UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA – EST CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DETERMINAÇÃO DA FINURA DO CIMENTO POR MEIO DA PENEIRA N.º 200 - (NBR11579/91)
MANAUS – AM 2014 1
DRISANA DOS SANTOS PANTOJA JULIANA BARBOSA DE CARVALHO LARISSA MENDES OLIVEIRA
DETERMINAÇÃO DA FINURA DO CIMENTO POR MEIO DA PENEIRA N.º 200 - (NBR11579/91)
Trabalho solicitado para obtenção de nota parcial referente à disciplina Materiais de Construção Civil I, ministrada pela Prof. Dr. Valdete Santos.
MANAUS – AM 2014 2
Resumo
O presente relatório consiste na apresentação do experimento de Finura do Cimento, realizado no Laboratório de Materiais de Construção, na Escola Superior de Tecnologia (EST), sob a orientação do Prof. Msc. Fernando Fernandes, uma vez que a Prof. Dr. Valdete Santos, que ministra a disciplina Materiais de Construção Civil I, não estaria disponível no laboratório todos os dias da semana. O experimento foi realizado de maneira adaptada às condições do laboratório e também com o objetivo de o cimento utilizado ser rejeitado, a fim de que possamos avaliar de melhor forma a qualidade do mesmo e os motivos de sua reprovação no ensaio descrito neste, de acordo com a finalidade de aplicação do produto e também dependendo da região onde será utilizado, avaliando-se a composição da amostra utilizada e suas as condições de armazenamento no local de compra. O ensaio foi realizado aos vinte e cinco dias do mês de fevereiro de 2014, tendo início aproximadamente às 16 horas. Fez-se o peneiramento da amostra e conferiu-se a massa da mesma na balança. O experimento teve início e fim no mesmo dia.
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Sumário 1. Introdução---------------------------------------------------------------------5 2. Objetivo Geral----------------------------------------------------------------7 3. Materiais------------------------------------------------------------------------7 4. Metodologia do Ensaio----------------------------------------------------7 5. Revisão de Literatura-------------------------------------------------------8 5.1.
Cimento: Definição e Propriedades-----------------------8
5.2.
Normas Técnicas-------------------------------------------------8
5.3.
Tipos de Cimento Portland-----------------------------------9
5.3.1.
Cimentos Portland Comuns e Compostos--------11
5.3.2.
Cimentos Portland de Alto-Forno e Pozolânicos--1
5.4.
Materiais Pozolânicos----------------------------------------12
5.5.
Prescrições Normativas dos Diferentes Tipos de Cimento Portland------------------------------------------------------14
5.6.
Adições------------------------------------------------------------14
5.7.
Armazenamentos em sacos--------------------------------16
5.8.
Aceitação e rejeição-------------------------------------------16
5.9.
Cimento Itaú CP IV 32-----------------------------------------17
6. Resultados------------------------------------------------------------------18 7. Conclusão-------------------------------------------------------------------20 8. Anexos-----------------------------------------------------------------------21
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1. Introdução
O presente relatório tem por finalidade abordar o experimento de Finura do Cimento, realizado no Laboratório de Materiais de Construção da Escola Superior de Tecnologia (EST), unidade da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Para que se possa ter uma melhor compreensão do assunto, será apresentada a seguir uma breve, porém suficiente, introdução sobre o tema, sua importância, seus objetivos e formas de utilização do material estudado. O estudo das propriedades do cimento é de suma importância para a finalidade que o mesmo será utilizado. Cada tipo de cimento portland (CP), tem sua finalidade específica, sua indicação de uso. Dependendo da região onde será utilizado, cada peculiaridade é importante para uma melhor eficiência, um melhor aproveitamento do produto e praticidade nas obras de construção civil. O Índice de Finura do Cimento é o grau de porcentagem de grãos menores que passam pela peneira n. 200. Quanto mais grãos finos tiver o cimento, melhor será a sua reação e, depois de pronto, a sua resistência mecânica será maior. ⁰
Para realizar uma parte desse estudo, fez-se o experimento acima citado, verificando-se a qualidade do cimento Itaú CP IV 32, com adição de pozolana, verificando-se, numa amostra de 50g, passada pela peneira n. 200 o percentual retido na peneira para, após pesagem, calcular a quantidade de grãos finos que passaram na peneira, esperando-se um percentual ideal de 8% da amostra para se comprovar que este cimento está em condições adequadas para uso. ⁰
Além das propriedades físicas e químicas, da composição e fabricação do cimento, outro fator importante na avaliação deste são as condições de armazenamento do produto. É importante verificar que o cimento ensacado tem condições específicas de armazenamento para um melhor aproveitamento do produto e maior durabilidade também. O contato com o ar, com a umidade, o desrespeito à quantidade de empilhamento máximo permitida (10 sacas), a falta de estrados são fatores que diminuem a qualidade e durabilidade do produto, e o distribuidor muitas vezes não tem esse tipo de cuidado, prejudicando, assim, o cliente final. No Brasil, há normas técnicas da ABNT que definem os procedimentos adequados para a realização dos experimentos e sobre a forma de armazenamento do cimento, que auxiliam um estudo mais preciso e igualmente abordado em todo o país. Essas condições e normas serão especificadas com maior complexidade de detalhes posteriormente. 5
Este experimento, apesar de ser sido feito de forma adaptada, como anteriormente falado, é de grande importância para um melhor entendimento da complexidade da parte prática e da avaliação de resultados, pois, como afirma a Prof. Dr. Valdete Santos, é sempre melhor realizar a prática ainda que de forma adaptada do que estudar somente a parte teórica do assunto, pois na prática pode-se ver como realmente se utiliza os materiais em geral, as reações que os mesmos apresentam durante as manipulações, acrescentando conhecimento mais preciso quanto ao assunto abordado.
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2. Objetivo geral:
Determinação de finura do cimento portland por meio da peneira de 75µm (nº 200) de acordo com a NBR 11579. 3. Materiais:
50g de Cimento Portland Pozolânico 32;
Peneira nº 200;
Balança digital com precisão de 0.001kg;
Escova de dente com fios de nylon;
Cronometro;
Recipiente cerâmico para pesagem do material;
Luvas de procedimento;
Máscaras;
Funil de papel;
Espátula.
4. Metodologia de Ensaio:
Peneirou-se 50g de cimento com movimentos suaves de vai e vem horizontal (com fundo, mas sem a tampa) até que os grãos mais finos passem quase que totalmente para o fundo, durante o período de 5 minutos. Após esse período, colocou-se a tampa para dar umas batidinhas suaves para desprender as partículas retidas no parte inferior da tela. Retirou-se o material retido com o funil de papel e a escova de nylon e colocou-se no recipiente cerâmico para a pesagem do material. Repetiu-se o peneiramento três vezes.
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5. Revisão de Literatura: 5.1 – Cimento: Definição e Propriedades:
O cimento é um dos produtos mais utilizados no mundo, presente em todo tipo de construção, da mais simples moradia até a mais complexa obra de infraestrutura, do início ao acabamento final. É o componente básico do concreto, sendo este o mais consumido no planeta depois da água. As determinações da qualidade e da quantidade das matérias-primas que vão constituir os diversos tipos de cimento portland não podem ser feitas atendendo simplesmente à vontade unilateral de um produtor ou de um consumidor. 5.2 – Normas Técnicas:
No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) prepara e divulga normas técnicas que são usadas no mercado como padrão de referência. As normas técnicas definem não somente as características e propriedades mínimas que os cimentos portland devem apresentar como, também, os métodos de ensaio empregados para verificar se esses cimentos atendem às exigências das respectivas normas. No nosso país há 56 fábricas de cimento portland e todas elas atendem às exigências das normas técnicas determinadas pela ABNT. A qualidade aferida pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), entidade de Utilidade Pública Federal, com base nas
normas da ABNT e nos princípios do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). Quando um saco de cimento
apresenta o Selo de Qualidade ABCP , significa que o produto nele contido está de acordo com as normas técnicas brasileiras. Todas as fábricas de cimento brasileiras de cimento instalaram em seu processo produtivo – desde a extração do calcário na jazida, até o ensacamento do cimento no final da linha – um complexo sistema de controle 8
de qualidade, de forma que as exigências feitas pelas normas brasileiras aos cimentos portland sejam cumpridas. O Selo de Qualidade, impresso em cada saco de cimento portland, é um certificado de garantia de que o produto contido naquela embalagem – desde que inviolada e armazenada convenientemente – apresenta as características e propriedades exigidas pelas normas técnicas em vigor. O consumidor tem o direito de verificar se o cimento que comprou cumpre as normas técnicas brasileiras. Entretanto, terá de fazer essa verificação com base nos métodos de ensaio igualmente fixados por essas mesmas normas. 5.3 – Tipos de Cimento Portland:
Existem no Brasil vários tipos de cimento portland, diferentes entre si, principalmente em função de sua composição. Os principais tipos empregados nas diversas obras de construção civil são:
Cimento Portland comum;
Cimento Portland composto;
Cimento Portland de alto-forno;
Cimento Portland pozolânico.
Em menor escala são consumidos, tanto pela menor oferta quanto pelas características especiais de aplicação, os seguintes tipos de cimento:
Cimento Portland de alta resistência inicial;
Cimento Portland resistente a sulfatos;
Cimento Portland branco;
Cimento Portland de baixo calor de hidratação;
Cimento para poços petrolíferos.
Todos os cimentos mencionados são regidos por normas da ABNT que dispõe de escritórios ou representações espalhados pelo país, nos quais poderão ser adquiridas essas normas. 9
5.3.1 – Cimentos Portland Comuns e Compostos: O primeiro cimento portland lançado no mercado brasileiro foi o conhecido CP, correspondente atualmente ao CP I, um tipo de cimento Portland comum sem quaisquer adições além do gesso (utilizado para retardar
a pega do cimento). Este cimento acabou sendo considerado na maioria das aplicações usuais como termo de referência para comparação com as características e propriedades dos tipos de cimento que aparecerem posteriormente. Foi a partir do amplo domínio científico e tecnológico sobre o cimento portland comum que se pôde desenvolver outros tipos de cimento, com o objetivo inicial de atender a casos especiais. Com o tempo, verificou-se que alguns desses cimentos, inicialmente imaginados como especiais, tinham desempenho equivalente ao do cimento Portland comum original, atendendo plenamente às necessidades da maioria das aplicações usuais e apresentando, em muitos casos, inclusive, alguma vantagem adicional. A partir dos bons resultados dessas conquistas e a exemplo de países tecnologicamente mais avançados, como os da União Europeia, surgiu no mercado brasileiro em 1991 um novo tipo de cimento, o cimento Portland composto, cuja composição é intermediária entre os cimentos
Portland comuns e os cimentos Portland com adições (alto-forno e pozolânico), estes últimos já disponíveis há algumas décadas. O Quadro 1 apresenta a composição dos cimentos portland comuns e compostos. Quadro 1: Composição dos cimentos portland comuns e compostos.
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Atualmente, os cimentos portland compostos são mais encontrados no mercado, respondendo por aproximadamente por 75% da produção industrial brasileira; são utilizados na maioria das aplicações usuais, em substituição ao antigo CP. 5.3.2 – Cimentos Portland de Alto-Forno e Pozolânicos: O consumo apreciável de energia durante o processo de fabricação de cimento motivou mundialmente a busca de medidas para a diminuição do consumo energético. Uma das alternativas de sucesso foi o uso de escórias granuladas de alto-forno e materiais pozolânicos, respectivamente. O Quadro 2 apresenta a composição desses tipos de cimento normalizados no Brasil. Quadro 2: Composição dos cimentos portland de alto-forno e pozolânicos.
As escórias granuladas de alto-forno apresentam propriedades hidráulicas latentes, isto é, da forma como são obtidas endurecem quando misturadas com água. Contudo, as reações de hidratação das escórias são tão lentas que limitariam a sua aplicação prática se agentes ativadores, químicos e físicos, não acelerassem o processo de hidratação. A cal liberada durante a hidratação do clínquer é o principal ativador químico da escória quando esta é adicionada ao cimento, ao passo que a ativação física é conseguida pelo aumento da finura quando a escória é moída separada ou conjuntamente com o clínquer.
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5.4 – Materiais Pozolânicos:
Os materiais pozolânicos, ao contrário das escórias granuladas de altoforno, não reagem com a água da forma como são obtidos. Entretanto, quando finalmente divididos, reagem com o hidróxido de cálcio em presença de água e na temperatura ambiente, dando origem a compostos com propriedades aglomerantes. Por essa razão, os materiais pozolânicos são utilizados conjuntamente com o clínquer, pois o hidróxido de cálcio é um produto normalmente resultante da hidratação deste. A adição de escória e materiais pozolânicos modifica a microestrutura do concreto, diminuindo a permeabilidade, a difusibilidade iônica e a porosidade capilar, aumentando a estabilidade e a durabilidade do concreto. Tais fatores repercutem diretamente no comportamento do concreto, melhorando seu desempenho ante a ação de sulfatos e da reação álcali-agregado. Outras propriedades são também alteradas, incluindo a diminuição do calor de hidratação, o aumento da resistência à compressão em idades avançadas, a melhor trabalhabilidade e outros. Dado o fato de as escórias granuladas de alto-forno e os materiais pozolânicos terem menor velocidade de hidratação em relação ao clínquer, os cimentos com adição desses materiais podem apresentar, em igualdade de condições, menor desenvolvimento inicial de resistência. Entretanto, na prática, verifica-se que as resistências efetivamente alcançadas em todas as idades superam os limites mínimos estabelecidos pelas normas técnicas da ABNT, que especificam os valores necessários às aplicações mais usuais. A Figura 1 ilustra a evolução média de resistência dos principais tipos de cimento, com base nos valores experimentais obtidos nos laboratórios da ABCP. De acordo com a NBR 5736 de julho de 1991 o Cimento Portland Pozolânico (CP IV de classe 32) é um aglomerante hidráulico obtido pela mistura homogênea de clínquer portland e materiais pozolânicos, moídos em
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conjunto ou em separado. O teor de material pozolânico deve estar entre 15% e 50% da massa total de aglomerante. O clínquer portland é constituído em sua maior parte de silicatos de cálcio com propriedades hidráulicas. Os materiais pozolânicos por sua vez são constituídos de silicosos ou silicoaluminosos que por si sós possuem pouca ou nenhuma atividade aglomerante mas que, quando finamente divididos e na presença de água, reagem com o hidróxido de cálcio, à temperatura ambiente, para formar compostos com propriedades cimentícias. Existindo dois tipos de pozolana as naturais e as artificiais. As naturais de origem vulcânica e geralmente ácidos ou de origem sedimentar, e as artificiais que são provenientes de tratamento térmico ou subprodutos industriais com atividades pozolânicas. Dentre as pozolanas artificiais as mais comuns são as argilas calcinadas, as cinzas volantes e ainda, outros materiais não tradicionais são considerados pozolanas artificiais tais como escórias siderúrgicas ácidas, microssílica, rejeito silicoaluminoso de craqueamento de petróleo, cinzas de resíduos vegetais e de rejeito de carvão mineral e, por fim, materiais carbonáticos que são constituídos, em sua maior parte, de carbonato de cálcio. A composição do cimento deve estar entre os limites fixados no Tabela 1, abaixo. Tabela 1: Teores dos componentes do cimento portland pozolânico.
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5.5 – Prescrições Normativas dos Diferentes Tipos de Cimento Portland:
Os vários tipos de cimento normalizados são designados pela sigla e pela classe de resistência. As siglas correspondem ao prefixo CP acrescido de algarismos romanos de I a V, conforme o tipo de cimento, sendo as classes indicadas pelos números 25, 32 e 40. As classes de resistência apontam os valores mínimos de resistência à compressão garantidos pelo fabricante, após 28 dias de cura. A determinação da resistência à compressão deve ser feita por um método de ensaio normalizado pela ABNT, a NBR 7215 – Cimento Portland – Determinação da Resistência à Compressão. Os Quadros 3 e 4 apresentam os limites estabelecidos de exigências químicas, físicas e mecânicas para os diferentes tipos de cimento. As exigências químicas visam limitar o teor de adições, a pré-hidratação e falhas no processo de fabricação, enquanto que as exigências físico-mecânicas garantem o desempenho mecânico e reológico quanto à aplicação em pastas, argamassas e concretos. Quadro 3: Exigências físicas e mecânicas.
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Quadro 4: Exigências químicas.
5.6 – Adições:
As adições constituem materiais que, em dosagens adequadas, podem ser incorporados aos concretos ou inseridos nos cimentos ainda na fábrica, o que resulta na diversidade de cimentos comerciais, com a alteração da composição dos cimentos pela incorporação de adições, é comum eles passarem a ser denominados aglomerantes. Os exemplos mais comuns de adições são: escória de alto forno, cinza volante, sílica ativa de ferrosilício, metacaulinita e pozolana.
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5.7 – Armazenamentos em Sacos:
O cimento é embalado em sacos de papel kraft de múltiplas folhas. Trata-se de uma embalagem usada no mundo inteiro, para proteger o cimento da umidade e do manuseio no transporte, ao menor preço para o consumidor. O saco de papel é o único que permite o enchimento com o material ainda bastante aquecido (o que se torna indispensável no fluxo de produção), ao contrário do plástico, testado anteriormente. Porém, a proteção que o saco de papel oferece é pouca em relação à ação direta da água. Os sacos de cimento devem ser armazenados em locais bem secos e bem protegidos para a preservação da qualidade, e de forma a permitir fácil acesso à inspeção e à identificação de cada lote. As pilhas devem ser colocadas sobre estrados de madeira secos, montados a pelo menos 30 cm do chão e não devem formar pilhas com mais de dez sacos de altura. O cimento quando estocado de forma apropriada, deve ser usado em até três meses a partir da data de sua fabricação.
5.8 – Aceitação e Rejeição:
Um lote de cimento é automaticamente aceito quando atende as exigências da NBR 5736. Independentemente das exigências anteriores, não devem ser aceitos os cimentos entregues em sacos rasgados, molhados ou avariados durante o transporte. Do mesmo modo, não devem ser aceitos cimentos transportados a granel ou em contêineres, quando houver sinais evidentes de contaminação. O cimento armazenado a granel ou em contêineres por mais de seis meses, ou armazenado em sacos por mais de três meses, deve ser reensaiado, podendo ser rejeitado se não satisfizer qualquer exigência da NBR 5736.
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5.9 – Cimento Itaú CP IV 32:
O cimento utilizado para avaliação da finura na experiência presente foi o Itaú CP IV 32, que, sendo um cimento portland pozolânico, tem baixo calor de hidratação, o que o torna bastante recomendável na concretagem de grandes volumes e sob temperaturas elevadas, assim como para argamassas e concretos utilizados na construção de obras especiais, como edifícios, pontes, rodovias e concreto em regiões litorâneas. Protege a obra dos agentes agressivos do meio ambiente. Além disso, o alto teor de pozolana (entre 15 e 50%) proporciona estabilidade no uso com agregados reativos e em ambientes de ataque ácido, em especial ataque por sulfatos. Segue a Tabela 2 que contém as propriedades do cimento Portland Itaú utilizado no experimento:
Tabela 2: Propriedades do cimento Portland Itaú CPIV 32.
O grupo Votorantim produtor do cimento Itaú especifica que “ este
cimento aumenta a durabilidade das estruturas de concreto que entram em contato com ambientes agressivos e que estão sujeitos a ataque de sulfatos, tais como esgotos, água do mar, permitindo uma maior vida útil da estrutura e minimizando o risco de gastos com manutenção a curto e a médio prazos ”. E indica a aplicação deste cimento para: Grandes obras; Obras de concretomassa; Pavimentos e grandes blocos de concreto; Obras em ambiente marinho e de saneamento como barragens, pontes, portos; Estruturas de concreto em contato direto com meios quimicamente agressivos.
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6. Resultados
Norma: NBR 11579 Mb 3432 : 1991 - Determinação da Finura por meio da Peneira 75µm (n. 200). ⁰
Finalidade: Um grão de cimento quando em contato com água, se hidrata até uma certa profundidade enquanto o seu núcleo permanece praticamente inerte. Evidentemente, quanto mais fino estiver o cimento, melhor será sua hidratação e, consequentemente, maior será sua resistência mecânica. Não quer-se com isso afirmar que a resistência do cimento depende exclusivamente da finura, e sim que a mesma é muito importante no processo. Por outro lado, cimentos excessivamente finos podem acarretar danos ao concreto devido a elevações no calor de hidratação, em função de reações muito rápidas, com probabilidade de ocorrência de fissuras. Quanto ao armazenamento por períodos prolongados e sem maiores cuidados, os cimentos mais finos absorvem com maior rapidez a umidade do ar e sofrem uma semi-hidratação, com consequente queda na resistência na ocasião do seu emprego, como citado anteriormente. O ensaio descrito na NBR 11579/91 é bastante simples e consiste no peneiramento de 50g de cimento, através de uma peneira com abertura de malha quadrada de 0,075mm (n. 200). ⁰
O Índice de Finura do cimento é calculado pela seguinte fórmula: F = (RxC / M) x 100 (%) Onde: F = Índice de finura do cimento, em porcentagem; R = resíduo do cimento na peneira 75µm, em g; C = fator de correção da peneira utilizada no ensaio, determinado de acordo com o disposto na EB-22*, devendo estar compreendido no intervalo de 1,00 ± 0,20; M = massa inicial do cimento, em g. * EB-22 trata da especificação das peneiras para ensaios com telas de tecido metálico.
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O resultado é dado por uma única determinação e calculado até os décimos. Durante o experimento, no primeiro peneiramento, observou-se R = 0,034 Kg (= 34 g), no segundo, R = 0,036 Kg (= 36 g) e, no terceiro, R = 0,042 Kg (= 42 g) de material retido na peneira. Tirando-se uma média dos resultados encontrados, de acordo com a orientação do Prof. Msc. Fernando Fernandes, obtém-se a quantidade de material retido (R) aproximadamente igual a R= 0, 03733 Kg (= 37,33 g). Assim, para uma amostra inicial total de 0,05 Kg ( = 50 g), obtém-se um Índice de Finura igual a F = 74,66%, reprovando o material já que, de acordo com o o Quadro de Exigências físicas e mecânicas do cimento, mostrada na Revisão de Literatura deste relatório, para o cimento CP IV, Classe 32, a porcentagem residual deve ser igual ou inferior a 8,0%. Observações:
Neste experimento, vale ressaltar que durante o último peneiramento da amostra, a janela do laboratório estava aberta, expondo, assim, a amostra a uma quantidade superior de umidade em relação aos peneiramentos anteriores; A balança estava marcando a massa da amostra em Kg, valores estes convertidos para gramas pelo método de regra de três simples, para que o cálculo do índice de finura do cimento possa ser feito de acordo com o que diz a Norma.
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7. Conclusão:
O local onde o cimento Itaú CP IV 32 foi comprado para ser ensaiado neste experimento, apresentava condições um tanto quanto inadequadas de armazenamento das sacas de cimento. De acordo com a responsável pelo galpão de armazenamento da loja Rochedo Materiais de Construção, o cimento estocado em sacos fechados no galpão não passava de quatro dias, e o vendido a granel, três dias. O cimento vendido a granel nesta loja é o cimento que os sacos rasgaram ou foram abertos no processo de transporte, ficando, assim, expostos a contaminação e a agentes atmosféricos, fatores que influenciam a qualidade do material, já que com o cimento nessas condições, a resistência deste fica comprometida, pois parte desse cimento já teve iniciado o processo de hidratação, como foi comprovado neste ensaio. Os sacos de cimento Itaú estavam em pilhas de 11 unidades; apesar da estrutura do local não permitir a passagem de vento, chuva ou umidade, o estrado tinha somente dezoito centímetros acima do chão, quando a norma exige trinta centímetros, e, de acordo com a responsável pelo galpão, a rotatividade e o transporte do produto são rápidos, pois a distribuidora do cimento fica próxima à loja, e a venda do cimento é feita mais para obras domiciliares. Durante o experimento de duas horas no laboratório de materiais pôde ser comprovado que o material foi rejeitado, não atendendo a NBR 11579 Mb 3432: 1991, que discorre sobre o método de ensaio do cimento portland da determinação da finura por meio da peneira 75μm (n ⁰ 200), comprovando-se
que o cimento em questão, nas condições em que estava, não atende as exigência mínima requerida.
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8. Apêndice
Figura 1: Quantidade de amostra retida na peneira .
Figura 2: Peneiramento da amostra . 21
Figura 3: Recolhimento do material retido na peneira .
Figura 4: Pesagem do material retido . 22
Figura 5: Amostra inicial de 50 g
Figura 6: Quantidade de amostra retida após o primeiro peneiramento .
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Figura 7: Quantidade de amostra retida após o segundo peneiramento .
Figura 8: Quantidade de amostra retida após o terceiro peneiramento .
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