Adriano Cavalheiro Marchesan Raíssa Raimundo da Silva Ricardo Felice Dotto Thiago Rodrigues Garcia Página | 1
Sumário
Ícones indicadores indicad ores ......................................................................... ................................................................................. ........ 3 Introdução .............................................................................................. 4 Capítulo 1 - Dispositivos de Comando e Controle ............................ 7 Capítulo 2 - Contatores ....................................................................... 10 Capítulo 3 - Fusíveis .............................................................................. 14 Capítulo 4 - Disjuntores ........................................................................ 17 Capítulo 5 – Relé....................................................................................21 Capítulo 6.1 - Chave de partida direta..............................................26 Capítulo 6.2 - Chave de partida de um motor trifásico, com reversão..................................................................................................27 Capítulo 6.3 - Chave de partida de um motor trifásico, com reversão..................................................................................................28 Capítulo 6.4 - Chave de partida com comando de reversão instantânea por chave fim-de-curso..................................................29 Capítulo 6.5 - Chave de partida Y- !...................................................31 Bibliografia..............................................................................................33
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Ícones indicadores Nesta apostila, Os ícones funcionam como elementos gráficos utilizados para facilitar a organização e a leitura do texto. Veja a função de cada um deles: Mostra pontos Atenção: encontrados no texto.
relevantes
Saiba mais: Oferece novas informações que enriquecem o assunto como “curiosidades” ou notícias recentes relacionados ao tema estudado. Glossário: Utilizado para definir um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Mídias Integradas: Indica livros, filmes, músicas, sites, programas de TV, ou qualquer outra fonte de informação relacionada ao conteúdo apresentado. Pratique: Indica exercícios e/ou Atividades Complementares que você deve realizar.
Resumo: Traz uma síntese de ideias mais importantes apresentadas no texto/aula.
Avaliação: Indica atividades de Avaliação de Aprendizagem de aula.
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Introdução
As instalações industriais, comerciais ou mesmo domésticas estão, cada vez mais, utilizando máquinas na realização dos mais diversos processos. Para que uma máquina entre em funcionamento, ela deve passar por uma etapa conhecida como acionamento. Nas situações em que o elemento acionador utiliza energia elétrica, dizse que o acionamento é elétrico, dando origem ao nome: acionamentos elétricos. O elemento (ou conjunto de elementos) responsável por fazer o acionamento de uma máquina, na maioria das vezes, também é responsável por efetuar o posterior desligamento da mesma. Além disso, esses dispositivos podem atuar durante o funcionamento da máquina, mudando seu estado de operação. Neste caso, é usual o sistema de acionamento ser denotado de comando elétrico. Atualmente, dispõe-se de uma vasta bibliografia a respeito da teoria e também da prática relacionada a sistemas de acionamento e comandos elétricos. Nesta apostila, faz-se uma breve abordagem teórica dos principais dispositivos que compõe tais sistemas, além de serem apresentados esquemas práticos usuais. Em vários pontos da apostila, são indicadas fontes onde o leitor poderá buscar maiores informações sobre o assunto abordado. Apesar dos exemplos práticos apresentados nesta apostila abordarem sempre o acionamento de motores elétricos, alguns deles podem ser empregados no acionamento de uma carga qualquer. O sistema de partida direta, por exemplo, é utilizado para energizar o filamento do tubo de equipamentos de raios-x. Devido a alta corrente requerida no estante do disparo, a utilização de um sistema de partida robusto é imprescindível para o correto funcionamento desses equipamentos. A atenção especial aos motores elétricos feita nessa apostila, deve-se a sua utilização em um grande número de processos. Dentre os principais tipos de motores, podese destacar:
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Motores de corrente contínua; Motores síncronos; Motores assíncronos ou de indução.
No âmbito industrial, os motores de indução são os mais empregados, sobretudo os trifásicos, devido ao seu baixo custo, sua robustez e a facilidade para inversão de seu sentido de rotação. Ainda dentre os tipos de motores de indução, o mais comum é o de rotor gaiola de esquilo, também conhecido como rotor em curto-circuito ou simplesmente rotor de gaiola, nome devido a suas características construtivas. Sua popularização no ambiente industrial se deve, sobretudo, a baixa requisição de manutenção, visto que não necessita de sistema de comutadores e escovas para seu funcionamento, eliminando problemas relacionados ao desgaste desses sistemas. No entanto, esse tipo de motor tem o inconveniente de apresentar um pico de corrente na partida relativamente alto, podendo alcançar até oito vezes o valor de sua corrente nominal. Em situações como essa, o acionamento de um motor pode comprometer a integridade da instalação elétrica onde se encontra, além de representar um risco para o operador. Em vista disso, lança-se mão de uma série de recursos que buscam garantir um acionamento seguro e eficiente desse tipo de motor, além de proporcionar seu funcionamento dentro dos padrões adequados. Dentre esses recursos, estão as chamadas chaves de partida. Nos capítulos seguintes desta apostila, serão apresentadas as principais chaves de partida e esclarecido o funcionamento dos principais elementos constituintes destas, como contatores, reles e dispositivos de proteção.
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Capí tulo 1
Dispositivos de Comando e
Controle
Os dispositivos elétricos de comando são componentes do sistema de acionamento que permitem iniciar, interromper ou comandar o estado de funcionamento de uma máquina. Os dispositivos de controle auxiliam na supervisão desses estados.
Chaves auxiliares do tipo botoeira As chaves auxiliares do tipo botoeira (ou botões de impulso) são chaves comandadas manualmente, sendo que permanecem acionadas apenas mediante a aplicação de força externa. Cessada a força aplicada, o dispositivo volta à posição inicial. Em seu interior, geralmente dispõem e contatos de duas naturezas: um normalmente aberto (NA) e um normalmente fechado (NF). Na maioria das vezes, são empregadas no circuito de comando, permitindo acionar ou interromper o mesmo por meio de pulsos.
Figura 1 – Exemplos de chaves auxiliares do tipo botoeira.
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Chaves auxiliares com retenção As chaves auxiliares com retenção (ou trava) são chaves comandadas manualmente, sendo que uma vez acionadas, permanecem neste estado até que um novo acionamento faça com que retornem ao estado inicial.
Figura 2 – Exemplo de chave auxiliar com retenção.
Tanto as chaves auxiliares do tipo botoeira quanto as com retenção podem dispor de múltiplos contatos, ou seja, serem equipadas com vários contatos NA e/ou NF agregados. Em alguns casos, esses contatos podem ser modulares, possibilitando a melhor configuração conforme o necessário.
Chaves auxiliares do tipo fim de curso As chaves auxiliares do tipo fim de curso podem ser de contato ou de detecção a distância. As chaves de contato são geralmente equipadas com uma alavanca ou haste, com ou sem roletes na extremidade, que transmitem o movimento aos contatos da chave que se abrem ou se fecham de acordo com a sua função. Já as chaves de detecção a distância não necessitam de contato físico. O elemento detector é um sensor, que geralmente pode ser indutivo, capacitivo ou fotoelétrico, dependendo a natureza do material a ser detectado. No entanto, estas chaves costumam ser mais caras que as de contato. As chaves auxiliares do tipo fim de curso podem desempenhar funções bastante diversificadas no circuito. Podem ser empregas, por exemplo, para comandar circuitos de sinalização, identificando pontos de partida ou parada de determinado processo. Podem ser usadas também em circuitos de segurança, desligando equipamentos quando uma determinada condição insegura acontece.
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Figura 3 – Exemplo de chaves auxiliares do tipo fim de curso.
Sinalizadores luminosos ou sonoros Os sinalizados são a forma visual ou sonora de se indicar os estados de funcionamento do circuito ou de alertar a ocorrência de determinado evento. A sinalização pode ser realizada por meio de buzinas e campainhas ou por sinalizadores luminosos, cujas cores são padronizadas por normas, identificando situações específicas.
Figura 4 – Exemplo de sinalizadores luminosos.
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Capitulo 2
Contatores Os contatores são os elementos principais de comandos eletromecânicos, que permitem o controle de elevadas correntes por meio de um circuito de baixa corrente. O contator é caracterizado como uma chave de operação não-manual, eletromagnética, com uma única posição de repouso, capaz de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais do circuito.
Simbologia para diagramas multifilares
Figura 5 – Contator.
Podemos distinguir as quarto principais partes de um contator em: bobina, núcleo de ferro, contatos e mola (Figura 6).
Ip Ip
Contato móvel Mola
Contato fixo Núcleo móvel
Ip
Bobina
Núcleo fixo
Figura 6 – Esboço da vista interna de uma contator.
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Bobina Representa a entrada de controle do contator que, ao ser ligada a uma fonte de tensão circula na mesma corrente elétrica que cria um campo magnético que envolve o núcleo de ferro.
Núcleo de ferro Atraído para dentro da bobina pelo campo magnético, está acoplado ao contato e, consequentemente, o movimento do núcleo aciona o contato.
Contato É acionado pelo núcleo de ferro e está acoplado a uma mola que tende a levá-lo à posição de repouso, porem quando a bobina é energizada, a força do campo magnético é maior que a da mola, fazendo com que o núcleo fixo atraia o núcleo móvel. Contato principal
É aquele componente de ligação que, em estado fechado, conduz a corrente do circuito principal. Os contatos principais de um contator são dimensionados com o objetivo principal de estabelecer e interromper correntes de motores, podendo ainda, acionar cargas resistivas, capacitivas e outras. Contatos auxiliares
São dimensionados para a comutação de circuitos auxiliares para comando, sinalização e intertravamento elétrico, entre outras aplicações. O formato dos contatos auxiliares está de acordo com a função: normalmente aberto (NA), do inglês normally opened (NO), ou normalmente fechado (NF), do inglês normally closed (NC), podendo ser ainda adiantados ou retardados, dependendo da linha e modelo do contator utilizado. Nomenclatura de contatos
A identificação de terminais dos contatores e relés associados tem por finalidade fornecer informações a respeito da função de cada terminal ou sua localização com respeito a outros terminais ou para outras aplicações. Bobinas: São identificadas de forma alfanumérica com A1 (fase) e A2 (neutro). Contatos principais: São identificados por números unitários e por um sistema alfanumérico. Os terminais 1L1, 3L2 e 5L3 voltam-se para a rede (fonte) e os terminais 2T1, 4T2 e 6T3 para a carga (Figura 7). •
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Figura 7 – Terminais dos contatos principais.
Contatos auxiliares: Os terminais dos circuitos auxiliares devem ser marcados ou identificados nos diagramas, através de figura com dois números: a unidade representa a função do contato , ou seja, 1 e 2 são próprios de contatos normalmente fechados e 3 e 4, próprios de contatos normalmente abertos. Os traços antes dos números indicam a sequência. Os números de função 5 e 6 são próprios de contatos NF retardados na abertura, enquanto os números de função 7 e 8 são próprios de contatos NA adiantados no fechamento;
Figura 8 – Identificação das unidades.
e a dezena representa a sequência de numeração , logo, todos os contatos de mesma função devem ter número de sequência diferentes.
Figura 9 – Contatos na sequência de numeração.
Mola Elemento responsável por levar de volta o contato à posição de repouso quando a bobina é desconectada da fonte, quando cessa o campo magnético e a mola tornase mais forte que o núcleo.
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Sistema de Acionamento O acionamento dos contatores WEG pode ser realizado com corrente alternada (CA) ou contínua (CC), por serem dotados de sistemas específicos (bobina, núcleo) para cada tipo de corrente. Acionamento CA
O campo magnético é produzido através da bobina, atraindo a parte móvel dos contatos, fazendo assim a movimentação dos contatos principais e auxiliares. Para este sistema de acionamento, existem os anéis de curto-circuito, que situam-se sobre o núcleo fixo do contator e evitam o ruído devido à passagem da corrente alternada por zero. Um entreferro reduz a remanência após a interrupção da tensão de comando e evita o “colamento” do núcleo. Após a desenergização da bobina de acionamento, o retorno dos contatos principais, bem como dos auxiliares, para a posição original de repouso, é garantido através de molas de compressão. Acionamento CC
Este sistema de acionamento difere do CA na constituição do circuito magnético, devido a ausência dos anéis de curto-circuito, além de possuir uma bobina de enrolamento com derivação (uma parte para atracamento e outra para manutenção), sendo inserido no circuito desta um contato NF retardado na abertura, que curto-circuita parte do enrolamento durante a etapa de atracamento. O enrolamento com derivação tem função de reduzir a potência absorvida pela bobina após o fechamento do contator, evitando com isto o sobreaquecimento ou a queima da bobina. O núcleo é maciço, pois sendo corrente constante, o fluxo magnético também será. Com isto, não haverá força eletromotriz no núcleo e, portanto, não existirá circulação de corrente parasita, não sendo necessário a utilização de núcleo laminado.
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Capí tulo 3
Fusíveis São os elementos mais tradicionais para a proteção contra curto-circuito de sistemas elétricos. Sua operação é baseada na fusão do elemento fusível, contido no seu interior. O elemento fusível é um condutor de pequena seção transversal, que sofre, devido a sua alta resistência, um aquecimento maior que o dos outros condutores, à passagem da corrente. Quando ocorre a fusão, o elemento fusível esta interrompido mecanicamente, porém a corrente não é interrompida plenamente, sendo mantida por um arco elétrico.
Figura 10- Diferentes tipos de fusíveis.
O elemento fusível é um fio ou uma lâmina, geralmente , prata, estanho, chumbo ou liga, colocado interior de um corpo, em geral de porcelana, hermeticamente fechado. Possuem um indicador, que permite verificar ou não; ele é um fio ligado em paralelo com o elemento fusível e que libera uma mola que atua sobre uma plaqueta ou botão, ou mesmo um parafuso, preso na tampa do corpo. Os fusíveis contém em seu interior, envolvendo por completo o elemento , material granulado extintor; para isso utiliza-se, em geral, areia de quartzo de granulometria conveniente. A fusão e o arco elétrico provocam a evaporação do material metálico do elo. O arco é envolvido pelo elemento extintor, vaporiza e o vapor do metal é empurrado contra a areia, onde a grande parte do arco é extinta. A areia penetra e retira a energia calorífica do arco, extinguindo-o. O elemento fusível pode ter diversas formas. Em função da corrente nominal do fusível, ele compõe-se de um ou mais fios ou lâminas em paralelo, com trechos de Página | 14
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seção reduzida. Nele existe ainda um ponto de solda, cuja temperatura de fusão é bem menor que a do elemento e que atua por sobrecargas de longa duração.
Classificação Os fusíveis podem ser classificados de acordo com diversos critérios. Destes critérios os mais usados são: a) Tensão de alimentação: alta tensão ou baixa tensão; b) Características de interrupção: ultrarrápidos ou retardados. Os fusíveis usados na proteção de circuitos de motores são da classe funcional (gL), indicando que são fusíveis com função de proteção geral. A característica de interrupção destes fusíveis é de efeitos retardados (gG), pois motores (cargas indutivas) no instante de partida, solicitam uma corrente diversas vezes superior à nominal e que deve ser “tolerada”. Caso fossem utilizados fusíveis com características de interrupção ultrarrápida estes fundiriam (queimariam), em função da corrente de partida do motor, o que não estaria de acordo com a função do fusível pois a corrente de partida não representa nenhuma condição anormal. c) Forma construtiva dos fusíveis: são basicamente do tipo “D” e do tipo “NH”.
Fusível Tipo D Os fusíveis do tipo “D” (Diametral ou Diazed) são recomendados para uso tanto residencial quanto industrial. São produzidos para correntes normalizadas de 2 a 63 A, capacidade de ruptura de 50 KA e tensão máxima de 500 V. Veja a figura 11:
Figura 11- Fusíveis Tipo D.
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Fusíveis de força Tipo NH São dispositivos de proteção que quando usados em circuitos alimentadores de motores, protegem-nos contra correntes de curto-circuito e de forma seletiva (em combinação com relés) contra sobrecargas de longas duração. Os fusíveis do tipo “NH” (alta capacidade, baixa tensão) são recomendados para uso industrial e devem ser manuseados apenas por pessoal qualificado. São fabricados para correntes normalizadas de 4 a 630 A, capacidade de ruptura de 120 KA e tensão máxima de 500 V. Na prática (por questões econômicas), costuma-se utilizar fusíveis do tipo “ D” até 63 A e acima deste valor fusíveis do tipo “ NH”. Veja a figura 12.
Figura 12 - Fusíveis Tipo NH.
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Capítulo 4
Disjuntores O disjuntor é um dispositivo eletromecânico que, além de executar a mesma função do fusível, age como dispositivo de manobra. São equipamentos religáveis, não precisam de elementos de reposição e ainda podem substituir as chaves com fusíveis, protegendo e desligando circuitos.
Figura 13 – Disjuntor.
Seu funcionamento pode ser térmico (mais lento), magnético (mais rápido) ou uma combinação de ambos, dependendo do tipo. A ação térmica do fusível sendo análoga à de um termostato. O calor gerado pela passagem de uma sobrecorrente faz com que um elemento se mova e solte um mecanismo de travamento, abrindo os contatos e, por conseguinte, o circuito. A ação magnética exercida por uma bobina de núcleo móvel faz o papel da bobina que, movendo-se, solta o mecanismo de travamento. Ambas as ações, térmica e magnética, são tanto mais rápidas quanto maior a corrente que a originou. Os disjuntores são caracterizados pela corrente nominal, pela tensão nominal e pela capacidade de ruptura. Podem ser definidos, de acordo com a sua aplicação, em : Disjuntor para manobra e proteção de motores; •
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Disjuntor para manobra e proteção de circuitos de distribuição e de entrada industrial, comercial ou residencial.
Aqueles utilizados para manobra e proteção de motores devem admitir a partida e a manobra de motores (dependendo do motor e da carga a ser acionada, este valor pode ser de 6 a 8 vezes a corrente nominal durante o tempo de partida), assim como ter a capacidade de ligar e interromper correntes de sobrecarga e de curto-circuito. Os disjuntores podem ser: monopolares, bipolares, tripolares ou tetrapolares.
Figura 14 – Classificação dos disjuntores quanto ao número de polos.
Disjuntor-Motor O disjuntor-motor oferece a proteção adequada em aplicações industriais onde se requer um equipamento compacto e de grande desempenho. Ele segue as normas técnicas no que diz respeito a manobra e proteção de motores. O disjuntor-motor tem como principais características: Sensibilidade contra falta de fase e compensação de temperatura; Possibilidade de elevação da capacidade de interrupção através de módulos; Admite montagem sobre trilho DIN de 35mm ou fixação por parafusos para todas as faixas de ajuste. •
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* Sobrecarga: é uma corrente elétrica acima da capacidade de condução dos fios e cabos, diminuindo a vida útil desses componentes. Uma sobrecarga pode provocar um aquecimento, danificando a isolação dos fios. * Curto-circuito: é uma corrente elétrica muito superior a capacidade de condução dos fios e cabos. Se o disjuntor não atuar instantaneamente, coloca em risco pessoas e o patrimônio, que poderão até mesmo provocar incêndios.
Fusível X Disjuntor Disjuntor e fusível exercem basicamente a mesma função: ambos têm como maior e mais difícil tarefa, interromper a circulação da corrente de curto circuito, mediante a extinção do arco que se forma. Esse arco se estabelece entre as peças de contato do disjuntor ou entre as extremidades internas do elemento fusível. Em ambos os casos, a elevada temperatura que se faz presente leva a uma situação de risco que podemos assim caracterizar: 1) A corrente de curto-circuito é a mais elevada das correntes que pode vir a circular no circuito, e como é bem superior à corrente nominal, só pode ser mantida por um tempo muito curto, sob pena de danificar ou mesmo destruir componentes de um circuito. Portanto, o seu tempo de desligamento deve ser extremamente curto. 2) Essa corrente tem influencia tanto térmica (perda joule) quanto eletrodinâmica, pelas forças de repulsão que se originam quando essa corrente circula entre condutores dispostos em paralelo, sendo por isso mesmo, fator de dimensionamento da seção condutora de cabos.
O seu valor é calculado em função das condições de impedância do sistema, e é por isso variável nos diversos pontos de circuito. De qualquer modo, representa em diversos casos até algumas dezenas de quilo-ampères que precisam ser manobrados, seja pela atuação de um fusível, seja pelo disparo de um relé de curto-circuito que ativa o mecanismo de abertura dos contatos do disjuntos. Disjuntor Necessita de cálculo fino da corrente de curto-circuito; Capacidade de interrupção variadas; Limitação em alta capacidade de interrupção; Tempo de interrupção variado; Disponibilidade com restrições; Custo variado.
Fusível Dispensa cálculo fino da corrente de curto-circuito; Alta capacidade de interrupção; Elevada limitação;
Otimização do tempo de interrupção; Disponibilidade fácil; Baixo custo.
Tabela 1 – Características para desempenho no curto-circuito.
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Disjuntor Religamento após anomalias - Sobrecarga - Curto-circuito
- Sim - Sim, com restrições (estado dos contatos)
Desligamento total da rede por anomalias
Sim
Manobra manual segura
Sim
Comando remoto Identificação da condição de uso Sinalização remota Ocasiona parada do trabalho
Sim Não, com restrições (registro de eventos, evolução de temperatura)
Fusível - Não - Não Sim, com restrições (com supervisor de fusíveis) Sim, com restrições (com seccionadorfusível) Não Sim, com restrições (evolução da temperatura)
Sim
Sim, com restrições (supervisor de fusíveis)
Não, com restrições (estado dos contatos)
Sim
Seletividade
Sim
Intertravamento
Sim
Intercambialidade
Não
Sim, são normalizados
Não, com restrições (registro de eventos, evolução da temperatura)
Não, com restrições (acompanhar evolução de temperatura)
Requer manutenção
Sim, simples Sim, com restrições (com seccionador com porta fusível)
Tabela 2 – Principais diferenças entre o disjuntor e o fusível.
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Capítulo 5
Relés Relé de Sobrecarga Dispositivo de proteção no qual tem por função proteger equipamentos elétricos contra sobrecarga, ou seja, de um possível superaquecimento. Seu principio de funcionamento se baseia nas diferentes dilatações que um material bimetálico apresenta, quando submetidos a uma variação de temperatura.
No caso de uma sobrecarga, os bimetais apresentarão uma curvatura maior. Com isso ocorrerá o deslocamento da alavanca de desarme. Este deslocamento é transferido ao circuito auxiliar, provocando, mecanicamente, o desarme do mesmo. Terminais do relé de sobrecarga: Os terminais do circuito principal dos relés de sobrecarga são marcados da mesma forma que os terminais de potência dos contatores.
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Tecla multifunção:
Relé de tempo (temporizador) São temporizadores para controle de tempos de curta duração. Sua função é auxiliar nas lógicas de comando. Muito utilizado nos mais variados processos industriais como, por exemplo, em chaves de partida. Existem diversos tipos de temporizadores, porém 2 merecem uma atenção especial: Relés de tempo com retardo na energização:
comuta seus contatos de saída, após transcorrido o tempo selecionado na escala, sendo o início da temporização dado quando da energização dos terminais de alimentação A1 e A2. Pode possuir um ou dois contatos reversores.
Contatos: A1, A2 – Alimentação 15 – Contato comum 16 – Contato NF 18 – Contato NA
Relés de tempo com retardo na desenergização:
Diferencia-se do anterior pela existência dos terminais de acesso ao comando de pulso (1,2); comando este executado por contatos externos ao relé (contatos auxiliares de contatores, botões pulsadores, etc.) que cumprem função de ponte entre dois pontos do circuito eletrônico. É importante salientar que por se tratarem de bornes de acesso ao circuito eletrônico, os terminais 1 e 2 jamais poderão receber qualquer sinal externo de tensão, sob o risco de se danificar. Página | 22
Contatos: A1, A2 – Alimentação 1,2 - Comando 15 – Contato comum 16 – Contato NF 18 – Contato NA
Relé de sequência de fase Dispositivo para monitoração e controle de sequência de fase em sistemas trifásicos. É muito usado na proteção de motores trifásicos, painéis de comando, acionamento CA, detectando qualquer inversão na sequência de fases R S T. No caso de inversão de fases, o contato de saída não comuta, bloqueando desta forma comando do sistema no qual se encontra inserido.
Relé de falta de fase Com neutro na instalação: Detecta a falta de uma
ou mais fases e do neutro e opera o desligamento da carga quando a falta ocorre. O neutro deve ser ligado ao aparelho. Normalmente é fornecido com retardo para desligamento de até 5s para que não opere desnecessariamente durante a partida do motor que, muitas vezes, pode provocar na rede quedas de tensão maiores que a programada do aparelho para atuação.
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Sem neutro na instalação: possui as características
do anterior, porém não sendo necessária a ligação do neutro ao aparelho.
Relé de proteção PTC Este relé é utilizado para proteção térmica de motores que utilizam sondas tipo PTC como sensor, podendo ser aplicado também com outros sensores que tenham variação de resistência maior que 3500 !, levando o contato de saída a abrir, e só ocorre o retorno à operação quando o valor resistivo do PTC diminuir para cerca de 2300!.
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Contatos: A1, A2 – Alimentação S1, S2 - Sensores 15 – Contato comum 16 – Contato NF 18 – Contato NA
Relé de mínima e máxima tensão São relés permitem o acionamento de alarme ou o desligamento de circuitos de modo a proteger equipamentos contra variação da tensão da rede além dos limites pré-fixados. O relé de saída estará energizado para tensões de alimentação dentro da faixa ajustada e desenergizado acima ou abaixo desta. Estes relés também atuam por falta de fase sem neutro e também podem ser dotados de retardos no desligamento de até 5s para evitar que ocorram desligamentos dos sistemas durante o tempo de partida no caso de instalação de motores de grandes potências.
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Capí tulo
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6.1.
Chave de partida direta
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É o método mais simples, em que não são empregados dispositivos especiais de acionamentos. A chave de comando direto existe em grande número de modelos e diversas capacidades de corrente, onde as principais são: chave tipo Faca; interruptor simples; chave rotativa tipo tambor; chave simples para montagem em quadros, o contator. Os motores somente podem partir diretamente desde que sejam satisfeitas as seguintes condições: A corrente nominal de rede é tão elevada que a corrente de partida do motor não é relevante; A corrente de partida do motor é de baixo valor porque sua potência é pequena; A partida do motor é feita sem ou com mínima carga, o que reduz a corrente de partida. Nas concessionárias de fornecimento de energia elétrica permite-se partida direta de motores trifásicos até 5 CV em 220V e de 7,5 CV em 380V. •
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FT1
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No site http://saladaeletrica.b logspot.com.br/2009/0 9/cade-simu.html você pode baixar o CADe Simu, um programa executável de menos de 5 Megabytes que além de possibilitar a montangem de comandos elétricos possibilita a simulação de funcionamento dos mesmos.
Capítulo 6 6.2.
Chave de partida de um mo tor trifásico, com
reversão manual lenta
FT1
OBSERVAÇÃO: Os contatos NA de C1 e de C2 executam a função de retenção elétrica da contatora e os contatos NF de C1 e C2 executam a função de intertravamento elétrico, além de se ter a segurança pelos botões. No lugar da lâmpada L3 podemos colocar um sistema de alarme para o relé de sobrecarga. As lâmpadas L1 e L2 sinalizam a energização das bobinas das contatoras C1 e C2 respectivamente.
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Capítulo 6
Chave de partida de um motor trifásico, com reversão manual rápida 6.3.
FT1
OBSERVAÇÃO: Os contatos NA de C1 e de C2 executam a função de retenção elétrica da contatora e os contatos NF de C1 e C2 executam a função de intertravamento elétrico, além de se ter a segurança pelos botões. No lugar da lâmpada L3 podemos colocar um sistema de alarme para o relé de sobrecarga. As lâmpadas L1 e L2 sinalizam a energização das bobinas das contatoras C1 e C2 respectivamente.
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Capítulo 6 6.4. Chave de partida com comando de reversão ins tantânea por chave fim -de - curso
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A chave de partida com comando de reversão instantânea por chave fim-de-curso permite a reversão do sentido de giro do motor (no caso trifásico) por duas chaves fim-de-curso SC1 e SC2. Os circuitos de comando e de força são mostrados abaixo.
Sequência de eventos: Ao acionar qualquer dos botões (B1 ou B2) ou qualquer uma das chaves fim-de-curso (SC1 ou SC2) o motor liga. Porém vamos adotar que nenhuma das chaves fim-de-curso estão sendo acionadas no estado inicial e que acionaremos B1 para dar inicio; Ao pressionar o botão B1, o contator C1 permite o acionamento do motor. Um contato NA de C1 em paralelo com B1 e SC2 fecha-se fazendo a retenção. Uma lâmpada L1 indica que o motor está ligado; !
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O contator C1 possui um contato NF em série com o contator C2. Assim quando C1 é acionado este contato abre permitindo o intertravamento entre os dois contatores; Quando a chave fim-de-curso SC1 for acionada, seu contato NF desliga C1, com isso o contato de C1 que faz o intertravamento com C2 fecha-se e C2 é acionado; C2 possui um contato NA em paralelo com SC1 e B2 que quando acionado faz a retenção; A lâmpada L2 acende-se; O motor inverte seu sentido através da troca de 2 fases como pode ser viso no circuito de força; O contator C2 também possui um contato NF em série com C1 que, da mesma forma que anteriormente, permite fazer o intertravamento; Logo, toda vez que SC1 ou SC2 forem acionados o motor trocará seu sentido.
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Capítulo 6
6.5. Chave de partida Y-!
Para que a partida Y-! possa ser aplicada, é imprescindível que o motor tenha possibilidade de ligação em dupla tensão, (220/380V, 380/660V, 440/760V) e que a menor tensão
Uma das alternativas para se reduzir a elevada corrente de partida dos motores de indução, consiste na redução da tensão de alimentação do mesmo durante essa etapa. Isso pode ser conseguido através da chave de partida Y-! (estrela- triângulo). O princípio básico de funcionamento dessa chave consiste na aplicação de 58% da tensão nominal do motor durante a partida, conseguida pela ligação dos enrolamentos do estator em estrela (Y) nessa etapa. O percentual de 58% se deve ao fato de a tensão de fase !! !! ). Quando o ser ! menor que a tensão de linha (!! motor atinge uma rotação próxima a nominal (aproximadamente 90% da rotação nominal), efetua-se a comutação para a ligação triângulo ( !), na qual o motor recebe sua tensão nominal de operação. Consequentemente, a corrente de linha na partida será menor, havendo, no entanto, o inconveniente da redução proporcional do conjugado motor. O relé de tempo estrela-triângulo foi especialmente desenvolvido para a utilização nessa chave. Ele possui dois sistemas de temporização separados, sendo um ajustável para controlar o tempo de permanência na ligação estrela, e outro, com tempo fixo (100 ms) pré-estabelecido para controle do contator que executara a conexão triângulo. !
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