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AS PRINCIPAIS CORRENTES DA PEDAGOGIA Por Elias Celso Galvêas
É importante fazer uma abordagem comparativa entre grandes correntes da pedagogia, bastante útil para a compreensão global das diversas ideologias que norteiam o pensamento pedagógico e que estão na origem de cada uma dessas correntes. Para fins didáticos, podemos dizer que as principais correntes da pedagogia são: 1
!radicional
" $
#omportamental %ontessoriana
& ( ) + -
'enovadora !ecnicista *óciocultura umanista ibertadora
/ 10 11 1"
#ognitivista #riticosocialdeconteúdos Peagetiana #onstrutivista
simples enunciado das diversas correntes didáticas da pedagogia nos dá a id2ia das grandes diferen3as diferen3as que e4istem e4istem entre elas, especialmente especialmente no que se refere 5s cr6ticas cr6ticas mais comumente comumente tecidas 5 c7amada 8escola tradicional9. 1. Corrente tradicional
escola tradicional, que reinou soberana at2 a decana de 1/(0, tem o professor como foco central, orientando o conteúdo do ensino do proporcionar ao aluno o con7ecimento da evolu3ão das ci;ncias e das grandes realiza3a. professor 2 o centro do processo de transmissão do con7ecimento, monopolizando e transmitindo os saberes de forma sistemática e padronizada, de acordo com modelos pr2estabelecidos. #omo centro de todo processo de aprendizagem, o professor conduz a aula sozin7o, e, atrav2s de sua autoridade, procura induzir o aluno 5 memoriza3ão e 5 repeti3ão. pedagogia da escola tradicional 2 uma proposta de educa3ão centrada na figura do professor, cu>a fun3ão abrangente vai desde ensinar a mat2ria e corrigila, at2 acompan7ar o desenvolvimento dos alunos, acons aconsel el7a 7and ndo o e orie orient ntan ando doos os.. meto metodo dolo logi gia a tradi tradici ciona onall tem tem como como princ6 princ6pi pio o a tran transm smis issã são o dos dos con7ecimentos atrav2s da aula do professor, geralmente e4positiva e seq?encialmente predeterminada e fi4a, conferindo ;nfase 5 repeti3ão de e4erc6cios, com e4ig;ncias de memoriza3ão dos conteúdos. Prisioneira de um curr6culo que revela um conteúdo programático infle46vel, essa vertente tende a valorizar o conteúdo livresco, a quantidade e 5quilo que Paulo @reire c7amou de 8Aduca3ão Bancária9: reduz o aluno a um mero receptáculo do saber, menosprezando e subestimando seu potencial 7ol6stico.
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Cessa forma, o professor fala, enquanto o aluno ouve e 8apreende9, o que não propicia ao su>eito que 8aprende9 Dou deveria estar aprendendoE um papel ativo e autFnomo na constru3ão dessa aprendizagem aceita e vista, por sua vez, como vinda de fora para dentro. %uitas vezes, esse tipo de educa3ão pouco leva em considera3ão o universo que cerca a crian3a, ou mel7or, o que ela aprende fora da escola, bem como seus esfor3os espontGneos na tentativa de constru3ão pessoal e coletiva de um corpo significativo de con7ecimento. Anfim, a autoridade do professor como 8vetortransmissor9 detentor de todo saber 2 a principal for3a motriz que rege o esp6rito dessa vertente. =o conte4to do modelo tradicional de ensino, a principal fun3ão da escola 2 transmitir con7ecimentos disciplinares para a forma3ão geral do aluno forma3ão essa que o levará a sua adequada inser3ão posterior na sociedade, bem como poder optar por uma profissão valorizada. Assa pratica pedagógica, na grande maioria das escolas que a adotam, caracterizase pela sobrecarga de informa3
2. Corrente Comportamental
=a corrente comportamental predomina o m2todo cient6fico, visando 5 e4perimenta3ão cientifica. 7omem 2 o produto do meio ambiente e deve ser orientado no sentido de e4ercer o sentido pleno sobre a natureza. educa3ão e o ensino devem enfatizar o con7ecimento do mundo e4terior, de serem orientados dentro de um processo de transmissão de cultura de gera3ão em gera3ão, visando adequar o indiv6duo para o conv6vio coletivo, em sociedades civilizadas. escola 2 voltada para as questamento adequado dos conteúdos curriculares, de forma a promover a promover o desenvolvimento eficaz do sistema de aprendizagem. situa3ão do aluno 2 menos passiva em rela3ão 5 aquisi3ão do con7ecimento, e de certa forma, passa a ser coresponsável pelo controle do processo de aprendizagem. trav2s da avalia3ão sucessiva, em várias etapas, procurase averiguar se o aluno está realmente aprendendo e se estão sendo alcan3ados os ob>etivos propostos pelo p rofessor. Principais e4poentes dessa Ascola: *Iinner, %ager, Briggs, Prop7an, Jlaser PapaK. 3. Corrente Montessoriana
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pioneira e fundadora desta corrente 2 %aria %otessori, fisioterapeuta e educadora, tendo desenvolvido, na Ltália, em 1/0+, um sistema educacional com materiais didáticos que ob>etivam despertar interesse espontGneo na crian3a, obtendo uma concentra3ão natural nas tarefas, para não cansálas ou desinteressálas. Civerge fundamentalmente da escola tradicional. t2 os dias de 7o>e o m2todo 2 considerado original no sentido em conferir total liberdade as crian3as que, por sua vez, permanecem livres para se movimentarem pela sala de aula e suas próprias atividades, utilizando materiais apropriados, tentando sempre gerar o ambiente prop6cio 5 autoeduca3ão. manipula3ão desses materiais em seus aspectos multi sensorial 2, igualmente, um fator fundamental para o aprendizado da linguagem, matemática, ci;ncias e prática de vida. aprendizado da leitura e da escrita se inicia mais cedo, com crian3as antes da idade de 0( anos. s agrupamentos não seguem delimita3a, com diferen3a de idade de at2 tr;s anos. professor assume o papel de observador, facilitador e orientador dos fatores de aprendizagem. trav2s da aprendizagem auto motivada e individualizada que 2 a ess;ncia da metodologia montessoriana M procurase desenvolver nas crian3as, a autodisciplina e a autoconfian3a M o que futuramente gerará a autonomia necessária para a continua3ão do aprendizado em outros n6veis. o>e em dia, podemos encontrar muitas escolas montessorianas, mais especificadamente atendendo crian3as da educa3ão infantil, bem como as quatro primeiras s2ries do ensino fundamental. . Reno!adora
Lnteiramente antagFnicas aos modelos educacionais tradicionais, o movimento da 8pedagogia renovada9 2 uma resposta direta aos e4cessos da vertente tradicional, constituindose numa concep3ão pedagógica que inclui inúmeras correntes, e que de uma maneira ou de outra, estão ligadas ao movimento da escola nova ou escola ativa DescolanovismoE. !ais correntes, embora admitam algum n6vel de diverg;ncia entre si, assumem um mesmo princ6pio no sentido de nortear a valoriza3ão do indiv6duo como ser livre, ativo e social. s atividades da escola dei4am ter o professor como o centro de tudo, incontestável monopolizador do saber. Portanto os conteúdos disciplinares tamb2m cedem lugar para o aluno que, agora, como ser ativo e curioso, passa a ser o centro dos processos. demais, o mais importante não 2 o resultado final do processo de aquisi3ão do con7ecimento, mas todo o processo de aprendizagem em si tendo um aluno como elemento central. Am oposi3ão 5 escola tradicional, a escola nova confere ;nfase ao princ6pio da aprendizagem por descoberta, estabelecendo que a atitude de aprendizagem, que, por sua vez, aprendem fundamentalmente pela e4peri;ncia, ou se>a, pelo que descobrem por si mesmos. =este conte4to, o professor passa a ser visto como orientador e facilitador do processo de busca de con7ecimento que, por sua vez, deve partir do aluno, ou mel7or, das motiva3
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#abe ao professor, portanto, organizar e coordenar as situa3
Assa tend;ncia, que na d2cada de $0 teve grande penetra3ão no Brasil, mais especificamente no Gmbito do ensino pr2escolar D>ardim de infGnciaE, ainda e4erce, nos dias de 7o>e, uma grande influ;ncia sobre a maior parte das práticas pedagógicas. ".
Tecnicista
d2cada de +0 assistiu a um acentuado desenvolvimento e prolifera3ão da corrente que se denominou de 8tecnicismo educacional9, totalmente inspirado nas teorias be7avioristas da aprendizagem e da abordagem sist;mica do ensino. Portanto, as práticas educacionais da 2poca definiram uma prática pedagógica altamente burocrática, controlada e dirigida pelo professor, com um curr6culo pouco fle46vel aliada a atividades mecGnicas, inseridas numa proposta educacional r6gida, conteudista e pass6vel de ser totalmente programada em detal7es. supervaloriza3ão da tecnologia programada de ensino trou4e conseq?;ncias: escola se revestiu de uma grande autosufici;ncia, recon7ecida por ela e por toda a comunidade por ela influenciada, criando desta maneira, a id2ia errFnea de que aprender não 2 algo natural do ser 7umano, mas que depende e4clusivamente de especialistas e t2cnicas. ssim, dentro deste conte4to, nem o professor, tampouco o aluno são elemento centrais, ou se>a, são valorizados: o que 2 de fato valorizado nessa perspectiva não 2 o professor, mas a tecnologia. professor passa a ser um mero transmissor do con7ecimento t2cnico, ou mel7or, um mero especialista na aplica3ão de manuais, estando a sua criatividade restrita aos limites e estreitos da t2cnica utilizada. figura do aluno, por sua vez, passa a se restringir a um individuo Dou ob>etoE que reage mecanicamente aos est6mulos de forma a responder as respostas esperadas pela escola, pois estas eram as atitudes esperadas pela escola, pois estas eram atitudes esperadas pela institui3ão parar que eles obtivessem ;4ito e avan3ar. s interesses dos alunos, bem como o seu processo particular dei4am de ser considerados, sendo que a aten3ão recebida limitavase a a>ustar seu ritmo de aprendizagem ao conteúdo pragmático que deve ser implementado pelo professor dentro de r6gidos cronogramas estabelecidos. Assa orienta3ão foi dada para as escolas pelos organismos oficiais durante os anos )0, e at2 7o>e está presente em muitos materiais didáticos com caráter estritamente t2cnico e instrumental. #.
Corrente S$cio% C<&ral
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caracter6stica principal desta escola 2 a sua preocupa3ão direcionada totalmente para as questeito ativo e participante na aquisi3ão e constru3ão do con7ecimento, inserido no conte4to 7istórico. É um ser prá4is, que age e reflete sobre o mundo, com o claro ob>etivo de transformálo. individuo interage, continuamente, com a sociedade, em um processo permanente de transforma3ão. ;nfase do processo educacional 2 a consci;ncia cr6tica da realidade. educa3ão deve propiciar a intera3ão plena entre o professor e o aluno, sem o caráter do oprimidoHopressor, com base no diálogo democrático e na maior liberdade dos participantes no processo ensinoH aprendizagem. rela3ão professorH aluno 2 7orizontal, desprovida de mecanismo coercivo ou repressores. metodologia adotada por esta escola baseiase na cria3ão de simula3
Corrente (&manista
Para a corrente 7umanista, o individuo 2 pe3a c7ave e principal colaborador da constru3ão dos saberes 7umanos, de modo que toda ;nfase 2 referida a vida emocional e psicológica do aluno, bem como em suas rela3unto com os próprios alunos. =essa escola não se aceita a e4ist;ncia de modelos prontos e regras pr2definidas, pois o 7omem 2 um ser em permanente evolu3ão, e a sua vida 2 um processo cont6nuo de e4erc6cio de utiliza3ão de sua capacidade parar superarse. Cessa forma, o 7omem e o con7ecimento estão em permanente e inacabado processo dial2tico, que e4ige esfor3o cont6nuo de atualiza3ão. caracter6stica fundamental desta abordagem 2 que o individuo >á nasce com a potencialidade de vir a ser. Para se ter uma visão do mundo, devese proporcionar ao aluno um ambiente de liberdade, a fim de que o mesmo possa se manifestar e se e4pressar livre e abertamente Ddentro dos princ6pios de educa3ão e civilidadeE, o que contribui para o desenvolvimento de suas potencialidades. É o próprio 7omem que constrói seu mundo real. Ciferentemente do enfoque da escola sócio cultural, o 7umanismo não enfatiza o coletivo, nem o trato social, concentrandose no próprio individuo. Ca6 que a educa3ão deve ser vista com independ;ncia suficiente para não cair na planifica3ão social, nem servir de controle coercitivo 5 manipula3ão das pessoas. =a escola 7umanista, o ensino procura gerar um ambiente prop6cio 5 aprendizagem, fazendo com que todos os alunos participem do processo educativo. Preocupase, igualmente, com a promo3ão da
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capacidade de autoaprendizagem do aluno, com vista a acelerar seu desenvolvimento intelectual e afetivo, valorizando a autonomia e a autodetermina3ão, no combate 5 7eteronomia Ddepend;ncia de tudo e de todosE. =o processo de aprendizagem, o aluno deve usar sua própria e4peri;ncia, buscando,buscando construir, ele mesmo, sua capacidade de estruturar a forma de absorver o con7ecimento, tanto no plano cognitivo, como afetivo. aprendizagem tende a ser psicologicamente significativa e envolver, politicamente os mais variados aspectos do individuo. professor, neste caso funciona com um facilitador de aprendizagem, cabendo ao aluno a responsabilidade de definir seus ob>etivos e dar significados a eles. metodologia adotada, portanto, deve promover o relacionamento interpessoal, a autonomia do educando e a troca de e4peri;ncias. s grades curriculares consistem em diretrizes, não acol7endo verdades absolutas. aluno 2 o principal responsável pela sele3ão dos conteúdos, bem como da respectiva constru3ão do con7ecimento atrav2s deles. processo de avalia3ão não contempla qualquer padroniza3ão dos resultados da aprendizagem, utilizandose mais os m2todos de autoavalia3ão e menos o poder de avalia3ão do professor. ).
*i+ertadora
Ce um modo geral, podemos dizer que a proposta brasileira atual 2 a da escola libertadora, embora não se>a a esta realidade. =o final dos anos +0 e inicio dos anos -"0, a abertura pol6tica decorrente do final do regime militar coincidiu com a intensa mobiliza3ão dos educadores em busca de uma educa3ão cr6tica a servi3o a servi3o das transforma3etivando a supera3ão das desigualdades e4istentes no interior da sociedade. o lado das denominadas teorias 8pedagogia libertadora9 e da 8pedagogia critico social dos conteúdos9, que foram as correntes adotadas pela fac3ão de educadores mar4istas. 8pedagogia libertadora9 originouse dos movimentos para a educa3ão popular que ocorreram no final da d2cada de (0 e in6cio dos anos )0, sendo interrompidos pelo golpe militar de 1/)&, para ter seu desenvolvimento retornado somente no final da d2cada de +0 e inicio dos anos -0. Nessa proposta, a atividade escolar está concentrada em discusses de temas sociais e pol!ticos, bem como em a3
problemas, seus fatores determinantes, ao mesmo tempo em que se tenta organizar uma forma de atua3ão capaz de transformar a realidade social e pol6tica do pa6s. professor passa a ser um coordenador de atividades que organiza e atua com a coparticipa3ão dos alunos. =o entanto, este movimento esteve muito mais presente nas escolas públicas nos mais variados n6veis de ensino , bem como em universidades, do que no Gmbito do ensino privado propriamente.
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Corrente Co-niti!ista
corrente cognitivista enfatiza a investiga3ão dos processos centrais do individuo, bem como a preocupa3ão com a g;nese dos processos cognitivos. Cefende a intera3ão do individuo com o meio, ou se>a, 2 interacionistaN por2m, considera a aprendizagem como um resultado que vai al2m da intera3ão do indiv6duo com o meio ambiente. ob>etivo 2 conferir capacidade ao aluno para assimilar o con7ecimento, com vistas 5 integra3ão das informa3etivo principal 2 fazer com que o aluno conquiste, gradualmente, sua autonomia intelectual. escola tem por fun3ão ensinar a crian3a a observar e a pensar, para tirar suas próprias conclus
Cr/tico social dos conte0dos
8pedagogia cr6ticosocial dos conteúdos9 surge no final dos anos +0 e inicio da d2cada de -0, no mesmo per6odo da pedagogia libertadora. *ua proposta se fundamenta na rea3ão de alguns educadores que, na 2poca, não aceitavam a pouca relevGncia que a 8pedagogia libertadora9, ou se>a, 7istoricamente acumulado que, por sua vez, deveria constituir importante parte do legado cultural da 7umanidade. 8pedagogia cr6ticosocial de conteúdos9 assegura, sobre tudo, a fun3ão social e pol6tica da escola atrav2s do permanente do trabal7o com con7ecimentos sistematizados, de forma a colocar as classes populares em condi3
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dom6nio de con7ecimentos, 7abilidades e capacidades mais amplas, capazes de conferir aos alunos a capacidade de interpretar suas e4peri;ncias de vida e, com isto, defender seus direitos individuais e interesses de classes. 11.
Pia-etiana
#om maior evid;ncia a partir dos anos -0, surge um movimento que pretende integrar tend;ncias que possu6am caráter mais psicológico com outras cu>o vi2s era mais sociológico e pol6tico. *e >á era crescente a necessidades de se preocupar com o dom6nio de con7ecimentos formais que propiciassem uma maior participa3ão ativa e cr6tica na sociedade se uma adequa3ão psicopedagógica 5s caracter6sticas de um aluno que pensa, e que, por isso, precisa ser considerado como ser integral, bem como a de um professor que, por sua vez, domina conteúdos de valor social e formativo. Asse momento 2 caracterizado pelo enfoque centrado no caráter social do processo de ensino de aprendizagem e 2, por sua vez, marcado pela influ;ncia da psicologia gen2tica. !al enfoque inseriu nas questustada 5s situa3etivos fundamentais das pesquisas de Piaget. ssim, encontramos inúmeras escolas que, atrav2s de um marIeting agressivo se autodenominam piagetianas, mesmo sem aplicarem, em suas profundas pesquisas de Piaget sobre a teoria do con7ecimento, ou sobre a evolu3ão do pensamento infantil, at2 a adolesc;ncia. 12.
Constr&ti!ista
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pesquisa sobre a psicog;nese da l6ngua escrita c7egou ao Brasil em meados dos anos -0, causando um enorme impacto nas correntes e teorias em vigor, revolucionando o ensino da l6ngua nas s2ries iniciais do ensino fundamental. o mesmo tempo, tais estados acarretam uma revisão uma revisão do tratamento conferido ao ensino e 5 aprendizagem em diversas outras áreas do saber. "ssa investigação evidencia a atividade construtiva do aluno em relação # l!ngua escrita, reconhecido objeto de estudo escolar, evidenciando
a
importante presença dos conhecimentos
espec!ficos
sobre
o
desenvolvimento da escrita já alcançada pela criança, e que, apesar de ainda não coincidirem com a dos adultos, possui sentido pr$prio para ela.
Ce acordo com sc7nitman, %& construtivismo é uma teoria post'objetiva do conhecimento que defende que o observador participa de suas observaçes e que constr$i e não descobre uma realidade, questionando assim os conceitos da verdade, objetividade e realidade(.
D!e4to não publicadoE metodologia utilizada nessas pesquisas foi, muitas vezes, interpretada como uma proposta de pedagogia construtivista para a alfabetiza3ão, o que re&presenta um duplo equ6voco: D1E a redu3ão do construtivismo 5 uma teoria psicogen2tica que tenta e4plicar a aquisi3ão da l6ngua escritaND"E e, por conseguinte, a transforma3ão de uma investiga3ão acad;mica em m2todo de ensino.Asses equ6vocos proliferamse sob o rótulo de 8pedagogia construtivista9, contribuindo erradamente para refor3ar a cren3a de que não se deve corrigir os erros das crian3as, pois, fazendo as coisas 8do seu >eito9, elas acabam 8aprendendo9 M por tentativa e erro aquilo que necessitam aprender. Anfim, o fato 2 que essa pedagogia que se intitula construtivista , ou mel7or, a má interpreta3ão da prática docente em rela3ão a seus postulados teóricos, acabou trazendo s2rios problemas no que diz respeito aos processos de ensino e aprendizagem, pois tira de foco a fun3ão primordial da institui3ão escolar que 2 ensinar, intervindo como facilitadora do processo de aprendizagem, a fim de que os alunos aprendam o que 2 correto posto que, sozin7os, teriam mais dificuldades em destrinc7ar os camin7os do con7ecimento. Am rela3ão 5 alfabetiza3ão podemos citar !erezin7a =unes, que diz: %)alve* a contribuição mais significativa que o construtivismo já ofereceu # alfabeti*ação foi au+iliar as alfabeti*adoras na tarefa de compreender as produçes da criança e saber respeitá'las como construçes genu!nas, indicadoras de processo, e não como erros absurdos. Nesse sentido, podem'se destacar dois momentos em alfabeti*ação antes e depois dos trabalhos de "milia -erreiro(.
Cessa forma, não e4iste um 8m2todo construtivista9 para a educa3ão, no sentido em que certas escolas fazem acreditar, sendo que 8construtivismo9 seria muito mais do que uma vertente ou abordagem metodológicaN mas uma postura, um ol7ar permanente do educador em rela3ão 5 autonomia do educando
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que, por sua vez, passa a ser visto e considerado como coprodutor dinGmico, ativo e autFnomo de seu próprio con7ecimento M e não mero receptáculo e depositário passivo e alienado de saberes al7eio. aluno 2 coresponsável pelo seu próprio processo de aprendizagem. A por essa razão, não se pode dispensar totalmente o 8livro didático9 como recurso, pois sua finalidade 2 a de ordenar o con7ecimento, o ensino e a aprendizagem. m livro didático bem elaborado pode funcionar como um quadro sinóptico a orientar e facilitar o processo de aprendizagem, conferindol7e consist;ncia, dinamismo efici;ncia e legitimidade. =a concep3ão construtivista, a forma como se constrói o saber 2 muito ampla, de forma que realmente se incluem as a3a, que se obt2m por resultado, 2 tão importante quanto o 8como9 e o 8porqu;9 se faz, estrat2gia que contribui para que ;nfase tamb2m se>a conferida ao processo de aprendizagem e não apenas aos resultados em si. É sempre importante lembrar que, dentro da concep3ão construtivista, a a3ão pedagógica se dará no sentido da compreensão entre dois fatores: daquilo que o ambiente dispeito potencialmente carrega Dem termos de carga gen2tica 7ereditáriaE.