Escola Profissional Vasconcellos Lebre - Mealhada
Uma Abelha na Chuva De Carlos de Oliveira.
Disciplina: Português Módulo 12 Texto Narrativo Neo-realismo Uma Abelha na Chuva de Carlos de Oliveira Professora: Sónia Taira
Trabalho executado por: Elisabete Sofia Melo Dias, N.º 1017
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Índice Introdução ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ............. 3 Perfil biográfico Carlos de Oliveira ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ....... 4 História Literária ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ 5 Contextualização da corrente l iterária do Neo-Realismo ................................ ................................ ................................ ................................ ......... 6 Análise da obra Acção................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .......................... .......................... 7 Personagens................. Personagens................................ ............... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ........... 8 Casal da acção princip principal: al: ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .................... .................... 8 Álvaro Silvestre:................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ............................. ............................. 8 Maria dos Prazeres Pessoa de Alva Sancho Silvestre:...................... Silvestre:................................ .......... ................................ ................................ ... 8 Casal da acção secundária:................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................. 8 O tempo tempo................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................. 9 Tempo da História: ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ............................. ............................. 9 Tempo Psicológico: ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ............................ ............................ 9 O Espaço ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .............. 10 Espaço Físico Exterior: Exterior: ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................... 10 Espaço Físico Interior:................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .................... .................... 11 Espaço Social:...................... Social:................................ .......... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ... 12 Espaço Psicológico: ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .......................... .......................... 12 Título da Obra ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ...... 13 Símbolos e ideologia:................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ....................... ....................... 14 Água: ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ........... 14 Fonte: ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .......... 14 Chuva: ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ......... 14 Poço: ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ........... 14 Abelha: ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ........ 14 Mel:................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ............. 14 Estábulo:............................. Estábulo:................................ ... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ...... 14 Importância da água na na obra ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................ 15 Relação de Álvaro Silvestre com a água.......................... água................................ ...... ................................ ................................ ................................ ................................ 16 Citações ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ............... 17 Conclusão ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ............ 18 Web grafia ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ........... 19
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Introdução No âmbito do módulo 12 de português, temos de realizar umtrabalho, umtrabalho, uma análise da obra Uma Abelha na Chuva de Carlos de Oliveira. Essa obra relata rel ata-nos -nos uma história de uma um a sociedade antiga a ntiga e gananciosa. Álvaro Silvestre comerciante e lavrador em Montouro (concelho de Corgos), casou-se com Maria Dos Prazeres. Maria Dos Prazeres era filha de um fidalgo,descendente de um coudel-mor, de um guerreiro das Linhas Linhas de Elvas e primo do Bispo missionário de Cochim. Seu pai negociou o seu casamento com a família Silvestres quando ela completou dezoito anos devido a miséria e a desgraça em que viviam. Álvaro Silvestre possuía terras deixadas pelo seu pai, agora com cinquenta anos decide assumir todos os seus erros perante a sociedade. Álvaro dirige se ao comonarca (jornal de Corgos), onde faz as suas declarações e pede para que estas saiam na primeira página em letras bem grandes e visíveis, mas a sua esposa impedi-o de tal loucura afirmando que ele sofre de d e distúrbios. Maria dos Prazeres odeia o seu marido, não sente qualquer amor ou carinho por ele. Leopoldino irmão de Álvaro, vivia em África esse sim era o grande amor de Maria. Maria durante a noite sonhava com Leopoldino e com o seu cocheiro o ruivo. Numa noite como era habitual Álvaro bebera muitoate cair para o lado. Ofendera sua esposa e esta pusera pu sera-o -o a dormir dor mir no escritório. Álvaro levanta se de madrugada cheio de dores no corpo e decide ir passear pelos campos. Ia seguir diante dia nte quando quand o ouviu num palheiro palh eiro o riso de uma u ma mulher, leve e cauteloso. Parou. Aproximou se do palheiro, palh eiro, sentou-se na areia e pôs se á escuta. No palheiro encontrava se o seu cocheiro o ruivo e Clara filha de um comerciante e lavrador. Os dois jovens faziam planos para o futuro,a rapariga encontrava-se grávida mas seu pai não permitia tal tal namoro ou tal gravidez, seu pai queria que ela casasse com um fidalgo. O ruivo comentava também a maneira como a patroa (Maria dos Prazeres) o olhava parecia que o queria comer. Álvaro ao ouvir tudo isto só conseguia pensar numa maneira de sevingar do cocheiro, então decidira contar tudo o que ouvira ao pai da rapariga. Dirigiu-se á loja do pai da rapariga e conta-lhe sobre a gravidez da sua filha com o seu cocheiro. O pai da rapariga sem pensar duas vezes decide matar ococheiro o cocheiro e assim o fez. Clara quando qu ando se apercebe ap ercebe do crime que qu e o pai cometeu entrega-o á policia, po licia, mas o desgosto da podre rapariga era tanto que elaacabou ela acabou por p or se suicidar atirando atiran do-se -se para dentro do poço.
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Perfil biográfico Carlos de
Oliveira
Carlos de Oliveira nasceu em Belém do Pará, Brasil a 10 de Agosto de 1921, e morreu em e m Lisboa, a 1 de Julho Julh o de 1981. 1981 . Licenciou Licen ciou-se em Ciências Históricas Filosóficas na Faculdade de Letras de Coimbra, colaborou nas revistas Altitude, Seara Nova e Vértice, de que foi director. A sua estreia literária deu-se com o livro de poemas Turismo (1942) e o romance Casa na Duna (1943). A obra poética está concentrada em Trabalho Poético (1977-1978). Para além dos romances publicados Alcateia (1944), Uma abelha na chuva ch uva (1953) e Finisterra (1958) (195 8) publicou o livro de crónicas O Aprendiz de Feiticeiro (1971). Carlos de Oliveira foi um dos iniciadores do movimento neo-realista. Tal como Fernando Namora e Manuel da Fonseca, por exemplo, iniciou-se no programa estético e na prática literária do neo-realismo através da poesia, com inclusão de poemas no Novo Cancioneiro, colecção cole cção poética poétic a nascida em Coimbra, em e m 1941. O discurso poético preferencial era de feição feiç ão social e privilegiava temas ligados li gados á estética neo-realista, como é o caso do tema da terra como espaço de projecção de conflitos. Dentro desta temática encontramos livros como Terra, de Fernando Namora, Planície, de Manuelda Manuelda Fonseca, e Turismo, de Carlos de Oliveira. Com este livro, Carlos de Oliveira põe em prática os princípios neo-realistas. A evocação de espaços como a Amazónia e Gândara, que servem de cenário à ficção, fic ção, conduzem-nos conduzem-nos directamente directa mente a nessa preferência pela temática da terra, já utilizada no Novo Cancioneiro. No entanto outras temáticas vão surgindo e vão dando conta da evolução do escritor, cada vez mais preocupado com a elaboração formal característica da sua poesia mais recente. Da importância dos conflitos sociais evidenciados na primeira fase, passa-se a um processo de analise mais complexo através da inclusão de métodos técnico narrativos alheios ao programa neo-realista, de confronto entre níveis temporais distintos, da subjectividade difundida pela corrente de consciência das personagens da representação simbólica, tal como a encontramos em Uma Abelha na Chuva.
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Pode dizer-se que Carlos de Oliveira tem do neo-realismo neo-realismo uma visão esclarecida colocada como co mo personagens personag ens das suas obras indivíduo i ndivíduos condicionados condicion ados pela história, o que explica os representantes de todas as classes sociais (e não apenas o povo) que surge no conjunto da sua obra. Embora o povo esteja sempre presente nos seus romances, a sua atenção detém-se também, nos pequenos - burgueses, comerciantes, proprietários, funcionários do estado, industriais. Mas a vida destas personagens person agens não está apenas dependente dos jogos de forca e de luta face ao poder económico e político. O romancista confere importância importânci a à vida interior inte rior das personagen persona gens, aos problemas psicológicos que as destroem, aos conflitos de gerações, a condição feminina, aspectos da realidade humana que escaparam muitas vezes a explicação pela luta de classes e pela economia. Assim sendo, as personagens de Carlos de Oliveira são indivíduos com vida interior e problemática próprias, embora embor a se identifiquem iden tifiquem com as a s circunstâncias sociais, históricas e conhecidas, constituindo-se como personagens - tipo. Embora evidenciando os o s destinos individuais, as personagens integram in tegram-se num todo familiar e/ou social, tendo como objectivo a busca de uma burguesia burgu esia inconsciente e explorada. explor ada.
História Literária 1921 1939 1942 1943 1944
A 10 de Agosto nasce Carlos de Oliveira
1947 1948
Colaboração na revista Altitude, nº1 Poesia: Turismo Romance: Casa na Duna (refundido em 1964) Romance: Alcateia. 2º Edição de Alcateia (não voltou a ser reeditado). Colaboração na Seara Nova, nº925 e n.º 950. Colaboração na Vértice I, 4-7 e 12-16 Colaboração na Seara Nova, n.º 1000-7 1000-7 e Vértice III, 40-42. Tradução de autores franceses. Colaboração na Vértice III, 44 e na Vértice IV, 52 Poesia: Colheita Perdida
1949 1950 1952 1953 1968 1971 1978 1981
Romance: Pequenos Burgueses. Coloração na Seara Nova, n.º 1083 Poesia: Descida aos infernos, Colaboração na Vértice VIII, 74 Poesia: terra de Harmonia 2º Edição de Pequenos Burgueses. Romance: Uma abelha na Chuva Sobre o Lado esquerdo e Micro paisagem Entre duas memórias Romance: Finisterra Fini sterra A 1 de Julho morre, com 59 anos, Carlos de Oliveira Olivei ra
1946
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Contextualização Contextual ização da corrente literária do Neo-Realism Neo-Realismo o O neo-realismo pretende descrever a realidade mas também transforma tr ansforma-la; por isso, faz realçar a luta dos que são veículo dessa transformação; esse realce não se prende a um indivíduo isolado mas a um u mgrupo e aos valores valor es que defendem:
O neo-realismo não compreende o homem desligado da vida social, embora deseje um maior aprofundamento do indivíduo, está interessado em reenquadrar o homem no seu todo social, pois ele é um produto p roduto de um u m meio, produto esse, das suas mãos. De igual modo o Eu individual ou singular é ultrapassado pela confissão confissão de identidade absoluta ab soluta com a totalidade dos homens;
O neo-realismo recusa qualquer visão ideológica do homem-trabalhador do camp o ou da cidade, cidad e, revoltando-se revoltando-se contra a servidão humana e desenvolvendo o conceito marxista de «A terra é d e quem a trabalha».
Esta noção de o camponês trabalhar numa terra alheira e a consciência do isolamento em relação aos meios de produção surge nitidamente na obra de Carlos de Oliveira, uma das d as figuras dominantes do movimento. «...eu podia destruir d estruir esta civilização capitalista que inventou o domingo. E esta era uma das coisas mais belas Que um homem podia fazer na vida...»
Estes veros demonstram a coragem do poeta ao proclamar o seu posicionamento político: a civilização capitalista corrompe e é inimiga do homem.
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Análise da obra Acção A acção principal está intimamente ligada à acção secundária, sendo esta emocional e evidentemente trágica. trágica. A acção principal apresenta as relações impossíveis e altamente conflituosas de D. Maria dos Prazeres e Álvaro Silvestre; a acção secundária é constituída pelo amor se Jacinto e Clara, violentamente seccionado. Por esta razão, é na acção secundária encontramos a intriga da história, com uma série de acontecimentos encadeados de forma causal e com um desfecho sem retorno, podemos dizer que estamos perante uma acção fechada. Quanto á acção principal, é aberta, portanto só retrata retalhos de vida, não nos dá soluções nenhumas para o futuro nem o presente das personagens. Neste aspecto, Uma Abelha na Chuva C huva integra in tegra-se perfeitamente n a tradição geral do romance neo-realista português, reflectindo cenários sociais e históricos que não apresentam apresenta m uma acção acção completa, completa , mas «fatias» de vidas acidentadas.
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Personagens
Casal da acção principal: Álvaro Silvestre: pelo facto de ser curto revela que não tem linhagem. Álvaro vem de "alvo" que significa branco, puro, honesto e virtuoso. Silvestre significa que é próprio da selva, que é selvagem, bravio, agreste e inculto. Maria dos Prazeres Pessoa de Alva Sancho Silvestre: o seu nome extenso representa a sua linhagem, Prazeres só mentais.
O casal Silvestre não se dava nada bem, devido às suas desigualdades sociais e devido a ser um u m casamento por po r conveniência. conveniênci a. A família de Maria do s Prazeres ficou pobre e ela teve de casar com Álvaro um lavrador endinheirado que possui-a algumas terras. Maria dos Prazeres amava o irmão de Álvaro, Leopoldino, que estava em África e que regressava em breve. Álvaro bebia para esquecer que sua esposa o desprezava e que estava agora na falência pois tinha vendido tudo o que tinha de herança. Ele amava Maria mas ela não queria qu eria nada com ele.Sentia desejo pelo co cheiro (ruivo).
Casal da acção secundária: Clara, filha de mestre António, é uma jovem saudável, bonita, apaixonada por Jacinto, o cocheiro dos Silvestre, aquele que D. Maria dos Prazeres vê como uma moeda de oiro, rebrilhando à luz do sol. É num do s encontros entre ambos que ficamos a saber que a jovem Clara está grávida do namorado, que, no entanto, parece sinceramente apaixonado e quer casar com ela. Esse casamento também não é fácil realizar-se uma vez que o pai da moça vê na filha a sua única úni ca possibilid possi bilidade ade de sair da miséria iséri a em que tem vivido , casando casand o-a (vendendo-a), a um lavrador abastado que a compre pela sua beleza. No Cap. XV, ficamos a saber que o patrão Silvestre ouviu o diálogo entre os dois namorados e que, subitamente, um raio fere de morte os seus ouvidos: onome da sua esposa é pronunciado pronunci ado por Jacinto, J acinto, com ironia i ronia e resquícios de ciúme, refere o olhar ol har cobiçoso com que a patroa o olha, eClara começa por ver a outra como potencial inimiga. Mas o jovem jo vem par, desconhecedor desconhecedo r da presença do d o patrão continuou nas n as suas as promessas de amor, aprontando uma fuga que impeça as ameaças do pai de Clara ao casamento dos dois, e ao mesmo tempo para revelar a força do amor e optimismo que move tudo em quem o sente. Os dois jovens jove ns representam então, a coragem de lutar por aquilo em que acreditam e a confiança total na sua capacidade de realização.
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O tempo Tempo da História: A cronologia da acção concentra-se em cerca de três dias. Este facto, porém, não deve induzir indu zir-nos -nos ao erro, já que, se materialmente o tempo da acção éreduzido, em dois outros outro s aspectos ele el e apresenta-se mais dilatado. Em termos históricos, n a medida em que a analepse projecta muitas vezes as acções do passado sobre as do presente. Em termos psicológicos, porque a focalização interna sujeita os eventos às vivências das personagens cuja óptica comanda a representação narrativa. Este tempo revela-se, pois, muito mais extenso devido às inúmeras evocações do passado. 1º Período: entre as cinco horas de uma quinta-feira do mês de Outubro (Cap. I) e a manhã do dia seguinte (Cap. XVI). 2° Período: Período : duração de 24 hor as do dia de sexta sext a-feira -feir a (Cap. XVI - XXVI) 3° Período: o dia de sábado até o amanhecer de domingo (Cap. (Cap. XXVII - XXXV)
A cena dialogada dialogad a instaura um tempo discursivo d iscursivo isotrópico e surge quando se apresentam acções ligadas aos momentos de confronto entre as personagens, às reflexões que originam monólogos, aos serões e à preparação e consumação do assassínio de Jacinto. A cena dialogada põe a nu, muitas vezes, a incomunicabilidade entre as personagens.
Tempo Psicológico: O tempo psicológico diz respeito ao modo como as personagens do romance vivem o passar do tempo. As analepses traduzem uma vivência interior por parte das personagens que qu e refugiando-se refugiando-se no passado, p assado, fogem a um u m presente presente insuportável.
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O Espaço Espaço Físico Exterior: Geograficamente, a acção é localizada l ocalizada com alguma alg uma precisão. As localidades localid ades referidas no romance, como Montouro, S. Caetano Cae tano e Fonterrada Fon terrada localizam-se na região de Cantanhede, na zona litoral do distrito de Coimbra: grave assunto o trouxera decerto, penando por atalhos gandareses, por aquele tempo desabrido. (Cap. I) Nos pinhais cerrados, a névoa era mais branca do que a luz difícil. Pelos barrancos. () Arrastou-se penosamente, gatinhando na areia. Ao fundo da ravina ergueu-se. A névoa de Outono desprendia-se desprendia-se dos pinheiros, aquo sa e fina, desvendando (não muito) a paisagem nascente: a extensa massa deárvores deárvores e a aldeia (uma geometria confusa de estábulos e casas).(Cap. XV): trata-se de uma paisagem árida e agreste que se coaduna com a relação conflituosa e agressiva dos protagonistas da acção principal: Álvaro Silvestre e D. Maria dos Prazeres. O vento e também ta mbém a chuva, com todo o seu s eu significado simbólico, acentuam o dramatismo da obra, surgindo nos momentos de maior tensão e tornando a atmosfera ainda mais sufocante.
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Espaço Físico Interior: O espaço interior é o quarto do casal Álvaro Silvestre / D. Maria dos Prazeres e o palheiro onde se passam os amores de Jacinto e Clara: O quarto era espaçoso, carregava-o de móveis para lhe dar algum conforto, mas a mobília de castanho, o lustre maciço de madeira, a mesa de pau-santo em frente da janela, as ramagens densas do papel p apel que forrava forra va as paredes p aredes de alto a baixo, o, não tinha tinh a alcançado alcançad o a intimidade que sonhara. son hara. Tencionava Ten cionava agora agor a mobilá-lo de coisas cois as simples, claras. Começara pelo tapete tap ete novo de d e cor de cinza. (Cap. XIV) XI V) O quarto de Álvaro/D. Álv aro/D. Maria caracteriza-se caracteriza-se pelo desconforto, desconfor to, o frio e, apesar de de todos os móveis que o enchem, a ausência da «intimidade». Envolvia-os o calor do gado: a vaca, o jumento, duas ou três galinhas. Afundados na palha, cingidos um ao outro, mal sentiam o frio da madrugada que entrava pelasfendas do soalho. Da meia obscuridade vinha o respirar sereno dos animais. A vaca tinha-se aquietado e não tornara a mugir. (...) O ar pesava. Adensara-o a respiração nocturna, deles e dos bichos. Na meia-luz fermentava um cheiro a estrume e madrugada. (Cap. XVI): - o palheiro, apesar de ser um espaço destinado aos animais, é um lugar aconchegante, cheio de calor, de sons e de cheiros. O frio do quarto em casa dos Silvestres representa a falta de comunicação, a frustração amorosa, os conflitos que ocasal vive; a descrição sensorial do palheiro representa a comunicação, o amor, a fecundidade, a harmonia que caracterizava a relação entre Clara e Jacinto.
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Espaço Social: Influenciado pelo movimento neo-realista, Carlos de Oliveira coloca a questão social na base dos conflitos. Tanto o fracasso do casamento de Álvaro e D. Maria, como a impossibilidade impossibili dade do casamento de Clara e Jacinto se justificam por razões de ordem social. No primeiro caso, a aristocracia arruinada vê-se obrigada a aliar-se à burguesia com dinheiro, e o pai de D. Maria não pode fugir a essa fatalidade: (...) as casas de fidalgos na penúria amparavam-se a lavradores boçais e ricos, a sólidos comerciantes, retemperavam o brasão no suor daboa burguesia; (...) (Cap. IV) No segundo caso, o que impediu que Clara e Jacinto secasassem foi o desejo de ascensão social do pai da rapariga, o moleiro António: Casar a filha com um lavrador. Desde o nascimento de Clara que embalava osonho de sair da pobreza pela mão da rapariga: a pobreza, que é a maior cegueira. (Cap. XX) O povo também está representado no romance: Camponeses ásperos como o areeiro que faziam desabrochar em milho e vinho, crianças sujas, pobres depedir, mulheres envelhecidas. (Cap. XXX) É esta a multidão que D. Maria expulsa da porta de sua casa.
Espaço Psicológico: O espaço psicológico manifesta-se através do monólogo interior de algumas personagens, revelando-se, assim, os conflitos vividos pelos protagonistas na sua consciência. Na representação representaç ão do espaço espaço psicológico psicol ógico das d as personagens personag ens o monólogo monólog o interior assume uma importância muito grande. No entanto, há outras ocasiões em que a corrente de consciência é representada sem o recurso a esse modo de expressão.
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Título da Obra Existem títulos que instituem e criam a dúvida, deixando-nos na dúvida do seu misterioso significado, não nos fornecendo qualquer pistade orientação. O título Uma Abelha na Chuva, não nos fornecequalquer pista para o rumo que a história poderá ter. Podemos considerar que a sociedade é o enxame de abelhas e que o casal de namorados é a abelha apanhada pela chuva. Mas só no final nos apercebemos disso.
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Símbolos e ideologia: Água: Esta relembra o sentido da agressividade e opressão. Agressividade, porque com a sua presença gera o desconforto das personagens e acentua os seus conflitos.
Fonte: Quando a água brota e corre da terra simboliza a lembrança de memórias do passado: quando quand o Álvaro Silvestre recorda a sua infância como refugio; um tempo d e bem-estar por oposição ao desconforto do presente. Para Maria dos Prazeres a fonte é também a imagem do passado, mas depois torna-se torna-se num rio. Chuva: É o sinónimo de agressividade no ambiente social e está presente nos conflitos pessoais e nos momentos mais importantes da acção. Nos momentos de grande gran dedesconforto, de grande tensão, a chuva está perceptível, aumenta a sua densidade consoante e conflito está acentuado. Poço: Do poço se recolhe a água, sendo por isso um espaço de origem da vida. No
entanto, Clara atira-se ao poço, acabando por provocar-lhe a morte, como se fosse castigada pela ousadia de projectar uma outra vida sem o apoio do pai.
Abelha: Portanto o símbolo da abelha serve, numa primeira utilização, para vincar, pela negativa, o que, de degradado e imperfeito existe num determinado nível social.Clara que juntamente com Jacinto forma um casal equilibrado onde reina a harmonia, tal como na colmeia. O Jacinto tem nome de flor da qual Clara se alimenta para produzir mel, o filho. O zangão é o Jacinto que após a cópula com a abelha morre. No último capítulo, a referência é a de que a abelha foi apanhada por uma chuva forte, da qual não consegue sair ou abrigar-se -se pelo que tentou debater-se, mas acabou por morrer. Tudo estava contra ela, pelo que não se conseguiu defender, era uma luta injusta. Dr. Neto também tem todas as qualidades da abelha, para além de ser ele próprio apicultor. ap icultor.
Mel: Relembra a ideia de perfeição e de doçura e também o da transformação. Ao nível de Álvaro e D. Maria, dos d os Prazeres "todos eles fabricam fab ricam azedume", é junto do par Jacinto/Clara que o mel é capaz de ser encontrado: tanto a gravidez de Clara como os projectos de ambos e até o envolvimento espacial em que estes últimos são considerados (c. XVI) apontam para um futuro de optimismo (ou seja, de doçura idêntica dêntica à do mel) que o decorrer do tempo social e histórico proporcionará. proporcionará.
Estábulo: A comunicação, o amor, a fecundidade, a harmonia que caracterizava a relação entre Clara e Jacinto.
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Importância da água na obra É de realçar, que embora o título da obra seja Uma Abelha na chuva , as abelhas sejam pouco mencionadas.A presença da água no romance, é como que uma personagem, confidente e/ou ameaçadora. ame açadora. Exemplo de d e confidente, é quando Álvaro Silvestre se encontra nas suas digressões, cheias de remorso ou vingança, e a chuva no exterior, favorece o estado psicológico da personagem. Exemplo deameaça, é quando Jacinto, debaixo de uma verdadeira tempestade, é assassinado por causa do seu envolvimento com Clara, e o seu corpo é jogado ao mar,numa tentativa do crime ser ocultado. Como se pode ver, a água é parte integrante do romance,acompanhando o desenrolar da acção das principais personagens, sendo por isso que o autor, ao atribuir muita importância a esse elemento, inseriu-o inseriu-o no título.
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Relação de Álvaro Silvestre com a água Álvaro Silvestre tem uma relação simbólica si mbólica com a chuva (água). (á gua). Interioriza-a, como se nela quisesse q uisesse auto dissolver-se. dissolver-se. Sente por ela el a uma atracção íntima, um hidrotropismo. Mas para Álvaro Silvestre, o símbolo da água não sublinha mais que a situação psicológica: estas mantêm-se no impasse, igual a si mesma, numa espécie de estagnação total, embora transformando os outros o utros em inocentes íntimo ínti mos, s, em «abelhas «abelh as na chuva». Não é contudo, sob a forma de tempestade, que o símbolo mbolo melhor se adapta à fragilidade psíquica de Álvaro Silvestre, personagem viscosa, em decomposição, em ruína; mas antes sob a forma de «morrinha» (pág. 31), de «orvalho» (pág. 67 e 86), de «moinha» (Ibid.), de «poeira hú mida» (pág. 68), 68 ), de «névoa, «névo a, aquosa e fina» (pág. 89). Combinada com a terra, aparece metonimicamente grudada à personagem de Álvaro Silvestre, como ao barro ba rro do oleiro, oleiro, ou como co mo à terra seca, para formar lama. E não n ão é por acaso, que o marido de D. Maria dos Prazeres surge do início ao termo da narrativa, física e moralmente enlameado: As tuas botas, homem! Repreende-o Repreende-o a mulher, que lhe resume a viagem a Corgos, em termos de «duas léguas de lama, a corta-mato, corta-mato, na iminência d o temporal» (pp.16 e 17) Enfim, um atoleiro, um «lamaçal» (pág. 30), em que se enterram cada vez mais as botas e a vida da personagem: ... Botas enlameadas... enlamea das... (pp. 15 e 16), ... Chapadas de água enlameada... (pág. 20), ... Campos molhados... (pág. 85), ... Coberto de lama... (pág. 101).
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Citações Ameaçava chover. O vento ia descoalhando as nuvens e abria caminho à grossa chuvada que qu e a tarde esperava. (Cap. (Cap. I) Antes da chuvada estalar no pavimento, entrou pela vilaa toda a brida uma charrete... (Cap. III) ... A chuva caía, caía com certeza, no passado e agora.(Cap. IV) orv alho da noite poisava poisav a-lhe na nuca... (Cap. XII) ... O orvalho A boca seca, amarga. Levantar-se e abrir a janela. Uma golada de água, a pureza fria de madrugada madrugad a (Cap. (Cap. XV) Escorria da bica uma água murmura, coada pelo berço do areal. Bebiam todos dela, chapinhavam chapinhavam num daqueles regatos breves breves que as chuvadas de inverno inverno faziam transbordar do tanque carcomida. (Cap. XVII) No silêncio deserto, a voz obsidiante persistia: quandoquiseres matar a sede, lavar o sarro desta noite, das conversas tidas, das palavras ouvidas, a água secará devez. (Cap. XVII) Ali iam agora, com a chuva a fustigá-los. (Cap. XXII) Pela tempestade dentro. (Cap. XXII) Um sono agitado, agi tado, com laivos laiv os de pesadelo; p esadelo; sufocava sufocava na água densa, d ensa, irrespirável... (Cap. XXVIII) O céu toldara-se de novo, caía uma chuva leve, farinhenta, mas no pátio a multidão continuava firme. (Cap. XXX) De regresso a casa, ao entrar no quintal, começou achover. (...) A chuva luminosa parecia deslizar numa superfície de cinza. (Cap. XXXV) A abelha foi apanhada pela chuva... (Cap. XXXV)
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Conclusão Desta obra, podemos tirar uma conclusão, que embora o homem tenha os seus defeitos ou todos todo s os seus quês, temos ao viver em sociedade, so ciedade,e aprender a conviver com todos os outros seres, tendo eles ou não os mesmos ideais, classes ou raças, e acima de tudo, temos que nos compreender a nós próprios, enfrentar os nossos problemas pessoais, para assim melhorarmos a vivência e a convivência neste enxame global.
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http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/u/uma_abelh a_na_chuva http://www.pgletras.uerj.br/palimpsesto/num6/estudos/AndrezzaNoraEntre%20o%20mel%20e%20o%20fel.pdf http://portuguesnanet.com.sapo.pt/abelha.htm http://auladeliteraturaportuguesa.blogspot.com/search/label/Carlos%20de%20Oliveir a%3A%20Uma%20Abelha%20na%20Chuva http://matematicas.no.sapo.pt/carlos.html http://www.google.com/#hl=ptBR&q=uma+abelha+na+chuva.docx&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=&fp=1&cad=b http://www.google.com/#q=uma+abelha+na+chuva+simbologia+e+ideologia&hl=ptBR&start=10&sa=N&fp=1&cad=b http://pt.wikipedia.org/wiki/Uma_Abelha_na_Chuva http://www.infopedia.pt/$uma-abelha-na-chuva http://pt.shvoong.com/books/novel-novella/1732059-uma-abelha-na-chuva/ http://www.portaldaliteratura.com/livros.php?livro=2036
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