UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI CAMPUS DO MUCURI – TEÓFILO OTONI/MG INSTITUTO DE CIÊNCIA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA – ICET ENGENHARIA CIVIL CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS I
TELHAS E TELHADOS
Davidson Araújo
Teófilo Otoni, MG Abril, 2013.
Davidson Araújo
TELHAS E TELHADOS
Este trabalho foi apresentado à disciplina Construção de Edifícios I, do Curso Superior
de
Engenharia
Civil,
da
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, sob forma de aproveitamento de créditos, de pesquisa e avaliação periódica. Docente: Professor Dr. Antônio Jorge de Lima Gomes.
Teófilo Otoni, MG 2013
Davidson Araújo
TELHAS E TELHADOS
Este trabalho foi apresentado à disciplina Construção de Edifícios I, do Curso Superior
de
Engenharia
Civil,
da
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, sob forma de aproveitamento de créditos, de pesquisa e avaliação periódica. Docente: Professor Dr. Antônio Jorge de Lima Gomes.
Teófilo Otoni, MG 2013
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................... 4 2. DEFINIÇÕES ..................................................................................... 5 3. TIPOS DE TELHADOS ...................................................................... 5 3.1 Uma água (meia água) ...................................................................................... 5 3.2 Duas águas ........................................................................................................ 6 3.3 Três águas ......................................................................................................... 6 3.4 Quatro águas ..................................................................................................... 7 3.5 Múltiplas águas .................................................................................................. 7
4. TELHAMENTO................................................................................... 7 4.1 Tipos de telhas .................................................................................................. 8 4.1.1 Chapa de aço zincado ................................................................................. 8 4.1.2 Telhas autoportantes................................................................................... 8 4.1.3 Telhas de alumínio ...................................................................................... 8 4.1.4 Telhas plásticas .......................................................................................... 9 4.1.5 Telhas cerâmicas ........................................................................................ 9 4.1.6 Telhas de vidro ............................................................................................ 9 4.1.7 Telhas de fibrocimento ................................................................................ 9 4.1.8 Telhas de chapas compensadas compensadas e aluminizadas ..................... ................................. ................. ..... 10 4.1.9 Telhas de concreto .................................................................................... 10 4.1.10 Chapas de policarbonato ........................................................................ 11
5. ESTRUTURAS DE APOIO E TRAMA.............................................. 11 5.1 Trama .............................................................................................................. 11 5.2 Estruturas de Apoio Tipo Tesoura ................................................................... 13 5.2.1 Tipos de tesouras ...................................................................................... 13 5.2.2 Elementos de uma tesoura e terminologia ...................... ................................. ...................... ............... .... 14 5.2.3 Detalhes dos elementos de amarração amarração ............ ....................... ....................... ....................... .................. .......15 5.2.4 Detalhes dos elementos de ancoragem ...................... .................................. ....................... .................. .......17
6. ELEMENTOS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA ....................................... 18 7. MONTAGEM .................................................................................... 20
7.1 Colocação das Telhas ..................................................................................... 20 7.2 Beiral................................................................................................................ 21 7.3 Cumeeira ......................................................................................................... 21 7.4 Espigão ............................................................................................................ 21 7.5 Rincão.............................................................................................................. 22 7.6 Arremates ........................................................................................................ 22 7.7 Argamassa de Emboçamento .......................................................................... 22
8. ELEMENTOS DO PROJETO ARQUITETÔNICO ........................... 22 9. CONCLUSÃO .................................................................................. 25 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 26 ANEXO I .............................................................................................. 27 Glossário na área de execução de coberturas ...................................................... 27
ANEXO II.............................................................................................. 29 Especificações dos Tipos de Telhas ...................................................................... 29
4
1. INTRODUÇÃO
Telhado é um tipo de cobertura que tem por finalidade dar proteção horizontal a edificação contra as intempéries. É um processo que envolve certo tipo de acabamento técnico especializado, pois compõe tanto a parte estrutural quanto a parte de embelezamento da edificação. A parte de moldura do telhado, muitas das vezes, que irá definir quanto à forma e o estilo da edificação. O telhado pode ser feito por uma variedade de tipos de materiais, tais como as cerâmicas, as chapas metálicas, etc. As comunidades indígenas e as mais pobres do interior fazem o telhado com ramos ou folhas de árvores como o sapé. O telhado é composto por telhas, cumeeiras, beiral, ripa, caibro, terça, tesoura e apoio. Esta última é a parte que irá sustentar e repassar o peso da estrutura do telhado as camadas estruturais da edificação subsequentes. Um comparativo entre as coberturas em telhados e às lajes de concreto impermeabilizadas podem possuir as seguintes características: - menor peso; - melhor estanqueidade; - maior durabilidade; - menor participação estrutural; - menos suscetibilidade às movimentações do edifício; - necessidade de forro.
Dessa forma, busca-se neste trabalho explanar de forma cautelosa e criteriosa tipos de telhados, telhas e seu dimensionamento, a fim de aprimorar sua aplicação na construção civil.
5
2. DEFINIÇÕES
As partes constituintes dos telhados e suas funções principais são: -
telhamento: constituído por telhas de diversos materiais (cerâmica,
fibrocimento, concreto, metálica e outros) e dimensões, tendo a função de vedação; -
trama: constituída geralmente por terças, caibros e ripas, tendo como função
a sustentação das telhas; -
estrutura de apoio: constituída geralmente por tesouras, oitões, pontaletes ou
vigas, tendo a função de receber e distribuir adequadamente as cargas verticais ao restante do edifício; -
sistemas de captação de águas pluviais: constituídos geralmente por rufos,
calhas, condutores verticais e acessórios, tendo como função a drenagem das águas pluviais.
3. TIPOS DE TELHADOS
3.1 Uma água (meia água) Caracterizada pela definição de somente uma superfície plana, com declividade, cobrindo uma pequena área edificada ou estendendo-se para proteger entradas (alpendre).
o ã ç a c i f i d E
Alpendre
Meia-água
Figura 01 – Telhado uma água.
6
3.2 Duas águas Caracterizada pela definição de duas superfícies planas, com declividades iguais ou distintas, unidas por uma linha central denominada cumeeira ou distanciadas por uma elevação (tipo americano). O fechamento da frente e fundo é feita com oitões.
Tipo cangalha
Duas águas
Tipo americano
cumeeira
Figura 02 – Telhado duas águas.
3.3 Três águas Caracterizada como solução de cobertura de edificações de áreas triangulares, onde se definem três tacaniças unidas por linhas de espigões.
Três águas tacaniça
Figura 03 – Telhado três águas.
7
3.4 Quatro águas Caracterizada por coberturas de edificações quadriláteras, de formas regulares ou irregulares.
ã o i g p s e
com beirais cumeeira
Quarto águas
com platibanda
rufo e calha
ventilação
Figura 04 – Telhado quatro águas.
3.5 Múltiplas águas Coberturas de edificações cujas plantas são determinadas por superfícies poligonais quaisquer, onde a determinação do número de águas é definida pelo processo do triângulo auxiliar.
4. TELHAMENTO
O mercado oferece uma diversidade de materiais para telhamento de coberturas, cuja escolha na especificação de um projeto depende de diversos fatores, entre eles o custo que irá determinar o patamar de exigência com relação à qualidade final do conjunto, devendo-se considerar as seguintes condições mínimas: -
deve ser impermeável, sendo esta a condição fundamental mais relevante;
-
resistente o suficiente para suportar as solicitações e impactos;
8
-
possuir leveza, com peso próprio e dimensões que exijam menos densidade de estruturas de apoio;
-
deve possuir articulação para permitir pequenos movimentos;
-
ser durável e devem manter-se inalteradas suas características mais importantes;
-
deve proporcionar um bom isolamento térmico e acústico.
4.1 Tipos de telhas 4.1.1 Chapa de aço zincado -
existem perfis ondulados, trapezoidais e especiais;
-
podem ser obtidas em cores, com pintura eletrostática;
-
permitem executar coberturas com pequenas inclinações;
-
podem ser fornecidas com aderência na face inferior de poliestireno expandido para a redução térmica de calor;
-
principais fornecedores: Chapas Dobel (sueca), Mini Kalha Tekno e Perkrom.
4.1.2 Telhas autoportantes -
executadas com chapas metálicas ou concreto protendido, em perfis especiais (autoportantes) para vencer grandes vãos, variando de 10 a 30 metros, em coberturas planas e arcadas, sem a existência de estrutura de apoio;
-
utilizadas em construções de galpões industriais, agrícolas, esportivos, hangares etc;
-
principais fornecedores: Kalha Tekno, Imasa, Pimental, Macmetal, Cimasa, Cassol, Consid etc.
4.1.3 Telhas de alumínio -
é o material mais leve, e de maior custo;
-
fornecidas em perfil ondulados e trapezoidais;
-
refletem 60% das irradiações solares, mantendo o conforto térmico sob a cobertura. São resistentes e duráveis;
-
cuidado deve ser observado para não apoiar as peças diretamente sobre a estrutura de apoio em metal ferroso, as peças devem ser isoladas no contato;
9
-
principais fornecedores: Alcan, Alcoa, Asa, Belmetal etc.
4.1.4 Telhas plásticas -
fornecidas em chapas onduladas e trapezoidais, translúcidas e opacas, de PVC ou Poliester e em cores;
-
principais fornecedores: Goyana, Tigre, Plagon, Trorion etc.
4.1.5 Telhas cerâmicas -
são tradicionalmente usadas na construção civil e de uso mais corrente no Brasil;
-
tipos principais: francesa, colonial, plan, romana, plana ou germânica.
Figura 05 – Tipos de Telhas Cerâmicas.
4.1.6 Telhas de vidro -
formatos similares às telhas cerâmicas;
-
utilizadas para propiciar a iluminação zenital.
4.1.7 Telhas de fibrocimento -
são fabricadas com cimento portland e fibras de amianto, sob pressão;
-
incombustíveis, leves, resistentes e de grande durabilidade;
10
-
fácil instalação, existindo peças de concordância e acabamento, e exigindo estrutura de apoio de pouco volume;
-
baixo custo;
-
perfis variados e também autoportantes, com até 9,0 m de comprimento.
4.1.8 Telhas de chapas compensadas e aluminizadas -
feitas com lâminas de madeira compensada, coladas a alta pressão;
- incombustíveis; -
alta resistência mecânica, suportando peso de cinco pessoas;
-
refletem os raios solares, permitindo temperaturas interiores mais baixas;
-
dimensões das peças: C = 2,2 m, L = 1,00 m, e = 6 mm.
4.1.9 Telhas de concreto -
telhas produzidas com traço especial de concreto leve, proporcionando um telhado com 10,5 telhas por metro quadrado e peso de 50 kg/m 2;
-
perfis variados com textura em cores obtidas pela aplicação de camada de verniz especial de base polímero acrílica;
-
alta resistência das peças, superior a 300 kg.
Figura 06 – Tipos de Telhas de Concreto.
11
4.1.10 Chapas de policarbonato -
apresentadas em chapas compactas (tipo vidro) ou alveolares, transparentes ou translúcidas, em cores, praticamente inquebráveis (resistência superior ao do vidro em 250 vezes), baixa densidade, resistentes a raios ultra-violeta, flexíveis, material auto extinguível não gerando gases tóxicos quando submetido a ação do fogo;
-
a aplicação de chapas de policarbonato, devido a variedade de tipos e espessuras, é a solução para inúmeras indicações, tais como: coberturas em geral, luminosos, blindagem, janelas e vitrines etc.;
-
basicamente as chapas de policarbonato podem ser instaladas em qualquer tipo de perfil: de aço, alumínio ou madeira, porém, é necessário que tenham boa área de apoio e folga para a dilatação térmica.
5. ESTRUTURAS DE APOIO E TRAMA
A estrutura dos telhados tem como funções principais a sustentação e fixação das telhas e a transmissão dos esforços solicitantes para os elementos estruturais, garantindo assim a estabilidade do telhado. Os tipos de estruturas mais utilizados, atualmente, no Brasil, são as estruturas metálicas e as de madeira. Sendo as metálicas, as estruturas tendo mais ênfase no mercado atual. A estrutura dos telhados pode ser dividida em: -
estrutura de apoio;
- trama.
5.1 Trama A trama é a estrutura que serve de sustentação e fixação das telhas. Para telhas com pequenas dimensões, tais como as telhas cerâmicas e de concreto, a trama geralmente é constituída por terças, caibros e ripas de madeira (figura 07). Para telhas de dimensões maiores, tais como as telhas metálicas, plásticas e de fibrocimento, é possível eliminar os caibros e ripas.
12
Figura 07 – Terças, caibros e ripas.
As terças são peças horizontais colocadas na direção perpendicular à estrutura de apoio. Elas geralmente apoiam-se sobre: - pontaletes; -
tesouras ou treliças;
-
oitões ou paredes intermediárias. Os caibros, por sua vez, são colocados na direção perpendicular à das
terças e, portanto, paralelamente à estrutura de apoio. As ripas constituem a última parte da trama. São pregadas transversalmente aos caibros e, portanto, paralelamente às terças (vigas). As terças são peças horizontais colocadas em direção perpendicular às tesouras. O espaçamento entre duas ripas depende das dimensões das telhas utilizadas. As terças superior e inferior são chamadas, respectivamente, de cumeeira e frechal. A distância entre dois caibros e entre duas terças depende do tipo de telha (peso) e das dimensões da sua seção e do tipo de madeira com que são fabricados (ou do aço e de sua seção, no caso de estruturas nesse material).
13
5.2 Estruturas de Apoio Tipo Tesoura As armações tipo tesouras correspondem ao sistema de vigas estruturais treliçadas, ou seja, estruturas isostáticas executadas com barras situadas num plano e ligadas umas ao outras em suas extremidades por articulações denominadas de nós, em forma de triângulos interligados e constituindo uma cadeia rija, apoiada nas extremidades. 5.2.1 Tipos de tesouras Independente do material a ser utilizado na execução de estruturas tipo tesoura as concepções estruturais são definidas pelas necessidades arquitetônicas do projeto e das dimensões da estrutura requerida, onde podemos ter os seguintes esquemas:
Tesoura simples
Tesoura com lanternim
Tesoura simples com asnas Tesoura com lanternim
Tesoura com tirantes e escoras
Tesoura sem linha
Figura 08 – Tipos de Tesouras.
14
Tesoura tipo sheed
Tesoura de mansarda
Tesoura de alpendre
Figura 09 – Outros tipos de tesouras.
5.2.2 Elementos de uma tesoura e terminologia Para orientar a comunicação com o pessoal nas obras a terminologia das peças que compõem um telhado é a seguinte: 3 4 14
2 5
7
1 8
10
12
6
11
2
9 13
1 – Ripas 2 – Caibros 3 – Cumeeiras 4 – Terças 5 - Contrafrechal
6 – Frechal 7 – Chapuz 8 – Perna ou empena 9 – Linha, tensou ou tirante 10 – Pendural ou pendural central
11 – Escora 12 – Pontalete, montante ou pendural 13 – Ferragem ou estribo 14 – ferragem ou cobrejunta 15 – Vista, testeira ou aba 16 – Mão francesa
Figura 10 – Elementos de uma tesoura.
15
1 1 1
7
15 13
Figura 11 – Detalhes 01 da Figura().
2
2
3
1 1
16
4
1
10 6
9
15
Figura 12 – Detalhes 02 da Figura().
5.2.3 Detalhes dos elementos de amarração São os elementos de amarração e de ancoragem que proporcionam a ligação que deve existir entre a edificação e a cobertura. Usualmente os elementos de amarração são constituídos de barras, braçadeiras, cantoneiras ou chapas de aço colocados de forma a fixar as tesouras ou cavaletes firmemente nas lajes, vigas ou paredes da construção de forma a suportar os possíveis esforços médios de arrancamento ou movimentação da cobertura (ventos, chuva e dilatação térmica).
16
Figura 13 – Tipos de amarração.
Figura 14 – Amarração com Caibro corrido.
17
5.2.4 Detalhes dos elementos de ancoragem Os elementos de ancoragem são necessários quando são maiores os esforços de arrancamento da estrutura de cobertura, exigindo dessa forma a execução de dispositivos de aprisionamento das tesouras com maior critério. Nos esquemas a seguir são mostrados sete tipos de ancoragem mais usuais e seus resultados em termos de desempenho (carga média de ruptura).
Figura 15 – Tipos de Ancoragem A,B, C e D.
Figura 16 – Tipos de Ancoragem D,E,F e G.
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6. ELEMENTOS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA
A captação das águas pluviais constitui um projeto de drenagem à parte. Todavia, as superfícies devem ter declividades compatíveis com aspectos tais como a rugosidade das telhas ou o seu formato (calha) para garantir a correta drenagem e evitar sobrecargas de lâminas d’água.
São consideradas funções das instalações de águas pluviais a captação, condução, detenção e destinação ao local adequado de armazenamento ou distribuição à rede pública. As coberturas podem ser drenadas por: -
saídas que se localizam externamente à cobertura (caixa de drenagem ligada diretamente a um condutor e condutores verticais);
-
canais ou saídas internas à cobertura (calha de beiral, extravasor, rufos). Geralmente, para a construção residencial, os principais componentes
dos sistemas de captação de água pluviais são: rufos, calhas e condutores verticais. Os rufos podem ser metálicos ou de PVC, devem garantir a estanqueidade à água e serem executados nos encontros dos telhados com as paredes. A NBR 8039 (ABNT, 1983) recomenda alguns detalhes construtivos para os rufos. As calhas conduzem a água até o seu destino, ou diretamente à caixa de drenagem, ou até os condutores verticais. Geralmente, no mercado se encontram calhas e condutores verticais metálicos (aço com tratamento ideal, para evitar corrosão) ou em PVC.
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Calha moldura para beiral 10
10
8
55 16
8
8
8
35
25
22 16 60
8
10
8
70 17
55
17 60
17
89
60
65
89
8
Calha americana para beiral 10
8
10
8 25
65
17
8
8
10
8
36
31
75
86 75
65
91 91
71
65
Calha quadrada para encontro com parede 10
10
10
75
75
80
80
80
15
15
10
100
100
100
100
Figura 17 – Tipos de Calhas e dimensões.
Calha de platibanda 10
15
10
15
15 150
120
110 80
15
100
85
Rufo interno 10
10
10 75
85
15 150
15
105
15
170
200
Rufo externo 10
10
10 60
70 170
10
80 190
10
230
10
Figura 18 – Tipos de Calhas e dimensões.
20
Rufo com pingadeira 220
140
135 55
80
15 40 15
15
40 80
15
40 15
15
Calha de água furtada 10 13 12
13 10 90
12
90
10 13 12
10 13 12
13 10 12 105
13 10 12 130
130
105
30
30
10 250
10
250
Figura 19 – Tipos de Rufos e dimensões.
7. MONTAGEM
7.1 Colocação das Telhas A colocação das telhas deve ser feita por fiadas, iniciando-se pelo beiral e prosseguindo-se em direção à cumeeira. A sequência de colocação das telhas de encaixe em cada fiada varia de acordo com o seu desenho. Assim sendo, em cada fiada as telhas podem ser colocadas da direita para a esquerda ou vice-versa. As telhas da fiada seguinte são colocadas de forma a encaixarem-se perfeitamente naquelas da fiada inferior. A aplicação das telhas de capa e canal (tipo colonial, paulista e plan) deve ser iniciada pela colocação dos canais, posicionando-se com sua parte mais larga voltada para cima. As capas são posicionadas sobre os canais com a parte mais larga voltada para baixo. As capas e os canais devem apoiar-se nas fiadas inferiores, observando-se recobrimento longitudinal mínimo. Cuidados devem ser tomados durante a colocação das telhas, de forma a evitar quebras e evita acidentes. Não se deve executar o telhado em dias de vento forte.
21
É recomendável que as telhas sejam posicionadas simultaneamente em todas as águas do telhado, para que o seu peso seja distribuído de forma uniforme sobre a estrutura de madeira.
7.2 Beiral O primeiro apoio da primeira fiada de telhas deve ser constituído por duas ripas sobrepostas ou por testeiras (tabeiras), de forma a compensar a espessura da telha e garantir o plano do telhado. Em beirais desprotegidos, deve-se fixar as telhas à estrutura de madeira: as telhas de encaixe devem ser amarradas às ripas; as telhas de capa e canal devem ter as capas emboçadas e os canais fixados às ripas. As telhas não necessitarão ser fixadas à estrutura de madeira, caso haja platibanda ou caso seja empregado forro do beiral. No caso de beirais laterais, a proteção pode ser feita mediante o emboçamento de peças cerâmicas apropriadas (cumeeiras ou capas de telhas do tipo capa e canal).
7.3 Cumeeira A cumeeira deve ser executada com peças cerâmicas específicas, que devem ser cuidadosamente encaixadas e emboçadas com ar gamassa, obedecendose um sentido de colocação contrário ao dos ventos dominantes, deve-se observar ainda um recobrimento longitudinal mínimo entre as peças subsequentes.
7.4 Espigão O Espigão (encontro inclinado de duas águas) pode ser executado com peças de cumeeiras ou capas das telhas de capa e canal, como as do tipo colonial. No espigão, as peças são colocadas do beiral em direção à cumeeira, observandose o recobrimento longitudinal mínimo. As peças devem ser emboçadas com argamassa.
22
7.5 Rincão O rincão é geralmente constituído por uma calha metálica (chapa de aço galvanizado) fixada na estrutura de madeira do telhado. As telhas, ao atingirem o rincão, devem ser cortadas na direção do rincão de tal forma que recubram a calha metálica. A largura livre da calha deve ser de aproximadamente 100 mm, sendo que suas bordas devem ser viradas para cima para não permitir o vazamento da água que ali se acumula.
7.6 Arremates Os encontros do telhado com paredes paralelas ou transversais ao comprimento das telhas devem ser executados empregando-se rufos metálicos ou componentes cerâmicos, de forma a garantir a estanqueidade do telhado.
7.7 Argamassa de Emboçamento A argamassa a ser empregada no emboçamento das telhas e das peças complementares (cumeeiras, espigão, arremates), deve ser de traço, em volume, 1:2:9 (cimento:cal:areia).
8. ELEMENTOS DO PROJETO ARQUITETÔNICO
Nos projetos arquitetônicos, a determinação dos planos de cobertura compõe e determina a Planta de Cobertura, elaboradas nas escalas: 1:100, 1:200 ou 1:500. Neste elemento de arquitetura definem-se linhas divisórias, denominadas: espigão, água furtada, cumeeira e calhas. Devem ser indicados por setas ortogonais aos lados do polígono de cobertura, a orientação da declividade dos panos. Junto da seta, deve ser especificada a Inclinação (angulo º) que o plano de cobertura faz com a horizontal -
23
ou Declividade - tangente trigonométrica da inclinação, indicada pela letra d (d = h/d = tg %). Especificações do Projeto Arquitetônico: -
Correspondência entre inclinação ( º) e declividade (d%):
d%
º º
d%
º
d%
1,0 1,7 5,5 5,7 8,6 10,0 11,3 15
1,7 3,0 9,6 10,0 15,0 17,6 20,0 26,8
17,8 20,0 25,0 26,6 30,0 35,0 40,0 45,0
32,0 36,4 46,6 50,0 57,7 70,0 83,9 100,0
Figura 20 – Relação inclinação e declividade.
-
Altura das cumeeiras, também chamada de Ponto de Cobertura - é a relação entre a altura máxima da cobertura e o vão. O Ponto varia entre os limites de 1:2 a 1:8 nos telhados.
Inclinação Declividade
Ponto
Designação
1:2
Ponto meio
45º
100%
1:3
Ponto terço
33º40’
66%
1:4
Ponto quarto
26º30’
49%
1:5
Ponto quinto
21º50’
40%
1:6
Ponto sexto
18º30’
33%
1:7
Ponto sétimo
15º50’
28%
1:8
Ponto oitavo
14º
25%
Tabela 01.
-
Acabamentos laterais de coberturas: 1. Oitão - elevação externa em alvenaria de vedação acima da linha de forro (pé-direito), que ocorrem com a eliminação das tacaniças (planos de cobertura de forma triangular, limitado pela linha lateral da cobertura e dois espigões);
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2. Platibandas - elevação de alvenarias acima da linha de forro, na mesma projeção das paredes, com objetivo funcional de proteção das coberturas; 3. Beiradas - caracterizadas pela projeção das estruturas de apoio de cobertura além da linha de paredes externas, e a inexistência da execução de acabamento com forro; 4. Beirais - caracterizados pela projeção das estruturas de apoio de cobertura alem da linha de paredes externas, com a execução de forros. Em algumas definições arquitetônicas, executam-se os prolongamentos das lajes de forro em balanço estrutural, além da linha de paredes externas. -
Detalhes complementares 1. Elementos de captação de águas: canaletas, calhas e ralos; 2. Iluminação e ventilação zenital: clarabóias e domos.
25
9. CONCLUSÃO
Os profissionais responsáveis pela execução e gerenciamento de projetos de coberturas devem ter um domínio muito grande nessa área, pois a falta da qualificação técnica adequada poderá acarretar em um projeto pobre, de alto custo, etc. Os tipos materiais utilizados na execução de telhados irão contribuir de forma efetiva para a conclusão desse processo, quanto a durabilidade, resistência, economia, sustentabilidade, estética, etc. A escolha desses materiais terá a gestão do profissional responsável pelo projeto. E o gerenciamento dos materiais no canteiro de obras será de responsabilidade do Engenheiro responsável. Sendo que o mal gerenciamento de algum desses materiais poderá ter como consequência a perda de condições adequadas a utilização do mesmo na execução. Observa-se que uma análise de custos e benefícios criteriosa pode levar a escolha mais adequada do tipo de telhado e telhas para determinada obra. Esse processo se identifica na fase de projeto, mais precisamente, na fase de orçamento. Por fim, este trabalho buscou definir os tipos de telhas, telhados e os seus complementos de forma mais compacta, coerente e eficaz. Buscou-se também mostrar detalhes de armação do telhado e captação das águas de chuva. Podemos dizer que este trabalho não termina aqui, pois os métodos de projeção e aplicação desse processo de cobertura em edifi cações vão muito além de simples definições explicitadas nesta pesquisa.
26
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Telha cerâmica tipo francesa – NBR 7172. Rio de Janeiro, 1987. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Forças devidas ao vento em edificações - NBR 6123. Rio de Janeiro, RJ. 1961. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de madeira – NBR 7190. Rio de Janeiro, RJ. 1997. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto e execução de telhados com telhas tipo francesa – procedimento – NBR 8039. Rio de Janeiro, 1983. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Componentes cerâmicos Telhas Terminologia, Requisitos e Métodos de ensaio – NBR 15310. Rio de Janeiro, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA. Manual técnico de fibrocimento. São Paulo: Pini, 1988. 180p. ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA
DE
CONSTRUTORES
DE
ESTRUTURAS
METÁLICAS. Telhas zincadas de aço para coberturas e fechamentos laterais. Construção Metálica, nº 06, p. 25-27, 1992.
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ANEXO I Glossário na área de execução de coberturas Água – é o tipo de caimento dos telhados em forma retangular ou trapezoidal (meiaágua, duas águas, três, quatro águas). Alpendre - cobertura suspensa por si só ou apoiada em colunas sobre portas ou vãos. Geralmente, fica localizada na entrada da edificação. Amianto – originado do mineral chamado asbesto, composto por filamentos delicados, flexíveis e incombustíveis. É usado na composição do fibrocimento. Beiral – parte da cobertura em balanço que se prolonga além da prumada das paredes. Caibros – peças e madeira de média esquadria que ficam apoiadas sobre as terças para distribuir o peso do telhado. Calha – é canal ou duto em alumínio, chapas galvanizadas, cobre, PVC ou latão que recebe as águas das chuvas e as leva aos condutores verticais. Cavalete – é a estrutura de apoio de telhados feita em madeira, assentada diretamente sobre laje. Chapuz – é o calço de madeira, geralmente em forma triangulas que serve de apoio lateral para a terça ou qualquer outra peça de madeira. Clarabóia – é a abertura na cobertura, fechada por caixilho com vidro ou outro material transparente, para iluminar o interior. Contrafrechal – é a viga de madeira assentada na extremidade da tesoura. Cumeeira – parte mais alta do telhado no encontro de duas águas. Empena, oitão ou frontão - cada uma das duas paredes laterais onde se apoia a cumeeira nos telhados de duas águas. Espigão – interseção inclinada de águas do telhado. Frechal – é a componente do telhado, a viga que se assenta sobre o topo da parede, servindo de apoio à tesoura. Distribui a carga concentrada das tesouras sobre a parede. Platibanda – mureta de arremate do telhado, pode ser na mesma prumada das paredes ou com beiral.
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Policarbonato - Material sintético, transparente, inquebrável, de alta resistência, que pode substituir o vidro, proporcionando grande luminosidade. Recobrimentos – são os transpasses laterais, inferior e superior que um elemento de cobrimento (telha) deve ter sobre o seguinte. Rincão (água furtada) – canal inclinado formado por duas águas do telhado. Ripas – são as peças de madeira de pequena esquadria pregadas sobre os caibros para servir de apoio para as telhas. Tacaniça – é uma água em forma triangular. Terças – são as vigas de madeira que sustentam os caibros do telhado, paralelamente à cumeeira e ao frechal. Tirante – é a viga horizontal (tensor) que, nas tesouras, está sujeita aos esforços de tração. Treliça – é a armação formada pelo cruzamento de ripas de madeira. Quando tem função estrutural, chama-se viga treliça e pode ser de madeira ou metálica. Varanda – área coberta ao redor de bangalôs (casas térreas), no prolongamento do telhado.
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ANEXO II Especificações dos Tipos de Telhas TELHA PORTUGUESA: Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 16 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 2,5 Kg por peça
Inclinação Mínima: 30%
Inclinação acima de 60%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor: Esmaltada (21 cores), natural e branca.
TELHA ROMANA: Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 16 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 2,4 Kg por peça
Inclinação Mínima: 26%
Inclinação acima de 60%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor: Natural e esmaltada em diversas cores
TELHA ROMANA PLAN: Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 16 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 2,4 Kg por peça
Inclinação Mínima: 26%
Inclinação acima de 60%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor: Natural e esmaltada
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TELHA AMERICANA: Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 12 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 3,1 Kg por peça
Inclinação Mínima: 38%
Inclinação acima de 60%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor: Branca e malhada
TELHA AUSTRALIANA: Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 17 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 2,4 Kg por peça
Inclinação Mínima: 36%
Inclinação acima de 60%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor: Natural
TELHA FRANCESA: Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 17 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 2,4 Kg por peça
Inclinação Mínima: 36%
Inclinação acima de 80%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor: Natural
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TELHA ITALIANA: Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 14 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 3,1 Kg por peça
Inclinação Mínima: 30%
Inclinação acima de 60%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor:
TELHA GERMÂNICA: Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 32 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 1,6 Kg por peça
Inclinação Mínima: 45%
Inclinação acima de 60%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor: Natural e esmaltada
TELHA URUGUAIA: Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 30 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 1,6 Kg por peça
Inclinação Mínima: 45%
Inclinação acima de 50%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor:
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TELHA HOLANDESA: Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: x telhas por metro quadrado de telhado
Peso: x Kg por peça
Inclinação Mínima: x%
Inclinação acima de x%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor:
TELHA PLAN: Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 27 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 2 Kg por peça
Inclinação Mínima: 27%
Inclinação acima de 40%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor: Natural
Colocação das telhas: Nas telhas Plan, as extremidades dos canais não podem ficar juntas, devem ficar a uma distância de aproximadamente uma polegada. TELHA COLONIAL PAULISTA (c/ trava): Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 22 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 2,2 Kg por peça
Inclinação Mínima: 30%
Inclinação acima de 40%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor: Natural
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TELHA COLONIAL PAULISTA (grande): Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 17 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 3 Kg por peça
Inclinação Mínima: 25%
Inclinação acima de 40%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor: Natural
TELHA COLONIAL PAULISTA: Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 26 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 2 Kg por peça
Inclinação Mínima: 25%
Inclinação acima de 40%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor: Natural
TELHA TÉGULA: Especificações
Material: Argamassa
Quantidade: 10,5 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 4,7 Kg por peça
Inclinação Mínima: 30%
Inclinação acima de 96%, recomendamos furação para fixação das telhas. Espaçamento entre ripas de 32cm.
Cor: Cinza pérola, cinza grafite, vermelho cerâmica, bege colonial, bege damasco e cristal.
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TELHA CRAVILHADA: Especificações
Material: Estrutura em aço revestido em Zinc-Alum, base acrílica e cravilha.
Quantidade: 1,51 telhas por metro quadrado de telhado
Peso: 5,85 Kg por m2
Inclinação Mínima: 20%
Inclinação acima de 60%, recomendamos furação para fixação das telhas
Cor: Granilha nas cores terracota, bordô, verde e preto.
TELHA CUMEEIRA PAULISTA: Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 3 telhas por metro linear
Peso: 2,5 Kg por peça
Cor: Natural
TELHA CUMEEIRA: Especificações
Material: Cerâmica
Quantidade: 3 telhas por metro linear
Peso: 2,5 Kg por peça
Cor: Natural
O Engenheiro deverá conhecer a inclinação mínima para cada tipo de telha. Os valores médios variam de acordo com o fabricante.
Os tipos mais comuns de telhas Modelo
Material
Inclinação
Peças por
mínima
m²
Americana
Cerâmica e policarbonato
36%
12
Colonial
Cerâmica e vidro
25%
24 a 26
10%
variável
Chapas
onduladas
e Fibrocimento,
aço,
PVC,