Sepher Yetzirah Tradução comentada (Kalish, Kaplan, Lipner, Wynn Wescott) INTRODUÇÃO O Sepher Yetzirah é um dos textos mais antigos e mais misteriosos da Cabala. As primeiras referências a este texto datam do século I e comentários sobre ele foram realizados desde o século X; o texto em sí mesmo, possui cópias do século VI. Em geral a Cabala é dividida em 3 categorias, conforme Arieh Kaplan: a teórica, a meditativa e a mágica. A Cabala teórica é expressa em sua forma atual é baseada no Zohar, e refere-se mais aos aspectos dinâmicos do domínio espiritual, específicamente os mundos, as almas, os anjos e o Sephiroth. Este ramo da Cabala atingiu seu apogeu na escola de Tzfat no século XVI. A vasta maioria dos textos da Cabala, referem-se a esta categoria. A Cabala meditativa trata dos nomes divinos,permutação de letras, e métodos similares para atingimento de estágiuos elevados de consciência, que podem podem ser comparados a certas formas formas de Yoga. A maioria dos textos principais nunca foi publicada, mas permanecem em manuscritos sagrados em templos e museus. Alguns destes métodos gozaram de um breve renascimento em meados do século XVIII com a ascenção do movimento Hassídico. A terceira categoria de Cabala mágica, está proxima da Cabala meditativa; consiste de diversos signos, encantamentos e uso de nomes divinos, através dos quais pode-se influenciar os eventos naturais. Muitas das técnicas lembram aquelas das meditações, mas o seu sucesso depende da habilidade de se induzir estados de consciência onde poderes telecinéticos ou espirituais podem efetivamente ser canalizados. Assim como na segunda categoria, os seus textos t extos nunca foram impressos, embora alguns fragmentos chegasses a ser divulgados como aqueles do Livro de Raziel. O Sepher Yetzirah é considerado um texto da Cabala meditativa com fortes sobretons de magia. Assim expressam as primitivas tradições Talmúdicas, que indicam que ele podia ser utilizado para a criação de criaturas vivas. Significativas são as muitas referências e lendas de que o Sepher Yetzirah podia ser utilizado para criação de um Golem, uma espécie de andróide místico. Um filósofo do século XII disse que o texto não contém filosofia, mas sim a sabedoria Divina da criação. A expressão "abra-kadabra" posui uma explicação talmúdica, significando a contração de: "Rava criou um homem". Continua a lenda que Rava vendo que seu androide não respondia a suas pergundas, constatou que era um Golem, e disse-lhe para "retornar ao pó". O Sepher ha-Bahir complementa que o Golem não podiafalar, porque Rava não estava ainda de todo livre da tintura do pecado. RaBhA BaRA GaBhRA - Rava Criou um homem - Eu criarei enquanto eu falo ABRA K'DaBRA O Sepher Yetzirah é um texto pequeno, a chamada "Versão Curta" possui 1300 130 0 palavras e a "Versão Longa" Lo nga" possui cerca de 2500 palavras. Capítulo 1
1:1 Quatro traduções do Versículo 1 do Capítulo 1. Rabi. Arieh Kaplan Com 32 caminhos místicos de Sabedoria, gravou Yah, o Senhor das Hostes, o Deus de Israel,o Deus vivente, Rei do universo, El Shaddai, Misericordioso e Gracioso, Alto e Exaltado, Morando na eternidade, Cujo nome é Santo - Ele é sublime e santo, e Ele criou Seu universo, com três livros (Sepharim), com texto (Sepher), com número (Sephar) e com comunicação (Sippur).
Isidor Kalish Yah, o Senhor das Hostes, o Deus Vivo, Rei do Universo, Onipotente, O nipotente, Todo-Bondade e Misericordioso, Supremo e Glorioso, que é Eterno, Sublime S ublime e Sacrossanto, ordenou (formou) e criou o Universo em 32 misteriosas sendas da sabedoria, por meio de três Sepharim, a saber 1- S'for, 2- Sippur e 3- Sapher que são Nele um e o mesmo. Eles consistem de uma década saída do nada e de vinte e duas letras fundamentais.
Elias Lipner Por meio de trinta e duas vias ocultas da Sabedoria, Yah, Yehováh dos Exércitos - Deus de Israel, Deus vivo e Rei eterno, Deus Todo-Poderoso, Misericordioso e Clemente, Alto e Enaltecido, Morador nas Alturas, denominado Santo - esculpiu e criou o seu mundo em três estágios (Sefarim): mental (Sefar), falado (Sipur) e escrito (Sêfer). William Wynn Wescott Em 32 maravilhosas Vias de Sabedoria fêz Yah, Jehovah Tzabaot, o Deus de Israel, o Elohim dos viventes, o Rei das idades, o misericordioso e gracioso Deus, o Exaltado, o Habitante na eternidade, mais alto e mais santo - gravou seu nome através dos três Sepharim - Números, Letras e Sons. Comentários: Sepharim = livros ou modos de criação segundo Kalish Sepher = livro Sippur = estória Letras Fundamentais = formas primordiais de todo to do ser - O universo foi imaginado inicialmente em potências numéricas - cifras ou números, em letras - hieróglifos e em palavras... A Árvore da Vida é formada por dez Sephiras - plural Sephiroth. As três Sepharim são: Idéia, Palavra e Palavra Escrita ou Obra. Os três Sepharim poderiam também ser traduzidos como: Sepher - Livro, Sippur - História e Sopher - Conte. Nas traduções antigas, temos: Pistorius: Scriptis, Numeratis, Pronunciatis;Postellus: Numerans, Numeratis, Numeratus; e Rittangelius: Numero, numerante, Numerato. Numerato. Segundo Kaplan, Sephirah - emanações divinas que formam a base da criação no Macro-cosmos e no micro-cosmos homem. A palavra Sepher da onde deriva Sephirah Sephirah é traduzida por texto, e Sephar, ambas SPR, significa número e é a raíz de Ciphra oo Cifra. Sippur significa contando, contando, ou estória. As três divisões representam: qualidade, quantidade e comunicação ou Universo, Ano e Alma. (Sepher) Texto
Palavra (Espaço) Forma das Letras
(Sephar) Número
Ano (Tempo)
(Sippur) Comunicação Alma (Espírito) (Espírito)
Valor Numérico Pronúcia e Nome das Letras
Há três estados acima de Reschith (começo): A eterna negatividade (EN) a infinita luz (EN-SOPH-AUR) e o próprio ser infinito (EN SOPH). No princípio Deus criou ... Bereshith Elohim ... uma trindade potencial formando um mundo superior - Kether Chokmah - Binah que consituem o Arquétipo.
Seguem-se os sete dias (períodos) da criação, que na realidade são seis mais um. Estes correpondem a expansão da Divindade em três colunas ou pilares, "o coriscar do relâmpago" da Árvore da Vida. A Árvore da Vida compreende dez Sephiras e vinte e dois caminhos que as interligam, representadas pelas vinte e duas letras do alfabeto hebráico. O Relâmpago corresponde ao caminho desde a primeria Sephira Kether até o mundo material da décima Sephira Malkhut. Este caminho é o caminho da criação ou da "coagulação". A transformação auto -imposta pela divindade no universo material. Caminhos ou vias NTIBUT em hebraico (Netivot), significa uma trilha feita pelos rastros de passos, utilizado simbólicamente como caminho, tem uma conotação caminho pessoal ou caminho oculto.DEREKH outra palavra para Caminho, tem uma conotação de Caminho público. Iah - Nome Divino encontrado nos Salmos é traduzido em grego por kurios e em latim por dominus, em ingles por Lord ou Senhor . É na verdade a primeira metade de IHVH ou Jehovah ou Iahveh. Jehovah Tzabaot, ou Senhor das Hostes ou Exércitos (TzBA). 32 - é o número das Vias ou Caminhos de Sabedoria. Em hebráico é representado pelas letras Lamed e Beith, (lamed=30 e beith=2), formam a palavra LEV, coração, conforme o Bahir a primeira e a última letras da Torah (B em Bereshit) e (L em IsraeL). 32 é obtido pelas 22 duas letras mais os 10 Sephirot. Os trinta e dois caminhos poderm ser encontrados na Torah em diversas partes: Nas 32 vêzes que o Nome de Deus Elohim aparece no Genesis, e se tomar-mos 32 como 2 a quinta potência (2x2x2x2x2), em seus cinco L:ivros (formando o Pentateuco). As lebras Lamed e Beith compartilham uma disitnção única: Como prefixos, Lamed significa (para) e Beith (em). As quatro letras do Tetragramaton (IHVH ou Yud, Hei, Vav Hei), podem tambem servir de sufixos para os pronomes pessoais:Yud = eu, Hei = ela, Vav = ele.
Como o Sepher Yetzirah explica (1:5) as Dez Sephiroth definem um espaço de 5 dimensões. O número 32 corresponde ao número de vértices em um hipercubo de de cinco dimensões: considerando que um cubo - um quadrado (duas dimensões) possui 4 vértices, um cubo (três dimensões) possui 8 vértices, um hipercubo de quatro dimensões possui 16 vértices e um hipercubo de 5 dimensões possui 32 vértices, como nos ensina o Sepher Yetzirah. 1:2 As dez Sephiroth do Nada e 22 Letras da Fundação: três mães (letras fundamentais ou primeiros elementos), sete duplas (consoantes) e doze elementares (simples) - Kaplan (Ele dividiu as vinte e duas consoantes em três partes 1- três mães / letras fundamentais ou primeiros elementos, 2sete consoantes duplas e 3- doze simples.) - Kalish Comentários: Aqui define-se o Sephirot que constitue a Árvore da Vida (Etz ha-Chaim), composta por dez Sephirah - Kether Coroa, Chochmah - Sabedoria, Binah - Entendimento ou Inteligência, (Daat) - (Conhecimento), Chesed - Amor, Gvurah - Força, Tiffereth - Beleza, Netzah - Vitória, Hod - Esplendor, Yesod - Fundação, Malchut - Reino. Aqui define-se também o próprio alfabeto hebraico arcaico, composto de consoantes. As três letras mãe - Aleph, Mem e Shin. As sete consoantes duplas - Beith, Ghimel, Daleth, Kaph, Phe, Resh e Thau. As doze letras simples - He, Vau, Zain, Cheth, Teth, Iod, Lamed, Nun, Samech, Ain, Tzadi, Quph. As três letras iniciais são chamadas de matrizes, as sete consoantes duplas possuem dois sons e as doze simples apenas um som. 1:3
O Sephiroth do Nada, no número dos dez dedos, cinco opões-se a cinco, com uma aliança singular, precisamente no meio, na circuncisão da língua e na circuncisão do membro. - Kaplan (A década saída do nada é análoga à dos dez dedos do corpo humano, cinco paralelos a cinco, no centro dos quais está a aliança com o Único, pela palavra da língua e rito de Abraão.) Kalish Comentários: A criação diz-se, foi realizada pelos dedos de Deus, e está escrito: 'Quando eu vejo Teus céus, o trabalho de Teus dedos..) Salmos 8:4. As dez numerações decimais e o Sephiroth, são análogos aos dedos das mãos do homem. Iud a primeira letra do Tetragramaton, que representa o Pai, tem valor numérico 10. Cada mão, YaD em hebráico, possui quatorze ossos, valor numérico de YaD. Cinco opõem-se a cinco: Forças Femininas Amores Masculinos (coluna esquerda) (coluna direita) Kether Binah
Chochmah
Gvurah
Chesed
Hod
Tiferet
Yesod
Netzach
Malkhut Brit Yachid ou Brit Yichud - uma "aliança unificante" - Brit é aliança como em Lurot ha-Brit (as tábuas da aliança) de Moshe. Milah significa circuncisão em hebráico, mas também significa palavra - 'O espírito de Deus fala em mim, e sua palavra (milah) é minha língua' - 2 Samuel 23.2 - Assim a circuncisão da língua significa a habilidade de interpretar a Torah e a capacidade de utilizar os mistérios da língua Hebráica... Aí está um dos conceitos básicos da Teurgia no que se refere ao uso do Verbo criador e as pórprias virtudes mágicas da língua hebráica, magistralmente registradas por Lipner. A circuncisão do órgão sexual, representa a aliança dada por Deus a Abraão: O mundo foi criado em seis dias, representados pelas seis direções primárias que existem num universo tridimensional. O sétimo dia, Shabat, representa a perfeição do mundo físico e o ponto focal das seis direções. O oitavo dia representa o passo além das dimensões físicas, no reino trasncendental. Assim a aliança da circuncisão representa o poder oferecido a Abraão e seus descendentes, sobre o plano trasncendental. A primeira ocorrência deste domínio é expressa pela concepção, que tem o poder de trazer uma alma para o mundo, dando ao indivíduo o poder de acessar os domínios espirituais. Através da meditação sobre 10 e o Sephiroth, podese vir a dominar ou controlar o órgão sexual e as atividades sexuais. Através da santificação de sí mesmo, pode-se durante o intercurso sexual determinar as qualidades da criança que será concebida. 1:4 Dez Sephiroth do Nada, deze e não nove, dez e não onze, Entenda com Sabedoria, Seja sábio com Entendimento, Examine com elas e teste com elas, Faça (cada) coisa firmar-se em sua essência, e faça o Criador sentar em Sua base. - Kaplan (Dez são os números saídos do nada, e não o número nove, dez e não onze. Compreenda esta grande sabedoria, entenda este conhecimento, investigue-o e pondere a seu respeito, torne-o evidente e reconduza o Criador ao seu trono.) - Kalish Comentários: A mais alta faculdade do homem é o Desejo, que corresponde a primeira Sephirah - Kether (Corôa). DIzemos que Deus é puro desejo, puro amor, puro conhecimento... Na verdade estas qualidades são representadas no Sephiroth, inferior a Deus pois faz parte de sua criação, Deus coloca-se acima do Sephirorth, que não é nove, pois Kheter não representa Deus, e também não é onze, pois não inclui Deus. Deus pertence a uma categoria totalmente diversa do Sephiroth, e sua essência não pode ser descrita por nenhuma palavra, e portanto não podemos descrevê-lo. Entendimento (Binah) envolve pensamento verbal, enquanto Sabedoria (Chochmah) representa o pensamento não verbal puro. A sabedoria está associada ao hemisfério não verbal direito do cérebro, enquanto que o hemisfério verbal, esquerdo, está associado ao entendimento e a inteligência. Experimentar pensamentos não verbais é uma esperiência difícil de se atingir, diversas técnicas de meditações e mantras são utilizados para indução destes
estados. É por isso que o Cabalista diz que a Sabedoria só pode ser experimentada vestida de entendimento. É nesse ponto que o Sepher Yetzirah inicia a explicação de como entender/utilizar as Dez Sephiroth do Nada... Entenda com Sabedoria e seja sábio com Entendimento. A palavra hebráica Makhon - base - é utilizada para designar onde Deus senta - "os céus, a base (makhon) de Teu assento" - Salomão 1 Reis 8:39. A escritura diz: "Ele fundou a terra em sua base (makhon)" Salmos 104:5. Este verso indica que tudo no mundo f'ísico possui uma contraparte e uma base no mundo espiritual específicas, através das quais podem ser elevadas. Sentar para o homem significa abaixar o seu corpo, no que se refere a Divindade, significa abaixar a sua essência, ou voltar-se para a Sua criação, que está abaixo Dele. No Talmud também encontramos a alusão ao paralelismo entre os mundos físido e espiritual - a base preparada (makhon vem de Kon raíz de Hekin que significa preparar) através da qual Deus senta-se e canaliza sua influência espiritual para o mundo... Neste contexto, o Sepher Yetzirah aqui chama Deus de Yotzer - aqui traduzido como o Criador , embora uma aproximação mais precisa pudesse ser o Formador ou Aquele que Forma. Em hebráico existem três palavras com significado similar: Bara - que significa Criar , Yatzar - que significa Formar e Asyiah que signifca Fazer. De acordo com a Cabala, Bara implica na criação a partir do Nada - ex nehilo - algo a partir do nada; Yatzar denota a formação de algo a partir de uma base já pré-existente - algo a partir de algo; e Asah que possui uma conotação de compleição de uma ação. Os Cabalistas ensinam que os seguintes estágios são paralelos aos três universos celestiais, que são chamados: Briah (Criação), Yetzirah (Formação), e Asiyah (Realização/Ação). Eles são aludidos no verso: 'tudo que for chamado em Meu nome, por Minha Glória (Atziluth), Eu criei (em Briah), eu formei (em Yetzirah) e Eu fiz (em Asyiah)' - Isaías 43:7. O universo mais alto é Atziluth, o domínio do Sephiroth puro. Abaixo está Briah, o domínio do Trono, pois Briah é "algo a partir do do nada" (Criação). Atziluth algumas vêzes é denominado como "Nada ou Inexistência" (Ayin), assim o Sephiroth em Ayin é chamado de o Sehpirtoh do Nada. Abaixo de Briah está o universo de Yetzirah (Formação) que é o mundo dos anjos. Finalmente temos o universo de Asyiah (Realização/Ação) que consiste do mundo físico e sua sombra espiritual. Aqui o Sepher Yestzirah aborda a ligação entre o universo ou mundo superior Olam Atziluth e o inferior Malkhut. O método expresso no Sepher Yetzirah envolve a manipulação de forças no universo de Asyiah, e esta é a razão do nome do livro - Livro da Formação, o texto refere-se a Deus como Yotzer - o Formador , indicando a sua manifestação no mundo de Yetzirah. A aprtir do verso "ele fundou (yasad) a terra em sua base (makhon)" depreendemos que makhon refere-se ao nível espiritual que está próximo ao mundo físico, específicamente, o nível mais baixo de Yetzirah, Makhon está no nível correspondente a Yesod (Fundação), que tem a conotação de conectar ou ligar. Assim ele liga Yetzirah a Asyiah Através da elevação de objetos no mundo físico, pode-se atuar sobre as forças de Yetzirah, o mundo dos anjos. É por esta razão que o Sepher Yetzirah usa o termo makhon (base) ao invés de kisey (trono) como lugar on Deus senta. O termo trono indicaria o universo de Briah, que é o mundo do Trono. 1:5 O Sephiroth do Nada: Sua essência é dez, os quais não tem fim: Uma profundidade de comêço Uma profundidade de fim Uma profundidade de bem Uma profundidade de mal Uma profundidade de cima Uma profundidade de baixo Uma profundidade do leste Uma profundidade do oeste Uma profundidade do sul O Mestre singular Deus Rei fiel, determina sobre todos eles, desde a sua sagrada morada, até a eternidade das eternidades - Kaplan (A década saída do nada tem as dez seguintes infinidades: 1 - O COMEÇO infinito 2 - O FIM infinito 3 - O BEM infinito 4 - O MAL infinito 5 - O ALTO infinito 6 - A PROFUNDEZA infinita 7 - O LESTE infinito
8 - O OESTE infinito 9 - O NORTE infinito 10- O SUL infinito e o único Senhor Deus, o Rei fiel, reina sobre tudo da Sua Santa morada para todo o sempre.) - Kalish Comentários: Como comparar a década saída do nada aqui descrita com a Árvore da V ida ? Aqui temos: O ciclo infinito com os conceitos de Começo e Fim. (1 e 2 ) que correpondem as duas Sephiras Kether e Malkhut. A metafísica global expressa pelo binário BEM MAL (3 e 4) que correspondem a Hokmah (que encabeça o pilar da Misericórdia) e Binah (que encabeça o pilar da Severidade). A seis emanações seguintes correspondem as outras Sephiras, ou os seis dias da criação e também ao espaço tridimensinal orientado. Na vedade temos as três dimensões da física atual:
1:6 Dez Sephiroth do Nada, Sua visão é como o "aparecimento do relâmpago", Seu limite não tem fim, e Seu Mundo neles está "correndo/fugindo e retornando", Eles correm para Ele dizendo como um redemoinho, e perante o Seu trono, eles se prostram. - Kaplan (O aparecimento das dez esferas saídas do nada é como o clarão de um raio, sem um fim. Sua palavra está nelas, quando elas vão e voltam; elas correm por Sua ordem como um redemoinho e humilham-se diante do seu Trono.) Kalish Comentários:
Capítulo 2 2:1 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish Há vinte e duas letras vigor. Três delas, contudo, são os primeiros elementos fundamentais ou mães, sete consoantes duplas e doze simples. As três letras fundamentais ALEPH - MEM - SHIN têm como base a balança. Num prato está o mérito e no outro a criminalidade, que são colocados em equilíbrio pela língua. As três letras fundamentais ALEPH - MEM - SHIN significam, como o MEM é mudo como a água e SHIN é sibilante como o fogo, há ALEPH entre elas, um sôpro de ar que as reconcilia.
Comentários: 2:2 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish As vinte e duas letras que formam o vigor após terem sido postas em ordem e estabelecidas por Deus, Ele combinou-as, pesou-as, mudou-as e formou com elas todos os seres que existem, e todas as coisas que deverão ser formadas no futuro. Comentários: 2:3 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish Ele estabeleceu vinte e duas letras, vigor, pela voz, formou-as pelo sopro de ar e fixou-as em cinco lugares na boca humana, a saber:
Comentários: 2:4 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish Ele fixou as vinte e duas letras vigor, na esfera, como uma muralha com duzentas e trinta e duas portas, e virou as esferas para frente e para trás. Para uma ilustração podem servir as três letras (Tzade Caph Ghimel). Nada há de melhor que a alegria, nada pior que a tristeza ou a peste. Portas = Portas de saída, formações. 232 = As 232 portas podem ser o Aleph mais as 231 combinações das 22 letras, 2 a duas... Tzade - Caph - Ghimel Comentários: 2:5 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish Mas como fêz isto ? Ele combinou, pesou e mudou: o Aleph com todas as outras letras em sucessão, e novamente com todas as outras com Aleph; Beth com todas; e todas novamente com Beth, e assim por diante com toda a série de letras. Segue daí que há 231 formações, e que toda criatura e toda palavra emanaram de um nome. De fato, combinando as 22 letras 2 a 2, sem permutação = n x ((n-i / 2) = 22 -1 x (22/2) = 231. Na metafísica cabalística todo o universo emanou gradualmente do espírito único de Deus Vivo. Comentários: 2:6 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish
Ele criou uma realidade do nada, fêz a não existência tornar-se existência e trabalhou, por assim dizer, colunas colossais do ar impalpável. Isto foi demonstrado pelo exemplo da combinação da letra Aleph com todas as outras letras, e todas as outras letras com Aleph. Ele predeterminou, e falando criou de um nome todas as criaturas e todas as palavras. Para uma ilustração podem servir as vinte e duas substâncias elementares pela substância primitiva de Aleph. Deus, sua idéia e seu verbo, são uma única unidade. Portanto a letra Aleph é o ar de onde emanou a palavra criadora. Comentários:
Capítulo 3 3:1 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Os três primeiros elementos Aleph Mem Shin são simbolizados por uma balança, em um prato o mérito e no outro a criminalidade, que são colocados em equilíbrio pela língua. 3:2 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Estas três mães, Aleph Mem Shin, são um grande e maravilhoso e ignoto mistério, são seladas por seis aneis, os círculos elementares a saber: ar, água e fogo emanados deles, que deram origem aos progenitores, e estes progenitores deram também origem a alguma progênie. ALEPH
MEM SHIN
MUNDO Ar
Terra Céu - Atmosfera terra e mar
HOMEM Peito
Ventre Cabeça
ANO
Umidade Frieza Calor
3:3 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Deus determinou e estabeleceu as três mães (Aleph, Mem e Shin) combinou-as, pesou-as e mudou-as e formou delas três mães (Aleph, Mem e Shin) no mundo, no ano e no homem. 3:4 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish As três mães Aleph Mem Shin no mundo são: ar, água e fogo. O céu foi criado do fogo ou éter; a terra (compreendendo mar e terra), da água elementar; e o ar atmosférico, do ar elementar, ou espírito, que estabelece o equilíbrio entre eles. 3:5 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish As três mães Aleph Mem Shin produzem no ano: calor, frio e umidade. O calor foi cria do do fogo, a friagem da água, e a umidade do ar equilibra os dois. 3:6 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish As três mães Aleph Mem Shin produzem no homem, masculino e feminino: peito, ventre e cabeça. A cabeça foi criada do fogo, o peito da água, e o corpo do ar que os coloca em equilíbrio. 3:7 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish
PRIMEIRA DIVISÃO. Deus deixou a letra Aleph predominar no ar primitivo, coroou-a, combinou uma com outra e formou delas o ar do mundo, umidade no ano e o peito no ser humano; masculino pela (Aleph Mem Shin), e no feminino pela (Aleph Shin Mem). Comentários: Coroar significa fazer dela o poder primitivo. Combinar uma com outra, tem o sentido de combinar um elemento com os outros dois. 3:8 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish SEGUNDA DIVISÃO. Ele deixou a letra Mem predominar na água primitiva, e coroou-a, combinou-a com a outra e formou delas a terra (incluindo terra e mar); friagem no ano, e o ventre do ser humano, no masculino por A leph Mem Shin, no feminino por Mem Shin Aleph. 3:9 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish TERCEIRA DIVISÃO. Ele deixou a letra Shin predominar no fogo primitivo, coroou-a, combinou-a com a outra e formou delas, céu no mundo, calor no ano e cabeça no ser humano. Comentários: Capítulo 4 4:1 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish As sete letras duplas, beit, guimel, daleth, caph, phei, reish e tav, com uma duplicidade de pronúncia, aspiradas e não aspiradas, a saber, beit, guimel, daleth, caph, phei, reish e tav, servem como modelo de maciez e dureza, força e fraqueza. Comentários:
Aspiradas possuem um ponto no centro. Não aspiradas não possuem. 4:2 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish As sete letras duplas, simbolizarão, por assim dizer: sabedoria, riqueza, fecundidade, vida, domínio, paz e beleza. Comentários: 4:3 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish As letras duplas servem para significar a antítese à qual a vida humana está exposta. A antítese de sabedoria é insensatez, de riqueza, probreza, de fecundidade, esterilidade, de vida, morte, de domínio, dependencia, de paz, guerra, e de beleza, feiúra. Comentários: 4:4 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish As sete consoantes duplas são análogas às seis dimensões: altura e profundidade, Leste e Oeste, Norte e Sul e o templo sagrado que se ergue no centro, que sustenta todas. Comentários:
Isto pode significar, sob a perspectiva da árvore da vida, as seis Sephiroth correspondentes aos seis dias da criação e Tiphereth, que interliga todas elas. Esta é a esfera das Causas Secundárias do Hermetismo. 4:5 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish As consoantes duplas são sete, e não seis, são sete e não oito; reflete sôbre este fato, investiga-o, e torna-o tão evidente que o Criador seja reconhecido novamente em seu trono. Comentários: 4:6 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish As sete consoantes duplas vigor, tendo sido designadas e estabelecidas, combinadas, pesadas e mudadas por Deus, Ele formou com elas: sete planetas no mundo, sete dias no ano, sete portas, abertas dos sentidos , no ser humano. Comentários: 4:7 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Os sete planetas no mundo são: Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio e Lua. Os sete dias do ano são os sete dias da semana; sete portas do ser humano são: dois olhos, dois ouvidos, duas narinas e a boca. Comentários: Segundo G.O Mebes a ordem é a seguinte: Beth
Lua
Ghimel Vênus Daleth Júpiter Caph
Marte
Phe
Mercúrio
Resh
Saturno
Thau
Sol
que inclusive é como se transmitiu até nós nos nomes dos dias da semana em muitas líguas. A ordem Lua, Mercúrio, Vênus, Sol e Marte; é a do Sistema de Ptolomeu, que estava em voga no século XV, mas como o Sepher Yetzirah é muito mais antigo, as primeiras traduções apresentam outra ordem: Marte, Júpiter, Saturno, Lua, Mercúrio, Vênus e Sol. Nesta tradução Isidor Kalish utiliza uma outra ordem, porém na nota 37, diz que utiliza a do Sistema Ptolomaico... 4:8 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish PRIMEIRA DIVISÃO - Ele deixou a letra Beth predominar na sabedoria, coroou-a, combinou com a outra e formou com elas: a Lua no mundo, o primeiro dia do ano e o olho direito do ser humano. Comentários: 4:9 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish SEGUNDA DIVISÃO - Ele deixou a letra Ghimel predominar na riqueza, coroou-a, combinou uma com outra e formou com elas: Marte no mundo, o segundo dia do ano, e o ouvido direito do ser humano. Comentários: Este sete versículos formam 7 divisões cujo resumo está abaixo. LETRA
SÍMBOLO
PLANETA
DIA DO ANO PORTA DO SENTIDO
BETH
Sabedoria
LUA
1 dia
Olho Direito
MARTE
2 dia
Ouvido Direito
DALETH Fecundidade SOL
3 dia
Narina Direita
CAPH
Vida
VÊNUS
4 dia
Olho Esquerdo
PHE
Domínio
MERCÚRIO 5 dia
Ouvido Esquerdo
RESH
Paz
SATURNO 6 dia
Narina Esquerda
THAU
Beleza
JÚPITER
Boca
GHIMEL Riqueza
7 dia
4:10 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish TERCEIRA DIVISÃO - Ele deixou a letra Daleth predominar na sabedoria, coroou-a, combinou com a outra e formou com elas: a Lua no mundo, o primeiro dia do ano e o olho direito do ser humano. Comentários: 4:11 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish QUARTA DIVISÃO - Ele deixou a letra Caph predominar na sabedoria, coroou-a, combinou com a outra e formou com elas: a Lua no mundo, o primeiro dia do ano e o olho direito do ser humano. Comentários: 4:12 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish QUINTA DIVISÃO - Ele deixou a letra Phe predominar na sabedoria, coroou-a, combinou com a outra e formou com elas: a Lua no mundo, o primeiro dia do ano e o olho direito do ser humano. Comentários: 4:13 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish SEXTA DIVISÃO - Ele deixou a letra Resh predominar na sabedoria, coroou-a, combinou com a outra e formou com elas: a Lua no mundo, o primeiro dia do ano e o olho direito do ser humano. Comentários: 4:14 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish SËTIMA DIVISÃO - Ele deixou a letra Thau predominar na sabedoria, coroou-a, combinou com a outra e formou com elas: a Lua no mundo, o primeiro dia do ano e o olho direito do ser humano. Comentários: 4:15 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Pelas sete consoantes duplas, foram também designados sete mundos (.......), sete céus, sete terras (provavelmente climas), sete mares (provavelmente em torno da Palestina), sete rios, sete desertos, sete dias da semana, sete semanas a contar da Páscoa até Pentecostes, há um ciclo de sete anos, sendo o sétimo o ano da libertação, e após sete anos de libertação vem o jubileu. Portanto, Deus ama o número sete sob todo o céu. (Em toda a natureza). Comentários:
4:16 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Duas pedras constroem duas casas, três pedras constroem seis casas, quatro constroem vinte e quatro casas, cinco constroem cento e vinte casas, seis constroem setecentos e vinte casas e sete constroem cinco mil e quarenta casas. Daí por diante prossegue e calcula o que a boca não pode expressar e o ouvido não pode ouvir. Comentários: A regra expressa a função Fatorial n! -> 7! = 1 X 2 X 3 X 4 X 5 X 6 X 7 = 5040 Capítulo 5 5:1 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish As doze letras simples Cuph, Tsadi, Ayin, Samech, Nun, Lamed, Iud, Chet, Zain, Vav, Hei, simbolizam, por assim dizer os órgãos da fala, do pensamento, do andar, da visão, da audição, do trabalho, do coito, do olfato, do sono, da raiva, da deglutição e do riso. Comentários:
5:2 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish As doze consoantes simples, simbolizam também doze pontos oblíquos: altura leste, nordeste, profundidade leste, altura sul, sudeste, profundidade sul, altura oeste, sudoeste, profundidade oeste, altura norte, noroeste, profundidade norte. Elas alargaram-se cada vez mais por toda a eternidade, formando os limites do mundo. Comentários: 5:3 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish As doze letras simples, vigor, tendo sido designadas, estabelecidas, combinadas, pesadas e mudadas por Deus, Ele fez com elas: doze constelações no mundo, doze meses no ano e doze líderes (órgãos) no corpo humano. Comentários: 5:4 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish As doze constelações no mundo são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. Os doze meses do ano são: Nisan, Iyar, Sivan, Tamus, Ab, Elul, Tishri, Marcheshvan, Kislev, Teves, Shevat e Adar. Os doze órgãos do corpo humano são: duas mãos, dois pés, dois rins, vesícula, intestino delgado, fígado, garganta ou esôfago, estômago e baço. Comentários: 5:5 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Primeira Parte - PRIMEIRA DIVISÃO Deus deixou a letra He predominar na fala, coroou-a, combinou um com outra e formou com elas: Áries (O Carneiro) no mundo, o mês Nisan do ano, e o pé direito da criatura humana. Comentários: ... e assim por diante até a 12 divisão, conforme resumo abaixo:
LETRA
SÍMBOLO
SIGNO
MES
ÓRGÃO
HE
Fala
Áries
Nisan
Pé direito
VAU
Pensamento Touro
Yiar
Rim
ZAIN.Andar Gêmeos
Sivan
Pé esquerdo
CHETH
Visão
Câncer
Tamus
Mão direita
TETH
Audição
Leão
Ab
Rim esquerdo
IOD
Trabalho
Virgem
Elul
Mão esquerda
LAMED
Coito
Libra
Tishrei
Vesícula
NUN
Olfato
Escorpião
Marcheshvan Intestino Delgado
SAMECH
Sono
Sagitário
Kislev
HAIN
Raiva
Capricórnio Teves
Fígado
TSADE
Deglutição
Aquário
Schwat
Esôfago
CUPH
Riso
Peixes
Adar
Baço
Estômago
Outros nomes antigos citados no Sepher Yetzirah, para alguns dos signos, são: Áries
Carneiro
Câncer
Caranguejo
Libra
Balança
Sagitário
Arqueiro
Capricórnio Bode Aquário
Aguadeiro
5:6 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Primeira Parte - SEGUNDA DIVISÃO Deus deixou a letra Vav predominar no Pensamento, coroou-a, combinou um com outra e formou com elas: Touro no mundo, o mês Iyar do ano, e o rim da criatura humana. Comentários: 5:7 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Primeira Parte - TERCEIRA DIVISÃO Deus deixou a letra He predominar na fala, coroou-a, combinou um com outra e formou com elas: Áries (O Carneiro) no mundo, o mês Nisan do ano, e o pé direito da criatura humana. Comentários: 5:8 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Segunda Parte - PRIMEIRA DIVISÃO Deus deixou a letra He predominar na fala, coroou-a, combinou um com outra e formou com elas: Áries (O Carneiro) no mundo, o mês Nisan do ano, e o pé direito da criatura humana. Comentários: 5:9 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Segunda Parte - SEGUNDA DIVISÃO
Deus deixou a letra He predominar na fala, coroou-a, combinou um com outra e formou com elas: Áries (O Carneiro) no mundo, o mês Nisan do ano, e o pé direito da criatura humana. Comentários: 5:10 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Segunda Parte - TERCEIRA DIVISÃO Deus deixou a letra He predominar na fala, coroou-a, combinou um com outra e formou com elas: Áries (O Carneiro) no mundo, o mês Nisan do ano, e o pé direito da criatura humana. 5:11 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Terceira Parte - PRIMEIRA DIVISÃO Deus deixou a letra He predominar na fala, coroou-a, combinou um com outra e formou com elas: Áries (O Carneiro) no mundo, o mês Nisan do ano, e o pé direito da criatura humana. Comentários: 5:12 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Terceira Parte - SEGUNDA DIVISÃO Deus deixou a letra He predominar na fala, coroou-a, combinou um com outra e formou com elas: Áries (O Carneiro) no mundo, o mês Nisan do ano, e o pé direito da criatura humana. Comentários: 5:13 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Terceira Parte - TERCEIRA DIVISÃO Deus deixou a letra He predominar na fala, coroou-a, combinou um com outra e formou com elas: Áries (O Carneiro) no mundo, o mês Nisan do ano, e o pé direito da criatura humana. Comentários: 5:14 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Quarta Parte - PRIMEIRA DIVISÃO Deus deixou a letra He predominar na fala, coroou-a, combinou um com outra e formou com elas: Áries (O Carneiro) no mundo, o mês Nisan do ano, e o pé direito da criatura humana. Comentários: 5:15 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Quarta Parte - SEGUNDA DIVISÃO Deus deixou a letra He predominar na fala, coroou-a, combinou um com outra e formou com elas: Áries (O Carneiro) no mundo, o mês Nisan do ano, e o pé direito da criatura humana. Comentários: 5:16 Rabi. Arieh Kaplan Isidor Kalish Quarta Parte - TERCEIRA DIVISÃO Deus deixou a letra He predominar na fala, coroou-a, combinou um com outra e formou com elas: Áries (O Carneiro) no mundo, o mês Nisan do ano, e o pé direito da criatura humana.
Comentários: Ele os fez como um conflito, ergueu-os como uma muralha e lançou um contra o outro como na guerra. Comentários: Capítulo 6 6:1 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish Estas são as três mães ou primeiros elementos, Aleph Mem Shin, de onde emanaram três progenitores; ar primitivo, água e fogo, e dos quais emanaram, como sua progênie, três progenitores e seus descendentes: a saber, os sete planetas e os seus séquitos e os doze postos oblíquos. Comentários: 6:2 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish Para confirmar isto há testemunhas fiéis; o mundo, ano e homem; os doze, o Equilíbrio; os Sete, que Deus regula como o Dragão (Tali), a esfera e o coração. Comentários:
Tali pode significar a constelação do Dragão - Draco, que é muito comprida e se extende de leste a oeste. Pode também significar a linha que une dois pontos em que a lua intercepta a eclíptica (a cabeça e a cauda do Dragão). Ou simplesmente ao eixo invisível, celestial ou universal que sustenta todo o universo. No Zohar, o Dragão é a Serpente Nahash, que circunda a Terra, ou que representa a força do mal que "atrái" a expansão coagulante do universo no "desejo de receber"... 6:3 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish Os primeiros elementos Aleph Mem Shin são ar, água e fogo; o fogo está acima, a água embaixo, e um sopro de ar estabelece o equilíbrio entre eles. Para uma ilustração pode servir que o fogo conduz o fogo é o caráter fonético Mem que é mudo e Shin é sibilante como o fogo, Aleph entre eles, um sopro de ar os coloca em equilíbrio. Comentários: 6:4 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish O Dragão (Tali) está no mundo como um rei em seu trono, a esfera está no ano como um rei no império e o coração está no corpo humano tal qual um rei em guerra. Comentários: 6:5 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish Deus fez também os antagonismos; o bem contra o mal, o mal contra o bem; o bem parte do bem, e o mal, do mal; o bem purifica o mau, e o mau, o bom; o bom é preservado para os bons, e o mal, para os maus. Comentários: 6:6 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish Há três dos quais cada um deles sobressai por sí só; um é o afirmativo, o outro é o negativo e um outro os equilibra. Comentários: 6:7 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish Há sete dos quais três estão contra três e um outro os coloca em equilíbrio. Há doze que estão sempre em guerra; três deles produzem amor, e três, ódio; três são animadores, e três, destruidores. Comentários:
6:8 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish Os três que produzem amor são: o coração e os ouvidos; os três que produzem ódio são o fígado, a vesícula e a língua; os três animadores são as duas narinas e o baço; e os três destruidores são a boca e as duas aberturas do corpo; e Deus o Rei fiel, reina em tudo da Santa morada para toda a eternidade. Ele é um acima de três; três estão acima de sete, sete acima de doze e todos estão unidos. Comentários: 6:9 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish Há vinte e duas letras pelas quais o Eu Sou, Yah, o Senhor dos Exércitos, Todo Poderoso e Eterno, designou, formou e criou pelos três Sefarim (*), Seu mundo todo, e formou com eles criaturas e todas aquelas que ainda serão formadas no futuro. Comentários: 6:10 Rabi. Arieh Kaplan
Isidor Kalish Quando o patriarca Abraão compreendeu o grande truísmo, refletiu sobre ele em sua mente, concebeu-o muito bem, fez cuidadosas pequisas e indagações profundas, ponderou a respeito e conseguiu contemplações, o Senhor do Universo apareceu-lhe, chamou-o de amigo, fez com ele uma aliança entre os dez dedos das suas mãos, que é a aliança da língua, e a aliança entre os dez dedos dos seus pés, que é a aliança da circuncisão, e lhe disse: "Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia". (Jeremias I,5) Comentários:
Sefer ha-Bahir O Sepher haBahir também chamado de Midrash do Rabi Nehuniah ben Hakana é, juntamente com o Sepher Yetzirah que o precedeu e o Sepher haZohar que o suscedeu, um dos trabalhos clássicos da Cabala. Seu nome vem do primeiro versículo citado no seu próprio texto: (Jó, 37-21) "E agora não se vê luz, o céu é luminoso (bahir)". Citado no comentário de Raavad a respeito do Sepher Yetzirah e pelo Ranban (Rabi Moshe Nachman) em seu comentário sobre a Torah, é também, por diversas vêzes, parafraseado no Zohar, conforme Aryeh Kaplan em sua introdução à tradução e comentário do Bahir. Dizia Moshe Cordovero (1522-1570): "As palavras deste texto são lumionosas (Bahir) e cintilantes, mas o seu brilho pode cegar...". Acredita-se que o Bahir foi composto em meados do século XII (1175), na escola cabalística de Provance (França), e circulou por quase cinco séculos em forma de manuscrito, restrito a um círculo restrito de cabalistas judeus, antes que fosse impresso em Amsterdã no ano de 1651. Sua primeira edição em outra língua deu-se em 1923 para o alemão e após em 1980 para o inglês. Assim, o Bahir é, como o Zohar um trabalho não muito popular, seu texto é porém m uito menor que o do Zohar, em torno de 12.000 palavras, e maior que o Sepher Yetzirah. Embora o Bahir seja considerado como produto dos ensinamentos do Rabi Nehuniah, partes consideráveis do trabalho são atribuidos a outros autores de sua escola ou descendência. Dentre estes, são citados o Rabino Akiba, o Rabino Eliezer o Grande, Rabino Berachia, Rabino Yochanan ben Dahabai, Rabino Levitas ben Tavros e Rabino Rahumai o mais citado dentre todos, suscessor do Rabi Nehuniah como líder da escola, que também conheceu o Rabi Pinhas ben Yair, sogro do Rabi Shimon bar Yochai, autor do Zohar. Diz a lenda que Rabi Rahumai estava junto com o Rabi Pinhas, quando Rabi Shimon saiu de sua caverna no Kineret, onde o Zohar lhe foi revelado... Conta-nos Aryeh Kaplan, que com o encerramento do período Talmúdico, o círculo de cabalistas diminuiu e, em certas épocas, pode não ter ultrapassado uma parca dúzia de indivíduos. Porém este grupo era tão unido que, muitas vêzes, pessoas estranhas nem suspeitavam de sua existência. Embora fosse importante manter a tradição da Cabala, também era importante evitar que caísse em mãos erradas...Dentre os cabalistas "pré-Bahir", podemos citar Natronai Gaon (794861), Sherira Gaon(906-1006), Hai Gaon (939-1038). Por outro lado, sábios como Maimônides (1135-1204) que escreveu a Mishné Torah e o Rabi Yehudá ben Barzilai (1035-1105) autor de um dos mais extensos comentários sobre o Sepher Yetzirah, nunca viram ou comentaram nada sobre o Bahir.
Ainda dentre os conhecedores da Tradição encontram-se Ravaad o Rabino Avraham ben David de Posquieres (1120-1198), filho de Avraham ben Itzrak e pai de Isaac o Cego, que embora fosse cego possuia a reputação de poder ver a alma de uma pessoa e de ser capaz de ler os seus pensamentos. Isaac o Cego, que foi chamado de "Pai da Cabala" pelo Rabi Bachya Asher (12761340) em seu comentário sobre a Torah, transmitiu a tradição a seus discípulos Ezra e Ariel, e estes ao Rabino Moshe ben Nachman (Nachmanides), conhecido como Ranban (1194-1270) que citou frequentemente o Bahir em seus comentários sobre a Torah. O Bahir foi o texto mais importante da Cabala Clássica, até a publicação do Zohar em 1295. E este último extende-se em muitas oportunidades sobre comentários e conceitos encontrados inicialmente no Bahir. De fato um estudo cuidadoso revela uma considerável semelhança entre os dois trabalhos, o que pode ser explicado pelo fato de que o Rabino Shimeon bar Yochai, autor do Zohar, conhecia os ensinamentos de Rabi Nehuniah, mesmo antes da revelação mística especial da caverna o Rabi Shimeon já devia ter sido iniciado na Tradição dos "Mistérios da Carruagem" conforme o Bahir chama a Cabala, e a ligação deve ter sido o Rabi Pinhas ben Yair, sogro de Shimeon e amigo do Rev Rahumai, conforme citado. De especial interesse é também o fato de que ambos os trabalhos Zohar e Bahir referem-se à Luz e a Brilho... Ainda conforme Kaplan, resumimos a seguir a estrutura do Bahir e seus ensinamentos: 1 - Primeiros versículos da criação (1-16) 2 - O alfabeto (27-44) 3 - As Sete Vozes e Sephiroth (45-123) 4 - As dez Sephiroth (123-193) 5 - Mistérios da Alma (194-200) O Texto inicia-se por uma declaração do Rabino Nehuniah: Disse o Rabi Nehuniah ben Hakanah - como está escrito: "E agora não se vê a luz, o céu é luminoso (bahir)". "Ele fez das trevas o Seu esconderijo". "Nuvens e trevas O envolvem". "Mesmo a treva não é para Tí". "A noite reluz qual dia - luz e treva são o mesmo". ...prossegue com o Rabi Berachiah, está escrito: "A terra era Caos (Tohu) e Desolação (Bohu)".
Rabi Rahumai e Amorai entram no debate, sobre o conceito de "o que preenche" (maley) - (Isaias 6:3) "Sua glória preenche toda a terra". A letra beith, que inicia a Torah recebe considerável atenção. A segunda parte trata das oito primeiras letras do aleph-beth, de Aleph à Cheth. No final desta parte (40-44) trata-se das vogais e de alguns dos sinais massoréticos, Kaplan, em seu comentário sobre o Bahir curiosamente vincula-os ao Sephiroth. A terceira parte inicia-se pelo exame das sete vozes escutadas no Sinai, e ao indagar a relação entre estas e os Dez Mandamentos, inicia um exame do Sephiroth. Subseções importantes nesta parte incluem explicações sobre Isaías (51-56) e do terceiro capítulo de Habacuc (68-81). Numerosos conceitos do Sepher Yetzirah são introduzidos e comentados (63106) o que conduz a um exame dos diversos nomes místicos de Deus (106-112). Importância especial é dada ao número 32, que corresponde aos Caminhos da Sabedoria ao valor numérico de Lev (coração) e ao número de fios do Tzittzit : 63. O q u e éo s eu c o ra ção ? ... O coração (Lev) é trinta e dois. Esses são secretos, e com eles o mundo foi criado (alusão ao Sepher Yetzirah). Que s ão es ses t rin ta e do is ?
Disse ele: São os 32 Caminhos. É qual um rei que estivesse na mais recôndita de várias câmaras. Deveria o rei, então, trazer todos para sua câmara através destes caminhos ? Concordareis que ele não deveria. Deveria ele revelar suas jóias, suas tapeçarias, seus segredos ocultos e escondidos ? Concordareis mais uma vez que ele não deveria. O que faz o rei ? Ele toca a Filha e inclui todos os caminhos nela e em suas vestimentas. Aquele que desejar entrar, deve alí fitar. Ele a casou com um rei e, também lhe deu ela como presente. Por causa do seu amor por ela, ele, às vezes, a chama de "minha irmã", pois são ambos do mesmo lugar. Às vezes, a chama de minha filha, pois ela é de fato sua filha. E, às vezes a chama de "minha mãe".
Em seu comentário, Kaplan esclarece várias passagens, sendo interessante que o Coração (Lamed Beth) representa a Torah em sua totalidade pois esta inicia-se com a letra Beth e termina com a letra Lamed). Kaplan continua, com a complexa explicação do parágrafo final: ...Embora a origem da revelação seja Netzach (Vitória) e Hod (Esplendor), em sua última instância, toda revelação vem através do Reino (Malchuth), que é Fêmea. É também, a Presença Divina Schinah. Por isso os Trinta e Dois Caminhos são revelados principalmente por intermédio da Filha. ...Entretanto o conceito de Fêmea está dividido em dois conceitos, os quais nos ensinamentos cabalísticos, são representados pelas duas esposas de Jacó: Lia e Raquel. Raquel é o coneito de Fêmea que se origina de Malchuth própriamente dito. Lia, por outro lado, é de fato o Malchuth (Reino) de Imma (Mãe) de Binah (Compreensão), e, como tal, representa o nível mais inferior de Imma (Mãe), que está no lugar de Malchuth (Reino). Normalmente, considera-se Lia em posição superior à Raquel. Originando-se ambos, Zeir Anpin e Raquel, do útero de Imma (Mãe), são representados como irmão e irmã. São também, marido e mulher, sendo este significado de "minha irmã, minha noiva" (Cantico dos Canticos 4:9, 5:1). A Fêmea ;e, também a filha de Zeir Anpin, do mesmo modo que Eva, derivou-se da costela de seu companheiro. Além disso, sendo Lia um aspecto da Fêmea, que, de fato, é o nível mais inferior de Imma (Mãe), em parte, ela também é, realmente, mãe do Zeir Anpin. Está portanto escrito: "Diga à Sabedoria, és minha irmã, e chama à Compreensão de mãe". (Provérbios 7:4).... Na quarta parte do Bahir encontra-se o primeiro exame do Sephiroth, introduzido por uma explicação sobre a benção sacerdotal, onde diz-se que os dez dedos correspondem às dez Sephiroth, conceito também encontrado so Sepher Yetzirah. A palavra Sephirah, é definida como sendo aquilo que expressa (saper) o poder e a glória de Deus (125). Existem nesta parte subseções relativas a permanência dos israelitas em Elim (161-167) e sobre o mandamento a respeito do Lulav (172-178). A seção termina com uma análise entre o relacionamento do Sephiroth e as esferas (179ss), e uma breve introdução à reencarnação (183), igualmente em relação ao Sephiroth. A parte final, de número cinco, trata da alma, iniciando-se com um discurso sobre a reencarnação e seu relacionamento com a justiça Divina (194). O conceito da alma é relatado por Raba e Rav Zeira, dentro do contexto da criação da vida através das artes místicas (196). No final, o Bahir trata dos conceitos de alma feminina e masculina, com uma análise do Tamar (197) e uma explicação de porque Eva foi a pessoa a ser tentada...O Bahir, não emprega o termo Cabala (Kabbalah), que conforme a lenda foi utilizado por Isaac o Cego, posteriormente, mas sim Maaseh Mercavah ou "Mistérios da Carruagem" numa referência à visão de Ezequiel, e diz que: sondar estes mistérios é tão aceitável quanto a oração (68), mas, adverte ser impossível fazê-lo sem errar (150). Conforme o Talmud, a Kabbalah deve ser ensinada apenas através de sugestões e alusões, diretriz que é seguida ao pé da letra pelo autor ou autores do Bahir. Quem ler este trabalho como um livro qualquer, encontrará longas passagens que aparentemente não fazem nenhum sentido. Nào é pois um trabalho para leitura casual, mas para estudo sério e concentrado, o que era aceito pelos cabalistas, para os quais os principais textos foram escritos para serem compreendidos apenas quando analisados de modo integrado. Somos advertidos de que quem lê sobre a Cabala de maneira literal e superficial, decerto não a compreenderá... conclui Kaplan. Dentre os conceitos mais explorados no Bahir está o Sephiroth e, com exceção de tres, seus nomes são também introduzidos. A ordem do Sephiroth é tal que as sete últimas correspondem aos sete dias da semana e derivam do versículo - Teus são, Ó Deus, a Grandeza, a Força, A Beleza, a Vitória e o Esplendor, tudo (Fundação) que se encontra entre o céu e a terra, Teu, Ó Deus, é o Reino (1 Crônicas 29:11). Embora esta seja a ordem adotada na grande maioria dos textos cabalistas, no Bahir, as últimas quatro são invertidas: Reino (Aravot, 7), Fundação (8), Vitória (9) e Esplendor (10). Outro importante conceito encontrado no Bahir é o da transmigração das almas (Gilgul) ou reencanações, conceito introduzido em nome do Rabi Akiba (121, 155). Este conceito é melhor desenvolvido no Zohar, e em maiores detalhes no Sepher Gilgulim e nos diversos trabalhos da escola do Ari. O Bahir trata das letras do alfabeto hebraico, das quais quinze são mencionadas e de alguns mandamentos como Tefilim, Tzitzit, Lulzv e Etrog. Dois termos incomuns são encontrados, e ambos referem-se aos anjos ou forças angélicas: Tzurá - que significa forma, e Komah, que pode ser traduzido como estrutura (8, 166). Na cultura cabalística são mais conhecidos em sua forma aramaica, sendo a primeira Diukna e o último Parzuf. Outros termos para designar os anjos são Manhiguim (Diretores) e Pedikim (Funcionários). Outra revelação importante são os nomes de Deus. O Nome contendo 12 letras é examinado (107, 111), como é igualmente o Nome de 72 combinações. 112 - São esses os Sagrados Exaltados Nomes Explícitos. Existem doze Nomes, uma para cada uma das doze tribos de Israel:
AH-TzYTzaH-RON ACLYTha-RON ShMaKTha-RON DMUShaH-RON Ve-TzaPhTzaPhYth-RON HURMY-RON BRaChYaH-RON EReSh GaDRa-AON BaSAVaH MoNA-HON ChaZHaVaYaH HaVaHaYRY HAH Ve-HaRAYTh-HON
Todos eles estão incluídos no Coração do céu. Incluem macho e fêmea. São cedidos ao Eixo, à Esfera e ao Coração, e são os poços da Sabedoria... Em seu comentário, Kaplan diz que o total de letras destes nomes, quando escritos corretamente e sem computarem-se sufixos, é setenta e dois. Esses nomes não são encontrados em nenhum outro texto cabalístico, nem existem quaisquer instruções a respeito de sua utilização. O sufixo on ou ron é também encontrado nos nomes de alguns anjos, como por exemplo Mitatron e Sandalphon...
TZIMTZUM A auto-constrição da Luz Divina ou TzimTzum é um dos conceitos filosóficos mais importantes da Cabala, e é introduzido pelo Bahir. Kaplan afirma que a explicação mais clara para o TzimTzum pode ser encontrada nos escritos do Ari - Rabi Itzrak Luria (1534-1572). Conforme descrito em Etz Hahaiim (Árvore da Vida), o processo era o seguinte: An tes de todas as co isas serem c riadas... a Luz Divina era si m pl es e en ch ia to da a exi st ênc ia. Não h avi a esp aço v azio ... Quando a Sua simples Vontade decidiu criar todos os universos... Ele comprim iu os lados d a Luz, deixando um espaço vazio... Este es paço era perf eitam ente r edo nd o... Ap ós essa com press ão ter oco rrido... passo u a existir um lugar ond e todas as co isas p oderiam ser c riadas... Ele, então, traçou um a únic a linh a reta da Lu z infin ita... e a trou xe até aquele espaço v azio... A Luz in finita fo i trazida para baixo po r in term é di o des ta l in h a... O espaço vazio e redondo do Tzimtzum, mostrando-se a fina Linha de Luz da Criação
Dizem os cabalistas modernos, que não se deve considerar o conceito de Tzimtzum literalmente, pois é impossível aplicar-se qualquer conceito espacial à Deus. A referencia ao Tzimtzum é meramente conceitual, pois se Deus preenchesse cada perfeição, não haveria motivo para a existência do homem. Deus portanto, comprimiu a sua perfeição infinita, permitindo a exitência de "um lugar" para o livre arbítrio e consequente realização do homem. No Zohar, podemos encontrar uma referência ao Tzimtzum: Na cabeça da auto rid ade do Rei Ele talhou da lum ines cênc ia divina, um a Lâmp ada de Trevas E alíemergiu d o Ocu lto d os Ocultos o M is té rio do Infi ni to uma linha sem form a, embutida em u m anel... medid a por um a linha...
A razão do Tzimtzum é a solução de um aparente paradoxo, detectado pelos cabalistas: Deus deve estar no mundo, contudo, se Ele não Se restringir, toda a criação seria completamente dominada por Sua Essência. O Bahir alude tanto ao paradoxo, como à sua solução (54). O Tzimtzum trás também um paradoxo mais difícil: a Sua Essência deveria estar então ausente do espaço vazio, pois Deus removeu dalí a Sua Luz... Todavia Deus deve também preencher este espaço, pois "não existe lugar onde Ele não esteja"... Este paradoxo relaciona-se com a dicotomia da imanência e transcendência de Deus. A Lâmpada das Trevas citada no Zohar, assim como a própria abertura do Bahir, mostrada no início, escolhida pelo Rabi Nehuniah, tratam deste tema da Cabala teórica: Como Deus absolutamente transcendental pode interagir com a sua criação? A estrutura do Sephiroth, e os conceitos a eles ligados, é que formam a ponte ente Deus e o Universo segundo a Cabala. Para não se pensar que isso inclui qualquer transformação no próprio Deus, é que o Rabi Nehuniah afirma claramente que as trevas do espaço vazio são, de fato, luz, no que diz respeito à
Deus. A criação do espaço vazio e todas as posteriores transformações e mudanças de fase (conforme o Zohar), pois não transformam ou diminuem a luz de Deus... Semelhante afirmação faz o Rabi Shimon no princípio da Idra Raba, uma das partes mais misteriosas do Zohar, ao citar: "Amaldiçoado é o homem que faz qualquer imagem... e a coloca em lugar escondido." (Deuteronômio 26:15). Rabi Nehuniah também faz uma advertência semelhante: "Não pense que as Sephiroth sejam luzes destinadas a preencher qualquer escuridão referente à Deus, pois, para Ele, tudo é Luz...".