Manual de Animação Sociocultural – CR 2010
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS
Centro de Formação Profissional do Sector Terciário do Porto
Manual de Animação Sociocultural – CR 2010
INDICE Um Toque
0. A Animação....................................................................................................2 1. Origens da Animação......................................................................................4 2. Causas apontadas ao surgimento da ASC......................................................9 3. A actualidade da ASC....................................................................................11 3.1. Modalidades da Animação...............................................................12 3.2. Campos da Animação......................................................................13 4. Definições de Animação................................................................................14 5. Funções da ASC............................................................................................21
Em Missão
6. O Animador....................................................................................................24 6.1. Perfil do Animador............................................................................26 6.2. Competências do Animador.............................................................29 6.3. Funções do Animador......................................................................30 7. A ASC como factor de desenvolvimento local...............................................33 8. A ASC como factor de educação informal.....................................................35 9. Bibliografia.....................................................................................................37
Um Toque 1
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Olhou-me fixamente nos olhos
Sei apenas que passou por
E abriu um sorriso inocente.
mim e parou.
Tinha pouco mais de um
Não falou.
metro,
Não fez qualquer pergunta.
Olhos vivos e expressivos,
Mas disse tudo o que
Cabelo desalinhado,
precisava de ouvir:
Estava cansado das corridas
Que havia alegria,
Mas uma alegria extrema
Que havia esperança,
transparecia
Que o mundo tem futuro.
No olhar, na face rosada, na
Que é possível comunicar
camisa por fora dos calções.
Sem fazer grandes discursos,
Tocou-me na perna e foi-se.
sem tirar muitos diplomas.
Ainda hoje não sei porque
Simplesmente acreditar
parou.
E viver e sorrir
Algo lhe despertou o interesse.
E amar.
Talvez a quietude ou o olhar triste e vazio.
Madalena Rubalinho, ( O Método da Animação. Manual do Formador)
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0. A Animação
Nesta viagem pelo mundo da Animação gostaria de começar por apresentar a história de “As Sementes” de António de Melo: “Uma mulher sonhou que entrava numa loja recém inaugurada na praça do mercado e, com grande surpresa, descobriu que Deus se encontrava por detrás da banca. A mulher perguntou-Lhe: Que vendes aqui? Deus respondeulhe: Tudo o que o teu coração deseje. Sem quase se atrever a acreditar no que estava a ouvir, a mulher decidiu pedir o melhor que um ser humano pode desejar. Disse então: Desejo paz de espírito, amor, felicidade, sabedoria, e ausência de todo o temor. E, depois de alguns momentos de hesitação, acrescentou: Não só para mim mas para todas as pessoas. Deus sorriu e disse: Penso que me compreendes. Aqui não vendo frutos, mas somente sementes.”
Digamos que as sementes já estão presentes no interior de todo o ser humano. O desafio está em faze-las crescer e dar frutos. Mas a satisfação e plenitude decorre em fazer germinar somente aquelas que promovam alegria, esperança e sentido e repelir tudo o que suscite desorientação, morte e desespero.
1. Origens da Animação
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A palavra Animação, no seu sentido etimológico, significa acto ou efeito de animar, dar vida, infundir ânimo, valor e energia e tem origem na palavra latina anima, que significa princípio vital, sopro, alma.
Numa perspectiva pessoal, a animação parte do interior do indivíduo e exprime-se nas atitude, nos gestos nos comportamentos, nas palavras e nas interacções.
Numa perspectiva de grupo, significa a acção de estímulo e mobilização de indivíduos, grupos e colectividades.
Inicialmente, a expressão foi utilizada na Europa desde meados dos anos 60, particularmente na França e na Bélgica, para designar um conjunto de acções destinadas a gerar processos de dinamização da vida social. Surgiu de forma a promover actividades destinadas a preencher criativamente o tempo livre, a combater a despersonalização verificada nos grandes centros urbanos, a facilitar a comunicação interpessoal mediante a criação de espaços e momentos de encontro, a promover formas de educação permanente, a criar as condições para a expressão, a iniciativa e a criatividade.
Precisamente uma das conquistas mais importantes da história europeia do passado século – especialmente a segunda metade – foi a sua progressiva convergência democrática e sociocultural.
A ASC, longe de ser alheia a este processo, constitui um dos seus frutos genuínos. Não em vão, os seus inícios mais sólidos situam-se no impulso dado pelo Conselho da Europa, através do seu Conselho de Cooperação Cultural, pela criação do chamado Projecto de Animação Sociocultural, nos anos 70 (Ventosa, 1993). Um projecto que serviu para inventar experiências, confrontar perspectivas, acertar definições, delimitar âmbitos, difundir resultados e implementar nos países membros uma revolucionária maneira de conceber a Cultura e o desenvolvimento das políticas socioculturais a partir de uma nova 3
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estratégia de intervenção: a ASC. Esta estratégia é caracterizada por dois traços fundamentais:
-
o desenvolvimento progressivo da democracia como sistema comum a todos os países europeus;
-
a busca de uma entidade cultural europeia como base fundamental para a convergência desses países para uma unidade política, social e económica.
A primeira definição “histórica” pertence ao sociólogo J.P. Imhof que remonta a 1966 e acentuava o pendor instrumental e adaptativo da Animação: “designa-se por animação toda a acção exercida sobre um grupo, uma colectividade ou um meio, visando desenvolver a comunicação e estruturar a vida social, recorrendo a métodos semi-directivos; é um método de integração e de participação ( ... ) a função de animação define-se como uma função de adaptação às novas formas de vida social”
Uma segunda definição, proposta por Raymond Labourie, em 1972, acentua a vertente criativa e auto gestionária da animação, apresentando uma perspectiva mais globalizadora e consoante com o (então emergente) movimento de educação permanente: “às acções geridas por pessoas que se juntam e que determinam, elas próprias, o conteúdo destas acções em função de objectivos sociais e culturais ( ... ) actividades educativas fora do tempo de trabalho: vida familiar, vida urbana e rural, actividades de tempos livres, actividades desportivas, etc. Este é, essencialmente o domínio das associações voluntárias, ou de instituições semi-públicas. Foi aí que nasceu o conceito de animação sociocultural cuja semântica exprime uma intenção de retirar a cultura de um enclave ligando-a 4
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aos fenómenos da vida colectiva, de alargar o campo da vida cultural aos problemas da vida quotidiana”.
A ASC, segundo Marzo e Figuers (1990, pp. 102-104), é marcada por três grandes etapas:
Na primeira, da cultura patrimonial à democratização da cultura, encarando a cultura como um património herdado do passado, ao qual há um acesso muito desigual, propõe-se o desenvolvimento de um conjunto de acções que permitam facilitar o acesso à cultura por parte da generalidade dos cidadãos. Está em causa promover a aproximação entre o povo e a cultura. Esta política de democratização do acesso à cultura, característica dos anos 50 e 60 apresenta, como exemplo paradigmático, a criação, em França, das “casas de cultura”, concebidas por Malraux como “ catederais da cultura numa civilização laica”.
A segunda etapa, da democratização da cultura à democracia cultural, aparece, nos anos 70, como tributária dos “ventos de Maio de 68”, exprimindo os limites e a crise dos ideais de promoção do acesso à cultura, sem questionar os seus conteúdos e os seus modos de produção e de inserção social. Numa perspectiva complementar da democratização da cultura, a animação deixa de ser encarada como uma metodologia destinada, fundamentalmente, a dinamizar a relação dos cidadãos com o conhecimento do seu património cultural. “Animar passa a significar, sobretudo, a capacidade de promover a interacção entre as pessoas e entre comunidades com a grande finalidade de potenciar a sua capacidade expressiva”. A terceira etapa, da democracia cultural ao consumo cultural mediático, posterior aos anos 70, é marcada pela emergência dos meios de comunicação de massa que vieram introduzir e/ou acentuar mecanismos de apropriação social baseados no consumo individual, doméstico, de produtos difundidos em 5
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massa e tornados extremamente acessíveis, mas correspondendo, de facto, a uma gama de variedade e de possibilidade de escolha bastante limitada.
2. Causas apontadas ao surgimento da ASC
A emergência da ASC como um tão importante campo de práticas sociais e educativas só se torna compreensível no contexto de mutações sociais que marcaram a segunda metade do século passado. Assim a ASC surge como resposta a problemas sociais que se fizeram sentir em algumas sociedades a vários níveis. No pós guerra (2ª Guerra Mundial) nos países destruídos da Europa, nos Estados Unidos onde se aglomeram populações estrangeiras de todo o mundo dando origem a todo o tipo de problemas e tensões sociais. E nos países Latino Americanos como resposta à degradação social e humana existente. Deste conjunto de mutações, Pierre Besnard enuncia como principais:
Um rápido crescimento económico, correspondendo ao período dos trinta anos gloriosos, que acelera mudanças sociais estruturais, engendrando o fenómeno da urbanização (o êxodo para as grandes cidades e a emigração 6
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para países industrializados como a Fraça e os E.U.A.), exigindo a criação de poderosos aparelhos educativos e culturais.
O fenómeno de massificação que decorre dos efeitos combinados da industrialização, do crescimento demográfico e da urbanização, criando fenómenos de inadaptação ou desvios que são necessários prevenir.
Fenómenos de natureza demográfica como é o caso do envelhecimento da população no mundo industrializado ou da “invenção” de novas categorias sociais (mulheres, jovens, reformados, imigrantes, minorias étnicas) a exigir atenções e respostas específicas, nos planos cultural e social.
Tendências de normalização social, através de grandes aparelhos de massas, cujo o efeito de condicionamento e despersonalização pode ser acentuado ou contrariado pela ASC conforme as funções que lhe são atribuídas. Refiram-se as indústrias culturais que massificam e uniformizam a cultura, baixando o nível cultural para atingir milhões de pessoas com o mesmo produto - interesses comerciais da cultura. Veja-se a título exemplificativo a interiorização de culturas estrangeiras dominantes como o cinema e centros comerciais.
O aumento generalizado do tempo livre resultante da mecanização das tarefas, das reformas antecipadas e do desemprego que poria às pessoas um conjunto de problemas relacionados com a sua ocupação, instituindo-se a ASC como uma resposta à “civilização dos prazeres”.
Necessidades de educação permanente (toda a vida) de forma a uma actualização tecnológica e científica em constante mutação. 7
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Por forma a conseguir ultrapassar estes e outros problemas adoptam-se formas de combate que envolvam as populações de uma forma activa e interventiva - ANIMAÇÂO
3. A actualidade da ASC
A ASC constitui, hoje, um campo fundamental da acção educativa que abrange públicos muito diversos (em idade, estatuto social, nível de instrução), está presente em áreas de actividade social muito diversificadas (empresas, serviços sociais, vida escolar, administração pública, organizações de saúde, etc.), que conta já com instituições especializadas nesta matéria e com um corpo de agentes em acelerado processo de profissionalização.
Actualmente, a acção e o dinamismo que se podem gerar através da animação não estão tanto orientadas para a transformação da realidade social, mas incidem mais sobre as relações sociais. Manifestam-se sobretudo em três perspectivas: como metodologia de intervenção social, como uma das formas de acção política cultural e como uma função educativa.
A ASC como metodologia de intervenção social serve-se de
instrumentos que indicam como fazer determinadas acções para se atingir metas e objectivos específicos. É de notar que a metodologia da animação se baseia numa pedagogia participativa.
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A ASC como uma forma de acção política cultural manifesta-se através
de um conjunto de acções dos poderes públicos (política cultural) com o objectivo de promover a cultura de uma forma abrangente.
A ASC sob um ponto de vista educativa podemos considerar que se
trata de uma actividade educativa-formativa, pois promove, encoraja, desperta inquietações, motiva para a acção, suscita potencialidades latentes em indivíduos, grupos e comunidades.
3.1. Modalidades da Animação Presentemente existem muitas formas de animar. Podemos apresentar algumas modalidades mais evidentes na prática actual de animação, nas suas diferentes formas e segundo alguns critérios de classificação, como no quadro abaixo apresentado proposto por Jacinto Jardim (2002), mas de forma alguma exaustivas mas sim meramente exemplificativas.
Características Promove actividades que, na linguagem corrente, se
Sectores
Cultural
deniminam culturais e que são essencialmente artísticas, como literatura, cinema, pintura, dança ou teatro. Promove e apoia associações de base que têm como
Social
objectivo resolver problemas sociais de um grupo ou de uma sociedade. Promove formas de educação permanente não
Educativo
institucionalizadas, a fim de melhorar o nível formativo dos
Exemplos de Actividades Político
Reivindicação, acção, manifestação.
Cultural
Exposição, teatro, debate, visita guiada.
os
Context
destinatários.
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Desportivo
Torneios de futebol, voleibol, andebol, natação.
Conteúdos
Exemplos de Actividades Artísticos
Teatro, cinema, música, pintura, escultura, literatura.
Intelectuais
Conferências, estudos, mesas redondas, livros, exposições.
Sociais
Festas, reuniões, promoção de associações.
Práticos
Bricolage, decoração, jardinagem.
Físicos
Desporto, naturismo, passeio, ginástica. Campanhas de sensibilização ao nível da saúde, da ecologia,
Educativo
da leitura.
Recreativo
Passeios, viagens turísticas. Campanhas de solidariedade, acções com doentes, idosos,
Sócio-
presos
caritativo
e
desempregados,
intervenções
em
bairros
desfavorecidos. Catequese, grupo de jovens, liturgia, grupo coral, festas
Religioso
paroquiais.
As modalidades da animação são diversas, assim como os seus campos, uma vez que a animação pode aplicar-se a todos os indivíduos. No entanto, podemos diferenciá-los em determinadas categorias que nos podem ajudar a melhor orientar a nossa acção.
3.2. Campos da Animação Podemos enunciar os diferentes campos de acção relativamente aos:
Tipos de destinatários das actividades
Infância 10
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Adolescência
Jovens
Adultos
Terceira idade
Homens/mulheres
Emigrantes
Doentes mentais
Reclusos
Tipos de actividades de animação
Actividades de formação/pedagógicas
Actividades de difusão cultural
Actividades sociais
Actividades artísticas
Actividades lúdicas
Tipos de instituições que promovem a animação Organismos governamentais
Ministérios
Secretarias de estado
Governo Civil
Câmaras Municipais
Juntas de Freguesias
Organismos não governamentais
Associações culturais ou outras
IPSS
Sindicatos
Grupos espontâneos (associações de pais, voluntários, etc.)
Bibliotecas, museus, casas da cultura 11
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Centros sociais, casas da juventude
Hotéis, hospitais, centros comerciais, etc
No entanto, a essência da animação não assenta nesta estipulação apresentada, mas antes na forma de actuar. A atitude com que se assume um projecto e o modo como se realiza é mais importante do que o conteúdo material dos mesmos. Trata-se de promover actividades que gerem vida nova, sentido e esperança através da participação consciente, plena e activa.
4. Definições de Animação
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A animação mais do que um conceito é um instrumento ao dispor de uma comunidade que proporciona a tomada de consciência do meio envolvente, desperta uma atitude atenta e possibilita a cada indivíduo ter uma voz activa na resolução dos problemas sociais comuns. Por isso, a animação é uma acção de estímulo e de mobilização não só dos indivíduos, mas também dos grupos e das colectividades e, consequentemente, infunde dinamismo e entusiasmo e insufla o ânimo. Ou seja, a animação não é mais do que uma maneira de arquitectar.
A verdade é que se esta é uma opinião relativamente à animação, muitas outras são consideradas. E quanto mais se pesquisa a propósito de animação sociocultural, sobre o que é animar, mais chegamos à conclusão de que tudo é ainda muito vago. Os vários autores que até agora se debruçaram sobre estas temáticas, tem opiniões tão diferentes quanto eles próprios o são. “A animação é um novo tipo de intervenção social, que tende a favorecer e desenvolver a comunicação, a socialização e a criatividade, através dos meios e de uma linguagem que estimula a fantasia e o prazer de participar.”
(Centro de Formación Animatore do CentroMilanese per lo sport e Recriazione)
“Conjunto de esforço que tende a estimular a participação activa nas actividades culturais e o movimento geral de inovação e de expressão pessoal e colectivas.” (H. De Varine) “A animação sociocultural distingue-se menos pelas suas actividades específicas que pela maneira de as praticar. A diversidade dos «suportes» da animação é, em efeito, extraordinária: museus, serviços sociais, emissões de rádio ou T.V., urbanização, teatros, protecção do meio ambiente, lares juvenis, 13
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bibliotecas, etc. Nenhuma actividade parece excluir-se à priori... Uma política de animação não se manifesta à priori em actividades particulares senão mais bem na maneira de levar a cabo uma actividade qualquer, a animação é mais uma atitude que uma acção específica. Uma mesma actividade pode estar ou não orientada para a animação e uma mesma preocupação pela animação pode manifestar-se em actividades múltiplas” (E. Gosjean e H. Ingberg) “Animar é ... dar alma e vida a um grupo hmano” (P. Gréger) “Conjunto de práticas sociais que têm como finalidade a participação da comunidade no seu próprio desenvolvimento, entendido esdte aos seus diferentes níveis” (P. L. Cebalos e M. Salas) “Designa-se por animação toda a acção, exercida sobre um grupo, uma colectividade ou meio, visando desenvolvera comunicação e estruturar a vida social ... é um método de integração e de participação.” (J. P. Imhof) “A animação diz respeito a actividades educativas que ocorrem fora do tempo de trabalho: vida familiar, vida urbana e rural, actividades de ócio, etc.”
(R. Labourie) “A animação sociocultural implica uma política de cultura baseada na vontade de democracia cultural. Supõem a aceitação desta perspectiva a todos os níveis e a vontade de se aproximar, cada vez mais, os lugares onde se tomam as decisões às pessoas e grupos a cuja qualidade e significação de vida concernem.” (Simpósio de São Remo)
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Podíamos continuar a citar definições indefinidamente. Todas elas são diferentes e centram a animação quer no social (como uma das metodologias de intervenção social), quer no cultural (como uma das formas de acção dentro da política cultural). No entanto, há alguns conceitos que se repetem nas várias definições: promover a participação dos grupos, promover a cultura, incentivar a acção, actividades, colectividade, resolução, mediador entre colectividades e as instituições... Talvez sejam estas as funções ou as palavras chave da animação.
Algumas das expressões evidenciadas remontam-nos às causas da aparição da animação - “é um método de integração e de participação”; “ajudar os indivíduos a tomar consciência dos seus problemas” – apontando os objectivos da animação: integrar e levar os indivíduos a participar na resolução dos seus próprios problemas.
mas é sem dúvida a última definição que melhor encerra a alma da animação sociocultural – “... distinguem-se menos pelas suas actividades específicas que pela maneira de as praticar”. Esta coloca a ênfase da animação na capacidade do animador, ou seja, o sucesso do animador e, consequentemente, da animação não se deve àquilo que se faz, mas a forma como se faz. Uma qualquer actividade pode ou não ser orientada para a animação dependendo da forma como é concretizada.
Podemos então traçar um conjunto de características que percorre a ASC:
Procura desenvolver processos de participação em todos aqueles que estão envolvidos.
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Os seus métodos e técnicas de actuação apoiam-se numa pedagogia de participação.
O animador é ao mesmo tempo catalisador/dinamizador; assistente e técnico; mediador e transmissor.
Adequa a sua metodologia à prática dos intervenientes, à sua forma de actuação e à sua situação contextual.
Carácter voluntário e aberto da participação das pessoas nas actividades próprias da animação.
Respeita a autonomia cultural de cada indivíduo e aceita o pluralismo cultural.
É um instrumento pedagógico que ajuda à afirmação da identidade cultural e demonstra os mecanismos de domínio cultural.
5. Funções da ASC O conjunto de mutações sociais verificadas anteriormente são susceptíveis de leituras muito diversas. Facilmente depreende-se que a diversidade de funções que incumbe à ASC. Besnard enuncia e sintetiza em cinco grandes funções:
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Uma função de adaptação e de integração, tendo como principal finalidade promover a socialização dos indivíduos, numa perspectiva de conformidade com as mutações próprias da sociedade industrial.
Uma função recreativa ligada ao tempo de lazer. A sociedade industrial “não tolera a desorganização nem a preguiça, mesmo nos tempos livres” e por isso trata de organizar a sua ocupação, encarregando-se dos divertimentos e actividades lúdicas dos indivíduos.
Uma função educativa em que a ASC é entendida como uma “escola paralela” que permite complementar as formações anteriores e, ao mesmo tempo, aprofundar interesses culturais específicos.
Uma função ortopédica, visando promover o reequilíbrio de uma sociedade marcada por perturbações permanentes, contribuindo, assim, para uma regulação da vida social.
Uma função crítica: em contraponto à sua vertente de normalização social, a ASC pode exercer um importante contributo para a construção e exercício de um pensamento crítico que possa garantir o pleno exercício da democracia.
Em Missão
Olha o horizonte, amigo
Por esse dom, por essa graça.
E vê o mundo que passa.
Tens em ti o compromisso,
Todos esperam por ti,
O testemunho de uma missão.
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Dá um passo em frente e
Dinamizas e orientas,
segue.
Acompanhas e escutas. Na partilha e no dialogo,
Vai ao encontro do irmão.
Sabes que também educas.
Já todos esperam por ti, Buscam um animador.
Prudente e assertivo,
Escuta o chamamento:
Sabes como incentivar. Todos confiam em ti
Serviço, respeito e amor.
Para os poderes animar.
Tens fé e formação Conheces a realidade
Madalena Rubalinho
E depois deste curso,
O Método da Animação. Manual do
Serás
especialista
em
Formador
humanidade. .
6. O Animador
Já no século IV a.C., Sócrates, não se cansava de repetir. “A minha arte de ajudar a nascer é em tudo semelhante à das parceiras. (...) Eu de facto, nunca fui mestre de ninguém.
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Alguns dos que me acompanham, no início pareciam totalmente ignorantes mas, ao longo da nossa convivência, fizeram admiráveis progressos, não só aos seus olhos como também aos olhos dos outros. É claro que de mim nunca aprenderam nada. Foram eles, por si mesmos, que encontraram e geraram coisas maravilhosas. É certo, em contrapartida, que a causa do seu parto somos Deus e eu.”
O animador mais do que um mediador de conhecimentos, deve ser um organizador de saberes e um facilitador da aprendizagem. Ajudar os indivíduos a
manifestarem-se
e suscitar-lhes as
potencialidades
escondidas e talvez meias adormecidas é a missão do animador.
Questionar, agitar as mentes, despertar o entendimento crítico da realidade envolvente são intenções do animador mais preocupado em fazer pensar as pessoas do que em transmitir-lhes saberes, limita-se a “plantar e a semear”, sempre consciente que o trabalho de florescimento e amadurecimento já não lhe pertence.
Ao animador compete dar um passo em frente, por vezes decisivo, mas sempre a partir das etapas percorridas pelo grupo. Só reconhecendo e valorizando o capital dos saberes e experiências é possível incutir novos projectos.
A própria definição de animação traça o propósito do animador, pois animar é dar vida, dar alma, imprimir movimento, transmitir força, dar impulso a um empreendimento. 2
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Depreende-se, então, facilmente que o animador assume um papel fulcral, como não podia deixar de ser. Como a animação tem um campo de intervenção
tão
vasto,
também
podemos
encontrar
animadores
tão
diversificados quanto a nossa imaginação conseguir. Temos animadores sociais, culturais, desportivos, educativos, comunitários, infantis, juvenis, turísticos, etc.
Dado que o campo de acção do animador é tão alargado, definir animador não é só difícil como limitador. No entanto, terá que ser uma pessoa capaz de estimular a participação activa dos indivíduos e instigar um maior dinamismo sócio-cultural, tanto a nível individual como no colectivo. O animador deverá ser um catalisador que desencadeie e anime processos, cujo o protagonismo se procura que corresponda fundamentalmente a iniciativas das próprias pessoas.
Ao animador compete proporcionar assessoria técnica, organizar e conduzir as suas próprias actividades de forma a que o grupo encontre as respostas às necessidades ou problemas sentidos; contribuir para o aumento de autonomia e de protagonismo dos indivíduos envolvidos, sendo capazes de avaliar e implementar as suas próprias práticas sócio-culturais; e,finalmente, animar, vitalizar e dinamizar as energias e potencialidades existentes.
6.1. Perfil do Animador
É impossível definir exaustivamente o perfil do animador e circunscrevê-lo a balizas imutáveis, apenas esboçar-se-á alguns dos seus traços. Nenhum deles deve ser analisado isoladamente, conferindo a quem quer que seja, só por si, o estatuto de animador. são apenas indicativo de um potencial em constante desenvolvimento.
Vejamos como alguns autores definem o animador: 3
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“O animador será sempre o sujeito ou pessoa cuja função consiste em impulsionar, desenvolver, animar, criar mais vida no bairro, na fábrica, no desporto em qualquer comunidade ou colectivo humano.” (Gervilha, E. 1992) “Animador profissional de animação sócio-educativa é um trabalhador social. Tem por função criar e desenvolver actividades com fins educativos, culturais e desportivos. Estas actividades são direccionadas a todos e tendem para uma educação global e permanente.” (S. Estado da Juventude e Desporto) “O animador cultural não é um organizador de actividades culturais. Se ele é um mediador entre obras de arte e o público é para facilitar o contacto com o seu interior... o animador cultural não é um fabricante de público nem um especialista, nem um professor mas um descobridor de segredos dos outros” (Pierre Moulinier)
Perante estas definições podemos concluir que muitos são os propósitos que o animador enverga. Mas a definição com que mais identifica o animador é a de Quintana, J. M.ª de 1985. “O animador... deve possuir um apurado sentido de contactos humanos, capacidade para mandar sem dirigir, alta resistência à frustração, dinamismo, responsabilidade, entrega, compreensão, capacidade de comunicação e espírito democrático.”
Perante o exposto podemos definir, ainda que hipoteticamente, o perfil do animador:
Ter uma mente clara, imaginação e criatividade, que lhe permita ver com claridade as possibilidades e surpreender constantemente. 4
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Olhos em alerta, perspicazes e críticos, por forma a conseguir ver cada elemento individualmente e a todos no grupo.
Ouvidos receptivos, para ouvir o que é dito, mas principalmente o que não é dito.
Olfacto para detectar situações de “risco”, apercbendo-se dos problemas ainda antes de eles se concretizarem.
Sempre pronto para por mãos à obra nas dificuldades. Em animação há sempre dificuldades humanas, financeiras, logísticas e o animador tem de estar sempre pronto a apontar alternativas e contornar problemas. O facto de se gostar daquilo que se faz é uma mais valia para superar essas dificuldades.
Saber utilizar adequadamente as ferramentas de que dispõe, principalmente quando são escassas deve saber tirar o melhor partido delas.
Sorriso comunicativo, que convide os outros a falar e confiar. Preparação técnica, metodológica e ideológica, porque facilita o cumprimento das tarefas e dos objectivos a que se propõe.
Seguro de si mesmo, com os pés assentes na realidade, a hesitação sente-se e transmite-se aos que nos rodeiam.
Preparado para enfrentar eventualidades e imprevistos. A surpresa faz parte da animação, as boas e as más, há que saber vivenciá-las.
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Qualidades humanas:
Entusiasta
Dinâmico
Optimista/realista
Cordial, etc.
Outras qualidades a apontar: Capacidade de incutir vida aos/noas outros Capacidade de se relacionar e comunicar com os outros Convicção
e
confiança
de
que
as
pessoas
têm
potencialidades e que libertadas se podem realizar enquanto pessoas humanas. Maturidade humana Força e teimosia para enfrentar as dificuldades Carisma e vocação para o serviço
6.2. Competências do Animador Inevitavelmente, qualquer que seja o perfil do animador traçado, pressupõe que ele seja portador de um conjunto de competências, como propõe Paulo da Trindade Ferreira:
O saber: capacidade para investigar e seleccionar os conhecimentos gerais e específicos necessários à actividade de animador
O saber-fazer: capacidade para aplicar na prática as técnicas e os saberes adquiridos. É a passagem do pensamento à acção, testando assim, o resultado da investigação.
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O saber-ser: capacidade para assumir a globalidade do que se é a nível biológico e psicológico. Só a partir da sua aceitação é possível ao homem mudar ou renovar algumas das suas maneiras de ser e de estar na vida.
O saber-relacionar-se: capacidade para saber sentir os outros, isto é, situar-se no seu mundo emocional e mental.
O saber-aprender: capacidade para actualizar continuamente os saberes adquiridos, tendo em conta a rapidez da sua evolução e a limitação do seu “prazo de validade”.
O saber-fazer-aprender: capacidade para estimular os outros pelo gosto da investigação, análise e sentido crítico, com vista ao desenvolvimento gradual da sua autonomia.
6.3. Funções do Animador
Animar uma actividade não é o mesmo que animar um teatro, uma excursão, um desafio de futebol ou uma emissão radiofónica ou televisiva.
As funções de animador, ainda que interactivas e complementares, situamse umas mais a nível das pessoas e outras mais a nível do grupo. Tanto nas primeiras
como
nas
segundas
torna-se
importante,
se
não
mesmo
indispensável, realçar e valorizar a componente relacional e afectiva.
Ainda na linha de raciocínio de Paulo Ferreira, este enuncia algumas funções que compete ao animador:
Função de produção 7
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Preparar as actividades, definir os seus objectivos e garantir o seu desenvolvimento.
Ajudar o grupo a centrar-se nos objectivos previamente fixados.
Sugerir e reformulação das ideias menos claras.
Sublinhar as convergências e as divergências.
Gerir adequadamente o tempo.
Função de facilitação
Criar um clima humano favorável.
Despertar o envolvimento e o interesse pelas actividades.
Estimular a troca de experiências, valorizando os diferentes pontos de vista.
Elaborar sínteses e conclusões.
Fomentar a participação, a comunicação e a criatividade.
Função de regulação
Evitar pressões que condicionem ou impeçam a livre expressão.
Enfrentar as tensões e conflitos que possam surgir, identificando as suas causas.
Reduzir sentimentos de dependência em relação ao animador.
Envolver os menos participativos nos objectivos das actividades.
Impedir a monopolização das intervenções por parte de alguns.
Funções ao nível do grupo
Tornar o grupo mais lúcido, reensinando-o a identificar as causas e consequências das situações e problemas. 8
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Tornar o grupo mais objectivo, reensinando-o a enfrentar as realidades tais como são e não como se desejaria que fossem.
Tornar o grupo mais crítico, reensinando-o a desenvolver as suas capacidades de observação, análise e entendimento crítico das situações que vão surgindo.
Tornar o grupo mais tolerante, reensinando-o a compreender e admitir as diversas formas de pensar, sentir e agir, ainda que diferentes e opostas às suas.
Tornar o grupo mais criativo, reesinando-o a minimizar preconceitos e rotinas sem sentido, e a procurar o que é novo e diferente.
Tornar o grupo mais sensível à mudança, reensinando-o a ler e a entender um mundo em acelerada e profunda transformação.
Tornar o grupo mais cooperativo e solidário, reensinanmdo-o a estar em conjunto, a pensar em conjunto, agir em conjunto e a pôr a sua individualidade, sempre que necessário, ao serviço da colectividade.
Tornar o grupo mais interactivo, reensinando-o a identificar as suas capacidades de iniciativa, decisão e participação.
Tornar o grupo mais realista, reensinandfo-o a articular o pensamento com a acção, o abstrato com o concreto e a teoria com a prática.
A nível das funções do animador é preciso estar-se consciente que animar é mais do que trabalhar para as pessoas, é trabalhar com as pessoas e, por isso, a autenticidade do animador é fundamental para que se desencadeie a autenticidade dos indivíduos para com o animador.
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7. A ASC como factor de desenvolvimento local A ASC assume um papel estruturante na criação de uma “cultura de desenvolvimento”, porque é um elemento fundamental nos processos de mudança social ao promover dinâmicas locais de desenvolvimento integrado. A sua acção suscita e orienta iniciativas, promove a optimização de recursos (nomeadamente endógenos), favorece a participação dos indivíduos, organiza a vida dos grupos, favorece a autonomia dos indivíduos e dos colectivos, cria condições favoráveis à comunicação entre indivíduos, grupos e instituições. Por outro lado, nas etapas fundamentais do projecto de desenvolvimento local, a dimensão da animação está sempre presente, como refere Rui Azevedo: quer na fase de definição da estratégia, em que o animador “assegura a informação à comunidade local no sentido de promover a sua participação na elaboração da estratégia” (p. 208); quer na fase de planeamento de actividades, em que ao animador compete promover a “animação das comunidades locais com vista à promoção de projectos de desenvolvimento” (p. 209); quer na fase de avaliação e regulação, em que se espera do animador que organize e estimule “a participação dos principais representantes da comunidade no processo de avaliação e, consequentemente na própria dinâmica de desenvolvimento” (p.210). Compete
ao
animador
introduzir
uma
dinâmica
participativa
de
desenvolvimento e repulsar sentimentos de impotência, inferioridade ou desespero. Como refere Paulo Freire: “Por isso, o trabalho de animação cultural e social é tão importante quando se pretende lançar e apoiar um processo de desenvolvimento rural: elevando a auto-estima colectiva, testando a capacidade local para traduzir as ideias em projectos, para trabalhar como uma equipa, para relacionar objectivos com meios, etc” (1991, p.153). 10
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8. A ASC como factor de educação informal
Educação informal corresponde todas as situações potencialmente educativas, mesmo que não conscientes, nem intencionais, por parte dos destinatários, correspondendo a situações pouco ou nada estruturadas e organizadas. Ora a ASC privilegia mais os efeitos do que as intenções, enfatizando mais as situações de auto e heteroformação (no contexto familiar, escolar, de trabalho, de lazer, cívico, etc.). A educação informal correspondeu, até um passado recente, a uma face não visível do icebergue educativo. Araham Pain (1990) em estudos levados a cabo concluiu que os sujeitos realizam aprendizagens a partir de um contacto directo com a realidade social que os envolve. Segundo Ph. Coombs, em 1985, a educação informal é: “(...) o processo ao longo da vida através do qual cada pessoa adquire e acumula conhecimentos, capacidades, atitudes; a partir das experiências quotidianas e da interacção com o meio ambiente – em casa, no trabalho, no lazer; a partir do exemplo e das atitudes da família e dos amigos; das viagens, lendo jornais e livros, ou escutando rádio, vendo filmes e televisão. Em geral, a educação informal não é organizada, nem sistematizada, nem sequer, muitas vezes, intencional, mas constitui até ao presente a maior fatia da aprendizagem total durante a vida de uma pessoa – mesmo para aquelas que são altamente escolarizadas”
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O papel, a importância e a especificidade da ASC podem também ser mais claramente compreendida se esta for entendida como um conjunto de processos que permitem potenciar, em termos educativos, as situações sociais quotidianamente vividas. Deste ponto de vista estaria reservado à animação sociocultural o papel de capital importância de organizar o informal.
9. Bibliografia
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“
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Léxico
do
Animador”,
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ANDER-EGG,
Ezequiel,
1991,
“Metodologio
de
la
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Sociocultural“, Editorial Humanistas, Buenos Aires.
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JARDIM, Jacinto, 2002, O Método da Animação – Manual para o formador, AVE, Associação dos Valentes Empenhados
SANTOS, Ana Maria, 2003, “Manual de História de Animação”, Porto.
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