Norte, Setentrião, Boreal ou Árctico (N) Sul, Meridional, Austral, Antárctico (S) Este, Leste, Oriente, Nascente ou Levante (E) Oeste, Ocidente, Poente, Ocaso (O ou W)
Tema: A posição de Portugal na Europa e no Mundo A. Constituição de Portugal: 1. Unidades Territoriais: - Portugal Continental; - Arquipélago dos Açores; - Arquipélago da Madeira.
2. Divisão Administrativa: - 18 Distritos; - 2 Regiões autónomas.
3. Divisão para efeitos estatísticos: - NUT I (Portugal Continental e Regiões Autónomas) - NUT II (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, em Portugal Continental) - NUT III (28 em PC e 2 nas RA)
B. Portugal: na Europa 1946 – Churchill, 1º ministro inglês, propôs a criação dos Estados Unidos da Europa 1951, 18 de Abril – É assinado, pelos 6 países fundadores (Bélgica, Países baixos, Luxemburgo, França, RFA e Itália), em Paris, o tratado que instituiu a CECA 1957, 25 de Março – É assinado o Tratado de Roma pelos 6 países-membros da CECA (visando a formação de um mercado comum onde houvesse livre circulação de pessoas, mercadorias e capitais – a CEE. 1973 – A CEE e alargada a mais 3 países (Dinamarca, Reino unido e Irlanda) 1981 – Grécia 1986 – Portugal e Espanha. Também neste ano, com a queda do muro de Berlim, dá-se a reunificação da Alemanha, com a integração da antiga RDA. 1987 – Acto Único Europeu. A CEE passa a designar-se CE, porque, além de económicos, os seus objectivos estenderam-se a áreas do âmbito político e social (Política Externa, a de Segurança Comum e a do Emprego) 1992 – Tratado de Maastricht. De CE passa a ser EU. 1995 – Áustria, Finlândia e Suécia. 1997 – Tratado de Amesterdão – 3 pilares (Comunidades Europeias; Política Externa e de Segurança Comum; Cooperação na Justiça e nos Assuntos Internos). 1999 – UEM – aqui entrou em circulação a moeda única (Euro). 2003 – Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, República Checa; Eslováquia, Eslovénia, Hungria, Chipre, Malta – Bulgária, 2007 C. E no MundoRoménia ONU: visa a manutenção da paz. PALOP´s: Termos de Língua – Angola / Moçambique / S. Tomé / Cabo verde / Guiné-Bissau. CPLP: Termos de língua: PALOP´s / Brasil / Timor-leste / Portugal. OTAN/ NATO: Termos militares. OSCE: Termos de segurança.
D. União Europeia (Pilares) Desde 86 que Portugal faz parte da U.E., o que teve grande importância na vida dos portugueses devido a 3 aspectos (Pilares):
1. Mercado Comum determinou: - Livre circulação de mercadoria; - A fixação de uma pauta aduaneira comum em relação a países terceiros.
2. Moeda (Euro): - Entrou emÚnica circulação a 1 de Janeiro de 2002, em 12 países da EU; - O Banco Central Europeu regula a emissão da moeda.
3. Cidadania europeia permite: - Votar para as autarquias do país onde se vive; - Eleger deputados para o Parlamento Europeu; - Trabalhar, investigar e/ou estudar em qualquer país da EU. - Garantir o reconhecimento das qualificações profissionais.
E. Comunidade dos países de Língua Portuguesa (CPLP) 1. Países Lusófono s : Portugal, Brasil, Guiné-Bissau, S. Tomé e Príncipe, Moçambique, Angola, Cabo Verde e Timor-Leste
2. Objectivos Principais: - Defesa e aprofundamento da Língua Portuguesa; -- Internacionalização da Língua Portuguesa; Intercâmbio de Culturas.
F. Comunidades Portuguesas no Mundo 1. Principais comunidades Portuguesas no Mundo: - América: Brasil, Venezuela, EUA, Canadá. - África do Sul - Europa: França, Suíça, Alemanha, Reino Unido, Espanha, … - Oriente: Timor-Leste e outras.
G. Valorização de Portugal no Contexto da UE 1. Cultural: - Intercâmbio de culturas; - Promoção da Língua e da Cultura Portuguesas; - Comunidades de Emigrantes; - Cursos de Língua Portuguesa; - Leitorados; - Digressão de escritores, artistas, atletas, … - Rádio, Televisão e Cinema. - Congressos, exposições e feiras.
2. Económica - Entrada no Mercado Comum; - Adesão à moeda única; - Acessibilidade a novos mercados; - Possibilidade reforçada de Portugal investir no estrangeiro e de outros países investirem em Portugal
Tema: População utilizadora de recursos e organizadora de espaços A 1. Principais variáveis demográficas: - Natalidade; - Mortalidade; -Imigração; -Emigração.
2. Relação entre as variáveis: - Saldo fisiológico ou crescimento natural; - Saldo migratório; - Crescimento Efectivo ou crescimento real.
B 1. Causas das diferenças regionais: - Factores favoráveis e desfavoráveis à natalidade; - Factores favoráveis e desfavoráveis à mortalidade; - Movimentos migratórios internos: êxodo rural; urbanização. - Movimentos migratórios internacionais; - Taxas de atracção e taxas de repulsão.
C. TN, TM, TMI A redução da Taxa de Natalidade, iniciada já na primeira metade do séc. XX, acentuou-se a partir dos anos 60, tendo sido um dos aspectos mais marcantes da evolução demográfica em Portugal até finais do mesmo século. Deve-se principalmente devido: - Entrada da mulher no mundo de trabalho; - Stress da vida urbana; - Casamentos tardios; - Independência financeira dos filhos cada vez mais tarde. Politicas Natalistas:
- Abonos de família progressivos; - Alargamento da licença de maternidade; - Possibilidade do pai gozar da maternidade; - Dispensa a tempo parcial do trabalho; - Desenvolvimento da rede pré-escolar; - Promoção de melhores condições habitacionais.
A maior descida da Taxa de mortalidade verificou-se no decorrer da primeira metade do séc. XX, atingindo na actualidade valores semelhantes à UE. Diminuição da mortalidade devido:
- Melhorias na assistência médica, sanitária e higiénica; - Progressos científicos na medicina e farmacêutica; - Melhoria na qualidade de vida da população – melhor habitação, alimentação.
No que toca à Taxa de Mortalidade Infantil, manteve valores bastante elevados até as ultimas décadas do séc. XX, tendo sofrido um acentuado decréscimo a partir dos anos 70. A redução deve-se:
- Melhoria da assistência médica durante a gravidez, o parto e o 1º ano de vida; - Difusão de informação sobre os cuidados com as crianças.
D 1. Estrutura Etária: - Classes etárias; - Pirâmides Etárias. Entre 1960 e 2000, a base das pirâmides foi diminuindo progressivamente, o que reflecte a cada vez mais acentuada redução da população jovem. A população adulta aumentou, revelando uma importância crescente das classes etárias mais altas. O topo das pirâmides alargou, como consequência do aumento da população idosa. Constata-se um duplo envelhecimento da população portuguesa: - Diminuição dos jovens (base estreita); - Aumento dos idosos (topo alargado). A pirâmide toma esta forma, devido: Ao declínio da fecundidade – nº médio de filhos por mulher em idade fértil. Que explica o estreitamento da base. Factores explicativos da abdicação de ter filhos: - Adiar o casamento e nascimento do 1º filho; - Aumento das despesas da criança, nomeadamente a educação; - Dificuldade no acesso a habitação espaçosa, nomeadamente em centros urbanos. Ao envelhecimento demográfico que explica os topos largos e justifica-se pelo aumento da esperança media de vida. Explica-se uma maior esperança média de vida nas mulheres por: - Menor exposição a acidentes de trabalho, profissões de menos risco; - Menor consumo de tabaco, álcool e drogas; saúde.
- Maior cuidado com a alimentação e com a
2. Estrutura activa: - Taxa de actividade; - Sectores de actividade: primário, secundário e terciário. População activa – conjunto de indivíduos, a partir dos 15 anos, que constituem mão-de-obra disponível e entram no circuito económico, incluindo os desempregados e aqueles que cumprem serviço militar obrigatório. População inactiva – conjunto de indivíduos, de qualquer idade, que não podem ser considerados economicamente activos. A proporção da população entre ambas é influenciada por factores: - Estrutura etária, que determina a quantidade de população activa; - Saldo migratório que aumenta e diminui a população activa quando este é positivo e negativo. Tem vindo a aumentar a taxa de actividade, após a quebra motivada pela emigração dos anos 50 e 60 devido: - Na década de 70, a um saldo migratório positivo pela chegada dos portugueses das ex-colónias; - Após os anos 70, devido a crescente participação da mulher no mundo de trabalho; - E mais recentemente, ao crescimento da imigração. Factores que influenciam a estrutura etária da população activa: - Prolongamento da escolaridade obrigatória; - Entrada tardia dos jovens no mundo de trabalho; - Antecipação da idade da reforma. A população activa distribui-se por três sectores de actividade económica: - Sector Primário: sofreu uma grande redução no emprego devido à crescente mecanização e modernização agrícolas e ao desenvolvimento dos outros dois sectores. - Sector Secundário: tende a empregar cada vez menos população devido ao desenvolvimento tecnológico das indústrias e à deslocação para outros países dos ramos mais intensivos em mão-de-obra. - Sector Terciário: foi o que mais cresceu e, actualmente, emprega mais de metade da população activa. Esta evolução acompanha a tendência de Terciarização da economia, iniciada mais cedo nos países da UE, e explica-se: - Pelo aparecimento de novos serviços; - Pelo desenvolvimento do comércio, turismo e lazer; - Pela expansão dos serviços financeiros e dos serviços de educação, saúde e apoio social. Existem algumas diferenças regionais na situação de emprego por sector - Sector primário tem mais relevância na região Centro - Sector secundário emprega mais população no Norte, onde as indústrias ainda são bastante intensivas em mãode-obra. - Sector terciário gera mais de metade do emprego em todas as regiões, excepto no norte e no centro. O sector terciário tem grande importância em: - Algarve e Madeira – Turismo; - Lisboa e Vale do Tejo – modernização da indústria e desenvolvimento dos serviços; - Alentejo – serviços sociais e de saúde.
3. Nível de instrução: - Taxa de alfabetização; - Taxa de escolaridade; - Medidas tomadas no âmbito do sistema ensino português. O processo de desenvolvimento de um país relaciona-se directamente com a qualificação da população, vista como um recurso. Nesse sentido, o seu nível de instrução e de formação são fundamentais para que se possam desenvolver actividades tecnologicamente mais modernas e produtivas, que promovam o desenvolvimento.
Em Portugal a Taxa de Alfabetização já atinge valores elevados e como consequência, a de analfabetismo tem vindo a diminuir. Os valores mais elevados de analfabetismo relacionam-se com o envelhecimento e com diferentes graus de desenvolvimento das regiões. A Taxa de Analfabetismo das mulheres continua a ser substancialmente superior à dos homens em quase todas as regiões, sobretudo pela elevada proporção de mulheres entre os idosos. O número médio de anos de escolaridade também aumentou, o que se deve, principalmente ao alargamento da escolaridade obrigatória e ao considerável aumento da proporção da população com ensino superior.
4. Qualificação profissional: - Estrutura da qualificação profissional da população activa; - Terciarização avançada
E. Problemas sócio-demográficos 1. Envelhecimento
- Causas (progresso na higiene, medicina, quebra na natalidade); - Consequências (índice de dependência de idosos).
2. Declínio da fecundidade: - Factores de ordem demográfica, sócio-cultural, económica e política.
3. Baixo Nível educacional: - Características da população quanto ao nível de instrução.
4. Situação perante o emprego: - Emprego estável; - Emprego temporário; - Subemprego; - Emprego a tempo parcial. O envelhecimento da população portuguesa poderá agravar-se, caso se mantenha a tendência para o declínio da taxa de fecundidade e, como tal, o decréscimo dos grupos etários mais jovens, acarretando consequências sociais e económicas importantes. O aumento do número de idosos conduzirá a um acréscimo das despesas como: - Pagamento de pensões; - Sistema de saúde; - Serviços sociais; - Construção e manutenção de equipamentos para idosos – lares, por exemplo. A diminuição da taxa de fecundidade conduzirá à redução da população em idade activa, provocando: - Redução das contribuições para a segurança social, o que gera ruptura no sistema de pensões e reformas; - O facto da população activa actual não beneficiar das suas contribuições sociais; - Necessidade de alterar o funcionamento do sistema da Seg. Social, na idade de reforma.
F. O Aumento da dependência Os jovens e os idosos constituem grupos etários dependentes, pois não se encontram na população activa e não contribuem para a produção de riqueza. A relação entre estes dois grupos e a população activa permite avaliar o grau de dependência, através do Índice de Dependência Total: população jovem + população idosa / população adulta. A dependência pode avaliar-se também em relação a cada um dos grupos separadamente obtendo-se, respectivamente, o índice de dependência de jovens e de idosos. De forma ligeira. O IDT tem diminuído. Deve-se à grande descida do IDJ, já que o IDI aumentou, ao reflectir no índice de envelhecimento. IDJ – diminui em todas as regiões, mas apresentam-se os valores mais elevados nas regiões autónomas. IDI – apenas diminuiu nos Açores, aumentando no resto de Portugal, verificando-se o maior acréscimo no Alentejo IDT – Maior no Alentejo, Centro e Açores. Menor nas regiões Norte, Lisboa e Vale do Tejo
G. Evolução demográfica Durante a segunda metade do século XX, a população residente em Portugal aumentou, passando de cerca de 8,4 milhões em 1950 para 10,3 milhões em 2001. Sobressai-se a irregularidade nas décadas de 60 – em que se registou um decréscimo demográfico – e a década de 70 com um significativo aumento da população. A variação deste ritmo da população explica-se:
- Pelo grande surto da emigração nos anos 60, para alguns países da Europa Ocidental: França, Alemanha, RFA; - Regresso repentino de muitos portugueses das excolónias,- sobretudo o processo natural, da independência; Diminuiçãoem da1975 taxa com de crescimento mais a quebra da emigração e o aumento da imigração, o que permitiu um ligeiro aumento nas ultimas décadas.
H 1. Condicionantes da distribuição da população: - Factores Naturais (clima, relevo, solos e vegetação); - Factores Humanos (influências históricas, actividades económicas, desenvolvimento tecnológico, bacias de emprego, estruturas urbanas, áreas de maior acessibilidade). - Atracção urbana – cidades apresentam maior dinamismo social e económico e todo um conjunto de serviços que contribuem para uma melhor qualidade de vida; - Localização da indústria e actividades terciárias que geram emprego e riqueza - Existência de boas vias de comunicação que encurtam as distâncias, facilitando a mobilidade e o desenvolvimento das actividades económicas. - Movimentos migratórios: Êxodo rural, Emigração e Imigração.
2. Problemas da distribuição da população: - Litoralização e bipolarização do povoamento em torno de duas grandes áreas: Melhores condições para a agricultura e a pesca; Boa acessibilidade; Serviços mais numerosos e diversificados; Maior e melhor oportunidade de emprego; Maior concentração urbana e maior dinamismo económico-social e cultural. - Despovoamento do Interior – áreas em perda: Migrações internas (menor desenvolvimento e dinamismo socioeconómico); Envelhecimento da população; Agricultura tradicional com fraco rendimento. • • • • •
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Em Portugal Continental, a densidade populacional apresenta um forte contraste entre o Litoral e o Interior. Os concelhos de maior densidade populacional localizam-se na faixa Litoral entre Setúbal e Viana do Castelo, sobretudo nas regiões da Grande Lisboa e Porto. Em oposição, em todo o interior do país, bem como o litoral alentejano e a maioria das ilhas da região autónoma dos Açores, apresentam fracas densidades populacionais.
I. Problemas causados pelas assimetrias No Litoral - Desordenamento do espaço:
- Saturação do espaço com construção excessiva de edifícios; - Falta de espaços verdes; - Aparecimento de bairros degradados e construção não planeada. - Sobrelotação dos equipamentos e infra-estruturas - Degradação ambiental - Desqualificação pessoal e humana:
--Desemprego; Marginalidade e insegurança; - Aumento do stress e diminuição da qualidade de vida.
No Interior
- Envelhecimento demográfico; - Despovoamento; - Falta de mão-de-obra; - Degradação do património natural e edificado e da paisagem.
J. Possíveis soluções aos problemas Para diminuir as assimetrias na distribuição da população deve-se implementar medidas de promoção do desenvolvimento do Interior para o tornar atractivo. O planeamento regional e municipal assume um papel fundamental, ao promover: - Melhorias das acessibilidades; -- Criação de serviços de essenciais de apoio a população; Desenvolvimento actividades económicas geradoras de emprego (agricultura, pecuária, artesanato, produtos tradicionais); - Subsídios e redução de impostos para as empresas que se deslocam para o interior; - Qualificar a mão-de-obra.
Tema: Os recursos do subsolo A. História do Planeta e de Portugal Era Pré Primária – Era onde uma parte de Portugal se começou a formar. Era Primária – É caracterizada como uma era com muitas alterações à face da terra. A orogenia que mais se fez sentir foi a Hercínica criaram-se as zonas montanhosas do norte “Serra da Estrela” (Orogenia Hercínica). Era secundária – Considerava-se como uma era pacífica. Não existiram grandes formações na Terra. Formaram-se zonas aplanadas, devido a actuação dos agentes erosivos Os agentes erosivos criaram as orlas sedimentares. Os ventos depositaram os materiais das zonas montanhosas do norte nas orlas sedimentares. Era Terciária – Foi uma era de convulsões. Uma das orogenias mais importantes foi a Alpina, que tal como o nome indica, srcinou os Alpes criaram-se zonas montanhosas na orla ocidental, devido à orogenia Alpina (Serra de Sintra). Era Quaternária – Foi uma era pacífica, sem grandes convulsões. Foi nesta era que começou a história do homem. É caracterizada como uma era pacífica, mas com tendência a mudar devido às variações climatéricas que se fazem sentir os agentes erosivos criaram as zonas planas das bacias do Tejo e Sado.
B. Unidades geomorfológicas de Portugal Maciço Antigo/ Hispérico: É a unidade mais antiga. Ocupa a maior parte do território nacional e apresenta uma grande variedade de rochas muito antigas e de grande dureza como o granito e o xisto. A norte – predominam os conjuntos montanhosos, planaltos e vales. A sul – estende-se a vasta planície alentejana – superfície levemente ondulada e de baixa altitude.
Orlas Sedimentares – Antigas áreas deprimidas onde se foram acumulando numerosos sedimentos, pelo que a diversidade geológica é menor. Predominam as rochas sedimentares – areias, argilas, calcários e arenitos) Há também existência de rochas magmáticas – basalto – resultantes da actividade vulcânica. Orla Ocidental: Estende-se ao longo do litoral. É constituída no norte por planícies sedimentares e no sul com zonas mais montanhosas. Orla meridional: Ocupa a faixa litoral do Algarve, onde sobressaem algumas colinas calcárias altas e enrugadas. Bacias do Tejo e Sado: Unidade mais recente, tendo-se formado principalmente por sedimentos fluviais de srcem Continental. Dominam as rochas sedimentares – areias, argila, calcário – e são explorados os minerais industriais. Regiões autónomas: As rochas dominantes são de srcem vulcânica e exploram-se principalmente as rochas basálticas.
C. Importância dos recursos do subsolo 1. Os principais recursos são: - Recursos minerais metálicos: minerais que apresentam na sua constituição substâncias metálicas (ferro, cobre, estanho ou o volfrâmio) - Recursos minerais não metálicos : minerais que na sua constituição não possuem substâncias metálicas (salgema; quartzo; feldspato; gesso) - Minerais Energéticos: minerais que podem ser utilizados para a produção de energia (carvão, petróleo, urânio e o gás natural) - Rochas Industriais – rochas utilizadas sobretudo como matéria-prima para a indústria ou para a construção civil e obras públicas (calcário, granito, argila, margas) - Rochas ornamentais – rochas utilizadas na decoração de edifícios, peças decorativas ou mobiliário (mármore, granito, calcário). - Águas subterrâneas – águas que se destinam ao engarrafamento ou ao aproveitamento termal.
2. Os recursos do subsolo podem contribuir para o desenvolvimento de algumas actividades económicas (agricultura, construção civil, joalharia, indústrias química, metalúrgica, siderúrgica, cerâmica, …)
3. O contributo da exportação é importante para a economia do país. 4. Áreas de Exploração: 4.1. Minerais Metálicos - Ferro: As reservas têm diminuído Explorado Cercal e Alentejo; A procura énomaior que a oferta, recorrendo-se à importação. - Cobre: Extraído nas minas do Alentejo (Aljustrel e Neves-Corvo); Portugal é o maior país produtor de cobre; Utilizado para a electricidade. - Estanho: Extraído das Minas de Neves-Corvo (Alentejo); - Volfrâmio Minas da Panasqueira; Filamentos para lâmpadas incandescentes; Portugal era um grande produtor, mas a China oferecia preços mais baratos e este foi substituído por outros mais baratos e assim, hoje estamos em crise.
4.2. Minerais Não Metálicos: - Sal-gema: Industria química e agro-alimentar; Minas no distrito de Leiria, Lisboa e Faro. - Feldspato e Quartzo: Indústria do Vidro e cerâmica Em vários locais do país: Norte, Centro e Alentejo - Caulino Indústria da Cerâmica; Em vários locais do litoral, especialmente no Norte.
4.3. Rochas Industriais e Ornamentais - Rochas Industriais: areias comuns, calcário, argilas Importantes matérias-primas para a indústria de vidro, cerâmica, construção civil e obras públicas e das cimenteiras
- Rochas Ornamentais (elevado valor unitário): Mármores (explorações no Alentejo, faixa Estremoz - Vila Viçosa) Granitos (explorações no Alentejo, distritos de Portalegre, Évora)
4.4. Águas Subterrâneas - Águas minerais Propriedades terapêuticas; Não devem ser consumidas continuamente. -Águas de Nascente Destinam-se ao consumo diário, sem restrição. Unidades de Engarrafamento no Norte e Centro; Muitas vezes a oferta excede a procura levando à exportação. - Águas termais Fins Terapêuticos; Estâncias Termais são cada vez mais frequentadas Norte e Centro
5. A Indústria extractiva Indústria que se dedica a extracção de produtos no estado bruto, directamente da natureza. Estes recursos destinam-se essencialmente a produção industrial, construção civil, obras públicas e produção de energia. A recente evolução desta indústria evidencia uma tendência de aumento do valor total da produção. A nível regional – a indústria extractiva representa um factor importante de criação de riqueza e de oferta de emprego, sobretudo em regiões mais carenciadas como o Alentejo
D. Distribuição espacial dos recursos energéticos 1. Portugal está muito dependente neste sector do mercado externo. O subsolo português é pobre em recursos energéticos, pois as reservas de carvão estão esgotadas e as de urânio têm vindo a descer a produção. Nos açores a existência de actividade vulcânica torna possível a exploração de energia geotérmica – a partir do calor da terra. Contudo, vários estudos revelam indícios da presença de petróleo e gás natural em zonas do Litoral. Portugal dispõe de boas condições de produção de energias renováveis – que só agora têm vindo a ser exploradas. Aumento do consumo de energia devido:
- Desenvolvimento dos transportes; - Expansão da indústria; - Modernização da agricultura; - Melhoria do nível de vida da população; - Carros de maior cilindrada.
2. Recursos energéticos: - Carvão Fonte de energia primária; Matéria-prima para indústrias, centrais termoeléctricas, indústrias siderúrgicas e cimenteiras Reservas escassas; Anteriormente, era uma actividade relevante, mas agora sem significado; Importa-se da Colômbia, África do Sul e dos EUA. - Petróleo Utilizado nas indústrias químicas; Todo o petróleo consumido é importado; Tem-se feito pesquisas acerca de novas formas de energia; Portos de Leixões e Sines.
- Gás Natural Menos poluente, mais reservas mundiais e mais concentradas geograficamente do que as de petróleo; Mais barato e menos problemática em termos de transporte; Totalmente importado; Produção de energia em centrais termoeléctricas, transportes, abastecimento doméstico; Numa primeira fase, era importado da Argélia e transportado pelo gaseoduto Magrebe. Numa segunda fase, feito através o barco metaneiro da Nigéria que transporta o gás liquefeito, que é regaseificado no Porto de Sines, onde é descarregado no gaseoduto nacional. - Urânio Mineral radioactivo e pesado; Usado na produção de energia nuclear, que pode ser transformada em electricidade; Portugal possui importantes reservas mas tem de exportar porque não possui qualquer central nuclear; Unicamente da mina da Urgeiriça, distrito de Viseu. - Energia Geotérmica Utiliza calor libertado pelo interior da Terra; Aproveitamento feito nos Açores, na ilha de S. Miguel, para a produção de energia eléctrica; O território continental possui grandes potencialidades e por isso alvo de muitos projectos.
E. Problemas na Exploração dos Recursos do Subsolo 1. Fraca acessibilidade das jazidas - Minas em áreas de difícil acesso> custos maiores no transporte> aumento do preço do produto> perda de competitividade.
2. Dimensão das empresas - A maior parte das empresas são muito pequenas e de cariz familiar, tendo menos capacidade financeira para investir na modernização e na qualificação de mão-de-obra, o que leva a custos muito elevados na produção e no produto
3. Agravamento dos custos de exploração - A exploração por vezes não é fácil nem viável.
4. Qualidade do minério - A baixa qualidade de alguns minérios, associada à difícil extracção, devido à profundidade das jazidas, aumenta os custos de exploração e tem conduzido ao encerramento de muitas explorações
5. Indústria transformadora a jusante da extracção - A deficiente articulação entre a indústria extractiva e a transformadora conduz à exportação de produtos em bruto, o seu valor comercial torna-se baixo e não se torna rentável a sua comercialização.
6. Novos produtos - O modernismo tem possibilitado a descoberta de novas alternativas mais baratas e mais eficazes.
7. Dependência externa - Portugal está muito dependente do exterior. - A balança comercial torna-se desfavorável - Torna-se vulnerável aos mercados abastecedores - Deficiente articulação entre as industrias extractiva e transformadora que leva a maior numero de produtos em bruto e baixos preços.
8. Impacte ambiental - Contaminação das águas superficiais ou subterrâneas e dos solos, pois na extracção são utilizados bastante produtos químicos; - Destruição de solos agrícolas e florestais - Degradação das paisagens e por vezes alterações na morfologia do relevo; - Poluição sonora; - Poluição atmosférica; - Falta de segurança e poços sem vedação se sem sinalização.
↓
9. Concorrência difícil Os nossos preços são mais elevados por várias razões: - Baixo teor de minério; - Exploração em minas de grande profundidade; - Perigos – na segurança e na saúde; - Locais de difícil acesso; - Empresas de pequena dimensão; - Tecnologias reduzidas; - Legislação ambiental; - Salários altos dos trabalhadores.
E. Novas perspectivas de exploração e utilização dos recursos do subsolo Potencialização dos recursos do subsolo: - Uso dos recursos de forma mais racional; - Aumento da inventariação e da avaliação dos recursos minerais; - Promoção do mercado interno e externo; - Estudos e medidas que relacionem a indústria extractiva e a preservação ambiental; - Reestruturação das empresas, a fim de atingirem capacidade económica para se modernizarem; - Exploração de alguns recursos que antes não tinham aplicações; - Emprego de novas tecnologias;
Potencialização das minas e pedreiras:
- Criar/melhorar as infra-estruturas; - Reactivação das minas que possuam riqueza considerável; - Valorização de tecnologia e equipamentos; - Novos métodos e técnicas de prospecção e investigação;
Potencialização das águas e termas: Águas minerais e de nascente: - Realização de estudos hidrológicos para conhecer e aproveitar melhor os recursos; - Modernização das indústrias – aumentar a competitividade e garantir qualidade. - Aumento da exportação; Estâncias termais: - Alargamento do período de funcionamento das mesmas; - Diversificação das ofertas; - Criação de outras infra-estruturas de lazer e turismo; - Aproveitamento energético do calor das aguas; - Recuperação de áreas minerais abandonadas. - Aumento da eficiência energética (racionalização do consumo); Potencialização dos recursos energéticos: - Produção de energia a partir de fontes renováveis e endógenas; - Diversificação das fontes de energia – no que toca a parceiros; - Prospecção de novas áreas.
F. Consumo de energia A indústria é o sector que consome mais energia, prevendo-se uma diminuição. O sector dos transportes revela um constante aumento (mais carros em circulação de maior cilindrada) bem como as melhorias das redes de transporte e vias de comunicação. Existem assimetrias regionais no consumo de energia: - É superior nos distritos onde existe maior concentração de população, de serviços, e indústria e onde o nível de vida é mais elevado, destacando-se Lisboa, Setúbal e Porto.
Tema: A radiação Solar A. A acção da atmosfera sobre a radiação solar 1. A Atmosfera - A radiação solar é a radiação electromagnética de srcem solar, sendo constituída por um espectro de radiações de vários comprimentos de onda; Quantidade de energia, sob a forma de luz e calor, recebida por unidade de uma superfície horizontal factor essencial do ambiente. Deve-se à radiação solar: - O ciclo da água; - A desigual repartição da temperatura; - A diversidade de climas. - Atmosfera é uma camada gasosa que envolve e protege a Terra, acompanhando-a em todos os seus movimentos devido à força de atracção gravitacional. Esta tem um: - Limite Inferior que marca o seu início e que corresponde ao nível médio das águas do mar (0 metros) – superfície da Terra; - Limite Superior, que, ao contrário do inferior, é difícil de determinar, mas que segundo os cientistas oscila entre os 800 e os 1000 km de altitude. - Homosfera é a camada da atmosfera que se estende desde a superfície da Terra até aos 80 km de altitude, onde os gases se encontram em proporções relativamente constantes. É constituída pela Troposfera (0 – 12 km), Estratosfera (12 – 55 km) e Mesosfera (55 – 80 km). - O gradiente térmico na Troposfera varia, a cada 100 m, -0,6 ºC. - Heterosfera é a camada da atmosfera que se estende para lá dos 80 km de altitude, onde os gases estão bem misturados. É constituída pela Termosfera (80 – 500 km) e pela Ionosfera (> 500 km). - Protege a Terra das radiações ultravioleta e dos meteoritos; - Desempenha uma acção reguladora, pelo que equilibra as diferenças de temperatura e de pressão atmosférica à superfície terrestre através da transferência de calor e de vapor de água pela circulação geral da atmosfera e das águas oceânicas. - Composição da atmosfera: - 78% Azoto; - 21% Oxigénio; - 1% Gases Raros. Estes gases são fundamentais. Por exemplo, as alterações na percentagem de Dióxido de Carbono na atmosfera têm efeitos directos no aquecimento global da Terra. A destruição do ozono tem muita importância na qualidade da radiação que atinge a superfície terrestre. A atmosfera também contém vapor de água (humidade) que se concentra na maioria entre os 10-15 km. A esta altitude não existe turbulência suficiente para fazer ascender o vapor de água. - Variação da composição do ar com a altitude : A turbulência do ar e as trocas energéticas e químicas na baixa
- Funções da Atmosfera:
atmosfera são responsáveis pela existência de uma composição variada do ar. À medida que a altitude aumenta, o ar rarefaz-se, ocorrendo grandes concentrações de certos gases. Exemplo: Dos 15 aos 35 km concentra-se o Ozono (Camada de Ozono). Apesar do Ozono ter uma percentagem muito reduzida no ar atmosférico encontra-se muito concentrado a esta altitude, fazendo com que a temperatura aumente e exercendo também uma função de filtro dos raios solares muito importante.
2. A atmosfera: Filtro de radiação solar - A constante solar é a quantidade de energia que recebe por segundo cada m 2 de superfície de camada superior da atmosfera. Da totalidade da radiação solar apenas 47% chega à superfície da Terra. Os processos atmosféricos que explicam essa perda da radiação solar são: - Absorção - Reflexão - Difusão - Absorção (23%):
Ozono: absorve os raios ultravioletas (curto comprimento de onda); Vapor de água, dióxido de carbono e algumas partículas sólidas e líquidas absorvem os infra-vermelhos. - Reflexão: Parte da radiação solar é reflectida no topo das nuvens e na superfície terrestre, em particular nas regiões cobertas de gelo; Albedo: é a razão entre a quantidade de radiação reflectida pela superfície e a quantidade da radiação que nela incide. O albedo é muito elevado na neve e nas nuvens e mais baixo em florestas densas e algumas superfícies artificiais (alcatrão) – expressa-se em percentagem ou sob forma decimal. - Difusão: Provocada gases uma atmosféricos partículas em suspensão; Da radiaçãopelos dispersa, perde-see pelas no espaço e outra chega indirectamente à superfície terrestre, designando-se por radiação difusa. A radiação solar global é a radiação total que chega à superfície da Terra e divide-se em: - Radiação difusa (energia é difundida pela atmosfera terrestre, pelas nuvens, … que chega indirectamente à superfície terrestre) - Radiação solar directa (energia recebida directamente do Sol).
3. Distribuição da Energia solar - Devido à forma esférica da Terra, a energia solar que chega ao topo da atmosfera não se distribui uniformemente por toda a superfície terrestre. Existe um balanço energético da atmosfera entre as entradas da energia solar – insolação – e as saídas – radiação terrestre. - Quanto maior for a inclinação dos raios solares, maior vai ser a área que recebe radiação e maior vai ser a perda o que fará um decréscimo na temperatura. - O dia natural corresponde ao dia iluminado pelo Sol, o que é variável e que condiciona a radiação solar. Quanto maior o período de tempo que o Sol está acima do horizonte, maior é a duração do dia. - Insolação corresponde ao período de tempo em que o sol se encontra descoberto e exprime-se no número de horas por dia ou por ano. - O relevo é um factor de interferência na radiação recebida pois quanto maior a altitude, maior é a quantidade de radiação solar recebida, pois a massa atmosférica atravessada é menor. As vertentes soalheiras, viradas a sul, recebem mais radiação porque a inclinação dos raios é menor; as vertentes sombrias recebem menos ou quase nada devido a esse. - Variação diurna: quando o sol atinge a altura máxima, a inclinação dos raios é menor e por isso a temperatura é maior. - Variação Anual: No solstício de Verão, os raios solares incidem no hemisfério norte com menor obliquidade, o que se traduz numa maior quantidade de energia recebida e os dias são maiores; no solstício de Inverno, a inclinação dos raios é maior e o dia é menor. - Défice energético: ocorre porque a radiação solar atravessa uma grande camada de atmosfera obliquamente e geralmente estas superfícies são de cor clara. - Excesso energético: ocorre porque a radiação solar incide perpendicularmente nessas regiões e atravessa uma menor camada de atmosfera - Movimento de translação : faz variar a inclinação dos raios solares e a duração dos dias e das noites, num mesmo lugar. - Ao ser absorvida pela Terra, a radiação solar converte-se em energia calorífica, aquecendo a superfície terrestre. Esta última, por sua vez, emite a mesma quantidade de energia que recebe, encontrando-se em equilíbrio térmico relação entre a energia recebida e a energia reflectida pela superfície terrestre. - A Terra envia para a atmosfera a energia que absorveu durante o dia sob a forma de Energia Calorífica de grande comprimento de onda. Essa Energia vai ser sujeita ao EFEITO ESTUFA: Mecanismo natural que existe na Atmosfera e que possibilita a estabilidade das temperaturas a +/-15ºC. Este explica o facto das temperaturas nocturnas não baixarem tanto quanto seria de esperar, já que, durante a noite não há radiação solar.
B. Variabilidade da radiação solar em Portugal Continental e Insular
- Ao longo do Ano, em Portugal Continental, os valores médios de radiação solar global aumentam em geral de Norte para Sul e, sobretudo, na Região Centro, de Oeste para leste. - A latitude, os estados de tempo mais frequentes de Verão e Inverno, a frequência de nevoeiros e a nebulosidade são factores de variação de radiação solar. - Portugal recebe: - Mais quantidade de energia no solstício de Junho. Os raios incidem _|_; - Menos quantidade de energia no solstício de Dezembro. Os raios incidem mais inclinados \ e a duração do dia é menor. Portugal – Latitude = 32º N / 42º N – Apresenta maior quantidade de energia solar no: - Solstício de Junho – Maior quantidade de Energia quando se inicia o Verão - Raios solares com menor inclinação; - Dias maiores do que a noite. - Solstício de Dezembro – A inclinação dos raios solares é maior e a duração do dia é menor do que a noite o que cria MENOR QUANTIDADE DE ENERGIA. - Portugal apresenta uma variabilidade sazonal bastante acentuada no Verão no solstício de Junho a radiação solar é mais elevada e no Inverno apresenta valores de radiação global média mais baixa. Causas: -Latitude: regiões do sul, (+) quantidade de Radiação Solar; (-) inclinação - Proximidade do mar: Nebulosidade – Insolação – N.º de horas de sol descoberto acima do horizonte que aumente de Noroeste para Sudeste. Influência sobre a nebulosidade que regista regiões do litoral com Radiação Solar com menos intensidade. - Altitude: Aumento de nebulosidade – Diminui o n.º de horas de sol a descoberto. - Exposição das vertentes: Influencia a insolação. Encostas soalheiras – vertentes voltadas a sul, mais expostas ao sol. Encostas umbrias – vertentes voltadas a norte, menos expostas ao sol. - Nos Arquipélagos: - Madeira – N.º de horas de sol descoberto é maior do que nos Açores devido à latitude ser mais baixa; - Açores – Valores mais elevados de latitude – Maior Influência Oceânica – Maior humidade no ar – Maior nebulosidade.
C. A distribuição da temperatura em Portugal Continental e Insular - Isotérmicas: linhas que unem pontos de igual temperatura. - Temperatura média em Portugal é, de um modo geral, amena apresentando uma variação que acompanha as estações do ano. A temperatura do ar está directamente relacionada com a radiação global incidente. - A temperatura varia em função de um conjunto de factores: - Latitude (a inclinação dos raios é maior do equador para os pólos; a temperatura diminui à medida que aumenta a latitude); - Altitude (a temperatura diminui à medida que aumenta a altitude); - Relevo (encosta sombria ou umbria e a menor espessura da atmosfera; contribui para explicar as diferenças de temperatura entre N e S do país); - Proximidade e afastamento do mar (oceano: acção moderadora; o ar húmido e a nebulosidade são mais notórias na faixa litoral); - Influência marítima (perde-se em direcção do interior, dependendo da disposição do relevo); - Ventos dominantes; - Nebulosidade (absorve e reflecte); - Correntes marítimas; - Duração do dia; - Quantidade de poeiras na atmosfera; - Impacte da actividade humana. - A distribuição espacial das temperaturas médias mensais de Janeiro e Julho apresenta contrastes espaciais entre o Norte e o Sul, o Litoral e o Interior. - As amplitudes térmicas anuais mais baixas registam-se no Litoral ocidental, enquanto as mais elevadas se registam no Interior. As amplitudes de variação térmica mais elevadas no Nordeste, sem influência Atlântica, são expostas aos ventos de Leste.
- JANEIRO: Disposição das isotérmicas oblíquas em relação à linha de costa: As temperaturas diminuem de Sul para Norte e do Litoral para o Interior, varia entre 12ºC / 7ºC. - JUNHO: (28ºC / 17ºC) – Isotérmicas estão paralelas à linha de costa Ocidental: As temperaturas aumentam de Oeste para Este, há uma inflexão para Leste das temperaturas no vale superior do Rio Mondego e também há outra inflexão para Oeste, das temperaturas no vale superior do Rio Douro. - Contrastes regionais: Além da oposição entre norte mais frio e sul mais quente, nota-se valores mais acentuados no interior e mais atenuados no litoral. Existência também de regiões de montanha. Nas Ilhas: - Açores: não varia muito do continente: amplitude térmica muito baixa, depende do relevo, e tem influência marítima - Madeira: amplitude térmica fraca – variação regional devido: à altitude e orientação a Oeste; a Este ao relevo. - AS CARACTERÍSTICAS TOPOGRÁFICAS exercem uma influência significativa (Tanto pode favorecer a circulação das massas de ar, como servir-lhes de obstáculo). Acidentes do terreno: COLINAS – Temperaturas mais baixas do que nos vales; VALES – Temperaturas mais baixas do que nos vales estreitos; VALES ABERTOS – Temperaturas mais baixas do que nos vales estreitos; VALES ESTREITOS – Temperaturas mais altas.
D. A valorização da radiação solar - Portugal é um dos países da Europa com maior incidência da radiação solar. - A exploração da energia solar como energia alternativa às energias fósseis contribui para a diminuição da dependência externa do país em energia primária e para a redução das emissões associadas ao uso dos combustíveis fósseis. - Apesar da grande disponibilidade de radiação solar em Portugal e da grande oferta deste recurso energético, a procura por parte da população é ainda muito reduzida. - Os sistemas fotovoltaicos produzem energia eléctrica com elevada fiabilidade apresentando vantagens ambientais porque não produzem ruído nem emitem gases de efeitos de estufa. - O mercado de colectores solares térmicos em Portugal tem uma dimensão muito inferior à de outros países europeus. - A energia solar apresenta inúmerasvantagens em termos energéticos e ambientais: Fonte renovável; Os sistemas não emitem ruído nem poluições atmosféricas; É um recurso abundante e quase inesgotável comparativamente a outros combustíveis fósseis; A energia fotovoltaica é muito variada (desde calculadoras a centrais eléctricas); É económica após recuperado o investimento. - Desvantagens da energia solar: Pode colocar problemas estéticos; Interrompida durante a noite; Fraco conhecimento, o elevado investimento inicial o receio não permite a sua difusão; O mercado está pouco desenvolvido e por isso exige custos mais elevados; A área necessária para a instalação pode ser relativamente grande. - Região com maior potencialidade: costa lisboeta e litoral algarvio. - Região com menor potencialidade: litoral norte / centro / áreas sombras e altitude. - O território português apresenta um conjunto de condições naturais atractivas ao turismo, sobretudo climáticas.
Tema: Os Recursos Hídricos A 1. A especificidade do clima português
- A água é um recurso renovável em circulação constante e estabelece a ligação entre a terra, os oceanos e a atmosfera. - O ciclo hidrológico tem a uma escala local uma entrada (precipitação) e duas saídas (a evapotranspiração e o escoamento superficial e retenção no solo). Os processos são: - Evaporação e evapotranspiração (resulta da transpiração da plantas e da evaporação do meio envolvente); - Condensação; - Precipitação; - Escorrência/ infiltração ou retenção. - O conhecimento dos principais elementos e factores climáticos, permite caracterizar o clima de qualquer território, neste caso, o nacional. - Quanto mais elevada a temperatura do ar, maior a capacidade de absorver e reter vapor de água. E o inverso. T aumenta, HÁ aumenta T aumenta, PS aumenta T aumenta, HR diminui - Humidade Absoluta: quantidade de vapor de água num metro cúbico. - Ponto de Saturação: ponto em que o ar não consegue conter mais vapor de água. - Humidade Relativa: razão entre massa de vapor de água existente num determinado volume de ar e a massa de vapor de água necessária para saturar esse mesmo ar, sem variação da temperatura – %. Os principais factores que asseguram o constante funcionamento do ciclo da água são: - A Energia Solar (promove a evaporação); - A Gravidade (Permite que a água condensada chegue à superfície terrestre). - Temperatura; P r in c ip a is
S e c u n d á r oi s
- Humidade - Vento - Nebulosidade - Natureza da superfície de evaporação; - Natureza da área que recebe a precipitação.
2. Circulação Atmosférica - A pressão atmosférica é a força que o ar atmosférico exerce por unidade de superfície. Exprime-se em hectopascal (hPa) ou milibares (mBar). O seu valor é normal quando é 1013mBar (hPa) – se superior a este valor é uma alta pressão e se inferior é uma baixa pressão; - As pressões atmosféricas variam com: - Altitude: pois diminui à medida que a altitude aumenta; - Temperatura: pois com o aumento da temperatura, o ar aquece, dilata-se, tornando-se mais leve, menos denso e passando a exercer menos pressão sobre a superfície da Terra e vice-versa. - Humidade absoluta: pois quanto maior for o valor da humidade absoluta do ar, menor a pressão. - Densidade do ar: pois quanto maior for o valor, maior a pressão do ar; - Movimentos da atmosfera: verticais (de convecção - são ascendentes ou subsidentes) ou horizontais (de advecção – são convergentes ou divergentes). - As isóbaras são linhas que unem pontos de igual pressão atmosférica. - Altas pressões: anticiclones; Baixas Pressões: Depressões ou ciclones. - O ar desloca-se dos centros de alta pressão para os de baixa pressão. - O ar é convergente nas depressões e divergente nos anticiclones. - Devido ao movimento de rotação da Terra, no Hemisfério Norte o ar ao movimentar-se sofre um desvio para a direita e no Hemisfério Sul para a esquerda (efeito de Coriólis). - Centros Barométricos: - Origem Térmica (temperatura do ar); - Origem Dinâmica (movimentos da atmosfera).
- Os Anticiclones são: - De srcem dinâmica quando resultam da subsistência do ar. O ar ao descer em altitude, comprime-se tornando-se mais denso o que provoca o aumento da pressão (Anticiclone subtropical dos Açores). - De srcem Térmica quando resultam do intenso arrefecimento do arem contacto com o solo mais frio. Ao arrefecer, o ar comprime-se e torna-se mais denso, o que leva ao aumento da pressão. Assim, devido às diferenças térmicas entre os oceanos e continentes, formam-se com frequência sobre os continentes no Inverno e sobre os oceanos no Verão, sendo por isso efémeros. As Depressões são: - De origem dinâmica quando estão associadas a um mo vimento ascendente do ar. O ar converge e, ao convergir, sofre uma inflexão, sendo, por isso, obrigado a ascender, fazendo diminuir a pressão à superfície. Tal como nosse Anticiclones, também estas são permanentes; - De srcem Térmica quando formam devido o intenso aquecimento do ar em contacto com a superfície mais quente do que as áreas envolventes. Assim, ao aquecer, o ar dilata-se tornando-se mais leve, o que diminui a pressão. São por isso efémeras pois formam-se sobre os continentes no Verão e sobre os oceanos no Inverno. - Estado de Tempo : conjunto de fenómenos meteorológicos que determinam o estado atmosférico num certo lugar e num dado momento (Temperatura, Precipitação, Pressão Atmosférica, Vento, Humidade). - As baixas pressões estão nas latitudes equatoriais (devido à convergência dos ventos alísios dos anticiclones subtropicais – dinâmica; e às elevadas temperaturas, que provocam a dilatação do ar e o tornam mais leve – térmica), médias e altas (srcem na convergência do ar quente dos anticiclones subtropicais e do ar frio das altas pressões polares – Depressão da Islândia) enquanto que as altas estão nos trópicos (srcem dinâmica pois resultam da subsistência do ar em altitude – Anticiclone dos Açores) e nos pólos (srcem térmica pois resultam do intenso arrefecimento do ar em contacto com o solo gelado); - A distribuição dos centros barométricos dá srcem à formação de determinados ventos: - Alísios (NE – HN e SE – HS, das altas pressões subtropicais para o equador); - De Oeste (das altas pressões subtropicais para as baixas pressões subpolares); - De Este/ Leste (das altas pressões polares para as baixas pressões subpolares). - Na circulação geral da atmosfera: - Os movimentos de ar à superfície são compensados por movimentos contrários em altitude; - Às baixas pressões na superfície correspondem altas pressões em altitude e vice-versa.
- As massas de ar que afectam Portugal são:
- Massas de ar tropical: - Marítima (quente, húmido e estável excepto no Inverno quando encontra uma frente polar – anticiclone dos Açores); - Continental (quente e muito seco, no Inverno é estável mas no Verão pode tornarse instável devido ao aquecimento das camadas mais baixas da troposfera em contacto com a superfície terrestre – Vento Suão, proveniente do deserto do Sara); - Massas de ar polar (deslocam-se para sul no Inverno e para Norte no Verão): - Continental (formação de anticiclones térmicos sobre a superfície terrestre muito arrefecida, durante o Inverno, no interior do continente e é muito frio e seco); - Marítimo (é menos frio e mais húmido, e atinge Portugal no Inverno, principalmente). - Superfície frontal: superfície de separação de duas massas de ar de características diferentes de temperatura e humidade que não se misturam mas que formam uma linha descontínua. - O ar frio é mais denso e mais pesado e por isso fica por baixo enquanto que o ar quente, que é menos denso, se eleva. - A intercepção da Superfície frontal com a Superfície da terra designa-se por Frente. À associação de mais do que uma frente chama-se S istema frontal; - A perturbação frontal é a conjugação das frentes fria e quente associadas a uma baixa pressão. - No hemisfério Norte, a massa de ar frio desloca-se para Sul e a de ar quente tropical para norte Frente Polar: 1) A frente é estacionária (ondulação é pouco nítida), uma vez que a interpenetração das massas é fraca as duas massas têm uma deslocação paralela – ar frio polar de E O; ar quente tropical de O E; 2) A interpenetração começa a ser mais acentuada provocando suma superfície frontal com uma ondulação cada vez mais visível; 3) Ondulações muito pronunciadas Sistema Frontal individualizam-se os sectores de ar quente e ar frio. - Frente quente: substituição do ar frio pelo ar quente. É de fraca inclinação e o ar quente desloca-se lentamente sobre o ar frio, onde se formam nuvens de fraco desenvolvimento vertical e chuviscos. - Frente Fria: substituição do ar quente pelo ar frio. É de inclinação mas acentuada, dando srcem a uma ascensão rápida e violenta do ar, o que leva à formação de nuvens de grande desenvolvimento vertical, aguaceiros e trovoadas. - A passagem de uma perturbação da frente polar srcina tempo muito instável. - Este tipo de perturbações desloca-se sempre de O E (por vezes de SO NE), pois são transportadas pelos ventos de Oeste e, por isso, sofrem o efeito da força de Coriolis. - As fases de uma perturbação frontal polar são: →
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- À passagem da frente quente, o ar quente vai subindo lentamente ao longo da superfície frontal quente e vai arrefecendo, formando-se nuvens de desenvolvimento horizontal que dão srcem a chuvas contínuas e de longa duração. A temperatura é geralmente, relativamente baixa e ocorre vento fraco, podendo prever-se uma melhoria temporária do estado de tempo. - Com a passagem da frente quente, a temperatura aumenta, a nebulosidade diminui, podendo até registar-se abertas, a pressão atmosférica é baixa e o vento moderado. - Com a aproximação da frente fria, o estado de tempo altera-se: o ar frio obriga o ar quente a subir muito rápido, formando-se nuvens de desenvolvimento vertical, que srcinam aguaceiros fortes, vento intenso ou até trovoada. O estado de tempo é de curta duração. - Tipos de precipitação mais frequentes: - Precipitações orográficas ou de relevo: resulta de uma subida forçada do ar quando este no seu trajecto tem de ultrapassar uma elevação; o ar ao subir arrefece e dá srcem à precipitação. Regiões afectadas – zonas montanhosas principalmente do norte; - Precipitações convectivas ou de convecção: resultam de um sobreaquecimento da superfície terrestre que, aquecendo o ar em contacto com ela, o torna menos denso e srcina a sua ascensão. Ao subir o ar arrefece provocando condensação do vapor de água e formação de nuvens de grande desenvolvimento vertical e curta duração – aguaceiros. Verifica-se em zonas tropicais ou no continente no Verão a altas temperaturas, no Sul e Interior de Portugal; - Precipitações frontais ou ciclónicas: resultam da ascensão do ar quente numa superfície frontal, isto é, do encontro de uma frente fria e uma frente quente, onde a massa de ar quente sobe após a pressão do ar frio e aproxima-se do ponto de saturação dando srcem a nuvens e precipitação. Se for pela passagem de uma frente fria, a ascensão do ar quente é rápida e violenta, formando nuvens de grande desenvolvimento vertical – precipitações mais intensas do tipo aguaceiros. Se for pela passagem de uma frente quente, a ascensão do ar é mais lenta, srcinando nuvens de desenvolvimento horizontal – precipitações menos intensas mas contínuas e de maior duração (chuvisco); típico das regiões temperadas no Inverno devido às perturbações da frente polar (Norte de Portugal); - Precipitações Convergentes: resultam da ascensão do ar devido à convergência dos ventos numa determinada zona. Ao convergir, o ar ascende, arrefece e ganha humidade relativa ate atingir o ponto de saturação, podendo condensar, dar srcem à formação de nuvens e consequente precipitação.
3. Ritmo e distribuição da precipitação em Portugal A distribuição da precipitação caracteriza-se por uma grande irregularidade, tanto temporal como espacial. - Irregularidade anual – os valores da precipitação mais elevados ocorrem no final do Outono até ao início da Primavera, registando-se os mais baixos no Verão. Causas da precipitação: - Mais elevada: influência das baixas pressões subpolares e dos s istemas frontais (deslocados mais para Sul) e baixa temperatura, que leva a que o ar atinja mais facilmente a saturação; - Mais baixa: influencia do anticiclone dos Açores e da massa e ar tropical, quente e seca, elevada temperatura (que afasta o ar da saturação) e deslocamento para Norte das baixas pressões, sistemas e perturbações frontais. - Irregularidade interanual (de ano para ano) – como as deslocações em latitude das baixas pressões subpolares e das altas pressões subtropicais não são iguais em todos os anos, registam-se também diferenças significativas na distribuição interanual da precipitação. - Irregularidade na distribuição espacial: De um modo geral, a precipitação diminui de N S e do L I. A NO e nas áreas de montanha, registam-se os valores mais elevados de precipitação, ocorrendo os mais baixos no vale superior do Douro e Sul do país. - O contraste N/S deve-se principalmente à influência da latitude, pois a perturbação da frente polar afecta com →
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maior frequência o Norte do pais, enquanto que o Sul recebe uma maior influência das altas pressões subtropicais pelo que é mais seco e luminoso. Esta diferença acontece também porque o relevo verificado no Sul é menos acidentado que no Norte.
- O contraste a NO deve-se à existência de montanhas concordantes que constituem um obstáculo à propagação dos ventos húmidos de Oeste para o interior. A NE além da protecção dos ventos húmidos de Oeste, esta área tem influência dos ventos secos de Leste. Na Cordilheira Central verificam-se elevadas precipitações devido (também) à exposição oblíqua à linha de costa (discordante), facilitando a penetração dos ventos húmidos de Oeste. - Relativamente ao contraste L I, confirma-se que este se deve à exposição ao Atlântico, sujeitando as regiões mais continentais a ventos de Oeste húmidos (causados pela intensa evaporação). - Na Madeira a precipitação diminui no sentido N S, pois o Norte da ilha (Montanhoso e alto) sofre no Inverno a influência das baixas pressões que atravessam o Atlântico e no Verão ventos de Norte e fenómenos orográficos; o Sul da ilha (mais plano e baixo) está mais protegido da humidade de Norte e sujeito aos ventos do Norte de África. - Nos Açores a pluviosidade diminui no sentido Ocidente para Oriente, pois o Ocidente é o primeiro a sofrer a humidade dos ventos e as perturbações da frente polar. →
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4. Situações meteorológicas mais frequentes no Inverno - Temperaturas mais baixas devido às massas de ar frio, à menor duração do dia e à maior inclinação dos raios solares. - Centro de baixas pressões subpolares, invadindo no sentido O E, e perturbações da frente polar. - Céu muito nublado. - Precipitação relativamente elevada. - Vento de O ou NO moderado ou forte. - Contudo, devido ao arrefecimento do ar em contacto com a superfície terrestre pode srcinar a formação de anticiclones no interior dos continentes, associando-se ao anticiclone dos Açores. Assim, a temperatura é muito baixa, sem precipitação nem nebulosidade. →
5. Situações Meteorológicas mais frequentes no Verão - Afectado por massas de ar quente tropical e pelos anticiclones subtropicais, maior ângulo de incidência dos raios solares e maior duração dos dias. - Dias de céu Limpo, sem precipitação, com vento fraco e temperaturas altas. - Contudo, devido ao intenso aquecimento verificado no interior do continente europeu podem formar-se depressões barométricas, responsáveis pela nebulosidade e pela precipitação; - Quando o centro de baixas pressões está sobre a península e o anticiclone dos Açores se localiza um pouco a norte deste arquipélago, faz-se sentir a “nortada”. - Vento do levante ou vento do Suão, muito quente e seco. - Isoietas: linhas que unem pontos com mesmos níveis de precipitação. - Nortada: vento fresco do quadrante Norte (Baixa pressão na térmica centrada sobre a P. Ibérica e o A. Açores). - Vento de Levante : responsável pelo tempo seco e quente (baixa pressão térmica, formada sobre a P. Ibérica e que se pode estender ate ao Norte de África, com m Anticiclone sobre a Europa Central.
6. Diversidade Climática em Portugal - Norte Litoral – clima temperado mediterrânico com feição oceânica/ marítima: Precipitação abundante, especialmente nos meses de Outono e Inverno; Existência de uma curta estação seca que não ultrapassa geralmente dois meses; Verões frescos e Invernos suaves (Temperaturas médias amenas ao longo do ano); Amplitude térmica anual moderada ou fraca; - Norte Interior – clima temperado mediterrânico de feição continental: Precipitação escassa, ocorrendo no Inverno, frequentemente sob a forma de neve; Existência de uma estação seca que pode chegar aos quatro meses; Verões muito quentes e Invernos muito rigorosos; Amplitude térmica anual acentuada; - Sul – clima temperado mediterrânico: Precipitação escassa; Existência de uma longa estação seca que pode chegar aos seis meses; Verões quentes e Invernos suaves (temperaturas médias suaves no Inverno e elevadas no Verão).
B – Disponibilidades Hídricas - Uma parte da água precipitada é devolvida para a atmosfera pelo processo de evapotranspiração e a restante dá lugar ao escoamento superficial. - Disponibilidades hídricas : quantidade de água disponível que depende essencialmente do volume de precipitação e da sua distribuição ao longo do ano. - Em todo o país as precipitações são irregulares, tanto no que respeita ao volume anual como no que se refere à sua distribuição ao longo do ano, dificultando a gestão dos recursos hídricos, tanto mais que as maiores necessidades se verificam na época de menor disponibilidade hídrica – Verão. - Regime Hidrológico: Variação do Caudal de um rio ao longo do ano. - O escoamento superficial, a infiltração e a evapotranspiração dependem de vários factores: - Total de precipitação; - Temperatura; - Características físicas dos solos; - Relevo; - Vegetação; - Acção humana. - Apenas pequena parte do planeta constitui recursos hídricos disponíveis, englobando: - Águas superficiais – rios, lagos, lagoas, albufeiras - Águas subterrâneas – (até 800m de profundidade) nascentes naturais, lençóis de agua etc.
1. Águas superficiais - Redes hidrográficas (conjunto formado por um rio e seus afluentes): - Mais densa no Norte devido ao relevo mais acidentado e ao maior encaixe dos rios em vales profundos e de declives acentuados; - Menos densa no Sul devido ao relevo mais aplanado que torna os percursos dos cursos de água com menor declive e escoam em vales mais largos. - Rios que nascem em Espanha e desaguam em Portugal: Guadiana, Douro, Tejo e do Minho; - Rios que nascem e desaguam em Portugal: Sado, Mondego e Vouga. - Ao longo do percurso atravessam áreas de características diferentes no que respeita a altitude, formas de relevo e grau de dureza das rochas essas características influenciam: - Perfil longitudinal: linha que une vários pontos do fundo do leito dum rio ate a foz; - Perfil transversal: linha que resulta da intersecção, num determinado ponto, de um plano vertical com o vale, perpendicularmente à sua direcção, normalmente é definido por vale e pode apresentar três formas: - Em V – desgaste em profundidade, nascente; - Normal – transporte, desgaste lateral; - Aberto ou planície aluvial – próximo da foz, deposição. - Nas regiões autónomas os cursos de agua são pouco extensos, designando-se de ribeiras. Devido ao relevo acidentado, apresentam um perfil longitudinal com declive acentuado e, na sua maioria, os vales são encaixados em forma de “V” e os grandes desníveis levam a formação de muitas cascatas. - Bacia Hidrográfica (constituída pela área drenada por um curso de água e seus afluentes): - As mais importantes são as do Guadiana, Tejo, Minho e Douro. - Tanto a precipitação como o escoamento são mais elevados nas bacias situadas a norte. Tal como a precipitação, o escoamento apresenta uma grande irregularidade interanual reflecte-se no caudal - Norte: cheias frequentes no Inverno e inicio da Primavera, com redução do caudal no Verão, mas sempre com escoamento - Sul: cheias pouco frequentes, redução acentuada do caudal no período seco estival com alguns cursos de água chegando a secar. - Ilhas: Inverno caudais com volume elevado e secas no Verão. Nos Açores há menos variação por causa da chuva continua →
- Leito de estiagem : leito por onde corre um curso de água durante os períodos de estiagem (de seca). Nalgumas regiões, o rio chega mesmo a secar. - Leito de inundação ou de cheia : nos períodos de chuvas intensas, por vezes, as águas sobem e transbordam as margens do leito normal. - Drenagem: remoção de água, superficial ou subterrânea, de uma determinada área por bombeamento ou gravidade - Escoamento anual médio : parte da água da precipitação que em media escorre a superfície ou em canais subterrâneos durante um ano numa bacia hidrográfica. - Factores físicos responsáveis pela variação do caudal:- Precipitação; - Revestimento vegetal; - Relevo; - Hidrografia; - Constituição geológica da bacia; - Factores humanos responsáveis pela variação: - Desflorestação; - Impermeabilidade dos solos; - Construção de pontes; - Construção de barragens; - Transvazes (transferência de reservas hídricas entre diferentes bacias, de modo a fazer uma redistribuição espacial da água); - Cobertura e/ou encadeamento de cursos de água; -- Assoreamento Extracção de inertes; do leito dos rios; - Captação de água para consumo. - Albufeiras (lago artificial resultante da construção de uma barragem). - O relevo e a rede hidrográfica tornam mais fácil a construção de barragens no Norte e Centro. - No Sul as albufeiras contribuem muito para uma melhor gestão da água, no uso doméstico e agrícola. - Barragens têm como fim: - Evitam cheias na época de precipitação retendo água nas albufeiras; - Impedem que os rios sequem completamente garantindo escoamento mínimo na época estival; - A irrigação agrícola; - Captação da água para uso doméstico ou industrial; - A produção de energia eléctrica; - O incremento de actividades ligadas ao turismo e ao lazer. - As barragens localizam-se principalmente no Norte pois os rios são mais caudalosos e regulares graças à precipitação anual mais elevada e estações secas mais curtas e menos quentes e pelo carácter acidentado. - Impactos negativos: - São inundadas superfícies enormes, que destroem habitats, terrenos agrícolas, aldeias; - Pode afectar as actividades económicas, nomeadamente as que se ligam à agricultura e ao turismo. - Lagoas e Lagos naturais (Reservatórios de água doce naturais que correspondem a depressões de pouca profundidade onde a água se acumula): - São alimentadas pelas águas das chuvas e das nascentes; - Origem marinho-fluvial (junto à costa), glaciária (localizam-se nas regiões montanhosas) e vulcânica (localizam-se nos Açores).
2. Águas subterrâneas - Resultam de: infiltrações das águas; precipitações em rochas porosas e fracturadas toalhas freáticas (lençol de água subterrâneo) ou aquíferos; - Aquífero: formação geológica que permite a circulação e o armazenamento de água nos seus espaços vazios. →
- Vantagens dos Aquíferos:
- Menos irregular devido a não sofrer tanto pela evaporação; - Qualidade é maior pois ao infiltrar-se é filtrado; - Não há redução de dimensão, por efeito de deposição de sedimentos; - Não exigem custos de conservação; - Menor poluição/ tratamentos. - Desvantagens: - A sobre-exploração pode conduzir à dim inuição da águ a dos s olos, à salinização dos aquíferos ou à poluição química; - A intensidade da captação deve ser inferior à produtividade. A manutenção depende de: - Recargas naturais: água que escoa atingindo a superfície freática; - Intensidade da exploração; - Cuidados com preservação. - A deterioração pode ser provocada directa ou indirectamente por processos naturais ou humanos, sendo mais frequente a acção conjunta de ambos. - Nas Bacias do Tejo e do Sado e nas orlas ocidental e meridional predominam rochas sedimentares que se caracterizam por uma elevada permeabilidade. - No Maciço Antigo, predominam granitos e xistos, pouco permeáveis e por isso as disponibilidades hídricas são pouco significativas. - Nas regiões de rochas calcárias, as reservas são muito importantes formando aquíferos – águas cársicas. Apesar de serem impermeáveis, apresentam uma densa rede de fracturas ou diáclases, com srcem na dissolução do calcário por acção da água. - As diáclases facilitam a infiltração que explica a fraca escorrência superficial e até a aridez e a pobreza da cobertura vegetal das regiões cársicas. - Exsurgência : águas que circulam no interior das formações e que chegam à superfície por um curso formado no interior. - Ressurgência: águas que circulam no interior das formações e que chegam à superfície por um trajecto que já fora a superfície. - Águas de Nascente: - Devido ao baixo teor de sais minerais a sua circulação superficial e o seu tempo de residência no solo é pequeno. - Águas Minerais Naturais: - Conferem propriedades medicinais; - Relacionadas com a circulação profunda e/ou fenómenos vulcânicos. - Águas termais: - Quando a água brota a uma temperatura superior à do ambiente da região, conservando essa temperatura ao longo do ano; - Origem: passagem por zonas vulcânicas ou quando têm srcem numa camada mais profunda da Terra. - Águas medicinais: - Fins terapêuticos. - Uma água termal pode ser também mineral e uma água mineral pode ser medicinal.
C – Gestão dos Recursos Hídricos - A gestão passa:
- Pela avaliação das disponibilidades; - Pela contenção das necessidades; - Pela promoção das reservas, a fim de fazer face a situações de seca. - A lei da água, em 2005, redireccionou e valorizou de forma a melhorar a sua coerência global, estabelecendo as bases para a gestão sustentável dos recursos hídricos.
1. Principais problemas que se colocam à utilização e gestão da água - A irregular distribuição da Água; - A poluição (práticas agressivas e a utilização desenfreada de produtos químicos; efluentes domésticos e industriais) reflecte problemas e riscos ambientais que comprometem a quantidade e a qualidade da água disponível. Estes problemas relacionam-se com o crescimento do consumo e a sua poluição.
- Efluentes domésticos: têm grande quantidade de bactérias e vírus e são uma grande fonte de poluição dos cursos de água. - Efluentes industriais: têm elevadas cargas tóxicas. As águas usadas são contaminadas com produtos químicos perigosos e descarregadas em grandes quantidades. Mais no Vale do Tejo e faixa litoral entre Viana do Castelo e Aveiro. - Efluentes da actividade pecuária: grandes agentes poluidores de águas superficiais e subterrâneas. Composição/efeitos semelhantes aos domésticos. - Poluição da actividade agrícola: os produtos químicos pesticidas dissolvem-se na agua da rega ou da chuva e infiltram-se no solo contaminando extensas áreas. - A Eutrofização: - Resulta da concentração excessiva de nitratos nas águas e que provém do excesso de adubos químicos azotados utilizados na agricultura; - Conduzem ao crescimento de algas e outras plantas aquáticas que aumento os níveis de oxigénio nos meios aquáticos; - Isto leva à estagnação das águas e ao aumento da temperatura que levam à morte de peixes e outros animais aquáticos. - Desflorestação: - Aumenta a erosão dos solos; - Diminui a infiltração; - Impede a recarga dos aquíferos. - Salinização: - Intrusão da água marinha nos aquíferos sobre-explorados e localizados junto ao mar. - Aumento do consumo da água.
2. Soluções - Implementar princípios de poluidor-pagador; - Aumentar a fiscalização; - Co-responsabilização dos diferentes agentes económicos; - Incentivar toda a população a utilizar produtos e tecnologias mais amigas do ambiente. - Eficiência da utilização da água: consumo útil ÷ procura efectiva × 100 - Na agricultura: - Utilização de técnicas de rega menos consumidoras; - Cultura de espécies mais adaptadas às condições climáticas; - Reutilização de água previamente sujeita a tratamento. - Na Indústria: - Técnicas e tecnologias mais modernas, menos consumidoras de água; - Tratamento de águas residuais e a sua reutilização. - Fins domésticos: - Uso racional através de medidas já divulgadas.
3. Abastecimento e consumo de água - O Abastecimento de água é um problema que ainda subsiste, uma vez que nem toda a população tem acesso a esse serviço. Em Portugal os maiores consumos e necessidades de água apresentam-se nas bacias de maior dimensão, com excepção do rio Guadiana. O factor de diferenciação mais importante é a forte ocupação humana nessas bacias junto do litoral. - Em todas as bacias as necessidades ainda são superiores ao consumo – população servida pela rede pública está aquém dos níveis que se pretende – 95%. - Áreas rurais: onde predomina o povoamento disperso, os custos da instalação são mais caros o que torna difícil a construção de infra-estruturas. Porém, a abundância de água a NO do país permite o auto-abastecimento através furos e poços. - Captações de água : a maior densidade de captações subterrâneas verifica-se nas orlas sedimentares e na bacia do Tejo e Sado – áreas de grande produtividade aquifera. Captações superficiais no Maciço Antigo onde as disponibilidades subterrâneas são menores.
4. O planeamento e a gestão dos recursos hídricos - Uma gestão eficiente dos recursos hídricos implica a garantia do abastecimento através do investimento em infraestruturas e da distribuição equilibrada entre os diferentes utilizadores.
- Essa gestão de abastecimento é da responsabilidade dos municípios e da EPAL. Porém, nem todo o país abrange essas empresas. Elaborou-se então um plano estratégico de abastecimento que prevê a criação de sistemas plurimunicipais – que permitirá alcançar a meta dos 95%. - DQA (Directiva-Quadro da Água): Inventariação, preservação e potencialização da Água. - PNA (Plano Nacional da Água): Gestão integrada da Água. - PBH (Plano de Bacia Hidrográfica): Definem orientações de valorização, protecção e gestão equilibrada da água, de âmbito territorial, para uma ou mais bacias hidrográficas. - POA (Plano de Ordenamento das Albufeiras): São considerados Planos Especiais de Ordenamento do Território (PEOT), são os únicos planos que estabelecem regras de protecção na área envolvente das albufeiras. - Entre a Espanha e Portugal foi assinada a Convenção sobre a Cooperação para a protecção e o Aproveitamento sustentável das Águas das Bacias Hidrográficas Luso-Espanholas. Para os rios Lima, Minho, Douro, Tejo e Guadiana. - Na maioria dos concelhos do interior e Lisboa a percentagem servida por redes de drenagem é superior a 65%. Enquanto que no litoral norte a maioria dos concelhos tem fraca taxa de atendimento. O tipo de povoamento ajuda a explicar esta diferenciação. O caso especifico das albufeiras, estrategicamente é outro elemento a ter importancia. Deverao ser elaborados planos de ordenamento das albufeiras POA – compreendem uma area na qual se integra o plano de agua e a zona envolvente de protecção. - A gestão planeada permite a adopção de medidas de potencialização como: - Aumento da capacidade de aprovisionamento; - A organização e rentabilização dos sistemas de abastecimento público; - Controlo da qualidade da agua através de sistemas de monitorização; - Tratamento das aguas residuais antes do seu retorno aos meios hídricos; - Regulamentação de actividades associadas aos meios hídricos – navegação lazer; - Reabilitação da rede hidrográfica de forma integrada promovendo a qualidade ambiental e o desenvolvimento socio-económico. - A convenção luso-espanhola obriga ambos os países a uma actuação de respeito e cooperação, bem como definirem caudais mínimos, parâmetros de qualidade das águas, situação das albufeiras etc. Contudo, ainda não existe regulamentação sobre as normas concretas da actuação. - A solidariedade na gestão dos recursos hídricos comuns é uma atitude chave tanto no que respeita as negociações entre Portugal e Espanha como no que se refere à partilha da água entre as diferentes regiões de cada país.
4.1 Racionalizar o consumo de água: forma de preservar - Foi elaborado o Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água que aponta para uma maior racionalização do consumo da água, de modo a aumentar a eficiência da sua utilização. - Na agricultura – actividade que gasta mais água – pode-se evitar desperdícios: - No transporte de agua – através de condutas fechadas; - Na irrigação usando técnicas de rega mais eficientes; - Com a selecção de culturas adoptadas as características climáticas; - Pela reutilização de agua tratada. - Na indústria, pode ser racionalizado através: - Da utilização de tecnologias mais eficientes – que evitem a perda na produção; - Do uso da mesma agua para fins diferentes; - Da instalação de sistemas de tratamento das aguas residuais que permitam a sua reutilização; - No sector urbano – usos domésticos e empresas de comércios e serviços, uma maior eficiência no uso da água pode ser conseguida através: - Da utilização de maquinas com possibilidade de dosear a carga; - Da criação de hábitos pessoais que evitem desperdícios; - Da colocação de auto ciclismos com menor volume de descarga, ou com descarga de dupla capacidade; - Do cuidado em manter os equipamentos em boas condições (torneiras, maquinas); - Da reutilização de água tratada nos autoclismos e na rega de jardins.
Tema: Recursos Marítimos A. As potencialidades do Litoral 1. A costa Portuguesa - Traçado bastante rectilíneo, com poucas reentrâncias naturais (1450km de extensão). - O aspecto da linha de costa depende, sobretudo, das características das formações rochosas que se encontram em contacto com o mar e da intensidade da erosão marinha. - Extensos areais que alternam com enormes arribas e com costa baixa mas rochosa. - A acção erosiva do mar (erosão marinha) compreende três aspectos: - Desgaste, a energia cinética das ondas que conduz a abrasão marinha, desgaste das formações rochosas do litoral provocado pela projecção de sedimentos marinhos e pelo embate das águas, que por sua vez vai levar a que a base das arribas vão sendo desgastadas acabando o topo por cair; - Os materiais que resultam do desmoronamento são transportados para outros lugares devido às correntes marítimas; - Ou então acumulam-se na base, dando srcem a plataformas abrasão. Estas tornam-se cada vez mais extensas e formam plataformas de acumulação. Quando a arriba deixa de ser atacada pelo mar, torna-se uma arriba fóssil. - Outras formas de relevo litoral: cabos (formações geológicas de grande dureza e de difícil desgaste); Baias (resultam de uma intensa acção de desgaste; rochas de baixa dureza). - No litoral português, verifica-se uma predominância da costa de arriba , talhada nos afloramentos rochosos de maior dureza, que se apresenta ora alta e escarpada ora mais baixa. A costa de praia, baixa e arenosa, ocupa uma menor extensão do litoral, quer no Continente quer nas R. Autónomas, cuja natureza vulcânica explica a predominância de costa de arriba. - Os dois tipos de costa alternam de forma irregular. De modo geral, nas áreas onde as rochas que contactam com o mar são de maior dureza – granito xisto e calcário de formação recente – a costa é de arriba. As arribas são mais altas onde predomina calcário: - Desde a Nazaré ate a foz do rio Tejo; - Entre o Cabo Espichel e a foz do Rio Sado; - Do Cabo de Sines ao cabo de S. Vicente; - Barlavento Algarvio. - No litoral norte a linha de contacto com o mar apresenta-se predominantemente baixa, devido a existência de uma estreita faixa de costa de emersão, dando srcem a pequenas reentrâncias e algumas praias. - No litoral baixo, o mar contacta com rochas mais brandas, como arenitos e argilas, sendo possív el encontrar reentrâncias propícias à deposição de areias. Acontece nas faixas costeiras entre: - Espinho e S. Pedro de Muel; - Estuário do rio Tejo; - Foz do rio Sado e cabe de Sines; - Sotavento algarvio.
2. Acidentes da Costa Portuguesa - “Haff-Delta” de Aveiro, Ria de Aveiro: - Laguna interior onde um cordão de areia (haff), formado pela deposi ção de sedimentos fluviais e marinhos dificultam o contacto com o mar; - O contacto com o mar faz-se por um canal artificial; - Sedimentos do Vouga que deram srcem a pequenas ilhas, separadas por canais pouco profundos – restinga espessa (cordão arenoso que resultou da acumulação de sedimentos transportados pelas correntes marítimas do Vouga). - Tômbolo de Peniche: - Acumulação de sedimentos marinhos, devido à perda de energia das correntes marítimas, no transporte de sedimentos; - Da deposição resultou um istmo que ligou uma antiga ilha ao continente. - Lido de Faro (ria Formosa): - Sistema lagunar de grande extensão, limitado por um cordão de areia; - Da deposição resultou a construção de uma série de ilhas barreiras e que separam o mar aberto das lagoas.
Estuário do Tejo e do Sado:
- Zonas pantanosas e por conterem água doce ou salobra na proximidade do Litoral
3. A plataforma Continental - Factores que condicionam a distribuição dos recursos biológicos:
- Temperatura; - Salinidade; - Luz; - Plâncton; - Migrações das espécies; - Oxigenação; - Profundidade das águas.
-- ALimitado plataforma é uma peloContinental talude e pela zonaextensão abissal. submersa da placa continental. - Têm apenas 10% dos fundos marinhos mas representam 80% das capturas dos homens. Por outro lado é lá que se depositam os resíduos fluviais com perigo para a fauna. - É estreita quando o relevo é de natureza montanhosa. - É extensa quando se trata de planícies. - É quase inexistente nos arquipélagos devido à srcem vulcânica dos mesmos. - Por vezes o talude é rasgado por depressões estreitas e profundas – canhões submarinos; - Portugal possui uma área pouco extensa na plataforma continental e por isso tem uma condição desfavorável para a pesca. - A sua riqueza biológica deve-se a: - Grande agitação das águas que leva a uma maior oxigenação destas; - Maior penetração da luz solar, favorável à realização da fotossíntese e ao desenvolvimento do fitoplâncton; - Menor salinidade das águas devido à afluência de cursos de água doce; - Maior riqueza em nutrientes, devido ao plânton e aos resíduos transportados pelos rios que aí desaguam - Nas águas frias, abunda uma grande riqueza piscatória; - Nas zonas onde se cruzam águas frias e quentes a riqueza em peixe é maior; - Corrente marítima : deslocações de grandes massas de água individualizadas pelas suas características de temperatura e densidade. - A corrente marítima que afecta Portugal é a corrente de Portugal: - Braço de corrente quente do golfo, que se desloca de norte para sul; - Corrente de águas frias. - Quando os ventos nortada, afastam as águas costeiras para o largo, podem srcinar correntes, upwelling – corrente marítima ascendente que traz à superfície águas profundas mais frias, que resultam do contacto das correntes frias com as quentes. Esta ascendência faz ascender a superfície grandes quantidades de nutrientes, atraindo os cardumes (Sardinha e Carapau no Verão).
- Mar Territorial: águas que se encontram até 12 milhas dos limites exteriores da costa e sobre os quais o país exerce soberania. - Zona Contígua: zona de mar alto entre as 12/24 milhas, na qual o Estado pode exercer fiscalização para prevenir ou reprimir infracções às suas leis. - Em 82 definiu-se a Zona Económica Exclusiva – ZEE – área que se prolonga até às 200 milhas da costa, onde o respectivo Estado costeiro pode exercer o seu direito de soberania. Esse Estado tem o direito a explorar, investigar, conservar, gerir e defender de qualquer “ameaça”, como por exemplo a poluição. - Águas internacionais: não são de ninguém mas também não podem usufruir dessas águas qualquer um, pois existem organizações próprias que gerem isso.
4. ZEE -(Zona Exclusiva): As ZEEEconómica são mares territoriais; -A Intensificação da actividade piscatória, a modernização das frotas pesqueiras e todos os interesses em torno do sector pesqueiro levaram muitos países a tentar definir os limites de soberania exercida nas respectivas áreas ribeirinhas. -Nestes, os países ribeirinhos detêm os poderes de exploração, conservando a administração dos recursos. - A ZEE portuguesa é a maior da Europa e uma das maiores do mundo.
B. A actividade Piscatória - Relevância deste sector explica-se:
- Pelo emprego que gera - Pelo forte rendimento das comunidades ribeirinhas; - Pelas numerosas actividades que dinamiza (construção naval, fabrico de artefactos para a pesca, comercialização, …) - Pela importância na alimentação portuguesa. -O pescado tem vindo a perder importância económica devido às debilidades que o marcam (diminuição progressiva da produção de pescado, insuficiente para dar resposta à procura do mercado). - Principais espécies portuguesas: carapau, sardinha, cavala, peixe-espada e o polvo. - Tendo em conta as áreas em que é praticada, a pesca pode ser: - Pesca Local: - Pratica-se em rios, estuários, lagunas ou na costa - As embarcações são pequenas; - Arte artesanal - Carácter sazonal. - Pesca costeira:- Embarcações maiores; - Podem trabalhar em águas de ZEE internacionais. - Pesca de Largo: - Pesqueiros externos de águas internacionais ou em ZEE de outros países. - Barcos de grande porte (100TAB) - Condições de habitabilidade à tripulação durante meses. - Tendo em conta as técnicas utilizadas, a pesca pode ser: - Pesca artesanal: - Técnicas e meios tradicionais; - Períodos curtos de permanência. - Pesca Industrial: - Técnicas modernas; - Autênticas fábricas flutuantes; - Pesca Longínqua, podendo a deslocação ser superior a várias semanas ou meses.
1. Aquicultura - Consiste na criação de peixe em cativeiro, em água doce ou salgada. - É importante porque: - Permite abastecer regularmente o mercado; - Diminui a pressão sobre algumas espécies mais ameaçadas; - Revitaliza stocks em extinção - Gera numerosos postos de trabalho.
2. As principais áreas de pesca - A pesca nacional está decadente e dependente pois o esforço da pesca está condicionado: Pela imposição de licenças e quotas, Pela degradação dos stocks de muitos pesqueiros Pela adesão de Portugal à UE, pois O estado português foi substituído por esta na celebração de acordos. - Áreas de pesca internacionais: - Atlântico Noroeste (NAFO): - Pesca do Bacalhau - Águas frias da costa de nordeste da América, que são extremamente ricas em peixes. - Imposições na captura pelo Canadá. - Atlântico Nordeste:
-- Riqueza Capturapiscatória do Bacalhau - Imposição nas capturas. - Atlântico Centro-Leste: - Tem vindo a aumentar as suas capturas - Sardinha, peixe-espada, pargo, crustáceos e marisco - Atlântico Sul: - Área de pesca longínqua; - Pescada
3. As infra-estruturas portuárias e a frota - Apoios da UE: - Modernas instalações de frio - Lotas equipadas com sistemas informáticos - Modernas instalações e equipamentos de descarga - O número de embarcações da frota portuguesa tem vindo a decrescer, que leva à diminuição de capturas que se deve a vários factores: - Cumprimento de normas que levam ao redimensionamento da frota, adequando-a às disponibilidades das pescas actuais; - Criação da ZEE, onde passou a ser mais condicionada; - Dificuldade ou impossibilidade de exercer a actividade piscatória em áreas onde tradicionalmente era exercida, pela força da adesão à UE e da Politica Comum das Pescas quer impõem novos condicionalismos no que diz respeito a acordos de pescas com outros países. - Necessidade de melhorar o acesso aos portos e de modernizar o sector das pescas (lotas, postos de venda, rede de frio que assegure a conservação dos produtos, desde os entrepostos dos portos até aos consumidores.
4. Qualificação da mão-de-obra - O número de pescadores qualificados tem vindo a diminuir. - Estrutura da População activa envelhecida. - Com apoio da UE, foram criados centros de formação em alguns portos. Contudo, estes cursos não têm cativado.
5. Política Comum das Pescas - A PCP foi criada em 1983; - Face à sobre-exploração de algumas espécies, foi remodelada a PCP com objectivo de garantir que a exploração dos recursos aquáticos crie condições sustentáveis do ponto de vista social, económico e ambiental. -Medidas: - Limitar a capacidade de pesca a fim de adequar aos recursos disponíveis. Os totais Autorizados de capturas (TAC), a quotas de repartição pelos Estados-Membros e o número de dias de faina autorizados deverão ser negociados anualmente; - Redução de custos de exploração e melhoria das condições de segurança e trabalho a bordo de maneira a modernizar o sector; - Conferir competitividade à aquicultura, aumentando a produção e a diversificação de espécies cultivadas, assegurando a qualidade e salubridade dos produtos; - Implementar medidas de Informação ao Consumidor, melhorando as condições dos estabelecimentos e medidas higieno-sanitárias e um novo sistema de licenciamento industrial. - Negociar acordos de pesca em pesqueiros externos, de forma a promulgar uma pratica equilibrada tendo como pressuposto a sustentabilidade.
C. A gestão do e spaço Marítimo - Principais problemas srcinados pela utilização do mar: - Sobre-exploração dos recursos piscícolas: - Associado ao desenvolvimento das frotas pesqueiras e das técnicas de pesca, cada vez mais sofisticadas e agressivas, levam a um excesso. - Resulta na diminuição drástica de alguns stocks e até põe em causa a vida de algumas espécies. - Esta situação exige medidas de protecção e recuperação das espécies mais ameaçadas, que orientem um modelo de - Poluição marinha: - Contribui parasustentabilidade. a degradação de stocks piscícolas e para a destruição de áreas costeiras, enquanto áreas de lazer. - Podem-se descargas de efluentes domésticos e industriais; as águas dos rios já poluídas que aí desaguam; produtos agrícolas; lavagens ilegais de petroleiros no mar; derrame de hidrocarbonetos resultante de acidentes com petroleiros; - Pressão urbanística sobre o litoral: - A costa é um recurso precioso e gerador de riqueza. - No entanto, é vulnerável que importa proteger e valorizar; - Uma parte significativa está ocupada por construções, vias de comunicação, unidades industriais, portuárias e hoteleiras - A intensificação do processo erosivo: - Elevação do nível médio do mar (alterações climáticas); - Diminuição da quantidade de sedimentos fornecidos ao litoral (Elevação do nível médio do mar e das actividades humanas desenvolvidas no interior e outras acções humanas – exploração de inertes, …); - Degradação antropogénica das estruturas nacionais (pisoteio das dunas; aumento da escorrência devido às regras, à construção de edifícios no topo das arribas e à exploração das areias); - Obras pesadas de engenharia costeira (obras portuárias, obras de estabilização de embocaduras); - As obras de defesa como paredões e esporões não resolvem eficazmente os problemas
D. A rentabilização do litoral e dos recursos marítimos - Para potencializar o uso do mar é necessário conhecer, gerir, controlar e preservar. - A partir das avaliações científicas dos recursos, a UE toma diversas medidas: - Vigilância das águas nacionais – gestão da ZEE: pesca, poluição, segurança marítima, exploração do subsolo; mas tem sido uma tarefa muito difícil devido à extensão; - Racionalização do esforço de pesca – orientação da PCP, a fim de recuperar e proteger os stocks através da definição de quotas de capturas, da imposição de tamanhos mínimos para o pescado capturado. - Aquacultura – aumento da produção e da diversificação das espéc ies e assegurar a qualidade e salubridade dos produtos. - POOC (Planos de Ordenamento da Orla Costeira) – preocupam-se com a protecção e a integridade biofísica do espaço, com a valorização dos recursos existentes e coma conservação dos valores ambientais e paisagísticos - Turismo – o desenvolvimento do turismo deve obedecer a um planeamento e ordenamento elaborado segundo um modelo de sustentabilidade. È importante pelo emprego e riqueza que gera; - Energias Renováveis – associadas aos oceanos: - Energias das ondas; - Energia das correntes marítimas; - Energia das marés.