Ano XXIV - junho/2012 nº249 - R$ 12,00 - www.musitec.com.br
TESTE
PRESONUS STUDIOLIVE 16.4.2
Todos os detalhes de um console pequeno, funcional e poderoso
AES EXPO BRASIL 2012 O que de mais importante aconteceu no maior evento de áudio da América Latina
INTERF INTE RFACES ACES DE ÁUDIO ÁUDIO
Marcas e modelos populares para o seu home studio
O Ã Ç A N O O C R O F M I C Conceitos, aplicações e sistemas do universo estereofônico áudio música e tecnologia | 1
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ISSN 1414-2821 Áudio Música & Tecnologia
EDITORIAL
Ano XXIV – Nº 249 / junho de 2012 Fundador: Sólon do Valle
Por uma boa alimentação
Direção geral: Lucinda Diniz Edição técnica: Miguel Ratton Edição jornalística: Marcio Teixeira Consultoria de PA: Carlos Pedruzzi
COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Alexandre Cegalla, Edson Borth, Enrico De Paoli, Fábio Henriques, Fernando Moura, Lucas Ramos, Luciano Alves, Omid Bürgin e Renato Muñoz.
Dizem que a música é o alimento para a alma. De fato, a música tem a capacidade de inuir no estado de espírito das pessoas, assim como a comida, dependendo do sabor, quantidade e qualidade, pode provocar diferentes sensações em nosso organismo. Acho que as diversas sensações do que ouvimos podem ser comparadas, metaforicamente, com a variedade de sabores do que comemos. Podem fazer bem
REDAÇÃO Bruno Bauzer, Marcio Teixeira e Rodrigo Sabatinelli
[email protected] [email protected]
ou mal, saciar completamente ou aguçar ainda mais a vontade. Vejamos, por exemplo, o caso de uma música bem simples, executada apenas com voz e violão: se a voz é boa, o violão é bem tocado e a melodia e a harmonia se combi-
DIREÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO Client By - clientby.com.br Frederico Adão e Márcio H. Fernandes
nam, podemos comparar a uma fruta que, mesmo sendo simples, pode ser deliciosa.
Assinaturas
Por outro lado, um arranjo complexo e sosticado, com muitos instrumentos, todos
Karla Silva
[email protected]
ocupando espaço e tempo certos, seria algo comparável a uma mesa farta e variada, onde podemos experimentar muitas sensações diferentes, todas muito boas.
Distribuição: Eric Baptista
A satisfação pode estar em uma feijoada, um sushi, um churrasco ou uma salada.
Publicidade
Gosto não se discute, mas, em qualquer dos casos, a qualidade é fundamental. E assim como a qualidade dos ingredientes inui no resultado de uma refeição, a
Mônica Moraes
[email protected] Impressão: Ediouro Gráfica e Editora Ltda.
qualidade sonora também inui nas nossas sensações. Traçando um paralelo entre música e comida, podemos sugerir algumas comparações: Som com excesso de agudos = comida salgada demais Som com espectro limitado; só médios = comida sem gosto; faltando alguma coisa Som baixo; não dá pra ouvir direito = pouca comida; sensação de fome Som com muito volume = comida demais; excesso Som saturado = comida gordurosa; não vai fazer bem... Compositores, arranjadores e produtores são como chefs: verdadeiros artistas que conseguem mexer com nossas sensações. O segredo está na escolha dos ingredientes e na maneira de misturá-los. A arte de usar os sons para sensibilizar o paladar musical das pessoas não é uma atividade para qualquer um. Tem que ter talento e gosto para ser um verdadeiro gourmet. Miguel Ratton
Áudio Música & Tecnologia é uma publicação mensal da Editora Música & Tecnologia Ltda, CGC 86936028/0001-50 Insc. mun. 01644696 Insc. est. 84907529 Periodicidade Mensal ASSINATURAS Est. Jacarepaguá, 7655 Sl. 704/705 Jacarepaguá – Rio de Janeiro – RJ CEP: 22753-900 Tel/Fax: (21) 3079-1820 (21) 3579-1821 (21) 3174-2528 Banco Bradesco Ag. 1804-0 - c/c: 23011-1 Website: www.musitec.com.br Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Teodoro da Silva, 907 Rio de Janeiro - RJ - Cep 20563-900 Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista.
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AM&T não se responsabiliza pelas opiniões de seus colaboradores e nem pelo conteúdo dos anúncios veiculados.
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AES Expo Brasil 2012 16ª edição da feira mostra o melhor do áudio profissional Rodrigo Sabatinelli
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Lollapalooza Brasil Som pra ninguém botar defeito Rodrigo Sabatinelli
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Alexandre Cegalla
PreSonus StudioLive 16.4.2 Um console pequeno, funcional e poderoso Miguel Ratton
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Notícias do Front AES 2012 e alguns temas que nos dizem respeito quando falamos de sonorização Renato Muñoz
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Técnicas de Microfonação A hora do estéreo: diferentes conceitos, aplicações e sistemas que compõem o universo da microfonação estereofônica
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Áudio e Acústica Layout de Estúdios Aprenda a distribuir os ambientes principais do seu estúdio Omid Bürgin
108
Músico na Real Trocando os cabos do estúdio Fernando Moura
118 Sonar Configurações do Preferences do Sonar X1 (Parte 8)
Fábio Henriques
editorial 2 primeira vista 20 técnicas de estúdio 92 sonar 118 lugar da verdade 128
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Arte Eletrônica Sidechain na música eletrônica Utilizando a aplicação de forma fácil, rápida e a um custo baixo Edson Borth
Em Casa Interfaces de áudio: marcas e modelos populares para o seu home studio Lucas Ramos
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Técnicas de Estúdio Automação (Parte II): aproveitando os recursos de controle para experimentar novas sonoridades
Luciano Alves
notícias de mercado 6 review 24 arte eletrônica 96 classificados 124
novos produtos 12 notícias do front 26 músico na real 108 índice de anunciantes 127
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NOTÍCIAS DE MERCADO
Røde promove concurso que busca novos artistas A Røde Microphones, fundada em 1967 na Austrália, e a Pinnacle Broadcast, empresa especializada na distribuição e implantação de sistemas para as áreas de vídeo, broadcast, áudio e streaming e representante da marca no país desde 2011, anunciaram o lançamento do concurso Røde Rocks. A ação tem como objetivo encontrar grandes artistas musicais independentes de todo o mundo e presentear o melhor deles com três dias de gravação no estúdio Record Plant, em Hollywood, Califórnia, com tudo pago e produção de Alain Johannes. Os segundo e terceiro lugares ganharão uma linha completa de microfones Røde para show e estúdio. Para participar, basta gravar uma música original de, no míni mo, dois minutos, e um vídeo para acompanhá-la que contenha um microfone Røde. Concluído o vídeo, suba-o para o YouTube, vá para www.roderocks.com e preencha o cadastro. As inscrições podem ser feitas até 30 de j unho. Após tal data, dez nalistas serão denidos por um painel de jurados formado por nomes de peso no cenário mundial, como as bandas Warpaint e Band of Horses e artistas como Har Mar Superstar, Matt Sorum (Guns N’ Roses, Velvet Revolver), Howlin’ Pelle Almqvist (The Hives) e David Catching (Eagles Of Death Metal), entre outros. Denidos os nalistas, a votação ca aberta ao público e os vencedores serão divulgados na página inicial da Røde Mic.
Sennheiser apresenta novo diretor e anuncia mudanças na distribuição no Brasil A Sennheiser chegou à AES Brasil Expo 2012 anunciando novidades. A primeira delas foi a abertura da distribuição de produtos do segmento de instrumentos musicais, com a Equipo dividindo com a Quanta Music a responsabilidade da distribuição dos produtos desse segmento. Outra novidade diz respeito ao cargo de vice-presidente para a América Latina, cargo que, ocupado anteriormente por O liver Baumann, agora recebe Alexander Schek, antes vice-presidente de vendas para a América Latina e Caribe da companhia. Para Alexander Schek, a abertura das vendas para a Quanta se dá devido ao crescimento que a empresa pretende alcançar nos próximos anos no Brasil. “Como o país é tão grande e temos tantas oportunidades, precisamos abrir. A Quanta já trabalha conosco há algum tempo no segmento prossional e mostrou muito sucesso. A forma que temos de expandir o mercado é trabalhar junto com as distribuidoras, para que possamos alcançar as nossas metas”, garante. O diretor geral da Sennheiser para a América Latina, Markus Warlitz, assegurou que os objetivos da empresa para o Brasil são ambiciosos, e, por isso, a companhia tem investido pesado na contratação de pessoal e ampliação da estrutura. “Nós nunca tivemos um gerente de vendas exclusivo para a América Latina. Este departamento de vendas era integrado ao departamento de vendas dos EUA. Agora nós temos um vice-presidente de vendas, temos um departamento de marketing, departamento administrativo e nanceiro, e todos esses departamentos têm pessoas trabalhando para eles. Nós estamos pensando no futuro, e, com certeza, contrataremos mais pessoas. Precisamos ter estrutura para o nosso crescimento para ter certeza de que poderemos fazer o que queremos”, concluiu Warlitz.
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NOTÍCIAS DE MERCADO
OnStage tem nova distribuidora A partir de julho, os produtos da OnStage, marca que pertence ao grupo Music People Inc., passam a chegar ao Brasil com distribuição exclusiva da Musical Express, responsável pela comercialização de nomes fortes como D’Addario, Evans e Pro-Mark, entre outras. De acordo com as informações divulgadas, houve acordo amigável para a transferência da exclusividade de distribuição entre Musical Express, Music People e a antiga distribuidora da marca no país, a Made in Brazil, que há quatro anos trouxe a OnStage para o território nacional. A empresa será apresentada no novo catálogo que a Musical Express enviará aos seus clientes no nal de julho. Entre os produtos, o destaque vai para o suporte para guitarra, baixo ou violão XCG-4, top seller da marca.
Estúdio Aberto reúne grandes produtores no Rio de Janeiro A partir das 9 horas da manhã do dia 16 de junho, nas instalações da unidade Centro do IATEC, no Rio de Janeiro, acontece o Estúdio Aberto – congresso que, inspirado em eventos de sucesso fora do país, como o Producer Sessions Live, realizado na Inglaterra, se encaixa às demandas dos prossionais brasileiros de áudio e música e propõe um ciclo de palestras relevante para o atual cenário nacional da indústria da música. Tendo como coordenadores o pianista, produtor musical e colaborador da AM&T Fernando Moura, o músico e jornalista especializado em tecnologia musical André Iunes e Luiz Helenio, diretor do IATEC, a iniciativa tem a proposta de fazer a ponte entre os que querem aperfeiçoar seus conhecimentos com aqueles que estão no mercado atuando em grandes produções e ditando as tendências. Entre os temas em pauta no Estúdio Aberto estarão composição
,
arranjo gravação mixagem e masterização. ,
,
O time de palestrantes da primeira edição, composto por nomes como Torcuato Mariano, Walter Costa e Ricardo Garcia, além do próprio Fernando Moura, carrega no currículo diversos Grammys, além de atuações com grandes artistas, incluindo Djavan, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Chuck Berry e George Martin. Mais informações e inscrições em www.estudioaberto.com.br e www.iatec.com.br.
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NOTÍCIAS DE MERCADO
Parceria entre Harman e IATEC leva tecnologia de ponta para a sala de aula Ainda falando em IATEC, a instituição e a Harman tornaram público há poucos dias a criação de uma parceria que tem como objetivo oferecer aos alunos do IATEC a possibilidade de se aprofundarem nos conhecimentos aprendidos em aula a partir da prática em equipamentos do portfólio da Harman, conhecida mundialmente por sua linha de soluções em áudio. “Decidimos fazer a parceria com o IATEC porque acreditamos que é com um ensino de qualidade que o áudio prossional cará cada vez mais forte no Brasil”, explica
Cintia Lutz, coordenadora de marketing da Harman. Desse modo, foram montadas duas “Salas Harman” nas liais do IATEC na Barra
da Tijuca e no Centro do Rio de Janeiro. Os espaços estão equipados com produtos como o AKG D-112 (microfone para bumbo capaz de suportar até 160 dB SPL sem distorção), a coluna CBT 100 LA da JBL (com circuito passivo com delay para controle de dispersão e amplitude) e os microfones da AKG C-518 M (ideais para bateria e percussão) e C-519 M (para instrumentos de sopro), entre outros. Além disso, os dois melhores alunos do curso Técnico Pós-Médio em Eletrônica com Ênfase em Áudio do IATEC poderão aprender mais sobre a indústria na fábrica da Harman, em Nova Santa Rita (RS), com tudo pago. A primeira de uma série de visitas semestrais está agendada para agosto deste ano. A parceria não irá beneciar apenas interessados em qualicação no Rio de
Janeiro: serão realizados em todo o Brasil workshops sobre técnicas de áudio com o suporte da Harman e o know-how do IATEC.
Organização dinamarquesa quer trazer fabricantes de áudio para o Brasil De olho no crescimento do mercado brasileiro, o Consulado Dinamarquês tem dado apoio aos fabricantes de áudio do país
nórdico ao realizar um estudo do mercado de som no Brasil. E prova desse interesse pelo emergente cenário brasileiro foi o estande da Danish Sound Technology Network na AES 2012, que pode ser interpretado como um primeiro passo dado para entender nosso mercado e preparar sua atuação nele. Lá, Flemming Madsen, gerente de relações internacionais da iniciativa, destacou o que já é tido como unanimidade: a economia brasileira está muito propícia para o investimento devido aos eventos esportivos que está por receber. “A es tabilidade econômica e o gerenciamento estão dando oportunidade para os brasileiros comprarem mais. É um momento excelente como potencial de vendas. Isso sem falar, é claro, dos grandes eventos que ocorrerão aqui, que são a Copa do Mundo e as Olimpíadas”, observou o executivo. Estados Unidos, China e grandes países europeus são alguns dos mercados já atendidos pela organização, que também conta
com centenas de outras empresas associadas, focadas em desenvolvimento de novas tecnologias. E vale destacar que a Dinamarca possui tradição em relação a tecnologias de som e áudio. Anal, foi lá onde nasceu o engenheiro Valdemar Poulsen
(1869-1942), autor da invenção que viria, um dia, a ser um gravador: o telegraphone, mostrado ao mundo em 1898.
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NOVOS PRODUTOS
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Miguel Ratton
STUDER VISTA 1 CONSOLE DIGITAL COMPACTO COM PREÇO MAIS ACESSÍVEL Lançada no último evento NAB, a o ã ç a g l u v i D
Vista 1 é o novo produto da série Vista, da Studer, e se destaca por integrar no próprio console a superfície de controle, as conexões de entrada e saída e os processadores, proporcionando uma redução de tamanho, peso e também de preço. Por causa disto, o console é indicado pela empresa para aplicações em unidades móveis. A Vista 1 é baseada em grande parte no modelo Vista 5, de maneira que os usuários atuais terão total familiaridade com a superfície de controle, com as funcionalidades da interface Vistonics e com os recursos de monitoração, talkback, GPI O, buses de Mix Minus, automação e controle de software de gravação. Com um processamento de áudio de 96 canais, a Vista 1 pode operar facilmente com entradas em mono, estéreo e em 5.1, e dispõe de 32 entradas de microfone/linha, 16 saídas de linha e oito entradas e saídas AES estéreo no painel traseiro. Estão disponíveis modelos com 22 e 32 faders. As entradas e saídas podem ser ampliadas através da baia de expansão na parte posterior do console, que permite conexões nos formatos MADI, AES, AoIP, ADAT, TDIF, CobraNet, Dolby E/Digital e SDI. Usando MADI, por exemplo, é possível conectar com qualquer produto da linha Studer Stagebox para dispor de conexões XLR. Uma novidade na Vista 1 é a função de jingle player, que pode reproduzir vi nhetas e spots de arquivos de áudio de uma memória USB, sendo estes acionados por uma série de teclas na seção master. A Vista 1 também dispõe de fonte de alimentação redundante e integração RELINK com outros consoles Studer das séries Vista e OnAir. www.harmandobrasil.com.br www.studer.ch
ALTO KICK 12 AMPLIFICADOR PARA TECLADOS COM MUITA POTÊNCIA O Kick12 é um amplicador projetado para tecladistas, bateristas
na parte traseira, exceto a saída para fone de ouvido, que
e demais músicos que necessitem de um sistema de sonorização
ca no painel superior, junto com seu respectivo controle de
próprio. Ele possui um mixer de quatro canais com processador de
volume. Os controles de mixagem dos quatro canais de entrada
efeitos da Alesis, e produz 250 W de potência de pico (biamplicado)
cam no painel superior e incluem botão de volume, botões de
em um falante de 12” e um tweeter de 1”. De acordo com a Alto,
graves e agudos e ainda uma mandada para o processador de
o projeto do Kick12 é totalmente novo e inclui um redesenho da
efeitos, que oferece 256 presets de reverbs, delays, anger
caixa, com o woofer e o tweeter um pouco inclinados para cima, de
e chorus, e que pode ser
maneira a proporcionar uma melhor projeção.
acionado por pedal.
O mixer de quatro canais possui quatro entradas de linha
Para quem quiser mais
com conectores de 1/4” (o canal 1 também aceita sinal de
peso nos graves, a Alto
microfone, através de um conector XLR) e uma entrada RCA.
oferece
Todas essas entradas podem receber sinais mono ou estéreo
15, com woofer de 15” e
(que são misturados para mono). A seção do mixer dispõe
potência total de 400 W.
o
modelo
Kick
também de mais uma entrada direta de linha, vinda de outro pré-amplicador. A saída do mixer está disponível em um par
www.altoproaudio.com
de conectores XLR (dual mono) e mais três de 1/4”, e há ainda
www.altoprofessional.
uma saída especíca para subwoofer. Todas as conexões cam
com.br
o ã ç a g l u v i
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NOVOS PRODUTOS
LINE 6 LANÇA SUBWOOFER L3S O subwoofer StageSource L3s é o mais novo produto da linha de sonorização da Line 6 e é indicado para uma variedade de aplicações. Ele vem equipado com um amplicador de 1.200 W e dois falantes de 12” montados em conguração bass reex, com opções de seleção da frequência de corte. Os principais destaques do L3s são o recurso Smart Speaker, um DSP que oferece ajustes para vários modos de operação (PA, DJs etc.) e a conectividade digital L6 LINK, que permite usar o sub com uma caixa L3t em um sistema compacto de PA ou com diversas caixas L3t de um sistema completo com PA, monitores e backline. Para usar o sub L3s com um sistema comum, já existente, basta conectar as saídas do mixer às entradas estéreo do sub e conectar as saídas estéreo deste às demais caixas acústicas do sistema. As conexões e controles no painel traseiro incluem duas entradas balanceadas do tipo combo (XLR / 1/4”), duas saídas XLR ( para enviar os sinais às demais caixas), entrada e saída de sinal digital L6 LINK, controle de volume, seletor de frequência de corte, chave de polaridade e seletor de modo de operação do DSP. O gabinete do subwoofer é construído com compensado duplo de alta resistência e com três orifícios para montagem. o ã ç a g l u v i D
www.habro.com.br www.line6.com
GEMINI SR
NOVA SÉRIE DE MONITORES PARA ESTÚDIOS DE PRODUÇÃO
A Gemini recentemente apresentou sua nova linha de monitores amplicados Gemini SR, composta pelos modelos SR-5 (75 W – foto), SR-6 (90 W) e SR-8 (125 W), mais o subwoofer SR-10SUB (175 W). Os monitores utilizam um woofer feito de um composto de bra de vidro, na cor vermelha, sendo o alto-falante blindado magneticamente. Na parte frontal do monitor, abaixo do woofer, há um duto horizontal que, de acordo com a Gemini, garante uma resposta clara nos graves sem coloração, mesmo em altos níveis sonoros. Todos os modelos usam um tweeter de domo de neodímio de 1”, levemente embutido no gabinete e formando um guia de ondas para reproduzir as frequências altas com mais precisão e sem difração. Os monitores são ativos, com amplicação separada para o woofer e o tweeter, e todos os controles e conexões cam no painel traseiro. O subwoofer SR-10SUB possui um alto-falante de 10”, também na cor vermelha, e o mesmo tipo de duto na frente. Ele é equipado com amplicador classe D e permite o ajuste da frequência de corte de 40 Hz a 180 Hz. Possui entradas balanceadas em estéreo e saídas em estéreo para conectar aos monitores. o ã ç a g l u v i D
www.proshows.com.br www.geminiproaudio.com
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NOVOS PRODUTOS
SHURE BRH
NOVA LINHA DE HEADSETS PARA BROADCAST
Nada como detalhes da nova linha Shure BRM para que você “sinta” os produtos, certo? Então vamos lá. O BRH31M é um headset leve dotado de microfone e com apenas um pequeno fone que ca sobre a orelha, e que pode ser usado nos lados
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esquerdo ou direito. O revestimento do fone pode ser substituído e a alça da cabeça é revestida com material acolchoado, podendo ser ajustada para proporcionar conforto e segurança no uso. O microfone é do tipo dinâmico, com captação cardioide, e sua haste é exível e permite um giro de até 270 graus. O modelo BRH441M também é um headset com um só fone, mas do tipo fechado que envolve a orelha, para proporcionar maior isolamento contra ruído ambien te. Ele também pode ser usado no lad o esquerdo ou no lado direito. O micro fone é do tipo dinâmico, com captação cardioide, e a haste exível permit e giro de até 270 graus, sendo que o recurso de ip-up mute corta o som do microfone quan do a haste é levantada na vertical. O cabo pode ser desconectado, possibil itando a substituição ou o uso de cabos com outros tipos de conectores. Já o modelo BRH440M (foto) é uma versão do BRH441M com dois fones, que também pode ser usado com o microfone no lado esquerdo ou direito. De acordo com a Shure, estes modelos foram projetados pela mesma equipe que criou a linha de fones SRH, e teve como objetivo desenvolver equipamentos que possam suportar adequadamente as condições de uso em broadcast, seja em externas e ou em estúdios. www.pridemusic.com.br www.shure.com
PEAVEY APRESENTA NOVOS AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA Os novos amplicadores Peavey da série IPR utilizam topologia classe D e se destacam pelo peso reduzido e grande eciência térmica. Os novos modelos possuem as mesmas características de potência e design, mas trazem como vantagem um processador interno de 32 bits com um conjunto de recursos que possibilitam congurações de delays e crossovers, operação em estéreo/ mono, funções de bloqueio e ajustes pré-programados para caixas acústicas, incluindo os modelos Peavey SP, PR, Impulse, SSE, QW e PV, e ajustes para aplicações mais comuns (locução, rock, dance, loudness e igrejas). No modo manual é possível congurar pontos de crossover, EQ e delay, dentre outros. O processador também incorpora a tecnologia MaxxBass, da Waves, que usa funções de psicoacústica para dar mais extensão aos graves sem ter que adicionar mais amplicadores e subwoofers. O modelo IPR 7500 DSP produz 3.750 W RMS por canal em 2 ohms, com crossover implementado por ltro Linkwitz-Riley de quarta ordem e proteção para o alto-falante. Ele é montado em um gabinete com chassi de alumínio (2,8 kg) e possui ventilação com velocidade variável. Completam a linha os modelos IPR 5000 DSP (2.525 W RMS por canal em 2 ohms), IPR 3000 DSP (1.450 W RMS por canal em 2 ohms) e IPR 3000 DSP (900 W RMS por canal em 2 ohms). www.someco.com.br www.peavey.com o ã ç a g l u v i D
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NOVOS PRODUTOS
NOVA CAIXA DE GRAVES COMPLEMENTA SISTEMAS DE LINE ARRAY MEYER SOUND A caixa de graves Meyer Sound 1100-LFC possui amplicação própria e se destaca pela linearidade na reprodução de transientes de baixas frequências em níveis muito altos. Por suas características de baixa distorção e pelas
facilidades de instalação, a 1100-LFC é indicada para sistemas de sonorização de grande porte usados em turnês. A 1100-LFC é uma caixa sintonizada, com dois alto-falantes de 18”, e possui um amplicador classe AB/H de dois
canais em bridge. A resposta de frequências da 1100-LFC vai de 28 Hz a 100 Hz, o que permite a total integração com outras caixas da Meyer Sound para formar sistemas de line arrays compostos de modelos das séries MILO, MICA ou JM-1P. As caixas podem ser empilhadas normalmente ou invertidas, para operar em conguração do tipo cardioide. Um kit
de içamento opcional inclui os dispositivos GuideALinks, que facilitam a instalação das caixas na arma ção MTG-1100, que pode suportar sistemas de line array contendo até 12 caixas, dentro de um fator de segurança de 7:1, ou até 16 caixas com fator de segurança de 5:1. No caso de sistemas portáteis e usados em turnês, a caixa 1100-LFC pode ser transportada com segurança em pilhas de até três unidades usando o quadro opcional MCF-1100. www.meyersound.com.br www.meyersound.com
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Para conferir mais lançamentos e notícias do mundo do áudio prossional,
visite o site da Áudio Música & Tecnologia (www.musitec.com.br).
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PRIMEIRA VISTA | Alexandre Cegalla
ISATwo o ã ç a g l u v i
D
O ISA Two é o novo pré-amplicador de dois canais da
kΩ). Para completar, o painel da frente tem uma chave
Focusrite, baseado nos clássicos Forte e ISA 110, este
para se escolher o nível de ganho de 0 dB a 30 dB, ou de
último um módulo produzido junto com Rupert Neve na
30 dB a 60 dB, para quem quiser um som mais agressivo.
década de 1980. O Isa Two conta com um par de transformadores Lundahl LL1538, presentes em todos os pro-
No painel traseiro, além da conexão do cabo de energia, o
dutos da linha ISA desde o início de sua fabricação, em
ISA Two conta com duas entradas e duas saídas XLR, duas
1985. Segundo o fabricante, esse componente é feito de
entradas e duas saídas P10 balanceadas para inserts (no
uma bobina de três seções, o que resulta numa indutância
caso de você desejar ligar o ISA Two em algum compressor
muito baixa e uma resposta de frequências ampliada. O
ou equalizador, por exemplo) e duas entradas P10 balance-
pré-amplicador da Focusrite pesa 3,7 kg e possui 48 cm de largura, 28 cm de profundidade e 4,4 cm de altura. No painel frontal, ele apresenta, para cada canal, os controles de ganho, trim level e ltro de high-pass (ltro de três pólos com curva de 18 dB por oitava, ajustável de 16 Hz a 420 Hz), chaves de phantom power, fase e insert, além de duas entradas P10 para instrumentos. Ao conectar o instrumento nestas entradas, o DI é automaticamente ligado. O aparelho também possui uma chave seletora de entrada, com as opções de microfone, linha e instrumento. Como se pode ver na foto do produto, os controles de ga-
adas para sinais de linha. O pré-amplicador também ofe rece um botão para calibrar o medidor de níveis de sinal. Em relação à chave de impedância, essa é uma opção muito interessante, pois dependendo do tipo de microfone que for usado, o resultado pode variar bastante. Microfones de ta, por exemplo, costumam soar melhores com prés que tenham níveis mais altos de impedância. Segun do alguns fabricantes de microfones de ta, um nível de impedância incorreto pode acarretar em perda de graves e de sensibilidade do microfone, piorando o timbre. Por
nho e de trim possuem marcações de valores de níveis de
isso, o ideal é o pré-amplicador possuir pelo menos cinco
sinal diferentes para instrumento e microfone/linha. Cada
vezes o valor de impedância do microfone. Então, se o
canal conta com um medidor de nível de sinal de saída do
microfone tiver 300 Ω de impedância, por exemplo, o pré
tipo led em três cores, com os valores exibidos em dB FS.
deve ter pelo menos 1.500 Ω. Por apresentar opções até bem acima desse valor, o ISA Two acaba se tornando num
O painel da frente do ISA Two possui ainda uma chave
pré versátil e com várias opções de tonalidade.
seletora de níveis de impedância, com as opções Low (600 Ω), ISA 110 (1.4 kΩ, que é o mesmo valor de impedância
www.proshows.com.br
do famoso pré da Focusrite), Med (2.4 kΩ) e High (6.8
www.focusrite.com
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PRIMEIRA VISTA | Miguel Ratton
JBL PRX400 NOVA SÉRIE DE CAIXAS PASSIVAS OFERECE MAIS POTÊNCIA E MELHOR RELAÇÃO CUSTOBENEFÍCIO
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Lançada no último evento ProLight & Sound, em Frankfurt,
guração satélite/subwoofer e ltros paramétricos otimizados
a nova série de caixas acústicas passivas PRX400 traz como
que aproveitam todo o potencial da série PRX400. Os ajustes
destaque a alta capacidade de potência aliada ao custo mais
para as PRX400 também estarão disponíveis para o gerencia-
acessível. A série é composta pelos modelos PRX415M (15”),
dor de sistemas DriveRack PA+, da dbx. As caixas utilizam
PRX412M (12”), PRX425 (2x15”) e mais o subwoofer PRX418.
conectores Neutrik SpeakON e seus gabinetes, embora leves, são construídos com madeira compensada de 18 mm coberta
As caixas PRX415M e PRX412M podem ser usadas como cai-
com revestimento JBL DuraFlex e tela de aço. Com exceção
xas principais de PA ou como caixas de monitor, e quando
do subwoofer, todas as caixas dispõem de 12 pontos de sus-
usadas em conjunto com o subwoofer PRX418 podem repro-
pensão M-10 e olhal de aço. Os orifícios na parte inferior da
duzir um total de 135 dB. Já a PRX425, uma caixa de duas
PRX415M e da PRX412M oferecem dois ângulos para monta-
vias com dois falantes de 15”, é ideal para DJs e bandas que
gem em pedestal, de modo que elas possam car retas ou
desejam uma resposta mais extensa nas baixas frequências.
inclinadas 10 graus para baixo para adequar sua cobertura à plateia. Além disto, todos os modelos PRX400 possuem alças.
De acordo com Richard Ruse, diretor de vendas da JBL Professional, “desde que foi lançada, a série PRX600 vem tendo
De acordo com a JBL, assim como os demais produtos de
muito boa aceitação junto a bandas e DJs que fazem tur-
áudio prossional da empresa, as caixas da série PRX400
nês e também em uma variedade de instalações de músi-
são submetidas a 100 horas de testes de potência contínua
ca ao vivo. A nova série PRX400 oferece a mesma sonori-
e também a testes de suportabilidade a temperatura e umi-
dade e conabilidade num formato de caixa passiva e a
dade extremas. Todos os modelos incorporam o circuito de
um preço, de fato, muito acessível para a sua categoria”.
proteção de alto-falante JBL Sonic Guard, que atenua automaticamente o sinal que vai para a via de alta frequência
As caixas PRX400 foram desenvolvidas para serem usadas
quando é detectada muita intensidade no sinal e restaura
junto com os amplicadores de potência da série XTi2, da
a operação normal quando cessa a situação de sobrecarga.
Crown Audio, que incorporam ajustes pré-programados para operar com elas, incluindo ajustes de crossover para con-
24 | áudio música e tecnologia
www.jblpro.com
áudio música e tecnologia | 25
REVIEW
Rodrigo Sabatinelli
Sallaberry – New Bossa (Tum Tum Home Music) Baterista e produtor musical, Roberto Salaberry lançou, no fnal do ano passado, o CD New Bossa , trabalho que, até hoje, vem recebendo elogios da crítica
e de seus companheiros de música. Como bem sugere o título, o disco tem canções em ritmo de bossa
nova, nas quais Sallaberry toca bateria e percussão, e de outros ritmos, como o baião e o samba. No projeto, junto ao músico, estiveram nomes de gabarito, como os baixistas Adriano Paternostro e Jorge Pescara, o saxofonista Cássio Ferreira, o maestro Fernando Moura, os guitarristas Luciano Magno e Luciano Mazzeo e o tecladista Marcos Romera, entre outros, que contribuí ram para que suas composições tomassem belas formas. Produzido pelo próprio Salla berry, New Bossa teve faixas mixadas no Orbital Stat ion Studio, de São Paulo, por Guilherme Canaes, e no Tonelada Studio, também em São Paulo, por Rodrigo Loli e Fernando Quesada, entre outros. A masterização, que assim como a mixagem foi feita à distância, tem a assinatura de Cássio Centurion, do MasterDX Studios, outro estúdio paulist a. Os destaques do álbum são as músicas Los Angeles Connection , Na Linha do Equador , Canto dos Santos e Caxinguelê.
Vivendo Do Ócio – O Pensamento é um Ímã (Deck) O produtor musical Rafael Ramos, um dos nomes fortes da gravadora Deck, que, nos últimos anos, além de ter lançado diversos novos artistas no mercado, também tem alimentado a indústria nacional de vinis, se juntou ao também produtor Chuck Hipolitho para, juntos, assinarem o novo disco do grupo Vivendo do Ócio, O Pensamento é um Ímã. O trabalho, gravado nos estúdios Costella (SP) e Tambor (RJ) pelo próprio Chuck e pelo engenheiro Jorge Guerreiro, uma espécie de braço direito de Rafael, foi mixado por Jorge e Rafael no Tambor e masterizado no Bernie Grundman Mastering, em Los Angeles, por Brian Gardner. A sonoridade do disco é a mesma do trabalho anterior dos caras. Na faixa Em Tudo o Que Eu Quero, baixo com distorção e overalls de bateria foram bem dosados na mix. Em Nostalgia, guitarras em perfeita sintonia e vocais dentro da base, enquanto que em Dois Mundos há aquela ondinha bacana, de bateria eletrônica lo-f e melodia pop. Ou seja, tudo certo.
A melhor música do CD, Por Um Punhado De Reais , é aquela que reúne boa parte das “competências” de Jajá Cardoso (voz e guitaras), Luca Bori (baixo e vocal), Davide Bori (guitarras) e Dieguito Reis (bateria), que brincam com tempos compostos e harmonias, mostrando que, às vezes, dar de ombros para o óbvio pode ser bem mais interessante.
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áudio música e tecnologia | 27
NOTÍCIAS DO FRONT | Renato Muñoz z o ñ u M o t a n e R
AES 2012
E ALGUNS TEMAS QUE NOS DIZEM RESPEITO QUANDO FALAMOS DE SONORIZAÇÃO Sou membro da AES desde 1996 – época em que a as-
rias marcas, como EAW, Meyer, Turbosound e JBL, sendo
sinatura dava direito ao famoso jornal da AES, que, hoje
que, na época, era muito raro encontrar qualquer um
em dia, é claro, já existe em formato digital. Me lembro
destes nomes aqui no Brasil. Pouquíssimas frmas possu-
perfeitamente de entrar nos pavilhões de Los Angeles e
íam modelos originais, e não apenas cópias.
de NY para ver os equipamentos que jamais imaginaria conferir ao vivo aqui no Brasil.
O resultado era óbvio: todos nós voltávamos para o hotel cheios de sacolas, sonhando com dia em que poderíamos
Os estandes eram imensos, os letreiros mostravam mar-
nos aproximar de verdade de todos aqueles equipamentos,
cas como Yamaha, Midas, SSL, Shure, Sennheiser... O
e, o mais importante, quando seria possível ter pelo menos
máximo era entrar em um destes estandes, dar uma
parte de tudo aquilo aqui na nossa terra (ainda iríamos
olhada nos equipamentos e, é claro, ganhar algum brin-
esperar um bom tempo para isto começar a acontecer).
de, de preferência um cordão, um boné, ou, então, uma camiseta com a marca em questão, escrita bem grande. Além de poder ver os equipamentos, existiam também
Mesmo sendo instalada no começo da década de 1990
as palestras, que eram dadas por pessoas que está-
aqui no Brasil, demorou um bom tempo para a AES ter
vamos acostumados a ver nas revistas. Me lembro de
a importância que tem hoje para profssionais de áudio
ouvir falar em áudio digital ou Pro Tools por um cara
e para a própria indústria de áudio. As primeiras edi-
chamado Roger Nichols, ou de line array por um outro
ções, apesar do muito entusiasmo dos organizadores,
chamado Dr. Christian Heil.
deixavam um pouco a desejar.
Me lembro também de assistir a uma demonstração de
A participação de pessoas como José Porchat, Sólon do
sistemas de sonorização (nada de line array). Eram vá-
Vale, Joel Brito, João Américo e Aldo Soares foi funda-
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áudio música e tecnologia | 29
NOTÍCIAS DO FRONT
nossos maravilhosos aeroportos ou em festivais com outros artistas. Na maioria das vezes, estamos sempre correndo, tentando pegar uma conexão ou fazendo uma mudança de palco, e quase nunca sobra tempo conversar. A AES serve, entre outras coisas, para botar a conversa em dia com os antigos amigos, ser apresentado a novos parceiros de trabalho e, principalmente, l a o s s e p o v i u q r A
para trocar informações prossionais do nosso dia a dia na estrada, além de, claro, permitir que a gente dê uma boa olhada nos últimos lançamentos do mercado. Me lembro de quando participava das primeiras AES aqui no Brasil e conhecia pouca gente. Olhava para algumas rodinhas de técnicos que se formavam e
mental para que a marca, assim como o evento, fossem
pensava que um dia eu também poderia fazer parte
se consolidando com o passar do tempo, mesmo com as
de uma delas, conversando sobre os mais diversos
várias diculdades (e eu sei que não foram poucas). Acho
assuntos (inclusive áudio). Hoje em dia, gosto de -
que hoje podemos dizer que todo o esforço valeu a pena.
car olhando em volta, para ver a reação de algumas pessoas. Gosto de ver se elas estão realmente in-
Com toda a atual crise econômica mundial e, pelo me-
teressadas em alguma informação séria ou querem
nos, uma aparente boa situação nanceira no nosso país,
apenas comer um salgadinho, ganhar algum brinde e
ca claro que muitos fabricantes internacionais, que até
partir para o próximo estande. Acredite: com o tem-
pouco tempo atrás não nos davam tanta importância,
po, você acaba vendo muita coisa engraçada.
hoje fazem questão de estar presentes com seus produtos, de olho no nosso mercado. Para mim, em termos
O comportamento das pessoas neste tipo de evento
de mercado, nada melhor do que uma boa concorrência
me permite saber se ali está um novo técnico de áudio
– justa, é claro. Acho que a maior entrada de produtos
ou apenas mais um visitante. Como se aproximam dos
estrangeiros (de boa qualidade) pode ajudar a indústria
equipamentos, o tipo de pergunta que fazem, como se
nacional a se nivelar por cima, e espero que os nossos
comportam ao receber uma informação... tudo isso for-
fabricantes tenham como padrão produtos americanos,
nece sinais para perceber quais são as suas intenções.
ingleses e franceses, e não chineses! Da mesma forma que acho que haverá um desenvolvimento maior do mercado, também creio que novas oportunidades podem surgir devido à necessidade de uma
Um dos grandes atrativos da AES são os seminários, que
mão de obra especializada em áudio que possa contri-
acontecem paralelamente ao evento (no mesmo espaço
buir em várias etapas desta indústria, pois nem só de show vivem os técnicos de áudio.
Normalmente, só encontro com outros técnicos em salas de embarque e desembarque dos
s e r a v a T l e o n a M
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áudio música e tecnologia | 31
NOTÍCIAS DO FRONT
físico). Neles, podemos encontrar diferentes temas,
da mesa, ele ainda esteve à frente de um ótima pa-
voltados para diferentes públicos. O certo é que os
lestra que comparou consoles analógicos e digitais.
convidados são sempre pessoas com uma boa experiência, capazes de passar algum tipo de informação
Outra boa surpresa foi o novo sistema da FZ áudio
relevante para a plateia. Uma das melhores coisas é
(FZ J015A), que além de ter uma ótima sonoridade,
que sempre existem prossionais de diversas áreas,
tem sua construção e acabamento formidáveis e cer-
como sonorização, televisão, estúdio, masterização...
tamente pode ser considerado o melhor sistema na-
Ou seja, podemos entrar em contato com prossio-
cional de grande porte. Além disso, a Attack foi outra
nais com os quais não teríamos interação direta no
marca nacional que chamou bastante a minha atenção
nosso dia a dia de trabalho. Sem dúvidas, é sempre
neste segmento. Por sua vez, a Meyer Sound, sempre
um bom momento para trocar impressões.
preocupada com a parte educacional e há muito presente na AES Brasil, desta vez mandou Oscar Barrien-
Como já disse, nas minhas primeiras experiências de
tos para falar do desenho de sistemas.
AES internacional ainda estava fora da minha realidade acompanhar perfeitamente bem tudo o que se falava
Também houve um grande destaque para conso-
naqueles seminários (eu não tinha muito tempo para
les Midas (PRO2, PRO3 e PRO6) e Roland (M-480,
isso, pois estava sempre correndo atrás de um novo
M300) e para os microfones Senhheiser e Shure.
brinde nos estandes). Porém, voltando para a nossa
A já tradicional demonstração dos line arrays tam-
realidade mais recente, nos últimos anos, as palestras
bém chamou a atenção, embora desta vez existisse
feitas aqui no Brasil começaram a contar com estrelas
uma limitação de volume que não che gou a atrapa-
do mercado internacional. Também é cada vez mais
lhar em nada o evento. Muito pelo contrário.
comum ver técnicos conhecidos nossos participando como palestrantes. Eu mesmo já tive a oportunidade de participar algumas vezes e foi ótimo. Depois de mais de 15 anos de AES, confesso que Além disso, pequenos cursos são ministrados por
estou muito satisfeito com esta última edição.
representantes de marcas conhecidas internacio-
Para mim, foi extremamente proveitoso do ponto
nalmente, como Meyer Sound, Smaart ou Syn-
de vista prossional e pessoal. Acho que nunca
-Aud-Con. Tais cursos, que normalmente seriam
vou parar de realçar como é importante para nós,
difíceis de serem feitos fora do país, estão aces-
que trabalhamos com áudio, estarmos sempre em
síveis a qualquer um, normalmente a um preço
contato com os equipamentos com os quais traba-
bastante razoável.
lhamos, assim como é fundamental desenvolver constantemente a nossa parte teórica. Diferentemente de outras prossões, que possuem uma ampla cadeia educacional, a nossa prossão
Nesta última edição da AES, realizada de 8 a 10 de
não possui este facilitador (ocial), o que nos leva
maio em São Paulo, no que diz respeito à sonoriza-
à necessidade de buscar novas informações por
ção, muita coisa me chamou a atenção, principal-
conta própria. E um dos principais papéis da AES
mente em relação à presença massiva dos conso-
é difundir, entre outras coisas, informação para o
les digitais, os line arrays fabricados no Brasil com
nosso desenvolvimento técnico. Desde muito tem-
signicativa qualidade e o curso da Meyer Sound.
po acho que a AES (além de outras entidades li-
Falando especicamente dos consoles digitais, uma
gadas ao áudio prossional, nacionais ou não) po-
das empresas de maior destaque foi, novamente,
deria ser uma grande ferramenta utilizada por nós
a Avid, que trouxe mais uma vez o engenheiro de
para alcançarmos um patamar prossional de nível
som e um de seus principais colaboradores Robert
internacional. Esta busca por um melhor padrão
Scovill. Além de fazer demonstrações operacionais
prossional deve ser levada a sério por todos nós.
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áudio música e tecnologia | 33
NOTÍCIAS DO FRONT
s e r a v a T l e o n a M
Na minha opinião, dois fatores são muito impor-
te nossa participação nesse e em outros eventos
tantes para o desenvolvimento. Primeiro: um bom
(mesmo que não sejam exclusivamente de sono-
e embasado conhecimento técnico sobre o tema em questão. Segundo: nossa capacidade de somar
rização, porém é bom que sejam voltados para o
ao conhecimento nossas habilidades pessoais para
áudio, é claro). Assim, poderemos alcançar pata-
executar um trabalho. Por isso, acho importan-
mares destacados em nosso ambiente de trabalho.
Renato Muñoz é formado em Comunicação Social e atua como instrutor do IATEC e técnico de gravação e PA. Iniciou sua carreira em 1990 e desde 2003 trabalha com o Skank. E-mail:
[email protected]
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áudio música e tecnologia | 35
| Lucas Ramos EM CASA CAPA
EQUIPAMENTOS PARA UM HOME STUDIO
(PARTE VII)
INTERFACES DE ÁUDIO: LISTA DE MARCAS E MODELOS POPULARES
Na edição passada nós terminamos de falar sobre
AVID
as especicações importantes de uma interface de áudio. Então, nada mais natural do que conhecer-
A Avid é a empresa que produz o software Pro Tools,
mos agora algumas marcas e modelos. Para isso,
por isto suas interfaces são bastante populares no
elaborei uma lista de modelos de interfaces que são
mercado. Em relação à qualidade, a linha da Avid é
bastante populares nos home studios mundo afora.
sempre boa. Os pré-amplicadores não são os me -
Nesta lista entram as interfaces de baixo e médio
lhores do mundo, mas não comprometem. E a qua-
custo (com pelo menos dois pré-amplicadores) que
lidade dos conversores é bem mais do que razoável.
não vão abalar seu orçamento mas se enquadram
O preço, porém, não é dos mais baixos, a não ser
em um padrão básico de qualidade.
que você também vá investir na compra do software Pro Tools, pois há pacotes com descontos para a
Estão listadas as especicações básicas de cada in -
compra de interfaces da Avid junto com Pro Tools.
terface, como número e tipos de conexões. Porém, há outras informações que podem ser importantes
M-Box
sobre cada interface (mas que não caberiam aqui). Algumas interfaces têm chips de processamento
- Sistema operacional: Mac/Windows
(DSP) que minimizam a latência, outros vêm com
- Conexão: USB 2.0
softwares e plug-ins incluídos no pacote. Por isso,
- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
vale a pena dar uma pesquisada mais profunda nas
instrumento Hi-Z (TS)
interfaces que lhe interessarem. Mas as informações
- Pré-amplicadores de microfone: 2
listadas aqui já dão uma boa noção de qual interface
- Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 1 x fone
pode ser a melhor escolha para o seu estúdio. Então,
(TRS)
vamos lá!
- Entradas (digitais): 1 x S/PDIF
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áudio música e tecnologia | 37
EM CASA CAPA
- Saídas (digitais): 1 x S/PDIF - MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out - Sample Rate: até 96 kHz - Bit Depth: até 24 bits - Bus-Power: Sim - Ligação em cadeia (daisy chain): Não
M-Box Pro A família Avid: M-Box (acima) e M-Box Pro (abaixo) - Sistema operacional: Mac/Windows - Conexão: Firewire 400 - Entradas (analógicas): 4 x linha (TRS)/mic (XLR)/
Scarlett 2i2
instrumento (TS) + 2 x linha (RCA) - Pré-amplicadores de microfone: 4
- Sistema operacional: Mac/Windows
- Saídas (analógicas): 6 x linha (TRS) + 2 x fone
- Conexão: USB 2.0
(TRS)
- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
- Entradas (digitais): Nenhuma
instrumento (TS)
- Saídas (digitais): Nenhuma
- Pré-amplicadores de microfone: 2
- MIDI: Não
- Saídas (analógicas): 2 x Linha (TRS) + 1 x Fone
- Sample Rate: até 192 kHz
(TRS)
- Bit Depth: até 24 bits
- Entradas (digitais): Nenhuma
- Bus-Power: Não
- Saídas (digitais): Nenhuma
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
- MIDI: Não - Sample Rate: até 96 kHz
FOCUSRITE
- Bit Depth: até 24 bits - Bus-Power: Sim
A Focusrite é conhecida pelos seus pré-ampli -
- Ligação em Cadeia (daisy chain): Não
cadores e consoles, pois a empresa foi criada por ninguém menos que Rupert Neve (criador dos
Scarlett 8i6
consoles e pré-amps Neve)! Mas isso foi há muito tempo atrás, e hoje em dia a Focusrite dispõe de
- Sistema operacional: Mac/Windows
uma extensa linha de interfaces de áudio, e poucos
- Conexão: USB 2.0
pré-amps e consoles. Porém, não é incomum ouvir
- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
alguém dizer que os pré-amps da Focusrite já não
instrumento (TS) + 2 x linha (TRS)
são mais os mesmos... e dependendo do modelo,
- Pré-amplicadores de microfone: 2
pode até ser verdade. Mas, na verdade, as inter-
- Saídas (analógicas): 4 x linha (TRS) + 1 x fone
faces da Focusrite são conhecidas por terem pré-
(TRS)
-amps de alta-qualidade quando comparados com a
- Entradas (digitais): 1 x S/PDIF
concorrência (na mesma faixa de preço). O modelo
- Saídas (digitais): 1 x S/PDIF
Liquid Safre 56, inclusive, dispõe de dois pré-amps
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
(Liquid Pre-amp) que emulam a sonoridade de pré-
- Sample Rate: até 96 kHz
-amps clássicos (como o próprio Neve 1073). Pode
- Bit Depth: até 24 bits
não ser um Neve original... mas é, sem sombra de
- Bus-Power: Não
dúvida, muito bom!
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
38 | áudio música e tecnologia
EM CASA CAPA
- Conexão: USB 1.1 - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/ instrumento (TS) - Pré-amplicadores de microfone: 2 - Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 4 x linha (RCA) + 1 x fone (TRS) - Entradas (digitais): Nenhuma - Saídas (digitais): Nenhuma - MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out - Sample Rate: até 48 kHz - Bit Depth: até 24 bits - Bus-Power: Sim - Ligação em cadeia (daisy chain): Não
Saffire Pro 14 - Sistema operacional: Mac/Windows - Conexão: Firewire 400 - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/ instrumento (TS) + 2 x linha (TRS) - Pré-amplicadores de microfone: 2 - Saídas (analógicas): 4 x linha (TRS) + 1 x fone (TRS)
A família Focusrite: (1) Scarlett 2i2, (2) Scarlett 8i6, (3) Scarlett 18i6, (4) Saffire 6 USB, (5) Saffire Pro 14, (6) Saffire Pro 24 DSP, (7) Saffire Pro 40 e (8) Liquid Saffire 56
- Entradas (digitais): 1 x S/PDIF - Saídas (digitais): 1 x S/PDIF - MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out - Sample Rate: até 96 kHz
Scarlett 18i6
- Bit Depth: até 24 bits - Bus-Power: Sim
- Sistema operacional: Mac/Windows
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
- Conexão: USB 2.0 - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
Saffire Pro 24/DSP
instrumento (TS) + 6 x linha (TRS) - Pré-amplicadores de microfone: 2
- Sistema operacional: Mac/Windows
- Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 1 x fone
- Conexão: Firewire 400
(TRS)
- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
- Entradas (digitais): 1 x ADAT + 1 x S/PDIF
instrumento (TS) + 2 x linha (TRS)
- Saídas (digitais): 1 x S/PDIF
- Pré-amplicadores de microfone: 2
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
- Saídas (analógicas): 6 x linha (TRS) + 1 x fone
- Sample Rate: até 96 kHz
(TRS)
- Bit Depth: até 24 bits
- Entradas (digitais): 1 x ADAT + 1 x S/PDIF
- Bus-Power: Não
- Saídas (digitais): 1 x S/PDIF
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out - Sample Rate: até 96 kHz
Saffire 6 USB
- Bit Depth: até 24 bits - Bus-Power: Não
- Sistema operacional: Mac/Windows
40 | áudio música e tecnologia
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
áudio música e tecnologia | 41
EM CASA CAPA
Saffire Pro 40 - Sistema operacional: Mac/Windows - Conexão: Firewire 400 - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/ instrumento (TS) + 6 x linha (TRS)/ mic (XLR) - Pré-amplicadores de microfone: 8 - Saídas (analógicas): 10 x linha (TRS) + 2 x fone (TRS) - Entradas (digitais): 1 x ADAT + 1 x S/PDIF - Saídas (digitais): 1 x ADAT + 1 x S/PDIF - MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out - Sample Rate: até 96 kHz - Bit Depth: até 24 bits - Bus-Power: Não - Ligação em cadeia (daisy chain): Não
Liquid Saffire 56 - Sistema Operacional: Mac/Windows - Conexão: Firewire 400
A família Lexicon: (1) Lambda, (2) Omega, (3) I-O|22, (4) I-O|42 e (5) I-O|82
- Entradas (analógicas): 4 x linha (TRS)/mic (XLR)/ instrumento (TS) + 4 x linha (TRS)/mic (XLR) - Pré-amplicadores de microfone: 8 - Saídas (analógicas): 10 x linha (TRS) + 2 x fone
Lambda
(TRS) - Entradas (digitais): 2 x ADAT + 1 x S/PDIF
- Sistema Operacional: Mac/Windows
- Saídas (digitais): 2 x ADAT + 1 x S/PDIF
- Conexão: USB 1.1
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 2 x mic
- Sample Rate: até 192 kHz
(XLR) + 1 x instrumento (TS)
- Bit Depth: até 24 bits
- Pré-amplicadores de microfone: 2
- Bus-Power: Não
- Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 1 x fone
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
(3.5 mm) - Entradas (digitais): Nenhuma
LEXICON
- Saídas (digitais): Nenhuma - MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
A Lexicon sempre foi famosa pelos seus processado-
- Sample Rate: até 48 kHz
res de efeitos, especialmente os reverbs. Mas, hoje
- Bit Depth: até 24 bits
em dia, a Lexicon também oferece duas séries de
- Bus-Power: Sim
interfaces muito boas, sendo que alguns modelos
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
ainda vêm com pacotes de plug-ins com os lendários efeitos da Lexicon. E para melhorar ainda mais,
Omega
os pré-amps das interfaces da fabricante foram herdados da sua empresa-irmã, a dbx (ambas fazem
- Sistema Operacional: Mac/Windows
parte do grupo Harman), e são de ótima qualidade.
- Conexão: USB 1.1
Tudo isso por um preço razoável.
- Entradas (analógicas): 4 x linha (TRS) + 2 x mic
42 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 43
EM CASA CAPA
(XLR) + 1 x instrumento (TS)
- Conexão: USB 2.0
- Pré-amplicadores de microfone: 2
- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
- Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 1 x fone
instrumento (TS) + 6 x linha (TRS)/mic (XLR)
(TRS)
- Pré-amplicadores de microfone: 8
- Entradas (digitais): 1 x S/PDIF
- Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 2 x fone
- Saídas (digitais): 1 x S/PDIF
(TRS)
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
- Entradas (digitais): 1 x S/PDIF
- Sample Rate: até 48 kHz
- Saídas (digitais): 1 x S/PDIF
- Bit Depth: até 24 bits
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
- Bus-Power: Não
- Sample Rate: até 96 kHz
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
- Bit Depth: até 24 bits - Bus-Power: Não
I-O|22
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
- Sistema operacional: Mac/Windows
MACKIE
- Conexão: USB 2.0 - Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
A Mackie sempre foi conhecida por seus mixers e
instrumento (TS)
mesas de som, e ainda é até hoje. Mas ela também
- Pré-amplicadores de microfone: 2
oferece dois modelos de interfaces que são bastante
- Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 1 x fone
populares, até porque os pré-amps utilizados são os
(TRS)
mesmos da linha de mixers Onyx, que também são
- Entradas (digitais): Nenhuma
bem populares. Os conversores não são ótimos, mas
- Saídas (digitais): Nenhuma
também não comprometem. E o preço é bem aces-
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
sível. Nada mal...
- Sample Rate: até 96 kHz - Bit Depth: até 24 bits
Onyx Blackjack
- Bus-Power: Não - Ligação em cadeia (daisy chain): Não
- Sistema operacional: Mac/Windows - Conexão: USB 1.1
I-O|42
- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/ instrumento (TS)
- Sistema Operacional: Mac/Windows
- Pré-amplicadores de microfone: 2
- Conexão: USB 2.0
- Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 1 x fone
- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/
(TRS)
instrumento (TS) + 2 x linha (TRS)/mic (XLR)
- Entradas (digitais): Nenhuma
- Pré-amplicadores de microfone: 4
- Saídas (digitais): Nenhuma
- Saídas (analógicas): 2 x linha (TRS) + 2 x fone
- MIDI: Não
(TRS)
- Sample Rate: até 48 kHz
- Entradas (digitais): 1 x S/PDIF
- Bit Depth: até 24 bits
- Saídas (digitais): 1 x S/PDIF
- Bus-Power: Sim
- MIDI: 1 x MIDI In + 1 x MIDI Out
- Ligação em cadeia (daisy chain): Não
- Sample Rate: até 96 kHz - Bit Depth: até 24 bits
Onyx Blackbird
- Bus-Power: Não - Ligação em cadeia (daisy chain): Não
- Sistema operacional: Mac/Windows - Conexão: Firewire 400
I-O|82
- Entradas (analógicas): 2 x linha (TRS)/mic (XLR)/ instrumento (TS) + 6 x linha (TRS)/mic (XLR)
- Sistema operacional: Mac/Windows
44 | áudio música e tecnologia
- Pré-amplicadores de microfone: 8
- Saídas (analógicas): 6 x linha (TRS) + 2 x fone (TRS) - Entradas (digitais): 2 x ADAT - Saídas (digitais): 2 x ADAT - MIDI: Não - Sample Rate: até 96 kHz - Bit Depth: até 24 bits - Bus-Power: Sim - Ligação em cadeia (daisy chain): Sim E por hoje é só, pessoal! Mas na próxima edição continuaremos esta lista, falando das marcas M-Audio, MOTU, PreSonus e Tascam, para nalizar. Não percam!
A família Mackie: Blackjack (acima) e Blackbird (abaixo)
Até lá!
Lucas Ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do IATEC. E-mail:
[email protected]
áudio música e tecnologia | 45
GRAVAÇÃO |
Fábio Henriques
A HORA DO ESTÉREO s e u q i r n e H o i b á F
OS DIFERENTES CONCEITOS, APLICAÇÕES E SISTEMAS QUE COMPÕEM O UNIVERSO DA MICROFONAÇÃO ESTEREOFÔNICA
D
esta vez vamos analisar como aproveitar o fato
timbre original, iremos usar estas duas premissas para
de que reproduziremos o som em dois canais nas
obtermos resultados interessantes.
aplicações em estéreo. Antes de mais nada, porém,
vamos defnir melhor os nossos objetivos.
AUDIÇÃO ESPACIAL
Já vimos aqui que o modo mais natural de se microfo-
Eu não sei se todos já repararam, mas temos dois ouvi-
nar um instrumento é, na maioria das vezes, colocando o
dos. Alguém pode achar que isto acontece para termos
microfone na posição de um ouvinte hipotético. Quando
uma reserva no caso de um deles dar defeito, mas não é
colocamos mais de um microfone e combinamos o resul-
bem assim. Temos dois ouvidos pelo mesmo motivo pelo
tado, sempre ocorrerão interações entre o som dos micro-
qual temos dois olhos: obter a sensação espacial.
fones por causa das diferenças de fase. Algumas vezes o som captado acaba sendo até melhor do que imagináva-
Analisando friamente, nosso “sistema de captação” con-
mos, mas será certamente diferente do som natural.
siste de dois microfones colocados dentro de canais em cuja boca se encontram cornetas acústicas, com um obs-
Porém, temos dois canais para preencher, e seria mais
táculo considerável entre os dois. Assim, sons de frequên-
interessante se pudéssemos captar com dois microfo-
cias mais para o extremo agudo do espectro, que chegam
nes, enviando um deles para o lado L e o outro para o
de um dos lados, são captados melhor por um dos ouvi-
R. Levando em conta que usar mais de um microfone
dos. A cabeça funciona como um obstáculo considerável,
implica em gravar com diferenças de fase que alteram o
e o ouvido situado do lado oposto acaba captando com
46 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 47
GRAVAÇÃO
menor intensidade. Em outras palavras, para os sons mais agudos, a nossa sensação de direção se origina na diferença de intensidade entre os dois ouvidos. Agora, para as frequências mais graves, os comprimentos de onda começam a car grandes demais em rela ção à cabeça, e as diferenças de intensidade passam a ser irrelevantes. Neste caso, as diferenças no tempo de chegada a cada ouvido (em outras palavras, a diferença de fase) é que passa a importar. Para as frequências intermediárias, vale um misto dos dois, enquanto as orelhas ajudam, entre outras coisas, a posicionar acima ou abaixo fontes diretamente à frente ou diretamente atrás.
O ESTÉREO Em uso comum, o termo “estéreo” se refere a sistemas de som em que a informação se divide em um lado “esquerdo” e um “direito”. O conceito de estereofonia, porém, é bem mais amplo, referindo-se a qualquer sistema em que se tenta recriar o sentido direcional do som, independentemente do número de fontes simultâneas que se ouve. O uso de dois canais se deveu basicamente às limitações dos meios de gravação e do custo dos equipamentos. Com o avanço tecnológico, porém, nada impede que tenhamos sistemas em que múltiplas fontes sonoras contribuem para recriar o sentido espacial. Neste momento, porém, vamos nos concentrar apenas no estéreo tradicional, L-R, por ser ainda o mais empregado.
ou mais à direita, conforme desejado. A segunda é usando dois (ou até mais) microfones e distribuindo os sinais obtidos para duas (ou mais) pistas. Vamos nos deter aos diferentes processos de gravação usando mais de um microfone na tentativa de recriar a sensação espacial.
APLICAÇÕES TÍPICAS Normalmente se usa microfonação estéreo quando a própria fonte já se benecia do sentido posicional. Por
exemplo: orquestras de câmara, grupos vocais, conjunto de peças de percussão, naipes de metais, caixas leslie etc. Outro caso típico é quando um instrumento tem
um certo destaque ou função em um arranjo. Violão, acordeão e sax, entre outros, ganham muito colorido se gravados em estéreo desde que o arranjo lhes permita despontar sem mascaramentos.
SIMULANDO ESTÉREO Um dos recursos que se utiliza para aumentar a riqueza tímbrica de um programa é a “dobra”. Em vez de se gravar
um violão, por exemplo, em estéreo, grava-se a mesma parte duas vezes, jogando cada uma das pistas para um lado. As ligeiras diferenças de tempo e as microdesana ções resultantes aumentam o conteúdo harmônico e dão um brilho bastante interessante à mixagem. Vale lembrar que, devido à maior direcionalidade dos menores comprimentos de onda, é útil posicionar no pan os instrumentos mais agudos nas pontas e os mais graves no meio.
GRAVANDO COM DOIS MICROFONES Para recriar no ouvinte o senso direcional do som, distribui-se o áudio em dois canais, indo para caixas acústicas posicionadas com uma certa distância entre si. As diferenças de fase e intensidade no som que chega a nossos ouvidos desta forma sugerem o comportamento real das fontes sonoras. Modernamente, este conceito foi expandido, e hoje, mesmo não se tentando recriar ambiente nenhum, existem procedimentos básicos de disposição dos diferentes canais no plano estereofônico que tornam a audição bem mais interessante e agradável. Existem duas maneiras de se posicionar instrumentos no plano L-R. A primeira, gravando-se a fonte em uma pista e controlando sua posição através do controle de pan no console. Na mixagem nal, ela estará mais à esquerda
48 | áudio música e tecnologia
Nossa análise irá se concentrar agora na gravação utilizando dois microfones. Ela é útil tanto para gravações em estéreo de instrumentos solo quanto para grupos e ambiências. Neste ponto, é importante alertarmos que o uso de microfonação estéreo deve ser feito com critério, pois, como sabemos, haverá cancelamentos de fase envolvidos no processo. Mesmo obtendo melhor imagem espacial, pode-se empobrecer a qualidade sonora do material. É sempre bom conferir em mono para analisar as perdas. Como norma geral, evite gravar em estéreo instrumentos que não aparecerão “abertos” no plano da mixagem nal. Um
instrumento gravado em estéreo reduzido a mono pode apresentar um som bastante diferente do original.
TÉCNICAS DE MICROFONAÇÃO ESTÉREO A) BINAURAL Nesta técnica, usam-se dois microfones omnidirecionais separados por um isolante acústico. Assim, tentamos recriar as condições em que os ouvidos operam. Nada mais fel, portanto, do que usar como isolante acústico uma cabeça moldada, com microfones inseridos nos canais auditivos. Esta é a técnica de recriação espacial mais ef caz, mas tem uma grande desvantagem: para que funcione corretamente, deve-se ouvir o programa usando fones de ouvido. Quando o som é reproduzido em caixas
s e u q i r n e H o i b á F
acústicas, a imagem espacial é bastante prejudicada.
UM BINAURAL IMPROVISADO NO ESTÚDIO Mesmo com esta restrição, os equipamentos para gravação binaural são muito importantes em situações como medição de ruído em ambientes de trabalho.
nais, com as cápsulas orientadas com os eixos fazendo um ângulo de 90 o. Os lobos anteriores captam o som direto e os posteriores o som da sala. A distância entre
A análise que faremos adiante pode ser aplicada tanto no
os microfones e a orquestra é normalmente a metade da
caso da captação de uma orquestra quanto com apenas
largura do conjunto. Observe que os diagramas se cruzam
um instrumento, bastando que as distâncias sejam pro-
onde a sensibilidade cai 3 dB, fazendo com que os sons
porcionais ao tamanho aparente da fonte.
centrais não tenham excesso de volume.
B) SISTEMAS COINCIDENTES
X-Y – Substitui-se os bidirecionais por cardióides. Os lobos posteriores são eliminados, e praticamente só o som
São aqueles em que os diafragmas dos dois microfones
direto é captado. O problema é que os diagramas polares
são colocados no mesmo eixo vertical. Isto elimina dife-
dos dois microfones se cruzam muito próximo do máxi-
renças de fase, e a recriação do sentido espacial se deve
mo, fazendo com que haja um estreitamento da imagem
apenas a informações de diferenças de intensidade. As
estéreo (sons do meio fcam muito mais altos que os das
técnicas mais conhecidas e empregadas são: Estereosônica (Blumlein) – Dois microfones bidirecio O N A I P
PERCURSSION BRASS
H A R P
WOODWINDS BASSES VIOLINS
o ã ç a g l u v i
D
CABEÇA BINAURAL CAPTANDO O SOM DAS ONDAS
SPEAKER
CELOS
SPEAKER
GRÁFICO 1 - BLUMLEIN áudio música e tecnologia | 49
GRAVAÇÃO
s e u q i r n e H o i b á F
TÉCNICA XY É IGUAL À BLUMLEIN, BASTANDO MUDAR A CONFIGURAÇÃO DO MICROFONE PARA UMA SE TRANSFORMAR NA OUTRA GRÁFICO 3: M - S laterais). Para se alargar a imagem, podem ser usados dois hipercardióides com o ângulo aumentado para 110 o.
pode-se estreitar/alargar a imagem estéreo. Além disso, é a confguração que dá a melhor compatibilidade em mono,
M-S – Também chamado “Middle-Side”. Usa um microfone
uma vez que neste caso as laterais se cancelam.
cardióide apontado diretamente à frente e um bidirecional fazendo 90o com esta direção. As saídas dos dois micro-
C) SISTEMAS QUASE COINCIDENTES (NEAR-COINCIDENT SYSTEMS)
fones devem ser combinadas da seguinte forma: o sinal do bidirecional é mandado a dois canais com o pan aber-
Passam a incorporar informações de diferenças de fase,
to; em um deles se inverte a fase; o sinal do cardioide é
pois as cápsulas não estão mais no mesmo eixo vertical.
mandado para um terceiro canal com o pan no meio; os
Os sistemas mais famosos são:
sinais dos três canais são somados em duas saídas (L e R). A vantagem é que, variando o nível dos canais laterais,
ORTF (Ofce de Radiodiffusion-Television Française) – Dois microfones cardióides com as cápsulas sepa-
radas por 17 cm (simula a distância entre os ouvidos) e fazendo um ângulo de 110 o (simula a captação dos
s e u q i r n e H o i b á F
GRÁFICO 2: X-Y 50 | áudio música e tecnologia
VISTA FRONTAL DA TÉCNICA M-S
GRÁFICO 4: ORTF ouvidos). A cobertura média é de 180 o e não depende tanto do ambiente. O ponto central de captação é -3 dB em cada microfone (não acentua o meio).
s e u q i r n e H o i b á F
NOS (Nederlandsche Omroep Stichting) – Dois cardio-
ides separados por 30 cm, com ângulo de 90 o entre as
TÉCNICA ORTF VISTA DE CIMA
cápsulas. Por estarem mais distantes, são sensíveis a diferenças de fase em frequências mais baixas. Proporciona som mais aberto. Seu ângulo total de captação é de 160 o.
D) SISTEMAS ESPAÇADOS
AB – Estando no limite entre os pares quase-espaçados e
Se começamos a aumentar o espaçamento entre os dois
os espaçados, a técnica AB emprega dois microfones omni
microfones, vamos cada vez mais enviar informações ex-
a uma distância de uns 50 cm, aproximadamente. Este
clusivamente laterais aos alto-falantes. Isto faz com que
caso incorpora mais diferenças de fase.
somente os sons vindos exatamente do meio sejam en-
GRAVAÇÃO
GRÁFICO 5: NOS
viados ao centro, e, assim mesmo, com nível muito baixo.
caso, cubra as superfícies reetoras com material absor-
Qualquer som levemente fora de centro irá saltar para a
vente ou use a regra do “2 para 1” (se um microfone está
extrema esquerda ou direita. Este efeito é chamado “bu-
a uma distância “d” de uma fonte, deve estar, no mínimo,
raco central” (hole-in-the-middle) e pode ser evitado com
a “2d” da superfície reetora mais próxima).
o uso de um terceiro microfone colocado no meio, enviando sinal aos lados esquerdo e direito igualmente.
CUIDADOS NO USO DE REBATEDORES
Um uso típico desta técnica utiliza três microfones omni
Os rebatedores (ou barreiras acústicas móveis) são usa-
colocados equidistantes a um coral, por exemplo.
dos muitas vezes na tentativa de diminuir os vazamentos, mas deve-se ter cuidado ao usá-los, pois podem piorar em
EVITANDO CANCELAMENTOS DE FASE
vez de ajudar.
Já sabemos que diferentes frequências possuem diferentes
Vejamos o caso em que um rebatedor é colocado entre
comprimentos de onda. Assim, se captamos o som de um
dois instrumentos e um deles é captado por um cardiói-
instrumento com dois microfones, existirão várias frequên-
de. Supondo que o rebatedor é um absorvedor perfeito
cias para as quais um deles estará captando um máximo
(e não é!), todos os sons que atingiriam os ports laterais
e o outro um mínimo de pressão acústica. Para essas fre-
e traseiros do microfone são abafados, transformando a
quências haverá cancelamento de fase. A m de minimizar
resposta do microfone em omni! Se levarmos também em
este efeito, use a regra do “3 para 1” (se um microfone está
conta que o rebatedor não absorve completamente o som,
a uma distância “d” de uma fonte, nenhum outro microfone
veremos que haverá cancelamentos de fase devido a re-
poderá estar a menos de “3d desta fonte).
exões. Considere também o efeito de difração, que faz
”
com que os graves “contornem” o rebatedor. Existem também cancelamentos de fase mesmo usando um só microfone, devido a diferenças no comprimento do
A conclusão é: o posicionamento deve ser extremamente
caminho do som da fonte ao microfone entre um sinal di-
cuidadoso e só a audição atenta vai dizer quando e como
reto e um reetido (caso da estante de partituras). Neste
se devem usar os rebatedores.
Fábio Henriques é engenheiro eletrônico e de gravação e autor dos Guias de Mixagem 1 , 2 e 3 , lançados pela editora Música & Tecnologia. É responsável pelos produtos da gravadora Canção Nova, onde atua como engenheiro de gravação e mixagem e produtor musical.
52 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 53
CAPA
|
Miguel Ratton
PRESONUS STUDIOLIVE
UM CONSOLE PEQUENO, FUNCIONAL E PODEROSO T & M A
54 | áudio música e tecnologia
H
á pouco mais de dez anos, o segmento de consoles digitais era um território restrito a menos de meia dúzia de
fabricantes. Mas, como sempre acontece no mundo dos negócios, todo mercado em que há pouca competição gera “olho grande” e é só
16.4.2
uma questão de tempo para que outras empresas apareçam com produtos concorrentes. Obviamente, não é nada fácil disputar contra equipamentos que já têm uma posição consolidada e desfrutam da conança dos usuários, mas, cedo ou tarde, acaba surgindo alguma nova opção capaz de oferecer algum tipo de vantagem, seja em inovação, em funcionalidade ou até mesmo no preço. A PreSonus iniciou suas atividades em meados da década de 1990 e cou conhecida por seu pré-amp DigiMax e suas interfaces de áudio. Há pouco tempo, lançou o primeiro modelo da linha de consoles digitais StudioLive, e, como não poderia deixar de ser, incorporou nele aquelas experiências anteriores bem-sucedidas, mas, sobretudo, adicionou um conceito de design bastante funcional e prático, como veremos a seguir.
VISÃO GERAL A StudioLive 16.4.2 é uma mesa compacta e, como o nome sugere, possui 16 entradas para microfone ou linha, quatro subgrupos e uma saída principal em estéreo. Ela dispõe de saídas direct out e conexões de insert em todos os canais de entrada, dois processadores internos de efeitos e seis buses auxiliares, que podem ser usados para mixagem de monitor ou então como mandadas para processamentos externos à mesa. No geral, o visual do console é bonito, com cores sóbrias e um layout funcional. A inclinação do painel pareceu bem adequada à operação prolongada, e a largura de 44 cm permite que o console seja montado em um rack de 19” (as abas metálicas para montagem vêm junto com o equipamento). Com exceção da saída
áudio música e tecnologia | 55
CAPA
para fone de ouvido, que ca no canto inferior direito na
padas em dois conectores do tipo DB15. A mesa dispõe de
frente do console, todos os demais conectores de áudio
mais duas entradas auxiliares em estéreo (conectores de
cam na parte traseira, de maneira que o painel superior
1/4”), endereçadas diretamente à saída principal, e uma
contém apenas os controles e indicadores luminosos. Na
entrada estéreo Tape In (conectores RCA). Há ainda uma
parte superior direita do painel ca uma pequena tela de
entrada para microfone de talkback, que pode ser ende-
LCD monocromática, que serve para visualizar detalhes
reçada aos auxiliares e à saída principal. Esta entrada, um
de alguns parâmetros e acessar páginas de congura -
conector XLR no painel traseiro, tem a alimentação phan-
ções da mesa, e bem na extremidade superior direita do
tom permanentemente ligada e seu ajuste de ganho é fei-
console há um conector para luminária de 12 V.
to por um pequeno botão de volume ao lado do conector.
Indicada pela PreSonus para uso tanto em estúdio quanto
Quanto às saídas, o sinal estéreo principal (Main) está
ao vivo, a 16.4.2, de fato, tem características que a tornam
disponível através de conectores XLR, 1/4” TRS e RCA
“bivalente”, oferecendo recursos que agradam em ambas
(Tape Out). A saída estéreo Main também é mixada
as situações. O fato de poder funcionar integrada a um
para mono e vai para um conector XLR especíco. Tan -
computador, via Firewire, faz da 16.4.2 uma bela opção de
to as saídas Main estéreo quanto a saída Main mono
interface de áudio multicanal, uma vez que ela possui 16
dispõem de um botão de volume bem ao lado dos seus
pré-amplicadores de alta qualidade e recursos essenciais
conectores. No painel traseiro estão disponíveis ainda
para um estúdio de gravação, tais como compressores em
as saídas em estéreo para monitoração (Control Room),
todas as entradas e monitoração imediata das pistas gra-
as quatro saídas dos subgrupos e as seis saídas dos
vadas. Por outro lado, pelo seu tamanho compacto, é um
auxiliares, todas em conectores de 1/4” TRS. Além des-
equipamento apropriado para sistemas de sonorização de
tes, existe também um conector digital S/PDIF (RCA),
pequeno porte, tais como teatros, igrejas e auditórios cor-
cujo sinal de saída pode ser selecionado pelo operador
porativos, já que ocupa pouco espaço e oferece uma quan-
(Main, subgrupos, auxiliares, talkback etc.).
tidade de canais suciente para essas aplicações. Em cada strip de canal de entrada há um botão de ajusEm vários aspectos, sua operação é bastante intuitiva,
te de ganho, uma chave de acionamento individual da
como se fosse uma mesa analógica. Mesmo sendo um
alimentação phantom, uma chave para escolher entre
console digital, as 16 entradas físicas estão associadas
o sinal da entrada física e o sinal vindo do computador,
diretamente aos 16 canais de mixagem, cujos níveis
uma chave Select para habilitar a operação no canal, as
são controlados diretamente pelos 16 faders. Por isso,
chaves de Solo e Mute e um fader de 100 mm. Os strips
não existem layers de canais e nem é necessário efetuar
são identicados em três regiões do painel (abaixo dos
qualquer tipo de roteamento das entradas para os ca T & M A
nais de mixagem (existe até uma matriz de patchbay no software Virtual StudioLive, mas que se limita a rotear os sinais de auxiliares, subgrupos etc. para as entradas de áudio no computador). Todos os 16 canais de entrada possuem conectores XLR e 1/4” TRS e conectores de insert TRS. Já as saídas diretas (direct out) dos canais de entrada estão disponíveis agru -
Parte traseira do equipamento: todos os conectores de áudio são ligados nela, com exceção da saída para fone de ouvido 56 | áudio música e tecnologia
botões de ganho, acima das chaves de Select e abaixo dos faders), o que diminui bastante a possibilidade de erro do operador. A iluminação é um dos pontos fortes do painel: as teclas que estão acionadas cam acesas, e as teclas que não estão acionadas brilham bem suavemente, o suciente para serem identi cadas num ambiente escuro, como é o caso de teatros, por exemplo. A linha StudioLive usa os mesmos préamplicadores XMAX adotados no DigiMax e nas interfaces FireStudio, que são circuitos amplicadores do
T & M A
tipo classe A, implementados com componentes discretos (transistores, e não circuitos integrados). De acordo com a PreSonus, eles operam alimentados com 30V, enquanto os amplicadores
Visão frontal do PreSonus StudioLive 16.4.2: painel superior contém apenas os controles e indicadores luminosos
operacionais comuns são alimentados de 10V a 18V, e esta tensão de alimentação mais alta proporciona um headroom maior, com graves mais profundos, agudos
do canal que se está operando. Quando um canal de en-
mais suaves e uma sonoridade geral mais cheia. De fato,
trada é selecionado (pressionando-se a respectiva tecla
os prés da 16.4.2 possuem uma faixa de ganho muito
Select no strip), o Fat Channel apresenta, da esquerda
ampla e uma resposta extremamente plana.
para a direita, os controles e parâmetros dos processamentos daquele canal, que são ltro passa-altas (ajustá -
Apesar de só ter seis mandadas auxiliares, o que pode
vel até 1 kHz), tecla de inversão de fase, Gate/Expander,
ser pouco quando se precisa mixar a monitoração para
Compressor, Limiter e EQ de quatro bandas.
bandas maiores, a 16.4.2 tem a vantagem de não ocupar esses auxiliares com os efeitos internos, que pos-
Os parâmetros desses processadores podem ser ajustados
suem suas próprias mandadas. Na verdade, para apli-
por meio de 16 botões rotativos (encoders), sendo que aci-
cações que requerem mais canais de entrada e mais
ma de cada um deles há uma barra de LEDs com uma
auxiliares, a PreSonus oferece a StudioLive 24.4.2,
escala que indica a posição (valor) do ajuste do respectivo
com 24 canais de entrada e 10 auxiliares.
parâmetro. Desta forma, o operador tem uma visualização geral e imediata de todos os parâmetros do canal, podendo atuar diretamente naquele que deseja. O Fat Channel tam-
APERTANDO AS TECLAS E MEXENDO NOS BOTÕES
bém mostra os controles e parâmetros dos processamentos existentes nos auxiliares, nos efeitos, nos subgrupos, nos canais de retorno e também na saída Main (veja na tabela os recursos disponíveis para cada canal e bus da mesa).
Operar a 16.4.2 é bem fácil porque o conceito fundamental da mesa é ter tudo na mão, sem a necessidade de
As barras de LEDs também funcionam como medidores
selecionar layers ou abrir páginas na tela. Na área azul,
de nível dos sinais, podendo mostrar os níveis de entra-
no centro do painel, ca o chamado Fat Channel: um
da, os níveis de saída ou a quantidade de redução de
conjunto de chaves, botões e barras de LEDs que servem
ganho (GR) nos sinais dos 16 canais de entrada ou os
para controlar e visualizar uma variedade de parâmetros
níveis dos sinais nos seis auxiliares e nos dois efeitos.
áudio música e tecnologia | 57
CAPA
Inversão de fase
Filtro HPF
Noise Gate
Compressor
EQ
Limiter
X
X
X
X
X
X
Subgrupos
X
X
X
X
Saída Main
X
X
X
X
Auxiliares 1-6
X
X
X
X
FX Internos A e B
X
X
X
X
Retornos A e B
X
X
X
X
Entradas (1-16)
Como os faders não são motorizados, as barras de LEDs
sua respectiva tecla Mix para visualizar nas barras os
também servem para indicar a posição onde os faders
níveis de mandada dos 16 canais para aquele auxiliar
devem ser posicionados ao se chamar uma cena de mi-
e ajustá-los usando os encoders. Este mesmo procedi-
xagem da memória, isto é, as barras de LEDs mostram o
mento é usado para ajustar os níveis de mandada dos
ponto até onde o operador deve mover cada fader para
canais para os processadores internos de efeitos.
colocá-los nas posições salvas na memória. Os níveis dos subgrupos e da saída Main são mostrados em barras de
Na parte de baixo da área do Fat Channel há, ainda,
LEDs específcas, logo acima da tela de LCD.
o encoder do Pan, com uma barra de LEDs horizontal mostrando sua posição, as teclas de endereçamento
Os 16 encoders e as 16 barras de LEDs também são
do canal para subgrupos e Main, e ainda a tecla de
usados para ajustar os níveis de mandada para os auxi -
Link, que permite acoplar um par adjacente de canais,
liares. Ao selecionar qualquer auxiliar, basta pressionar
de auxiliares ou de subgrupos.
n o t t a R l e u g i M
Controlando e visualizando os parâmetros do Fat Channel 58 | áudio música e tecnologia
Todos os ajustes efetuados nos parâmetros do Fat Channel podem ser salvos em 100
n o t t a R l e u g i M
presets de memória para uso posterior (50 presets já vêm com
congurações
prontas
para diversos tipos de instrumentos e vozes). As operações de memória (Load e Save) são muito rápidas e requerem poucas ações. Também é possível copiar os ajustes de um canal para outro, e, neste caso, o procedimento é extremamente ágil: basta selecionar o canal a ser copiado e pressionar Copy para que comecem a piscar todas as teclas Select dos demais canais, aguardando o usuário selecionar em quais deles de-
Ajustando as mandadas dos canais para o FX1
verão ser copiados os ajustes (é possível copiá-los de um canal para vários destinos) e, em seguida, pressionar Load.
é preciso acessar a respectiva página na tela para que as bandas apareçam nos LEDs do Fat Channel. Outra adição
Ainda na cadeia de processamentos do Fat Channel, o
da versão 1.5 são os delays nos subgrupos, que podem
processador do Gate pode ser congurado (individu -
ser ajustados em até 500 ms.
almente em cada canal) para operar alternativamente como Expander. O compressor contém controles básicos,
Os processadores internos de efeitos limitam-se a pro-
incluindo uma opção de atuação gradual (Soft Knee) e
duzir efeitos de ambiência, basicamente reverbs e de-
um modo de ajuste automático de tempos de Attack e
lays, mas é possível editar vários parâmetros e salvar
Release. O EQ dispõe de quatro bandas, sendo que nas
os ajustes na memória da mesa. As mandadas de sinal
baixas e nas altas o ltro pode ser congurado como se -
dos canais para os efeitos são buses especícos (não
miparamétrico ou shelf, e nos médios-graves e médios-
ocupam os auxiliares) e os retornos dos efeitos podem
-agudos há duas opções de ajuste do Q (0.55 ou 2.0).
ir para quaisquer dos subgrupos ou para as saídas Main.
O ganho em todas as bandas pode ser ajustado entre
Não é possível insertar efeitos em um canal, o que não
-15 dB e +15 dB. Seria interessante que as bandas per-
faz muita falta, já que são só efeitos de ambiência.
mitissem o ajuste da frequência em todo o espectro, ou então que, pelo menos nos EQs dos subgrupos, uma das
Assim como em outros consoles digitais, a 16.4.2
bandas pudesse atuar como low-pass para possibilitar o
também pode memorizar cenas com congurações
corte do sinal que vai para um subwoofer.
completas de mixagem. Este é um recurso de grande utilidade para agilizar a operação, sobretudo em locais
Embora a 16.4.2 que recebi tenha vindo com um só
onde situações diferentes se repetem frequentemente,
EQ gráco de 31 bandas aplicado à saída Main, quando
como em igrejas, por exemplo. São 79 memórias de cena
atualizei o rmware interno da mesa para a versão 1.5
(e mais uma “zerada”, com condições iniciais básicas),
passaram a ser oito equalizadores grácos desse tipo,
nas quais cam salvos os ajustes de Mute, efeitos,
sendo dois para a saída Main e um para cada saída
endereçamentos, EQs, dinâmica, mixagens de auxiliares
auxiliar. Para poder ajustar as bandas dos EQs grácos,
e posicionamento dos faders (os ajustes de ganho dos
áudio música e tecnologia | 59
CAPA
prés não são memorizados). No caso do ajuste dos faders, pelo fato deles não serem motorizados, é preciso que o operador, depois de carregar a cena, “localize” com os faders da mesa os valores que estavam salvos na cena, usando as barras de LEDs dos medidores para
painel traseiro do console. A outra porta serve para conectar outra mesa em modo “cascade”, ampliando o
se guiar até posicionar sicamente o fader no valor do
O CD que vem com o equipamento instala o driver (ASIO/ WDM), o painel de controle Universal Control e o Virtual StudioLive – um software que, junto com a mesa, opera em tempo real, além de apresentar na tela do computador
ajuste da cena. É um pouco trabalhoso, mas funciona. Um detalhe operacional importante: é preciso prestar atenção ao se carregar uma cena, pois não há um pedido de conrmação antes de carregá-la efetivamente,
bastando selecionar a cena e pressionar Recall. No entanto, o console permite bloquear esta operação e algumas outras, evitando, assim, ações acidentais. De qualquer forma, todas as teclas atuam de maneira precisa e não é fácil acioná-las esbarrando acidentalmente.
número de canais de entrada, sendo possível encadear
várias 16.4.2 via Firewire.
todos os parâmetros e permitir editá-los gracamente
usando o mouse. O procedimento de instalação é simples, bastando seguir as informações na tela do computador. Testei a mesa junto com um PC rodando Windows XP e não tive qualquer tipo de problema com o Virtual StudioLive ou com softwares de gravação de áudio. No Universal Control é possível vericar se a versão do
INTEGRAÇÃO COM O SMAART
rmware (software interno do console) é a mais atual, e
de medição de áudio do conhecido software Smaart diretamente no Virtual StudioLive. Isto permitirá
ele mesmo se encarrega de efetuar a atualização. A mesa que recebi para teste ainda estava na versão 1.1, e para atualizar para a última versão, 1.5, foi necessário primeiro atualizar para a v.1.2. Este procedimento foi relativamente fácil, já que os respectivos softwares podem ser obtidos rapidamente no site da PreSonus. Portanto, é recomendável
usar os equalizadores das saídas da StudioLive
vericar periodicamente no site se há versões mais novas
para ajustar melhor o som do PA, identicando, por
do driver, do software e também do rmware.
De acordo com a PreSonus, a partir da versão 1.6 do rmware o console passará a dispor da tecnologia
exemplo, frequências de realimentação do sistema. Através da tecla de EQ gráco no Virtual StudioLive,
poderão ser ativados os algoritmos de RTA e espectrograma, que mostrarão o conteúdo do sinal que passa pelo respectivo EQ. O recurso do espectograma será implementado nas telas do Virtual StudioLive e também será incorporado o Smaart Locator – um localizador de delay que facilitará o uso da função de delay de saída que foi
Uma vez instalado o driver, a 16.4.2 é reconhecida como dispositivo de áudio em qualquer software de gravação (DAW) que suporte ASIO ou WDM (ou CoreAudio, no Mac), e aparece com um total de 32 entradas e 18 saídas de áudio em 24 bits (a taxa de amostragem pode
ser selecionada para 44.1 kHz ou 48 kHz no próprio equipamento ou no software Universal Control). Das 32 entradas de áudio, 16 são as respectivas entradas físicas
incluído aos subgrupos do console a partir do update
da mesa e as demais podem ser roteadas dos buses de Main, subgrupos, auxiliares, retornos, efeitos, Tape In,
1.5 do rmware. Ainda de acordo com a empresa,
talkback e Solo. Ou seja, é possível gravar no computador
as versões futuras do Virtual StudioLive também terão a adição do algoritmo Smaart Response, para medidas de resposta de frequência.
tudo o que passa dentro do console. Por outro lado, as 18
CONECTANDO AO COMPUTADOR Para conectar a 16.4.2 ao computador, pode-se usar qualquer uma das duas portas Firewire localizadas no
60 | áudio música e tecnologia
saídas de áudio no software são reproduzidas através dos
16 canais da mesa e mais o estéreo Tape In. Os sinais reproduzidos pelo software no computador podem ser monitorados imediatamente na mesa, pressionando-se a tecla com o símbolo do Firewire que existe em cada canal
de entrada e no Tape In. Desta forma, a 16.4.2 opera como uma poderosa interface de áudio, com 16 entradas de microfone, todas com pré-amps XMAX, phantom power e processamento de dinâmica. O ajuste de latência
pode ser efetuado na conguração do Universal Control e
mixagem de áudio em multipistas, com recursos para
o driver proporciona atrasos bem baixos, adequados não
sequenciamento MIDI, edição do material de áudio,
só para monitorar uma gravação, mas também para usar
automação de mixagem, plug-ins de processamento
o computador como processador externo, em tempo real,
e outras funcionalidades necessárias para produção
mandando um sinal da mesa via Firewire para um plug-in
musical.
no computador e retornando para a mesa.
Uma situação que está cando comum em sistemas de sonorização é o controle do console de fora da house mix,
Embora se comunique bidirecionalmente com o Virtual
com o operador de áudio usando algum tipo de dispositivo
StudioLive, transferindo os estados de controles para
móvel para ajustar detalhes da mixagem a partir de algum
este software e recebendo dele as alterações feitas
ponto da plateia. Para auxiliar neste sentido, a PreSonus
em suas telas, a 16.4.2 não opera como “superfície de
oferece o software StudioLive Remote para iPad, que pode
controle” de softwares de gravação e produção musical,
ser obtido gratuitamente na Apple App Store. Uma vez
o que é uma pena. Espero que a PreSonus incorpore
estabelecida uma conexão sem o com um computador
esta funcionalidade no futuro, já que isto ampliaria
(Mac ou PC) que esteja conectado a uma 16.4.2 e rodando
bastante as aplicações da mesa em estúdios.
Virtual StudioLive, é possível usar um ou mais iPads para
SOFTWARES À DISPOSIÇÃO Apesar de funcionar muito bem com qualquer software de gravação que aceite dispositivos ASIO, WDM ou AU, a StudioLive 16.4.2 também já vem com dois softwares de áudio. Um deles, o Capture, é um gravador multipistas desenvolvido especicamente para ser usado com as mesas StudioLive, para gravação ao vivo. Com versões para PC e Mac, ele permite gravar até 34 pistas, inserir marcadores em tempo real para indicar os pontos onde termina uma música e começa outra e fazer edições básicas no áudio, além de também exportar o material gravado para arquivos em formato WAV e OpenTL. Uma das aplicações sugeridas para o Capture é usálo para reproduzir, através do console, gravações multicanais
feitas
ao
vivo,
de modo que a passagem de som possa ser feita sem ter os músicos no local (ele pode importar arquivos WAV e AIFF). O outro software fornecido é o Studio One, na versão Artist, também para PC e Mac. Este é um programa de gravação e
StudioLive Remote e Studio One: softwares fornecidos são de grande utilidade áudio música e tecnologia | 61
CAPA
visualizar e controlar todos os parâmetros do console.
os canais controlam sempre as respectivas entradas. Por outro lado, a mesa oferece recursos interessantes,
Também está disponível gratuitamente na App Store o
como saída adicional em mono, alimentação phantom
aplicativo QMix, que funciona dentro do mesmo conceito
individual e delays nos subgrupos. O conceito do Fat
do StudioLive Remote para iPad. O QMix permite
Channel funciona muito bem, agilizando bastante a
que até seis músicos, a partir de seus aparelhos de
operação, e a qualidade reconhecida dos prés XMAX
iPhone ou iPod Touch, controlem simultaneamente as
valorizam signicativamente o equipamento.
mixagens de monitor nos auxiliare s da 16.4.2. Para isso é necessário conectar os iPhones ou iPods em rede sem o com um computador (Mac ou PC) e habilitar neste o controle remoto do QMix sobre o Virtual StudioLive, que então controla o console conectado via Firewire.
NO FINAL DAS CONTAS
Uma das vantagens agregadas à mesa 16.4.2 é seu funcionamento como interface de áudio, que a torna interessante não só como equipamento central de um estúdio, mas também abre mais campos no uso em sonorização, com a possibilidade de g ravação multicanal de espetáculos, debates etc. Pode-se questionar a implementação da comunicação com computador via
Os grandes destaques da StudioLive são, sem dúvida,
porta Firewire, que está cando cada vez mais difícil
a funcionalidade e a facilidade de operação. Ter tudo
de ser encontrada nos novos computadores, mas pro-
à mão e poder atuar imediatamente em qualquer canal é o que todo operador deseja, principalmente neste segmento de mesas compactas. O fato de não possuir faders motorizados, embora possa dar mais trabalho na recuperação de cenas, não chega a ser propriamente uma deciência, já que, pelo fato de não haver layers,
vavelmente não seria possível obter o mesmo desem penho se fosse usada comunicação via USB 2.0. No geral, acho que a PreSonus acertou bem com o conceito funcional e prático adotado na StudioLive e tem grandes possibilidades no mercado crescente de consoles digitais de pequeno porte. A operação é fácil e intui-
I I T R C U
tiva e a qualidade não deixa de ixa nada a desejar. desejar. Não é à toa que a linha StudioLive já ganhou três vezes o prêmio MIPA (Musikmesse International Press Award).
•
- Praticamente todos os controles aparecem no painel - As teclas não acionadas cam semi-iluminadas, fa cilitando a operação - Phantom Power individual - Compressor, gate e EQ de quatro bandas em todos os canais (entradas, subs, aux e main) - EQs grácos na saída principal e nos seis auxiliares - Saída adicional em mono - Cascade via Firewire - Interface de áudio com 32 x 18 canais - Atualização prática e eciente do rmware - Integração futura com Smaart - Alimentação de 90 a 240 V
62 | áudio música e tecnologia
I T R U N Ã O C - Não tem função de superfície de controle para software de gravação/mixagem - Ajuste limitado da frequência nas bandas do EQ do canal - Processadores de efeitos somente com reverb e delay - Não possui entrada de áudio digital S/PDIF
CARACTERÍSTICASS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICA ·16 canais de entrada para mic/linha com pré-amps e alimentação phantom · 16 inserts/16 direct out · 4 subgrupos · 6 buses de auxiliares · Saída estéreo e mono ·Latência dentro do console (Mic In – Main Out): 1,82 ms @ 48 kHz ·Faders de 100 mm ·Talkback ·Link estéreo de canais e subgrupos · Entrada/saída estéreo 2-Track · Saída estéreo para monitor (Control Room) · Saída estéreo digital S/PDIF · 2 processadores internos de efeitos ·Filtro high-pass, hi gh-pass, gate/expande gate /expanderr, compressor e EQ 4 bandas em todos os canais ·Interface de áudio 32 x 18 canais via Firewire ·Alimentação: Alimentaçã o: 90 a 240 VAC ·Consumo: 100 W · Dimensões (LxPxA): 65 x 57 x 18 cm ·Peso: 23 kg
Miguel Ratton é editor técnico da AM&T
áudio música e tecnologia | 63
EVENTO
|
Rodrigo Sabatinelli
AES Brasil Brasil Expo
r u t o i R m o c s A
COMO FOI A 16ª EDIÇÃO DO PRINCIPAL PRINCIP AL EVENTO DE ÁUDIO DA AMÉRICA LATINA ntre os dias 8 e 10 de maio, as avenidas do Pavi-
E
Embora a exposição de produtos venha cando cada
lhão Amarelo do Expo Center Norte, em São Paulo,
vez maior, o evento surgiu originalmente como uma
estiveram “decoradas” por sistemas de sonorização,
convenção de especialistas, e por isto sempre conta
consoles de gravação e mixagem, microfones e uma in-
com palestras e workshops com grandes nomes da
nidade de assessórios voltados para a linha de áudio pro-
indústria. Foi a chance, para muitos presentes, de
ssional. Era o debut da AES Brasil Expo num dos maiores
aprender com quem faz, eliminar dúvidas, ouvir “cau-
espaços de convenções do país, algo mais que merecido
sos” e estabelecer contatos prossionais.
para o evento que chegou à sua 16ª edição com o charme e a organização que são suas marcas registradas.
64 | áudio música e tecnologia
De acordo com a organização da AES Brasil, a edição
2012
MICROFONES E AFINS A CADA “ESQUINA” DA FEIRA Em uma feira tida como técnica, microfones estão sempre em destaque. No estande da Equipo, por exemplo, foi anunciada a chegada da série Waldman. “No ano passado, lançamos sistemas portáteis de sonorização, como o Portability, e, com o sucesso das caixas, foi mais que natural investir em outras áreas, como a microfones. Nosso objetivo é, com o tempo, lançar toda a linha de dinâmicos”, disse Everton Waldman, diretor da Equipo. No espaço da Beyerdynamic, que, segundo Marcelo Maurano, passou por algumas transformações – “nos últimos dez anos a empresa se voltou para o mercado de conference e somente agora voltou a atuar com maior ‘agressividade’ nos segmentos de microfones e fones prossionais”, dis-
se ele –, modelos como os da TG Series, lançado no ano passado, foram destaque, juntamente com os repaginados fones DT 990, 770 e 880 e com o clássico DT 150. Na Pride Music, como de costume, o público pôde conferir alguns lançamentos da Shure. Entre inúmeros produtos, estiveram em destaque dois sistemas sem o, o Axient,
que tem como diferencial a capacidade de detectar interferências na rede e modicar, remotamente e em tempo
l i s a r B S E A / o l e g n A o i c í r u a M
2012 da feira bateu, pelo segundo ano consecutivo, o recorde de público, com mais de 6.500 visitantes ao longo dos três dias. Além disso, o evento teve um con-
real, a sua frequência de operação, e o ULX-D, sistema com processamento e transmissão de áudio digital, sincronismo infra-vermelho e controle de ganho no próprio receptor. Por sua vez, a Habro Music levou para a feira, dentre outras novidades, os microfones emuladores Line 6. O destaque cou por conta do modelo XD-V70, que, segundo
Ricardo Barbosa, diretor comercial da empresa, é capaz de emular sete cápsulas mundialmente conhecidas, dentre elas as do Shure SM58, do Sennheiser E835 e do ElectroVoice N/D 767. “Ele [o XD-V70] é um microfone sem o, de padrão polar cardioide, que, assim como os
siderável aumento em seu tamanho físico, chegando
demais produtos da linha Line 6, emula sons de clássicos da indústria. É uma inovação no mercado, que chega para fazer a cabeça de vocalistas que desejam ter à mão uma maior variedade de sonoridades”, explicou.
a 7.000 m2, e no número de expositores, que, neste ano, passou de 70. Com tanto sucesso acumulado, a
No estande da Turbo Percussion, distribuidora dos produ-
AES já tem conrmada as datas de sua próxima edi-
tos JTS, a novidade cou por conta do MA-XU, um conver-
ção, que será realizada entre os dias 7 e 9 de maio de 2013, também no Expo Center Norte, em São Paulo.
sor analógico-digital XLR-USB com phantom power para microfones condensadores e dinâmicos, que, segundo
áudio música e tecnologia | 65
CAPA
66 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 67
EVENTO
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Microfones Shure PGX2DS expostos no estande da Pride: marca foi destaque novamente Nathan Romano, diretor comercial da empresa, “elimina
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Microfones Mojave dividiram as prateleiras com os Telefunken no espaço da Music Company da Clever, a atração foram os microfones Superlux.
a mesa de convergência e, dentre outras funções, permite ao usuário monitorar o sinal de áudio por meio de fones e
Durante a feira, diversas empresas anunciaram novas
controlar o ganho no próprio equipamento”.
representações na linha de microfones. A AMI Music, de Octávio Brito, por exemplo, mostrou uma série de
Já na Music Company, microfones Telefunken e Mojave
produtos da VocoPro, marca que, desde o início do
roubaram a cena e dividiram prateleiras. Tradicionais,
ano, o executivo passou a distribuir no Brasil. “Esta-
as respectivas fabricantes dos clássicos AK-47 MKII e
mos ‘engatinhando’ neste trabalho e temos certeza de
MA-200 foram responsáveis por atrair um público exi-
que será um sucesso”, disse ele, diante de packs de
gente ao estande da distribuidora, um dos mais badala-
dois, quatro e oito microfones, como o UHF-8800.
dos da feira. Sergio Bueno, diretor da Music Company, destacou que os modelos “são microfone s que não saem de moda, e que, por isso, despertam tanto interesse”.
A ProShows, por sua vez, anunciou a parceria com a Audio-Technica, sua mais nova “representada”. De
Na Sonotec Music & Sound, microfones Vokal e Karsect
acordo com Roger Santos, do departamento comercial
dividiam as prateleiras. “Pela primeira, o destaque vai
da empresa, a exclusividade na distribuição dos produ-
para os cardioides VM-560 e VM-530 e o dinâmico KLT-
tos da fabricante no Brasil tem como ob jetivo alavancar
5. Já a segunda é lembrada pelo sistema KRU-161. A
ainda mais as vendas de equipamentos de ponta, como
Vokal é uma marca que está chegando no mercado, en-
o T4080, um microfone de ta e captação lateral com
quanto a Karsect já se rmou”, disse o gerente comer -
padrão polar bidirecional . “Trata-se de um equipamento
cial Nenrod Pereira, que elogiou ainda os headphones
robusto, com desempenho de longa duração e ganho
VH-80, VH-70 e VH-60, todos da Vokal. Já no estande
elevado para uso com pré-amplicadores.”
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Roger Santos e Vladimir de Souza em frente ao display da Audio-Technica, nova marca representada pela ProShows Na Quanta AV Pro, os microfones Sennheiser eram utilizados em uma espécie de simula ção de show ao vivo, ação praticamente inédita, que envolveu, ainda, outros fabricantes, como os de sistemas de sonorização (FZ Áudio), conexão (DSPro) e, claro, controle (Avid). Operador de PA da cantora Ivete Sangalo, Carlos “Kalunga” Branco destacou a importância da “associação” da empresa a outras marcas de grande porte, como a fabricante alemã de microfones. “O mercado só tem a ganhar com esse tipo de ‘aliança’. E a Sennheiser tem um histórico a seu favor, uma linha de produtos consolidada, que o público especializado utiliza há anos”, disse. “Com essa ação, a Quanta tornou-se um agente integrador, pois agora oferece soluções completas para seus clientes. Dos consoles aos PAs”, completou Nelson Alberti, coordenador de marketing da Quanta. Um dos produtos em destaque no estande foi o microfone
Sennheiser MKH 800 Twin, que, segundo o especialista de produto Daniel Reis, é especial porque, em vez de padrão polar, conta com cápsulas frontal e traseira. “As cápsulas são conectadas à mesa de som por meio de dois canais separados. Fazendo os devidos ajustes no console, o microfone funciona como um cardioide, supercardioide, omni ou fgura 8. Com ele, durante uma gravação de bateria, por
exemplo, você pode ter versos com um timbre, refrão com outro, tudo isso brincando com o padrão polar”, resumiu. O estande ainda recebeu Robert Scovill, especialista sênior da Avid no mercado de produtos de som ao vivo e com trabalhados realizados para nomes como Rush, Prince, Tom Petty, Alice Cooper e Def Leppard. Lá, além de falar ao público, ele utilizou a dupla Venue Mix Rack/Pro Tools HD para mixar ao vivo o show de um trio, estando ligado ao novo sistema remoto de controle Venue SC48. E como se tratava de um “silent show”, visitantes usavam headphones de
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EVENTO
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Na sequência: Renato Severino, presidente da Staner; Samuel e Ruy Monteiro, da Studio R, e Homero Sette; Dominic Harter, Antonio Pereira Neto e Julio Ferreira, executivos da Audio Premier alta performance para escutar o trabalho do técnico.
te conectar qualquer equipamento com interface digital MADI à rede de áudio Ethernet da DSPro, e o Compact
A exemplo de Kalunga, Rafael Susin, da DSPro, empresa
64R, um gabinete de apenas uma unidade de rack [1RU]
fabricante de produtos como o famoso multicabo digital
com capacidade para até 64 canais, sendo que cada um
da linha DSnake, usado com sucesso em grandes festivais
de seus oito slots pode ser equipado com placas de en-
nacionais, como o Planeta Atlântida e o Festival de Verão
tradas e saídas analógicas ou AES/EBU”, destacou Rafael.
Salvador, também falou em integração. “A parceria com a Quanta, que foi intermediada por Kalunga e [Victor] Pelúcia, nos dá a oportunidade de divulgar alguns de nossos produtos, como o MADI Bridge, um sistema que permi-
SHOW DE CONSOLES DIGITAIS A Audio Systems chegou à AES com os modelos SD7, SD8 e SD9, da DigiCo, empresa que, de acordo com Antonio Lorenzetti, diretor da empresa, em breve retomará seu espaço no mercado. “A DigiCo é uma marca consolidada nos segmentos de broadcast e de shows ao vivo, mas que andou um pouco esquecida com a popularização de outras marcas. Nosso objetivo, portanto, é trazê-la de volta para a cena, desta vez com um marketing mais agressivo e competitivo”, disse ele. A Audio Premier teve em seu estande um importante lançamento na linha de consoles: o GLD 80, da Allen & Heath – um console digital que, apesar de bastante compacto, chega a um total de 40 entradas e 26 saídas usando duas
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unidades de rack remotas dSNAKE conectadas digitalmente ao console via cabo Cat5. “A mesa, que é voltada para o mercado de igrejas e pequenas sonorizações, trabalha com
Robert Scovill e Carlos Kalunga durante encontro no estande da Quanta AV Pro, onde o engenheiro falou para o público brasileiro e mixou o show de uma banda 70 | áudio música e tecnologia
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box digital e vem com oito máquinas de efeito. Foi lançada
No estande da Alto Professional, Roberto Sallaberry
na NAMM deste ano”, apontou o diretor Valdini “Jabá”.
apresentou o console MasterLink 16 Live, lançamento que também chega ao mercado no modelo de 24 ca-
Na Music Company, o destaque entre os consoles -
nais. O equipamento é totalmente integrado ao iPad e
cou por conta do analógico ASP4816, versão compacta
ao iPad 2 via dock 30 pinos, tem display touchscreen,
e remodelada da Audient ASP8024. De acordo com o
entrada dedicada para microfones e equalizadores se-
diretor comercial Sergio Bueno, o equipamento, de-
miparamétricos. “Ele ainda apresenta efeitos digitais
senhado pelo engenheiro David Dearden, tem alguns
da Alesis e recursos exclusivos do Alto Professional
diferenciais, como o processamento interno de pré-
Live Drive App, como o processamento e a gravação
-amplicadores classe A e equalizadores de quatro
de mixagens em L/R”, acrescentou Sallaberry.
bandas, ambos fabricados pela Audient, além de dois cue sends dedicados
e quatro retornos estéreos.
Distribuidor dos consoles SSL, a Music Mall levou para a AES alguns modelos da fabricante q ue vão dar o que fa-
Na Yamaha, Carlos “Pardal” Ferrari falou muito sobre os novos consoles da família CL, em especial sobre o CL3 e o CL5, uma das grandes novidades esperadas para o
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evento. O consultor de marketing lembrou que a empresa cou seis anos sem lançar uma mesa digital sequer e que voltar ao mercado estava mais do que na hora. “Agora estamos em dia. Lançamos produtos intermediários, que cam entre as já conhecidas M7CL e as PM5D. A CL5, por exemplo, se comunica via RIO (Rack I/O) e tem 80 canais de entrada, sendo 72 monos e oito estéreos, enquanto que a CL3 só chega a 72 canais de entrada, sendo 64 monos e oito estéreos. Ambas dispõem de tecnologia de rede via protocolo Dante”, detalhou. “Também lançamos a 01V96i, nova versão de um dos mixers digitais mais vendidos do Brasil, que permite ao usuário gravar 16 canais de maneira independente, via USB”, completou.
A GLD 80, da Allen & Heath, foi uma das novidades da Audio Premier, também representante dos sistemas de sonorização TurboSound áudio música e tecnologia | 71
EVENTO
para estúdios que não possuem consoles e trabalham somente com computadores, e a WS948, uma releitura do WS900”, completou. Na Libor, o destaque fcou por conta de dois consoles Soundcraft – o SI Compact, novo modelo de 16 canais da marca, que tem possibilidade de se expandir para 32 canais via MADI, e o Vi6, que tem poder de processamento de 96 canais de entrada, 32 faders de input e oito faders para os
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masters de output, além do compacto Vista 1, da Studer,
Pardal, da Yamaha, apresentou o CL5, console “intermediário” que a empresa acaba de lançar
que detém a flosofa aplicada em outros modelos conceituados da marca, como Vista 5, 7
lar. Com oito faders e contando com prés da linha Super
e 9. “O diferencial do Vista 1, no entanto, está em seus
Analogue, a X-Desk mostrou ser uma boa opção para o
DSPs”, disse José Luiz, consultor técnico da empresa.
pequeno produtor que deseja um som quente, como o das grandes SSL, em suas produções caseiras. Conrado
Na ProShows, a chegada dos modelos Pro3, Pro6, Pro2
Ruther, responsável pela demonstração dos produtos
e Pro2C, da Midas, foi bastante comemorada. Contendo
no estande, destacou que a X-Desk, “irmã caçula da
as mesmas características – 56 canais com prés Midas,
Matrix”, é um sucesso em todo o mundo no segmento
sendo 48 no stage box e oito no console; 27 saídas,
de summing mixers. “Trouxemos outros produtos inte-
sendo 16 no stage box e 11 no console, seis proces-
ressante, como a Nucleus, uma interface de áudio ideal
sadores de efeitos internos e 29 GEK Klark Teknik –,
T & M A
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Da esquerda para a direita: MasterLink 16, novidade no estande da Alto, mesa que oferece integração com iPad, e Nucleus, int apresentada pela Music Mall e indicada para estúdios que não possuem consoles 72 | áudio música e tecnologia
MACKIE DL1608 Mesa que oferece controle via iPad causou sensação Na Habro Music, o destaque foi, sem dúvida alguma, a nova Mackie DL1608. Pela primeira vez exibida na América Latina, a mesa possui 16 pré-amplifcadores Onyx
e conversores Cirrus Logic, de 16 bits. Seu grande diferencial, no entanto, está na possibilidade de controle via iPad. “Pelo iPad, é possível acionar parâmetros como equalização, reverb e delay, entre
outros. Como se não bastasse, o usuário tem, ainda, a possibilidade de introduzir na mixagem o áudio de T qualquer App do seu & M iPad e, se quiser, gra A var a mix diretamente no tablet”, explicou o consultor técnico Ricardo Barbosa.
Integrada ao iPad, a Mackie DL1608 foi destaque no estande da Habro
a Pro2 e a Pro2C mostraram-se diferentes somente no tamanho. “Ambas têm a mesma confguração, mas a Pro2C é mais compacta”,
disse Roger Santos. A ProShows, que ocupou três estandes na AES, aproveitou o evento para anunciar uma série de produtos da Behringer que estarão disponíveis no Brasil, como o console digital X32, que tem como destaques as 32 entradas e 16 saídas
em unidades remotas (S16), conectadas digitalmente ao console via protocolo AES50, e compatível com o
sistema de monitoração pessoal P-16, da Behringer.
LINES, CAIXAS AMPLIFICADAS E AMPLIFICADORES NAS “VITRINES” Na DB Tecnologia Acústica, o destaque foi o line array AL1262. O sistema, de três vias, conta com um falante de 12”, dois de 6,5” e drivers processados internamente. “É uma caixa robusta, que opera com 1100 watts RMS. Ou seja, é totalmente voltada para shows de grande porte”, observou Gerson Werner, diretor comercial da empresa. Na Yamaha, o comentário era sobre a linha DXR, que tem
rface de áudio da SSL áudio música e tecnologia | 73
EVENTO
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SI Compact, da Soundcraft: modelo de 16 canais com possibilidade de expansão para 32 foi lançado na feira. Ao lado, a Mid que, junto com outras da mesma fabricante, esteve em evidência no espaço da ProShows as caixas DXR8, DXR10, DXR12 e DXR15, e a linha DSR,
plicação própria é, segundo o diretor de marketing Sa-
que chegou à feira com dois únicos modelos, DXS12 e
muel Monteiro, um de seus diferenciais. “Anal de contas,
DXS15. Carlos Pardal destacou que a utilização de ampli -
isso garante um perfeito alinhamento ao sistema”, disse
cadores classe D nos equipamentos proporciona um maior
ele, citando, entre os modelos da linha, o Sky Sound 700
rendimento para altos níveis de pressão sonora. “Além dis -
Fly, o Sky Sound 2200 Fly e o Sky Sound 3000 Fly.
so, as caixas contam com um sistema inteligente de proteção, fundamentado em níveis de sinais enviados”, armou.
E por falar em amplicadores, na Etelj, muitas novida des na linha Slim, que tem modelos que vão de 1.250
Na Studio R, uma grande novidade. Mais conhecida por
a 16.500 W de potência. Mas o destaque da empresa
fabricar potentes amplicadores, a empresa levou para
cou mesmo por conta dos amplicadores que ocupam
a feira algumas releituras de suas primeiras caixas mul-
uma única unidade de rack. “São amplicadores classe
tiamplicadas, produtos que, há anos, não fabricavam.
D, com fonte chaveada, de 1.000 e 1.600 W. Eles pesam
Dentre elas, estavam as caixas da linha Sky Sound, que,
cerca de 3,8 kg, ou seja, bem menos do que os mode-
projetadas por Homero Sette, têm carcaças fabricadas
los concorrentes, que chegam a pesar 15 kg”, comparou
em compensado naval e tanto podem ser usadas como
Sergio Marqui, que demonstrava os produtos .
caixas y ou monitores de chão, pois têm angulações que permitem mobilidade. O fato de ser um produto com am-
Já a Harman levou a linha de caixas amplicadas JS, cujo projeto foi elaborado em conjunto com a JBL, e que oferece modelos com falantes de 8”, 10”, 12” e 15”, todas com duas entradas de áudio com volume independente, entrada USB para aparelho de MP3 e controles de graves e agudos. No estande também estavam expostos amplica dores de potência da Crown, incluindo o modelo iTech com quatro canais de 3500 W cada (em 2 ohms) em apenas 13 kg. O amplicador contém um processador interno BSS Omnidrive HD e possui conectividade através da tecnologia de rede para integração com sistema de controle HiQnet.
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Algumas das caixas da Studio R: equipamentos foram relançados depois de 12 anos
“DUELO” DE LINE ARRAYS EM ÁREA EXTERNA
s Pro6,
Se dentro do Pavilhão Amarelo os expositores “economizaram” no volume, uma exigência da organização da AES Brasil, do lado de fora a história foi diferente. Em uma extensa área do estacionamento do Expo Center Norte, algumas empresas, como as nacionais Staner, FZ Áudio e LS Áudio e T & as internacionais EAW, Qube, TurboSound, K-Array M A e D.A.S., demonstravam a capacidade de seus line arrays. Em apresentações individuais, de cerca de 30 minutos cada, representantes e fabricantes dos sistemas executavam, a seu gosto, hits da black music e do pop contemporâneo. Entretanto, houve quem optasse por blues e até mesmo heavy metal. O engenheiro Anderson Pereira, que ao lado de Walter Ullmann e Eduardo “KVG” Cintra coordenou as exibições, explicou que durante as manhãs e tardes as empresas se revezavam e demonstravam os lines a seu gosto. Porém, ao fm de cada dia, representantes da AES promoviam um comparativo mais real entre os sistemas, executando o mesmo trecho de uma música em cada um deles, alternadamente, respeitando o limite de 90 dB. Anderson contou ainda que o comparativo deixou clara a similaridade de qualidade dos sistemas, independentemente de suas origens, nacionais ou internacionais. “Alguns soavam melhor do que os outros, mas a diferença entre eles não era altamente perceptível, como o que ocorria no passado, quando os sistemas ‘gringos’ eram muito melhores do que os 'nossos'." A FZ Áudio exibiu seu FZJ015A, com caixas contendo dois falantes de 15”, quatro falantes de 8” e dois drivers. “É um sistema autoamplifcado por amplifcadores digi-
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Sistemas de PA de oito marcas foram apresentados no estacionamento do Expo Center Norte tais de 3.000 watts de potência”, informou o proprietário Fábio Zacharias. “Para melhor uso dos sistemas, estamos investindo pesado no desenvolvimento de softwares, como o FZUE, que acaba de ganhar nova versão, e em frmwares para os DSPs. A parte eletro-acústica já evoluiu bastante. Temos, agora, é que trabalhar em cima da otimização desses lines”, completou ele. A HPL demonstrou o sistema Qube QSA210, da FBT, formado por caixas de duas vias, que contém falantes de neodímio de 10” e drivers de 1,7, da b&c. De acordo com o consultor técnico Selismar Oliveira, as caixas, de altas, promovem uma cobertura de 150 graus e funcionam muito bem juntamente aos subwoofers QS218, que possuem falantes de 18” e chegam a 100 dB de pressão sonora. A Decomac levou para a feira elementos do sistema J, um dos três produtos da linha profssional da alemã d&b, marca que distribui com exclusividade no Brasil desde a Expomusic 2011. E para reforçar a aposta, o executivo promoveu, paralelamente à AES, na noite do dia 8 de maio, uma demonstração somente para convidados, num salão do Hotel Holliday In, próximo ao Expo Center Norte. Na ocasião, foram demonstrados os lines J, V e Q. As caixas da linha J foram apresentadas em dois modelos, J8 e J12. “Contando com dois falantes de 12”, um falante de 10 e dois drivers cada, elas são diferentes somente na abertura. Enquanto a J8 abre 80 graus, a J12 chega a 120”, disse Fernando Nanão, do departamento técnico da Decomac, que também permanece frme na comercialização dos sistemas D.A.S., como o Aero, demonstrado na área externa do espaço de exibições.
No detalhe, alguns dos amplificadores da Etelj áudio música e tecnologia | 75
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Sistemas FZ Áudio, FBT, D.A.S. e TurboSound: line arrays “falaram” e foram ouvidos no estacionamento do Expo Center Norte A Audio Premier chegou à área externa com o seu Flashline, da TurboSound. De alta performance, o sistema vem disputando espaço no mercado com outros possantes. É um PA para shows em grandes arenas, ou seja, espetáculos que reúnem mais de 200 mil pessoas. Costumamos trabalhar com ele num pico de mais de 130 dB. É um sistema muito potente”, disse Valdini “Jabá”, lembrando que a Audio Premier continua trabalhando com outras marcas de caixas, como a ElectroVoice, da qual destacou a linha Live X, destinada a sonorizações de pequeno porte. A ProShows não deixou por menos e também demonstrou um line array potente – o clássico EAW –, composto, na exibição, por caixas KF740. Os subwoofers foram os SB1002. “A parceria com a fabricante internacional não é novidade, foi anunciada durante a Expomusic 2011, porém somente agora é que os produtos começaram a chegar em maior número no país”, disse Roger Santos.
A Staner esteve presente com seu sistema ST1300 Pro, com caixas compostas por dois falantes de 12”, dois drivers de diafragma de titânio e conjunto magnético em neodímio. “O sistema opera em três vias e conta com
processamento interno de sinal. Como complemento, foram utilizados os subwoofers SB4001, uma revisão simplicada da clássica SB4000”, disse José Martos,
desenvolvedor de produtos da empresa. A LS Áudio apresentou o Slinpec 4612, com caixas compostas por dois falantes de 12”, quatro de 6,5 e dois drivers com garganta de 36 mm. Acompanhando-o, estavam os subwoofers Slinpec 218, compostos de dois falantes de 18”. “Este sistema é do tipo que opera com o máximo de desempenho e o mínimo de fadiga. Foi
com este conceito que o desenvolvemos e é isso que temos visto na estrada”, disse o diretor Lucas Sallet.
T & M A
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Mais destaques da área externa: as caixas KF740, do line array EAW; o sistema ST1300 Pro, da Staner; o Slinpec 4612, da LS Áudio; e o JH15, da K-Array
A Gobos do Brasil levou para a exibição o sistema
xas como a Staner, a Studio R e a Antera são alguns
amplicado KH15, da K-array, com caixas de altas
dos que utilizam os tais elementos. A ideia é que,
compostas por dois falantes de 8” e dois drivers
aos poucos, outras montadoras também passem a
cada. O sistema, que contou, ainda, com subwoofers
usá-los”, declarou o diretor Walter Silva.
KO70 compostos de dois falantes de 21”, tem, além da sonoridade, outra importante característica – a
Na Oversound, o desenvolvedor de produtos Emer-
leveza. “Particularmente, não conheço um line array
son Righi apresentou a linha LA de falantes para
desse porte que tenha caixas tão leves. Cada ele-
line array. “Dentre as novidades”, disse ele, “estão
mento pesa cerca de 12 kg, o que facilita bastante
o subwoofer 1200, de 21 polegadas, o coaxial, de
as montagens”, disse o diretor Esteban Risso.
15 polegadas, e um segundo de 12 polegadas, este voltado para caixas multiuso”. Na Eros, representada
ALTO-FALANTES PARA TODOS OS GOSTOS
por Luiz Fernandes, o destaque cou por conta de dois novos produtos: “o E-12 Hammer, um falante de
Como falar em caixas sem falar em falantes? Na
5,2 watts RMS, e o E-15 Target Bass, de 4.500 wat-
Penn Elcon, o destaque absoluto cou por conta dos
ts”, disse Luiz. Já na B&C Speakers, administrada por
clássicos da Fane, empresa com mais de 50 anos de
Vinicius Adamatti, as novidades foram o 18DBW100,
tradição que, por muito tempo, teve seus produtos
um subwoofer de 18”, e o 12FW76, de 12”. “Uma par-
atrelados às caixas usadas por Pete Townshend, gui-
ticularidade nestes produtos é que ambos são fabri-
tarrista do The Who. “No Brasil, fabricantes de cai-
cados em ferrite e neodímio”, destacou Vinicius.
áudio música e tecnologia | 77
EVENTO
SISTEMAS DE SONORIZAÇÃO SLIM GANHAM FORÇA Na Gobos do Brasil, de Esteban Risso, além do Lyzard KZ-10, potente sistema em miniatura (tem o tamanho de um telefone celular), chamaram a atenção do público os sistemas slim Head Line KR, nos modelos 102, 202 e 402. Compostos de caixas satélites e subwoofers, esses sistemas possuem dois canais de amplicação classe D e processador DSP, alojados na parte posterior da caixa do sub, onde também cam
as conexões. Os ajustes podem ser efetuados no painel ou através de software especíco em um compu tador conectado ao sistema via USB/RS485. Segundo Esteban, são equipamentos especialmente voltados para o mercado corporativo, mas que também atendem a DJs, bandas de baile e pequenos teatros. “Seu diferencial, porém, está na possibilidade de as caixas serem usadas na horizontal ou na vertical”, disse, garantindo a homogeneidade em ambas coberturas. Na B. Tech Áudio, mais novidades na linha de caixas slim. “Os lines verticais viraram moda no Brasil. Hoje, boites e igrejas utilizam esse tipo de
produto. Para a feira, trouxemos o sistema compacto BLA, excelente para ambientes com muita reverberação. Além dele, lançamos um subwoofer biamplicado e processado, da linha BT, que deve,
em breve, ser absorvida por empresas que alugam equipamentos para eventos corporativos”, disse Branco Souza, enquanto demonstrava o sistema. No estande da AMI Music, os sistemas verticais da Henkus-Reinz, como o ICL-R, novamente prenderam a atenção do público presente. “Na Expomusic 2011 eles já zeram sucesso”, lembrou Octávio Brito. “O engra çado é que as pessoas parecem não acreditar que um sistema tão compacto possa ter tanta pressão sonora. O Jota Quest, por exemplo, utilizou um desse tipo em um de seus shows. E o The Who, quando participou do Super Bowl, há dois anos, também”, completou.
NOVIDADES TAMBÉM NAS LINHAS DE MONITORES INDIVIDUAIS, INTERFACES E GERENCIADORES DE ÁUDIO Além das novidades nos segmentos de microfones, caixas acústicas e consoles digitais, uma incrível
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No detalhe, o Lyzard KZ-10: sistema em miniatura fez sucesso no estande da Gobos do Brasil 78 | áudio música e tecnologia
miscelânea tecnológica tomou conta dos estandes da AES 2012. Na Avid, o gerente da linha retail da empresa para a América do Sul, Astor Silva, apresentou o Pro Tools Express. Segundo ele, a nova versão do software de gravação mais usado em todo o mundo tem a exibilidade de trabalhar com
48 ou 96 kHz, de acordo com a interface utilizada, e chega ao mercado acompanhada das interfaces Mbox e Mbox mini. Os aparelhos têm, ainda, conexão USB, entradas pré-amplicadas e saídas para
monitores, que conferem qualidade na captura de áudio e exibilidade na mixagem. “O programa
ainda permite o upgrade para o Pro Tools 10, expandindo ainda mais as possibilidades”, disse.
que vai até 192 kHz/24 bits. Nesse novo bundle, as funcionalidades da interface são somadas aos avanços do Pro Tools 10, o que facilita o gerenciamento de discos, trabalhando com discos de rede, maior delay compensations e outras inovações que transformam o computador em um completo estúdio de gravação, aliados ao Artist Mix, que facilita a operação e o controle do software. “A possibilidade de adquirir o software junto à interface e o Artist Mix estabelece um novo padrão de qualidade de áudio. O console é compacto e tem diversas funções para controle de softwares de edição de áudio e vídeo, permitindo maior controle e
velocidade na mixagem. É um Além do Pro Tools Express, outro bundle foi sendo lançado pela empresa: o Mbox Pro com Pro Tools 10 e Artist Mix. A interface Mbox Pro tem conexão rewire, quatro pré-amplicadores de microfo nes, oito entradas e saídas, taxa de amostragem
bundle que
eleva as produções a uma condição prossional”, disse As tor, lembrando que a AVID lançou outro produto tido como inovador: a série C da linha Fast Track (C400 e C600), que é uma solução integrada para usuários que desejam gravar músicas em computador.
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EVENTO
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Astor Silva (Avid), Robert Evans (Avid) e Luiz Helenio (IATEC); Benjamin Campos (Decomac) e Christian Stumpp (d&b Na Audio Systems, por exemplo, o sistema de moni-
Na Pentacústica, o assunto eram os distribuidores de
toração individual My Mix também esteve em desta-
energia PS 1.4 e RMP 125. Desenvolvido em padrão
que. “Trata-se de um produto que vai além dos ou-
rack de 19” com apenas uma unidade de altura, o
tros sistemas do mercado. Usando conexões de rede
PS 1.4 tem capacidade de entrada de 20Arms, opera
em modo cascata, tem a possibilidade de se conectar
em redes de 100Vac a 240Vac, 50 Hz ou 60 Hz. Já
quase que innitamente. Como se não bastasse, ainda
o RMP, que trabalha com conectores Cam-lock 150A
permite que cada músico grave, num cartão SD, de 16
para a entrada e IEC-60309 para a saída, tem como
canais, seu mix em estéreo”, disse Antonio Lorenzetti.
diferencial uma chave reversora inteligente com proteção anti-conexões equivocadas.
Na MBit, a sensação foi a linha de gerenciadores de áudio da Symetrix, marca que distribui com ex-
Na Libor, também foram lançados produtos T.C.
clusividade no Brasil. Para Mario Bittencourt, dire-
Electronic, como o processador de efeitos System
tor da MBit, “dentre tantos itens, chamou a aten-
6000 MK II, que tem uma innidade de rever-
ção do público o Jupiter 8, um gerenciador com
bs para mixagem em som de cinema, tais como
oito entradas e oito saídas, que utiliza aplicativos
ambiências de interior de automóveis, catedrais e
otimizados de mixagem e roteamento de endere-
naves espaciais; o limiter e corretivo de loudness
ços públicos e de distribuição, sonorização e pro-
DB2, dedicado a emissoras de rádio que utilizam
cessamento de sinais para ns e speciais”.
sinais analógicos, e o TM9, que monitora sinais por respeitando as normais governamentais. Enquanto
Dentro da linha de produtos para estúdios no es-
isso, no estande da Alto não poderiam fal tar produ-
tande da ProShows estavam os prés e interfaces
tos Numark. Da série de 30 lançamentos, dois fo-
de áudio da Focusrite, incluindo os modelos Safre
ram destaque: as plataformas para DJ 4Track e N4.
e Scarlett. Já a nova linha de interfaces multicanal RedNet, que é conectada ao computador via Ether-
Rogério Raso, diretor geral da Santo Angelo, se mos-
net (protocolo Dante), segundo a distribuidora, es-
trou bastante satisfeito com o evento e destacou que
tará sendo comercializada no segundo semestre.
AES Expo serviu para lembrar ao público de que sua
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audiotechnik) e Walter Silva (Penn Elcom) empresa não é focada exclusivamente em conectores. “Nossos pedestais, suportes e estantes para partituras têm uma ótima aceitação do mercado por serem, de fato, produtos de excelente qualidade”, armou.
Para os músicos, a Harman apresentou o sistema Digitech iStomp: um pedal de efeito para guitarra aparentemente convencional, mas que pode ser totalmente recongurado para um dos 28 modelos de “e-pedals” a
partir do download, usando um aparelho iPhone, iPod ou iPad, de dados disponíveis na Stomp Shop App.
Na CV Áudio, que tem Ricardo Kawasaki na direção de marketing, puderam ser conferidas novidades na linha de suportes, como os Konig & Meyer para monitores de referência de estúdio e para fones de ouvido. “A AES é uma feira voltada para o áudio prossional, e a música,
em si, está diretamente ligada a isso. Portanto, trouxemos os pedestais da Konig, assim como apresentamos os monitores de duas vias Genelec, os conectores Neutrik e os direct boxes CountryMan”, destacou. A principal novidade no estande da Roland foi o R-Mix, um software que oferece uma série de recursos de edição. Com o áudio sendo mostrado num gráco em tempo real, é possível apontar para uma deter -
minada região do espectro e do panorama estéreo e efetuar intervenções bem especícas, tais como eliminar determinado instrumento, mudar a anação da voz, além de funções para suprimir ruídos indese -
jáveis presentes na gravação. Outra novidade é que o driver REAC, que permite conectar os sistemas de Digital Snake e os consoles V-Mixers ao computador para gravação multipistas, agora suporta a interface OctaCapture para monitoração. A empresa estava expondo toda a sua linha de Digital Snakes, os consoles digitais M300, M380 e M480 e também os gravadores digitais R-26 (portátil) e R-1000 (40 canais), e contou com a participação do técnico de áudio Cotô Guarino, que apresentou pequenas palestras sobre a operação dos consoles M300 e M480.
DISSEMINANDO CONHECIMENTO E por falar em palestras, elas, junto com seminários e workshops, foram parte muito importante da AES Brasil Expo 2012. Somando toda a programação de todas as salas e auditórios, foram mais de 30 sessões, que mobilizaram um grande e qualicado
público. Mais uma vez, o evento contou com os seminários promovidos pela SynAudCon e pela Meyer
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EVENTO
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Rogério Raso, diretor geral da Santo Angelo, e membros de sua equipe de desenvolvimento; Alexander Schek, Paulo Del Pic Sound. No primeiro, o engenheiro Pat Brown tratou
permite aumentar a efciência na reprodução de bai -
sobre temas variados, como equalização, prevenção
xas frequências usando um controle de realimenta-
de ruídos e sistemas de sonorização com linhas de
ção com sensores de pressão nos alto-falantes.
70V. No segundo, o especialista Oscar Barrientos apresentou tópicos fundamentais sobre line arrays e
Para quem trabalha com medições eletroacústicas,
abordou os procedimentos necessários para se pro-
foram realizados dois workshops bastante interes-
jetar arranjos curvilíneos em auditórios e ao ar livre.
santes e concorridos: Pedro Lima, engenheiro e representante técnico da AFMG, mostrou recursos
Joe Begin, da Audio Precision, mostrou detalhes sobre
e novas funções do software EASERA SysTune, en-
a avaliação de parâmetros de amplifcadores classe
quanto Fernando Fortes, engenheiro e mestrando da
D, uma topologia cada vez mais usada atualmente,
Unicamp, abordou o software Smaart.
e comparou os procedimentos e resultados das medições desses parâmetros com os de amplifcadores
Também concorrido foi o painel sobre masterização
analógicos. Dan Dugan, projetista e proprietário da
no século 21 com Carlos Freitas, do estúdio Classic
Dugan Sound Designs (USA), abordou os conceitos
Master, que contou com um debate envolvendo Tor-
do automixer e apresentou as características princi -
cuato Mariano (músico, ex-diretor artístico da grava -
pais dos dispositivos desenvolvidos por sua empresa.
dora EMI e produtor de nomes como Flávio Venturini e Hamilton de Holanda) e Beto Neves (engenheiro
A palestra de Tim Vear, engenheiro da Shure, foi so-
de gravação e mixagem de artistas do quilate de
bre os sistemas de RF para microfones, abordando
Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e Gilberto Gil).
as características dos sistemas sem fo, destacando as vantagens dos equipamentos atuais que usam
Rodrigo Meirelles, supervisor executivo de sonorização
tecnologias digitais. O engenheiro italiano Mario Di
na pós-produção da TV Globo e colaborador da AM&T,
Cola apresentou em sua palestra um processo que
esteve à frente de uma interessante palestra sobre
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T & M A
chia e Markus Warlitz, da Sennheiser; e Cotô Guarino, da Roland áudio 5.1 para televisão. Dentre os temas abordados
sua empresa, Steven adiantou que muitos itens têm
por Rodrigo, que ainda participou de um painel sobre
sido criados com tecnologia coaxial, e que ela, que ga-
controle de loudness na TV junto com representantes
rante maior eciência dos equipamentos, se tornará
de outras emissoras, destaque para camadas sonoras,
um ponto constante na linha de produtos da marca.
preenchimento de espaços, captação 5.1, correlação entre fontes sonoras e bibliotecas de efeitos.
O segmento de Acústica contou com cinco palestras. Stelamaris Bertoli, física e professora da Unicamp,
O engenheiro Robert Scovill, entusiasta das tecnolo-
apresentou orientações básicas que devem ser ob-
gias digitais de mixagem, falou, em sua palestra, sobre
servadas na elaboração de projetos arquitetônicos
a evolução dos mixers, deixando claro que, na sua opi-
para melhorar o desempenho acústico de ambientes.
nião, embora a qualidade do som mixado ao vivo seja
Já a arquiteta Elcione Moraes, professora da UFPA,
importante, nada pode atrapalhar o uxo de trabalho.
falou sobre diretrizes na elaboração de projetos para
"Se operações são colocadas em risco só porque você
salas de gravação, abordando questões sobre iso-
'tem' que trabalhar com analógico, não vale a pena.
lamento e condicionamento acústico em diferentes
Eu não acho que temos que abrir mão da qualidade do
tipos de aplicações. A palestra foi muito concorrida
som, mas se eu tiver que perder 10% dessa qualidade
e, por ter sido realizada numa sala pequena, muitas
para mixar melhor, certamente farei isso”, destacou.
pessoas não conseguiram assisti-la. Marcelo Portela, do Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC,
Já Steven McCale, engenheiro de áudio da Clair Bro-
explicou os mecanismos da audição e os diferentes
thers, ressaltou, em sua fala, que o futuro do áudio
processos envolvidos na percepção do som. O enge-
está na ciência de materiais, e que a tendência é
nheiro argentino Gustavo Basso falou sobre a restau-
que falantes quem cada vez mais leves e menores,
ração do Teatro Colón, em Buenos Aires, e descreveu
com os amplicadores se tornando ainda mais pode -
os procedimentos para preservação da sua acústica.
rosos e inteligentes. Sobre os próximos projetos de
Bruno Fazenda, professor português com doutorado
EVENTO
T & M A
Oscar Barrientos em sua disputada palestra sobre arranjos curvilíneos em Acústica na Universidade de Salford, apresentou
ves em salas audição, abordando o uso de processos
um estudo sobre a qualidade de reprodução de gra-
ativos para minimização de ondas estacionárias.
•
T & M A
Rodrigo Meirelles em ação: colaborador da AM&T comandou palestra sobre áudio 5.1 para TV e participou de painel Para conferir mais fotos e vídeos da AES Brasil Expo 2012, visite o site da Áudio Música & Tecnologia (www.musitec.com.br). Colaboraram: Marcio Teixeira e Miguel Ratton
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áudio música e tecnologia | 85
SONORIZAÇÃO |
Rodrigo Sabatinelli
SUCESSO OPERACIONAL NA EDIÇÃO NACIONAL DE UM DOS
J
ockey Club, São Paulo, sábado, 7 de abril de
que, por dois dias, passou pela capital paulista, reali-
2012. Por volta das quatro da tarde, o grupo O
zando o sonho de roqueiros de todo o país.
Rappa subia ao palco e tocava para um público
que, horas mais tarde, se tornaria uma multidão. Era
Por falar em Jane’s Addiction, eles também se apre-
a abertura do Lollapalooza Brasil, versão nacional de
sentaram no festival, ao lado de outros grandes
um dos maiores festivais de rock do mundo, criado e
nomes do rock mundial, dentre eles Foo Fighters,
dirigido por Perry Farell, vocalista do Jane’s Addiction,
TV On The Radio, Arctic Monkeys e Joan Jett. Para
86 | áudio música e tecnologia
y k r a H a i r b m a C
ponibilizou para os palcos sistemas de PA de diversas marcas, como d&b, Vertec e V-Dosc e consoles digitais Prole, da Avid.
GABISOM DISPONIBILIZA ARSENAL “PESADO” PARA PALCOS O palco Cidade Jardim contou um sistema d&b series J, formado por quatro colunas, cada uma com 18 elementos, acompanhados de quatro colunas com dez J-Sub cada no y. No chão, por lado, foram usados mais nove subs B-2. A cada 80 metros de distância do palco, duas torres de delay contendo 12 elementos Kudo cada faziam o complemento da área. “Montamos também um PA Kudo com 12 elementos para sonori zar a tenda VIP, que estava localizada um pouco fora do eixo de cobertura do PA principal”, disse Peter. Peter. O palco Butantã contou com um PA V-Dosc, com duas colunas de 15 elementos cada, e duas colunas auxiliares com seis elementos cada. No chão, foram montados 12 SB218, da L-Acoustics, L-Acoustics, por lado. De acordo com Peter, na área deste palco não foram montados delays para uma maior cobertura, “pois a proposta do local era manter o som contido num raio de, aproximadamente, 120 metros do PA, para que não interferisse na programação dos demais palcos”, palcos”, explicou. O palco Alternativo utilizou um PA Vertec com
MAIORES FESTIVAIS DO MUNDO
12 elementos por lado, também sem delay, para que não invadisse o palco Cidade Jardim, enquanto a Tenda Eletrônica teve 12 Vertec por lado no PA, com 18 SB1000 EAW por lado. “Montamos “Montamos um delay dentro da tenda de modo modo que ele [o delay] distribuísse o som, para que
comportar tantas atrações – 42 nomes, ao todo –,
pudéssemos manter a pressão sonora sem au-
foram necessários quatro palcos, chamados de Cida-
mentar o PA excessivamente, de modo que ele
de Jardim, Butantã, Alternativo e Tenda Eletrônica.
não incomodasse os outros palcos”, palcos”, disse.
A sonorização dos ambientes, que operavam al-
“A organização organiz ação do festival sequenci ou as
ternadamente ao longo do dia e da noite, cou a
apresentações de forma que o som inter-
cargo da gigante Gabisom. A empresa, represen-
ferisse o mínimo possível as apresentações
tada na ocasião pelo engenheiro Peter Racy, dis-
em palcos adjacentes. Da nossa parte, pro-
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SONORIZAÇÃO
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A Profile, da Avid, foi a mesa destinada aos operadores de PA dos artistas do festival jetamos os sistemas de modo a conter o som de
equipamento confável. O cara do Foo Fighters
cada espaço num raio limitado para que não hou-
também trouxe a dele, provavelmente pelo mesmo
vesse conito entre as apresentações”, completou.
motivo, mas, na verdade, muitas bandas viajam com seus consoles, entre outros equipamentos”,
FOO FIGHTERS E O RAPPA LEVAM CONSOLES AO FESTIVAL Todos os artistas usaram os consoles disponibilizados pela produção do evento, exceto o Foo Fighters, que trouxe para o Brasil sua DigiCo D-5 Live, e O Rappa, que tem viajado com uma
disse Ricardo Vidal, operador de PA da banda carioca. “Eles [os profssionais da equipe técnica dos Foo Fighters] iam trazer uma XL8, mas acabaram optando por outra”, completou.
AUDIO BIZZ CUIDA DA LOGÍSTICA TÉCNICA DO EVENTO
Soundcraft Series Five, locada pela Audio Company, empresa de Volta Redonda, Rio de Janeiro.
A empresa de coordenação técnica de eventos, Audio Bizz, que pertence ao engenheiro Andreas
“Desde que a banda voltou para a estrada, estou
Schmidt, operador de PA do cantor Toquinho, foi
usando essa Series Five. Faço questão de levá-la
a responsável pela logística de equipamentos de
para todos os cantos, pois é uma mesa na qual
todo o Lollapalooza. Assistente de Andreas, o tam-
confo demais. E como o show d’O Rappa é to -
bém engenheiro Victor “Pelúcia” creditou à pré-
talmente ‘pilotado’, é preciso estar diante de um
-produção do evento o fato de tudo ter dado certo,
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Torres de delay foram dispostas para uma melhor cobertura da área sonorizada tecnicamente falando, nos mais de 40 shows em um único fnal de semana. “Trabalhamos muito nos dois dias de festival, mas todo o planejamento anterior a ele foi determinante pro seu sucesso. Havia uma programação com horários que deveriam ser respeitados, e os respeitamos. Não houve um atraso sequer na programação. Na verdade, a única mudança no cronograma ocorreu por solicitação da direção do festival. No dia 8, domingo, o show do Racionais só começou depois que o Jane’s Addiction saiu do seu palco”, disse Pelúcia, que considera o “patrão” um dos melhores diretores técnicos do país. Andreas, inclusive, foi, segundo Pelúcia, o responsável direto pela escolha dos equipamentos
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SONORIZAÇÃO
não poderíamos errar. Andreas, então, escolheu o que considerou de melhor para o evento, e acho que acertou em cheio”, detalhou Victor. “Ele defniu o planejamento e nós executamos”, concluiu.
TRANSMISSÃO SEM DERRAPAGENS Transmissão ao vivo de megafestivais realizados no Brasil é algo que, até hoje, divide opiniões. Há quem diga que, apesar dos avanços tecnológicos, algumas emissoras locais de TV ain-
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da cometem certos “pecados”. E, claro, há quem as defenda.
Um dos sistemas de PA disponibilizados pela Gabisom: empresa paulista cedeu PAs de marcas como d&b, Vertec e V-Dosc que foram disponibilizados pela Gabisom. “Trocas de e-mails com as equipes das bandas levaram a Audio Bizz aos setups utilizados nos palcos do festival. Era um festival ‘para gringo ver’, algo do tamanho de um Rock in Rio, sem exageros, e sabíamos que
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Na sequência, o console e alguns dos periféricos utilizados pelos Foo Fighters: grupo levou seu setup para o Lollapalooza Brasil 90 | áudio música e tecnologia
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Ricardo Vidal, operador de PA d’O Rappa, e a Soundcraft Series Five: mesa está na estrada com a banda desde o fim de 2011, quando o grupo voltou aos palcos
T & M A
Andreas Schimidt, proprietário da Audio Bizz, coordenou toda a logística técnica do Lollapalooza áudio música e tecnologia | 91
SONORIZAÇÃO
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Victor “Pelúcia” foi assistente de Andreas no festival. Para ele, coordenador técnico está entre os melhores do país
No entanto, a transmissão do Lollapalooza, feita
agudos estiveram “no lugar”, dialogando harmo-
com exclusividade pelo canal Multishow, não “der-
niosamente, e tornaram a mixagem prazerosa aos
rapou” e fez com que shows vigorosos, como o
ouvidos dos espectadores. Outros festivais realiza-
dos Foo Fighters e o do grupo Manchester Orches-
dos recentemente no Brasil, como o Rock in Rio e
tra, por exemplo, chegassem à televisão com uma
o SWU, já haviam demonstrado a evolução no que
mixagem para lá de interessante. Nela, graves e
diz respeito ao som na TV.
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áudio música e tecnologia | 93
TÉCNICAS DE ESTÚDIO | Alexandre Cegalla
AUTOMAÇÃO Aproveitando os recursos de controle para experimentar novas sonoridades
(Parte II)
No mês passado, abordamos a automação de volu-
originalmente na versão “vocal sem fuzz” (escute/
me e a de pan, que são consideradas técnicas mais
baixe em http://tinyurl.com/vocalsemfuzz). Como não
básicas e comuns durante a mixagem. Nesta edi-
foi possível regravar a passagem (o vocalista mora na
ção, falaremos sobre automação de mandadas de
Alemanha e nos mandou a gravação pela internet),
auxiliares, controle de bypass de inserts e parâme-
resolvemos deixar a voz mais expressiva no refrão,
tros de efeitos, como distorção, equalização e de-
usando um plug-in de fuzz – tipo de distorção com
lay. Ao aplicar esta técnica em situações di ferentes,
timbre mais fechado e bem sujo – no insert do canal
veremos como a produção se torna mais dinâmica
do vocal. Alternamos, então, uma frase cantada sem
e, de certa forma, menos repetitiva, uma vez que
fuzz com a seguinte, cantada com este efeito, através
cada mudança de parâmetro no meio do andamento
da automação do bypass do insert onde ele estava. O
sempre pode surpreender o ouvinte.
resultado pode ser escutado no arquivo “vocal fuzz” (http://tinyurl.com/vocalfuzz).
A ideia básica é a de que tudo o que você ajusta nos efeitos ou níveis de mandadas pode ser modicado
Sem a distorção, o vocal ca um pouco repetitivo pelo
ao longo da música. Obviamente, ca mais fácil au -
fato de o vocalista cantar rapidamente. Usando esse
tomatizar num DAW, onde as ferramentas de edição
efeito, demos destaque a determinadas palavras de
permitem um controle total e é possível fazer as modi -
maior impacto na letra, e passamos uma ideia de “se-
cações mais detalhadamente do que automatizando
paração”, por assim dizer, entre uma frase e outra.
manualmente numa mesa de som. Por essa razão, vamos focar na automação em programas no computador. O software a ser utilizado nos exemplos é o Logic, mas os princípios va lem para todos os outros DAWs.
TORNANDO O VOCAL MAIS INTERESSANTE No exemplo 1, temos um vocal de rock que soa bem nos versos, mas carece de mais potência na hora do refrão. Conra como era
Exemplo 1 – Ligando e desligando o efeito de fuzz na pista do vocal 94 | áudio música e tecnologia
VARIAÇÃO DE FREQUÊNCIAS Muitas vezes usada para ns corretivos –
particularmente no caso de guitarras –, a equalização também pode ser empregada para ns criativos, como veremos no exem plo 2. Nesta demonstração, utilizamos uma automação de ltro de low-pass na guitarra
com distorção, criando um efeito semelhante ao que se produz com sintetizadores e bateria na música eletrônica. Primeiro, porém, tivemos que editar o riff de guitarra para que ela se encaixasse perfeitamente na levada da introdução da música. Veja na imagem como as pistas da guitarra da direita e da esquerda caram “picotadas”.
Depois disso, pusemos um equalizador no insert do canal auxiliar onde está o bus de guitarras e acionamos o low-pass na hora em que inicia esse trecho. Observe na imagem que ele começa em 7.5 kHz e desce gradualmente até 1.9 kHz, quando, então, começa a subir de novo até 6.9 kHz. Depois disso, ele vai a 20 kHz, que é uma frequência tão alta (muitos de nós nem conseguimos escutar nessa altura) que nem se percebe que o low-pass está ligado. O resultado pode ser escutado na versão “guitarra eq” (http://tinyurl.com/guitarraeq). Repare como essa subida nas frequências agudas cria uma sensação de crescendo na guitarra e na música, preparando para quando entra o vocal e a bateria. Uma segunda automação que zemos nesse trecho foi reduzir o volume
Exemplo 2b – Criando um crescendo no som da guitarra usando automação no volume e na equalização abruptamente, de -6 dB para -34 dB, e depois voltar a aumentá-lo, dessa vez aos poucos, conforme a guitarra volta a car mais aguda.
Por uma questão de praticidade, escolhemos realizar a automação no auxiliar onde está o bus de guitarras, porque, ao fazê-la nesse canal, afetamos todas as pistas de guitarra (no caso dessa música, são duas pistas, uma para cada lado). Se tivéssemos feito a automação nas pistas de áudio com as guitarras, teríamos que rea lizar a operação duas vezes, uma em cada canal.
CONTROLE DE GRAVES Às vezes, temos de controlar o excesso de graves produzidos pelo baixo em certas passagens de uma música. No exemplo 3, este instrumento parece “saltar” nos graves durante os compassos três e sete e precisa ser controlado. Conra na versão “baixo sem eq”
(http://tinyurl.com/baixosemeq). Esse problema se torna pior se a sua sala técnica não tiver um bom tratamento acústico, pois ondas estacionárias em determinadas frequências podem lhe atrapalhar bastante com os graves. Dependendo da situação, não é o caso de se abaixar o volume do instrumento,
Exemplo 2a – Ajustando gradualmente a equalização da guitarra
áudio música e tecnologia | 95
TÉCNICAS DE ESTÚDIO
AUTOMATIZANDO MANDADAS PARA EFEITOS Mandadas para auxiliares também podem ser automatizadas, como podemos ver no exemplo 4. Neste caso, temos uma guitarra cujo nível da mandada para um auxiliar com o reverb é aumentado sempre no nal do segundo, quarto, sexto e oitavo compassos. Como podemos ver na imagem, na maior parte do tempo a mandada para o reverb é bem pouca: -12 dB. Mas, no nal dos compassos pares, o nível dela sobe repentinamente para +5.3 dB. Ao começar o compasso seguinte, o ní vel de mandada vai descendo mais progressivamente, até retornar a -2 dB. O objetivo é fazer a guitarra soar
Exemplo 3 – Equalizando o baixo apenas em um trecho da música mas de ltrar as frequências que geram o excesso de graves, como iremos demonstrar neste exemplo. Se isso ocorrer durante a música toda, basta equalizar o baixo e pronto. Mas se acontecer apenas num trecho, como no caso desta música, temos, então, duas opções: a primeira é usar um compressor multibandas, que controla o nível do sinal apenas na faixa de frequência esco lhida (enquanto um compressor comum reduziria o nível em todo o espectro sonoro). Toda vez que o baixo ou qualquer outro instrumento passar o threshold (cujo valor nós ajustamos), o sinal será reduzido em uma dada quantidade de decibéis apenas naquela faixa de frequência. A segunda opção, para quem não possui um compressor multibandas, é automatizar um equalizador, reduzindo a frequência que está incomodando apenas no trecho da música em que isto acontece. E é exatamente o que -
como um sintetizador com ataque rápido e release longo quando toca as notas nais em cada compasso par. A sonoridade lembra também um pouco à do guitarrista The Edge, do U2. Escute o resultado na versão “guitarra_reverb” (http://tinyurl.com/guitarrareverb). Estes foram alguns exemplos de como podemos deixar uma música mais dinâmica e interessante variando os parâmetros de efeitos, quando eles devem ou não ser acionados, através do controle de bypass, e o quanto de um canal queremos mandar para um auxiliar com efeitos. Como foi dito anteriormente, a priori, qualquer parâmetro de um efeito ou nível de sinal pode ser modi cado ao longo da música por meio da automação. Tudo depende também do que a música pede e da estética sonora do artista. A funcionalidade e a capacidade de edição nos mínimos detalhes que nos são oferecidas pe los DAWs atualmente acabam se tornando um grande estímulo para experimentarmos variações nos efeitos e no processamento da mixagem.
zemos na versão “baixo eq” (http://tinyurl.com/ baixoeq), onde atenuamos 7 dB na frequência de 164 Hz (com um Q razoavelmente amplo, de 0.33) nos compassos 3 e 7 (por causa do zoom, a gura mostra apenas o compasso 3). Após es cutar essa versão, perceba como o baixo agora parece se assentar mais na mixagem, mantendo seu destaque, mas sem se sobrepor aos outros instrumentos nesses dois compassos.
Exemplo 4 – Usando a automação para alterar dinamicamente a sonoridade da guitarra
Alexandre P. Cegalla atua como engenheiro de som há mais de dez anos e já produziu artistas no Brasil e no exterior. Atualmente, é proprietário do Studio Bunker, em Curitiba (www.studiobunker.com.br).
áudio música e tecnologia | 97
ARTE ELETRÔNICA | Edson Borth
Sidechain na música eletrônica Utilizando a aplicação de forma fácil, rápida e a um custo baixo
maioria das pessoas que trabalha com produção musical e de áudio nos dias de hoje acaba encontrando no caminho problemas e situações muito parecidas. Umas delas é a complicada escolha da ferramenta certa para executar as mais variadas tarefas, como, por exemplo, a aplicação de um efeito em um dos canais do seu track através de algum plug-in ou a escolha de um sintetizador virtual para chegar a um
e também bastante presente no som progressivo do Kaskade, bem nítido no remix de Paul Walker para I Feel Like, para citar, rapidamente, dois exemplos. Nestas composições, ouvimos nitidamente esse efeito nos sintetizadores que fazem a cama harmônica e que pulsam no BPM da música, como se houvesse uma automação de volume nesses instrumentos,
timbre especíco para uma linha melódica de um bass ou al-
em que o bumbo toca e mais fortes nos contratempos.
A
fazendo com que os mesmos quem mais fracos nos tempos
guma harmonia com um pad. E o que muitas vezes acontece é que saímos desesperados atrás desses efeitos em diversos
sites. Encontramos uma variedade enorme de marcas, sendo alguns gratuitos, outros pagos, e acabamos esquecendo que, quando compramos um software, muitas dessas ferramentas já estão ali prontas para serem usadas e geralmente com a qualidade tão boa quanto a de um plug-in caro. Hoje vou falar sobre uma dessas ferramentas, o compressor – mais especicamente a respeito de uma das mais
interessantes aplicações desse processador na música eletrônica, que é o sidechain (não confundir com a compressão paralela, que é outra técnica muito usada em mixagens), também bastante usado em outros vários estilos musicais. Como estou falando de música eletrônica, optei por demonstrar esse processo no Ableton Live por dois motivos: primeiro, pela rapidez e a facilidade com que se faz isso nele; segundo, porque acabou sendo um dos softwares mais utilizados entre os produtores deste estilo musical por todo o mundo. Logicamente, essa técnica também pode ser aplicada em outros programas, como Logic, Pro Tools etc., mas em nenhum deles com tanta agilidade. O efeito que queremos é aquele que faz com que o track tenha um balanço pulsante, igual ao que ouvimos na clássica One More Time, do Daft Punk, lançada como single em 2000,
98 | áudio música e tecnologia
AO TRABALHO Ao abrimos o Ableton, ele inicia com dois canais, um de áudio e um de MIDI. O primeiro passo é criarmos um canal de bumbo, e esse é o software mais rápido que conheço para se fazer isso. É só acessar, no lado esquerdo da tela principal, o File Browser 1/samples/waveforms/ drums/kick e escolher dentro desta pasta uma amostra de bumbo que você gosta (estas são as que já vêm com o Ableton, mas você pode também escolher uma amostra sua). Com o canal MIDI selecionado, clique na amostra de bumbo e arraste-a para a parte de baixo da tela, onde lê-se “Drop MIDI Effects, Audio Effects, Instruments or Samples Here”, e pronto! Você já tem seu canal de bumbo, que vai ser tocado por um instrumento virtual que se chama “Simpler”, nativo do Ableton. Agora, você cria um clip MIDI dando um duplo clique no primeiro clip slot deste canal MIDI e escreve no gráco de piano-roll, que
aparece na parte de baixo da tela, na linha da nota C3 (dó 3), quatro notas nos tempos 1, 1.2, 1.3 e 1.4, respectivamente, como pode ser visto na fgura 1. Você tem agora um canal de bumbo tocando. Vamos, então, inserir outro canal MIDI no projeto e colocar um instrumento virtual que vai reproduzir a nossa cama harmônica,
ARTE ELETRÔNICA
Figura 1
sobre a qual queremos aplicar o efeito de sidechain, o que também é muito fácil. Vou dar um exemplo que vai, de uma só vez, criar um canal MIDI e inserir um instrumento virtual que irá, inclusive, tocar uma cama harmônica com um acorde específco. É só seguir os seguintes passos: vá em File Browser 1/Clips/Construction Kits/Santoors Gold/ Pad/Pad Chorus e, neste Pad Chorus, dê um duplo clique. É isso aí: você já tem os dois elementos necessários para que possamos aplicar o nosso sidechain – o canal do kick (bumbo) e o canal do pad. O instrumento que foi criado ao dar o duplo clique foi o Instrument Rack do próprio Ableton, e o preset usado foi automaticamente o Pad Maxellini, como na fgura 2. A cama harmônica toca um acorde de ré menor que já veio programado ao criarmos este instrumento com o timbre de pad, como vemos na fgura 3. Agora vamos inserir um compressor no canal do pad, que vai ser a peça-chave para termos o efeito desejado. É só clicar no canal chamado 3 Pad-Maxellini. No nosso exemplo, temos o número 3 na frente, pois ele é o terceiro canal do projeto, sendo o primeiro um canal de áudio, que está vazio, e o segundo o canal do nosso 2 Kick-606, ok? Feito isso, é só achar onde está nosso compressor no Ableton, cujo atalho é Live Device Browser/Audio Effects/Compressor, e dar um duplo clique no compressor. Se você olhar na base dessa tela, perceberá que já existe o compressor inserido no canal do pad. É simples e rápido assim! Neste momento, só precisamos regular os parâmetros do compressor e já poderemos ouvir o efeito desejado. Primeiro, vamos habilitar o side chain no botão Sidech ain Toggle – aquela setinha apontando para baixo no canto su-
Figura 2 100 | áudio música e tecnologia
Figura 3
perior esquerdo, ao lado do nome do Compressor, como na fgura 4. Desta maneira, aparecem os parâmetros do sidechain no compressor, como na fgura 5. Com o sidechain podendo ser visualizado no plug-in, clicamos onde está escrito “Sidechain” para ligá-lo, e, logo abaixo, onde lemos “Audio From”, selecionamos o canal 2-Kick-606, pois assim estamos “dizendo” ao compressor que quem vai acioná-lo agora é o canal do bumbo, e não mais o canal do pad. Isto signifca que, cada vez que o bumbo tocar, o compressor do pad será acionado, e como a função principal do compressor é controlar a dinâmica dos elementos em uma música, o volume do pad vai baixar com o tocar de cada bumbo. Para fnalizar, só temos que ajustar alguns parâmetros do compressor: o threshold, o attack, o release e o ratio. As funções de cada um são as seguintes: o threshold e o ratio indicarão com que intensidade o pad vai baixar de volume cada vez que o bumbo tocar; o attack dirá se o compressor vai ser acionado imediatamente ou se vai esperar alguns milissegundos antes de fazê-lo; o release será regulado para que o efeito de pulsação se adapte ao BPM da música. O BPM do projeto provavelmente estará em 120, como originalmente está quando abrimos um projeto novo no Ableton. Deixe-o assim e programe o threshold em -34.5 dB, o attack em 5.30
Figura 4 – Sem o sidechain à vista
Figura 5 – Com o sidechain à vista
ms (milissegundos), o release em 83.0 ms e o ratio em 5.00. Agora é só ouvir o efeito da pulsação do pad cada vez que o bumbo é tocado. Você pode ligar e desligar o compressor no botão amarelo, no canto superior esquerdo do mesmo, para perceber melhor o efeito. Observe que conforme você muda o BPM do seu track, você também terá que alterar os valores dos parâmetros do compressor, principalmente os do attack e do release, para que as pulsações se adaptem melhor ao novo andamento. As
f-
guras 6 e 7 mostram a diferença com e sem o efeito do sidechain
em ondas sonoras renderizadas, o que nos ajuda a compreender como o compressor afeta o som do pad quando está agindo. Fácil e barato! Assim, você pode ter na sua música o mesmo efeito pulsante que fez história em vários hits, e tudo o que é necessário para tal está dentro de um mesmo software. Tente fazer o mesmo teste em vários instrumentos, principalmente na bass line. Você verá que seus tracks não serão mais os mesmos depois dessas experiências. Boa sorte!
Figura 6 – Sem o sidechain
Figura 7 – Com o sidechain
Edson Borth é músico profissional desde 1989 e fundou grupos paranaenses importantes, como Gypsy Dream e Nega Fulô. Produtor de áudio desde 1995, é formado em Produção Sonora pela UFPR, com especialização em mixagem e masterização pelo IATEC. É professor de Produção Musical na Yellow (Curitiba). áudio música e tecnologia | 101
ÁUDIO E ACÚSTICA | Omid Bürgin
LAYOUT DE ESTÚDIOS a v l i S n a v I / o i d u Á e d a i m e d a c A D i M O
Aprenda a distribuir os ambientes principais do seu estúdio lá! Neste mês vamos começar a falar sobre como projetar o layout do seu estúdio. É um momento muito importante dentro de um projeto de acústica e studio design, pois é neste momento que você deve decidir o que realmente precisa, baseando-se em suas necessidades de produção musical. É a hora de sonhar com a forma com que a produção de sua banda será gravada, mixada e masterizada. Você deve pensar em todas as possibilidades de trabalho, imaginando desde uma banda pequena até um pequeno conjunto orquestral. É agora o momento em que você constrói os alicerces de todo o seu projeto. Vamos lá!
Lembro-me de um comercial de xampu exibido na TV quando eu morava nos Estados Unidos. Passava uma pessoa bastante cabeluda com o produto na mão, falando “eu não sou apenas o dono desta empresa de xampu, mas também o maior usuário do seu produto”. produto”. Nunca mais me esqueci disso. É bem parecido com o que acontece quando você constrói
102 | áudio música e tecnologia
o seu estúdio. Se for um usuário dele, sendo músico, técnico ou produtor, você terá uma noção muito melhor sobre o que precisa fazer em seu projeto e sobre como deve soar o produto fnal.
Temos muitos clientes aqui no Brasil e ganhamos certa c erta fama por termos feito muitos projetos de alta qualidade. Acredito que nossos projetos acústicos têm dado tão certo porque o resultado dos projetos está mais musical, e essa musicalidade é devida ao fato de eu ter trabalhado durante décadas em estúdios, como técnico ou produtor. Sendo assim, quem trabalha em estúdios tem, já de saída, uma vantagem signifcativa.
Já encontrei muitos engenheiros acústicos de nome trabalhando juntos em projetos ou em eventos de profssionais do ramo. Posso citar alguns que admi ro muito pelo conhecimento vasto de acústica e por terem publicado extensivamente sobre o assunto. O que me surpreendeu muito foi que os projetos de estúdios não eram tão bons. Levei algum tempo para entender o porquê disto. Os projetos eram impecáveis, lindos, pareciam exemplos-modelos, mas faltava o ingrediente essencial: a musicalidade!
áudio música e tecnologia | 103
ÁUDIO E ACÚSTICA
Como podemos usar esta informação? Quando analisei os projetos em questão, percebi que eles estavam calculados de baixo para cima, ou seja, através de cálculos e fórmulas o projetista montou o projeto
modar todas as suas necessidades musicais. Então, quais são os passos de uma produção musical? Confra no fnal desta página.
fnal, deixando tudo da maneira descrita acima. Mas
não soava! Faltou aquele ingrediente. Esta abordagem se chama bottom-up: trabalhar de baixo pra cima. O que eu proponho é fazer exatamente o contrário: começar com o sonhar com o que você quer, tentar imaginar, visualizar e ouvir o espaço projetado, traçar as ideias grandes primeiro e, só depois de você defnir
o que quer, partir para os detalhes. Esta abordagem se chama top-down: você começa com a ideia geral e então trabalha em direção aos detalhes. É essa a nossa abordagem, que, junto com a experiência de ser usuário de estúdios, eu garanto que dá muito certo.
Cada etapa requer um espaço de trabalho diferente. A pré-produção é um dos momentos em que você poderia trabalhar em qualquer lugar, normalmente com uma estação de trabalho. É comum que isso seja feito na futura técni ca, que você precisa para monitorar a sua gravação ou para, depois, fazer a mixagem ou masterização. A fase de captação já é um pouco mais complexa. Ela se divide em seção rítmica, cobertura e overdub. O que é a seção rítmica em uma gravação? A seção rít mica, ou “cozinha”, no Brasil, é a parte nuclear, rítmica,
da banda: a bateria, o baixo, as guitarras e teclados rítmicos. A captação da seção rítmica é caracterizada
Primeiramente é necessário perguntar-se o que acontece dentro de um estúdio de gravação. Isto vai ajudar muito a ter clareza do que você realmente precisa e vai garantir que o futuro projeto atinja suas necessidades. Precisamos ter certeza de que o estúdio que estamos projetando está acomodando as diversas possibilidades de produção. A partir disto, defnimos os objetivos básicos do projeto, mas
também garantimos que este projeto poderá aco-
104 | áudio música e tecnologia
por seu feel ou groove, e, por isso, é feita toda junta, não sendo, recomendável, por exemplo, separar o baixo da bateria. Isso é tão importante porque esta parte da música tem nuances em tempo e interações musicais entre os músicos que, mesmo sutis, fazem grande diferença. Se a bateria for captada primeiro e o baixo depois, a música vai soar estéril e sem alma. Para poder manter esta integridade, você precisa ter um layout em que consiga acomodar a bateria,
áudio música e tecnologia | 105
ÁUDIO E ACÚSTICA
o baixo, as guitarras e os teclados. Assim, em vez de gravá-los separadamente em tempo, você deveria separá-los em espaço. Para isto você precisa ter várias salas, que podem ser pequenas, como as salas de isolação de bateria ou de voz, ou até armários de captação para acomodar o amplicador
de baixo ou de guitarra. Estas salas são chamadas de “isos” (pronuncia-se “aisos”). Além disto, você precisa de um espaço separado para monitorar tudo, que é a técnica de monitoração. Em relação ao espaço, esta é a parte mais difícil de seu projeto.
o tecladista, o guitarrista, o baixista e o vocalista se encontram todos na técnica, se ouvindo através de fones de ouvido. Somente os seus amplicadores
se encontram em lugares diferentes. Este “estar junto” é muito importante para o feel ou groove, porque cria uma sensação de unidade e a emoção musical está sendo valorizada. Nesta parte, você pode imaginar sua banda em seu melhor momento, gravando de cor ou, no máximo, usando partituras de referência, como se fosse uma performance ao vivo na casa noturna onde costuma se apresentar.
É neste momento que você precisa de um estúdio completo, mas podemos ser bastante exíveis em
como separamos acusticamente os vários músicos.
Vale mencionar que os técnicos chegavam a exagerar no passado ao separar acusticamente os diferentes instrumentos da seção rítmica, pois sabemos
Na gravação da seção rítmica, o baterista poderia car no meio da sala de captação, as torres de am plicadores de guitarras sendo posicionadas no iso de bateria, o amplicador do baixista no soundlock,
o tecladista na técnica, gravando com som direto, e o vocalista na própria técnica, gravando a voz guia. A voz guia é o vocalista cantando junto com a banda para passar a emoção e o andamento correto a eles. Esta guia será substituída no nal, na fase do
overdub. O que é interessante nesta proposta é que
que um pequeno grau de vazamento é saudável e ajuda na criação de palco sonoro da sua produção musical. O baixo vazando para os microfones de overhead da bateria é um exemplo clássico de como você pode criar uma sonoridade de baixo maior. Se zer este setup na sua casa, o baterista poderia car dentro da sala de estar, as torres de amplicadores
de guitarras sendo posicionadas no banheiro, o amplicador do baixista no armário do seu quarto, o tecla -
A seção rítmica num estúdio-apartamento 106 | áudio música e tecnologia
dista no seu quarto, onde você montou a sua técnica (veja em “aprenda na prática”), junto com o vocalista, que grava a voz guia. Não pense que a sua casa ou apartamento é acusticamente inferior! Ao contrário: as nossas casas ou apartamentos têm, às vezes, mais possibilidades acústicas do que um estúdio de gravação. O único porém é a questão do isolamento, mas falaremos sobre isso em um futuro artigo.
Nossas casas têm, às vezes, mais possibilidades acústicas do que um estúdio de gravação. O único porém é a questão do isolamento
sendo que as técnicas de mixagem e masterização devem ser diferentes, já que possuem necessidades diferentes. De qualquer forma, a masterização deveria ser feita em uma sala técnica que não seja a de mixagem, porque o técnico de masterização muitas vezes precisa resolver problemas que o outro técnico não ouviu ou, por questões acústicas, ouviu errado na mixagem.
As salas sobre as quais falamos até agora foram as técnicas: técnica de monitoraçã o, técnica de mixagem e técnica de masterização. Temos a sala de captação, que, de preferência, deveria ser gran-
A cobertura é a parte em que você capta os instrumentos adicionais, como percussão, cordas etc. Eles serão
de para a cobertura e, se possível, ajustável para
gravados em cima da seção rítmica, dando um certo
pequenas, de isolamento, para bateria ou baixo e até um armário isolante de captação para aco-
brilho à música, como cobertura a um bolo. Para captar a cobertura, o ideal seria uma sala grande, com sonoridade bastante homogênea. Sendo assim, a dinâmica é bem diferente da conferida na seção rítmica. O tipo de
música também muda: muitas vezes são músicos lendo partituras completas, que foram elaboradas por um arranjador. As nuances da performance já foram estabelecidas na captação da banda e tudo que está sendo captado daí para frente segue a música já estabelecida.
vários conjuntos musicais. Precisaríamos de salas
modar o amplicador de baixo ou guitarra para a gravação simultânea da seção rítmica. Mas exis -
tem outras duas salas muito importantes para um projeto de estúdio de gravação, que não mencionamos ainda: o soundlock e a sala de máquinas. O soundlock é uma espécie de antecâmara, parecida com uma sala de revelação, que impede a entrada de luz. No estúdio de gravação, a antecâmara ca
O overdub é uma seção de gravação que requer ainda menos salas, já que pode ser feito na própria sala técnica ou em uma pequena sala para vocais, normalmente localizada bem próxima à técnica. Em muitos lugares há um estúdio focado na captação e outro na mixagem. Nos grande estúdios, há técnicas para monitoração com grandes salas de captação, técnicas de mixagem com um iso que são usadas para a realização de overdubs. É melhor levar esta parte para um estúdio focado em mixagem, liberando o estúdio principal para a próxima gravação, o que é comercialmente mais interessante para você, pois a sessão de overdubs é, muitas vezes, a mais demorada! É aqui que o vocalista
entre a técnica e o estúdio, com acesso aos dois, bem como ao exterior do estúdio. Desta forma, se alguém quiser entrar no estúdio, o som não vai vazar pra a técnica, por exemplo. A sala de máquinas existe para
vai substituir sua voz guia pela versão vocal nal.
salas é imprescindível? Qual é a mais importante?
Uma vez tudo captado, começa o processo de mixagem, que requer apenas uma sala técnica de mixagem. O mesmo se aplica à masterização, que deveria acontecer com outro técnico e em outra sala técnica,
A técnica, a sala de captação ou um dos isos? Se você respondeu a técnica, acertou. É que, em uma sala técnica, você pode não só mixar ou masterizar, mas também gravar. Em futuros artigos, veremos que a técnica é acusticamente muito mais exigente
acomodar equipamentos que fazem ruídos dentro do estúdio, como amplicadores ou computadores que
possuem ventoinhas ou coolers. Ambas as salas têm um alto poder de absorção e podem ser usadas como pequenas salas de isolamento, para gravar os amplicadores de guitarra ou baixo.
Então por onde começamos o nosso projeto de layout? Se você tem um espaço limitado, qual das
áudio música e tecnologia | 107
ÁUDIO E ACÚSTICA
do que uma sala de captação. Com esta premissa,
70 m 3, especialmente em relação às frequências
podemos concluir que é possível transformar uma
graves. Isso poderia ser, por exemplo: largura = 4
técnica em uma sala de captação ou até em uma
m, comprimento = 5 m e altura = 3,5 m. Ou seja,
sala de isolamento sem ter muitos problemas. Ao contrário, tentar mixar ou masterizar dentro de uma sala de captação ca muito mais difícil.
para quem quer montar um estúdio em casa, somente a técnica já ocupa bastante espaço. Procure medir um espaço de 5 x 4 para ter uma ideia da
Se seu espaço for um pouco maior, seria melhor
grandeza. A reação inicial é de querer aproveitar
subdividi-lo em dois, para garantir uma técnica e
os espaços existentes fazendo várias salas, mas se seguir o critério de tamanho mínimo para uma téc -
É possível transformar uma técnica em uma sala de captação ou de isolamento sem ter muitos problemas
nica, você vai acabar se decidindo por fazer uma sala boa, em vez de duas ou três salas pequenas e acusticamente inferiores.
Neste artigo vimos quais salas são necessárias no uma sala de captação? Na maioria das vezes é me-
layout do seu estúdio e para que serve cada uma de-
lhor ter um espaço grande, que possa servir tanto
las. No nosso próximo encontro, falaremos, passo a
para técnica quanto para captação, do que ter duas
passo, sobre como organizar a sua produção musical
salas pequenas para captação. A BBC estabeleceu
e como isto se reete na sala de captação, continu-
que uma boa técnica deveria ter não menos que
ando o que começamos aqui. Vejo você por lá!
108 | áudio música e tecnologia
Sabia que fazer uma pequena interferência no seu espaço de trabalho pode gerar resultados muito
melhores do que você pode imaginar? Os primeiros ajustes descritos aqui têm um custo-benecio melhor do que aquele associado a ajustes nais em um projeto audiólo caro. Veja um passo a passo do que é necessário fazer para arrumar a sua sala técnica (qualquer lugar onde você tenha seu computador e suas caixas de som).
1. Escolha sempre a maior possível da sua casa. Quanto maior, menos problemas para montar uma técnica. Lembre-se de que o parâmetro é ter mais do que 70 m 3, se possível. Procure uma sala que seja simétrica.
2. Uma vez escolhida a sala, trace um eixo simétrico no chão, usando alguma ta adesiva. É nesta linha que você deve montar sua cadeira e o computador e medir as distâncias para as caixas.
3. As caixas devem estar a, no mínimo, 30 cm de distância da parede para minimizar problemas com as frequências graves. Elas deverão formar um triângulo equilateral entre os seus tweeters e os ouvidos do técnico (sendo que um ponto é o tweeter da caixa direita, o segundo ponto é o tweeter da caixa esquerda e o terceiro é o sweet spot , onde estão os ouvidos do técnico). 4. Aumente a distância entre o sweet spot – um ponto mais distante, até duas vezes a distância entre os tweeters da caixa. Trace no chão a área resultante. Esta área é onde você deve sentar-se. Você não deve
car bem no ponto médio entre a parede da frente e a de trás, mas, sim, car um pouco antes ou depois disso. Alguns projetistas usam a proporção 1/3:2/3 como referência.
5. Uma vez feito isso, comece a ouvir o som e verique sua qua lidade sonora. Se precisar, você poderá fazer uma calibragem na (ajustes necessários até que se chegue a um resultado sonoro satisfatório) usando os conceitos anteriormente abordados.
Verique a diferença olhando o desenho de um quarto de est udante que foi adaptado para poder melhorar a qualidade sonora. Como
você pode perceber, as mudanças são simples e não foram difíceis, mas o resultado foi espetacular! Depois de feito, percebeu como a qualidade sonora em sua sala melhorou? Posicionamento dentro da técnica
Omid Bürgin é compositor, projetista acústico e produtor musical. Fundou a Academia de Áudio (www.academiadeaudio.com.br), que oferece cursos de áudio, produção, composição e music business e dispõe de estúdios para gravação, mixagem e masterização. E-mail:
[email protected].
áudio música e tecnologia | 109
MÚSICO NA REAL | Fernando Moura
a r u o M o d n a n r e F
Trocando os cabos do estúdio
Sacudindo a poeira das conexões e substituindo o oxidado pelo cheiro de novo
O
s leitores que acompanham essa coluna talvez se
anos, mas, como muitos músicos da minha geração, prefe-
lembrem que, em nosso último encontro, devido ao
ri investir na produção musical e vou caminhando entre os
carnaval, tirei umas férias, reciclei meus gostos musi-
trabalhos autorais, populares e o mundo das tril has sonoras.
cais, recuperei um velho companheiro de trabalho, o lendário Prophet 5, e ouvi muitos músicos interessantes saindo
Dentro desse quadro, já há algum tempo é essencial con-
pelos bueiros do subway nova-iorquino.
tar com um home estúdio que funcione bem e seja capaz de me servir de ferramenta para fazer demos rápidas e
Depois dessa formatação de cabeça (no bom sentido, lei-
de boa qualidade e também versões defnitivas para pro-
tor!), volto para meu lugar de trabalho, que fcou parado
duções com orçamentos menos generosos do que os dos
duas semanas e é só barulho de sujeira nos contatos, ruí-
meus colegas do cinema americano.
dos indesejados, instrumentos que funcionam de um lado só, monitores com interferências... Um certo desânimo co-
Ao se pensar num home estúdio com esse perfl, vemos logo
meça a se instalar em minha mente: será que eu largo isso
um computador possante agregado a uma placa de áudio
tudo de lado e vou estudar piano seriamente?
de mais de um par de I/Os e especifcações para gravar em até 192 kHz, um sequencer de áudio e MIDI escolhido
“Muito tarde para tentar uma vida de Michel Petrucciani ou
entre os três ou quatro que “todo mundo usa”, cascatas de
McCoy Tiner, meu camarada”, me sopra uma voz de razão
plug-ins e, até onde o dinheiro permite, muitos periféricos
dentro de mim. Essa opção poderia ter sido feita há uns 20
de pedigree: compressores, limiters, equalizadores, efeitos
110 | áudio música e tecnologia
MÚSICO NA REAL
analógicos e clássicos. Bons microfones, boa monitoração,
Pai Fábio de Aruanda, do alto de sua experiência de déca-
se possível mais de um tipo de caixas, um outro teclado
das de gravação, opina:
vintage para tirar uma onda e estamos no negócio, certo? “Se os cabos estão lá conectados e você nunca mexe, é proMas e quando você ouve em outros estúdios o som que você
vável que estejam cumprindo o seu papel. Muita atenção
grava em seus domínios, ca sempre tudo bem mesmo? E essa
aqui, porque o cabo, quando envelhece, vai se oxidar...” “Ca-
ruideira que estou ouvindo agora porque quei duas semanas
bos que você manuseia muito podem acabar tendo a blin-
sem ligar o estúdio, será que não está sendo gravada? Você
dagem comprometida. O mesmo quanto aos plugues.” “Uma
acredita que algum hum/noise eliminator Tabajara sempre re-
coisa a se considerar é a qualidade dos cabos em si, inde-
solve tudo e elimina os ruídos indesejáveis aos seus arranjos?
pendentemente da idade.” “O que talvez melhore sua vida no quesito humming é o comprimento dos cabos. Quanto
Sejamos honestos, leitor: você já pensou em dar uma geral
menores, melhor. Se puder dimensioná-los de acordo com
nos cabos que usa em seu local de trabalho?
as necessidades de seu espaço de trabalho, melhora muito.”
Será que alguns deles não seriam de uma outra época da
Parece que os poderes de Pai Fábio de Aruanda o levaram
sua vida, quando você fazia shows com setups enormes,
a ter uma visão bem próxima da realidade do meu home
complicados, que depois foram encolhendo e os cabos fo-
studio e central de produção, de onde crio e produzo música
ram sendo recolocados em seu estúdio particular, que veio
para as mais diferentes utilizações e localidades pelo mundo
crescendo na direção inversa, com um número cada vez
afora. Veja as foto de abertura deste texto, leitor: a balbúr-
maior de outputs precisando falar?
dia de tamanhos inadequados e cabos trançando uns nos outros é tão aterradora quanto comum a quase todos os home
Entre esses combalidos e velhos companheiros de música,
studios que conheço, independentemente da quantidade de
será que alguns não se enquadram naquela categoria “vou
dinheiro investida em hardware, software e instrumentos.
quebrando um galho com esse aí e depois compro outro melhor”? Será que alguns deles não foram soldados por
A oxidação dos cabos das fotos é evidente. Aí estão ve-
algum roadie a dez minutos do show começar numa praia
lhos companheiros de mais de 20 anos que depois de mui-
lotada de gente, areia, cerveja e vento e agora estão conec-
tos shows agora repousam tranquilos no ar-condicionado
tando áudio outputs da sua caríssima interface de áudio?
de Botafogo, descarregando suas bactérias sob forma de humming com um espasmo ou outro de interferência em
Pois é, leitor: talvez esteja na hora de sacricar a vaidade
minhas criações musicais. Marcas são inevitáveis depois de
de ter o mais possante computador do bairro e prossiona-
anos atendendo a intermináveis trabalhos de Hércules de
lizar as conexões de seu estúdio. Tempo de decidir se você
um frila que resolve muitas situações em que não se sabe
prefere uma reputação de qualidade sonora ou de exibição
o valor de um bom cabo para um bom som, mas sempre se
de equipamentos para seu estúdio.
ca impressionado com um monitor grande para o software que está sendo usado no mesmo estúdio.
É TUDO A MESMA COISA? Não, absolutamente. Como em tudo nessa vida, bons cabos são uma combinação de componentes de boa qualidade com a técnica adequada de construção e fabricação desses produtos. Quanto melhor for a blindagem, menos interferência, e a qualidade do metal também faz muita diferença na transmissão.
a r u o M o d n a n r e F
Após anos na batalha, os cabos oxidados fnalmente são aposentados 112 | áudio música e tecnologia
a r u o M o d n a n r e F
Pacotão recebido: após análise da lista, Santo Angelo me mandou os cabos novos
Substituir os cabos mais prejudicados, deixando outros que aparentemente estão em melhor estado, me pareceu uma solução meia-boca e que acabaria dando quase o mesmo trabalho que começar tudo do zero e fazer direito. Munido do mesmo espírito de decisão que me fez largar o tabagismo depois de décadas, elaborei uma tabela das conexões do meu estúdio (veja a tabela no nal do texto) para entender o tamanho da encrenca em que estava me metendo. O resultado foi bem preocupante: estamos falando de 75 cabos, entre bananas, canons, RCAs e mini-jacks em todas as combinações possíveis para conectar mais de 30 anos de teclados distribuídos em 16 instrumentos diferentes, oito efeitos de hardware, 16 canais de placas de áudio e processadores. Na tabela, especico o tipo de conexão e o tamanho do cabo dentro do critério pequeno/médio e grande pertinente ao espaço 4 por 4 onde o estúdio está instalado. Como meu estúdio foi sendo montado ao longo de uma carreira prossional, e não como um presente de Natal, nunca tive uma preferência especíca por esse ou aquele fabricante de cabos, tendo, inclusive, que confessar que uma grande maioria foi comprada em viagens ao exterior e, depois de algum uso na estrada, os cabos iam sendo absorvidos pelas minhas necessidades no estúdio. Pelo medo de que algum deles me derrubasse num show ao vivo, sempre escolhi boas marcas e componentes conáveis, pelo menos a um “exame de bico”: aquele em que o vendedor da loja te mostra duas ou
áudio música e tecnologia | 113
MÚSICO NA REAL
três opções, você pergunta o preço, estira o beiço na direção
de 75 cabos velhos do meu estúdio por cabos de qualidade
do que tiver o preço intermediário e manda embrulhar meia
uniforme e pedigree Santo Angelo dimensionados correta-
dúzia para viagem em qualquer língua que o cara entenda.
mente através de uma lista de mais de 30 anos de equipamentos colocados num ambiente 4 por 4.
Há um bom tempo, pelas indicações do meu parceiro João Castilho e pelas recomendações do maior senso prático do
Tirar todos os cabos de uma vez e colocar um a um foi uma
mundo real da música, o carioca Paulinho Carvalho, do Eco-
opção descartada na primeira volta. Como a lista que serviu
Som Studios, que é onde uma innidade de gente famosa
de base ao meu pedido estava na ordem que os instrumen-
manda fazer seus cabos, ouvia falar no nome Santo Angelo
tos são ligados nas mesas Zed, da Allen & Heath, que uso
como uma rma qualicada na parte técnica, com boa expe-
no meu estúdio, resolvemos ir substituindo os cabos canal
riência no mercado e antenada com as demandas do meio
por canal. Depois de duas horas de trabalho organizado,
ambiente. Veriquei o site dos caras (www.santoangelo.com.
começou o grande momento, e, testados um a um, os ca-
br) e não tive dúvidas: pergunta daqui, aperta dali, troca de
bos falaram sem problemas. Não pude resistir e aumentei
e-mails e consegui a atenção e o apoio do Rogério Raso,
o volume do monitor a níveis perigosos para a saúde para
que delegou à sua lha Helena o atendimento ao meu caso
comparar a quantidade de ruído que já estava acostumado
e logo a lista dos cabos estava sendo analisada pelo Daniel
a ouvir nesse exagero de nível (quem nunca fez uma tolice
Lima Bernardes, da área de desenvolvimento e marketing
dessas não está qualicado para ler essas colunas!). Sur-
da empresa, que menos de uma semana depois de algumas
presa total: o ruído não aparecia mais no som e nem nos
trocas de e-mails mandou para o meu estúdio o maravilhoso
VUs do monitor do software de gravação! Sensacional.
pacotão de cabos que você pode conferir aí na foto. Passei a um teste prático e regravei com os novos cabos uma
A MÃO E A MASSA
trilha que tinha terminado dois dias antes, e que, portanto, foi nalizada com os cabos antigos e com um nível de hum de dé-
Dizem que o ser humano resiste às mudanças com todas
cadas. Vi, com surpresa, uma possibilidade de ganho de 6 dB!
as suas forças, e não sou exceção: ao abrir o pacote para conferir os cabos enviados pela Santo Angelo e planejar a re-
O que houve? Abri a mesma música e gravei com os mes-
tirada dos cabos usados, não posso negar que meu coração
mos níveis que tinha feito há dias, passando pelos mes-
se apertou. Menos por alguma espécie de sentimentalismo e
mos caminhos de áudio, e obtive um pico de -10 dB, ao
muito mais por aquela dúvida indisfarçável: será que vai va-
contrário do sistema antigo, em que o valor do pico cava
ler a pena? O estúdio vai voltar a falar? E, melhor: vou ouvir
por volta de 3/3,5 dB.
o resultado ou vai car só na teoria e no visual mais limpo? Meus leitores mais qualicados tecnicamente pensaram: Esperei um m de semana sem urgências incontroláveis
“isso não te m rigor ci entíco algum!”. Concordo com vo-
do mundo dos frilas e marquei num sábado de manhã com
cês, mas ao ouvir o som de uma versão e de outra nos
um velho camarada para procedermos à aventura da troca
links a seguir, o leitor poderá tirar suas próprias conclu-
a r u o M o d n a n r e F
Sai a oxidação e entra o cheiro de novo: será que o som melhora mesmo? 114 | áudio música e tecnologia
a r u o M o d n a n r e F
Mesas antes e depois da troca dos cabos: quanta diferença, hein? E o som “cresceu”
sões, além de fazer um rápido tour pelo meu estúdio ao som de King’s Cross, com participação especial de João Castilho no violão, além desse escriba ao piano acústico. Conra em: http://tinyurl.com/kingscross1 (antes) e
http://tinyurl.com/kingscross2 (depois). A rmeza dos graves livres dos humming de décadas é maior e ajuda a denir os médios com mais clareza e me-
nos lama nessa faixa de 200 a 500 Hz. Os agudos também cam menos cortantes, menos frios e deixam de ser tão denunciadoramente digitais. E o nível maior de som limpo
dá muito mais possibilidades de compressão para o som assim chamado “competitivo”, um default no mundo real das trilhas sonoras. Pessoalmente, acho a “loudness war“ uma disputa adolescente, em que “meu som é mais alto que o seu” pode signicar algo como “o meu negócio é maior
que o seu”, o que nada tem a ver com qualidade de som. É preciso que o leitor que grava e manda para o mundo real suas criações de um home studio esteja consciente de que um som potente e bem explicado sempre impressiona e acrescenta ao seu trabalho musical e de gravação. Para chegar lá, além, claro, da parte artística, a parte técnica não pode ser conada apenas a plug-ins de última geração e
aos itens de boutique analógica que seu poder de compra lhe possibilitou até aqui. Uma boa faxina e dimensionamento correto de cabos de uma empresa cuidadosa e qualicada pode
mudar para melhor muita coisa no som do seu estúdio caseiro.
MÚSICO NA REAL
Um bate-bola com Daniel Bernardes Especialista da Santo Angelo fala sobre a importância de um cabeamento de qualidade Daniel Lima Bernardes tem 29 anos, é formado em Engenharia Elétrica e responde pela área de Engenharia e Desenvolvimento de Produtos da empresa Santo Angelo. Ele administrou e executou com perfeição a minha lista de mais de 70 cabos, enviando o material dentro do prazo que combinamos e cumprindo todas as especicações dos diferentes tipos de cabos pedidos para o meu home estúdio. Foi difícil para os músicos entenderem que tocando ao vivo é sempre melhor evitar ligar seus adorados instrumentos com cabos de baixa qualidade. O ri sco de parar o som na hora daquele solo tão importante para o show é real e toda uma produção pode ir para o brejo por esse desleixo. Como vocês esperam convencer o dono do home estúdio da importância de um cabeamento adequado? Daniel Bernardes: Quem já passou por isso geralmente investe um dinheiro enorme em marcas famosas de cabos importados porque não quer passar novamente por aquilo. No entanto, antes que você gaste muito dinheiro ou passe pelo problema, vale analisar a relação custo-benecio. A própria Santo Angelo tem uma linha de cabos e conectores que não vai fazer feio quando você plugá-los no seu computador de ultima geração ou naquele amplicador valvulado inglês que você adora. Considerando o evidente crescimento do número de usuários de home studios, sejam eles prossionais ou diletantes, a Santo Angelo conta com alguma estratégia especíca para esse segmento? DB: Foi pensando no segmento de home studio que nossa empresa tem desenvolvido as mídias sociais e participado ativamente da feira AES Brasil, na qual vem expondo, além de sua linha de cabos e conectores, itens como pedestais e acessórios de microfones, suportes para instrumentos musicais e subsnakes que eliminam aquela “macarronada” de cabos entre os equipamentos do home. A Santo Angelo é uma empresa engajada na responsabilidade coletiva quanto ao meio ambiente, o que nessa área técnica não costuma ser usual. Em que medida esse tipo de posicionamento traz benefícios aos usuários dos produtos de vocês? DB: Todos os produtos citados trazem ao usuário uma garantia que poucas empresas no mundo podem oferecer: o cuidado com o meio ambiente. Recebemos a certicação ISO 14001:2004 e 9001:2008 e adotamos procedimentos que utilizam os recursos naturais de maneira ambientalmente correta. Assim, ao adquirir desde um simples plug P10 [1/4” Phone Plug] Santo Angelo até um sosticado cabo RJ45 Digital, o dono de um home studio está contribuindo de maneira sustentável na preservação do meio ambiente para as próximas gerações. Daniel Bernardes, da Santo Angelo: cabos com responsabilidade ambiental
116 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 117
MÚSICO NA REAL
Tabela de Cabos CABOS
CONEXÃO
TIPO DE CABO
1e2
S90 LR/Mesa A Line In 1 e 2
banana/banana – 2 m - mono/mono
3e4
S7601/ 2/Mesa ALine In 3/ 4
banana/banana – 1 m - mono/mono
5e6
S760 3/4/Mesa A Line in 5/ 6
banana/banana – 2 m - mono/mono
7
Audio Card In 1/ Mesa A Direct Out 7
banana/banana – 2 m - mono/mono
8
Audio Card In 2/ Mesa A Direct Out 7
banana/banana – 2 m - mono/mono
9
MiniMoog Out/Mesa A Line In 8
banana/banana – 3 m - mono/mono
10 e 11 12 e 13 14 15 16 e 17 18 e 19 20 e 21 22 e 23 24 e 25
MoogerFooger Out L e R/Mesa A Line in 9 e 10 Proteus2 XR Main Outs LeR/ Mesa A Line in 11 e 12 S760 Out 5/Mesa A Line in 13 Prophet 5 Audio Out/Mesa A Linte in 14 NordLead Out B/Mesa A Line In 15 e 16 NordLead Out A/Mesa A Line In 25 e 26 SPX 90 Outs LR/ ST1 Return Mesa A Oberheim Xpander Main Outs/ ST4 in Mesa A Roger Linn Adrenalinn Outs LR/ ST3 in Mesa A
banana/banana – 3 m - mono/mono banana/banana – 3 m - mono/mono banana/banana – 3 m - mono/mono banana/banana – 4 m - mono/mono banana/banana – 4 m - mono/mono banana/banana - mono/mono banana/banana – 2 m - mono/mono banana/banana – 3 m - mono/mono RCA/banana – 2 m - mono/mono
26
Aux 1 Mesa A/ Lexicon MPX 200 In
banana/banana – 2 m - mono/mono
27
Aux 2 Mesa A/Roger Linn Adrenalinn
banana/banana – 1 m - mono/mono
28
Aux 3 Mesa A/Lexicon Refex
banana/banana - mono/mono – 1 m
29
Aux 4 Mesa A/Boss SX 700 Studio EFX
banana/banana – 2 m - mono/mono
30
Aux 5 Mesa A/Mooger Fooger Line In
banana/banana – 3 m - mono/mono
31
Aux 6 Mesa A/ In SPX 90
banana/banana – 3 m - mono/mono
32 e 33
34 e 35
Out Lexicon MPX 200 L e R/Group 1 e 2 Mesa A
Out Lexicon Refex Le R/ Group 3 e 4
Mesa A
banana st/2 banana mono – 2 m stereo/ 2 monos; está ligado como st/st parcialmente
banana st/2 banana mono – 2 m stereo/ 2 monos; está ligado como st/st a parcialmente
CABOS
CONEXÃO
TIPO DE CABO
Out L e R Boss SX-700/ 2 track in
2 banana/2 RCA – 32 m - monos/
Mesa A
RCA
38 e 39
2 trk out Mesa A/ ST RTN Mesa B
2 RCA/ 2 RCA – 1 m - mono/mono
40 e 41
Audio Card 1e2/ line in 17 e 18 Mesa A
36 e 37
42 e 43 44 e 45 46 e 47 48 e 49
Audio Card 3 e 4/line in 19 e 20 Mesa A Audio Card 5 e 6/line in 21 e 22 Mesa A Audio Card 7 e 8/line in 23 e 24 Mesa A Novation A Station L e R/Line in 1 e 2 Mesa B
canon/banana – 2 m - 2 canon/2 banana ST banana/banana – 2 m - mono/mono banana/banana – 2 m - mono/mono banana/banana – 2 m - mono/mono banana/banana – 1 m - mono/mono
50 e 51
Access Virus L e R/Line 3 e 4 Mesa B
banana/banana – 1 m - mono/mono
52 e 53
Korg Triton L e R/ Line in 5 e 6 Mesa B
banana/banana – 1 m - mono/mono
54 e 55
Korg Radias L e R/St 1 In Mesa B
banana/banana – 2 m - mono/mono
56 e 57 58 e 59 60 e 61 62 e 63 64 e 65 66 e 67 68 e 69
70 e 71
Waldorf Blofeld Out L e R/ ST 2 in Mesa B Prophet 08 Man Outs L e R ST 3 in Mesa B Virus Snow Main Outs L e R/ ST 4 in Mesa B Rec Out L e R Mesa B/Input L e R Neve 8803 Outputs L e R Neve 8803/ Input L e R Empirical Labs Fatso Outputs L e R Empirical Labs Fatso/ Inputs L e R Apogee Audio Interface
banana/banana – 2 m - mono/mono banana/banana – 2 m - mono/mono banana/banana – 2 m - mono/mono RCA/Canon – 2 m - 2 canon/2 RCA Canon/Canon – 2 m - 2 canons Canon/Canon – 2 m - 2 canons
Main Outs L e R Mesa 2/ Genelec
Canon/Canon – 1 m/3 m - tama-
1030A
nhos diferentes
Pro Tools MBOX / 2 trk rtn Mesa B
Mini Plug stereo/ 2 RCA – 3 m - stereo/2 monos
Obs.: Mesa “A” é uma Allen & Heath ZED 428; Mesa “B” é uma Allen & Heath ZED 14 e “Audio Card” é RME Fireface UFX.
Fernando Moura é flamenguista, músico, compositor, arranjador e produtor musical, além de ex-fumante. Visite www.myspace.com/fe rnandomoura.
áudio música e tecnologia | 119
SONAR | Luciano Alves
PARTE 8
mercado, como Tascam US 428, CM Labs Motor Mix, VS 700 e Mackie Control XT, entre outras. Na AM&T 242 iniciei a análise dos itens do Menu/Preferences do Sonar X1 Producer. Já estudamos o Audio/Devices, o Dri-
Se o seu periférico não constar na lista fornecida, você
ver Settings, o Playback and Recording, o Conguration File,
pode conseguir o arquivo XML correspondente no site
o Sync and Caching, o MIDI/Devices e o MIDI/Instruments.
do fabricante do aparelho e importá-lo para a lista de
Estudaremos agora o Preferences/MIDI/Control Surfaces.
superfícies do Sonar. Por outro lado, o usuário pode, ainda, iniciar as instruções de controle ACT do zero, edi-
Para que você tenha acesso a todos os itens desta aná-
tando cada campo do criador de Presets.
lise, clique no botão Advanced ao entrar no Preferences do Sonar. Este botão é localizado na parte inferior es-
A comunicação entre os botões de uma superfície de con-
querda da janela do Preferences.
trole e os recursos do software hospedeiro é feita através de System Exclusive Messages (mensagens exclusivas do sistema), que faz parte das especicações de MIDI quase que integralmente desde sua criação, em 1983. Portanto, o
Esta seção permite habilitar e congurar uma ou mais su-
acoplamento de um periférico do tipo superfície de controle
perfícies de controle que podem ser acopladas aos inndá-
ou controlador de teclado com botões ao Sonar é feito atra-
veis recursos do Sonar (Play, Stop, Rec, Synths Virtuais,
vés das portas MIDI In e Out da interface de MIDI ou USB/
Efeitos, Mixer etc.). As superfícies de controle são hardwa-
MIDI. Esta é uma das áreas mais interessantes e instigantes
res externos que contêm botões, faders e sliders deslizantes
do universo da tecnologia MIDI e encontra-se detalhada de
os quais, após congurados, passam a atuar diretamente
forma aprofundada no livro Fazendo Música no Computador .
nos controles do Sonar, substituindo consideravelmente a utilização do mouse e do teclado do computador. Para aque-
Gradativamente, as pequenas superfícies de controle es-
les que estão acostumados a trabalhar com faders e botões
tão sendo substituídas pelo iPad, que pode atuar direta-
(físicos), a superfície de controle é indispensável. A inserção da superfície de controle pode ser realizada simplesmente adicionando-se o Preset correspondente ao modelo adquirido. Isto porque a Cakewalk fornece, juntamente com o Sonar, diversos arquivos de congurações pré-estabelecidas contendo as instruções de ACT (Active Controller Technology) de diversas marcas de superfícies de controle disponíveis no
A janela do Preferences/MIDI/ Control Surfaces do Sonar X1
120 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 121
SONAR
mente com o Sonar em diversos estágios através do apli-
dente ao modelo da sua nova superfície de controle, caso não
cativo AC-7 Core, dispensando, inclusive, a utilização de
esteja incluída na lista fornecida com o Sonar. Normalmente,
cabos. Neste caso, a comunicação é feita através de rede
os sites dos fabricantes de superfícies fornecem arquivos e
ou internet. Um exemplo de controlador do Sonar para
instruções de como acoplar seu produto aos principais se-
iPad é o Neyrink V-Control Pro, que possibilita controlar
quenciadores do mercado. Por exemplo, no site da Behrin-
o Console (mixer) sem utilizar o mouse ou o teclado do
ger há um arquivo ZIP e instruções para acoplar a superfície
computador. Passemos, então, ao detalhamento dos bo-
BCF 2000 ao Sonar. Se você não conseguir o arquivo XML
tões e campos da seção Control Surfaces.
ou mais detalhes, deverá produzir o XML através do criador de Presets de Superfícies. Para tal, clique no botão Add New Controller (adicionar novo controlador) e escolha Cakewalk Generic Surface. Repare que um novo Strip (faixa colori-
Este botão, que está localizado na extrema direita da ja-
da) é lançado à esquerda da pista de MIDI correspondente
nela Control Surfaces, é usado para adicionar uma nova
no Track View. Clique nesta faixa com o botão esquerdo do
superfície de controle (ou mesmo um teclado com diver-
mouse e associe os botões da sua superfície aos respecti-
sos botões de controle conguráveis) à lista de controla-
vos controles do Sonar. Você pode, inclusive, utilizar o botão
dores acoplados ao Sonar. Ao clicar neste botão abre-se
Learn (aprender), como se faz comumente em um teclado
a janela Controller/Surfaces Settings (congurações do
controlador que possui botões. Em seguida, salve o arquivo.
controlador ou superfície), com três opções: Para visualizar os arquivos XML das superfícies, bus1. Controller/Surface (controlador ou superfície de con-
que-os nesta localização: Documents and Settings/User
trole) – Clicando neste botão, é mostrada a lista de con-
(nome do usuário)/Application Data (dados de aplicati-
troladores e superfícies disponíveis que podem ser adi-
vos)/Cakewalk/ACT Data.
cionados ao sistema. Lembre-se que novos periféricos podem ser adicionados via Import ACT Data ou mesmo criando-se um novo preset do zero. Esta é a lista dos controladores ou superfícies de controle 2. Input Port (porta de entrada) – Use este campo para
instaladas e ativas. A lista apresenta os seguintes itens:
determinar qual porta de MIDI a superfície utilizará para enviar informações (mensagens) de controle para o So-
1. Controller/Surface Column (coluna dos controladores
nar. As portas de MIDI disponíveis dependem da interfa-
e superfícies) – Esta coluna mostra o nome dos contro-
ce de MIDI que estiver instalada no computador. 3. Output Port (porta de saída) – Para selecionar qual porta de saída a superfície utilizará para receber mensagens de controle vindas do Sonar.
Este botão é posicionado à esquerda do Add New Controller. Possui um xis em vermelho e serve para el iminar uma superfície da lista.
Clicando neste botão abre-se o Windows Explorer, no qual você poderá procurar e importar o arquivo XML correspon-
A janela para Controller/Surfaces Settings, onde é possível selecionar o preset de um 122 | áudio música e tecnologia
periférico controlador externo
áudio música e tecnologia | 123
SONAR
ladores/superfícies que foram inseridos através do botão Insert e que encontram-se habilitados para o projeto. 2. In Port and Out Port Columns (coluna da porta de
Este campo permite regular a frequência da renovação
entrada e de saída) – Esta coluna mostra os nomes dos
(em milisegundos) da comunicação entre o Sonar e a
drivers de MIDI que permitirão a comunicação dos pe-
superfície de controle instalada. Se o periférico ou o
riféricos controladores com o Sonar. Para escolher um
Sonar estiverem travando constantemente, aumente o
driver diferente, basta clicar na seta à direita e à es-
número de milisegundos do Refresh Frequency (entre
querda do nome do driver.
50 e 5.000) para que a comunicação que mais rela xada. Se a sua superfície de controle não trabalha de
3. ACT Column (coluna do Active Controller Technology)
forma bidirecional, aumente consideravelmente o valor
– Possui um check box para ativar ou desativar a atua-
para que a comunicação tenha maior uência.
ção do ACT de cada superfície instalada. A variável Refresh Frequency, que pode ser modicada 4. WAI Column (coluna WAI [Where Am I]) – O WAI é
nesta seção, encontra-se, também, no arquivo editável
representado por uma coluna vertical colorida que é adicio-
Cakewalk.ini com o nome CtrlSurfaceRefreshMS. Este
nada ao lado da pista do Sonar. Sempre que uma superfície
arquivo, que se encontra no diretório onde o Sonar foi
é ativada através do check box ACT, uma coluna é lançada
instalado, pode ser editado através de qualquer softwa-
na pista do Sonar na qual a superfície está acoplada. Este
re de texto, incluindo o simplicado Notepad.
check box é denominado WAI (Where Am I - onde estou) justamente porque a linha vertical permite localizar facilmente onde a superfície está acoplada. Caso você deseje esconder a faixa lateral, desative este check box.
Estes check boxes mostram ou escondem a faixa do WAI no Track View e do Console View. Portanto, é per-
5. WAI Color Column (cor do WAI) – Clique na seta à di-
feitamente possível trabalhar na área de gravação vi -
reita para mudar a cor da faixa vertical representativa da
sualizando as faixas do WAI, enquanto que na área do
superfície de controle nas pistas do Sonar.
mixer as mesmas não são mostradas.
As faixas coloridas do WAI à esquerda das pistas do Sonar
124 | áudio música e tecnologia
Se você necessita agilizar o seu trabalho diário de gravação e de automação no Sonar, considere adicionar uma O Sonar permite que as superfícies habilitadas mostrem as faixas do WAI em todas as pistas do projeto ou apenas nas que estão habilitadas para visualização (no Track View ou no Console View). As opções são as seguintes: 1. Track View (área das pistas) – A superfície de controle é associada às faixas que estão visíveis na área das pistas.
superfície de controle ao seu sistema. Este periférico agi liza imensamente as tarefas comuns em um estúdio. Os preços variam bastante e você certamente encontrará uma opção que esteja dentro de suas possibilidades econômicas. Por outro lado, considere a introdução do iPad no seu setup, pois o mesmo já possui aplicativos para controlar o Sonar X1 Producer. O iPad proporciona uma sensação singular na forma de se gravar, mixar e pilotar os synth virtuais no Sonar, inclusive estando afastado do
2. Console View (mixer) – A superfície é associada às fai -
equipamento. Isso tudo wireless!
xas visíveis na área do mixer. No próximo mês, mais Preferences do Sonar X1. 3. All Strips (todas as faixas) – A superfície mostra todas as faixas em todas as pistas do projeto.
Boas gravações e sequenciamentos.
Luciano Alves é tecladista, compositor e autor do livro Fazendo Música no Computador . Fundou, em 2003, a escola de música e tecnologia CTMLA – Centro de Tecnologia Musical Luciano Alves (www.ctmla.com.br), que dispõe de seis salas de aula e um estúdio.
áudio música e tecnologia | 125
CLASSIFICADOS
CURSOS Curso Básico de som através de uma abordagem prática e simplificada e demonstrações em equipamentos ao vivo.O aluno terá oportunidade de acompanhar o sinal de áudio desde sua captação passando por todas as etapas até chegar ao nosso ouvido.Informações e programa do curso em www.sabrasom. com.br fones 11 3227-6904 e 11 3228-7970 ou e/mail sabrasom@ sabrasom.com.br - São Paulo/SP •
Curso de DJs Curso de DJs na escola Groovearte com duração de um mês. Nele os alunos terão os conteúdos: iniciação musical para discotecagem; mixagem; estilos; e profissionalização.A Groovearte fica no bairro Paraíso, em São Paulo-SP. São Paulo/SP. Tel.: 11 3887-1486. Email:
[email protected] Site: www.groovearte.com.br •
Curso de Home Studio Curso ministrado por Sergio Izecksohn (coordenador), Pedro Wood, Daniel Medeiros, Julio Moura e Diogo Bortoluzzi. Nele os alunos produzem um CD em todas as etapas, experimentando pessoalmente os programas, a operação do estúdio e os con teúdos demonstrados nas aulas. Conteúdo: produção musical, masterização, mixagem etc.São quatro opções de horário: tarde, noite, intensivo e aos sábados. Rio de Janeiro/RJ Tel.: 21 2558-0300 Email:
[email protected] Site: www.homestudio.com.br •
EM&T - Escola de Música e Tecnologia - Cursos de guitarra, contrabaixo, violão, teclado, bateria etc. São Paulo/SP - Tel.: 11 5012-2777 Email:
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Áudio & Tecnologia Áudio & Tecnologia em Valinhos SP -Cursos com aulas práticas em estúdio e apostilado. Valinhos/SP. Tel.: 19 3234 7191 •
Básico de Áudio - dB Salvador A partir de março começa o curso Básico de Áudio na dB Cursos de Áudio de Salvador, com aulas teóricas e práticas durante quatro meses e meio. Site: www.cursosdeaudio.com.br •
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[email protected] - Site: www.camaudioemusica.com.br •
CTMLA - Centro de Tecnologia Musical Luciano Alve Aulas individuais de Home Studio, Sonar, Sound Forge, Instrumentos Virtuais e Produção de CD. As aulas personalizadas são ministradas pelo próprio Luciano Alves. Tel.: 21 2226-1033 - Email:
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126 | áudio música e tecnologia
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LUGAR DA VERDADE | Enrico De Paoli
COMO SE APRENDE ENGENHARIA DE MÚSICA (OU QUALQUER OUTRA COISA)
É
muito comum eu receber emails questionando os passos pra se tornar um engenheiro de música. Claro, pra ser médico, advogado, arquiteto ou outras prossões mais
“conhecidas”, os caminhos são mais claros. Basta terminar o colégio, fazer um vestibular e entrar numa faculdade, se formar e pronto! Bem, talvez seja justamente este o problema
biente. Vamos a mais uma analogia: qual é melhor curso de inglês? O melhor jeito de aprender um idioma é se cercar dele e também das situações, da cultura. Claro, é importante aulas de gramática, vocabulário, concordâncias e regras gerais, mas você aprende mesmo é falando.
de tanto prossional mal qualicado em todas as áreas. Não
Então, e se você não for para os EUA estudar áudio? Como
se aprende tudo na escola. Ninguém sai de nenhuma faculdade pronto pra atuar. Você pode estudar Hotelaria na Suíça, Gastronomia na França, Engenharia na Alemanha, De sign na Itália ou Medicina nos Estados Unidos. Não importa: a escola, por melhor que seja, simplesmente te mostra o que você vai ter que aprender ao longo da vida.
aprender? Sim, cursos são importantes, anal, você não quer
Ué… como assim? Você vai pra fora do Brasil se especializar em algo e sai de lá sem saber? Pois é… Experimente tentar aprender uma coisa que você nem sabe o que é! Vamos a uma analogia: você olha uma televisão e sabe que aquele aparelho recebe sinais de áudio e vídeo transmitidos por
emissoras, ou seja, você sabe pra que aquilo serve! Ótimo! Basta entender mais ou menos o controle remoto, onde liga, onde aumenta, e algumas funções básicas. Agora, imagine olhar para um equipamento que você nunca viu antes. Tente usá-lo, mas como vai operar um equipamento sem saber pra que ele serve? Ou não vai, ou aprendê-lo será bem mais complicado. O mesmo acontece na vida prossional. A esco la te mostra com o que você vai se deparar ao longo da vida.
aprender a falar português sem saber escrever corretamente as palavras ou conjugar direito os verbos. Pra isso existe a escola, os métodos, os livros. Mas vamos nos cercar da cultura do áudio. Revistas, fóruns, feiras. Ah... a AES (Audio Engineering Society), que acabou de acontecer em São Paulo. Que evento sensacional! Está do tamanho das grandes feiras de áudio do mundo! Você vai aprender áudio visitando a feira? Completamente, não, mas vai conhecer mais gente. Mais empresas e equipamentos. Estará próximo do mercado. Me lembro que quando fui estudar áudio na Califórnia, em 1991, comprei uma revista Mix e não entendi nada do que se falava nela! Artigos sobre compressores, equalizadores, gravadores, tas, mesas. Era tudo tão mais complexo do
que o universo dos teclados e sintetizadores ao qual eu estava acostumado! E é engraçado como, aos poucos, tudo vai caindo em seu devido lugar. As coisas começam a ser desmisticadas e tudo isso, um belo dia, passa a fazer parte
do nosso vocabulário e de nossas vidas.
Aí, sim, estas experiências é que vão te ensinar a ser bom.
Mas os estrangeiros sabem mais música do que os brasileiros? Uhmm, creio que não. Mas alguns povos tendem a ter mais método para as coisas do que outros. Americanos têm muito método. Muita organização. Alguns brasileiros tendem a chamá-los de “bitolados”. Ok, talvez não saibam tanto “sair do trilho”, mas é inquestionável que os resultados deles têm acabamentos surpreendentes. E, na área de ensino, método é fundamental. Talvez os americanos não saibam mais música do que nós, mas sabem ensinar. Mas o que o professor ensina também não é tudo: talvez a maior vantagem de estar em uma escola de música seja o am-
Conclusão: vale a pena estudar fora? Sim, mas não somente pela escola ou pelos equipamentos que ela tem, mas pelo ambiente. Pelos colegas que você vai fazer. Pela experiência intensa como um todo. Se você não for, tem escolas no Brasil? Claro. Escolas, treinamentos particulares, livros, revistas, fóruns, feiras, estágios. Bem, este último não é o mais fácil de se conseguir, mas, conhecendo as pessoas certas nas outras opções, você logo, logo estará trabalhando lado a lado com pessoas que já estiveram onde você está hoje, e você nalmente verá o que há além do horizonte que te limita hoje. Boa viagem!
Enrico De Paoli é engenheiro de música e produtor de discos. Produz, mixa e masteriza projetos para dentro e fora do Brasil em seu Incrível Mundo Studio. Além disso, oferece treinamentos particulares e palestras. Mais informações em www.EnricoDePaoli.com.
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