INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE LISBOA
A relação creche-família à luz do modelo Touchpoints …breve reflexão
Curso de Especialização em Creche e Outros Equipamentos com Crianças dos 0 aos 3 anos
UC Envolvimento da Família e da Comunidade
Ana Lúcia Grosso Rasteiro janeiro, 2013
Franccesco Tonnuci
Para refletir: “Serei eu, a educadora, uma segunda mãe? “
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Introdução
Ser educador de infância é muito mais que “ cuidar” de crianças. Exige, não só, o conhecimento acerca do desenvolvimento da criança, mas também a capacidade de refletir sobre a sua prática, com vista ao bem-estar e aquisição de competências das crianças. Não esquecendo como primordial a relação com a família, é nesse sentido que o Modelo Touchpoints fornece aos educadores bases para uma prática reflexiva na interação com as famílias. O Modelo Touchpoints assenta em Princípios e Pressupostos parentais que realçam a importância de conhecer os pais, valorizando aquilo que sabem e aquilo que podem dar, partindo sempre da ideia que os pais amam os seus filhos e querem o melhor para eles. Para Brazelton (2006, p.27) a existência de relações afetivas são essenciais para o desenvolvimento da autoestima, motivação e aprendizagem. Greenspan (2006, p.29) demonstrou que “ as relações e as interações emocionais também ensinam a comunicar e a pensar.”
Assim, consideram-se as ligações afetivas, que no seu conjunto formam o conceito de vinculação quando caracterizadas pela procura de segurança e conforto na relação com determinada figura. Deste modo é reconhecendo a importância das primeiras relações entre cuidadores e bebés para o seu desenvolvimento e entendendo que é através dos cuidados antecipatórios e da construção de relações de aliança entre pais e profissionais que este desenvolvimento se dá de forma saudável e harmonioso, que surge o Modelo Touchpoints. Os estudos de Brazelton, ou mais perto, Gomes Pedro, vieram contribuir para a ideia que os profissionais devem potenciar um espaço de partilha de dúvidas e alianças com os pais, a fim de intervir precocemente e potenciar um desenvolvimento global da criança adequado e harmonioso. Deste modo neste trabalho procura-se refletir acerca dos conceitos trabalhados na Unidade Curricular Envolvimento da Família e da Comunidade, como forma de enquadrá-los no desenvolvimento da Prática Pedagógica em contexto de creche. Nesta linha, divide-se a reflexão que se segue em três grandes tópicos, “ O Modelo Touchpoints na Prática Pedagógica”,
onde se caracteriza o modelo e se apresentam práticas suportadas pelos
seus princípios e pressupostos; “ O que trazemos para a Interação?”, onde se reflete acerca das representações que cada parte tem sobre os conceitos de creche e família ; e por fim “ A qualidade da vinculação”, uma vez que é a partir desta que todo o
trabalho se desenvolve.
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1. O Modelo Touchpoints na Prática Pedagógica
Brazelton (2010) enfatiza que é nos primeiros anos de vida da criança que se constroem todos os alicerces, alicerces estes que serão mais sólidos com a fundamental ajuda dos pais. O conceito de Touchpoints, surge nos anos 70, como sendo um modelo de desenvolvimento infantil que se baseia em torno de momentos chave. Tem como função a prevenção através de cuidados antecipatórios através da construção de relações de aliança entre pais e profissionais (inicialmente de saúde, sendo atualmente alargado aos profissionais de educação que trabalham com as crianças.). Segundo a revisão de literatura feita por Duarte (2007): “Touchpoints são períodos previsíveis de desorganização ao longo do desenvolvimento infantil que podem perturbar as relações familiares, mas podem também constituir oportunidades para os profissionais se aliarem aos pais. Podem ser vistos como pontos de viragem – para a criança, para os pais, para a família alargada- durante os quais determinados saltos se projetam como ruturas no desenvolvimento infantil ou na dinâmica familiar e a seguir se sucedem períodos de reorganização. “
É através da aliança entre pais e profissionais que se cria um modelo de atuação no desenvolvimento e comportamento, visando sempre o interesse da criança. De acordo com a Fundação Brazelton/ Gomes Pedro ( in: http://fundacaobgp.com/touchpoints) o Modelo é baseado em : Princípios
1. Valorize e compreenda a relação que estabelece com os pais
2. Reconheça o que traz para a interação
3. Focalize na relação pais-criança
4. Utilize o comportamento da criança como a sua linguagem
5. Procure oportunidades para apoiar a mestria
6. Valorize a paixão onde quer que a encontre
7. Esteja disponível para discutir assuntos que vão para além do seu papel tradicional
8. Valorize a desorganização e a vulnerabilidade como uma oportunidade
Pressupostos Parentais
1. Os pais são os peritos nos seus filhos
2. Todos os pais têm forças
3. Todos os pais querem fazer o melhor com os seus filhos
4. Todos os pais têm algo de fundamental a partilhar em cada etapa do desenvolvimento
5. Todos os pais têm sentimentos ambivalentes 3
6. A parentalidade é um processo de tentativa/erro
Numa pesquisa que efetuei em busca de alargar os conhecimentos acerca deste Modelo de intervenção com as famílias das crianças da creche, encontrei mais pressupostos que poderão contribuir para uma melhoria da minha prática. Assim, Duarte (2007) apresenta ainda cinco pressupostos dirigidos aos profissionais de saúde, que podem ser adaptados aos educadores de infância:
Cada profissional é perito no âmbito da sua prática
Todos os profissionais ambicionam ser competentes
Os profissionais precisam de apoio e respeito no modo como é solicitada a sua dedicação às famílias
Os profissionais precisam refletir no significado do seu contributo para a relação com os pais
Os profissionais das áreas de saúde e educação devem trabalhar juntos.
É neste sentido que o educador de infância, quando desenvolve um trabalho próximo e em conjunto com a família, surge como fator importante na prevenção de falhas no desenvolvimento da criança. 2. O que trazemos para a Interação? 2.1. Representação de família
Cada pessoa tem a sua própria representação do conceito de família e é baseado nesse pressuposto que interagimos de formas diferentes com diferentes famílias. Numa era em que existem variados tipos de famílias torna-se essencial que os profissionais de educação desenvolvam uma abertura e disponibilidade para conhecer todas as famílias no seu todo, aceitando as suas diferenças e dificuldades. Os educadores não podem sentir-se superiores às famílias, mas sim semelhantes na procura do bem-estar das crianças. Se se julga uma família num determinado aspeto, essa análise pode influenciar todo o processo seguinte. É importante compreender que a representação de família de cada pessoa varia de acordo com as suas vivências e todas elas são aceitáveis na medida em que podem ser apoiadas e melhorar os aspetos desajustados. É esta representação pessoal e que é construída a partir das minhas vivências em família, que poderá influenciar o modo como vejo as famílias das crianças. Tentar compreender as suas limitações ou estilos de vida é o meu maior desafio. No entanto consegui, através da reflexão baseada neste modelo, dar mais de mim, procurando conhecer e apoiar as famílias nas suas dúvidas ou escolhas. 4
2.2. Representação dos pais sobre a creche
A forma como os pais veem a creche e os seus profissionais afeta o modo como interagem com estes. Muitos pais não conhecem as funções dos educadores, cabendo a estes últimos mostrar qual o seu papel e de que forma o desenvolvem. No entanto muitas famílias possuem uma representação dos profissionais mais aproximada da realidade. Pinto (2010) no seu estudo sobre as representações que a família tem dos educadores, realça a visão de profissionais de confiança, responsáveis pelo desenvolvimento integral da criança, com funções pedagógicas e educativas, possuidor de sentimentos e emoções nobres e capaz de formar e informar os restantes profissionais da creche no que respeita a competências lúdicas, de saúde e higiene. Portugal (1998, p.194) refere que “ os pais também se relacionam melhor com os educadores dos seus filhos quando percebem a natureza complexa do seu trabalho e apreciam os objetivos que os educadores tentam cumprir.”
A creche passa assim a ser vista não só como uma local necessário para colocar os filhos durante as horas de trabalho dos pais, mas também um espaço de aprendizagens e felicidade. 2.3. Interação educador- pais
Interagir com a família é uma tarefa difícil. Nem sempre a educadora é compreendida ou esta compreende a família. É importante ouvir o que as famílias têm para nos dizer, mostrar empatia, partilhar todos os momentos importantes da criança (bons ou maus), mostrar abertura e confiança e acima de tudo estar disponível para a interação. O educador não deve culpabilizar os pais dos problemas, mas também não deverá desculpabilizá-los. Deve sim compreender as situações e ajudar na sua resolução. É comum para os pais quando deixam as crianças na creche revelarem algumas atitudes, tais como negação, projeção e distanciamento (segundo Brazelton, 2006, p. 447: Denial, Projection e detachment), que se referem à negação dos seus sentimentos aquando a separação com a criança, à culpabilização deles próprios ou dos outros nas situações e ao afastamento que se verifica com a criança ou com o seu desenvolvimento, mas que não quer necessariamente dizer que os pais não se preocupem. Tudo isto pode levar a um aumento dos problemas, que poderão ser minimizados com o apoio dos educadores. Assim os educadores devem ter atitudes facilitadores da interação, mostrando aquilo que a criança sabe fazer e “ guardando para os pais os seus sentimentos importantes “
(Brazelton, 2010, 5
p.499) Devem ter também um comportamento consistente, mostrando investimento emocional e a capacidade de respeitar a individualidade do bebé, ser carinhosos e mostrar empatia. Ser sensível às diferentes necessidades de cada criança, mas também com os pais, tendo atenção à forma como se aborda determinado assunto mais sensível para a família e também estando sempre disponível para a auxiliar. Portugal (1998, p. 194 ) considera que as relações entre a família e o educador “ são relativamente fáceis de desenvolver quando os educadores e pais têm o mesmo estrato sociocultural, falam a mesma língua, partilham os mesmos valores e objetivos relativamente à criança e quando gostam uns dos outros.” Contudo, as relações positivas e respeitosas entre famílias e técnicos em
que estas características não se verifiquem requerem, de acordo com a autora, profissionalismo, baseado numa combinação de experiência, educação e formação bem como em valores pessoais. Na prática baseada no modelo Touchpoints, os educadores aumentam o conhecimento sobre o desenvolvimento da criança, reconhecem a necessidade dos pais melhorarem as relações com as crianças, levando a agir de forma a apoiar e encorajar as famílias, o que potencia uma maior confiança nas capacidades profissionais. Hujala et al. (2009), mostra que em Portugal , os pais possuem poder absoluto sobre as suas crianças, uma vez que o Estado não tem qualquer responsabilidade educacional sobre crianças menores de 3 anos. Os mesmos autores referem ainda no seu estudo, que os educadores portugueses possuem uma representação
“
romântica e idílica “ da infância, o que
leva à importância que dão às interações
afetivas com as crianças, mas também à importância que dão à relação com as famílias querendo que estes tenham um papel ativo nas creches. No entanto na mesma linha reconhecendo o poder da família na educação das crianças, mesmo que não se verifiquem competências reais nesse âmbito, os educadores portugueses não consideram que uma das suas funções passe por aconselhamento parental. A meu ver esta ideia não é correta. Como técnica especializada no desenvolvimento infantil, possuo capacidades para encaminhar os pais num caminho mais saudável no que toca ao desenvolvimento e educação dos seus filhos. É nessa linha que se insere a Intervenção Precoce, onde, numa era e país em que mais mulheres com bebés trabalham a tempo inteiro, se torna importante criar uma parceria com as famílias, em especial quando são detetadas disparidades ou necessidades nas crianças com as quais trabalhamos.
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3. Qualidade da Vinculação
Na base do desenvolvimento da criança encontramos as relações precoces, nomeadamente a Vinculação. A primeira relação que o bebé estabelece tem uma importância particular a vários níveis. Esta relação, que começa por ser habitualmente com a mãe, é mais vital para o bem-estar do individuo que outra qualquer, uma vez que envolve proteção, amor e segurança, que são as funções básicas e psicológicas de qualquer criança. Bowlby (1969, 1982, 1973, 1980) referenciado por Schaffer (2005, p117), define vinculação como sendo “uma ligação emocional muito duradoura com um individuo específico” e é
caracterizada por ser seletiva, envolver a procura de proximidade física, proporcionar conforto e segurança e produzir ansiedade de separação. É nesta ultima linha que se verificam os problemas na creche, uma vez que a separação da criança com a mãe (ou o cuidador com o qual se desenvolve a vinculação) causa situações de desconforto entre família e educadores. Nestas situações, em que a criança é deixada com o educador, cabe a este dar pistas para que a separação ocorra sem angústia por parte da criança, mas também do adulto. O educador poderá dar algumas estratégias, tais como sair calmamente, para que a criança não veja a angústia da mãe. Com o tempo, a criança começa a familiarizar-se com o ambiente e a situação torna-se facilmente aceite. Segundo Fuertes ( sd ), “ …a qualidade da vinculação afeta a formação da personalidade e o desenvolvimento infantil…”
. Neste sentido, Ainsworth ( 1979), citada por Fuertes (sd ),
identificou três grandes padrões de vinculação, B ( seguro), A ( inseguro-evitante) e C ( inseguroresistente/ ambivalemte) .
No entanto pode ocorrer outro padrão, mais atípico, o D, que se distingue
por ser mais desorganizado ou desorientado . Assim, podemos dizer que mesmo existindo uma figura de vinculação, o bebé poderá desenvolver posturas diferentes e desajustadas, que os educadores poderão ajudar a corrigir, trabalhando não só com o bebé, mas também com a família. Crittenden (1999), referenciada por Fuertes (sd ), refere que “ uma resposta será desorganizada caso não exista uma relação contingente entre ela e o contexto interpessoal da sua produção”, mas acrescenta que “ indicadores de desorganização têm a função adaptativa de promover a segurança.”
Desta forma, de acordo com o Modelo de maturação dinâmica de Crittenden ( 1999), referido por Fuertes (sd ), “ as estratégias de vinculação são modos de organização adaptativa entre a criança e o prestador de cuidados”
Se a qualidade da vinculação altera a personalidade, podemos afirmar que esta também pode fazer toda a diferença quando geneticamente se verificam anomalias. Isto porque a segurança que a vinculação traz à criança, permite-lhe criar uma base segura e autonomia para encontrar estratégias 7
de resolução dos problemas. Aqui a creche pode ajudar a “ compensar atrasos de desenvolvimento e facilitar a integração de crianças com necessidades educativas especiais …, bem como ser um fator de resiliência para crianças em risco social ou oriundas de meios disfuncionais ( e.g, Schweinhart & Weikart, 1980; Schweinhart, Weikart & Larner, 1986; Lazar & Darlington, 1982)” citado por Fuertes (sd) .
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Conclusão
Tanto a creche como a família são responsáveis pelo bem-estar e desenvolvimento harmonioso da criança, no entanto a primeira muitas vezes culpabiliza-se pela sua insegurança e fragilidade aquando a separação diária com a criança quando esta ingressa na creche. Isto pode levar a obstáculos e problemas relacionais entre ambas as instituições. É nesse sentido que surge o Modelo Touchpoints, como modelo de referência por levar ao conhecimento aprofundado do desenvolvimento infantil, respeitando as diferenças das famílias e assim trabalhar com elas, fortalecendo-as. Tal como foi dito anteriormente, este modelo permite antecipar problemas, ao mesmo tempo que se constroem relações fortes entre famílias e educadores, o que irá influenciar o desenvolvimento da criança. Para isso os educadores e restantes profissionais da creche deverão apostar no diálogo, no respeito, ser empenhados, colaborar, escutar e estar disponíveis para ajudar as famílias. Para além de ajudar as famílias nos seus problemas, o modelo Touchpoints ajuda também os profissionais a refletirem sobre as suas práticas e assim melhorarem o seu desempenho. Desta forma, partindo do seu conceito de família mas tendo como base os princípios e pressupostos do Modelo, em que se valoriza a família e o seu conhecimento, os profissionais interagem com as famílias levando a uma melhoria das suas competências parentais. Na base do trabalho devem ter em conta a qualidade da vinculação com a criança, a fim de melhor intervirem precocemente garantindo assim a o sucesso no desenvolvimento da criança. Resta-me então, pegar nestes conhecimentos e tentar colocá-los em prática, com as famílias do meu grupo de crianças, começando por mostrar às famílias que podem contar comigo para as aconselhar e ajudar na árdua tarefa que é educar uma criança.
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Referências Bibliográficas
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