Apresentação
Resumo do livro “O Fio da Espada” de Charles de Gaulle. Introdução
Apesar de se dizer que a guerra está superada, como assim poderá ser equato os pequeos dese!arem crescer, os "ortes dese!arem domiar e os velhos dese!arem su#sistir$ Como pode haver equil%#rio, "roteiras e poder esta#ilizados se a evolu&'o cotiua$ ('o e)iste lei sem sem "or&a e, por isso, isso, garate*se a cotiuidade cotiuidade dos e)+rcitos. Da ação de guerra
A a&'o de guerra depede essecialmete do caráter da cotigcia. O iim iimig igoo vari varia, a, sua sua "or& "or&aa tam tam#+m, #+m, assim ssim como como o terr terre eoo e toda todass as circust-cias evolvidas, iteras e e)teras. Ou se!a, uma guerra possui, at+ certo poto, situa&es situa&es imprevistas. A iteligcia humaa, para se adaptar / a&'o de guerra, deve descosiderar o costate e o "i)o e se cocetrar a muda&a e a ista#ilidade. A iteligcia 'o +, por+m, su"iciete para a a&'o, mas pode iserir, por atecipa&'o, atecipa&'o, alguma "irmeza em tatas icertezas. 0 importate, para isso, o cohecimeto do maior 1mero poss%vel de variáveis, o que que perm permit itee mii miimi miza zarr as poss possi# i#il ilid idad ades es de erro erross cole coleti tivo vos. s. 2sso 2sso pass passaa pelo pelo cohecimeto da meor "ra&'o de tropa dispo%vel, tato o campo quatitativo, quato qualitativo. 3ed 3edoo assi assim, m, apli aplica cad do*s o*see as "acu "aculd ldad ades es ordi ordiá ária riass da imag imagi ia& a&'o 'o,, do racioc%io, de !ulgameto, de mem4ria e recorredo aos procedimetos de e)ame que lhe s'o peculiares * dedu&'o, idu&'o, hip4teses * para aalisar as diversas categorias de variáveis * o iimigo, o terreo, os meios 5 pode*se preparar a cocep&'o da a&'o, mas 'o coce#*la. Aliad Aliadoo / iteli itelig gcia cia dev deve*s e*see com#i com#iá*la á*la com com o isti istito to para para se perce perce#er #er pro"udamete e impulsioar a criatividade. 0 pelo istito que o homem perce#e a realidade das coisas que o cerca, ele + a "aculdade que os liga mais de perto / atureza. 6uitos che"es cosiderados #rilhates te4ricos "alharam em tempos de guerra e tatos outros se revelaram #em sucedidos esses tempos por cota de suas aptides istitivas 'o mai"estadas em tempos de paz. As sugestes do istito s'o ecessárias / cocep&'o7 a iteligcia lhes dá uma "orma determiada, "azedo um todo de"iido e coerete, torado*o pass%vel de ser aplicado metodologicamete. metodologicamete. 0 ecessário, como complemeto, uma poderosa capacidade de re"le)'o para se aperce#erem das partes em rela&'o ao todo. “O homem de guerra deve ser capaz de cosiderar "ortemete e durate muito tempo os mesmos o#!etos sem se "atigar deles”, segudo (apole'o 8oaparte. A coc cocep ep&' &'oo e)ig e)ige, e, porta portat to, o, uma uma a&'o a&'o alic alicer er&a &ada da o #i9 #i9mi mioo ist isti ito to** iteligcia. Cocep&'o "ormada, "az*se ecessária a a&'o em si, o que pode desecadear coseq:cias ide"iidas. ;eosa + a decis'o a guerra, que tra&a a sorte de tatas vidas e s4 + !ulgada pelos seus e"eitos. A decis'o deve ser, portato, sempre de cuho moral. ;or mais completas e precisas que se!am as ordes, admitido*se que se ecotrem dadas e cheguem a tempo oportuo, 'o podem e em devem tudo prescrever. prescrever.
O che"e deve ter iiciativa que, loge de ser um perigo em si mesmo, "az*se ecessária para liderar os outros.
A seguda metade do s+culo =>22 marcou o i%cio de um per%odo decadete para o E)+rcito "racs, "racs, re"le)o de um per%odo de trasi&'o trasi&'o a sociedade sociedade "racesa. A situa&'o piora o i%cio do s+culo =2= e seria ecessária uma virtude poderosa para torar a tropa ovamete coesa. Essa virtude + o caráter. ?omes de caráter, mesmo em "ace de tatos reveses, recorrem a si pr4prios com com o o#!e o#!eti tivo vo de cham chamar arem em para para si a a&'o a&'o77 log logee de igo igora rare rem m as orde ordes s ou egligeciarem os coselhos, tm a pai)'o de querer, a ive!a de decidir e, mesmo que o sucesso 'o veha, suportas o peso do rev+s com alguma satis"a&'o. ida a crise + a ele que seguem, pois + ele que sust suste eta ta o "ard "ardoo os os #ra& #ra&os os,, que, que, se romp rompid idos os,, ele ele o carr carreg egar aria ia as as cost costas as.. Reciprocamete, a co"ia&a dos pequeos e)alta o homem de caráter. Ele se sete agradecido por essa !usti&a sigela que lhe + "eita. 3e tiver )ito, distri#ui largamete as vatages e, o caso de um rev+s, 'o admite que a cesura des&a a#ai)o dele. Rece#e de volta em estima o que o"erece em segura&a. (a prese&a dos superiores, seguro dos seus !ulgametos e cosciete de sua "or&a, 'o "az cocesses ao dese!o de agradar. ;or e)trair de si mesmo * e 'o de uma ordem * sua decis'o e sua "irmeza, o a"astam muitas vezes da o#edicia passiva. Ele pre"ere que lhe dem a miss'o e que o dei)em sehor de sua opii'o, e)igcia isuportável a muitos che"es que, por "alta de alca&ar alca&ar o todo, cultivam cultivam os detalhes detalhes e se utrem de "ormalidad "ormalidades. es. E"im, receia*se a sua audácia que 'o aceita as rotias em as quietudes. 6as quado os acotecimetos se toram graves, imediatamete muda*se a perspectiva e a !usti&a "az*se setir. @oma*se @oma*se o seu coselho, louva*se o seu taleto,
remete*se ao seu valor. ;ara ele, aturalmete, a tare"a di"%cil, o es"or&o pricipal, a miss'o decisiva. @udo o que ele prope + levado em cosidera&'o, tudo o que solicita + cocedido. Etretato, ele 'o a#usa e 'o se mostra ar#itrário quado o ivocam.. uase 'o sa#oreia o sa#or de sua revache, pois a a&'o o a#sorve iteiramete. 6as se cada um em seu escal'o dese!ar agir por si mesmo, de acordo com os "atos pre"erecialmete / co"ormidade com o regulameto, es"or&ado*se em realizar em vez de agradar, uca escodedo o pesameto quado deveria e)terá*lo, custe o que custar e que, de alto a #ai)o se volte ao caráter, distiguido*o, e)ortado*o e e)igido*o, ver*se*á cedo a ordem ascer e triu"ar. >er*se*á, so#retudo, o E)+rcito retomar todo o seu vigor moral. Do prestígio
Os tempos atuais s'o di"%ceis para a autoridade. Em todo lugar ela suscita a impacicia e a cr%tica em lugar da co"ia&a e da su#ordia&'o. su#ordia&'o. Etre Etreta tat to, o, os home homes s tm tm ece ecess ssid idad adee de sere serem m diri dirigi gido dos, s, por por tere terem m ecessidade de orgaiza&'o, orgaiza&'o, isto +, de ordem e de che"es. 3urge, et'o, uma ova classe de che"es, ode o valor idividual e a ascedcia s'o levados em cota. @udo aquilo que as massas, há algum tempo, creditavam ao cargo ou ao ascimeto, ho!e + atri#u%do apeas /queles que sou#eram impor*se. Essa Essa tras" tras"orm orma&' a&'oo a"eta, a"eta, sem sem d1v d1vida ida,, a discip discipli liaa milita militar. r. O homem homem que comada, em qualquer escal'o que este!a colocado, para ser seguido deve co"iar mais o seu valor que a sua proemicia. proemicia. ('o mais se deve co"udir o poder com os seus atri#utos. atri#utos. A autoridade e)ercida so#re outros depede, aida, em grade parte, do recohecimeto do posto e da "u&'o. ;or+m, há muito tempo, a ascedcia do mestre a!uda a su#ordia&'o7 as cove&es de o#edicia v'o e"raquecedo e o prest%gio pessoal do che"e che"e tora*se a "or&a "or&a oculta do comado. comado. O prest%gio depede, iicialmete, de um dom elemetar, de uma aptid'o atural que escapa / aálise * o que chamamos de carisma. Etretato, o carisma deve vir acompahado acompahado de gestos e palavras que torem e"icazes os procedimetos. Apesar Apesar disso, a so#riedade so#riedade do discurso acetua o relevo relevo da atitude. (ada (ada ressalta melhor a autoridade do que o silcio. Os regulametos sempre prescreveram a cocis'o das ordes7 a autoridade se arru%a pela vaga de pap+is e a torrete de discursos.
Os pric%pios que regem o emprego dos meios * ecoomia de "or&as, ecessidade de agir em etapas, surpresa para o iimigo e segura&a para si mesmo * s4 tm valor quado qua do s'o adapta adaptados dos /s circu circust st- -cia ciass e aalis aalisar ar essas essas circu circustst-ci cias as cost costitu ituii a miss'o essecial do che"e. 0 so#re as cotigcias cotigcias que se deve costruir a a&'o. 0 a chamada doutria do real e o es"or&o em coduzi*la se traduz em uma mao#ra di"erete para cada caso particular. O Político e o Soldado
Em tempos de paz o homem p1#lico + o cetro das ate&es, em tempos de guerra o che"e militar det+m esse papel. Apesar disso, em tempos de guerra há uma iterdepedcia iterdepedcia etre eles. O pol%tico se es"or&a para domiar a opii'o do moarca, do coselho ou do povo, pois + da% da% que ele e)trai a a&'o. ;ara torar*se sehor ele "az*se de servidor e demostra co"ia&a aos rivais. Fige sempre porque sem poder permaece precário por maior que se!a7 qualquer articula&'o pol%tica pode derru#á*lo. O soldado, por sua vez, tem o emprego das armas, mas o poder delas, por+m, deve ser deve ser orgaizado. A disciplia disciplia a que + su#metido apesar de guiá*lo, susteta suas "raquezas e multiplica suas aptides, "az com que reucie / li#erdade, ao diheiro e, algumas vezes, / pr4pria vida. A hierarquia que o equadra permite*o asceder ao poder, restado a ele sempre alguma pro"iss'o a co#i&ar, alguma digidade a atigir. Em troca, sua autoridade, ode + e)ercida, tem uma qualidade suprema. O pol%tico e o soldado trazem, pois, procedimetos e cuidados muito di"eretes. O pol%tico atige o o#!etivo por compromisso, o soldado atige*o diretamete. (as circust-cias do mometo, o primeiro pesa aquilo que vai dizer, equato o segudo cosulta os pric%pios.
O há#ito de o#edecer itimida o soldado em suas o#!e&es e os pol%ticos, há#eis em maipular os homes, etedem*se para dissolver a resistcia dos pro"issioais. Etretato, 'o há disposi&es relativas / despesa do pa%s que se!am solucioadas sem cotrov+rsias. Em tempos de guerra, por+m, a ordem se iverte. O che"e militar sai da peum#ra e se reveste de uma autoridade estarrecedora. O "uturo da pátria depede, imediatamete, daquilo que ele decide. E o pol%tico v esse poder gradioso e violeto surgir da terra ao lado do seu. Assim, trasportados pela a#ega&'o e preocupados com o e)emplo a dar, o goverate e o soldado se etedem, a maioria das vezes, sem di"iculdade. ;or+m, o ava&ar da guerra desecadeia o seu corte!o de lutos e decep&es. As pai)es das massas se elevam ao má)imo. O pol%tico deve resposa#ilizar*se resposa#ilizar*se pelo destio dos cidad'os, assim como pelo do pa%s e o seu pr4prio e at+ mesmo pelo dos homes homes dista distates tes.. Essa Essa ag ag1st 1stia, ia, !utam !utamet etee com a impot impotci cia, a, co costi stitui tui,, em tais tais momet mometos, os, a pior pior prova prova de pod poder er.. 3urge 3urge*se *se,, et'o et'o algum algum ervo ervosis sismo mo.. 2dag 2daga& a&es es surgem acerca dos resultados. Os comadates que se e)pliquem. O pol%tico demostra um rosto preocupado com ele, que permaece moroso e sem #oa votade. Bm dos deveres que se impe ao che"e + que ele s4 espere em si mesmo e recohe&a que está soziho em "ace do destio. Certamete, por+m, e)istem pol%ticos que sustetam os comadates comadates em reveses momet-eos. Apesar de tudo isso, o dom%io de si mesmo e o patriotismo impedem muitas vezes os rivais de chegarem ao e)tremo. Chega um poto, etretato que, em meio a essa essa cris crise, e, os dois dois acha acham m isu isupo port rtáv ável el essa essa depe deped d ci ciaa rec% rec%pr proc ocaa a que que est' est'oo su#metidos. A am#i&'o de domiar, ierete aos dois, os leva ao co"lito. ogo os homem de Estado ivade o dom%io do comado e, com autoridade, dita a estrat+gia. ogo o soldado, a#usado de sua "or&a, degrada os poderes p1#licos. A a&'o, da% em diate, tora*se icoerete. Algumas vezes os povos co"iam sua pol%tica e seus e)+rcitos / sorte de um 1ico homem, o que pode co"erir /s a&es vit4rias louváveis, mas tam#+m reveses cru+is. Os limites de cada um * a codu&'o da guerra so# a #atuta do homem de Estado7 as opera&es, do militar * devem ser respeitados, mas isso + imprevis%vel em tempos de guerra. 3em a iterve&'o de ehuma lei em o surgimeto de uma revolu&'o, o caráter de crise #rutal que reveste a guerra de movimeto co"ere ao comadate comadate militar a maior parte dos atri#utos pr4prios do govero. Fi)adas as "retes de #atalha, por+m, este retoma o primeiro pri meiro plao, o setido de coduzir a guerra aumetado os e"etivos, mo#ilizado a id1stria, admiistrado o moral dos cidad'os, a!ustado*se com os aliados. Em resumo, a a&'o s'o homes em meio a circust-cias. Ap4s haver prestado aos pric%pios a revercia que cov+m, cov+m, deve*se dei)ar dei)ar esses homes homes retirarem de detro de si a coduta a mater em cada caso particular. “As di"iculdades seriam aumetadas caso, pretededo*se prever as variáveis dos acotecimetos, quis+ssemos amarrar por prescri&es estreitas a li#erdade de a&'o dos resposáveis”, resposáveis”, segudo 6. ;ailev+. (ada se "az de grade sem grades homes, e esses assim o s'o por terem querido. ue os pol%ticos e os soldados queiram, pois, a despeito das o#riga&es e precoceitos cotradit4rios, come&ar a se ha#ituar, do seu iterior, / "iloso"ia que cov+m, e se ver'o, quado preciso, #elas harmoias. 2sso aplica*se 'o aos med%ocres, mas aos am#icioso de primeira liha que 'o vem a vida outra raz'o a 'o ser imprimir sua marca os acotecimetos.
ue esses, a despeito do tumulto e das iluses dos acotecimetos, 'o se egaemD 'o há as armas carreira ilustre que 'o teha servido a uma pol%tica importate, em um grade gl4ria de homem de Estado que 'o teha dourado o #rilho da de"esa acioal.