto gordurosos, os quais podem danificar o granito. Peças apicoadas ou levigadas podem ser limpas com esponja, ou se forem piso, com vassoura.
1.2. MÁRMORE O que é: Mármore é uma rocha metamórfica, isso porque tem como origem o calcário que sofre temperaturas e pressões extremamente elevadas durante o processo de formação. Chapa de mármore Rosso Lepanto:
Características técnicas: Apresenta baixa resistência ao impacto, à abrasão e à compressão. Tem alta porosidade, isso significa que absorve líquidos. Devido às características anteriores, o mármore é mais frágil e mais sucetível a manchas do que o granito. Permite corte e polimento. O mármore aceita diversos tipos de acabamento em sua superfície: - levigado = lixado com abrasivos, até ficar liso; - lustrado = além de ser lixado com abrasivos, recebe produtos impermeabilizantes; - flameado = a superfície é queimada com maçarico; - apicoado = a superfície recebe batidas de ferramentas que provocam ranhuras, tornando-o anti-derrapante.
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Geralmente é encontrado comercialmente em placas de espessura variável de 8 a 20 mm. Mas quando oferecido em placas de pequeno tamanho (30 x 30 cm até 50 x 50 cm ou um pouco mais), pode atingir espessura de 5 mm, o que facilita a substituição de revestimentos cerâmicos por mármore, em caso de reformas. Características estéticas: As variações de cores e veios se devem ao grau metamórfico pelo qual passa a rocha e pela presença de diferentes minerais em sua composição: calcita, dolomita, quartzo, pirita, anfibólicos, diopsidio, etc. Existem mármores de inúmeras cores: preto, branco, bege, amarelo, laranja, rosa, verde, azul, marrom. Veja a cor que precisa e procure o mármore! Mármores Nero Portoro, Verde Rastaja e Rosália:
Em geral, para diferenciar visualmente os mármores dos granitos, observamos o desenho de sua superfície: a maioria dos mármores possui muitos veios (linhas claras), enquanto os granitos são mais pontilhados de preto. Os mármores possuem uma vantagem estética sobre os granitos: os mármores podem ter visualmente superfícies bem lisas, bem homogêneas, oferecendo ampla possibilidade de composição com outros materiais. Mármore travertino (foto abaixo) é bastante poroso, mas economicamente mais acessível. Além disso, sua coloração bege facilita a composição com outros materiais e cores.
Parâmetros Estéticos com os quais se relacionam: • Sofisticação e Formalidade: quando lustrado, com alto brilho. Quanto mais brilhoso, mais sofisticado. Os desenhos elaborados também acentuam o caráter de sofisticação do produto final. Quanto mais raro, mais sofisticado. • Simplicidade e Informalidade: quando apicoado ou fosco. Quanto mais rústico, mais visualmente agressivo. • Tradicional: os mármores nos remetem a composições mais tradicionais e mais clássicas.
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Uma composição com pedras claras e escuras, formando um quadriculado, nos remete ao clássico e tradicional. Idem às composições que fazem uso de “cabochons” (peças quadradas inseridas no encontro de 4 peças maiores, veja ao lado).
Onde usar: Adequado para áreas internas, especialmente em painéis e bancadas secas. Ideal para revestimento de paredes em que a opção for rochas, pois é mais um pouco mais leve que o granito. No ambiente ao lado, toda área da lareira é revestida de mármore: Pode ser usado em pisos internos, mas evitase em locais de tráfego intenso, visto que seu desgaste é maior que o do granito. Da mesma forma, pode ser usado em banheiros e lavabos, como vemos ao lado, porém tem maior possibilidade de manchas pela absorção de água.
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Cuidados: Devido às variações de veios, grânulos e tonalidades, antes das peças serem instaladas, é importante fazer uma pré-montagem, a fim de encontrar o melhor posicionamento para a harmonia das peças. O mármore sofre com a ação das intempéries e com a poluição, podendo se desgastar muito rapidamente se colocado em áreas externas. Em cozinhas seu uso deve ser evitado, pois pode ser danificado por ação de gorduras e ácidos de vinagre, limão ou materiais de limpeza agressivos. Além disso, mármores claros mancham facilmente com líquidos como café e vinho. Se o mármore claro for colocado no piso, recomenda-se impermeabilizar o contrapiso e utilizar cimento branco, para não alterar a cor da rocha. Como o mármore pode manchar com infiltração de água, é necessário que as juntas sejam bem vedadas quando o material for instalado. Pode ser tratado com materiais que lhes proporcionem maior conservação e beleza, como impermeabilizantes.
1.3. VARIAÇÕES:
produtos visualmente semelhantes ao mármore e ao granito, porém industrializados e com algumas características de composição um pouco diferentes.
MÁRMORE COMPOSTO Mármore composto é obtido a partir de fragmentos de mármores, granitos, outras rochas, e outros elementos aglomerantes como resinas, pó de mármores e até cimento. Estes fragmentos e os aglomerantes são misturados, formando-se blocos enormes que são “fatiados” em placas, semelhantemente às placas de mármores ou granitos naturais. À esta mistura, pode-se adicionar ainda fragmentos de outros elementos com fins decorativos, tais como: madre pérola, conchas, pedras coloridas, vidro colorido, materiais brilhosos em geral. Obtendose um produto visualmente rico e “curioso” para o olhar.
Quanto às características técnicas, deve-se ter as mesmas considerações com este produto, como as do mármore natural. Pode-se considerar as mesmas características estéticas que para o mármore natural, com a diferença quanto ao aglomerado que for inserido, por exemplo: fragmentos de vidro colorido darão à peça um caráter mais informal, podendo até adquirir uma estética mais infantil, propícia à decoração para crianças ou jovens. Fragmentos de madre pérola por sua vez, darão um caráter mais sofisticado. Fragmentos de materiais recicláveis variados trarão um aspecto rústico e informal.
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MARMOGLASS Marmoglass é um produto industrializado que possui superfície e cor uniformes, brilho intenso, alta resistência e dureza, durabilidade, absorção nula e resistência à abrasão, a produtos ácidos e alcalinos. O marmoglass é desenvolvido através da microcristalização de cristais de vidro e pó de mármore. Pode ser utilizado em revestimentos de paredes, pisos e bancadas.
SILESTONE Silestone é um produto industrializado, líder mundial em superfícies de quartzo. Resistente a manchas e riscos. Apresenta-se em várias cores, com grânulos mais ou menos aparentes.
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QUARTZ-STONE Quartz-Stone é um produto industrializado através de tecnologia de ponta, apresenta absorção nula à água e possui ação antibacteriana. É composto em grande parte pelo elemento quartzo, o que lhe garante dureza e durabilidade. Possui desenhos modernos e grande variedade de cores, oferecendo elegância, alta resistência e fácil manutenção.
1.4. PEDRAS DECORATIVAS O que são: Rochas de várias composições minerais, retiradas da natureza para comercialização. Alguns tipos: ardósia, basalto, arenito, miracema, quartzito, pedra ferro, são tomé...
Características técnicas: Caracterizam-se por sua resistência a impactos e à abrasão. Muitas têm possibilidade de polimento. Outras, apesar de poderem ser polidas, como não são consideradas com visual tão sofisticado como os granitos, são usadas somente mais rústicas, como as miracemas. Podem ser cortadas em diferentes formatos: placas (quadradas ou retangulares), paralelepípedos, filetes (também conhecido como corte canjiquinha – retângulos finos e de comprimento e profundidade com pequenas variações, como na figura ao lado). Ou ainda em formatos personalizados, aumentando seu custo.
Podem também ser comercializadas em lascas advindas de retalhos e em seixos naturais (na imagem ao lado, seixos de arenito).
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Há empresas que vendem as rochas em mosaicos. Nas figuras seguintes temos mosaicos de pedra Miracema:
Características estéticas: Apresentam grande variedade de texturas e cores, conforme o tipo de rocha. Há rochas em vários tons de cinzas, beges, marrons, amareladas, rosadas, alaranjadas (cor de ferrugem), pretas, com superfícies manchadas ou mais homogêneas. As texturas naturais são mais rústicas que os mármores e granitos lixados. As pedras filetadas são dispostas geralmente na horizontal em paredes, formando uma superfície irregular que cria sombras, o que confere bastante informação à superfície. Deve-se então cuidar com os demais elementos decorativos que estarão em seu entorno, para não carregar demais visualmente, ou seja, seu entorno deve ser mais neutro. No ambiente ao lado, parede revestida de Arenito filetado:
As pedras decorativas podem ser usadas para revestir paredes internas, proporcionando um efeito rústico, campestre. Pelo conceito estético contemporâneo, devemos usar no máximo uma ou duas paredes assim revestidas, a fim de não sobrecarregar o ambiente. No espaço à direita, uma única parede é formada por blocos de pedra; no chão, a circulação é destacada por placas cercadas por seixos:
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Onde usar: Uso interno e externo, considerando o tipo de pedra. O que vai determinar o uso é o quanto uma pedra pode acumular sujeira. Por exemplo, uma pedra muito rústica e áspera dentro de casa, vai tirar toda sujeira dos sapatos, deixando sempre a casa suja. Podem ser usadas como revestimento para pisos, paredes, bancadas e em jardins. Arenitos absorvem menos calor, sendo ideais para áreas de piscina e locais quentes. Veja o piso de uma cozinha com placas de Arenito e uma cascata estruturada com filetes de Pedra Ferro:
Cuidados: As pedras decorativas podem ser tratadas com materiais que lhes proporcionem maior conservação e beleza, como vernizes e impermeabilizantes. No caso de usar em formato de filetes ou mosaicos, lembre-se que quanto mais recortes, mais possibilidade de acumular poeira. Observar cuidadosamente a espessura do material, em função do nível final do piso ou da espessura da parede em que as rochas serão colocadas. Nas áreas das garagens e acessos de veículos é conveniente optar por pedras decorativas de fácil limpeza e de tonalidade escura, tais como a ardósia, para disfarçar as manchas de pneus e óleo.
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1.5. DESTAQUES LIMESTONE Pedra natural calcária. Material de formação calcária com grande presença na arquitetura mundial, apontado atualmente como tendência por arquitetos e decoradores. Possui grande variação de aplicabilidade: Ambientes internos: living, quartos e banheiros. Ambientes externos: revestimentos de muros e fachadas, bordas de piscina (não aquecem!), decks, fachadas e pisos. Limestone pode variar em cores, tons e veios. É esteticamente mais discreta que as demais pedras, pois sua superfície é mais neutra visualmente, e suas cores variam entre os beges mais marrons ou amarelados e cinzas, e seus tons. Comercializado em chapas de 2 cm de espessura, que podem ser cortadas no formato desejado.
ÔNIX Pedra natural semi-translúcida, de alto valor decorativo por seus veios e coloração bastante intensa e variada. Ideal para ser explorada com iluminação por trás, a fim de deixar transparecer parte da luz. Por ser muito decorativa, deve ser usada com elementos mais neutros em seu entorno, a fim de que sua beleza não seja “camuflada”.
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Unidade 2. REVESTIMENTOS CERÂMICOS
2.1. LADRILHO CERÂMICO O que é: Revestimento cerâmico formado por uma mistura de materiais argilosos comprimidos, expostos a altas temperaturas. Também conhecido por “LAJOTA”.
Características técnicas: Têm baixa absorção de calor. Sendo bem assentados e cuidados terão sua vida útil prolongada. Sua resistência mecânica irá variar conforme sua espessura e qualidade.
Características estéticas: Textura vidrada, lisa, brilhante ou opaca, normalmente de cor avermelhada. Podem ser usados ao natural, encerados ou escurecidos com óleo queimado. Possuem diversos tamanhos e formas que permitem a criação de vários conjuntos. Parâmetros Estéticos com os quais se relacionam: • Simplicidade e Informalidade: são as características estéticas mais afinadas com este revestimento, devido ao seu aspecto de rusticidade. • Tradicional: em geral nos remete a composições mais tradicionais, porém isso não significa que não sejam criativas. • Associamos o ambiente que usa este revestimento ao rústico, ao campestre, ao lazer. Contudo, também poderá ser utilizado em ambientes com outros estilos mais sofisticados, criando contrastes interessantes entre linguagens estéticas.
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A seguir, sala de jantar com piso revestido com ladrilhos cerâmicos de diferentes formas e tonalidades, criando o efeito de um grande “tapete”. Na figura da direita, ladrilhos com relevos da marca Padroeira:
Para estudo aprofundado sobre características estéticas em design de interiores recomendamos o Curso de Decoração de Interiores à Distância. Veja em: www.artesedesign.com.br Onde usar: São utilizados para revestimento de pisos e paredes. Apropriados para áreas de lazer, churrasqueiras, varandas, salas, quartos, fachadas, entradas e halls, calçadas de jardins, dentre outros.
Cuidados: Nas áreas externas lava-se normalmente o piso e nas áreas internas aplica-se cera líquida.
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2.2. TIJOLOS REQUEIMADOS PARA PISOS O que são: Embora o nome indique queima em duas etapas, na verdade os tijolos passam por este processo apenas uma vez. Recebem este nome porque são escolhidos dentre aqueles que ficam mais próximos ao forno e com melhor queima, portanto, mais resistentes. Características técnicas: Maior resistência à absorção de água que os tijolos comuns. Superfície áspera antiderrapante. Boa resistência mecânica à compressão. Baixa resistência à abrasão. Comercializados em unidades ou milheiros. Características estéticas: Devido à baixa resistência à abrasão, logo adquire um aspecto rústico. Podem formar desenhos de acordo com a sua paginação. Nas próximas imagens vemos a paginação em linhas paralelas e a paginação em zigue-zague, também chamada de “espinha de peixe”. Também podem ser combinados a outros tipos de revestimento (revestimento cerâmico ou madeira, por exemplo). Como as peças são pequenas, cria-se uma “malha” visual bastante rica, devendo-se então tomar cuidado para não sobrecarregar de informações por cima deste piso com tapetes muito desenhados, por exemplo.
Parâmetros Estéticos com os quais se relacionam: • Simplicidade e Informalidade: são as características estéticas mais afinadas com este revestimento, devido ao seu aspecto de rusticidade. • Tradicional: em geral nos remetem a composições mais tradicionais, porém não significa que não sejam criativas. • Associamos o ambiente que usa este revestimento ao rústico, ao campestre, ao lazer. Porém, também poderá ser utilizado em ambientes com outros estilos mais sofisticados, criando contrastes interessantes entre linguagens estéticas.
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Onde usar: Indicados para pisos externos e internos (não utilizar tijolos comuns).
Cuidados: Assentamento sobre o contrapiso ou qualquer superfície que seja impermeabilizada. Observar cuidadosamente o nível final do piso acabado. Proteção: selador e/ou resinas 100% acrílicas de base solvente (três demãos). A resina deve ser reaplicada de dois em dois anos para manter a aparência inicial do piso. Providenciar rigorosa limpeza da superfície, retirando todos os resíduos, antes de aplicar qualquer tipo de resina ou cera.
2.3. CERÂMICA PARA PISOS E AZULEJOS O que é: É um tipo de revestimento constituído de uma base cerâmica porosa ou não (tardoz ou “biscoito”), tendo na outra face uma camada de esmalte (vidrado) decorado ou não. A história dos revestimentos cerâmicos tem sua origem perdida entre o oriente (China) e oriente médio (Turquia). Por muitos séculos o revestimento cerâmico foi sinônimo de produto luxuoso. Após a IIª Guerra Mundial a produção de cerâmica apresentou um desenvolvimento industrial considerável, com o advento das técnicas de produção. Assim a possibilidade de produzir em escala industrial baixou os preços e tornou as cerâmicas acessíveis a grande parte das habitações.
Na próxima página, à esquerda: cerâmica turca centenária com camada de esmalte ricamente decorada, aplicada em teto e paredes. À direita, cerâmica atual, com esmalte liso, revestindo o piso:
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Características técnicas: Em geral tem altíssima durabilidade e é fácil de limpar. Observar sempre as características técnicas/especificações das cerâmicas nos catálogos dos fabricantes ou nas caixas dos produtos. Essas especificações geralmente são representadas através de siglas para indicar os níveis de: - absorção de água; - resistência ao gelo; - resistência mecânica; - resistência à abrasão; - resistência ao escorregamento; - resistência ao risco; - resistência a manchas; - resistência ao ataque químico. Vejamos cada um desses itens: ABSORÇÃO DE ÁGUA: Determina a porosidade da base cerâmica. Quanto menor a quantidade de poros na base, menor é a absorção de água. Os grupos de absorção de água são classificados como segue: GRUPOS B Ia B Ib B IIa B IIb B III
ABSORÇÃO
TIPO DE CERÂMICA
De 0 a 0,5% De 0,5 a 3% De 3 a 6% De 6 a 10% Mais de 10%
Porcelanato Grés Semi-grés Semi-poroso Poroso
RESISTÊNCIA MECÂNICA Altíssima Muito alta Alta Média Baixa
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Quando a cerâmica absorve água e incha, fica com um aspecto de rachaduras, esse efeito indesejado é chamado de gretagem. Para que isso não ocorra, a absorção de água deve ser baixa nas piscinas, box de banheiro e pias de lavabos e cozinha (menos de 4%) = B Ia ou B Ib.
RESISTÊNCIA AO GELO: Está diretamente ligada à absorção de água (que vimos anteriormente), pois o gelo provoca danos ao produto, devido ao seu aumento de volume quando a água se solidifica no interior dos poros da cerâmica. Quanto menor a absorção de água, maior a resistência ao gelo. Se a cerâmica não for resistente ao gelo, pode ocorrer estouramento por congelamento. Por isso, essa resistência deve ser observada para piscinas, terraços, tanques, pisos e fachadas nas regiões muito frias, onde ocorre neve ou geadas fortes. Especificar absorção menor que 3% = B Ia ou B Ib.
RESISTÊNCIA MECÂNICA A absorção de água também influi diretamente na resistência mecânica. A resistência mecânica evita que a cerâmica quebre quando cargas muito pesadas forem colocadas sobre ela ou quendo houver muita vibração no solo. A resistência mecânica deve ser elevada nas garagens.
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RESISTÊNCIA À ABRASÃO OU ÍNDICE P.E.I. (PORCELAIN ENAMEL INSTITUTE) É a resistência da superfície esmaltada ao desgaste, causada pelo tráfego de pessoas, movimentação de objetos e veículos, etc... Atenção! Não confunda P.E.I. com a qualidade da cerâmica, pois este é apenas uma de suas características técnicas. O P.E.I. pode orientar a escolha do local onde o produto deverá ser usado. Quanto maior o P.E.I., maior a resistência do esmalte ao desgaste. Os grupos de resistência a abrasão são classificados como segue: CLASSE DE ABRASÃO RESISTÊNCIA À SUPERFICIAL ABRASÃO
USOS
P.E.I. 0
Desnecessária
Uso exclusivo em paredes.
P.E.I. 1
Baixa
Tráfego baixo de pessoas/objetos (banheiros e dormitórios sem portas para o exterior).
P.E.I. 2
Média baixa
Tráfego médio de pessoas/objetos (dependências residenciais, exceto cozinhas, escadas e entradas).
P.E.I. 3
Média alta
Tráfego médio-alto de pessoas/objetos (todas as dependências residenciais, inclusive terraço).
Alta
Tráfego alto de pessoas/objetos (dependências residenciais de tráfego intenso, locais públicos com tráfego moderado e áreas internas de uso comercial como, por exemplo: entradas de hotéis, lojas, show-room, etc...).
Altíssima
Tráfego altíssimo de pessoas/objetos (áreas públicas, internas e externas com alto tráfego como, por exemplo: shopping centers, aeroportos, etc...).
P.E.I. 4
P.E.I. 5
Lembre-se: locais com altíssimo tráfego de pessoas devem receber cerâmica com P.E.I. 5.
RESISTÊNCIA AO ESCORREGAMENTO Quanto maior o coeficiente de atrito da cerâmica, mais ela será resistente ao escorregamento. Locais como escadas, supermercados, passagens preferencias e áreas para terceira idade devem ter alto coeficiente de atrito, a fim de evitar ao máximo o escorregamento. O coeficiênte de atrito é medido nos pisos secos e molhados e o valor máximo é 1 (um), o que representaria um piso totalmente áspero e altamente resistente ao escorregamento = Classe 3.
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Um piso já é considerado antiderrapante quando seu coeficiente de atrito molhado é igual ou superior a 0,4 = Classe 1, 2 ou 3. Os grupos de coeficiente de atrito são classificados como segue: CLASSE
COEFICIENTE DE ATRITO
USO
Classe 1
Inferior a 0,4 Igual ou superior a 0,4 e menor que 0,75
Satisfatório para instalações normais. Recomendado para uso onde se requer resistência ao escorregamento. Recomendado para áreas extremas com aclive ou declive.
Classe 2 Classe 3
Igual ou superior a 0,75
As superfícies ásperas e/ou com relevo tendem a possuir alto coeficiente de atrito, enquanto que as superfícies lisas possuem coeficiente de atrito menor. Veja exemplos de cerâmicas com alta resistência ao escorregamento:
RESISTÊNCIA AO RISCO (ESCALA MOHS) A resistência ao risco é medida pelo grau de dureza do esmalte da cerâmica através da escala MOHS. Essa escala, usada para medir a dureza de diversos materiais, varia de 1 (equivalente ao talco) a 10 (equivalente ao diamante). É recomendado que a dureza MOHS seja, sempre que possível, igual ou maior que 4 ou 5 nas cerâmicas. Mas cuidado: de um modo geral, pisos que apresentam superfície brilhante são mais suscetíveis a riscos, mesmo que possuam P.E.I. 4 ou 5, portanto exigem maiores cuidados durante as fases da colocação, bem como no uso e manutenção. Atenção: A dureza MOHS da areia (quartzo) é igual a 7, o que quer dizer que a areia risca a maior parte das cerâmicas, devendo-se portanto proteger o piso após sua aplicação, principalmente na fase de obra. Nas praias, como a dureza MOHS da areia (quartzo) é 7, a cerâmica utilizada nos ambientes devem ter dureza MOHS superior. No caso de produtos de MOHS baixo, recomenda-se utilizar capachos ou similares na entrada dos ambientes, e os caminhos preferenciais podem ser protegidos por passadeiras e tapetes, que além do aspecto decorativo têm uma função protetora. RESISTÊNCIA A MANCHAS (LIMPABILIDADE) Essa resistência, como seu nome indica, determina a facilidade de limpeza da cerâmica. Está relacionada com a ausência de porosidade na superfície (no esmalte). São cinco as classes de limpabilidade: .
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CLASSE DE LIMPABILIDADE Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 Classe 5
CARACTERÍSTICAS Impossibilidade de remoção da mancha. Removível com produto de limpeza especial (ácido clorídrico ou acetona). Removível com produto de limpeza forte (água sanitária ou ácido muriático diluído). Removível com produto de limpeza fraco (detergentes convencionais). Máxima facilidade de remoção (água).
Limpabilidade deve ser observada nas cerâmicas de cozinhas e é obrigatória para hospitais.
RESISTÊNCIA AO ATAQUE QUÍMICO: É a capacidade que a superfície da peça cerâmica possui de não alterar sua aparência quando submetida a determinados produtos químicos padronizados como: suco de tomate, limão, laranja, vinagre e detergentes alcalinos. Resistência química é fundamental em pias de cozinha e laboratórios. São 3 as classes de resistência ao ataque químico: CLASSES DE RESISTÊNCIA AO ATAQUE DE PRODUTOS QUÍMICOS DOMÉSTICOS E DE PISCINA Resistência química elevada = GA* Resistência química média = GB* Resistência química baixa = GC* *Glazed (esmaltado em inglês) + A, B ou C
Características estéticas: Permitem grande versatilidade na decoração! Podemos classificar as cerâmicas esteticamente de acordo com:
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- Tamanhos = quanto menores as peças, mais rejuntes e mais linhas, criando uma “malha visual” que confere bastante informação ao ambiente. No sentido oposto, quanto maiores as peças, menos rejuntes e mais plana fica a superfície, ficando assim mais neutra em relação às linhas da paginação. - Estampas = lisas ou estampadas. Vão se enquadrar dentro de um dos 3 grandes grupos estilísticos (clássicas, modernas ou específicas). Além disso, podem ainda ter acabamento de: brilho, acetinado ou fosco. - Cores = existem todas as cores e tons possíveis disponíveis em cerâmicas. Depende da fábrica e da coleção. O assentamento das cerâmicas quadradas e retangulares pode ser feito com as peças paralelas em relação à arquitetura (como nas fotos abaixo), ou em diagonal. No assentamento em diagonal há maior dinamismo (ou peso visual), uma vez que as linhas do rejunte formam uma malhar diagonal (e as linhas em diagonal são mais dinâmicas e pesadas visualmente). Isto não é bom ou ruim por si só. Deve-se considerar sempre as características de todo o ambiente ao optar entre o assentamento paralelo ou diagonal. Por exemplo: se em um ambiente já há muita informação visual, deve-se procurar então assentar a cerâmica no sentido paralelo, para que o piso fique mais neutro. Na foto à esquerda, azulejos Eliane, em peças de tamanho menor e estampado. Na foto da direita, azulejos Portobello, em peças de tamanho maior e lisas:
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Parâmetros Estéticos com os quais se relacionam: Sofisticação e Formalidade: características das cerâmicas com acabamentos prateados ou dourados, brilhosas, lisas, bem polidas, estampas clássicas ou modernas bem elaboradas e acabadas. Simplicidade e Informalidade: enquadram-se assim as cerâmicas rústicas, e as lisas acetinadas ou foscas. Também podem se enquadrar aqui as temáticas (decoradas com peixes, talheres, etc) dependendo do tipo de acabamento (brilho ou fosco) e do material que as compõem. Tradicional: geralmente as cerâmicas com acabamentos de efeitos marmorizados, imitando granito ou outras pedras naturais são tradicionais. Também se enquadram aqui as cerâmicas com efeito de “pintadas a mão” estilo português ou outras étnicas ou temáticas. Vanguarda: as cerâmicas com efeitos especiais como ilusão de ótica em relevo, materiais de alta tecnologia, metalizados, e cortes diferenciados ainda não comuns.
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Abaixo, à esquerda, imagem da cerâmica da Solarium, de aspecto simples e informal. À direita, imagem das peças da Buschinelli, cujos relevos podem ser considerados vanguarda em cerâmica.
Onde usar: As cerâmicas são extremamente versáteis, podendo ser usadas em pisos, paredes, teto, móveis, objetos decorativos. Basta respeitar suas características técnicas. Cuidados: Extra ou tipo “A”: peças com melhor qualidade. Comercial: peças de boa qualidade. Observar informações da caixa, pois o tamanho nominal nem sempre corresponde ao tamanho real. Refugo: peças com grande variação tonal, dimensional, e pode haver outros defeitos. Recomenda-se comprar 10% a mais que a área a ser revestida, visto a necessidade de recortes, emendas e quebras. O que determina isto é o tipo de desenho ou direção que será assentada a cerâmica (paginação), além das características do espaço físico (se o ambiente tiver um formato irregular, com muitos recortes, exigirá mais peças cerâmicas cortadas, aumentando assim a possibilidade de quebras durante a execução, e desperdício). Usar argamassa colante industralizada de qualidade para fixação eficaz (há específicas para áreas especiais: saunas, piscinas, estufas, etc). O rejuntamento é necessário, pois funciona como impermeabilizante do substrato; como junta de dilatação, separando uma placa cerâmica da outra. Há rejuntamento de diversas cores no mercado. Há um tipo de rejuntamento para cada tipo de uso (interior, exterior, áreas molhadas). rejuntamento
argamassa
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2.4. PORCELANATO O que é: Revestimento cerâmico originário da Europa (Itália e Espanha). Começou a ganhar destaque no Brasil no começo da década de 90. É uma variação da cerâmica esmaltada para pisos e paredes, porém fabricado com tecnologia avançada, apresentando características técnicas bastante superiores. O porcelanato (ou grês porcelanato) é um produto resultante da chamada monoqueima grês (queima numa única etapa da base e esmalte, juntos) e da alta densidade estrutural da base. Nas figuras a seguir: porcelanato branco liso, aplicado em parede e piso; porcelanato cinza com leves ondulações aplicado no piso; mais abaixo, peça de porcelanato estampado da coleção Vivere, da Portinari.
Características técnicas: Sua resistência permite uma qualidade superior aos demais pisos cerâmicos e às pedras naturais. O porcelanato tem absorção de água muito pequena (0,05 %), não acumula sujeira, sendo de fácil limpeza. Produto da alta resistência mecânica e durabilidade. Elevada resistência química. Alta resistência ao choque térmico.
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Resiste a manchas e não perde o brilho, desde que seguidas as recomendações de utilização, assentamento e manutenção. Coeficiente de dilatação mínimo. Características estéticas: O porcelanato pode apresentar-se com acabamento polido, com aspecto espelhado, além do esmaltado e do natural. Muitas pessoas se enganam achando que porcelanato é necessariamente uma cerâmica lisa e brilhante! Não, porcelanato pode ser liso, ou com relevos, com ranhuras... Pode imitar o aspecto das pedras naturais, madeira e outros materiais. Um grande diferencial do porcelanato está no fato dele permitir juntas muito finas (2mm ou até “junta seca” – 0mm), criando um visual plano e contínuo, atribuindo bastante neutralidade ao ambiente. A seguir, porcelanatos imitando madeira (na imagem mais abaixo, linha Ecowood da Portobello):
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Parâmetros Estéticos com os quais se relacionam: Sofisticação e Formalidade: características associadas às peças grandes com acabamento em brilho, lisas bem polidas, estampas clássicas ou modernas bem elaboradas e acabadas. Simplicidade e Informalidade: enquadram-se assim as peças rústicas, e as lisas acetinadas ou foscas. Também podem se enquadrar as temáticas (decoradas com peixes, talheres, madeira, etc) dependendo do tipo de acabamento (brilho ou fosco). Tradicional: também há porcelanatos estampados com acabamentos de efeitos marmorizados, imitando granito ou outras pedras naturais. Vanguarda: os porcelanatos lisos de alto brilho, com rejuntamento menor possível nos remeterá a propostas mais vanguardistas.
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Na figura ao lado, linha inspirada nos tecidos em composê, da Decortiles. Abaixo à esquerda, trabalhada com estampa em relevos, linha Luxor, da Porto Ferreira. À direita, porcelanato liso de alto brilho.
Onde usar: Pode ser aplicado tanto como revestimento de piso como de paredes; em locais internos e externos. Também pode ser utilizado em bancadas. Por praticamente não absorver água, é recomendado para clínicas que têm a necessidade de constante limpeza e higienização.
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Cuidados: As peças claras podem manchar com líquidos coloridos (vinho, cremes, etc). As peças escuras refletem muito, portanto deve-se cuidar com o uso em locais onde mulheres transitam de saias! As peças polidas de alto brilho tornam-se extremamente escorregadias. Há peças antiderrapantes adequadas. O assentamento deve iniciar pela entrada principal, para que tenha peças inteiras e não recortadas.
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Unidade 3. PASTILHAS PARA REVESTIMENTO
3.1. PASTILHAS DE CERÂMICA O que são: São pequenas peças de revestimento constituídas por material cerâmico. Geralmente quadradas ou hexagonais, mas podem apresentar outros formatos.
Características técnicas: As pastilhas cerâmicas apresentam características próprias, como diferentes níveis de resistência à gretagem ou ao choque térmico, por exemplo. Sua escolha requer os mesmos cuidados de especificação de qualquer revestimento cerâmico (conforme Unidade 2, item 2.3). Possuem medidas individuais a partir de 2,5 x 2,5 cm e são unidas por papel ou pontos de cola de PVC, formando placas com aproximadamente 30 x 30 cm de superfície.
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Características estéticas: As pastilhas cerâmicas formam uma “malha visual” que deve ser considerada como informação importante na determinação do peso visual do ambiente. Ou seja, o quadriculado formado pelas pequenas peças gera bastante informação. Em relação aos aspectos estéticos, as pastilhas podem abranger uma grande variedade de elementos visuais:
Para estudo aprofundado sobre características estéticas em design de interiores recomendamos o Curso de Decoração de Interiores à Distância. Veja em: www.artesedesign.com.br
- Texturas: as texturas lisas são as mais comuns - pastilhas brilhosas, acetinadas ou foscas. Mas há texturas não lisas: rugosas, ásperas, apicoadas. Para esta categoria de não lisas podemos citar as pastilhas com acabamento propositalmente irregular na superfície, com efeito rústico (modelo abaixo, à esquerda: pastilhas Nina Martinelli). - Cores: todas as cores e seus tons são encontrados em pastilhas cerâmicas. Lembrando que pode-se utilizar o rejuntamento da mesma cor da pastilha, ou outra cor (geralmente uma cor neutra: bege, branco, cinza ou preto). Ao usar a mesma cor, obtém-se uma superfície mais homogênea e discreta (com menos informação). Ao contrastar com a cor do rejunte, destaca-se mais a “malha visual”. Isto não tem problema se o restante do ambiente não estiver muito pesado visualmente. Ainda sobre as cores, vale lembrar que elas são encontradas nos 3 tipos básicos de tons: saturados (cores vivas), luminosos (tons pastéis), rebaixados (tons acinzentados/ escurecidos). - Desenhos/estampas: há pastilhas decoradas, tanto com desenhos nivelados (planos), quanto com desenhos em relevo ou baixo relevo (modelo abaixo, à direita). Lembrar sempre que cada desenho reflete um estilo. - Formatos: os mais comuns são os quadrados e retangulares; depois há os hexagonais e também os de formas orgânicas.
Quanto aos parâmetros estéticos observamos: - Formalidade ou Informalidade – diretamente relacionado ao seu tom: quanto mais saturada, mais informal. E quanto mais rebaixado o tom, mais formal. - Sofisticado ou Simples – relaciona-se com o tipo de acabamento: texturas rústicas remetem à simplicidade. Texturas brilhosas, acetinadas e foscas são mais sofisticadas. - Tradicional ou Vanguarda – as pastilhas cerâmicas nos remetem mais ao tradicional, quanto mais rebaixado for o tom, e mais comum for o acabamento. O uso de mosaicos formados por pastilhas de diferentes tamanhos, ou com desenhos personalizados, pode criar um visual de vanguarda.
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Onde usar: As pastilhas são bastante versáteis: podem ser usadas em paredes, pisos, bancadas, no teto, em móveis e até na criação de objetos decorativos.
Cuidados: O uso de pastilhas em bancada pode deixar manchada a superfície, pois há o excesso de rejuntes e este pode absorver sujeiras se não for impermeabilizado. Existem rejuntes especiais para pastilhas cerâmicas.
3.2. PASTILHAS DE PORCELANA O que são: São pequenas peças de revestimento, geralmente quadradas ou hexagonais, mas podem ter outros formatos. São peças porcelanizadas e esmaltadas.
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Características técnicas: Espessura média = 7,0 mm. Dimensões médias = 5 x 5 cm ou 5 x 10 cm. Absorção de água = máximo de 0, 5%. Baixa resistência à abrasão, P.E.I. = 0 (zero). Razoável resistência química.
Características estéticas: Visualmente, as pastilhas de porcelana não se diferenciam muito das cerâmicas. Desta forma, podem-se ter as mesmas considerações para este produto, que para as pastilhas cerâmicas citadas no item 3.1. Onde usar: Não devem ser utilizadas no revestimento de pisos, visto que riscam com mais facilidade. Utilização em revestimentos de paredes e piscinas. Cuidados: Apresentam diferentes tonalidades de cor em um mesmo lote.
3.3. PASTILHAS DE VIDRO O que são: São pequenas peças de revestimento constituídas por vidro e areia. Geralmente quadradas, retangulares (modelo abaixo, à esquerda, da marca Gyotoku) ou hexagonais. Mas há empresas que investem em formatos mais irregulares.
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Características técnicas: São resistentes a produtos químicos, como ácidos e substâncias alcalinas. Não retém sujeira. Baixa absorção de água = 0,05%. Boa resistência ao choque térmico. Alta resistência ao gelo. Alto isolamento térmico. Escala MOHS = 4,0 (resistência ao risco / semelhante à maioria das cerâmicas). Vida útil indefinida.
Características estéticas: Apresentam diversas cores e tonalidades. Também podem ser decoradas com desenhos figurativos ou abstratos, e nas placas podem ser adicionadas pastilhas de outros materiais, criando um contraste muito criativo. Ao lado, modelo da empresa Ateliê do Vidro:
Alguns modelos apresentam irregularidades propositais em suas superfícies. Aliás, este é o grande diferencial entre as pastilhas. - Há pastilhas que possuem as bordas irregulares e a superfície aparente também levemente irregular, porém a coloração é transparente e límpida – proporciona um aspecto mais informal e simples. - Há pastilhas que possuem as bordas regulares lisas, superfície lisa, porém sua massa vítrea possui característica de ser fosca e não translúcida – proporciona um aspecto estético mais informal e simples também. A figura ao lado apresenta placa de pastilhas de vidro com superfície levemente irrregular, bordas regulares e massa vítrea fosca:
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- Um terceiro grupo apresenta as pastilhas com bordas regulares, lisas, superfície lisa e brilhante, com massa vítrea bastante transparente – esteticamente são as mais sofisticadas, neutras, e podem ser consideradas até mais formais. As pastilhas de vidro podem ser encomendadas em diversas composições em relação à sua cor e podem formar desenhos. O cliente pode encomendar placas mescladas de diferentes cores e tons, ou ainda criar seu próprio desenho usando as cores e tons disponíveis. Alguns desenhos bastante elaborados podem também ser compostos pelas pastilhas. Nesse caso elas vêm em placas numeradas para facilitar a instalação. Onde usar: Existe especificação diferenciada para uso em piso ou parede; observe as especificações da caixa/catálogo. Podem também ser usadas no teto, em móveis, bancadas ou objetos. Painéis formando imagens surpreendentes, compostos por pastilhas de vidro da empresa espanhola Glassdecor:
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Cuidados: As pastilhas com bordas irregulares requerem mais cautela com o seu uso, pois podem se tornar cortantes quando colocadas no piso. Outro aspecto a se considerar é o excesso de rejunte que é exigido, expondo a superfície a manchas.
3.4. PASTILHAS DE MATERIAIS DIVERSOS: mármore, granito, madeira e outros O que são: Pastilhas de materiais diversos, com objetivo de criar-se um mosaico, ou mesmo placas uniformes do material. Podemos citar vários materiais com os quais podem ser feitas pastilhas, e apresentadas em placas para instalação, podendo ainda ser mescladas entre si: - Mármore - Granito - Pedras comuns (principalmente seixos rolados) - Madeira - Madre Pérola - Porcelanato - Lascas de sementes diversas (como babaçu, por exemplo) - Casca de côco - Aço inoxidável - Cerâmica Fotoluminescente
Características técnicas: As características técnicas de cada material devem ser avaliadas de acordo com a resistência natural do mesmo, sendo vários deles abordados neste curso em itens específicos. Por exemplo, para saber a resistência e aplicabilidade de uma pastilha feita de mármore, volte ao item do curso onde é abordado o material “mármore” e estude suas características. Alguns materiais especiais requerem mais atenção: madre pérola, madeira e lascas de sementes só podem ser usadas em paredes. As pastilhas de cerâmica fotoluminescente são materiais que armazenam a luz natural ou artificial que incide sobre o mesmo, liberando esta luz quando o ambiente fica escuro. Desta forma, obtém-se o fascinante efeito luminoso da superfície onde o produto está aplicado.
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Características estéticas: Pastilhas de mármore e granito - tendem a ser mais sofisticadas e formais. Isto dependerá também do acabamento da superfície: quanto mais rústico, mais informal; quanto mais polido e brilhoso, mais formal e sofisticado. Pastilhas de pedras comuns - têm aspecto mais informal e dinâmico, principalmente quando são de diferentes tamanhos, cores e tons.
Pastilhas de madeira - remetem ao rústico. Mas dependendo da textura poderão ser mais sofisticadas ou simples. Há pastilhas elaboradas com madeira de reflorestamento, que trazem o conceito de sustentabilidade, com excelente estética.
Pastilhas de madre pérola – remetem ao sofisticado. Além disso, sua aparência com nuances coloridas iridiscente traz mais informação, devendo então não ser usada em locais onde já há muita informação visual.
Pastilhas de porcelanato – o nível de formalidade ou sofisticação do produto estará diretamente ligado ao acabamento de borda, de superfície e à cor. Pastilhas de lascas de sementes diversas – têm um aspecto rústico, informal e com a atual idéia de sustentabilidade. Geralmente são produtos que geram bastante informação visual.
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Pastilhas de casca de côco – têm aspecto rústico e também trazem a mensagem de sustentabilidade. Geram bastante informação visual, quanto mais irregular for a superfície da pastilha.
Pastilhas de aço inoxidável – podem ser obtidas em tamanhos maiores (20 x 20 cm, por exemplo). Em relação ao aspecto estético, nos remetem à modernidade, podendo, dependendo da composição como um todo, fazer o ambiente parecer futurista. As pastilhas de aço inox podem ter acabamento de alto brilho, polido, escovado ou até com relevo:
Pastilhas de cerâmica fotoluminescente – quando ficam iluminadas no escuro adquirem um aspecto high tech, futurista, como podemos observar abaixo, nas imagens da banheira revestida com pastilhas da empresa Lucedentro (www.lucedentro.com). Merecem estar em destaque, sem muita informação no entorno.
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Unidade 4. REVESTIMENTOS CIMENTÍCIOS
4.1. LADRILHO HIDRÁULICO O que é: É um tipo de revestimento cimentício de espessura maior que 15mm. Sua fabricação é artesanal e parte de uma forma de ferro onde são colocados os moldes dos desenhos a serem reproduzidos. Dentro destes moldes é despejada uma mistura composta por pó de mármore, cimento branco e óxido de ferro, sendo que é este último quem determina as cores da peça. Recebeu o nome de ladrilho hidráulico pelo fato de ser apenas imerso em água na etapa final de sua fabricação, dispensando o processo da queima, utilizado nos materiais cerâmicos comuns. Veja parte do processo de produção de um ladrilho hidráulico da Fábrica de Mosaicos (fonte: www.fabricademosaicos.com.br)
Características técnicas: Tamanhos mais comuns: 20x20cm ou 15x15cm. Existem peças de formato menor, e de formato retangular para permitir diversas composições de desenhos na paginação. Sendo bem confeccionados e assentados terão validade indeterminada.
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Características estéticas: O ladrilho hidráulico sempre tem um aspecto de rusticidade proporcionada pelo próprio cimento. Geralmente são oferecidos em desenhos em diagonal, florais e geométricos. Alguns ladrilhos hidráulicos são produzidos sob encomenda. O aspecto mais clássico ou moderno dependerá do tipo de desenho. Este material tem aspecto mais tradicional, porém seu uso em conjunto com outros materiais inovadores e modernos poderá resultar em composições absolutamente modernas! Na imagem abaixo, à esquerda, a composição com peças variadas não é nada tradicional. Na imagem à direita, a escolha da bancada e cuba de linhas retas, proporcionou ao lavabo um aspecto moderno, mesmo com o uso de ladrilhos no piso.
Versátil, o ladrilho hidráulico se adapta aos mais diversos estilos, conservando em pesados blocos uma suavidade que remete aos tempos coloniais, quando a mão-de-obra para a confecção de revestimentos era essencialmente artesanal. Podem ser aplicados junto a outros materiais – granito, cimento queimado, madeira (como na imagem ao lado) - em diversificadas composições de paginação.
Para estudo aprofundado sobre características estéticas em design de interiores recomendamos o Curso de Decoração de Interiores à Distância. Veja em: www.artesedesign.com.br
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Onde usar: Podem revestir pisos e paredes, além disso, podem ser usados como detalhe decorativo de móveis (mesas, painéis, bancadas). Mesclando-se diferentes padronagens, pode-se criar um mosaico visualmente muito rico! Porém, sempre prestando atenção ao entorno, para que não fique muito carregado visualmente e venha a desvalorizar o trabalho.
Nas imagens: ladrilho hidráulico aplicado em mesa de centro; ladrilho hidráulico revestindo parede; e antigo piso de ladrilho do Museu da Imagem e do Som de Campinas (foto: Manéco Silva - www.imagemart.com.br):
Cuidados: Fixação por profissional competente, especialmente em paredes, devido ao seu peso. Precisam receber um acabamento de selador ou impermeabilizante após aplicação, para que não ocorram manchas quando usados.
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4.2. CIMENTO QUEIMADO O que é: Revestimento cimentício preparado em obra. Após a execução convencional do contra-piso, procede-se desempenando-se a superfície com uma mistura composta por cimento em pó, pó de mármore, aditivos e água. A expressão “queimar” significa “alisar/desempenar”. Atualmente existem empresas que já comercializam a mistura pronta para cimento queimado. Mas ele pode ser também feito na obra (como na sequência de imagens a seguir):
Características técnicas: É uma solução econômica e rápida para revestimento de pisos. Apresenta alta resistência mecânica, porém deve ser uma das últimas etapas da obra a ser realizada. O cimento queimado é lavável facilmente com água. Uma variação do cimento queimado tradicional é o “cimento polimérico”, que se diferencia na sua composição a fim de atender a projetos que exigem mais resistência mecânica do piso. Este geralmente é oferecido numa cartela menor de cores, prevalecendo as cores neutras. Características estéticas: O cimento queimado geralmente apresentará algumas pequenas fissuras da espessura de fios de cabelo, o que lhe confere ainda mais naturalidade e rusticidade. Estas características são vistas na imagem abaixo (o cimento queimado foi aplicado somente na parede atrás da bancada da pia, criando uma delimitação visual).
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Optando-se por usar a junta plástica de dilatação, deve-se decidir também em qual sentido serão dispostas: se em diagonal ou paralelamente em relação às paredes. Em diagonal há maior dinamismo na composição, e em paralelo maior neutralidade. No ambiente ao lado as juntas de dilatação foram colocadas paralelas às paredes:
Os produtos prontos apresentam uma grande gama de cores: branco, preto, vermelho, verde, violeta, marrom, etc. Pode ser aplicado associado a outros tipos de revestimentos: madeira, cerâmicas, porcelanato, pastilhas, ladrilhos hidráulicos, mármores, granitos, pedras decorativas, etc...
Abaixo, cimento queimado “estampado”, da Transparent House:
Onde usar: Piso, paredes e em detalhes decorativos em móveis. Aplicação residencial ou comercial.
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Cuidados: Pode gerar problemas com reparos e reformas, pela dificuldade de atingir cor e tonalidade originais. Podem ocorrer craquelamentos e manchas com o uso do piso, no decorrer do tempo. Necessita contrapiso bem nivelado e ligeiramente rugoso. Fazer ensaio de coloração e tonalidade para ver se o resultado final atinge a cor desejada. Deve receber proteção final de resina acrílica para revestimentos cimentícios (promove impermeabilização do piso, maior resistência e maior vida útil) ou cera para pisos cimentícios. É recomendável utilização de “juntas de dilatação” a cada área de 1,50 x 1,50 m para evitar trincas no piso. Estas juntas podem ser especiais para este fim (de borracha, comercializadas em metro, com largura de 3 ou 4 mm), ou podem ser usados outros materiais concomitantes formando paginação, assim substituindo a junta plástica.
4.3. BLOCOS DE CONCRETO PARA PISOS O que são: São revestimentos compostos por blocos, constituídos por concreto (não-armado). Considerado um “piso ecológico” porque dispensa argamassa de rejuntamento, e assim não impermeabiliza a camada superficial do solo, permitindo a drenagem das chuvas.
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Características técnicas: Espessuras variam a partir de 4 cm. Podem ter bordas bisotadas, para facilitar o escoamento de água e para segurança. Altíssima resistência à compressão (a partir de 25 MPA ou 250 Kgf / cm²). Resistentes ao ataque de derivados de petróleo. Elevada vida útil. Permite reparos rápidos e de boa qualidade. Dispensa contrapisos. Assentamento sobre areia, brita ou argamassa (respeitando-se as espessuras de camadas para cada tipo de solo). Pisos intertravados: seu formato permite que se encaixem de maneira a não deslizarem.
Características estéticas: Diversos tamanhos e formas. Podem ser coloridos. Tradicionalmente são produtos brutos e rústicos. Contudo, há exceções, como as peças com acabamento mais definido e formas inovadoras, criadas por Renata Rubim para a empresa Solarium (página seguinte):
Há opções de blocos em concreto estampado: sistema de impressão que acrescenta desenhos e estampas ao concreto, imitando outros materiais como pedras decorativas ou cerâmicas rústicas, como nos exemplos a seguir:
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Há opção em formatos vazados para crescimento de grama no interior, permitindo criativas composições em jardins:
Onde usar: Amplamente utilizados em calçadas, terraços, jardins, entradas residenciais, bordas de piscinas e garagens, dentre outros ambientes.
Cuidados: Dispensam mão-de-obra especializada para seu assentamento.
4.4. PLACAS CIMENTÍCIAS O que são: Placas compostas basicamente por cimento, além de outros componentes aglomerantes e pigmentos para dar colorido. Na imagem mais à direita, placa cimentícia com relevo, da Castelatto.
Características técnicas: O uso em paredes ou piso, uso interno e externo, é determinado pelas características físicas e mecânicas da peça, que variam conforme cada fornecedor. Portanto é necessário consulta antes da escolha e compra do material.
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Comercializado em peças prontas: placas ou réguas. Há produtos antiderrapantes. Há produtos especialmente produzidos para áreas de piscina por terem característica atérmica (não esquentam, não absorvem calor). Algumas empresas comercializam uma linha de placas “drenantes” – piso com porosidade que mantém a infiltração da água, aplicado diretamente sobre o chão, evitando poças e áreas de alagamento. Mantém a área permeável. Características estéticas: Os revestimentos cimentícios podem simular alguns materiais, tais como assoalho de madeira e madeira de demolição, e também podem ter o aspecto mais natural do cimento, como um cimento queimado (porém fornecido em placas). Nas imagens seguintes, em formato de réguas, imitando madeira, piso da Castelatto e da Solarium:
Em geral, o aspecto dos pisos cimentíceos nos remete ao rústico e tradicional. A estética do produto estará relacionada ao tipo de acabamento do mesmo. Por exemplo, réguas que imitam madeira de demolição vão conferir um aspecto rústico, assim como as placas que simulam cimento queimado. Há peças teladas e pigmentadas, formando mosaicos de cimento que resultam em belos desenhos e efeitos em relevo. Onde usar: Uso interno e externo. Adequado para paredes e pisos, decks, piscinas. Sempre observando a especificação técnica para cada produto.
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Cuidados: Necessitam de aplicação de produtos específicos para pisos cimentícios (hidrofugantes, ceras, etc) para proteção, evitando manchas.
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Unidade 5. METAIS
5.1. AÇO COMUM O que é: Liga metálica (combinação de dois ou mais metais) composta por diversos minerais: cobre, manganês, vanádio, nióbio, fósforo, cromo, níquel, ferro e carbono. Sua composição de carbono dá ao aço maior resistência e maior aplicabilidade em várias áreas. É popularmente chamado de “ferro”. Características técnicas: Alta resistência mecânica. Apresenta-se, beneficiado, sob a forma de: Chapas (m²): lisas, com ou sem furos, em diversos formatos e espessuras (imagem abaixo, à esquerda); Perfis (barras / ml ou Kg) - em diversos formatos, tamanhos e bitolas (imagem à direita): - Cilíndrico - maciço ou vazado; - “L” ou cantoneira - reta ou “chata”; - “T” - reto ou “chato”; - “U” - reto ou “chato”; - “Z” - reto ou “chato”; - Quadrado - maciço ou vazado; - Retangular - maciço ou vazado.
O aço pode passar pela galvanoplastia. Galvanoplastia é o conjunto de processos eletrolíticos que permitem depositar sobre um objeto metálico, uma camada de outro metal com função estética ou protetora (contra corrosão). Veja o exemplo de galvanoplastia nas peças a seguir:
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Características estéticas: Pode receber diversos acabamentos de superfície: cromagem, latonagem, douramento, niquelagem, banho de cobre, ou pintura (eletrostática, epóxi, automotiva, com esmalte, com tinta a óleo, etc...). Abaixo, chapas de aço coloridas, da CSN Steelcolors; à direita, cadeira Deliciosa em aço pintado, criada por Fernando Jaeger:
Quanto ao tipo de pintura, o efeito estético vai variar conforme a cor e o tom escolhido e ao desenho criado com o ferro (aço comum). Veja a mesa Baralho, criada por Maurício Arruda, as “cartas” são na verdade placas de aço pintadas:
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A cromagem (ao lado) e a niquelagem conferem aspecto prateado com brilho ao aço, ficando sofisticado e moderno, como na cadeira Miss Lacy, criada pelo designer Philippe Starck:
A latonagem dá ao aço comum aspecto mais amarelado, semelhantemente ao douramento. Por remeter ao ouro, a estética fica sofisticada e tradicional, e normalmente relacionada ao móvel clássico. O banho de cobre deixa o aço com aspecto vermelho-alaranjado. Remete-nos ao tradicional e ao clássico. Em todos estes acabamentos com outros metais (cromo, níquel, latão e cobre), pode ser dado o efeito de “envelhecimento” à superfície, deixando o metal manchado, escurecido em certas partes, a fim de parecer antigo. As chapas de aço podem ser usadas para criar peças inovadoras. Há uma variedade impressionante de tipos de chapas em relação aos desenhos vazados. A surpreendente poltrona Veryround (abaixo, à direita), criada por Louise Campbell é criada a partir de recortes vazados em placas de aço. Quando assim utilizadas, nos remetem a ambientes mais futuristas e/ou inovadores.
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O aço usado para móveis pode ser trabalhado em qualquer estilo. Por exemplo, uma cama de ferro pode ter design clássico cheio de arabescos e elementos ornamentais típicos, ou um design super moderno, em linhas retas futuristas. O aço permite trabalhos variados e criativos. Projete e execute! Veja alguns exemplos: cama de aço com banho de platina, da empresa Valente. À direita, poltrona com pés de aço, da Rochebobois.
Quando usado em móveis e objetos, o ferro pode ser associado com outros materiais e adquirir todas as linguagens estéticas. Por exemplo, mesas de estrutura de ferro cromado, com tampo de madeira de demolição: o contraste do ferro com a madeira bruta, por exemplo, pode criar um design inovador, vanguardista. O liso e brilhoso do ferro x o rústico da madeira... As serralherias artísticas trabalham com a execução de móveis, escadas, esculturas e painéis decorativos de ferro. As boas serralherias farão móveis de ferro onde as emendas entre as peças fiquem imperceptíveis (atenção a isto!!). Porém deve-se sempre levar em consideração que o aço torna o ambiente mais frio (psicologicamente e tatilmente), portanto, isso precisa ser compensado com cores em outras superfícies, ou materiais que remetam ao calor (carpetes e tapetes, tecidos, madeiras). Para estudo aprofundado sobre características estéticas em design de interiores recomendamos o Curso de Decoração de Interiores à Distância. Veja em: www.artesedesign.com.br
Onde usar: Há multiplos usos! Portas, portões, painéis, janelas, móveis, luminárias, castiçais, suportes de prateleiras, pés de mesas, patas de sofás, puxadores, elementos decorativos diversos, escadas (como a da próxima foto), corrimãos, mezaninos, etc...
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Como chapas, podem revestir paredes, cabeceiras de cama, teto, chão. E ainda serem criados móveis. Como perfis também podem ornamentar paredes e tetos, fazer móveis e objetos.
Cuidados: O aço comum para ser moldado necessita ser aquecido (ferro forjado) isso implica em aumento do custo. Os demais podem ser curvados “a frio”.
5.2. AÇO INOXIDÁVEL O que é: Composto de liga metálica de aço, com elevada quantidade de cromo (aproximadamente 12%). Além do cromo, a adição a esta liga metálica do produto molibdênio aumenta ainda mais a resistência do produto.
Características técnicas: É oferecido beneficiado de várias formas: Chapas (m²): lisas, com ou sem furos, em diversos formatos e espessuras; as chapas podem ser polidas ou escovadas. Perfis (barras / ml ou Kg) - em diversos formatos, tamanhos e bitolas:
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- Cilíndrico - maciço ou vazado; - “L” ou cantoneira - reta ou “chata”; - “T” - reto ou “chato”; - “U” - reto ou “chato”; - “Z” - reto ou “chato”; - Quadrado - maciço ou vazado; - Retangular - maciço ou vazado. Suporta altas e baixas temperaturas, por isso pode ser colocado em cantoneiras de lareira, por exemplo. Alta resistência mecânica. Baixa resistência ao risco. Não sofre oxidação, devido à camada de cromo que o reveste, porém teme materiais abrasivos. Características estéticas: O aço inox pode ser usado na decoração, de inúmeras formas. Desde a produção de objetos decorativos, até o uso de chapas e perfis, revestindo paredes, móveis e criando-se mobiliário utilitário com design super inovador. Veja este ofurô de aço inox:
Uma variação muito interessante é o aço inox colorido: processo eletroquímico industrial de deposição de óxidos em camadas sobre a chapa de aço. Apresenta múltiplas possibilidades de cores, das quais vemos duas ao lado:
O aço inox nos remete a uma linguagem moderna, podendo até ter características futuristas, principalmente quando associada com iluminação de tecnologia de ponta.
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O aço inox não deve ser pintado (exceto no sistema industrial acima citado, onde não há pintura e sim pigmentação da massa). Deve ser usado ao natural, mas pode receber tratamento de superfície como: - Polimento de alto brilho – quase como um espelho, bem refletivo, liso. Remete-nos ao moderno, futurista e bastante sofisticado. A superfície fica marcada pelo contato com as mãos. - Polimento fosco – liso, porém sem o brilho refletivo. Excelente solução para áreas onde as pessoas encostam muito (encontramos muito em elevadores!). Sofisticado. - Escovado – pode ser escovado num só sentido, ou em movimentos circulares e movimentos irregulares, criando desenhos abstratos. Isto confere mais informação e dinamismo à superfície.
O aço inox também é oferecido em chapas perfuradas, com desenhos variados. É importante prestar atenção na linguagem estética de cada desenho da chapa, pois pode remeter a desenhos clássicos, abstratos ou formas geométricas modernas.
Onde usar: Portas, portões, janelas, móveis, luminárias, suportes de prateleiras, papeleiras, pés de mesas, puxadores, bancadas de cozinhas, elementos decorativos diversos, dentre outros tantos. Recomendado para locais onde há alta salinidade. Nas próximas imagens: porta com destaque para o grande puxador em inox; cabine de banho Pretty Jet; mesa com detalhe e pés em aço inox, da Érca.
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Cuidados: A superfície polida fica marcada pelo contato com as mãos. Cuidar então com o local de uso para não exigir limpeza constante. Custo maior que o do aço comum devido à dificuldade do manuseio (mão de obra especializada) e preço da matéria-prima.
5.3. AÇO CORTEN O que é: Aço patinável, que contem produtos que melhoram suas qualidades anticorrosivas devido à camada de óxido que se forma em sua superfície e que protege contra os agentes corrosivos do ambiente. Sua cor é alaranjada, como vemos na imensa escultura do artista Richard Serra:
Características técnicas: Fornecido em chapas. Possui resistência mecânica muito maior que o aço comum. Alta resistência à corrosão atmosférica. Dispensa pintura.
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Características estéticas: O diferencial estético deste tipo de aço é justamente a camada de pátina que se forma na superfície, ficando áspera, alaranjada, de aspecto bastante rústico, porém absolutamente moderno. Na decoração, irá conferir um aspecto bastante vanguardista!
As chapas podem ser cortadas impecavelmente, gerando desenhos vazados criativos, figurativos ou abstratos. Veja um exemplo de painés de aço corten vazados nas laterias da entrada ao lado.
Onde usar: Para uso interno e externo. Estrutura de escadas, móveis e objetos decorativos. Como painéis esculturais “recortados”, formando desenhos variados. O aço corten foi usado em grande quantidade na decoração do Hotel Teatro, na cidade do Porto (Portugal). Na página seguinte, à esquerda, um dos espaços de hall, onde bancada e parede são revestidas de aço corten. À direita, suíte de hóspedes com uma grande placa de aço corten partindo do teto e descendo até os criados-mudos.
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Cuidados: A superfície patinada não é para ser removida. Esta característica é a que lhe confere resistência maior. Portanto, é importante que a pessoa conheça e toque numa superfície de aço corten para ver se suas características realmente lhe agradam.
5.4. ALUMÍNIO O que é: Metal abundante na natureza, que pode ser beneficiado para uso na indústria, no design, na decoração. Quando fundido, pode formar ligas metálicas mais resistentes, conservando ainda as características positivas do alumínio.
Características técnicas: Praticamente não sofre oxidação. Resistência mecânica menor que a do aço. Material de baixo peso. Custo menor que o do aço inox. Apresenta-se beneficiado, sob a forma de chapas e perfis em diferentes tamanhos, espessuras e bitolas (comercialização semelhante a do aço comum). As chapas podem ser lisas ou texturadas (veja ao lado):
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Características estéticas: O alumínio é prateado, o que remete a uma linguagem mais moderna, como vemos na cadeira de balanço criada pela designer Gareth Neal:
O alumínio pode passar pela anodização: processo que lhe imprime cores diferentes (preto, bronze, etc), conferindo maior resistência às intempéries.
O alumínio também pode receber pintura eletrostática: cobre o material com uma camada de tinta por agregação elétrica, em inúmeras opções de cores. O alumínio aceita pintura comum, desde que aplicada sobre fundo-base para pintura de metais. Onde usar: Suas chapas perfuradas ou com relevos podem ser usadas de forma muito criativa revestindo paredes, piso e teto, conferindo um aspecto futurista, principalmente quando instalado com efeitos de luz. Podem ser usados em móveis, luminárias, portas, portões, janelas, esquadrias em geral, suportes de prateleiras, pés de mesas, puxadores, elementos decorativos diversos, etc... Ao lado imagem de um quadro decorativo com recortes de alumínio. Na próxima página, banco e mesa de estrutura de alumínio, criados pelo designer Sérgio Fahrer.
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Cuidados: Teme substâncias alcalinas: cimento, cal e derivados como as argamassas. Em situações de construção e reforma, as peças de alumínio devem ser protegidas por plásticos ou películas aderentes.
5.5. LATÃO O que é: É uma liga metálica formada por zinco e cobre.
Características técnicas: O latão é um material duro e maleável ao mesmo tempo, tendo um campo de aplicação bastante vasto. Encontra-se para vender em forma de bobina, chapas, cantoneiras, tubos, arames, barra chata e barras redondas, quadradas e sextavadas. Ou apenas como recobrimento de peças de ferro. É mais pesado que o ferro. Características estéticas: De coloração amarelada. Pode ser tratado com efeito envelhecido. Sua coloração amarela lembra o ouro, indicando assim sofisticação e nobreza. Também nos remete a projetos mais tradicionais.
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Onde usar: Muito utilizado para confecção de móveis e detalhes de acabamento. Em dobradiças, fechos, fechaduras, puxadores, metais sanitários, torneiras, chuveiros, registros, papeleiras, porta-toalhas, etc... Banco Oito e banco Diamante, feitos em latão, criados pelo designer Fernando Akasaka.
Cuidados: O latão é muito utilizado como revestimento de perfis de aço comum. Portanto, o cuidado maior deve-se na limpeza destas peças, evitando usar produtos abrasivos que possam retirar a camada de latão e danificar a beleza da peça.
5.6. COBRE O que é: O cobre é um elemento químico de símbolo Cu (do latim cuprum). À temperatura ambiente, o cobre encontra-se no estado sólido. Classificado como metal de transição, é um dos metais mais importantes industrialmente. É um material dúctil, maleável e bom condutor de eletricidade.
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O cobre é utilizado atualmente para a produção de materiais condutores de eletricidade (fios e cabos) e em ligas metálicas como latão e bronze. Características técnicas: Comercializado em chapas (m² ou kg), barras e fios (bobinas). Material bastante maleável. Boa resistência à corrosão. Razoável resistência mecânica.
Características estéticas: O cobre confere um aspecto estético sofisticado quando polido. De cor levemente avermelhada, pode tornar-se esverdeada (figura abaixo, à direita) através de um processo natural chamado “pátina” - formada por um carbonato básico, que protege o metal, quando exposto ao oxigênio.
Onde usar: Design de interiores - O cobre é utilizado com freqüência em revestimentos de interiores, tetos, paredes. Na imagem ao lado, vemos um banheiro cujas paredes e teto foram revestidos com placas de cobre extremamente patinado, chegando a uma coloração esverdeada intensa (projeto da N.Didini).
Design - O cobre é usado com singular propriedade no design de peças ornamentais, equipamentos e utensílios domésticos, bem como em esculturas. Sua durabilidade, coloração e formas contribuem para a valorização do ambiente.
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Revestimento de coberturas – usado em coberturas planas, inclinadas, curvas, cúpulas e domos. Revestimentos de fachadas – valoriza a arquitetura das fachadas dos edifícios pela textura, coloração e adaptação às mais variadas formas adotadas. Calhas e condutores de águas pluviais - as calhas e condutores de águas pluviais das coberturas de edifícios devem ter grande duração e resistência à corrosão. Por isso o cobre é uma opção correta, com bom resultado técnico-estético. As possibilidades de desenho das calhas são inúmeras, permitindo uma integração harmoniosa com as edificações, adaptando-se a qualquer arquitetura. Cuidados: Normalmente, não necessita de acabamento final. O cuidado deve-se somente no sistema de limpeza, para que, quando bem polido, não venha a apresentar riscos.
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Unidade 6. TINTAS, VERNIZES e PRODUTOS AUXILIARES
6.1. TINTA ACRÍLICA O que é: Tinta composta por emulsão acrílica à base de água.
Características técnicas: Permite a remoção da sujeira depositada em sua superfície (de modo mais fácil do que a tinta látex – PVA). É mais resistente que a tinta látex – PVA. Nesta categoria, enquadram-se também as tintas emborrachadas: impermeabilizantes e elásticas, que acompanham a dilatação e retração da argamassa, cobrem pequenas fissuras de até 2mm de profundidade causadas por retração da argamassa. Na linguagem específica referente ao volume, usa-se a terminologia padrão: Lata (lt) = 18 litros Galão (gl) = 3,6 litros Quarto de galão (ou apenas “um quarto) = 0,9 litro Há ainda outras possibilidades de recipientes e volumes conforme diversificação das empresas. As tintas PVA (Polimerização de Acetato de Vinila) também são à base d’água, e se diferenciam das acrílicas porque só devem ser usadas em ambientes internos, superfícies de alvenaria sem qualquer tipo de umidade, e não permitem muita limpeza. Ou sejam, são tintas mais econômicas devido à sua composição, mas para um uso específico onde não se exige muita durabilidade e resistência.
Características estéticas: Cores e tonalidades: possuem cores originais (“de fábrica”), ou decorrentes de combinações e misturas (sistemas tintométricos). Se observarmos bem um catálogo de tintas (imagem da próxima página), veremos que as matizes oferecidas são aquelas do círculo das cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta. E ainda as cores: preto, branco, marrom e cinza. As demais variações são apenas TONS destas cores. O especificador deve se concentrar em qual cor deseja, e em seguida pensar qual TOM (se saturado, luminoso ou acinzentado) é o apropriado para criar o efeito estético desejado.
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As indústrias de tintas hoje proporcionam diversos efeitos decorativos com as tintas e um sistema especial de aplicação das mesmas, simulando texturas e materiais diversos. Alguns exemplos: - pátina; - madeira; - mármore; - bambu; - concreto; - metais; - tecidos (jeans, seda, camurça, algodão...); - tintas magnetizadas para adesão de ímãs...
O aspecto estético está diretamente ligado ao efeito realizado: quanto mais texturizado, mais rústico. Quanto mais brilhoso, mais sofisticado. Quanto mais irregular a textura, mais informal. As cores interferem diretamente no efeito de formalidade ou informalidade, e também no quanto será mais sofisticado ou simples o efeito final. As tintas acrílicas lisas (as que não imitam texturas) são oferecidas em opção de brilho, semi-brilho (ou acetinado) ou fosca. Onde usar: Pintura de superfícies internas e externas. Reveste reboco, massa corrida, fibrocimento, concreto, gesso, pisos cimentícios, tijolos, etc... Cada qual com sua especificação de fábrica. Cuidados: Ressalta as imperfeições da superfície pintada, quanto maior for o brilho da tinta. Tintas com a especificação “para fachadas” têm maior elasticidade e durabilidade.
Produtos auxiliares: Líquido selador: de base vinílica ou acrílica, possui grande poder selante, ótima aderência aos mais diferentes substratos. Indicado para uniformizar a absorção e selar paredes de reboco de areia grossa ou média, massa corrida e blocos de concreto, em ambientes internos e externos, pintados pela primeira vez. Produto incolor.
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Fundo preparador: de base acrílica, indicado para reforçar, uniformizar e selar a absorção em paredes internas e externas. Em paredes pulverulentas (gesso, reboco fraco, “descascamento”), possui alto poder de penetração atuando como fixador e agregador de partículas soltas, proporcionando uma melhor aderência do acabamento/tinta (pode ser aplicado antes da cura total do substrato). Produto incolor.
Líquido para brilho: de base vinílica, possui boa impermeabilidade e ótima aderência. Confere brilho, resistência e proporciona maior facilidade de limpeza. Pode ser aplicado sobre tinta látex ou acrílica, proporcionando efeito brilhante, ou utilizado como regulador de brilho quando misturado, gradualmente, às mesmas tintas na última demão. Para ambientes externos e internos. Produto incolor.
Massa corrida (PVA ou acrílica): indicada para uniformizar, nivelar e corrigir pequenas imperfeições em ambientes internos e externos de alvenaria, concreto e paredes em geral. Confere melhor aspecto às paredes.
Revestimento texturizado: revestimento composto por emulsão acrílica de elevada consistência e resistência. Permite disfarçar as imperfeições da superfície, bem como obter efeitos decorativos diversos em alto e baixo relevo. Indicado para superfícies externas e internas de alvenaria revestida, blocos de concreto e gesso, paredes de gesso acartonado, dentre outros substratos, dispensandose o uso de massa corrida na sua aplicação. DICA: comercialmente encontram-se tintas, texturas, vernizes e produtos auxiliares industrializados com aditivos antifúngicos, com hidro-repelentes, com filtro solar, com poliuretano, com silicone, dentre outros, visando melhores performances.
6.2. ESMALTE SINTÉTICO O que é: Base de resina alquídica (óleo vegetal), silicone e pigmentos.
Características técnicas: Alta resistência às intempéries. Possui ótima secagem e excelente acabamento. Sua fórmula siliconada proporciona uma textura mais lisa que a da tinta a óleo. Há também os esmaltes à base d’água, ideais para quem possui alergia ao odor que o tradicional sempre exala.
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Características estéticas: Os esmaltes sintéticos são oferecidos em vasta gama de tons e cores. Além disso, também podem vir nas opções de brilho, acetinado ou fosco. Os esmaltes oferecem excelente cobertura e formam uma película que esteticamente ajuda no disfarce de imperfeições.
Onde usar: Para superfícies internas e externas. Revestem alvenaria, madeira, azulejos, ferro, alumínio e metais galvanizados. Há também, esmaltes específicos para materiais cerâmicos não vitrificados como tijolos e telhas. Cuidados: As tintas esmalte e a óleo possuem odor característico um pouco mais acentuado, que deve ser evitado por pessoas alérgicas. Para retoques costumam deixar mais marcas, devido à película que formam.
6.3. TINTA A ÓLEO O que é: Base de óleo vegetal e pigmentos orgânicos.
Características técnicas: Ótima resistência a intempéries. Os esmaltes sintéticos e as tintas a óleo são diluídos em aguarrás e podem ser aplicados com o auxílio de pistolas de ar comprimido (diluição de 20 a 30%). Características estéticas: Apresenta altíssimo brilho. As suas características estéticas variam conforme a cor e o tom. Onde usar: Para superfícies internas e externas. Sobre madeiras, metais e eventualmente paredes e tetos.
Cuidados: A aplicação deve ser cuidadosa para que a superfície não fique marcada, e a secagem é demorada.
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Produtos auxiliares: Massa para madeira: resina acrílica modificada corrige pequenas imperfeições na madeira a ser pintada, de uso interno e externo.
Selador para madeira: resina sintética a base de nitrocelulose. Tem a função de preparar o substrato para receber pintura, garantindo melhor desempenho, evitando defeitos como formação de bolhas, falta de aderência, perda de brilho, etc... Indicado para selar e uniformizar móveis de madeira, portas, janelas, telhados e superfícies de madeira em geral, em ambientes interiores e exteriores.
Fundo branco: resina alquídica a base de óleo vegetal (específica para madeira ou para metais - anticorrosivo). Indicado para primeira pintura em superfícies externas e internas. É de fácil aplicação e lixamento, tem grande poder selante e boa aderência. Melhora o rendimento e a qualidade do acabamento dos esmaltes.
Fundo para metais ferrosos: fundo sintético anticorrosivo (laranja fosco), à base de resina alquídica, de fácil aplicação, rápida secagem, boa lixabilidade, excelente rendimento e aderência ao substrato.
Primer: fundo preparador para primeira pintura em geral. Reduz o número de demãos e promove melhor fixação da tinta a ser aplicada, em superfícies de difícil aderência. Composto por poliuretano ou acrílico é mais utilizado na pintura de chapas metálicas, vidros e plásticos.
Aguarrás: solvente destilado de petróleo indicado para a diluição de esmaltes sintéticos, tintas a óleo e vernizes. Também é indicado para a limpeza de equipamentos de pintura utilizados com tais produtos.
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Thinner: composto por hidrocarbonetos aromáticos, acetatos e álcoóis. Indicado para limpeza em geral de máquinas, equipamentos de pinturas e peças industriais, limpeza profissional de pisos de cerâmica e assoalhos de madeira. Produto líquido, incolor, inflamável, tóxico, com odor característico forte, de rápida evaporação e com vapores invisíveis. Também é indicado para diluição de tintas sintéticas e primers.
6.4. TINTA EPÓXI O que é: Esmalte catalisável à base de resina epóxi. Formuladas à base de dois componentes: componente A (a resina) e componente B (o catalisador ou “endurecedor”).
Características técnicas: Apresenta excelente resistência mecânica, à umidade e à abrasão, com ótima aderência. As películas de epóxi formadas são extremamente resistentes a impactos e aos agentes químicos em geral, bem como a temperaturas de até 120ºC. São facilmente laváveis. Características estéticas: Disponíveis em diversas cores. As suas características estéticas variam conforme a cor e o tom. O aspecto final parece emborrachado e liso. É importante testar antes de usar para conhecer seu efeito visual. Onde usar: Indicadas para pinturas internas e externas de reboco, concreto, cerâmicas, pisos em geral, superfícies metálicas e madeira. Indicadas para superfícies expostas a um alto grau de umidade. Excelentes para uso em banheiros! São usadas também para pintura de azulejos. Cuidados: Aplicação sobre concreto e alvenaria: regularização da superfície + massa corrida epóxi e/ou fundo branco epóxi + duas demãos de esmalte epóxi (para cerâmicas e paredes). Aplicação sobre metais: limpeza (jato de areia ou lixamento mecânico) + massa corrida epóxi + aplicar uma ou duas demãos de esmalte epóxi (especial para metais).
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6.5. TINTA EM SPRAY O que é: Tinta composta por resinas industrializadas (acrílicas e epóxi, dentre outras) contida em tubo de metal sob pressão, pronta para o uso. Características técnicas: Como resultado da aplicação, obtém-se uma superfície lisa e uniforme, sem marcas de pincel ou rolo. Características estéticas: As suas características estéticas variam conforme a cor e o tom. Onde usar: As tintas em spray podem ser aplicadas sobre quase todos os tipos de materiais, como madeira, gesso, vime, metal, papel, cerâmica, porcelana, espuma de poliuretano e alguns tipos de plásticos (todos com tratamento prévio do substrato – vide recomendação do fabricante).
Cuidados: O maior cuidado deve ser em relação à proteção do entorno que será pintado, para que não haja vaporização e manchas nas superfícies circunvizinhas.
6.6. VERNIZ O que é: Composição básica: emulsão acrílica, óleos vegetais e aditivos.
Características técnicas: Possui excelente resistência à alcalinidade, à ação da maresia e às intempéries, além de ótima impermeabilidade. De aspecto leitoso, é diluível em água ou aguarrás. A qualidade da película que forma ao secar proporciona facilidade de limpeza à superfície. Características estéticas: Quando seco forma uma película brilhante e resistente sobre a superfície aplicada. Há os vernizes coloridos que tingem a madeira, deixando seus veios aparentes. Veja ao lado, três cores de verniz aplicadas sobre o mesmo tipo de madeira:
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Onde usar: Em interiores e exteriores (especial e mais resistente). Indicado para dar proteção e acabamento às estruturas de madeira, às paredes externas e internas de concreto, às pedras decorativas, aos tijolos aparentes, dentre outras possibilidades de uso. Há verniz específico para pisos, alvenaria sem reboco e metais (inclusive com filtro solar). Pode ser aplicado também sobre a tinta látex, caso se deseje um acabamento semibrilhante. Comercialmente, encontra-se também o verniz poliuretânico (PU), produto de ótima performance, forma uma camada resistente sobre a superfície (realçando os veios da madeira), promovendo maior resistência, proteção e durabilidade. Cuidados: Os cuidados devem ser em relação à preparação da superfície, conforme orientação técnica do fabricante. Além disso, recomenda-se aplicá-los somente em dias secos, evitando dias chuvosos e muito úmidos, para não prejudicar a secagem e impregnação da superfície.
6.7. STAIN O que é: Impregnante para uso exclusivo composto por resina alquídica.
em
madeiras,
Características técnicas: Tipo de produto que não forma película na superfície da madeira, porém é hidrorrepelente (a água não o penetra). Não “descasca” por não formar película. Diferente dos vernizes tradicionais, o stain penetra na madeira, evitando assim rachaduras, trincas e a formação de bolhas no acabamento. Por este motivo sua formulação é menos viscosa. Possui resistência aos raios solares e propriedades antifúngicas, protegendo a madeira contra o envelhecimento precoce, o desbotamento e a deterioração. Características estéticas: Possui acabamento transparente ou opaco e também opção em cores. Ex: Stain Osmocolor®, Suvinil®Stain impregnante, etc.
Onde usar: Indicado para superfícies externas e internas.
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Adequado para portas, portões, janelas, decks de piscina, casas e fachadas de madeira, esquadrias, lambris, forros, móveis e demais estruturas de madeira. Cuidados: Não deve ser aplicado sobre superfícies que já foram pintados, excetos se estas foram bem lixadas e toda tinta anterior removida. Recomenda-se aplicá-los somente em dias secos, evitando dias chuvosos e muito úmidos, para não prejudicar a secagem e impregnação da superfície. Produtos para remoção de tintas e vernizes: Há vários produtos para remover qualquer tipo de tinta aplicada a superfícies. São removedores líquidos à base de solventes ativos, indicados para a remoção da película seca de tintas a óleo, esmaltes e vernizes, e para limpeza de ferramentas, máquinas e peças em geral. Exemplos de removedores de tintas: Removedor Gel Coral Dulux®, Removedor de Tintas Coral®, Super Removedor Renner®, etc...
6.8. TRABALHANDO COM O CATÁLOGO DE TINTAS As tintas são comercializadas em latas (lt) de 18,0 litros, em galões (gl) de 3,6 litros, em quartos de galão com 0,9 litros, ou em outros recipientes/volumes de acordo com o fabricante de cada produto. Verifique o tamanho da parede ou do ambiente para calcular a quantidade de tinta a ser comprada. Considere o rendimento indicado na embalagem e a quantidade de demãos necessárias. Normalmente utilizam-se de 2 a 3 demãos de tinta em uma pintura. Para consulta e escolha de tintas e cores, existem catálogos, atlas de cores, amostras em cartões, dentre outros sistemas de auxílio. No caso das tintas, há a possibilidade de criação de cores personalizadas (que não se encontram nos catálogos originais), através de máquinas misturadoras especiais (sistemas tintométricos). Também existe o espectrofotômetro: um aparelho que lê e decodifica a cor de uma amostra, seja em tecido, papel ou outro material. Posteriormente, o sistema reproduz a cor da tinta desejada, no mesmo tom. Diferenças de tonalidade entre o catálogo de tintas e a tinta aplicada, devem-se a alguns fatores: 1) A quantidade de superfície recoberta na obra/móvel é superior a da amostra do catálogo, por isso, o impacto da cor da superfície real será sempre maior do que o impacto ao olhar a amostra. 2) A iluminação do ambiente pintado, normalmente, é diferente daquela do local onde se escolheu a amostra.
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3) A luminosidade externa é superior a interna e por isso “abre” as tonalidades. Assim, se você estiver em um ambiente interno ao escolher uma cor para ambiente externo, escolha sempre um “tom abaixo” (mais fechado, mais escuro) daquele que deseja. 4) O tipo de acabamento da tinta, fosco, acetinado, brilho ou alto-brilho, por exemplo, influencia na reflexão da luz, portanto na percepção da tonalidade. 5) Para evitar erros: realizar um painel - teste antes da pintura definitiva, numa área mínima de 1 m².
DICAS E CONSIDERAÇÕES:
Certificar-se de qual efeito se deseja causar ao ambiente (luminosidade, dinâmica, tranquilidade, formalidade, informalidade, redução, ampliação, etc...).
Avaliar se o móvel tem características ou formas que valorizem a técnica e a cor que se deseja utilizar.
Pintar um ambiente na ordem correta otimizará o tempo e economizará recursos. Começar pelo teto, depois paredes, portas, janelas e finalmente, pintar o rodapé.
Aguardar o tempo mínimo recomendado, que está descrito na embalagem ou no boletim técnico da tinta, para efetuar aplicação da demão subseqüente.
Para colocar objetos em evidência: pintar a parede de fundo com uma cor que faça contraste com os mesmos. Para objetos serem neutralizados: pintar a cor da parede ao fundo num tom que se assemelhe ao do objeto a ser escondido. Observe esses efeitos nas imagens abaixo:
Para rebaixar o teto: pintar o teto em tons mais escuros do que os da parede. Para elevar o teto: aplicar no teto cores mais claras do que as usadas nas paredes. Veja:
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Para aumentar a largura de corredores: as extremidades dos corredores (fundos) e o teto devem ser pintados com cores mais escuras do que as das paredes. Compare as duas imagens:
Para alongar paredes: usar tom mais claro na parte de cima da parede e pintar a parte de baixo com tom mais escuro. Para encurtar paredes: aplicar tom mais escuro na parte de cima da parede e pintar a parte de baixo com tom mais claro.
Para alongar ambientes quadrados: pintar com uma cor mais escura duas paredes, uma de frente para a outra.
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Para encurtar ambientes retangulares: aplicar uma cor mais escura nas paredes menores.
Para estudo aprofundado sobre uso da cor em design de interiores recomendamos o Curso de Decoração de Interiores à Distância. Veja em: www.artesedesign.com.br
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Unidade 7. GESSO
7.1. FORRO DE GESSO SIMPLES O que é: Sistema de revestimento de lajes e telhados (parte inferior) com a finalidade principal de rebaixar o pé-direito criando um espaço para passagem de fios, embutimento de luminárias e para criar efeitos estéticos.
Composto por placas de 0,60 x 0,60 m e faixas laterais de até 1 m de largura, suspensas por tirantes metálicos presos diretamente no teto ou laje As placas possuem encaixe do tipo macho – fêmea, são rejuntadas e unidas com uma tirante metálico pasta de gesso.
placa de gesso
Características técnicas: Resiste ao fogo.
encaixe macho-fêmea
Auxilia no isolamento termoacústico. Peso aproximado do conjunto: 15 Kg / m². Baixa resistência mecânica. Comercializado em m². Necessita, obrigatoriamente, de proteção com selador e pintura.
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Características estéticas: Promovem distribuição de pontos de luz e de refrigeração através do rebaixamento do teto, evitando a visualização do fundo da laje, vigas, tubulações e telhados. Aceita qualquer tipo de pintura, sendo as acrílicas as mais recomendadas. As placas podem ser lisas ou decoradas em alto e baixo relevo. No encontro das placas do teto com a parede, deixa-se um afastamento de 2 a 3 cm, denominado “negativo”, que tem por finalidade proporcionar um melhor acabamento, e também para que não ocorram trincas no gesso (pois as paredes costumam sofrer pequenas trepidações). Conta com diversos acessórios prontos, também de gesso, como sancas, colunas, frisos, rodatetos e rodameios dentre outros. Abaixo vemos molduras para acabamento. E também um florão para colocação no teto, como acabamento para receber lustres e pendentes.
Para estudo aprofundado sobre características estéticas em design de interiores recomendamos o Curso de Decoração de Interiores à Distância. Veja em: www.artesedesign.com.br
Onde usar: Adequado apenas para espaços internos. O rebaixamento em gesso só deve ser usado em áreas onde não haja umidade.
Vemos muito seu uso em banheiros. Porém o gesso só vai ficar com bom aspecto se o banheiro for muito bem ventilado, caso contrário a umidade advinda do uso do chuveiro provocará mofo no material. E mesmo se tratando de um banheiro bem ventilado, a pintura deverá ser continuamente retocada.
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Cuidados: Utilizar mão-de-obra especializada. Promove muito entulho e sujeira na obra, como vemos na imagem ao lado, por isso, cuidado com a sequência construtiva!
7.2. FORRO DE GESSO ACARTONADO O que é: Formado por placas (0,60 x 1,20 m) de gesso acartonado. Essas placas são constituídas por miolo de gesso e aditivos, envoltos por cartão duplex especial (imagem abaixo, à esquerda), com estruturas de aço galvanizado (à direita):
Características técnicas: Resistência ao fogo, aos fungos e a insetos. Praticidade e velocidade de execução. Comercializado em m², apresenta baixo peso (12 Kg/m²), portanto é ideal para inclusão de divisões em apartamentos. Boa resistência mecânica devido aos reforços estruturais metálicos.
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Bom isolamento termoacústico, possuindo materiais especiais para cada necessidade. Baixo desperdício de material, não gera entulho de obra, como vemos ao lado:
Características estéticas: Aceita qualquer tipo de acabamento (tinta, papel de parede, cerâmica, etc... Tratando-se de chapas, o aspecto estético fica por conta do desenho criado: se plano reto ou em curva. E também é definida a estética pelo revestimento que a placa receberá. Veja alguns exemplos abaixo e na próxima página:
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Onde usar: Permite uma grande variação de uso, devido às opções de placas específicas para áreas secas, molhadas, externas e internas. Cuidados: Montagem: placas encaixadas/parafusadas a perfis metálicos presos ao teto original por aço galvanizado, de modo removível ou não.
7.3. PAREDE DE BLOCO DE GESSO PRÉ-MOLDADO O que é: Parede formada por blocos pré-moldados de gesso especial, fabricado por processo de moldagem, apresentando acabamento perfeito nas suas superfícies. Assim, os blocos se encaixam perfeitamente e, após a montagem da parede, obtém-se uma superfície plana e pronta para receber o acabamento.
Características técnicas: Os blocos apresentam duas faces planas. Têm espessura de 7cm, 7,6cm ou 10cm. Há blocos de gesso vazados internamento, e há os maciços. Os blocos vazados possuem dutos internos, e os maciços são compactos. Os blocos vazados são utilizados quando se deseja diminuir o peso das paredes, ou melhorar o isolamento acústico, enquanto os blocos maciços permitem construir paredes com maior altura.
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Quando possível, utilizando blocos vazados, os dutos elétricos e hidráulicos devem ser colocados no interior dos alvéolos. O fechamento dos sulcos resultantes dos cortes, e o acabamento ou fechamento das áreas onde foram colocados dutos ou eletrodutos, deve ser preenchido e acabado com cola ou gesso. Características estéticas: A estética estará relacionada ao revestimento que a superfície receberá. Uma grande vantagem deste sistema construtivo é a pequena espessura final da parede, ganhando-se muito em área útil.
Onde usar: Existem blocos especialmente criados para fechamento de áreas secas e molhadas. Nas próximas imagens, detalhe das etapas de construção de uma parede e de uma estante de blocos de gesso pré-moldado.
Na imagem ao lado, os blocos de gesso mais finos, foram usados de revestimento, de forma a criar relevos:
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Cuidados: A especificação correta dos blocos para cada tipo de área resultará em melhor resultado final. Quando as paredes forem executadas com blocos maciços, o corte para inserção dos dutos deve ser realizado com máquina específica para esse trabalho. Deve-se tomar cuidado, para que o corte não coincida com a região de rejunte entre os blocos.
7.4. PAREDE DE GESSO ACARTONADO O que é: As paredes de gesso acartonado são elementos divisores de ambientes, compostos por placas de gesso, préfabricadas a partir da gipsita natural com miolo de gesso e aditivos, envoltos por cartão duplex especial. Possuem estruturas de aço galvanizado como montantes e guias, responsáveis pela fixação das placas. Classificados como elementos dos sistemas de construção a seco (também conhecida como “Dry Wall”), bem como os outros materiais que serão estudados a seguir. Características técnicas: Resistência ao fogo, aos fungos e a insetos. Facilidade e velocidade de execução. Baixo desperdício de material e não gera entulho de obra. Pode ser instalado em áreas úmidas. Ganho de área útil (menores espessuras que as das paredes convencionais). Baixo peso (25 kg/m²). Bom isolamento térmico (o espaço interno entre paredes permite a colocação de lã mineral). Bom isolamento acústico, de acordo com os enchimentos no espaço interno. Boa resistência mecânica (possuem reforços estruturais metálicos), podendo suportar bancadas, quadros, etc, utilizando-se o sistema de fixação especial para cada tipo de produto.
Características estéticas: Tratando-se de chapas, o aspecto estético fica por conta do desenho criado: se reto ou em curva.
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Com planos lisos e sem juntas aparentes, as paredes em gesso acartonado podem receber qualquer tipo de acabamento: pintura, papel de parede, azulejo, mármore, etc... Assim, a estética é definida pelo revestimento que a placa receberá. Onde usar: Existem placas especialmente criadas para fechamento (área com face para exterior), e para divisões internas secas e molhadas. Ao lado, a imagem de uma estrutura bem simples, subdividindo um espaço interno. Na sequência, vemos um ambiente no qual a parede de gesso acartonado foi trabalhada com nichos para luz e o forro foi rebaixado com gesso acartonado.
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Cuidados: Necessita de mão-de-obra especializada.
7.5. COMPLEMENTOS PARA ACABAMENTOS POLIURETANO Resina sintética, derivada do petróleo. Utilização e comercialização: molduras, sancas, guarnições, apliques, almofadas para portas e janelas, colunas, e placas para execução de forro de teto ou de paredes (imagens na página seguinte). Aceitam pintura com tinta esmalte e à base d’água.
POLIESTIRENO Também conhecida pela marca famosa “ISOPOR”. Utilização e comercialização: moldura, sancas, guarnições, apliques – APENAS PARA ÁREAS ALTAS (teto) fora do alcance das mãos, por ser frágil e facilmente inflamável. Também existem forros modulares constituídos por placas de isopor, encaixadas em sistema de suspensão de perfis “T”, leves e invertidos (em aço - com pintura epóxi ou em alumínio). Antialérgicos. Promovem isolamento térmico eficiente. Material extremamente leve. Aceitam somente pintura à base d’água.
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PVC Policloreto de vinila; a sigla PVC vem do inglês (Poly Vinyl Chloride), é um plástico não totalmente derivado do petróleo, pois também contém cloro. Apresentado em lâminas ou placas. Alternativa para substituir o forro tradicional de lambri. Facilidade de transporte e montagem devido à leveza do material. Boa resistência mecânica. Fácil limpeza. Superfície resistente a contaminações. Garante isolamento elétrico, térmico e acústico. Resistente a ataques químicos diversos. Não propaga chamas.
Aqui uma placa de PVC com relevo, da Forrorama:
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Unidade 8. MADEIRA e DERIVADOS 8.1. MADEIRAS O que são: São as diversas possibilidades de execução de revestimentos e acabamentos, com a utilização de madeira e de seus derivados. Os revestimentos e acabamentos em madeira podem ser aplicados tanto nos pisos, quanto nas paredes (como na imagem ao lado), e nos tetos, de acordo com as características técnicas dos materiais utilizados. Também podem ser usados na produção de móveis e peças decorativas. Características técnicas Variáveis resistências mecânicas, de acordo com o tipo de madeira. Necessitam de secagem prévia para não haver empenamento – isto é feito industrialmente. Temem umidade, portanto necessitam de impermeabilizantes ou vernizes. Podem receber tratamento anti-insetos. Os produtos de madeira maciça podem ser produzidos a partir de madeiras autoclavadas (pinus ou eucalipto – processo industrial para substituição da seiva por substância conservante), apresentando elevada durabilidade e preço inferior ao da madeira de lei.
A seguir, informações mais detalhadas sobre as madeiras e seus derivados, em suas várias formas de utilização.
8.2. TACO O que é: Pequena tábua maciça e retilínea de madeira usada no assoalho, ora disposta regularmente com peças retangulares que se encaixam, ora com tabuinhas de formatos e cores diferentes, produzindo decorativas figuras geométricas (estrelas, gregas, etc).
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Características técnicas: Comercializadas em unidades ou m². Espessuras em torno de 15 mm. São assentados com argamassa de cimento e areia (e arrematadas com pregos) ou colados (com adesivo específico) no contra piso. Acabamento: raspagem (nivelamento), seguida por aplicação de selador para madeira, verniz, synteko® (resina poliuretânica) ou cera. Características estéticas: Muito utilizado a partir da década de 1930, com ênfase nas de 60 e 70; hoje remete esteticamente a uma linguagem mais “retrô”. Uma vez lixado, o taco pode ser pigmentado, colorido, e depois envernizado para manter as características. Podem formar desenhos e apresentam cores e tamanhos diversos, tornando assim o ambiente mais dinâmico. Observe nas imagens seguintes, a paginação em linhas retas e a paginação em zigue-zague, também chamada de “espinha de peixe”. Sempre lembrando: uma vez formado desenhos no piso, deve-se deixá-lo à mostra, não cobrindo com tapetes ou móveis que prejudiquem sua compreensão, pois senão teremos uma confusão visual, ao invés de uma decoração. As sensações estéticas-psicológicas a que estão associados os revestimentos de madeira são: calor, aconchego, acolhimento. Remetem-nos a um ambiente mais familiar e tradicional. O nível de sofisticação deste revestimento é diretamente relacionado à qualidade do assentamento, à qualidade do acabamento e aos desenhos.
Onde usar: Revestimento destinado a pisos internos, mas, devido à criatividade de alguns profissionais, pode também ser usado em painéis.
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Cuidados: Contra-piso bem nivelado e totalmente seco. Manutenção rápida quando houver descolagem para não haver risco de tropeços pelas pessoas.
8.3. PARQUET O que é: Placa formada por conjunto de tacos unidos, de madeira resistente. As placas são pré-montadas, unidas por papel no verso, assim, têm desenhos pré-estabelecidos, formando quadrados.
Características técnicas: Espessura média: de 8 a 10 mm. Peso: de 5 a 7,5 kg/m². Acabamento: raspagem (nivelamento), seguida por aplicação de selador para madeira, verniz, synteko® (resina poliuretânica) ou cera. Características estéticas: O parquet com desenhos elaborados pode lembrar marchetaria ampliada. Como os tipos de madeira podem variar bastante em relação à tonalidade, pode-se obter resultados de pisos mais suaves, ou mais pesados visualmente (sendo os mais escuros, mais pesados). O piso de parquet também pode ser ebanizado = tingimento feito com um pigmento preto, levando o piso a um escurecimento radical. Também pode ser colorido, desta forma, pode-se compor desenhos criativos e dinâmicos no ambiente. A cor usada será muito importante na definição estética do ambiente, uma vez que a área física do piso é muito ampla e influencia muito a decoração. Veja ao lado um piso de parquet ebanizado e na próxima página o parquet colorido da Hardwood Floor:
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As sensações estéticas-psicológicas a que estão associados os revestimentos de madeira são: calor, aconchego, acolhimento. Remetem-nos a ambiente mais familiar e tradicional. O nível de sofisticação deste revestimento é diretamente relacionado à qualidade do assentamento, à qualidade do acabamento e aos desenhos.
Onde usar: Revestimento destinado a pisos internos, mas, devido à criatividade de alguns profissionais, pode também ser usado em painéis. Observe ao lado o belíssimo piso em tacos com desenho personalizado, do Museu da Imagem e do Som de Campinas (foto: Manéco Silva - www.imagemart.com.br): Cuidados: Assentamento com cola específica em contrapiso bem nivelado e totalmente seco.
8.4. TÁBUA CORRIDA O que é: Tábua de madeira, de maior ou menor largura, resistente e aplainada, instalada sobre barrotes ou granzepes (pregadas) ou direto no contrapiso (coladas). Atualmente, também se tem usado tábua corrida para revestimento de fachadas e paredes internas!
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Também conhecido como assoalho de madeira.
Características técnicas: Madeira comercializada em m2 ou em tábuas (dúzias). Espessura média: 20 mm. Mas muitas empresas comercializam hoje menores espessuras, a fim de facilitar a substituição de outros revestimentos como as cerâmicas. Acabamento: raspagem (nivelamento), seguida por aplicação de selador para madeira, verniz, synteko® (resina poliuretânica) ou cera. Características estéticas: Existem várias tonalidades, de acordo com o tipo de madeira, e elas também podem ser pigmentadas. De acordo com a direção da colocação das réguas, pode-se dar a ilusão de ampliação do ambiente naquele sentido da colocação, o que é importante em ambientes pequenos. As sensações estéticas-psicológicas a que estão associados os revestimentos de madeira são: calor, aconchego, acolhimento. Remete-nos a ambiente mais familiar e tradicional. As tábuas corridas sempre foram associadas a residências e a estabelecimentos, em geral, mais nobres. Conferem elegância e pompa quando a superfície está lixada e envernizada com brilho. O nível de sofisticação deste revestimento é diretamente relacionado à qualidade do assentamento, do lixamento e do acabamento com verniz de alto brilho. Na sequência, piso de tábua corrida do Museu da Imagem e do Som de Campinas (fotos: Manéco Silva - www.imagemart.com.br):
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Onde usar: Ambientes internos. Cuidados: Vida útil: cerca de 70 anos, em função da umidade (que o deteriora) e da possibilidade de raspagem (que o restaura). Deve receber verniz para aumentar tempo de vida útil e boa aparência.
8.5. CARPETE DE MADEIRA O que é: Revestimento formado por chapas de madeira com base em MDF ou HDF e com capa (cobertura mais externa aparente, na qual se pisa) de madeira natural (justamente neste ponto diferenciam-se dos “laminados de madeira” – ver item 8.10). Por fim recebem uma camada de filme protetor (verniz resistente), em sua face superior.
Características técnicas: Comercializado em m2. Podem ser colados (espessuras de 2,5 a 4 mm) direto ao contrapiso ou encaixados no sistema macho fêmea (7 mm) sobre manta poliuretânica. São mais frágeis do que a tábua corrida, devido à fina película de madeira da superfície. O que pode gerar mais arranhões e marcas.
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Características estéticas: O carpete de madeira tem um efeito semelhante à tábua corrida, no tocante ao aspecto natural da madeira. Encontrado também em várias tonalidades, conforme a espécie da madeira.
Onde usar: Pisos internos. Cuidados: Não resiste à água! A limpeza é somente com pano úmido bem torcido. São pisos que geram ruídos no caminhar.
8.6. DECK O que é: Placa composta por réguas/tábuas de madeira resistente, dispostas transversalmente em intervalos, sobre caibros-base, presos ou não ao contrapiso. O termo “deck” é usado para se referir a este revestimento de madeira (ou que simula madeira, como plástico, por exemplo) para áreas externas.
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Características técnicas: Quando instalado em áreas externas, é preciso verificar a drenagem existente, de modo a permitir a rápida saída da água sob o deck. Algumas espécies de madeira muito utilizadas: Ipê, Cumaru, Garapeira, Pinus Autoclavado, Massaranduba, Itaúba, Angelim, Tatajuba, Peroba. Além disso, há também deck de Bambu. O melhor revestimento para o deck é o stain (Unidade 6, item 6.7), por ser hidrorrepelente e não formar película, evitando escorregões e facilitando a manutenção. Características estéticas: O revestimento também permite desenhos criativos, a partir da disposição das réguas ou peças em sentidos diferentes.
Onde usar: Utilizados em áreas externas como varandas, piscinas (madeira ipê), praias ou jardins de inverno, podendo provocar desníveis propositais.
Cuidados: Manutenção frequente para evitar o desgaste da madeira, usando-se a proteção adequada (stain, impermeabilizantes, etc).
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8.7. FORRO DE MADEIRA E LAMBRI O que é: Conjunto de réguas de madeira maciça, encaixadas no sistema macho-fêmea. Também disponível em placas que são fixadas por intermédio de uma estrutura transversal de caibros de madeira ou, quando usados em paredes, podem ser pregados diretamente nela. Quando aplicado ao teto, chamasse forro de madeira. Quando aplicado às paredes, chama-se lambri.
Características técnicas: Existem em várias qualidades de madeira, podendo então variar suas características de tonalidade e resistência. A espessura das réguas, placas e chapas varia de 6 a 35 mm. Características estéticas: As réguas de madeira criam linhas que precisam ser consideradas na estética do ambiente. Pode-se colocar as réguas no sentido horizontal, vertical ou diagonal em relação ao piso (quando aplicado em paredes) ou em relação às paredes (quando aplicado no teto). Os lambris podem ser pintados, deixados na cor da madeira, ou ainda revestidos de papel de parede ou até tecido. Ao se aplicar somente em parte da parede – geralmente até a altura de 1,10 m em média, deve-se prever um acabamento (arremate) no final, e usar o rodapé da mesma qualidade e cor. Nos tetos, também é necessário um acabamento no encontro com as paredes. Estes acabamentos são filetes da própria madeira, com o mesmo tratamento de pintura (ou verniz, etc), para finalizar a área revestida com boa estética, e geralmente são mais espessos. Os lambris, quando usados em placas lisas, podem receber aplicação de filetes, formando quadros, que se denomina pela palavra francesa “boiserie” (significa “marcenaria”). Este trabalho remete fortemente ao estilo clássico.
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Onde usar: Tetos e paredes.
Cuidados: Sendo usado na parede, o maior cuidado deve-se à qualidade de acabamento, pois é visualmente bastante aparente. Deve-se sempre proteger a madeira (com impermeabilizante, stain, verniz ou tinta).
8.8. PAINÉIS DE AGLOMERADO – MDF, HDF, OSB O que são: Chapas compostas por partículas de madeira, com adição de cola e submetidas a processo de prensa. Dependendo do processo de fabricação e do tamanho das partículas de madeira, as chapas aglomeradas podem ter diferentes níveis de resistência.
Características técnicas: MDF / HDF (Medium / High Density Fiberboard): Chapa fabricada a partir da aglutinação de fibras de madeira (pinus) com resinas sintéticas e ação conjunta de alta temperatura e pressão. Possui consistência e algumas características mecânicas que se aproximam às da madeira maciça. A maioria de seus parâmetros físicos de resistência são superiores aos da madeira compensada.
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OSB (Oriented Strand Board): É composto pela aglomeração de camadas de lascas (também conhecidas como “cavacos”) e fragmentos de madeira reflorestada unidas por cola sob a ação de alta temperatura e pressão. Possui uma boa resistência mecânica com bom isolamento térmoacústico. AGLOMERADO DE BAIXA DENSIDADE: Chapas fabricadas também a partir da aglutinação de fibras de madeira, porém com menos densidade e resistência que o MDF e HDF.
Características estéticas: O MDF e HDF aceitam acabamentos como verniz, pinturas em geral, revestimentos com papéis decorativos, lâminas de madeira, laminado melamínico. Por terem superfície muito plana, são ideais para pinturas laqueadas. Geralmente são matérias primas para confecção de móveis e painéis que ainda serão revestidos. Mas pela sua estética onde a superfície é bem homogênea, muitas vezes são deixados aparentes, recebendo apenas selador. O OSB tem uma estética bem característica, devido às lascas de madeira que criam uma textura visual rica, não se revestindo estes painéis quando usados em mobiliário, mas deixando-os aparentes apenas com aplicação de vernizes adequados. Aglomerados de baixa densidade devem sempre ser revestidos de laminados melamínicos para aumentar sua resistência. Portanto, adquirem o aspecto estético destes. Nas imagens abaixo: painel de MDF laqueado na cor violeta e mesa Cecília, feita em OSB pelos designers Irmãos Campana:
Onde usar: Produção de móveis. Painéis para revestimento de paredes e teto.
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Cuidados: Como todo produto derivado da madeira, teme umidade. Não aceitam pregos comuns. Devem ser usados os específicos meios para junção das peças.
8.9. CHAPAS DE COMPENSADO O que são: As chapas de compensado são compostas de três ou mais camadas de placas madeira natural. As fibras de cada camada correm sempre em direções alternadas, “compensando” os esforços de dilatação e retração que a madeira natural geralmente sofre e evitando o empenamento.
Características técnicas: Existem várias espessuras. Chapas finas de compensado apresentam vantagens sobre as demais madeiras industrializadas porque são maleáveis e podemse curvar. Existem chapas de compensado cuja última camada, a capa, pode ser de lâmina de madeira nobre, já pronta para receber o verniz, economizando tempo do marceneiro, que não precisa ainda laminá-la, e tendo a vantagem de sua adesão ter sido feita industrialmente e ser mais resistente ao descolamento. Há compensados já pintados ou com a superfície preparada para receber pintura, ou ainda, recobertos com laminados plásticos (estes ficam bem em peças como prateleiras e tampos). Abaixo: móvel em etapa de produção e à direita, cadeira de compensado (fonte: www.danishforniture.com).
Características estéticas: A estética do compensado é definida pelo acabamento que receberá: laminagem de madeira, laminado melamínico, pintura, papel de parede, tecido, etc.
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Onde usar: Produção de móveis. Painéis.
Cuidados: Teme umidade. Deve ser especificada a espessura correta para a devida resistência mecânica ao uso proposto.
8.10. LAMINADO DE MADEIRA O que é: É uma “fatia” de madeira bastante fina, usada para revestir chapas de compensado, MDF ou aglomerado. Essa lâmina adquire desenhos e texturas naturais da espécie vegetal de que é feita. Veja a fina espessura da lâmina e sua aplicação em chapas de MDF:
Características técnicas: Há dois tipos de laminados de madeira: - natural: a lâmina é realmente uma fatia de uma árvore, adquirindo suas características de desenho natural; - processada (também conhecida como “pré-composta”): lâmina industrializada, produzida a partir de resíduos ou de outras lâminas de madeira natural, novamente fatiadas, formando-se novas lâminas. Há também no mercado as lâminas de madeira auto-adesivas, de fácil aplicação. Servem para trabalhos mais simples como reformas de móveis e aceitam qualquer tipo de verniz. Características estéticas: Como toda madeira, o laminado possui inúmeras possibilidades de tons de marrom, e ainda de desenhos, formados pelos veios naturais da madeira. Atualmente são comercializada lâminas de árvores nativas e exóticas (estas, importadas), obtendo-se uma enorme variedade de tons e desenhos naturais. O laminado de madeira processada pode ser tingido e estampado com desenhos imitando “rádica” ou “linheiro”. A rádica é o nome que se dá à lâmina de madeira que é obtida da parte da árvore mais próxima da raiz, adquirindo assim um desenho orgânico bem dinâmico e variado. Linheiro é o desenho que possui vários traços paralelos.
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O efeito estético final dependerá dos desenhos formados, do tipo de acabamento (tipo de verniz e tipo de brilho) e do tom da madeira. O laminado de madeira também permite a execução de MARCHETARIA. A marchetaria é um tipo de arte e técnica que consiste em criar desenhos na superfície plana de um móvel ou objeto por meio de lâminas de madeira ou outro material (marfim, metal, osso, madrepérola, etc). Baseia-se no recorte das lâminas que são coladas numa base (no caso madeira maciça, compensado, MDF ou aglomerado comum), e depois protegidas por selador ou verniz, como vemos abaixo.
Onde usar: Para revestimento de chapas de derivados da madeira, como vemos no piso e na mesa a seguir:
Cuidados: Por se tratar de uma superfície bastante fina, pode lascar ao sofrer impacto. Portanto, para maior durabilidade, os vernizes poliuretânicos (P.U.) são ideais devido à resistente camada que formam sobre a lâmina.
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8.11. DESTAQUES: madeira de lei, teca, madeira de demolição, bambu e madeira plástica MADEIRA DE LEI O termo “madeira de lei” provém do fato de que, na época do Brasil Império, certas madeiras resistentes eram reservadas pelo rei de Portugal para a construção de navios, e sua derrubada era proibida por lei. Exemplos de madeira de lei: jacarandá, carvalho, nogueira, imbuia, canela. MADEIRA TECA Teca, cujo nome científico é Tectona Grandis, é uma espécie de árvore de grande porte que produz madeira nobre, resistente e versátil. Nativa de países como Índia, Miamar, Tailândia e Laos. São produzidos industrialmente painéis prontos de madeira teca através da junção de pequenos pedaços de madeiras maciça (lamelas) com cola especial. Padrão A/B onde a face é perfeita e a contraface apresenta pequenas imperfeições e baixo relevo, recomendado para uso interno, livre de intempéries. A teca é usada em móveis de alto luxo, marcenaria em geral, para produção de tampos de mesa e armários, prateleiras, gabinetes, objetos decorativos, revestimento de paredes, pisos, janelas, portas, esquadrias, etc. MADEIRA DE DEMOLIÇÃO Atualmente muito na moda em virtude da grande preocupação mundial com a preservação das florestas e dos recursos naturais em geral. O termo “madeira de demolição” foi cunhado pelo fato de que são reaproveitadas madeiras de edificações demolidas. Estas madeiras geralmente estavam revestindo pisos (como tábua corrida), escadas, janelas, portas, forros, e foram recolhidas e reaproveitadas, podendo ter o mesmo uso anterior, ou adquirir novo uso. Por exemplo, uma porta de madeira poderá servir como cabeceira de cama se colocada na horizontal. A qualquer madeira de demolição, poderá ser dado um uso criativo! A madeira de demolição, para que fique assim caracterizada, deve manter suas características naturais mais próximas possível do estado em que se encontrava antes da reutilização (ou seja, com ranhuras, alguns pequenos estragos, marcas de pregos, etc), apenas sendo reparada nos pontos onde há real necessidade para não inviabilizar o uso. Esteticamente, a madeira de demolição traz a mensagem de sustentabilidade com aspecto de rusticidade. Atenção! Infelizmente, hoje temos muitas pessoas que estão tomando madeiras maciças novas e danificando-as para que se assemelhem à madeira de demolição. Isto, porém, tira todo conceito ecológico que a verdadeira madeira de demolição traz consigo.
Na primeira imagem desta Unidade de Estudo (item 8.1), o painel colocado atrás da TV foi feito com madeira de demolição, assim como a cabeceira da cama ao lado (projeto de Cris Negreira).
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BAMBU É uma planta de crescimento rápido e facilmente renovável, isto faz com que o bambu seja um dos recursos naturais mais renováveis e abundantes do planeta. Em vista disto, o uso do bambu como material de revestimento, decoração e até construção, é considerado ecologicamente correto, por ser uma solução de auto-sustentabilidade. Além disso, sua taxa de absorção de carbono é altíssima, tornando-o uma excelente opção para renovação do ar. Uma vez processado, o bambu é mais durável que outras opções de madeiras atualmente utilizadas, tais como o eucalipto tratado, e é mais duro do que a madeira jatobá. É um produto que resiste a cupins, brocas e outras pragas. Como revestimento, o bambu é transformado em réguas para uso no piso ou paredes, com encaixe macho-fêmea, e também como réguas para uso como “deck”. Algumas empresas proporcionam opções com aspecto de textura de demolição nas réguas de bambu. Também há rodapé de bambu para acabamento. MADEIRA PLÁSTICA Revestimento plástico que imita o padrão de algumas madeiras (eucalipto, massaranduba, etc), e processado de forma a ser usado como assoalho ou deck, em revestimento de piso, em paredes ou outro uso criativo que se desejar. Pode ser usado em exterior e interiores: pisos, paredes, decks, mobiliário, gazebos, pergolados, indústria náutica, etc.
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Unidade 9. LAMINADO MELAMÍNICO
9.1. LAMINADO PARA MÓVEIS e PAINÉIS O que é: Material resultante da combinação de folhas de celulose e resinas fenólicas, submetidas à altíssima pressão e temperatura, resultando em material resistente, utilizado principalmente em revestimentos. Também conhecido pelo nome de um dos fabricantes deste tipo de produto: Fórmica®. Amostras de diferentes padrões, cores e marcas de laminados:
Características técnicas: Comercializado no formato de placas de diversos tamanhos (ex: 1,25 x 3,08 m) com espessuras de 0,2 a 3 mm e também em bobinas e réguas (para pisos), podendo ainda ter dimensões fabricadas sob encomenda. Os laminados estruturais podem ter até 20 mm de espessura.
Antiderrapante, isolante térmico, impermeável, antialérgico e não retém sujeira. Resistente ao impacto, à luz solar, às altas temperaturas (fogo retardante), ao desgaste, às manchas, a fungos, insetos e a riscos. Sensível a sapóleo, aguarrás, querosene, thinner, varsol, cera, ácidos e esponjas abrasivas.
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Sistema Postforming: laminado melamínico que, quando aquecido por aparelho especial, pode ser aplicado em superfícies curvas. Observe as imagens a seguir; à esquerda, placa de laminado com sistema postforming; na imagem à direita, estante laminada da Benedixt:
É um produto “acabado”, dispensando cuidados finais (como pintura, por exemplo) e pode ser aplicado sobre reboco, revestimento de madeira, gesso acartonado, metal e cerâmica, dentre outros inúmeros materiais. A qualidade dos laminados pode variar conforme o fabricante. Características estéticas: Os laminados podem ter diversas texturas, o que vai influenciar diretamente na estética final do produto: alto brilho, liso fosco, texturizado imitando produtos naturais, alto relevo com desenhos... As padronagens podem ser lisas (cores saturadas, neutras, luminosas, acinzentadas), estampadas ou imitação de madeiras, tecidos, fibras naturais, granito, metais, translúcidos, etc. Atualmente, há possibilidade de fazer “encomenda” de padronagens a algumas fábricas, possibilitando assim acabamentos exclusivos, através da escolha da imagem que será reproduzida no laminado. Na imagem ao lado, armário com laminado de imagem floral, criado por Adriana Barra. Na página seguinte, cadeiras com parte de trás do encosto revestida em laminado listrado:
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Há laminados que imitam metais: aço escovado, latão, cobre. São uma alternativa interessante para substituir o metal real, exigindo menos manutenção, com aspecto muito real. Veja ao lado, parede revestida com laminado com brilho metalizado:
O laminado translúcido diferencia-se do tradicional porque não possui a camada opaca de HDF de base, ficando somente a melanina. Desta forma, pode ser aplicado em portas de correr, frente de gavetas, divisórias e forros. Quando utilizada iluminação por trás, produz belo efeito pela sua translucidez, como na bancada, moldura do espelho e rebaixamento de teto, no lavabo à direita.
Para estudo aprofundado sobre características estéticas em design de interiores recomendamos o Curso de Decoração de Interiores à Distância. Veja em: www.artesedesign.com.br
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Onde usar: Muito conhecido por ser usado em móveis, bancadas e na confecção de peças de design. Há chapas especiais (com espessura média de 1,3 mm) criadas para revestimento de paredes de alvenaria, drywall e também sobre azulejos ou cerâmica. Imagine a praticidade de substituição daquele azulejo já tão desgastado, sem quebra-quebra! Há chapas de laminado com maior espessura (20 mm) e revestidos nas duas faces, especialmente criados para confecção de painéis, pois permitem ser autoportantes. Ideais para confecção de portas, divisórias, displays, stands e tampos em geral. Laminados padrão “lousa” são especiais para escrita com giz. Tanto em escolas, escritórios, quanto em quartos infantis e brinquedotecas, são resistentes a este uso e podem ser aplicados diretamente na parede. Os laminados de alta resistência podem ser utilizados em até carrocerias de ônibus e trens. Abaixo, à esquerda, laminado preto revestindo a estante Arcádia, da Desmobília. À direita, laminado liso revestindo mesas e cadeiras e laminado com imagem, criando um painel de parede.
Cuidados: A superfície a ser revestida deve apresentar-se perfeitamente limpa e plana. Colagem: devem ser usados adesivos específicos de acordo com o tipo de revestimento e seu uso (ex: laminados melamínicos específicos para pisos, ou para metais, ou para móveis, etc...). Nas paredes, prever juntas de dilatação de 1,3 mm (o laminado melamínico aceita rejunte próprio). Não deve receber água em excesso.
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9.2. LAMINADO PARA PISO O que é: Pavimento decorativo para aplicação em interior, que recebe capa de laminado melamínico em sua superfície e possui miolo em compensado resistente ou HDF (vide Unidade 8, item 8.7). Também conhecido como “laminado de madeira para piso”, por causa das padronagens que são oferecidas, imitando muito bem a madeira natural. Características técnicas: Dimensões: atualmente há grande opção de largura das réguas, desde as estreitas que imitam “deck”, até as mais largas que simulam a tradicional “tábua corrida”. Espessuras - de 7 a 9 mm (comercializados em m²). As réguas são encaixadas e coladas entre si, colocadas sobre manta especial colada sobre o contrapiso (cimento, cerâmica, madeira, piso vinílico, etc...). Resistentes ao desgaste, à luz solar, à queimaduras de cigarro, ao tráfego pesado. Podem receber tratamento antialérgico. Pisos de rápida instalação, disponíveis em diversos tamanhos e cores (vide fabricantes). Características estéticas: Os inúmeros padrões oferecidos atualmente permitem uma vasta classificação estética deste material. Por terem padronagens imitando madeira, proporcionam a sensação de acolhimento e calor. Há padronagens que simulam a textura mais rústica da madeira, com baixo relevo semelhante aos veios naturais. Nesse caso, quanto mais fosca for a superfície e quanto maior for o aspecto natural de madeira, mais remete à rusticidade. Há padronagens que simulam réguas bem estreitas desencontradas, criando um efeito bastante dinâmico no piso, o que requer atenção para não usar materiais muito rebuscados no entorno, pois com mais neutralidade em volta o piso será mais valorizado.
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Onde usar: Em ambientes internos, residenciais, comerciais, hotéis, lojas, etc. Basta respeitar a especificação do fabricante, pois há um tipo para cada exigência de atividade. Atualmente também se encontram padrões para uso em áreas molhadas como cozinhas e banheiros. Cuidados: A grande maioria dos pisos laminados não deve receber água, devendo ser limpa apenas com pano úmido ou produto específico. Há laminados especiais para cozinhas e banheiros, estes são mais resistentes à água. Este tipo de piso gera ruídos no caminhar com sapatos. Há mantas que podem ser colocadas sob o piso para redução do som, mas mesmo assim ainda há algum ruído ao caminhar.
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Unidade 10. VIDROS e ESPELHOS
10.1. VIDRO O que é: O vidro é uma substância inorgânica, homogênea e amorfa, obtida através do resfriamento de uma massa em fusão. Suas principais características são a transparência/ translucidez, a dureza e a capacidade de reciclagem total. Podem ser subdivididos em dois grupos principais: Vidros planos: os chamados vidros planos, fabricados em chapas, são consumidos principalmente pela construção civil, seguida pela indústria automobilística e moveleira, depois na produção de espelhos e um pequeno percentual para múltiplas outras aplicações. Vários setores vêm aumentando seu consumo de vidro, como a indústria moveleira e o dos eletrodomésticos da chamada linha branca, como fogões, geladeiras, microondas e etc. Ao lado, uso do vidro plano na parte frontal da gaveta.
Vidros impressos: os vidros impressos são vidros planos translúcidos, incolores ou coloridos. As impressões podem agregar uma textura quando os vidros estão saindo do forno. Têm larga aplicação na construção civil, eletrodomésticos, móveis, decoração e utensílios domésticos. Atualmente, existe uma grande gama de cores, imagens, estampas, texturas... algumas mais transparentes, outras mais translúcidas, que proporcionam bem-estar, aconchego e privacidade aos ambientes.
Veja o uso do vidro impresso vermelho liso como painel e na página seguinte o vidro incolor texturado como divisória (www.vidrosubv.com.br – acesso em 03/12/2011):
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Características técnicas: Resistência mecânica: é definida em função da espessura e do tipo de vidro. Peso médio: 2,5 Kg/m²/mm. Resistência à abrasão: é 16 vezes mais resistente à abrasão do que o granito. Suporta elevado esforço de compressão. Baixa resistência à flexão (exceto o vidro temperado). Os vidros possuem várias espessuras: de 2 mm a 19 mm (geralmente “arredonda-se” na fala para 20 mm). Espessuras maiores podem ser obtidas através do sistema de vidro laminado (somatório de chapas, gerando novas espessuras finais). - Tipos: Recozido ou comum: obtido apenas pela fusão de seus componentes, gerando chapas simples. Temperado: submetido à alta temperatura e brusco resfriamento, o que implica em aumento de resistência e de segurança no caso de fragmentação; resiste a altas temperaturas. Adquire também maior resistência ao impacto horizontal, assim é adequado ao uso em portas, pois em caso de impacto, tem mais resistência à flexão que o vidro comum. Laminado: composto por duas ou mais chapas de vidro, intercaladas por uma ou mais películas plásticas (polivinil butiral – PVB), oferecendo segurança ao usuário, proteção ao ambiente e isolamento termo-acústico. Estas películas podem ser coloridas (obtendo-se assim vidros com aspecto colorido), estampadas (criando-se vidros com desenhos) ou metalizadas (o que faz o vidro refletivo). Também se enquadram aqui os vidros com tecido entre as lâminas, criando efeitos incríveis. É considerado um vidro de segurança. É com esta tecnologia que são confeccionados os vidros para carros blindados.
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Aramado: possui uma malha de metal no interior do vidro, o que implica em segurança no caso de fragmentação, sendo ainda antichamas. É considerado um vidro de segurança.
Refletivo: possui película de PVB metálica reflexiva no caso de vidro laminado; ou tratamento no próprio vidro para efeito refletivo. Muito usado em fachadas de prédios, como na foto ao lado.
Decorativos (também chamados de vidros fantasia): vidros comuns confeccionados para que sua superfície tenha função decorativa, distorcendo a passagem de luz. Os mais comuns são: coloridos, canelados, martelados, jateados e serigrafados.
Vidro autolimpante: possui uma camada auto-limpante que impede as partículas sólidas de aderirem à superfície e atrai a água da chuva, formando uma espécie de “capa” que corre e retira a sujeira (fonte: http://www.cebrace.com.br/v2/produtos-aplicacoes/produtos/10). Vidros especiais: possuem características específicas: altíssima resistência, controle termoacústico avançado, proteção e segurança residencial, etc. Podem ser enquadrados nesta categoria, os vidros duplos com colchão de ar (ou gás) entre as chapas, utilizados na confecção de esquadrias acústicas. Características estéticas: Podemos sistematizar o raciocínio sobre a estética dos vidros em dois aspectos: 1) Design – o que se pode obter com produto final utilizando-se o vidro. Este aspecto é muito vasto, e abrange todas as possíveis variações estilísticas e de referencias estéticos. Por exemplo, pode-se obter guarda-corpo, móveis, escadas, objetos, etc. Quando utilizados em chapas, podem ser curvados (com algumas limitações de raios). Pode-se obter produtos com design clássico ou moderno, formal ou informal, tradicional ou vanguardista.
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2) Efeito visual do vidro – as texturas dos vidros impressos, bem como as cores escolhidas, podem remeter a um visual mais “retrô” (principalmente no caso dos canelados, martelados e boreal, inclusive os coloridos destes tipos) ou visual mais vanguardista (como os vidros planos coloridos e os refletivos). Quanto às bordas: Os vidros usados na forma de chapas em bancadas, tampos de mesas, divisórias ou móveis, devem ter suas bordas trabalhadas através de: chanfrado leve, bisotado (podendo ter de 1 a 3 camadas dependendo da espessura do vidro) ou boleado (podendo ter de 1 a 3 camadas – G, 2G, 3G, dependendo da espessura do vidro). As bordas bisotadas (ao lado) e as boleadas remetem ao clássico, e aumentam a sofisticação do produto.
Bordas boleadas G, 2G e 3G:
O chanfrado leve, que consiste apenas na lixação das bordas para que não fiquem cortantes, dão um efeito final mais moderno:
Cristal Negro: cristal de massa homogênea na coloração negra absoluta. Para uso em móveis, divisórias e bancadas. Cria um efeito de máxima sofisticação e beleza. Disponível em espessuras até 19 mm. Mesa de centro com tampo de cristal negro:
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Onde usar: Móveis (portas, prateleiras, frentes de gavetas, móveis inteiros de vidro...), bancadas, box, esquadrias, divisórias, espelhos, escadas, guarda-corpo, coberturas, etc.
Cuidados: Na divisão de ambientes, os vidros deverão ser colocados por mão-de-obra especializada, respeitando-se as condições estruturais do ambiente e as especificações técnicas de cada fabricante. Os vidros temperados não resistem ao choque nas extremidades (nas pontas) por isso, cuidado no transporte e manuseio. Normalmente necessitam de apoio constituído por madeira, aço, ferro, alumínio ou borracha, e de elementos de fixação eficientes.
10.2. ESPELHO O que é: Superfície de vidro comum ou vidro cristal, com uma das faces que recebe pintura metalizada para fins de refletir a imagem projetada. Atualmente quase a totalidade dos espelhos é produzida com vidro cristal (pode-se também chamar apenas “cristal”).
O espelho ao lado é da coleção Giglio, criação dos designers Carlesi e Giannessi.
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Características técnicas: A diferença entre o vidro comum e o vidro cristal é que este último apresenta maior qualidade de transparência, brilho, dispersão da luz e densidade, devido à presença do óxido de chumbo (Pb3O4). Para um espelho, a qualidade da reflexão da imagem é muito importante, e isto é obtido através do cristal. Geralmente produzidos nas espessuras de 2 mm a 15 mm, dependendo do fabricante. Características estéticas: Os espelhos são produtos imbatíveis para uso na decoração como elemento para ampliar os ambientes. Podem ser utilizados revestindo paredes inteiras, ou parcialmente, criando efeito de duplicação da imagem. Os espelhos assim utilizados podem ser aplicados cortados, formando mosaicos, ou em chapas inteiras, aumentando a ilusão de amplitude.
No ambiente ao lado, o espelho do teto proporciona a ampliaçao vertical do espaço.
Ao lado, os espelhos das paredes (ao fundo, perto da persiana), ampliam a sala horizontalmente e na profundidade.
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No exemplo ao lado, a parede toda revestida com espelho, amplia a sala de forma geral, pois dá a sensação visual de duplicação do espaço.
Os espelhos usados na forma de chapas em bancadas, tampos de mesas, divisórias ou móveis, devem ter suas bordas trabalhadas através de: chanfrado leve, bisotado (podendo ter de 1 a 3 camadas dependendo da espessura do espelho) ou boleado (podendo ter de 1 a 3 camadas – G, 2G, 3G, dependendo da espessura do espelho). As mesas de centro de espelho exigem maior atenção ao se dispor objetos sobre elas. Lembre-se de que vão duplicar a imagem dos objetos, portanto podem tornar mais difícil a distribuição destes, e pode ficar “pesado” visualmente. Onde usar: Tampos de mesas, móveis, revestimento de paredes e tetos, frente de gavetas, objetos decorativos, etc. Abaixo, estante-cabideiro da Novo, com recortes de espelho em forma de borboletas.
Na próxima página a estante Paesaggi Italiani criada com espelhos vermelhos por Massimo Morozzi. E o espelho Miraggio, formado por vários pedaços de espelhos verdes, criado pelos Irmãos Campana.
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Cuidados: Os espelhos temem umidade. Inevitavelmente os colocamos em banheiros, que são locais geralmente úmidos. O estrago pode ser retardado através da colocação do espelho com leve distanciamento da parede através dos afastadores metálicos, evitando o acúmulo de vapor d’água atrás do espelho.
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Unidade 11. SUPERFÍCIE SÓLIDA, ACRÍLICO e POLICARBONATO
11.1. SUPERFÍCIE SÓLIDA O que é: Superfície sólida inventada pela DuPont em 1963 que recebeu o nome de Corian®. É um material de múltiplas funções, maciço, compacto e homogêneo, composto por 2/3 de alumina (mineral natural), 1/3 de metacrilato de metila (acrílico PMA) e pigmentos. Há também Magicstone®, Staron®, Higmax®... que são superfícies sólidas com características muito semelhantes ao Corian, porém fabricados por outras empresas. Comercializados em peças feitas em média escala ou sob encomenda através de empresas processadoras, que executam todo tipo de trabalho neste material com mão de obra especializada. O produto pode ser curvado, texturizado, recortado e emendado, sem juntas aparentes, criando uma superfície lisa e contínua.
Bancadas com pia, feitas em Corian:
Características técnicas: Facilmente reparável (moldável), resistente a manchas, atóxico e não retém odores, nem gorduras. Resistente a impactos e a intempéries, mais do que granito e outras rochas. Pequenos cortes e arranhões são removíveis com lixamento e polimento (cera e lustra-móveis). Outros danos também podem ser reparados sem a necessidade de remoção ou troca da peça. Instalação prática: pode ser aplicado sobre azulejos ou gesso acartonado, dentre outros tipos de superfícies (com uma preparação prévia da superfície original e utilização de adesivo próprio). É sete vezes mais leve que o granito.
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Pode ser termomoldado adquirindo formas diferenciadas, como vemos na estante personalizada, nas imagens a seguir. As emendas, imperceptíveis, dão à peça aspecto monolítico.
Características estéticas: Em diversas texturas e cores (com acabamento opaco, semi-brilho ou brilhante), o produto apresenta em suas versões lisas, um aspecto vanguardista e sofisticado. A cor escolhida irá influenciar bastante no aspecto de formalidade ou informalidade do produto final. Algumas das diversas cores oferecidas:
De acordo com o design criado poderá tornar-se futurista e bastante inovador, uma vez que o produto permite que sejam moldadas peças de todo tipo de formas, linhas e desenhos.
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A Corian lançou a versão translúcida, que permite a passagem de luz quando iluminada por trás, criando um inovador efeito nas peças ou placas aplicadas. O ambiente à direita, tem as paredes revestidas com o material translúcido, “desenhado” em duas espessuras, de forma que a luz colocada atrás evidencia o desenho nas partes mais finas (criação do designer Karim Rashid para a DuPont). Para estudo aprofundado sobre características estéticas em design de interiores recomendamos o Curso de Decoração de Interiores à Distância. Veja em: www.artesedesign.com.br
Onde usar: Versátil e resistente, todo tipo de projeto de design poderá ser elaborado em Corian: desde cubas e balcões para cozinha, lavatórios e revestimento para banheiros, até móveis e luminárias. É também amplamente utilizado como superfície asséptica no revestimento de paredes e bancadas, em hospitais, laboratórios, hotéis, cafés e restaurantes. Tem sito muito utilizado na criação de peças com design inovador, tendo em vista sua versatilidade para moldagem, permitindo formas e curvas inusitadas. Veja mais dois ambientes criados por Karim Rashid para a DuPont. Os espaços foram produzidos inteiramente com Corian: piso, paredes, teto, mobiliário, luminárias...
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Cuidados: Teme apenas o contato constante com temperaturas muito altas (superiores a 170ºC), as quais podem alterar a cor original. Mesmo assim, o material pode ser restaurado.
11.2. ACRÍLICO O que é: Formado por metacrilato de metila, é um polímero (muitas moléculas/grande massa) também conhecido como Lucite, Plexiglass, Perspex ou simplesmente acrílico. É uma substância sintética polimorfa (assume diversas formas) e transparente (acima de 90%). Acrilato: material que se assemelha ao acrílico, porém utilizado, basicamente, na composição de móveis. Características técnicas: Resistência mecânica inferior a do policarbonato e superior a do vidro. É atenuador acústico e de radiação solar. Peso específico igual ao policarbonato e metade do vidro. Vida útil de aproximadamente 25 anos. Características estéticas: Os acrílicos, por sua versatilidade, podem assumir forma de produtos dos mais diferentes estilos: peças com design clássico, moderno, retrô, futurista. Porém, independente do estilo, sempre nos remeterá ao retrô (uma vez que foi muito utilizado nas décadas de 50 e 60), ou ao futurista, quando assume formas inusitadas, principalmente associadas à iluminação de tecnologia de ponta. As inúmeras possibilidades de cores também colaboram para a estética final dos produtos. Sendo as cores fosforescentes as mais associadas à modernidade. É possível obter-se texturas foscas ou brilhosas nos acrílicos. Ao lado, divisórias e porta em acrílico colorido brilhoso.
Onde usar: Aparece como produtos sob medida, ou não, em utensílios domésticos, mobiliários, divisórias, luminárias, equipamentos industriais e comerciais, painéis, rebaixamento de tetos, clarabóias, janelas e portas, dentre outras inúmeras utilizações.
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Nestas imagens, cadeira totalmente em acrílico e o abajur da Bleunature que tem como base um paralelepíppedo de acrílico com pedras em seu interior: Cuidados: Baixa resistência à abrasão. Sensível ao ataque químico (ácidos).
11.3. POLICARBONATO O que é: O policarbonato é um material termoplástico (perde rigidez ao ser aquecido e ganha resistência quando resfriado) derivado do petróleo, podendo ser facilmente moldado à alta temperatura ou “a frio”.
Características técnicas: É um material de alta transparência (89% - facilita a iluminação natural), e pode apresentar proteção contra raios ultravioleta. Tem alta resistência a impactos: em média 250 vezes superior à do vidro e 30 vezes maior que a do acrílico! Material auto-extinguível (não propaga a chama). Também se fabricam telhas transparentes em policarbonato (com cores e formatos diversos):
Características estéticas: Suas características são similares as dos acrílicos. Os policarbonatos podem assumir forma de produtos dos mais diferentes estilos: peças com design clássico, moderno, retrô, futurista. Porém, independente do estilo, sempre nos remeterá ao retrô (uma vez que foi muito utilizado nas décadas de 50 e 60) ou ao futurista, quando assume formas inusitadas, principalmente associadas à iluminação de tecnologia de ponta.
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As inúmeras possibilidades de cores também colaboram para a estética final dos produtos. Sendo as cores fosforescentes as mais associadas à modernidade. É possível obter-se texturas foscas ou brilhosas nas chapas de policarbonato. No uso em coberturas, há o policarbonato em chapa lisa ou em chapa alveolar. Onde usar: Em coberturas para áreas externas e internas como gazebos, jardins de inverno, garagens, estufas e piscinas (imagem abaixo). Produção de móveis e objetos. Painéis decorativos, com vasta possibilidade, de acordo com a criatividade do artista, designer, decorador ou arquiteto.
Cadeira Ero, de Phillipe Starck, em policarbonato com base de metal. E cadeira Frilly, de Patricia Urquiola, toda em policarbonato:
Cuidados: Apresenta sensibilidade à abrasão: risca facilmente. Para áreas que exigem limpeza constante, recomenda-se a colocação de uma película antiabrasiva.
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Unidade 12. REVESTIMENTOS DIVERSOS
12.1. GRANILITE O que é: Tipo de revestimento compacto para pisos e paredes composto por cimento (comum ou branco estrutural), areia, pequenos fragmentos (granas) de quartzo, alguns tipos de calcário, basalto, mármore, granito (origem do nome do material) ou outros tipos de rochas, corante, adesivo tipo “Bianco”, água e impermeabilizantes.
Características técnicas: Pode ser encontrado em placas prontas para a aplicação, ou em misturas ensacadas para usinagem na obra. Alta resistência mecânica, por isso é muito usado em escadas, corredores e locais de grande trânsito de pessoas. Exige o uso de juntas de dilatação plásticas ou metálicas. O processo de aplicação é demorado, quando usinado na obra: pode demorar até 10 dias. Deve receber polimento e enceramento, ou aplicação de resinas especiais impermeabilizantes. Longa vida útil.
Características estéticas: É um material tradicional, nos remetendo a uma linguagem mais “retrô”, pois foi largamente utilizado nas décadas entre 1960 e 1970 no Brasil. Porém, quando utilizado com outros materiais como madeira, pedra, cimento queimado, pode adquirir um visual criativo e mais moderno. A superfície fica lisa, nivelada, pois o revestimento é polido. De perto podemos perceber as diferentes cores dos fragmentos de rocha, mas, olhando como um todo se percebe apenas a nuance proporcionada pela variação das cores das granas. Existem várias cores, como o preto da escada ao lado, projeto de Marcelo Rosenbaum.
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Para estudo aprofundado sobre características estéticas em design de interiores recomendamos o Curso de Decoração de Interiores à Distância. Veja em: www.artesedesign.com.br Onde usar: Apropriado para exteriores (ocorrência mais comum) e interiores. Utilização residencial e comercial. Reveste pisos e paredes. Abaixo, parede revestida com granilite Crystalli da Catelatto.
Cuidados: Necessita de mão-de-obra especializada. Dificuldades com retoques e reformas, pois se percebe onde foram feitos. A aplicação do revestimento demanda muito tempo (uma semana para secar) e cuidados especiais (neste período deve ser molhado três vezes ao dia). Assentamento sobre contrapiso bem nivelado.
12.2. GRANILHA O que é: Revestimento de constituição semelhante ao granilite. Diferencia-se pelo tamanho das granas, normalmente maiores, e por sua forma ligeiramente arredondada. Fulget: constituído por grandes partículas de granito lavado aparente.
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Características técnicas: Usinado na própria obra. Podem ser encontradas misturas ensacadas de granilhas semiprontas para a aplicação. Longa vida útil. Alta resistência mecânica. Exige o uso de juntas de dilatação plásticas ou metálicas a cada 1,20 m. Pode receber cuidadoso jateamento de água, permitindo com que as granas fiquem mais aparentes, na superfície. Características estéticas: É também um material tradicional, nos remetendo a uma linguagem mais “retrô”, pois foi largamente utilizado nas décadas entre 1960 e 1970 no Brasil. Porém, quando utilizado com outros materiais como madeira, pedra, cimento queimado, pode adquirir um visual criativo e mais moderno. De perto, podemos perceber as diferentes cores dos fragmentos de rocha, mas olhando como um todo, a superfície fica homogênea, havendo apenas a nuance proporcionada pela variação das granas. Existem várias cores. Possui textura acentuada devido às granas, pois não é lixado, tendo assim uma aparência rústica.
Onde usar: Apropriado para exteriores (ocorrência mais comum) e interiores. Reveste paredes e pisos, sendo bastante usado em muros. Utilização residencial e comercial. Ao lado, prédio parcialmente revestido com granilha marrom-alaranjada.
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Cuidados: Necessita de mão-de-obra especializada. Dificuldades com retoques e reformas, pois percebese onde foram feitos. Assentamento sobre contrapiso bem nivelado. Pode acumular sujeira se as granas ficarem muito proeminentes. Por isso não é recomendado para bancadas de áreas úmidas.
12.3. LINÓLEO O que é: Revestimento natural para interiores, composto por fibras de juta, cortiça, serragem de madeira, resinas naturais, óleo de linhaça e pigmentos. Devido à sua composição é biodegradável e é considerado ecologicamente correto. Piso com mais de um século de existência.
Características técnicas: Comercialização: geralmente em mantas (rolos) com 2m de largura (variando conforme fabricante), com espessuras em torno de 2,5 mm. Promove atenuação acústica. Conduz pouco calor. É impermeável e leve (2,8 Kg / m² em média). É resistente ao desgaste natural e à abrasão. Resistência a óleos, azeites, graxas minerais e ao fogo (incluindo queimaduras de cigarro). É antiderrapante e dissipa eficazmente a eletricidade estática.
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Pode ser bacteriostático. Facilidade de manutenção. Não agride o meio ambiente em sua produção. Possui longa durabilidade. Características estéticas: Possibilidade de diversos desenhos, padronagens e cores. Pode-se também criar desenhos através da variação das cores, sem que haja qualquer percepção de emendas – o piso fica totalmente nivelado. As possibilidades de desenhos são inúmeras! Atualmente são oferecidas opções com textura imitando couro de animais (crocodilo, gado). Ao lado, linóleo da Forbo, com aspecto visual de couro.
Em geral agregam um aspecto moderno ao ambiente.
Onde usar: Utilizado em interiores de residências, comércio, indústria, hospitais, escolas, creches, etc...
Cuidados: Contrapiso plano, firme, limpo e totalmente seco antes e durante a instalação.
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Contrapisos em contato direto com o solo devem ser tratados com impermeabilizante, evitando a umidade ascendente. As mantas devem ser coladas no substrato com adesivo específico (cola PVA + cimento + água) para pisos de linóleo. As juntas entre as mantas devem ser soldadas à quente com um cordão de solda especial, a fim de garantir um acabamento uniforme, higiênico e impermeável. Em contato direto com o sol as cores podem se alterar.
12.4. PISOS VINÍLICOS O que são: São revestimentos para pisos, compostos por material à base de policloreto de vinila (PVC). Mas a criatividade do profissional pode levar o produto para paredes e até o teto, não havendo tecnicamente nenhum empecilho para isto. Mais conhecido pelo nome de um dos pisos vinílicos mais populares: Paviflex® (da Fademac). Atualmente existem várias marcas que disponibilizam estes revestimentos com diversas características estéticas e técnicas adequadas para cada tipo de exigência mecânica do ambiente (baixo, médio ou alto tráfego).
Características técnicas: Diversas espessuras: tráfego leve (1,6 mm), tráfego médio (2,0 mm) e tráfego intenso (3,2 mm). Rolos de 2 m de largura, com comprimento variando de 15 a 25 m e espessuras diversas: de 1,2 até 3,5 mm. Placas (geralmente de 30x30 cm ou 60x60 cm) ou réguas. Rápida instalação. Assentamento: usadas comumente colas de base asfáltica ou de resina acrílica, para ambientes secos, ou colas à base de policloropreno (chamadas de Neoprene®) para ambientes sujeitos a umidade. No sistema de réguas, as peças são encaixadas, dispensando o uso de cola! Dissipam eficazmente a eletricidade estática e possuem propriedades antiderrapantes. Apresentam propriedades de isolamento termoacústico. Podem chegar até a décadas de uso, mas algumas propriedades variam de acordo com o modelo e fabricante. Algumas marcas de pisos vinílicos: Decorflex®, Pavifloor®, Paviflex®, Sarlon Mousse® (todos os anteriores da Fademac), Smargad®, Absolute®, Vulcapiso®.
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Características estéticas: Imitam outros revestimentos como madeira, cerâmica, pedras decorativas, dentre outros e também podem ser encontrados nas mais diversas cores e padronagens (desenhos figurativos temáticos, desenhos clássicos e arabescos, etc). Pela possibilidade muito grande de se compor vários desenhos diferentes, o aspecto mais formal ou informal, mais sofisticado ou mais simples vai, depender do desenho escolhido. Uma grande vantagem dos pisos vinílicos é a ausência de emendas visíveis. Mesmo em desenhos mais complexos, o visual plano encanta. Nas imagens seguintes, pisos vinilicos da Fedemac:
Onde usar: Apenas para revestimento interno. Uma dica é usá-lo em residências nos dormitórios, escritórios e sala de TV. Bom para a acústica, térmicos e agradáveis de pisar descalço! Utilizados amplamente em residências, escritórios, estabelecimentos comerciais, academias, aeroportos, indústrias eletro-eletrônicas, hospitais, salas de cirurgia e de anestesia, salas de computadores, laboratórios químicos e em outras áreas que contenham elementos explosivos e onde a eletricidade estática constitui perigo. Cuidados: Ressecam quando recebem luz solar continuamente. Não devem receber água em excesso. Sujeitos a riscos (cuidado com móveis pesados). Aplicados sobre o contra-piso ou outro revestimento pré-existente (apenas no caso de alguns modelos).
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12.5. PISOS AUTO-NIVELANTES O que são: São pisos elaborados através de sistemas especiais para nivelamento e acabamento, com a utilização de substâncias pastosas: resinas epóxi ou poliuretânicas. Pisos monolíticos (que formam um bloco único, sem emendas).
Características técnicas: Apresentam um aspecto monolítico liso e brilhante após a cura (endurecimento). Produto não tóxico após sua cura. Espessuras: variam de 2 a 6 mm. Excelente resistência mecânica e química após sete dias de cura (resistentes a ácidos, álcalis, sais, solventes, etc). Altíssima resistência à compressão: aproximadamente 1.000 Kgf / cm². Resistem a variações de temperatura: de -30º C até + 100º C.
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Resistentes à abrasão. Podem ser utilizados em áreas molhadas, pois a absorção de água é de apenas 0,04%. Fácil limpeza e manutenção. Características estéticas: Apresentam diversas cores e tonalidades (vide catálogos/fabricantes) e podem ter textura antiderrapante. Pela possibilidade muito grande de se compor vários desenhos diferentes, o aspecto mais formal ou informal, mais sofisticado ou mais simples vai depender do tema escolhido para o desenho. De uma forma geral, este tipo de revestimento imprime um aspecto mais moderno, podendo, dependendo do desenho e cores, parecer futurista!
Onde usar Áreas comerciais, residenciais e industriais, laboratórios, depósitos, galpões, áreas com tráfego intenso e pesado, cozinhas industriais e postos de gasolina, dentre outros locais. Cuidados: Reparar todas as possíveis fissuras existentes no contra piso. Além disso, a aplicação requer contrapiso muito bem nivelado e seco, ou o revestimento evidenciará as imperfeições do substrato. Aplicar selador de porosidade e “primer” no substrato. Verificar a garantia com o fornecedor, pois algumas marcas não são resistentes ao risco.
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12.6. PISOS ELEVADOS O que são: São sistemas de execução de pisos constituídos geralmente por placas de metal (em geral de aço), com enchimento de concreto leve (celular), aparafusadas sobre pedestais de alta resistência, fixados no contra piso ou no piso original do ambiente. A parte superior do piso pode ser revestida de vários materiais. Os pedestais que deixam as placas afastadas do piso têm o objetivo de permitir a passagem de fios e tubulações sob eles. Por isso, é muito utilizado em empresas de informática e bancos. Existem também pisos elevados constituídos por aço e madeira, apenas madeira, policarbonato e concreto dentre outros materiais.
Placa de metal com enchimento de concreto celular pedestal
Características técnicas: Travamento e alta estabilidade. Permitem a passagem de cabos e dutos diversos sob o piso. Permitem a colocação de instalações e pontos elétricos, hidráulicos, telefônicos, de lógica e de climatização, sobre as placas. Climatização: grelhas lineares e grelhas arredondadas para difusão do ar podem ser colocadas no lugar de algumas placas. Facilitam o acesso às instalações para eventuais manutenções. Permitem regulagem de altura do piso (de 7 cm até 1,20 m). Permitem execução de degraus e rampas (facilidade de acesso aos ambientes). Proporcionam flexibilidade de lay out. Podem ser reutilizados em outros locais. Longa vida útil.
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Peso variável. Ex: de 30 a 45 Kg/m² no caso de concreto e aço. Modulação variável. Ex: placas de 60 x 60 cm no caso concreto e aço. Resistência à compressão: varia de acordo com os materiais constituintes do sistema (atinge valores superiores a 1.000 Kg/m²). Características estéticas: As superfícies dos pisos elevados podem ser revestidas com diversos materiais como carpetes, laminados, cerâmicas, granitos, mármores, madeiras e pisos vinílicos dentre outros. Cada material utilizado no revestimento irá traduzir os aspectos estéticos próprios, uma vez que o sistema de piso elevado é apenas um suporte.
Onde usar: Tecnicamente pode ser usado em qualquer ambiente interno. Porém é mais procurado para uso em empresas de informática e em estabelecimentos bancários, devido às constantes mudanças de lay out a que são submetidas estas empresas.
Cuidados: O ambiente tem seu pé direito reduzido. Cuidar para não ficar muito baixo.
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Unidade 13. TECIDOS, PAPÉIS DE PAREDE e TAPETES 13.1. TECIDOS O que são: Tramas de fibras entrelaçadas utilizadas no estofamento ou confecção de produtos de decoração (cortinas, almofadas, colchas, etc) e na moda.
1.
Características técnicas: Caimento do tecido: maleabilidade, o quanto o tipo de tecido vai se adequar ao modelo que lhe é proposto nos estofados ou nas cortinas. O encorpamento do tecido, ou seja, a quantidade de fibras usadas, faz com que o mesmo tenha determinado caimento. Quanto mais fibras (abaixo à esquerda), mais encorpados são os tecidos. Quanto menos fibras (abaixo à direita), mais leves são. Em relação ao caimento então, temos tecidos pesados (ou, muito encorpados), tecidos médios e tecidos leves.
2.
Resistência: diz respeito à flexibilidade do tecido e também à quantidade de fibras. Um mesmo tecido de algodão, se for leve, não será muito resistente. Mas se for bastante encorpado (pesado) terá resistência. Este fator é imprescindível de ser observado na escolha de tecidos para sofás e demais móveis de assento.
3.
Tipo de tingimento: os tecidos podem ser tecidos com fios já tingidos, gerando peças que tem coloração uniforme de ambos os lados; ou podem ser estampados (observamos isto olhando o avesso, que conterá apenas borrões que vazam do lado direito do tecido estampado). O tipo de tingimento é imprescindível para a durabilidade da estampa do tecido, pois para usos mais intensos e contínuos, os de fios tingidos devem ser escolhidos, a fim de que a coloração se mantenha uniforme por mais tempo. Os tecidos tingidos após tecimento geralmente são mais baratos e excelente opção para almofadas, pequenos detalhes e objetos de decoração.
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Algo muito importante, é que o sol é um agente implacável sobre os pigmentos. Qualquer tecido quando exposto ao sol sofrerá algum tipo de dano. Os tecidos náuticos são mais resistentes, mas a textura, o “toque”, não os torna agradáveis para os interiores onde se privilegia o conforto. 4.
Composição dos fios: de uma forma geral podem ser divididos em fibras naturais, fibras sintéticas e mistas (mistura de naturais e sintéticas). As fibras sintéticas são sempre usadas em tecidos náuticos e para exterior em geral. As naturais, somente para interiores, são mais suaves ao toque e mais “térmicas”, principalmente o algodão, pois se tornam frescas no verão e quentinhas no inverno, mas quanto a isto, o tipo de tecido também influencia, pois um tecido veludo 100% algodão será quente em qualquer estação do ano. Características estéticas: O aspecto relacionado à estética própria do tecido define sua “personalidade”. A estética do tecido deve ser escolhida de acordo com os referenciais dos “Parâmetros Básicos de Preferências Estéticas” que norteiam o perfil do usuário do ambiente. A partir daí escolhe-se o estilo do tecido. Os tecidos exercem grande influência no estilo do ambiente como um todo, portanto merecem atenção e cuidado na escolha, pois estão presentes nos móveis estofados, no piso e até nas paredes e teto.
Estilo do tecido: o estilo está diretamente ligado ao tipo de tecido e à sua estampa, e eventualmente também à sua textura (à forma de tecimento). Existem tecidos que tem uma linguagem estética própria e até nome próprio. O mesmo para alguns tipos de estampas. Existem tecidos do grande grupo dos Estilos Clássicos, dos Modernos, dos Específicos. E também do mega-grupo dos Contemporâneos, que agrega estilos e misturas de estilos nos tecidos.Vejamos de forma mais detalhada nos parágrafos seguintes. Tecidos de estilos clássicos: Tipos de tecidos considerados clássicos pelas suas fibras ou sistema de tecimento: veludo, linho, seda, gorgurão, bordado inglês, buclê, brocado, gobelin, cetim, chenille, crepe, damasco ou adamascado, jacquard, matelassê, musseline, shantung, tafetá, toile-de-jouy, voile, piquet. Estampas clássicas: xadrezes e listras regulares e uniformes, florais precisos, cashemere, gravataria, arabescos. Na página seguinte, exemplos de estampas clássicas, da esquerda para direita: floral com arabescos, floral, listrado, toile-de-jouy, veludo, xadrez, cashemere, arabesco floral, gravataria, e uma série de desenhos de estampas diversas com desenhos simétricos bem regulares, tais como folhagens, medalhões, arranjos florais, listras, florões.
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Tecidos de estilos modernos: Jeans, sarja, brim, ultrassuede, camurça natural ou sintética, couro (não é tecido, mas é usado como tal); courino ou couríssimo (imitações de couro), chita ou chitão (data de antes do descobrimento do Brasil, originário da Índia, mas seu aspecto colorido é algo considerado moderno), lona, lonita, microfibra (o tipo de fibra dá nome ao tecido), tecidos vinílicos, emborrachados, metalizados. Estampas modernas: podem ser as estampas clássicas estilizadas ou esboçadas, geométricos, op art, pop art... Exemplos de estampas modernas: listra, xadrez, florais estilizados e retrôs geométricos.
À direita, exemplos de tecidos e estampas modernas em almofadas: geométricas, floral estilizada e listras.
À direita, poltrona e tecido retrô.
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Tecidos de estilos específicos: Rústicos: linhão, seda rústica, misturas de tecidos com fibras rústicas como rami ou junco, juta. Os tecidos considerados rústicos estão relacionados com fibras naturais, mas também podem adquirir aspecto de rusticidade devido à sua trama, quando esta for irregular.
A rusticidade é uma característica de tecidos tramados com fios irregulares, provocando desníveis propositais na trama. A rusticidade também pode estar presente no acabamento “envelhecido” de tecidos, o que torna suas cores mais pálidas, com aspecto desbotado proposital.
Étnicos: tecidos com estampas de peles como zebra, onça, leopardo e tigre. Estampas típicas (folclóricas) de povos como: japoneses, russos, africanos, balinezes, espanhóis, portugueses, indianos. Em geral, o estilo dos tecidos étnicos está ligado à estampa típica de determinada nação. Exemplos de estampas étnicas: zebra, onça, estampas africanas e estamparia indiana.
Temáticos: ligados totalmente à estampa. São tecidos com desenhos de temas específicos, que podem variar imensamente, deste temas mais tradicionais até os infantis, passando por reproduções de obras de arte e pinturas figurativas personalizadas. Exemplos de estampas temáticas.
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Onde usar: Há tecidos especiais para exterior, que podem receber até chuva. Há tecidos para uso náutico, que suportam a água salgada, iodo e intempéries severas. Estes são tecidos quase todos sintéticos, com tecnologia de tingimento de última geração. E há também os tecidos exclusivos para interiores, que também necessitam de observação quanto ao uso e que tem as seguintes subdivisões: - uso intenso = sofás e poltronas; - uso médio = cadeiras e pufes; - uso leve = almofadas e mantas.
Cuidados: O sol é implacável. Somente os tecidos para exterior é que têm resistência mais elevada ao sol. Todo outro tipo de tecido quando exposto ao sol irá desbotar. Também se deve observar a questão do tipo de tingimento, escolhendo os estampados apenas para áreas de pouco uso, ou para os complementos (almofadas, colchas, etc). Outro cuidado é quanto à resistência do tecido: para cada exigência de uso, há um tipo de tecido, como vimos anteriormente.
13.2. PAPÉIS DE PAREDE O que são: Revestimentos que têm por base papel (celulose), usado na decoração de interiores. O primeiro registro sobre a utilização do papel de parede ocorreu na China. Nos séculos XVI e XVII o material começa a ser utilizado pelos europeus para decorar parte das paredes, substituindo telas e tapeçarias. No Brasil, no início do século XX ocorreu um pequeno consumo deste produto através das importações, cujo custo era muito alto. Só por volta de 1960, com a modernização dos processos de produção e redução dos custos, a produção e o consumo do papel de parede se ampliou em todo o mundo!
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Características técnicas: Vendidos em rolos de cerca de 52 cm de largura (podendo variar para mais, conforme o fabricante), e 10 metros de comprimento. As faixas são vendidas também em rolos. Existem os papéis que são apenas impermeabilizados na sua parte aparente, sendo menos resistentes e não suportando pano úmido em limpeza. E há os papéis totalmente vinilizados, mais resistentes, suportando bem a limpeza com pano úmido, ideais para quartos infantis, e locais de muito manuseio.
• • •
Características estéticas: A principal característica estética dos papéis de parede é em relação à estampa. E estas se subdividem nos 3 grandes grupos estilísticos: Clássicos Modernos Específicos Papéis com estampas clássicas em cores atuais:
Papéis com estampas modernas:
O tamanho da estampa do papel de parede influenciará na estética do ambiente, assim como suas características de desenho (linhas retas, ou linhas curvas, cores, texturas, etc). As imagens de exemplos de tecidos apresentados no item 3.1 também valem para o estudo dos papéis de parede.
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Onde usar: Utilize o papel de parede apenas nos ambientes secos e em paredes internas, pois as paredes que fazem limite com o exterior geralmente retém mais umidade. Podem ser aplicados a paredes, tetos ou móveis.
Cuidados: Locais sujeitos à umidade podem danificar o material. Papéis vinílicos podem ser facilmente limpos com pano úmido e devem ser usados principalmente em ambientes com grande movimentação de pessoas e no quarto de crianças. Caso seja necessário retirar o papel por causa de defeitos ou simples vontade de mudar a decoração, ele pode ser retirado com pano úmido. Contudo, atenção: papéis de alta qualidade não danificam a parede ao serem retirados, mas, papéis de baixa qualidade podem descascar a pintura existente na parede.
13.3. TAPETES O que são: Produtos para revestimento feito de fibras tecidas e entremeadas que formam peças soltas (tapetes) ou rolos (carpetes).
1.
Características técnicas: Tráfego: tráfego é a referência ao tipo de uso de um material, condicionado à frequência de uso, carga sobre o mesmo, e tipo de material que passará por ele. Existem três classificações básicas para o tráfego de tapetes: - baixo: uso em locais de pouco tráfego, por exemplo, dormitório e closet; - médio: uso em locais de tráfego moderado, por exemplo, sala de estar e jantar, escritório particular; - intenso: uso em locais de grande movimentação e de grande exigência de limpeza, como corredores, estabelecimentos comerciais.
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2.
Processo de produção: divide-se entre artesanal e industrializado. Os tapetes artesanais podem ser confeccionados com vários tipos de fibras: lã, algodão, seda, fibras naturais (sisal, taboa, etc), couro, pêlos, e fibras sintéticas. Os tapetes artesanais são mais indicados para baixo e médio tráfego, devendo-se ainda avaliar outros aspectos em relação à sua resistência (que é condicionada aos materiais usados, por exemplo, tapetes de pura seda só podem ser usados em locais de mínimo tráfego, como em um dormitório). A ferramenta principal utilizada pelo tecelão é o tear. Teares são estruturas de madeira ou ferro na qual são fixados os fios da base do tapete (também chamados fios da urdidura) e nos quais os fios que darão forma ao tapete serão entrelaçados, nodados ou entremeados. Os tapetes industrializados são tecidos por máquinas. Existem duas formas principais de tecimento que dão corpo ao tapete: - sistema tufting: onde o tapete possui uma base sobre a qual as fibras são tramadas; - sistema de agulhados: uma manta de fibras entrelaçadas e compactadas e unidas por meio de resinas (também conhecida por “forração” – são tapetes mais econômicos, porém hoje já dispomos desta versão econômica em excelente qualidade e estética!).
3.
Resiliência: trata da flexibilidade da fibra, da sua capacidade de voltar à posição original após ser pisada ou amassada. Em locais de alto tráfego, a resiliência é um fator importante.
4.
Tipos de tingimento: os tapetes industrializados são todos tingidos com tintas sintéticas, enquanto os artesanais podem adotar os dois tipos de pigmentos: os naturais (muito menos resistentes ao desbotamento) e os sintéticos. O sol, apesar de maravilhoso e indispensável para a vida, é implacável com as superfícies tingidas, tanto tapetes artesanais quanto industrializados estão sujeitos ao desbotamento, se forem expostos com muita frequência aos raios solares.
5.
Composição dos fios: os tapetes podem ser confeccionados com fibras naturais: algodão, seda, juta, rami, sisal, seagrass, palha de arroz, folha de bananeira, pelos de animais e lã; e também podem ser feitos de fibras sintéticas, como o nylon e o polipropileno.
6.
Sistemas de tecimento: o tecimento de um tapete industrializado varia com basicamente quatro possibilidades, criando resultados de texturas, aparência e tráfego. São eles: - Buclê (também conhecido por Loop): no qual as laçadas feitas na base não são cortadas. Este processo é muito usado em tapetes para áreas de alto tráfego. Veja a imagem ao lado:
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- Pelo cortado ou nodado: neste processo, a fibra passa pela base e é cortada em uma altura predeterminada. A altura do tapete está relacionada diretamente ao tráfego: quanto mais alto, menor o tráfego. A seguir, dois modelos:
- Sistema misto: composto pelos dois anteriores citados. - Tecimento liso: as fibras são continuamente passadas pela base, sem serem cortadas, dando ao tapete um aspecto mais liso. Para os tapetes artesanais, o sistema de teares simples a complexos, gera principalmente tapetes lisos. Neste sistema liso também se enquadram os tapete artesanais orientais tipo Kilin. Também são considerados como tecimento liso, os tapetes bordados, que geram os tradicionais tipos de tapetes: Arraiolos, Fantasia Espanhola, Colonial Brasileiro e Ponto de Cruz. Tapele Kilin e detalhe de um tapete Arraiolo:
Características estéticas: O estilo do tapete está diretamente ligado ao tipo de fibra usada e à sua estampa, e eventualmente à sua textura (à forma de tecimento). Existem tapetes do grande grupo dos Estilos Clássicos, dos Modernos e dos Específicos. Tapetes clássicos: Os tapetes clássicos caracterizam-se, em grau de importância, primeiro pela estampa. Os tapetes com florais, ramalhetes bem definidos, arabescos presentes nos tapetes orientais (principalmente nos iranianos) e nos franceses antigos (como o Aubusson e o Savonerie), são tapetes pesados visualmente pois agregam desenhos complexos e coloridos. Algumas fibras usadas nos tapetes, mesmo que eles não tenham desenhos, podem dar-lhes característica clássica, por exemplo o uso de veludo, linho, seda, chenille. Algumas técnicas usadas principalmente nos tapetes artesanais também nos remetem ao visual clássico: bordados, brocados, gobelin, adamascado.
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Abaixo, à esquerda, tapete francês Savonerie. Observe os desenhos: flores, ramalhetes, arabescos na moldura – características marcantes clássicas. O Savonerie é um tapete nodado. Abaixo, à direita, tapete francês Aubusson. Além dos desenhos típicos clássicos, possuem um medalhão central e cores mais suaves, em tons pastéis. O Aubusson é um tapete de tecimento liso.
Os tapetes orientais podem ser encontrados nas mais diversas cores, estampas e tamanhos. Abaixo, os dois primeiros da esquerda têm um medalhão central, muito comum entre os tapetes iranianos; os dois à direita possuem o seu campo (o meio que é delimitado pela moldura/borda) em desenho repetido. Estas estampas são consideradas clássicas para os tapetes.
Tapetes modernos: A principal característica está na estampa. Estampas minimalistas, abstratas ou mesmo os lisos definem bem a estética moderna do tapete. O tipo de material utilizado também é importante. Há tapetes de fibras oriundas de processamento de garrafas pet recicladas e outros materiais de reaproveitamento como tiras de tecido de elastano, fios de malha, etc. Alguns tecidos quando aplicados nos tapetes, sejam nas bordas, ou em todo ele, também ressaltam o estilo moderno: jeans, sarja, brim, camurça natural ou sintética, couro, courino ou couríssimo (imitações de couro), chita ou chitão, lona, lonita, tecidos vinílicos, emborrachados, metalizados. Dentre os tapetes orientais, os do tipo “Gabeh” tendem ao minimalismo, portanto adquirem caráter de modernidade, mesmo sendo de tradicionais tribos nômades! Exemplos de tapetes modernos, dentre eles algumas estampas “retrô”:
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Também há os tapetes modernos por seu acabamento ou materiais. Alguns deles misturam materiais de diferentes estilos, por exemplo, materiais rústicos como fibras naturais usadas com couro liso; tapete de couro cortado em quadrados, formando um patchwork; tapetes de sisal, com formas geométricas:
Tapetes de estilos específicos: Rústicos: linhão, seda rústica, misturas de tecidos com fibras rústicas. Os tapetes considerados rústicos estão relacionados com fibras naturais, mas também podem adquirir aspecto de rusticidade devido à sua trama, quando esta for irregular. Algumas fibras mais conhecidas no uso de tapetes: rami, junco, sisal, bambu, taboa, juta, algodão.
Étnicos: caracterizam-se basicamente pelas estampas de peles como zebra, onça, leopardo e tigre. Estampas típicas (folclóricas) de povos como: japoneses, russos, africanos, balinezes, espanhóis, portugueses, indianos. Assim como nos tecidos, o estilo dos tapetes étnicos está mais ligado à estampa típica de determinada nação. Também entram nesta categoria de estilo étnico, os tapetes orientais com estampas “tribais”. Estas estampas são características de tribos da região do oriente médio, ou tribos indígenas diversas.
Temáticos: ligados à estampa ou à forma. Podem ser reproduções de obras de arte, pinturas figurativas personalizadas, temas diversos. Além disto, o tapete pode ter um recorte específico: formato de flor, formato de coração, formato de algum nome, etc.
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O tamanho da estampa também influenciará na estética do ambiente, assim como suas características de desenho (linhas retas, ou linhas curvas, cores, texturas, etc). Onde usar: Os tapetes de fibras plásticas podem ser usados no exterior. Os de fibras sintéticas e naturais somente em interiores. Tapetes muito valiosos (como os orientais, Aubusson, Savonerie...) podem ir para a parede, como um painel! Nos ambientes ao lado, os tapetes da marca O.A.T. foram para a parede! O tapete amarelo com contorno de espelho clássico possui aplicação de cristais. Cuidados: A manutenção do tapete (limpeza) é importante para prolongar sua vida útil. O cuidado com a especificação correta de tráfego também manterá a beleza do tapete por mais tempo.
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Prezado aluno(a),
Parabéns por todo estudo até aqui! Realize também as atividades práticas sugeridas no ambiente de ensino a fim de vivenciar o contato com tantos materiais interessantes! E revise seus estudos, para que você possa continuamente: - Ampliar o repertório visual e criativo. - Identificar materiais adequados para satisfazer aos requisitos impostos por um projeto de decoração, quanto à funcionalidade, conforto e durabilidade. - Analisar as linguagens estéticas intrínsecas aos materiais e suas variações conforme a apresentação do produto. - Desenvolver o senso crítico quanto às propriedades técnicas e estéticas dos materiais, permitindo maior interação e discernimento para análise de novas tecnologias em materiais de revestimento.
Cordialmente, Centro de Artes e Design
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