Alegres campos, verdes arvoredos
Elaborado por: André Cabral Carina Goulart Débora Melo Joana Costa
Alegres campos, verdes arvoredos (pp. 85/86 manual) Alegres campos, verdes arvoredos, claras e frescas águas de cristal, que em vós os debuxais ao natural, discorrendo da altura dos rochedos; Silvestres montes, ásperos penedos, compostos em concerto desigual, sabei que, sem licenca de meu mal, Já não podeis fazer meus olhos ledos. E pois me já não vedes como vistes, Não me alegrem verduras deleitosas, Nem águas que correndo alegres vêm. Semearei em vós lembranças tristes, Regando-vos com lágrimas saudosas, E nascerão saudades de meu bem.
1.1. Alegres campos, verdes arvoredos, claras e frescas águas de cristal, que em vós os debuxais ao natural, discorrendo da altura dos rochedos; Silvestres montes, ásperos penedos, Compostos em concerto desigual, Sabei que, sem licenca de mal, Já não podeis fazer olhos ledos. E pois já não vedes como vistes, Não alegrem verduras deleitosas, Nem aguas que correndo alegres vêm. em vós lembrancas tristes, Regando-vos com lágrimas saudosas, E nascerão saudades de bem.
1.2.
A classe de palavras mais abundante neste soneto é a classe dos adjetivos que, frequentemente se antepõem aos nomes. campos, arvoredos, e águas de , que em vós os debuxais ao natural, discorrendo da altura dos rochedos; montes, penedos, Compostos em concerto desigual, Sabei que, sem licenca de meu mal, Já não podeis fazer meus olhos . E pois me já não vedes como vistes, Não me alegrem verduras , Nem águas que correndo vêm. Semearei em vós lembranças , Regando-vos com lágrimas , E nascerão saudades de meu bem.
2.1.
Nos seis primeiros versos, a Natureza apresenta-se alegre, verde, clara, fresca, tranquila e harmoniosa, correspondendo àquilo que os clássicos denominam por locus amoenus.
3.1.
A alteração de estado que o sujeito lírico
comunica nestes versos é o facto de a natureza já não o conseguir alegrar como conseguia antes, pois, algo aconteceu que o fez ficar triste. Para a perceção
desta
alteração
contribui,
particular, a utilização do advérbio “ já”. “Sabei
que, sem licenca de meu mal,
Já não podeis fazer meus olhos ledos.”
em
3.2.
As
razões
que
estão
na
origem
desta
transformação relacionam-se com o facto de o sujeito lírico estar afastado do seu objeto de amor.
3.3.
“
em vos lembrancas tristes, com lágrimas saudosas,
E
saudades de meu bem.”
4. Os vocábulos que remetem para o sofrimento explícito no poema são “mal”, “tristes”, “saudosas”, “lágrimas” e “saudades”.
5.
Alegres campos, verdes arvoredos, claras e frescas águas de cristal, que em vós os debuxais ao natural, discorrendo da altura dos rochedos;
a b b a
Silvestres montes, ásperos penedos, compostos em concerto desigual, sabei que, sem licença de meu mal, já não podeis fazer meus olhos ledos.
a b b a
interpolada emparelhada
E pois me já não vedes como vistes, c não me alegrem verduras deleitosas, d nem águas que correndo alegres vêm. e Semearei em vós lembranças tristes, Regando-vos com lágrimas saudosas, E nascerão saudades de meu bem.
c d e
interpolada emparelhada
interpolada
O poema é decassilábico A le gres cam pos, ver desar vo re Cla ras e fres ca sá guas de cris queem vó sos de bu xais ao na dis co rren do daal tu ra dos ro
dos, ta l, tu ra l, che dos;
Sil ves tres mon te sás pe ros pe ne dos, com pos to sem con cer to de si gua l, sa bei que, sem li cen ça de meu ma l, já não po deis fa zer meu so lhos le dos. E pois me já não não mea le grem nem á guas que Se me re gan sas, e nas
a do ce
ve des co mo vis tes, ver du ras de lei to sas, co rren doa le gres vê m.
rei em vós -vos com rão
sau
da
lem bran ças tris lá gri mas sau des
de
meu
be
tes, do m.
O esquema estrófico e composto por duas quadras e dois tercetos, isto é, trata-se de um soneto.
Alegres campos, verdes arvoredos, claras e frescas águas de cristal, que em vós os debuxais ao natural, discorrendo da altura dos rochedos; Silvestres montes, ásperos penedos, compostos em concerto desigual, sabei que, sem licença de meu mal, já não podeis fazer meus olhos ledos. E pois me já não vedes como vistes, não me alegrem verduras deleitosas, nem águas que correndo alegres vêm. Semearei em vós lembranças tristes, Regando-vos com lágrimas saudosas, E nascerão saudades de meu bem.