Profa Vanessa Sousa
HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE PROFESSORA: VANESSA SOUSA INTRODUÇÃO Partindo da premissa de que as estruturas e acontecimentos que nos cercam não podem ser explicados unicamente tendo como referência o presente, mas que também remetem ao passado, análises e identificações de relações entre vivência sociais nos vários tempos e problematização na relação do homem com a natureza. Michel de Certeau (2002, p. 66) complementa: “A produção histórica se refere à combinação de um lugar social, de práticas “científicas” e de uma escrita”.
Não obstante, faz-se necessário destacar as três etapas da produção historiográfica sobre o Rio Grande do Norte, que compreendem, respectivamentes: as primeiras produções organizadas dos anos 1920 aos anos 1970, a segunda etapa dos anos 1980 aos anos 1990 e a terceira etapa iniciada a partir dos anos 1990. No primeiro momento (1920-1970) prevalece na historiografia do estado a versão das obras consideradas oficias e que procuraram abarcar toda a história do Rio Grande do Norte, como a de Rocha Pombo e Tavares de Lira produzida na década de 1920 e a de Câmara Cascudo escrita na década de 1950. O resgate da história norte-riograndense no dado período não era nada casual, visto que essas obras foram feitas, ate certa medida, por encomenda do estado. Além de ser um momento profícuo à emergência de projetos identitários para o estado, essas obras buscavam restituir a verdade histórica através da construção de uma narrativa historiográfica que desse certa razão de existir o estado. Para isso, montam uma espécie de cronologia ou linha do tempo, contendo datas, personagens “ilustres” e acontecimentos que os autores consideravam relevantes. A segunda etapa, a partir da década de 1980, é caracterizada pelas obras de cunho acadêmico. Época em que a Universidade Federal do Rio Grande do Norte passa a investir na qualificação do quadro docente e consolida-se como instituição de pesquisa. Nesse momento, os professores começam a sair para se especializarem em cursos de mestrado e doutorado, fato que possibilitou a criação de programas de pós-graduação na instituição. Os primeiros trabalhos sobre a historiografia do estado nesse período já estabeleciam uma análise das questões locais usando referências teóricas. Podemos entender que, nesse momento começa a ser adotado critérios científicos para elaboração de trabalhos históricos, o que abre precedentes investigativos para as futuras produções. O terceiro momento, inicia-se a partir dos anos 90 quando a temática do estado ganha destaque no ensino básico. Alguns livros sobre a História do Rio Grande do Norte, como o da professora Denise Monteiro, começam a ser escritos. As implicações de obras como essa vai de encontro a ausência de textos que discutam com maior cuidado o âmbito do político no universo sociocultural urbano, investigando as tensões e embates das várias manifestações populares do período. Fazer esse resgate historiográfico é de suma importância para a problematização dos acontecimentos relacionados a História potiguar. A partir disto, podemos abrir as janelas do conhecimento e ampliar nossa compreensão sobre a História local sem dissociá-la do contexto macro estrutural. 1. AS NAVEGAÇÕES MARÍTIMAS E OS DESCOBRIMENTOS DOS SÉCULOS XV E XVI A História do Rio Grande do Norte só pode ser compreendida a partir da história da civilização ocidental e da história do Brasil. A expedição cabralina é, sem dúvidas, o marco cronológico inicial da história brasileira, mas por si só insuficiente para explicar a origem do Brasil. Para tanto, faz-se necessário o conhecimento dos fatos anteriores que nos possibilite uma compreensão mais abrangente do processo histórico que resultou no descobrimento dos rincões tupiniquins. Só assim será possível compreender os motivos que levaram as monarquias cristãs européias a empreender a expansão marítima-mercantil e entender o que ocorreu a partir da chegada dos portugueses. Na segunda fase da Idade Média (Baixa Idade Média), entre os séculos XI e XV, a Europa ocidental passou por uma série de modificações econômicas, políticas, sociais e culturais. Neste período se iniciou o processo de falência do sistema feudal, que lançou as bases da Idade Moderna (1453-1789). Mudanças como a centralização do poder político e o desenvolvimento do capitalismo comercial marcaram profundamente o futuro da civilização ocidental. Antes o poder político estava nas mãos dos senhores feudais; agora passou a concentrar-se nas mãos do rei, maior representação política do Estado Moderno. Estava nascendo o Estado Moderno Absolutista. Ademais, emergia com força um novo grupo social – a – a burguesia, que iria ocupar o proscênio econômico e político. Entre os fatores que contribuíram mais decisivamente para enfraquecer o poder dos senhores feudais estava o renascimento comercial e urbano. A burguesia teve um papel decisivo na luta política contra os senhores feudais e
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Profa Vanessa Sousa na formação do Estado Moderno, pois foi ela que se aliou aos reis contra os abusos cometidos pelos senhores feudais. Financiados pelo dinheiro da burguesia e fortalecidos militarmente, os reis conseguiram anular os privilégios dos senhores feudais e consolidaram o poder absoluto, marco maior do Estado Nacional Moderno. O Estado Nacional acabou com o particularismo político do sistema feudal. À burguesia interessava o fortalecimento do poder real, pois assim conseguiria a unificação e o fortalecimento do mercado interno e vislumbrava o surgimento de um mercado externo. Tudo conspirava para o êxito pleno da burguesia. Porém, havia nuvens carregadas no horizonte. O quadro era bom, mas vislumbravam-se problemas. O desequilíbrio da oferta de mercadorias aumentou a procura pelos produtos orientais, principalmente de especiarias. A aquisição desses produtos implicou no escoamento de moedas da Europa para o Oriente. Dessa forma, buscava-se conseguir os produtos que internamente tinham consumo assegurado. Se possível, sem os intermediários italianos que monopolizavam a distribuição dos produtos orientais para a Europa. Sem os intermediários italianos, haveria o barateamento dos produtos que vinham do Oriente. Era preciso, também, garantir uma boa reserva r eserva de metais preciosos, então usados para cunhar moedas. A escassez deles era um entrave para o desenvolvimento das relações comerciais. No início da Idade Moderna, os europeus se lançaram à exploração de terras e mares até então desconhecidos. O processo que culminou com as grandes navegações teve em Portugal o seu maior expoente. Isso foi possível porque o pequeno reino ibérico estava numa localização geográfica privilegiada – privilegiada – lançado lançado em direção ao Atlântico. Por isso, Portugal era ponto po nto de escala obrigatória de rotas terrestres e marítimas de comércio. Também foi importante a precocidade no processo de centralização monárquica ocorrida ainda no século XIV. Na Idade Antiga, egípcios e gregos já defendiam a tese de que a Terra era redonda. Tal teoria foi substituída, no período medieval, pela idéia de o formato do planeta ser plano como uma mesa. Portugueses e espanhóis não mais aceitavam a argumentação medieval e passaram a buscar rotas que os pusessem em contato com comerciantes de produtos orientais. Foi nesse ambiente que Portugal, seguido pela Espanha, iniciou a sua aventura marítima com a finalidade de achar um caminho para a terra das especiarias, o Oriente. Para atingir tal objetivo, entretanto, eram precisos muitos conhecimentos náuticos, cartográficos e uma boa indústria naval. A partir das metade do século XV, os portugueses ocuparam vários pontos da costa africana, com o objetivo de contornar a África, passando do oceano Atlântico para o oceano Índico e finalmente atingir o Oriente e especificamente as chamadas “ Índias” onde estavam as cobiçadas especiarias. Esse processo passou por várias etapas entre 1415 até 1498 com a chegada de Vasco da Gama, à cidade de Calicute, nas Índias. Contudo, este processo de expansão marítima portuguesa, foi interpelado por uma grande conquista, feita em no nome da Espanha. Em 1492, os reis espanhóis (Isabel de Castela e Fernando de Aragão) dispuseram-se a patrocinar a viagem do navegador genovês, Cristóvão Colombo, que lhes propôs um audacioso plano para atingir as Índias. Ao contrário do que faziam os portugueses, que buscavam atingir as Índias contornando a África, Colombo, baseando-se na esfericidade da Terra, pretendia atingir o leste (Índia) viajando no sentido oeste. Evidentemente que na teoria seu plano estava certo, contudo entre a Europa e a Ásia existia um outro continente, que Colombo iria descobrir. O novo continente, a América, ficou assim conhecido, por causa de um outro navegador italiano, Américo Vespúcio que escreveu um relato sobre suas viagens vi agens ao “Novo Mundo” e provou através de estudos e teses se tratar de um novo continente e não da Ásia, como acreditou Colombo. A conquista de novas terras desencadeou uma série de conflitos envolvendo Portugal e Espanha, reivindicando a posse sobre as terras encontradas ou a encontrar, sendo então necessário o estabelecimento de acordos para tratar a questão. Em 1493, foi editada a Bula Papal Intercoetera, estabelecendo que as terras existentes a ocidente do meridiano traçado a 100 léguas a oeste do arquipélogo de Cabo Verde seriam da Espanha, enquanto as que se localizassem a leste caberiam a Portugal. Ao contornar em 1488 o Cabo das Tormentas, depois chamado de Cabo da boa esperança, Bartolomeu dias, em nome da Coroa portuguesa, abriu a rota marítima para a Ásia, concretizada em 1498 com a chegada de Vasco da Gama às Índias, estabelecendo assim o controle comercial português na região. Dentro desse contexto, o governo português organizou em seguida, a maior e mais bem equipada frota (1200 homens e 13 navios) para iniciar o seu efetivo domínio no comércio oriental. Essa expedição comandada por Pedro Álvares Cabral tinha também a função, de desviar parte de sua esquadra da costa africana e navegar para o Ocidente, para verificar a existência de terra dentro dos domínios portugueses estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas. HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa Dessa forma, Pedro Álvares Cabral, aportou no Brasil no dia 22 de abril de 1500, denominando então Ilha de Vera Cruz, nome mudado no ano seguinte para Terra de Santa Cruz e que a partir de 1503, passou a ser chamado Brasil. A ocupação econômica das terras na América constitui-se num importante episódio da expansão comercial européia, influenciado por fatores políticos. Os europeus chegaram às terras recém-descobertas e as ocuparam como se fossem legítimos proprietários. A Améroca transformou-se em uma região complementar para o desenvolvimento europeu, sendo submetida a uma intensa exploração, com pequenas variações locais de acordo com o país europeu que a colonizou. 2. RIO GRANDE DO NORTE: N ORTE: DO INÍCIO À COLONIZAÇÃO 2.1 OS PRIMEIROS HABITANTES DO TERRITÓRIO POTIGUAR A história do Rio Grande do norte tem início muito antes da chegada dos europeus ao Brasil. Entretanto, não sabemos precisamente quando ela começa. Muitos estudos e pesquisas têm sido feitos para descobrir desde quando o território potiguar é ocupado por seres humanos. Os pesquisadores orientam-se por meio de diversas pistas e vestígios – por – por exemplo, as pinturas rupestres – rupestres – para para entender e explicar como as coisas aconteceram no passado.
[...] O RN tem 178 sítios arqueológicos cadastrados e tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O número oficial nem de longe reflete a riqueza do “real patrimônio” do Estado. Apenas em Santana do Matos, município da região do Seridó, onde existem dois sítios cadastrados, foram encontrados mais de 80 áreas com vestígios dos grupos pré-históricos que habitaram o que hoje corresponde ao território potiguar. As pesquisas no município foram lideradas pelo arqueólogo Valdeci dos Santos Jr., em parceria com o pesquisador Gilson Luiz da Silva. Santana do Matos não é a única cidade com um tesouro debaixo do chão. Carnaúba dos Dantas, Apodi e praticamente toda a região do Seridó, são férteis em vestígios, como ossos humanos, ferramentas, cerâmica, armas e pinturas rupestres. As datações mais antigas são de 10 mil anos atrás. [...] Disponível em: http://defender.org.br/noticias/nacional/ rio-grande-do-norte-sitios-arqueologicos-depredados/ Acesso: março. 2016.
2.2 AS EXPEDIÇÕES EXPLORATÓRIAS E O MARCO DE TOUROS Várias polêmicas surgiram no século XX sobre a possibilidade de alguns navegadores franceses, espanhóis, italianos e alemães – alemães – e e mesmo portugueses – portugueses – terem terem estado no Brasil antes de Cabral (HOLLANDA, 1989, p. 44-48). Sobre o local exato do descobrimento também existe contestações. A tese consagrada é a de que o Brasil foi descoberto em Porto Seguro, na Bahia. Lenine Pinto (1998) confronta essa tese, argumentando que o descobrimento do Brasil não ocorreu na Bahia e sim no Rio Grande do Norte. Polêmicas à parte, o certo é que a esquadra de Pedro Álvares Cabral, após o descobrimento do Brasil, seguiu para as Índias. No entanto, antes de prosseguir viagem, Cabral mandou a Portugal uma caravela (para levar a carta de Pero Vaz de de Caminha) dando notícia sobre a terra descoberta – descoberta – o o Brasil, que ainda não havia sido batizado com esse nome (BUENO, 1998b, p. 34). Em 1501, após o descobrimento do Brasil., D. Manoel, rei de Portugal, mandou uma expedição para explorar as novas terras, provavelmente sob o comando de Gaspar Lemos 1. Sabe-se que o objetivo desta primeira expedição foi colocar marcos de posse português e mapear o ainda desconhecido território do Brasil, nomeando os acidentes geográficos da costa com uma toponímica lusitana. O primeiro marco de posse português no Brasil, foi colocado próximo ao Cabo de São Roque em Touros ( Praia dos Marcos). Sendo este, o monumento mais antigo da presença portuguesa das Américas e que marca o aparecimento do Rio Grande do Norte na historiografia européia 2. 1
O comando desta expedição é ainda um assunto controverso e polêmico. Alguns nomes são apresentados, como: D. Nuno Manoel, André Gonçalves e Fernando de Noronha. Alguns historiadores, entretanto, defendem a idéia de Gaspar de Lemos, Gonçalo Coelho ou Américo Vespúcio como comandantes da expedição. Não se chegando, portanto, a um consenso. 2 O Marco instalado originalmente na cidade de Touros/RN foi feito de uma pedra calcária de granulação fina, provavelmente de mármore português ou lioz, medindo 1,20m de altura; 0,20m de espessura, espessura, 0,30m de largura; 1,05m de contorno. Na parte superior, contém a cruz da Ordem de Cristo (a famosa Cruz de Malta) em relevo e, abaixo, as armas do rei de Portugal e cinco escudetes em aspas com cinco quinas, sem as bordaduras bordaduras dos castelos. Desde 1976, quando foi declarado monumento nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural, o Marco encontra-se em exposição no Forte dos Reis Magos, localizado na Praia do Forte, em Natal/RN.
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CURIOSIDADE O Marco de provável Touros é visita também pela ao comunidade deainda Cauã,durante como seo fosse santo, e o Outra dos cultuado portugueses Rio Grande, período chamam até de “Santo Cruzeiro”. O culto ao Marco surgiu em decorrência da falta de conhecimento das características da pedra e das inscrições nela contidas, como, por exemplo, a cruz que representa o símbolo da Ordem de Cristo. Estes fatores levaram a comunidade a crer que o Marco era realmente realmente divino, vindo diretamente de Deus. Os habitantes dessa comunidade acreditavam que tirar algumas lascas de pedra do Marco de Touros para fazer chá não constituía uma agressão e sim uma cura para as suas doenças. A comunidade, na sua obsessão religiosa, contribuiu para que o avanço do mar não viesse a destruir o precioso patrimônio – patrimônio – que que foi o primeiro monumento histórico do Brasil português – pois, pois, a cada avanço do mar, o Marco era deslocado do seu lugar de origem.
Essa expedição descobriu que havia grande quantidade de uma árvore de tronco avermelhado, a qual chamaram de pau-brasil. Além dessa árvore, a expedição encontrou diversos acidentes geofráficos que foram nomeados de acordo com o nome do santo do dia: Cabo de São Roque, Cabo de Santo Agostinho, Cabo de São Tomé, Ilha de São Sebastião, Ilha de São vicente e Baía de Todos os Santos. Em cada um deles, os portugueses colocaram marcos. Outra provável visita dos portugueses ao Rio Grande, ainda durante o período pré-colonial, foi a expedição de 1503, liderada por Gonçalo Coelho com a participação de Américo Vespúcio. Esta expedição, patrocinada por comerciantes europeus, tinha o objetivo de mapear e localizar áreas de ocorrência de Pau-Brasil, para futura exploração. Por haver esta matéria –prima –prima em grande quantidade, o Rio Grande atraia tanto a atenção dos portugueses, como principalmente dos franceses. 2.3 POVOS INDÍGENAS QUE HABITAVAM O TERRITÓRIO NORTE-RIO-GRANDENSE N ORTE-RIO-GRANDENSE A descoberta de um novo mundo proporcionava enfrentar barreiras, vencer desafios, rumar ao desconhecido. Terra... terra farta, terra de ninguém pronta para ser desbravada, conquistada e explorada. Mas que surpresa! Os portugueses, aqui chegando depararam-se com criaturas "de porte mediano, acima de 1,65cm, reforçados e bem feitos no físico. Olhos pequenos e amendoados como os da raça mongólica, escuros e encovados, de orelhas grandes, cabelos lisos e cortados redondos, arrancavam os pêlos da barba até as pestanas e sobrancelhas. Eram baços, claros, pintavam seus corpos com desenhos coloridos. Furavam o beiço, principalmente o inferior, assim como orelhas e o nariz". Seus corpos nus expostos ao sol, sob o calor e maresia, demonstravam íntimo contato com a natureza selvagem e hostil. Contrastando com as cores do horizonte e na beleza exótica do lugar, os nativos observavam grandes embarcações com figuras espalhafatosas se aproximarem. Por volta de 1500, habitava as terras do Rio Grande do Norte, dois grupos indígenas: os potiguaras do grupo tupi-guarani, e os tapuias, também chamados de Cariris. Os tupi-guaranis habitavam o litoral e viviam da caça, da pesca e da agricultura, produzindo principalmente a mandioca, o milho e a batata doce. Já fabricavam canoas e utensílios de barro. Dividiam-se em várias aldeias e moravam em casas coletivas, as malocas. As principais tripos eram os Paiaguá, os Jundiá e os Guaraíras. E mais para o norte, na região das salinas, estavam as tribos de Igapó e Ibirapi. Eram grandes produtores de cerâmica e dominavam a agricultura. Cobriam as cabanas com várias plantas e ao redor delas fixavam estacas de madeira na terra. O chefe da aldeias era escolhido pela força demonstrada em batalhas, porém as decisões eram tomadas junto com outros líderes da aldeia. Os indígenas que não fossem da nação tupi-guarani eram chamados pelos tupis de tapuias, que significa “povos de língua estranha”, ou seja, aqueles que não pertenciam à cultura deles. Já os tapuias habitavam o interior e eram nômades. Os indígenas tarairiú, cuja principal característica era ter muita força e braveza, faziam parte do grupo dos tapuias e dividiam-se em vários povos. As principais tribos eram os Caicó, os Corema, os Janduís, os Icós e os Icozinho. Esses grupos viviam em guerra entre si e a linha divisória entre eles era o chamado Rio Açu. Tarcísio Medeiros apresenta a seguinte classificação da população nativa, formada por diversas nações, na época da descoberta do Brasil: Litoral: potiguaras. Litoral: potiguaras. Serído: arius, Serído: arius, cariris, panatis, curemas, pebas e caicós Chapada do Apodi: paiacus, Apodi: paiacus, cariris, pajéus, pegos, moxoiós e canindés. Zona Serrana: pacajus, Serrana: pacajus, panatis, icós e parins. HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa CURIOSIDADE Sabe-se que quem nasce no Rio Grande do Norte é chamado de potiguar, certo? O significado significado desse termo é de origem indígena, potiguar significa “comedor de camarão”. Os potiguaras pintavam o corpo com desenhos coloridos e furavam os lábios, principalmente o inferior, as orelhas e o nariz. Para se alimentar, caçavam e pescavam. A plantação também era um meio pelo qual obtinham alimento. Utilizavam ervas e raízes retiradas da natureza para tratar e curar doentes. Festejavam a natureza dançando e cantando. Muitos descendentes dos potiguaras, na metade do século XVII foram submetidos ao batismo cristão e adotaram o sobrenome Camarão, sendo o mais conhecido deles Antonio Felipe Camarão e sua esposa, Clara Felipa Camarão, que, catequisada por padres jesuítas, adotou o sobrenome do marido
Sob o olhar europeu, aqueles nativos selvagens precisavam aprender normas de conduta e suas almas necessitavam de salvação para poderem integrar-se a uma civilização. Civilização essa que desprezara sua cultura, crenças, tradições interferindo no curso de suas vidas cotidianas. As rivalidades existentes entre tribos, o domínio português e a presença de negros, contribuiu para que houvesse sincretismo de culturas, onde o índio perdeu seu espaço e território. Com isso, sua história é de difícil acesso, ficando diversas indagações sobre origens e evolução cultural, pois a presença do português e da catequização contribuíram para um direcionamento na visão histórica, a partir do momento que sentiram necessidade de integrá-los ou o u combatê-los, de acordo com seus interesses. i nteresses. 2.4 A PRESENÇA FRANCESA Muito embora o Tratado de Tordesilhas lhe garantisse a posse das terras alcançadas por Cabral no continente americano, a coroa portuguesa não demonstrou muito interesse pelos novos territórios. A cartografia do início do século XVI dá conta de “que em 1519 havia feitorias portuguesas em Pernambuco, Cabo Frio e Rio de Janeiro” (WEHLING, 1994, p. 45). Os esforços portugueses concentravam-se concentravam -se no lucrativo comércio oriental, desde que Vasco da Gama chegara à Índia em 1498. O abandono a que foi relegado o Brasil durante trinta anos, possibilitou que povos estrangeiros, os franceses principalmente, estabelecessem bases de exploração no litoral brasileiro, realizando um intenso comércio de pau-brasil com os nativos. Desde que o Brasil foi descoberto pelos portugueses aumentaram as probabilidades de que Portugal e Espanha aumentassem a competição no Novo Mundo. A assinatura do Tratado de Tordesilhas entre portugueses e espanhóis garantiu uma trégua entre as duas potências ibéricas. Mesmo assinando o tratado tr atado com os portugueses, os espanhóis “revelaram“revelaram-se uma ameaça”, quando nas décadas de 1520-30 1520 -30 estabeleceram-se no litoral sul de São Paulo e entre 1540-60 1540-60 “promoveram assentamentos no litoral do atual Santa Catarina”. No entanto, for am os franceses os que mais reagiram às novas determinações, recusando-se recusando- se a aceitar os termos do novo tratado, e iniciando “sua própria exploração do litoral brasileiro já em 1504, [e] continuando suas incursões pelo século XVI” (SKIDMORE, 2003, p. 25-26). A situação geográfica da região onde hoje se localiza o atual Rio Grande do Norte foi bastante favorável às incursões dos piratas e/ou corsários franceses que logo travaram grande camaradagem com os indígenas da área, tendo estabelecido o comércio e o tráfico do pau-brasil e proporcionado às mestiçagens na área dominada pelos potiguares. Também por aquela época, a coroa portuguesa instituíra o sistema de capitanias hereditárias, tendo sido concedida a área do Rio Grande ao honrado Feitor da Casa de Mina e da Índia, João de Barros. Os franceses aliaram-se aos indígenas potiguaras; praticavam o escambo e exploravam sua mão de obra na retirada de madeira e de outras riquezas. Em 1555, os franceses fundaram uma colônia na atual cidade do Rio de Janeiro, chamada França Antártica, com o objetivo de ocupá-la e colonizá-la. No entanto, foram expulsos. Depois disso os franceses partiram em busca de outras enseadas ainda desabitadas pelos portugueses. Eles passaram por Cabo Frio e seguiram para o rio Real, atualmente os estados da Bahia e Sergipe, mas foram forçados a se retirar e se estabelecer na região costeira dos atuais estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. A presença francesa na região costeira da capitania do Rio Grande só foi possívek em razão da aliança mantida com os indígenas potiguaras. Uma das bases que os corsários franceses utilizavam para realizar seus ataques era o Rio Potengi, sempre apoiados pelos indígenas. O clima de familiaridade firmado entre franceses e potiguares foi fator preponderante para que, durante o século XVI, a área que abrangia a capitania do Rio Grande tenha sido um reduto de traficantes de madeiras tintoriais. Foi somente no final do século mencionado que os portugueses, temerosos de que os franceses viessem a consolidar HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa a dominação da costa potiguar, decidiram-se pela ocupação definitiva da área. O empreendimento final da conquista, por parte dos portugueses, coube ao Governo Geral que, aliado a alguns colonos ricos, esperançosos de dominarem uma nova região aberta ao comércio, partiu para uma ocupação definitiva. Os objetivos iniciais da colonização do território potiguar seriam a construção de uma fortaleza militar e a edificação de uma cidade, que serviria como marcos de dominação. O domínio do território não foi tarefa fácil, pois os potiguares continuaram hostis em relação aos portugueses, mesmo não contando mais com todo o apoio dos franceses. Capitania devastada pela exploração desenfreada de suas matas. Apesar das freqüentes hostilidades dos nativos, os portugueses consolidaram o domínio definitivo da capitania, fato que se deu nos últimos dias de 1597. 6
2.5 O FRACASSO DAS PRIMEIRAS TENTATIVAS DE COLONIZAÇÃO A capitania do rio grande, uma das maiores do Brasil, foi doada pela Coroa portuguesa a dois nobres portugueses: João de Barros e Aires da da Cunha. Com a finalidade de evitar maiores gastos na ocupação de sua capitania, João de Barros e aires da Cunha associaram-se a Fernando Álvares de andrade, outro donatário, para a viagem de Portugal até a nova colônia, o Brasil, em 1535 Assim, os donatários organizaram uma expedição marítima. Impossibilitado de participar da empreitada de ocupação da capitania, João de Barros autorizou seus dois filhos, João e Jerônimo, a irem para a colônia e se apossarem das terras. Duas tentativas de conquista foram feitas, sendo a primeira em 1535, comandada por Aires da Cunha, contando com a presença dos filhos de João de Barros e um representante de Fernão Álvares e mais novecentos homens e cem cavalos, armas e munições do próprio arsenal régio; a segunda, provavelmente em 1555, tendo à frente somente os filhos de João de Barros. As duas tentativas fracassaram e o máximo que conseguiram foi fundar um povoado na ilha do Maranhão, a que deram o nome de "Nazaré", isso durante a primeira. Ao chegarem ao Rio Grande, tentaram fundar uma colônia. No entanto, os indígenas potiguaras reagiram e mataram quase todos os menbros da expedição, no intuito de defender o território de invasores que pretendiam dominar a região. A conquista do Rio Grande não foi possível por seus donatários em virtude da bravura dos índios Potiguares e dos franceses, esses últimos aqui embrenhados, fazendo exploração clandestina. A fácil amizade firmada entre franceses e nativos potiguares deveu-se, em boa parte, ao tipo de interesse econômico, que aqueles tinham para com a terra. Os franceses buscavam apenas o comércio, sobretudo do pau-brasil e para tanto, fazia-se necessário cultivar a amizade dos nativos potiguares, de forma a obterem a mão-de-obra e os produtos desejados, sem terem que enfrentar maiores dificuldades. Ao contrário dos franceses, que desenvolveram vivência comum com os nativos potiguares por vários anos, os portugueses pretendiam fixar-se na terra, vindo a proporcionar mudanças drásticas de costumes, hábitos e crenças, através da imposição de uma nova ordem e disciplina aos indígenas. 2.6 A CONQUISTA DEFINITIVA A terceira tentativa de colonização da Capitania do Rio Grande está associada à união das coroas portuguesa e espanhola, conhecida como União das Coroas Ibéricas. Com a morte de D. Sebastião, Rei de Portugal, Felipe II ,monarca espanhol, unifica os tronos de Portugal e Espanha e sua política com relação ao Brasil é voltada para a expulsão dos franceses, cujo o aumento, consistia uma ameaça cada vez maior para a hegemonia luso-hispânica. Devido a sua localização e a sua extraordinária importância para a conquista do Norte, o Rei Felipe II retomou a possessão do Rio Grande mediante indenização à família de João de Barros e ordenou ao sétimo Governador Geral do Brasil (l591 - 1602) Dom Francisco de Souza, que providenciasse a expulsão dos franceses e a construção de um Forte para dar início à colonização da Capitania. O trabalho de atacar os franceses e os índios revoltosos coube, por ordem de D. Francisco de Souza, aos capitães-mores de Pernambuco e da Paraíba, Manuel de Mascarenhas Homem e Feliciano Coelho de Carvalho, respectivamente. De acordo com a organização estratégica para o ataque, duas frentes foram formadas, sendo que uma avançou por mar, comandada por Mascarenhas Homem e a outra por terra, capitaneada por Feliciano Coelho. O empreendimento foi coroado com êxito e em 06 de janeiro de 1598 foi iniciada a construção do Forte dos Reis Magos, sob os cuidados do jesuíta Gaspar de Samperes e planta de sua autoria. Daí surgiu um povoado que deu origem a Natal e também a base para a conquista da região setentrional brasileira, como um todo.
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Profa Vanessa Sousa A CONSTRUÇÃO DO FORTE DOS REIS MAGOS E A FUNDAÇÃO DE NATAL Após a expulsão dos franceses da capitania no Rio Grande, iniciou-se em 6 de janeiro de 1598 a construção de um forte de madeira denominado Fortaleza dos Santos Reis, conhecido também como forte dos Reis Magos. A região tornou-se importante base de apoio para as tropas portuguesas na conquista do Norte do Brasil. Perceba que o processo de conquista e ocupação da capitania deve ser entendido dentro do contexto político e econômico do final do século XVI durante a União Ibérica 3. A construção do forte sob a forma de estrela, à margem direita do rio Potengi, evocava a estrela que conduziu os três Reis Magos até a gruta de Belém. O autor da planta foi o padre-arquiteto Gaspar de Sampéres. Dada a urgência da construção e da efetiva ocupação da região pelos portugueses, a fortaleza passou por outros traçados posteriores à planta primitiva, ficando pronta 28 anos depois de seu início. A 25 de dezembro de 1599, fundou-se a cidade de Natal, que não chegou a ser aldeia, nem povoado, porque já nasceu com foro de cidade. Foi a quarta capital a figurar no Brasil. Ainda não se sabe ao certo quem foi seu fundador. Para tanto, existem três teorias que buscam explicar quem quem de fato teria fundado fundado natal. Todas elas, no entanto, não dispõe de comprovação total: A primeira (e mais tradicional) é que Natal teria sido fundada por Jerônimo de Albuquerque. Pois ficou no comando do forte, após a ida de Mascarenhas Homem para Paraíba, onde negociaria a paz com os indígenas. Teria então, deslocado a cidade para um ponto mais alto, para a melhor defesa, segurança e abastecimento (região da atual praça André de Albuquerque). Outra teoria defende que o fundador da cidade de Natal foi João Rodrigues Colaço, já que este foi o primeiro capitão – capitão – mor mor do Rio Grande e supostamente era o capitão na época em que a cidade foi fundada. A terceira corrente é a mais aceita pelos historiadores e defende que a fundação da cidade foi feita por Manuel de Mascarenhas Homem. Alega-se para isso o princípio da autoridade ( Jerônimo de Albuquerque e João Rodrigues Colaço eram seus subalternos) e o fato dele se encontrar na cidade na data de sua fundação, tendo , inclusive, doado a primeira sesmaria a João R. Colaço. A INVASÃO HOLANDESA
No tempo em que estiveram no nordeste, os holandeses dominaram uma região que atualmente corresponde a partes dos estados de Sergipe, Paraíba, Alagoas, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará, além do Maranhão. Toda essa região ficou conhecida como Nova Holanda.
A primeira expedição holandesa à capitania do Rio Grande ocorreu em outtubro de 1631, porém sem sucesso. Em 1633, os holandeses enviaram outra expedição para lá e intimaram o capitão-mor da capitania, Pero Mendes de Gouveia, a se render. No entanto, ele não acatou a ordem, o rdem, e os confrontos começaram. Após três dias de combates, as tropas portuguesas se renderam e os holandeses tomaram a Fortaleza dos Santos Reis, que passou a 3
Em 1578, com a morte do jovem D. Sebastião, rei de Portugal, assumiu o trono, seu tio, o Cardeal D. Henrique. Como não havia mais descendentes legítmos, extinguiu-se no Cardeal, a dinastia de Avis, e iniciou-se o período de dominação espanhola chamada União Peninsular ou União Ibérica. Essa união ocorreu pela posse do trono português, de Felipe II rei da Espanha e herdeiro indireto. Essa fase prolongou-se por um período de 60 anos, entre 1580 e 1640.
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Profa Vanessa Sousa ser denominada pelos holandeses de Kastel Keulen (Castelo de Keulen). Segundo alguns estudiosos, nessa época eles também mudaram o nome de Natal para Nova Amsterdã. A conquista desta capitania obedeceu a três fatores importantes. A pecuária: pecuária: Natal , naquele tempo, possuía um grande rebanho bovino. A conquista desta região representava para a Holanda o abastecimento de carne para a sede do governo holandês em Pernambuco. O ponto estratégico: estratégico : Situado na esquina do continente, rota de passagem para muitos navios que vinham da África e Europa, Natal consistia-se em um importante ponto de apoio, vigilância e proteção. Base de apoio: apoio: A cidade de Natal seria base de apoio para a conquista do litoral setentrional do RN, que vai do RN até o PI. Assim, após 20 anos de ocupação holandesa na capitania do Rio Grande, quase nada foi feito pelos Flamengos. Sendo lembrados apenas pelo seu rastro de destruição e morte, como são exemplos os massacres de Cunhau, Uruaçu, Ferrreiro Torto e na casa de João Lostão Navarro. Esses massacres foram comandados por um Judeu-alemão chamado de Jacob Rabi, aliado aos índios Janduís. Tudo indica que esses massacres foi uma ordem direta da companhia das índias ocidentais. Outro conflito de grande proporção durante a ocupação holandesa ao Rio Grande foi o ataque das tropas portuguesas a Casa-Forte, importante base militar localizada na Ilha do Flamengo e construída pelos holandeses. Em 1652, os holandeses foram definitivamente derrotados e expulsos do Rio Grande, pelas tropas portuguesas comandadas pelo capitão antonio Dias Cardoso.
A OCUPAÇÃO DO SERTÃO E A GUERRA DO AÇU AS MISSÕES Após a expulsão dos holandeses do Brasil, começa na Capitania do Rio Grande a recontrução de Natal, sob sob o governo de Antônio Vaz Gondin e o desenvolvimento e interiorização da pecuária. Para tanto, oram inplantados aldeamentos organizados por missionários, chamdos de missões. As missões eram áreas que reuniam tanto os indígenas trazidos pelos missionários como aqueles que sobreviveram ao avanço da colonização. Segundo o governo português, os indígenas que aceitassem pacificamente a presença portuguesa e se convertessem ao cristianismo permaneceriam livres. Desse modo, um grupo específico de missionários católicos se destacaram nesse período, os jesuítas, que tornaram-se responsáveis pela catequese e pela administração dos aldeamentos. A partir de 1565, a Coroa portuguesa permitiu a escravização dos indígenas usando o mecanismo das “guerras justas”. As guerras justas poderiam ser declaradas quando os indígenas fossem considerados bravios, não aceitassem a catequização ou atacassem os colonos. Os colonos escravizavam os indígenas para usá-los como mão de obra em diversas atividades na colônia. Por volta da segunda metade do século XVII, a Coroa portuguesa autoriza os colonos a usar a mão de obra dos indígenas aldeados nas fazendas. Assim, os colonos garantiram o acesso ao trabalho dos prisioneiros de guerra e dos indígenas aldeados. No século XVII (1601 a 1700), foram fundados aldeamentos também nos sertões. Esse período foi repleto de conflitos entre colonos e missionários, por causa dos vários aprisionamentos de indíenas. Na capitania do Rio Grande, as missões foram implantadas no final do século XVII. Os jesuítas fundaram a missão de Guajiru em 1679. Entre outras missões estabelecidas na capitania, podemos destacar: Gramació, Guaraíras e Mipibu. Os indígenas aldeados pretsvam serviços muito variados aos colonos do Rio Grande. Eles trabalhavam em canais, nas pescarias, nas guerras (recebendo ferramentas agrícolas, armas, munições e tecidos como pagamento). Os colonos dependiam muito da mão de obra dos indígenas aldeados. De acordo com leis da época, os serviços prestados por indígenas catequizados deveriam ser pagos assim: uma parte antes do início do trabalho e a outra quando ele fosse concluído. No entanto, algumas situações geravam muito desconforto aos indígenas aldeados. Para eles, era difícil sobreviver ao limitado território das missões e alguns colonos proibiam que eles pescassem nas proximidades das aldeias. Por esses motivos, os indígenas atacavam as lavouras e o gado dos colonos.
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Profa Vanessa Sousa O desrespeito à demarcação dos territórios das missões e os constantes deslocamentos dos indígenas de seus locais de origem para outras regiões provocou inúmeros conflitos, nos quais grande parte da população indígena morreu. A PECUÁRIA Durante o período colonial, as atividades econômicas no Rio Grande eram basicamente o cultivo da cana-deaçucar no litoral e a pecuária no sertão. No entanto, o interesse do governo português era expandir expandir as plantações, então as autoridades coloniais resolveram proibir a criação do gado até dez léguas de distância do mar e também nas margens dos rios, preservando as terras para o cultivo da cana e de outros produtos agrícolas. Desse modo, terras do sertão da capitania do rio Grande, até então inexploradas pelos colonizadores, foram ocupadas pela atividade pecuária. Com o avanço da colonização portuguesa nas terras do sertão e o paoio das autoridades coloniais, que pretendiam promover a desocupação das terras habitadas pelos indígenas, houve muitos confrontos entre indígenas e colonizadores.
A GUERRA DO AÇU A Guerra do Açu, também conhecida como Guerra dos Bábaros, Confederação dos Cariris ou Levante dos Tapuias, foi a maior revolta indígena ocorrida no Período Colonial. Esse movimento uniu povos indígenas de todo sertão nordestino (do vale do jaguaribe ao sertão baiano, cujo centro é o Vale do Rio Açu) contra os colonos portugueses. A colonização da capitania do Rio Grande colocava os indígenas no meio de duas frentes de ocupação portuguesa4. Os indígenas ficavam, pois, limitados a uma área muito pequena. Diante dessa situação, eles reagiram, iniciando uma série de conflitos co nflitos que ocorriam principalmente em territórios situados no sertão. Em 1687, os colonos da capitania do Rio Grande enviaram um representante representante à Bahia, a fim de solicitar ao governador-geral reforços para combater os indígenas, pois a rebelião havia cuasado grandes danos à região. Como resultado, tropas paulistas lideradas pelo bandeirante domingos Jorge Velho reforçaram a luta contra os indígenas. Durante os combates na Sera do Acauã (hoje conhecida como Serra da Rajada, no atual município de Carnaúba dos Dantas), os indígenas foram dizimados. Por sua vez, a tropa comandada pelo capitão Afonso de albertin, vinda de Pernambuco, dizimou a população tarairiú no vale do Açu. Os indígenas resistiram até 1713. Os conflitos entre colonos e indígenas e a resistência ao domínio português duraram cerca de 30 anos. Vencida a oposição indígena, a colonização portuguesa na capitania do Rio Grande começou a se consolidar.
A INSURREIÇÃO DE 1817 E A REVOLUÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE A Insurreição de 1817 (movimento que também ficou conhecido como Revolução Pernambucana ou Revolução dos Padres) pretendia acabar com a exploração dos brasileiros pelos portugueses e conquistar a independência da colônia em relação à metrópole, instaurando o regime republicano. O movimento, iniciado em Pernambuco, espalhou-se por Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Apesar de todo o empenho, em menos de três meses a revolução foi derrotada. No Rio grande do Norte, procurando providências para evitar a invasão das tropas revolucionárias, o governador Inácio Borges foi falar com o coronel das Ordenanças do Distrito Sul, André de Albuquerque Maranhão. No entanto, aconteceu o inesperado: o coronel se uniu às tropas invasoras e prendeu o governador. André de Albuquerque assumiu o governo revolucionário mas permaneceu por pouco tempo. No Rio Grande do Norte, a revolução durou de 29 de março a 25 de abril. Visando retomar o poder, forças reais atacaram o palácio do governo, omde André de Albuquerque foi ferido e acabou falecendo. O governador, josé Inácio Borges, reassumiu o governo e o controle da cidade de Natal. Entre 10 de maio de 1817, a revolução ressurgiu em Potalegre, mas foi derrotada. Faz-se necessário destacar que nesse momento pós revolução de 1817, o Rio Grande do Norte consegue sua emancipação jurídica em relação a Paraíba. E, após a proclamação da independência, em 1823 consegue sua total autonomia administrativa em relação a Pernambuco. 4
A vinda de colonos portugueses ao rio Grande desenvolveu-se em duas correntes principais: uma que vinha do litoral para o interior e outra, do interior para o litoral.
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Profa Vanessa Sousa A NOTÍCIA DA INDEPENDÊNCIA NA PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DO NORTE José Inácio Borges, que reassumiu o governo da província do R io Grande do norte após a Insurreição de 1817 e governou ate 1821, apoiou a independência do Brasil. Em fevereiro de 1821, as capitanias passaram a ser chamadas de províncias. Quando o Brasil tornou-se independente, em 1822, o Rio Grande do Norte era uma província pouco desenvolvida. Natal, nessa época, tinha apenas 700 habitantes. O restante da população encontrava-se disperso pelo interior. A notícia da Independência do brasil chegou ao rio Grande do Norte no dia 2 de dezembro de 1822.
REPERCURSÃO DOS MOVIMENTOS EMANCIPATÓRIOS DO SÉCULO XIX NO RN. A insatisfação da população com algumas medidas do governo imperial desencadeou revoltas populares no nordeste e na província do Rio Grande do Norte. Vejamos os principais conflitos: Confederação do Equador: Movimento republicano que queria separar o nordeste do Brasil, criando um país independente. Teve sua origem em Pernambuco, mas, contou com a adesão do RN. O movimento foi realizado por militares de baixa patente. O Banditismo Rural: Aparecimento de um dos primeiros cangaceiros no RN, Jesuíno Brilhante. Tido como cangaceiro romântico, nasceu em Patú, onde praticava furtos na região. As causas para o aparecimento deste fenômeno social foram: a miséria , fome, seca e as injustiças sociais. métrico A Revolta do Quebra-Quilos: Revolta popular contra a adoção de uma nova medida de um sistema métrico decimal de 1873. Agravado pela crise resultante da queda nos preços do açúcar e algodão. Resultou em revoltas e quebra-quebra nas feiras. Motim das Mulheres: Cerca de 300 mulheres saíram pelas ruas de Mossoró, em passeata, com o objetivo de protestar contra a obrigatoriedade do alistamento militar. A sede do jornal O Mossoroense foi o principal palco do motim.
O MOVIMENTO ABOLICIONISTA NO RIO GRANDE DO NORTE: O Rio Grande do Norte não teve um grande número de escravos se comparado como de outras províncias brasileiras. No final do século XIX, foi iniciada uma campanha abolicionista estimulada por intelectuais e políticos, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio. Uma característica do movimento abolicionista no nosso estado foi a participação de padres. A cidade de Macaíba contava em 1869, com uma sociedade que lutava pela libertação dos escravizados, porém foi em Mossoró que começou uma campanha mais organizada. Como resultado dessa campanha, foi fundada em 6 de janeiro de 1883, a Sociedade Libertadora Mossoroense. O município de Mossoró libertou os escravos em 30 de setembro de 1833. A abolição da escravatura foi bastante comemorada na cidade. No Rio Grande do Norte, diversos municípios – municípios – como como Mossoró (1883), Assú (1885), Triunfo e Caraúbas (1887) – (1887) – libertaram libertaram os escravos antes da assinatura da Lei Áurea. A ECONOMIA NO RN: A PECUÁRIA: PECUÁRIA: Uma das principais atividades econômicas do RN desde os tempos coloniais. Seu desenvolvimento deveu-se em parte, ao fraco desenvolvimento da agricultura canavieira. Suas características foram: a mobilidade social, o uso de mão-de-obra livre e a destinação ao mercado interno. Suas conseqüências foram à interiorização do território rio-grandense. O ALGODÃO: O ALGODÃO: O desenvolvimento da cotonicultura está relacionado à guerra de Secessão nos EUA , quando o sul ficou impossibilitado de produzir tal matéria – matéria – prima, levando as indústrias têxteis inglesas (principalmente) a procurarem outras áreas de produção. OBS: No século XX este desenvolvimento será em função do desenvolvimento da indústria têxtil nacional, na região sudeste e também durante a Primeira Guerra mundial (política de substituição de importações). HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa Açúcar: produto Açúcar: produto que apresentou crescimento na primeira metade do século, inclusive com a construção de novos engenhos, especialmente no vale do Ceará-Mirim. A partir da segunda metade do século, o açúcar entrou em decadência. O número de engenhos de açúcar mais que dobrou entre 1845 e 1860. Em 1859, a província do Rio Grande do Norte tinha 159 engenhos, que davam uma safra de 370.000 arrobas por ano; em 1861, já eram 173 engenhos somente na área próxima a Natal, com uma produção de 375.000 arrobas por ano. As exportações em 1847 eram de 11.304 arrobas e já em 1851 elevou-se para 35.511 arrobas. Porém, ao final do século XIX, a produção açucareira norte-rio-grandense entrou em declínio, pois não acompanhou o desenvolvimento tecnológico. Cera de Carnaúba: concentrada Carnaúba: concentrada no Vale do Açú, a exploração da carnaúba estava ligada à produção de velas, além de chapéus e esteiras com o uso da palha. Portos: o século XIX assistiu a dinamização dos portos de Natal, Macau e Areia Branca, voltados para a atividade exportadora. Podemos citar ainda o porto de Guarapes, próximo a Macaíba, que servia de escoamento para a produção algodoeira que vinha do sertão para Natal. Companhias de navegação a vapor estabeleceram rotas com escalas em Natal, tendo sido a Companhia Pernambucana de Navegação Costeira e Vapor a primeira a servir, de 1853 em diante, à província do Rio Grande do Norte. Sal: produção Sal: produção na região do litoral norte, especialmente em Areia Branca, Macau e Grossos. O sal norte-rio-grandense era de baixa qualidade e acarretava altos custos de transporte, o que o fazia perder mercados para o sal do sul do país e para o sal importado da Europa. Ferrovia: foi Ferrovia: foi construída na década de 1880 a primeira ferrovia no RN, ligando Natal a Nova Cruz. Instalação de empresas importadoras e exportadoras, além de indústria têxtil. Muitas firmas se instalaram no Rio Grande do Norte para aproveitar o boom do algodão. As mais importantes foram a Casa de Guarapes, de Fabrício G. Pedrosa e Ulrich J. Graff, esta uma empresa exportadora de algodão, com capitais suíço e inglês, que chegou a abrir uma filial em Mossoró. A Ulrich Graff mantinha, desde 1860, transporte direto de mercadorias entre Natal e Inglaterra. A CRISE DA MONARQUIA E O MOVIMENTO REPUBLICANO NO RIO GRANDO DO NORTE No início da década de 1980, a monarquia entrou em crise. Alguns fatores influíram nisso, tais como: O Brasil ser o único país independente na América do Sul governado por um monarca Contestação e insatisfação com a centralização de poder do regime monárquico A ausência de herdeiros homens para governar o país O agravamento da crise econômica nacional decorrente da Guerra do Paraguai A notícia da Proclamação da República chegou ao Rio Grande do Norte por meio de um telegrama enviado por José Leão Ferreira Souto à direção do Partido Republicano. Durante o governo de Dom Pedro II, o Rio Grande do norte contava com três partidos políticos: Conservador, Liberal e Republicano. O Partido Republicano reunia alguns membros das elites contrários à monarquia. Lideradas por Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, as oligarquias norte-rio-grandenses controlaram a política da província por décadas. Como em quase todas as províncias do norte do Brasil, o movimento republicano no Rio Grande do Norte era fraco. No nordeste, a elite agrária manifestava seu descontentamento com o governo monárquico, acusando-o de privilegiar o Sul e esquecer no Norte. Duas oligarquias controlavam a política no Rio Grande do Norte no período da República velha (1889-1930): Albuquerque Maranhão, que defendia os interesses econômicos dos grupos ligados à atividade algodoeira; e Bezerra de Medeiros, envolvida desde o início do povoamento e colonização do Rio Grande do Norte com os interesses do açúcar, defendendo a atividade açucareira. Após a proclamação da república, as elites que dominavam a política e a economia do Rio Grande do Norte não promoveram nenhuma mudança social. O fato ocorrido no Rio de Janeiro não foi comemorado nem gerou reações na população potiguar. Com a demissão do imperador no dia 17 de novembro de 1889, Pedro Velho assumiu o posto de presidente do Rio Grande do Norte, sendo substituído por Adolfo Gordo. Após a substituição de Pedro Velho, houve um período de instabilidade política, com a posse e o afastamento de sucessivos presidentes.
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Profa Vanessa Sousa CRONOLOGIA DOS GOVERNADORES NA REPÚBLICA VELHA Governo Pedro Velho - Eleito - Eleito pelo Congresso Legislativo, em 1892, e governou até 1895. Fase de implantação da máquina política dos Albuquerque Maranhão, fundamentada no nepotismo, corrupção, repressão à imprensa e concessão de benefícios aos grupos a ela ligados. Pedro Velho notabilizou-se mais como político do que como administrador de obras materiais. Conseguiu a nomeação de Amaro Cavalcanti como Ministro da Fazenda do governo de Prudente de Morais. Preocupou-se fundamentalmente com a organização jurídica do Estado, sendo por isso chamado “O Organizador do Estado Republicano”. Em 1895, foi realizada a primeira eleição direta para chefe do Executivo estadual, sendo eleito o desembargador Ferreira Chaves. Governo Ferreira Chaves (1º) - Governou - Governou entre 1896 e 1900, constituindo-se fiel aliado dos conchavos montados por Pedro Velho. Entre as obras realizadas nesse seu governo, constam a construção de açudes em Martins e Pau dos Ferros e o início da construção do Teatro Carlos Gomes. Seu governo ficou marcado pelos efeitos do “Encilhamento”. Por volta de 1898, enfrenta problemas com o movimento messiânico na Serra de João do Vale (Campo Grande), onde sertanejos largavam seus afazeres para seguir as pregações do místico João Ramalho, movimento que foi abafado pela ação policial. Também em 1898, por puro casuísmo político, foi alterada a constituição estadual, no que toca à redução da idade para a candidatura à presidência ou vice-presidência do Estado, de 35 para 25 anos. Abria-se, dessa forma, o caminho para a eleição de Alberto Maranhão, eleito presidente aos 26 anos. Governo Alberto Maranhão (1º) - Governo - Governo (1900-1904) marcado pela mediocridade e pela continuidade de políticas nepotistas e empreguistas. Teve como única obra relevante a conclusão do Teatro Carlos Gomes. Em seu governo aconteceu a “Questão de Grossos”, que envolvia os estados do RN e Ceará em uma disputa na área litorânea onde se desenvolve a indústria salineira. A questão girou em torno dos interesses econômicos das “oficinas de charque” cearenses, que monopolizavam a produção de carne seca mas, em contrapartida, precisavam do sal produzido no RN. Após a anexação da região de Grossos ao município de Aracati/CE, por decisão da justiça, Alberto Maranhão, descontente, chegou a enviar tropas para a região, que passou a viver um clima de constante tensão. A questão foi resolvida depois que Pedro Velho convidou o jurista Rui Barbosa para defender a causa norte-rio-grandense. O governo de Alberto Maranhão ficou marcado, também, pela tragédia que se abateu sobre a oligarquia, diante da morte de Augusto Severo, em Paris, no ano de 1902, quando do acidente com o balão Pax. Alberto Maranhão foi substituído por Tavares de Lyra, passando a ocupar a cadeira de Deputado Federal. Governo Tavares de Lyra - - Marcado pela fundação do Banco de Natal, que era controlado pelos Albuquerque Maranhão e Lyra. Governo rico em realizações, embora de curta duração (1904-1906). Iniciou o processo de urbanização de Natal, com a construção da Praça Augusto Severo e pavimentação de várias ruas, além de investir na iluminação a gás acetileno. Com a ocorrência de uma grande seca, que aumentou o número de flagelados que buscavam comida e refúgio em Natal, Tavares de Lyra os empregou na construção da Estrada de Ferro Central, que ligaria Natal a Ceará-Mirim, na construção da Praça Augusto Severo e nas obras de pavimentação de ruas em Natal. Mesmo assim, foram registrados saques ao comércio feitos pelos flagelados. Em 1906, ao completar dois anos de governo, atendendo um convite do Presidente da República Afonso Pena, quando de sua visita a Natal, Tavares de Lyra afastou-se do governo do estado e assumiu o cargo de Ministro da Justiça e Negócios Interiores. Assumiu o Vice-Presidente Manoel Moreira Dias, que convocou eleições para preencher o cargo, sendo eleito Antônio José de Melo e Sousa. Governo de Antônio de Souza (1º) - Natural de Nísia Floresta, era chamado pela oposição de “Estadista do Capió”. Governou entre 1907 e 1908, podendo-se destacar, nesse período, a recuperação do cais Tavares de Lyra e continuidade no projeto de implantação de iluminação pública em Natal. No seu governo foi feita uma alteração constitucional que permitiu o aumento do mandato de presidente de 4 para 6 anos. A 9 de dezembro de 1907, faleceu, no Recife, o Senador Pedro Velho. Assumiu o comando da oligarquia, seu irmão, Alberto Maranhão. Governo de Alberto Maranhão (2º) (2º) - Governou entre 1908 e 1913. Livre da tutela de Pedro Velho, teve seu segundo mandato repleto de realizações. Modernizou o ensino primário, estabelecendo como meta de governo a instalação de uma escola em cada comarca e de uma escola mista em vários municípios do Estado. Em Natal, foram implantadas linhas eletrificadas na Cidade Alta, Alecrim, Tirol e Petrópolis, possibilitando o funcionamento, nesses bairros, de bondes elétricos. Substituiu o encanamento de água na cidade, instalou a rede telefônica, mandou reformar e ampliar a Vila Cincinato (residência oficial do governador), além de ter assistido ao crescimento econômico da cidade, mediante a instalação de fábricas de gelo, frigorífico e cerâmica. Na área de saúde pública, construiu o edifício do Hospital Juvino Barreto (Onofre Lopes). Alberto Maranhão, por suas realizações nos campos das artes e das letras, entrou para a história como o “Mecenas Potiguar”, pois incent ivou a publicação de livros e a vinda de artistas nacionais e internacionais a Natal. No interior do Estado, Alberto Maranhão preocupou-se com a integração dos municípios, mandando construir mais de três mil quilômetros de estradas carroçáveis, além de tentar HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa estabelecer colônias agrícolas na região de Baixa Verde. O saldo do governo Alberto Maranhão para as finanças estaduais foi desastroso: contas em desordem, excesso de funcionários e atraso no pagamento dos mesmos. Em 1913, seu governo ficou marcado pela pela “Política das Salvações”, quando o capitão José da penha lançou a candidatura, à presidência do Estado, do tenente Leônidas Hermes, filho do então presidente Hermes da Fonseca. Essa candidatura foi abortada pela influência do político gaúcho Pinheiro Machado, o que garantiu a eleição de Ferreira Chaves e a continuidade, no poder, dos Albuquerque Maranhão. Governo Ferreira Chaves (2º) - Tentou - Tentou governar com austeridade, visando equilibrar o governo estadual. Reduziu o quadro funcional e cancelou contratos considerados lesivos aos cofres públicos. Incentivou o crescimento da economia do Estado, concedendo incentivos fiscais à indústria e incrementou o setor salineiro, aumentando as exportações e o recolhimento de impostos pelo setor. Seu governo foi afetado pelas grandes secas de 1915 e 1919, que aumentou o problema do banditismo rural, duramente combatido, e também pela 1a Guerra Mundial, que afetou as exportações do Estado. Em seu governo, tem início o desmonte da máquina da oligarquia Albuquerque Maranhão, com o deslocamento do eixo político estadual do litoral para o interior, como reflexo da decadência da economia açucareira e da ascensão da cotonicultura na região do Seridó. Governo Antônio de Souza (2º) - a segunda gestão de Antônio de Souza, foi marcada pela ênfase dada à área da educação e saúde pública, com a criação de escolas de magistério, Escola Profissional (Frei Miguelinho) e a implantação da Escola de Farmácia, 1o curso superior do Estado. O final do governo foi marcado pela disputa entre candidatos à sucessão, destacando-se Ferreira Chaves, Eloy de Souza e José Augusto. Houve a intervenção do então Presidente da Republica, Artur Bernardes, o que acabou favorecendo a José Augusto Bezerra de Medeiros. Governo José Augusto - durou - durou entre 1924 e 1928. Pôs em prática um política de reurbanização, criando a Comissão de Saneamento de Natal, com finalidade de elaborar um projeto de remodelação da cidade, ampliar o serviço de abastecimento d’água e da rede de esgotos. No mês de junho de 1924, falecido Dr. Manoel Dantas, Intedente Municipal, o governador Juvenal Lamartine nomeia Omar Grant O’Grady chefe do executivo municipal. Exercendo o mandato de 1924 até 1930, tornando o primeiro prefeito da cidade de Câmara Cascudo. Sua formação técnica aliada a uma imensa imensa sensibilidade humana, fez de O’Grady um dos maiores administradores de nossa cidade. Conhecedor dos problemas vivenciados pela urbe, contratou o arquiteto italiano Giácomo Palumbo para fazer um plano de obras para Natal. Nasceu, então, o Plano Geral de Sistematização de Natal (1929), um plano arrojado, que teve como principal objetivo planejar a cidade para cem mil habitantes, número somente alcançado em 1950. José Augusto promoveu campanhas de saúde, visando combater endemias que afetavam a população. Dinamizou os sistemas de iluminação pública, transportes e comunicações telefônicas, investindo ainda no setor educacional, o que resultou no aumento no número de matrículas. Como forma de reforçar o poder de suas bases políticas, José Augusto investiu nos setores econômicos básicos do interior, o algodão e a pecuária. No que se refere à cotonicultura, procurou melhorar a qualidade do algodão produzido no Estado, criando o Serviço Estadual do Algodão, fazendas de sementes e a Estação Experimental do Seridó. Seu governo foi marcado ainda pela passagem da Coluna Prestes pelo RN (1926) e pelo ataque de Lampião a Mossoró (1927). José Augusto conseguiu fazer seu sucessor, Juvenal Lamartine, dando continuidade ao seu projeto político de implantar no Estado uma poderosa oligarquia. Governo Juvenal Lamartine - - Juvenal Lamartine foi eleito em 1928 para um mandato de 4 anos, mas teve seu governo interrompido pela Revolução de 30, que impediu a continuidade da Oligarquia Bezerra de Medeiros, via eleição de Cristóvão Dantas. Deu ênfase à diversificação da produção agrícola do Estado, tendo importado mudas de fumo, amoreiras e laranjeiras. Salvou o Banco de Natal da falência (que passou a ser chamado de Banco do Rio Grande do Norte), estendendo também a sua atuação para cidades do interior. Em 1929 foi criado o Plano Geral de Sistematização de Natal ou Plano Palumbo, nome do arquiteto italiano coordenador do projeto. O plano modificou o traçado das ruas, projetando a cidade para 50 anos, articulando os centros comerciais, Cidade Alta e Ribeira, aos demais bairros, com uma estrutura viária hierarquizada, com o alargamento de algumas ruas e a abertura de novas vias. Deu continuidade a projetos nas áreas de educação, saúde e construção de estradas, além de ter fundado o Aero Clube de Natal. Com o advento da Lei nº 660, de 25 de outubro de 1927, o Rio Grande do Norte foi o primeiro Estado que, ao regular o "Serviço Eleitoral no Estado", estabeleceu que não haveria mais "distinção de sexo" para o exercício do sufrágio. Celina Guimarães Viana, professora, tornou-se a primeira eleitora do Brasil ao votar em 5 de abril de 1928 na cidade de Mossoró. Houve também a eleição de D. Alzira Teixeira Soriano como prefeita de Lages, a primeira do Brasil. Foi deposto pela Revolução de 30, pois havia apoiado a candidatura de Júlio Prestes à presidência, contra o então candidato de oposição, Getúlio Vargas. Exilado, só retornaria ao Estado no governo de Rafael Fernandes.
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Profa Vanessa Sousa A DISPUTA PELAS SALINAS DE GROSSOS No dia 11 de dezembro de 2011, milhões de pessoas foram às urnas no Pará. Mas não era dia de eleição: era de plebiscito. Após meses de discussões inflamadas sobre a proposta de dividir o Pará em três diferentes estados, o Congresso Nacional passou para as mãos da população a decisão do destino do território. A maioria votou contra a fragmentação. Nem sempre foi assim. Em outros tempos, a decisão sobre divisão de estados no Brasil ficava a cargo de juristas, que montavam seus argumentos a favor e contra. Foi o que ocorreu no início da República, com o conflito territorial entre o Rio Grande do Norte e o Ceará. A disputa de uma importante região salineira entre os dois estados foi parar na mesa do Supremo Tribunal Federal. O Ceará reclamava a região de Grossos como sendo Cearense e não potiguar, reforçando isso, a cidade de Aracati estava bastante interessada nas nossas salinas. A intenção era ficar com parte das salinas do rio Mossoró. O Aracati, como um grande produtor de carne salgada, precisava dessas salinas. A lei estadual nº 639, de 19 de julho de 1901, elevava a localidade de Grossos a Vila. Por este motivo, o conflito ficou conhecido como “Caso Grossos” ou “Questão de Grossos”. Era justamente nesse local que ficavam duas escolas cujas despesas eram pagas pelo Rio Grande do Norte. Com essa carta na manga, o governo potiguar contestou a atitude do estado vizinho. As autoridades cearenses não fizeram por menos. Para garantir o território, o governador Pedro Borges (1851-1922) resolveu tomar posse de Grossos: enviou cerca de 40 praças (policiais) ao local, que expulsaram os coletores de impostos potiguares. Não demorou para que as forças militares também fossem acionadas por ali. Para tentar barrar a posse cearense, o governador potiguar enviou a Grossos 150 praças em 31 de janeiro de 1903. Faltou pouco para que explodisse um conflito armado entre os dois comandos. Foi quando o presidente Rodrigues Alves (1848-1919) (18 48-1919) interveio, pedindo aos governadores que esperassem o parecer da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça. O Rio Grande do Norte escolheu como advogado o jurista Rui Barbosa (1849-1923), que deu entrada com a defesa, chamada de Razões Finais. Nela, ele tenta justificar que o estado potiguar teria tido a posse do território durante todo o processo de formação das duas capitanias. O mais interessante na análise de Rui Barbosa é a maneira com que argumenta e a prova principal que sustenta para vencer. Ele usa um documento oferecido pelo próprio advogado cearense, que acusava o Rio Grande do Norte de ser invasor há tanto tempo que nem tinha como precisar. Para Rui, essa informação era a prova de que os potiguares já possuíam aquele território. A justificativa era baseada em um princípio jurídico chamado de uti possidetis, segundo o qual a posse de um território é de quem de fato o ocupa. E foi a partir dele que o Judiciário posicionou-se contrário ao Ceará. O processo final envolvendo cearenses e potiguares chegou ao inimaginável e impressionante número de 7 mil páginas. Ao Rio Grande do Norte só coube buscar a demarcação, agora a seu favor. Seu mapa atual corresponde exatamente ao que era pretendido na época.
O PIONEIRISMO POLÍTICO DAS MULHERES POTIGUARES No dia 25 de outubro de 1927, pela Lei estadual nº 660, as mulheres brasileiras puderam, pela primeira vez, no Rio Grande do Norte, ter reconhecido o direito de votar e serem votadas. Era governador do estado José Augusto Bezerra de Medeiros, que seria substituído na administração estadual por Juvenal Lamartine de Faria no ano de 1928. Ambos eram líderes políticos do sertão inseridos nas relações oligárquicas da República Velha. Essa abertura política conferida às mulheres no Rio Grande do Norte é resultante das reivindicações feministas por igualdade social lideradas em âmbito nacional pela bióloga paulista Bertha Lutz (1894-1976). Ela se tornaria, a partir de 1918, “[...] uma das mais expressivas lideranças feministas na campanha pelo voto feminino e pela igualdade de direitos entre homens e mulheres no Brasil”. Foi através do contato com Bertha Lutz no Congresso Nacional que Juvenal Lamartine, deputado federal pelo Rio Grande do Norte no período entre 1906 e 1926, apresentou como uma das propostas da sua plataforma de governo a intenção de contar “[...] com o concurso [voto] da mulher [...] na escolha daqueles que vêm representar o povo [...] e elaboram e votam a lei". l ei". As mulheres norte-rio-grandenses não estavam totalmente inseridas no contexto nacional de reivindicações por igualdade de direitos entre homens e mulheres, mas também não estavam alijadas desse processo. A tomada de consciência ocorreu quando as mulheres potiguares se tornaram pioneiras de uma importante conquista política e cidadã na história da América do Sul: o direito de poderem votar e serem votadas para cargos públicos eletivos. No mesmo ano de 1927, de acordo com a professora Maria do Nascimento Bezerra, um mês após a publicação da Lei nº 660, na cidade de Mossoró, a professora Celina Guimarães Viana, aos 29 anos de idade, “[...] após encaminhar bem sucedida petição reivindicando sua inclusão no rol de eleitores [...]" daquele município, tornou-se a primeira mulher habilitada a votar na América do Sul. Mas Celina Guimarães não foi a única a solicitar o direito a voto no Rio Grande HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa do Norte naquele ano. Júlia Alves Barbosa, em Natal, fez a solicitação no mesmo dia que Celina, 27 de novembro, e teve o pedido atendido dois dias depois, enquanto o desta foi atendido no mesmo dia. Apesar de, do ponto de vista eleitoral, o estado do Rio Grande do Norte ter reconhecido esta igualdade, faltava, porém, a concretização do “voto de saias”, o que ocorreu nas eleiçõ es municipais realizadas no dia 05 de abril de 1928. Em Natal votaram Antônia Fontoura, Carolina Wanderley, Júlia Barbosa e Lourdes Lamartine. Em Mossoró, além de Celina Guimarães, votaram Beatriz Leite e Eliza da Rocha Gurgel. Além de votar, algumas mulheres foram também eleitas para o cargo de intendente municipal, equivalente a vereador atualmente. No ano de 1928 Bertha Lutz fez uma visita ao Rio Grande do Norte e além de ter influenciado a fundação da associação de eleitoras, promoveu também a candidatura candidatu ra de Luiza Alzira Soriano à prefeitura de Lajes. “Esta é a mulher que estamos procurando”, teria dito Bertha Lutz à Juvenal Lamartine, afirma Heloiza Souza. Alzira Soriano se tornou a primeira prefeita eleita da América do Sul na cidade de Lajes, com 60% dos votos válidos. Considerando as prováveis palavras de Bertha Lutz, acima destacadas, a eleição de Alzira Soriano, bem como o pioneirismo do direito de voto conferido às mulheres no Rio Grande do Norte representaram – representaram – e e representam até o presente – presente – fatos fatos decisivos na luta por cidadania e igualdade de direitos entre homens e mulheres no Brasil. Não deve-se, porém, confundir direito de voto e elegibilidade com igualdade de direitos e cidadania plena para todas as mulheres brasileiras. Essas reivindicações ecoavam de uma parcela da população feminina esclarecida, alfabetizada, da classe média. A maioria das mulheres do país, pobres e analfabetas, continuavam sem acesso a direitos mínimos e sem cidadania plena. Para elas, o voto não representava muito. Desde que soubessem assinar o nome, mais importante seria justificar o poder político dos coronéis em troca de trabalho nas plantações de café ou de um litro de leite para minimizar a fome.
O RN NA HISTÓRIA DA AVIAÇÃO AVIAÇ ÃO Com o advento da aviação, a travessia aérea do Atlântico tornou-se um desafio a ser vencido. Pelo Atlântico Norte era impossível, devido à grande distância. A solução seria a travessia no Atlântico Sul, pela África, seguindo a rota Dakar – Dakar – Natal, Natal, obrigatória em todas as rotas de aviação. Ainda antes das primeiras travessias do Atlântico, o Rio Grande do Norte já ocupava um papel de relevo na história da aviação, pois entre os grandes aeronautas do início do século encontra-se o norte-rio-grandense Augusto Severo, morto em Paris, num acidente, a bordo do balão “Pax”. Outros três norte -rio-grandenses também podem ser inscritos na história da aviação: João Meneses de Melo (sargento Meneses), Juvenal Lamartine de Faria e Fernando Gomes Pedroza. O primeiro, um militar que se destacava na aviação no Campos dos Afonsos, embora desconhecido no Rio Grande do Norte, chegou a ser homenageado na imprensa carioca na época (27/10/1920) do acidente que ceifou sua vida. Os outros dois foram possivelmente os maiores responsáveis pelo impulso que a aviação teve no Rio Grande do Norte, “culminando com a implantação do Campo de Pouso de Parnamirim, transformado depois na maior base aérea da América do Sul na Segunda Guerra Mundial”. Foram eles, um, Juvenal Lamartine, governador do estado, e o outro, Fernando Pedroza, na iniciativa privada, que uniram seus ideais e fundaram, em 29 de dezembro de 1928, o Aero Clube do Rio Grande do Norte, quando então existia no Brasil somente o Aero Clube do Rio de Janeiro. Desde 1922, quando o hidroavião hidroavião “Sampaio Correa”, pilotado pelo cearense Pinto Martins, pousou nas águas do rio Potengi, Natal passou a fazer parte da “rota dos grandes ‘raids’ que envolviam a América do Sul”. Dessa forma, vários pilotos famosos na história da aviação passaram por Natal ou tiveram sua vida ligada à cidade. Concomitantemente, o governo do estado construiu campos de pouso pelos vários municípios do interior e deu “apoio decisivo às companhias internacionais de transporte aéreo, a PANAM americana, a CONDOR alemã e a CGA (Compagnie Générale Aeropostale) francesa, que se instalaram em Natal, onde permaneceram até que a Segunda Grande Guerra interrompeu aqueles serviços. Essa efervescência atraiu grandes pilotos e aventureiros para Natal.
A REVOLUÇÃO DE 30 NO RN: O RN era governado por Juvenal Lamartine e o período foi caracterizado por violentas perseguições aos oposicionistas, entre os quais João Café Filho, que se encontrava refugiado na Paraíba. Nas eleições de 1930, a oligarquia Bezerra de Medeiros e Juvenal Lamartine apoiaram a candidatura de Júlio Prestes, do PRP, à presidência, contra a Aliança Liberal, do candidato Getúlio Vargas. Mesmo com a vitória eleitoral de Júlio Prestes, o governo das oligarquias estava fadado ao fim. O assassinato de João Pessoa, vice de Vargas na Aliança Liberal, foi o estopim do movimento armado conhecido como Revolução de 30. Ao eclodir o movimento no RS, de imediato João Café Filho voltou ao RN e assumiu o comando da Revolução, destacando-se o fato de ter impedido que uma manobra política HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa de José Augusto Bezerra de Medeiros (José Augusto indicou seu primo, Silvino Bezerra, para comandar o governo provisório) tivesse sucesso. Comandando pessoas armadas, Café Filho impediu que Silvino Bezerra assumisse o poder. IMPORTANTE!!! João Café Filho começou sua carreira política como líder sindical do porto de Natal. Posteriormente, ele assumiria um papel de destaque como homem de confiança de Vargas no RN. Foi ainda deputado federal e atingiu o auge de sua carreira política quando, na condição de vice-presidente de Getúlio Vargas, assumiu a presidência da república após o suicídio do mesmo, em 24 de agosto de 1954. Nos anos 50, o nome de Café Filho esteve associado ao populismo, sendo seu nome a origem do termo "cafeísmo".
A INSURREIÇÃO COMUNISTA DE 1935 NO RN: R N: Revolta comunista ocorrida em Natal, Recife e Rio de Janeiro. Causada pelo fechamento da ANL anulando as possibilidades dos comunistas chegarem ao poder pelo pleito direto. A campanha de Rafael Fernandes para governador do RN, havia sido muito violenta, com agressões e perseguições a diversos adversários políticos. No poder Rafael Fernandes promoveu uma limpeza na guarda civil e polícia militar, ocasionando demissões em massa. Aproveitando deste clima de insatisfação popular, os comunistas, muitos deles pertencentes ao exército, revoltara-se, liderados pelo 21º Batalhão de Caçadores. Tomando o Governo de Natal por 4 dias. Chegando a lançar o jornal “ A Liberdade”. Após conquistarem conquistarem a capital, tentaram penetrar no interior . Mas, foram detidos det idos por homens liderados por Dinarte Mariz na “Serra do Doutor”( divisa entre Santa Cruz e Campo Redondo ). Com a notícia que tropas federais estavam a caminho, o movimento se desfez. Tratando os implicados de se desfazerem de tudo que os pudesse comprometer. Durante o governo Comunista , Natal foi Alvo de Saques e atos de violência e vandalismo. Causas da insurreição: Fechamento da ANL; penetração dos comunistas dentro do exército; violências políticas gerados na campanha de Rafael Fernandes; perseguições políticas e clima de insatisfação gerado pelas demissões em massa.
NATAL NA 2ª GUERRA MUNDIAL Contexto: o Brasil permaneceu neutro na 2ª Guerra Mundial até o ano de 1942, quando finalmente Getúlio Vargas declarou guerra ao Eixo, após o afundamento de navios brasileiros por submarinos alemães. Importância de Natal para os aliados: - Ponto estratégico para o patrulhamento do Atlântico Sul. Possibilitou a instalação de uma base aérea que visava abastecer as tropas aliadas que lutavam l utavam contra os alemães no norte da África (Parnamirim Field, "O Trampolim da Vitória"). Principais fatos: - Em janeiro de 1943 houve a "Conferência de Natal", encontro entre Getúlio Vargas e o presidente norteamericano Franklin Delano Roosevelt, a fim de discutirem detalhes da participação brasileira no conflito. - Construção da Base Naval pelo Almirante Ari Parreiras. - Construção de um oleoduto ligando o porto de Natal à base aérea de Parnamirim. - Houve a ocorrência constante de blackouts, haja visto a possibilidade de Natal sofrer um ataque aéreo dos alemães. - A economia natalense foi diinamizada devido a elevada circulação de dólares. Comerciantes de todo o norte-nordeste foram atraídos pala a cidade. Se por um lado Natal transformou-se em importante centro econômico, por outro lado destaca-se o aspecto negativo do aumento do custo de vida. - A vida social da cidade sofreu profundas transformações com a ocorrência dos bailes patrocinados pelas forças norteamericanas, pela presença de artistas de Hollywood, pela pujança do Grande Hotel e pela adoção de anglicismos pela população natalense. Destaca-se também o Cabaré de Maria Boa, e a prática de esportes como vôlei e basquete pelos natalenses. - Com o fim do conflito, Natal voltou à sua antiga vida provinciana.
O POPULISMO ALUIZISTA DA DÉCADA DE 60 Aluízio Alves surgiu para a política por intermédio de Dinarte Mariz, líder da UDN no RN. Aluízio foi eleito Deputado Federal Constituinte em 1946, o mais jovem do Brasil. Em 1960, Aluízio Alves rompeu com DInarte Mariz e lançou candidatura própria ao governo do estado contra o candidato de Dinarte e da UDN, Djalma Marinho. A chapa de oposição, li derada por Aluízio Alves, reunia elementos do PTB, PSD, dissidentes da UDN e elementos de esquerda. A campanha de 1960 ficou marcada por inovações, como o uso de símbolos, cores, passeatas, vigílias, pesquisas eleitorais e marketing. O carisma do populismo aluizista foi fator decisivo para o resultado das eleições, sendo Aluízio Alves eleito governador do estado. HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa O governo Aluízio Alves (1961-1966) - Firmou com o governo norte-americano (Kennedy) o Programa Aliança para o Progresso, que visava destinar recursos para a área social, especialmente o setor educacional. - Construiu a Cidade da Esperança, primeiro conjunto habitacional popular da América Latina. - Fundou a CAERN, a TELERN e a COSERN (trouxe energia elétrica da usina de Paulo Afonso, Bahia). - Investiu na construção de escolas e em projetos de infra-estrutura. - Seu governo ficou marcado por uma violenta perseguição política aos seus opositores. - Durante o governo de Aluízio Alves, Djalma Maranhão foi prefeito de Natal. Seu governo foi marcado por programas voltados para as camadas mais humildes da sociedade, destacando-se o Programa de Alfabetização Popular "De pé no chão também se aprende a ler", baseado no método desenvolvido pelo educador Paulo Freyre. Partidário de idéias socialistas, Djalma Maranhão, quando do Golpe Militar de março de 64, foi acusado de desenvolver atividades subversivas, sendo cassado e mandado para o exílio no Uruguai, onde faleceu. e) Nas eleições para a sucessão de Aluízio Alves, o mesmo lançou como candidato o Monsenhor Walfredo Gurgel, que disputou o pleito contra Dinarte Mariz (UDN), o que resultou em uma nova vitória do aluizismo sobre o dinartismo. Em 1969, como vingança, Dinarte Mariz conseguiu do governo militar do presidente Costa e Silva, a cassação de Aluízio Alves por corrupção, abuso de poder econômico e atos subversivos contra a revolução. Em 1973, Aluízio Alves foi absolvido das acusações e resgatou seus direitos políticos. Filiou-se então ao MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partido de oposição ao regime militar. A década de 1970 foi marcada, no RN, pelo surgimento de uma nova oligarquia política composta pelos governadores Tarcísio de Vasconcelos Maia, Lavoisier Maia e pelo prefeito de Natal José Agripino Maia, todos eles "biônicos" (indicados pelo regime militar para o exercício do poder).
OS GOVERNOS DO REGIME MILITAR (1964-1985) Monsenhor Walfredo Gurgel (1965-1971). Foi (1965-1971). Foi eleito governador na última eleição direta para governador antes que fossem decretadas eleições indiretas pelo Regime Militar, pelo AI-3. O quadro político do RN ficou marcado pela adesão de Dinarte Mariz e de Aluízio Alves à ARENA, partido do governo. No início de 1969, Aluízio Alves teve seus direitos políticos cassados pelo regime militar, sob acusação de corrupção, abuso de poder econômico e de desenvolver atividades contrárias aos interesses da “revolução” de 64. Outros políticos, líderes estudantis e intelectuais também foram cassados e perseguidos nessa mesma época. Cortez Pereira (1971-1975), (1971-1975), foi o primeiro governador do RN que chegou ao poder de acordo com as regras ditadas pelo AI-3, AI-3, que criava a figura do “Governador Biônico” (indicado para o cargo pelo governo g overno militar, portanto eleito indiretamente). Cortez Pereira foi escolhido para exercer o cargo por suas posições políticas condizentes com os objetivos do governo central, tendo contado ainda com o apoio de Dinarte Mariz. Uma de suas primeiras medidas de governo foi restaurar o nome do Palácio do Governo, que voltou a ser chamado “Palácio Potengi”, deixando de lado o nome “da Esperança”, que caracterizou o período aluizista. Visando tirar o RN de seu secular atraso econômico e social, Cortez Pereira desenvolveu pólos agro-industriais em várias regiões com o objetivo de oferecer uma possibilidade de renda ao homem do campo e evitar o processo de êxodo rural. Os principais projetos foram os de Vilas Rurais, Boqueirão (beneficiamento de coco), sericultura, produção de barrilha em Macau, etc... Tarcísio Maia (1975-1979), (1975-1979), foi indicado para o governo e era vinculado à ARENA, partido do governo militar. O governo de Tarcísio Maia marcou a ascensão de uma nova “oligarquia” ao poder no RN, os Maia. Seu governo fic ou marcado pela imobilização de todos os projetos do governo anterior, que então estavam sob suspeita de práticas irregulares. Buscando novas alternativas, Tarcísio Maia criou as secretarias da Indústria e do Comércio, do Trabalho e Bem Estar Social e dos Transportes e Obras Públicas. Tentou desenvolver projetos no setor de mineração, mas os mesmos não saíram do papel por falta de apoio por parte do Governo Federal. Tarcísio Maia implantou ainda a Via Costeira, que viria a ser um importante pólo turístico do d o estado. Politicamente, buscou uma “paz pública” com os Alves, conseguindo inclusive o apoio do MDB de Aluízio à indicação de seu primo Lavoisier Maia ao governo. Lavoisier Maia (1979-1983), (1979-1983), iniciou seu governo com a indicação de José Agripino Maia para a prefeitura do Natal, abrindo caminho para a sua sucessão no governo do estado. Lavoisier foi considerado um grande aliado do funcionalismo público. No entanto, seu governo ficou marcado por greves de professores da rede estadual de ensino, por uma grande seca que afetou as estruturas econômicas e sociais do estado e pelo processo de reabertura política, que levaria à redemocratização do país e, portanto, ao fim do Regime Militar. Nesse contexto, a política do Estado ficou marcada pelo rompimento da paz entre Alves e Maia, que teria seu auge na disputa pela sucessão de Lavoisier, em 1982, entre os candidatos Aluízio Alves e José Agripino Maia. O Projeto Curral recuperou a bacia leiteira do Rio Grande do Norte, dizimada pela seca. José Agripino Maia (1983-1986), (1983-1986), foi eleito em 1982, na primeira eleição direta para governadores de Estados desde a criação do AI-3. Agripino era vinculado ao então PSD, partido sucessor da ARENA na condição de governista, em HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa um momento em que o Regime Militar chegava ao fim, no governo do presidente João Batista Figueiredo. Sua eleição, com vantagem de mais de 107 mil votos sobre Aluízio Alves, marcava o pesado jogo da máquina governista, que tentava a todo custo evitar derrotas do PSD nos estados da federação. O governo foi marcado pelo "Escândalo do Rabo-de-Palha", pelo qual Agripino teria supostamente instruído cabos eleitorais a comprar votos de eleitores pobres em favor da candidata à prefeitura de Natal Wilma de Faria, à época, pelo PSD. Garibaldi Alves Filho, do PMDB ganhou a eleição. Houve a continuidade do processo de estiagem, que afetava a economia do Estado. O Projeto Curral recuperou a bacia leiteira do Rio Grande do Norte, dizimada pela seca. O governo José Agripino fez chegar ao pequeno pecuarista mais de 20 mil matrizes, adquiridas com recursos próprios e através de Cooperativas e em parceria com o Banco do Nordeste. O Projeto Curral criou uma base física no Jiqui para a sobrevivência das matrizes e transformou pequenos pecuaristas em produtores de leite e queijo, beneficiando assim todas as regiões do Estado. A situação era agravada pelo contexto econômico nacional, caracterizado por uma profunda crise econômica, derivada da falência do modelo do Milagre do Regime Militar. No entanto, Agripino colocou em prática projetos voltados para a área social, como os projetos Terra Verde (que visava dar condições de produção ao homem do semi-árido), Vilarejo (que visava dotar as pequenas comunidades rurais de um rede de infraestrutura, tentando evitar o fenômeno do êxodo rural) e o Crescer (que buscava dar melhores condições de moradia ás classes menos favorecidas, além de educação, saúde e trabalho). O processo de sucessão de José Agripino Maia ficou marcado pelas condições determinadas pelo cenário político nacional. Terminara o Regime Militar e, com a redemocratização (confirmada pela posse de José Sarney na presidência, após a morte do eleito, Tancredo Neves), o sucesso do Plano Cruzado, que reduziu as dramáticas taxas inflacionárias que marcaram o cenário econômico do Brasil até então, permitiram uma esmagadora vitória política do PMDB, então partido do governo. Em1985 foi o primeiro dos governadores eleitos pelo PSD a romper com o partido, ao apoiar Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, contra Paulo Maluf, que era do PSD. Foi um dos fundadores da Frente Liberal, mais tarde PFL, pelo qual disputou todas as eleições seguintes, a exceção de 2010, quando o PFL mudou de nome para DEM. Antes da conclusão do mandato, desincompatibilizou-se para disputar uma vaga ao Senado nas eleições de 1986, obtendo êxito, ao lado de Lavoisier Maia (PSD). O candidato a governador, João Faustino, também do PFL, perdeu para o PMDB de Geraldo Melo, sob efeito devastador do Plano Cruzado. Foi a famosa chapa "João, Lavô e Jajá". João Faustino, Lavô de Lavoisier e Jajá, Agripino. Importante!!! Nos anos 80, duas disputas marcaram as relações entre as oligarquias Alves e Maias: * Em 1982, a disputa entre Aluízio Alves (PMDB) e José Agripino Maia (PSD), candidato do Governo Federal, que terminou com a vitória agripinista por mais de cem mil votos de vantagem, em um momento em que o Regime Militar, em decadência, precisava de vitórias vitóri as nos Estados da federação. * Em 1986, a disputa deu-se entre Geraldo Melo (PMDB), apoiado pelos Alves, e João Faustino (PFL), pelos Maias, e que refletiu o momento de transição para a democracia, pós-Regime Militar. A vitória de Geraldo Melo foi fruto do sucesso do Plano Cruzado que, em escala nacional, deu ao PMDB uma esmagadora vitória nas eleições para governadores dos Estados. GOVERNOS POSTERIORES AO PERÍODO MILITAR NO RIO GRANDE DO NORTE (1986 AOS DIAS ATUAIS) Geraldo Melo (15 Melo (15 de março de 1987 a 15 de março de 1991) – 1991) – Foi Foi secretário estadual, vice governador, governador, vice-presidente do senado e senador da República. Tendo construído boa parte da sua vida pública em Ceará-Mirim, colaborou com o governo de Aluísio Alves (1961-1966), tendo trabalhado no DNOCS. Foi indicado vice-governador do Rio Grande do Norte quando o titular era Lavoisier Maia Sobrinho (1978- 1983). Em seguida, voltou para o grupo dos Alves e coordenou a campanha vitoriosa de Garibaldi Alves Filho para a Prefeitura de Natal, no ano de 1985. Isso lhe serviu de credencial para disputar o Governo do Estado em 1986. Com o slogan Novos Tempos, Novos Ventos e uma maioria de 14 mil votos, conseguiu eleger-se. Geraldo montou uma estação de radio, e obteve uma concessão de uma emissora de TV, a TV Potengi, ligada à Rede Bandeirantes de Televisão, ao término dos anos 1980. Em 1993, rompeu com o PMDB e passou para o PSDB, onde foi presidente estadual até o ano de 2008, logo apos retornou para o PMDB em 2011. Elegeu-se senador em 1994, e, durante esse período, Geraldo foi vice-presidente do Senado de 1995 até 1997. Elegeu-se novamente senador em 1999. José Agripino Maia (15 de março de 1991 a 2 de abril de 1994) – 1994) – Em Em 1990 disputa novamente o governo do estado, pelo PFL, desta vez contra o próprio tio Lavoisier Maia, do PDT, apoiado por Wilma e pelo PMDB, do senador eleito Garibaldi Alves. Agripino, com o apoio do presidente Collor, venceu com 52% dos votos. Neste governo, Agripino dobrou o índice de domicílios com saneamento no Estado. Também desta vez não conclui o mandato para se candidatar ao Senado em 1994, sendo eleito novamente. Disputa pela 3ª vez o governo do estado em e m 1998, porém é derrotado, ainda em primeiro turno, para Garibaldi Alves Filho. Reelege-se senador em 2002, tornando-se líder desde então no senado do PFL que depois tornou-se DEM. Foi um dos políticos mais importantes no cenário da HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa derrubada da CPMF. Foi reeleito Senador pelo Rio Grande do Norte nas eleições de 2010, quando obteve 958.891 votos, o correspondente a 32,23% dos votos válidos. Vivaldo Silvino da Costa (2 de abril de 1994 a 1 de janeiro de 1995) – Foi – Foi vice-governador do Rio Grande do Norte entre 1991 e 1994 assumindo o governo do estado entre 1994 e 1995. Atualmente é deputado estadual. Foi prefeito da cidade de Caicó RN, Deputado Estadual e Deputado Federal. Atualmente, seu nome é cogitado como candidato à vice-governador nas eleições de 2014 ao lado da ex-governadora Vilma de Faria. Garibaldi Alves Filho (1 de janeiro de 1995 a 1 de janeiro de 1999. Reeleito até 6 de abril de 2002) – Em – Em 1966 foi nomeado chefe da Casa Civil da prefeitura Natal na gestão de seu tio, Agnelo Alves. Com a cassação deste pelos militares em 1969, Garibaldi Alves Filho foi eleito deputado estadual pelo MDB em 1970, 1974, 1978 e 1982, conquistando este último mandato pelo pelo PMDB, onde ingressou com o fim do bipartidarismo no país em 1979. Em 1985 foi eleito prefeito de Natal ao derrotar Wilma de Faria, candidata do PDS. Cumprido o mandato de prefeito, elege-se em senador em 1990 cumprindo o mandato até 1994, quando foi eleito, já no primeiro turno, governador do Rio Grande do Norte, derrotando Lavoisier Maia. Seu governo ficou marcado pela instalação de um gigantesco programa de adutoras que ampliou a distribuição de água para municípios do interior do Estado. Ficou conhecido como ‘O Governo das Águas”. Disputa a reeleição em 1998 e vence ainda em primeiro turno, dest a vez derrotando José Agripino Maia. Deixa o governo em abril de 2002 para poder disputar novamente o cargo de senador, sendo eleito. Nas eleições de 2006 disputa mais uma vez o governo do estado. É derrotado pela primeira vez na carreira, no segundo turno após acirrada disputa para a então governadora Wilma de Faria. Fernando Freire (6 de abril de 2002 a 1 de janeiro de 2003) – 2003) – Filho Filho de Jessé Pinto Freire e Ivanise Câmara Freire. Estudou em Londres e Amsterdã entre 1972 e 1976 onde se graduou em Administração e obteve noções de comércio exterior de modo que pudesse desempenhar melhor suas funções como assessor da Câmara de Comércio Internacional do Rio de Janeiro, do Conselho Nacional das Representações Comerciais e da Confederação Nacional do Comércio, presidida por seu genitor por dezesseis anos. Diretor financeiro da Companhia Nacional de Alcalis e presidente da Jessé Freire Agroindustrial S/A acompanhou a carreira do pai senador e de seu irmão o deputado federal Jessé Freire Filho, porém o falecimento destes no curso de suas carreiras políticas levou Fernando Freire a assumir o legado público da família sendo eleito deputado federal (PFL) em 1990 e vice-governador do Rio Grande do Norte em 1994 e 1998 na chapa de Garibaldi Alves Filho a quem sucedeu no governo do estado em 2002. Wilma de Faria (1 de janeiro de 2003 a 1 de janeiro de 2007. Reeleita, até 31 de março de 2010) – Em abril de 2002, renuncia à prefeitura para disputar o governo do estado, sendo eleita com 820.541 votos, correspondentes a 61,05% dos votos válidos. Em 2006, candidata- se à reeleição para governadora, junto com o parceiro de chapa, Iberê Ferreira de Sousa. Numa disputa histórica com Garibaldi Alves, venceu no segundo turno com 824.101 votos, correspondentes 52,38% dos votos válidos. Ao fim de março de 2010, Wilma de Faria decidiu renunciar ao governo do Rio Grande do Norte e deixá-lo a cargo de seu vice, Iberê Ferreira, para que pudesse se candidatar a senadora nas eleições gerais de 3 de outubro do mesmo ano. Em 31 de março de 2010, Wilma renunciou oficialmente ao governo do Estado. Foi a 3ª colocada nas eleições em 2010 para senadora com 651.358 votos (21,89% dos válidos), tendo sido derrotada pelo peemedebista Garibaldi Alves Filho – Filho – o o 1° colocado, reeleito com 1.042.272 votos (35,03% dos válidos) – válidos) – e e pelo democrata José Agripino – Agripino – o o 2° colocado, reeleito com 958.891 votos (32,23% dos válidos). Em seu governo houve a viabilização de ações em parceria com o governo federal em Guamaré: planta de querosene de aviação; planta de óleo diesel; unidade de processamento de gás natural; implantação do núcleo nacional de energias renováveis da petrobras; implantação de duas unidades piloto para produção de biodiesel. Construção da ponte Forte/ Redinha, Programa do Leite, além de projetos de infraestrutura e na área social. Iberê Ferreira de Souza (31 de março de 2010 a 1 de janeiro de 2011) – 2011) – No No primeiro governo Wilma de Faria foi Secretário de Agricultura. Em 2006 foi eleito vice governador do estado pelo PSB. Em 2010 assumiu o comando do governo do estado em 31 de março de 2010 mediante a renúncia de Wilma de Faria para disputar o pleito de 2010. Iberê Ferreira disputou a reeleição para o cargo, mas perdeu a eleição. Rosalba Ciarlini (1 de janeiro de 2011 a 2014) – Ganhou muito destaque através dos eventos culturais, como o Auto da Liberdade e Chuva de Bala no País de Mossoró. Nas eleições estaduais no Rio Grande do Norte em 2010 foi eleita governadora daquele estado já no 1° turno com 52,46% dos votos válidos, o que representa 813.813 votos, nas eleições de 03 de outubro de 2010. Seu vice era Robinson Faria, que rompeu com a governadora ainda no primeiro ano de gestão. No entanto, sua gestão passou por várias dificuldades. Contraditoriamente a sua história, a saúde pública torno-se um dos piores problemas. Em 2011, o governo de Rosalba Ciarlini enfrentou um movimento de greve geral do funcionalismo público intitulado de Rio Greve do Norte jamais visto nas últimas décadas no Estado. No Twitter, os adeptos aos movimento usaram a hashtag #riogrevedonorte para chegar ao primeiro lugar no Trending Topics Brasil como o assunto mais falado no Twitter brasileiro no dia 23 de maio de 2011. Dois dias depois vários manifestantes foram às ruas da capital do Estado protestar contra a situação de paralisia dos serviços HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa públicos. Embora seja médica e tenha obtido sucesso nos demais, Rosalba Ciarlini foi ameaçada de ser denunciada a Organização Estados Americanos (OEA) por supostamente negligenciar diante da situação do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, principal hospital geral do Rio Grande do Norte. Um Plano de Enfrentamento para os serviços de Urgência e Emergência da Saúde Pública foi anunciado, mas até agora o governo não conseguiu avançar. Denúncias de corrupção no Detran de Mossoró - reduto político de Rosalba Ciarlini - também abalaram a credibilidade do governo.O desgaste do governo foi maior porque as denuncias foram veiculadas no programa jornalístico dominical Fantástico da TV Globo em nível nacional. O governo também se mostrou ineficiente no combate aos efeitos da seca. Apesar de elaborar um plano de enfrentamento do problema, o governo Rosalba Ciarlini não conseguiu investir mais que 2% do previsto. Na Segurança Pública, o governo Rosalba Ciarlini não conseguiu conter ondas de assaltos aos ônibus que fazem o transporte público de Natal. Durante o movimento imtitulado a Revolta do Busão, a força policial também foi acusada de agir com excessos. De acordo com pesquisas do Ibope, Rosalba Ciarlini possui a pior desaprovação entre os governadores de todos os Estados brasileiros, com apenas 8% de aprovação da cidade de Natal (Rio Grande do Norte). QUESTÕES 1 Tendo em vista a história do início da colonização do estado do Rio Grande do Norte, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) Houve uma uma tentativa de de colonização inicial da região, onde é hoje o Rio Grande do Norte, frustrada por conta da resistência indígena. ( ) Graças à presença holandesa holandesa na região, região, a colonização foi logo concretizada concretizada e os índios potiguares exterminados ou escravizados. ( ) O Rio Grande do Norte, por sua posição geográfica pronunciada pronunciada no oceano oceano Atlântico, seria um dos principais principais pontos para o reabastecimento das expedições portuguesas. ( ) Ao desembarcar desembarcar nas praias praias de ondas muito fortes do Rio Grande do Norte, os portugueses não viram ninguém. As tribos indígenas já haviam fugido para o interior, na região amazônica. A sequência está correta em a) V, F, V, F. b) V, V, V, F. c) F, V, F, V. d) F, F, V, V. 2 Analise a charge. charge.
A gravura faz clara referência à exploração sofrida pelos indígenas, quando da colonização portuguesa no Brasil. Ao tipo de relação de trabalho estabelecido entre índios e portugueses, bem no início do processo de colonização denominou-se A) mita. B) estanco. C) escambo. D) encomienda. 3 Sobre o povoamento inicial no Brasil, anterior à colonização do território onde hoje se situa o Rio Grande do Norte, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa ( ) A ocupação das áreas que constituem o Nordeste brasileiro começa a acontecer com a política de ocupação dessa região empreendida pelos portugueses no período açucareiro. ( ) É sabido que a ocupação dessa região passou a ocorrer de fato no período imediatamente anterior à Idade Antiga, A ntiga, concomitante à diáspora dos cristãos da Europa. ( ) Acredita-se que essa ocupação tenha sido proveniente da dispersão populacional vinda dos polos, de onde os primeiros hominídeos teriam fugido devido à Era do gelo. ( ) Os registros rupestres – rupestres – pinturas pinturas e gravuras – gravuras – são são forte indicativo, que comprovam a presença humana no Rio Grande do Norte desde a Era Paleozoica. A sequência está correta em A) F, V, F, F B) V, V, V, V C) V, F, V, V D) F, F, F, F 4 Elucidar os mistérios do cotidiano pré-histórico é uma das funções das pesquisas arqueológicas atuais. A descoberta do passado não é fácil e passa por processos complexos e, às vezes, demorados. Analise as afirmativas a seguir. I. Utilizando processos como a coleta e a escavação, a arqueologia estuda os costumes e as culturas dos povos antigos por meio de artefatos, monumentos etc. II. As informações coletadas devem ser analisadas de forma isolada, de maneira que os antigos a ntigos vestígios possam ser utilizados apenas numa perspectiva atual e definitiva. III. Através da observação somente, os cientistas podem datar fatos e objetos históricos com precisão e interpretar fatos remotos sobre a vida de nossos ancestrais. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) A) I, II e III. B) II, apenas. C) I, apenas. D) II e III, apenas. 5 Segundo a tradição historiográfica, no dia 22 de abril de 1500, o Brasil foi descoberto por caravelas portuguesas que desembarcaram no litoral do atual Estado da Bahia. Porém, na atualidade, muitos historiadores não gostam de usar o termo descobrimento do Brasil, mas sim chegada dos portugueses ao Brasil. Apesar dessa discussão na historiografia brasileira, há fatos sobre esse momento da história do país em que não há dúvidas, como A) Os primeiros a chegarem ao litoral brasileiro não foram os portugueses, mas sim, espanhóis, liderados por Colombo. B) Os primeiros europeus ao chegarem no litoral brasileiro, não desembarcaram na Bahia, mas onde hoje é o Rio de Janeiro. C) O descobrimento do Brasil ou a chegada dos portugueses ao Brasil se deu em meio ao processo de expansão marítima europeia. D) Todos os índios que tiveram contato com os europeus recém-chegados tiveram espírito acolhedor, pois acreditavam que estes eram deuses.
6 “Composta por três naus e uma caravela, a terceira frota da Í ndia era comandada pelo fidalgo João da Nova. (...) Em abril de 1501 – enquanto os navios de Cabral se preparavam para dobrar o Cabo da Boa Esperança, deixando para trás o oceano Índico e voltando a singrar o Atlântico –, João da Nova avistava o Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco. Depois de Pinzón, Lepe e Cabral, João da Nova se tornava, assim, o quarto navegador europeu a chegar ao nordeste brasileiro em um período de menos de 15 meses.” (Bueno, 1998, p. 36.)
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Profa Vanessa Sousa No período das grandes navegações e mais especificamente na chegada dos portugueses ao Brasil, o Rio Grande do Norte teve um significado especial na aventura marítima portuguesa, principalmente, devido à A) Presença dos potiguares, índios de constituição forte e apropriada para o trabalho que logo se estabeleceu no “novo mundo”. B) Experiência anterior de colonização realizada pelos espanhóis, que já haviam empreendido expedições marítimas à América desde 1492. C) Facilidade de acesso propiciada pelo relevo suave e pouco acidentado que desde os primórdios da colonização foram utilizados pelos lusitanos. D) Sua privilegiada posição geográfica, pronunciada no oceano Atlântico, quando seria um dos principais pontos para reabastecimento das expedições portuguesas. 7. No processo de conquista da Capitania do Rio Grande do Norte, a construção construção do Forte dos Reis Magos em 1598 como marco definitivo da posse territorial ibérica e fundação de uma pequena povoação em 1599, 15 99, reforçaram a presença física e cultural do homem branco na região. No entanto, não foi fácil o relacionamento entre os portugueses e os índios potiguaras, pois os laços de alianças que existiam entre estes e os franceses eram muito fortes, devido ao sistema de escambo. De acordo com o texto, a dificuldade no relacionamento entre portugueses e indígenas devia-se ao fato de o sistema A) provocar uma intensa resistência indígena ao trabalho de extração do pau-brasil e um tratamento bastante violento e opressivo dos franceses para com os indígenas. B)criar um verdadeiro clima de guerra e tensão entre índios e portugueses, em virtude da necessidade de mão de obra nativa na produção de alimentos para os franceses. C) restringir o lucrativo comércio de mão de obra escrava entre os portugueses e os índios potiguaras nas plantações de cana de açúcar e nas áreas litorâneas da capitania. D) dificultar a existência de trabalho compulsório como imposição dos portugueses e facilitar o convívio e as relações de troca entre índios e franceses. E) impedir a conquista portuguesa do território brasileiro e a ampliação de novos espaços de terras para a produção de mercadorias de alto valor no comércio interno. 8. Ao longo do século XVI, A) Os franceses frequentaram assiduamente o litoral do Rio Grande do Norte, explorando o pau-brasil. B) Os portugueses firmaram sólidas e fraternais alianças com os índios da região, os potiguares. C) A Capitania do Rio Grande coube ao donatário Duarte Coelho, que a transmitiu a seus descendentes. D) Os moradores de Pernambuco e Itamaracá uniram-se aos franceses, no contrabando de madeira. E) Revelou-se a excepcional fertilidade das terras do Rio Grande para o cultivo da cana-de-açúcar.
9 “Importante reforçar que a presença francesa nas costas da capitania do Rio Grande não seria possível não fosse a aliança estabelecida com os índios potiguares que viviam por todo o litoral norte-rio-grandense, ficando a taba principal na Aldeia Velha, área que se estende entre o atual bairro de Igapó e a praia da Redinha. De todos os franceses que estiveram por essas bandas, Charles de Vaux e Jacques Riffault foram os mais constantes, sendo que este último, no dizer de Medeiros (1973, p. 25), ‘traficante, aventureiro comerciante de Diepe, fundeava suas naus um pouco mais ao sul da curva do rio Potengi, resguardando-a s de possíveis eventualidades’. Um topônimo gravou o local e fixou o fato inconteste: diz-se Nau dos Refoles, ou simplesmente Refoles, até hoje, a parte do bairro do Alecrim (Natal) onde se ergue a Base Naval.” (Trindade, 2010.) Segundo o texto, os potiguares do Rio Grande do Norte chegaram a estabelecer relações com os franceses. Na tentativa de estabelecer uma colonização no território americano, a França chegou a tentar fundar duas colônias no país. Assinale-as. A) Oriental e Ocidental. B) Antártica e Equinocial. C) Equatorial e Litorânea. D) Atlântica e Continental.
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Profa Vanessa Sousa 10 A coroa portuguesa viu-se obrigada a implementar uma política de colonização que assegurasse o domínio sobre a colônia, principalmente após a frustrante tentativa do sistema de Capitanias Hereditárias. A centralização administrativa (governos-gerais) e o sucesso da empresa açucareira contribuíram para assegurar a posse do Brasil, porém não afastaram a constante ameaça aos domínios coloniais portugueses na América. (Trindade, 2010.) A capitania do Rio Grande do Norte foi palco de incursões de franceses e holandeses. Os franceses estabeleceram-se no nosso litoral para contrabandear Pau-Brasil e chegaram a usar o Rio Grande do Norte como base para ataques às capitanias vizinhas. É correto afirmar que os holandeses a) Empreenderam o comércio de pedras preciosas e metais abundantes na região do Rio Grande do Norte. b) Chegaram ao Rio Grande com a intenção de buscar as drogas do sertão, famosas na região e em toda a Europa. c) Dominaram quase todo o Nordeste açucareiro e permaneceram em solo nordestino por, praticamente, duas décadas. d) Foram os responsáveis pela pacificação dos índios e de sua utilização no trabalho das lavouras através da mita e da encomienda. 11. Sobre a conquista e a ocupação da capitania do Rio Grande, é correto afirmar: A) A conquista do interior só foi possível após a descoberta de minas de ouro pelos bandeirantes. B) A conquista do território foi facilitada pela total falta de resistência à ocupação da região pelos portugueses. C) A ocupação e o povoamento das terras no interior ocorreram, principalmente, em conseqüência da lavoura da cana-de-açúcar. D) A péssima posição geográfica da capitania do Rio Grande em relação a Portugal levou o primeiro donatário a não se interessar por ela. E) A ocupação das terras litorâneas pelos portugueses só foi possível após a construção do Forte dos Reis Magos, devido à presença de franceses e indígenas na região. 12. A ilustração apresenta um monumento monumento que faz parte da história do Rio Grande Grande do Norte, tendo sido erguido A) Para marcar a importância do domínio holandês no Nordeste. B) Para enaltecer os índios tapuias como primeiros habitantes da região. C) Para legitimar e oficializar a tomada de posse dos territórios pelos portugueses. D) Em reconhecimento ao papel desempenhado pelos franceses na colonização do Rio Grande do Norte. E) Para homenagear o herói rio-grandense André de Albuquerque, líder dos movimentos de independência.
13. O fracasso da maioria das capitanias hereditárias deveu-se, em grande parte, às dificuldades que os donatários tiveram de enfrentar. Entre elas, estava a resistência dos indígenas à invasão de suas terras, assim como os altos custos da empreitada [...]. (MONTELLATO; CABRINI; CASTELLI JÚNIOR, 2000, p. 89). Os problemas citados no texto levaram o rei de Portugal a A) Implantar um sistema de governo geral para centralizar o poder político na Colônia, estabelecendo um maior controle administrativo. B) Promover a vinda de expedições com a incumbência de vigiar o litoral, impedindo ataques estrangeiros às capitanias. C) Dar apoio militar e financeiro, bem como amplos poderes aos donatários, para combater indígenas hostis e rebeldes. D) Enviar uma expedição colonizadora, sob o comando de Martim Afonso de Souza, para fundar várias povoações no litoral. E) Dividir a colônia em lotes administrativos, nomeando governadores para cada área.
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Profa Vanessa Sousa 14. Na história do Rio Grande do Norte, a construção do Forte dos Reis Magos teve por objetivo A) Ser um ponto de apoio dos holandeses para controlar o comércio de açúcar. B) Servir de local de encontro das sociedades secretas que organizaram rebeliões na época colonial. C) Confirmar a dominação francesa na região, em obediência às regras do Tratado de Tordesilhas. D) Ser responsável pela defesa da capitania e marco definitivo da posse territorial pelos colonizadores portugueses. E) Servir de centro de triagem de escravos africanos desembarcados na capitania do Rio Grande até serem vendidos aos donos de engenho. 15. Por aqui passou um homem — e como o povo se ria! — quer reformar este mundo de cima da montaria. Por aqui passou um homem — e como o povo se ria! — Liberdade, ainda que tarde nos prometia [...] (ALENCAR; RIBEIRO; CECCON, 1996, p. 75). Os versos fazem lembrar A) A aceitação imediata dos potiguares à ocupação holandesa, libertando-os da opressão portuguesa. B) A Conjuração Baiana, que defendia a independência do Brasil e a adoção do regime monárquico. C) O movimento libertário inspirado no iluminismo, conhecido como Inconfidência Mineira. D) A Guerra dos Farrapos, revolta popular que defendia a coletivização das terras no Brasil. E) O ideário coletivista e socialista de Frei Caneca, lider da Confederação do Equador, ocorrida na República Velha.
16. “Considerada uma das maiores capitanias, o Rio Grande do Norte foi doada a João Barros, em 1535, para dar início à colonização. Mas o projeto de colonização daquela Capitania foi frustrado, em decorrência da presença e de constantes ataques de corsários franceses e também da resistência indígena local. Somente por volta da década de 1590 é de que os portugueses conseguiram erguer o forte dos Reis Magos e fundar a Vila de Natal. Significa que, por mais de meio século, a Coroa portuguesa esteve sem condição de manter o controle sobre aquela área”. As informações contidas no texto e os conhecimentos sobre a Capitania do Rio Grande do Norte, no século XVI, permitem afirmar: A) A construção do Forte dos Reis Magos foi possível após a concessão de sesmarias aos índios que ocupavam a região. B) O interesse de corsários franceses esteve vinculado à necessidade de controlar a expansão da pecuária e as exportações de pele e de couro. C) A resistência do índio resultou de ameaças às suas terras, crenças, rituais, e a todo o seu mundo material e simbólico. D) A fundação da Vila de Natal se relaciona com a anulação do Tratado de Tordesilhas e com os investimentos das entradas e bandeiras. 17. O Marco de Touros deixado pela expedição de Gaspar de Lemos no litoral potiguar significa o: A) Sinal da presença do contrabandista francês. B) Início da colonização efetiva. C) Indício da passagem da expedição de 1530. D) Último ponto visitado pela expedição guarda-costa. E) Primeiro padrão de posse portuguesa. 18. Em relação à estrutura social da capitania do Rio Grande, não é correto afirmar que: A) O conjunto de escravos índios e negros constituía a maior da população colonial. B) O atual estado do RN, no início de sua colonização, era habitado por numerosas tribos indígenas. C) Enquanto o litoral do RN era habitat dos Potiguares, o interior era habitado pelos Tapuias. D) O negro foi uma constante, mas não uma determinante econômica na capitania do Rio Grande do Norte. E) A sociedade norte-rio-grandense, tal qual a brasileira, foi constituída apenas de brancos e negros. HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa 19. Coloque os acontecimentos em ordem cronológica. Em 1654, as localidades dominadas pelos holandeses foram, finalmente, reconquistadas pelos portugueses. Em 1645, foi iniciada, na capitania de Pernambuco, uma série de conflitos pela expulsão dos holandeses. Em 1649, foi fundada, em Portugal, a Companhia Geral do Comércio do Brasil para apoiar a resistência aos holandeses Em agosto de 1661, Portugal e Holanda assinaram um acordo de paz em Haia.
20- A Igreja Católica teve papel relevante no processo de colonização, que pode ser constatado: a) na Catequese que, promovendo a integração do índio aos padrões europeus e cristãos, favoreceu a sua emancipação. b) na Educação, através das Ordens Religiosas, a Igreja monopolizou as instituições de ensino até o século XVIII. c) nas Missões, que, ao reunirem os contingentes indígenas, facilitavam o fornecimento de mão-de-obra para a lavoura. d) na defesa das Fronteiras, sendo as missões a primeira defesa por onde penetraram estrangeiros no Brasil. e) na administração, ocupando o clero a maior parte dos c argos públicos que exigiam melhor nível de instrução. 21- Durante o período colonial, havia atritos entre os padres jesuítas e os habitantes locais porque os a) colonos eram ateus belicosos, e os jesuítas, pacíficos católicos. b) religiosos pretendiam escravizar tanto o negro como o índio e os colonos lutavam para receber salários dos capitães donatários. c) colonos desejavam escravizar o negro e os jesuítas se opunham. d) religiosos preocupavam-se com a integração dos indígenas no mercado de trabalho assalariado e os colonos queriam escravizá-los. e) colonos pretendiam escravizar os indígenas e os padres eram contra, pois queriam aldeá-los em missões. 22- "Pouco fruto se pode obter deles se a força do braço secular não acudir para domá-los. Para esse gênero de gente, não há melhor pregação do que a espada e a vara de ferro." (José de Anchieta. Pedro Casaldáliga in "Na Procura do Reino") O fragmento de texto anterior, escrito nos primórdios da colonização do Brasil, refere-se: a) à evangelização do negro e o apresamento de escravos pelos bandeirantes. b) à expansão da cana-de-açúcar para o interior de Mato Grosso e a utilização de mão-de-obra indígena. c) à catequização do índio pelos jesuítas e a utilização dos silvícolas como mão-de-obra nas propriedades da Companhia de Jesus. d) à inadaptação do índio para o trabalho e a escravização do negro pelos jesuítas em suas reduções de ouro. e) à determinação dos jesuítas em pregar o Evangelho junto aos índios e negros, ampliando os horizontes da fé. 23- No Brasil, a Companhia de Jesus participou participou desde o século XVI da colonização. colonização. Sobre a participação dos dos jesuítas, neste período, é correto afirmar que: a) Os jesuítas substituíram os capitães donatários depois da expulsão dos holandeses; b) A Igreja e a Realeza portuguesa eram inimigas no século XVI, portanto a Realeza obliterou a ação dos jesuítas; c) Os jesuítas atuaram em duas frentes: o trabalho missionário com os índios e a educação com a fundação dos colégios; d) Os jesuítas não encontraram espaço para atuação na América portuguesa. Por esta razão se radicaram na América espanhola; e) As atividades jesuítas foram incrementadas após as reformas r eformas pombalinas. 24- No Brasil Colonial, os os jesuítas a) foram os responsáveis pela introdução da Contra Reforma no Brasil, instalando os Tribunais de Inquisição no Rio de Janeiro e na Bahia, perseguindo os cristãos novos e os muçulmanos. b) foram os responsáveis pela descoberta do ouro no interior do Brasil, pois, buscando a catequização dos indígenas, fundaram as missões em áreas em que os nativos já usavam o rico minério. c) auxiliaram na tarefa da colonização introduzindo o gado bovino e equino nas reduções e a lavoura cafeeira no sudeste. Fizeram,ainda, a exploração do mate no sul do Brasil. HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa d) catequizaram os indígenas e os colonos, construindo colégios e igrejas. Muitas vezes, intervieram em conflitos existentes entre os brancos e os povos indígenas, buscando auxiliar a colonização portuguesa. e) não se envolveram no processo colonizador português, pois o papa Paulo III lhes proibira qualquer envolvimento político. Sua missão era apenas a da evangelização dos povos. 25- Ao se referir ao domínio holandês sobre a capitania do Rio Grande, no século XVII, Câmara Cascudo afirmou: “A conservação do Rio Grande foi uma questão vital, indiscutida, e todas as fontes holandesas são unânimes [...]. ‘Em 1635 os Conselheiros Políticos exaltaram a conquista final desta Capitania, como um benefício inestimável da fortuna’.” CASCUDO, Luís da Câmara. História da Cidade do Natal. Natal: RN Econômico, 1999. p. 66. Um dos motivos pelos quais os flamengos exaltaram a conquista da capitania do Rio Grande foi o seguinte: A) sem o amplo controle do rebanho bovino dessa capitania, a alimentação da crescente população holandesa em Pernambuco seria algo muito difícil. B) para os holandeses, o essencial era o domínio da região açucareira do Engenho Cunhaú, cuja produção rivalizava com as dos maiores centros c entros produtores do Nordeste. C) à época, o expressivo processo de urbanização de Natal tornava o domínio dessa capitania imprescindível para a instalação da estrutura administrativa dos holandeses. D) com a derrota holandesa na Batalha dos Guararapes, Maurício de Nassau foi forçado a deslocar suas tropas de Recife para a chamada Nova Amsterdam. 26- Edison Carneiro afirma: “Eram na realidade vários núcleos que reuniram milhares de habitantes (alguns autores falam em 20 mil), governados por um rei guerreiro e por um conselho formado pelos chefes de cada um dos núcleos confederados. Localizado numa extensa área serrana, que abrangia parte de Alagoas e Pernambuco, seus primeiros acampamentos devem ter sido criados em 1629.” Apud: CAMPOS, Flavio de; MIRANDA, Renan Garcia. Oficina de história. São Paulo: Moderna, 2000. p. 109 [Adaptado]. O fragmento textual acima refere-se A) à Confederação do Equador. B) ao Quilombo dos Palmares. C) à Insurreição Pernambucana. D) ao Arraial do Bom Jesus. 27- A consolidação do projeto de colonização portuguesa nas terras da América deveu-se à bem sucedida implantação da agroindústria açucareira. A economia açucareira no Brasil colonial é caracterizada pela A) monocultura, latifúndio e mão de obra escrava. B) policultura, pequena propriedade e mão de obra livre. C) monocultura, pequena propriedade e trabalho assalariado. D) policultura, latifúndio e trabalho compulsório. 28- No quadro da colonização, os portugueses consideravam-se legalmente proprietários das terras americanas definidas pelo Tratado de Tordesilhas. Partindo de Pernambuco, eles procuraram expandir a área conquistada. Na capitania do Rio Grande, construíram a fortaleza dos Reis Magos e, depois, fundaram Natal em 1599. Sobre esse período histórico da Capitania do Rio Grande, é correto afirmar: A) A sociedade fundamentada na cultura canavieira possibilitava a ascensão social dos grupos que não eram proprietários de terras, uma vez que lhes permitia participarem das Câmaras municipais. B) A legitimidade da ocupação territorial foi questionada, interna e externamente, o que ficou evidente nas reações indígenas e nas incursões estrangeiras à costa potiguar. C) O senhor de engenho tinha o controle da terra e da produção açucareira, mas subordinava-se ao poder dos coronéis da Guarda Nacional, controlada pelo poder central. D) A ocupação das terras do interior ocorreu sem conflitos, uma vez que as tribos indígenas concentravam-se no litoral, onde se implantou a agroindústria açucareira. HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa 29- Os habitantes de Pernambuco iniciaram uma guerrilha contra os invasores. As ações estavam equilibradas até que Domingos Fernandes Calabar, nascido em Alagoas, passou para o lado dos invasores e os auxiliou. Aos poucos, toda a costa do Rio Grande do Norte e o campo de Santo Agostinho foram dominados. Em 1635, o governador Matias de Albuquerque ordenou a retirada para Alagoas, onde prendeu e fez executar Calabar. Os invasores conseguiram dominar ainda por alguns anos. (Barbeiro, Heródoto. Coleção de olho no mundo do trabalho. História.Volume único para o ensino médio. São Paulo: Scipione. 2004. p. 220-221.) O episódio, descrito anteriormente, eclodiu no Brasil ainda no período colonial, no contexto do ciclo da cana-deacúcar, envolvendo várias províncias do Nordeste, inclusive o Rio Grande do Norte. Trata-se da(s) A) invasões francesas, cujo objetivo era redistribuir as terras divididas entre Portugal, Espanha, França e Inglaterra através do Tratado de Madri. B) invasões holandesas ocorridas, entre outras razões, com o intuito de permitir um comércio e refino do açúcar pelos holandeses, diretamente em terras brasileiras. C) Guerra dos Mascates, envolvendo os comerciantes portugueses e os senhores de engenho nordestinos, revoltados com os abusos cometidos em relação ao preço do açúcar. D) Revolta dos Malês, conflito grave que envolveu todo o nordeste, cuja causa principal era a invasão de terras devolutas, demarcadas pelo governo português na região açucareira. 30- Durante o período colonial, o Estado português deu suporte legal a guerras contra povos indígenas do Brasil, sob diversas alegações; derivou daí a guerra justa, que fundamentou: a) o genocídio dos povos indígenas, que era, no fundo, a verdadeira intenção da Igreja, do Estado e dos colonizadores. b) a criação dos aldeamentos pelos jesuítas em toda a colônia, protegendo os indígenas dos portugueses. c) o extermínio dos povos indígenas do sertão, quando, no século XVII, a lavoura açucareira aí penetrou depois de ter ocupado todas as áreas litorâneas. d) a escravização dos índios, pois, desde a Antigüidade, reconhecia-se o direito de matar o prisioneiro de guerra, ou escravizá-lo. e) uma espécie de "limpeza étnica", como se diz hoje em dia, para garantir o predomínio do homem branco na colônia. 31- Dentre as formas de reação coletiva dos negros africanos ao processo de escravização durante a c olonização do Brasil, destaca-se a organização de quilombos. Marque a opção correta a respeito dos quilombos. a) Consistiam em paliçadas onde os o s ex-escravos, libertados pelos seus senhores, encontravam trabalho e apoio comunitário, já que a abolição não lhes garantiu emprego fixo. b) Em toda a área colonial eles existiam, mas jamais chegaram a constituir uma comunidade estável que estabelecesse contatos comerciais com as vilas. c) O quilombo de Palmares foi o único que realmente resistiu às primeiras investidas dos "capitães-do-mato", apesar de não ter sobrevivido por mais de 5 anos. d) Apesar de não ser o único, Palmares foi o mais importante dos quilombos, resistindo por décadas às investidas portuguesas durante o século XVII. 32- As leis portuguesas do século XVI são dúbias com relação aos indígenas, proíbem a escravização do indígena, mas ao mesmo tempo abrem essa possibilidade em caso de “guerra justa”. Para os portugueses “guerra justa” significava: a) A utilização da força para que esses povos pudessem participar do reino dos céus. b) Aquela no qual o indígena tomava a iniciativa de agressão contra o branco. c) O aprisionamento devido à necessidade vital de mão-de-obra. d) A ação missionária do jesuíta para ensinar os valores da sociedade branca. e) O uso da violência na formação dos aldeamentos, evitando a ação dos jesuítas. 33- A disputa entre índios e Portugueses na conquista do interior nordestino se deu de forma extremamente violenta. Sobre essa disputa, assinale a alternativa correta: HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa a) As tribos indígenas do interior conseguiram c onseguiram se organizar na “Confederação dos Cariris” dificultando, enormemente, os objetivos dos portugueses. b) Tendo a cidade de Campina Campina Grande como cidadela, os os Tapuias realizavam incursões pelo litoral caçando seus inimigos portugueses. c) Embora a luta fosse acirrada no interior não há registro nos documentos documentos oficiais sobre a existência desses desses combates e o Rei de Portugal nunca tomou conhecimento dessa disputa. d) A principal resistência à conquista do sertão era encabeçada pelos índios potiguares. e) O fim da guerra só ocorre com a intervenção dos Holandeses e Franceses que tinham interesse na ocupação. 34- No Brasil colônia, a pecuária teve um papel decisivo na a) ocupação das áreas litorâneas b) expulsão do assalariado do campo c) formação e exploração dos minifúndios d) fixação do escravo na agricultura e) expansão para o interior 35- Todas as alternativas apresentam afirmações corretas sobre a atividade pecuária no processo de colonização no Brasil, exceto: a) Constituiu-se numa atividade subsidiária de grande lavoura. l avoura. b) Criou núcleos urbanos destinados ao comércio do couro. c) Destinou grande parte da produção de charque para o mercado externo. d) Foi um dos elementos importantes na interiorização da colonização. e) Produziu a figura do vaqueiro, um trabalhador livre geralmente pago em espécie. 36- "Os que trazem [o gado] são brancos, mulatos e pretos, e também índios, que com este trabalho procuram ter algum lucro. Guiam-se indo uns adiante cantando, para serem seguidos pelo gado, e outros vêm atrás das reses, tangendo-as, tendo o cuidado para que não saiam do caminho ou se amontoem". (ANTONIL, Cultura e opulência do Brasil, 1711.) O texto expressa uma atividade econômica característica a) do sertão nordestino, dando origem a trabalhadores diferenciados do resto da colônia. b) das regiões canavieiras onde se utilizava mão de obra disponível da entressafra do açúcar. c) de todo o território da América portuguesa, onde era fácil obter mão de obra indígena e negra. d) das regiões do nordeste, produtoras de charque, que empregavam mão de obra assalariada. e) do sul da colônia, visando abastecer de carne a região açucareira do Nordeste. 37- A pecuária, apesar de ter desempenhado importante papel na ocupação de determinadas áreas do território brasileiro, conservou seu caráter complementar na economia colonial especializada para a exportação, disso decorrendo: a) seu equilíbrio em relação às atividades agrícolas e extrativas na ocupação efetiva do território. b) sua subordinação ao capital comercial europeu. c) a exportação da produção de abastecimento, o que gerou, superávit no comércio colonial. d) a direção estatal da metrópole sobre a pecuária por força do monopólio régio sobre o sal e a carne. e) constantes crises de abastecimento dos alimentos, cuja produção era preterida pelas culturas de exportação. expo rtação. 38- Um dos problemas que a população brasileira enfrentou no período colonial foi a constante escassez de alimentos. Isto ocorria, entre outros fatores, porque: a) A partir de meados do século XIX, o aumento dos preços do café no mercado internacional provocou uma expansão do cultivo desse grão no Brasil, levando a uma queda na produção de itens de subsistência. b) Devido à carência de mão de obra, os escravos eram utilizados na exploração mineradora, na madeireira e na pecuária, o que impediu o desenvolvimento da produção de alimentos e a formação de um mercado interno nacional. c) A transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro representou um aumento no consumo de produtos alimentícios, causando um colapso na economia de subsistência do Reino Unido de Brasil e Portugal. d) Quando a exportação de açúcar se encontrava em uma fase ascendente, os esforços se canalizavam ao máximo para a sua produção, diminuindo o cultivo de outros produtos alimentícios. HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa e) Em meados do século XVIII, o desenvolvimento da indústria têxtil na Inglaterra estimulou a produção pernambucana de algodão destinado à exportação, o que resultou na redução da área de plantio de produtos alimentares. 39- primeiras atividades econômicas econômicas praticadas pela colonização portuguesa no Brasil tiveram por por cenário apenas o litoral do leste-nordeste brasileiros, sem que de modo sensível penetrassem no vago e misterioso sertão, ainda ocupado por tribos selvagens. Determinava essa situação o desinteresse econômico por qualquer tentativa de fixação de povoadores em regiões mais afastadas do mar. Assim enquanto sob os Reis Filipes penetravam os Vicentinos pelo sul na caça ao índio, ao mesmo tempo em que se sucediam as conquistas litorâneas em todo o nordeste, a solução encontrada para o povoamento do sertão forneceu-a (.......), atividade econômica essencialmente fixadora de população, mesmo escassas. (Hélio Viana. História do Brasil)
O texto e o mapa referem-se a: a) criação de gado; b) busca de drogas do sertão; c) produção de algodão; d) extração de borracha; e) cultivo de tabaco. 40- Com relação à economia do açúcar e da pecuária no nordeste durante o período colonial, é correto afirmar que: a) por serem as duas atividades essenciais e complementares, portanto as mais permanentes, foram as que mais usaram escravos. b) a primeira, tecnologicamente mais complexa, recorria à escravidão, e a segunda, tecnologicamente mais simples, ao trabalho livre. c) a técnica era rudimentar em ambas, na agricultura por causa da escravidão, e na c riação de animais por atender ao mercado interno. d) tanto em uma quanto em outra, desenvolveram-se formas mistas e sofisticadas de trabalho livre e de trabalho compulsório. e) por serem diferentes e independentes uma da outra, não se pode estabelecer qualquer tentativa de comparação entre ambas. 41 "Eleito governador do Estado com 22.881 votos a mais que seu mais forte concorrente, Aluisio Alves, tão logo foi empossado, revelou-se autoritário e repressivo, perdendo o apoio dos estudantes que participaram da frente nacionalista" (Justina Iva de A. Silva, Estudantes e política - estudo de um movimento (RN 1960-1969), p.67). Sobre esse período podemos afirmar que Aluisio Alves: I - Pertenceu a UDN e defendeu o nacionalismo. II - Rompeu com Dinarte Mariz e se aliou a oposição com o PSD, PTB, PTN, apoiado inclusive por forças de esquerda. III - Não aceitou participar da Aliança para o Progresso, mesmo sabendo das dificuldades de financiamento para suas obras governamentais. A) Somente I está correta HISTÓRIA DO RN │ CONCURSO UERN
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Profa Vanessa Sousa B) I e II estão corretas C) Somente II está correta D) Somente II e III estão corretas E) I, II e III estão corretas 42- "O pensamento político de Djalma Maranhão tem base no humanismo marxista, apesar do seu desligamento do PCB" (Moacyr de Góes, De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, p.26). Sobre Djalma Maranhão podemos afirmar que: 30
I - Foi militante político na época do cafeísmo; II - Foi prefeito de Natal e, em sua gestão, implantou a Campanha de Pé no Chão Também se aprende a Ler. III - Foi à maior liderança política da Insurreição Comunista ocorrida em Natal. A) B) C) D) E)
Somente III está correta Somente I e II estão corretas Somente I está correta I, II e III estão corretas Somente II está correta
43- No contexto da Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro, apoiando as forças aliadas, permitiu a instalação de bases militares no Rio Grande do Norte. Sobre a instalação dessas bases militares, pode-se afirmar: A) O principal objetivo dos Aliados era treinar as forças brasileiras que iriam atuar na frente de batalha. B) As bases se constituíam um ponto de apoio logístico para as operações de patrulhamento do Atlântico Sul e Norte da África. C) A posição geográfica de Natal facilitava o acesso ao continente asiático, onde os Aliados mantinham bases em território japonês. D) O Rio Grande do Norte foi escolhido para sediar as bases militares por sua posição geográfica de fácil acesso a Portugal, local de operações militares. E) O governo brasileiro fez acordo com os Aliados, atendendo a determinação da Organização das Nações Unidas — ONU — empenhada em derrotar o nazismo. 44- As oligarquias norte-rio-grandenses também se utilizavam da violência e das fraudes para vencer as eleições. Os líderes políticos estaduais ordenavam às lideranças municipais a utilização de atas falsas, o alistamento de eleitores mortos ou ausentes, a proibição do alistamento aos eleitores da oposição, etc. Utilizando-se desses artifícios, as oligarquias estaduais mantiveram-se no poder por mais de 30 anos, sem maiores sobressaltos, subvertendo o regime republicano (...). (Sérgio Luiz Bezerra Trindade. História do Rio Grande do Norte. Natal: Editora do IFRN, 2010. p 162) É correto afirmar que durante a República Velha, as oligarquias norte-rio-grandenses subvertiam o regime ao se utilizarem dos mecanismos a que o texto descreve, pois: (A) menosprezavam um dos elementos essenciais da democracia: a rotatividade do poder. (B) rechaçavam um dos princípios básicos da república: o uni partidarismo. (C) defendiam um dos pilares principais do nacionalismo: a autonomia política das províncias. (D) apoiavam um dos ideais básicos do anarquismo: a república de grandes proprietários. (E) contrariavam uma das bases fundamentais do liberalismo político: o sistema de eleição direta.
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Profa Vanessa Sousa 45- Observe a foto.
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Getúlio Vargas e Franklin Delano Roosevelt em Natal em janeiro de 1943. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Vargas-com-Roosevelt.jpg) No encontro entre os presidentes, pre sidentes, retratado na foto acima, Brasil e Estados Unidos estreitaram relações e acordaram em construir um Quartel General que tornou o Rio Grande do Norte decisivo no processo da vitória aliada na Segunda Guerra Mundial pois: A) assegurou a hegemonia política dos Estados Unidos sobre a navegação do Atlântico Norte que ficou permanentemente sob a fiscalização e o controle dos norte-americanos. B) abalou o esforço desprendido pelos alemães na América Latina que viram seu poderio militar enfraquecer durante a expansão na África Ocidental e no Nordeste brasileiro. C) barrou a expansão alemã que pretendia dar um salto da África Ocidental à América do Sul, passando pelo Nordeste brasileiro, ocupado antes por tropas norte-americanas. no rte-americanas. D) deteve principalmente as ameaças alemãs sobre os países da América Central, cuja produção petrolífera era vital para a economia dos países aliados, durante a guerra. E) consistiu em uma manobra estratégica fundamental na luta contra o perigo do avanço do nazifascismo em países da América do Sul, economicamente empobrecidos pela guerra. 46- São características das duas primeiras oligarquias republicanas que governaram o Rio Grande do Norte, com exceção da alternativa: a) Os Albuquerque Maranhão estavam ligados à cana-de-açúcar e ao litoral. b) Os Bezerra Medeiros tiveram na produção do algodão grande poder econômico, e foram a segunda oligarquia a governar o estado. c) Alberto Maranhão é considerado o Governador “Mecenas”, visto que durante sua gestão criou inúmeras obras ligadas à cultura, inclusive o Teatro Carlos Gomes, que hoje se chama Teatro Alberto Maranhão. d) Nessa época (1889-1930) os Rosados já possuíam poder político, inclusive foram os principais responsáveis pela expulsão de Lampião em 1927 na cidade de Mossoró. 47- Leia o texto abaixo e relacione ao início da extração de sal na região do Rio Grande do Norte: “No século XVIII, o Ceará e o Rio Grande do Norte ainda não tinham seus limites demarcados. Mossoró e Açu, quando fundaram as suas primeiras charqueadas, se tornaram rivais das "oficinas" cearenses. Medidas são tomadas para acabar com as charqueadas do Rio Grande do Norte, inclusive fechando os portos de Açu e de Mossoró. As carnes secas só poderiam ser fabricadas no Ceará. Para fabricá-las, porém, era necessário o uso do sal produzido no Rio Grande do Norte...” Sobre a Questão de Grossos é correto afirmar que: a) O sal já era conhecido da população nativa desde os primeiros séculos que aqui chegaram os europeus. b) A questão de Grossos não merece grande destaque, pois o sal não possuía tal notoriedade econômica. c) Podemos destacar a atuação de Rui Barbosa como jurista que possibilitou a vitória aos cearenses. d) Ao término do conflito, os estados aceitaram dividir a região impossibilitando uma matança desnecessária.
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Profa Vanessa Sousa 48- Nas questões sociopolíticas na República Velha é fato verdadeiro: a) a utilização da máquina pública em prol da oligarquia que estava no poder, sendo exemplos às famílias Albuquerque Maranhão e Bezerra Medeiros. b) a inclusão da mulher nas eleições e o reconhecimento do governo federal após Celina Viana se tornar a primeira mulher a ter votado na América Latina. c) o respeito ao jogo eleitoral sem fraudes, voto de cabresto ou qualquer outra prática comum na época que os “coronéis” faziam uso. d) as oligarquias só tiveram força durante a República Velha (ou Oligárquica), na atualidade não há mais esse tipo de poder devido à democracia. 49- “Bicudo não se cheira com Bacurau”. Sobre o contexto político durante a República Populista e a Ditadura Militar até nossos dias é correto afirmar que: a) Durante a Ditadura Militar a família Maia, através de eleições indiretas, chegou ao poder. Seu primeiro representante foi Lavoisier Maia, que foi sucedido por José Agripino. Lavoisier teve um governo marcado pela valorização do funcionalismo público. b) Os Alves estão sempre ligados ao poder, desde a República Populista, seja através da comunicação, indicação de cargos, influência ou exercício do poder direto. Tudo começou com o chefe dos Alves, Aluízio Alves que se tornara governador pela ARENA. c) Bicudo é a designação dada aos seguidores do bloco dos Maias, e Bacurau é a designação dada aos seguidores dos Alves, que foram até antes das eleições de 2006, rivais. Entretanto, em 1978, houve entre Tarcísio Maia e Aluízio Alves, o “Acordo de 78”. E recentemente novo acordo, que envolveu Garibaldi Alves e José Agripino. d) Djalma Maranhão criou, em seu mandato como prefeito de Natal, a campanha “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”. Depois, quando eleito governador, governador, ampliou o projeto. 50- Leia os textos abaixo e responda o que se pede: “Naquele 4 de setembro de 1875, 300 mulheres foram às ruas contra o alistamento dos seus filhos e maridos. No cartório militar, rasgaram as fichas de alistamento. Em desfile nas ruas, convocavam a todos para a justa causa. Na Praça da Redenção, armadas de sentimentos nobres e justificáveis, enfrentaram a Polícia. Até mesmo atos de força, armadas com utensílios domésticos que foram usados contra os opressores da manifestação.” “Celina Guimarães Viana, professora, juíza de futebol, mulher atuante em Mossoró, foi a pri meira eleitora inscrita no Brasil. Após tirar seu título eleitoral, um grande movimento nacional levou mulheres de diversas cidades do Rio Grande do Norte e outros nove estados da Federação a fazerem a mesma coisa.” “Mossoró sempre teve grandes mulheres com sua atuação frente à sociedade, e principalmente, politicamente.” Sobre a situação da mulher na História Republicana do estado do RN é correto afirmar que: a) Desde antes da República a mulher possuía paridade de direitos que o homem b) Celina Guimarães Viana foi a primeira mulher a votar no Brasil, nas eleições durante o Período Getulista. c) A presença da mulher na nossa História é uma constante. No município de Mossoró isso já é marca: os três últimos pleitos para prefeito foram vencidos por mulheres, uma delas chegando até a Senadora e o estado é governado também por uma mulher, Vilma de Faria, que antes fora também prefeita da cidade de Mossoró. d) Junto a Vilma de Faria, também são nomes importantes da política potiguar as seguintes mulheres, Rosalba Ciarlini Rosado, Sandra Rosado, Fátima Bezerra, Fafá Rosado.
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Profa Vanessa Sousa 51- Sobre a República em terras potiguares temos como características corretas: a) o açúcar apareceu como nossa principal riqueza já nos primeiros séculos da colonização pela mesma família que iniciara este processo, os Albuquerque Maranhão ainda tiveram destaque com André na Revolução Pernambucana e José Augusto com Alberto estiveram a frente da cotonicultura na República Velha. b) durante a República Velha (1889-1930) ocorreram vários fatos relevantes no contexto regional e local, no Rio Grande do Norte o Cangaço em Mossoró sendo Lampião o invasor, a primazia feminina em algumas situações foi de destaque, como exemplos a conquista do direito ao voto de Celina Guimarães Viana e a prefeita de Lajes, Alizira Soriano. c) com o Golpe de 1964 teve início a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), no Rio Grande do Norte ocorreram cassações, destaque para Aluízio Alves que perdeu seus direitos políticos, já o prefeito Djalma Maranhão se uniu aos militares e formaram tropas impedindo quaisquer formas de resistência por parte dos opositores do PC do B. d) os Alves e Maias dividiram o poder durante a Ditadura Militar, a exceção familiar foi Cortez Pereira. Este fizera vários projetos como o Bicho da Seda, Vilas Rurais e a Fábrica de Barrilha, isto gerou descontentamento no governo militar que acabou cassando o mandato do governador e seu sucessor foi Lavosier Maia, primo de Tarcísio Maia.
52- Sobre a conjuntura política atual do nosso estado é correto afirmar que: a) no pleito (eleições) de 2008 para a prefeitura de Natal ocorreu o confronto entre a Deputada Estadual Micarla de Sousa, filha do ex-senador Carlos Alberto contra a Deputada Federal Fátima Bezerra. Esta inclusive contou com o apoio da Governadora do Estado, do Presidente do Congresso Nacional e do Presidente da República, e venceu o pleito. b) em Mossoró, Fafá Rosado conseguiu a reeleição ao derrotar pela segunda vez Cláudia Regina e a família Faria. c) o Presidente Lula nunca conseguiu vencer as eleições presidenciais no estado do Rio Grande do Norte, nas eleições de 2010 é negligenciado até pelos seus aliados que preferem expor José Serra candidato do PSDB. d) a política potiguar apresenta novas lideranças, todavia as famílias Alves, Maia e Rosados ainda são os mais fortes expoentes do poder político no estado.
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