hipnotismo é uma ciência fascinante. Aos olhos da grande maioria, o hipnotista ainda se apresenta como o homem que faz dormir e que impõe a sua vontade à vontade dos outros. É o homem que tem fôra. ! uma fôra tôda especial, universalmente am"icionada. # $ % &or isso, psicol'gicamente falando, as restriões que se vêm fazendo à pr(tica e à difus)o do hipnotismo, ainda as mais sensatas e eruditas * , e+cluem, automàticamente, a primeira pessoa. inguém -amais se manifestou contra o hipnotismo prprio, sen)o /nicamente contra o hipnotismo dos outros. 0s hipnotistas s)o not'riamente achacados1 de sentimentos am"iciosos e e+clusivistas, tanto os de palco como os de c(tedra2. )o gostam de difundir seus segredos e geralmente n)o poupam sacrif3cios para neutralizar uma poss3vel concorrência. É que hipnose é sugest)o, e sugest)o, prest3gio. 0 prest3gio, por sua vez, motivo de ci4me. !+ige e+clusividade. )o estranhemos que muitos dos entraves encontrados pelo desenvolvimento do hipnotismo, incluindo celeumas5 , malentendidos e, inclusive, ameaas de persegui)o penal, provenham dos prprios praticantes desta ciência, que tantos "enef3cios ainda promete na luta contra os males da 6umanidade. As dificuldades do hipnotismo derivam, pois, de sua prpria natureza, de sua notria comple+idade, de seu car(ter um tanto quanto espetacular, das manifestaões psicolgicas que envolvem, em grau mais ou menos comprometedor, a maioria dos seus estudiosos e praticantes, de seu vinculamento histrico às pr(ticas si"ilinas7 e crenas no so"renatural, aliado a uma ignor8ncia ainda "astante generalizada a seu respeito. 9udo isso a tornar o hipnotismo um assunto, sen)o declaradamente suspeito, ao menos melindroso: . 0 p4"lico, de um modo geral, ainda lhe conserva um temor supersticioso, e as ciências ortodo+as dêle se apro+imam com receio e cautela. ;as, como quer que se-a, a situa)o est( melhorando. Aps um cochilo, um per3odo de esquecimento de uns vinte ou trinta anos, o hipnotismo, segundo o testemunho de renomados historiadores, cele"ra em nossos dias seu terceiro renascimento. otadamente depois da << =uerra ;undial, vem se verificando um revigoramento no interêsse pela técnica, pelo estudo e pela aplica)o hipnticas. !ssa redesco"erta ou volta triunfal da hipnose, assinalada entre outras coisas por diversas pu"licaões importantes, notadamente na !uropa e nos !stados >nidos, é largamente devida à psican(lise. ?( n)o *
# * $ : povo atribui ao (ipnotista o poder de agir sSbre animais e até sSbre plantas, fazendo-as murc(ar e morrer. + Tue ou aquele que tem erudição) instrução vasta e variada. BaltratadoU BolestadoU ;cusadoU !ac(ado. Cadeira pontif"cia, ou professoral. E 9arul(oU ;lgazarra. I >elativo a sibila) &ntre os antigos, profetisa, feiticeiraU Dif"cil de compreender. J DelicadoU Aens"velU &mbaraçoso.
?;>< @&=AAB;88 : =18:!=AB: se tenta negar que a técnica hipntica, com suas "ases psicolgicas modernas, é uma conseq@ência direta da orienta)o e penetra)o psicanal3ticas. omo ramo leg3timo da ciência do conhecimento e do contrôle da natureza humana, o hipnotismo é apontado como uma das poucas armas eficientes de que dispõe a 6umanidade em sua luta incessante contra os males que a afligem. Bo" o seu efeito a"remC se realmente chances inestim(veis para o ê+ito terapêutico. >m dos reparos cl(ssicos feitos ao hipnotismo é o de sua utiliza)o em demonstraões p4"licas. 0 autor dêste tra"alho, em"ora veterano na psican(lise e psiclogo em uma das maiores penitenci(rias, onde orienta em regime de recupera)o mais de mil detentos, realizou centenas de demonstraões p4"licas e colheu as impressões mais autorizadas e insuspeitas, segundo as quais um espet(culo de hipnotismo pode ser mais do que um mero espet(culo de curiosidade, divertido e interessante. Dem a propsito o testemunho de dois eminentes educadores, respectivamente o &adre Eoe"mann, professor catedr(tico da >niversidade atlica, e =uido de ;aforeschi, pseudônimo que esconde um pastor protestante e conhecido -ornalista de B)o &aulo…
4+m espet#culo que " uma li&ão da nossa grandeza e ignorância 5 declara o primeiro, e continua 5 filsofo 6ant se e$tasiava com as maravilhas do firmamento celeste como com as do 4firmamento7 da consci8ncia ps9quico:moral do homem. 6arl ;eissmann levantou aos seus ouvintes o v"u do nosso maravilhoso e tão pouco conhecido psiquismo, abrindo horizontes< fazendo ver e sentir estas maravilhas7. B)o de =uido de ;aforeschi as palavras a"ai+o F
4Not#vel o trabalho do prof. ;eissmann, agora no 3unicipal. ad=etivo não nos vem > mente senão ao t"rmino de seu trabalho de ontem. Não que tenha havido qualquer reserva quanto > honestidade ou mesmo quanto a qualquer m9nima circunstância no processo de quanto l# se realiza. *udo claro, tudo evidente, tudo no m#$imo respeito da verdade cient9fica. Por isso mesmo " que se compreendeu ao fim, que essa obra do professor ;eissmann foge >qu8le sentido superficial e comum de espet#culo, de coisa para ver. ? coisa que sugere ser verdade, e que abre > mente curiosa todo um mundo ainda apenas entrevisto nos dom9nios da psiquiatria e das investiga&@es para al"m nas veredas interiores do homem. E mais A naqueles convites ao inconsciente, para um bem:estar e uma paz interior na solu&ão dos problemas, aquilo penetra realmente os 9ntimos escaninhosB do paciente para um sentido de serenidade, de paz, de compenetra&ão da vida. Not#vel, portanto, pelo sentido cient9fico e Ctil, o que ficou patente2 aos olhos de quantos l# estiveram. s pacientes não foram apenas pacientes. )l"m de volunt>riamente dispostos >s e$peri8ncias, cremos que colheram benef9cios dos trabalhos que a=udaram a realizar. Não se tem um mero espet#culo de curiosidade A tem:se uma e$posi&ão de fatos s"rios e P L
1equeno compartimento em gaveta, cofre, armário, etc. ;bertoU ;cess"velU ClaroU &vidente.
?;>< @&=AAB;88 : =18:!=AB:
suscet9veis de produzir benef9cios no equil9brio da personalidade7. As transcriões acima n)o têm por finalidade destacar qualidades pessoais do autor, sen)o /nicamente dei+ar patente que o hipnotismo de palco em si n)o constitui necessàriamente um desservio para a ciência, desde que se lhe eleve o n3vel e que se o apresente de forma sincera, transmitindo ao p4"lico um sentido de "eleza e de verdade. Gespertando a curiosidade e o interêsse p4"licos, espet(culos desta natureza contri"uem para uma difus)o mais ampla dos aspectos cient3ficos dêsse ramo leg3timo da psicologia. ! n)o /nicamente as massas populares, sen)o tam"ém as classes acadêmicas costumam "eneficiarCse com êsse gênero de divers)o. este pa3s cou"e ao autor dêste tra"alho a responsa"ilidade de ter ministrado os primeiros cursos de hipnotismo e suas técnicas a turmas de médicos e dentistas, muitos dos quais vêm empregando essas técnicas com grande proveito para a ciência médica e odontolgica. ! n)o foram as conferências ou pu"licaões cient3ficas, mas, sim, as demonstraões p4"licas, realizadas em teatros e 9Ds, que inspiraram a no"re iniciativa. Aos que ainda insistem em propalar H que a hipnose médica nada ou quase nada tem em comum com o hipnotismo de palco e da televis)o e que êsse 4ltimo desfigura necessàriamente a verdadeira natureza dos fenômenos hipnticos e que s consegue impressionar e convencer a ignorantes, opomos o testemunho do prprio Ir e u d F JKuando ainda estudante L declara Ireud em sua auto"iografia L assisti a uma demonstra)o p4"lica do JmagnetizadorM 6 a n s e n. otei como um dos Jsu-ets*NJ adquiriu palidez cadavérica ao entrar na rigidez cataléptica**. ! a palidez perdurou durante todo o transe. Ioi o que consolidou, de uma vez por tôdas, minha convic)o em rela)o à legitimidade dos fenômenos hipnticos.M # $ % egar ao hipnotismo sua adequa)o ao palco é desconhecerClhe a natureza essencialmente dram(tica. 0 hipnotismo é, por defini)o, dramatiza)o, anima)o e ativa)o de idéias. É teatro por e+celência, conforme veremos mais adiante. &or outro lado, a hipnose é uma técnica no contrôle das condiões psicossom(ticas, e das mais eficientes, o que equivale a dizer que é uma chance terapêutica nada desprez3vel. Oastaria considerar que P7Q das doenas consideradas até ho-e org8nicas, s)o na realidade de origem emocional #funcional%. &ortanto, suscet3veis de tratamento hipnoter(pico. ! temos de considerar ainda a aplica)o da hipnose na vida cotidiana em situaões n)o especRficamente terapêuticas. 0s maiores e+poentes*1 do hipnotismo cient3fico contempor8neo recomendam, por isso, uma cola"ora)o mais estreita entre os hipnotistas leigos e os hipnotistas médicos, visando uma mais ampla e e+ata compreens)o do fenômeno em aprêo*2. 0 o"-etivo dêste livro é mostrar o que é a hipnose, à luz dos nossos conhecimentos a respeito até a data presente, realando seu valor e import8ncia cient3ficosS indicar a sua aplica)o e, na medida do poss3vel, ensinar a hipnotizar. K
!ornar pblicoU DivulgarU 1ropagar. 1essoa a ser (ipnotizadaU 1acienteU Cliente. ++ >elativo a, ou atacado de catalepsia) &stado em que se observa rigidez dos msculos, permanecendo o paciente na posição em que é colocado. * # * $ Aigmund Wreud) Aelbstdarstellung, A. +L, =mago 1ublis(ing C:. epresentante ilustre duma classe, profissão, etc. + Malor em que se tem algoU Consideração. +V
?;>< @&=AAB;88 : =18:!=AB: !+cusado*5 ser( dizer que cada um dêsses três o"-etivos faria -us a um volume a parte, comportando o 4ltimo ainda algumas aulas pr(ticas, -( que a capacidade psicolgica e o desem"arao necess(rio para uma eficiente hipnotiza)o n)o se adquirem fàcilmente através de simples leitura. &or outro lado, ca"e no caso a pondera)o, segundo a qual os e+pedientes hipnticos dominam, em"ora de forma Jn)oCsistem(ticaM, toda nossa vida social, doméstica e profissional. 0 leitor, qualquer que êle se-a, -( e+perimentou e e+erce, em grau maior ou menor, a técnica hipntica no conv3vio cotidiano com os seus semelhantes. ! muitos s)o autênticos hipnotizadores avant la lettre , a e+emplo do personagem da pea de ;olliTre, que, -( velho, casualmente, em conversa com um professor, desco"riu que durante tôda sua vida fizera JprosaM sem o sa"er. a parte técnica, o livro é necessàriamente um tanto repetitivo e montono. É êste, no entanto, um aspecto inerente aos processos de aprendizado em geral e ao tratamento hipntico em particular. >m dos fatôres hipnotizantes mais decisivos é, conforme veremos, a monotonia , a monotonia nos motivos sugeridos e so"retudo na maneira de suger3Clos, incluindo a monotonia do olhar, da voz e dos gestos. Ge um modo geral, as coisas se tornam hipnticas pela monotonia e montonas pela repeti)o. !m compensa)o, o leitor ter( na parte tericos aspectos mais variados e menos mon'tonamente instrutivos.
+E
&scusado) =ntilU Desnecessário.
?;>< @&=AAB;88 : =18:!=AB:
= =A!X>=; D: =18:!=AB: 1>F-=A!X>=; ; prática do (ipnotismo é, sabidamente, vel(a. Mel(a como a prpria umanidade, conforme o provam os ac(ados arqueolgicos e ind"cios psicolgicos pre(istricos. &m sua origem, o (ipnotismo aparece envolto num manto de mistérios e superstiç/es. :s fenSmenos (ipnticos não eram admitidos como tais. Aeus praticantes freqYentemente se diziam simples instrumentos da vontade misteriosa dos céus. &nviados diretos de Deus ou de Aatanás. &ram feiticeiros e bru'os, shamans e medicinemen. Auas curas eram levadas invariàvelmente à conta dos milagres. &mbora o (ipnotismo tivesse abandonado 3sse terreno, ingressado cada vez mais no campo das atividades cient"ficas, tornando-se matéria de compet3ncia psicolgica, ainda aparecem, em intervalos irregulares, em todos os quadrantes da terra, (ipnotistas do tipo pre(istrico, a realizar 5curas ine'plicáveis6 e a dar trabal(o às autoridades. Dei'ando de lado a parte sibilina e supersticiosa, os fenSmenos produzidos pela técnica (ipntica 2á eram observados como tais, na vel(a civilização babilSnica, na 4récia e na >oma antigas. 8o &gito e'istiam os 5!emplos dos Aon(os6, onde se aplicavam aos 5pacientes6 sugest/es terap3uticas enquanto dormiam. 0m papiro de nada menos que tr3s mil anos contém instruç/es técnicas de (ipnotização, muito semel(antes às que encontramos nos métodos contempor%neos. =nmeras gravuras daquela época mostram sacerdotes-médicos colocando em transe (ipntico presum"veis pacientes. :s gregos realizavam peregrinaç/es a &pidaurus, onde se encontrava o templo do Deus da Bedicina, &sculápio. ;li, os peregrinos eram submetidos à (ipnose pelos sacerdotes, os quais invocavam alucinatriamente a presença de sua divindade a indicar os poss"veis e'pedientes de cura. ;s sacerdotisas de Zsis, postas em estado de transe, manifestavam o dom da clarivid3nciaU (ipnotizadas, revelavam ao Wara fatos distantes ou fatos ainda a ocorrer. Aemel(antemente, os oráculos e as sibilas articulavam suas profecias sob o efeito do transe auto-(ipntico. 1ela auto-(ipnose se e'plica também a anestesia dos mártires, que se submetiam às maiores torturas, sem dar o menor sinal de sofrimento. :s sacerdotes de Caem recorriam à (ipnose em massa para mitigar +I os descontentamentos coletivos. Dentre os grandes (omens, sábios, filsofos e l"deres religiosos, que se dedicaram ao (ipnotismo, figura ;vicena, no século [U 1aracelso, no século [M=, e muitos outros. &m plena =dade Bédia, >ic(ard Biddleto\n #>icardo Bédia-Mila$, disc"pulo de Aão 9oa Mentura, elaborou um tratado alentado+J sSbre os fenSmenos que mais tarde recon(ecer"amos como (ipnticos. : oriente, ainda mais do que o :cidente, vem mantendo uma tradição ininterrupta na prática (ipntica. :s métodos ]ogas são considerados dignos de atenção cient"fica até +I +J
?;>< @&=AAB;88 : =18:!=AB: os nossos dias. Dentre os (indus, mongis, persas, c(ineses e tibetanos, a (ipnose vem sendo e'ercida (á mil3nios, ainda que preponderantemente+P para fins religiosos, não se sabendo ao certo até que ponto sua verdadeira natureza ali está sendo con(ecida. : 1;D>& 4;AA8&> 8a segunda metade do século [M===, na ;leman(a do Aul, apareceu um padre 2esu"ta, de nome 4assner. &ra um padre um tanto teatral. >ealizava curas espetaculares numa dezena de mil(ares de pessoas. ; fim de assegurar-se a aprovação da =gre2a, e'plicava seus métodos como um processo de e'orcismo. Consoante+L a crença comum da época, os doentes eram simplesmente possu"dos pelo demSnio. & os que se sentiam com o diabo no corpo vin(am ao padre para que 3le o e'pulsasse. & o padre aparecia à sua clientela, todo de pr3to, de braços estendidos, segurando um crucifi'o crave2ado de diamantes à frente dos pacientes. 0sava ambiente escuro, decoraç/es lgubres. Walava em latim e com voz cava. 0m médico que assistiu a uma sessão dessas com uma 2ovem camponesa, nos descreve 3sse método fantástico ) 5&ntrando de maneira dramática no aposento, o 1e. 4assner tocou a 2ovem com o crucifi'o, e essa, como que fulminada, caiu ao c(ão em estado de desmaio. Walando-l(e em latim, a paciente reagiu inst%ntaneamente. Q ordem 5 Agitatur "racium sinistrum6, o braço esquerdo da 2ovem começou a mover-se num crescendo de velocidade. & ao comando tonitroante 5Cesset76, o braço se imobilizara, voltando à posição anterior. ;to cont"nuo, o padre sugere que está louca, e a 2ovem, com o rosto (orr^velmente desfigurado, corre furiosamente pela sala, manifestando todos os sintomas caracter"sticos da loucura. 9astou a ordem enérgica 51acet76 para que ela se aquietasse como se nada (ouvesse ocorrido de anormal. : padre 4assner nesta altura l(e ordena falar em latim, e a 2ovem pronuncia o idioma que normalmente l(e é descon(ecido. Winalmente, 4assner ordena à moça uma redução nas batidas do coração. & o médico presente constata uma diminuição na pulsação. ;o comando contrário, o pulso se acelera, c(egando a +V pulsaç/es por minuto. &m seguida, a 2ovem, estendida no c(ão, recebe a sugestão de que suas pulsaç/es iriam reduzir cada vez mais, até cessarem completamente. Aeus msculos se iriam rela'ando totalmente e ela morreria, ainda que apenas temporàriamente. & o médico, espantado, não percebendo sequer vest"gios de pulso ou de respiração, declara a 2ovem morta7 : padre 4assner sorri confiantemente. 9astou uma ordem sua para que a 2ovem tornasse gradativamente à vida. & com o demSnio devidamente e'pulso de seu corpo, a moça, sentindo-se como nascida de novo, desperta e agradece sorridente ao padre o milagre de sua cura.6 8ão resta dvida que o padre 4assner era um perito (ipnotista e um grande psiclogo. o2e taman(a teatralidade constituiria uma afronta à dignidade cultural de muitos pacientes. Oá não temos que recorrer ao latim, podendo (ipnotizar na l"ngua do pa"s. Contudo, o método do padre 4assner, ligeiramente modificado, ainda surtiria efeito em muita gente.
+P +L
!endo maior peso, ou mais influ3ncia, ou import%ncia. ConformeU Aegundo.
?;>< @&=AAB;88 : =18:!=AB: B&AB&> F uso ainda fazer remontar (ist_ricamente o com3ço do (ipnotismo cient"fico ao aparecimento de Wranz ;nton Besmer. &studioso da ;stronomia, Besmer deu uma versão não menos fantástica e rom%ntica aos fenSmenos (ipnticos do que o padre 4assner. &m lugar de responsabilizar o demSnio pelas enfermidades, responsabilizava os astros. 8ão podia (aver nada mais lison2eiro às nossas pretens/es do que isso de ligar o (umilde destino (umano ao glorioso destino astral. &ducado para seguir a carreira eclesiástica, Besmer teve suas primeiras instruç/es num convento, tendo aos +I anos ingressado num colégio de 2esu"tas em Dillingen. !odavia, interessando-se muito pela f"sica, pela matemática e, sobretudo, pela astronomia, resolveu trocar a carreira religiosa pela medicina. &ntrou na universidade de Miena, onde se doutorou com uma tese intitulada ) JGe &lanetarium
Diz-se de, ou indiv"duo apontado como culpado de crime ou de falta. abitaç/es mais ou menos suntuosas. + =nflu3ncia. ConsolidadaU 0nida. 1ropositalmente. V
?;>< @&=AAB;88 : =18:!=AB: convulsões terapêuticas. Bais tarde produzia essas mesmas crises com a imposição das mãos e passes, e'pediente 3sse que vem de data imemorial e que até (o2e está sendo usado pelos ocultistas. 8o fim, 2á não podendo atender individualmente à numerosa clientela, recorreu à magnetização indireta, dispensando o toque pessoal ao paciente. :s pacientes, em nmero de trinta a quarenta, assentavam-se em volta de uma tina circular, contendo garrafas com água magnetizada, sa"ndo de cada gargalo uma vara metálica. &stabelecendo contato com essas varas, num recinto escurecido e ouvindo uma msica suave, os pacientes eram acometidos das convulsões terapêuticas. 0m método realmente engen(oso de (ipnotização por sugestão indireta. 8ão obstante as demonstraç/es bem sucedidas, as idéias de Besmer não eram bem recebidas pelos c"rculos médicos de Miena. =ntimado pelas autoridades a descartar-se de seu método terap3utico tão e'travagante, Besmer, desgostoso, mudou-se para 1aris. &m 1aris, a fama de Besmer espol(ou-se ràpidamente. : 5mesmerismo6 tornou-se moda na aristocracia francesa. &ra o assunto de todos os sal/es. Tuem quer que se prezasse, tin(a de ser mesmerisado. ;s 5curas coletivas6 assumiram em 1aris proporç/es muito mais espetaculares do que em Miena. Deleuze, em sua 5istria Cr"tica do Bagnetismo ;nimal6, descreveu uma dessas cenas) 58um dos compartimentos, sob a influ3ncia das varetas, que sa"am de garrafas contendo água magnetizada, e aplicadas às diversas partes do corpo, ocorriam diàriamente as cenas mais e'traordinárias. 4argal(adas sardSnicasE, gemidos lancinantesI e crises de pranto se alternavam. =ndiv"duos atirando-se para trás a contorcer-se em convuls/es espasmdicas. >espiraç/es semel(antes aos estertoresJ de moribundos e outros sintomas (orr"veis se viam por tSda parte. A`bitamente 3sses estran(os atores atiravam-se uns nos braços dos outros ou então se repeliam com e'press/es de (orror. &nquanto isso, num outro compartimento, com as paredes devidamente forradas, apresentava-se outro espetáculo. ;li mul(eres batiam com as mãos contra as paredes ou rolavam sSbre o assoal(o coberto de almofadas, com acessos de sufocação. 8o meio dessa multidão arfante e agitada, Besmer, envergando um casaco lilás, moviase soberanamente, parando, de vez em quando, diante de uma das pacientes mais e'citadas. Witando-l(e firmemente os ol(os, enquanto l(e segurava ambas as mãos, estabelecia contato imediato por meio de seu dedo indicador. Doutra feita operava fortes correntes, abrindo as mãos e esticando os dedos, enquanto com movimentos ultra-rápidos cruzava e descruzava os braços, para e'ecutar os passes finais.6 # * $ Aemel(ante sucesso não se e'erce impunemente. Bais uma vez a medicina ortodo'aP moveu a Besmer um processo de perseguição. &m +PLE,
Worçadas e sarcásticas. ;tormentantesU ;flitantes. J >espiração rouca e crepitante dos moribundosU >u"do pulmonar. * # * $ Deleuze, W.U istoire Critique du Bagnetisme ;nimal, ipolte 9aillire, 1aris, +L+K. Mol. E, pg. E. P Conforme com os princ"pios tradicionais de qualquer doutrina. I
?;>< @&=AAB;88 : =18:!=AB: investigar a natureza do fenSmeno mesmeriano. ; comissão era composta das tr3s figuras mais eminentes da ci3ncia daquele tempo, T0A D& 10]AF40> Dentre os disc"pulos de Besmer que fizeram reviver a ci3ncia que estava por cair em esquecimento com a morte de seu fundador, figurava uma personalidade influente ) o marqu3s de 1uségur. 1uségur continuava a empregar os métodos do mestre até o dia em que, por mera casualidade, magnetizou um 2ovem campon3s de nome Mictor V, que sofria de uma afecção pulmonar, verificou que o e'pediente magnético podia produzir um estado de sono e repouso, em lugar das clássicas crises de convuls/es. & o paciente do marqu3s não se detin(a no sono ) dormindo, movia os lábios e falava, mais inteligentemente do que no estado normal. C(egou mesmo a indicar um tratamento para a sua prpria enfermidade, tratamento 3sse que obteve pleno 3'ito, valendo-l(e o completo restabelecimento. 8esse estado de sono, Mictor parecia reproduzir pensamentos al(eios, muito superiores à sua cultura rudimentar. 8o mais o paciente se conduzia como um son%mbulo. 1uségur estava diante de um fenSmeno que não (esitou em rotular de JBonam"ulismo artificialM. 1uségur percebeu de um relance a transcend3ncia d3sse fenSmeno (ipntico que ainda se considerava magnético, e passou a e'plorá-lo sistemàticamente. &nquanto o mestre L
=lesos. ;fastamento da vida social, intelectual, etc. V Mictor >ace, mordomo do Barqu3s de 1uségur. K
?;>< @&=AAB;88 : =18:!=AB: provocava crises nervosas, convuls/es (istéricas, prantos e desmaios, o disc"pulo agia em sentido contrário, sugerindo aos pacientes paz, repouso, aus3ncia de dor e um estado post(ipntico agradável. 0ma norma que se iria perpetuar na prática (ipntica da" em diante. &mbora continuasse a usar passes, con2untamente com a sugestão, na indução do transe, 1uségur deu um impulso decisivo ao (ipnotismo cient"fico. ; 3le se devem os primeiros critérios psicol_gicamente corretos de (ipnose e suscetibilidade (ipntica, o que não impediu que depois d3le outros fenSmenos (ipnticos fSssem registrados. : marqu3s de 1uségur observou em muitos dos seus 5su2ets6 fenSmenos telepáticos e clarividentes. 0ma repulsa, de certo modo convencional, para com tais aspectos do (ipnotismo, f3z com que muitos dos autores contempor%neos mais ortodo'os se insurgissem+ sistemàticamente contra semel(antes possibilidades. ; maioria d3sses ltimos não (esita em desmerecer a important"ssima contribuição de 1uségur s_mente por 3sse motivo # * $ . : ;9;D& W;>=; 8o mesmo ano em que faleceu Besmer, apareceu em 1aris um monge portugu3s, o 1e. Oosé Custdio de Waria, mais con(ecido sob o nome de ;bade Waria graças ao famoso romance de ;le'andre Dumas 5: Conde de Bonte Cristo6. &'cusado será dizer que a vida agitada do padre portugu3s era na realidade bem diversa da que nos apresentou o ficcionista dos 5!r3s Bosqueteiros6. 8ascido e criado nos arredores de 4oa, nas Zndias 1ortugu3sas, o abade Waria, segundo nos informam seus bigrafos, descende de uma fam"lia de br%manes (indus, convertida ao cristianismo no século [M=. &m 1aris, em plena >evolução, o 2ovem padre portugu3s travou relaç/es com o marqu3s de 1uségur. &stimulado pelo marqu3s, o 2ovem abade Waria #que na realidade nunca foi abade$ entregou-se de corpo e alma à carreira do (ipnotismo, 2á tendo anteriormente adquirido con(ecimentos básicos da matéria no :riente e na sua terra natal. : ;bade adiantou-se cint^ficamente em muitos pontos a 1uségur. Aeu método 2á era pràticamente o nosso. Woi o primeiro a lançar a doutrina da sugestão. !ambém o primeiro a mostrar que (ipnose não era sinSnimo de sono, logo no nascedouro dessa confusão. >ecomendava o rela'amento muscular ao 5su2et6, fitava-l(e firmemente os ol(os e em seguida ordenava em voz alta ) 5D0>B;76 ; ordem era várias v3zes repetida. & consoante as e'peri3ncias modernas, os elementos mais suscet"veis entravam imediatamente em transe (ipntico. 8ão obstante ordenar o sono, o abade Waria contribuiu poderosamente no desenvolvimento daquilo que, século e meio mais tarde, se c(amaria de Jhipnose acordadaM. Woi o primeiro (ipnotista na acepção cient"fica da palavra. : primeiro a recon(ecer o lado sub2etivo do fenSmeno em tSda sua e'tensão. : primeiro a propagar que a (ipnose se produzia e se e'plicava em função do 5su2et6. : transe estava no prprio 5su2et6 e não era devido a nen(uma influ3ncia magnética do (ipnotizador. Auas teorias 2á eram as atuais, despidas de tSda inger3ncia m"stica ou sobrenaturalista. 8ada de eflvios misteriosos. 8ada de fSrças invis"veis. !udo uma questão de sugestão, psicologia ou pouco mais. +
>ebelassemU =nsubordinassem. # * $ : autor, nas mil(ares de pessSas que (ipnotizou, teve um caso de clarivid3ncia e inmeros casos de incid3ncia telepática, indiscut^velmente provados. ;to ou efeito de ingerir #-se$U =ntervenção. &manação #/es$ de um fluido. *
?;>< @&=AAB;88 : =18:!=AB: 8ão obstante sua sinceridade e ob2etividade cient"ficas, o padre Waria era um tipo de personalidade um tanto quanto teatral. C(amava a atenção pelo seu aparato, suas vestimentas e suas maneiras um tanto e'travagantes. F esta, no entanto, de certo modo, até aos nossos dias, parte integrante do e'pediente psicolgico da (ipnotização. Oá no princ"pio do século [=[ o nome do abade Waria era muito popular em 1aris. Aua figura era vista com freqY3ncia nos sal/es da nobreza e da alta sociedade parisiense. ; e'emplo de todos os e'poentes do (ipnotismo antes e depois d3le, viveu ao mesmo tempo (oras de glria e de oprbrioE. :fereceram-l(e uma cadeira de Wilosofia na ;cademia de Barsel(a, e sem nunca ter estudado medicina foi proclamado membro da :rdem dos Bédicos. &m 1aris, onde desfrutava de enorme prest"gio, o padre Waria abriu uma escola de magnetismo, depois que a pol"cia l(e proibira as e'peri3ncias de (ipnotismo em 8imes. &'plicando a verdade sSbre o (ipnotismo, o padre Waria não escapou à perseguição maliciosa de seus contempor%neos. Aeus inimigos recorreram a um dos e'pedientes mais estpidos #ainda muito usado$ para desacreditá-lo diante da opinião pblica ) contrataram um ator para simular (ipnose e na (ora oportuna abrir os ol(os e gritar ) 5&mbuste76 : golpe, não obstante irracional, não dei'ou de surtir o efeito alme2ado. 1or incr"vel que possa parecer, o abade Waria ficou desmoralizado devido a um engano, o qual poderia ocorrer ao mais e'periente e confiante dos (ipnotizadores modernos. & até (o2e, muitos (ipnotistas de palco caem v"tima dessa cilada maliciosa e des(onesta . 8a min(a prpria prática uso aparar 3sse golpe com um simples aviso ) 5;s pessoas que se apresentarem com propsitos de simulação darão prova de ser, entre outras coisas, portadoras de doença mental ou tara caracterolgica.6 Contudo, o abade Waria, envolvido nas agitaç/es da >evolução Wrancesa, sofreu mais perseguição pol"tica do que cient"fica. Aegundo um livro publicado (á mais de um século, da autoria de um antigo funcionário da pol"cia parisiense, descrevendo o caso verdadeiro que serviria de fonte inspiradora a ;le'andre Dumas, o abade Waria teria morrido em uma prisão de &sterel, onde fSra lançado por motivos pol"ticos, tendo dei'ado tSda sua fortuna a um dos seus compan(eiros de prisão, condenado devido a uma denncia falsa, fortuna essa calculada naquele tempo em quatro bil(/es. Wadado assim a tornar-se personagem de uma das mais famosas obras de ficção, o padre Waria, (eri de Bonte Cristo, não dei'ou de vingar como pesquisador e cientista, recon(ecido pela posteridade. 5: padre Waria declarou recentemente o doutor &gas Boniz, 1r3mio 8obel de Bedicina e um dos maiores e'poentes da psiquiatria contempor%nea viu o problema da (ipnose em suas prprias bases com uma grande precisão e com clareza. Woi 3le o primeiro a marcar à (ipnose os seus limites naturais< Woi 3le que defendeu, pela primeira vez, a doutrina sSbre a interpretação dos fenSmenos do sonambulismo, ponto de partida de tSda sua doutrina filosfica.6 : mais importante, porém, é a sua contribuição à doutrina da sugestão. &<<=:A!:8 ;quilo que 2á começara a denunciar-se como fenSmeno essencialmente psicolgico e sub2etivo, ainda funcionaria por algum tempo e para efeitos terap3uticos importantes, sob o nome de magnetismo ou mesmerismo. 0m dos derradeiros e'poentes do magnetismo era E
DesonraU ;fronta infamanteU =n2ria.
?;>< @&=AAB;88 : =18:!=AB: o Dr. Oo(n &llioston, eminente médico ingl3s e uma das figuras mais eminentes da (istria médica brit%nica. 1rofessor de Bedicina na 0niversidade de oal Bedical Aociet, era o (omem que introduziu o estetoscpio na =nglaterra, além dos métodos de e'aminar o coração e o pulmão, ainda em uso. : Dr. &llioston foi o primeiro a usar a (ipnose #ainda não con(ecida por 3sse nome$ no tratamento da (isteria. & começou a introduzir o 5sono magnético6 na prática (ospitalar, tanto para fins cirrgicos como para os e'pedientes psiquiátricos. :s métodos tão pouco ortodo'os do Dr. &llioston não tardaram em criar uma onda de oposição. & o consel(o da 0niversidade acabou por proibir o uso do mesmerismo no (ospital. &llioston, em virtude disso, pediu sua demissão, dei'ando a famosa declaração ) 5; 0niversidade foi estabelecida para o descobrimento e a difusão da verdade. !Sdas as outras consideraç/es são secundárias. 8s devemos orientar o pblico e não dei'ar-nos orientar pelo pblico. ; nica questão é saber se a coisa é ou não verdadeira.6 &llioston fundou posteriormente o ;esmeric 6ospital em
&'cresc3ncia carnosa que surge de membrana mucosa. !eimosoU :bstinado. P !raiçoeira. J
?;>< @&=AAB;88 : =18:!=AB: pacientes que (aviam sido comprados para simular a aus3ncia de dor. ;s publicaç/es médicas recusavam-se a aceitar as comunicaç/es do cirurgião escoc3s. Conta &sdaile usava-se ainda o argumento b"blico. Deus institu"ra a dor como uma condição (umana. 1ortanto, era sacr"lega a ação anestésica do magnetizador. # * $ &m +LI+, &sdaile teve que fec(ar seu (ospital. Moltou à &sccia completamente desacreditado. Budou-se posteriormente para a =nglaterra, onde não teve mel(or sorte. ; ;=D 1or volta de +LE+ apareceu o (omem que marcou o fim do magnetismo animal . ; partir d3le a ci3ncia passaria a c(amar-se hipnotismo. &ra o Dr. Oames 9raid um cirurgião de Banc(ester. 9raid assistiu a uma demonstração do famoso magnetizador su"ço
# * $ =dentico argumento se usou contra 9en2amim Wranlin. : para-raios também era condenado como uma tentativa "mpia de anular a vontade de Deus. L >epreensão. K DefeitoU Wal(aU Walta.
?;>< @&=AAB;88 : =18:!=AB: sol, para desenvolver a fôra do olhar . 8ão responsabilizemos, porém, 9raid por essas práticas ignorantes. : que 9raid procurou demonstrar é o fato de o transe assemel(ar-se a um estado de sono que podia ser induzido por agente f"sico. 9aseando o processo (ipntico num princ"pio on"ricoEV, nos deu a palavra h i p n o t i s m o, derivada do vocábulo grego hUpnos, significando sono. !odavia, o sono (ipntico não se confundia com o sono fisiolgico, ou se2a, o sono normal. Consoante seus conceitos neuro-fisiolgicos, o transe (ipntico era descrito como Js o n o n e r v o s o M #8ervous Aleep$. Oá quase no fim de sua carreira, 9raid descartou-se em parte do método do cansaço visual e do da fascinação, pois descobriu que podia (ipnotizar cegos ou pessoas em recintos obscurecidos. Dessa observação em diante passou a dar maior import%ncia à sugestão verbal. Mencida esta fase, não tardou em descobrir que também o sono não era necessário. 1ara produzir os fenSmenos (ipnticos, tais como a anestesia, a amnésia, a catalepsia e as alucinaç/es sensoriais, não era preciso submergir o 5su2et6 na inconsci3ncia on"rica. Tuando, porém, 9raid se capacitou de que a (ipnose não era sono, a palavra h i p n o t i s m o 2á estava cun(ada. &, certo ou errado, é o nome que vigora até os nossos dias. &m +LE, 9raid publicou seu livro intitulado eurUpnologU, or the Vationale of ervous Bleep, no qual e'p/e seus métodos para o tratamento de enfermidades nervosas. BalgradoE+ a sua "ndole anti-c(arlatanesca, 9raid não escapou às campan(as maliciosas da classe médica, embora essas fSssem muito mais brandas do que as movidas contra seus antecessores mesmerianos. Consoante o provérbio segundo o qual ninguém é profeta em sua terraE, as publicaç/es cient"ficas de 9raid encontraram mel(or aceitação na Wrança e em outros pa"ses do que no seu torrão natal. 9&>!>;8D 1ara efeitos (istricos, 9raid é considerado o pai do (ipnotismo. !odavia, o adágioE latino que conclui com o & a t e r s e m p e r i n c e r t u m, se aplica com muito mais razão às paternidades cient"ficas. Aabemos que muito antes de 9raid, o abade Waria tin(a suas idéias modernas e psicol_gicamente corretas sSbre o fenSmeno (ipntico, e'plicado por 3le como fenSmeno sub2etivo. & antes do ;bade, o mesmerista ;le'ander 9etrand, em +LV, 2á apontava no estado (ipnaggico uma causa psicolgica. !udo, dizia, era sugestão aplicada. &screveu a propsito 1ierre Oanet ) 59etrand antecipou-se ao abade Waria e a 9raid. Woi o primeiro a afirmar francamente que o sonambulismo artificial podia e'plicarse simplesmente à base das leis da imaginação. 0 Jsu-etM dorme simplesmente porque pensa em dormir e acorda porque pensa em acordar . ;s obras do abade Waria, do general 8oizet, na Wrança, e as de 9raid, na =nglaterra, s contribuiram com uma formulação mais clara d3stes conceitos, desenvolvendo esta interpretação psicolgica em forma mais EV