Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia 1. Esquema Dentário 1.1.
Fases da dentição:
I II 6 Meses meses
III
6 Anos
1º Dente de leite
21 Anos
12 Anos
1º Dente de definitivo
Dentição completa
Cai o último dente de leite
Podemos dividir a dentição por três “fases”: → Dentição decídua ou de leite – I – dos 6 meses aos 12 Anos; → Dentição mista – II – dos 6 Anos aos 12 Anos; → Dentição definitiva – III – dos 12 Anos para a frente. 1.2. Nomenclatura dos dentes: 1.2.1. Dentição definitiva: 1º Quadrante
2º Quadrante
12
11
21
22
13
O 1º algarismo representa o quadrante a que o dente pertence e o segundo algarismos corresponde ao número do dente.
23
14
24
15
25
16
Dentição definitiva:
26
Exemplos:
27
17
28
18
11 – Incisivo central superior direito 17 – 2º Molar superior direito
48
38
47
37 36
46
44 43
32 – Incisivo lateral inferior esquerdo
35
45
34 42
41
31 32
44 – 1º Pré-molar inferior direito
33
4º Quadrante
23 – Canino superior esquerdo
3º Quadrante
1.2.2. Dentição decídua ou de leite
1
Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia 1º Quadrante Dentição decídua:
2º Quadrante
Exemplos: 54 – 1º Molar superior direito 65 – 2º Molar superior esquerdo 73 – Canino inferior esquerdo 81 – Incisivo central inferior direito
52
51
61
62
53
63 64
54
65
55 85
75
84
74 83
82
81
71 72
73
4º Quadrante
3º Quadrante
NOTA!!
Os dentes 16, 26, 36 e 46 são a chave de oclusão, visto que o são os primeiros dentes definitivos a nascerem condicionando assim o crescimento dos outros dentes.
2. Constituição dos Dentes: Os dentes dividem-se genericamente em coroa e raiz:
2
Ligamento Cimento periodontal
Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia
Esmalte
Dentina Polpa
Coroa clínica
Coroa anatómica
(Cristais de Hidróxipatite)
Gengiva livre Gengiva aderente Osso alveolar
Raíz
Canal
● A coroa clínica é a parte da coroa que está visível a olho nu. ● A coroa anatómica inclui também a coroa que se encontra por baixo da gengiva livre. ● O espaço da gengiva livre é a pior zona para problemas periodontais.
Fibras de colagénio
Ápice
3. 3. s
Crista
As cristas são eminências alongadas da superfície dos dentes e evitam que a comida vá para os espaços interdentários. Existem quatro tipos de cristas: Marginais (mesial e distal) Triangulares Transversas Obliquas ● Encontram-se no contorno ● Geralmente ● Surgem da ● Surgem da união proximal quer das faces encontram-se união, duas a das cristas oclusais dos dentes uma por duas, das cristas triangulares das posteriores quer das faces cúspide e triangulares das cúspides mésiolinguais ou palatinas dos fazem a união cúspides palatinas com as dentes anteriores. da ponta da vestibulares com cristas triangulares cúspide com o as cristas das cúspides distocentro da face triangulares das vestibulares dos oclusal. cúspides linguais molares superiores. ou palatinas dos Também podem ser dentes chamadas de posteriores. “Ponte de esmalte” e são característicos dos molares superiores. 3.1.1. Acidentes anatómicos
Cúspide
Fossa Sulco
3
Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia Crista Oblíqua
Cristas Triangulares
Cristas marginais
Cristas Transversais Face Palatina
Cristas marginais
Cúspide Disto-palatina
Cúspide Mésio-palatina Cúspide Mésio-Vestibular
Face Mesial Face Distal
EXTRA!
Quando uma face tem mais do que
duas cúspides, a cúspide mais pequena é a
Cúspide disto-Vestibular
distal. Face Vestibular
4. Divisão dos dentes em terços
Terço Mesial Terço Distal Terço médio Face Mesial
Face Distal
Terço oclusal ou incisal Terço Terço Médio Cervical
Terço Vestibular
Terço Cervical
Terço Lingual ou palatino Face Vestibular
Face Lingual ou palatina
Terço Médio
Terço Apical Terço Médio
4
Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia
5. Funções dos dentes Os dentes têm várias funções: • Preensão e trituração dos alimentos; • Função de deglutição; • Função estética; • Função fonética; • Função de suporte e protecção do organismo.
Estes estão divididos em grupos onde cada grupo tem uma função: Incisivos
Caninos
Pré-molares e molares
● Tem um rebordo fino o que lhes confere a função de corte dos alimentos.
● Têm a função de dilacerar os alimentos demasiado duros a serem cortados. ● Prender/ rasgar
Têm a função de triturar e moer os alimentos, ajudando na mastigação e na manutenção da dimensão vertical.
6. Dentes no geral 6.1.1. Erupção Desenvolvimento e erupção dos dentes Entre os dois e quatro meses de vida fetal começa o desenvolvimento dos dentes decíduos, sendo este desenvolvimento feito por etapas até à completa formação dos dentes. NOTA!!
No inicio da erupção dos dentes decíduos estes não estão completamente formados, apenas a coroa e parte da raiz. Existem dois tipos de erupção:
• •
Erupção activa: Vai desde o aparecimento do dente na cavidade oral até ao seu contacto com o dente antagonista. Erupção passiva: É um processo continuado de adaptação dos dentes aos seus contactos proximais e oclusais depois de terminada a erupção activa. Este processo passivo é contínuo ao longo de toda a vida da pessoa.
5
Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia Na altura do nascimento as coroas dos dentes de leite já se encontram completamente formadas. Na dentição decídua nasce primeiro o central inferior, depois o central superior nasce três meses após o nascimento do primeiro dente e o dente adjacente ao primeiro central inferior nasce seis meses depois. Na dentição decídua a regra geral é:
Nasce o dente, três meses depois o antagonista e seis meses depois o adjacente. Na dentição definitiva a regra geral é:
Nasce o dente, seis meses depois o antagonista e um ano depois o adjacente. Na dentição decídua os primeiros dentes a nascer e cair são os incisivos centrais inferiores.
7. Idades de erupção dos dentes Dentes Incisivo central Inferior Incisivo Lateral Inferior Incisivo Central Superior Incisivo Lateral Superior 1º Molar inferior 1º Molar superior Canino Inferior Canino Superior 2º Molar Inferior 2º Molar Superiores
Dentes de leite Meses de Formação até erupcionar 11 meses 12 meses 12 meses 14 meses 17 meses 19 meses 21 meses 23 meses 25 meses 29 meses
Altura em que erupciona 6 meses 7 meses 7 meses 9 meses 12 meses 14 meses 16 meses 18 meses 20 meses 24 meses
Dentes definitivos
6
Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia Dentes
Meses de Formação até erupcionar
1º Molar Inferior 1º Molar superior Incisivo central inferior Incisivo lateral inferior Incisivo central superior Incisivo lateral superior Caninos inferiores 1º Pré-Molar superior 2º Pré-Molar Superior 1º Pré-Molar Inferior 2º Pré-Molar Inferior Caninos Superiores 2ºMolares inferiores 2ºMolares superiores 3ºMolares Superiores 3ºMolares Inferiores
+5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção +5meses do que a data de erupção
Altura em que erupciona 5/6 anos 6 anos 6-7 anos 7-8 anos 7-8 anos 8-9 anos 9-10 anos 10-11 anos 10-12 anos 10-12 anos 11-12 anos 11-12 anos 11-13 anos 12-13 anos 17-21 anos 17-21 anos
8. Distinção dos dentes ● Os dentes anteriores têm bordo incisal e os posteriores têm face oclusal. Número de Cúspides: Uma cúspide Duas Cúspides Mais de duas Cúspides
Denominação Monocúspideo Bicúspideo Multicúspideo
Exemplo Canino Pré-molares Molares
Diferenças entre pré – molares: Superiores: Os pré – molares superiores apresentam uma diferença mínima em relação à altura das cúspides vestibular e palatina. O primeiro pré – molar superior é o único que apresenta duas raízes e dois canais, os restantes apresentam apenas uma raiz e um canal. Inferiores: O primeiro pré – molar inferior é o único que apresenta a cúspide vestibular acentuadamente maior do que a cúspide lingual. No segundo pré – molar esta diferença não é tão grande. O segundo pré – molar inferior é o único que apresenta um vestígio de uma terceira cúspide.
8.1.
Nº de Cúspides Dentes de leite
Superiores Incisivo central
Incisivo Lateral
Canino
1º Molar
2º Molar
7
Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia 0
0
1
4
4
Incisivo central
Incisivo Lateral
Canino
1º Molar
2º Molar
0
0
1
5
5
Inferiores
Dentes definitivos Superiores Incisivo Central
Incisivo Lateral
Canino
1º Pré-Molar
2º Pré-Molar
1º Molar
2ºMolar
3ºMolar
0
0
1
2
2
5
4
4
Incisivo Central
Incisivo Lateral
Canino
1º Pré-Molar
2º Pré-Molar
1º Molar
2ºMolar
3ºMolar
0
0
1
2
2
4/5
4/5
4/5
Inferiores
9. Nº de Raízes Dentes de leite Superiores Incisivo central
Incisivo Lateral
Canino
1º Molar
2º Molar
1
1
1
3
3
Incisivo central
Incisivo Lateral
Canino
1º Molar
2º Molar
1
1
1
2
2
Inferiores
Dentes definitivos Superiores Incisivo Central
Incisivo Lateral
Canino
1º Pré-Molar
2º Pré-Molar
1º Molar
2ºMolar
3ºMolar
1
1
1
2
1
3
3
3
Incisivo Central
Incisivo Lateral
Canino
1º Pré-Molar
2º Pré-Molar
1º Molar
2ºMolar
3ºMolar
1
1
1
1
1
2
2
2
Inferiores
10.Características gerais dos dentes • •
• • •
•
EXTRA!
Existem oito pré-molares, dois em cada semi-arcada. O 1º Pré-molar inferior apresenta uma grande diferença entre a cúspide vestibular e lingual, sendo a lingual muito mais pequena. No 2º pré-molar inferior existe uma ameaça de uma 3º cúspide; O 1º Pré-molar superior é o único dos quatro com duas raízes; A cada cúspide corresponde um canal; Para os definitivos nascerem os de leite têm de cair e tal acontece porque os definitivos “roem” a raiz dos de leite, ou seja há absorção desta e os dentes sem suporte caem.
● Se
nos molares superiores existem 4 cúspides, deveriam existir também 4 canais,
no entanto como estes têm 3 raízes (uma palatina e duas vestibulares) os canais também vão ser três, com o “canal palatino” a ser o maior (pois ameaça dois). Existe a possibilidade de haver mais um canal mesial. ● Nos molares inferiores existem quatro ou cinco cúspides, mas temos apenas duas raízes (distal e mesial), logo teremos dois canais, com possibilidade de um terceiro também ele mesial.
8
Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia • Nos incisivos superiores o ângulo é mais recto para mesial; • Nos caninos a vertente mesial da cúspide é mais pequena que a distal; • Nos centrais inferiores é muito difícil fazer uma distinção entre ambos; • Os laterais inferiores são mais largos que o central pois os centrais inferiores são muito estreitos.
As cristas marginais impedem que os restos dos alimentos vão para os espaços interdentários. Estes três elementos de defesa (Ponto de contacto, Crista marginal e Papila interdentária) impedem a compactação de alimentos e a consequente formação de cáries ou qualquer outro tipo de infecções da gengiva.
Papila interdentária REGRAS DE OCLUSÃO 1. Todos os dentes, excepto os incisivos centrais inferiores e os 3ºs molares superiores ou “cisos“, contactam com 2 antagonistas; 2. Em todos os dentes a face distal contacta com a face mesial à excepção dos incisivos centrais e dos 3ºmolares; 3. Todos os dentes superiores abraçam por fora os dentes inferiores (overjet).
11. Perguntas tipo exame ● Faz o esquema de dentição que conheces e o esquema dentário. I II 6 Meses meses
1º Dente de leite
III
6 Anos
21 Anos
12 Anos
1º Dente de definitivo
Dentição completa
Cai o último dente de leite
5.58.4 5.48.3 5.38.2 5.28.15.1 Dentição 8.5 decídua
6.1 7.2 7.1 6.2 7.3 6.3 7.4 6.4 7.5 6.5
Dentição definitiva
3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8
Direito
4.8 4.7 4.6 4.5 4.4 4.3 4.2 4.1
3º Quad
2º Quad
1.8 1. 7 1.6 1.5 1.4 1.3 1.2 1. 1
2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8
4.8 4.7 4.6 4.5 4.4 4.3 4.2 4.1
3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8
4º Quad
3º Quad
9
Esquerdo
2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.7 2.8
Esquerdo
1.8 1. 7 1.6 1.5 1.4 1.3 1.2 1. 1
4º Quad
1º Quad
2º Quad Direito
1º Quad
Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia
● Quantos meses de formação tem o central quando erupciona? R: 11 meses ● Quais são os três elementos de prevenção de infiltrações dos alimentos para a zona interdentária? R: São a papila interdentária, os pontos de contacto entre dentes e as cristas marginais.
● Quais são os dentes pré-molares que têm uma raiz? R: Todos excepto o 1 pré-molar superior.
A. Patologias Anadontia: Diz-se que existe anadontia quando estamos perante uma dentição em que há ausência de dentes. A anadontia pode ser total ou parcial consoante haja, respectivamente, uma agenésia completa dos dentes ou somente agenésia de um ou mais dentes. Fluorose: Este tipo de displasia do esmalte é devido a um excesso consumo de flúor durante o período de calcificação do esmalte. Clinicamente os dentes aparecem com manchas brancas, amarelas ou acastanhadas. Xerostomia: Falta de saliva; Bruxismo: Ranger os dentes; Carie: A cárie é a destruição dos dentes provocada por bactérias da placa bacteriana. Para que se inicie uma cárie, as bactérias produzem ácidos que destroem o esmalte dentário. Estes ácidos são o resultado da fermentação dos alimentos ricos em hidratos de carbono (doces, pão, massas, fruta, etc...) Sempre que comemos este tipo de alimentos, há produção de ácidos. Gengivite: Inflamação na gengiva. Periodontite: Inflamação no periodonto que mais tarde evolui para gengivite.
B. Reflexos nervosos e estímulos Acto reflexo
10
Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia ● O ciclo mastigatório, que se inicia quando começamos a salivar, está relacionado com o acto de reflexo. A língua apresenta três tipos de papilas: • Térmicas • Gustativas • Olfactivas Estas papilas levam a informação ao cérebro através de receptores / terminações nervosas a qual é chamada de via aferente, posteriormente o cérebro manda uma resposta através da via eferente. ● A mensagem pode ser eléctrica ou química. Tipos de reflexos: • Reflexos inatos (nascem connosco) • Reflexos Adquiridos Aprendizagem ● O acto reflexo é um conjunto de estímulo, receptor, via aferente e via eferente. ● O acto reflexo pode ainda ser contínuo ou interrompido (exemplo da pedra no arroz). ● Noci-receptores- receptores da dor. Os receptores nervosos podem ser classificados como: Monosinápticos – Quando uma fibra aferente estimula directamente fibra eferente no Sistema Nervoso Central. Polisinápticos – Quando o neurónio aferente estimula mais que uma fibra para chegar ao sistema nervoso central. Reflexo Miotático ou de estiramento – Único reflexo mandibular monosináptico, e ocorre sem uma resposta específica do cérebro. Quando um músculo-esquelético é estirado repentinamente, este reflexo protector é iniciado e gera a contracção do músculo estirado. Ex. Um empurrão repentino no queixo fará com que a mandíbula seja elevada pelo reflexo. O masseter contrai-se provocando o contacto dos dentes.
Em suma, O reflexo é um circuito neuromuscular não integrado. É uma resposta automática resultante de um estímulo, passando como impulso no neurónio aferente, da raiz até ao sistema nervoso central. Podem ser Inatos (mamar a 1ª vez) ou Adquiridos (repetição, imitação, aprendizagem...) Existe ainda o acto reflexo interrompido ou modificado - ao longo da acção, um determinado estímulo vai interromper essa acção, pois envia-se ao cérebro e este cessa a acção. Ex: a pedra no arroz. Reflexo Miotático ou de estiramento - é a contracção violenta e repentina do músculo, protegendo o sistema mastigatório, controlando assim a força consoante os estímulos. Reflexo de fecho - parte do dorso da língua, do palato e da deglutição; Reflexo de abertura Reflexo nociceptativo - protege os dentes e as estruturas de suporte. Qualquer estímulo que chega ao receptor (no cérebro), pela via aferente, vai produzir um impulso que pode ser eléctrico ou químico, que vai pela via eferente até
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Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia ao órgão efector (glândulas salivares por exemplo) e consequentemente irá produzir a resposta (por exemplo a saliva).
C. Articulação têmpero-mandibular (ATM) A articulação têmpero-mandibular é uma bi-condilo-mesico-arterose conjugada, ou seja, ligação entre o côndilo e a cavidade glenóide feita pelo menisco.
Osso temporal
Cavidade Glenoide
Menisco
Côndilo Mandibular
Mandíbula NOTA!!
O menisco é a estrutura responsável pelo “puxamento” do côndilo para trás.
Na máxima inter-cuspidação o côndilo faz primeiro um movimento de rotação (não sai da cavidade glenóide) e de seguida um movimento de translação.
No movimento de rotação os dentes passam da situação de MIC para Topo a topo, de seguida ocorre o movimento de translação onde se dá a abertura máxima.
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Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia As possíveis movimentações da mandíbula são bastante complexas, podendo ser as abaixo descritas, isoladas ou combinadas. • • •
•
Depressão da mandíbula. Elevação da mandíbula. Movimentação anterior mandíbula.
da
•
Movimentação posterior da mandíbula. Lateralização da mandíbula.
Destes movimentos básicos derivam os vários tipos de movimentos relacionados a fala e a mastigação. ● Para se estudar os movimentos da mandíbula coloca-se um marcador na mandíbula e coloca-se uma folha ao lado da cara, e durante os movimentos uma espécie de diagrama fica registado (Diagrama de Posselt). ● Para se estudar os movimentos de lateralidade então o procedimento é o mesmo com a excepção do local onde é colocada a folha, que neste caso será à frente da cara.
Diagrama de de Posselt Posselt Diagrama
B F
C
A. B. C. D. E. F.
1. 2. 3. 4.
1
MIC Relação cêntrica Eixo de Abertura Abertura máxima Protrusão máxima Posição de repouso
2
Oclusão habitual Lateralidade direita Lateralidade esquerda Abertura máxima
4
D EXTRA!
3
das lateralidades lateralidades Diagrama de de estudo estudo das Diagrama
A
E
● Forrar descobriu que partindo do ponto de topo a topo (nº1 da imagem anterior), os
movimentos laterais têm apenas
da abertura total. Ou seja, a distância de 1 a 3 ou de 1 a 2 é
quatro vezes mais pequena que a distância de 1 a 4.
Para a movimentação da mandíbula vários músculos estão envolvidos: Elevação
Depressão
•
Masseter.
•
Digástrico.
•
Pterigóideu interno.
•
Milohióideo.
•
Porção anterior do Temporal
Movimentos anteriores
•
Pterigoídeo interno e externo,
Movimentos posteriores •
Fibras profundas do Masseter.
•
Fibras posteriores
simultaneamente.
•
Fibras superficiais do Masseter.
Lateralidades
•
Acção alternada dos Pterigóideos de ambos os lados da cabeça.
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Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia •
Existem também músculos que auxiliam a abertura e fecho, são eles o trapézio e o externocleidomastoideu.
Fibras anteriores do Temporal.
do Temporal
Se for para o lado direito, o côndilo desse lado praticamente só faz rotação e o esquerdo faz translação.
Músculos
Músculo Temporal
Músculo Esternocleidomastoideu
(Feixes posteriores, anteriores e médios) Função: Elevador da mandíbula e movimentos de retrosão. Inserções: Está inserido na “tempora” e no côndilo.
Função: Permite dobrar a cabeça sobre a coluna e possibilita a rotação para o lado oposto.
Músculo Pterigoideu Interno: Inserção inferior e fossa pterigoideia e tem como função a elevação da mandíbula. Externo: Inserção horizontal no colo do côndilo e fossa pterigoideia responsável pela protrusão (esquerda e direita ao mesmo tempo) e lateralidades. Função: Elevação da Mandibula
Músculo Milohioideu
Músculo Masséter (Feixes superficiais e profundos) Inserções: Está inserido no ângulo inferior da mandíbula e na arcada zigomática. Função: Elevador da mandíbula
Músculo Digástrico Ventre anterior – Inserção no Hioide e na fossa digástrica; Ventre posterior – Inserção na ranhura digástrica e no osso hioide. Função: Elevação da Mandíbula.
Está situado por baixo do queixo. Inserção na linha externa da mandíbula e no osso hioide e tem como função a elevação do osso hioide e da língua. NOTA!!
Os pilares amigdalinos ficam junto ao pterigoideu interno, no ângulo interno da mandibula, logo é um local onde a prótese não pode tocar.
EXTRA!
•
Osso hióide: é a maçã de Adão;
• Osso esfenóide: é o osso que mais alteração sofreu na evolução dos nossos antepassados até nós. •
Trigémeo: Nervo principal que faz todas as ramificações da face. Está entre o canal auditivo e o côndilo.
•
Existe três tipos de músculos: o
Lisos – que executam movimentos involuntários e encontram-se nas paredes dos órgãos ocos;
o
Esqueléticos – inseridos nos ossos e cartilagens e fazem movimentos voluntários;
o
Cardíaco – Ajuda a levar o sangue a todo o organismo.
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Curso de Licenciatura em Prótese Dentária – APONTAMENTOS de Morfologia e Fisiologia
D. Limites da cavidade oral A cavidade oral está dividida em 5 faces:
Nos adultos os quadrantes são: 1º- superior direito 2º-superior esquerdo 3º-inferior esquerdo 4º-inferior direito
Nas crianças: 5º- superior direito 6º-superior esquerdo 7º-inferior esquerdo 8º-inferior direito
E. Glândulas salivares As glândulas salivares estão ao redor da boca e produzem saliva, cuja função é de transformar o amido em produtos mais simples. Pequenas glândulas salivares são encontradas por toda a mucosa da cavidade oral, denominando-se por micro-glândulas salivares. No entanto existe três grandes glândulas, que são elas as parótidas, submandibulares e sublinguais. Glândula Parótida
Sub-Mandibular
Sub-Lingual
É a maior das três glândulas salivares pares. Localiza-se entre o ramo da mandíbula e o processo estilóide do temporal
A glândula submandibular é uma glândula salivar que localiza-se abaixo da mandíbula. Produz a maior parte da saliva total liberada na boca
As glândulas sublinguais são glândulas salivares que têm forma de uma pequena amêndoa, situada entre o assoalho da boca e o músculo milo-hióideo.
Em suma, Sub linguais
•
Glândulas Salivares
Parótidas
Comunicam através dos canais de Bartolin
Comunicam através dos canais de Stenon
O orifício de saída do canal de Stenon localiza-se na linha branca na bochecha, na zona dos prémolares.
•
Canal Wanton esta localizado por baixo dos incisivos centrais inferiores;
•
Canal Bartolian esta localizado por baixo dos incisivos.
Sub mandibulares
Comunicam através dos canais de Warton
EXTRA! Nos movimentos laterais, quando a boca está fechada, faz com que a face oclusal dos dentes interiores deslize pela face palatina dos superiores. Posição de repouso - posição anatomofisiologica em que há o menos esforço possível. Balanceio - Lado que mexe mais. Ex. Se o côndilo vai para o lado direito, o lado de balanceio é o esquerdo. Do lado do balanceio os músculos relaxam e do outro lado contraem.
Cinética mandibular fisiológica • Guia condiliana • Guia incisiva • Guia canina Fenómeno de Christiensen: espaço livre entre os dentes posteriores aquando os anteriores encontram-se topo a topo.
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