Ano XXIV - dezembro/2012 nº255 - R$ 12,00 - www.musitec.com.br
GRAVANDO IVETE SANGALO Alexandre Lins e Beto Neves mostram os bastidores do novo disco da cantora baiana
ABLETON LIVE 9
Por dentro da nova versão do software
MONITORES
Modelos de menor custo para o seu home studio
VRM BOX
Testamos a caixinha da Focusrite que simula diferentes salas e monitores
E D S A C I N TÉC ÃO Ç A N O F O MICR ações: plic Mics e a mpleta co A tabela
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issn 1414-2821 áudio música & Tecnologia
ediTorial
ano XXiV – nº 255 / dezembro de 2012 Fundador: sólon do Valle
O bom exemplo do IBM-PC Há uns três meses, o computador dos meus filhos parou de funcionar e verifiquei que era a fonte de alimentação que tinha pifado. Como hoje em dia não compensa tentar consertar um componente desses, decidi comprar outra fonte, mas como eu tinha um gabinete de PC esquecido dentro do armário, resolvi antes fazer um teste com a fonte daquele PC antigo. Conferi se a potência da fonte era adequada e, em seguida, instalei-a no computador dos garotos. Para minha felicidade, a máquina ligou, deu aquele bip característico e iniciou o Windows normalmente. E continua funcionando sem problemas desde então. Desenvolvido pela IBM ainda no começo da década de 1980, o projeto do PC foi concebido para ser funcional, robusto e, acima de tudo, viável. Numa época em que os componentes de computadores ainda não tinham se transformado em commodities, a modularidade da
Direção geral: lucinda diniz Edição técnica: miguel ratton Edição jornalística: marcio Teixeira consultoria de Pa: carlos pedruzzi
colaboraram nesTa edição daniel raizer, edson borth, enrico de paoli, fábio henriques, fernando barros, fernando moura, leo da silva, lucas ramos, luciano alves, renato muñoz. redação louise palma, marcio Teixeira e rodrigo sabatinelli
[email protected] [email protected] direção de arTe e diagramação client by - clientby.com.br frederico adão assinaturas karla silva
[email protected] Distribuição: eric baptista
arquitetura era um conceito fundamental. Placa-mãe com processador e memórias instalados em soquetes, conectores para instalação de placas de vídeo e de outras funções, fonte de alimentação, unidades de discos – tudo pode ser substituído em partes, facilitando não só a manutenção, mas também a atualização dos componentes de hardware. Embora algumas características do projeto original tenham evoluído e se modificado um pouco nos anos seguintes, o conceito primordial foi preservado e, desde o modelo AT, o padrão continua sendo seguido por uma infinidade de fabricantes de componentes em todo o mundo. Graças a essa fabulosa compatibilidade é que meu computador pôde ser salvo com um transplante de peça de um modelo de 2003. Infelizmente, a maioria das indústrias não segue esse princípio, e a cada ano somos compelidos a jogar fora muita coisa que ainda poderia ter alguma utilidade. Apesar de todo o apelo da mídia pela preservação dos recursos naturais e pela redução de resíduos, o conceito de reuso ainda não é uma prática na indústria da tecnologia. Quando idealizou o PC, a IBM aproveitou toda a sua experiência em computação, inclusive o visual quadrado dos racks dos mainframes. O design pode ser um aspecto forte, mas a beleza tem que ficar em segundo plano, principalmente no caso dos computadores de mesa, que atualmente são mais usados sob a mesa. Computadores são objetos funcionais e devem ser projetados com foco na praticidade e no desempenho. É por isto que o PC está aí até hoje.
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[email protected] impressão: ediouro gráfica e editora ltda. áudio música & Tecnologia é uma publicação mensal da editora música & Tecnologia ltda, cgc 86936028/0001-50 insc. mun. 01644696 insc. est. 84907529 periodicidade mensal assinaTuras est. Jacarepaguá, 7655 sl. 704/705 Jacarepaguá – rio de Janeiro – rJ cep: 22753-900 Tel/fax: (21) 3079-1820 (21) 3579-1821 (21) 3174-2528 banco bradesco ag. 1804-0 - c/c: 23011-1 website: www.musitec.com.br
Miguel Ratton
distribuição exclusiva para todo o brasil pela fernando chinaglia distribuidora s.a. rua Teodoro da silva, 907 rio de Janeiro - rJ - cep 20563-900 não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista.
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am&T não se responsabiliza pelas opiniões de seus colaboradores e nem pelo conteúdo dos anúncios veiculados.
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notícias do Front Vmb 2012: mixando as bandas que fazem da premiação da mTV uma verdadeira festa renato muñoz
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Em casa monitores: modelos mais baratos lucas ramos
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técnicas de Microfonação a tabela completa fábio henriques
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teste: vRM Box conhecendo mais sobre a caixinha da focusrite que permite conferir como mixagens irão soar em diferentes salas e monitores
real fantasia
fábio henriques
beto neves, alexandre lins e os bastidores do novo disco de ivete sangalo
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Lenine e o som do chão uma turnê quadrifônica para ouvir e ver
rodrigo sabatinelli
fernando barros
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Em tempo Real paulinho carvalho
edson borth
rodrigo sabatinelli
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arte Eletrônica graves e subgraves: limpeza e definição na mixagem
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aquário Jardim elétrico
ableton Live o tão esperado ableton live 9: será que é tudo o que você esperava?
louise palma
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lucas ramos
no Estúdio banda americana leva engenheiro brasileiro a nova York para gravar e mixar disco
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daniel raizer
rodrigo sabatinelli
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Logic Pro plug-ins gratuitos para o logic pro leo da silva
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sonar novidades do sonar X2 luciano alves
seções editorial 2 músico na real 90 lugar da verdade 112
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Pro tools armazenamento de dados do pro Tools: onde guardar direito suas mídias
notícias de mercado 6 classificados 108
novos produtos 12 índice de anunciantes 111
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notícias de mercado
Em parceria com a Roland, IATEC faz a captação do áudio para DVD de Roberto Menescal Durante o mês de outubro, Roberto Menescal fez uma série de três shows no Theatro Net Rio para comemorar seus 75 anos de vida e 56 de carreira. As apresentações, que contaram com convidados como Emílio Santiago e Alcione, foram gravadas e irão se transformar, em breve, em um DVD. O IATEC, em parceria com a Roland, ficou responsável pela captação do áudio deste registro. Com o objetivo de oferecer aos alunos uma vivência prática, Carlos Pedruzzi, que trabalha como operador de P.A. de Menescal desde 2004, conta que sugeriu à equipe da MPB Marketing que o Pedruzzi e a máquina: sua sugestão levou o
áudio da gravação fosse captado pelo
IATEC a realizar a captação dos shows
IATEC, onde ele é diretor e professor. “Os alunos chegam à tarde, que é o grande lance para quem gosta disso, e têm a oportunidade de presenciar a
dinâmica de uma gravação ao vivo”, explica ele. A operação dos equipamentos, porém, ficou por conta de Diogo Teixeira e João Antonio Mugrabi, ex-alunos do IATEC e instrutores no Instituto. Para Pedruzzi, a vantagem de se ter a Roland como parceira em uma ocasião como esta é que os equipamentos da marca já são usados na escola durante as aulas de gravação e sonorização. “Usamos esses equipamentos para que os alunos os manuseiem e operem. Á medida do possível, tiramos os alunos da escola para que eles vivenciem a realidade do nosso dia a dia.” A turma de Técnica de Eletrônica com Ênfase em Áudio, formação mais completa oferecida pela escola, passa por um trabalho de conclusão do curso, que consiste em uma gravação. “Levamos um artista ao teatro do Centro Cultural Anglo Americano, que também é parceiro nosso, onde há um sistema de sonorização com um mixer da Roland”, explica. A dinâmica, conta ele, é comandada por Renato Muñoz, Marcio Reis e Wagner Pedretti. O set de gravação utilizado na captação do áudio para o DVD foi composto por um V-Mixer M-300, um multicabo digital Roland S-4000S-3208 e dois gravadores Roland R-1000, sendo um backup. Já a sonorização do show foi feita com equipamentos do próprio teatro. Carlos Pedruzzi operou o P.A., composto por falantes K-Array e FZ Áudio e controlado por uma Yamaha LS9-39, enquanto Márcio Reis, também numa LS9, ficou nos monitores.
Diogo e João: ex-alunos do IATEC colocaram a mão na massa
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notícias de mercado
Pride Music agora é distribuidora oficial da dB Tecnologies A Pride Music anunciou nesta semana a ampliação de seu catálogo, com a distribuição dos produtos da dB Tecnologies. De acordo com a distribuidora, a parceria exclusiva com a renomada marca de áudio profissional do grupo RCF não só amplia o leque de produtos da empresa brasileira, mas tem como objetivo principal trazer o que há de melhor em tecnologia de áudio para o Brasil. Entre os equipamentos agora disponíveis via Pride estão a linha de caixas acústicas da fabricante, seus subwoofers e também line arrays, que, segundo a mesma, chegam ao cliente com a qualidade dos falantes RCF e a um preço competitivo.
Ceaatec promove workshops sobre áudio em Curitiba Depois do sucesso dos dois workshops promovidos em Curitiba nos meses de setembro e outubro, o Centro de Estudos em Áudio, Acústica e Tecnologia (Ceaatec) repete a dose em dezembro e oferece uma nova edição do evento. Realizados em parceria com a Escola de Música Beethoven Haus, os cursos foram focados nas tarefas e nos desafios que os profissionais do áudio encaram no mercado de trabalho. O workshop Produção Musical: Mercado e Estratégia utilizou exemplos da atuação do produtor tanto no mercado nacional quanto internacional, além de mostrar aos participantes a importância deste profissional conhecer e saber como agregar as tecnologias às competências musicais. Já em Áudio: Live P.A., que aconteceu no último dia 27, os participantes puderam visualizar os procedimentos necessários nas etapas de planejamento e execução de um Live P.A. Lauro Rímoli, que ministrou a aula, também falou sobre as funções de cada profissional envolvido em uma operação como esta e os alunos ainda receberam dicas sobre montagem, distribuição e manuseio de equipamentos, técnicas de microfonação e relacionamento entre músico e técnico. Em dezembro, o workshop Áudio: Cinema/TV será incluído na programação, que estará disponível em breve no blog e na fanpage do Ceaatec no Facebook.
Aberta a pré-temporada de intensivos do IATEC O Instituto de Artes e Técnicas em Comunicação (IATEC) anunciou
cursos Treinamento em Smaart e Técnicas de Sonorização acontece-
uma pré-temporada de cursos intensivos. Os novos treinamentos de
ram em novembro.
sonorização e gravação, que começaram em novembro e serão realizados também durante o mês de dezembro, estão sendo ministrados
Na área de Gravação, o IATEC disponibiliza quatro cursos, que tam-
em cursos de uma semana de duração.
bém acontecem no mês de dezembro. São eles Técnicas de Gravação, entre os dias 3 e 7, Seminário de Mixagem 5.1, que acontece no dia
Em Sonorização, são seis os cursos disponíveis. Medidas em Áudio
8, Treinamento em Pro Tools entre 10 e 14, e Edição, Mixagem e Mas-
terá aulas entre os dias 3 e 7 de dezembro e o workshop Sonorização
terização, de 17 a 20 de dezembro.
de Igreja acontece no dia 13. Por fim, o Treinamento em Sistemas sem Fio tem aulas marcadas para os dias 14 e 15, seguido do Trei-
Mais informações podem ser obtidas no site do IATEC (www.iatec.
namento em Consoles Digitais, nos dias 17 e 18 do mesmo mês. Os
com.br) e pelos telefones (21) 2493-9628 e (21) 2486-0629.
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notícias de mercado
workshops preparam profissionais Que Trabalharão na copa e nas olimpÍadas
A realização da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 no Brasil será um desafio para os profissionais brasileiros das áreas de áudio e vídeo, que devem garantir que todo o mundo acompanhe os eventos com a alta qualidade que a tecnologia possibilita. Para contribuir com o aperfeiçoamento das áreas técnicas de emissoras de televisão e produtoras de áudio e vídeo, a Sennheiser realizou, em novembro, duas edições do Sennheiser Sound Academy - Premium Edition. Os eventos aconteceram no Rio de Janeiro e em São Paulo nos dias 6 e 12, respectivamente. Os workshops contaram com dois nomes de referência do mercado: Roland Hermming, que trabalhou no áudio dos Jogos Olímpicos de Londres, e Lauren Rogers, da equipe da Copa do Mundo da África do Sul. A dupla foi convidada para uma troca de experiências sobre assuntos como a sonorização das Olimpíadas e da Copa, sistemas de áudio e segurança dos espectadores e a administração do espectro em megaeventos. Depois de falar para profissionais de áudio no Rio, Hermming destacou a importância de compartilhar conhecimentos como este público no Brasil. “Percebemos que as pessoas não têm muita informação sobre como os grandes eventos são organizados, e quando eles escutam sobre isso, entendem um pouco mais do contexto sobre o que estão fazendo”, observou. Rogers concordou com o parceiro de mesa, acrescentando que “saber mais sobre a indústria brasileira e internacional a faz amadurecer e se tornar cada vez melhor”. Para o diretor de marketing da Sennheiser para a América Latina, Paulo Del Picchia, a realização de um evento como o Sound Academy reafirma que a vertente educacional faz parte do DNA da marca alemã. “Essa parte de educação e treinamento é muito forte na cultura da nossa empresa. Aqui, no Brasil, hoje é ainda mais importante realizar ações como essa, já que os olhos do mundo estão voltados para cá.” Del Picchia destacou ainda que os grandes eventos já realizados no país não chegam perto da imensidão dos Jogos Olímpicos e destacou a contribuição da Sennheiser para o áudio no país. “Temos experiência com grandes eventos, como o Carnaval, e fazemos isso muito bem. Mas uma coisa é o tamanho das Olimpíadas. É impressionante! Nós tivemos os Jogos Pan-americanos, mas isso é pequeno [se comparado às Olimpíadas]. Para nós, é importante poder contribuir com a história do áudio no Brasil.”
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novos produTos
behringer lança XenYX Q series usb Uma boa novidade da Behringer é o Xenyx Q Series USB, mixer de linha de dimensões reduzidas que conta com tecnologia Klark Teknik FX. O novo mixer oferece de cinco a 24 entradas e pré-amps de microfone Xenyx que garantem alta qualidade sonora, eliminando ruídos. O produto tem um EQ neoclássico e, que alguns modelos, também possui phantom power comutável mais integração wireless dedicada. Vale destacar que tal ferramenta foi projetada, principalmente, para ser utilizada com os futuros microfones digitais wireless da linha ULM. O Xenyx Q Series possui interface USB/áudio integrada, canal mono de compressores e tecnologia Klark Teknik FX. Além de tudo isso, a Behringer disponibiliza uma biblioteca para que, a partir dela, o usuário faça o download gratuito de um software para gravação e edição, seja ele dono de um PC ou de um Mac. www.behringer.com www.proshows.com.br
noVos acessÓrios shure Já estão disponíveis no mercado o carregador portátil SBC210 (foto) e o adaptador para fonte de alimentação para receptor SBC-DC, novos acessórios Shure que permitem gerir energia de forma bastante prática. O carregador SBC210, que possui um design bem compacto, além de recarregar duas baterias SB900 em três horas, também pode, por meio de sua função de carga rápida, fazer com que cheguem a 50% de sua capacidade em apenas uma hora. Quanto ao SBC-DC, para operar sem baterias, o receptor de potência é ligado a uma fonte de alimentação de corrente contínua PS41. Trata-se de outro item compatível com baterias SB900. A exemplo dos demais produtos recarregáveis da Shure, os lançamentos permitem ao usuário checar a carga restante da bateria em horas e minutos. Sem números aproximados, sem dúvida, torna-se muito mais difícil ser deixado na mão pela bateria no meio de um trabalho. www.shure.com.br www.pridemusic.com.br
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novos produtos
CONTROLE VIA IPAD NA NOVA M-200I V-MIXER A Roland anunciou recentemente o lançamento da M-200i, menor e mais acessível modelo da série V-Mixer. A mesa possui as mesmas especificações e funcionalidades das outras da série, mas com um display reduzido. No lugar da tela colorida entra o iPad, que servirá não apenas como tela, mas como controlador da mesa, mas mesmo sem o “brinquedo” da Apple a M-200i também funciona. A Roland M-200i V-Mixer oferece faders motorizados, 32 canais direto na própria mesa, com 24 entradas (com unidades REAC externas, esse número chega a até 64), barramentos para as saídas Master L/R, 8 auxiliares e 4 matrizes, contando, desse modo, com 14 saídas (chegando a 54 a partir do uso de unidades externas REAC). Nas entradas 1 a 16 (XLR balanceadas) podem ser ligados microfones, instrumentos e sinais de linha. Já nas entradas 17 a 22 (jack TRS balanceadas) e 23 e 24 (RCA) podem ser conectados leitores de CD, entre outros equipamentos deste tipo. As saídas Master são XLR balanceadas, a exemplo das saídas 1 a 6. Já as 7 a 10 são TRS balanceadas. www.roland.com www.roland.com.br
UM SOUND FORGE PARA O SEU MAC Não há mais o que esperar: o Sound Forge Pro Mac 1.0, da Sony Creative Software, já é uma realidade. A novidade, que oferece alto poder de gravação e edição em múltiplos canais, já está disponível, trazendo consigo um completo conjunto de plug-ins de masterização e reparação de arquivos de áudio, além de compatibilidade com plug-ins AU e VST. Dave Chaimson, vice-presidente de marketing global da Sony, afirmou acreditar que pessoas que trabalham com plataformas de edição de áudio desejavam uma opção “fresca e que fosse construída para o OS X, em vez de algo simplesmente portado para ele”, acrescentando que não é segredo o fato de que os profissionais multiplataforma há anos desejam o Sound Forge para Mac. A expectativa da companhia é a de que profissionais de áudio digital de todo o mundo também apreciem a elegância do visual, seu aspecto moderno e a capacidade de se escolher as janelas com que se está trabalhando, o que faz com que o ambiente de trabalho esteja sempre limpo. www.sonycreativesoftware.com
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novos produtos
SENNHEISER APRESENTA FONES DE ALTA PERFORMANCE Na High End show, realizada no fim de outubro em São Paulo, os novos modelos de headphones Sennheiser – os luxuosos e de alto desempenho Amperior e Momentum – puderam ser vistos e testados pelo público brasileiro pela primeira vez, já que só chegam ao mercado nacional em janeiro de 2013. Tendo como base a tecnologia de áudio para DJs e um design bem urbano, o Amperior é utilizado por grandes nomes da música eletrônica mundial, como Bob Sinclair, e pode ser conectado a iPads, iPhones e iPods. Jean Polassi, gerente de vendas ao consumidor da Sennheiser no Brasil, destaca que o Amperior, que possui acabamento em alumínio, é uma evolução do popular HD 25, bastante utilizado por DJs nas duas últimas décadas. Por sua vez, o Momentum, de estilo minimalista, possui um arco que permite o ajuste das conchas revestidas em couro e vem acompanhado de um cabo com microfone, para que o produto possa ser usado em smartphones. Um controle integrado permite acionar com facilidade os recursos de play/pause, bem como realizar ajustes no volume. www.sennheiser.com.br www.quanta.com.br
NOTION 4.0 OFERECE COMPATIBILIDADE COM 64 BITS A Notion Music, desenvolvedora de softwares de notação musical, anunciou a chegada ao mercado do software de notação Notion 4.0. Segundo a empresa, a atualização é mais intuitiva e permite melhor compatibilidade entre desktop e iPad e samples de áudio. Estes, reais, são tocados simplesmente pela Orquestra Sinfônica de Londres. Com o Notion 4.0, os usuários podem construir, editar, reproduzir e até compartilhar arquivos de forma prática usando apenas o computador desktop e um iPad. Uma composição, por exemplo, pode ser iniciada no desktop, passar por edições no iPad e retornar ao desktop para a edição final. Jim Boitnott, presidente/CEO da Notion Music, destacou estar animado com a nova versão do produto. “Agora o Notion tem mais recursos, é compatível com 64 bits e é ainda mais incrivelmente estável”, acrescentou. Entre os recursos e otimizações do Notion 4.0 estão, além do já citado suporte nativo de 64 bits (Mac e Windows), compatibilidade com os aplicativos de iPad Notion e Progression, overdub de MIDI, amplificador de guitarra embutido e melhor compatibilidade com arquivos MusicXML, MIDI e Guitar Pro (versões 3 a 5). www.notionmusic.com
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novos produtos
PRISM SOUND LANÇA INTERFACES LYRA
Chegou às prateleiras em novembro a nova série de interfaces de
A Lyra, lançada na AES Convention 2012, em San Francisco, Cali-
áudio Lyra, da Prism Sound, voltada a um público que vai desde mú-
fornia (confira um olhar interessante sobre a feira na coluna Mú-
sicos e compositores a DJs e produtores que atuam em rádio ou com
sico na Real desta AM&T 255), é baseada na aclamada interface
podcasts. A empresa acredita que a interface USB e a configuração
Orpheus. No lançamento da Prism Sound o profissional encontra,
estéreo com controle digital de volume digital da nova linha irão
segundo a fabricante, a capacidade e a sofisticação do atalho de
agradar em cheio a fãs de áudio caseiro de alto desempenho. “Ca-
áudio e circuito de clock da Orpheus, mas em um aparelho com-
seiro e de alto desempenho?” Sim! Se antigamente os termos eram
pacto e que exige menor investimento.
necessariamente conflitantes, hoje o cenário é outro. Casas, como todos já sabem, ganham cada vez mais a cara de superestúdios.
www.prismsound.com
NOVIDADE AUDIO-TECHNICA DIRETO DA AES Outro importante lançamento a vir à tona durante a convenção da AES em San Franscisco foi o microfone Audio-Technica AT5040, divulgado pela fabricante como seu “premier studio vocal microphone”. O novo mic cardioide a condensador possui atrativos diversos, como componentes cuidadosamente selecionados, montagem manual, alto controle de qualidade e um transdutor quádruplo que funciona como se fosse único. Em busca da pureza sonora, os engenheiros da fabricante desenvolveram um novo tipo de diafragma, dividido em quatro partes em forma de retângulo, que se mostrou uma revolução no que diz respeito a tecnologia de captação. Todos os quatro diafragmas são revestidos a ouro depositado por vaporização, sendo ainda envelhecidos de modo que seja garantida total estabilidade de suas características. O AT5040, além de possuir padrão polar cardioide, apresenta outras características que valem destaque, como um avançado suporte interno de absorção das vibrações, alimentação phantom convencional a 48V e ruído próprio de apenas 5 dB, com uma dinâmica de 137 dB medida a 1 kHz ao SPL máximo. Quanto às dimensões, o microfone tem 16,5 cm de altura, com diâmetro de 5,7 cm e pesa 582 gramas. www.audio-technica.com www.proshows.com.br
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review
Rodrigo Sabatinelli
Áurea Martins – Iluminante (Biscoito Fino) Conheci Áurea Martins antes de ouvi-la cantando. Curioso e, ao mesmo tempo, “vergonhoso”, especialmente para quem escreve sobre música. Demos um “esbarrão”, num sábado de manhã, bem ali no Largo do Machado (pra quem é de fora do Rio de Janeiro e não conhece, trata-se de um dos bairros mais charmosos da cidade). Dona de uma simplicidade exagerada – no bom sentido –, chamou minha atenção pelas coisas lindas que disse antes de se misturar à multidão. Ficou faltando, então, sua arte, seu canto. Em casa, horas depois, lá estava eu, me emocionando a cada audição de alguns de seus CDs – tais como O Amor em Paz, A Voz Rouca da Crooner e Até Sangrar –, encontrados em sites de compartilhamento de obras finas da música brasileira. Mas não bastou e logo fui em busca de um registro em vídeo, para visualizar sua incrível forma de interpretar canções. Encontrei, então, Iluminante, DVD gravado por ela em 2011 e lançado este ano pela Biscoito Fino. No projeto, bem intimista, Áurea “visita” Hermínio Bello de Carvalho – e suas músicas escritas em parceria com nomes como Moacyr Luz, Fernando Temporão e Sueli Costa – e “relê” standards de nomes como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, João Bosco, Aldir Blanc e Chico Buarque. Acompanhada por uma banda impecável, que conta, entre outros, com os talentosos pianista e acordeonista Gabriel Gestzi e a saxofonista e flautista Denize Rodrigues, ela se mostra absoluta em temas como Me Diz, ó Deus e Sete Dias, de Hermínio com Moacyr, e Era o Fim, de Hermínio e Temporão. Várias são as músicas que, sem dúvida, emocionam. Uma delas é a versão de Nada Por Mim, de Herbert Vianna e Paula Toller, que faz parte de um pout-pourri também composto por Ilusão à Toa, Pensando em Ti e Baralho da Vida, respectivamente de Johnny Alf, Herivelto Martins e David Nasser e Ulisses de Oliveira. Outras são a incrível releitura de Bala Com Bala, dos já citados Bosco e Blanc, e Maninha, que conta com a participação de seu autor, Chico Buarque. Especial em todos os sentidos, Iluminante é um DVD diferente, de uma cantora diferente, que não precisa de superproduções para mostrar que música é sentimento. E por falar em sentimento, que Deus faça valer as palavras de Áurea naquela manhã de sábado. Palavras de um futuro bom.
Calíope – Villa-Lobos Vozes do Brasil (A Casa) No 125° aniversário de Heitor Villa-Lobos, um lançamento se destaca e joga luz ao vasto repertório para coro a capella do compositor brasileiro. Trata-se de Villa-Lobos, primeiro álbum da série Vozes do Brasil e sexto CD do grupo vocal Calíope, regido pelo maestro Julio Moretzsohn e gravado em 2011 no Estúdio Sinfônico da Rádio MEC, no Rio de Janeiro. Nele, peças como Na Bahia Tem e Lendas Ameríndias em Nhengatú são o destaque, e marcam o período em que Villa-Lobos mergulhou seus estudos nas culturas indígenas e afro-brasileiras, compondo uma longa série de obras de concerto para vozes de caráter profano. Estão presentes, ainda, composições originais, como Bazzum, As Costureiras, Duas Lendas Ameríndias, Fuga (originalmente escrita para coro a quatro vozes e, posteriormente, orquestrada) e Bachiana Brasileira n° 9, escrita tanto para orquestra de cordas quanto para coro misto a capella. Coisa fina!
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rodrigo sabatinelli
em Tempo real | rodrigo sabatinelli
PAULINHO CARVALHO E
m
alfabética:
valho já trabalhou. Fundador
Adriana Calcanhoto, Al-
ordem
do Monobloco e sócio-fundador
ceu Valença, Ana Caroli-
do complexo Ecosom, que hoje
na, Ângela Ro Ro, Arlindo Cruz,
conta com salas de gravação e
Baby do Brasil, Barão Ver-
mixagem e uma pequena casa
melho, Belchior, Bibi Ferreira,
de shows, ele está “em cena”
Blitz, Caetano Veloso, Cássia
desde os anos 1970 e já com-
Eller, Celso Blues Boy, Danilo
puta, por conta disso, mais de
Caimmy, Ed Motta, Emilio San-
30 anos de estrada.
tiago, Engenheiros do Hawaii, Fafá de Belém, Frejat, Fundo de
Paulinho, como todo bom e
Quintal, Gilberto Gil, Ivan Lins,
velho
Jorge Ben, Kid Abelha, Lenine,
chamado de “dinossauro”. No
Lulu Santos, Maria Rita, Moraes
entanto, faz questão de deixar
Moreira, Nando Réus, Ney Ma-
claro que não parou no tem-
togrosso, Oswaldo Montenegro,
po, e, antenado, vive se atu-
Paralamas do Sucesso, Pauli-
alizando. Em suas buscas pelo
nho Moska, Roberto Menescal,
“novo”, descobriu os monito-
Tim Maia, Toquinho, Wagner
res Adam, que ouviu e gostou.
Tiso e Zélia Duncan.
Por outro lado, quando conhe-
técnico,
poderia
ser
ceu microfones lançados reFoi preciso destinar um pará-
centemente no mercado, disse
grafo inteiro para relacionar os
ainda preferir os vintage.
inúmeros artistas com os quais o operador de PA Paulinho Car-
Com vocês, Paulinho Carvalho.
BATE-BOLA Plataforma de gravação: Pro Tools. Acho que é a mais estável e com as melhores opções de interface, além do poder de negociação na hora de locar o estúdio. Monitores de referência: Hoje em dia, Adam P11, que tem um timbre maravilhoso e verdadeiro. Mas quando uso as velhas NS10, da Yamaha, está tudo certo!
Melhor produtor musical: Kassin. Tudo o que ouço dele, acho ótimo! Melhor operador de PA: Leo Garrido, pois sabe o que faz. Esse é PAzeiro de verdade! Melhor operador de monitor: Paulo Moreira, que trabalha comigo, há anos, na equipe do Oswaldo Montenegro. É um cara paciente, de-
Microfones: Neumann U87, AKG 414, Sennheiser 421, Shure SM57 e SM58. Ultimamente, tenho ouvido alguns novos microfones, mas até agora não gostei de nenhum. Prés: Manley Vox Box, API e Neve Console: SSL XLogic, por permitir a escolha de módulos, além de ser um console pequeno, que cabe no estúdio e, principalmente, no orçamento.
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talhista, tudo de bom. Sonho de consumo profissional: Já conquistei. Agora, é só curtir até o fim. Dicas para iniciantes: Estudem! Ouçam todo tipo de música! E não sejam marrentos!
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louise palma divulgação
aQuário
Jardim eléTrico f
ugindo do eixo Rio-São Paulo, é na tranquilidade da serra gaúcha
Ditadi. “Além de amigos, o Vini e o Ale são grandes profissionais. Eles
que se encontra o Estúdio Gravadora e Produtora Jardim Elétrico,
complementam o estúdio, já que, atualmente, só o áudio já não é o su-
que oferece infraestrutura e um espaço privilegiado para aqueles
ficiente. Cada vez mais as pessoas querem ‘ver’ música”, explica Dieter.
que desejam sossego na hora de registrar seu trabalho. A insta-
lação está localizada na cobertura de um prédio de 11 andares, com vista
Apesar de ter trabalhado em negócios da família e ter cursado parte
panorâmica para a cidade de Farroupilha, no Rio Grande do Sul.
da faculdade de Turismo, ele conta que sua vontade de trabalhar com música existia desde criança, quando comparava de que for-
O lugar oferece serviços de gravação, mixagem, masterização,
ma os discos soavam diferentes uns dos outros. “Certa vez, estava
captação direta, produção musical e de vídeo em suas quatro sa-
ouvindo Beatles com meu pai, no carro, e por alguma razão o alto-
las, além de alugar o espaço para ensaios. Comandado por Sér-
-falante do lado esquerdo parou de funcionar. Lembro-me de como
gio Dieter Filho, o espaço conta ainda com uma ampla área de
eu fiquei fascinado com aquilo. Metade dos instrumentos havia de-
convivência, que dá aos músicos um lugar confortável, onde podem
saparecido. Tinha acabado de descobrir a mixagem”, relembra.
relaxar e até fazer um típico churrasco gaúcho. Seguindo esse desejo, ele resolveu direcionar seus estudos para a área
semeando o Jardim O Jardim Elétrico nasceu em 2004, quando o proprietário Sérgio Dieter Filho convidou o músico, produtor e técnico de som Marcos Mangoni para ser parceiro no empreendimento. Mangoni já acumulava anos de experiência com seu próprio estúdio, também em Farroupilha, que acabou fechando as portas. “Como somos bons amigos, achei que seria uma boa ideia. Além da experiência
de produção e gravação. “Foi a melhor decisão que eu tomei na vida”, garante. Quatro anos depois, a gravadora e produtora ganhou suas novas instalações, onde funciona até hoje. Além de contar com um espaço mais amplo, de 800 m², o Jardim Elétrico passou por uma reformulação de infraestrutura e equipamento.
esTruTura e ferramenTas para uma boa colheiTa
na área, tinha o fato de ele ser um ótimo baterista”, conta Dieter. Aqueles que passam pelo estúdio contam com duas salas de ensaio e A equipe, atualmente, tem a dupla na área de produção e gravação e o
pré-produção, além de duas salas de gravação, de 50 e 35 m², contro-
engenheiro de som Gabriel Pimenta Mendes, o Champs, que se divide
ladas por uma técnica de 45 m². Parte do equipamento disponível no
entre áudio e vídeo. Exclusivamente na área de vídeo, eles contam com
Jardim Elétrico para as gravações é analógico, como as duas mesas –
parceiros como o cineasta Vinicius Guerra e o diretor de fotografia Ale
uma Euphonix CS3000 e uma Amek Tac Scorpion de 30 canais –, con-
24 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 25
aQuário Acho que, de certa forma, fiz o Jardim Elétrico para mim mesmo, e o interessante é que acabei fazendo um estúdio para todos, pois as pessoas sempre comentam como foi legal a experiência”, analisa Dieter. O empresário destaca que este espaço “além-estúdio” serve como área de entretenimento, principalmente quando bandas vão gravar no Jardim Elétrico. “Enquanto o baterista está gravando, por exemplo, os demais integrantes da bandivulgação
A equipe do Jardim Elétrico: Sérgio Dieter Filho (sentado), Marcos Mangoni (à esquerda) e Gabriel Pimenta
da podem relaxar, ver TV, ouvir música, comer, tocar, produzir. Enfim, se distrair enquanto esperam a sua vez de gravar.”
versores, equalizadores e pré-amps da Manley e um raro equalizador de masterização, um Vintage EQ3 NTI.
boa safra
Porém, Dieter acredita que um dos maiores diferenciais do Jardim Elé-
A combinação de equipamentos e um espaço agradável atrai músicos
trico são os equipamentos de produção do estúdio, como as guitarras
e produtores de várias partes do país. Para Dieter, as possibilidades
e amplificadores vintage - Gibson, Fender, Gretsch, Marshall e SWR
oferecidas pelo rider do Jardim Elétrico atendem a todo tipo de pro-
- o piano Essenfelder e o órgão Tokai T4 com pedaleira de 25 notas.
dução. Entre os muitos estilos que já passaram pela casa, Dieter des-
“Normalmente o baterista leva seu instrumento para a gravação e, às
taca o rock da banda de Goiânia Gallo Power, que gravou seu álbum
vezes, ele não responde bem, porque as peles não estão novas e tal.
ao vivo. “O trabalho está em fase de mixagem, e ainda vai passar
Aqui temos seis kits de bateria. Se o guitarrista quer, por exemplo,
ainda pela fita de duas polegadas. Estamos muito satisfeitos com o
tirar um som de Fender Telecaster em um amplificador Fender ou um
resultado”, diz, orgulhoso.
uma Mesa Boogie, temos o equipamento ‘de verdade’ para isso, além de mais de 10 guitarras e muitos amplificadores e efeitos”, explica ele.
O trabalho de Diego Don, rapper da região de Farroupilha e artista exclusivo do Jardim Elétrico, também foi registrado recentemente, com
Para Dieter, ainda que os recursos digitais estejam cada vez melhores,
produção de Marcos Mangoni. O músico e produtor Juliano Moreira
não existem equipamentos capazes de substituir os analógicos. Mas a
também passou pelos estúdios.
mundos, somado à acústica das salas do Jardim Elétrico, é o que faz, se-
divulgação
combinação entre os dois
gundo Sérgio, com que os resultados das gravações sejam positivos. Outro diferencial do lugar são os ambientes de convivência, como a cozinha, a sala e o bar, além de sacada com 360 graus de vista para a cidade. “Minha intenção era construir um estúdio diferente do que já conhecia, com espaço, vista, conforto. Um estúdio onde eu gostaria de gravar o meu disco.
26 | áudio música e tecnologia
Sem equipamentos à mostra, uma das salas de gravação do Jardim Elétrico
áudio música e tecnologia | 27
aQuário
Em novembro, se inicia no estúdio a pré-produção do DVD que comemora os 40 anos de carreira de Pepeu Gomes. O trabalho será gravado ao vivo no Teatro São Pedro, em Porto Alegre, e contará com a direção musical de Léo Casper, pianista e compositor gaúcho que também compôs alguns temas para o show.
•
Um dos diferenciais do estúdio são os equipamentos vintage e analógicos, além das opções de instrumentos disponíveis
divulgação
divulgação
divulgação
Outra visão da técnica, que conta com uma mesa Euphonix CS3000
lisTa de eQuipamenTos Mesa Euphonix CS3000 48 Gravador de Rolo 2” - 24 pistas Lyrec TR533 Pro Tools 10 ou Logic Conversores Lynx Aurora 32 canais Compressores Euphonix ES 108 (8) Manley Slam! Mastering - Stereo/dual mono HHB Radius 30 Tube Compressor - Stereo/dual mono Pré-amps Euphonix preamps (48) Manley TNT Equalizadores Vintage EQ3 NTI Higt Definition Audio - Stereo/ dual mono Manley Pultec Euphonix eqs (48) Monitoração Mid field - Tannoy DMT2 12 com Manley Mahi Amps Near field - PMC DS 001 ativas JBL Ativa Lsr4326 Microfones condensadores C 414 UB - Matched Pair (4) MXL Valvulados V69 (2) Peluso 22 47 Limited Edition Tube Microphone (U47) (2) MXL 990 AKG C3000 Crown (2) Shure Beta SM 87 Neumann SKM184 Matched Pair (2)
Microfones dinâmicos AKG D 112 Eletrovoice RE 27 Shure SM 57 (6), SM 58 A e SM 7 Shure Beta 52, Beta 57 A (4), Beta 58 A (4) Microfones de fita Royer Labs 121 (2) Headphones AKG K 701 e K 241 - Studio Mixing Headphones Beyerdynamic DT 990 - Open Headphones Koss Headphones (4) Vick Firth - Stereo Isolation Headphones (5) Amplificadores de guitarras Marshall Plexi, JCM 800 e JTM 30 Mesa Engineering Dual Retifer Maverick Orange Dual Terror Fender De Luxe 90 e Vibro Lux Serrano Tone Revive Vox NT15 Gianinni True Reverb, Tremendão e Thunder Bass Duovox 120 g Gabinetes Mesa Boogie 4x12 Vintage 30 Vox 1x12 Greenback G12 M Orange 2X12 Vintage 30 Duovox 4x12 Novik Amplificadores para baixo e teclado GK 1001 RB Duovox 150 b Meteoro 400 b SWR Marcus Muller Signature
Guitarras Gibson SG 61 Orville by Gibson (Japan) Custon Black Beauty (emg 81, 85) Greco Les Paul 1977 (Japan) Greco Les Paul Custom 78 Epiphone Elitist Les Paul Custom (Japan Classic 57) Greco Les Paul Custom 82 Epiphone Casino Elitist (Japan) Rickembacker 320 Gretsh 6118 (1962) Fender Telecaster Custom 63 Trubian Custom SG (p90) Jackson RR Matt Tuck (emg 81,85) Baixos Fender Jazz Bass 1984 Cherutti 5 cordas Music Man Sting Ray Violões Violão EPI j200 Fender 12 cordas Cort MR 790 Baterias Premier (genista) 12,13,15,16,22 Tama (Rock Star) 12,13,16,22 Pearl (select) 8,10,12,14,20 Pinguin (custom) 12,14,20 Pinguin (custom) 10,14,20 Pinguin (1971) 12,13,16,22 Bateria Eletrônica Roland V Drum 6
áudio música e tecnologia | 29
|
Rodrigo Sabatinelli
Engenharia tipo exportação Banda americana leva engenheiro brasileiro a Nova York para gravar e mixar disco
S
empre ouvimos falar que determinado artista na-
“O produtor musical da Unconscious Disturbance, Fadel Da-
cional trouxe de fora um engenheiro de som ou, até
bien, que conhecia meu trabalho, achou que eu seria o cara
mesmo, um produtor para trabalhar em seu disco.
ideal para gravá-los, pois a banda tem um som bem tribal e
Mas, e o contrário? Poucas foram as vezes em que
ele sabia que eu era especialista nisso, pois tenho uma his-
nós, comunicadores de um veículo especializado, soubemos
tória com a música baiana, rica em percussão”, diz ele. “Tro-
de um caso em que algum artista estrangeiro “importou” um
camos, então, alguns e-mails, fizemos a tal videoconferência
profissional brasileiro para uma produção.
e fechamos o negócio”, completa.
Dentre os poucos nomes que saíram daqui para participar de
Gravado pelo engenheiro e por Logan Meyers no Engine Room,
um trabalho do gênero no exterior está Luizinho Mazzei, en-
estúdio de Nova York por onde passaram artistas do primeiro
genheiro e produtor que, recentemente, passou suas “férias”
time da música internacional, como os cantores pop Trey Lorenz
gravando, em Nova York, o CD da banda de rock Unconscious
e Britney Spears e o rapper 50 Cent, o disco foi mixado em São
Disturbance. A ideia inicial era, segundo o próprio, somente
Paulo, no estúdio de Mazzei, e masterizado por Howie Weinberg,
mixar o trabalho. No entanto, depois de uma videoconferência,
em Los Angeles. Em sua volta ao país, depois de 40 dias em
ficou acertado que sua participação seria ainda maior.
Nova York, Mazzei nos contou detalhes sobre a produção.
30 | áudio música e tecnologia
Acervo Luizinho Mazzei
No Estúdio
áudio música e tecnologia | 31
ESCOLHENDO O ESTÚDIO PELA MESA
Acervo Luizinho Mazzei
No Estúdio
Luizinho Mazzei: A banda me deixou bem à vontade para escolher o estúdio em que gravaríamos o disco. Desde o início eu queria um local que tivesse ou uma SSL 4000 ou uma Neve V3. E como não pude ir antes a Nova York para fazer um tour por algumas salas, tive de recorrer ao Google e ao meu amigo Enrico De Paoli. Nessa busca, encontramos diversas salas que tinham mesas como SSL 9000 e Duality, que, por gosto, não me interessavam. Na reta final, depois de trocar alguns e-mails, chegamos a duas opções: Avatar e Engine Room, sendo que optamos pelo segundo por conta de horários, valores, backline disponibilizado e por ter uma SSL 4056 G+, mesa que usei quase que diariamente por oito anos e que tem excelência em sonoridade. Gravamos todo o material em um Pro Tools com interfaces 192 e conversores Apogee. A resolução escolhida foi 44.1 kHz, pois sempre que gravo um CD opto ou por esse formato ou por 88.1 kHz. Em caso de DVDs, a opção
MICROFONES DE SOBRA PARA CAPTAR INÚMEROS INSTRUMENTOS
é por 48 kHz ou 96 kHz. Luizinho: Tive à minha disposição uma enorme quantidade de marcas e modelos de micro-
Acervo Luizinho Mazzei
fones. No bumbo da bateria, por exemplo, usei um Beyer M88 e um Neumann U47 Fet. Na pele da caixa, optei pelo Shure SM7 e pelo Sennheiser MD441. Na esteira, fiquei com o SM57. No contratempo, usei um Beyer MC930. Nos tons e nos surdos usei o Sennheiser MD421, enquanto que para ganhar peso nas partes percussivas do disco, nos surdos, fiquei com os Neumann U47 somados aos MD 421. Para os pratos, fiz uma escolha de microfonação LCR, com três AKG C 414, baseada no set de pratos, que tinham o mesmo sustain e foram escolhidos e testados a dedo.
À esquerda, o baixista e produtor Fadel Dabien. Na mesa, Luizinho Mazzei
32 | áudio música e tecnologia
A SSL 4056 G+ foi um dos fatores determinantes na escolha do Engine Room
Para o prato de condução, utilizei
tado, mesclando o som limpo com o drive desse limiter para
um Beyer MC930. E sobre a cabe-
“brincar” bastante na mixagem.
ça do baterista, para conseguir a sonoridade “dele”, caso precisasse
Durante as sessões, Logan Meyers, meu fiel escudeiro pelos qua-
disso em alguma música, lancei um
se 40 dias de estúdio, me deu uma superdica ao dizer que um
par de Cascade Fathed. Por fim, na
SM57, posicionado no chão do corredor, traria um sub bem inte-
sala, fiz um casamento de microfo-
ressante, tendo que ser ajustado ou não com delay, dependen-
nes, optando a princípio por um par
do da proposta. E, realmente, em alguns “especiais” de algumas
de Coles 4038, o que, absurdamen-
músicas, pude trazer esse microfone mais à frente da mixagem,
te, resultou em um som fiel ao que
dando uma textura bem interessante e diferente.
se escutava na técnica. No entanto, depois de gravar, ouvir e deixar
Para o baixo, usei um set bem variado de microfones e caixas.
todos satisfeitos, eu ainda buscava
Passei o instrumento por um SansAmp PS1AM de rack, saindo
um algo mais. Decidi, então, acres-
diretamente para o paralelo da SSL, de onde distribuímos o
centar na mesma posição dos Coles
sinal para um pré Neve 1073 e para as caixas Electro-Voice,
um par de Neumann U87, que pas-
SWR e Ampeg. A Electro-Voice recebeu um M88, enquanto
sou por um limiter muitíssimo aper-
a SWR ficou com um Neumann U47 Fet e a Ampeg com um
áudio música e tecnologia | 33
acervo luizinho mazzei
no esTúdio
Do alto, a bateria captada por microfones como o Beyer MC930 e os Neumann U87 RE20. Esses três microfones também passavam pelo mesmo
sempre pelos prés da mesa. Os microfones eram endere-
pré Neve 1073, totalizando quatro canais de baixo de gravação.
çados para um subgrupo, no qual havia insertado um único
Cada caixa foi timbrada de forma diferente. Após testar o sinal
compressor Distressor, e o “casamento” de sinais era feito
limpo do instrumento em cada uma delas, detectei característi-
via small fader da SSL quando eu queria mais ganho de Fen-
cas interessantes nas três, porém, em regiões diversas. Então,
der ou de Orange.
trabalhei dessa forma, cada uma com sua característica mais rica sendo valorizada.
Como eram dois guitarristas, também resolvi mudar um pouco da gravação de um músico para outro. Mudei apenas os kits de
Como as músicas eram longas, cada uma com cerca de dez
microfone, utilizando um SM7 para cada caixa e um Sennheiser
minutos, e repletas de nuances, climas e dinâmicas, optei
MD441, fazendo o mesmo caminho que a primeira guitarra, po-
por trabalhar com oito setups de caixas para as guitarras,
rém, com um compressor dbx 165A insertado no subgrupo. Para
todos tocando simultaneamente. No dia de testes de gui-
os sons limpos, usei basicamente o combo Fender e acrescentei
tarra, testei um a um até encontrar os timbres de base em
um Coles 4038 no canto da sala, ganhando somente o reverb
todos eles. Eliminei algumas caixas e, no fim, fiquei com
natural e não usando processamento virtual.
um Fender Combo, um Orange (cabeça e caixa), um Mesa Boogie (cabeça e caixa), um Marshall (cabeça e caixa) e uma
Nos violões, também fiz questão de testar muitas possibili-
cabeça Marshall, sendo essa para os solos. No decorrer das
dades. Para eles, usei três microfones, sendo um Beyerdyna-
gravações, mudei alguns “casamentos”, utilizando a cabeça
mic MC 930, um AKG C414 e um Telefunken ELA M251, além,
Orange em uma caixa Mesa Boogie, a cabeça Mesa Boogie
claro, da linha, pois queria um som bem limpo, porém rico,
em uma caixa Marshall e, assim, sucessivamente. Porém,
em toda a sua extensão. E foi através dessa combinação que
não mudei o posicionamento de sala nem de microfones.
conseguimos o melhor resultado. Todos os microfones, bem como a linha, usaram os prés da SSL e foram enviados a um
Todas as caixas foram captadas por um Shure SM57 e um
subgrupo, no qual utilizei um compressor Universal Audio
Sennheiser MD421, ambos no mesmo falante, e passaram
1176 e um equalizador API 550B indicado pelo Logan.
34 | áudio música e tecnologia
Antes de gravar as vozes, fiz testes com aproximadamente
processo. Para mixar cada música, dediquei cerca de cinco
dez microfones, prés, compressores e afins. Sinceramente,
dias. Esse tempo se deu pela complexidade das composições,
pensei que o melhor resultado para esse trabalho viesse do
que de forma alguma poderiam ser mixadas em menos dias.
Shure SM7, mas o microfone escolhido foi o Manley Cardioid, que recebeu um pré da mesa e um Distressor comprimindo
O som que escutei no Engine Room por mais de um mês era
seu som. O Manley é um microfone mais indicado para a
exatamente o mesmo que escutei ao apertar o play pela primeira
gravação de vozes femininas, porém serviu bem para a voz
vez em meu estúdio. Isso me deu uma segurança e tranquilidade
de Fred Carneiro, vocalista da banda. Nele, usei uma com-
imensas para mixar o disco com total conforto, podendo contribuir
pressão bem forte, fazendo com que os níveis de entrada
com meu lado artístico sem ter que parar para consertar, ajustar
fossem praticamente iguais em todas as frases. Tive apenas
ou editar algo. Foi muito gratificante e satisfatório para mim.
que mudar a compressão nos poucos trechos mais suaves para obter uma dinâmica mais natural, então esses trechos gravávamos depois.
MASTERIZADOR APROVA MIX Luizinho: Para a masterização do trabalho, fizemos uma série
MIXANDO EM CASA
de testes com diversos profissionais. Dentre eles, o que mais me agradou foi o engenheiro brasileiro Lampadinha, porém a
Luizinho: Mixei o disco no Brasil, no meu estúdio. Foi a primeira
banda optou pelo americano Howie Weinberg, que reside em
mixagem na minha nova sala, um local que mistura os univer-
Los Angeles e tem, no currículo, uma infinidade de prêmios não
sos analógico e digital, onde tenho compressores SSL, Universal
só no rock, mas também no universo da música pop. Eu estava
Audio, Empirical Labs e Canil modelos SSL e Universal Audio,
bem receoso em relação aos comentários do Howie. Pensei que
com summing Neve, conversores Mytek e Avid e clock Apogee.
fosse criticar o fato de um engenheiro brasileiro gravar rock em
Do que gravamos, nada foi “limado”. Apenas fiz alterações em
seu país, mas ele nos recebeu de braços abertos e, apesar das
entradas e saídas, criando efeitos reais, dando uma textura mais
poucas palavras, respeitou muito minha mixagem.
•
real às canções. Muitos foram gravados durante as tomadas. Eles fizeram parte da composição e eu tive total liberdade de criar junto da banda outras sonoridades além das que já haviam sido
acervo luizinho mazzei
dos efeitos do disco já
concebidas. Como a mixagem foi feita aqui, o acompanhamento se deu de forma totalmente virtual. Mixava e enviava ao produtor. Ele ouvia, fazia suas considerações, eu fazia esse primeiro recall
e
enviávamos
para toda a banda. Foi assim durante todo o
Engenheiro e banda conversam durante as gravações. Ao fundo, um setup de cabeçote e caixa Orange, usado em diversas músicas do disco do Unconscious Disturbance áudio música e tecnologia | 35
logic pro
| leo da silva
PLUG-INS GRATUITOS PARA O LOGIC PRO Alguns plug-ins mais sofisticados podem custar mais do que o próprio Logic Pro, e apesar do software vir com um extenso banco de plug-ins de muita qualidade, neste artigo vamos apresentar outros, gratuitos, que podem ser boas alternativas ou complementos.
BITTERSWEET II
STEREO TOOL Também da Flux, temos este medidor capaz de informar não apenas a atuação do sinal no campo estéreo num gráfico conhecido como vectorscope, mas também de passar ao operador a correlação de fase através de um medidor separado. Download: www.fluxhome.com/products/freewares/stereotool
O Bittersweet é um excelente processador, que reforça ou ameniza o ataque dos instrumentos. Muito útil para a bateria, congas ou qualquer outro elemento de percussão, seu funcionamento é simples e os resultados são ótimos. Confira exemplos de aplicação deste plug-in na coluna Técnicas de Estúdio da AM&T 253. Download: www.fluxhome.com/products/freewares/bittersweet2
Bittersweet II
36 | áudio música e tecnologia
Stereo Tool
BLUE CAT AUDIO A Blue Cat Audio é uma empresa com produtos muito interessantes. Recomendo uma visita com mais calma no site www.bluecataudio.com. Além dos seus plug-ins pagos, ela também oferece um pacote de plug-ins gratuitos, que inclui chorus, flanger, analisador de espectro, phaser e um equalizador de três bandas capaz de amplificar ou cortar até 40 dB, enquanto a maioria dos equalizadores oferece apenas 15 dB. Download: www.bluecataudio.com/Products/Bundle_FreewarePack
Plug-ins Blue Cat Audio
áudio música e tecnologia | 37
logic pro
BRAINWORX
Ele é dividido por épocas e é uma boa fonte de estudo para aqueles mais jovens que não chegaram a ter a experiência
A Brainworx explora todas as possibilidades da técnica M/S (Mid-Side) e o BX Solo (www.brainworx-music.de/en/plugins/bx_solo) é justamente o primeiro passo para entender como funciona a técnica M/S. Também é oferecido pela mesma empresa o plug-in BX
de ouvir música numa vitrola. Na verdade, o que ele faz é “estragar” o som, filtrando e distorcendo o som original de uma maneira não muito convencional, o que é excelente quando estamos em busca de uma sonoridade exclusiva. Experimente em gaitas, baterias, guitarras, vozes e veja como os resultados podem ser muito interessantes.
Cleansweep (www.brainworx-music.de/en/plugins/bx_cleansweep_v2), que é um filtro passa alta e passa baixa que a empresa destaca ter uma atuação mais próxima da dos filtros analógicos, mais suaves.
BX Solo, da Brainworx
INSTRUMENTOS, EFEITOS E EQUALIZADORES Para quem já cansou dos sons dos instrumentos virtuais inclusos no Logic Pro, a boa notícia é que instrumentos virtuais também não ficam de fora do universo de plug-ins do programa. O Alchemy Player (www.camelaudio.com/AlchemyPlayer. php), desenvolvido pela Camel Audio, por exemplo, possui
Os equalizadores gráficos Overtone GEQ e Marvel EQ, da Voxengo
1 GB de samples e muitos presets. Já a iZotope conseguiu
Por último, temos a Voxengo, que possui vários plug-ins
um feito raro, que foi criar um plug-in divertido e ao mesmo
gratuitos, mas neste artigo gostaria de destacar o Overtone
tempo muito útil e didático. Se chama Vinyl (www.izotope.
GEQ (www.voxengo.com/product/overtonegeq), pois é um
com/products/audio/vinyl) e, como o próprio nome diz, tem
equalizador gráfico, algo que não se costuma encontrar com
o objetivo de simular a reprodução de um áudio como se
facilidade. Como os plug-ins da Brainworks, ele também su-
estivesse sendo tocando num vinil.
porta o processamento Mid/Side. Outro plug-in de equalizador gráfico é o Marvel EQ (www.voxengo.com/product/marvelgeq), que possui 16 bandas. Além destes, a Voxengo possui outros plug-ins gratuitos, entre eles reverb, analisador de espectro,
Alchemy Player, da Camel Audio
delay e uma distorção que visa simular a saturação de válvulas.
leo da silva é um apple master Trainer que trabalha em nova York e leciona cursos de logic pro e final cut pro, entre outros, na proclass no rio de Janeiro. contato:
[email protected].
38 | áudio música e tecnologia
•
áudio música e tecnologia | 39
noTÍcias do fronT | renato muñoz
miXando as bandas quE faZEm da prEmiaÇÃo da mtV uma VErdadEira fEsta Mais uma vez fui convidado a fazer a mixagem das
to, os equipamentos são sempre os melhores.
bandas para o VMB, tradicional festa da MTV que premia os melhores clipes e artistas do ano. E se
Normalmente sou convidado pelo Roberto Marques,
o evento já chegou à sua oitava edição, esta foi a
que é o gerente de operações da MTV. Nas outras
quinta vez em que realizei este trabalho, que, como
vezes em que fiz este trabalho, um pequeno estúdio
mostrarei neste artigo, é muito prazeroso, pois além
de mixagem foi montado em alguma sala ou cama-
de sempre haver bons profissionais trabalhando jun-
rim. No entanto, neste ano tive a oportunidade de
40 | áudio música e tecnologia
Renato Muñoz
mixar de dentro de uma unidade móvel.
ciente, uma empresa é contratada para fornecer o restante da mão de obra necessária. E, como acon-
Uma das grandes vantagens de trabalhar neste pro-
tece há muito tempo, a Audio Bizz, comandada por
grama é a parte da organização, muito bem feita
Andreas Schmidt, foi a escolhida.
pela MTV. Os cronogramas são bem elaborados, todos os artistas passam o som durante um bom tem-
Então, normalmente são contratados um técnico para
po e, além do mais, normalmente é feito um ensaio
mixar o monitor, outro para mixar o PA, um outro
geral, com todas as atrações surgindo na ordem em
também no PA, para mixar os apresentadores e ou-
que estarão no show. A interação entre os profis-
tros sinais de áudio com VTs e DJs, um técnico res-
sionais é muito boa. Como basicamente o VMB é
ponsável pelas frequências utilizadas nos sistemas
um programa de televisão (com um grande público
sem fio, técnicos para fazer as mudanças de palco
no local), a mixagem e o tratamento do áudio para
etc. Neste programa, alguns dos profissionais envolvi-
a TV têm uma grande importância, assim como a
dos foram Nivaldo Costa, que mixou o PA das bandas,
mixagem para a plateia presente.
Jair França, que mixou o monitor delas, Walter Pereira da Silva (o Waltinho), que fez a mixagem do PA dos
Um dos grandes desafios deste ano foi o local es-
apresentadores e outros sinais de áudio, e Lucas Gon-
colhido para a realização do evento: o Espaço da
dim, que controlou as transmissões sem fio.
Américas (em São Paulo), local que já havia sido utilizado pela própria MTV meses antes, para a rea-
Uma figura fundamental é o responsável pelas tro-
lização do show Tributo a Legião Urbana (com Wag-
cas de palco e line check de tudo o que será utili-
ner Moura). Apesar de ser uma casa de shows, sua
zado. Ele está sempre em contato com os outros
acústica não é das melhores.
técnicos, e só depois que tudo é checado e testado (canais de áudio e vias de monitor) o palco é libera-
Veremos, então, neste artigo, o que foi utilizado em
do para a banda. Neste programa, tal trabalho ficou
termos de equipamentos, pessoal e soluções práti-
a cargo de Márcio Torres.
cas para superar os problemas tando de um evento tão grande, não são poucos) e proporcionar ao público da MTV (no local ou em casa) a melhor mi-
Acervo Renato Muñoz
encontrados (que, em se tra-
xagem de áudio possível.
A DIVISÃO DE PESSOAL E TRABALHO A
MTV
possui
funcionários
capazes de atuar em várias etapas deste trabalho, porém, como não existe gente sufi-
Da esquerda para a direita: eu, Marcelo Freitas (Epah Estúdios) e Roberto Marques (MTV)
áudio música e tecnologia | 41
renato muñoz
renato muñoz
noTÍcias do fronT
Os técnicos Lucas Gondim e Jair França Nesta etapa, alguns cuidados mais específicos
culdade na mixagem dos programas foi o posicio-
são tomados. O primeiro passo sempre é checar
namento da house mix. Originalmente no centro
os microfones de voz (ninguém gosta de ver, no
da plateia (que é o seu local padrão), ela teve de
ar, um cantor com o microfone sem funcionar). O
ser deslocada para cima de um mezanino (pois
segundo, como se trata de um programa de TV,
estava ocupando muito espaço e prejudicando a
é obter a palavra final que afirma que está tudo
parte visual do espetáculo!). A solução para este
pronto, e sempre quem dá esse último ok é quem
problema de posicionamento foi a utilização de pe-
faz a mixagem para a televisão.
quenas caixas de referência, utilizadas pelos dois técnicos, que faziam mixagens separadas (micro-
Para a mixagem para a TV do áudio das ban-
fones dos apresentadores e vinhetas em uma Avid
das que se apresentam ao vivo, foi contratada a
SC48 e bandas em uma Avid Profile).
muito acostumado a fazer este tipo de serviço.
Uma solução encontrada para minimizar os proble-
O caminhão é muito bem equipado e conta com
mas de acústica da sala, foi ao invés de se trabalhar
pessoas extremamente preparadas.
com um PA muito grande no palco, colocar alguns pontos de Delay pendurados no teto, desta forma,
O LOCAL, SUA ACÚSTICA E A HOUSE MIX
não foi necessária uma grande pressão sonora no sistema principal, a mixagem foi espalhada em vários pontos com um volume menor.
O Espaço da Américas possui uma boa estrutura operacional, com um bom palco e outras instalações
A mixagem da banda (para a plateia) neste tipo
de suporte muito boas, mas seu desenho quase que
de evento sempre é uma dificuldade à parte, pois
retangular, com o teto paralelo ao chão e uma su-
enquanto um volume muito alto no sistema pode
perfície muito viva, resulta em reflexões dentro da
atrapalhar a mixagem que está indo para a TV, uma
sala que atrapalham bastante a sonorização do local.
mixagem muito baixa pode não gerar na plateia
Para dificultar um pouco mais as coisas, foi cons-
uma reação empolgante, o que poderá ser notado
truído um segundo palco ao lado do palco principal,
pelos telespectadores em casa.
com um outro sistema de sonorização, ou seja, mais caixas dentro da sala, o que tornou ainda mais difícil o trabalho dos técnicos da empresa contratada para
A MIXAGEM PARA A TELEVISÃO
sonorizar o evento (Gabisom, de São Paulo). Uma das minhas maiores preocupações quando Outro fator que certamente gerou uma certa difi-
42 | áudio música e tecnologia
estou fazendo uma mixagem para a televisão é a
renato muñoz
unidade móvel do Epah Estúdios, de São Paulo,
minha referência sonora em relação ao que as pes-
são, são utilizados dois consoles para a mixagem
soas estão ouvindo em casa. Normalmente trabalho
do áudio. O primeiro recebe e mixa todos os canais
com monitores pequenos e que não “embelezem”
das bandas (o meu trabalho), enquanto o segundo,
muito o som. Na maioria das vezes uso também os
entre suas funções, deve receber o LR do primei-
falantes da TV na qual recebo o vídeo.
ro e adicionar todos os microfones de ambiente utilizados para a captação da plateia. Para este
Outra grande preocupação, que, embora pareça um
trabalho, o segundo console foi comandado pelo
detalhe, é de vital importância neste tipo de traba-
Guilherme Moraes, da MTV. A comunicação entre
lho, é saber qual sinal ouvir quando estou mixando.
estes dois técnicos é fundamental para que pos-
Posso escolher entre o que eu estou mandando para
sam ser feitas correções de nível geral e até de vo-
o ar ou a volta final da transmissão, ou seja, o que
lume de alguns instrumentos para que a mixagem
as pessoas estão ouvindo em casa. Vale destacar
fique dentro dos padrões utilizados pela emissora.
que ouvir o que as pessoas estão ouvindo em casa é fundamental. Quando ouço apenas a console que
Pode parecer estranho a mesa de mixagem das ban-
mixa a banda, eu tenho o som limpo de todos os
das não ter o controle sobre os microfones de am-
canais, praticamente sem vazamentos. Da outra
biente, porém isto é feito para facilitar o trabalho.
forma, tenho a minha mixagem junto com a soma
Desta forma, podemos ficar muito mais focados na
de todos os microfones de ambiente, o que dá uma
banda do que em outra coisa. Não é preciso nem
resposta sonora bem diferente.
se preocupar em abrir ou fechar o console, pois isto também é feito pela segunda mesa.
Normalmente, neste tipo de programa de televi-
ENSAIOS E O VIRTUAL SOUND CHECK Como eu disse anteriormente, uma grande vantagem deste programa é que todos os artistas que se apresentam ensaiam no lugar do show. Mesmo que normalmente sendo mais para as câmeras do que para o áudio, isso nos proporciona bastante
tempo
para
co-
nhecer tanto o que vai ser tocado quanto a sonoridade dos instrumentos. E por falar em sonoridade, uma das coisas que sempre faço é ir até o palco para ouvir o som dos instrumentos que serão tocados e até mesmo conversar com alguns músicos
Waltinho e Nivaldo, responsáveis pela mixagem do PA áudio música e tecnologia | 43
noTÍcias do fronT
Avid Profile utilizada para a mixagem do programa para tirar dúvidas sobre alguns timbres. Desta for-
cauções. Por exemplo, existem algumas redundân-
ma, tento chegar o mais perto possível do som ori-
cias de mixagem que podem ser utilizadas em caso
ginal quando estou fazendo a mixagem para a TV.
de emergência. A mesa master da TV, por exemplo, recebe, além da mixagem L/R da unidade móvel, a
Uma outra “arma” utilizada neste processo é o Virtual Sound Check. Como todos os canais de áudio são gravados separadamente em um sistema Pro Tools, utilizando uma Avid Profile eu posso “voltar” os canais gravados direto no console, o que me permite fazer todos os acertos necessários como se a banda estivesse tocando ao vivo. Desenvolvido pela própria Avid, este recurso deve ser utilizado com atenção, pois mesmo tendo como modificar vários parâmetros, como equalização, compressão e efeitos, entre
mixagem L/R do PA, que pode ser utilizada como backup da primeira. O formato deste ano foi um pouco diferente dos programas passados. Antes de começar o programa propriamente dito, houve uma pequena apresentação do grupo carioca Planet Hemp, transmitida ao vivo. Apesar de tocarem com um volume muito alto no placo, isso não atrapalhou a mixagem para a televisão.
outros, como não temos a banda tocando ao vivo, algumas referências podem mudar bastante, por isso
As atrações deste ano foram Marcelo D2, Gal Cos-
toda modificação dever ser feita com cautela.
ta, Emicida, Bonde do Rolê e Carol Conká, Projota, Agridoce, ConeCrew e Racionais MC’s, cada uma
Este sistema, quando bem utilizado, permite a
com uma formação diferente: desde as mais sim-
quem está fazendo a mixagem ensaiar repetida-
ples, com um DJ e dois microfones, até as maiores,
mente aquela mesma música, sem a necessidade
com bateria, baixo, percussão, guitarras, teclados...
da banda estar tocando. O objetivo final da utilização deste recurso é aprimorar ao máximo a mixagem, fazendo até automações, tudo para que se tenha o melhor resultado sonoro possível. Como o programa é ao vivo e, na grande maioria das vezes, a banda toca apenas uma música, não existe tempo nem espaço para grandes alterações ou correções. A mixagem já deve começar pronta, por isso a importância de toda a preparação feita anteriormente.
A última apresentação do programa foi dos Racionais MC’s, um dos grupos mais difíceis de mixar nesta premiação. Apesar de a base ser tocada por dois DJs e uma MPC, foram utilizados oito microfones para as vozes. Além do cantor principal, Mano Brown, havia muitas intervenções de outros convidados. Posso dizer, seguramente, que este VMB foi um dos melhores trabalhos que já fiz para a televisão. Sem
MAIS UM RESULTADO POSITIVO
nenhum problema técnico, com tudo funcionando perfeitamente bem. Tudo isso graças, principalmente, ao empenho dos profissionais envolvidos e
Um evento deste porte é sempre cercado de pre-
à qualidade dos equipamentos utilizados.
renato muñoz é formado em comunicação social e atua como instrutor do iaTec e técnico de gravação e pa. iniciou sua carreira em 1990 e desde 2003 trabalha com o skank. e-mail:
[email protected]
em casa
|
Lucas Ramos
Equipamentos para um home studio (Parte 13) Monitores: modelos mais baratos
Na última edição, terminamos de falar sobre como escolher o
Potência: tweeter - 25 W/woofer - 50 W
monitor ideal para o seu estúdio. Então, nada mais natural do
Falantes: tweeter - 0,75”/woofer - 5”
que falar sobre alguns modelos de monitores disponíveis no
Resposta de frequência: 56 Hz - 20 kHz
mercado. E como a galera dos home studios não costuma na-
Sensibilidade: 90 dB (A)
dar na grana (ainda mais aqui no Brasil, onde é tudo muuuuito
Relação sinal-ruído: > 100 dB
mais caro), vamos começar falando dos modelos mais baratos,
Entradas: XLR e P-10 (1/4”)
divididos por fabricante. Listarei somente monitores com falan-
Dimensões: 16,5 cm x 26,7 cm x 19,7 cm
tes de 5”, pois falantes menores não são capazes de responder
Peso: 6 kg cada
bem nos graves. Eu também vou listar somente os monitores ativos, pois são mais práticos e mais comuns nos home studios.
M1 Active 520 USB
Mas é importante lembrar as dicas sobre como escolher o
Vias: 2 (tweeter/woofer)
melhor monitor e, se possível, escute e teste (em um am-
Potência: tweeter - 30 W/woofer - 30 W
biente adequado) os modelos que te interessarem antes de
Falantes: tweeter - 1”/woofer - 5”
definir a sua escolha. Então vamos lá!
Resposta de frequência: 56 Hz - 20 kHz Sensibilidade: 90 dB (A) Relação sinal-ruído: > 90 dB
ALESIS
Entradas: P-10 (1/4”) e USB Dimensões: 18,4 cm x 22,5 cm x 27 cm
A Alesis é uma empresa conhecida mais pelos seus contro-
Peso: 9 kg cada
ladores e instrumentos eletrônicos (além do ADAT, é claro), mas que também fabrica monitores de bom custo-benefí-
M1 Active 620
cio. Certamente não são os melhores do mercado, mas pelo preço é difícil achar algo melhor.
Vias: 2 (tweeter/woofer) Potência: tweeter - 30 W/woofer - 65 W
M1 Active 520
Falantes: tweeter - 1”/woofer - 6,25” Resposta de frequência: 49 Hz - 20 kHz
Vias: 2 (tweeter/woofer)
46 | áudio música e tecnologia
Sensibilidade: 90 dB (A)
Relação sinal-ruído: > 100 dB
BEHRINGER
Entradas: XLR e P-10 (1/4”) Dimensões: 21,6 cm x 38 cm x 26 cm
A Behringer é uma marca que vem crescendo muito nos
Peso: 9,6 kg cada
últimos anos, assim como a qualidade de seus produtos. Seu público-alvo é justamente os home studios, por isso
M1 Active MKII
seus produtos são geralmente mais baratos do que os da concorrência. A qualidade dos projetos utilizados aumen-
Vias: 2 (tweeter/woofer)
tou bastante recentemente, e, assim, seus produtos se
Potência: tweeter - 25 W/woofer - 75 W
tornaram mais competitivos no mercado, incluindo sua
Falantes: tweeter - 1”/woofer - 6,5”
linha de monitores.
Resposta de frequência: 45 Hz - 22 kHz Sensibilidade: 88 dB (A)
Truth B1030A
Relação sinal-ruído: > 110 dB Entradas: XLR e P-10 (1/4”)
Vias: 2 (tweeter/woofer)
Dimensões: 21,6 cm x 38,1 cm x 23,5 cm
Potência: tweeter - 25 W/woofer 50 - W
Peso: 9,5 kg cada
Falantes: tweeter - 1”/woofer - 5,25” Resposta de frequência: 50 Hz - 20 kHz Sensibilidade: (não divulgado) Relação sinal-ruído: (não divulgado) Entradas: XLR, P-10 (1/4”) e RCA Dimensões: 19,8 cm x 28,8 cm x 28 cm Peso: 5,5 kg cada Truth B2030A Vias: 2 (tweeter/woofer) Potência: tweeter - 35 W/woofer - 75 W Falantes: tweeter - 0,75”/woofer - 6,75” Resposta de frequência: 50 Hz - 21 kHz Sensibilidade: (não divulgado) Relação sinal-ruído: (não divulgado) Entradas: XLR e P-10 (1/4”) Dimensões: 21,4 cm x 31,7 cm x 21,1 cm Peso: 9,84 kg cada Truth B3030A Vias: 2 (tweeter/woofer) Potência: tweeter - 35 W/woofer - 75 W Falantes: tweeter - 2”/woofer - 6,75” Resposta de frequência: 50 Hz - 24 kHz
A família de monitores Alesis: 1) M1 Active 520, 2) M1 Active 520 USB, 3) M1 Active 620, 4) M1 Active MKII áudio música e tecnologia | 47
em casa
Sensibilidade: (não divulgado)
Truth B2031A
Relação sinal-ruído: (não divulgado) Entradas: XLR e P-10 (1/4”)
Vias: 2 (tweeter/woofer)
Dimensões: 21,5 cm x 31,5 cm x 21 cm
Potência: tweeter - 75 W/woofer - 150 W
Peso: 10 kg cada
Falantes: tweeter - 1”/woofer - 8,75” Resposta de frequência: 50 Hz - 21 kHz
Truth B1031A
Sensibilidade: (não divulgado) Relação sinal-ruído: (não divulgado)
Vias: 2 (tweeter/woofer)
Entradas: XLR e P-10 (1/4”)
Potência: tweeter - 50 W/woofer - 100 W
Dimensões: 25 cm x 40 cm x 29 cm
Falantes: tweeter - 1”/woofer - 8”
Peso: 15 kg cada
Resposta de frequência: 35 Hz - 20 kHz Sensibilidade: (não divulgado)
Truth B3031A
Relação sinal-ruído: (não divulgado) Entradas: XLR, P-10 (1/4”), e RCA
Vias: 2 (tweeter/woofer)
Dimensões: 26,1 cm x 39,3 cm x 34,5 cm
Potência: tweeter - 75 W/woofer 150 W
Peso: 11,3 kg cada
Falantes: tweeter - 2”/woofer - 8,75”
A família de monitores Behringer: 1) Truth B1030A, 2) Truth B2030A, 3) Truth B3030A, 4) Truth B1031A, 5) Truth B2031A, 6) Truth B3031A
48 | áudio música e tecnologia
Resposta de frequência: 50 Hz - 24 kHz
M-505 v2
Sensibilidade: (não divulgado) Relação sinal-ruído: (não divulgado)
Vias: 2 (tweeter/woofer)
Entradas: XLR e P-10 (1/4”)
Potência: tweeter - 25 W/woofer - 50 W
Dimensões: 25 cm x 40 cm x 29 cm
Falantes: tweeter - 1”/woofer - 5”
Peso: 15 kg cada
Resposta de frequência: 55 Hz – 20 kHz (+/-2 dB) Sensibilidade: (não divulgado) Relação sinal-ruído: > 90 dB
KEY
Entradas: XLR, P-10 (1/4”) e RCA Dimensões: 22,5 cm x 18,8 cm x 28,7 cm
A iKey é uma empresa menos popular que as outras desta
Peso: 6,8 kg cada
lista, especialmente no Brasil, mas que recentemente tem crescido no mercado. É uma divisão da Gemini, empresa
M-606 v2
mais conhecida pelos seus equipamentos para DJs e sonorização, e por isso seus monitores não podem ser considera-
Vias: 2 (tweeter/woofer)
dos de altíssimo nível, mas também não se propõem a tal. Se
Potência: tweeter - 25 W/woofer - 65 W
você estiver procurando algo bem básico para poder simples-
Falantes: tweeter - 1”/woofer - 6,5”
mente monitorar uma gravação ou editar e o orçamento es-
Resposta de frequência: 50 Hz - 20 kHz (+/-2 dB)
tiver baixo, então esses podem ser os monitores para você!
Sensibilidade: (não divulgado)
em casa
Relação sinal-ruído: > 90 dB
Esses foram alguns modelos de quatro fabricantes que
Entradas: XLR, P-10 (1/4”) e RCA
costumam oferecer produtos bons a um preço mais aces-
Dimensões: 22,5 cm x 18,8 cm x 28,7 cm
sível. Podem não ser os melhores monitores do mundo,
Peso: 6,8 kg cada
mas em termos de custo-benefício estão, com certeza, na parte de cima da lista.
M-808 v2 Na próxima edição vamos continuar este assunto, conheVias: 2 (tweeter/woofer)
cendo alguns modelos intermediários, que não custam “o
Potência: tweeter - 25 W/woofer - 100 W
olho da cara”, mas que também não são baratos. E assim
Falantes: tweeter - 1”/woofer - 8”
prosseguimos com nossa busca pelo monitor ideal para o
Resposta de frequência: 45 Hz - 20 kHz (+/-1,5 dB)
seu estúdio.
Sensibilidade: (não divulgado) Relação sinal-ruído: > 90 dB
Mês que vem tem mais...
Entradas: XLR, P-10 (1/4”) e RCA
Até lá!
Dimensões: 22,5 cm x 18,8 cm x 28,7 cm Peso: 6,8 kg cada
Obs.: É campeão! É tetra!!!
A família de monitores iKey: 1) M-505 v2, 2) M-606 v2, 3) M-808 v2
Lucas Ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do IATEC. Formado em Engenharia de Áudio pela SAE (School of Audio Engineering), dispõe de certificações oficiais como Pro Tools Certified Operator, Apple Logic Certified Trainer e Ableton Live Certified Trainer. E-mail:
[email protected]
50 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 51
graVaçãode |microfonação Técnicas fábio henriques
|
fábio henriques
TÉCNICAS DE MICROFONAÇÃO
A TABELA COMPLETA Na última edição da AM&T, buscando concluir nossa
Dinâmico que suporte
D112, RE20, Beta 52,
discussão sobre microfonação, decidi reunir uma série
altos SPL. Se os va-
AT2500, D6
de sugestões de escolha de microfones. No entanto,
zamentos
por um problema de diagramação, metade da tabela
Bumbo
com modelos e aplicações acabou não sendo publicada.
duas revistas abertas, juntando parte um e parte a mesma agora.
Caixa
bela não significa que eu não aprove ou não goste do
Tons
Hi-hat
bela, compare suas características com aquelas dos Overs
consultando, por exemplo, fóruns. Dicas interessantes
Segue, então, a tabela. Como eu disse antes, embora ela não pretenda ser perfeita e nem 100% abrangente,
MD421, i5
zamentos
não
Surdo (samba)
Zabumba
Dinâmico que suporte
MD421, Beta 56, C519,
altos SPL. Há algumas
e604, D2, D4
opções de condensa-
Condensador de dia-
C451, SM81, KM184
fragma pequeno. Condensador de dia-
U87,
fragma grande. Even-
4051, QTC40, KM184
NT1-A,
C414,
tualmente, diafragmas
Condensador de dia-
U87, NT1-A, C414
fragma grande. Na pele, os mesmos
C451, SM81, KM184,
dos tons. No bacalhau,
NT-55,
pode ser tentado um
C414
U87,
NT1-A,
condensador.
pode ajudar em diversas situações.
Condensadores Violão (nylon)
com
C451, SM81, KM184,
boa resposta de har-
NT-55,
mônicos altos. Evite os
C414, e914
dinâmicos.
52 | áudio música e tecnologia
forem
pequenos.
podem ser obtidas neles.
a taBela
SM57, M 201, AT4041,
altos SPL. Se os va-
dores.
- Se você notar que seu microfone não consta na tamicrofones encontrados na lista e decida o que fazer,
Dinâmico que suporte
usar um condensador.
microfone ou da marca, mas sim que nunca tive a chance de testá-lo. Não tenho nenhum vínculo com fabricantes.
um problema, pode-se
um problema, pode-se
Vale lembrar novamente: - Um determinado fabricante ou modelo não estar na ta-
forem
usar um condensador.
Então, para que você não tenha que ficar com as dois para ter a versão completa da lista, publicamos
não
U87,
NT1-A,
divulgação
divulgação
shure Beta 52 e 56: respectivamente indicados para BumBo e tons
Condensadores Violão (aço)
com
C451, SM81, KM184,
boa resposta de har-
NT-55,
mônicos altos.
C414, e914
Dinâmicos.
Para
um
U87,
NT1-A,
SM57, MD421, AT4050,
timbre mais aveluda-
R-121,
do, experimente um de
353, Coles 4038, C414
M-160,
KSM
fita. Para um som mais Amplificador de
divulgação
guitarra
brilhante e com graves, um condensador de diafragma grande. Uma
combinação
de
um condensador mais um dinâmico merece ser testada.
rØde nt1-a: microfonação de surdo, zaBumBa, violão, piano, entre muitos outros
Cavaco, bandolim
Condensador de dia-
C451, SM81, KM184,
fragma pequeno. Evite
NT-55
os dinâmicos. Baixolão
Condensador de dia-
U87,
fragma grande.
AT40, MKH
Condensador
C451, SM81, KM184,
Acordeon
NT1-A,
NT-55,
U87,
C414,
e914,
C414,
NT1-A, AT40,
MKH Condensador.
Piano
Uma
C451, SM81, KM184,
combinação de um par
NT-55,
U87,
de diafragmas grandes
C414,
e914,
no centro mais um par
MKH
NT1-A, AT40,
de pequenos para de-
divulgação
talhe pode ser interes-
audio-technica at4050: uso recomendado em amplificadores de Guitarra
sante. Flauta
Condensador de dia-
C451, SM81, KM184,
fragma pequeno.
NT-55
áudio música e tecnologia | 53
Gravação
Sax
Clarinete
Oboé
Fagote
Condensador de dia-
U87,
fragma grande.
e914, AT40, MKH
NT1-A,
C414,
Condensador de dia-
C451, SM81, KM184,
fragma pequeno.
NT-55
Condensador de dia-
C451, SM81, KM184,
fragma pequeno.
NT-55
Dois condensadores de
C451, SM81, KM184,
diafragma grande. Vale
NT-55,
U87,
experimentar um pe-
C414,
e914,
queno na posição mais
MKH
NT1-A, AT40,
próxima à palheta.
Gaita
rock,
dinâmico
Shure 520 DX, U87,
na mão. Para um som
NT1-A,
clássico, o mesmo que
AT40, MKH
C414,
e914,
voz.
Cordas
Condensadores.
Dia-
C451, SM81, KM184,
fragma
fun-
NT-55,
U87,
ciona bem. No cello,
C414,
e914,
AT40,
diafragma
MKH
NT1-A,
C414,
grande
pequeno
NT1-A,
Beyerdynamic M 201: exemplo de dinâmico que suporta altos SPL. faz um bom trabalho na microfonação da caixa da bateria
surpreende. No baixo,
Divulgação
Para
diafragma grande. Condensadores de dia-
U87,
fragma
e914, AT40, MKH
grande.
SPL
Metais (trompete,
pode ser uma preocu-
trombone, trompa)
pação. Direcionalidade pode
ser
importante
em naipes.
Percussão de pele
Dinâmicos podem ser
- SM57, MD421
boa opção. Condensa-
- C451, SM81, KM184,
dores de diafragma pe-
NT-55,
U87,
queno para mais brilho
C414,
e914,
e grande para altos SPL
MKH
NT1-A, AT40,
e sons mais graves.
Pandeiro
Samba, dinâmico. So-
- SM57, MD421
lista ou destaque, uma
- C451, SM81, KM184,
combinação
NT-55
de
con-
densador de diafragma pequeno
e
dinâmico
pode ser interessante.
Marimba, vibrafone
Condensadores de dia-
U87,
fragma grande. Evite
e914, AT40, MKH
NT1-A,
C414,
os dinâmicos. C451, SM81, KM184,
fragma grande ou pe-
NT-55,
U87,
queno para mais har-
C414,
e914,
mônicos altos. Evite os
MKH
dinâmicos.
54 | áudio música e tecnologia
NT1-A, AT40,
Divulgação
Xilofone, glockenspiel
Condensadores de dia-
Neumann KM 184: hi-hat, cavaco, flauta, clarinete, oboé e diversos outros podem ser captados pelo modelo
Pandeirola
Cuidado com os altos
C451, SM81, KM184,
SPL. Condensadores de
NT-55,
U87,
diafragma grande ou
C414,
e914,
pequenos, se suporta-
MKH
NT1-A, AT40,
rem os níveis Quanto mais agudos,
- SM57, MD421
melhor para os dia-
- C451, SM81, KM184,
Idiofones (clave,
fragmas pequenos. Se
NT-55
reco, shaker)
os SPL forem muito altos, vale tentar os dinâmicos.
Voz
O melhor condensador
A lista é enorme. Deve
de diafragma grande
ser o maior investi-
possível. Eventualmen-
mento do acervo.
te, um diafragma pe-
Ambiente
Condensadores
PZM, QTC 40
Microfones
C414, NT1-A, TLM 103,
“coringa”,
que podem ser usados Uso geral
divulgação
queno tipo DPA.
T4040, KSM32
para muitas finalidades e não são extremamente caros.
amplificadores de Guitarra, pandeiros e idiofones são alGuns itens que vão Bem com o sennheiser md421
A mesma tabela, separada por fabricantes: AKG Audio-Technica
D112, C519, C451, C414 AT2500, AT4040, AT4041, AT5050, AT5051. Onde foi citado apenas AT40, significa que dentro da linha há várias opções.
Audix
I5, D2, D4, D6
Beyerdynamic
M 201, M 160
Coles
4038
Crown
PZM
Earthworks Electro-Voice Neumann
QTC40 RE20 U87, KM 184, TLM 103
Røde
NT1-A, NT55
Royer
R121
Sennheiser Shure
MD421, e604, e914. Onde foi citado apenas MKH, significa que dentro da linha há várias opções. Beta 52, Beta 56, SM57, SM81, KSM32, KSM353, 520DX
fábio henriques é engenheiro eletrônico e de gravação e autor dos Guias de Mixagem 1, 2 e 3, lançados pela editora música & Tecnologia. é responsável pelos produtos da gravadora canção nova, onde atua como engenheiro de gravação e mixagem e produtor musical. áudio música e tecnologia | 55
fábio henriques
divulgação
VR
M
BO X
TesTe |
56 | áudio música e tecnologia
conhecendo mais soBre a caixinha da FocUsriTe QUe permiTe conFerir como mixagens irÃo soar em diFerenTes salas e moniTores
H
á 20 anos, quando eu comecei a trabalhar com áudio, existia uma diretriz básica quando se considerava a mixagem usando fones: evite. E as razões para isso são coerentes até hoje. A primeira delas é que o som que sai das caixas não chega aos nossos ouvidos pelo caminho direto. Ele também in-
terage com a sala em que a audição ocorre, e suas reflexões nas paredes e superfícies contribui decisivamente para nossa experiência auditiva. A segunda razão é muito menos óbvia, mas igualmente importante: o som que sai da caixa da esquerda chega diretamente ao ouvido esquerdo, mas também chega ao ouvido direito, e vice-versa. A própria sensação espacial do estéreo leva isso em conta e dá um ar de naturalidade à coisa. Quando se mixa de fones, a gente elimina estes dois fatores (quase) completamente. O som que chega a nossos ouvidos não interage com a sala e também a informação de um canal só chega ao ouvido correspondente. Isso faz com que o mixador tenha a tendência natural de criar uma situação, a princípio, antinatural, pois não é deste modo que ouviríamos um instrumento que estivesse localizado na mesma sala que nós. O princípio básico que sustenta toda a argumentação acima é aquele que assola a mente de todo mundo que se aventura a mixar: como faço para que o meu trabalho soe bem em todos os lugares em que for ouvido? Este problema fundamental não é exclusivo de quem está começando, pois ocupa uma parte significante da preocupação de qualquer profissional. É claro que tentamos resolver o dilema, e existem algumas atitudes que ajudam nessa hora. Por exemplo, a gente procura usar caixas que simulem a maioria dos sistemas de que os usuários dispõem. Um exemplo clássico foram as Yamaha NS-10. Houve uma época em que era simplesmente obrigatório para todo estúdio ter um par delas para trabalhar. A razão de seu sucesso era justamente o fato de que eram bons representantes da média das situações de audição do ouvinte genérico. O mesmo acontecia com as Auratones (e ainda acontece), pois elas podem nos dar uma ideia muito boa de como o trabalho soará em falantes de TVs, rádios portáteis e até caixas de computadores (pra não falar nos falantezinhos dos laptops e tablets). Com a chegada dos graves ao mundo do consumidor, porém, via os famosos “systems” portáteis e coisas do gênero, a limitação de resposta em frequência das NS-10 acabou distorcendo esta realidade, e elas foram pouco a pouco cedendo seu lugar de elemento indispensável (embora muitas continuem em uso, e com sucesso). Agora era a hora de se monitorar com graves, mesmo em situações de menor potência e em campo próximo. Porém, se a gente parar pra analisar o que acontece nos dias de hoje, qual a realidade que se apresenta? Posso estimar, sem medo de errar, que um trabalho mixado por nós será ouvido, na enorme maioria das vezes, ou num carro ou via um par de fones. Ou seja, hoje em dia, se a gente quer verificar como nossa mix vai soar na maioria das situações, precisamos muito ouvi-la de fones (e mais: precisamos necessariamente ouvir nossa mix em MP3, pois é assim que será ouvida na maioria dos casos). Paralelo a isso, temos outra mudança de realidade. Cada vez mais os trabalhos estão sendo mixa-
áudio música e tecnologia | 57
TESTE
dos em home studios e até em “homes sem estúdios”. Isso
e MAC OS X 10.5 (Intel) e 10.6.
acaba levando as pessoas, cada vez mais, a desenvolverem por necessidade a capacidade de mixar de fones. Já passei
A ideia é a seguinte: os engenheiros da Focusrite tomaram
por isso há algum tempo e posso dizer que dá um certo
três ambientes básicos – um estúdio profissional, um home
trabalho. A gente precisa fazer vários testes e analisar os
studio (na verdade um estúdio no quarto [um bedroom stu-
resultados em ambientes reais para elaborar um método de
dio]) e uma sala de estar (living room). Nestes ambientes
usar reverbs e pans ao mixar de fones de forma a que soe
eles captaram as respostas ao impulso de diferentes caixas.
bem tanto neles quanto em ambientes. Se a gente tem a fe-
Para o estúdio profissional, foram nada menos que dez mo-
licidade de contar com um bom par de fones, a coisa é mais
delos e mais cinco para os outros ambientes (vide tabela 1).
fácil e pode realmente dar excelentes resultados. Uma coisa extremamente importante é que, para ser o mais Em resumo, quer por necessidade pessoal, quer por coe-
universal possível, a VRM não é controlável de dentro da
rência em relação ao mercado, mixar de fones é cada vez
DAW. O controle da unidade (exceto o volume do fone, que
mais uma realidade, quer a gente queira ou não. Só que
é feito pelo controle giratório) é todo feito pelo software que
se numa situação de uso exclusivo de fones a gente con-
roda no sistema operacional. Existem, então, dois modos
seguisse recriar um ambiente acústico de estúdio ou até
para se ligar o equipamento. No primeiro, usa-se a VRM
doméstico, talvez ficasse mais fácil avaliar nossa mix. É aí
como uma interface (ASIO) do computador, e se você esti-
é que surge o VRM.
ver mixando em uma outra interface, precisará alterar para a VRM para poder ouvir as simulações. O outro modo usa a
VIRTUAL ROOM MONITORING
saída S/PDIF da interface de áudio, que envia o áudio digital para a VRM, mas que ainda assim precisa também estar
A Focusrite nos apresenta a VRM Box, uma simpática interface
ligada ao computador pela USB para alimentação e para o
que promete muito. Vejamos, então, como ela se comporta.
software de controle.
A VRM Box é bem simples em termos de design. Uma caixi-
Se você já usa a interface de áudio interna do computador,
nha de 6,8 x 2,5 x 6,8 cm, com apenas um controle giratório
ou se sua interface possui saída S/PDIF, a coisa é simples.
(potenciômetro de volume dos fones), um LED e três conec-
Caso contrário, existe esse trabalho extra de mudar de in-
tores – RCA S/PDIF, USB 2.0 e saída de fones. A montagem
terface na configuração da DAW quando quiser usar a VRM.
me pareceu bastante robusta e sólida, devendo se com-
Existe também mais uma questão a se considerar, que é o
portar mecanicamente bem nas situações portáteis a que
fato de que você irá ocupar mais uma saída USB do compu-
se propõe. A embalagem traz a Box em si e mais um cabo
tador, o que pode tornar a coisa complicada.
USB. Poderia trazer um cabo coaxial RCA também, mas, pelo preço final do produto, é compreensível sua ausência.
No meu caso, usei um laptop rodando Windows 7 e Pro
Acompanha também um CD de instalação do software de
Tools 9 usando uma Mbox2, que possui S/PDIF. Não poderia
controle, que é compatível com Windows XP (sp3), Vista e 7
ser mais fácil: funcionou de primeira, sem o menor proble-
58 | áudio música e tecnologia
Marcio de Sá
Marcio de Sá
Vistas frontal e traseira do VRM Box: design simples
TesTe
ma. A latência adicional provocada pela passagem pela VRM
nheiser HD-595, de 50 ohms, a potência foi suficiente, mas
foi de pouquíssima significância, e, sinceramente, não senti
no Ultrasone HFI-680, de 75 ohms, eu senti um pouco de
nem a necessidade de medi-la (o fabricante informa que
falta, mas nada drástico.
pode chegar a 20 ms). Só por curiosidade, usei a VRM como a interface interna de
SIMULAÇÕES
áudio do laptop apenas para ouvir música pelo Media Player,
As simulações soaram muito coerentes, tanto no tamanho
e o funcionamento foi perfeito e instantâneo, bastando ape-
aparente quanto nas características acústicas das salas.
nas redirecionar o áudio no Painel de Controle. Agora, neste
Quanto aos monitores, já tive oportunidade de usar uns cinco
caso, a latência foi bem apreciável, mas eu creio que uma
ou seis dos que estão simulados, e posso dizer que eles me
enorme parte dela seja mesmo do lado ASIO da coisa.
soaram extremamente familia-
marcio de sá
res. No caso das NS-10, chegou a dar saudade das branquinhas. Eu até confesso que tinha minhas dúvidas quando li pela primeira vez a respeito do produto, mas o resultado é até mesmo surpreendente. Tudo bem que o objetivo da VRM é fornecer meios ao mixador de avaliar suas mixes em diferentes condições, e sobre isso falaremos adiante, mas um uso interessante é um do qual eu já pude me beneficiar. Para isso, peguei uma mix que eu já conhecia e que já ouvi em tudo o que é lugar (o disco We Sweat Blood, do Danko Jones, que
No teste, foi utilizado um laptop rodando Windows 7 e Pro Tools 9 usando uma Mbox2. Tudo funcionou de primeira
eu gosto de usar por não ter praticamente nenhum reverb, por usar só o básico em termos de instrumentos e, por que não dizer, por conter mú-
AMP DE FONES
sicas muito legais de se ouvir) e usei a VRM simplesmente para comparar as caixas, e não a mix. Tinha muita curiosidade em ouvir alguns dos
Antes de comentar as simulações, a primeira coisa que de-
modelos que estão ali, e foi muito esclarecedor conhecer
cidi testar foi o amp de fones em si, e posso dizer que o
a individualidade de cada um. Me serviu como importante
resultado foi muito bom. Na comparação com a saída de
instrumento de avaliação. Só espero que a Focusrite dis-
fones da Mbox2, não ficou devendo nada, e não consegui
ponibilize, no futuro, mais modelos para download.
notar diferença entre os dois (talvez porque a tecnologia do amp da Mbox2 pode ter vindo da própria Focusrite). Assim,
Mas voltando ao benefício que a monitoração via VRM pode
a VRM já se apresenta como ótima alternativa como amp de
trazer à nossa mix, acho que, antes de qualquer coisa, prin-
saída de fones, principalmente com interfaces mais simples
cipalmente pelo baixo preço do equipamento, vale a pena.
ou quando não se usa interface. Para o meu gosto (e meu
Até mesmo nos casos extremos de caixas de laptop e de TV.
ouvido, que já passou dos 50 mil quilômetros rodados), o
Como o meu trabalho na Canção Nova muitas vezes envolve
amp poderia entregar um pouquinho mais de potência. O
transmissão do áudio em broadcast, me serviu como um
especificado é 30 mW em 50 ohms. De fato, no fone Sen-
jeito muito rápido de avaliar como o áudio soará em uma
60 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 61
Reprodução
TESTE
TV comum. E como o amp de fones é muito bom, pude me
modelo. Só então compare a sua
manter conectado a ela sem precisar voltar para a Mbox
mix atual. Com isso, você estará en-
para continuar mixando.
sinando seu cérebro a identificar os eventuais problemas com sua mix, e
De fato, o poder de comparar a nossa mix em diversas
não os que aparecem pelas caracte-
situações e monitores pode ser muito útil, mas exige um
rísticas particulares de cada modelo.
cuidado básico. Se você for do tipo “grilado”, quando no-
Este método não tem nada de novo,
tar como sua mix fica bem diferente em cada monitor,
pois é isso o que todo profissional faz
pode acabar mais desesperado do que estava antes de
quando vai usar uma sala que não
comparar. Então, pessoas facilmente influenciáveis po-
conhece. Então, por que não fazer o
dem acabar com um problema maior, em vez de obterem
mesmo nas salas virtuais?
uma solução. No geral, trata-se de um produto A minha sugestão para um bom uso da VRM é fazer exata-
que pode ser muito útil na avaliação
mente o que fiz. Pegue um CD cujo som você conheça muito
de suas mixes, guardados os cuida-
bem e que já tenha ouvido em tudo o que é lugar. Pode até
dos acima. Adicionalmente, é uma
ser uma mixagem sua mesmo. Ouça este CD em cada mo-
boa opção de amplificador de fone
nitor e sala da VRM. Aprenda como é a sonoridade de cada
para computadores.
Tabela 1 – Dados dos monitores simulados Description ADAM S2.5A US Passive Nearfield
Based On ADAM S2.5A Alesis Monitor One
Tweeter
Woofer
System
Ribbon
8”
Active 2-way bass reflex
1” silk dome tweeter w/
6.5” mineral-filled poly-
Passive 2-way rear firing
ferrofluid cooling
propylene cone
port Passive single driver closed
Auratone 5C
Auratone 5C
(none)
4”
British 80’s Hi-Fi
B&W DM12
1” polyester weave dome
6” bass/midrange driver
Computer Desktop
Creative S8S35
(none)
2.5”
Genelec 1031A
Genelec 1031A
1” metal dome
8” poly composite driver
Active 2-way vented box
Goodmans MS188
1” dome
3.5”
Passive 2-way ported box
British 90’s Hi-Fi
KEF Q55.2
1”
5”
KRK RP6 G2
KRK RP6 G2
1” neodymium soft dome
6” glass aramid com-
Active 2 way front firing
with ferrofluid
posite
ported box
KRK VXT8
KRK VXT8
1” silk dome ferrite
8” woven kevlar
Phocus LCD 26 TV
(none)
British Studio
Quested S8R
1” soft dome
8” cone
Active 2-way bass reflex
Rogers LS3/5a
Rogers LS3/5a
0.75”
5” KEF B110
Passive 2 way closed box
Stirling LS3/5a
Stirling LS3/5a
0.75”
5” KEF B110
Passive 2 way closed box
Yamaha NS-10M Pro
1.5”
7” cone
Budget Micro System
Flat-Screen Television
Japanese White Classic
62 | áudio música e tecnologia
2” x 4” oval-shaped driver
box Passive 2-way closed box Active single driver rear firing port
Passive 2-way rear ported box with passive radiator
Active 2 way front firing ported box Active single driver
Passive 2 way closed bookshelf
O software do VMR Box: no centro da tela, três opções de sala; à direita, 15 modelos de monitores
A única coisa que eu realmente lamentei é o fato de não haver uma deconvolução do modelo de fone usado. Explico: para que a reconstrução das salas e monitores seja realmente precisa, é necessário que primeiro se “des-simule” o fone que está sendo usado. Do jeito como é, não há como as simulações parecerem verídicas se os fones usados não o são. Seria ingênuo achar que qualquer fone dará um resultado fiel. Porém, seria impraticável para um produto nesta faixa de preço poder escolher um fone no software, pois as opções teriam que ser bem numerosas. Fica então a dica adicional de se usar ou um fone bem transparente ou um com que você esteja muito acostumado a trabalhar. A tecnologia é realmente promissora. Na verdade, a VRM Box é um “spin-off” da interface Saffire Pro 24 DSP, e é provável que migre para outros equipamentos de hardware. Seria muito interessante, por exemplo, vê-la também associada aos modelos mais profissionais de fones, estando devidamente adaptada a cada um deles.
•
Tabela 2 – Dados das salas simuladas Listening Environment
Dimensions
Volume
Reverb Time
Professional Studio
6.10 x 6.48 x 3.53 m
139.40 m³
0.38 s
Living room
5.48 x 4.66 x 2.79 m
71.27 m³
0.36 s
Bedroom Studio
3.28 x 3.69 x 2.47 m
29.90 m³
0.47 s
áudio música e tecnologia | 63
rodrigo sabatinelli
gláucio ayala
capa |
64 | áudio música e tecnologia
REAL FANTASIA
BeTo neves, alexandre lins e os BasTidores do novo disco de iveTe sangalo
H
á seis anos sem lançar um CD de estúdio – todos os seus últimos projetos foram gravados ao vivo, dentre eles o álbum e o DVD Ao Vivo no Madison Square Garden –, a cantora baiana Ivete Sangalo volta à cena com Real Fantasia. Produzido por Alexandre Lins, que a acompanha desde a Banda Eva, o trabalho
foi gravado e mixado pelo engenheiro Beto Neves e masterizado por Carlinhos Freitas. Quando gravava as bases do disco, Beto nos procurou e passamos a conversar sobre o processo de feitura do novo trabalho da cantora, e essas conversas deram origem, sim, a esta matéria. Os primeiros contatos foram feitos há alguns meses, por e-mail, mas o encontro somente se deu em setembro passado, nos Estúdios Mega, no Rio de Janeiro, local escolhido para a mixagem das faixas. Na ocasião, Beto e Alexandre comemoravam a escolha das salas para a finalização do trabalho. Diante de uma SSL4000, a dupla preparava o material para que Carlinhos Freitas começasse a masterização em seu estúdio, o Classic Master, em São Paulo. Com 14 músicas, Real Fantasia é mais um disco de Ivete que mostra que a cantora não
está presa à axé music. Com repertório e sonoridade pop, ele acaba de chegar às lojas. Por aqui, você confere um pouco sobre os bastidores de sua gravação e mixagem.
BASES NO GROOVE E VOZES EM CASA O estúdio escolhido para registrar as bases do disco foi o Groove Studio, de Durval Lellys, do Asa de Águia, local que, na opinião de Beto, é um dos melhores estúdios de gravação do Brasil, pois conta com muitos equipamentos de ponta, microfones diversos e uma sala com sonoridade incrível. O estúdio, inclusive, foi tema de matéria na AM&T 243, de dezembro de 2011. Vale conferir.
áudio música e tecnologia | 65
capa
As bases foram registradas em grupos pelo engenheiro e
HD na versão 10, com conversores AVID192 na resolução
por Flavio Souza, que também já trabalhou com Ivete em
96 kHz em 32 bits. “Apesar do projeto ficar bastante pesado
outros de seus discos. “Participaram, ainda, de adicionais,
nessa resolução, os ganhos sonoros compensam”, diz Beto,
os engenheiros Marcelo Sabóia, responsável pelo registro
lembrando que a cada sessão eram registradas somente
das cordas no Rio de Janeiro; Daniel Reis, que gravou a
três canções. “Só depois de todos os instrumentos regis-
base de uma das músicas e quatro vozes de Ivete no Que-
trados é que partíamos para outras faixas”, completa ele.
ridona, estúdio particular da cantora; Alex Spiff, que gravou backings, e Carlos “Kalunga”, que gravou oito de suas vozes, além de alguns backings. A plataforma usada para o registro do projeto foi o ProTools
FAIXAS TÊM CAPTAÇÕES DISTINTAS A diversidade da captação dos instrumentos de Real Fantasia é descrita por Beto, que
arquivo beto neves
fala de três das 14 canções presentes no disco. Ele conta, por exemplo, que na faixa de trabalho, o samba reggae No Brilho Desse Olhar, arranjada por Gigi e Jomar Freitas, usou, para captar o bumbo de 22” de uma bateria Odery, dois microfones: um Beyerdinamic M-88 dentro da peça e um Shure Beta 52 fora dela. Para os tons de 10”, 12”, 14” e 16” ele usou os Sennheiser MD 421, enquanto os overs e a sala foram captados, respectivamente, por pares de AEA 84 (“microfone de fita geralmente usado para captar pratos”) e Schoeps CMXY 4V U. O baixo, instrumento tocado por Gigi e de extrema importância para a canção, ainda de arquivo beto neves
acordo com Beto, foi captado em linha por um pré Neve 1073. Já as guitarras PRS, tocadas por Jaguar, foram ligadas a amplificadores Mesa Boogie Dual Ractifier, com caixas 4 x 10”, e captadas por quatro microfones. “Foram eles Shure SM57, Sennheiser MD 421, AKG C414 e Neumann U87. As guitarras também passaram por pré-amplificadores API 512”, conta Beto.
Nas imagens, o posicionamento dos microfones que captaram a bateria: duplas no bumbo e nos overs 66 | áudio música e tecnologia
arquivo beto neves
capa
O saxofone, executado por Junior Maceió, foi gravado por um Neumann U87 ligado a um pré-amplificador Neve 1081, o mesmo setup usado nos coros e vozes da Ivete. Nas percussões, tocadas por Márcio Brasil, Ambru, Cara de Cobra e pelo próprio Alexandre Lins, foram empregados diversos condensadores, o que é prática de Beto em suas gravações. “Procuro usá-los distantes dos instrumentos. Não gosto de close mics para os ritmos”, diz o engenheiro. Em Só Nós Dois, faixa mais pop do CD, Beto e Alexandre usaram uma bateria Tama Star Classic com bumbo de 22” sem a pele de resposta. Para captá-lo, Beto usou novamente
Os Schoeps CMXY 4V U foram usados para captar a sala da bateria
o Beyerdinamic M-88, desta vez somado a um AKG D112 e plugado em prés A-Design e compressores Empirical Labs Distressor. Na caixa, ele usou um AKG C-414, enquanto os overs receberam um par de DPA 4011. “Na sala, ou melhor, numa sala anexa, com a porta aberta para maior reflexão acústica,
A faixa preferida de Beto Neves, No Meio do Povão, arran-
utilizei de novo o AEA84, de fita, microfone fundamental para
jada pelo trombonista Ferreirinha e pelo percussionista Cara
o som da bateria que buscamos na mixagem”, diz.
de Cobra, teve a bateria gravada pelo percussionista Marcio um setup diferente de captação. Ao contrário do que havia
usados em No Brilho Desse Olhar, e, no baixo, desta vez
feito nas demais, desta vez ele lançou mão de apenas um
foi usado um pré A-Design e um compressor Purple Audio
microfone no bumbo, um Shure Beta 52, espetado em um
1176. “Para os metais, contamos, na ocasião, com um AEA
Neve 1084. Na caixa e nos tons, optou por usar os Shure
84, que serviu a dois trompetes, um U87, destinado ao sa-
SM75 com prés API 512c e compressores Distressor, deixan-
xofone, e um AKG D-112, no trombone, além dos Schoeps,
do overs por conta de um par de Neumann U87 e a sala com
para a sala”, lembra Beto.
um Crown SASS-P MKII.
Para captar as percussões, Beto posicionou os microfones a uma boa distância delas
68 | áudio música e tecnologia
arquivo beto neves
Brasil. Nela, uma Odery com cinco tons, o engenheiro usou As guitarras da faixa foram captadas pelos microfones
No baixo, um Fender Jazz Bass, Beto usou, outra vez, o
Tudo realmente muito natural. “Uma guitarra distorcida,
A-Design com compressor 1176 Purple Audio. E na gra-
com um riff forte, dá um tom de rock a essa música, que
vação das percussões, mais novidades. “Como Alexandre
tem a voz de Ivete seca e encorpada no centro do panora-
pediu que os músicos ‘caíssem’ as afinações de seus ins-
ma. Sem dúvida, é, na minha opinião, a faixa do disco que
trumentos, o que deu uma sonoridade bem diferente para
atingiu um melhor resultado sonoro”, diz Beto.
eles, usei um par de Neumanns U87 para os timbaus e um Crown SASS-P MKII para os repiques. Nos surdos, usei os Sennheiser MD 421”, afirmou. Registradas no já citado Queridona, as vozes de Ivete foram captadas, basicamente, por um Neumann U87 ligado a um pré Neve 1081 e um compressor UA1176. “Em algumas delas, no entanto, usei o meu U87, de 1973, que tem um som incrível. O produtor adorou!”, completa Beto.
MIXAGENS ROMÂNTICAS, SETENTISTAS E NATURAIS
SSL USADA NA MIX ERA DESEJO DE DUPLA As mixagens do disco foram feitas nos Estúdios Mega, no Rio de Janeiro. No entanto, elas começaram a ser preparadas no Minna, estúdio de propriedade de Alexandre Lins, localizado em Salvador. Projetado pela SWDG, uma das mais respeitadas empresas brasileiras realizadoras de projetos acústicos, o estúdio já havia sido usado para a finalização
Assim como as captações, as mixagens das faixas de Real Fantasia também foram bem distintas e ricas. De acordo com Beto, Alexandre pediu, por exemplo, que No Brilho Desse Olhar soasse de forma “romântica”. Para isso, o en-
gláucio ayala
dos DVDs Pode Entrar e Ao Vivo no Madison Square Garden.
genheiro teve de “amaciar” ao máximo a sonoridade de alguns instrumentos. “Deixei o baixo bem ‘cheio’, passando seu som por um equalizador Pultec, da Tube Tech; inseri reverbs TC 6000 na bateria e na percussão e, para a voz, lancei mão de um reverb criado a partir do preset Medium Hall, de uma Lexicon 480L”, detalha. Para Só Nós Dois, lembra o engenheiro, o produtor pensou em algo que remetesse aos anos 1970, já que a faixa contava com naipe de sopro e uma sala. E a música foi por esse caminho. “Cheguei ao som envelhecido dos metais usando o plug-in H-Delay, da Waves. Para a voz de
gláucio ayala
bateria captada em uma grande
Ivete, usei delays de um TC2290. Como estávamos mixando num console SSL 4000, conseguimos atingir o resultado esperado sem perder a pressão sonora necessária na atual música pop”, explica. A sonoridade natural citada acima foi “defendida” em No Meio do Povão. Nela, que também soa forte e seca, foram utilizados pouquíssimos reverbs, e a mesma leveza se deu no quesito equalização.
Alexandre Lins (no alto) e Beto Neves (abaixo): dupla comemorou uso da SSL4000 na mixagem do disco áudio música e tecnologia | 69
capa
gláucio ayala
arquivo beto neves
Beto e Ivete em momentos de descontração: na opinião do engenheiro, a faixa No Meio do Povão, forte e seca ao mesmo tempo, é a que alcançou um melhor resultado sonoro
A escolha do Mega se deu, segundo Beto, pelo fato de o estúdio ter uma SSL4000 em excelente estado de conservação. “Essa mesa tem um som tão extraordinário, que usamos, basicamente, o seu frame de 58 canais para toda a mixagem do projeto. As exceções ficaram por conta do emprego de um compressor Fairman Tube Compressor e de um D-esser Orban, usados nas vozes de Ivete; de um Urei1176, colocado na caixa da bateria; de outro Fairman, aplicado no baixo, e os Distressor, lançados em algumas guitarras”, detalha. Beto conta, ainda, que as mixagens, após serem concluídas, eram gravadas de volta no Pro Tools, também em 96 kHz e 32 bits, e convertidas por um Apogee Rosetta 200. “Fiquei muito satisfeito com o resultado, pois tudo soava forte e com uma imagem incrível, características já conhecidas da SSL4000”, diz ele.
Neves e Lins mixaram o disco no Mega e masterizaram no Classic Master, com Carlinhos Freitas
•
INTIMIDADE MUSICAL SINTONIA ENTRE PRODUTOR E ARTISTA É IMPRESSA NO DISCO que a produção atingisse o seu melhor.
Alexandre Lins e Ivete trabalham juntos
foi. O repertório que sugeri, a forma de usar
desde os tempos de Banda Eva, grupo que
as percussões – com mais parcimônia –, en-
revelou a dupla (na época, o produtor era,
fim, tudo fluiu. E, dessa maneira, depois de
“Acho que outro grande trunfo foi poder
também, percussionista). Por conhecer tan-
seis anos sem gravar um disco de estúdio,
amadurecer bastante as mixagens. Duran-
to a cantora, Alexandre consegue entender
ela lança, na minha opinião, um dos melhores
te a etapa inicial, realizada no Minna, eu e
sua “alma”, algo que considera ideal para o
trabalhos de sua carreira, especialmente por
Beto testamos muitas possibilidades. De lá,
sucesso de uma produção. Neste trabalho,
estar cada vez mais precisa em suas interpre-
fomos para o Mega, onde pudemos lapidar
o produtor quis, segundo admite, fazer com
tações”, completa.
ainda mais tudo o que começamos em casa. Como se não bastasse, tivemos a participa-
que Ivete descobrisse aspectos da sua arte que nem ela mesma sabia que existiam. Sem
Alexandre conta, ainda, que além do talento de
ção de Carlos Freitas e de seu novo setup
ferir, claro, sua natureza. Para isso, diz ele,
Ivete, outros aspectos também contribuíram
de equipamentos da Classic Master, que deu
foi preciso acertar em cheio nas escolhas.
para o resultado vitorioso do projeto. Segundo
ao som um punch nunca visto. Vale lembrar
ele, o fato de praticamente finalizar música a
que a ousadia em processar mais tinha a ver
música, apesar de dar mais trabalho, fazia com
com este trabalho”, encerra.
“Queria que ela se sentisse segura, e assim
70 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 71
capa
MASTERING FOR ITUNES CARLINHOS FREITAS FALA SOBRE A MASTERIZAÇÃO DO ÁLBUM DE IVETE PARA O NOVO FORMATO DE ARQUIVO SONORO DA APPLE Responsável pela masterização de Real Fantasia, Carlinhos Freitas conta que, ao ser chamado por Alexandre Lins para finalizar o trabalho, logo pensou no MFiT – ou Mastering for iTunes –, novo formato que a Apple está disponibilizando para as gravadoras lançarem alguns artistas selecionados. Em entrevista à AM&T intermediada por Beto Neves, ele falou um pouco sobre o formato e sua relação com o trabalho da cantora baiana. Considerando este formato, do ponto de vista da masterização, o que muda, operacionalmente falando? Desde o início do funcionamento da loja virtual, o iTunes usa as músicas masterizadas extraídas diretamente do CD, em 16 bits/44.1, convertendo-as para o formato AAC 128 kbps, e, neste formato, eles venderam milhares de músicas. As pessoas ouviam, basicamente, seus MP3 em iPods, celulares e docks. Já os CDs, com qualidade superior, em seus carros e sistemas de som hi-fi em casa. Mas os CDs acabaram sendo substituídos pelos arquivos digitais, e estes começaram a ser reproduzidos também em sistemas de boa qualidade, sendo mais perceptível sua inferioridade sonora. A partir do novo formato definido, a Apple disponibilizou em seu site algumas ferramentas usadas por eles na codificação do AAC para que os engenheiros de masterização pudessem ouvir o resultado final do encode, e certificou vários estúdios de masterização pelo mundo para maste-
Nas imagens, detalhes do setup de Carlos Freitas, no Classic Master
arquivo pessoal beto neves
arquivo pessoal beto neves
rizar projetos para o MFiT. O Classic Master recebeu essa certificação.
E como isso foi aplicado ao projeto de Ivete? Expliquei ao Alexandre Lins todo o processo e como seria feita a masterização. Contatamos a Universal Music para expor o projeto, e o Daniel Silveira, diretor de AR da gravadora, topou na hora e colocou a companhia em contato com a Apple. O projeto foi gravado e mixado pelo Beto Neves em HD 24bits/96k, e o que eu fiz, primeiramente, foi selecionar e ajustar todos os equipamentos digitais para word clock. Usei o Antilope Master Clock, em 96K, como clock Master. No fim das contas, como foi feita a masterização do disco? Esse projeto foi masterizado para os dois formatos, o iTunes + (MFiT) em HD (24bits/96k), com um plug-in Sonnox Pro Codec na saída, onde éramos capazes de ouvir o resultado do encode e decode, e para o CD, com resolução 24bits/44.1k. A diferença principal das duas masterizações está no limiter final. Na masterização do iTunes, o Limiter Sonnox ficou desligado, enquanto na masterização do CD ele esteve ligado, e esse 1.6 dB a menos na masterização do iTunes foi fundamental para que o encode e decode não criassem nenhuma distorção durante o processo. Comparando os dois áudios, eles são bem parecidos. O projeto finalizado foi, então, enviado para a Apple no formato HD WAV/24 bits/96k e convertido para AAC 256 kbps, na Apple, e um PMCD [PreMaster CD] final seguiu para a Sonopress, de modo que já pudesse industrializar o CD.
72 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 73
show |
fernando barros
LENINE E O
o
novo álbum de Lenine, Chão, que recentemente teve seu processo de gravação explicitado em matéria da AM&T, chegou aos palcos ainda mais
quanto Biggu comanda o monitor.
no Balanço da quadrifonia
ousado que sua versão de estúdio. Novamente
contando com Bruno Giorgi e JR Tostoi, que produziram e
Com um disco pronto e uma turnê em fase de planeja-
“executaram” o álbum com Lenine, o cantor e compositor
mento, Lenine começou a pensar em como levaria ao pú-
pernambucano passou e passará, entre 2012 e 2013, por
blico toda aquela ambiência e clima intimista da grava-
todas as grandes capitais brasileiras, além de alguns países
ção. “Foi muito natural começar a desenhar a arquitetura
latino-americanos e europeus. Juntos, o trio tem a missão
deste show pensando em tocar em teatros, e com sistema
de executar ao vivo as dez músicas inéditas do repertório
quadrifônico”, comenta.
e transpor para o formato quadrifônico antigos sucessos, como Jack Soul Brasileiro, Leão do Norte e Paciência.
O repertório do show que corresponde ao disco é formado por apenas dez canções, que já nasceram formatadas den-
O espetáculo tem a direção de arte, cenário e iluminação de
tro daquele conceito. “Elas já estavam ali prontas. O bacana
Paulo Pederneiras, do Grupo Corpo, com Fernando Maculan
do show foi descobrir dentro do meu repertório, de todos os
e Gabriel Pederneiras em sua equipe. O francês Dominique
discos, quais eram as músicas que se adaptavam a este tipo
Chalhoub é o técnico responsável pela mixagem do PA, en-
de ambientação nova”, explica o cantor.
74 | áudio música e tecnologia
beto figueiroa
SOM DO CHÃO Uma TUrnÊ QUadriFÔnica para oUvir e ver
A Rede ganhou um arranjo baseado no ruído do balanço
consideração”, conta Lenine.
de uma rede de verdade, fazendo com que a audiência balançasse com ela. “O áudio da rede era originalmente
O cantor diz que sempre utilizou estes elementos externos
mono. Se fôssemos seguir a realidade, o ponto de maior
em seus discos. “Mas sempre houve uma adaptação desses
força, quando você está mais rente ao chão, é o de maior
discos para os palcos. Ao longo do tempo a gente vai modi-
barulho. Quando a gente foi reproduzir isso para a plateia,
ficando isso. O que eu fiz foi pinçar e resgatar nessas can-
perdeu-se a dimensão espacial, porque o ruído mais alto
ções os elementos sonoros que poderiam ter este destaque
ficava no centro, entre o L e o R. Nós resolvemos inverter
na ambientação. A gente pode brincar com a espacialidade
isso”, destacou, explicando que, no show, o ruído mais
desses sons. O surround não grita, ele não sola, ele está ali
alto fica nas laterais. Quem está sentado no centro ouve
como ferramenta de ambientação.”
primeiro um barulho na esquerda e, depois, na direita. Ele cita ainda a música Trânsito. “Ocorre uma mudança de “Fizemos A Ponte ainda com os registros de Caju e Cas-
eixo da esquerda para a direita, da frente para trás, então
tanha lá da década de 1960. Candeeiro Encantado com a
é uma experiência diferente pra quem está assistindo. No
voz de Othon Bastos retirada de Deus e o Diabo na Terra
geral, as canções são mais desnudas, sem muito arranjo, e
do Sol [filme de Glauber Rocha]. Todas as músicas que
você fica imerso naquela experiência sensorial que tem a
se adequavam a esse tipo de ambientação eu levei em
ver com a canção do momento.”
áudio música e tecnologia | 75
SHOW
Beto Figueiroa
Lenine buscou em seu cancioneiro músicas que trouxessem elementos a serem explorados no surround, como o barulho de uma rede balançando
Zappa, Hermeto Pascoal. Por outro lado, o show Chão, por
A VEDETE É A MÚSICA
ter essa organicidade e estar sendo tudo feito ali na hora, tem algo vivo que faz com que as músicas se transmutem a cada apresentação.”
Lenine é o tipo de músico que procura se envolver bastante na parte técnica de seus shows e discos. “A primeira coisa que eu procuro saber quando começo a fazer um disco é que ferramentas eu tenho à minha disposição, mesmo. Se
PARA OUVIR E VER
você tem um bom microfone e um bom pré-amplificador,
Bruno, que além de músico e produtor, é filho de Lenine,
bicho, é 70% do caminho andando.”
considera um desafio constante levantar tanto as músicas novas quanto as antigas para o show. “Meu pai tem sei lá
Ele admite que a escolha do surround pode significar um ca-
quantas músicas. Só nos discos dele deve ter bem mais de
minho mais difícil, além de trazer uma limitação no que diz
80. É natural que depois de dois meses de apresentações
respeito aos palcos e casas onde se pode tocar, mas mesmo
ele já queira incluir música nova, que, na verdade, é velha.
assim resolveu desmistificar esse sistema e resgatá-lo no-
Músicas dos discos antigos que a gente não pegou ainda.”
vamente para a música. “Você não precisa ser Roger Waters para trabalhar com quadrifonia”, afirma, aos risos.
Desde o primeiro momento, Bruno teve a preocupação com a forma do show e das canções de uma maneira geral. “O
“Parece que a imagem se apoderou dessa ferramenta do
show mantém o formato de trio, só que com um dado mais
surround, e parece que a música perdeu este recurso. Eu
maluco para a parte técnica, que é o quadrifônico. Isso sim
acho que o Chão, mais do que tudo, inverte esta equação.
está sendo um desafio à parte.”
Isso agrega artisticamente para a música. Causa um estranhamento benéfico pra quem está assistindo. O Chão não é
Ele explica que no show um Pro Tools dispara quatro faixas
um espetáculo para ver e ouvir: é um espetáculo para ouvir
como se fosse um estéreo frontal e um estéreo traseiro sin-
e ver. A vedete é a música. É o som”, explica.
cronizados com o metrônomo. “Todo mundo fica com in-ear ouvindo o click na cabeça. Os elementos que nós não con-
Ele conclui apontando uma diferença marcante entre o ál-
seguimos reproduzir, como as cigarras e o apito da chaleira,
bum e a turnê. “O disco estabelece um diálogo com a música
tocam diretamente do Pro Tools. Eles ficam pré-mixados no
concreta de Pierre Schaeffer, Pierre Henry, John Cage, Frank
plano quadrifônico para utilização no show.”
76 | áudio música e tecnologia
O espetáculo possui espaço para improvisação, mas é me-
sileiro eu faço toda a base rítmica e o JR fica fazendo o
nor do que em um show normal, com bateria e formação
loop do meu violão. Eu faço uma base, ele faz o loop e eu
clássica, segundo Bruno. “Como somos poucos instrumen-
já toco outra coisa em cima e a gente vai construindo o
tistas, cada um tem uma função muito clara. Se eu parar de
arranjo ao vivo”, comenta Lenine sobre os arranjos feitos
tocar baixo, vai parar a música, e o mesmo ocorre com os
no palco pelo trio.
outros. Nós estamos começando a descobrir o espaço para a improvisação agora, com mais tempo de estrada e com
“O equipamento depende de cada canção, e em cada uma
mais tranquilidade”, conta.
a gente achou um tipo de formato. Para chegar neste resultado houve uma pesquisa, e eu fui atrás de mesas que
LÁ E CÁ
pudessem comportar este tipo de diálogo. Tem toda uma tecnologia que a gente teve que exercitar. Está sendo muito novo para a gente também”, explica o cantor.
Em algumas músicas os loops são peças fundamentais na construção do arranjo. “Tanto eu quanto o JR temos uma
Na mesa de Bruno passam a voz e violão de Lenine, a sua
mesinha de som no palco, uma Mackie VLZ bem tradicio-
voz e as guitarras de Tostoi, entre outros elementos. “Eu lo-
nal, com quatro auxiliares. Estes auxiliares estão mandando
opeio as vozes, principalmente. O JR também pega o violão
para alguns delays e loops. Em dado momento vem a gui-
e a voz do meu pai e loopeia os samples que estão saindo
tarra do JR para a minha mesa, eu faço o looping e isso se
pelo quadrifônico”, revela Bruno.
torna a base da música, por exemplo”, conta Bruno. Além disso, Tostoi usa um Stompbox DL4 da Line 6, por Os elementos rítmicos são produzidos em tempo real, in-
meio do qual ele controla os loops e samples, e um Ka-
cluindo os loops, samples e dubs. “Todo mundo com MPC
oss Pad 2. Já Bruno usa um Kaoss Pad 3 com um Electro
e mexendo um no outro. Por exemplo, em Jack Soul Bra-
Harmonix Memory Man e um Lexicon HardWire. “Com o HardWire eu reproduzo aqueles reverbs mais esquisitos,
Rafael Duarte
como no disco.”
JR Tostoi e Lenine durante ensaios e pré-produção da turnê
áudio música e tecnologia | 77
Rafael Duarte
SHOW
Tostoi e Bruno configurando a mesa Mackie VLZ
GRINGO NA MPB Na primeira etapa de shows pelo Brasil e América Latina, a banda optou por viajar sempre com o mesmo PA, duas torres Norton na frente e duas torres FZ Áudio no surround, para garantir a qualidade da quadrifonia. “Temos andado sempre com a mesma equipe de montagem. Isso tem sido um facilitador, mas é obvio que trabalhando com tantas incógnitas,
na forma do quadrifônico, a gente sempre se depara com situações esdrúxulas. Por exemplo, um teatro que tem quatro andares. Em casos como este, em vez de usar torres de PA no fundo, são colocadas caixas de monitores em cada andar para manter o surround”, exemplifica Bruno. Dominique conta que Bruno preparou todos os elementos a serem usados ao vivo, bem como os efeitos e ruídos que estavam no disco. “Para mixar eu uso uma Profile da Avid/ Digidesign pré-programada junto com
Divulgação
o Pro Tools. Utilizo um pouco de reverb na voz, mas não uso nenhum equipamento externo. Todos os efeitos são plug-ins”, conta o operador de PA de Lenine. Não é a primeira vez em que o técnico francês trabalha com som quadrifôni-
Stompbox DL4, da Line 6, é utilizado para criar os loops fundamentais em arranjos como o de Jack Soul Brasileiro
78 | áudio música e tecnologia
Predileta co. “Mas no Brasil é a minha estreia com quadrifonia. Estou há cinco anos aqui, mas passei 25 anos trabalhando com áudio na França. Cheguei a fazer muitos shows de teatro em surround. Fizemos muitas experiências.” Ele explica que em espaços abertos é possível colocar quatro torres de line array, mas os teatros muitas vezes não têm altura suficiente na parte traseira, o que dificulta o efeito desejado. “A gente iniciou a turnê com quatro sistemas, mas em Brasília, por exemplo, estava muito aberto, então usamos seis. Em São Luis, também. Depois do posicionamento eu vou virando e alinhando as caixas para manter todo mundo ouvindo a mesma coisa”, encerra o técnico.
Dominique Chalhoub é o técnico responsável pela mixagem do PA
•
RIDER DE SOM DA TURNÊ CHÃO 2012 RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
PA •
1 mesa com 48 canais, 10 VCAs, 8 subgrupos, 4 bandas de equalização totalmente paramétrica (Avid/Digidesign, D-Show, Profile, Yamaha PM5D RH)
•
2 processadores 4 vias (Dolby Lake, Klark Teknik, XTA, BSS ou o recomendado pelo fabricante do PA)
•
1 CD Player
•
1 analisador de espetro Klark Teknik DN 6000
•
PA quadrifônico compatível com o ambiente (capaz de gerar 110 dB de SPL a 25 metros do PA) com front fill (L Acous-
•
2 processadores 4 vias para os side fills (BSS, Klark Teknik)
•
1 sistema de intercomunicação
•
12 pedestais, sendo 4 pedestais girafa grandes e 8 pequenos
•
28 D.I. (passivos – Whirlwind IMP2)
•
1 ponto de AC 220 volts
•
8 monitores (EAW, HI Q, Meyer Sound MJF-212, para baixo, guitarra e roadie no backstage)
BACKLINE •
tics, Meyer, Nexo, DB, JBL Vertec, Adamson)
Guitarra: 2 amplificadores Modelos: Fender Twin, Blues de Ville, Blues de Luxe ou Bass Man. Vox AC 30. Mesa Boogie Rectifire Dual ou
PALCO
Head. Marshall -JCM 800 + Caixa Marshall 4x12 ou JCM 900 + Caixa Marshall 4x12
•
1 mesa de monitor de 48 canais com 24 Aux Sends, 4 bandas de equalização paramétrica e filtro ajustável (Yamaha
•
PM5D RH, M7CL-48CH)
Baixo: 2 amplificadores Modelos: Gallien Kruger GK 800, Hartke, SWR ou Ampeg + caixa (4 x 10”) e caixa (1 x 15”)
•
2 Side Fills 4 vias ativo devidamente processados (L-Acoustics, JBL Vertec, Meyer, Nexo)
•
4 praticáveis Rosco (2 módulos para guitarra e 2 módulos para o baixo)
áudio música e tecnologia | 79
arTe eleTrÔnica | edson borth
Limpeza e definição na mixagem
C
resce cada vez mais nos dias de hoje o nú-
Obviamente, seria muita pretensão minha abordar
mero de produções musicais que são desen-
todos os problemas que envolvem uma mixagem em
volvidas em home studios, principalmente
uma única matéria, pois o tema é bem complexo, por
as relacionadas à música eletrônica. E o
isso vou falar sobre a questão que considero mais im-
principal motivo desse crescimento é a facilidade que
portante, que é o equilíbrio e a limpeza dos graves de
se tem atualmente de se conseguir os equipamentos
uma mixagem. Então vamos lá! a.cegalla
necessários para desenvolver este tipo de trabalho. Hoje, com um laptop, um bom software e alguns
Darei exemplos utilizando um tipo de arranjo muito
plug-ins é possível fazer música de altíssima qualida-
comum em música eletrônica: os pads, que, em ge-
de em casa, por exemplo.
ral, têm a função de dar uma sustentação harmônica num track. Esse tipo de arranjo é chamado de “cama
Agora, o que realmente vai fazer a diferença no resul-
harmônica” por ter essa característica de ser uma base
tado final ainda depende de pelo menos dois fatores
sobre a qual todos os outros instrumentos e arran-
extras, que são essenciais: uma boa ideia, ou seja, a
jos se desenvolvem. Esse arranjo pode acabar sendo
criatividade, e um bom conhecimento técnico de todo
muitas vezes um dos culpados pela falta de definição
o processo, tanto musical quanto da produção de áu-
dos graves e subgraves de uma música. Isso porque,
dio. Neste caso, a tecnologia vai poder apenas auxiliar,
quando escolhemos um timbre para fazer tal função,
e não resolver todas as questões. Pensando nisso, eu
geralmente optamos por timbres bastante ricos e que,
resolvi, no artigo deste mês, dar uma dicas “quentes”
na maioria das vezes, têm um espectro de frequências
para aqueles que já estão com a primeira parte – a
também bastante completo, soando desde os subgra-
composição musical – resolvida, mas ainda têm certa
ves e graves até as frequências mais agudas.
dificuldade em conseguir aquele som bem equilibrado em uma mixagem, com graves limpos e definidos, por
Em algumas partes da música poderemos utilizar
exemplo, e, sendo assim, fazer com que seu track soe
toda essa gama de frequências do timbre em um ar-
“gringo”, como se diz por aí.
ranjo, como num “break”, mas na maioria das vezes
80 | áudio música e tecnologia
temos que filtrar boa parte delas para que não atrapalhem os graves que realmente vão interessar durante a maior parte do tempo, que são os graves do kick e do bass. Vale a pena dizer que os exemplos que darei aqui serão de grande importância não somente para a música eletrônica, mas também para o mesmo tipo de arranjo nos mais variados estilos musicais. Para uma melhor compreensão dos processos aqui citados, os arquivos de áudio estão disponíveis para download tanto na forma de projeto do Ableton Live quanto na de arquivos de áudio em MP3, para quem não tiver como abrir o projeto do Ableton ou quiser somente ouvir os resultados sonoros em qualquer outro software. Utilizamos poucos elementos musicais para permitir uma melhor audição na comparação A e B dos resultados finais, ok? No arranjo 1 temos três elementos, sendo um canal com um drum loop, sem nenhum tipo de processamento, um canal com uma bass line de um timbre também do próprio Ableton, sem nenhum tipo de processamento, e um terceiro canal com uma sequência de acordes com um timbre de pad do InstrumentRack do Ableton. Somente neste canal teremos um processamento, através de um plug-in equalizador também nativo do Ableton. E é este equalizador que será o grande responsável pela limpeza e definição dos nossos graves nesses exemplos. Vamos começar ouvindo e comparando os arquivos “pad 1 não processado” (ouça/baixe em http://tinyurl.com/pad-1-nao-processado) e “pad 1 processado” (http://tinyurl.com/pad-1-processado). Quem está com o projeto do Ableton aberto (baixe o projeto em http://tinyurl.com/abletproj) pode deixar ligado somente o canal Pad 1, para ouvi-lo sozinho, e ouvir a diferença entre o pad 1 processado e não processado. É só ligar e desligar o equalizador que se encontra insertado nesse canal, conforme a figura 1.
Figura 1 - Equalizador atuando no canal do Pad 1
ARTE ELETRÔNICA
Quem não estiver com o Ableton deve abrir os arquivos
somente o canal Pad 2, para ouvi-lo sozinho. Para ouvir a
“pad 1 não processado” e “pad 1 processado”. Percebam
diferença é só ligar e desligar o equalizador que se encontra
que existe uma diferença grande na região dos graves
insertado nesse canal, conforme a figura 2.
desses dois arquivos. O “pad 1 não processado” tem frequências graves que vão da região dos subgraves (até 60
Quem não estiver com o Ableton, é só abrir os arquivos
Hz) até a região dos graves (de 60 a 250 Hz). Já o “pad
“pad 2 não processado.mp3” e “pad 2 processado.mp3”. O
1 processado” não tem mais esses graves soando. Nesta
processamento utilizado tanto no pad 1 como no pad 2 foi o
fase da audição acontece um detalhe interessante, pois
mesmo, com a técnica do filtro passa altas (high-pass filter)
ao compararmos os dois, naturalmente gostamos mais do
que qualquer bom equalizador paramétrico possui, fazendo,
som do “pad 1 não processado”, por ser um som mais
então, um corte nas frequências graves. Eu escolhi cortar as
completo em termos de resposta de frequências. O gran-
frequências abaixo de 274 Hz exatamente para tirar desses
de segredo aqui é que quando compomos um track, nem
pads as frequências que irão mascarar e também atrapalhar
sempre podemos utilizar esses timbres como eles são na-
a clareza dos graves mais importantes, principalmente em
turalmente, pois vai acontecer um problema de acúmulo
música eletrônica, que são o kick e o bass. Na figura 3
de graves na música, e, com isso, não teremos graves
temos o detalhe do gráfico do equalizador, mostrando como
definidos, e sim embolados.
estão sendo cortadas essas frequências.
Antes de seguir em frente, vamos fazer o mesmo com os
Agora que já ouvimos os pads 1 e 2 processados e não
arquivos “pad 2 não processado” (http://tinyurl.com/pad-2-
processados pelos equalizadores e também já vimos qual
-nao-processado) e “pad 2 processado” (http://tinyurl.com/
foi o processamento usado nos dois, vamos ouvir esse re-
pad-2-processado), que farão parte do arranjo 2. Quem
sultado dentro dos arranjos. Quem estiver com o projeto
está com o projeto do Ableton aberto, pode deixar ligado
do Ableton aberto pode, na tela da “session view”, colocar pra tocar a cena 1 e, com o canal do pad 1 selecionado, desligar e ligar o equalizador para perceber o efeito do corte de frequências do pad 1 no arranjo. Não esqueçam de ligar todos os canais para ouvir também o kick e o bass, ok? Quem não estiver com o arquivo do Ableton, é só abrir os arquivos “arranjo 1 não processado” (http://tinyurl.com/arranjo-1-nao-processado) e “arranjo 1 processado” (http://tinyurl.com/ arranjo-1-processado). Dá pra perceber muito nitidamente que quando o pad não está processado temos maior dificuldade em perceber a definição da bass line e do kick, e quando ligamos o equalizador que é utilizado para cortar
Figura 2 - Equalizador atuando no canal do Pad 2
82 | áudio música e tecnologia
as frequências graves do pad 1 tudo fica mais nítido. Este é o motivo pelo
Figura 3 - Detalhe do ajuste do equalizador
qual cortei as frequências abaixo de 274 Hz, pois é nessa região de graves e subgraves que a bass line e o kick têm suas características principais, e eles precisam de “espaço” no espectro de frequências para atuarem e serem percebidos mais nitidamente. Vamos agora ouvir o arranjo 2, que é onde fica ainda mais nítida essa diferença. Podemos notar que quando o pad 2 não está processado pelo equalizador, praticamente não entendemos o que o bass está tocando, e o kick fica ainda mais confuso. Quando o pad 2 está processado, tudo fica muito mais claro dentro do arranjo. Então, quem estiver com o Ableton, pode, na mesma tela da “session view”, colocar pra tocar a cena 2 e fazer o mesmo processo de desligar e ligar o equalizador do pad 2 para ouvir a diferença. Quem não estiver com o Ableton, deve abrir os arquivos “arranjo 2 não processado” (http://tinyurl.com/arranjo-2-nao-processado) e “arranjo 2 processado” (http://tinyurl.com/arranjo-2-processado). Esta é uma técnica muito usada em mixagem e uma das principais responsáveis pela limpeza e clareza dos graves num track, podendo ser utilizada não somente nos arranjos de pads, como vimos aqui, mas também em vários outros arranjos que possuem muitos graves no seu timbre. Até mesmo violões podem emitir graves exagerados, e estes deverão ser filtrados quando estivermos mixando. É isso aí, moçada. Espero que tenham curtido mais esta dica. Até a próxima e boa sorte!
Edson Borth é músico profissional desde 1989 e tem graduação em Produção Sonora pela UFPR e especialização em mixagem e masterização pelo IATEC. Fundou grupos importantes da cena musical paranaense, como Gypsy Dream e Nega Fulô, e atualmente ensina produção musical na Yellow.
ableTon liVe | lucas ramos
ABLETON LIVE 9 divulgação
A TÃO ESPERADA NOVA VERSÃO: SERÁ QUE É TUDO O QUE VOCÊ ESPERAVA?
P
ara tudo! Foi anunciada a nova versão (9) do Live, algo que nós esperávamos com ansiedade há anos!!! Mas será que eles acertaram?
Será que as funções que você mais esperava foram
NOVO BROWSER O browser (navegador) do Live foi melhorado, agora sendo concentrado em uma única aba. Todos os
incluídas? Será? Vamos dar uma olhada nas novidades
instrumentos, efeitos, samples e plug-ins podem ser
dessa nova versão e analisar se é tudo o que aguar-
facilmente acessados, e são divididos por categoria.
dávamos mesmo.
Também é possível arrastar qualquer pasta ou arquivo de qualquer lugar do seu computador, acrescentando-
NOVA APARÊNCIA
-o para o browser. Inclusive, é possível manter os arquivos em HDs diferentes, que o Live irá “gravar” a localização de cada um.
A aparência do Live foi modificada, mas não radicalmente. A cor cinza escureceu um pouco, mas isso
Agora também é possível listar os arquivos no browser de
também é algo que pode ser alterado nas preferên-
acordo com a frequência de uso, permitindo achar facil-
cias. Isso é uma boa notícia, pois a interface gráfica
mente aqueles instrumentos ou samples que você mais
do Live sempre foi um dos seus pontos fortes pela
gosta. Além disso, outra novidade é a possibilidade de
eficiência, clareza e pouco peso no processamento. Já
ouvir uma amostra dos sons antes de inseri-los em um
que a mudança foi mínima, os antigos usuários não
canal. Antes, isso só era possível com loops e samples,
terão dificuldade para se encontrar na nova versão.
mas agora funciona com qualquer instrumento também.
A aparência do Live foi modificada, mas não radicalmente: antigos usuários não terão dificuldade para se encontrar nela 84 | áudio música e tecnologia
O browser foi melhorado: agora é concentrado em uma única aba, com todos os instrumentos, efeitos, samples e plug-ins listados e divididos por categoria
NOVOS LIVE PACKS E EFEITOS A biblioteca do Live também foi revitalizada, e agora as versões do Live vêm melhor equipadas, com mais sons, loops e samples. O Live Suite agora vem equipado com mais de 3000 sons, incluindo sintetizadores, baterias, samples, instrumentos acústicos e loops. Confira, a seguir, uma tabela que mostra os Live Packs incluídos em cada versão do Live. Também é
áudio música e tecnologia | 85
ableTon liVe
Live Pack
Intro
Standard
Suite
The Forge by Hecq
X
X
Latin Percussion
X
X
Orchestral Brass
X
X
Orchestral Percussion
X
X
pecialmente útil para performances feitas no Session
Orchestral Strings
X
X
View. E quando uma performance no Session View for
Orchestral Woodwinds
X
X
gravada para o Arrangement View, as automações dos
Retro Synths Retro Synths
X
X
Samplification
X
X
Session Drums Club
X
X
agora é possível criar curvas nas linhas de automação,
Session Drums Studio
X
X
criando transições mais suaves ou mais radicais. Isso
Session Drums Multimic
X
X
era algo que muitos esperavam para a nova versão.
Bomblastic
X
Breakbeats by KutMasta Kurt
X
Cyclic Waves
X
Digicussion 2
X
Drum
X
Grand Piano
X
Guitars and Bass
X
Konkrete Breaks
X
Sound Objects Lite
X
Vinyl Classics
X
é claro, como tudo no Live, isso pode ser feito “ao vivo”, sem atrasos ou interrupções no áudio. Isso é es-
clips serão automaticamente gravadas também. Também houve mudança na edição de automações, e
Designer Drums Digicussion 1 Loopmasters Mixtape Unnatural Selection
possível comprar esses e outros packs separadamente. A Ableton também anunciou um novo compressor chamado “Glue Compressor”, que emula os compressores de bus dos consoles dos anos 80. Outros efeitos – Compressor, Gate e o EQ Eight – foram redesenhados ganhando novas interfaces gráficas, controles mais práticos, e uma sonoridade melhor.
GRAVAÇÃO DE AUTOMAÇÃO EM TEMPO REAL NOS CLIPS Agora é possível gravar automação (ou envelopes) em tempo real diretamente nos clips (clip envelopes). E,
86 | áudio música e tecnologia
A Ableton anunciou o Glue Compressor: efeitos como o Compressor, Gate e o EQ Eight foram redesenhados
CONSOLIDATE TIME TO NEW SCENE Uma outra nova função que parece bastante útil é a “Consolidate Time to New Scene”, que permite selecionar uma área no Arrangement View e, com apenas um click, copiar todos os clips presentes para uma nova “Scene” no Session View. Isso se provará muito útil na hora de transferir uma música já produzida para um set de performance. Mais uma ótima nova função do Live!
MELHORA NA EDIÇÃO MIDI Houve mudanças também na edição MIDI, com algumas novas funções e ferramentas (essas funções também podem ser utilizadas para editar automações): •
Transpose: Permite transpor as notas para outros tons.
•
Invert: Inverte as notas, e assim a nota mais aguda vira a mais grave, enquanto a mais grave vira a mais aguda. Os intervalos entre as notas são mantidos, mas são invertidos (ascendente vira descendente e vice-versa).
•
Revert: Reverte a ordem das notas, e assim a primeira vira a última, enquanto a última vira a primeira. Os espaços entre as notas são mantidos.
•
:2 / *2 (Multiply/Divide by 2): Acelera ou diminui a velocidade das notas, como se estivesse dobrando ou dividindo pela metade o andamento delas.
•
Legato: Permite esticar as notas para que não sobre nenhum espaço entre elas.
•
Duplicate: Permite dobrar ou dividir pela metade a duração do clip, duplicando também as notas presentes.
áudio música e tecnologia | 87
ableTon liVe
Houve mudanças na edição MIDI: agora também é possível criar curvas nas linhas de automação
CONVERSÃO DE ÁUDIO PARA MIDI! A novidade mais revolucionária do Live 9 é a possibilidade de converter áudio para MIDI. Sim, você leu direito: eu disse... converter áudio para MIDI! Parece impossível, mas a Ableton afirma que não mais. Funciona da seguinte maneira: 1. O Live analisa o som do clip de áudio 2. Identifica as notas presentes 3. Cria um clip MIDI com tal sequência de notas
“cantarolando” suas melodias e ideias musicais. Outra possível aplicação é na área de sampling, pois agora você poderá “samplear” somente a performance de uma gravação e substituir o timbre do instrumento. Assim, você poderia “samplear” uma batida do James Brown sem ter de pagar os direitos autorias, pois, tecnicamente, você não estará utilizando a gravação original! Isso promete... Eu ainda não tive a oportunidade de experimentar essa função, pois ainda não há uma versão do Live 9 disponível para teste, mas assim que conseguir, prometo que falarei mais sobre isso aqui.
Há três formas de fazer isso: para sons percussivos (Convert Drums to New MIDI Track), para sons melódicos (Convert Melody to New MIDI Track) e para
MAX FOR LIVE INCLUÍDO NO SUITE
sons harmônicos (Convert Harmony to New MIDI Track). Para sons percussivos, o Live irá identificar cada peça da “bateria” e criará notas MIDI para cada toque, inclusive distinguindo entre os bumbos, caixas, e contratempos. Para sons melódicos, o Live irá identificar cada nota musical tocada e criará uma nota MIDI correspondente, inclusive detectando a tonalidade da melodia. Para sons harmônicos, o Live irá identificar cada acorde tocado e criará um grupo
Outra boa notícia é a inclusão do Max for Live no pacote Suite do Live. O Max for Live é uma ferramenta muito potente que dá acesso a mais de 900 dispositivos diferentes, entre instrumentos e efeitos. O Max for Live vem equipado com 24 novos instrumentos, incluindo um reverb de convolução.
de notas MIDI para cada um, inclusive detectando a tonalidade dos acordes. Isso promete ser uma revolução para a produção musical digital, pois permite que você componha com
PUSH
um violão e “traduza” isso automaticamente para um synth ou um piano. Também permite que você crie
A Ableton também lançou um novo instrumento/controla-
uma batida com a boca ou então batucando sobre
dor em parceria com a Akai. Chamado Push, ele dispõe de
uma mesa e transforme isso em uma batida de ba-
pads sensíveis a velocity e pressão e permite “tocar” como
teria eletrônica. Também é possível criar clips MIDI
uma MPC, sequenciar como um sequenciador de step e, ao
88 | áudio música e tecnologia
mesmo tempo, controlar o Live. Como eu ainda não consegui botar minhas mãos em um exemplar, vou deixar pra falar sobre o Push mais pra frente.
A Ableton lançou um novo instrumento/controlador chamado Push, que permite “tocar” como uma MPC, sequenciar como um sequenciador de step, e, ao mesmo tempo, controlar o Live Isso é só uma introdução do Live 9, que ainda vai demorar alguns poucos meses para chegar. Enquanto isso, vocês podem ficar babando de ansiedade com os vídeos demonstrativos no site da Ableton: www.ableton.com/en/live/new-in-9. Eu também já adianto que ainda não tive o prazer e a oportunidade de testar a nova versão com calma, até porque só tive acesso recentemente a uma versão Beta. Mas prometo que irei elaborar sobre as novas funções e atualizações do Live 9 mais adiante, com calma. Mas com certeza já é um começo bastante promissor. Mês que vem tem mais... Até lá!
lucas ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do iaTec. formado em engenharia de áudio pela sae (school of audio engineering), dispõe de certificações oficiais como pro Tools certified operator, apple logic certified Trainer e ableton live certified Trainer. áudio música e tecnologia | 89
133ª AES, em San Francisco Novidades, ausências e expectativas Como tenho a fantasia de que alguns leitores acompanham
chamou minha atenção foi a sensível diminuição do espa-
essas colunas regularmente, fico imaginando se alguns de
ço usado pelos expositores.
fernando moura
músico na real | fernando moura
vocês se lembram de minha visita a essa Disneylândia musical há dois anos, também em San Francisco. Ensolarada e
Numa primeira vista, cerca de um terço do pavilhão estava
mais amistosa que a paranóica New York, a Califórnia, que
habilidosamente envolto em cortinas para que não ficas-
um dia foi a pátria do psicodelismo e do flower power, hoje
se muito aparente sua menor utilização. Ao examinar mais
está na ponta das movimentações da indústria de computa-
atentamente o salão e considerar o espaço ocupado pelos
dores e também das vinícolas situadas na região que tem o
painéis dedicados a palestras sobre “Project Studios”, pa-
sugestivo nome de Napa Valley.
trocinadas por uma revista inglesa e fabricantes de áudio, consideravelmente. Fiquei surpreso devido à recuperação
deu no mesmo local de 2010, o Moscone Center, situado
da economia americana e ao ascendente mercado de home
no complexo arquitetônico também sugestivamente de-
studios e “wanna be produtores” que infestam esses even-
nominado Yerba Buena Gardens. Após descer a escada
tos, sempre à procura do último truque que vai lhes abrir as
rolante que dá acesso ao maravilhoso mundo das inova-
portas do sucesso e da fama.
ções tecnológicas mais incríveis à mão de todos que têm seu crachá pendurado no pescoço, independentemente
Num galope de apresentação rápido, notei a ausência de
de raça, credo ou poder econômico, a primeira coisa que
gigantes do software, como Pro Tools, Logic, Steinberg,
90 | áudio música e tecnologia
fernando moura
fiz a constatação óbvia de que o evento havia encolhido A exposição/congresso da Audio Engineering Society se
Ableton e Digital Performer, e também de fabricantes de
com bases pré-gravadas para filmagem... ufa! Fiquei so-
instrumentos musicais como Korg, Yamaha e Roland, que
nhando, me perguntando se algum dia evoluiremos para
no evento de 2010 tinham presença destacada. Meio de-
essa mentalidade aqui no Brasil, onde, muitas vezes, mesmo
cepcionado, mas querendo creditar minha decepção à longa
como compositor da trilha sonora, recebo aquele telefonema
viagem e ao fuso horário de seis horas a menos, fui dar uma
ofegante pedindo “algumas opções de um som de trovão” no
olhada na programação de palestras, workshops e debates,
meio de uma mixagem que já está atrasada.
que, para mim, acabam sendo a maior atração desse tipo de evento. Pensar, ouvir e perguntar a outros que estão
Pro Tools é o standard indiscutível para eles, e embora pre-
na mesma batalha que nós sempre é uma experiência en-
firam o som das mesas analógicas, mixar in the box conta
riquecedora. Saber ouvir é uma necessidade na vida dos
muitos pontos a favor pela mobilidade.
músicos, não é mesmo, leitor? La Rocca destacou a importância da consistência sonora em séries de longa duração, como CSI, que mesmo
Então vamos nessa.
passando por diferentes estágios da tecnologia de áudio, teve que manter um padrão sonoro e musical. Falando
27 DE OUTUBRO, 9H MOSCONE CENTER - SAN FRANCISCO
nisso, ele mostrou alguns exemplos de como juntar MIDI e músicos ao vivo em produções para TV, “tipicamente com orçamentos mais baixos que o cinema”. O curioso foi vê-lo falando numa sessão de cordas “pequena”, com oito
O “parque de diversões” só abre às 10 horas, mas chego
violinos, quatro violas e quatro violoncelos. Dezesseis ca-
antes para me registrar e assistir a uma palestra sobre
beças em certos países do mundo é festa, mas saio sem
técnicas de pós-produção de áudio para cinema digital com
contar essa para ele e sigo em direção ao pavilhão de
alguns pesos pesados da área, como Lon Bender, Brian
exposições, que já está aberto.
Mc Carthy e Jason La Rocca, com créditos que incluem Braveheart, CSI e muitos outros que uma boa “googleada”
Faço um galope de apresentação e tal como o macaco que
poderá lhe mostrar facilmente.
fareja a banana seja lá onde ela estiver, me surpreendo no estande da Moog reclamando com os jovens e solícitos ex-
Os caras são unânimes em tratar o áudio de um filme como
positores sobre a pouca variedade de instrumentos em ex-
uma soma de fatores integrada e coordenada a serviço de
posição (nada de MoogerFoogers, por exemplo). Pedi para
construir a narrativa sob o ponto de vista auditivo. Bender
comparar os graves do MiniTaur com os do Little Slim Fatty
inclusive destacou a importância de um sound supervisor, o
e acho que o rapaz da Carolina do Norte ficou sem entender
profissional que é responsável pela coordenação e integração
nada diante da minha gargalhada quando ele propôs tocar
de todos os setores envolvidos: o som direto, a dublagem
um CD com os dois instrumentos gravados para eu compa-
dos diálogos, a trilha sonora, os efeitos sonoros, ruídos de
rar. Minha analista diria que isso é uma demonstração ter-
sala (foley), as canções e suas gravações em sincronismo
rível de arrogância, mas preferi “fazer justiça com minhas
Da esquerda para a direita: analisadores de áudio da NTi, microfones
fernando moura
fernando moura
DPV para pianos e uma curiosa imagem no estande de medições sonoras
áudio música e tecnologia | 91
fernando moura
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músico na real
Alguns dos vários consoles em destaque: ao lado, SSL C10 HD (para broadcast) e API 1608EX. Abaixo, da esquerda para a direita, Rupert Neve 5088, Tonelux 1628 e
fernando moura
fernando moura
fernando moura
Tree Audio Roots Tube Console
próprias mãos” e fiquei lamentando que a nota mais aguda
se tornando um padrão de masterização, como ouvimos du-
possível no MiniTaur seja um C4 (!).
rante anos aquele papo de “som radiofônico”.
Voltei ao mundo das conferências para mais um round na
Almoço rápido um cheesetudo numa lanchonete American
saga das “Loudness Wars”, que nessa versão prometia uma
Graffitti perto do Yerba Buena e volto a tempo de dar uma
execração pública da função “normalize” promovida ao vivo
olhadinha no final da palestra de Mr. Bonzai, jornalista longevo
por lendas como Bob Katz, George Massenburg e Thomas
da revista Mix americana e figura lendária na costa oeste. O
Lund, da TC Electronics.
papo era sobre o som de San Francisco nos anos 1970, com a participação de membros do Big Brother & Holding Company,
Katz foi o mais poético, pedindo uma chance para a dinâmica
que passou à história como o conjunto que nos deu a chance
musical livre dos compressores “em nome da música, que,
de conhecer o talento de Janis Joplin. Mesmo depois de um
afinal, é a razão maior para todos nós”. Citou o célebre para-
histórico arranjo de Summertime, eles levaram da cantora o
digma de Bruce Swedien, afirmando que “compressão é para
devido pé na bunda graças à diferença gritante de musicalida-
amadores”. Já Massenburg foi mais realista ao colocar que o
de entre instrumentistas razoáveis e uma cantora como nunca
problema não é “se”, e sim “quanto” de compressão vai ser
se viu. Em 2010, no mesmo evento, tive o prazer de ouvir
usado, uma vez que ela é parte do arsenal de ferramentas
Ray Manzarek, tecladista do The Doors, músico e personagem
para se gravar música. Lund, com sua calma nórdica, foi mais
muito mais atraente que o guitarrista de um disco só.
contundente ao mostrar, através de sucessivos exemplos musicais, começando com um quarteto de cordas, que o nível
Volto para o salão de exposições e não posso deixar de me
sonoro de um disco do Metallica pode ser mais alto que uma
admirar com a quantidade de pré-amps, summing mixers
gravação de ruído branco somente!
e processadores analógicos de todos os pedigrees, cores e designs (veja as fotos). Em especial, não posso entender
Unanimidade foi a recomendação de não usar a função nor-
porque tantos fabricantes expõem cópias do Neve 1073 num
malize no iPod, mesmo que masterizar para iTunes já esteja
recinto onde o original também está exposto!
92 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 93
músico na real
Passo pelo stand da Woman’s Mission in Audio, que é uma associação dedicada ao nobre propósito de combater o machismo (real) no mundo do áudio. Compro uma camiseta/ donativo e declino do convite para uma festinha mais tarde numa boate local ao perceber (sem preconceito, apenas por objetividade) que a orientação dessa galera é coincidente com a minha, se o leitor consegue captar minha mensagem politicamente incorreta, mas realista. De volta ao mundo das palestras, duas exposições de professores universitários relatando suas aventuras no mundo real da música para imagens. Na primeira, um inglês residente em Hong Kong se queixando das impossibilidades de se fazer música orquestral para filmes de luta devido à enorme concorrência e habilidade dos locais em fazerem tudo em MIDI e com resultados realistas. Os exemplos que ele mostrou são realmente impressionantes e francamente gostei bem mais dos MIDI do que dos equivalentes orquestrados, gravados e mixados naquele mundo do 1,99. A outra exposição foi de uma polonesa lustrosa e gordinha, que estabeleceu relações entre sentimentos e andamentos musicais em filmes e séries de TV. Infelizmente, numa série de mais de 20 exemplos, ela não conseguiu mostrar pelo redundante ao que estava sendo apresentado pela imagem: andamentos rápidos para cenas de perseguição, lentos para cenas tristes... Fiquei me perguntando como seria em polonês aquela máxima atribuída a Samuel Goldwin (um dos pais
fernando moura
menos um em que a música mostrasse algo que não fosse
do leão da Metro): “músicas tristes em tom menor, músicas alegres em tom maior!”. A obviedade não tem pátria, não é mesmo, leitor? Já perfeitamente saciado técnica e esteticamente, conferi o horário e vi que estava na hora de ganhar as ruas de San Francisco e ouvir seus sons e pessoas.
Mais do que a noite animada, o fuso horário de seis horas a menos me fez chegar um pouco mais tarde e perder um pedaço de uma ótima palestra com Sue Zizza e David Shinn, que trabalham com foley para cinema e estão nos créditos de filmes como Apocalypse Now. Segundo eles, Coppola foi
fernando moura
28 DE OUTUBRO, 10H MOSCONE CENTER - SAN FRANCISCO
No alto, os tão amados microfones de fita. Abaixo, inesperada originalidade no estande da Vintage King Audio
94 | áudio música e tecnologia
músico na real
MOBILE: AFINAL, O FUTURO COMEÇA QUANDO? Ao sair para viajar, percebendo que as aplicações de áu-
parecem ser mais afeitos ao formato do celular do que
dio em celulares teriam um grande espaço na 133ª AES,
instrumentos virtuais, que precisam de interfaces, e aí o
pedi ao Marcio, nosso editor flamenguista, um briefing
“prático” se transforma num conglomerado de pendurica-
para poder desenvolver o que eu esperava que fosse ser
lhos totalmente inconvenientes.
o hot topic de San Francisco. É inegável que, para o pessoal do Mac, as coisas são mais Infelizmente, em todas as palestras que assisti sobre áu-
naturais nessa área com integração entre as diferentes iCoi-
dio em celulares, áudio para mobile TV e necessidades de
sas e, naturalmente, por serem a tal faixa de público mais
áudio DSP para celulares (essa parecia uma viagem de
sofisticada, têm mais opções para escolher do que o pessoal
ácido para um músico como eu), a tônica dos palestrantes
do mundo do Windows. Para esses, começa agora a pre-
era a mesma: sem dúvida, há um futuro nas aplicações
paração para nova versão do OS com todos os pesadelos,
musicais e de áudio para celulares, mas tirando o pessoal
incompatibilidades e inconsistências típicas dos upgrades, e
“fashion”, que mesmo sendo eventualmente formador de
isso certamente vai inibir essa turma de gastar uma grana
opinião é fração pouco significativa de compradores para
num celular que não transmite segurança quando se consi-
as grandes corporações, o consumidor menos “modinha”
dera sua integração com o resto da vida do sujeito.
ainda está lento nessa adesão ao novo mundo. Por isso, os aplicativos ainda estão muito na fase do “oh, que in-
Mais ainda: se você é, como eu, um inábil nato com coi-
crível fazer isso no celular!”, e ainda existe uma grande
sas pequenas, delicadas e operáveis por touch screen,
distância a percorrer para passarem do estágio “oh, que
esse mundo dos aplicativos em celular ainda se mostrará
bacana” para “ah, é bem melhor assim!”.
hostil. Claro que passar de todos aqueles botões de um Prophet 5 para um slider e um visor de LCD cinza com letras pretas do DX7 foi difícil, mas o teclado tinha as
tas de medição em geral estão bem mais adiantados e
mesmas notas!
fernando moura
Aplicativos como afinadores, metrônomos e ferramen-
O celular, como eu já havia
notado
há
um
bom tempo no Japão, chegou para ficar na vida
dos
indivíduos,
mas ainda precisamos entender melhor como e quando ele nos ajuda e em que situações é apenas mais um tamagotchi que se alimenta vorazmente
do
nosso
trabalhado dinheirinho. Nas palestras sobre áudio em celulares, mobile TV e afins, ficou claro que os aplicativos ainda são mais curiosidades do que soluções propriamente ditas
96 | áudio música e tecnologia
fernando moura
fernando moura
fernando moura fernando moura
fernando moura
músico na real
Pré-amps, summing mixers e processadores analógicos de toda sorte marcaram presença na 133ª convenção da AES
o primeiro diretor de cinema a reconhecer a importância de
o mundo real e gravar os muito mais variados sons de cam-
ruídos e sons produzidos especialmente para um determi-
painhas de apartamentos das imediações do meu estúdio.
nado filme. Até então, os sons de pássaros ou de mar em uma cena passada na costa americana corriam sério risco
De volta ao salão de exposições, assisto a demonstrações de
de serem os mesmos usados num filme rodado no extremo
interessantes softwares da iZotope, como o Íris – um con-
oriente, o que é “total nonsense” na visão desses artistas
junto de algoritmos e filtros dedicados ao sound design –, e
que consideram suas criações sonoras mais perto da repre-
a versão 5 do masterizador Ozone, espécie de “cheesetudo
sentação do que do sound design.
da masterização”, que tem seus momentos em meu estúdio na correria do dia a dia de entregas em prazos impossíveis.
Lembrei de uma peça de teatro para a qual, anos atrás, fiz a trilha sonora. O diretor queria uma trilha para uma coreogra-
Comecei a entender o porquê de um certo esvaziamento na
fia só com músicas de campainha, e eu, depois de sucessivas
AES: quase todos esses plug-ins podem ser downloadea-
tentativas com meus amigos sonoplastas, descobri que nas
dos, funcionando perfeitamente por 15 dias para você deci-
coleções só havia três tipos de sons de campainha! Explicar
dir se quer ou não comprá-los. Além disso, o YouTube está
isso ao diretor soou como desculpa e a solução foi partir para
cheio de demonstrações desses produtos com todo tipo de
98 | áudio música e tecnologia
gente: experts, músicos, engenheiros de suéter ou boné de
Mixerman, que está lançando um audiobook sobre produção
rapper, engraçadinhos ou gostosas explicando o produto em
musical, e Dave Hampton, que trabalhou como programa-
detalhe, com tudo criteriosamente editado, como convém a
dor de Herbie Hancock nos anos 1980, entre outros que são
uma peça publicitária.
menos interessantes como personalidades musicais, mas que parecem ser bons em marketing, vendas de produtos
Esvazia-se a função do demonstrador ali, ao vivo, que na
e em conselhos de auto-ajuda musical. Questões clássicas,
década de 1980 era representada pelo músico frustrado
como “as redes sociais ajudam mesmo ou é só ilusão?” fo-
pentelho vendedor das lojas da Rua 48, em New York, e
ram respondidas de maneiras igualmente clássicas, como
depois passou para o demonstrador profissional (“product
“minha filha abriu uma conta para mim há um ano, mas
specialist” ou seja lá o nome que o departamento de marke-
eu acho que o que conta mesmo é você resolver o trabalho
ting quiser colocar!), até cair no estágio atual de um certo
e torcer para ser chamado para o outro” ou “use as redes
desinteresse de parte a parte.
sociais, mas não se deixe ser usado por elas”.
Convencido de que a melhor coisa da AES não era ficar pe-
Ou seja: o clima geral de comida a quilo, de “mais do mes-
rambulando pelos estandes, e sim trocar ideias sobre músi-
mo” e de “torne-se uma celebridade que as melhores opor-
ca, fui assistir a um painel de produtores do porte de Narada
tunidades serão suas” começando a dar sinais de exaustão,
Michael Walden e Jack Douglas (procure saber!), no qual
sem satisfazer os anseios de quem está chegando e as an-
citaram suas sessões de gravação inesquecíveis e as mu-
gústias de quem já está e não quer sair.
danças que a tecnologia trouxe ao processo criativo. E você, leitor, já pensou no que está trazendo de pessoal e Para encerrar, no fim da tarde, uma outra palestra, curio-
único para essa festa?
samente intitulada “Show me the money!”, sobre as possibilidades e caminhos da sobrevivência no mundo real da
Vejo você no mês que vem.
música. Foi mais ou menos o que você lê aqui nessa coluna, Até lá. fernando moura
fernando moura
querido leitor, com alguns participantes interessantes, como
O Max 49 e o MPC Studio chamaram a atenção no estande da Akai
fernando moura é flamenguista, músico, compositor, arranjador e produtor musical, além de ex-fumante. Visite www.myspace.com/fernandomoura.
áudio música e tecnologia | 99
pro Tools | daniel raizer
ARMAZENAMENTO DE DADOS DO PRO TOOLS Onde guardar direito suas mídias A minha despensa é uma zona. É um armário simples onde o
Resumo descontraído: o ISIS 5000, como eu disse, é uma
arroz fica ao lado do macarrão, que fica ao lado dos biscoitos do-
despensa. Ele vem na forma de um gabinete (carinhosamente
ces e salgados, que ficam ao lado do atum, que fica ao lado dos
chamado de Engine), composto por 16 HDs de 1 ou 2 TB (te-
copos, que ficam ao lado da gelatina dos meninos que venceu
rabytes), mas podemos juntar até seis ISIS 5000, permitindo
em 2008, que esconde os restos de casca de pão e sujeirinhas
o acesso ao total máximo de 192 TB de espaço para dados. Tá
de açúcar e, logo atrás, mora aquele corpo seco de mariposa que
bom para você?
passou desta para melhor há pelo menos seis meses, mas não sei ao certo. Também nunca mais achei aquele chocolate belga
Na dúvida, veja a tabelinha abaixo:
que comprei na promoção do hipermercado. Deve ter sido levado por formigas, comido inadvertidamente ou, quem sabe, um dia
Tabela 1 – Grandezas intangíveis e suas equivalências
ainda vou encontrá-lo escondido e colado à embalagem de açúcar de confeiteiro que comprei errado em janeiro e serve apenas
A menor unidade computacional, que pode ser um “0”
como ocupador de espaço em modo ad eternum.
1 bit
O TIPO TOP
1 byte
8 bits
1 kB
1.024 bytes (mil bytes)
1 MB
1.048.576 bytes (1 milhão de bytes)
meu colega de Quanta, o Renato, para um treinamento de certifi-
1 GB
1.073.741.824 bytes (1 bilhão de bytes)
cação na Avid sobre armazenamento de mídia via rede. Lá, em de-
1 TB
1.099.511.627.776 bytes (1 trilhão de bytes)
Semana passada (relativo ao tempo em que escrevo estas linhas, mas mês passado para você que as lê) estive em Boston junto com
ou um “1”
terminado momento me ocorreu essa ideia da despensa, enquanto 211.106.232.532.992 bytes (duzentos e onze trilhões,
tremia de frio conforme a neve caía do lado de fora. Esse curso foi sobre o ISIS 5000, uma espécie de despensa para dados do Me-
192 TB
cento e seis bilhões, duzentos e trinta e dois milhões,
dia Composer e Pro Tools produzido pela Avid, só que totalmente
quinhentos e trinta e dois mil, novecentos e noventa e
avesso à bagunça e com probabilidade zero de perder-se algo, bem
dois bytes)
diferente do armário branco-amarelo velho lá de casa. Pense comigo: Imaginando que um arquivo de áudio de um miBrincadeiras à parte, oficialmente o ISIS 5000 traz o título de Ethernet-based Shared Storage Network, ou seja, armazenamento compartilhado baseado em Ethernet, e é o acrônimo de Infinitely Scalable Intelligent Storage, que, por sua vez, significa Armazenamento Inteligente Infinitamente Escalonável. Este cur-
nuto em 16 bits/44.1 kHz no formato .wav tem aproximadamente 10 MB, percebemos que o ISIS 5000 em configuração total (seis unidades com HDs de 2 TB) nos permite gravar 19 milhões e 200 mil minutos, que são o mesmo que 320 mil horas
so que fizemos tem o esotérico nome UN425-ACSR-ISIS 5000, e
ou 13.333 dias ou 444,4 meses ou 37 anos de forma contínua,
certificou-nos para instalar, configurar e fazer troubleshooting de
sem parar, até que, ao final desse período, ele atinja o máximo
sistemas ISIS 5000 de qualquer magnitude.
de sua capacidade. kkkk!
100 | áudio música e tecnologia
Figura 1 – O painel frontal do ISIS 5000
até nove clientes conectados ao sistema acessando dados simultaneamente, ao passo que, com a inclusão de um switch, pode-se ampliar este valor para até 90 clientes simultâneos. Tabela 2 – Outras grandezas intangíveis e suas equivalências
Esse incrível equipamento é especialmente útil para substituir todos os sistemas de armazenamento local em empresas (arma-
1 Gb/s (gigabit)
zenamento feito no próprio computador) e também todas aquelas rotinas complexas de gerenciamento de dados e de backup.
10 Gb/s
1 bilhão de bits por segundo = 1 gigabits por segundo 10 bilhões de bits por segundo = 10 gigabits por segundo
No ISIS 5000, todos os dados podem ser acessados simultaneamente por diversos usuários (clientes), sejam eles baseados na
No coração do ISIS 5000 pulsa um computador com duplo
plataforma Windows ou Macintosh e que estejam conectados via
processador fluindo pelo Windows 2008 Storage Server com
cabo de rede diretamente ao ISIS 5000, ou via switch, seja o cabo
Service Pack 2. O sistema próprio de gerenciamento de todo
feito de cobre ou óptico, com conectividade de 1 Gb/s (gigabit) ou
o Engine atualmente está na versão 4 e é o mais seguro e
10 Gb/s, respectivamente. Sem um switch, o ISIS 5000 permite
robusto de todos até agora. O disco de sistema é protegido
áudio música e tecnologia | 101
pro Tools
por redundância e espelhamento (RAID 1) e conta também
Para usar o ISIS 5000 em versão 4.0 com o Pro Tools é neces-
com funcionalidade Hot Swap, ou seja, pode ser trocado fisi-
sário utilizar a funcionalidade disk cache. Portanto, este sistema
camente por outro sem a necessidade de se desligar ou parar
está indicado para usuários de Pro Tools HD, especialmente HDX,
o sistema. Os dados são protegidos por RAID 5, com toda
a partir da edição 10, ou àqueles na versão expandida com o
informação sendo dividida em blocos e escrita em cinco HD
Complete Production Toolkit 2. Ambos os sistemas devem estar
diferentes, sendo um deles o reserva (spare), dando ao con-
instalados no ambiente Windows 7 ou Mac OS X.
junto uma incrível resiliência. Nesse formato de Pro Tools acima descrito, com o disk cache atiTodos os HDs de armazenamento tem detecção automática de
vo os dados são armazenados na RAM e depois são comunicados
erro e falha e são autorreparáveis e autorreconstruíveis, se é que
diretamente com o ISIS 5000, ganhando-se em performance.
existem esses termos. Pense que eles são irmãos do Wolverine.
Para usuários de versões anteriores é necessário utilizar o siste-
Além disso, a fonte e também os ventiladores são redundantes,
ma Push/Pull, sendo que os dados devem ser escritos localmente
estando suas sombras prontas para entrar em cena na eventua-
em cada máquina de cliente antes de passarem ao ISIS 5000,
lidade de uma falha de seu par. Nada para no ISIS 5000 e nunca
onde incorre um decréscimo na velocidade de comunicação.
se perdem dados. Nunca! Caso um disco apresente defeito, toda a informação que foi prejudicada é recuperada imediatamente e
Definitivamente, o ISIS 5000 não é o seu HD externo corriquei-
automaticamente um aviso aparece no painel de controle.
ro, nem a sua intranet normal, e é, de longe, a melhor e mais completa solução para armazenamento e sharing de dados para
O ISIS 5000 é um equipamento muito valioso para empresas
sistemas complexos que utilizam o Pro Tools, Media Composer
que trabalham com vídeo justamente por permitir o armaze-
ou outros softwares similares compatíveis. Ele pode salvar seu
namento seguro e resiliente de dados em grande quantidade
dia e todo o seu trabalho de uma pane geral.
e também pelo fato deste permitir o fluxo rápido de dados com enorme largura de banda (bandwidth) entre o storage
Excetuando-se a instalação, que é bem complexa, procedimen-
e o cliente, que pode chegar à ordem efetiva de até 1.8 GB
to durante o qual devem ser alocados os grupos e workspaces
(gigabyte) por segundo. Mas também é superindicado para
de acesso dos usuários e os limites de banda para cada um de-
empresas que trabalham com áudio, mesmo se necessitarem
les, seu uso no dia a dia é muito simples, bastando uma “ronda”
de fluxo de dados bem mais modesto.
ao menos duas vezes ao dia dentro do ISIS 5000 para garantir que haja espaço suficiente disponível para todos os clientes e
Como o ISIS 5000 é compatível com conectividade via fibra
verificar se houve algum problema que provavelmente foi corri-
óptica, os clientes que o acessam podem estar distante até
gido automaticamente. Tranquilo.
300 metros, o que permite que instalações complexas se beneficiem do sistema sem experimentarem complicações com
Como o ISIS 5000 tem uma probabilidade de falha incrivelmente
cabeamento. Isso é muito prático para estúdios onde há di-
reduzida e a perda irreparável de dados é praticamente nula,
versas salas técnicas aliadas a uma grande sala de gravação
se você precisa de espaço, velocidade de acesso, segurança e
e outras salas menores, e, possivelmente, outra dedicada à
rotinas simples de gerenciamento para seus dados, esse é defi-
masterização. Neste cenário, todos podem acessar o storage
nitivamente o caminho a seguir.
central simultaneamente com bandwidth garantido e total segurança de proteção de dados.
Retificando: pensando bem, acho que o ISIS 5000 está mais
Figura 2 – O painel traseiro do ISIS 5000
102 | áudio música e tecnologia
com cara de uma companhia de seguros gerenciada por um técnico ultracompetente de TI do que de uma despensa.
O TIPO TIP Para os usuários domésticos e os de pequena proporção, não cabe usar um ISIS 5000, pois neste outro mundo dados são, normalmente, gravados e lidos localmente e pronto. Ao mínimo, esses usuários costumam usar o mesmo disco do sistema (apesar de não ser oficialmente recomendado), mas atentam para que seja um de 7200 RPM ou sólido (SSD), sem mencionarmos o fato de haver muito notebook com HD de 5400 RPM sendo suficiente por aí. O ideal mesmo, todo mundo sabe, é ter um outro disco rígido além do utilizado pelo sistema, bem rápido e só para dados, seja interno ou externo, sendo que deste último tipo é mister em ser de conectividade USB 2.0 ou superior para sistemas Windows ou Firewire para Mac OS X. Thunderbolt também é uma opção viável para Macs. Em uma visão mais econômica, não há nada de errado em gravar sua sessão em um DVD, pen-drive ou HD externo, desconectá-lo e levá-lo fisicamente e pessoalmente a outro estúdio ou sala e dizer para o outro técnico amigo “tá aqui a sessão, pode mixar agora!”. Nada errado também em enviá-la via e-mail ou FTP. Zipada, de preferênica. Todavia, mesmo sem o ISIS 5000, a partir do Pro Tools 10 é possível utilizar a funcionalidade disk cache (versões HD ou expandida
Figura 3 – Um HD Avastor SDX 400 com conectividade Firewire: boa opção para computadores Apple
com o CPT2) para fazer o direcionamento final dos dados a uma unidade de armazenamento coletiva que está na rede, mas dificilmente haverá controle de largura de banda, um bom
protocolo de segurança e provavelmente nada ou ninguém irá garantir que seu áudio vá ficar ali direitinho. Provavelmente você vai encontrar pacotes de gelatina fora da validade, restos de pão e quem sabe alguma coisa até desaparece. Trafegar dados via rede assim vai dar a sensação de se utilizar um ISIS 5000? Com certeza, não. Abraços e até a próxima.
daniel raizer é especialista de produtos sênior da Quanta brasil, consultor técnico da Quanta educacional, músico e autor do livro Como fazer música com o Pro Tools, lançado pela editora música & Tecnologia. mantém o blog pessoal danielraizer.blogspot.com. áudio música e tecnologia | 103
sonar | luciano alves
NOVIDADES DO SONAR X2 No último número da AM&T fiz o overview do novo lança-
3.
Quando o instalador do Rapture aparecer, aceite a instalação e clique Next.
mento da Cakewalk: o Sonar X2 Producer. Agora, detalharei as novidades apresentadas nesta versão. 4.
Insira o Serial Number do Rapture quando o mesmo pedir.
5.
Instale os Loops. Os novos Loops vão para o mesmo
O Sonar X2 pode ser baixado como um upgrade da versão X1 diretamente do site da Cakewalk ou comprado como opção in-
diretório dos que já tiverem sido instalados. Neste pon-
teira. O pacote de upgrade para download possui 13 arquivos.
to, infelizmente, é necessário checar se os novos loops não são duplicatas dos que já estavam no computador.
O Sonar X2 foi otimizado para utilização no Windows 8 na plataforma de 64 bits, conservando, ainda, compatibilidade com o Windows 7 e com 32 bits. A Cakewalk abandonou de
6.
Instale o Sonar X2 Producer Additional Content. O conte-
vez o suporte para Windows XP e Vista, ou seja, não roda
údo adicional traz diversos arquivos tutorias que podem
mais nestas plataformas.
ajudá-lo a desvendar os recursos do novo Sonar. Além disso, apresenta uma música demo interessante conten-
INSTALAÇÃO DO SONAR X2
do pistas de áudio e de MIDI. Este arquivo é em CWB (Cakewalk Bundle) e precisa ser descompactado interna-
Para instalar corretamente o Sonar X2 no seu sistema são
mente no próprio Sonar. Após este procedimento, salve
necessários alguns cuidados especiais, principalmente se
esta música demo como CWP (Cakewalk Project).
você já tiver versões anteriores no computador. Primeiramente, certifique-se de que você está logado no computador
7.
Descompacte e instale o novo pacote de sons de cor-
como Administrador. A instalação completa de todos os itens
das Digital Sound Factory Symphonic Strings. Esta
demanda aproximadamente 30 minutos, incluindo o tempo
nova seção de cordas pode substituir o SI Strings que
necessário para registro dos produtos incluídos no pacote.
foi fornecido juntamente com o Sonar 8.5.
É desaconselhável desinstalar as versões anteriores, já que alguns plug-ins podem ser descartados. Se você não deseja de forma alguma que as antigas versões continuem no computador, faça um clone completo de tudo e anote todos os itens (diretórios e subdiretórios) de cada instalação. Assim, se você reparar que algum plug-in foi indevidamente dispensado, poderá retornar à antiga instalação através do Recover do seu programa de Clone HD. Siga os seguintes passos para instalar o Sonar X2: 1.
Rode o arquivo 02_SonarX2_Producer.Part1.exe e aguarde a descompactação.
2.
Insira o Serial Number quando o programa pedir.
Tela principal do Sonar X2
104 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 105
sonar
Assim, a instalação está praticamente terminada e é lançada
cada clipe. Esta faixa agora inclui o nome do clipe para facilitar
uma janela para rodar o software. Recuse rodá-lo e feche esta
a identificação do mesmo.
janela. Proceda, agora, a instalação do Dimension Pro 1.5: - Take Lanes – Trilhas dos clipes. Até a versão X1, o Sonar 1.
Instale o Dimension Pro 1.5 e o Expansion Pack 1, 2 e
mostrava todos os takes agrupados em uma única pista, em
3. Quando o instalador pedir o Serial Number, insira o
camadas distintas. Agora, pequenas pistas são adicionadas a
último fornecido pela Cakewalk. Na minha primeira ins-
cada nova gravação em um mesmo Now Time. Isto significa
talação, o Dimension nem pediu o Serial Number e atri-
que, se você fizer vários takes de uma gravação, recome-
bui diversas letras “x”. Para não ter que reinstalar, vou
çando sempre do mesmo ponto, novas pistas de tamanho
aguardar o trial de 30 dias terminar para entrar com o
reduzido são acrescentadas. Este novo formato visual facilita
novo Serial Number. Na instalação do Dimension no se-
consideravelmente a localização e a escolha do melhor take.
gundo computador este problema não ocorreu, ou seja, o número foi exigido e inserido sem problemas.
Para expandir e visualizar as trilhas dos takes separados, clique no ícone Take Lanes, à esquerda e embaixo da pista.
2.
Repare que o Dimension lança um ícone na área de
Estas pistas do Take Lanes podem ser renomeadas, soladas,
trabalho da tela do computador. Esta é a versão stand-
mutadas, reorganizadas e armadas para gravar.
-alone, que pode ser utilizada em apresentações ao vivo sem a necessidade de rodar o Sonar. Agora, sim, rode o Sonar X2. Quando a janela de registro se abrir, insira o código enviado por e-mail pela Cakewalk. Você pode optar por seguir em frente ou registrar o produto. Registrando-o, você receberá os updates gratuitamente. Esta é uma das vantagens de trabalhar com o Sonar totalmente legalizado. Paga-se US$ 400 para baixar o programa e US$ 120 anualmente para fazer os updates. É uma despesa que compensa. Se você fizer a gravação de duas músicas ou um jingle para um cliente, o investimento está quitado.
As trilhas separadas das gravações de dois takes consecutivos: agora os takes são visualizados no Take Lanes
Ao rodar o Sonar pela primeira vez, ele entra na rotina de reconhecimento dos componentes de áudio e de MIDI instalados
- Clip Definition – Definição do clipe. Os clipes passaram a
no sistema. Se já houver outra versão instalada, o Sonar X2 irá
aparecer com maior destaque em relação ao fundo de tela
capturar todas as preferências que haviam sido estabelecidas.
do Sonar. A visualização dos clipes melhorou consideravel-
NOVIDADES
mente e o processo de arrastar, criar fades e crossfades tornou-se mais fácil.
Dentre as várias novidades, veremos, por ora, as mais ur-
- Automation Lane – Trilha de automação. As automações po-
gentes de uso diário:
dem ser separadas da área do clipe clicando-se no pequeno ícone de envelope que aparece no canto esquerdo e embaixo
- Drag Clips – Arrastar clipes. O procedimento para arrastar
de cada pista (no Track Pane). Esta inovação é providencial,
um clipe mudou. Agora não adianta clicar em qualquer parte
pois antes era difícil clicar com o mouse em uma automação
dele: é necessário clicar na faixa que foi adicionada no topo de
no meio do clipe. Esta é uma questão que sempre gerou muita reclamação por parte dos usuários. Você já deve ter arrastado um clipe inteiro sem querer somente por-
Nova faixa acima do clipe, com o respectivo nome atribuído 106 | áudio música e tecnologia
que estava tentando acessar um envelope para edição. Pois isto é coisa do passado. Agora basta acionar a separação do envelope e clicar nele à vontade, pois a área do clipe foi separada. Faça o teste e aproveite esta melhoria: clique no ícone automação de uma pista que tenha, por exemplo, automação de volume. Repare que uma trilha nova aparece logo abaixo da pista. Crie pontos de envelope e desloque-os para todos os lados. Como a automação está separada, não há
Trilhas separadas contendo apenas o envelope da automação
mais como deslocar o próprio clipe sem querer. Para criar outras trilhas de automação, adicione um novo en-
existem automações.
velope, por exemplo, de pan, e clique novamente no ícone de automação. Abaixo da trilha de volume aparecerá a de pan.
Estas são apenas algumas novidades mais urgentes do So-
Para esconder todas as trilhas de automação basta clicar
nar X2. No próximo mês continuarei o detalhamento dos
no ícone novamente. Neste estado, as linhas de automação
novos recursos.
voltam a aparecer dentro do clipe (como nas versões anteriores), e, assim, você sempre pode observar que na pista
Boas gravações e sequenciamentos.
Luciano Alves é tecladista, compositor e autor do livro Fazendo Música no Computador. Fundou, em 2003, a escola de música e tecnologia CTMLA – Centro de Tecnologia Musical Luciano Alves (www.ctmla.com.br), que dispõe de seis salas de aula e um estúdio.
áudio música e tecnologia | 107
classificados
CURSOS • Curso Básico de som através de uma abordagem prática e simplificada e demonstrações em equipamentos ao vivo.O aluno terá oportunidade de acompanhar o sinal de áudio desde sua captação passando por todas as etapas até chegar ao nosso ouvido.Informações e programa do curso em www.sabrasom. com.br fones 11 3227-6904 e 11 3228-7970 ou e/mail sabrasom@ sabrasom.com.br - São Paulo/SP
Curso ministrado por Sergio Izecksohn (coordenador), Pedro Wood, Daniel Medeiros, Julio Moura e Diogo Bortoluzzi. Nele os alunos produzem um CD em todas as etapas, experimentando pessoalmente os programas, a operação do estúdio e os conteúdos demonstrados nas aulas. Conteúdo: produção musical, masterização, mixagem etc.São quatro opções de horário: tarde, noite, intensivo e aos sábados. Rio de Janeiro/RJ Tel.: 21 2558-0300 Email:
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108 | áudio música e tecnologia
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áudio música e tecnologia | 109
110 | áudio música e tecnologia
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áudio música e tecnologia | 111
lugar da verdade | Enrico De Paoli
Qual é o melhor microfone? Há anos se fala em pré-amps. Eles viraram os xodós dos estúdios, do-
encorpados em médios e graves, com transientes lentos e pouca transpa-
nos e fãs. Antes deles, a primeira pergunta que alguém fazia sobre um
rência. Usar este kit pode ser muito bom quando se precisa gravar uma
determinado estúdio era “que mesa tem lá?”. Sim, eu adoro pré-amps
voz magra, normalmente feminina, ou masculina em falseto (com emis-
clássicos, mas não acho que eles sejam os elos mais fortes de uma gra-
são gerada apenas pela garganta, e não pelo diafragma). Neste caso, o
vação ou sonorização. Acho que o melhor investimento em um estúdio
tamanho do som Neve/Neumann ajuda a dar mais corpo a estes tipos de
está na acústica, e, junto com ela, a monitoração. Se você não ouve
vozes. Porém, se a gravação é de um cantor com voz naturalmente gran-
bem no estúdio, não tem como fazer nada bem. O motivo é simples:
de, gorda, e a base pede uma voz com mais brilho, esta opção é quase
sua referência passa a ser nenhuma. O melhor que você conhece é o
certa de não dar o melhor resultado. Neste caso, um Manley Voxbox pode
melhor que você já ouviu.
ser uma bela solução, junto com um microfone mais duro... Um AKG C414 ou mesmo um microfone Manley. Notem uma coisa: o Voxbox, apesar de
A todos os grandes fãs de pré-amps (e eu repito: sou um deles!), sugiro um
ter este nome, também não funciona para todos os tipos de vozes! Ele
teste: experimente gravar uma voz com dois prés diferentes e um mesmo
tem o som completamente transparente. Logo, se a sua música pede algo
microfone. Depois, tente gravar uma voz alternando entre dois microfones,
mais gordo, outras opções são bem-vindas. Neste caso, use o Voxbox
sem mudar o pré-amp. Quer que eu adiante o resultado? O microfone
para o contrabaixo. Não tem problema algum você o fazer!
muda muito mais o timbre do que o pré-amp. Mas é importante notar duas coisas em relação aos prés: eles têm, sim, um papel importante. O ganho
Ainda existe mais uma questão pouco falada. Quando gravamos ins-
que sai de um microfone é baixíssimo, e a quantidade de amplificação
trumentos simultâneos, captações com vários microfones ou, ainda,
que o pré-amp tem que exercer para elevar este ganho ao nível de linha é
microfonações de palcos ao vivo, além do tipo de captação de um
enorme. E cada pré-amp faz esta enorme ampliação do ganho com efeitos
determinado microfone, é importantíssimo conhecer a qualidade da
colaterais variados, causando, assim, uma textura diferente no som. E tem
sua rejeição! Ou seja, o quanto este microfone deixa de captar sons
mais uma coisinha… A impedância no estágio de entrada do pré-amp altera
indesejados. No caso de uma microfonação de bateria, além do tipo de
diretamente como será o comportamento do microfone.
timbre, digamos, que um microfone capta no tom-tom, é necessário saber quão boa é a rejeição da caixa e pratos, por exemplo. Já quando
Logo, sim, um mesmo microfone pode soar diferente de pré para pré, além
se usa um microfone na caixa, além dele captá-la com um timbre do
de também existirem diferenças sônicas inerentes ao circuito do pré-amp
gosto do engenheiro e produtor, é igualmente importante a qualidade
em si (e do próprio microfone). Então, é comum vermos engenheiros e pro-
da rejeição do hi-hat nesta captação. E ao vivo, provavelmente em um
dutores tendo combos de prés/mics favoritos para determinada aplicação.
show cantado, o microfone mais importante é o do cantor.
Além de existirem prés e mics conhecidamente bons para algumas apli-
Claro que queremos um microfone adequado para a sua voz, porém a
cações, como, por exemplo, o Shure SM57 com um pré API na caixa da
escolha é bem diferente de quando selecionamos um mic em estúdio. Ao
bateria, ou um Neumann TLM103 ou U87 com um pré NEVE 1272 (1073)
vivo, precisamos de um bom timbre para a voz daquele cantor ou cantora
em uma voz, a escolha dos microfones também pode variar de acordo não
em todas as músicas, e que combine com a intensidade do show e do
só com o que se vai gravar, mas com o espaço sônico que existe para ser
público! Já mixei alguns bons shows ao vivo em que o público era tão alto
preenchido em uma base. Por exemplo, se o engenheiro está gravando
e animado que, quando o cantor emitia pouco, em músicas de registro
uma base toda mais fechada em brilho e o produtor sugere que o percus-
mais baixo, o microfone captava mais público, palco e ambiente do que a
sionista faça um take com um egg (ovinho), a escolha de um AKG C451
própria voz dele. E isso talvez seja o problema mais difícil de ser resolvido
pode captar um timbre tão agudo que encaixá-lo na base mais veladinha
durante uma mix de show ao vivo.
pode não soar tão musical. Neste caso, escolher uma combinação pré-amp e microfone mais aveludado pode ser mais indicado.
Se tudo o que eu falei não fizer tanto sentido pra você, não tem o menor problema: a escolha de microfone é completamente pessoal e você pode
Outra situação clássica, claro, é em gravação de voz. Só se fala em Neu-
descobrir combinações sensacionais que eu ainda não ouvi. Acredite ne-
mann e Neve pra lá e pra cá. Estes geram timbres nada brilhantes e muito
las, e até mês que vem!
Enrico De Paoli é engenheiro de música. Grava, mixa e masteriza em seu Incrível Mundo Studio e em outros cantos do planeta. Projetos recentes incluem a campanha mundial da Smirnoff Crazy Nights, mixada por ele em NY e masterizada no Rio, e shows com a cantora Ana Carolina. Site: www.EnricoDePaoli.com
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