QUESTÕES DE ESTUDO E DISCUSSÃO I. A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA INDEPENDENTE 1) Quais as dificuldades envolvidas na criação de uma nova ciência e, especificamente, na elaboração de uma psicologia científica? A criação de uma nova ciência é um processo complexo, c omplexo, que apresenta dificuldades em sua elaboração, como a necessidade de mostrar a existência de um objetivo próprio e métodos adequados ao estudo desse objeto, provando afinal, ser capaz c apaz de firmar-se independente das outras áreas do saber. A elaboração de uma psicologia científica apresenta-se como um processo mais complicado ainda, uma vez que a psicologia se originou de outras várias matérias, e o que hoje é tomado como objeto de estudo da psicologia, já era abordado por outras disciplinas, deixando a psicologia com nada para estudar. 2) Como você vê a questão da independência da psicologia e das suas relações com as demais ciências? Justifique sua resposta. Vejo que a psicologia começou ainda muito dependente das demais ciências, apoiando-se nelas para se desenvolver e se difundir, entretanto, hoje em dia a coisa mudou m udou de figura e a psicologia atual mostra-se extremamente mais complexa e diversificada, contendo ainda traços ‘emprestados’ de outras discipli nas, mas muito mais bem desenvolvidos e aprofundados, tanto que se aconselha a tratar da psicologia no plural (PSICOLOGIAS), perante a imensidão da diversidade adquirida. II. PRECONDIÇÕES SOCIOCULTURAIS PARA O APARECIMENTO DA PSICOLOGIA NO SÉCULO XIX 1) Em que condições a experiência da subjetividade privatizada se aprofunda e generaliza? Por que isso ocorre? Quais são para você, nas suas condições atuais de vida, os fatores socioculturais que propiciam a privatização das experiências? Exemplifique. Como o próprio nome já diz, a experiência subjetiva privatizada é algo único designado a cada ser, sem compartilhamento, porém, a partir do momento m omento que o ser humano (capaz de desenvolver sua própria experiência subjetiva privatizada) encontra-se unido a outros por um motivo igual ou semelhante, tal experiência passa a ser aprofundada e generalizada; não há mais uma particularização das experiências. Atualmente, A tualmente, a privatização das experiências ‘aparece’ quando o objetivo a ser cumprido pelo ser, não é compartilha do por outros ao redor, é um desejo seu, que só beneficiará a você, e te deixa livre pra decidir da forma que achar mais conveniente, totalmente pessoal. Um exemplo, simples é a leitura de um livro que você nunca ouviu falar, mas se interessou ao vê-lo. É um desejo seu, todo e qualquer aprendizado será absorvido por e para você, a decisão foi você que tomou, sem pressão social. 2) Por que o sistemamercantil plenamente desenvolvido desenvolvido favorece o aprofundamento e generalização da experiência subjetiva privatizada? Mostre na sua resposta as implicações do mercado de bens e do mercado de trabalho para a existência social dos indivíduos. Por que as transformações que ocorreram ocorr eram graças ao desenvolvimento do sistema mercantil, proporcionou uma ‘união’ daqueles que esta vam inseridos na sociedade da época, fazendo com que a experiência subjetiva privatizada já não fosse mais ‘única’ a cada ser, e sim
generalizada, graças à união (nem sempre intencionada) de pessoas (que não necessariamente se conheciam), mas se encontravam em um mesmo ambiente com anseios parecidos em buscas de soluções semelhantes. Tal fato pode ser observado durante a ascensão do capitalismo. Antes, as relações de mercadorias eram feitas por troca. Cada família/clã produzia aquilo que iria utilizar para sobreviver (subsistência) e o excedente era ‘moeda de t roca’. Não havia lucro, mas o objetivo comum era atingido da mesma forma. Com o tempo cada clã passou a se dedicar na produção daquilo que se destacava e procurava comprar aquilo que não produzia. Esse pensamento proporcionou uma união de pensamento daqueles que disso participavam, já que o objetivo geral passou a ser a maximização dos lucros e a minimização dos gastos, vendendo seu produto a um preço elevado e procurando sempre comprar o que precisa a um preço baixo. Assim como no mercado de bens, o mercado de trabalho também proporcionou o aprofundamento e ageneralização da experiência subjetiva privatizada. Camponeses que antes tinham sua terra e praticavam sua cultura de subsistência, perderam suas propriedades e foram expropriados por aqueles que passaram a produzir por excelência. Assim, os indivíduos que antes trabalhavam em suas terras, agora dividiam espaço nas cidades e disputavam oportunidades de emprego e meios dignos de vida. 3) O que se gan ha e o que se perde com a “liberdade negativa”? A liberdade negativa permite a perda de uma porção de apoios e meios de sustentação, como a perca da solidariedade do seu grupo, porém, garante o direito de escolha (embora limitado), liberdade para lutar por condições melhores de vida e de mudar de posição na sociedade (mobilidade social). 4) Por que a ideologia liberal e o movimento romântico podem ser considerados como manifestações da experiência subjetiva privatizada nos tempos modernos? A ideologia liberal e o movimento romântico podem ser considerados manifestações de experiência subjetiva privatizada, pois de acordo com tais conceitos, os homens são iguais em capacidade, logo devem ser iguais em direitos. Sendo assim o direito a liberdade é universal. Contudo, para que essa liberdade não siga a lei de Murphy e se conduza ao caos, deve haver solidariedade mútua sem renuncia a liberdade. Já que todos são iguais, todos tem o direito de defender seus interesses sem limitações. A diferença entre os indivíduos é algo reconhecido e a sua liberdade remete justamente a liberdade de serdiferente, base para a liberdade individual que todos buscam atualmente. 5) O que quer dizer ‘fazer ciência é sempre ir além das aparências e para isso é preciso que eu
desconfie delas’? Quais as consequências desta afirmação para a criação de uma psicologia científica? Tal frase quer dizer que o fazer ciência, alem de não ser uma tarefa simples, supõe-se um trabalho que esta em constante ‘movimento’, ou melhor, dizendo, atualizaçõe s. No começo do conhecimento há sempre uma desconfiança e no final, há sempre uma decepção. Provavelmente, a ideia inicial que move o início de um estudo científico se encontrará alterada ao fim do mesmo. É preciso buscar novas informações, e quebrar paradigmas e verdades tidas como absolutas para que o avanço do conhecimento seja de veras alcançado. Apara a criação de uma psicologia cientifica, é necessário que teorias de verdades incontestáveis (como a experiência subjetiva privatizada) sejam combatidas, para que a partir da crise que isso resultará, surja novas conclusões. 6) O que faz com que a experiência subjetiva privada entre em crise? Discuta a partir do texto e das suas próprias vivencias as ideias de liberdade e singularidade do individuo.
A crise da experiência subjetiva privatizada surge quando descobrimos que a li berdade e a diferença são na verdade, meras ilusões. A sociedade é a responsável por impor nossos desejos, defeitos e qualidades de forma que aceitamos os fatos e nem percebemos. O individuo não é por fim livre, mas sim,condicionado a se encaixar em um padrão imposto pelas relações sociais, e segui-lo, para não ser excluído. Ser singular é ser pejorativamente único, logo, supõe-se segredado, inábil a aprovação da sociedade. 7) Para que e com que finalidades as grandes agencias de controle social (Estado, as forças armadas, as empresas etc.) se interessam pela psicologia cientifica? Quando o individuo finalmente descobre a situação ilusória que se encontra, fica perplexo e torna-se propenso a praticar ‘inconvenientes de liberdade’; atitudes que podem vir a prejudicar a ordem social. A fim de manter tal ordem é que o Estado, forças armadas, etc. recorrem à psicologia cientifica, com o objetivo de prever e controlar os sujeitos, e saber como ‘treiná-los’ e ‘educá-los’ aos trabalhos e convívio social. III. A PRÁTICA CIENTIFICA E A EMERGENCIA DA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA 1) Mostre as relações entre metodologia cientifica própria da ciência moderna e o interesse nos fatores subjetivos. A ciência moderna está baseada na suposição de que o homem é o Senhor que tem o poder e o direito de colocar a natureza a seu serviço. Essa suposição esta associada acerca do aprofundamento da experiência subjetiva individualizada, já que esta enfatiza a liberdade dos homens para decidir e agir de acordo com sua própria cabeça e sem qualquer tipo de limitação, elaborando suas crenças e avaliando-as a partir de suas experiências pessoais, de suas conveniências e interesses, livres das restrições impostas pelastradições. Por outro lado, os procedimentos científicos exigem que os c ientistas sejam capazes de “objetividade”, isto é,
que deixem de lado seus preconceitos, seus sentimentos e seus desejos para obterem um conhecimento “verdadeiro”. Mas para a ciência progredir seria necessário conhecer e controlar essa subjetividade e essas diferenças individuais, e é assim que o homem, o sujeito individual, deixa de ser apenas um possível pesquisador para vir a se tornar um possível objeto da ciência. 2) Que contradição o texto aponta na relação da metodologia cientifica com a subjetividade? A contradição aparece no texto, quando o autor coloca que; por um lado, a ciência moderna pressupõe sujeitos livres e diferenciados – senhores de fato e de direito da natureza; e por outro procura conhecer e dominar esta própria subjetividade, reduzir ou mesmo eliminar as diferenças individuais. IV. OS PROJETOS DE PSICOLOGIA COMO PROJETO INDEPENDENTE 1) Exponha a posição de Wundt sobre a natureza da psicologia. Para Wundt, a psicologia era uma ciência intermediária entre as ciências da natureza e as ciências da cultura, tanto que suas próprias obras se estendem desde a psicologia experimental fisiológica até a psicologia social. Desde o início, o lugar da psicologia é um tanto incerto, e concebê-la em uma posição intermediária foi um dos méritos de Wundt. 2) Por quais vias Wundt procurava ir além da ‘experiência imediata’ e por que ele não se
contentava com a experimentação?
Wundt procurava iralém da ‘experiência imediata’ por meio da análise dos fenômenos
culturais (como a linguagem, sistemas religiosos, etc.) que segundo ele, era onde se manifestavam os processos superiores da vida mental (pensamento, imaginação, etc.), e por meio do método experimental, que em situação controladas de laboratório, analisava os elementos da experiência imediata e as formas mais simples de combinação desses elementos; entretanto, Wundt não se contentava com esse último, uma vez que a experiência imediata não é nem uma coisa desorganizada nem uma mera combinação mecânica de elementos, era algo muito mais complexo e subjetivo, não cabendo ai, o simples ato de experimentação. 3) Wundt deu inicio a uma psicologia como ciência intermediaria ou, na verdade, a duas psicologias relativamente autônomas? Justifique sua resposta. Wundt fez basicamente os dois; deu início a uma ciência intermediária, fato esse que lhe rendeu méritos, e também ‘criou’ duas psicologias, porém, não autônomas. Wundt cria a
psicologia fisiológica experimental (em que a causalidade psíquica é reconhecida, mas não é enfocada em profundidade, e nesse sentido não se cria nenhum problema mais sério para ligar essa psicologia às ciências físicas e fisiológicas) e a psicologia social ou “dos povos” (cuja
preocupação é exatamente a de estudar os processos criativos em que a causalidade psíquica aparece com mais força) que não se enquadram como autônomas, justamente por que ‘se precisam’ e se complementam.
4) Como Titchenerpode ser diferenciado de seu mestre Wundt no que concerne a sua concepção do objeto da psicologia e da natureza desta ciência? Titchener diferencia-se de seu mestre Wundt no que diz respeito ao objeto de estudo da psicologia e ao método; Titchener redefine o objeto da psicologia como sendo a experiência dependente de um sujeito – este sendo concebido como um puro organismo e, em última análise, como um sistema nervoso -, e não mais a experiência imediata estudada por Wundt. L Como a mente e o corpo andam lado a lado, é possível fazer psicologia usando, exclusivamente, segundo Titchener, os métodos das ciências naturais; a observação e a experimentação. 5) Como os psicólogos americanos funcionalistas podem ser diferenciados de Titchener no que concerne as suas concepções do objeto da psicologia? Para os psicólogos funcionalistas, o objeto da psicologia são os processos e operações mentais, mas o estudo científico desses processos exige uma diversidade de métodos. Não excluem a auto-observação, embora não aprovem a introspecção experimental no estilo titcheneriano, porque esta seria muito artificial. 6) Qual a principal oposição de Watson a todos os psicólogos anteriormente estudados? Watson opõe-se aos psicólogos anteriormente estudados em relação ao objeto de estudo da psicologia. Para Watson, o objeto da psicologia científica não é a mente. O objeto é o próprio comportamento e suas interações com o ambiente. O método deve ser o de qualquer ciência: observação eexperimentação, mas sempre envolvendo comportamentos publicamente observáveis e evitando a auto-observação. 7) Por que é possível dizer que a doutrina Titcheneriana do paralelismo psicofísico acabava favorecendo a vitória do comportamentalismo? Apesar de se apresentar como uma oposição às correntes dominantes na psicologia, o comportamentalismo foi criado com base em muitas das posições defendidas por aquelas mesmas correntes que, de certa forma, criaram as condições favoráveis para o seu
desenvolvimento. Por exemplo, a doutrina do paralelismo psicofísico tirava da vida mental sua especificidade e sua importância: o psíquico apenas acompanharia o físico e seria explicado por ele, mas ambos não interagiriam. Se Titchener já assumia a posição de que os mesmos métodos das ciências naturais experimentais podem ser adotados pela psicologia, não seria mais sensato ir até as últimas consequências e acabar com a única diferença. 8) Qual a solução de Watson para a questão da ‘unidade psicofísica’? Watson ‘desenvolveu’ a solução para a questão da ‘unidade psicofísica’, supondo que já não
seria necessário dizer que a mente e o corpo interagem ou que somente caminham lado a lado: iria estudar o comportamento, isto é, os movimentos do corpo e suas relações com o ambiente. 9) Qual o sentido, contexto do comportamentalismo, de experiências com animais não humanos? O “sujeito” do comportamento não é um su jeito que sente, pensa, decide, deseja e é responsável por seus atos: é apenas um organismo.Enquanto organismo, o ser humano se assemelha a qualquer outro animal, e é por isto que essa forma de conceber a psicologia científica dedica uma grande atenção aos estudos com seres não humanos, como ratos, pombos e macacos, entre outros. Estes sujeitos não falam, mas isto não representa um obstáculo para o comportamentalismo de Watson, já que ele não tem o mínimo interesse na vivencia do sujeito (sua experiência imediata). O comportamentalismo watsoniano interessase exclusivamente pelo comportamento observável, com o objetivo muito prático de prevê-lo e controlá-lo de forma mais eficaz. 10) Que relações podem ser estabelecidas entre a mudança de objeto para a psicologia proposta por Watson e a crise da experiência subjetiva privatizada? O autor do texto parece não aceitar totalmente esta mudança, pelo menos na forma proposta por Watson. Por quê? E você, como vê a questão? Watson é objetivo quando a seu novo ver do objeto da psicologia; combate fielmente à ideia de experiência imediata e defende o comportamento humano como o novo precursor dos estudos psicológicos. Visto assim o comportamentalismo nada mais é que uma ‘continuação’
da crise da experiência subjetiva privatizada, reafirmando-a, em que a ideia de sermos livres e diferentes é ridicularizada; prova disso é o estudo do comportamento (behaviorismo) que está ai para ‘prever nossos passos’ ato que seria impossível, caso fossemos realmente individuais,
como o esperado. O autor realmente parece não aceitar totalmente a posiçãode Watson, pois classifica o comportamentalismo como projeto de uma nova ciência, uma vez que leva até as ultimas instancias a teoria de ir alem das aparências, teoria essa que é tarefa da ciência; e essa nova ciência tem o papel de desiludir, papel esse que é de fato cumprido, porém não consegue explicar a experiência imediata, ou seja, não a compreende. Mesmo não compreendida, a experiência não deixa de existir por causa disso, e por isso dificilmente as pessoas se identificam com a imagem de homem proposta pelo comportamentalismo. 11) Explicite as opções dos psicólogos ’humanistas’ no que concerne ao objeto de estudo da
psicologia. Além de não admitirem a aplicação dos métodos objetivos de observação, os psicólogos humanistas procuram capturar as vivencias na sua intimidade e na sua privacidade. 12) Que problemas o autor do texto vê nas propostas ‘das psicologias’ humanistas?
Primeiramente, tais psicólogos tornam-se incapazes de explicar os comportamentos, pois só estão interessados na compreensão de como o sujeito ‘vive’, mas não em por que ele age
assim e não de outra forma. Outro problema é que os mesmos psicólogos tornam-se incapazes de ultrapassar a experiência imediata, de questiona-la, explica-la, e compreende-las em maior profundidade. Tornam-se enfim, incapazes de fazer psicologia cientifica. 13) Pelo conceito de ‘gestalt’ os psicólogos ‘gestaltistas’ ou psicólogos ‘da forma’ supõem que
seja possível unificar os níveis fenomenológicos, cultural, biológico efísico; o que você entendeu por estruturas isomórficas? Estruturas isomórficas são estruturas formalmente equivalentes. É o caráter do projeto de psicologia científica dos gestaltistas, que comporta dois aspectos essenciais: a) o reconhecimento da experiência imediata; e b) a preocupação de relacionar essa experiência com a natureza física e biológica e com o mundo dos valores socioculturais. 14) Como Skinner trata do mundo privado e como se diferencia do comportamentalismo de Watson? Skinner trona-se importante para a psicologia – além da sua importância para o estudo do comportamento dos organismos – quando se opõe a falar da subjetividade: do mundo privado das sensações, dos pensamentos, das imagens etc. Skinner não rejeita a experiência imediata, mas trata de entender sua gênese e sua natureza, ao contrario de Watson. Segundo Skinner, devemos investigar em que condições a vida subjetiva privatizada se desenvolve. A resposta do autor remete as relações sociais. 15) Por que as experiências subjetivas privatizadas não são nunca verdadeiramente experiências imediatas para Skinner? Porque as experiências subjetivas privatizadas não tem nada de imediato; são sempre construídas pela sociedade. Lembrando que Skinner não nega a experiência imediata, vai inclusive estuda-la e a partir desses estudos, conclui que o mundo privado de cada um é uma construção social. Todos os sentimentos de um indivíduo, a fala, o pensamento, o desejo sempre dependerão da maneira como a sociedade ensinoua se portar. 16) O que aproxima os enfoques de Piaget e de Freud? O que ‘une’ Piaget e Freud, são a perspectiva de estudar a gênese do sujeito, levando em
consideração sua experiência imediata, mas não se restringindo a esta experiência na busca de compreensões e explicações profundas. Ambos partem em suas teorizações de certos pressupostos biológicos, mas em nenhum dos casos a experiência imediata dos sujeitos é reduzida a seus condicionamentos naturais. 17) Por que a parte mais teórica da obra de Freud é chamada de metapsicologia? Sigmund Freud teve boa parte de sua carreira construída em clinica, vendo e ouvindo pacientes que apareciam com as mais diversas enfermidades e anomalias. Tenta então descobrir uma técnica de interpretação daquilo que via todo dia, para que aflores nos pacientes seus sentidos ocultos. Mas Freud não se contenta e na anciã de explicar a experiência imediata de cada um precisa desenvolver uma teoria da psique e do desenvolvimento psicológico. Como essa teoria de Freud vai além do ‘psicológico’, e do ‘vivido’, essa parte de sua obra foi denominada de ‘metapsicologia’ (além de).
18) O autor do texto parece defender uma dada maneira de fazer psicologia. Tente nas suas palavras explicar esta posição. Em seguida, diga o que você pensa a respeito. O autor do texto parece defender a ideia de que a psicologia deve sempre busca rir além da experiência imediata para compreendê-la e para explica-la, mas cuidar para não se limitar a isso. A meu ver, apsicologia se encaixa em algo muito maior, busca a união de várias disciplinas, calça sua base em inúmeros filósofos, antropólogos, biólogos, etc. começam a
caminhar com o desenvolvimento de inúmeras teorias e a ‘produção’ de ilustres psicólogos ao
redor do mundo, e chega ao seu objetivo quando se ramifica se especializa, se aprimora cada qual em suas respectivas terminações. 19) Afinal: há ou não lugar para uma psicologia cientifica? Justifique sua resposta. Sim, há lugar para a psicologia cientifica, mas é preferível, a priori, não estabelecer nenhuma conclusão. A situação da psicologia cientifica, é curiosa; por um lado, reivindica um lugar a parte entre as ciências, ao mesmo tempo em que o psicólogo prático exige que sua competência reconhecida; e por outro, não conseguiu se desenvolver sem estabelecer relações cada vez mais estreitas com as ciências biológicas e sociais. De qualquer maneira a psicologia esta ai com suas pretensões de autonomia e, independente da conclusão alcançada, é importante tentar compreender as origens e as implicações da existência dessa disciplina, por mais caótica que ela seja ou nos pareça. V. A PSICOLOGIA COMO PROFISSÃO E COMO CULTURA 1) Como se pode explicar o fato de que à psicologia clinica é a que mais atrai e a que mais cresce entre todas as áreas de atuação do psicólogo? A ‘clinicagem ’tornou-se a marca registrada dos psicólogos. Enquanto o psicólogo do trabalho ou das organizações serve a indústria ou a qualquer outra instituição,procurando torna-la mais eficiente, e enquanto o psicólogo escolar serve ao sistema educacional, procurando torná-lo, também, mais eficaz, o psicólogo clínico costuma estar a serviço do individuo ou de pequenos grupos de indivíduos. Parece realmente que é a crise da subjetividade privatizada que incrementa a procura pelos serviços da psicologia clinica e faz com que o psicólogo clínico acabe se tornando uma figura quase popular entre certas camadas da população. 2) Que consequências tem tido a ‘psicologização da cultura’? Tente responder a partir do texto
e das suas observações e vivências. O senso comum, de conhecimentos tradicionalmente passados é uma preciosa fonte de ‘psicologização da cultura’. Quem nunca ouviu dizer que alguém é ‘recalcado’ por não se
deixar levar pelas emoções, ou está com o ego elevado quando faz algo satisfatório? Uma coisa é fato; a psicologia faz parte da nossa cultura. Isso quer dizer que é cada vez mais comum que as teorias psicológicas se popularizem. Como consequência, a sociedade assimila isso como uma forma de manter a ilusão da liberdade e da singularidade de cada um, em vez de compreender e explicar o que há de ilusório nessas ideias. Isso tende nos levado a pensar o mundo social e a nós mesmos a partir de uma visão bem pouco critica. A psicologia popularizada tem servido para sustentar a palavra de ordem ‘cada um na sua, pensando em seus problemas e defendendo os seus interesses’. Isso poderia ser designado como ‘hiperindividualismo’.