MACROECONOMIA APLICADA À ANÁLISE DO AGRONEG AGRONEGÓCIO ÓCIO
Carlos José Caetano Bacha Professor Titular da ESALQ/USP
E-mail:
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Conceito de macroeconomia A macroeconomia é ramo das Ciências Econômicas que estuda: 1) os agregados econômicos (definindo-os e discutindo como mensurá-los); 2) seus comport rtaamentos; e, 3) as rel relaaçõ ções es qu quee gua guard rdam am ent ntre re si. Exemplos de agregados econômicos são: PIB, consumo privado, investimento privado, gastos do governo, exportações, importações, tributos, taxa de juro ross e taxa de câmbio. Neste módulo, dar-se-á atenção ao estudo dos seguintes agregados econômicos: PIB, gastos do governo, tributos, exportações, importações, taxa de juros e taxa de câmbio, definindo-os, analis isaando o comport rtaamento de algun unss de delles e sua uass relações. • Após a exposição desta parte, o estudante terá uma visão inicial do funcionamento atual da economia brasileira e da importância da agro ag rope pecu cuár ária ia e do ag agro rone negó góci cioo de dent ntro ro da ec econ onom omia ia br bras asil ilei eira ra.. •
Conceito de macroeconomia A macroeconomia é ramo das Ciências Econômicas que estuda: 1) os agregados econômicos (definindo-os e discutindo como mensurá-los); 2) seus comport rtaamentos; e, 3) as rel relaaçõ ções es qu quee gua guard rdam am ent ntre re si. Exemplos de agregados econômicos são: PIB, consumo privado, investimento privado, gastos do governo, exportações, importações, tributos, taxa de juro ross e taxa de câmbio. Neste módulo, dar-se-á atenção ao estudo dos seguintes agregados econômicos: PIB, gastos do governo, tributos, exportações, importações, taxa de juros e taxa de câmbio, definindo-os, analis isaando o comport rtaamento de algun unss de delles e sua uass relações. • Após a exposição desta parte, o estudante terá uma visão inicial do funcionamento atual da economia brasileira e da importância da agro ag rope pecu cuár ária ia e do ag agro rone negó góci cioo de dent ntro ro da ec econ onom omia ia br bras asil ilei eira ra.. •
Conteúdo 1) Conceito de PIB e sua maneira de ser mensurado 2) Evolução da economia brasileira de 1968 a 2014: os ciclos econômicos 3) Importância da agropecuária e do agrronegóci ag cioo na economia brasileira 4) Instrumentos de política macroeconômica 5) Inflação no Brasil
Bibliografia •
BACHA, C.J.C. Entendendo a Economia Brasileira. Campinas: Editora Alínea, 2015, 3a edição.
1 - Conceito de PIB e sua maneira de ser mensurado •
Produto Interno Bruto (PIB) é o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos, em um determinado período de tempo, com os serviços de fatores de produção situados dentro dos limites geográficos de um País.
Maneiras de mensurar o PIB É possível mensurar todos os bens e serviços finais na economia? • Que alternativas existem para mensurar o PIB? • O PIB pode ser mensurado pelos valores adicionados na economia. •
Valor adicionado •
Valor adicionado é o montante de valor agregado a um bem ou serviço intermediário para se gerar outro bem ou serviço intermediário ou final. •
•
Valor adicionado = valor bruto da produção – consumo intermediário
Suponha uma economia simples que extraía madeiras de florestas nativas, as quais são posteriormente serradas e depois transformadas em móveis para o consumo final ou para exportação. Em cada etapa dessa produção se utiliza trabalho (para o qual se paga salário), capital (para o qual se pagam lucros ou juros) e terra ou instalações (para os quais se paga aluguel).
Exemplo de cadeia e valor adicionado Árvores nativas
Madeiras serradas
Móveis para consumidor ou exportação
R$ 20
R$ 80
R$ 100
VA = R$ 20
VA = R$ 60
VA = R$ 20
O valor adicionado corresponde aos pagamentos de salário, lucros, juros e aluguéis em cada etapa produtiva. O PIB é igual à soma de valores adicionados em todas as etapas produtivas e se iguala ao valor monetário dos bens e serviços finais. Ou seja, PIB = VA = R$ 20 + R$ 60 + R$ 20 = R$ 100. Pode-se, portanto, dizer que o PIB é a soma da renda paga sob a forma de salá sa lári rios os lu lucr cros os ju juro ross e al alug ugué uéiis na eco cono nom mia
PIBCF versus PIBPM O PIB de uma nação é calculado através da soma dos valores adicionados em cada atividade. Isto dá o conceito de PIB a custo de fatores (PIBCF). • Acrescentando os tributos indiretos (ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS), tem-se o PIB a preços de mercados, que equivale à soma dos valores monetários dos bens e serviços finais negociados no mercado (PIBPM). •
• • • •
•
Portan Port anto to,, PI PIB BPM = PIBCF + II sendo que II são os tributos indiretos. A soma de valores adicionados nos dá o PIBCF. O conceito de PIBPM é usado para dar o valor do produto de toda a economia e o conceito de PIBCF é usado para determinar as participações dos setores no PIB. Há, também, o conceito de PIB per capita = PIB/po PIB /popul pulaçã açãoo res reside idente nte..
PIB nominal versus PIB deflacionado •
•
•
O PIBPM da economia brasileira em 2014 foi de R$ 5,521 trilhões e de R$ 5,158 trilhões em 2013. Houve crescimento nominal (em reais correntes) de 7,0% do PIBPM. No entanto, estima-se que o PIBPM real (descontada a inflação) aumentou 0,1% em 2014 em relação a 2013. Apesar do crescimento real, em dólar corrente o PIB brasileiro passou de US$ 2,388 trilhões em 2013 para US$ 2,345 trilhões em 2014 (queda de 1,8%). Em 2014, a agropecuária (entendida como sendo as atividades desenvolvidas nos estabelecimentos agropecuários, isto é, "da porteira para dentro") foi responsável por 5,6% do PIBCF (que não inclui impostos e contribuições indiretos), a indústria por 23,4% e o setor serviços por 71,0% do PIB CF.
Posição do Brasil no PIB mundial • De 11a maior economia mundial em 2005, o Brasil passou à 8a maior •
•
• •
economia em 2009 e 2010 e foi a 6a maior economia em 2011, caindo para a 7a posição em 2012 a 2014. A melhoria de posição em 2009 foi porque o Brasil sofreu menos com a crise financeira de 2008 e 2009 do que outros países e teve forte crescimento econômico em 2010. E novamente, em 2011, o Brasil cresceu mais do que importantes países. Apesar de ter relativo baixo crescimento do PIB real em 2012 e moderado crescimento em 2013. O PIB mundial passou de US$ 62,98 trilhões em 2008 para US$ 59,7 trilhões em 2009 (em valores correntes). Tratou-se de uma queda quase igual ao PIB da Alemanha em 2009 (que tem o 4O maior PIB do mundo). No entanto, o PIB do Brasil representava apenas 3,0% do PIB do Mundo em 2014. Os EUA, por exemplo, deteve 22,4% do PIB do Mundo em 2014 e a China, 13,3%. Fenomenal é o crescimento do PIB chinês, que desde 2010 passou a ser a segunda maior economia do Mundo. Em 2005, o PIB chinês correspondeu a 4,8% do PIB mundial. Essa importância multiplicou por 2,7 em 2014.
PIB em bilhões de dólares das maiores economias do mundo País
2005
2006
2007
2009
2010
2011
2012
2013
2014
EUA China Japão Alemanha Reino Unido França Brasil Itália ndia Rússia Canadá Austrália Coréia do Sul Espanha México Mundo
13.093,70 2.268,59 4.571,87 2.857,63 2.412,11 2.203,68 892,51 1.853,51 834,22 764,02 1.164,14 693,34
13.855,90 2.729,78 4.356,75 2.998,62 2.582,75 2.325,01 1.107,29 1.943,53 946,12 989,93 1.310,75 747,21
14.477,60 3.523,09 4.356,35 3.435,68 2.963,10 2.663,11 1.395,65 2.204,09 1.238,70 1.299,71 1.457,87 853,44
14.718,60 4.558,43 4.849,18 3.746,92 2.791,68 2.923,47 1.691,91 2.391,88 1.224,10 1.660,85 1.542,62 1.055,03
2008
14.418,70 5.059,42 5.035,14 3.412,98 2.308,10 2.693,83 1.670,18 2.186,24 1.365,37 1.222,64 1.370,84 926,28
14.964,37 6.039,66 5.495,39 3.412,21 2.407,86 2.646,99 2.210,31 2.126,75 1.708,46 1.524,92 1.614,01 1.141,27
15.517,93 7.492,43 5.905,63 3.751,88 2.592,02 2.862,50 2.613,52 2.278,09 1.835,81 1.904,79 1.788,80 1.388,07
16.163,16 8.461,62 5.954,48 3.533,24 2.614,95 2.681,42 2.411,53 2.075,22 1.831,78 2.016,11 1.832,72 1.534,43
16.768,05 9.490,60 4.919,56 3.730,26 2.678,17 2.810,25 2.387,87 2.136,95 1.861,80 2.079,02 1.838,96 1.560,37
17.419,00 10.360,11 4.601,46 3.852,56 2.941,89 2.829,19 2.345,00 2.144,34 2.066,90 1.860,60 1.786,66 1.453,77
898,14 1.157,28 866,35 47.033,72
1.011,80 1.264,55 966,87 50.971,47
1.122,68 1.479,34 1.043,47 57.452,22
1.002,22 1.634,99 1.101,28 62.982,83
901,93 1.499,07 894,95 59.704,69
1.094,50 1.431,67 1.051,13 65.489,20
1.202,46 1.494,51 1.171,19 72.572,25
1.222,81 1.355,73 1.186,66 74.041,59
1.305,60 1.393,04 1.262,25 76.123,95
1.410,38 1.404,31 1.282,72 77.868,77
Fonte: Banco Central do Brasil para Brasil e Banco Mundial para demais países. Nota: em 2005, o Brasil era a 10a economia mundial e em 2013, a sétima economia mundial.
Exercício 1: a) O PIB brasileiro representou quantos porcentos do PIB dos EUA em 2014? b) O PIB brasileiro representou quantos porcentos do PIB chinês em 2014?
Exercício 1 a) O PIB brasileiro representou quantos porcentos do PIB dos EUA em 2014? • b) O PIB brasileiro representou quantos porcentos do PIB chinês em 2014? • Sabe-se que PIBEUA = US$ 17.419,0 bilhões, PIBChina = US$ 10.360,11 bilhões e PIBBrasil = US$ 2.345,0 bilhões •
Conteúdo 1) Conceito de PIB e sua maneira de ser mensurado 2) Evolução da economia brasileira de 1968 a 2014: os ciclos econômicos 3) Importância da agropecuária e do agronegócio na economia brasileira 4) Instrumentos de política macroeconômica 5) Inflação no Brasil
Determinantes do PIB Há várias óticas de considerar os determinantes do PIB, entre as quais se destaca a ótica do dispêndio. Ela mensura o produto pelos componentes que o absorve (pelos bens e serviços demandados). PIBPM + M = C + Ir + G + X Oferta Global
Absorção
PIBPM = C + Ir + G + X
M
DAR = Demanda Agregada Realizada
Observe que Ir , G , X e/ou M PIB
Definições •
•
•
•
•
•
•
PIBPM = PIB a preços de mercado C = consumo do setor privado Ir = investimento do setor privado G = gastos do governo X = exportações de bens e serviços M = importações de bens e serviços T = arrecadação tributária.
Políticas macroeconômicas e PIB • • •
• • •
Lembre-se que: PIBPM = C + Ir + G + X M Podem ocorrer conflitos entre políticas macroeconômicas e o desejo de crescimento do PIB. Políticas monetária e cambial visando o controle da inflação implicam aumento da taxa de juros e queda da taxa de câmbio. Com isso: Ir , X e/ou M PIB Política fiscal de controle do déficit público implica: G e T ( C ) PIB Além do conceito de PIBPM há o PIB per capita (= PIBPM dividido pela população residente). É possível que o PIBPM cresça e o PIB per capita pode crescer, ficar constante ou diminuir.
EVOLUÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA de 1968 a 2014: os ciclos •
Classificando:
•
Crescimento Econômico é a situação na qual PIB (total) e PIB per capita estão crescendo.
•
Desaceleração Econômica é a situação na qual PIB (total) e PIB per capita crescem a taxas decrescentes.
•
Estagnação Econômica é quando o PIB per capita está constante.
•
Recessão Econômica é a situação na qual o PIB (total) e o PIB per capita diminuem.
1.3) EVOLUÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA de 1968 a 2014: os ciclos Evolução do PIB 6000
30.000
1
5000
25.000
m
e
4000
20.000
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2000
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15.000
0
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4 7 9 1
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8 7 9 1
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2 8 9 1
4 8 9 1
6 8 9 1
8 8 9 1
0 9 9 1
2 9 9 1
Ano
Fonte: IBGE
4 9 9 1
6 9 9 1
8 9 9 1
0 0 0 2
2 0 0 2
4 0 0 2
6 0 0 2
8 0 0 2
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2 1 0 2
4 1 0 2
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1.3) EVOLUÇÃO DA ECONOMIA BRASILEIRA de 1968 a 2014: os ciclos Evolução do PIB s e õ 4 hl 1 i
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6 0 0 2
8 0 0 2
0 1 0 2
2 1 0 2
4 1 0 2
Ano
PIBpm (R$ milhões de 2014)
Fonte: IBGE
PIB per capita (R$ de 2014)
Após a recessão de 2009, houve forte crescimento econômico em 2010, seguido de desaceleração de 2011 a 2014. E 2015?
O PIB do Brasil em 2015 As estimativas do FMI (divulgadas em começo de outubro deste ano) indicam que o PIB do Brasil reduzirá de 3,0% em 2015 e caíra 1% em 2016. • As estimativas do FMI para o crescimento do PIB dos demais BRICS para 2015 são: Rússia (-3,8%), China (6,8%), Índia (7,3%) e África do Sul (1,4%). • Veja notícia no site: http://www.valor.com.br/brasil/4257942/pib-do brasil-deve-recuar-3-em-2015-e-1-em-2016-prevefmi •
Conteúdo 1) Conceito de PIB e sua maneira de ser mensurado 2) Evolução da economia brasileira de 1968 a 2014: os ciclos econômicos 3) Importância da agropecuária e do agronegócio na economia brasileira 4) Instrumentos de política macroeconômica 5) Inflação no Brasil
Definição de agropecuária • Agropecuária é o grupo de atividades que usam a
terra como fator de produção seja para o plantio de culturas, para a criação de animais, o plantio de florestas, a aquicultura, por exemplo. • Agricultura passa a ser um sub-setor da agropecuária, e a Pecuária é outro sub-setor da agropecuária. • Por que é importante distinguir agricultura de pecuária? • Ambas podem ter desempenhos diferentes e sofrerem impactos distintos das políticas econômicas.
Definição de agronegócio O termo agronegócio é a tradução do termo agribusiness e se refere ao conjunto de atividades realizadas pela agropecuária e pelas atividades que lhe fornecem insumos ou industrializam ou distribuem os produtos agropecuários e agroindustriais. • O agronegócio é uma agregação de atividades, divididas em, no mínimo, quatro segmentos. •
Esquema do Agronegócio Segmento I
Segmento II
Ofertantes de insumos para a agropecuária
Agro pecuária
Segmento III Agroindústri as
Segmento IV Distri buição
Há autores que chamam o segmento I de “indústria para a agricultura” (ou atividades antes da porteira) e o segmento III de “indústria da agricultura”. Mas observe que o Segmento I
pode englobar atividades de serviços, e agricultura é distinta de agropecuária. Outra distinção importante é entre CAI (complexo agroindustrial, colocado acima) e SAG (sistema agroindustrial).
3.1 - Análise da Participação da agropecuária e do agronegócio na Constituição do PIBCF • O Sistema de Contas Nacionais do
Brasil nos fornece o produto a custo de fatores de cada setor da economia brasileira, os quais são: agropecuária, indústria e serviços.
3.1.1 - Tendência de participação da agropecuária no PIB A tendência histórica da participação da agropecuária no PIB em qualquer país é de diminuir, pois a demanda de alimentos é inelástica a variação na renda. • Isto ocorreu no Brasil de 1948 a 1997. • No entanto, de 1997 a 2003, essa participação aumentou devido a quatro fatores: melhora nos preços recebidos versus preços pagos pela agropecuária, melhora na relação preços agrícolas versus preços industriais, aumento da produtividade e aumento das exportações. •
Gráfico 2 - participação dos setores na composição do PIB brasileiro - 1947 a 2014
80,0 70,0 60,0 m e g a t n e c r e p
50,0
AGROPECUÁRIA
INDÚSTRIA
40,0
SERVIÇOS
30,0 20,0 10,0 0,0
7 9 1 3 5 7 9 1 3 5 7 9 1 3 5 7 9 1 3 5 7 9 1 3 6 8 0 2 4 6 8 0 2 4 4 4 5 5 5 5 5 6 6 6 6 6 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 9 9 9 9 0 0 0 0 0 1 1 1 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2
anos Fonte: IBGE
Há uma tendência histórica de queda da participação da agropecuária no PIB pois a demanda de alimentos é inelástica a variações na renda. Mas essa queda não é homogênea. Veja a recuperação de 1997 a 2003 e a crise dos anos 2005 e 2006. A indústria perde importância a partir de 1987 devido à tercerização (que transfere renda da indústria para os serviços) e a partir de 2011 com a desindustrialização causada pelas importações
As participações da agropecuária e do setor serviços no PIB diminuíram no período de 1947 a 1986, enquanto a participação da indústria aumentava. De 1986 a 1997, as participações da indústria e da agropecuária caíram, enquanto aumentou a participação do setor serviços no PIB. De 1998 a 2003, a situação inversa ocorreu, ou seja, as participações da agropecuária e da indústria na composição do PIB aumentaram, enquanto caíram as participações do setor serviços. Nos anos de 2005 e 2006 houve forte queda da importância da agropecuária no PIB, com relativa estabilização desta participação entre 5,2% e 5,7% do PIBPM entre 2007 e 2014.
Exercício 2 •
Em 1997, as participações da agropecuária e da indústria no PIB foram, respectivamente, 5,3% e 25,4%. Em 2003, essas participações foram, respectivamente, 7,2% e 27,0%. Quais foram as taxas de crescimento das participações da agropecuária e da indústria no PIB no período de 1998 a 2003?
A crise de 2005 e 2006 e os anos seguintes Os anos de 2005 e 2006 presenciaram significativa redução do PIB da agropecuária em relação a 2004, devido à grande queda de preços de produtos agropecuários, atribuída em parte à valorização cambial. • A tabela a seguir apresenta as participações dos setores no PIB. •
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Agropecuária
6,7
5,5
5,1
5,2
5,4
5,3
4,9
5,1
5,3
5,6
5,6
Indústria
28,7
28,6
27,8
27,1
27,4
25,7
27,4
27,2
25,4
24,4
23,4
Serviços
64,6
65,9
67,1
67,7
67,2
69,1
67,8
67,7
69,4
70,0
71,0
Em 2004, o PIBPM a preços de 2014 da agropecuária foi de R$ 264,36 bilhões, passando a R$ 223,40 bilhões em 2005 (queda de 15,5%), R$ 218,21 bilhões em 2006 (nova queda de 2,3%), recuperando para R$ 233,55 bilhões em 2007, R$ 255,36 bilhões em 2008, R$ 247,81 bilhões em 2009, R$ 246,24 bilhões em 2010, R$ 270,21 bilhões em 2011, R$ 282,67 bilhões em 2012, R$ 310,35 bilhões em 2013 e R$ 306,95 bilhões em 2014.
PIB da agropecuária e de seus componentes
A produção vegetal (agricultura, silvicultura e exploração florestal) representou 67,7% do PIB da agropecuária em 2009 e a produção animal (pecuária e pesca) os outros 32,3%. Observe que a grande queda de renda da agropecuária em 2005 foi advinda da agricultura, a qual melhora em 2006, com a pecuária tendo piora.
Os setores econômicos são sujeitos, também, a ciclos específicos. Destacam-se a crise da agropecuária em 2005 e 2006 e o baixo crescimento industrial a partir de 2005, com queda nos três últimos anos. O setor serviços é o mais importante na composição do PIB brasileiro, mas seus componentes têm crescimentos distintos.
As mudanças na composição do setor serviços • É importante observar as mudanças que têm
ocorrido na composição do setor serviços. • Em períodos de inflação alta, o setor financeiro teve grande participação na composição do PIB brasileiro. Diminuindo essa participação quando a inflação diminuiu. • Outro segmento importante na composição do PIB do setor serviços é o de administrações públicas.
Gráfico 3 - participação do setor serviços e de seus componenntes no PIB - 1947 a 2014 80,0 70,0 60,0 M E G A T N E C R E P
50,0
SERVIÇOS
40,0
ADM. PUBLICAS
INST. FINAN.
OUTROS SERV
30,0 20,0 10,0 0,0 7 4 9 1
0 5 9 1
3 5 9 1
6 5 9 1
9 5 9 1
2 6 9 1
5 6 9 1
8 6 9 1
1 7 9 1
4 7 9 1
7 7 9 1
0 8 9 1
3 8 9 1
6 8 9 1
9 8 9 1
2 9 9 1
6 9 9 1
9 9 9 1
2 0 0 2
5 0 0 2
8 0 0 2
1 1 0 2
4 1 0 2
ANO
Participações das instituições financeiras no PIB: 7,8% em 1986, 25% em 1993, 6,8% em 2000 e 6,7% em 2014. Participações das administrações públicas no PIB: 8,0% em 1986, 11,1% em 1993, 15,5% em 2000 e 16,8% em 2014.
1.5.2 - Participação do agribusiness no PIB brasileiro
Denomina-se de agribusiness ou complexo agroindustrial (CAI) - termos normalmente usados como sinônimos - o conjunto de atividades realizadas pela agropecuária e pelos setores diretamente a ela vinculados. • Portanto, o complexo agroindustrial é o conjunto formado pela sucessão de atividades vinculadas à produção e à transformação de produtos agropecuários. •
Visão sistémica da economia •
O complexo agroindustrial (CAI) apresenta uma visão sistêmica da economia, evidenciando como certos segmentos fornecem insumos à agropecuária e outros segmentos procedem à transformação industrial e à distribuição dos produtos in natura ou transformados.
Esquema do Agronegócio Segmento I
Segmento II
Ofertantes de insumos para a agropecuária
Agro pecuária
Segmento III Agroindústri as
Segmento IV Distri buição
Dimensão do agronegócio Os dados das Contas Nacionais sobre a participação da agropecuária no PIB brasileiro só computam as atividades realizadas da “porteira para dentro”. Se for adotado o conceito de complexo agroindustrial, tem-se uma participação maior do agronegócio no PIB. Tabela: Participação da agropecuária e do agronegócio no PIB brasileiro 1959 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Agropecuária
17,2
6,4
7,2
6,7
5,5
5,1
5,2
5,4
5,3
4,9
5,1
5,3
5,6
5,6
Agronegócio
52,8
25,0
26,3
25,5
23,6
22,8
23,2
23,8
22,5
22,5
23,1
22,2
22,5
22,4
Fonte: IBGE e CEPEA
• A queda de importância do agronegócio no PIB em 2005 (em 1,9
p.p.) em relação a 2004 deveu-se, principalmente, à crise da agropecuária em 2005 (-1,2 p.p.).
Exercício 3 3.a) Calcule a relação (participação do PIB do agronegócio/participação do PIB da agropecuária) em 1959 e em 2014. • 3.b) O que essa relação indica? •
60,00 50,00 m 40,00 e g a t n 30,00 e c r e 20,00 P
10,00 0,00
Fonte:
9 0 5 0 5 0 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 7 7 8 8 9 9 9 9 9 9 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Montoya e Guilhoto (1999), Furtuoso e Guilhoto (2001) e CEPEA.
Ano
A tendência geral é do agronegócio perder importância no PIB da economia brasileira, mas com flutuações de um ano a outro. O agronegócio passou de 52,8% do PIB brasileiro em 1959 para 22,4% em 2014. Por que o agronegócio aumentou de importância no PIB brasileiro de 2000 a 2003?
Dimensão do agronegócio na economia Por que há uma tendência à redução do agronegócio na economia brasileira até a década de 1990? • A demanda de alimentos é inelástica a variações da renda. • Como se mensura o agronegócio? • Qual é a dimensão do agronegócio em outros países? •
Importância do agronegócio no PIB de alguns países – 1997 País Argentina Brasil Chile Colômbia Costa Rica México Holanda EUA Fonte: dados apresentados por Guilhoto (1999)
% 32,20 28,07 32,10 32,10 32,50 24,50 8,70 8,10
Dimensão do agribusiness nas regiões do Brasil O agronegócio pode ter: Importância diferente nas distintas regiões do Brasil, A importância do agronegócio em uma mesma região ao longo do tempo pode aumentar, diminuir ou ficar estável, Os componentes do agronegócio podem ter diferentes composições entre as regiões, A participação do agronegócio entre os estados de uma mesma região em um mesmo ano pode ser muito diferente. •
Participação do agronegócio no PIB das regiões e do Brasil – 1995 e 2004 (valores em %) Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil
1995 26,2 28,3 38,1 23,2 52,5 30,4
2004 33 29 45 21 49 30
Fonte: Parré (2000, p. 99) e Guilhoto et al. (2007, p. 40) Observação: os dados deste slide e dos próximos sobre o agronegócio consideram a série anterior de PIB do IBGE e, portanto, superdimensionam a importância do agronegócio no PIB em relação à série atual. Por exemplo, pela série atual a importância do agronegócio no PIB do Brasil foi de 25,7% em 2004.
Importância dos segmentos do agronegócio por região Tabela 3 - Participação do agronegócio no PIB regional e sua distribuição segundo os segmentos – Brasil – 1995 Participações dos segmentos no PIB do agribusiness Região
Segmento I
Segmento II
Segmento III
Segmento IV
Participação do agribusiness no PIB
Norte
14,3
40,1
19,0
26,5
26,2
Nordeste
12,1
37,5
14,5
35,8
28,3
Centro-Oeste
28,3
39,4
7,2
25,0
38,1
Sudeste
15,3
23,3
19,7
41,7
23,2
Sul
20,1
29,6
19,9
30,4
52,5
Brasil
17,6
29,5
17,7
35,1
30,4
Fonte: Parré (2000, p. 99).
Observação: a última coluna não é a soma da linha. A última coluna é a importância do agronegócio no PIB de cada região e os dados das colunas 2 a 5 são a importância de cada segmento no valor da última coluna.
Importância do agronegócio em nível de Estado – ano de 2004 (é a percentagem do agronegócio no PIB do Estado) (33%): AC (25,15%), AP (15,37%), AM (22,35%), PA (44,93%), RO (43,43%), RR (19,50%) e TO (36,25%). • Região Nor deste (29%): AL (34,37%), BA (31,87%), CE (25,45%), MA (32,42%), PB (40,04%), PE (23,55%), PI (29,14%), RN (29,26%) e SE (20,42%). • Região Sudeste (21%): ES (29,06%), MG (24,59%), RJ (7,35%) e SP (25,59%). • Regi ão Sul (49%): PR (44,82%), SC (54,46%) e RS (49,22%). • Região Centro-Oeste (45%): DF (3,83%), MT (67,13%), MS (78,56%) e GO (58,04%) • Região Norte
Fonte: Guilhoto et al. (2007, p. 88 a 171)
Exercício 4 •
Considerando as informações para a importância do agronegócio nos PIB dos estados brasileiros em 2004, qual era o estado que apresentava a maior importância do agronegócio na economia estadual? Em que estado o agronegócio era menos importante na economia estadual em 2004?
Importância das regiões no PIB total e no PIB do agronegócio brasileiro (valores em %) região
Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil
Importância da região no PIB do agronegócio do Brasil 5,9 13,7 11,4 39,2 29,8 100
Fonte: Guilhoto et al. (2007, p. 39).
Importância da região no PIB total do Brasil 5,3 14,1 7,5 54,9 18,2 100
Outros indicadores de importância do agronegócio ou da agropecuária na economia brasileira Até agora foi dada atenção apenas ao PIB como indicador da importância de um setor (agropecuária ou agronegócio) na economia. • No entanto, outros indicadores também podem ser considerados, como por exemplo: número de empregados, importância na geração das exportações ou do saldo comercial, número de empresas. •
Esses outros indicadores dão à agropecuária ou ao agronegócio uma importância muitas vezes maior do que se apenas considerar a parcela do PIB que esses setores geram. • Por exemplo, os trabalhadores da agropecuária representaram 28,3% das pessoas ocupadas no Brasil em 1992, 24,2% em 1999, 20,6% em 2001, 19% em 2003, 16,8% em 2008 e 13,6% em 2013. • Apesar de estar ocupando menos pessoas (devido a sua modernização), a agropecuária tem maior importância na geração de emprego (13,6% em 2013) do que de PIB (5,6% em 2013). •
Importância da agropecuária: 18,4 milhões de pessoas ocupadas em 1992 (28,3% do total) e 12,8 milhões empregadas em 2013 (13,6%).
Os segmentos II e III do agronegócio têm mantido, desde 2008, uma importância entre 30% e 40% no total exportado pelo Brasil, tendo balança comercial positiva e crescente.
Participação dos produtos agropecuários e agroindústriais nas exportações brasileiras 100,0 90,0 % 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 1 6 9 1
4 7 0 3 6 9 2 5 8 1 6 6 7 7 7 7 8 8 8 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
4 7 0 3 9 9 0 0 9 9 0 0 1 1 2 2
6 0 0 2
9 0 0 2
2 1 0 2
Ano
Apesar da queda de importância dos produtos agropecuários e agroindústriais no total exportado pelo Brasil de 1961 (quando foi de 87% do total exportado pelo Brasil) até 1986 (quando esse percentual foi de 38,4%), nos últimos dez anos essa percentagem varia entre 30% e 40%. Chegou a ser 38,4% em 2009, mesmo percentual de 1986 Em 2012 ele foi de 36 1%
Gráfico 7.2 Evolução das exportações e importações de produtos da agropecuária e da agroindústria- 1961 a 2012 95.000 90.000 85.000 80.000 75.000 70.000 $ S 65.000 U 60.000 e 55.000 d 50.000 s 45.000 e õ 40.000 h l 35.000 i M 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0
1 3 5 7 9 1 3 5 7 9 1 3 5 7 9 1 3 5 7 9 1 3 5 7 9 1 6 6 6 6 6 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 9 9 9 9 9 0 0 0 0 0 1 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2
Ano Fonte: FAO
e IPEA.
exportação importação
As exportações dos produtos agropecuários e agroindustriais (dos segmentos II e III do agronegócio brasileiro) sempre ultrapassam as importações. Em 2000, essas exportações totalizaram US$ 16 bilhões e as importações, US$ 5,2 bilhões. Em 2012, essas exportações foram de US$ 87,6 bilhões e as importações de US$ 12,2 bilhões.
Gráfico 7.3 Evolução da balança comercial brasileira - 1961 a 2012
100000 80000 60000
$ S U 40000 e d 20000 s e õ 0 h l i 1 6 M 9
-20000
1
4 6 9 1
7 6 9 1
0 7 9 1
3 7 9 1
6 7 9 1
9 7 9 1
2 8 9 1
5 8 9 1
8 8 9 1
1 9 9 1
4 9 9 1
7 9 9 1
0 0 0 2
3 0 0 2
6 0 0 2
9 0 0 2
-40000 -60000 Ano agropecuária+agroindústria não-agrícola
Fontes: FAO
e Ipea.
total
Balança comercial = exportações importações A balança comercial dos segmentos II e III do agronegócio brasileiro é sempre superavitária. Em 2012, o saldo dessa balança foi de US$ 76,5 bilhões, contra o déficit de US$ 46,7 bilhões dos produtos não agropecuários e não agroindustriais.
Conteúdo 1) Conceito de PIB e sua maneira de ser mensurado 2) Evolução da economia brasileira de 1968 a 2014: os ciclos econômicos 3) Importância da agropecuária e do agronegócio na economia brasileira 4) Instrumentos de política macroeconômica 5) Inflação no Brasil
4 – Políticas macroeconômicas • • • • • •
As principais políticas macroeconômicas são: Política fiscal Política monetária Política cambial Política de rendas Política comercial
4.1 - A Política Fiscal •
•
A política fiscal se refere às decisões sobre tributação e gastos por cada uma das esferas de poder público (o Governo Federal, os Governos Estaduais e os Governos Municipais). Há três tipos de tributos: taxa, contribuição e impostos.
Taxa • “Taxa é a denominação que se dá ao tributo
que tem como fato gerador o exercício, pelo governo, do poder de polícia e de fiscalização, ou o custeio de determinado serviço público posto à disposição da comunidade de modo geral”. • Exemplos: taxa de coleta de lixo, taxa de licenciamento de veículos.
Contribuição é uma denominação aplicada aos tributos destinados a custear serviços públicos recebidos diretamente pelo contribuinte”, seja no passado ou no futuro. • Há dois tipos de contribuições: as contribuições sociais e as contribuições de melhorias. • Contribuições sociais: pagamentos ao INSS. • Contribuições de melhoria: ressarcimento ao setor público por melhorias de infraestrutura econômica. • “Contribuição
Impostos é a denominação que se dá ao tributo que tem como fato gerador um fenômeno econômico independente de qualquer atividade estatal”. • Há dois tipos de impostos: os impostos diretos os impostos indiretos • “Imposto
Os impostos diretos são aqueles que incidem sobre a renda ou sobre o patrimônio dos indivíduos ou firmas. São exemplos de impostos diretos: o Imposto de Renda Sobre Pessoa Física (IRPF) e Sobre Pessoa Jurídica (IRPJ), o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). •
•
Os impostos indiretos são aqueles cobrados nas transações econômicas e que são repassados aos preços dos bens e serviços. Exemplos de impostos indiretos são: sobre a Circulação de Imposto Mercadorias e sobre Serviços de Transportes e Comunicações (ICMS), e sobre Produtos Imposto Industrializados (IPI). •
•
Carga Tributária Bruta Produto Interno Bruto (PIB) é a renda gerada na economia sob as formas de salários, lucros, juros e aluguéis ao longo de um período, por exemplo, um ano. • Carga Tributária Bruta é a relação tributos/PIB. • CTB é crescente no Brasil. Na tabela a seguir os valores estão em percentagens. •
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
29,46
30,67
32,36
32,16
33,19
33,75
33,94
33,97
34,00
32,93
33,19
34,11
33,88
35,04
35,42
Fonte: IBPT para dados de 2000 a 2014 (exceto o dado de 2011 que é oriundo do MF). Nota: as percentagens desta tabela não incluem os royalties. Esses valores de CTB consideram a nova série do PIB.
Exercício 5 •
Quantos pontos percentuais aumentou a carga tributária bruta no Brasil entre 2000 e 2014? Qual foi a taxa de crescimento percentual da carga tributária bruta?
4.2 - A Política Monetária •
•
A política monetária diz respeito ao controle do governo sobre a oferta de moeda. Através disso, o Governo Federal influencia a determinação da taxa de juros. A política monetária é de uso exclusivo do governo federal e é executada pelo Banco Central do Brasil.
A taxa de juros •
•
•
A taxa de juros é o valor (preço) do aluguel do dinheiro. Esse preço é fixado como uma percentagem do valor emprestado. A taxa de juros é fixada no mercado através do cruzamento das curvas de oferta e demanda de moeda.
Influência do Banco Central •
•
O BACEN não fixa a taxa de juros. Quem fixa a taxa de juros é o mercado. O BACEN tem a capacidade de alterar a curva de oferta de moeda. Assim atuando, o BACEN conduz o mercado a aumentar ou diminuir a taxa de juros.
Os intermediários financeiros •
•
•
Os bancos comerciais são intermediários no repasse de recursos entre os agentes econômicos. Eles tomam recursos dos agentes com orçamentos superavitários e os repassa aos agentes com orçamentos deficitários. Os bancos cobram um spread entre a taxa de juros de captação e a taxa de juros de empréstimo.
Taxas de empréstimo e de captação •
Taxa de juros de empréstimo = [(1 + taxa de juros de captação)(1 + spread)] 1 Com taxas em valores decimais. Exemplo. A taxa de juros apresentada dois slides atrás é a média vigente para toda a economia (média entre taxas de empréstimos e captação). Existem várias taxas de empréstimos e de captação, diferentes para pessoas físicas e jurídicas. –
•
•
•
•
Taxa de juros nominal e real •
•
•
A equivalência entre taxas de juros real e nominal e a taxa de inflação obtém-se através da seguinte equação: (1+r*)(1+) = (1+r) onde: r* é a taxa de juros real em valores decimais, é a taxa de inflação em valores decimais e r é a taxa de juros nominal em valores decimais.
Taxa de juros nominal e real
Taxa de juros nominal e real •
Considere o seguinte exemplo: r = 45% = 0,45 e = 100% = 1. Nesse caso, a taxa de juros real é:
•
•
Uma taxa de juros real negativa significa um subsídio ao tomador de empréstimo, sendo que ocorre uma transferência de renda do agente que concede o crédito ao tomador de crédito. No exemplo acima, observe que o tomador de empréstimo deveria devolver, no mínimo, R$ 2,00 para cada R$ 1,00 tomado de empréstimo (considerando correção monetária de 100% devido a inflação).
•
•
•
Porém, o tomador de empréstimo devolveu apenas R$ 1,45. Assim, dos R$ 2,00, apenas R$ 1,45 foi devolvido, havendo a transferência de R$ 0,55. Portanto, dos R$ 2,00, R$ 0,55 foi transferido do emprestador para o tomador de crédito. Isto dá subsídio de 0,55/2 igual a 27,5%.
Evolução das taxas de juros no Brasil •
•
•
Desde 1995, com a queda das taxas de inflação, a tendência tem sido de redução das taxas de juros nominais (gráfico a seguir). No entanto, as taxas de juros reais ainda se mantêm positivas. O valor da taxa de juros real depende muito do índice de inflação considerado no cálculo.
Evolução das taxas de juros nominal e real efetiva – taxa Selic – janeiro de 1995 a dezembro de 2014 1o. Gov. FHC
2o. Gov. FHC
1o. Gov. Lula
2o. Gov. Lula
1o. Gov. Dilma
5 4 3 2 m e g a t n e c r e P
1 0 -1 -2
1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 7 1 1 7 1 7 1 7 . 7 . 1 . 7 . 1 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 3 0 0 0 0 0 0 7 0 0 . 0 . 9 9 0 0 0 . 0 . 0 . 0 . 0 . 0 . 0 . 0 . 5 5 6 6 7 7 8 8 9 9 0 0 1 1 2 2 0 0 4 4 5 5 6 6 0 7 8 8 0 0 1 1 1 1 2 2 3 3 4 4 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 0 0 0 0 0 0 2 2 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 2 2 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
-3 -4 -5
Mês
taxa de juros real-IGP taxa de juros nominal
taxa de juros real-FIPE
Taxas de juros deflacionadas pelo IGP-DI: 1o mandato FHC: 1,01% a.m; 2o mandato FHC: 0,25% a.m.; 1 o mandato Lula: 0,92% a.m.; 2 o mandato Lula: 0,34% a.m; 1 o mandato de Dilma: 0,33% a.m. Usando IPC-FIPE as taxas, foram, respectivamente, 1,32%, 0,91%, 0,97%, 0,45% e 0,37% a.m.. Claramente, as taxas de juros reais foram menores no 2o governo Lula e no 1o governo Dilma, mas ainda positiva e altas
Taxa de juros real básica projetada (% a.a.) País
Brasil Turquia África do Sul Hungria México Austrália Israel Inglaterra Polônia China
Taxa ao ano em 20/04/05 12,9 7,3 5,2 5,1 4,6 3,7 3,1 3,0 2,8 2,4
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/04/2005
País
China Hungria Brasil Argentina Turquia Portugal Tailândia Taiwan Espanha
França
Taxa ao ano em 29/04/09 6,6 6,4 5,8 4,3 1,7 1,7 1,5 1,4 1,4
0,9
Fonte: Folha de São Paulo, 30/04/2009
País
Rússia Brasil
Taxa ao ano em 22/01/15 6,4 5,4
Índia
3,4
China Hungria Colômbia Indonésia Taiwan Polônia
3,2 1,8 1,6 1,2 1,1 1,0
Turquia
0,6
Fonte: Estado de São Paulo, 22/01/2015
4 – Políticas macroeconômicas • • • • • •
As principais políticas macroeconômicas são: Política fiscal Política monetária Política cambial Política de rendas Política comercial
4.3 - A Política Cambial •
•
A política cambial refere-se à determinação da taxa de câmbio. A política cambial, de modo semelhante à política monetária, é de uso exclusivo do governo federal e é executada pelo Banco Central do Brasil.
Conceito de taxa de câmbio •
•
O co conc ncei eito to de ta taxa xa de câ câmb mbio io ut utililiz izad ado o na economia brasileira é o conceito britânico de taxa de câmbio () e se refere à quantidade de unidades monetárias brasileiras (isto é, a quantidade de reais) trocadas por cada unidade de moeda estrangeira. Assim, dizia-se que no Brasil se trocavam R$ 1,69 por cada unidade de dólar em dezembro de 2010.
Desvalorização e Valorização do real: Situação inicial (maio de 2015): R$ 3,06 3,06 = US$ 1.00 1.00
•
•
•
Desvalorização do real: R$ 3,37 = US$ 1.00 () •
•
Valorização do real: R$ 2,75 = US$ 1.00 () •
Exercício 6 Em fevereiro de 2003, a taxa de câmbio era R$ 3,50 por US$ 1.00. Em dezembro de 2010 a taxa de câmbio foi de R$ 1,69 por US$ 1.00. Qual foi a taxa de valo va lori riza zaçã çãoo ca cam mbi bial al ne ness ssee pe perí ríod odo? o? • Quem perdeu e quem ganhou com essa valorização cambial? •
Efeitos esperados da variação cambial Efeitos esperados: Desvalorização cambial:
Valorização cambial:
QX x QM m QX x QM m
Seja:
PER$ = o preço bruto em reais recebido pelo exportador brasileiro. PEUS$ = o preço bruto em dólar recebido pelo exportador brasileiro. PMR$ = o preço em reais pago pelo importador brasileiro. PMUS$ = o preço em dólar pago pelo importador brasileiro. = taxa de câmbio (quantidade de reais trocados por cada unidade de dólar).
Temos: PE R$ = PEUS$ e PM R$ = PMUS$ Se PEUS$ e PMUS$ são constantes, tem-se: PER$ Qx x PMR$ Qm
Outras variáveis afetando X e M Sempre que houver desvalorização cambial haverá X e M? • Outras variáveis afetam o desempenho das exportações e importações, tais como: 1) Preços em dólar dos produtos 2) Busca de novos mercados 3) Contratos de exportação e importação. •
Regime cambial atual •
A partir de 13 de janeiro de 1999, o Banco Central adota o sistema de taxa de câmbio com flutuação suja, o dirty floating Exchange rate, no qual o mercado determina a taxa de câmbio e o Banco Central entra no mercado comprando ou vendendo dólar, mas sem prédeterminar as regras de sua atuação.
Taxa de câmbio com flutuação suja •
O Mercado fixa a taxa de câmbio, com o BACEN atuando quando julgar necessário.
•
O BACEN só atua aumentando a demanda ou a oferta de divisas.
0
E
QUS$0
Oferta de divisas (exportadores e BACEN)
Demanda de divisas (importadores e BACEN) Quantidade de divisas
Que fatores afetam a taxa de câmbio?
Fatores determinantes da taxa de câmbio 1) Liquidez internacional e grau de confiança no Brasil. Maior liquidez e maior confiança há mais entrada de dólar no Brasil 2) Diferença entre a taxa de juros real no Brasil e no exterior. Maior diferença há entrada de mais dólar no Brasil 3) Atuação do BACEN. BACEN compra dólar . BACEN vende dólar 4) O comportamento dos preços de ativos especulativos, como ações. Valor das ações aumenta, os investidores vendem dólar e/ou diminuem a compra de dólar . Valor das ações diminui, investidores compram dólar e/ou diminuem a venda de dólar 5) O comportamento previsto para as contas do balanço de pagamentos. Se essas contas tendem a melhorar, os investidores vendem dólar e/ou diminuem a compra de dólar . Se as contas do balanço de pagamento tendem a piorar, os investidores compram dólar e/ou diminuem a venda de dólar . Os investidores afetam, nesse caso, a taxa de câmbio através de operações futuras com dólar. O comportamento e a tendência da taxa de câmbio pode variar de um dia a outro, e ao longo do dia de acordo como as forças acima
Efeitos da taxa de juros sobre a taxa de câmbio – período de janeiro de 2003 a julho de 2008 (antes da crise financeira) 3,50
1,59
OUS$ E
O’US$
F D’US$
DUS$
QUS$ Quantidade de divisas
De janeiro de 2003 até julho de 2008, o investidor estrangeiro, motivado (1) pela alta taxa de juros interna, (2) pela confiança na economia brasileira e (3) pela alta liquidez internacional, trouxe dólares para investir no Brasil. Houve o deslocamento da curva de oferta de divisas para direita. A curva de demanda deslocou-se para a esquerda pelo fato do investidor nacional fugir do dólar.
Evolução da taxa de câmbio nominal no Brasil – julho de 1994 a maio de 2015
Flutuação suja
R$ 3,81/US$ 1,00 em outubro de 2002, R$ 2,15 em dezembro de 2006, R$ 1,59 em julho de 2008 e R$ 1,80 em setembro de 2008. Mas, devido à crise financeira, a taxa de câmbio saltou para R$ 2,39 em dezembro de 2008 e R$ 2,31 em março de 2009. Mas caiu a partir de março de 2009, ficando em R$ 1,69 em dezembro de 2010 e R$ 1,56 em junho de 2011. Volta a subir em 2012, estando no patamar de R$ 2,00 por dólar.
Efeitos da crise financeira sobre a taxa de câmbio (agosto de 2008 a fevereiro de 2009) O’’US$ 2,39
O’US$
G F
1,59
D’US$
QUS$
D’’US$
Quantidade de divisas
De agosto de 2008 a fevereiro de 2009, devido à crise financeira, o investidor estrangeiro vendeu suas carteiras de títulos no Brasil, comprou dólar no mercado doméstico e o enviou ao exterior (deslocamento da curva de demanda de dólar para a direita). De outro lado, diminuíram a concessão de novos empréstimos aos exportadores brasileiros (a curva de oferta de dólar se deslocou para a esquerda). Consequentemente, a taxa de câmbio aumentou.
Efeitos dos leilões de venda de câmbio do BACEN 2,39
O’’US$
G
O’’’US$
H 2,15
DUS$ QUS$ Quantidade de divisas
Quando a taxa de câmbio encontra-se em patamar alto, o BACEN pode fazer leilões de venda de dólar, deslocando a curva de oferta de dólares para a direita e, consequentemente, reduzindo a taxa de câmbio.
O pós-crise financeira – desde março de 2009 2,39
1,69
OUS$ E
O’US$
F D’US$
QUS$
DUS$ Quantidade de divisas
Desde março de 2009, o investidor estrangeiro, novamente, motivado (1) pela grande diferença entre as taxas de juros interna e externa, (2) pela confiança na economia brasileira e (3) pela falta de outras aplicações rentáveis no mundo, trouxe dólares para investir no Brasil. Houve o deslocamento da curva de oferta de divisas para direita. A curva de demanda deslocou-se para a esquerda pelo
Pós-crise financeira
Taxa de câmbio real versus dólar: R$ 1,56 em 01/08/2008, R$ 1,64 em 01/09/2008, R$ 2,42 em 03/03/2009 , R$ 1,56 em 07/07/2011, R$ 1,76 em 06/03/2012, R$ 2,09 em 17/12/2012, R$ 2,86 em 11/02/2015 e R$ 3,38 em 28/07/2015. Não é possível prever, com precisão, a taxa de câmbio devido a serem muito mutantes os fatores que a pressiona (ver seis slides para trás).
O pós-crise financeira – de março de 2009 a julho de 2011 2,39
1,59
OUS$ E
O’US$
F D’US$
QUS$
DUS$ Quantidade de divisas
Desde março de 2009, o investidor estrangeiro, novamente, motivado (1) pela grande diferença entre as taxas de juros interna e externa, (2) pela confiança na economia brasileira e (3) pela falta de outras aplicações rentáveis no mundo, trouxe dólares para investir no Brasil. Houve o deslocamento da curva de oferta de divisas para direita. A curva de demanda deslocou-se para a esquerda pelo
Efeitos da dívida europeia, do quadro político nacional e do FED (julho de 2011 a julho de 2015) O’’US$ 2,86
O’US$
G F
1,59
D’US$
QUS$
D’’US$
Quantidade de divisas
De julho de 2011 a julho de 2015, devido ao quadro político nacional, crise da dívida na Europa e ameaça de aumento da taxa de juros nos EUA, o investidor estrangeiro tem vendido suas carteiras de títulos no Brasil, comprando dólar no mercado doméstico e o enviando ao exterior (deslocamento da curva de demanda de dólar para a direita). De outro lado, diminuíram a entrada de capitais (investimento em carteira) no Brasil. Consequentemente, a taxa de câmbio aumentou.
Consequências da alta volatilidade da taxa de câmbio na economia brasileira •
A alta volatilidade da taxa de câmbio dificulta a negociação de produtos cotados em dólar.
Exercício 7: Suponha que um comprador (fábrica de papel) tenha adquirido uma tonelada de celulose a US$ 810 em 13/10/2015 pagando R$ 3,825 por dólar. Em 21/10/2015, a mesma tonelada de celulose foi adquirida a US$ 810, mas a taxa de câmbio foi de R$ 3,9386 por dólar. 7.1) Quanto se pagou em reais em cada um desses dias pela mesma tonelada de celulose? 7.2) Qual foi a diferença em reais paga nesse período de 6 dias úteis? •
Lógica das políticas macroeconômicas de 1995 a 2006 Meta: controle da inflação
Aumenta os gastos do governo com juros
Política monetária contracionista Aumenta a taxa de juros
Aumenta a arrecadação tributária (T C)
Controla a inflação Há entrada de dólar no Brasil para especulação
Taxa de câmbio se valoriza
4 – Políticas macroeconômicas • • • • • •
As principais políticas macroeconômicas são: Política fiscal Política monetária Política cambial Política de rendas Política comercial
3.4 Política de Rendas •
A política de rendas constitui-se em uma série de regulamentações que restringem o uso dos fatores de produção e/ou determina valores mínimos ou máximos para pagamento pelo uso desses fatores ou por produtos elaborados em uma economia.
Exemplos de políticas de renda São exemplos de políticas de renda: legislação trabalhista, definindo regras de uso da força de trabalho e sua remuneração; Políticas ambientais: baseiam-se em normas que restringem o uso de fatores de produção ou o modo de combiná-los, de forma a minimizar os impactos negativos dos processos de produção e de seus produtos sobre o meio ambiente. política de zoneamento de uso da terra, definindo que porção do espaço físico pode ser utilizada e como; e, políticas de correções de preços (como planos de congelamento de preços). •
Legislação trabalhista •
•
A legislação trabalhista estabelece limites máximos para a jornada de trabalho (44 horas por semana), salário mínimo para o trabalhador e encargos sobre o salário a serem pagos pelo empregador. O salário mínimo é fixado em lei. Foi proposto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1942, mas seu valor real varia ao longo do tempo.
Encargos trabalhistas •
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Fundo de Garantia por Tempo de Serviço PIS sobre a folha de pagamento Pagamento ao Instituto Nacional de Seguro Social Férias e 1/3 de abono de férias por ano. 13o salário. RAT, Sistema S, salário educação e INCRA. Correspondem a acréscimos entre 47,44% e 59,14% em relação ao salário pago. Para cada R$ 100 de salário, o empregador tem folha de pagamento de R$ 147,44 ou R$ 159,14
Encargos trabalhistas na demissão •
•
Há encargos trabalhistas também na demissão de um trabalhador. Paga-se: aviso prévio, multa do saldo do FGTS, férias e 13o salário a vencer e os encargos legais sobre as férias e 13 o salário a vencer.
Exercício 8 Suponha que uma empresa precise de serviços de portaria e limpeza e se depara com duas situações: contratar funcionários próprios ou terceirizar os serviços. Os salários para esses profissionais totalizam R$ 1.000,00 por mês. No mercado, existem empresas de terceirização oferecendo esses serviços por preços entre R$ 1.300,00 e R$ 1.500,00 por mês. Qual é a melhor opção para a empresa?
Política Ambiental Código Florestal
Lei do Gerenciamento Costeiro
Lei da Fauna Silvestre
Lei da Exploração Mineral
Lei da Política Nacional do Meio Ambiente
Lei de Recursos Hídricos
Política de Zoneamento do uso da terra •
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•
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O Governo Federal, ao definir o uso da vegetação nativa em um imóvel rural, define o uso da terra. Há três áreas definidas em lei: 1) áreas de preservação permanente (a serem preservadas) 2) reserva legal (pode ser explorada, mas não pode ser destruída) 3) áreas livres para uso
Políticas de congelamento de preços e salários Cinco planos que congelaram, por lei, preços, salários e câmbio. Eles tiveram resultados e duração distintos. Eles foram: • Plano Cruzado (fevereiro de 1986) • Plano Bresser (junho de 1987) • Plano Verão (janeiro de 1989) • Plano Collor I (março de 1990) • Plano Collor II (fevereiro de 1991) •
Tipos de instrumentos macroeconômicos Os instrumentos de política econômica genéricos que nos interessam são: a política fiscal, a política monetária, a política cambial, a política de rendas, e política comercial •
3.5 - Política Comercial •
•
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Política comercial é um conjunto de medidas e estratégias, públicas ou privadas, que afetam as transações comerciais de um país e que alteram o processo de integração econômica do país com o resto do mundo. Os instrumentos públicos de política comercial são combinações das políticas fiscal, monetária, cambial e de rendas. Há que se destacar que alguns instrumentos da Política Comercial são operados pela iniciativa privada.
Política Comercial Um dos objetivos da Política Comercial é melhorar o saldo da Balança Comercial (que é a diferença entre as exportações e as importações de mercadorias). Os instrumentos de Política Comercial podem se divididos em: 1) instrumentos de estímulo às exportações; 2) instrumentos de restrições às importações. •
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Instrumentos de estímulo às exportações Os principais instrumentos de estímulos às exportações são: 1) subsídios às exportações; 2) acordos bilaterais de comércio; 3) área de intercâmbio comercial; 4) atividades de promoção comercial: feiras, exposições, câmaras comerciais e viagens de negócios. •
Subsídios às exportações •
•
•
São pagamentos diretos ou indiretos feitos pelo governo para encorajar as exportações. Podem ser feitos através de reembolsos, redução de impostos ou concessão de crédito subsidiado. Tratam-se de combinações das políticas fiscal (redução de impostos e reembolsos) e monetária (crédito subsidiado).
Acordos bilaterais •
•
São acordos entre duas economias, normalmente uma grande e outra pequena, onde a economia grande dá quotas de importação ou alíquotas de importação preferenciais ao país pequeno. Combina-se política fiscal (alíquota de importação) com política de rendas (quota de importação).
Área de Intercâmbio Comercial •
•
É a situação na qual um conjunto de países diminui as barreiras tarifárias e não tarifárias para o comércio entre eles, mas mantendoas para o comércio com países não membros do acordo. Combinam-se política fiscal (alíquotas de importação) com política de rendas (barreiras não tarifárias, referindo-se à maneira pela qual os produtos são elaborados).
Área de Intercâmbio Comercial Esses acordos podem se estabelecer sob as formas de: 1) zona de livre comércio (como o Mercosul) 2) mercado comum, com ampla integração dos mercados de produtos e fatores (como a União Européia) •
Atividades de promoção comercial •
•
As pr prin inci cipa pais is at ativ ivid ida ade dess de pr prom omoç oção ão comercial são: feiras, exposições, câmaras comerciais e viagens de negócios. Elas são realizadas conjuntamente pelo setor público e pelo setor privado, visando divulgação dos produtos nacionais e procura de parceiros no comércio internacional.
Políticas de restrições às importações As principais políticas de restrições às importações são: 1) restrições quantitativas às importações, 2) impostos de importação, 3) controles cambiais. •
Restrições quantitativas às importações •
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Trata-se de uma política de rendas que consiste em limitar, em volume e/ou valor, as importações. Pode ser feita através de quotas de importações, proibição de importações (caso de barreiras não tarifárias) e/ou monopólio estatal nas importações. Esse último, pode regular o montante importado de acordo com as necessidades de equilíbrio do saldo da Balança Comercial.
Impostos de importação •
•
É uma mudança da política fiscal na qual se estabelecem impostos específicos (chamados de tarifas) sobre os produtos importados. Essa política pode ser implementada sob a forma de imposto específico (em valor nominal), ad valorem (em percentagem sobre o valor do produto) ou mista (uma parte do imposto é fixa e a outra é proporcional ao preço do produto).
Controles cambiais Consiste em modificações da política cambial de modo a: 1) dificultar a compra de dólares necessários à importação de certos produtos; 2) haver cobrança de taxas de câmbio maiores na venda de dólares necessários à importação de certos produtos. •
Controles cambiais Os controles cambiais podem ser estabelecidos através: 1) depósito prévio para compra de cambiais, onde o importador paga à vista por cambiais a receber no futuro; 2) esquemas burocráticos que atrasam a compra de divisas; 3) vigência de múltiplas taxas de câmbio na economia. •
Exercício 9 •
Se houver uma redução drástica do saldo comercial do Brasil, quais devem ser as medidas de política comercial a serem adotadas?
Conteúdo 1) Conceito de PIB e sua maneira de ser mensurado 2) Evolução da economia brasileira de 1968 a 2014: os ciclos econômicos 3) Importância da agropecuária e do agronegócio na economia brasileira 4) Instrumentos de política macroeconômica 5) Inflação no Brasil
INFLAÇÃO: TEORIA E EXPERIÊNCIA BRASILEIRA
INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO Inflação é a situação de aumentos contínuos e generalizados dos preços dos bens e serviços em uma economia.
INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO Inflação é a situação de aumentos contínuos e generalizados dos preços dos bens e serviços em uma economia. •É
uma situação, um estado em que se encontra a economia.
INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO Inflação é a situação de aumentos contínuos e generalizados dos preços dos bens e serviços em uma economia. • Os aumentos de preços são contínuos e generalizados, mas não necessariamente à mesma taxa. Alguns preços podem subir mais do que outros, podendo alguns preços ficarem constantes ou até caírem. O que importa é que a média de preços (que define o índice de preços) suba.
INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO Inflação é a situação de aumentos contínuos e generalizados dos preços dos bens e serviços em uma economia. inflação se refere a todos os bens e serviços de uma economia, finais e intermediários.
•A
INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E ABRANGÊNCIA DESSE FENÔMENO Abrangência da inflação: •É
um fenômeno que ocorre ao longo do tempo, em todos países, desenvolvidos ou não.
• As
taxas de inflação variam dentro de um mesmo país em períodos diferentes.
• Não
há relação definida entre nível de desenvolvimento e taxa de inflação de uma economia.
TEORIAS SOBRE A INFLAÇÃO Primeiras teorias
•
Teoria da Inflação de Demanda
•
Teoria da Inflação de Custo
Outras teorias
•
Teoria Monetarista da Inflação
(final da década de 1940 e dec. de 1950)
(a partir da década de 1950)
•
Teoria Keynesiana da Inflação
• Versão estruturalista • Versão inercialista
TEORIA DA INFLAÇÃO DE DEMANDA A inflação de demanda ocorre quando há o deslocamento para cima e para a direita da curva de demanda agregada. P OA
nível de preços P1 P0
Inflação: P1 – P0 P1 – P0 Taxa de inflação: P0
y0
y1
DA
DA’
PIB (y)
yd = C + Ip + G + X – M
TEORIA DA INFLAÇÃO DE DEMANDA P
OA
nível de preços
yd = C + Ip + G + X – M y0
y1
DA
DA’
PNB (y)
A curva DA desloca-se para a direita quando: • G (ocorre aumento dos gastos do governo) • reduz a arrecadação de tributos • há aumento das expectativas de lucro dos • há aumento exógeno das exportações • háAula diminuição exógena das 8
importações
investimentos
TEORIA DA INFLAÇÃO DE CUSTO A inflação de custo ocorre quando há o deslocamento para a esquerda e para cima da curva de oferta agregada. P
OA’
nível de preços P2
OA
Inflação: P2 – P0 P2 – P0 Taxa de inflação: P0
P0 y2
y0
DA PIB (y)
Na inflação de custo: o PIB cai (y) Aula 8
Na inflação de demanda: o PIB aumenta ( y )