Recuperando-se Rec uperando-se do Abuso Infanti Infa ntill:
cura e esperança para as vítimas. Traduzido do original em inglês Recovering Recovering from Child Abuse: healing and an d hope hop e for vic victims tims
por David David Powlison Po wlison Copyright ©2008 Christian Counseling and Educational Foundation.
Publicado porNew Growth Press, Greensboro, NC 274 27404 04 Copyright © 2016 Editora Fiel Primeira Edição em Português: 2018 Todo odoss os direitos direitos em língua portuguesa por tuguesa reservados por po r Editora Editora Fiel da Missão Evangélica Literária REP RODUÇÃO DESTE DEST E LIVRO POR P OR QUAISQUER PROIBIDA A REPRODUÇÃO MEIOS, SEM A PERMISSÃO ESCRITA DOS EDITORES, SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM INDICAÇÃO DA FONTE.
Diretor: James Richard Denham III Editor: Tiago J. Santos Filho Coordenação Editorial: Renata do Espírito Santo Tradução: D&D Traduções Revisão: D&D Traduções Diagramação: Wirley Correa - Layout Capa: Wirley Correa Layout Ebook: João Fernandes ISBN: 978-85-8132-520-0
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
P888r Powlison, David, 1949Recuperando-se do abuso infantil : cura e esperança para as vítimas / David Powlison. – São José dos Campos, SP: Fiel, 2017. 2Mb ; ePUB Tradução de: Recovering from child abuse: healing and hope for victims. ISBN 978-85-8132-520-0 1. Adultos vítimas de maus-tratos na infância – Vida religiosa. 2. Abuso infantil – Aspectos religiosos – Cristianismo. I. Título. II. Série. CDD: 248.86
Caixa Postal, 1601 CEP 12230-971 São José dos Campos-SP PABX.: (12) 3919-9999 www.editorafiel.com.br
APRESENTAÇÃO DA SÉRIE Gilson Santos
Jay Adams, teólogo e conselheiro norte-americano, nascido em 1929, foi professor de Poimênica no Seminário Teológico de Westminster, em Filadélfia, no estado de Pensilvânia, Estados Unidos. Adams é um respeitado escritor e pregador, genuinamente evangélico e conservador. Enquanto lecionava sobre a teoria e a prática do pastoreio do rebanho de Cristo, ele viu-se na necessidade de construir uma eoria básica do aconselhamento pastoral. Rememorando a sua trajetória, Adams nos informa que, tal como muitos pastores, não foi muito o que aprendeu no seminário sobre a arte de aconselhar. Desiludido com suas iniciativas de encaminhar ovelhas para especialistas, ele buscou assumir um
papel pastoral mais assertivo e biblicamente orientado no contexto de aconselhamento. Em seus esforços, crendo na veracidade e eficácia da Bíblia, Adams estabeleceu como objetivo salvaguardar a responsabilidade moral dos aconselhandos, entendendo que muitas abordagens erapêuticas e poimênicas a comprometiam. Em seu elevado senso de respeito e reverência às Escrituras, Adams reconheceu que a Bíblia é fonte legítima, relevante e rica para o aconselhamento. Ele propôs que, em vez de ceder e transferir a tarefa a especialistas embebidos em seus dogmas humanistas, os ministros do evangelho, assim outros obreiros cristãos vocacionados por Deus para socorrer pessoas em aflição, devem ser estimulados a reassumir seus privilégios e responsabilidades. Inserido em uma tradição que tendia a valorizar fortemente as dimensões públicas do ministério pastoral, Adams fincou posição por retomar o prestígio das dimensões pessoais e privativas do
ministério cristão, sobretudo o aconselhamento. Nisto seu esforço se revelou de importância capital. De fato, basta examinar a matriz primária do ministério cristão, que é a própria pessoa de Jesus Cristo, para concluir que, diminuir a importância e lugar do ministério pessoal trata-se de uma distorção grave na história da igreja. Adams defende, assim, que conselheiros cristãos qualificados, adequadamente treinados nas Escrituras, são competentes para aconselhar. Adams também assumiu com seriedade as implicações do conceito cristão de pecado para o aconselhamento. Em resumo, ele propõe que o cristianismo não pode contemplar uma psicopatologia que prescinda de um entendimento bíblico dos efeitos da Queda, e da pervasiva influência que o pecado exerce no psiquismo dos seres humanos. Por esta razão, a abordagem que ele propôs chamou-se inicialmente de “Aconselhamento Noutético”. O termo noutético é derivado de uma
palavra grega, amplamente utilizada no texto neotestamentário, que significa “por em mente” – formado de nous [mente] e tithemi [por]. O uso de nouthetéo nos escritos paulinos sempre aparece estritamente associado a uma intenção pedagógica. O aconselhamento noutético seria então aquele que direciona, ensina, exorta e confronta o aconselhando com os princípios bíblicos. De acordo com a noutética, o aconselhamento se dá em confrontação com a Palavra de Deus. Visando não apenas uma mudança comportamental, ele objetiva a inteira ransformação da cosmovisão, oferecendo as “lentes da Escritura” ao aconselhando. Num momento posterior, esta abordagem passou a denominar-se exclusivamente “Aconselhamento Bíblico”. Sobre estas bases, em 1968 Jay Adams deu início, no Seminário Teológico de Westminster, em Filadélfia, ao CCEF - Christian Counseling an ducation Foundation (Fundação para Educação e Aconselhamento Cristão), inaugurando um novo
momento na história do aconselhamento cristão. Adams lançou os principais conceitos de sua teoria de aconselhamento na obra “O Conselheiro Capaz” (Competent to Counsel ), publicado em 1970; a metodologia foi condensada no “Manual do Conselheiro Capaz”, publicado em 1973. No Brasil, a Editora Fiel foi pioneira na publicação dessas duas obras; a primeira edição de “Conselheiro Capaz” em português foi publicada em 1977 e o volume com a metodologia publicado posteriormente. Adams ambém foi preletor em uma das primeiras conferências da Editora Fiel no Brasil direcionada a pastores e líderes. O legado de Adams no CCEF foi recebido e levado adiante por novas gerações. Estas procuraram manter-se alinhadas com o núcleo central de sua proposta, ao mesmo tempo em que revisaram aspectos vulneráveis, e defrontaram-se com algumas de suas tensões ou limites. Alguns destes novos líderes e conselheiros notabilizaram-se. Estes
empenharam-se por um foco mais direcionado ao ser do que no fazer , colocando grande ênfase nas dinâmicas do coração, particularmente no problema da idolatria. Também procuraram combinar o enfoque no pecado com uma teologia do sofrimento. Procuram oferecer considerações ao social e ao biológico, com novos enfoques para as enfermidades, inclusive para o uso de medicamentos. É igualmente notável a ênfase no aspecto relacional do aconselhamento na abordagem desses novos líderes. Alguns estudiosos do movimento ainda apontam uma maior abertura e espírito irênico dessas gerações sucedâneas, particularmente em sua confrontação com outras abordagens poimênicas ou terapêuticas. A Editora Fiel vem novamente oferecer a sua contribuição ao aconselhamento bíblico, desta vez colocando em português esta série que enfoca vários emas desafiantes à presente geração. A série original em inglês já se aproxima de três dezenas de livretos.
Este que o leitor tem em suas mãos é um deles. Tais emas inserem-se no cenário com o qual o pastor e conselheiro cristão defronta-se cotidianamente. Os autores da série pretendem oferecer um material útil, biblicamente respaldado, simples e prático, que responda às demandas comuns nos settings, relações e sessões de aconselhamento cristão. Se este material, que representa esforços das gerações mais recentes do aconselhamento bíblico, puder ajudá-lo em seus desafios pessoais em tais áreas, ou ainda em seu ministério pessoal, então os editores podem dizer que atingiram o seu objetivo. Boa leitura! Gilson Carlos de Souza Santos é pastor da Igreja Batista da Graça, em São José dos Campos, possui bacharelado em Teologia e graduação em Psicologia, e dirige o Instituto Poimênica cujo alvo é oferecer apoio e promoção à poimênica cristã.
Introdução Você foi vítima de um erro terrível. Durante a sua infância, época em que você era mais vulnerável, ao invés de ser protegido, ajudado e consolado, você foi abusado. Muito provavelmente, você foi abusado por uma pessoa que deveria ser digna de confiança – um membro da família, um professor, um vizinho, um treinador, um pastor, um amigo. Ao invés de ser protegido, você foi violentado. Foi tratado com malícia. Determinada pessoa o usou, maltratou e irou vantagem de você. Neste momento, você está se perguntando se a recuperação é possível. A resposta simples para essa pergunta é sim, a recuperação é possível. No entanto, você já sabe que não pode simplesmente estalar os dedos e fazer com que tudo melhore. E você sabe que uma simples resposta não o ajudará. Porém, aqui estão duas verdades importantes para se ter em mente: 1. Você não está sozinho; e 2. Existe esperança.
A sua recuperação será um processo de aprendizagem e rememoração dessas duas verdades não apenas uma, mas repetidas vezes. Pense em como o pão é feito. Ele deve ser amassado; assim, o fermento se espalhará por todo o pão. Essas duas verdades devem se misturar em quem você é até atuarem em cada parte sua. A atuação dessas verdades na parte mais profunda do seu ser leva empo. O dano que você sofreu pode ter sido causado em um ou mais momentos terríveis, sendo que a cura e a restauração se desenvolvem num ritmo humano. Elas se desenvolvem no seu ritmo, como parte da sua história e no decorrer do tempo. Existem três principais categorias relacionadas ao abuso infantil: o abuso verbal, o abuso físico e o abuso sexual. Se você tiver sido abusado verbalmente, determinada pessoa cujas palavras deveriam ter sido úteis e gentis, ao contrário, humilharam-no e atacaram-no. Se tiver sido abusado fisicamente, determinada pessoa (talvez, um dos pais
ou outra pessoa com autoridade) o atacou e o machucou. Se tiver sido abusado sexualmente, determinada pessoa o usou e violentou uma parte íntima de quem você é. Seja como for, você foi abusado, e o que lhe aconteceu foi mau – pecaram contra você. E, agora, você está sofrendo. Deus está atento ao seu sofrimento e ouve os seus gemidos. Ele ouviu o choro de uma criança que morria de sede no deserto (Gn 21.17-18); ele ouviu os gemidos dos israelitas que sofriam como escravos (Ex 2.23-24); e ele ouve você. Deus tem muito a dizer àqueles que experimentaram o mal nas mãos de outras pessoas. Portanto, ele tem muito a lhe dizer. A sua identidade é maior do que o seu abuso
O abuso é uma experiência que o marcou profundamente e que parece ter a palavra final sobre a sua identidade. No entanto, a verdade é esta: Deus
lhe dá uma identidade diferente. Independentemente de quais atrocidades lhe aconteceram, elas não são a sua identidade. A sua identidade como filho de Deus é muito mais profunda do que o abuso sofrido. Quando você chega a Deus por meio da confiança em Jesus, ele lhe dá uma nova identidade. Você se orna parte da família de Deus. Você é o seu filho amado. Ouça o que o apóstolo João diz a respeito de sua identidade: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus” (1Jo 3.1). Você tem um Pai perfeito no céu que o ama e deseja encher a sua vida com suas próprias boas dádivas (Lc 11.13). Por ser filho de Deus, você não está sozinho em um pesadelo de sofrimento sem propósito. É verdade que o “coração conhece a sua própria amargura” (Pv 14.10), e nem mesmo o seu melhor amigo é capaz de entender plenamente o terror, a solidão, a dor e o horror pelo qual passou. Contudo,
Jesus entende, e ele está com você. Jesus passou por toda a forma de sofrimento quando esteve neste mundo. “Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer” (Is 53.3). Ele foi traído e orturado. Ele conhece bem o seu sofrimento e amais o deixará (Jo 14.18). A sua história é maior do que o abuso que sofreu
Sentir a presença e o amor de Jesus lhe dará coragem para entender que a história da sua vida é maior do que o seu sofrimento. O que lhe aconteceu não é a última palavra sobre quem você é e para onde a sua vida está indo. É uma parte significativa da sua história; porém, não é a mais significativa. É somente uma parte da nova história de sua vida que Jesus está escrevendo. Pense em José, personagem bíblico (Gn 37.39-45). O abuso e a traição também se fizeram presentes em
grande parte da história dele. Quando era um adolescente, ele foi vendido para escravidão pelos seus irmãos e se tornou escravo no Egito. Depois, foi acusado falsamente de estupro pela esposa de seu senhor e foi jogado na prisão. Após anos encarcerado, ele foi libertado e encarregado de todo o Egito. No fim da história, José reencontra os seus irmãos e, ao invés de se vingar, ele diz: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida” (Gn 50.20). Deus usou a terrível traição sofrida por José para colocá-lo em uma posição na qual conseguisse salvar a sua própria família da fome. José não subestimou o que aconteceu com ele. Reconhecia que seus irmãos intentaram o “mal” contra ele. No entanto, José tinha uma perspectiva mais ampla. O sentido de sua história era muito maior do que o mal que havia sofrido. Deus estava em ação, transformando em bem o resultado de uma
raição extrema. Deus também está atuando em sua vida. O abuso não é a última palavra sobre a sua história de vida. Deus tem um propósito para você. Redimindo a sua história
O abuso que você sofreu faz parte do cenário em que suas escolhas de vida acontecerão agora. Grandes coisas podem lhe acontecer como resultado das escolhas que você está tendo de fazer neste exato momento. Isso não quer dizer que você se esquecerá de todo o mal que lhe foi feito. Martin Luther King nunca se esqueceu das maldades relacionadas ao racismo. Essa foi a razão pela qual ele deu início a um movimento que mudou os Estados Unidos. Candy Lightner não se esqueceu de que sua filha de 13 anos de idade foi assassinada por um motorista alcoolizado. A morte de sua filha foi o estímulo para a formação do MADD ( Mothers gainst Drunk Driving ), uma organização que atua com o objetivo de impedir a condução de veículos
por condutores alcoolizados. Você também pode escolher a forma como irá responder ao mal que lhe foi feito. Pode se tornar mais grato, alegre, ter mais propósito, desenvolver a habilidade de ajudar outras pessoas e viver sua vida com coragem e intenção consciente. Há alguns anos, eu aconselhei uma mulher de 35 anos de idade chamada Joann. Dos três aos catorze anos de idade, ela sofreu terríveis abusos físicos e sexuais nas mãos de muitos parentes do sexo masculino. Por fim, ela foi salva por uma assistente social e levada a um orfanato. Quando me encontrei com ela, Joann estava casada, tinha dois filhos e havia se tornado assistente social que aconselhava crianças que haviam sido abusadas . Ela não havia se esquecido de seu sofrimento e ainda lidava com as consequências dele; porém, a sua história de vida ia além de seu abuso. Ela estava criando um lar amoroso para o seu marido e os seus filhos, bem como alcançando outras pessoas que
estavam sofrendo como ela havia sofrido. O sofrimento dela não foi esquecido; foi redimido. O Evangelho de João se encerra com este versículo: “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos” (Jo 21.25). sua vida é um daqueles livros sobre os quais João estava falando. Você está dando prosseguimento à história daquilo que “Jesus fez”. É a história em que males terríveis lhe aconteceram, mas Jesus apareceu e fez algo – ele o redimiu e ainda o está redimindo, de forma que você seja capaz de amar, perdoar e fazer o bem àqueles ao seu redor. A sua história não é apenas sobre a dor da traição; é sobre Jesus redimir para um bom propósito aquilo que os outros intentaram para o mal.
Estratégias práticas para a mudança Talvez, ao pensar a respeito de sua nova identidade como filho de Deus e ler sobre Joann, você deseje seguir adiante também. No entanto, você parece estar preso. Aqui estão alguns aspectos contra os quais as pessoas que foram abusadas quando crianças, às vezes, lutam: • Confiar em outras pessoas.
Pode parecer impossível confiar em qualquer pessoa depois de sua confiança ter sido destruída pelas suas experiências na infância. • Ter relações sexuais saudáveis com seu cônjuge. Se
tiver sido abusado sexualmente, o sexo para você foi deturpado e pervertido pelas trevas. • Sentir-se cheio de amargura. De que maneira
você evita se encher de amargura quando males terríveis lhe acontecem? Como você pode aprender a perdoar tamanho erro? • Disciplinar os seus próprios filhos. Como você aprende a disciplinar os seus filhos em amor quando foi atacado por seus próprios pais? • Lidar com qualquer conflito ou confrontação.
De que maneira você confronta um problema com familiares, amigos ou colegas de trabalho, quando a ira e a confrontação foram distorcidas de modo brutal em sua vida? Talvez você tenha ainda mais coisas para acrescentar a essa lista. Deus é capaz de trabalhar nessas áreas de sua vida e mudar suas reações automáticas em relação às pessoas e situações? Sim, ele é. Deus pode e mudará você, não de uma vez só, mas pouco a pouco no decorrer de sua vida. Tenho visto Deus agir dessa forma muitas vezes na vida daqueles que eu aconselho. A mudança começa
quando você enfrenta o que lhe aconteceu tendo Deus em vista. Enfrentando o seu abuso
Enfrentar o seu abuso talvez seja a última coisa que você queira fazer. Muitas pessoas que passaram pelo abuso infantil são aterrorizadas por suas lembranças. Elas têm somente duas maneiras de lidar com o seu passado: ou o encobrem com a negação e afazeres, ou ficam presas às lembranças que são um buraco negro de terror e medo. Talvez, você esteja trabalhando duro para permanecer na negação e manter suas lembranças rancafiadas. Fazer isso é semelhante a ter um leão no guarda-roupa do seu quarto. Você pode tentar manter enjaulado o leão do seu passado de abuso de várias formas diferentes, algumas positivas (trabalhando duro, se exercitando, alcançando o sucesso, se mantendo ocupado, etc) e outras nem ão positivas (você pode usar o sexo, a comida, o
álcool ou as drogas para atenuar a sua dor). No entanto, no fim, o leão é extremamente forte para quaisquer muros que você tenha levantado, e sua mente está inundada de lembranças. Você revive o seu abuso e, mais um vez, se enche do medo, da ira e da angústia que experimentou quando criança. Contudo, existe uma terceira forma. Você pode aprender a ouvir as promessas de Deus e a derramar o seu coração diante dele, contando-lhe os seus problemas de maneira proposital. Os Salmos, o livro de oração do povo de Deus por milhares de anos, o ajudarão a fazer isso. Não há nenhum salmo que retrate a experiência clara de ser ofendido por meio do abuso infantil, porém, existem muitos que captam a experiência de ser abusado, maltratado, usado e traído por outras pessoas. Comece com os Salmos 55, 56 e 57 e os coloque em sua liturgia pessoal. Você pode reescrevê-los e transformá-los em orações que expressarão o seu coração a Deus, e o coração de Deus a você.
Utilize os Salmos 55, 56 e 57 para expressar a sua experiência
Leia esses três salmos e observe como eles expressam a experiência de como é o abuso. O Salmo 55 foi escrito a partir do fogo e das trevas de ser traído por alguém próximo que deveria ser digno de confiança. No meio do salmo, Davi diz que não foi atacado por um inimigo evidente; ele era “meu companheiro e meu íntimo amigo” (Sl 55.13). Essa proximidade tornou a traição ainda pior. Talvez, você também se sinta dessa forma. O Salmo 56 fala sobre alguém que se sente aprisionado por pessoas que o odeiam. Ele está preso. Está amarrado. Ele se sente como se estivesse rancado em um guarda-roupa. As pessoas querem matá-lo, feri-lo e torturá-lo. E elas têm todo o poder; ele não tem nenhum. Essa situação descreve alguma experiência sua? O Salmo 57 fala sobre ter um predador correndo
atrás de você. Davi o escreveu quando estava em uma caverna se escondendo de seu inimigo. Aqueles que queriam matá-lo estavam esperando do lado de fora com um exército. Talvez você se lembre de se sentir da mesma forma. Enquanto estiver lendo, observe que esses salmos são mais do que a experiência de traição, impotência e medo. Em meio às trevas do abuso, às trevas da violência e às trevas da dor, está o clamor da fé. Davi está se voltando para o seu Deus vivo, todo poderoso, e aguardando por socorro e libertação. Ele tem esperança. Tem alguém bom e poderoso com quem conversar. O mesmo é verdadeiro para você. A realidade de que o seu Deus o ouve, o socorre e o defende lhe permitirá abrir a porta do guarda-roupa de seu abuso, sair do silêncio, da solidão e do aprisionamento, e começar a conversar sobre isso com Deus. Você não está sozinho. Davi escreveu esses salmos, e ele passou por uma experiência semelhante à sua.
Você não está sozinho. Jesus fez dos Salmos a voz da sua própria experiência. Jesus proferiu essas palavras. Jesus teve esses sentimentos. Ele estava lá com você. Você não está sozinho. Para transformar esses salmos em sua própria oração, comece pegando quatro cores diferentes de canetas marca-textos. Você irá seguir quatro linhas em cada salmo, que o ajudarão a se expressar e a redefinir a sua experiência. Pegue a primeira caneta e sublinhe todas as frases, em cada salmo, que expressem o tipo de coisa que lhe aconteceu quando criança. Você encontrará frases como “opressão do ímpio”, “sobre mim lançam calamidade”, “ao homem estendeu as mãos contra os que tinham paz com ele” (Sl 55.3,20); “o homem procura ferirme; e me oprime pelejando todo o dia”, “são muitos os que atrevidamente me combatem”, “Ajuntam-se, escondem-se, espionam os meus passos” (Sl 56.1-2,6); “Armaram rede aos meus passos... abriram cova diante de mim” (Sl 57.6). O que lhe aconteceu?
1. Qual é a sensação? Agora,
pegue o segundo marcador e sublinhe todas as frases que
expressam a maneira como você se sentiu – sua angústia, seu medo, seu terror. Observe frases como estas: “ando perturbado... Estremece-me no peito o coração; terrores de morte me salteiam, temor e tremor me sobrevêm, e o horror se apodera de mim. Então, disse eu: quem me dera asas como de pomba! Voaria e acharia pouso” (Sl 55.2,4-6); “Em me vindo o temor”, “quando sofri perseguições”, “minhas lágrimas” (Sl 56.3,8); “Acha-se a minha alma entre leões”, “a minha alma está abatida” (Sl 57.4,6). 2. O que se diz a respeito de Deus? Utilize o terceiro marcador para sublinhar o que os salmos dizem a respeito de Deus e do que ele está fazendo. Comece com algumas dessas frases: “o SENHOR me salvará”, “ele ouvirá a minha voz”, “Livra-me a alma, em paz, dos que me perseguem”, “ele te susterá” (Sl 55.16-18,22); “Pois da morte me livraste a alma, sim, livraste da queda os meus pés” (Sl 56.13); “Ele dos céus
me envia o seu auxílio e me livra; cobre de vergonha os que me ferem... Pois a tua misericórdia se eleva até aos céus, e a tua fidelidade, até às nuvens” (Sl 57.3,10). 3. O que diz a fé? Utilize o quarto marcador para sublinhar todas as frases que são gemidos de fé: “Dá ouvidos, ó Deus, à minha oração; não te escondas da minha súplica. Atende-me e responde-me”, “Eu, porém, invocarei a Deus, e o SENHOR me salvará”, “Eu, todavia, confiarei em ti” (Sl 55.1-2,16,23); “Tem misericórdia de mim, ó Deus”, “Em me vindo o temor, hei de confiar em ti”, “Neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal?”, “Contaste os meus passos quando sofri perseguições; recolheste as minhas lágrimas no teu odre”, “Deus é por mim” (Sl 56.1,3-4,8-9); “Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia, pois em ti a minha alma se refugia. À sombra das tuas asas me abrigo, até que
passem as calamidades. Clamarei ao Deus Altíssimo”, “Firme está o meu coração, ó Deus, o meu coração está firme” (Sl 57.1-2,7). Ore em voz alta
Pegue as sentenças que sublinhou e reescreva-as com as suas próprias palavras, como uma oração. Agora, encontre um lugar – o quintal, o seu carro, o seu quarto – onde você se sentir à vontade para fazer clamores a Deus e faça essas orações em voz alta a ele. Lembre-se: você está conversando com o Senhor que o ama, que o escuta e que agirá para salvá-lo e irá redimir a sua alma em paz. Orar em voz alta o ajuda a perceber que Deus está bem ali, escutando-o. A sua oração leva os seus problemas reais a uma pessoa, o Senhor, que é a sua única esperança. Observe como o salmista é repetitivo. Ele conta a Deus sobre os seus problemas de muitas maneiras
diferentes. Ele não se importa em ser repetitivo. Ele está tendo uma conversa vivificante e honesta com Deus. Não é um diálogo pomposo e mecânico, como se estivesse fazendo suas orações automaticamente. Quando se está saindo das trevas do abuso infantil, é importante continuar falando sobre o assunto – fale duas vezes, fale 10 vezes, fale odos os dias. Continue clamando ao Deus a quem ama; o Deus de quem precisa; o Deus que é a sua única esperança. A sua resposta ao abuso
Derramar o seu coração a Deus em oração o preparará para lidar com suas respostas improdutivas em relação ao abuso passado. Se não fizer isso, você continuará preso. Uma das razões de isso ser tão difícil de se fazer é porque a sua reação ao abuso, de modo geral, parece muito menos errada do que aquilo que lhe fizeram. A sua vida foi arruinada – por isso, você é amargo e
rancoroso. Você sofreu a traição da confiança em idade precoce – por isso, tem medo das outras pessoas e não consegue confiar em ninguém. Suas lembranças são horríveis – então, você afoga a suas mágoas na bebida, nas drogas ou no ato sexual. Suas reações parecem pequenas em comparação ao mal que lhe aconteceu. No entanto, só porque a balança não está em equilíbrio segundo o nível humano, não significa que as suas reações estejam corretas. Deus o chamou para amar o seu próximo. A amargura, o afastamento, o medo e o escapismo não são formas de amor. O seu amor pelas outras pessoas deve estar enraizado em seu amor por Deus (Mt 22.37-39). Quando você está vivendo para a sua própria proteção, consolo ou desejo de fuga, você não está amando a Deus nem as pessoas ao seu redor. O apóstolo Paulo nos disse para o que devemos viver: “Pois o amor de Cristo nos constrange, ulgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos
morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2Co 5.14-15). A razão de cometermos “pequenos” erros em resposta aos enormes erros cometidos contra nós é porque estamos vivendo para nós mesmos, não para Jesus. Contudo, o amor de Deus em Cristo nos ransforma. Uma marca dessa transformação é o fato de os nossos olhos estarem abertos à nossa necessidade de um Salvador. Entendemos que Jesus morreu por causa de nosso egocentrismo e nossa incredulidade. Percebemos como é grande a nossa necessidade da misericórdia de Deus. Quando compreender e conhecer a misericórdia de Deus, você será capaz de conceder misericórdia e perdão. Isso não acontece do dia para a noite. No entanto, conforme você continuar a derramar o seu coração a Deus e a lhe pedir misericórdia, ele o transformará. A sua confiança em Deus aumentará. A sua
capacidade de amar os outros aumentará. A sua vida não será mais definida pelo abuso, mas pelo amor e misericórdia de Deus por você. Quando aprender a depender, dia a dia, de Deus para obter misericórdia, você será capaz de confiar nele para consertar os erros que foram cometidos contra você. Leia o que Deus diz a respeito de como lidar com o mal: Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dálhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem (Rm 12.17-21).
Por que você não deve tornar mal por mal? Porque algo muito maior está acontecendo . Deus corrigirá as coisas. Você está vivendo no reino dele – não no
seu ou no dos seus agressores – e a justiça dele será feita. A sua resposta ao seu agressor
Que tipo de relacionamento você pode ou deve ter com a pessoa que abusou de você? A sua esperança quanto ao seu relacionamento deve ser a de reconciliação verdadeira com base no arrependimento honesto por parte da pessoa que errou com você. Às vezes, isso acontece, mas nem sempre é possível ou prudente. Às vezes, o agressor se foi – ou está até morto. Logo, a reconciliação não é possível, porém, o perdão ainda é possível. Nos extos de Mateus 6.12 e Marcos 11.25, Jesus enfatiza a oração junto com o perdão. O perdão começa com o seu relacionamento com Deus, pois odas as alternativas para o perdão – amargura, medo, o guardar rancor, a falta de confiança em qualquer pessoa – são coisas pelas quais Deus precisa perdoá-lo. Ao experimentar o seu perdão,
você será capaz de oferecer perdão. No entanto, a Bíblia também orienta que se vá até a pessoa que o ofendeu. O ideal é ir até essa pessoa, entar levantar a questão e achar uma solução. Contudo, em casos que envolvem o abuso infantil, alvez não seja prudente fazer isso. Por exemplo, caso a outra pessoa ainda seja abusiva, você não deve ir. O caso extremo se dá quando você está lidando com um criminoso, e você se colocaria em perigo se tentasse ter um relacionamento. No entanto, você ainda é chamado a tratar dessa questão presente em seu coração perante Deus. Você ainda é chamado a orar pelo seu inimigo. Às vezes, você tem a oportunidade de voltar, mesmo quando não acredita que seu agressor tenha mudado. Eu aconselhei uma mulher cristã de 30 anos de idade, chamada Lisa, que havia sido molestada sexualmente por seu pai quando era préadolescente e adolescente. Ela se convenceu de que precisava voltar e tentar construir um
relacionamento com o seu pai, apesar de não confiar nele. Então, ela ligou para ele e lhe disse: “Eu não confio em você. Você nunca admitiu o que fez ou reconheceu que sua atitude foi errada. No entanto, em meu coração, eu o perdoei e gostaria de reconstruir um relacionamento. Por isso, nos encontraremos em um lugar público”. Eles se encontraram em uma cafeteria, e ela estabeleceu as regras. Lisa disse: “Se houver quaisquer palavras ou ações inadequadas, eu vou embora. Porém, eu quero amar você”. Ela deu início a uma iniciativa bem discreta de amor. Uma vez por mês, ela fazia alguma coisa para se achegar a ele, fosse enviando um cartão ou elefonando-lhe. E, então, a cada três ou quatro meses, eles se encontravam, mas sempre em um lugar público. E ele obedecia às regras. Ele não reconhecia o abuso; ele ainda tentava negá-lo e encobri-lo. No entanto, ela continuou sendo muito
clara a respeito do passado e compartilhando a sua fé em Cristo com ele. Ela me escreveu quase cinco anos após nós termos interagido e disse que seu pai havia tido câncer e morrido. Contudo, segundo a maravilhosa providência de Deus, em torno de um mês antes de morrer, ele confessou tudo, pediu perdão a ela e entregou a sua vida a Cristo. Portanto, no fim dessa história, houve redenção. Ela não fez o que era fácil (excluir o seu pai de sua vida), mas não foi ingênua para acreditar que fosse possível voltar e fingir que tudo ficaria bem. Ela estabeleceu estruturas cautelosas repletas de graça que preservaram o pai de fazer o mal e a filha de sofrer o mal. Além do mais, nessa situação em particular, Deus utilizou o amor de Lisa como um instrumento humano que trouxe salvação a um homem muito mau. A recuperação é um projeto comunitário
Observe que Lisa não tentou tomar a decisão a respeito de como chegar até o seu pai sozinha. Ela pediu conselho e oração de pessoas em quem confiava. Você está trilhando um caminho difícil. No entanto, você não está sozinho enquanto caminha. O seu fiel Salvador está com você, e ele também enviará pessoas para caminhar com você. Você descobrirá que nem todas as pessoas com as quais compartilha a sua história lhe serão úteis. Algumas podem culpá-lo, outras só sentirão pena de você, outras lhe oferecerão respostas banais (“apenas confie em Jesus”, ou “consiga um grupo de apoio”, ou “tome este medicamento”) e outras tratarão você como uma pessoa machucada cuja recuperação não é possível. Busque pessoas para compartilhar a sua história que compreendam que coisas terríveis acontecem, embora nós tenhamos um Deus maravilhoso que excede essas coisas com amor e fé inabaláveis. Você precisa falar não somente sobre o que lhe aconteceu,
mas também sobre a maneira como você reagiu a ela, e como o Senhor o ajudará a retribuir o mal com bem. Busque uma pessoa que levará a sério o que lhe aconteceu, que será compassiva e terá uma visão de como Deus pode redimir você e o seu passado. Dê um passo de cada vez
Às vezes, os cristãos o fazem acreditar que, se você simplesmente conseguir achar a resposta correta para o seu problema, poderá aplicá-la e o seu problema será resolvido de maneira instantânea! Porém, essa não é a forma de Deus. Deus é um viticultor que apara de forma cuidadosa e lenta as suas videiras no decorrer dos anos. O Pai trabalha em nós por anos no decorrer de nossas vidas. Sendo assim, busque por uma mudança lenta e inabalável. O que você pode esperar? Você pode esperar que, se estiver com muito medo, inclusive de encarar o seu agressor, romper a porta e trazer luz
para o turbilhão escuro é um passo significativo. Quando a sua dor estiver intensa e esmagadora, você pode esperar que ela diminua à medida que começar a levá-la a Deus utilizando os Salmos 55, 56 e 57. A cura e a paz não surgirão instantaneamente, mas com o passar do tempo. Talvez existam partes daquilo que lhe aconteceu que não o deixarão até a volta de Cristo. Somente no retorno de Cristo, quando ele fizer novas todas as coisas, toda lágrima será enxugada (Ap 21.4). Você está marcado pelo sofrimento, mas esse sofrimento se tornou o seu contexto para conhecer a Deus. Você está marcado pelo sofrimento, porém aprendeu a dar pequenos passos de obediência, amor sábio e esperança. De forma ainda mais surpreendente, você será capaz de socorrer outros sofredores. Uma mulher que havia passado pelo pior cenário de abuso infantil veio até mim em busca de aconselhamento pastoral. Ela tinha trinta e poucos
anos e era cristã há quinze. Ela já havia dado muitos passos na direção correta. Ela teve de chegar à fé em Deus. Ela havia percebido o seu próprio orgulho, emor do homem e covardia, e pediu pela misericórdia de Deus. Essa mulher era professora e se achegava, em especial, às crianças que estavam sofrendo. O seu sofrimento foi, aos poucos, sendo ransformado. Não foi por acaso que ela se envolveu em seu trabalho com crianças, em especial, com aquelas que haviam sido abusadas, negligenciadas e abandonadas. Sua vida demonstrava que ela não havia superado a situação. No entanto, encarar o seu abuso e ir até Deus com o seu sofrimento a levou a um profundo relacionamento com o Pai. Ela vivia como serva de Deus, trabalhando para redimir males neste mundo sofredor. Você também pode começar com pequenos passos de obediência. Talvez, o seu padrão seja este: quando começa a pensar a respeito do que aconteceu, você se afunda em desespero por duas
horas e sai devorando um pacote inteiro de batatas fritas e bebendo um refrigerante de dois litros. Um pequeno passo de obediência pode estar em você perceber, em meia hora, que Deus não quer isso. xiste um Deus que me chama a me despir de mim mesmo, me chama para fora do poço, e para quem
Então, você começa a orar o Salmo 55 e diz a Deus que você parece estar fugindo - fugindo da autocomiseração, do farisaísmo... e das batatas fritas. Talvez você decida dizer “oi” para uma pessoa ao invés de evitá-la, ou se esforce para deixar de lado a preocupação consigo mesmo, ou dê um abraço em seu filho e pergunte como foi o dia dele. Essas pequenas coisas são passos enormes e radicais de obediência, e os anjos no céu se alegram porque a glória de Deus está sendo manifestada em sua vida por meio dessas escolhas pequenas e sutis. eu posso chorar.
Almeje além da recuperação
A recuperação o traz de volta da destruição para o estar bem. No entanto, Deus está em busca de coisas maiores. Ele está em busca de sua redenção. O Senhor tem um propósito para você que procede da sua experiência de vida, um chamado grande e santo. Paulo diz que Deus “nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus” (2Co 1.4). À medida que for aprendendo a forma como Jesus Cristo conhece, entra e transforma a sua aflição específica nesta vida, você conseguirá ajudar outras pessoas que estão enfrentando todos os tipos de aflição. A sua compaixão, sabedoria e esperança da redenção trarão a luz de Deus para um mundo que está morrendo em trevas e sofrimento. Então, você será capaz de dizer junto com José: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora,
que se conserve muita gente em vida” (Gn 50.20).
Simples, Prático, Bíblico Abordando temas como divórcio, suicídio, homossexualidade, transtorno bipolar, depressão, pais solteiros e outros, os livros da série Aconselhamento oferecem orientação bíblica para pastores e conselheiros que lidam com esses assuntos difíceis em seus ministérios, e para pessoas que experimentam essas situações de lutas e sofrimento em seus diversos contextos de vida. Leiaos, ofereça-os a um amigo e disponibilize-os em sua igreja e ministério.
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