O conto Força Humana do Rubem Fonseca traz vários elementos constitutivos do homem brasileiro contemporâneo. Primeiro, o elemento da força e da beleza. O personagem narrador, estava se preparando para o concurso do melhor físico do ano. E fácil reparar nos jovens brasileiros, principalmente os que moram no litoral, está concepção de beleza ligada à ser forte e ter músculos desenvolvidos e o número de academias existentes nas cidades. Segundo, ele (o personagem narrador) também demonstra vergonha de dançar em frente a porta da loja de discos quando conheceu o crioulo. É muito comum também homens terem vergonha de demonstrar sentimentos, de dançar. Terceiro e ultimo, a forma como se fala de mulher. Como conquista, objeto, pertence. Este conto, no geral, mostra vários conflitos vividos cotidianamente pelo personagem narrador. Relação com Leninha, uma prostituta que ele tem uma relação mais estável e até certo ponto também tem um sentimento de pertença. A academia, que é o trabalho, a perspectiva, o que faz dele um ‘animal belo’ mas que tem vários problemas com João e sua dedicação ao treinamento para o concurso. A relação com Waterloo, um crioulo pobre, bonito, forte, e que dança que ele conheceu e levou para a academia e que João resolveu preparar para o concurso. O que fez com que ficasse um sentimento de competição entre eles, que se materializou na ‘’queda de braço’’. Enfim, este conto, muito bem nomeado como Força Humana, traz os elementos da relação de si mesmo com outro no nosso cotidiano. Acho que a palavra força toma vários caracteres neste conto. Força humana no sentido da força usada na academia, espaço em que passa maior parte do conto e também no sentido do que une, o que dá força para viver, para caminhar, andar pra frente. Como mostra o conto nós só existimos como uno na relação com o outro e nessa relação, tendo conflitos ou não, que reside a força humana