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OBJETIVO
Verificar lâminas pelo microscópio para identificação das células pertencentes ao colo do útero;
Identificar alterações colpocitopatológicas e anatomopatológicas da citologia clínica.
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INTRODUÇÃO O útero é o receptáculo para o óulo fecundado. !m sua caidade" este
encontra as condições necessárias e propícias ao seu desenolimento#. $ um órgão único" de paredes espessas e contráteis" e normalmente está situado na parte anterior da caidade pélica#. %em dimensões ariáeis de acordo com a idade e graide. 'uando isto de frente" tem o formato de uma p(ra inertida" ac)atada no sentido ântero*posterior#. +ua porção superior" olumosa" arredondada" é o corpo" e a sua porção inferior" cilíndrica" é a céri, ou o colo uterino#. - caidade uterina é de formato triangular" ao níel do corpo" enuanto no colo se apresenta como um canal" o canal cerical ou endocérice limitado por dois orifícios#. /m" superior" contínuo com a caidade do corpo" o óstio interno do colo do útero; o outro" inferior" a0re*se no canal aginal" é o óstio e,terno do colo do útero#. - porção do colo situada para fora do orifício e,terno"na caidade aginal" denomina*se ectocérice#. 1a aruitetura do útero identificam*se tr(s camadas ue" da caidade pélica para a sua" são2 túnica serosa 3perimétrio4" túnica muscular 3miométrio4 e túnica mucosa 3endométrio4 35igura 64#.
Figura 1
Corte frontal do útero e tubas uterinas expondo a cavidade uterina dividida nas porções cervical e corporal; a trompa e seus segmentos anatômicos .
- ectocérice" por sua e&" é reestida por epitélio escamoso" semel)ante ao da agina. - transição entre os epitélios cilídrico da endocérice e escamoso da ectocérice ocorre" no colo considerado padrão" ao níel do orifício e,terno formando uma lin)a na sua circunfer(ncia" denominada 7unção escamo*colunar 38!94 35igura :4#.
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Figura 2
Representação esquemática dos epitélios de revestimento do colo do útero !"# epitélio escamoso do ectocérvice$ !%# epitélio colunar do endocérvice$ ! 'unção dos dois epitélios$ 'unção escamo(colunar !)*C#$ !+# estroma con'untivo do colo do útero,
Os esfregaços de citologia cerico*aginal são constituídos por células epiteliais paimentosas e células epiteliais glandulares. -s células superficiais" intermediárias" naiculares" para0asais e 0asais fa&em parte das células epiteliais paimentosas. -s células endocericais e endometriais fa&em parte das células epiteliais glandulares . -s células superficiais podem surgir em diersas condições" nomeadamente na 6< fase do ciclo 3pré*oulação4" após terap(utica estrogénica ou como resultado de um tumor do oário. +ão células da camada superficial" são poliédricas com apro,imadamente = a >= micra" t(m um citoplasma asto" )omog(neo" translúcido" eosinófilo por e&es cianófilo 3com a coloração de papanicolaou4" outras e&es com granulações uerato*)ialinas . O núcleo das células superficiais é central" picnótico" redondo a oal" sem padrão de cromatina isíel com mem0rana nuclear regular . -s células intermediárias surgem geralmente na :< fase do ciclo 3pós* oulação4 na graide&" na menopausa e na terap(utica com progesterona. +ão células da camada média" com glicog(nio a0undante e podem aparecer isoladas 3esfoliação fisiológica4 ou agrupadas 3esfoliação traumática4. %(m citoplasma asto" translúcido" cianófilo" por e&es eosinófilo 3com a coloração de papanicolaou4" podem apresentar os 0ordos enrolados" com grânulos uerato*)ialinos ou com acúolos. O núcleo pode ser redondo ou oal" maior ue o das células superficiais e a cromatina 0em definida . 1a camada profunda do epitélio encontram*se as células para0asais. +ão menores ue as naiculares" com os núcleos maiores" são redondas e regulares com 6? a := micra . @ossui relação núcleo A citoplasma aumentada" o citoplasma é denso" acidófilo ou 3cianófilo4" com a mem0rana citoplasmática 0em definida e com acúolos. O núcleo é central" a cromatina é fina e granular de distri0uição uniforme .
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@odem ser encontradas na pré*pu0erdade" pós*parto" pós*menopausa" pós* irradiação ou por insufici(ncia de estrogénio . -s células 0asais t(m origem na camada 0asal do epitélio. Baramente são o0seradas" e,cepto se e,istir uma esfoliação traumática 3erosão ou ulceração da mucosa4" atrofia seera ou uma infecção. +ão células peuenas com 6? micra" oais ou redondas com uma eleada relação núcleo A citoplasma . @odemos encontrar tam0ém elementos não epiteliais no esfregaço cérico* aginal como2 1eutrófilo2 +ão células peuenas de apro,imadamente C micra" com núcleo segmentado de até ? lo0ulaçõesD. 1os processos inflamatórios estão presentes em grande número" transformando" por e&es" os esfregaços em esfregaços purulentosD. Eemácias2 +ão normalmente encontradas no período menstrual. 5ora desta fase indicam traumatismo da col)eita" erosão ou ulceração e" ainda" neoplasia cerical. 1o sangramento intermenstrual 3oulatório4 o seu encontro pode ser uma o0seração normalD. 5lora 0acteriana do tipo lacto0acilar 2 - flora aginal normal é constituída" principalmente" por 0acilos de FGderlein. Os lacto0acilos utili&am o glicog(nio celular transformando*o em ácido láctico" principal guardião da caidade aginal contra as infecções. Hs e&es determinam um fenmeno c)amado de citóliseD. - citólise é a destruição do citoplasma de células da camada intermediária pelo efeito do 0ai,o pE. !ste fenmeno é normal uando discretoD. @odemos ter alterações citomorfológicas na cérice uterina por agentes 0iológicos capa&es de determinar processos inflamatórios aginais" como por e,emplo o E@V#. O E@V 3Euman @apiloma Virus4 é um F1- írus do grupo papoairus" com tropismo epitelial" cu7a infecção tornou*se pro0lema de saúde pú0lica deido J sua alta preal(ncia e possíel relação com o câncer do colo do útero. -té o momento" mais de 6:= tipos de E@V 7á foram identificados e acredita*se ue o sistema genital possa ser infectado por mais de ? deles; o E@V 6> parece ser o mais freuente#. Fe acordo com o potencial oncog(nico" o E@V pode ser classificado como2 K E@V de 0ai,o risco oncog(nico2 >" 66" :" L" . K E@V de alto risco oncog(nico2 6>" 6M" :>" L6" LL" L?" ?" ?> etc. O tempo médio
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de infecção aria de oito a 6L meses. 1os casos de infecção persistente por E@V de alto risco" )á maior possi0ilidade de eolução para o câncer do colo do útero#. - citologia oncótica cérico*aginal é o mel)or método de rastreio. O diagnóstico pode ser definido pelo e,ame colposcópico ou pela simples inspeção" nos casos em ue o condiloma estier presente#. - 0iópsia está recomendada na ula nas seguintes situações2 casos de dúida ou suspeita de neoplasia 3lesões pigmentadas" endurecidas" fi,as ou ulceradas4" se as lesões não responderem ao tratamento" se as lesões aumentarem de taman)o durante ou após o tratamento ou se a paciente é imunodeficiente#. 1o caso das lesões cericais a 0iópsia se fa& necessária uando )á suspeita de transformação maligna#. !m0ora se considere ue a infecção pelo E@V se7a indispensáel J carcinog(nese" )á necessidade de outros cofatores" destacando*se o ta0agismo e a imunodepressão#. - transformação maligna e,ige tam0ém ue o genoma do E@V se integre ao genoma da célula infectada#. !,istem duas acinas profiláticas contra E@V aproadas e registradas pela -g(ncia 1acional de Vigilância +anitária 3-1VI+-4 e ue estão comercialmente disponíeisN. -s acinas são preentias" tendo como o07etio eitar a infecção pelos tipos de E@V nelas contidos. O inistério da +aúde recomenda ue a primeira dose 3de um total de tr(s4 se7a aplicada nas escolas pú0licas e priadas ue aderiram J estratégia. - segunda será aplicada com interalo de seis meses e a terceira" de reforço" cinco anos após a primeira doseN. O inistério da +aúde preparou uma campan)a informatia para orientar a população so0re a importância da preenção contra o câncer do colo de úteroN. 9om tema2 P9ada menina é de um 7eito" mas todas precisam de proteçãoQ" as peças conocam as meninas para se acinar. 1a campan)a" as mul)eres tam0ém são alertadas de ue a preenção do câncer do colo do útero dee ser permanenteN. O câncer do colo do útero é caracteri&ado pela replicação desordenada do epitélio de reestimento do órgão" comprometendo o tecido su07acente 3estroma4 e podendo inadir estruturas e órgãos contíguos ou J distância. Eá duas principais categorias de carcinomas inasores do colo do útero" dependendo da origem do epitélio comprometido2 o carcinoma epidermoide" tipo mais incidente e ue acomete o epitélio escamoso 3representa cerca de M=R dos casos4" e o adenocarcinoma" tipo mais raro e ue acomete o epitélio glandular 36=R dos casos4N.
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$ uma doença de desenolimento lento" ue pode cursar sem sintomas em fase inicial e eoluir para uadros de sangramento aginal intermitente ou após a relação se,ual" secreção aginal anormal e dor a0dominal associada com uei,as urinárias ou intestinais nos casos mais aançadosN. -s ta,as de incid(ncia estimada e de mortalidade no Srasil apresentam alores intermediários em relação aos países em desenolimento" porém são eleadas uando comparadas Js de países desenolidos com programas de detecção precoce 0em estruturadoN. @aíses europeus" !stados /nidos" 9anadá" 8apão e -ustrália apresentam as menores ta,as" enuanto países da -mérica Tatina e" so0retudo" de regiões mais po0res da Ufrica" apresentam alores 0astante eleadosN. +egundo o lo0ocan" cerca de M?R dos casos de câncer do colo do útero ocorrem nos países menos desenolidos e a mortalidade por este câncer aria de 6M e&es entre as diferentes regiões do mundo" com ta,as de menos de : por 6==.=== na Usia Ocidental e de :C"> na Ufrica orientalN. 1a análise regional no Srasil" o câncer do colo do útero se destaca como o primeiro mais incidente na região 1orte" com :L"> casos por 6==.=== mul)eresN. 1as regiões 9entro*Oeste e 1ordeste ocupa a segunda posição" com ta,as de ::":A6== mil e 6M"MA6== mil" respectiamente" e é o uarto mais incidente na região +udeste 36="6?A6== mil4 e uinto na +ul 36?"WA6== mil4N. 'uanto J mortalidade" é tam0ém a região 1orte ue apresenta os maiores alores do país" com ta,a padroni&ada pela população mundial de 6="= mortes por 6==.=== mul)eres" em :=66N. !m seguida estão" neste mesmo ano" as regiões 1ordeste 3?">LA6== mil4" 9entro*Oeste 3?":WA6== mil4" +ul 3"6WA6== mil4 e +udeste 3L"??A6== mil4N. -s diferenças regionais se e,pressam de forma semel)ante na mortalidade proporcionalN. !m :=66" na região 1orte" as mortes por câncer do colo do útero representaram cerca 6CR de todos os ó0itos por câncer em mul)eres" ocupando a primeira posiçãoN. 1o 1ordeste ocuparam a segunda posição 3WR4 e no 9entro* Oeste" a terceira 3M"CR4. 1o +ul e no +udeste o câncer do colo do útero foi responsáel por ">R e "R dos ó0itos por câncer respectiamente" percentuais correspondentes J se,ta posição em am0as as regiõesN. O câncer do colo do útero é raro em mul)eres até L= anos e sua incid(ncia aumenta progressiamente até ter seu pico na fai,a de ? a ?= anos. - mortalidade
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aumenta progressiamente a partir da uarta década de ida" com e,pressias diferenças regionaisN. !stimatias para o ano de :=6" no Srasil" são esperadas 6?.?W= casos noos de câncer do colo do útero" com um risco estimado de 6?"LL casos a cada 6== mil mul)eresN. +em considerar os tumores de pele não melanoma" o câncer do colo do útero é o mais incidente na região 1orte 3:L"?CA 6== mil4N. 1as regiões 9entro*Oeste 3::"6WA 6== mil4 e 1ordeste 36M"CWA 6== mil4" é o segundo mais freuente. 1a região +udeste 36="6?A6== mil4" o uarto e" na região +ul 36?"MC A6== mil4" o uinto mais freuenteN. Fe acordo com a Organi&ação undial da +aúde 3O+4" as estratégias para a detecção precoce são o diagnóstico precoce 3a0ordagem de pessoas com sinais eAou sintomas da doença4 e o rastreamento 3aplicação de um teste ou e,ame numa população assintomática" aparentemente saudáel" com o07etio de identificar lesões sugestias de câncer e encamin)á*la para inestigação e tratamento4N. O método de rastreamento do câncer do colo do útero no Srasil é o e,ame citopatológico 3e,ame de @apanicolaou4N. - detecção das 1I9 é assegurada pela reali&ação de e,ame citológico" popularmente con)ecido como Pe,ame preentioX#. $ método simples" efica&" de 0ai,o custo" ue consiste no estudo das células dos epitélios ue reco0rem a superfície do colo do útero#. O e,ame colpocitológico tem o papel de identificar as pacientes ue possam ser portadoras de lesões pré* neoplásicas e inasoras" e ue" por isso" deerão complementar a inestigação com colposcopia e 0iópsia#. -ssim sendo" o diagnóstico citológico nunca é o definitio; mesmo ue o esfregaço diagnostiue lesões inasoras" o0riga*se a prosseguir a proped(utica em 0usca de confirmação )istopatológica" ue identifica a inasão do estroma" o tipo )istológico do tumor e seu grau de diferenciação# . @ara atender ao o07etio de rastreio" preconi&a*se a reali&ação rotineira do e,ame citológico em todas as mul)eres ue ten)am iniciado a ida se,ual" independente de idade#. - periodicidade com ue o e,ame dee ser repetido está em função do resultado do último e,ame reali&ado#. -ssim" pacientes ue apresentem citologia normal ou negatia deem repetir o e,ame anualmente#. 1o acompan)amento de pacientes com alterações citológicas indicatias de lesão neoplásica" este interalo passa para uatro a seis meses#.
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MATERIAL E MÉTODOS L.6 !uipamentos" Vidrarias e material utili&ado
icroscópio;
Tâmina identificada com o número 9V CCMCW;
Yleo de imersão para lâmina. L.: @rocedimento e,perimental
5oi o0serado no microscópio o material ue estaa na lâmina" usando a o07etia de 6=, e em seguida a de =," foi girado agarosamente o micrométrico para o0ter o mel)or foco;
-notamos todos os tipos celulares encontrados e o0seramos as alterações reatias;
5oram desen)adas na fol)a do laudo as células o0seradas.
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RESULTADOS
LAUDO CITOMORFOL!ICO ALUNA" IT!1- F! 9-@O+ O!+ IDENTIFICAÇÃO DA L#MINA" 9V CCMCW Ti$%& C'(u(ar'& 9éls.+up !osinófilas 9éls. +up 9ianófilas 9éls. Inter 9ianófilas
)r'&'*+' Z
9éls.@ara0 9ianófilas 9éls. !ndocericais 9éls. etaplásicas 1eutrofilo Eemácias Tacto0acilos 5lora icro0iológica -gente inflamatório A Identificação
Au&'*+' Z
Z
A(+'ra,-'& R'a+ia& Eipertrofia nuclear 'ueratini&ação citoplas. etacromasia
/
CONCLUSÃO
Au&'*+' Z Z
Z
Z
Eipercromasia Sinucleação
Z Z
Z
ultinucleação Vacúolos nucleares Vacúolos citoplas. Ealo perinuclear @seudo*eosinofilia -lteração mem0rana
Z Z Z Z
Z
Z Z Z Z Z
Z Z
nuclear
OS+!BV-[\!+ 1íel Eormonal 9O19T/+]O FO T-/FO +!/1FO S!%E!+F- :==62
9élulas o0seradas2
)r'&'*+'
:< 5ase2 @rogestacional
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9onclui*se a importância do método de esfregaço tam0ém con)ecido como e,ame de @apanicolaou" ainda considerado o método mais confiáel na preenção do câncer do colo de útero. Fiante das incid(ncias e estimatias do I19- os números são alarmantes" considerando ue a doença pode ser preenida" uma e& ue se con)ece 0em sua )istória natural" as suas lesões precursoras e o tempo" normalmente longo" para eolução do epitélio normal até a neoplasia maligna. -lém disso" os fatores de risco estão 0em esta0elecidos" o ue torna fácil identificar a população ulneráel. %odos esses dados espel)am a defici(ncia do sistema de saúde" incapa& de tornar acessíel o método citológico de rastreio" relatiamente simples e 0arato" até mesmo para a população feminina de alto risco. - reersão desse uadro e,ige a e,ist(ncia de um programa ue enola árias ações e ue se caracteri&e pela constância e continuidade. 9ampan)as esporádicas são inefica&es. Fentre as diersas ações" destacam*se a capacitação profissional em todas as áreas de atuação" desde a coleta de material para colpocitologia" até o colposcopista" passando por citotécnicos" patologistas. - erdadeira preenção dee incluir orientação J população so0re atiidade se,ual" doenças se,ualmente transmissíeis e conscienti&ação da necessidade de e,ames periódicos.
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REFERNCIAS
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6 9O19!I[]O" 8osé 9arlos de 8esus . !i*'%(%gia u*a5'*+a(. +ão @aulo2 -t)eneu" :==>. C6*'r % %(% ' 7+'r% Fisponíel em2 ^)ttp2AA ___.inca.go.0r ` : -cesso em2 6C set. :=6. C8(u(a& '$i+'(iai& Fisponíel em2 ^ )ttp2AA___.pro*celula.com.0r `-cesso L em2 6C set. :=6. C8(u(a& '$i+'(iai& Fisponíel em2 ^ )ttp2AA___.pat)ologia.com` -cesso em2 6C set. :=6.