Sumário Introdução ____________________________ ______________________________________________________ ___________________________________ _________ 2 Hans Zulliger __________________________________________________________ 2 Fundamentos Teóricos ___________________________________________________ 3 Z-Test, um teste ou uma técnica? ___________________________________________ 4 Parte II _________________________________________________________________ 5 A técnica de Administração _________________________________________________ 5 Materiais ______________________________________________________________ 5 Ambiente _____________________________________________________________ 6 Posição do examinador / examinando _______________________________________ 6 Contato Inicial _________________________________________________________ 6 Instruções _____________________________________________________________ 7 recomendações _________________________________________________________ 8 Fases do exame _________________________________________________________ 9 Parte III ________________________________________________________________ 12 Classificação e Interpretação das respostas ____________________________________ 12 Resposta _____________________________________________________________ 12 Localização ___________________________________________________________ 12 Determinantes _________________________________________________________ 18 Dicas ________________________________________________________________ 28 Parte IV ________________________________________________________________ 29 Conteúdos ______________________________________________________________ 29 Tabulação dos dados __________________________ ____________________________________________________ __________________________ 32 Parte V ________________________________________________________________ 33 Interpretação da Lâminas __________________________________________________ 33 Parte VI _________________________ _________________________________________ ________________ Erro! Indicador não definido. Parte VI _________________________ _________________________________________ ________________ Erro! Indicador não definido. Síntese para Análise _______________________________ Erro! Indicador não definido. Parte VIII _______________________________________________________________ 7 Referências ______________________________________________________________ 7 Parte IX ________________________________________________________________ 19 Anexos ________________________________________________________________ 19 Anexo 1: Folha de aplicação coletiva ___________________________ _______________________________________ ____________ 19 Anexo 2: Folha de inquérito ______________________________________________ 20 Anexo 3: Folha de Cálculo. ______________________________________________ 21
PARTE I INTRODUÇÃO
HANS ZULLIGER Psicólogo e filósofo suiço, Hans Zulliger nasceu em 1893 e faleceu em 1965; trabalhou como professor do ensino secundário e dedicou-se à psicanálise influenciado pelo pastor e Psicanalista Oskar Pfister. Foi amigo pessoal de Hermann Rorschach e colaborou nos experimentos com manchas de tinta feitas ao acaso na avaliação da personalidade. Após a morte de Rorschach, o primeiro trabalho baseado em manchas de tinta feito por Zulliger ocorreu em 1932, investigando a criatividade e a integração humana “Der Rorschache Testversuch im Dienste der Erziehungsberatung” (Teste de Rorschach na Assistência Educacional). Durante a 2ª Guerra Mundial, em 1942, Zulliger atuava como psicólogo do exército suíço, selecionando em curto espaço de tempo grande número de indivíduos para diferentes funções dentro do exército. Para isso, primeiramente fez uso da Técnica de Rorschach porém, devido ao tempo reduzido e ao número elevado de aspirantes, sentiu necessidade de criar um teste que fosse adequado para examinar grupos de 30 a 60 sujeitos. A idéia de Zulliger para ter este tempo reduzido era projetar para um grande número de pessoas as lâminas, mas ele não queria alterar os procedimentos do criador e por isso criou uma nova técnica. As experiências com este novo teste começaram no início de 1942 com a criação de 6 novas manchas de tinta aplicadas a 600 pessoas; posteriormente reduziu para 4 manchas em 400 sujeitos e concluiu o trabalho com um conjunto de 3 manchas aplicadas em 800 pessoas. Fez a aplicação paralela deste conjunto com o Rorschach na mesma amostra. Assim, surgiu a técnica Zulliger Diapositive-
Test (1948) para aplicação coletiva e, assim como rorschach, pode ser de aplicação individual.
FUNDAMENTOS TEÓRICOS O teste Zulliger é uma prova projetiva de associação de formas à partir de manchas de tintas, seguindo os princípios de Rorschach e de seus predecessores Binet, Henry, Ribakov e Whipple. Segundo Pietrowski, os fundamentos do Z-Test estão na Psicanálise e na Gestalt. Esta técnica fundamenta-se na percepção humana e, segundo os gestaltistas, todos os padrões de estímulos suscitam uma reação. Essas reações seriam o resultado do processo perceptual que ocorre sempre de uma maneira espontânea que, dentro da população “normal”, é praticamente imadiata. Segundo Koffka, o indivíduo que percebe trás para a situação várias expectativas que auxiliam a dirigir a maneira pela qual os estímulos são percebidos e organizados. Trata-se de um teste projetivo uma vez que visa exteriorizar a reação subjetiva do sujeito ante o estímulo percebido. É igualmente um teste de percepção, tendo em vista os processos mentais responsáveis pelas respostas do sujeito. Segundo Rorschach, a interpretação de manchas de tinta situa-se dentro do campo da percepção e da apercepção. Entretanto, quase todas as pessoas consideram esta prova como de imaginação. Este conceito está tão generalizado que é preciso contar com este prejuízo nas nossas experiências; no entanto, a interpretação de formas indeterminadas não tem, diretamente, nada a ver com a função da fantasia. Na realidade, o que acontece é que a pessoa rica em fantasia reage de forma diferente do que a de imginação pobre, mas se incentivarmos o examinando para que deixe voar sua imaginação ou, pelo contrário, não o estimularmos neste sentido, a vivência não sofre mudança alguma significativa (Freitas, 1996, p.11-12)
Assim, o autor afirma que o teste é capaz de expressar a estrutura da personalidade do sujeito analisado, através da sistematização dos fatores fornecidos pelo teste. Por se tratar de manchas de tinta, o estímulo não tem uma forma definida e são ambíguos, exigindo que o sujeito mobilize as experiências mais adequadas para representar e estruturar aquilo que está diante de si. É um trabalho mental de “como” construirá essas imagens – e, através disso, verifica-se a dinâmica da personalidade. Assim, é possível que o examinador perceba os
recursos subjetivos do sujeito, emoções, sua maneira de encarar a vida, elaborar seus problemas e de manifestar impulsos e sentimentos. O Z-Test é aplicável em adultos, adolescentes e crianças; individual ou coletivamente.
Z-TEST, UM TESTE OU UMA TÉCNICA? O Z-Test trata-se, como já vimos, de um instrumento de avaliação da personalidade que tem como base o psicodiagnóstico de Rorschach. O próprio Hermann Rorschach não visava, de forma alguma, construir um teste com estímulos padrão para obtenção de respostas esteriotipadamente padronizadas. Ele deixa deixa claro “tratar -se -se de uma técnica que mobiliza o processo perceptivoassociativo, a imaginação, outros elementos dinâmicos do psiquismo individual e um instrumento adequado à avaliação psicodiagnóstica da personalidade” (Vaz, 1998, p. 18) As manchas não estruturadas estruturad as levantam informações que vêm associadas associada s a situações internas do sujeito; e o Z-Test possibilita transformar estas informações (aspectos funcionais e dinâmicos da personalidade) em categorias que poderão ser quantificadas e interpretadas. Assim, Assim , “o Z-Test Z-Test é uma técnica, um método no sentido amplo, e não uma unidade estímulo padrão para obtenção de respostas padrão” (Vaz, 1998, p. 19).
PARTE II A TÉCNICA DE ADMINISTRAÇÃO
MATERIAIS FORMA COLETIVA Conjunto de 3 dispositivos em bom estado de conservação. Uma tela clara ou mesmo a parede de uma sala que não tenha manchas nem textura com 1,5m x 1,2m. É importante que, independente da superfície de projeção, se mantenha as dimensões da imagem. Um projetor de dispositivos. Um cronômetro. Folhas de aplicação padronizadas – padronizadas – contendo nome, sexo, idade, instrução, atividade que exerce e as instruções do teste (anexo 1). Folhas para mapeamento das localizações (anexo 2). Canetas esferográficas em quantidade suficiente para todos os sujeitos. Recomenda-se ter canetas coloridas para facilitar o mapeamento das respostas quando em grande número. FORMA INDIVIDUAL Jogo de 3 lâminas. Um cronômetro. Folhas em branco para o registro do examinador. Folhas para mapeamento das localizações. Canetas esferográficas, de preferência coloridas.
AMBIENTE Para a aplicação coletiva, é importante que a sala não seja nem muito larga nem longa para que todos os examinandos tenham uma boa visão da imagem projetada (o número de pessoas por aplicação não deve ser superior a 35). Devese ter cuidado com ruídos, circulação inadequada do ar e temperatura muito elevada. Se a aplicação for durante o dia, é importante que a sala tenha cortinas para garantir uma boa visualização da imagem projetada. As mesas devem ser confortáveis e não muito próximas umas das outras para que os examinandos não sejam influenciados pelas respostas dos outros. Os interruptores de luz devem ser independentes, ou seja, o examinador deve poder alternar as luzes ascendo-as uma de cada vez. Para a aplicação individual, é importante, assim como na coletiva, que a sala seja confortável, de preferência com iluminação natural, livre de ruídos e outros fatores como elevadas temperaturas e má circulação do ar.
POSIÇÃO DO EXAMINADOR / EXAMINANDO Na aplicação individual recomenda-se que o examinador e o examinando estejam frente a frente, sem que a mesa esteja entre eles, para que se possa perceber todas as reações do examinando.
CONTATO INICIAL Tanto na aplicação coletiva quanto na individual o examinador deve procurar gerar um clima de descontração para que os examinandos fiquem à vontade e possam ser espontâneas nas verbalizações do teste. É importante que se questione as condições físicas do examinando como: sono, alimentação, uso de drogas ou medicação, problemas oftalmológicos, ou outras queixas como dor, dificuldade de concentração, etc. O examinador deve informar sobre os objetivos do teste e a forma como será realizado.
INSTRUÇÕES FORMA COLETIVA (com a iluminação normal da sala) Distribuir as folhas de aplicação (anexo 1) para as respostas do teste e dizer: “Coloque o nome de vocês bem no alto da página. Eu vou projetar nesta tela três figuras feitas ao acaso, uma de cada vez. Vocês vão olhar para estas figuras e procurar imaginar o que poderiam ser, o que elas parecem, o que dão idéia, o que lembram; vocês não vão descrever as figuras, nem dizer como elas foram feitas. As pessoas vêem coisas diferentes, por isso não há respostas certas ou erradas, nem boas ou más; tudo que você imaginar é válido. Vocês poderão interpretar a figura como um todo ou em partes. Para descrever o que viu, vocês devem contornar escrever na folha: NO PEDAÇO TAL, EU VEJO ISSO ASSIM, E ASSIM E ... Você deve numerar as respostas conforme você as viu. Quando vocês não virem mais nada esperem a projeção projeção da próxima figura. E assim por diante”. (Com a luz apagada) “Vou projetar na tela durante 30s a figura. Então acenderei as luzes e a figura permanecerá na tela por mais cinco minutos, que é o tempo que vocês terão para examiná-la”. examiná-la”. (Relembrar as instruções de como deve ser o registro das respostas) “Esse procedimento será repetido em todas as lâminas”. INÍCIO DA APLICAÇÃO (...) Quando todos terminarem... “Agora distribuirei as folhas com as três imagens projetadas (anexo 2) anteriormente e vocês vão localizar o que viram contornando a área e numerando conforme a ordem das respostas. Vocês terão que justificar o que tinha nas figuras que fez vocês perceberem o que descreveram. Não esqueçam de numerar
também as justificativas conforme a numeração anterior. O tempo para realizar esta tarefa é livre o quando você terminar terá de esperar até que todos os outros terminem”.
FORMA INDIVIDUAL “Vou mostrar-lhe três cartões, um de cada vez, nos quais encontram-se figuras feitas ao acaso. Você vai procurar imaginar o que poderiam ser, o que parecem, lembram ou dão idéia e me dizer. Tanto faz imaginar coisas no todo ou em partes da figura. As pessoas vêem coisas diferentes e por isso não há respostas certas ou erradas, nem boas ou más; tudo que você imaginar é válido; estarei marcando as respostas somente para um controle meu. O número de respostas também varia de pessoa para pessoa. Marcarei o tempo, mas não precisa se preocupar com ele por que o tempo de realização é livre. Assim que você não tiver mais nenhuma resposta, por favor coloque o cartão em cima da mesa com a figura para baixo que eu lhe darei o seguinte. Fiz-me clara (o)? Você tem alguma dúvida?” RECOMENDAÇÕES
Durante a aplicação coletiva o examinador e o auxiliar dever evitar de
circular na sala pois perturba o trabalho dos examinandos e pode aumentar o nível de ansiedade os mesmos.
Durante a aplicação individual o examinador deve tentar registrar as
respostas do sujeito o mais completo possível; além disso, devemos anotar os tempos de reação ( TR) e finais (TT), lâmina após lâmina; bem como a posição das figuras em que as respostas são dadas. Recomenda-se, para isso, a seguinte simbologia: - posição de entrega da lâmina
> - virada para a direita do examinando < - virada para a esquerda do examinando - de cabeça para baixo
- girar ansioso
Comentários do sujeito, bem como reações e expressões significativas
devem ser indicadas entre parênteses para que sejam diferenciadas das respostas.
É comum os examinandos perguntarem “para que serve o teste?” Segundo
Vaz, uma resposta que geralmente satisfaz a curiosidade é que se trata de um teste, que em conjunto com os demais, serve para avaliar as condições de personalidade.
FASES DO EXAME São basicamente duas: (1) a fase de administração (fase de associação livre) e, (2) a fase do inquérito, podendo-se complementar o exame com investigações opcionais, tal como a seleção de lâminas.
FASE DA ASSOCIAÇÃO LIVRE Nesta etapa o sujeito verbaliza (no caso da aplicação individual) ou escreve (aplicação coletiva) o que as pranchas sugerem a ele; o objetivo nesta fase é o de obter uma amostra do comportamento do sujeito. O examinador deverá registrar verbalizações e respostas não-verbais do sujeito, intervindo o mínimo possível (ao nível conscientemente, pelo menos). Nesta fase, quem fala é o sujeito e ele deve assumir o controle e o manejo da situação. Caso o sujeito pergunte: pode virar ? Consentir brevemente dizendo: a vontade ou como quiser. Se começar a contar uma história, o examinador deve corrigi-lo repetindo as instruções: instruções: “Não é para contar uma história. Gostaria que você me dissesse o que está vendo nessa figura. Se o sujeito apanha a figura e diz: “ É uma mancha de tinta ”, ”, concordamos com ele sim, é uma mancha, o que você vê nela ? Caso o sujeito logo na primeira lâmina dê uma única resposta de baixa qualidade, devolver-lhe devolver-lhe perguntando: “ Pode olhar um pouco melhor. O que mais vê aí ?”(anotar ?”(anotar estimulação na Folha de Respostas).
Autores como Zdunic (1999), sugerem que em protocolos com respostas restritas (menos de 10 verbalizações), o examinador deve pedir que o sujeito veja novamente as lâminas para que ele possa dar mais respostas, explicando a ele que “no há dado suficientes respuestas” (Zdunic, 1999, p.20). O mesmo autor também sugere que o examinador interrompa o sujeito que der mais de 6 respostas na lâmina I, explicando a ele que as respostas já são suficientes e que ele já pode passar para a próxima lâmina.
FASE DO INQUÉRITO Depois que o sujeito passou pela fase de associação livre nas três pranchas, é indispensável que seja feito o inquérito. Recolhendo a terceira figura, dizemos ao sujeito: “ Agora que você já respondeu a todas as figuras, vamos repassar as suas respostas juntos e tentar localizá-las nesta folha de localização das respostas (ou, porque eu quero estar seguro que estou vendo exatamente o ). que você viu ). A função principal do inquérito é obter informações do sujeito com respeito à maneira como ele viu cada percepto e esclarecer os vários aspectos de cada resposta necessários para a classificação: a localização na mancha, o determinante empregado e o conteúdo. Precisamos ser esclarecidos se o indivíduo viu o que viu pela percepção de forma, cor, movimento, contraste claroescuro, etc. Entretanto, devemos evitar induzir diretamente o sujeito a dizer as coisas que viu, pois estaríamos sugerindo completamente. A habilidade na condução de um inquérito exige preparo e experiência. Durante esta fase, o examinador deve deixar à disposição as lâminas para que o sujeito possa consultá-las oferecendo a ele uma oportunidade de juntar elaborações espontâneas às suas respostas ou ainda, possibilitar a ele que dê novas respostas (pessoas inibidas ou cautelosas normalmente só se soltam aos poucos). Estas respostas devem ser registradas pelo examinador indicando-se Adicional, para que sejam posteriormente somadas à parte ou seguindo a numeração a partir das respostas dadas. Perguntas e comentários normalmente feitos durante o inquérito:
Descreva um pouco mais...(toda a resposta ou a expressão núcleo da dúvida na verbalização, em que o examinador tem dúvida quanto ao Conteúdo ou Determinante) O que lhe deu a impressão de... ? O que lhe fez lembrar um (a)...nesta figura? Alguma coisa lhe chama a atenção nisso...? O que levou você a ver...? O que lhe deu essa impressão de d e .... (repete a resposta do sujeito)? Onde exatamente você viu essa resposta? Determinados adjetivos utilizados pelo sujeito devem ser pesquisados. Ex.: máscara horrorosa (o que te deu impressão de horrorosa?). Quando são vistos monstros , com forma humana ou animal indefinida sempre é bom pedir algo do tipo comente um pouco mais este monstro... o que te deu esta impressão ? – pois o sujeito poderá oferecer indícios sugestivos que irão permitir a discriminação mais precisa de (H) ou (A). PESQUISAS COMPLEMENTARES A Seleção de Lâminas é um procedimento simples, rápido e que acrescen ta dados importantes. Deve-se expor todas as lâminas sobre a mesa diante do sujeito e pedir que escolha a que ele mais gostou e a que ele menos gostou.
PARTE III CLASSIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DAS RESPOSTAS A classificação é a parte fundamental do Z-Test, porém, faz-se importante destacar, que não há um único sistema de classificação para codificação das respostas quanto a localizações, determinantes, conteúdos e fenômenos especiais. Essa codificação varia de sistema para sistema, porém apesar das diferenças, isso não implica em discrepâncias na interpretação e no diagnóstico.
RESPOSTA Esta é a primeira e mais importante categoria na classificação. Resposta –
R - é um conteúdo verbalizado, é uma idéia que o examinando expressa a partir da mancha apresentada a ele. Cada resposta é classificada quanto à área da mancha onde a pessoa localizou – localização; quanto ao que levou a ver tal conteúdo – determinantes; o que ela viu – conteúdo e quanto a outros elementos mais difíceis de serem quantificados – quantificados – fenômenos especiais. As respostas nos permitem analisar desempenho e capacidade de produção do probando e normalmente variam em torno de 10 respostas por teste. Um número de respostas elevado é indicativo de obsessividade, conseqüência direta da facilidade e do prazer em se expressar e da necessidade de quantidade. Por outro lado, índices abaixo do esperado sinalizam defensividade, repressão ou até déficts intelectuais; aparece em pessoas inquietas, inibidas, que não querem se comprometer.
LOCALIZAÇÃO São obtidas através do registro na Folha de Localização e refere-se ao local da figura onde foram dadas as respostas. Expressa a esfera intelectual, o modo como a pessoa percebe racionalmente a realidade e como distribui sua atenção ao meio.
RESPOSTAS GLOBAIS – G (20-30%) PERCEPÇÃO DE CONJUNTO E SENSO DE ORGANIZAÇÃO
São as respostas localizadas na área total da mancha ou as que o sujeito tira somente pequenas extremidades; o examinando a interpreta como um todo. As respostas globais podem ser:
Global Primária – Gp: é uma resposta formada por uma só idéia; a verbalização é precisa, objetiva e exprime idéia de forma. Não há análise das partes nem relacionamento entre elas. Podem ser produzidas por pessoas de diferentes níveis intelectuais e indicam certa capacidade de abstração e síntese, embora possa ser limitada pela falta de imaginação. Pessoas com capacidade de organização, planejamento e pensamento em nível concreto apresentam Gp. Tem a capacidade de reconhecer imediatamente as situações e apreender o significado essencial dos fatos através da síntese dos mesmos. Global Cortada – Gcort: são aquelas que o examinando usa pelo menos dois terços da mancha sem, contudo, globalizar, e que tal resposta não esteja incluída na razão crítica de detalhe comum (D). Ex.: Pr. I – “Um morcego” (porém o examinando não inclui as bordas da mancha. Indicam inibição do pensamento e de senso crítico e, segundo Alcock 1957 apud Vaz, 1998, ocorre em pessoas “de inteligência superior, cultas e críticas” (p. 60). Global Elaborada ou Combinatória – Gcomb: resposta que inicia a partir de um detalhe da mancha, onde o examinando segue coordenando o pensamento na organização de uma resposta de boa qualidade, bem trabalhada, que termina por abranger toda a mancha. Os elementos são combinados e organizados em um conceito mais amplo que engloba os anteriores. Geralmente incluem elementos cinéticos, cromáticos ou de claro-escuro, além de serem freqüentemente originais. Ex: Pr. III – III – “de um lado (área escura à direita) uma bailarina, do outro lado outra bailarina (aponta para a área escura à esquerda) estão dançando num palco todo
iluminado de lâmpadas vermelhas”. A classificação dessa resposta é DG na coluna de localização e Elaboração na de Fenômenos Especiais. Aponta indivíduos que possuem raciocínio abstrato, com capacidade de generalizar, abstrair e prever uma experiência à partir dos aspectos abstratos das circunstâncias anteriores, ou seja, segue as regras da boa lógica. As globais elaboradas indicam níveis superiores de inteligência e não aparecem em protocolos infantis bem como em quadros depressivos.
Global Confabulada – Gconf ou DG: ocorre quando a resposta é dada a partir de um detalhe da mancha e o sujeito engloba o restante finalizando com uma global; é caracterizada também por fantasia e divagação verbal (o sujeito segue como que montando uma “estória”). Resulta de uma observação superficial enriquecida pela imaginação. Ex.: L.I : Um caranguejo (Inq: por causa das garras dele, então o resto da figura é o que falta ao caranguejo ). ). Não são incomuns em crianças antes dos dez anos e em adultos com quadros psiquiátricos. Denotam pessoas com insuficiência do juízo lógico com personalidade imatura, fantasiosa com fuga da realidade. Pessoas superficiais e pretensiosas também apresentam esse tipo de resposta. “Quando aparecem vários DG num protocolo onde a ressonância íntima é extratensiva, teremos indícios de tendências a roubo. Conforme o grau de impulsividade a ela aliada, as tendências tendência s serão ativas ou latentes” (Material não publicado). Global Contaminada – Gcont: a resposta começa em um detalhe da mancha e vai transitando entre outros sem um encadeamento lógico, tornando-se absurda e incoerente. Indicam desagregação do pensamento lógico e apenas uma resposta no protocolo já é indicativo de doença mental - personalidade com estruturação psicótica; hipótese de transtorno esquizofrênico. Pessoas “normais” não apresentam esse tipo de resposta. Um índice de respostas globais abaixo da média conduz à hipótese “de pessoa pouco inteligente, com capacidade de síntese prejudicada e com falta de visão de conjunto da realidade” (Vaz, 1998, p. 60) bem como baixa capacidade de planejamento e organização. Índices dentro da média indicam capacidade de
síntese, abstração e generalização com inteligência do tipo abstrata-teórica. Caso as respostas globais estejam acima da média, pode ser indicativo de fuga, fantasia e/ou visão infantil da realidade. É importante analisar as respostas globais em conjunto com as S, M e outros determinantes.
RESPOSTA DE DETALHE – D (50-70%) DISCERNIMENTO E SENSO DE OBJETIVIDADE Compreende a maioria das respostas no protocolo e são aquelas que não se enquadram na classificação global e estão na razão crítica de 1/25, ou seja, 1 em cada 25 pessoas apresenta respostas nesta mesma localização. Elas não precisam ser necessariamente as mesmas verbalizações, porém, devem ser localizadas na mesma área. As respostas de detalhe estão discriminadas nos Atlas que são confeccionados para as populações específicas; por exemplo: na disciplina uitilizaremos o Atlas proposto por Cícero Vaz, que fez a pesquisa em mais de 1300 pessoas do Rio Grande do Sul. Este material é o que mais se aproxima da realidade da população de Santa Catarina atualmente. Denotam o modo do sujeito perceber as coisas, os objetos, as pessoas como são na realidade; expressam a tendência de resolver com sentido prático as situações concretas; são a expressão da realidade objetiva. Índices abaixo da média demonstram prejuízo quanto à capacidade de percepção objetiva da realidade, dificuldades de encarar o óbvio, improdutividade com dificuldades de se adaptar a atividades pré-estabelecidas. Quando a somatória encontra-se dentro da média, estamos diante pessoas que percebem a realidade como ela é, com adequada percepção do óbvio. Caso o índice esteja acima da média, é um indício de demasiada preocupação com minúcias, rigorosidade e exigência no modo de perceber o mundo, em detrimento do real e da visão de conjunto. Apresenta inteligência prática voltada para atividades concretas.
Assim como as globais, as respostas de detalhe devem ser analisadas em conjunto com outros dados.
RESPOSTA DE DETALHE INCOMUM – Dd (5-15%) CAPACIDADE DE ANÁLISE E SENSO DE OBSERVAÇÃO São aquelas respostas que compreendem as áreas da figura abaixo de 1:25 ocorrências na população; e podem ou não estar apontadas no Atlas (isso ocorre devido a raridade de ocorrência de respostas em determinadas áreas). As respostas de detalhe incomum se subdividem em:
Detalhe diminuto – dd: respostas em áreas muito pequenas da mancha; normalmente são localizadas nas extremidades. Sugere preocupação acentuada com meticulosidades na percepção e análise das coisas, tendendo a obsessividade. Detalhe externo – de: também chamado detalhes marginais; usa-se as orlas dos borrões, geralmente vistas como perfis ou contornos geográficos. Quando numerosas indicam inibição neurótica, tendência a se manter na periferia dos problemas receando encará-los de frente. Associa-se a algum tipo de fuga da realidade, ou por inibição ou por insegurança. Ocorre em pessoas que não são capazes de discutir e encarar seus problemas. Detalhe Interno – di: quando o examinando seleciona uma parte interna da mancha e verbaliza a resposta. Normalmente, nestes casos, o sujeito detém-se as minúcias na análise do percepto. Relaciona-se a tendências introspectivas da pessoa, preocupação com o próprio corpo – corpo – indicador de psicossomatização. Detalhe inibitório – DO: caracteriza-se pela percepção de partes do corpo humano nas figuras onde normalmente se vê o conteúdo humano por inteiro. Sinal de ansiedade situacional ou bloqueio emocional, mobilização dos sentimentos de insegurança e/ou tensão. Detalhe raro – dr: resposta dada numa área pequena ou relativamente grande e que não se enquadra ou não se caracteriza tal como os detalhes
anteriores. É o que mais aparece nesta categoria e, conseqüentemente, é o que assume maior relevância quantitativa. Quando o índice de Dd se encontra dentro da média, denota capacidade de análise com senso de observação mínimo e necessário no tratamento com coisas e com as demais pessoas. Se o índice estiver muito acima da média, é indicativo de pessoa extremamente detalhista e minuciosa, tendendo à obsessividade. Se, por outro lado, o índice for baixo, tendendo a zero, é sinal de desatenção à pequenos detalhes.
ESPAÇO EM BRANCO – S (5-15%, OU 1-2 RESPOSTAS) INDICADOR DE ANSIEDADE SITUACIONAL São aquelas respostas que o sujeito ou aponta somente o espaço em branco como localização de determinada resposta, ou engloba e incorpora o espaço em branco nas respostas G, D ou Dd. Nestes casos, a cotação poderia ser GS, DS e DdS, ou ainda SG, SD ou SDd. A ênfase sobre o branco, segundo Vaz, 1998, “pode ser um sinal de que esta área está lhe mobiliz ando o sistema emocional e perturbando possivelmente o curso do pensamento na elaboração das respostas” (p.65-66). (p.65-66). A incidência de S>2 indica nível de ansiedade situacional elevado do examinando com tendências a orientar sua inteligência para críticas excessivas; pode indicar ainda oposicionismo sistemático já que o sujeito não interpreta as manchas, mas sim as não-manchas. Nestes casos, faz-se importante analisar estes dados juntamente com o tipo de vivência do sujeito (intratensivo, extratensivo ou coartado) bem como com o resultado da fórmula do controle geral. A ausência de S pode indicar rigidez, defesa do tipo paranóide ou ainda negação.
DETERMINANTES Os determinantes constituem a base da interpretação diagnóstica de um protocolo. Eles são obtidos através at ravés da resposta: “o que levou o examinando a dar esta ou aquela resposta?” e podem ser de forma (F), cor cromática (C), cor acromática (C’), movimento humano (M), movimento animal (FM), movimento inanimado (Fm), sombreado radiológico (Fk), sombreado perspectiva (FK) e sombreado textura (Fc). A análise destes determinantes nos permite perceber não apenas a maneira como são captados os perceptos, mas a mobilização dos conteúdos internos do examinando, ou seja, “são a expressão da memória viva das experiências passadas e projetadas pelo examinando sobre as manchas. São a expressão do modo como o examinando estabelece a relação entre o mundo externo através das manchas e o seu mundo interno” (Vaz, 1998, p.33). Pode-se dizer que, enquanto a análise das localizações expressam o funcionamento da inteligência, os determinantes expressam seus traços e características da personalidade; refletem os traços psicológicos (elementos mais estáveis da conduta elaborada ao longo do estágio de desenvolvimento dos indivíduos) com repercussões, é claro, sobre as condições de apreensão atuais .
DETERMINANTE DE FORMA – F (50-70%) CONTROLE GERAL SOBRE IMPULSOS E REAÇÕES AFETIVO -EMOCIONAIS Caracteriza-se como um determinante de forma aquelas respostas cuja verbalização tenha sido expressada somente pelo formato, sem nenhuma combinação como cor, movimento, etc; o examinando justifica sua verbalização somente pela forma. Ex.: Prancha I: “vejo um morcego”. Inquérito: “vejo um morcego pelo formato, a maneira como está desenhado é parecido: as asas, as garrinhas, as antenas...” As respostas de forma podem ser subdividas em:
Forma de boa qualidade - F+ (75-80%): são codificadas F+ as respostas que são dadas simplesmente pela forma, com gestalt fechada e adequada à mancha. Expressam o funcionamento do pensamento lógico e, quando dentro da média, denotam funcionamento adequado em seu aspecto de precisão, coerência e organização, bem como maturidade do ego (expressa no controle de repressão ou expressão dos impulsos afetivos); julgamento objetivo dos fatos, estabilidade da atenção e adequação dos afetos. Quando abaixo do esperado indicam baixo potencial de inteligência com interferência de fatores afetivos, deficiência na atenção e no autocontrole, bem como elevada subjetividade na percepção da realidade. Por outro lado, se o índice de F+ estiver acima da média, indica que o probando tem percepção muito objetiva, na qual não coloca nada pessoal ou mais criativo. Sugere autodomínio, rigidez com perda da autonomia, individualidade, e espontaneidade. Forma de má qualidade – F- (abaixo de 20%): caracteriza-se quando apresenta forma confusa e vaga (examinando apresenta dificuldades para descrever e objetivar o conteúdo) ou quando a resposta de forma aparece combinada a fenômenos especiais comprometedores (contaminação, confabulação, auto-referência, referência, etc.). Neste caso, a resposta pode até ser adequada àquela área, mas quando aparece associada a estes fenômenos cota-se F-. Quando a verbalização expressa forma abstrata sem nenhum outro determinante combinado, a classificação da resposta também será F-. Índices elevados de F- denotam falta de controle dos impulsos com subjetivismo no julgamento, elevada ansiedade ou deficiência intelectual (dependendo de outros fatores do protocolo). Forma duvidosa – F+: classifica-se quando o conteúdo não está bem claro para o examinando na maneira de perceber e expressar o conteúdo. Talvez a resposta seja comum à área que ele está localizando, porém o probando tira a precisão formal do que está vendo e fica com dúvida quanto a resposta. Quando muito freqüentes no protocolo expressa pessoa com perturbação afetiva e emocional, sem se tratar de psicose; ocorre mais em neurose de ansiedade e de histeria.
DETERMINANTE DE MOVIMENTO HUMANO – M (1-2 RESPOSTAS ) ESPONTANEIDADE E EMPATIA EXPRESSA CRIATIVIDADE , ESPONTANEIDADE São aqueles conteúdos que expressam pessoas em movimento, em ação. Ex.: Prancha III: “Vejo duas pessoas conversando”; “Vejo duas pessoas sentadas e cozinhando”. É importante lembrar que postura no Zulliger, assim co mo no Rorschach, é cotado como movimento humano. O movimento humano pode ser:
Movimento humano de boa performance – M+: quando a verbalização é a respeito de seres humanos inteiros em ação. Indicam boas condições intelectuais e imaginação criadora. Movimento humano de má qualidade – M-: quando a resposta é referente a partes de humanos em ação (p. ex.:Prancha I: “dedo apontando para o céu”); quando humanos descaracterizados realizam uma ação (p. ex.: Prancha III: “2 monstros tramando contra uma bruxa”); ou ainda quando conteúdos humanos estão em ação porém acompanhados de fenômenos especiais como contaminação, confabulação, idéia de auto-referência, idéia de referência e reposta de posição. São verbalizadas por pessoas inibidas, tensas, ansiosas e de relacionamento interpessoal receoso. Movimento humano duvidoso – M+: ocorre quando a figura humana é vista por inteiro, porém o examinando está em dúvida se o percepto está em movimento ou não; ou ainda, quando não consegue definir se a figura é humana ou humana descaracterizada. Quando num protocolo o número de M for elevado, pode indicar inteligência altamente criativa ou propensão a reações ou defesas do tipo maníaco. Quando muito aumentada, indício de atitudes de afastamento do mundo exterior que pode chegar ao autismo. Por outro lado, a ausência de M ocorre freqüentemente em pessoas ansiosas, tensas, inibidas, depressivas ou pouco inteligentes com dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Um índice médio sugere criatividade, espontaneidade e empatia.
É importante analisar a proporção G:M (ideal 2:1) que nos permitirá analisar as aspirações do sujeito. Se a proporção for maior para o global, as aspirações estão sendo conduzidas a nível de fantasia; se esta proporção estiver invertida, é sinal que a pessoa tem potencialidades porém po rém não as explora adequadamente.
DETERMINANTE DE MOVIMENTO ANIMAL – FM (10-15%) IMPULSOS E DINAMISNO São respostas de animais em movimento (Ex. Prancha II: “2 peixes nadando”, “2 touros de batendo”) ou em postura com modificação da tensão muscular (Ex.: “Prancha III “2 gorilas em pé pegando algo”). As respostas FM representam as camadas mais instintivas e profundas, é a vivência de experiências ou fantasias mais infantis ou primárias e, por isso, crianças tendem a expressar mais respostas FM que adultos. FM, quando elevado, pode significar imaturidade e infantilismo; a ausência de FM ou índice abaixo do esperado indica que o examinando não tem senso de iniciativa, de competição e representa pessoas mais acomodadas. Quando FM > M representa que o plano instintivo domina o plano intelectual; indicativo de imaturidade afetiva, de tendência à ação ou fantasias menos integradas à realidade social objetiva, egocentrismo, narcisismo. Quando esta proporção for ideal, ou seja 1M: 2FM indicam vivacidade, energia flutuante a ser canalizada em alguma direção e forma lúdica de lidar com os problemas.
DETERMINANTE DE MOVIMENTO INANIMADO – Fm (Fm ≥ mF + m) São aquelas em que o conteúdo visto em movimento, (independente da figura ser animal ou humana) é movido por forças físicas, mecânicas, químicas ou abstratas impedindo qualquer movimento voluntário. Ex.: Prancha II: “na parte branca, um homem caindo em queda livre de um avião”. Caracteriza -se também por objetos se movimentando, p. ex.: Prancha III “na parte central, um avião invisível voando”; ou ainda quando o movimento está sendo contido por alguma
força, p. ex.: Prancha II: “2 touros tentan do se bater mas eles estão presos pelo rabo”. As respostas de movimento inanimado podem ser:
Fm (v.p.1= 0,5): quando o que está em movimento tem uma forma definida (como no exemplo anterior). mF (v.p.= 1,0): quando o que está em movimento é expressado pelo examinador com dúvida ou incerteza, ou sem uma forma definida. P. Ex.: Prancha I: “parece ser uma mancha de tinta escorrendo”. m (v.p.= 1,5): quando o percepto não indica forma alguma. P. Ex.: Prancha II: “na parte marrom 2 nuvens carregadas se encontrando”. As respostas de movimento inanimado representam a carga instintiva da personalidade, sentimentos de frustração, imaturidade, emoções hostis e incontroláveis e desejo de afirmar-se. Representam os conflitos internos que o examinando tem dificuldade para controlar: conflitos entre o esquema de valores sócio-culturais internos da pessoa e as transformações que lhe são apresentadas pelo mundo externo. Quando Fm ≥ mF + m, significa que a pessoa está conseguindo conviver com a situação conflitiva e resolvê-la; se esta proporção está invertida, é sinal de que a pessoa não está conseguindo superar o conflito intrapsíquico. DETERMINANTE DE COR CROMÁTICA – C (FC ≥ CF + C) CONDIÇÕES AFETIVO-EMOCIONAIS São as respostas que o examinando utilizou a cor para definir o que está verbalizando. P. Ex.: Prancha III: “vejo uma borboleta”. Inquérito: “Vejo uma borboleta destas coloridas”. As respostas de cor são subdivididas em:
1
V.p.= valor ponder ado, ado, utilizado para o cálculo na fórmula Fm ≥ mF + m m.. Estes valores são utilizados também para o cálculo nas fórmulas de C, C’, K, k, c.
Cor com forma precisa e bem definida – FC (v.p.= 0,5): quando o examinando expressa um conteúdo com forma definida e integra a ele também a cor cromática, o exemplo anterior caracteriza bem este tipo de resposta. Cor com forma imprecisa – CF (v.p.= 1,0): ocorre nos casos em que a cor foi o determinante principal para a verbalização da resposta. P Ex.: Prancha II: “Vejo 2 árvores por causa dos verdinhos dos lados”. O examinando só pôde caracterizar que eram árvores pela cor, senão não fecharia gestalt. CF também é cotado nos casos em que a resposta tenha cor e seja associada a conteúdos gasosos, líquidos ou difusos, que para o examinando está adquirindo alguma forma. P. Ex.: Prancha II: “uma nuvem no total branco que é o céu”. Inquérito: “dando a idéia nas pontas (áreas verdes) de folhagem com muitas cores, cores muito variadas” (Vaz, 1998). Utiliza-se Utiliza -se também CF para conteúdos com forma definida que estejam associados a sangue. P. Ex.: Prancha III “na parte central, duas orelhas grudadas e ensangüentadas”. Este tipo de resposta que contém sangue, demonstra tendência a descontrole das reações emocionais. Quando o examinando verbaliza numa área colorida “mancha de tinta ou mancha colorida”, interpreta-se interpreta -se que ele, de alguma maneira, tenta dar forma ao percepto. Cor pura – C (v.p.= 1,5): são aquelas respostas onde somente a cor foi determinante. P. Ex.: Prancha Pranch a II: “vejo muitas cores bonitas”. A presença de cor pura num protocolo é sempre motivo de atenção, pois pode caracterizar reações emocionais intensas ou seja, escapes agressivos. Os índices esperados são FC ≥ CF + C que indicam pessoas capazes de liberar seus sentimentos, afetos e emoções de forma adequada e madura com capacidade de estabelecer bons relacionamentos interpessoais. Quando este índice apresenta-se de forma inversa, estamos frente a uma pessoa que, ao ser mobilizada afetiva e emocionalmente, tem controles emocionais frágeis e sofre dificuldades em reagir adequadamente quanto à adaptação no relacionamento interpessoal. A ausência de respostas cromáticas indicam pessoas indiferentes , que não se envolvem emocionalmente, deprimidas ou com pouca receptividade para valores afetivos; indícios de frieza meticulosa e formalismo. Segundo Freitas,
muitas respostas cromáticas e baixo percentual de F “são características de descuidados, instáveis, superficialmente apressados, excitáveis e alegres” (Freitas, 1996, p.71). Existem ainda outros determinantes cromáticos, tais como:
Cor arbitrária – F/C e C/F: o examinando atribui a uma determinada área da mancha um significado dado pela cor, inferindo através desta uma forma que não necessariamente se relaciona com a cor específica, mas que é plausível. Envolve processos de laboratório e fotografia, como por exemplo: prancha II “dois rins”. Inquérito: “é a radiografia colorida dos rins”. O examinando referiu o colorido não pela cor natural do tecido dos rins, mas pela cor que convencionalmente se apresenta o rim (Vaz, 1998). Cor forçada – F-C e C-F: o examinando atribui à mancha uma cor que ela não tem; ou ainda quando o sujeito percebe um conteúdo que na realidade tem uma cor e ele o verbaliza com expressão cromática não compatível a cor da mancha. Ex.: prancha II “2 nuvenzinhas verdes”. Tanto a cor forçada, quanto a arbitrária podem ser indícios de labilidade afetiva, relacionamento interpessoal cauteloso e tímido. Cor descrita – Cdesc: o examinando simplesmente descreve as cores das lâminas. P. Ex.: Prancha II: “cor vermelha, tem umas partes mais claras, outras mais escuras...” Pode caracterizar desordem intelectual, pessoas com necessidade de apoio ou com sentimentos de impotência. Cor nomeada – Cn: o examinando somente nomeia as cores dos dispositivos. P. Ex.: prancha II: “verde, vermelho e marrom”. Pode ocorrer em deficientes mentais, ou ainda em pessoas com baixo poder intelectual ou epiléticas. Cor simbólica – Csimb: a cor expressa algo para o examinando. P. Ex.: prancha III: “este vermelho me lembra o amor... ainda mais que está no meio de duas pessoas”. A presença deste tipo de resposta é indicativo de que o sujeito está tentando sublimar suas pulsões agressivas.
DETERMINANTE DE COR ACROMÁTICA – FC’(FC’ ≥ C’F + C’) TENDÊNCIA A AFASTAR -SE DOS ESTÍMULOS QUE POSSAM MOBILIZAR AS EMOÇÕES E SENTIMENTOS . São aquelas respostas onde o preto, escuro ou cinza foram determinantes para a resposta. Assim como as respostas de cor cromática, as acromáticas subdividem-se em: FC’ ou Fclob (v.p.= 0,5): onde o percepto apresenta forma definida, porém
o escuro foi determinante para que o examinando pudesse percebê-lo. P. Ex.: Prancha I: “um besouro”. Inquérito: “vi um besouro pelo form ato, mas também por que é escuro como um de verdade”. C’F ou clobF (v.p.= 1,0): são aquelas respostas que o examinando se
refere à área acromática do percepto. P.Ex.: prancha III: “vejo duas coisas parecidas com pessoas... parecem que estão de vestido preto...” pret o...” C’ ou clob (v.p.= 1,5): verbalizações sem nenhuma forma definida onde o
examinando se refere ao acromático do percepto. P. Ex.: prancha I: “vejo cores pretas... partes meio cinzas...” Segundo Vaz, “as cores acromáticas FC’, C’F e C’ expressam depress ão como traço de personalidade e não apenas reações depressivas transitórias (tipo depressão situacional)” (Vaz, 1998, p. 78). Quando FC’ ≥ C’F + C’ é sinal de que a pessoa está em condições normais. Porém, quando esta proporção está invertida e se houver presença de C’, indica tratar-se de depressão crônica.
DETERMINANTE DE SOMBREADO RADIOLÓGICO – Fk (Fk ≥ kF + k) ANSIEDADE E ADAPTAÇÃO RACIONAL São respostas referentes a radiografias, mapas geográficos, slides, fotos, filmes ou cartões de transparência. É a extensão tridimensional projetada em um plano bidimensional. Este determinante é subdividido em:
Fk (v.p.= 0,5): são aqueles conteúdos onde o mapa, radiografia, foto, etc, tem uma forma definida, um conteúdo específico. P. Ex.: Prancha I:”é a radiografia de um pulmão”. É sinal de que a pessoa, quando enfrenta uma situação de tensão, fica ansiosa e recorre à intelectualização para se defender. kF (v.p.= 1,0): são aquelas verbalizações onde a forma não é bem definida. P. Ex.: Prancha I: “radiografia”. Inquérito: “lembra vagamente a radiografia de dois pulmões”. O sujeito tenta controlar a ansiedade porém de forma precária. k (v.p.= 1,5): são aquelas respostas que o examinando não é capaz de determinar a forma. P. Ex.: Prancha I: “uma radiografia”. Respostas de sombreado radiológico puro denotam falta de controle sobre a ansiedade e condições para suportar conflitos. Respostas de sombreado radiológico revelam sentimentos desagradáveis da pessoa vividos intensamente diante de situações novas e desconhecidas que deverão ser superadas por ela. Quando a proporção apresenta-se apresenta-se na forma ideal (Fk ≥ kF + k), sinaliza que o indivíduo procura meios de adaptação ou ajustamento quando enfrenta uma situação que lhe causa ansiedade, normalmente recorre à intelectualização. Caso contrário, demonstra que o sujeito não tem esta capacidade. DETERMINANTE DE SOMBREADO DE PERSPECTIVA – FK (FK ≥ KF + K) ANSIEDADE E ADAPTAÇÃO AFETIVA São imagens que envolvem percepção tridimensional, que dão idéia de perspectiva, de profundidade. Normalmente neste tipo de resposta o examinando utiliza expressões do tipo: “lá embaixo”, “bem longe”, “visto de cima”... Se subdivide em:
FK (v.p.= 0,5): quando apresenta sombreado, porém com forma definida. P. Ex.: Prancha II: “nesta parte branca vejo a entrada de uma caverna”. A pessoa é capaz de elaborar o sofrimento causado diante de uma situação de tensão.
KF (v.p.= 1,0): quando se trata de um conteúdo visto em perspectiva que assume alguma forma. P. Ex.: Prancha III “[colocou a prancha sobre a cabeça] parece duas nuvens no céu tomando a forma de pessoas”. K (v.p.= 1,5): quando o examinando não atribui nenhuma forma ao percepto. P. Ex.: Ex. : Prancha I: “uma nuvem enorme”. Caracteriza ansiedade livre flutuante, ou seja, incapacidade de suportar o mínimo de estímulo ansiogênico. Respostas de sombreado de perspectiva expressam a capacidade de adaptação afetiva, ansiosa, cautelosa para melhor suportar o sofrimento e evitar a depressão. Quando FK ≥ KF + K, expressa capacidade do examinando de elaborar bem a ansiedade. DETERMINANTE DE TEXTURA – Fc (Fc ≥ cF + c ) CONTATO HUMANO E INTERAÇÃO SOCIAL São respostas que contenham alguma percepção tátil como: suave, macio, fofo, áspero, rugoso, etc. Pêlos e cabelos também são classificados como textura. Muitas vezes o examinando toca a lâmina para ver se sente a textura. São subdividas em:
Fc (v.p.= 0,5): quando o conteúdo com textura tem forma definida. P. Ex.: Prancha III: “duas pessoas com cabelos compridos”. cF (v.p.= 1,0): quando o conteúdo apresenta textura porém com forma vaga. P. Ex.: Prancha II: “coisas meio gosmentas”. Inquérito: “nesta parte marrom parece quando um bicho sai do ovo ou casulo que tem aquela gosma”. c (v.p.= 1,5): o conteúdo é verbalizado sem forma, o examinando expressa somente a textura. P. Ex.: prancha I: “pêlos”. Inquérito: “pêlos somente”. Respostas de textura expressam a necessidade do examinando quanto ao contato social. É um indicativo de deslocamento dos afetos e emoções para atividades e contatos sociais. Quando aparece na proporção ideal ( Fc ≥ cF + c) é sinal de atitude adequada, com devida percepção de limites na busca de afeto em outras pessoas.
DICAS Muitas vezes, numa mesma resposta aparecem vários determinantes. Deve-se analisar todos, porém eles devem obedecer uma ordem:
M > C > c > F > FM > m > C’ > K > k
PARTE IV CONTEÚDOS O conteúdo é a terceira categoria de classificação das respostas do teste, referindo-se ao que foi verbalizado, percebido, ao que o sujeito viu. Relaciona-se com comunicação e como o sujeito se relaciona com a esfera intelectual. Para a classificação dos conteúdos utilizam-se as seguintes categorias, ou grupos:
H – Humano: quando a figura humana é vista como pessoa autêntica, inteira. Os conteúdos humanos em geral assinalam interesses por pessoas de forma geral; os conteúdos H, especificamente, representam uma percepção realista dos outros e de si mesmo. (H) – Humano descaracterizado: conteúdo com características não autênticas de pessoa, ou seja, com conotações sobrenaturais, espirituais, mitológicas, legendárias, antropomórficas e extraterrestres. Implica uma percepção dos demais e de si excessivamente deformada por fantasias. Hd – Detalhe humano: parte (membros externos) de figura humana. Assinala uma percepção parcial das pessoas e de si mesmo. (Hd) – Detalhe humano descaracterizado: detalhe humano com as características indicadas em (H). Neste caso há uma visão do ser humano muito pouco realista. Quando os conteúdos humanos são pouco freqüentes no protocolo há indicativos de dificuldades nas relações interpessoais; por outro lado, se aparecem conteúdos humanos associados a movimentos de cooperação 2, provavelmente os comportamentos nas relações interpessoais estão relacionados a amabilidade e cooperação. A – Animal: animal visto por inteiro. São os conteúdos normalmente mais freqüentes num protocolo dando uma idéia da amplitude de interesses. As
2
Respostas de movimento onde aparecem dois ou mais objetos ou pessoas numa interação claramente cooperativa, por exemp lo: Prancha III: “duas pessoas levantando uma panela”.
respostas de conteúdo animal são calculadas considerando as respostas A e Ad e esperam-se porcentagens entre 35 - 50%. Conteúdos animais com ocorrências superiores a 50% num protocolo retrata interesses restritos, esteriotipia do pensamento, pouca flexibilidade e pouca capacidade de adaptação. Porém, se estes interesses coincidem com as atividades desempenhadas, podemos perceber extrema dedicação. Caso as ocorrências sejam inferiores a 35% são indícios de diversidade de interesses, com comportamentos pouco comprometidos com as atividades desenvolvidas a longo tempo.
Ad – Detalhe animal: parte (membros externos) de figura animal. (A) – Animal descaracterizado: animal com característica de pessoa, sobrenatural ou mitológica. (Ad) – Detalhe animal descaracterizado: detalhe animal com conotação humana, antropomórfica, mitológica ou extraterrestre. Obj – Objeto: objeto para uso geral. Normalmente, segundo Vaz (1998) aparece em protocolos de pessoas que trabalham em atividades que envolvem o manuseio de equipamentos. Por exemplo, telefonistas, médicos, auxiliares de enfermagem... A média fica em torno de aproximadamente 5% dos conteúdos. Hobj – Objeto humano: de uso pessoal. Aobj – Objeto animal: uso animal (por exemplo: coleira). Objesp – Objeto espacial: construto feito para voar. Abstr – Abstrato: conteúdos de natureza abstrata. Al – Alimento : substância ou produto alimentar. Este conteúdo é, segundo Zdunic (1999), raro de aparecer e caracteriza comportamentos de dependência. At – Anatômico: órgão interno do corpo humano ou animal, ossos ou conteúdos radiológicos. Esses conteúdos, quando muito freqüentes, assinalam uma maior preocupação com questões corporais do que o esperado. Indícios de transtornos psicossomáticos com componentes hipocondríacos. Pl – Planta: flora. Nat – Natureza: astros, minérios, metais.
Água – Água: este conteúdo deve ser classificado como categoria específica pelo significado interpretativo como sinal de conflito. Arte – Arte: elaboração ou criação artística. Nuv – Nuvem. Geo – Geografia: conteúdo visto em mapa geográfico. Arq – Arquitetura. Mec – Mecânico: natureza mecânica. Sangue – Sangue. Este conteúdo pode ser indício de dificuldades no manejo de aspectos agressivos. Sex – Sexo: parte ou órgão com função sexual. Quando muito freqüente, sugerem comportamentos sociais pouco prudentes. Fogo – Fogo. Másc – Máscara. Expl – Explosão: qualquer contéudo visto em explosão. Cena – Cena: conteúdos humanos ou animais em ação dentro de cenário ou pano de fundo. Alguns autores como Zdunic sugerem outros conteúdos, tais como: Cg – roupas: conteúdos relacionados a vestimentas. Revelam preocupação em manter uma imagem externa que seja bem percebida pelos demais, bem como facilidade para o descontrole emocional. Aparece mais freqüentemente em mulheres. RESPOSTAS POPULARES As respostas populares ou banais significam as condições pessoais do sujeito perceber o que a média dos indivíduos do seu grupo de referência percebe; seria a habilidade, as condições que a pessoa tem de perceber as coisas, as situações, a realidade de como elas são, em consonância com as do grupo a que pertence. São indícios de como o comportamento da pessoa se ajusta ou se adapta na prática com a situação do dia a dia: como ela se percebe, como tenta resolver suas tarefas e como se organiza no contexto geral. Os critérios para a
classificação das respostas populares considera aquelas que, dentro de um grupo de 100 sujeitos, aparece em 33 deles. Cícero Emídio Vaz (1998), em sua pesquisa com 1.341 sujeitos do estado do Rio Grande do Sul, apontou algumas respostas populares que estão listadas em seu livro juntamente com o Atlas de localização das mesmas.
TABULAÇÃO DOS DADOS Para a classificação das respostas, os resultados são transcritos numa folha de cálculo para melhor visualização (Anexo 3).
PARTE V INTERPRETAÇÃO DA LÂMINAS A fase de interpretação visa analisar os significados das respostas obtidas no Z-Teste e o que expressam da personalidade do sujeito. Para isso, é indispensável, como afirma Vaz (2002), uma abordagem quantitativo-dinâmica, por parte do psicólogo, para a compreensão e a avaliação adequada da personalidade. O profissional deve estar, também, bem familiarizado com a técnica. Na interpretação das variáveis, o número de respostas dadas no Z-Teste indica o nível de capacidade de produção (intelectual) e associação do sujeito, assim como seu desempenho e realização. Um número grande de respostas pode representar uma facilidade em exteriorizar-se, em empenhar-se no trabalho, ou até uma obsessividade enquanto que um baixo número representa falta de motivação, desinteresse, dificuldade intelectual, defensividade, depressão, bloqueio emocional ou, ainda, desconfiança com relação ao teste. Entretanto, é necessário levar em conta o tipo de ocupação profissional e o nível de instrução e cultural do sujeito ao interpretar o número de respostas. Considerando o número de respostas por diapositivo, o diapositivo I indica a capacidade de adaptação inicial do sujeito diante de novas situações, o II, que contém estímulos coloridos e espaços em branco, mobiliza o sistema afetivoemocional e o diapositivo III representa a capacidade de relacionamento interpessoal, a criatividade e a empatia. A categoria das localizações estão relacionadas com a maneira como a pessoa percebe e observa racionalmente a realidade, os aspectos do meio externo, como a pessoa utiliza sua inteligência. As respostas G ( percentual esperado: 20 a 30%) referem-se à percepção de síntese, de conjunto, de abstração e capacidade de planejamento, de apreensão dos aspectos mais amplos das situações. Entre as respostas globais, as respostas DG elaboradas indicam a capacidade de planejamento e senso de
organização; as Gcort relacionam-se à inibição do pensamento e do senso crítico e as G confabuladas indicam uso não adequado da fantasia e fuga à realidade enquanto as contaminadas referem-se à desagregação do pensamento, observadas geralmente em transtornos esquizofrênicos. De maneira geral, um número elevado de respostas globais demonstra visão fantasiosa e infantil – ou fuga – da realidade; e um número inferior à média sugere pessoa pouco inteligente, visão de conjunto e capacidade de síntese precárias. Quando a G é associada a espaço em branco indica sentimentos de tensão em relação ao meio externo. Quando o índice de Global é associado ao Movimento humano indica o nível de aspirações na vida do sujeito, sendo adequada a proporção de 2 G para 1 M. As respostas D (percentual esperado: espera do: 20 a 30%) relacionam-se com a visão objetiva da realidade, com a inteligência voltada para o concreto. Indicam o modo como o sujeito percebe as coisas, a realidade, senso de objetividade e discernimento. Diz respeito à inteligência prática e observação concreta. Quando o percentual de D é inferior à média quer dizer que o sujeito apresenta prejuízo na capacidade de percepção objetiva da realidade, evitação e inadaptação à realidade. E quando D é superior à média sinaliza preocupação excessiva com detalhes, pessoa rigorosa e exigente. As respostas Dd (percentual esperado: 15%) indicam a capacidade de análise, observação e bom senso. Referem-se à percepção que o examinando tem das partes de um todo. Um índice elevado de Dd indica pessoa cuidadosa e minuciosa e pode supor um apego à coisas insignificantes. O espaço em branco é interpretado como oposicionismo dirigido à própria pessoa ou ao externo (quando o índice é superior a 2; o percentual esperado é 8%), ansiedade situacional, expressando sentimentos de desprazer, insegurança, tensão diante de dificuldades. A ênfase no branco pode ser sinal de perturbações no curso do pensamento enquanto o sujeito elabora a resposta e indica que o sistema emocional pode estar sendo mobilizado. Porém, a ausência de S pode indicar rigidez, defesa paranóide ou até negação.
As categorias dos determinantes refletem o que o indivíduo tem como base de sua personalidade, os traços e as características mais estáveis da sua personalidade. São os determinantes que indicam quais os fatores psicológicos que estão presentes na elaboração da resposta. A forma (total de F%: 30 a 50%) é o elemento estruturador e ordenador, sendo interpretado como a expressão lógica e racional da percepção, expressão do controle da pessoa sobre seus instintos e reações impulsivas. Quando o percentual está acima da média esperada indica controle demasiado e repressão dos afetos e emoções, com prejuízo da espontaneidade, impessoalidade, rigidez. Quando o percentual é inferior sugere uma desconsideração do meio externo, individualidade
em
excesso,
pobreza
intelectual
responsabilidade. O somatório de F+, F- e F+/-
e
baixo
senso
de
demonstra as condições
intelectuais para a percepção das coisas com objetividade, sem a interferência prejudicial das emoções. As
respostas
de
Movimento
humano
significam
a
criatividade,
espontaneidade, empatia e capacidade de integração. Revelam potencial interno, as vivências e experiências. O índice elevado de M (acima de 3) indica inteligência altamente criativa, pessoas voltadas para a reflexão interna ou propensão à defesas maníacas. Já a ausência de M sugere pessoas ansiosas, tensas, inibidas ou introversivas, pouco inteligentes ou depressivas. As respostas de movimento animal referem-se refer em-se ao que há de mais primário p rimário e arcaico na estrutura de personalidade, representando instintos e impulsos. Demonstram algo desejável, mas irrealizável. A verbalização de conteúdos animais em ação, como afirma Vaz (2002), é uma característica da infância. Quando Fm é maior que M supõe auto-controle e auto-afirmação insuficientes, imaturidade e infantilismo. Já a ausência de Fm num protocolo indica falta de senso de iniciativa e competição. O movimento inanimado representa os conflitos internos, entendidos como hostis e incontroláveis, da pessoa e as dificuldades nesse aspecto. As respostas de cor mobilizam o mundo interno da pessoa e causam-lhe reações tanto de aproximação como de afastamento. As respostas de cor podem
ser do tipo FC – predomínio da forma sobre a cor - , que indicam sujeitos com afetividade controlada, maduros e autênticos (média: 1 a 2 FC); CF – a cor prepondera – , que sinalizam sujeitos com afetividade lábil, imaturidade, sugestionabilidade e irritabilidade; C – C – cor pura – pura – que expressa tendência a reação emocional intensa. O índice de FC >_ CF+C, quando FC é maior que CF + C quer dizer que o examinando é capaz de liberar seus sentimentos de forma adequada e madura e assim estabelecer um bom relacionamento interpessoal. A textura é interpretada, no Z-Teste, como a necessidade de contato humano e social, ligados à percepção tátil. Representa as trocas afetivas entre o mundo interno e o externo. As pessoas que são capazes de atitudes adequadas quanto à expressão das condições afetivas apresentam Fc proporcionalmente igual ou maior que cF+c. A textura compreende o deslocamento dos afetos para atividades e contatos, indicando a capacidade para interação social. As respostas de cor acromática indicam uma tendência à depressão, à evitação de estímulos que possam mobilizar reações emocionais para o externo. Se surgem C’ em excesso indica que o sujeito não se coloca frente a uma situação nova de maneira aberta. A proporção esperada é de FC’ ser maior ou igual a C’F+C’. O determinante sombreado radiológico sugere ansiedade e adaptação racional. Fk indica intelectualização, devido à ansiedade frente à alguma situação de tensão, onde a pessoa não envolve sentimento nem afeto. K indica uma tendência à falta de condições em suportar situações que poderiam causar ansiedade, o sujeito não suporta frustrações. KF revela que o sujeito tenta controlar a ansiedade, mas de forma não adequada. A adaptação racional é menos saudável que a afetiva. O sombreado de perspectiva e profundidade demonstra um aumento no nível de ansiedade situacional, ou seja, a pessoa, diante de situação de tensão, se mobiliza emocionalmente e sofre, ainda que tenha condições de enfrentá-la, elaborá-la (introspecção e vivência dos sentimentos) e de auto-criticar-se. As respostas relacionadas aos conteúdos informam sobre a variedade de interesses do sujeito e são menos estáveis. Pessoas que são flexíveis no modo de
perceber ou avaliar as coisas e situações emitem três ou mais categorias de conteúdo. Menos de três categorias de conteúdo são expressas por pessoas inflexíveis e de conduta estereotipada. As categorias H e Hd significam capacidade de relacionamento (percentual esperado: entre 15 e 25%). (H) e (Hd) referem-se a relacionamento interpessoal cauteloso e controlador. Os conteúdos animais, comuns em crianças, demonstram a ligação emocional que o sujeito mantém com o ambiente; são menos esperados em adultos. Quando acima da média indicam estereotipia de pensamento e pouca capacidade de adaptação. Os conteúdos anatômicos revelam uma supervalorização da inteligência (superior a 14%). As respostas de objeto correspondem a pensamento concreto, objetivo tendendo a valorações objetivas. Em adultos indicam infantilidade ou limitação. Assim como as respostas de conteúdo natureza, as de objeto aproximam-se do pensamento animista infantil. As respostas sexuais são mais raras, quando aparece mais de uma indicam que as necessidades sexuais têm papel preponderante na vida do sujeito. As respostas populares ou banais (freqüência esperada: 20 a 35%)são interpretadas como o ajustamento do pensamento ao da coletividade, como a pessoa se ajusta e se adapta no dia-a-dia, como a habilidade que o sujeito tem em perceber as coisas como elas são; indica a capacidade de assimilar normas e valores do ambiente. Quando o percentual é inferior ao esperado revela pessoa que tem dificuldade em captar o óbvio e lidar com os fatos cotidianos.
Desempenho – Desempenho – R
Percepção racional de conjunto e senso de organização – G Discernimento e senso de objetividade – D Senso de observação e capacidade de análise – Dd Controle geral sobre impulsos e reações afetivo-emocionais – F Funcionamento do pensamento lógico – F+ Criatividade, espontaneidade e empatia – M Dinamismo – FM Condições afetivo-emocionais – afetivo-emocionais – FC ≥ CF+C
Atitude oposicional: Ansiedade oposicional - respostas BL e (bl) Relacionamentos Interpessoais – H Imaturidade – A Adaptabilidade a padrões e normas sociais – (v) Observar: T.R.I Respostas Radiológicas Perspectiva CHOQUES – PATOLOGIAS Choque Clob Choque M (ou choque K) Choque cor Fenômenos especiais.
DESEMPENHO Defensividade e medo de se expor R<7 7 > R > 15
Capacidade de produção e realização adequada Obsessividade: quer expressar tudo e tende a dispersão
R > 15
+ (F+) + ( FC > C + CF) = obsessividade adequada à profissão: senso de cuidado, espírito empreendedor.
PERCEPÇÃO RACIONAL DE CONJUNTO E SENSO DE ORGANIZAÇÃO G < 13%
Falta de visão de conjunto da realidde, capacidade de síntese prejudicada e baixa capacidade de planejamento e organização
13 < G < 35%
Boa capacidade de intergração e síntese; de perceber o todo de forma racional
G > 35%
Fanatsia demais, foge da realidade abstraindo
G + Bl Ansiedade e tensão frente as vivências
G + Bl + (M < C) Oposicionismo ao meio em que se insere
OBJETIVIDADE E BOM SENSO Dificuldade em perceber a realidade objetivamente, não encarando o óbvio e inadaptação à realidade. + G=0 + DdBl : Obsessividade comprometedora e possibilidade de desagregação D < 40% do pensamento. D=0 + G > 35%: falta de bom senso, pouca objetividade e imaturidade. + G>35%: Capacidade intelectual limitada ou algum transtorno emocional. Praticidade e objetividade no modo como percebe o mundo, percebe as coisas 40 < D < 60% como são na realidade (bom senso). Capacidade de resolver os problemas práticos do dia a dia. Rigorosidade, exigência no modo de perceber o mundo em detrimento do real e da visão de conjunto. Inteligência prática, voltada para atividades concretas. D > 60%
2
SENSO DE OBSERVAÇÃO OBSERVAÇÃO E CAPACIDADE DE ANÁLISE ANÁLISE Dd < 6% 6 < Dd < 16%
Pouca capacidade de perceber detalhes. Capacidade de perceber detalhes menos parentes da situação, senso de observação aguçado.
Senso de observação muito apurado, minusioso e cuidadoso com pequenos detalhes. Dd > 16% Ambição material; pode estar relacionado á insegurança ou ausência de sentido prático em pessoas inteligentes.
DO > 2 respostas
Baixo poder de elaboração frente à situações de ansiedade e tensão = bloqueio emocional.
ANSIEDADE OPOSICIONISTA OPOSICIONISTA OU CRITICISMO Bl < 2 1 < Bl < 2
Ansiedade situacional a níveis normais.
Bl > 2
Propensão a críticas mordazes e a reações emocionais descontroladas. Bl > 2 + (CF + C) > FC + F% < 50% Rigidez, defesa do tipo paranóide ou negação Bl = 0
Bl = 3 +
(Bl) - Inteligência mais elaborada
3
CAPACIDADE DO INDIV DUO SE MANTER OBJETIVO E REALISTA FRENTE S SITUAÇÕES Descontrole emocional, espontaneidade e reação pessoal. Desconsideração pelo meio externo e pela realidade, utilizando excessivamente sua individualidade. Intenso envolvimento subjetivo, repelindo os estímulos ambientais. Se associado a contaminação, confabulação, referência e perseveração investigar possibilidade de degradação do pensamento (psicótico). F < 50% Se acompanhado de movimento, cor cromática e sombreado, de boa qualidade há possibilidade de se tratar de pessoa com pouco interesse em manter relações impesoais e que pode ser espontânea, criativa e sensível na sua relação com o mundo. Senso lógico, controle racional adaptativo; capacidade de perceber a realidade com 50 < F < 70% objetividade, sem interferência prejudicial ou distorcida das emoções. Demosntra controle dos impulsos e adequada adaptação à realidade externa. Indica controle demasiado, repressão dos afetos e emoções, não deixando o emocional interferir em suas atividades. Pessoa rígida, severa e exigente, que apresenta contato superficial com a realidade, medo de se revelar, pouca F > 70% imaginação, impessoalidade com prejuízo na espontaneidade. É dirigido pelos aspectos externos. FUNCIO FUNCIONAM NAMENT ENTO O DO PENSAM PENSAMENT ENTO O L GICO GICO Pensamento pouco objetivo, processo intelectual sofrendo interferências dos afetos. Deficiência na atenção e auto-controle. Subjetivismo na percepção dos fatos, ocasionando dificuldade para agir de modo adequado ao meio, fazendo F + < 75% julgamentos críticos inadequados. Em virtude da distorção da percepção. Baixa qualidade de produção Julgamento objetivo dos fatos, estabilidade da atenção e adequação dos afetos. 75 < F+ < 80% Sujeito que sabe quando deve reprimir ou expressar seus impulsos afetivos. Revela adequação e maturidade de ego. Controle rígido do pensamento, não aceitando erros. Percepção objetiva e tenaz da realidade, não colocando conteúdos seus em tal percepção. Apresenta F + > 80% obstinação na realização das tarefas, auto domínio, rigidez, com perda da autonomia e individualidade. Boa qualidade de produção.
F - < 75% 75 < F- < 80% F - > 80%
4
CRIATIVIDADE, ESPONTANEIDADE E EMPATIA M< 75 < M < 80% M>
5
6
PARTE VI REFERÊNCIAS
Freitas, A M. L. (1996) Teste de Zulliger: aplicação. São Paulo: Casa do psicólogo. Vaz, C. E. (1998) Z-Test: Técnica de Zulliger: forma coletiva. São Paulo: Casa do Psicólogo. Zdunic, A L. (1999) El test de Zulliger en la evaluación de personal. Aportes del
Sistema Comprehensivo de Exner. Buenos Aires, Barcelona, México: Paidós.
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CASOS CLÍNICOS DE EXEMPLO
Pr-R I-1 I-2 II-3
II-4
III-5
III-6
EXERCÍCIO DE INTERPRETAÇÃO DO ZULLIGER EXERCÍCIO 01 RESPOSTAS Respostas Loc. Det. Cont. Inicialmente parece mesmo um besouro. É lembra G F+ A um besouro. (Cabecinha, perninha, garrinha, anteninha) Tem aqui o desenho de uma folha. Posso manipular? G F+ Pl (No centro. É o contorno, essa forma) Aqui parece um pulmão com as vértebras (Não só o Ds FC, Fk At contorno como a própria cor. O contraste das cores, as vértebras brancas são como nas radiografias [?] Na radiografia tem o contraste mas aqui é como é na realidade, imagino que o pulmão seja dessa cor.) Aqui lembra um olho estilizado, de perfil. deixa eu DS F+ Hd ver..deixa eu manipular...o que mais ressalta é isso, de resto nada. (Isso, a pupila com o fundo branco e os cílios, o branquinho do olho. São dois olhos) Essas garras lembram sirizinho, um escorpião. É um D F+ A siri por que escorpião tem garras atrás. Siri ou carangueijo. (Nessa parte, o formato, esta garrinha na frente). Aqui no máximo um insetosinho (O contorno desse D F+ A insetosinho, borboletinha, corpinho e asas.).
8
P P
P
9
SUMÁRIO ESTRUTURAL Agrupamento I: Tríade Cognitiva Processamento
Índice de Economia Abertura à Experiência Índice de Aspiração
%G : %D : %Dd %F G:M
33% : 33% : 0% 83% 2:0G>M
N Elevado G > M
%P %F+ %FS e F-
33% 100% 0% -
N N N N
EB Abstrato e Arte. FM + m Conf. Cont. DO e outros
0 : 0,5 0 0 0
Extratensiva N N N
1:01
N
0 33%
N Aumentado
F-C e C-F
0
N
SomaSH
1
N
Cor-Sh
1
FC + Fk
H : (H) + Hd + (Hd) SomaK At e Somak
0 : 1 -1 0 1
N N Medianmente Aumentado
Comida Isolamento Interesse interpessoal
Al Nuv, Geo, Nat H : (H) + Hd + (Hd)
0 0 0 : 1 -1
Concepção Real/Imaginada Real/Imaginada
H+Hd + A + Ad: (H)+(Hd) + (A) + (Ad) H+(H)+A+(A) : Hd + (Hd) + Ad + (Ad) Somac
4:04
N N Medianamente diminuído N
Mediação
Respostas Populares Forma Convencional Forma Distorcida Distorção do Espaço Branco Ideação
Tipo de Vivência ( Erlebnistypus) Intelectualização Ideação não deliberada Pensamento lógico e coerente
Agrupamento II: Afeto, Auto-percepção e Percepção Interpessoal Afeto
Modulação do afeto: Proporção Forma-Cor Proporção de Constrição Tendência a Autonomia: Respostas Espaço Tendência a negação: Projeção de cor Carga de Estresse Emocional: Proporção de Sombreados Tendência a afeto disfórico ambivalente
FC : CF + C SomaC' %S
Auto-percepção
Noção Identidade Estável Autocrítica Anatomia e Raio-x Percepção interpessoal
Concepção Integral/Parcial Contato interpessoal
10
3:12 0
Medianamente tendendo à parcial N
Seção Principal - Estilos de Personalidade, Controle, Tolerância ao Estresse Tipo de Vivência ( Erlebnistypus) Experiência Efetiva Experiência Base Estimulação Sentida Nota D: Manejo do Estresse
EB EA eb es EA - es
11
0 : 0,5 0,5 0:1 1 - 0,5
N
SÍNTESE S. respondeu ao teste de Zulliger com o objetivo de levantar as características de personalidade e seus recursos e deficiências quanto ao ajustamento psicológico geral. O processamento cognitivo está relacionado a quais informações as pessoas selecionam e prestam mais atenção, como e em quais tipos de idéias elas traduzem estas informações que mediam o contato com a realidade e como usam estas informações na elaboração de novas idéias. O teste sugere que S. prefere prestar mais atenção as informações fáceis e óbvias de sua experiência o que indica um estilo mais econômico no processamento das informações (%G , %D). O teste também sugere que ela evita apreensões mais complexas das informações fugindo para detalhes não tão importantes que são mais infrequentes de serem percebidos pelos outros (%Dd). Provavelmente um dos pontos mais importantes quanto ao processamento cognitivo relaciona-se à mediação. O teste sugere que S. traduz suas experiências em idéias diferentes das habituais, idéias individuais, não convencionais, mais idiossincráticas (%P, %F+, %F-). Estas traduções representam idéias distorcidas da realidade e podem provocar problemas de ajustamento decorrentes do fato de que o mundo representacional a partir do qual S. formula seus comportamentos não ser tão fiel à realidade. Este ponto merece maior atenção em futuras avaliações e intervenções. Quanto à ideação embora os dados para a definição do tipo de vivência sejam muito escassos o teste sugere que provavelmente S. é mais aberta aos sentimentos e emoções em sua atividade ideacional relacionada a resolução de problemas (EB 0 : 1). O teste sugere que S. provavelmente vive uma tensão interna gerada por necessidades insatisfeitas que forçam gratificação e interferem na ideação dificultando a capacidade de controle do foco da atenção (FM). Também há indicadores de um sentimento de incômodo, perda de controle, relacionados a vivência de situações estressantes. Em resumo o teste sugere que S. vive uma atividade mental de alerta pronta para entrar em ação. Quanto a vivência afetiva S parece tender a dar vazão aos sentimentos e exprimi-los de maneira mais espontânea e relaxada (CF). Como já se colocou acima há indicações de afetos negativos e estados de irritação (FM, Fc, FK). Em relação a auto-precepção teste sugere uma preocupação acentuada com o funcionamento corporal (At). Em relação à percepção interpessoal embora S. apresente necessidade de contato (cF) ela parece possuir pouco interesse em pessoas, talvez sendo mais isolada e emocionalmente afastada (H e Hd). Em síntese os aspectos mais significativos relacionados ao ajustamento encontrados na avaliação de S são referentes à mediação e ao controle os quais merecem maior atenção em investigações e intervenções posteriores.
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Estudo de Caso 02 Nome: L.R.M. Idade: 26 anos. Sexo: Feminino Instrução: 3º grau incompleto Atividade: Estudante
Variáveis do Z-Teste Total de Respostas R no Cartão/Diapositivo I R no Cartão/Diapositivo II R no Cartão/Diapositivo III Diapositivo/cartão Rejeitado Percentual de G (G/Rx100) Percentual de D (D/Rx100)
Marcar
14 3 6 5 ---21% 50%
Variáveis do
Z- Teste Proporção = M/FM Proporção =M/ C Proporção =FC/ (C+CF) Proporção = Fc/(c+cF) Proporção = FK/(K+KF) Proporção = Fk/(k+kF) Proporção
Assinalar se a proporção for >1 X X X X X
<1
=
X X
=FC’/(C’+C’F)
Percentual de Dd (Dd/Rx100) Incidência de S (espaço em Branco) Percentual F= (F + F + F./Rx100) Percentual F+= (F+/ Fx100) Percentual F- = (F-/ Fx100) Percentual F. = (F./ Fx100) Percentual M =(M +M + M/Rx100) Percentual M+ = (M+/Rx100) Percentual M- = (M-/Rx100) Percentual M. = (M./Rx100) Percentual H+Hd =((H+Hd)/Rx100) Percentual A+Ad= ((A+Ad)/Rx100) Percentual Abstrato= (Abstr/Rx100) Percentual Outros Conteúdos:
29% 2
Proporção =Fm/(m+mK)
X
7%
Fenômenos Especiais
0% 100% 0% 36%
Confabulação Idéia de Referência
80% 20% 0 29%
Idéia de Auto-referência Confabulação Contaminação Resposta de Posicão
50%
Outros
0 21%
Diapositivos I
II
III
Acentuação da simetria
X
X
X
Perseveração (tema) (conteúdo) Consciência de Interpretação
X
Análise do Protocolo
13
X
O número de respostas registradas pelo examinando foi ligeiramente superior ao esperado (14), excedendo em 7% os valores compreendidos no intervalo esperado, o que pode ser melhor compreendido frente ao padrão de localização característico do protocolo. A análise do padrão de localização destas respostas permitiu verificar que os percentuais relacionados às categorias
Globais e de Detalhe Detalhe Comum mantiveram-se dentro do
esperado, enquanto o percentual de respostas de Detalhe Incomum mostrou-se bastante aumentado. Sendo o padrão de localização indicativo do modo como o sujeito apreende a realidade, ou seja, dos filtros perceptivos utilizados nessa apreensão, esta acentuação dos detalhes Incomuns indica grande meticulosidade, evidenciada no detalhamento das respostas. Tal característica tanto indica uma tendência ao criticismo e à obsessividade (associados ao aumento do numero de respostas) quanto sustenta uma boa capacidade de análise e observação por parte do examinando. Ao apresentar um percentual rebaixado de respostas com ênfase sobre a forma (7% do total de R), resultante do único determinante F (-) do protocolo, o examinando indica que seu pensamento lógico sofre interferência de processos de ordem afetivo- emocionais. Em outras palavras, pode-se afirmar que o potencial intelectivo, racional e lógico empregado na percepção da realidade, se verifica alterado, por fatores afetivos, possivelmente um estado depressivo ou constritivo, visto que a presença de uma resposta Global com elaboração elimina a hipótese de restrição da capacidade intelectual. A relação entre o número de respostas de movimento humano (M) e o somatório de respostas de cor, sinaliza o tipo vivencial introversivo caracterizado por pessoas que “vivem mais para dentro do que para fora”; que ao atribuir cinestesia a perceptos inertes “constróem” algo que não lhes foi dado a partir de seu mundo interno. Outro aspecto
importante sobre o tipo introversivo diz respeito à tendência a preocupar-se com suas próprias idéias, ao ensimesmamento. Tal tendência associada à obsessividade e à relativa limitação das condições de percepção da realidade, acentuam o isolamento emocional na
14
medida em que o examinando sustenta seus processos psíquicos em elementos menos compartilhados por seus pares. A presença de FK no protocolo de certo modo justifica o estado introspectivo na medida em que é o recurso adaptativo de que se utiliza o examinado para vivenciar seus sentimentos e elaborar uma autocrítica que o permita superar um estado de tensão. O índice de realização apresentado pelo examinando (3G/5M) evidencia uma das conseqüências do ensimesmamento, pois é característico de pessoas que têm capacidades mas não exploram suas potencialidades, e assim que não têm evidenciadas no “mundo real” o resultado de sua intensa atividade intelectual. As respostas relacionadas à cor (FC, CF) tiveram ocorrência dentro do esperado, permitindo verificar que o modo de relacionar-se com os demais não chegou a ser afetado pela alteração da percepção. O examinando apresenta tanto condições de relacionar-se de forma madura, com capacidade de receber e retribuir adequadamente os afetos, assim como é capaz de liberar certas emoções com maior intensidade. Aspectos
também importantes no protocolo referem-se aos percentuais
relacionados aos conteúdos. Tendo apresentado
conteúdos
humano (29%) e
animais(50%) conforme o esperado, chamaram a atenção os demais conteúdos, em especial os relacionados a máscaras e anatomia. A referência a máscara associada ao isolamento emocional, sinaliza a necessidade do sujeito de representar um papel que o distancie de suas reais características, de manter uma imagem para evitar expor-se pessoalmente. Já os conteúdos anatômicos estão relacionados à supervalorização da inteligência. Entre os fenômenos especiais verificados, deve-se ressaltar a acentuação da simetria, a qual caracteriza a busca empreendida pelo examinando no sentido de encontrar elementos concretos da realidade que venham conferir precisão e racionalidade aos seus argumentos. Ou seja, caracteriza a busca no mundo externo pela segurança que lhe falta internamente.
Síntese
15
O sujeito apresenta características do tipo vivencial introversivo, especialmente o ensimesmamento, a atenção voltada para suas próprias idéias. Tal característica associada a um modo de apreensão da realidade acentuadamente meticuloso e às limitações momentâneas nas condições de percepção frustra ainda mais a viabilidade prática destas idéias e intensificam o isolamento emocional.
Índices, Argumentos e Interpretações Localização: modo de apreensão da realidade( r ealidade( avaliação dos processos cognitivos) c ognitivos) - R (capacidade de produção): dentro do esperado - G (capacidade de síntese e planejamento): dentro do esperado - D (uso da inteligência voltado para a realidade): dentro do esperado - Dd (Capacidade de análise, observação, sinal de exatidão, esmero, busca de confiabilidade nas coisas pequenas): aumentada - G(3)
-
Gcomb.: As respostas classificadas como Gcomb. indicam níveis superiores de inteligência, não sendo comuns em protocolos infantis ou depressivos. Relação G:M = 3:5 (sinal de que a pessoa têm capacidades mas não explora suas potencialidades) %FM (relacionado a instintos e impulsos – características mais primárias da personalidade – e, segundo Vaz (2002), é indicativa do grau de iniciativa iniciativa e capacidade de competição): 4. ∑m (indicativo de conflito e tensão entre o sistema de valores do mundo interno e o do
mundo externo ): ausente. 16
-
-
∑C (expressiva da mobilização do sistema afetivo-emocional
por estímulos do mundo
externo): 1,5 FC (indicam capacidade de receber e retribuir adequadamente o afeto): 21% CF(indicativo de precário controle emocional e tendência à excitabilidade emocional): presente dentro do esperado(1). C ( indicativo de reações emocionais livres e intensas): ausente Fc, cF e c (forma tátil de expressão das condições afetivas da pessoa, indicativa de deslocamento dos afetos e emoções para atividades sociais e de capacidade de interação social). Segundo Vaz (2002) as respostas de textura estariam associadas à necessidade de afeto, de toque, de contato, e quando integradas à forma indicam que o sujeito reconhece a necessidade de ser aceito e receber afeto. É possível que tal necessidade seja satisfeita por meio da acentuação das atividades sociais. FC’, C’F e C’ (tendência a evitar estímulos que possam mobilizar reações emocionais e sentimentos para o mundo externo): Fk, kF e k (sentimentos desagradáveis experimentados pela pessoa frente a situações novas e desconhecidas que devem ser superadas- ansiedade): ausente. FK, KF e K ( ansiedade e adaptação afetiva).
Conteúdos:
-
Humanos (H+Hd): Animais (A+Ad) Anat. : conteúdos classificados como anatômicos são indicativos de que o examinando trata-se de uma pessoa que supervaloriza a inteligência. Masc.: os conteúdos classificados como máscaras indicam a necessidade experimentada pelo sujeito de representar um papel, manter uma imagem para evitar expor-se pessoalmente. Obj.: em se tratando de um capacete de criança com uma “lança” na ponta, pode-se supor que a relação coma agressividade
Fenômenos Especiais:
-
-
Consciência de Interpretação: O uso de expressões como “assemelha-se”, “similar”, indicam uma tentativa por parte do examinando no sentido de regular o processo interpretativo das manchas com a mediação da racionalidade, o que reduz necessariamente o grau de espontaneidade das respostas. Acentuação da Simetria: quando o examinando faz repetidas referências à simetria presente nos perceptos é possível sugerir que esteja buscando em fatos concretos , evidentes e compartilhados, a segurança que não encontra interiormente. Perseveração:
Observações adicionais: - Entre as 14 respostas, 3 podem ser classificadas como populares, o resulta em 21%, ficando um pouco abaixo dos 25% esperados, segundo Vaz. 17
18
PARTE VII ANEXOS
ANEXO 1: FOLHA DE APLICAÇÃO COLETIVA Nome:
Data da Aplicação:
Idade:
Sexo:
Grau de Instrução:
Profissão:
/
/’
Procure escrever o que a figura projetada na tela lhe sugere e lembra. O que vier a ser sugerido ou lembrado na figura, pode se situar no total da figura ou em partes. O nome do que está sendo lembrado você escreve bem à esquerda, nesta folha, conforme pode ver; em seguida procure comentar e explicar um pouco mais, a fim de que fique claro para o (a) psicólogo (a) que vai ler, o que você ta querendo dizer. Favor não escrever na última coluna à direita. O que sugere: nome do que está sendo sugerido e lembrado
Comentário: comente ou descreva o que está sendo lembrado e sugerido.Seu comentário ajudará o (a) psicólogo (a) a entender bem o que você está querendo dizer.
19
Não escreva nesta margem
ANEXO 2: FOLHA DE INQUÉRITO
20
ANEXO 3: FOLHA DE CÁLCULO. Sujeito: Data de Nascimento: Escolaridade: Estado Civil:
Pranchas
D D D F F F+ M F G D d bl o + - /-
M
m F C
Fclo clob Clo
C F C b
I II III Total
Qualidade G
G:M
%F
Qualidade D
M:FM
%F+
Índice de percepção
M:C
%P
Vivência
H:Hd
%H
Cho Cho ues ues
A:Ad A:Ad
21
%A
F
b
P
R