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O ASSUNTO É VINHO UMA CONVERSA COM CARLOS ALBERTO SARDENBERG E RENATO MACHADO
Carlos Alberto Sardenberg Renato Machado Contato com os autores: letraselucros@edtorasara letraselucros@edtorasara!a"com"#r !a"com"#r
I SBN 978-8502064386 CI PBRASI LCATALOGAÇÃO NAFON ONTE SI NDI CATO NACI ONALDOSEDI TORES DELI VROS,RJ Sardenber g,Carl osAl ber t o/Renat oMa Machado O assunt o é vi nho: uma conver sa com Car l os Al bert o Sar denber geRenat oMa Machado.— SãoPaul o:Sar ai va:Let r as & Lucr os,2007. I ncl uibi bl i ografia I SBN 9788502064386 1.Vi nhoevi ni ficação.2.Vi nho— Degust ação.I .Machado, Renat o.I I .Tí t ul o. 07-1473.
CDD 641. 22 CDU 641. 87: 663. 2
Copyri ght© Car l osAl bert oSar denber g/Renat oMa Machado2007 Edi t oraSar ai vaeLet r aseLucr os Todososdi r ei t osr eservados. Edi t oraSar ai va Di r et oraedi t ori al :Fl ávi aHel enaDant eAl vesBr avi n Edi t ores:Marci oCoel ho Ri t adeCássi adaSi l va Fr ederi coMa Mar chi ori Pr oduçãoedi t ori al :Vi vi aneRodri guesNepomuceno Jul i anaNoguei r aLui z Aqui si ções:Eduar doVi egasMei r el l esVi l l el a Edi t oraLet r as& Lucr os Edi ção:Andr eaAssef CoordenaçãoEdi t ori al :MaraLuquet Pr oduçãoEdi t ori al :Pat rí ci aEst ori no CapaePr oj et oGr Gr áfico:Bet t oVaz Edi t oração:DagmarRi zz ol o/I vanEr i cSzul c I l ust r ações:WagnerPent eado Revi são:Márci aMel o Tel ef one:( 11)38138464 Emai l :l et r asel ucr os@l et rasel ucr os. com. br Si t e:www. l et r asel ucros. com. br
Nenhumapart edest apubl i caçãopoderáserr epr oduzi da por qual quermei oou f ormasem aprévi aaut ori zaçãoda Edi t or a Sar ai va.A vi ol açãodosdi r ei t osaut orai sécri meest abel eci do naLein.9. 610/98epuni dopel oart i go184doCódi goPenal .
APA CONTRA CAPA
“ Di f í ci l afirmar se Renat o Machado é o mai sr adi cal dos cl assi ci st asou omai scl ássi codosr adi cai s.Suapr of undacul t ur aque, af ort unadame ment e,seest ende mui t o al ém do vi nho e do ce t i ci smo mo,e cul t i vadaaol ongode30anoscomo moj ornal i st apol í t i coecorr espondent e est r angei r o, dá a el e uma base i nvej ada pel os mai s not ávei s come ment ari st as eur opeusdevi nhos.Todavi a,ai r r epreensí velbusca de Renat o pel or oma mancee pel o pr azere,aci ma det udo,sua i r r ev er ent e i r oni a cari oca ( e aut oi r oni a) col ocamno em cat egori ai nt ei r ame ment e pr ópr i a.O cer t oéqueel enãoapenaséom ma ai sci vi l i zadocomo mot amb mbém oma mai si ndependent edoscrí t i cosdevi nhosnoBr asi l . ” Jonat hanNossi t er no, um do Di r et or de Mondovi s mai s coment ados
document ári ossobr eagl obal i zaçãodovi nho
ORELHA
DO LIVRO
Car l osAl bert oSar denberg éâncor adopr ogr ama maCB CBN meedoj ado Brasi lecol uni st adar evi st aExame ornalO Est de S.Paul o .T T eve uma passagem pel o gover no,como
assessordoent ãomi ni st r odoPl anej ame ment oJoãoSayad, no mandat o Sarney , dur ant e a el abor ação e i mpl ement açãodoPl anoCr uzado.
Renat o Machado i obodesde nt egr a a equi peda TV Gl
1982. Come meçou no r ádi o, em 1970. Apr eci ador de gast r onomi mi a,f oir econheci do como mo cr í t i co devi nhos a part i rda publ i cação dear t i gossobr eo t ema manoj ornal O Gl oboe,mai . t st arde,naCBN A ual ment e,apr esent a,
aol adodochefCl audeTroi sgr os,opr ogr ama maMe Menu Confiança,na GNT.
Apr esent ação
Jonat hanNossi t er
Di f í ci lafirmar se Renat o Machado é o mai sr adi caldos cl assi ci st asouomai scl ássi codosr adi cai s.Suapr of undacul t ur a que,af or t unadame ment e,se est ende mui t o al ém do vi nho e seu cet i ci smo mocul t i vadoaol ongode30anoscomo moj ornal i st apol í t i coe cor r espondent e est r angei r o,dão a el e uma base i nvej ada pel os mai s not ávei s coment ari st as eur opeus de vi nhos. Todavi a, a i r r epr eensí velbuscadeRenat oporr oma manceeporprazere,aci ma det udo,suai rr ever ent ei r oni acari oca( eaut o-i r oni a)col ocamno numa cat egori a própri a.O cert o équeel enão apenas éo mai s ci vi l i zadoma mast amb mbém oma mai si ndependent edoscrí t i cosdevi nhos noBr asi l . Vi vemosnumaer aem queovi nhoédi scut i doporchamados pr ofissi onai s,deSãoPaul oaNovaYor kePari s,como mosef osseum veí cul o deascensão soci alou,pi orai nda,um obj et oi nani mado que pudesse ser ci ent i ficame ment e aval i ado e mat emat i cament e det er mi nado. Mu Mui t as vez es essas opi ni ões são pr of er i das por “ cr í t i cos” t ot al ment e comp mpr ome met i dos por suas l i gações com a i ndúst r i aquedever i am est arobservandodef orma macrí t i ca.Renat o Machado é o cont r ári o.Mesmo mo num come ment ári oi nf or mal ,el eé capaz de passaro cont ext o cul t ur ale hi st óri co sobr e a bebi da mai svener adadahi st ori aoci dent aleem segui daexpl i carporque
essel endári oagent edopr azeredasedução( r efir omeaovi nho,e não aRenat o)conseguerevi ver ,num sógol e,um j ant aradoi sà l uzdevel aameaçadodef r acasso. O que é part i cul arment e charmoso e cat i vant e sobre est a col et ânea de conver sasé o f at o de o pont o de part i da de cada assunt o servocê,car ol ei t or . . .ou sej a,aquel e ouvi nt e al ert ae curi oso das t r ansmi mi ssõesr adi of ôni cassemanai sdo Renat o edo Sardenberg. Or esul t ado é uma cart i l ha despr et ensi osa e descont r aí da par a os novos e os confirmados ama mant es do vi nho. Li vr e do suf ocant eaut ori t ari smo moqueest ánamoda,est el i vr opr oporci ona ao l ei t ori númer asopçõesparaencont r aro pr azer .Vocêpodel er docomeçoaofim et ermi narcom umaboai déi asobr eal gumas i mport ant es quest ões para escol herseus vi nhos de pr ef er ênci a. Ou podef ol heál oao acaso,encont r andoosemp mpr eaf ávelRenat o como numa ma conver sa com um vel ho ami go num bar zi nho e escol herum assunt ot ãoquer i doparael equant oéparaout r oso úl t i moFl aFl u.Oumel hor ,el et em odom deencont r armér i t osem t ema masquenem sempr esãooobj et opri nci paldesuapai xão,como mo a di scussão sobre a r evol ução dos vi nhos art esanai s no Br asi l , l i der adaporvi ní col ascomo moaVal l ont anoeaAngheben. O queficacl aroéqueavi vaci dade,i nt el i gênci aebom humor de Renat o Machado são uma t ôni ca bemvi nda aos mu mur múri os i ndi f er ent es de out r os pr ofissi onai s que acabam, m, na ver dade, i mpedi ndo que t ant as out r as pessoas apr eci em ou mesmo se apr oxi mem da bel ez a e do prazervi scer aldo vi nho.Meu úni co consel ho,enquant ovocêapr eci aest eagradávelvol umeé:sej at ão
cét i cocom el equant oel eécom osout r os.Especi al ment equant o aos come ment ár i os del e, por exempl o, sobr e o fil me chama mado Mondovi no.El enãoacei t ari aquef ossedeout r af orma ma. no Ci neast a,aut ordofil meMondovi
Sumár i o
Vi nhopor t uguêsàvi st a Vi daf áci l Pi zzacom vi nho Adi t adur adogost o Quei j oevi nhobr anco,opari deal Par i snem sempr eéumaf est a Rol haest r agada Nof ri o,val et udo nBr Espumant emadei asi l
Nocami mi nhocer t o Xi !Ar ol hapart i useaomei onahor adeabri ragarr af a Vi nhosdoNovoMundo O pr esi dent ef r ancêsquet oma mavar ef ri ger ant e Rober tPar kernãof al aparaquem gost adevi nho Qualéot eoral coól i codeum bom vi nho? Ti nt ooubr anco? i al i t eeodecant Asoc ador
O bacal hauem boacomp mpanhi a Avezdosespumant esbr asi l ei r os O sucessodosvi nhosver des Vi nhodeumauvasóoumi st ur ado? Vi nhof ant asi a Comomont aruma maadega
O Vi nhoeoma mar Vi nhodesacompanhado Vaibem com f ei j oada Bebaat éofim Paraabr i rdaquia18anos ATaçadasBel as Vi nhobom ebar at oem Pari s? At emper at ur ai dealdovi nhobr anco Lei t uraobri gat óri a Gr andc r uxpr emi mi erc r u
Vi nhot i nt ocom f rut osdomar Ot ur i smo modovi nho Vi nhosdaÁf ri cadoSul Vi nhoi nflaci onado Bacoeaf el i ci dade Asvi dei r asdeSant ori ni O segr edodasvel hasf amí mí l i as Par ai ni ci ant es O quef al t aài ndúst ri abr asi l ei r adevi nhos? Quevi nhosedevebeberpr i mei r o? Beauj ol ai snouveauc om gost odebanana
Osvi nhosma mai si mport adosnoBr asi l Abebi dadoCzar Ol i mi t eent r eopr azereoexcesso Par aossemadega Coposcol ori dos,nem pensar Al ongevi dadedosvi nhos
Vi nhospar aum j ant arecl ét i co Vi nhospar acombi narcom sopa Osl ucr osdovi nho Dordecabeçaparavi agem Uv adi f í ci l Chabl i sf or adaFr ança,nem pensar Af el i ci dadeéol i mi t e! Vi nhoscanadenses Osr omâ mânt i cosal emã mães Comi mi daj aponesacom vi nhobranco? Cal i f orni anosem cri se Consumoaument anosEUAedi mi nuinaFr ança O quenãocomb mbi nacom vi nho Vi nhocom moqueca Aqual i dadei nt ernaci onaldoSauvi gnonBl ancSant aRi t a Um chi l enoma mai scar oqueum f r ancês? Al moçor egadoachampanhe Quant ome menosál cool ,mel hor Casame ment osmú múl t i pl os
Vi nhoport uguêsàvi st a
A S RDENBERG:Vamosf al arsobr eosvi nhosdaregi ãodoAl ent ej o? ACHADO:Ol RENATO M ha,osvi nhosdoAl ent ej oj áf or am mui t obemm-
f al ados,depoi s passar am a ser mal f al ados por que er am car os.Cont i nuavam bons,mas er am car os.Hoj e o preço cont i nua mai s ou menos sal gado, por ém os vi nhos t êm mel hor ado mui t o de qual i dade.Real ment e são vi nhos que encont r ar am um cami mi nho.O que houve no Al ent ej o,e em Port ugal ,f oiaquel amodadef azerasuvasi nt ernaci onai s,de f azer os vi nhos i nt er naci onai s, de comp mpet i r com o Novo Mundo. Agor a est á havendo um r efluxo, os por t ugueses f el i zment er edescobri r am ou se vol t ar am par a suas uvas nat i vas.Abandonar am um poucoessagl obal i zaçãouni f orme, essacoi sama massi ficant equeexi st enomu mundodovi nho— que éf azert udocom mui t ama madei r a,mui t oaçucar ado,com mui t a bauni l ha —,er esol ver am vol t aràs suas r aí zes.E t êm t i do r esul t adosexcel ent es,Sardenber g.Hoj enoal moçoeu pr ovei o ur i g anac i o nal .É pr um vi nhodoAl ent ej odauvat eci soqueo o ur i g a nac i o nal ,uma consumi dorbr asi l ei r o conheça a t ma uva
sur pr eendent e,quepodedarvi nhosespl êndi dos. A S RDENBERG:Agor aháout r asuvaspor t uguesas,nãoé?
ACHADO:Si i nt a RENATO M m,háout r asuvasport uguesas,como moat
r o r i z ,umauv i nt o,háa abr ancamu mui t oper f umadachama madaar al v ar i nho ,do nor t edePort ugal ,quedábr ancosáci dosma mai s
per f umados.E t amb mbém umauvanat i vadoAl ent ej ochama mada t r i nc adei r a,quesemi o ur i g anac i o nal , mi st ur amu mui t obem com at
dando vi nhos mui t oi nt er essant es. Acho que o mer cado i nt ernaci onalai ndavaidescobri rosvi nhosal ent ej anos,al i ás, port ugueses,porque são uvas que dão vi nhos espl êndi dos desdequesej am vi ni ficadascomodevem ser . A S RDENBERG:Quandovocêf al aem
i nt ernaci onal i zaçãosãoaquel as
uvast radi ci onai s. . . ACHADO:Si RENATO M m,por quesepl ant aram em Por t ugaluvasdo
net Sauvi gnon, c har donnay, pl t i po Caber ant ase ai nda gnon bl anc ,e sauvi st a,al i ás,com bonsr esul t ados.Não est ou
di zendoqueessesvi nhossej am maus,masest áseper dendo acapaci dade,opot enci alqueessasduasuvasnat i vast êm. m.É ome mesmoqueest áacont ecendonaI t ál i a.Nãoset r at adeuma r evol t a cont r a a gl obal i zação,nada di sso,t r at ase de poder soma mar ,enãouni f ormi mi zar . A S RDENBERG:Gl obal i zarauval ocal . ACHADO:Ex RENATO M at ame ment e.Ou sej a,descobri ro que a uva
l ocal pode dar de bom, m, por que é só adot ar as t écni cas moder nas. A gl obal i zação t em um bom ef ei t o, que é a moderni zaçãodavi t i cul t ur aedavi ni cul t ur a.
A S RDENBERG: Sem
cont ar que os nomes são mel hor es, né?
Tr i nc ade i r aéum nome meót i mo. ACHADO:Tr i nc ade i r a éuma mar i g a nac i o nal RENATO M avi l ha!Tour
i nt ar or i z . t amb mbém, m,et em ai ndaat
Vi daf áci l
A S RDENBERG:Renat o Machado,pr odut or es br asi l ei r os de vi nhos
est ão i ncomo modados com o cr esci ment o da i mpor t ação da bebi da da Ar gent i na.El es di zem que os vi nhos ar gent i nos l evam mui t avant agem sobreosbr asi l ei r os.O quevocêsabe sobr ei sso? ACHADO:Nav RENATO M er dade,essai nvasão édovi nhoargent i no
de gar r af ão, esse que nem vem engarr af ado, ma mas em cont êi ner . Esse vi nho é,di gamo mos, o da f ai xa de mer cado bar at a,e vem em gr andes quant i dades.El e se benefici a de f avoreci ment ofiscaldosacordosdoMe Mer cosul .Real ment e,i sso ger a uma compet i ção mui t o desl ealem r el ação ao vi nho de gar r af ãogaúcho,quesi gni fica70% dapr oduçãodar egi ãodo Ri oGr Gr andedoSul .Sãovi nhosproduzi dosem gr andevol ume, quenão sãocar os,eessesar gent i nosqueent r am aquicom benef í ci ost ari f ári osf azem um est r agonapr oduçãonaci onal . O si st ema mafiscalbr asi l ei r oéi nj ust oporquecast i gaovi nhode qual i dade, que r epr esent a mui t o pouco em t er mos de consumo e ar r ecadação par a o gover no. Esse si st ema t r i but ári o poder i a mudar se o gover no,se o Mi ni st ér i o da Agri cul t ur aedaFazendat i vessem vont adepol í t i capar af azer um si st ema mama mai sj ust o,quepuni sseovi nhodemá máqual i dade que ent r a sem pagarquasenada,o chama mado vi nho deum
dól ar ,sobreoqualoi mpost oému mui t opequeno.Agor a,punese o vi nho aci ma de 18 dól ar es a cai xa,que j á é de um segme ment o de qual i dade, mas r epresent a mui t o pouco em consumoearr ecadaçãoenãot em compet i çãonaci onal .Esse movi ment o dos pr odut or esé mai s do que j ust i ficado,exi st e um acor do com os i mpor t ador es e com associ ações de hot el ari aem def esadaqual i dadeedeum si st ema mafiscalmai s j ust o.
Pi zzacom vi nho
A S RDENBERG:Renat oMa Machado,vocêgost adepi zza? ACHADO: Não s RENATO M ou um f ã,mas sou um par t i ci pant e
ocasi onal . A S RDENBERG:Ocasi onalest á bom. m.E
a gent et oma ma vi nho com
pizza? ACHADO:Si RENATO M m.Dependendodavest i ment adapi zza,acho
quecom vi nhoel avaificarme mel hor .Eu sugi r oqual quert i nt o, daI t ál i a,al gunsdoBr asi l ,al gunsdaAr gent i na,doChi l e.E os vi nhos i t al i anos do Sul ,da r egi ão de Nápol es.Não são mui t o di spendi osos.Mas,sobr e os t i nt os br asi l ei r os — não conheçot odos—, — ,al gunseu possodi zerquevãomu mui t obem com pi zza.Tem um queeu gost ari a desugeri r ,o DalPi zzol annat .El 2002,dauvat evaiescol t aref azerboni t oaol adode
out r osvi nhossi mpl es,poi snãoéum vi nhocomp mpl exo.É bemmf ei t o,não t em madei r a,t em f rut a na medi da cert a,não é mui t oper si st ent e,assi m como moapi zza,amenosquesej ade al hoeól eo.Nessecaso,épr eci sopensarmel hor ,poi soal hoé mui t o agressi vo.Agor a,com osout r osmol hos,essevi nhoé umabel aopção. A S RDENBERG:Com
que f r eqüênci a,ou mel hor ,com que pouca
f r eqüênci avocêcom me epi zz a?
ACHADO:Eu co RENATO M mocom pouquí ssi maf r eqüênci apor queo
car boi dr at oéum peri goparaquem épr ofissi onaldaár eade gast r onomi mi a e bebi da. Por i sso, não pode ser uma coi sa semanal . Você sabe a que est ou me r ef eri ndo, não é, Sardenberg? A S RDENBERG:Exat ame ment e.Vamo mosf azeraquel a nossacomb mbi nação
aqui :agent ecort aacomi mi da,masnãocor t aovi nho.
Adi t adur adogost o
A S RDENBERG: Você ent r evi st ou
o Jonat han Nossi t er , di r et or do
no.O queac fil meMondovi hadofil me? ACHADO: O fil RENATO M me é al t ame ment e pol êmi co, dest i nado a
causarpol êmi mi ca,porqueodi r et oréumapessoaquet em uma vi sãomui t odefini da,r omânt i ca,l í r i ca,nãosódomundodo vi nhocomodomundoem ger al .É umapessoaqueval or i zaa si mpl i ci dade, as r el ações pessoai s, a honest i dade a t oda prov a, é sí nt ese de um pensame ment oi ngl ês e ame mer i cano t amb mbém: m:“ Smal li s beaut i f ul ” .Ou sej a,o que é pequeno é boni t o,ébom.O quef az,mui t asvezes,vocêpensarqueoque é gr ande ser á necessari ame ment e mau e dest rui dor .O fil me opõeessasduasver dades,opequenopr odut ordi ant edaonda domi mi nadoradagl obal i zação,sej al áoquei ssoquei r adi zer .E osper sonagensconfirmam essasduasvert ent es,sem queo di r et orost enha i nduzi do a i sso,o quedá uma vi sãomui t o di vi di dadomu mundodovi nho. A S RDENBERG:É umavi sãoant i gl obal i zação? ACHADO:T RENATO M ot al ment e,oqueàsvezespodeat éparecerum
pouco si mpl i st a afinal o acesso de l ar gas cama madas da popul açãoaovi nho,ant esvol t adasparaasbebi dasdest i l adas e cervej a,só f oipossí velgraças a esf orços de i nvest i ment o,
i ndust r i ai s et c.Agor a, o fil me não cont emp mpl ai sso dessa f or ma, de manei r a que est á des t i nado a causar mui t a pol êmi mi ca,como moj ácausounosEst adosUni dos. A S RDENBERG:
Você acha que essa gl obal i zação é r eal ment e
negat i va? ACHADO:Nã RENATO M o,nãoachoquesej anegat i va.A gl obal i zação
t em ef ei t osmui t oposi t i vosnaconqui st adenovosespaços.É evi dent equeel anão podeserdel et éri anem dest rui dora.El a est áaíparaper mi t i rqueaspessoaspossam t erodi r ei t ode escol ha.É cl ar o que a gl obal i zação não pode si gni ficar a concorr ênci adesl eal ,aaçãodevast adora,nem acart el i zação, o monopól i o.Enfim, m, há vári os ef ei t os que necessi t am de r egul ação.Agor a,nãosepodedi zerquehá20 ou 30 anoso quesef azi adevi nhonomu mundot al vezdessepar aoconsumo dehoj e. A S RDENBERG:Hávi nhosme mel hor eshoj e? ACHADO:Se RENATO M m dúvi da.O ní velde produção,at éme mesmo
um dos demôni osdo fil me,o RobertParker ,depoi squeel e ent r ou em cena,o ní velde qual i dade dos vi nhos eur opeus aument ou mui t o, na I t ál i a, na Espanha, em Port ugal e, sobret udo,em Bor deaux,que f oio pr i mei r o al vo de Par ker . Agor a,di zerquet odososvi nhost enham deest araogost odo crí t i coRobertPar ker ,i sso nãosepodeadmi t i r .Def at o,aío fil met em at ér azão,aoafir marqueauni f ormi zaçãol evaaum out r ot i podedi t adur adogost o.
Quei j oevi nhobr anco, opari deal
A S RDENBERG:Vamo mos f al arde comb mbi nações de quei j os e vi nhos.
Quai ssãoasor i ent ações? ACHADO: A pr RENATO M i mei r a sugest ão nessa ár ea é que, ao
cont r ári odoquesepensa,opari dealparaoquei j onão éo vi nho t i nt o,e si m o vi nho br anco.E quando di go i sso as pessoasseespant am mui t o,por quesefixou aquel ai magem dequeoquei j ocombi nacom ot i nt o.Em al gunscasos,si m, quando é um quei j o de massa coz i da ou de casca mui t o f er ment ada, aos quai s al guns t i nt os r obust os f azem bel a comp mpanhi a,por quenessecasooquei j oest áaj udandoovi nho. Mas,quando o quei j o e o vi nho di vi dem as at enções e se comp mpl et am comoum casaldevesecomp mpl et ar ,ovi nhobr anco éoparcei r oi dealde70% dosquei j os. A S RDENBERG:Nossa,70%? ACHADO:É.At member t aimui RENATO M éum bom came v t obem com
det er mi nadosvi nhosbr ancosdaBor gonha.Todososquei j os t êm avercom t er r enoesãoaromá mát i cos;osvi nhosquet êm a vercom t err enoesãoar omát i cossãoosmui t oj ovens.Ent ão, sef orabr i rum vi nho mui t o car o,mui t o quer i do,que l he cust ouesf orçoparat ernaadega,vocênãopodeof uscál ocom
quei j of ort e,damesmaf or maqueum gr andequei j onãopode ser desafiado por nenhum vi nho f or t e. Não há papéi s pri nci pai snoquei j oenovi nho. A S RDENBERG:Ent ão,t odomundof azer r ado,por queamai ori avai
not i nt o? ACHADO:Não RENATO M ,há quei j os de massa coz i da ou massa
pr ensada, os mai s ama marel os,que são par cei r os i deai s do meggi ano,mast vi nhot i nt o.Um del esé p opar amb mbém vaibem
com obranco.O consumi dordevet est arascomb mbi nações.
Pari snem sempr e éumaf est a
A S RDENBERG:Temos a per gunt a do José Eduar do Bar bosa:“ A
part i rde que val or ,aquino Br asi l ,é possí velcomp mpr ar um bom Bor deaux?” ACHADO:Be RENATO M m,um bom Bor deauxécomp mpl i cadopor queo
val oré al t o.Os Bor deaux t êm um pr obl ema.Os Bor deaux moder nost êm deesper arum pouconaadega.Mesmoassi m, são car os,a não seros pequenos Bor deaux,os pequenos c hât e aux ,quefic am em US$27,US$30— num câmbi oaR$
2, 50, em t or no R$ 80, i sso se consegui r a pr eço de i mport ador .Agor a,eur ecome mendari aasaf r ade1997. A S RDENBERG:Out r a dúvi da,agor a do Fer nando Rabel o.El e vai
r eceber uns ami mi gos eur opeus e quer of er ecer um vi nho naci onal .Pedeumai ndi caçãoparaf azerboni t o. ACHADO:Ol RENATO M ha,dependedequevi nhosos ami mi gosest ão
acost umadosabeber . A S RDENBERG: Por que
o europeu pode ser um f r ancês bem-
acost umadoouum sueco. ACHADO:Ou podese RENATO M rum f r ancêsma mal acost umado.Os
f r anceses,por exempl o,não são gr andes conhecedor es de
vi nho.Háosconhecedor esdevi nhoem qual querpaí seháas pessoas que não conhecem vi nho em qual quer paí s, e sobret udo na Fr ança.Pari s,porexempl o,não éuma ci dade gr ande conhecedora de vi nhos,não éum l ugarpar at oma mar bonsvi nhos.Mas,r et omandoa conver sa,eu t omeiot annat doDa DalPi zzol ,senão meengano2002,numame mesa em que havi af r anceses.E um f r ancês,queéum gr andeconhecedor por que é um pr odut or de vi nhos da Bor gonha e um dos no,oEt per sonagensdofil meMondovi t i enedeMo Mont i ,apr ovou
ovi nhot annatdo Ant oni oDalPi zzol .É um vi nhof ei t ocom t oda a honest i dade,t em uma bel a cor ,uma boa est r ut ur ae podeserum vi nhogast r onômi mi co,acomp mpanharperf ei t ame ment e umaent r adaeum prat o.
Rol haest r agada
A S RDENBERG:Renat o,vamo mosf al arsobr erol hasqueàsvezesest ão
estragadas. ACHADO:Mui RENATO M t asvezes. A S RDENBERG:E aí ,ovi nhodançou? ACHADO:Comp RENATO M mpl et ame ment e.É uma vul ner abi l i dade,que
aquino Br asi lchega a serum ri sco,com uma i nci dênci a gr ande,poi séumaconst ant e.Dosvi nhosde2000parat r ás, a médi a édeuma garr af a em cada 12 est arest r agada por pr obl ema masder ol ha. A S RDENBERG:E porquê? ACHADO:De RENATO M senvol vesenacort i çaumabact éri a.Àsvezes
noarou em gar agens,gal pões,port osou at éem r esi dênci as, ar ol ha desenvol ve uma bact ér i a que provoca um áci do chama mado t ri cl oroani sol ,o TCA.Essa subst ânci af az a r ol ha apodr ecerel heconf er eum odorr epul si vo.Quandovocêt i r aa r ol ha,sent ei medi at ame ment e.Daívem at r adi ção dechei r aro vi nhoeexami narar ol hacadavezqueseabr eumagar r af a. A S RDENBERG:Agora,aregr aé:quandoar ol haest ámu mui t omo mol hada
ési naldequeovi nhonãoest ábom? m?
ACHADO:Nã RENATO M o,ési nalde queovi nhoama madur eceu al ém
da cont a,ou sej a,acel er ouseo pr ocesso de evol ução.Não querdi zerqueest ej a est r agado.Sea r ol ha ficou umedeci da napart edef orasi gni fica queovi nhocorr eu at éal i ,eavi a cont r ári aest áabert a— ou sej a,ooxi gêni oent r ou nagarr af a —,o quepodet erapenasacel er ado a mat ur ação do vi nho, masnãoquerdi zerqueest ej aest r agado.Nãoédasme mel hor es i ndi cações.Em ger al ,a r ol ha est á mui t o úmi da quando o vi nhoj áest áevol uí dodemai s,masnãoquerdi zerqueest ej a com TCA.
Nof ri o,val et udo
A S RDENBERG:Exi st e al guma coi sa especi alpara os per í odos de
f r i o? ACHADO: Ol RENATO M ha, qual quer vi nho vai comb mbi nar com o
i nver no.Não podemo mos nos esquecerque os vi nhos servi dos f r i os t ambém são uma ma mar ca do i nver no, como os espumant es em t odas as ocasi ões, por exempl o. Mas é evi dent e que o aconchego do vi nho é associ ado ao t i nt o,à onduedequei l arei ra,a f of j o,aosmol hosmui t oespessos,aos
j ant ar esmai sopul ent os.Cl ar oqueum vi nhot i nt ocom uma gr adaçãoal coól i caum poucoma mai or( pel os14gr aus) ,gr andes vi nhos que eu chamo de mai s carnudos, do Chi l e, da Cal i f órni a,de Port ugal ,sem esquecerque I t ál i a e Espanha t êm cont ri bui çõesa f azer .Qual quervi nho bemmest r ut ur ado, com gr adação al coól i ca de 14 gr aus, é i ndi cado para o i nver no. A S RDENBERG:Massequi serpodet oma marosout r osvi nhost amb mbém? m? ACHADO:Sem dúv RENATO M i da.O vi nho é associ ado ao i nver no
porque você di ssi pa mel hor as cal ori as.O vi nho aj uda a enf rent arof ri o.
A S RDENBERG:A
gent et em sempr e um mot i vo par at omar um
vi nho,nãoé,Renat o? ACHADO:Ah,c RENATO M l ar o,Sar denber g.Sobr et udovocê,quet odo
di at em umasugest ãoeum pret ext o.
Espumant emadei asi l nBr
A S RDENBERG:Umaper gunt adoCri st i anoBor ba:oqueesper ardos
vi nhosbr asi l ei r os? ACHADO:Ai RENATO M ndaému mui t ocedo paradi zer .São r esul t ados
deum gr andei nves t i ment o deuma associ açãodeem mp presas dePort ugaledoBr asi lnaregi ãodoVal edoSãoFr anci sco.Eu o ur i g a nac i o nal ,uma exper i ment eiapenasum vi nhodauvat
var i edadedaport uguesaqueest ásendopl ant adanoVal edo São Franci sco com duas col hei t as anuai s e mét odos de i rri gação modernos.Ai nda é cedo par a di zer qual ser áo o ur i g a nac i o nal ,pl r esul t ado da t ant ada nessas condi ções e
suport andoa umi dadeeocal orda r egi ão,sobr et udoa al t a i nsol ação.O vi nho que pr oveiai nda est ava ver de,er a uma pri mei r aexperi ênci a. A S RDENBERG:Maséum empreendi ment oséri o? ACHADO:Si RENATO M m.É um empreendi ment o sér i o de vi nhos,
di gamo mos,si mpl es.Não são vi nhos de car act er í st i cas mui t o pr onunci adas. A S RDENBERG:Bom, m,eo Al exandr e,quemo mor a em
Br así l i a,vaidar
umar ecepçãopara80pessoasequerf azerot r adi ci onalbol o echamp mpanhe.Pode?
ACHADO:Eu nã RENATO M o aconsel hari a.Ser i a mel horsepar ara
hor a do champ mpanhe e a hor a do bol o e servi r o bol o acomp mpanhadoporum vi nhoma mai sdoce.Por queobol ovaiser mui t o ásper o,mui t oi nj ust o com ochamp mpanhenomome ment o da comb mbi nação.Eu aconsel hari af azerochamp mpanheant ese depoi spart i rpar aobol o. A S RDENBERG:Agora,quant oaoespumant e,dáparai rt r anqüi l ono
naci onal ,nãoé? ACHADO:Se RENATO M m dúvi da.É aconsel hávelquesevá par ao
espumant e brasi l ei r o que a est a al t ur a é mel hordo que o pr osecco e do que vár i os espuma mant es europeus. Os i nves t i ment os est ão dando r esul t ado e as casas br asi l ei r as est ãof azendoespumant esmui t obons. A S RDENBERG:Vocêsabecal cul arvi nhopara80pessoas? ACHADO:É pr RENATO M eci sosaberqualéopr opósi t odoevent o.No
casodeumaf est a,porexemp mpl o,podesecal cul arcer cade30 garrafas. A S RDENBERG:Senãof orum
pessoalquebebemu mui t ovi nho,cer t o?
ACHADO:Si RENATO M m,at épor que,com cer t eza,hápessoasnest e
gr upode80quenãobeber ãovi nho.
Nocami mi nhocert o
A S RDENBERG: Ho Hoj e
vamo mos f al ar sobre vi nhos brasi l ei r os bemm-
sucedi dos. ACHADO:Be RENATO M m, m,nãosãomu mui t os,vamo mospôrascoi sasem
devi da per spect i va.Há al gunsvi nhosbemmsucedi dospara o quesepr et ende,quesãovi nhosdepequenasvi ní col as.Eu j á ci t eiaquioDalPi zz ol ,um ou doi svi nhosdoDalPi zz ol ,eci t o denovooespumant e,quenãoéum espumant ecom gr andes ar oma mas,mas pode ficarma mai s ar omá mát i co secont i nuarnessa l i nha.Eont em eut est eidoi svi nhosdeumavi ní col about i que, querdi zerpequena,Lí di o Carr aro,deBent o Gonçal ves,que f az vi nhos sem passagem pel a madei r a, mas com mui t o est udodesol o,mui t oest udodevi t i cul t ur a,a cargodeuma enól ogachama madaMôni caRosset t i .É oAssemb mbl age2002,que é uma comb mbi nação de quat r o uvas.É um vi nho bast ant e est r ut ur ado e com uma coi sa que os vi nhos brasi l ei r os normal ment e não t êm
que é ar oma. Agor a est ou
exper i ment ando o Vi ndi ma 2004. Os ar oma mas são menos i nt ensos,por que,evi dent eme ment e,o vi nhoémui t o novo,mas t em mui t o cui dado na part e de vi t i cul t ur a.Ent ão,eu acho quet em um mer cadoparael es. A S RDENBERG:E com r el açãoapr eço?
ACHADO:Eu ac RENATO M ho que o preço éum pouco al t o par aa
comp mpet i ção.Em set r at ando deuma vi ní col a bout i que,deve sai rporvol t adeR$60.Achoum poucocaro,l evandoseem consi der açãoqueéum vi nhobr asi l ei r o,emb mboradequal i dade. A S RDENBERG:O queosanal i st asdi zem équet em essepr obl ema mado
pr eço,paracomp mpet i rcom osvi nhosar gent i nosechi l enos. ACHADO:Se RENATO M m dúvi da,enocasodosargent i nosému mui t o
di f í ci l ,j áquet êm vant agensgr açasaosbenef í ci osdosacor dos doMer cosul ,umacargat r i but ári apequena,el áest ão t odas as comp mpanhi as i nt er naci onai si nvest i ndo em Mendoza,com aport esdaordem det r êsbi l hõesdedól ares,quat r obi l hõesde dólares.
Xi !Ar ol hapart i useaomei o nahor adeabri ragarr af a
A S RDENBERG: Uma
quest ão prosai ca do Ronal d Gr anj ei r o, de
Br así l i a,queacont ece:aquel ahoraquevocêabr ea garr af ae ar ol hasepart eenãosaidej ei t onenhum.El eper gunt a:“ Eu j ogof or aagarr af aouempur r opar adent r o?” ACHADO:I RENATO M sso é comp mpl i cado,por que se a r ol ha est i ver
mui t o vel ha,seesf arel ando,queé o caso degar r af as de30 anos,porexemp mpl o,aíéumaoper açãoquet em deserconfiada mme l i e r ,po aum somm rqueel epodeext r ai rarol ha.Nãoconvém
emp mpur r arparadent r o.Nocasodarol haquesepart eeénova, el at em como mo sai r ,si m.É preci so al avancarbem. m.O sacar ol has t em deserbem pont udo eapr opr i ado,dequal i dade, casoel asepart anapr i mei r at ent at i va.Dát r abal ho,masnão éconveni ent eemp mpur r ararol haparadent r o,poi sar ol hapode mi st ur armi cr or gani smo mosepert ur barovi nho. A S RDENBERG:O
Ki r k Dougl as,deBr así l i a,per gunt a sobr eaquel e
come ment ári o que você f ezde que é pr eci so abr i ra garr af ae dei xardescansarporum t empo.Como mof azerquando agent e vaiaor est aur ant e,ogar çom vem com agarr af a,abr e,agent e experi ment a? ACHADO: Nor RENATO M mal ment e, se o r est aur ant et i ver uma
pessoa encar r egada de vi nhos,el al eva a gar r af a para uma mesaondees t ãoosout r osvi nhosdasvári asme mesas.Casonão haj a,sef orum vi nhobr anco,podeficaraol adonobal dee,se f orum t i nt o,podeficarname mesa,nãohápr obl ema maal gum em esper arum pouco.
Vi nhosdoNovoMundo
A S RDENBERG: O
Jéf er son est eve no event o Tour Mi st r al— Os
Mel hor esVi nhosdoNovoMu Mundoeexper i ment ou egost ou do Car oedoAmancaya.Agor ael equersabersuaopi ni ãosobr e essesvi nhos. ACHADO:Ol RENATO M ha,eu est i vecom a r esponsávelpel os doi s
vi nhos,quesãodeum empr eendi ment oconj unt odavi ní col a Ni col ásCat enacom oCh Chât eau Lafit eRot hschi l d.Est i vecom a St el a, a enól oga r esponsável . O Car o é um vi nho mai s especi al , com produção l i mi t ada, ma mas é car o dema mai s. O Amancaya é mai s ou menos do mesmo est i l o,não é t ão r edondoquant ooCar o,maséma mai sacessí vel .Sãosem dúvi da doi sbonsvi nhosar gent i nos.Convém subl i nhar ,porém, m,que sãovi nhosdoNovoMu Mundo,nãosãodeest i l oeur opeu. A S RDENBERG:Ent ãooJéf er son est avacer t o.AgoraoEdson César ,
de Amer i cana,i nt er i orde São Paul o,t em duas per gunt as. Pri mei r oel equersabersevi nhoschi l enosear gent i nospodem serguardadosporci ncoanos. ACHADO:P RENATO M odem. m.Masoschi l enosnãoesper am mui t oeos
ar gent i nos t amb mbém não.O f enôme meno do vi nho est á mui t o badal adonessesdoi spaí ses,ent ãoomer cadoest ácom sedee nãoest áesper andoparaver .Pori sso,hádúvi dassobr equai s
podem serguardados,poi snãosef azmu mui t oot est edot emp mpo bec ,um noChi l eenaAr gent i na.Maseuacr edi t oqueum mal Caber netsauvi gnonpodem se rguar dadosporci ncoanos. A S RDENBERG:Há out r a quest ão doouvi nt e:na r egi ão em
queel e
mor af az mui t o cal or ,35 gr aus à sombra,e el e per gunt a: “ Como moéqueagent epedeum vi nhonor est aur ant e?” ACHADO: Be RENATO M m, é pr eci so que o vi nho chegue ao
r est aur ant eem boascondi ções,queaor i gem eapr oveni ênci a sej am gar ant i das e que o t r ansport e,caso não sej a em cont êi nerr ef r i gerado,sej a aomenos num i sopor .É di f í ci l ,e essaér eal ment eumaboaper gunt a.Maseu chegueiat oma mar vi nhosem ci dadesdoi nt eri orem bonsest ados.Agor a,t odos oscui dadossão necessári osquandoo vi nhochega.El et em de sercol ocado em uma adega r esf r i ada a pel o menos15 graus.
O pr esi dent ef r ancês quet omavar ef ri ger ant e
A S RDENBERG:
A adega do expr esi dent e f r ancês Françoi s
Mi t t err and f oia l ei l ão evender am t udopor14. 683 eur os— 46 l ot es.Di sser am que o pessoalcomp mprou mai s pel o val or sent i ment aldoquepel aqual i dadedosvi nhos. ACHADO: Par RENATO M ece que si m, por que el e não er a um
apr eci adordevi nhos.Er amu mui t oaust er onosseuscost umese f rugalat é. A S RDENBERG:Di zem
que nas r ef ei çõesel e di sf arçava para t oma mar
ref ri gerant e. ACHADO:Ex RENATO M at ame ment e.Curi osocomo mohavi af r ancesesda
épocadaSegundaGu Guer r a,como moel equef oium r esi st ent e,que mant i ver am oshábi t ossi mpl esdeescassezdaquel eper í odoe sobret udodot emp mpodopósguer r a,quef oium per í odomui t o dur o.Naquel aépoca,nãoer asóvi nhoqueel esnãot i nham. m. El esnãot i nham oquecome mer ,eapr i nci palat i vi dadedel eser a gar ant i r o chama mado pão de cada di a. Esses hábi t os se r eflet i r am t al veznosgost osdo expr esi dent e,ea adega del e não er a nada de sensaci onal , embora el at enha r ecebi do mui t ospr esent es.
A S RDENBERG: Di Di zem
que o l ot e mai s preci oso cont i nha sei s
garr af asdeChât eauMout onRot hschi l d. ACHADO:Si RENATO M m.O Mout on ant er i ora 1973 não er a um
and c r u,e pri mei r o gr r a um segundo.Só a part i rde 1973,
quando o mi ni st r o da Agr i cul t ur a er a Jacques Chi r ac, j ust ament e no gover no Pompi dou, é que o Mout on se andc r u.Mast hât eauxde t r ansf ormouem pri mei r ogr odososc
Bor deaux mui t o ant i gos, ant eri or es aos anos 70, com al gumas exceções,são vi nhos que nem sempre são mui t o bons. A S RDENBERG:E,porf al arem
consumo,opessoalda r edaçãom me e
passou umapesqui sadaTar ge tGr oupI ndex,doI bopeMí Mí di a, que di z o segui nt e: doi s em cada ci nco ent r evi st ados r esponder am si m quandoper gunt adossepagar i am mai spor umaboabebi da.E,nessapesqui saf ei t aem SãoPaul o,48% sedecl ar ar am consumi dor esdevi nho,23% de uí sque,22% devodcae16% decachaça. ACHADO:O queme RENATO M mechama maaat ençãoécomo moéel evadoo
numer o de pessoas que consomem bebi das dest i l adas.O vi nhoémaj or i t ár i o,masnãomui t o. A S RDENBERG:Poi sé.Dá 23%, %,22%
e16% na cachaça.É mui t o,
nãoé? ACHADO:É mui RENATO M t o.Eu acho que o vi nho ai nda t em um
l ongo cami mi nho a per cor r er ,emb mbor a ai nda pr eci seconsol i dar
essal i der ança.
RobertPar kernãof al a par aquem gost adevi nho
A S RDENBERG:Temo mosnovi dadessobreoRober tParker . ACHADO:Ac RENATO M abodel erasconsi der açõesdoRober tParker
sobre a saf r a de 2004 na r egi ão de Bor deaux,na Fr ança. Agor a,t odomundof al amaldel e,eeu achoquet odomundo t em r azão,mascheganahor adeaval i arasaf r aem Bor deaux ospr odut or esf r ancesessecurvam aoRober tPar kereat éas r evi st asi ngl esas,amí di aespeci al i zada,dáespaçoaoqueel e vaidi zersobr edet er mi nadasaf r a.Ent ão,el eest ádi zendoaos comp mpr ador esf ut ur os para não arri scar em di nhei r o na saf r a 2004.Com i sso,el e dá um si nalao mer cado.Agor a,um crí t i codevi nhosquef al apar ai nvest i doresnãoéum crí t i co devi nhosaserl evadoasér i oporquem gost adevi nhos.Esse éopont o.El eest ádandoconsel hosaf ut ur o. A S RDENBERG:Como moumaanál i sefinancei r a. . . ACHADO: P RENATO M oi s é.El e est á di zendo aos pr odut or es de
Bor deauxqueel edevem pôrasaf r anome mer cadoapreço30% menor .El eest ádi zendo,i ncl usi ve,como moasaf r adevechegar aomer cado.Ou sej a,el eest ási nal i zando,como modi zopessoal do mer cado, par aoi nves t i dor ,j ama mai s para o ama mador de vi nhos.
A S RDENBERG: E
nós aqui somos ama mador es de vi nhos, e não
i nvest i dores,cert o? ACHADO:Ex RENATO M at ame ment e.
Qualéot eoral coól i co deum bom vi nho?
A S RDENBERG:E
a quest ão da gr adação al coól i ca do vi nho.Há
vi nhosde12,13,14gr aus.Comoéqueagent edevebuscaro equi l í bri onesseaspect o? ACHADO:De RENATO M pendedo vi nho.Out r o di a eu vium vi nho
t i nt odoNovoMu Mundocom gr adação15, 6gr aus,pr at i came ment e 16 gr aus,oqueo t ornari aequi val ent ea um vi nhodeXer ez , do Port o eda I l ha da Madei r a,f ort i ficados com aguar dent e. Nor mal ment e,um vi nhodoPor t ot em 18ou20gr aus.Ent ão, um vi nhot i nt ocom 16gr auséum desequi l í bri ot ot al . A S RDENBERG:Exi st e um
padr ão em r el ação à gr adação ou vari a
conf ormeauva? ACHADO:V RENATO M ar i aconf or meauvaeconf ormeamat uri dade
dovi nhonahor adacol hei t aehávi nhoscom mui t oma mai scor , como mo os Cal i f orni anos e ar gent i nos,por que r ecebem mui t o sol .A gent ecomp mpreendequeum vi nhodessest enha at é14 gr ausou aci madi sso,masai nsi st ênci anessesvi nhospode prej udi car a degust ação. Fal ando i sso l emb mbro o enól ogo Mi chelRol and,que é r esponsávelporgr ande part e desses supervi nhost ur bi nados,deal t opoderal coól i co,Cal i f orni anos e argent i nos,pr oveni ent es de r egi ões desér t i cas,onde não
chove,ai nsol açãoému mui t ol onga,eagradaçãoal coól i casobe por queaquant i dadedeaçúcaréma mai or .Agor a,r espondendoà suapr i mei r aper gunt a,oequi l í bri oficaent r e12, 5e13gr aus. A S RDENBERG:Querdi zerqueosme mel hor esvi nhosdo mundoest ão
nessaf ai xa? ACHADO:Se RENATO M m dúvi da,osgr andesBor deaux sãoa 12, 5
gr aus;osBor gonhassão a13 gr aus,ocasi onal ment eal guns Bor gonhaseCôt esdu Rhônevãoa13, 5gr aus.Masest amo mos f al andodevi nhoscom mui t af r ut aepot ênci aparacome mercom gast r onomi mi af art a,chei ademo mol ho.Eunãoacredi t oqueaci ma de13, 5exi st aequi l í br i oemu mui t ome menosr efiname ment o. A S RDENBERG:Vi nho com
t eoral coól i co de 16 gr aus é coi sa de
cachacei r o,éi sso? ACHADO:V RENATO M ej a bem, m,há vi nhos assi m,no Al ent ej o,na
Ar gent i na,como o cél ebr e Yacochuya,que é aci ma de 16 graus.
Ti nt ooubr anco?
A S RDENBERG:Per gunt adeNi l son Cunha,deBr Br así l i a:ovi nhot i nt o
podeserconsi der ado,do pont o devi st a desuas qual i dades f í si coquí mi casenut ri ci onai s,superi oraovi nhobr anco? ACHADO:Es RENATO M sa éuma boa per gunt a.O vi nho t i nt o,em
al guns aspect os, pode at é ser consi der ado mel hor que o br anco.Por exempl o,em r el ação à pr esença de t ani nos e pol i f enói s que,como mo di zem os car di ol ogi st as,comb mbat em os r adi cai sl i vr es.O t i nt ot em r esver at r olnacascadauva,essa subst ânci aqueama mai ori adosmé médi cosdi zquepodecomb mbat er osr adi cai sl i vr es,eo vi nhobr anco j á não t er i at ant o.E do pont o de vi st a de conservação t amb mbém, m, por que o t i nt o supor t a mai sot empo e as mudanças de t emper at ura e geográficas.O vi nhobr ancoéma mai sf r ági l .Agora,em r el açãoà el egânci a,adi scussãopodeseet erni zar . A S RDENBERG:É umaquest ãodeopi ni ão? ACHADO:Si RENATO M m,evaidependerdoquesepr et endecom o
vi nho.Seéf azerum vi nhoar omát i co,ou encant ador ,ou seé f azerum vi nho par a ficarant i go,par a sercome memo mor ado dal i 20anos.Ou sej a,hávar i ávei squevãodet er mi narogost odo consumi dor .Não se pode di zer que um sej a mel hor que o out r o,mas o vi nho t i nt ot al vezt enha mai s qual i dades de
permanênci a,decol eção,do queo branco.O vi nho branco, com doi s,t r êsanos,j ádeuoquet i nhadedar . A S RDENBERG:O
vi nho sof r e mui t o quando a garr af a passa por
i nt ensamovi ment ação? ACHADO:Se RENATO M m dúvi da.Há,i ncl usi ve,al gumast eori asque
di zem que o vi nho f ei t o no Hemi mi sf ér i o Nort e sof r e mui t o quando cruza o Equadorpar a o Hemi mi sf éri o Sul .Não seise i ssopodesercomp mpr ovado ci ent i ficame ment e,masout r o di a eu est ava f al ando com o di r et or Jonat han Nossi t er ,do fil me Mondov i no,eel econt ou queosvi nhosdel equevi er am para
cát i ver am um ri t modeenvel heci ment omu mui t oma mai sr ápi dodo quet i nham no Hemi mi sf éri o Nor t e.Ou sej a,no mome ment o em que est ão em
cont at o com
o cl i ma t r opi cal , seu
ama madur eci ment oémui t oma mai sv el oz.
Asoci cant ador al i t eeode
A S RDENBERG:Ti ago Cost a quersaberse o decant adoré mesmo
eficaz. ACHADO:O de RENATO M cant adoré aquel a garr af a de cr i st alou
t r anspar ent enaqualsevert eovi nhodagar r af aori gi nalpar a querespi r e.I ssosef azcom vi nhoscom um pouco mai sde i dade,quandosecri a um depósi t o na garr af a e,para fil t r ar i sso, passase no decant ador . Agor a, o decant ador é um obj et oboni t o,quei mpr essi onanacol eçãodoenófil o,masnão er amui t ousadonaFr ançapar avi nhosj ovens,t amp mpoucona I t ál i a ou na Espanha.Evi dent eme ment e,el emel hor a mui t o os vi nhos t i nt os,i ncl usi ve os novos.Par a o vi nho br anco não acho necessári o,por queem ger alel e éf r escoe não pr eci sa ama madur ecer .É ut ensí l i o que se pode passar sem el e,mas passasemel horcom el e. A i al i t equefic S RDENBERG:Vocêconheceahi st óri a daquel asoc ava
chat eada com ousododecant adorpor quenãodavapar aos part i ci pant esdoj ant arsaber em qualer aovi nhoqueest ava sendoservi do?Sabeoqueel af azi a?El ar et i r avaor ót ul oda garr af aecol avanodecant ador . ACHADO:Es RENATO M sa é uma das hi st ór i as que se cont am do
decant ador .É cl ar oquequandoseusaodecant adorsepõea garr af a ori gi nalao l ado para o convi dado sabero que est á i al i t e. t oma mando.I ssoéma mai sf áci ldoquet odaaoper açãodasoc
O bacal hauem boacompanhi a
A S RDENBERG:Ronal doVi l el a,doRi odeJanei r o,vaipr epararum
bacal hau à moda port uguesa,com post as al t as,bat at as, cebol a.El et em t r êsopções de vi nhos port uguesese pede par avocêescol her :um br ancoPêr aMa Manca2002 ou ost i nt os Qui nt adoMe Meandr o2001ouQui nt adoCr at oReserva2000. ACHADO: Di RENATO M Di f í ci l a escol ha, poi s os t r ês vi nhos são
excel ent es.O Pêr a Mancabranco éum vi nho mai sf r esco e t al veznãosej ai ndi cadoparaessebacal hau,com t odosesses mol hose f art ur as.Acho queo mai si ndi cado éo Meandro 2001,emb mboraoQu Qui nt adoCr at osej aum excel ent evi nho— e poderi aserasegundagarr af aaserabert a.
Avezdosespumant es br asi l ei r os
ACHADO:Ac RENATO M abeide experi ment ar al guns espumant es
br asi l ei r os.Vol t o a di zerqueosespumant esbr asi l ei r ost êm qual i dadei nt er naci onal .Est ão cada vezme mel hor es.Acabeide pr ovar o Dal Pi zzol Br ut e o Chandon Excel ence, e evi dent eme ment eacheiacordosdoi sbem di f er ent es.E éest eo pont oem quequer oi nsi st i r :acordosvi nhosj ádáai déi ado que el es vão ser .Ou sej a,um ama mar el o mui t o cl ar o,mui t o pál i do,si gni fica um vi nho branco j ovem,é o caso do Dal Pi zzolqueacabeidepr ovar .E um vi nhoamarel oma mai sescur o, mai s bronzeado,mai s denso,si gni fica um espumant e mai s comp mpl exo,dema mai si dade,quej ádesenvol veu out r osar oma mas. Qualdel es é o mel hor ? É uma quest ão de gost o pessoal . Ambossãoexcel ent es.
O sucessodosvi nhosver des
A S RDENBERG:O quesãovi nhosver des? ACHADO: São v RENATO M i nhos de bai xa mat ur ação, não são
ama madur eci dos e a pri mei r af er ment ação é l ogo engar r af ada. Tr adi ci onal ment e,é consumi do em Por t ugal ,e é l evement e al coól i co,com 9gr aus.Hoj emu mudou t udo:j ásef azem vi nhos ver des com 12, 5% de ál cool , que é o que o mer cado i nt er naci onal exi ge. Os Os vi nhos t êm a pret ensão de ser ar omá mát i cos. Jovens, ma mas ar omá mát i cos. Nada a ver com os vi nhosver desdeant i gament e. A S RDENBERG:O queéma macer açãocar bôni ca? ACHADO:É um t RENATO M i pode pri mei r af er ment açãoj unt ocom
ascascasdeuva,oquedá al gum açúcaraopri mei r o cal do quesef orma.E essesvi nhosver desdeant i game ment et i nham mui t oaçúcarr esi dualnauvaebai xagr adaçãoal coól i ca,que er adogost odosport uguesesdaépoca— enãoédogost odo mer cadoi nt er naci onaldeagor a.Masosvi nhosver desat uai s ganhar am denomi mi nação de or i gem e hoj e em di a se f azem vi nhosar omát i cos. A S RDENBERG:E nósgost amo mos? ACHADO:Nó RENATO M sgost amo mosdovi nhover deat ual ,eachamo mos
que o vi nho ver de t r adi ci onal t em apenas a poesi a da t r adi ção,ema mai snada.
Vi nhodeumauva sóoumi st ur ado?
A S RDENBERG:O quedámai scer t o,ovi nhodeumauvasóouessas
mi st ur as? ACHADO:Es RENATO M t aéumarespost aquenãopodeserabsol ut a,
el aér el at i va.Dependedar egi ão,dependedoquesepr et ende f azercom ovi nho,por queovi ni cul t orpart ej ácom umai déi a defini daseel evaif azerumami st ur a.Aquest ãoéf azeri ssose f orpossí vel .Na Bor gonha,porexemp mpl o,não se pode f azer vi nhodemi st ur a.Tem deserdevar i et al ,deumauvasó,no pi no tnoi r par har donnay par caso a a os t i nt os e a c a os
br ancos. Em out r os l ocai s, quando sai f or a de uma denomi mi nação — por exempl o,na Toscana,quando não se chama ma uma denomi mi nação t oscana,é per mi t i do.Ent ão,os vi ni cul t or es t ent am modi ficar um pouco o t err eno ou a nat ur ezaparaobt erum r esul t adocom assi nat ur apr ópr i a.A mi st ur amai sf amo mosaéadeBor deaux,écl aro,quevar i aano aano. A S RDENBERG:É umami mi st ur adoquê? ACHADO:Nar RENATO M egi ãodePaui l l ac,namar gem esquer dado
netsauvi gnonc r i o,pr edomi mi nânci adeCaber om um poucode mer l o t ,um poucod p i tv er do te ne tf r anc . e et ,àsvezes,decaber
l o teCaber net Nama mar gem di r ei t adori o,pr edomi nânci ademer f r anc .E no s ulde Bor deaux vari a,é mei o a mei o.Agor a,
nunca sesabeexat ame ment eo quef oiacr escent ado,às vez es 5% de um det ermi nado t i po par a dar aquel et r aço que car act eri zaumasaf r aespeci al . A S RDENBERG:E i ssoéma mant i doem segr edo? ACHADO:Si RENATO M m,esevocêf orper gunt arnasvi ní col asel es
di zem queét ant osporcent odi ssoedaqui l o,masexat ame ment e nuncasesaberá.Como monovi nhodoPort o,al i ás. A S RDENBERG:Queépar ani nguém ficarcopi ando. ACHADO:Exat RENATO M ame ment e.Como moascasasdechamp mpanhe,que
f azem vi nhosdemi mi st ur a.
Vi nhof ant asi a
A S RDENBERG:Afinal ,oquesãovi nhosmo moder nos? ACHADO: São v RENATO M i nhos que não t r azem no r ót ul o
necessar i ame ment ea r egi ão,a denomi mi nação de ori gem del es. El es t êm um nome me f ant asi a que o propri et ár i oi nvent a pr et endendo que no super mer cado ou na i mpor t ador ao cl i ent egraveessenome me,em vezdegravarageografia,ar egi ão et c.Ent ão,vi nhomo moder nopor quenãoháai ndi caçãodauva nem da or i gem,esi m um nome medema mar ket i ng.El epodeser bom,médi oou rui m,masnor mal ment eel eédemédi opar a bom,eem ger alcust acar o. A S RDENBERG:Porquecust acaro? ACHADO:Co RENATO M mo mosãonome mesi nvent ados,opr opri et ári onão
t eve de segui rdet er mi nada l egi sl ação e pode escol heruvas especi ai s,epori ssosãomai sdi spendi osos. A S RDENBERG:Maspodet erpi caret agem? m? ACHADO:Si RENATO M m,afinalagent enuncasabeporquenãot em
aor i gem norót ul o,seéumaarmaçãodemar ket i ngou seé um vi nhoresul t adodeumami mi st ur adegr andesuvas.Agent e t em deabr i rparapr ovar .
Comomont arumaadega
A S RDENBERG:Como mosef azparamo mont arumaadegadevi nhos? ACHADO:São t RENATO M ant os vi nhos no mundo i nt ei r o que eu
achoqueumami ni adegadever i at er24garr af as,por quevocê t eri aoi t obr ancos,oi t ot i nt os— com r epr esent ant esdaI t ál i a, Port ugal ,Chi l eeAr gent i na em amb mbososcasos.Al ém di sso, dev er i at erum exemp mpl ardaEspanhaequat r or epresent ant es daFr ança,um decadar egi ão.Como mot emo mosder eser varduas garr af asnaadegaparaosespumant es,ent ãoest amo mosf al ando de23vi nhosnot ot al .Aescol haédesafiadora. A S RDENBERG: Ent ão, vamo mos
r esumi r , você f al a em t er doi s
espumant es, oi t o brancos e t r ez e t i nt os, sendo quat r o f r anceses. ACHADO:Ou po RENATO M der í amo mos t ert r êsf r ancesest i nt os eum
br anco.
O Vi nhoeomar
A S RDENBERG:Assunt o:vi nho i dealpara cama mar ões e cr ust áceos.
I magi noquenósvamo mosparaosbrancos,nãoé? ACHADO: Se RENATO M m dúvi da. Os Os br ancos são i deai s com
cama mar ões,cr ust áceoset odosospr at osdoma marque,nover ão, são uma sol ução mai sl eve.E oscama mar ões sempre aj udam al guns br ancos e al guns brancos aj udam mui t í ssi mo os cr ust áceosem sal adas,porexemp mpl o.O úni copr obl ema ma é a mai ones e,quenãopodeserusada em excesso,por quepode seri ni mi gadeal gunsvi nhosbr ancosdel i cados,quedeout r a f or ma est ari am mar avi l hosos com os cama mar ões.Os vi nhos har donnaysãoi br ancosdauvac deai scom osf r ut osdoma mar . A S RDENBERG:Chardonnaysecr ust áceos? ACHADO: Si RENATO M m, eu est ou pensando em char donnays
f r anceses mesmo mo, ma mas podem ser i t al i anos, argent i nos, aust r al i anos,Cal i f orni anos,quesãomui t oi nt er essant escom esset i po def r ut odo mar .A l agost aeoscam ma ar õest êm uma gor dur a nat ur al ,que vaicomb mbi nar mu mui t o bem com esses vi nhos.
Vi nhodesacompanhado
A S RDENBERG:Quai ssãoosvi nhosi ndi cadosquandoagent equer
t oma maral gumast aças,sem come mernada? ACHADO:Ol RENATO M ha,a r espost a não é t ão di f í ci l ,mas t al vez
sej a di f í ci lpara o bol so dos consumi dor es.Para você não come mer nada j unt o,são os gr andes vi nhos,que podem ser t i nt os,br ancosoual gunspoucosr osados.Mast em deserum vi nhoqueenchaaboca,opal adar ,ool f at o,el et em deseduzi r e di spensar qual quer acomp mpanhame ment o, por i sso est amo mos f al ando devi nhosquecust am um poucomai s.Val el emb mbrar queal gunschamp mpanhesmai senvel heci dosf azem essepapel per f ei t ame ment e,j á que set r at a de uma i nt r odução e não há harmoni zação.Mas,dequal querf orma,osgr andesBor deaux, osgr andesBor gonhas,osgr andesvi nhosda Cal i f órni a,um ou out r o do Chi l e,que são gr andi osos,podem pr esci ndi r ,e dev em at é,deharmoni zação. A S RDENBERG:Nocasodess esgr andesvi nhos,t al vezum
pedaci nho
depão,di zal enda. ACHADO:Vo RENATO M cêest át ot al ment e cert o.Um pedaci nho de
pão para di f er enci ar ,por que normal ment e,quando set r at a dessesgr andesvi nhos,hámai sdeum.Ent ão,par asepar ar um eout r o,bast aumapequenaf at i adepão.
Vaibem com f ei j oada
A S RDENBERG:Qualéovi nhoparaacomp mpanharaf ei j oada? ACHADO:T RENATO M odo mundo acha que é di f í ci lcasarf ei j oada
com vi nho eas pessoasapel am para out r asbebi das,como cai pi r i nha e cervej a. Mas i sso equi val e a per der uma oport uni dadedecasarum bel opr at ocomo moaf ei j oada— pr at o, al i ás,quet em vár i as ver sões,na Fr ança,na Espanha eem out r as part esdo mundo.É cl ar o que o vi nho pr eci sa est ar pr ot egi dodosol ,casosej aaoarl i vr e,masépr eci sol emb mbr ar que a f ei j oada é um prat o que exi st e no sulda Fr ança,na Espanha,al ém doBr asi l ,epedevi nhosrúst i cosecom cert a aci dez , para comp mpensar a gor dur a desse prat o.Um bom mal becdaAr gent i naou um Caber netsauvi gnon chi l enobem j ovem seri am i deai spar aacompanhar .
Bebaat éofim
A S RDENBERG:Como mo guar dar a
gar r af a que não f oiconsumi da
t ot al ment e? ACHADO:Eu a RENATO M consel hoa consumi rt oda a gar r af a e,se
f ordi f í ci l ,chameovi zi nho,convi deocol ega doescri t óri o.É que, uma vez abert o, o vi nho per de seus encant os se guardado.Já i nvent aram vári os di sposi t i vos para mant ero f r escor do vi nho,mas,uma vez que o oxi gêni o ent r a na garr af a,ovi nhovaiseoxi dar .É como movocêm mo or derumapêr a. Dal iadezmi nut osel anãot em mai same mesmacor .Aoxi dação age sobr e as mol écul as,ou sej a,est amo mos f al ando de um probl ema da nat ur eza.É cl ar o que o vi nho pode suport ar ci nco,sei s hor as aber t o.Há vi nhos que suport am at é 24 hor as, mas são gr andes vi nhos de gr andes saf r as. Normal ment e, os vi nhos devem ser consumi mi dos em no máxi moquat r ohor as. A S RDENBERG:
E aquel a máqui na de vácuo que t em nos
r est aur ant es?El apr eserva? ACHADO:Dur RENATO M ant eal gum t emp mpo.Preser vadeum di apar a
oout r o,masnami mi nhaexperi ênci anãopr eser vamui t obem. m. Aqui l oi nj et aum gásest éri l— um compost odeni t r ogêni oque mant ém o oxi gêni ol onge da super f í ci e do vi nho,mas não
t ot al ment e.Seumagarr af aest i verdemei ochei aparaci ma, el aser ámant i da,masseest i veramenosdamet adenãovai sermant i danascondi çõesi deai s. A S RDENBERG:Ent ão a gent et em
de ficar com o pé at r ás nos
r est aur ant esqueservem vi nhoem t aça? ACHADO:Sea g RENATO M arr af aest i verabai xodamet ade,agent e
devepedi rpar aabri rout r a. A S RDENBERG:E aquel as coi sasque vendem
em l oj as de vi nhos,
como moaquel ar ol hi nhadeborr acha? ACHADO:Func RENATO M i onadur ant eal gumashor as,masi ssot em
um pr eço:ovi nhoficama mai ses t ável ,por ém per deosar oma mas. A S RDENBERG:Ousej a,vamo most oma mar ,nãoé? ACHADO: Exat RENATO M o, como mo eu di sse, convi de as pessoas
i mpr ovávei s
Par aabri rdaquia18anos
A S RDENBERG:MarcosRi cardoGe Ger mano,deJundi aí( SãoPaul o) ,di z
quenasceu seu pri mei r o sobri nho eel equercomp mpraruma garr af a de vi nho 2006 para abri rquando o r apaz fizer18 anos.O queel eescol he? ACHADO:Be RENATO M m,oquef oiasaf r a2006 nósnãosabem mo os
ai nda no Hemi mi sf ér i o Nort e. Já os chi l enos, ar gent i nos e Cal i f orni anos eu não r ecome mendari a par a 18 anos. Al i ás, vi nhosdo Novo Mundo,soment eum ou doi sda Aust r ál i aé quepoder i am dur aresset emp mpo.Nest aal t ur a,para18 anos, t er emo mosdei rpar a a Fr ança para esper arqueest a saf r a de 2006,queni nguém sabecom mo ovaiser ,sej aengar r af adadaqui a18 meses,ou daquiadoi sanos— ou sej a,comp mprarasaf r a de2006em 2008. A S RDENBERG:Ent ão,épr eci soesper ar ,mas j á sabendo queser á
um f r ancês. ACHADO:Eu ac RENATO M hoquesi m,anãoserqueel et enhauma
possi bi l i dadema mai ordecom mp pr aepossacomp mpr arasaf r a2006 deum VegaSi ci l i a,naEspanha,quecert ame ment evaidur ar20 anos. Tamb mbém na I t ál i a, por exempl o, um Brunel l o di
Mol t al ci no pode serquedur e20 anos,mast em de serum superBrunel l odiMol t al ci no,quesãocarí ssi mos.OsBrunel l o di Mo Mol t al ci no de Bi ondi Sant i dur am 30, 40 anos. Há Há pi emo mont eses de ant i gos produt or es do Pi emo mont e,que são Bar ol oseBar barescosquet amb mbém dur am esset emp mpo. A S RDENBERG:E sevaiguardarpor18 anost em
dedi l ui ropr eço
porest eperí odo. ACHADO:Ex RENATO M at o.Um vi nhodabodegaVegaSi ci l i aou um
da bodegaAl i ón,nãoseisedur am 18 anos,mascer t ame ment e vãoest arbonscom 15anosdei dade.Al gunsgr andesvi nhos daBor gonhavãoest arma maravi l hosos.Agor a,r est asabercomo mo ser áasaf r ade2006. A S RDENBERG:Out r oassunt o,agora.O ouvi nt eMa Marcel oCoel hovai
casar e of er ecer am para el e as segui nt es possi bi l i dades de vi nho par aaf est a de casament o:um pr osecco Brut ,um pr oseccoExt r aDryou um Tri balDry ,daÁf r i cadoSul . ACHADO:Ol RENATO M ha,não conheço o vi nho sul af r i cano,mas
i magi noquet amb mbém sej aum espumant e.Euexper i ment ari a, t al vez. . .Qualéopr odut ordopr osecco? A S RDENBERG:El enãodi sse. ACHADO:Be RENATO M m, m,aífica di f í ci l ,os pr oseccos são vi nhos
áci dos e l eves,que podem ser servi dos para um gr ande númer odepessoas. . .
A S RDENBERG:Nãoéme mel horel ei rparaum espumant ebr asi l ei r o? ACHADO:Ac RENATO M ho que si m,eu i a suger i ri sso.Out r o di a
exper i ment eium DalPi zzolque er a mui t o bom, m,t amb mbém o Casa Val duga me i mpr essi onou bem e t em ai nda a l i nha Chandon,que f az uns vi nhos bons.Mas eu pref er i r i a os vi nhos mai s art esanai s,como o DalPi zzol ,um espumant e quepodef azeraf est acom mui t oencant o.
ATaçadasBel as
A S RDENBERG:A Mari a Fer nanda Cost a Haddad,deVal i nhos( São
Paul o) ,t em um gr upode15ami mi gasqueser eúneumavezpor mêspar aum j ant arespeci aldedegust ação devi nhos.Sabe como mochama maoencont r ome mensaldel as?ATaçadasBel as. ACHADO:Quebel RENATO M onome me! A S RDENBERG:Est e mês,a Mar i a Fernanda é a encar r egada do
j ant ar .A i déi a del a é of er ecer vi nhos do Val e do Loi r e, especi ficame ment eVouvr ay .O quevocêacha? ACHADO:Ol RENATO M ha,oVouvr ayé uma das j ói asda nat ur ez a.
Todos ficar i am espant ados com o que si gni fica a expr essão qual i dadepr eçoou cust obenef í ci o,como mo sedi zno mer cado financei r o.Qual i dadepr eço é uma expressão pr ef er i da do mest r eAr mandoNoguei r a,queachaqueovi nhonãopodeser comp mpar ado a uma mer cador i a do mer cado financei r o.Mas, enfim, m, a qual i dadepreço se encont r a no Val e do Loi r ee especi ficame ment e em Vouvr ay , que f az vi nhos br ancos espet acul ares, al guns secos, out r os mei o doces e al guns l i cor osos. E são vi nhos de uma honest i dade,perf ei ção e qual i dadef or adocomu mum.Sea gent eol harparaat abel ade pr eçodosbonsvi nhosbrancos,um descui dadodi r i aqueesse vi nhonãot em qual i dadepor queopr eçoébai xo.Naver dade,
éum vi nhoext r aor di nári o,umabel í ssi maescol hadaouvi nt e. A S RDENBERG:Aouvi nt epergunt aondeel apodecomp mpr arnoBr asi l . ACHADO:Ol RENATO M ha,exi st e Vouvr ay na Mi st r al ,no Cl ub du
Tast eVi n no Ri o deJanei r o ea Wor l d Wi neLa Past i na t em vi nhosdoVal edoLoi r e.
Vi nhobom e bar at oem Pari s?
A S RDENBERG:Tenhoadúvi dadeum
ouvi nt equevaivi aj arpar aa
Fr ançaequerdi casdevi nhosnoval ordeat é50eur os.Al ém di sso,el eest át ent ado a met eramão no bol soet r azerum p emi ergr andc r u. Mout onRot hschi l dou al gum out r o r ACHADO:Eu a RENATO M cho queel evainavegarpel a saf r a 2001,
que i magi no est ej a nas l oj as de paí s,emb mbor a as gar r af as sej am bem car as.Agor a,sobrea suges t ãoqueel epedi u,at é 50 euros,quem sabe com uma ma boa sor t e, em uma ma boa del i cat essen, uma boa l oj a de especi ari as, como mo o Bon Mar ché,el epodeconsegui rcomp mpr arum Pi notNoi r ,queéum cl ássi codaBor gonha.El et em achancedef azerapesqui sade campo.
At emper at ur ai deal dovi nhobr anco
A S RDENBERG:Per gunt a do Maur o Mar qui orJuni or ,de Camp mpi nas
( São Paul o) : qualé a t emp mper at ur a cor r et a par at oma mar os br ancoseespumant es,ecomoguar dál os? ACHADO:P RENATO M ar at omá mál os,vari a.O espumant e pode ser
t oma madoaoi t o,novegr auseobr ancovaibem apart i rdessa f ai xae,sef orext r aor di nári o,podesert oma madoem at é11,12 gr aus,porque el evaise benefici arum poucoda esper a no copo. Já quant o pi or f or o vi nho, ma mai or dever á ser a t emp mper at ur a,paraqueseusdef ei t ossej am di sf arçados. A S RDENBERG:Ent ão,quant ome mel hor ,mai sf r i o? ACHADO:Nã RENATO M o,ao cont r ár i o.Seel enão t i verqual i dade,
deveserservi domai sf ri o. A S RDENBERG:Quandoému mui t orui m
vocêcongel aenãosent egost o
nenhum. . . ACHADO:Po RENATO M i s é.A t endênci a de esf ri ar é mascar aros
ar oma mas, quando el es não exi st em. Você pode descer a t emper at ur a para ficar uma bebi da agr adávelsem que os def ei t os sobressai am. m.Porque a t emp mper at ur a mai s al t a vai f azersobr essai rosar oma mas,ouosdef ei t os,sef orocaso.
A S RDENBERG:Mas,nomá máxi mo,qualat emp mper at ur adosbrancos? ACHADO:Ol RENATO M ha,eu ac ho que um br anco aci ma de 12
gr ausj ánãoest ánat emp mper at ur acorr et a.O i dealéma mant erna f ai xade10a12gr auspar aum vi nhobr ancodequal i dade. A S RDENBERG:E paraguardál os? ACHADO:Pa RENATO M raguardál os,a14gr aus,como moseguardam
t odososout r os,naf ai xaent r e14e17graus. A S RDENBERG:Como moseguar dam
t odososvi nhos?Podesecol ocar
ost i nt osebr ancosj unt os? ACHADO:No RENATO M rmal ment e,osbr ancosna part ei nf er i orda
adega.Em ci maost i nt oseosbr ancosemb mbai xo.
Lei t ur aobri gat óri a
A S RDENBERG:AS pessoasest ão nospedi ndodi casdel i vr ossobr e
vi nhos.Vamosael as? ACHADO:Si RENATO M m.Ol ha,asopçõesest ão aument ando cada
vez mai s. Exi st em agor a nas l i vr ar i as aquel as seções de gast r onomi mi a com mui t os l i vr os de vi nho, i ncl usi ve em nt o seBr anc o s ,queé port uguês,como moodo SaulGal vão,oTi A At l asMundi aldoVi nho,deHugh um bom começo.Exi st eo At l as é Johnson.É a mi nha pr i mei r ai ndi cação,al i ás.O nhode Janci f undame ment al .Assi m como mool i vr oVi sRobi nson,
que t em t odas as i nf ormações porr egi ões,porpaí ses,por t i posdeuva.Agor a,paraaquel escur t i dor esquequer em um pouco de l i t er at ur a, eu r ecome mendo o l i vr o “ Uma vi da AL A f eUnc o r ke d) . desarr ol hada” ,doHu HughJohnson,em i ngl ês ( Li
É o gest o deabr i ra garr af a.É a vi da do escri t ordevi nhos desde os 17 anos,e hoj e el et em 66 anos e é a r ef er ênci a máxi manomu mundodosvi nhos.O l i vr ot em um t ext odel i ci oso, par eceuma magar r af adeum bom Bor gonha.
x x r Gr andc r u p emi erc r u
A S RDENBERG:Nossovel hoami goMa MarcosFr ederi co,l ádaCo Conf r ari a
doVi nhodeBaur u,di ssequej át r abal hou bast ant eosvi nhos doNovoMu Mundoees t áadent r andonouni ver sodosf r anceses. andc r uedeum Eel equersaberadi f er ençaent r eum vi nhogr emi erc r u. vi nh p o r ACHADO:Es RENATO M saéachavedosegr edo.É pr eci sosaberi sso
em r el ação aos vi nhos da Bor gonha porque essa di f er ença come meçou a ser f ei t al á — depoi s out r as r egi ões f r ancesas passar am a apl i carconcei t os par eci dos.O vi nho t em t r ês cat egori as de qual i dade e pr eço na Bor gonha.El e pode t er umadenomi mi naçãocom onome medovi l ar ej o,aíel enãoénem pr emi erne and c r u,t m gr em apenaso nome medovi l ar ej oonde
ficaovi nhedo.Ou ovi nhopodet erumacl assi ficaçãoaci ma, emi er bem mel hordequal i dade,depr eçomai sal t o,queé p o r c r u,eaíel Cr u”quer et em nor ót ul oonome medessevi nhedo.“
di zervi nhedo,emb mbai xodonome medovi l arej o.Out r af orma maét er umacl assi ficaçãoaci ma,ot op,oma mai scarodet odos,queéo gr and c r u,e aínão pr eci sa bot aro nome me do vi l ar ej o,mas andc r u.Ess apenasonome medogr esvi nhos,por ém, m,sãomu mui t o andc r unaBor pr emi erc r uj caros.São33gr gonha.Masum j áé
um vi nhodeal t aqual i dade.
A S RDENBERG:Paraosi ni ci ant escomo moel e,porondecome meçar? ACHADO:Pe RENATO M l ar egi ãodaCôt ed’ Or .
Vi nhot i nt ocom f rut osdoma mar
A S RDENBERG:Luí s,da Conf r ari a do Vi nho deBaur u( São Paul o) ,
per gunt a:nai mpossi bi l i dadedet oma marum vi nhobr ancocom f r ut osdoma mar ,épossí velt oma marum vi nhot i nt o? ACHADO:A r RENATO M espost a é di f í ci l ,por que vaidepender da
consi st ênci aedost emp mper osdopr at o.Porexemp mpl o,sef oruma pael l a,quet em f r ut osdomar ,masnãodei xadeserum ri sot o
que t em açaf r ão,especi ari as e out r os condi ment os,aípode sert oma madoum vi nhot i nt of r esco,a12gr aus.Agor a,quando of r ut o do mar vem soz i nho,no caso de uma l agost a,ou cr ust áceos,ou mexi l hões,ou vôngol e,fica mai s comp mpl i cado casarcom o vi nho t i nt o.Eu acho que aío si nalama mar el o aparece,eo si nalver mel ho apareceno caso deost r as,que absol ut ame ment enãovãocom mb bi narcom ot i nt o. A S RDENBERG:Nessascant i nasi t al i anast em
opr at odeespaguet e
com f r ut osdoma mare,àsvezes,el evem com t oma mat e,nãoé? ACHADO:Ai RENATO M nda assi m eu acho que o mol ho det oma mat e
i t al i anopedemui t asvezes,como monocasodasal adacapr ese, vi nhosbr ancos.Exi st em vi nhosbr ancosnai l hadeCapri ,de onde,al i ás,sai u asal adacapr ese.A mussar el aeot oma mat ese harmoni zam mar avi l hosame ment ecom vi nhosbrancos.Nocaso
def r ut osdomarquel evem t oma mat e,épossí velconci l i arcom vi nho t i nt o que não sej a envel heci do,que não t enha mui t a madei r a,mui t abauni l ha. A S RDENBERG:Dêum exemp mpl odesset i nt o. ACHADO: Há RENATO M Há al guns t i nt os rúst i cos da Toscana, da
Umbri a.Sãovi nhoscamp mponesesecomb mbi nam mui t obem com prat oscom mol hodet oma mat e.
Ot uri smodovi nho
A S RDENBERG:Hoj eot ema maévi nhoet ur i smo mo? ACHADO:É,por RENATO M que vemos mu mui t o nas pr opagandas os
governos t amb mbém se i nt er essando em most r ar dest i nações t urí st i cas de r egi ões vi ní col as. Essa mi st ur a é sempr e agradável ,por quevi nhoet uri smo mosãoumaf órmul aper f ei t a, emb mbor a mui t os desses passei os t urí st i cos de vi nho sej am mai s passei os t ur í st i cos do que degust ação de vi nho.Se a gent e puseri sso na cabeça,acho que fica bem mai sf áci l , por que event ual ment e al gumas decepções poder ão ser cont or nadas.Quando éum gr upo mui t o gr andequevaiao Chi l e,à Ar gent i na,a Port ugal ,éevi dent equenão vait era apr eci ação de vi nhos nem sevaiconhecergr andes vi nhos, mas vaicert ame ment e conhecer gr andes l ugar es.Eu es t ava l endo uma r eport agem sobre as dest i nações t urí st i cas do Chi l e,queéum paí sdepai sagensext r emas,como mot amb mbém o suldaAr gent i na.Sãopai sagensderust i ci dadeedeaparent e pobr ez a do sol o,mas, de r epent e,há aquel a er upção da r i quez adovi nho,quesaideondevocême menosesper a.
Vi nhosdaÁf ri cadoSul
A S RDENBERG:Têm
apareci doporaquivi nhosda Áf r i cadoSul .O
quepodemo mosdi zersobr eessesvi nhos? ACHADO:Sã RENATO M o honest os,bemmf ei t os,al gunssãomel hor es
que out r os.Mas a Áf r i ca do Sulest á numa encr uzi l hada, por queopt ou poruvasi nt er naci onai s,quef azem sucessono mer cado ext er no,emb mbor a el est enham al gumasexperi ênci as har donnay de l gnon bl anc . boas com o c á e com o sauvi gnonsbl anc sporaqui I nf el i zment evemo mospoucossauvi .Temo mos har donnay e c aber netsauvi gnon.São mai vi st o mai sc s ou
menosoquesãoosvi nhoschi l enosdequal i dade,apr eçoum poucoma mai or ,por quet êm devi aj armu mui t oparachegaraqui ,os cust ossãom ma ai sal t os.Eu acho quecada caso éum caso. Devem serexami mi nados.Tr at asede uma t er r a com t r adi ção vi ní col a,poi st em mui t osolenoi t esf ri as. A S RDENBERG:DesdequandoaÁf ri cadoSulf azvi nhos? ACHADO:Hámui RENATO M t ot emp mpo.A Áf r i cadoSult em umabel a
t r adi çãovi ní col a.El esdi zem quecome meçou com oshol andeses quef or am paral ánosécul o18.Asf azendasdaÁf ri cadoSul sededi cam aovi nhohámu mui t ot empo — est amo mosf al ando de mai sde50 anos—, —,eel esseaper f ei çoar am nosúl t i mos20 anos.
A S RDENBERG:E seaperf ei çoar am
pel ai nt ernaci onal i zação?
ACHADO: Exat RENATO M ame ment e. Com bons i nvest i ment os e se
i nt er naci onal i zando,com umamã mãodeobr abarat a. A S RDENBERG:Per gunt eii ssopor queaÁf r i cadoSuléci t adacomo mo
um paí s emer gent e com chances de se t or nar paí s desenvol vi do. ACHADO:Se RENATO M m dúvi da.E nessapart edeagri cul t ur ael es
est ãof azendobel í ssi masexperi ênci as.
Vi nhoi nflaci onado
A S RDENBERG:O assunt oagor aéopr eçodevi nhoem
r est aur ant e. . .
Ésemp mpr ecomp mpl i cadosaberseopr eçoéj ust oounão. ACHADO:Ol RENATO M ha,est á cada vezma mai s comp mpl i cado.Est ou
e r . mat aquicom umaedi çãodarevi st aDecant A éri apri nci pal ,
“ Um pel o pr eço de quat r o” , é uma r epor t agem sobr e os r est aur ant esdeLondr es.Todososrest aur ant esvi si t adospel a equi pedereport agem t êm umagarr af aquecust anome mesmo bai r r o 15 l i br as e na mesa do r est aur ant et em o pr eço quadr upl i cado.Ent ão,numagar r af ade20 l i br asnumal oj a, no mesmo bai r r o,o r est aur ant e vaicobrar80 l i br as.E os donosderes t aur ant est ant o de l á como mo de cá di zem que é pr eci socobr i rcust osquesão out r osquenãoosdasl oj asde vi nhos,e si m com pessoal ,com a decor ação et c. ,mas el es carr egam j ust ame ment enopr eçodagarr af a. A S RDENBERG:Bem, m,es t ácert oquet em
desermai scar odoquea
dorevendedor ,mast em cust osecust os,nãoé? ACHADO:Exat RENATO M o.Set oma marmoscomo médi a quat r o vezes
mai s — e aquino Br asi lt amb mbém é assi m —,eu acho um poucoi nflado.Afinalsãogarr af asquepoder i am acomp mpanhar gr andespr at os,eaíocl i ent epoder i agast arum poucoma mai s, masel eficaassust adocom essesobr epr eço.
A S RDENBERG:El esquer em ganhardi nhei r onabebi da. ACHADO: Exa RENATO M t o, por que normal ment e quem escol he
bebi daest ácomemor andoal gumacoi saou éum conhecedor di spost oapagarma mai s.Porém, m,devehaverum l i mi t eparaesse raci ocí ni o. A S RDENBERG:O carachegal áani mado,com oespí r i t oaber t o. ACHADO:E,j RENATO M á queest ou aqui ,pediessepr at o,porque
nãopedi rumagarr af a. . . ?Aínãoquerr ecuarquandoacart a devi nhoséabert anaf r ent edel e. A S RDENBERG:Aít oma ma um,j á fica ani mado e manda vi r out r a
garr af a.Vaiverqueosdonosder est aur ant eest ãocer t os. ACHADO:É f RENATO M at orpsi col ógi co. A S RDENBERG:Mascont i nuacar o,vamo mosr ecl ama marpor quecont i nua
caro. ACHADO:É i RENATO M ssomesmo.
Bacoeaf el i ci dade
A S RDENBERG:Est avaconver sandocom
aMa Mar aLuquetsobreal guns
est udosde economi mi st as dosEst adosUni doseda I ngl at er r a sobref el i ci dade— sevocêcomp mpr aou não comp mpr af el i ci dade. Ent ão,l á pel as t ant as,um desses est udos di zo segui nt e: “ Comp mpr arum vi nhode250dól ar esnãocomp mpr af el i ci dade” .E sabeporquê?O est udodi zassi m:“ Por quevocênãovaisaber di st i ngui rum vi nhode250dól ar esdeum de50dól ares” . ACHADO: Ol RENATO M Ol ha, se você souber di st i ngui r o de 250
dól ar es,i ssopodet ornál omai sf el i zdoqueode50dól ares, sem dúvi da. A S RDENBERG:Exat ame ment e.Ent ão,a i nt er pr et ação do est udo é a
segui nt e:as pessoas não ent endem, m,não sabem apr eci ar e mandam bal a num vi nho de 250 dól ar es, e aíé per der di nhei r o. ACHADO: Nã RENATO M o, não vai comp mpr ar f el i ci dade. Agor a, eu
quer i aacr escent arque,paraum vi nhodemi mi ldól ar es,mesmo mo quem ent endenãovaificarf el i z. A S RDENBERG:E porquê? ACHADO:Me RENATO M smogent equesabedi st i ngui r ,como movocêe
eu,set i verdegast armi mi ldól ares,garant o quenão vaificar
f el i znem quesej a um vi nho f amo moso,bacana.Acho que,no vi nhode250dól ar es,t udobem,podeserquenahor aagent e fiquef el i z,mast al veznodi asegui nt efiquear r ependi do.Acho que um vi nho de 50 dól ar es pode per f ei t ame ment et r azer f el i ci dade.Háout r oscomp mponent esdaf el i ci dadequeest ão na mãoi nver sa,nãovêm def oraparadent r o,vêm dedent r opara fora. A S RDENBERG:Exat ament e.O
bom de t omar um vi nho de mi mi l
dól ar esévocêt oma mardegr aça.Ganho. ACHADO:Out RENATO M r o di a proveium vi nho de 900 r eai s.E
conf essoavocêqueni nguém f al oudef el i ci dadename mesa. A S RDENBERG:Ent ãooseconomi mi st asest ão cer t osnosest udosque
vêm f azendo. ACHADO:É i RENATO M ssomesmo.
Asvi dei r asdeSant ori ni
A S RDENBERG:A l oj a deuma ami mi ga mi nha,a Jane,da Toquede
Vi nho,deS.Paul o,est áf azendoumadegust açãodosvi nhos aust r al i anos. O que nós podemos f al ar dos vi nhos aust r al i anos? ACHADO:Eu t RENATO M amb mbém est ou f azendo uma degust açãode
vi nhos aust r al i anos. Os vi nhos da Aust r ál i at êm de ser separ adosem duascat egori as:osdegrandedi st ri bui ção,que sãovi nhoscorr et os,massem gr andeat r at i vo,eosbons,que t êm um probl ema mapar anós,opr eço.Como moel esvi aj am mui t o, chegam aquimui t o car os,al ém de ser vi nhos mu mui t o bemmf ei t os.Cadacasaaust r al i anat em vi nhosparat odasasf ai xas depr eço.Agora,quandocheganosbons,el essãoexcel ent es. Massãof ei t osparaum det er mi nadot i podepal adar ,queéo pal adarmo moder no.São vi nhosquasedoces,pol pudos,chei os de sei va, t ensos, às vezes at é escur os, ma mas com uma caract erí st i ca:ficam pr ont osant esdoseur opeus.Ousej a,um aust r al i anodet r ês,quat r oanosj áest ácomp mpl et ame ment epr ont o par asert oma mado. A S RDENBERG:Vamo mosf al ardeum
vi nhomu mui t o bom eum médi o.
Pri mei r o,um vi nhomu mui t obom. m. ACHADO:Um mui RENATO M t obom éo l egendári o Gr ange,da uva
s hi r az ,masni nguém t em essevi nho.Exi st em out r osvi nhos
mui t o bons da vi ní col a Pet al uma. Eu t ome mei agor a um sauvi gnon bl anc e xcel ent e, chama mava sér i e Y. A Pet al uma net s sauvi gnons e e t amb mbém f az excel ent es caber xcel ent es r az . l r azéuma vi nhosda uva shi A i ás,a uva shi ma campeã na
Aust r ál i a.É umauvaf r ancesadoce,quef azvi nhosdensos,e mui t o pr ópri a par a o consumi dor que est á sei ni ci ando no mundodovi nho. A S RDENBERG:MudandodaAust r ál i aparaaGr Gr éci a,onossoouvi nt e
PedroAbuj amr mr adi ssequeest evenai l hadeSant ori nieficou i mpr essi onadocom asvi dei r asdel á,nochão,queédepedr a. El e quer i a saber se você conhece al gum vi nho branco de Sant ori ni . ACHADO: Si RENATO M m, eu conheço. Al i ás,ol ha que l uxo:eu
i erdo hot conhecium br ancodeSant or i nicom o sommel el
Pl azaAt hénée,em Pari s.El eabr i uduasgarr af asdeum vi nho br ancodeSant ori ni .Agor a,sevocêmeper gunt aronomeda uva, conf esso que esqueci . Ma Mas er a um branco mi ner al , f r esco,com aci dezequi l i br ada,edavaparanot ara pedr ado sol o da i l ha de Sant ori ni ,uma i l ha gr ega que fica no Mar Egeu. A S RDENBERG:Gost eida descr i ção do Abuj amr mr a,ol ha só:“ Fi quei
i mpr essi onado com as vi dei r as de Sant ori ni .El as est ão no chão,quet em mui t apedranum cl i masecoecom mui t osol . Sãocomo momu mudasdeuvapl ant adasnost er r enosdai l ha” .
ACHADO:I RENATO M ssoéumadescr i çãoparadi sí acaparaosvi nhos
deuvabranca. A S RDENBERG:E nósgost amo mos? ACHADO:Ador RENATO M amo mos. A S RDENBERG:Tamb mbém, m,né?NoPl azaAt hénée. . ACHADO: Ma RENATO M Mas em Sant ori ni , Sardenber g, t al vez sej a
mui t ome mel hor .
O segr edodas vel hasf amí l i as
A S RDENBERG:Hoj evamo mosf al ardosvi nhoschi l enos. ACHADO:Ol RENATO M ha,vocêsabe queoChi l et em uma hi st óri a
moder naeumahi st óri aant i ga. A S RDENBERG:E dequalnósgost amo mosma mai s? ACHADO:Nó RENATO M sgost amo mosmu mui t odahi st óri aant i gadoChi l e
edat r adi çãoqueoCh Chi l et em dabuscadeum vi nhopossí vel . Temosdel embr arquenadécadade50e60agent enãodava mui t a bol a para o vi nho.E os chi l enos j á davam mui t a at enção ao vi nho.Ent ão,oschi l enossemp mpr efizer am vi nho, desde o finaldo sécul o XI X.Na década de 70,quando eu come meceiamei nt er essarporvi nhos,osqueexi st i am noBr asi l er am mui t ol i mi t ados. Havi a o Cousi ño Macul . Ti nha o Cousi ñoMa Maculcomu mum eor eserva.MasoCousi ñoMa Maculer a ne ts auv i g no n.Hoj f ei t odecaber e,ovi nhedo,queper t enceà net sauvi gnon, mesma f amí mí l i a, cont i nua f az endo caber c har donnaye ne ts auv i g no n t c.Est ou aquiprovandoum caber
que vaif azer um l ançament o da Cousi ño Macul ,chama mado Lot a.Par a mi m ai nda é mui t oj ovem e t em de ser ma mai s r efinado aol ongodo t empo,masma mant ém aquel at r adi çãode netsauvi gnon no Chi pl ant arcaber l e,por quehoj eem di a se
pl ant am vári os t i pos de uva no Chi l e.Eu acho que essas vel hasf amí l i ast êm queserobservadascom at enção. A S RDENBERG:Ol ha,nósacabamo mosr espondendoa ouvi nt eGi sel a.
El avaipar aoChi l eequersaberquai svi ní col asdevevi si t ar . ACHADO:A v RENATO M i ní col a Cousi ño Macul ,no Val e do Mai po,
bem pert odeSant i ago,eavi ní col aSant aRi t a,donadeuma propri edade mui t o boni t a.São duas vi ní col as que t êm um ví ncul ocom ahi st ór i a.Mashávi ní col asmodernasnoVal ede Casabl anca,nopr ópr i oVal edoMai po.Aovi si t aravi ní col a,a gent et em de pedi r o vi nho t ur í st i co,mas t amb mbém o bom vi nhodacasa.Aívaidependerdocharmedecadapessoaem f azeropr opr i et ári omost r arost esour osescondi dos.
Par ai ni ci ant es
A S RDENBERG:AnaCri st i naCruzeSi l va,deBr así l i a,di zqueopaié
apr eci adorde vi nhos,escut a seus pr ogr ama mas,mas el a não cost umavabebervi nhoeagor aquersei ni ci ar .E aper gunt a del aéaquet odomu mundof az:“ Exi st eum vi nhoma mai sf áci lpara i ni ci ant es?” ACHADO: Ol RENATO M Ol ha, t odo vi nho é bom para i ni ci ant es e
escol ados.Agora,eu suger i ri aum vi nhot i nt oquenãot i vesse gnon doChi mui t aaci dez,um bom cabernetsauvi l e.O vi nho
que cust a mui t o pouco não é bom, pode dar uma ma má i mpr essão a quem est á chegando. Tem de gas t ar um pouqui nho mai s e compr ar um bom vi nho do Chi l e,um c aber netsauvi gnonmoder no. A S RDENBERG:Poi sé,porque,secome meçarcom um
vi nhome mei aboca,
aídecar anãovaigost ar . ACHADO:Ex RENATO M at ame ment e.Sef or ,porexempl o,um vi nhode
mui t a aci dez ,l embr ando um vi nagr e,ou um vi nho pouco espesso,bem áci do,achoqueai mpr essãonãovaiserboa.Há det ermi nadosvi nhosquesól ánaf r ent eel avaiapr eci ar ,como mo éocasodeal gunsbr ancos.Pori ssoqueachoqueum t i nt o
dev esermadur o,pori ssoum r eser va,eor eservacust amai s caro. A S RDENBERG:E qualpr at opar aacomp mpanhar? ACHADO:Co RENATO M m um bom bi f e,com salgr osso.
O quef al t aài ndúst ri a br asi l ei r adevi nhos?
A S RDENBERG:Nossoouvi nt eOs Osval doMi r anda per gunt a porquea
nossai ndúst ri adevi nhosnãoconsegueconcor r ernem com o Chi l enem com aAr gent i na.Afinal ,di zel e,t emo moscl i ma,cepas podem seri mport adas,pr ofissi onai s podem sert r ei nados e somo mosum gr andemer cadoconsumi mi dor . ACHADO:Nav RENATO M er dade,sãopr emi mi ssasqueoouvi nt eal i nha
que não são necessar i ame ment e acei t as pel o mer cado consumi dorpor queonossocl i maému mui t odi f er ent edocl i ma deChi l eeAr gent i na.NaAr gent i na,porexemp mpl o,el espl ant am vi nhedoshámai sde1. 000 met r os,ondenãoháchuvanem umi dade.NoCh Chi l e,asnoi t essãomui t of ri as.Ent ão,napart e decl i ma,nóst emo mosumadi f er ençama mar cant e. Quant o àscepasi mport adas,éver dade queascepasf or am i mport adasporvári ospaí sesaol ongodost emp mpos,oouvi nt e t em r azão. Mas as uvas preci sam de al gumas condi ções especi ai s,como moéocasodaAust r ál i aedaÁf ri cadoSul ,eno Br asi loqueseescol heui mport art eveal gum pr obl ema macom o cl i ma e o sol o da Ser r a Gaúcha, o que não quer di zer necessar i ame ment e que i sso ocor r a em t oda a r egi ão do Ri o Gr ande do Sul .Há zonas queest ão ent r eo par al el o 30 eo par al el o 50, onde as condi ções são di f er ent es e podem
f avorecerdet ermi nadost i posdeuva. O probl ema éacharquai st i posde uva sãoadequadospar a cadat er r eno.E t amb mbém opr obl ema maét r aduzi rot er r eno,que é o que t odo vi ni cul t or quer f azer , e nós ai nda não consegui moschegaraesseest ági odecomp mpr eensãodosol o— easuvast êm r esul t adosvari ávei snocasodost i nt osedos br ancos.
Quevi nhosedeve beberpri mei r o?
A S RDENBERG:A nossaouvi nt edeSãoPaul oSandr aRegi na,queé
t a do uma f ãi ncondi ci onalsua,est ál endo seu l i vr o Em Vol Vi nho .E el a queruma l i st i nha bási ca,com i ndi cações,para
saberoquepedi rnosr est aur ant esoucomp mpr arem SãoPaul o. ACHADO:P RENATO M odemo mosf azerdef orma genér i ca,poi séuma
l i st a mui t o ext ensa.Exi st em mai s de 100 i mport ador as de vi nhos no Br asi l .Agor a,a ouvi nt ej á ent r ou em cont at o comi mi goeeu r espondiael aporemai lepedium t emp mpopar a poderf azera l i st a.El a vi si t ou oVal edoLoi r eeficou mui t o i mpr essi onadacom acul t ur al i gadaaovi nhodel á,queéal go mui t osi mpl es,nãoéumacoi sadedemo monst r açãodeposses, nadadi sso,poi sl ái ssof azpart edodi aadi adel es.Eu di ri a que o Sancer r e,do Loi r e,é um vi nho bom par a come meçar qual quer al moço ou j ant ar . Exi st em al guns caber net s sauvi gnonsdoChi l equepodem cont i nuarumaboa r ef ei ção. A pessoa t em de t erum bom vi nho br anco,um bom vi nho t i nt o.At enção:bom nãosi gni ficacar oenãonecessari ame ment e um vi nhodesobr eme mesa,um vi nhodo Port o.I ssopodeficar par adepoi s.O começoéma mai si mport ant edoqueofim. m.Ent ão, um bom br anco,um bom t i nt oet ermi narem um bom quei j o, porexemp mpl o.
A S RDENBERG: Quando
você est á num j ant ar e vait oma mar doi s
vi nhos:um mui t obom eum nãot ãobom.Qualvaipr i mei r o? O pi orouome mel hor ? ACHADO:É opi RENATO M or ,dependendodonúmer odepessoasdo
j ant ar ,por que se o pi oracabarr ápi do vai se l ogo di r et o ao assunt o,ou sej a,paraovi nhomel hor ,em segui da.Agora,se f or em duaspessoas,achoquesedevecome meçarpel ome mel hor .
Beauj ol ai snouveau
com gost odebanana
A S RDENBERG: Est amos
o l ai s de nov o di ant e do caso do beauj
nouveau . gor A a,di a21denovembr ode2006,éol ançament o
mundi aldobeauj ol ai snouveau— enósnãogost amo mos,nãoé? ACHADO:Nó RENATO M snãogost amo mos.E achoquegr andepart edos
consumi dor est amb mbém não gost a mai s.Já segost ou mui t o quando,nosanos80,90,o vi nho novo f ezsua ent r ada no mer cado, er a uma novi dade. O i mport ant e no beauj ol ai s nouveau éa f est a,a possi bi l i dadeder euni ras pessoasem o l ai sno uv e au,mas vol t adeumamesaecomeçarcom obeauj
quem sabecont i nuarporout r ocami mi nho,ou sej a,evol ui rao l ongodoencont r o. A S RDENBERG:De onde vei o es sa i déi a de f azerum
l ançame ment o
mundi al ,Renat o?A saf r acheganomu mundoi nt ei r onodi a21e naFr ançat em def azerr eserva.Deondevei oi sso? ACHADO:A i RENATO M déi avei odosnegoci ant esdar egi ão deLi on,
r egi ão do Beauj ol ai s,que t em uma uva mui t of ecunda,ou sej a,umauvaquef azgr andesquant i dadesdevi nho.Ent ão, em vezdearmazenar em, m,por quenãot i nham nem l ugar ,el es l ançar am o vi nho ant esdeenvel hecer ,ou sej a,assi m queé
f ei t o,depoi s da macer ação a que é submet i do.Em poucos di as el eéengar r af ado evendi do como mo vi nho novo.Mai sou menoscomo moer aant i game ment eovi nhover dedePort ugal .El es l ançar am nadécadade70,80,com gr andema mar ket i ng,por que oconsumo na Fr ançana época er a mui t o gr andeeo vi nho novonão er at ão di f er ent edovi nhoenvel heci do,por quenão havi aapr eocupaçãocom aqual i dadequeháhoj e,ecom i sso el esdescar r egar am boa part e da produção nos úl t i mos 20 anos. A S RDENBERG:Tem al gum assi m quesej ame mel horzi nho? ACHADO:El RENATO M essão mui t o par eci dos.Os pr odut or es não
t êm t emp mposequerdei mpr i mi rapr ópr i amar canobeauj ol ai s queéengar r af adol ogodepoi sdamacer ação.Ent ão,eu acho que o beauj ol ai s nouveau t em um gost o mui t o pareci do e, par adi zeraver dade,um sabordebanana.
Osvi nhosmai s i mport adosnoBr asi l A S RDENBERG:OS vi nhosi mport adosconsumi dosnoBr Br asi l ,qualé
aor dem? ACHADO:Pr RENATO M i mei r o,Ch Chi l e;segundo,Ar gent i na;t er cei r o,
Port ugal ,quart o,I t ál i a;qui nt o,França. A S RDENBERG:E osEst adosUni dos? ACHADO:Os Es RENATO M t ados Uni dost êm uma pr esença mui t o
pequenanoBr asi l ,al i ás,em t odoomu mundo.A r azãoému mui t o si mpl es.Os ame mer i canos consome mem t udo l á,os ame mer i canos pr ef er em os vi nhosamer i canos.Não est ou f al ando deNova Yor k, e si m de out r os l ugar es como Ohi o, Cal i f órni a, Massachuset t s,at épor quenãoconhecem ovi nhoeur opeu.O f ascí ni odomundodosvi nhosévocêt erasquat r oesqui nas, osquat r ocant osdomu mundoname mesa.E osame mer i canospodem t eri sso,al i ás,osbr asi l ei r ost amb mbém, m,por quesomo mosum paí s aber t oa out r asi nfluênci as.Osvi nhossãoum conheci ment o geográfico.E,apr opósi t o,ogui ai l ust r adodaedi t oraZahar , Vi nhosdoMundoTo do,dáa medi dageogr áficaecul t ur aldo
vi nhonomundoi nt ei r o.
Abebi dadoCzar
A S RDENBERG:Ent ãoquerdi zerqueexi st evi nhodaUcr âni a? ACHADO: Si RENATO M m, e eu est ou pr est es a i ni ci ar uma
degust açãodevi nhosucr ani anos. A S RDENBERG:Qualéahi st óri adessesvi nhos? ACHADO:Osv RENATO M i nhosdaUcr âni asãomu mui t or ar osedoces,
desobremesa,et êm nome memá mági co:Massandra.A Massandra f oiuma vi ní col af undada pel o czarAl exandr eI I Ino finaldo sécul o XI X.El e quer i af azervi nhos docesme mel hor esque os Saut ernes e que os Tocays e, dur ant e al gum t empo, consegui u. Esses Massandras f or am l ei l oados em 1991, quando acabou o r egi me sovi ét i co.Foram post os em l ei l ão décadasedécadasdeMa Massandr as.Sãovi nhosdeal t oval ore deespeci al i st as.Mas são mui t or aros emui t o doces,ent ão são vi nhos de sobreme mesa.O di f í ci lé harmoni zar t odo um al moçocom osMassandr as.
Ol i mi t eent r eo pr azereoexcesso
A S RDENBERG:Um
casalnum j ant art oma maumagar r af adevi nhoou
menos? ACHADO:T RENATO M oma ma.Euachoque,dependendodoj ant ar ,dev e
t oma marat émai sdoqueuma. A S RDENBERG:A
per gunt a do nosso ouvi nt e Si dneié:“ Qualé o
l i mi t eent r eopr azereoexcesso?” ACHADO:É umab RENATO M oaper gunt a,porquecadapessoa,cada
casalt em seul i mi t e.Umagar r af aparaduaspessoaséoi deal para um al moço.Num j ant ar ,sehouver ,porexempl o,uma ent r ada, t enho a i mpressão que a cont a cert a ser i a uma garr af a eme mei a paraduas pessoas.Est arí amo mosf al andoaíde um pouqui nho mai s de um l i t r o. Ent ão al go como 500 mi l i l i t r osporpessoaparaum j ant arl ongo,deduashor asou mai s.E i ssodari a a oport uni dadedepr ovar em doi svi nhos, nocasodeum j ant arespeci al .
Paraossemadega
A S RDENBERG:O i dealét erumaadega,cer t o?MasoI van Ri bei r o
di zqueel enãot em.E quersabercomo mof azquando t em um vi nho par a servi r . Se el e põe no f r eezer par a chegar r api dament e na t emp mper at ur ai deal ou na gel adei r a, e por quant ot empo? ACHADO:Ol RENATO M ha,nem umacoi sanem out r a.Pegaagarr af a
como mo el a est á, no es t ado nat ur al , abr e a gar r af a ant es, mer gul ha num bal de de gel o edei xa ficarpordezm mi i nut os. Evi dent equeapart edebai xodagarr af avaiesf ri arpri mei r oe o gar gal o não.Ent ão,sugi r o que,depoi sdedezmi mi nut os,o anfit ri ão derr ubeogargal onopr ópr i ocopoevol t eagarr af a para o bal de,esper ando mai s um ou doi s mi nut os,para depoi scome meçaraser vi r .O vi nhoest aránat emp mper at ur a. A S RDENBERG:Ent ão est á per f ei t o.Est á bem
expl i cado:oanfit ri ão
abr ea garr af a,col ocanogel opordezmi mi nut os,t oma maapart e deci ma,eaípr ont o. ACHADO:Ex RENATO M at ame ment e.
Coposcol ori dos,nem pensar
A S RDENBERG:A quest ão éa segui nt e:aquel escoposcol ori dossão
mui t oboni t i nhos,masnãoservem, m,nãoé? ACHADO:Es RENATO M saquest ãomef oil evant adaporumapessoa
demu mui t obom gost oqueest avacomp mpr andocoposcol ori dosem um ant i quári o em São Paul o. Copos col ori dos, de cr i st al ant i go.E el adi zi aquesabi aqueparavi nhot i nt onão dari a, mast al vezparaovi nhobr anco. . .E eu t i vededi zerpar ael a: nem par a ot i nt o nem par a o branco.Essescopos col ori dos l i ndí ssi mossão paraágua.É obr i gat óri oquesevej aovi nho nal uzeel epr eci sadeum copot r ansparent e,cri st al i no,não pr eci saserdecri st al ,masbast ant et r ansparent e,quepossa dei xar que o exame me vi sualsej af ei t o com t oda a at enção. Port ant o,essescoposcol ori dos,t r abal hados,sãopar aágua.
Al ongevi dadedosvi nhos
A S RDENBERG:Nosso ouvi nt e José Magal hães,deVi t óri a( Espí ri t o
Sant o) ,t em umacol eçãodet r êsvi nhosequersaberquant oà l ongevi dade,quandoéqueel eabr easr ef eri dasgarr af as.Eu vou l er par a você:“ O pr i mei r o é o Sant a Ri t a Casa Real Caber netSauvi gnon2002” . ACHADO:Ol RENATO M ha,est e Sant a Ri t a Casa Real2002 é um
vi nhot ãobom — eu consi der oomel horvi nhochi l eno.Acho quecer t ame ment evaificarmu mui t obom nospróxi mosdoi sanos, masj áest ábom agor a.El eéf ei t odeumamanei r aque,com quat r o anos dei dade,j á podeseraber t ot r anqüi l ame ment e.O pr obl ema é que esses gr andes vi nhos chi l enos são consumi dos e vendi dos e não se guar dam, m,e est e seri a um bom t est e par af azer ,mas de qual quermanei r aj á est á no pont odeserabert o. A S RDENBERG:Porvi adasdúvi das,éme mel horj át oma mar ,nãoé? ACHADO:Po RENATO M i sé. A S RDENBERG:Depoi st em Lui sPat oVi nhaBarr osa1999. ACHADO:É um be RENATO M l ovi nho.Podeabri r . A S RDENBERG:Depoi svem oAl i ónRi ber adelDuer o2000.
ACHADO:Es RENATO M t eéuma obr apri ma.É um l uxo.Achoque
el epodeesper ar .É o segundo vi nho da Espanha depoi sdo VegaSi cí l i a,queédamesmacasa.É mui t obem vi ni ficado.É uma pr opr i edade model ar ,par ece a Cal i f órni a,no mei o do pl anal t ocast el hano,em Cast el a, A S RDENBERG:E el eguardaat équando? ACHADO:El RENATO M epodeguardarpormai ssei sanos. A S RDENBERG:Maspodet oma maragor a?Jáest ápr ont o? ACHADO:Si RENATO M m,pode. A S RDENBERG:Ent ão,el epodet oma marost r êsvi nhos. ACHADO:Ac RENATO M ho que el ef ez uma bel a escol ha.Não são
vi nhosmui t oacessí vei s,sãovi nhosdef est a,et odosel esvão f azerumaboafigur a.
Vi nhospar aum j ant arecl ét i co
A S RDENBERG:O
Leonar do,do Ri o de Janei r o,vaiof er ecerum
j ant ar par a f est ej ar o noi vado da fil ha e pede a sua col abor açãoparaosespumant eseosvi nhos.Ser ãoservi dos canapésedepoi sum j ant aràbasedepei xe,carnevermel hae aves. Fi cou mei o bagunçado i sso aquiou dá para l evar , Renat o? ACHADO:Ol RENATO M ha,ficou bagunçado,apar ent eme ment e,masel e
podeordenari sso,casosedi sponhaadi vi di rem est ági osessa quest ão.Bem, m,el ej áescol heu opr osecco— eu i aat ésuger i r um espumant ebr asi l ei r o que,na mi nha opi ni ão,ganha dos pr oseccosnagr andema mai ori adasvezes.Mas,paracont i nuar , como mot em pei xe,avesecarnesver mel has,euachoqueel et em deof er ecerdoi svi nhos.Um br anco,dauvachardonnay,para l o tdoCh opei xe,eum vi nhot i nt o,um mer Chi l e,cuj agradaçãoé
um poucoma mai sal t a,mas,como moéumaf es t a,t odomu mundofica l o tchi mei o ani mado me mesmo.Ent ão,um mer l eno das casas
t r adi ci onai s Sant a Ri t a,Mont es,Carmen,enfim,há vári as opções.Em r esumo,eusuger i ri aum espumant epr oseccoou um brasi l ei r o, com pref er ênci a par a o br asi l ei r o, um c har donnay c l o tc hi l enonãoembarri cadoeum mer hi l enode
umadascasast r adi ci onai s.
A S RDENBERG:E aordem
éest a:ser vepri mei r oopei xeedepoi sas
carneseaves. ACHADO:Se RENATO M m dúvi da.Quem passarporci madopei xee
har donnay. f ordi r et opar aascarnesnãot em di r ei t oaoc
Vi nhospar a combi narcom sopa
A S RDENBERG: O
nosso João Car l os Sant ana, apresent ador do
Re pó r t e rCBN,t omo mou ont em denoi t euma sopadegr ãode-
bi co,bem t emper ada,com carneet c. ,emandou verum t i nt o chi l eno.El equersabersef ezbest ei r aou sesesai u mai sou menos. . . ACHADO:Ol RENATO M ha,nãof ezbest ei r a.Masépr eci sosaberqual
er aot i nt ochi l enoqueel eescol heu,dequeuva. A bec .Fezbes becc S RDENBERG:Er aum mal t ei r a,um mal hi l enonão
est ácom nada. ACHADO:Be RENATO M m,enfim,eu acho que um t i nt o chi l eno
poder i acumpr i rbem opapel ,mas,com umasopadegr ãodeour i ga bi cochei a det emper os,eu i r i a par a Port ugal .A uvat nac i o naleasuv asdo Dãosãoexcel ent escom uma sopade
gr ãodebi co,t êm um pouco de ár abe,um t r aço r úst i co. Aquel arust i ci dadecom umacert aaci dezvaimui t obem com essasopa. A S RDENBERG:Agora,nocasodassopasem
ger al ,vaidependerdos
i ngredi ent es,nãoé? ACHADO:Si RENATO M m,dosaroma mas,daservasedost emp mper os.De
qual querma manei r a,eu i nsi st i r i a em um vi nho da Pení nsul a I bér i ca,sej adePort ugal ,sej adaEspanha.A gent enãopode esquecerquegr ão-debi coéum el eme ment odoMe Medi t er r âneo. A S RDENBERG:E at r adi ci onalcanj adegal i nha? ACHADO:Be RENATO M m, m,acanj aéflui da,r al aevaipr eci sardeum
vi nho si mpl es.At é eu arr i scari a com o vi nho br anco por causa da car nedef r ango,quevaimui t o bem com o vi nho br anco.
Osl ucr osdovi nho
A o r S RDENBERG:A Mar a Luquet ,a nossa col uni st a do j ornalVal
Ec onômi mi c o,des cobri u um f undo de i nves t i ment o em vi nhos:
The Wi ne I nvest mentFund.A sede del e é em Londr es.O f undocomp mpr agarr af asdevi nhosdesde2003,f azum port f ól i o e depoi s vende as garr af as e r eal i za o l ucr o,e é só vi nho Bor deaux.Ol hasóoqueel escomprar am nocome meçode2006: Angel us1995,1998e2000. ACHADO:É um bo RENATO M m at i vo,sem dúvi da.Agor a,sobreesse
t i po de f undo,é curi oso que t enha si do cr i ado t ão t arde, porqueoboom dosvi nhosocorr eunadécadade90at é2002. Ent ão, quem i nvest i u nesse per í odo, ou mesmo ant es, r eal i zou um l ucr oext r aordi nári o.Masmu mui t ome mesmo,est amo mos f al ando de uma val or i zação de 200% at é 2002. Est ou al moçandocom um ami mi goqueégest ordef undos,eel eest á di zendoosegui nt e:com osval or esdasgarr af asde2005ser á mui t o di f í ci lf azer um port f ól i o que vá t er um r esul t ado par eci do com o ant eri or , por que os de 2005 j á est ão pr eci ficadosem r el açãoaosf undosdei nves t i ment o,ou sej a, j á se i ncorpor ou ao pr eço a r ent abi l i dade desses f undos. Ent ão,j ánãoéam me esmacoi sa.
A S RDENBERG: Agor a
el es est ão di zendo aqui que as garr af as
adqui ri dasem j anei r o de 2003 at é30 de se t emb mbro de 2006 t i ver am umaval ori zaçãode75%. ACHADO:T RENATO M udo bem,em 2003 acont eceu i sso e essa
val or i zação em Bor deaux pode t erocorri do.Agor a,com os preços de 2005, fica mai s comp mpl i cado para o i nves t i dor , por quej ásepr evi r am garr af asparasaí dacom 600dól ar ese 700 dól ar eschegandoa mi ldól ares.Bor deauxpassou a ser um poucomo modanospaí seseme mer gent es.Um port f ól i oqueer a i nt er essant eem 2000podenãosert ãoi nt er essant eem 2006. A S RDENBERG:No por t f ól i o de 2006 t em, m,por exemp mpl o,o Cheval
Bl anc1989,1995,1996e1990. RENATO
ACHADO: Aí e ue c hi ps , M st amos f al ando de bl
pri nci pal ment easde1990e1989.Evi dent equehaver áuma val or i zação,masnãonavel oci dadequehouveant eri or ment e.
Dordecabeçapar avi agem
A S RDENBERG:O ouvi nt eCai oRi bei r o,deSãoPaul o,di zquedepoi s
det oma marum vi nhoargent i no,mesmo moum bom ar gent i no,el e sesent eum poucopesadoe,àsvezes,com um poucodedor decabeça,oquenãoacont ec ecom um f r ancês.Di sser am a el e que i sso pode est arr el aci onado à quant i dade de sul fit e pr esent enovi nho.Podeser ? ACHADO:Pode,mas na v RENATO M er dade os f r anceses t amb mbém
usam ame mesmaquant i dadedesul fit o,queéum conservant e adot adoport odaai ndúst ri aporque,quandoovi nhovi aj a,el e preci sadeuma dosede sul fit o.Ou sej a,t em uma dosagem i ndust r i alacei t a nomundoi nt ei r oparaqueel epossa vi aj ar sem est r agar . A S RDENBERG:Todososvi nhost êm sul fit o? ACHADO:T RENATO M odost êm. m.Agora,i ssonãoénecessari ame ment ea
causadadordecabeçadoouvi nt e.Eu i magi noquet al veza gr adaçãoal coól i caosej aou t amb mbém umaper cepçãopessoal , uma i di ossi ncr asi a.Normal ment e,i sso é devi do à gr adação al coól i ca,eosvi nhosar gent i nost êm umagr adaçãomai sal t a. Épr eci sosaberat ol er ânci adecadaum aovi nho.
Uvadi f í ci l
A S RDENBERG:O paul i st aMar cosJoséRamp mpone,doEspí ri t oSant o
no tnoi r doPi nhal ,per gunt asevocêpoderi ai ndi carvi nho p spi
que não sej am f r anceses e t enham boa r el ação cust o benef í ci o. ACHADO:Boaper no tnoi ré RENATO M gunt aado Mar cos,por qu p epi
si nôni modevi nhoel egant e.É umauvaquenãoacei t amu mui t o est ági o em madei r a por que per de suas caract er í st i cas e at é p no tnoi réumauvamui muda decor .Naver dade ,i t odi f í ci l ,
quenão dá r esul t adosóbvi os,f ácei si medi at os,demer cado. Exi geumavi ni ficaçãopaci ent e,éumauvadecl i masf r i os,e exi st em f or a da Fr ança t er r enos em que sepode pl ant ál a, como mo nos Est ados Uni dos, por exempl o, ao nor t e da Cal i f órni a,no est ado de Or egon.Lá f az mui t of r i o.Porém, m, no tnoi r essesvi nhosdoOr egon nãosãomu mui t obar at os.H p ápi
na Nova Zel ândi a,na r egi ão da i l ha sul ,exi st eno Br asi l ,e no t noi r no Chi agor at em pi l e, na r egi ão mai s al t a, em
vi ní col as como a Mor andes.É uma quest ão dei nvest i gação quepodedarr esul t adosexcel ent es.
Chabl i sf or adaFr ança, nem pensar
A S RDENBERG: O
Jéf er son, nosso ouvi nt e de São Ber nar do do
Camp mpo,deSãoPaul o,quersabersevi nhoschabl i squenão sãopr oduzi dosnaFr ançasãoconfiávei s. ACHADO:Não,nãosãopor RENATO M queonome me,adenomi mi naçãoé
excl usi va. Você só pode chama mar de chabl i s os vi nhos pr oduzi dos na r egi ão deChabl i s,no nort e da Fr ança.Esse nome mef oir egi st r ado,f oiobj et odedi sput asi nt ernaci onai s.Eu mel embro at équena década de 70 havi a chabl i squenão er am daFr ança.Massópodeserchama madodechabl i sovi nho cul t i vadonaquel ar egi ão.É dauvachardonnay,pl ant adaem sol ocal cár i oeem condi çõesmui t of ri as. A har donnays f S RDENBERG:Agor a,há bons vi nhos c ei t os f ora da
França? ACHADO:Sem dúv har donnays magní RENATO M i da.Há c ficos,que
ou t êm o nome me do pr odut ore da uva no r ót ul o,que é a f ór mul a amer i cana, ou t êm o nome da r egi ão. Há c har donnaysdaBor gonha,dosEst adosUn Uni dos,do Chi l e,da
Aust r ál i a que são f amosos,mas não t êm nada a ver com har donnay do Nov chabl i s.Não dá par a compar arc o Mu Mundo har do nnay de Chabl com o c i s. O chabl i s t em uma ma
car act er í st i ca mi ner al , com
aci dez pronunci ada, par a
comb mbi narcom det er mi nadascomi mi das.
Af el i ci dadeéol i mi t e!
A S RDENBERG:WagnerPi nhei r o,de Ni t er ói( Ri o de Janei r o) ,pede
uma sugest ão par a come memor ar o seu noi vado.Ai nda t em gent equeficanoi vo,Renat o? ACHADO: Po RENATO M i s é. Se j á quer comemor ar no noi vado,
i magi nenocasame ment o.Bem, m,onoi vadopodesercomemo mor ado, cl ar o,com um espumant eoucom um bom champ mpanhe.Sef or uma f est a mui t o gr ande, eu sugi r o um espumant e mai s acessí vel ;se f or uma f est a mai sí nt i ma,por que não um champ mpanheparaversedásort eeseocasame ment oj ápodeser précome memor ado?É cl ar o quea bebi da do casame ment o edo noi vado sempr ef oio espumant edequal quernaci onal i dade, pr ef er enci al ment e f r ancesa, mas out r as naci onal i dades t amb mbém podem di sput aressa comp mpet i ção.Por ém,no j ant ar de noi vado, por que não t ent ar brancos e t i nt os de boa qual i dade?Euaconsel hoaosnoi vosfixarum pi sodegast ose, daíparaci ma,af el i ci dadeéol i mi t e. A S RDENBERG:Ah,gost eidi sso. . .A f el i ci dade é o l i mi t e!Tem
de
come meçarbem, m,né? ACHADO:Ló RENATO M gi co,poi s,seset r at adeum noi vado,vamo mos
come meçarcom o pé di r ei t o,por que quem sabe o casame ment o ser ábem mel horevaidur armui t ot emp mpo.
Vi nhoscanadenses
A S RDENBERG:Fer nando énossoouvi nt el á no Canadá edi zque
sempr eacomp mpanhaasnossasconver sassobr evi nhos.El ef oi vi si t ara r egi ão vi ní col a do Canadá eper gunt a porquenão ouvi mosf al ardebonsvi nhoscanadenses? ACHADO:Ol RENATO M ha,exi st em vi nhoscanadensesdedest aque,
basi cament eosdoces,desobr emesa.Sãouvaschardonnays, br ancas,quedãovi nhosl i cor osos.E oquecol ocaoCanadá c e wi wi ne s,o noma mapamu mundi aldovi nhosãoosi svi nhosdegel o.
Com ageadanat ur al ,vocêconservaauvaeoaçúcardauvae col he a uva congel ada.No mome ment o em que col he a uva congel ada,vocêacol ocaem umabarr i caeesper adescongel ar al i .E aíéqueest áogr andesegr edodoCanadá,quesãoos vi nhosl i cor osos,um dosmai sf amososéoI nni ski l l i n. A S RDENBERG:El e di sse que os vi nhos comu muns de l á são mui t o
caros. ACHADO:Se RENATO M m dúvi da,eépori ssoqueoCanadánãoest á
nome mer cadoi nt er naci onal .
Osr omâ mânt i cosal emães
A S RDENBERG:Paul oMagal hães,deBr así l i a,t em
umami ssãomei o
di f í ci lpara você.El e di z que t oda noi t et oma ma um copo de vi nhoapr eci andool uar ,queésempr eboni t ol áem Br así l i a. Mas di z que t oma ma vi nho soz i nho,por que a mul her não consegue gost arde vi nho.El a apreci ou um pouqui nho um vi nhodoce,debai xagr adaçãoal coól i ca,quet ambém nãodá parat oma mart ododi a.Ent ão,el epedeumasugest ãoparaque possa i nt r oduzi r a mul her no mundo do vi nho, par a convencêl aat oma marvi nho. ACHADO:Be RENATO M l oser omâ mânt i cossão ospr opósi t osdonosso
ouvi nt e.A r espost a que me vem à cabeça são os vi nhos comp mpl i cados,quef al am al emã mão,quenormal ment et êm r ót ul os em al emã mão,eexi st em noBr Br asi l .Nãosóosal emã mãescomo moos aust rí acos. São vi nhos doces e semi doces absol ut ame ment e r omâ mânt i cos,que podem ser t oma mados em uma t aça só,não pr eci sa serem gr ande quant i dade,com gr adação al coól i ca bai xa,com f r ut adoenvol vent e.Todososvi nhosbr ancosf ei t os i esl i ngnaAl com auvar emanhaenaÁust ri at êm 10, 5gr aus
deál cool .São obr asper f ei t asparat oma maraol uar .Osvi nhos aust rí acoseal emã mãessãoar espost aparaonossoouvi nt e.
Comi mi daj aponesa com vi nhobr anco?
A S RDENBERG:Vamo mosf al arsobr eosvi nhoseascomi mi dasj aponesas. ACHADO:At RENATO M éci ncoanosat r áshavi aumadesconfiançade
que a comi mi da j aponesa er a mui t o condi ment ada e i sso pr ej udi cavaadegust açãodosvi nhos.Masoqueficou pr ovado nosúl t i mosci ncoanoséo cont r ári o.É queo pei xe,queéa base da comi da or i ent al ,necessi t a de um vi nho.É di f í ci l i magi narum pei xecr u ou nãocr ut oma mado com água.Seri a quase uma of ensa ao prat o.Ent ão,os vi nhos brancos são necessár i os para a comi mi da ori ent ale,hoj e em di a,a uva r i esl i ngéaquepr eencheesseespaço,emb mbor aexi st am out r as har donnay,nãouvaspossí vei s,como moauvac ama madei r ado.Mas
eu acho queos ri esl i ngsquet êm mui t o perf ume,sej am da Al sáci a, Aust r ál i a, Nova Zel ândi a, e at é det er mi nados sauvi gnons da Améri ca do Sulsão f undame ment ai s par aa degust açãodacomi mi daj aponesa. A S RDENBERG:Renat o,oquenósachamo mosdosaquê,queéovi nho
dearr oz? ACHADO: Ol RENATO M ha, Sar denber g, est e é um progr ama ma de
vi nhos,masosaquêémar avi l hosocom acomi daj aponesa.É cl ar oqueacomi mi daj aponesadáoport uni dadepar aconhecer
out r ascoi sasi gual ment ear omá mát i cas.O saquêéma mai sneut r o, eporsermai sneut r oapessoapodeacharqueéágua— eaí acabasedi ver t i ndoum poucoal ém dacont a. A S RDENBERG:Vocêt oma ma o saquê daquel ej ei t o,na cai xi nha com
sal? ACHADO:Nã RENATO M o,sem o sal .Na cai xi nha sem o sal .O sal
podeserum f at ordeper t ur bação. A S RDENBERG:Al ém denãof azerbem paraapr essão. ACHADO:É v RENATO M er dade. A S RDENBERG:Est ácert o.Ent ão,nósgost amo mosdesaquê? ACHADO:Nó RENATO M sgost amo mos,sem dúvi da. A S RDENBERG:Renat o,vocêt i r ou um
pesoda mi nha consci ênci a,
porqueeugost avat ant odesaquê. . . ACHADO:Ma RENATO M svocêpodecont i nuargost ando,por queeu
achoqueéum doscasame ment osi deai s,masnãoéoúni co.
Cal i f orni anosem cri se
A S RDENBERG:Vamo mosf al ardevi nhosame mer i canos? ACHADO: Si RENATO M m. Se coment a mui t o sobr e o vi nho
ame mer i cano, que est á enf r ent ando agor a, depoi s de ganhar dur ant e mui t os anos,a concor r ênci a dent r o dos Est ados Uni dos com o vi nho eur opeu. Na ver dade, o vi nho da Cal i f órni acont i nuasendoapr ef er ênci adosamer i canos,mas não do consumi mi dor ame meri cano de el i t e, que mesmo na Cal i f órni apr ef er eagor aovi nhoeur opeu. A S RDENBERG:El esest ão apost andomui t onadi vul gaçãodovi nho
cal i f orni ano? ACHADO:El RENATO M es usam t odos os mei os de comu muni cação
possí vei s, por que ame meri cano gos t a de consumi r produt o ame mer i cano.Sevocêcomp mpraruma ma r evi st a ame mer i cana — nos Est ados Uni dos não exi st eal ei f r ancesa que proí be a pr opagandadebebi dasal coól i cas—, —,ver áqueel esest ãol i vr es para f azera gr andei nvest i da come mer ci al .El esnão def endem i ssopar aome mer cadoext er nopor queosame mer i canosconsome mem osvi nhosame mer i canos.O pr obl ema maéqueaCal i f órni anãot em f ei t o mui t os bonsvi nhos,por queas condi çõescl i mát i casde aqueci ment onãot êm per mi t i doboassaf r as. A S RDENBERG:E nósgos t amo mosdoquê?
ACHADO:Nó RENATO M sgost amo mosdeal gunsvi nhosda Cal i f órni a,
masosquenósgost amo mossãom ma ai sl egendári osdoquer eai s.
Consumoaument anos EUAedi mi nuinaFr ança
A S RDENBERG:Háumapesqui sadaconsul t ori aI nt er nat i onalWi ne
& Spi r i tRecor d,deLondr es,quedi zqueoconsumodevi nho est á aume ment ando nos Est ados Uni dos e di mi nui ndo na Fr ança e em quat r o anos os EUA ser ão os mai or es consumi doresdevi nhodomu mundo.Porqueest áacont ecendo isso? ACHADO:Po RENATO M rt r êsrazões.A pr i mei r adel ast em avercom
a LeiEvi n,que é o nome me do deput ado,um médi co,que é cont r aoconsumodeál cooleconsegui u apr ovarumal eique proí be a pr opaganda de vi nho em qual quer veí cul o de do or s ,na Fr comu muni cação,i ncl usi veout ança.Esseéum dos
f at or es,masnão o úni co.Out r ot em a vercom o f at o de a popul açãoj ovem — houveum babyboom háuns15anos— não consumi mi rvi nhos.Essa cama mada da popul ação consome mai s bebi das ener gét i cas,cervej a er ef ri ger ant e.E a out r a r azãoéof at odeaFr ançanãopr oduzi rvi nhosdequal i dadea bom pr eço,comosepr oduzem noNovoMundo. A S RDENBERG:E
o document o di z ai nda que a I t ál i a vaiser a
segunda mai orconsumi dor a do mundo equepel a pri mei r a veznahi st óri adapesqui sadoi spaí sesapar ecem nal i st ados
que est ar ão ent r e os dezma mai or esconsumi dor esde vi nhos: Chi naeRússi a. ACHADO:Se p pl ayer sdo RENATO M m dúvi da.Essesdoi spaí sessão
mer cado mundi aldevi nhos,sobret udo nomer cado de l uxo, poi s há gr andes f or t unas na Chi na e na Rússi a e el es ent r ar am pesadonesseme mer cado.Agor a,um r eparoaf azer :é t amai que,naest at í st i ca,aI t ál i aconsom p e ercapi svi nhodo
queaFr ançaat éhápoucot emp mpo,qual quercoi sadeum l i t r o amai sporpessoaporano.Pel ome menossãodadosda úl t i ma est at í st i ca a que eu t i ve acesso,mas é possí velque esses númer ost enham mudado.
O quenãocombi na com vi nho
A S RDENBERG:O Marcel odeSouza,deLorena,ci dadedoi nt eri orde
São Paul o,per gunt a o segui nt e:“ Exi st e al go de come merque defini t i vame ment enãoadmi t evi nho?” ACHADO: É uma boa pe RENATO M r gunt a. Na ver dade exi st em
al gunsal i ment os,al gumassobreme mesas,al gunst emp mper osque nãovãogost armu mui t odovi nho. . . A S RDENBERG:É bom
vocêdi zerparaagent equai ssão.
ACHADO:Po RENATO M i sé.Mas,ari gor ,est ou vendoaquinaúl t i ma
edi ção do gui a do Hugh Johnson que vár i as r ecei t as e sobreme mesas que não er am i ncl uí das nas edi ções ant er i or es f or am i ncl uí dasnest a,por queouni ver sodosvi nhost amb mbém semu mul t i pl i cou,seamp mpl i ou demo modoaacomo modarcer t ascoi sas queer am at éent ãonãomui t ocogi t ávei s— como moochocol at e, as t ort as de chocol at e,que er am consi der adas i ni mi gas do vi nho,e hoj ej á há vi nhos doces que combi nam com esse produt o.Eu acho queo vi nagr eé um i ni mi go,oexcessodo al ho t amb mbém e,no caso de sobr emesas,as mui t o doces. Agor a,oqueeu achoquenãovaibem dej ei t onenhum éo caf é,ou sej a,assobr eme mesascom caf é.Noí ndexdepr oi bi ção eu acr edi t o que só o caf é,e as out r as coi sas t êm de ser
exami mi nadascasoacaso. A S RDENBERG:E ar egraé:ent r eot emp mper oeovi nho,agent et i r ao
t emp mper o. ACHADO:Es RENATO M saéar egr a,por que,quant ome menost emp mper os
f ort es,mai sovi nhovaisobr essai r .
Vi nhocom moqueca
A S RDENBERG:Lei l aMari aBuenodeMor aes,deCur i t i ba,vaif azer
um j ant ar par a 20 pessoas.O car dápi o é:de ant epast o, pat ol as de car anguej o e cama mar ões empanados com vár i os t i pos demol ho;no j ant ar ,sal ada ver de,moqueca capi xaba, sem dendêesem l ei t edecoco,pi r ãoearr ozbr anco.El aquer saber ,pr i mei r o,sevocêpodei ndi carum vi nho r osépara o antepasto. ACHADO:Po RENATO M sso.Al i ás,el a pode,i ncl usi ve,cont i nuarno
vi nhor osénasegundapart edoj ant ar ,j áquenãot em l ei t ede coconamoqueca.Eu proveiout r odi aum r osédar egi ãoda Provence,na Fr ança,e não é um vi nho car o,é bast ant e acessí vel ,naf ai xados50r eai s. A S RDENBERG:É i sso mesmo.El a di zque o t et o seri a de uns 50
reais. ACHADO:Eu ac RENATO M ho que t al vezum pouqui nho mai sque
i sso.Seel acol ocassema mai sal gunsreai zi nhos,poderi achegar aum vi nhorosébast ant ebom dosuldaFr ança.Out r odi avi um r oséf ei t opel oBr unoPai l l ar d — um gr andepr odut orde champ mpanhe,dono de uma pr opr i edade pequena no sulda Fr ança—, —,quef azum r osému mui t obom, m,di st r i buí do noRi oe em SãoPaul oporumai mport ador a.
A S RDENBERG:E el apodei rcom or oséat éofim doj ant ar ,nãoé? ACHADO:P RENATO M ode,poi so r osét em uma cert a suavi dadee
el egânci a que vaicomp mpor mu mui t o bem com o j ant ar .E há out r asescol has,como moosroséschi l enos.Porf al arem Chi l e,o s auv i g no ng r i séanovamo modal á,umaf ebre,por queel esest ão
f azendoexper i ênci as.Achoqueel est amb mbém sent i r am queos t i nt osest avam ficandomu mui t opareci dos.Vocênãoacha? A S RDENBERG:Podeser ,podeser .Seiqueest i vehápouconoCh Chi l ee
g no sgr i s . pr oveiót i mossauvi ACHADO:Qua RENATO M lvocêdest aca? A S RDENBERG:Fl oresta.
Aqual i dadei nt ernaci onaldo Sauvi gnonBl ancSant aRi t a
A S RDENBERG:Est amoscom Cecí l i aTorr es. . . ACHADO:É,Ce RENATO M cí l i a Tor r es é um nome me i nt er naci onal ,
chi l ena,enól ogadeumadascasasm ma ai si mport ant esdoChi l e, a Sant a Ri t a,e r esponsávelporvári as l i nhas de vi nhos.A Sant a Ri t a é par a mi m a mel hor vi ní col a chi l ena se você consi der art odoovol umeeconsi der arovi nhot opodel i nha del es,Casa Real .Mas da l i nha Fl or est a da casa Sant a Ri t a são em t or no de 40 mi lgarr af as por ano de cada uva.O Sauvi gnonBl anc,porexemp mpl o,podecomp mpet i rcom osdaNova Zel ândi a — e pode comp mpet i r em ní veli nt er naci onal . São vi nhosdeal t í ssi maqual i dade. A S RDENBERG:CasaRealésempr edeproduçãol i mi t ada? ACHADO: Pe RENATO M r gunt o a Cecí l i a e el a me di z que são
pr oduzi das 20 mi l gar r af as por ano. É uma pr odução l i mi t adí ssi ma, você t em r azão, para uma escal a sul ame mer i cana. A S RDENBERG:Por queest i vel á na vi ní col a Sant a Ri t a eel esnem
t i nham par avender . ACHADO: Exat RENATO M ame ment e, por que el es expor t am t oda a
produção. A S RDENBERG: Mas eu
e mi nha mul her , Cybel l e, t omamo mos um
magní ficoFl or est aCaber net /Mer l ot ,1998,nor est aur ant eda Sant aRi t a.Eudevorandoumasober ba“ cost i l l adecer doal a chi l ena” ,el acui dandodeum ossobuco.E t r ouxemo mosdel áum Fl or est aCaber netSauvi gnon,2002,queest águardadol áem casa.Quandovocêvi eraSãoPaul o,agent evait oma mar . ACHADO:Pr RENATO M ome messaédí vi da.
Um chi l enoma mai s car oqueum f r ancês?
A S RDENBERG:O
ouvi nt e Marcel o di zassi m:“ Quer o vero Renat o
harmoni zarpaçocacom vi nho” .E out r oouvi nt eper gunt ase você consegue harmoni zar pamonha com vi nho. Agor a, come meçou aséri e. . . RENATO
ACHADO: É M
ver dade. Começou
a séri e das
i mpossi bi l i dades. A S RDENBERG:Bem,t em
um ouvi nt equepagoumai sporum vi nho
chi l enodoqueum f r ancêsequersabersef ezcer t o. ACHADO:Nav RENATO M er dade,esseouvi nt el euumacol unadeum
cr í t i cof al andobem dedoi svi nhos,um chi l enoda Vi ña San Pedr oeum f r ancêsquesechama maMa Mar sdeMa MasdeDauma mas no.El Gassac,queel et i nhavi st onofil meMondovi ef oiverna
l oj aedescobri uqueochi l eno,oCa CabodeHo Hornos,cust ava160 r eai seo f r ancês 50 r eai s.Aíel e per gunt a se val e a pena gast art oda essaf ort una nochi l enoou seser i a mel horficar com of r ancês.Ol ha,oCa Cabo deHo Hor noséum dosme mel hor es vi nhoschi l enos,masest ábast ant ecar o.O f r ancêséumaboa comp mpr a,poi séum vi nhobom. m.Par apagar160r eai spel oCabo de Hor nost em de pensarbem. m.Com essedi nhei r o el epode di versi ficar .
A S RDENBERG:I sso me l eva a pensaro segui nt e:no caso de um
al moçoou j ant arl ongo,vocêachaqueagent edev ema mant ero mesmovi nhooui rt r ocandodevi nho? ACHADO:Se RENATO M m dúvi da,oi dealét r ocarovi nho.Sou af avor
det r ocasconst ant esaol ongodoj ant ar .
Al moçor egadoachampanhe
A S RDENBERG:O assunt oédegust açãodechamp mpanhe. ACHADO:Poi RENATO M sé,houveuma degust ação de champ mpanhe
em um hot elaquinoRi odeJanei r o— bom champ mpanhesea pr eçosacessí vei s.E avant agem def azerum al moçoregadoa espumant esf r anceses,al i ás,espumant esdequal querpaí s,é que a gr adação al coól i ca é bai xa. Ent ão, você pode experi ment ar um, experi ment ar out r o, experi ment ar mai s um, você pode at r avessar t odo o al moço e cont i nuar a t r abal hardet arde,querdi zer ,sem desest i mul ara pr odução. De qual quer f or ma,os champ mpanhes se mo modi ficar am mui t o. El esnãot êm mai sa qual i dadequet i ver am nopassado,por causa da super produção que est á assol ando o mer cado do vi nho,oqueat i ngi uar egi ãodeChampanhe,em r azãodedoi s mer cadosem me er gent es:aChi naeaRússi a. A S RDENBERG:Agor a, i sso dever i a derrubar preço,se t em
uma
super pr odução. . . ACHADO:De RENATO M v er i a,masnocasodeal t adema manda,como moé
ocasodoseme mer gent esqueent r ar am comp mpr ando mui t o,i sso nãoacont ece.
A S RDENBERG:Out r acoi sa.Champ mpanheenvel hece? ACHADO:Si RENATO M m,emu mui t o bem. m.Masnãoessescomuns,e
si m
os champ mpanhes especi ai s, sel eci onados. Esses
envel hecem gl ori osame ment eporcausadaaci dez.
Quant ome menosál cool ,mel hor
A S RDENBERG:Per gunt a de ouvi nt e:há uma r el ação ent r eo t eor
al coól i co e a qual i dade do vi nho? A gent e pode di zer :mai s ál cool ,menosqual i dade? ACHADO:Em pr RENATO M i ncí pi o,si m.Cl aroqueal gunspr odut ores
de vi nhos mui t o poder osos em ál coolvão di zer que t udo depende do equi l í bri o.O vi nho t em seus el ement os — o ál cool ,af r ut a,at ext ur a,aaci dez—, —,eessespr odut oresvão di zerquet udot em deest arequi l i br ado.Mas,em pri ncí pi o,o vi nho,em médi a,nãopoderi aexceder13, 5 gr aus.Um vi nho mui t o al coól i co vai pr ej udi car a capaci dade gust at i va do apreciador. A S RDENBERG:Est áchei odevi nhode14gr ausporaí ,nãoé? ACHADO: Si RENATO M m. Cabe ao consumi dor deci di r se esses
vi nhospot ent essãodogost odel e.Porexempl o,sãodogost o dos Est ados Uni dos,do gost o das vi ní col as moder nas da Ar gent i na,do Chi l e,da Aust r ál i a.Agor a,são vi nhos par a comp mpet i ção,enãoparadegust ação,por quenome mei odoj ant ar of r eguês j á est á mei o per t ur bado com aquel es vi nhos poderosos. A S RDENBERG:E set oma marmai sdeumagarr af aent ão. . .
ACHADO:Po RENATO M i sé,ei ssot ol da um poucoa qual i dadee o
pr ocessodedegust ação. A S RDENBERG:Sebem
quet em gent equegost ame mesmoédeencher
acar a. ACHADO:Aíéq RENATO M ueest á.Seum vi nhoégast r onômi mi coeum
f at orsoci al ,éumacoi sa;mas,seel eéum dr i nquedehappy ho ur ,aíe st á preenchendo uma out r af unção,quet amb mbém é
perf ei t ament el egí t i ma.Agor a,nãoéaf unçãot r adi ci onaldel e, vi nho,comoal i ment o.
Casame ment osmúl t i pl os
A S RDENBERG:Os ouvi nt es quer em
sabersobr e a har moni zação
com chur r asco,quesuponhosej adecarnev er mel ha. ACHADO:A har RENATO M moni zação com car ne vermel ha não é
comp mpl i cada,por que a carne ver mel ha per mi t e casame ment os múl t i pl os com di ver sos vi nhos t i nt os de t odas as ori gens, desde a Nova Zel ândi a at é a Áf r i ca do Sul .Est amos aqui vi zi nhos da Ar gent i na,e os ar gent i nos f azem vi nhos par a chur r asco. El es est ão f azendo exper i ênci as com cabernet sauvi gnon e com mal bec,mas eu arri scar i a di zer que há mer l ot s que vão mui t o bem com car ne vermel ha.A car ne ver mel haconvi daaum t i nt omai sespessoej ovem.
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