O Louco
PERG PERGUN UNTA TAIS IS-M -ME E co como mo me torn tornei ei louc louco. o. Aconteceu assim: Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei ue todas as min!as m"scaras tin!am sido rou#adas as sete m"scaras ue eu !a$ia confeccionado e usado em sete $idas - e corri sem m"scara pelas ruas c!eias de %ente, %rita ritanndo: &'adr(e r(es, ladr(e r(es, malditos tos ladr(es)& *omens e mul!eres riram de mim e al%uns correram para casa, com medo de mim. E, uando c!e%uei + praa do mercado, um %aroto trepado no tel!ado de uma casa %ritou: & um louco)& l!ei para cima, para $/-lo. sol #ei0ou pela primeira $e1 min!a face face nua. Pela primeira $e1, o sol #ei0a$a min!a face nua, e min!a alma inflamou-se de amor pelo sol, e n2o dese0ei mais min!as m"scaras. E, como num transe, %ritei: &3enditos, #enditos os ladr(es ue rou#aram min!as m"scaras)& Assim me tornei louco. E encontrei tanto li#erdade como se%urana em min!a loucura: a li#erdade da solid2o e a se%urana de n2o ser compreendido, pois auele ue nos compreende escra$i1a al%uma coisa em n4s.
Deus
NS ANTIGS 5IAS, uando a primeira palpita2o da lin%ua%em c!e%ou aos meus l"#ios, su#i a sa%rada montan!a e falei a 5eus, di1endo: 6Sen!or, sou Teu escra$o. Teu dese0o oculto 7 min!a lei, e o#edecer-Te-ei para sempre8. Mas 5eus n2o me responde e, como uma poderosa tempestade, tempestade, se%ui adiante. adiante. E depois de mil anos, su#i a sa%rada montan!a e no$amente falei a 5eus, di1endo: 69riador, sou Tua cria2o. 5a ar%ila me fi1este, e a Ti de$o tudo o ue sou.8 E 5eus n2o respondeu mas, como um mil!ar de asas li%eiras, se%ui adiante. E depois de outros mil anos, su#i a sa%rada montan!a e falei a 5eus no$amente di1endo: 6Pai, sou Teu fil!o. 9om piedade e amor deste-me nascimento, e mediante amor e adora2o !erdarei Teu reino.8 E 5eus n2o respondeu e, como uma ne#lina ue enco#re os montes ao lon%e, se%uiu a diante. E depois de outros mil anos, su#i a sa%rada montan!a e no$amente falei a 5eus, di1endo: 6Meu 5eus, min!a meta e min!a contempla2o, sou Teu ontem e Tu 7s min!a flor no c7u e 0untos crescemos ante a face do sol.8 Ent2o, 5eus cur$ou-se so#re mim e sussurrou pala$ras doces ao meu ou$ido, e, tal como o mar
en$ol$e um arroio ue corre para ele, assim Ele me en$ol$eu. E uando desci aos $ales e +s plan;cies, 5eus esta$a tam#7m l". Meu Amigo
MEU AMIG, n2o sou o ue pareo. ue pareo 7 apenas uma $estimenta ue uso - uma $estimenta cuidadosamente tecida, ue me prote%e de tuas per%untas e te prote%e de min!a ne%li%/ncia. Meu ami%o, o Eu em mim mora na casa do sil/ncio, e l" dentro permanecer" para sempre, desperce#ido, inalcan"$el. N2o uereria ue acreditasses no ue di%o nem confiasses no ue fao - pois min!as pala$ras s2o teus pr4prios pensamentos em articula2o e meus feitos, tuas pr4prias esperanas em a2o.
insinua atra$7s do $ale: porue n2o podes ou$ir as can(es de min!as tre$as nem $er min!as asas #atendo contra as estrelas - e eu prefiro ue n2o ouas nem $e0as. Gostaria de ficar a s4s com a noite. erdade e a 3ele1a e a Retid2o. E eu, por tua causa, di%o ue 7 #om e decente amar essas coisas. Mas no meu cora2o, rio-me de teu amor. Mas n2o %ostaria de ue $isses meu riso. Gostaria de rir so1in!o. Meu ami%o, tu 7s #om e cauteloso e s"#io. N2o, tu 7s perfeito - e eu, tam#7m falo conti%o s"#ia e cautelosamente. E entretanto, sou louco. Por7m, mascaro min!a loucura. Prefiro ser louco so1in!o: Meu ami%o, tu n2o 7s meu ami%o, mas como te farei compreender? Meu camin!o n2o 7 teu camin!o. 9ontudo, 0untos marc!amos, de m2os dadas. O Espantalho
UMA >E@, disse eu a um espantal!o: 65e$es
estar cansado de permanecer a; nesse campo solit"rio.8 E ele me respondeu: 6 pra1er de espantar 7 profundo e duradouro, e 0amais me canso.8 5epois de um minuto de refle2o, retruuei: 6 $erdade pois eu tam#7m 0" con!eci esse pra1er.8 Respondeu: 6S4 podem con!ec/-lo aueles ue est2o c!eios de pal!a.8 5epois, deiei-o, sem sa#er se ele me elo%iara ou in0uriara. Passou-se um ano, durante o ual o espantal!o se tornou um fil4sofo. E uando passei no$amente perto dele, $i dois cor$os fa1endo nin!o de#aio de seu c!ap7u. As Sonâmbulas
NA 9I5A5E onde nasci, $i$iam uma mul!er e sua fil!a. E am#as eram sonBm#ulas. Uma noite, uando o sil/ncio en$ol$ia o mundo, a mul!er e a fil!a, camin!ando no sono, encontraram-se no 0ardim, meio $elado pela ne#lina. E a m2e falou: 6Por fim, por fim, min!a inimi%a) Auela por uem min!a 0u$entude foi destroada, ue construiu sua $ida so#re as ru;nas da min!a) Pudesse mat"-la.8 E a fil!a falou: 6C odiosa mul!er, $el!a e e%o;sta, ue se antep(e entre mim e meu Eu li$re, ue %ostaria de fa1er de min!a $ida um eco de sua $ida
fanada)
UM 5IA, um c2o s"#io passou por um %rupo de %atos. E como se aproimasse e $isse ue eles esta$am muito a#sortos e n2o o notaram, parou. Ent2o, le$antou-se no meio do %rupo um %ato %rande e si1udo, ol!ou para os outros e falou: 6Irm2os, orai pois uando ti$erdes orado e orado sem du$idar, decerto c!o$er2o ratos.8 Ao ou$ir essas pala$ras, o c2o riu-se no seu ;ntimo e afastou-se di1endo: 6C %atos ce%os e tolos) 9omo se n2o esti$esse escrito e eu n2o ten!a sa#ido, e meus pais antes de mim, ue o ue c!o$e, com re1as e f7 e s=plicas, n2o s2o ratos, mas ossos)8 Dois Eremitas
NUMA MNTAN*A solit"ria, $i$iam dois eremitas ue adora$am a 5eus e se ama$am um ao outro. ra, esses dois eremitas tin!am uma ti%ela de
#arro ue era a =nica coisa ue possu;am. Um dia, um esp;rito mau entrou no cora2o do eremita mais $el!o, e ele procurou o mais moo e disse-l!e: 6Da1 muito tempo, 0", ue $i$emos 0untos. 9!e%ou a ocasi2o de nos separarmos. 5i$idamos nossos #ens.8 Ent2o, o mais no$o entristeceu-se e disse: 6Afli%e-me, irm2o, ue tu me deies. Mas se tens necessidade de partir, se0a assim.8 E troue a ti%ela de #arro e deu-a ao outro, di1endo: 6N2o podemos di$idila, irm2o.
Dar e Receber
UMA >E@, !a$ia um !omem ue tin!a um $ale c!eio de a%ul!as. E, um dia, a m2e de Fesus foi a ele e disse-l!e: 6Ami%o, a roupa de meu fil!o est" ras%ada e preciso remend"-la antes ue ele $" ao tempo. Podes dar-me uma a%ul!a?8 E ele n2o l!e deu uma a%ul!a, mas um discurso erudito so#re 5ar e Rece#er, para ue o le$asse a seu fil!o antes ue ele fosse ao templo. Os Sete Eus
NA *RA mais sosse%ada da noite, uando eu me encontra$a meio adormecido, meus sete Eus sentaram-se e assim con$ersaram, em sussurro: Primeiro Eu: Aui, neste louco, ten!o !a#itado todos os anos, sem coisa al%uma a fa1er sen2o reno$ar sua dor durante o dia e distrair sua triste1a + noite. N2o posso suportar mais tempo meu fado e a%ora me re#elo. Se%undo Eu: Tua sorte 7 mel!or ue a min!a, irm2o, pois fui incum#ido de ser o Eu ale%re deste louco. Rio suas risadas e canto suas !oras feli1es, e com 7s de tr/s asas dano seus mais #ril!antes pensamentos. Eu 7 ue de$o re#elar-me contra min!a fati%ante eist/ncia. Terceiro Eu: E ue direi eu, o Eu do amor, o
ti2o inflamado de #"r#aras pai(es e fant"sticos dese0os? Sou eu, o Eu doente de amor, ue me re$olto contra este louco.
seis ol!aram-no com pena, mas n2o disseram mais nada. E, enuanto a noite ia ficando mais profunda, um ap4s o outro foram adormecendo, en$oltos numa no$a e feli1 su#miss2o. Mas o s7timo Eu permaneceu acordado a ol!ar para o nada, ue est" atr"s de todas as coisas. Guerra
UMA NITE, reali1ou-se uma festa no pal"cio, e $eio um !omem e prosternou-se diante do pr;ncipe, e todos os participantes da festa ol!aram para ele, e notaram ue um dos seus ol!os esta$a arrancado e ue a 4r#ita $a1ia san%ra$a. E o pr;ncipe per%untou-l!e: 6
necess"rios para ue eu possa $er os dois lados da fa1enda ue teo. Mas ten!o um $i1in!o ue 7 sapateiro remend2o e possui tam#7m dois ol!os e, em seu tra#al!o, os dois ol!os n2o s2o necess"rios.8 Ent2o o pr;ncipe mandou c!amar o sapateiro. E ele $eio. E tiraram-l!e um dos ol!os. E a 0ustia foi feita. A Raposa
UMA RAPSA ol!ou para sua som#ra, ao nascer do dia, e disse: 6Preciso de um camelo para o almoo de !o0e.8 E passou a man!2 toda procurando camelos. Mas, ao meio-dia, ol!ou no$amente para sua som#ra e disse: 6Um rato #astar".8 O Rei Sábio
UMA >E@, %o$erna$a a distante cidade de irani um Rei, ue era poderoso e s"#io. E era temido por seu poder e amado por sua sa#edoria. ra, no cora2o dauela cidade !a$ia um poo cu0a "%ua era fria e cristalina, e dela #e#iam todos os !a#itantes, at7 mesmo o Rei e seus cortes2os porue n2o !a$ia outro poo. Uma noite, uando todos dormiam, uma feiticeira entrou na cidade e $erteu no poo sete %otas de um l;uido estran!o e disse: &5ora$ante, uem
#e#er desta "%ua ficar" louco&. Na man!2 se%uinte, todos os !a#itantes, menos o Rei e seu lorde 9amarista, #e#eram da "%ua do poo e ficaram loucos, tal como a feiticeira tin!a predito. E durante auele dia, os !a#itantes, nas ruas estreitas e nos mercados, n2o fa1iam sen2o sussurrar, uns aos outros: & Rei est" louco. Nosso Rei e seu 'orde 9amarista perderam a ra12o. Naturalmente n2o podemos ser %o$ernados por um Rei louco. Precisamos destron"-lo&. Nauela noite, o Rei mandou ue enc!essem com "%ua do poo uma taa dourada. E uando l!a troueram, dela #e#eu copiosamente, e deu a #e#er ao seu 'orde 9amarista. E !ou$e %rande re%o1i0o nauela distante cidade de irani, porue o Rei e o 'orde 9amarista tin!am recuperado a ra12o. Ambição
TRHS *MENS encontraram-se + mesa de uma ta$erna. Um era um tecel2o, o se%undo, um carpinteiro e o terceiro, um pe2o. 5isse o tecel2o: 6>endi !o0e uma fina mortal!a de lin!o por duas peas de ouro. 3e#amos todo o $in!o ue uisermos.8 6E eu,8 disse o carpinteiro, 6$endi meu mel!or cai2o. Teremos um %rande assado com
$in!o.8 6E somente ca$ei uma co$a,8 disse o pe2o, 6mas meu patr2o pa%ou-me o do#ro. Peamos tam#7m #olos de mel.8 E, por toda auela noite, a ta$erna este$e mo$imentada, porue eles constantemente pediam $in!o e carne e #olos. E esta$am ale%res. E o ta$erneiro esfre%a$a as m2os e sorria para a mul!er pois seus fre%ueses esta$am %astando lar%amente. E uando partiram, a lua esta$a alta no c7u, e eles camin!a$am pela estrada, cantando e soltando %ritos. ta$erneiro e sua mul!er ficaram de p7 + porta da ta$erna a ol!arem para eles. 6A!)8 disse a mul!er, 6ue ca$al!eiros) T2o %enerosos e t2o ale%res) Se eles pudessem tra1er-nos a mesma sorte todos os dias) Ent2o, nosso fil!o n2o precisaria ser ta$erneiro e tra#al!ar t2o duramente. Poder;amos educ"-lo, e ele poderia ser um sacerdote.8 O o!o "ra#er
A NITE PASSA5A, in$entei um no$o pra1er, e, uando esta$a eperimentando-o pela primeira $e1, um an0o e um demnio sur%iram correndo para a min!a casa. E encontraram-se diante da porta e puseram-se a #ri%ar um com o outro acerca
do meu pra1er rec7m criado, %ritando um: 6 um pecado)8 e o outro: 6 uma $irtude)8 O Outro $%ioma
TRHS 5IAS ap4s meu nascimento, uando eu esta$a deitado em meu #ero de seda, ol!ando com assom#ro o mundo no$o + min!a $olta, min!a m2e falou + ama-de-leite, di1endo: 69omo est" o meu fil!o?8 E A AMA-5E-'EITE RESPN5EU: 6Est" #em, sen!ora. Alimentei-o tr/s $e1es, e nunca $i antes um #e#/ t2o ale%re na sua idade.8 Diuei indi%nado, e %ritei: 6N2o 7 $erdade, m2e. Meu leito 7 duro o leite ue su%uei 7 amar%o + min!a #oca e o c!eiro do seio 7 repu%nante +s min!as narinas e me sinto muito infeli1.8 Mas min!a m2e n2o compreendeu, nem a ama-de-leite, porue o idioma ue eu fala$a era o do mundo de onde tin!a $indo. E no $i%7simo-primeiro dia de min!a $ida, uando esta$a sendo #ati1ado, o padre disse + min!a m2e: 6A sen!ora de$e naturalmente sentir-se feli1, por seu fil!o ter nascido crist2o.8 E eu fiuei surpreso - e disse ao padra: 6Ent2o, sua m2e, no 97u, de$e sentir-se infeli1, porue o sen!or n2o nasceu crist2o.8 Mas o padre tam#7m n2o entendeu min!a
l;n%ua. E, depois de sete luas, um dia, um adi$in!o ol!ou para mim e disse + min!a m2e: 6Seu fil!o ser" um estadista e um %rande l;der de !omens.8 Mas eu %ritei: 6Isso 7 uma profecia falsa, porue serei um m=sico, e nada mais do ue um m=sico serei.8 Mas nauela idade, meu idioma n2o foi compreendido - e %rande foi meu espanto. E depois de trinta e tr/s anos, durante os uais min!a m2e e a ama e o padre morreram a som#ra de 5eus este0a so#re seus esp;ritosJ, o adi$in!o ainda $i$e. E ontem, encontrei-o perto da porta do templo. E, uando con$ers"$amos, ele disse: 6Eu sempre sou#e ue $oc/ se tornaria um %rande m=sico. At7 mesmo, em sua infBncia, profeti1ei e predisse seu futuro.8 E acreditei nele - porue a%ora eu tam#7m esueci a l;n%ua dauele outro mundo. A Romã
UMA >E@, uando $i$ia no cora2o de uma rom2, ou$i uma semente di1er: 6Al%um dia, eu me tornei uma "r$ore, e o $ento cantar" em meus ramos, e o sol danar" so#re min!as fol!as, e serei forte e #ela durante todas as esta(es.8 Ent2o, outra semente falou e disse: 6
son!os. Mas a%ora posso pesar e medir as coisas, e $e0o ue min!as esperanas eram $2s.8 E uma terceira semente falou tam#7m: 6N2o $e0o em n4s nada ue prometa um futuro t2o %randioso.8 E uma uarta disse: 6Mas ue pal!aada seria nossa $ida, sem um futuro maior)8 5isse a uinta: 6Por ue discutir so#re o ue seremos se n2o sa#emos seuer o ue somos?8 Mas uma seta replicou: 6Se0a o ue for ue se0amos, assim continuaremos a ser.8 E uma s7tima disse: 6Ten!o uma id7ia muito clara de como tudo ser" mas n2o consi%o transmiti-la em pala$ras.8 Ent2o, uma oita$a falou, e uma nona, e uma d7cima, e depois muitas - at7 ue todas esta$am falando, e n2o pude distin%uir mais nada de tantas $o1es. Por isso, mudei-me, nauele mesmo dia, para o cora2o de um marmelo, onde as sementes s2o poucas e uase silenciosas. &aulas e Gaiola
N FAR5IM de meu pai, 0" uma 0aula e uma %aiola. Na 0aula !" um le2o, ue os escra$os de meu pai troueram do deserto de Nina$a!. Na %aiola, !" um pardal ue n2o canta.
Todos os dias, pela aurora, o pardal se diri%e ao le2o, di1endo: 63om dia para ti, irm2o prisioneiro.8 'r(s )ormigas
TRHS DRMIGAS encontraram-se so#re o nari1 de um !omem ue dormia ao sol. E, depois de !a$erem-se cumprimentado umas +s outras, cada uma de acordo com o costume de sua tri#o, puseram-se a con$ersar. A primeira formi%a disse: 6Estes montes e plan;cies s2o os mais est7reis ue 0" con!eci. Passei o dia todo procurando um %r2o de ualuer esp7cie e n2o encontrei nada.8 5isse a se%unda formi%a: 6Tam#7m n2o encontrei nada, em#ora ti$esse $isitado cada recanto e cada clareira. Est" 7, creio eu, o ue meu po$o c!ama de terra mole, mo$edia, onde n2o cresce nada.8 Ent2o, a terceira formi%a er%ueu a ca#ea e disse: 6Min!as ami%as, n4s estamos nesse momento so#re o nari1 da Dormi%a Suprema, a poderosa e infinita Dormi%a, cu0o corpo 7 t2o %rande ue nem podemos $/-lo, cu0a som#ra 7 t2o $asta ue nem podemos traa-la, cu0a $o1 7 t2o alta ue nem podemos ou$i-la. E Ela 7 onipresente.8
seu sono, er%ueu a m2e e coou o nari1, e as tr/s formi%as foram esma%adas. O Co!eiro
UMA >E@, enuanto eu esta$a sepultando um dos meus Eus mortos, o co$eiro passou por mim e disse: 65e todos os ue $/m aui para sepultar, 7s o =nico ue amo.8 Respondi: 6Ale%ras-me imensamente com tuas pala$ras. Mas di1e-me por fa$or por ue me amas?8 Porue eles c!e%am c!orando e partem c!orando, e tu c!e%as rindo e partes rindo. o 'emplo
NTEM + tarde, nos de%raus de m"rmore do Templo, $i uma mul!er sentada entre dois !omens. Um lado de seu rosto esta$a p"lido o outro, enru#escido. A Ci%a%e Santa
NA MIN*A FU>ENTU5E, constaram-me ue !a$ia uma cidade onde todos $i$iam de acordo com as Escrituras. E eu disse: 6Procurarei essa cidade e a #/n2o
ue nela !".8 E era distante. E di1 %randes pro$is(es para min!a 0ornada. E depois de uarenta dias, contemplei a cidade e no uadra%7simo-primeiro dia, nela entrei. E o!) todos os !a#itantes s4 tin!am um ol!o e uma m2o. E fiuei assom#rado, e disse comi%o: 6Ser" ue para $i$er nesta cidade santa, de$e-se ter apenar um ol!o e uma m2o?8 Ent2o, $i ue eles tam#7m esta$am assom#rados por min!as duas m2os e meus dois ol!os. E, enuanto fala$am entre si, interro%uei-os, di1endo: 6 esta, realmente, a 9idade Santa, onde todo !omem $i$e de acordo com as Escrituras?8 E responderam: 6Sim, esta 7 a cidade.8 6E ue aconteceu con$osco,8 per%untei, 6e onde est2o $ossos ol!os direitos e $ossas m2os direitas?8 E eles ficaram perpleos diante de min!a i%norBncia. E disseram: 6>em e $/.8 E le$aram-me ao templo, no centro da cidade. E no templo, $i um mont2o de m2o e ol!os, todos murc!os. E per%untei: 6Ai) ue conuistador cometeu esta crueldade para con$osco?8 E !ou$e um murm=rio entre eles. E um dos mais $el!os adiantou e disse: 6N4s mesmos fi1emos isto. 5eus nos fe1 $encedores do mal ue !a$ia em n4s.8 E le$ou-me a um altar ele$ado, e todo o po$o
nos se%uiu. E ele mostrou-me, acima do altar, uma inscri2o %ra$ada, e li: 6Se teu ol!o direito te escandali1ar, arranca-o e 0o%a-o fora porue 7 mel!or para ti ue um dos teus mem#ros perea, do ue teu corpo inteiro se0a laado no inferno. E se tua m2o direita te escandali1ar, corta-a e 0o%a-a fora porue 7 mel!or para ti ue um dos teus mem#ros perea, do ue todo o teu corpo se0a lanado no inferno.8 Ent2o compreendi. E $oltei-me para o po$o todo e %ritei: 6Nen!um !omem ou mul!er, entre $4s, tem dois ol!os e duas m2os?8 E responderam-me di1endo: N2o, nen!um. N2o !" nin%u7m inteiro, a n2o ser os ue s2o ainda demasiadamente 0o$ens para ler as Escrituras e compreender seu mandamento.8 E uando sa;mos do templo, deiei imediatamente auela 9idade A#enoada pois n2o era demasiadamente 0o$em, e podia ler as Escrituras. O *em e o Mal
5EUS do 3em e o 5eus do Mal encontraram-se no cume de uma montan!a. 5eus do 3em disse: 63om dia para ti, irm2o.8 5eus do Mal n2o respondeu. E o 5eus do 3em disse: 6Est"s !o0e de mau !umor.8 6Sim,8 disse o 5eus do Mal, 6Porue
recentemente ten!o sido muitas $e1es confundido conti%o, c!amado pelo teu nome e tratado como se eu fosse tu, e isto n2o me a%rada.8 E o 5eus do 3em disse: 6Mas eu tam#7m ten!o sido confundido conti%o e c!amado pelo teu nome.8 E o 5eus do Mal foi-se em#ora, amaldioando a estupide1 do !omem. Derrota
5ERRTA, min!a 5errota, min!a solid2o e meu isolamento, para mim mais cara do ue um mil!ar de triunfos, E mais doce ao meu cora2o do ue toda a %l4ria do mundo. 5errota, min!a derrota, meu autocon!ecimento e meu desafio, Por ti sei ue sou ainda 0o$em e de p7s li%eiros E acima da cilada de laur7is ue murc!am. E em ti encontrei a solid2o E a ale%ria de ser e$itado e desden!ado. 5errota, min!a 5errota, min!a #ril!ante espada e meu escudo, Em teus ol!os li
E ser alcanado #eneficia apenas os outros E, como um fruto maduro, cair e ser consumido. 5errota, min!a 5errota, min!a ousada compan!eira, u$ir"s min!as can(es e meus %ritos e meus sil/ncios, E nin%u7m sen2o tu me falar"s do #ater das asas, E da a%ita2o dos mares, E das montan!as ue ardem + noite, E s4 tu escaldar"s as roc!as e pen!ascos da min!a alma. 5errota, min!a 5errota, min!a cora%em ue nunca morre, Tu e eu riremos 0untos com a tempestade, E 0untos ca$aremos tum#as para tudo o ue morre em n4s, E ficaremos de p7 ao sol com uma $ontade indom"$el, E seremos peri%osos.