“Essa memória p!blica, materiali+ada em suas próprias narrativas e em seus narradores gabaritados, nos livros de depoimentos e nas pe%as sacras, n$o só & totalmente legítima, mas tamb&m está repleta de valores importantes, como inocência, "umildade, obediência, compai#$o, perd$o, solidariedade familiar e grupal. Ela se fundamenta na e#periência vivida e em emo%3es profundamente sentidas. *as n$o dei#a de ser uma constru%$o bastante ideológica e institucional, distinta das memórias pessoais nas quais se baseia.
Memórias: *esmo quando *aurice (albWac"s afirma que a memória individual n$o e#iste, sempre escreve “eu me lembro. >or outro lado, (albWac"s descreve como um processo individual, at& solitário, uma atividade essencial da memória: o es"uecimento& Ne toda memória fosse coletiva, bastaria uma testemun"a para uma cultura inteira sabemos que n$o e assim. Cada indivíduo, particularmente nos tempos e sociedades modernos, e#trai memórias de uma variedade de grupos e as organi+a de forma idiossincrática& Como todas as atividades humanas, a memória ( social e pode ser compartilhada @ra.ão pela "ual cada indivíduo tem al!o a contri4uir para a história +social%A mas do mesmo modo que langue se op3e a parole, ela só se materiali.a nas reminiscências e nos discursos individuais& la só se torna memória coletiva "uando ( a4straída e separada da individual' no mito e no folclore uma "istória para muitas pessoas' o “bom alem$o-, na delega%$o uma pessoa para muitas "istórias' 6da OalX-, nas institui%3es su)eitos abstratos escola, 6gre)a, Estado, partido que organi+am memórias e rituais num todo diferente da soma de suas partes-. Iodos esses três tipos de memória s$o encontrados em Civitella a press$o para n$o esquecer e para e#trair memórias de um !nico grupo o círculo fec"ado dos sobreviventesmateriali+a o “controle social descrito por Cappelletto e Calamandrei como a press$o da memória “coletiva sobre a “individual. 5 memória do povoado está tamb&m socialmente dividida pelo menos se “ povoado” quiser di+er Civitella como ela & "o)e e as pessoas que lá vivem, e n$o uma imagem congelada de /;::. 5 memória das institui%3es e a memória da Resistência tamb&m s$o divididas. Ym parado#o na conferência de 5re++o foi, =s ve+es, parecer que a !nica “memória oficial ” era a da Resistência e a !nica “ideologia” a da esquerda. >or fim, at& mesmo as memórias da Resistência local s$o m!ltiplas e divididas' as vers3es contraditórias dadas pelos partisans acerca da a%$o de /D de )un"o s$o tamb&m resultado da percep%$o e da avalia%$o fragmentadas daquele acontecimento vital.
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