11/09/13
Ver são par a Impr essão
ALT ERAR TAMA T AMANHO NHO DO TEXTO: TEX TO:
Discurso do Método, de René Descartes Cogito ergo sum . "Penso, "Penso, logo existo". Tal proposição res ume o es pírito de René Descartes (1596-1650), sábio francês cujo Discurso do Método inaugurou a filos ofia moderna. Em 1637, em uma época em que a força da raz razão ão tal
qual a conhecemos era muito mais do que incipiente, e em que textos filosóficos eram escritos em latim, voltados apenas para os doutores, doutores, Descartes Descartes publicou Discurso do Método, redigido em língua vulgar, vulgar, isto é, o francês. Ele defendia o "uso público" da razão razão e escreveu o ensaio ensa io pensando pens ando em uma audiência aud iência ampla. am pla. Queria que a razão razão - este privilégio privilégio único dos s eres humanos - fosse exatamente exatamente isso, um privilégio privilégio de todos homens dotados dotados de sens o comum. Trata-se Trata-se de um m anual da razão, um prático "modo de us ar". Moderno, Descartes po stulava a idéia de que a razão deveria permear todos os domínios da vida humana e que a apreciação racional era parâmetro para todas as coisas, numa atividade atividade libertadora, lib ertadora, voltada voltada contra qualquer dogm atism o. Evidentemen Evidentemen te, tal tal premis prem issa sa revolucionária lhe causaria proble mas , sobretudo no âmbi to da igreja: em 1663, vários vários de s eus liv l ivros ros foram colocados no Índex. Índex. Razão Razão alegada: a aplicação de exercícios metafísicos em assuntos religiosos. A forma form a dis cursiva curs iva utili utilizzada por po r Descartes Des cartes é a na rrativa autobiográfi ca. O Discurso do Método não é um tratado científico, científico, tampouco um manual manu al pedagógico: “Ass “Ass im, im , o meu des ígnio não é ensin ar aqui o método que cada qual deve seguir para bem conduzir sua razão, mas apenas mostrar de que maneira me esforcei por conduzir a minha.” Continua ainda: “Mas, “Mas, não propondo es te escrito senão com o uma história, hi stória, ou se o preferirdes, como um a fábula...” fábula...” O filósofo francês não visa a impor uma doutrina; ele declara sua intenção de mostrar sua insatisfação e os caminhos que percorreu para solucionar seus questionamentos. Para isso, ele conta a história de sua vida pessoal, da metafísica, da física física e do m étodo científico. científico. Descartes des eja mostrar m ostrar o método que ele es colheu, sua expos exposição ição não é um modelo, mas uma autobiografia intelectual: uma narrativa de eventos passados em que um indivíduo relata sua reforma nos hábitos de racion alizar e perceber o universo físi físico. co. A narrativa procura dem ons trar a his tória de um indiv indi víduo des ejos o de evitar a ilus ão. Para is s o, eventos eventos s ão escolhidos e organizados, a experiência pessoal é apresentada e serve de base para apresentar uma possibilidade de vitória vitória sobre so bre a incerteza. incerteza. Duas técnicas narrativas narrativas são utilizadas utilizadas:: a representação e a narração. A prim eira técnica técni ca diz respeito res peito a condução cond ução do proces pro cesso so narrativo. n arrativo. Descartes leva o leitor a um a participação particip ação da experiência do eu-narrador; o filósofo o faz acompanhar sua história passo a passo, mostrando suas indagações, receios, fatos sign ificativos, ificativos, propos ições, enfim, s ua vida. vida. A s egunda egund a relaciona-s relaci ona-s e, principalm princip alm ente, com o próprio pró prio fato de que h á um reconheci re conhecim m ento do caráter narr ativo do texto, texto, uma consciência de que o filósofo é um narrador que relata uma série de eventos a um leitor. O tex texto to conjuga a narração e o discurso dis curso d ireto, a narrativa narrativa e a propo sição, a dú vida e a elaboração da verdade. Discurso do Método mos tra por que Descartes - para quem "me nte", "espírito", "alma" e "razão" "razão" significavam significavam a m esm a
coisa - marcou indelevelmente a história do pensamento. Em seu s eu livro, livro, René Descartes, aborda a mane ira de se obter, perante a vida, vida, maiores conhecimentos . Descartes buscava na verdade, verdade, provar provar a existência de Deus através através da ciência, através através da razão. Para Para provar provar is so, es te filósofo utilizou um método que vinha desenvolvendo há algum tempo, baseado em evidências, em idéias claras e distintas e em recus ar-se a utilizar-se de qualquer coisa s em es tar coberto coberto de certeza. certeza. Ainda Ainda no n o Discurso do Método, o autor autor destaca os m otivos otivos pelos pel os quais quai s chegou a tais conclus ões, relatando su a vida vida e toda sua formação. Descartes faz severas críticas ao ensino nas escolas, podemos aqui destacar seu desencanto, desde os tempo de colégio, com a “ciência oficial” da época, considerando a mesma estagnada em volta dos pensamentos dos antigos filósofos. Este filósofo sugeriu alguns elementos fundamentais para o conhecimento. Destaca então, as viagens, a procura em si m esm o e a leitura de bons livros. livros. Para obter obter maiores conhecimentos, conhecimentos, num prim eiro mom ento citou citou que é fundamental desvencilhar-se de exemplos e costumes que formaram a base para o conhecimento atual, no Discurso www.passeiweb.com/pr intver si on.php
1/4
11/09/13
Versão para Impressão
do Método ele diz: pouco a pou co, livrei-m e de m uitos erros que podem o fuscar a nossa luz natural e nos tornar m enos capazes de ouvir a razão .
O texto mais famos o de Descartes, Discurso do Método, além de um a sum ária exposição do método, ou das principais regras do m étodo é, também, uma autobiografia de Descartes. Nes se texto não nos diz como devemos proceder para alcançar a verdade, mas como ele, Descartes, procedeu para alcançá-la. Esse dis curso está dividido em s eis partes: Primeira parte - Encontra-se diversas considerações atinentes às ciências. Nesta parte do Discurso, Descartes fez
um balanço, um inventário de seu débito com o colégio e os professores, bem como com os livros que teve oportunidade de ler. Feito esse balanço, ess e inventário crítico, especialm ente em relação à teologi a, à filosofia, à história e às ciências fundadas na filosofia, Descartes liberta-se dos preceptores, abandona o estudo das letras e passa a procurar apenas a ciência que poderia encontrar nele mes mo ou no grande livro do m undo. Segunda parte - Nesta parte estão as principai s regras do método. Fica patente a prevenção, a desconfiança, em
relação a tudo o que nos foi ensinado e que aprendemos à noss a revelia, antes de dispor do pleno us o de noss a razão. Suposição que já revela a ess ência do cartesianis mo, a crença em um a razão intemporal, que s eria poss ível restaurar em sua pureza e integridade, des de que dela fos se excluído tudo o que s e deve ao ens ino, à leitura, à educação. Confiando apenas na razão, na sua razão, individual e intemporal , Descartes acrescenta que, em relação a todas as opiniões que até então admitira o melhor que podia fazer era rejeitá-las, embora viesse a readmiti-las posteriormente, ou outras melhores, ou as mesmas, desde que "ajustadas ao nível da razão". Descartes foi levado a verificar que "o costume e o exemplo nos persuadem mais do que um conhecimento certo". Método, como o leitor deve saber, significa, etimologicam ente, caminho. Seguir um método corresp onde, pois, a caminhar em direção determinada, quer dizer, com a consciência do fim a que s e quer chegar. Com tais preocupações procurou um método que, incluindo as vantagens da lógica, da geometria e da álgebra, evitasse, ao mesmo tempo, os seus inconvenientes. Formula, então, as famosas quatro regras fundamentais, que deverão desdobrar-se e multiplicar-se nas Regras para a direção do Engenho. Primeira regra: evitar a prevenção e a precipitação, só aceitando como verdadeiras as cois as conhecidas de modo evidente como tais e não ad mitir no juízo senão o que s e apresentas se clara e dis tintamente, excluindo qualquer dúvida. Segunda regra: dividir cada dificuldade em tantas parcelas quanto seja possível e quantas sejam necessárias para resolvê-las. Terceira: Conduzir em ordem os pensamentos, começando pelos m ais sim ples e mais fáceis de conhecer, a fim de ascender, pouco a pouco, por degraus, até o conhecimento dos m ais compos tos, supondo uma ordem mes mo entre aqueles que não precedem naturalmente uns aos outros. Quarta: fazer sem pre inventários tão completos e revistas tão gerais que se fique certo de nada ter omitido. Aqui ele constitui o preceito metodológico bás ico – é que s ó se considere verdadeiro o que for evidente, ou sej a, o que for intuível com clareza e precisão. Mas a am pliação da área do conhecim ento nem s empre oferece um pano rama permeável à intuição, e, conseqüentemente, adequado à pronta aplicação do preceito da evidência. Eis por que Descartes propõe outros preceitos metodológicos complementares ou preparatórios da evidência: o preceito da análise (dividir cada uma das dificuldades que s e apresentem em tantas parcelas quantas s ejam necess árias para serem res olvidas), o da síntese (conduzir com ordem os pensamentos, começando dos objetos m ais s imples e mais fáceis de serem conhecidos, para depois tentar gradativamente o conhecimento dos mais complexos) e o do enumeração (realizar enumerações de modo a verificar que nada foi omitido). Tais preceitos repres entam a submissão a exigências estritamente racionais. E justamente o que Descartes prescreve como recurso para a construção da ciência e também para a s abedoria de vida é seguir os i mperativos da razão, que, a exemplo de sua manifestação m atemática, opera por intuições e por análises . Na primeira regra, está enunciado o qu e, para Descartes, é o critério da verdade, a clareza e a dis tinção das idéias. Essa express ão é repetida ao longo de toda obra de Descartes, como um a das teses fundamentais de s ua teoria do conhecimento. A razão cartesiana é a matemática que, no plano do pensamento, e sem sair do pensamento, extrai, ou deduz, as idéias um as das outras, com a certeza de que, sendo essas idéias claras e dis tintas e achando-se dispos tas em ordem contínua e ininterrupta, devem necessariamente corresponder à ordem em que se acham dispos tas as próprias coisas . www.passeiweb.com/printversion.php
2/4
11/09/13
Versão para Impressão
Ainda na Segunda parte do dis curso, Descartes nos diz que, de todos os que procuraram a verdade científica, só os matemáticos encontraram a verdade científica, só os matemáticos encontraram, ou formularam, algumas demonstrações, ou seja, conseguiram demonstrar alguma coisa, com razões certas e evidentes. Terceira parte - Nesta parte estão algumas das regras da Moral que tirou desse método. Descartes parte da dúvida
chamada m etódica, porque ela é propos ta como uma via para se chegar à certeza e não é dúvida si stemática, sem outro fim que o próprio duvidar, como para os céticos. Argumenta que tais idéias em geral são incertas e instáveis, sujeitas à imperfeição dos sentidos. Algumas, porém, se apresentam ao espírito com nitidez e estabilidade, e ocorrem a todas as pes soas da mes ma m aneira, independentes das experiências dos sentidos, e isto significa que residem na mente de todas as pes soas e são inatas. Na Terceira parte acham-se formuladas as máximas fundamentais do que Descartes chamou de "moral provisória", pois a moral que s e poderia chamar de definitiva, jamais foi enunciada de forma s istemática, achando-se dispersa no texto sobre "As paixões da alma". São as seguintes m áximas des sa m oral provisória: primeira – "...obedecer às leis e aos costumes do meu país, conservando constantemente a religião na qual Deus m e deu graça de s er instituído desde a infância...". A Segunda máxima recomenda ser firme e resoluto quanto pudesse e não estando em nosso poder discernir as opiniões mais verdadeiras, devemos seguir as mais prováveis. A terceira máxima, aconselha a procurar vencer-se s empre e não a fortuna, a mudar nos sos desejos e não a ordem do mundo, acostumando-se de modo geral, a acreditar que só os pensamentos estão em nosso poder. A Quarta máxima acons elhava a fazer o inventário, o balanço das ocupações dos homens a fim de escolher a m elhor. Quarta parte - Aqui es tão as razões pelas quais prova a existência de Deus e da alm a hum ana, que s ão o fundam ento
de sua m etafísica. Na Quarta parte do discurs o, que é um resum o das Meditações Metafísicas, Descartes pretende provar a existência de Deus e da alma humana, estabelecendo, com essas provas, os fundamentos de sua metafísica. No primei ro parágrafo dess e texto, o filós ofo nos diz o seguin te: "Julguei neces sário fazer o contrário (do que fiz em relação a m oral) e rejeitar, como absolutamente falso, tudo o que pudess e ser objeto da menor dúvida, a fim de verificar se, depois disso, não m e restava, em m inha certeza, alguma coisa totalmente indubitável" Observa em seguida, que os sentidos nos enganam e nos fazem perceber coisas , não como realmente são, mas como nos parecem ser. Mas, diz então Descartes, "ao pensar que tudo era falso, era necess ário que, eu que pensava, fosse algum a coisa; e observando que es sa verdade: "Penso, logo existo" era tão firme e tão certa, que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não eram capazes de abalá-la, julguei que poderia recebê-la como o primeiro princípio da filosofia que eu procurava". Descartes ficou sabendo, assim, que era "uma substância cuja essência, ou natureza, consiste em pensar" e que "para ser, não precisa de lugar algum, nem depende de coisa alguma material". Em conseqüência, o eu, a alma, que permite ao filós ofo ser o que é, um pens ador, é inteiramente distinta do corpo, cujo conhecimento é mais fácil que o do corpo, pois mesmo que deixasse de existir, a alma não deixaria de ser o que é. Conclui, então, que, ass im com o o mais perfeito não pode ser cons eqüência do menos perfeito, e, nada poder provir, tal idéia, do ser perfeito, ou da perfeição do ser, só pode ter sido pos ta em nós por uma natureza mais perfeita do que a noss a, e que inclui todas as perfeições, quer dizer, Deus. Em cons eqüência, conclui: "...é para mim tão certo que Deus, que é es se s er perfeito, é ou existe, quão certa poderia ser qualquer dem onstração da geom etria." A regra, de acordo com a qual as cois as concebidas clara e distintamente são todas verdadeiras , só pode s er garantida pela existência de Deus, ser perfeito, do qual recebemos tudo o que s e acha em nós . Quinta parte - Nesta parte está a ordem das questões de física que in vestigou, e, particularmente, a explicação do
movimento do coração e algumas outras dificuldades que concernem à Medicina, e depois, também a diferença que há entre noss a alma e a dos anim ais. E, na última, que coisas crê necessárias para ir m ais adiante do que foi na pesquisa da natureza e que razões o levaram a es crever. Na Quinta parte do dis curso, Descartes faz um res umo de sua física deduzida de s ua metafísica. Após reiterar a tese da independência da alm a em relação ao corpo, pois s ua natureza consis te no pensam ento, e s upondo que Deus a tenha criado, acrescentando-a ao corpo, Descartes , em várias páginas do texto, faz uma minuciosa descrição do coração e da circulação do sangue no corpo humano. Sexta parte - Esta última parte do Discurso trata de vários assuntos.
Um aspecto importante na filosofia de Descartes é sua concepção de homem em dualidade corpo-espírito. O universo consiste de duas diferentes s ubstâncias: as mentes, ou s ubstância pensante, e a matéria, a última sendo basicamente quantitativa, teoreticamente explicável em leis científicas e fórmulas matem áticas. Enfim, o importante e o que constitui o preceito metodológico básico apontado no Dis curso do Método é que só s e www.passeiweb.com/printversion.php
3/4
11/09/13
Versão para Impressão
considere verdadeiro o que for evidente, ou seja, o que for intuível com clareza e precis ão. © Copyright 2007 - 2011 - passeiweb.com - Todos os direitos reservados.
www.passeiweb.com/printversion.php
4/4