ÍNDICE 1- Intr Introd oduçã ução…… o…………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………. …….... ....... 2- Sistem Sistemaa Muscula Muscular.… r.………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………… ………….. ….. 2.1- Conceito 2.22.2- Tipos Tipos de teci tecido do musc muscula ular…… r…………… ……………… ……………… ……………… ……………… ………….. ….... 2.32.3- Funçõe Funçõess do sistem sistemaa muscu muscular lar……… ……………… ……………… ……………… ……………… …………… …… 2.42.4- Caracte Caracterís rístic ticas as do teci tecido do muscu muscular lar……… ……………… ……………… ……………… ……………… ……… 2.5- Tecido Tecido muscula muscularr esquelét esquelético…… ico…………………… ……………………………… …………………….…. …….…. 2.62.6- Tecido Tecido musc muscula ularr cardíac cardíaco…… o…………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……….…. .…. 2.72.7- Tecido Tecido musc muscula ularr liso………… liso………………… ……………… ……………… ……………… ……………. …….……. ……. 2.82.8- Movime Movimento nto do músc músculo ulo esque esquelét lético ico……… ……………… ……………… ……………… ……….…… .…….. 2.92.9- Classif Classifica icação ção dos dos múscu músculos los……… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………. ……..... 2.9.12.9.1- Qua Quanto nto à orig origem… em………… ……………… ……………… ……………… ……………… ………….… ….…….. ….... 2.9.22.9.2- Qua Quanto nto à inse inserçã rção…… o…………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……….…… .…….. 2.9.32.9.3- Quan Quanto to à acçã acção…… o…………… ……………… ……………… ……………… ……………… ………….. …..……. ……. 2.102.10- Acção Acção muscu muscular lar……… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………. ……..…. .…. 2.112.11- Múscul Músculos os dos dos membr membros os superio superiores res e inferio inferiores…… res…………………… ………………...… ...… 3- Descrição do bíceps femoral………………………………………………… 4- Etiologia Etiologia e class classifica ificações ções das lesões……… lesões……………………… ……………………………… ………………….. ….. 5- Tipos de lesões………………………………………………………………... 5.1- Roturas musculares………………………………………………….…. musculares………………………………………………….…..... 5.25.2- Contusão Contusão muscu muscular lar……… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………… ………….… ….…… … 5.35.3- Dor Dor muscu muscular lar tardia tardia……… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………. ……..... 5.4- Laceração muscular……………………………………………………... 5.55.5- Esti Estiram rament entoo musc muscula ular…… r…………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……… 6- Lesões Lesões do músculo músculo bicípete bicípete femoral……… femoral……………………… …………………………… ………………….. …….. 7- Competê Competênci nciaa ocu ocupac pacion ional… al………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………… ………….. ….. 8- Disfun Disfunçã çãoo ocu ocupac pacion ional… al………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………. ……..... 9- Disfunç Disfunções ões ocupa ocupaciona cionais is causad causadas as por por lesões lesões do múscul músculoo bicípete bicípete femoral… femoral… 10- Con Conclu clusão são……… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………… ……………… ………….. …...... 11- Refer Referên ência ciass bibliog bibliográf ráfica icas…… s…………… ……………… ……………… ……………… ……………… ………….… ….…....
2 4 4 4 5 6 7 8 9 9 10 10 11 11 11 11 12 13 13 14 14 14 14 15 15 15 16 17 19 20
1 – INTRODUÇÃO O nosso nosso organi organism smoo é uma uma máqui máquina na cujo cujo funcio funcionam nament entoo dep depen ende de de uma uma interligação entre todos os seus componentes. Os músculos estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitirlhes lhes movim moviment ento. o. Este Este é efetua efetuado do por célul células as especi especiali aliza zadas das denom denomina inadas das fibras fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica. O sistema muscular possui características únicas como o movimento corporal, a manut manutenç enção ão do con contro trole le postu postural ral,, respir respiraçã ação, o, produç produção ão de calor calor,, comuni comunicaç cação ão e
constrição dos órgãos e vasos. Para além destas características, tem a capacidade de contractibilidade que representa a capacidade do músculo se contrair, produzindo uma determinada força, de excitabilidade que se expressa pela capacidade de resposta a um estímulo, de extensibilidade que permite que o músculo pode ser estirado até ao seu comprimento normal em repouso, e em determinado grau para além desse comprimento e de elasticidade que permite ao músculo ser estirado e voltar ao seu comprimento em repouso. Os músculos podem classificar-se em esqueléticos sendo responsáveis pela locomoção, expressão facial, postura, movimentos respiratórios entre outros. As suas funções estão dependentes do controle voluntário ou consciente através do sistema nervoso somático. O músculo liso está difundido pelo organismo e é o que executa funções como controle esfíncteres, movimentos peristálticos, dilatação e contracção das pupilas, regular o fluxo sanguíneo, sanguíneo, etc. o músculo músculo cardíaco é único único já que só se encontra encontra presente no coração fazendo f azendo das contracções uma importante força impulsionadora do sangue no organismo. De acordo com a sua forma e adequação morfológica ás funções motoras, estes podem organizar-se em: fusiformes, bíceps, tricepetes, quadricipetes, digástricos, peniformes e multipeniformes. Em qualquer dos casos as fibras dispõem-se longitudinalmente ou obliquamente. A nível da coordenação o movimento voluntário ocorre devido à acção de vários músculos chamados de agonista, que participam directamente na realização do movimento e antagonistas cuja acção é contrária ao movimento. Na compos composiçã ição o muscul muscular ar entra entra a fibra fibra esquel esqueléti ética ca compos composta ta pelo sarcolema responsável pela excitabilidade e condutabilidade que é delimitado pela membrana celular. O sarcolema é composto por miofila ilamentos
proteicos
que
formam
as
miofibrilas.
Cada
miof miofila ilame ment nto o apre aprese sent nta a dois dois tipo tipos s de estr estrut utur uras as:: miof miofil ilam amen ento tos s grossos (miosina) e finos (actina). Como o músculo é composto por tecido conjuntivo este organiza-se em fáscia superficial que separa os músculos da pele, fáscia muscular que é uma faixa larga de tecido conj conjun unti tivo vo fibro fibroso so circ circun unda dand ndo o os músc múscul ulos os e os outr outros os órgã órgãos os,, epim epimís ísio io que que é a cama camada da mais mais exte extern rna a de teci tecido do conj conjun unti tivo vo e cir circund cunda a o músc múscul ulo, o, peri perimí mísi sio o que que cobr cobre e as fibr fibras as musc muscul ular ares es separando-as em fascículos e endomísio que envolve cada fascículo e separa as fibras individualmente.
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O músculo bíceps femoral faz parte de um conjunto de músculos denominados isquiotibiais, cujas funções são a extensão e flexão do joelho. Devido à sua importância na postura corporal e da sua capacidade para serem utilizados no sprint e abrandamento na corrida, muitas vezes sofrem lesões que condicionam a competência e desempenho ocupacional. Assim, e dependendo do grau e tipo de lesão assim estas podem ser classificadas em: contusão, contratura, estiramento, distensão e ruptura muscular.
2 - SISTEMA MUSCULAR 2.1 - CONCEITO
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Segundo Dangelo e Fattini (2002), nos seres multicelulares existem células que se diferenciam para realizar funções específicas, algumas destas funções são apropriadas à respiração, absorção, entre outras. As chamadas células musculares especializaram-se para a contracção e relaxamento. Estas células agrupam-se em feixes para formar massas macroscópicas denominadas músculos, os quais estão fixos pelas suas extremidades. Desta forma os músculos são estruturas que movem os segmentos do corpo por encurtamento da distância que existe entre suas extremidades fixas, pela contracção. De acordo com Duranteau (1981) e Manuila et al. (2000), o músculo é um órgão dotado de propriedades que lhe confere a capacidade de se contrair. Estas propriedades de contracção, segundo Engelman et al. (1987), Tortora (2000) e Seeley (2005), são responsáveis pelo movimento. O tecido muscular constitui cerca de 40 a 50% do peso corporal e é composto de células altamente especializadas. Dentro do aparelho locomotor segundo Dangelo e Fattini (2002), os músculos são considerados elementos activos do movimento ao contrário dos ossos que são considerados elementos passivos. Os músculos asseguram também a estática do corpo humano, bem como mantém unidas as peças ósseas determinando a posição e a postura do esqueleto. Segundo Seeley et al. (2005) e Dangelo e Fattini (2002), o tecido muscular é altamente especializado de modo a permitir a contracção ou encurtamentos. O tecido muscular divide-se em três tipos, o tecido muscular esquelético, tecido muscular cardíaco e o tecido muscular liso.
2.2 - TIPOS DE TECIDOS MUSCULARES De acordo com Tortora (2000), o tecido muscular esquelético, assim denominado pela sua localização, está fixo principalmente em ossos e move a parte do esqueleto. É estriado e voluntário, pois pode ser mandado contrair e relaxar por controlo consciente. O tecido muscular cardíaco forma a maior parte da parede do coração, ele é estriado e involuntário, a sua contracção não está sobre o controlo consciente. Por ultimo, o tecido muscular liso, está envolvido com os processos internos, localiza-se nas paredes das estruturas internas ocas, como os vasos sanguíneos, o estômago e os intestinos. É um músculo liso porque não apresenta estrias e é involuntário. Cada músculo possui o seu nervo motor segundo Dangelo e Fattini (2002), o qual se divide para controlar todas as células do músculo, estas divisões terminam num 4
mecanismo especializado, a placa motora. Quando o impulso nervoso passa através do nervo, a placa motora transmite o impulso à célula muscular determinando a sua contracção. Se este impulso resulta de um acto voluntário, o músculo é considerado voluntário, se não partir de uma acto voluntário o músculo é considerado involuntário. Estes dois músculos distinguem-se, pelo facto de os músculos voluntários serem estriados, enquanto os involuntários são lisos. O músculo cardíaco apesar de ser estriado, ele é um músculo involuntário, por apresentar características que lhe são próprias. Seeley et al. (2005), confirma e acrescenta algumas funções dos tipos de tecidos musculares à referida por Tortora (2000), de que o músculo-esquelético é responsável pela locomoção, expressão facial, postura, movimentos respiratórios e muitos outros movimentos corporais. As suas funções dependem em grande parte do controlo voluntário ou consciente pelo sistema nervoso. O músculo liso é o mais distribuído no corpo humano e o que executa maior variedade de funções. Estão localizados nas paredes dos órgãos ocos, músculos intrínsecos do olho, paredes dos vasos sanguíneos e entre outras áreas. Este músculo desempenha um conjunto de funções, como impelir a urina, através das vias urinárias, misturar os alimentos no estômago e intestino, dilatar e contrair a pupila e regular o fluxo do sangue nos vasos sanguíneos. Por fim o músculo cardíaco está apenas situado no coração, é um músculo que se contrai espontaneamente, sendo força propulsora pelo sistema circulatório. Ao contrário do músculo esquelético, o musculo liso e cardíaco não estão sob controlo consciente directo, são controlados involuntariamente, ou inconscientemente, pelo sistema nervoso autónomo e pelo sistema endócrino.
2.3 - FUNÇÕES DO SISTEMA MUSCULAR Como se verificou anteriormente, segundo Tortora (2000), Dangelo e Fattini (2002) e Seeley et al. (2005), existem três tipos de tecidos musculares, sendo cada um especializado em determinadas funções no corpo humano. De acordo com Engelman et al. (1987), Didacta (1998) e Tortora (2000), o tecido muscular apresenta quatro funções, produzir movimento, mover substâncias, fornecer estabilização e gerar calor. No que diz respeito ao movimento este verifica-se na caminhada, corrida e acções localizadas, estes movimentos dependem do funcionamento dos ossos, articulações e músculos esqueléticos. 5
Acerca do movimento de substância dentro do corpo, o músculo cardíaco produz contracções que movem o sangue através do coração e dos vasos sanguíneos. As contracções do músculo liso movem o alimento através do tracto gastrointestinal, o espermatozóide e o óvulo através dos sistemas genitais, e a urina através do sistema urinário. A estabilização das posições do corpo e regulação do volume dos órgãos, é a primeira responsável através do músculo esquelético de manter o corpo em posições estáveis, como ficar em pé ou sentado. As contracções dos músculos lisos podem impedir o refluxo do conteúdo de um órgão oco. O armazenamento temporário de urina na bexiga é possível porque os músculos lisos fecham a via de saída. Por ultimo, no que concerne à produção de calor, quando o músculo esquelético se contrai para realizar trabalho, um subproduto é o calor. Este calor libertado pelo músculo é responsável pela manutenção da temperatura corporal, estas contracções musculares geram cerca de 85% do calor do corpo. É por isso que os movimentos activos auxiliam a aquece-lo durante um jogo de futebol em dia frio. Segundo Seeley et al. (2005), o autor acrescenta mais duas funções, a respiração e a comunicação. No que diz respeito à respiração, os músculos do tórax são responsáveis pelos movimentos necessários à respiração. No que concerne à comunicação, os músculos esqueléticos estão envolvidos em todos os aspectos da comunicação, como falar, escrever à mão ou à máquina, os gestos ou a expressão facial. De acordo Engelman et al. (1987), Didacta (1998), Tortora (2000) e Seeley et al. (2005), os músculos para poderem realizar este conjunto de funções são dotados de características e propriedades próprias.
2.4 - CARACTERÍSTICAS DO TECIDO MUSCULAR Segundo Engelman et al. (1987), Didacta (1998), Tortora (2000) e Seeley et al. (2005), o tecido muscular apresenta quatro características funcionais fundamentais, a contractilidade, excitabilidade, extensibilidade e elasticidade. A contractilidade é a capacidade que o músculo tem em contrair-se, produzindo uma determinada força. Ao fazer determinada força o músculo move estruturas a que está ligado ou aumenta a pressão no interior de um órgão oco ou vaso. No que diz respeito à excitabilidade, é a capacidade que um músculo tem em responder a um estímulo. O músculo esquelético é um musculo que se contrai em consequência da estimulação pelos nervos. O músculo liso e cardíaco podem contrair-se 6
sem estímulo exterior, mas também podem responder à estimulação por nervos e hormonas. Na extensibilidade o músculo pode ser estirado até ao seu normal comprimento em repouso, e em dado grau, para lá desse comprimento. Por fim na elasticidade, o músculo tem a capacidade de voltar à sua forma original depois de ter sofrido um estiramento. Segundo Tortora (2000), para compreender todo este conjunto de capacidades que os musculos são capazes de realizar, é necessário conhecer a estrutura e os elementos do tecido muscular.
2.5 - TECIDO MUSCULAR ESQUELÉTICO De acordo com Didacta (1998) e Tortora (2000), o músculo esquelético é composto por milhares células alongadas e cilindricas, dispostas em paralelo umas às outras, denominadas de fibras musculares. Segundo Seeley et al. (2005), estas fibras estão associadas a pequenas quantidades de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e nervos. As fibras musculares esqueléticas são células musculares esqueléticas e cada fibra é uma célula cilíndrica única composta por diversos núcleos localizados à periferia da fibra, junto da membrana celular. Uma única fibra pode ir de uma extremidade a outra de um pequeno músculo, no entanto para preencher um músculo mais longo é necessário um conjunto de fibras dispostas de topo a topo. Estas fibras variam em comprimento, podem ir de 1 a 40 mm e diâmetro de 10 a 100 µ m. Os músculos grandes são compostos de fibras de grande diâmetro, e os músculos pequenos são compostos de fibras de pequeno diâmetro. Todas as fibras musculares de um mesmo músculo têm dimensões similares. No que diz respeito às componentes do tecido conjuntivo segundo Tortora (2000) e Dangelo e Fattini (2002), a fáscia muscular é uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo. A espessura da fáscia muscular varia de músculo para músculo dependendo da sua função. A Fáscia divide-se em dois tipos, a fáscia superficial, que é composta de tecido conjuntivo areolar e encontra-se imediatamente abaixo da pele e a fáscia muscular profunda. Esta é composta de tecido conjuntivo denso e irregular mantendo os músculos unidos, separando-os em grupos funcionais.
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Segundo Tortora (2000), vários revestimentos de tecido conjuntivo estendem-se a partir da fáscia muscular profunda. O que envolve o músculo inteiro é o epimísio, os feixes de fibras musculares denominadas fascículos são recobertos pelo perimísio, por fim o endomísio envolve cada fibra muscular individual. Por último, e de acordo com Tortora (2000) e Seeley et al. (2005), o musculo esquelético é bem constituído por vasos sanguíneos e os nervos, os quais estão directamente relacionados à contracção do músculo. Para uma fibra muscular se poder contrair ela tem de ser primeiro estimulada por uma corrente eléctrica denominada potencial de acção muscular. A contracção muscular vai requerer uma grande quantidade de nutrientes e oxigénio, bem como eliminar os resíduos destas reacções, uma vez que uma acção muscular prolongada depende de um rico suprimento sanguíneo para enviar nutrientes e oxigénio e remover os resíduos.
2.6 - TECIDO MUSCULAR CARDIACO Segundo Didata (1998), o tecido muscular cardíaco encontra-se a meio caminho entre o músculo liso e o esquelético. A sua função é a de contracção rítmica do coração, dispondo para isso de uma estrutura contráctil semelhante à do músculo esquelético, no entanto a actividade deste musculo não pode chegar a modificar-se por um esforço da vontade. De acordo com Tortora (2000), o coração é composto por tecido muscular cardiaco, embora tenha um aspecto estriado como o músculo esquelético ele é involuntário. As células do músculo cardíaco possuem somente um único núcleo centralmente localizado, são curtas de comprimento e maiores de diâmetro e mais quadradas que circulares, estas fibras também exibem ramificações. O tecido muscular cardíaco relaxa-se e contrai-se, contínua e ritmicamente cerca de 75 vezes por minuto, esta é a principal diferença fisiológica entre o músculo cardíaco e esquelético. Desta forma o músculo cardíaco requer uma grande quantidade constante de oxigénio.
2.7 - TECIDO MUSCULAR LISO De acordo com Didata (1998), o tecido muscular liso encontra-se no organismo em abundante, encontra-se nas paredes dos vazos sanguíneos, do tubo digestivo, da
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vesicular biliar e das vias respiratórias, nos canais excretores das glândulas, na pele e nos olhos. Segundo Tortora (2000), as fibras musculares lisas são bem mais pequenas que as fibras musculares esqueléticas, são mais largas em sua porção média e afiladas e possui apenas um núcleo centralmente localizado. Existem dois tipos de tecido muscular liso, sendo o mais comum o tecido muscular visceral. Ele encontra-se nas lâminas de revestimento que formam as paredes das artérias, veias pequenas e das vísceras ocas como o estômago, os intestinos, o útero e a bexiga urinária O segundo tipo de tecido muscular liso, o tecido muscular liso multiunitário, consiste em fibras individuais e cada um tem suas próprias terminações nervosas motoras. Enquanto a estimulação de uma única fibra muscular visceral causa a contracção de muitas fibras adjacentes, o estimulo de uma única fibra multiunitária causa a contracção somente daquela fibra, como no músculo esquelético. Este tecido muscular encontra-se nas paredes das grandes artérias, na grande via aérea para os pulmões, nos músculos erectores do pêlo fixados nos folículos e nos músculos intrínsecos dos olhos. No que diz respeito às diferenças fisiológicas entre o tecido muscular liso e o tecido muscular estriado, o primeiro têm uma capacidade entre 5 a 500 vezes maior que as fibras musculares esqueléticas, e tem uma capacidade de suportar um tónus sustentado, prolongado que é importante no trato gastrointestinal. Tem a capacidade de manter a pressão constante também nos vasos sanguíneos e na parede da bexiga.
2.8 - MOVIMENTO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO De acordo com Tortora (2000), o músculo esquelético produz movimento puxando os tendões, que por sua vez puxam os ossos. Quando um músculo se contrai, ele puxa um osso em direcção ao outro. Os dois ossos não se movem igualmente, um mantém-se quase na posição original, a fixação de um tendão muscular no osso estacionário é denominada de inserção de origem. A fixação do outro tendão muscular no osso móvel é a inserção terminal. Segundo Dangelo e Fattini (2002), por razões didáticas, decidiu-se chamar-se de origem à extremidade do músculo presa à estrutura óssea que não se desloca, e inserção à extremidade do músculo presa à estrutura óssea que se desloca.
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Nos membros, geralmente a origem de um músculo é proximal e a inserção distal. No entanto, por vezes um músculo pode alterar os seus pontos de origem e inserção em determinados movimentos. Quando um atleta se eleva numa barra é o braço que flecte sobre o antebraço e a estrutura óssea a deslocar-se é o úmero. Considerando a acção do músculo branquial, agora a sua extremidade ulnar será a origem, ponto fixo, e a extremidade umeral será a inserção, ponto móvel.
2.9 - CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS De acordo com Engelman et al. (1987) e Dangelo e Fattini (2002), vários têm sido os critérios adoptados, dado à dificuldade, em classificar os músculos. Cada músculo se for observado atentamente verifica-se que ele é extremamente variável e a nomenclatura aproveita-se deste facto para designar vários músculos. Segundo Dangelo e Fattini (2002), a função dos músculos condiciona a sua forma e arranjo das suas fibras, e uma vez que as suas funções são múltiplas e variadas também o é a sua morfologia. Os músculos apresentam as suas fibras dispostas paralelas ou oblíquas à direcção da força exercida pelo músculo. As fibras paralelas podem ser
encontradas nos músculos
longos,
esternocleidomastoideo, bem como nos músculos largos, glúteo. Nas fibras oblíquas, os músculos cujas fibras são obliquas em relação aos tendões denominam-se peniformes, se os feixes musculares se prenderem numa só borda do tendão fala-se em músculo unipenado, exemplo do músculo extensor dos dedos do pé. Se os feixes se prenderem nas duas bordas do tendão, será bipenado, exemplo do músculo reto da coxa.
2.9.1 - Quanto à origem De acordo com Engelman et al. (1987) e Dangelo e Fattini (2002), quando os músculos têm origem em mais de um tendão, são classificados como músculos bíceps, triceps ou quadriceps.
2.9.2 - Quanto à inserção
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Segundo Engelman et al. (1987) e Dangelo e Fattini (2002), os músculos podem inserir-se por mais de um tendão, e quando isso acontece com dois tendões são denominados bicaudados, três ou mais policaudados.
2.9.3 - Quanto à acção Segundo Engelman et al. (1987) e Dangelo e Fattini (2002), por vezes o nome refere-se ao movimento, que realizam ou que provocam num grande osso e por isso há muitos, flexores, extensores, pronadores, supenadores, etc.
2.10 - ACÇÃO MUSCULAR De acordo com Didata (1998) e Dangelo e Fattini (2002), qualquer movimento envolve a acção de um conjunto de músculos, e a esse trabalho em conjunto de músculo dá-se o nome de coordenação motora. Segundo Dangelo e Fattini (2002), estes grupos musculares apresentam uma determinada distribuição e funções, os músculos da região antero-medial do antebraço são flexores da mão ou dos dedos e pronadores, ao passoque os da região póstero-lateral são extensores da mão ou dos dedos e supinadores. Num movimento voluntário, há um enorme número de acções musculares que são automáticas ou semí-automáticas. Se houver movimento para apanhar um objecto caído no chão, o uso dos dedos é o movimento principal desejado e consciente. No entanto para fazer chegar os dedos ao objecto, o antebraço é estendido, alguns músculos estabilizam o ombro, outros agem sobre a coluna para estabilizar o tronco e ainda outros agem nos membros inferiores, tudo para assegurar o equilíbrio e possibilitar a perfeita execução do movimento desejado.
2.11 - MÚSCULOS DOS MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES De acordo com Didacta (1998) e Tortora (2000), os músculos membros superiores unem segmentos do esqueleto, alguns unem zonas separadas unicamente por uma articulação. Os músculos deste grupo podem dividir-se em músculos do ombro, músculo do braço, músculo do antebraço e os músculos da mão. Os músculos que formam os membros inferiores têm como missão geral, originar a deambulação sobre as extremidades inferiores, assim como manter a posição erecta. Os músculos deste grupo podem dividir-se em músculo da bacia, músculo da coxa, músculo da perna e músculo do pé. 11
A coxa é constituída por onze músculos distribuídos em duas regiões, região antero-exterior e região póstero interior. Desta forma vamo-nos debruçar-nos como foi proposto sobre a região posterior, mais propriamente sobre o bíceps femoral.
3 - DESCRIÇÃO DO BÍCEPS FEMORAL O bíceps femoral é um músculo do compartimento posterior da coxa que tem a forma de um prisma triangular largo e consiste em duas partes ou cabeças (Spalteholz e Spanner, 2008). A cabeça longa tem origem na tuberosidade isquiática e a cabeça pequena tem origem na linha áspera, linha supracondial lateral e no fémur distal (Marieb e Hoehn, 2010). Segundo Warwick et al. (1995) o bíceps da coxa, o “jarrete” postero-lateral, possui duas fixações proximais sendo uma delas, uma cabeça longa fixada uma impressão ínfero-medial na área proximal do túber isquiático por um tendão comum a ele e ao semitendinoso e outra cabeça curta fixada no lábio lateral da linha áspera entre o adutor magno e o vasto lateral estendendo-se proximalmente quase até ao glúteo máximo e, distalmente ao longo da linha supracondilar lateral do côndilo lateral do fémur. Este músculo, bíceps femoral, faz parte de um grupo denominado isquiotibiais que além de si inclui o músculo semitendinoso e o músculo semimembranoso. Segundo os autores Marieb e Hoehn, (2010) os isquiotibiais são carnudos músculos da região posterior da coxa que cruzam as articulações do quadril e do joelho e fazem com que estes realizem movimentos de flexão e extensão. Este grupo tem uma origem comum e é inervado pelo nervo ciático (na verdade dois nervos, os nervos fibulares comuns e tibiais, envolvidos em uma bainha comum (Marieb e Hoehn, 2010). De acordo com Warwick et al. (1995) os nervos fibulares comuns descem ao longo da borda medial do tendão, separando-o distalmente da cabeça lateral do gastrocnémio. A cabeça curta pode estar ausente e os feixes adicionais podem se oroginar no túber isquiático da linha áspera ou da linha supracondilar medial. Marieb e Hoehn, (2010) referem que os isquiotibiais cruzam as articulações do quadril e do joelho e promovem a flexão e extensão do joelho e da coxa. Sendo que o principal motor de ações na articulação do quadril (extensão) e ações do joelho (flexão) é o bíceps femoral. Também Spaltehoz e Spanner (2008), salientam a ideia que a ação do bíceps femoral está direcionado para a extensão e adução da coxa, causando também 12
um ligeiro movimento de rotação externa e para a flexão da perna imprimindo também um movimento de rotação no sentido do fora.
4 - ETIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES As lesões musculares encontram-se entre as queixas mais comuns, podendo ocorrer tanto em atletas como em não atletas. Este tipo de lesões provoca disfunções na ocupação, visto que afasta os pacientes das suas actividades e os atletas dos treinos e das competições, originando sequelas e lesões recorrentes. A grande maioria das lesões ocorre devido à prática desportiva, sendo os músculos mais afectados os isquiotibiais, já que estão sujeitos a grandes forças de aceleração e desaceleração (Drezner, 2003, Barroso e Thiele, 2011). Os estudos epidemiológicos sobre lesões musculares nas extremidades inferiores (LMEI) são notoriamente menores, quando comparados com os estudos sobre lesões musculosqueléticas das extremidades superiores e da coluna. As lesões musculares podem ocorrer devido: a um trauma direto decorrentes de situações de choque ocorridas durante quedas ou traumatismo de impato, indiretas como consequência de um uso excessivo, traumáticas representadas por contusões, lacerações e pelo estiramento muscular e atraumáticas retratadas pelas cãibras e dor muscular tardia, parciais que acometem uma parte do músculo e totais quando abarcam a totalidade do mesmo levando a deformações. Independentemente da causa da lesão surgem sempre células lesadas, levando ao surgimento de dor a0guda, dor de origem tardia, edema, deformações anatómicas e disfunção muscular (D´ Souza et al. 2005).
5 - TIPOS DE LESÕES MUSCULARES Os tipos de lesões musculares dependem de determinada prática desportiva, desta forma as contusões e lacerações encontram-se associadas a desportos de contato, ao passo que os estiramentos surgem nos desportos individuais e com grande exigência a nível da potência muscular (D´ Souza et al. 2005). Tendo em atenção o grau de comprometimento das fibras musculares, estas podem ser classificadas em: lesão de grau I, onde a rutura das fibras é mínima, grau II surgindo a laceração muscular com hemorragia e grau III com a que leva à perda de função e continuidade da maior parte ou de todo o músculo (Massada, 1989).
5.1 - ROTURAS MUSCULARES 13
Esta é considerada a verdadeira fratura do músculo, verificando-se alterações na continuidade anatómica com perda de potência motora, variando em graus de acordo com o tipo de traumatismo. Assim, podem classificar-se em primeiro grau onde ocorrem roturas fibrilares ou micro-roturas atingindo um pequeno número de fibras e os seus tecidos conjuntivos, as de segundo grau e terceiro grau são as mais graves visto ocorrerem a nível da zona de transição músculo-tendão, sendo graves a nível funcional pois acarretam alterações morfológicas devido à retracção do corpo muscular desinserido do seu tendão (Massada, 1989).
5.2 - CONTUSÃO MUSCULAR A contusão muscular pode ser definida como uma lesão muscular fechada devido a um choque externo, verificando frequentemente nos desportos colectivos onde as estruturas musculares mais atingidas são a coxa e a perna. Podem ser classificadas de acordo com três graus crescentes: a de grau I provoca uma ligeira contusão da massa muscular podendo associar-se a um espasmo e ligeira limitação articula, grau II ou moderada desencadeando dor, impotência funcional (Massada, 1989) limitação da força e da mobilidade articular, rigidez e dor no alongamento passivo (D´ Souza, et al. 2005) e de grau III ou severa com sintomatologia dolorosa, perda de função, limitação marcada da da mobilidade articular (Massada, 1989).
5.3 - DOR MUSCULAR TARDIA Ocorre geralmente em indivíduos que iniciaram prática desportiva após um período de inatividade, ou em pessoas que exerceram uma quantidade de exercício muscular vigoroso (D´ Souza et al. 2005).
5.4 - LACERAÇÃO MUSCULAR Estas lesões resultam de traumatismos graves na sua maioria penetrantes e são os que menos surgem nos atletas. O músculo pode perder capacidade funcional dependendo da extensão da lesão (Drezner, 2003).
5.5 - ESTIRAMENTO MUSCULAR
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Este género de lesão é o que surge mais frequentemente nos membros inferiores dos atletas, e caracteriza-se pelo alongamento sucessivo das fibras musculares para além dos limites normais. Os músculos que são geralmente acometidos são os isquiotibiais (Drezner, 2003).
6 - LESÕES DO MÚSCULO BÍCEPS FEMORAL A musculatura extensora da coxa e flexora do joelho está localizada na zona posterior da perna, sendo um grupo muscular bi-articular composto pelo semimembranoso, semitendinoso e bíceps femoral. Ainda que estes músculos sejam importantes na estática corporal, contribuindo para o equilíbrio na posição bípede, possuem uma contracção rápida e estão predominantemente compostos por fibras musculares Tipo II (Mackenzie, 1999). Este músculo apresenta características únicas, tendo sido descrito como um Músculo hibrido por
ter duas porções, uma longa de origem na tuberosidade isquiática e
a curta na porção distal do fémural (Pina, 1995). Neste tipo de músculo Massada, (1989) afirma que a lesão ocorre devido a uma contracção rápida, poderosa e mal coordenada na fase inicial de um sprint, incoordenação entre os músculos agonistas e antagonistas na fase final do sprint prolongado. Geralmente ocorre uma dor súbita e intensa localizada na face posterior da coxa onde o atleta faz um gesto como que a agarrar a massa muscular. A claudicação ou sensação dolorosa da perna e impotência funcional são imediata e atleta pode cair, apresentando dificuldade em se levantar. Tanto os movimentos passivos como a flexão activa do joelho são dolorosos (Massada, 1989).
7 - COMPETÊNCIA OCUPACIONAL De acordo com o Modelo de Ocupação Humana, ser-se competente é um fundamento universal, activado pelo desejo de se ser reconhecido pelos outros como uma pessoa adequada. Ser competente exige que se seja flexível e requer adequação às tarefas, onde a competência significa desempenho ou execução de acções com o propósito de se atingir um objectivo. O objectivo da competência é ser-se capaz de se relacionar efectivamente com o ambiente, melhorar ou adaptar-se às exigências do mesmo. A competência proporciona ao indivíduo um sentimento de maior controle sobre si mesmo. Desta forma, as pessoas que funcionam no nível de competência focam-se na obtenção, melhoria e organização das suas actividades, com o objectivo de 15
alcançar um desempenho adequado e consistente. A eficácia nas destrezas aumenta à medida que estas se organizam em rotinas de comportamento competente (Molina e Arnaiz, 2001). A competência considera a interacção de vários elementos e como afirma Smyth (1994) as pessoas competentes têm uma grande capacidade de adaptação ou de estratégias, sendo que a auto-estima e as competências percebidas estão interligadas. Para Lund, Caserta e Dimond (1989) a competência pode: reduzir o impacto negativo nas actividades da vida diária causado por uma perda, a fadiga resultante da preocupação das tarefas permitindo que o indivíduo tenha mais energia para a expressão emocional, incluindo ainda o conhecimento dos serviços e como aceder a eles. Segundo Molina e Arnaiz (2001) um dos requisitos necessários para a utilização da competência é a utilização efectiva das habilidades, estando a execução ou desempenho ocupacional tão integrado nas pessoas que até as tarefas mais simples estão compostas de unidades mais simples, dependentes das habilidades. As autoras referem que o desenvolvimento de uma habilidade conduz à sua execução, tornando-se estável e integrando-se no conjunto, possibilitando ao indivíduo alcançar o patamar seguinte de competência e de complexidade.
8 - DISFUNÇÃO OCUPACIONAL O termo de competência encontra-se ligado aos conceitos de função e disfunção ocupacional. Kielhofner (1985) citado por Molina e Arnaiz, (2001) referiu um continuum de desempenho, onde o indivíduo se pode colocar em qualquer um dos seguintes seis patamares: impotência, incapacidade, ineficácia, exploração, competência e domínio, ou estar simultaneamente em vários dependendo da actividade ou ocupação a que se enfrente. O autor define a competência a partir do Modelo de Ocupação Humana como a qualidade de ser capaz ou ter a capacidade de responder adequadamente às solicitações que lhe são propostas. Para ele o conceito de disfunção ocupacional é multifacetado, visto que as disfunções ocupacionais podem ocorrer da inter-relação entre factores biológicos, psicológicos e ecológicos. Uma disfunção no desempenho ocupacional ocorre quando um indivíduo com capacidade limitada tem falta de confiança, não sabendo o que fazer para ultrapassar as suas limitações, deparando-se com barreiras físicas e psicológicas (Molina e Arnaiz, 2001).
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9 - DISFUNÇÕES OCUPACIONAIS CAUSADAS POR LESÕES DO MÚSCULO BÍCEPSS FEMORAL As lesões do bíceps femoral musculares são uma causa de determinadas disfunções ocupacionais nomeadamente diminuição do movimento articular, marcha antálgica, impotência de subir escadas e levantar da cadeira, utilização de muletas para a marcha, deformações musculares que resultam no comprometimento funcional do músculo que só podem ser corrigidas através da cirurgia. A nível ocupacional, neste caso o atleta, pode levar semanas ou meses a recuperar a funcionalidade total do músculo (Massada, 1989).
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10 - CONCLUSÃO Após pesquisa bibliográfica, pode-se concluir que o sistema muscular é uma estrutura complexa dotada de grandes capacidades. Segundo Engelman et al. (1987), Tortora (2000), Seeley (2005) e Dangelo e Fattini (2002), ele é o responsável pelo nosso movimento, constituindo cerca de 40 a 50% do peso corporal. Os músculos são elementos activos do movimento, que asseguram a estática do corpo humano, através da união das peças ósseas de forma a determinar a posição e a postura do esqueleto. O tecido muscular pode ser dividido em tecido muscular esquelético, cardíaco e liso desempenhando, cada um deles, um conjunto específico de funções de forma a manter o corpo humano em adequado e correcto funcionamento. O tecido muscular cardíaco é o responsável pela contracção rítmica cardíaca. O tecido muscular liso encontra-se distribuído pelo nosso corpo, vasos sanguíneos tubo digestivo, vias respiratórias, etc. Por último, o tecido muscular esquelético é responsável pelos movimentos, que interligados por tendões produz o movimento do esqueleto. Verificou-se que o tecido muscular apesar de ser uma estrutura dotada de elasticidade por vezes é susceptível de sofrer lesões, podendo ocorrer em atletas como em não atletas. No entanto, a grande maioria das lesões ocorrem em atletas nas suas práticas desportivas, sendo os músculos mais afectados os isquiotibiais, já que estão sujeitos a grandes forças de aceleração e desaceleração (Drezner, 2003, Barroso e Thiele, 2011). O bíceps femoral é um músculo que faz parte dos isquiotibiais, e é um músculo que apresenta características únicas, por ter duas porções, a longa de origem na tuberosidade isquiática e a curta na porção distal do fémural (Pina, 1995). Uma lesão neste músculo remete para uma incompetência funcional, que causam determinadas disfunções ocupacionais nomeadamente diminuição do movimento articular. Por vezes, tem de se recorrer a cirurgia, para corrigir certas deformações musculares, o que a nível ocupacional leva o sujeito a semanas e meses de recuperação total da sua funcionalidade.
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11 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Barroso, G.C. & Thiele, E.S. (2011). Lesão muscular nos atletas. Revista Brasileira de Ortopedia. 46 (4), 354-358. Dângelo, J.G. & Fattini, C.A. (2002). Anatomia Humana Básica. (2ª ed.). São Paulo: Atheneu. Didacta. Enciclopédia Temática Ilustrada (1998). Atlas de Anatomia Humana. 36-45. Lisboa: Editores.
Drezner, J. (2003). Pratical management: Hamstring muscle injuries. Clinical Journal Sport Medicine, 1, 48-52. D'Souza, J.C., Franzblau, A. & Andwerner, R.A. (2005). Review of epidemiologic studies on occupational factors and lower extremity musculoskeletal and vascular disorders and symptoms. Journal of occupational rehabilitation, 15 (2), 129-65. Duranteau, A. (1981). Dicionário elementar de medicina. Mem Martins: Europa América. Engelman, D.M., Reiser, S. J., Slaykn, C. H. Thomas, L. (1987). Os músculos. In O corpo Humano. Amadora: Ediclube. López, B.P., Molina, P.D. & Arnaiz, B.N. (2001). Conceptos fundamentales de terapia ocupacional. Madrid: Médica Panamericana. Mackenzie, B. (1999) Tipos de músculo. Consultado a 5 de Novembro de 2012. Disponível em: http://www.brianmac.co.uk/muscle.htm Manuila, L., Manuila, A., Lewalle, P. & Nicoulin, M. (2000). Dicionário Médico. Lisboa: Climepsi. Marieb, E.N. & Hoehn, K. (2010). Human anatomy and physiology.(8ª ed.). United States: Benjamin Cummings.
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Massada, L. (1989). Lesões musculares no desporto. (2ª ed.). Lisboa: Caminho. Pinto, S.S. & Castillo, A.A. (1998). Lesão Muscular: fisiopatologia e tratamento. Revista de Fisioterapia em Movimento, 12, 23-36. Seeley, R.R., Stephens, T.D. & Tate, P. (2007). Sistema Muscular: Histologia e Fisiologia. In Anatomia & Fisiologia (6ª ed. pp. 279-321). Spalteholz, W. & Spanner, R . (2008). Anatomia Humana.Roca. Tortora, J. G. (2000). Corpo humano, fundamentos de anatomia e fisiologia. (4ª ed.). Porto Alegre: Artmed.
Warwick. L, Williams P.L., Dyson, M. Bannister, L.H. (1995). Membro inferior. In: Warwick, L., Williams P.L., Dyson, M. Bannister, L.H. Gray Anatomia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; (37ª ed. pp. 468-476).
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